Catálogo Exposição "300 Anos de Devoção Popular"

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Curadoria Cesar Augusto Bustamante Maia Fabio MagalhĂŁes


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“Salve ó Senhora Santa, Rainha Santíssima, Mãe de Deus, ó Maria... em vós residiu e reside toda a plenitude da graça e todo o bem.” São Francisco de Assis

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Três séculos de devoção O ano de 2017 marca uma data importantíssima para o Brasil e, em especial, para São Paulo: os 300 anos desde que, em um dia 12 de outubro, a imagem de Nossa Senhora Aparecida foi encontrada por pescadores nas águas do rio Paraíba do Sul. O povo brasileiro tem uma ligação forte com esta imagem. Ela representa a simplicidade da fé das pessoas. Sua veneração é a forma mais espontânea de devoção e amor. Esta exposição inédita: 300 anos de Devoção Popular é uma sincera homenagem à Nossa Senhora Aparecida. O acervo de peças do Santuário Nacional poderá ser visto na cidade de São Paulo pela primeira vez. A exposição faz parte de um evento ainda maior, a Mostra Cultural Jubileu 300 anos de Aparecida, união de esforços do Governo do Estado com a Secretaria da Cultura, Museu de Arte Sacra de São Paulo e Metrô em parceria com a Arquidiocese de São Paulo, Arquidiocese de Aparecida, Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida e Museu Nossa Senhora Aparecida. O objetivo deste trabalho é nobre: celebrar a Padroeira do Brasil. Que a sua imagem continue a inspirar sentimentos de fé, generosidade e irmandade entre as pessoas!

Geraldo Alckmin Governador do Estado de São Paulo

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Nossa Senhora Aparecida e o povo de São Paulo

Desde o dia 12 de outubro de 2016, comemoram-se os 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida nas águas do rio Paraíba do Sul. Durante esses 3 séculos, a “Senhora Aparecida” tornou-se muito querida de tantos brasileiros, que para ela se voltam com grande devoção e carinho filial e a proclamam “Rainha e Padroeira do Brasil”. Há uma relação histórica e estreita da arquidiocese de São Paulo e do povo paulistano com Nossa Senhora Aparecida. Desde quando a diocese de São Paulo foi criada, em 1745, até a criação da diocese de Aparecida, em 1958, o Santuário de Aparecida ficou sob a responsabilidade de diocese/arquidiocese de São Paulo. Portanto, durante mais de dois séculos, a diocese/arquidiocese de São Paulo esteve encarregada de zelar pelo Santuário e pela devoção à Virgem Mãe Aparecida. Também a construção da monumental basílica de Aparecida foi desejada e iniciada, na década de 1950, pelo arcebispo de São Paulo, o cardeal Dom Carlos Carmelo de Vasconcellos Motta, que encomendou ao arquiteto e artista Benedito Calixto de Jesus Netto o seu projeto e edificação. O próprio cardeal Motta, em 1964, tornouse o primeiro arcebispo de Aparecida, acompanhando de perto a continuidade das obras, junto com os missionários Redentoristas. O Cardeal teve a alegria de ver a basílica inaugurada e dedicada a Deus e à honra da Virgem Maria pelo Papa João Paulo II, em 1980. A devoção do povo de São Paulo a Nossa Senhora Aparecida não arrefeceu depois que a diocese de Aparecida, em 1958, passou a assumir a responsabilidade direta sobre o Santuário Nacional de Aparecida. A cada ano, no 1o domingo de maio, realiza-se a romaria arquidiocesana de São Paulo a Aparecida, com a

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participação de milhares de peregrinos. Além disso, ao longo do ano, outros milhares de peregrinos paulistanos vão a Aparecida e expressam sua devoção e sua confiança filial à “Mãe de Deus e nossa”. Veneramos e valorizamos a Virgem Maria, a Mãe Imaculada do Redentor, porque reconhecemos que Deus a escolheu e lhe reservou um lugar especialíssimo nos seus eternos desígnios em relação à humanidade e à Igreja. A devoção a Nossa Senhora Aparecida está relacionada estreitamente com a misericórdia de Deus para com a humanidade. A história do achado da imagem por humildes pescadores, o relato sobre o escravo socorrido e libertado de maneira prodigiosa quando, na sua angústia, invocou a Nossa Senhora diante da pequena imagem achada no rio, e o início humilde da devoção à Virgem da Conceição Aparecida correspondem bem à invocação da Igreja na oração: “Salve Rainha, Mãe de Misericórdia... a vós bradamos... a vós suspiramos, gemendo e chorando! Eia, pois, advogada nossa! Esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei”.

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Ainda hoje, o povo que, aos milhões, peregrina cada ano ao Santuário da Mãe Aparecida, está marcado pelo sofrimento. Ele recorre à Mãe de Misericórdia para lhe falar de suas angústias e aflições, ou para contar suas alegrias e esperanças. Muitos vão para agradecer por graças alcançadas, com o coração transbordando de devotamento e ternura. A mãe de Jesus, a Senhora da Conceição Aparecida, continua a ser o “grande sinal”, colocado por Deus no céu e na terra para o consolo dos seus filhos e para a certeza de que o mal não terá a última palavra sobre a vida dos homens e sua história. Nossa Senhora Aparecida é a mãe querida, à qual os filhos recorrem com ternura e fé para pedir a bênção para si e para os seus. Muitas vezes, eles nem sabem como rezar e se apresentam diante dela só para lhe mostrar seu olhar, na certeza de que a atenção da mãe conforta e ilumina o caminho da vida. A mãe é sempre a confidente segura nas horas difíceis da vida e não é necessário dizer muitas palavras, pois ela conhece e entende o coração dos filhos pelo simples olhar deles... Não posso deixar de manifestar minha satisfação e apreço pela exposição – 300 anos de devoção popular –, promovida pelo Museu de Arte Sacra de São Paulo. Congratulo-me com o Dr. José Carlos Marçal de Barros, Diretor do Museu, e com todos os colaboradores que tornaram possível a exposição. Essa iniciativa ajuda a perceber como, ao longo do tempo e com expressões singelas e criativas, o povo expressou sua fé e devoção a Nossa Senhora Aparecida. Desejo o melhor êxito para essa valorização da cultura popular brasileira, de fundo religioso.

Cardeal Odilo Pedro Scherer Arcebispo de S.Paulo

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Ela é consolo e esperança do povo A mulher vestida como sol, tendo a lua sob os pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas, é Maria, Mãe de Jesus, figura da Igreja. O sol, a lua e as estrelas são atributos típicos das grandes deusas do mundo antigo. Maria recebe a luz do Sol que é Jesus, é cheia de graça e bem-aventurada porque acreditou. Como a lua reflete a luz do sol, Maria reflete a luz de Cristo sobre a Igreja. Ele é a luz do mundo, e a missão da Igreja é ser reflexo dessa luz. Maria sempre participou e se associou à obra salvífica de Jesus. Elevada ao céu, ela participa da glória de Jesus ressuscitado. Do céu intercede por nós como Rainha do céu e da terra, Nossa Senhora da Glória, Assunta ao céu. Ela é consolo e esperança do povo de Deus ainda a caminho, na luta contra o dragão. Revistamo-nos da luz de Cristo, como Maria. Esta luz nos ilumina, aquece e transfigura. Amemos a Igreja apostólica simbolizada nas doze estrelas. Um dia também seremos coroados na glória. Maria é tipo e modelo de perfeição para a Igreja. Ela ocupa o lugar mais alto depois de Cristo e o mais perto de nós. A glória de Maria no céu é o nosso futuro, nossa esperança, nosso caminho, nosso destino. Cabe-nos seguir o itinerário de Maria no esforço de “ser como Maria”. Na escola de Maria, aprendemos a ser discípulos missionários e assim colaborar na transformação do mundo, na construção do novo céu e da nova terra, na implantação do reino de Deus na sociedade. Um mundo diferente é possível!

