Roteiros para a prática leitora na escola III - 7º e 8º anos

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CAPA COLORIDA EM SEPARADO O ARQUIVO



Coleção Mundo da Leitura ROTEIRO DE PRÁTICAS LEITORAS PARA A ESCOLA III

TERROR

PÁGINAS MACABRAS

7º, 8º e 9º anos do Ensino Fundamental Tania Mariza Kuchenbecker Rösing Beatriz Calegari Segal

2015


Copyright © Editora Universitária Tania Mariza Kuchenbecker Rösing Beatriz Calegari Segal

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conceitos e opiniões emitidos, as imagens, tabelas, quadros e figuras são de excluR821te dos Rösing, Tania Mariza Kuchenbecker siva responsabilidade dos autores. Terror : páginas macabras : 7º, 8º e 9º anos do ensino fundamental / Tania Mariza Kuchenbecker Rösing, Beatriz Calegari Segal. – Passo Fundo: Ed. Universidade de Passo Fundo, 2015. 52 p. : il. ; 24 cm. – (Mundo da leitura. Roteiro de práticas leitoras para a escola III).

Inclui bibliografia. ISBN 978-85-7515-901-9 (impresso)

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1. Incentivo à leitura. 2. Leitura – Desenvolvimento. 3. Leitura – Prática. 4. Ensino fundamental. I. Segal, Beatriz

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Sumário

Apresentação......................................................................................................... 7 Introdução............................................................................................................ 20 Prática leitora no Mundo da Leitura..................................................................... 22 Fotografias produzidas durante a prática leitora no Mundo da Leitura................ 31 Registro Iconográfico........................................................................................... 34 Prática leitora na escola

Atividade 1: Vampiros, criaturas da noite............................................ 37

Atividade 2: Stephen King, o rei do terror............................................ 39

Atividade 3: Sátiras de terror............................................................... 42

Atividade 4: Lendas urbanas............................................................... 45

Atividade 5: Contos de fadas............................................................... 46

Referências.......................................................................................................... 48 Sugestões de Leitura........................................................................................... 50



A CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO LEITOR: ETAPAS A SEREM PERCORRIDAS

Tania Mariza Kuchenbecker Rösing

[...] quando um texto é produzido não para um único destinatário, mas para uma comunidade de leitores, o/a autor/a sabe que será interpretado/a não segundo suas intenções, mas de acordo com uma complexa estratégia de interações que também envolve os leitores, ao lado de sua competência na linguagem enquanto tesouro social. (Eco, 1997)

O desenvolvimento concomitante de atividades de ensino, pesquisa e extensão interrelacionadas é o compromisso maior de uma universidade. Observando a natureza e a origem da nossa Universidade de Passo Fundo, emergente de um desejo da comunidade passo-fundense, transformando-se numa universidade comunitária, nosso compromisso tem sido atender aos interesses e às necessidades de uma comunidade heterogênea, não apenas local, mas regional, procurando preparar profissionais das mais distintas áreas com muita qualidade e com a possibilidade de entenderem que a formação dos profissionais é um processo contínuo, permanente. Ler e formar leitores continuam a ser o foco de nossas ações e de nossas investigações há mais de três décadas, na realização das Jornadas Literárias de Passo Fundo/RS, movimentação permanente pela formação de leitores e de públicos para as artes. Sem dúvida, essa luta pelo letramento contínuo de alunos e professores já alcançou resultados positivos na região de abrangência da Universidade de Passo Fundo, os quais têm-se agregado a outros esforços estaduais, nacionais e internacionais na mesma direção. A continuidade dessas ações de leitura e de escrita se faz necessária, observando-se a importância do ato ler e, sem dúvida, de escrever nas práticas sociais, na constituição do sujeito leitor e produtor de textos, enquanto contribuição efetiva para uma atuação cidadã na sociedade, incluindo nos estudos novas performances leitoras no contexto de uma sociedade tecnologizada. _____________________________________ 1 Doutora em Letras pela PUCRS. Professora do Programa de Pós-Graduação em Letras da UPF. Pesquisadora produtividade CNPq. Coordenadora do Centro de Referência de Literatura e Multimeios.

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Leitura enquanto construção de significados O ser humano, enquanto ser social, precisa estar atento às situações que acontecem no espaço onde vive, na amplitude e na profundidade do mundo enquanto espaço e texto universal, inserindo-se ora como protagonista, ora como coadjuvante, ora na condição restrita de integrante do cenário ou como observador crítico. Precisa entender a complexidade desse mundo nas relações que nele se estabelecem entre as pessoas e suas manifestações verbais e não verbais, individuais, coletivas, na família, entre amigos, no trabalho, nas manifestações culturais, no uso das tecnologias da informação e da comunicação. Essas considerações primeiras exemplificam a leitura como processo de significação realizado por alguém que busca não apenas compreender o que vê, mas interpretar o que motiva cada situação, cada manifestação individual ou social, explicitando-as. É a leitura entendida como processo de significação e de identificação de relações, portanto. A compreensão do texto impresso – livro, jornal, revista, periódico científico, folder, bula, manual, receita – não se restringe à mera de-codificação dos sinais gráficos, mas implica o entendimento do conteúdo em contexto determinado, em situação específica, onde se ampliam as ideias nele contidas. Essa compreensão e a interpretação dos elementos não ditos, mas existentes no constructo que cada texto representa, são necessárias também no envolvimento do leitor com a linguagem das histórias em quadrinhos, das charges e cartuns, da publicidade e o universo que esta abrange. As manifestações artísticas como pintura, escultura, arquitetura, música, dança, teatro, fotografia oferecem largo campo de exercício da leitura enquanto compreensão e interpretação das linguagens peculiares a cada uma. Demonstram o quão significativo é para o leitor em formação construir e aprofundar conhecimentos sobre áreas tão ricas, plenas de sentido. O conhecimento prévio do leitor vai-se enriquecendo em termos da ampliação do repertório vocabular, do conhecimento de uma diversidade textual se entendida aqui a possibilidade de as manifestações artísticas e o mundo, ao lado do impresso, se constituírem como uma variedade de textos enquanto unidades de sentido. Mais do que em qualquer tempo da história da humanidade, a leitura abrange a relação entre textos e imagens veiculados em distintos suportes, entre os quais encontram-se o computador, o smartphone, tablets, cinema, televisão. O intercâmbio de ideias e de valores emergente da relação do sujeito leitor com distintos materiais de leitura, com contextos variados, com manifestações artísticas e culturais as mais diversificadas, com textos e imagens em diferentes suportes pode encontrar suporte teórico nas ideias preconizadas pelo russo Mikhail Bakhtin:

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[...] a linguagem humana é um produto eminentemente social, resultado do contato entre seres humanos, entre seres humanos e outros seres, entre seres humanos e materiais de leitura produzidos por outro ou por outros, revelando, respeitadas as classes sociais e suas peculiaridades, valores defendidos por integrantes de cada uma em particular e por sujeitos reunidos em distintos grupos: [...] o objeto de sua intenção é precisamente a variação do tema em muitas e diversas vozes, um polivocalismo e heterovocalismo fundamental e insubstituível ao tema. (BAJTÍN, 1982, p. 94)

Em se tratando da leitura literária, encontra-se em Bakhtin a explicitação da natureza dialógica da linguagem: chama atenção para a emergência de vozes nas falas das personagens de uma narrativa, caracterizadas como polifonia. O conteúdo dessas vozes permite ao leitor a vivência da alteridade, das formas de pensar e de agir do outro, dos outros. Amplia sua contribuição teórica na perspectiva semiológica ao defender o necessário domínio da estruturação das manifestações da cultura como o cinema, a televisão, a moda, o folclore, o artesanato, a pintura, a fotografia, a escultura, a música, a arquitetura, o teatro. Essas múltiplas vozes propagam a ampliação da noção de mundo e de suas particularidades, permitindo que cada leitor se reconheça como um sujeito ativo e crítico no grupo ou mesmo nos grupos em que se insere.

