MundoTRI Magazine - Dezembro 2010 - nº 4

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REINALDO COLUCCI FOI O GRANDE DESTAQUE, AO LADO DE CARLA MORENO

Competições

Bike Fit

Mountain Bikes

magazine

Potência

mundotri.com

Nutrição

Nº 4 - Dez. 2010

TRIATLETAS DO ANO 2010 ELEGEMOS OS MELHORES, DO OLÍMPICO AO IRONMAN


CELEBRAÇÃO O XTrial Summer Celebration reunião atletas em clima de confraternização na bela praia de Taquaras, em Balneário Camboriú / SC.



EDITOR

MundoTRI magazine

2011 vem aí

PUBLISHER Wagner Araújo wagner@mundotri.com.br

Ao longo de 2010, você acompanhou a cobertura no portal MundoTRI.com.br de todas as provas importantes para o Triathlon brasileiro. Chegou a hora de nomear aqueles que se destacaram ao longo do ano, fazendo a diferença no esporte.

COLABORADORES Allun Woodward Amanda Guadalupe Ana Lídia Borba Ciro Violin Cleiton Abílio Flavio Jose Hugo Prado Neto Márcio Cunha Max - Kona Bikes Vinícius Santana Wagner Araújo Yana Glaser

Indiscutivelmente, o grande triatleta do ano foi Reinaldo Colucci, que conseguiu, nada mais, nada menos, do que uma vitória na Copa do Mundo de Tiszaujvaros em agosto de 2010. Nessa mesma competição, a melhor triatleta brasileira do ano, Carla Moreno, conquistou o terceiro lugar. Em boa parte das provas em território nacional, tanto Colucci quando Carla conseguiram pódios, quando não a vitória. Duas gerações diferentes representados por dois dos maiores triatletas brasileiros de todos os tempos. Infelizmente, não teremos Henrique Siqueira na lista dos melhores. Um exame anti-doping flagrou EPO em seu organismo. Substância que o atleta assumiu o uso. Agora que o erro foi reconhecido, é trabalhar para se redimir e voltar ao esporte, como fez a campeã olímpica Maurren Maggi. Também trazemos nesta edição, os

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últimos suspiros das competições de 2010, inclusive o título inédito de Paulo Henrique Miyashiro no Troféu Brasil de Triathlon, coroando uma das maiores carreiras no esporte nacional. E o que dizer do novo recorde de Chrissie Wellington no Ironman Arizona? Se alguém tinha dúvidas se ela venceria em Kona, elas desapareceram. Por falar em Ironman, mostramos nesta edição a primeira parcial do ranking de classificação para o Havaí em 2011, sistema que promete mudar toda a dinâmica dos atletas profissionais. Em nome do MundoTRI, que completa 2 anos, gostaria de agradecer a todos os nossos leitores, colaboradores e parceiros. Que todos tenham um 2011 com muita saúde, paz, treinos e ótimos resultados.

REVISÃO Rita de Cássia Gomes

FOTOS André Souza Delly Carr Gustavo Gaiote Márcio Rodrigues Timothy Carlson Wagner Araújo

COMERCIAL midia@mundotri.com.br

Wagner Araújo Triatleta, fundador e publisher do MundoTRI

ATENDIMENTO AO LEITOR faleconosco@mundotri.com.br

www.mundotri.com.br


28 38 Belas e Feras: Aline Carvalho ”Amo o treino pelo treino! Sinto-me poderosa. Sinto que estou

me cuidando e fazendo algo pra mim.”

destaques do mês

nov2010

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NUTRIÇÃO A importância do Magnésio para os atletas

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SESC TRIATHLON TRAMANDAÍ

24

TRIATLETAS DO ANO 2010

Tudo sobre a última etapa do Circuito SESC Triathlon

Os melhores triatletas brasileiros do ano

58 BIKE TECH

Medidores de

60

potência

O ARTIGO MAIS LIDO DE 2010 Velocidade: uma habilidade que todo triatleta deve aprender

64

MOUNTAIN BIKES Hardtail X Full Suspension - Se você pretende fazer uma prova de Cross Triathlon em 2011, como o XTERRA é melhor avaliar essas opções.

7 MEIAS EXPERIA

Não erre na hora de correr

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ÍNDICE

Edição Digital nº 4. Ano 1. Dezembro de 2010 CAPA: Reinaldo Colucci no Ironman Brasil 70.3 Foto: André Souza

07 10 13 13 15 22

Review Meias Thorlo Experia

Buzz Notícias do mundo do Triathlon: GPI Extreme e Lance Armstrong

CBTri divulga os casos de Henrique Siqueira e Raphael Menezes

Nutrição A importância do Magnésio para os atletas

SESC Triathlon Tramandaí A última etapa do Circuito

Paratriathlon em 2016 Esporte ingressa nas Paraolimíadas do Rio de Janeiro

24 43

Pan de Longa Distância

50

6

Fitas Coloridas

60

O Mais Lido em 2010

Saiba mais sobre as Kinesio Tapes

O artigo mais acessado no Portal MundoTRI por nossos leitores

64

Mountain Bike

67

Retul Bike Fit

70

XTrial Summer Celebration

72

Troféu Brasil de Triathlon

Hardtal x Full Suspension

Doping

Triatletas do ano 2010

47

57

Os melhores brasileiros em nosso esporte

Descaso e bagunça em Porto de Galinhas

Medidores de Potência Mitos e fatos no treinamento de ciclismo

76 80 84

Atletas, bem-sucedidas e femininas: Aline Carvalho

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Na última edição, no resultado do Long Distance Pirassununga, a atleta Fernanda Fonseca foi 5ª e Maria Cecília, 6ª.

Conheça um dos melhores sistemas do mundo

Um celebração do esporte pela essência do esporte

Paulo Miyashiro vence e conquista seu primeiro campeonato

Ironman Arizona Chrissie Wellington vence com recorde

Ironman Cozumel Luiz Renato Topan foi o 4º geral amador

Ranking Ironman Fim da temporada com os últimos eventos de 2010

84

Ultraman

85

Fast Triathlon

84

Autorretrato

Belas e Feras

Erramos:

Alexandre Ribeiro termina em quarto lugar

Mauro Cavanha e Fernanda Garcia conquistam vaga

Flávio José, o MIOJO

Cartas para a redação: faleconosco@ mundotri.com.br


REVIEW Meias Thorlo Experia Uma meia para você não errar na corrida Por Wagner Araújo

Meias de corrida costumam gerar bastante polêmica e ser um tema muito pessoal de cada atleta. Confesso que já testei diversas meias que muitos diziam ser “boas”, mas tive problemas com bolhas e atritos. Quando nossa equipe estava no Havaí para o Mundial de Ironman este ano, fomos apresentados às meias Thorlo Experia. Pela primeira vez, encontrei uma unanimidade em termos de meia. Todos com os quais conversei afirmaram ser uma meia excelente. De fato, vários atletas, inclusive brasileiros correram a maratona em Kona com estas meias. A renomada revista americana Runner’s World já havia indicado a Experia como uma das melhores opções do mercado.

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REVIEW

Além de muito confortável, a meia é leve e não compromete em nada a performance, especialmente em provas de longa distância. A principal característica são os pads no calcanhar e na ponta dos pés, que evita o atrito e absorve o suor. A parte de cima, é mais aberta, para melhor transpiração. As meias são feitas com 100% de tecido sintético. Ainda no Havaí, realizei alguns treinos com a Experia e confirmei o que todos disseram: trata-se de uma meia muito confortável, ideal para um Ironman. Mesmo após algumas lavagens, a elasticidade e a compressão continuaram como o original, graças à composição de tecidos sintéticos. Não se trata de meias para provas curtas (na verdade, para quê as meias em Triathlons curtos?), mas é uma opção que deve ser considerada para provas e treinos longos. As Thorlo Experia podem ser encontradas na loja online da Track & Field e da SportBuy, ao preço de R$40,00. Apesar do preço um pouco mais caro que as meias comuns, o benefício é insuperável. MT

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Sabe quantas ĂĄrvores foram derrubadas para que vocĂŞ pudesse ler a MundoTRI Magazine? Nenhuma. Pense verde.

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BUZZ

novidades do Mundo do Triathlon

Lance Armstrong de volta ao Triathlon O heptacampeĂŁo do Tour de France, Lance Armstrong, anunciou que sua Ăşltima competição de ciclismo serĂĄ o tour Down Under, na AustrĂĄlia, que termina no dia 23 de janeiro de 2011. Lance Armstrong retornarĂĄ em provas curtas, para depois partir para a longa distância. )Q WIY 8[MXXIV 0ERGI IWGVIZIY lEGVIHMXS UYI QIY TVMQIMVS 8VMEXLPSR WIVĂˆ EUYM ‘ 7 ‘ z 8VEXE WI HE localização do Triathlon Rotoura, que acontece no dia 30 de janeiro, na Nova Zelândia. A competição serĂĄ disputada no formato de 750m de natação, 16km de ciclismo (imaginem o tempo dele nessa etapa) e 5,5km de corrida. Embora a intenção de Armstrong seja competir em Longa Distância, e todos queiram vĂŞ-lo no Ironman do HavaĂ­, competir em provas menores ĂŠ fundamental para que possa avaliar sua real condição fĂ­sica na natação e na corrida. Ele jĂĄ confirmou que estarĂĄ presente no Blue Lake Multisport festival, que acontece na Ăşltima semana de janeiro, onde ĂŠ realizado o Triathlon Rotoura. SerĂĄ que ele vai mesmo largar?

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GP de Triathlon aterrissa no estado de São Paulo em 2011

A SB5, organizadora do GP Internacional de Triathlon, anunciou mais provas com muitas novidades em seu calendário para 2011. Serão duas competições no Parque Eco-Esportivo Damha, em São Carlos: o GP Damha Triathlon, short triathlon, no dia 02/04; e o GP Extreme, 1000m/100km/10km, no dia 03 de abril. A primeira é que as provas serão realizadas em São Carlos, no Parque Eco-Esportivo Damha, no estado de São Paulo. O parque possui uma estrutura incrível para esportes, incluindo estradas, piscinas, represa e pista de atletismo. Com um formato inédito no Brasil, o GP Extreme deve atrair muitos atletas se preparando para o Ironman Brasil 2011. Serão 1000 metros de natação na represa, 100km de ciclismo em 4 voltas nas estradas dentro do Parque e 10km de corrida: 1000/100/10. O interessante é que os atletas profissionais competirão no famoso formato de contrarelógio do GP Internacional, que ocorre duas vezes ao ano (Winter e Summer Edition) em Balneário Camboriú. O percurso desafiador contará com subidas, retas velozes e trechos técnicos. Segundo

o organizador, Juliano Salvadori, “As subidas são das boas, ao clássico estilo da ‘Rainha’ no GP Internacional.” A organização afirma que haverá o mesmo rigor no controle de vácuo que acontece no GPi, com penalização de 15 minutos para os atletas flagrados. Já o GP Damha Triathlon será no formato de short triathlon, com 750m de natação, 20km de ciclismo e 5km de corrida. Os profissionais também terão a disputa no formato contra-relógio, que a torna ainda mais interessante para o público presente. Para os amadores, continua a regra da proibição do vácuo. As inscrições serão iniciadas em breve, para um número limitado de atletas. Acompanhe o MundoTRI e o nosso Twitter para saber as últimas informações das provas.

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CBTri declara o doping de Raphael Menezes e Henrique Siqueira Depois de muitos boatos e pressão do MundoTRI, a CBTri, finalmente, declarou os casos de resultado analítico adverso de Raphael Menezes e Henrique Siqueira. Os atletas estão suspensos há mais de um mês, mas a CBTri só anunciou os casos após a declaração do COB que aumentaria a verba da entidade. O triatleta Henrique Siqueira já admitiu o erro, em entrevista ao Jornal Superesportes. Raphael Menezes ainda não se pronunciou sobre o caso.

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Ç NUTRICÃO Foto: Van Robin

A importância do Magnésio para os atletas POR YANA GLASER

Se você procurar saber o significado de magnésio, vai descobrir que é um mineral importante em várias reações celulares, pois cerca de 300 sistemas enzimáticos são dependentes da presença desse mineral. Ele também é um constituinte importante dos ossos e dentes, membranas celulares e cromossomos. Mas qual será a sua função para o atleta? MAGNÉSIO E SUAS FUNÇÕES O magnésio é importante tanto na geração de energia aeróbia quanto anaeróbia, agindo indiretamente para a produção de ATP (para gerar energia) ou diretamente, no metabolismo da glicose, na síntese de proteínas, na regulação dos transportadores de íons e nos processos de relaxamento e contração muscular. Em nosso organismo, encontra-se de 21 a 28 gramas de magnésio, sendo que mais da metade é armazenado nos ossos e o restante distribuído entre os músculos. MAGNÉSIO E CÂIMBRAS O magnésio é denominado “bloqueador natural do canal de cálcio”. O cálcio exerce um importante papel na contração da musculatura

lisa e da esquelética e o magnésio no relaxamento. Na depleção de magnésio, o cálcio intracelular eleva-se, podendo resultar em câimbras musculares, hipertensão e vasoespasmos. As baixas concentrações de magnésio podem causar contrações musculares involuntárias, por não conseguir bloquear o efeito estimulantes do cálcio nos músculos. PRINCIPAIS SINTOMAS DA DEFICIÊNCIA Tremores, contrações musculares, cãibras, alterações de humor, confusão mental e desorientação, fadiga, insônia e taquicardia. MAGNÉSIO E ATLETAS DE ENDURANCE Foi constatado que os níveis de magnésio imediatamente após o treino são baixos. Por isso, é importante alertar os atletas a respeito da falta desse mineral, uma vez que atua no relaxamento muscular, ajuda a melhorar o desempenho e condições físicas do atleta. É importante lembrar que a deficiência de magnésio esta associada a uma resposta inflamatória aumentada, e que junto com o estresse oxidativo gerado pelo exercício, é uma “porta

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ç nutricão aberta” para uma lesão muscular mais séria.

e derivados do leite.

A suplementação desse mineral é sugerida na prevenção da fadiga muscular durante o exercício de endurance.

É importante saber que a água também contém magnésio em sua composição e que o álcool e a cafeína aumentam a excreção do mineral pela urina.

MAGNÉSIO E CÉLULAS IMUNES A hipomagnesemia pode ser um problema nas competições de longa duração. Existem variáveis consideráveis que indicam que uma nutrição inapropriada afeta negativamente o sistema imune, pois o magnésio exerce funções no desenvolvimento, distribuição e função das células imunes, além de ser necessário para o funcionamento normal dos leucócitos, sendo importante para a resposta imunológica. FONTES ALIMENTARES

A Recomendação Dietética (Recommended Dietary Allowances - RDA) é em média de 350mg/ dia, variando de acordo com o sexo e a idade do indivíduo. Os valores de consumo dietético de magnésio encontrados em atletas variam muito, indo de 345mg Mg/d em praticantes de musculação a 684mg Mg/d em ciclistas em fase pré competitiva. É aconselhável consultar um médico e/ou nutricionista porque monitoramento da ingestão de macro e micronutrientes é fundamental em atletas. Para avaliar o estado nutricional em magnésio utiliza-se método de excreção urinária.

Foto: Steffen Zahn

A maior parte do magnésio provém das verduras, principalmente das folhas verde- escuro. Outros alimentos ricos nesse mineral: produtos marinhos, produtos de soja (farinha, tofu), nozes, castanhas, grãos integrais, damasco seco e abacate, banana, beterraba, grão-de-bico, aveia

RECOMENDACOES/ SUPLEMENTAÇÃO

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Os casos de toxicidade em magnésio ocorrem principalmente quando existe o consumo de suplementos farmacológicos A forma de manifestação inicial do consumo excessivo de magnésio por meio de fontes não alimentares é a diarréia. MT

* A suplementando do magnésio não representa efeitos ergogênicos (para melhorar a performance) apenas reverte o estado da sua deficiência.