Dom Orlando Brandes Arcebispo de Aparecida

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A simplicidade e a força da fé Há 300 anos, no dia 12 de outubro, pescadores encontraram, nas águas do Rio Paraíba do Sul, a imagem de Nossa Senhora Aparecida. Padroeira do Brasil, Nossa Senhora é simbolo de fé, devoção e amor. Um motivo tão especial para os católicos de nosso país não poderia ganhar melhor homenagem do governo paulista, com esta exposição inédita: 300 anos de Devoção Popular, com peças do Santuário Nacional de Aparecida, que poderão ser vistas na cidade de São Paulo pela primeira vez. Acreditamos que a vinda deste acervo precioso, com a visibilidade possível na capital, terá grande impacto na prática da fé católica e, certamente, deverá estimular um número maior de peregrinos ao Santuário Nacional, nos próximos anos. O evento, intitulado Mostra Cultural Jubileu 300 anos de Aparecida reúne a exposição fotográfica Aparecida do Brasil (fotos e acervo do museu) e a exposição 300 anos de Devoção Popular (cerca de 130 imagens, entre peças de devoção popular do Santuário, ofertadas na Sala das Promessas, peças do acervo do Museu de Arte Sacra de São Paulo, do Museu Nossa Senhora Aparecida e de coleções particulares). É com alegria imensa que o Governo do Estado, por meio da Secretaria da Cultura e do Museu de Arte Sacra celebra a Padroeira do Brasil em parceria com a Arquidiocese de São Paulo, Arquidiocese de Aparecida, Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Museu Nossa Senhora Aparecida e Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô). Uma grande união de forças entre o Estado e instituições cristãs, com um único objetivo: celebrar a simplicidade e a força da fé.

José Luiz Penna Secretário da Cultura do Estado de São Paulo

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Quantas aflições, pelos mais variados motivos, dão origem aos pedidos, súplicas que milhares de fiéis apresentam, diariamente à Nossa Senhora Aparecida. Quantas visitas ao Santuário em agradecimento pelas graças alcançadas. Quantas lembranças são levadas nestas ocasiões com o objetivo de materializar estes agradecimentos, principalmente imagens da Santa, nos mais variados materiais, expressando a visão de cada um. Com a colaboração, imprescindível, do Museu de Nossa Senhora Aparecida, o Museu de Arte Sacra de São Paulo apresenta uma mostra, de pouco mais de uma centenas delas que simbolizam a força da fé de nossa população naquela que, ao longo de 300 anos, conforta a alma deste povo devoto. Os curadores da mostra, Fabio Magalhaes e Cesar Maia, foram de uma felicidade única na utilização de dois recursos que muito dizem sobre a Senhora Aparecida: as luzes, com as quais Ela a todos ilumina, e os espelhos, que mostram a multipli­ cação de suas bênçãos. Uma exposição sobre a fé do povo não poderia ter um nome mais adequado: DEVOÇÃO POPULAR.

Museu de Arte Sacra de São Paulo José Oswaldo de Paula Santos

José Carlos Marçal de Barros

Presidente do Conselho de Administração

Diretor Executivo

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Ao visitar o Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, os peregrinos têm oportunidade de vivenciar um momento único de fé e ter um encontro com a história e a arte. Sendo considerado o maior Santuário dedicado a Nossa Senhora no mundo, erigido em meados do século XX, expressa três séculos de devoção à Imagem milagrosa encontrada nas águas do Rio Paraíba do Sul. Nesse contexto, o Museu Nossa Senhora Aparecida, em conjunto com o Centro de Documentação e Memória “Pe. Antão Jorge, C.Ss.R.”, são instituições responsáveis pela preservação da memória, bem como a organização e catalogação de objetos, documentos e fotografias, com o intuito de reunir informações sobre a devoção a Nossa Senhora da Conceição Aparecida e o desenvolvimento de seu Santuário. Numa perspectiva mais ampla, o Museu Nossa Senhora Aparecida tem por objetivo o estudo e a compreensão – através dos bens culturais que preserva e referencia – das relações do homem com o sagrado, a memória da fé e da comunidade católica. O Museu, enquanto órgão de memória e comunicação, assume missão pastoral de formação de conhecimento e compreensão do fenômeno da fé, de forma a atender seu amplo e variado público frequentador. Resguardar a história de uma instituição é de vital relevância para ela. Com isso, o Centro de Documentação e Memória tem o papel de preservar, organizar e catalogar toda informação a respeito do Santuário e da devoção a Nossa Senhora da Conceição Aparecida, sendo expressivo seu acervo nos formatos textuais, fotográficos e audiovisuais. De maneira geral, a instituição tem o intuito de salvaguardar e satisfazer a demanda informacional de seus consulentes, sejam internos ou externos, com a missão de preservação e disseminação de toda esta história de grande importância para o povo brasileiro e também de outros países.

Museu Nossa Senhora Aparecida Centro de Documentação e Memória “Pe. Antão Jorge, C.Ss.R.”

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O encontro com o outro “Vinde a mim todos vós que estais cansados, e eu vos aliviarei.” Essa afirmação de Jesus aos seus discípulos revela o maior presente que a humanidade recebeu a partir da gruta de Belém, na Judeia. O encontro da divindade com a humanidade numa única pessoa, nascida de mulher fecundada por Deus, mostra o quanto de bem se pode fazer a alguém, respeitando a sua identidade. Ao assumir a natureza humana, o Filho eterno de Deus não quis substituir as pessoas nas suas responsabilidades, mas lhes proporcionar condições para que possam realizá-las em plenitude. A metodologia do Homem de Nazaré, ao convocar seguidores para realizar a sua missão, foi de lhes proporcionar encontros continuados, através dos quais eles pudessem conhecê-lo e repetir as suas ações em favor de outras pessoas: “Ide pelo mundo e anunciai o Evangelho a toda criatura. Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios”. Ao longo dos anos, muitos foram aceitando o seu convite e assumindo o jeito de ser e de fazer do Mestre. Entre os discípulos de Jesus destacou-se a sua Mãe. Cantada em verso e prosa; representada em famosas telas; esculpida em pedra, madeira e mármore; formatada a partir do barro, sua imagem tornou-se ícone de esperança para toda gente. A arte foi o instrumento que Deus escolheu para continuar se encontrando com os humanos por meio de Maria, trazendo-lhes confiança, conforto e sustento na vida.

Pe. João Batista de Almeida, C.Ss.R. Reitor do Santuário Nacional de Aparecida

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Jubileu dos 3oo anos É próprio dos cristãos terem memória grata. Porque plenos da Graça de Deus, todos aqueles nascidos para o Cristo nas águas do Batismo são agradecidos pelos bens que recebem constantemente. E como temos a agradecer nestes 300 anos do encontro da pequenina Imagem de Nossa Senhora da Conceição “Aparecida”. Bênçãos, graças e a sua poderosa intercessão. “... Peixes em abundância, famílias recuperadas, saúde alcançada, corações reconciliados, vida cristã reassumida”. Para esta ocasião singular e histórica, todo o Brasil foi preparado. Imagens fac-símiles percorreram com os missionários toda a nossa nação. Não faltou nenhum lugar onde houvesse necessitados que ela não estivesse. E, de modo particular, a Mãe Aparecida esteve em todas as capitais dos Estados brasileiros. Em Missas solenes ela foi entronizada e venerada. Trouxe para o seu Santuário Nacional uma porção das terras (do solo) dos Estados da federação. Não poderia ser diferente, afinal, Ela é a Rainha e Padroeira do Brasil e de seu povo. Como Rainha que é, recebeu uma coroa ofertada pelos devotos. O ouro que brilha e marca a nobreza da coroa foi o presente dos muitos devotos que alcançaram graças por sua intercessão. E para marcar a sua maternal proteção o Brasil inteiro a coroa! “Te coroamos, ó Mãe, nossa Rainha”. Celebrar este momento histórico é engrandecer a Mãe de Deus que, embora em pequenina Imagem, é grande em seu amor. Graças vos damos, Senhor, por tão sublime presente, que há 300 anos concedestes ao povo brasileiro: a Senhora Aparecida.

