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Aos clientes e leitores Um novo ano começa e nós, da Costumes, retomamos a dedicação em oferecer a você, leitor, temas interessantes, histórias enriquecedoras e gente inesquecível, como Raimundo Fagner, que traz arte nas veias e na voz, ou o designer de joias Claudio Quinderé, que se dedica a produzir obras únicas. Gente que veio de outros países e já é parte do Ceará, como a família Fujita (que, literalmente, ajuda a construir o estado) e Manfred Winkler, do restaurante O Alemão. Gente como Paulo Oliveira, comunicador reconhecido, Jessé e Cristiane, cientistas cearenses, e João Carlos “Fera”, que ensina a garotada do Titanzinho a surfar e descobrir novos horizontes. Temos a crônica de Nazareno Albuquerque, que sai à procura do espírito público, e a história do carnaval de Fortaleza, de características únicas no Brasil. Nas ruas, fazemos um tour em homenagem ao mito de Iracema, visitando as estátuas que marcam a importância dessa personagem no imaginário cearense.
Esticando um pouco o passeio, vamos até Juazeiro do Norte, a fim de conhecer o artesanato local, admirável trabalho de mãos talentosas sobre materiais brutos, vendido para o Brasil e até para o exterior. Prosseguimos ouvindo a sua opinião, em Voz do Consumidor e No seu Carrinho, sem perder o senso de humor, presente na matéria sobre o quarteto que tem como profissão fazer rir. Também não esquecemos de deixar dicas de saúde, nutrição e gastronomia. Você vai encontrar, nessa edição, deliciosas receitas de Páscoa, a história de como surgiu o chocolate, informações importantes para lidar com a obesidade infantil e inestimáveis receitas de família, aperfeiçoadas com amor por gerações. E quais os novos horizontes que contemplamos? Que em 2012 nos seja possível permanecer ao seu lado, tornando nossos momentos mais cativantes e interessantes. Boa leitura e Feliz Ano Novo!
EXPEDIENTE Diretor responsável Nazareno Albuquerque
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Gerente de Marketing dos Mercadinhos São Luiz Joana Ramalho
Redação Isabella Purcaru Renato Barros Valéria Dallegrave Rafaele Esmeraldo Ádria Araujo (estagiária)
Editora chefe Isabella Purcaru
Fotografia Joselito Araújo
Revisão editorial Valéria Dallegrave
Projeto gráfico Marcos Lima
Revisão ortográfica Jennifer Pereira
Produção gráfica Carlos Araújo
Desktop publishing Marcelino Júnior Comercial Gorette Vasconcelos Rodrigo Filho (85) 8802 3773 - 3261 5999
A Revista Costumes é uma publicação trimestral, com direção Editorial do Blog do Tamanduá. Exemplares Rua Boris, 197 - Centro Fortaleza - Ceará
Capa - Direção de arte Marcos Costa Impressão Gráfica Halley Tiragem 20.000 exemplares
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>sumário
De onde vem!?
Azeite: Um clássico da culinária para a sua mesa
Saiba como é produzido o azeite e quais são os benefícios que traz para a saúde. Conheça também os diferentes tipos de azeites e aprenda a usá-los em uma maravilhosa receita de bacalhau.
Qualidade de Vida
A prática de exercícios físicos para uma “melhor idade”
Leia sobre a importância da prática de exercícios para pessoas da terceira idade e a contribuição dos mesmos para uma vida mais saudável.
Me acostumei com você
Fagner: Música que corre pelo sangue e inspira as vidas dos fãs. Conheça o começo da carreira do cantor Fagner, a descoberta do talento em programas de rádio e TV, até o posterior reconhecimento na MPB.
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Capa
Chocolate, da América para o mundo: a delícia que conquistou todos os paladares
Ao leite, crocante, amargo, branco, light... escolha e renda-se aos prazeres de uma das guloseimas mais consumidas. Aprenda também, com a chef Lia Quinderé, a fazer um delicioso ovo de Páscoa.
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Receitas de família
Peixe: saudável e delicioso em qualquer época do ano
A jornalista Roberta Philomeno, o chef Fernando Barroso e o empresário Sérgio Miranda vão para cozinha e preparam receitas para saborear o almoço de Páscoa.
Design
Cláudio Quinderé, a arte em esculpir joias
Saiba mais sobre a vida do designer de joias que já foi psicanalista e até cantor, antes de optar pela escultura.
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Por um mundo melhor
Na Praia do Titanzinho, a conquista da cidadania através do surf Conheça o projeto da Escola Beneficente de Surf da Praia do Titanzinho, que visa o resgate da cidadania e do ser humano integral, enquanto ensina a “pegar ondas”.
Empreendedorismo
Família Fujita: Construindo com tradição e valorização do ser humano Conheça a história da família que alcançou destaque entre as principais empresas da indústria da construção civil no Ceará e o surgimento da Fujita Engenharia.
Sabores do Mundo
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Culinária Alemã, um convite a novas experiências gustativas Leia mais sobre o único restaurante germânico da cidade, com uma culinária rústica e um universo gastronômico que cativa o público do mundo inteiro.
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Cidade
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Cultura
Iracema, está nas ruas de Fortaleza Encante-se com a representação da personagem de José de Alencar que se tornou símbolo de nossa cultura, e pode ser encontrada esculpida pelas ruas de Fortaleza.
Sobrevivi...Posso Contar Conheça um pouco da história que Maria da Penha revelou ao Brasil e ao mundo no livro Sobrevivi, Posso Contar, lançado agora em segunda edição.
Hidratação
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Pele hidratada em todas as estações do ano A dermatologista Camila Albuquerque revela os fatores que podem influenciar no ressecamento da pele, e dá dicas sobre como escolher o hidratante específico para você.
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>novidades São Luiz
Conheça a 11ª loja dos Mercadinhos São Luiz Para satisfazer seus clientes e amigos que moram no bairro Joaquim Távora, os Mercadinhos São Luiz inauguraram sua 11ª loja em outubro do ano passado, assumindo o comando do espaço antes ocupado pela Pão de Forno, na Av. Barão de Studart. O novo endereço funciona com mix reduzido, mas a partir de abril deste ano passará por uma reforma para ficar apto a ter um mix mais amplo de produtos e itens já vendidos nas outras lojas, que agradam cada vez mais clientes. “O espaço, mesmo sendo menor, vai atender a todas as necessidades da região”, afirma Severino Neto, diretor geral do São Luiz.
Mercadinhos São Luiz têm novo Consultor Gastronômico O chef Fernando Barroso, novo consultor gastronômico dos Mercadinhos São Luiz, promete apresentar novas ideias e receitas, dando dicas e mostrando um pouco da arte da culinária. Os clientes vão ter a oportunidade de aprender a usar diferentes produtos, principalmente os da linha Gourmet, em receitas práticas e fáceis de fazer em casa. O Projeto Chef São Luiz, no qual o novo consultor está inserido, ocorre em sábados alternados na Loja do Cocó. Eleito em 2009 Chef do Ano pela Revista Veja Fortaleza, Fernando já foi dono do Alimenta Bistrô, restaurante que em pouco tempo se transformou em um dos empreendimentos de maior sucesso da capital cearense. Hoje, além da consultoria prestada aos clientes dos Mercadinhos São Luiz, ele desenvolve, em parceria com Bernard Twardy, a consultoria no Empreendimento Katú Resort do Grupo Brookfield, com a Nasser Hissa.
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Quem exige qualidade escolhe sempre o mais nobre. A Josapar investe no cuidado com o Tio João desde o plantio, para você oferecer o que há de melhor para a sua família. O resultado são grãos mais branquinhos, soltinhos e que rendem muito mais.
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>voz do consumidor
Com a palavra, o cliente Em cada edição, a Costumes faz questão de ouvir você!
A Revista Costumes é muito boa, tem assuntos diversos. A parte da culinária me atrai mais porque gosto de cozinhar e sempre tem receitas interessantes.
< Maria Cristina
Eu adoro cozinhar, então gosto muito da Revista por causa das receitas diferentes. A parte de nutrição, dos produtos orgânicos também me interessa demais.
Renata Ramos >
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>voz do consumidor
Eu gosto da Revista porque nela vem informações que nos atualizam sobre as novidades da loja.
< Inês Torquato Cabral
Por meio da Revista, você aprende a fazer pratos e a saborear receitas que não conhecia e são até fáceis de fazer.
Érica Rejane
A Revista me traz informações sobre alimentos, o que é bom para mim, que sou Engenheira de Alimentos. Tem também algumas receitas e dicas de restaurantes.
Helenice Cerqueira >
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>no meu carrinho
Gosto do São Luiz pois aqui os produtos são bons e o atendimento é maravilhoso. Fico muito satisfeita também com a forma como sou atendida pelos funcionários e a limpeza da loja.
O que me faz vir fazer compras nos Mercadinhos São Luiz é a qualidade das frutas que sempre estão fresquinhas e selecionadas, além do ótimo atendimento dos funcionários.
< Marina Fontenele
< Luciana Ramos
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Venho ao São Luiz por causa do atendimento e dos produtos, geralmente encontro tudo o que estou procurando e, quando não, sempre tem alguém disposto a encontrar para mim.
O que me faz vir aqui é a praticidade, eu consigo fazer compras bem rápidas e me desocupar logo. Fica mais próximo da minha casa e tem tudo o que eu preciso, não sendo necessário ir para outros lugares.
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Eu moro atrás do São Luiz e o acho tudo de bom, porque tem produtos de qualidade, selecionados e fresquinhos. Eu nunca mais fiz feira grande lá em casa, quase todos os dias eu venho ao São Luis. Particularmente, eu e os meus filhos gostamos bastante. < Ana Cristina L. de Macêdo
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O que mais me agrada em vir ao São Luiz é o conforto que me oferece e o mix de produtos que atendem as minhas necessidades. Tudo que eu procuro, eu acho. < Paola Sousa
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>a sua receita
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>a sua receita
A empresária do ramo gourmet, Ismênia Santos Gondim, é cliente dos Mercadinhos São Luiz há 10 anos. “Gosto de praticamente tudo lá, os funcionários são atenciosos, encontramos os produtos que precisamos, além de serem diferenciados. Sem falar que as carnes, os peixes e os frios, são todos muito fresquinhos”.
“Aprecio bastante fazer doces e sobremesas. Costumo inventar minhas receitas, mas aprendi muita coisa com a minha avó, que fazia vários doces, principalmente, doce de leite, acho que herdei. Recebo amigos em casa e sempre faço, eles gostam muito. É tanto que entrei no ramo de doces e hoje tenho a empresa Isma Doces”, afirma Ismênia.
Surpresa de Morangos Ingredientes 3 latas de leite condensado 2 copos (250ml) de leite semidesnatado 2 gemas peneiradas 2 claras 1 colher pequena de essência de baunilha 1 pote de geleia de morango 3 bandejas de morangos Chantilly (caixa ou spray) Castanha picada Modo de preparo Colocar o leite condensado na panela, com as claras e uma colher pequena essência de baunilha, mexendo até ferver bem. Depois que essa “papa” engrossar, deixar esfriar e colocar em um refratário. Em seguida, colocar a geleia de morango em cima da “papa” já pronta. Cortar os morangos em cubinhos e por último o chantilly. Colocar mais morangos e castanha picada por cima. C Serviço: Isma Doces (85) 8724.8684 (Ismênia Santos Gondim) 18
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>a sua receita
Cliente dos Mercadinhos São Luiz desde 1998, Antonio Rebouças afirma encontrar cordialidade e produtos com preços “reais” no supermercado. Por ser um profissional de Direito e precisar lidar com os problemas dos outros, Rebouças ressalta que cozinhar, para ele, é uma prática importante para evitar o stress. “A gastronomia é muito gratificante. Quando se faz um prato que é reconhecido, a satisfação faz subir às nuvens”, diz Antonio. Na cozinha, suas influências estão com os amigos que já gostavam de cozinhar, com os quais buscou novos conhecimentos, “daí foi um pulo para o fogão”. E complementa: “Gosto de tudo que é salgado, desde peixe até carne, frango, dentre outros, ou seja, sou amigo de uma boa comida”, afirma Antonio, que deixa uma receita para dar água na boca:
Peito de frango ao molho de mostarda com alcaparras Ingredientes 2 ou 3 peitos de frango Sal e pimenta do reino a gosto 4 colheres de sopa de manteiga 2 colheres de sopa de azeite de oliva 1/2 xícara de vinho branco seco 2 colheres de sopa de suco de limão 2 colheres de sopa de alcaparras escorridas 2 colheres de sopa de salsa picada Molho de mostarda em vidro - 1 vidro do maior Pimenta calabresa desidratada Tomate seco, em torno de 100 a 150 gramas Modo de preparo Corte o peito de frango ao meio e entre as duas partes coloque um plástico tipo filme ou outro para bater até a carne ficar fina. Retire o plástico e tempere com sal e pimenta do reino. Derreta 1/2 colher de sopa de manteiga com 1/2 colher de sopa de azeite. Frite até dourar os dois lados. Reserve. Aqueça o restante do azeite com 1/2 colher de sopa da manteiga e frite os pedaços de frango que sobraram. Retire a gordura da frigideira e coloque o vinho, ferva até reduzir pela metade, junte algumas cascas do limão, o suco de limão, as alcaparras e a metade da salsa. O restante da manteiga coloque em uma assadeira de vidro. Coloque os filés de frango já fritos, derrame o molho em toda assadeira e coloque pitadas de pimenta calabresa desidratada. Por fim, adicione a mostarda em cima dos peitos de frango. Coloque no forno já préaquecido, em fogo brando, até derreter a mostarda. C
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>de onde vem!?
Azeite: um clássico da culinária para sua mesa
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mbora cada cozinheiro tenha seus temperos favoritos, há ingredientes que não podem faltar na sua cozinha. Mesmo sem saber, você leva para sua mesa história e tradição. O azeite é um alimento antigo, regular na dieta mediterrânea, clássico na culinária contemporânea e, atualmente, está presente em grande parte das cozinhas.
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Em uma das datas comemorativas mais importantes entre as culturas ocidentais que é a Semana Santa – tradição religiosa cristã que celebra a paixão, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo na Páscoa – o azeite é um dos ícones gastronômicos tradicionais. O seu papel é importantíssimo, pelo que desempenha em todas as
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>de onde vem!?
receitas de bacalhau, já que muitas pessoas deixam de comer carne vermelha nessa época, consumindo mais peixes. Por sua vez, o azeite, além de beneficiar a saúde, adiciona à comida sabor e aroma peculiares. Os Mercadinhos São Luiz, entendendo a importância desse produto, proporcionam aos clientes um mix de variedade em torno de cem itens de azeite. O Coordenador de Mercearia do São Luiz, Deyves Lúcio da Silva, afirma que hoje os seus fornecedores distribuem azeites produzidos nacional e internacionalmente. “É muito importante ter variedade de azeites, tanto pela tendência de mercado, como pela exigência dos nossos clientes, que são bastante cultos, com um grau de instrução muito bom e conhecedores do produto”, diz Deyves. Uma das linhas de azeite que os Mercadinhos São Luiz oferecem é o da marca Monumental, produzido e envasado diretamente na Espanha e fornecido pela Guacira Alimentos. “Estes azeites possuem acidez de 0,2% a 0,5%. Seu padrão de
DIFERENTES TIPOS DE AZEITE Existem diversos tipos de óleos de oliva espalhados pelo mundo. Cada qual, conforme a região de origem, possui uma personalidade identificada pelo seu aroma e sabor. Azeite extravirgem: Após uma única prensagem a frio da azeitona, obtém-se o azeite extravirgem. Por esse motivo, ele é o mais puro e sua acidez é de no máximo 1% (os melhores estão entre 0,2 e 0,5%). Após a prensagem, ele é apenas filtrado, conservando um sabor acentuado. Seu consumo é recomendado cru, em saladas, queijos, pães ou em receitas que não necessitem ir ao fogo. Azeite virgem: É extraído na segunda ou terceira prensagem da azeitona. Sua acidez pode ser de até 2% e o seu sabor é menos acentuado em relação ao extravirgem e um pouco mais adocicado. É indicado para ser levado ao fogo. Azeite refinado: Adquirido em outras prensagens ou com azeitonas que não obedeçam necessariamente às mesmas exigências dos azeites extravirgem e virgem, esse tipo passa por processos de descoloração, desodorização e neutralização. É mais utilizado em frituras. Azeite puro: É uma mistura entre os azeites refinado e virgem. Como são menos concentrados, o sabor é suave e o seu preço é muito menor.
qualidade extravirgem, assim como a sua diversidade, está voltado para um público exigente e apreciador de um bom azeite e uma boa gastronomia. Assim como o vinho, a cultura do azeite vem sendo difundida, o que eleva significativamente a sua procura por bons produtos e uma variedade de opções de consumo”, ressalta Deyves. A Guacira Alimentos, a partir de 2007, iniciou um processo de diversificação do portfólio de produtos, dando início a essa nova linha de azeites. O projeto traz azeites das principais regiões produtoras, já reconhecidos pelo público brasileiro, oriundos da Espanha, Itália e Portugal. O Diretor da Guacira, Marinho Pegorer, relata: “Tudo começou com a comercialização do Azeite Português. Em seguida, iniciamos a comercialização do azeite espanhol da marca Monumental, com uma das mais tradicionais empresas produtoras de azeite da Espanha, a empresa Euroaliment”. A Euroaliment trabalha com agricultores rigorosamente selecionados e controlados ao longo do período de produção, garantindo que as azeitonas colhidas nas fazendas espanholas estejam dentro dos padrões de qualidade exigidos pela empresa. O Azeite, durante o restante do ano, fica armazenado em tonéis de aço inoxidável em condições de ambiente e temperatura que evita a deterioração do produto, e somente é envasado quando o produto é carregado diretamente para Fortaleza, onde é nacionalizado pela filial da Guacira Alimentos. Por fim, o produto vai do nosso depósito, situado na região metropolitana de Fortaleza, para o Centro de Distribuição dos Mercadinhos São Luiz e depois para as suas lojas”, diz Marinho. O Diretor da Guacira ressalta: “Seguindo uma tendência de aumento do consumo de azeite no mundo, principalmente nos EUA e na America Latina, o consumidor cearense vem descobrindo, também, essa iguaria do mediterrâneo e aderindo ao consumo do azeite. Isto tam-
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ação da insulina - hormônio produzido pelo pâncreas, importantíssimo na entrada da glicose na célula - com consequente redução nos níveis de glicose sanguínea. Pessoas com elevada circunferência abdominal têm, portanto, maiores chances de desenvolverem diabetes Mellitus tipo 2 e doenças cardiovasculares.
bém sofre influência do aumento da renda do consumidor. O Azeite Monumental é um produto de excelente qualidade, atende a todos os padrões da legislação europeia que regula o mercado de azeite”.
“O azeite de oliva, principalmente o extravirgem, contém ainda antioxidantes como a vitamina E, carotenóides e compostos fenólicos, que retardam o envelhecimento celular, mantêm a integridade da pele e protegem o organismo contra doenças crônicas como o câncer, problemas cardíacos e inflamatórios. A produção do azeite extravirgem é realizada sem adição de produtos químicos, preservando as substâncias antioxidantes. Essas substâncias evitam a formação da placa de gordura, por inibirem a ação dos radicais livres, que oxidariam o colesterol nos vasos sanguíneos”, afirma Lívia.
Os benefícios do azeite De acordo com a nutricionista Lívia Martins, o azeite de oliva passou a ser estudado pelos seus efeitos benéficos à saúde, já que a prática dessa dieta foi associada a uma redução de doenças coronarianas e de câncer, principalmente de cólon, e a um aumento na longevidade de modo geral. Ele é composto predominantemente por ácidos graxos monoinsaturados (AGMI), sendo o ácido oleico seu principal representante. Ao contrário das gorduras saturadas e trans, os AGMI têm um efeito redutor nos níveis de LDL colesterol, conhecido popularmente como “mau colesterol”, e de triglicerídeos, sendo eficazes na prevenção de doenças cardiovasculares. Pesquisadores europeus vêm observando que, além do efeito de diminuição do colesterol, o consumo habitual de azeite de oliva atua também na redução dos depósitos de gordura abdominal. Esses benefícios vão muito além de fins estéticos, pois o excesso de gordura nessa região está associado à resistência à
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Você sabe como usar o azeite? A nutricionista Lívia Martins esclarece que é necessário o consumo habitual de aproximadamente 2 colheres de sopa por dia. É importante ressaltar, no entanto, que, como todo óleo, o azeite também é rico em calorias e não deve ser consumido em excesso, pois poderá levar a um acúmulo demasiado de gordura corporal. É necessário um planejamento alimentar adequado e individualizado, de acordo com as necessidades calóricas e nutricionais de cada pessoa. A melhor maneira de utilizar o azeite é acrescentá-lo a saladas ou pratos já preparados pois, quando utilizado em frituras ou em temperaturas excessivamente elevadas, pode haver perdas em suas propriedades benéficas.
Aprenda a preparar um bacalhau regado com azeite Cliente dos Mercadinhos São Luiz desde 1997, a advogada Andrea Guimarães Reis, 40, afirma: “Aprendi a cozinhar com a minha mãe, altamente prendada, e minhas filhas já estão no mesmo rumo. Vou fazer uma receita fácil e prática de bacalhau, porque tudo hoje deve ser assim. Nada de complicações”, diz Andrea.
Ingredientes: 1 kg de bacalhau 2 kg de batata inglesa 4 cebolas médias cortadas em rodelas 100 g de azeitonas pretas 5 ovos 250 ml de azeite Modo de preparar: Corte o bacalhau em pedaços e dessalgue-os. Depois retire a pele e cozinhe os pedaços junto às batatas descascadas e repartidas ao meio. Após o cozimento, escorra a água, ainda fervente, e deixe esfriar até uma temperatura manuseável. Desfie o bacalhau em pequenas lascas e corte as batatas em rodelas. Cozinhe os ovos e corte em rodelas. Arrume os ingredientes em uma travessa funda de vidro, tipo pirex, da seguinte forma: uma camada de lascas de bacalhau. Uma camada de batatas. Uma camada de cebolas, ovos e azeitonas. Repetir até o término dos ingredientes. Nesta operação só devem ser usados 2/3 da quantidade de batatas. O restante deverá ser transformado em purê. Após a arrumação, regue com o azeite e cubra com o purê. Pincele com gema de ovo cru e leve a travessa ao forno até obter um dourado leve. C
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á houve época em que a prática de exercícios era associada apenas à conquista de uma certa estética corporal. Ainda bem que os tempos mudaram, e também a forma de viver dos brasileiros. Há a conscientização da importância das atividades físicas diárias para melhorar a qualidade de vida, favorecendo tanto a saúde física como a mental. O fundador da Academia Studio Master, Gilberto Barros, observou na prática essa transformação: “Eu vejo uma mudança maravilhosa na atitude das pessoas. Há alguns anos atrás, tínhamos 1% da população brasileira se exercitando, já em 2011, eram 3%, ou seja, aconteceu uma grande mudança”. Gilberto relata que, em geral, tanto homens como mulheres são alunos da academia. A faixa etária é ampla, inclui crianças e também a terceira idade. Ele considera que o motivo é a busca pela saúde: “Hoje pessoas com mais de 60 anos são orientadas pela maioria dos médicos a realizar exercícios, como frequentar a musculação, por exemplo”. Outra atividade bastante procurada pelo público mais maduro da academia é o pilates. Professora desta modalidade, Jane Rebouças, 45, enfatiza: “Todos os indivíduos com idade avançada devem
Gilberto Barros, fundador da academia Studio Master
praticar exercícios físicos que melhor se adaptem a sua condição física e preferências pessoais. Entre as vantagens obtidas com o pilates, há a melhora da força muscular, do equilíbrio, da flexibilidade, de resistência aeróbica e da composição corpórea, que interfere positivamente nas atividades da vida diária”.
