Edição 43 Revista do Ovo

Page 1


oferece... ...uma NOVA poedeira robusta para todos os climas e sistemas de produção, com a marca registrada da

EFICIÊNCIA ALIMENTAR

W-80


Editorial Produção avícola de postura: qualidade em primeiro lugar Bastos (SP) realiza neste mês de Julho, entre os dias 13 e 16, a sua tradicionalíssima Festa do Ovo. Esta edição da Revista do Ovo traz um especial sobre o Concurso Qualidade de Ovos, que ocorre durante o evento e que tem dado o suporte à avicultura local na busca pela excelência do produto. Muito trabalho marca toda a estrutura de produção do Concurso e contamos com o prestimoso auxílio de Elenita Monteiro (Assessora de Imprensa do Concurso) e Teresa Godoy (fotos) para trazer um pouco do seu histórico, sua aplicabilidade no mercado e como ele beneficia os consumidores. Aproveitando a oportunidade, esta edição traz também o Catálogo de Produtos e Serviços da Festa do Ovo. São as novidades das empresas do setor. Em outro destaque, nossa equipe esteve presente à 1ª Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Ovos – Conbrasul, evento que provou a força da avicultura de postura gaúcha. Empenhados em crescer e melhorar as condições diversas do setor, os produtores reuniram-se em Gramado e receberam participantes de todo os polos produtores de ovos do país entre os dias 11 e 14 de junho. Sob a organização da Asgav (Associação Gaúcha de Avicultura) e da Ovos RS, assuntos inéditos foram abordados para esquentar a avicultura. Durante o evento, a Revista do Ovo e o OvoSite foram homenageados pela Asgav, pelos serviços prestados à avicultura de postura. Veja também um artigo de João Dionísio Henn, pesquisador da Embrapa, que aponta que a constante busca pela melhoria da qualidade e da padronização é responsabilidade de todos os envolvidos na cadeia produtiva. E em outro artigo de destaque o Cepea traça um panorama econômico da atividade de postura neste primeiro semestre. Análises, números, ciência, pesquisa e muito mais, nesta edição da Revista do Ovo! Boa leitura!

Sumário

Concurso Qualidade de Ovos de Bastos (SP)

12

Conheça a história e a tecnologia atual do primeiro concurso para avaliação de ovos do país

Conbrasul

38

Gramado reúne produtores de ovos nacionais para apresentar novidades e atualizar conceitos

04 09 22 31 34 36 44 46 48 52

Mundo Agro Editora Ltda. Rua Erasmo Braga, 1153 13070-147 - Campinas, SP

Publicação Bimestral nº 43 | Ano V Junho e Julho/2017

EXPEDIENTE Publisher Paulo Godoy paulogodoy@avisite.com.br Redação Érica Barros (MTB 49.030) Giovana de Paula (MTB 39.817) imprensa@avisite.com.br Comercial Karla Bordin comercial@avisite.com.br Assistente de Marketing Simone Barbosa Diagramação e arte Mundo Agro e Innovativa Publicidade luciano.senise@innovativapp.com.br

Eventos e Notícias Curtas O alimento ovo e a saciedade Catálogo de Produtos e Serviços

Internet Gustavo Cotrim webmaster@avisite.com.br Administrativo e circulação Caroline Esmi financeiro@avisite.com.br Sigam as nossas mídias sociais:

Cepea: Galinha dos ovos de ouro ou de diamante?

@revistadovo

I Simpósio Brasileiro de Bemestar na Produção de Ovos

www.facebook.com/ovosite

Opinião: “Precisamos comprovar e transmitir a qualidade da produção de ovos”, por João Henn, Embrapa Afinal, vacinas são todas iguais?

Para facilitar o acesso às matérias que estão na internet, disponibilizamos QrCodes. Utilize o leitor de seu computador, smartphone ou tablet

AviGuia Informe Técnico Comercial: Controle da Coccidiose Aviária em Poedeiras Comerciais Estatísticas

Revista do Ovo

3


Eventos

2017 Julho

Notícias Curtas Em maio

Exportação de ovos comerciais

13 a 16 Festa do Ovo de Bastos Local: Recinto de Exposições Kisuke Watanabe, Bastos, SP Realização: Sind. Rural e Prefeitura de Bastos Telefone: (14) 3478-9800 Site: www.bastos.sp.gov.br

Agosto 29 a 31 SIAVS - Salão Internacional da Avicultura e Suinocultura 2017 Local: Anhembi Parque, São Paulo, SP Realização: Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) Telefone: (11) 3095-3120 E-mail: siavs@abpa-br.org Site: www.siavs.org.br

31 Simpósio OvoSite: Desafios da Comercialização de Ovos O evento gratuito é considerado um dos mais importantes no calendário da avicultura de postura do Brasil. Local: Anhembi Parque, São Paulo, SP, Auditório 9 Realização: ABPA e OvoSite Telefone: (11) 3095-3120 E-mail: siavs@abpa-br.org Site: www.avisite.com.br/Simposio-OvoSiteSIAV-EMailMkt.html

Setembro 04 a 08 World Veterinary Poultry Association Local: Edinburgh, Escócia Site: www.wvpac2017.com

13 e 14 I Encontro Técnico em Avicultura Local: Areia, PB Realização: Grupo de Estudos em Tecnologias Avícolas Departamento de Zootecnia Universidade Federal da Paraíba/Centro de Ciências Agrárias E-mail: geta.ufpb@outlook.com.br

4

Revista do Ovo

Em maio, as vendas externas de ovos comerciais apurados através do sistema AliceWeb do MDIC atingiram o mais baixo volume do ano ou dos últimos 35 meses. A última vez que se embarcou volume menor, data do já distante mês de junho de 2014. O volume embarcado atingiu cerca de 3,984 milhões de unidades, cerca de 332 mil dúzias, representando redução de 36,2% sobre o embarcado em maio do ano passado. Em comparação com o também baixo volume exportado no mês anterior, abril, a queda chegou a 8%. Com isso, no acumulado dos primeiros cinco meses do ano a redução chega a 62,5%. O volume médio do período projeta para o ano cerca de 81,262 milhões de unidades. Se for alcançado, significará exportação anual inferior ao embarcado nos primeiros quatro meses de 2016. Comparado ao ano passado (embarques de 131,2 milhões de unidades), a redução atingirá 38%. Por ora, nos últimos doze meses, o índice de redução é muito maior em relação ao mesmo período imediatamente anterior, de 71,2%. O mês de junho não trouxe grandes expectativas pois, tradicionalmente, tem sido de baixos embarques. Assim, é certo que será o pior semestre dos últimos anos.


Brasil, 2016

Produção de Ovos e Consumo Per Capita

Dados divulgados no relatório anual da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), indicam que o volume de ovos comerciais produzidos no país atingiu quase 39,2 bilhões de unidades em 2016 e sofreu o primeiro retrocesso do novo século ou, do terceiro milênio. O índice de redução, inferior a 1%, pode ser considerado pequeno frente à crise econômica que vem assolando o país, causando aumento do desemprego e tirando a capacidade aquisitiva do consumidor. Um dos motivos para o baixo índice de retração pode ser exatamente a capacidade do setor em trabalhar com alimento nobre, saudável e com preços bem acessíveis à grande maioria da população. Mesmo com essa involução, a produção de ovos teve bons índices de crescimento nos últimos anos. Na década anterior (20012010) o volume de ovos evoluiu 3,4% ao ano, enquanto no decorrer da presente década a expansão anual atinge 4,3%. Isso fica mais perceptível na evolução do consumo per capita do último sextênio, quando saltou de 148 ovos em 2010 para 190 ovos por habitante em 2016. Para o corrente ano a avicultura de postura comercial alojou pintainhas suficientes para aumentar a produção de ovos e crescer

internamente e externamente. Mas, diante da crise interna que continua afetando a economia no decorrer de 2017, o avanço no consumo per capita, se houver, tende a ser pequeno.

A Revista do OvoSite

5


Notícias Curtas Alterações

Regulamento de inspeção animal Regulamentando duas velhíssimas leis (a 7.889, de 23 de novembro de 1989 e a quase setuagenária Lei nº 1.283, de 18 de dezembro de 1950), o Decreto nº 9.013/2017, que trata da inspeção sanitária e industrial de produtos de origem animal, acaba de, a um só tempo, ser alterado e sofrer uma série de retificações. Isto, apenas dois meses após sua publicação no Diário Oficial da União (30 de março de 2017). Nas retificações, são corrigidos mais de uma dezena de erros contidos na publicação original, a maioria envolvendo a grafia correta de palavras do texto. Já as alterações, efetivadas através de novo Decreto (9.069, de 31 de maio de 2017), envolvem algumas dezenas de dispositivos da publicação, inclusive relacionados à avicultura.

IBGE

Por exemplo, o Artigo 232 foi alterado e agora estabelece que “os aviários, as granjas e as outras propriedades avícolas nas quais estejam grassando doenças zoonóticas com informações comprovadas pelo serviço oficial de saúde animal não podem destinar sua produção de ovos ao consumo na forma que se apresenta”. E qual foi a mudança? Inclusão do advérbio de negação “não” (...podem destinar sua produção de ovos ao consumo na forma em que se apresenta), ausente na publicação de 30 de março. Para acessar, na edição de 1º de junho de 2017 do Diário Oficial da União, o texto do Decreto nº 9.069 e as retificações envolvendo o Decreto n 9.013: http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=01 /06/2017&jornal=1&pagina=1&totalArquivos=256

Produção de ovos aumenta 4% no 1º trimestre de 2017 Levantamento da produção de ovos do IBGE aponta que no primeiro trimestre de 2017 foram produzidas no Brasil pouco mais de 788 milhões de dúzias de ovos – cerca de 26 milhões de caixas de 30 dúzias, queda de 1,5% em relação ao quarto trimestre de 2016, ocasião em que, pela primeira vez, o volume produzido em um único trimestre ultrapassou a marca dos 800 milhões de dúzias. Porém, comparativamente a idêntico período de 2016, o volume registrado nos três primeiros meses deste ano apresentou aumento de 4,1%. Nos 12 meses transcorridos entre abril de 2016 e março de 2017 a produção levantada sempre apresentou evolução positiva em relação ao mesmo mês do ano anterior. Com isso, o total produzido nos últimos 12 meses aumentou pouco mais de 5% em relação a idêntico período anterior. O plantel apresentou, comparativamente ao mesmo período anterior, aumento trimestral de 2,5% e anual de 3,7%.

6

A Revista do OvoSite


A Revista do OvoSite

7


Notícias Curtas Em Santa Maria de Jetibá, ES

3º Concurso de Qualidade de Ovos Coopeavi divulga vencedores

1º lugar- Denerson Tesch, 2º lugar- Erguener Foesch, 3º lugar- Waldecy Lemke, todos de Santa Maria de Jetibá (ES)

O avicultor Denerson Tesch, de São Sebastião de Belém, zona rural de Santa Maria de Jetibá, na região serrana do Estado, é o vencedor do 3º Concurso de Qualidade de Ovos Coopeavi, promovido pela Cooperativa Agropecuária Centro-Serrana. O resultado foi anunciado durante a 4ª Feira de Avicultura e Suinocultura Capixaba (Favesu), em Venda Nova do Imigrante, realizada nos dias 22 e 23 de junho. Além de Tesch, a Coopeavi premiou Erguener Foesch (2º colocado) e Waldecy Lemke (3º colocado), ambos também de Santa Maria. O presidente da cooperativa, Arno Potratz; o vice, Denilson Potratz; e o diretor administrativo comercial, Argêo João Uliana; entregaram certificados e prêmios em dinheiro aos vencedores. O concurso tem a parceria da Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo (Aves) e visa incentivar e promover a qualidade do ovo capixaba. As etapas classificatórias compreendem as avaliações visuais classificatória, interna e da qualidade externa dos ovos, além da Máquina Digital Egg Tester (DET 6000). Com tecnologia japonesa, o aparelho avalia a resistência e a espessura da casca, assim como peso, cor da gema e altura do albúmen (clara do ovo).

Nutrição

Acréscimo de ovos à dieta pode impulsionar o crescimento dos bebês em situação de risco A introdução de ovos na alimentação melhorou substancialmente o crescimento dos bebês entre seis e nove meses de idade no Equador, e pode fazer o mesmo em outras regiões com escassez de recursos, afirmam pesquisadores. “Globalmente, existem 162 milhões de crianças com atraso no desenvolvimento, o que as coloca em risco de ter um desenvolvimento cerebral insuficiente, de contrair doenças infecciosas e de morte”, disse à Reuters Health a Dra. Lora Iannotti, da Washington University, em St. Louis, Missouri. “Em nossa opinião, a principal descoberta neste estudo foi o aumento importante do crescimento linear de 0,63 da

8

A Revista do OvoSite

pontuação Z do comprimento comparado à idade (curva de crescimento da OMS) e uma redução de 47% na prevalência de atraso ou parada do crescimento – mais de um terço acima do que tem sido observado em todo o mundo com as estratégias de alimentação complementar”. “As intervenções nutricionais convencionais, como o consumo de suplementos ou alimentos enriquecidos, não surtiram um efeito dessa magnitude”, acrescentou a Dra. Lora. “Os ovos fornecem muitos nutrientes, como a colina e outros fatores de crescimento, em matrizes de alta biodisponibilidade”.