O protagonismo do leitor Mais do que em qualquer outro tempo da história da humanidade, o leitor é o protagonista do processo de compreensão, de interpretação do mundo, do conteúdo dos materiais apresentados do meio impresso ao digital, ocupando o lugar mais importante no processo em que se constitui a leitura. Daí a importância de a vivência de cada pessoa ser rica em experiências de vida, no envolvimento com materiais de leitura os mais diversificados, no contato e no entendimento das manifestações da cultura, no convívio com uma diversidade de linguagens, tudo para enriquecer seu conhecimento prévio. De posse dessa riqueza que vai se acumulando ao longo da vida, seu potencial de significação dos materiais é cada vez maior. Os estudos da estética da recepção de Wolfgang Iser (1996) conferem ao leitor o papel principal no processo de significação da leitura, assumindo a liderança no desenvolvimento da compreensão do conteúdo lido e de interpretação do mesmo e de apropriação de determinadas ideias, de determinados princípios, de valores

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específicos a serem empregados no exercício de sua cidadania. Segundo Bakhtin (1979), no contexto das práticas sociais onde a comunicação se efetiva, evidencia-se fortemente o dialogismo: Com efeito, a enunciação é o produto da interação de dois indivíduos socialmente organizados e, mesmo que não haja um interlocutor real, este pode ser substituído pelo representante médio do grupo social ao qual pertence o locutor. [...] Essa orientação da palavra em função do interlocutor tem uma importância muito grande. Na realidade, toda palavra comporta duas faces. Ela é determinada tanto pelo fato de que procede de alguém, como pelo fato de que se dirige para alguém. Ela constitui juntamente o produto da interação do locutor e do ouvinte. Toda palavra serve de expressão a um em relação ao outro. (BAKTHIN, 1979, p.99) (tradução nossa)

Na leitura, o dialogismo emerge no envolvimento do leitor com o texto e o autor do mesmo, entre o leitor e as personagens de uma narrativa literária, promovendo o que se entende por alteridade: vivenciar outro ponto de vista, vivenciar outros papeis, vivenciar outras realidades, vivenciar outros cenários, assumir outras ideias, outros valores, apropriar-se de outros princípios. Depreende-se dos posicionamentos teóricos referidos a importância do ouvinte numa determinada enunciação e do leitor/receptor numa dada leitura. Na prática discursiva ou na leitura, confere-se importância maior ao sujeito que participa do processo produção/recepção da mensagem oral, ou mesmo na recepção do conteúdo do texto ficcional escrito, independentemente do suporte em que possa ser veiculado. O conteúdo do texto oral ou do texto escrito, precisa ser vivificado pelo receptor/leitor.

Professor e alunos na vivência de uma mesma prática leitora Muitas críticas têm sido feitas ao desempenho de professores do Ensino Fundamental e do Ensino Médio relativamente ao desempenho desses profissionais da educação enquanto leitores. Atribui-se o pouco entusiasmo dos alunos pelas propostas de leitura intensiva (na sala de aula) e extensiva (fora do horário escolar) ao fato de os professores não compartilharem suas experiências de leitura com os alunos por não realizarem leitura de qualquer natureza.

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A atividade de leitura desenvolvida no contexto do Centro de Referência de Literatura e Multimeios – Mundo da Leitura, durante duas horas, com a participação de uma turma específica da Educação Infantil, do Ensino Fundamental, do Ensino Médio ou mesmo do Ensino Superior pressupõe a presença de um ou dois professores que acompanham os alunos, sendo também os primeiros convidados a participar de todas as atividades. É uma forma de esses professores vivenciarem os diferentes momentos de uma prática leitora de cuja organização não participaram, constituindo-se cada ação num desafio não apenas à participação, mas, especialmente, ao exercício de uma avaliação crítica. Podem apontar dificuldades, vantagens, desvantagens, possibilidades de continuá-las no contexto da escola, conforme orientação recebida por escrito, contendo sugestões de atividades para esse momento posterior. Pretende a equipe do Mundo da Leitura que essas ações não apenas sejam avaliadas criticamente, mas que possam servir de inspiração à realização de outras tantas na dimensão multimidial. Tem-se a certeza de que a criatividade com que são organizadas as práticas leitoras multimidiais para cada turma instiga o professor participante a criar propostas talvez mais originais, mais inovadoras de leitura a serem realizadas por seus alunos, se assim o desejar. Se o professor participa de igual para igual com os alunos, seu exemplo pode provocar um estímulo à continuidade de participação mais entusiasta dos alunos da turma agendada, considerando o interesse desse docente.

Práticas leitoras multimidiais A criação, o desenvolvimento e a avaliação de práticas leitoras multimidiais, propostas pela equipe interdisciplinar de professores e monitores do Mundo da Leitura, oportuniza aos leitores em formação, usuários desse espaço, o contato com uma variedade de textos e de linguagens do impresso ao digital. Textos literários harmonizados com música, ilustrações, pinturas, quadrinhos, charges, cartuns, sites, aplicativos para tablets relacionados ao tema são apresentados. É um processo de vivência cultural ampla, que pode ser mais ou menos profunda dependendo do conhecimento prévio de cada leitor em formação presente. Não se pode admitir, na segunda década do século XXI, a oferta de atividades de leitura tradicionais, sem apelo para o envolvimento com a leitura de outras linguagens, em outros suportes, qualificando o processo de formação de leitores para um nível de exercício da criticidade. As preferências de leitura podem ser explicitadas pelo leitor, encarregado da vivificação dos textos de diferentes naturezas. O prota-

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gonismo do leitor precisa ser observado por professores, pais, adultos, com vistas a entender novos comportamentos em relação à leitura a partir da relação com novas plataformas de leitura. Os leitores das linguagens de diferentes manifestações artísticas circulam e navegam entre nós e nexos que se dispõem em telas de diferentes naturezas. O domínio da estrutura básica de smartphones como sinônimo da mobilidade dos equipamentos contemporâneos existentes em meio à mobilidade física dos sujeitos, é a ampliação segura dos horizontes estipulados pelos leitores em geral. A partir de um tema previamente selecionado, inicia-se a busca de texto literário relacionado ao mesmo e aos interesses do leitor de uma determinada faixa etária, alvo da prática, bem como de canções, fragmentos de filmes, games, sites, ilustrações, pinturas, fotografias, esculturas correlacionados. Esse processo é longo, pressupondo ampla pesquisa bibliográfica e infográfica e discussão entre pessoas de áreas distintas do conhecimento. Embora as escolhas partam da equipe do Centro, numa aparente imposição aos leitores em formação, procura-se observar as constatações realizadas ao longo dos últimos anos nas ações de leitura e de escrita propostas a diferentes públicos. O Centro de Referência de Literatura e Multimeios encontra-se em atividade há 17 anos, implementando ações com o propósito de formar leitores multimidiais e de produtores de textos atentos às peculiaridades de distintas linguagens, aos textos veiculados em diferentes suportes. Ao final da prática, nas dependências do Centro, são oferecidas sugestões aos professores de atividades de leitura multimidiais a serem desenvolvidas no contexto da sala de aula da escola de origem, dando continuidade ao processo desencadeado no Mundo da Leitura. É uma forma de se viabilizar a experimentação, a avaliação dos resultados e a crítica a cada uma das ações propostas. Pretende-se, desse modo, facultar ao professor oportunidade de exercício crítico, explicitando, por meio de sua avaliação, vantagens encontradas, desvantagens, dificuldades, sugestões para novos trabalhos, para novas práticas leitoras multimidiais.