De acordo com o Ministério da Saúde, o estilo de vida é responsável pelo risco de morte por cardiopatia (54%), de acidente vascular cerebral (50%), e de cancro (37%), e, no total, influi em 51% para o risco de morte de um indivíduo. A Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (SBME) e a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) afirmam que o exercício físico regular melhora a qualidade e a expectativa de vida do idoso, beneficiando-o em vários aspectos, principalmente na prevenção de incapacidades.
Um público especial nas academias, com afetividade e fidelidade “Tenho prazer em trabalhar com este público ‘especial’, pois entre eles e os profissionais existe muita afetividade, além de serem clientes fiéis”, afirma Jane. Contudo, na opinião da professora, por conta da cultura e do poder aquisitivo dos idosos, ainda há poucos aderindo às práticas esportivas. Ela sugere que o Governo promova campanhas incentivando o esporte para pessoas da terceira idade, o que levaria à contrapartida de economizar com remédios. Laura Ritsuko, 62, é um exemplo para quem quer melhorar a qualidade de vida. Ela é massoterapeuta e faz pilates há três anos. Aluna da academia Studio Master, sempre gostou de praticar atividades físicas. “Como a proposta do exercício é associar o alongamento com força e equilíbrio, trabalho abdominal, respiração e movimento com conscientização corporal, ‘comprei’ a ideia, sem dúvida nenhuma. Adoro desafios com exercícios avançados, o que me facilita e me ajuda no que amo fazer, dançar”, diz Laura. Mas não é de hoje que Laura pratica esportes, ela declara que tem esse hábito desde criança, e já foi até atleta. Depois de adulta, mesmo com pouquíssimo
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Jane Rebouças auxiliando o aluno
tempo, fazia de tudo para não ficar parada. Hoje, pratica musculação e dança de salão, além da caminhada na praia aos finais de semana. Aulas de ritmos específicos como zouk (dança praticada no Caribe, semelhante à lambada) e tango são suas outras paixões. “Participo de festas para colocar em prática o que aprendi com o meu personal, que contrato para assegurar uma dança de qualidade durante a noite toda”, afirma Laura, sempre animada. Laura só falta às aulas em casos extremos, e colhe todos os benefícios de sua dedicação: “Como o meu trabalho é braçal, os exercícios me dão condicionamento físico para atender bem aos meus clientes. Até esqueço a minha idade, pois me sinto tão disposta que dificilmente estou cansada. Acredito que tudo isso seja uma soma de boa alimentação, boas horas de sono e pensamento positivo, buscando sempre qualidade de vida”, afirma ela.
O importante é não ficar parado A importância da prática de exercícios físicos aplica-se a toda a vida, mas especialmente na chamada “terceira idade”, em que os músculos já não respondem como antes e precisam ser estimulados. Os exercícios também proporcionam a melhora do funcionamento dos sistemas respiratório e cardiovascular, entre outros, e também ajudam a diminuir a fadiga. Até 2025, o Brasil será o sexto país do mundo com o maior número de pessoas idosas, conforme dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).
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Algumas iniciativas que oferecem projetos para essa faixa etária estão se destacando atualmente na região de Fortaleza. A Faculdade Estácio FIC criou, em 2006, o Projeto Instituto Sênior, voltado para quem tem mais de 50 anos. Os integrantes têm acesso a atividades como aulas de dança do ventre, dança de salão, hidroginástica, yoga e tai chi chuan, ofertadas pelos alunos de Educação Física. Já o projeto “Saúde, Bombeiros e Sociedade”, promovido pelo Corpo de Bombeiros do Estado do Ceará, envolve atividades físicas funcionais, ministradas para as pessoas acima de 60 anos pelos bombeiros da corporação formados em Educação Física. Os benefícios para os alunos incluem a diminuição da inatividade, proporcionar encontros entre as pessoas, reeducação postural e a melhora da amplitude do movimento das articulações com a segurança da locomoção. Aqueles que gostam de atividades praticadas ao ar livre também podem contar, ainda, com outra opção, o Espaço Vitalidade, localizado no Município de Eusébio, a 28 km de Fortaleza, que funciona desde 2003 e visa oferecer não só o bem estar físico como mental e emocional para os alunos. A programação do Espaço Vitalidade oferece natação, hidroginástica, yoga, tai chi chuan (arte marcial chinesa), dança de salão, biodança, massoterapia e acupuntura. A idealizadora do projeto e psicóloga Marusia Pombo, 66, afirma: “O Espaço Vitalidade está aberto para todas as idades,
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por considerar importante integrar as gerações. No entanto, é a terceira idade que predomina, com 70% dos alunos. O que acontece é que as pessoas despertam a curiosidade pelas atividades. Ao experimentar o esporte, sentem-se melhores, sem dores no corpo, e passam a exercitar-se regularmente”, relata Marusia. A aluna de hidroginástica Ivone Ary, 77, frequenta o Espaço Vitalidade e recomenda a atividade física para quem ainda não adotou esse hábito, por mais de um motivo: “Gosto do Espaço Vitalidade porque lá é limpo, bonito, arborizado, aconchegante e agradável. As pessoas na terceira idade que não praticam exercícios não sabem o que estão perdendo. Sinto-me mais disposta com as atividades, acolhida em um grupo e sempre conhecendo pessoas novas”. No Espaço, há também o Grupo Maturidade, para pessoas acima de 60 anos. Eles participam de encontros quinzenais, nos quais, além de compartilhar experiências pessoais, afetivas e encontrar novas amizades, os participantes podem refletir sobre as angústias, medos e obstáculos que a vida impõe, adquirindo assim crescimento interior, aprendizado e motivação. C
Zaura Ritsuko exercitando o Pilates
Serviço: Espaço Vitalidade: Rodovia CE 040 – Km 08 – nº 1181 Tel.: (85) 3260.4727 Academia Studio Master Rua Des. Leite Albuquerque, 1100 - Aldeota Tel.: (85) 3263.8888
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ELAS INVADEM RINGUES E TATAMES E aí vai encarar? Por Rafaele Esmeraldo
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uem disse que mulher não pode lutar? Hoje em dia, são elas que invadem as artes marciais. Longe de diminuir a feminilidade, a prática aumenta a segurança e também trabalha o corpo. Um dos esportes mais procurados pelo sexo feminino é o muay thai, luta originária da Tailândia, conhecida como “a arte das oito armas”, pelo uso combinado de punhos, cotovelos, joelhos, canelas e pés.
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O Professor de Lutas João Ricardo B. de Assis, 33, que dá aula de muay thai na Academia Studio Master, comprova o efeito positivo sobre a saúde e a aparência: “A arte marcial chama a atenção feminina por conta do melhorando no aspecto físico. O exercício fortalece músculos, tendões, ligamentos e articulações, conservando o corpo sempre jovem. São queimadas as calorias dos alimentos e há uma melhora no processo de digestão. É um trabalho correto do fortalecimento muscular abdominal, agindo contra cólicas menstruais, no desenvolvimento do raciocínio, do autocontrole, da disciplina, do respeito, da humildade e da convivência pacífica com a vitória e a derrota”. João relata que as alunas esboçam, no início da prática, uma reação de nervosismo, por se tratar de um esporte masculino. Com o passar do treinamento, porém, e a progressão do condicionamento físico, elas acabam gostando ainda mais. “Quando as mulheres colocam as luvas para o combate, se saem bem melhor do que alguns homens”, diz João. Ainda ressalta: “O Ceará está engatinhando com relação às lutadoras profissionais, e temos excelentes amadoras que estão seguindo o caminho do profissionalismo”. Dariza B. de Sousa, 19, é uma das alunas de João que recomenda a prática: “Estava em busca de um esporte para emagrecer, então me indicaram o muay thai e comecei a treinar, bem por estética mesmo. Já até tentei jogar vôlei, mas foi sem sucesso. Pratico muay thai há três anos e nove meses e seu diferencial é o contato físico, porque exige muito equilíbrio físico e mental, sendo um dos esportes que provoca mais queima calórica”.
Muay thai: quebra da rotina e conquista da disciplina Dariza conta como o esporte lhe deu novas metas: “Antes, talvez, eu não tivesse nenhum projeto de vida, nenhum plano para o futuro, mas assim que conheci o muay thai já sabia que era realmente isso que eu queria fazer, sem falar que ganhei muita definição devido aos treinos puxados. Amo o que faço e, para mim, o momento da prática é único.” Seja qual for o nível de envolvimento que se decida ter com o muay thai, Dariza acredita nos
benefícios da prática: “Com o tempo você vai saber se quer competir e investir. Porém, todos que praticam levam a modalidade a sério, independente de querer ou não participar de competições. Eu o indico para todas as mulheres, elas vão se apaixonar”.
Dariza no seu treinamento de Muay Thai
A estudante de direito Priscilla T. Pequeno, 21, também aluna de João Ricardo há sete meses, conta o que a levou a procurar aulas de muay thai: “Sempre me interessei por todo tipo de luta. Como ouvi falar muito bem do esporte, resolvi fazer uma aula experimental e me apaixonei. Já pratiquei de tudo, futebol, wind surf, mas o muay thai tem o seu diferencial: leva à quebra da rotina, melhora o condicionamento físico e traz junto a disciplina”. Sobre os benefícios, tem mais ainda que falar: “Com o muay thai, eu fiquei mais calma e mais disposta para as atividades físicas do dia a dia. Meu corpo mudou muito, emagreci, senti os músculos mais fortes”, afirma Priscila. A estilista Patrícia de Melo, 23, encontra outras van-
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tagens na luta: “Já fiz ballet e pratico corrida. A diferença do muay thai é possibilitar ao praticante desenvoltura e liberdade, que não são possíveis no ballet. Já a corrida se torna um complemento no quesito respiração e resistência, que são necessários no muay thai.” Patrícia também conta que, desde que começou o esporte, perdeu cinco quilos e passou a sentir maior disposição para as atividades rotineiras de uma semana de trabalho. “O interessante do muay thai é que define tanto membros inferiores como posteriores. A meu ver, é a arte marcial mais praticável para mulheres que procuram uma atividade física que trabalhe o corpo e a mente”, diz Patrícia.
Do tatame ao ringue: as mulheres mostram que são boas de briga O mundo das artes marciais é bem extenso e a “mulherada” também têm invadido os tatames do jiu-jítsu. Nesta arte, são utilizadas alavancas e pressões para derrubar, dominar e submeter o oponente, sem golpes traumáticos. De acordo com professor Guilherme R. de Faria (Caju), da Atlética Fitness Center, que dá aula há 18 anos, o intuito das mulheres que procuram esse esporte é adquirir maior defesa pessoal e emagrecer.
Entre os vários benefícios, o professor Caju relata que o jiu-jítsu aumenta a massa magra, melhora a flexibilidade e a força, aumenta a capacidade cardiovascular e o poder de concentração, além de diminuir o estresse e elevar a autoestima. Caju tem, também, alguns elogios especiais para animar as mulheres que ainda não aderiram a uma arte marcial: “nos primeiros treinos, as alunas ficam muito empolgadas porque conseguem fazer coisas que nunca imaginaram. A diferença das mulheres para os homens é o poder de concentração, que é bem melhor”. Genyffer Kasprzykowski, 22, aluna de Caju desde abril de 2011, conta como começou a frequentar as aulas: “Meu interesse surgiu pela filosofia da arte suave e os benefícios que ela é capaz de nos dar – rendimento físico, capacidade de se defender de qualquer pessoa, autoconfiança e respeito.” Ela recomenda o jiu-jítsu a todos: “é um esporte completo e não influencia apenas a parte física, mas a vida pessoal. É um esporte para a família toda”. Genyffer relata as mudanças que acompanharam a prática na sua vida: “modifiquei meu estilo de vida: durmo e como bem. Desta forma, obtenho evolução nos treinos. O próprio corpo pede isto, devido aos
Genyffer (quimono branco) no treinamento de jiu-jitsu
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Clarissa Gadelha (de blusa azul) exercitando o boxe
exercícios. A consequência desses novos hábitos é a perda de peso, em uma velocidade impressionante, e a definição muscular. Além disso, sempre estou com boa disposição para fazer outras atividades, como trabalhar e estudar”. Ela indica o esporte para crianças, adolescentes e mulheres. Para essas em especial, considera importante a noção de defesa pessoal sem usar a força: “Nisso somos inferiores aos homens, sempre foi assim, mas garanto que quem praticar jiu-jítsu conseguirá derrubar pessoas com o dobro de seu tamanho”. Fora das artes marciais, outra modalidade de preferência feminina é o boxe, um esporte de combate no qual os lutadores usam apenas os punhos, tanto para defesa quanto para o ataque. O instrutor Jean de Souza, 22, há cinco anos atuando como professor na Atlética Fitness Center, relata que esse esporte proporciona um excelente condicionamento físico e mental, além de deixar o corpo mais ágil, com um bom reflexo, liberando também o estresse e deixando o abdômen “sarado”, levando à perda de peso. “Antes, o boxe era excepcionalmente masculino, porém, hoje tem
muita mulher aderindo a ele. Elas costumam aprender mais rápido do que os homens e, apesar de não gostarem muito do treino de luvas nos ringues, quando decidem ir para lá, se mostram muito resistentes”, diz Jean. Clarissa Gadelha, 23, faz boxe desde 2008, e conta que seu interesse era, inicialmente, somente perder peso, mas depois foi se apaixonando. Percebeu que a prática também dava resistência física e a deixava mais leve para enfrentar o estresse do dia a dia. Como Genyffer, com o jiu-jítsu, Clarissa re comenda o boxe para todas as mulheres que desejem um corpo e uma mente saudáveis: “além de ser superimportante para a nossa defesa pessoal”. Ela conta que já praticou outros esportes, como natação e capoeira. No entanto, identificou-se mais com o boxe: “foi amor desde o primeiro jeb direto (um dos golpes do esporte). O meu corpo mudou para melhor. Além de ter emagrecido mais de 6kg, meus braços ficaram bem definidos.” Com tantas vantagens, só não dá para ficar fora da luta. As mulheres não vão parar por aqui, com certeza. O mundo que se prepare... C
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QUARTETO EM RIR: CONQUISTANDO MAIS UM PRÊMIO PARA O HUMOR CEARENSE Por Isabella Purcaru e Ádria Araújo O estado do Ceará, além de ser considerado a Terra do Sol, é também conhecido por ser a Terra do Humor, duas combinações que incentivam a vinda de turistas à Fortaleza. Segundo a Secretaria do Turismo do Ceará (Setur), no primeiro semestre de 2011 houve um aumento de 9,4% no número de turistas que visitaram o estado, o equivalente a 1,14 milhão de pessoas. Comparando ao mesmo período do ano de 2010, foi registrado crescimento em todos os indicadores da atividade, que alcançou R$ 1,8 bilhão de receita. Além dos grandes cearenses famosos por fazer humor Ceará afora, como Chico Anysio, Tom Cavalcante, Tiririca e Renato Aragão, a prova de que o “fazer rir cearense” é forte foi vista também através dos vencedores de todas as edições do quadro Quem Chega Lá?, do Domingão do Faustão. Desde que a
competição surgiu, em 2008, os cearenses levam o prêmio maior. O primeiro a vencer foi o humorista Alex Nogueira. Em 2009, foi João Netto e, em 2010, Matheus Ceará. Diferente das outras edições, em que os vencedores se apresentaram individualmente, em 2011 quem levou os R$ 50 mil para casa foram os integrantes do Quarteto em Rir: Marcos Aurélio, que faz o personagem Mexerico, o “Papudim”, Rogério Ribeiro, o “Oscar Brito” e Juan Bustamante. O quadro Quem Chega Lá? traz comediantes de todo o país em uma competição que consiste em tentar, durante 30 segundos, fazer o público rir, a fim de que seja eleita a melhor apresentação humorística. O grande objetivo é veicular piadas e alegria ao vivo, em rede nacional, aos telespectadores, contando com famosos no júri e a votação da plateia. Apesar dos vencedores de todas as edições serem
Quarteto em Rir: (da esquerda para direita) Marcos Aurélio, Bené Barbosa, Rogério Ribeiro e Juan Bustamante
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cearenses, não é a origem, mas o talento que decide qual apresentação merece ser premiada. “Não é só porque somos cearenses, muitos foram daqui e não passaram pela primeira fase. Você tem o entendimento do que é o quadro, do que eles querem. Até porque, antes de nos apresentarmos ao vivo, tem uma pré-seletiva. Se não for bom, não adianta”, conta o humorista Bené Barbosa.
Cinco anos sem apresentação do Bar Zil. “Depois do que aconteceu, virei evangélico e não queria mais conversa com o humor. Fui entrando em depressão. Passei por dificuldades em casa, tanto psicológicas, quanto financeiras. O salário como bombeiro militar não era suficiente, então pensei em voltar com o grupo. Hoje tenho Deus no coração, mas voltei ao humor. Acho que tivemos de dar uma parada para amadurecer. Foi um momento fantástico”, diz Rogério.
Na final da última apresentação do quadro de 2011, além dos cearenses, o grupo goiano que interpreta As Piriguetes, os mineiros que fazem A Turma da Alegria e os fluminenses do Este Cego é Ducarvalho se apresentaram para a plateia e para os telespectadores, que deram o voto pela internet e pelo telefone.
As dificuldades superadas com humor e fé A história do grupo Quarteto em Rir começou quando o humorista Bené Barbosa foi convidado por Marcos Aurélio para montar um espetáculo, mas a ideia não era fazer somente um show de humor. O diferencial da apresentação estava no enredo: um bêbado, o Papudim, como dono de um bar (o Bar Zil), e um rapaz do interior, o Mexerico. Depois convidaram o Rogério, que ia fazer somente uma participação, e, como faltava um personagem com um recurso vocal, foi convidado Juan Bustamante, que interpreta as cantoras. “Quando começamos, o espetáculo não contava nem duas horas de duração, mas a formação do quarteto já existia desde 2002, com percursos pelos teatros de Fortaleza, Juazeiro e Rio Grande do Norte. Ele é extremamente elogiado pela crítica especializada. Conseguimos juntar todas as linguagens do humor dentro de um único quarteto, respeitando sempre o que cada um tem de melhor para oferecer. São quatro estilos de fazer humor”, conta Bené.
Cenas da participação do Quarteto em Rir no programa Quem Chega Lá?
Mas o grupo não acreditou sempre que o humor fosse dar certo. Como em toda carreira profissional, houve altos e baixos. Depois de um tempo, cada um seguiu um caminho diferente, Mexerico fez show solo, Juan procurou outras atividades, Rogério passou por situações muito difíceis, perdeu uma filha e, no ano seguinte, atropelou uma jovem. O resultado?
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Um novo Bar Zil em 2012: trabalho de saúde pública para fazer rir 2012 é um ano de renovação para o Quarteto em Rir. O prêmio de R$ 50 mil foi de grande importância para o investimento do grupo, apesar de cada um ter seu planejamento individual com o dinheiro. O espetáculo Bar Zil, com novos cenários, figurinos, microfones, iluminação, faz parte dos planos dos humoristas, mas a preocupação não era somente ganhar o prêmio e sim fazer uma apresentação divertida em rede nacional. “Nunca fomos preocupados em ganhar o prêmio, ou disputar com os outros. Se fizéssemos uma boa apresentação e ganhássemos, ótimo, senão, já seria bom ser reconhecidos pelo bom trabalho que fizemos”, explica Bené. Para quem começou se apresentando somente para familiares e amigos, pagando os ingressos, a oportunidade do quadro abriu novos horizontes. “Como sempre, queremos buscar a excelência no trabalho, aproveitamos a oportunidade para fazer piadas novas. A ideia do futuro é um novo Bar Zil, adaptado a um espetáculo de teatro, a um programa de televisão ou a um filme, com a capacidade de se multiplicar em várias formas de comunicar”, afirma o humorista. Os programas de humor estão cada vez mais inseridos nas atrações da televisão brasileira. Para Rogério, isso acontece devido à necessidade do ser humano de rir. “É provado cientificamente que, quando você sorri, além de movimentar os músculos da face, você produz a endorfina, substância que dá qualidade de vida, dá alegria. Por isso, quando é feita uma apresentação dentro de um hospital, você observa que a melhora daquele paciente é grande, através da substância que foi produzida quando sorriu. Se o governo soubesse disso, iria gastar menos com remédios e teria uma saúde pública de qualidade. Bote humorista no meio do mundo, mas humorista que preste, senão o pessoal lá morre, e a culpa é nossa (risos)”. Bené finaliza ressaltando a necessidade de renovações nas apresentações e de uma postura menos amadora para quem trabalha com o “fazer rir”: “o humor é visto pelos turistas como produto, no entanto, para os donos de casa de show e artistas em geral, ainda é tido como um ganha pão, que não precisa profissionalismo”.
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Projeto Terça de Graça, no Theatro José de Alencar Criado para reforçar a imagem do Ceará como terra de grandes humoristas, o projeto Terça de Graça, que acontece todas as terças-feiras no Theatro José de Alencar, pretende fortalecer a produção do humor cearense, investindo em novos profissionais e no aprimoramento dos talentos já formados. O projeto tem 100% de gratuidade, e a programação já trouxe a apresentação dos espetáculos Bar Zil, A Comédia, Cacos de Família, do humorista Tirulipa, filho do famoso Tirica e da Aurineide Camurupim. O Terça de Graça, que já está na segunda edição, tem programação prevista até junho deste ano. O projeto exibirá ao todo 21 apresentações de humoristas, atores/atrizes, comediantes, palhaços, mímicos e outros profissionais do humor, além de ter a previsão de quatro cursos com formação para os artistas, sob a orientação de profissionais de várias áreas do teatro cearense.
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Conheça os outros vencedores cearenses
2008 – O Humorista Alex Nogueira Primeiro vencedor da competição do Quem Chega Lá?, Alex Nogueira, que fez uma apresentação “de cara limpa”, conta que os planos para 2012 incluem solidificar seu nome no cenário nacional, mostrando a todos a famosa molecagem cearense. Essa característica atribuída aos cearenses é, em grande parte, responsável por colocar o Ceará no pódio dos destinos turísticos mais desejados do país. “Se o humorista que se apresenta é do Ceará, todos sabem que é de qualidade. Isso, com certeza, até de forma inconsciente, chega a influenciar a análise do público. As pessoas não assistem com expectativa de julgamento, mas sim de curtição e boas risadas”, afirma o humorista. Alex considera que a grande presença do humor na TV brasileira se deve ao fato de que, como disse Chico Anysio, “ninguém achar ruim sorrir”, e explica: “a necessidade do humor para enfrentar as pressões do cotidiano é porque o mesmo serve como relaxamento e renovação de espírito para a melhor convivência em sociedade. Por isso há tanto investimento dos veículos de comunicação em geral no uso do humor como ferramenta para a busca de audiência”.