Nutrição

O alimento ovo e a saciedade O ovo foi objeto de vários estudos científicos com características e análises diferentes para avaliar seu poder de saciedade quando consumido no café da manhã

Por Lúcia Endriukaite, Nutricionista do Instituto Ovos Brasil

O

organismo possui vários mecanismos importantes para a regulação da fome e a saciedade. Estímulos sensoriais, como visão, olfato e paladar, nutrientes liberados na corrente sanguínea, como glicose, proteína e gordura, hormônios gastrointestinais e hormônios produzidos pela célula adiposa sinalizam o hipotálamo que vai atuar na saciedade1. Vários hormônios são capazes, em estado normal, de fazer o ajuste

necessário para que ocorra a ingestão e a manutenção de energia, como também a redução na ingestão de alimentos, provocando saciedade. Estes hormônios atuam no cérebro, mais especificamente em dois núcleos no hipotálamo – núcleos laterais, responsáveis pela fome e núcleos ventromediais, responsáveis pela saciedade1. A grelina é um exemplo de hormônio produzido no estômago em períodos de jejum, que tem a função de provocar o aumento da fome e está relacionado à manutenção da energia. Com a ingestão alimentar, a produção de grelina é inibida e outros hormônios entram em ação1. A ingestão de gorduras e proteínas provoca a liberação de Colecistocinina (CCK) no intestino, o que favorece a contração e a secreção de bile pela vesícula biliar. PPY é outro peptídeo liberado pelo intestino que favorece a saciedade. Já a insulina, hormônio produzido pelo pâncreas, é liberado na presença de carboidrato e todos estes sinalizam o hipotálamo para promoção da saciedade1. A célula adiposa produz vários hormônios, entre eles a leptina que sinaliza o centro da fome com a finalidade de provocar a saciedade1. Assim, estes hormônios descritos são constantemente liberados e mantêm o equilíbrio entre a ingestão de alimentos e a saciedade. O ovo, importante de proteína, composto de gorduras, vitaminas e

AVES

Shellbiotic

Atingir o topo da qualidade… Com Shellbiotic: • • • •

maior persistência de postura maior eclodibilidade kelhor qualidade da Casca melhor qualidade do albúmen

Nuscience Nutrientes Rua Pref. José Carlos, 1915 Jardim Santa Júlia | Itupeva | SP Fone: (11) 4496.2888 | Fax: (11) 4496.1171 www.shellbiotic.com

Revista do Ovo

9


Nutrição

Tipo de estudo

Objetivo

30 pessoas com sobrepeso e consumo de 2 ovos ou bagel 2

Avaliar a saciedade entre grupo ovo ou bagel

21 homens Randomizado cross over Consumo de 3 ovos ou bagel 3

Avaliar o efeito de 2 cafés da manhã ( ovo ou bagel) sobre os hormônios , saciedade e ingestão alimentar

73 estudantes. Estudo de 14 semanas Consumo de 3 ovos no café da manhã ou bagel 4

Avaliação do papel de diferentes cafés da manhã com e sem ovos no controle de peso e lipídios plasmáticos

Sem perda de peso Sem alterações nos lipídios plasmáticos

Avaliar marcadores de risco cardiovascular, medidas antropométricas

Não houve alteração nas medidas antropométricas. Sem alterações na relação LDL/HDL, mesmo com aumento de colesterol; sem alterações no triglicérides e enzimas hepáticas. Maior saciedade e menor produção de grelina quando comparado à aveia

50 pessoas Estudo de 4 semanas randomizado e cross over Consumo de 2 ovos ou aveia 5

Como o ovo é fonte de colesterol, vários estudos avaliam as gorduras séricas após um consumo rotineiro de ovo, no entanto estudos realizados não tiveram aumento do colesterol e relação LDLc/ HDLc, triglicérides e enzimas hepáticas 10

Revista do Ovo

minerais, foi objeto de vários estudos científicos com características e análises diferentes para avaliar seu poder de saciedade quando consumido no café da manhã, já que esta refeição é muito importante e ocorre após longo jejum. Através de análise subjetiva, com preenchimento de questionários e escala de avaliação de saciedade, o consumo de ovo no café da manhã promoveu grande saciedade quando comparados a bagel 2 e aveia 3. Como o ovo não possui carboidrato na composição, não ocorre demanda de insulina e menor variação da glicose no grupo ovo. Em relação à grelina, não houve diminuição desta após o café da ma-

Resultado Houve maior saciedade no grupo ovo. Sem alteração na produção de grelina Houve menor ingestão de calorias Sem aumento da insulina Sem alteração de grelina , leptina

nhã, mas sua secreção foi menor no grupo “ovo”. Já com relação à leptina, GLP-1 e PPY não houve alteração nas avaliações de 30 e 180 minutos em ambos os grupos 3. Como o ovo é fonte de colesterol, vários estudos avaliam as gorduras séricas após um consumo rotineiro de ovo, no entanto estudos realizados não tiveram aumento do colesterol e relação LDLc/HDLc, triglicérides e enzimas hepáticas. O ovo é um alimento saboroso, de fácil acesso e prático – promove a saciedade e quando consumido em alimentação com menor valor energético pode favorecer a perda de peso. Acesse as referências em nosso site: www.ovosbrasil.com.br.


LANÇAMENTO

AVICULTOR, FIQUE SEMPRE ATUALIZADO CONTEÚDO TÉCNICO DE QUALIDADE VOCÊ SÓ ENCONTRA NO AGNEWS

Há alguns anos nos comprometemos em oferecer conteúdo técnico de qualidade, gratuito, visando o crescimento do produtor e o desenvolvimento do agronegócio nacional. Hoje, damos mais um passo neste sentido: lançamos o app AgNews. Informação para o seu dia-a-dia para melhorar seus resultados, na palma de suas mãos. Só quem é muito mais que nutrição pode honrar este compromisso. Com o AgNews Aves, você fica atualizado sobre os mais importantes assuntos: Produtividade Nutrição Genética Rentabilidade Manejo Mão de Obra Notícias Gestão Dicas O App do avicultor bem informado. Agroceres Multimix. Muito Mais que Nutrição. Baixe agora em agnews.agroceresmultimix.com.br

Revista do Ovo

11


Em busca da excelência

Concurso Qualidade de Ovos de Bastos (SP): há quase 70 anos, um marco na avicultura de postura Conheça a história e a tecnologia atual do primeiro concurso para avaliação de ovos do país

F

oi em 1948 que surgiu o primeiro Concurso de Qualidade de Ovos de Bastos. Precisamente 20 anos após o início da colonização da antiga Fazenda Bastos, que fora adquirida para lotear sítios para abrigar uma leva de migrantes japoneses ansiosos por uma terra nova que a livraria da grave crise que o Japão atravessava à época. Com muito sacrifício e entusiasmo, em 1948 a então Cooperativa Agrícola

12

Revista do Ovo

Bastos realizou uma festa de comemoração muito diferenciada das que já vinha realizando a cada aniversário de fundação de Bastos. Aquele era um ano para se comemorar especialmente a produção de ovos, cada vez maior e mais importante para a economia local. Aquela foi a primeira Festa do Ovo que se tem notícia, a que inaugurou o costume de montar-se um portal feito em ovos para recepcionar avicultores e visitantes.

E também o primeiro concurso de qualidade de ovos da história. Os donos de cada uma das propriedades rurais do recente município do Oeste Paulista entregaram amostras de sua produção de ovos para que passassem por uma avaliação. Ainda sem nenhuma pretensão científica, o primeiro Concurso aconteceu com uma regra muito simples: destacar os ovos mais bonitos. Mesma regra valendo para as hortaliças. Ser


classificado pelos técnicos da então Cooperativa era um enorme orgulho. Foi com o passar dos anos que o ovo se destacou definitivamente entre todos os produtos da agroindústria de Bastos. Crescendo em relevância comercial, passou a ter um concurso inteiramente dedicado à mensuração da qualidade do produto, com as regras indo além dos aspectos externos, ou seja, sua “beleza”. A partir dos anos 1960, estava consolidada a vocação de Bastos para a produção de ovos e o município já ostentava, com merecimento, o título de Capital do Ovo. A cada ano foi ficando mais importante destacar-se naquele concurso que diferenciava as granjas pelo capricho com a produção do ovo. E, claro, conforme o produtor de Bastos se especializava em poedeiras comerciais, melhor ficava seu produto final. Principalmente para os avicultores que seguiam em suas granjas os ensinamentos técnicos oferecidos às cooperativas de produtores – e que já eram muitas

àquela altura da história de Bastos. Nos anos 1970 e 1980, a profissionalização da avicultura de Bastos era já consagrada, atraiu negócios diversos para a região toda, inclusive estimulando a expansão da produção de ovos para os municípios vizinhos, área geoeconômica que hoje o Ministério da Agricultura chama de Bolsão de Bastos. A Festa do Ovo era um sucesso também enquanto evento de referência para todo o segmento da postura comercial brasileira. E o Concurso de Qualidade de Ovos, agora já realizado por uma comissão de avicultores independentes, com apoio dos técnicos avícolas e médicos veterinários que davam o suporte à produção local. Com o tempo, foram-se incorporando novas regras e parâmetros para premiar as granjas com ovos de melhor qualidade. As mudanças e a modernização do Concurso começaram a ser aceleradas nos anos 1990 e principalmente nos anos 2000, com a inclusão de novas técnicas para mensuração da

Digital Egg Tester: alta tecnologia presente ao Concurso Qualidade de ovos

Revista do Ovo

13


Em busca da excelência unidade Haugh (que mede o frescor do ovo) e uso de instrumentos de apoio ao julgamento, como o uso do leque colorimétrico para classificar a tonalidade de amarelo da gema. Em 2009, a tecnologia chegou de vez ao Concurso de Bastos, que incluiu a metodologia de mensuração de qualidade através da máquina Digital Egg Tester, utilizada em laboratórios de análise de ovos de indústrias, centros de pesquisa e em granjas de grande porte. Hoje o Concurso de Qualidade de Ovos de Bastos tem a mesma “idade” da Festa do Ovo: 69 anos, mas como nos tempos pioneiros de Bastos o evento só acontecia a cada cinco anos, a Festa do Ovo está em sua 58ª edição. Se começou despretensioso há quase 70 anos, hoje o Concurso de Qualidade é um rigoroso filtro que oferece chances aos produtores que inscrevem amostras de ovos de alto padrão de qualidade. E a cada ano a disputa é mais acirrada, com resultados que demonstram que há uma evolução crescente no manejo nutricional do plantel, além de uma correlação importante entre os cuidados zootécnicos e sanitários e a qualidade final do ovo em todos os seus aspectos.

Técnica e ajustes comerciais

Christian Maki, presidente da Comissão Organizadora do Concurso de Qualidade de Ovos faz questão de ressaltar que apenas vencer o Concurso não basta para ter sucesso no mercado. “O mais importante é o constante trabalho com qualidade, o que deve ser feito na produção comercial no dia a dia”

Fortalecido pela quantidade de ovos produzidos em Bastos e região – algo, hoje, em torno de 19 milhões de ovos por dia - o Concurso bastense também foi crescendo em exigências, aprimoramento técnico e credibilidade. Seus resultados são, reconhecidamente, um parâmetro para empresas de nutrição e genética e são divulgados internacionalmente. Há três anos inspirou a implantação de um concurso semelhante entre avicultores capixabas ligados à Coopeavi, de Santa Maria de Jetibá, município que é também um grande produtor de ovos (leia mais na página 08).

14

Revista do Ovo

Mesmo quando os produtores preparam lotes especialmente para concorrer no Concurso, os ganhos com o aprendizado durante o processo são notáveis. É frequente o produtor ver resultados de qualidade tão visíveis a partir das medidas que adotou com um plantel específico, que prefere investir um pouco mais e passa a oferecer a inovação para todos os lotes de aves na granja. Assim, a busca pelo melhor resultado no Concurso de Qualidade leva a melhor resultado na granja. E produto melhor, mercado maior. É essa a lógica que move quem investe em qualidade, e em Bastos não é diferente. Cada produtor que já foi campeão em uma das três categorias sabe o quanto o nome da granja cresce no mercado. Mesmo que poucos invistam em marketing posteriormente ao Concurso, só a divulgação dos resultados que apontam as granjas campeãs já estimula mais vendas da empresa naquele ano. Christian Maki, presidente da Comissão Organizadora do Concurso de Qualidade de Ovos pela quarta vez consecutiva – e ele próprio um campeão em qualidade na categoria ovos vermelhos – faz questão de ressaltar que apenas vencer o Concurso não basta para ter sucesso no mercado. O mais importante é o constante trabalho com qualidade, o que deve ser feito na produção comercial no dia a dia. “É nesse dia a dia que se conquista o conceito de qualidade dentro da mente do consumidor. O prêmio do Concurso apenas vai reforçar e coroar esse conceito conquistado no árduo trabalho cotidiano”, destaca Christian Maki. A expectativa pela participação do Concurso e a ansiedade até a divulgação dos resultados têm sido maiores nos últimos anos pelo alto nível de exigências do regulamento oficial da disputa. Cada vez mais produtores se interessam em, pelo menos, ranquear no Concurso. O que significa ter o nome da granja entre os seis primeiros colocados em ovos das categorias brancos e vermelhos, ou entre as três melhores colocações em ovos de codorna. Um aspecto a se notar também é que o Concurso ajuda a divulgar, junto ao consumidor, o conceito de que o ovo é um produto de valor, que merece prêmios e troféus. Todos os anos a comissão organizadora do Concurso tem um estande para expor todos os ovos ranqueados, expostos como joias em vitrine.


Predictable performance

May the force be with you! SMn-P-AP-15.07-EN • Avalone The information provided in this document is at the best of our knowledge, true and accurate. However, products must only be used in compliance with local laws and regulations and we cannot guarantee freedom of use for every intended application or country.

