Aqueles queDevem ser Lembrados
Aqueles queDevem ser Lembrados Curadoria: Ruth Sprung Tarasantchi
FICHA CATALOGRÁFICA
(Elaborada por Cláudio Oliveira CRB8-8831)
Aqueles que devem ser lembrados/ curadoria: Ruth Sprung
Tarasantchi ; fotografia: Iran Monteiro. – São Paulo: Museu de Arte Sacra de São Paulo, 2019. 72p. ; il.
ISBN 978-85-67787-42-8 Exposição realizada de 19 de outubro de 2019 a 15 de dezembro de 2019 no Museu de Arte Sacra de São Paulo. 1. Exposição 2. Artistas 3. Pintores. 4. Museu de Arte Sacra de São Paulo
I. Título. II. Autor.
Apoio
Realização
Aqueles queDevem ser Lembrados
Curadoria: Ruth Sprung Tarasantchi
Associação Museu de Arte Sacra de São Paulo e Sociarte, 2019.
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Sem título, Edgard Oehlmeyer. Óleo sobre cartão, sem data. 70 x 57 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
Na vida tudo se repete. Nem sempre os melhores são os mais requisitados, os mais valiosos. Nesta exposição, os cinco pintores são artistas excelentes. Exponenciais em suas épocas. No entanto, pouco reconhecidos. No Rio de Janeiro, Manuel Faria e Guttmann Bicho despontaram como grandes paisagistas, tendo esse último também nos deixado excelentes retratos. Haydéa Santiago, esposa de Manoel Santiago, foi igualmente excepcional, e sua pintura, marcante nos mais variados temas. Em São Paulo, Jurandyr Ubirajara Campos, o J.U. Campos, genro de Monteiro Lobato, e Edgard Oehlmeyer despontaram em suas épocas. Jurandyr brilhou com suas figuras, flores e naturezas-mortas. Edgard Oehlmeyer, sempre usando as mesmas cores, e grande admirador de Rembrandt e José Malhoa, deixou-nos obras inesquecíveis. Todos eles “devem ser lembrados”, porque, apesar de não terem a valorização merecida, sempre serão indiscutíveis expoentes de sua arte.
José Oswaldo de Paula Santos Presidente da Sociarte
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Sem título, Edgard Oehlmeyer. Óleo sobre cartão, 1966. 27 x 19 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
O que se convencionou, sobretudo a partir do século XIX, classificar como obras fundamentais – pelo menos da cultura ocidental – em todas as linguagens artísticas praticadas até hoje, concentrou-se na seleção mínima de alguns nomes que mereceram e merecem sua justa consagração. É assim que até hoje nos encantamos com as tragédias gregas e os poetas latinos da Antiguidade; com os grandes pintores religiosos da Idade Média; com poetas como o italiano Dante, o inglês Shakespeare, o nosso português Luís de Camões; com os grandes pintores e escultores do renascimento, do barroco, do classicismo, do romantismo, do impressionismo; e com todos os que compõem o vasto repertório estético da modernidade e os que seguem esses passos em nossa contemporaneidade. Contudo, nessa longuíssima trajetória, não são poucos os artistas que, apesar de sua alta qualidade, não obtiveram a justa avaliação dos especialistas e do público consumidor de arte. Por essa razão, o Museu de Arte Sacra, sem a pretensão de preencher essa lacuna na pintura brasileira do século XX, oferece ao público a oportunidade de conhecer e apreciar as obras de alguns grandes nomes dessa arte. Resgata-se, assim, não apenas os que foram esquecidos, mas principalmente os que merecem para sempre ser lembrados.
