Editorial
Sumário
Mundo Agro Editora Ltda. Rua Erasmo Braga, 1153 13070-147 - Campinas, SP Publicação Trimestral nº 64 | Ano X Dezembro/2021
EXPEDIENTE
Ricardo Santin, Presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) se refere ao ovo como “o novo queridinho dos brasileiros”. Mesmo diante das dificuldades financeiras impostas pela pandemia, os brasileiros buscaram outras possibilidades para manter a proteína animal à mesa. “E as carnes de frango e suína, além do ovo, se mostraram alternativas mais econômicas e nutritivas. Rico em proteínas, e não só, o ovo registrou índices históricos de consumo no país e deve seguir como queridinho, não apenas dos atletas - dos de alta performance e dos de final de semana, mas também das famílias brasileiras”, afirma Santin. A questão referente aos programas de apoio à renda em função da pandemia, somados a uma melhora do quadro econômico e da vacinação no País, neste fim de 2021, têm delineado um cenário de sustentação da demanda por produtos de aves. A aposta é de crescimento ainda mais arrojado no consumo per capita. De 254, a expectativa é que o brasileiro passe a consumir 262 ovos por ano, em média — terceiro recorde histórico consecutivo. A produção para isso seria de 56,200 bilhões de toneladas, aumento de 3% em relação a 2021. Mais uma quebra de marcas no setor. Mas Ricardo Santin também tem notícias negativas para 2021: Não pense que o setor de ovos teve apenas boas notícias este ano. Apesar dos recordes, o setor produtivo tem enfrentado desafios severos em relação ao equilíbrio dos custos de produção, com altas históricas em praticamente todos os insumos, como o milho, o farelo de soja, o diesel, embalagens plásticas e de papelão, energia elétrica, entre outros. Para 2022, as perspectivas são ainda mais positivas e animadoras, além de uma grande certeza: o ovo estará presente na mesa do brasileiro.
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Mercado Ovo Desempenho do ovo em novembro e nos 11 primeiros meses de 2021 Matérias-Primas Milho registra crescimento anual de 59,2%
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Eventos As quatro mais lidas
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Empresas e resultados Após comprar Insolo por R$ 1,8 bi, Ricardo Faria é maior emergente agro
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Produção, Mercado e Exportação Exportação de ovos comerciais atinge maior volume do segundo semestre em outubro
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Informe Empresarial Klabin está no Centro-Oeste para embalar o desenvolvimento do Brasil
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Informe Técnico-Empresarial Vaxxinova: A influência da Bronquite Infecciosa na qualidade dos ovos
Publisher Paulo Godoy paulo.godoy@mundoagro.com.br Redação Érica Barros (MTB 49.030) Glaucia Bezerra (MTB 80373/SP) imprensa@mundoagro.com.br Comercial André Di Fonzo, Natasha Garcia e Paulo Godoy (19) 3241 9292 (19) 98963-6343 comercial@mundoagro.com.br
Destaques AviSite: Profissionais, Empresas & Instituições Evonik: resultados de 2021 devem atingir o limite superior da previsão
Diagramação e arte Mundo Agro e Luciano Senise senise@senise.net Internet Gustavo Cotrim webmaster@avisite.com.br Administrativo e circulação financeiro@avisite.com.br
Os Informes Técnicos-Empresariais publicados nas páginas da Revista do OvoSite são de responsabilidade das empresas e dos autores que as assinam. Este conteúdo não reflete a opinião da Mundo Agro
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Revista do OvoSite
24 Evento 3a Conbrasul Ovos reflete cadeia otimista e madura
30 Retrospectiva / Perspectiva Leandro Feijó: Perspectivas atuais e futuras de novos mercados de exportação de ovos e derivados
32 Retrospectiva / Perspectiva Nélio Hand: Os desafios que não foram resolvidos, mesmo com a nossa persistência
36 Informe empresarial MCassab: Qualidade dos ovos é prioridade das Granjas BL e Foesch
38 Retrospectiva / Perspectiva Instituto Ovos Brasil fecha 2021 com expectativas superadas
48 Informe empresarial Sanovo Technology Group completa 60 anos
53 Informe Publicitário Vaccinar indica novo conceito para fornecimento de energia em dietas de aves
54 Desafios da produção free range Cinergis: Controle integrado da verminose em aves de produção: novos conceitos e tecnologias
57 Cobertura 5º Concurso de Qualidade de Ovos Capixaba revela os melhores produtores
60 Informe Empresarial Cargill: O Estresse térmico e suas consequências na produção de ovos
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Retrospectiva / Perspectiva Sindirações projeta crescimento de 4,5% em 2021 para a produção de ração animal
Acesso a alimento de qualidade Projeto auxilia a nutrição de milhares de pessoas no Brasil e no Peru
Informe Empresarial Uniquímica: O segredo para a produção de ovos com casca mais resistente e redução de perdas
Ponto Final O novo queridinho dos brasileiros
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Mercado
Desempenho do ovo em novembro e nos 11 primeiros meses de 2021 D
a mesma forma que o frango, o ovo atravessou este último novembro de forma melancólica, pois viu seu preço recuar pelo terceiro mês consecutivo. Com isso, chega às vésperas do período de Festas com a segunda pior média de preços de 2021. Em outras palavras, o alimento que já foi o “salvador da Pátria” quando o mundo se deparou com a atual pandemia, encerrou o 11º mês de 2021 de maneira absolutamente medíocre, visto que seus preços no mês ficaram acima, apenas, dos baixos valores registrados em janeiro, tradicionalmente o mais fraco mês de todos os exercícios. É verdade que nos três últimos dias de negócios do mês o setor produtivo buscou melhores preços. Mas a revitalização obtida foi tênue, pois o valor médio registrado ficou apenas 1% acima do observado em idêntico período de 2020. Enfim, a média alcançada no mês correspondeu a uma redução mensal de 7,45% e a uma valorização anual de apenas 7,28% em relação a novembro de 2020, quer dizer, um resultado inferior à inflação do período e que, pelo IPCA de outubro passado, nos últimos 12 meses já ultrapassou os dois dígitos.
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O alimento que já foi o “salvador da Pátria” quando o mundo se deparou com a atual pandemia, encerrou o 11º mês de 2021 de maneira absolutamente medíocre, visto que seus preços no mês ficaram acima, apenas, dos baixos valores registrados em janeiro, tradicionalmente o mais fraco mês de todos os exercícios Graças ao melhor desempenho em períodos anteriores, o valor médio dos 11 primeiros meses de 2021 apresenta índices mais alentadores, pois situa-se quase 30% acima do que foi registrado em idêntico período de 2020. Porém, considerada a forte inflação que voltou a assolar o País no corrente exercício, o ganho deflacionado em relação aos 12 meses do ano passado não chega aos 17,5%.
Matérias-Primas Milho registra crescimento anual de 59,2% Faltando apenas um mês para o encerramento do ano, o preço do milho continua registrando forte incremento anual. No acumulado do ano o preço médio do insumo, saca de 60 kg, interior de SP, alcançou cotação de R$95,61, equivalendo a aumento de 59,2% sobre a média alcançada pelo produto no mesmo período do ano passado, quando a cotação média atingida foi de R$60,06. Em relação ao mesmo período de 2019, o aumento supera os 131,3%.
Valores de troca – Milho/Frango vivo No frango vivo (interior de SP) o preço médio acumulado nos onze meses do ano alcançou R$5,30 kg, atingindo valorização anual próxima de 47%. Assim, com a maior valorização na cotação do milho em relação ao frango vivo, o avicultor permaneceu absorvendo perdas no poder de compra. Neste ano foram necessários 300,6 kg de frango vivo para se obter uma tonelada de milho, considerando-se a média mensal de ambos os produtos. Este volume representa queda de 7,7% no poder de compra em relação ao ano de 2020, pois, no mesmo período do ano passado a tonelada do milho “custou” 277,4 kg de frango vivo.
Valores de troca – Milho/Ovo O preço do ovo, na granja (interior paulista, caixa com 30 dúzias), obteve valorização extremamente baixa quando comparada à do milho no decorrer dos onze primeiros meses de 2021, atingindo preço médio de quase R$103,54, equivalendo a índice positivo de 30,1% sobre o recebido no mesmo período do ano passado, negociado por R$79,57. Assim, com a valorização no preço médio dos ovos bem inferior a alcançada pelo milho, os avicultores de postura comercial absorveram forte perda no poder de compra. No período foram necessárias 15,4 caixas de ovos para adquirir uma tonelada do cereal, enquanto no mesmo período de 2020 foram necessárias apenas 12,6 caixas/t, significando piora de 18,3% em sua capacidade de compra.
Farelo de soja aumenta 36,4% em onze meses O farelo de soja (FOB, interior de SP) atingiu incremento expressivo no decorrer dos primeiros onze meses de 2021. O preço médio do período alcançou valor de R$2.518/t, representando índice positivo de 36,4% sobre o apontado para o mesmo período de 2020, quando a cotação média atingiu R$1.846/t. Na comparação com o mesmo período de 2019, o aumento supera os 107,5%.
Valores de troca – Farelo/Frango vivo Com a maior valorização do frango vivo no decorrer do ano, houve melhora no poder de compra do avicultor. Nesse ano foram necessários 475 kg de frango vivo para adquirir uma tonelada do insumo, significando melhora de 7,7% no poder de compra do avicultor em relação ao mesmo período de 2020 quando 511,6 kg de frango vivo foram necessários para obter uma tonelada do produto. A relação aponta piora expressiva na comparação com o mesmo período de 2019 quando foram necessários apenas 371 kg, significando perda de 21,9% no poder de compra.
Valores de troca – Farelo/Ovo De acordo com os preços médios dos produtos no acumulado de 2021, foram necessárias, aproximadamente, 24,3 caixas de ovos (valor na granja, interior paulista) para adquirir uma tonelada de farelo de soja. Com isso, o poder de compra do avicultor de postura comercial registrou perda de 4,6% em relação ao farelo de soja, já que no mesmo período do ano passado foram necessárias apenas 23,2 caixas de ovos para adquirir uma tonelada do cereal. Considerando o mesmo período de dois anos atrás, a perda dos avicultores atinge 20,4% já que de janeiro a novembro de 2019 houve a necessidade de 19,4 caixas para adquirir o produto.
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Eventos
2022 Março 22 e 24
XX Congresso de Ovos Local: Centro de Eventos de Ribeirão Preto Realização: APA e CDA Site: www.congressodeovos.com.br
Maio 10 a 12
38ª Conferência FACTA Local: Expo Dom Pedro, Campinas, SP Realização: Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas (FACTA) Informações: www.facta.org.br
Junho 08 e 09
6ª Feira de Avicultura e Suinocultura Capixaba (FAVESU) Local: Centro de Eventos Padre Cleto Caliman (Polentão) - Venda Nova do Imigrante, ES. Realização: Associação dos Avicultores do Espírito Santo (AVES) e Associação de Suinocultores do Espírito Santo (ASES) Site: www.favesu.com.br 09 e 10
Simpósio Goiano de Avicultura Realização: AGA e UFG Site: www.agagoias.com.br
Agosto 7 a 11
Congresso Mundial de Avicultura Local: Paris, França Realização: WPSA Informações: https://www.wpcparis2020. com 09 a 11
SIAVS 2022 – Salão Internacional de Avicultura e Suinocultura Local: Expo Center Norte – São Paulo, SP Realização: Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) Site: www.siavs.com.br
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As mais lidas no OvoSite em 2021 Horizonte nebuloso para agroindústrias São Paulo, 18/03/2021 - Embora algumas áreas continuem a enfrentar dificuldades em meio à pandemia, sobretudo depois do fim do auxílio emergencial do governo, o Índice de Produção Agroindustrial Brasileira (PIMAgro) calculado pelo Centro de Estudos em Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV Agro) aponta que, em geral, a recuperação continua no setor. Conforme levantamento recém-concluído, o indicador fechou janeiro com variação positiva de 1,2% ante o mesmo mês do ano passado, quando a covid-19 ainda era apenas uma ameaça. Foi o sétimo mês consecutivo de altas nas comparações interanuais, mas, como em dezembro, o resultado foi garantido exclusivamente pelo avanço do ramo de produtos não-alimentícios.
Consumo per capita de ovos no Brasil Campinas, 11/05/2021 - A Associação Brasileira de Proteína Animal em seu relatório anual 2021 aponta que no ano passado o consumo per capita de ovos atingiu 251 unidades, apresentando crescimento de 9,1% no ano. Considerando que o alojamento de pintainhas de postura comercial para produção de ovos brancos e vermelhos apontou crescimento anual de quase 5% em 2020, existe plantel suficiente para continuar aumentando a produção em 2021. Se o mesmo índice alcançado no plantel produtivo for alcançado no consumo per capita, significa um total mínimo de 263 ovos por habitante. Ricardo Santin, Presidente da ABPA e do Instituto Ovos Brasil, tem estimado a possibilidade de se atingir volume ainda maior, de 265 ovos em 2021.
Fazenda 4.0 do Grupo Mantiqueira recebe as primeiras 55 mil pintainhas para o sistema cage free Campinas, 06/08/2021 - Acabam de chegar na unidade 4.0 do Grupo Mantiqueira, as primeiras 55 mil pintainhas da raça Hyline Brown. Esta etapa faz parte do compromisso transformador de bem-estar animal, firmado voluntariamente em novembro de 2020 pela Mantiqueira e que já começou a se tornar realidade em Lorena (SP), com a construção da fazenda 4.0. Esta granja será a mais moderna do país com a tecnologia e a sustentabilidade como seus maiores diferenciais na produção de ovos de galinhas livres. Lorena 4.0 já nasce referência para produção de ovos de galinhas livres no Brasil. A unidade está sendo construída com capacidade para um milhão de aves, distribuídas em 20 galpões de produção de ovos livres de gaiola, sendo 100% com ninhos verticais automatizados, permitindo o mínimo de intervenção humana e garantindo maior conforto para as aves e mais segurança alimentar.
Produtores de ovos endurecem nas negociações e conseguem melhorar preços Campinas, 09/04/2021 - Quase 50 dias depois do último reajuste e mesmo sem as condições apropriadas para disputar novas valorizações, os produtores de ovos endureceram nas negociações e forçaram melhores condições de comercialização. E obtiveram êxito. Assim, depois de 16 dias com preços estabilizados, o aumento – 1º da semana e do mês, 14º do ano – elevou o preço médio diário para valor alcançado pela última vez no início do terceiro decêndio de março e que, por ora, representa índice negativo próximo de 1% sobre o mesmo período do ano passado.
nutrição de
campeões
GRANJAS BL Halecson Stinguel 1o colocado [ovos brancos] 3o colocado [ovos vermelhos]
OVOS FOESCH Flotério Foesch o 2 colocado [ovos brancos]
Parabéns Granja BL e Ovos Foesch pelos excelentes resultados no 5o Concurso de Qualidade de Ovos Capixaba. A MCassab orgulha-se em contribuir para essa conquista com produtos e serviços nutricionais de alta performance.
Para dúvidas e outras informaçoes, consulte-nos: 11 98709-6539 | aves@mcassab.com.br nutricaoesaudeanimal.mcassab.com.br | @mcassabaves Revista do OvoSite
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Destaques OvoSite: Profissionais, Empresas & Instituições
Evonik: resultados de 2021 devem atingir o limite superior da previsão Lucro ajustado é de 2,4 bilhões de euros antes de juros, impostos, depreciação e amortização Após um desempenho vigoroso no terceiro trimestre, a Evonik divulga estimativas mais precisas em relação aos resultados para o ano em curso. A empresa agora estima um lucro ajustado de
2,4 bilhões de euros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA ajustado). Este é o limite superior da faixa anterior de 2,3 a 2,4 bilhões de euros que a Evonik estimava no meio
do ano. As vendas também atingirão o limite superior do intervalo de previsão – 14,5 bilhões de euros. Anteriormente, a Evonik havia estimado vendas entre 13 e 14,5 bilhões de euros.
“Mercado deve aproveitar redução de 10% na alíquota de importação de insumos para alimentação animal” Recomendação é de especialista da MCassab
Guilherme Palumbo
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As indústrias de alimentação animal, agroindústrias e produtores de bovinos, aves, suínos e peixes que fabricam sua própria ração têm, a partir do dia 12 de novembro, a oportunidade de adquirirem os micro ingredientes essenciais utilizados na nutrição animal com redução de 10% na alíquota de importação. “Vitaminas e aminoácidos para as rações animais estão entre os 10 mil itens beneficiados pela medida federal que corta a alíquota do imposto de importação até o final de 2022”, informa o médico veterinário Guilherme Palumbo, responsável pela área de ingredientes da MCassab Nutrição e Saúde Animal. Para Palumbo, a notícia deve ser comemorada pela cadeia da produção animal e de petfood porque os preços atuais das vitaminas e aminoácidos estão acima da média histórica devido à instabilidade do fornecimento, especialmente da China. “Além da pandemia, a China enfrenta crise energética e também restrições ambientais. Adicionalmente, a logística global ainda está desorganizada, com altos custos dos contêineres e atraso nas entregas. Todos esses fatores impactam na cotação dos micro ingredientes importados”, esclarece Palumbo.