Safmannan® é uma exclusiva fração premium de levedura, rica em ingredientes ativos naturais como mananos e beta-glucanos. Produzido a partir de uma abordagem única em nossa fábrica de última geração, Safmannan® oferece excelente consistência e qualidade, para o desempenho que você pode confiar em todas as vezes. Com base em pesquisas publicadas e testes de campo, Safmannan® ajuda a: • Apoiar as defesas naturais • Reduzir a pressão por patógenos • Estimular a função intestinal • Limitar o impacto por estresse calórico

phileo-lesaffre.com vendas@phileo.lesaffre.com

LESAFFRE AN IMAL CAR E Revista do Ovo

15


Em busca da excelência

Com a palavra, representantes da Comissão Julgadora Gonçalo Palone O experiente zootecnista Gonçalo Palone volta a participar do seleto grupo de juízes do Concurso de Qualidade de Ovos de Bastos na versão 2017 do evento. Sua primeira participação na comissão julgadora foi em 2014 e ele faz questão de ressaltar: “Foi um importante aprendizado. Estar com vários profissionais experientes do setor durante o Concurso proporcionou-me maior conhecimento sobre a análise dos ovos e contribuiu para que eu reavaliasse alguns aspectos que - vejo hoje - são importantes para a formação de um ovo com qualidade”. Gonçalo Palone graduou-se em 1999 pela Universidade Estadual de Maringá (PR), e tem especialização em Nutrição de Aves e MBA em Agronegócios pela Universidade Toledo. Já atuou como assistente técnico de campo, nutricionista e gerente comercial em três grandes empresas do setor de Nutrição Animal. Desde 2009 ele é diretor executivo da Vet Nutrition, e é através dela que representa, no Estado de São Paulo e Paraná, três importantes empresas de nutrição animal nos segmentos de avicultura de postura e de corte: a De Heus do Brasil, Orffa do Brasil - ambas companhias holandesas -, e a YES, empresa brasileira com crescente penetração no mercado internacional. O zootecnista está com grande expectativa em sua segunda participação no Concurso de Qualidade de Ovos de Bastos, e diz que é uma honra voltar a compor a comissão julgadora: “Sempre trabalhei nutricionalmente para viabilizar uma melhor qualidade dos ovos nos planteis e minha expectativa nesta nova

participação no Concurso é poder, de alguma forma, transmitir esta experiência adquirida ao longo dos anos de trabalho em campo”. Gonçalo ressalta que para os produtores que participam do Concurso de Qualidade, a boa colocação dos ovos de sua granja na competição é um indicativo de um excelente trabalho realizado na granja, tornando-os uma vitrine da empresa ranqueada. “Produtores de todas as regiões nos questionam sobre as granjas que atingem índices de alta qualidade no Concurso, e se interessam em saber qual foi o trabalho realizado para se obter tal êxito. E todos eles ficam abertos a novos conceitos a partir dos resultados apontados em Bastos”, afirma. Conhecedor, há muito tempo, do trabalho qtue a Capital do Ovo faz em seu dia a dia na produção de ovos, Gonçalo Palone afirma, com confiança, que o Concurso de Qualidade de Ovos em Bastos ajuda a promover a ideia de que sempre pode haver melhorias contínuas nas granjas. “Isso ajuda a aperfeiçoar a postura comercial do Brasil como um todo”, ressalta. Enquanto zootecnista experimentado e atento, Gonçalo afirma que o ‘segredo’ para avaliar a qualidade dos ovos no Concurso de Bastos é observar o quanto os ovos inscritos apresentam “harmonia entre nutrição, genética e manejo da granja”. Segundo ele, é com a harmonia entre esses aspectos que se obtém o equilíbrio necessário para a alta qualidade de casca, da gema e do albúmen, itens fundamentais para o bom resultado final do concorrido evento da Capital do Ovo.

Gonçalo Palone:

“O ‘segredo’ para avaliar a qualidade dos ovos no Concurso de Bastos é observar o quanto os ovos inscritos apresentam harmonia entre nutrição, genética e manejo da granja”

16

Revista do Ovo

Elisabete Aparecida Lopes Guastalli:

“O consumidor é o maior beneficiário dos investimentos feitos pelas granjas para ampliar a qualidade do ovo”

Elisabete Lopes Guastalli Elisabete Aparecida Lopes Guastalli é bióloga formada pela FAI - Adamantina (SP), com mestrado em microbiologia agropecuária pela Unesp/Jaboticabal (SP). Ela é pesquisadora do Instituto Biológico de São Paulo - Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de Bastos (SP), e participa do Concurso pela terceira vez. Ela diz que “na produção de ovos os desafios são constantes e o produtor está sempre em busca de ferramentas eficientes para vencê-los. Nós, juízes, temos a consciência de que, avaliar o ovo não é avaliar apenas o produto em si, mas, sim, todo o contexto que envolve a produção na granja, como o manejo, a nutrição e a sanidade. Por isso, durante o julgamento, todos os critérios são cuidadosamente tratados”. A bióloga do Instituto Biológico destaca que a inclusão da fase de análise pela máquina Digital Egg Tester foi muito importante para a evolução do Concurso de Qualidade: “Os dados científicos da máquina complementam nossa avaliação. Através dos resultados da Digital Egg Tester são revelados em minúcias valores importantes dos ovos. Com a metodologia convencional, ou seja, manual, não seria possível num só dia fazer análises em profundidade de tantas amostras como as que são colocadas em julgamento a cada ano.” Segundo a juíza do concurso, o consumidor é o maior beneficiário dos investimentos feitos pelas granjas para ampliar a qualidade do ovo. “O produto que sai da granja com maior qualidade mantém-se bom por todo o período de estocagem, seja na prateleira do supermercado ou na geladeira do consumidor”, aponta Elisabete Lopes Guastalli.


Editorial

2

A Revista do AviSite

Revista do Ovo

17


Em busca da excelência Miguel Valls

Miguel Valls:

“O Concurso de Qualidade de Ovos de Bastos é uma ideia excelente e não conheço uma disputa similar no mundo”

O médico veterinário espanhol Miguel Valls é o nome internacional na comissão julgadora do Concurso de Qualidade de Ovos de Bastos 2017. Esta será sua quarta participação no evento da Capital do Ovo brasileira. Valls é especialista no acompanhamento do ganho genético das aves poedeiras. Ele atua na assistência técnica pela Novogen, do Groupe Grimaud, que tem sede na França. Sua função é percorrer granjas e produções avícolas em vários países do mundo acompanhando o desenvolvimento das linhagens da Novogen. Atua principalmente no Sul da Europa (Espanha, Itália e Portugal), além da Turquia e Egito. Trabalha também o Brasil, devido a importância do país para os planos do Groupe Grimaud para a América Latina. Em sua primeira participação no julgamento do Concurso de Qualidade de Ovos de Bastos, Valls surpreendeu-se com o quanto as fases de análises dos ovos são minuciosas. “É muito interessante como são organizadas as várias etapas do Concurso. E posso dizer que é também exaustivo”, disse, referindo-se ao fato de que os juízes e os organizadores trabalham por muitas hora até ter o resultado final nas categorias Ovos Brancos, Ovos Vermelhos e Ovos de Codorna. “O Concurso de Qualidade de Ovos de Bastos é uma ideia excelente e não conheço uma disputa similar no mundo. Iniciativas assim certamente estimulam tanto o produtor de ovos quanto as empresas de genética a buscarem aprimorar a produção do ovo, que é o produto final a que nos dedicamos”, elogia o especialista espanhol. Para ele, o ovo reflete todo os fatores de produção, como manejo na granja, a nutrição das aves, e também a resposta de diferentes genótipos às condições de cada mercado. “Assim, ganhar o primeiro lugar no Concurso de Qualidade significa ter feito um bom trabalho em todas essas áreas. É um estímulo para todos que atuam na produção, em todos os níveis”. Profissional experiente em campo, Valls sabe bem os critérios que devem ser levados em conta na hora de julgar os ovos. E de qualidade de ovos esse médico veterinário espanhol entende bem: “Na Novogen, temos um laboratório dedicado exclusivamente a realizar, diariamente, diversas análises científicas do ovo, tanto de sua qualidade externa quanto interna. Do ponto de vista do consumidor, sabemos que os aspectos mais importantes são a ausência de defeitos, seu frescor, cor e textura da casca”.

Os últimos campeões, em 2016 Granja Katsuhide Maki – Ovos Vermelhos

Tradicional produtor de Bastos, Katsuhide Maki:

“Nos tempos mais modernos e profissionalizados da avicultura passamos a enxergar as vantagens e benefícios comerciais que o título de campeão em qualidade representa para a imagem ou conceito da granja no mercado”

18

Revista do Ovo

Entre as granjas várias vezes campeã está a propriedade do tradicional produtor Katsuhide Maki. Ele conta, há mais de dez anos, com a ajuda dos filhos Christian e Charles Maki na administração da granja. O primeiro concurso sua família ganhou ainda com o pioneiro Teruo, pai do senhor Katsuhide, no ano de 1977. Em 2016, a granja foi campeã pela 11ª vez. A Granja Katsuhide Maki é especializada em ovos vermelhos e sempre concorreu nessa categoria. Katsuhide Maki, que faz questão de dividir os prêmios de campeão com seus dois filhos, diz que é um imenso orgulho ter sua granja como referência em qualidade, com 11 títulos de campeão e várias outras honrosas classificações no ranking da categoria ovos vermelhos. Títulos que o orgulha ainda mais agora, em que o Concurso é tão rigoroso em seus critérios de análise. Ele lembra: “No início o Concurso era bem rudimentar e ‘amador’. Competia-se pelo orgulho e satisfação de ter o melhor ovo. Apenas nos tempos mais modernos e profissionalizados da avicultura é que passamos a enxergar as vantagens e benefícios comerciais que o título de campeão em qualidade representa para a imagem ou conceito da granja no mercado.”


Revista do Ovo

19


Em busca da excelência Granja Marcelo Maki - Ovos Brancos O produtor Marcelo Maki foi campeão em qualidade de ovos pela primeira vez em 2012, na categoria ovos vermelhos. De lá para cá já venceu mais dois concursos nessa categoria – nos anos de 2013 e 2015. O título ainda inédito para ele era o primeiro lugar em ovos brancos, a categoria mais disputada do Concurso de Qualidade de Ovos de Bastos, título que conquistou em 2016. O produtor Marcelo Maki diz que tem dois aspectos importantes que ficam claros quando vence o Concurso de Qualidade: a marca ganha mais reconhecimento e, o que ele considera tão importante quanto: a comemoração de sua equipe e os técnicos que o apoiam. “Todo o pessoal se sente muito orgulhoso em ter a granja reconhecida como campeã em qualidade e é uma satisfação geral. Demostra que estamos trabalhando bem. Em termos comerciais, ser campeão em Bastos é sempre uma vantagem. Não digo que consigamos vender o ovo com melhor preço, mas temos nossa marca mais lembrada e, em fases que há sobras de ovos, nossa marca tem mais facilidade de ser colocada no mercado”. Quanto ao aprendizado que o Concurso representa para implementação de tecnologias e manejo para aprimorar a produção, Marcelo Maki admite que já estendeu para todo seu plantel de ovos vermelhos o que já aprendeu no trabalho nutricional diferenciado que fez para destacar-se no concurso. “Antes fazia algumas práticas só em lotes específicos para clientes ou para o Concurso, mas entendi que vale a pena fazer esse trabalho em todo o plantel de aves vermelhas”, afirma.

Marcelo Maki, produtor campeão em 2016 (ovos brancos):

“Todo o pessoal se sente muito orgulhoso em ter a granja reconhecida como campeã em qualidade e é uma satisfação geral”

Granja Nakanishi – Ovos de Codorna Os irmãos James e Alfredo Nakanishi têm um histórico de vários campeonatos conquistados na categoria ovos de codorna, desde que a categoria passou a integrar o Concurso, há mais de uma década. Eles são filhos do produtor Tsunehiro Nakanishi, tradicional em ovos comerciais. Foi Tsunehiro quem estimulou seus filhos a buscarem outras oportunidades em avicultura, um desafio que os dois aceitaram, apostando no mercado de codornas. Hoje a família tem o Grupo Nakanishi, com setores de produção de ovos in natura de galinha e de codornas, além de uma fábrica de processamento de ovos de codorna. “Ganhar o Concurso de Qualidade é uma satisfação enorme! Representa muito para nossa família, ainda mais nos últimos anos, em que a categoria Ovos de Codorna ficou com mais exigências e parâmetros mais rigorosos. Quando os ovos eram julgados só pela aparência externa fomos campeões várias vezes, mas agora está cada vez mais difícil diferenciar-se. Vencer significa que estamos fazendo um bom trabalho com nosso plantel”.

Alfredo Nakanishi, campeão na categoria ovos de codorna em 2016:

“Ganhar o Concurso de Qualidade é uma satisfação enorme!”

20

Revista do Ovo


Revista do Ovo

21


Catálogo de Produtos e Serviços

Catálogo de Produtos e Serviços Acompanhe aqui as novidades das empresas no nosso Catálogo de Produtos e Serviços para a Festa do Ovo de Bastos A Adisseo é um dos maiores fabricantes do mundo de aditivos e soluções nutricionais para animais. Sua missão é prover metionina, vitaminas, enzimas, antioxidantes, probióticos e serviços para uma nutrição animal sustentável.

Selisseo Selisseo® é a primeira Selenohidroxi-metionina do mercado capaz de assegurar 100% de eficiência e benefícios do Selênio orgânico. Selisseo aumenta a resistência ao estresse, melhora o desempenho reprodutivo e produtivo das aves e a uniformidade do lote. Além disto, propicia a produção de ovos com cascas mais resistentes e maior durabilidade. Endereço: Av. Maria Coelho Aguiar, 215 - Jardim São Luís, São Paulo – SP Telefone: (11) 3741-8613 E-mail: nutricao.info@adisseo.com

feedsolutions.adisseo.com Há 22 anos no mercado, a bioBoaVista destaca-se pela inovação e desenvolvimento de produtos para diagnóstico microbiológico que atendem as necessidades dos mais diversos setores da indústria, dos laboratórios de análises clínicas e da avicultura. Oferece soluções práticas nas análises microbiológicas dos laboratórios de controle de qualidade e no monitoramento microbiológico de ambientes, através de uma gama de produtos como meios de cultura prontos para uso, Swabs para coleta de amostras e Dry Bags com BPW (Água Peptonada Tamponada), entre outros.

