Edição 45 Revista do Ovo

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Editorial Revista do Ovo: sete anos a serviço da avicultura de postura A avicultura de postura cresce e se desenvolve ano a ano, sempre com projeções de aumento de consumo. E é uma grata satisfação para a Mundo Agro Editora contar essa história através da Revista do Ovo, que completa nesta edição sete anos de sucesso!

Mundo Agro Editora Ltda. Rua Erasmo Braga, 1153 13070-147 - Campinas, SP

Um veículo que nasceu da demanda de levar informações do mercado, análises técnicas e também as novidades das principais empresas do setor em um veículo altamente especializado. Aproveitamos a oportunidade para agradecer a todos pela confiança em nosso trabalho e dizer que estaremos cada vez mais fortes para mais um ano levando muita informação ao setor avícola de postura. Continuem contando conosco e tenham sempre na Revista do Ovo uma porta-voz do segmento, que levará, com certeza, até vocês mais um ano de sucesso!

Publicação Bimestral nº 45 | Ano V Outubro-Novembro/2017

EXPEDIENTE

Boa leitura!

Publisher Paulo Godoy paulogodoy@avisite.com.br

Sumário

Redação Érica Barros (MTB 49.030) Giovana de Paula (MTB 39.817) imprensa@avisite.com.br Comercial Karla Bordin comercial@avisite.com.br Assistente de Marketing Simone Barbosa

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Setor avícola de postura cobra a criação do “Padrão de Identidade e Qualidade” (PIQ), para que haja um mínimo de ovos para massas alimentícias

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Embrapa Suínos e Aves desenvolve projeto de Boas Práticas de Produção na Postura Comercial

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Simpósio OvoSite busca unidade do setor

04 06 16 20 26 29 32 36

Eventos e Notícias Curtas Instituto Ovos Brasil: 10 anos em defesa da avicultura nacional O papel do ovo no sistema imunológico Informe Técnico-Comercial: Hendrix Genetics leva sua tecnologia para o Siavs 2017 Setor de postura luta pelo aumento do consumo de ovos Informe Técnico Comercial DSM: A influência do estresse na qualidade e produção de Ovos

Diagramação e arte Mundo Agro e Innovativa Publicidade luciano.senise@innovativapp.com.br Internet Gustavo Cotrim webmaster@avisite.com.br Administrativo e circulação Caroline Esmi financeiro@avisite.com.br Sigam as nossas mídias sociais:

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Informe Técnico Comercial Vencomatic: A encruzilhada em que se encontra o produtor de ovos de consumo Estatísticas

Revista do Ovo

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Eventos

2017 Outubro

Abril

17 e 18

10 a 12

Curso Facta Atualização sobre Salmonella e Campylobacter Local: Hotel Nacional Inn, Campinas, SP Realização: FACTA - Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas Informações: www.facta.org.br

Simpósio Brasil Sul de Avicultura Local: Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nês, Chapecó, SC Realização: Nucleovet Site: www.nucleovet.com.br

Setembro

20 e 21

12 a 14

Local: Descalvado, SP Realização: Universidade Brasil Informações: www.universidadebrasil.edu.br

Local: Unesp - Campus de Jaboticabal Realização: Unesp - Campus de Jaboticabal, SP

III Simpósio de Bem-Estar e Comportamento Animal (SiBem)

Novembro 7a9

Congresso sobre Saúde Intestinal e Imunidade em Aves e Suínos Local: Instituto Agronômico de Campinas (IAC), Campinas,SP Realização: CBNA (Colégio Brasileiro de Nutrição Animal) Informações: www.cbna.com.br

Curso de Atualização em Avicultura de Postura Comercial

Outubro 16 a 18

VIII Clana – Congresso latino americano de nutrição animal Local: Centro de Eventos Expo D. Pedro – Campinas, SP Realização: CBNA e Amena Informações: www.cbna.com.br/site/Noticias/Agenda

Novembro

9 e 10

6a8

Local: Foz do Iguaçu, PR E-mail: aviculturapr@sindiavipar.com.br Informações: www.sindiavipar.com.br

Local: Brasil

V Workshop Sindiavipar

2ª Conferência da PSA (Poultry Science Association) no Brasil 7a9

2018 Janeiro 30 a 01/02

IPPE (International Production & Processing Expo) Local: Georgia World Congress Center, Atlanta , EUA Realização: US Poultry & Egg Association Informações: www.ippexpo.com

Fevereiro 5a9

Show Rural Coopavel - 30 anos Local: Cascavel, PR Realização: Coopavel Informações: www.showrural.com.br

Março 20 a 22

XVI Congresso APA de Produção e Comercialização de Ovos Local: Centro de Convenções de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto - SP Realização: APA Informações: www.congressodeovos.com.br

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Revista do Ovo

III Workshop Internacional de Ambiência de Precisão Local: Auditório da Faculdade de Engenharia Agrícola da UNICAMP Realização: Fapesp, CNPq, Capes, Faepex e Munters Informações: www.ambienciadeprecisao.com


Japão e Emirados Árabes Unidos

Países importadores de ovos comerciais em agosto de 2017 Nada de novo na relação dos países que adquirem ovos comerciais do Brasil. Assim, os embarques de ovos comerciais em agosto foram baixos e direcionados novamente apenas para o Japão e os Emirados Árabes Unidos. No acumulado dos oito meses desse ano os Emirados respondem por 74,6% dos 3,572 milhões de dúzias de ovos exportados, equivalendo a redução superior a 57% em relação ao mesmo período do ano passado. O Japão também reduziu fortemente suas compras em índice acima de 46%, embora sua participação sobre o total embarcado tenha melhorado.

Estoque de passagem elevado

Conab aponta perspectivas para milho na safra 2017/18 A produção recorde de milho registrada na safra 2016/17, que resultou na queda dos preços e num estoque de passagem elevado, deverá ter reflexos na próxima safra. O cenário foi apresentado pelo gerente de Produtos Agropecuários da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Thomé Guth, durante o 1º Seminário Abimilho, realizado nesta quinta-feira (5), em Recife/PE. Durante o evento, a Companhia apresentou as perspectivas para a safra 2017/2018. De acordo com gerente, a alta disponibilidade do cereal no mercado doméstico, aliada a um contexto de oferta ampla também no exterior, torna a rentabilidade do milho inferior que a registrada para a soja, por exemplo. Neste contexto, é natural uma tendência de migração de plantio, por parte dos produtores, para culturas mais rentáveis. Outras variáveis também podem exercer influência tanto no andamento quanto no planejamento da safra brasileira de milho. Uma destas variáveis é a questão climática. “Ainda é cedo para afirmar, mas o atraso das chuvas em algumas regiões importantes, durante o período de plantio da safra de verão, pode encurtar a janela para a produção da segunda safra do grão, trazendo um maior risco para o produtor”, alertou. “A semeadura após o período ideal aumenta a chance do desenvolvimento do milho em período de menor disponibilidade pluviométrica”, explicou Guth. Em 2016/17, o aumento da área de primeira safra, aliado a condições climáticas excelentes, permitiu ao Brasil atingir um volume de 97,2 milhões de toneladas de milho.

Alta disponibilidade do cereal no mercado doméstico, aliada a um contexto de oferta ampla também no exterior, torna a rentabilidade do milho inferior que a registrada para a soja

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Notícias Curtas Promoção do consumo do ovo no Brasil

Instituto Ovos Brasil: 10 anos em defesa da avicultura nacional

Por Ricardo Santin, Presidente do Conselho Diretivo do Instituto Ovos Brasil

Assinatura do estatuto da Ovos Brasil, em 2007, durante o XX Congresso Latino Americano de Avicultura, realizado no Brasil

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A Revista do OvoSite

No dia 27 de setembro, o Instituto Ovos Brasil completa 10 anos de atuação. Fundada por produtores e para produtores, a entidade tem sido cada vez mais relevante e bem-sucedida em esclarecer a população as tantas propriedades nutricionais dos ovos, os benefícios que este alimento proporciona à saúde, além de desfazer mitos sobre seu consumo. Esse trabalho tem um impacto direto na promoção do consumo de ovos no Brasil, e temos ainda muito a conquistar. Estas têm sido algumas vitórias que temos orgulho em compartilhar com tantos parceiros e pessoas que nos ajudam e apoiam, transformando a imagem deste alimento e difundindo o quão saudável e saboroso ele é. Seria uma injustiça não agradecer aos esforços, sobretudo, de nomes fundamentais para o sucesso do Instituto, que já esteve bem representado por Rogério Belzer e José Roberto Bottura, fundadores desta iniciativa essencial para a promoção do consumo do ovo no Brasil. Neste ano tão especial para nós, já realizamos muitas iniciativas pioneiras em nosso setor, como o curso de Boas Práticas de Manipulação de Alimentos, o primeiro da história do IOB, que teve grande procura e mostrou que este é um novo caminho a ser seguido por nossa entidade, e o 1º Concurso Culinário Instituto Ovos Brasil, que teve abrangência nacional e ajudou a enobrecer ainda mais este produto essencial para a gastronomia. Nossa agenda de eventos e feiras para o 2º semestre também está bem movimentada. Graças ao suporte de nossos associados, hoje podemos desenvolver boas estratégias e ações para alcançar novos públicos. A prova disso é a forte atuação do Instituto em prol da Semana do Ovo 2017, evento que já mobiliza toda a cadeia produtiva dos ovos e contará com grandes novidades durante todo o mês de outubro. Caso você ainda não seja um associado do Instituto Ovos Brasil, te convido a conhecer o nosso trabalho, a participar e fortalecer nossa atuação em prol de nosso produto e de toda a cadeia produtiva. Todos os nossos esforços são direcionados para valorizar o trabalho de vocês. Queremos tornar o Brasil em um dos maiores consumidores de ovos do mundo e, junto com a ABPA, levar este produto tão rico em nutrientes para outros destinos, aumentando nossas exportações e a estabilidade de nosso mercado!