O espaço da leitura na família Pretende-se, paralelamente à promoção do prazer do envolvimento de crianças, jovens e adultos com materiais de leitura diversificados, em vivências leitoras multimidiais, estimular os alunos a relatarem a seus familiares suas experiências com a leitura. O empréstimo domiciliar de livros é atividade importante. O modelo de leitor troca de polo: a criança, o pré-adolescente, o adolescente é que passa a ser o

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leitor, o modelo a ser seguido. Chama a atenção de seus irmãos, de seus pais, das pessoas que vivem no contexto familiar para materiais de leitura diferenciados. A tentativa é de contagiar integrantes de sua família no que diz respeito ao necessário e prazeroso envolvimento com livros, com materiais de leitura não apenas como entretenimento, mas como forma de ampliar o conhecimento. Passa, também, a constituir-se como oportunidade significativa para promover o desenvolvimento da sensibilidade estética de pessoas que atuam nas mais distintas áreas. Sobre tais aspectos, advertem Milicic e Rivera, relativamente à importância da leitura e do papel dos integrantes de uma família na adoção de comportamentos leitores: O mais importante é estarmos conscientes da importância do grupo familiar no desenvolvimento cognitivo que promova filhos e filhas. A família deve tomar consciência desta realidade e ser um agente ativo que promova, desde os primeiros anos e durante toda a vida escolar, o interesse pelos livros. (MILIC; RIVERA, 2009, p.28) (tradução nossa)

Deixando de lado a perspectiva formadora da leitura, pretende-se divulgá-la como exercício de ampliação da imaginação pela vivência da alteridade na recepção de narrativas. Personagens apresentam distintos pontos de vista, em diferentes cenários, alargando a visão de mundo dos leitores, desenvolvendo sua sensibilidade. Independentemente da classe social e econômica, qualquer sujeito precisa ampliar seu potencial imaginativo, sua capacidade de sonhar, suas possibilidades de se colocarem na posição de outro, de se localizarem em cenários distintos aos quais têm acesso. Estamos conscientes de que os livros não chegam às mãos das pessoas por toques mágicos. Encontros de pessoas com livros precisam fazer parte do planejamento de uma escola em que a leitura é tratada como mecanismo de aprimoramento dos seres humanos. Se estiver no planejamento da escola, mas principalmente no desejo de seus professores atingirem as famílias por meio do comportamento leitor de seus alunos, muito se conseguirá. Ler é um ato político e se é político, é transformador. Pela leitura consegue-se ter uma visão melhor da sociedade. É possível identificar-se com outros seres humanos transformando-os em seres mais sensíveis.

Tipos de leitor Vive-se, atualmente, um período de abundância de materiais de leitura, publicados com qualidade e requinte. Os livros infantis, por exemplo, com tema e linguagem estruturados nos critérios de qualidade literária, cada vez mais se aproximam

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do status de obra de arte pela criatividade com que são concebidos e pelos recursos empregados na publicação. As ilustrações, reconhecidas como uma outra linguagem que amplia a riqueza do conteúdo, são produzidas por artistas do desenho, identificados como uma autoria paralela à autoria do texto propriamente dito. Para significar essas linguagens e apropriar-se das mesmas, necessita-se de leitores capazes não apenas de compreender e interpretar o conteúdo, mas de apreciar a ilustração como parte importante do texto. Produtos de publicidade têm sido criados com o uso de uma multiplicidade de linguagens, onde se constata a mescla de textos: textos literários, imagens da pintura e/ou da escultura universal, música, pintura, fotografia entre tantos outros recursos. A compreensão e a interpretação de seu conteúdo depende do conhecimento prévio do leitor-intérprete. Quando se aborda a questão da formação do leitor, imediatamente surge uma pergunta: que tipo de leitor se pretende formar? Essa indagação tem sentido à medida que se fala a partir da democratização do ato de ler com a contribuição de Gutenberg, criando os tipos móveis aos moldes de pesquisas anteriores feitas por chineses. No período que antecede a era gutenberguiana, o ato de ler constituía-se como privilégio de poucos. Surge aí, então, um leitor entre as camadas sociais menos aristocráticas, capaz de envolver-se com o texto impresso individual, solitária, silenciosamente. E o que é melhor, em profundidade, verticalmente, percebendo a organização das palavras em frases, em parágrafos, configurando a estrutura textual. Pode-se encará-la como uma forma significativa de meditação que enriquece o vocabulário do leitor, enriquece ainda suas experiências com diferentes tipos de texto. Tais características são encontradas entre leitores adultos, sendo alguns mais avançados em idade, entendidas por Santaella como pertencentes ao leitor MEDITATIVO, o leitor solitário, silencioso, realizador de uma leitura profunda. É o leitor que não prescinde do dicionário para se enveredar na plurissignificação das palavras, demonstrando que, no caso da literatura, cada uma e muitas sugerem multiplicidade de sentidos. [...] esse primeiro tipo de leitor é aquele que tem diante de si objetos e signos duráveis, imóveis, localizáveis, manuseáveis: livros, pinturas, gravuras, mapas, partituras. É o mundo do papel e do tecido da tela. O livro na estante, a imagem exposta à altura das mãos e do olhar. Esse leitor não sofre, não é acossado pelas urgências do tempo. Um leitor que contempla e que medita. Entre os sentidos, a visão reina soberana, complementada pelo sentido interior da imaginação. Uma vez que estão localizados no espaço e duram no tempo, esses signos podem ser contínua e repetidamente revisitados. (SANTAELLA, 2004, p. 24)

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Ao lado desse leitor, reconhecido como intérprete verticalizado das diferentes estruturas do texto, surge um outro interessado na diversidade de cenários que constituem as cidades, as metrópoles, na complexidade da sociedade, por meio de um processo dinâmico de entendimento e de interpretação da infinidade de sinais e de linguagens que se mesclam em veículos como o jornal, a televisão, o cinema, ou mesmo na fotografia. A variedade dos produtos publicitários complexifica os cenários das cidades, das estradas, oferecendo materiais em profusão a serem significados pelo leitor. Este intérprete se surpreende com a evolução dos meios de transporte, com as modificações nos automóveis entre tantas outras criações resultantes do progresso provocado pela Revolução Industrial. Maravilha-se com as luzes nas ruas, brancas, coloridas, centralizadas em produtos, em marcas, criando novas linguagens publicitárias. Santaella nomeia esse tipo como leitor MOVENTE, ou seja, que se move, que circula na cidade, que está atento a sinais os mais distintos na diversidade de cenários do múltiplo espaço citadino. É o leitor que foi se ajustando a novos ritmos da atenção, ritmos que passam com igual velocidade de um estado fixo para um móvel. É o leitor treinado nas distrações fugazes e sensações evanescentes cuja percepção se tornou uma atividade instável, de intensidades desiguais. É, enfim, o leitor apressado de linguagens efêmeras, híbridas, misturadas. (SANTAELLA, 2004, p.29)

Faz-se necessário salientar que as transformações por que passam os sujeitos em suas estruturas sociais e no mundo como cenário universal, provocam o surgimento de diferentes formas para compreender a constituição desse espaço múltiplo e heterogêneo e das relações dos sujeitos no contexto dessas mudanças. Assim, pode-se inferir dos diferentes olhares outros valores, uma compreensão maior de comportamentos até então inesperados, inclusive surpreendentes e as múltiplas direções pelas quais os sujeitos podem se conduzir no mundo, construindo novos conhecimentos, assumindo novos modos de ser e de agir. O espaço das redes de informação e comunicação instigam a emergência de um novo leitor que, na ótica de Santaella, “navega em telas e programas de leituras num universo de signos efêmeros eternamente disponíveis.” É o leitor IMERSIVO que se agrega ao leitor meditativo e ao leitor movente para dar conta da significação da leitura que precisa ser desenvolvida no contexto das mudanças por que passa a humanidade e o mundo em que se vive. Esse tipo de leitor precisa desenvolver habilidades diferentes das dominadas pelo leitor meditativo, capaz de realizar uma leitura linear do texto impresso, com início, meio e fim, folheando página por página.

