Revista Costumes 7° edição

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Aos clientes e leitores

A Revista Costumes não espera por você, nos Mercadinhos São Luiz, à toa. Nós, que trabalhamos os textos, escolhemos os temas mais interessantes e urgentes para sua leitura. Assim, na sétima edição trazemos mais novidades para alimentar a alma, como em “Um Labirinto de Histórias”, de Valéria Dallegrave, que percorre, com muito amor pelos livros, o circuito de sebos no centro de Fortaleza. Dando um toque de humor, e muito de profissionalismo, há também as matérias com Luis Miranda, ator e humorista baiano, e Karla Karenina, a Meirinha da Escolinha do Professor Raimundo.

Não perdendo a consciência de cidadania, que cultivamos desde o início, indicamos para você os motivos pelos quais deve ser evitado o uso de sacolas plásticas e lhe apresentamos a ONG O Pequeno Nazareno, que procura mudar o mundo de algumas crianças e de suas famílias, o que transforma também o nosso... O cuidado com sua saúde está presente não só na explicação da necessidade de consumo do Ômega 3, como no esclarecimento dos hábitos indispensáveis para manter os dentes saudáveis em cada faixa etária da vida. E, indo muito além, temos a surpresa agradável de revelar o poder de um costume antigo, para seu bem estar e de seus filhos: a refeição em família. Renato Barros de Castro investiga a tradição e a generosidade da cozinha italiana aqui na capital. Do Cariri, vem um mapa da diversidade na culinária dos restau-

rantes da região. Buscando delícias saudáveis, em um texto doce e refrescante, contamos a história do sorvete e convidamos ainda a família a fazer um tour pelas diferentes sorveterias de Fortaleza. Mas se você quiser ficar em casa, cozinhando, não tem problema, nossa editora, Isabella Purcaru, provoca os chefs a oferecer releituras requintadas para as receitas juninas. Há o empreendedorismo de homens – e famílias – de visão, como o empresário Luiz Girão e a família Boris. Da adrenalina nos esportes radicais, vamos até a voz experiente de quem administra aventura e segurança: Bozoka conta sobre suas expedições de motocicleta em países estrangeiros e o método que criou para aumentar a segurança no trânsito. Se não bastasse tudo isso, também temos Rafaele Esmeraldo falando de rosas que embelezam e trazem divisas ao Ceará e, fica aqui a sugestão, são também um presente carinhoso para aquelas que devem ser lembradas durante todo o ano (não apenas no mês de maio): as mães. Melhor dizendo, como descobriu Ádria Araújo, sob a supervisão da nossa editora, as multimães modernas, que cuidam do trabalho, dos filhos, do marido, de si mesmas e até, se duvidar, do mundo... Nós, da Costumes, aproveitamos a oportunidade para desejar a você, leitor, excelentes férias e festas juninas. Para seu dia a dia, não esqueça, aproveite as deliciosas refeições em família! Boa leitura e até a próxima!

EXPEDIENTE Diretor Responsável Nazareno Albuquerque Gerente de Marketing dos Mercadinhos São Luiz Joana Ramalho

Redação Ádria Araújo (estagiária) Isabella Purcaru Renato Barros Rafaele Esmeraldo Valéria Dallegrave

Editora Chefe Isabella Purcaru

Fotografia Joselito Araújo

Revisão Editorial Valéria Dallegrave

Projeto Gráfico, Diagramação e Ilustração Marcos Lima

Revisão Ortográfica Jennifer Pereira

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COSTUMES

Produção Gráfica Carlos Araújo

Impressão Gráfica Halley

Comercial Gorette Vasconcelos Rodrigo Filho (85) 8802 3773 (85) 3261 59 99

Tiragem 20.000 exemplares

Capa - Direção de Arte Marcos Costa

Exemplares Rua Boris, 197 - Centro Fortaleza - Ceará

Agradecimento Barraca Crocobeach

A Revista Costumes é uma publicação trimestral

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>sumário

De onde vem?!

Queijos que fazem bem ao paladar e à saúde Descubra os benefícios dos queijos magros para as refeições de sua família

16

Férias

Desafiando limites no mar, no ar e na terra: esportes que fazem a vida mais radical Confira o roteiro recheado de esportes com muita adrenalina

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Dia das mães

Os sacrifícios e recompensas da multimãe moderna O depoimento de quatro mães, que contam como conseguem conciliar, no cotidiano, as inúmeras atividades

30

Me acostumei com você

Karla Karenina, humor e arte à flor da pele Os bastidores de uma vida genuinamente devotada à experiência artística

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Do Ceará para o mundo

Rosas: beleza de empreendimento cearense

Saiba mais sobre porque o Ceará é o segundo maior exportador de flores do país

42

Festas juninas

As delícias tradicionais, com requinte internacional Confira a inovação dos sabores, pelas mãos de Marco Gil, Bernard Tward, Élcio Nagano e Fernando Barroso

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COSTUMES

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>sumário

Novos costumes

54

Blogs Gourmets: a nova forma de compartilhar sabores Conheça os blogs que estão oferecendo a todos a oportunidade de ser um verdadeiro mestre cuca

Dia a dia

61

Você sabe como organizar a sua geladeira? A Revista Costumes dá as dicas para organizar de forma correta as prateleiras do seu refrigerador

Empreendedorismo

70

Luiz Prata Girão: senso de oportunidades e planejamento estratégico Conheça a experiência de vida de um dos empresários que mais se destacaram no Ceará e no Nordeste

Sabor e história

76

Sorvete, a delícia que conquistou o mundo e o Ceará Conheça mais sobre esse prazer refrescante que tem milhares de admiradores e os locais para desfrutá-lo

Arte e Cultura

Luis Miranda na peça 7 Conto – A Comédia... e muito mais

90

O humorista baiano fala sobre o sucesso de seus vários personagens em “7 Conto – A comédia”, e conta os planos para 2012

Beleza

100 www.mercadinhossaoluiz.com.br/costumes

O árduo preparo de uma miss: o Título de Mais Bela vai muito além da beleza Conheça a trajetória e a rotina da Miss Ceará 2012, Milena Ferrer, a nova escolhida para representar a beleza feminina cearense

COSTUMES

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>novidades São Luiz

São Luiz Delivery A loja virtual do São Luiz O São Luiz traz um novo projeto para atender a necessida-

impresso nas lojas. Visando sempre o melhor para o cliente, os Mercadinhos recebem as suas sugestões pelo e-mail delivery@mercadinhossaoluiz.com.br e pela fanpage no Facebook – www.facebook.com/saoluiz.

de de clientes que optam por uma compra mais ágil, sem sair de casa: o e-commerce. Há cerca de um mês, o São Luiz

Ao entrar no site o cliente informa seu CEP (para confirmar se

Delivery funciona como uma comodidade para quem não

sua residência encontra-se dentro do perímetro de entrega) e

tem tempo de ir ao supermercado.

já está apto a desfrutar do e-commerce. Para finalizar as compras, é necessário o endereço de entrega e o número do car-

O site www.saoluizdelivery.com.br traz produtos diversos

tão de crédito. As compras serão entregues na casa do cliente

das mais variadas seções, seguindo o padrão de qualidade já

em até um dia útil, com taxa de R$ 10,00 para qualquer bairro.

Sacolas sustentáveis Outra novidade nos Mercadinhos São Luiz é o uso opcional de sacolas de papel para os seus clientes que não desejarem usar as de plástico, que causam danos ao meio ambiente. O papel é um material que tem uma degradação mais rápida, devido a sua origem celulósica. Esta ação dos Mercadinhos São Luiz mostra seu comprometimento em contribuir com um mundo melhor, implantando medidas relacionadas à sustentabilidade e compartilhando responsabilidades com a sociedade, incentivando para que cada um faça sua parte. Você encontra uma matéria completa sobre a inserção das sacolas de papel nos Mercadinhos São Luiz nas páginas 80 a 82 da Revista Costumes. Não deixe de conferir!

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COSTUMES

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>voz do consumidor

Com a palavra, o cliente A cada edição, a Costumes faz questão de ouvir você

Quase todos os dias estou aqui no São Luiz lanchando ou fazendo compras com colegas e familiares. Adquiri a última edição da Revista Costumes e gostei da sua diversidade de temas, principalmente das dicas de saúde e culinária.

< Tatiana Simião

Cliente dos Mercadinhos São Luiz de Juazeiro do Norte

O que mais gosto é a parte da alimentação, as dicas de receitas. Acho que deveriam explorar mais as verduras naturais, sem agrotóxicos, a alimentação orgânica em geral.

Fernanda Fradique

Cliente dos Mercadinhos São Luiz de Fortaleza

Gosto das receitas e das

Adoro as dicas de receitas bem

reportagens que saem sobre

caseiras, muito úteis e fáceis de

assuntos variados. A revista

fazer. Prefiro as que não tem

já é bem diversificada, não

tantos temperos, que a gente

tenho do que reclamar.

Alzira Alice >

Cliente dos Mercadinhos São Luiz de Fortaleza

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COSTUMES

pode até não encontrar...

Verbena Sampaio

Cliente dos Mercadinhos São Luiz de Fortaleza

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>voz do consumidor

Eu gosto das receitas, das novidades em relação às mercadorias, da diversidade. Acho tudo muito organizado, são informações que no dia a dia você não tem. Na edição passada, o que mais gostei foi da matéria sobre chocolate.

< Graça Cysne Frota Cliente dos Mercadinhos São Luiz de Fortaleza

O Mercadinho São Luiz é tudo pra mim, desde os funcionários, que atendem a gente muito bem. Aqui me sinto à vontade na hora das compras, como se estivesse em minha casa. Ultimamente venho acompanhando e me tornando fã da Revista Costumes.

Graça Moura

Cliente dos Mercadinhos São Luiz de Juazeiro do Norte

Gosto da revista como um todo: as entrevistas, às vezes algum esporte, as dicas de saúde. Na 6ª edição, adorei a reportagem do Cláudio Quinderé e da Sucré.

Aprecio ler receitas novas, dicas de saúde, bem-estar, as matérias sobre vinhos, bacalhau... mas gostaria de ver também matérias que tratassem de alimentação

A maioria dos textos é muito interessante, bem regional.

Jana Figueiredo > Cliente dos Mercadinhos São Luiz de Fortaleza

natural, diet, light.

Fátima Carvalho

Cliente dos Mercadinhos São Luiz de Fortaleza

Acho a parte da culinária a mais interessante. Para mim, deveria haver mais matérias voltadas a cosméticos, higiene pessoal. Digo

A revista é muito interessante.

isso porque tenho visto muitas

Ela consegue abordar conteú-

sobre alimentos, e no mercadinho

dos abrangentes e de utilidade.

não encontramos somente isso.

Sempre fazem uma chamada

< Marcela Passos

de capa de acordo com o período. Na edição passada, foi em

Cliente dos Mercadinhos São Luiz de Fortaleza

alusão à Páscoa... Eu, que sou chocólatra, adorei!

Sabrina Matos

Cliente dos Mercadinhos São Luiz de Fortaleza

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COSTUMES

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>no meu carrinho

Somos clientes desde quando inau-

Compro aqui o suco de uva da

gurou o São Luiz do Shopping Ben-

Casa Madeira, que só tem no

fica e sempre levamos no carrinho

São Luiz. Eu vim hoje, na realida-

leite, óleo e pão. Gostamos muito

de, comprá-lo, mas acabei levan-

de comprar frangos desossados,

do outras coisas. Gosto também

recheados, carnes finas. Procura-

das frutas e verduras, são bem

mos o São Luiz pelo preço e pelos

fresquinhas. Sou cliente desde

produtos diferenciados.

quando inaugurou, sempre fui

< Kátia e Eduardo Gurgel

muito bem atendida, me sinto em casa e já conheço os meninos pelo nome.

< Cibele Costa

Meu esposo faz a feira maior,

Normalmente compro cajuína,

com produtos de limpeza, arroz,

frutas, iogurte em garrafa, os frios

feijão. Eu, quando venho, levo

são os últimos – faço pequenas

frutas, carnes e lanches para

compras. Eu gosto mais de frutas,

meus filhos. Já faz um ano que

pois acho que as daqui são de

compro aqui, sempre gostei da

melhor qualidade e diversidade.

qualidade das frutas, as verduras

Sou cliente há uns sete meses e

também são bem frescas, além

estou satisfeita, pois os funcio-

de ser um ambiente completo,

nários sempre se dispõem a nos

tem um bom estacionamento.

atender quando pedimos.

Rosa Maria Oliveira >

Jacqueline Cysne >

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COSTUMES

O que eu mais gosto é a lancho-

Sempre levo azeite, molhos,

nete. Sempre, quando vamos

temperos, lanchinhos, verduras e

lanchar aqui, aproveitamos e

frutas, mas o que mais me agrada

compramos outras coisas. Gosto

é a variedade dos produtos de

muito das frutas também. Adoro

limpeza. Sou cliente há uns dois

a parte dos biscoitos diet, tem um

anos, todos os funcionários me

tipo que só encontro no São Luiz.

chamam pelo nome e me aten-

Quando quero fazer uma compra

dem muito bem, adoro vir nos

mais rápida, venho para cá.

Mercadinhos fazer compras.

< Janaina Moita Costa

< Marcella Braga

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>a sua receita

A empresária Maria Herbene Franca Lima, 69, é cliente dos Mercadinhos São Luiz há mais de 15 anos e afirma que lá encontra uma junção de qualidade, organização, mix dos produtos e excelentes preços. “Já me sinto em casa quando estou no São Luiz, tenho um ótimo relacionamento com todos que trabalham lá, sem distinção de cargos. Sou muito bem recebida, tanto que todas as quartas-feiras, dia de música nos Mercadinhos, me sinto na liberdade de cantar com os músicos. Sou muito honrada em estar junto a profissionais de qualidade, cantando, levando um pouco dessa energia positiva e interagindo com outros clientes. Isso me faz muito feliz”, enfatiza Herbene. Para adocicar ainda mais o paladar dos leitores, a empresária vai compartilhar a receita de Torta de Abacaxi, que degusta com as pessoas que ama, a família reunida e amigos especiais, que fizeram e fazem parte dos seus melhores dias. “É saboreando esse doce momento que me vêm a inspiração para compor e expressar nas canções toda minha alegria e felicidade. Como leitora assídua da Revista Costumes, parabenizo aos idealizadores por essa iniciativa de homenagem a nós, clientes”, diz Herbene.

Delícia em Família Ingredientes 2 abacaxis 3 ovos 2 latas de leite condensado 1 xícara de açúcar 1 lata de creme de leite

Modo de preparo Corte o abacaxi em pedaços pequenos, adicione o açúcar e leve ao fogo. Misture bem até formar o doce. Bata as gemas e adicione o leite condensado. Leve ao fogo mexendo levemente até conseguir o creme. Utilizando uma batedeira ou no modo manual, bata as claras até o ponto neve, adicione o creme de leite e misture bem. Em um pirex, coloque as camadas na sequência: de creme (gemas com leite condensado),do doce de abacaxi, e o creme em neve. Leve ao congelador ou freezer por no mínimo 2 horas.

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COSTUMES

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>a sua receita

Cliente dos Mercadinhos São Luiz e estudante de nutrição, Lara Pereira Saraiva Leão, 22, frequenta o supermercado desde criança, acompanhando a família nas compras semanais. “Gosto muito do São Luiz, por conta do conjunto: a localização, o ambiente harmonioso, os produtos de qualidade, com boa aparência, uma ampla variedade de marcas e tipos e, principalmente, pela atenção que é dada aos clientes. Sempre tem alguém perguntando como estou, se preciso de algo, o que pode ser feito para melhorar”, diz ela. Lara não deixa, também, de citar a Revista Costumes, destacando o papel da mesma no relacionamento com os clientes: “A ferramenta da revista é um modo bastante interessante de mostrar que nós não somos apenas consumidores do estabelecimento, mas fazemos parte da história do São Luiz, temos importância”. Lara conta que, na cozinha, aprecia muito preparar e saborear pratos doces com a família e os amigos. “Como sou estudante de nutrição, me preocupo muito com a questão da alimentação saudável. Procuro elaborar sobremesas que sejam ao mesmo tempo saborosas e com valor nutricional, como é o caso da salada de frutas cremosa”.

Salada de frutas cremosa Ingredientes 1 caixa de gelatina em pó sabor limão 1 caixa de gelatina em pó sabor abacaxi 1 ½ xícara de chá de água quente 1 ½ xícara de chá de água fria 1 xícara de chá de morangos lavados e cortados ao meio 1 xícara de chá de uvas verdes sem caroço 1 xícara de chá de abacaxi em cubos 1 xícara de chá de maçã sem sementes em cubos

Molho 1 pote de iogurte natural desnatado 1 colher de sopa de açúcar ou adoçante 1 colher de sopa de mel

Modo de preparo Dissolva as gelatinas na água quente e misture com a água fria. Despeje as frutas em uma forma de buraco no meio de 20 cm de diâmetro, umedecida com água, acrescentando a elas a gelatina. Leve à geladeira por 2 horas ou até ficar firme. Para o molho, misture os ingredientes indicados e reserve. Desenforme a gelatina, regue com o molho e sirva.

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>de onde vem

Queijos que fazem bem ao paladar e à saúde Para estar todos os dias na mesa da família Há diversos e deliciosos tipos de queijos no mercado. Sabo-

O Ceará possui vários produtores de queijos magros, como

reados sozinhos, com pratos frios ou quentes, eles podem

Betânia, Jaguaribe, Nutrisaúde, Dufrota, Laguna e Sabor &

fazer parte de mais de um momento do seu dia – do café da

Vida. Os Mercadinhos São Luiz, visando o bem estar de seus

manhã até o jantar, passando pela sobremesa. Mas a escolha

clientes, disponibilizam sete tipos desses queijos: minas, cot-

de sabores, texturas e aromas não depende apenas da oca-

tage, ricota de búfala, coalho light, de soja e orgânicos.

sião. Para estar diariamente a sua mesa, é preciso uma opção que agrade ao paladar e também à saúde.

A Queijaria Laguna é um dos exemplos de empresas que se preocupam com a saúde em primeiro lugar. Ao longo dos

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Assim, para acompanhar sua família nas refeições diárias,

anos, a Laguna vem dedicando especial atenção aos queijos

os mais recomendados são os queijos magros, com me-

sem maturação ou mesmo de baixa maturação (os “frescais”),

nos gordura saturada e colesterol do que os tradicionais.

sejam eles elaborados com leite bovino ou de búfala. O con-

Além disso, explica a nutricionista Anna Luiza Araújo, de-

sultor técnico em leite e derivados da Laguna, Prof. Cláudio

vem ser ricos em cálcio e proteína, fundamentais para

Guimarães, relata: “Produzimos queijo minas frescal, queijo

um bom desenvolvimento e para a manutenção de os-

minas frescal light, ricota fresca. E ainda queijo de coalho

sos, dentes e músculos.

e queijo de coalho light (ambos de baixa maturação), que

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>de onde vem

rompe um pouco com a tradição da versão tradicional nordestina, geralmente de textura bem mais firme, casca amarelada, maior perfil de gorduras e mais sal incorporado. O queijo de coalho é menos prensado, tem textura mais macia e elástica, maior umidade que o tradicional, e o teor de sal também é menor”. De acordo com Cláudio, na produção desse queijo consta o ajuste do perfil de gordura do leite, procedimento realizado utilizando uma padronizadora (filtro), que regula o teor de gordura desejada. A gordura remanescente será utilizada posteriormente em formulações de requeijões cremosos, cremes de nata, creme fresco pasteurizado, entre outros produtos. Após ter ajustado seu perfil de gorduras, o leite segue o fluxo produtivo similar ao dos queijos considerados tradicionais (elaborados com leite integral). Há 11.000 anos, a alimentação humana adulta compõe-se de leite. Na Antiguidade e na Idade Média, em que era muito difícil conservá-lo, era consumido fresco ou em forma de queijo. Depois foram desenvolvidos outros produtos, como a manteiga, o iogurte, o leite condensado, o leite em pó, o soro do leite, a caseína ou a lactose. O fato é que a maioria das civilizações já provou leite... de vaca, ou ovelha, cabra, égua, búfala, rena, e

Passo-a-passo do processo de fabricação dos queijos da empresa Dufrota.

até da fêmea do camelo, do alce e do iaque.

A ricota fresca, um dos queijos mais saudáveis para iniciar o processo fabril – totalmente inspecionado por técO consultor esclarece ainda quais são as características básicas do

nicos 100% qualificados e com vasta experiência no segmento

queijo minas frescal: “ele tem massa não prensada, baixo teor de gor-

lácteo”, relata o diretor comercial Hanley Fontenele Sindeaux.

dura, baixo nível de sal e textura muito macia. O aparecimento de soro na embalagem é comum aos queijos de alta umidade. Este nível

A Dufrota, cuja sócia proprietária é Verônica M. Mendes Rodri-

de umidade o torna menos calórico e consequentemente mais sau-

gues Frota, fornece queijo coalho e ricota fresca para os Mer-

dável. Já a ricota fresca é considerada um dos queijos mais saudáveis

cadinhos São Luiz há cinco anos. Por sua vez, produz a própria

dada a sua riqueza em lactoalbuminas, baixo teor de gorduras totais

matéria-prima, que é o leite “ordenhado mecanicamente de

e baixíssimo conteúdo de sal. Muito utilizada em dietoterapias, na

vacas sadias, confortavelmente instaladas e nutridas de forma

composição de sanduíches naturais, formulações com atributos light

balanceada, com produtos de qualidade”, ressalta Verônica.

e na culinária, em saladas e tortas.” O queijo ricota é obtido pela floculação do soro, em meio Outro fornecedor dos Mercadinhos São Luiz, a Sabor&Vida, buscando

ácido e alta temperatura. Terminado o processo, o produto

considerar as propriedades funcionais dos alimentos, trabalha também

é embalado e acondicionado em câmara fria. A sócia pro-

com tipos diferentes de queijos, como cottage, ricotone e ricotone diet.

prietária da Dufrota afirma ainda que a fabricação, realizada

“A produção inicia com um rigoroso processo de coleta de leite, através

em local fechado, impermeável, sanitizado e com equipa-

do qual a empresa já é reconhecida, pelo alto nível de exigência. Após

mentos em aço inox, fornece produtos de alta qualidade,

coletado o leite, este é transportado e avaliado internamente na fábrica,

com segurança alimentar.

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>de onde vem

ticos. “O queijo que mais cai no gosto do cliente é o minas frescal e o cottage”, afirma João. A nutricionista Anna Luiza explica: “A diferença entre os queijos tradicionais e os queijos magros é que estes retêm os mesmos nutrientes importantes (cálcio, vitaminas do complexo B e proteínas) sem, ou com baixos níveis de indesejados colesteróis, sódio e gorduras saturadas – todos prejudiciais a saúde, principalmente para pessoas com histórico de doenças cardíacas, diabetes, hipertensão e obesidade. Queijos frescos sendo colocados nas prateleiras dos Mercadinhos São Luiz

Os queijos mais indicados são todos os de búfala (por terem menos gordura natural), assim como a ricota, o cottage e os denominados light, como mussarela light, prato light, minas light”, afirma Anna Luiza. Tabela comparativa dos teores de caloria, gordura e colesterol de diversos tipos de queijos (em 100 gramas). Queijos

Calorias (Kcal)

requeijão

105

24 – 36

35

prato (lanche)

105

28 – 32

25

queijo fundido

100

24 – 32

25

mussarela

85

20 – 24

25

minas frescal

75

16 – 18

10

ricota

50

8 – 12

15

cottage cheese

30

0,5 – 4

5

Gordura (%) Colesterol (mg)

Por: Anna Luiza Araújo

E já há quem não deixe de consumir os deliciosos e saudáveis queijos magros nos Mercadinhos São Luiz. Bárbara Holanda, produtora de moda e stylist, é um exemplo de disciplina quanto a isso. Conheceu a loja porque trabalhava bem perto e costumava lanchar por lá. “Sempre tive muita facilidade de encontrar os produtos de minha preferência. Os lanches e os sushis, para mim, são os melhores. O atendimento é muito bom, sou invariavelmente tratada com muita atenção”, afir-

Nutrientes que vão para sua mesa junto com os queijos

ma Bárbara. Ela ressalta: “Os tipos de queijo magro da minha preferência, e que sempre encontro aqui, são ricota, cottage e mussarela

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O encarregado de frios da loja São Luiz no bairro Cocó, João

de búfala. Meus pratos favoritos com queijo são as saladas

Paulo Nunes de Souza, afirma que os queijos expostos aos

de verdura, acho que ficam super saborosas, em especial a

clientes são os mais frescos possíveis, de preferência do mes-

minha Salada Tropical Três Queijos, que faço em almoços de

mo dia e sempre supervisionados por economistas domés-

família, ou em reunião de amigos”:

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>de onde vem

do queijo, milho, mais queijo, tomate seco, mais queijo e, por fim, as alcaparras e os croutons.

Modo de preparo do molho* 1 xícara de chá de azeite 2 ovos 3 colheres (sopa) de maionese 1 ½ colher (sopa) de mostarda 1 colher (sopa) de vinagre balsâmico 1 limão grande 1 xícara de chá de creme de leite * Você pode juntar tudo no liquidificador e bater. Depois, é só colocar em cima da salada. Para quem prefere uma salada mais apimentada, o toque especial indicado é a pimenta calabresa ressecada.

