NESTA magazine - Setembro 2012

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setembro 2012 nº06 • www.nestamagazine.com há empreendedorismo

Miguel

Gonçalves O senhor do “bater punho” define empreendedorismo como uma atitude e não uma profissão.

Mais... Reinaldo Ferreira Workihub GrandStartup Tour EMOVE Beta-i ... e outras tendências!

A NESTA de setembro é especial e tem novas secções para si. Uma enorme dose de inspiração com mais de 40 páginas!


Indíce

SETEMBRO ‘12

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Notícias

Grande Tema Miguel Gonçalves

22 Reinaldo Ferreira

“Os nossos grandes navegadores já o sabiam: sejam corajosos”

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aposta nas competências dos profissionais

34 GrandStartup Tour

Aprender nas melhores cidades startup

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Beta-i

Coluna “Inovação em estado Beta”, de André Marquet Talks que inspiram

37 Ponto de Vista

Coluna de Sara Correia

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EMOVE

À procura da solução energética ideal

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Tendências

Hootsuite põe as redes sociais a funcionar como uma só

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Opinião Fábio Vieira

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NESTA agora

Eventos. Workshops. Concursos


NESTA Edição

editorial Ficha Técnica Proprietário NOVA Entrepreneurship Society Diretor Editorial Pedro Sampaio Planeamento Estratégico João Menano

Pedro Sampaio Diretor Editorial NESTA magazine

Será que é justo tudo isto que nos fazem? Cortam-nos dois meses mais um quinto do salário. Pagamos nós pelos erros de alguns e a incompetência de outros. Num país que se quer afirmar como uma referência na Europa e que se está constantemente a vender ao exterior, não é compreensível o Estado e a sociedade serem conceitos tão distintos, quando na verdade, Portugal somos todos nós. E por isso foge-nos talento todos os dias. A maior parte das vezes nem tanto por haver falta de oportunidades cá, mas sim por falta de valor reconhecido. Partem para paragens onde têm mais voz, onde o Estado funciona como um todo e não apenas para alguns. É complicado vestir a camisola numa sociedade com tão pouca presença política, onde a abstenção toca nos 50% e a falta de informação e a ignorância são os maiores inimigos. O povo é manipulado ao belo prazer dos governantes. Pode parecer contraditório, mas não teremos também nós uma parte dessa culpa? Certamente. O Estado funciona como uma empresa onde todos somos accionistas, desde o novo ao velho, desde o que não tem voz ao milionário. Todos nós temos direito à nossa opinião, então façamos uso dela. Por cá ficam alguns inconformados, tentam remar contra a maré, tentam provar o contrário. Mas o que se tem visto é que cada vez mais, nos cortam as pernas. Problemas funcionais, ineficiência e falta de cooperação, mas mais do que isso, problemas estruturais e culturais que enquanto continuarem a ser ignorados, os resultados ficarão sempre à quem das expectativas, sempre “mais ou menos”. Então façam-nos um favor: não ajudem, mas também não atrapalhem.

Redação José Guimarães Margarida Reis Sara Correia Design Bráulio Santos Joana Soares Branco José Armando Mariana Fernandes Comunicação Externa Fernando Moreira Colaboradores Rita Pimenta Orlando Jaime Monteiro Hélder Moreno Lopes Sara Pereira Rui Pinto Periodicidade Mensal Sede da Redação NOVA Entrepreneurship Society Campus de Campolide Residência Alfredo de Sousa, piso-1 1099-032 Lisboa nestamagazine.com


A Silp é uma aplicação para o Facebook que procura trabalho por si. Dito assim parece utópico, mas o processo é mais simples do que parece. Criada por Dominik Grolimund, fundador da Wuala, um programa de armazenamento e partilha que acabou por ficar na sombra do Dropbox, a Silp toma partido dos interesses e contatos do Facebook para encontrar vagas compatíveis com o utilizador, principalmente em áreas ligadas à tecnologia. O foco fica apontado para as capacidades do indivíduo, revelados através das páginas que segue, e faz coincidir os talentos com os empregos que os procuram. Link http://silp.com/ Texto Sara Pereira Fotografia J. Henning Buchholz/Stock.xchange

Silp. Os likes no Facebook podem encontrar-lhe emprego

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Começa como uma simples aplicação do Facebook, enviada aos contatos na rede social ou partilhada na timeline. Depois de aceder ao perfil, a Silp analisa desde os empregos anteriores do utilizador, à localização e aos “likes” – às páginas que lhe interessam. Uma vez que o Facebook poderá estar conetado a outras redes sociais, como o Twitter ou o LinkedIn, e a blogues, a Silp analisa-os igualmente. A aplicação melhora interativamente com a utilização, “aprendendo” através do feedback deixado pelo utilizador às ofertas que lhe são feitas. Se uma vaga coincidir com os seus talentos, o utilizador receberá uma mensagem via Facebook a partir de um amigo. O objetivo final da Silp é dar apenas acesso a empregos que o utilizador realmente quer. Se uma vaga for colocada na Silp por um empregador, esta ficará visível tanto aos seus amigos, como aos contatos de segundo grau (amigos de amigos). Mas se existem redes sociais direcionadas para a partilha de talentos e capacidades, como é caso do LinkedIn, porque não utilizá-las diretamente na procura de trabalho? Grolimund explicou à TechCrunch que “recomendaríamos um emprego a um amigo, mas não a alguém que conhecemos há cinco minutos numa conferência”. Ligando a aplicação à rede social mais utilizada em todo o mundo, “juntamos trabalho e amigos – recomendações pessoais de emprego”.■


Notícias

Sustentabilidade e empreendedorismo debatidos em Seia

Texto Sara Pereira Fotografia DR

Está marcado para os das 11 e 12 de Outubro, em Seia, o Glocal 2012, uma iniciativa onde mais de 40 oradores, entre ativistas, políticos e investigadores, se vão debruçar sobre a sustentabilidade e o empreendedorismo local. Tendo em conta a conjuntura de crise, a iniciativa, sob o lema “pensar global, agir local”, vai debater temas como as economias de baixo carbono, a alimentação sustentável ou projetos de inovação social, com o objetivo de projetar um futuro económica e ambientalmente sustentável. O Glocal 2012 – Conferência da Agenda 21 e Sustentabilidade Local está integrado na programação do Cine’Eco – Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental da Serra da Estrela. Durante os dois dias do evento, serão ainda apresentados os resultados do Projeto Querença, no qual cinco jovens licenciados residiram em Querença, Loulé, durante nove meses, com o objetivo de resgatar “territórios em estado crítico, gravemente atingidos por processos de desertificação e abandono dos seus capitais, natural, produtivo e social, e cada vez mais próximos de limiares perigosos de irreversibilidade de desenvolvimento”, segundo explica a página do projeto. Esta é já a quarta edição das conferências Agenda 21 Local, centradas numa estratégia que integra as populações na busca de soluções para a melhoria da qualidade de vida a nível regional. ■

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Notícias

Os erros que deve evitar, porque não há venda como a primeira Quando alguém se decide a criar o seu emprego, tem como principais tarefas elaborar um plano de negócios, escolher o nome e obter financiamento, deixando a venda para o final da lista. Mas a verdade é que a sua primeira venda tem toda a importância no desenvolvimento do seu produto ou serviço e não deve ser, de todo, negligenciada. A Harvard Business Review publicou recentemente um estudo sobre Startups entrevistando cerca de 120 empreendedores bem sucedidos da China, Quénia, México, Nigéria, Reino Unido e Estados Unidos da América. E a pergunta que queriam ver respondida era: Como, quando e porquê fez a sua primeira venda e, olhando para trás, o que gostaria de ter feito diferente? Foram identificados vários erros comuns: Quanto mais cedo melhor: Muitas startups gostariam de se ter focado mais cedo nas vendas. Defendem que poderiam ter diminuído o tempo de desenvolvimento do produto ou compreendido melhor as necessidades do cliente alvo. Aqui o movimento Lean Startup faz todo o sentido, pois vão para o terreno com as empresas em fase inicial, criando assim um produto minimamente vendável e começando a receber feedback do cliente mais cedo. A sua Avó não conta: As primeiras vendas foram feitas a família, amigos ou conhecidos, claro que são ganhos mas não contam, essas compras são feitas obedecendo a um tipo de emoção que não irá existir no mercado, amor ou qualquer sentimento de obrigação.

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Seja exigente na escolha do seu primeiro cliente: Não ceda à tentação de vender por vender, deve procurar um comprador que conheça o mercado e que lhe possa oferecer feedback útil. Pense nos benefícios que essa relação lhe poderá oferecer nas futuras vendas. Não há descontos: É difícil no início estabelecer um valor num produto ou serviço, assim o desconto é muita vezes usado na primeira venda. Se o fizer está a estabelecer um padrão, a diminuir a longo prazo o valor. As coisas sabem-se e se oferecer um desconto ao cliente x, ser-lhe-á exigido no mínimo o mesmo desconto pelo cliente y. Para corrigir essa situação, se se sentir pressionado para um desconto, estabeleça um período de tempo para esse valor estar em vigor, e ao terminar volte ao valor inicial. Em conclusão, vender é o centro de qualquer negócio, independentemente da indústria. Deixe-se de fantasias sobre o seu produto maravilhoso ou o seu plano de negócios perfeito, em vez disso, vá para a rua e venda. ■ Texto Sara Correia Fotografia Flickr


Notícias

Startup Stay

A solução para empreendedores sobre rodas O conceito de couchsurfing já existe há algum tempo: um viajante de mochila às costas tem oportunidade de conhecer o mundo sem gastar dinheiro em alojamento, ficando em casa de outras pessoas. Para isso, precisa apenas de se inscrever na rede internacional de couchsurfers (na tradução à letra, “surfistas de sofá”). E se em equipa que ganha não se mexe, melhorar uma ideia vencedora dá quase bom resultado. É o caso da Startup Stay, uma rede social para empreendedores, com base em Londres.

Link https://startupstay.com/ Texto Sara Pereira Fotografia Startup Stay

A ideia é a mesma do couchsurfing: providenciar estadia gratuita para quem viajar está na agenda da criação do seu projeto próprio, mas que está cansado de saltar de hostel em hostel de cada vez que se inscreve num bootcamp ou que combina reuniões noutro país. Além de evitar gastos desnecessários a empreendedores autofinanciados, a Startup Stay promove ainda “meetings” entre utilizadores com ideias semelhantes, com vista à entreajuda ou formação de equipas. Fred Caballero, co-fundador da Startup Stay, diz que ao fundar a rede, procurava “desencadear novas conexões, amizades e colaborações, como resultado do encontro cara a cara entre empreendedores” e sublinha que a vantagem principal da inscrição na Startup Stay é “uma experiência única que facilita a obtenção de conhecimento não só para os seus negócios, mas para outros negócios e para a própria cidade de acolhimento”. Tanto Caballero como Facundo Villaveiran, cofundador, correram mundo para reunir ideias

para os seus negócios. O plano de conceber uma rede social para “empreendedores de mochila às costas” surgiu quando viram uma mensagem num fórum, onde empreendedores da Europa de Leste procuravam pessoas com ideias semelhantes com as quais pudessem ficar durante uma visita a Londres. Antes de lançar a empresa ao público, Caballero testou-a e conseguiu estadia em Riga, na Letónia, e em Buenos Aires, na Argentina. Para se juntar a esta iniciativa é preciso, porém, ter em conta alguns aspetos. As inscrições funcionam por requerimento e convite, para haver a certeza de que se trata realmente de alguém interessado em criar ou avançar com um projeto. Ainda assim, nas primeiras nove semanas, registaram-se cerca de 3 mil pessoas de 85 países, segundo Caballero. Desses, 70% estão a desenvolver projetos tecnológicos.■

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Notícias

Utilizar redes sociais no trabalho é mais produtivo que distrativo Impedir os funcionários de uma empresa de utilizar as redes sociais durante o expediente pode ser um erro: além de não distraírem, podem estimular a produtividade.