Em 12 meses redução de 71,5%

Exportação de ovos comerciais em agosto de 2017 As vendas externas de ovos comerciais levantadas através do sistema AliceWeb do MDIC indicam que em agosto se exportou o segundo menor volume de ovos comerciais do ano. O total embarcado no mês alcançou 2,669 milhões de ovos – cerca de 222,4 mil dúzias – e representou queda de 37,5% sobre agosto do ano passado. De toda forma, foi 14% superior a julho último. Mas esse índice de aumento tem pouca relevância quando se compara com uma base baixa. Aliás, a média de embarques em agosto dos últimos cinco anos, foi superior a 9 milhões. O acumulado nos primeiros oito meses do ano se aproxima dos 43 milhões e representa 59,3% de redução em relação ao mesmo período do ano passado. O volume médio do período projeta cerca de 64,3 milhões de unidades para o ano. Se alcançado, indicará redução de 51% em relação ao total do ano passado quando se embarcou 131,2 milhões de ovos. Por ora, nos últimos doze meses – setembro de 2016 a agosto de 2017 - o volume está um pouco acima do projetado, 68,7 milhões, equivalendo a índice de redução de 71,5%.

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Notícias Curtas IBGE

A produção brasileira de ovos em 2016 A Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) do IBGE relativa a 2016 apontou que a produção brasileira de ovos de galinha no ano que passou aumentou 1,3% em relação a 2015, correspondendo a, aproximadamente, 3,820 bilhão de dúzias. Essa produção foi avaliada em R$11,460 bilhões, valor 9,2% superior ao registrado em 2015. Notar que no volume apontado estão inclusos não apenas os ovos de consumo, mas também os destinados à reprodução – de matrizes e de pintos comerciais de corte e postura. Notar também que, pelas pesquisas realizadas trimestralmente pelo IBGE, a produção brasileira de ovos em 2016 foi significativamente menor

que a apontada neste último levantamento, correspondendo a cerca de 80% dos números atuais. O IBGE reconhece essas diferenças. E lembra que nas pesquisas trimestrais são considerados apenas os estabelecimentos com, no mínimo, 10 mil poedeiras, enquanto a Pesquisa Municipal ora divulgada considera toda a produção de ovos, independente do plantel produtor. A propósito, o IBGE avaliou a relação entre as duas pesquisas nos últimos 10 anos (2007-2016) e concluiu que cerca de 20% da produção nacional de ovos de galinha provêm de granjas com menos de 10 mil poedeiras.

No gráfico abaixo, extraído do Volume 44 da Produção da Pecuária Municipal 2016, recém-publicado, o IBGE mostra como se distribui a produção de ovos de galinha pelo Brasil, dando destaque aos principais municípios produtores. Bastos (SP), em primeiro, seguido por Santa Maria de Jetibá (ES) e Itanhandu (MG) compõem o trio de líderes do setor. Enquanto Bastos e Itanhandu respondem, cada um, por 24% da produção paulista e mineira, respectivamente, a produção de Santa Maria de Jetibá corresponde a 91% da produção capixaba. E, juntos, os três municípios são responsáveis por mais de um terço do total produzido na Região Sudeste.

PRODUÇÃO DE OVOS DE GALINHA

Com destaque para os principais municípios produtores 2016

Fonte dos dados básicos: IBGE – Análises: AVISITE

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Notícias Curtas | Empresas DetoxaPlus

Vetanco leva Luiz Felipe Caron à capital do ovo

A equipe de avicultura recebeu na noite do dia 03 de outubro no Espaço Kanoah na cidade de Bastos, veterinários, técnicos e donos de granjas da capital do ovo e região, para uma palestra técnica com o professor Luiz Felipe Caron, consultor de diversas empresas do setor avícola e professor de microbiologia e vacinologia da Universidade Federal do Paraná. O tema abordado foi “Micotoxinas x Desempenho - o papel da imunidade na garantia produtiva”. Felipe Chiarelli Adorno, Coordenador Técnico da Vetanco, apresentou aos participantes o “Serviço de Monitoramento Estratégico de Micotoxinas” que a Vetanco oferece gratuitamente para granjas da região da capital do ovo. Estiveram presentes também o Assistente Técnico/Comercial da Vetanco, Marcelo Casarin, e o Representante Comercial da Vetanco da região, Fernando Alves. Após a palestra do Professor Caron e da apresentação técnica do produto DetoxaPlus pelo Coordenador Técnico da Vetanco, Felipe Chiarelli Adorno, todos os presentes foram convidados a participar de uma confraternização. Agradecemos a presença e participação de todos e es-

peramos que as informações apresentadas, venham contribuir positivamente com o desenvolvimento técnico das equipes, trazendo mais produtividade às granjas.

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Consumo

Inclusão de ovos nas massas pelo setor alimentício é tema de polêmica Setor avícola de postura cobra a criação do “Padrão de Identidade e Qualidade” (PIQ), para que haja um mínimo de ovos para massas alimentícias

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A

quantidade de ovos adicionada nas massas nas indústrias brasileiras não segue um padrão nas formulações. O setor avícola de postura questiona a falta do chamado “Padrão de Identidade e Qualidade” (PIQ), para que haja um padrão mínimo de ovos para massas alimentícias, visando o aumento da qualidade do produto a partir da mesma quantidade de ovos adicionados e garantindo uma porção com proteínas de melhor valor nutricional, auxiliando na saúde do consumidor. Esta, infelizmente, não é uma realidade no país. O questionamento por parte da indústria avícola de postura é que algumas empresas utilizam a denominação “massa alimentícia com ovos” em suas embalagens, o que segundo o setor, não corresponderia à verdade. A Associação Gaúcha de Avicultura (ASGAV) com apoio da DSM, Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e Instituto Ovos Brasil (IOB), desenvolveram um estudo com a Faculdade de Engenharia de Alimentos do SENAI/RS, em 2015/2016, com o objetivo de analisar massas alimentícias com ovos de diversos países da Europa e EUA e também as legislações destes países, que regulam e rotulam a composição dos alimentos, visando informações à população em geral.

Eduardo Santos: Pesquisa coletou e analisou diversas marcas de massas em diferentes países e no Brasil e foi encaminhado ao SENAI Alimentos para o estudo

Porque incluir ovos nas massas A adição de ovos, além de contribuir para que a aparência do produto seja mais atraente aos consumidores, também contribui para que o produto seja saboroso e nutricionalmente mais rico. Massas alimentícias produzidas com ovos possuem uma melhor qualidade, já que o ovo melhora a coloração, elasticidade em caso de massas longas tipo espaguete, e aumenta o valor nutricional. Redução da pegajosidade e quantidade de resíduos encontrados na água após o cozimento. A albumina do ovo tem influência positiva sobre a proteína da farinha, ajudando na formação da rede proteica e melhorando o envolvimento do amido por essa rede. Revista do Ovo

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Consumo

Entenda o caso A ASGAV (Associação Gaúcha de Avicultura) realizou uma amostragem de marcas de massas alimentícias com ovos, encontradas no mercado mundial. O Instituto SENAI de Alimentos e Bebidas do Rio Grande do Sul realizou uma pesquisa de mercado e selecionou algumas amostras de massas alimentícias, com e sem ovos, comercializadas no mercado regional e brasileiro. A partir dessa amostragem, foram selecionadas amostras de massas alimentícias para serem avaliadas quanto a alguns parâmetros físico-químicos específicos: proteínas, lipídeos e colesterol. Neste trabalho foi constatada que a quantidade de ovos adicionados nas massas com ovos não segue um padrão nas formulações. Em relação ao teor de proteínas e lipídeos valores, não houve diferença significativa. Já quanto aos valores de colesterol, as amostras avaliadas não citam valores nas informações nutricionais, visto que não existe essa obrigatoriedade na legislação brasileira. Os resultados das análises de colesterol indicaram que as massas alimentícias possuem colesterol, o que se subtende que as mesmas utilizam ovos em sua formulação. Porém, existem variações de valores de colesterol entre as marcas analisadas de até 6 vezes o valor mínimo (39 mg/100g) encontrado. Ou seja, não existe padronização na quantidade de ovos utilizada nas massas.

Conclusão do estudo feito pelo Senai - A quantidade de ovos adicionados nas massas não segue um padrão nas formulações. - É prioritária a criação de um Padrão de Identidade e Qualidade (PIQ), para que haja um padrão mínimo de ovos para massas alimentícias. - Visa-se o aumento da qualidade do produto a partir da mesma quantidade de ovos adicionados. - Garante uma porção com proteínas de melhor valor nutricional, auxiliando na saúde do consumidor.

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Eduardo Santos, Diretor da Asgav, explica que a pesquisa coletou e analisou diversas marcas de massas em diferentes países e no Brasil e foi encaminhado ao SENAI Alimentos para o estudo. De acordo com as análises e testes aplicados para detecção dos níveis de ovos utilizados em massas, apurou-se que no Brasil existe muita distorção nas massas que constam em seus rótulos a inclusão de ovos. “Em alguns casos nas massas brasileiras, os percentuais são baixíssimos com o comparado com massas de outros países que utilizam ovos onde, nestes países, são informadas quantidades mínimas de unidades de ovos ou medidas regulares”, afirmou Santos. Assim, de posse deste estudo, ASGAV, ABPA e IOB, estão buscando a regulamentação do uso de ovos em massa alimentícias e a reavaliação do uso de ovos conforme recomendações do SENAI. Segundo Ricardo Santin, Presidente do Conselho Diretivo do Instituto Ovos Brasil e Vice-Presidente da ABPA, a quantidade de ovos que deve ser adicionada é variável de um país para outro, conforme a legislação vigente. De acordo com a legislação brasileira, Resolução

Padrão de Identidade e Qualidade (PIQ), de acordo com as resoluções revogadas RDC CNNPA n° 12/1978 e RDC n° 93/2000 Denominação “massa alimentícia com ovos”: - Mínimo de 3 (três) ovos inteiros por quilograma de massa ou 450 mg de ovos por quilograma de farinha. - Permitido a adição de corantes naturais, como cúrcuma, urucum e betacaroteno.