22

Revista do Ovo

Swab de arrasto para controle de Salmonella em aviários - BBV O kit propé umedecido é um swab de arrasto utilizado na coleta e pré-enriquecimento de amostras para detecção de espécies de Salmonella, mantendo as células viáveis e a recuperação de células injuriadas até o momento da análise no laboratório. É composto por um par de propés previamente umedecidos com leite desnatado ou água peptonada tamponada 2% (BPW) estéreis acondicionados em um saco de amostragem estéril. Validade de 1 ano. Endereço: Rua Hum, 437 - Jd. Novo Espírito Santo Valinhos – SP - 13273-200 Telefones: (19) 3849-7499/ 3871-1822 E-mail: contato@bioboavista.com.br

www.bioboavista.com.br


Debicadores Lyon Os debicadores produzidos pela Lyon Technologies são mundialmente conhecidos e aprovados, apresentam alta precisão com corte limpo e perfeito no bico da ave, são desenhados para proporcionar maior rendimento com o mínimo de manutenção e encontrados nas versões manual, utilizado por meios de unidade de força ou automático com controle de pé.

Bebedouros Nipple IMPEX

A Agro Select é importadora e distribuidora, exclusiva no Brasil, das marcas Impex (Holanda) fabricante de bebedouro nipple para aves e suínos, Salter(Inglaterra) fabricante de Balanças de Alta Precisão, Lyon Technologies (USA) fabricante de debicadores, lâminas e acessórios para debicagem. Comercializando produtos de alta qualidade, a empresa conta com uma equipe que atua no mercado há mais de 20 anos e representantes em todos os estados brasileiros, que buscam atender à necessidade de seus clientes com confiança, transparência e agilidade.

www.agroselect.com.br

Uma das maiores fabricantes mundiais de Hidroquinona, matéria prima base para fabricação dos antioxidantes sintéticos, BHA e TBHQ, a Camlin Fine Sciences iniciou sua operação fabril no Brasil em 2014 com a produção de mesclas de antioxidantes sintéticos e naturais para diferentes segmentos do mercado.

A IMPEX é pioneira na fabricação de sistemas de bebedouros para aves, mundialmente conhecida e com mais de 45 anos de experiência no mercado. Os bebedouros nipple são produzidos com 100% de garantia da mais alta tecnologia e qualidade. Seu uso é ideal para granjas poedeiras, de recria e frango de corte, entre outras, variando de acordo com cada produção e a necessidade específica de vazão de água.

Endereço: Rua Duque de Caxias, 2.150 – B. Santa Rosa – Artur Nogueira, SP – CEP 13.160-000 Telefone: (19)3802 1861 E-mail: agroselect@holnet.com.br / comercial@agroselect.com.br

Xtendra 63 Antioxidante de alta performance com BHA e Etoxiquina em concentrações equilibradas, garantindo maior estabilidade às formulações de premixes e rações, controlando a oxidação de ingredientes importantes e aumentando a vida de prateleira do produto final.

Endereço: Rua Esmeralda Martini Paula, 189 Distrito Industrial e Comercial Vitória Martini - Indaiatuba – SP CEP 13.347-636 Fone: (19) 3115 3007 e-mail: slsinfo.br@camlinfs.com

www.camlinfs.com Revista do Ovo

23


Catálogo de Produtos e Serviços No comando do Sr. Carlos Henrique, tem 50 anos no ramo de Avicultura em geral avicultura, cobrindo todo território nacional, e sempre buscando um produto de melhor qualidade com o menor preço.

Bebedouros automáticos de Nipple (chupeta) Fabricamos e recuperamos bebedouros nacionais e importados de alta e baixa pressão com uma estrutura desde 1997 e experiência adquirida junto a Monoflo Internacional. · Gaiola para postura, com sistema automático de ração e coleta automático dos ovos (3 andares), além de recria e pinteiros. Temos gaiolas novas, semi novas e automáticas; · Telas plástica, metálicas e plastificadas; · Comedouros para criadeiras (todos os modelos); · Gaiolas completas, seminovas (diversas); · Tanque redes p/ peixes. Endereço: Av. Heróis do Acre, 100 Bloco A - Apto 204 - Passaré Fortaleza/CE - CEP: 60.743-760 e-mail: chrepresentacoes@hotmail.com Telefones: (85) 9 8798-2425 / Oi - (85) 9 9997-5059 / Tim - (85) 3393-0258 / Fixo

A OKSER, Consultoria com foco em atuação no mercado de PMES (empresas em crescimento) tem a missão de oferecer um novo modelo de consultoria de negócios, a partir de soluções de gestão empresarial. Com sedes nos municípios de São Paulo e Campinas, temos ampla atuação no território nacional.

Com a adoção do SAP Business One a Iana Alimentos otimizou suas rotinas de trabalho, simplificando os processos a serem realizados por sua equipe. A empresa também ganhou com a precisão das informações para o Fluxo de Caixa e Gestão Contábil. Conheça o software e a História de Sucesso em nosso site. Endereço: Av. das Nações Unidas, 14.401 – C2 – Torre Tarumã – Cj. 105 São Paulo – SP – CEP: 04794-000 Telefone: (11) 3294-6905 E-mail: okser@okser.com.br

www.okser.com.br

Empresa líder no mercado de Biosseguridade, possui em seu portfólio produtos que vão desde controle de pragas a detergentes e desinfetantes. Sua preocupação está nos detalhes que transformam o resultado final de seus parceiros em grande sucesso.

LTEW- Liquid Tray and Egg Wash Sem mais desculpa para ovos sujos! O mais novo detergente desenvolvido exclusivamente para a lavagem de ovos, além de auxiliar na remoção de sujeiras, proteínas e resíduos nas bandejas, caixas, racks, bandeja de transporte de ovos entre outros; é um detergente alcalino clorado de baixa formação de espuma. Totalmente seguro, prático e eficiente.

Endereço: R. Alberto Guizo, 760 - Distrito industrial João Narezzi CEP: 13347- 402 Cidade: Indaiatuba – SP Fone: (19) 3935-3727

www.neogendobrasil.com.br 24

Revista do Ovo


O Grupo Orffa é líder na Europa em marketing e vendas de aditivos de valor agregado para a nutrição animal. Atua em mais de 75 países e possui ao redor de 800 clientes, comercializando mais de 150 mil toneladas de aditivos para alimentação animal, com um faturamento de 230 milhões de Euros por ano. Orffa do Brasil localizada em São Caetano do Sul/SP é a nova subsidiária do grupo europeu.

Alliin Plus é um aditivo para alimentação animal com compostos ativos do extrato de alho e canela, ambos, com efeitos benéficos sobre a saúde intestinal, influenciando a microbiota do intestino. Alliin Plus, pode ser utilizado como parte de uma estratégia alternativa, a fim de reduzir o uso de antibióticos. Melhor saúde intestinal resulta em ganhos significativos em desempenho animal. • Combinação do extrato de alho e canela • Alta concentração de princípios ativos • Produto estável, processo de produção único • Aplicável em múltiplas espécies animais • Estimula à saúde e o desempenho dos Animais. Endereço: Al. Terracota 185, CJ. 1202, São Caetano do Sul, SP-CEP.09531-190 Telefone: (11) 4318-4827 E-mail: banov@orffa.com

www.orffa.com

Indústria têxtil multinacional, presente nos EUA, Alemanha, Hungria, México e Brasil, atendendo a indústria, o agronegócio e a infra-estrutura. A Propex NÃO utiliza matéria-prima reciclada, o que é de fundamental importância para manter a qualidade, a resistência e a durabilidade dos produtos.

Cortinas para avicultura e suinocultura, que atendem desde a postura à engorda, apresentando a maior durabilidade do mercado, alta resistência ao manuseio mecânico e garantia de 3 anos contra degradação por incidência de raios UV. Os tecidos Propex podem ser plastificados sem emenda até 3,20m de largura. Endereço: Rua Rodolpho Hatschbach, 1581 - Curitiba - CEP 81460-030 Telefone: (41) 3303-1140 E-mail: vendas@propexglobal.com

www.propex.com.br

Safeeds é a junção de safe (seguro, do inglês) e feed, de ração. Ou seja, ração segura. Com esta preocupação, os pesquisadores investem na busca constante de novas tecnologias e na sustentabilidade dos produtos, sem descuidar da segurança alimentar. A Safeeds atua no mercado de aditivos não medicamentosos e alimentos funcionais para nutrição animal desde 2004.

ACIDSAFE® ACIDSAFE® é um produto microencapsulado, com formulação exclusiva, que combina ácidos orgânicos com potentes óleos essenciais, resultando em um aditivo sinérgico e eficaz para a alimentação de aves e suínos. Possui ação segura para o controle da flora, melhorando o GPD e a CA, com ação preventiva em problemas intestinais, além de reduzir a contagem de Salmonelas.

Endereço: Rod. BR 467, Rua Marginal, n° 21 - Cascavel - PR Telefone: (45) 3309-5000 E-mail: safeeds@safeeds.com.br

www.safeeds.com.br Revista do Ovo

25


Catálogo de Produtos e Serviços Fundada no Brasil em 1986, a Seifun atua como produtora de pigmentos 100% naturais para avicultura, atendendo aos mercados nacional e internacional. Sua missão é entregar produtos altamente qualificados e eficazes, focando o bem estar do animal e zêlo pela saúde dos produtos e do consumidor.

Sun Red S-50 Pigmentante 100% natural, extraído da páprica ( Capsicum annuum). Riquíssimo em carotenóides, que atuam de forma eficaz na coloração de gemas de ovos, frangos de corte e aves ornamentais. O poder antioxidante dos carotenóides promovem a preservação dos animais e produtos, além de favorecer a qualidade visual. Endereço: Avenida Indianópolis, 2841- Planalto Paulista CEP:04063-005 – São Paulo – SP Telefone: (11) 4043-2140/ (11) 5594-2813 E-mail: comercial@seifun.com.br

www.seifun.com.br

A Spumapac, parceira do segmento de ovos desde a sua criação em 1970, foi a primeira empresa a fabricar produtos em poliestireno expandido no Brasil, sendo referência em termos de qualidade e inovação.

As embalagens Spumapac são aprovadas para contato com alimentos, não absorvem resíduos, possuem alta resistência e proporcionam o acondicionamento correto aos ovos, protegendo o produto durante o transporte e proporcionando melhor aspecto visual nas gôndolas. Endereço: Rua Prof. Pedro Clarismundo Fornari, 2980 Bairro do Engordadouro – Jundiaí –SP - CEP 13214-660 Telefone: (11) 4589-7272 e-mail: comercial@spumapac.com.br

www.spumapac.com.br

Somos uma empresa 100% brasileira, com 5 anos de experiência no mercado de nebulização. Desenvolvemos bicos e sistemas que podem ser utilizados em diversas aplicações, tais como: Climatização de Ambientes, Desinfecção/Sanitização e Neutralização de Odores.

Climatização e Desinfecção Sistemas de nebulização de alto desempenho, com bicos em cerâmica de elevada pureza e durabilidade, que geram economia e reduzem drasticamente a mortalidade das aves, trazendo produtividade e retorno rápido do investimento. Tecnologia testada e aprovada por diversas granjas do país.

Endereço: Rua Maranhão, 10 – Chácara Solar I – Fazendinha – Santana de Parnaíba – SP / CEP 06530-030 e-mail: falecom@spraymist.com.br Telefones: 11 4156 4930 / 4705 2914

www.spraymist.com.br

26

Revista do Ovo


SELISSEO®, O ANTIOXIDANTE INOVADOR.

MESMO EM CONDIÇÕES ADVERSAS...

... GARANTA A MELHOR PERFORMANCE DO SEU PLANTEL! Selisseo®, a sua melhor ferramenta no combate ao estresse oxidativo A única Seleno-hidroxi-metionina do mercado capaz de assegurar 100% de eficiência e benefícios do Selênio orgânico. Selisseo® potencializa o sistema antioxidante auxiliando uma melhor resposta imune, melhor qualidade de ovos e resistência de casca.

www.adisseo.com I feedsolutions.adisseo.com Revista do Ovo

27


Catálogo de Produtos e Serviços TH4+ um desinfetante de 5ª geração

Somos uma multinacional francesa, focada em biosseguridade na produção animal. Apresentamos soluções para limpeza e desinfecção de sistemas de produção animal, além do controle de roedores e insetos. Nossa atividade é garantir a segurança sanitária, dessa forma, empregamos nossa experiência internacional, oferecendo soluções inovadoras para melhora da saúde dos animais e, consequentemente, da eficiência do produtor.

A Theseo, na busca por oferecer soluções eficazes para proteção à saúde dos animais, desenvolveu o desinfetante sinérgico TH4+. TH4+ é um desinfetante sinérgico porque possui uma formulação única que combina componentes que garantem boa estabilidade, versatilidade e impedem o desenvolvimento de resistência. Endereço: Rua das Castanheiras, 200. Galpão 27 - Bairro Jardim São Pedro – Hortolândia– SP - CEP 13187-065 Telefone: (19) 3114-1486

www.theseo.com.br Criamos soluções personalizadas que se adaptam à necessidade e realidade de cada cliente, com ênfase em programas de treinamento, ajudando a desenvolver um padrão de excelência em qualidade e produtividade. Agregamos a essas soluções nossos exclusivos Laboratórios Móveis. Conheçam essas novidades!

O Programa Soluções Uniquímica oferece ao produtor consultorias em implementação e gestão da qualidade, seja na fábrica de rações com BPF (Boas Práticas de Fabricação) ou no manejo da granja com BPP (Boas Práticas de Produção).