Vetanco lança Club 360, primeiro clube de relacionamento do segmento Trata-se de uma jornada de desenvolvimento, que inclui treinamentos personalizados e exclusivos No Brasil, o consumo per capita de ovos quase dobrou na última década. Se em 2010 cada brasileiro consumia 148 ovos por ano, em 2020 o consumo foi de 251 ovos/ano. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o mercado interno representa 99,69% da produção brasileira de ovos, enquanto que 0,31% é exportada. Com a proposta de oferecer ainda mais suporte aos clientes de postura comercial, a Vetanco Brasil lançou o Club 360, no último dia 25. "Trata-se de uma jornada de desenvolvimento, que inclui treinamentos personalizados e exclusivos. Além do famoso pack dos clubes de relacionamento, serão 12 meses de encontros, que vão abordar pontos importantes como gestão de tempo, qualidade intestinal, conceitos de liderança, qualidade do ovo, conversas cruciais, entre outros temas relevantes", explica o Gerente de Marketing da Vetanco, Thiago Tejkowski.
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Destaques OvoSite: Empresas e Resultados
Após comprar Insolo por R$ 1,8 bi, Ricardo Faria é maior emergente agro Terrus e Insolo têm 120 mil hectares de área para produção e devem ter uma receita de R$ 1 bilhão nesse ano safra O mundo do agronegócio tem um novíssimo grande empresário. Em porte mesmo. O catarinense Ricardo Faria, que no início do ano passado criou a companhia de grãos Terrus, acaba de assinar a compra da Insolo, por R$ 1,8 bilhão. Juntas, as companhias têm 120 mil hectares de área para produção e devem ter uma receita de R$ 1 bilhão nesse ano safra. Agora, ele assume a 5ª posição no ranking de maiores áreas de produção do país. Considerando tamanho, fica atrás do líder, o Grupo Bom Futuro, com 530 mil hectares, que é seguido, por SLC Agrícola, Amaggi e Scheffer, nessa ordem.
O pagamento pelo ativo é praticamente todo em dinheiro, uma vez que a companhia adquirida não tem dívida significativa, conforme contou Faria em entrevista exclusiva ao EXAME IN. O nome da empresa combinada será apenas Insolo, que já carrega reconhecimento do mercado. “Vamos aproveitar a marca, que se consolidou ao longo dos últimos 20 anos.” A Terrus começou com fazendas no chamado Matopi, apelido atribuído ao conjunto de estados Maranhão, Tocantins e Piauí. E a Insolo tem unidades concentradas no Piauí. A Insolo pertencia a um fundo
cujos recursos são do endowment da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Junto com a empresa vem toda inteligência desenvolvida em biodefensivos naturais (fungos e bactérias), que são usados no lugar de defensivos agrícolas tradicionais para proteger o plantio. A Fazenda Ipê, com 35 mil hectares e localizada no Piauí, tem a maior área do país integralmente usuária dessa solução biológica (12 mil hectares). A aquisição ainda depende de aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e será encaminhada para análise amanhã.
N.OVO comemora lançamento para o varejo do primeiro substituto plant based de ovos mexidos e omeletes do país Apresentado na versão em pó, seu modo de preparo é muito simples, sendo apenas necessário adicionar água, leva-lo à frigideira e mexer, assim como se faz com os ovos convencionais Apenas dois anos e meio depois do lançamento do N.OVO Receitas, primeiro substituto de ovos para receitas, em março de 2019; a N.OVO spin-off foodtech do Grupo Mantiqueira comemora a chegada nas gôndolas dos supermercados do N.OVO Mexido e Omelete, versão à base de vegetais, para substituição de ovos mexidos e omeletes. O produto já pode ser encontrado nas redes Pão de Açúcar, La Frutaria e Zona Sul. O N.OVO Mexido e Omeletes tem composição mundialmente inédita, com sabor, coloração e consistência idênticos ao ovo tradicional. Desenvolvida a partir de tecnologia inovadora, a fórmula mimetiza a aparência, textura e até o aroma dos ovos mexidos e omeletes. Sua fórmula combina ervilha, soja e cúrcuma, raiz com ação antioxidante e anti-inflamatória, grande aliada no fortale-
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cimento do sistema imunológico, também responsável pela cor amarelada característica de ovos. Apresentado na versão em pó, seu modo de preparo é muito simples, sendo apenas necessário adicionar água, leva-lo à frigideira e mexer, assim como se faz com os ovos conven-
cionais. O produto vegano não tem gordura, nem colesterol, é livre de transgênicos, não contém glúten e leite; além disto, é considerado fonte de proteína e tem a vantagem de não ser perecível, não quebrar, ter menor risco microbiológico de contaminação e facilidade para transporte.
Grupo Mantiqueira responde por 70% do volume total exportado de ovos em outubro Em números, equivale a 180 mil caixas, das 255 mil exportadas de Janeiro até Outubro de 2021
Leandro Pinto - Grupo Mantiqueira
Segundo dados recentes da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), divulgados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), as exportações de ovos (in natura e processados) do país renderam US$ 1,4 milhão em Outubro, somando 819 toneladas. Ainda de acordo com entidade, houve um aumento do volume em 150%, quando comparado ao mesmo período do ano passado, e a receita também acompanhou essa evolução, sendo 102,3% superior. Desta forma, de Janeiro a Outubro de 2021, os números relacionados às exportações de ovos são os seguintes:
• 8.148 mil toneladas; • 138,9% a mais, quando comparado ao mesmo intervalo de 2020; • Receita acumulada atingiu US$ 12,9 milhões, em alta de 110,7%. E dentro deste cenário, o Grupo Mantiqueira, maior produtora de ovos do Brasil, foi responsável por 70% do volume total das exportações do país. Em números, equivale a 180 mil caixas, das 255 mil exportadas de Janeiro até Outubro de 2021 pelas empresas de avicultura de postura, como um todo. Revista do OvoSite
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Destaques OvoSite: Empresas e Resultados
Katayama Alimentos inicia no e-commerce de alimentos O consumidor se adaptou rapidamente aos atuais protocolos, e que a necessidade e a demanda pela conveniência oferecidas pelo e-commerce, cresceram muito nos últimos meses
Gastos com compras de supermercados pela internet aumentaram 57% na pandemia e 59% dos consumidores brasileiros têm a intenção de continuar fazendo compras de mercado on-line depois que a pandemia chegar ao fim 14
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Dentro das inúmeras mudanças, adaptações e transformações que a pandemia do Coronavírus impôs à sociedade como um todo, está o avançado desenvolvimento da estratégia comercial de vendas on-line. Em tempos de crise sanitária e econômica, o varejo alimentar teve que se reinventar e incrementar as vendas pela Internet para vencer os desafios que foram se apresentando dentro desta nova realidade. Pode-se dizer que o consumidor se adaptou rapidamente aos atuais protocolos, e que a necessidade e a demanda pela conveniência oferecidas pelo e-commerce, cresceram muito nos últimos meses. Com o au-
mento das vendas, as inovações dos canais digitais permitiram novas experiências de compras que têm sido incorporadas ao comportamento de consumo. De acordo com informações do site Mercado e Consumo, com base na pesquisa "Supermercado e Hábitos de Compras" realizada pela unidade de pesquisa da área de publicidade do UOL e divulgada em junho deste ano, os gastos com compras de supermercados pela internet aumentaram 57% na pandemia e 59% dos consumidores brasileiros têm a intenção de continuar fazendo compras de mercado on-line depois que a pandemia chegar ao fim.
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Destaques OvoSite: Produção, Mercado e Exportação
Exportação de ovos comerciais atinge maior volume do segundo semestre em outubro O total de ovos comerciais com casca in natura alcançou volume próximo dos 6,5 milhões de ovos (quase 18,1 mil caixas) As exportações de ovos comerciais continuaram evoluindo em outubro e se confirmaram como o maior volume embarcado no segundo semestre. O total de ovos comerciais com casca in natura alcançou volume próximo dos 6,5 milhões de ovos (quase 18,1 mil caixas), indicando aumento de 118,8% sobre o embarcado em setembro último. Na comparação com o volume de outubro do ano passado, o crescimento atingiu 145,6%. O acumulado nos primeiros dez meses alcança volume de 80,768 milhões de ovos e equivale a aumento de 295,2% sobre o embarcado no mesmo período do ano passado. O volume exportado nos últimos doze meses – novembro de 2020 a outubro de 2021 alcança 117,5 milhões de ovos e representa 405,5% de aumento sobre o mesmo período imediatamente anterior.
Comissão de Agricultura aprova criação de Fundo Nacional de Sanidade Animal Projeto de Lei é inspirada na Lei 12.380/2005, idealizada pelo próprio parlamentar, e que criou o Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa-RS) A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (24), o Projeto de Lei 4583/2020, que prevê a criação do Fundo Nacional de Sanidade Animal. A proposta de autoria do deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS) é inspirada na Lei 12.380/2005, idealizada pelo próprio parlamentar, e que criou o Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa-RS). A legislação gaúcha nasceu cinco anos após o Rio Grande do Sul viver a sua maior crise sanitária, quando rebanhos inteiros tiveram que ser sacrificados após o surgimento de focos de febre aftosa no município de Joia. O Fundesa-RS nasceu com a missão de promover a melhoria dos padrões de qualidade, assegurando a saúde pública e ampliando a competitividade nos mercados interno e externo. “A tragédia de Joia exigiu uma nova mentalidade de todos os envolvidos. Agilidade e celeridade na intervenção nos eventos sanitários, rigidez no controle de fronteiras, novos investimentos em fiscalização e inspeção, monitoramento permanente dos rebanhos e dos processos industriais”, recordou Jerônimo. A iniciativa se consolidou por meio da parceria público-privada firmada entre a indústria e o Governo do Estado.
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Mapa lança guia com indicadores de qualidade para os serviços veterinários de saúde animal O conjunto de indicadores visa medir e comparar, de forma objetiva e continuada, a capacidade, a qualidade e o desempenho dos serviços de saúde animal do país O Departamento de Saúde Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária lançou o guia Indicadores da Qualidade dos Serviços Veterinários, para apoiar a gestão da qualidade dos Serviços Veterinários Estaduais (SVEs), que representam as instâncias intermediárias do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa). O Guia, elaborado pelo Programa de Avaliação da Qualidade e Aperfeiçoamento dos Serviços Veterinários (Quali-SV), destina-se a orientar e subsidiar gestores, auditores, setores de gestão da qualidade e setores privados, na análise, interpretação e aplicação dos indicadores como ferramenta de avaliação, implementação de melho-
rias, destinação de recursos e tomada de decisões. O conjunto de indicadores previsto no guia visa medir e comparar, de forma objetiva e continuada, a capacidade, a qualidade e o desempenho dos serviços de saúde animal do país. Essa avaliação constitui ferramenta valiosa para o adequado planejamento, organização, coordenação e controle das atividades desenvolvidas, visando promover a saúde humana e animal, bem como o acesso dos produtos brasileiros aos mais exigentes mercados. “Os indicadores selecionados visam mensurar as condições dos SVEs para realizar suas atividades com eficiência, eficácia, efetividade e economicidade, avaliando fatores
de capacidade (recursos humanos, físicos e financeiros), do ambiente em que o SVE se insere (geografia, condições econômicas e sociais, sistemas produtivos e condição epidemiológica em relação às doenças) e a forma e intensidade com a qual se relaciona e atua com seu ambiente (desempenho)”, explica a coordenadora do Quali-SV, Natércia Caporali. Os indicadores são, em sua maioria, elaborados a partir de dados de sistemas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e dos próprios serviços estaduais. O sistema prevê, ainda, a divulgação de um sumário anual de indicadores de qualidade, a partir de 2021.
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Informe Empresarial
Unidade Klabin em Rio Verde, GO.
Klabin está no Centro-Oeste para embalar o desenvolvimento do Brasil Há mais de 120 anos, a Klabin cuida com muita responsabilidade da sua fonte de matéria-prima
A
Klabin é a maior produtora e exportadora de papéis para embalagens do Brasil, líder em embalagens de papelão ondulado e sacos industriais no país e uma das Companhias mais sustentáveis do mundo. A base de seu negócio provém das árvores, por isso, há mais de 120 anos, a Klabin cuida com muita responsabilidade da sua fonte de matéria-prima, tornando-se referência mundial no manejo sustentável de florestas e mantendo mais de 40% das suas áreas florestais destinadas à conservação e à manutenção da biodiversidade. Com 24 unidades industriais, a Klabin está presente em todas as regiões do Brasil e também na Argentina, oferecendo produtos renováveis e atuando com liderança nos segmentos florestal, de celulose, de papel e de embalagens para fazer parte da vida e do dia a dia de milhões de pessoas. Com o início das operações da unidade industrial de Rio Verde, em Goiás,
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a Klabin passou a estar presente fisicamente em uma das regiões que mais contribuem com o progresso do nosso país, o que possibilita à companhia estar mais próxima de seus clientes e seus negócios. Essa proximidade garante que a Klabin entregue diferenciais únicos. Seja a solução inteligente, a personalização exclusiva, a garantia de entrega de acordo com a região ou o compromisso com a sustentabilidade, tudo é pensado para superar expectativas e melhorar os resultados com os clientes, fazendo que seus produtos sejam mais do que embalagens.
Soluções em embalagens de papelão ondulado As embalagens de papelão ondulado da Klabin são fornecidas para todos os segmentos de negócios, conforme as especificações do cliente, atendendo às mais elevadas exigências de qualidade. São resistentes a diversas condições de armazenamento e transporte, como
ambientes úmidos e com baixa temperatura, garantindo a integridade da mercadoria até o destino final. A linha Innovative é produzida sob medida e sob encomenda para dar vida a ideias inovadoras. Elas podem ser usadas para a confecção de móveis e brinquedos feitos de papelão ondulado. A Concept é uma linha de embalagens tipo display para diversos segmentos de negócios, como alimentos e floricultura. Ideal para display de exposição (shelf-ready packaging), elas contam com montagem simplificada para destacar o que os produtos têm de melhor. Já a linha Hard é extremamente resistente. As embalagens são produzidas com alta tecnologia para proteger produtos de até uma tonelada. São ideais para aplicação em embalagens de eletroeletrônicos, motores, bombas e preformas, produtos perigosos e para transporte de itens pesados no geral. Quando a temperatura certa, tanto no processo de armazenagem como no
Floresta em mosaico da Klabin no Paraná. Técnica de manejo florestal usada pela empresa, que é referência mundial em sustentabilidade.
de transporte, é essencial para garantir a qualidade de um produto, a linha Cold é a ideal. Ela preserva a temperatura dos alimentos frios, como proteínas, sorvetes e lácteos, e suas propriedades. Agora, se o objetivo é conservar os produtos para que eles cheguem frescos para o consumidor, a linha Fresh é imbatível. Ela é indicada para contato direto com alimentos, como frutas, hortaliças, legumes e deliveries em geral, já que protegem e garantem a integridade dos produtos em ambientes com temperatura e umidade controladas. Produtos especiais, como cestas de Natal e cosméticos, pedem uma embalagem diferenciada e personalizada, que valorize seus itens e ressalte a qualidade da marca. Para isso, existe a linha Unique, que tem design exclusivo e formatos especiais.
As soluções em embalagens de papelão ondulado da Klabin, provenientes de matériaprima de fontes sustentáveis e renováveis, são para todos os segmentos e negócios.
As soluções em sacos da Klabin contam com processos e materiais de baixo impacto ambiental, resultando em produtos que contribuem para a economia circular.
E, para finalizar, existe a linha OnSite. Indicada para processos de produção automatizados de grandes volumes, é uma alternativa prática e rápida com embalagens para alimentos, bebidas e diversos outros itens, como artigos de higiene e limpeza.
Klabin é também a maior convertedora de sacos industriais do Brasil A empresa possui soluções customizadas em embalagens de sack kraft para qualquer tipo de segmento, as quais têm como diferencial a resistência, porosidade, elasticidade, além de um ótimo acabamento e qualidade de impressão. Todos os sacos são impressos com tinta à base de água e estruturados com cola ecológica, que não contaminam o solo, resultando em um produto com alta biodegradabilidade que se reintegra ao ecossistema em poucos meses. A linha sack kraft é composta de quatro soluções: A ShelfLife é a embalagem ideal para conservar integralmente as características do produto, preservando suas melhores características, como textura, cor, aroma, sabor e consistência, e protegendo-os da luz e da umidade. Indicada para armazenamento de produtos do agronegócio, como farinhas e farelos, leite em pó, amido e demais cereais e grãos, como alimentos para nutrição animal, por exemplo.