José Roberto Marcellino dos Santos
Presidente do Conselho de Administração
José Carlos Marçal de Barros
Diretor Executivo do Museu de Arte Sacra de São Paulo
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Tranquilidade, Jurandyr U. Campos. Óleo sobre tela, 1946. 50 x 40 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
POR QUE ESCOLHEMOS ESSES ARTISTAS? Em pleno século XX nem todos os pintores seguiam as novas correntes artísticas. Apesar de serem contemporâneos dos modernistas, muitos preferiam seguir as gerações anteriores. Quase todos foram iniciados com artistas brasileiros ou estrangeiros que viviam no Brasil, e perceberam que tinham necessidade de se especializar em Paris ou na Itália. Encontravam na Europa outros jovens do mundo inteiro que também queriam frequentar as academias. Com as bolsas de estudo tinham possibilidade de viajar. Voltavam pintando paisagens, figuras humanas, naturezas-mortas; raramente temáticas históricas ou religiosas. Os colecionadores que adquiriam suas obras faziam parte da nossa burguesia rica que decorava seus lares com temas agradáveis. As paisagens ficavam nas salas de visita; os retratos nos escritórios; as naturezas-mortas, nas salas de almoço; e as flores, nos quartos internos. Esse costume durou décadas e ainda hoje há quem o siga. Visitando as coleções antigas surgiu a ideia de mostrar ao público atual essas obras quase desconhecidas. São inúmeros os artistas, muitos raramente citados, outros totalmente desconhecidos e que merecem ser mostrados. O público ficará surpreso com as obras de muitos deles. Dos cinco artistas escolhidos, três são cariocas: Guttmann Bicho, Mauoel Faria e Haydéa Santiago, raramente vistos em São Paulo. Fazem companhia a eles dois paulistas, Jurandyr Ubirajara Campos e Edgard Oehlmeyer, mais constantes nas coleções paulistas, mas todos os cinco aparecem pouco em leilões e quase nunca em museus. Esta exposição quer mostrar ao público que muitos artistas merecem ser resgatados. Eles fazem parte de um segundo grupo, já que mostramos anteriormente Georgina de Albuquerque, Clodomiro Amazonas, lançamos Monteiro Lobato e o escultor Leopoldo e Silva, todos de Taubaté, e tivemos sucesso. Esperamos ter o mesmo resultado. Ruth Sprung Tarasantchi Curadora
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Sem título, Edgard Oehlmeyer. Óleo sobre cartão, 1965. 60,5 x 46 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
EDGAR OEHLMEYER (1909-1967)
Edgar Oehlmeyer nasceu em Rio Claro. Teve seus primeiros estudos artísticos na Escola Profissional com Carlos Hodler. Acabou se mudando para São Paulo e teve como seus mestres Amedeo Scavone e Antonio Rocco. Suas temáticas preferidas eram paisagens, especialmente povoadas de árvores nas quais usava tons ocres e castanho-escuros. Essas obras tão típicas são instantaneamente reconhecidas pelo expectador. Viajou pelo interior com o aluno Manlio Moretto, engenheiro a quem ensinou a técnica da pintura. Visitaram durante anos Paraty, São Luiz do Paraitinga, Ouro Preto, Salvador, Itaparica. Dessas paragens fixou casarios em que havia grandes trechos sombreados e outros iluminados. Nos portos deixou marinhas com navios que logo reconhecemos pelas suas cores preferidas. São frequentes as temáticas de interiores de igrejas com luzes e sombras intensas. Deixou naturezas-mortas, essas também com fundos escuros e trechos claros. Nelas sentimos a influência de Pedro Alexandrino, de quem não foi aluno, mas tinha facilidade de o ver nas coleções particulares. Usou a composição do grande pintor, as pinceladas soltas, até a faca inclinada na base que dirige o nosso olhar para o fundo do quadro. Flores é outra temática a que se dedicou, e nela também encontramos os mesmos coloridos. Oehlmeyer participou de exposições coletivas em São Paulo e Rio de Janeiro. Recebeu muitos prêmios em salões paulistas de Belas Artes. Infelizmente veio a falecer aos 58 anos de idade devido a uma série de doenças e de um infarto do miocárdio.
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Paisagem Parati, Edgard Oehlmeyer. Óleo sobre cartão, sem data. 35 x 24 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
EXPOSIÇÕES DE EDGARD OEHLMEYER NO SALÃO PAULISTA DE BELAS Artes: 1939, 1940, 1942, 1943, 1944, 1946, 1949, 1951, 1952, 1953, 1954, 1962. Em 1939 recebeu menção honrosa; em 1940, pequena medalha de prata; em 1946, Prêmio Prefeitura de São Paulo; em 1949, grande medalha de prata; em 1953, Prêmio Governador do Estado; e em 1962, prêmio Assembleia Legislativa. Em 1947, no Salão Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, medalha de bronze. Expôs também em 1958 no Salão Panamericano de Arte, Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul. Em mostras póstumas foram expostas obras em 1970, no Salão Municipal de Belas Artes de Jaboticabal, SP. E exposição na Sociarte com 56 quadros. Em 1980, Paisagem Brasileira: de 1650-1976, no Paço das Artes, São Paulo; e Marinhas, no Museu Naval e Oceanográfico, Rio de Janeiro Em 2003, Pintores do Litoral Paulista, Sociarte, São Paulo. Ruth Sprung Tarasantchi Curadora
REFERÊNCIAS Enciclopédia Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2019. LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988. PONTUAL, Roberto. Dicionário das artes plásticas no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1969. TREVISAN, Janete. Um homem e seus dois dons.