RDC nº 263, de 22 de setembro de 2005, não há exigências quanto à adição de ovos nas massas alimentícias intituladas “com ovos”. “Essa resolução substitui as resoluções já revogadas (RDC - CNNPA nº 12, de 1978 e RDC nº 93, de 31 de outubro de 2000), que eram mais detalhadas em termos de massas alimentícias com ovos. Em geral, a atual legislação não especifica a quantidade mínima de ovos que deve ser utilizada na produção das massas, bem como os valores mínimos de colesterol por quilo de produto”, explicou Santin. Ele detalhou que, para que haja um padrão mínimo de ovos para massas alimentícias é necessária uma revisão da legislação, com base nas RDCs revogadas de N° 93/2000 e CNNPA nº 12/1978 e um novo Padrão de Identidade e Qualidade (PIQ). “É importante um PIQ para que as empresas de massas tenham um produto com um padrão mínimo de ovos e que possam partir de uma mesma qualidade. E que o consumidor esteja consumindo

O que diz a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (ABIMAPI) Segundo Sônia Romani, Responsável Técnica da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (ABIMAPI) , havia uma legislação sobre ovos, que não existe mais. “A adição de corantes, tais como beta caroteno e urucum é permitida. O macarrão com ovos pode ser adicionado de corantes, para dar a cor amarelada, mas utiliza-se, além do corante, ovos, para que se possa usar a denominação ‘macarrão com ovos’”, detalhou. Segundo Sônia, a ABIMAPI não concorda com a não utilização de ovos em massas declaradas ‘com ovos’, porém, ela levanta um questionamento: “Como não há limite mínimo de ovos a ser adicionado para um macarrão ser considerado ‘com ovos’, a contribuição nutricional dessa adição não é muito relevante”.

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Consumo

Santin, da ABPA e IOB: “É preciso apoiar mudanças nas legislações que regulam a produção de massas com ovos no Brasil. No entanto, este é um movimento que vale ser estimulado desde já, e que pode ter início dentro da própria Indústria, uma vez que a inclusão de ovos em massas traz um enorme diferencial de qualidade ao produto. O papel das instituições neste momento é o de dar todo o suporte a estas revisões legislativas e ao PIQ, além de promover a divulgação de informações de qualidade para a população, de modo a reforçar a importância da inclusão de ovos nas massas, pela textura, coloração e no aspecto nutricional do produto. Sabemos que quando um produto intitulado “com ovos”, e vendido com a imagem de um ovo em sua embalagem, é necessário que esta mensagem corresponda às expectativas do que o consumidor realmente espera receber no momento de sua compra. Isso será essencial para toda a população”

um alimento que possua uma quantidade mínima de ovos especificada, o que garante uma porção com proteínas de melhor valor nutricional, auxiliando na saúde da população”, disse.

O posicionamento da ABPA e Ovos Brasil Segundo Ricardo Santin, é importante que haja um PIQ para que as empresas de massas tenham um produto com um padrão mínimo de ovos e que possam partir de uma mesma qualidade. Assim, o consumidor estará consumindo um alimento que possui uma quantidade mínima de ovos especificada, o que garante uma porção com proteínas de melhor valor nutricional, auxiliando na saúde da população. De acordo com as resoluções revogadas, a quantidade sugerida de 3 ovos inteiros

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por quilograma de massa ou 135 g de ovos por quilograma de farinha, é o mínimo para que o produto seja denominado como “massa alimentícia com ovos”. Para essa determinação mínima de porção de ovos, deve-se ter a quantidade igual ou superior a 450 mg de colesterol por quilograma de massa, em base seca, valor que a maioria das amostras nacionais não atingiu neste estudo. Ele destacou ainda que, para massas com denominação “extra” pode ser sugerido o uso de no mínimo 5 ovos inteiros por quilograma de massa. A expressão “extra” mostra ser um produto de melhor qualidade que os sem essa denominação, logo, não podem ser adicionados corantes, pois estes insumos fazem alusão a alimentos de menor qualidade e por isso podem

não transmitir a qualidade desejada ao produto. No caso de considerar o alimento como “premium”, é sugerido um mínimo de 7 ovos por quilograma de massa, não podendo ser adicionado corantes, já que a porção desse ingrediente é superior as demais. Essa quantia de ovos é maior do que a exigida pela legislação da Itália, país de referência em produção de massas alimentícias. Esse valor foi baseado em amostras importadas, que foram analisadas neste relatório técnico. Questionada se existe um projeto por parte da ABIMAPI para aumentar a fiscalização para a correta utilização de ovos nas massas, ela foi taxativa: “Foi a própria ANVISA que desregulamentou a adição de ovos. A ABIMAPI instrui seus associados a adicionarem a quantidade estabelecida pela RDC 93”..


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Artigo

O papel do ovo no sistema imunológico São muitos os componentes nutricionais do ovo que fazem bem ao organismo humano Por Lúcia Endriukaite Nutricionista do Instituto Ovos Brasil

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organismo possui uma estrutura complexa distribuída por todo o corpo que defende as células da ação de microrganismos, toxinas, poluentes e outros e é chamado sistema imune. Ele é composto de diversas barreiras, tais como a pele, as secreções produzidas pelo corpo, os sistemas de defesa inata e aquelas adquiridas1. Fatores como idade, estilo de vida e a genética estão relacionados com o sistema imune. Assim, o desenvolvimento de doenças está associado a condição do corpo de responder as alterações orgânicas. Nutrientes como vitaminas A, D, E, K, zinco, selênio, magnésio, manganês e outros participam da manutenção do sistema imune e a alimentação pode influenciar neste equilíbrio. O ovo é um alimento interessante por possuir estes e outros nutrientes importantes que colaboram para a melhoria do sistema imune. A vitamina A é reconhecida pelo seu papel na visão, atua na integridade da pele, melhora da resposta imune, no desenvolvimento ósseo e crescimento. Já a

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vitamina D é outro nutriente reconhecido por sua função de mineralização óssea, auxiliando na deposição de cálcio, no crescimento e diferenciação de células do sistema imune. A vitamina E tem função antioxidante, preserva a integridade das membranas, preserva gorduras e atua na inibição da agregação plaquetária – ela é obtida através da alimentação. A vitamina K está relacionada à redução de processos inflamatórios pela ação antioxidante. Estas vitaminas estão presentes no ovo e são facilmente absorvidas, pois circulam apenas na presença de gorduras e o ovo possui 4,5g de gordura por unidade. Com relação aos minerais, o zinco é fundamental para o organismo e possui função antioxidante, além de participar de crescimento celular, fertilidade e reprodução e participa da melhora da função imune. A deficiência de zinco em idosos está relacionada a redução da resposta imune. O selênio atua no sistema de defesa combatendo radicais livres, participando do crescimento e na tireoide, através da regulação e produção dos hormônios tireoidianos, enquanto o magnésio participa de inúmeras reações químicas no organismo que controlam todo o metabolismo de carboidratos, proteínas e gorduras, fundamental para a transmissão do impulso nervoso e batimento cardíaco e ainda ação antioxidante. Já o manganês é outro mineral que participa de várias reações enzimáticas com ação antioxidante e está associado ao cálcio, vitamina D para a formação de células ósseas. Estes minerais, além de ferro, cálcio, fosforo, potássio estão presentes no ovo. A glutamina é um aminoácido livre,

presente em grande quantidade no plasma e tecido muscular. Como pode ser produzido pelo organismo, é considerado um aminoácido não essencial. No entanto, existem casos, tais como traumas e cirurgias em que a glutamina endógena parece não atender a demanda do organismo2. Estudos mostram que a glutamina desempenha função importante na integridade da mucosa intestinal com a promoção da proliferação de células chamadas enterócitos e estas podem melhorar a função barreira, que vai atuar no sistema imune. Além disso, a glutamina participa de reações bioquímicas com manutenção do equilíbrio ácido / básico, transporte de amônia entre os tecidos3. O ovo é um dos alimentos que contém ácido glutâmico, cerca de 133 mg e é convertido em glutamina. Além disso, todos os aminoácidos essenciais fazem parte do ovo e por isso é considerado fonte de proteína e é considerado um alimento referência. A proteína tem uma participação efetiva na melhora do sistema imune e o ovo, rico em proteínas, vitaminas, carotenoides e minerais, é um ótimo alimento para ser consumido todos os dias! Referências: 1- ILSI EUROPE CONCISE MONOGRAPH SERIES – nutrição e imunidade no homem. 2- Waitzberg, Dan L. Nutrição oral, enteral e parenteral na prática clínica / 5ª ed. Rio de Janeiro: Atheneu,2017. 3- Glutamina: Aspectos Bioquímicos, Metabólicos, Moleculares e Suplementação – Rev. Bras. Med. Esporte – Vol. 15, Nº 5.


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Evento

Simpósio OvoSite: Comunicação com o consumidor é a chave para o crescimento do consumo Unidade entre os produtores também é preciso

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ovamente sucesso de público, a 3ª edição do Simpósio OvoSite, organizado pelo OvoSite (www. ovosite.com.br) e pela ABPA, que aconteceu dia 29 de agosto dentro das atividades do Salão Internacional de Avicultura (SIAVS) tornou-se o centro de análises para o setor de postura durante o evento. Com o formato de uma mesa redonda, com duração de duas horas e trinta minutos, 4 palestrantes se revezaram para trazer informações para os participantes. Veja abaixo mais informações sobre cada uma das palestras. Leia mais em: www.ovosite.com.br/simposioovosite2017.