A solução Concept é perfeita para dar mais visibilidade aos produtos em lojas, supermercados e outros pontos de venda. Pode ser usada, por exemplo, como embalagem para café, farinhas, farelos e até alimentos para pets (pet food). Para garantir a qualidade e evitar a contaminação do produto e de quem o manuseia, a Klabin oferece sacos da linha Shield. Eles asseguram as propriedades, evitam vazamentos e garantem a segurança durante o transporte e o manuseio de produtos químicos, minérios e fertilizantes. Além disso, facilitam o armazenamento no estoque ou armazém, ajudando a deixar o local mais limpo e livre de insetos, roedores e aves. E, para finalizar, existe a linha Hard. Ideal para o segmento de construção civil, essas embalagens oferecem força e resistência, sem abrir mão da sustentabilidade. Elas são feitas para resistir a qualquer tipo de manuseio ou transporte, evitando perdas desde a origem até o consumidor final. Agora que já conhecemos mais a fundo as soluções da Klabin, ficou fácil entender por que a empresa está pronta para embalar o desenvolvimento do Brasil. Acesse www.klabin.com.br e saiba mais sobre a maior produtora e exportadora de papéis para embalagens e embalagens de papel do Brasil. Klabin. Muito além da embalagem. Revista do OvoSite
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Informe Técnico-Empresarial
A influência da Bronquite Infecciosa na qualidade dos ovos VBIG é um coronavírus disseminado mundialmente em galinhas Autora: Jeniffer Godinho Ferreira Pimenta, Vaxxinova, Médica VeterináriaAssistente Técnica de Poedeiras Comerciais
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qualidade de ovos é o ponto de maior importância dentro de uma produção de ovos comerciais. A sua composição compreende da casca, do albúmen e da gema. A propriedade principal da casca é a proteção natural e eficiente para o conteúdo do ovo. Reconhecendo que são várias as causas que afetam a qualidade dos ovos, seja a qualidade externa na casca, como a qualidade interna na gema e clara, é necessário buscar entender e mi-
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nimizar ao máximo para melhorar a qualidade dos ovos (Liu et al, 2017). • Ambiência • Nutrição • Manejos • Genética • Doenças aviárias Cada um desses pontos citados possui maior ou menor importância, de acordo com a realidade em que o plantel se encontra inserido nas diferentes regiões. Dessa forma, elencamos discutir um pouco sobre os im-
Elencamos discutir um pouco sobre os impactos que uma doença aviária de grande ocorrência no Brasil pode trazer para a postura comercial: A Bronquite Infecciosa
pactos que uma doença aviária de grande ocorrência no Brasil pode trazer para a postura comercial: A Bronquite Infecciosa. O vírus da Bronquite Infecciosa das galinhas (VBIG) é um coronavírus disseminado mundialmente em galinhas. Na avicultura industrial está relacionado a uma síndrome infectocontagiosa com manifestações respiratórias, renais, reprodutivas e entéricas podendo infectar aves reprodutoras (para corte e postura), frangos de corte, poedeiras comerciais e codornizes. O VBIG possuí uma fita simples de RNA e é envelopado. Sua morfologia é característica por ser em formato arredondado e circundado por uma coroa de espículas. Sua membrana apresenta 23 diferentes tipos de proteínas para sua classificação viral completa, entretanto, sua classificação em sorotipos é baseada na região hipervariável da proteína de espícula S, utilizada como fonte de dados tanto para reações sorológicas quanto de biologia molecular. E uma mesma classificação de sorotipo não indica que o VBIG terá o mesmo tropismo celular nem uma mesma patogenicidade. O local primário de replicação é o trato respiratório superior, indepen-
dente do sorotipo. (Epitélio da traqueia, pulmão, sacos aéreos e glândula de Harder). Depois, replica-se nos sistemas renais, reprodutivos e intestinais. O vírus se dissemina pela via horizontal rapidamente por contato direto ou indireto, ou seja, acontece a transmissão entre aves, entre diferentes galpões, entre diferentes granjas e entre diferentes regiões. Por apresentar vários sorotipos que atuam com diferentes características, foi possível visualizar no trabalho de Wit et al (2011), a correlação positiva entre o nível de homologia entre diferentes sorotipos de IBV e o nível de proteção cruzada entre essas cepas. No Brasil, o termo variante é largamente utilizado do campo aos laboratórios de diagnóstico, no qual a cepa variante do VBIG BR1, têm sido a mais prevalente. Em um trabalho realizado por Fraga et al (2018) verificou-se que 74,5% dos VBIGs identificados no Brasil, sequenciados e depositados do GenBank, são pertencentes ao Sorotipo BR1. Revista do OvoSite
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Nas aves de postura comercial ou reprodutoras, o vírus pode causar até mesmo uma queda severa com deterioração do formato, espessura e coloração da casca Gravidade específica dos Ovos – Utilização de 5 diferentes densidades, uma metodologia simples de baixo custo que quando realizada na rotina da granja auxilia no acompanhamento individual dos lotes e favorece a melhor caracterização do perfil do plantel avícola – Arquivo pessoal Jeniffer Pimenta Vaxxinova
Esse agente representa grandes prejuízos econômicos que muitas vezes não são diagnosticados com os sintomas clássicos da doença. Além de ter sua disseminação de forma rápida o agente pode permanecer viável na granja por períodos de 12 dias e concomitantemente agir em granjas vizinhas. Em aves jovens, o VBIG pode cursar com os sintomas clássicos de doença respiratória, com edemas e exsudatos nas traqueias e brônquios, além de inflamações em sacos aéreos, pericardite e pleurite. Muitas vezes está associado ao quadro de síndrome da cabeça inchada. É importante realçar que a infecção de fêmeas de menos de duas semanas de idade, pode causar lesões permanentes do sistema reprodutor, causando o que se chama de falsas poedeiras (Benyeda
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Z. et al 2010). A mortalidade nessa fase de vida dependerá da evolução dos sintomas, da carga viral, do sorotipo e da interação com outros agentes patológicos. Já no sistema renal, quadros de nefropatogenicidade tem sido associada a cepas BR1. Para as aves de postura comercial ou reprodutoras, além dos descritos nas fases mais jovens, a sintomatologia comumente se demonstra relacionada à qualidade dos ovos. O vírus pode causar uma queda discreta de produção, abaixo do standard, que dificilmente alcançará os níveis desejados novamente, ou mesmo uma queda severa com deterioração do formato, espessura e coloração da casca, além de um efeito liquefeito do albúmen. Em reprodutores machos a BIG pode estar relacionada a diminuição
da fertilidade, com cálculos epididimais e orquite, levando em alguns casos a infertilidade. Nesse contexto, a biosseguridade é uma grande aliada da prevenção e do controle de um surto da BIG. Os programas direcionados à prevenção utilizam ferramentas de segregação, limpeza, higienização e desinfecção dos fômites como um pilar reforçado do manejo. Adicionados ao manejo preventivo atualmente o controle da BIG é obtido por meio da vacinação das aves. Através do uso de vacinas vivas atenuadas e inativadas. Sendo que as vivas têm a função de prevenir e controlar a infecção em frangos de corte e de servir como primo vacinação de poedeiras comerciais e reprodutoras. Já as vacinas inativadas são fundamentais para a indução de níveis de anticorpos elevados, uniformes e de longa duração. - Quanto mais homólogo a cepa vacinal do vírus de campo, maior é a proteção nas aves. - Resultados em média aritmética para todos os lotes da granja, podendo observar que a vacinação com a associação de cepas de IBV na qualidade interna medida de forma indireta com a gravidade específica dos de ovos obteve resultados melhores Uma vez conhecendo a realidade epidemiológica da doença na avicultura industrial, pode-se aplicar um programa vacinal que utilize um ou mais sorotipos diferentes de BIG. A intenção é sempre ampliar o espectro de proteção e ter a maior e melhor homologia com a cepa de campo, protegendo assim as aves frente aos desafios.
As auditorias de certificação para o Programa de Certificação Ovos Plus Quality – OPQ são conduzidas de forma autônoma pelo Organismo de Certificação do Produto – OCP – SENAI – RS.
Mais qualificação para quem produz e para quem consome
PROGRAMA DE CERTIFICAÇÃO OVOS PLUS QUALITY
Desenvolvido pela ASGAV, o Programa de Certificação Ovos Plus Quality – OPQ é uma certificação voluntária para a produção de ovos em sistemas alternativos. • O OPQ dá maior credibilidade nas inspeções oficiais, no crédito para investimento e na expansão para o mercado externo, assim como atende aos anseios dos consumidores que podem acessar informações sobre a produção pelo QR Code. • O OPQ está de acordo com legislações nacionais e internacionais, contempla diretrizes de bem-estar animal, respeito às normas para cada sistema de criação, rastreabilidade, qualidade e inocuidade de ovos.
Realização:
Assista ao vídeo
Organismo Certificador:
Mais informações em: www.ovosplusquality.com.br Revista do OvoSite
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Evento
Evento recebeu 400 congressistas vindos de vários estados brasileiros em quatro dias de evento
3a Conbrasul Ovos reflete cadeia otimista e madura para sanidade e sustentabilidade Primeiro evento da avicultura de postura desde a pandemia de Covid-19 superou todas as expectativas com público de quase 400 congressistas de vários estados do país
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oram 25 palestras, mais de 30 debatedores e aproximadamente 400 congressistas vindos de vários estados brasileiros em quatro dias de evento. A 3ª Conbrasul Ovos (Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Ovos) superou todas as expectativas do ponto de vista de organização, debates, palestrantes de alto nível e elevada participação de um público qualificado. Estratégias de enfrentamento do atual cenário que combina custos elevados e preços baixos de venda dos ovos, medidas de biosseguridade para manter o status sanitário privilegiado da avicultura brasileira, sustentabilidade da produção, economia, gestão e comercialização de ovos deram o tom das discussões, que mostraram uma cadeia produtiva
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mais madura em sanidade e sustentabilidade e também otimista em relação ao cenário pós-pandemia. O evento trouxe essa temática toda para impulsionar negócios, para poder alavancar negócios não se preocupando apenas com questões comerciais, mas com toda a ramificação que conduz a um produto com qualidade e com responsabilidade socioeconômica, defendeu o presidente Executivo da Asgav (Associação Gaúcha de Avicultura) e da Conbrasul Ovos, José Eduardo dos Santos.
Resiliência e coragem são as palavras que melhor definem a postura da Asgav e Programa Ovos RS na realização do primeiro evento da avicultura de postura desde o início da pandemia
"Depois de quase dois anos de muita dificuldade para nos reunirmos é uma honra poder estar aqui", salientou. "No caminho de lutar pelo desenvolvimento da nossa avicultura, pautamos temas estratégicos, desafiadores, que precisam ser colocados em pauta justamente para podermos traçar os novos rumos do nosso setor nos novos cenários que se desenham", completou. Assim, resiliência e coragem são as palavras que melhor definem a postura da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) e Programa Ovos RS na realização do primeiro evento da avicultura de postura desde o início da pandemia, que reuniu empresários e lideranças de Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Roraima, Santa Catarina e São Paulo. Contou também com visitantes da Bélgica, Holanda, Espanha e Colômbia. Para o presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), Ricardo Santin, o desafio da avicultura é crescer ainda mais nas exportações e trabalhar com resiliência para não deixar faltar alimento na mesa das pessoas. "Lutamos contra um vírus terrível, que foi o vírus da Covid-19, todos tivemos perdas familiares, mas temos por aí afora a Influenza Aviária, então, não dá para descuidar de nada", alertou o executivo lembrando que o país é o sétimo exportador mundial de ovos e exporta
Cadeia produtiva se mostra mais madura em sanidade e sustentabilidade e também otimista em relação ao cenário pós-pandemia
menos de 1% da produção nacional, o que mostra o potencial de crescimento. Ele ainda destaca que o status sanitário privilegiado da avicultura brasileira, livre das principais enfermidades, é o passaporte para os mais de 160 países compradores da carne de frango brasileira. O sócio Honorário da Asgav, Antônio Mário Penz, ressalta que a Conbrasul proporcionou um momento de reencontro com os amigos, com as pessoas da cadeia produtiva e também um sentimento de saudades. "A Asgav teve a coragem de realizar e os números mostram que o setor é pujante e quando é chamado, vem para contribuir. O programa foi muito otimista e, mesmo nesse momento difícil, em nenhum momento a palavra pessimismo predominou", encerrou. Revista do OvoSite
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Evento
Depoimentos: Participantes do evento comentam clima positivo nas palestras e momentos de confraternização
Ricardo Santin, presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) “A Conbrasul foi muito positiva e surpreendeu a presença do público neste momento, buscando qualificação para a retomada da economia, participação de produtores do país todo. Foi uma reunião muito boa e agregou muito neste momento em que o nosso setor precisa”.
Luiz Mario Boratto, produtor da Granja São Pedro de Manaus, AM “Depois de quase dois anos de pandemia está sendo importante participar de um evento presencial. Estive em todas as edições da Conbrasul e está sendo muito oportuna não só pelo nível de conhecimento, mas também pela oportunidade de interação com entidades do setor”.
Nélio Hand, diretor Executivo da AVES e diretor Financeiro do Instituto Ovos Brasil “A Conbrasul ocorreu em um momento oportuno. Ele representou a retomada dos encontros presenciais desde o início da pandemia de Covid-19 em cenário de apreensão pela combinação de custos elevados e mercado enfraquecido. Então foi uma oportunidade importante para discutirmos e avaliarmos soluções ouvindo os especialistas presentes. O evento superou todas as expectativas com discussões de alto nível e avaliações de pontos profundos do nosso mercado, como os custos elevados, a dificuldade de ajustes nos preços dos ovos neste momento de poder de compra enfraquecido da população. Então, foi muito importante haver esta reunião. A pandemia dificultou encontros presenciais e essa falta de reuniões, de estar presente, teve impacto negativo em nosso negócio. Por isso estamos felizes em poder nos reunir”.
Carlos Pulici, presidente da Anfeas (Associação Nacional dos Fabricantes de Equipamentos ara aves e Suínos “Esta Conbrasul foi espetacular. Muito bem organizada, uma equipe muito atenciosa e palestras excelentes. O que estamos vendo aqui é impressionante, me surpreendeu ver esta união do mercado, com produtores de vários estados brasileiros”.
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Antônio Mário Penz, diretor Global de Contas Estratégicas da Cargill Nutrição Animal e sócio Honorário da Asgav “A Conbrasul proporcionou um momento de reencontro com os amigos, com as pessoas da cadeia produtiva e também um sentimento de saudades. A Asgav teve a coragem de realizar e os números mostram que o setor é pujante e quando é chamado, vem para contribuir. O programa foi muito otimista e, mesmo nesse momento difícil, em nenhum momento a palavra pessimismo predominou. Foi mais um marco para o setor, e também oportunidade para definir que para frente teremos novos desafios, como mostrar para a sociedade que o meio rural tem dedicação especial em produzir alimentos saudáveis e sustentáveis. Foi importante para continuar enaltecendo o trabalho do produtor de ovos, dos técnicos e dos empresários, todos que não esmoreceram e nós sabemos que a população urbana necessita de uma nutrição adequada e uma saúde de mais qualidade”.
Jairo Nienow, produtor da Granja Nienow em Feliz, RS “A Conbrasul foi muito positiva. Reuniu fornecedores e granjeiros e discutiu temas importantes para o futuro da produção. Com palestras e palestrantes de alto nível e muito bem organizado, este evento se consolida, cada vez mais, como o maior evento da avicultura de postura do país. Para 2022, minhas expectativas são otimistas, espero que, com o avanço da vacinação, poderemos voltar, movimentar mais a economia e assim equilibrar melhor a relação entre os custos e os preços de venda, com aumento de consumo”.
Mundo Agro recebe homenagem na 3ª Conbrasul Ovos Objetivo foi agradecer a parceria durante a divulgação do evento e valorizar o trabalho destes profissionais
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om cerca de 400 congressistas, a 3ª Conbrasul Ovos (Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Ovos), que aconteceu entre os dias 29 de novembro a 1º de dezembro marcou a retomada dos eventos da avicultura e a presença do público superou as expectativas dos organizadores em Gramado, RS. O evento recebeu a presença de autoridades e especialistas em avicultura de postura. Os principais cenários econômicos, as forças que estão acelerando as transformações no mundo e no agronegócio e a sustentabilidade na produção foram alguns dos temas debatidos. A Mundo Agro e a imprensa especializada presente no encontro foram homenageadas como forma de agradecer a parceria durante a divulgação do evento e valorizar o trabalho destes profissionais. A homenagem aconteceu durante a programação de terça, dia 30 de novembro. “Ficamos honrados e agradecemos a lembrança pelo nosso trabalho e apoio ao Conbrasul”, Natasha Garcia, Executiva de Vendas da Editora Mundo Agro.
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Evento
Na 3a Conbrasul Ovos, Eduardo Santos apresenta Projeto Vision 365 Lançado pelo IEC, com sede em Londres, projeto prevê aumentar o consumo médio mundial de ovos para 365 ao ano nos próximos 10 anos com campanhas de promoção do alimento
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celerar o consumo médio global de ovos de 165 para 365 ovos per capita nos próximos 10 anos é o objetivo do projeto Vision 365 do IEC (Comissão Internacional de Ovos, da sigla em inglês), apresentado pelo presidente Executivo da Asgav (Associação Gaúcha de Avicultura) e da Conbrasul Ovos, José Eduardo dos Santos, durante a 3a Conbrasul Ovos (Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Ovos). Ele destaca uma projeção da IEC que estima o consumo mundial em 365 ovos per capita na próxima década. "Por isso é preciso destacar a reputação do ovo e divulgar seus extraordinários benefícios focando em promover o consumo. O ovo é considerado um dos mais perfeitos pacotes nutritivos e perfeito para o mundo. É um dos melhores ali-
mentos e pode desempenhar papel essencial no enfrentamento da alimentação da sociedade. E aumentando a população, o ovo pode contribuir para erradicar a desnutrição da forma mais ambientalmente sustentável", disse. Durante sua conferência, ele exibiu um vídeo do Presidente do IEC, Suresh Chitturi, gravado especialmente para os congressistas da 3a Conbrasul Ovos. Nele, Chitturi convidou os produtores do Brasil a se associarem a entidade nesta iniciativa. "Esta é uma meta de 10 anos através da qual buscaremos desenvolver a reputação nutricional dos ovos em escala internacional", explicou. Ele salienta que a ONU nomeou o ovo um ingrediente estrela, destacando "o incrível poder do ovo para unir pessoas, nutrir e abastecer o nosso futuro.