A produtora de moda e stylist Bárbara Holanda escolhe os ingredientes para a Salada Tropical Três Queijos

Salada Tropical Três Queijos Ingredientes 1 ramo de alface de sua preferência ½ repolho branco 1 pimentão amarelo 1 pimentão verde 1 pimentão vermelho 2 tomates 100g de tomate seco 100g de croutouns 2 colheres de sopa de alcaparras ½ lata de milho verde 100g de ricota 100g mussarela de búfala 100g queijo cottage ½ xícara de chá de azeite

Modo de preparo Cortar o repolho e os pimentões em tirinhas e refogá-los juntos no azeite. Cortar o tomate e os queijos em cubinhos. Para montar, pôr a alface no fundo do pires, depois o repolho e os pimentões refogados. Em seguida, os tomates, um pouco

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>férias

Desafiando limites no mar, no ar e na terra

Esportes que fazem a

vida mais radical por Rafaele Esmeraldo

Sol, altas ondas, ventos fortes e adrenalina a todo vapor. Esse é o gosto das férias para aqueles que são loucos para ultrapassar os próprios limites, usufruindo dos diversos ambientes naturais

O Ceará, com sua bela paisagem, é recheado de opções para

No estado, há diversas opções de praias para a prática do

a prática dos esportes considerados radicais, partindo da

bodyboard e também, claro, muitos atletas, que vão do ní-

água, chegando a terra firme, e voando pelos ares. O body-

vel iniciante ao profissional com títulos locais, nacionais e

board é um deles. Antigamente conhecido no Havaí como

mundiais. Um exemplo é Patrícia Setubal, 26, que desde

paipo-board (bodyboard fabricado de madeira), o esporte era

os 11 anos se interessou pelo esporte, frequentando mais

visto pelos reis havaianos como prática da plebe (por isso se

a Praia do Futuro e o Iguape (Aquiraz) que, segundo ela

procurou fazer pranchas maiores para descer a onda “de pé”

“quando dá swell no litoral, têm os tubos mais redondos

diferenciando a prática dos reis da dos nativos, que continu-

do Ceará”. Sobre a prática, ela destaca sua admiração pela

aram se divertindo no paipo). Depois de algumas décadas,

união entre adeptos, e fala de outro motivo que a fez inte-

o engenheiro químico e surfista americano Tom Morey, que

ressar-se em adotá-la. “Tornei-me atleta em 2000 quando

morava no Havaí, aperfeiçoou a ideia dos nativos e recriou

percebi que, apesar de ser um esporte novo, o bodyboard

um paipo ao usar a primeira prancha de espuma de polietile-

ainda viria a estar entre os mais praticados”, afirma.

no, dando a ela o nome de bodyboard. Hoje, a quantidade de

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manobras que são realizadas sobre essa prancha é imensa, e

Mas você lembra da adaptação que os reis havaianos propuse-

com um grau de dificuldade cada vez maior.

ram ao paipo? Já ficou fácil de perceber que ele se tornou mais

COSTUMES

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>férias

uma modalidade esportiva de muito sucesso até hoje, o surf.

O atleta cearense Messias Mailson P. da Silva (Messias Fe-

Segundo relatos, o esporte nasceu por meio do rei polinésio

lix), 26, aprendeu a surfar com 12 anos de idade. “Hoje

Tahíto. A primeira afirmação concreta da prática de que se tem

surfo diariamente na Praia do Futuro, por ser uma onda

notícia veio do navegador James Cook, que “descobriu” o arqui-

difícil mas ao mesmo tempo boa. Na Praia do Titanzinho

pélago do Havaí e viu os primeiros surfistas em ação. Ele gostou

também, por ter sido um pico que fez evoluir muito o meu

da novidade, por considerá-la uma forma de relaxamento.

surfe,” afirma Messias. E declara: “Admiro muito o esporte, pelo real contato com a natureza e por me proporcionar

As pranchas eram feitas de madeira pelos próprios esportis-

viajar sempre, conhecendo vários países e culturas dife-

tas e chegaram ao Brasil por meio de turistas e companhias

rentes, sempre me instigando a evoluir espiritualmente”.

aéreas. Em 1938, no Brasil, o surfista Osmar Gonçalves, com a

O atleta tem a convicção de que os surfistas cearenses têm

ajuda de João Roberto Suplicy Haffers e Júlio Putz, começou

um talento nato, e diz: “Busco ser um verdadeiro campeão

a fazer sua primeira prancha. Ela tinha 3,60 metros e pesava

e, um dia, quando eu parar de competir, espero ter a opor-

80 kg. As primeiras pranchas de fibra de vidro, importadas da

tunidade de revelar atletas locais, mostrando o seu poten-

Califórnia, só chegaram ao País em 1964.

cial para o mundo”.

Um dos esportes radicais que mais inovam é o kitesurf, uma mistura de windsurf com esqui, wakeboard, surf e voo livre

O parapente é a modalidade ideal para quem prefere voar

Voos na água e no ar: do kitesurf ao parapente

2008, deixou a modalidade freestyle (estilo livre) e começou o kitewave, no qual o atleta surfa nas ondas com o kite. Bruno frequenta Praias como Taíba, Paracuru, Praia do Futuro

Os esportes radicais são completamente inovadores a cada

e Icaraí (Caucaia). Ele diz que a prática no Ceará é beneficiada

dia. Um deles, que resultou da mistura de outras modali-

pelo vento. “O que mais me causa admiração nesse esporte

dades, e se tornou mais popular em 1990, é o kitesurf (kite:

é o contato direto com a natureza, sentir a liberdade no ar

pipa), inventado em 1985 por dois irmãos franceses, Bruno e

e poder ultrapassar meus limites, pois cada voo me permite

Dominique Legaignoux.

estar onde jamais pensei que conseguiria”, conta ele.

Trata-se de uma mescla de windsurf com esqui, wakeboard,

Para quem gosta literalmente do ar, o parapente é uma mo-

surf e voo livre. O atleta desliza sobre a água em uma pran-

dalidade que permite um voo dinâmico por períodos longos,

chinha ou na prancha de wakeboard, puxado pelo kite. A

além de escolher a direção para onde quer ir e ter o controle da

pipa é construída com o mesmo material dos paraquedas,

descida. É semelhante a um paraquedas por ter uma estrutura

proporcionando velejar planando em ventos mais fracos e

flexível. O parapente foi criado no Parachute Club d’Annemasse

dar saltos nas ondas, atingindo alturas que não são possíveis

(França), em 1978, para servir de treino aos paraquedistas na

em outros esportes, como wakeboard (em que a pessoa é pu-

precisão da aterrissagem, sem necessitar do uso de um avião.

xada por uma lancha). De acordo com o piloto cearense José Flávio Moreira, “o Um dos atletas cearenses “fera” no kitesurf é Bruno Bordo-

Ceará têm vários locais excelentes para a prática do para-

vsky, 21. Ele começou a velejar em 2006 e a cada dia sua

pente, como Quixadá, Pacatuba e Tianguá. Quixadá tem

vontade de aprender e fazer manobras era maior. No final de

fortes atividades térmicas e o espaço livre para subir, de

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21


>férias

dois a quatro mil metros; Pacatuba é indicada pela bri-

Com o passar do tempo, o parapente sofreu algumas adap-

sa do mar, térmicas boas, porém com teto limitado pelo

tações e foi criada outra opção de voo, o paramotor. O pa-

fluxo de aviões. Tianguá é interessante, devido ao visual

rapente necessita de uma velocidade de vento que supera

incrível do sertão setentrional e a cordilheira que se es-

os 20 km/h, dependendo do tipo de vela e de certa altura

tende até as terras do Piauí”.

para voar. O paramotor alcança essa velocidade com a força do motor e pode levantar voo de qualquer lugar plano. Os

Flávio é piloto desde 1998, e também atleta e instrutor.

motores usados podem variar: vão desde os pequenos, para

“Sempre tive muita vontade de ver o planeta do alto.

pessoas de pouco peso, aos mais poderosos, para voos du-

Seguindo o princípio de que o medo inibe as grandes

plos. A origem dos motores é, em sua grande maioria, da Eu-

descobertas, parti para o enfrentamento e o conheci-

ropa. Já o parapente pode ser o mesmo usado em voos livres.

mento do próprio medo e, assim, descobri a própria felicidade. Hoje vivo inundado de curiosidade, para ir me

“A prática do parapente ou paramotor é por si só bastante seleti-

deliciando a cada nova descoberta”, relata. Flávio ainda

va, porque as pessoas estão acostumadas mesmo é com o chão.

ressalta que os ventos fortes do Ceará são, por sua vez,

Voar ainda é novidade, além de envolver riscos. Somente quem

extremamente perigosos, contudo muito bem vindos

tem um desejo nato de voar, assumir esses riscos e, coerente-

para pilotos experientes, para realizar nos voos longos,

mente, evoluir como praticante, é que deve procurar o esporte.

os chamados cross country, que permitem voar aproxi-

Quando é apenas por admiração pessoal, ou para ser admirado

madamente 500 km.

por outrem, é melhor fazer outra coisa”, enfatiza Flávio.

O motocross é um esporte radical praticado sobre motocicletas de estilo off-road

Terra firme, mas nada monótona

O motocross é praticado sobre motocicletas de estilo off-road. Foi criado na Inglaterra e recebeu seu nome atual na Holanda e na Bélgica, em 1920. A modalidade é uma corrida de velocidade em circuito fechado sobre terreno aci-

22

Já em terra firme, há quem seja alucinado por motores, só

dentado com buracos, saltos, inclinações, curvas e obstá-

que agora com duas rodas, o motocross. Em Fortaleza, exis-

culos dos mais diversos. Existem motos variadas fabricadas

te um centro de treinamento para praticantes e pilotos de

exclusivamente para as competições de motocross, com

motocross chamado Rock Zone (Av. Dioguinho, a um quar-

geometria e suspensões especiais que dão resistência às

teirão do Hotel Vila Galé). Um dos proprietários do espaço é

imperfeições do terreno. Os pneus usados também são di-

o administrador e piloto Claudio Queiroz Rocha, 32, que se

ferenciados, objetivando aumentar a tração das motos nos

dedica ao esporte desde 2000.

terrenos molhados e gradeados.

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>férias

Sequência da prática do Le Parkour, uma atividade radical em que o praticante deve se mover de um ponto para o outro com muita rapidez

Em 2009, Claudio migrou para o FMX (estilo livre motocross). “Sempre gostei, mas meus pais não, então, quando fiz 19, comprei minha primeira moto. Após alguns anos consegui montar um centro de treinamento para mim, porque estou correndo o Campeonato Brasileiro, e para novos pilotos que desejem se profissionalizar, ou apenas melhorar suas técnicas de pilotagem”, relata Cláudio. O Rock Zone é o único centro de treinamento de motocross do Ceará. Funciona de segunda a sexta, das 16h às 20h (com iluminação), e aos sábados, das 10h às 18h. O praticante deve ter moto própria e equipamentos de proteção. A mensalidade é R$ 100,00 e a diária custa R$ 20,00. Outra modalidade muito radical é o parkour. O intuito é mover-se de um ponto para outro, o mais rápido e eficaz possível, usando especialmente as habilidades do corpo

Demonstração da prática do Le Parkour

humano. Ele foi criado para superação de obstáculos, desde galhos e pedras a paredes de concreto. O início se deu

Não adianta ter um corpo forte e a mente fraca, os dois têm

com o Método Natural de Educação Física, no século XX,

que estar em harmonia. O preconceito ainda existe devi-

por Georges Hébert. Soldados franceses, no Vietnã, acaba-

do à falta de conhecimento da arte (esporte), que deixa as

ram criando o treinamento militar parcours du combattant.

pessoas um pouco assustadas. Contudo, costumamos fazer encontros, apresentações, participamos de eventos, festas,

João Pedro Queiroz, 22, sempre praticou esportes mais con-

gravamos propagandas para divulgar”, relata João.

vencionais, mas logo teve interesse pelo parkour, motivado por um vídeo. Segundo João, em Fortaleza os treinos são

Em solo, pode-se falar ainda do skate com obstáculos, que

feitos aos sábados, no Parque das Crianças, no Parque Rio

propicia a realização de várias manobras. Tudo começou

Branco, Praça 13 de Maio, José Walter, Parangaba e em outros

quando, em 1960, surfistas da Califórnia, em épocas de maré

bairros de Fortaleza. “O maior objetivo é superar nosso limite,

baixa, queriam fazer pranchas de divertimento também para

mais mental do que físico, pois a mente é quem comanda.

as ruas. Nesta época, os skates eram muito primitivos, não

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O skatista Suênio Campos de Sousa pratica assiduamente o esporte na Pista Pública do Cocó e na Praça do CEART

>férias

O empresário e atleta de downhill Francisco de Assis Guilherme Junior pratica a modalidade desde 2001

possuíam nose nem tail (extremidades do skate), consistindo

O empresário e atleta de downhill Francisco de Assis Guilherme

apenas uma tábua com quatro rodinhas. O crescimento do

Júnior, 30, pratica essa modalidade desde 2001. “Toda quarta à

“surf no asfalto” se deu de uma maneira tão grande que mui-

noite, a Av. Santos Dumont é o nosso ‘pico’ clássico. A ladeira é

tos jovens da época se renderam ao novo esporte.

mil metros de muita curtição e ventinho batendo na cara. Tanto dá para fazer o drop (descer) curtindo as manobras, como em

O skatista Suênio Campos de Sousa, 21, pratica skate há

alta velocidade, agachado no speed. A ladeira do Cumbuco, em

sete anos. “Gosto de andar na Pista Pública do Cocó e na

termos técnicos atualmente é a melhor que temos, pois o as-

Praça do Centro de Artesanato do Ceará (Ceart), porque

falto está novo, tem uma boa inclinação e, além do mais, uma

tem variação de obstáculos e isso facilita quando a gente

poeirinha das dunas que fica por cima do asfalto e faz toda a

vai competir em qualquer lugar. Meu objetivo é ser um

diferença na hora de realizar as manobras”, afirma Guilherme.

grande skatista profissional no Ceará e no Brasil. Ah, vale ressaltar que estamos sendo beneficiados no nosso estado

O atleta ainda afirma: “Desejo difundir cada vez mais o espor-

com as construções das pistas de skate”, afirma Suênio.

te no Ceará e, quem sabe, um dia trazer uma etapa do circuito nacional pra cá. Hoje somos em torno de 500 praticantes,

24

Quer outras opções para testar sua coragem? Que tal pe-

pessoas jovens, bonitas, responsáveis, que se identificam

gar uma “prancha com rodas” mais comprida e descer uma

como uma família. O que mais prejudica a prática no Ceará

mega ladeira fazendo manobras em alta velocidade? Esse

é a falta de um local apropriado, onde não seja necessário

é o downhill-slide. Um de seus criadores foi o californiano

disputar espaço com carros. Em contrapartida, há aqueles

de Berkeley, Clifford Coleman, em 1965. Depois, ele de-

que nos param, andando de skate, e nos parabenizam por

senvolveu o slide de mão, que traz a segurança de atingir

estar praticando esportes e revitalizando espaços públicos

mais velocidade, utilizando uma espécie de freio na desci-

anteriormente ocupados pela marginalidade”.

da de ladeiras maiores e/ou bem íngremes.

E aí, vai encarar uma aventura? C

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>aventura

Bozoka ou Francisco José Façanha referência nacional em aventura na estrada

por Ádria Araújo e Isabella Purcaru Segundo o complemento do estudo “Mapa da Violência

tor Francisco José Cavalcante Façanha, de 51 anos, mostra o

2011” divulgado pelo Instituto Sangari, em 1998 foram 1.047

quão longe uma pessoa pode ir de moto para ensinar a boa

mortes de motociclistas no país, com aumento de 8.939 no

educação no trânsito.

ano de 2008. No Ceará, de acordo com os dados do Detran

26

(Departamento Estadual de Trânsito do Ceará), também no

Piloto há mais de 30 anos, Bozoka (apelido dado pelo pai a

ano de 2011, o número de acidentes em geral envolvendo

Francisco, desde os nove meses de idade) realizou os sonhos

motocicletas totaliza 9.195 (34,67% do total de 26.525), ten-

de criança: fazer longas viagens de moto, enfrentando frio e

do 930 vítimas fatais (44,48% do total de 2.091). Com o qua-

calor, percorrendo vários lugares em expedições e competições

dro pintado (predominando a cor vermelha), é mais do que

mundo afora. Sua sistemática é a seguinte: rodar com 80 ou 100

bem vindo o exemplo dado por Bozoka, que alia uma vida

km/h no máximo, durante três dias, parando no quarto. Para pe-

aventureira com a solidariedade. O piloto, palestrante e escri-

gar a estrada, o horário é sagrado: das 6 da manhã até às 17h.

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>aventura

Com muita descontração, Bozoka recebeu a equipe da Re-

segurança é eficiente, recebo vários retornos de cartas e

vista Costumes para falar sobre tais expedições. A paixão

e-mails de pessoas que dizem que assistiram a minha pa-

que vem desde os seis anos de idade está exposta na sala

lestra e evitaram acidentes”, relata Bozoka.

de seu apartamento, onde ficam as duas motos pelas quais tem afeição maior: uma Sundown 125 cilindradas, usada na

O motociclista carrega consigo uma vida atípica, baseada

viagem de Manaus – Oiapoque ao Chuí – em 2005, e uma

em expedições de São Francisco, Califórnia, no ano de 1993,

Transalp Honda 600 cilindradas (que estava na reforma no

de Fortaleza para Machu Picchu – e de volta para Fortaleza

dia da entrevista), com a qual veio da Califórnia para Forta-

– no ano 2000, do Oiapoque ao Chuí em 2005, à Antártica

leza, em 1993. Há ainda outras paixões, mais discretas, como

em 2006 – com 47 dias de viagem –, e a mais recente, até

um fusca de 1972, totalmente original, além da coleção de

Yellowknife, ao Canadá no ano passado: “O mais longe que

miniaturas de fuscas, casacos e capacetes.

viajei foi para Yellowknife. A Antártica me marcou muito

O sonho de viajar transformase em método para prevenir acidentes Mas foi o amor pelas motos que o inspirou a planejar palestras a respeito de sobrevivência no trânsito, ideia que surgiu em uma das expedições ao Peru. “Sempre quis trabalhar com palestras, então comecei a desenvolver um método. Ao longo dos anos, vi muita gente morrendo. Comecei analisando não só minha pilotagem como a dos outros. O trânsito tem uma condição bastante crítica, você lida com a vida e a morte. Então mergulhei no estudo para buscar identificar o que poderia evitar um acidente”, afirma. Depois de três anos, Bozoka havia criado o “método” batizado com seu nome. Sobre ele, explica: “O método baseia-se na antecipação, porque se você deixar para reagir, não dá muito tempo. Por exemplo, a 60 km/h você só tem dois segundos para reagir, então o que tem que aprender é a antecipar, pois assim poderá ter tempo. Alguns passos deste método são essenciais, como a consciência de sua localização geográfica, ou seja, o motociclista tem que saber o que está acontecendo em volta, na frente, atrás e dos lados”. Sua palestra já foi proferida em todo o Brasil, tendo como palco desde uma praça pública em Rio Branco, no Acre, até em um moto clube no interior de São Paulo. “Já dei palestras do Oiapoque ao Chuí, em todos os estados do Brasil, mas nunca no exterior. Penso em fazer uma versão em inglês e espanhol”, diz. E o resultado, diz ele, é satisfatório, com sua orientação muitos aprendem a andar de moto protegendo-se dos riscos de um trânsito cada vez

Em seu apartamento, Bozoka expõe uma das motocicletas que mais gosta, uma Sundown 125 cilindradas

mais caótico. “A oportunidade de levar a mensagem de

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como lugar, mas a expedição mais especial foi para Machu Picchu, ida e volta, porque eu fui sozinho. Foi uma viagem de autoconhecimento”, revela. Para Bozoka, as viagens representam o aprendizado de outras culturas, além de vivenciar o encontro com pessoas de religiões diferentes e de opiniões políticas distintas. “Levei meus filhos na última viagem, para eles aprenderem que o Ceará não é o centro do mundo. Eu acho importante o ser humano sair de onde vive, voltando depois, lógico; mas para ter o conhecimento global, ter engajamento e poder se entender como ser humano”, conta.

As pausas para escrever e o voluntariado no Lar Amigos de Jesus Ao final de cada expedição, Bozoka põe em prática outro sonho: o de escrever livros. Já lançou quatro: Na trilha dos Incas, Uma aventura gelada, Yellowknife Ice Road e Sobrevivência no Trânsito para Motociclistas. Os livros são ferramentas para angariar recursos e ajudar o Lar Amigos de Jesus, sob o comando da Irmã Conceição, do qual é voluntário desde o ano 2000. “A renda vai 100% para a conta do lar, com isso vamos ampliando o trabalho. Vai começar uma reforma agora em 2012.”, afirma. O lar abriga crianças e adolescentes com câncer, garantindo a eles solidariedade nas áreas de educação, lazer, saúde, religião, entre outras. “Eu soube da casa da Irmã Conceição e decidi ir lá conhecer. Fiquei apaixonado pelo trabalho dela, pelas crianças. Vi as necessidades delas, de seus pais, e quis dar um pouco. Isso é um trabalho de cidadania e não de caridade”, declara. Para continuar com seu trajeto, e ter mais uma história para contar, ele pretende este ano mesmo ir à China: “Vou de avião e ando de moto lá, ficando uns 20 dias. Vou fazer a rota do Marco Polo, mas estou planejando ainda”. Depois de concluída a viagem, nós poderemos matar a curiosidade sobre essa nova aventura, claro, através do livro que vai contar tudo... C Bozoka enfrenta frio e calor para vencer seus obstáculos, em expedições como a de São Francisco, Califórnia, de Fortaleza para Machu Picchu, do Oiapoque ao Chui, na Antártica e no Canadá

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Serviço: Lar Amigos de Jesus Rua Ildefonso Albano, 3052 - Joaquim Távora Telefone: (85) 3226.3447

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>dia das mães

Os sacrifícios e recompensas da multimãe moderna Mãe, mulher, vaidosa, profissional, estudante... e dona de casa (ainda?)!

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por Ádria Araújo e Isabella Purcaru

Para muitas mulheres, ser mãe significa alcançar um senti-

essa plenitude também se expressa como uma sobrecarga: a

mento de plenitude. O poeta Mário Quintana expressou deli-

necessidade de assumir diversas responsabilidades ao mesmo

ciosamente isso, em poucos versos: “Mãe... são três letras ape-

tempo, ser profissional, esposa, dona de casa e mãe (no mí-

nas, as desse nome bendito: também o céu tem três letras...

nimo). Em homenagem ao Dia das Mães, a Revista Costumes

e nelas cabe o infinito”. Para o olhar amoroso do poeta, e dos

traz o depoimento de quatro mães, que contam como conse-

filhos, a mãe pode ser comparada ao céu, sim. Mas hoje em dia

guem conciliar, no cotidiano, as inúmeras atividades.

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>dia das mães

A jornalista Cintia Lima confessa: é a tarefa que mais exige sacrifícios

Cintia já tem mil planos para o futuro dos três, mas está

Mãe de Yuri, 2, e dos gêmeos Luca e Iago,10, a jornalista e

que caberá a eles tomar suas próprias decisões. Ciumenta,

apresentadora Cintia Lima, 35, conta que, dentre suas tarefas

enfatiza apenas que não gostaria de vê-los namorar tão

diárias, a de ser mãe é a que mais dá prazer. Ao mesmo tempo,

cedo e complementa com uma certeza: se depender dela,

é a que mais exige sacrifícios: “Às vezes, você se dá demais e

não serão jornalistas. “Não tenho feriado, não tenho final

ainda acha que não foi o suficiente. Eu fico no trabalho, mas

de semana, exige muito. Você está em casa, mas tem de

penso nos filhos a toda hora, apesar de deixá-los com minha

ficar conectado por 24 horas, sem parar. Eu adoro minha

mãe, que me ajuda demais”, explica. Para Cintia, ser mãe é algo

profissão, mas preferia um trabalho mais calmo para os

maravilhoso: “Quando uma mulher é mãe, amadurece em to-

meninos”, admite Cintia.

preocupada mesmo em dar-lhes as ferramentas necessárias para que se tornem grandes homens, consciente de

dos os sentidos, melhora como profissional, passa a ver mais claramente as situações da vida. Ela desabrocha”, afirma.

Entre cuidar dos filhos, da casa, ir ao trabalho e até frequentar aulas de inglês pela manhã, ela inventa o tempo neces-

A jornalista comenta já ver características da sua personali-

sário para cuidar de si mesma. Segue religiosamente os

dade nos filhos, mesmo eles ainda sendo pequenos. No de

acompanhamentos do dermatologista, do fonoaudiólogo,

dois anos, identifica o espírito de liderança, apresentado por

procura manter uma alimentação saudável, usa protetor

ela, segundo conta, desde muito jovem. Os gêmeos, diz, têm

solar e bons cosméticos. E confessa: “O que eu gosto mes-

temperamento mais calmo, apesar de serem ansiosos, o que,

mo é do dia de mulherzinha, de ir ao salão, de me arrumar,

ela confessa, também faz parte do comportamento da mãe.

ficar bonita. Adoro fazer compras, também”.

Bruna: a recompensa dos sorrisos Apesar dos momentos felizes e de realização, nem tudo são flores na vida de uma mãe. A jovem empresária Bruna Waleska conta como se desdobra para estar sempre presente na vida de suas filhas: Maria Clara, 8, e Maria Gabriela, 4, conciliando trabalho e faculdade, sem esquecer de cuidar do marido e dos afazeres de casa. “Meu marido sempre me ajuda com as meninas: a deixá-las no colégio, pegá-las de volta de suas atividades... mas eu procuro conciliar tudo. Só acho difícil cuidar da casa”, relata. A responsabilidade de ser mãe veio cedo para Bruna. Com 18 anos, engravidou da Maria Clara. Quatro anos depois, planejou a vinda da caçula, Maria Gabriela. Bruna vê muito de si nelas. “A Clara tem um jeitinho meigo, bem de mim. A Gabi se parece mais fisicamente comigo e suas atitudes, como a vaidade, são iguais às minhas. Elas já adoram se arrumar, se maquiar”, revela, orgulhosa. O sentimento materno, para a empresária, é sem igual. “É um amor incondicional, você tem que amar apesar de tudo, se doar completamente. Ser mãe é ter amor e doação. Eu tenho certeza que com essas duas coisas se pode ser uma

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>dia das mães

boa mãe”, afirma. E qual a recompensa? Ela diz que encon-

dou 12 kg. E conta o segredo para recuperar a forma:

tra em cada momento com as filhas. “Me sinto recompensa-

“Eu amamento muito. Faço academia, e isso ajuda a

da com um sorriso, quando chego em casa e recebo aquele

emagrecer bastante”. Além do cuidado com as filhas e

‘mamãe’ bem feliz”, confessa.

a casa, Bruna comanda ainda a grife Rouge, há mais de três anos – ao lado da sócia e irmã Melina –, atualiza as

Bruna não descuidou da beleza, nem mesmo durante

novidades de moda no blog Bruna Waleska, e também

as gestações. Em cada uma delas, a empresária engor-

cursa administração.

