Educação em Rede
Volume 2
Mediação de linguagens nas Salas de Ciências Serviço Social do Comércio Departamento Nacional Rio de Janeiro Setembro de 2012
SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO Presidência do Conselho Nacional
Antonio Oliveira Santos
Departamento Nacional Direção-Geral
Maron Emile Abi-Abib Divisão Administrativa e Financeira
João Carlos Gomes Roldão
Divisão de Planejamento e Desenvolvimento
Álvaro de Melo Salmito
Divisão de Programas Sociais
Nivaldo da Costa Pereira
Consultoria da Direção-Geral
Juvenal Ferreira Fortes Filho
PUBLICAÇÃO
PRODUÇÃO EDITORIAL
Coordenação
Assessoria de Divulgação e Promoção/DG
Christiane Caetano
Gerência de Educação e Ação Social/DPS
Maria Alice Lopes de Souza
Supervisão Editorial
Fernanda Silveira
Equipe do Projeto SESCiência
Ana Carolina de Souza Gonzalez Andres Salomon Cohen Sebilia
Projeto Gráfico
Gerência de Desenvolvimento Técnico/ Divisão de Planejamento e Desenvolvimento
Preparação e Edição
Ana Cristina Pereira (Hannah23)
Márcia Alegre Pina
Márcia Capella
Versão em Inglês
Idiomas & Cia
Organização do Evento
André Souto Witer Elizabeth Haier Maia Melo
Editoração
Ingrafoto Produções Gráficas Revisão de Texto
Elaine Bayma Clarisse Cintra
Produção Gráfica
Celso Mendonça Estagiários
Adonis Nóbrega (Produção Editorial) Thiago Oliveira (Design)
FICHA CATALOGRÁFICA Mediação de linguagens nas salas de ciências. – Rio de Janeiro : SESC, Departamento Nacional, 2012. 164 p. : 23 cm. – (Educação em rede ; v. 2) Inclui bibliografia. ISBN 978-85-89336-79-6.
1. Salas de ciências – Estudo e ensino. 2. Mediação. 3. Projeto SESCiência. I. SESC. Departamento Nacional. II. Série. CDD 507
Impresso em setembro de 2012. Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de 19/2/1998. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida sem autorização prévia por escrito do SESC — Departamento Nacional, sejam quais forem os meios e mídias empregados: eletrônicos, impressos, mecânicos, fotográficos, gravação ou quaisquer outros. ©SESC Departamento Nacional Av. Ayrton Senna, 5555 — Jacarepaguá Rio de Janeiro — RJ CEP 22775-004 Tel.: (21) 2136-5555 www.sesc.com.br
“Hoje não é o bastante dizer que estamos em rede, mas é necessário observar a própria atuação dessa rede como geradora de conteúdos dela mesma, auto-organizadora e autosselecionadora, em uma comunicação de muitos para muitos, berço da pósmodernidade ou contemporaneidade.” — Brasilina Passarelli, coordenadora científica da Escola do Futuro da Universidade de São Paulo
A educação a distância é uma realidade desde o século 19, quando o processo de ensino-aprendizagem tinha como base a troca de correspondências entre alunos e professores. Nas últimas décadas, as tecnologias de informação e de comunicação trouxeram novas perspectivas para essa atividade, fortalecendo a democratização do acesso às ações educativas e encurtando ainda mais as distâncias entre educadores e educandos. O SESC não poderia ficar à margem desse processo e, desde 2006, faz uso das tecnologias para unir em tempo real especialistas e profissionais de destaque nas áreas programáticas e as equipes das Unidades Operacionais da Entidade em todo o país, que cumprem a missão institucional em seu trabalho diário. Esse foi o pressuposto que orientou o planejamento e a realização do curso Mediação de Linguagens nas Salas de Ciências: seu papel sociocultural e inclusivo, que tem nessa publicação seu produto final, fruto da contribuição teórico-metodológica dos assessores e da experiência prática e vivencial das equipes de mediadores das Salas de Ciências do Projeto SESCiência. O presente material compila fontes de estudo para fazer pensar e repensar sobre a importância da formação continuada de profissionais e estudantes que têm como meta a popularização da Ciência, além de difundir o desempenho do SESC nas ações nacionais de divulgação científica. O estabelecimento do diálogo entre os diferentes atores envolvidos, a expressão de pensamentos e a produção compartilhada de conhecimentos transformam as ações de capacitação via videoconferência em práticas sociais significativas.