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Igreja Santa Rita - Parati, Edgard Oehlmeyer. Óleo sobre cartão, sem data. 18 x 27 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
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Casa de Mineração do Chico Rei, Edgard Oehlmeyer. Óleo sobre cartão, 1964. 19,2 x 27 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
Sem título, Edgard Oehlmeyer. Óleo sobre cartão, sem data. 25 x 17,5 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
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Ubatuba, Edgard Oehlmeyer. Óleo sobre cartão, 1960. 19 x 27 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
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Sem título, Edgard Oehlmeyer. Óleo sobre cartão, 1944. 40 x 47 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
Sem título, Edgard Oehlmeyer. Óleo sobre cartão, 1945. 23,5 x 20,5 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
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Campos do Jordão, Edgard Oehlmeyer. Óleo sobre madeira, 1963. 14,5 x 20,5 cm. Coleção particular.
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Sem título, Edgard Oehlmeyer. Óleo sobre cartão, 1962. 19 x 27 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
Sem título, Edgard Oehlmeyer. Óleo sobre cartão, 1960. 73 x 61 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
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Sem título, Edgard Oehlmeyer. Aquarela sobre cartão, sem data. 20 x 24,5 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
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Sem título, Edgard Oehlmeyer. Óleo sobre cartão, 1964. 20 x 28 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
Sem título, Edgard Oehlmeyer. Óleo sobre cartão, 1960. 28 x 20 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
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Matriz de Lafayette, Edgard Oehlmeyer. Óleo sobre cartão, 1956. 18 x 25 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
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Sem título, Edgard Oehlmeyer. Óleo sobre tela, 1965. 60 x 81 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
Cabeça de Velho, Edgard Oehlmeyer. Óleo sobre cartão, 1962. 21 x 15 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
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Sem título, Edgard Oehlmeyer. Óleo sobre cartão, 1966. 25 x 35 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
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Marinha, Edgard Oehlmeyer. Óleo sobre cartão, 1965. 24 x 35 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
Vaso de Flores, Edgard Oehlmeyer. Óleo sobre tela, 1962. 19 x 14 cm. Coleção Ivan Dunshee de A. Oliveira Santos.
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Sem título, Edgard Oehlmeyer. Óleo sobre cartão, 1961. 20 x 27,5 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
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Paisagem, Edgard Oehlmeyer. Óleo sobre cartão, 1967. 48 x 62,5 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
Sem título, Edgard Oehlmeyer. Óleo sobre cartão, 1962. 19 x 13,5 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
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Sem título, Edgard Oehlmeyer. Óleo sobre tela, 1943. 54 x 65 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
Sem título, Edgard Oehlmeyer. Aquarela, 1951. 16 x 22,5 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
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Paisagem do Brooklin, Edgard Oehlmeyer. Óleo sobre madeira, 1944. 41 x 33 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
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Sem título (detalhe), Manuel Faria. Óleo sobre tela, sem data. 19,5 x 27 cm.
32 Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
MANUEL FARIA (1895-1980)
Nascido e falecido no Rio de Janeiro. Estudou no Liceu de Artes e Ofícios e na Escola Nacional de Belas Artes, tendo sido aluno de Eurico Alves, Lucilio de Albuquerque, Batista da Costa e Rodolfo Chambelland. No Salão Nacional de Belas Artes, no qual expôs desde 1919, conquistou todas as distinções, inclusive, em 1934, o prêmio de viagem ao estrangeiro, graças ao qual embarcou para a Europa no ano seguinte, demorando-se principalmente em Portugal. Em 1923, no Rio de Janeiro, foi um dos fundadores do Salão da Primavera; dois anos mais tarde, na mesma cidade, realizou sua primeira exposição individual, à qual iriam seguir-se várias outras, inclusive em Lisboa, em 1936. Foi paisagista, na senda aberta por Batista da Costa, mantendo-se fiel a um estilo superado e conservador.