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Sem ser confundido com o leitor movente, apresenta-se como receptor de imagens, apreciador de programas televisivos, de filmes no cinema, de vídeos em telas as mais variadas entre tantas outras linguagens. O leitor imersivo desencadeia um novo modo de ler que precisa ser observado e compreendido especialmente por pais, por professores da escola e da universidade. Cognitivamente em estado de prontidão, esse leitor conecta-se entre nós e nexos, seguindo roteiros multilineares, multissequenciais e labirínticos que ele próprio ajuda a construir ao interagir com os nós que transitam entre textos, imagens, documentação, músicas, vídeo etc. Através de saltos que vão de um fragmento a outro, esse leitor é livre para estabelecer sozinho a ordem informacional, pois, no lugar de um volume encadernado com páginas onde as frases e/ou imagens se apresentam em uma ordenação sintático-textual previamente prescrita, surge uma ordenação associativa que só pode ser estabelecida no e através do ato de leitura. (SANTAELLA, 2004, p.32)

Constata-se, no momento atual, que as pessoas estão em constante mobilidade, seja em casa, no trabalho, na escola, na universidade, seja realizando viagens, circulando por espaços culturais os mais distintos, ou mesmo circulando por shopping centers, frequentando praças com parques infantis, andando pelas ruas, exercitando o físico em caminhadas regulares. Ao lado da mobilidade física das pessoas que se amplia cada vez mais, vive o momento histórico da mobilidade informacional e comunicacional. As pessoas têm acesso a equipamentos móveis desde os mais simples aos mais sofisticados: são modelos e modelos de celulares, de tablets. Constatam-se mudanças no cenário das casas, das escolas, das universidades, dos ambientes de trabalho, das ruas. No comportamento das pessoas, na postura física das mesmas, no relacionamento com as outras pessoas frente a frente, em grupos, em casa, no trabalho, em momentos de encontros de diferentes naturezas. A maioria esmagadora dispõe de, no mínimo, um equipamento móvel e se encontra conectada o tempo todo, desinteressando-se pelo relacionamento de proximidade face a face o que se constitui uma perda nas relações entre pessoas. Santaella tipifica esse sujeito como leitor UBÍQUO, adjetivo que se refere ao que está conectado com todos em todos os lugares. A atenção do leitor ubíquo é irremediavelmente uma atenção parcial contínua: responde ao mesmo tempo a distintos focos sem se demorar reflexivamente em nenhum deles. Surge devido à popularização gigantesca das redes sociais do ciberespaço, ou seja, espaços de hipermobilidade, com as facilidades que os equi-

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pamentos móveis trouxeram para se ter acesso a elas, em qualquer tempo e lugar. A atuação do leitor ubíquo passa a se constituir como foco importante de novas pesquisas na área da leitura, da recepção de textos de diferentes naturezas, permitindo entendimentos mais aprofundados sobre o ato de ler, incluindo não apenas o reconhecimento de novos modos de ler, mas uma compreensão maior desses novos modos de ler. Paralelamente, propicia a identificação dos níveis de leitura atingidos e a diversidade de focos de leitura dominados por esse leitor contemporâneo. A tipificação do leitor, proposta por Santaella, não propicia o entendimento de que cada leitor é apenas este ou aquele tipo. Cada um dos tipos referidos não deve, portanto, ser considerado isoladamente. Quem se envolve com a leitura se dá conta de que em determinado momento e a partir do objetivo da leitura a ser realizada, é preciso fazê-lo isoladamente, em silêncio, para que a compreensão e a interpretação de determinado conteúdo, de determinado material de leitura possa ocorrer de forma mais eficiente. Em outro momento, impõe-se a necessidade de serem lidos os acontecimentos dos diferentes espaços da cidade, do país, do mundo, movimentando-se o leitor entre fontes diversas para captar melhor cada situação. Respeitando-se a natureza social do ser humano, ocorrem estímulos permanentes ao desenvolvimento de olhares mais críticos para os diferentes cenários com os quais convivemos. Há características no leitor ubíquo herdadas da dinamicidade do leitor movente: Do leitor movente, o leitor ubíquo herdou a capacidade de ler e transitar entre formas, volumes, massas, interações de forças, movimentos, direções, traços, cores, luzes que se acendem e se apagam, enfim esse leitor cujo organismo mudou de marcha, sincronizando-se ao nomadismo próprio da aceleração e burburinho do mundo no qual circula em carros, transportes coletivos e velozmente a pé. (SANTAELLA, 2013, p. 22)

O grande desafio da escola e da universidade é formar leitores que consigam ler materiais na perspectiva ora de leitor meditativo, ora de leitor movente, ora de leitor imersivo, ora de leitor ubíquo. Um tipo de leitura não exclui a outra. Um tipo de leitor não desautoriza o outro. É preciso integrá-los, permitindo que o ato de ler seja mais amplo sem perder a profundidade necessária ao entendimento de cada texto apresentado em distintos suportes.

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Considerações finais O Centro de Referência de Literatura e Multimeios, laboratório de ações de leitura do Curso de Letras – graduação e pós-graduação lato e stricto sensu - cumpre seu papel ao associar atividades de ensino, pesquisa e extensão com foco na formação de leitores num país de não leitores, seus integrantes assumem uma posição precursora há quase duas décadas na região de abrangência da Universidade de Passo Fundo, ultrapassando-a: abordam questões de leitura numa perspectiva ampliada, abrangendo materiais de leitura do impresso ao digital e as linguagens das artes como um todo. Os Roteiros de práticas leitoras para a escola III que ora são apresentados ao público interessado, elaborados por essa equipe interdisciplinar, demonstram concretamente o caminho percorrido na elaboração da proposta e na execução de práticas multimidiais que precisam ser avaliadas criticamente também por professores de outros níveis de ensino, alunos das licenciaturas, alunos dos diferentes níveis abrangidos, interessados em promover novos modos de ler e, consequentemente, de escrever. Compreensão e interpretação de textos os mais diversificados, apresentados em diferentes suportes, podem promover ações de produção de textos cada vez mais qualificados do impresso ao digital. Esperam seus autores, com todo esse esforço, contar com o retorno crítico de interessados em promover novos modos de ler e de escrever, ao mesmo tempo que agradecem a participação das escolas, de professores, de alunos, de bibliotecários ou mesmo de professores responsáveis por bibliotecas, salas de leitura, do público em geral que utilizam os serviços deste Centro.

REFERÊNCIAS BAJTÍN, M.M. Estética de la creación verbal. Madrid: Siglo Vientiuno, 1982. BAKHTIN, Michail. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1979 ECO, Umberto. Interpretação e Superinterpretação. São Paulo: Martins Fontes, 1997. ISER, Wolfgang. O ato da leitura: uma teoria do efeito estético. V. 1. São Paulo: Ed. 34, 1996.

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MILICIC, Neva; RIVERA, Alejandra. Leamos juntos – orientaciones para fomentar la lectura en família. Santiago do Chile: Gráfica Puerto Madero, 2009. SANTAELLA, Lúcia. Leitor prossumidor: desafios da ubiquidade para a educação. Campinas: Ensino Superior Unicamp, Abril – Junho, nº 9, p. 19-28, 2013. Disponível em: http://www.revistaensinosuperior.gr.unicamp.br/artigos/desafiosda-ubiquidade-para-a-educacao. Acesso em 21 de abril de 2014. SANTAELLA, Lúcia. Navegar no ciberespaço: o perfil cognitivo do leitor imersivo. São Paulo: Paulus, 2004.