2009 – João Netto, o “João Besouro” João Netto, que já era famoso com o personagem Zé Modesto, além de ter participado da Escolinha do Professor Raimundo e do programa Chico Total, contou que foi capaz de recomeçar com um novo personagem ao vencer o concurso do Domingão do Faustão, criando a comédia O Auto do Cumpade Cido, interpretando João Besouro, em alusão ao João Grilo, da peça de Ariano Suassuna, O Auto da Compadecida. “Isso prova que não sou somente um humorista, mas um ator que consegue interpretar mais de um personagem”, afirma ele. Para João, o humor está substituindo outros estilos de programas e ocupando mais espaço na vida da família brasileira. “O grande filão do momento é o humor, visto que muitas ‘fórmulas’ estão desgastadas, como as brigas no palco, ou programas de auditório, que até foram reduzidos nos fins de semana”.
2010 – Matheus Ceará Depois que venceu o concurso, Matheus estreou um programa de televisão na afiliada da Bandeirantes regional de Campinas, São Paulo; um programa de humor na rádio Educadora FM, chamado Algazarra; além de passar a viajar por todo o Brasil apresentando o show Aprovado pelo Risômetro e a dar palestras motivacionais com humor em empresas. Para ele, como o quadro é conhecido nacionalmente, a oportunidade dada aos humoristas cearenses é muito importante, já que os programas de televisão buscam o humor dentre muitos outros que fazem a guerra pela audiência. “O quadro Quem chega Lá? é popular, e dá reconhecimento aos humoristas, mostrando que o humor daqui é sempre renovado e conhecido”, afirma Matheus. C
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O carnaval é a maior festa popular do país, sinônimo de alegria, descontração, irreverência, bom humor e até mesmo democracia. Comemorado nos quatro cantos do território nacional, adquire características bastante peculiares na capital cearense, pois a animação toma conta da cidade muito antes do período oficial da festa.
Quem costuma passar o carnaval em Fortaleza já deve ter notado a tranquilidade da cidade nessa época, onde há bem menos movimento de veículos e de pessoas nas ruas, salvo alguns locais específicos, como a Avenida Domingos Olímpio, palco do tradicional desfile do maracatu cearense, um verdadeiro espetáculo. Com a maior parte dos fortalezenses concentrados nas praias do nosso litoral, os turistas podem até pensar que, diferente de outros lugares
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do país, o carnaval por aqui não é festejado como se deve, ou seja, como grande acontecimento do ano. Na verdade, não é bem assim. Embora, de fato, Fortaleza não tenha tanta tradição quanto outras capitais nordestinas na comemoração do evento, a exemplo de Salvador e Recife (as quais, junto com o Rio de Janeiro, já se consagraram como polos carnavalescos do Brasil), os festejos mominos na Terra da Luz ocorrem de uma forma bastante diferen-
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< festa popular >artesanato
Formação do bloco Baqueta saem as ruas
ciada. A folia chega aqui com muita antecedência, por meio de uma rica variedade de blocos de rua que, a cada ano, atraem maior quantidade de adeptos. E essa é nossa verdadeira festa, o pré-carnaval. Desde o século XIX, que assistiu ao nascimento de blocos como “Circassianas e Margaridas” e aos desfiles (então chamados de “corsos”) que tomavam conta das grandes avenidas de Fortaleza (bem como do Passeio Público), nosso carnaval foi ganhando força. Em épocas posteriores, concretizou-se na forma de luxuosos bailes em clubes, onde se apresentavam as melhores orquestras, como no caso do Iracema. A animação desses espaços elegantes e reservados tinha seu contraponto no carnaval de rua, no qual predominava a informalidade e a irreverência, representada pelo desfile das moças das “pensões alegres” do Centro, por exemplo, ou pelas próprias marchinhas e carros alegóricos. De lá pra cá, é certo que podem ter existido períodos de declínio, momentos em que o modo de comemorar essa grande festa tenha sido menos glamouroso. Entretanto, o certo é que o fortalezense, com toda sua inventividade, acabou por recriar, com o passar do tempo, uma forma de festejar o carnaval, como se diz em francês, comme il faut. Prova disso é a atual proliferação de blocos de rua e a contagiante vitalidade de nosso pré-carnaval, que se tornou, no decorrer de todo esse processo, algo muito mais animado, genuíno e intenso que o carnaval “oficial”. Não é a toa que, logo após a virada do ano, os foliões já começam a se preparar para o carnaval an-
tecipado. Ao mesmo tempo, mais de cem blocos existentes na cidade começam a esquentar os tamborins.
Trabalho durante o ano inteiro garante a alegria dos foliões Além do desejo de boa parte da população em participar, outro bom motivo para todo esse sucesso são os incentivos públicos. A Prefeitura vem investindo forte no pré-carnaval e, neste ano, 60 blocos de rua obtiveram apoio financeiro, tendo recebido, cada um, seis mil reais para os preparativos. Além disso, também foi criado um edital para selecionar composições que deverão integrar um CD a ser lançado pelo órgão. Com a abertura oficial do pré-carnaval em Fortaleza (neste ano, em 13 de janeiro), deu-se início aos desfiles nos mais diversos pontos da cidade. Praia de Iracema, Benfica, Poço da Draga, Vila União, Cidade 2000, Carlito Pamplona, Jacarecanga, Dias Macedo e Bela Vista, dentre muitos outros, já viram ou ainda vão ver o bloco passar. De acordo com Carlos Henrique Benevides, diretor do Bloco do Baqueta (um dos principais de Fortaleza), o aumento do prestígio do evento se deve sobretudo à organização dos blocos, e também ao incentivo da Prefeitura, apesar de considerá-lo insuficiente. “O recurso ainda é escasso, pois os custos de um bloco são bastante elevados, visto que também temos de contratar seguranças e vigilantes”, afirma Carlos Henrique. “O Baqueta é um projeto pioneiro em fortaleza, somos a primeira escola de percussão na cidade. Nosso pro-
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< festa popular
jeto se desdobra em três: Baqueta Cor-de-Rosa (grupo de percussão formado apenas por mulheres, que faz shows e sairá às ruas em 2013), Escola de Percussão do Baqueta (prepara alunos logo após o carnaval) e o Bloco do Baqueta, que este ano é formado por um grupo misto, de homens e mulheres”, complementa. Quanto à organização dos blocos, a que se refere Carlos Henrique, tem tudo a ver com a preparação dos grupos antes de saírem às ruas, que começa muito antes do período momino. No caso do Bloco do Baqueta, por exemplo, há uma escolinha de percussão que funciona o ano inteiro. “Logo após o carnaval, fazemos um recesso de dois sábados e abrimos turmas para iniciantes na nossa escola. Trabalhamos todos os sábados à tarde, ensinando os alunos a tocar os instrumentos. No final do ano, fazemos seleção para os que estão aptos a tocar na bateria”, afirma o diretor do bloco, salientando que as matrículas para as próximas turmas já estão abertas. Para quem já se cansou de apenas olhar os desfiles e quer ter a experiência de sair às ruas, fica o irrecusável convite: que tal participar de grupos com nomes pitorescos como Amantes de Iracema, As Malas do Papicu, Cabra Ensopada, Unidos da Cachorra, Camaleões do Vila, Zé Moringa, O Rei da Rua, Urubu Encan-
Bateria do Bloco Unidos da Cachorra
Bateria do Bloco Baqueta
tado ou Os Inocentes da Folia na Major? Basta escolher entre os quase cem blocos pré-carnavalescos de Fortaleza e descobrir (ou redescobrir) a aventura que é participar da maior festa popular do Brasil. C
CUIDADOS COM A ALIMENTAÇÃO Durante o carnaval, a variedade de desfiles, blocos e trios costuma levar os foliões a virar dia e noite, com poucas horas de sono e alimentação irregular. Para manter a saúde e a energia, o folião deve ficar atento a sua alimentação. É recomendável selecionar as comidas vendidas nas ruas, pois barraquinhas e quitutes de ambulantes podem esconder perigos. Com o calor, os riscos de infecção aumentam e a comida contaminada por bactérias pode originar problemas de saúde. Outro fator de suma importância é a hidratação. Em relação às bebidas, é preciso estar bastante atento à higiene das embalagens e aos lacres, que devem estar intactos.
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> talentos
Cientistas Cearenses: A genialidade a serviço do planeta Por Nazareno Albuquerque
Jessé e Cristiane. Pelos nomes poderiam se tratar de uma simpática dupla caipira. Ou charmosos empreendedores de uma clínica de estética.
Redondamente errado e imprevisível. Estou diante de dois cientistas cearenses: Jessé e Cristiane. Jessé Thé tem Doutorado em Engenharia Mecânica e Engenharia de Fluidos e Transferência de Calor. É ainda revisor da Revista Científica Journal of Energy, uma alta distinção acadêmica. Cristiane segue a genialidade do marido. Aliás, Jessé a sublimou durante toda a entrevista com admiração e olhar encantado, como se fossem namorados. Sim, eles protagonizam também uma linda história de amor. Nada surpreendente, considerando a formação de Cristiane: primeira mulher a conquistar mestrado acadêmico na Universidade de Waterloo, com nível 98 e o título de melhor aluna do ano. É licenciada em Arquitetura, com Mestrado em Engenharia Civil na área de Projetos. Os dois curtem uma paixão juvenil que já venceu 30 anos de casados. O namoro começou quando tinham 15 anos, estudantes do mesmo colégio e da mesma sala, em Fortaleza. O destino preparoulhes uma maravilhosa aventura. Juntos e já casados, decidiram concluir os estudos no Canadá levando apenas o matulão e a vontade de vencer. Hoje respeitáveis cientistas, Jessé e Cristiane Thé levaram anos pesquisando e desenvolvendo conhecimentos na área de Gestão Ambiental, em Sistemas de Monitoramento de Emissões de Poluentes Industriais. Consultor de políticas de monitoramento e gestão ambiental para vários países, Jessé Thé preside a empresa canadense Lakes Environmental, com filial e escritórios em mais de 20 países, dentre os quais Coréia do Sul, Alemanha, Estados Unidos, Canadá, África do Sul e Brasil. O sistema que ele e Cristiane desenvolveram é o que existe de mais avançado no mundo. A Coreia, por exemplo, escolheu a nossa tecnologia para aplicar no monitoramento de toda a energia nuclear utilizada pelo país – revela ele. Outra inovação tecnológica do sistema está na sua capacidade de monitorar a qualidade do ar, bem como de regular a emissão de poluentes por meio do planejamento da produção de uma zona ou região industrializada. Ou ainda, monitorar vários tipos de processos industriais simultaneamente.
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No futuro: Energias Alternativas e Talento Brasileiro para Exportação Os crescentes riscos ambientais de poluição do ar, devido à emissão de poluentes industriais na região do Porto do Pecém, trouxeram o casal Thé de volta a Fortaleza, agora como consultores convidados. Jessé teve conversas reservadas e de alto nível com autoridades do governo cearense, oferecendo subsídios sobre a tecnologia voltada para a “Gestão de Emissões em Complexos Industriais”, um dos problemas sérios a ser solucionados no Pecém, por conta dos altos índices de poluição oriundos de atividades como as de refinaria, siderúrgica e termoelétrica, para citar apenas alguns. Ao dispor de Jessé e Cristiane como prováveis consultores, o Ceará fica certamente em boas (e conhecidas) mãos. Afinal, a inteligência privilegiada desses dois conterrâneos já está a serviço dos Estados Unidos e do Canadá. O sistema de modelagem da poluição atmosférica que desenvolveram controla 100% do mercado desses países, e 98% da Alemanha. “É para onde o mundo caminha”, analisa Jessé. Vários países já estão adiante do Brasil neste ponto, mas chegaremos lá, projeta com otimismo. Ele prevê que “até 2040, a situação climática deve piorar bastante no planeta, caso não haja uma mobilização consciente das sociedades, despertando os governantes para os riscos desse cenário”. Como desdobramento, afirma, teremos um crescimento exponencial das energias alternativas nos próximos 30 anos, citando a eólica, solar, biomassa, geotérmica e gás natural. Mas indica a melhor opção energética para o planeta, no futuro: a fusão nuclear, com a obtenção do gás hélio. Providenciamos uma pausa na entrevista para um lanche rápido no Café do São Luiz Parque do Cocó. Ele escolhe tapioca com um expresso e suco, enquanto mostra orgulhoso as fotos dos três filhos do casal: Rafaela, Danielle e Jessé David. Degustando como quem mata uma longa saudade (enquanto Cristiane se aproxima para juntar-se a nós), Jessé comenta a imagem positiva do Brasil no exterior.
Ele conta, animado, que povos e líderes do mundo inteiro olham para nós com simpatia. Os brasileiros são vistos como empreendedores, inovadores, com forte tecnologia e vocação para a produção de alimentos. E mais, com capacidade e criatividade para absorver conhecimentos. Entusiasmado, Jessé aposta no futuro: “Deixa chegar 2018 para ver o nível de nossa exuberância!”. Com esse tom animado, a entrevista curvou-se ao sabor da tapioca com café. Quem observou a distância nem desconfiou que a situação tão cotidiana era, na verdade, um momento de revelação de duas joias raras do mundo do conhecimento, dessas que não se encontram com facilidade. Também foi uma hora especial de matar a saudade dos sabores daqui, das delícias tropicais que não podem ser encontradas no frio Canadá... C
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Raimundo Fagner: “O mais interessante é que essas músicas não morrem. Vão passando de geração a geração. É fantástico, isso é o meu alimento principal, é a minha saúde artística, aquilo que me motiva.”
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Fagner
música que corre pelo sangue
e inspira as vidas dos fãs O começo foi simples: uma casa com atmosfera musical e a descoberta do talento em programas de rádio e TV, assim consolidou-se a vocação de um dos maiores orgulhos do Ceará. O cantor alcançou, ainda em vida, em sua carreira artística, prestígio e reconhecimento inquestionáveis na MPB. Por Renato Barros de Castro
Da casa para o rádio: a descoberta da vocação Filho de libanês que deixou o país natal fugindo de períodos instáveis por conta de guerras, Raimundo Fagner nasceu na capital cearense (não em Orós, como muitos pensam, local onde foi registrado). Seu pai também era cantor, com fama de seresteiro, e o menino desde o início da vida teve a música
como elemento essencial de sua trajetória. Nas casas onde viveu na até então pacata Fortaleza, em ruas como Floriano Peixoto e Lauro Maia, ele se acostumou cedo a ouvir toda a família cantarolando pelos cômodos, até mesmo o vizinho e compositor Evaldo Nogueira, afilhado de seus pais.
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“Minha vocação para a música veio de casa, que tinha uma atmosfera muito musical. Todo mundo vivia cantando no banheiro, era uma cantoria só. Me criei dentro desse ambiente”, rememora Fagner. Aos seis anos de idade, um fato aparentemente trivial mudou para sempre seu destino e abriu as portas para a descoberta genuína de seus caminhos: mãe o levou para participar de um concurso, cantando em um programa de rádio. Ele conquistou o primeiro lugar, com música em homenagem ao dia das mães. “Isso me marcou muito, é o tipo de coisa que se fixa na cabeça de uma criança. A partir daí, comecei a frequentar vários programas de auditório na Ceará Rádio Clube e na Rádio Iracema, numa época em que eram muito fortes por aqui esses programas, com uma tradição enorme (Irapuã Lima, pessoal da Ceará Rádio Clube...), até quando começou a televisão”, afirma.
Ousadia para vencer festivais e a primeira guitarra no palco O primeiro prêmio importante de sua carreira, entretanto, não iria demorar muito para chegar. No agitado ano de 1968, ele venceu o 4º Festival de Música do Ceará com criatividade, inovação e muita ousadia. “Comecei a compor no Colégio da Piedade, onde eu estudava, com Marcus Francisco, um artista plástico fantástico. A primeira música que fiz foi com ele, se chama Nada Sou, e viria a vencer o festival. Foi marcante, e me tornei notícia na cidade toda porque ninguém me conhecia. Fui o primeiro a botar uma guitarra no palco. Era tudo muito tradicional, todo mundo de violãozinho, então peguei um grupo, se não me engano, no (Colégio) Piamarta, que tinha uns músicos bons tocando baile, essas coisas, e levei isso aí. Foi um choque, ganhamos. Na sequência, fiz uma outra música, e levamos ao festival Aqui no Canto, que teve o primeiro disco gravado no Ceará. Dessa forma, posso dizer que meu começo foi muito efervescente, já compondo com uma turma que tinha uma intensa produção por aqui, como Belchior e Ricardo Bezerra”, rememora. Ao mesmo tempo em que se dedicava à música, Fagner também escolheu um curso universitário
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Minha música fez muita gente casar, fez muita gente chorar, fez gente ser feliz...
tradicionalmente ligado ao universo artístico, optando por estudar arquitetura na Universidade Federal do Ceará (UFC), ambiente propício à criatividade por reunir toda uma comunidade intelectual, assim como ser o ponto de encontro de vários artistas da época, o Bar do Anísio. Nessa época, o cantor contou com uma nova parceria, o amigo Ricardo Bezerra, também estudante de arquitetura, com quem iria formar uma dupla e se destacar em programas musicais da TV cearense.
As Velas do Mucuripe sob os ventos de Brasília Ganhando novos festivais nos mais diversos temas, Fagner foi induzido a mudar-se para Brasília, visto que sua família passou a acreditar que ele estava perdendo o foco nos estudos e deveria concentrar-se na vida acadêmica. Fugindo ao destino, entretanto, acabaria, na verdade, por encontrá-lo de vez. Com os estruturados festivais de Brasília, que contavam com a cobertura jornalística de importantes veículos de comunicação do país, as novas premiações de Fagner se tornariam conhecidas por um público ainda maior. A música Mucuripe, por exemplo, seria a vencedora de uma importante premiação da Universidade de Brasília (UNB). “A partir desse período, as pessoas passaram a me incentivar ainda mais, elogiando minhas músicas, dizendo que eu deveria deixar para estudar em outra ocasião, pois aquele era o momento de levar adiante minha carreira artística. Coincidentemente, Belchior já estava indo para o Rio, e a gente já tinha mesmo um papo de ir embora. Assim, com o sucesso em Brasília, aconteceu uma espécie de despertar para um novo público, com outra conotação: longe de ser apenas uma referência como cidade, lá era a capital do país, lugar onde todo mundo se encontrava e onde eu recebia ainda mais motivação, devido ao fato de pessoas de outros lugares estarem acreditando que eu poderia (ter uma carreira na música)”, explica.
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Música, tutebol e novelas: unanimidades entre os brasileiros Aliada a uma intensa beleza poética, a tradução genuína dos mais variados sentimentos expostos nas canções de Fagner começou a atrair admiradores de modo incessante, em todas as partes do país. De onde costuma vir a inspiração que agrada a tanta gente? Para ele, a resposta é uma só: da vida. “Tudo pode ser motivo para se achar inspiração. Tudo, tudo, tudo. A vida toda inspira, qualquer coisa que você sente no seu interior, algo que você vê... Música, para mim, é um negócio que corre no sangue, sem precisar de motivo ou explicação. É uma coisa orgânica, como respirar. É uma coisa automática, que aparece a qualquer momento: posso estar triste, alegre, posso estar num hotel ou em qualquer lugar. Posso estar no meio do barulho ou até mesmo dormindo, que acordo com a musicalidade. Vivo intensamente a música. Costumo dizer, brincando, que ela nunca me abandona, e sempre procuro estar perto dela”, enfatiza. Para Fagner, o Brasil é o país que produz os tipos mais diversos de música, das maneiras mais variadas. Devido a um território de proporções continentais, os problemas e as diferenças regionais são enormes, o que também se revela no tipo de música produzida. “A música no Brasil é como futebol, todo mundo quer fazer, todo mundo curte, é uma coisa unânime”, sentencia. Prova da enorme popularidade que Fagner conquistou no país é a presença de muitas de suas músicas na teledramaturgia brasileira, fenômeno que ele atribui à existência de uma sintonia entre o que é escrito pelos roteiristas e os sentimentos revelados em suas canções. “Algumas vezes, já aconteceu até de mudarem o nome das novelas por conta das músicas”, revela o cantor. A despeito da enorme variedade de trabalhos, uma vez indagado a respeito de sua canção preferida, a que melhor traduz seu espírito, ele não pensa duas vezes: Mucuripe. “Não sei se é porque eu fiz aqui (no Ceará), mas lembro que, quando a compus, eu já estava sonhando (com o mundo da música), sonho esse que se realizou. Foi uma música que abriu as portas para mim, com grandes intérpretes que eu idolatrava. Não é nem a que tenha tocado mais, mas é a minha preferida”, afirma.
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Fagner destaca a importância das parcerias como forma de modernizar-se com as novas tendências no campo da música
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Boas parcerias e inquietação para renovar Na construção e desenvolvimento da carreira artística, Fagner faz questão de ressaltar a importância das parcerias, desde as iniciais, com Ricardo Bezerra, até as mais recentes, com o maranhense Zeca Baleiro. Por meio delas, o artista tem a oportunidade de redescobrir seu próprio reino inventivo e, mesmo, de modernizar-se com as novas tendências no campo da música. “É sempre necessário estar buscando boas parcerias. Atualmente, por exemplo, estou realizando um trabalho com os meninos do grupo Cidadão Instigado, que estão fazendo bastante sucesso em São Paulo e têm um toque diferente. Em geral, procuro descobrir novidades como essa para somar com o que tenho, e de certo modo para dar uma modernizada também. No meu show, os músicos são de uma geração mais nova, e já fazem outra leitura do meu trabalho. A gente tem que estar sempre se renovando, essa inquietação acaba sendo bacana para o artista. Para mim, ainda mais: vivo sempre procurando coisas que possam somar, seja dentro do estúdio ou nos shows, e minha relação com a música é muito intensa nesse sentido”, afirma. Quanto ao processo de composição de seus álbuns, Fagner não recorre a nenhuma fórmula pronta, pois a maturidade artística o ajuda na hora de intuir o que é mais conveniente em cada momento. Para 2012, ele prepara um álbum sobre Luiz Gonzaga, com quem já gravou, e elabora outro com Zé Ramalho, além de parcerias com nomes como Zeca Baleiro, Fausto Nilo e Ney Matogrosso. “Também estou trabalhando com alguns duos que gravei com Guilherme Arantes e Cauby Peixoto. Tem todo um leque de coisas que estou tentando realizar para este ano, com destaque para músicas inéditas, que são as que mexem mais com o público. Tenho bastante delas”, promete.