A chef Liliane e o “ajudante” voluntário Artur

de ciência, biologia e é muito novinho para sabermos”.

Quando a profissão exige dedicação integral, o que resta

mesmo com o passar dos anos, quando os filhos não

para as mães? Levar o filho para o local de trabalho. Esse é o

precisam mais. Quanto à recompensa por toda essa de-

caso da chef Liliane Pereira, mãe de Artur, 11, e proprietária

dicação, ela concorda com Bruna, e garante, abrindo um

do restaurante O Banquete, que tem seu interior inspirado na

sorriso: o retorno é diário.

A chef define o sentimento de ser mãe como de ter plenitude, generosidade, doação gratuita para a vida toda,

obra de Platão. Liliane veio de Recife até Fortaleza em 2007, carregando em seu currículo a vasta experiência de trabalho em diversos estabelecimentos. Há um ano, fundou o próprio restaurante, foi quando se deparou com uma das decisões difíceis da maternidade: onde deixar o filho? A solução foi levá-lo junto ao trabalho. Sobre como concilia a profissão, o filho, o marido e o lar, a chef reflete: “Eu acho que dar conta de muitas tarefas é um grande problema para as mulheres modernas, mas se você realmente tem prazer e dedicação em tudo que está fazendo, não vai se sentir culpada em trabalhar em vez de estar com o filho, ou de estar com o filho, e não com o marido”. Liliane revela qual é a tarefa mais difícil, na sua opinião, dos deveres de uma mulher moderna: ser dona de casa. Por passar muito tempo no restaurante, ela precisa deixar de lado algumas tarefas domésticas. Fora do trabalho, a chef ainda se dedica ao estudo de Filosofia; faz parte da Nova Acrópole – organização internacional filosófica que tem como proposta a formação humana a partir de determinados conceitos, resgatando a ética e a moral, através do estudo comparado entre as grandes civilizações. Artur, que acompanha a mãe ao trabalho, conta estar acostumado com a vida agitada: acordar às 6h, ir para a escola e depois para o restaurante. Nos dias de maior movimento, ele faz questão de ajudar a mãe, mas Liliane acredita que o filho não seguirá seu ramo. “Ele gosta

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Lenita Negrão e Maria Lúcia: compartilhando a paixão pela moda

A garra no trabalho é uma característica de mãe e filha, mas a vaidade é mais da própria Lenita: “Faço tratamento de tudo o que puder ajudar: pele, corpo, cabelo, vivo

Foi com um brilho nos olhos que a empresária Lenita Negrão,

na academia”, assume. Apesar da vida atarefada, Lenita

mãe de Luciana, 40, e de Maria Lúcia, 46, conversou com a equi-

conta que concilia bem as tarefas de mãe, avó e pro-

pe da Revista Costumes, demonstrando orgulho por ter a filha

fissional, e se dedica inteiramente a todas elas: “tudo o

acompanhando-a desde a fundação da marca (que leva o nome

que faço é com amor e carinho. Vivo muito bem com as

da mãe), no sonho que iniciou como terapia e meio de vida.

minhas obrigações”.

Maria Lúcia descobriu sua vocação desde jovem, confor-

Para Lenita, ser mãe é uma dádiva de Deus, uma fase mui-

me reitera a mãe: “A moda faz parte dela, não precisou fa-

to importante na vida da mulher. A maior recompensa da

culdade para isso. É a responsável por fazer o desenho, as

vida, diz, é ver suas filhas construindo as próprias famílias.

montagens, as decorações e a criação da grife”. Para buscar

“Ver minhas filhas casadas, felizes e criando meus netos é o

inspiração e se inteirar das novidades mundiais, Maria Lúcia

que me dá alegria”. A empresária conta que no dia das mães

sempre viaja para o exterior e traz a moda internacional,

é sempre homenageada pela família. E, para que todos os

adaptada ao clima de Fortaleza. “No começo, era eu quem

filhos possam fazer o mesmo, a grife lança uma coleção

fazia as peças, mas depois que ela entrou, as coisas muda-

especial para o mês de maio, que vai ser comemorado em

ram muito”, revela Lenita.

dobro, devido ao aniversário da marca. C

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>me acostumei com vocĂŞ

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>me acostumei com você

Karla Karenina Humor e arte à flor da pele

Uma divertida conversa com a comediante, cantora, poetisa, terapeuta e atriz cearense Karla Karenina, na qual ela revela os bastidores de uma vida genuinamente devotada à experiência artística. por Renato Barros de Castro Famosa por interpretar a doméstica Meirinha no programa da TV Globo Escolinha do Professor Raimundo, com Chico

Uma fórmula chamada Paixão

Anysio, Karla Karenina começou desde cedo a revelar seu

O que era apenas diversão, entretanto, foi se tornando sé-

talento para a dramatização, o que a levaria muito além de

rio a ponto de mostrar-se como verdadeiro caminho pro-

simplesmente dar voz a uma personagem inesquecível.

fissional. Em meio às apresentações e convites surgidos, ela teria de abandonar até mesmo o curso de Pedagogia

“Na minha vida, nunca houve um ‘antes e depois’, tudo foi

para dedicar-se exclusivamente à arte. Pouco tempo de-

acontecendo ao mesmo tempo”, é assim que ela explica o fato

pois dessa escolha, veio a oportunidade de fazer o pri-

de ter passado por tantas profissões sem deixar de lado seus

meiro grande trabalho: a Escolinha do Professor Raimun-

pendores artísticos. Bailarina aos 10 anos, dançarina aos 12,

do, programa de TV que ela considera o responsável por

costumava participar de todos os festivais de música, poesia

propiciar sua verdadeira formação. “A Escolinha foi minha

e teatro do colégio onde estudou, até começar a trabalhar

grande universidade, onde pude ter realmente todos os

como secretária de político, auxiliar administrativo (primeiro

mestres comigo”, afirma.

emprego formal) e funcionária da área de telemarketing de uma empresa responsável por confeccionar listas telefônicas.

Aliada ao talento, a força de vontade de Karla foi determinante para conseguir ir além das fronteiras do estado,

Mesmo com todas essas ocupações, Karla nunca deixou faltar

no qual o mercado, para quem quer viver apenas da ati-

tempo para a “brincadeira de viver”: “sempre gostei de imitar

vidade artística, é considerado restrito. “Esse sempre foi o

vozes, desde os tempos de estudante. Foi nessa época que

grande dilema de todos que trabalham com arte no Ceará,

nasceu a voz da Meirinha e de várias outras personagens, mas

porque os bons trabalhos são esporádicos, os bons traba-

a que realmente ficou conhecida e me projetou foi a da do-

lhos. Se você não consegue chegar a um nível de TV, fica

méstica. Família e amigos me pediam: ‘Faz a Meirinha’, e eu me

complicado, porque não tem visibilidade. Assim, o traba-

divertia muito com isso. Entre tantas brincadeiras, uma prima

lho artístico passa a ser uma tarefa secundária na vida da

mais nova (Valéria), passou a me acompanhar em eventos ar-

pessoa. Mas acredito que, quando a gente ama muito o

tísticos e cursos (de mímica, por exemplo, com o João Netto),

que faz, uma hora isso vai ser descoberto, vai ser reconhe-

e ela deu vida à personagem Rossicléa, nascendo assim nossa

cido. A fórmula é a paixão, não tem outra. É o querer, saber

primeira apresentação em dupla, durante manifestação do

que você pode, é o amor pelo que você tem, é o desejo.

partido político do qual éramos militantes”, rememora.

Então, as coisas acontecem”, explica.

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COSTUMES

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>me acostumei com você Karla Karenina em seus diversos personagens: Meirinha, da Escolhinha do Professor Raimundo; a participação na Turma do Didi; com Bruno Mazzeo no filme Cilada.com e na companhia dos atores Murilo Rosa e Cássia Kiss, com quem contracenou, respectivamente, no filme Área Q e na novela Morde e Assopra

Para Karla, a necessidade de deixar a terra natal e trilhar um

A ficção e a realidade, a propósito, são figuras nada antagô-

caminho fora do estado a fim de se tornar um ator reconhe-

nicas na vida da atriz. Depois de interpretar uma professora

cido não é regra para o sucesso, embora ainda hoje seja o

de artes sensuais em filme dirigido por Euclides Marinho, ela

que geralmente acontece. “Infelizmente, a gente ainda tem

resolveu trazer tal experiência para a vida real e compartilhá-

que se projetar fora para ser reconhecido dentro. As coisas

-la. Foi assim que surgiu o curso “O poder feminino e as artes

estão mudando um pouco, melhorando, mas ainda temos

sensuais”, voltado para mulheres e ministrado por ela me-

poucos exemplos de pessoas que conseguem sucesso sem

diante solicitação.

sair daqui. Acredito que essa questão não diz respeito apenas a minha profissão, todas as outras enfrentam esses obs-

“É uma abordagem bem delicada, uma forma holística de ver

táculos. Dentistas e médicos, por exemplo, também costu-

a questão do erotismo, valorizando e legitimando todos os es-

mam fazer cursos e especializações internacionais para ter

tilos. Para o filme, fiz um trabalho de laboratório em cima dis-

reconhecimento”, afirma.

so, conheci professoras de verdade e caí nas graças da Regina

As mil e uma faces da mesma personagem

Racco, referência no assunto, com muitos livros publicados, que me deu força para eu trazer esse curso aqui para o Ceará”, conta. “O curso trabalha muito a autoestima, a autoconfiança, pois

Além do trabalho de atriz, que a tornou conhecida,

ser sensual, para mim, significa estar bem com tudo, seduzir

Karla Karenina é dona de versatilidade impressionante,

a vida como um todo. Desse modo, esse processo de sedu-

que a torna hábil em executar as mais diversas ativida-

ção se amplia profissionalmente, socialmente, na família, e

des. Ela já publicou livro de poesia, gravou músicas, es-

você passa a ter uma vida mais integrada com você mesmo e

tudou yoga, atuou em novelas, filmes (como a comédia

com os outros. Isso é o grande lance do curso, o mais gratifi-

Cilada.com), ministrou palestras e, atualmente, exerce

cante nos retornos que eu recebo”, enfatiza Karla.

até mesmo a função de terapeuta, dando dicas sobre sexualidade feminina.

Sobre o contato com o público, ela é só elogios. “Eu gosto de gente, gosto de receber elogios e que as pessoas venham fa-

36

Sua especialidade, como não poderia deixar de ser, é a de

lar comigo, isso é um prêmio. Recebo muitas manifestações

não se especializar: afinal, a busca por fugir das limitações

carinhosas e um grande presente na minha profissão: voltar

é questão essencial para os envolvidos com arte. “Acho

para sua terra e ser reconhecida, que é o que a gente quer. O

que sou versátil por conta da minha facilidade de encar-

grande sonho é ser reconhecido dentro de casa, na própria

nar papéis. Entender a alma humana é próprio do artista.

família, entre os amigos, na aldeia da gente, como chamam.

Se o artista não entender a alma humana, se ele não se

Tem um autor que fala que ‘quem canta sua aldeia, canta o

colocar na posição da outra pessoa, não consegue passar

mundo’, e é verdade. Voltar para essa aldeia e ser reconheci-

a verdade”, explica.

do nela é a melhor coisa do mundo”.

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>me acostumei com você

Do Ceará para o world, uma carreira movida a sonhos

“Muitas coisas que eu comentei com colegas, às vezes

Com o filme Área Q em exibição nos cinemas de todo o Brasil,

e falei a um amigo, logo na entrada, quando tocava a

produção norte-americana de ficção científica dirigida pelo

música de abertura da Escolinha: Olhe, um dia, você vai

carioca radicado em Los Angeles Gerson Sanginito, Karla Ka-

ver, a abertura do meu show também vai ter essa mú-

renina se prepara para atuar na continuação do filme Cilada.

sica!”, relembra.

brincando, aconteceram de verdade na minha vida. Fui assistir ao show do Lug de Paula, filho do Chico Anysio,

com. E garante que tem mais surpresas para 2012 que, por enquanto, precisam ficar em segredo. A verdade é que a atriz

“Outra vez, em um cinema, assistindo a um filme que eu

já tem motivos de sobra para festejar os frutos colhidos em

adorava, Dirty Dancing (Ritmo Quente), olhei pra minha

sua trajetória profissional.

colega e falei: ‘sabia que um dia você vai me ver assim numa telona bem grande?’ Era o meu sonho, meu desejo

“O título do show da Meirinha, ‘Do Ceará para o world’, levava

genuíno, e eu fugi muito desse desejo por conta das difi-

as pessoas a dizer: ‘a Meirinha foi para a Europa!’, e eu ficava

culdades. Às vezes você diz assim: ‘Acorda, bota os pés no

brincando: ‘Se eu não vou a Hollywood, Hollywood pode vir

chão.’ Tudo bem, bote os pezinhos no chão, mas a cabeça

até mim’. E olha o que aconteceu: o filme Área Q, por exemplo,

tem que estar no sonho. A gente vive do sonho, as coisas

seria gravado no Arizona, Estados Unidos, e foi filmado aqui no

só se realizam porque a gente sonhou um dia. Você olha

Ceará, em Quixadá e Quixeramobim! Nele, interpreto uma mé-

daqui pra qualquer lugar: tudo nasceu de um sonho”, afir-

dica e contracenei com Isaiah Washington, falando em inglês...

ma a atriz, que soube transformar seus sonhos pessoais

Ou seja, Hollywood veio mesmo a mim!”, comemora.

em pura realidade.

Uma declaração de carinho e admiração por Chico Anysio

Karla Karenina e o memorável Chico Anysio, na Escolinha do Professor Raimundo

Karla, que teve sua carreira incentivada por Chico Anysio, faz uma verdadeira declaração de carinho ao mestre, satisfeita por ter conseguido despedir-se dele com gratidão e amor no intervalo das gravações de uma novela no Projac: “Depois do meu pai biológico, Chico é minha referência de homem, de pai, de mestre. Ainda bem que fui digna do seu olhar, da sua atenção, dos seus pitos, das suas palavras de apoio e encorajamento. Meu coração está de luto, estou muito triste... Mas é só saudade, gratidão e amor por ele que transbordam de meu coração! Até breve, mestre, em outra morada na casa do pai celestial, onde possamos fazer graça juntos de novo! Obrigada pelas oportunidades, pelo carinho devotado a mim e a meus colegas... Obrigada por tudo! Assim seja”. [O agradecimento de Karla é feito com a mesma ênfase do sucesso que ela tem colhido na vida profissional, que a torna uma das provas vivas de que o humor, no Ceará, espalha longos galhos, qual uma árvore frondosa, e ainda vai dar muitos frutos... C

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Theodore Boris, um dos irmãos responsáveis pela expansão dos negócios para fora da França

inovação e pioneirismo por Renato Barros de Castro

As iniciativas dos Boris no mercado de comércio exterior propiciaram e implantaram inovações tecnológicas, impulsionando o desenvolvimento do Estado. A tradição no empreendedorismo passa pela origem das estruturas do Theatro José de Alencar e se mantém viva até hoje, em família.


>cearense por escolha A família foi uma das primeiras representantes da Aéropostale, uma espécie de correio internacional

A contribuição dos imigrantes na construção e na história de diversos países é inegável. Ousados e criativos, eles adaptaram-se às condições e limitações locais, impulsionando o desenvolvimento socioeconômico, muitas vezes com inovações indispensáveis. Tal qual outras regiões do Brasil, o Ceará recebeu uma contribuição significativa de povos vindos de outras partes do globo, seja da África, da Europa ou da Ásia, que transformaram, e ajudaram a construir nossa realidade atual. A capacidade de inovar por parte de quem migra está atrelada a um autêntico talento empreendedor e senso de atenção às oportunidades, que pode gerar consistentes modificações na terra eleita como novo lar. É

A casa Boris, fundada em 1870, dominou grande parte do comércio importador e exportador do Ceará

o caso dos Boris, que chegaram ao Ceará no final do século XIX, a partir da decisão dos irmãos Alphonse e Theodore de expandir os negócios da família para fora de seu país, a França. Mais tarde, outros irmãos se juntariam a eles na empreitada: Isaïe, Achille (o “Seu Boris”) e Adrien, todos provenientes da região da Alsácia-Lorena, com raízes judaicas. Muito provavelmente por conta da proximidade com a Europa e pela então baixa competitividade (se comparada a outros portos brasileiros), eles resolveram se estabelecer em Fortaleza, com o objetivo de iniciar a importação de produtos estrangeiros (principalmente franceses e ingleses) e a exportação de produtos cearenses para grandes centros comerciais do Velho Mundo. Numa época em que

Novas frentes no comércio internacional: importando trilhos de trem e exportando café

a Inglaterra assumia a vanguarda tecnológica e a França

Do outro lado, os irmãos enviavam produtos agrícolas cea-

atraía a atenção dos demais países por sua cultura e cos-

renses, como café, mamona, laranja, cera de carnaúba e al-

tumes, crescia significativamente a demanda por variados

godão, ou ainda a borracha produzida no Ceará, a partir do

produtos vindos desses dois grandes polos.

látex da maniçoba. Assim, realizavam uma intensa movimentação de intercâmbio e ajudavam a divulgar nossos produtos

Fortaleza, que vivia sua Belle Époque, era ávida por

no exterior, inclusive na América do Norte. Esse posiciona-

esse tipo de consumo, e os irmãos Boris souberam per-

mento ativo os levou a participar de importantes eventos

feitamente satisfazer tais necessidades, vislumbrando

internacionais, como a Exposição Universal de Paris (1889),

uma grande oportunidade de negócios. De Paris, fa-

e as feiras de Chicago, nos Estados Unidos (1892), e a do Rio

ziam vir produtos ligados à moda (tecidos, roupas, ar-

de Janeiro (1922).

tigos de decoração, perfumaria), enquanto providenciavam outros do Reino Unido. Através da Boris Frères

Não à toa, tornaram-se representantes de empresas de nave-

Companhia Ltda., traziam máquinas, cimento, material

gação, responsáveis não apenas pelas próprias exportações

para estradas ferroviárias e estruturas de ferro fundi-

como também pelas de outras empresas, agenciando-as. O

do, como as utilizadas na construção do Theatro José

casarão que leva o nome da família, construído em 1869,

de Alencar, dos mercados públicos de Fortaleza e da

próximo ao porto fortalezense (ao lado do antigo prédio da

Igreja do Pequeno Grande.

alfândega, na Praia de Iracema), testemunhou as chegadas

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>cearense por escolha

Charles Boris, membro da quarta geração da Família

e partidas de navios cargueiros e o fluxo dessa riqueza: na

ses, na Praia de Iracema. Os Boris doaram o terreno para

parte superior do prédio, uma torre (ainda existente) servia

a construção do primeiro aeroporto do Ceará, no Alto da

de ponto de observação, enquanto os andares inferiores ar-

Balança, e, posteriormente, tornaram-se representantes

mazenavam as mais diversas mercadorias.

da Air France em Fortaleza. De um senso empreendedor ímpar, inovaram ao investir na produção de café em Gua-

“Os irmãos Boris realizaram a inserção do Ceará no comér-

ramiranga, visando às exportações. Na área industrial,

cio internacional, possibilitando que as empresas cearenses

fabricaram móveis utilizando madeira local, construíram

tivessem acesso à tecnologia e novos produtos, graças a

uma fábrica pioneira para crepagem da borracha de ma-

essa presença inovadora”, afirma Charles Boris, pertencente

niçoba e atuaram na indústria têxtil.

à quarta geração da família. E complementa: “Eles faziam parcerias com grandes magazines da Europa, trazendo, para

A força empreendedora e a versatilidade nos negócios aumen-

as empresas daqui, de utensílios domésticos a ferramentas.

taram ainda mais com o passar das épocas, e se mantêm vivas

Além das miudezas, participavam de processos mais pesa-

até hoje, através das novas gerações. De acordo com Charles

dos, como trilhos ferroviários e até mesmo a estrutura de fer-

Boris, também empresário, esse espírito é uma das principais

ro do Theatro José de Alencar”.

marcas da família: “nós temos em comum a inclinação para os negócios e o apego ao Ceará. Isso se revela no fato de ter-

Os Boris também foram pioneiros em outro setor de gran-

mos muitas empresas fora do estado, com todas as matrizes

de importância para o desenvolvimento do Ceará: o siste-

funcionando aqui. A Boris Frères (hoje uma imobiliária), com

ma bancário. Representando o Banco do Brasil em Fortale-

quase 150 anos, ainda está em atividade, e deve ser uma das

za, Boris Frères era correspondente da maioria dos bancos

empresas mais antigas do Ceará. Além dela, tem a Lanlink (da

do Sul do país, chegando a financiar o Estado na forma de

área de informática), a Termaco (transportes), a Copral (agên-

adiantamentos sobre direitos de exportação e agencian-

cia de navegação) e a Fazenda Serra Verde (agropecuária)”.

do o primeiro empréstimo internacional do governo local para obras de saneamento, em 1915.

Depois de tantas transformações, a Fortaleza de hoje é bem diferente da cidade provinciana encontrada pelos irmãos Bo-

40

A família esteve também entre os primeiros representan-

ris quando se instalaram aqui, no final do século XIX. A con-

tes da Aéropostale (uma espécie de correio internacional),

tribuição da família foi significativa para as mudanças que,

empresa francesa pioneira na travessia do Atlântico Sul,

junto com os avanços tecnológicos, levaram nossa cidade ao

que realizou o primeiro pouso de avião em terras cearen-

encontro da tão sonhada modernidade. C

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>flores

Rosas cantadas em prosa, verso e divisas As rosas, cultivadas desde a antiguidade, estão entre as flores

“A produção de flores no Ceará se dá há aproximadamente 30

mais populares do mundo, cantadas em prosa e verso. Poe-

anos, mas só começou a ganhar força com a chegada de em-

tas e romancistas dão expressão à forma como sua delica-

presas de outros estados na região da Serra de Ibiapaba, em

deza toca os corações humanos. Elas estavam perfumando

1999. Neste período, grandes investimentos foram realizados

o balcão de Romeu e Julieta e continuam dando cor e afeto

com a implantação de estufas para a produção de rosas, bus-

especial a nossas vidas. Cada uma de suas cores – vermelho,

cando atender tanto ao mercado interno como ao externo.

branco, rosa, amarelo, chá ou lilás – traz consigo um signifi-

As exportações, que continuam até hoje, são principalmente

cado e torna-se um carinho especial para presentear a quem

para Holanda, EUA e Portugal. Com a queda do dólar, o estado

se quer bem. No Brasil, o Ceará é um dos estados que oferece

diminuiu significativamente o envio de rosas para outros pa-

essa beleza para ser compartilhada.

íses, caindo do posto que ocupava em 2009, de maior exportador do Brasil, para a terceira posição em 2011. Mesmo assim,

Para quem ainda não sabe, nosso estado é o segundo maior

houve um aumento de 52% de 2010 para 2011”.

exportador de flores do País. Contribuindo com aproxima-

42

damente 18% do que é mandado para fora, ficamos apenas

“O Ceará possui dois portos e um aeroporto, o que fa-

atrás de São Paulo, com 64,6%. Contudo, especificamente

cilita o escoamento da produção para os principais pa-

no caso das rosas, o Ceará é o terceiro colocado nas expor-

íses consumidores. As estradas estaduais encontram-se

tações, de acordo com o Engenheiro Agrônomo do Institu-

atualmente em boas condições. Porém, os produtores

to Agropolos do Ceará, Alexandre Maia. Segundo ele, atual-

têm sofrido com o transporte aéreo, pois não há rotas

mente, nesse mercado, estão em evidência bulbos, rosas e

cargueiras, o que prejudica a comercialização”, ressalta o

flores tropicais, entre outras.

Engenheiro Alexandre.

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>flores

Estufa de produção de flores no Ceará

As mãos que produzem rosas no Ceará

que “o consumo de flores em geral, pelos cearenses, tem aumentado bastante. Acreditamos que isso se deva ao fato

A maior produtora de rosas atualmente no Ceará é a Rosas

dos supermercados disponibilizarem o produto a um preço

Reijers, com 260.000 m . A empresa está no mercado há mais

bem acessível e já estarem oferecendo flores aos clientes.

de 30 anos e iniciou a sua produção no município de Holam-

Há alguns anos, havia uma tendência de maior venda de

bra (SP). Em busca de melhores condições de clima para dar

flores somente em datas como o dia das mães e o dia dos

mais qualidade ao produto, a empresa mudou a sua área de

namorados, além do Natal. Hoje, o cearense está com um

produção para Itapeva (MG). “Em 2000, o Governo do Estado

perfil de consumo mais parecido com o do europeu, que

começou a buscar empresas interessadas em investir aqui e

também compra flores para decorar a sua casa, presentear,

a convidou para conhecer a Serra da Ibiapaba, em São Bene-

fazendo com que haja uma boa saída do produto durante

dito (CE). Convite aceito, a Reijers percebeu uma nova opor-

todo o ano. E todos os tipos de rosas são bem aceitos ”.