Como o ovo une ingredientes, nós, como indústria, somos inspirados a nos unir para criar um futuro brilhante. E esta é uma oportunidade significativa para cada um de nós", afirmou ressaltando que "temos um movimento vibrante e crescente, que é posicionar o ovo como alimento essencial para a saúde", disse. O Brasil é o quinto maior produtor mundial de ovos, atrás apenas da China, dos Estados Unidos, da Índia e da Indonésia, e também um dos que mais aumentaram o consumo per capita de ovos no período de 2010 a 2020. "Uma alta de 90% no consumo, saltando de menos de 150 ovos per capita ao ano para 250 ovos per capita ao ano", encerrou Santos.
Programa Ovos RS Desde 2012 a Asgav, através do Programa Ovos RS desenvolve ações contínuas de valorização do ovo tanto no módulo técnico, como também no módulo de promoção. Santos apresentou algumas das principais iniciativas do ano passado, como uma campanha de verão e um festival de música em universidades, por exemplo. Uma campanha de verão, levando importância do ovo na alimentação na estação mais quente do ano, estampou comerciais em jornais e rádios do estado. "No ano passado, a campanha de verão destacou a importância do ovo para fortalecer a imunidade das pessoas", destacou Santos, lembrando de outras iniciativas, como o lançamento de vídeos em 3D, homenagem aos profissionais da saúde em meio a pandemia de Covid-19 e o 1o Egg Music Festival – Modalidade Universidades, que integrou a semana do Dia Mundial do Ovo em 2020.
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Retrospectiva/ Perspectiva
Perspectivas atuais e futuras de novos mercados de exportação de ovos e derivados Ações entre o MAPA e setor produtivo nacional têm permitido delinear estratégia de prioridades Autor: Leandro Diamantino Feijó, Auditor Fiscal Federal Agropecuário desde 2022. Atualmente dirige o Departamento de Temas Técnicos, Sanitários e Fitossanitários da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do MAPA
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Leandro Feijó
“Abrimos desde janeiro de 2019 até o presente momento, 178 mercados para diferentes tipos de produtos, incluindo ovos e seus derivados” 30 Revista do OvoSite
ob a liderança da Ministra Tereza Cristina o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento tem trabalhado comprometido com a agenda de abertura, manutenção e ampliação de mercados para os produtos do agronegócio brasileiro. O alinhamento e a convergência de ações entre o MAPA e setor produtivo nacional tem permitido delinear estratégia de prioridades, otimizando esforços e catalisando resultados frutíferos para diferentes segmentos do agro. Nesse mesmo “espírito construtivo”, temos trabalhado em estreito relacionamento com o Ministério das Relações Exteriores (MRE), com as Embaixadas e representações do Brasil no exterior e com nossos Adidos Agrícolas. Como resultado desse alinhamento abrimos desde janeiro de 2019 até o presente momento, 178 mercados para diferentes tipos de produtos, incluindo ovos e seus derivados. A diversificação da pauta de exportação brasileira é uma diretriz ministerial e as negociações para a abertura de mercados para ovos é uma realidade e também uma prioridade do MAPA. Na gestão da Ministra Tereza Cristina abrimos mercados para o setor de ovos a saber: Argentina (Ovos in natura e
Ovoprodutos termoprocessados), Chile (Ovos in natura), Singapura (Ovoprodutos termoprocessados) e México (Ovoprodutos). Conforme dados do Agrostat, o Brasil exportou ovos em 2020 para 92 diferentes mercados e, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA/SECEX), os principais destinos dessas exportações foram: Emirados Árabes Unidos, Argentina, Uruguai, Japão, Arábia Saudita, Hong Kong, Omã, Paraguai, dentre outros, significando um faturamento de aproximadamente 10.029 (mil US$). Até novembro de 2021 o Brasil já exportou ovos para 95 diferentes mercados, o que significou 7,329 mil toneladas, valor 137% superior ao período de janeiro a setembro de 2020. Destacam-se as exportações em 2021 para os Emirados Árabes Unidos, Japão e Omã, dentre outros. Os números do setor sublinham a sua representatividade, reafirmando o bem estar social e econômico gerados para milhares de produtores no Brasil e indicando a necessidade de ações para manutenção e principalmente para a abertura de novos mercados. Nessa esteira, a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais – SCRI/MAPA possui agenda de en-
contros frequentes com representantes setoriais do segmento, realizando reuniões de coordenação para troca de informações, que auxiliam no delineamento de plano estratégico para alcance de novos mercados para a produção nacional de ovos. De acordo com estimativas da ABPA a produção de ovos em 2021 deve crescer aproximadamente 2% quando comparado com 2020, atingindo 54.503 bilhões de unidades, havendo também perspectiva de aumento de 3% em 2022. Assim, torna-se imperativo trabalhar para a abertura de novos mercados. A partir desse esforço e parceria estabelecidos existem negociações importantes em curso para a abertura de novos mercados para as exportações brasileiras de ovos, com destaque para a China, União Europeia, Estados Unidos, Coreia do Sul, dentre outras. Destaco também a importância dos Adidos Agrícolas no processo de estratégia para a abertura e ampliação de mercados, assim como apoio para ações de inteligência e promoção comercial. Atualmente, contamos com 27 Adidos Agrícolas em 25 Postos, conforme a ilustração.
Convido o setor privado nacional a também verificar nos países em que temos Adidos Agrícolas a existência de ações que possam auxiliar o setor na abertura e ações para ampliação e melhoria de acesso
Chamo atenção e convido o setor privado nacional também verificar nos países em que temos Adidos Agrícolas a existência de ações que possam auxiliar o setor, seja na abertura, mas também em ações para ampliação e melhoria de acesso, assim como também para a realização de promoção comercial. A presença das empresas e entidades nos países considerados estratégicos é fundamental para conhecer o mercado, hábitos de consumo, contatos com importadores e promover ações de promoção. A pandemia da COVID-19 trouxe impactos e prejuízos para o agro, principalmente com o aumento dos custos dos insumos, dos combustíveis, frete, inflação, disponibilidade de containeres e desabastecimento em várias localidades do mundo. Ao mesmo tempo foram catalisadas mudanças para os diferentes setores do agronegócio, com alterações nos hábitos dos consumidores e na percepção de risco e maior importância por atributos de rastreabilidade, inocuidade, bem estar animal, pesticidas, resistência aos antimicrobianos. Aliado a essas questões, passa a também fazer parte do processo de manutenção e abertura de novos mercados a sustentabilidade ambiental e a necessidade de se produzir em uma economia de baixo carbono, temas discutidos na 26.ª Conferência das partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, realizada entre 1 e 12 de novembro de 2021 na cidade de Glasgow, na Escócia.
Nesse cenário desafiador temos trabalhado também para firmar acordos de facilitação de comércio, o que trará benefícios para as exportações brasileiras de ovos, com cotas, tarifas e procedimentos de habilitação de estabelecimentos mais facilitados. Os acordos entre o Mercosul e União Europeia e EFTA já foram finalizamos, restando a aprovação dos mesmos nos parlamentos dos países. Existem outros acordos em negociação a saber entre o Mercosul e Canadá, Singapura e Coreia do Sul e perspectivas de abertura de novas negociações com outros países. Tenho certeza inequívoca que a manutenção dos atuais esforços e sinergia entre o MAPA e o setor privado continuará a trazer benefícios superlativos para o crescimento e fortalecimento do agronegócio de ovos, não se esquecendo de observar e alinhar a forma de se produzir com os novos desafios que são colocados pelos consumidores e pelo mercado. O MAPA tem trabalhado nos fóruns internacionais de relevância, lutando pela defesa do princípio científico e da análise de risco junto a Organização Mundial do Comércio. Daí, a importância de fortalecer a atuação brasileira junto ao Acordo para a Aplicação de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias – SPS/OMS e seus órgãos de assessoramento científico: Codex Alimentarius, a Organização Mundial de Saúde Animql (OIE) e a Convenção Internacional de Proteção dos Vegetais (CIPV). Revista do OvoSite
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Retrospectiva/ Perspectiva
Os desafios que não foram resolvidos, mesmo com a nossa persistência Setor produtor de proteína animal deu conta do recado e não deixou faltar alimento na mesa dos brasileiros, ajudando, ainda, o país a cumprir o seu papel de grande fornecedor mundial de alimentos
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Nélio Hand
"Das medidas que foram adotadas, a mais importante foi a retirada do PIS e COFINS nas operações de importação de milho, o que já possibilitou que os custos fossem amenizados" 32
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ano de 2021, como se esperava, mostrou-se muito desafiador, não apenas sob o ponto de vista da pandemia do Covid-19, mas também por fatores que desde o ano passado vêm afetando fortemente o setor de proteína animal, especialmente pelos altos custos de produção. As fortes altas que ocorreram com o milho e o farelo de soja, além de outros insumos necessários para o dia a dia da produção, geraram dúvida, em certos momentos, se haveria o suficiente para suprir a demanda. Mesmo assim, os produtores “deram conta do recado” e não deixaram faltar alimento na mesa dos brasileiros e ajudando o país a cumprir o seu papel de grande fornecedor mundial. E mesmo com números otimistas para o fechamento do ano, com a produção nacional de ovos prevista em torno de 2% a mais e a produção de frangos podendo ser de cerca de 3,5% maior do que o produzido em 2020, as sequelas desses custos altos, potencializados por fatores especulativos, entre outros, deverão contribuir para resultados muito apertados e com muitos produtores fechando o ano com as contas no vermelho, especialmente os de pequeno porte, que representam um número significativo na avicultura.
Aliás, alguns produtores não estão resistindo à crise vivenciada e estão encerrando suas atividades. E isso foi um alerta que nós fizemos, inclusive às nossas autoridades, já que não conseguimos ajustar os preços do produto final (e ainda não se consegue suficientemente) para auferir correções aos preços das proteínas ao consumidor na mesma proporção da elevação dos custos, ou seja, a mudança de patamar que muitas vezes nos foi justificada como necessária, especialmente em decorrência da alta demanda mundial, do câmbio e outros fatores justificados, não foi possível ser alcançada por nossos segmentos. Entre os problemas verificados, e que foram alvos dos alertas que fizemos, a percepção em relação a capacidade de pagamento do consumidor, que vem ficando defasada, sempre foi abordada. Paralelamente, o sentimento de escassez de insumos permeou várias vezes as discussões realizadas pelo setor, fazendo com que entidades estaduais e nacionais se mobilizassem no sentido de levar às autoridades competentes propostas de ações que pudessem garantir o abastecimento. Das medidas que foram adotadas, o que os produtores e a indústria consideraram como mais importante foi
a retirada do PIS e COFINS nas operações de importação de milho, e, embora essa medida tenha chegado ao setor mais tarde do que se esperava, já possibilitou que os custos fossem amenizados, havendo também menor pressão sobre o comprador. Ou seja, a saca de milho, que nos últimos meses ultrapassou os R$ 110,00, hoje está em torno de R$ 92,00, mostrando que a busca por alternativas de abastecimento, principalmente por estados que estão distantes da produção, deve ser permanente e medidas como a retirada do PIS e COFINS devem ser contínuas, já que isso nitidamente permite que haja mais coerência e que o mercado fique menos suscetível a especulações, sem levar prejuízos aos cofres públicos. Assim, quem produz o insumo pode continuar recebendo o valor desejável no seu produto e quem consome, pode pagar aquilo que de fato é o custo do insumo e que permita produzir proteína com um valor compatível com a renda do consumidor. Desde o começo da pandemia o setor nacional se antecipou em vários aspectos e a produção não ficou prejudicada. Continuou investindo, especialmente em tecnologia e processos, permitindo que não houvesse prejuízos nos volumes produzidos, pelo contrário, produzindo mais para
Para 2022, o entendimento é que o produtor e a indústria continuarão com cautela, especialmente com os custos
poder levar produtos de qualidade e saudáveis à mesa do consumidor. Para 2022, o entendimento é que o produtor e a indústria continuarão com cautela, especialmente com os custos. O abastecimento será uma vertente de acompanhamento constante, já que muitos especialistas afirmam que a demanda mundial continuará aquecida, o que certamente manterá preços elevados. O que se espera é que as ferramentas que atenuam as elevações exageradas e desnecessárias possam continuar sendo aplicadas para que todos possam continuar produzindo, seja quem produz insumo ou quem produz proteína. Continuaremos firmes e articulados na busca das alternativas também para a logística, a ferrovia é um caminho sem volta que está sendo buscado com afinco pelas entidades. O aprendizado que todos tivemos com o que ocorreu em 2018, e que volta e meia nos é lembrado através das tentativas de novas paralizações, deixa cada vez mais evidenciado de que não se pode depender exclusivamente de um único modal de transporte. E a própria estrutura defasada que existe em boa parte de nossas rodovias é um limitador de crescimento de muitos setores econômicos que dependem desse modal. E embora se perceba todas as movimentações das nossas autoridades para que estradas e ferrovias sejam melhoradas, muito há que se fazer. O transporte férreo ainda não chega aos que transportam pequenos volumes frente aos milhões de toneladas que são transportados para os portos. 2021 foi um ano de grandes avanços para a avicultura, o setor vem cumprindo o seu papel econômico e social, fazendo a sua parte no contexto sanitário, ambiental e de bem-estar animal, visando cada vez mais melhorar sua produção, e inclusive o acesso a novos mercados. A expectativa nesse contexto é que os demais atores que fazem parte desse complexo continuem participando e desempenhando também o papel que lhes é pertinente, assim como vimos nos últimos meses em algumas áreas.
É fundamental que o poder público entenda a sua importância, permitindo estrutura oficial para atender suficientemente o setor produtivo e permitindo, inclusive, o combate a concorrência desleal
É fundamental que o poder público entenda a sua importância em todo esse contexto, permitindo estrutura oficial para atender suficientemente o setor produtivo e permitindo, inclusive, o combate a concorrência desleal e outros que prejudicam cada vez mais aqueles que buscam produzir pautados nos critérios das legislações. A pandemia mostrou sim sua capacidade de limitar muitas atividades, “impondo” várias regras e critérios de convivência social, prejudicando muitos segmentos da economia, mas não foi capaz de frear a produção animal e diminuir o consumo de grande parte das proteínas produzidas no Brasil. Isso se deu graças à rápida atuação de entidades representativas, das autoridades e especialmente de quem produz, adequando-se mais uma vez a uma realidade que por muitas vezes pareceu cruel nesses últimos meses, mas que vem sendo superada e que certamente está deixando a cada dia muitas lições para todos nós. Revista do OvoSite
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Informe Empresarial
PRESS RELEASE –
EGG CRATE 180 A GI OVO apresenta a Egg Crate 180, uma caixa perfeitamente desenhada para o transporte de 180 ovos de galinha. Além do design amigável, a caixa não é apenas muito leve, mas também muito forte e durável. Esta caixa de ovos é a solução ideal para grandes consumidores de ovos, como varejistas, padarias ou atacadistas. As caixas de papelão (unidirecionais) usadas até agora em combinação com bandejas de papel para ovos podem ser facilmente trocadas pela caixa Egg Crate 180. Em combinação com a bandeja de plástico para ovos que já está em uso em todos os lugares, um sistema sustentável é criado. Em comparação com o papelão, o uso da Egg Crate 180 é muitas vezes mais barato. Para obter mais informações sobre o Egg Crate 180, visite www.gi-ovo.com ou envie um e-mail para sales@gi-ovo.com.