A resposta afetiva do público pelo Brasil “O mais interessante é que essas músicas não morrem. Vão passando de geração a geração. É fantásti-
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Disco de bolso do Pasquim (1972)
Manera Frufru Manera (1973)
Eu canto (Quem viver chorará) (1978)
Uma canção no rádio (2009)
co, isso é o meu alimento principal, é a minha saúde artística, aquilo que me motiva.” O cantor acredita na necessidade do artista se renovar, de trazer o passado para o presente, e explica como acontece essa relação com os fãs: “Existem gerações que estão me conhecendo agora, então elas têm que me conhecer com carimbo de atualidade. Aqueles que me conheceram muito antes também têm que ver essa renovação. Em outra carreira, eu já estaria aposentado, mas a música dá muito mais maturidade”. Pensando sobre sua carreira – que completa quase 40 anos – hoje Fagner destaca as décadas de 70 e 80, pela história e agitação política, como épocas muito intensas, que criaram um contexto essencial para viabilizar a estabilização de seu trajeto na música. “Vivi momentos muito importantes, assim como meus parceiros, que também estavam fazendo uma rica leitura do país e dos sentimentos da época. Minha música também resulta do envolvimento com a vida das pessoas, por meio das novelas e dos shows... (quantas crianças chamadas Fagner existem por aí!)”, reflete o cantor. Ele afirma que o envolvimento com o público permaneceu, e se tornou sua maior riqueza: “Viajando constantemente pelo Brasil, tenho sempre uma resposta emotiva para com a qualidade do trabalho. Minha música fez muita gente casar, fez muita gente chorar, fez gente ser feliz... Isso é o maior patrimônio que o artista pode ter, a resposta afetiva da sua obra e o que ela significou na vida das pessoas”. C
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Chocolate Da AmĂŠrica para o mundo: a delĂcia que conquistou todos os paladares
Por Isabella Purcaru
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o leite, crocante, amargo, branco, light... atendendo a todo os gostos, o chocolate é dos manjares mais democráticos no mundo das guloseimas. A grande maioria dos brasileiros é louca por ele. E por que o chocolate tem tantos degustadores? A nutricionista especializada em emagrecimento e reeducação alimentar Fabiana Fontes explica que o cacau é o grande responsável pelo benefício que o chocolate traz para nossa saúde. Ele é rico em antioxidantes, que protegem as células da produção dos radicais livres, reduzem o LDL (colesterol ruim), protegem de doenças cardiovasculares e estimulam a produção do hormônio serotonina, responsável pelo bom humor, além de combater a depressão e a ansiedade. A nutricionista ressalta ainda que “estes benefícios, porém, não são encontrados no chocolate branco, pois sua composição apresenta um índice menor de cacau e maior de manteiga de cacau. O recomendado para consumo é 30 gramas do chocolate meio amargo ou de chocolate com 50 a 70% de cacau na sua composição”.
A história do chocolate: dos deuses astecas aos Alpes Suíços Quem resiste a um tabletinho de chocolate? O fascínio pelo doce vem de épocas antigas e de histórias recheadas de mitologia. Sua origem remonta às civilizações pré-colombianas da América Central, desde os olmecas. Evidências arqueológicas comprovam que, depois desses, os maias e os astecas utilizaram o cacau em uma bebida preparada pelos sacerdotes. A fruta era considerada um alimento dos deuses e o líquido, amargo e escuro, era servido em rituais religiosos e comemorações especiais. As sementes de cacau, de tão valorizadas, viraram até moeda corrente. Os guardas do imperador asteca Montezuma lhe ofereciam a bebida originária do cacau em cálices de ouro. O líquido era reservado, também, para os homens adultos da alta hierarquia indígena. Os espanhóis teriam observado a enorme energia física e sensação de euforia que tomava os guerreiros indígenas após a ingestão da bebida. É claro que, Cristóvão Colombo, o “descobridor” da América, levou o cacau para a Europa, para o rei Fernando II. As sementes, porém, passaram quase despercebidas em meio a tantas riquezas. Levou algum tempo para os espanhóis resolverem provar a
bebida amarga e começarem a adoçá-la com açúcar e outros adoçantes para torná-la mais palatável. Foi assim que o chocolate caiu no gosto dos europeus... No Brasil, o berço do cacau foi a região amazônica, por conta das altas temperaturas e das chuvas abundantes, ideais para o crescimento da planta. Mas, em meados do século XVIII, a introdução das primeiras sementes no sul da Bahia, oriundas do Pará, escreveu um novo capítulo na história do cacau no Brasil. O principal motivo, que explica o florescimento na terra de Jorge Amado, é o clima quente e úmido, bastante similar ao de seu habitat natural, facilitando o processo de adaptação do cacaueiro, que precisa da sombra de árvores de maior estatura para sobreviver. A semente oferece três matérias primas para a produção de chocolate: a massa de cacau, a manteiga de cacau e o cacau em pó. O processo de industrialização do chocolate envolve as seguintes etapas: secagem das sementes, torrefação, moagem (que gera a massa de cacau); prensagem (que resulta na manteiga de cacau e torta de cacau) e outra moagem que produz o cacau em pó (12% de gordura e não contém açúcar). No Brasil, para que um chocolate tenha este nome em seu rótulo, é necessário seguir a legislação existente, que exige para chocolate líquido, bar-
Preparo do chocolate em um mosteiro europeu
Montezuma, imperador asteca
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O fruto do cacau
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ra e pó, um mínimo de 25% de cacau e, para chocolate branco, um mínimo de 20% de manteiga de cacau. E como qualquer grande realização na história da humanidade, o chocolate não foi invenção de apenas um, mas de gerações de pesquisadores. Em 1867, Henri Nestlé inventou o leite condensado e, doze anos, depois o chocolateiro suíço Daniel Peter resolveu o problema de como misturar o cacau com leite sem destruir a textura. Pouco tempo depois, Philipp Suchard inovou na forma de venda dos chocolates, antes comercializados em forma de bolos e rolos, e criou a primeira barra de chocolate ao leite, a famosa Milka. Quase simultaneamente, Rodolphe Lindt construiu uma máquina capaz de arear o chocolate, o processo foi denominado por ele de conchagem, e proporcionava um chocolate com textura mais macia e aveludada. Inspirado nos Alpes Suíços, Jean Tobler fez um chocolate triangular chamado Toblerone. Na Bélgica, Jean Neuhaus criou a “casca” de chocolate. Resistente o bastante para comportar líquidos e cremes no seu interior ela deu origem aos bombons recheados.
A Costa do Marfim é o maior produtor de cacau do planeta
Os doces números na economia Em números, o “alimento dos deuses” – apelidado assim pelo naturalista sueco Carolus Linnaeus – também agrada aos paladares da economia. No ranking dos países que mais produzem a matéria prima do chocolate, o Brasil está na 6ª colocação, tendo a Bahia como a sede brasileira do cacau. A amêndoa é o principal produto agrícola do estado, que produz 95% do total brasileiro. Em primeiro lugar no ranking e com mais de 40% da produção mundial de cacau está o país africano Costa do Marfim. Já os principais países consumidores de cacau são: Estados Unidos, com 689 mil toneladas, e Alemanha, França e Reino Unido, com 280, 218 e 215 mil toneladas, respectivamente. O Brasil atualmente, segundo a Organização Internacional de Cacau (ICCO), consome 98 mil toneladas. A empresa MarsInc., famosa pela produção dos confetes de chocolate M&M’s, é a maior fabricante de choco-
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Processo de industrialização do chocolate
late do mundo e uma das maiores empresas de capital fechado dos Estados Unidos. A suiça Nestlé é a segunda maior e prevê um crescimento de 10% do volume de vendas de chocolate para a Páscoa de 2012. Segundo a Gerente de Marketing de Chocolates da Nestlé no Brasil, Milena Ferreira, a forte relação de confiança com os consumidores e o foco na qualidade das matérias primas, do cacau ao leite, e até a forma da barra de chocolate, tem o objetivo de fazer com que o prazer do consumidor dure mais.
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A arte irresistível de fazer chocolate Em Fortaleza, a Sucré Pâtisserie, famosa pela qualidade de seus chocolates, utiliza em torno de 440 kgs por mês, quase meia tonelada, entre brigadeiros belgas, copinhos dos mais variados sabores e surpresas, que variam conforme a época do ano. Para a Páscoa de 2012, a pâtisserie investirá em ovos trufados, brigadeiro de colher, caixa de ovos com brigadeiros gourmets. E, para presentear com requinte, a pâtisserie colocará no mercado coelhos de louça, pelúcia e galinhas com produtos da Sucré dentro. Mas de onde vem o dom de transformar o chocolate em artes gastronômicas? O de Lia Quinderé, chef e dona da Sucré, vem desde criança. “Tenho uma tia avó que é confeiteira de mão cheia. Eu passava as tardes com ela na cozinha, acompanhando tudo que fazia. Aos onze anos, já me aventurava fazendo pão francês”. Lia prestou vestibular para Direito e, no meio do curso, descobriu sua verdadeira vocação para a cozinha, quando foi trabalhar na área administrativa do buffet da família. “Quis me aprofundar, estudar gastronomia, e resolvi largar tudo para estudar fora. Fui para o lugar que me parecia ideal, Paris, o berço da gastronomia. Estudei na Le Cordon Bleu, uma das escolas mais famosas no ramo, e me especializei em pâtisserie, a confeitaria francesa”.
De volta ao Brasil, Lia estava decidida a colocar uma pâtisserie que, segundo ela, é “a área da cozinha que come com os olhos, antes de comer com a boca”. A Sucré começou na cozinha da casa de Lia, com encomendas para amigos. Mais tarde, o convite para montar um pequeno café dentro de uma loja de artigos para presentes e decoração daria corpo ao sonho de Lia. Os pedidos para casamentos e a divulgação boca a boca tornaram pequena a cozinha da Sucré e, em 2008, nascia a Maison Sucré, que hoje conta com duas lojas e mais de 20 pontos de vendas do varejo. No auge de seus quase 60 quilos, Lia conta que tem uma relação de intimidade com o chocolate e admite ser uma chocólatra assumida. Ela revela que todas as receitas postas a venda pela Sucré são idéias suas somadas com as da equipe, que juntos, degustam até chegar ao ponto ideal. O segredo para tornar seus chocolates irresistíveis? Tudo bem, ela aceitou compartilhá-lo com os leitores da Costumes: “Chocolate de boa qualidade. O segredo é simples. Se você utiliza chocolate puro, se não utiliza chocolate hidrogenado, você obtém um produto maravilhoso”.
Lia Quinderé e os chocolates da Sucré
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Aprenda com Lia Quinderé a fazer um ovo de páscoa trufado de brigadeiro branco: Ingredientes: 350g de chocolate ao leite 300g de brigadeiro branco Forma de silicone para ovos de páscoa Para embalagem: Papel chumbo Papel para embalar ovos de páscoa Fita de cetim Modo de Preparo: Derreta o chocolate em banho maria. Em uma forma de silicone de três partes, coloque o chocolate até a marcação indicada, feche a forma e leve à geladeira, deixando-a lá até que fique toda opaca é a hora de tirá-la da geladeira (dependendo da potência, pode demorar de 20 a 30 minutos). Retire o ovo da forma e recheie com brigadeiro branco. Quando o recheio já estiver bem preenchido, derrame mais chocolate por cima e deixe secar. O próximo passo é a embalagem. Cubra o ovo com papel chumbo, depois embale com papel apropriado para isso e finalize com um laço. É importante o uso de luvas, pois a superfície do ovo é sensível e pode ficar com marcas de digitais.
Chocolate na Páscoa é uma delícia Na Páscoa, o sentido maior que inspira a todos é relacionado à morte e ressurreição de Jesus. Há uma relação entre essa celebração de caráter religioso e o hábito de se presentear as pessoas com ovos, que simbolizam o início da vida. A tradição vem desde quanto o cristianismo ainda não era nem religião e, principalmente, quando os fenômenos naturais anunciavam a chegada da primavera. Os presentes, então, eram ovos de galinhamesmo, pintados de forma artesanal. Atravessando a antiguidade, este costume ainda se manteve vivo e, no auge do Período Medieval, nobres e reis de condição mais abastada costumavam comemorar a Páscoa presenteando os seus com ovos feitos de ouro e cravejados de pedras preciosas. Depois de tudo isso, com o desenvolvimento da culinária, adotou-se o famoso e bem mais acessível ovo de chocolate. No século XVIII, os franceses tiveram a ideia de fabricar os primeiros ovos de chocolate, o que deu à Páscoa, até os dias atuais, um gosto doce e prazeroso, que divide lugar com os costumes religiosos. C
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Peixe: saudável e delicioso em qualquer época do ano
Hoje em dia, diante da facilidade de acesso a informações sobre alimentação saudável, as vantagens do consumo de peixe são conhecidas por todos. Comparado a carne bovina e ao frango, apresenta o menor valor calórico, a menor quantidade de gorduras totais, gorduras saturadas e colesterol. Segundo o nutricionista Daniel Coimbra, o peixe também é uma ótima fonte de ômega 3, gordura poli-insaturada essencial ao organismo, ou seja, que precisa ser obtida através da alimentação. O ômega 3 é capaz de reduzir os níveis de colesterol e pressão arterial, além de possuir uma ação anti-inflamatória e anticoagulante, o que o torna essencial na prevenção
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de doenças cardiovasculares como hipertensão, infarto, acidente vascular cerebral(AVC) e morte súbita. O peixe é item garantido na mesa de qualquer almoço de Páscoa, mas saber escolher é fundamental. Daniel explica que o peixe fresco não perde a qualidade nutricional, mantendo todos os nutrientes. “Ele deve possuir guelras bem avermelhadas, a pele deve estar firme e sem manchas. Deve ter odor característico, porém não repugnante, e estar livre de contaminantes como areia, metais, ou até mesmo o saco plástico.” Quanto ao peixe congelado, Daniel diz que o mesmo ainda pode manter uma boa qualidade proteica e de nutrientes, se estiver conservado em uma temperatura de -18º C, ou resfriado com menos de 0º C.
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Receitas para dar sabor a sua Páscoa Para saborear alguns pratos deliciosos com peixe, que costumam fazer sucesso na Páscoa entre a família, a Revista Costumes conta com a recomendação da jornalista Roberta Philomeno e com uma receita especial, Salmão Grelhado ao Molho de Limão, que o Chef Ronaldo Nascimento, do grupo Geppo´s oferece para você, leitor. “Tento incluir peixe no meu cardápio pelo menos três dias na semana. Os meus favoritos são: bacalhau, salmão e robalo. O salmão, em especial, por conter ômega 3, uma gordura ‘magra’ que melhora o funcionamento do cérebro e do sistema cardiovascular. É mais humor, motivação e alta performance mental em minha vida”, diz Roberta Philomeno, incentivando o consumo de peixes.
Salmão Grelhado ao Molho de Limão Ingredientes 2 filés de salmão 2 dentes de alho amassados Sal, pimenta-do-reino branca e azeite de oliva extra virgem a gosto Modo de Preparo Tempere os filés com o alho, o azeite, o sal e a pimenta branca. Deixe descansar por 1h. Coloque os filés na grelha. Asse por 8 minutos, em fogo moderado. Vire com cuidado para não quebrar. Asse por cerca de 7 minutos. Sirva com o molho de limão e salsinha. Para o molho 2 colheres de sopa de suco de limão 2 colheres de sopa de manteiga 1 colher de café de salsinha picada Modo de preparo Coloque os filés de salmão no prato a ser servido e cubra com a salsinha picada, a manteiga derretida e o suco de limão. Decore com rodelas de limão e folhinhas de salsinha.
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A boa mão de Dona Maria Outra receita de dar água na boca é a “Moqueca Dona Maria” feita pelo empresário, Sérgio Miranda, que recebe com bastante frequência a família e os amigos, na cidade, na praia ou na serra, para provar de seus pratos. “Gosto de cozinhar de tudo que resgate o sabor da casa de nossos pais e avós, uma cozinha bem caseira. Não sou chegado às novas experiências na culinária, isto deixo a cargo dos grandes chefs. Não posso fazer experiência com a minha família e botar em risco perder o meu pequeno público”, brinca Sérgio.
Moqueca Dona Maria Ingredientes 1 pimentão vermelho , 1 amarelo e 1 verde em rodelas 2 cebolas em rodelas 2 maços de cheiro verde picados 6 tomates maduros em rodelas 1 dente de alho esmurrado Pimenta do reino moída na hora Sal grosso 2 colheres de sopa de colorau 1limão 2 kg de peixe em posta (reserve a cabeça) 1 taça de vinho branco 1 litro de caldo de cabeça de peixe (feito na hora) 250 ml de azeite extravirgem
“Fui criado em cidade do interior, onde as famílias de um melhor poder econômico gostam de ter vários pratos à mesa, sempre um peixe e uma carne vermelha ou aves e massas. Só abrimos exceção na Semana Santa, quando fazemos um cardápio à base de peixes. Um dos meus pratos prediletos é a moqueca, que deve ser feita com o peixe fresco do dia. A moqueca pode ser preparada em qualquer panela, mas se for feita em uma moquequeira de barro é melhor, pois mantém a fervura por mais tempo na mesa. Na minha opinião, o melhores peixes para moqueca são robalo, pescada amarela, beijupirá, pargo ou cioba.”
Modo de Preparo Aqueça a panela, em seguida coloque 100 ml de azeite, junte o dente de alho e o colorau. Mexa para dissolver o colorau. Coloque a cebola, em seguida os pimentões, por fim os tomates (espalhando todos em camadas). Deixe cozinhar, vá acrescentando o caldo do peixe, lentamente, e o vinho. Coloque o sal e a pimenta a gosto. Depois que tudo estiver cozido, arrume o peixe sobre o molho, esprema o limão, distribua o cheiro verde em cima do peixe e regue com 150 ml de azeite extravirgem (isto tudo sem mexer) tampe e deixe no fogo por mais 10 minutos.
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Tilápia, por quem entende do assunto Por falar em especialistas em comidas saborosas, o Consultor em Gastronomia e Hospitalidade, Fernando Barroso, mostra como se faz a Tilápia na Água Grande. Um prato simples e elegante que faz parte da história alimentar do sertão cearense. “Acredito nas vocações, nascemos todos dotados com algum talento. Tudo chega, especialmente, quando buscamos com dedicação e foco o encontro com a nossa vocação. Na gastronomia, encontrei o meu papel, levou alguns anos até esse encontro, mas estou feliz em poder praticar o meu ofício”, enfatiza Fernando. Sobre o prato, o chef explica: na Páscoa, “o bacalhau é sucesso garantido, traduz a marca portuguesa na culinária brasileira, mas acredito na nossa tilápia, que vem alimentando a humanidade há milênios. O Ceará é o maior produtor de tilápia do Brasil, gerando emprego e renda.
Tilápia na Água Grande Ingredientes: 4 posta de tilápia 2 cebola roxa pequena cortada em quatro partes 2 dentes de alho picado 1 pimentão pequeno cortado em cubo 6 tomate viva Italiano Coentro e Cebolinha Água com pitadas de Aji-sal e Ajinomoto Modo de preparo: Dourar o alho picado, a cebola roxa cortada em quatro partes e o pimentão cortado em pequenos cubos com uma colher de sopa de azeite. Acrescentar as postas da tilápia e virá-las. Adicionar a água e o tomate. Efetuar a correção de Aji-sal e Ajinomoto. Soltar um pouco de coentro e cebolinha. Deixar cozinhar por 3 minutos. Servir quente com um fio de azeite. C
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Material bruto transformado em arte Por Demontier Tenório O material usado por muitos artesãos é de difícil manipulação, quando não realmente bruto. O artesanato traz em si uma leitura inversa da frase “A mão que afaga é a mesma que apedreja”, do poeta Augusto dos Anjos. No caso, a mão que começa por trabalhar o material bruto (como a pedra), é a mesma que, pouco tempo depois, o “acaricia”, no processo de dar o acabamento final para definir o formato desejado pelo artista para a peça. A tarefa evolui de um estágio para outro pelas mãos habilidosas de gente simples, que vive da arte e se satisfaz com o resultado final de sua obra, a encantar outros olhos. Não é a toa que o município de Juazeiro do Norte foi considerado como o local de maior número de manifestações culturais do país. Na terra de Padre Cícero, juntam-se atividades que passam pela
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dança, culinária, artesanato, literatura de cordel, xilogravura, grupos folclóricos, repentistas, rezadeiras e muitos outros. O próprio sacerdote foi um grande incentivador das artes, a ponto de tornar a cidade que fundou um verdadeiro celeiro no setor. A Revista Costumes escolheu três espaços de produção artesanal em Juazeiro do Norte, onde existe o predomínio nas atividades com madeira, barro e palha de milho. Somente no Centro de Cultura Popular Mestre Noza estão expostas cerca de 500 mil peças de todos os tipos e tamanhos, sendo a maioria em madeira. Ele se tornou a sede da Associação dos Artesãos do Padre Cícero, com 142 membros associados, e um ateliê exclusivamente destinado à produção de peças em madeira. Artistas como Arraes, Beto, Din e Wanderley se revezam com outros três, resultando na produção média diária de 15 peças, esculturas de todos os tamanhos. Além de espaço de produção que atrai a visitação de curiosos pela fabricação artesanal, o centro é igualmente local de comercialização. Ali estão expostas ainda, porém em menor quantidade, peças em barro, flandres, vidro, palha de carnaúba, cordas, xilogravuras e folhetos de literatura de cordel.
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MADEIRA - Na madeira, o predomínio é de imagens de santos e presépios natalinos, com a produção chegando a lugares como Belo Horizonte, Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e até fora do Brasil. O presidente da associação, Hamurábi Batista, 40, cita vendas ocasionais para pesquisadores dos EUA sobre artesanato. Ele recorda ainda que a rodada de negócios da última Feira Internacional de Artesanato, promovida pelo Sebrae, gerou uma receita perto de R$ 100 mil. “O princípio da associação é a garantia desse mercado para as peças produzidas por aqui”, diz Hamurábi, poeta cordelista e xilógrafo, conforme o que aprendeu com o pai e professor Abraão Batista. A base da ideia é congregar artistas e discípulos em um mesmo espaço, incentivando-os, como fez Padre Cícero. Aliás, um dos grandes exemplos dessa impulsão dada pelo sacerdote foi o Mestre Noza, primeiro artesão a talhar em madeira a imagem do religioso. BARRO – Das sete irmãs Cândido, pelo menos cinco tinham algo em comum: o nome de Maria. Mas todas as sete colocavam a mão na massa para produzir temas em barro. Uma das irmãs, entretanto, morreu recentemente em acidente de trânsito e as que ficaram não quiseram concluir as peças começadas por ela. “Foi um duro golpe pra nós”, revela Maria de Lourdes Cândido Monteiro, 72, que é Mestre da Cultura Popular desde 2004, com a missão de repassar para os outros o que aprendeu sozinha.
O ateliê funciona na Rua Boa Vista, quase vizinho ao sobrado onde Lampião e seu bando se hospedaram no ano de 1926, quando visitaram Juazeiro do Norte. O trabalho é mais por encomenda, numa atividade que reúne cerca de dez pessoas entre filhos, netos, noras e genros, produzindo em torno de 50 temas por dia. O processo começa quando a argila é batida, passando pela peneira, sendo amassada e curtida durante três dias para se tornar uma peça que, depois de seca, é queimada e pintada. “Elas já foram até pra fora do Brasil. Para lugar que a gente nem sabe o nome direito”, diz Maria de Lourdes. PALHA – Já a Associação dos Artesãos da Mãe das Dores conta com o trabalho de 30 associados no seu ateliê e na central de vendas, que funcionam na Rua Padre Cícero, 210, bem pertinho da Basílica Menor de Nossa Senhora das Dores. Cerca de 95% do que é produzido e comercializado no imóvel é oriundo da palha do milho. São baús, cestas, luminárias, caixas, bolsas, bandejas e flores, se constituindo em peças utilitárias e decorativas. Um dos produtos que mais ganhou simpatia no mercado exterior foram os famosos cartões de natal de palha de milho. A entidade chegou a produzir cerca de 18 mil unidades. A Holanda acolheu algo em torno de 80% e o sucesso dos cartões se expandiu ainda para países como França e Bélgica. Em 2011 os cartões não foram produzidos, mas, segundo o presidente da associação, Luciano Bezerra da Silva, 33, a meta para 2012 é retomar a produção, buscando atingir ainda mais o mercado nacional. C
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André Haguette: a escolha por entender o Brasil Conheça a instigante trajetória do sociólogo canadense que se naturalizou brasileiro durante a Ditadura Militar, engajado na reconstrução da democracia do país escolhido como seu verdadeiro e definitivo lar.
