NESTA magazine - Abril 2012

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abril 2012

Stufa



NESTA Edição

editorial O tema principal que lhe trazemos na edição de abril da NESTA magazine prende-se com a necessidade e as dificuldades adjacentes sentidas pelos jovens em obter capital para financiar as suas startups. Numa altura em que o país vive tempos difíceis e ao mesmo tempo de mudança, a capacidade criativa e irreverente própria de um ambiente empreendedor, esbarra com a barreira do financiamento e das diferentes formas de alavancagem dos projetos. Ora, para tal surge a importância de pensar em outras formas de conseguir esse capital e, quando a opção de recorrer à banca se apresenta como um cenário pouco viável, são cada vez mais os jovens que recorrem a financiamento alternativo, como nomeadamente a Sociedades de Capital de Risco e a Business Angels. No entanto, esse obstáculo não deverá ser, à partida, o catalizador para o insucesso ou para a não concretização de uma ideia, que não deve ser condicionada por essas adversidades. Deste modo, o foco terá de estar sempre no desenvolvimento da mesma, aliado a uma grande capacidade de esforço e perseverança constantes e então, como

confirmação de um trabalho bem feito, a próxima peça do puzzle eventualmente surgirá. Explorando mais um pouco do que é apresentado nesta edição, aconselho também a leitura de outros artigos, onde destaco particularmente a Guava, uma marca portuguesa de calçado e um caso de sucesso com reconhecimento internacional. Ou ainda o caso da Stufa, da Rita e do Miguel, que promete desde já sensibilizar tudo e todos para o cultivo caseiro de ervas aromáticas, “numa época em que os pequenos prazeres do dia a dia e os valores naturais são mais importantes do que nunca”. Uma coisa é certa, e nisso estamos em perfeita sintonia com todos os empreendedores com quem tivemos o prazer de contactar até hoje: O sucesso atinge-se correndo riscos e lutando pelos nossos sonhos.

Pedro Sampaio Diretor Editorial NESTA magazine

Ficha Técnica Proprietário NOVA Entrepreneurship Society Director e Editor de Conteúdos Pedro Sampaio Planeamento Estratégico João Abiul Menano Redação José Guimarães Margarida Reis

Design Mariana Fernandes José Armando Fotografia Ricardo Teixeira

Sede de Redação NOVA Entrepreneurship Society Campus de Campolide Residência Alfredo de Sousa, piso-1 1099-032 Lisboa

Comunicação Externa Maria João Abreu Periodicidade Mensal nestamagazine.com



InĂŞs Calerio, na showroom da Guava









Chegou o momento da verdade: vai finalmente ter a oportunidade de apresentar a sua ideia de negócio a um potencial investidor. Está preparado para um elevator pitch convincente? João Trigo da Roza, Presidente da Associação Portuguesa de Business Angels, dá as coordenadas.


É

certo que acredita fervorosamente na ideia de negócio que está prestes a pôr à prova perante um exigente público – afinal, é a sua! Mas será que a consegue vender? Ter sucesso num elevator pitch está dependente de vários fatores, e nenhum deles deverá ser negligenciado. Antes de mais, descontraia. O momento é uma oportunidade que poderá ser decisiva para o seu futuro, não é um “calvário”: demonstrar medo ou insegurança deita por terra a imagem forte e de liderança que se quer transmitir. Contorne os nervos de forma a falar calmamente e comece com força. Se necessário, escreva as primeiras frases que preparou numa folha – essa “cábula” pode ser decisiva pois a tendência é que o resto do discurso flua com mais facilidade. “A primeira impressão conta muito, pelo que é importante ter uma postura de confiança desde o início”, confere João Trigo da Roza, presidente da Associação Portuguesa de Business Angels (APBA), habituado a apoiar individualmente startups, tanto financeiramente como a nível de coaching. Para o responsável, um bom pitch deve também ser curto. “Está provado que ao fim de dez minutos as pessoas perdem a capacidade de dar atenção. Também é interessante introduzir alguma novidade, como por exemplo apresentar um protótipo”, afirma. Ainda na preparação da intervenção, o projeto deve ser testa-

Glossário

Business angel – pessoa individual que apoia novas ideias de negócio, não só com capital mas também com coaching, disponibilizando o seu know-how, experiência e rede de contactos – daí usar-se a expressão smart money como alcunha para o apoio destes investidores. O “casamento” entre um business angel e um empreendedor é a prazo, normalmente de alguns (poucos) anos. Desde a fase mais embrionária de um projeto, o business angel quer saber qual é a previsão relativamente à sua saída de cena. Esta faz-se por trade sale ou venture capital. A participação no capital de um business angel será sempre minoritária e este não estará disponível para ficar com a maioria na empresa.

