Catálogo da Exposição Temporária "Arte Sacra na Ourivesaria"

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Arte Sacra na Ourivesaria 2015 Curadoria: Jorge Brandão e Maria Inês Lopes Coutinho

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Para celebrar o aniversário de São Paulo, comemorado no dia 25 de janeiro, o Museu de Arte Sacra da Secretaria de Cultura selecionou em seu grande acervo, peças de ourivesaria: a arte de fazer joias e ornamentos com metais preciosos. Esta exposição, que revela nova faceta de um acervo pouco conhecido do público, nos encanta e emociona pela beleza e riqueza de seus detalhes, mas também complementa a visita às demais coleções e ao edifício histórico que abriga o museu. Para nós da Secretaria da Cultura do Governo do Estado de São Paulo, a oportunidade de celebrar os 461 anos da cidade é também a de comemorar o sucesso no âmbito artístico e histórico, do Museu de Arte Sacra de São Paulo junto à população paulista. Parabéns Museu de Arte Sacra! Parabéns São Paulo! Secretaria da Cultura Governo do Estado de São Paulo


De nosso passado singelo, guardamos testemunhos da mais rara beleza. Na exposição que, neste momento, o Museu de Arte Sacra de São Paulo nos brinda, nós nos reencontramos com as práticas litúrgicas que no curso dos séculos tiveram lugar no território paulista. Resplendores, anéis, colares, cruzes, cálices, tochas, lâmpadas, sacrários, sinos, ostensórios, castiçais, entre outros objetos sacros, outrora utilizados na celebração dos momentos mais caros de nossas existências, eternizam valores e fundamentos cristãos. Cada um dos objetos aqui revelados carrega em si atribuições sagradas, tornando-se possível reler por seu intermédio, o simbolismo no cotidiano da vida cristã. José Oswaldo de Paula Santos Presidente do Conselho de Administração

Na beleza e raridade das peças sacras que se acham sob a guarda do Museu de Arte Sacra de São Paulo, esconde-se um universo de devoção. Fruto do trabalho de artífices portugueses e brasileiros, o acervo pertencente à Cúria Metropolitana de São Paulo, prestou-se no passado às celebrações de batismo, casamentos, morte; às comemorações de datas especiais, às coroações e ocasiões de alta significação simbólica e devocional. Estes objetos sacros nos permitem recompor tradições litúrgicas e adentrar por um universo paulista de profunda fé cristã. José Carlos Marçal de Barros Diretor Executivo


A exposição trata de uma leitura do acervo do MAS do ponto de vista da produção de obras de conteúdo sacro, na ourivesaria. São peças elaboradas por habilidosos artesãos na arte dos metais nobres, verdadeiras joias que no momento do uso, simbolicamente, remetem à celebração. Evidenciamos o trabalho dos ourives habilidosos no preparo dos metais em suas ligas, no manuseio das limas, buris, cinzéis, polimento, cravações e gravações executadas para perpetuar um momento nobre. A mostra representa uma viagem no universo dos metais que, a partir de minuciosos detalhes, atribuem elevação a quem os contempla. O ouro, a prata e as pedras preciosas constituem verdadeiros tesouros da arte sacra, que longe da ostentação oferecem ao público, a mais sublime emoção. Jorge Brandão Curador

A historiografia, em geral, descreve o mundo paulista colonial como um território pobre frente ao esplendor das minas de ouro, em Minas Gerais; da riqueza da Bahia e do apogeu da Corte, no Rio de Janeiro. Mas é interessante notar que esse conceito, aos poucos, vem sendo desmontado pelas descobertas, pesquisas e análises de novas fontes. O Museu de Arte Sacra se empenha em novas investigações e vem, a partir de suas exposições, mostrar que podemos identificar elementos de uma sociedade paulista colonial, com riqueza. Este foi o caso da