QUANTIDADE DE MAGNÉSIO EM 100 gr DE ALIMENTO. Alimentos Acelga cozida Amêndoas Avelã Castanha-do Pará Caju Melado Nozes Pistache Semente de abóbora Tofu

Magnésio (mg) 85 275 163 400 241 242 160 121 535 103

Fonte: Tabela da UNIFESP, 2009.

Yana Glaser é Nutricionista e triatleta há 10 anos.

FONTES CONSULTADAS PELA AUTORA *1 Aspectos atuais da relação entre exercício físico, estresse oxidativo e magnésio. Rev. Nutr., Campinas, 21(5):563-575, set./out., 2008 *2 BIESEK, S.; ALVES, L. A.; GUERRA, I. Estratégias de Nutrição e Suplementação no Esporte. Barueri, São Paulo: Manole, 2005. *3 CARDOSO, M.A. Nutrição Humana: Nutrição e Metabolismo. II.Série. Rio de Janeiro: Ed Guanabara Koogan S.A., 2006. Capítulo 15, p. 236. *4 COZZOLINO, S.M.F. Biodisponibilidade de Nutrientes. Barueri, São Paulo: Manole, 2005. *5 CUPPARI, L. MEDSI. Nutrição e exercício na prevenção de doenças. Rio de Janeiro, 2001. *6 McDARDLE, W.D; KATCH, F.I;KATCH,V.L. Fisiologia do Exercício: Energia, Nutrição e Desempenho Humano. 3ª Edição, Rio de Janeiro,Ed Guanabara Koogan S.A., 1991.. *7 TIRAPGUI, J. Nutrição, Metabolismo e Suplementação na Atividade Física. São Paulo: Atheneu, 2005. *8 UNIFESP. Tabela de composição química dos alimentos [online] [ Disponível em: <http://www.unifesp.br/dis/servicos/nutri/> * 9 WILLIAMS, M.H. Nutrição: para saúde, condicionamento físico e desempenho esportivo. 5.ed. Tamboré, São Paulo, Manole, 2002 *10 http://www.rgnutri.com.br/alimentos/minerais/minerais.shtml

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SESC Triathlon

Foto: Rosana Merino

Mauro Cavanha e Fernanda Garcia foram os grandes


Tramandaí vencedores da última etapa do ano do circuito. Fotos por Wagner Araújo

O dia começou perfeito para uma competição de Triathlon em Tramandaí/RS para a última etapa do ano do Circuito SESC Triathlon, que se consolidou como uma das principais séries do esporte no Brasil. Com o céu nublado e, praticamente, sem ventos e ondas, a disputa já demonstrava que seria rápida. Além de centenas de amadores, que disputavam a premiação em dinheiro de R$500,00 para o vencedor de cada faixa etária em categoria na prova de Short Triathlon (750/20/5), diversos atletas da elite estavam presentes na prova da distância olímpica (1500/40/10): Estão na prova, Frank Silvestrin, Diego Molina, Fred Monteiro, Guilherme Manocchio, Chicão Ferreira, Fabio Carvalho, Mauro Cavanha, Carol Furriela, Sueli Baronto, Rebeca Falconi, Fernanda Garcia e Luca Glaser. Os profissionais corriam atrás de R$20.000,00 em premiação, sendo R$5.000,00 para o primeiro, R$4.000,00 o segundo e, sucessivamente, até R$1.000,00 para o terceiro; tanto entre os homens quanto entre as mulheres. A prova masculina O campeão do Troféu Brasil de Triathlon, Paulo Miyashiro, foi o primeiro a sair da água, como já era esperado por todos. Trinta segundos atrás vinha um grupo com Fred, Chicão, Manocchio, Silvestrin e Molina. Pouco mais atrás, a 1’30” do líder, saíram da água Fabio Carvalho e Mauro Cavanha. Na T1, um grupo se formou para buscar Shiro no pedal, o que aconteceu rapidamente. Assim, 6 atletas se revezavam na liderança do ciclismo. Atrás, Cavanha e Fabio Carvalho faziam um esforço brutal para tirar os 1’30” e alcançar o grupo da frente. Na metade do ciclismo, os dois se juntaram

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Este ano foi muito especial para mim, afinal fui Campeão Brasileiro de Triathlon Olímpico e Destaque Universitário. Agora é correr atrás de pontos para o ranking olímpico em 2011. Mauro Cavanha

ao pelotão. Quando todos esperavam que Cavanha fosse descansar e se recuperar do esforço para alcançar os líderes, o atleta lançou uma série de ataques, visando minar seus adversários para a corrida. Mesma sem haver uma fuga, a estratégia de Mauro contribuiu para a fadiga dos demais atletas, que chegaram juntos na segunda transição.

tou o ritmo da corrida, ultrapassando Shiro e garantindo o terceiro lugar. Shiro fechou em quarto e Frank Silvestrin em quinto. Sentindo a falta de ritmo de competição, Fabio Carvalho terminou em sexto e Fred Monteiro, campeão da última etapa em Salvador, em sétimo.

Na corrida, Mauro Cavanha mostrou que era mesmo o seu dia. Com pouco mais de 1km ele já tinha 10” de vantagem sobre Manocchio e Shiro, vantagem que foi aumentando ao longo dos 10km de corrida até sua vitória. “Este ano foi muito especial para mim, afinal fui Campeão Brasileiro de Triathlon Olímpico e Destaque Universitário. Agora é correr atrás de pontos para o ranking olímpico em 2011”, declarou o vencedor após a prova.

As cinco mulheres da elite que largaram na prova nadaram boa parte do tempo juntas. No final dos 1.500 metros nas águas do Rio Tramandaí, uma pequena margem separava as atletas, na seguinte ordem: 1. Fernanda Garcia 2. Rebeca Falconi 3. Carolina Furrila 4. Sueli Baronto 5. Luca Glaser.

Guilherme Manocchio encerrou o ano com a segunda colocação. Na última volta, Chicão aper-

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A prova feminina

Ciente da forte corrida de Furriela, Fernanda Garcia começou o pedal descendo o martelo e, com poucas voltas, já estava com uma vantagem de 2 minutos sobre Rebeca Falconi, que vinha em segundo. Aos poucos, as perseguidoras de


Hoje deu tudo certo. Consegui sair logo na frente e consegui me desgarrar da Furriela no pedal, pois sabia que ela corre muito bem. Fernanda Garcia

Fernanda foram se juntando e formaram um grupo para tentar reduzir a vantagem de Garcia. Fernanda contudo, conseguiu manter os dois minutos até a entrada da segunda transição. Sem mostrar qualquer sinal de fraqueza, Garcia saiu atropelando na corrida, não deixando espaço para a recuperação de Carol Furriela e terminando com a vitória de ponta a ponta. “Hoje deu tudo certo. Consegui sair logo na frente e consegui me desgarrar da Furriela no pedal, pois sabia que ela corre muito bem.” Disse a campeã. Em segundo lugar chegou Carol Furriela, que manteve a consistência que mostrou ao longo de todo o ano de 2010. Logo atrás vieram Sueli Baronto, Rebeca Falconi e Luca Glaser.

Outros destaques A prova contou com diversos atletas amadores de ponta, entre eles Cristiano Santos, melhor amador brasileiro no Ironman Brasil 2010. Mesmo pedalando na categoria mountain bike, Cristiano foi o primeiro a fechar a prova na distância Short, mostrando estar em ótima forma. O atleta agora, com a maioria inscrita no Ironman Brasil 2011, descansará até o final do ano com treinos mais leve, retomando o treinamento em janeiro. Merece destaque também a impecável organização e estrutura da prova, que fez questão de prestar atenção nos pontos importantes, como segurança do percurso, e nos mínimos detalhes. Para se ter uma idéia, estavam disponíveis na área transição antes da prova elásticos para se prender as sapatilhas nas bikes. Não é à toa que

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SESC Triathlon Tramandaí

o Circuito SESC tem ganhado destaque entre os atletas de todo o país: ótima organização, percursos bem planejados e seguros, preços honesto de inscrições e premiação em dinheiro inclusive para os amadores. A Etapa de Caiobá em 2011, por exemplo, teve suas inscrições esgotadas em menos de um dia. MT Resultados – SESC Triathlon Tramandaí Tramandaí – RS – 12 de dezembro de 2010 1,5km natação / 40km ciclismo / 10km corrida Top 5 Masculino 1. Mauro Cavanha 2. Guilherme Manocchio 3. Luiz Francisco Ferreira (Chicão) 4. Paulo Miyashiro 5. Frank Silvestrin Top 5 Feminino 1. Fernanda Garcia 2. Carolina Furriela 3. Sueli Baronto 4. Rebeca Falconi 5. Luca Glaser



Paratriathlon nos Jogos ParaolĂ­mpicos Rio 2016 22

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Foi divulgado no dia 11/12/2010, no aniversário do MundoTRI, que o Paratriathlon foi aceito como modalidade nos Jogos Paraolímpicos Rio 2016. Segundo o presidente da ITU (International Triathlon Union), Marisol Casado, “o Paratriathlon irá contribuir para o Movimento Paraolímpico, inspirando adultos e jovens em todo o mundo.” A ITU apóia o desenvolvimento do Paratriathlon desde 1995, realizando o campeonato mundial anualmente. Dois dias após o anúncio, a ITU (International Triathlon Union), organização reguladora mundial do Triathlon olímpico, anunciou que 27 nações de todos os cinco continentes se comprometeram a participar do Campeonato Mundial de Paratriathlon. O Mundial ocorrerá na cidade de Pequim, em setembro de 2011. As 27 nações são as mesmas que assinaram os compromissos com o Comitê Paraolímpico Internacional (CPI) para inclusão do Paratriathlon em 2016. Neste ano, no Mundial em Budapeste (Hungria), 88 atletas de 17 países estiveram presentes, inclusive os brasileiros, número duas vezes maior do que o observado em 2009. Segundo Sarah Springman, Vice-presidente da ITU e representante do Comitê de Paratriathlon, “o Paratriathlon é totalmente integrado com a IOTU e suas Federações Nacionais membros,em todos os aspectos de suas organizações. Apesar de tudo o que aconteceu nesta semana, nós estamos comprometidos com o CPI para o desenvolvimento contínuo do esporte. Entre as 27 nações está o Brasil, representado pela CBTri (Confederação Brasileira de Trithlon) Vários brasileiros poderão estar nos Jogos de 2016, entre eles André Szucs, que foi 5ºlugar no Mundial de Budapeste em 2010.

Foto: Divulgação

“Foi uma caixa de surpresa! prova disso foi que disputamos a vaga com mais 6 modalidades: badminton, canoagem, golf, futebol em cadeira de rodas elétrica, taekwondo e basquete para pessoas com deficiência intelectual. No fim, por seis votos a quatro, a canoagem e o triathlon foram aceitas na inclusão. Esse processo de decisão, certamente teve o impacto de uma mobilização mundial e tivemos como principal “arma” de divulgação, uma comunidade no facebook com quase 6 mil pessoas apoiando.” Disse André. MT

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O ano de 2010 foi excepcional para o Triathlon brasileiro, com homens e mulheres se destacando em provas de Short, Olímpico, meio Ironman, Ironman, Ultraman e até mesmo no Deca Ironman. Chegou a hora de coroar esses atletas com nossa tradicional indicação dos Triatletas do Ano. Os leitores do MundoTRI acompanharam semana a semana, prova a prova a performance de cada um deles e também deram sua opinião no portal para escolher:

TRIATLETAS DO ANO

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GERAL MASCULINO - Reinaldo Colucci

Foto: Triathlon.org

A melhor corrida Prêmio Brasil Olímpico

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O melhor Triatleta Brasileiro 2010


GERAL FEMININO - Carla Moreno

Foto: Wagner AraĂşjo

A melhor corrida

O melhor Triatleta Brasileira 2010

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OLÍMPICO COM VÁCUO - Diogo Sclebin

Foto: Wagner Araújo

O melhor triatleta Olímpíco com vácuo

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OLÍMPICO COM VÁCUO E SUB-23 - Pâmella Oliveira

A melhor triatleta Olímpíco com vácuo

A melhor natação

Foto: Rosana Merino

A melhor sub-23

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OLÍMPICO SEM VÁCUO - Paulo Miyashiro

O melhor triatleta Olímpíco sem vácuo

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Foto: Wagner Araújo

A melhor natação

MundoTRI.com [dezembro 2010]


Foto: Wagner Araújo

OLÍMPICO SEM VÁCUO - Carolina Furriela

A melhor triatleta Olímpíco sem vácuo

Revelação 2010

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MEIO IRONMAN - Igor Amorelli

O melhor triatleta Meio Ironman

Foto: Wagner AraĂşjo

O melhor pedal

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MEIO IRONMAN E IRONMAN - Ariane Monticeli

A melhor triatleta Ironman

Foto: Wagner AraĂşjo

A melhor triatleta Meio Ironman

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IRONMAN - Santiago Ascenço

O melhor triatleta Ironman

Foto: André Souza

O mais versátil nas diversas distâncias

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SUB-23 - Adriano Sacchetto

Foto: AndrĂŠ Souza

O melhor sub-23

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AMADOR - Ciro Violin

Foto: Wagner AraĂşjo

O melhor triatleta amador

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A melhor triatleta amadora

Foto: Wagner AraĂşjo

AMADOR - Ana Taddei

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REVELAÇÃO - Felipe Moleta

Foto: Lucas Rachinski

Revelação 2010

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O MAIS REGULAR - Guilherme Manocchio

Foto: Wagner AraĂşjo

O mais regular ao longo do ano

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Foto: Mรกrcio Rodrigues - FOTOCOM.NET

XTERRA - Alexandre Manzan e Luzia Bello

O melhor triatleta XTERRA

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MASTER - Luiz Renato Topan e Hedla Lopes Oliveira

Foto: Arquivo pessoal

O melhor triatleta master

MundoTRI.com [dezembro 2010] 41


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PORTO DE GALINHAS Pan de Longa Distância Igor Amorelli e Sandra Soldan vencem Pan de Longa Distância, uma prova marcada pelo descaso - Fotos: Wagner Araújo Crônica de uma morte anunciada. Assim podemos definir o Campeonato Pan-americano de Triathlon de Longa Distância, realizado no dia 28/11 em Porto de Galinhas, Pernambuco. Há vários dias, uma discussão em nosso Twitter já mostrava os riscos da prova no local. A estrada, único acesso a Porto de Galinhas, não poderia ser fechada no domingo, dia de maior movimento na região. Restava a alternativa de se pedalar na recém-inaugurada ciclovia, com pouco mais de um metro de largura. Além disso, o local escolhido para natação é uma área inóspita, inclusive com várias placas alertando o perigo de se nadar graças à correnteza. O mesmo alerta foi feito pela Associação dos Triatletas de Pernambuco. Enquanto isso, a CBTri (Confederação Brasileira de Triathlon) não colocava nenhuma informação referente ao percurso no site. Diante de tantas dúvida, o MundoTRI enviou diversos e-mails solicitando esclarecimentos, nenhum deles com resposta. Mesmo quando nossa equipe chegou a Porto de Galinhas, continuamos sem respostas, até o Congresso Técnico. Aí começaram as surpresas.

uma mudança positiva, já que o sol nasce 4:45 e às 06:00 já está muito calor. Às 4:45, os atletas se alinharam para a largada em uma praia sem nenhuma condição para tanto. Conversando com os salva-vidas da região, todos foram unânimes em afirmar que não era um bom local para a natação. Com muita arrebentação e correntes fortes (já indicadas nas placas por toda a praia), vários atletas não conseguiram sequer entrar no mar, e muitos outros tentavam entrar e eram arremessados de volta. Mesmo os atletas da elite tiveram muita dificuldade com a água, um verdadeiro absurdo. Isso prejudicou o controle de voltas, já que muitos atletas, exaustos, acabaram saindo antes de completar o percurso. No dia anterior, o delegado técnico da prova, Rodrigo Millazo, afirmou durante o Congresso Técnico: “A natação aqui não é perigosa, é difícil.” Isso, provavelmente, porque ele não teria que nadar no domingo.