2

tunidade para produzir, além de rosas, lisianthus, gérberas, rainhas margaridas, hipericum, gipsófila, bocas de leão, cra-

A segunda maior produtora de rosas no Ceará é a Cearosa,

vos e alstroemérias”, relata a Engenheira Agrônoma da Rosas

de 12 hectares. Foi fundada em 1999, com a compra da terra

Reijers, Camila Reijers.

na Serra da Ibiapaba. A Administradora de empresas Gabriela Selbach relata: “A ideia da Cearosa veio de meu pai, que

A Rosas Reijers produz cerca de 50 tipos de rosas de cores

já havia cultivado rosas com a família no Rio Grande do Sul,

diversas. Atualmente, está 100% voltada ao mercado inter-

por volta de 40 a 50 anos atrás. Como ele conhecia a região

no, atingindo quase todos os estados, por encontrar algu-

da Ibiapaba e sabia das condições climáticas, que seriam

mas dificuldades na infraestrutura logística no Ceará e nas

apropriadas para o cultivo, resolveu voltar para a floricultura

taxas cambiais que dificultam a exportação. Camila afirma

(trabalhava, na época, com representação de calçados). Fize-

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>flores

mos algumas exportações entre 2003 e 2005, mas nosso foco mesmo é o mercado interno, inclunido todos os estados do Brasil, em especial Amazonas, todo o Nordeste, Brasília, Rio de Janeiro e até Paraná”. A Cearosa tem mais de 30 variedades (cores) em produção e 300 em teste, e não trabalha com nenhuma outra espécie de planta ou flor. “O consumo per capta do brasileiro é, em média, R$ 10,00 por ano. Muito pouco, se compararmos com o suíço, por exemplo, que chega a 18 USD por ano. Mas temos notado que isso vem mudando nos últimos anos, por conta do aumento do poder aquisitivo das pessoas e a ascensão da classe ‘C’, que é ávida por novidades, sejam flores ou eletrodomésticos”, explica a Administradora. Quanto à exportação, Gabriela ainda afirma que “a concorrência com a rosa colombiana, equatoriana e as da África faz com que nosso produto fique caro, e como nossa logística não é essas coisas todas, eles acabam ganhando”. Na África, os custos são infinitamente menores que no Brasil e os impostos também. Em um país como a Holanda, os custos de produção são altíssimos, devido ao frio e à falta de espaço. Com relação aos outros estados do Brasil, não há grandes diferenças. Claro que, por motivos de localização dos fornecedores de insumos (a maioria no Sul/Sudeste), algumas matérias-primas para a produção podem ter custos mais elevados de frete”.

Entenda as condições naturais que fazem do Ceará o 2o maior exportador de flores do Brasil - Sol durante todo o ano, sem grandes variações de temperaturas, - Grande rentabilidade por área cultivada, - Retorno rápido do capital investido, - Grandes produções utilizando pequenas áreas, - Localização privilegiada próximo aos mercados A cadeia produtiva da exportação de flores proporciona aproximadamente 2.050 empregos diretos e indiretos.

europeu e dos EUA, - Ecossistemas distintos (serra, litoral e sertão) que possibilitam a diversidade de espécies, - Porto e Aeroporto. C

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>festas juninas

Apresentação da quadrilha Junina Babaçu na FEQUAJUCE – Federação das Quadrilhas Juninas do Ceará

Prepare-se... o arraiá está chegando! Alegre-se! Em breve, você vai poder passear novamente en-

No arraial, a dança da quadrilha é coreografada pelos “caipiras”,

tre as barraquinhas decoradas com bandeirolas coloridas,

ao som de sanfona, triângulo, cavaquinho e reco-reco. O costu-

balões e tranças de palha. E qual cearense vai ter coragem

me, trazido de Portugal especialmente para o Nordeste do País,

de dizer que nunca foi em uma festa junina, mesmo que

inclui também a realização de bingos e o casamento matuto.

só para beliscar as delícias regionais? O festejo, dedicado

46

aos santos, é típico do Nordeste rural e surgiu da crença da

“No Ceará, assim como em outros estados, essas festas fica-

população de que São João e São Pedro mandam as chuvas

ram restritas ao campo e, por volta dos anos 1930 e 1940,

para as lavouras da região árida.

quando o governo de Getúlio Vargas buscou uma unidade

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de identidade nacional, ressurgiram como peça folclórica do mês de junho, em clubes, ruas e festas dos santos juninos. As competições começaram na década de 1970, tendo como palco principal a Praça do Passeio Público, no Centro de Fortaleza. Hoje, nossas quadrilhas são consideradas as melhores do Brasil”, relata o jornalista e pesquisador espe-

movimento junino”, afirma o Presidente da Junina Babaçu,

cializado no tema, da Federação das Quadrilhas Juninas do

Francisco T. Monteiro Lima. Os participantes são seleciona-

Ceará (FEQUAJUCE), Angelo Tomasini.

dos para compor o espetáculo, passando por oficinas de dança. Hoje, o grupo tem 120 dançarinos, 10 diretores e 10

O Presidente da FEQUAJUCE, Kiko Sampaio, conta que

pessoas na equipe de produção.

os trabalhos iniciam ainda no ano anterior, por volta de setembro, quando os grupos decidem o tema e come-

Outra quadrilha já reconhecida é o Grupo Junino Arraiá Zé

çam a elaborar figurino, repertório musical, casamento,

Testinha, que surgiu em 1976 e conta já com 75 brincantes.

coreografias e cenários. Os ensaios, mesmo, acontecem a

“Acreditamos estar resgatando a cultura do cangaço e faze-

partir de janeiro. Entre os 40 a 120 dançarinos, está sem-

mos a fusão dessa com a festa junina, de maneira a manter as

pre incluído o casal de noivos, uma rainha (princesa, se

duas culturas vivas. Entendemos que as duas ajudam a cons-

for infantil), além de um marcador e a banda musical ou

truir nossa identidade. São João ainda é uma coisa lúdica, e

um trio regional.

dançar nos faz feliz”, revela o Coordenador e Marcador da Zé Testinha, Reginaldo.

“O principal evento no estado é o Festival Cearense, promovido pela Federação, que este ano realiza sua 10ª edi-

A seleção para o grupo da Zé Testinha é muito interessante:

ção, com a participação das 40 melhores quadrilhas da

“No caso das mulheres, ficam as que aguentarem a pisada

temporada, eleitas por meio das pontuações adquiridas

forte da Zé. Quanto aos homens, ficam os que passarem

em todos os demais eventos no Ceará. A campeã do Fes-

pelo toco. Existe um tronco de coqueiro em que os brincan-

tival vai para o Concurso Nacional e a vice-campeã, para

tes passam a perna no ritmo quente da Zé Testinha. É uma

o Concurso Nordestino. Já o segundo maior evento é o

espécie de desafio. Se o ‘candidato’ não passar, podemos

Festejo Ceará Junino, existente há 14 anos, realizado pelo

aproveitá-lo no casamento matuto ou em outra atividade,”

Governo do Estado”, ressalta Kiko.

diz o Coordenador.

Quadrilha com as bênçãos do padim, do cangaço e de Patativa do Assaré!

Reginaldo ainda ressalta: “Temos uma relação de amor e

Atualmente, a Junina Babaçu é considerada a melhor qua-

mos das competições, porém, trata-se bem

drilha, e defendeu o Ceará no Concurso Nacional em 2011,

mais de uma forma de nos manter em

conseguindo o terceiro lugar com o tema “Com as bênçãos

constante comunicação com outros

do meu padim, hoje sou romeiro, seguindo a procissão: cem

grupos e com nosso público, do

anos de Juazeiro, terra de fé e tradição”. A sua criação se deu

que apenas da intenção de ven-

pela iniciativa de jovens da comunidade Grande Bom Jar-

cer”. A Zé Testinha é a única qua-

dim, em 1989. Entretanto, eles fizeram uma pausa em 2002 e

drilha que dança toda segunda-

retornaram as apresentações em 2011, como grupo de arte

-feira. “Isto porque há 15 anos

popular que dança, faz teatro, compõe suas próprias músi-

fazemos parte da ‘Segunda-

cas e cria as indumentárias. “Nosso intuito é a preservação da

-Feira mais louca do Mundo’, no

manifestação popular. Agregamos pessoas diversas em prol

Pirata Bar, na Praia de Iracema”,

de um trabalho saudável e prazeroso para quem vivencia o

enfatiza Reginaldo.

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ódio com as competições. Se tivéssemos colocado como objetivo ganhar Festivais, nosso grupo teria desaparecido, como aconteceu com outros que foram por esse caminho. Claro que participa-

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Croquis dos vestidos das meninas da quadrilha Junina Babaçu em 2012

Apresentação da quadrilha Zé Testinha

D. Ana Régia com todo gás para confeccionar os vestidos

Em meio a tantos grupos, também se destaca a Quadrilha Arraiá do Patativa, que nasceu em 2000, quando alunos das escolas públicas do Município de Assaré reuniram-se visando participar dos festejos juninos do Ceará. Na cidade, era promovido o maior festival da região, mas sem a apresentação de grupos competitivos. A quadrilha é fundamentada na história de Patativa do Assaré (poeta popular, compositor, cantor e improvisador cearense). Composta por 60 jovens, entre 15 e 30 anos, de bairros em situação de precariedade cultural, o Arraiá do Patativa proporciona também a aquisi-

Os integrantes da Junina Babaçu começaram os ensaios desde janeiro

ção de conhecimentos, formação artística e mecanismos de sustentabilidade, visto que figurinistas, compositores, dire-

“Vale ressaltar que as quadrilhas realizam trabalhos nas

tores e coreógrafos são pessoas formadas no próprio grupo,

comunidades, durante todo o ano para custear as des-

através de oficinas e cursos.

pesas, por meio de rifas, bingos e eventos. Os grupos também concorrem em editais do Governo do Estado

As Quadrilhas que fazem bonito no Ceará demonstram que

e a alguns repasses municipais. No caso de Fortaleza,

ser “caipira” não é para qualquer um, é preciso dedicação, or-

a Prefeitura tem seu próprio edital e os investimentos

ganização, talento... Mas vale a pena tentar, a alegria é ga-

anuais das quadrilhas são proporcionais ao seu porte

rantida! Quer ver? Vamos lá, todos entrando de braço dado

podendo ir de R$ 15 mil a R$ 200 mil”, explica o Presi-

no arraial, as damas a esquerda dos cavalheiros, os noivos na

dente da FEQUAJUCE, Kiko Sampaio. C

frente da fila...

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>comidas juninas

com requinte internacional por Isabella Purcaru

A Revista Costumes convidou quatro chefs e os desafiou a construir uma releitura dos tradicionais pratos juninos. Confira os sabores pelas mãos de Marco Gil, Bernard Tward, Élcio Nagano e Fernando Barroso. Trazidas para o Brasil pelos portugueses, as festas juninas surgiram em comemoração à grande fertilidade da terra e às boas colheitas. Ao longo do tempo, as crenças se perderam,

Uma releitura portuguesa, com certeza

mas os sabores continuam os mesmos. As festividades do mês de junho ainda despertam água na boca: bolo de milho,

Proprietário do Restaurante Sah, eleito pela Revista Veja

de fubá, pé de moleque, canjica, milho cozido e assado, para

como o chef do ano 2011/2012, Marco Gil ensina a fazer

citar apenas alguns dos quitutes com os quais sonhamos

um creme de galinha com acompanhamentos típicos, um

nessas comemorações.

verdadeiro “caipira requintado”. O português autodidata conta que cozinhar sempre foi seu hobby. No Brasil há

Difundidas por todo o Brasil, as festas caipiras se enraizaram no

cinco anos, Marco descobriu aqui, na terra do sol, a opor-

Nordeste devido, principalmente, à cumplicidade de tradições.

tunidade de realizar o sonho juvenil de abrir o primeiro

Como junho é o mês da colheita do milho, grande parte de doces,

restaurante, que já oferece deliciosas iguarias ao público

bolos e salgados são feitos com o ingrediente. Outro componen-

há dois anos.

te que ganha destaque, em especial nos pratos doces, é o coco. Para o prato, o chef escolheu um creme de galinha como

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Apesar do ar agreste que caracteriza as festas de Santo

principal elemento. O requinte fica por conta do purê de

Antônio, São João e São Pedro, a Revista Costumes desa-

milho, pouco apresentado para os cearenses. A crocância

fiou quatro chefs para mostrar que se pode pular a foguei-

fica a cargo da farofa de pipoca e, para finalizar, uma coxa

ra com requinte, e sem perder a tradição. Vamos tentar?

de frango salteada na manteiga da terra. Veja a receita:

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Chef Marco Gil

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Chef Bernard Tward

Chef Élcio Nagano

Chef Fernando Barroso

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O toque apimentado da cuisine française Creme de galinha com purê de milho e farofa de pipoca Ingredientes

2 milhos 1 litro de água 2 cebola 2 tomate 1 alho-poró 1 pimentão Azeite a gosto 1 xícara de ervilha 500g sobrecoxa e coxa de frango Folhas de louro a gosto Páprica picante e doce a gosto Manteiga da terra Milho de pipoca

Modo de preparo

Comece com o purê de milho: cozinhe os milhos na água com sal. Depois de cozidos, corte o milho da espiga e passe no liquidificador com a água do cozimento. Leve ao fogo para engrossar, acerte o ponto do sal e reserve. Para o creme de galinha, refogue com azeite a cebola, tomate, alho, alho-poró e o pimentão. Salgue as coxas e sobrecoxas e adicione ao refogado. Coloque a páprica e a páprica doce e deixe cozinhar. Depois de pronto, reserve as coxas, em número que corresponda à quantidade de pratos a serem servidos. Desfie o frango e, para dar a liga do creme, adicione um pouco do purê de milho. Depois acrescente as ervilhas e o milho verde que foi cozido para o purê. Reserve. Para a farofa de pipoca: coloque o milho da pipoca em óleo quente, depois de estourada, passe no liquidificador. Para finalizar o prato, doure as coxas na manteiga da terra. Monte os pratos e sirva.

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COSTUMES

De nacionalidade francesa, Bernad Tward é chef corporativo do Beach Park, responsável por coordenar a atividade gastronômica do complexo, além de prestar consultoria para casas gourmets. Bernard tem uma relação íntima com nosso estado e, na companhia de Fernando Barroso e Élcio Nagano, participa da “tríade gastronômica do Ceará”. Juntos, desenvolvem um estudo sobre a comida cearense, a fim de resgatar e enaltecer os sabores da terra, e dessa maneira reafirmar, para o mundo e para os cearenses, a riqueza de nossa cozinha. As inspirações principais da receita executada por Bernard foram o milho e a rapadura, que vêm com uma pitada inovadora: a pimenta! As folhas de capim-santo e a manteiga da terra dão o toque final ao prato. Confira a receita:

Milho doce na manteiga da terra com capim-santo e rapadura calabresa Ingredientes

6 espigas de milho doce do tipo americano 2 xícaras de manteiga da terra pasteurizada 3 colheres de sopa de capim-santo fresco picado bem fino Sal a gosto Rapadura de pimenta calabresa

Modo de Preparo

Corte o milho doce em 3 a 4 pedaços iguais e cozinhe. Emulsione a 60 graus o capim-santo e uma xícara de manteiga da terra por 10 minutos. Reserve em bisnaga que permita agitar o conteúdo e tenha um bico que deixe passar a erva. Salteie o milho na frigideira com manteiga da terra. Finalize espetando cada pedaço com dois palitos, untando com manteiga, uma pitada de sal e raspas finas de rapadura calabresa. Sirva imediatamente. Para a rapadura calabresa: corte a rapadura e molhe, depois leve ao banho-maria em panela tampada. Quando começar a derreter leve ao fogo brando e mexa sem parar, até obter uma consistência líquida e lisa. Acrescente a pimenta e mexa indo e voltando para o fogo. Tire o excesso de água da forma e transfira a rapadura para o refratário.

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Arroz branco juninamente japonês Na cozinha do Restaurante Soho, o arroz-doce ganha uma versão oriental pelas mãos do chef Élcio Nagano, que está à frente do restaurante há três anos. Antes disso, ele comandou uma das primeiras casas requintadas especializada em comida oriental de Fortaleza, o extinto Kingyo, que funcionou por dez anos. Sob os olhos cuidadosos e exigentes de Élcio, o típico prato junino ganhou novo formato. A própria apresentação já encanta pela beleza, e antecipa o sabor prazeroso. A base da receita é o típico arroz de sushi, o diferencial fica por conta do acréscimo do molho doce e, para o toque de mestre, há ainda as frutas e a calda de leite condensado.

Arroz-doce Oriental Ingredientes

½ kg de arroz japonês 1 litro de leite 1 lata de leite condensado 3 colheres de sopa de açúcar Canela em pó Kiwi, morango e manga

Modo de Preparo

Cozinhe o arroz japonês em 750 ml de água, depois de pronto reserve. Para o molho: ferva um litro de leite, uma lata de leite condensado, três colheres de açúcar e canela em pó. Deixe no fogo até o ponto de tudo se dissolver. Junte o arroz reservado com 200 ml do molho. Uma dica do chef é que mexa constantemente o arroz para que fique homogêneo. Reserve o restante do molho. Quando o arroz estiver frio, molde no formato de sushi e finalize com as frutas. Monte o prato com o molho reservado, posicione os sushis e finalize com canela em pó.

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De cearense para cearense: carne de sol, purê de macaxeira e manteiga da terra Cearense da gema, filho de pais e avós nativos da terra do sol, Fernando Barroso afirma que a descoberta da gastronomia mudou radicalmente sua vida. Ele vê a prática do que considera não sua profissão, mas seu ofício, como, na verdade, um reencontro com sua verdadeira natureza criativa. E dentro da genuína cearensidade, o chef escolheu uma carne de sol com toque de requinte por conta da concentração de sal, de apenas 3% – a carne seca tradicional costuma ter até 8%. Para finalizar, com todo charme e sabor, um purê de macaxeira em berço de manteiga da terra, com capim-santo picado...

Carne de sol com purê de macaxeira Ingredientes

500g de carne do sol com cura de 3% 300g de macaxeira Manteiga da terra Sal a gosto Folhas de capim-santo bem picadinhas

Modo de preparo

Cozinhe as macaxeiras até ficarem bem macias, reserve a água. Em seguida passe-as pelo espremedor de batatas e leve novamente ao fogo com a água do cozimento, acerte o sal e reserve. Corte a carne em pedaços quadrados e grelhe até o ponto que desejar. Derreta a manteiga da terra e adicione o capim-santo picadinho. É hora de montar o prato: acomode o purê no centro e a carne sobre ele. Para finalizar, jogue ao redor do purê a solução de manteiga da terra com capim-santo. C

COSTUMES

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>blogs gourmets

Blogs Gourmets

uma nova forma de compartilhar sabores Mesmo quem não é chef de cozinha hoje se arrisca a expor seus conhecimentos na arte culinária. Mais do que uma maneira de compartilhar surpresas, rever fórmulas e descobrir novos temperos, a internet oferece a todos a chance de ser mestre cuca. por Renato Barros de Castro A internet e a proliferação sistemática dos blogs fizeram com que a troca de informações atingisse uma velocidade nunca antes imaginada. Surgiu, com isso, um território propício para se escrever sobre praticamente tudo, sem restrições ou censura. Do dia para a noite, a rede ofereceu a todos a possibilidade de tornar-se especialista nos mais diversos assuntos: moda, viagens, meditação, negócios, animais de estimação, jardinagem, e toda uma gama de interesses. E o melhor: seja qual o tema abordado, há sempre um público ávido por descobrir novidades, a qualquer hora do dia. No campo da culinária, que sempre atraiu a atenção dos meios de comunicação (incluindo a publicação de livros de receitas e programas de TV), não poderia ter sido diferente. Donas de casa e profissionais do ramo podem agora compartilhar o conhecimento garimpado ao redor do mundo, e chefs fornecem dicas preciosas para iniciantes e iniciados. Com a internet, ninguém mais está sozinho à mesa: tudo é A blogueira Izakeline Ribeiro, do blog Sabores da Cidade, em meio a suas duas diversões: cozinhar e postar

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COSTUMES

transmitido em tempo real, inclusive cursos introdutórios para os que nunca se arriscaram a cozinhar. E, para quem mora sozinho e precisa descobrir com urgência as artes de

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>blogs gourmets A blogueira Juliana Campelo, do Sim, Please se propõe a fazer um paralelo entre a culinária e a arquitetura

preparar um almoço ou jantar, a distância entre saciar a fome e permanecer na ignorância está apenas a alguns clicks: na verdade, não saber fazer algo já não serve como desculpa para deixar de entrar na cozinha. Protagonizado pela atriz Meryl Streep, o filme Julie & Julia (2009) aborda com maestria essa nova realidade. Baseada em livros de Julie Powell e Julia Child, a história retrata a vida de duas mulheres norte-americanas de gerações distintas, unidas por uma paixão em comum: a culinária. Julia

De caráter eclético, sempre atualizado, Sabores da Cidade é

(Meryl Streep), conhecida mundialmente por suas publica-

apresentado como um espaço para a divulgação de eventos

ções, é confrontada com a figura da jovem Julie (Amy Ada-

gastronômicos (principalmente no Ceará), com muitas dicas

ms), que se propõe a cozinhar todas as 524 receitas propos-

de livros, filmes, cursos, curiosidades, preços de cardápios e,

tas no livro da outra, publicando as experiências diárias na

conforme diz Izaqueline: “os melhores restaurantes, lancho-

cozinha em um blog. A atitude irá gerar resultados bastante

netes e cantinas, onde a comida só deixa uma coisa a desejar:

inesperados, como a improvável aproximação entre duas

comer mais e mais”. Contando com cerca de 300 seguidores,

formas de ver o mundo.

os comentários feitos pelos leitores tornam-se outra fonte de informação e enriquecem ainda mais o blog com receitas va-

Os blogs gourmets cearenses são destaque no mundo virtual

riadas, como um delicioso cupcake salgado de ricota e tomate

e já se tornaram fonte de pesquisa tão ou mais importante

seco ou uma macarronada de frutos do mar.

quanto os velhos livros de receitas. Autores e internautas tratam não apenas do fazer culinário, mas também dos me-

Assim como o variado Sabores da Cidade, porém com posta-

lhores lugares para aproveitar os prazeres à mesa. O blog

gens menos frequentes, o Sim, Please (www.simplease.word-

Sabores da Cidade (www.saboresdacidade.com), lançado

press.com) é dirigido por Juliana Campelo, que se apresenta

em maio de 2010, por exemplo, foi criado pela jornalista

ao visitante afirmando que em seu blog será possível encon-

Izakeline Ribeiro (que escreve para o Guia do Sabor, cader-

trar paralelos entre a culinária, a arquitetura e a vida. Juliana é

no de gastronomia do Diário do Nordeste). Izakeline, que

uma arquiteta recém-casada e aprendiz de cozinheira, que es-

se apresenta como “boa de garfo”, se propõe a dividir sem

pera “um futuro mais analógico” para as artes e para o mundo.

medo suas experiências com o público. Sobre os temas que compartilha, afirma: “Gosto de comer de tudo. Desde o que

Com faro especial direcionado a sutilezas de sabores requin-

há de mais clássico e gourmet, como foie gras (patê feito de

tados e tradicionais, Juliana se interessa pelo lado mais cria-

fígado de ganso) até o mais básico cachorro-quente de porta

tivo da culinária, mas com tudo na medida certa para fazer

de estádio. Vivo de experimentar! As boas experiências conto

realmente a diferença. Une, assim, seus dotes de arquiteta

aqui, as ruins só pessoalmente”.

e o gosto pela arte aos prazeres da mesa. Trazendo receitas

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COSTUMES

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>blogs gourmets

de pratos variados como no cuscuz do marido ou o risoto de

Além dos blogs citados aqui, existe uma enorme quantidade

gorgonzola e pera, não deixa de fora as massas e dá destaque

de outros endereços com posts sobre culinária no Ceará, a

para os doces e as sobremesas, nomeando até mesmo aque-

exemplo do Gourmet Fortaleza, Experimente Fortaleza e An-

las criadas em meio a erros e acertos na cozinha. É o caso da

dré Linheiro (gourmetfortaleza.blogspot.com, experimen-

trufa marinha de doce de leite que, segundo a autora, surgiu

tefortaleza.blogspot.com

de um pequeno erro, tal qual a famosa tarte tatin, inventada

respectivamente). Cada um explora, a seu modo, as mais va-

por duas irmãs francesas que, fazendo uma sobremesa de

riadas facetas do universo gastronômico, trazendo uma série

modo “errado”, colocando o recheio antes da massa, acaba-

de informações e novidades convidativas para quem gosta

ram por criar um prato famoso em seu país de origem.

da experiência de compartilhar conhecimentos.

e

andrelinheiro.blogspot.com,

A sorteada da promoção Sabores na sua casa, Aline Pontes, com a blogueira Izaqueline

Parceria

Sendo assim, defino o cardápio e, uma vez por mês, sorteio um leitor do blog para me receber em casa, onde eu preparo

A iniciativa de criar um blog pode levar as pessoas muito

o jantar ou o almoço com os ingredientes que pegamos no

além da simples troca de informações via internet. No Sa-

supermercado”, afirma.

bores da Cidade, por exemplo, a jornalista Izakeline Ribeiro

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criou a tag Chez sabor, onde publica sobre encontros com

E fica a dica: se antes as receitas eram verdadeiros segre-

amigos, com o objetivo de cozinhar. “A gente escolhe o car-

dos de família ou demoravam décadas para sair de uma

dápio, compra os ingredientes e depois divide com quem

cozinha para outra, hoje são transmitidas em minutos para

comeu”, explica Izakeline, que, mais tarde, decidiu oferecer

qualquer lugar do mundo, enriquecidas com a sabedoria

essa possibilidade para os leitores do blog ficando, no entan-

de cada leitor-produtor. Com tantas facilidades e vanta-

to, responsável pelos ingredientes. A partir daí, a ideia foi ain-

gens, se você ainda não está interagindo on line, comece

da mais longe, fazendo surgir a tag Sabores na Sua Casa: “Le-

logo a descobrir as novidades. Aventure-se e, quem sabe,

vei a proposta para os Mercadinhos São Luiz e eles toparam.

crie seu próprio blog culinário!

