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ENTREVISTA Novidade em personalização
Novidade em personalização de instrumentos na Music Kolor
Situada em Santo André, SP, conta com dez funcionários que se encarregam de levar um ótimo serviço para os músicos locais e internacionais A Music Kolor nasceu a partir de uma necessidade pessoal. Em meados de 2004, o fundador Rafael Romano precisava refazer a pintura de uma guitarra que havia quebrado, mas não encontrou uma empresa especializada nesse tipo de serviço. Não queria simplesmente mudar a cor, pretendia personalizar o instrumento e, por isso, decidiu que o faria sozinho. Após o primeiro teste, percebeu que o resultado final não foi o esperado e decidiu recorrer ao seu pai, Gentil Romano, que já tinha mais de 35 anos de experiência com pintura automotiva. A partir daí, passaram a pesquisar sobre o assunto e realizar diversos testes, até que a técnica para a realização da pintura fosse desenvolvida.
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Alguns amigos foram descobrindo a arte e se interessaram pelo serviço, e cada vez mais foram aprimorando as técnicas e equipamentos. Os pedidos aumentaram progressivamente e o que era para ser a resolução dos próprios problemas tornou-se um grande negócio. Os posts dos trabalhos nas redes sociais e a satisfação de cada cliente atendido fizeram com que o trabalho rapidamente repercutisse por todo o Brasil.
“Sou apaixonado por música. Já tive banda, organizei shows, dei aulas de guitarra… Percebi que poderia fazer da minha paixão um negócio, trazer alegria e beleza para as mãos dos mais incríveis músicos e amantes de música do mundo todo”, esclarece Rafael Romano. “Eu já tinha formação de técnico em química e, na época, estudava engenharia na UFABC. Comecei a melhorar cada vez mais minhas técnicas de pintura e então passei a cursar bacharelado em gestão comercial, o que me ajudou a fazer com que a empresa ganhasse prestígio e credibilidade com os clientes”, complementa.
Em 2015, a Music Kolor ganhou o reforço de Felipe Carvalho, atual sócio- -diretor, que trouxe sua vivência corporativa para agregar a essa nova fase de crescimento da empresa.
Que serviços têm disponíveis hoje?
O foco do nosso trabalho são a arte e a pintura de instrumentos musicais. Desde cores sólidas que podem ter como
A releitura da Monterey, guitarra eternizada por Jimi Hendrix, feita para um cliente no Japao. Foi o primeiro envio internacional da empresa.
Guitarra para Eddie Vedder, do Pearl Jam. Em parceria com outras empresas brasileiras, foi um projeto 100% nacional
referência a escala Pantone ou cores de marcas famosas, às criações mais elaboradas, como sparkle, burst, cores neon, fluorescentes, entre outras. Realizamos também pinturas e impressões customizadas. O cliente nos envia qualquer tipo de imagem ou ilustração, e conseguimos reproduzir com a técnica mais adequada, que pode ser arte manual, pontilhismo, aerografia, impressão digital. Como serviço complementar, fazemos a montagem e o setup dos instrumentos que chegam para pintura.
Felipe Carvalho (esq.) e Rafael Romano
Pode contar sobre o processo de personalização?
Realizamos os serviços de personalização em instrumentos usados e novos. Instrumento usados: Primeiro removemos a pintura antiga — assim o instrumento não fica com excesso de material — e retiramos todas as imperfeições da madeira. É um processo de extrema importância para que a pintura fique perfeita e com durabilidade de longo prazo. Para todos os instrumentos: Em instrumentos sólidos aplicamos um fundo de poliéster que é utilizado pelas grandes fábricas. Após esse processo, aplicamos a cor desejada com ou sem efeitos e, em seguida, o verniz brilhante ou fosco. No caso do verniz brilhante, finalizamos o trabalho com o polimento, que deixa
a superfície lisa, sem granulados no reflexo. Essa técnica pode ser aplicada em outros instrumentos de madeira como percussão, baterias etc.
Em que tipo de instrumento podem ser feitas as personalizações?