Pe. Daniel Antonio da Silva, C.Ss.R. Administrador/Ecônomo do Santuário Nacional de Aparecida

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Bordando com Maria e para Maria O Carmelo, sendo um lugar de profundo silêncio e repleto da presença de Deus, é também como a casa de Nazaré, onde Maria vivia com simplicidade e fazia os trabalhos domésticos. Assim como fazemos hoje o delicado trabalho de confecção dos mantos. Sendo feito especialmente para Nossa Senhora, o bordado de um manto traz em cada pedrinha um significado divino, que é transformado em oração, sobe aos céus e volta em forma de bênçãos. Quando bordamos os mantos para Maria, cremos que ela está presente e por isso nossa dedicação é ainda maior e aumenta em nós o amor e o desejo de fazer o bem. Maria deve ter feito as roupinhas para Jesus com toda a delicadeza de uma mãe amorosa. Fazer um manto para ela é se colocar diante de Deus e, como uma filha muito amada, repetir aquelas mesmas palavras ditas por Ela: “Eis aqui a serva do Senhor”. Revestir a Imagem da Rainha do céu, a Nossa Mãe querida, nos traz imensa alegria e com certeza alegra também o coração dos devotos. É um privilégio celebrar os 300 anos do encontro da Imagem da Padroeira do Brasil e confeccionar um manto especial, como presente para ela, nesta festa jubilar. Assim como uma mãe carrega em seu coração os seus filhos queridos, todos nós estamos guardados no Coração de Maria. Como seguidoras de Maria, o coração de uma Carmelita abarca o mundo inteiro. Em tarefas simples do dia a dia, como o bordado, trazemos ao coração de Deus, pelas mãos de Maria, muitas almas que necessitam de seu colo materno.

Ir. Mariana Aparecida do Coração de Jesus e de São José, O.C.D. Convento do Carmelo de Santa Teresinha, Aparecida (SP)

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A Bem-Aventurada “Daqui em diante todas as gerações proclamarão que sou feliz.” (Lc 1,48)

É missão própria desta Exposição de Arte Sacra proclamar Feliz aquela que há 300 anos em sua Imagem de terracota se fez presente na rede de um pescador pobre e simples. A Senhora da Conceição que Feliz apareceu nas águas do Rio Paraíba do Sul, em 1717. A beleza, ternura e encantamento das expressões devocionais marianas que na Exposição se congregam brotaram tanto das mãos e mentes profissionais competentemente educadas como das mãos e corações populares, da gente simples e devota, de santeiros naturais e espontâneos. Importa o conjunto coletado e mostrado para complementar as expressões jubilares do tricentenário da aparição na concretude de uma imagenzinha de barro cozido. Este acervo congrega, em grande e confortadora unidade de fé, devoção e arte, os júbilos das celebrações. Bom que nas terras paulistanas seja proclamada Feliz aquela que teve sua imagem modelada em barro paulista. Manifesta esta Exposição como de 1717 até 2017 a Senhora da Conceição Aparecida toca de maneira constante e nos mais diferentes processos criativos a alma do povo católico brasileiro. Os Missionários Redentoristas, desde que assumiram a direção da Capela de Aparecida, tudo fizeram para que a devoção confiante na intercessão materna de Maria fosse expressa nas mais diferentes possibilidades humanas. Entre estas possibilidades, preenche um lugar de grande força e beleza a criação artística. É notável e admirável o patrimônio de arte que os Redentoristas vêm congregando no Santuário Nacional. Esta Exposição é uma diminuta e ao mesmo tempo simbólica e admirável demonstração de comunhão entre o cultural e o espiritual, o estético e o santo, que sustentam a identidade devota das gentes da Terra de Santa Cruz. Também aqui, nós, a geração que vivemos o jubilar tricentenário, nos unimos com a Santa Maria de Nazaré e proclamamos que n’Ela e por Ela o Poderoso fez grandes coisas. Pe. Víctor Hugo Silveira Lapenta, C.Ss.R. Comissão dos Bens Culturais da Arquidiocese de Aparecida

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Uma pesca providencial

Em outubro de 1717, três humildes pescadores de nome João Alves, Felipe Pedroso e Domingos Garcia receberam a missão de buscar peixes para o Conde de Assumar. Mesmo sabendo que o Rio Paraíba do Sul não estava para peixes naquele momento, pegaram a canoa e as redes e saíram a singrar. Na casa dos pescadores ficaram as piedosas mulheres, que rezavam com fervor para que os homens conseguissem realizar tão importante missão: alimentar o novo governador da capitania de São Paulo e das Minas Gerais. Depois de tanto navegar e já pensando em voltar para casa sem nada pescar, eis que os três humildes trabalhadores do povoado do Itaguaçu resolveram lançar pela última vez as suas redes. Ao puxá-las, perceberam que uma delas pesava, e, para a surpresa deles, surgia do fundo do rio um corpo de imagem. Providencialmente, recolheram este corpo com respeito e veneração para o fundo da canoa. Continuando a laboriosa pescaria, em um outro golpe de rede pescaram a cabeça. Corpo e cabeça da imagem da Imaculada Conceição, devotamente chamada Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Após o encontro da imagem, as redes se encheram de peixes. Aos poucos a pequenina imagem foi ganhando o coração dos habitantes do Itaguaçu. Ao seu entorno reuniam-se famílias para a oração do Terço. Diante dela passavam os viajantes pedindo bênçãos. De um oratório particular, em 1745 a imagem passou a habitar em uma Igreja, construída no alto da futura cidade de Aparecida, chamado Morro dos Coqueiros, de onde continuou a suplicar as bênçãos de Deus para os seus filhos e filhas. Escravo se tornou livre; cavaleiro ateu converteu-se; pessoas foram catequizadas; uma jovem cega de nascença voltou a enxergar; e tantas outras graças foram dispensadas por Deus, por intermédio da intercessão de Nossa Senhora Aparecida, encontrada nas águas do Rio Paraíba do Sul.

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A notícia dos milagres realizados por Deus, através da intercessão de Nossa Senhora Aparecida, difundiu-se rapidamente, o número de peregrinos aumen­ tava diariamente. Sendo assim, foi necessário que a primitiva Capela da Santa passasse, no decorrer dos anos, por algumas intervenções, para se tornar cada vez mais agradável e espaço acolhedor para todos os romeiros. Em 1894, quis Deus contar com os Missionários Redentoristas para cuidar da sua casa, que também é a habitação de Maria. Insignes missionários alemães, respondendo ao mandato de Jesus, de ir a todo o mundo e a todos anunciar o Evangelho, deixaram suas famílias, amigos e a pátria para evangelizarem além-mar. Chegando em terras brasileiras, e mais propriamente a Aparecida, logo buscaram aprender a língua, para instruir os romeiros no verdadeiro sentido da devoção a Maria. Sob os cuidados dos Missionários Redentoristas, o trabalho pastoral do Santuário foi tomando novos rumos. Em 1900, um jornal foi criado para formar e informar os peregrinos nas verdades da fé. No ano de 1904, a imagem foi coroada com a coroa doada pela Princesa Isabel, anos antes, como forma de gratidão a uma gravidez bem-sucedida. No ano de 1908, o Santuário recebeu o título de Basílica Menor. Em 1931, com a presença da imagem encontrada nas águas, na cidade do Rio de Janeiro ela foi proclamada Rainha e Padroeira do Brasil. Um trabalho de evangelização bem realizado tem como fruto o acréscimo de novos fiéis. Isso se observa em Aparecida no número crescente de peregrinos. Por isso, fez-se necessário pensar uma nova basílica. O lugar para a sua edificação foi o Morro das Pitas. Um majestoso edifício, em forma de Cruz grega, foi projetado pelo Arquiteto ítalo-brasileiro Benedito Calixto de Jesus Netto. Para levar a cabo as obras de finalização deste grande templo, no final da década de 90 o Artista Sacro Cláudio Pastro foi convidado para pensar e fazer emergir das paredes do Santuário o mistério da fé revelado aos homens por Jesus. Trilhando os passos de seu fundador, Santo Afonso Maria de Ligório, os Missionários Redentoristas fundaram ainda uma editora, depois uma rádio e, no novo milênio, uma emissora de TV e um Portal de Internet, encontrando, nesses meios de comunicação, uma oportunidade ímpar para atingir muitas pessoas e formá-las para uma fé sana e com alicerces profundos. O Santuário de Aparecida foi presenteado com a Rosa de Ouro por dois Papas: Paulo VI e Bento XVI. Na sua história, registra-se a visita de três Papas: João Paulo II, em 1980, ocasião em que dedicou o novo Santuário Nacional e lhe presentou