Texto Sara Pereira Fotografia superamit/Flickr

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É o que demonstra um estudo feito pela Amplitude Research a empresas que trabalham diariamente com computadores, no qual apenas 5% dos inquiridos confessaram que o Facebook e o Twitter são as maiores razões de distração durante o trabalho. Na verdade, maior parte referiu a conversa com os colegas como maior fonte de perda de tempo útil (14%), logo seguido por problemas técnicos no computador. As reuniões podem ser também contraproducentes: dos 11% que referiram as discussões de trabalho como uma distração, 37% sente que perdeu parte do seu tempo e mesmo 1% refere-as como não-produtivas. Provado que está o Facebook não ser uma distração, o estudo demonstra mesmo que esta é uma forma de aumentar a produtividade no trabalho: 44% dos participantes referiu que aceder às redes sociais torna-os mais produtivos. Como é que isto se processa? O inquérito aponta para que uma pausa de vez em quando possa ajudar a concentração e aumentar o sentimento de felicidade.

Caso a empresa onde trabalha não tenha banido o acesso ao Facebook, é necessário ter em conta alguns erros nas redes sociais que lhe podem custar o emprego – mesmo que tenha acedido fora do horário laboral. E principalmente se tiver adicionado chefias ou colegas aos seus círculos de “cyber-amigos”. Imagens referentes a abuso de álcool ou substâncias ilícitas podem não passar a melhor das suas imagens, bem como atualizações de estado em que descreve o quão “destrutiva” a festa de ontem foi. Queixar-se sobre o seu emprego, por razões óbvias, também não; guarde as queixas sobre o trabalho para o seu círculo de amigos “na vida real”, tal como queixas constantes sobre as suas inseguranças. Qualquer uma destas atitudes pode parecer inócua, mas se o seu perfil no Facebook funciona cada vez mais como cartãode-visita quando se candidata a uma vaga de emprego, porquê estragar tudo quando já a conseguiu? ■


Notícias

Coffree

Café portátil, instantâneo e ecológico O conceito de couchsurfing já existe há algum tempo: um viajante de mochila às costas tem oportunidade de conhecer o mundo sem gastar dinheiro em alojamento, ficando em casa de outras pessoas. Para isso, precisa apenas de se inscrever na rede internacional de couchsurfers (na tradução à letra, “surfistas de sofá”). E se em equipa que ganha não se mexe, melhorar uma ideia vencedora dá quase bom resultado. É o caso da Startup Stay, uma rede social para empreendedores, com base em Londres. Um trio de designers coreanos desenhou uma embalagem de café que se transforma na própria chávena. O Coffree é apresentado num envelope dobrado ao estilo origami e sendo solúvel apenas precisa de água quente para fazer um aromático café – o papel com que é feito é suficientemente resistente para servir de chávena ou copo e vem com uma tira de papel que serve de colher. Basta retirar a tira-colher de papel e puxar uma outra tira lateral, onde vêm impressas as instruções, e a chávena fica desdobrada. Além de não precisar de copo e colher de plástico descartáveis, ou mesmo de uma chávena reutilizável, poupando em água de lavagem, o papel utilizado no Coffree é biodegradável. Depois de beber o café, pode ser misturado diretamente na terra ou num compostor, onde vai entrar em decomposição. O conceito ainda não chegou a Portugal, mas seguramente seria uma ideia a aplicar em máquinas de vending automáticas, que geram quantidades enormes de resíduos plásticos em pouco tempo. ■

Texto Sara Pereira Fotografia DR

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Quer passar de nível? Conquiste investidores! As regras para esta fase são iguais e não têm valor limite. Poderá ser a sua tentativa de pedir 1000 euros aos seus pais ou convencer estranhos a investirem milhares. É aqui que deve ter tudo nos devidos lugares, em outras palavras, ter um plano de negócios. Sim poderá dizer que grande parte dos investidores preferem uma curta apresentação, dando pouca importância a um monte de folhas. Eu concordo, mas há sempre um momento em que é preciso mostrar o que queremos, escrever um plano de negócios poderá ser uma oportunidade de pensar em si e no que sonha, tornando a ideia ainda mais rentável. Aqui vão algumas dicas: Retrato: Apresente-se e apresente o seu projeto de forma muito breve. Este ponto permite aos investidores determinar o seu potencial. Por isso esforce-se. Empresa: Indique o principal propósito, os produtos e/ou serviços. Inclua a história da empresa e a principal diferença do que quer vender. Visão: O “porquê?” o que está por de trás das suas ações. Valor: Quanto precisa e o que tenciona fazer com esse montante. Estudo de Mercado e da Concorrência: Fale da dimensão do mercado e quais os seus principais concorrentes. Plano de Marketing: Descreva o produto, o preço, o posicionamento e a divulgação. Deve provar que sabe como criar lucro. Organização: A estrutura e a organização são importantes para entender até que ponto planeou o seu crescimento. Utilize um gráfico simples que demonstre o funcionamento interno. Recursos Humanos: A experiência e as competências da sua equipa podem fazer toda a diferença, mesmo que a sua experiência seja limitada. Faça entender bem o que torna a sua equipa única e indicada para a criação de uma empresa de sucesso. Funcionamento: Como é que a sua empresa se organiza e funciona: Considere usar um Fluxograma. Execução: Existem certos pontos incompletos? Faça uma lista e estabeleça um prazo para os terminar. Análise de risco: Mostre que está consciente dos riscos e que sabe como minimiza-los ou eliminá-los. Plano financeiro: Deve deixar claro a divisão equitativa da empresa, o custo de arranque e as projeções financeiras para os primeiros cinco anos. Seria ótimo se partilhasse estimativas realistas de quando poderá começar a gerar lucros. ■

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Links http://www.youngentrepreneur.com/ blog/7-common-marketing-mistakes-to-avoid/ http://www.youngentrepreneur.com/blog/6-reasonsyour-startup-may-be-viable-but-not-fundable/ Texto Sara Correia Fotografia Carl Mydans/Google Life


Notícias

Tem uma ideia? O iStart vai mostrá-la ao mundo empresarial Ter uma ideia é sempre o primeiro passo para criar algo novo, mas se a ideia ficar na gaveta volta tudo à estaca zero. Para evitar que a gaveta encha, é preciso por as ideias em prática, torná-las em negócios e lançá-las no mercado. Até a melhor das ideias pode falhar se não encontrar investidores, os mentores certos ou os parceiros mais empenhados. E foi para facilitar essa fase da criação que surgiu o iStart.

Link http://istart.org/ Texto Sara Pereira Fotografia DR

Criado pela Kauffman Foundation, o iStart funciona como uma rede social para partilha de conselhos e apoio, que permite desenvolver um perfil para os seus projetos e ligá-lo a toda uma comunidade de empreendedores. Assim, poderá partilhar as suas ideias e procurar o que lhes falta, sejam análises ou assistência legal e técnica. Do outro lado do monitor, podem-se encontrar igualmente investidores, “anjos” – privados que podem tanto contribuir monetariamente como partilhar a sua rede de contatos – ou diretores de empresas que queiram envolver-se no seu projeto. Regularmente, o iStart promove também competições – mais de 130 até à data – para testar as ideias divulgadas e verificar se são necessários ajustes antes de as lançar “à séria”. E não tenha medo de expor os seus projetos, já que apenas é possível mostrar um resumo. A totalidade da ideia só será então divulgada a quem se quiser realmente envolver. Embora surjam cada vez mais redes sociais específicas para quem procura desenvolver uma startup, a rede da Kauffman Foundation conta com grandes vantagens: impulsiona o verdadeiro envolvimento entre os inscritos e a maior parte das ideias partilhadas têm potencial. O iStart conta já com mais de 8 mil ideias e foram feitas mais de 650 ligações entre empreendedores e possíveis interessados. ■

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Não fique parado, melhore-se! Inscrições abertas para Talentos em Livre Trânsito O “Talentos em Livre Trânsito” é um programa oferecido pela organização sem fins lucrativos Sapana e visa principalmente o empowerment de cada indivíduo. Este programa tem ainda como objetivo disponibilizar ferramentas para se aperfeiçoar tanto a nível profissional como pessoal. Tem como bases principais a preocupação do desemprego jovem e a necessidade de agir em conjunto. Assim, a organização lança o TLT procurando melhorar a performance e as competências dos candidatos. Fomentando o autoconhecimento, a motivação e a capacidade de comunicação, torna sobretudo a procura de emprego mais eficaz. Surge como complemento a outro programa da mesma organização, o Jagruthi Moov, um despertar de consciência para certas realidades. Pretende assim sensibilizar a população jovem para questões como o de-

semprego, a pobreza, os crimes de honra e o desenvolvimento sustentável. O TLT dará então acompanhamento personalizado a 8 candidatos durante cerca de 3 meses, tendo início marcado para o presente mês de Setembro. Será desenvolvido ao longo de 12 etapas onde estão incluídas, por exemplo, a elaboração de uma análise SWOT a nível pessoal, uma avaliação das competências hard e soft e o contato direto com mentores, acabando por culminar na definição de um plano de ação seguido de um follow-up pós-TLT. ■

Link http://sapana.org/tlt-talentos-em-livre-transito Texto Sara Correia Fotografia Flickr/commons

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Empreendedores procuram-se no FabFounders. Inscrições abertas Link: http://fabricadestartups.com/fabfound/ https://fabstart.wufoo.com/forms/registo-fabfounders-12-e-13-setembro/ https://fabstart.wufoo.com/forms/registo-fabfounders-24-e-25-setembro/ Texto Sara Correia Fotografia Fábrica de Startups

És empreendedor, tens uma ideia para uma startup, não tens equipa nem sabes por onde começar. Isto é para ti! O FabFounders é um evento de Team Building com o objetivo de juntar pessoas e promover a partilha de conhecimento. Realiza-se em duas sessões para que possa conhecer os co-fundadores da sua startup e ambas serão na Fábrica de Startups, a primeira de 12 a 13 e a segunda de 24 a 25 de Setembro . Serão dois dias intensos, em full-time, com exercício de stress e interação de equipa. Procuram-se empreendedores com competências necessárias para startups tecnológicas, dando preferência a developers, designers, marketers ou candidatos com elevadas capacidades de execução, autoaprendizagem, humildade e motivação. A participação neste evento ajudará ao processo de criação de equipa para candidatura ao FastStart. Os critérios de seleção de equipa no final do FabFounders serão semelhantes aos aplicados à candidatura de equipas já existentes. Existem apenas 60 vagas para participação neste evento, por isso apresse-se. ■