José Roberto Teixeira Leite. Verbetes extraídos do Dicionário
crítico da pintura no Brasil. (Rio de Janeiro, 1988).
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Sem título, Manuel Faria. Óleo sobre cartão, sem data. 11,5 x 16,5 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
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Sem título, Manuel Faria. Óleo sobre tela, sem data. 78,5 x 114,5 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
Itaipava, Manuel Faria. Óleo sobre tela, 1949. 50 x 73 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
Outeiro da Glória, Manuel Faria. Óleo sobre tela, 1940. 24 x 39 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
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Barcos, Manuel Faria. Óleo sobre tela, sem data. 22 x 35 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
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Itaipava, Manuel Faria. Óleo sobre tela, 1943. 30 x 40 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
Sem título, Manuel Faria. Óleo sobre tela, sem data. 55 x 81,5 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
Sem título, Manuel Faria. Óleo sobre tela, sem data. 108,5 x 189 cm. Coleção particular.
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Autorretrato, Guttmann Bicho. Óleo sobre tela, 1914. 36 x 34 cm. Coleção Sonia von Brusky Sales L.T..
GALDINO GUTTMANN BICHO (1888-1955)
Nascido em Petrópolis (RJ) e falecido no Rio de Janeiro. Descendente de suíços, menino ainda seguiu para Sergipe, onde cresceria livre e desabusado, adquirindo o temperamento rude, mas leal e generoso, que conservaria pela vida inteira. Aliás, não se considerava petropolitano, mas nordestino, mesmo porque não leh agradava a cidade natal, que identificava a Pedro Il e à monarquia, da qual não gostava. Retornando rapazola ao Rio de Janeiro, matriculou-se primeiro no Liceu de Artes e Ofícios e logo depois na Escola Nacional de Belas Artes, na qual foi aluno de Belmiro de Almeida, Zeferino da Costa e Rodolfo Amoedo. O escritor Agripino Grieco, que o conheceu na mocidade, assim rememora o primeiro encontro com o pintor: — Fico muitas vezes pensando no período em que conheci na Paraíba o pintor petropolitano Guttmann Bicho, de quem viria a ser cunhado. Ali fora ele executar algum retrato. Andara pelas ruas carregando ostensivamente a caixa de tintas; logo que me falou, entrou a atacar os velhos mestres, mostrando especial indignação contra o retratista Augusto Petit, que o explorava, e lamentando não poder deixar de trabalhar para ele. Confessou-me, ao contrário, doido pelos romances de Máximo Gorki, tanto assim que daria a um filho o nome de Pavel, ou seja, de um herói do escritor russo. E declarou-me que naquilo que ele mais se recreava era no gosto de barcos e de pescarias. Fora criado à solta em praias do Nordeste e nunca perdera a nostalgia daqueles coqueiros, daquelas jangadas de velas abertas ao vento. Para Petit, “que o explorava”, trabalharia ainda muitos anos, pintando retratos de políticos e de abastados comerciantes que o velho artista francês somente assinava. No entretempo, expunha no Salão Nacional de Belas Artes, nele obtendo 39
menção de 1º e de 2º graus (1907 e 1908), medalha de prata (1912) e finalmente o prêmio de viagem à Europa, em 1921, com Panneau. Decorativo, executado na técnica pontilista. Em 1922, após curta temporada no Norte, ao lado do historiador Rocha Pombo, quando preparou várias ilustrações para uma edição da História do Brasil que se faria para comemorar o Centenário da Independência, Guttmann Bicho embarcou para a França, permanecendo dois anos em Paris. A fase de pesquisa e de experimentações termina com a volta ao Brasil, em 1924. A partir de então, o pintor, obrigado a fazer mais e mais retratos e mesmo a trabalhar no Serviço de Febre Amarela para ganhar a vida, torna-se mais acomodado. No Salão de 1925, conquista medalha de ouro; continuaria participando do certame ainda em 1954, quando recebe o prêmio de viagem pelo Brasil, embarcando para o Maranhão – que lhe forneceria o tema para suas últimas paisagens. Retratista admirável (Retrato de Farias Brito), bom paisagista, autor de interiores eivados de um japonismo então em grande voga, de naturezas-mortas e sobretudo de nus de opulenta carnação, Guttmann Bicho praticou ainda a