34 Revista do OvoSite GI-OVO B.V. - www.gi-ovo.com - sales@gi-ovo.com
Revista do OvoSite
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Informe Empresarial
Qualidade dos ovos é prioridade das Granjas BL e Foesch Estabelecimentos são vencedores em concurso de qualidade no Espírito Santo
O
s ovos brancos líderes em qualidade no Espírito Santo são de Halecson Stinguel e Flotério Foesch, de acordo com os resultados do 5º Concurso de Qualidade de Ovos Capixaba, iniciativa da Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo (AVES) e da Cooperativa Agropecuária Centro Serrana (Coopeavi). A Granja BL, de Halecson, foi a 1ª colocada em ovos brancos e 3ª em ovos vermelhos e a Granja Foesch, de Flotério, foi a 2ª colocada em ovos brancos. Ambos os produtores estão autorizados a incluir essa informação nas embalagens de ovos. O concurso da AVES e Coopeavi compreende três etapas. A primeira envolve análise dos ovos em máquina digital, que seleciona as amostras para as demais fases. Na sequência, há prova de avaliação visual da qualidade externa dos ovos e, finalmente, avaliação visual da qualidade interna dos ovos. “É minha terceira participação no concurso, ficando na1ª colocação em 2019 e agora conquistando o bicampeonato. Esse resultado fortalece a marca BL e comprova que estamos muito bem em termos de genética, nutrição, sanidade e manejo. Todos os segmentos trabalham em conjunto para o resultado da granja
Halecson Stinguel
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Revista do OvoSite
como um todo”, diz Halecson Stinguel, sócio da Granjas BL. Halecson comanda com a prima Tatiane Buss um negócio de família, iniciado com o tio Evandro Buss. Em Santa Maria do Jetibá, a BL conta com 1,9 milhão de aves poedeiras. No novo projeto em Cristalina (GO) são mais 400 mil aves – mas o objetivo final é ter 1,5 milhão de aves. “Uma característica do nosso empreendimento é a confiança nas pessoas, incluindo minha família e a do meu tio. Da mesma forma, tenho parceiros de longa data, como a MCassab em nutrição e a AvePig em assistência técnica”, destaca Halecson. Segunda colocada em ovos brancos, a Foesch é uma das granjas mais tradicionais do Espírito Santo, com início das atividades na década de 1970. O produtor Flotério Foesch trabalha com os filhos. As 1.000 aves de postura da primeira fase são agora 100 mil. No total, são 1,3 mil de caixas por semana. “Foi nossa primeira participação no concurso. Ficamos muito satisfeitos com o resultado porque ele confirma o foco na qualidade dos ovos que sempre tivemos”, explica o responsável administrativo Valdir Baebler. “Nossa prioridade é ter uma marca forte e reconhecida pelos consumidores por sua qualidade”, acrescenta o gerente operacional Denerson Tesch, reforçando que a nutrição tem importante papel nesse resultado. “Temos o suporte da MCassab há bastante tempo. Indiscutivelmente, este é um pilar essencial do projeto, que contribui para a qualidade dos ovos”, diz Tesch. “Assim como em todo o país, nossa empresa está presente no Espírito Santo há décadas, sendo parceira de muitos produtores de ovos do estado que con-
Flotério Foesch fiam em nosso pacote nutricional para proporcionar alta produtividade. Colocamos à disposição dos clientes uma completa linha de premixes e aditivos, além de formulação de ração customizada, que atende às necessidades específicas de cada granja. Esse trabalho inclui visitas periódicas da equipe para avaliar os resultados de perto, além de contar com o parceiro técnico-comercial AvePig, importante nesse processo”, assinala o responsável comercial regional da MCassab, Daniel Bellintani. Especificamente em relação à avicultura de postura, a MCassab realiza o programa MEGG, que inclui serviços técnicos, como análise de ingredientes e de ração pronta, além de avaliação de qualidade interna e externa de ovos, entre outros tópicos. “Temos atenção especial aos pontos críticos de cada projeto e oferecemos uma completa assessoria nutricional, pois o objetivo é contribuir para o melhor resultado econômico dos parceiros”, acrescenta o consultor técnico-comercial Vinícius Oliveira, destacando que esses serviços são oferecidos a diversos produtores, como a Granjas BL.
Revista do OvoSite
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Consumo de ovos
Instituto Ovos Brasil fecha 2021 com expectativas superadas Entidade participou e promoveu eventos e investiu em suas redes sociais
O
Instituto Ovos Brasil (IOB) fecha o ano de 2021 com um balanço muito positivo das ações que foram executadas. Com novidades desde âmbito diretivo até na forma de se comunicar com o público, a entidade participou e promoveu diversos eventos e também investiu em suas redes sociais com diversos conteúdos mais informativos e interativos. Os trabalhos da entidade começaram no mês de fevereiro, com a oficialização da nova mesa diretora, que teve o vice-presidente da AVIPE (Associação dos Avicultores de Pernambuco) , Edival Veras, sendo eleito para o cargo de Presidente da instituição, juntamente com mais quatro diretores, que estarão à frente das áreas comercial, técnica, finan-
ceira e administrativa do IOB. Presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), Ricardo Santin, assumiu a presidência do Conselho Deliberativo da entidade. Com a nova composição, a diretoria do Instituto começou a detalhar o planejamento da entidade por meio de reuniões mensais. Durante as conversas, foi dado prosseguimento a definição do novo estatuto, a parceria do IOB com o CEPEA também esteve em pauta, além das ações e eventos que a entidade faz parte. O Instituto também conseguiu encurtar as distâncias por meio dos eventos on-line, que trabalharam a temática do ovo sob diversos aspectos. No mês de julho, foi promovido o evento “Comercialização e vendas de
Ações nas Redes Sociais
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Em 2021, o vicepresidente da AVIPE, Edival Veras, foi eleito para o cargo de Presidente da instituição ovos nos supermercados”. Já no mês de outubro, também por meio de uma live no perfil da IOB no Instagram, foi a vez da importância do ovo na alimentação dos idosos ser abordada.
Série de ações O desenvolvimento de iniciativas sociais também foi trabalhado pela equipe do Instituto, que participou de várias ações em todo o país. Nessas atividades, os profissionais do IOB buscaram sanar dúvidas da população e enfatizar a importância do consumo do ovo nas diferentes faixas etárias. Além das iniciativas próprias, a entidade também promoveu algumas ações em conjunto com o projeto Onda do Bem no bairro do Capão Redondo e nos municípios de Santo André, Taboão da Serra e São Bernardo do Campo, todos eles no Estado de São Paulo. Em todas essas atividades, as duas instituições realizaram a entrega de materiais informativos que destacam a importância do ovo para a saúde das pessoas e também contribuíram
IOB conseguiu encurtar distâncias por meio dos eventos on-line, que trabalharam a temática do ovo sob diversos aspectos Edival Veras
com a doação de kits de higiene pessoal, além de dúzias de ovos e no preparo de omeletes.
Apoio às entidades parceiras Durante todo esse ano, o IOB também esteve presente em eventos que foram promovidos por suas entidades associadas e também parceiras. Representantes do Instituto marcaram presença em encontros on-line e entrevistas que debateram temáticas como a avicultura, a produção e o consumo de ovos no país. Entre as participações, o presidente do Instituto, Edival Veral, foi um dos convidados da mesa virtual
“Avicultura em Pernambuco: insumos e mudança tecnológica”, promovida pela Academia Pernambucana de Ciência Agronômica (APCA), no mês de julho. A diretora administrativa da entidade,Tabatha Lacerda, participou do lançamento do Programa de Certificação Ovos Plus Quality (OPQ), que foi desenvolvido e apresentado pela Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) e o Programa Ovos RS, no mês de junho. Além do apoio do IOB, essa iniciativa concede aos associados do Instituto um desconto especial de 10% nas certificações. Já a diretora técnica do IOB, Daniela Duarte, no mês de julho,
concedeu uma entrevista ao canal Terra Viva, na qual explanou sobre o consumo de ovos no país. Ela também foi uma das juradas do 5º Concurso de Qualidade de Ovos Capixaba, promovido pela Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo (AVES) e pela Cooperativa Agropecuária Centro Serrana (Coopeavi).
Semana do Ovo 2021 As comemorações da Semana do Ovo 2021 contaram com uma programação recheada e repleta de atividades durante todo o mês de outubro. Ações presenciais, lives sobre várias temáticas e conteúdos de perfis
Evento Margem dos supermercados
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Consumo de ovos Ação em São Bernardo do Campo
Ação nas academias
parceiros puderam ser acompanhados através das redes sociais do Instituto. Com início no dia 1º de outubro e prosseguindo até o dia 29, as festividades tiveram seu ponto auge entre os dias 4 e 8, esse último em que foi comemorado o Dia Mundial do Ovo com uma superlive em parceria com o canal Avinews Brasil. No total, foram mais de 25 ações promovidas, desde encontros on-line que abordaram temas como a importância do ovo na dieta pré e pós cirurgia bariátrica e também para a saúde da mulher e das crianças, passando pelos conteúdos voltados para os pets, e chegando até as ações presenciais na Associação dos Pequenos Irmãos São Domingos e nas academias Treiny e Kolizeu, no município de Taboão da Serra.
Nutricionista do IOB com agenda recheada
Ação na Associação dos Pequenos Irmãos São Domingos
O calendário de palestras e aulas ministradas pela nutricionista do Instituto Ovos Brasil, Lúcia Endriukaite, foi bem cheio desde os primeiros meses de 2021. Mesmo com muitas apresentações on-line, a profissional do IOB comandou mais 20 atividades para estudantes, universitários e produtores de várias partes do país. Durante as aulas, Lúcia destacou a temática “Alimento ovo e sua contribuição para a saúde” para alunos das unidades do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e das Escolas Técnicas Estaduais do Estado de São Paulo, além de ter participado do 2º Encontro de Avicultores do Estado do Mato Grosso.
Crescimento nas redes sociais Como forma de impulsionar ainda mais os conteúdos e as informações sobre o ovo, o Instituto também investiu em suas redes sociais, por meio de postagens que comunicam de uma forma rápida e interativa, e que ajudaram a aumentar o engajamento dos seus dois perfis, que juntos, já contam com mais de 8 mil seguidores. O trabalho de informar em diferentes formatos pôde ser visto ao longo de todas as comemorações da Semana do Ovo, que caíram no gosto do público e se espalharam pelas redes sociais através das centenas de compartilhamentos.
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TRADICIONAL
Bandeja de ovos de pato / peru / ganso
Bandeja de ovos de galinha
QUAIL
MINI
Bandeja de ovos de codorna
CAIXA DE OVOS 360
Bandeja de ovos de galinha
200 ovos
Proteção perfeita do ovo devido ao design inteligente Forte e durável Fácil manuseio
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Retrospectiva/ Perspectiva
Sindirações projeta crescimento de 4,5% em 2021 para a produção de ração animal Para 2022 o cenário tende a ser promissor, com expectativa de boas safras e números positivos
Ariovaldo Zani é vice-presidente executivo do Sindirações
A
s projeções do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações) apontam que a produção de ração animal deve encerrar 2021 com um crescimento em torno de 4,5% em relação a 2020, quando foram produzidas 81,5 milhões de toneladas de ração. Esse crescimento se justifica pelo efeito das exportações, principalmente da China, que impactaram a demanda por carnes brasileiras. No primeiro semestre deste ano, o setor de rações animais registrou um crescimento de 5,2% se comparado ao mesmo período de 2020, somando uma produção de aproximadamente 39 milhões de toneladas. A indústria brasileira de alimentação animal manteve o desempenho, apesar dos desafios impostos pelo efeito dos fatores climáticos extremos (estiagem e geadas), pela alta do dólar no ambiente doméstico e o alto preço do milho e da soja.
Frangos de corte De acordo com o vice-presidente executivo do Sindirações, Ariovaldo Zani, apesar do estratosférico custo dos principais insumos (milho e farelo de soja, afora os aditivos importados e indexados ao dólar), o auxílio emergencial e o persistente déficit interno chinês pelas carnes continuaram contribuindo na demanda por frango, e em consequência asseguraram avanço de 5,8% na produção de rações para frangos de corte durante o primeiro semestre de 2021, que culminaram em 18,5 milhões de toneladas.
Galinhas de postura Em 2021 a produção de ovos está tendo um crescimento percentual um pouco mais tímido, quando comparado à avicultura de corte e
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Expectativa de Produção de Ração (milhões de toneladas) Segmento
Aves Frangos de Corte Poedeiras Suínos Bovinos Leite Corte
2020* 41,4 34,2 7,15 18,8 11,9 6,4 5,48
2021** 42,8 35,6 7,26 19,9 12,3 6,4 5,84
% 3,5 4,0 1,5 6,0 3,0 0,0 6,5
*Estimativa / **Previsão
Fonte: Sindirações / Adaptado: Revista do OvoSite
Com a escassez registrada em 2021 - um resultado dos efeitos climáticos adversos quebra de safra - o estoque de passagem ficou muito pequeno, e as exportações d em dólar. Há também umdo direcionaa suinocultura. embora ao o programado. um excelente ano“No de exportação”, muitoMuito inferiores fim das contas a expectativa mercado lev mento de que o câmbio seja mais vaconsumo doméstico tenha aumenexplica Zani. especulativo, com o milho chegando a algumaslorizado praçasanoaque custar R$ o120 a saca, a tado e sustentado o crescimento, vem, com real vaOR$ que lendo um tendo pouco mais. como resultado dificuldade fianosdaatrás se pagava 35.esperar Diferenteem da soja, que está um excelente ano d nanceira do consumidor, que na es2022? A certeza é que o mundo contiexplica cala deixa de comprarZani. carne bovina “Para 2022, estamos percebendo nuará demandando por alimentos e opta pelas proteínas mais baratas. Durante o primeiro semestre, a produção de rações para poedeiras somou pouco mais de 3,5 milhões de toneladas e ajustada ao plantel de poedeiras em produção que permaneceu praticamente estável no período apurado. Desde maio, contudo, vem ocorrendo moderação natural no alojamento por conta da persistência do alto custo dos grãos e dos baixos preços pagos ao produtor de ovos. Com a escassez registrada em 2021 - um resultado dos efeitos climáticos adversos, seca, geadas, quebra de safra - o estoque de passagem ficou muito pequeno, e as exportações de grãos foram muito inferiores ao programado. “No fim das contas a expectativa do mercado levou a um efeito especulativo, com o milho chegando a algumas praças a custar R$ 120 a saca, algo que alguns anos atrás se pagava R$ 35. Diferente da soja, que está tendo
um alívio no preço do milho, mesmo ainda estando em altos patamares”, analisa o vice-presidente. Para ele existem perspectivas de que no próximo ano haverá uma recuperação nos setores produtivos e econômicos, um otimismo que se dá por conta da previsão de efeitos climáticos amenos, bem como a regularidade das estações chuvosas e da quantidade de precipitação. “Os modelos científicos indicam que o clima será mais amigável em 2022, seja no Hemisfério Sul ou Norte. E essa regularidade devolverá a produtividade que é necessária para o desempenho da produção de milho e uma continuidade no crescimento da produção de soja”, afirma Zani. Do ponto de vista de custo, a tendência é que haja um esfriamento nos preços dos grãos. Existem também as questões de câmbio, que influenciam diretamente os insumos que são importados (como as vitaminas, aminoácidos e aditivos) e pagos
O que esperar em 2022?
produzidos no Brasil, como resultado da recuperação, mesmo em menor intensidade, que está ocorrendo na economia mundial. Esses efeitos positivos podem levar a indústria de ração animal para um crescimento esperado, em 2022, entre 4% e 4,5%, “números que refletem as análises das associações produtoras. E nós, do setor de alimentação animal, somos modulados pelo desempenho da produção animal”, completa o vice-presidente executivo. Para Zani, existe um conjunto de inputs que vão favorecer e trazer otimismo em 2022 para a cadeia de produção de proteína animal brasileira. “O preço do grão caindo, atrelado à queda do câmbio, melhores condições climáticas, maiores safras, mais oferta e menor preço, melhora na relação de oferta e demanda, valorização do real ou queda do dólar, são todas projeções que trazem um cenário mais amistoso para o próximo ano”, finaliza.
“Para 2022, estamos percebendo um alívio no preço do milho, mesmo ainda est patamares”, analisa o vice-presidente. Para ele existem perspectivas de que no haverá uma recuperação nos setores produtivos e econômicos, um otimismo conta da previsão de efeitos climáticos amenos, bem como a regularidade chuvosas e da quantidade de precipitação.