Nestes dois dias podem contar com: Speed Networking com 60 pessoas Pitch Pessoal, que pode ser sobre ti ou sobre uma ideia de negócio tua Exercícios Ice-Breaking e de Team Building Workshop “O que é uma boa ideia de negócio” Sessão de explicação de ideias de negócio Explicação do programa FastStart

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Notícias

O que há num nome? Regras para escolher o nome do seu negócio Batizar um novo negócio é uma fase complicada e aborrecida, mas necessária e da qual pode depender o sucesso de um novo projeto. Para ficar com uma ideia do poder que um nome tem, tente lembrar-se de alguns nomes já existentes no mundo empresarial. Quase de certeza que as primeiras que lhe surgiram foram startups de sucesso – e com um nome sonante. Não quer isto dizer que, para que uma ideia resulte, basta dar-lhe um nome bonito e que fique no ouvido, mas se tudo correr bem e o seu novo negócio avançar, vai ouvi-lo com alguma frequência. Por isso e também para facilitar a escolha de um nome, siga estes pontos, que, mais do que dicas, são tendências: Usar palavras reais É, normalmente, a opção mais imediata, e tem a vantagem de se tornar “orelhudo” com o tempo. Senão, vejamos os casos da Yahoo, da Apple, do Twitter ou da portuguesa BeijaFlor. As palavras, ao fazerem sentido, tornamse mais fáceis de lembrar, mais facilmente criam um burburinho em seu redor e as ideias para o logotipo vão surgir naturalmente – ver os casos acima citados. No entanto, existe a grande desvantagem do nome não ter relação com o tema do negócio, logo evite ser demasiado abstrato. Outro ponto negativo: vai ser difícil encontrar uma URL referente a uma palavra real que esteja ainda disponível. Palavras compostas É fácil. Pega-se em duas palavras, mesmo

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sem sentido entre si e juntam-se. Haverá exemplo melhor do que o Facebook ou a Craigslist? Tem a vantagem de utilizar palavras reais, sem a parte negativa das URLs estarem ocupadas. As hipóteses são inúmeras, mas apesar de ser inda uma tendência, tudo indica para que esteja a ser sobre-utilizada. O erro propositado Apostar num jogo de sons em vez de numa gramática imaculada – no nome, claro. Nada de andar a espalhar erros ortográficos desnecessariamente – é outra tendência bastante disseminada e que dá um ar “cool” ao projeto. Foi nisto que pensaram os criadores do Google, do Digg, do Tumblr ou do Adegga. Uma palavra mal escrita destaca-se, pergunte a um professor se não é verdade! Além disso, “comer”, trocar de lugar ou duplicar uma letra é o que pode chegar para encontrar uma URL livre para instalar a página do novo negócio. Certifique-se apenas se o erro não torna a palavra demasiado confusa e difícil de decorar. Criar novas palavras Pode ser a hipótese mais difícil, dependen-

Texto Sara Pereira Fotografia DR do da criatividade de cada um, mas o absurdo da palavra pode ser uma rampa para um bom nome. Quem sabe se não se torna um verbo ou um neologismo em poucos anos, como foi caso do Skype? Uma palavra recém-criada fica tão facilmente na memória como uma que já exista, se for bem escolhida. Porém, é preciso ter cuidado para não cair na falta de significado ou na confusão com outros nomes já existentes. Assegure-se que o nome não é tomado por pateta. Evitar siglas Pode ter funcionado no tempo da IBM, da AOL ou do Sapo (sim, antes de ser utilizado como uma palavra real – primeiro ponto – era sigla de “Serviço de Apontadores POrtugueses”. Agora, acabam por se diluir num mar de siglas, que muitas vezes não dão sequer uma ideia do que trata o seu negócio. Por isso, a menos que o nome da sua empresa seja uma frase longa, o uso de siglas e acrónimos não faz muito sentido. E já não há URL disponíveis para acrónimos de três letras.■


Notícias

NoSchool – Incubadora do Chiado arranca em outubro A NoSchool, que se considera um novo tipo de escola dedicada à criação de produtos inovadores, arranca em outubro sob o lema “imaginar, criar, vender”. Esta semana é selecionada a primeira fornada de alunos da nova incubadora, a funcionar no Palácio Quintela, no Chiado (Lisboa), por acordo de colaboração com o IADE – Creative University. O conceito, lançado em julho, parte do artista Leonel Moura e do grupo Talent Universities e tem como objetivo levar os alunos “a encontrar uma saída profissional, integrar uma empresa ou montar um negócio”, como explica o site da NoSchool, bem como “acompanhar e apoiar os alunos em todas as fases de desenvolvimento dos seus projetos, ajudando a uma melhor definição da ideia, sua implementação, produção, divulgação, marketing, venda ou criação de uma empresa”. A NoSchool permite a articulação com empresas através de bolsas de estudo, para os alunos que apostem em produtos do interesse direto das companhias. A própria instituição oferece uma redução no valor a pagar por semestre (cerca de 1600 euros) aos primeiros 50 alunos que se inscreverem. Além disso, a NoSchool garante que os produtos ou conceitos são propriedade do aluno que os desenvolveu e assegura “a melhor defesa dos interesses dos alunos sem qualquer contrapartida financeira”. O programa de aulas funciona à base de workshops, conferências, seminários e aulas mais focadas na criação do que em teoria. Os alunos serão acompanhados de monitores desde a ideia até à sua concretização. A frequência do curso não tem uma limitação etária ou académica e é feita mediante entrevista prévia.■

Link http://www.noschool.pt/ Texto Sara Pereira Fotografia DR

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Alterar o preço várias vezes num dia é igual a lucro As companhias aéreas fazem-no, os hotéis também. Mais recentemente são as empresas de retalho online que estão a fazê-lo: praticar uma estratégia de preços rentável, que varie em função da hora ou até mesmo do minuto pode aumentar o lucro de uma empresa. A indústria aérea é um dos setores que melhor desenvolveu o seu modelo de negócio baseado nesta estratégia. Hoje em dia, as companhias de outras indústrias estão a adotar a mesma tática em que as companhias aéreas foram pioneiras, aumentar e diminuir os preços baseado no tempo real de procura. De acordo com o The Wall Street Journal, as empresas retalhistas online estão a procurar programas e novos algoritmos com o intuito de alterar os preços ao longo do dia e permanecerem competitivas face à concorrência. Na medida em que a internet facilita a comparação das vendas, os retalhistas online pretendem saber qual o melhor momento para cobrarem menos ao consumidor, mesmo que a diminuição seja pouco significativa. “Na era da internet, os preços fixos pertencem ao passado”, refere ao jornal Oren Etzioni, professor de ciências da computação da Universidade de Washington e co-fundador e diretor técnico da empresa de pesquisa Decide.com. Até ao momento, as empresas afirmam que o fato de os preços estarem em constante mudança tem sido rentável. Um empresário referiu ao jornal que utiliza um software desenvolvido pela empresa Merchant Corp para bater a concorrência. A Merchant trabalha com mais de 400 marcas e Eric Best, CEO da empresa, afirma que por vezes altera o preço de dois milhões de produtos no espaço de uma hora. As alterações mais frequentes são a nível da eletrónica de consumo, roupas, jóias e utensílios domésticos. Esta espécie de «jogo» que envolve a mudança do preço, é especialmente lucrativa na Amazon.com. “A implicação de longo prazo é que um preço já não é um preço” afirmou Eric Best ao The Wall Street Journal acerca desta estratégia.■ Texto Rui Pinto Fotografia DR

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Notícias

Fábrica de Startups Faça acontecer com quem sabe

Nunca foi tão fácil, barato e rápido criar uma empresa de sucesso, este é o mote segundo o qual o fundador da Fábrica de Startups, António Lucena de Faria se rege.

Esta aceleradora de empresas aposta na criação de novas startups, orientando os empreendedores a desenvolver negócios com sucesso. Este objetivo é cumprido através de programas de aceleração do processo criativo, da validação e internacionalização de startups, seguindo uma metodologia inovadora (FastStart), que permite a materialização de ideias em modelos de negócio orientados para o mercado global. Com a experiência de dois programas de aceleração testados em cerca de 70 equipas – Energia de Portugal e Summer of Startups- a Fábrica de Startups prepara-se para lançar um novo programa de FastStart com inicio a 26 de Setembro deste ano (as inscrições encontramse abertas). Durante doze semanas, entre 10 a 15 startups irão então criar e desenvolver os seus modelos de negócio. O culminar deste evento recompensará as startups mais bem sucedidas, possibilitando a

apresentação desses projetos a investidores Portugueses e Brasileiros. A Fábrica de Startups é uma ponte entre os bons projetos e os investidores, isto é, uma intermediária e mitigadora de risco entre estas duas partes. Para além disso, há que dar atenção ao Clube de Mentores, que acompanha o desenvolvimento destas empresas, partilhando experiências e orientações durante todo o programa, até ao DemoDay. Não há nada a temer. Se quer, faça acontecer com orientação dos que sabem.■

Link http://fabricadestartups.com/ Texto Sara Correia Fotografia DR

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Notícias

Perda de dados. Evite o “Oh, não! Tenho de começar tudo do início!” A quem é que nunca aconteceu o computador avariar e perder dados guardados há anos no disco rígido? Ou estar a meio de um trabalho e perder o que já tinha feito porque o programa resolveu encravar? Para quem está a iniciar um projeto ou um negócio, pode significar a perda de todo o procedimento e o regresso à estaca zero, com tudo o que isso implica. Um estudo recente, feito pela Symantec, mostra que 57% dos pequenos negócios não têm um plano de recuperação de dados, por isso a melhor maneira de poupar tempo, investimento e evitar cabelos brancos, é seguir estes conselhos: Estar preparado para o pior Já a Lei de Murphy dizia que se algo pode correr mal, vai correr mal, e no que toca a negócios o melhor é pensar assim. Não é pessimismo, mas preparação, como explica à Mashable Scott Moyer, diretor de desenvolvimento de empresas na DriveSavers: “Se estiver preparado para o pior e tomar decisões proativas, estará a aumentar a hipótese do seu negócio não só ter sucesso, mas prosperar”. Se tiver em conta os imprevistos, saberá prevenir-se. Moyer sugere que seja criado um plano de emergência baseado no armazenamento físico dos dados ligados à empresa ou que recorra a um técnico de recuperação de dados. Porém, “é importante certificar-se que tem autorização para abrir unidades de disco sem violar a garantia”, esclarece. Invista em sistemas redundantes de backup que faça cópias de todos os ficheiros importantes, verifique-as periodicamente para ter a certeza