Em praticamente todos: guitarra, violão, baixo, baixo ¾, piano, bateria, percussão… Por iniciarmos nossas atividades com os instrumentos de cordas (guitarras e baixos), hoje ainda é a nossa maior demanda, mas têm crescido cada vez mais os pedidos para personalização de outros instrumentos. Uma grande tendência é a personalização de toda a banda, contextualizando com o tema do DVD. Fizemos um trabalho de sucesso para uma famosa banda de axé, que contou com violão, guitarra, baixo, bateria e todos os instrumentos de percussão. O efeito no palco ficou sensacional!
É a única empresa que faz isso na América Latina? Há clientes fora do Brasil?
Hoje somos a empresa líder especializada em arte e pintura de instrumentos musicais da América Latina. Após nossa participação na NAMM Show, descobrimos que somos uma das maiores do mundo. Para nós, a satisfação ainda maior é ser líder na mente de cada cliente satisfeito com o nosso serviço. Isso é o que nos motiva a ser cada dia melhores. Já há alguns anos recebemos alguns pedidos individuais vindos do Japão, Estados Unidos, Reino Unido e de outros países. Neste ano, após a NAMM, estamos fechando alguns pedidos para a terceirização da pintura de marcas internacionais. Em breve teremos novidades.
O que pode contar sobre as estratégias comerciais?
Nossa principal estratégia comercial é o relacionamento. Ouvimos muito sobre as expectativas dos clientes, os ajudamos a fazer escolhas e a compreender os processos, sempre buscando superar suas expectativas. As redes sociais nos proporcionam momentos de diálogo diários por meio dos posts e mensagens privadas, além de e-mails e contatos telefônicos.
Para o nosso novo mercado, o industrial, temos conversado bastante com os empresários, buscando entender suas principais dificuldades, deficiências e como podemos agregar nossa competência e know-how para proporcionar experiências melhores aos seus clientes e termos sucesso juntos. Investimos bastante na profissionalização dos processos e no aprimoramento de técnicas para atender bem essa demanda. Hoje estamos preparados para esse novo nicho e acreditamos que será um grande impulsionador do nosso crescimento. n
MAIS INFORMAÇÕES
www.musickolor.com.br fb.com/MusicKolor
Tradicional e arrojada: Zildjian
Com uma herança de mais de 400 anos na fabricação de pratos, todos conhecemos a Zildjian. Hoje, a empresa está nas mãos das poderosas Craigie e Debbie para continuar com sua história de sucesso D epois de quatro séculos e passando o mandato através de 15 gerações, Armand Zildjian deixou a empresa nas mãos de sua filha Craigie, atual CEO, em 1999, tendo sua outra filha, Debbie, como vice-presidente de recursos humanos. Ambas lideram hoje esta empresa que é reconhecida no mundo inteiro e, de fato, é a companhia familiar mais longeva na América.
O negócio vem mudando e também o faz a Zildjian para manter-se na sua posição de liderança no mercado de pratos. Internet, novos produtos, novos consumidores e estratégias renovadas são algumas questões que põem à prova essas inteligentes mulheres e seu capacitado staff de especialistas em cada área de trabalho.
Um dos pontos que a empresa está levando em consideração é a tendência da diminuição do espaço físico das casas e apartamentos onde os consumidores moram, o que leva à redução do número de baterias. Dessa forma, o departamento de R&D da empresa vem transitando entre lançamentos (e relançamentos) que incluem tecnologia, como o Gen16 ou pratos para estúdio que mantenham o som sem produzir um volume alto demais, como o Zildjian L80.
A renovação da empresa incluiu também a alteração de parte da sua equipe diretiva. Com a contratação de novos profissionais, a Zildjian tem trabalhado fortemente, mas sem alarde, para manter a proximidade com seu público-alvo, considerando a tecnologia como elemento de conexão.
Em entrevista exclusiva, Craigie e Debbie abrem suas mentes para descobrir o que as motiva para seguir inovando.