Primeiro, foi anunciado que a prova seria reduzida para a distância de 2,2/60/15 (a original era 3/80/20). Foi alegado que, devido às condições da rodovia, não seria possível fazer o percurso maior do que 10km. Ora, com tantos meses para se pensar isso, era realmente necessário avisar os atletas somente na véspera da prova? O que falar da periodização, dos treinos específicos, de toda a frustração de quem treinou para distância original? Não satisfeitos, os organizadores ainda anunciaram que 35% do percurso do ciclismo de 6 voltas de 10km seria realizado em paralelepípedos. Mais uma vez, ignoraram todos aqueles que se esforçam para comprar uma boa bike e um bom par de rodas. A partir desse momento, ficou claro que a preocupação não era os atletas. Os atletas foram avisados que a prova seria às 05:00 e não às 07:00, pelo menos

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DESCASO EM PORTO DE GALINHAS Saindo para a transição, os atletas percorreram uma rua de paralelepípedos, com montes de areia e pedras. Para chegar à T1, os atletas tinham que cruzar o percurso do ciclismo, onde também trafegavam veículos. Enquanto os profissionais já terminavam a primeira volta de bike, muitos amadores saíam da água, gerando uma confusão generalizada. O ciclismo foi marcado por um percurso perigoso, com os ciclistas dividindo espaços com carros em um trecho SEM ACOSTAMENTO. Em várias situações, os ciclistas se viam entre dois automóveis, um de cada lado. Quem assistia à prova, começou a entrar em desespero com o risco de um acidente eminente. Os atletas ainda

enfrentavam outra dificuldade: em um dos retornos não havia água para hidratação. Diante desses problemas, a falta de controle de vácuo, um problema sério em uma prova de longa distância em condições normais, se tornou irrelevante, assim como o controle de voltas dos atletas. Tivemos ainda atletas que não nadaram, mas começaram o pedal, já que a organização não tinha o controle de quem nadou ou não. Seja por sorte, seja pela força de todos que estavam assistindo e ajudando, nada grave aconteceu. Nossa equipe, inclusive, parou em certo momento transmissão no MundoTRI Live para auxiliar os guardas no trânsito, afinal nossa vasta experiência em cobertura de provas valia


muito nessa hora. E, por falar em cobertura, essa foi a prova mais desorganizada que já cobrimos na história do Portal. A corrida, realizada na ciclovia, foi bem mais tranqüila e aí tudo começou a parecer uma prova de Triathlon de verdade. Só então todos começaram a entender o que aconteceu com os atletas da elite na prova. Igor Amorelli e Chicão saíram bem á frente na água, abrindo mais de 2 minutos sobre Manocchio e Antônio Marcos, com Brasil mais um minuto atrás. No pedal, Igor e Chicão fizeram um bom trabalho na bike conseguiram abrir ainda mais. Na corrida, Igor Amorelli já saiu muito forte, garantindo a vantagem para vencer logo nos primeiros quilômetros de corrida. Chicão terminou em segundo, com Manocchio em terceiro, o lendário Antônio Marcos em quarto e José Roberto Brasil em quinto. Entre as mulheres, Sandra Soldan liderou de ponta a ponta para vencer, com Susana Festner em segundo, Jéssica Nathália em terceiro, Bruna Mahn em quarto e a argentina Sara Marí em quinto. Ao final da prova, a impressão de quem assistia foi exatamente essa: os problemas ofuscaram a performance dos atletas, que lutaram bravamente contra as condições adversas. Muitos mencionaram que se arrependeram de fazer a prova em Pirassununga para ir a Porto

de Galinhas, e vários seguidores do MundoTRI agradeceram por terem sido alertados antes de viajar. Para terminar, na premiação, vários atletas que não nadaram, mas pedalaram e correram tiveram seu tempo computado no resultado final, gerando ainda mais confusão. Cabe aos organizadores assumir seus erros e refletir se não seria mais interessante receber contribuições de atletas e da mídia antes da prova. Enquanto os triatletas federados crescem em todo mundo, no Brasil, esse número só diminui. Não temos dúvidas de que, muitos dos que largaram hoje não farão mais provas oficiais. Mais do que um descaso com os atletas e com a imprensa, foi um descaso com amigos, familiares, autoridades, moradores da região e patrocinadores, que tiveram sua marca associada a um evento com tantos problemas. Estamos preparando um manifesto, que estará disponível nos próximos dias, e vamos convidar a todos a endossá-lo. Acreditamos que o papel da mídia é não omitir nenhuma informação, tudo que foi falado aqui foi dito aos organizadores, antes do evento, mas tudo foi ignorado e relevado. Se quisermos fazer o Triathlon brasileiro crescer, precisamos ter consciência de onde podemos trabalhar para evoluir. Se fecharmos nossos ouvidos, vamos conseguir apenas cavar a sepultura das provas oficiais brasileiras, afinal o que explica um Campeonato Pan-americano com pouco mais de 200 pessoas e um Ironman com mais de 1.800? MT

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Não perca nenhum detalhe das principais competições do país. Acompanhe nossas transmissões ao vivo no site ou pelo nosso canal no Twitter @mundotrive

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< Luiz Francisco, o Chicão, correndo em Porto de Galinhas.


Medidores de Potência para Treinamento de Ciclismo: mitos e fatos Por Max, diretor da Kona Bikes

Santiago Ascenço é um atleta adepto ao medidor de potência.


Desde o lancamento do primeiro modelo de medidor de potência (SRM) nos anos 80, atletas competitivos passaram a utilizar a potência produzida durante a pedalada como referência primária para definição de zonas de treinamento. De lá para cá, outros modelos surgiram, os preços cairam – um pouco ao menos – e novos softwares de análise foram lançados. Com isso, o que parecia ser uma tecnologia para poucos passa a ficar mais ao alcançe – tanto prático como financeiro – do atleta amador mediano. No entanto, como no triatlon principalmente perdura uma cultura que prega a tecnologia como salvadora da falta de treinamento, é preciso delimitar com clareza como e quando o medidor de potência deixa de tornar-se mais um brinquedo caro e passa a ser, realmente, uma ferramenta capaz de nos fazer pedalar melhor. Inicialmente, convém definirmos que em ciclismo, de maneira simplificada Potência é a resultante da força aplicada à pedalada x velocidade imprimida na pedalada. Em outras palavras, Potência = Força x Cadência. Assim, podemos produzir Potência enfatizando a força, ou a cadência – ou ambas. E a maneira pela qual a potência é produzida tem um impacto imenso para os triatletas, pois aqueles que privilegiam a

força na produção de potência (os mashers, ou atletas que pedalam com cadência baixa e muita força) em geral tendem a pagar um preço caro na corrida. E a compreensão e análise da maneira pela qual a potência é produzida é apenas um dos pontos que fazem dos Power Meters uma grande ferramenta de treinamento. Outros dados valiosos que podem ser quantificados e analisados a partir da medição de potência são: - desgaste por treino (fadiga); - desgaste acumulado (forma); - intensidade do treino; - limiar de potência (e suas variações ao longo do ciclo de treinamento); - Aptidões fisiológicas naturais (para provas curtas, médias ou longas), através do Perfil de Potência; Além desses, há ainda um pequeno universo de dados que, analisados de forma integrada, permitem ao atleta e/ou ao técnico organizar a periodização de maneira bastante precisa. Tudo o que foi dito acima é a parte boa. Agora,

< o Powertap é um medidor para cubos de rodas

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< um dos modelos mais completos é o SRM, instalado no pedivela.

para que tudo isso aconteca, não basta comprar o medidor e instalá-lo na bicicleta, é necessário: - interpretar os dados e criar zonas de treinamento e periodização com base no limiar de potência produzido no início do ciclo; - criar macro e micro ciclos com base na interpretação dos índices de fadiga, forma, intensidade de treinos e avaliações periódicas; Isso é o mínimo, e requer tempo e conhecimento. Tempo para fazer as análises e criar as planilhas, e conhecimento para poder navegar pelos softwares e tirar o máximo proveito deles. Se isso será feito pelo atleta ou por um técnico, não importa. Desde que a pessoa encarregada tenha ferramentas adequadas, e saiba utilizá-las, o treinamento por potência eleva o patamar de preparação e competição a um nível sem precedentes, e que (desfazendo o mito) não invalida a utilização de monitores cardíacos. Ao contrário, a proporção entre uma determinada potência e

a frequência cardíaca durante a sua produção é um indicador muito valioso de condicionamento físico. Assim, para quem contempla treinar de verdade com base em dados de potência, o importante é: - escolher com critério o modelo que irá comprar; - escolher com critério o software a unidade captadora de dados; - aprender como usar ambos, ou buscar um técnico que saiba fazê-lo; Seguidos esses critérios, poucos (se é que algum outro) investimentos podem trazer tanto retorno em termos de melhora na performance quanto um medidor de potência. MT

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Belas e Feras: Aline Carvalho

Foto: Arquivo pessoal

Atletas, bem-sucedidas e femininas. Em uma série especial de entrevistas, vamos conversar com triatletas que conseguem conciliar a vida esportiva, com família e trabalho, mas não dispensam a vaidade.

Engenheira de produção, de vida agitada, a carioca Aline Carvalho é uma pessoa que consegue “criar” tempo como ninguém. Além de trabalhar em uma multinacional e cursar o mestrado, Aline corre há 6 anos, desde seus 25 anos de idade. Sua última empreitada foi o início no Triathlon, no final de 2009. No meio dessa rotina, a sempre alegre atleta ainda encontrou um espaço para conversar com o MundoTRI e compartilhar suas experiências com nossos leitores. MundoTRI: Aline, você já corria antes de começar no Triathlon? Como foram suas primeiras provas? Aline Carvalho: Comecei a correr em 2004, aos 25 anos, por acaso. Durante o carnaval, a

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academia não abriria e decidi dar uma corridinha para não ficar sem fazer nada. Naquela época, eu estava começando a mudar meus hábitos alimentares e estava fazendo aulas de spinning diariamente. Ao dar as primeiras passadas, fiquei surpresa por ter conseguido correr por mais de 15 minutos sem parar! Para mim, um grande feito àquela época. E me animei! Depois deste dia, resolvi dar uma corridinha logo após as aulas de spinning, sempre algo em torno de 15 a 20 minutos. Comecei a querer correr um pouco mais. Fui aumentando o volume de treino aos poucos, corria um pouco andava um pouco. Depois tive um bloqueio mental com 30 minutos de corrida: era um suplício passar deste tempo.


Fiquei sabendo na academia de uma prova de rua de 6km. Como nunca havia feito prova alguma na vida, comecei a medir de carro. Fiquei chocada! Como assim correria tanta distância? Bem, lá fui eu para a prova... Quase chorei na chegada. A sensação foi a de estar completando uma prova Olímpica! Fiquei fascinada! O bichinho da corrida me mordeu ali. Comecei a correr mais e mais e mais e mais... Vieram as provinhas de 10km, ainda em 2004. Logo conheci algumas pessoas que faziam 21km. Ficava muito impressionada: sair de São Conrado e chegar no Aterro do Flamengo a pé? Uau! Queria isso pra mim! Já nesta época, eu estava fazendo treinos bem maiores e um dia decidi “zerar a esteira”, que aconteceria com 100 minutos. Coloquei a velocidade baixinha e lá fui eu. Lembro até hoje, estava numa salinha de ginástica de um hotel no interior de Minas, em Varginha, em viagem de trabalho. Tinha apenas eu, uns halteres e a esteira numa sala de paredes brancas. Fiz os 100 minutos e até tirei foto!

Foto: Arquivo pessoal

Quando voltei ao Rio, decidi que faria a meia maratona internacional do Rio de Janeiro, em setembro. Para isso, já tinha noção de que precisaria de orientação, afinal de contas, já era uma distância para ser respeitada. Conversei com o profes-

sor da academia que já tinha uma equipe de corrida naquela época. Faltava pouco tempo para a prova e ele perguntou o que eu vinha fazendo e fizemos um teste: demos duas voltas na Lagoa Rodrigo de Freitas – 15km. Eu fiz este teste com uma amiga que também correria a meia. Fomos “aprovadas” e fizemos nossas inscrições. Começamos a treinar com ele. Ricardo Sartorato é nosso treinador até hoje e estou na equipe desde então. Na equipe, tive contato com MARATONISTAS. Eu ficava fascinada com os treinos deles: corriam 30km num treino! Eu pensava que só mesmo heróis ou mutantes pudessem correr 42km! Mas um monte de gente normal estava ali treinando... Perguntei ao Ricardo se poderia treinar para maratonas de forma saudável e ele disse que sim. Chegou o grande dia! Um nervoso danado! Seria a maior distância da minha vida! Corri com a Dani do início ao fim. Fui aproveitando a prova e o visual. Lembro de cada segundinho... Cruzamos a linha de chegada e fui correndo para a tenda agradecer ao Ricardo... E perguntar: quando é que faria minha primeira maratona! No ano seguinte, treinei para a maratona do Rio e foi tudo perfeito! Amava os treinos, a sensação de ter completado os


treinos, o preparo psicológico, a logística, as pessoas, tudo! A prova foi mágica. Chorei muito na chegada e dias depois. Desfilei de medalha pelas ruas. Desci escadas de costas no dia seguinte! Pacote completo! A corrida se transformou num pedaço da minha vida.

Em janeiro comprei a minha bike e comecei a pedalar em março. Demorei a começar porque estava fora do país. Comprei uma Scott Contessa Road e já comecei pedalando de sapatilhas, bastante apreensiva. Pedi uma ajuda a um personal para acompanhar as primeiras pedaladas e aprender a mexer na bike: trocar pneu, atenção no trânsito, onde pedalar e afins.

Foto: Arquivo pessoal

Já nesta época em que comecei a fazer maratonas, uns amigos ingressaram no triathlon. Sempre achei um esporte lindo. Já comecei a sonhar em fazer um Ironman. Sempre achei que tenho o perfil. Comecei

le. Fiquei maravilhada com a estrada, a vista, a sensação de liberdade...

a nadar, continuei correndo, mas o pedal sempre foi uma preocupação grande: um enorme receio de cair. O medo de cair e me machucar adiou o início do triathlon até setembro de 2009, quando num evento da minha empresa na Bélgica fui “obrigada” a fazer uma atividade de bike, onde pedalei por algumas trilhas para cumprir uma tarefa e depois tive que pedalar por mais de 1h numa estrada enorme e linda durante o pôr do sol. Ali decidi que o medo da bike não poderia me privar de viver momentos como aque-

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De março a julho, fiz um “intenso” processo seletivo para escolher meu treinador de triathlon. Algumas razões fizeram com que eu demorasse tanto: não abro mão do meu treinador de corrida e eu gosto de gente que entende de verdade. Como amo treinar, tenho uma enorme tendência em exagerar nos treinos e acabo me lesionando. Se eu não tiver treinadores que sejam conservadores, viro uma bomba relógio. Desde julho, venho treinando com Rodrigo Tosta e amando.