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esmo quem já conhece André Haguette, professor de Ciências Sociais da Universidade Federal do Ceará (UFC) e autor de livros como “A sociologia e você”, “A luta pela educação básica”, “A municipalização do ensino no Ceará” e a “Consciência de classe do trabalhador urbano”, dentre outros, dificilmente vai imaginar que ele tenha chegado ao Brasil integrando uma missão jesuítica. Nascido em 1942 em Montreal, região de Québec, Canadá, ele desembarcou no estado do Rio de Janeiro como seminarista aos 24 anos, instalando-se inicialmente em Petrópolis, na serra fluminense. Sem saber uma só palavra em língua portuguesa, estudou num centro de aculturação e ensino do novo idioma, onde também descobriu o Brasil por meio de palestras diárias sobre economia, política, religião, vida social e cultura do país. Nos finais de semana, descia para a cidade do Rio de Janeiro e conhecia a beleza e o que chamou de “a doce loucura brasileira”. Com toda a surpresa causada ao jovem seminarista, esse processo de adaptação não se deu sem dor nem esforços pessoais, como afirma o próprio Haguette: “O Canadá é um país relativamente simples de explicar. Ele nasce da colonização francesa, mas não foi saqueado. Pioneiros se instalaram na Nova França, primeiro, e na Nova Inglaterra, em seguida, como camponeses livres e autônomos, criando instituições democráticas. Sempre foi um país de iguais, embora formado por duas culturas e duas nações relativamente separadas, mesmo que ligadas em um Estado comum. País de clima temperado, capitalista e rico, com um alto grau de igualdade social e uma cultura rígida”.
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Por outro lado, observa: “o Brasil nasce mais complexo, maltratado por uma colonização exportadora, uma economia agrária latifundiária, patriarcal, escravocrata e predadora que deixaria sua marca até hoje numa sociedade dividida. Sua composição étnica híbrida e sua miscigenação produziram um povo e um modo de viver singular e uma cultura riquíssima e cativante. Daí sua complexidade e divisão interna, seus problemas sociais. País tropical, rico e dividido. Injusto”. Após o contato inicial com a realidade brasileira no Rio, Haguette mudou-se para a capital cearense ainda como jesuíta, a fim de lecionar nos colégios Santo Inácio, Santa Cecília, no Seminário da Prainha, na Universidade Estadual (UECE) e na Universidade Federal do Ceará (UFC), onde ensina até hoje. Entretanto, a perda da fé o levaria a abandonar a vida de seminarista e a dedicar-se exclusivamente ao ofício de professor.
Estrangeiro, eu? Há 45 anos no Brasil, Haguette já não se considera mesmo estrangeiro. “É uma coisa estranha: toda vez que alguém me considera estrangeiro, tomo um susto. É como se existisse um hiato entre minha naturalidade e minha identidade. Mas minha identidade deve mais a meu viver no Brasil. Identifico-me mais com o Brasil. Sou também brasileiro, pois naturalizei-me em 1971, em plena ditadura, com o firme propósito de fazer do Brasil meu país e em solidariedade a meus amigos e colegas que lutavam para restabelecer uma ordem democrática, um Estado de Direito”, explica.
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Ele aproveita a deixa para acrescentar: “Posso dizer que nasci duas vezes: uma, pelo destino, como canadense-francês em classe média baixa. Meu pai era assistente social e funcionário público, dedicado à reeducação da juventude; minha mãe, professora de ensino fundamental. Nasci, no entanto, uma segunda vez, no Brasil, fruto de uma escolha pessoal, com o compromisso de colaborar na construção de um país melhor, isto é, livre politicamente, desenvolvido, justo e com maior igualdade social. Creio ter sido fiel a esse compromisso e orgulho-me do fato da minha geração ter redemocratizado o Brasil e lutado por uma maior igualdade”. Com o passar do tempo, a identificação com o Brasil foi acentuada ainda mais por conta da total imersão cultural promovida por meio de laços familiares criados aqui. “Minha primeira esposa, Teresa, falecida em 1995, e minha segunda, Regina, são cearenses, e juntos criamos famílias brasileiras, com dois filhos, seis enteados, quinze netos e um bisneto. Estar mergulhado em famílias brasileiras, ter uma vida profissional em uma instituição tipicamente cearense, compartilhar com amigos, colegas e alunos utopias e atividades propriamente brasileiras e cearenses, tornaram-me brasileiro. Com eles ‘aprendi o Brasil’, o que não é tarefa para principiantes, no dizer de Tom Jobim. Tudo isso fez com que raramente me sentisse estrangeiro no Brasil”, enfatiza Haguette. Admirador de sociólogos brasileiros como Gilberto Freyre (o maior de todos, em sua opinião), Fernando Henrique Cardoso, Sérgio Buarque de Holanda, Darcy Ribeiro e Paulo Freire, Haguette também dá o seu tributo a esse país que o fascinou desde o começo, por meio de seu próprio trabalho: “O Brasil é um país em construção. Se pude colocar um tijolo nesta construção coletiva, mas sem planejamento, foi graças à UFC. Na realidade, minha opção por viver no Brasil foi também uma opção por trabalhar na Universidade, que me dava o suporte institucional para agir na sociedade. Meu viver no Ceará foi, portanto, uma obra coletiva, a mim ficando a responsabilidade por suas falhas e seus defeitos”, afirma.
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André Haguette: “...toda vez que alguém me considera estrangeiro, tomo um susto. É como se existisse um hiato entre minha naturlidade e minha identidade.
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O Brasil e o Canadá atuais, vistos por André Haguette “Lembro de meu primeiro Natal em um engenho de Pernambuco, em meio a uma paisagem natural e cultural tão diferente da minha. De repente, os alto-falantes tocam, em francês, a música famosa na época: ‘Moi, je construis des marionnettes...’ O que estava fazendo no meio desse canavial? Como fazer a síntese dessas duas culturas? Eu iria descobrir logo que não se tratava de sintetizar as duas culturas, mas de respeitar e compreender cada uma, sem comparação imediata, ajudando cada uma a se desenvolver, a se modificar, a se autocorrigir. Na realidade, trabalhei somente na cultura brasileira, já que nunca mais fixei residência no Canadá, visitando-o apenas como turista. Em visita a meus irmãos e a minha filha e sua família, há dois anos morando na cidade quebequense de Trois-Rivières, redescubro um país diferente. O Québec em que vivi era rural e fechado sobre si mesmo para proteger sua religião, sua língua e sua personalidade da agressiva assimilação inglesa. Hoje, é
cosmopolita, multicultural, urbano e industrial com políticas socializantes, com uma população educada e acolhedora, mas estacionária, acomodada e avessa ao risco. País tranquilo (Montréal parece uma aldeia se comparada à agitada cidade de Fortaleza), sem violência e, sobretudo, com uma igualdade social invejável. Costumo dizer que é a melhor parte dos Estados Unidos, já que adotou o mesmo estilo, mas com maior qualidade de vida e estética. Isto é, sinto o Canadá como muito diferente do Brasil e do Ceará, onde viver é um risco constante e a violência uma velha marca registrada, onde tudo é destruído e reconstruído. Por outro lado, o Brasil é um país em movimento, ‘em transe’, em ebulição. Em transformação, sim, mas uma transformação que ainda não consegue ser nem justa, nem igualitária, com um profundo individualismo econômico e social e uma população que vive espontânea e afetivamente sem formalismo nem muitas regras, o que faz sua fortuna e seu drama. Um país belo, como a flor de mandacaru, mas inseguro, em busca de uma personalidade e de um amanhã melhor. Não um país estacionário, mas um país em construção, onde cada um de nós pode dar sua contribuição.” C
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Cláudio Quinderé: “Trato cada um de meus trabalhos como esculturas e, assim, ainda que eu tente repetir a mesma peça, ela se torna diferente”
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Cláudio Quinderé a arte de esculpir joias
Ele já foi psicanalista e cantor de MPB, mas sua atração pela arte em três dimensões o levou a optar pela escultura, com a qual se consagraria pela originalidade inventiva e traços únicos
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esde muito cedo, o designer Cláudio Quinderé passou a se interessar por arte. Vivendo no Rio de Janeiro durante parte da infância, ele costumava assistir semanalmente a peças de teatro e visitar com frequência o Museu de Arte Moderna (MAM), no Aterro do Flamengo, além de acompanhar diversas outras atrações culturais que, indiretamente, iriam instigar sua futura vocação. Mais tarde, de volta à cidade natal, Fortaleza, foi integrante de uma banda de Música Popular Brasileira (MPB) e fez cursos de pintura, desenho e escultura em fibra de vidro. Entretanto, todas essas experiências artísticas (que dividiam espaço com a vida profissional), serviriam para mostrar um único caminho, o qual iria conduzi-lo à verdadeira vocação, que o faria abandonar até mesmo a carreira de psicanalista, na qual já se encontrava estabilizado.
Por Renato Barros de Castro
De volta ao Brasil, Cláudio se aprofundou ainda mais nesse universo, matriculando-se no extinto Instituto Dragão do Mar, em Fortaleza, que também formava designers. “Essa instituição foi uma das melhores coisas que já existiu no Ceará. Pude contar com os melhores professores do mundo, como Renato Imbroisi e Adélia Borges, atual curadora das bienais brasileiras de design”. Além disso, por julgar importante para um designer o conhecimento da execução das joias (uma vez que entre a ideia e a peça pronta há todo um processo gerador de muitas transformações), Cláudio também decidiu estudar ourivesaria em São Paulo.
Quando foi informado sobre um curso de introdução para design de joias a ser realizado no oeste do Canadá com o renomado Rolf Schmidt, Quinderé não teve dúvidas: era a sua oportunidade ideal. “Nessa época, eu trabalhava como psicólogo num hospital da rede pública fortalezense. Transferi meus pacientes e fechei o consultório particular de psicanálise, isto é, deixei tudo”, relembra, acrescentando o motivo da transformação radical: “enxerguei as joias como uma arte comercial, e fiz tal escolha porque era arte em três dimensões, de que eu sempre gostei, e também por haver chances de rentabilidade”.
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O processo de criação A aptidão inicial para a escultura, o conhecimento adquirido e o talento se uniram para aprimorar a técnica e tornar ainda mais fluídico o universo criativo de Quinderé. “Criar uma peça, para mim, é um processo inteiramente manual. Antes de compor, costumo pesquisar tudo o que já foi feito sobre um mesmo tema, a fim de não cair em nenhum tipo de imitação. Também procuro desenvolver minha criação independentemente do fato de a joia ser bastante ligada à moda. Trato cada um de meus trabalhos como escultura e, assim, ainda que eu tente repetir a mesma peça, ela se torna diferente. Por serem completamente feitas a mão, as peças são únicas”, afirma. A busca por criar sem imitar, para Cláudio, é um assunto levado bem a sério. Para desenvolver a coleção Alice no País das Maravilhas, por exemplo, ele visitou livrarias para encontrar uma edição da principal obra de Lewis Carroll com a menor quantidade de gravuras possível, a fim de se inspirar em passagens do livro para criar novas peças.
Muitas das peças de Cláudio Quinderé foram encomendas para novelas tais como: Mulheres Apaixonadas, O Beijo do Vampiro, Celebridade e Malhação
Com a visão de psicanalista, ele observa: “Depois de finalizar uma coleção, me dou conta de ter utilizado, mesmo sem perceber, elementos do inconsciente coletivo, que tangem elementos universais (natureza, traços orgânicos) e que estão presentes em todos”.
O toque de Midas Quanto ao tipo de material usado em suas peças, a prata exerce um papel predominante. O ouro, por sua vez, é utilizado quase sempre sob encomenda. Em geral, Cláudio costuma mesclar a prata com elementos naturais e não nobres (como o fio de linho ou de seda), conferindo nobreza a esses. Atualmente, suas peças participam da exposição Joias do Brasil, que está circulando a cada três meses por galerias de arte de cidades da Inglaterra, e ficará em cartaz até julho deste ano, ocasião em que será encerrada oficialmente em Londres. Na mostra, o designer fortalezense apresenta peças feitas de prata e seda de palha de buriti.
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Joias de Novela Com tanto sucesso, o trabalho de Cláudio tem atraído cada vez mais a atenção da mídia e muitas de suas peças já se tornaram acessórios do elenco de várias novelas da Rede Globo. A primeira aparição, foi na trama de Mulheres Apaixonadas, quando Cláudio presenteou uma amiga atriz com uma joia que não passou despercebida pela figurinista da emissora. A partir daí, começaram a surgir as encomendas. Para a novela O Beijo do Vampiro, ele foi convidado a desenvolver algumas peças destina-
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das à personagem interpretada por Cláudia Raia. Já em Celebridade, as joias da personagem Jack Joy (Juliana Paes) também são de sua autoria, assim como algumas das que aparecem na temporada atual de Malhação. “Em geral, os figurinistas me enviam uma sinopse sobre as novelas e personagens, a fim de me situar em relação à época e ao local em que se passam as tramas, para que eu possa criar peças direcionadas para o perfil de determinadas personagens”, explica o designer.
De encomendas estranhas a brincos, um acessório essencial
Novidades
Com intensa produção, Cláudio lançou uma plataforma virtual para a comercialização de suas peças, e da mais nova coleção, que não tem um tema específico pois reúne tudo o que já realizou até agora, aprimorando e amadurecendo trabalhos anteriores. Trata-se de uma releitura de sua obra, direcionada tanto para clientes que já conhecem seu trabalho como para aqueles que estão começando a descobri-lo por meio do universo on line: uma oportunidade excepcional para entrar em contato com seu cativante universo criativo.
Além das novelas da TV Globo, Cláudio também costuma receber muitas outras encomendas – nem sempre convencionais. Ele garante que a decisão por aceitar ou não um trabalho independe do exotismo do pedido, mas sim de sua identificação ou empatia para com o mesmo, que não deve ser muito diferente de sua linha de trabalho. Dessa forma, entre as encomendas menos usuais desponta um conjunto formado por um pente e braceletes desenvolvidos com exclusividade para uma argentina, dançarina de flamenco, que fez questão de indicar o tema: elementos inspirados na natureza. Cláudio também foi surpreendido com a encomenda da fabricação de um palito de dentes em ouro, com finalidade igualmente extravagante: “Um parente de quem me havia feito o pedido tinha o costume de palitar os dentes e achava isso natural, mesmo com a insistência da família para que deixasse o hábito. Assim, o palito de ouro serviria para lembrá-lo de que ele não poderia continuar a fazer isso”, explica Cláudio, bem humorado. Já em relação às vendas no Ceará, o designer afirma que há uma preferência enorme por brincos. “Acho que isso se deve ao fato de se tratar de um acessório essencial. A mulher pode estar sem anel, por exemplo, e ninguém irá notar, mas o brinco faz falta. Essa ausência é imediatamente percebida, porque o brinco emoldura o rosto da mulher. Para mim, uma mulher sem brinco é como se estivesse nua. Não à toa, no momento de criar uma peça já imagino os acessórios adequados para os variados tipos femininos, observando características como o formato dos olhos e o do rosto”, enfatiza. C
SERVIÇO: Loja virtual: www.claudioquindere.com.br Peças também disponíveis nas lojas Rouge (Travessa Mei Mei, 30, Meireles, Fortaleza), Novo Desenho (Museu de Arte Moderna/RJ), Blue Violet (Sheraton/SP), e através de representantes em Salvador, Brasília e Recife.
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Paulo Oliveira: “Atualmente, é preciso estar por dentro de tudo. Aquele comunicador que chegava na hora de começar o programa acabou. Temos que estar o tempo todo ligado no que acontece no mundo.”
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ELES FAZEM A MAIOR AUDIÊNCIA DO BRASIL Apesar dos contratempos do início do trajeto, Paulo Oliveira é hoje chamado de “fenômeno”, conquistando índices imbatíveis de audiência. No programa que leva seu nome, veiculado pela Rádio Verdes Mares AM, também está presente Tom Barros, que destaca o que não mudou para as novas gerações no jornalismo: a necessidade da ética. Por Renato Barros de Castro Como se faz um comunicador de sucesso? As respostas para essa questão nem sempre são as mesmas. O certo é que, no caso de Paulo Oliveira, a receita traz, obrigatoriamente, dois elementos essenciais: talento e dedicação. Desde que estreou no rádio, na década de 1960, ele vem trilhando uma carreira ascendente, reafirmando a aptidão em lidar com o público, independente do veículo em que esteja atuando. Um concurso realizado pela Rádio Dragão do Mar em 1969 foi o ponto de largada para a descoberta da vocação e o início de uma agitada trajetória profissional. Único aprovado em teste para o qual concorriam nada mais, nada menos que 200 candidatos, ele conheceu de perto, assim, o funcionamento de um estúdio de rádio, ambiente com o qual iria ter forte conexão emocional. Entretanto, apenas seis meses depois de começar a exercer a profissão, foi convocado a servir ao exército, onde permaneceu de 1970 a 1971, abandonando a locução. Entretanto, esse não seria o único imprevisto a interromper a carreira do comunicador. Ao sair das forças armadas, ele passou a estudar Edificações na antiga Escola Técnica, voltando ao rádio apenas em 1974, depois de se submeter a exame em outro veículo de comunicação, a Rádio Verdes Mares. Mesmo tendo vencido grande número de concorrentes, perdeu o cargo em apenas três meses. Hoje, conta o motivo, fazendo graça do acontecido: “Tive de ir trabalhar em um dia de sábado e cheguei bêbado ao estúdio”.
Paulo Oliveira: o começo da carreira de sucesso Paulo não desistiu e se propôs a realizar mais um teste, dessa vez na Rádio Assunção, que tinha Geraldo Fontenelle como superintendente. “O operador de áudio da emissora era meu amigo, e me informou que o Geraldo estava procurando um locutor, mas não queria ninguém conhecido, ninguém que fosse de Fortaleza. Dessa forma, o operador fez umas gravações comigo e apresentou-as ao superintendente como sendo de um radialista de Brasília. Não deu outra: fui aceito”, afirma Paulo, que permaneceria um ano na emissora. Logo em seguida, veio um desafio ainda maior: integrar o quadro profissional da Rádio Iracema, que contava com uma equipe formada pelos melhores comunicadores do estado (a exemplo de Edson Silva e Nonato Albuquerque), assim como a Ceará Rádio Clube, onde passou a ter um programa policial chamado A Cidade e a Lei, já apresentado por nomes como Paulo Lima Verde e João Inácio Jr. “Fiz vários trabalhos na Ceará Rádio Clube e, depois disso, cheguei a estar na AM e FM ao mesmo tempo, com programas como Patrulha Policial e Secretário do Povo”, rememora Paulo, atualmente à frente do programa que leva seu nome na Rádio Verdes Mares. “Segundo pesquisas, meu programa no rádio, até em nível nacional, tem
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a maior audiência. Numa escala até 10, atingimos 9.1 somente em Fortaleza, no horário de 5 às 9 da manhã”, comemora. Com o sucesso consolidado no rádio, bem como o aprimoramento profissional adquirido com o passar do tempo, a transição para a TV viria de modo bastante natural e sem nenhuma necessidade de adaptação. “Foi tudo muito simples, e passei por várias emissoras. Trabalhei no Canal 2 (antiga TV Tupy), na extinta TV Manchete, tive rápida passagem pela TV Cidade e trabalhei também no Canal 5, gravando aulas de língua portuguesa. Depois fui para a TV Diário, onde atualmente comando o Paulo Oliveira na TV”, ressalta. Apesar de preferir o rádio à TV, por ser um veículo no qual a notícia flui com maior rapidez e agilidade, ele atribui o aumento da popularidade conquistada à televisão. “Nunca me senti tão bem com meu público quanto hoje. Aonde quer que eu vá, as pessoas tiram fotos, pedem autógrafos e são sempre muito cordiais”, afirma. Ao ser interrogado sobre os fatores que levam a cativar um público tão numeroso quanto o seu, ele não hesita: “Atualmente, é preciso estar por dentro de tudo. Aquele comunicador que chegava na hora de começar o programa acabou. Temos de estar o tempo todo ligados no que acontece no mundo, no nosso país, no nosso estado, na nossa cidade. Com a internet, tudo acontece muito rápido, e é preciso estar antenado”, enfatiza o comunicador, que, fora do estúdio, gosta de se dedicar à leitura, aos filmes de ficção científica ou documentários.
Tom Barros, profissionalismo que começou com brincadeira
Um dos destaques dentro do Programa Paulo Oliveira, que vai ao ar pela Rádio Verdes Mares AM, é a participação especial de outro grande comunicador cearense: Tom Barros. Profissional completo, Tom é comentarista esportivo, narrador de futebol, repórter, apresentador e jornalista, com coluna no Diário do Nordeste e programa na TV Diário, além de ser considerado um dos comunicadores de maior credibilidade no jornalismo cearense.
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Assim como Paulo Oliveira, a dedicação de Tom à profissão de comunicador foi quase exclusiva. “Toda minha vida profissional esteve ligada ao rádio, desde 1965. Quando entrei para a Faculdade de Direito, em 1972, já atuava no jornalismo. Trabalhei quatro ou cinco meses como advogado, mas percebi logo que eu tinha de escolher entre a advocacia e a carreira jornalística. De qualquer modo, achei importante estudar Direito porque me deu muito embasamento para o jornalismo”, afirma ele. O fascínio pela profissão também começou bem cedo. Ainda criança, Tom admirava as narrações de Pedro Luiz e Edson Leite, os maiores locutores esportivos brasileiros da Copa do Mundo de 1958. “Passei a imitar os dois, brincando, e me levaram ao concurso de um programa esportivo, na Rádio Uirapuru. Era um programa de imitação e os ouvintes ligavam para votar em quem imitava melhor. Fui eleito duas vezes e me chamaram para trabalhar. Dessa forma, escolhi o jornalismo esportivo por causa desse fascínio que eu tinha pelas narrações dos locutores de 1958. Além disso, sempre morei perto do PV (Estádio Presidente Vargas), sempre gostei de futebol”, explica.
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Assim como o colega Paulo Oliveira, Tom escolheria o rádio, caso tivesse de optar por atuar em um único veículo de comunicação. “Gosto do rádio pela simplicidade. Chega em toda parte, da forma menos custosa. Acho que (o jornalismo cearense) na TV e no jornal impresso alcançou um nível muito bom. No rádio também há um jornalismo muito bom, mas acho que poderia haver uma reforma no que se refere, especificamente, ao arrendamento de horário, que tem trazido uma queda de qualidade por estar sendo feito de forma muito aleatória. Não estou me referindo ao radiojornalismo, que está sendo feito com qualidade. Minha preocupação é com o arrendamento do horário, o aluguel do horário. É preciso que essa ocupação seja feita observando o compromisso com a sociedade”, ressalta.
Tom Barros: “Desde que comecei a atuar no jornalismo, em 1965 os princípios são os mesmos. Ética, respeito, a necessidade de checar informação, tudo isso continua valendo para as novas gerações.