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Introdução Quando falamos de medos, frequentemente, nós os relacionamos com instintos de sobrevivência. Temer o desconhecido, temer a morte, entre tantos outros temores fizeram com que a espécie humana sobrevivesse às adversidades que a cercavam, seja por cautela, seja por criar maneiras de proteção. Todavia, quando experimentamos sensações de perigo sem, de fato, estarmos em risco, entramos no campo dos prazeres estéticos, como defende França (2011). Dos contos de Perrault aos romances góticos, o medo foi assunto recorrente na literatura. Mas foi com as primeiras obras de Edgar Allan Poe que a literatura de terror começou a tomar forma e receber mais espaço no mundo editorial. Subgênero do Fantástico, conforme classifica Todorov (1975), a literatura de terror tem como característica principal causar pavor, medo. Distingue-se da ficção científica por não tratar de temas futurísticos e, da fantasia, por não obrigatoriamente valer-se de seres fantásticos, demais subgêneros da literatura fantástica. Esta, por sua vez, é definida “a partir do efeito de incerteza e da hesitação provocada no leitor face a um acontecimento sobrenatural” (RODRIGUES, 1988, p. 28). Ainda, segundo Todorov, a literatura de horror puro pertence ao Estranho, pois esse, diferentemente do fantástico, descreve reações ligadas unicamente aos sentimentos das personagens e não a um acontecimento material. Mas como saber o que provocará medo nos leitores? Temos nossas próprias angús-

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tias e o que me apavora pode não apavorar o outro. Sobre isso, Stephen King (2008, p. 19) – escritor de grande sucesso de crítica nesse ramo –, explica “O conto que trata de monstruosidade e terror é um cesto mais ou menos cheio de fobias; quando o autor passa, você retira do cesto um dos horrores imaginários dele e coloca ali um de seus horrores pessoais reais – pelo menos por algum tempo”. Ambientes sóbrios, sejam eles descritos verbalmente em romances, sejam capturados por lentes nos filmes ou em fotografias, criam uma atmosfera de medo, estranhamento, incerteza. Cortinas batendo, quartos escuros, florestas, calabouços são, dentre outros, os ambientes mais recorrentes em obras de terror em que acompanhamos a personagem principal – usualmente, aquela que nos apresenta a história (narrador personagem) – numa trama de mistério e suspense. Sabe-se que uma parte considerável dos jovens tem simpatia por histórias que exploram temáticas de mistério, de terror/horror e de suspense. Prova disso é a quantidade de filmes do gênero, alguns permeados por fortes doses de violência, a que esses jovens assistem. Todavia, apesar da riqueza da literatura de medo, a escola pouco a utiliza em suas aulas. Seria por tratar de temas polêmicos como a morte? Seria porque os próprios professores não leem esse tipo de literatura? Mas se os jovens lotam salas de cinema para assistir a filmes com essa temática, se passam horas em frente ao vídeo game jogando jogos como Resident Evil, por que não apresentá-los a essa literatura tão rica? Este roteiro de práticas leitoras para a escola está organizado em duas partes distintas. Na primeira, detalha-se a prática leitora “Terror: páginas macabras” direcionada aos alunos de 7º, 8º e 9º anos do Ensino Fundamental, desenvolvida no espaço do Centro de Referência de Literatura e Multimeios - Mundo da Leitura e aplicada durante o ano de 2012, na qual procurou-se apresentar aos alunos obras, autores e conceitos básicos do terror nas linguagens literária, fílmica e fotográfica. Por meio do conto “O coração denunciador”, de Edgar Allan Poe, a animação homônima de Ted Parmelee e as fotografias de Joshua Hoffine, os alunos foram instigados a perceber elementos frequentes em histórias de terror e discutir a popularidade dessa temática entre os jovens. A segunda parte trata de atividades a serem desenvolvidas na escola, que sugerem temas que envolvem terror, horror, lendas urbanas, contos de fadas, sendo um desdobramento do título principal da atividade realizada no Mundo da Leitura, que também propõe, por meio de diferentes textos e linguagens, uma leitura crítica do terror, estimulando a criatividade, o pensamento cognitivo e intelectual dos alunos. Ao final, apresenta-se uma série de sugestões de livros, sites e filmes sobre terror, eixo fundamental para compreender as relações hipermidiais exploradas ao longo do roteiro de práticas leitoras.

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Prática leitora no Mundo da Leitura Materiais e recursos Conto O coração denunciador, de Edgar Allan Poe. Animação O coração denunciador, direção de Ted Parmelee. Projetor multimídia. Fotografias de Joshua Hoffine. Câmera fotográfica. Etapas propostas 1. Recepcionar os alunos apresentando o espaço do Mundo da Leitura. 2. Ambientar o espaço com pouca luz e uma trilha sonora de filme de terror. 3. Exibir a animação O coração denunciador, dirigida por Ted Parmelee, baseada no conto homônimo de Edgar Allan Poe. 4. Analisar com os alunos a animação, por intermédio das seguintes questões norteadoras: a) Essa animação destina-se à que faixa etária? Por quê? b) Qual a história contada? Quem nos conta? c) Quais são os personagens dessa história? d) A que gênero pertence essa animação? Que elementos presentes na animação confirmam isso?

O coração denunciador (The tell tale heart) é uma animação produzida por Stephen Bosustow, em 1953, adaptação fiel do conto homônimo de Edgar Allan Poe. Concorreu ao Oscar de melhor animação.

5. Enfatizar elementos de terror presentes na animação: trilha sonora de mistério, entonação do narrador, jogo de sombras, ambiente escuro, entre outros recursos.

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6. A partir do seguinte fragmento de Stephen King, explorar a subjetividade do terror. O conto que trata de monstruosidade e terror é um cesto mais ou menos cheio de fobias; quando o autor passa, você retira do cesto um dos horrores imaginários dele e coloca ali um de seus horrores pessoais reais – pelo menos por algum tempo. (KING, 2008, p. 19)

7. Solicitar aos alunos que compartilhem suas experiências leitoras nesse gênero em diferentes linguagens. Aproveitar para apresentar a esse grupo de alunos alguns autores como os americanos Stephen King e H.P. Lovecraft, e os brasileiros André Vianco e Alfer Medeiros. 8. Recapitular com os alunos os principais elementos da literatura de terror: cenários sombrios, elemento sobrenatural, ambiguidade, fracasso do protagonista, detalhismo, narrador geralmente em primeira pessoa. 9. Diferenciar o terror do horror e da repulsa, a partir do seguinte fragmento de Stephen King, valendo-se das referências de leituras compartilhadas pelos alunos anteriormente. Eu reconheço o terror como a melhor das emoções, então eu tentarei aterrorizar o leitor, se eu não conseguir, então tentarei horrorizá-lo, e se eu descobrir que não consigo horrorizar, eu vou apelar pros sangues e tripas. E eu não me orgulho disso. - Stephen King

10. Apresentar o autor norte-americano Edgar Allan Poe, precursor da literatura de terror e mistério. Edgar Allan Poe (Boston, EUA, 1809-1849) é considerado um dos maiores autores de contos de terror, sendo precursor nesse gênero literário. Muitas coletâneas de suas obras já foram publicadas, e muitos de seus contos serviram de inspiração para outras obras de diversas linguagens. Escreveu novelas, contos e poemas, exercendo larga influência em inúmeros autores. Entres seus contos de terror, destacam-se O gato preto, Coração denunciador, A queda da casa de Usher, O poço e o pêndulo e O barril de amontillado. Na obra de Poe o terror psicológico é explorado e personagens doentias, obsessivas, oscilantes entre a lucidez e a loucura são representadas. São relatos em que o delírio do personagem se mistura de tal maneira à realidade que não se consegue mais diferenciar se o perigo é concreto ou se trata apenas de ilusões produzidas por uma mente atormentada. Sua obra é lembrada pelo talento narrativo impressionante e impressivo, pela força criadora monumental e pela grande realização artística.

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11. Exibir o trailer do filme O corvo (2012), direção de James McTeigue, disponível no Youtube, www.youtube.com/watch?v=23_haur9VKk. 12. Analisar o trailer do filme que trata da adaptação de vários contos de Poe, diferentemente da animação exibida, baseada em um único conto. Nesse filme, o próprio autor torna-se personagem principal no filme.