Endereço: Av. Casa Grande, 574 - Bairro Casa Grande Diadema – SP / CEP 09961-350 E-mail: uniquimica@uniquimica.com Telefone: (11) 4061-4100

www.uniquimica.com

Zinpro Performance Minerals tem os minerais fabricados a partir de uma molécula única e patenteada, com a maior biodisponibilidade do mercado, o que significa maior absorção pelo animal, garantindo melhor retorno sobre o investimento.

Suplementar as dietas das aves com Zinpro Perfomance Minerals, proporciona: • Mais ovos /galinha alojada; • Melhora da viabilidade dos lotes; • Melhora da qualidade da casca; • Mais pigmentação e uniformidade da coloração da casca.

Endereço: Rua Tiradentes, 1200 – Sala 101, Piracicaba, SP CEP – 13400-765, Brasil

www.zinpro.com 28

Revista do Ovo


PARA CADA PARA MERCADO C

O OVO O CERTO OV No calor úmido do Norte

No calor úmido do Norte No semiárido do Nordeste

No calor do Centro-Oeste

No calo

No clima ameno do Sudeste

No frio da região Sul

No

LOHMANN LOHMANN DO BRASIL DO BR

Av. da Luz, Av 821 . - sala da 1 - Jd.Luz, Alto Rio Preto821 - sala 1 - Jd. Alto CEP 15020-360 CEP | São15020-360 José do Rio Preto/SP - Brasil | São José do Ri Fone: 17 Fone: 3212.7347 | Fax:17 17 3234.2706 3212.7347 | Fax: 17 3 email: contato@ltz.com.br email: | contato@ltz.com.br site: www.ltz.com.br | site

DO BRASIL



Análise

Galinha dos ovos de ouro ou de diamante? A valorização das cotações dos ovos, de modo geral, está principalmente atrelada ao consumo firme do brasileiro, dado que a produção nunca esteve tão elevada para um primeiro trimestre Camila Brito Ortelan, Pesquisadora do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. Cientista de alimentos (Esalq/USP) e mestre em Administração (FEA/USP). Regina M. R. Biscalchin, Analista do Cepea. Administradora (EEP) e mestranda em Administração (Unimep). Claudia Scarpelin, Graduanda em Ciências dos Alimentos (Esalq/USP).

A

avicultura de postura brasileira nem imaginava preços tão altos dos ovos em 2016. E se aqueles valores já eram impressionantes, levando o produtor a achar que tinha realmente a galinha dos ovos de ouro, os novos recordes de preços em

2017 (em termos reais e nominais), despertam a dúvida se os ovos da galinha não seriam, na verdade, de diamante. O pico nos preços de ovos neste ano ocorreu em abril, quando a demanda no período de Quaresma – uma das melhores épocas de vendas para o setor –

elevou as cotações a recordes da série histórica do Cepea, iniciada em 2013, de R$ 94,29/caixa com 30 dúzias para o ovo tipo extra branco e de R$ 112,38/cx para o ovo extra vermelho – médias mensais referentes ao produto a retirar na região de Bastos (SP).

Revista do Ovo

31


Análise

Mas, como um diamante, o setor de ovos ainda tem muito a ser lapidado, para que todo o seu potencial seja explorado. Em termos mercadológicos, no curto prazo, a demanda por ovos para produtos típicos das festas de meados do ano ainda está por trazer seus resultados

Figura 1. Preços médios mensais da caixa com 30 dúzias de ovos do tipo extra branco e vermelho, a retirar na região de Bastos (SP), de mai/13 a jun/17 (parcial até o dia 14) Fonte: Cepea/ Esalq-USP.

32

Revista do Ovo

Para os avicultores que investem em marketing e desejam melhor posicionamento de suas marcas no mercado, os ganhos são ainda maiores. Cálculos do Cepea, baseados nas informações de colaboradores desde o início das pesquisas, em 2013, mostram que tais produtores conseguem negociar ovos em valores de 6 a 15% superiores à média de mercado. A valorização, de modo geral, está principalmente atrelada ao consumo firme do brasileiro, dado que a produção nunca esteve tão elevada para um primeiro trimestre. A demanda já vinha favorecida no ano passado pela situação econômica do País, que levou uma parcela da população, com poder de compra reduzido, a procurar opções de proteína animal mais “em conta”. Isso sem contar o crescimento natural na demanda por ovos que vem ocorrendo nos últimos anos. Quanto à oferta, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o volume de ovos de galinha produzidos no primeiro trimestre de 2017 foi recorde para o período, totalizando 788 mil dúzias. A quantidade caiu 1,5% em relação ao quarto trimestre de 2016, mas superou em 4,1% a registrada no primeiro trimestre do ano passado. Além disso, os preços de milho estão muito mais baratos que há um ano, quando as cotações do cereal chegaram

a patamares recordes. De acordo com informações da equipe Grãos do Cepea, de janeiro a maio de 2017, o preço médio da saca de 60 quilos de milho na região de Campinas (SP) foi de R$ 31,98, valor 31% inferior ao de igual período de 2016. Com preços recordes dos ovos e insumos (milho e farelo de soja) mais baixos, o poder de compra do avicultor também está em níveis jamais vistos, especialmente em relação ao milho. Com o valor de uma caixa de ovos do tipo extra vermelho na primeira quinzena de junho de 2017, o produtor conseguiu comprar até 4,1 sacas (244 quilos) do cereal e, com a caixa de ovo extra branco, até 3,5 sacas (208 quilos). Para o segundo semestre, a expectativa do setor é de que os custos de produção sigam em patamar baixo, pautados na produção recorde de milho esperada para a segunda safra. Segundo o levantamento da Conab de junho/17, o aumento deve ser de 55,8% na segunda temporada, para 63,5 mil toneladas. Por outro lado, deve-se considerar que é típica a desvalorização dos ovos no segundo semestre. A produção tende a se elevar, especialmente a partir da primavera, por conta do fotoperíodo, e a demanda não é tão aquecida quanto nos seis primeiros meses do ano, com o período de Quaresma e as festas juninas.


Figura 2. Poder de compra do avicultor: quilos de milho e de farelo de soja equivalentes ao valor de uma caixa com 30 dúzias de ovos do tipo extra branco e vermelho a retirar na região de Bastos (SP), de mai/13 a jun/17 (parcial até o dia 14). Fonte: Cepea/Esalq-USP.

Mas, como um diamante, o setor de ovos ainda tem muito a ser lapidado, para que todo o seu potencial seja explorado. Em termos mercadológicos, no curto prazo, a demanda por ovos para produtos típicos das festas de meados do ano ainda está por trazer seus resultados. O setor deve, ainda, ficar atento ao comportamento do mercado de carnes, que está turbulento e pode impactar, positiva ou negativamente, a demanda por ovos. No médio e longo prazos, a avicultura de postura vem ganhando cada vez mais notoriedade, tanto no Brasil quanto no exterior. Cada vez mais são importantes os investimentos na divulgação dos produtos, sejam eles de produção convencional, com algum grau de diferenciação, ou de produção alternativa, estimulando a demanda e a valorização pelo consumidor de cada um desses produtos nos mercados nacional e internacional.

Revista do Ovo

33


Evento

I Simpósio Brasileiro de Bem-estar na Produção de Ovos avalia necessidades do setor para futuras adequações Segundo organizadores, evento foi realizado para suprir as carências por informações referentes ao tema

O

I Simpósio Brasileiro de Bem-estar na Produção de Ovos (SBBEPO) realizado em Piracicaba (SP), no último dia 26 de Maio, foi uma das atividades de 2017, em comemoração aos 25 anos (Jublieu de Prata) do Núcleo de Pesquisa em Ambiência (NUPEAESALQ), em parceria com a EMBRAPA-CNPSA e com o apoio do MAPA. O evento contou com a participação de 120 pessoas que realizaram discussões calorosas sobre a temática, envolvendo diferentes pontos de vista. Participaram os representantes do Governo, Academia, Setor Produtivo (empresas presentes com as diferentes visões de mercado), representantes da

ABPA, pequenos e grande produtores de diferentes regiões do país, além dos estudantes. O evento contou com a participação de produtores da região de Bastos (SP), Fortaleza (CE) e Santa Maria de Jetibá (ES). Os fóruns de debates foram acompanhados de diferentes visões, o que ao final do evento resultou na elaboração da ‘Carta Piracicaba’ que foi assinada pelos participantes de comum acordo com as ideias centrais até então debatidas. Na sequência teve outro evento, iniciando o PROJETO PRECISION DAY da ESALQ, foi a realização do EPPDAY (Egg Production Precision Day) que teve a participação das em-

Evento promoveu a discussão entre os envolvidos na cadeia para que as medidas sejam absorvidas a médio e longo prazo respeitando as individualidades dos sistemas de produção

34 Revista do Ovo

presas apresentando as novas tecnológicas de precisão nas áreas de equipamentos, nutrição, melhoramento genético, homeopatia e sanidade. “O nosso objetivo é que esse evento seja realizado anualmente e que seja o polo das discussões da precisão na produção animal. Naquela oportunidade foi lançado o PoultryDAy que será realizado em setembro de 2017 ( www.precisionday.com.br)”, destaca Iran José Oliveira da Silva, Coordenador do NUPEA – Núcleo de Pesquisa em Ambiência – ESALQ/USP. Segundo ele, a motivação para a realização do evento na área de produção de ovos, é devido a carência de informações existentes no país e o risco que corremos de importarmos tecnologias ou modelos que “dizem” serem aprovados e ou adaptados ao bem-estar das galinhas poedeiras e na verdade não são as melhores soluções. “Promover a discussão entre os envolvidos na cadeia para que as medidas sejam absorvidas a médio e longo prazo respeitando as individualidades dos sistemas de produção. Quando se ouve todos os atores do processo é mais fácil enxergarmos as dimensões dos problemas que teremos que enfrentar diante das mudanças necessárias para promovermos o bem-estar dos animais”, destaca e completa: “As questões relacionadas ao Bem-estar Animal, é um caminho sem volta. Tudo é uma questão de tempo. Acreditamos que as medidas devam ser sugeridas e implantadas a médio, longo prazo. Se vamos abolir parcialmente, ou totalmente as gaiolas ainda é uma grande questão, filosófica, técnica e econômica, porém, mudanças nas


densidades de gaiolas e gaiolas enriquecidas é uma realidade, ainda nesse caso, é notório o crescimento de mercado e novos produtores nos sistemas Cage free e free range. Nichos de mercado estão crescendo internamente e há mercado para esses produtos”.

Opinião Por Iran José Oliveira da Silva, Coordenador do NUPEA – Núcleo de Pesquisa em Ambiência – ESALQ/USP

Custo operacional ao Brasil

“Toda avaliação do custo foi apresentado pelo CEPEA/ESALQ no qual iniciaram um projeto com a participação de produtores justamente na tentativa de balizar o custo operacional. Esses custos deverão ser o alicerce para as tomadas de decisão e repasse para o produto, porém, respeitando a sazonalidade da oferta e demanda do mercado interno. É muito importante que os produtores conheçam essa parceria junto ao CEPEA, para que possam integrar o banco de dados e receberem também maiores informações sobre o balanço econômico da cadeia”

O que de fato precisará ser feito

“O que realmente precisa ser realizado é um esclarecimento sobre o que vem a ser bem-estar

Revista do Ovo

35

animal, e quais as medidas simples que poderão facilitar todo esse processo. Não se trata apenas de modificar os sistemas de produção (gaiolas, etc) é importante outras medidas e portanto, treinamento, conhecimento. Precisamos disseminar o que vem ser bem-estar em aves poedeiras, infelizmente tem muita gente que ainda acha que bem-estar é climatizar o ambiente. Esse erro conceitual tem dificultado os avanços necessários na cadeia produtiva”

Escalonagem das ações

“Formou-se uma comissão apoiada pelo MAPA que encarregará de elaborar manuais, treinamentos, fóruns de discussão para difundir principalmente para produtores os principais passos para melhorarem o nível de bem-estar em suas propriedades. Ainda este ano de 2017 teremos mais 3 eventos, organizados pelos pesquisadores de professores do NUPEA/ESALQ e EMBRAPA/CNPSA, com outros parceiros”

Visão do MAPA

“Ficou claro que na visão do MAPA, essas discussões e tomadas de decisão são prioridades nesse momento, uma vez, que a avicultura de postura nacional precisa estabelecer um plano de adequações ao bem-estar animal, discutido no mundo inteiro. Tanto é o interesse, que tem apoiado ações que possam promover uma movimentação, discussão e possíveis soluções para o setor”


Opinião

“Além de praticar, precisamos comprovar e transmitir a qualidade da produção de ovos nas nossas granjas” João Dionísio Henn , pesquisador da Embrapa, aponta em artigo que a constante busca pela melhoria da qualidade e da padronização é responsabilidade de todos os envolvidos na cadeia produtiva João Dionísio Henn, doutor em Zootecnia e MBA em Gestão do Agronegócio, Analista de transferência de tecnologia na Embrapa Suínos e Aves

Henn: “Com

o produto de qualidade superior produzido, precisamos cacarejar. Comunicar ao cliente, através do rótulo informativo e com apelo visual, uso de selos de qualidade, marca forte e ações de marketing, para conseguir agregar valor ao nosso produto e benefícios aos nossos clientes”

36

Revista do Ovo

A

avicultura de postura é importante atividade de geração e diversificação de renda e de empregos no meio rural. Proporciona um alimento nobre e barato, consumido por todas as classes sociais e faixas etárias. A produção de ovos cresce 5% ao ano, com aumento de escala e de automatização das granjas, modernização de aviários e equipamentos, avanços na genética, sanidade, nutrição, manejo, bem como modernização e atualização da legislação. A constante busca pela melhoria da qualidade e da padronização é responsabilidade de todos os envolvidos na cadeia produtiva. Dentro da porteira, na nossa granja de produção de ovos, a produção de qualidade deve estar alicerçada nos procedimentos operacionais padrão (POPs), os formulários de registros associados e o manual de procedimentos técnicos e da qualidade, bem como nos treinamentos periódicos das equipes. Os POPs, periodicamente revisados e atualizados, permitem padronização e melhoria nas práticas e procedimentos na granja, baseados nas novas tecnologias, processos e habilidades e nas exigências legais e do mercado. Produzir é preciso, documentar também. Além de fazer tudo muito bem feito, é fundamental que tudo fique registrado, documentado e arquivado. Um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar: escritório organizado, com locais identificados para guardar todos os documentos, pelo período necessário, tanto para atender à fiscalização, mas também para servir para a tomada de decisões na empresa e para os treinamentos periódicos da equipe. Com o produto de qualidade superior produzido, precisamos cacarejar. Comunicar ao cliente, através do rótulo informativo e com apelo visual, uso de selos de qualidade, marca forte e ações de marketing, para conseguir agregar valor ao nosso produto e benefícios aos nossos clientes. Precisamos desenvolver e aplicar padrões de qualidade nas granjas, documentar e permitir rastreabilidade e informar aos clientes e à sociedade. Nos demais elos da cadeia, deve valer esta mesma preocupação, até o produto chegar à mesa do consumidor.