Com larga atuação nos mais variados meios, Tom lista três dos mais importantes trabalhos de sua carreira: a cobertura da Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos, pela Rádio Verdes Mares – o “tetracampeonato brasileiro” – e a cobertura da Copa do Mundo da Alemanha em 2006, pela mesma emissora. “Fora do esporte, eu citaria a cobertura da disputa entre Ciro Gomes e Edson Silva pela prefeitura de Fortaleza (em 1990). Ainda não havia computador e, mesmo assim, conseguimos informar a decisão com antecedência. Comandei a reportagem da Verdes Mares a partir do estúdio, supervisionando os repórteres que acompanhavam a apuração. Dormíamos apenas três horas por noite, durante uma semana inteira”, rememora. Atualmente, com a internet auxiliando o trabalho dos jornalistas, Tom só vê vantagens. “Há muito mais agilidade na pesquisa. Hoje, comando esse mesmo tipo de cobertura (as eleições), e tudo é feito em um único dia. Antes das 22 horas, já se tem o resultado”, afirma, acrescentando que, embora os meios de comunicação se transformem, os princípios não mudam. “Desde que comecei a atuar no jornalismo, em 1965, os princípios são os mesmos. Ética, respeito, a necessidade de checar a informação, tudo isso continua valendo para as novas gerações. Os meios mudam, mas permanece o compromisso moral”, afirma. C
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>por um mundo melhor
Na praia do Titanzinho a conquista da cidadania através do surf Em Fortaleza, há um lugar em que o surf é, muito mais que simples diversão, uma forma de oferecer educação, conscientização e ética. É a Praia do Titanzinho, uma das mais bonitas da capital cearense.
Muito mais do que formas de aumentar a produção de adrenalina, melhorar o condicionamento físico ou modelar o corpo, as mais diversas modalidades esportivas fazem parte de projetos sociais que visam o resgate da cidadania e do ser humano integral. A Escola Beneficente de Surf do Titanzinho, no bairro Cais do Porto ou Serviluz, é um exemplo disso. O lugar já é conhecido até fora do Brasil como “celeiro do surf”, mas passou a ser também um foco de cidadania através da iniciativa de João Carlos Sobrinho, mais conhecido como Fera, considerado um pai para a garotada que “pega onda” por lá.
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Fera mora na praia desde 1979 e, em 2 de fevereiro de 1995, criou a Escola Beneficente. Ele conta, porém, que sua motivação para isso partiu de um momento difícil: “Depois que vi o assassinato de um amigo de infância e muitas crianças entrando debaixo das pernas das pessoas para ver essa cena violenta e triste, decidi que, a partir daquele dia, criaria algo que tirasse as pessoas da ociosidade e as colocasse dentro d´água”. Para João Carlos, estar “na água” é algo que implica, necessariamente, em uma vida mais positiva. Ele ex-
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plica que “no mar, as pessoas só veem coisas boas e saudáveis, além de aprenderem a lutar pela preservação do meio ambiente e dos bons costumes”. Segundo Fera, a Escola, que conta atualmente com 40 alunos, busca “melhorar a vida das pessoas na comunidade por meio do esporte, da educação e da confiança em Deus, resgatando a cidadania”. Para esse trabalho, o fundador, professor-técnico da Seleção Brasileira de Surf, Tri-Campeão dos Desafios Internacionais e Campeão Pan-americano conta com a colaboração dos professores voluntários de yoga Lucas Pereira e Leonardo Jales, e o de educação física Gioginis Magalhães. As aulas acontecem de segunda a sábado e nos feriados. A faixa etária mínima para se entrar no projeto é sete anos, ou menos, em alguns casos, mas não existe idade para sair. Fera afirma que “não tem limite de idade para se aprender coisas novas, boas e saudáveis”.
Na água ou na areia, é preciso surfar No início da efetivação da escola, o autor do projeto recorda que havia muita descrença da parte da família e amigos. Ele conta que foi chamado até de irresponsável por deixar o emprego para dedicar-se em tempo integral ao que era claramente, a seu ver, uma missão de vida. Isso não o impediu de seguir em frente, ou melhor, de ir além. A preocupação em suprir a necessidade de pranchas, em falta para os alunos, fez surgir ainda a vontade de criar técnicas diferentes para ensinar o surf... E Fera criou, de fato, no mesmo ano do início da escola, o “Katar do Surf”, uma técnica de surf imaginária, feita na areia e sem prancha. No início, o “Katar” foi considerado uma loucura, porém, em 1998 foi aprovado pela International Surfing Association, por meio do brasileiro Marcos Conde e do australiano Alan Atkins. Hoje, a técnica é aceita em todas as escolas de surf do Brasil como uma forma revolucionária e eficaz para a evolução das manobras de surf. Leonardo Jales, 34, trabalha na escola desde 2010. Era amigo de João Carlos antes disso e já pensava em ajudar a comunidade de alguma maneira. Quando concluiu a formação como professor de yoga, tornou-se colaborador do Projeto. A aula de yoga, ele explica, é como um
Aula de yoga na Escola Beneficente
prêmio para os melhores alunos, cuja idade varia entre 11 e 16 anos, visto que não é possível dar aula para todos. “Desta forma, eles ficam mais motivados a conquistar o espaço. A nossa missão é tornar as aulas interessantes e atrativas e, quando isso falha, temos que ser rigorosos com questões de disciplina e presença. Não é um trabalho fácil, mas vale a pena, pois muitas vezes somos a única segurança e certeza que essas crianças têm na vida”, diz Leonardo. Para ele, a Praia do Titanzinho “é, talvez, o lugar mais lindo da cidade, que tem como habitantes uma comunidade marginalizada pela sociedade, durante anos esquecida pelo poder público, mas que devagar e constantemente galga novas conquistas”.
Davi, Juju e Ivan: Aprendendo Muito Mais que Surf Apaixonado pelo que faz, Davi da Silva Sobrinho, 14, filho de João Carlos Fera, é monitor e aluno na escola. Ele não é nada modesto quando se refere à importância da experiência em sua vida: “É a melhor escola de surf do mundo. Aqui se aprende a ter ética e a ser educado. É cada um ajudando o outro”. Davi planeja cursar educação física, quer juntar a formação especializada no estudo do corpo em ação com a prática do esporte que mais ama, o surf. Possui vários títulos e ambiciona ser campeão cearense, brasileiro e mundial. Para manter-se nas competições, já conquistou o investimento das marcas Hotside, Atlantic Surf Shop e Massara Surf Boards. Juliana dos Santos, a Juju, é uma menina que chamava a atenção no surf devido a seu pequeno tamanho, pois
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Aula do “Katar do Surf”antes de “pegar ondas”
com apenas cinco anos já estava nas aulas. Hoje, Juju tem 11, e conta: “Na escola, eu aprendi a surfar, a ler e a escrever”. Muitos acreditam que ela será uma grande surfista. Atualmente, participa de campeonatos com o patrocínio da Pena Surf Wear, marca renomada. Ivan dos Santos Teixeira, 13, também é aluno do projeto desde os cinco anos. Ele conta que começou por incentivo do irmão: “Meu irmão era da escola e me influenciou, mas entrei porque gostei. Lá eu surfo, faço yoga, capoeira e educação física.” Ele afirma que, com as aulas, também aprendeu a ser humilde e educado. Se gosta de morar no Titanzinho? Sim, pois é “uma praia linda”. O sonho de Ivan, embalado nas ondas do lugar, é o mesmo de tantas outras crianças e jovens: tornar-se campeão mundial de surf.
Persistência e Coragem para Enfrentar as Dificuldades Vale lembrar que a Praia do Titanzinho nem sempre foi assim. A escola e o lazer da comunidade ficaram ameaçados pela possível construção de um estaleiro em 2010. Com a efetivação da obra, os moradores seriam removidos do local e não existiriam mais “as melhores ondas da capital cearense”. Fera foi uns dos
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militantes contra o estaleiro, lutando a favor da preservação do meio ambiente. Graças à união da comunidade, essa batalha foi ganha e nada foi destruído. No entanto, há muito ainda a fazer no Serviluz para que os cidadãos da área tenham o mínimo de qualidade de vida. As vitórias quanto à mudança de vida de tantos jovens por meio da Escola Beneficente de Surf do Titanzinho não são, entretanto, conquistas fáceis. Fera ainda precisa enfrentar, no dia a dia, limitações como a carência de merenda escolar e de pranchas especiais que permitam a pessoas da terceira idade e a deficientes físicos a prática do surf. Mas ele acredita que isso também vai ser resolvido, para que possa beneficiar um número maior de pessoas. Pelo que fez até hoje, com certeza Fera não vai desistir, e os alunos da Escola de Surf vão continuar aprendendo a deslizar sobre as ondas, descobrindo horizontes muito mais amplos em suas vidas. C
Titanzinho: “O Celeiro do Surf” A praia do Titanzinho, localizada entre a Praia do Futuro e a Beira Mar, já alcançou fama internacional como celeiro de surfistas de qualidade, que têm conquistado títulos nacionais e internacionais, como Flavio Sukita e Tita Tavares. Flávio Sukita começou a surfar aos 17 anos no Titanzinho, com uma “tábua” (compensado naval, de aproximadamente um metro, no formato de prancha de surf ). Aos vinte anos, ganhou a primeira prancha, um presente de Tita Tavares, que o incentivou no esporte. Penta campeão nordestino amador na categoria sênior (e campeão master), tri campeão cearense amador na categoria sênior (e campeão master), Flávio faz questão de dizer que a melhor onda do nordeste é a do Titanzinho e atua, também, como técnico das duas filhas, Yanca e Larissa dos Santos, que já lhe dão orgulho com as próprias conquistas. Tita Tavares, que antecedeu Flávio como destaque cearense no surf, com projeção internacional, nasceu em uma família de pescadores. Tita começou a surfar aos cinco anos, também com uma “tábua”, e ganhou sua primeira prancha aos sete. Foi campeã do mundial amador na Venezuela e vice-campeã no mundial amador de 1994. Depois, passou para o surf profissional. Primeira mulher a tirar nota dez no mundial feminino do WQS (uma das duas categorias do circuito mundial), também foi campeã por quatro vezes no Super Surf.
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Capitão Fujita considera os valores de seu pai decisivos na sua formação pessoal e trajetória profissional
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FAMÍLIA FUJITA: CONSTRUINDO COM TRADIÇÃO E VALORIZAÇÃO DO SER HUMANO Herdando princípios e ideais da cultura oriental, que se instalou no Ceará desde a chegada do primeiro imigrante japonês, a família Fujita alcançou destaque entre as principais empresas da indústria da construção civil no estado. Por Renato Barros de Castro
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imigração japonesa no Ceará começou com a chegada de Juzaku Fujita ao Porto do Mucuripe, em 1923. Nascido em Kumamoto, sul do Japão, ele se mudou ainda jovem para o Peru, em busca de melhores condições de vida. Depois de trabalhar em fazendas de café, foi para o Chile e a Bolívia. Na cidade de Cochabamba, atuou como pequeno comerciante, até finalmente instalar-se no Brasil, aonde chegou depois de uma longa jornada pelo curso do Rio Amazonas. De Manaus, ele empreendeu novo itinerário, dessa vez por mar, instalando-se em Fortaleza, lugar no qual viria a casar (com uma cearense) e a ser batizado na Igreja Católica, recebendo o nome de Francisco Guilherme Fujita. Na capital do Ceará, comercializou flores e hortaliças, montando uma banca no antigo Mercado Central, ofício que o auxiliava na realização de dois grandes sonhos: educar todos os filhos e, um dia, voltar ao Japão para reencontrar os parentes que ficaram na Terra do Sol Nascente. Apesar da determinação de Juzaku, ou melhor, de Francisco Guilherme, uma verdadeira tragédia iria interromper sua nova vida nos trópicos, de modo avassalador: depois da eclosão da Segunda Guerra Mundial, todos os seus bens seriam saqueados com a declaração de guerra ao Eixo por parte do Presidente Getúlio Vargas. Perdendo tudo o que havia conseguido construir ao longo da epopeia pessoal na América do Sul, seus filhos foram obrigados a interromper os estudos, e o sonho de voltar ao Japão tornou-se ainda mais distante.
O recomeço: determinação, persistência e disciplina A resignação e a determinação próprias à personalidade de Francisco Guilherme levaram-no a recomeçar tudo sem lamentar o que passou: a única lástima era o medo de não conseguir dar aos filhos o que nunca pôde ter, isto é, o acesso aos estudos. Passada a época da perseguição aos nipônicos (bem como aos imigrantes alemães e italianos instalados no Ceará, que tiveram lojas e residências saqueadas), ele voltou a trabalhar com flores e hortaliças. Ao longo de muitos anos de esforço e dedicação, conseguiu dar uma boa formação a todos os filhos, os quais, por sua vez, se reuniram para oferecer-lhe, simbolicamente, o devido tributo: a viagem de volta ao Japão. O passar do tempo, todavia, havia reconduzido esse grande sonho. Receando realizar o percurso de volta, por acreditar não suportar o impacto da emoção de rever os velhos amigos e familiares, Francisco Guilherme sentenciou: “Foi no Brasil que plantei e colhi. É aqui onde devo ficar para sempre”. Este enunciado, que permanece indelével na memória do filho João Batista Fujita, revela todo o senso de honra e respeito de um homem simples, que deu origem a uma das famílias mais bem sucedidas de todo o estado do Ceará. De acordo com João Batista, ou “Capitão Fujita”, nascido em Fortaleza, toda uma série de valores transmitidos pela sabedoria paterna seriam decisivos em sua formação pessoal e trajetória profissional. “Determinação, persistência, resignação e disciplina eram as
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características mais marcantes da personalidade de meu pai que, apesar de ser uma pessoa de poucas letras, tinha muita sabedoria, muito conhecimento sobre a vida. Ao lado de toda a tradição do oriente recebida por meio dele, tive a sorte de ingressar na vida militar, onde aprimorei ideais como o respeito ao próximo, às normas, e a valorização do ser humano”, afirma João Batista, que foi o fundador da Assecon (Associação das Empresas e Construtoras do Ceará) e atualmente é presidente do Instituto Cultural Nipo-Brasileiro do Ceará (Entidade responsável por integrar a cultura japonesa com a nordestina). Atualmente, uma das personalidades de maior destaque na indústria da construção civil do estado, pode-se dizer que o Capitão Fujita construiu tudo aplicando na prática os valores aprendidos com o pai. Ao se desligar do Exército, depois de receber a patente de capitão (adotada como verdadeira marca pessoal) e de ter ganho experiência no ramo da engenharia, ele fundou a Construtora Estrela, em 1969, ao lado de Elano de Paula, Walder Ary, Crisanto Almeida e José Lewton, contribuindo para destacar o Ceará no cenário nacional da Construção Civil.
Figuram entre as obras realizadas pela Fujita Engenharia edifícios residenciais e a modenização do Estádio Presidente Vargas, entre outros
A empresa, participando do ranking da revista Exame por duas vezes como uma das melhores no segmento em todo o país, marcou presença em 15 estados brasileiros, com forte atuação também na área habitacional, construindo cerca de 50 mil unidades e gerando mais de 45 mil postos de trabalho. Diante dessa postura arrojada, Capitão Fujita recebeu diversas condecorações, a exemplo da Comenda outorgada pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros do Japão e o título “Homem de Marketing/91”, pela Associação de Marketing do Brasil.
O surgimento da Fujita Engenharia Fundada em 1993, a Fujita Engenharia, empresa de caráter familiar, é coordenada pelo Capitão e dirigida pelos filhos Carlos (Diretoria Comercial e de Relações Institucionais), Liana (Diretoria Técnica e Operacional), Lisandro (Diretoria Administrativo-Financeira) e Lara (Diretoria de Recursos Humanos e Qualidade). Inicialmente, a Fujita Engenharia especializou-se em estruturas de concreto. Três anos depois de sua fundação, a empresa já deu seus primeiros passos no mercado de
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obras públicas, área em que passou a se destacar, assinando relevantes obras como a modernização do Estádio Presidente Vargas, a construção do Hospital Regional do Cariri e do Centro Urbano de Cultura, Arte, Ciência e Esporte I (CUCA I), a reforma e ampliação do Hospital HGF e da Maternidade César Cals. Atualmente, estão em andamento a construção do Parque Shopping Belém, no Pará, o CUCA V, em Fortaleza, quatro mil unidades habitacionais na região de União dos Palmares (Alagoas), a reforma do maranhense Hospital Carlos Macieira (a ser entregue em janeiro de 2013), bem como as 384 unidades do Residencial Iriê (localizado em Caucaia). Além disso, a empresa também atua nas áreas de saneamento básico, construção de pontes e viadutos e setor habitacional. A construtora, que possui certificação ISO 9000, tem como norte “construir com valor o espaço do homem”, adotando como princípios básicos a qualificação e capacitação constantes, aliadas ao conhecimento do negócio por parte de seus gestores e equipe de colaboradores. O resultado dessa combinação é o crescimento assentado na consolidação da empresa, que já deixou sua marca pelos estados do Ceará, São Paulo, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Maranhão e Pará. Ao longo de 43 anos de atuação profissional, o Capitão Fujita se mantém exemplar para a classe industrial e a sociedade cearense. Prova disso é a Medalha do Mérito Industrial da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) que lhe foi concedida, corporificando o respeito que imprime. “Gostaria de dividir esse reconhecimento com minha família e com os funcionários de minha empresa, pois eles foram os principais responsáveis para eu alcançar esse mérito, que recebo com muita humildade”, afirma o Capitão, deixando reverberar toda a sabedoria que lhe foi transmitida por Juzaku Fujita. Talvez o primeiro imigrante nipônico no Ceará soubesse, em seu íntimo, que somente os valores mais verdadeiros produzem frutos concretos. Não apenas no seio da própria família, mas na sociedade como um todo. C
Diretoria da Fujita Engenharia (família Fujita): Liana, Lisandro, Lara, Carlos (filhos), Rejane Fujita e Capitão Fujita (pais).
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Em Guerra contra a obesidade infantil: a reeducação alimentar da família Crianças com obesidade apresentam tendência a problemas de saúde que podem permanecer por toda a vida, como diabetes ou colesterol aumentado. Essas, entretanto, não são as únicas consequências, há também o sentimento de inferioridade e isolamento. Por Nívea Albuquerque Não é por acaso que cresceram os níveis de colesterol, triglicérides e diabetes em crianças. A obesidade infantil aumentou cinco vezes nos últimos 20 anos e, independente da situação econômica familiar, atinge dez por cento das crianças brasileiras. Pesquisas revelam que há 40% a mais de probabilidade de um filho ser obeso quando um dos pais também é. Quando
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ambos estiverem acima do peso, o risco sobe para 70% mas se, ao invés disso, nenhum dos dois for obeso, cai para cerca de 9%. Porém, no acompanhamento clínico de famílias com crianças obesas é possível constatar que o excesso de peso não está só nos genes, e envolve os vínculos. A alimentação funciona, muitas vezes, como defesa, substitui afetos e mascara palavras.
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As consequências são graves. As crianças acima do peso são alvo de brincadeiras maldosas por parte dos colegas e frequentemente recebem apelidos depreciativos. Este tipo de assédio pode provocar isolamento, sentimento de inferioridade e agressividade, levando à busca de refúgio e conforto aparente através do alimento.
A primeira batalha a vencer O tratamento da obesidade infantil se dá basicamente pela modificação de hábitos alimentares, sendo necessário o envolvimento de toda família. É importante lembrar sempre que, para as crianças, ensinamento é através do exemplo. Não podemos exigir que nossos filhos modifiquem a sua alimentação se não formos capazes de mudar nossos próprios hábitos. A alimentação de uma criança obesa deve ser restrita em açúcares refinados e gorduras. Em regra geral, uma criança de três anos não necessita mais que 1.300 calorias diárias, uma criança de dez anos, cerca de 2.000 calorias e um adolescente, cerca de 2.800 ca-
lorias (os valores podem variar de acordo com o peso, altura e atividade física praticada). É fundamental que essas calorias sejam distribuídas ao longo do dia, preferencialmente a cada 3 horas, evitando assim uma refeição de maior volume, ocasionada pelo jejum prolongado. Deve haver de três a quatro porções de frutas ao dia, divididas em frutas frescas, desidratadas ou sucos frescos. A presença de vegetais e leguminosas é fundamental, podendo ser oferecida na forma de sopas. A apresentação dos pratos deve ser harmoniosa e colorida, para despertar o interesse. Lembre-se: grandes mudanças nunca serão bem vindas nem aceitas facilmente, portanto use a imaginação e inicie por alterações sutis.
Estratégias para conquistar uma alimentação saudável: 1 Aprenda a “mascarar” alguns alimentos não aceitos, garantindo assim uma maior quantidade de nutrientes na alimentação.
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>bons hábitos
2 Misture as verduras com o arroz, feijão ou carne. Você pode cozinhar a beterraba no feijão ou utilizar a água do cozimento da beterraba para fazer o arroz. Experimente cozinhar brócolis e cenoura no vapor (pique bastante e, se preferir, rale a cenoura) e os adicione nos momentos finais do cozimento do arroz.
3 Se seu filho não come frutas, eis um bom motivo para que você inclua, diariamente, na dieta, sucos frescos naturais. Outra excelente forma de estimular o consumo de frutas é preparar espetinhos: corte-as em pequenos pedaços (prefira as frutas menores, pois elas são mais doces). Desmanche em banho-maria um pedaço de chocolate de 30 gramas e cubra os espetinhos. 4 Tenha momentos fixos para as refeições. É necessário estipular horários para comer, assim a criança aprende que não é correto comer fora de hora.
O leite meio gordo ou semidesnatado e o leite magro devem ser consumidos diariamente em porções moderadas. Os iogurtes podem ser oferecidos com frutas congeladas em pequenos pedaços ou batidos; (a versão feita com leite magro é sempre bem-vinda e fornece o sabor doce que as crianças tanto desejam).
9 Evite “matar a sede” com refrigerantes. Não se esqueça da ingestão de água. As causas da obesidade infantil são as mesmas da obesidade adulta: escolhas alimentares erradas associadas à vida sedentária. 10 O mais importante: dê bons exemplos! O hábito alimentar é imitado. É através do comportamento dos adultos que a criança estabelece suas escolhas e forma sua identidade alimentar para toda a vida. Os pais devem orientar as melhores opções alimentares, capacitando os filhos para uma vida adulta saudável.
5 Integre as crianças nas diversas fases, da escolha ao preparo do alimento. Leve seu filho ao supermercado para que ele participe da compra. Aproveite para mostrar a enorme variedade de frutas e verduras. Faça com que ele ajude a selecionar os alimentos.
6 À medida que a criança vai crescendo um pouco mais, a estimule a montar o próprio prato e ensine a importância da presença de um alimento de cada grupo alimentar para conseguir uma refeição saudável.
7 Costumamos comer antes com os olhos, por isso capriche na apresentação dos pratos. Escolha alimentos coloridos, para que a criança sinta vontade de comer o que está sendo proposto. Se o cardápio consiste em arroz, feijão e carne moída, faça a salada com verduras e legumes de cores diferentes, como alface, cenoura e beterraba. Utilize ervas aromáticas (salsa, manjericão, manjerona, cebolinha etc.), tomate cereja, azeitona sem caroço, ovo de codorna como “enfeites” nas saladas. Outra dica é usar cortes diferentes, no formato de cubinhos ou estrelinhas.