Público acompanhando os debates

Márcio Milan, Associação Brasileira de Supermercados (Abras) “Precisamos sair da zona de conforto e conhecer o consumidor. A população passa 10 dias do mês no supermercado É onde as coisas acontecem. Visitei recentemente supermercados nos Estados Unidos e esse ano foquei nos ovos. Me chamou a atenção a comunicação que existe com o consumidor, que é a clareza sobre o que está sendo vendido”. Uma vantagem é que o ovo já está inserido no melhor local, que é o setor FLV, onde o consumidor mais vai quando volta ao mercado. O ovo está em uma área boa. Destaco também o crescimento do mini mercado e do atacarejo (local onde as pessoas vão pra fazer a compra do mês, cresceu de 31% para 44%. Na minha opinião, o melhor local para exposição de ovos em São Paulo, levando em conta também a comunicação ideal com o consumidor, é o Carrefour Pamplona (antigo Eldorado). Ali existem gôndolas de 3 a 4 metros para exposição de ovos”.

Maria Luiza Assunção Pimenta, Presidente da Somai Nordeste “No passado o ovo era vendido a granel e era escolhido igual batata. Para onde devemos caminhar? Para a extinção da venda do ovo a granel. Ele deve deixar de ser uma commodity e precisamos acabar com a grande variação de preço. Sugiro também pensarmos na criação de um selo nacional de qualidade para o ovo e investir em embalagens mis bonitas. Em 2015, a margem de lucro dos ovos embalados e a granel da Somai estava equilibrada, sem muito ganho. Investindo no embalado, mesmo tirando o custo de produção (a própria embalagem, mão de obra, maquinário), temos obtido uma margem maior nesse produto porque tem o nosso nome”, explica.

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Leandro Pinto, Presidente da Granja Mantiqueira “Estamos vivendo um momento inesquecível, em que o ovo está sendo destacado como um alimento saudável. Podemos agora vender o ovo como uma jóia. Mas temos que aumentar o consumo per capita, o alojamento está em níveis altos. Precisamos fazer o povo comer ovo. A cada 1 ovo que aumentamos o consumo, isso significa 1 milhão de galinhas a mais.

Javier Prida, CAPIA Argentina “Venho para contar a experiência argentina, que em 12 anos duplicou o consumo de ovos. Em 2016, produzimos 43 milhões de aves e consumimos 12 milhões de unidades de ovos. Em 2015, consumimos entre 265 e 274 ovos per capita. A chave é ter determinação e pensar também na responsabilidade social”.

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Evento

Hendrix Genetics leva sua tecnologia para o Siavs 2017 Empresa foi um dos grandes destaques do evento realizado em São Paulo

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Hendrix Genetics levou a tecnologia de suas marcas (Hisex, Bovans, Isa e Dekalb) para o Siavs 2017, evento realizado em São Paulo ao final de Agosto. O estande da empresa, sempre muito movimentado com grandes personalidades e nomes do setor de postura, nacional e internacional, foi o cenário de grandes debates, conversas e ações que permeiam o futuro da indústria avícola de postura. Joel Estevinho (Suporte Técnico Matrizes da Hendrix Genetics), explicou que o mercado avícola está extremamente profissionalizado e que exige uma nova postura das principais empresas que atuam no setor. “As empresas precisam ter o foco na melhoria constante, tanto de seus produtos como também de seus serviços no campo. Este é um dos diferenciais da Hendrix, que possui em seu programa de melhoria de poedeiras um dos seus

diferenciais, com um projeto de produção de 500 ovos em um único ciclo”, explicou. Atualmente este número está ‘na casa’ de 420 ovos. “Este dado, associado ao número de produção em 100 semanas (atualmente gira em torno de 90) nos faz ratificar todo o trabalho e diferencial da Hendrix”, afirmou e completou: “Nossa meta é a cada 4 anos levar ao mercado uma ‘revisão completa’ dos padrões de nossas aves para que obtenhamos uma melhoria anual de rentabilidade aos junto aos nossos parceiros”, disse. Rafael Lera, Médico Veterinário e Especialista Técnico da Hendrix exaltou a relação da empresa com seus clientes. “Somente conseguimos este sucesso pois temos um trabalho muito forte, além de técnico, mas também de comunicação com nossos parceiros, para um perfeito alinhamento das suas demandas, não somente atuais, mas também futuras”, destacou. “Nossas

aves tem apresentado um comportamento totalmente adaptado, inclusive aos novos padrões exigidos, como free-range, e à medida que tal demanda se torne cada vez mais presente no Brasil, estamos totalmente prontos, assim como a marca de nosso pioneirismo em outros países, principalmente Estados Unidos e Europa”, disse. “Uma empresa que atua no segmento avícola de postura tem que ser capaz, acima de tudo, de se antecipar ao futuro. “Como será o mercado? Quais serão as condições ideais exigidas? A Hendrix já vem respondendo a estes questionamentos, além de outros, há mais de 20 anos”, destacou. Ainda de acordo com Joel Estevinho, estas questões somente são respondidas com uma retroalimentação das informações. “Este trabalho gera uma relação ‘umbilical’ com nossos parceiros, o que nos deixa extremamente honrados pela confiança”, disse.

O que diz o cliente “A Hendrix nos apresenta os resultados e eles se comprovam no dia a dia, com uma melhoria constante dos resultados, com o avanço das características de ovos que segue o padrão exigido pelo mercado, além de ser uma empresa totalmente aberta a contribuir com nossa evolução, com um suporte permanente e atualizado, com competência para se antecipar. Somos clientes desde 2005 e esta é uma parceria que tem dado muito certo” Oscar Triviño, Médico Veterinário, San Marino (Colômbia)

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(A) - Estande da Hendrix Genetics no Siavs 2017 / (B) - Rafael Lera, Médico Veterinário e Especialista Técnico da Hendrix Genetics / (C) - Joel Estevinho, Joel Estevinho (Suporte Técnico Matrizes da Hendrix Genetics / (D) - Marco Almeida, Diretor da Hendrix Genetics / (E) - Oscar Triviño, cliente da Hendrix Genetics na Colômbia / (F) - Triviño, Estevinho e Lera

Projeto multiplataforma de produção de proteína movimenta a Hendrix no Brasil A Hendrix está desenvolvendo um projeto multiplataforma de produção de proteína animal no Brasil e América do Sul. Além de sua já conceituada marca para a produção de ovos, a empresa participou do consórcio de ampliação em 2016/2017 do quarentenário de suínos na cidade de Cananéia (SP); tal investimento representou o passo necessário para obter a permis-

são de trazer reprodutores de altíssimo valor genético ao pais.; Tal projeto contempla ainda ações em andamento em Perus e Aquicultura. De acordo com Marco Almeida, Diretor da Hendrix Genetics, esta é a essência do trabalho da empresa, ecom a máxima credibilidade no mercado brasileiro: “Esta é a marca da empresa Hendrix: uma plataforma multiespécie, ampliando suas bases no Brasil e América do Sul, capaz de gerar autosufiência ao mercado interno brasileiro e participar do intercâmbio de material genético com o exterior”, destacou “e

completou: “O cliente final, o consumidor de proteína está cada vez mais exigente e quer saber de onde vem sua carne e ovos, o que os animais consumiram, como foram criados e qual sustentável é o modelo de produção das empresas. Este nível de exigência tem feito com que muitas empresas alterem seu sistema de produção para atender a esta demanda. A Hendrix Genetics sempre manteve uma linha muito tênue com esta realidade, o que nos deixa bastante confiantes para continuar sendo uma das principais empresas de genética do mundo”. Revista do Ovo

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Ciência e Pesquisa

Embrapa Suínos e Aves desenvolve projeto de Boas Práticas de Produção na Postura Comercial Projeto visa padronizar sistema produtivo de ovos e torná-lo mais eficiente

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He A demanda da cadeia produtiva, manifestada pelos produtores, órgãos oficiais, empresas e associações de produtores, caracterizada pela necessidade de melhorar e de padronizar práticas e procedimentos nas granjas comerciais de ovos, atender às questões legais da produção (normais ambientais, de saúde dos plantéis, trabalhistas, etc) e de garantir o registro destes procedimentos fez com que a Embrapa Suínos e Aves realizasse um projeto de Boas Práticas de Produção na Postura Comercial. De acordo com o líder do projeto BPP- ovos, João Dionísio Henn, Doutor em Zootecnia, MBA em Gestão do Agronegócio e Analista de transferência de tecnologia na Embrapa Suínos e Aves, o resultado alcançado com o mesmo é o padrão de procedimentos e de qualidade nas granjas, tudo documentado e com possibilidade de rastreabilidade. “Teríamos, sobretudo, as estruturas, procedimentos e treinamentos necessários para mitigar os riscos sanitários para toda a avicultura brasileira”, destacou. “Realizamos inicialmente um workshop na Embrapa Suínos e Aves, com a participação de to-

dos os parceiros, para melhor conhecimento do projeto, alinhamento de expectativas e identificação das possibilidades de atuação e de aportes de cada parceiro. Nas atividades a campo, foram selecionadas as granjas para participar do projeto, conforme critérios previamente definidos e conforme disposição do produtor em participar”, disse, e completou: “O projeto, no seu início, partiu de um diagnóstico em cada granja, que embasou o planejamento e as ações posteriores. É um trabalho conjunto entre o produtor, o responsável técnico, a defesa sanitária animal dos estados, equipe da Embrapa Suínos e Aves e demais parceiros. Atualmente, estamos em processo de implementação dos procedimentos, com foco principal em opções de telamento de aviários e os requisitos necessários para o registro destas granjas no órgão competente”.