MundoTRI: E o que mais lhe dá prazer nos treinamentos? Aline Carvalho: Amo o treino pelo treino! Sinto-me poderosa. Sinto que estou me cuidando e fazendo algo pra mim. Gosto de seguir os treinos bem direitinho, cumprindo toda a planilha e ver os progressos. Adoro acordar bem cedinho e treinar, fico bem atenta a todas as minhas sensações ao longo do treino. No início, havia dias em que questionava o que eu estava fazendo e porquê estava fazendo. Hoje em dia, não há um só dia em que eu pense em porque. Simplesmente entendi que é algo que faz parte de mim. Com todos estes anos de treino, descobri prazer e alegria em todos os contextos, cenários, ambientes... Entendi que o que gosto é de treinar. Já treinei no sol, na chuva, na neve, indoor, outdoor, sozinha, acompanhada, na montanha, na areia, na estrada, na piscina, no mar, feliz, triste. Em todos os momentos, em todos os cenários, o que mais me dá prazer é a sensação de estar viva. E muito bem viva! MundoTRI: Como conciliar o esporte com o seu dia a dia, seu trabalho, amigos e família? Sobra tempo para seus

“Amo o treino pelo treino!“

Foto: Arquivo pessoal

Aline Carvalho

cuidados pessoais? Aline Carvalho: Aprendi que quem não faz esporte não entende o que eu sinto. Vou mais além, não adianta jogar bola, tênis ou gostar de esquiar. Quem não pratica corrida, ciclismo ou natação jamais entenderá o prazer que estas atividades têm na nossa vida. Os questionamentos são eternos acerca da razão de acordar todos os dias às 4h50 da manhã. A razão é tão simples: eu amo! Não peço que tentem entender, peço que respeitem apenas. Levo uma vida normal: trabalho em uma multinacional, ocupo uma função de gestão, faço mestrado, tenho meus amigos, família... Costumo dizer que o fato de treinar e de ter disciplina no esporte faz com que eu seja capaz de fazer mais coisas que a maioria das pessoas. É verdade que preciso sempre estudar a logística. Muitas vezes, levo rolo e bike em viagens, touca e óculos pra casa do meu irmão, tênis de corrida em passeio com amigos. Nunca fico sem treinar. Sempre dou um jeito de fazer tudo. A única coisa que realmente não faço é beber. Quando saio à noite, acabo deixando de dormir, o que não é muito legal e por isso vou pouco pra balada. No mais, vida normal! Durante a semana, acordo às 4h50, treino pela manhã corrida ou pedal e vou para o trabalho. Depois do trabalho, nado ou faço musculação. Depois estudo, leio material do mestrado e escrevo. Aos finais de semana, treino longo de pedal na manhã e natação/musculação à noite e na manhã de domingo, treino longo de corrida. Normalmente, durante a semana não faço grandes programações com amigos ou família. Aos finais de semana, faço tudo o que posso! Tento concentrar a obrigação durante a semana para ter o final de semana para família e amigos. Tento sempre otimizar o tempo, fazendo unhas, sobrancelhas e afins nos horários de almoço durante a semana. Namorados? Isto é um assunto interessantíssimo! No início, os não atletas acham lindo eu treinar. Depois de algum tempo, MundoTRI.com [dezembro 2010] 53


começam a questionar e a disputar com os treinos. O objetivo é sempre ser mais importante que minha vida atlética. Claro que perdem todas! Logo no início aviso que não tentem disputar porque fará mal a autoestima. Mas não adianta... Já coloquei como pré-requisito ser atleta. E tem que ser de endurance! Só estes me entenderão! MundoTRI: Quais são seus objetivos para a vida esportiva? Pretende fazer um Ironman? Aline Carvalho: Certamente farei vários Ironman ao longo da minha vida. Sou fundista! Amo treinos longos, costumo me sentir melhor com o passar do tempo do treino. Tenho uma performance bastante constante ao longo das provas longas, nunca terminei uma maratona correndo mais devagar no final em comparação ao início, tenho um bom autoconhecimento. Em 2011, farei o “Goofy’s Challenge” (21k + 42k) na Disney em janeiro. Em maio, farei a Comrades Marathon (89k) na África do Sul. Em novembro, farei o meu primeiro Ironman. Tenho como objetivo fazer ao menos um Ironman por ano, enquanto estiver viva! MundoTRI: Normalmente, é complicado um atleta se relacionar com pessoas que não praticam o esporte. O esporte já lhe causou problemas em algum relacionamento? Aline Carvalho: Mesmo sem ter perguntado, já havia falado antes. Vou detalhar o que sempre acontece. Digo que há um ciclo de 5 semanas. Na primeira semana, o ser diz “Que espetáculo que você treina triathlon!”. Na segunda semana, muito animado, passa a querer ir junto, dizendo “Amanhã me acorde porque vou com você!”; claro que o ser não vai. Na terceira semana, todo charmoso, pede para que eu não vá: “Aaaaaah... não vai hoje, não...”; claro que eu vou. Na quarta semana, o tom do

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pedido vira puxão de orelha “Pô! Não pode deixar de treinar um diazinho? Vai morrer se não treinar?”. Na quinta semana... Bem não tem mais nada. Acabou! Realmente acho muito complicado me relacionar com quem não pratica este estilo de esporte. Muito mais pela pessoa que por mim. O questionamento e a incompreensão da necessidade e felicidade em treinar são enormes e definitivamente atrapalham. Para que funcione, é necessário um amadurecimento muito grande do outro como ser humano, para compreender que se gostamos de verdade, temos mais é que querer que o outro faça o que ele quer fazer. Há também aqueles que tentam fazer parte do nosso mundinho... Mas acaba sendo ruim para os dois. Quando estamos juntos, só falamos de corrida, pedal e natação. Falamos de bikes, percursos, provas, dificuldades, vitórias... Comentamos dos momentos dos treinos e das provas. Gostamos de fazer isso. Quem não faz parte, não consegue se integrar e, não raro, acabam cobrando atenção e tornam-se extremamente desagradáveis. Eu sempre prefiro que não vá, porque nenhum dos dois sai ganhando com esta sensação de peixe fora d’água. Mesmo depois de alguns anos no esporte, alguns relacionamentos, ainda fico pasma com a tola disputa que as pessoas travam contra a vida esportiva alheia. Nunca vi ninguém parar de treinar por causa de alguém. Mas já vi muitos relacionamentos tornarem-se infernais e até mesmo acabarem pela incompreensão, especialmente quando a pessoa passa a praticar o esporte quando já está num relacionamento longo. Eu já aprendi que não dá e faço logo uma conversa de ajuste de conduta! Na minha apresentação, digo: “Meu nome é Aline, tenho 31 anos, treino triathlon, acordo todos os dias ás 4h50 da manhã, inclusive sábado e domingo.” Não será por falta de aviso!


Aline Carvalho: Como uma boa carioca, amo o Rio! Em termos de cenário e opções de terreno, não conheço nada igual! Já viajei bastante pelo Brasil e Europa e de tudo o que vi, nada chega perto. Escolhi o local que moro pela logística possível de treino e proximidade do trabalho. Saindo de casa a pé para correr, tenho opções de orla, asfalto, grama, terra batida, areia dura e areia fofa, com terreno plano e subida. Para pedalar, a mesma coisa: plano ou subidas, saindo de casa montada na bike. Também é possível nadar no mar pertinho de casa, na Urca. A beleza é incontestável em todos estes percursos. Moro perto do Pão de Açúcar. Querendo pedalar em trechos mais longos, aí é necessário ir pra estrada, o que dá um pouco mais de trabalho. Cerca de 35 minutos de carro para a estrada. Naquela que vou com mais freqüência, o percurso tem 60km no plano + 15km de subida + 15km de descida. Muita gente faz apenas o plano e duas voltinhas dão 120km. Belo treino! O que mais gosto é de ter tantas opções de cenário e terreno, podendo explorar várias condições e tipos de treino. O que mais detesto é a falta de educação do povo com os ciclistas. Há mesmo algum risco de assaltos, bem maior do que gostaríamos e bem menor que a propaganda que fazem. Tenho muito mais medo da falta de respeito com ciclistas que da violência de assaltos. MundoTRI: Em seu perfil do facebook, você demonstra ter uma alegria contagiante em suas fotos. Como se manter tão feliz e feminina, mesmo com o cansaço e estresse dos treinos?

Aline Carvalho: Há uma coisa fantástica no Facebook: poder influenciar pessoas a descobrirem o esporte. Minha paixão e certeza de satisfação é tão grande que queria que todas as pessoas se dessem a oportunidade de começar. Não raro recebo posts de pessoas que começaram a treinar por influência dos posts. Isso é de uma alegria indescritível! Como eu gostaria que o mundo fosse mais alegre e leve! Fazer este bem às pessoas – apresentar o esporte – é o maior presente que eu posso dar ao mundo. Se depender de mim, teremos uma legião de atletas amadores felizes logo, logo. No trabalho, muitas pessoas sabem que eu pratico triathlon, mas não têm muita noção da intensidade do esporte na minha vida. Com o Facebook, algumas pessoas passaram a entender um pouco mais. Há umas duas semanas, um amigo meu do trabalho, sediado no Recife me ligou dizendo “Aline, quero muito te agradecer! Por sua causa, retomei hoje minhas atividades físicas que há muito havia abandonado. Estava me sentindo muito mal, mas ao ver sua alegria treinando, lembrei de como isso me fazia bem. E voltei! Muito obrigado!”. Isso não é fantástico? MundoTRI.com [dezembro 2010] 55

Foto: Arquivo pessoal

MundoTRI: Muito se fala dos problemas do Rio, mas a cidade continua com vários aspectos maravilhosos. Como é o treinamento na cidade? O que você mais gosta e o que você mais detesta?


Tem coisa melhor que fazer as pessoas se sentirem bem com elas mesmas? Isso é o que o esporte faz pelas pessoas! Eu amo treinar. Adoro a sensação que isso me traz. Mesmo quando o treino é pesado “demais”, ter sido capaz de realizá-lo me dá uma alegria sem medida. O estresse só vem mesmo em fase de lesão, quando tenho que lutar para não entristecer. A corrida, dentre as três modalidades, é a que mais amo. E as lesões costumam impactar a corrida. Luto com minha cabeça para não me abater por saber que voltarei logo logo. No dia a dia, o que existe é mesmo a felicidade de estar viva, aproveitando, compartilhando, admirando e sendo admirada pelo esporte. MundoTRI: Por fim, o que gostaria de dizer para nossas leitoras e nossos leitores sobre o esporte? Aline Carvalho: Se não começou ainda, comece! Se já começou e ainda questiona o porquê, insista! Haverá um momento em que o esporte passará a ser uma parte do seu ser... Neste momento, você certamente só terá uma dúvida e arrependimento: por que não descobriu antes!

Use a atividade física de forma saudável, não apenas para o corpo, mas também para a sua cabeça. Descubra o prazer nos treinos: treinamos muito mais que fazemos provas e os treinos devem ser prazerosos. Não use o esporte como punição ou permissão para se alimentar mal: alimentese para treinar e não treine para fazer orgias alimentares. Muitos de nós ingressaram no esporte para emagrecer, mas não tenha isso como a razão do esporte. Agradeça por ter tido este estímulo para iniciar, mas jogar no esporte a missão de manter / perder peso é ilusão. E faz mal à cabeça! Passamos a nos punir com o esporte, para matar as calorias, ao invés de apreciar os momentos do treino. Não olhe tanto para os lados: melhore em relação a você mesmo. Não se abata ou use os outros como desculpa. Seja o melhor que pode ser “ com o que é e com o que tem”. Não há nada além do seu melhor a ser feito. Busque orientação adequada dos profissionais da área. E jamais se esqueça: estamos aqui para sermos felizes. DIVIRTA-SE! MT


F Coloridas no Esporte t a s

Saiba mais sobre esse recurso que invadiu o esporte de alto rendimento Por Márcio Cunha

Até as Olimpíadas de 2008, as fitas “coloridas” chamadas de Kinesio Tape eram relativamente desconhecida fora do cenário esportivo profissional, até quando um repórter americano perguntou à bicampeã olímpica de vôlei de praia, Kerri Walsh, sobre as fitas em seu ombro. A partir deste momento, este tipo revolucionário de procedimento atlético teve o centro das atenções, mas o seu inicio se deu bem antes aos Jogos Olímpicos. No Tour de France em 2001 Lance Armstrong utilizou o Kinesio Tape, e menciona este fato no seu livro “Every Second Counts”, relatando que os atletas pareciam bonecas emendadas com tiras de fitas mágicas que aliviava as dores, o que foi fundamental naquela situação. Isto contribuiu bastante, principalmente para medicina esportiva e para que profissionais da fisioterapia se aperfeiçoarem em entender seu uso para uma resposta satisfatória com os atletas. Está ficando mais fácil encontrar um profissional qualificado para aplicação da bandagem, pois tempos atrás este tipo de procedimento era disponível apenas e, grandes centros de

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reabilitação ou clubes esportivos, dificultando este trabalho com outros atletas. No Brasil, seu uso ĂŠ recente e ainda desconhecido por grande parte da população. Mas, no ambiente esportivo, foi evidenciado no Ăşltimo TrofĂŠu Maria Lenk de natação, quando o atual campeĂŁo olĂ­mpico e mundial Cesar Cielo utilizou a fita por causa de um desconforto na regiĂŁo lombar. No triathlon, trabalhei no Ironman Brasil onde uma parte dos atletas que lĂĄ estavam utilizavam a fita para suporte muscular e alĂ­vio da dor. Dentre os atletas do Triathlon que utilizam estĂĄ Fabio Carvalho, FlĂĄvia Fernades, Eduardo Beretta, Kleber Corre e Fernanda Fonseca, entre outros. Particularidades do Kinesio Tape: 1. possui caracterĂ­sticas elĂĄsticas (130-140% prĂłximo do tecido muscular); 2. espessura e peso similares a pele, porosa (permitindo as trocas gasosas); cofeccionada com algodĂŁo (alta tolerabilidade da pele); 3. nĂŁo possui princĂ­pios ativos (medicamentos); 4. nĂŁo tem função de imobilização; 5. hipoalergĂŞnica, Ă prova d’ågua e pode ser usadas por vĂĄrios dias. Kinesio Tape ĂŠ uma solução da medicina do Es-

porte para tratamento e prevenção de lesĂľes esportivas comuns, tais como dor no joelho, dor na coluna, pescoço, fascite plantar, entorse de tornozelo e muito mais. Leve, elĂĄstica, e altamente eficaz em: > Corrigir deformidades; ď ś" %PMZMEV E HSV ď ś" 7YTSVXI QYWGYPEV ď ś" )WXEFMPMHEHI I WYTSVXI TEVE SW Q²WGYPSW HSloridos; ď ś" (MQMRYMV )HIQE I 0MRJIHIQE Ele foi projetada para os atletas profissionais, atletas olĂ­mpicos e pessoas ativas em todo o mundo, como base de suporte para que se recuperem mais rapidamente sem restrição da articulação e sem parar de treinar.

Marcio Cunha Ê Fisioterapeuta e responsåvel pela procedimento Kinesio tape nos atletas do EC - Pinheiros - Triathlon. Membro da associação Brasileira dos Fisioterapeutas Quiropraxistas.


Manifesto pelo Triathlon limpo: Diga NÃO ao vácuo ilegal!