8 Produtos lácteos, excelentes fontes de cálcio (elemento importante na formação de ossos e dentes).
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Papinhas mais saudáveis • É importante a presença de quatro ingredientes básicos: carboidratos, proteínas, legumes e verduras. • Cebola, alho e ervas (como salsinha, cebolinha e coentro) estão liberadas. • Frutas não substituem legumes - cada alimento tem seu determinado nutriente. • Substitua somente alimentos com nutrientes semelhantes - como cenoura e beterraba ou pêssego e mamão. • Seja criativo e misture um pouco os ingredientes: cozinhe legumes com o feijão, couve-flor no arroz. • Evite açúcar e alimentos industrializados. • Use pouco sal.
Você sabia? * A persistência é muito importante. Estudos mostram que devemos oferecer o mesmo alimento 12 vezes antes de considerar que a criança não gosta. * O que deve ser evitado: obrigar a criança a comer mais do que gostaria, castigá-la por conduta desfavorável deixando-a sem comida e comemorar eventos importantes com alimentação sem qualidade nutricional. Também não é recomendável o consumo diário de doces, guloseimas ou bebidas gasosas e açucaradas. * Estudos realizados por pesquisadores que analisaram 215 crianças com até 18 meses, em várias etapas do crescimento, revelam que das 152 crianças consideradas com sobrepeso, 20% apresentaram atraso no aprendizado de novas habilidades motoras. * Inúmeros estudos demonstram a associação de piores condições socioeconômicas à maior prevalência de excesso de peso. * Experimentos revelam que a criança aceita mais rapidamente o alimento quando vê o adulto comendo. C
Nívea Albuquerque
Nívea Albuquerque (CRN 6844), nutricionista clínica formada pela Universidade de Fortaleza (Unifor), com experiência no manejo de pacientes com transtornos alimentares e obesidade especialista em nutrição aplicada a estética. Docente e coordenadora do curso de pós - graduação em Nutrição aplicada à estética. Integrante do corpo clínico do Hospital Monteklinikum, atende adolescentes e adultos realizando aconselhamento nutricional e atendimento dietoterápico clássico nas diversas enfermidades associadas à alimentação inadequada.
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>sabores doconsumi mundo >pequenos
Culinária Alemã
um convite a novas experiências gustativas Considerada uma culinária rústica, sem a riqueza de detalhes existentes, por exemplo, na cozinha francesa, o universo gastronômico da Alemanha cativa paladares no mundo inteiro. Aos que se aventuram a alargar as fronteiras do paladar, há a certeza da descoberta de ótimos e inesperados sabores. Por Renato Barros de Castro Localizado na Varjota, bairro de Fortaleza gastronômico por excelência, o único restaurante germânico da cidade já se tornou um espaço reconhecido pelos que querem se entregar a novas experiências culinárias. Cada vez mais procurado por viajantes que se interessaram pela cozinha alemã, e já a experimentaram em andan-
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ças pela Europa ou pelo sul do Brasil, o restaurante “O Alemão” ganha fama pelo boca a boca. Aberto em 2009, um ano depois do alemão Manfred Alexander Winkler ter se mudado em definitivo para Fortaleza, o estabelecimento foi descoberto, aos poucos, pelos clientes: os que conheciam
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a cozinha alemã visitavam a casa levando consigo amigos que provavam pela primeira vez os pratos. Dessa forma, o endereço foi divulgado, tornando-se referência por sua qualidade. “A culinária alemã tem a fama de oferecer as melhores salsichas, linguiças e joelhos de porco do mundo. Nela, predomina a carne suína, a batata e o chucrute. Geralmente, quem não conhece começa por provar as salsichas e, a partir delas, vai experimentando outros pratos e acaba virando cliente fixo”, afirma Manfred, lembrando que tudo é feito na hora, com produtos e ingredientes naturais.
Manfred Alexander Winkler, do Restaurante O Alemão
Em relação à resistência por parte de muitos para com a carne suína, Manfred acredita que isso é apenas um mito, que pode estar ligado a questões culturais: “Acho que aqui no Ceará (essa resistência) é mais uma questão histórica, pois no sul do Brasil é muito comum comer carne de porco. Dizer que ela é suja ou que não faz bem à saúde é um mito. As pessoas acreditam nisso mais por desconhecimento, ou por não ter o hábito do consumo, pois a carne suína é suculenta, saborosa e saudável”, explica. Quanto aos pratos preferidos dos cearenses, os mais pedidos são o tradicional joelho de porco (acompanhado de batata sauté e chucrute), a salsicha, a costeleta de porco (com molho barbecue ou molho abacaxi chutney), o lombo suíno (grelhado ao molho de páprica, acompanhado de macarrão caseiro) e a bisteca suína (Kassler), defumada e acompanhada de chucrute e purê de batatas. Para os que não gostam de carne suína, o cardápio também traz carne bovina, peixes, massas e pratos vegetarianos. Mesmo a despeito de sua rusticidade, os pratos da culinária alemã podem ser bastante complexos, como é o caso do Eisbein, o mais elaborado do cardápio de Manfred. Trata-se de joelho de porco curado e cozido, e que acompanha chucrute, purê de batata e mostarda. Para o processo de cura (método usado para realçar o sabor e a textura da carne), o joelho cru fica imerso por três dias numa mistura composta de um tipo especial de sal e uma solução para defumar, enquanto o chucrute (que também acompanha outros pratos) é produzido
de forma artesanal: o repolho é misturado com vinagre de maçã, zimbro, cominho alemão, bacon, açúcar, tempero completo, água, depois é levado a cozinhar por mais de quatro horas em fogo baixo. Para quem, ainda assim, consegue resistir à tentação de descobrir os prazeres da mesa alemã, esse tipo de culinária possui mais um trunfo na manga, ao qual muitos irão se render incondicionalmente: as sobremesas. “Nesse campo, a cozinha alemã se revela pródiga em saborosos doces e tortas e, embora essa tradição tenha suas raízes na Áustria. Muitos pratos famosos como a torta de maçã, doce típico de Viena, passaram a ser conhecidos em todo o mundo como genuinamente alemães”, revela Manfred. O certo é que as sobremesas alemãs são mais um convite para você se aventurar nesse reino de sabores inigualáveis. Afinal, uma vez iniciados nesse novo território gustativo, só nos resta desejar retornar a ele o mais breve possível. C
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APRENDA A FAZER UM SCHWEINSHAXE
(Joelho de porco assado no forno) Ingredientes 1 kg e meio de joelho de porco 2 copos de vinho tinto 1 litro e meio de água 4 folhas de louro 1 cebola pequena picada 1 colher de chá de cominho alemão 2 colheres de sopa de caldo de carne 2 cabeças de alho trituradas 30g de salsinha fresca Sal a gosto Modo de preparo Em uma panela, coloque todos os ingredientes. Cozinhe tudo em fogo brando, virando o joelho durante duas horas e meia, acrescentando mais água e caldo de carne na medida em que for secando. Em seguida, retirar o joelho e colocar para assar numa bandeja de alumínio com água (ficar atento para não deixar a água secar por completo) durante uma hora e trinta minutos ou duas horas, em forno a 180 graus pré-aquecido. Para o acompanhamento, pode-se usar batata sauté, chucrute e o molho no qual o joelho foi cozido. CERVEJA ALEMÃ PRODUZIDA NO CEARÁ Ao se falar em culinária germânica, não se pode deixar de mencionar a bebida que é uma das paixões indiscutíveis dos alemães: a cerveja. Celebrada em muitos festivais famosos pelo mundo inteiro, a exemplo da Oktoberfest de Munique, ela é um assunto levado muito a sério pelos alemães, que elaboraram regras rígidas para sua produção. No restaurante “O Alemão”, os pratos podem ser acompanhados de uma enorme variedade de cervejas, a exemplo da Drache Bier, fabricada aqui mesmo no Ceará, no município de Horizonte, de acordo com os rigorosos padrões estabelecidos pela Lei de Pureza Alemã, a Reinheitsgebot, decretada pelo duque Wilhelm da Bavária, em 1516.
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SERVIÇO RESTAURANTE O ALEMÃO Rua Frederico Borges, 584, Varjota Reservas: (85) 3267.1923/8750.0625
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IRACEMA
está nas ruas de fortaleza A personagem de José de Alencar transformou-se em símbolo do Ceará. Sintetizando traços de identidade e integrando o imaginário coletivo, saiu das páginas dos livros para as ruas Por Renato Barros de Castro
PRAIA DE IRACEMA A “virgem dos lábios de mel”dá nome a uma das principais praias da cidade, onde também está a “Iracema Guardiã” esculpida em ferro por Zenon Barreto. A obra foi apresentada à Prefeitura de Fortaleza em 1965, no centenário da publicação do livro de José de Alencar. No entanto, foi inaugurada apenas no ano seguinte, 1966.
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Um dos mais famosos romances brasileiros, Iracema, de José de Alencar, resiste vigorosamente ao tempo. Alegoria do processo de colonização do Novo Mundo pelos europeus, a obra se tornou símbolo de nossa cultura e, mesmo tantas décadas depois de sua publicação, continua a ser comentada. “Iracema pode ser encarado como um romance não só brasileiro ou americano, ou ainda de gosto romântico tipicamente europeu, nas linhas mesmas do indianismo, mas de feitura tão original que, sem dúvida alguma, o universaliza”. É assim que o professor de Literatura Brasileira da Universidade Federal do Ceará (UFC), Marcelo Peloggio, estudioso da obra de José de Alencar, define o principal trabalho literário de um de nossos maiores romancistas. Para ele, o tema central é o amor entre a índia tabajara e o português valente e destemido, cuja união resulta no nascimento daquele que se costuma chamar de “o primeiro brasileiro”, Moacir, o qual pode resumir, por sua vez, nossa identidade como povo. De acordo com Peloggio, há no livro uma representação significativa não apenas da cultura cearense, mas da cultura brasileira como um todo. “Esse ‘primeiro brasileiro’ foi antes de mais nada, um cearense. O que é motivo de orgulho e encanto para o povo do Estado do Ceará, uma vez que Moacir resume, com efeito, o caráter e valor de uma civilização inteira pois, ainda que ce-
arense no particular, do ponto de vista geral, pode ser considerado como o nosso mais legítimo brasileiro”.
O mito ganha vida através das estátuas Descrita como a “virgem dos lábios de mel, com os cabelos mais negros que a asa da graúna e mais longos que seu talhe de palmeira, a personagem foi apresentada como mais rápida que a ema selvagem, correndo o sertão, as matas do Ipu e refrescando-se na mítica bica da Serra Grande. Diante dessa figura idealizada e inspiradora, alguns escultores conceberam visões diferentes da índia, com ou sem licença poética. Espalhadas em pontos distintos da capital cearense, as peças atraem a curiosidade de quem quer que passe por esses locais (as estátuas mais famosas estão no Mucuripe, na Praia de Iracema e no bairro de Messejana), reafirmando sua permanência no imaginário de turistas e moradores.
Roteiro sentimental Polêmicas à parte, o significado de Iracema para o Brasil e, especificamente, para a cidade de Fortaleza, tem laços estreitos com nossas origens e nossa identidade cultural. Para quem quiser conhecer mais lugares da cidade ligados a José de Alencar ou outras estátuas de Iracema, ainda que menos famosas,
MUCURIPE
Na praia do Mucuripe, encontra-se o primeiro monumento a retratar a personagem, obra do pernambucano Corbiniano Lins, inaugurada em junho de 1965. O local para a instalação da peça não foi à toa: a enseada do Mucuripe era o lugar onde a índia esperava o regresso do “Guerreiro Branco”, Martim Soares Moreno. No monumento, além de Iracema, também estão representados outros personagens: o português Soares Moreno, o filho Moacir e o fiel cão Japi. 92
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MESSEJANA
A estátua de Iracema mais recente, de 2004, foi inspirada no concurso “Iracema, musa do Ceará”, realizado pelo Sistema Verdes Mares, que contou com 2.760 candidatas. O monumento, obra de Alexandre Rodrigues, baseou-se nas características físicas da ganhadora, Natália Nara. Instalada na Lagoa de Messejana, a índia foi retratada tomando banho de cuia, e o fato de ter sido pintada posteriormente em tinta verde (em dezembro de 2010) causou bastante polêmica entre moradores e visitantes do local. O responsável pela nova pintura, o artesão Costa Neto, também participou da confecção da estátua em 2004. Segundo ele, foi utilizada uma tinta especial a fim de proteger a estátua da ação dos pichadores. Além disso, ele também alega que a obra original tinha um tom esverdeado, e só depois foi adotada a tonalidade prata (que desapareceu definitivamente sob a cor esverdeada).
A Costumes oferece um roteiro pra lá de especial: Monumento a José de Alencar – Situado na praça homônima, o monumento inaugurado em 1929 é da autoria do escultor paulista Humberto Cozzo. Em granito branco, a estátua tem 6,5 metros de altura e 4 metros de largura. Os baixos relevos com temas indígenas foram extraídos dos romances Iracema e O Guarani. Theatro José de Alencar – Inaugurado em junho de 1910, é considerado um dos teatros mais bonitos de todo o Brasil, com características arquitetônicas diversas, do neoclássico ao art-nouveau. A pintura dos frisos dos camarotes na sala de espetáculos recebeu o nome de várias obras do romancista. Índia Iracema – O Rotary Clube Fortaleza Praia de Iracema também prestou sua homenagem à obra de José de Alencar inaugurando, em 2002, uma escultura inspirada na personagem, na Avenida Presidente Castelo Branco. A obra é uma criação do cearense Descartes Gadelha. Palácio Iracema– Esculpida em resina acrílica e revestida por 92 mil pedaços de cristal, a estátua da índia que adorna o Palácio Iracema é obra do artista cearense Francisco Zananzanan, e foi inaugurada em fevereiro de 2005. Casa de José de Alencar (CJA) – Localizada no Sítio Alagadiço Novo, em Messejana. O sítio foi adquirido em 1825 pelo padre José Martiniano de Alencar, pai do
escritor (José de Alencar viveu no local por nove anos). Em 1965, durante a gestão do reitor Antonio Martins Filho, a Universidade Federal do Ceará adquiriu o sítio e o mantém até hoje. Nele, o visitante pode aprender sobre a obra do escritor, ver a história do livro Iracema contada por imagens e saber mais sobre escravidão e cultos afro-brasileiros. A visitação é gratuita. C
A digitalização de cadernos manuscritos de José de Alencar Ainda de acordo com o professor Marcelo Peloggio, o Museu Histórico Nacional (MHN), no Rio de Janeiro, abriga onze cadernos com escritos de José de Alencar, tais como anotações contábeis, romances e ensaios inacabados, croquis de peças teatrais, poemas, textos de cunho político e jurídico – material esse já publicado e outros ainda inéditos. Com o trabalho de digitalização desses textos, cria-se, a partir daí, um acervo de natureza virtual, com um campo de pesquisa formidável para todos aqueles que tenham interesse pela obra alencarina. Quem tiver interesse poderá realizar a pesquisa na própria Casa de José de Alencar ou via internet, já que o material será disponibilizado na rede mundial de computadores. Serviço: Casa de José de Alencar Av. Washington Soares, 6055 Messejana, Ceará Telefones: (85) 3276-2379/3229-1898
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>cultura
Sobrevivi... Posso Contar
A história de Maria da Penha, que mudou a vida de todas mulheres do país A autobiografia foi o instrumento responsável pela condenação do Brasil por parte da OEA (Organização dos Estados Americanos), e resultou na sanção da lei que oferece punição mais efetiva contra a violência doméstica. Por Valéria Dallegrave
Com o livro aberto a minha frente, chego rapidamente à constatação de que não são poucos os trechos chocantes no relato dessa mulher de garra. O comportamento do homem com quem escolheu compartilhar o dia a dia e criar uma família torna-se, linha por linha, assustador, até o instante em que ela é vítima do ato mais violento. Mas sua história não se resume a isso, começa muito antes daquele tiro e, com certeza, vai além dele. Na obra, que está em sua segunda edição, Maria da Penha começa narrando parte da sua infância, tão parecida com a de muitas mulheres: a família, as dificuldades financeiras, o relacionamento com as irmãs, a adolescência rebelde, a troca das meias soquetes pelo batom e os namoros com horário controlado no portão de casa. Mais adiante, reflete: “Não sou diferente da maioria das mulheres casadas que um dia sonharam construir família”. A publicação cumpriu (e ainda cumpre, socialmente) um papel muito maior que o de simples testemunho. Depois do tiro que tirou a mobilidade de suas pernas, ela persistiu por 19 anos e seis meses na luta pela punição do agressor, seu marido e pai de suas filhas. Nesse trajeto que a levou a ser conhecida internacionalmente, demonstrou e consolidou, dia a dia, a consciência clara de que aquele homem tornara-se um estranho. Não era mais alguém a quem devesse qualquer consideração, pelos laços afetivos do passado, mas apenas o seu agressor. Foi em 1994 que decidiu escrever Sobrevivi... Posso Contar, quando Marco foi julgado e condenado a 15 anos de prisão e saiu do
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CAPÍTULO XXIV: O DESMONTE DA FARSA “Terminada a fase das investigações, Marco foi convidado a prestar um novo depoimento. Pego de surpresa, treze meses depois do primeiro, ele não lembrava mais o que havia dito, e as contradições foram sendo flagrantemente postas a nu. [...] Marco Antônio Heredia Viveros era, de fato e de ação, o único praticante do atentado contra mim, idealizador do suposto assalto praticado em sua própria residência e da tentativa de assassinato contra a própria mulher. Era ele quem tinha atirado em mim, covardemente, enquanto dormia.”. (trecho de Sobrevivi... Posso Contar) Fórum em liberdade, por conta de recursos impetrados pelos advogados de defesa. Ela pensou, então: se a justiça não era capaz de cumprir com o seu papel, a sociedade, ao ler o livro, saberia do que aconteceu, e o condenaria. O interesse pelo lançamento da obra nas capitais é grande, mas não é fácil encaixar novos eventos na agenda já lotada da autora. Ela costuma viajar pelo país, aproximadamente três a quatro vezes por mês, divulgando a lei que leva seu nome, proferindo palestras sobre o que viveu, a luta travada na justiça e o combate à violência doméstica. Quando está em Fortaleza, onde mora, prioriza ações e projetos do Instituto Maria da Penha. Nas viagens, escuta sempre relatos emocionados de mulheres que se dizem “salvas pela lei”. São esses depoimentos, diz, que a incentivam e dão forças para continuar a luta por uma sociedade melhor. Quando pergunto se não é muito dolorido contar repetidas vezes tudo que passou, ela responde que, no início, sim. Depois de escrever o livro, porém, sentiu-se melhor ao finalmente mostrar à sociedade quem era seu agressor e como a Justiça brasileira tratava os casos de violência doméstica. Ela confessa que nunca imaginou que sua luta chegaria onde chegou: “hoje contamos com uma lei para proteger todas as mulheres do meu país. Gosto de pensar que esta foi a minha missão, ser o instrumento para que as mulheres agora possam ter uma vida sem violência”.
Com uma história como a sua, Maria da Penha tem toda autoridade para falar de uma realidade que, muitas vezes, se procura minimizar. Afirma que a mulher ainda é vítima de profundos preconceitos, que a fragilizam. Para aqueles que tentam provar a inconstitucionalidade da Lei 11.340/06, usando como argumento o artigo de nossa Constituição que torna “todos iguais perante a lei”, ela responde: “A justiça é justa quando trata igualmente aos iguais e desigualmente aos desiguais”. Para eliminar qualquer dúvida, segundo o Caderno de Saúde Pública, no Brasil, a cada ano cerca de trezentas mil mulheres registram agressões corporais vindas de seus maridos ou companheiros. E não é só um problema brasileiro, muitas vítimas da violência, no mundo inteiro, não poderão contar sua história, pois, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), quase metade das mulheres assassinadas são mortas por seus parceiros. C
Para saber mais: www.institutomariadapenha.org.br.
Valéria Dallegrave
Nascida no Rio Grande do Sul, Valéria Dallegrave da Costa vive há mais de dez anos no Ceará e já se define como “cearúcha”. Graduada em Jornalismo gráfico e audiovisual pela UFRGS e mestre em Letras pela UFC, é professora do curso de jornalismo da FIC. Com curso de dramaturgia no Dragão do Mar e na Escuela Internacional de Cine y TV de Cuba, assina coluna sobre cinema no Blog do Tamanduá. Sua relação com as letras também passa pela literatura.
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O Lenço
>moda
ACESSÓRIO ESPECIAL QUE NÃO SAI DE MODA:
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Por Edmar Mendes
ráticos e atemporais, lenços são acessórios que nunca saem de moda, independente da estação do ano. Versáteis, eles agregam um toque especial de estilo para qualquer look, seja amarrados na bolsa, no pescoço, na cintura ou na cabeça, independente da ocasião ou hora do dia.
Alguns chegam a ser verdadeiros “sonhos de consumo”, estando entre os principais desejos de muitos amantes de moda. São assinados por estilistas e casas de alta costura, vendidos por valores bem elevados, como é o caso dos lenços Hermés, Dior e Louis Vuitton, marcas preferidas de celebridades ao redor do mundo. Porém, graças à grandiosidade do mercado de moda, podem ser facilmente encontrados em versões mais baratas e igualmente belas, nos mais diversos lugares, desde a sua loja favorita até mesmo às de departamento. Atitude e Personalidade Esses acessórios de estilo acabam revelando um pouco sobre a personalidade de quem os usa, não apenas no que diz respeito ao gosto pessoal por cores e estampas, mas também quanto à atitude, dependendo da forma como são colocados no look. Mulheres descoladas, ousadas, costumam trançar o lenço no cabelo, ou criar faixas, bandanas e turbantes bem divertidos, e até mesmo amarrá-los na cintura de forma criativa, já as mais clássicas ou com estilo mais básico preferem usar o lenço no pescoço ou amarrado na bolsa. E se você optar por comprar um lenço grande o suficiente, ele pode se transformar em belas blusas ou vestidos quando amarrado da maneira certa, o que cai muito bem para a praia e piscina. Vale lembrar que, apesar de poder ser usado da mesma forma que uma canga, um lenço é um pouco diferente. As cangas são mais resistentes ao con-
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tato com areia e água salgada, devido aos materiais com os quais costumam ser confeccionadas. Uma boa dica para quem pretende adquirir um lenço é tomar cuidado com a forma de conservação, obedecendo às instruções de lavagem e recomendações de fábrica, além de ter precaução no contato com alguns óleos e perfumes, assim como produtos para maquiagem. Lembre-se que um lenço é um acessório tão delicado quanto qualquer peça de roupa, e precisa de cuidados para que dure muitos anos. E então? Pronta para começar sua coleção de lenços? C
Edmar Mendes
Cearense da gema, largou a arquitetura aos 20 anos para fazer moda. Hoje, pós-graduado em Criação de Imagem e Styling de Moda pelo Senac São Paulo, é, também, consultor de Moda e Estilo. Seu trabalho pode ser conferido nas vitrines na Meio Tom, onde atua como designer, e na Sabbia Rossa, sua loja multi-marcas.