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Vale do Paraíba, Guttmann Bicho. Óleo sobre tela, 1938. 65 x 78 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
cerâmica, que lecionou, a partir de 1947, num curso que criara na Escola Técnica Nacional do Rio de Janeiro. Projetou também prédios e hospitais em cidades do Nordeste e na Ilha do Governador, onde morou muitos anos. Eterno apaixonado do mar, desenhou inúmeras embarcações de todos os feitios e tamanhos, nelas aventurando-se pelo oceano, ou em explorações, rio adentro, pelo território fluminense. Como artista, ficará decerto lembrado pelos numerosos retratos e figuras, pelas muitas paisagens, pelos interiores; e ao menos pelo espírito de rebeldia e pela eterna irreverência com que soube enfrentar medalhões e tabus vigentes em sua mocidade, pode-se o considerar um dos precursores da arte moderna no Brasil, a despeito de não nutrir admiração ou simpatia por ela, o que não deve causar espanto, pois era também muito exigente, impiedoso e até feroz para com os passadistas, os que se julgavam herdeiros e continuadores da grande tradição clássica, protegidos por enorme despreparo e não menor sombra de modéstia.
José Roberto Teixeira Leite. Verbetes extraídos do Dicionário
crítico da pintura no Brasil. (Rio de Janeiro, 1988).
Sem título, Guttmann Bicho. Óleo sobre tela, 1946. 61 x 74 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
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Sem título, Guttmann Bicho. Óleo sobre tela, sem data. 73,5 x 100 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
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Serra, Guttmann Bicho. Óleo sobre madeira, sem data. 22 x 30 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
Sem título, Guttmann Bicho. Óleo sobre tela, 1913. 51 x 60,5 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
Paisagem - RJ, Guttmann Bicho. Óleo sobre tela, 1945. 60 x 81 cm. Coleção Valéria e Francisco de Paula Simões Vicente de Azevedo.
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Casa de Sítio com Trepadeira, Guttmann Bicho. Óleo sobre tela, 1925. 26 x 27,5 cm. Coleção Ivan Dunshee de Abranches Oliveira Santos.
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Paisagem, Guttmann Bicho. Óleo sobre tela, sem data. 33,5 x 42 cm. Coleção particular.
Baía de Guanabara - RJ, Guttmann Bicho. Óleo sobre tela, 1942. 37 x 37 cm. Coleção Gilda e João Carlos Diodatti.
Guanabara, Guttmann Bicho. Óleo sobre madeira, 1942. 30 x 40 cm. Coleção particular.
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Paisagem com Rio e Pedras, Guttmann Bicho. Óleo sobre mandeira, sem data. 24 x 35 cm. Coleção Ary Casagrande.
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Sem título, Haydéa Santiago. Óleo sobre tela, 1933. 41 x 33 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
HAYDÉA SANTIAGO (1896-1980)
Nascida e falecida no Rio de Janeiro. Estudou na Escola Nacional de Belas Artes, como aluna livre de Modesto Brocos e Amoedo, aperfeiçoando-se com Eliseu Visconti. De 1928 a 1932 esteve em Paris, com o marido – o pintor Manoel Santiago –, participando, então, do Salon des Artistes Français. No Salão Nacional de Belas Artes foi premiada em 1923 (menção honrosa de segundo grau), 1924 (menção honrosa de primeiro grau), 1925 (medalha de bronze), 1926 (pequena medalha de prata), 1927 (grande medalha de prata) e 1934 (medalha de ouro), expondo igualmente em várias mostras coletivas, como o Salão Paulista de Belas Artes, o Salão Municipal do Rio de Janeiro (1949 a 1956), o Salão Nacional de Arte Moderna (1954 a 1966) e a I Bienal de São Paulo (1951). Praticou a paisagem e a figura, a natureza-morta e o gênero, destacando-se por uma execução espontânea, um colorido leve e alegre e um desenho ágil, com forte influência de Visconti e tardios resquícios impressionistas.