Vit. A

Vit. D3

25OHD3

Vit. E

(Hy•D)

Vit. K3

(menadiona)

Vit. B1

Vit. B2

Vit. B6

Vit. B12

Niacina

Ácido d-pantotênico

Ácido Fólico

Biotina

Vit. C

Colina

Verifique os níveis vitamínicos das rações. Sempre. Nutrição Vitamínica Ótima (OVN™) se refere à alimentação de animais com vitaminas de alta qualidade nas quantidades e proporções adequadas ao seu estágio de vida e condições de crescimento. Todos os ingredientes das rações são avaliados regularmente. Níveis vitamínicos e proporções exigem também o mesmo grau de atenção. Por isso, recomendamos que você verifique os níveis vitamínicos nas rações. Sempre.

As novas Diretrizes de Suplementação Vitamínica DSM 2016 são ferramenta de referência fundamental da indústria para otimização custo-efetiva de sua estratégia de nutrição vitamínica. Por favor, visite www.dsm.com/ovn para baixar a ferramenta e contacte o seu especialista local DSM para mais informações.

DSM Nutritional Products Tel.: +55 11 3760-6300 america-latina.dnp@dsm.com www.dsm.com/animal-nutrition-health @DSMfeedtweet

HEALTH • NUTRITION • MATERIALS

Revista do Ovo

37


Evento

Abertura do evento

Pórtico da cidade de Gramado/RS

A avicultura nacional é gaúcha Entre os dias 11 e 14 de junho, Gramado reúne produtores de ovos nacionais para apresentar novidades e atualizar conceitos

M

ais do que um evento regional, o Conbrasul (1ª Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Ovos) provou a força da avicultura de postura gaúcha. Empenhados em crescer e melhorar as condições diversas do setor, os produtores reuniram-se em Gramado e receberam participantes de todo os polos produtores de ovos do país entre os dias 11 e 14 de junho. Sob a organização da Asgav (Associação Gaúcha de Avicultura) e da Ovos RS, assuntos inéditos foram abordados para esquentar a avicultura. Um exemplo é o trabalho realizado em conjunto com o Senai para avaliar a quantidade de ovos presente na composição das massas brasileiras (macarrão e outras), na comparação com marcas estrangeiras. A suspeita, confirmada, era que essa indústria usa corante no lugar dos ovos, e não divulga essa informação corretamente nas embalagens para os

38

Revista do Ovo

consumidores. Outra novidade foi a divulgação da tecnologia de pasteurização de ovos na casca, em que a combinação de tempo e temperatura permite eliminar a salmonella sem alterar as condições de sabor ou aparência dos ovos. Outras questões, já há muito faladas, foram intensamente discutidas, como a necessidade de uma maior contribuição dos avicultores com associações que podem representá-los e permitir um ganho geral (ABPA, Ovos Brasil e Ovos RS são algumas delas). César de Anda, empresário produtor de ovos no México e Presidente do IEC (International Egg Comission), foi direto: “Tenemos que poner la plata”. O assunto também foi abordado por Ricardo Santin, Presidente do Conselho Diretor da Ovos Brasil, Presidente da ABPA, (“As coisas não acontecem de graça”) e Francisco Turra (“Temos que jogar todas as fichas”).

Mesmo com a grita geral de que os avicultores têm pouca disposição de colocar a mão no bolso para contribuir financeiramente com entidades representativas, as associações estaduais têm se fortificado e sido capaz de organizar ações para a promoção dos ovos, por exemplo. É o caso da Aceav (Associação Cearense de Avicultura), Avipe (Associação Avícola de Pernambuco), Aves (Associação de Avicultores do ES) e Apa (Associação Paulista de Avicultura), além da Asgav, que contaram com os seus representantes no evento para a apresentação de suas atividades. A produção de brindes, divulgação em redes sociais e anúncios em revistas e jornais locais fazem parte dessas ações. Além disso, a criatividade também toma conta em promoções em academias e a organização de poucos pedagogos para conhecer granjas de produção e ovos e difundir suas impressões entre as escolas.


Aceav, Avipe, Aves, Apa, Asgav e Instituto Ovos Brasil contaram com os seus representantes no evento para a apresentação de suas atividades de promoção de ovos

Revista do Ovo

39


Evento Números do setor apresentados por Francisco Turra Produção (2016)

39,1

bilhões de unidades

Valor da produção (2015)

Consumo (2016)

190

unidades por habitante por ano

Exportação (2016)

R$ 10,8 10,4 R$ 51,4

mil toneladas

bilhões

milhões

Eduardo Santos, coordenador da Conbrasul: O homem dos projetos da Asgav Atuando na Asgav há mais de 20 anos, na parte administrativa, e há 10 como Secretário-Executivo, Eduardo Santos se dedicou a estudar gestão para conhecer a parte de desenvolvimento de projetos e eventos. Assim, passou a ser o homem dos projetos da Asgav. O último deles foi a organização, muito elogiada, da Conbrasul. Eduardo conta que se inspirou nas reuniões do IEC (International Egg Comissio), da qual participa e é grande entusiasta. “Nestes encontros muita informação é trocada. Os países multiplicam e copiam o que está dentro de suas condições. A associação que representa os produtores de ovos do Canadá, por exemplo, têm até mesmo um canal e aplicativos exclusivos, pela Sky e ali fazem programas com chefes de cozinha. Tudo promover o consumo do ovo”, conta. A elaboração do programa científico da Conbrasul aconteceu a partir de informações coletadas junto aos produtores associados da Asgav. Foram escolhidos temas atuais debatidos no Brasil e em outros países. Não ficou de lado a preocupação com a Influenza Aviária, tema que encerrou o evento, no último dia. Eduardo fala com paixão sobre outro projeto, o Programa Ovos RS, que ele ajudou a desenvolver e hoje permite que os produtores envolvidos comercializem os seus produtos com um selo que atesta a sua qualidade. “A Ovos RS foi desenvolvida para atender a necessidade dos produtores, começou com a parte de marketing e se estendeu para a parte técnica, resolvendo também conflitos e necessidades junto ao MAPA”, explica.

Conbrasul recebeu participantes de todo os polos produtores de ovos do país entre os dias 11 e 14 de junho

40 Revista do Ovo


Revista do Ovo

41


Evento

OvoSite e AviSite recebem premiação

Nestor Freiberger e Fernando Cisneros

Evandro Stragliotto e Fábio Flores

42

Revista do Ovo

Erica Barros recebe homenagem da Conbrasul em nome da Editora Mundo Agro O Jantar Especial Night Conbrasul, realizado na noite do dia 12 de junho foi marcado por uma série de homenagens. Fernando Cisneros, gerente internacional da empresa suíça DSM, recebeu das mãos do presidente da Asgav/Sipargs, Nestor Freiberger, uma homenagem Conbrasul ao Patrocinador Ovo de Ouro. Fábio Flores, proprietário da Bionutri e representante da Boehringer Ingelheim Saúde Animal, recebeu das mãos de Evandro Stragliotto uma homanegm Conbrasul ao Patrocinador Ovo de Bronze. A comissão organizadora da Conbrasul Ovos 2017 preparou também uma homenagem a dois órgãos de comunicação que ao longo dos anos têm se dedicado a levar informação ao setor de produção de ovos do Brasil. São eles: Revista e website A Hora do Ovo, de Bastos (SP), com distribuição nacional e a Editora Mundo Agro: Revista e website Avisite e OvoSite. Érica Barros, representante da Editora Mundo Agro recebeu a homenagem das mãos do presidente do International Egg Comission (IEC), Cesar de Anda.


Revista do Ovo

43


Sanidade

Afinal, vacinas são todas iguais? Thiago Brazil, Gerente de Negócios de Vacinas da Phibro Saúde Animal, explica como optar pela melhor vacina para o setor de postura Sistema de pesquisa e desenvolvimento de uma vacina para o setor de postura, por Thiago Brazil, Gerente de Negócios de Vacinas da Phibro Saúde Animal

“As pesquisas em desenvolvimento de novas vacinas nunca tiveram tão avançadas. Tecnologias extremamente sofisticadas, com a utilização de engenharia genética, permitiram a administração de imunógenos em idades cada vez mais precoces, com cepas cada vez mais customizadas para cada região ou localidade. Nunca antes falamos tanto em RNA, DNA, PCR e todo o arcabouço molecular de pesquisa. Todo esse esforço tem como objetivo o desenvolvimento de uma vacina que seja a mais imunogênica possível, por um período mais longo, entretanto com o mínimo manejo vacinal. O sistema de pesquisa e desenvolvimento de uma nova vacina deve incluir uma pesquisa epidemiológica, isolamento e identificação do agente causador de uma determinada afeção, elegibilidade para a produção”

O

mercado atual de vacinas aviárias encontra-se em rápida expansão. Segundo dados apresentados no Congresso Mundial de Avicultura de 2016, duas em cada três empresas farmacêuticas do ramo da avicultura atuam ou planejam investir em biológicos nos próximos dez anos. Nunca antes falou-se tanto em vacinas para a avicultura. É o que nos conta Thiago Brazil, Gerente de Negócios de Vacinas da Phibro Saúde Animal. Ele detalha que uma vacina nada mais é do que um vírus ou bactéria atenuado, ou inativado em condições de laboratório. “Este organismo será administrado à ave, com finalidade de prevenir o aparecimento de doenças ou pelo menos os sintomas indesejáveis desta, como por exemplo, mortalidade, diarreia, espirros, refugarem, etc”, destaca. “Quando o assunto é sanidade em postura comercial, podemos ressaltar um grande ponto crítico a biosseguridade”, destaca e completa: “Granjas com múltiplas idades favorecem a perpetuação de patógenos e contaminação precoce de pintainhas de um dia, além de proporcionar o ambiente perfeito para troca de informação genética entre vírus e bactérias patogênicas. Fazendo uma analogia de uma granja com um hospital, seria como se colocássemos num mesmo local os setores de geriatria e pediatria, sem dúvida o resultado será sempre desastroso”. Thiago elaborou para a Revista do Ovo uma lista com os principais diferenciais que o produtor precisa avaliar na hora da escolha de sua vacina. Acompanhe no quadro a seguir.

44 Revista do Ovo


Principais diferenciais entre as vacinas 1) Eficácia da cepa vacinal frente aos desafios: a empresa produtora deve exigir trabalhos que comprovem a eficácia da vacina para o (s) desafio (s) que acometem as granjas da região. 2) Capacidade de transpor títulos de anticorpos maternais: especialmente para Doença de Gumboro deve-se escolher uma vacina em que o vírus vacinal seja invasivo o suficiente para “romper” a barreira de anticorpos maternos, promover proteção em um curto espaço de tempo, sem, porém, causar qualquer imunocomprometimento às aves; 3) Tempo necessário para proporcionar proteção após a vacinação: quanto mais rápido o reconhecimento e resposta do sistema imune mais rápida será a proteção. Essa resposta imune veloz favorece a proteção das aves antes mesmo da contaminação do vírus de campo, sendo indispensável em condições de baixa biosseguridade, intervalos curtos entre lotes e granjas de múltiplas idades. 4) Grau de agressão à ave: devemos buscar um equilíbrio entre proteção e reação vacinal. Algumas alternativas vacinais podem ser tão prejudiciais quanto cepas de campo, ou causam reações tissulares que são maléficas à produtividade. 5) Disseminação, replicação, resistência e persistência do vírus vacinal após a vacinação: Um dos princípios da vacinação com vacinas replicantes (vivas) é a substituição do vírus de campo por vírus vacinal. Além da colonização do ambiente, a alta taxa de disseminação da cepa vacinal permite que aves mal imunizadas ou com altos níveis de anticorpos maternais, tenham novo contato com a vacina. Desta maneira, minimiza-se possíveis falhas no processo de vacinação. Por outro lado, a disseminação lateral de vírus respiratórios são um dos principais motivos de reações adversas resultando em mortalidade e perda de desempenho. 6- Segurança e estabilidade da vacina: A estabilidade genética da vacina, ou seja, a ausência do risco de aumento ou reversão de virulência de um determinado vírus ou bactéria após a reciclagem in vivo, deve ser comprovada, caso contrário estaremos correndo o risco de introduzir novas doenças dentro do sistema de produção. 7- Praticidade de aplicação e segurança para o vacinador: o procedimento de aplicação da vacina deve ser prático e seguro suficiente para que todos da granja estejam aptos a praticá-lo. A meta é que a ave receba a exata dose recomendada dentro do tempo estipulado.

Revista do Ovo

45

VACINAS AVIÁRIAS Além da eficácia comprovada, as vacinas trazem diversos diferenciais tecnológicos, que vão desde cepas exclusivas até o modo inovador de apresentação em tabletes efervescentes, que garantem alta estabilidade mesmo com variações de temperatura. Tudo isso, aliado à produção de acordo com as normas de GMP Europeu e rigorosos testes de qualidade, garante segurança aos clientes e ao meio ambiente.