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com o título de Basílica Menor; Bento XVI, em 2007, para celebrar a abertura da V Conferência do Episcopado Latino-Americano e Caribenho; e Francisco, em 2013, que, antes de dar início à Jornada Mundial da Juventude, na cidade do Rio de Janeiro, desejou consagrar esse momento à proteção materna de Maria, a Senhora Aparecida. São 300 anos de bênçãos e graças, e os anais da história registram fatos que hoje nos enchem de alegria. São inumeráveis os testemunhos de vidas que encontraram em Aparecida um novo sentido. Hoje, aqueles que passam pelo Santuário, ou que acompanham a sua vida pelos meios de comunicação, são pescados, como os três pescadores, por Maria, e com ela são chamados a reconstruírem vidas em Cristo.

Santuário Nacional de Aparecida Pe. Rodrigo Arnoso, C.Ss.R. Prefeito de Igreja

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Cesar Augusto Bustamante Maia Fabio MagalhĂŁes Curadores

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“Vergine Madre, figlia del tuo figlio, umile e alta più che criatura...” [Virgem Mãe, filha do teu Filho, humilde e mais alta criatura...] Dante Alighieri (Paraíso 33, vv. 1ss.)

A fé nasce de um encontro A devoção voltada à Nossa Senhora da Conceição teve forte presença no vale do Paraíba, desde o final do século XVII, quando os primeiros bandeirantes cruzaram a região e desceram o rio Paraíba do Sul a caminho de Minas Gerais, levando consigo imagens religiosas e oratórios. Vale lembrar que em Portugal já havia uma forte devoção à Virgem, sobretudo, a partir do reinado de Dom João IV, que, em 1646, elegeu a Nossa Senhora da Conceição como Imperatriz do Reino, em gratidão à restauração da soberania de Portugal depois de longo domínio espanhol (1580 a 1640). 1

1. As cores oficiais de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, eram o azul escuro do manto e o forro vermelho granada, segundo determinação de Dom João IV, de 25 de março de 1646, quando tornou a Virgem, Padroeira do Reino de Portugal e seus domínios.

No Brasil, o culto à Nossa Senhora da Conceição se generalizou graças à devoção dos missionários franciscanos, presentes nas mais diversas regiões da colônia. Contudo, a imagem de Nossa Senhora Aparecida encontrada pelos pescadores em 1717 revela forte influência formal das imagens produzidas por dois artistas e monges beneditinos – frei Agostinho da Piedade (1580-1661), monge do Mosteiro de São Bento em Salvador, na Bahia, hoje considerado um dos artistas pioneiros da arte religiosa brasileira e; seu provável discípulo, frei Agostinho de Jesus (16001661) que viveu durante muitos anos em Santana do Parnaíba, cidade próxima da região onde a imagem da Virgem Aparecida foi encontrada.

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Ambos os monges beneditinos trabalharam com a técnica de barro em suas imagens, de grande esmero formal, serviram de modelo para outros artistas que trabalharam para a Igreja e, também, para os santeiros anônimos, os autodidatas, não eruditos, que abasteceram oratórios particulares, capelas rurais e atenderam às demandas da grande devoção popular. A obra de frei Agostinho de Jesus exerceu enorme influência em terras paulistas e, em particular, no vale do Paraíba. Cabe ressaltar que no Brasil, desde os primórdios da colônia, a argila foi a principal matéria-prima para a produção da imaginária religiosa, mas as imagens produzidas pelos dois artistas beneditinos trouxeram refinamento formal ao modo de esculpir com o barro. A imagem em terracota de Nossa Senhora Aparecida encontrada pelos pescadores apresenta muitas das características do estilo de Frei Agostinho de Jesus e, por isso, há quem atribua a ele a execução da imagem da Virgem Aparecida. Carlos A. C. Lemos, estudioso da imaginária paulista, descreve certas características expressivas da obra de Frei Agostinho de Jesus: “[...] era carioca, tendo nascido por volta de 1600. Ordenou-se em Lisboa e morou alguns anos em Salvador e, por conseguinte, presume-se que tenha sido discípulo de frei Agostinho da Piedade. Teria com ele aprendido a esculpir o barro. Suas imagens, todavia, já apresentam um certo movimento, uma certa descontração, e suas bases, ao invés da singeleza prismática característica das de seu eventual mestre, apresentam uma profusão de cabecinhas esvoaçantes de querubins risonhos rompendo as nuvens. Suas santas, sobretudo, Nossa Senhora, têm fisionomias de uma feminilidade terrena jamais encontrável nas obras de seus antecessores, que identificavam a santidade com posturas hieráticas das tradições sacras vindas da Idade Média”.2 Todavia, na falta de comprovação de autoria, a maior probabilidade é de que a imagem de Nossa Senhora da Conceição, aparecida na rede dos pescadores, tenha sido executada por um santeiro anônimo, da região, conhecedor da técnica de esculpir com a argila e seguidor de Frei Agostinho de Jesus, atendendo, certamente, a uma demanda devocional. A iconografia de Nossa Senhora da Conceição Em seu livro sobre “Iconografia de Nossa Senhora e dos Santos”, João Marino, ex-diretor do Museu de Arte Sacra de São Paulo, e profundo conhecedor da imaginária religiosa brasileira, chama nossa atenção para a iconografia de

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2. Lemos, Carlos A.C. - Imaginária Paulista: Esculturas – Pinacoteca do Estado, Imprensa Oficial, 1999, pág. 36 3. Marino, João – Iconografia de Nossa Senhora e dos Santos - Raízes Artes Gráficas Ltda, São Paulo – Sociedade de Amigos do Museu de Arte Sacra de São Paulo, 1996


Nossa Senhora que varia de acordo com as fases de sua vida (Nossa Senhora da Conceição; Nossa Senhora da Expectação ou Nossa Senhora do Ó; Nossa Senhora com o Menino, de variada devoção; Nossa Senhora das Dores e da Piedade). E destaca que “Na representação da Imaculada Conceição ou Nossa Senhora da Conceição – a Virgem (aparece) ainda jovem com as mãos junto ao peito, os anjos, a serpente e a meia lua. Conforme a época e o lugar, Aparecida, Lujan e Fátima”.3 Segundo o autor, a lua crescente era símbolo da castidade em várias divindades pagãs, e menciona o Apocalipse de São João (Ap. 12, 1-18) para explicar certas características presentes e consagradas na imagem de Nossa Senhora da Conceição: “E apareceu um grande sinal no Céu; uma mulher vestida de sol, tinha uma lua debaixo de seus pés e uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça. (...) Foi visto um outro sinal no Céu; um grande dragão vermelho, com sete cabeças e dez hastes (...) e o dragão parou diante da Mulher que estava para dar à luz, afim de tragar ao seu Filho, depois que o tivesse tido. E teve um Filho varão (...); seu Filho foi arrebatado para Deus e para Seu trono”. João Marino se refere ao texto do Apocalipse como ponto de partida para a iconografia, segundo ele, da mais difundida representação de Maria. Segundo o autor: “Da Virgem Apocalíptica à imagem definitiva da Imaculada Conceição, a distância em tantos séculos foi pequena: continua com a lua a seus pés; o dragão transformou-se em serpente com a maçã tentadora na boca e enroscada a um globo que simboliza a Terra”.