O corvo (Paris Filmes, 2012) O escritor Edgar Alan Poe (John Cusack) está na caça de um assassino em série que imita os crimes de seus contos e ainda sequestrou sua noiva Emily (Alice Eve). Para ajudá-lo na investigação, o detetive Emmet (Luke Evans) assume o caso e pretende dar um fim aos terríveis assassinatos, que são seguidos de charadas criadas pelo criminoso que desafia a inteligência do autor num jogo de gato e rato. Fonte: www.adorocinema.com/filmes/filme-170893/

13. Exibir fotografias de terror do fotógrafo e cineasta americano Chad Michael Ward, explorando elementos da linguagem fotográfica como os planos, foco, ângulo, cor e iluminação.

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Chad Michael Ward é um fotógrafo aclamado pela

crítica e cineasta com mais de uma década de experiência fotografando músicos, celebridades e ros-

tos urbanos de Los Angeles. Seu portfólio único de moda fez Ward um dos talentos mais procurados

na indústria com trabalho aparecendo em inúmeras galerias, revistas e livros. Os trabalhos de Ward também foram coletados em várias monografias. (Fonte: http://digitalapocalypse.com)

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14. Exibir uma fotografia produzida pelo fotógrafo americano Joshua Hoffine, retomando os elementos fotográficos percebidos anteriormente. Apresentar Hoffine e seu trabalho.

Joshua Hoffine (Emporia, Kansas, 1973) é graduado em Literatura Inglesa pela Universidade Estadual do Kansas. A partir de 2003, começou a produzir fotografias de terror, explorando aspectos psicológicos do medo. O horror em suas fotografias nasce do desconhecido, daquilo que o observador da foto não é capaz de enxergar, ou que está parcialmente descoberto, como sombras e silhuetas. Entretanto, algumas de suas fotos também se utilizam do aspecto explícito do horror, apresentando situações violentas e sangrentas, sem censura alguma quanto à aparência do monstro ou demônio retratado. Ambas as situações mexem com nosso inconsciente, pois apelam a instintos primitivos.

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15. Solicitar aos alunos que observem a sequência de imagens de Hoffine, “Pickman’s masterpiece” (“A obra prima de Pickman”), e compartilhem suas percepções oralmente.

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16. Analisar cada imagem da sequência, relacionando-as, instigando os alunos a perceberem o enredo por trás das fotografias. 17. Informar aos alunos que as imagens são baseadas no conto “O modelo de Pickman”, de H.P. Lovecraft, apresentando esse autor de literatura de terror. 18. No espaço livre, realizar um tour por entre as estantes de livros, nas quais estão expostas mais fotografias de Joshua Hoffine para que percebam a intertextualidade de suas obras. 19. Solicitar aos alunos que, em pequenos grupos, produzam fotografias de terror, utilizando elementos presentes no Mundo da Leitura como ossos, panos pretos, máscaras, diferentes luzes e outros recursos, atentando para os elementos da linguagem fotográfica. 20. Postar as imagens na página do Facebook do Mundo da Leitura (www.facebook.com/mundodaleituraupf). 21. No ambiente virtual, acessar o blog de Joshua Hoffine (www.joshuahoffine. wordpress.com/) para que os alunos possam observar o processo de produção de uma fotografia; acessar, também, o blog do Mundo da Leitura (www.mundodaleituraupf.blogspot.com), a fim de que possam adquirir mais informações sobre a literatura de terror e ter acesso ao conto O coração denunciador, de Edgar Allan Poe; e o Facebook do Mundo da Leitura para que possam comentar as fotografias produzidas.

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Fotografias produzidas durante a prĂĄtica leitora no Mundo da Leitura

Fotografia produzida pelos alunos do ColĂŠgio Irineu Evangelista de Souza

Fotografia produzida pelos alunos da Escola Estadual Anna Willig

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Fotografia produzida pelos alunos da Escola Estadual Anna Luisa FerrĂŁo Teixeira de Passo Fundo

Fotografia produzida pelos alunos da Escola Municipal Mateus Dal Pozzo de ParaĂ­

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Fotografia produzida pelos alunos da Escola Estadual Anna Luisa FerrĂŁo Teixeira de Passo Fundo

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Registro iconogrรกfico

Escola Estadual Maria Dolores

E.M.E.F. Nossa Senhora Aparecida

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E.E.E.F. Anna Willig

E.M.E.F. PantaleĂŁo Thomaz

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ColĂŠgio Irineu Evangelista de Souza

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Prática leitora na escola Atividade 1: Vampiros, criaturas da noite Objetivo Compreender o mito do vampiro e valorizar a literatura de terror brasileira. Materiais e recursos Livro Os sete, de André Vianco. Projetor multimídia. Computador com acesso à internet. Etapas propostas 1. Exibir imagens relacionadas aos vampiros, instigando os alunos a socializarem seus conhecimentos sobre essas criaturas. 2. Realizar uma breve retrospectiva da história dos vampiros, retomando as informações socializadas pelos alunos e acrescentando dados pertinentes, tais como a origem do mito, a fascinação por essas criaturas, grandes personagens como o Conde Drácula, Nosferatu e o mais recente, e menos apavorante, Edward, da saga Crepúsculo; séries televisivas que exploram a temática como The Vampire Diaries e True blood; autores como Anne Rice, etc. Para tanto, o professor poderá ter como referência, entre outras, a obra História dos vampiros: autópsia de um mito (Ed. Unesp, 2005), do professor Claude Lecouteux. 3. Apresentar a história de Os sete, de André Vianco. Uma caravela portuguesa de cinco séculos é resgatada de um naufrágio no litoral brasileiro. Dentro dela, uma misteriosa caixa de prata esconde um

segredo: sete cadáveres aprisionados, acusados de bruxaria.

Apesar das advertências grafadas no objeto de

prata, a equipe do departamento de história da Universidade Soares de Porto Alegre decide violar a caixa para estudar os corpos. Afinal, que perigo poderiam oferecer aqueles sete cadáveres? Nenhum. Mas depois que o primeiro deles acorda...

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4. Apresentar o escritor André Vianco e suas obras, através do vídeo www.youtube.com/watch?v=7Ix5027oPlA. Solicitar aos alunos que visitem o blog do autor: www.blogdovianco.com André Vianco é paulista, escritor e roteirista de TV. É atualmente o escritor que mais conquista leitores de terror, suspense e fantasia no Brasil com 13 obras publicadas e quase um milhão de exemplares vendidos. Vianco é reconhecido como representante brasileiro do gênero terror e fantasia. O escritor explora o sobrenatural e o imaginário popular com facilidade e entusiasmo, levando o leitor ao gosto pela literatura. Lançou seu primeiro livro, Os sete, no ano 2000, de forma independente. Em 2001, a editora Novo Século interessou-se pelo livro e o republicou tornando-o um best-seller. Desde então, a parceria entre autor e editora rendeu 12 títulos lançados. Em abril de 2011, lançou seu 13º livro, O caso Laura, o primeiro pela Editora Rocco. Em 2010, incursionou pelo audiovisual e fundou a Criamundos, sua produtora de conteúdo audiovisual. Roteirizou, produziu e dirigiu o piloto para a série intitulada O Turno da Noite, uma adaptação da sua obra de mesmo nome. 5. Solicitar a leitura de Os sete. 6. Realizar um seminário para discutir a obra lida, para que os alunos socializem as experiências desenvolvidas durante a leitura.

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Atividade 2: Stephen King, o rei do terror Objetivo Apresentar aos alunos o autor Stephen King. Reconhecer as características das histórias de terror na linguagem literária e fílmica. Compreender o processo de adaptação da linguagem literária para a linguagem fílmica, e vice-versa. Materiais e recursos Livro Sombras da noite, de Stephen King. Filmes e livros diversos do escritor Stephen King. Projetor multimídia. Filmadora ou dispositivo que filme (celular, câmera fotográfica, iphone, tablet). Etapas propostas 1. Exibir cartazes de filmes de terror baseados em obras de Stephen King, questionando aos alunos se conhecem os filmes e suas opiniões sobre eles.