VACINAS VIVAS VACINAS

INDICAÇÃO

TAbic M.B.

Doença de Gumboro

TAbic H-120

Bronquite Infecciosa

TAbic V.H.

Doença de Newcastle

V.H. + H-120

Bronquite Infecciosa e Doença de Newcastle

APRESENTAÇÃO

Caixa contendo 1 blister com 10 tabletes de 2.000 ou 5.000 doses

Caixa com 10 frascos de 2.000 ou 5.000 doses


AviGuia Perdas econômicas

Anormalidades nas cascas dos ovos geram prejuízos nas granjas

As deformidades nas cascas dos ovos também podem estar relacionadas a uma série de doenças, como a bronquite infecciosa, síndrome de queda de postura (EDS) e Newcastle. “Para prevenir essas enfermidades, é preciso investir em processos que garantam a sanidade das aves, como a aplicação de boas e adequadas vacinas, medidas de biosseguridade e ambiência”, afirma Chacón.

Trincas, manchas e pequenos fragmentos são anormalidades nas cascas dos ovos que geram perdas econômicas significativas. Segundo dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), cerca de 12% do total de ovos produzidos não são comercializados por apresentarem problemas. “A má qualidade da casca pode ser causada por diversos fatores como genética, nutrição inadequada, manejo, idade das aves e doenças”, explica Jorge Chacón, gerente de Serviços Veterinários da Ceva. Entre os fatores nutricionais, o excesso ou a falta de cálcio e fósforo são as principais causas de problemas. Além disso, rações com desequilíbrio de componentes como o Magnésio, Zinco, Manganês e Selênio podem influenciar na qualidade dos ovos. “Usar ingredientes de qualidade e analisar cuidadosamente cada item antes de formular a ração é a melhor forma de prevenir esse tipo de problema. Além disso, é preciso cuidar da correta distribuição do alimento”, agrega Fernando Resende, coordenador

de Serviços Veterinários da Ceva. Problemas no manejo, como aves criadas em ambientes pequenos e o estresse calórico também influenciam na qualidade. Investir em soluções que visam ao bem-estar dos animais, como a climatização do ambiente e espaços amplos são medidas que auxiliam na garantia da qualidade da produção. A genética também é um fator de influência. Certas linhagens de galinhas produzem ovos com mais trincas e deformidades do que outras. Além disso, quanto mais velha a ave, de forma geral, pior a qualidade da casca. Consumo: de forma geral, uma casca mais porosa, rugosa ou simplesmente mais frágil tem maior facilidade de contaminação do ovo do que aquele que tem uma casca íntegra e resistente. As deformidades encontradas nos ovos costumam não influenciar na qualidade, porém impossibilitam a comercialização do produto na forma íntegra, sendo possível apenas a venda em forma líquida. Veja mais informações em www. ceva.com.br.

Comemoração

Sanphar comemora 25 anos e investe em vacinas como caminho para o futuro da saúde animal

No mês de junho, a Sanphar completa 25 anos de história. Presente em diversos países da América Latina e da Ásia, a Sanphar Saúde Animal faz parte da multinacional austríaca ERBER Group, voltada ao desenvolvimento, produção, importação e exportação de produtos de uso veterinário e nutrição animal para a suinocultura e avicultura. Fundada em 1992, a empresa buscou ao longo de sua trajetória acompanhar as evoluções e necessidades do mercado, se reinventando e renovando sua linha de produtos. Olhando

46 Revista do Ovo

para o futuro, a empresa investe para atuar no mercado de vacinas. “Um dos fatores do sucesso de chegarmos aos 25 anos com excelentes perspectivas é a forte experiência em gestão de saúde animal e diagnóstico, com uma equipe de profissionais reconhecida tecnicamente no campo como verdadeiros consultores dos nossos clientes, com quem temos um relacionamento muito próximo”, destaca o diretor geral da Sanphar, Ricardo Gomes Pereira. “Nosso compromisso é contribuir com a produção de alimentos seguros e com qualidade. Para isso, investimos em pesquisas, estudos e principalmente em nossa equipe, que hoje é referência no mercado, por sua qualidade técnica e conhecimento, que são compartilhados diariamente com nossos clientes no campo”, ressalta o diretor. A Sanphar no Brasil está baseada em Campinas (SP) e conta com mais de 24 mil m² de área produtiva, armazéns e escritórios.


Evento

Hy-Line do Brasil realiza 11ª edição do Curso de Manejo A Hy-Line do Brasil, com sede em Nova Granada (SP), realizou a 11ª edição do tradicional Curso de Manejo, que contou com mais de 70 participantes, entre avicultores, técnicos e profissionais do setor de ovos, de 10 estados brasileiros e também do Paraguai. Quase vinte temas distintos foram discutidos e explorados durante três dias na cidade de São José do Rio Preto, divididos entre apresentações dinâmicas e aulas práticas, abordando o tripé Manejo, Nutrição e Sanidade, com objetivo claro da empresa de compartilhar conhecimento aplicado e as principais atualizações para o setor de postura comercial. “Este evento bianual já é considerado um dos principais meios de atualização técnica para o setor de ovos do país, com assuntos práticos e aplicados à realidade e desafios dos técnicos e produtores de todo o Brasil”, afirma Marcelo Checco, Gerente de Serviços Técnicos da Hy-Line do Brasil. “A formação das equipes de trabalho das granjas é um fator chave para o sucesso de qualquer negócio, seja ele genética, nutrição ou sanidade, porque a execução e conhecimentos especializados é que fazem a diferença, com profissionais motivados, bem informados e capacitados”, reforça Julio Archangelo, Diretor de Vendas da Hy-Line do Brasil.

Participantes do Curso de Manejo promovido pela Hy-Line do Brasil

Revista do Ovo

47


Informe Técnico Comercial

Controle da Coccidiose Aviária em Poedeiras Comerciais A patogenia e a severidade dos sinais clínicos da doença variam de acordo com o grau de virulência e a espécie de Eimeria que esteja infectando o lote e quantidade de oocistos esporulados ingeridos pelas aves Autor: Mauro Prata, Gerente de Produtos Avicultura do Laboratório Biovet

A

Coccidiose Aviária, causada por protozoários das espécies do gênero Eimeria, representa uma das doenças infecciosas de maior impacto econômico na avicultura industrial, tanto em granjas de frango de corte, como em granjas de reprodutoras e, tornou-se nos últimos anos também motivo de grande preocupação para o setor de postura comercial. Anualmente, bilhões de dólares são gastos na

48 Revista do Ovo

prevenção, controle e tratamento desta enfermidade, devido as perdas por mortalidade e de produtividade, por redução da capacidade de digestão e absorção dos alimentos. A avicultura de postura comercial atravessou os últimos anos com enormes avanços na estrutura produtiva e ambiência oferecida as aves. Neste cenário, destaca-se a verticalização e climatização dos galpões, com modernas estrutu-

ras automatizadas para o alojamento das poedeiras comerciais. Esse tipo de galpão permitiu potencializar a produção das granjas, aumentando ainda a capacidade alojada numa mesma área produtiva. Proporcionou também, maior facilidade no arraçoamento das aves, na retirada das excretas, mas principalmente no manejo de coleta dos ovos comerciais. Apesar dos diversos benefícios comprovados e já destacados desta nova


tecnologia, um ponto de fundamental importância predispôs as aves de gaiolas aos desafios de campo por coccidiose. O contato e acesso às próprias fezes, através das esteiras, suscitou nas poedeiras de gaiola uma condição epidemiológica semelhante às das poedeiras de piso, desencadeando então o surgimento da enfermidade. No ano de 2009, o Laboratório Biovet apoiado pelo pesquisador Dr. Juan de la cruz Solis e equipe técnica, realizou um extenso levantamento epidemiológico de campo para coccidiose aviária nas poedeiras comerciais, em sua maioria criadas no sistema vertical com baterias de 4 a 6 andares. Amostras de fezes e de intestinos de aves em recria de 31 granjas localizadas nos estados do Rio Grande do Sul, Espírito Santo, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, foram colhidas e analisadas para detecção da positividade ao protozoário e identificação das espécies de Eimerias presentes na criação das poedeiras comerciais. Como resultado deste estudo, 100% das granjas com sistema vertical apresentaram positividade para a coccidiose aviária e, todas as 7 espécies de Eimerias patogênicas (E. acervulina, E. praecox, E. maxima, E. brunetti, E. necatrix, E. tenella e E. mitis) para as aves, foram identificadas. A patogenia e a severidade dos sinais clínicos da doença variam de acordo com o grau de virulência e a espécie de Eimeria que esteja infectando o lote e quantidade de oocistos esporulados ingeridos pelas aves. À campo infecções mistas envolvendo duas ou mais espécies de Eimerias são extremamente comuns e, potencializam ainda mais os efeitos e sinais clínicos da doença. Diarreia, passagem de ração, presença de sangue nas fezes, desuniformidade, refugagem e aumento súbito da mortalidade, são sintomas que podem ser imputados à enfermidade. No setor, verifica-se maior preocupação com a infecção e os sinais clínicos provocados pela Eimeria tenella em função da evidente mortalidade, mas as demais espécies de Eimeiras são também relevantes por promoverem extensa destruição das células do intestino, redução na capacidade de absorção de nutrientes, imunossupressão e interação com outros agentes de campo.

Para a prevenção e controle da coccidiose aviária nas poedeiras comerciais, poderão ser considerados os seguintes aspectos: medidas de higiene e desinfecção, uso de fármacos e a vacinação.

Medidas de higiene e desinfecção A limpeza e desinfecção das instalações dos galpões podem auxiliar na diluição da pressão de infecção, mas são pouco eficientes em erradicar os oocistos presentes no ambiente de criação. A reduzida eficiência dos desinfetantes sobre os oocistos, deve-se a parede dupla presente nesta estrutura, que o torna impermeável a maioria das moléculas, exceto ao gás amônia e ao brometo de metila. Entretanto, essas duas substâncias são tóxicas e de difícil utilização em condições não experimentais.

Uso de fármacos Diferentes drogas são usadas há muitos anos no controle da coccidiose aviária. Entre as diversas drogas de uso comercial, os compostos mais utilizados são divididos em duas categorias: os químicos e os ionóforos. Os químicos, tais como a sulfaquinoxalina, amprólio, diclazuril, entre outros, possuem um modo ação específico, simplificado, agindo em apenas uma determinada etapa de desenvolvimento ou fase do

A avicultura de postura comercial atravessou os últimos anos com enormes avanços na estrutura produtiva e ambiência oferecida à aves Revista do Ovo

49


Informe Técnico Comercial

metabolismo do parasita. Possibilitam dessa forma uma rápida adaptação do parasita ao fármaco e facilitam o aparecimento de resistência. Em contrapartida, os ionóforos são compostos por moléculas complexas que atuam no transporte de cátions monovalentes e divalentes por meio das membranas do parasita. Essas drogas, tais como a monensina, salinomicina, lasalocida, entre outras, causam uma turgidez e degeneração do parasita e o elimina exaurindo suas reservas energéticas por interferir no transporte de energia na mitocôndria. Portanto, são drogas de ação complexa e, por esse motivo, menos sensíveis ao desenvolvimento de resistência. Porém, é amplamente conhecido o fato, que o uso de drogas por períodos prolongados e sem descanso, levam ao aparecimento de cepas resistentes no campo. A rotação de princípios ativos e de programas, é uma prática recomendada para minimizar este problema.

Vacinação A vacinação, prática consolidada no segmento de reprodutoras e de poe-

50

Revista do Ovo

deiras comerciais criadas em piso, desponta como a ferramenta de eleição no controle da coccidiose em galpões verticais. Para adoção desta prática, todo e qualquer medicamento que tenha ação sobre coccídea deverá ser removido do alimento ou da água de bebida fornecida as aves vacinadas, pois inativam a vacina e, comprometem a proteção. A vacinação não induz resistência e, seu mecanismo de ação permite a disseminação e colonização do galpão por oocistos vacinais, substituindo pouco a pouco os oocistos patogênicos de campo, potencializando a eficiência e o resultado lote a lote.

Método de Vacinação

Vacinas

Manejo pós vacinação

As vacinas vivas possuem em sua composição, oocistos esporulados das diferentes espécies de Eimerias aviárias e apresentam-se sob a forma líquida. Devido a esta forma de apresentação, cuidados extras na cadeia de frio devem ser implementados para impedir o congelamento da vacina e, por conseguinte sua inativação. O produto ideal deve atender a importantes requisitos técnicos, que influenciam em sua eficácia, tais como: composição de espécies, seu grau de virulência, cepas antigenicamente protetoras e formulação. Composição: conter as 7 espécies de Eimerias patogênicas para as aves, uma vez que não existe proteção cruzada entre as espécies. Grau de virulência: ser atenuado ou de baixa virulência para evitar reações vacinais adversas após aplicação e principalmente durante as reciclagens no campo, onde não existe controle sobre a quantidade de oocistos ingeridos pelas aves. Cepas antigenicamente protetoras: seleção de cepas compatíveis com os desafios de campo, uma vez que existe a possibilidade de variação interespécies, inclusive com a existência de cepas variantes. Formulação: número de oocistos adequados por dose.

Quase a totalidade dos produtos comerciais disponíveis no mercado, preconizam somente a vacinação das poedeiras comerciais no incubatório, ao primeiro dia de idade, através da via spray. Exceção se faz, a um único produto comercial que pode ser administrado tanto no incubatório ou até mesmo no campo, através da via ocular, no 1º até o 7º de idade das aves, conjugado com vacinas virais de Newcastle, Bronquite e Gumboro, num único manejo de aplicação. Todo e qualquer aplicação individual de vacina será mais uniforme que uma aplicação massal. Aves vacinadas deverão ser alocadas em gaiolas forradas em 70% de sua área, com papel Kraft de espessura acima de 80 g/cm2. O papel deverá ser mantido pelo menos até o 16º - 17º dia, após a vacinação para garantir que ocorram ao menos duas reciclagens de campo.