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>blogs gourmets

Risoto de gorgonzola e pera

Macarronada de frutos do mar

(por Juliana Campelo, do blog Sim, please)

(por Renata Burden, especial para o blog Sabores da Cidade)

Ingredientes

Ingredientes

2 xícaras (chá) de arroz arbóreo

200 a 250g de frutos do mar

150g de queijo gorgonzola

250g de spaghetti

Azeite de oliva para refogar a cebola

300 ml de Crème Fraîche

2 colheres (sopa) de manteiga

1 colher de sopa de manteiga (bem cheia)

1 cebola média picada

1 dente de alho (picado bem pequeno)

1 xícara (chá) de vinho branco seco

½ cebola (picada bem pequena também ou ralada)

2 tabletes de caldo de legumes

1 colher de sopa de suco de limão

2 peras médias cortadas em cubos

1 cebolinha picada 3 ou 4 colheres de chá de Dill - endro (picado)

Modo de preparo Em uma panela, deixe ferver 700 ml de água juntamente com os tabletes de caldo de legumes. Quando ferver, diminua o fogo para o mínimo, para permanecer aquecido. Em outra panela aquecida em fogo médio, coloque o azeite e refogue a cebola picada. Junte o arroz (mexendo por uns 2 minutos) e depois o vinho. Mexa bem até que o arroz fique transparente e o vinho tenha evaporado. Acrescente a água com o caldo de legumes aos poucos (uma xícara ou concha por vez), mexendo constantemente, e adicionando outra xícara de caldo somente quando a última tiver sido absorvida. Continue o processo até que o arroz esteja cozido, mas al dente (uns 15 minutos). Acrescente por último (quando faltar apenas uma concha de caldo) o gorgonzola e a pera. Nesta última concha, não deixe secar completamente o caldo. Adicione a manteiga e misture levemente. Tampe a panela e sirva em seguida. Não precisa adicionar sal, pois o queijo já é suficientemente salgado.

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Pimenta preta (moída) Sal marinho

Modo de preparar Coloque a manteiga, a cebola e o alho na panela, em fogo baixo, e cozinhe por alguns minutos, só pra dourar (ou até ficarem meio transparentes). Em seguida, lave os frutos do mar (compramos um pacote no supermercado que já vem com camarão, mexilhão e anéis de lula pré-cozidos e congelados. Fervemos água e lavamos rapidinho, na água fervida, só pra descongelar e, então, levamos à panela). Cozinhe os frutos do mar na manteiga, cebola e alho por cerca de 5 minutos e adicione o Crème Fraîche, o Dill, o sal, a pimenta preta moída, o suco de limão e a cebolinha. Deixe um pouco da cebolinha fora, para adicionar à macarronada, no final, quando estiver pronta. Cozinhe por mais uns 5-10 minutos em fogo baixo. C

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>sabores do mundo

Culinária Italiana Generosidade e tradição indiscutíveis

Famosa por reunir os mais diversos ingredientes, aromas e sabores, a cozinha italiana é verdadeira unanimidade entre especialistas e leigos de todas as partes do mundo. Por Renato Barros de Castro

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Muito além das massas e pizzas conhecidas mundo a fora, fa-

Essa mistura de identidades regionais acabou por enriquecer

cilmente adaptadas ao paladar de qualquer cultura, a tradição

ainda mais o que já se constituía em atraentes peculiaridades.

gastronômica da Itália é uma verdadeira unanimidade quando

Evoluindo através dos séculos, ao longo de mudanças sociais

se fala nos prazeres da mesa. A variedade de vinhos mundial-

e políticas, as raízes da culinária italiana se firmam desde cerca

mente famosos produzidos nesse país já oferece uma ideia das

de quatrocentos anos antes da era Cristã, recebendo significa-

inúmeras combinações dos mesmos com os pratos das diver-

tivas alterações posteriores – como na “descoberta” do “Novo

sas regiões que, no decurso de truculentos eventos históricos,

Mundo”, quando foram introduzidos na cozinha ingredientes

agruparam-se para formar a Itália como a conhecemos hoje.

até então desconhecidos pelos europeus, a exemplo do milho.

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>sabores do mundo

Com o longo processo de formação do país, o certo é que não apenas os ingredientes diferem de região para região, mas também a maneira de compor os pratos. Algumas especialidades adquiriram um caráter genuinamente nacional, enquanto outras, outrora consideradas meramente regionais, assumiram diversas variantes em outros locais do território da “bota” (formato do mapa do país). Variações à parte, o queijo e o vinho são uma espécie de regra, com papel de destaque, obedecendo a todo um rol de leis de regulamentação, a exemplo da Denominazione di origine controllata, DOC, o que demonstra como a comida, para os italianos, é muito mais que prazer: é coisa levada bem a sério. Afinal, não é à toa que esta culinária conquista os paladares mais exigentes de outras partes do mundo. Aonde quer que se vá, é muito provável encontrar um restaurante especializado que, no mínimo, sirva uma boa pizza, um dos mais famosos pratos exportados da Itália. No Brasil, os sabores provenientes de Nápoles, Florença, Roma, e Sicília foram introduzidos a partir da imigração para cá, principalmente no final do século XIX e começo do século XX. A partir daí, não demorou muito para

como bolonhesa e à base de carnes, pedem, diz ele, vi-

as especialidades caírem no gosto dos brasileiros, espalhan-

nhos tintos (da Itália, claro).

do-se pelos quatro cantos do país. Interrogado sobre o que não pode faltar na cozinha de um Entre os cearenses, os prazeres da mesa italiana não passam

autêntico italiano, Antonucci é ágil na resposta: “Massa, mo-

mesmo despercebidos, o que pode ser constatado na gran-

lho de tomate e azeite extra virgem importados”, ideia com-

de variedade de restaurantes que se propõem a fazer jus a

partilhada pelo maître Jerson Rodrigues, do Cantina Carava-

essa tradição. De acordo com Andrea Antonucci (italiano da

ggio. Para Jerson, a generosidade das porções e os sabores

região do Lácio, radicado em Fortaleza), a atração que seu

diferenciados das pastas (com massa caseira, artesanal), as-

país natal oferece, na culinária, não se deve apenas à diversi-

sim como a harmonia proporcionada pela união dos pratos

dade dos sabores, mas também ao fato de se tratar de uma

e vinhos são os motivos essenciais para o sucesso dessa culi-

comida saudável, com base na dieta mediterrânea.

nária em terras alencarinas.

Antonucci, que dirige com um conterrâneo o restaurante

“Os principais pratos que caíram no gosto dos cearenses são

La Bella Italia, na Praia de Iracema, considera que o au-

os mais tradicionais, como a lasanha e o rotolone de Parma.

mento da procura pelas especialidades italianas decorre

No dia 29 de cada mês, realizamos o ‘dia do gnocchi’, seguin-

do fato de estarem mais comuns as viagens para a Europa.

do uma tradição italiana que se espalhou nas trattorias do

“Ultimamente, muita gente está realizando viagens inter-

Brasil inteiro. Os mais pedidos são o de bolonhesa e aos

nacionais, adquirindo o costume de comer massas, em

quatro queijos, que devem ser acompanhados preferencial-

lugar de se restringir apenas ao consumo de carnes e pei-

mente por um tinto Chianti Bellosguardo, fabricado no nor-

xes”, explica. Ele conta que o prato preferido dos cearenses

te da Itália”, explica Jerson, que se despede generosamente

é o espaguete com frutos do mar, que leva lagosta, lula,

revelando os segredos de preparação do gnocchi, para você

polvo, camarão e “vongola” (molusco). Para acompanhá-

testar em casa. O italiano Andrea, por sua vez, não deixa por

-lo, sugere um Pinot Grigio, vinho branco italiano para pei-

menos: confira também, a seguir, como preparar um autênti-

xes e frutos do mar. Já massas com molho mais pesado,

co spaguetti italiano de forma simples e prática!

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>sabores do mundo

Para o molho 100g de cebola picada 50g de alho 2 colheres de azeite 200ml de leite 50g de queijo parmesão 50g de queijo gorgonzola 50g de catupiry 50g de queijo do reino

Modo de preparo 1. Massa Em um recipiente, amasse a batata e acrescente os ovos. Mexa suavemente com as mãos, acrescentando os 200g de farinha de trigo, até o ponto de a massa não grudar mais nos dedos. Polvilhe a mesa com os 50g restantes, abra a massa, colocando o parmesão no interior. Faça pequenos bolinhos com as mãos, e, com a ponta do garfo, amasse-os levemente.

>Gnocchi quatro queijos Ingredientes Para a massa 500g de batata 250g de farinha de trigo (50g à parte para polvilhar) 3 ovos inteiros 100g de queijo parmesão Para o cozimento 2 colheres de sopa de óleo 1 colher de chá de sal

2. Cozimento Para o cozimento, ferva 2 litros e meio de água, acrescentando uma colher de chá de sal e duas colheres de sopa de óleo. Pegue os bolinhos de massa e coloque-os numa escumadeira, inserindo-os dentro do recipiente com a água. O ponto de cozimento é o momento em que a fervura os fará subir para a superfície. Em seguida, tire-os da água e coloque num recipiente para esfriar. 3. Molho Refogue a cebola e o alho no azeite e, quando dourar, adicione 200ml de leite. Ao ferver, acrescente os queijos e espere o molho ficar encorpado. A seguir, regue o molho sobre a massa e basta servir.

Serviço: La Bella Italia Av. Almirante Barroso, 812 - Praia de Iracema Reservas: (85) 3219.2166

>Spaguetti pomodoro e basílico Ingredientes 1 cabeça de alho 20g de cebola 1 colher de azeite extra virgem 250g de molho de tomate italiano (pomodoro) 200g de espaguete 1 pitada de manjericão (basílico)

Modo de preparo Esquente o alho, a cebola e o azeite em uma frigideira. Em seguida, acrescente o molho de tomate pomodoro e o manjericão. Deixe esquentar. Coloque a massa numa outra panela e deixe cozinhar por cerca de 8 minutos. Tire a massa da água, coloque na frigideira com o molho e aqueça por no máximo 1 minuto. Em seguida, coloque tudo em um prato e, para finalizar, acrescente mais um pouco de manjericão e um pouco de queijo parmesão ralado. Para acompanhar, escolha um bom vinho tinto de sua preferência. C Serviço: Cantina Caravaggio Rua Professor Dias da Rocha, 199 - Varjota - Reservas: (85) 3242.4703

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>dia a dia

Você sabe como organizar a sua geladeira? por Isabella Purcaru Quem compra nos Mercadinhos São Luiz está acostumado

de carvão ou algum produto específico para esse fim,

a colocar no carrinho produtos de qualidade, selecionados

como um antiodores, na geladeira.

para suas necessidades. Mas, ao chegar em casa, você sabe a melhor forma de armazená-los? A Revista Costumes dá as

Com o refrigerador limpo, é hora de saber organizá-lo de

dicas para organizar as prateleiras do seu refrigerador.

forma correta e adequada, para os mantimentos serem bem conservados. É importante saber que as diversas áreas da ge-

Tudo começa com a limpeza correta, tanto dos alimentos

ladeira têm diferentes temperaturas. Portanto, cada produto

como do ambiente que irá recebê-los. Para isso, é importan-

alimentício, de acordo com suas características, deve ser guar-

te saber que a higienização deve ser feita semanalmente,

dado num determinado compartimento. Se isto não aconte-

retirando todas as gavetas e prateleiras removíveis. Para a

cer, podem sofrer alteração de textura, cor e sabor, ou até con-

parte interna, deve ser utilizada uma esponja macia ou um

taminação por micro-organismos, causando doenças.

pano umedecido com água e sabão neutro. Enxágue e seque bem com outro pano, limpo e seco.

É fundamental também saber qual alimento deve ser guardado o mais rápido possível na volta das compras. Você

Para a limpeza interior, pode ser utilizada também uma

deve, preferencialmente, seguir essa ordem: primeiro os

solução clorada de uma colher de sopa de água sanitária

perecíveis resfriados e refrigerados, logo após os perecíveis

para um litro de água. Se é preciso evitar odores desagra-

congelados, os perecíveis em temperatura ambiente e, por

dáveis, o indicado é deixar um limão aberto, um pedaço

último, os não perecíveis.

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>dia a dia

Colocando em prática Na gaveta superior

- Iogurtes (unidades em potes e tubinhos) - Manteiga - Requeijão - Patês (potinhos) - Queijos (tradicionais) Dica QUEIJOS - Devem ser guardados com proteção, para evitar o crescimento de mofos e o ressecamento da casca.

Na prateleira intermediária

- Carne em processo de descongelamento - Carne temperada Dica CARNE - Quando comprar a carne, já corte e coloque quantidades pequenas em saquinhos, assim, você não precisará descongelar mais do que pretende cozinhar, correndo o risco de estragá-la.

Na prateleira acima da gaveta - Frutas

Dica FRUTAS - Devem ser lavadas antes de guardadas na geladeira e colocadas em sacos plásticos ou papel filme, para evitar ressecamento. As que deixam cheiros devem ser colocadas em recipientes tampados, para não passar seu sabor a outros alimentos.

Na gaveta Inferior

- Verduras de folhas: alface, couve, repolho - Legumes: brócolis, couve-flor, berinjela, chuchu, pepino, pimentão, tomate Dica VERDURAS - Também devem ser lavadas antes de guardadas na geladeira

Higienização das frutas Antes do consumo, todas as frutas e verduras devem ser higienizadas. 1. Lave os alimentos em água corrente 2. Prepare uma solução caseira de hipoclorito de sódio (para 1L de água, utilize uma colher de sopa de água sanitária sem perfume ou hipoclorito de sódio – diluição indicada no rótulo) 3. Deixe-as de molho por uns 10 a 15 minutos 4. Enxágue em água corrente.

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COSTUMES

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>dia a dia

Na prateleira superior

- Ovos - Frios acondicionados e divididos em vasilhas - Sobremesas - Frutas cortadas e armazenadas em recipientes - Alimentos prontos para consumo - Sobras de alimentos devidamente conservadas em potes com tampas Dicas OVOS - Embora a maioria dos refrigeradores possuam compartimentos próprios para ovos na porta, este não é o lugar ideal para eles, pois é onde a refrigeração é menor. Lave-os antes de guardar, pois pode haver micro-organismos (como a salmonela) na casca. ALIMENTOS EM BANDEJAS - Retire todos os alimentos das bandejas de isopor, pois essas agem como isolantes, dificultando a refrigeração. RECIPIENTES - Para aproveitar melhor o espaço da prateleira, prefira os quadrados e retangulares, na hora de armazenar os frios. Devem ter boa vedação das tampas, evitando contaminações.

Na porta

- Leite (caixa, saco) - Sucos (em caixa ou armazenados em embalagens de vidros) - Maionese (frasco, sachê) - Ketchup (frasco, sachê) - Conservas - Temperos em conserva - Geleias - Produtos enlatados - Refrigerantes (garrafa, latas) Dicas CONSERVAS - Podem ser guardadas na porta da geladeira, junto com água e refrigerantes, pois não precisam de grande refrigeração. ENLATADOS - Só ficam na porta enquanto estiverem fechados. Depois de abertos, devem ser colocados em potes de plástico ou de vidro, já que as latas soltam oxidantes, podendo contaminar os alimentos. Fique atento ao rótulo, pois a validade do produto se modifica a partir do momento que sai da lata. Agradecimento Lojas Todeschini - Av. Sen. Virgílio Távora, 465 - Meireles www.mercadinhossaoluiz.com.br/costumes

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>qualidade de vida

O Poder da

Refeição em Família por Nívea Albuquerque

Não é mágica, mas uma maneira simples de combater a obesidade, a depressão, o consumo de drogas, melhorar a saúde e o vocabulário das crianças. 66

COSTUMES

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>qualidade de vida

O costume de comer em família pode gerar mudanças re-

“mastigar as ideias” e manter os relacionamentos fami-

ais na vida das pessoas, com benefícios para o bem estar

liares em “pratos limpos”.

físico, social, emocional e nutricional de crianças, adolescentes, adultos e idosos. As refeições em família, quando

Que tal abrir um velho livro de receitas de família, dourar

realizadas regularmente, levam o indivíduo a ingerir por-

o alho, acrescentando uma folhinha de manjericão para

ções mais adequadas de alimento. Estudos atestam, por

temperar um suculento feijão, acompanhado por um arroz

exemplo, sua associação ao hábito de consumir duas por-

quentinho em uma linda travessa de carne assada – prepa-

ções diárias a mais de frutas e vegetais.

rada com o tempero supersecreto de sua avó? Agora é só convidar quem você ama para sentir o aroma dos melho-

Um traço comum no quadro da obesidade é a rapidez com

res momentos da infância e desfrutar de um dos maiores e

que são relizadas as refeições. Esse comportamento alimen-

mais simples prazeres da vida: uma boa refeição.

tar inadequado pode ser minimizado quando promovemos um ambiente tranquilo, confortável e livre de ruídos. Comer em frente à tv ou ao computador não é recomendado, pois a falta de concentração prejudica a mastigação. As enzimas digestivas presentes na saliva devem agir iniciando o processo de digestão. Quando não mastigamos adequadamente, é prejudicada a absorção do alimento e a digestão torna-se lenta. A pouca mastigação sugere também uma maior ingestão alimentar, com o consequente aumento do consumo calórico e de peso, favorecendo a obesidade. Alimentos mal mastigados são alimentos mal absorvidos. Resumindo, a hora da refeição tem que ser realizada de forma ritualística, deve ser um momento de tranquilidade, em que os alimentos são bem mastigados, e sente-se o gosto de cada ingrediente. Isso só é possível quando torna-se a única atividade realizada no momento.

Mantenha os relacionamentos familiares em pratos limpos – e deliciosos! Experimente incluir em sua rotina as refeições em família. Não espere uma data especial para isso, pois tais encontros representam uma oportunidade de dialogar no dia a dia. São ações simples e despretensiosas como essa que trazem os maiores benefícios para a saúde e bem estar. Lembre-se de estabelecer uma periodicidade, pois do contrário os assuntos acabam por se acumular, e pode ficar difícil falar sobre tudo entre a entrada e a sobremesa. Claro, não resolveremos todas as pendências em uma refeição, mas o fato é que precisamos

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COSTUMES

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>qualidade de vida

Dicas de livros O SURPREENDENTE PODER DAS REFEIÇÕES EM FAMÍLIA, da jornalista americana Miriam Weinstein – Sobre a importância da família e o seu papel na nutrição e na formação de bons hábitos e atitudes alimentares.

COMIDA E SOCIEDADE: UMA HISTÓRIA DA ALIMENTAÇÃO, de Henrique Carneiro – Discorre a respeito do valor da comensalidade para ajudar a organizar as regras sociais e tecer redes de relações, a fim de impor limites – seja na política, religião, etc.

CÓDIGOS DE FAMÍLIA, de Zélia Gattai – Ressalta a necessidade de cada família encontrar seu próprio ritual, e a importância, para os indivíduos, do sentimento de pertencimento a um grupo.

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COSTUMES

Curiosidades *Estudos do National Center on Addiction and Substance Abuse, da Universidade de Columbia, colocam o assunto em destaque, apresentando os seguintes resultados nas pesquisas: Quanto mais refeições em família, menos os filhos fumam, bebem, usam drogas, ficam deprimidos ou desenvolvem problemas alimentares; e mais se dão bem na escola, comem alimentos saudáveis, atrasam a iniciação sexual e enriquecem o vocabulário. C

Nívea Albuquerque Nívea Albuquerque é nutricionista clínica formada pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR), com experiência no manejo de pacientes com transtornos alimentares e obesidade e cursos na área de nutrição em estética. Atualmente cursa a pós-graduação em Nutrição aplicada à estética. Integrante do corpo clínico do Hospital Monte Klinikum, Nívea atende adolescentes e adultos realizando aconselhamento nutricional e atendimento dietoterápico clássico nas diversas enfermidades associadas à alimentação inadequada.

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>empreendedorismo

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>empreendedorismo

Luiz Prata Girão Senso de oportunidades e planejamento estratégico por Renato Barros de Castro

A trajetória de um dos empresários que mais se destacaram no Ceará e no Nordeste. Dono de versatilidade e criatividade ímpares, criou sua própria receita de sucesso no ramo alimentício.

A inclinação para os negócios e a adaptabilidade neces-

dução de leite, atividade com a qual estaria ligado de forma

sária para investir em projetos diversificados estiveram

ainda mais definitiva no futuro, com o surgimento da empre-

presentes desde cedo na vida de Luiz Prata Girão. Des-

sa de laticínios Betânia.

cendente de comerciantes e industriais (seu pai e avô exportaram algodão para a Europa), ele começou a se dedi-

Até chegar a essa que seria a maior de suas empresas, entre-

car ao trabalho com apenas 14 anos de idade, plantando

tanto, percorreu um longo caminho, com muita sabedoria,

arroz e cuidando da produção de leite na propriedade

paciência e senso de oportunidades. “Sou um dos únicos

da família no município de Maranguape, onde nasceu e

brasileiros sem inscrição no Ministério do Trabalho. Minha

passou boa parte da infância. O apego à terra e ao traba-

primeira atividade foi como empregador. Por volta de 1966,

lho foram dois fatores que se revelaram constantes em

comecei oficialmente a vida empresarial oferecendo serviços

sua trajetória, transparecendo ainda hoje como as maio-

de táxi, com dois carros e quatro motoristas de carteira assi-

res fontes de motivação.

nada”, rememora Girão, reafirmando a busca pela independência como uma das principais características que molda-

Estendida ao sopé de uma serra de mesmo nome, com

ram sua personalidade.

vegetação abundante e clima mais ameno do que a capital cearense, Maranguape recebeu grande impulso eco-

Ao atingir a maioridade, com bastante experiência nos negó-

nômico com a abertura da Estrada de Ferro de Baturité e

cios, já constava até como acionista de empresa, com 6% do

a inauguração de uma estação de trem, que funcionaria

capital, junto a nomes como João Coelho, Etevaldo Martins

até a década de 1960. Além de berço de empreendedo-

e Jaime Pinheiro. Com a venda das ações, em 1969, escolheu

res de vários ramos, com destaque para a indústria e a

um novo foco: comprar empresas em dificuldade, a fim de

agropecuária, o lugar também é a terra natal de cearen-

restabelecer-lhes o progresso. A primeira foi a Usina Everest,

ses que se destacaram pelo brilhantismo e criatividade,

produtora de óleo de caroço de algodão.

como o historiador e jurista João Capistrano de Abreu e o humorista Chico Anysio.

“Fiquei na Everest até 1973, época em que resolvi fazer faculdade de Administração e voltei a morar no interior, de

A fazenda em Maranguape, lugar onde Luiz Girão viveu seus

onde me deslocava todos os dias para estudar em Fortaleza.

primeiros anos de vida, serviu de inspiração para os negócios

Em Maranguape, assumi a diretoria da Cooperativa de Leite,

e lhe proporcionou contatos iniciais com o mundo do em-

onde fiquei por dois anos. Logo em seguida, em sociedade

preendedorismo. Mesmo com a posterior transferência dos

com meu irmão e dois outros sócios, compramos a Betânia,

pais e do resto da família para a capital, ele não dispensou

transformando-a na maior empresa de leite do Nordeste, à

os cuidados com a propriedade, para onde se dirigia todos

medida que fomos adquirindo e agregando empreendimen-

os finais de semana e acompanhava cuidadosamente a pro-

tos de vários estados a ela”, relata Girão.

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Para Luiz Girão, a liderança e o ato de inovar são os responsáveis pelo sucesso de um empreendimento, juntamente com a qualidade oferecida aos consumidores. Outro ponto destacado por ele como vantagem competitiva da Betânia foi a criação de uma ouvidoria, com o objetivo de controlar a qualidade da produção – o DDB (Disque Direto Betânia), isso em uma época em que ainda nem se falava de direito do consumidor. “Além de tudo, tínhamos um excelente serviço de logística, mesmo quando não existia o uso de telefones celulares. Acredito que nosso zelo, a garantia da qualidade e agilidade, a organização de nosso serviço de entrega, moldaram os diferenciais da marca. Hoje, a Betânia vende 50% a mais do que qualquer outra”, comemora. Interrogado a respeito do sucesso de seu carro-chefe, o leite, Girão é rápido na resposta: “É um produto transversal, que corta do mais rico ao mais pobre, por ser de consumo básico. Também não somos indiferentes a necessidades específicas de alguns clientes, como é o caso daqueles que possuem intolerância à lactose: criamos uma linha exclusiva para esse público. Hoje, a Betânia é a única do Nordeste a produzir leite com lactose reduzida”, explica Girão, ressaltando ainda que o binômio qualidade e valor nutritivo norteia os produtos da empresa. “Não produzimos apenas o que é saboroso. Além de saboroso, tem que existir valor nutritivo. Sabor, saúde, nutrição: essa é a nossa missão como empresa”, garante. A persistência e a dedicação de Girão fizeram com que a empresa resistisse e se mantivesse com toda a força no mercado, mesmo quando foi vendida à Parmalat, no ano de 1995 (readquirida em 2002). Nesse intervalo, a versati-

Liderança e inovação: o passo a passo do sucesso

lidade nos negócios mais uma vez se fez notar: o empresário dedicou-se a produzir milho verde na Chapada do Apodi, município de Limoeiro do Norte, logo após atuar na política como Deputado Federal.