Confira, na sequência, mais informações em uma entrevista exclusiva com João Dionísio Henn. O projeto conta com a colaboração de empresas do setor, dos serviços estaduais veterinários

dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Espírito Santo e de entidades representativas, como a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Conte um pouco sobre como tem sido a receptividade sobre o mesmo. Como está o envolvimento de instituições e empresas do setor no projeto Boas Práticas de Produção na Postura Comercial Diversas instituições e empresas, públicas e privadas, são parceiras da Embrapa no projeto BPP-ovos: No Rio Grande do Sul a Naturovos e seus produtores integrados, Associação Gaúcha de Avicultura (ASGAV) e a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação do RS (SEAPI-RS). No Espírito Santo, a Cooperativa Agropecuária Centro Serrana (Coopeavi) e seus produtores cooperados, a Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo (AVES) e o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (IDAF), além da Qualyprev consultoria. Em Santa Catarina, a Granja Pedal, Ovos Guarani, Ovos Uberti, Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (CIDASC), ICASA e Quasar consultoria. Temos ainda o Ministério

Projeto desenvolve estruturas, procedimentos e treinamentos necessários para mitigar os riscos sanitários para toda a avicultura brasileira 22

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da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o Instituto Ovos Brasil (IOB). Portanto, é um esforço conjunto de diversas instituições e de profissionais, em benefício da avicultura de postura comercial. Como o projeto está sendo executado e validado com a participação dos parceiros e implementado em granjas que funcionam como unidades de referência tecnológica (URTs) onde os procedimentos são planejados, executados e avaliados em conjunto, partindo da realidade prática inicial de cada URT, todos tem a possibilidade de contribuir com o seu conhecimento e com a sua experiência, o que tem sido bastante enriquecedor para todos. Muitos produtores, após conhecerem um pouco do projeto, manifestaram o seu desejo de participar do projeto. Isso não foi possível, por se tratar de projeto, mas esperamos que todos os produtores que desejarem, possam voluntariamente implementar este modelo, com as estratégias de continuação e de apoio a serem definidas ao final do projeto, juntamente com os parceiros existentes e novos que tenham interesse. Fale-nos como o projeto, através de atividades técnicas e práticas, assegura a biosseguridade dos plantéis, a preservação ambiental, a qualidade dos alimentos e a saúde e bem-estar das aves e dos trabalhadores rurais? Conte-nos como, em cada um destes ítem, é possível desenvolver a avicultura de postura. Na granja de produção de ovos, “dentro da porteira”, envolvendo os núcleos de cria e recria e os núcleos produção, o modelo de gestão de qualidade que estamos trabalhando está alicerçado nos procedimentos operacionais padrões (POPs), formulários de registros, treinamento continuado da

equipe envolvida, definição de indicadores produtivos e método de avaliação e medidas corretivas, quando necessário. Com estes instrumentos, é possível o planejamento, execução das tarefas, a avaliação dos resultados e a implantação das medidas corretivas, quando a meta não for atingida. Este modelo deve utilizar ferramentas como o 5W2H na definição dos POPs, para planejar o que será executado, como será feito, por quem, quando, etc., e do PDCA (ou outro método, como o SWOT, por exemplo), para a avaliação e as ações corretivas. Desta forma, é possível atingir elevado padrão de procedimentos e de qualidade do produto, aliado com produtividade e eficiência, com o melhor resultado econômico, social e ambiental possível. Os POPs, periodicamente revisados e atualizados, permitem padronização e melhoria nas práticas e procedimentos na granja, baseados nas novas tecnologias, processos e habilidades e nas exigências legais e do mercado. Escritório organizado, com locais identificados para guardar todos os documentos, pelo período necessário, tanto para atender à fiscalização, mas também para servir para a tomada de decisões na empresa e para os treinamentos periódicos da equipe. Precisamos desenvolver e aplicar padrões de qualidade nas granjas, documentar e permitir rastreabilidade. Nos demais elos da cadeia, deve valer esta mesma preocupação, até o produto chegar à mesa do consumidor. Além de praticar, precisamos comprovar e transmitir a qualidade da produção de ovos nas nossas granjas.

João Henn, Embrapa Suínos e Aves, líder do projeto:

“A avicultura de postura está em processo de um incremento de tecnologia muito grande na última década, gerando maior de eficiência produtiva”

Quantas granjas ou empresas avícolas fazem parte do projeto hoje? Onze granjas comerciais que funcionam como Unidades de Referência

Este é um trabalho conjunto entre o produtor, o responsável técnico, a defesa sanitária animal dos estados, equipe da Embrapa Suínos e Aves e demais parceiros Revista do Ovo

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Ciência e Pesquisa

De acordo com o projeto, é fundamental que cada granja faça a sua parte, estabeleça as suas regras e os seus princípios e busque melhoria contínua

Tecnológica (URTs) fazem parte do projeto. Temos granjas cooperativadas (Coopeavi-ES), integradas (Naturovos-RS) e independentes (em SC), sendo uma com produção de ovos caipiras e as demais de produção tradicional de ovos brancos e vermelhos, em gaiolas, em aviários californianos e automatizados. Cada URT funciona como unidade didática para outros produtores, para a equipe do projeto e também para a elaboração de diversos materiais técnicos e definição de modelo de implementação de boas práticas de produção de ovos na granja, que posteriormente poderá ser útil para outras granjas. Quais são as perspectivas sobre o mesmo? Qual é o futuro que o Sr. vislumbra para a atividade com o desenvolvimento do projeto? Acredito que a avicultura de postura está em processo de um incremento de tecnologia muito grande na última década, gerando maior de eficiência produtiva. Verificamos intensa modernização das estruturas produtivas, aumento de escala, automatização de processos, maior atenção aos procedimentos de biosseguridade, entre tantos outros. Deste processo fazem parte todos os agentes da cadeia produtiva, os fornecedores de insumos com as suas inovações tecnológicas (aviários, equipamentos, embalagens, insumos para a nutrição, para a sanidade, ambiência, etc.), os governos, as instituições de pesquisa, as instituições representativas do setor, como as associações de produtores nos estados, a ABPA, o Instituto Ovos Brasil, os produtores e trabalhadores que atuam direta e indiretamente até o produto ser consumido. Além disso, temos diversos exemplos fantásticos de projetos, programas e

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eventos em prol da avicultura de postura, contribuindo para o seu crescimento e profissionalização e também com o aumento do consumo de ovos no Brasil. Neste contexto, o nosso projeto se soma às ações existentes e procura, juntamente com os parceiros, trazer alguns resultados de utilidade para a cadeia produtiva, especialmente “dentro da porteira”, no núcleo de produção de ovos. Pretendemos ter, ao final do projeto, uma metodologia para implantação das boas práticas de produção no sistema produtivo de ovos, apto para ser aplicado em várias realidades da produção de ovos e desenvolver diversas estratégias e instrumentos de transferência de tecnologia (publicações, vídeos, videocasts, aviário virtual baseado em infográficos, aplicativo para smartphones e tablets, seminários, workshops e cursos) para atingir os públicos interessados no modelo de implementação de BPP-ovos e conteúdos validados no projeto, para a sua replicação posterior para outros produtores. Como é a avicultura de postura ideal, sob o seu ponto de vista, no aspecto produtivo? No Brasil, verificamos uma grande heterogeneidade entre as granjas de postura. Esta condição está relacionada com a escala de produção, nível tecnológico adotado, condição de biosseguridade, questões culturais, regionais, acesso ao crédito, tecnologia e assistência técnica qualificada, entre outros. Nesta diversidade de situações, cada granja tem a sua realidade, seus objetivos, metas e missão, bem como o seu conceito de granja ideal. Como situação geral, considero que a avicultura ideal seja aquela praticada em granjas registradas na defesa agropecuária estadual, executando e fiscalizando as

normas que incidem sobre a produção, com boas condições de trabalho e motivação dos funcionários e com resultado produtivo, econômico, social e ambiental satisfatórios. É fundamental que cada granja faça a sua parte, estabeleça as suas regras e os seus princípios e busque melhoria contínua. Padronizar e garantir que os procedimentos fundamentais sejam todos executados em todas as granjas de postura do Brasil. Quais são os ganhos econômicos e sociais quando o projeto é implantado? Nós acreditamos e defendemos sempre que a decisão voluntária do produtor de ovos em implementar boas práticas de produção nas granjas irá contribuir para o aumento da sua lucratividade, obtenção de produtos de elevada qualidade, redução de riscos sanitários e a manutenção na atividade, com maior sustentabilidade. Cada um dos procedimentos resulta em ganhos e no conjunto todo o esforço de trabalho e de investimento é recompensado, com saldo bastante positivo. Contribuirá também para a melhoria e padronização das práticas produtivas e administrativas dos produtores de ovos, a segurança do trabalhador e a produção de alimentos seguros, bem como a manutenção e ampliação de mercado, além da promoção de capacitações de técnicos e de produtores. A Embrapa Suínos e Aves acredita que o esforço e o investimento nas BPP preconizadas no nosso projeto e validadas em conjunto com os parceiros, tem retorno garantido pelos ganhos agregados proporcionados ao sistema de produção de ovos, somados aos benefícios dos consumidores, que consumirão um produto de elevada qualidade, nutritivo, saboroso e barato.