As irmãs têm a palavra
Em 1976, Craigie se uniu ao seu pai, Armand, e seu avô, Avedis III, no negócio familiar. Essa foi a primeira vez que três gerações de Zildjians trabalharam juntas na empresa. Outra primeira vez foi quando Craigie se tornou a primeira mulher a ser nomeada CEO dentro da companhia em 1999. Desde então, a Zildjian tem experimentado um crescimento sem precedentes, fortalecendo sua posição como líder no mercado mundial no setor de pratos e
Processos manuais
Teste de pratos
tornando-se ao mesmo tempo a maior fabricante de baquetas por meio da fusão com a The Vic Firth Company.
Debbie entrou na empresa em 1980 como diretora de segurança, focando em melhorar o ambiente de manufatura. Iniciou o programa de aprendizes da companhia para R&D e outras posições de artesanato importantes. Esteve envolvida ativamente na certificação de qualidade ISO 1001 em 1995 — a primeira vez que uma empresa na indústria de percussão a obteve.
Debbie também foi responsável pela operação da sala de fundição, onde o cobre e o estanho são combinados em um ritual de 380 anos de antiguidade para produzir a liga secreta da Zildjian. De fato foi a primeira vez que uma mulher se responsabilizou por esse processo. Agora, Debbie encabeça o departamento de recursos humanos, atua na equipe executiva da empresa e é vice-presidente e secretária corporativa da junta diretiva. Vamos descobrir mais sobre o pensamento que ambas trazem para a empresa.
Falemos sobre o futuro da empresa.
Debbie Zildjian: Para falar no futuro, devemos ir um pouquinho ao passado. Crescemos com meu pai, Armand Zildjian, um baterista apaixonado por música que trabalhava na fábrica. Sempre esteve muito perto dos pratos. Não podia passar perto de um prato sem tocá-lo ou ouvir seu som. Isso é o que sentimos todos nesta companhia, essa vontade de envolver-nos com os pratos e seu som e o que eles significam para os músicos. Isso é o que meu pai fazia e o que todos na empresa continuamos fazendo. Inclusive se ele era ou não músico, ainda assim garantia que todos compreendêssemos que o que estamos fazendo na realidade é um som para o artista: sua assinatura fica aí, sua personalidade. Essa é parte de por que queremos fazer os melhores pratos do mundo; fazemos pratos que são para todo tipo de estilos musicais e situações, desde uma orquestra até um estádio enorme. Quando nos reunimos e temos isso em mente, nos perguntamos como fazer todos esses sons de que os bateristas precisam. Esse sempre foi nosso ponto de início.
Outra coisa que ele nos ensinou era que tínhamos que seguir a música. Ele amava o jazz e costumava dizer: “Mesmo que não seja um tipo de música que é da sua preferência, tem de saber o que é que está acontecendo no mundo da música, saber que esse tipo de música é importante e tem que segui-lo”. Isso nos levou a fazer pratos para rock, heavy metal e todas as variações existentes. Temos que entender a música.
O outro modo de continuar com tudo isso é contratar pessoas que adotem e entendam todos esses tipos de música e que sejam de diferentes gerações, porque por natureza todos gostamos de diferentes estilos musicais. Se tivéssemos todos os funcionários da minha idade ou da idade da minha irmã, estaríamos perdendo muitos ritmos!
Mas como a Zildjian tem superado os desafios no mercado de percussão desde a crise global em 2008?
Craigie Zildjian: As mudanças econômicas no mundo inteiro certamente criaram desafios para todos, mas durante esse período aumentamos nosso investimento em desenvolvimento de novos produtos focando na inovação que pudesse satisfazer as necessidades do baterista. Também reforçamos nosso marketing de marca e nossas promoções, trabalhando junto a nossos dealers para adaptar-nos às condições de câmbio. Os mercados emergentes oferecem grande potencial de crescimento enquanto o “sonho do rock & roll” estiver vivo, como acontece em muitos países do mundo. O Brasil e a Rússia voltarão ao negócio em breve e, enquanto isso, precisamos continuar focando nossos esforços de crescimento em todos os países ao conectar-nos com bateristas de todos os níveis de habilidade de execução.
Marcas lendárias como Gibson e Marshall estão se reinventando, adicionando produtos lifestyle e valores com produtos paralelos ao seu negócio principal. Acham que esse modelo de negócio também pode ser aplicado na Zildjian?