do. “Mais vale esperar um tempo até estar bem preparado, do que ‘queimar’ uma ideia ou um projeto com uma apresentação fraca”, considera o responsável. Solicitar o apoio de terceiros, através da participação em eventos ou de uma aceleradora de negócios, é uma opção viável para realizar um teste daquilo que será a apresentação. Voltando à ação, é um bom começo para o seu pitch conseguir mostrar desde logo a necessidade do mercado que o seu produto vai satisfazer. “Nos projetos tecnológicos tende a valorizar-se a tecnologia ou o produto, em detrimento da necessidade do consumidor que se pretende servir. Este é um erro comum; não basta ter uma tecnologia inovadora, é preciso perceber muito bem em que é que esta pode ser útil às pessoas”, afirma Trigo da Roza. Colocar à audiência uma questão que deixe clara a necessidade do mercado relativamente ao seu produto, no início do pitch, é um trunfo a ter em conta. Além do mais, vai gerar impacto, chamando a atenção de toda a sala. Uma equipa vencedora A não valorização da equipa é outro erro típico no “pôr de pé” de uma ideia de negócio. É esperado que uma equipa seja equilibrada e completa, tendo cada um dos seus elementos talentos complementares. É assim conveniente juntar especial-


Trabalho de casa Está alerta para tudo o que tem de saber acerca do seu próprio negócio e contexto em que se insere? Formas de monetização, área geográfica que vai cobrir e público-alvo são questões a referir, por estarem ligadas à concretização efetiva e viabilidade do projeto. Prepare-se também para perguntas sobre a concorrência e eventuais riscos na sua startup – deve ter estas respostas na ponta da língua, sem vacilar. Atenção também aos números no seu plano de negócio: erros e imprecisões são de evitar. Falar com pouco pormenor não transmite uma imagem profissional; se não sabe alguma informação precisa sobre determinado ponto, é preferível não falar. A melhor saída? Procurar saber, sempre. O trabalho de casa é indispensável.

istas em diferentes áreas, como tecnologia, gestão e direito. A experiência dos empreendedores a trabalhar em conjunto e uma interação visivelmente positiva entre os mesmos são igualmente pontos favoráveis aos olhos do investidor. A nível individual, os empreendedores deverão ter também a capacidade de interagir com um mentor. O CEO, especificamente, deverá reunir características como a experiência, a integridade, o sentido de liderança, a capacidade de treinar e a resiliência. Mais do que isso, é importante que no momento do pitch seja percetível quem é o líder do grupo. A questão da formação da equipa é tão crucial que João Trigo da Roza coloca-a no topo do ranking das variáveis tidas em conta pelos investidores ao avaliarem um negócio (ver caixa sobre a ponderação de critérios). É comum ouvir um empreendedor experiente afirmar que vale mais uma excelente equipa com uma ideia mediana (uma “equipa A” com uma “ideia B”) do que uma ideia excelente com umaa equipa menos bem constituída (uma “ideia A” com uma “equipa B”). “Numa fase de startup o valor está sobretudo na capacidade de realização e resiliência das pessoas”, justifica o presidente da APBA.

O business angel destaca ainda a importância de “aproveitar as questões e comentários ao projeto para demonstrar a capacidade de interagir com os investidores, evitando jogar à defesa”.

Conseguir “passar o porteiro” Existem fatores não racionais com implicações fortes no sucesso de um elevator pitch, podendo condenar à partida um empreendedor. Falamos da parte psicológica, da imagem que se transmite desde o primeiro momento, da atitude ao longo de toda a apresentação e da linguagem utilizada. Os julgamentos acerca de uma pessoa são feitos em segundos, pelo que há que estar atento à postura. Como já referido, mostrar confiança é fundamental, atuando como CEO e mostrando crença no projeto e nas capacidades da equipa. Mas a vantagem está mesmo no equilíbrio: por um lado a arrogância e pouca capacidade de ouvir e aceitar opiniões são condenáveis; por outro, uma atitude algo subserviente não marca pontos a seu favor. “É um erro mostrar-se demasiado ansioso para obter o investimento. Faz parte do ‘jogo’ não se mostrar necessitado mas sim desejado”, afirma João Trigo da Roza. Poderá informar que outros investidores já estarão interessados na ideia de negócio, se for o caso, e deverá sempre passar a imagem de que a tentativa de se financiar não é desesperada.