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que estão a ser gravados em condições e mantenha pelo menos uma cópia verificada noutro computador ou num suporte físico (CD, DVD, pen USB). Mantenha o seu computador livre de vírus Parte dos vírus e malware funciona destruindo ou corrompendo os ficheiros arquivados no disco. Corra o antivírus regularmente e não parta do princípio que o computador está protegido mesmo que o antivírus não dispare. Procure por ficheiros corrompidos – pode acontecer mesmo em computadores livres de software malicioso, se o disco estiver demasiado cheio – e certifique-se que os programas que está a utilizar estão atualizados. Mantenha a calma Se não encontrar um ficheiro, não entre em pânico. Pode tê-lo guardado numa localização diferente da que deveria, ou pode tê-lo movido inadvertidamente. A resposta mais simples pode ser a correta: utilize a ferramenta de busca do seu sistema operativo e, se não o encontrar, averigue se não está na Reciclagem ou no Ambiente de Trabalho. Deixe o trabalho para os profissionais Já fez o passo anterior e não encontra aquele ficheiro que precisava mesmo. Não

piore as coisas com softwares de diagnóstico ou recuperação que não lhe dão certezas e que podem danificar ainda mais o disco e causar perdas permanentes. Consulte um técnico, normalmente a primeira tentativa de recuperar os dados é bem-sucedida se não tiver feito as coisas pelas suas próprias mãos. E tenha a certeza que o técnico é de confiança, não se esqueça que ao entregar o seu computador a um mau profissional está a pôr em risco a segurança de dados financeiros ou dos seus contatos. Esteja atento aos sinais Um disco é extremamente sensível a eletricidade estática e dá quase sempre sinal que está perto de avariar, seja com a fazer ruídos ou com o aparecimento dos chamados “erros fatais” – conhecidos no meio como “o ecrã azul da morte” – tem esse apelido por alguma razão. Se ouvir ruídos estranhos ou o computador começar a apresentar este tipo de erros, encerre-o e desligue-o da tomada antes de retirar o disco rígido. Continuar a utilizar um disco danificado pode inutilizá-lo permanentemente e anular as tentativas de recuperação dos dados. ■ Texto Sara Pereira

Fotografia Google Life


Notícias

ColdCalling Trick

16 formas de iniciar uma conversa Uma cold call tem como objetivo estabelecer uma conversa que determine se um potencial cliente possui duas coisas: uma necessidade que possa ser satisfeita pelo operador e dinheiro para adquirir o produto que satisfaça essa mesma necessidade.

O diálogo pode ocorrer caso o operador consiga quebrar de forma natural uma certa resistência de um cliente em falar com um estranho. A forma mais fácil de “quebrar o gelo” passa por ter uma razão forte para efetuar a chamada, que não se resuma apenas ao fato de ter algo para vender. Por exemplo, imagine que está a vender um sistema de controlo de stocks. Apresentam-se duas formas possíveis de se iniciar o diálogo: – “Estou a ligar uma vez que neste momento estou a vender um bom sistema de gestão de stocks que lhe pode poupar dinheiro.” – “Estou a ligar porque percebi que divulgou o lançamento de uma nova linha de produtos, e já que isso lhe pode aumentar os custos com os stocks, neste momento você pode estar à procura de uma forma de reduzir esses custos”

O segundo exemplo tem uma maior probabilidade de resultar numa conversa com o cliente, dado que se relaciona com o que você está a vender, designado «trigger event» (acontecimento forte), consistindo numa mudança na forma em que um potencial cliente opera os seus negócios. Os seguintes «trigger events» são excelentes formas de iniciar uma conversa: 1. A empresa abriu uma nova fábrica ou instalação. 2. Está a alterar-se uma instalação existente para um novo local. 3. Foi contratado um novo executivo. 4. Perdeu-se um executivo existente. 5. Foi divulgada uma dispensa. 6. Foi divulgada uma expansão. 7. Um novo cliente importante foi adquirido. 8. Foi perdido um cliente importante. 9. Foi lançada uma nova linha de produtos. 10. Uma linha de produtos já existentes foi removida. 11. Foi atualizado um dos principais produtos existentes. 12. Uma nova empresa está a ser adquirida. 13. Está a ser adquirido por outra empresa. 14. Foi divulgada uma reestruturação. 15. Foi divulgado um novo financiamento. 16. Foi divulgada uma alteração de propriedade.

O truque em usar os trigger events está em criar um elo concreto de ligação entre um acontecimento e aquilo que se está a vender. Referir acontecimentos fortes, tais como os anteriormente descritos, pode aumentar a probabilidade de estabelecer uma conversa com o potencial cliente. Onde se podem encontrar estes trigger events? A forma mais barata de os encontrar é estar atento aos espaços de imprensa no site das empresas que pretende contactar. Uma forma mais fácil de os encontrar consiste em expandir o sistema de CRM (customer relationship manager) ou gestor de relacionamento com clientes, de modo a incluir um serviço como o SalesLoft.com ou o InsideView.com, que procura e exibe notícias importantes e anúncios acerca de atuais ou potenciais clientes.■ Texto Rui Pinto Fotografia DR

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Em Aveiro troca-se voluntariado por 24 horas non-stop de formação Depois de Coimbra, Faro, Covilhã e Leiria, o evento “Meu Futuro em 24 Horas” (ou, para abreviar, mf24) chega a Aveiro. São 24 horas non-stop de palestras, workshops e networking para empreendedores, estudantes ou desempregados, no Departamento de Ambiente e Ordenamento da Universidade de Aveiro, entre as 17 horas do dia 28 de setembro e as 17 horas do dia seguinte.

O projeto surgiu depois de um debate com Manuel Forjaz no programa “Prós e Contras” da RTP1, subordinado ao tema do desemprego, onde foi lançado o desafio de criar um evento não só gratuito, mas também de cariz social, já que os inscritos deverão ter feito pelo menos oito horas de voluntariado numa instituição de solidariedade como “pagamento”. Em troca, os participantes vão adquirir competências tanto para se procurar como para criar emprego. Na agenda estão oficinas de formação, uma sessão de Pitch pessoal e um concurso de ideias de negócio, bem como um painel de 18 oradores. O mf24 Aveiro conta com os apoios da Incubadora de Empresas da Universidade de Aveiro, Life Training, Unicer, IPAM, Jason Associates, entre outros. As inscrições, limitadas a 250 participantes, podem ser feitas até ao dia 24 de setembro através do site do mf24 Aveiro. Depois de Aveiro, o mf24 segue para Braga, Vila Real, Porto e Évora. ■

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Texto Sara Pereira Fotografia DR


Notícias

Quem é um fã de escrever com lápis alegre-se, agora não tem que lhe dizer adeus quando deixar de o poder segurar. Imagine enterrá-lo num vaso e, tempos depois, encontra-se um rebento de coentros, uma flor ou um vegetal? A Democratech lançou no mercado americano o Sprout, um lápis com cápsulas de semente variadas, acopladas no lugar da borracha, que pode ser plantado. O resultado é tomate, coentros, salsa, alecrim e até flores, como margaridas, dependendo da escolha. O Lápis mágico nasceu no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) em Cambridge, Estados Unidos, onde os alunos foram convidados a criar um produto sustentável para o escritório do futuro. Ao incorporar sementes no corpo em madeira de cedro convencional, os seus criadores aproveitaram para tornar o lápis também atrativo para as crianças estimulando-as a reciclar através da jardinagem.■

Sprout

O lápis que quando crescer quer dar frutos

Link http://www.kickstarter.com/projects/ democratech/sprout-a-pencil-with-a-seed Texto Sara Correia Fotografia DR

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Em foco

REINALDO FERREIRA Reinaldo Ferreira é um apaixonado por empreendedorismo e pelo que faz. O diretor geral da TakeaCity.com é empreendedor por natureza; podemos mesmo afirmar que criar e impulsionar novas ideias lhe está nos genes. Começou o seu percurso profissional numa multinacional reconhecida mundialmente, onde permaneceu durante uma década. Além de empresário, foi docente no Instituto de Estudos Superiores Financeiros e Fiscais (IESF). É um dos autores dos artigos do blogue eu-startups.com, sobre assuntos relacionados com o empreendedorismo e startups nacionais e europeias. Reinaldo falou com a NESTA magazine sobre o seu percurso, os projetos que tem em curso e os que estão em mente. Quisemos ainda conhecer a sua visão quanto à importância da criação de novas startups, bem como os conselhos que dirige aos jovens empreendedores.

Texto Orlando Jaime Monteiro Fotografia takeacity.com e Planeta Virtual

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“Os nossos grandes navegadores já o sabiam:

sejam corajosos”

NESTA magazine – Quem é o Reinaldo Ferreira e qual o seu percurso até à criação do primeiro negócio pessoal? Tenho a impressão de que devo ser um empreendedor, mas deixo essa análise para si. Acho que foi um percurso curto, pois tive o meu primeiro negócio aos 18 anos com a venda de computadores e software, numa altura em que o líder se chamava Spectrum. Licenciei-me em Engenharia Mecânica mas sempre com uma queda para a programação. Desenvolvi e comercializei software de gestão ainda no Spectrum, ganhei um concurso nacional de software de engenharia quando estava na Universidade, arquitetei, desenvolvi e implementei aplicações em diversas áreas da gestão e, finalmente, em 1997 criei a Planeta Virtual. Desde aí nunca mais parei. NESTA magazine – Qual é a importância de crescer numa multinacional? As oportunidades, sob duas perspetivas. Por um lado, numa empresa de grande dimensão encontramos muitos recursos disponíveis, que funcionam como um ambiente de aprendizagem informal. Aí adquirimos competências essenciais, como apresentar, negociar ou liderar. Por outro lado, as empresas de grande dimensão têm mais facilidade em criar oportunidades, novos produtos, projetos inovadores ou opções de carreira. Isto não quer dizer que todas as grandes empresas


Em foco

Reinaldo Ferreira com a equipa vencedora do evento

o façam, algumas são verdadeiras máquinas demolidoras da criatividade. Por isso, o mais importante em início de carreira é mesmo procurar locais onde existam oportunidades, seja em grandes ou pequenas empresas. NESTA magazine – Quais os projetos profissionais em que hoje está inserido? Atualmente lidero um conjunto de empresas e projetos na área das Tecnologias da Informação, entre os quais se destacam a Planeta Virtual, no desenvolvimento web, e a Take a City, um portal de viagens que estamos a lançar em todo o mundo. Como consultor, investigador e docente tenho ainda algumas colaborações pontuais com várias entidades. E uma gaveta com mais uma dúzia de projetos. NESTA magazine – Quantas pessoas, no total, já trabalham na equipa do Planeta Virtual? Somos cerca de 12 pessoas, excluindo freelancers e parceiros. Acredito em empresas pequenas, ágeis, focadas no produto e no mercado, completamente produtivas, sem custos indiretos. Para isso tento trabalhar com parceiros excecionais, que queremos ajudar para que nos ajudem também. NESTA magazine – Quais os próximos eventos que está a impulsionar? Lançámos agora uma iniciativa orientada para a “cena tecnológica” no Porto, o Porto Hackathon 2012 - um workshop em que os participantes, em equipas de três pessoas, tiveram formação e foram orientados para desenvolver uma aplicação web completamente funcional. Esta primeira edição teve o patrocínio da Globalmedia e da Take a City. Foram duas semanas de esforço para a organização e para os participantes, com resultados próximos das expetativas de todos. Os participantes, provenientes de cinco universidades, possibilitaram a três equipas chegar ao final e apresentar o seu trabalho. A aplicação Cook 360, uma aplicação de gestão de serviço de restaurante, reuniu a preferência dos elementos do júri e foi considerada a vencedora, tendo as aplicações Eventualy, de integração de informação de eventos, e a OverDrive, de partilha de ficheiros, terminado também honrosamente esta maratona. Além desta iniciativa, temos também uma nova edição da conferência “Web 3.0, desafios e oportunidades para as empresas”, que teve boa aceitação na primeira edição e que dará origem a um workshop com o mesmo nome. Acabei também de lançar um livro, “Tech Days: empresas, inovação, tecnologia”. E mais virá ainda este ano. NESTA magazine – Como professor universitário, que valor reconhece a esta nova geração? Todas as novas gerações são importantíssimas, pois são elas que vão liderar a transformação do mundo e, mais tarde, dirigi-lo. A nova geração tem como caraterística principal aceitar com facilidade a tecnologia no seu dia-a-dia. Isso pode ser utilizado de forma construtiva, desenvolvendo soluções, criando aplicações