O Triathlon sempre foi um esporte de superação e rompimento dos limites. Seja no Triathlon com vácuo ou no Triathlon sem vácuo, o cumprimento das regras, o respeito ao próximo e o espírito esportivo sempre foram parte da ética dos triatletas. Infelizmente, nas provas nas quais o vácuo não é permitido, as regras têm sido deixadas de lado, seja por atletas amadores e da elite que insistem em quebrá-la, sem a punição por parte de fiscais mal preparados ou coniventes que permitem que isso aconteça. Se observarmos o conceito de doping da Agência Mundial Antidoping (WADA), concluímos que um tipo de doping é o comportamento injusto (unfair) e é exatamente aí que o vácuo ilegal se encaixa. Além de distorcer resultados e frustrar expectativas, sua prática indiscriminada fere um dos objetivos centrais do esporte,a construção de indivíduos íntegros e corretos. O que nos preocupa ainda mais são as proporções que esse problema tem atingido. Desde provas pequenas a grandes competições de longa distância, isso tem ocorrido. Da mesma forma, de iniciantes a profissionais se entregam ao ganho fácil do vácuo ilegal, enquanto outros se esforçam muito mais. Isso não é justo e pode ser muito perigoso. Provas com vácuo são realizadas com equipamentos adequados para tanto, já as provas sem vácuo costumam permitir qualquer tipo de equipamento. Logo, o vácuo com equipamentos inadequados coloca em risco a integridade física dos competidores, o que é inaceitável. Que fique bem claro também nossa posição de que não há absolutamente nada de errado em andar no vácuo nas provas permitidas e que essas provas são tão belas e importantes quanto as provas sem vácuo, cada uma à sua maneira. O vácuo ilegal não só impacta os atletas, mas como pode fazer com que os praticantes de nosso esporte diminuam drasticamente, desanimados pela falta de respeito a regras. Já convivemos com muito desrespeito em nossas vidas e não podemos deixar que isso contamine o esporte, pois aí perde-se a essência, a chama, a razão pela qual "competimos" e não "lutamos". Cabe a todos os envolvidos com o Triathlon zelarem pelo cumprimento das regras: atletas, organizadores, árbitros, público e todos os demais que possam contribuir. Dessa forma, todos que apóiam esse manifesto se comprometem a: - Criar mais provas com percursos desafiadores, que inibam o vácuo ilegal; - Adotar uma postura de tolerância zero, seja do ponto de vista do número de punições, seja do ponto de vista de sua severidade ; - Denunciar, relatar e indicar comportamentos flagrantemente contrários à ética esportiva no que se refere ao vácuo ilegal; - Colaborar para o desenvolvimento de controles e tecnologias para o controle do vácuo ilegal; - Agir honestamente e eticamente nas provas sem vácuo legal; - Reforçar os valores, a ética e os princípios do esporte no Triathlon;

PARTICIPE: Acesse www.mundotri.com.br/triathlonlimpo, assine o manifesto e deixe sua opinião


Artigo mais lido

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Dos mais de 500 posts publicados no portal MundoTRI .com.br em 2010, o mais lido foi o excelente texto do treinador da ironguides Allun Woodward

Velocidade: uma habilidade que todo triatleta deve aprender A sabedoria convencional e as práticas de treinamento têm criado um vazio entre o os técnicos de esportes de resistência e os esportes altamente especializados tecnicamente, como basquete e futebol. Seriam estes esportes tão diferentes em suas demandas e, como tal, deve ser o treinamento tão diferente? Em esportes de resistência, parece quase uma pedra fundamental que qualquer programa de treinamento deva se iniciar com a construção de uma base, visando gastar todo o tempo de treinamento disponível em treinos leves para construir capacidade aeróbica. Esta prática tem criado ainda uma paranóia e um medo de sessões de treino e intervalos de velocidade. Muitos atletas de resistência só começam a trabalhar sua velocidade logo antes de suas principais competições, normalmente oito semanas antes. Essa é uma fase de velocidade muito curta e é durante esse período que as lesões normalmente ocorrem.O treinamento de velocidade em si não é culpa aqui. O fato de que esses atletas não tenham desenvolvido as habilidades necessárias para ir mais rápido é a causa de tais lesões. Atletas focados na melhoria da sua velocidade apenas no final de dois meses antes de uma com-

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petição alvo estão forçando seu corpo em uma nova habilidade, exatamente no momento em que eles estão cansados e sob pressão: uma receita para o baixo desempenho e o desastre. A velocidade é uma habilidade essencial para o desempenho de um triatleta – nós precisamos de desenvolvê-la no início de nosso programa de treinamento. Vamos tomar como exemplo o basquetebol: eles não começam programas de treinamento com o desenvolvimento da habilidade para garantir que eles possam durar durante todo o tempo do jogo. Em vez disso, começam a construir as habilidades para o sucesso: os atletas aprendem a arremessar, como mover-se na quadra e como passar em velocidade. Essencialmente, não vale a pena estar em ótima forma aeróbica e ficar correndo por duas horas ao redor da quadra como uma galinha sem cabeça se você não consegue passar, bloquear e marcar com um percentual elevado de precisão e efetividade. O mesmo vale para o triathlon. Nós podemos treinar para estar em plena forma aeróbica, por isso não temos nenhum problema com a distância das competições. Mas, sem desenvolver as nossas habilidades para ir mais rápido por meio do treinamento de velocidade, nossa capacidade de desempenho estará limitada.


Quando eu menciono o trabalho de velocidade, isso assusta a maioria dos atletas, que imaginamse levando seus corpos a seus limites. Não é o caso aqui e essa não é a maneira adequada de ensinar uma nova habilidade a seu corpo. Vamos primeiro definir o que é uma habilidade e como aprendemos uma nova habilidade, depois vamos tratar do trabalho de velocidade puro como uma área totalmente diferente da treinamento que eu gosto de chamar “hiper-definição”.

O que é uma habilidade? Uma habilidade é simplesmente outra palavra para um padrão motor de nosso organismo. Este é um padrão de movimentos musculares controlados pelo cérebro para produzir um movimento específico. Por exemplo, se queremos correr no ritmo de 4 minutos por quilômetro, precisamos treinar a esta velocidade para desenvolver esse padrão motor. Criar uma habilidade requer praticar uma ação, repetidamente, por períodos curtos (até 60 segundos). Dessa forma, trata-se de nossa memória corporal de curto prazo. Assim, ao longo do tempo, ela será transferida para a

memória de longo prazo (até 5 meses) – em outras palavras, se tornará automática, uma habilidade que não se precisa pensar sobre para realizar. Grandes atletas em todos os esportes executam os movimentos mais complexos do esporte com facilidade. Parece que eles não estão pensando, mas simplesmente fazendo. Isso é possível porque as habilidades de visualização são tão arraigada que eles podem desligar o processo de pensamento e apenas realizar o que desejam. Todos nós somos capazes de fazer isso com um programa de treinamento bem planejado.

O processo de desenvolvimento de uma habilidade Desenvolver uma habilidade é um processo demorado. Não é algo que podemos concluir do dia para noite. Quanto mais tempo passamos desenvolvendo, mais forte e mais eficiente será nosso conjunto de habilidades. Sem dúvida, nós podemos treinar para a velocidade em um período de oito semanas, como vários estudos têm demonstrado. Mas, como eu mencionei acima,

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essa abordagem vem com um risco muito elevado de lesões e a habilidade não permanece muito definido em nossa memória de longo prazo. Em outras palavras, temos velocidade, mas não temos a eficiência na velocidade. O verdadeiro fator de desempenho nos esportes de resistência é essa eficiência. Quando pudermos desenvolver a velocidade desejada, usando o mínimo de energia possível para fazê-lo, então podemos nos aproximar de nosso potencial de desempenho máximo. Vejamos um exemplo disto. Se quisermos executar um 10 km rápido depois de descer da bicicleta, temos que treinar para desenvolver a habilidade de correr rápido depois do pedal. Se nosso objetivo for, por exemplo, correr os 10 km em 40 minutos em uma prova de triathlon olímpico, isso significa que queremos desenvolver nosso corpo para correr no ritmo de 4min/km. Portanto, precisamos considerar como nós adicionamos algo em nossa memória motora de curto prazo: é preciso executar os movimentos várias vezes em intervalos curtos e devemos dar o tempo necessário para que o cérebro possa se restaurar e se recuperar antes de repetirmos novamente. Intervalos de 200m de corrida são ótimos para isso. Podemos definir uma sessão de 8 km dividido em, digamos, 40x200m com intervalos de descanso de 30 segundos. Os 200s são realizados em ritmo de corrida, ou seja, 48 segundos. Isso está dentro do limite de 60 segundos para o desenvol-

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vimento da memória a curto prazo. TOTAL DE CORRIDA = 51 minutos, não incluindo o aquecimento e esfriamento. Se nós pedirmos ao atleta para usar um monitor de freqüência cardíaca, seria de se esperar uma freqüência cardíaca média semelhante a um atleta que correu um treino contínuo, com nível de intensidade fácil a moderado, de 51 minutos de corrida. RESULTADO = trabalhamos no desenvolvimento de habilidades específicas de competição e conseguimos condicionamento aeróbico semelhante a uma corrida fácil de 50 minutos. Isso se deve à constante redefinição de padrões neurais e processos catabólicos. Por isso, será mais rápido a recuperação do atleta do que seria em uma corrida fácil de duração similar. O principal ponto que muitos treinadores de esportes de resistência não percebem é que o desenvolvimento de habilidades específicas também desenvolve o condicionamento aeróbico. Se você executar uma seção 40x200m (8km) no seu ritmo de 10km, você pode considerar uma sessão de velocidade, mas você não produzirá a fadiga e a dor de uma corrida de 8km no mesmo ritmo. Esta não é uma sessão exigente, mas uma sessão de desenvolvimento de habilidades. Repita este procedimento com freqüência suficiente e você se tornará muito eficiente na manutenção do ritmo de 4min/km, até o ponto que a corrida neste ritmo será automática. Ao seguir este procedimento, também fazemos um uso muito mais


eficiente de nosso tempo. Há uma outra forma de treino de velocidade que é realizado no ritmo de corrida acima e envolve o desenvolvimento de habilidades. Eu costumo chamar esse tipo de treino de hiper-definição de habilidades.

Hiper-definição (hiper-aprendizado)

facilidade. A partir daí, correr em ritmo de prova se torna um processo muito mais controlado e não nos sentimos tão apressados e estressados, os processos de pensamento são mais descontraídos e, como resultado, a sensação de estar na zona de conforto é reforçada.

Conclusão

Este fenômeno é usado freqüentemente no mundo dos negócios por digitadores visando aumentar sua precisão. Digamos que um datilógrafo queira digitar 100 palavras por minuto com 100% de precisão. Para fazê-lo, ele vai praticar digitação de 120 palavras por minuto. Isso vai trazer mais erros, mas quando ele abaixar sua digitação de volta para 100 palavras por minuto, sentirá que 100 é um ritmo lento. Isso significa que ele tem uma percepção de ter mais tempo e, por consequência, sua precisão aumenta, já não se sente apressado e fora do controle da situação.

Ao se concentrar no desenvolvimento da habilidade, e não base aeróbica, nós racionalizamos nosso treinamento e ainda obtemos os benefícios aeróbios da mesma forma. A única diferença aparece no dia da competição, quando temos as habilidades necessárias profundamente fixadas em nossa memória de longo prazo. Assim, nós podemos simplesmente desligar o pensamento e fazer o que sabemos fazer. Se adicionarmos algumas seções de hiper-definição em nossa planilha, aumentamos as chances de alcançar o desempenho no limite de nossa capacidade, como fazem os atletas profissionais. MT

No âmbito do esporte, podemos aplicar a hiperdefinição em todas as habilidades. O processo de hiper-definição nos permite atingir um desempenho desejado mais facilmente, pois simplesmente aumenta a nossa sensação de controle. Ao executar um treino em ritmo acima do ritmo de competição, nós ensinamos a nossos organismos a executar mais rápido do que eles precisam. Quando chegamos a correr em ritmo de competição, nossa percepção será de tempo extra e

Allun Woodward é técnico da ironguides, empresa oferece soluções esportivas para atletas e praticantes de atividade física de todos os níveis, com treinamento online ou presencial, planilhas espefícas por eventos, training camps, curso para treinadores, programas de incentivo a promoção da saúde em empresas, e produtos para a saúde e o bem-estar que propiciam um estilo de vida saudável a nossos atletas. Na ironguides, o seu melhor é nosso negócio! http://www.ironguides.net/br

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Foto: Márcio Rodrigues - FOTOCOM.NET

Mountain bikes

Hardtail X Full Suspension Se você pretende fazer uma prova de Cross Triathlon em 2011, como o XTERRA é melhor avaliar essas opções. Por Hugo Prado Neto

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Quando Gary Fischer inventou a mountain bike nas montanhas da Califórnia na década de 70, a HARD TAIL tinha o “queixo duro”ou seja não continha nem sistema de amortecimento dianteiro. Agora a evolução diária da tecnologia da indústria de bicicletas nos possibilita ter muitas opções na hora de escolher uma bike. Escolher uma bike para o triathlon off-road pode ser complicada até mesmo para um mountain biker experiente que quer competir em um evento tão peculiar. Vejam as 2 opções de mountain bike disponíveis no mercado, conheçam suas características e façam vocês a escolha final. Vamos começar com a clássica HARD TAIL (HT), a famosa rabo duro, com suspensão dianteira e a traseira rígida. Características da HT: > Sendo mais rígida ela oferece uma melhor arrancada, e sobe melhor em subidas com terreno mais preso, tais como estradões batidos, calçamentos e asfalto etc. > As HT são também mais leves que as bikes FULL SUSPENSION o que aumenta a relação peso potência. *** Para triatletas muito leves (abaixo de 60kg) eu recomendo a HT para que o triatleta tenha um melhor desempenho e controle da bike. > O custo de um HT é mais baixo do que uma FULL > A manutenção é mais simples e rápida comparada com a FULL.

A bike com a traseira rígida(HT) é aconselhável para um triatleta leve, com bom conhecimento de mountain bike e trilhas técnicas e agressivo, buscando ganhar preciosos segundos em cada ponto da pista. A HT é recomendando para provas mais curtas de X-Terra e circuitos de mountain bike técnicos. O triatleta também tem que ter boa estrutura corporal a fim de tolerar o impacto da bike no terreno que é maior na bike HT comparado com na Full Suspension.

Bicicletas Full Suspension Uma bike full suspension possui sistema de amortecimentos tanto na parte dianteira da bike como na parte traseira. Características da Full Suspension(FS): > Tendo um sistema de amortecimento completo, a bike FS oferece uma arrancada mais lenta e uma lentidão em subidas com terreno mais preso e fixo porém nas subidas com pedra e terreno solto ela traciona melhor do que uma bike hard tail tendo assim um rendimento melhor nesse tipo de subida. > Hoje em dia as bikes full também podem ser leves, porém custa-se mais caro tuná-las para que se aproximem do peso da bike rígida. *** Mas uma bike mais pesada tem suas vantagens e, para triatletas maiores e mais pesados, isso se traduz em maior segurança, maior conforto e durabilidade. > Uma bike full suspension “economiza”o corpo

Para atletas mais leves, as HT são mais indicadas.