Maron Emile Abi-Abib Diretor-Geral do Departamento Nacional do SESC
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Mediação de linguagens nas Salas de Ciências
Sumário PREFÁCIO
10
INTRODUÇÃO A videoconferência na formação continuada das equipes que trabalham nas Salas de Ciências do projeto SESCiência: o diálogo simultâneo com todas as regiões do país
Ana Carolina de Souza Gonzalez, Andres Salomon Cohen Sebilia e André Souto Witer 14
Parte I: Contribuições para a popularização da Ciência: atores, funções e possibilidades Perspectivas e inovações em divulgação e educação científica Antonio Carlos Pavão
24
Conhecer, questionar, duvidar, refletir, interferir...
Fátima Brito
32
A popularização da cultura científica por meio dos Centros e Museus de Ciência – a experiência com unidades móveis
José Ribamar Ferreira
42
Museus e educação: discutindo aspectos que configuram a didática museal
Martha Marandino
54
O papel educativo dos Museus e Centros de Ciência e a contribuição desses espaços para a aprendizagem científica
Vânia Rocha
66
Parte II: O olhar institucional sobre a mediação e os mediadores Os mediadores das Salas de Ciências do projeto SESCiência: formação inicial e expectativa de atuação
Ana Carolina de Souza Gonzalez Andres Salomon Cohen Sebilia
82
Parte III: A fala coletiva das Salas de Ciências: do intangível às experiências práticas Experiência em mediação — Departamento Regional do SESC no Distrito Federal
Adrianne F. da Silva, Bruno C. A. de Azevedo, Demétrius Leão, Diogo B. Sousa, Leila da S. V. Claro, Patrícia J. C. de Souza Martins, Priscila B. de Morais e Valéria A. Sales 94
Experiência em mediação — Departamento Regional do SESC no Ceará
Adriano Wilker Barboza Vasconselos. André Henrique Barbosa de Oliveira, Átilla Mendes Evangelista, Carolina Arruda Pantaleão, Cícero Avelino Lima, Emanuela Páscoa e José Ednaldo de Araújo Filho 110 Experiência em mediação — Departamento Regional do SESC no Amapá
Dayna Filocreão Malheiros, Jorge Emilio Henrique Gomes, Korassony Del Matias Franklin e Ruthe Martins Pedroso 124 Experiência em mediação — Departamento Regional do SESC em Roraima
Aloísia Vital, Caroline Coelho, Cíntia Michelle Correa, Melanie Kaline Truquete, Natalina Gavioli e Nilza Ferreira da Silva 134
Parte IV: Depoimentos de mediadores: percepções sobre o fazer e a permanente construção Entusiasmo e companheirismo
Jaceli Eccher
144
Somos finitos
Larissa de Araújo Dias
148
Física para todos
Luís Gustavo da Silva
152
Biologia na Sala de Ciências do SESC Florianópolis
Manoela Sezerino
156
Prefรกcio
“No deserto espacial, as primeiras moléculas envolvem-se em uma ronda ininterrupta e geram, nos arredores de uma galáxia modesta, um planeta singular.” — Hubert Reeves
Singular. Assim como nosso planeta, são os esforços aqui apresentados para que o conhecimento científico seja discutido e partilhado com a população. Mas é também plural. Plural nas suas estratégias, nos seus sotaques e temas, nos seus atores. Reconhecem-se como mediadores, monitores, estagiários, acadêmicos, graduandos, estudantes... Identidades plurais, como são as responsabilidades e atribuições que lhe são designadas. Atores que vêm e vão, que mergulham em um objetivo e que se formam no dia a dia, na relação com o público e com a equipe de trabalho. É preciso olhar para si para melhor enxergar o outro. Eles têm voz. E querem falar. Contar como é enfrentar esse nobre desafio, exercitar a criatividade e descobrir que estão sempre “em processo”. Essa publicação foi pensada para disponibilizar esse legítimo espaço da interlocução. Ainda que montanhas, rios e fronteiras os separem, muitos aqui se unem, aos nossos olhos. Na introdução desta publicação, o leitor será apresentado aos resultados da ação de capacitação por videoconferência que deu origem à publicação: objetivos, temas, palestrantes, alcance e avaliação. Na parte I, será possível encontrar cinco artigos de assessores que participaram como palestrantes da referida ação. São reflexões no campo teórico que inspiram as equipes das Salas de Ciências ao estudo contínuo, à inquietação do saber e à busca de referenciais que possam embasar cada ação. A parte II aborda o olhar institucional sobre o exercício da mediação e os mediadores das Salas de Ciências, trazendo reflexões para se pensar na multiplicidade de fatores que podem impactar no desempenho dessa função. Chegando à parte III, o leitor terá contato com quatro artigos escritos pelas equipes das Salas de Ciências do Distrito Federal, do Ceará, do Amapá e de Roraima. Esforços que representam todo o país, que trazem nos seus parágrafos a vontade de contar o que fazem, o histórico e o amadurecimento das práticas, frutos de um trabalho em equipe.