ou simplesmente utilizando o que existe para “fazer o bem”. Mas também pode ser utilizado de forma destrutiva, desperdiçando o tempo com o excesso de entretenimento disponível, assistindo à vida dos outros em vez de ter a sua própria vida, intervindo na sociedade de forma superficial, sem procurar o conhecimento e a opinião, vivendo de copy pastes, likes e shares. NESTA magazine – Que conhecimentos passa aos seus alunos fora do ambiente de aulas? Para começar, o ambiente das minhas aulas é de partilha. O meu objectivo é o de facilitar a aprendizagem, de ser um veículo de análise e síntese que enquadre um tema para que possa ser facilmente percebido. De seguida, proponho trabalhos e projetos com o objectivo de desenvolver o tema e fornecer experiência. Muitas vezes, essas experiências acabam por dar origem a outras atividades. O workshop “Web 3.0, desafios e oportunidades para empresas”, por exemplo, surge na sequência de uma conferência e do convite a antigos alunos. Se quiserem inscrever-se, podem contactar-me - a participação é limitada mas gratuita. NESTA magazine – Qual a importância que concede às novas startups ? Enorme. Uma startup é o ambiente ideal para desenvolver ideias e criar produtos inovadores. Tento que todas as minhas empresas sejam startups permanentes. E já trabalhei com imensas startups nos seus projetos. Recentemente estou focado no investimento estratégico em startups, ou seja, em posicionar novos projetos de forma a que sejam interessantes para empresas maduras acelerarem a sua própria inovação. Tenho um projeto em execução na área do comércio electrónico, em que estou à procura de mais empresas interessadas. Estou também a desenvolver algum trabalho para áreas específicas, como o comércio a retalho, a restauração e os serviços especializados. Para além da Take a City, claro, onde o objetivo é chegar aos agentes de viagem em todo o mundo. Já estamos quase em todos os continentes, mas é um esforço enorme que ainda não deu os resultados que pretendo. NESTA magazine – Que conselhos dá a estes novos navegadores? Os nossos grandes navegadores já o sabiam: sejam corajosos. Encontrem o vosso desafio, enfrentem as adversidades, estejam atentos ao clima (i.e. ouçam os clientes, parceiros, especialistas, …) e sejam intransigentes (i.e. não façam exatamente o que eles dizem). Ou deixem-se estar na praia a apanhar sol. NESTA magazine – Quais os planos para o futuro do entusiasta Reinaldo Ferreira? O entusiasta quer mudar o mundo. No mínimo. O realista quer estar concentrado no que está a fazer, que já não é pouco. E que inclui também um doutoramento, escrever alguns livros e estar com a família. E incentivar o empreendedorismo de forma realista. ■

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Álvaro Sardinha, criador da Workhub

Workub aposta nas

competências dos profissionais Com 19 anos de experiência na gestão de uma empresa de Tecnologias da Informação, Álvaro Sardinha decidiu dar um passo em direção à inovação e passar da estrutura empresarial convencional para uma estrutura inovadora, criando a Workub. A NESTA magazine foi falar com o empresário e descobrir uma plataforma online que permite aos profissionais caraterizar os seus perfis de competências e às empresas encontrá-los facilmente, de acordo com as suas necessidades.

Texto José Guimarães Fotografia Workub

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Em foco

E

mpresário habituado a lidar com os problemas típicos das empresas em Portugal, Álvaro Sardinha está há 19 anos na linha da frente de uma empresa de Tecnologias da Informação e reconhece que nas estruturas empresariais atuais vive-se efetivamente de forma fantástica quando os momentos e os negócios correm de forma favorável. Contudo, quando os momentos são maus, atravessar cada dia pode ser uma tarefa árdua e muitas vezes ingrata, sendo muitas vezes necessário a tomada de decisões críticas e até mesmo injustas para com os outros. “A realidade que se vive em Portugal é caraterística de um país demasiado pequeno”, comenta, reconhecendo ainda que “muitas vezes a inércia de processos atrasa muito a concretização das ideias, algumas potencialmente muito rentáveis. Ainda existe uma terrível cultura do contra e muita apatia instaladas de raiz.” No entanto, este engenheiro de formação, habituado a lidar com o prisma humano dos negócios, vê nas gerações mais jovens a vontade e a capacidade para mudar o clima atual. De forma convicta, o empresário indica que até mesmo o ambiente web está pouco dinamizado em algumas classes sociais e profissionais. Fazendo parte de um conhecido grupo de empresários, reconhece que mesmo entre alguns gestores de topo e decision makers entende-se a língua do fluxo do dinheiro mas há pouca visão de futuro, principalmente a que assenta em torno de novas ferramentas e novos processos de apoio à decisão. Depois de quase duas décadas a sentir o peso de uma estrutura convencional, Álvaro Sardinha aprendeu a gostar de olhar para as pessoas como elas são, inclusive na sua empresa. “Sempre tentei ter uma visão que permitisse criar boas condições para quem trabalha comigo e sempre confiei na vontade das pessoas de quererem trabalhar na minha empresa por acreditarem no seu próprio potencial”, esclarece. Por esse motivo, sentiu a necessidade de montar um sistema que permitisse gerir as melhores capacidades de cada colaborador. Comprou um manual de gestão de competências e, em férias, começou a estudar esta área. Reconhecendo o valor deste sistema para a sua empresa, começou a delinear um organigrama de como implementar a plataforma ideal para a sua empresa, dando início ao processo de aparecimento da Workub. A oportunidade certa, para profissionais e para empresas Atualmente, o simples lançamento de um anúncio de vaga de trabalho para o mercado devolve ao empregador milhares de currículos, os quais têm de ser analisados, filtrados e respondidos. Este facto traduz-se numa dificuldade adicional, não só para grandes empresas, devido ao volume acrescido de trabalho, como para as mais pequenas, que na maior parte das vezes não têm sequer um departamento de recursos humanos

especializado neste tipo de tarefas. No entanto, se uma empresa quer ter os profissionais certos não pode descurar o capital humano - o recrutamento certo é sempre essencial. A Workub é uma rede global de competências, ou seja, uma plataforma de criação de oportunidades profissionais, que assenta no conceito da gestão por competências. “Já se usam os perfis de competências há muitos anos, mas nunca numa plataforma online simples e acessível a profissionais e a empregadores de todo o mundo, relembra o empresário. “Um perfil de competências é muito diferente de um currículo, já que não assenta a informação num percurso passado/presente, mas sim numa estrutura de informação objetiva, orientada ao futuro, à capacidade de fazer”, explica. A Workub viu a luz do dia em agosto de 2011, data em que foi lançada uma versão experimental, colocada ao serviço da área da arquitetura. Em abril de 2012 foi lançada a versão atual, aberta a praticamente todas as áreas de mercado conhecidas mundialmente. O serviço permite aos profissionais a caraterização detalhada das suas competências profissionais e às empresas a pesquisa e seleção direta dos colaboradores que correspondam a critérios específicos. Tem a vantagem de assentar numa estrutura de base de dados única, não sendo portanto necessário nem o upload de ficheiros, nem o preenchimento manual de campos de texto. Isto permite que a informação contida no perfil de cada utilizador migre facilmente para outras línguas, possibilitando a pesquisa em qualquer uma delas, independentemente da língua em que o perfil foi estruturado inicialmente. Também é possível às empresas apresentarem da mesma forma os seus serviços e produtos, dentro e fora do seu país de origem. Por este motivo, a plataforma foi inicialmente criada em inglês, sendo só depois traduzida para português e espanhol, contrariando o processo normal de implementação de um projeto em Portugal. O CEO da empresa justifica: “Quem lança um projeto tem de o pensar para o mundo inteiro. Caso contrário está tão limitado que põe em risco a sua própria existência.” Outra vantagem da plataforma reside no facto de não só promover a empregabilidade como também o empreendedorismo, já que não só permite aos profissionais anunciarem os seus serviços como às empresas oferecerem propostas aos profissionais para colaborarem em projetos específicos, que coincidem com o perfil dos mesmos. Presentemente a Workub encontra-se em fase de consolidação da plataforma, procurando angariar tanto profissionais como empresas que consigam gerar o volume de informação necessário para a criação do maior impacto social e empresarial possível, já que a oferta de valor que oferece é diretamente proporcional ao número de utilizadores registados. ■

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“Tenho o melhor trabalho do mundo, duro, mas o melhor”

Estivemos com Miguel Gonçalves, que nos falou um pouco do seu percurso e da sua “viagem” no mundo dos negócios. O senhor do “bater punho” define empreendedorismo como uma atitude e não uma profissão. Explica-nos como nasceu e se desenvolveu a sua empresa, a Spark, e partilha a sua visão quanto ao que é importante para empreender, ter ideias, lançar negócios e acelerá-los para entrar no mercado.