CZ: Como a Zildjian é considerada uma das marcas de instrumentos musicais mais icônicas do mundo, certamente em percussão e música em geral, temos aumentado nosso foco nos produtos e na experiência de marca que promovam os valores da empresa pelo amor de criar música ou, mais importante, abraçar o papel que a música fornece ao criar prazer.
Com tantos pratos disponíveis no mercado hoje, o que a Zildjian está fazendo para ser a opção número 1?
CZ: A disponibilidade de tantas opções nos leva a trabalhar ainda mais duro para ser o prato de eleição. Inclusive com tantas opções, não vemos um foco em novas inovações e diferenciação. O objetivo da Zildjian é permanecer centrada em criar produtos da melhor qualidade na indústria, responder às necessidades do mercado e inovar em som, materiais e acabamentos. Temos 393 anos de história na fabricação de pratos, um espectro mais amplo possível de bateristas jovens e prominentes, e somos a única marca de pratos feitos nos Estados Unidos. Temos uma equipe formidável no mundo inteiro, como também os melhores distribuidores.
Poderiam comentar sobre alguma tendência recente na indústria?
CZ: Tamanhos maiores e mais finos e sons mais escuros têm passado a ser mais populares nos últimos anos, mas, como tudo, isso pode mudar rapidamente. Embora tenhamos uma fortaleza tremenda nas nossas linhas A e A Custom, nossos pratos K e K Custom têm sido mais populares que nunca no último ano. Também te
Dentro da fábrica da Zildjian
Atenção para cada detalhe
mos criado uma nova série de pratos de baixo volume chamados L80 que complementa nossos pratos Gen16 Buffed Bronze. Ambas as inovações se dirigem ao mercado emergente de “volume reduzido”, pois os bateristas e os professores estão mais conscientes que nunca sobre proteger sua audição.
Sempre é preciso manter a empresa atualizada. A tecnologia chegou e mudou tudo também no mundo musical. Foi por isso que lançaram uma nova geração de Gen16?
DZ: Sim, nos reinventamos de um modo ou outro. Foi muito “pioneiro” lançar um prato real que pudesse ser tocado eletronicamente. Durante anos pudemos ver que os músicos que estavam tocando baterias acústicas e eletrônicas não gostavam dos pratos, dava para perceber no modo como os tocavam, então percebemos que o mundo do eletrônico digital chegou para ficar. Não podemos estar sempre no mundo do acústico, então dissemos: “Deveríamos tentar encontrar uma maneira de desenvolver um prato que pudesse ser tocado com a música eletrônica digital”. Foi assim que começou o Gen16.
A primeira versão não foi perfeita, em parte devido à expectativa dos bateristas, que era extremamente alta; queriam tocar esses pratos e que soassem igual a qualquer outro prato Zildjian. Isso não era possível! Ainda não era possível… mas esse era nosso objetivo! Além disso, somos uma companhia acústica, então, para nós, passar ao eletrônico seria um grande passo.
Agora temos uma pessoa jovem no nosso staff, Mike Sutton, que está altamente envolvido no mundo digital. Ele pensa digitalmente e é o gerente de produtos para Gen16. Tem nos ajudado realmente a quebrar a barreira educativa, inclusive para nós mesmos, para entender como dar esse grande passo. Precisávamos de alguém que nos ajudasse com isso. CZ: Com qualquer produto revolucionário, você verá uma resistência à mudança, mas continuamos confiantes no potencial que o Gen16 ainda tem entre os bateristas que procuram sons novos e alternativos. Oferecemos
Pride Music no Brasil
No Brasil, os pratos e acessórios Zildjian são distribuídos pela Pride Music desde o segundo semestre do ano 2000, após o encerramento das atividades do distribuidor anterior (CBP – Clave Brazil Percussion, que também distribuía Pearl e Remo).