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Marketing / Semana do Ovo

Setor de postura luta para o aumento do consumo de ovos O marketing ainda é uma grande ferramenta utilizada pelo setor como suporte de vendas

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setor de postura no Brasil ainda busca meios de consolidar suas vendas e aumentar o consumo per capita do produto. Um dos caminhos pelos quais o setor busca esta evolução é através de ações de marketing. Uma das mais tradicionais é a Semana do Ovo, comemorada na segunda semana de Outubro, finalizando o “Dia Mundial do Ovo”, celebrado sempre na segunda sexta-feira do

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ano. Em 2017, a data será comemorada dia 13 de Outubro. Alguns estados são bastante atuantes para o desenvolvimento de ações, como o Rio Grande do Sul, através da Ovos RS, instituição criada há cinco anos com o objetivo de elevar o consumo do produto no estado. De acordo com Eduardo Santos, Diretor Executivo da Associação Gaúcha de Avicultura, a dificuldade da instituição para poder realizar uma ação mais abrangente é a falta de recursos financeiros, pois dependendo da mídia os preços são bem elevados. “Temos 15 estabelecimentos de médio e grande porte no nosso programa Ovos RS todos estes contribuem financeiramente e mais alguns forne-

cedores parceiros da avicultura que estão junto conosco no projeto”, destacou. De acordo com Santos, a Semana do Ovo é de extrema importância porque fortalece a posição do segmento com informações sobre o ovo e sobre a atividade avícola. “É importante evidenciar que a venda em geral do ovo impulsiona o setor como um todo, estas comemorações estão despertado a atenção dos produtores e empresários do setor da importância de promover o alimento e a necessidade de recursos”, detalhou. Outro estado que também desenvolve fortes ações é o Espírito Santo. Segundo Nélio Hand, Diretor Executivo da Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo (AVES) o estado tem trabalhado seguindo a mes-


ma vertente que se aplica no mercado nacional, especialmente quanto a desmistificação de paradigmas e mitos, mostrando também saudabilidade da proteína. “Temos no entanto, ações focadas junto às escolas, principalmente em relação a merenda escolar e procurando incrementar o consumo das crianças na escola propriamente através de informações que são levadas junto aos pedagogos e merendeiras das instituições e ensino”, disse. De acordo com Hand, ainda há forte atuação junto aos meios acadêmicos relacionadas à nutrição e medicina especialmente, onde nos últimos tempos a Associação tem recebido importante atenção dos profissionais. “Também trabalhamos ações junto aos profissionais de gastronomia e outros que trabalham com refeição coletiva, restaurantes, etc”, destacou. Hand destaca que a Semana do Ovo renova e reforça o compromisso que todos do setor temos que ter em levar a correta informação sobre a nossa proteína ao consumidor final.

Santos: “Este ano faremos nossas ações direcionadas como por exemplo, visita aos meios de comunicação e editores de cadernos de saúde e gastronomia , mídias nas redes sociais e outras ações”

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Marketing / Semana do Ovo Hand: “Muitos produtores capixabas contribuem hoje nas ações do instituto Ovos Brasil e, portanto, contribuem com aquela entidade. No estado desenvolvemos ações com o apoio do Instituto e com o apoio direto de produtores que apoiam os projetos desenvolvidos pela AVES”

Contato direto com público final é desafio, mas traz retorno desejado: “Temos trabalhado com abordagens utilizando material específico com informações sobre os benefícios dos ovos com, além de degustações de omeletes onde o produto é de imediato aceito e aprovado”, diz Sônia Bazan 28

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“Ao meu ver isso é importante e constantemente deve ser renovado, dentro do conceito de que “quem não é visto não é lembrado”. Vemos cada vez mais produtores envolvidos com as ações do Instituto Ovos Brasil e por consequência vemos cada vez mais pessoas conscientes e consumindo ovos”, disse e completou: “Aqui no ES temos ações programadas este ano com o apoio do próprio Instituto e dos próprios produtores. Vemos, neste caso, a aceitação cada vez maior das propostas que levamos”, afirmou.

Contato com o público final ainda é um desafio O setor de postura ainda enfrenta desafios para ampliar o contato com o seu público final, com o destaque, a classe e a elegância que o “produto ovo” merece. Segundo Sonia Bazan, Gerente de Produtos dos Ovos Pufa e que atua há mais de 20 anos com o contato direto com público consumidor de ovos na intermediação com os produtores, os trabalhos de divulgação acontecem ininterruptamente, pois informar corretamente os benefícios deste produto tão rico é o objetivo maior. “O contato direto com o consumidor tem sido muito gratificante e tem trazido o retorno desejado. Temos trabalhado com abordagens utilizando material específico com informações sobre os benefícios dos Ovos com Alto Conteúdo de ôme-

ga 3 e Vitamina E, além de degustações de omeletes onde o produto é de imediato aceito e aprovado”, disse e completou. “Este trabalho é de ‘formiguinha’, mas proporciona resultado de fidelização do cliente. Você pode ouvir o consumidor, sanar dúvidas, diferenciar em relação à atuação da concorrência, fazer amigos duradouros quanto ao consumo do produto”. Ao longo do ano, Sonia Bazan ainda auxilia no desenvolvimento de um material informativo, atua em palestras levando informações técnicas ao consumidor, médicos, universidades, auxilia no treinamento da equipe de vendas junto a rede de varejo, quer seja presencial ou por vídeo conferência, auxilia no desenvolvimento da embalagem, no registro desta embalagem junto ao MAPA, acompanha as análises de comprovação dos níveis de enriquecimento, se atualiza em relação as tendências de consumo e enriquecimento a nível mundial dos ovos, afim de que os produtores estejam sempre atualizados, além de todo trabalho efetuado no campo, diretamente na produção. “Procuramos auxiliar o produtor nas suas necessidades e demandas, pois estamos trabalhando com um produto relacionado à saúde do consumidor, portando são primordiais a informação, atenção ao mercado e o apoio no fornecimento de ferramentas para que este mercado seja trabalhado, dento da estrutura do produtor”, destacou Sonia Bazan.


Informe Técnico Comercial

A influência do estresse na qualidade e produção de ovos Vários agentes causadores de estresse podem estar ocorrendo simultaneamente, sendo que um dos fatores mais importantes é o estresse por calor Por Alexandre Sechinato, Médico veterinário e gerente de Produtos de Nutrição Mineral da DSM para a América Latina

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palavra estresse tem como definição o conjunto de reações fisiológicas que ocorre no organismo das aves na tentativa de adaptação a novas situações, entretanto essas reações podem provocar desequilíbrio no organismo dependendo da intensidade e duração do agente estressante. No segmento de produção de ovo, inúmeros fatores externos podem ser considerados agentes estressores para as aves e, geralmente esses agentes podem estar ocorrendo simultaneamente, sendo que um dos fatores mais importantes é o estresse por calor. As altas temperaturas que ocorrem durante os meses de verão no Brasil é um desafio para os produtores de ovos, e todos os anos ocorrem perdas de produtividade, qualidade de ovos e até mesmo mortalidade elevada de aves. O estresse por calor pode ser medido pelo índice estresse por calor (IEC) calculado através de uma fórmula que combina temperatura e umidade relativa do ar. IEC = 0,6 X Temperatura de bulbo seco + 0.4 X temperatura de bulbo úmido. Exemplo, temperatura de 30⁰ C com umidade relatica de 35% apresente um IEC que já é crítico para a ave. Nas aves, durante a adaptação termorreguladora, podem perder o potencial de alta produção e os ovos também podem estar com a qualidade comprometida. O consumo de alimento pelas aves é reduzido, limitando a ingestão de nutrientes essenciais para mantença, produção, peso e qualidade de ovos. A taxa metabólica durante o estresse aumenta, fazendo com que nutrientes como vitaminas e minerais apresentem maior excreção, e que os níveis desses nutrientes no fígado e no soro sanguíneo estejam reduzidos, aumentando assim a produção de radicais livres, gerando o que se chama de estresse oxidativo. As aves possuem quatro mecanismos para dissipação de calor: resfriamento evaporativo, condução, convecção Revista do Ovo

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Informe Técnico Comercial e troca por radiação, sendo que o processo mais importante é o resfriamento evaporativo, onde a ave perde água principalmente pelo processo respiratório. Esse aumento na perda por respiração pode causar um quadro de hiperventilação, auterando todo o balanço ácido básico das aves, o que resulta em perda na qualidade da casca dos ovos, que é agravada pela redução de consumo de alimento. As aves podem tolerar e adaptar a situações de altas temperaturas, mas que acima de 25º C já podem iniciar um processo de estresse por calor. O produtor deve estar atento aos sinais que são indicativos do início desse processo de estresse, sinais comportamentais das aves como: ofegação, abertura de asas, redução do consumo de alimento, aumento do consumo de água; ou sinais na produção de ovos como redução da produção, do peso e da qualidade interna e de casca dos ovos. Algumas ações podem ser tomadas quando o produtor percebe esses

Ofegação, abertura de asas, redução do consumo de alimento, aumento do consumo de água, redução da produção de ovos, do peso e da qualidade interna e de casca dos ovos são sinais de estresse por calor 30 Revista do Ovo

sinais de início de estresses ou mesmo como prevenção, com objetivo de minimizar as perdas, são elas: • Garantir oferta de água suficiente para as aves e em temperatura adequanda, os “nipples” devem estar em número adequado para as aves e a vazão deve estar ao redor de 100 ml por minuto por nipple, também deve ser verificada a altura do nipple para que as aves consigam ingerir a água, e é aconselhável que a temperatura da água seja menor que 25⁰ C. • Fornecer suplemento de eletrólitos e vitaminas na água para equilibrar a perda durante o processo fisiológico. Uso de vitamina C em períodos de estresse por calor tem sido demonstrado eficiente no auxílio ao combate às perdas por estresse oxidativo. • Uso de ventiladores e aspersores auxilia na redução da sensação térmica. Importante lembrar que a alta umidade relativa agrava o quadro de altas temperaturas. Portanto, é importante garantir que ocorra uma troca de ar eficiente dentro dos aviários. • Evitar atividades de manejo no aviário e nas aves durante os períodos mais quentes do dia, atividades como vacinação, debicagem devem ser realizadas nas horas mais frescas do dia. • Ajustar programa de iluminação para estimular as aves a consumirem alimentos durante as horas mais frescas de preferência pela manhã. Todavia, sempre que se altera o programa de luz existe a necessidade de verificar se há oferta de alimento no momento que as luzes se acendem. • Evitar estimular o consumo de alimento das aves nos períodos mais quentes do dia, recomenda-se que tenha um intervalo de no máximo de 1 hora de comedouros vazios, mas que em temperaturas extremas (> 36⁰C) esse intervalo pode ser extendido até 3 horas, desde que se permita as aves se alimentarem em períodos mais frescos como pela manhã e pela tarde. • Usar ração adequada para esse período tentando evitar o que se