REFERÊNCIAS Barbosa Lima, Lindolfo. Haydéa Santiago. A Gazeta, Vitória, 7 mar. 1940. Câmara, Lourdes. A pintura de Haydéa Santiago e a vitória da simplicidade. Vamos Ler, Rio de Janeiro, 7 nov. 1940. Kaufmann, Henry. Haydéa. O Jornal, Rio de Janeiro, 1 ago. 1937. L. de S.. Um laureado casal de artistas. O Imparcial, Rio de Janeiro, 19 out. 1941.
José Roberto Teixeira Leite. Verbetes extraídos do Dicionário
crítico da pintura no Brasil. (Rio de Janeiro, 1988).
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Jardim de Luxemburgo, Haydéa Santiago. Óleo sobre cartão, 1930. 29 x 38 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
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Sem título, Haydéa Santiago. Óleo sobre cartão, 1932. 15 x 21,5 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
Pirinópolis, Haydéa Santiago. Óleo sobre madeira, sem data. 22,5 x 18 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
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Procissão, Haydéa Santiago. Óleo sobre tela, 1943. 50,5 x 61 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
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Casinha da Praia, Haydéa Santiago. Óleo sobre madeira, sem data. 52,5 x 71,5 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
Casal na escada, Haydéa Santiago. Óleo sobre tela, 1924. 40,5 x 36,5 cm. Coleção particular.
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Sem título, Jurandyr U. Campos. Óleo sobre tela, sem data. 50 x 40 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
JURANDYR UBIRAJARA (OU J.U.) CAMPOS (1902-1972)
Paulistano, Jurandyr Ubirajara Campos – ou J.U. Campos na assinatura artística – viveu entre 1902 (nasceu em 26 de fevereiro) e 1972 (morreu em 21 de junho) e era um dos sete filhos de um comerciante e de uma dona de casa, também poetisa. Como muitos dos companheiros de sua geração, o autodidata Campos pode ser caracterizado muito mais como um generalista do que como um especialista: criou anúncios e folhetos publicitários, trabalhou em departamentos de arte e de propaganda, concebeu capas, ilustrou livros e revistas até, finalmente, aos 41 anos, adotar a profissão de artista plástico. No meio de tudo isso, encontrava tempo para projetar as casas que construiu, desenhar móveis e inventar coisas, como uma corrente para pneus de automóvel que chegou a ser, sem sucesso, comercializada. Para se da livrar da violência doméstica – sua mãe controlava a numerosa prole com um chicote na cinta – J.U. fugiu de casa aos 14 anos e logo começou a trabalhar na Cassio Muniz. Entre suas tarefas na então grande revendedora de automóveis de São Paulo, estava a de ajudar os clientes no enfrentamento da epidemia da gripe espanhola de 1917. Isso antes de voltar para casa, pagando aluguel para os pais, e servir o Exército. Depois, entre 1920 e 1930, a vida de J.U. foi particularmente movimentada. Começou a década como um dos primeiros, se não o primeiro, gerente de propaganda da General Motors no Brasil, empresa pioneira na profissionalização da atividade publicitária no País; instalou-se, em seguida, em Buenos Aires, onde criou anúncios para o Automóvel Clube, além de, nas horas vagas, ter sido premiado em um curioso concurso de escalada de prédio.
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No final da década, já residindo nos Estados Unidos e trabalhando no departamento de promoção do New York Times, aproxima-se de Monteiro Lobato, então adido comercial da embaixada brasileira no país, e começa a namorar sua filha Marta. O casamento acontece em 1930 e Joyce Campos, sua única filha, nasce em território americano. No mesmo ano retorna, com a família, para o Brasil e acumula trabalhos: colabora em jornais como A Gazeta e implanta a seção de rotogravura do jornal O Estado de S. Paulo; abre um estúdio de publicidade; cria campanhas para destacadas agências de propaganda, como Standard e N. W. Ayer & Sons; concebe dezenas de capas e ilustrações para livros de diferentes autores, em diversas editoras, dentre elas a Nacional e a Civilização Brasileira. Na obra de Monteiro Lobato, os desenhos de J.U. Campos estão presentes em livros como Geografia da Dona Benta (1935, em conjunto com Belmonte), História das invenções (1940) e Viagem ao céu (1943). Contribuiu para coleções importantes como a Terramarear; criou capas para autores como Edgard Wallace, Mark Twain e Edgard Rice Burroughs, em textos traduzidos, dentre outros, por Agripino Grieco e Godofredo Rangel. Exímio retratista, são de J.U. Campos muitas das capas e ilustrações do Almanaque do Biotonico Fontoura, principalmente do período compreendido entre meados dos anos de 1930 e início da década seguinte. Ainda para o Instituto Medicamenta Fontoura, e sucedendo ao ilustrador alemão Kurt Wiese, J.U. reformulou graficamente o folheto Jeca Tatuzinho, tido como uma das peças publicitárias mais importantes da história da publicidade brasileira, e são dele as imagens que fixaram, no imaginário brasileiro, a popular figura do caipira paulista.