“Os modelos científicos indicam que o clima será mais amigável em 2022, seja no ou Norte. E essa regularidade devolverá a produtividade que é necessária para o da produção de milho e uma continuidade no crescimento da produção de soja”
Do ponto de vista de custo, a tendência é que haja um esfriamento nos preços dos também as questões de câmbio, que influenciam diretamente os insumos que s (como as vitaminas, aminoácidos e aditivos) e pagos em dólar. Há também um d de que o câmbio seja mais valorizado ano que vem, com o real valendo um pouc
A certeza é que o mundo continuará demandando por alimentos produzidos n Revistaestá do OvoSite resultado da recuperação, mesmo em menor intensidade, que ocorrendo 43
Ovo no combate à desnutrição
Projeto auxilia a nutrição de milhares de pessoas no Brasil e no Peru O projeto Bem Viver e Nutrição (B.E.N.) gera renda para comunidades vulneráveis por meio da produção e incremento do consumo de ovos, além de fornecer o alimento com alto nível de nutrientes às comunidades vulneráveis
Luiz Leite
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A
DSM, empresa global de origem holandesa voltada para a saúde, nutrição e biociência e maior fornecedora mundial de vitaminas e micronutrientes, realiza o projeto Bem Viver e Nutrição (B.E.N.) na América Latina, que tem como foco possibilitar que as crianças cresçam mais saudáveis, tornando o ovo mais acessível às comunidades que têm deficiência de proteína animal em sua alimentação. Isso porque investir na produção e comercialização local de ovos faz com que o alimento seja mais barato, tornando- se mais acessível à população e diminuindo os níveis de desnutrição. No modelo de negócio do B.E.N, a DSM é a responsável por todo o treinamento e implementação comercial do projeto, enquanto seus parceiros se responsabilizam pela produção e suporte às granjas familiares das regiões que atuam. A comercialização dos ovos se dará por meio de quatro canais de vendas, que estão sendo desenvolvidos para atender aos objetivos do projeto: canal institucional parceria com governos -, canal direto - com venda porta a porta, por meio de agentes que receberão salário a partir da venda dos ovos-, o pequeno varejo da região e redes maiores de abastecimento. No caso de haver sobra da produção, as parceiras farão a venda em seus próprios canais. “Este modelo tem o objetivo de ajudar as comunidades carentes não através de doações, mas por um modelo de negócio inovador e sustentá-
vel que possibilitará às famílias tornarem-se pequenos granjeiros atendendo suas próprias comunidades, aumentando sua renda familiar, cumprindo o objetivo social e nutricional, melhorando a saúde e qualidade de vida dos que mais necessitam”, Luiz Leite, diretor do Projeto B.E.N. na DSM. No Brasil, a DSM realiza o B.E.N. em parceria com a Golden Aves, empresa paranaense que atua na organização de agricultores familiares, produção, gestão e comercialização de frango de corte caipira, na região de Rebouças (interior do Paraná). A iniciativa tem o objetivo de gerar renda para famílias carentes e erradicar a desnutrição de 1 milhão de crianças e de mulheres em idade fértil nos próximos dez anos em todo o Brasil. Essa é a primeira grande parceria do projeto no Brasil, que envolve a prefeitura de Rebouças e a COMDAFAR (Cooperativa Mista de Desenvolvimento da Agricultura Familiar de Rebouças), para fornecer ovos para os municípios de Irati, Rio Azul, Fernandes Pinheiro, Mallet, Paulo Frontin, Teixeira Soares, Inácio Martins, Prudentópolis, Piraquara, Guamiranga e Imbituva. Todos esses municípios estão localizados no interior do
No Brasil, o B.E.N. é realizado em parceria com a Golden Aves, empresa paranaense que atua na organização de agricultores familiares, produção, gestão e comercialização de frango de corte caipira. A iniciativa tem o objetivo de gerar renda para famílias carentes e erradicar a desnutrição de 1 milhão de crianças nos próximos dez anos
Paraná, com população carente e pouco acesso a alimentos nutricionalmente eficientes. Com a parceria, os ovos, produzidos por famílias inscritas no programa, passarão a fazer parte da merenda escolar de mais de 12 mil crianças, que vão contar diariamente com um alimento nutritivo para auxiliar no desenvolvimento cognitivo, intelectual, físico e imunológico. Já no Peru, a parceira da DSM é a Nutricorp, empresa que opera na indústria avícola há 20 anos, e com a Asociación de las Bienaveturanzas, do Padre Omar Sánchez Portillo, representante peruano da Caritas, con-
federação da Igreja Católica que através de grupos de voluntários auxilia pessoas pobres e vulneráveis da sociedade. A Associação recebeu 16 mil aves e tem capacidade de produzir mais de 13 mil ovos ao dia. O projeto vai beneficiar mais de 22 mil pessoas que a Associação aloja em suas creches e albergues, sendo crianças, adultos com incapacidades mentais ou motoras, doentes em fase terminal e idosos que viviam nas ruas e foram acolhidos. Além disso, os ovos produzidos serão vendidos porta a porta por pessoas acolhidas pelo Padre Omar, que terão uma renda baseada na venda direta. Revista do OvoSite
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Ovo no combate à desnutrição
“O B.E.N. é um projeto de longo prazo, que visa melhorar a qualidade de vida das pessoas, garantir a segurança alimentar da região onde é implementado e aumentar o acesso da população a um alimento de qualidade. Seu principal objetivo é diminuir a desnutrição de mais de 50 mil crianças nos próximos dez anos, na América Latina e mais urgente”, finaliza Leite.
região; produzir ao menos 140 mil ovos diariamente no primeiro ano e, em dez anos, produzir 700 milhões por ciclo e impactar 2 milhões de pessoas com nível de e desnutrição acima de 30% e mulheres com nível de anemia acima de 50%. Para mais informações acesse o site https:// www.dsmtransformandovidas.com/.
Mais sobre o Projeto B.E.N.
De acordo com o Programa Mundial de Alimentos, proporcionar alimentação de mais qualidade para crianças desnutridas aumenta em 33% a probabilidade de tirá-las do ciclo vicioso da pobreza. Focando seus esforços nessa premissa, a Royal DSM usa sua expertise em ciências nutricionais para ajudar as pessoas desnutridas a terem melhor qualidade de vida. Além de seus micronutrientes essenciais fortificarem a dieta de aproximadamente 100 milhões de pessoas todos os anos, a DSM par-
O projeto é baseado no programa Lenziemill, que é realizado desde 2016 no Malawi (África), um dos países mais pobres do mundo, e hoje já conta com mais de 50 granjas parceiras e produz mais de 65 mil ovos ao dia. Na América Latina, com parcerias no Brasil e Peru até o momento, objetivo do B.E.N. é de nos próximos três anos ter pelo menos 15 novos parceiros e cobrir cerca de 20% das populações vulneráveis da
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DSM e o combate à desnutrição
ticipa de ações para minimizar o problema, como o projeto África Improved Foods (AIF), onde a companhia investiu em uma fábrica em Kigali, em Ruanda, que produz alimentos enriquecidos para 1,5 milhão de crianças e jovens mulheres desnutridas. Em fevereiro de 2020, a DSM realizou um pacto com o governo da Colômbia no projeto “Gran Alianza por la Nutrición”, com o compromisso de promover estratégias e intervenções nutricionais eficazes para reduzir a anemia e as deficiências de micronutrientes da população, com foco em crianças (primeiros mil dias de vida a cinco anos) e mulheres grávidas. A DSM mantém parceria com diversas instituições, ONG’s e empresas para idealização e implementação de projetos que visam o combate à desnutrição, como: UNICEF, Programa Mundial de Alimentos, Gastromotiva, Vitamin Angels, World Vision entre outros.
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Informe empresarial
SANOVO TECHNOLOGY GROUP completa 60 anos Desde então, os ovos de mesa, líquido e em pó fazem parte do nosso DNA Equipe SANOVO TECHNOLOGY GROUP
E
ste ano, a SANOVO TECHNOLOGY GROUP está fazendo 60 anos, enquanto a SANOVO TECHNOLOGY NETHERLANDS está fazendo 65 anos. Nossa história não é sobre como um ovo se transformou em 20 galinhas, mas sobre como nos tornamos os principais fabricantes mundiais de equipamentos de manuseio e processamento de ovos - e como ajudamos
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continuamente nossos clientes a transformar ovos em negócios rentáveis. Somos uma empresa com fortes raízes e uma longa história. Tudo começou há 60 anos, onde a SANOVO TECHNOLOGY GROUP foi fundada e, desde então, os ovos de mesa, líquido e em pó fazem parte do nosso DNA. Veja mais em: https://youtu.be/oWcoAz8-dRc
1956 - STAALKAT fundada Dirk van Katwijk, fundador da Van Katwijk’s Industrial, comprou a empresa 'Libra' em Hummelo, no leste da Holanda, e a mudou para Aalten. Eles eram produtores de máquinas para a indústria têxtil. Sua ideia era produzir máquinas de classificação de ovos além da linha de produtos existente. A empresa foi fundada em setembro de 1956 e denominada STAALKAT. Em 2006, STAALKAT juntou-se ao SANOVO TECHNOLOGY GROUP e recentemente foi renomeada para SANOVO TECHNOLOGY NETHERLANDS.
1961 - SANOVO fundada A SANOVO TECHNOLOGY, originalmente conhecida como SANOVO ENGINEERING A/S, foi fundada pela Lactosan e pela Fábrica Dinamarquesa Toeraeg sob o nome SANOVO Levnedsmidler A/S em outubro de 1961, em Odense, Dinamarca. O alvo principal era a produção e comercialização de alimentos, mas rapidamente a empresa também decidiu entrar na produção de máquinas para quebrar ovos. Em novembro de 1979, uma nova empresa SANOVO ENGINEERING A / S, foi fundada para continuar a produção e tornou-se uma subsidiária 100% detida pela Lactosan-SANOVO Holding (hoje conhecida como THORNICO).
Revista do OvoSite
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Informe empresarial
Entrevista - Michael S. Midskov, CEO
Os ovos ainda são uma proteína barata para produzir e com uma pegada de carbono baixa para o meio ambiente
Este ano o SANOVO TECHNOLOGY GROUP comemorou com orgulho não apenas um, mas três aniversários: 60º aniversário da SANOVO TECHNOLOGY A / S e RAMÉ-HART Inc e o 65º aniversário da SANOVO TECHNOLOGY NETHERLANDS BV. Para o benefício de nossos clientes, temos grande sucesso ao longo do tempo atendendo a indústria global de ovos com máquinas de alta tecnologia. Temos desenvolvido continuamente nossas máquinas com base nas necessidades e na demanda dos clientes por maior capacidade, eficiência, qualidade do produto e segurança alimentar. Ao longo dos anos, tem havido um desenvolvimento tecnológico contínuo que continuará em uma velocidade ainda maior nos próximos anos, com muitas tecnologias novas, estimulantes e interessantes. Estamos vivendo uma revolução tecnológica em várias frentes. Como os avanços em inteligência artificial e automação impactarão a cadeia produtiva de ovos em relação à classificação e processo / industrialização? Na indústria de ovos, veremos um número maior de robôs manipulando
Acreditamos que as propriedades únicas do ovo e seu alto valor nutricional contribuirão para uma demanda crescente por ovos e produtos derivados
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ovos, bandejas, paletes e embalagens mais eficientes. A mistura será entre os robôs industriais tradicionais, cobots (robô colaborativo), AGV (veículo guiado automatizado), tecnologia de drones em combinação com soluções inteligentes de gerenciamento, logística e armazenamento. O principal motivador para a indústria de ovos é o aumento da população mundial e, portanto, uma necessidade crescente de ovos e produtos derivados. O ovo é uma proteína saudável, nutritiva, barata e ecologicamente correta, consumida em todo o mundo, em diferentes culturas e religiões. Além disso, o ovo também é utilizado na indústria farmacêutica para a produção de vacinas. Os impulsionadores secundários na indústria de ovos são o desenvolvimento de produtos, segurança alimentar, ambiente de trabalho, biossegurança, rastreabilidade, otimização da produção, bem-estar animal e impacto ambiental, apenas para citar algumas áreas. Novo software baseado em nuvem, tecnologia avançada de câmera e sensor, novos tipos de solução robótica inteligente e tecnologias de drones permitem rastreabilidade total do ovo individual. Coleta de dados de toda a cadeia de suprimentos; da fazenda até a estação de classificação ou quebra até os consumidores. Essas informações em combinação com números detalhados e importantes e enormes de dados de produção e logística, de nossas máquinas, robôs, AGV's, câmeras de vigilância inteligente e novos softwares usando IoT (Internet das Coisas), soluções em nuvem e IA (Inteligência Artificial). Combinar IA e modelos matemáticos com os dados e informações coletados permite otimizações e eficiências na produção e logística. A coleta de inúmeros dados e informações variáveis em toda a cadeia de suprimentos, em combinação com a produção, logística e dados da máquina, fornecerá dados e informações valiosos por meio da rede neural. Por meio de IA, IoT e análises matemáticas e autoaprendizagem inteligente, podemos encontrar conexões valiosas entre todos os incontáveis pontos de dados. Criando
dados valiosos de conhecimento que podem ser usados para a tomada de decisões e que podem ajudar a agilizar e otimizar a produção na indústria de ovos em um novo nível de detalhes e com conhecimentos e informações coerentes que não temos hoje. O grande número de dados digitais coletados, conhecimento digital e identificação de correlação entre dados por meio de bancos de dados e redes neurais baseadas em nuvem em combinação com IA podem criar um sistema de gerenciamento “digital” para o cliente individual. Um sistema que pode ajudar a otimizar decisões em um planejamento de produção mais eficiente em toda a cadeia de valor e com novo software digital que informa as máquinas, robôs, AGVs, drones e o sistema de warehouse inteligente sobre o que fazer, como priorizar e como planejar. Como empresa de tecnologia, quais são as principais linhas de pesquisa e desenvolvimento onde a SANOVO oferecerá produtos e melhorias na cadeia produtiva de ovos? Nossos desenvolvimentos são impulsionados principalmente pelas necessidades dos clientes e pela demanda por novas tecnologias e funcionalidades.
No desenvolvimento de novas máquinas e equipamentos o SANOVO TECHNOLOGY GROUP busca sempre melhorar os seguintes parâmetros; rendimento, capacidade, reduzir custos de serviços públicos, prolongar o ciclo de vida do produto das máquinas, reduzir desgaste e peças e serviços, garantir a mais alta biossegurança e segurança alimentar, segurança ocupacional, minimizar o impacto ambiental e, claro, cumprir todas as regulamentações e legislações internacionais como fabricante de máquinas. Novas tecnologias, software, soluções em nuvem e sistemas inteligentes de câmeras e sensores ficarão mais baratos com o tempo e substituirão as funções mecânicas nas máquinas. Essas soluções digitais e eletrônicas fornecerão conhecimentos importantes para os clientes, por exemplo, quando uma máquina ou sistema precisa de serviço ou prevendo defeitos ou falhas em potencial. Com total rastreabilidade e coleta de dados em toda a cadeia de valor, desde a granja de ovos até os consumidores, o SANOVO TECHNOLOGY GROUP é fornecido com conhecimento útil para otimização e desenvolvimento de máquinas, equipamentos e soluções. Os dados disponíveis são sempre anônimos, criptografados e usados com a permissão por escrito do cliente individual. Todos os dados são utilizados exclusivamente para fins de desenvolvimento interno e para tarefas de serviço em clientes individuais, que têm um contrato de serviço com SANOVO TECHNOLOGY GROUP. Usando software inteligente e inteligência artificial, o planejamento da produção pode ser realizado sem ou com intervenção humana limitada. Ao conectar os dados coletados com autoaprendizagem contínua da máquina e redes neurais baseadas em nuvem.
Na indústria de ovos, veremos um número maior de robôs manipulando ovos, bandejas, paletes e embalagens mais eficientes
Uma parte essencial das atividades de desenvolvimento do SANOVO TECHNOLOGY GROUP é usar novas soluções de software, câmeras inteligentes e tecnologia de sensores, IA, IoT e soluções em nuvem. Todas as máquinas nascem com um roteador LinkPro com a capacidade de se comunicar por meio de uma configuração de nuvem segura. O roteador fornece dados de produção exclusivos e valiosos para o cliente e para o SANOVO TECHNOLOGY GROUP - tudo para melhorar o desenvolvimento de novas máquinas e para serviços preventivos. O suporte e serviço remoto para nossos clientes é o futuro, onde podemos apoiar nossos clientes à distância usando ferramentas digitais como, por exemplo, HoloLens. Com acesso rápido, fácil e barato aos nossos especialistas treinados, a solução de problemas eficaz pode ser feita remotamente. Estima-se que 80-90% de todos os problemas técnicos (não incluindo tarefas de instalação) podem ser resolvidos remotamente. Todos os nossos novos desenvolvimentos de máquinas, equipamentos e fábricas entregues são documentados por modelos 3D. Assim, temos a oportunidade, com um gêmeo digital da máquina individual, de simular a operação. Combinando isso com os dados de produção diários, podemos prever e supervisionar o desempenho da máquina (de causa apenas se o cliente nos der uma permissão por escrito e permitir o acesso às suas máquinas). Através do nosso trabalho de desenvolvimento, asseguramos que todas as nossas novas máquinas
desenvolvidas estão preparadas para estas oportunidades, onde a SANOVO TECHNOLOGY GROUP pode monitorizar remota e digitalmente a produção, corrigir eventuais problemas técnicos, ajudar na manutenção preventiva e possível optimização da produção. Como você vê o mercado mundial no mundo, nas condições atuais e nas perspectivas? Os ovos continuarão a ser uma das proteínas mais importantes para os hu-
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Informe empresarial
manos. Devido às suas muitas propriedades únicas e importantes características nutricionais e ao fato de que os ovos são um ingrediente alimentar importante na maioria das culturas e religiões. Além disso, o aumento da população mundial contribuirá para um consumo crescente de ovos e produtos derivados. Os ovos ainda são uma proteína barata para produzir e com uma pegada de carbono baixa para o meio ambiente. O desenvolvimento na indústria de ovos será, como em outras indústrias de processamento de alimentos, mais industrializado com mais automação, rastreabilidade total através da cadeia de valor, maior biossegurança, mais segurança alimentar, mais regulamentações, controles impulsionados pelo aumento das demandas dos mercados por total transparência do entrega de ovos e ovoprodutos. Os consumidores gostam de saber o que estão comendo e de onde vem. O bem-estar animal e o impacto ambiental também serão parâmetros importantes nos quais se concentrar. Portanto, ainda vemos muitas oportunidades interessantes de mercado comercial. Os crescentes requisitos para a indústria de ovos em ter maior higiene e segurança
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alimentar aumentam os requisitos para o desenvolvimento de máquinas e equipamentos do SANOVO TECHNOLOGY GROUP. Com a demanda por manuseio automatizado de ovos mais inteligente para substituir funcionários, melhorar a eficiência e evitar o contato humano com produtos alimentícios para minimizar o risco de contaminação dos alimentos. A coleta automática de dados da fazenda, transporte, produção, resultados de limpeza, qualidade do produto, rastreabilidade, logística, embalagem, manuseio do armazém, vigilância bacteriana e tratamento serão registrados digitalmente em bancos de dados, onde um relatório completo pode ser gerado como documentação de conformidade com a qualidade requisitos e legislação etc. O que uma empresa de tecnologia e automação precisa de seu DNA (em sua filosofia de trabalho) para se manter significativa no mercado por seis décadas? O conhecimento e o DNA do SANOVO TECHNOLOGY GROUP foram construídos gradualmente ao longo do tempo e em mais de 6 décadas com base em uma estreita colaboração com nossos clientes e sua contínua demanda e necessidade de otimizações, aumento de capacidade e rendimento. Da mesma forma, a solicitação crescente e contínua dos clientes por melhoria na qualidade do produto, maior segurança alimentar, bem como produção mais eficiente e otimizações de custos têm sido os impulsionadores do desenvolvimento de produtos do SANOVO TECHNOLOGY GROUP. Através de muitos anos de cooperação e experiência com a indústria de ovos, construímos um conhecimento único no manuseio e processamento de ovos. Hoje, o SANOVO TECHNOLOGY GROUP é líder de
No desenvolvimento de novas máquinas e equipamentos o SANOVO TECHNOLOGY GROUP busca melhorar rendimento, capacidade, reduzir custos de serviços públicos, prolongar o ciclo de vida do produto das máquinas e reduzir desgaste e peças e serviços, entre outros mercado na indústria de ovos e com um nome reconhecido mundialmente. O SANOVO TECHNOLOGY GROUP continuará a se esforçar para ser o fornecedor preferencial para a indústria de ovos. Isso exigirá que estejamos na vanguarda dos desenvolvimentos e que continuemos oferecendo a melhor qualidade e os mais altos padrões de tecnologia para a indústria de ovos. Acreditamos que as propriedades únicas do ovo e seu alto valor nutricional contribuirão para uma demanda crescente por ovos e produtos derivados. Uma demanda que aumentará na mesma proporção que a crescente população mundial. Mas os termos, condições e paradigma da indústria de ovos seriam adaptados e alterados nos termos do anteriormente mencionado. Os ovos ainda serão uma das fontes de proteína mais importantes para a humanidade no futuro. No entanto, será necessário que a indústria de ovos continue a se adaptar às crescentes demandas e o SANOVO TECHNOLOGY GROUP pode ajudar e apoiar isso com suas tecnologias.