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As full suspension dão mais conforto ao atleta

do triatleta ou mountain biker no sentido de que ela consegue ler o terreno com mais precisão o que proporciona uma maior absorção de impacto comparada com a hard tail. > O custo de uma Full Suspension comparada com uma hard tail é mais alto. > Existe uma maior complexidade de manutenção e ajuste de uma bike full suspension, mas nada que venha a ser um empecílio para se ter uma. Em resumo, a full suspension é aconselhável para um triatleta maior e ou mais pesado. Um triatleta que quer participar de provas mais longas (2:15hrs para cima) também irá se beneficiar do conforto extra de uma full suspension e de uma maior absorvição de impacto. Tendo analisando ambas gamas de bikes, um atleta leve certamente pode também ter uma bike full suspension e um atleta mais pesado uma bike HT. Um atleta experiente e agressivo pode também escolher uma bike full suspension e um atleta menos experiente escolher uma HT por achar que o fator preço pese mais. A discussão em qual bike é ideal para cada atleta parece interminável e cabe a cada um definir suas metas e qual característica de cada bike melhor encaixar com seu perfil. O que parece certo no momento é que a indústria de bike está tão evoluída que, qualquer bike que o atleta escolher, estará com um produto de qua-

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lidade e que realmente o ajude a alcançar os seus objetivos no triathlon off-road. No final “the legs always do the talking”. Qualquer dúvida específica sintam-se a vontade para entrar em contato. Lembrem-se que o tamanho correto do quadro e um bom bike fit pode fazer uma grande diferença na tocada de uma mountain bike e pode se tornar a sua experiência na terra tanto prazerosa como desastrosa! MT

Hugo Prado Neto foi atleta profissional de Triathlon, Ciclismo no Brasil e no exterior e atualmente é atleta profissional de mountain bike figurando entre os melhores do país. Hugo competiu em mais de 550 dias de competições nesses esportes e possui inúmeros resultados expressivos no Brasil e no exterior. Além de atleta ele é proprietário da OCE e do centro de performance e bike shop Giro Sport Center. Hugo tem Bachelors Degree em Exercise and Sports Sciences (Ciências do Exercício e dos Esportes) com ênfase em fisiologia do exercício pela Universidade da Flórida, College of Health and Human Performance. Hugo graduou com Honra obtendo um GPA de 3 .82/4.0 e graduou entre os melhores 10% de sua turma. Hugo treina e patrocina muitos dos principais nomes do mountain bike e ciclismo no país e no mundo. Saiba mais em www.treine.net contato: oce@treine.net


Conheça o Retul bike fit Retul é um dos sistemas de bike fit mais avançado disponível atualmente. O sistema incorpora uma tecnologia de captura incrivelmente precisa e tridimensional de movimento, possui capacidade de notificação imediata em milímetros específicos através de ferramenta de digitalização para fornecer as mais precisas soluções de posicionamento. O bike fit é mais preciso quando feito de forma dinâmica (em movimento). Medidas estáticas dizem muito pouco sobre como o corpo do ciclista reage e interage em movimento biomecânico. O sistema Retul lê o corpo em movimento, em três dimensões. Um observador assistindo a um ciclista enquanto pedala não pode medir movimento lateral, vertical e horizontal, sendo assim o Retul proporciona os dados precisos disponíveis no bike fit, resultando em um posicionamento otimizado do ciclista em sua bicicleta, melhorando seu rendimento, evitando desconforto ou lesões. O fundamento do conceito Retul é proporcionar dados objetivos, dinâmicos e precisos. Cada ciclista tem biomecânica única, portanto não existem regras que realmente se aplicam a todos os ciclistas. A compra de uma bicicleta pode ser muito divertida, mas andar em uma bicicleta que não esteja devidamente ajustada, pode causar frustração, dor ou lesão, fazendo com que o ciclista

deixe sua bicicleta de lado. Se você já possui uma bicicleta e sua posição não é otimizada, existe um perda de performance. Um bike fit adequado, não só irá fornecer-lhe os meios mais econômicos de gastar energia, mas também prevenir o dor que é comum no joelho, quadril e costas, em especial com os ciclistas que estão tentando adaptar seus corpos para uma bicicleta que já adquiriu. O Retul visa adaptar a bicicleta ao corpo do atleta. Há uma grande diferença entre ser dimensionado para uma bicicleta e estar apto para uma bicicleta. Quando se trata de biomecânica de um ciclista em sua bicicleta, poucas mudanças podem ser muito significativas. São esses pequenos detalhes que fazem a diferença e ferramentas que ajudam a ver os pontos específicos a serem analisados de forma mais precisa são igualmente essenciais a análise da qualidade do posicionamento do ciclista em sua bicicleta. O Retul incorpora os três principais pontos para uma análise de bike fit: 1) Bike fits devem ser dinâmicos; 2) As medições devem ser precisas; 3) A biomecânica é melhor avaliada de forma tridimensional. MT

ONDE REALIZAR O RETUL: Felipe “PIPO” Campagnolla Vélotech R. Baronesa Geraldo de Resende, 688 Campinas - SP 19 3203-8929 19 7801-1807 Felipe “PIPO” Campagnolla Studio Officina R. Joaquim Távora, 1517 São Paulo - SP 11 2476-5466 (Renato) 19 7801-1807

A triatleta Ana Lídia Borba realizando o bike fit Retul em Campinas

Marcelo Rocha Marcelo Rocha Assessoria Esportiva SHIN CA 05 bloco G loja 04 - Térreo - Lago Norte Brasília - DF 61 3034-6613 61 7811-6395


As últimas provas do ano > XTrial Summer Celebration > Troféu Brasil de Triathlon > Ironman Arizona > Ironman Cozumel

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> Ranking Ironman [p.84] > Ultraman

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> Fast Triathlon Experience

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Foto: Wagner Araújo

O XTrial reuniu esporte com celebração em Balneário Camboriú/SC. Até profissionais, como Fabio Carvalho, estiveram presentes.

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COMPETIÇÕES

XTrial Summer Celebration Um celebração do esporte pela essência do esporte O festival XTrial Summer Celebration, organizado pela SB5 Eventos neste fim de semana em Balneário Camboriú, foi muito mais do que uma prova, serviu para lembrar os atletas o que realmente é o esporte. Você se lembra do tempo no qual contava os minutos para terminar seu dever de casa e começar aquela pelada na rua ou no prédio com seus amigos? Não havia nenhum tipo de compromisso com a vitória. Todos trocavam de time o tempo inteiro e, o que importava mesmo, era a diversão. A grande maioria, para não dizer todos triatletas, começaram pela diversão. Afinal, nas primeiras provas, participar e completar já é uma vitória. Com o tempo, a disputa e a competição aumentam. Daí vem a busca de equipamentos melhores e a atenção aos detalhes. Alguns atletas amadores chegam ao absurdo de se doparem e de burlar as regras, como pegar vácuo em provas onde esse artifício é proibido. Tudo isso em busca de um resultado melhor ou um pontinho a mais no ranking, seja mundial, estadual ou mesmo apenas para contar aos amigos um grande feito, porém muitos se

esquecem do primeiro amor, do momento em que decidiram fazer um esporte que busca a cada instante alcançar o limite do corpo. Mas na prova de ontem vimos o contrário do que mostram as últimas notícias, ao invés de atletas buscando a superação a qualquer preço, vimos pessoas apaixonadas pelo esporte competindo lado a lado em igualdade. Vimos um ídolo como Fabio Carvalho ao lado de uma promessa no esporte (Francisco Lecot)e de atletas que faziam sua primeira prova. Todos ali, correndo juntos e desfrutando do que há de melhor no esporte: a alegria da simplicidade. Como a idéia era reunir os atletas e seus familiares para confraternizar e não disputar, não houve classificação e premiação, motivo pelo qual todos saíram ganhando. Saíram ganhando não só os prêmios sorteados no churrasco de confraternização, mas, principalmente, as novas amizades que foram construídas na praia de Taquaras. Todos os atletas, sem exceção, terminaram aprova muito felizes, pois não houve qualquer tipo de frustração, já que o objetivo era se divertir. Nessa época de promessas e revisões de planos para o ano seguinte, é hora de se perguntar: o que você busca, de verdade, no Triathlon?

Foto: Wagner Araújo

A presidente da Fetrisc, Naida Freitas, também estava presente

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Foto: Wagner Araújo Foto: Wagner Araújo

Praia de Taquaras

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Paulo Miyashiro vence e conquista seu primeiro campeonato O dia começou nublado em Santos para a última e decisiva etapa do Troféu Brasil de Triathlon 2010. Só estava definido o 8º título de Carla Moreno, que se tornou a maior vencedora da história do circuito. As disputas pelo título masculino e pelo vice-campeonato feminino, ambos ainda em aberto, tornaram o domingo um dia especial para o Triathlon brasileiro. Entre os homens, o atual campeão, Fabio Carvalho não se encontrava na habitual condição de favorito e líder do circuito. Em terceiro lugar na disputa, Fabinho tinha a missão mais difícil para conquistar o campeonato. Já Paulo Miyashiro, um dos maiores triatletas brasileiros da história, buscava seu primeiro título em casa. Com duas vitórias este ano, Santiago Ascenço buscava seu terceiro título na disputa. Na prova feminina, Carolina Furriela, Fernanda Garcia e Ariane Monticeli disputavam a segunda colocação geral no ano.

A prova masculina Como todos esperavam, Shiro foi o primeiro a sair das águas santistas, com pouco mais de 18 minutos. Um minuto atrás vinham Frederico Monteiro e Luizinho Avelino. Fabio Carvalho saiu com Mansur, 30 segundos depois. Santiago Ascenço começou o pedal com uma tarefa indigesta: tirar os 2:20 de vantagem que Paulo Miyashiro na água. Em um ritmo forte, Shiro se esforçou para manter a diferença, mas logo Santiago começou a ditar o ritmo, alcançado o grupo da frente, onde estavam Fred, Fabio, Marcus Ornellas e Antônio Mansur. Começava então a perseguição ao líder. Ao final da primeira de duas voltas de 20km, a diferença de Shiro era de apenas 30 segundos. Com 30km, Santiago atacou e se desgarrou do grupo, encostando e ultrapassando Shiro. “Eu sabia que a minha vantagem na água era grande e que o Santiago teria que fazer um grande esforço na bike para me alcançar”, disse Paulo Miyashiro depois da prova. “Com esse esforço, ele sairia para correr bem mais cansado do que eu.” Os dois líderes chegaram juntos à T2, deixando claro que a disputa pelo título ficaria ali. Um minuto

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Foto: Wagner Araújo

COMPETIÇÕES

Troféu Brasil de Triathlon


trás vieram Fred, Ornellas e Fabinho. Um pouco mais atrás vinham Mansur e Guto Antunes, que também brigavam por um pódio na classificação geral do campeonato. Na transição, Shiro conseguiu abrir uma pequena vantagem sobre Santiago, rapidamente neutralizada pelo goiano, que reagiu e conseguiu abrir pouco mais de 50 metros. Nessa altura, com pouco mais de 1,5km de corrida, muitos já consideravam a disputa definida, já que Santiago venceu todas as disputas na corrida nas provas do Troféu que disputou este ano. Paulo Miyashiro, contudo, não se abalou.

Foto: Wagner Araújo

Sua hipótese sobre o pedal de Santiago estava correta. Já no retorno dos primeiros 2,5km, seu adversário sentiu o cansaço e Shiro aproveitou para assumir a ponta e ditar o ritmo, posição que não perderia mais. Com 1:48:28, o santista Paulo Miyashiro venceu seu primeiro campeonato no Troféu Brasil de Triathlon. Seu título coroa uma carreira brilhante no esporte, incluindo a disputa das Olimpíadas de Sydney (2000), a vitória no Ironman Brasil 70.3 em 2007 e diversas vitórias e participações de destaque em provas nacionais

e internacionais. Perguntado pelo MundoTRI se correria o Ironman Brasil 2011, Shiro disse que é seu objetivo para o próximo semestre, mas sua decisão final irá depender de como reagirá nos treinamentos. Torcemos para ver essa verdadeira lenda do Triathlon nacional alinhado nas areias de Jurerê no próximo ano. A segunda colocação da prova e do campeonato ficou com o goiano Santiago Ascenço, que também coroou uma excelente temporada. “Foi um ano espetacular”, disse Santiago após a prova. E foi mesmo, o atleta foi o melhor brasileiro no Ironman Brasil 2010, como terceiro lugar, além de obter ótimas colocações em provas de Ironman 70.3, olímpico e, até mesmo, Short Triathlon. “Meu objetivo ano que vem é fazer um bom Ironman Brasil, alguns 70.3 e conseguir a vaga para Kona”, afirmou o atleta. Fred Monteiro ficou com a terceira colocação na 6ª Etapa e a quarta no campeonato, seguido de Fabio Carvalho (3º no Campeonato) e Marcus Ornellas, que se tornou o atleta a mais completar etapas do Troféu Brasil: 50. Vale lembrar que Marcus já foi bicampeão do circuito (1992 e 1996). Fa-

Shiro comemorou seu primeiro título

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bio Carvalho, tricampeão da competição, voltou seu treinamento para as provas olímpicas, visando uma vaga para as Olimpíadas de Londres 2012. Antônio Mansur chegou na sexta colocação e Guto Antunes em 7º, garantindo o 5º lugar no Campeonato.

onato da temporada, deixando para trás Fernanda Garcia e Ariane Monticeli. “A Carla não conta. Treino para um dia ser igual a ela. Mas a disputa pelo vice foi intensa, principalmente em função da umidade e do tempo abafado de Santos”, explicou a atleta.

A prova feminina

Carol Galvão surpreendeu e ficou com o terceiro lugar, seguida de Fernanda Garcia, Verônica Martins, Soledad Omar, Ariane Monticeli e Alessandra Carvalho.

Carla Moreno foi a primeira a sair das águas de Santos, com 20:52. Carol Galvão veio em segundo, 40” atrás da campeã de 2010, em seguida vieram Fernanda Garcia, Carolina Furriela e Verônica Martins. A argentina Maria Soledad Omar, apenas uma semana após o 9º lugar no Ironman Cozumel, terminou a natação 4 minutos depois de Carla, muito próxima da catarinense Alessandra Carvalho. O dia não começou bem para Ariane Monticeli, a atleta sentiu o esforço para vencer o Triathlon Long Distance Pirassununga há duas semanas, e só conseguiu terminar os 1.500m com 26:46. No pedal, tudo indicava que Carla manteria a diferençado grupo que se formou com Verônica, Furriela, Garcia e Galvão. Na segunda volta, Carla sentiu a falta de ritmo, já que já havia encerrado sua temporada em 2010, e foi alcançada pelo grupo que a perseguia. Verônica aproveitou a oportunidade e atacou, chegando na T2 com 30 segundos de vantagem sobre as demais e cravando o melhor pedal do dia: 1:03:46. Quando todos imaginavam, que Carla não tinha mais gás, a atleta mostrou porque venceu quase tudo o que disputou em 2010. Com uma corrida arrasadora, conquistou mais uma vitória, fechando a temporada com chave de ouro. “Foi a prova mais difícil do ano. Depois do ciclismo, minha perna pesou e fiquei cansada. Mas, quando vi a chegada, foi uma sensação muito boa. Estou muito feliz em terminar o ano vencendo todas as etapas”, disse Carla Moreno, que terminou a prova com 2:06:12. No segundo lugar chegou Carolina Furriela, que tem repetido ótimas atuações em santos, desde o vice-campeonato no Triathlon Internacional de Santos, em fevereiro de 2010. Como a colocação, Furriela garantiu o vice-campe-

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O organizador do Troféu Brasil, Núbio Almeida, comemorou o encerramento positivo da temporada que marcou os 20 anos de competição. “O Troféu Brasil é o circuito de triatlo mais com mais tempo de existência de todo o mundo. Por isso, fico muito feliz em ver atletas que começaram a competir aqui ainda adolescentes se tornarem grandes campeões, como é o caso do Miyashiro e da Carla Moreno”.

Amadores Vale destacar também a maciça presença dos amadores nas provas de Sprint (750/20/5) e Olímpico. Mais de 800 atletas disputaram as faixas etárias em Santos. O melhor amador na prova de Sprint foi Ciro Violin, mas também estavam presentes feras como Arthur Ferraz, André Lemmi, Alexandre Takenaka e Edivânio Monteiro.