chama de calor metabólico. Ex: uso de ração com maior digestibilidade de aminoácidos reduz o calor metabólico gerado durante o processo de excreção de nitrogênio existentes em rações com alto teor de proteina bruta. • Investir em climatização de aviários, mas para isso uma avaliação de plano de negócio completa e bem detalhada deve ser realizada para se obter sucesso nesse tipo de ação. • Novos aviários, sempre que possível, devem ser construídos de forma a respeitar a orientação solar e também buscando materiais que facilitem a redução da temperatura interna do barracão. • Adequar as fórmulas das dietas, com maior densidade utilizando conceitos de proteína ideal, melhorando a suplementação de minerais e vitaminas, incluindo o uso de vitamina C e suplementando de vitaminas e eletrólitos através da água, lembrar que em estresse calórico a relação de consumo de água e alimento pode sair de 2:1 para 8:1. É importante que o uso das estratégias para combater o estresse por calor seja avaliado levando em consideração a realidade de cada produtor, pois nem sempre todas elas são aplicáveis à diversidade de granjas que possuímos no Brasil. Concluíndo, os produtores podem atuar ativamente no controle do estresse através do monitoramento dos sinais de estresse por calor, bem como melhorando condições das instalações para que o aviário possa se manter com temperatura adequada para as aves, também deve procurar agir de forma que melhore o consumo das aves em períodos mais frescos do dia. O estresse por calor é uma realidade nas regiões do Brasil e a redução das perdas ocorridas pode ser a diferença para uma produção economicamente rentável. Entretanto, o produtor de ovos tem que estar consciente que somente através do monitoramento e mensuração corretos dos dados da granjas é que se pode identificar esse momento de perdas e atuar rapidamente para minimizar o problema.


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Informe Técnico Comercial

A encruzilhada em que se encontra o produtor de ovos de consumo A transição para sistemas alternativos de produção exige atenção por parte do produtor

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imemos um momento em que todos os produtores de ovos de consumo se fazem uma pergunta diariamente, de onde viemos, onde estamos e para onde vamos? A um bom tempo se fala na cadeia de produção de ovos comerciais, de que até 2025, 100% dos ovos produzidos no Brasil deverão ser originários das aves fora de gaiola, porém, não é possível saber qual será a velocidade de que isso vai acontecer no nosso mercado, pois já é visível em todos os supermercados, tanto médios ou grandes, a exposição deste tipo de produto e com um valor agregado muito interessante, chegando a custar mais de 50% em relação ao tradicional que é produzido com as aves em gaiolas. É sabido de que quem vai definir esta velocidade de transição é o consumidor, já é notório de que os mais detalhistas e com maior poder aquisitivo, estão buscando isso, hoje a maioria dos produtores de ovos acreditam que já em 2018/2019, 10% dos ovos comercializados no Brasil, serão de aves fora de gaiola.

CAGE FREE: Este o modelo é o ideal em caso de adequação de aviários já construídos

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Revista do Ovo

Precisamos ter muito cuidado com as certificadoras, as quais podem travar o processo no futuro e confundir a cabeça dos clientes, portanto eu acho fundamental darmos uma olhada no velho mundo para entender como aconteceu por lá, pois eu não tenho dúvida de que muito vai se falar e no final o que aconteceu lá, será a base usada em todo o mundo. Porém, especificamente para o produtor de ovos, neste momento é fundamental ter muita serenidade na tomada de decisão e saber exatamente as diferenças e os critérios para cada tipo de ovos produzido, sabendo que existem dois tipos de ovos que o mercado está esperando, que são os ovos de sistemas

CAGE FREE Sistema Horizontal (aves fora de gaiola, e são livres somente dentro de galpões) Este sistema aceita até 9 aves/m2 e as aves tem que ter livre acesso dentro do aviário e a coleta de ovos pode ser feita tanto de forma manual como automática, é fundamental observar as condições de climatização do aviário

que em caso de variação muito grande de temperatura com mínimas abaixo de 15 graus centigrados e máximas acima de 26 graus centigrados de temperatura, será necessário climatizar o mesmo, é fundamental também ter muita atenção com a qualidade e disponibilidade de água. Quando avaliado a agregação de valor no ovo e usando como base outros países, este ovo vai valer aproximadamente 30% a mais do que os produzidos em sistemas tradicionais em gaiolas.

CAGE FREE Sistema Vertical (aves fora de gaiola, porem soltas somente dentro de galpões) Como é possível calcular todos os níveis do sistema, quando calculado os metros quadrados em piso do aviário é possível chegar a 22 aves/m2 e mantendo as 9 aves/m2 quando calculadas todas as superfícies. Neste sistema a redução de área construída é muito grande e pode viabilizar alguns projetos onde as distancias não atendem a legislação com ou-


Normativas para Alojamento de Aves Poedeiras Norma EU (Europeia)

Think ahead with poultry people

Norma KAT (Alemã)

Produção Ecológica

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Informe Técnico Comercial CAGE FREE: Este é o sistema ideal para construções novas no caso de expansão de produção

FREE RANGE: Neste caso o aceitável é de 6 aves/m2 na parte interna do aviário onde é possível utilizar tanto o sistema horizontal de produção quanto ao sistema vertical que é necessário calcular todos os níveis do sistema para saber a quantidade de aves possíveis tros sistemas e a necessidade de terra reduz em mais de 50%. Outro ponto importante é de que as fezes são removidas para fora do aviário através de uma esteira do sistema a cada três dias e com isso reduz em mais de 80% a amônia gerada na parte interna do aviário. Quando avaliado a agregação de valor no ovo e usando como base outros países, este ovo vai valer aproximadamente 30% a mais do que os produzidos em sistemas tradicionais em gaiolas. O sistema de climatização tem que ser obrigatoriamente com pressão negativa devido à concentração de aves.

FREE RANGE (onde as aves devem sair do aviário durante um período do dia) Neste caso o aceitável é de 6 aves/ m2 na parte interna do aviário onde é possível utilizar tanto o sistema horizontal de produção quanto ao sistema

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vertical que é necessário calcular todos os níveis do sistema para saber a quantidade de aves possíveis. O ponto importante para se adequar a este tipo de produção é o espaço necessário para as aves na parte externa do aviário, ou seja, na parte onde as aves devem sair por um período do dia para ciscarem, neste caso é necessário 3 m2/ave, esta área deve ser feita em formato de piquetes para que as aves possam ficar no máximo 15 dias em cada um e o terreno tenha um tempo para se recuperar e poder receber novamente as aves. Quando avaliado a agregação de valor no ovo e usando como base outros países, este ovo vai valer entre 50% e 80% a mais do que os produzidos em sistemas tradicionais em gaiolas.

Conclusão Quanto ao percentual de ovos Cage Free e Free Range que o merca-

do vai demandar em 2025, é difícil prever, porem a nossa experiencia nos faz crer de que do total de ovos produzidos fora de gaiolas, 70% serão Cage Free e 30% Free Range. Eu tenho muita clareza de que no Brasil será praticamente impossível eliminar totalmente a produção de ovos em gaiolas devido ao poder aquisitivo da nossa população, porem se os produtores não ficarem atentos a esta tendência, muitos podem desaparecer ou serem tomados por outros que apostarão neste mercado. É impossível saber qual será o percentual de ovos produzidos com aves fora de gaiolas em 2025, porem eu não tenho dúvida de que deve ficar entre 30 e 50% e para isso eu uso como base o mercado Espanhol, que demorou muito para aceitar a mudança e hoje está sendo engolido por outros mercados produtores e tendo muita dificuldade para se ajustar


Revista do Ovo

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Estatísticas e Preços Pintainhas de postura comercial

Novo recorde no alojamento de maio

D

36 Revista do Ovo

EVOLUÇÃO MENSAL (OVOS BRANCOS E VERMELHOS) - MILHÕES DE CABEÇAS

PINTAINHAS COMERCIAIS DE POSTURA

% OVO BRANCO

MÊS

2015/2016

2016/2017

VAR.%

2015/2016

2016/2017

Jun

8,059

7,438

-7,71%

82,38%

82,77%

Jul

7,818

7,412

-5,20%

82,06%

81,63%

Ago

7,292

7,638

4,75%

77,76%

81,53%

Set

8,228

8,125

-1,26%

77,69%

80,31%

Out

7,844

7,763

-1,03%

80,24%

81,55%

Nov

7,679

8,062

4,98%

80,58%

83,66%

Dez

7,518

7,522

0,04%

73,65%

79,75%

Jan

7,580

7,769

2,49%

81,90%

80,58%

Fev

7,248

7,253

0,06%

78,88%

84,08%

Mar

8,299

8,380

0,97%

82,22%

82,87%

Abr

7,761

8,653

11,49%

78,32%

81,31%

Mai

7,929

9,396

18,50%

80,34%

79,56%

Em 05 meses

38,818

41,451

6,78%

80,37%

81,58%

Em 12 meses

93,257

95,411

2,31%

79,71%

81,59%

Fonte dos dados básicos: ABPA – Elaboração e análises: AVISITE

ACUMULADO EM PERÍODO DE CINCO MESES

2010

2011

2012

2013

2014

2015

38,818

36,834

36,030

34,610

32,361

39,935

41,451

Janeiro a maio – 2010 a 2017 Milhões de cabeças

30,386

ados colhidos no mercado indicam que o alojamento de pintainhas de postura comercial levantados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) alcançou novo recorde em maio. O volume alojado no mês chegou a quase 9,4 milhões de cabeças, equivalendo a 18,5% de aumento sobre o mesmo período de 2016. Em relação ao mês anterior, abril, o incremento superou 8,5%. Com isso, o volume acumulado nos primeiros cinco meses de 2017 alcançou 41,4 milhões de cabeças, equivalendo a 6,8% de aumento sobre o mesmo período do ano passado. Desse volume, 81,6% serão destinados à produção de ovos brancos. Retrospectiva realizada a partir de 2010 abrangendo os primeiros cinco meses do ano indica que o crescimento no período alcançou 4,5% ao ano. Nesse tempo decorrido, houve aumento contínuo até 2014 quando o total se aproximou dos 40 milhões de pintainhas. Nos dois anos posteriores os alojamentos foram inferiores e, somente agora, com os fortes alojamentos mensais, houve superação do maior volume alojado anteriormente. Projetado para o restante do ano o volume médio do período indica 99,5 milhões de pintainhas. Se confirmado, significará aumento anual de 7,2%. É um índice de crescimento muito superior às necessidades de consumo da população brasileira que segue sofrendo com a grave crise que assola o país por vários anos. Assim, é importante que a avicultura de postura comercial reveja sua intenção de crescimento para o restante do ano. Dessa forma, poderá evitar ter em mãos um enorme potencial produtivo enquanto do outro lado os mercados interno e externo de ovos não dão sinais de melhora significativa que justifique tão grande índice de crescimento. Por ora, nos últimos doze meses encerrados em maio último, o volume de pintainhas alojadas alcança 95,4 milhões e representa 2,3% de aumento sobre o mesmo período anterior.