Nesses 16 anos de relacionamento, Zildjian e Pride solidificaram, atualizaram e implementaram também no Brasil as bases e conceitos mercadológicos que sempre estiveram presentes na história da Zildjian: consolidação de sua identidade de marca, inovações em produtos e investimentos em artistas, eventos, propaganda e marketing. A relação entre os departamentos de marketing e vendas de ambas as empresas é habitual, colaborativa e produtiva em todos os aspectos. No ano passado a marca realizou dois eventos de grande porte. O primeiro foi o Zildjian Day, em maio, no auditório da Unip, tradicional evento da marca que em 2015 apresentou John Tempesta, Alvaro Lopez e comemorou os 50 anos de carreira de Zé Eduardo Nazario. O segundo foi o Zildjian Camp, realizado em outubro na EM&T: um dia inteiro de workshops, treinamentos e debates com oito artistas da Zildjian Brazil — Giba Favery, Igor Willcox, Junior Vargas, Cláudio Infante, Jorge Gomes, Jean Dolabella, Marco da Costa e Christiano Galvão.
O Zildjian Team Brazil é composto de 37 bateristas, que abrangem todos os estilos e que se empenham na promoção e divulgação da marca e seus produtos, realizando shows, apresentações, workshops, vídeos e conteúdo para as redes sociais. Esse trabalho e compromisso com a marca resulta em reflexo proporcional nas redes sociais e na participação de mercado em relação às demais marcas de pratos globais. No Facebook, os números de curtidas na página oficial da Zildjian é praticamente o mesmo alcançado pela soma das outras três marcas mais representativas que disputam espaço nas lojas e no coração e mente dos consumidores. Já o número de pessoas seguindo ou falando do assunto é infinitamente maior que isso.
O mesmo se reflete também em participação de mercado. Em 2015, de acordo com dados disponíveis no site da RFB, as importações da Zildjian representaram 34% de todo o volume (em dólares) de importação de pratos no Brasil, e este valor é 78% maior que a soma das importações das outras três marcas globais. “Por tudo isso e pela excelente política de preços e marketing oferecida pela Zildjian, 100% dos pratos fabricados pela empresa estão disponíveis no Brasil, com garantia estendida de dois anos e com excelente relação em comparação aos preços praticados em lojas nos Estados Unidos. Para o consumidor, o valor de um prato no Brasil é o mesmo que se fosse comprado via internet nos Estados Unidos, transportado para o Brasil de modo oficial e com recolhimento dos impostos incidentes ao consumidor final”, de acordo com os departamentos de vendas e marketing da Pride Music.
www.pridemusic.com.br / facebook.com/ZildjianBrasil Craigie Zildjian entre os diretores da Pride Music, Mauro Martins e Lucio Grossmann
o único prato acústico-elétrico do mundo como parte do nosso sistema Gen16 e continuaremos promovendo os benefícios de um sentido superior ao tocar um prato de metal real versus um pad de prato de borracha. Sempre estamos explorando novos modos de melhorar o produto, realçar as opções de personalização e aumentar a experiência do consumidor em geral.
Isso é importante. Ter alguém que ajude no desenvolvimento de produtos, mas também no desenvolvimento de vocês como profissionais.
DZ: Sim, leva tempo desenvolver um prato assim, como também desenvolver uma cultura ou uma mudança de pensamento. Várias vezes tem acontecido de criarmos pratos que estavam adiantados para sua época. Por exemplo, fomos os primeiros a fazer efeitos especiais com cortes como o prato Remix, que não era muito popular quando o apresentamos. De repente, há uns cinco ou dez anos, todos lançaram esse tipo de prato. Às vezes você pode ser inovador, mas não é sempre no momento correto. Também pode se sentir constrangido com tantas ideias, ideias que temos internamente por parte do nosso diretor de R&D ou dos bateristas que estão aqui, outras que vêm dos nossos artistas. Às vezes temos tantas ideias que é difícil decidir em qual focar.
Segundo seu ponto de vista, como a internet tem mudado o comportamento do consumidor? Há alguns anos, ouvia-se que “os músicos não comprariam on-line porque queriam ouvir o equipamento”. O que vocês acham disso?