À frente da Betânia, o empresário adotou medidas de plane-

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jamento estratégico que são verdadeiras lições sobre a adap-

“Em 2002, readquiri a Betânia da Parmalat, meu filho assu-

tação necessária a um administrador que precisa manter-se

miu a presidência e a empresa se tornou, de novo, a maior

à frente e de acordo com a expectativa dos clientes. Exemplo

de laticínios em atuação no Nordeste”, declara o fundador,

disso foi a decisão de fabricar leite em pó para equilibrar o

atualmente à frente da Girão Agronegócios, que produz no

estoque, ante o aumento invejável da produção de leite de

Vale do Jaguaribe cerca de 16 mil litros de leite por dia em

sua empresa. Outro grande acerto da Betânia foi a parceria

pastejo rotacionado irrigado, uma das mais competitivas do

com uma empresa francesa para produzir iogurte voltado a

Brasil. Enquanto isso, os filhos Bruno e David lideram, respec-

classes menos favorecidas economicamente. Surgia o “Bat

tivamente, a CBL Alimentos S/A (Fábricas da Betânia no Ce-

Gut”, bebida que se tornaria um dos maiores êxitos da em-

ará, Pernambuco e Sergipe) e a Lebom Alimentos S/A, com

presa junto ao público.

fábricas na Paraíba e no estado do Pará. C

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>retalhos do Cariri

Restaurante Natsume

Diversidade à mesa no Cariri Muito além do baião de dois com pequi por Demontier Tenório

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O baião de dois com pequi ainda é a iguaria predominan-

As chamadas “massas italianas” foram pioneiras e alguns es-

te nos restaurantes da região do Cariri, no Sul do Ceará,

tabelecimentos até procuraram se especializar no assunto,

mas já são visíveis os avanços da cozinha internacional.

como as pizzarias Mamma Vitória, Pasto & Pizzas e La Favo-

No ritmo da globalização, há quem já troque o baião de

rita, no bairro Lagoa Seca, em Juazeiro do Norte. Ainda se

dois pelo yakissoba, um dos preferidos pratos quentes da

tratando de massas, a Ligue Esfiha Paulista deriva para comi-

cozinha chinesa, encontrado em diversos restaurantes.

das árabes no centro da cidade, onde já funciona, também,

Aos poucos, talheres dão lugar aos hashis, no consumo

a Pastelaria Chinesa, administrada por Runbo Su e mais dois

de sushis e sashimis.

patrícios parentes seus. E não se pode negar a origem da

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>retalhos do Cariri

comida. Runbo, apesar dos seis anos morando no Brasil, fala Restaurante Pasto e Pizza

apenas o básico em português. Enfrenta até dificuldades na hora de aprofundar conversas com clientes. A apenas alguns quarteirões dali, no bairro do Socorro, funciona o China Town com pratos chineses, na Rua Leandro Bezerra. Ele fica bem no epicentro das romarias que, em sua maioria, atraem sertanejos para cumprir rituais de devoção ao Padre Cícero e a Nossa Senhora das Dores em Juazeiro do Norte. Assim, a cozinha internacional vai se incorporando aos poucos ao roteiro turístico e gastronômico do Cariri. Ela chega através de bem arquitetados estabelecimentos, entre os 780 que funcionam na região – bares, restaurantes, hotéis, lanchonetes e afins. O Mangiare Bene, por exemplo, tem sua estrutura inspirada na Roma antiga e, tal qual os outros, oferece bebidas quentes e frias importadas de vários países. Muitos restaurantes são da terra mesmo, como o que está há cinco anos no Cariri Shopping Center, com self service ou pratos à la carte e variação de preços entre R$ 27,00 e R$ 42,00. Para o gerente Raimundo Nonato Monteiro, a comida chinesa tem agradado o paladar dos frequentadores e faz crescer a adesão. Segundo ele, turistas que

Pastelaria Chinesa

chegam aos hotéis costumam fazer pedidos por meio do serviço delivery, tendo como prato preferido o macarrão frito chop suey ou o yakissoba. O Natsume Restaurante localiza-se na Avenida Castelo Branco, no bairro Tiradentes. Como não podia deixar de ser, com esse nome, a comida oriental também é a especialidade – com pratos entre R$ 23,90 e R$ 75,00. Toda quinta-feira há rodízio de sushis e sashimis com cerca de 30 variações de sabores. Em um canto do restaurante, existe até um tatame ao dispor dos que apreciam o costume oriental de sentar mais perto do chão. Restaurante China Matuto

Além destes restaurantes, existe uma estimativa de que aproximadamente 20% dos estabelecimentos tradicionais ofereçam pratos internacionais, como é o caso do Pedro do Sirigado, que funciona no Bairro Lagoa Seca, em Juazeiro. Nessa relação podem ser incluídos os restaurantes dos grandes hotéis que funcionam na região. Para a empresária Iolanda Palácio de Oliveira, dona do Natsume, a tendência é de crescimento da diversificação de ofertas, por conta da aceitação satisfatória de novos sabores. C

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Demontier Tenório Atual diretor de jornalismo e comentarista esportivo da Rádio Vale FM, chefe de redação do Site Miséria e assessor de imprensa da Secretária de Turismo e Romarias de Juazeiro do Norte. Durante 10 anos foi repórter da sucursal do Jornal Diário do Nordeste no Cariri após trabalhar como correspondente do Jornal O Povo.

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>sabor e histótia

Sorvete das montanhas nevadas até a sorveteria da esquina Estima-se que o sorvete exista há 3.000 anos. Na Roma anti-

exata da fabricação. Em São Paulo, o primeiro desses anún-

ga, o Imperador Nero já teria mandado escravos às monta-

cios de que se tem notícia data de 4 de janeiro de 1878:

nhas para buscar a neve, utilizada no congelamento do mel,

“SORVETES - Todos os dias às 15 horas, na Rua Direita, nº

polpa de frutas e sucos. No Brasil, o gostinho foi de liberação

44”. O público, sem dúvida com muita graça de vestidos e

feminina, tendo sido considerado o responsável por dar co-

chapéus femininos, compareceu.

ragem às mulheres para invadir bares e confeitarias, até então ocupados quase exclusivamente por homens.

Desde então, com o avanço nos métodos de conservação, os horários e locais para consumo se diversificaram. Sorte nossa,

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De acordo com o Presidente da Associação Brasileira do

que podemos ir hoje a uma das mais antigas sorveterias de

Sorvete (ABIS), Eduardo Weisberg, a delícia gelada ficou co-

Fortaleza provar sabores feitos com frutas da época. A famosa

nhecida no Brasil a partir de 1834, quando dois comercian-

Sorveteria Juarez foi fundada em 1972, por Juarez Albuquer-

tes cariocas compraram 217 toneladas de gelo, vindas em

que, que veio de Parnaíba (PI) com a família e instalou-se na

um navio norte-americano, e começaram a fabricar sorve-

Av. Santos Dumont. Hoje, com a ajuda do filho Espedito e de

tes com frutas brasileiras. A vontade do brasileiro de expe-

Vando de Albuquerque, que também administram a sorvete-

rimentar a novidade era muita: na época, não havia como

ria, ampliou o empreendimento, disponibilizando em vários

conservar o sorvete gelado e, por isso, era preciso que fosse

pontos da cidade a mesma qualidade do início, com rigoroso

tomado logo após o preparo. Um anúncio avisava a hora

critério na seleção de matéria-prima e frutas.

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>sabor e histótia Seu Juarez Albuquerque, dono da sorveteria mais antiga de Fortaleza: a famosa Sorveteria Juarez

A história da Sorveteria Juarez se confunde com a dos costu-

jaca, cupuaçu e murici. Outra delícia interessante é o sorvete

mes do fortalezense, como conta Espedito, com orgulho: “O

de capim-santo. A produção é feita com leite, fruta e açúcar.

nosso cliente tem o perfil família. Há trinta anos atrás, o pro-

“Não usamos emulsificante, espessante, glucose, fermento

grama da família no domingo era assistir a missa na igreja São

líquido, fermento sólido, gordura hidrogenada, gordura de

Vicente, dar uma volta na Praia da Volta sorveteria. Muitos

palma, liga neutra, liga super, corante de cor alguma, maise-

começaram a frequentar o lugar quando ainda namoravam,

na, trigo, catalizador, amaciante e gordura vegetal. Por isso,

depois vieram casados, e logo com filhos e netos. O Sorvete

no que depender de nós, o cliente tem a segurança e o nosso

Juarez fez parte dos anos incríveis até hoje”.

compromisso de tomar um sorvete o mais natural possível”, afirma Espedito. Ele ainda ressalta: “Não se pode reclamar de

Os sabores oferecidos somam um total de 45 a 50, e os que

época em que se venda menos, porque temos sol e calor o

fazem mais sucesso são os de frutas, por serem naturais.

ano todo. A procura cai mais quando chove, mas em algum

Entre eles, o de cajá, graviola, ata, bacuri, cajarana, manga,

período do dia a chuva passa, e logo vem o sol”.

Novos sabores surgem em sonhos ou vem das gelaterias da Itália Acreditando no calor como cartão de visitas, há 36 anos atrás Raimundo Vasconcelos (Raimundinho) abriu sua empresa, antigamente chamada Sorveteria Tropical, hoje 50 Sabores, em parceria com a esposa, Neusa Vasconcelos, na Av. 13 de Maio (que existe até hoje). A sorveteria no início enfrentou dificuldades, mas conquistou clientes, tornando-se uma grande marca, com novas sedes. Atualmente, o filho do casal, Simão Vasconcelos, é quem administra a empresa, que já atinge a produção de 110 sabores, todos de fabricação própria. E a sorveteria ainda possui mais de 300 receitas arquivadas. A dedicação de criar novos sabores deliciosos surgiu após

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>sabor e histótia

o falecimento do Sr. Raimundo. “Até quando durmo e

Para você incluir em seu tour de sorvetes por Fortaleza, ainda

sonho eu crio sabores, é o desejo e o prazer de fazer

há a Sorveteria Barbaresco. O idealizador do negócio, Fábio

algo novo”, confessa Neusa.

Pires, morou alguns meses na cidade de Padova (Itália), e por lá mesmo observou a unanimidade das delícias geladas:

O sorvete que faz mais sucesso é o de tapioca, um car-

mesmo no frio de temperaturas negativas, as gelaterias con-

ro-chefe como os de castanha, flocos, charlote e Obama

tinuam abertas, com um bom público consumindo sorvetes,

(chocolate com côco). Outra boa saída é o sorvete de

usados até em substituição a uma das refeições do dia. Daí

iogurte de fabricação própria. A faixa etária dos clientes

veio a ideia de começar a trabalhar com os “gelatos” por aqui.

é a mais ampla possível: de bebês a idosos. E Neusa ain-

Claro, sem o frio invernal, iriam vender bem mais. O negócio

da cita, para incentivar o consumo, as recomendações

surgiu em 1999, em um pequeno ponto na Av. Dom Luiz, de-

médicas: “Nosso sorvete de morango é indicado para

pois de uma experiência de Fábio em uma gelateria na Itália,

os bebês, porque não tem conservantes, é totalmente

em que pôde aprender receitas e preparos.

artesanal, à base de calda (não se usa essência). Não usamos gordura hidrogenada e o nosso emulsificante

“A Barbaresco tem, em exposição, de 24 a 40 sabores de sorve-

é a base de soja. Trabalhamos com produtos italianos

te, mas receitas são em grande número. O clima local favorece

como Aromitalia e Fabri”.

muitos sorvetes de fruta, mas os mais pedidos são à base de chocolate. Aliás, os melhores sorvetes de chocolate são, em

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A proprietária também enfatiza que a época em que há

disparado, os feitos pela Barbaresco”, afirma Fábio. A sorveteria

mais vendas é a alta estação do turismo, julho, dezembro/

também trabalha com sorvete de iogurte, sobre o qual Fábio

janeiro e carnaval, e só quando chove há uma queda de

reivindica pioneirismo em Fortaleza: “Quem primeiro fez o sor-

50% a 60%. Devido ao sucesso, a 50 Sabores está abrindo

vete de iogurte aqui foi a Barbaresco, muitos sabem disto, foi

uma nova casa no Shopping Del Passeio, desta vez com 150

o famoso iogurte com amarena”, relata Fábio. Artesanal e sem

sabores porque, segundo Neusa, haverá mais espaço para

emulsificante, o sorvete da Barbaresco é mais pesado do que o

se trabalhar lá, com um bom suporte.

feito por máquinas industriais.

Sorvete ou iogurte? A nova delícia saudável para toda a família

gou aqui através da Yogen Fruz, uma franquia internacional

A última novidade em terras alencarinas não é bem o que

calizada no Shopping Iguatemi, Evelyn Silva Porto, apresenta

aparenta: conhecido popularmente como “sorvete” de iogur-

um argumento inquestionável: “Em abril de 2011, a Proteste

te é, na verdade, um frozen yogurt (iogurte congelado), e che-

(Associação Brasileira de Defesa do Consumidor) constatou

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criada em 1986 por dois jovens irmãos no Canadá, que está agora em mais de vinte países, incluindo o Brasil. Sobre essa dúvida, iogurte ou sorvete, a proprietária da loja lo-

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>sabor e histótia

equipamentos de ponta para a produção de sorvete soft, gelato e frozen yogurt, com mais de cem unidades vendidas na região. Fundada por João Cirino Gurgel Filho e Julio Cesar Cysne Pinteiro, a empresa começou trabalhando no ramo de venda de máquinas de sorvete soft (industriais) e acabou atendendo que somos a única empresa brasileira a comercializar frozen

o público final, em quiosques, lojas próprias e franquias.

realmente de iogurte”. Esse novo conceito, diz ela, foca o bem estar do consumidor: “O frozen yogurt é feito com iogur-

“O sorvete Siberian é preparado com o mais alto rigor e

te natural e leite fermentado. É o único 100% natural, conser-

produtos de primeiríssima qualidade, não contém gordu-

vando os sabores e nutrientes, produzido do próprio iogurte

ra, é adoçado na frutose, livre de conservantes, rico em

e não do pó fabricado”.

fibras, com os de baixa caloria (86 kcal em uma porção de 100g) e os gelatos (sorvete soft convencional). É frozen yo-

Foi em viagem pelo Rio de Janeiro que Evelyn ficou impres-

gurt à base de água, compra-se o pó para a matéria-prima

sionada com a Yogen, pelo sabor, qualidade, diversidade de

e é feito o preparo”, diz Julio.

opções oferecidas e, principalmente, por ser um produto natural e saudável. Ela percebeu também que o segmento de

A sorveteria Siberian tem, além de acompanhamentos varia-

frozen yogurt estava em alta, com aceitação não apenas no

dos, mais de 700 combinações. Os sabores mais preferidos

Rio mas em outras cidades, e decidiu entrar no ramo.

são: natural, morango, jabuticaba e baunilha, dentre outros como blueberry, chocolate com avelã, açaí, chá verde, lichia,

Segundo Evelyn, o público da Yogen Fruz é aquele que

caribbean coconut, frutas vermelhas, manga palmer, pera

procura por um lanche ou uma simples sobremesa sau-

williams, lemon pie e uva verde.

dável sem perder o sabor. Como opções, poderá escolher entre o mix it, que combina o iogurte com a fruta de sua

Já ficou com água na boca? A diversidade de opções lhe

preferência, o top it, no qual é possível adicionar cobertu-

convida a programar um city tour com a família e provar

ras de cereais e o smoothie, um shake de iogurtes batidos

cada uma delas, para decidir qual a preferida. Aproveite

com frutas e suco.

essa variedade saborosa, unanimidade no espaço e no tempo, que espera por você nas sorveterias da cidade. E

Em contrapartida, é do Ceará a Siberian Frozen & Gelato, uma

dizer que tudo começou há três mil anos atrás, quando

empresa que está no ramo de gelados há a aproximadamen-

os chineses saborearam uma pasta de leite e arroz mis-

te quatro anos, pioneira no norte-nordeste na montagem de

turada à neve... C

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>responsabilidade social

Sustentabilidade

a natureza pede urgência por Renato Barros de Castro

Preocupados em oferecer opções condizentes com práticas ecológicas, os Mercadinhos São Luiz estão oferecendo aos clientes a possibilidade de escolher sacolas de papel, já que as de material plástico podem causar sérios danos ao meio ambiente. Descubra os motivos de você também fazer parte dessa luta, e como ajudar a salvar o planeta com pequenas e simples atitudes.

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>responsabilidade social

A preocupação com o meio ambiente era, no passado, considerada modismo ou algo puramente supérfluo. Porém, as drásticas alterações climáticas e as catástrofes naturais mostraram ao homem, em diversas partes do mundo, as sérias consequências de ações irresponsáveis, que ignoram a limitação dos recursos naturais. Já está claro que medidas ecológicas e sustentáveis não podem mais permanecer isoladas em discursos de ambientalistas e biólogos, mas necessitam o engajamento de toda a sociedade. A destruição do ambiente pode e deve ser refreada com pequenas atitudes do dia a dia. Um exemplo atualmente muito comentado, nem sempre com o aprofundamento necessário, é o das sacolas plásticas usadas em supermercados, as quais podem desencadear uma série de problemas, envolvendo os mais variados tipos de agentes. A bióloga Erika Ronconi considera que os

Ricardo Ramos, diretor comercial da Ranco Embalagens, responsável pela fabricação das sacolas ecológicas dos Mercadinhos São Luis

danos causados ao meio ambiente pelas sacolas comuns são, ainda, geralmente desconhecidos pela maioria das pessoas. E ela pergunta: “ao fazer as compras e levar para casa sacolas de plástico, quantos têm em mente que elas podem ser responsáveis por enchentes e até mesmo pela morte de animais marinhos?” Erika esclarece: “As sacolas plásticas ocasionam poluição visual, ambiental e entopem bueiros, causando enchentes. Por serem leves e facilmente carregadas pelo vento para áreas de pastagem de animais – bovinos, ovinos e caprinos –, podem ser ingeridas pelos mesmos, que se tornam vítimas de asfixia ou obstrução do sistema digestivo, vindo a óbito. Outro problema são as sacolas plásticas jogadas no litoral que, após as marés altas, são carregadas para alto-mar e confundidas com águas vivas pelas tartarugas, que

Processo de fabricação das sacolas de papel

as ingerem, pensando tratar-se de sua principal fonte de alimento, ou ainda enrolam-se em alguns membros dos animais, causando deformidade ou amputação”. Dessa forma, a bióloga acredita que a troca das sacolas de plástico pelas de papel é o ideal. “O papel, por ter origem celulósica, degrada-se bem mais rápido (cerca de seis meses) do que as sacolas plásticas, que levam mais de cem anos para se decompor no meio ambiente. Existem seres decompositores que degradam a celulose, mas não o plástico, que é um polímero (derivado do petróleo)”, explica. Cientes da importância em implantar medidas ligadas à sustentabilidade, os Mercadinhos São Luiz oferecem uma

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>responsabilidade social

nova opção aos consumidores: a sacola de papel. De acor-

é proveniente de florestas renováveis são, recicláveis, biode-

do com Severino Neto, sócio e diretor da rede, essa atitu-

gradáveis e compostáveis: quando misturadas ao lixo, tor-

de se deve ao fato de os Mercadinhos terem o compromis-

nam-se material orgânico e podem ser usadas como adubo”.

so de contribuir para um mundo melhor, compartilhando responsabilidades com a comunidade, ou seja, realizando deveres e fornecendo subsídios para que as pessoas também façam a sua parte. “Não estamos trocando um modelo de sacola por outro. Estamos dando uma opção a mais para s pessoas. A deci-

Em todas as lojas dos Mercadinhos São Luiz, já é oferecida a opção de colocar as compras em sacolas de papel

são quanto ao tipo de sacola ou embalagem a ser usada é do cliente, e o nosso dever é oferecer o maior número possível de opções e informações, para que ele possa escolher”, diz Severino Neto. O sócio e diretor da rede do São Luiz explica, ainda: “Já chegamos a consumir mais de um milhão de sacolas plásticas por semana. Atualmente, essa média é de 800 mil sacolas, o que ainda significa mais de 3 milhões por

Kellen Carla Lobo com as filhas Marina, 8, e Milena, 6, levando as compras para casa

mês, e cerca de 40 milhões por ano. Com outra opção de embalagem para nossos clientes, esperamos, gradativamente, diminuir ainda mais esta quantidade”, ressalta o diretor, que pretende lançar uma campanha educacional interna, ampliando-a, em seguida, para o público externo. “Fazemos a diferença através da nossa gente, seja através do bom atendimento, seja através da preocupação com a sustentabilidade ambiental”, enfatiza. Para Ricardo Ramos, diretor comercial da Ranco Embalagens (responsável pela fabricação das sacolas ecológicas dos Mercadinhos), o principal fator que motiva as empresas a assumir medidas com base na responsabilidade social é a questão da degradação do meio ambiente, problema que envolve a todos e implica na necessidade de conscientização sobre a preservação de nosso planeta.

Conheça o processo de produção de uma sacola ecológica De acordo com Ricardo Ramos, diretor comercial da empresa responsável por confeccionar as sacolas de

“As sacolas de plástico são feitas de um material de origem

papel dos Mercadinhos São Luiz, o processo de produ-

não renovável, não são biodegradáveis (os micro-organis-

ção é bastante simplificado: “Primeiramente, adquiri-

mos não as absorvem), nem compostáveis, pois fragmen-

mos matéria-prima (papel kraft) de fornecedores que

tam-se e contaminam o solo. Além disso, não são recicláveis,

têm florestas renováveis. A matéria-prima entra na má-

por conta da resina que lhes é adicionada”, explica Ramos.

quina, é feita a impressão no papel, e, logo em seguida, a formação da sacola e a colagem das alças. Ricardo

Em contrapartida, ele destaca os benefícios do uso das sa-

destaca: “incentivar o consumo de produtos embala-

colas de papel, retornáveis: “São as únicas, de todas as em-

dos em sacos de papel é uma medida, que pode ajudar

balagens, que possuem os quatro atributos fundamentais

a evitar danos ao meio ambiente”. C

para uma sacola ecologicamente correta. Sua matéria-prima

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COSTUMES

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>moda

0 6 s o An

a r o d a r i a p d i s v n i i v e a r d r a e c a dé merece s que

endes M r a m por Ed Que a moda busque inspiração no passado já não é novidade para ninguém. Ela revive tendências, propõe releituras, faz com que o ontem e o hoje andem praticamente de mãos dadas. A cada estação, podemos encontrar uma ou outra temática com proposta baseada em movimentos artísticos, arquitetônicos ou modismos que representam uma década específica. Nesta temporada, os anos 60 são os queridinhos da vez:

Além das roupas, a década cheia de revoluções também marca

várias marcas e designers usam modelagens específicas da

presença de outras formas na beleza feminina atual: os cortes

época, principalmente na estrutura de vestidos, saias e pe-

de cabelo retrô estão em alta. Revisitados com um leve toque

ças de alfaiataria, assim como estamparia, criação de aces-

moderno, estampam editoriais e capas nas principais revistas,

sórios e propostas de beleza (cabelo e maquiagem).

conquistando adeptas famosas como Adele e Madonna.

Claro, a inspiração veio de temáticas marcantes. Analisando

Dentre as muitas opções, um dos mais procurados fica por

desfiles, catálogos e vitrines, é possível apontar diversas citações

conta do estilo da modelo Twiggy, ou de nomes como Mi-

como, por exemplo, as releituras do futurismo retrô, movimento

chelle Williams e Emma Watson. O curtinho andrógeno que

que criou uma verdadeira revolução na forma de fazer moda.

foi febre nos anos 60 voltou com tudo, e mais uma vez faz a

Uma olhada rápida em fotos e acervos já evidencia a inspiração

cabeça das mais antenadas.

de inúmeras marcas em estampas e modelagens, remetendo ao trabalho de Pierre Cardin, Courrèges e Garreth Pugh.

Então, prepare-se, esta temática rica e marcante vai, com certeza, voltar do passado e fazer parte do seu inverno! C

Outra grande aposta desta temporada fica por conta da minissaia, um dos must have do momento. Durante o período

Edmar Mendes

em questão, foi considerada uma quebra de tabus. A peque-

Cearense da gema, largou a arquitetura aos 20 anos para fazer moda. Hoje, pós-graduado em Criação de Imagem e Styling de Moda pelo Senac São Paulo, é, também, consultor de Moda e Estilo. Atualmente, mora em São Paulo onde continua com suas atividades além de cursar o Master em Calçados e Bolsas no Istituto Europeu di Design.

na peça de tecido chocou os mais conservadores e tornou-se ícone para uma nova geração de mulheres. As minissaias podiam ser feitas dos mais diversos materiais, alguns dos quais são permaneceram como referência ao estilo da época.

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COSTUMES



>por um mundo melhor

Pequeno Nazareno uma ONG que transforma - e salva - vidas Infância, adolescência, fase adulta e velhice são etapas

São meninos que muitas vezes sofrem violência doméstica,

da vida interdependentes para que haja uma evolução

até sexual, praticando mendicância, explorados como traba-

saudável do ser humano. A família é muito importante

lhadores infantis. Em alguns casos, são obrigados a isso pe-

no desenvolvimento de uma criança, sabendo que esta,

los próprios pais e familiares, precisando levar dinheiro para

em boa parte, será fruto do meio em que vive. No Brasil,

casa, sem importar como irão consegui-lo. São pacientes que

devido à desigualdade social, a maioria da população

não têm médicos para atendê-los, crianças que a escola não

não conta com as oportunidades básicas e necessárias

quer como alunos, a família como filhos, o shopping como

para a sobrevivência, como educação, saúde e trabalho.

consumidores ou a sociedade como cidadãos.