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11 Prefácio
Na parte IV, quatro ex-mediadores da Sala de Ciências de Florianópolis trazem seus depoimentos pessoais e apontam as atividades desenvolvidas, apresentando suas percepções sobre o trabalho diário, contando como foi seu percurso, a mudança de olhares, a vivência e a permanente reconstrução. É para esta união de estilos, formações, discursos e ópticas que convidamos o leitor a entrar e saborear. Boa leitura!
12 Prefácio
Serviço Social do Comércio
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Introdução A videoconferência na formação continuada das equipes que trabalham nas Salas de Ciências do Projeto SESCiência: o diálogo simultâneo com todas as regiões do paísi
Trabalho apresentado durante o 62o Encontro da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência — 2010 e o I Encontro da Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência — 2011, modificado e atualizado para esta publicação por Ana Carolina de Souza Gonzalez, Andres Salomon Cohen Sebilia e André Souto Witer.
i
Importância da ação no contexto das Salas de Ciências As Salas de Ciências do Projeto SESCiência são espaços que funcionam como Centros de Ciência de pequeno porte, onde os visitantes são estimulados a interagir com os equipamentos e construir um pensamento crítico e reflexivo, com embasamento científico, com a ajuda de estagiários mediadores. As Salas de Ciências atualmente em funcionamento estão distribuídas por todas as regiões do país e suas implantações aconteceram em diferentes períodos. As equipes locais de trabalho, figuras essenciais à manutenção da proposta, recebem in loco capacitação específica dos coordenadores nacionais somente à época da inauguração. Adicionalmente, segundo a legislação vigente, o período de estágio dos mediadores é de, no máximo, dois anos, o que implica a renovação constante da equipe (SESC, 2009). Tendo em vista a impossibilidade de realizar ações presenciais de capacitação sempre que os mediadores são substituídos, foi planejada a ação de capacitação, via videoconferência, intitulada “Mediação de linguagens nas Salas de Ciências: seu papel sociocultural e inclusivo”. “Considerando as barreiras impostas pela distância e buscando estabelecer processos de comunicação que possam atender às necessidades do ensino a distância, [...] a combinação de dados, voz e imagem deve ser salientada ‘para proporcionar’ [...] uma comunicação bastante rica com troca de informações bastante intensa” (PERIOTTO; COSTA; MALDONADO, 1997). A referida ação teve como objetivo proporcionar um espaço de troca e oferecer a necessária formação continuada das equipes, garantindo, assim, o alcance dos objetivos pedagógicos das Salas de Ciências.