2016

2017


Desempenho do ovo em setembro e no ano de 2017

Pressões baixistas foram intensas na maior parte do mês nalisando-se o desempenho do ovo em setembro, o que ressalta de imediato é a estabilidade de preços no decorrer das quatro primeiras semanas. Ou seja: se não houve valorização no início do mês (época mais favorável ao comércio), também não se registrou a desvalorização característica de toda virada de quinzena. A realidade, porém, é que tal comportamento ficou limitado exclusivamente ao ovo do tipo extra. Porque, considerado o mercado como um todo, na maior parte de setembro as pressões baixistas foram intensas. A ponto de, na última semana do mês, se refletirem também sobre o ovo extra. A chegada da Primavera e um maior número de poedeiras em produção ajudam a explicar o que pode ter ocorrido: aumentou, e bastante, a oferta de ovos pequenos, fato que denota a existência de mais poedeiras em início de produção. Foi o que levou ao pressionamento do mercado. Que só não cedeu antes porque a disponibilidade do ovo extra esteve restrita na maior parte do período.

OVO BRANCO EXTRA

Evolução de preços no atacado paulistano R$/CAIXA DE 30 DÚZIAS Média mensal e variações anual e mensal em treze meses MÊS.

MÉDIA R$/CXA

Média anual em 10 anos R$/CAIXA

VARIAÇÃO % NO ANO

NO MÊS

R$ 43,62

2008

SET/16

72,84

32,53%

-13,29%

OUT

68,56

11,14%

-5,88%

NOV

68,04

4,55%

-0,76%

2010

DEZ

74,00

11,92%

8,76%

2011

JAN/17

61,42

-3,91%

-17,00%

FEV

84,48

8,89%

37,54%

MAR

88,44

7,30%

4,69%

2013

ABR

91,13

35,77%

3,04%

2014

MAI

83,31

14,81%

-8,58%

JUN

87,04

1,94%

4,48%

JUL

83,62

-3,72%

-3,93%

2016

AGO

80,33

-4,37%

3,93%

2017

SET

74,48

2,25%

-7,29%

2009

R$ 38,63 R$ 37,93 R$ 44,61 R$ 49,11

2012

R$ 57,86 R$ 52,70 R$ 59,47

2015

R$ 75,43 R$ 81,45

Porém, nem mesmo essa aparente estabilidade de mercado evitou que os preços médios de setembro retrocedessem ao menor patamar dos últimos sete meses, ficando acima, apenas, da (baixíssima) cotação registrada em janeiro deste ano. Em relação ao mês anterior o valor médio de setembro foi 7,29% inferior. Mas o que cabe indagar a esta altura é se esse foi um comportamento anômalo. Nem um pouco – é a resposta. Porque, ao contrário de anos anteriores, o ovo vem tendo, em relação ao preço, comportamento muito próximo do observado em uma curva estacional de preços do produto. Exemplificando, historicamente o preço de setembro retrocede, em média, 9,7% em relação a agosto; neste ano o retrocesso foi de 7,3%, apenas 2,4 pontos percentuais de diferença. Também historicamente, o valor alcançado em setembro, após muitas variações nos meses anteriores, tem correspondido a 101,7% do valor médio do ano anterior. Em 2017 corresponde a 99,2%, não mais que 2,5 pontos percentuais de diferença. O aspecto perverso dessa curva é que o preço médio no mês de outubro permanece descendente em relação aos meses anteriores, tendendo a recuar ao segundo menor preço do ano. Como o volume de poedeiras comerciais que iniciam a produção segue ascendente, o comportamento histórico tende a se repetir também neste décimo mês de 2017.

100,2

101,2

101,7 99,2

112,6 106,7

117,2

114,7 111,1

Mai

115,6

110,7 109,3

121,1 111,5

120,7 117,5

112,2

Abr

2017 Média 2001/2016 (16 anos)

Ago

Set

Out

Nov

81,6

92,5

115,2

Preço relativo em 2017 comparativamente ao período 2001/2016 (16 anos) Média mensal do ano anterior = 100

Jan

Fev

Mar

Jun

Jul

111,3

A

Dez

Revista do Ovo

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Estatísticas e Preços

Milho e Soja Preço do milho registra aumento em setembro

Farelo de soja registra terceira queda consecutiva

O preço do milho registrou valorização no mês de setembro. O preço médio do insumo, saca de 60 kg, interior de SP, fechou o mês cotado a R$29,85, valor 9,3% acima da média alcançada pelo produto em agosto, quando ficou em R$27,32. A disparidade de preço do milho em relação ao ano anterior continua grande. O valor atual é quase 30% menor, já que a média de setembro de 2016 foi de R$42,60 a saca.

O farelo de soja (FOB, interior de SP) registrou queda pelo terceiro mês consecutivo em setembro de 2017. O produto foi comercializado pelo preço médio de R$955/t, valor 1% inferior ao praticado no mês de agosto – R$965/t. Em comparação com setembro de 2016 – quando o preço médio era de R$1,258/t – a cotação atual registra queda de 24,1%.

Valores de troca – Farelo/Frango vivo Valores de troca – Milho/Frango vivo O frango vivo (interior de SP) fechou o mês de setembro cotado novamente a R$2,50/kg – alcançando índice 0,1% superior à média de agosto de 2017. A valorização do milho e a manutenção do frango vivo piorou o poder de compra do avicultor. Nesse mês, foram necessários 199 kg de frango vivo para se obter uma tonelada de milho, considerando-se a média mensal de ambos os produtos. Este volume representa 8,5% de queda no poder de compra em relação ao mês anterior, pois, em agosto, a tonelada do milho “custou” 182,1 kg de frango vivo.

A queda registrada no preço do farelo de soja e a manutenção na cotação do frango vivo no mês de setembro fez com que fossem necessários 382 kg de frango vivo para adquirir uma tonelada do insumo, significando melhora de 1% no poder de compra do avicultor em relação a agosto, quando 386 kg de frango vivo obtiveram uma tonelada do produto. Na comparação em doze meses a melhora alcançou 6,2% já que lá foram necessários 405,8 kg para adquirir o cereal.

Valores de troca – Farelo/Ovo O preço do ovo, na granja (interior paulista, caixa com 30 dúzias), sofreu nova queda mensal em setembro e fechou à média de R$68,48, valor 7,9% abaixo do alcançado no mês anterior, quando o produto foi negociado por R$74,33. Com a queda no preço dos ovos e aumento no milho houve nova baixa no poder de compra do avicultor. Em setembro foram necessárias 7,3 caixas de ovos para adquirir uma tonelada do cereal. Em agosto, foram necessárias 6,1 caixas/t, queda de 15,7% na capacidade de compra do produtor.

Preçomédio médioMilho Milho Preço

setembro setembro outubro outubro novembro novembro dezembro dezembro janeiro janeiro fevereiro fevereiro março março abril abril maio maio junho junho julho julho agosto agosto setembro setembro

53,00 53,00 51,00 51,00 49,00 49,00 47,00 47,00 45,00 45,00 43,00 43,00 41,00 41,00 39,00 39,00 37,00 37,00 35,00 35,00 33,00 33,00 31,00 31,00 29,00 29,00 27,00 27,00

R$/sacade de60kg, 60kg,interior interiorde deSP SP R$/saca

2016 2016

2017 2017

MédiaSetembro Setembro Mínimo Média Mínimo R$26,50 26,50 R$ R$ R$

29,85 29,85

38 Revista do Ovo

De acordo com os preços médios dos produtos, em setembro foram necessárias aproximadamente 13,9 caixas de ovos (valor na granja, interior paulista) para adquirir uma tonelada de farelo de soja. O poder de compra do avicultor de postura em relação ao farelo registrou queda mensal de 6,9%, já que, em agosto, 13 caixas de ovos adquiriam uma tonelada de farelo. Em relação a setembro de 2016 houve aumento de 35% no poder de compra, pois naquele período a tonelada de farelo de soja custou, em média, 18,8 caixas de ovos.

Preçomédio médioFarelo Farelode desoja soja Preço R$/toneladaFOB, FOB,interior interiorde deSP SP R$/tonelada

1600 1600 1500 1500 1400 1400 1300 1300 1200 1200 1100 1100 1000 1000 950 950 900 900 850 850 800 800 750 750

setembro setembro outubro outubro novembro novembro dezembro dezembro janeiro janeiro fevereiro fevereiro março março abril abril maio maio junho junho julho julho agosto agosto setembro setembro

Valores de troca – Milho/Ovo

2016 2016

Máximo Máximo R$ 32,50 R$ 32,50

Mínimo Mínimo 940,00 R$ R$ 940,00

2017 2017

Média Setembro Setembro Média Máximo Máximo 980,00 R$ R$ R$ 980,00 R$

955,00 955,00

Fonte das informações: www.jox.com.br


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Estatísticas e Preços

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