Em meio a tanta carência social, os laços familiares se fragilizam e muitos jovens e crianças saem de casa, passan-

A ONG, em 1995, buscando unificar e fortalecer as ações

do a morar nas ruas, onde ficam vulneráveis a qualquer

voltadas para o atendimento dos jovens, juntamente a ou-

tipo de influências.

tras organizações governamentais e não governamentais, tornou-se parte da rede de parceiros denominada Equipe

Observando essa realidade, foi fundada, em 1993 a Orga-

Interinstitucional de Abordagem de Rua. Assim, se a crian-

nização Não Governamental sem fins lucrativos O Pequeno

ça ou adolescente estiver entre 7 e 14 anos, em situação de

Nazareno, iniciativa do alemão Bernardo Rosemeyer, com a

moradia nas ruas, pode ser encaminhado para O Pequeno

missão de atender crianças e adolescentes em situação de

Nazareno. Caso tenha mais de 14 anos, será acolhido por

moradia nas ruas, e incluí-los novamente no meio social e em

alguma instituição parceira. Se necessário, em caso de não

suas famílias. Em 1995, foi inaugurada a Aldeia Infantil “Sítio

adaptação, buscam-se outras soluções.

O Pequeno Nazareno”, na cidade de Maranguape, região

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metropolitana de Fortaleza, para abrigar provisoriamente 80

Quando o adolescente não está morando nas ruas, mas vi-

crianças e adolescentes de 6 a 12 anos, do sexo masculino,

vendo na mendicância ou usando drogas e expressa o dese-

com vínculo familiar rompido, que não poderiam retornar

jo de ser atendido, é encaminhado para órgãos que possam

imediatamente às famílias de origem.

garantir seus direitos. Enquanto crianças e adolescentes es-

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tão morando no acolhimento da organização, seus familiares têm a oportunidade de se profissionalizar, recebendo acompanhamento psicológico e preparatório para o retorno dos jovens ao convívio familiar. O atendimento está aberto, vale ressaltar, a toda e qualquer pessoa que necessite. A Organização prepara o adolescente com 14 anos para o mercado de trabalho no Projeto Gente Grande. Muitas vezes, mesmo depois de inserido na sociedade, ele continua participando de outros tipos de atividades e acompanhamento familiar e profissional.

Nos depoimentos, as mudanças para o presente e planos de um futuro melhor

não fazia na rua. Um dia quero ser cantor, estou fazendo aula de percussão. Hoje a minha mãe mora em uma casa melhor e eu estou aqui com o meu irmão”.

Um belo exemplo do trabalho realizado pela organização é Josué da Silva Sousa, 20, que por volta dos oito a nove anos

Já Vinícius Marcos Pinheiro Ferreira, 12, foi encontrado pelo

de idade vivia nas ruas, usando drogas, e só voltava para casa

educador Antônio Carlos no Terminal do Siqueira, e enca-

de três em três meses. Uma das vezes em que retornou, sua

minhado para a Instituição. “Gosto muito de jogar futebol.

mãe o levou para a escola, cuja assistente social entrou em

Estou estudando e nem eu, nem meu irmão, Francisco de

contato com O Pequeno Nazareno que, por sua vez, enviou

Assis, que mora comigo, usamos droga. Quero trabalhar para

um educador social.

ajudar a minha mãe, os meus irmãos e a minha avó. Hoje, a minha mãe conversa mais comigo”, conta Vinícius.

Na conversa com o jovem, o educador mostrou várias fotos do sítio (Aldeia Infantil), explicando o funcionamento do mes-

Com Henrique Barbosa da Silva, 9, foi diferente. Depois de pas-

mo. Josué, que já estava com vontade de sair das ruas, até por

sar as férias com os irmãos que moram no Pequeno Nazareno,

medo de morrer, aceitou o convite. Entre nove e 16 anos, mo-

ele resolveu ficar. Diz amar o banho de piscina, as aulas de mú-

rou lá, estudando e participando das atividades socioeduca-

sica, as brincadeiras, e está feliz em ter todas as refeições no

tivas. Fez parte da turma pioneira do Projeto Gente Grande e,

local. “Não estou mais trabalhando, estou só estudando para

depois de cinco meses, foi inserido como jovem aprendiz no

ter um emprego melhor”, diz Henrique.

primeiro emprego, indo morar com uma tia. Após cumprir o período necessário de estágio, foi contratado como funcioná-

Mas não são só as crianças que contam como suas vidas mu-

rio, tornando-se um educador social. “Sem O Pequeno Nazare-

daram. O coordenador administrativo financeiro da ONG,

no na minha vida, eu não teria mudado, não teria conseguido

Mauro Guilherme Cintra, afirma que sua visão de mundo se

por conta própria, talvez já estivesse morto. Antes, eu não ti-

transformou desde que começou a trabalhar no local, em

nha dinheiro pra nada, hoje eu consigo comprar o que quero,

2010. “Antes, eu não sabia da importância de ter profissio-

realizo meus sonhos”, relata Josué.

nais formados para atuar nessa área. Eu mal via os meninos nas ruas, não baixava os vidros do carro nos sinais, tinha até

Jhonny Bonifácio da Silva, 12, é uma das crianças assistidas

medo. Hoje, baixo os vidros, puxo conversa, não tenho tan-

pela organização. Ele morava nas ruas com seu irmão e mãe

to medo, faço amizades, respeito mais”. Mauro nos revela a

quando foram contatados, no Parque das Crianças (Centro

descoberta que, segundo ele, mudou sua vida para melhor,

de Fortaleza), pela Fundação da Criança e da Família Cidadã

tornando-o mais humano: a capacidade de ver e respeitar

(Funci). Jhonny conta, satisfeito, as mudanças e os planos

essas crianças “invisíveis” que cruzam nosso caminho cotidia-

para o futuro: “O que mais gosto n’O Pequeno Nazareno é to-

namente. Vale a pena começar a fazer algo para melhorar o

mar banho de piscina. Também estou estudando, coisa que

futuro delas (e, consequentemente, também o nosso). C

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>saúde

taleza para falar sobre o assunto foi o renomado farmacêutico, consultor e diretor de pesquisa e desenvolvimento da Science Health, Henry Okigami. Henry explica que o ômega 3, se consumido de forma racional, pode prevenir doenças cardíacas, diabetes e alguns tipos de câncer. Atualmente, tem sido usado com sucesso no combate à depressão em mulheres e crianças: “Tem uma gama muito grande de patologias nas quais o ômega 3 atua de forma preventiva, mas pode ser usado também para tratamento.” Segundo o farmacêutico, as principais fontes são vegetais, peixes de origem marinha – como sardinha e salmão selvagem –, alguns grãos, incluindo linhaça, o óleo de girassol e a sálvia hispânica. Por falar nisso, no Brasil a Jandaia é pioneira e ainda única a acrescentá-lo em sucos. Vale ressaltar que, no caso, é usado o produto final do ômega 3, ou seja, o mais benéfico. “Acho isso excelente e, o melhor, não tem gosto de peixe (como as cápsulas vendidas em drogarias). Os pais podem dar esse suco para a criança porque proporcionará um desenvolviHenry Okigami

mento neurológico melhor. Quem não quer um filho mais inteligente e com ótima capacidade cognitiva?”, pergunta

Consuma alimentos com

Ômega 3 egarantasuasaúde!

Henry. Os leites enriquecidos para crianças são outras opções que contêm esse ômega. Em relação à quantidade recomendada para beneficiar o organismo, apesar de comentar que não existe uma regra, Henry cita algumas estimativas: “Geralmente, para melhorar a gravidez, a estrutura de formação cerebral no feto e durante a amamentação, os consensos europeus recomendam 200 mg de um tipo de ômega 3 que é o ácido docosahexanóico (encontrado em peixes). Para doenças cardíacas, é desejável em torno de 1g de ômega 3 por dia. Ou seja, a quantidade a ser consumida varia bastante de

O elemento é essencial para o cérebro, usado na prevenção de doenças cardíacas, diabetes e até alguns tipos de câncer.

acordo com a doença. Nos vegetais, encontramos os ácidos alfa-linoléicos, que não têm os efeitos que um ômega 3 realmente possui.” Contudo, é preciso diversificar os alimentos consumidos. É essencial o consumo de vegetais e peixes, pois o vegetal tem

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A maioria das pessoas já sabem o quanto o ômega 3 (ácidos

nutrientes que o peixe não possui, como vitaminas e sais mi-

graxos) é essencial para a saúde. Ele faz parte de uma família

nerais. Mas cuidado, é um equívoco pensar que se vai encon-

de compostos químicos derivados de gordura que o corpo

trar todo o ômega 3 necessário apenas ingerindo uma cáp-

não sintetiza, sendo necessária a ingestão de alimentos para

sula. Aliás, tal tipo de procedimento deve ser indicado por

suprir as necessidades do organismo. Quem esteve em For-

um nutricionista, é fundamental a recomendação médica. C

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>arte e cultura

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>arte e cultura

Luis Miranda na peça 7 Conto - A Comédia ... e os projetos que vão dar temperos para 2012

por Isabella Purcaru e Ádria Araújo

Em breve passagem por Fortaleza, o ator e humorista baiano

Jean Charles, com o qual ganhou três prêmios. Ele explica o

Luis Miranda reservou um tempinho para a Revista Costumes

motivo do trabalho ter sido especial: “Geralmente, quando

e contou um pouco sobre o sucesso de seus vários persona-

você interpreta alguém que existe, fica uma preocupação se

gens em 7 Conto – A comédia. A peça, sob a direção de Ingrid

há mais ou menos de si, ou seja, um alerta para entender qual

Guimarães, primeiramente exibida em 2006 no Rio de Janei-

filtro eu precisava ter para fazer um personagem sem exage-

ro, foi retomada na atual turnê por diversas cidades do Brasil,

rar e sem deixar faltar nada importante, já que o filme carrega

incluindo Fortaleza. “Voltamos com todo o gás”, afirma o ator.

uma carga dramática muito grande”.

O espetáculo traz Luis Miranda incorporando sete perso-

Drinks, moquecas, filmes e outras coisas...

nagens, desenvolvidos por ele durante o período em que participou da Terça Insana (projeto humorístico semanal com a apresentação de atores que interpretam vários

Mesmo com a vida atribulada de planos para este ano, além das

personagens, sempre às terças-feiras). O ator declara que

apresentações da peça por todo Brasil, o ator valoriza seus mo-

procurou, com a peça, exercer um olhar crítico sobre a si-

mentos de lazer, que também tem uma pitada de trabalho. Ele

tuação do Brasil: “A discrepância social e as discriminações

conta, com humor, o que mais lhe tem sido prazeroso no dia a dia:

foram pontos chave. Preparei-me sem ser taxativo, sem

“Tenho praticado muito o stand up, que é uma versão de surf com

tentar colocar o dedo na cara das pessoas e dizer: ‘Isso

remo. Aproveito o tempo livre para escrever. Estou preparando

aqui está certo e isso está errado’. Quero tratar dos assun-

um roteiro para um filme, que é o que eu quero fazer. E também

tos com bom humor”, explica.

estudando, lendo na internet, tomando meus bons drinks com amigos e filosofando sobre as besteiras da vida (risos)”.

O humorista baiano revela que a comédia entrou em sua vida desde cedo. A partir dos 14 anos de idade, adentrou o mundo

Luis acrescenta que adora ir ao supermercado e comprar in-

do teatro com o grupo do SESC Pelourinho, em Salvador. Aos

gredientes para dedicar-se à preparação de pratos especiais

18, seguiu para o Rio de Janeiro, onde frequentou a Oficina

na cozinha, como temperos, ervas, carnes e peixes. Morando

Oswald de Andrade até ingressar na Escola de Arte Dramática

por períodos mais longos em sua casa de praia, quando há

da Universidade de São Paulo (USP), pela qual veio a graduar-

disponibilidade, ele ama cozinhar. “Eu gosto de fazer comida

-se. Sobre esse percurso, reflete: “Eu sempre tive veia de come-

com verdura, de cozido, de frutos do mar, moquecas. Gosto

diante, sempre gostei muito de brincar, e acho que isso foi um

também de comprar, sou um consumista compulsivo. Mesmo

fator que facilitou bastante o desenvolvimento da minha arte.

quando não estou precisando, compro”, confessa.

As pessoas diziam que eu era divertido, desinibido”. Os projetos que vão dar o tempero para 2012, além da conCom 27 anos de carreira, Luis tem um currículo repleto de expe-

tinuação da peça 7 Conto – A comédia, são uma peça nova

riência. Além da Terça Insana, esteve no programa Sob Nova Dire-

e mais três filmes: De Pernas pro Ar 2, Aos Ventos que Virão,

ção, no Batendo o Ponto, além de ter participações na Grande Fa-

longa do cearense Hermano Penna e Trampolim do Forte, de

mília e em filmes como Carandiru, Muita Calma Nessa Hora, Meu

João Rodrigo Mattos. O ator finaliza com a ressalva de que,

nome não é Johnny, Jean Charles, Ó Paí ó, entre outros.

a essas atividades, ainda vai acrescentar “várias outras coisas que acontecerão no meio do caminho”.

Das suas várias performances, o ator baiano nos conta que o personagem que considera mais marcante é Alex, do filme

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Tudo bem, Luis, a gente pode esperar para ver... C

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>arte e cultura

Um labirinto de histórias por Valéria Dallegrave

No centro de Fortaleza, um breve percurso é indispensável para quem já se deixou envolver pelos contos de Sherazade nas Mil e Uma Noites ou acompanhou a saga do Alquimista, de Paulo Coelho, e sabe que livros são muito mais que objetos...

mas vezes me recostei na cadeira de praia, na cama ou até

Poruma Valéria Dallegrave em árvore, usando o livro para vedar a luz do sol, aberto e apoiado sobre o rosto, em um breve cochilo. Tablets, por certo, não serviriam confortavelmente a isso. Recordo ainda da coleção casual de marcadores de páginas, com tanta história quanto os livros que marcaram minha vida, ou das pétalas de flores guardadas há anos entre páginas, que resurgem inesperadas. Os laços afetivos especiais criados pelos leitores com algu-

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Com o propósito de explorar o trajeto, no centro da cida-

mas obras chegam a ponto de fazer o coração bater mais

de, onde se concentram diversos sebos, caminho pela Rua

rápido com a visão de certas lombadas e seus detalhes

Heráclito Graça. Sob o calor inclemente do começo da tar-

específicos: a cor, o tipo de letra e a textura. Livros antigos

de, preocupada em desviar de pessoas e das poças d’água

tornam-se, então, verdadeiros tesouros e não velharias se-

usada para lavar as lojas, penso no objeto livro: capa, contra

bosas – o que podem aparentar ser, para um “não iniciado”.

capa e páginas – que podem ser passadas uma a uma com

Dizem, aliás, que a origem do uso do nome “sebo” em locais

cuidado ou folheadas aleatoriamente, quando se deseja

de venda de livros usados vem do tempo em que se lia à luz

descobrir segredos prematuros. Penso no prazer de sentir

de velas feitas, claro, de sebo. Por causa delas, à medida que

entre os dedos cada uma das folhas e lembro como algu-

eram lidos e relidos, os livros ficavam engordurados...

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>arte e cultura Seu Geraldo, dono da Casa de Livros Usados O Geraldo

Saindo dali, dobro na primeira rua à esquerda e logo estou na 24 de Maio, onde procuro a Casa dos Livros Usados, ou sebo O Geraldo. Primeiro sigo rumo ao Theatro José de Alencar e encontro diversos pequenos sebos, colados uns aos outros, que parecem até uma loja só. São muito pequenos para que eu pare em cada um deles. Dou-me conta, pela numeração, que estou indo na direção errada. Conserto o rumo e, então, não preciso caminhar Simone, do Cantinho dos Livros: “Cada livro tem seu dono”

Encontro logo O Cantinho do Livro, na Rua General Sampaio, e descubro que Edilson e Simone Neves são os proprietários do lugar. Simone conta que começou a traba-

muito para encontrar, no outro lado da rua, o sebo O Geraldo.

Nos labirintos de livros, há incontáveis caminhos: cada obra leva a um mundo diferente

lhar em sebo há doze anos, com um tio, e há cinco abriu o

O corredor de entrada impressiona, é forrado de livros de

próprio negócio. Mesmo com tanta conversa a respeito de

ambos os lados, promoções a dois e cinco reais. Com esses

tablets ou não tablets, ela afirma que há muita gente com-

preços, tem-se a sensação de que ali poderemos encontrar

prando livros. A reforma ortográfica da língua portuguesa,

verdadeiros tesouros e pechinchas. É apenas o começo. Dei-

entretanto, a fez mudar as prioridades de livros escolares

xo o olhar passear pelos títulos disponíveis, sem sentir os pés

para acadêmicos e de literatura.

me guiando, perdendo-me nos corredores, quartos de uma casa antiga invadidos por livros que redesenham o caminho

Quanto ao público, Simone cita como clientes mais cos-

em passagens estreitas. Cada uma das obras é uma porta

tumeiros os interessados em filosofia, pessoas de idade e

de saída para um mundo diverso através da imaginação. Há

professores. Observa que os jovens têm comprado menos,

livros de todas as áreas, filosofia grega, direito, história do

e quando o fazem, procuram por literatura estadunidense,

Ceará, enciclopédias, autoajuda, psicologia, coleções de clás-

histórias de vampiros. Livros de línguas estrangeiras têm

sicos modernos, best sellers, etc...

tido uma boa saída, diz ela, e justifica: é por causa da Copa. Outros que vendem bem são os de teologia, filosofia, histó-

Depois de me deleitar um pouco com a descoberta de al-

ria do Ceará e literatura.

guns títulos conhecidos, retorno para me apresentar a seu Geraldo, sentado no posto do caixa, em frente ao corredor

Com orgulho, me apresenta a algumas das raridades em

de entrada, que conversa com um de seus clientes, também

papel envelhecido que estão à venda, como uma edição

um senhor de idade. A sensação que se tem é de que há, en-

encadernada de HQ’s que inclui Snoopy, Brucutu e Dick

tre eles, tempo, paciência e interesse para tratar de qualquer

Tracy, e um livro do ano de 1948. Conta que já encontrou

assunto. Meio reticente quanto às minhas perguntas, seu Ge-

mais antigos, até mesmo um de 1800. Para esses “tesou-

raldo revela, aqui e ali, algumas informações interessantes.

ros”, já existe um cadastro de colecionadores, que são avi-

Fico sabendo que há um quartinho “lá atrás” aonde os livros

sados por telefone.

que chegam vão para ser reciclados. Alguns, infelizmente,

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>arte e cultura

Algo a faz interromper bruscamente a fala. Curiosa, a observo ficar comovida para explicar que cupins não comem qualquer livro, muitas vezes fazem compridos e complicados trajetos pelas estantes, até encontrar o escolhido. Stella revela, então, o motivo da emoção: quem havia lhe ajudado a Stella Alves, que trata da limpeza dos livros e também os lê: “como poderia vender algo que não conheço?”

perceber isso não estava mais entre nós, e completa: “Foi seu Luis Girão, um grande amigo que a gente perdeu”. Quando demonstro interesse por livros de comunicação

não têm mais jeito, outros recebem a reforma de capas e pá-

e jornalismo, ela me indica a estante onde se encontram

ginas internas e são colocados à venda.

e revela, casualmente, que a maioria dessas obras chega até ali através de um jovem surdo (é comum os sebos

Como minha paixão por livros é coisa antiga, exploro com

aceitarem fazer uma troca de livros: para cada dois, ou

ele uma questão que me intriga, e que já fiz à livreira Simone:

um e complemento em dinheiro, recebe-se outro). Eu fico,

desde quando trabalha na venda de livros? Seu Geraldo me

muito tempo depois que saio dali, pensando em quem é

conta que está com o sebo na localização atual há doze anos,

esse jovem, como adquire os livros, se, algum dia, os leu, e

mas começou a trabalhar no ramo ainda em 1966, na Rua

quais livros leva no lugar desses...

Guilherme Rocha. Na época, revela, só podia vender à noite. Eu pergunto o motivo, mas ele desconversa...

Na saída, vou feliz, com uma sacola repleta de livros seminovos, verdadeiros tesouros, considerando preço e conte-

O dono do Sebo parece mais interessado em discutir as coisas

údo. Levo ainda comigo as histórias especiais que ganhei

da vida com o cliente sentado à frente. Como estou interrom-

nas conversas da tarde. Penso que cada uma das pessoas

pendo a conversa dos dois, o último gentilmente me oferece

das quais desvio no caminho são seres humanos que es-

a cadeira. Eu recuso, digo que não quero atrapalhar. Apesar de

pantosamente ainda percorrem as ruas de trânsito estres-

perceber que falavam sobre assuntos corriqueiros, me pare-

sante e um tanto sujas do centro da cidade. Fico calculando

ceu realmente que meu trabalho como jornalista era um de-

quando terei tempo livre para voltar e desfrutar de outras

talhe quase insignificante no cotidiano de dois amigos. Faço

descobertas de livros e... de gente. Afinal, é disso que falam

mais uma pergunta a seu Geraldo, sobre como é decidido o

todos os autores inesquecíveis.

preço dos livros e ele, dessa vez, “me passa adiante”, indicando a funcionária que orienta a localização dos títulos e assuntos, e é, segundo ele, o “computador do lugar”: saberia responder

Nos corredores do sebo...

todas as minhas perguntas. O cliente confirma: se um dia ela desaparecer, as coisas vão ficar complicadas...

Stella Alves e as histórias por trás das histórias Assim, sou apresentada a Stella Alves que, muito simpática, confirma saber praticamente onde está cada obra. Quando pergunto sobre os cuidados necessários para evitar que os livros se deteriorem, ela conta que alterna o atendimento com a tarefa de tirar o pó, livro por livro, ajeitando as prateleiras de filas duplas, uma à frente da outra, que precisam ser revezadas. Comenta também que é importante dedetizar com frequência, para evitar a ação de traças e cupins.

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>arte e cultura

Antes da invenção do papel, culturas diferentes encontraram materiais diversos para servir como suporte da escrita: os chineses usavam a seda; os egípcios e os antigos romanos, o linho ou, até placas de madeira e marfim, revestidas com uma camada de cera enegrecida. Entre 200 a. C. e 104 d. C., foi finalmente criado na China o papel, confeccionado com a casca da amoreira ou do bambu. No Ocidente, na Era Medieval, a monarquia e a Igreja incentivaram a criação de livros. Para os reis, era importante ter registros e documentos que garantissem a seus descendentes a continuação no poder. Já a Igreja tinha interesse, é claro, em divulgar a Bíblia. Assim, os chamados “monges copistas” copiaram alguns documentos, mas principalmente a Bíblia. Cada uma das cópias recebia belas ilustrações, tornando-se única, personalizada com o

Como nasceu o livro do papiro aos tipos móveis

traço particular do copista.

É recente a polêmica que envolve a ameaça da substituição

dade europeia. Eles constituíam uma elite de intelectuais e

de livros por tablets. Argumenta-se que seria uma forma mais

mestres da estética que falavam, escreviam e criavam letras

ecológica e econômica de armazenar conhecimento. Os e-

em várias línguas, inclusive idiomas extintos. Diz-se que até

-books estão, de fato, movimentando mais e mais a econo-

as leis eram adulteradas em benefício desses “artistas da

mia. Há estatísticas impressionantes sobre isso. Em 2011, a

letra”. Como exemplo, há o caso de Francesco Griffo, que

Penguin, do grupo Pearson, sócia da Companhia das Letras

inventou a letra grifada ou itálica. Acusado da morte do

no Brasil, teve dobrada a receita com livros digitais.

genro, deveria ter sido condenado à forca pela justiça da

Em A Evolução da Escrita – História Ilustrada, de Carlos M. Horcades, é destacada a importância dos escribas na socie-

época, mas seu traço misteriosamente continuou a apareO uso dos tablets nas escolas é exaltado também pela gran-

cer mesmo depois da suposta morte...

de vantagem de aliviar o peso carregado pelas crianças, ou melhor, por seus pais – que tiveram de assumir a carga. Mas

Considera-se que a invenção dos tipos móveis no Ocidente

será que é a única saída? O certo é que a opinião pública

tenha ocorrido por volta de 1450. A “Bíblia de Gutenberg”

está alvoroçada: enquanto alguns falam com satisfação no

(Johannes Gutenberg) teria sido o primeiro volume impres-

“fim dos livros”, outros levantam a voz na defesa incondicio-

so na Europa. Os tipos móveis substituíram a sutil persona-

nal dos mesmos.

lização das letras, mas não sem a relutância de escribas e calígrafos, que tentaram proibir a entrada dos impressores

O que torna o livro tão importante? Para responder a pergunta, é preciso ir a mais ou menos quatro mil anos atrás, no Egito. Foi quando os talos de papiro, triturados, entrelaçados e secos deram origem aos documentos. Os papiros eram colados uns aos outros e guardados enrolados, alguns medindo até 20 metros de comprimento. Quando foi proibida a sua exportação, surgiu o pergaminho, feito de peles de animais esticadas e secas, apresentando a vantagem de ser maior resistência e permitir ser armazenado dobrado.

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nas cidades, cercadas por muros e portões... C

Valéria Dallegrave Nascida no Rio Grande do Sul, Valéria Dallegrave da Costa vive há mais de dez anos no Ceará e já se define como “cearúcha”. Graduada em Jornalismo gráfico e audiovisual pela UFRGS e mestre em Letras pela UFC, é professora do curso de jornalismo da FIC. Com curso de dramaturgia no Dragão do Mar e na Escuela Internacional de Cine y TV de Cuba, sua relação com as letras também passa pelo cinema e pela literatura.