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Pele hidratada em todas as estações do ano
A pele é o nosso cartão postal, além de ser o maior órgão do corpo humano, tem todos os males do nosso organismo refletidos
Com o verão chegando, a preocupação em apresentar uma cútis lisinha e bem hidratada faz lotar os consultórios. Segundo a dermatologista doutoranda em Dermatologia pela USP, Camila Albuquerque, fatores internos e externos podem influenciar no ressecamento da pele: “doenças sistêmicas como insuficiência renal ou hepática, hipotiroidismo e doenças dermatológicas como a dermatite atópica e a psoríase podem ser as causas. Algumas condições fisiológicas como a idade avançada e a menopausa também contribue para o ressecamento”, explica a dermatologista. Segundo Dra. Camila, a pele é a primeira barreira de proteção do corpo contra o meio externo. Por isso, os fatores exteriores também são responsáveis pelo seu ressecamento. Banhos quentes, demorados e excessivos, o uso contínuo de sabonete e bucha, além de condições climáticas como temperaturas baixas, vento forte, umidade do ar baixa e sol em excesso são alguns dos fatores externos que prejudicam a saúde da pele. A hidratação acontece tanto por via interna quanto externa. De forma interna e natural através da secreção de substâncias que formam o manto hidrolipídico – constituído pela gordura produzida pelas glândulas sebáceas e o suor, pelas glândulas sudoríparas. Já a hidratação externa se dá quando introduzimos água, por meio de produtos farmacêuticos e cosméticos, nas camadas mais externas da pele, ou seja, através de óleos e hidratantes corporais. Da mesma forma que o suor é importante para manter a pele hidratada, beber água é fundamental, pelo menos dois litros de água por dia.
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>beleza
Óleos x Hidratantes Hidratar a pele requer alguns minutos de dedicação diária, mas pela correria do dia a dia muitas mulheres acabam trocando o creme hidratante pelo óleo corporal. No entanto, o uso isolado do óleo, apesar de mais prático, não é suficiente, já que sozinho não hidrata a pele. Os óleos corporais agem através da formação de um filme na pele, que a protege da perda da hidratação natural. Sobre essa proteção, um aviso: quem pensa que o óleo deve ser passado somente após o banho, engana-se, principalmente quando esse for quente. O recomendado é que seja aplicado antes do banho, para impedir o ressecamento posterior a esse, e também após, para reter a água na pele. Depois do banho, com a pele um pouco úmida, é o momento ideal para a aplicação do creme hidratante, pois assim se manterá a umidade no corpo. Outra dica da dermatologista é que uma ou, no máximo duas vezes por semana, seja feita uma esfoliação do corpo para que as camadas de células mortas sejam removidas. A dermatologista explica que a escolha do hidratante varia de acordo com a idade e cada tipo de pele. No caso dos hidratantes faciais, é importante que sejam associados ao filtro solar para que a hidratação seja feita corretamente, sem causar problemas à pele. Dra. Camila dá algumas dicas de como escolher o hidratante ideal para sua cútis: Seca: é o tipo de pele que exige maior concentração de substâncias hidratantes, como óleos de macadâmia, aloe vera, amêndoas, castanha do Pará, ceramidas, silicone, vitamina E, vitamina C, ureia e proteína de trigo, além de ácidos graxos como o linoleico. O hidratante deve ser em forma de creme ou loção cremosa, que têm fórmula mais oleosa. Normal: a pele normal já se encontra equilibrada, portanto a função do hidratante é manter esse equilíbrio. O hidratante pode ser em forma de loção, contendo na formulação vitaminas A, C e D.
Oleosa: a pele oleosa necessita de hidratantes que tenham a função de proteger e controlar a oleosidade para evitar o aparecimento de cravos e espinhas. O hidratante deve ser em forma de gel, pois não apresenta oleosidade em suas formulações. Vale ressaltar que a pele pode ser oleosa e estar ressecada, ou ter tendência a formar acnes. Nesses casos, os melhores produtos são os géis e as loções oil free. Há também o softgel, um produto sem oleosidade e muito leve, com textura semelhante à de um creme, apesar de ser um gel. Mista: a pele mista deve usar hidratantes livres de óleo, em forma de gel ou gel-creme. C
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Indicações da dermatologista sobre os cremes hidratantes ideais para o seu tipo de pele: Hidratante Iso Urea Creme - La Roche-Posay Hidratante para o corpo de longa duração (hidrata por até 24 horas), ideal para peles secas. Com fragrância suave, contém em sua fórmula manteiga de Karité, ureia e água termal.
Fisiogel loção cremosa – Stiefel Atua refazendo a barreira cutânea. Ideal para pessoas alérgicas.
Cetaphil creme hidratante – Galderma Para peles extremamente secas. Ótima opção para idosos e também para áreas muito ressecadas como joelhos e cotovelos.
Epidrat Rosto FPS15 – Mantecorp Praticidade pela associação de hidratante e protetor solar. Textura leve e fragrância suave.
Hidracare Antiox FPS35 - Dermage Hidratante facial que também tem ação antioxidante e proteção solar. Tem duas versões: pele mista a oleosa (gel creme oil free) e pele normal a seca (creme).
Hidradeep hidratante facial FPS30 - Profuse Hidratante facial indicado para pele oleosa pela textura sem óleo e toque seco.
Creme Nívea – Nívea Contém Eucerit, um exclusivo ingrediente hidratante natural da pele. É indicado para qualquer parte do corpo, especialmente as mais ressecadas como pés, mãos, joelhos e cotovelos.
Body Care Hidratação – Neutrogena Composta de ingredientes naturais e Vitamina E, a linha proporciona rápida absorção e evita que você fique com a sensação de pele gordurosa depois de aplicá-lo. Pode ser encontrado em duas versões: Body Care Hidratação Nutritiva: indicado para peles normais a secas. Body Care Hidratação Intensa: indicado para peles extra secas.
Hidratante UV Perfect - L’Oréal Paris A linha UV Perfect alia os benefícios de hidratação e proteção com FPS 30 em um só produto. Em quatro versões: UV Perfect Pele Normal a Seca; UV Perfect Pele Mista a Oleosa; UV Perfect Cor Uniformizante; UV Perfect mãos, braços e ombros.
Serviço: Dermatologista Dra. Camila Albuquerque
Hidratante Corporal L’oreal Nutri-Lift Loção corporal antirressecamento, que tem sua fórmula enriquecida com Nutrilastium, que proporciona uma ação firmadora associada a uma nutrição intensiva. Sua textura é cremosa e não oleosa.
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Espaço Santah Av. Dom Luis, 1233, sala 408 Ed. Harmony Medical Center Fone: (85) 3242.6644 Pulmocenter Av. Dom Luis, 1200, 7° andar Ed. Pátio Dom Luis Fone: (85) 4011.5656
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Proteção para seu cabelo: cuidado com os efeitos nocivos do sol Por Isabella Purcaru e Ádria Araújo
O verão é uma temporada intensa, de temperaturas quentes e sol forte. Neste período nos lembramos da alimentação, das roupas de banho, da proteção da pele, dos lábios, porém quase sempre esquecemos um fator importante: os cabelos. Não é somente a pele que sofre com o excesso de exposição solar, os raios UV também danificam os fios, deixando-os ressecados, sem brilho, com pontas duplas e um aspecto áspero. “As radiações ultravioleta causam desestruturação da queratina, componente do cór-
tex capilar, tornando os fios porosos e frágeis, além de alterarem a cor dos cabelos”, afirma a dermatologista Dra. Celina Albuquerque, Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. A dermatologista explica que os fios apresentam uma camada externa denominada cutícula, que frequentemente sofre devido à poluição e a processos de tingimento e alisamento dos cabelos. “Os fios submetidos a esses processos ficam ainda mais vulneráveis aos efeitos danosos
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do sol”. O sol intenso do Ceará, exige, também, o cuidado com a saúde de seus cabelos. O uso frequente de óleos de silicone e hidratações regulares ajudam a manter a cutícula fechada, deixando os fios mais resistentes, indica Dra. Celina. Para proteger os cabelos da exposição solar, o protetor deve ser aplicado diariamente, não somente quando for à praia ou à piscina. O ideal é que seja utilizado ao sair de casa, com o cabelo lavado ou não. “Se o tempo que você vai ficar na água é grande, assim que sair tem que reaplicá-lo, pois o cabelo tem uma tendência a perder muito rápido a ação do produto”, aconselha Diogo Pinheiro, personal hair make-up. Segundo Diogo, já existem protetores para aplicação em cabelos úmidos ou secos. “Na maioria dos casos, o protetor deve ser aplicado com o cabelo levemente úmido, salvo sob a recomendação do produto para o cabelo seco, como os protetores da Lancôme e Sisley”. Para reforçar a ação dos protetores, o uso dos chapéus e lenços é uma boa opção, deixando até o look mais charmoso. “Unir o protetor e o chapéu vai dar uma proteção ainda mais eficaz”, aconselha o personal hair make-up. Outra opção para proteger os cabelos são os shampoos e condicionadores com proteção solar que, no entanto, sozinhos não são suficientes para defender os fios, já que o protetor forma uma película que após a lavagem do cabelo é removida pela água. “Eles protegem sim, mas digamos que você não alcança nem 50% de proteção, por conta da lavagem posterior. O ideal é usar o shampoo e condicionador, fazer uma manutenção, mas não deixar de usar o protetor durante a exposição”, diz. Diogo explica que, apesar da presença do sol o ano inteiro no Ceará, e do gosto por mechas loiras – dois fatores que já inspiram um cuidado maior – muitas mulheres ainda deixam de ter esses cuidados especiais com o cabelo por falta de divulgação da importância da proteção capilar, mas conclui: “hoje, apesar de muitos salões não oferecerem o uso do protetor, noto que as clientes estão se interessando pela proposta de proteger os fios”.
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ESCOLHA A SUA PROTEÇÃO E VÁ ÀS COMPRAS Color Protect Locking Spray, Paul Mitchell Spray suave para cabelos tingidos que ajuda a prevenir o desbotamento da cor. Possui em sua fórmula extrato de semente de girassol, que protege os fios dos raios solares UVA e UVB.
Kérastase Soleil Micro-Voile Protecteur Spray, da Kérastase Spray de proteção para cabelos coloridos, principalmente finos e oleosos. Protege os fios do sol, mar ou piscina e contra as agressões causadas pelos raios UV, sem deixá-los com um aspecto pesado.
Bonacure Sun Protect Soft Ends Fluid, da Schwarzkopf Sérum que repara as pontas dos cabelos expostas aos raios UV, além de proteger contra o sol, calor, mar e os danos causados pelo cloro. Proporciona uma melhora na elasticidade dos fios, fortalecendo-os.
Creme de Pentear Elsève Solar, da L’Oréal Paris Desenvolvido para prevenir os cabelos contra o ressecamento. Contém sistema Hydralium + filtro UV, que protege os fios da exposição do sol, vento, sal e cloro, além da manutenção da cor.
Natura Plant Proteção Verão Creme Protetor UV, da Natura Contém filtro solar que protege os cabelos contra os raios UV. Oferece hidratação profunda e maciez aos fios expostos ao sol. Possui embalagem prática e tamanho ideal para levar na bolsa quando for a praia.
Leave On Protetor Solar para Cabelos, da OX Contém vitamina E e ingredientes que ajudam na formação de um filme protetor nos fios abrigando-os das ações nocivas do sol, vento, sal e cloro. Não precisa de enxágue.
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Dicas dos experts Diogo Pinheiro dá dicas para manter um cabelo saudável e protegido do sol: “Use protetor no cabelo umedecido para deslizar com mais facilidade, sem aplicá-lo na raiz, por conta da oleosidade. Ao sair do mar, enxágue o cabelo com água mineral ou doce para evitar que o sal deixe os fios ressecados. Prefira água fria para selar a cutícula”. Dra. Celina Albuquerque complementa: “Dê preferência aos produtos sem enxágue, aplicando antes da exposição e reaplicando após entrar na piscina. Porém, se você esqueceu o leave in em casa, um bom chapéu de abas largas irá ajudar a proteger a pele e cabelos”.
4 – Retire um pouco a água com a toalha. Estoure a ampola de proteção e aplique no meio dos cabelos às pontas. “Pronto, aqui o cabelo está protegido para ações físicas ou mecânicas”, finaliza Diogo. C
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Aprenda a fazer
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Para proteger o cabelo, Diogo ensina o passo a passo do ritual de proteção, que deixa os fios saudáveis. 1 – Aplique o shampoo protetor de cor e lave o cabelo normalmente, massageando o couro cabeludo com a ponta dos dedos, para que a circulação sanguínea seja ativada. Depois enxágue 100% e aplique shampoo novamente, deixando agir por 2 minutos e retirando em seguida. “Lave muito bem o couro cabeludo, massageando. Depois traga levemente a espuma para as pontas para fazer a limpeza, assim evitando o atrito entre os fios”, aconselha Diogo. 2 – Retire o excesso de água com uma toalha. Em seguida com ajuda de uma espátula, aplique a máscara reparadora, mecha por mecha. Deixe agir de 5 a 10 minutos. “Hoje os cremes de tratamento para o cabelo possuem uma tecnologia avançada, tornando-os produtos mais eficazes. Para isso, o produto requer certos cuidados e um deles é o uso de uma espátula para a utilização correta do produto, sem usar com as mãos”, diz. 3 – Aplique o condicionador, fazendo uma massagem rápida no cabelo. Enxágue bem. “O uso do condicionador após a aplicação de qualquer máscara de tratamento é indispensável, pois ele realizará o selamento da cutícula”, conta.
4 SERVIÇO: Dermatologista Dra. Celina Albuquerque Av. Santos Dumont, 5753 sala 202 – Torre Saúde Tel.: (85) 3032.3142 / 3032.3152 Bel Vitale - Personal hair make-up Diogo Pinheiro Av. Desembargador Moreira, 210 Tel.: (85) 3242.1212
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Ampola Reparadora Elséve
Os cabelos se desgastam diariamente, tornando-se frágeis e danificados. Para restaurá-los, os laboratórios de L’ORÉAL Paris criaram a “Ampola Reparadora Elséve Reparação Total 5 que é enriquecida com um coquetel de ingredientes ultrapoderosos que incluem Bio-Ceramida e Aminoácidos numa fórmula sem sal. A ampola combate a quebra, o ressecamento, a opacidade, a rigidez e as pontas duplas, reparando célula a célula. Sua aplicação deve ser feita ainda com o cabelo molhado, logo após o shampoo e o condicionador, cobrindo os fios e evitando a raiz. O produto precisa agir por 60 segundos e depois passar por um bom enxágue. Para cabelos muito danificados, aplicar pelo menos uma vez na semana ou deixar agir por mais tempo. O resultado é um cabelo transformado, suave, macio e brilhante.
Água VOSS Proveniente do sul da Noruega, a água VOSS fica em uma fonte subterrânea, localizada em um ambiente primitivo no deserto gelado, sob uma formação rochosa protegida do ar e de qualquer tipo de contaminação externa. Ela brota naturalmente e é envasada diretamente na fonte, sem nenhum processo de tratamento ou filtragem. Apreciada pelos amantes do vinho, dos destilados, cafés e por todos que reconhecem a sua leveza única e incomparável, a Água VOSS possui quantidades reduzidas de minerais e sódio (apenas 22mg/l de sais dissolvidos). Com o objetivo de traduzir a singularidade da água e da verdadeira essência da marca, a garrafa da Água VOSS foi especialmente criada por Neil Kraft, o criativo ex-diretor artístico da Calvin Klein. A Água VOSS está disponível em embalagens de vidro com ou sem gás, em embalagens de 375ml e 800ml, e na embalagem pet com 330ml, 500ml e 850ml somente sem gás.
Seu coração ganhou um novo aliado O Ômega 3 é muito importante para o corpo humano, pois previne doenças cardiovasculares como AVC e infarto, melhora a circulação sanguínea, combate a osteoporose, ajuda o cérebro a monitorar o humor, a memória e ainda diminui o nível de colesterol ruim. Nosso organismo não produz Ômega 3, portanto precisamos adquiri-lo através da alimentação. Pensando nisso, a Jandaia lançou a única linha de sucos do Brasil enriquecido com Ômega 3, nos sabores de uva, pêssego e laranja. Você pode levar para a sua família na embalagem de 1 litro e caixinha de 200ml para uso imediato. Os sucos enriquecidos da Jandaia são os produtos de maior concentração de Ômega 3 por porção do mercado nacional. A Jandaia sempre se propõe a oferecer para seus consumidores produtos com benefícios para a saúde, então, na hora de fazer suas compras, coloque mais saúde no seu carrinho.
O Açaí do Pomar é um alimento maravilhoso. Deve ser utilizado por aquelas pessoas que buscam alimentos ricos em ferro e cálcio. É uma excelente fonte de fibras e de proteínas. Uma porção de 180g de Açaí do Pomar possui mais proteínas do que 200 ml de leite integral (1 copo). O Açaí é uma fruta rica em antocianina, uma substância com elevado poder antioxidante e que impede a formação do colesterol na parede das artérias. Por ser um produto pasteurizado, o Açaí do Pomar é um alimento totalmente seguro.
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>ao seu dispor
Amarildo Ferreira e Mônica de Carvalho
Eliana Romeiro e Sebastião Teixeira
O tratamento faz a diferença Nada como trabalhar em um local do qual se gosta. Quem pode falar muito bem sobre isso é o Repositor do Setor de Hortifruti dos Mercadinhos São Luiz na Avenida Virgílio Távora, Amarildo Ferreira, 46, que está na loja há seis anos, e na empresa São Luiz desde 1985. Amarildo atende de 14 a 25 clientes por dia, que são fidedignos ao seu serviço. “Atendo cada cliente como se fosse o único da loja. Todos devem ser tratados da mesma forma. Tanto faz se o consumidor vai comprar um pão carioquinha ou um carrinho cheio”, ressalta. De acordo com o repositor, o atendimento bem feito passa confiança aos clientes, oferecendo mercadoria de qualidade, selecionando frutas, verduras e folhagens. Muitas vezes, as pessoas deixam somente a lista de compras com ele, sabendo que irão encontrar qualidade quando retornarem, ou até mesmo solicitam receber os produtos em suas residências. Isto acaba por gerar um vínculo de amizade com cada um deles. “Dá prazer trabalhar diretamente com o cliente. Se eu não me relacionasse bem com eles, não teria tantos para atender”, diz Amarildo. Mônica de Carvalho, 52, Administradora, é fiel ao São Luiz desde que se casou, há 27 anos. “Sinto como se estivesse em um ambiente familiar. Gosto dessa loja devido à localização, à qualidade dos produtos, ao preço e, principalmente, pelo atendimento dos funcionários, que é excepcional. O Amarildo é muito simpático, pois
está sempre alegre e de bem com a vida. Ele é educado e uma pessoa muito correta, além de ser bem atencioso com todos os clientes. Sei também que ele é muito dedicado à sua família. É um ótimo pai e já é avô”, enfatiza Mônica. Os Mercadinhos São Luiz também têm funcionários mais novos, como o Repositor do Setor de Hortifruti, Sebastião Teixeira, 24, que está na loja desde 2007. Ele costuma ser bastante procurado pelos clientes que apreciam o seu trabalho. A clientela gosta de tirar muitas dúvidas e, prontamente, com todo o respeito, Sebastião está apto para atendê-la. Ele acha essencial chamar todos pelo nome. “O meu relacionamento com os clientes é ótimo porque sempre busco dar muita atenção, tratando-os igualmente. Sinto-me bem por isso”, relata Sebastião. Eliana Romeiro, 48, Economista e cliente do São Luiz há 21 anos, fala com satisfação do tratamento que recebe na loja por Sebastião, que demonstra ser alegre e atencioso. “Sebastião tem um talento especial para lidar com as pessoas. Ele tem prazer e orgulho no que faz. Esta é a diferença. Sempre conversamos e fico muito feliz com seus progressos. Ele tem muitos sonhos e trabalha com esforço para realizá-los”, afirma. C
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Em busca do espírito público... Por Nazareno Albuquerque Tem um espírito que anda em baixa: o espírito público. A epidemia é planetária, resultado da tecnologia e da globalização que nos enfiaram nesse individualismo egoísta e perverso. A corrosão do caráter daqueles que o ocidente elege para nos governar é latente. Fratura exposta. Faltou espírito público para decidir positivamente a crise econômica e fiscal dos EUA, onde os interesses não públicos – muito pelo contrário – conduziram o Congresso americano a optar por vias desastrosas para a solução da sua crise econômica. A escassez de espírito público abateu a Grécia, a Espanha e Portugal, onde o mau uso do Estado nos anos de fartura do euro financiaram investimentos de baixo retorno social, dando lugar ao espírito de porco. No Brasil, o espírito de porco farta-se nos contratos irregulares, nos maus servidores públicos, na alquimia dos acordos e na burocracia de engodo. Oh! Decaído espírito público, cedeste espaço ao maroto espírito de porco, um tipo particular de fantasma lodento, ora entreguista, ora chauvinista. Ao contrário do espírito natalino e o de Páscoa, que vibram na altura do Espírito Santo, o espírito de porco, nos melhores momentos de comemoração, deixa escapar das suas. Ele é matreiro, mesmo quando enfrenta o espírito esportivo. Acusa o goleiro de “frangueiro” e o culpa pela derrota. Dizem os bons fluidos do espírito público que o espírito de porco, por exemplo, se realiza profissionalmente como operador de telemarketing de companhia telefônica. Ele torce pelo “porco” Palmeiras e tem certeza de que um dia morrerá de gripe suína. Mas antes, promete, vai levar muita gente consigo. O espírito público, inclusive. Como seu amigo, caro leitor, previno: livre-se do espírito de porco. E dou pista desse mau caráter: consta que tem pele cor-de-rosa, é meio gorducho e de orelhas tão grandes que servem de flaps durante seu voo perverso. Ele não tem preocupação com dietas e elegeu “baconzitos” como seu salgadinho predileto.
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O espírito de porco, nosso obsessor, é cruel, ranzinza, sempre prestes a complicar ou constranger. O filho da “p... porca” não escapou do pecado e do demônio, embora o espírito de luz lhe tenha dado milhares de chances. Foi amaldiçoado no Velho e no Novo Testamento. De quatro em quatro anos, alguns da espécie costumam aparecer em outdoors de campanha eleitoral, prometendo regenerar-se. Invasivo e inconformado, ocupa cinicamente o espaço público que jura lhe pertencer. Afinal, como definiu o político e professor estadunidense John Dewey, o espírito público “começou a desaparecer com a desintegração do espírito comunitário, entendido como uma comunidade articulada na discussão e compreensão dos seus valores e aspirações”. Nestes últimos meses, juro que vi, bem diante de mim, também dois espíritos de porcas. Uma puxou com maldade a cadeira do camarote natalino e ficou rindo da velha senhora distraída que se estatelou no chão. Outra, diante dos meus olhos, encheu sua taça de champanhe Veuve Clicquot na noite de réveillon para, em seguida, derramá-la em um canteiro de plantas. Desfilar com a tulipa era o objetivo. O precioso líquido era só um detalhe. Para os que desejam mudar o mundo, como eu, o desafio é reencontrar o espírito público, que anda perdido por aí, feito zumbi, refém desse mau caráter dominador, louco pelo poder onde crê eternizar-se. Desconfio da imortalidade do espírito de porco. Ele não morre, vira mortadela. C
Nazareno Albuquerque
Jornalista e publicitário, atua com destaque no desenvolvimento e coordenação de projetos especiais para o Grupo de Comunicação O POVO, onde também exerce a função de comentarista econômico na AM do POVO/CBN. É consultor de planejamento mercadológico da NA Comunicação. É diretor-editor da Revista Costumes.
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