Foto: Wagner Araújo

COMPETIÇÕES

Troféu Brasil de Triathlon


Resultados Classificação Final Masculino

Feminino

1 – Paulo Miyashiro – 689,50 pontos

1 – Carla Moreno – 765,00 pontos

2 – Santiago Ascenço – 672,00 pontos

2 – Carolina Furriela – 614,00 pontos

3 – Fábio Carvalho – 641,00 pontos

3 – Fernanda Garcia – 611,50 pontos

4 – Frederico Monteiro – 616,50 pontos

4 – Ariane Monticelli – 598,00 pontos

5 – José Augusto Antunes – 562,50 pontos

5 – Verônica Martins – 569,00 pontos

6ª Etapa Masculino

Feminino

1 – Paulo Myiashiro – 1h48m28s

1 – Carla Moreno – 2h06m12s

2 – Santiago Ascenço – 1h49m11s

2 – Carolina Furriela – 2h08m49s

3 – Frederico Monteiro – 1h51m20s

3 – Carolina Galvão – 2h11m47s

4 – Fabio Carvalho – 1h52m10s

4 -Fernanda Garcia – 2h12m12s

5 – Marcus Ornellas -1h52m18s

5 – Verônica Martins – 2h12m41s

Campeões do Troféu Brasil de Triathlon 1991 – Armando Barcellos e Fernanda Keller

2001 – Oscar Galindez e Carla Moreno

1992 Marcus Ornellas e Fernanda Keller

2002 Oscar Galindez e Carla Moreno

1993 – Leandro Macedo e Fernanda Keller

2003 – Oscar Galindez e Gisele Bertucci

1994 Alexandre Manzan e Fernanda Keller

2004 Santiago Ascenço e Ana Boccanera

1995 – Armando Barcellos e Fernanda Keller

2005 – Juraci Moreira e Ana Boccanera

1996 Marcus Ornellas e Fernanda Keller

2006 Santiago Ascenço e Carla Moreno

1997 – Oscar Galindez e Adriana Piacek

2007 – Fábio Carvalho e Carla Moreno

1998 Oscar Galindez e Carla Moreno

2008 Fábio Carvalho e Carla Moreno

1999 – Oscar Galindez e Carla Moreno

2009 – Fábio Carvalho e Vanessa Gianinni

2000 Oscar Galindez e Adriana Piacek

2010 – Paulo Miyashiro e Carla Moreno

MundoTRI.com [dezembro 2010] 75


Ironman Arizona COMPETIÇÕES

Chrissie Wellington vence com recorde “Essa foi a minha Kona!” Essa foi a frase de Chrissie Wellington após conquistar a vitória no Ironman Arizona no domingo, 22 de novembro. A atleta britânica ainda cravou o recorde da distância em eventos da marca Ironman (8:36:13) e terminou em 8ª geral, incluindo os homens. A marca foi apenas 17 minutos pior que seu recorde no Challenge Roth este ano: 8:19:13. A grande questão é que o percurso no Arizona é muito mais exigente do que em Roth, onde a atleta ficou em 7ª geral. Chrissie já começou forte na água, saindo do Lago Tempe apenas 32 segundos atrás do vencedor da prova, o alemão Timo Bracht. Suas compatriotas Rachel Joyce (5º lugar em Kona) e Leada Cave (10º lugar em Kona), saíram com Chrissie da água e conseguiram segurar o ritmo até o km 80. A partir daí, Wellington começou a descer o

Foto: Timothy Carlson

Chrissie Wellington pedala forte

76

MundoTRI.com [dezembro 2010]

martelo nos pedais, abrindo a cada quilômetro, chegando na segunda transição com uma vantagem de mais de 12 minutos sobre Cave, 17 minutos sobre a canadense Heather Wurtele e 18 minutos sobre a americana Linsey Corbin. Nessa altura, Joyce já não tinha mais energias pára brigar pelos primeiros lugares. Na corrida, Chrissie mostrou que dificilmente perderia para Mirinda Carfrae em Kona este ano. Com um pace incrível, Chrissie cravou 2:52:55 na maratona, apenas 3:56 mais lenta que a maratona do vencedor, Timo Bracht. Em segundo lugar ficou Linsey Corbin, que também correu muito bem (3:03:28 na maratona). Leanda Cave coroou seu excelente ano com o terceiro lugar. A atleta foi 10ª no Havaí, vencedora no 70.3 Miami e 2º lugar no Mundial de 70.3 em Clearwater. Tudo isso em menos de dois meses.


Os homens Na prova masculina, a disputa foi mais acirrada do que entre as mulheres. Na natação, um grupo formado pelos americanos Kevin Everett e Matt Reed e pelo dinamarquês Rasmus Henning. Quatro minutos atrás, Jordan Rapp (EUA), Chris Lieto (EUA) e Timo Bracht (ALE) sabiam que tinham que se esforçar no pedal para alcançar o grupo da frente, o que aconteceu na metade do ciclismo.

O vencedor, Timo Bracht

A partir daí, Rapp, que quase morreu em um acidente de bike este ano, assumiu a liderança e ditou o ritmo do pedal. Com 145km, Timo Bracht atacou, levando Rapp e Henning consigo, mas deixando Chris Lieto atrás, algo raro de acontecer. Cinco minutos atrás de Lieto vinha o especialista em Duathlon e namorado de Chrissie Wellington, o britânico Tom Lowe. O trio que liderava entrou na T2 junto, mas Rasmus Henning tomou uma penalização de 4 minutos por vácuo, o que acabou lhe tirando a vitória no final. Correndo mais forte que todos, Lowe veio tirando a diferença pouco a pouco, mas não conseguiu alcançar Henning e Bracht. Os três fecharam a maratona com, praticamente, o mesmo tempo, todos na casa das 2h48’ (veja os resultados detalhados abaixo). No final, Henning ficou menos de 4 minutos atrás de Bracht (que quebrou o recorde da prova), diferença que poderia ser tirada sem a penalização que sofreu. Rapp suportou bem a maratona e terminou em 4º lugar, muito emocionado e feliz coma recuperação.

Apenas três dos sete brasileiros inscritos largaram na prova. Giancarlo Matarazzo terminou em 12º lugar na 50-54, com 10:43:54. Já Renato Valle, da 30-34, ficou com o 70º lugar na categoria. Valentim Valler Neto fechou a prova com a 43ª posição na disputada categoria 2529 anos.

Foto: Timothy Carlson

Os brasileiros

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COMPETIÇÕES

Ironman Arizona Resultados – Ford Ironman Arizona Tempe, AZ, EUA – 21 de novembro de 2010 3,8km natação / 180km ciclismo / 42km corrida Pos.

Atleta

País

Natação

Bike

Corrida

Total

Masculino 1

Timo Bracht

ALE

00:51:24

04:23:17

02:48:59

08:07:16

2

Rasmus Henning

DIN

00:47:58

04:30:35

02:48:35

08:10:58

3

Tom Lowe

GBR

00:56:37

04:22:51

02:48:11

08:11:44

4

Jordan Rapp

EUA

00:51:57

04:22:38

02:58:02

08:16:45

5

Jozsef Major

HUN

00:58:40

04:23:16

02:59:18

08:26:15

6

Matty Reed

EUA

00:48:02

04:40:56

02:59:39

08:33:08

7

Max Longree

ALE

00:56:33

04:42:22

02:50:47

08:33:28

8

Ian Mikelson

EUA

00:51:15

04:42:23

03:03:38

08:41:18

9

Joe McDaniel

EUA

00:51:07

04:46:44

03:01:47

08:43:23

10

Anthony Toth

CAN

00:56:36

04:42:34

03:02:43

08:46:57

Feminino Chrissie Wellington

GBR

00:51:56

04:47:06

02:52:55

08:36:13

2

Linsey Corbin

EUA

00:59:35

04:58:13

03:03:28

09:05:33

3

Leanda Cave

GBR

00:51:13

04:59:55

03:18:12

09:13:50

4

Meredith Kessler

EUA

00:51:21

05:07:45

03:11:32

09:15:01

5

Heather Wurtele

CAN

00:56:34

04:59:33

03:18:45

09:19:10

6

Erika Csomor

HUN

01:00:04

05:09:24

03:08:33

09:22:38

7

Mackenzie Madison

EUA

01:07:02

05:02:00

03:09:57

09:24:11

8

Heleen bij de Vaate

HOL

01:07:05

05:04:39

03:12:54

09:29:15

9

Uli Bromme

EUA

01:00:08

05:12:12

03:14:17

09:31:22

10

Lauren Harrison

EUA

01:02:50

05:01:45

03:24:51

09:33:53

Foto: Timothy Carlson

1

78

MundoTRI.com [dezembro 2010]


Foto: Timothy Carlson

Chrissie comemora com seu namorado, Tom Lowe

MundoTRI.com [dezembro 2010] 79


COMPETIÇÕES

Ironman Cozumel Luiz Renato Topan foi o 4º geral amador No penúltimo Ironman do ano, vários atletas de ponta do Triathlon mundial se alinharam para largar no clima quente da ilha de Cozumel, no México. Andy Potts nadou na frente, saindo da água com 45:17. No ciclismo, os argentinos Oscar Galindez e Eduardo Sturla ditaram o ritmo da prova, e fizeram o 1º e o 2º melhores pedais da prova, respectivamente. Os dois chegaram na T2 com uma vantagem de 30 segundos sobre os perseguidores.

Brasileiro em destaque O grande destaque brasileiro da prova foi Luiz Renato Topan, da categoria 40-44 anos. Topan saiu da água com incríveis 48:59, a melhor natação amadora e a 6ª geral! O atleta estava em segundo lugar entre os amadores até o km 67 da bike, quando teve um pneu furado, o que acabou com a meta de correr a prova abaixo de 9 horas. Mesmo assim, o atleta fez um pedal de 36,12 km/h de média, fechando os 180km com 4:58:58. Na corrida, Luiz administrou o forte calor, fechando a prova com 9:09:19, o 4º amador geral, e o segundo de sua categoria. Com isso, o atleta garantiu sua vaga para Kona, em 2011.

Foto: Arquivo pessoal

Na corrida, Andy Potts mostrou que pode superar o calor, ao contrário do que aconteceu em Kona. Com muitos atletas sentindo a corrida, inclusive Ezequiel Morales, que não conseguiu realizar uma ótima maratona como de costume. Com 2:52:19 no 42km de corrida, Potts venceu seu segundo Ironman na carreira. Eduardo Sturla, após o forte pedal, conseguiu manter o ritmo na corrida, fechando a maratona em 3:01:39, conquistando a terceira colocação e pontos importantes para o ranking que classificará os atletas para o mundial de Kona em 2011. Já Oscar Galindez, não conseguiu manter o ritmo na corrida, terminando na 12ª colocação. O único brasileiro na elite a completar a prova foi Kelmerson Buck, que terminou nas 20ª colocação. Raul Furtado teve problemas durante o ciclismo e teve que abandonar a disputa.

Entre as mulheres, Amanda Stevens foi a primeira a sair da água, em seu primeiro Ironman, com Dede Grisbauer logo atrás. A vencedora de 2009, Yvonne Van Vlerken, começou a bike atrás, mas logo assumiu a ponta, com um pedal forte. Vindo de trás, a americana Tyler Stewart ultrapassou todas as competidoras, inclusive Yvonne, entregando a bike com mais de um minuto de vantagem. Na corrida, Van Vlerken mostrou porque venceu em 2009, superando o forte calor e levando o título para casa. A argentina Maria Soledad Omar, esposa de Ezequiel Morales, terminou na 9ª colocação.

80

MundoTRI.com [dezembro 2010]


Resultados – Ford Ironman Cozumel Cozumel, México – 28 de novembro 2010 3,8km natação / 180km ciclismo / 42km corrida

Top 10 Masculino 1. Andy Potts (EUA) 8:16:14 2. Michael Lovato (EUA) 8:22:17 3. Eduardo Sturla (ARG) 8:24:48 4. Axel Zeebroek (BEL) 8:28:52 5. Trevor Delsaut (FRA) 8:32:24 * M25-29 6. Andriy Yastrebov (UKR) 8:32:46 7. Patrick Evoe (EUA) 8:35:43 8. Petr Vabrousek (CZE) 8:40:09 9. Jozsef Major (HUN) 8:42:45 10. Maximilian Longree (ALE) 8:45:52

Top 10 Feminino 1. Yvonne Van Vlerken (HOL) 9:07:25 2. Tyler Stewart (EUA) 9:23:44 3. Amanda Stevens (EUA) 9:26:35 4. Sofie Goos (BEL) 9:45:01 5. Nicole Woysch (EUA) 9:50:00 6. Kimberly Schwabenbauer (USA) 10:03:59 * F30-34 7. Fiona Whitby (CAN) 10:05:05 8. Charisa Wernick (EUA) 10:07:30 9. Maria Omar Soledad (ARG) 10:08:50 10. Carmenza Morales (COL) 10:09:43

MundoTRI.com [dezembro 2010] 81


COMPETIÇÕES

Ironman Cozumel -Brasileiros

82

Atleta

Natação

Bike

Corrida

Total

LUIZ RENATO TOPAN

00:48:59

04:58:58

03:17:34

09:09:18

KELMERSON BUCK HENRI

00:52:16

05:03:06

03:14:21

09:13:30

EDUARDO GONZALEZ

00:54:34

05:02:46

03:16:32

09:19:59

FABIANO SANTOS GIOMETTI SANDOVAL

00:50:49

04:59:48

03:24:09

09:20:31

SAMUEL SILVA ARAUJO

01:01:05

05:09:52

03:10:55

09:26:28

RICARDO MARTINI

01:00:30

05:12:01

03:38:19

09:56:17

EDUARDO SOVIERZOSKI

00:59:41

05:16:03

03:37:08

09:57:38

BRUNO GUIMARAES RODRIGUES

00:59:23

05:11:31

03:42:28

09:58:45

MARCIO MOLLICA FIGUEIREDO

01:04:03

05:21:20

03:53:01

10:26:51

LUCAS FERRO

01:03:55

05:21:47

04:02:07

10:36:26

MAURO GIORCHINO ROBERTO

00:55:44

05:40:25

03:51:47

10:37:02

HENRIQUE VILLELA

01:08:41

05:33:20

03:50:30

10:44:01

JOSE DA SILVA HEITOR

01:03:40

05:27:39

04:08:47

10:49:19

AVILA

01:08:42

05:51:52

03:43:40

10:56:21

WALTER GODOY NETO

01:18:18

05:14:03

04:21:39

11:01:50

EDUARDO SARHAN

00:52:26

05:10:18

05:04:40

11:15:42

GUSTAVO RODRIGUES COSTA

01:09:46

05:33:43

04:33:15

11:26:18

CAROLINA BANAS LOPES DE ALMEIDA

01:11:03

05:53:31

04:19:49

11:34:22

BRUNO 3 MIRANDA

01:02:46

05:19:06

05:02:32

11:34:25

MARCIO FAVORETTO

01:19:20

06:07:19

03:55:17

11:42:50

LEONARD MOREIRA DUARTE

01:08:00

05:45:27

04:49:57

11:56:13

DANIEL RODRIGUES COSTA

01:02:39

05:57:55

12:13:13

12:13:13

THIAGO CABELEIRA SOARES

00:58:57

06:06:53

05:01:02

12:17:19

LUCAS GOMES RAABE

01:04:07

05:32:01

05:41:23

12:28:30

UBIRAJARA JUNIOR ROSSES

01:08:16

05:58:08

05:13:59

12:31:56

MARCOS FERNANDES ANTONIO

01:21:02

06:02:10

04:55:06

12:32:20

DICKSON GOULART CADORE

01:29:23

06:24:20

04:41:10

12:46:50

ARGEMIRO SOUZA COSTA

01:16:42

06:25:10

04:59:57

12:58:18

MARCIO FREITAS VIEIRA

01:32:39

06:11:10

05:10:38

13:19:24

MARCELO VERVLOET

01:16:23

06:04:18

05:55:38

13:26:38

TIAGO MARTINEZ

01:10:37

06:12:18

05:58:21

13:31:30

RENATOTETSUO YOSHIHARA

01:02:29

06:19:28

05:56:11

13:38:32

ARMANDOLUIZ GARCIA

01:06:53

06:18:54

06:34:58

14:09:34

TADEU ANTONIO

01:23:41

06:44:33

05:48:15

14:11:17

FRANCO CAVALIERE

02:08:37

06:55:00

05:12:37

14:41:22

FREDERICO CYPRIANO FERREIRA

01:22:51

06:46:54

06:48:20

15:13:50

FERNANDO CHILVARGUER

01:28:09

07:33:22

06:36:42

15:57:25

HEDLA LOPES OLIVEIRA

00:57:20

05:34:50

00:00:00

00:00:00

DANIEL LOPES DE OLIVEIRA

01:11:33

06:19:29

00:00:00

00:00:00

RONALDO AGUILAR MORALES

01:34:44

06:21:24

00:00:00

00:00:00

MARCOS DE OLIVEIRA PAULO

00:57:15

00:00:00

00:00:00

00:00:00

MundoTRI.com [dezembro 2010]