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A iconografia de Nossa Senhora Aparecida – o manto azul anil A imagem de Nossa Senhora Aparecida segue os mesmos atributos iconográficos de Nossa Senhora da Conceição acrescidos de um sobremanto de tecido azul e de uma coroa. No inventário dos bens e alfaias sagradas do Santuário (conforme a História de Nossa Senhora da Conceição Aparecida), há menção (no dia 5 de janeiro de 1750) de “um manto de carmesim4 com ramos de ouro aplicados no mesmo, doado por Francisco Soares Bernardes, da cidade de Mariana, Minas Gerais”. Há também menção de ornamentos – cordões de ouro (1770) que foram vendidos para ajudar na reforma da capela. 5 O primeiro registro fotográfico que se tem notícia foi realizado pelos fotógrafos Luiz Robin e Valentim Fraveau, em 1869. Ao longo dos séculos foram confeccionados diversos mantos, muitos deles por serem frágeis desapareceram pela ação do tempo, de outros permaneceram apenas registros. Poucos permanecem conservados no Santuário Nacional, como os dois mantos relacionados à cerimonia de Coroação da Virgem Aparecida, em 1904. Cabe ressaltar que os mantos conservados são da cor azul anil, embora a tonalidade deles tenha sido alterada pelo tempo. Há muitos anos, foi adotado um manto em forma triangular de azul intenso e que permanece até a atualidade.

A Devoção popular

4. Como se lê: o primeiro registro descreve o manto de Nossa Senhora da Conceição Aparecida como sendo carmesim, ou seja, vermelho forte. 5. O acervo do Santuário conserva uma imagem do fotógrafo amador André Bonotti, realizada em 1924 que apresenta a imagem de Nossa Senhora Aparecida sem o manto com um cordão ao redor do pescoço, provavelmente para disfarçar a fratura na terracota.

A religiosidade e a devoção são termos que evocam uma experiência pessoal, íntima, de caráter místico. Evocam sentimentos que se expressam no âmago do ser humano e que propiciam uma relação com o transcendente, com o divino. A devoção representa um estado de vivência e de sensibilidade religiosa às questões sobrenaturais, que suplanta o espaço do profano, da escatologia da vida cotidiana para ingressar na esfera do sagrado. Portanto, a devoção se dá na intensidade da vivência e do sentimento religiosos. Há uma relação muito forte entre cultura popular e religiosidade que se expressa tanto no mundo urbano quanto no rural. O homem do povo geralmente entrelaça as experiências vividas com suas crenças e com os rituais religiosos de sua comunidade. Muitas vezes a esfera do profano, ou seja, da vida cotidiana, se confunde com a esfera do sagrado. Convém sublinhar que a religiosidade popular se expressa com amplo grau de liberdade, apesar de atender aos princípios básicos da doutrina religiosa. 47


A devoção popular à Nossa Senhora Aparecida se agiganta, atinge um número crescente de fieis e se manifesta de muitas formas. Através da peregrinação multidões vão ao culto, em gratidão pelas demandas de fé atendidas, e entre tantos modos de manifestar a gratidão, muitas vezes o peregrino produz, de sua própria lavra, uma imagem da Virgem para oferecê-la ao Santuário, sempre seguindo o modelo da imagem encontrada pelos pescadores acrescido pelo manto em forma de pirâmide e a coroa. As imagens criadas pela devoção e oferecidas pelos peregrinos ao Santuário de Aparecida, assim como ex-votos (na maioria das vezes de fatura pessoal), realizados em agradecimento à Virgem, acumulam-se na reserva técnica do museu. Selecionamos um número expressivo dessas peças que nos pareceram ter interesse de expressão plástica que transcende seu caráter votivo. É impressionante observar o esmero, a criatividade e as mais diversas técnicas, empregados na realização dessas imagens. Ressaltamos que os autores dessas peças são ‘escultores’ de uma única peça, não são santeiros, são devotos. Artistas, ainda assim. Para comemorar os 300 anos de devoção popular, acrescentamos ao conjunto de imagens de lavra popular algumas obras de arte sacra que nos ajudam a compreender a iconografia da Nossa Senhora da Conceição e, em particular, a imagem encontrada pelos pescadores em 1717 no rio Paraíba do Sul. Certamente as obras de Frei Agostinho de Jesus e de seus discípulos, constantes nessa exposição, nos ajudarão a compreender a presença de certas características da imaginária paulista na representação da Nossa Senhora da Conceição e, em particular, da imagem encontrada no rio Paraíba do Sul.

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imagens devocionais s/d louรงa policromada Acervo Santuรกrio Nacional de Nossa Senhora Aparecida


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imagens devocionais s/d louรงa policromada Acervo Santuรกrio Nacional de Nossa Senhora Aparecida


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imagens devocionais s/d madeira Acervo Santuรกrio Nacional de Nossa Senhora Aparecida


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imagens devocionais s/d madeira policromada Acervo Santuรกrio Nacional de Nossa Senhora Aparecida


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imagens devocionais s/d madeira policromada Acervo Santuรกrio Nacional de Nossa Senhora Aparecida


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imagens devocionais s/d madeira Acervo Santuรกrio Nacional de Nossa Senhora Aparecida


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imagens devocionais s/d madeira Acervo Santuรกrio Nacional de Nossa Senhora Aparecida


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imagens devocionais s/d madeira Acervo Santuรกrio Nacional de Nossa Senhora Aparecida


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imagens devocionais s/d metal Acervo Santuรกrio Nacional de Nossa Senhora Aparecida


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imagens devocionais s/d madeira Acervo Santuรกrio Nacional de Nossa Senhora Aparecida


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imagens devocionais s/d madeira Acervo Santuรกrio Nacional de Nossa Senhora Aparecida


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imagens devocionais s/d gesso Acervo Santuรกrio Nacional de Nossa Senhora Aparecida


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Ex-votos s/d madeira Acervo Santuรกrio Nacional de Nossa Senhora Aparecida


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Ex-votos s/d madeira Acervo Santuรกrio Nacional de Nossa Senhora Aparecida


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Carlos Henrique Cotta Bandeira de Nossa Senhora Aparecida 1998 acrĂ­lica, folha de ouro e MDF 35 x 55 cm Col. particular


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Stela Kehde Nossa Senhora Aparecida 2017 argila (terracota) 22 x 11,5 cm Col. particular


paulo von poser Nossa Senhora Aparecida 2012 faianรงa 30 x 22 x 9 cm Col. Balady

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Frei Agostinho de Jesus Nossa Senhora do RosĂĄrio SĂŠc. XVII barro policromado 46 x 18 x 15 cm Col. particular


Frei Agostinho de Jesus Nossa Senhora da Conceição Séc. XVII barro policromado 29 x 12 x 10 cm Col. particular

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Frei Agostinho de Jesus Nossa Senhora dos Prazeres SĂŠc. XVII barro policromado 23 x 10 x 7 cm Col. particular


Frei Agostinho de Jesus Nossa Senhora da Conceição Séc. XVII barro policromado Col. particular

60 x 23 x 22 cm 85


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Nossa Senhora do Livramento/ Nossa Senhora da Conceição Séc. XVII barro cozido policromado 56 x 21,5 x 19 cm Acervo Museu de Arte Sacra de São Paulo


Nossa Senhora da Conceição Séc. XVII terracota policromada e dourada 144 x 20 x 17,5 cm Acervo Museu de Arte Sacra de São Paulo