Filmografia completa de Stephen King:

www.adorocinema.com/personalidades/personalidade-37782/filmografia/

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2. Informar aos alunos que esses filmes são adaptações de obras de Stephen King, apresentando o autor e suas obras. Stephen Edwin King (Portland, Maine, 1947) é um autor norte-americano que cresceu lendo quadrinhos de terror/suspense, fato que estimulou seu amor pelo gênero, fazendo

com que se tornasse um dos escritores mais prolixos a trabalhar com o tema. De 1966 a 1971, King estudou Inglês na Universidade do Maine em Orono, onde escrevia regular-

mente uma coluna intitulada “King´s Garbage Truck” para o jornal “Maine Campus”. Seu primeiro romance publicado foi Carrie.

A partir de 1996, King passou a se aventurar em outras mídias, lançando o conto “Riding

the bullet”, seguido posteriormente pelo conto inacabado “The Plant” em formato de livro

digital. Com diversos trabalhos também como roteirista de filmes, seriados e até peças de

teatro, King é um dos autores mais versáteis de sua época. Publicou ao todo 49 romances (7 sob o pseudônimo de Richard Bachman), 9 livros de não-ficção e nove coletâneas de

contos. Stephen King é um dos autores de maior sucesso no mundo e seus livros (grande parte adaptada para as telas do cinema) já venderam mais de 350 milhões de cópias e foram publicados em mais de 40 países. Fonte: www.stephenking.com.br

3. Solicitar aos alunos que realizem a leitura de uma das obras de King que já tenham assistido à adaptação fílmica. 4. Discutir as semelhanças e diferenças entre o filme e o livro, analisando os recursos pertinentes às linguagens fílmica e literária. Explorar elementos das narrativas de terror presentes nos livros lidos (ambientes sombrios, descrições minunciosas, narrador-personagem, símbolos – gatos pretos, sangue –, etc) e os elementos de filmes de terror utilizados nas adaptações assistidas (iluminação, trilha sonora, fotografia). 5. Organizar a turma em grupos e solicitar que cada um leia um dos contos presentes na coletânea de contos Sombras da noite, de Stephen King. Solicitar aos alunos que, ainda em grupos, realizem a adaptação para a linguagem fílmica do conto lido. 6. Realizar uma mostra de curtas na escola com a presença da comunidade escolar e em geral para socializar as produções.

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Atividade 3: Sátiras de terror Objetivo Compreender a função e perceber as características das técnicas literárias sátira e paródia na linguagem visual. Materiais e recursos Computador com acesso à internet. Filme Os Simpsons, direção de David Silverman. Série Under the dome, de Stephen King e Brian K. Vaughan. Filmes da franquia Todo mundo em pânico. Etapas propostas 1. Questionar os alunos se conhecem a série de filmes Todo mundo em pânico. Nessa série, cenas famosas de filmes de terror de sucesso são satirizadas. Apresentar aos alunos elementos de sátira e paródia a fim de que compreendam ambos os conceitos, exemplificando com obras conhecidas pelos alunos. Questionar se seria possível compreender esse produto sem assistir aos filmes que são satirizados, assim como o que provoca humor. 2. Exibir algumas cenas dos filmes originais e as cenas que as satirizam na série Todo mundo em pânico, analisando os elementos explorados a fim de criar humor. 3. Apresentar a série de terror Under the dome (Sob a redoma, tradução livre), baseada na obra homônima de Stephen King, através do vídeo promocional, disponível em www.youtube.com/watch?v=OvXMGYeBofY.

Under the Dome é uma série norte-americana de ficção científica, mistério e terror, desenvolvida por Brian K. Vaughan e baseada no romance homônimo de Stephen King. Situado em um futuro próximo, Under the Dome conta a história dos moradores da pequena cidade de Chester’s Mill, que de repente se encontram isolados do resto do mundo por uma misteriosa barreira impenetrável que rodeia a cidade. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Under_the_Dome_(s%C3%A9rie)

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4. Exibir Os Simpsons: o filme, em que também há uma redoma isolando a cidade. Analisar a intertextualidade entre ambos. Para dar mais exemplos, podem ser exibidos os episódios d’Os Simpsons do seriado especial “The Simpsons Treehouse of Horror”, que narram histórias assustadoras.

The Simpsons Treehouse of Horror episodes, também conhecido como The Simpsons Halloween episodes, é um seriado particular em que cada episódio é apresentado em uma temporada regular d’Os Simpsons com duração de cerca de 6 minutos. Cada episódio é dividido em três segmentos narrando histórias assustadoras dos Simpsons parodiando, satirizando ou criando histórias de terror.

Até agora foram criados 23 episódios especiais de Halloween, sendo que o mais

recente, Treehouse of Horror XXIV, estreou em 6 de outubro de 2013, na Fox EUA. A sequência de abertura geralmente envolve muito sangue.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Treehouse_of_Horror_(s%C3%A9rie)

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5. Solicitar aos alunos que elaborem uma paródia de uma das histórias de terror que conhecem, sejam elas fílmicas ou literárias.

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Atividade 4: Lendas urbanas Objetivo Ampliar o repertório dos alunos de lendas urbanas conhecidas. Aprimorar a escrita e identificar características das modalidades oral e escrita. Materiais e recursos Computador com acesso à internet. Materiais de uso comum. Etapas propostas 1. Perguntar aos alunos se sabem o que são lendas urbanas, apresentando suas características. Lendas urbanas são pequenas histórias de caráter fabuloso ou sensacionalista, amplamente divulgadas de forma oral, por e-mails ou pela imprensa e que constituem um tipo de folclore moderno. São frequentemente narradas como sendo fatos acontecidos a um “amigo de um amigo” ou de conhecimento público. Muitas das lendas urbanas são, em sua origem, baseadas em fatos reais (ou preocupações legítimas), mas geralmente acabam distorcidas ao longo do tempo. Com o advento da Internet, muitas lendas passaram a ecoar de maneira tão intensa que se tornaram praticamente universais. 2. Solicitar aos alunos que compartilhem as lendas urbanas que conhecem. Em seguida, solicitar que pesquisem a origem das suas lendas urbanas favoritas. 3. Apresentar outras lendas urbanas. Como sugestão, o professor pode apresentar a relação de 50 lendas urbanas criada pelo site Ah duvido! (http://ahduvido. com.br/50-lendas-urbanas) e a série Lendas urbanas, elaborada pela RBS TV, que apresenta narrativas dessa natureza. 4. Solicitar aos alunos que, em grupos, criem e escrevam lendas urbanas. 5. Realizar um Sarau para apresentar as produções dos alunos, as quais podem ser alvo de leituras dramatizadas.

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Atividade 5: Contos de fadas Objetivo Resgatar o conhecimento de contos de fadas. Estimular a escrita literária. Materiais e recursos Filme Os irmãos Grimm, direção de Terry Gilliam. Aparelho de DVD. Computador com acesso à internet. Etapas propostas 1. Perguntar aos alunos que contos de fadas conhecem e levantar suas principais características. 2. Apresentar um breve histórico dos contos de fadas: histórias que tiveram uma origem oral e foram, pela primeira vez, organizadas em meio impresso pelos Irmãos Grimm; assim como a função inicial desse tipo de literatura: ensinar as crianças, muitas vezes, assustando-as. 3. Recapitular uma versão bastante conhecida de um conto de fadas. Ler o conto original dessa história, percebendo as semelhanças e diferenças entre elas, e questionando as possíveis razões das alterações, se ambas são para o mesmo público e se têm a mesma função. 4. Exibir o filme Os irmãos Grimm, direção de Terry Gilliam, solicitando aos alunos que identifiquem as histórias presentes no filme. Wilhelm (Matt Damon) e Jacob (Heath Ledger) são dois irmãos famosos pelos seus contos de fada, recheados de personagens mágicos. Eles percorrem a Europa comandada por Napoleão Bonaparte enfrentando monstros e demônios falsos em troca de dinheiro rápido. Porém, quando as autoridades francesas descobrem o plano deles, coloca-os para enfrentar uma maldição real em uma floresta encantada, na qual jovens donzelas desaparecem misteriosamente.