Organização e estrutura do curso A capacitação que aconteceu presencialmente nas instalações do Departamento Nacional do SESC usou a plataforma IPTV, implantada também em núcleos do SESC em todos os estados, e foi composta de seis encontros, ocorridos em outubro de 2009. Cada reunião teve duração aproximada de 2h15, restando 15 minutos de intervalo e 30 minutos adicionais para abertura de discussões e interação com os participantes. As aulas, com a mediação da equipe técnica do Departamento Na-
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15 Introdução
cional do SESC, foram ministradas por professores convidados, todos profissionais renomados na área da divulgação científica. A equipe de palestrantes foi composta pelo Diretor do Departamento de Popularização e Difusão de Ciência e Tecnologia do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovavão, Ildeu de Castro Moreira; pela Coordenadora do Serviço de Educação em Ciências e Saúde do Museu da Vida/Fiocruz, Vânia Rocha; pelo Diretor do Espaço Ciência de Olinda, Antônio Carlos Pavão; pelo Coordenador do Ciência Móvel — Museu da Vida/Fiocruz, José Ribamar Ferreira; pela Diretora da Casa da Ciência/UFRJ e da Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência, Fátima Brito; pela Diretora do Museu de Ciências Morfológicas/ UFMG, Maria das Graças Ribeiro; e pela Vice-Diretora da Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciência e Coordenadora do Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação não Formal e Divulgação em Ciência, Martha Marandino. Todos assinaram contratos de cessão de direitos de imagem.
16 Introdução
Esses profissionais usaram em suas palestras uma série de materiais de apoio para orientar as explanações, tais como apresentações em Power Point, trechos de vídeos, música, livros, modelos concretos, entre outros. Cada assessor sugeriu bibliografia complementar para consulta e estudo, previamente repassada às equipes. Os cinco encontros iniciais abordaram, respectivamente, as temáticas “Os Museus de Ciência e seu papel na melhoria da qualidade do ensino de Ciências”, “Perspectivas e inovações em divulgação e educação científica”, “As atividades desenvolvidas pelos mediadores”, “Inclusão nas Salas de Ciências” e “Experiências em mediação”. A última reunião foi usada para discussão entre as equipes e avaliação da ação entre os participantes em formulários pré-enviados. O formulário de avaliação reservou um espaço para autoavaliação e pesquisou também questões como relevância dos temas, oportunidade de reflexão diante da prática, aplicabilidade, qualidade do material, carga horária e organização do curso. Na avaliação de cada palestrante, o participante poderia julgar sua exposição, o domínio e a atualização e a associação da teoria com a prática.
Avaliação O curso recebeu 100 inscrições provenientes de 16 estados do país. Dos inscritos, 44 eram servidores dos SESC regionais, 40 estagiários e 16 convidados. Esse resultado foi julgado satisfatório, uma vez que as equipes das Salas de Ciências são constituídas basicamente de um coordenador local e dois estagiários mediadores por turno de atendimento. Considerando as que estão em funcionamento e a média
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de turnos de atendimentos em cada uma, o público esperado seria de aproximadamente 70 pessoas. A grande quantidade de inscrições pode denotar o interesse de profissionais do SESC de outras áreas de atuação pela temática da divulgação científica, bem como a participação de estados que ainda estão em vias de implantação de suas Salas de Ciências ou que se candidatarão a tê-las futuramente. Dos estados que não se inscreveram na ação ou se inscreveram e não participaram, 85% não têm salas implantadas nem em vias de implantação, o que pode justificar suas ausências. No entanto, todos os estados, seja em âmbito público ou privado, oferecem alguma iniciativa na área abordada no curso e, da mesma maneira, as equipes envolvidas necessitam de formação constante. Considerando-se que a ação era aberta a convidados, tais profissionais ou estagiários poderiam ter usufruído da possibilidade de contato com os renomados assessores.
INSCRIÇÕES
100
17 Introdução
14 participantes Estados 12 não participantes (85% sem Salas de Ciências)
16% Distribuição dos inscritos
44% 40%
Funcionários Estagiários Convidados
Do total de participantes inscritos, a média diária de audiência foi de 68,4 pessoas e, ao final da ação, 57 responderam ao formulário de avaliação de reação. Ressalta-se que apenas 26 participantes apresentaram, comprovadamente, frequência recomendada para certificação (mais de 70% dos encontros), o que pode estar relacionado à incompatibilidade do horário dos encontros com as outras atribuições do participante. Como todas as reuniões aconteceram no período da manhã, tal constatação fica ainda mais evidente no caso dos estagiários mediadores, que podem ser alunos de graduação no mesmo turno. Dos 57 participantes que responderam às 27 questões do formulário de avaliação, foram contabilizadas 1.541 respostas totais aos
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aspectos submetidos à apreciação, das quais 988 (64%) apresentaram a avaliação “ótimo”, 519 (34%) “bom”, 34 (2%) “regular” e nenhuma “ruim”. Adicionalmente, 100% desses participantes afirmaram indicar a referida ação a outros servidores do SESC. A
B
C
D
E
F
18 Introdução
Figura 1: Registros de diferentes momentos da ação: (A) janela na qual se apresentam os recursos de interação da ferramenta de videoconferência IPTV; (B) visão que os participantes nos estados têm durante as aulas, enquanto o Power Point está sendo usado. Na janela do recorte, a professora faz sua explanação; (C) mediação da equipe técnica do Departamento Nacional do SESC; (D) visão geral da sala onde aconteceu presencialmente a ação; (E) apresentação concreta de material criado para trabalhar de maneira tátil o tema “organelas citoplasmáticas”; (F) momento de interação com os participantes nos estados. 2
Todas as imagens foram obtidas a partir de print screen das gravações das aulas.