Texto Rita Pimenta Fotografia: Adriano Ferreira Borges (Fotografias TEDx Youth Braga)

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Grande Tema

Ser empreendedor nasce consigo ou só descobre isso já na idade adulta, quando começa a ter ideias e a empreender projetos? O primeiro “negócio” que recordo ter lançado foi no sétimo ano, na escola. Gravava e vendia cassetes aos meus amigos. Sim, ao longo da vida tenho sido apaixonado pela fúria de estar permanentemente a criar e lançar projetos, trabalhar para pagar propinas, para viajar... e as coisas têm corrido incrivelmente bem, cada dia que passa acredito que quanto mais trabalho mais sorte tenho. Relativamente ao empreendedorismo penso ser, claramente, mais uma atitude e uma forma de estar do que propriamente uma profissão ou até um fim em si mesmo. E o percurso para chegar até aqui foi um percurso difícil em que teve de lutar muito ou foi-se desenvolvendo devido à sua personalidade, maneira de ser, e as coisas foram acontecendo? Eu ainda não cheguei a muitos sítios, trabalho desde que me conheço mas só estou a começar (risos). O percurso, até agora, foi uma sucessão crescente de experiências, projetos, negócios próprios, de trabalho em empresas com poucas pessoas até ao big corporation, em várias áreas de negócio. Uma mistura híbrida e um somatório muito grande de experiências, mas sobretudo de competências que tive de desenvolver para desempenhar determinadas funções. Tudo isto se consubstancia numa enorme quantidade de skills, que nos permite fazer o que fazemos hoje. A isto acrescem as viagens: continuam a ser o mais eficiente investimento que tenho vindo a fazer nos últimos dez anos. A Spark Agency foi uma ideia que inicialmente tinha o objetivo de ser um projeto pequeno ou a ideia sempre foi formar algo com a dimensão, projeção e todos os projetos que hoje detém? Eu e a Tânia [Delalande] desenhámos a Spark com um propósito em mente: build a great company, go global! Razão pela qual investimos tanto dinheiro em viagens. Em 2009 fizemos uma sabática e passámos um ano inteiro a viajar pelo mundo, África, China, Tailândia, Malásia, Inglaterra. Depois de voltarmos, fizemos uma outra grande viagem pela Europa, a trinta cidades Europeias em 90 dias (www.voltaeuropa.com). Parte integrante e constituinte do nosso trabalho, inicialmente, foi viajar. Tínhamos uma ideia sobre aquilo que íamos fazer com a Spark, mas fomos viajar, ver coisas. A empresa foi desenhada para fazer design thinking, criatividade e ajudar empresas a resolverem problemas complexos, a perceberem e desenharem melhor o seu negócio, o mercado, o produto, atacarem com mais força e agressividade, gerarem e fazerem leituras diagonais ao negócio. Se queres vender criatividade, apresenta-a crua e faz qualquer coisa absolutamente criativa, que tenha impacto no mercado e que te permita dizer a potenciais clientes: “É isto que nós fazemos, podemos fazê-lo contigo!” Assim surge o So Pitch, em parceria com o Factory Business Center. Entretanto o projeto começou a crescer, ganhou uma tração incrível e tornou-se algo diferente

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Grande Tema

Miguel Gonçalves na Spark, a empresa que criou e desenvolveu

do que era inicialmente. Percebemos que, ao limite, tinha muito potencial para mudar a vida de pessoas, das empresas e para criar um segmento de mercado novo, que em Portugal não estava a ser atacado. Ou pelo menos não daquela maneira. Desde então tem sido uma sucessão de novos projetos e iniciativas. O Pitch, o Udini e mesmo a Spark têm o objetivo de criar oportunidades, juntar pessoas, criar negócios, projetos. É também esse o seu objectivo no trabalho diário que tem? A Spark tem duas áreas de atividade. Primeiro, temos o segmento corporate, o trabalho que desenvolvemos com empresas e que nos permite gerar receita para assegurar a sustentabilidade financeira da empresa. Nesse segmento fazemos palestras e design thinking, tipicamente em grandes empresas, da indústria farmacêutica, da banca, dos seguros, do big software, etc. Depois temos o segmento de projetos, onde estão o So Pitch, o Udini, o SiliconCard, o Sim Ideias para Portugal e mais algumas deliciosas excentricidades... Penso que estamos a desenvolver alguns dos mais criativos frameworks e ecossistemas de aceleração. Com o So Pitch trabalhamos sobretudo o mercado de trabalho, e o objectivo é juntar empresas com pessoas talentosas. Até ao momento estiveram 1500 pessoas nos castings, perto de 500 empresas, 150 postos de trabalho criados. Isto é mágico! O Udini é uma rede de mentoria que aproxima CEO extraordinários com malta nova que está a lançar ideias de negócio. Penso ser o first of its kind em Portugal. Reúne mais de 50 CEO que periodicamente se reúnem com startupers. Já foram geradas dez oportunidades de trabalho e uma startup recebeu um investimento de 170 mil euros. É claramente um framework que funciona. É mágico e especial. Em relação ao sistema em que vivemos hoje em dia, acha que seria mais sensato apostar mais em iniciativas como o So You Think You Can Pitch e o Udini? Tens uma quantidade enorme de aceleradores (e bons) mas

é um processo, isto está a fazer-se há pouco tempo, é uma tendência que tem mais ou menos cinco anos em Portugal. É pouco tempo. Tens que chegar a um milhão de pessoas, para que 100 mil queiram fazer, para que 1000 façam mesmo e para que, dessas, 100 consigam. Estás sempre a falar em valores e escalas de grandeza de dez por cento. E trabalhar com um rácio de dez por cento de sucesso neste mercado ou nestes negócios é bastante bem sucedido. Mas sim, acredito que temos de chegar a mais pessoas para que mais percebam e queiram criar empresas. Há muita gente a trabalhar com força neste segmento, os Startup Pirates, a Beta-I, o Startup Lisboa, a Fábrica de Startups, o Cowork Lx, etc. Tendencialmente, ao longo dos próximos anos, vão aumentar os aceleradores. Invariavelmente, qualidade é precedida de quantidade, estamos numa fase em que é preciso agitar muito para conseguirmos resultados efetivos com dez por cento. Com a projeção que tem, existem muitas pessoas que o ouvem mas também críticas no sentido de que “falar é fácil”. O pensa dessas opiniões? Digo que é verdade, falar é fácil. (risos) Falar é de facto muito fácil. Se há gente que até o Mourinho critica, porque é que não o fariam a mim? Muita gente não gosta do trabalho que desenvolvo, é natural. É um trabalho muito sensível porque se estás a dizer às pessoas que é possível e se para muita gente não é, das duas uma: ou elas põem o dedo na ferida, colocam a mão na consciência e dizem “OK, então vou fazer!” ou então “Não, isso é mentira”. E, por inerência, o “shoot the guy, he’s a bozo!” faz parte do processo. Se não estás a irritar ninguém não estás a fazer um bom trabalho . Mas acha que só o facto de ter a coragem e conseguir falar sobre isso já é um ponto de partida para alguma coisa acontecer? Eu só falo daquilo que funciona comigo, só falo daquilo que vejo

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a acontecer comigo e com outras pessoas e empresas que conheço. É algo que me orgulha profundamente, ver o impacto que o nosso trabalho está a ter no mercado. Todos estes projetos e esta vida de empreendedor é o que sempre quis, é realmente isto que gosta de fazer? Há esforços que as pessoas podem não estar necessariamente dispostas a fazer, é bastante duro ser bem sucedido ou ser feliz. Ser feliz é, se calhar, o trabalho mais difícil de todos e implica trabalhar muitas horas. Eu digo às pessoas para tentarem, para se esforçarem, para fazerem, porque é o que eu faço, mas sei que a maior parte das pessoas não está disponível para ter o estilo de vida que eu tenho. Sei que trabalhar 15 ou 16 ou 17 horas por dia é uma coisa que está ao alcance de pouca gente, dá de facto muito trabalho. Mas se tu queres mesmo fazer uma coisa única e distintiva, se queres transformar uma ideia numa empresa incrível, tens que estar disposto a aguentar forte! Uma coisa é quereres dizer que tens uma startup e andas seis meses a dizer que queres lançar um negócio e vais aos eventos de aceleração, etc. Outra é estares verdadeiramente focado em gerar valor e erguer uma empresa e isto são muitas, muitas horas a trabalhar. Eu não conheço uma única pessoa bem sucedida que trabalhe oito horas por dia, não conheço uma única. Essas horas que passa a trabalhar, esse tempo que investe, para si é satisfatório, realiza-o? No outro dia em Silicon Valley ouvi uma pessoa a dizer: trabalho é fazer as coisas de que não gosto para poder fazer o que gosto. Por essa definição, sim, há algumas coisas no meu trabalho que não gosto de fazer mas que fazem parte. Aquilo que me dá mais prazer no mundo é estar a produzir, a pensar, focar em levar ao mercado, levar para o terreno, insistir e amassar todos os dias. Isso não é propriamente trabalho, não é uma obrigatoriedade, é o que me faz feliz. Tenho o melhor trabalho do mundo, duro, mas o melhor.

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Acha que a criatividade é uma caraterística que se pode trabalhar e desenvolver ou nasce com a pessoa? A criatividade é uma competência que tu desenvolves, é um músculo: se o exercitares, ele cresce, se o deixares de exercitar, ele mirra. O mito de que há pessoas criativas e outras não… é errado. Mais, a criatividade não é um objetivo, é um recurso que usas para fazeres melhor o teu trabalho, seja como engenheiro, pedreiro, sapateiro ou jornalista. A criatividade é um recurso, é uma ferramenta que tens à tua disposição para fazer melhor aquilo que fazes. Projetos para o futuro na Spark Agency? Nós estamos com muita coisa a acontecer. O So Pitch regressará em breve num novo formato, o Udini continuará a crescer para se tornar a melhor rede de mentoria em Portugal, estamos a trabalhar em proximidade com algumas universidades no desenvolvimento de layouts para disciplinas novas e mais algumas coisas. Acima de tudo é preciso ter foco, fazemos muitas coisas diferentes mas sempre com o mesmo radical de execução. O sucesso de uma empresa passa inevitavelmente por escolher e determinar o que não vai fazer. Qual o foco de atuação e onde é que efetivamente pode ser a melhor daquele mercado, onde é que pode criar disrupção e resolver um problema grande. Há muitos jovens que seguem o seu trabalho e querem ser empreendedores e entrar agora no mercado de trabalho. Tem alguma mensagem a transmitir-lhes? As pessoas frequentemente subvalorizam a importância de ser bom em alguma coisa. Sugiro sempre que decidam e percebam o que é que gostam de fazer, onde é que podem ser bons, únicos, e que trabalhem muito para se tornarem de facto os melhores da sua indústria, naquela competência ou naquele trabalho. Na minha opinião, ser bom continua a ser a melhor estratégia. Outro conselho é que escolham bem as empresas

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onde vão trabalhar. Mais do que estarem preocupados com grandes logótipos, devem estar focados no desenvolvimento, no crescimento e em fazer coisas que os façam ferver por dentro. Pensar em ir para o estrangeiro é uma possibilidade fortíssima porque entre estar parado em Portugal ou estar a trabalhar em qualquer outro país do mundo é sempre melhor esta segunda opção. Neste momento, há um mito estranho com a ideia da emigração, de é muito má para o País. Eu penso exatamente o oposto - a emigração permite que as pessoas se desenvolvam e cresçam. E sobretudo aconselho a sonhar muito e ter muita vontade. Estar preparado para perceber que quanto mais queres mais terás de estar disposto a investir, assim como numa empresa. E quanto mais uma empresa se candidata mais terá que estar disposta a investir e a arriscar. Portanto há sempre um rácio entre risco e retorno: tendencialmente, quanto maior o risco, igualmente maior será o retorno. E aqui, no que respeita à profissão, ao teu trabalho, poderá ser exatamente a mesma coisa. Candidata-te a coisas que tenham um elevado capital de risco, ou seja, que sejam difíceis, que sejam mesmo exigentes, porque quanto mais o for, potencialmente, maior será o retorno, no caso de o conseguires. Ou então falhar rápido: é escusado estar um ano a tentar fazer alguma coisa que rapidamente num mês se consegue descobrir se é ou não aquilo que queres. Tal como numa startup! Acho que é um dos grandes insights de Silicon Valley: é ideia de falhar rápido, falhar barato. Quanto mais rápido e barato tu falhas, mais depressa estás a caminho de experimentar alguma coisa que verdadeiramente funcione. Esse pode ser um dos maiores impedimentos que nós temos aqui, tanto na comunidade das empresas como na comunidade das pessoas que querem ir para o mercado - esse medo enorme de falhar e de reconhecer perante amigos e família ou pares. O que mais guarda de Silicon Valley? É um sítio verdadeiramente especial. Aprende-se uma quantidade enorme de coisas. Fomos fazer visitas a muitas empresas, estivemos na Google, no Facebook, no LinkedIn, estivemos em Stanford... E, de facto, há uma mentalidade muito especial e particular naquele pedaço de terra. Prende-se sobretudo com a cultura do risco. A dimensão financeira é apenas uma das condições... Além da escala financeira, tens as melhores pessoas do mundo a trabalhar lá, pessoas que estão totalmente focadas em serem as melhores no seu trabalho. Há uma competência para o risco muito grande, há de facto um contexto histórico de 50 anos, que faz deles os melhores do mundo nessa aceleração de empresas. Quem lança empresas é super empreendedor, também os consumidores são empreendedores, experimentam tudo e muito depressa, se o teu produto pode ter penetração no mercado e tração. Se tiver tração tem possibilidade de crescimento e, de facto, há muito investimento de risco. 47 por cento do investimento de risco nos Estados Unidos é feito e está em Silicon Valley, mas aquela ideia que nós temos de que uma ideia é recebe investimento se for boa é uma visão romântica. Neste momento eles estão a trabalhar com tração, ou seja, se aquilo que tu estás a fazer tiver tração num mercado grande terá realmente possibilidade de receber investimento. Outra grande diferença é o facto de lá não duvidarem que um miúdo de 18 anos pode mudar o mundo e ter uma ideia de um bilião de dólares. Já o viram a acontecer muitas vezes, o que faz uma diferença enorme. ■