mostra intitulada Barro Paulista que destacou entre as peças do acervo, magníficas feituras de santos em barro com douramentos. Nessa linha, seguimos na busca de novas fontes e apresentamos, agora, uma leitura que destaca a arte sacra no acervo da ourivesaria. Curioso é identificar que nesta São Paulo dita pobre, existiam profissionais ourives. Forma-se então, um panorama novo, no qual podemos afirmar que se houveram ourives, é porque houve ouro e prata; e a presença destes, certamente, indica que, na época, houve riqueza na sociedade. Pesquisadores que mergulharam nos inventários de São Paulo antigo apontaram para a presença de muitos artefatos de prata e ouro, observando que, da presença de um ourives registrado no século XVI, passou-se para mais de quatrocentos no século XIX (BRANCANTE, 1999). Temos também uma joalheria significativa: prata moldada ou fundida, repuxada ou batida, cinzelada e gravada; diversos tipos de punções que indicam desde os ourives até o local, região administrativa, período de feitura e trâmite legal dos bens. É esse trabalho que, nesta mostra, destacamos: o do artesão dos metais nobres que, longe das obras de esmerado acabamento na Europa, desenvolveram na colônia, a partir dos modelos, uma grande criatividade, ou porque não dizer, uma certa genialidade na produção das obras. De 1364 itens em metais nobres de nosso acervo, pesquisados no banco de dados, temos quase dez por cento selecionados e à mostra. São joias, relíquias, navetas, gomil e jarra, ostensórios, âmbula, cálice, penas, cruzes, santos óleos e uma instalação de lampadários para serem usufruídos. Maria Inês Lopes Coutinho Curadora


Cruz Peitoral e Corrente

Pertenceu ao Cardeal D. Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti autor: Desconhecido material: Ouro maciço, esmeraldas, rubis e diamantes data: Século XVIII origem: Brasil dimensão: 17 x 11 x 1,4 cm

Detalhe – Corrente (Cruz Peitoral)

Pertenceu ao Cardeal D. Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti autor: Desconhecido material: Ouro maciço data: Século XVIII origem: Brasil dimensão: 88,2 cm


Detalhe - Cruz Peitoral

Pertenceu ao Cardeal D. Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti autor: Desconhecido material: Ouro maciço, esmeraldas, rubis e diamantes data: Século XVIII origem: Brasil dimensão: 17 x 11 x 1,4 cm

Cruz Peitoral

Pertenceu ao Arcebispo Dom Duarte Leopoldo e Silva autor: Desconhecido material: Ouro data: Sem data origem: Desconhecida procedência: São Paulo, SP dimensão: 12 x 8 cm


Detalhe - Cruz Peitoral

Pertenceu ao Arcebispo Dom Duarte Leopoldo e Silva autor: Desconhecido material: Ouro data: Sem data origem: Desconhecida procedência: São Paulo, SP dimensão: 12 x 8 cm

Rosário

autor: Desconhecido material: Ouro e brilhantes data: Século XVII origem: Desconhecida procedência: Desconhecida dimensão: 70 cm de comprimento (corrente) 9 x 5,2 x 1cm (cruz)


Naveta

autor: Prateiro “A.A.” não identificado – Contraste de Lisboa material: Prata repuxada e cinzelada data: Final do século XVII e início do século XVIII origem: Portugal procedência: São Paulo, SP dimensão: 16,5 x 23,5 x 8 cm

Detalhe - Naveta

autor: Desconhecido material: Prata lavrada e cinzelada data: Século XVII origem: Desconhecida procedência: Embu, SP dimensão: 14,5 x 20,5 x 7 cm

Naveta

autor: Desconhecido material: Prata fundida e cinzelada data: Século XVIII origem: Desconhecida procedência: Igreja de Alcântara, Maranhão dimensão: 16,5 x 19 x 7,5 cm


Naveta e Detalhe (direita)

autor: Prateiro I. M. D. Não Identificado – Contraste do Rio de Janeiro material: Prata repuxada e cinzelada data: Final do século XVII origem: Desconhecida procedência: Antiga Sé de São Paulo, SP dimensão: 17 x 25,5 x 7 cm

Detalhe - Naveta

autor: Desconhecido material: Prata repuxada e cinzelada data: Século XVIII origem: Desconhecida procedência: Igreja de São Pedro dos Clérigos, São Paulo, SP dimensão: 13,5 x 7 x 17,5 cm


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