Ponderação dos critérios: o que pesa mais?

No final, se o parecer for positivo, não se apresse em concordar com os termos que lhe forem apresentados. Interessa saber o que mais tem o investidor para lhe oferecer além do capital, entre outros pontos, não devendo fechá-los a todos numa primeira reunião. Foi negativo? Não desespere. Tem agora, mais do que nunca, uma visão global da sua ideia de negócio, e respetiva viabilidade, e maior capacidade para melhorar a sua estratégia e implementação. Ou para desistir e partir para outra ideia – por vezes, a melhor forma de “salvar um negócio” é não chegar a pô-lo em marcha.

João Trigo da Roza ordena da seguinte forma os componentes de uma ideia de negócio, quanto ao seu peso na decisão de investir: - equipa de gestão (30%) - dimensão da oportunidade (25%) - produto e tecnologia (15%) - canais de marketing/vendas (10%) - ambiente competitivo (10%) - outros (10%) Leia a entrevista integral a João Trigo da Roza em nestamagazine.com






C

om o ritmo diário de trabalho cada vez mais frenético e o constante apelo para a adopção de tipos de alimentação mais saudáveis, muitas vezes gera-se um sentimento de contradição, gerado quase sempre pelo facto de simplesmente não sabermos como adoptar esses hábitos, sacrificando a qualidade de um almoço em prol de uma reunião matinal que se alonga no tempo, ou de trabalho que não pode esperar. Mas onde alguns sentiram a necessidade, outros viram a oportunidade de negócio e actualmente assistimos ao aparecimento de algumas empresas especializadas em fornecer refeições saudáveis, variadas e saborosas, entregues num horário à sua escolha, no seu local de trabalho, tudo isto a preços convidativos.

Texto José Guimarães


Eventos

Fórum de Empreendedorismo & Empregabilidade 2012 2 e 3 de Maio de 2012, 09:00-18:30 Vila Real http://forumempreendedorismo.utad.pt/ Prémio EDP Inovação Quinta, 10 de Maio de 2012 http://www.premioedpinovacao.edp.pt/ cronograma/

UX Lx: User Experience Lisbon 2012 16 a 18 de Maio de 2012 Lisboa http://www.ux-lx.com/ Corrida de Empreendedores 7 a 10 de Maio http://te.beta-start.com/#info Seminário “Empreendedorismo: Apoios e Casos de Sucesso” 9 de Maio, 14:30 – 17:30 http://www.aerlis.pt/index.php/Lisboa/ EmpreendedorismoApoios-e-casos-desucesso.html Sillicon Valley Comes to Lisbon 10 de Maio, 17:00 – 21:00 http://www.svc2lx.com/ TEDx UTL 14 de Maio http://www.tedxutl.com/ Fórum sobre Empreendedorismo e Inovação Social 16 de Maio, 09:00 – 17:30 http://www.jfparanhos-porto.org/gca/ index.php?id=1214

Workshops & Concursos Curso de Empreendedorismo: do Conceito à Aplicação, da Ideia ao Negócio, da Tecnologia ao Valor De 20 de Abril a 1 de Junho de 2012, 18:30-21:00 (Sexta sim, Sexta não) Coimbra http://www.ordemengenheiros.pt/pt/agenda/curso-deempreendedorismo-do-conceito-a-aplicacao-da-ideia-aonegocio-da-tecnologia-ao-valor/ Formação “Set up your company” 5 de Maio de 2012 Av. Ressano Garcia, Lisboa http://www.makingabridge.com/event/set-up-yourcompany-crie-o-teu-proprio-emprego/ So You Think You Can Pitch? 10 a 12 de Maio de 2012 Braga http://www.soyouthinkyoucanpitch.org/ Idea To Product Europe Competition até 11 de Maio de 2012 Lisboa http://www.gruenderzentrum.rwth-aachen.de/?page_ id=1352 Formação “Comunicação e Liderança” Sábado, 12 de Maio de 2012, 10:00-18:00 Av. Ressano Garcia, Lisboa http://www.makingabridge.com/event/formacao-elideranca/ So You Think You Can Pitch? 14 a 16 de Maio de 2012 Lisboa http://www.soyouthinkyoucanpitch.org/ Concurso “+ Ideias Guarda” 22 de Março a 15 de Maio http://www.gesp.ipg.pt/Eventos.aspx?cod=78 8ª edição do Concurso Nacional de Inovação BES 19 de Abril a 30 de Junho http://www.bes.pt/sitebes/cms.aspx?plg=245bea2e-b3d047ec-a4e5-6c6a5c755cd0



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