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Em 2011, Miguel participou no TEDx Youth Braga, com uma talk inspiradora que rapidamente se tornou um fen贸meno de partilhas na internet

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Grande Tema

NESTA magazine – Quem é o Bruno Costa? Sou um jovem portuense à procura do meu lugar. Tenho formação em engenharia e uma paixão por tecnologia, inovação e empreendedorismo. NESTA magazine – Conta-nos um pouco dos projetos ligados ao empreendedorismo em que estás inserido? Em 2008, ainda na universidade, comecei os hardquarters juntamente com dois amigos com o mesmo mindset que eu. O grupo tinha como principal objetivo desenvolver produtos e serviços (web e mobile) que fossem úteis para nós e para outros. Na mesma altura, outras pessoas no Porto começaram a lançar também as suas startups e a comunidade começou a crescer. Entretanto os hardquarters organizaram uma série de eventos para a comunidade sobre tecnologia, startups e empreendedorismo. Neste momento, mantemos o Porto Startup Coffee, um evento mensal de networking para empreendedores, funda-

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dores de startups e outros entusiastas da cidade do Porto. Há cerca de um ano, comecei a colaborar com a muchBeta, mais especificamente no LawRD, uma solução web para gestão de sociedades de advogados, onde sou developer e gestor de produto. Finalmente, este ano surgiu o GRAND STARTUP TOUR TV. NESTA magazine – Como surgiu a ideia do GRAND STARTUP TOUR? Por um lado, eu sempre estive ligado à comunidade empreendedora no Porto e conheço mais ou menos bem a realidade aqui. Tinha curiosidade em saber o que é que se anda a fazer nos outros pontos da Europa e quais eram as semelhanças em relação a Portugal. Por outro lado, gosto deste tipo de aventuras e em vez de fazer umas férias turísticas só para visitar monumentos ou apanhar sol na praia decidi fazer algo que é muito mais enriquecedor a


Out of the box

Aprender nas melhores cidades startup Chega o verão, altura de planear as férias. Entre o rio, a praia, a montanha, a cidade, a aldeia, a neve e o sol, existem sempre vários pontos de vista. Entretanto, foram-se os tempos livres e a NESTA magazine deixou de lado a rotina, foi em busca de novas experiências e de quebrar a monotonia. Por isso, foi ter com o Bruno Costa, um dos fundadores do Porto Startup Coffee Meetup e dos hardquarters e que mais recentemente lançou-se num novo projeto ao qual deu o nome de GRAND STARTUP TOUR, no sentido de perceber como foi a sua experiência nesta viagem, como surgiu a ideia e que ensinamentos recolheu desta sua aventura. Texto Orlando Jaime Monteiro Fotografia Grand Startup Tour nível pessoal e que me proporcionou a criação de várias oportunidades a nível profissional. NESTA magazine – Quais foram os locais por onde passaste e o porquê desses locais ? Porto, Zurique, Berlim, Copenhaga, Poznan, Budapeste, Viena e Milão. Inicialmente escolhi cidades para onde conseguisse viajar em lowcost e onde tinha amigos que me pudessem alojar, evitando assim algumas despesas. Depois fui adicionando outras cidades que ficavam na mesma rota ou porque as startups locais se mostraram muito entusiasmadas com o meu projeto, ou porque me proporcionaram as condições necessárias à minha visita. NESTA magazine – Que momentos mais te marcaram durante esta viagem? Foi uma experiência pessoal bastante enriquecedora e muito marcante. Tive conversas interessantíssimas, conheci e entre-

vistei fundadores de empresas que são verdadeiros casos de sucesso na Europa, como a Doodle, Prezi ou Podio. Fui muito bem recebido em todo o lado e adorei o entusiasmo de toda a gente em querer mostrar as suas ideias e as suas criações. Em Poznan até organizaram um evento com barbecue para a minha recepção. NESTA magazine – Qual foi a incubadora que mais te encantou? De uma forma geral, as incubadoras funcionam mais ou menos da mesma forma em todo o lado. Gostei bastante de um modelo ligeiramente diferente que vi em Copenhaga, o Founders House. Começou como espaço colaborativo acessível apenas por convite e cresceu organicamente a partir daí. Neste momento são 20 startups - e não querem crescer mais- que trabalham em paralelo e que se ajudam mutuamente. O espaço é pequeno, o ambiente é ótimo e a qualidade das startups é muito elevada.

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Out of the box

NESTA magazine – Qual a startup que mais te impressionou a nível de ambiente? A maioria das startups que visitei têm visões muito orientadas para o mercado global, são bastante ágeis e têm ambientes muito descontraídos, características que eu acho muito importantes. Outra coisa que vi principalmente em Berlim e em Budapeste foram startups muito multi-culturais e diversificadas. A Prezi, por exemplo, tem colaboradores de 14 nacionalidades diferentes a trabalhar no mesmo espaço, o que é algo que me impressiona bastante. NESTA magazine – Qual foi o conceito ou ideia de negócio que mais te espantou? Na minha opinião, o sucesso de grande parte das startups que visitei deve-se à excelência da execução e não propriamente à originalidade da ideia ou do modelo de negócio. No entanto, vi vários exemplos de ideias bem originais e muito bem executadas como é o caso da Sellbox. A Sellbox é uma plataforma de e-commerce sobre a Dropbox, onde qualquer pessoa pode vender qualquer ficheiro de formato digital (video, imagem, audio, documento) pelo preço que quiser sem esforço nenhum. Em apenas três meses esta startup polaca criou um serviço completamente funcional, identificou nichos de mercado e um modelo de negócio viável e já está a faturar. NESTA magazine – Que país pelos quais passaste mais se assemelha com o nosso a nível empresarial? Um pouco por todo o lado é fácil de identificar duas dificuldades comuns a todas as startups: acesso a capital e talento qualificado. Mas depois existem características específicas de cada local: nível de vida, visibilidade, casos de sucesso anteriores, diversidade cultural, etc. O caso mais próximo de Portugal talvez seja o de Itália, onde existe uma quantidade enorme de startups a emergir, mas ainda com pouca visibilidade e com dificuldades no acesso a capital. NESTA magazine – Qual é a importância que concedes à criação de novas startups ? Do ponto de vista da criação de empresas é direta a relação com o desenvolvimento económico e a criação de emprego. Em startups de carácter tecnológico muitas vezes há uma componente adicional de inovação. Em Portugal é de extrema importância criar condições para a criação de startups e manter o talento qualificado no nosso país. NESTA magazine – Quais os planos para o futuro do GRAND STARTUP TOUR? O GRAND STARTUP TOUR foi um projeto de Verão que na minha opinião tem o seu valor pela missão e pela informação e conhecimento gerado mas que não foi financeiramente rentável (também nunca foi esse o objetivo). Neste momento, vou voltar a focar-me no meu trabalho e na minha startup, mas quem sabe no próximo ano o GRAND STARTUP TOUR não volta para uma segunda edição noutras cidades startup emergentes da Europa. ■

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Coluna

Ponto de vista

Startups, Skunkworks e o seu produto inovador – parte I

Muitas empresas de sucesso lutam diariamente para crescer para além da sua zona de conforto. Isso não se deve ao fato de não identificarem novas oportunidades ou não desenvolverem novos conceitos, na verdade muitas podem e fazem-no. A dificuldade no lançamento destes novos conceitos deve-se sobretudo a políticas internas, à prevenção do risco e ao medo de falhar, boicotando as iniciativas de crescimento. Na verdade certas empresas matam as novas ideias muito antes de as ideias matarem a empresa. Então quais são as normas para uma empresa de sucesso encontrar novos mercados para crescimento futuro? Analisando as atuais startups e as skunkworks da década de 70 temos uma noção concreta da forma como as organizações devem crescer. Ambas as estruturas são laboratórios de aprendizagem neste campo, refrescando o mercado.

A viagem de Bruno Costa, documentada numa reportagem fotográfica realizada pelo próprio

Recentrar Recursos Novos empreendimentos em grandes organizações muitas vezes falham porque o grupo responsável pelo “core business” é o mesmo responsável por esta novidade. Quando novos empreendimentos se misturam com o “core business”, os projetos geralmente acabam por ser usados como solução para o produto ou serviço principal, pondo em segundo plano a possibilidade de explorar novos mercados e novas possibilidades de crescimento. É necessário correr riscos e tentar algo diferente. Nos anos 70 e 80, grandes empresas abordaram este problema de forma bastante diferente, através de laboratórios de pesquisa e operações Skunkworks que permitiram manter o foco nas novas tecnologias e nas ofertas destinadas ao crescimento. Na década de 90, este tipo de estrutura caiu em desuso, foi considerada dispendiosa e como uma distração. Neste momento muitas empresas centram-se nas principais ofertas e planeiam as suas estratégias de crescimento na Internet. Acredito que há uma oportunidade de encontrar um equilíbrio entre os extremos dos dois movimentos. A nova economia requer um rápido desenvolvimento e lançamento de produtos, as empresas revêem as estruturas e cada vez mais procuram oportunidades de crescimento em áreas diferentes. Como exemplo temos a Amazon com a criação da Lab126 e da A9 (ambos projetos de investigação tecnológica). Da mesma forma, o Google criou o Google X, onde se pesquisa em áreas arrojadas como carros autodirigíveis. Estas estruturas são uma evolução das antigas shunkworks, criam espaço para o negócio central mas permitem o desenvolvimento de produtos paralelos. Sara Correia