Imunidade

A reposta imune inicia-se no momento de aplicação da vacina, mediante a exposição controlada de oocistos esporulados vacinais. Isto garante uma imunidade precoce, desde os primeiros dias de vida, que somada as reciclagens (ingestão de oocistos vacinais no forro da gaiola) de campo, garantem um reforço na imunidade (efeito booster) e asseguram a proteção por toda a vida produtiva. A principal forma de imunidade envolvida nessa proteção é a celular, realizada principalmente por células T residentes no tecido linfoide associado ao intestino (GALT).

Participação de mercado Nos últimos anos, houve um grande incremento na participação da vacina de coccidiose, no mercado de postura comercial. Atualmente mais de 25% das aves alojadas, já são vacinadas contra a enfermidade. Tal fato se deve a percepção do setor produtivo, para os dados positivos (redução da mortalidade, aumento da uniformidade, melhor ganho de peso em recria) verificados nas aves vacinadas.


Revista do Ovo

51


Estatísticas e Preços Pintainhas de postura comercial

Trimestre aponta crescimento de 1,2%

D

52 Revista do Ovo

EVOLUÇÃO MENSAL (OVOS BRANCOS E VERMELHOS) - MILHÕES DE CABEÇAS

PINTAINHAS COMERCIAIS DE POSTURA MÊS

2015/2016

% OVO BRANCO

2016/2017

VAR.%

2015/2016

2016/2017

Abr

7,458

7,761

4,06%

79,41%

81,90%

Mai

7,540

7,929

5,17%

81,94%

78,88%

Jun

8,059

7,438

-7,71%

78,74%

82,22%

Jul

7,818

7,412

-5,20%

83,08%

78,32%

Ago

7,292

7,638

4,75%

80,32%

80,34%

Set

8,228

8,125

-1,26%

82,38%

82,77%

Out

7,844

7,763

-1,03%

82,06%

81,63%

Nov

7,679

8,062

4,98%

77,76%

81,53%

Dez

7,518

7,522

0,04%

77,69%

80,31%

Jan

7,580

7,769

2,49%

80,24%

81,55%

Fev

7,248

7,253

0,06%

80,58%

83,66%

Mar

8,299

8,380

0,97%

73,65%

79,75%

Em 03 meses

23,128

23,402

1,19%

81,07%

82,49%

Em 12 meses

92,565

93,052

0,53%

80,09%

81,45%

Fonte dos dados básicos: ABPA – Elaboração e análises: AVISITE

ALOJAMENTO TRIMESTRAL

2014

I

III IV

2015

III IV

2016

23,402

II

23,347

I

23,175

23,042

23,338

23,057

II

23,128

III IV

21,836

24,330 21,983

II

23,128

I

24,197

1º Trimestre de 2014 a 1º Trimestre de 2017 Milhões de cabeças

23,501

ados colhidos no mercado indicam que os alojamentos de pintainhas de postura comercial divulgados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) continuaram com índices de crescimento anual positivos nos primeiros três meses de 2017. O volume alojado no período alcançou 23,4 milhões de cabeças, equivalendo a 1,2% de incremento sobre o mesmo período do ano passado. Desse volume, cerca de 82,5% foram pintainhas destinadas à produção de ovos brancos. Mesmo com esse aumento, o volume ainda permanece inferior ao alojado no primeiro trimestre de 2014 quando alcançou 23,5 milhões. Projetado para o corrente ano, o volume trimestral indica 93,6 milhões de cabeças. Todavia, salvo raríssimas exceções, o período se destaca por ser o de menor alojamento do ano. Assim, considerando a média histórica de 24,18% alcançada no primeiro trimestre dos últimos dez anos, o volume de pintainhas alojadas em 2017 pode atingir o recorde de quase 96,8 milhões. Se confirmado, equivalerá a 4,3% de crescimento anual. Nos últimos doze meses encerrados em março de 2017 o volume de pintainhas alojadas alcança 93 milhões e representa apenas meio por cento de aumento sobre o mesmo período anterior. Nos últimos trimestres, com a forte recessão interna dificultando o consumo de alimentos e da alta acelerada no preço dos grãos dificultando a manutenção da produção, praticamente não houve crescimento nos alojamento. Isso porque mesmo sendo alimento nobre e de baixo valor aquisitivo, o ovo não conseguiu alavancar o consumo do produto. Isso fica demonstrado no consumo per capita divulgado pelo setor, indicando que enquanto em 2015 se consumiram 191 ovos por habitante, no ano passado foram apenas 190. Diante da forte queda verificada no preço dos grãos neste ano é plausível que o setor repense sua capacidade de produção de ovos; entretanto é preciso lembrar que a economia continua estagnada.

I

2017


Desempenho do ovo no primeiro semestre de 2017

Resultado é extremamente favorável ao setor

M

esmo acompanhando as variações típicas do mercado consumidor – vendas elevadas na primeira metade do mês, perda de ritmo crescente na segunda quinzena e, com ele, queda de preços – o ovo apresentou em junho desempenho ligeiramente melhor que o de maio. É verdade que não conseguiu repetir o resultado observado em abril, ocasião em que atingiu o melhor valor nominal de todos os tempos. Mas apresentou alta de quase 4,5% sobre o mês anterior, obtendo preço médio que representou valorização próxima de 2% sobre junho de 2016. Em função deste último resultado e dos ganhos acumulados nos quatro meses anteriores (apenas em janeiro o preço do ovo evoluiu negativamente em relação ao mesmo mês do ano anterior), o valor médio alcançado no semestre (da ordem de R$82,44/caixa para cargas fechadas do ovo branco extra comercializado na cidade de São Paulo) apresentou valorização de pouco mais de 10% sobre os R$74,93/caixa do mesmo semestre de 2016. Frente a uma inflação que nos últimos 12 meses não deve chegar a 3,5% e a um custo de produção cerca de 15% menor que o dos mesmos seis meses de 2016, o resultado obtido é extremamente favorável ao setor. Melhor ainda se levado em conta que, no primeiro semestre do ano passado, o ovo já havia obtido valorização da ordem de 30% sobre idêntico período do ano anterior. Ou seja: em 2016 o produtor de ovos conseguiu acompanhar, senão integralmente, parte da alta enfrentada nos custos de produção. E em 2017, a despeito do retrocesso no

custo, não perdeu o controle do mercado. Algo que deveria ser aprendido pelos demais segmentos da avicultura brasileira. Mesmo assim, o setor não obteve resultados que possam ser considerados excepcionais. Assim, por exemplo, os preços registrados no decorrer do primeiro semestre de 2017 apenas acompanharam a curva sazonal de preços do produto. Assim, enquanto pela curva sazonal (período de 16 anos decorridos entre janeiro de 2001 e dezembro de 2016), os preços do primeiro semestre valorizam-se pouco mais de 11% em relação à média do ano anterior, no primeiro semestre de 2017 essa valorização ficou em 9,78% - apenas 1,29 ponto percentual de diferença. Uma vez que no terceiro trimestre de 2016 os preços registrados não foram muito diferentes dos alcançados entre fevereiro e junho de 2017, doravante os ganhos tendem a ser mais moderados. Mas não só isso: para que se confirmem, solicitam atenção redobrada do setor produtivo, pois, por exemplo, o preço registrado na abertura de julho (R$83-85/caixa) está abaixo da média registrada há um ano (R$86,85/kg). Além disso, neste mês não tem merenda escolar. Não se pode perder de vista o controle da produção.

OVO BRANCO EXTRA

Evolução de preços no atacado paulistano R$/CAIXA DE 30 DÚZIAS Média mensal e variações anual e mensal em treze meses MÊS.

MÉDIA R$/CXA

Média anual em 10 anos R$/CAIXA

VARIAÇÃO % NO ANO

NO MÊS

85,38

17,67%

45,21%

JUL

86,85

1,71%

46,19%

AGO

84,00

-3,28%

39,64%

2010

SET

72,84

-13,29%

32,63%

2011

OUT

68,56

-5,88%

11,13%

68,04

-0,76%

4,55%

DEZ

74,00

8,76%

11,93%

2013

JAN/17

61,42

-17,00%

-3,91%

2014

FEV

84,48

37,54%

8,84%

MAR

88,44

4,69%

7,31%

ABR

91,13

3,04%

35,77%

2016

MAI

83,31

-8,58%

14,81%

2017

JUN

87,04

1,94%

4,48%

R$ 49,11 R$ 57,86 R$ 52,70 R$ 59,47

2015

R$ 75,43 R$ 82,44

2017 Média 2001/2016 (16 anos)

100,2

101,2

111,3

114,7

117,2

Jun

R$ 44,61

101,7

Mai

112,6

Abr

115,6

110,03 109,3

121,07 111,5

120,7 117,50

115,2 112,23

92,5

Mar

R$ 37,93

2012

Set

Out

Nov

81,6

Fev

R$ 38,63

2009

NOV

Preço relativo em 2017 comparativamente ao período 2001/2016 (16 anos) Média mensal do ano anterior = 100

Jan

R$ 43,62

2008

JUN/16

Jul

Ago

Dez

Revista do Ovo

53


Estatísticas e Preços

Milho e Soja Pelo quarto mês consecutivo, preço do milho registra queda

Farelo de soja registra nova alta em junho

O preço do milho registrou nova queda no mês de junho. O preço médio do insumo, saca de 60 kg, interior de SP, fechou o mês cotado a R$28,14, valor 5,12% abaixo da média alcançada pelo produto em maio, quando ficou em R$29,66. A disparidade de preço do milho em relação ao ano anterior continua alta. O valor atual é 45,1% menor, já que a média de junho de 2016 foi de R$51,25 a saca.

O farelo de soja (FOB, interior de SP) registrou nova alta em junho. O produto foi comercializado ao preço médio de R$990/t, valor 1,43% superior ao praticado no mês de maio – R$976/t. Em comparação com junho de 2016 – quando o preço médio era de R$1.526/t – a cotação atual registra queda de 35,12%.

Valores de troca – Farelo/Frango vivo O frango vivo (interior de SP) fechou o mês de junho cotado novamente a R$2,50/kg. A queda no valor do milho contribuiu para aumentar um pouco mais o poder de compra do avicultor. Nesse mês, foram necessários 187,6 kg de frango vivo para se obter uma tonelada de milho, considerando-se a média mensal de ambos os produtos. Este volume representa um aumento de 5,4% no poder de compra em relação ao mês anterior, pois, em maio, a tonelada do milho “custou” 197,7 kg de frango vivo.

Valores de troca – Milho/Ovo O preço do ovo, na granja (interior paulista, caixa com 30 dúzias), registrou em maio a média de R$81,04, valor 4,8% acima do alcançado no mês anterior, quando o produto foi negociado a R$77,31. Com este aumento, houve ganho no poder de compra do avicultor. Em junho foram necessárias 5,8 caixas de ovos para adquirir uma tonelada do cereal. Em maio, foram necessárias 6,4 caixas/t, melhora de 10,5% na capacidade de compra do produtor.

Preçomédio médioMilho Milho Preço

junho junho julho julho agosto agosto setembro setembro outubro outubro novembro novembro dezembro dezembro janeiro janeiro fevereiro fevereiro março março abril abril maio maio junho junho

53,00 53,00 51,00 51,00 49,00 49,00 47,00 47,00 45,00 45,00 43,00 43,00 41,00 41,00 39,00 39,00 37,00 37,00 35,00 35,00 33,00 33,00 31,00 31,00 29,00 29,00 27,00 27,00

R$/sacade de60kg, 60kg,interior interiorde deSP SP R$/saca

2016 2016

MédiaJunho Junho Mínimo Média Mínimo 26,00 R$ R$ R$ 26,00 R$

28,14 28,14

54 Revista do Ovo

2017 2017

Máximo Máximo 30,00 R$30,00 R$

A manutenção no preço do frango vivo em relação ao aumento no valor do farelo de soja no mês de junho fez com que fossem necessários 396 kgs de frango vivo para adquirir uma tonelada do insumo, significando queda de 1,4% no poder de compra do avicultor em relação a maio, quando 390,4 kg de frango vivo obtiveram uma tonelada do produto.

Valores de troca – Farelo/Ovo De acordo com os preços médios dos produtos, em junho foram necessárias aproximadamente 12,2 caixas de ovos (valor na granja, interior paulista) para adquirir uma tonelada de farelo de soja. O poder de compra do avicultor de postura em relação ao farelo registrou aumento de 3,3%, já que, em maio, 12,6 caixas de ovos adquiriam uma tonelada de farelo. Em relação a junho de 2016 houve aumento de 57,4% no poder de compra, pois naquele período a tonelada de farelo de soja custou, em média, 19,2 caixas de ovos.

Preçomédio médioFarelo Farelode desoja soja Preço R$/toneladaFOB, FOB,interior interiorde deSP SP R$/tonelada

1600 1600 1500 1500 1400 1400 1300 1300 1200 1200 1100 1100 1000 1000 950 950 900 900 850 850 800 800 750 750

junho junho julho julho agosto agosto setembro setembro outubro outubro novembro novembro dezembro dezembro janeiro janeiro fevereiro fevereiro março março abril abril maio maio junho junho

Valores de troca – Milho/Frango vivo

2016 2016

Mínimo Mínimo 970,00 R$ R$ 970,00

Média Junho Junho Média R$ R$

990,00 990,00

2017 2017

Máximo Máximo 1010,00 R$ R$ 1010,00

Fonte das informações: www.jox.com.br


Revista do Ovo

55


Estatísticas e Preços

56 Revista do Ovo


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.