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Incentivado por Monteiro Lobato e depois de abandonar todas as suas atividades, J.U. Campos passa a se dedicar integralmente à pintura e, já na estreia, em 1943, recebe menção honrosa na 9ª edição do Salão Paulista de Belas Artes, concorrendo com perto de 200 artistas. Na trilha da corrente naturalista de Almeida Júnior e Pedro Alexandrino – com quem, certamente, conviveu –, J.U. Campos, na sua primeira fase, e em óleo sobre tela, dedicou-se à natureza-morta, com destaque para flores, frutas, animais e utensílios metálicos. Apesar de disciplinado e minucioso, como demonstram seus habituais esboços e rascunhos, J.U. adotou a nova profissão também de modo autodidata. Somente em 1947, para aprimorar sua natural aptidão artística, procurou Cesaro Bernaldo de Quirós, em Buenos Aires, Argentina, e dele se tornou aluno. Na sequência de sua carreira como artista plástico, que se estendeu por perto de 30 anos, pintou retratos e paisagens, na última fase com traços impressionistas. Participou de inúmeras exposições individuais e coletivas, foi premiado pelo Museu Nacional de Belas Artes e outras seis vezes no Salão Paulista de Belas Artes (1944, 1947, 1957, 1967, 1969 e, postumamente, 1972), evento que chegou a presidir.
Evandro Piccino Pesquisador
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Metal e Fruteira, Jurandyr U. Campos. Óleo sobre cartão, 1950. 50 x 64,5 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
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Sem título, Jurandyr U. Campos. Óleo sobre cartão, 1965. 78 x 116 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
Sem título, Jurandyr U. Campos. Óleo sobre tela, sem data. 50 x 40 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
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Sem título, Jurandyr U. Campos. Óleo sobre tela, 1946. 50 x 35 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
Figura Feminina, Jurandyr U. Campos. Óleo sobre tela, 1950. 50 x 40,5 cm. Coleção Ary Casagrande.
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Sem título, Jurandyr U. Campos. Óleo sobre cartão, 1960. 49 x 64 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
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Sem título, Jurandyr U. Campos. Óleo sobre cartão, sem data. 51 x 66,5 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
Sem título, Jurandyr U. Campos. Óleo sobre cartão, 1968. 50 x 65 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
Sem título, Jurandyr U. Campos. Óleo sobre tela, 1955. 50 x 65 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
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Sem título, Jurandyr U. Campos. Óleo sobre tela, 1979. 60 x 76 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
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Sem título, Jurandyr U. Campos. Óleo sobre cartão, 1969. 74 x 92 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
66
Pacu do Rio Paraná, Jurandyr U. Campos. Óleo sobre tela, sem data. 50 x 68 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
Rosas e Metal, Jurandyr U. Campos. Óleo sobre eucatex, 1971. 88 x 72 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
67
Sem título, Jurandyr U. Campos. Óleo sobre cartão, 1967. 73 x 92 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
68
Sem título, Jurandyr U. Campos. Óleo sobre tela, 1945. 36,5 x 49,5 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
Rosas, Metal e Palha, Jurandyr U. Campos. Óleo sobre eucatex, 1971. 70 x 85 cm. Coleção José Oswaldo de Paula Santos.
Natureza-Morta, Jurandyr U. Campos. Óleo sobre papel, 1956. 66 x 86 cm. Coleção Valéria e Francisco de Paula Simões Vicente de Azevedo.