Informe Publicitário
Vaccinar indica novo conceito para fornecimento de energia em dietas de aves
Óleo de palma se destaca no mercado global de óleos e gorduras para alimentação animal Equipe Vaccinar
A
utilização de fontes lipídicas alternativas nas dietas avícolas é uma estratégia nutricional comumente adotada pelos nutricionistas que visa aumentar a disponibilidade de energia e de ácidos graxos essenciais, além de melhorar a absorção de vitaminas lipossolúveis nas aves. Ainda, tais fontes possibilitam reduzir valores de conversão alimentar, aumentar a palatabilidade das rações e, principalmente em situações de estresse por calor, reduzir o incremento calórico e, consequentemente, as perdas produtivas relacionadas com altas temperaturas (Costa et al., 2017; Racanicci, 2008). Dentre essas alternativas, o óleo de palma tem se destacado no mercado global de óleos e gorduras e, de toda produ-
Vaccinar lançou produto que contribui com melhoria do aporte energético das aves
ção mundial, cerca de 85% dessa fonte específica tem sido destinada à alimentação humana e animal. Considerando sua composição, cerca de 50 % dessa matéria-prima é composta por ácidos graxos saturados, e dessa porção, 44% correspondem ao ácido palmítico. Além disso, do total de ácidos graxos insaturados, 39% é formado pelo ácido oleico monoinsaturado e 11% pelo ácido linoleico poliinsaturado. Em função da importância da energia nas dietas de aves e de modo a otimizar o uso de óleos e gorduras em rações para aves comerciais, pesquisadores e empresas têm se dedicado na busca para melhorar o aproveitamento desses ingredientes. Isso tem levado a um aumento no uso de emulsificantes a fim de esta-
bilizar e acelerar as emulsões no trato digestivo das aves e, consequentemente, melhorar o aproveitamento dos ácidos graxos introduzidos nas dietas dos animais. Dentre os principais emulsificantes presentes no mercado, a lecitina de soja, composta por fosfatidilcolina, fosfatidiletalonamina e fosfatidilinositol, tem se destacado por ser um emulsificante eficiente e natural (Araújo, 2011). Dentro dessa proposta, a Vaccinar Nutrição Animal lançou no mercado um produto inédito no Brasil, cuja composição engloba o óleo de palma hidrogenado associado a um emulsificante natural (lecitina de soja) que, em conjunto, potencializam a utilização de energia pelas aves e, assim, de forma segura e equilibrada, contribuem significativamente com as estratégias nutricionais e melhoria do aporte energético em cada fase de desenvolvimento dos animais. Somado a isso, a apresentação na forma de “pérolas” do produto Bio Energia, propicia facilidade de estocagem e dosagens nas fábricas de rações, contribuindo para a melhoria de processos. Mais informações em: https://vaccinar.com.br/aditivos/
Referências bibliográficas: ARAÚJO , J. Química de alimentos: Teoria e pratica. In: Química de alimentos: Teoria e Pratica. 5º Ed- Viçosa -MG: UFV, 2011. p 601. COSTA, F. A. D.et al. Enriquecimento com ácidos graxos da série ômega 3 em carne de aves e ovos. PUBVET Medicina Vete-rinária e Zootecnia, v. 11, n. 2, p. 113-123, 2017. Revista do OvoSite
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Desafios da produção free range
Controle integrado da verminose em aves de produção: novos conceitos e tecnologias Diversos trabalhos científicos demonstram a eficiência na utilização de fungos para o controle da infestação ambiental por helmintos em aves Por Camila Oro, Coordenadora Técnico Comercial da Cinergis Saúde e Nutrição Animal
A
pós a mudança de sistema de produção de ovos para ambientes fechados e altamente tecnificados, houve diminuição drástica na mortalidade por verminose, resultando na falsa impressão de erradicação da doença. Entretanto, mesmo com o confinamento e as novas medidas de biosseguridade, as aves de produção com maior tempo de vida, tanto as reprodutoras de frango de corte quanto as aves de postura, continuam afetadas pela verminose. Com o estabelecimento e a propagação das diretrizes de bem-estar animal e a pressão do consumidor, as empresas de ovos para consumo estão migrando de forma crescente do sistema intensivo para sistemas cage free ou free range, onde o desafio para o controle da verminose é ainda maior devi-
Sistemas de produção
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do ao contato das aves com as fezes. A verminose em aves de produção é uma doença negligenciada e, apesar de muitos não perceberem seu impacto na produção, pode resultar em diversos prejuízos, como: - Diminuição da produção dos ovos - Atraso na produção dos ovos - Diminuição do peso dos ovos Existe também o prejuízo não mensurável na qualidade intestinal devido à perturbação causada ao sistema digestório, possibilitando porta de entrada para patógenos entéricos. Os principais helmintos que acometem as aves possuem, em média, ciclo de 5 semanas. Existem algumas diferenças nestes ciclos, principalmente em relação à presença de hospedeiros intermediários (HI). Os helmintos pertencentes à classe Cestoda possuem
Empresas de ovos para consumo estão migrando de forma crescente do sistema intensivo para sistemas cage free ou free range, onde o desafio para o controle da verminose é ainda maior
hospedeiros intermediários como moscas, formigas, besouros (“cascudinho”), minhocas e lesmas, o que dificulta ainda mais o controle da infestação. Já os helmintos da classe Nematoda apresentam ciclo direto.
Ciclo dos helmintos em aves de produção Os helmintos da classe Cestoda, conhecidos como “vermes chatos”, são segmentados em proglotes e podem atingir até 30 cm de comprimento. Pertencem à classe Cestoda os vermes Davainea proglottina e Railletina spp. Já os helmintos da classe Nematoda são conhecidos como “vermes redondos” e possuem comprimento entre 2 mm a 10 cm. Pertencem à classe os vermes Ascaridia galli e Heterakis gallinarum. Os anti-helmínticos químicos contribuem de forma significativa na redução da verminose, porém, seu uso
Verme chato
indiscriminado pode ocasionar resistência aos princípios ativos e seu amargor pode resultar em diminuição de consumo quando adicionado via água, além de exigir período de carência nos produtos de origem animal para o consumo humano. Contudo, o anti-helmíntico é uma excelente opção para tratamento em casos de infecção já estabelecida quando utilizado de forma sinérgica com outras medidas de controle e prevenção da reinfecção. Entre essas medidas, o tratamento ambiental é inerente ao sucesso no
controle da verminose em aves. O maior desafio para a redução da infestação ambiental é a resistência dos ovos. Os helmintos possuem ovos que são resistentes a vários produtos químicos, incluindo desinfetantes, e podem sobreviver no ambiente por anos. Neste contexto, o controle biológico dos helmintos por fungos é importante e, talvez, a única ferramenta para a redução da infestação ambiental, além de ter o benefício de ser natural e não ter restrição de uso. O controle biológico é um termo aplicado rotineiramente na agricultura para utilização de inimigos naturais no controle de pragas. Esse conceito pode ser empregado da mesma forma para fungos helmintófagos, que se alimentam de ovos e larvas de vermes nas fezes. Já existem diversos trabalhos científicos demonstrando a eficiência na utilização de fungos para o controle da infestação ambiental por helmintos em aves. Esses fungos, quando em forma de clamidósporos, são resistentes às intempéries, garantindo a sobrevivência tanto na passagem pelo sistema intestinal quando fornecidos via ração, como no ambiente junto às fezes após sua eliminação. Na presença de larvas
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Desafios da produção free range Atividade larvicida de fungos helmintófagos
Atividade ovicida de fungos helmintófagos
ou ovos, os fungos germinam. As hifas, por meio de estruturas chamadas de apreensórios, se fixam na superfície dos ovos ou das larvas onde, de forma mecânica e por liberação de enzimas, se alimentam da parede dos ovos, tornando-os inativos e, consequentemente, impedindo a conclusão do ciclo dos vermes. Entre as principais vantagens na utilização desses fungos está a prevenção e o auxílio no controle da infesta-
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ção, reduzindo custos com o anti-helmíntico químico e seu uso indiscriminado. Além disso, os fungos helmintófagos podem ser alternativa valiosa para o controle da verminose em criações onde as aves não podem ser tratadas com produtos químicos, como no sistema orgânico de postura comercial. Os fatores limitantes para o sucesso dos fungos helmintófagos e que contribuem para a manutenção da verminose dentro do galpão são:
- Hospedeiros intermediários (HI) ou vetores: os HI podem dificultar a ação dos fungos helmintófagos quando a infestação é alta. Isto ocorre porque os insetos como o Alphitobius diaperinus, conhecido como “cascudinho”, também podem se alimentar desses ovos, competindo com os fungos. Contudo, existem no mercado produtos químicos e produtos naturais que podem auxiliar na eliminação desses vetores e HI. A vantagem dos produtos naturais é o efeito a longo prazo por não provocar resistência. - Resistência dos vermes adultos aos princípios ativos: os fungos helmintófagos se alimentam somente de larvas e ovos no ambiente, não possuindo efeito em vermes adultos. Desta forma, é necessária a utilização de um anti-helmíntico químico quando já diagnosticada a verminose. Contudo, o uso indiscriminado de vermífugos pode resultar em resistência dos vermes adultos ao princípio ativo dificultando o sucesso no controle da verminose, sendo necessário o monitoramento dessa resistência e até mesmo mudança de princípio ativo. Além dos fatores citados, medidas de biosseguridade como higiene, limpeza, vazio, desinfecção e controle de aves silvestres são boas práticas que contribuem para o melhor resultado no controle da verminose. Portanto, o uso integrado de produtos e medidas, de forma inteligente, é a única forma de reduzir a verminose e evitar prejuízos em aves de produção.
Cobertura
5º Concurso de Qualidade de Ovos Capixaba revela os melhores produtores Evento teve transmissão ao vivo
S
ucesso em mais um ano, a Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo (AVES) e a Cooperativa Agropecuária Centro Serrana (Coopeavi) se uniram para promover o 5º Concurso de Qualidade de Ovos Capixaba, diretamente do munícipio de Santa Maria de Jetibá, na região serrana do Espírito Santo. Pelo segundo ano consecutivo com transmissão ao vivo, toda a dinâmica do concurso respeitou as orientações de prevenção ao novo coronavírus (Covid-19) e, mais uma vez, destacou a tradicional qualidade dos ovos do Espírito Santo, além de estimular a busca constante por melhorias no sistema produtivo do Estado. As etapas de avaliação do concurso compreenderam: Revista do OvoSite
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Cobertura
Confira os vencedores Categoria ovos brancos 1º Lugar: Halecson Stinguel (Ovos BL) 1ª etapa - Análise na máquina digital EGG Tester, onde foram selecionadas as amostras para as demais etapas; 2ª etapa - Avaliação visual da qualidade externa dos ovos e 3ª etapa - Avaliação visual da qualidade interna dos ovos. Os vencedores do Concurso Capixaba, nas categorias ovos vermelhos e brancos, terão o direito de utilizar um selo em suas embalagens com os dizeres: “Melhor Ovo Branco do Espírito Santo / Concurso de Qualidade de Ovos Capixaba / 2021” e “Melhor Ovo Vermelho do Espírito Santo / Concurso de Qualidade de Ovos Capixaba / 2021”, referenciando o 5º Concurso de Qualidade de Ovos Capixaba, além de receberem certificados alusivos ao concurso.
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Confira os vencedores Categoria ovos brancos 2º Lugar: Flotério Foesch (Ovos Foesch)
Categoria ovos brancos 3º Lugar: Erasmo Berger (Ovos Pommer)
Categoria ovos vermelhos 2º Lugar: Levi Espindula (Granja Avícola EP) Categoria ovos vermelhos 1º Lugar: Antonio Venturini (Ovos da Nonna)
Categoria ovos vermelhos 3º Lugar: Halecson Stinguel (Ovos BL)
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Informe Empresarial
O Estresse térmico e suas consequências na produção de ovos
Aditivos fitogênicos foram avaliados com o intuito de reduzir os efeitos deletérios do estresse térmico sobre o bem-estar e produtividade Equipe Cargill
N
os últimos dois anos, a crise econômica e o aumento do preço das carnes impulsionaram o aumento do consumo de ovos no Brasil. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA, 2020) estima que a produção nacional em 2021 alcance 4,7 bilhões de dúzias, o que será um novo recorde. Parte dessa produção está sendo comercializada em outros países, devido ao câmbio de moedas favorável em relação ao Real e como alternativa para maior rentabilidade dos produtores frente ao alto custo dos ingredientes utilizados para produzir as rações dos animais. A produção intensiva de ovos, frequentemente, enfrenta outros desafios além do contexto macroeconômico. Podemos ressaltar os problemas de ordem sanitária, bem como, as deficiências nutricionais ou ainda, a restrição hídrica. Outro importante obstáculo para a produção industrial de ovos é o estresse térmico pelo qual as aves podem passar, o qual prejudica a expressão do máximo potencial genético dos animais. O estresse causado pelo calor é um problema comum na produção avícola mundial, especialmente em locais de clima tropical com altas temperaturas e umidade relativa do ar. Os efeitos adversos decorrentes de altas temperaturas em poedeiras podem ser alta mortalidade, redução do consumo de alimento, menor taxa de postura, menor peso de ovos e reduzi-
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da qualidade da casca. Com a previsão de ondas de calor mais intensas e duradouras nas próximas décadas, esses eventos terão o potencial de impactar fortemente o bem-estar, saúde e produtividade causando perdas econômicas significativas. Geralmente, as aves de postura comercial conseguem manter a temperatura corporal entre 40 e 42 oC quando estão saudáveis e em conforto térmico. A condição ambiental de conforto destas aves encontra-se entre 18 e 24 oC, e dentro desses limites os animais não necessitam modificar o seu metabolismo para aumentar ou reduzir a temperatura corporal. Acima do limite máximo de conforto as aves utilizam alguns mecanismos para dissipar o calor corporal: por radiação, convecção e condução. Esses três processos de perda de calor apresentam limitações de efetividade, e por sua vez, as aves utilizam a evaporação através da respiração para controlar a temperatura corporal mais eficientemente, aumentando a frequência respiratória, processo também chamado de ofegação, que transforma água em vapor com consumo de energia e emprego de calor corporal. A evaporação de 1g de água requer aproximadamente 500 calorias, o que deixa claro que esse processo é um custo metabólico difícil de se compensar com alterações nutricionais, e provavelmente ocorrerão perdas produtivas. Até 30 oC, as aves regulam a temperatura corporal reduzindo o consu-
Evitar a superlotação, oferecer água em temperatura adequada, galpões que promovam boa circulação de ar e evitar estresse em dias de alta temperatura são vitais para o conforto térmico das aves
mo de alimento, porém, essa estratégia acarretará perdas em produtividade, pois o metabolismo de regulação ocorre com o consumo de nutrientes. De 30 a 38 oC podem ser observados prejuízos sensíveis de qualidade de casca, como aumento do número de ovos trincados. Acima de 38 oC as aves conseguirão reduzir a temperatura corporal apenas com ofegação, po-
Controle
Aditivo Fitogênico
Diferença
Mortalidade (%)
1,28
0,94
-0.34
Produção (%)
91,10
91,50
+0.40
Ovos trincados (%)
1,85
1,37
-0.48
Tabela 1. Melhoria dos índices de performance em galinhas poedeiras submetidas ao estresse por calor. Prova realizada na Turquia em 2019 com 25.000 aves com idade melhoria resiliência das aves frente ao estresse térmico média de 65Asemanas, entreda os meses de Agosto e Setembro, com temperaturas médias de 29oC e variações de 10oC a 13oC.