CZ: Sempre haverá uma grande parte de consumidores que queira ouvir os pratos antes de adquiri-los, e sempre comprarão em um lojista “de tijolo e cimento”. Contudo, a internet está se tornando cada vez mais importante para os pratos, como também para as
baquetas e acessórios. Achamos que as vendas baseadas em internet poderiam representar cerca de 20% do total em um curto período. Hoje, muitos websites oferecem envio gratuito ou inclusive devolução grátis, de modo que comprar um prato on-line acarreta um risco pequeno. Tendo dito isso, a maioria dos consumidores ainda quer a experiência pessoal de comprar em uma loja de música. DZ: Temos de reconhecer que os bateristas estão comprando de um modo diferente. Antes você nunca pensaria que se poderia comprar um som por internet, mas agora as pessoas o fazem. De fato, as pessoas compram tudo pela internet. Coisas que você não pode cheirar, nem ouvir, nem sentir, mas acho que simplesmente foi uma evolução, e uma geração diferente de consumidores que pensa diferente. Alguns nem sequer se perguntam: “Por que tenho que ir até uma loja e ouvir como soam antes de comprá-los?”. Os bateristas sempre estão procurando algo novo e temos de nos manter no ritmo com coisas frescas.
Como a Zildjian tem se preparado para enfrentar essa nova geração de consumidores?
CZ: Adotamos seguir a evolução de como nossos clientes escolhem conhecer os pratos e adquiri-los ao melhorar nossa experiência on-line com conteúdo relevante e comprometer-nos mais com o marketing por redes sociais. Continuamos trabalhando com a maior lista de artistas de qualquer companhia de pratos, desde lendas icônicas até bateristas principiantes. Estamos procurando ativamente bateristas que sejam de mais influência entre a geração emergente. Sobretudo, continuamos com nossas crenças principais, ouvimos os bateristas e segui
Já falando de um novo modo de distribuição, algumas empresas estão começando a comercializar diretamente aos consumidores. Acham que essa será uma tendência a seguir na Zildjian?
DZ: É uma coisa em que a gente tem de pensar e conversar muito, mas não é algo que gostaríamos de fazer neste momento, porque temos uma longa história e fortes associações com muitos distribuidores e dealers no mundo inteiro. Eles são os nossos olhos e ouvidos no mercado, são eles que têm uma relação direta com o consumidor. Esse é o modo pelo qual sempre dirigimos o nosso mercado, tendo um relacionamento direto e forte com eles e os lojistas, que ao mesmo tempo confiam nos fabricantes com que trabalham, como nós.
O que está acontecendo agora é que são eles que estão vendendo não só nas lojas físicas, mas também on-line, então, estão liderando o mercado. Estamos tentando descobrir como dar-lhes suporte em ambas as ações. Às vezes os ajudamos com seus sites, dando conteúdo a eles ou para as redes sociais, que é uma forma de associar-nos com eles.
Como trabalham com os acionistas para que estejam bem informados ao mesmo tempo que preparam a empresa e a família para o futuro?
CZ: A família Zildjian tem uma longa e orgulhosa herança, e está atuando no interesse da riqueza da empresa a longo prazo. Certamente Debbie e eu estamos extremamente ativas em todos os assuntos diários do negócio. Os outros membros da família que têm uma participação de propriedade são atualizados constantemente sobre a atuação e as estratégias de negócios principais por meio de comunicações estruturadas regulares, mas, com certeza, têm mos a música para ser recompensados. DZ: Sempre manteremos a parte acústica porque somos líderes nesse segmento, essa é nossa herança. Mas, para seguir sendo viáveis no mundo musical de hoje, você tem de se adaptar e também crescer.
Que outras coisas o uso da internet tem mudado na Zildjian?
DZ: Há dez ou 20 anos fazíamos muitas clínicas, muitos Zildjian Day e todas essas atuações em que os bateristas se reuniam e viam os produtos ao vivo, o que era maravilhoso, muito emocionante e muito trabalhoso. Segundo a capacidade do local, podíamos reunir cem bateristas, 500 ou até mil, mas agora que existe o YouTube, com a possibilidade de fazer e publicar vídeos nas redes, chegamos a milhões de músicos de uma vez só. Mudou nosso trabalho no sentido de que podemos atingir muito mais pessoas, mas é diferente porque nada nunca poderá substituir a música ao vivo, a experiência de estar ali e viver o momento pessoalmente, então tentamos fazer uma combinação de ambas. Ainda temos clínicas de artistas que viajam pelo mundo, ainda temos eventos em lojas varejistas, mas está se tornando mais difícil fazê-lo. Além disso, nem sempre os consumidores querem ver só dois bateristas, mas um amplo grupo com estilos diferentes, querem ver seus ídolos. O mercado tem crescido tanto que às vezes não é possível fornecer tudo em um ambiente ao vivo, então temos de depender das redes sociais e dessas ferramentas.