2
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Esses resultados traduzem a receptividade positiva da ação e o estabelecimento de um momento privilegiado para estudo e reflexão das práticas. INSCRIÇÕES
100
Média diária de audiência
68,4%
Certificados
26%
Responderam à avaliação
57%
2%
Resultado geral da avaliação (1.541 respostas a 27 questões)
34%
Ótimo Bom Regular 64%
Indicariam a ação
100%
Conclusões Sabe-se que certos tipos de ações presenciais são imprescindíveis quando se deseja uma reflexão in loco, considerando as realidades individuais, passíveis de ajustes, que levam em conta determinado contexto. Embora ainda em discussão na literatura, as necessidades locais parecem ser mais bem detectadas e as correções de possíveis desvios mais eficientemente implementadas quando é estabelecido o vínculo de proximidade. No entanto, quando são enfocadas a abrangência de atuação das Salas de Ciências, a heterogeneidade das equipes de trabalho e a renovação constante dos estagiários mediadores, é possível perceber a contribuição que a ferramenta de videoconferência pode dar à formação continuada desses atores. “Hoje a comunicação passa a assumir outro status nos processos educacionais, já que os dispositivos midiáticos tornam-se necessários para que haja uma diversidade de disponibilização e utilização da informação nos processos de ensino-aprendizagem” (PEÑA; ALLEGRETTI, 2007). Além disso, seria inviável prover presencialmente todas as equipes das salas de uma formação com esses assessores de referência se não fosse por uma metodologia a distância.
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19 Introdução
A ação apresentada materializou a possibilidade de que todos os atores das Salas de Ciências no Brasil se vissem e trocassem impressões e relatos em tempo real. Embora treinados sob a mesma proposta pedagógica e trabalhando por um objetivo comum, ainda não há um diálogo estabelecido entre as distintas equipes, caracterizando um momento privilegiado de compartilhamento de experiências. A presente publicação — que une de maneira teórico-prática artigos produzidos por cinco assessores, as realizações e experiências em mediação de cinco Departamentos Regionais e o depoimento de quatro mediadores — é o produto final dessa ação, que se constitui em apoio e inspiração para subsidiar as futuras implantações de Salas de Ciências, além de oferecer suporte para o trabalho nas salas que estão em funcionamento. Adicionalmente, esse material apresenta substrato para formação de equipes e troca de experiências entre profissionais de Centros e Museus de Ciência de todo o país, que comungam dos mesmos objetivos e trazem como missão a tarefa de popularizar os conteúdos científicos e tecnológicos. 20 Introdução
REFERÊNCIAS
PEÑA, M. D. J.; ALLEGRETTI, S. Ação docente, tecnologia e ambiente virtual de videoconferência. In: VIRTUAL EDUCA BRASIL 2007, 2007, São José dos Campos. Anais eletrônicos. São José dos Campos, 2007. Disponível em: <http://aveb.univap.br/opencms/opencms/sites/ve2007neo/ptBR/chamada/Trabalhos_Aprovados_-_Resumos_2.html>. Acesso em: 10 mar. 2011. PERIOTTO, A. J.; COSTA, G.; MALDONADO, Y. A videoconferência aplicada ao ensino a distância. Revista Tecnológica, n. 6, p. 31-42, 1997. SESC. Departamento Nacional. Modelo Programa Especial de Bolsas de Estágio: módulo de orientação para implantação e desenvolvimento. Rio de Janeiro, 2009.
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