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Nossa Senhora da Conceição Séc. XVII / XVIII barro cozido policromado / manufaturado 37,5 x 16 x 14 cm Acervo Museu de Arte Sacra de São Paulo


Dito Pituba (Benedito Amaro de Oliveira) Nossa Senhora aparecida SĂŠc. XIX madeira policromada / manufaturado 13 x 7 x 3,7 cm Acervo Museu de Arte Sacra de SĂŁo Paulo

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Nossa Senhora da Conceição Séc. XVIII óleo sobre madeira 240 x 176 x 72,5 cm Acervo Museu de Arte Sacra de São Paulo


Nossa Senhora aparecida SĂŠc. XIX barro cozido policromado 15 x 7,7 x 5,2 cm Acervo Museu de Arte Sacra de SĂŁo Paulo

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Altar Séc. XVII / XVIII madeira entalhada com douramento e policromia 240 x 176 x 72,5 cm Acervo Museu de Arte Sacra de São Paulo


Pá de lançamento da pedra fundamental da Basílica Nacional de Nossa Senhora Aparecida 10/09/1946 prata 4,3 x 6,5 x 23,5 cm Acervo Museu de Arte Sacra de São Paulo

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Cariátide s/d madeira com vestígio de policromia 190 x 94 x 40 Acervo Museu de Arte Sacra de São Paulo Tratam-se de objetos encaminhados ao Museu de Arte Sacra de São Paulo, “cedidos pela Justiça Federal de São Paulo nos termos dos autos nº.2005.61.81.900396-6 em trâmite na Sexta Vara Criminal Federal Especializada em Crime contra o Sistema Financeiro Nacional em Lavagem de Valores.


Cariátide s/d madeira com vestígio de policromia 188 x 91 x 46 cm Acervo Museu de Arte Sacra de São Paulo

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Morro das Pitas, local escolhido para a construção da nova Igreja. 1946

Basílica antiga, inaugurada em 1888 – foto de 2013

1717 Encontro da Imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida A Imagem de Nossa Senhora Aparecida foi encontrada no Rio Paraíba do Sul, em 1717, pelos pescadores João Alves, Domingos Garcia e Felipe Pedroso.

páginas anteriores CARTA CARTOGRÁFICA DA ANTIGA CAPITANIA DE SÃO PAULO (1766) Detalhe das regiões do Alto e Médio Tietê e Vale do Rio Paraíba do Sul. Acervo do Arquivo Público do Estado de São Paulo.

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Eles foram incumbidos de encontrar peixes para o banquete ao então governador de São Paulo e Minas Gerais, Conde de Assumar, que estava a caminho de Vila Rica, atual Ouro Preto (MG). A época não era favorável para pescaria, mas o Conde queria comer peixe e por isso a convocação foi lida em toda a região. Os três pescadores remaram a noite toda e nada pescaram. No Porto Itaguaçu, João Alves


Sua Emcia Cardeal Dom Carlos Carmelo de Vasconcellos Motta, Arcebispo de São Paulo, celebra a primeira missa no local escolhido para a construção da Nova Basílica. 11/09/1946

Escritório técnico da Nova Basílica na Cúria Metropolitana de São Paulo. Vemos à esquerda o Exmo. Dom Paulo Rolim ao lado do Dr. Calixto, sentado, o desenhista auxiliar do arquiteto; à direita, o Revmo. Provincial Redentorista Pe. Antônio Ferreira de Macedo. 08/09/1948

pescou o corpo de uma imagem. Ele guardou o achado no fundo do barco. Ao lançar novamente a rede, pescou a cabeça da mesma imagem. Eles continuaram a pescar e em seguida as redes se encheram de peixes. Isso só poderia ser milagre! Milagre de Nossa Senhora da Conceição, Aparecida nas águas do Rio Paraíba do Sul. 1740 Primeira capela no Porto Itaguaçu Vinte anos depois do encontro da Imagem, a devoção já havia se espalhado nos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Depois de ser venerada na casa dos pescadores, a santinha ganhou um oratório, que foi construído na estrada do Itaguaçu, lugar onde passavam as caravanas dos tropeiros. Logo depois da transferência da Imagem para o oratório, já se pensava em construir uma igreja para acolher as romarias. Mas para isso era necessário que o culto sob o novo título de “Aparecida” fosse aprovado pela autoridade eclesiástica.

1745 Edificação da capela no Morro dos Coqueiros A pedido do Pe. José Alves Vilella, pároco de Guaratinguetá, em 1743 o Bispo do Rio de Janeiro, Dom Frei João da Cruz, concedeu licença para construir uma igreja e aprovou o culto, de forma oficial, sob o título de “Aparecida”. Devido ao aumento constante de devotos, essa igreja foi aumentada entre 1760 e 1770, quando recebeu nova fachada e duas torres. Foi novamente reformada em 1824 e 1831, com partes de pedra, mas conservando ainda a maior parte de taipa de pilão. A atual igreja, que está no alto do Morro dos Coqueiros, a Matriz Basílica, é uma nova construção que substituiu completamente a anterior, que era de taipa. 1884 Doação da coroa de ouro a Nossa Senhora Aparecida pela Princesa Isabel Em 6 de novembro de 1884, a Princesa presenteou a Santa com uma coroa de ouro, cravejada de

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Encerramento do Primeiro Congresso da Padroeira, celebração no local da futura Basílica. Setembro 1954

brilhantes, a mesma que está na Santa até hoje. Este foi um gesto concreto para agradecer a graça de ter um filho homem, após 11 anos de casada, o herdeiro do trono, D. Pedro de Alcântara. Nos anos seguintes, a realeza brasileira ganhou outros dois herdeiros, dom Luiz Maria e dom Antônio. Por duas vezes, durante o Império, a Princesa, como ato de gratidão, se fez romeira da Santa e lhe ofereceu, como ex-votos, régios presentes. 1888 Inauguração da atual Matriz Basílica Inaugurada em 1888 em estilo barroco paulista, a igreja é um dos monumentos mais visitados do Brasil, cerca de 12 milhões de pessoas por ano. O tempo de duração de sua construção foi 1844 a 1888. O local abrigou a Imagem da Padroeira do Brasil até 1982, quando foi transferida para o Santuário Nacional de Aparecida. De 2004 a 2017, passou por um minucioso processo de restauração liderado pela restauradora Cláudia Rangel.

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Placa da construção da Nova Basílica com o nome do arquiteto Benedito Calixto de Jesus Netto. 19/08/1955

1894 Chegada dos Missionários Redentoristas A Província de São Paulo foi iniciada pelos Missionários Redentoristas alemães, que se estabeleceram em Aparecida (SP), em 1894. Atualmente é a maior entre as províncias do Brasil. Os missionários paulistas dedicam-se à pregação de missões populares, atendem urgências pastorais em bairros pobres de grandes cidades e se utilizam muito bem dos meios de comunicação social (Jornal, Rádio, Revistas, TV, Editora, Portal na Internet) para evangelizar. 1904 Coroação da Imagem de Nossa Senhora Aparecida A Princesa Isabel visitou a igreja de Nossa Senhora Aparecida em outubro de 1868. Nessa ocasião, doou a Nossa Senhora uma belíssima e preciosa coroa de ouro com muitas pedras de diamante. A solenidade oficial da coroação, no entanto, só aconteceu em 1904, com a presença do Núncio Apostólico Dom Júlio Tonti e de todos os Bispos do Brasil, em Aparecida.