Alguns produtos novos Baquetas Série Gauge
Criados para todos os estilos de música, cada um dos quatro modelos da série possui um diâmetro diferente, mas com um novo formato de ponta de estilo “fusão”, um híbrido entre a popular ponta Acorn e a ponta redonda. A mudança de tamanho entre cada calibre é proporcional, com calibres 6 e 8 para baterias de volume mediano a mais baixo, e 10 e 12 para maior potência. Feitas de nogal americano, podem ser adquiridas individualmente ou em um pack de quatro. Coleção A-Avedis Signature
Reminiscente dos pratos dos anos 1950 e 1960, é uma recriação vintage dos pratos feitos por Avedis Zildjian III que se une à linha “A”, que tem formado parte do setup e de gravações de múltiplas gerações de bateristas lendários, como Gene Krupa, Papa Jo Jones, Charlie Watts e Ringo Starr, entre outros. Cada prato tem um acabamento de platina que reproduz a imagem de um prato de décadas, com amplas variações de peso entre cada diâmetro, que vem escrito embaixo da campana em gramas. Também aparece uma reprodução da assinatura de Avedis Zildjian na parte superior do prato e um logo vintage da
Zildjian por baixo. Disponíveis em modelos crash e ride de 18” a 22” e hi-hats de 14” a 16”.
Família “S”
Nova linha de pratos com liga B12 (88% cobre, 12% estanho). É uma coleção versátil, com resposta em frequência balanceada para uma ampla variedade de estilos musicais. Cada modelo apresenta um extensivo martelado e torneado, além de acabamento brilhante. É uma homenagem a Alice “Sally” Zildjian, esposa de Avedis Zildjian III e avó de Craigie e Debbie. Há 33 modelos individuais disponíveis e dois sets com diferentes tamanhos e pesos de ride, crash, hi-hat e pratos de efeitos, incluindo trash crash, china e splash.
a maior confiança em nós duas e nos diretores talentosos e apaixonados que administram a empresa. O foco tem sido, e continuará sendo, fazer o correto para os bateristas de todo tipo, e dar suporte aos nossos distribuidores e dealers de todo o mundo.
O que significa a Zildjian para vocês?
DZ: Tantas coisas! Penso primeiro em meus avós. É muito interessante quando vemos nas notícias o fluxo de imigração, as pessoas que vão para outros países. Realmente me faz pensar quão corajoso foi meu avô em reunir todas as suas coisas na Turquia, vir para a América e começar uma vida do zero. Essas são raízes muito emotivas e saber que é um negócio que começou há muito tempo em circunstâncias tão diferentes, e ver que tem progredido e tem se formado esse negócio maravilhoso, é ótimo. Outra coisa é quando vemos os bateristas que nos visitam, sejam crianças ou músicos mais experimentados, quanta alegria tocar tem trazido para suas vidas e o que isso representa para eles! É muito gratificante saber que fazemos algo que traz felicidade às pessoas. É uma sensação muito linda neste mundo atual tão difícil! CZ: Acho que falo por todos quando digo que estamos orgulhosos de ser a marca escolhida por bateristas em cada canto do mundo, e também de ser a única marca de pratos feitos nos Estados Unidos ao mesmo tempo que respeitamos os métodos do Velho Mundo na criação dos pratos mais finos. Estamos comprometidos em trabalhar de perto com os bateristas e educadores no mundo todo para fornecer os melhores instrumentos possíveis (pratos, pratos acústico-eletrônicos, baquetas) para clientes de todos os países. n
MAIS INFORMAÇÕES
www.zildjian.com www.pridemusic.com.br