Foto: Arquivo pessoal

Luiz Renato Topan

MundoTRI.com [dezembro 2010] 83


COMPETIÇÕES

Ranking Ironman Fim da temporada de Ironman: após últimos eventos do ano, McCormack e Cave lideram o Ranking de Kona A partir de 2011, os profissionais se classificarão para o mundial de Ironman, no Havaí, por meio de um sistema de pontuação baseados nas provas de Ironman e Ironman 70.3 em todo o mundo. Neste final de semana aconteceram as duas últimas provas da temporada: o Ironman Ironman Western Australia e o Ironman 70.3 Tailândia (considerado o campeonato ÁsiaPacífico de 70.3). Na Austrália, dois atletas locais de pouco renome venceram. No masculino, Courtney Ogden bateu nomes como Pete Jacobs e Luke Bell, fechando a prova com incríveis 8:14:01. No feminino, Kate Bevilaqua venceu, superando atletas do nível de Rebekah Keat, vice-campeã. Já na prova asiática, Timothy O’Donnell (EUA), 3º colocado no Mundial de Ironman 70,3 no mês passado e namorado da vencedora em Kona este ano, Mirindas Carfrae; superou os adversários com uma prova muito equilibrada nas três disciplinas. No feminino, a vice-campeã em Kona, Caroline Steffen (SUI) mostrou que está em grande forma e venceu com 4:40 de vantagem sobre a segunda

84

colocada. Estavam ainda na prova feminina: Belinda Granger (AUS), Michelle Wu (AUS) e a canadense Samantha McGlone. Com relação ao ranking, os vencedores do Mundial de Ironman nos últimos cinco anos só precisam completar um Ironman para validar sua vaga, como fez Chrissie Wellington no Ironman Arizona no último mês. Mirinda Carfrae, por sua vez, anunciou que correrá o Ironman Nova Zelândia para validar sua vaga. Estão na mesma condição: Chris McCormack, Craig Alexander, Normann Stadler e Michellie Jones. Já os demais atletas lutam por uma das 50 vagas disponíveis para os homens ou por uma das 30 vagas disponíveis para as mulheres. Como houve poucas provas depois de Kona, o ranking ainda não reflete a posição esperada dos atletas, mas já podemos ver que há atletas se destacando, como é o caso de Leanda Cave, que terminou em 10º no Havaí e ainda conseguiu pódios no Ironman 70.3 Miami, no Mundial de Ironman 70.3 em Clearwater e no Ironman Arizona. No masculino, a vitória na Grande Ilha ainda deixa Macca no topo. Confira o ranking abaixo.

Feminino

Masculino

1. Leanda Cave (GBR) 6810

1. Chris McCormack (AUS) 6000

2. Mirinda Carfrae (AUS) 6500

2. Andreas Raelert (ALE) 5400

3. Julie Dibens (GBR) 5650

3. Timo Bracht (ALE) 5300

4. Caroline Steffen (SUI) 5400

4. Craig Alexander (AUS) 4950

5. Yvonne Van Vlerken (HOL) 5100

5. Marino Vanhoenacker (BEL) 4900

6. Virginia Berasategui (ESP) 4450

6. Raynard Tissink (RSA) 4390

7. Rachel Joyce (GBR) 4000

7. Dirk Bockel (LUX) 3680

8. Linsey Corbin (EUA) 3860

8. Eneko Llanos (ESP) 3100

9. Heleen Bij De Vaate (HOL) 3660

9. Michael Raelert (ALE) 3000

10. Amanda Stevens (EUA) 3510

10. Pete Jacobs (AUS) 2700

MundoTRI.com [dezembro 2010]


Resultados SunSmart Ironman Western Australia Busselton, Austrália – 5 de dezembro de 2010 3,8km natação / 180km bike / 42km corrida Feminino

Masculino

1. Kate Bevilaqua (AUS) 9:19:44

1. Courtney Ogden (AUS) 8:14:01

2. Rebekah Keat (AUS) 9:22:37

2. Matty White (AUS) 8:18:06

3. Amelia Pearson (AUS) 9:36:52

3. Pete Jacobs (AUS) 8:21:16

4. Kirsten Molloy (AUS) 9:47:47

4. Luke Bell (AUS) 8:21:33

5. Jessica Fleming (AUS) 9:49:41 * W35-39

5. Patrick Vernay (NZL) 8:23:22

6. Michelle Boyes (AUS) 9:51:05 * W40-44

6. Jonathan Hotchkiss (GBR) 8:31:02

7. Jasmine Dillon (AUS) 10:12:26 * W25-29

7. Scott Neyedli (GBR) 8:34:45

8. Sarah Walker (NZL) 10:18:28 * W40-44

8. Sam Hume (AUS) 8:39:21 * M35-39

9. Dimity Gannon (AUS) 10:19:45 * W25-29

9. Simon Billeau (FRA) 8:40:37

10. Michaella Trigg (NZL) 10:21:48 *W40-44

10. Paul Dodd (AUS) 8:45:57 * M35-39

Ironman 70.3 Asia-Pacific Championship Laguna Phuket, Tailândia – 5 de dezembro de 2010 1,9km natação / 180km bike / 21km corrida

Masculino

Feminino

1. Timothy O’Donnell (EUA) 3:59:42

1. Caroline Steffen (SUI) 4:20:13

2. Massimo Cigana (ITA) 4:01:52

2. Melissa Rollison (AUS) 4:24:53

3. Hideo Fukui (JPN) 4:04:00

3. Belinda Granger (AUS) 4:30:49

4. Domenico Passuello (ITA) 4:06:51

4. Michelle Wu (AUS) 4:32:13

5. Chris Legh (AUS) 4:07:25

5. Samantha McGlone (CAN) 4:36:52

6. Paul Ambrose (GBR) 4:07:53

6. Diana Riesler (ALE) 4:37:29

7. Bryan Rhodes (NZL) 4:10:15

7. Rachael Paxton (AUS) 4:38:55

8. Jan Raphael (ALE) 4:10:24

8. Ruth Nivon Machoud (SUI) 4:41:04

9. Fredrik Croneberg (SUE) 4:13:33\

9. Emma Ruth Smith (GBR) 4:43:39

10. Alejandro Santamaria (ESP) 4:18:18

10. Francesca Tibaldi (ITA) 4:44:01

MundoTRI.com [dezembro 2010] 85


COMPETIÇÕES

Ultraman Alexandre Ribeiro termina em quarto lugar Tetracampeão mundial do Ultraman do Havaí, o triatleta brasileiro Alexandre Ribeiro, 45 anos, completou a edição deste ano do desafio, em Big Island, com o tempo total de 23h56m42s, ficando em quarto lugar na classificação geral. O francês Mike Le Roux (21:55:57), o sueco Jonas Colting (22:19:54) e o norte americano Slater Fletcher (22:21:54) ficaram, respectivamente, em primeiro, segundo e terceiro. No feminino, a grande campeã foi Amber Monforte, dos Estados Unidos, com 24h07m11s, seguida pelas também americanas Hillary Biscay (24:40:28) e Shanna Armstrong (24:43:57). A prova teve largada no dia 26/11 (sexta-feira) às 6:30h (horário local) e terminou domingo (28/11) por volta das 21:30h (horário do Brasil).

cação no geral. O brasileiro se recuperou um pouco e chegou a pedalar no bloco dos três primeiros, mas teve um pneu furado e voltou a passar mal, o que o forçou a parar novamente em vários trechos do percurso.

Esta foi a sexta participação do brasileiro na competição, que compreende 10km de natação, 421km de ciclismo e 84km de corrida. Alexandre Ribeiro já havia vencido o desafio quatro vezes (2003, 2005, 2008 e 2009) e ficado em segundo em 2007.

Apesar de todos os problemas enfrentados nos três dias de prova, Alexandre Ribeiro fez o segundo melhor tempo da ultramaratona (6h59m), recuperando assim várias posições e ficando em quarto no geral. Feliz e aliviado por ter conseguido completar o extenuante percurso após tantos problemas, Ribeiro cruzou a linha de chegada ao lado dos três filhos (Kaillani, Kaipo e Maila, de 13, 8 e 5 anos respectivamente) e do amigo de longa data, José Carlos Ponciano, que atuaram no staff do atleta.

Uma prova de superação Ribeiro fez uma excelente natação no primeiro dia, saindo da água após cumprir os 10km em décimo lugar com o tempo de 2:44:31, o melhor de todos que já fez em um Ultraman. Iniciou bem os 145km de ciclismo do dia e recuperou posições, mas quando já estava em segundo lugar começou a passar muito mal. Vomitou diversas vezes e ficou parado por quase uma hora tentando se recuperar para seguir em frente. “Tomei um gel de carboidrato de sabor diferente no início do ciclismo que não me caiu bem. Acho que juntou isso com o tanto de água salgada que eu já havia ingerido na etapa da natação e a combinação causou um super mal estar que, infelizmente, me acompanhou durante os três dias de prova, comprometendo a minha performance”, contou Ribeiro. No segundo dia, quando os atletas tinham pela frente mais 276km, Colting seguiu na liderança e Ribeiro manteve a sétima colo-

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O terceiro e último dia do desafio foi dedicado à dupla maratona. Conhecido por ser um excelente corredor, o brasileiro – apesar de muito fraco devido à desidratação causada pelos episódios anteriores – liderou toda a primeira maratona (a qual completou com a excelente marca de 3h06m), mas o esforço acabou fazendo-o passar mal novamente. A apenas um quilômetro da linha de chegada, o atleta teve que deitar no chão para recuperar forças.

Mesmo com tantas dificuldades, o atleta conta que em nenhum momento pensou em abandonar a prova: “Esta edição foi muito dura para mim. Passei mal os três dias, perdi muitas posições, me desidratei e ainda tive problemas com a bike. Mas, enfim, Ultraman é isso. Cada prova é uma prova. A gente se prepara física e psicologicamente, treina forte, faz tudo certinho, mas nunca sabe o que vai encontrar pela frente. De qualquer forma, não tem preço cruzar mais uma linha de chegada aqui ao lado dos meus três filhos. Essa sensação compensa todo o esforço e sacrifício”, declarou o atleta, que ainda não definiu o calendário de provas para 2011. A brasileira Vanuza Maciel terminou em sétimo lugar entre as mulheres.


Fast Triathlon Experience Aconteceu no dia 19/12, em São Paulo, o Fast Triathlon Experience, evento que serviu como seletiva da última vaga masculina e feminina do Fast Triathlon 2011, evento transmitido ao vivo pela Rede Globo, no Esporte Espetacular. Foram três baterias de 200m de natação, 4km de ciclismo e 1,2km de corrida.

COMPETIÇÕES

Mauro Cavanha e Fernanda Garcia conquistam vaga para o Fast Triathlon 2011

Foto: Wagner Araújo

Em uma disputa incrível com Luiz Francisco Ferreira, Mauro Cavanha venceu as três baterias e se classificou para o Fast Triathlon 2011. No feminino, Fernanda Garcia venceu com facilidade. Os dois vencedores, que também ganharam do SESC Tramandaí na semana passada, agora se preparam para a competição com maior visibilidade na mídia televisiva do país. A equipe masculina deve contar ainda com Reinaldo Colucci e Juraci Moreira. No feminino, ainda não há definição.

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Autorretratro

Foto: Gustavo Gaiote

Flávio José, o MIOJO

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Louco por esportes desde os 10 anos de idade, jogava futebol de salão antes de ter minha primeira magrela aos 12 anos, uma BMX aro 20 de pneus cinzas que só perdia para a tão sonhada Monark dobrável vermelha. Aos 14 veio a MTB Caloi , primeira da linha com grupo Alivio e trocadores rapidfire. Em seguida uma Caloi Aluminum e então uma MTB Alfameq que me lembro muito bem ter trocado pau a pau po um Kit CD Room, caixas e placa de som da Sound Blaster J. Dai pra frente foram muitos quilômetros rodados pela cidade de São Paulo e um futuro ainda nada definido, pois acreditem se quiser até 2003 eu era fumante e adorava uma bebida, barreiras hoje vencidas pelo esporte. Ainda não conhecia o Triathlon, mas foi jogando um futebol de Campo que percebi que corria bem, partindo então para o atletismo com provas curtas até chegar as provas de rua de 10km e 15km onde corri a São Silvestre de 2005 a 2008. Foi em 2006 , que através de um programa de qualidade de vida na empresa onde trabalho, antiga EDS hoje HP, que fui parar na Assessoria Run&Fun e tive o privilégio de conhecer aquele que me lançou no Triathlon, o grande Técnico Alexandre Giglioli entre outros nomes como o Artur Alvin e o Mestre Hilton Coutinho Junior, meu atual Técnico na HCJ Assessoria Esportiva, além de uma galera incrível que os tenho como amigos até hoje.

Em um certo dia, fazendo um treino de transição, um cruzado de ciclismo com corrida, eu levava tanto a sério que eu cheguei quase que derrubando os cavaletes e, ao sair para correr, o Artur lança um grito para a Karen que fez a transição comigo, dizendo “PEGA O MIOJOOOOO” Pois é, todos caíram na gargalhada e daquele dia em diante até hoje meu grande apelido passaria ser MIOJO. Confesso que aquela cabeleira durante o treino era algo complicado !!! Minha estréia no Triathlon aconteceu em Março de 2007, um Short Distance na primeira etapa do Troféu Brasil que competi com a MTB Alfameq. Acabei gostando tanto que graças a muita dedicação conquistei muitos títulos além de estrear no circuito de IRONMAN 70.3 este ano. Quero continuar evoluindo e conquistando meu espaço entre os vários triatletas brasileiros de alta performance. Agradeço a Deus por me dar saúde e tantas oportunidades na vida. Me sinto na obrigação de retribuir com muita Disciplina e Dedicação. 2010 foi um ano brilhante com muitas conquistas. Que venha 2011 e os grandes resultados!

Foto: Arquivo pessoal

A parte mais engraçada durante minha passagem na Run&Fun foi que naquela época, além de ter uma cabeleira gigante (foto Anexa) eu treinava com

minha MTB Alfameq que deixava o Giglioli maluco. Sempre que eu chegava para treinar na USP aos sábados ele dizia ... “Meu, esta bike não dá, cara. Quando você vai comprar uma bike de ciclismo ou de triathlon?” Eu só sorria e partia para o treino, este que eu me matava para conseguir ficar na roda do grupo todo.

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MundoTRI NA PRÓXIMA EDIÇÃO:

Foto: Timothy Carlson

O QUE VEREMOS EM 2011


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