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5. Apresentar adaptações cinematográficas modernas de contos de fadas de terror João e Maria: caçadores de bruxas (2013), Branca de Neve (2001), A garota da capa vermelha (2011); analisar os elementos de intertextualidade com os contos originais, assim como os novos elementos e sua função. 6. Solicitar aos alunos que, em grupos, criem uma versão macabra de um conto de fadas. A produção pode ser escrita e, na sequência, dramatizada ou ilustrada. 7. Socializar com a comunidade escolar as produções numa noite temática em que os alunos possam expor, ler e dramatizar os trabalhos criados.

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Referências Blog do Mundo da Leitura. Disponível em: <www.mundodaleituraupf.blogspot.com>. Acesso em: 2 jun. 2012. BRANCA de neve. Direção de: Caroline Thompson. Canadá: Hallmark, 2001. CORAÇÃO denunciador, O. Direção de: Ted Parmelee. (1953) 7’. Columbia Pictures. Disponível em: <www.youtube.com/watch?v=6D7aUJToxDg>. Acesso em: 2 jun. 2012 CORVO, O. Direção de: James McTeigue. EUA: Paris Filmes, 2012. (Trailer) Disponível em: <www.youtube.com/watch?v=23_haur9VKk>. Acesso em: 2 jun. 2012. Facebook – Mundo da Leitura / UPF. Disponível em: <www.facebook.com/mundodaleituraupf>. Acesso em: 2 jun. 2012. FRANÇA, Julio. Prefácio a uma teoria do “medo artístico” na Literatura Brasileira. Disponível em: <http://sobreomedo.files.wordpress.com/2011/07/franca-j-prefc3a1cio-a-uma-teoria-do-c2b4c2b4medo-artc3adsticoc2b4c2b4-na-literatura-brasileira.pdf>. Acesso em: 2 jun. 2012. GARCÍA, Alberto E. Martos. Introducción al mundo de las sagas. Espanha: Universidad de Extremadura, 2009. HOFFINE, Joshua. Joshua Hoffine website. Disponível em: <www.joshuahoffine. com/>. Acesso em: 2 jun. 2012. ______. Joshua Hoffine Horror Blog. Disponível em: <http://joshuahoffine.wordpress.com/>. Acesso em: 2 jun. 2012. HUNT, Peter. Crítica, Teoria e literatura infantil. 1.ed. São Paulo: Cosac Naify, 2010. IRMÃOS Grimm, Os. Direção de: Terry Gilliam. Reino Unido, EUA: Miramax, 2005. KING, Stephen. Sombras da noite. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008. LLUCH, Gemma. et al. Las lecturas de los jóvenes: um nuevo lector para um nuevo

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siglo. Barcelona: Anthropos Editorial, 2010. LOVECRAFT, H.P. O modelo de Pickman. In: ______. O chamado de Cthulhu e outros contos. São Paulo: Hedra, 2011. p. 55 – 70. O corvo – filme (2012) – Sinopse. Disponível em: <www.adorocinema.com/filmes/ filme-170893/>. Acesso em: 2 jun. 2012. POE, Edgar Allan. O coração denunciador In: ______. Contos de terror, de mistério e de morte. 7. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981. p. 136 - 141. PUERTAS DE LA LECTURA: Introdución al mundo de la sagas. Universidad de Extremadura. Extremadura/Espanha: Universidad de Extremadura. Suplemento 6, 2009. RODRIGUES, Telma Calasans. O fantástico. São Paulo: Ática, 1988. SIMPSONS, Os. Direção de: David Silverman. EUA: FOX filmes, 2007. TODOROV, Tzvetan. Introdução à literatura fantástica. São Paulo: Perspectiva, 1975. Under the dome – trailer legendado. Disponível em: <www.youtube.com/watch?v=OvXMGYeBofY.>. Acesso em 2 jun. 2013. VIANCO, André. Os sete. São Paulo: Novo Século, 2001. WARD, Chad Michael. The official website of Chad Michael Ward. Disponível em: <http://digitalapocalypse.com/>. Acesso em: 2 mar. 2012.

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Sugestões de leitura Livros: AGNES, Chico; RAGAZZO, Ricardo. Histórias envenenadas: contos de fadas de terror. São Paulo: Andross, 2011. Em Histórias Envenenadas, escritores contemporâneos resgataram todo o horror dos contos de fadas originais em releituras de histórias tradicionais ou novos enredos, que não farão nenhuma criança dormir.

CORSO, Diana Lichtenstein; CORSO, Mário. A psicanálise na Terra do Nunca: ensaios sobre a fantasia. Porto Alegre: Penso, 2011. Profissionais de áreas relacionadas com a psicologia, psiquiatria e pedagogia abordam a subjetividade contemporânea, assim como conceitos da psicanálise examinados de forma amena. Dentre as histórias de terror analisadas, encontram-se O bebê de Rosemary, A profecia, Frankenstein e outros filmes de terror com personagens adolescentes. Além de um capítulo intitulado Vampiromania, que explora a tradição dos mortos-vivos, a história de Drácula e vampiros contemporâneos. MANGUEL, Alberto (Coord.). Contos de horror do século XIX. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. Nesta antologia de contos de terror, o escritor Alberto Manguel reuniu contos de Ann Radcliffe, Edgar Allan Poe, H. P. Lovecraft, Henry James, Guy de Maupassant, Robert Louis Stevenson, entre outros. Escritores de toda estatura e de várias línguas, do português de Eça de Queiroz ao íidiche de Lamed Schapiro. Nesse percurso, o leitor transita por todos os ambientes e resvala em todos os motivos do conto de horror - igrejas em ruínas, subsolos pútridos, jardins ermos, prisões e campos de batalha, criaturas invisíveis, mortos vivos, animais espantosos e espelhos encantados. 50


ROGAK, Lisa. Stephen King – coração assombrando: a biografia. São Paulo: Darkside Books, 2013. Lisa Rogak nos conduz ao universo peculiar de Stephen King. Sua infância, seus medos, sua determinação, o primeiro contato com a escrita, as agruras da adolescência, as dificuldades de um ícone e o lado do pai de família, o músico, o fã de beisebol e o amigo generoso. Apesar de seu trabalho escuro, perturbador, mas de extrema força emocional, King tornou-se reverenciado por críticos e seus milhões de fãs mundo afora. ROZSAS, Jeanette. Edgar Allan Poe, o mago do terror: romance biográfico. São Paulo: Melhoramentos, 2012. Biografia romanceada de um dos autores mais inovadores e, até hoje, mais intrigantes da literatura mundial. Os leitores vão conhecê-lo mais a fundo e se emocionar com o misto de tragédia e glória desse homem condenado a ser escritor.

Internet: STOKER, Bram. O hóspede de Drácula. São Paulo: Darkside Books, 2013. Disponível em: <www.darksidebooks.com. br/freebooks/>. Acesso em: 27 set. 2013. O hóspede de Drácula é um pequeno conto de Bram Stoker, o brilhante autor de Drácula, um dos livros mais conhecidos de todos os tempos. A história é sobre um homem inglês que sai de Munique e, apesar dos avisos, acaba por se dirigir a uma antigo vilarejo considerado assombrado. No meio de uma nevasca, ele se abriga em um cemitério. Entre raios e granizos, coisas terrificantes e assustadoras vão conduzir nosso personagem a uma história sombria e agoniante, porém redentora. 51

POE, Edar. O corvo. São Paulo: Darkside Books, 2013. Disponível em: <www.darksidebooks.com.br/ edgar-allan-poe/>. Acesso em: 27 set. 2013. Esta edição reúne o seu poema mais famoso, “O corvo”, em sua versão original, junto com as clássicas traduções de Machado de Assis e Fernando Pessoa, e uma análise de Poe feita por Charles Baudelaire, seu tradutor e um dos principais divulgadores de sua obra na Europa, acompanhadas das ilustrações de Édouard Manet.


CONTRA-CAPA COLORIDA EM SEPARADO O ARQUIVO



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