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Frutos do Mar, Jurandyr U. Campos. Óleo sobre eucatex, sem data. 76 x 91 cm. Coleção particular.
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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO João Doria Governador do Estado de São Paulo Rodrigo Garcia Vice-Governador do Estado de São Paulo Sérgio Sá Leitão Secretário de Estado de Cultura e Economia Criativa Cláudia Pedrozo Secretária Executiva de Estado de Cultura e Economia Criativa ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer Arcebispo Metropolitano de São Paulo ASSOCIAÇÃO MUSEU DE ARTE SACRA DE SÃO PAULO – SAMAS Conselho de Administração José Roberto Marcellino dos Santos Presidente do Conselho de Administração Dom Devair Araújo da Fonseca Vice-Presidente do Conselho de Administração Conselheiros Arnoldo Wald Filho Demosthenes Madureira de Pinho Neto Dom Carlos Lema Garcia George Homenco Filho Guilherme Werner Haron Cohen João Monteiro de Barros Neto Marcos Arbaitman Pe. José Rodolpho Perazzolo Pe. Luiz Eduardo Baronto Pe. Valeriano Santos Costa Regis de Oliveira Ricardo Nogueira do Nascimento Rosely Cury Sanches Rosimeire dos Santos
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Conselheiros Fiscais Jussara Delphino José Emídio Teixeira Pe. José João da Silva Conselho Consultivo José Oswaldo de Paula Santos Presidente Conselheiros Ario Borges Nunes Junior Ary Casagrande Filho Beatriz Vicente de Azevedo Cônego Celso Pedro da Silva Cristina Ferraz Luiz Arena Marcos Mendonça Mari Marino Maria Elisa Pimenta Camargo Padre Fernando José Carneiro Cardoso Renato de Almeida Whitaker Ricardo I. Ohtake Ricardo Von Brusky Roberta Maria Rangel Rodrigo Mindlin Loeb Silvia Aquino Tito Enrique da Silva Neto MUSEU DE ARTE SACRA DE SÃO PAULO José Carlos Marçal de Barros Diretor Executivo Maria Inês Lopes Coutinho Diretora Técnica (In memoriam) Luiz Henrique Marcon Neves Diretor de Planejamento e Gestão SOCIARTE José Oswaldo de Paula Santos Presidente Francisco de Paula Simões Vicente de Azevedo Vice-presidente
Vilma Ana Mariza C. Barbieri da Rocha Diretora Secretária João Carlos Amaral Diodatti Diretor Adjunto Francisco José Bueno de Siqueira Diretor Financeiro Ruth Sprung Tarasantchi Diretora de Arte Oscarlina Bandiera de Oliveira Santos Diretora Cultural Conselho Deliberativo João da Cruz Vicente de Azevedo (Vitalício) Presidente Edmon El Mikui (Vitalício) Vice-presidente José Carlos Etrusco Vieira Secretário Elio Sacco Gerson Zalcberg Ivan Dunshee de A. Oliveira Santos Sergio Barcellos Telles Membros EXPOSIÇÃO Ruth Sprung Tarasantchi Curadoria Beatriz Cruz Museóloga Flávia Andrea Siqueira Dias João Rossi Conservação e restauro Célia Maria Bezerra Cupertino Iran Monteiro Rosimeire dos Santos Acervo – catalogação e exposição Ligia Maria Paschoal Diniz Assessoria e coordenação
Dahoss Cultural Montagem Geraldo Monteiro da Silva Jose Mauri Vieira Marcelo Batista Oliveira Montagem e iluminação Wermeson Teixeira Soares Segurança e montagem – coordenação Lucas Länder Comunicação visual Julia Oliveira Gomes Estagiária de comunicação Pedro Paulo de Sena Madureira Consultor editorial Vanessa Costa Ribeiro Coordenação Ação Educativa Câmera Press Plotagem Silvia Balady Assessoria de imprensa CATÁLOGO Evandro Piccino José Roberto Teixeira Leite Ruth Sprung Tarasantchi Textos Roseane Sobral Projeto gráfico Iran Monteiro Fotografia Opus Editorial Revisão Claudio S. de Oliveira CRB 8-8831 Ficha catalográfica Stil Graf Impressão
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Catálogo composto em fonte Poppins. Miolo impresso em papel couchê 150g Capa impressa em Supremo Duo Design 350g.
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