Início da construção da Ala Norte. 1955

Canteiro de obras. 15/07/1956

1908 Elevação da Igreja a Basílica Menor Em 1908, a pedido de Dom Duarte Leopoldo, a Basílica de Aparecida recebeu título de Basílica Menor. O privilégio foi concedido pela Santa Sé, a pedido dos Bispos do Brasil, e executado a 5 de setembro de 1909 com a sagração da Matriz Basílica. O novo Santuário também recebeu a mesma prerrogativa a 4 de julho de 1980, concedida pelo Papa João Paulo II, por ocasião de sua visita a Aparecida. 1931 Proclamação de Nossa Senhora Aparecida como Padroeira do Brasil Atendendo solicitação unânime dos Bispos do Brasil, graças aos empenhos de Dom Sebastião Leme, Arcebispo do Rio de Janeiro, e dos Missionários Redentoristas, o Papa Pio XI declarou Nossa Senhora Aparecida Padroeira do Brasil. A proclamação oficial foi realizada no Rio de Janeiro, em 31 de maio de 1931.

1946 Lançamento da pedra fundamental da Basílica Nova O lançamento da Pedra Fundamental foi realizado em 10 de setembro de 1946. Um dia depois foi celebrada a primeira Missa no local. Dom Carlos Carmelo de Vasconcellos Motta, novo Arcebispo de São Paulo, retomou o projeto de Dom José e anunciou o início da obra, muito necessária para acolher um número maior de devotos, pois a Matriz Basílica já estava pequena para abrigar tantos peregrinos. 1955 Início da construção da Basílica Nova A construção do Santuário Nacional de Aparecida foi iniciada em 11 de novembro de 1955 para acolher melhor o grande número de devotos, pois a Matriz Basílica já estava pequena para o grande número de romeiros. Em 21 de junho de 1959, foi feito o primeiro atendimento aos devotos. As atividades religiosas no Santuário, em definitivo, passaram a ser realizadas a partir do dia 3 de

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Romaria de bicicleta da cidade de Piquete. 1957

outubro de 1982, quando aconteceu a transladação da Imagem de Nossa Senhora Aparecida da Matriz Basílica para o Santuário Nacional. É o maior Santuário mariano do mundo e a segunda maior basílica do mundo, menor apenas que a Basílica de São Pedro, no Vaticano. Uma obra de Deus, fruto do empenho, do amor e da colaboração voluntária de milhares de devotos. O local é visitado por mais de 12 milhões de peregrinos por ano. 1967 Oferta da Rosa de Ouro Por ocasião do jubileu dos 250 anos do Encontro da Imagem, em 1967, Nossa Senhora Aparecida foi contemplada com a Rosa de Ouro, ofertada pelo Papa Paulo VI e entregue solenemente pelo Cardeal Amleto Giovanni Cicognani, em Aparecida, no dia 15 de agosto. A Igreja entrega esse precioso símbolo de reconhecimento quando quer honrar e distinguir personalidades eminentes que prestaram serviços relevantes à Igreja ou ainda para realçar Santuários que se destacam como centros de grande devoção.

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Romarias na nova Basílica, vindas de ônibus. 21/06/1959

1971 Inauguração da Passarela da Fé Com o objetivo de ligar as duas principais igrejas, a Basílica Nova e a Basílica Velha, a Passarela da Fé foi inaugurada no dia 19 de dezembro de 1971. Em 1o de janeiro de 1972, foi dada uma bênção seguida pela primeira procissão com a Imagem da Padroeira do Brasil. Construída pelo Governo Federal de Emílio Médici, a Passarela possui 392,2 metros de comprimento, 5,80 metros de largura e sua parte mais alta está a 35,52 metros de altura. A estrutura é sustentada por 11 pilares. A divulgação de que o projeto seria iniciado foi feita no dia 13 de julho de 1969, pelo então ministro dos transportes Coronel Mário Andreazza. 1980 Visita do Papa João Paulo II – Consagração da Basílica Nova Em 4 de julho de 1980, na presença de 300 mil pessoas, o Papa João Paulo II celebrou a Missa de Sagração do Altar, na esplanada do Santuário. Após a Missa de Sagração do Altar, o pontífice


Visita às obras da Nova Basílica. Da esquerda para a direita, o reitor Pe. Pedro Henrique, Exmo. Dom Antônio Ferreira de Macedo, Bispo Auxiliar de São Paulo/SP, sua Emcia. Cardeal Carlos Carmelo de Vasconcellos Motta, Arcebispo de São Paulo/SP e o arquiteto Benedito Calixto de Jesus Netto. Déc. 1960

Primeiro Nicho de Nossa Senhora na Nova Basílica, Ala Norte. 26/02/1960

realizou a Consagração a Nossa Senhora Aparecida e deu a bênção final com a Imagem de Nossa Senhora Aparecida. Ele surpreendeu a todos ao informar que concedia à nova igreja o título de Basílica Menor, consagrando a Basílica como o maior Santuário mariano do mundo. Na ocasião, ele presenteou o Santuário com cinco painéis em mosaico, com imagens do Cordeiro de Deus e dos evangelistas João, Mateus, Marcos e Lucas. Os painéis emolduram o Sacrário da Capela do Santíssimo do Santuário Nacional. 1984 Basílica Nova – Elevada a Santuário Nacional O título de “santuário” não foi imposto por decreto da Igreja, mas sim pela devoção do povo. O título de “Santuário Episcopal” foi dado a 28 de novembro de 1893 por Dom Lino, Bispo de São Paulo. O título de Santuário Nacional f oi estabelecido em 1931, quando Nossa Senhora Aparecida foi proclamada Rainha e Padroeira do Brasil, mas reconhecido oficialmente pela CNBB somente em 1984.

1999 Campanha dos Devotos É uma Família de fé, composta por mais de 800 mil devotos que amam Nossa Senhora Aparecida e ajudam, financeiramente, a obra evangelizadora do Santuário Nacional de Aparecida. Ela foi criada em julho de 1999 para atender o anseio dos devotos que queriam colaborar com as obras, a partir de suas cidades. Ao mesmo tempo, havia a necessidade da concretização das obras de acabamento e infraestrutura do Santuário Nacional e os recursos obtidos por meio das doações eram insuficientes para arcar com a manutenção da estrutura de acolhimento da época. Os Missionários Redentoristas, apoiados pelo saudoso Cardeal Dom Aloísio Lorscheider, iniciaram os trabalhos de criação e implantação desse movimento evangelizador. Assim, as principais obras de evangelização e acabamento tiveram continuidade e, hoje, a Campanha dos Devotos é responsável pela manutenção e por todas as obras sociais, de evangelização, de comunicação e de construção do Santuário Nacional de Aparecida. É o pouco de muitos que faz a obra acontecer. 103


Estrutura metálica da torre concluída. Em primeiro plano: Parque das Crianças, onde hoje está o prédio da Rádio Aparecida. 1961

2007 Visita do Papa Bento XVI – Oferta da Rosa de Ouro e realização da V Conferência do Episcopado Latino-Americano e do Caribe O Papa Bento XVI visitou Aparecida em maio de 2007. Ele permaneceu na cidade por dois dias para a abertura da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e Caribenho, realizada de 13 a 31 de maio. No dia 12, o Pontífice rezou o Terço no altar central e, no dia 13, presidiu a Missa de abertura da V Conferência, na esplanada João Paulo II, que reuniu cerca de 150 mil pessoas. Em sua visita, trouxe para o Santuário Nacional outra Rosa de Ouro, mostrando o grande carinho de nosso pastor pela Casa da Mãe. 2013 Visita do Papa Francisco Na manhã do dia 24 de julho de 2013, o Papa Francisco chegou ao Santuário Nacional de Aparecida para consagrar à Padroeira do Brasil a 28a Jornada Mundial da Juventude, realizada no Rio de Janeiro. Antes da celebração, ele foi até a Capela dos Apóstolos, com um ramalhete de flores, para um momento de oração. Ele se