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>saúde

Quer ter um sorriso bonito por toda a vida? Descubra os cuidados necessários para manter a saúde bucal

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>saúde

Todo mundo sabe que o sorriso é o cartão de visitas de uma

áreas de acesso mais difícil, como as amídalas linguais. Mas é

pessoa. Se você está preocupado em mantê-lo sempre sau-

preciso atenção na escolha do produto: “Deve-se tomar cui-

dável e deseja ter um hálito agradável, a higiene bucal deve

dado com os enxaguantes que contêm alta concentração de

ser uma preocupação diária, de preferência baseada em

álcool, pois podem agravar quadros de boca seca e ardor”,

bons hábitos adquiridos desde criança.

alerta Vanessa.

A ortodontista Vanessa Andrade orienta quais são esses

A limpeza da língua também é tão importante quanto a de

hábitos, e outros procedimentos que vão lhe deixar em

outras áreas. Algumas pessoas usam a escova de dentes para

dia com a saúde da sua boca. É importante que seja feita

isso, mas a ortodontista recomenda o limpador próprio para

uma higienização correta, com acompanhamento perió-

línguas, ou escovas que tenham limpadores na cabeça, para

dico de um profissional; um exame de prevenção a cada

deixar a boca realmente sem bactérias.

seis meses; o uso correto do flúor, de um limpador de língua e do fio dental; além de uma alimentação adequada, com controle da ingestão de açúcar. Vanessa também explica a ordem em que devem ser feitos os cuidados diários: “A sequência correta para deixar os dentes saudáveis

Escova de dentes e pasta adequada

seria o uso do fio dental, enxaguante bucal, limpador de

Conforme Vanessa, a escova ideal para uso em dentes natu-

língua e, por fim, a escovação”.

rais deve ser macia ou extramacia, a fim de limpar também as gengivas. As escovas mais duras machucam a gengiva e

Segundo a ortodontista, escovar os dentes ao acordar é

desgastam os dentes, provocando sensibilidade e retração

um costume bastante saudável, proporcionando um hálito

gengival, o que afeta a estética do sorriso e causa dor. “Deve-

melhor. Mas ela ressalta a importância de escovar os dentes

-se comprar uma escova que atenda as seguintes especifica-

depois de todas as refeições, dando uma atenção maior à es-

ções: cabeça pequena, cerdas macias e arredondadas e tufos

covação noturna, pois durante o sono há diminuição na pro-

concentrados”, aconselha.

dução de saliva, facilitando a proliferação de bactérias. “Além disso, o flúor que a pasta dental contém tem o efeito de re-

Já a escolha da pasta dental mais apropriada é feita de

por as perdas que aconteceram ao longo do dia”, explica.

acordo com a necessidade de cada um, recomendada pelo

Dentes saudáveis, sem mau hálito O fio dental é um dos itens indispensáveis, pois mantém a limpeza dos dentes em lugares onde as escovas não alcan-

odontólogo. É importante que possua flúor em sua composição, substância necessária para o dia a dia. O indicado é que se utilize uma quantidade pequena (tamanho de uma ervilha) de creme dental para a escovação, tomando o cuidado de não o engolir, pois o flúor pode ser tóxico se ingerido em grande quantidade.

çam, removendo os resíduos de alimentos e a placa bacteriana. De acordo com Vanessa deve ser usado diariamente, entre cada um dos dentes, superiores e inferiores, principalmente atrás dos últimos da arcada, os mais atacados pelas cáries, por serem de difícil higienização. “De preferência, o fio dental deve ser utilizado antes da escovação, pois assim a escova pode remover restos de alimentos que podem ficar grudados nos dentes”, recomenda. Já o uso do enxaguante bucal precisa ser feito antes da escovação – a fim de remover alimentos – e, se houver necessidade, também após ela. O enxaguante é ideal para a limpeza de

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>saúde

A ortodontista Vanessa Andrade forneceu à Revista Costumes os cuidados recomendados para cada faixa etária, a fim de auxiliar você a manter a saúde oral, sua e de seus filhos, durante todas as fases da vida:

0 - 5 anos

As mães devem fazer a limpeza da cavidade oral dos bebês com uma fralda ou gaze embebida em água filtrada, pelo menos uma vez ao dia, antes da erupção (nascimento) dos primeiros dentes. Depois disso, é necessária a introdução da escova dental de acordo com a idade. Como sabemos, as crianças com menos de 4 anos não sabem escovar os dentes sozinhas e nem têm controle sobre a deglutição, ou seja, não é indicada, no caso, a pasta com flúor. Apesar do seu efeito benéfico na proteção contra as cáries, ingestão de flúor em excesso pode produzir manchas brancas e problemas de má formação dos dentes. A partir dos 4 anos, o uso de pasta com flúor é liberado.

21 - 39 anos

Os cuidados não são diferentes dos demais já citados: visita ao dentista regularmente, boa higiene, uso diário do fio dental, enxaguante bucal e limpador de língua.

40 - 59 anos

6 - 10 anos

Neste período, a aplicação do flúor tem de ser semestral, bem como o acompanhamento do odontólogo, principalmente porque é a fase em que as crianças estão trocando os dentes de leite por permanentes. É importante manter uma boa higienização, pois os dentes de leite preparam o caminho para os permanentes erupcionarem de forma correta.

11 - 20 anos

Algumas crianças com 11 anos ainda estão no período final da dentição mista, entrando na permanente, e os cuidados são os mesmos: visita regular ao odontólogo, boa higiene, uso de fio dental, limpador de língua e enxaguante bucal. Em geral, entre a idade de 16 e 20 anos nascem os terceiros molares (dentes do siso). Normalmente, não há espaço para acomodá-los na boca, o que causa dores e inchaços ou até apinhamento (dentes tortos). Caso seja necessário, alguns dentistas até optam por extraí-los.

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COSTUMES

Pessoas nesta faixa etária possuem dentes ainda mais vulneráveis a problemas como cáries e gengivites, o que colabora para afetar a saúde em geral. Nesta fase, os cuidados devem ser redobrados. É bom evitar o consumo exagerado de doces e refrigerantes, além de ingerir água durante todo o dia, a fim de prevenir a desidratação da boca e combater a concentração de bactérias.

60 anos em diante

Seguir as recomendações cuidadosamente durante a vida toda, desde a infância, é essencial para que as pessoas cheguem à melhor idade com dentes saudáveis. Após os 60 anos, é comum a retração gengival (exposição da raiz do dente), o que torna mais propício o aparecimento de cáries. Como as doenças gengivais são reversíveis em seus primeiros estágios, é importante diagnosticá-las o mais cedo possível, garantindo o tratamento precoce e a prevenção.

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>beleza miss

A miss Ceará 2012, Milena Ferrer

O árduo preparo de uma miss

por Ádria Araújo e Isabella Purcaru

O Título de Mais Bela vai muito além da beleza 100

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>beleza miss

Vencer o concurso de Miss Ceará é o sonho de muitas

A beleza de Milena não depende só de academias ou inter-

meninas, sejam elas da capital ou do interior do Estado.

venções cirúrgicas. A Miss Ceará 2012 revela que, apesar de

Realizado desde 1955, o evento coloca em destaque a be-

não usar produtos para isso, mantém uma pele saudável. “Eu

leza e a cultura locais, e exige muita responsabilidade e

mesma cuidava da hidratação dos cabelos, toda semana,

dedicação da parte das concorrentes. A eleita não precisa

mas agora faço no salão. Com a pele, sei que preciso me-

somente ser bonita e manter o padrão de centímetros re-

lhorar o cuidado, usar mais protetor, fazer limpeza. Não uso

quisitado para seu quadril, busto e cintura; mas também

nada e nem gosto muito de me maquiar, mas tenho que me

ter personalidade e comprometimento com a escolha

acostumar a isso”.

feita. “Ser miss é algo que vai muito além da beleza plástica perfeita. Afinal, podemos ter mulheres maravilhosas,

Milena mantém as medidas ideais. Com 1,78 cm de altura,

com todas as medidas, mas sem um porte adequado de

86 de busto e 59 kg, adaptou-se com facilidade ao novo

elegância, atitude, postura e desenvoltura”, afirma Jorle-

posto, apesar de perceber a diferença na forma como é

ne Cordeiro, Diretora da Agência Book e Coordenadora do

tratada atualmente. “Eu tinha costume de desfilar como

Miss Ceará, que já ocupou o lugar da mais bela em 2004.

modelo na passarela. As pessoas estavam ali para olhar a roupa da loja. Mas, como eu já tirava fotos para catálogo,

No último concurso, no início de 2012, a escolhida foi Milena

então não achei estranho todo esse glamour”.

Ferrer, 20, que recebeu a faixa das mãos da miss anterior, Anastácia Duarte. Nascida em Fortaleza, a atual Miss Ceará representou Guaraciaba do Norte, cidade natal de seu pai e avós, onde ia passar as férias no período da infância. “Meu pai foi quem mais me influenciou. Quando eu fui atrás do concurso, ele escolheu Guaraciaba, visto que nasceu lá. Depois falamos com o prefeito, ele apoiou e deu tudo certo”, diz, satisfeita. A decisão de candidatar-se veio da soma de muitos fatores: já ter trabalhado como modelo, o apoio do pai e a influência do cabeleireiro André Ramos, que participou do programa Por um Fio, da GNT. Por sorte, também, adiaram o evento durante dois meses, e Milena conseguiu inscrever-se, com o apoio da Prefeitura. O resultado foi nada menos

Milena Ferrer em seu momento de beleza

que o reinado de Miss Ceará 2012. Milena conta que mesmo antes do concurso fazia muscu-

Rotina de miss

lação e exercícios aeróbicos. Atualmente, para manter o

Sair com os amigos, acessar a Internet, ler romances, dramas,

corpo ideal, nos padrões de miss, faz academia funcional

livros cristãos e frequentar a igreja evangélica são atividades

direcionada, para não aumentar demais a musculatura nem

que Milena adora, porém atualmente anda sem tempo para

emagrecer muito. Sua alimentação é bem controlada: não

tudo isso. Os compromissos da rotina de miss tomam quase

ingere carboidratos à noite e evita pães. “Eu sou magrinha,

todos os dias e noites: gravações de programas para tv, ses-

mas preciso cuidar, pois tenho facilidade para criar gorduras

sões de fotos, participações em eventos.

localizadas”, conclui. Por enquanto, a miss quer aproveitar para continuar o Quanto à cirurgia plástica, Milena diz que colocou silicone

trabalho como modelo, apesar de sua Faculdade – Ciên-

nos seios e deu uma afinada no nariz. “Se não fosse pelo Miss

cias Contábeis na UFC (Universidade Federal do Ceará)

Ceará, eu só colocaria silicone no final do ano, mas como tive

– ser em área bem diversa. E, para conseguir conciliar

a chance de me inscrever, pensei em colocar logo. Mais re-

as muitas tarefas, Milena pretende frequentar somente

cente, foi a cirurgia de nariz, para o Miss Brasil”.

duas disciplinas este semestre, priorizando a preparação

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>beleza miss

para o concurso de Miss Brasil 2012, programado para

Primeira brasileira com deficiência auditiva a participar do

18 de julho.

concurso, Vanessa foi convidada depois para o Miss Mun-

Mas Milena não cuida somente da beleza. Ela já está engaja-

concurso para as terras tupiniquins (em março desse ano,

da em ações em prol de uma sociedade melhor, como visitar

aconteceu a primeira final do Miss Surda Brasil, vencido

orfanatos e outras instituições. “Uma vez ao mês, junto com o

também por uma beldade cearense, que vai concorrer ao

pessoal da Primeira Igreja Batista, do Ministério de Liderança

título mundial: Bruna Barroso, 25.

do Surda (Miss Deaf World), e até trouxe a concepção do

de Ação Social, do qual faço parte, contribuo com a distribuição de sopa para pessoas necessitadas”, diz.

Preparação para o Miss Brasil

No Miss Brasil, as cearenses nunca fizeram feio. As misses que já passaram pelo reinado representaram muito bem o Ceará. Em 2009, a miss Khrisley Karlen, hoje no Caldeirão do

A preparação para o concurso que elegerá a representante

Huck, ficou em 5º lugar. Em 2010, Eugênia Justino foi eleita a

da beleza brasileira não é somente de corpo. As candidatas

primeira miss negra cearense, saindo do Crato para o Brasil

que se apresentam precisam demonstrar inteligência e per-

– atualmente está à frente de um programa de TV, no Cariri.

sonalidade: têm que falar e portar-se bem, saber expressar-

Em 2011, Anastácia Duarte foi top 15 do concurso e agora

-se, etc... É preciso naturalidade e habilidade e para respon-

é apresentadora do programa Ser ou Não Sexy, da TV Diário.

der às perguntas feitas pelos jurados. Jorlene Cordeiro, a

Elas são exemplos do que Jorlene faz questão de frisar, o po-

Coordenadora do concurso Miss Ceará, que também viven-

tencial do concurso de Miss Ceará em significar muito mais

ciou a experiência, explica: “Você deixa de ser apenas uma

que um reinado provisório: “Não é apenas um concurso de

mulher bonita, com preocupações individuais, para pensar

beleza. Sim, a beleza é fundamental, mas o título abre portas

nas pessoas que acreditam em você e na representatividade

profissionais e traz oportunidades de novos caminhos, que

que um título traz”.

serão trilhados pelas moças”.

Para tentar ganhar o posto, além da preparação relativa à

Por fim, para falar do belo sempre é bom consultar um poeta.

beleza e os cuidados com a alimentação, Milena preten-

Vinícius de Moraes, na sua “Receita de Mulher”, diz também:

de fazer aulas de teatro, a fim de adquirir desenvoltura, e

“As muito feias que me perdoem, mas beleza é fundamen-

estudar inglês. “Vou tentar dar o meu melhor, me esforçar

tal...”. Claro que não fica apenas nisso. Como homem que

para vencer e mostrar que aqui no Ceará tem beleza, mas

amou diversas mulheres (casou nove vezes), e cantou em

também inteligência”.

versos a grandeza desse sentimento, o poetinha expressou

O caminho percorrido

também sua rica percepção da beleza feminina, que vai além das medidas físicas... C

Entre as décadas de 50 e 80, os concursos de Miss estavam em ascensão, porém nos anos 90 houve um esquecimento do assunto por parte da mídia. Em 2000, principalmente no Brasil, voltaram a ganhar mais visibilidade, com novos formatos e estruturas. “Acredito que as pessoas nunca esqueceram essas épocas, suas histórias e encantamentos. Mesmo com o passar do tempo, tudo ficou em suas memórias”, avalia Jorlene. Desde 2005, a Agência Book assumiu a coordenação do Miss Ceará, trazendo para o estado, no ano seguinte, o título de Melhor Traje Típico Nacional, com a miss Carla Ro-

“... É preciso que súbito Tenha-se a impressão de ver uma garça apenas pousada e que um rosto Adquira de vez em quando essa cor só encontrável no terceiro minuto da aurora. É preciso que tudo isso seja sem ser, mas que se reflita e desabroche No olhar dos homens...” Trecho de “Receita de Mulher”, de Vinícius de Moraes.

cha, que vestiu um figurino assinado por Renata Alves, intitulado Iracema das Carnaúbas. Em 2008, o sucesso veio com Vanessa Vidal, que ficou em 2º lugar no Miss Brasil.

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Agradecimento Varela Estética e Beleza Rua Osvaldo Cruz, 1660 - Aldeota - Fone: 85 3224.0783



>gôndola

Caldo líquido em novo sabor

Sempre atenta às necessidades de seus consumidores, a Nestlé, por meio da marca MAGGI, surpreende mais uma vez e apresenta lançamentos que prometem facilitar a vida de quem não abre mão de uma boa receita caseira. É a única linha de caldo líquido do mercado, agora com novo sabor: picanha. Encontrado também na versão galinha e carne, o produto se destaca pela praticidade e versatilidade, além de ser perfeito para refogar. Outro grande diferencial do Caldo Líquido MAGGI é a possibilidade de dosagem de acordo com a necessidade, além de não precisar ser diluído, por já ter consistência líquida.

“A cervejaria Paulaner foi fundada em 1634, pelos monges do monastério São Francisco de Paula, em Munique. Hoje, é considerada a maior da Baviera, produzindo mais de 2,5m de hectolitros por ano. Atualmente, a Paulaner é a maior cervejaria de Munique, cidade-sede da Oktoberfest, na qual somente as cervejarias locais podem participar. A Paulaner também é a maior produtora de Weissbier (cerveja de trigo) da Alemanha e destaca uma variedade de cervejas de excelente qualidade e reputação. Todas as cervejas Paulaner são produzidas de acordo com a Lei de Pureza da Baviera, utilizando somente ingredientes finos: cevada da Baviera, leveduras de cultivo próprio, lúpulo de Hallertau e água pura glacial da fonte de 240m de profundidade.”

Paulaner, a maior produtora de cerveja de trigo da Alemanha

Lifebuoy na versão Aveia Lifebuoy, o antibacteriano mais vendido do mundo, amplia sua linha de produtos com o lançamento do novo sabonete Aveia, que proporciona higiene e saúde para toda a família. A fórmula enriquecida com flocos naturais de aveia, ao mesmo tempo em que realiza uma profunda esfoliação, ajuda a regular o excesso de gordura da pele, retirando as impurezas e deixando-a macia, hidratada, protegida, mais bonita e saudável, garantindo 100% de proteção contra germes e bactérias. Dessa forma, ajuda a prevenir doenças comuns como infecções respiratórias, estomacais, de ouvido, tosse, dor de garganta, gripes e resfriados, além de proteger contra erupções e infecções cutâneas, quando causadas por germes.

Polpas de Frutas: praticidade e saúde Hoje em dia, são tantos os compromissos que não sobra tempo para o preparo de uma alimentação saudável e de qualidade. As polpas de frutas auxiliam nesse processo, pois são fáceis de preparar e ricas em vitaminas. Ao ingerir sucos feitos com polpas POMAR DA POLPA, você estará consumindo saúde, com um produto nutritivo e livre de conservantes. Além de favorecer a digestão, seu consumo auxilia na hidratação do corpo, gerando uma pele muito mais bonita. Inclua polpas de frutas na alimentação diária e perceba a qualidade de vida e os benefícios proporcionados pelo seu consumo.

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>a seu dispor

A cliente dos Mercadinhos São Luiz Simone Saboia, em companhia da gestora de qualidade Maria Vancy

Atendimento de qualidade e personalizado

cada cliente como único, valorizando e tratando com carinho crianças, jovens, adultos e, principalmente, idosos”. Entre as diversas clientes com que Vancy mantém um ótimo relacionamento está Simone Saboia Sales, 60, auditora fiscal aposentada, assídua nos Mercadinhos São Luiz há 21 anos. A

Garantir o melhor dos produtos para seus clientes é um dos

gestora afirma: “Ela está diariamente em nossa rotisserie, pois

lemas dos Mercadinhos São Luiz. É desta forma que a Gesto-

diz que ‘não pode ficar sem nossas saladas’. Sua simpatia e

ra de Qualidade, Maria Vancy Fernandes Maia, há seis anos,

alegria são contagiantes, é sempre um prazer vê-la na loja.”

confere diariamente se as mercadorias estão nos padrões estabelecidos pela empresa e se a aparência, textura, sabor e

Simone conta como foi a primeira conversa entre as duas:

qualidade permanecem dentro do esperado.

“Conheci a Vancy, a quem chamo carinhosamente de Lulu, casualmente. Ela, como sempre muito solícita na rotissiere,

“Os nossos fornecedores são criteriosamente analisados. Além

perguntou quem eu era, pelo fato de me ver todos os dias

disto, observamos se as estruturas, equipamentos e utensílios,

na loja. Eu, sendo hipertensa, comecei a conversar com ela

são adequados à manipulação dos produtos. Procuro manter

sobre o sal, de como ele pode prejudicar a saúde. Por esta

contato com os gerentes, coordenadores e colaboradores das

razão, faço do São Luiz a minha casa de refeições. Me sinto

lojas. A parceria faz parte do nosso processo de melhorias,

segura para consumir, sem culpa, tudo o que é de fabricação

por isso todos os colaboradores da loja são importantíssimos.

própria, pois sei que a Vancy está sempre atenta ao bem es-

Eles são preparados por meio de cursos de Boas Práticas de

tar dos clientes.”

Manipulação de Alimentos e acompanhados diariamente por estagiários do Controle de Qualidade, que estão presentes em

Outras preferências de Simone são a cafeteria, o sushi e as de-

todas as filiais”, enfatiza Vancy.

mais comidas. Ela admira bastante a dedicação e o bom atendimento dos funcionários, além da limpeza do ambiente e en-

A gestora diz que os Mercadinhos São Luiz sempre valoriza-

fatiza: “Não poderia deixar de mencionar a ‘pequena e grande’

ram muito o seu trabalho. O efeito positivo percebido pela

mulher e gerente, Ana Lúcia Peixes, além de seus colaborado-

clientela que frequenta as lojas também a motivou a buscar

res, que chamo com todo respeito de ‘Comissão de Frente’. A

capacitação na área. “Fazer parte desta grande empresa só

Ana é meiga como uma flor mas, quando é necessário, sabe

me deixa muito feliz. Acho maravilhosa a maneira de ver

ser de aço, todos os funcionários a respeitam”, finaliza. C

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>check out

O inconveniente do nada fazer por Nazereno Albuquerque

vestidos com fatiotas adquiridas na Europa, onde estudavam suas sinhazinhas. Dizia a propaganda: “Dar Esmolas Não Ajuda”, com o propósito de evitar a presença de algum personagem “obsceno” nas ruas. A campanha publicitária é chancelada pela prefeitura municipal e não há queixas da população. Na mensagem, a prefeitura assegura que dará o devido encaminhamento social ao inconveniente pedinte. Ao visitante, deixa a impressão de que isto é verdadeiro, tal a organização dos seus hospitais de referência e escolas públicas de altíssimo padrão. A proposta “social” lembra-me a pululante ocupação das ruas das capitais brasileiras por pedintes, drogados, desempregados, alcoólatras e mendigos. Desde a principal metrópole brasileira, São Paulo, às cidades do Nordeste, estas já às raias do abuso para com seus espaços públicos – praças, calçadões e próprios municipais – dominados por negociantes da pobreza, que sob o olhar das autoridades cobram dinheiro pela via pública ocupada por famílias humildes manipuladas. Quem estaria certo? O prefeito de Ribeirão Preto, implacável na defesa dos seus espaços urbanos, ou os dirigentes das cidades congenitamente doentes, de espaços públicos ao abandono?

Tenho ido com frequência a Ribeirão Preto, em São Paulo, matar saudades da filhota que cursa doutorado. Uma cidade que gostaria de chamar de minha, pela organização, limpeza, serviços públicos como hospitais fantásticos e escolas dentre os melhores de Sampa. Calçadas largas e bem cuidadas, segurança eletrônica por toda a cidade. Nenhuma favela, nem mendicância nos faróis de trânsito. A sensação de segurança de quem passeia nas calçadas e faz compras nas modernas lojas de rua é absoluta. Da última vez que lá estive, esbarrei com uma ação de política pública que me deixou intrigado. À primeira vista, para quem chega de matulão à terra da pecuária de luxo, ficou a sensação de exclusão social, racismo, preconceito, sei lá. Mas certamente a campanha tinha o propósito de transmitir aos munícipes que os socialmente excluídos têm o amparo do município, e, portanto, do Estado. Por exemplo, na entrada da cidade, logo na rotatória de acesso, uma placa proclama: “aqui não temos mendigos”. E não tem mesmo, embora não saibamos o que o município faz com os mais pobres, que com certeza existem nas suas bordas urbanas, os mesmos sem teto e sem terra, os Volta Seca, Pedro Bala, o Gato e a Dora – a menina mulher de todos os “Capitães de Areia” que batem bola e cheiram coca nas nossas periferias. E morrem. Há alguns meses publiquei a foto de um outdoor também polêmico, exibido por toda a cidade, que remete ao instinto de um personagem de Chico Anísio, o Justo Veríssimo. Ou talvez mais que isso, ao caráter estético e político da gloriosa elite rural do lugar; que não deixou de oferecer oportunidades para paulistas, imigrantes europeus e nordestinos por mais de um século labutarem nas culturas do café e da cana. Culturas de propriedade dos senhores de fazenda conduzidos por carruagens, mais tarde fords T e cadillacs,

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COSTUMES

O debate insere-se na pedagogia do processo de como o governo deve lidar com as questões sociais. As favelas do Rio são produto da omissão dos governos ou da cultura da “compaixão” para com os necessitados? Políticas civilizadas de moradias populares efetivadas no tempo devido teriam estancado essa mazela urbana? Os pobres que invadem as praças das cidades são favorecidos, ou filhos de “políticas” do desprezo público? Cada um de nós que enfie a viola no saco como convier. DAR ESMOLAS NÃO AJUDA. Não minora a miséria do dia seguinte. Duro dilema da nova sociedade: a do “medo ambiente”, na visão do filósofo Sigmund Baumann. Em seu livro Medo Líquido, Baumann cita Timothy Ash. Segundo o pensador inglês, a sociedade humana avança para a descivilização, ameaça que ele classifica de real. Portanto, a indiferença será uma panacéia venenosa. Dar esmolas é o iceberg do Titanic onde estamos embarcados. Não dar por ausência de compaixão é descer à miséria humana do egoísmo a que Saramago se refere em Ensaio sobre a Cegueira. Nem tanto o orgulho de Ribeirão Preto, nem tampouco a procissão de pedintes de Fortaleza, a disseminar o medo de uma desarticulação social em larga escala, no clamor da “injustiça dos malvados”. Não fazer nada - reflete o personagem médico de José Saramago - nos enfiará no degredo social absoluto, mergulhados na massa da qual somos feitos: “metade de indiferença, metade de ruindade”. C

Nazareno Albuquerque Jornalista, integra o núcleo de projetos do grupo de Comunicação O POVO, comentarista de economia da AM do Povo/CBN e consultor de planejamento mercadológico da NA Comunicação. Diretor Responsável pela Revista Costumes.

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