também foi avaliada
e os benefícios na recuperação dos índices de produção com o uso de aditivos nutricionais (vitamina C, betaína e bicarbonato de sódio nas inclusões de 150/1000/1000
rém se a temperatura e a umidade tuito de podem reduzir osser efeitos deletérios no alimentar redução nos índices de mg/kg, respectivamente) e refitogênicos confirmados gráficoeabaixo. lativa do ar permitirem. No entanto, do estresse térmico sobre o bem-estar mortalidade. essa tática indiretamente impacta a e produtividade. Os aditivos fitogêniAlém disso, o aumento da conscos têm funções antioxidante, melhociência e preferência dos consumidoqualidade das cascas dos ovos porque o 1. Produção de ovos 39 aintestinal, 42 semanas em poambiente neutro (22 ram de a saúde bem como res portermo produtos obtidos semC) o uso de o resultadoGráfico da hiperventilação é a eliminação anormal do gás carbônico o tencialmente melhoram o desempesubstâncias inorgânicas e a potencial ou com estresse por calor (30 C)nho dos animais. Alguns compostos crescente exportação de ovos direcio(CO2) da corrente sanguínea. Essa redução causará diminuição da concennam a produção para alternativas susbotânicos controlam no hipotálamo a tração de ácido carbônico e aumento tentáveis, fazendo dos aditivos fitogêprodução de sinalizadores que são nicos opções de escolha atuais para a no pH do sangue que ficará alcalino, proteínas as quais auxiliam os orgaEfeito temp. nismos a sobreviver em situações de produção animal. P<0.05 conduzindo à alcalose metabólica que estresse. Esses sinalizadores causam a resultará em menores concentrações Semana 39 a 42 Faça seus cálculos. Qual redução de consumo de alimento. de íon bicarbonato e cálcio sanguíneo é o melhor retorno Portanto, os fitogênicos podem bloe, 99,5 portanto, menos disponíveis para quear esse efeito restabelecendo parsobre o investimento? formação da casca. cialmente o consumo, melhorando A Nutron, marca de nutrição aniBoas práticas de manejo tais como 99 mal da Cargill no Brasil, é especialista significativamente a absorção e digesevitar a superlotação, oferecer água tibilidade dos nutrientes, e por consee líder em soluções inovadoras, transem temperatura adequada, construir 98,5 que promovam boa circula- quência, a produção de ovos. formadoras e sustentáveis para produgalpões ção de ar ou então com pressão negação animal, por meio do desenvolviAtravés do profundo conhecimentiva e98evitar estresse em dias de alta to do universo de compostos fitogênimento e oferta de serviços, ferramencos e seus respectivos efeitos no metatas, produtos e especialidades para a temperatura são vitais para manter o bolismo de animais de produção, a avicultura. conforto térmico das aves. Entretanto, 97,5 com alto desafio frequente- Delacon, empresa pioneira e líder gloSempre buscando alternativas eficondições mente exigem medidas adicionais, enbal na produção de aditivos fitogênicientes de parcerias estratégi99,29 98,01 99 99,34 99,2através 98,95 tre as97quais podemos citar alterações cos para nutrição animal, possui em cas, além do seu forte DNA em na alimentação das aves, como por seu portifólio solução natural Pesquisa & Desenvolvimento, a Controle Aditivosuma Nutricionais Aditivos fitogênicos exemplo aumentar os teores de amiespecialmente desenvolvida para miCargill avaliou o uso de aditivos fito22oefeitos C 30o C noácidos digestíveis, trabalhar com tigação dos deletérios do esgênicos naturais em aves de postura tresse térmico em aves de postura dietas sem sobras de aminoácidos na redução do estresse calórico. comercial. considerados não essenciais, adição Os benefícios podem ser observaSob condições de estresse térmico, vemos que o percentual de produção foi dos na tabela 1, com expressiva reduEm sua composição, uma abrande vitamina C, maiores teores de vitamina E, adição de 1,28 bicarbonato de sógente gama de óleos essenciais, flavo- controle, ção da mortalidade, aumento reduzido em pontos percentuais em relação ao grupo confirmando osdo % de dio e o uso de aditivos fitogênicos. noides e especiarias, todas provenienprodução e redução de ovos trincados. tes de fontes naturais, proporcionam Considerando os entanto, ganhos zootécnicos efeitos deletérios do calor nos índices produtivos de galinhas poedeiras. No o Aditivos Naturais, uma um importante incremento no consuabaixo, o retorno do investimento pauso de estratégias nutricionaismo, e aditivos fitogênicos, foi capaz aliviar os efeitos solução sustentável melhora na saúde intestinal, ra 3de meses de avaliação foi de 2:1, Em pesquisas recentes os aditivos transporte e absorção de nutrientes, comprovando que a estratégia de uso danosos,foram recuperando em 1,33 refletindo e 0,94 pontos percentuais respectivamente, o índice naturais de fitogênicos avaliados com o inna melhora da conversão de aditivos fitogênicos é
Produção de Ovos
produção em relação ao grupo controle submetido ao estresse por altas temperaturas.
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Gráfico 1. Produção de ovos de 39 a 42 semanas em ambiente termo neutro (22 C) ou com estresse por calor (30oC) Informe Empresarial
Produção de Ovos
Efeito temp. P<0.05
Semana 39 a 42
99,5 99 98,5 98 97,5 97
99,29
98,01
Controle
99
99,34
Aditivos Nutricionais 22o C
Gráfico 1. Produção de ovos de 39 ade 42 semanas em ambiente Sob condições estresse térmico, termo neutro (22oC) ou com estresse por calor (30oC)
99,2
98,95
Aditivos fitogênicos
30o C
vemos que o percentual de produção foi
reduzido em 1,28 pontos percentuais em relação ao grupo controle, confirmando os efeitos deletérios do calor nos índices produtivos de galinhas poedeiras. No entanto, o eficaz não somente do ponto de vista do superior para os aditivos nutriciotos de sustentabilidade do ponto de uso de nutricionais aditivos fitogênicos, foi capaz os efeitos nais,enão houve diferença estatística técnico, masestratégias também endereça o pilar vista de de bemaliviar estar animal, uso de entre os tratamentos, confirmando a da sustentabilidade, tanto financeira produtos naturais e retorno financeidanosos, recuperando e 0,94 percentuais o índice de ro consistente. eficácia dos pontos aditivos em melhorar os respectivamente, quanto ambiental e de bem em estar1,33 efeitos deletérios do estresse por caanimal. produção em relação ao grupo controle submetido ao estresse por altas temperaturas. lor. No entanto, uma análise finanReferências A melhoria da resiliência das aves ceira foi realizada com o objetivo de bibliográficas frente ao estresse térmico também foi Elizabeth S. Greene. Protective verificar a viabilidade econômica dos avaliada e os benefícios na recuperação dos índices de produção com o Effects of the phytogenic feed additive dois tratamentos e auxiliar na tomada de decisão no momento da escouso de aditivos nutricionais (vitami“Comfort” on growth performance via na C, betaína e bicarbonato de sódio lha da melhor estratégia. Nesse sentimodulation of hypothalamic feeding do, os aditivos fitogênicos apresentanas inclusões de 150/1000/1000 mg/ - and drinking – related neuropeptides ram vantagem, sendo mais competikg, respectivamente) e fitogênicos in cyclic heat-stress. Domestic Animal tivos por apresentarem um custo podem ser confirmados no gráfico 1. Endocrinology. 2020. 10% inferior aos aditivos nutricioSob condições de estresse térmiErcam Simsek. The effects of heat co, vemos que o percentual de produnais testados. Dessa forma, esses adistress on egg production and quality of ção foi reduzido em 1,28 pontos pertivos naturais se mostram como um laying hens. Journal of Animal and centuais em relação ao grupo controaliado na busca pelo melhor retorno Veterinary Advances. 2013. le, confirmando os efeitos deletérios do investimento, promovendo um reParsell e Lindquist. The function of sultado de performance igual ao trado calor nos índices produtivos de heat-shock proteins in stress tolerance: tamento dos aditivos nutricionais, galinhas poedeiras. No entanto, o Degradation and reactivation of damaged proteins. Annu. Rev. Genet. 1993. porém com menor custo. Além de uso de estratégias nutricionais e aditivos fitogênicos, foi capaz de aliviar Teun van de Braak. Thermoreduzir a complexidade na logística os efeitos danosos, recuperando em regulation in laying hens explained. da fábrica de rações, ao manejar somente um produto, ao invés de três. 1,33 e 0,94 pontos percentuais resInternational Poultry Production, pectivamente, o índice de produção Diante do exposto, vemos que os Volume 29, Number 6. 2021. em relação ao grupo controle submeaditivos fitogênicos naturais são uma Viola Holik. Management of laying tido ao estresse por altas temperatuexcelente alternativa para aliviar os hens to minimize heat stress. ras. Apesar do valor numérico ter siefeitos do calor, trazendo os conceiLohmann Information. 2009.
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O segredo para a produção de ovos com casca mais resistente e redução de perdas Autor: Jean Martins, M.Sc., Coordenador de Soluções Técnicas da Uniquímica
A
produção nacional de ovos apresentou um crescimento significativo nos últimos 10 anos. Segundo dados da ABPA – Associação Brasileira de Proteína Animal (2021), a produção nacional foi de quase 29 milhões de ovos produzidos em 2010 para quase 54 milhões em 2021, com consumos per capita de 148 e 251 unidades/ano para 2010 e 2021 respectivamente. Os dados mostram também que as exportações em 2020 representaram apenas 0,3%, ou seja, 99,7% foram destinados ao mercado interno.
A maior parte dos ovos comercializados é in natura, fazendo com que a qualidade de forma geral, bem como integridade e resistência de casca, sejam fatores relevantes 64 Revista do OvoSite
Considerando que a maior parte da comercialização deste produto está ligado a ovos in natura, a qualidade dos ovos de forma geral, bem como integridade e resistência de casca, são fatores relevantes para o mercado consumidor. A produção de ovos é uma tarefa nobre devido ao elevado valor nutritivo do produto. Por se tratar de um alimento rico, está sujeito a sofrer contaminações (Ávila & Soares, 2010). A relação entre qualidade de casca e balanço cálcico da dieta é um fato inegável e estudado há anos (Taylor, 1963; Bretas e Tomazelli, 2018; Joshi et al. 2019). As perdas produtivas por má formação de casca, cascas frágeis ou ovos sem casca (também conhecido como ovos de pele), geram um impacto significativo no sistema de produção com perdas relevantes que podem variar de 6% a 20% (Pavlovski et al. 2012) (Figura 1). Parte das perdas produtivas podem ser amenizadas com ajustes de maquinários. Entretanto a maior par-
te dessa perda pode estar ligada a outros fatores como estresse e/ou nutrição, entre os principais fatores que prejudicam uma boa formação de casca, podemos encontrar: temperaturas extremas, sanidade, vacinação, granulometria de calcária e outros (Bretas e Tomazelli, 2018, Ebeid, et al., 2012; Murata, et al. 2009; Oliveira et al. 2020). O uso de suplementação estratégica é a chave para amenizar as perdas produtivas relacionadas à qualidade de casca (Agblo & Duclos, 2011; Liviapome Flores, 2021; Bain, et al. 2018). A solução para cascas frágeis já está disponível, o PCA que é composto por L - pidolato de cálcio (CaC10H12N2O6), um sal altamente solúvel em água e de fácil dispersão na ração (Figura 2). A molécula de PCa atua de forma eficiente no metabolismo cálcico e de colágeno. Com 13,5% de cálcio de alta biodisponibilidade e 86,5% de ácido pidólico (principal componente da molécula)
Figura 1: Perdas produtivas por cascas frágeis que atuará como precursor na síntese de arginina e prolina. A arginina compõe 28% da proteína carreadora de cálcio (CaBp), enquanto que, a prolina em conjunto com arginina estão presentes na composição do colágeno, junto com a hidroxiprolina e a glicina (Nogueira, 2017; Villela, 2016; Laurenceau, 2002; Laurenceau, 2011). Estudos sobre o uso do pidolato de cálcio no tratamento de osteoporose em humanos se mostrou eficaz no ganho de massa óssea com a suplementação de 1g/dia. (Rico, et al, 1990; Rico, et al. 1994, Reid, et a. 1997). Em conclusão, RICO et al. (1994) indica que a suplementação pode proteger contra a perda de massa óssea acelerada em mulheres após o período de menopausa. NÚÑEZ el al. (2011) observou em um estudo de
caso que o uso do pidolato de cálcio conduziu a concentrações séricas de cálcio maiores que os resultados obtidos com a suplementação de outros sais de cálcio. Ao longo da vida produtiva de aves poedeiras, geralmente há ocorrência de perda mineral óssea, para sustentar o elevado potencial de produção de ovos, portanto, faz-se necessário a busca por estratégias que minimizem essa perda e promovam a persistência da postura, mantendo a saúde corporal das aves (Nogueira & Artoni, 2017). Resultados promissores foram observados por NOGUEIRA & ARTONI (2017) em galinhas poedeiras com 69 semanas de idade, que apresentaram melhora na densidade mineral óssea quando suplementadas com 300g de pidolato de cálcio por tonelada de ração. LIVIAPOME FLORES, 2021 ob-
servou resultados impressionantes com a utilização de 150g/ton. de ração, com melhora significativa de resistência e espessura de casca (Figura 3). Em dados ainda não publicados observamos em matrizes uma melhora no número de ovos incubados (Figura 4), mostrando que os benefícios do PCa vão além do fortalecimento de casca. O fato é que as perdas produtivas devido a baixa resistência de casca é um fator relevante e significativo no faturamento da granja. O produtor deve ficar atento a todos os fatores previsíveis que possam afetar essa característica. Entretanto, fatores imprevisíveis podem ocorrer e para essas situações recomenda-se uma estratégia de prevenção que possa melhorar os índices da propriedade, trazendo melhores resultados financeiros. Revista do OvoSite
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“Solução para cascas frágeis já está disponível, o PCA que é composto por L pidolato de cálcio (CaC10H12N2O6), um sal altamente solúvel em água e de fácil dispersão na ração”, afirma Uniquímica
Hoje temos um produto ideal para essa suplementação estratégica, o PCa, um produto de fácil utilização e que atua no metabolismo cálcico do animal, promovendo melhora na resistência de casca, além de outros benefícios.
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Ponto Final
Ovos: o novo queridinho dos brasileiros
Consumo de ovos deve chegar a 254 unidades per capita em 2021 Autor: Ricardo Santin, Presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA)
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esmo diante das dificuldades financeiras impostas pela pandemia, os brasileiros buscaram outras possibilidades para manter a proteína animal à mesa. E as carnes de frango e suína, além do ovo, se mostraram alternativas mais econômicas e nutritivas. Rico em proteínas, e não só, o ovo registrou índices históricos de consumo no país e deve seguir como queridinho, não apenas dos atletas dos de alta performance e dos de final de semana - , mas também das famílias brasileiras. As projeções traçadas pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) mostram que a produção de ovos brasileiros deve registrar crescimento e recorde histórico em 2021. A oferta nacional deve chegar a 54,503 bilhões de unidades neste ano, número 2% maior que as 53,533 bilhões de unidades registradas em 2020.
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Confirmada a projeção, o consumo de ovos chegará a 254 unidades per capita, novo marco histórico, alta de 1,5% em relação ao índice registrado em 2020, com 251 unidades. E os resultados positivos divulgados acima, de produção e consumo, não são simples coincidência. O comportamento da produção foi especialmente influenciado pela manutenção da demanda interna, mesmo em meio ao quadro crítico gerado pela Covid-19. Os programas de apoio à renda em função da pandemia, somados a uma melhora do quadro econômico e da vacinação no País, neste fim de 2021, têm delineado um cenário de sustentação da demanda por produtos de aves, suínos e ovos no mercado brasileiro. Neste contexto, o suprimento segue ajustado à demanda, animado com as perspectivas para 2022. A aposta é de crescimento ainda mais arrojado no consumo per capita.
De 254, a expectativa é que o brasileiro passe a consumir 262 ovos por ano, em média — terceiro recorde histórico consecutivo. A produção para isso seria de 56,200 bilhões de toneladas, aumento de 3% em relação a 2021. Mais uma quebra de marcas no setor. Além de atender o consumo interno, a produção ainda atende o mercado externo. E o paladar internacional busca cada vez mais o produto nacional. Em 2021 serão aproximadamente 9 mil toneladas exportadas, bem acima das 6.250 toneladas enviadas ao exterior em 2020. Para 2022, a expectativa é crescer ainda mais: 9.500 toneladas, avanço de 6,5%. Mas não pense que o setor de ovos teve apenas boas notícias este ano. Apesar dos recordes, o setor produtivo tem enfrentado desafios severos em relação ao equilíbrio dos custos de produção, com altas históricas em praticamente todos os insumos, como o milho, o farelo de soja, o diesel, embalagens plásticas e de papelão, energia elétrica, entre outros. Felizmente, graças ao apoio do ministério da Agricultura, liderado pela valente ministra Tereza Cristina, o setor produtivo tem obtido importantes avanços para o enfrentamento do quadro, com medidas voltadas para redução da pressão e das assimetrias existentes no mercado de grãos, especialmente a partir do segundo semestre de 2020. O ano de 2021 será marcado pela superação de desafios históricos, alcançando recordes de produção e consumo. Para 2022, as perspectivas são ainda mais positivas e animadoras, além de uma grande certeza: o ovo estará presente na mesa do brasileiro.