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Cúpula. 10/04/1970

emocionou ao ficar de frente com a Imagem de Nossa Senhora Aparecida. Em seguida, o Pontífice presidiu a Missa no altar central para 12 mil pessoas. No altar, foi acolhido pelo então Arcebispo de Aparecida, Dom Raymundo Cardeal Damasceno Assis, que presenteou o Pontífice com uma imagem fac-símile de Nossa Senhora Aparecida. O Papa retribuiu Dom Raymundo com um cálice. Após a Missa, o líder da Igreja Católica foi até a Tribuna Bento XVI para dar a bênção aos 150 mil peregrinos que o esperavam no pátio do Santuário Nacional. 2017 Jubileu dos 300 anos do Encontro da Imagem de Nossa Senhora Aparecida Para celebrar os 300 anos de bênçãos e devoção do povo brasileiro, foram realizadas várias atividades comemorativas como: a visita da Imagem Peregrina em todas as Arquidioceses e Dioceses do Brasil. As visitas foram iniciadas em 2014 e encerradas em agosto deste ano. Em cada uma das capitais brasileiras por onde peregrinou, foram colhidas porções de terra que serão depositadas na Coroa Jubilar, um presente ofertado pelos devotos de todo o Brasil para


Construção da Passarela da Fé. 1971

Início da construção da Capela das Velas. 1971

celebrar o Jubileu dos 300 anos. A coroa usada na Imagem desde 1884 foi um presente da Princesa Isabel. Neste Jubileu, é o povo católico que presenteia a Santa. A Coroa Jubilar foi confeccionada em ouro amarelo, diamantes, safiras e esmeraldas, que representam, de forma sutil, as cores da bandeira brasileira. No dia 11 de outubro, durante a Coroação Solene, ela será colocada na Imagem da Padroeira do Brasil. Para marcar o Jubileu, também foram realizadas várias obras de acabamento no Santuário Nacional, como o revestimento interno da Cúpula Central, em mosaico, o revestimento em azulejos do Baldaquino, estrutura que suporta a cúpula, e também um campanário com 13 sinos, em homenagem aos 12 Apóstolos e à Padroeira. Uma outra forma encontrada para representar o Brasil na celebração do Jubileu foi a coleta das águas das principais bacias hidrográficas do Brasil. Foram reunidas amostras de 77 rios, entre eles o Amazonas, São Francisco, Tocantins, Araguaia e Paraná. Os frascos com as águas ficarão expostos no Museu Nossa Senhora Aparecida, no Santuário Nacional.

Papa Francisco em visita ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida

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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO Geraldo Alckmin Governador do Estado José Luiz Penna Secretário da Cultura do Estado Romildo Campello Secretário-adjunto da Cultura do Estado

ASSOCIAÇÃO MUSEU DE ARTE SACRA DE SÃO PAULO – SAMAS Conselho Administrativo José Oswaldo de Paula Santos Presidente do Conselho de Administração Rodrigo Mindlin Loeb Vice-Presidente

Missionários Redentoristas

Arnoldo Wald Filho Demosthenes Madureira de Pinho Neto Dom Carlos Lema Garcia Dom Edmar Peron Haron Cohen Luiz Arena Maria Elisa Pimenta Camargo Araujo Pe. Fernando José Carneiro Cardoso Pe. José Rodolpho Perazzolo Pe. Valeriano Santos Costa Renato de Almeida Whitaker Ricardo Almeida Mendes Ricardo Nogueira do Nascimento Ricardo Von Brusky Roberta Maria Rangel Rosimeire dos Santos Conselheiros

MUSEU DE ARTE SACRA DE SÃO PAULO

Conselho Fiscal

Regina Célia Pousa Ponte Coordenadora da Unidade de Preservação do Patrimônio Museológico da Cultura do Estado ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer Arcebispo Metropolitano de São Paulo ARQUIDIOCESE DE APARECIDA Dom Orlando Brandes Arcebispo Metropolitano de Aparecida SANTUÁRIO NACIONAL DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO APARECIDA

José Carlos Marçal de Barros Diretor Executivo Maria Inês Lopes Coutinho Diretora Técnica Luiz Henrique Marcon Neves Diretor de Planejamento e Gestão MUSEU NOSSA SENHORA APARECIDA Cesar Augusto Bustamante Maia Curador Cassiano Gonçalves Restaurador Erica Andreza Coelho Técnica em Conservação do Acervo Jonatas Veloso Coordenador de Atendimento

José Emídio Teixeira Jussara Delphino Pe. José João da Silva Conselheiros Conselho Consultivo José Roberto Marcellino dos Santos Presidente Ary Casagrande Filho Beatriz Vicente de Azevedo Cônego Celso Pedro da Silva Marcos Mendonça Maria Alice Milliet Mari Marino Ricardo I. Ohtake Silvia Aquino Tito Enrique da Silva Neto Conselheiros


EXPOSIÇÃO Cesar Augusto Bustamante Maia Fabio Magalhães Curadoria Alfredo Gimenes Coordenação do evento CDM - Centro de Documentação e Memória “Pe. Antão Jorge C.Ss.R” Santuário Nacional de Aparecida [cronologia]

José Iran Monteiro Sousa [obras]

Henrique Luz [pp. 18 a 21; 40-41; 49; 98; 110-111]

Thiago Leon [capa; 1; 4; 10; 14 a17; 22 a 36; 46; 107]

Fotos Carmen Luiza Valeriano Batista Cassiano Gonçalves Erica Andreza Coelho Conservação Preventiva Alana Iria Augusto Célia Maria Bezerra Cupertino Elisa Carvalho Elaine Bueno Prado Erica Andreza Coelho Layla De La Cruz Lia de Oliveira Ravaglia Strini Paulo Henrique Bustamante Rosimeire dos Santos Acervo – Catalogação e Exposição Geraldo Alckmin José Luiz Penna Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer Cesar Augusto Bustamante Maia Dom Orlando Brandes Dorothea Barboza Erica Andreza Coelho Fabio Magalhães Ir. Mariana Aparecida do Coração de Jesus e de São José, O.C.D. João Marino Madre Teresa Pe. Daniel Antonio da Silva, C.Ss.R. Pe. João Batista de Almeida, C.Ss.R. Pe. Rodrigo Arnoso, C.Ss.R Pe. Víctor Hugo Silveira Lapenta, C.Ss.R. Textos

Agradecimentos Luciana Mendes Edição e texto

Ary Casagrande Filho

Pedro Paulo de Sena Madureira Consultor editorial

Henrique Luz

Denílson Luís Moreira Revisão

Pedro Paulo de Sena Madureira

Roseane Sobral Comunicação visual

Thiago Leon

Emanoel Araujo

Ladi Biezus

Silvia Balady

Felipe Augusto de Oliveira Cesaroni Geraldo Monteiro da Silva José Mauri Vieira Marcelo Batista Oliveira Montagem Wermeson Teixeira Soares Segurança e montagem - coordenação Câmera Press Plotagem Ação Educativa Vanessa Ribeiro | coordenação César Rodrigues | supervisão Flávia Gabriela Rafael Alberto Silvia Balady Assessoria de Imprensa catálogo Via Impressa Edições de Arte Carlos Magno Bomfim Projeto gráfico Paulo Otávio Designer Jailton Leal Editoração Ricardo Sampaio Mendes Revisão técnica Imprensa Oficial do Estado de SãoPaulo Impressão

páginas seguintes Teto da Sala dos Milagres no Santuário


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FICHA CATALOGRÁFICA (Elaborada por Cláudio Oliveira CRB8-8831) T818d 300 anos de devoção popular Cesar Augusto Bustamante Maia, Fabio Magalhães (org.). – São Paulo: Museu de Arte Sacra de São Paulo, 2017. 605p. ; il. ISBN 978-85-67787-27-5 1. Nossa Senhora Aparecida 2. Devoção 3. Museu de Arte Sacra de São Paulo I. Título. II. Autor. CDD 232.92

Catálogo desenhado e editorado pela Via Impressa Edições de Arte Ltda São Paulo 2017 Composto em fonte Sanuk e Didot Miolo impresso em papel Couché Matte 150 g/m2 Capa impressa em papel Supremo Duo Design 350 g/m2



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