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Observatório de Startups

EMOVE

À procura da solução energética ideal Apostado em fazer a diferença, Pedro Balas - CEO da EMOVE – explicou à NESTA Magazine como é que ainda é possível empreender em Portugal através da inovação. Fazendo-se acompanhar pelas pessoas certas, por muito otimismo e capacidade de envolvimento, mostrou-nos como juntos foram capazes de vencer o primeiro prémio EDP Inovação/Richard Branson e se preparam agora para revolucionar o mercado da sustentabilidade energética global. NESTA magazine: Como é o Pedro Balas e como é que caraterísticas da sua pessoa permitiram este projeto? Pedro Balas: Tenho 23 anos e uma visão muito clara dos meus objetivos. Fui formatado como engenheiro, mas hoje também sou gestor, adoro tecnologia e R&D [research and development] e tenho o hábito de analisar e desafiar tudo o que me rodeia com novos sistemas ou novos modelos de negócio mais eficientes. Defendo o que acredito, passando por vezes por teimoso, mas sempre ouvindo, gerindo e aplicando os conselhos dos outros. Este projeto só foi possível porque me envolvi na totalidade com os meus colegas, sacrificando muito do nosso tempo, rejeitando por vezes outras oportunidades em nome da EMOVE. Neste setor, uma característica muito importante é o facto de saber tanto de engenharia como de gestão. Assim percebo por que é que o R&D demora tanto tempo e tem tantos imprevistos e também compreendo a frustração de um gestor enquanto aguarda resultados técnicos para poder avançar no seu trabalho. Quando eu apresento uma ideia, as pessoas mais chegadas chamam-me otimista. Considero-me 100 por cento capaz de atingir essa meta, sendo o meu motto pessoal: “Aim for the stars and you’ll land on the moon.” – uma adaptação pessoal da frase de W. Clement Stone. De qualquer maneira, para se ser bem sucedido na criação de uma empresa é imprescindível aguentar a pressão, admitir fraquezas e saber colmatá-las, aconselhar-se com pessoas mais experientes, manter-se firme na sua ideia e saber quando se deve adaptá-la a outros parâmetros (e mercados).

resultados brilhantes – este é o meu ideal.

NM: As outras pessoas envolvidas no projeto partilham dos mesmos ideais? Funcionam como uma família? Gostam de “fazer ondas”? PB: As outras pessoas envolvidas são extraordinárias e inteligentíssimas. São engenheiros e gestores, todas provenientes de diferentes backgrounds, proporcionando um ambiente muito rico em ideias inovadoras, libertando algumas tensões em discussões entre as duas partes e acabando sempre numa solução ideal. Os ideais não são os mesmos e isso é o que garante qualidade nos métodos envolvidos na criação da BluSphere. Por exemplo, o Diogo Cruz - gestor - acredita na rapidez de execução e outsourcing de tudo o que nos possa desacelerar. Outro exemplo, o João Fernandes - engenheiro eletrotécnico - foca-se no detalhe e métodos em chegar ao sistema perfeito. Juntando o melhor destas duas pessoas chegamos a

NM: Existindo atualmente alguns projetos na área das energias renováveis (e dos oceanos, ondas), qual é a necessidade de existir o Emove? Quais os vossos fatores diferenciadores? PB: A tecnologia que desenvolvemos possui caraterísticas que mudarão a face do mercado global de energia. Apenas pelo facto de o gerador desenvolvido ter uma dimensão muito menor, atingirá um preço muito menor do que os competidores – contribuindo largamente para reduzir o preço da energia eólica e colocando a energia das ondas ao mesmo preço do preço da energia eólica atual (que já é baixo, considerando os nossos antecessores do setor do mar). Dará assim a países pobres a oportunidade de investirem em energias renováveis. De um ponto de vista mais técnico, tem para a mesma potência uma dimensão 15 vezes inferior à do nosso concorrente

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NM: O que é o projeto Emove? PB: A missão da EMOVE é o de criar, desenvolver e explorar soluções tecnológicas que contribuam para a auto-sustentabilidade energética global. Oficializámos este projeto como empresa no final de 2009, vencendo o primeiro prémio EDP Inovação/Richard Branson, com o conceito do Gerador Elétrico Esférico: um gerador capaz de absorver movimentos de baixíssimas frequências e convertê-los em grandes potências – tendo um tamanho muito reduzido face aos geradores convencionais e sendo, por isso, mais barato. Agora, em 2012, depois de dez protótipos, dois anos de Investigação e Desenvolvimento e um poderoso contributo a vários níveis do Dr. Carlos Torres da Resul, chegámos a uma fase pré-comercial do gerador. Este gerador pode ser incorporado tanto em moinhos eólicos como em plataformas flutuantes no oceano, sendo a última solução a que estamos de momento a trabalhar, para que muito em breve tenhamos a inovadora plataforma que absorve o movimento das ondas operacional, à qual chamamos de BluSphere. NM: Apesar de ainda estarem numa fase de protótipo, de que forma se querem posicionar no mercado? PB: A nossa posição é bastante simples: a de fabricante. Não nos interessa para já vender energia, mas sim vender unidades a entidades exploradoras, sem descurar os serviços paralelos, como a manutenção, monitorização e outros modelos de negócio.


Observatório de Startups

A equipa da EMOVE, composta por Pedro Balas, Tiago Rodrigues, Diogo Cruz, Miguel Caetano, Carlos Pacheco e João Fernandes (esq. para dir.)

direto, tornando-se a mais pequena do mercado, com apenas 10 metros de largura. Ao utilizar menos material, é mais leve e mais barata. A BluSphere não possui qualquer articulação nem outros pontos estruturais de fraqueza, encontrando-se o gerador perfeitamente encapsulado no interior da plataforma flutuante – conferindo um aspeto bonito e de design interessantíssimo. Finalmente, porque é flutuante e porque a cápsula foi projetada da forma ideal, a manutenção e reparação pode ser feita diretamente no mar e com uma enorme rapidez. A BluSphere é a unidade de energia das ondas mais potente, sólida, mais barata e de menor dimensão que existe no mercado.

É de pequenino que se torce o pepino NM: O fato de serem novos empreendedores não vos levantou obstáculos? Quais foram e como os ultrapassaram? PB: Obstáculos existirão sempre e não acredito que o avançar da nossa idade atenue esse fator. Existirão sempre novas fronteiras a ultrapassar. Pessoalmente, o facto de ser novo até é mais vantajoso, conseguindo sempre melhor destaque na “indústria dos cabelos brancos” – uma expressão interna que carateriza o ramo da energia das ondas, pois 99 por cento das pessoas inseridas no meio têm, em média, 60 anos. Por sermos novos e com uma educação diferente conseguimos apresentar uma solução viável ao problema da energia das ondas: mais rápida e sofisticada e apoiada nos últimos softwares de simulação e estudos. A credibilidade é o passaporte e é conseguida com a experiência e resultados, os quais levam tempo. Num mercado em que tudo é binário, ou funciona ou não funciona, percebemos desde muito cedo que precisaríamos de professores catedráticos a certificar todos os estudos e protótipos, por forma a ganharmos a credibilidade necessária e minimizar o risco de falhas. Começámos a juntar a isso os resultados práticos dos nossos protótipos, sendo este último o melhor. Só desta maneira se consegue obter o investimento necessário para continuar o projeto. NM: Durante a fase inicial, o que é sentiram que tiveram de desenvolver em cada um de vós, ao nível das capacidades de empreendedorismo? PB: Durante a fase inicial, pessoalmente, como estudante de engenharia mecânica, não possuía qualquer capacidade de gestão empresarial. Acontece que a nossa estratégia inicial

era muito simples: ganhar concursos e prémios de inovação e empreendedorismo, muito competitivos ao nível dos planos de negócio e apresentações. Estes prémios garantiram-nos o capital necessário para tornar realidade vários protótipos. Durante um ano e meio frequentámos cursos intensivos de gestão, oferecidos pela Nova Business School, Universidade Católica de Lisboa e ISCTE. Graças a essas faculdades e ao resto da equipa de gestores da EMOVE ganhei as competências de gestão. Utilizando o que aprendemos e com a experiência vivida em Silicon Valley no ano passado conseguimos conduzir a EMOVE com a melhor estratégia, conhecendo as condições globais do mercado de energia. É muito importante que os engenheiros tenham competências ao nível de gestão, assim como os gestores tenham noções básicas de engenharia. Desta maneira, a equipa consegue tomar sempre as melhores decisões, tendo em conta a estratégia empresarial e tecnológica. NM: Considera as caraterísticas de cada indivíduo fatores essenciais para o sucesso de uma empresa/negócio atual? PB: Obviamente que sim. A escolha das pessoas que hoje incorporam a EMOVE foi com base nas suas capacidades, currículo e principalmente no que as motiva. Temos a melhor equipa que poderíamos desejar. Todos os que no futuro serão contratados terão de ter caraterísticas que “encaixem” na dinâmica de inovação existente hoje na empresa. NM: Quais as perspetivas de desenvolvimento do projeto para o futuro? PB: Estamos agora a trabalhar para obter o investimento necessário, para que possamos contratar mais engenheiros para a equipa e para a construção do protótipo à escala real, que será colocado no mar para testes reais. Até ao final do primeiro trimestre de 2013 pretendemos ter a BluSphere 100 por cento projetada e com todos os processos que a rodeiam também planeados. Depois dos testes, que demorarão entre um e dois anos, tentaremos obter mais investimento para a produção em série da BluSphere. Paralelamente, estamos a estudar o mercado do vento, devido à versatilidade do nosso gerador, que por todas as suas vantagens é mais barato. Seremos sem dúvida muito competitivos neste setor, onde pretendemos entrar comercialmente no espaço de dois anos. ■ Texto José Guimarães Fotografia EMOVE

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Beta-i COLUNA: INOVAÇÃO EM ESTADO BETA

André Marquet Beta-i Uma das questões que raramente são tratadas nos cursos ou nos aceleradores ligados ao empreendedorismo tem a ver com a sustentação ideológica da atividade empreendedora. Sabemos que os empreendedores são pessoas demasiados práticas e ocupadas para se preocuparem com questões filosóficas, mas os ideais são importantes mesmo para pessoas tão atarefadas como os empreendedores, e é essa ideia que vou tentar defender neste artigo. As melhores empresas, as que conseguem ter mais impacto na sociedade, são sobretudo aquelas que nascem de premissas ideológicas capazes de mudar determinados setores, isto é, em que os empreendedores sabem o porquê de estarem a trabalhar. E isto acontece porque os empreendedores olham para determinado problema social ou técnico e perguntam-se, invariavelmente, a mesma pergunta: “porque é que isto não tem uma solução melhor?”. Steve Jobs, da Apple, queria acima de tudo fazer uma revolução informática que democratizasse o acesso e o simplificasse para o cidadão comum. Larry Page, da Google, queria organização da informação na internet. Este fenómeno de liderança é soberbamente explicado por Simon Sinek na sua TEDx talk “How great leaders inspire action”. No entanto, subsiste ainda o mito de que o empreendedor é apenas um aproveitador de oportunidades de negócio, quando na realidade o verdadeiro empreendedor, o “sonhador ou idealista”, se distingue do “oportunista” por não se limitar a explorar novas oportunidades de “ganhar dinheiro” mas antes de provocar a mudança por ver a necessidade de criar um mundo melhor. E há uma distinção subtil entre as duas coisas – sendo que para este último caso, do empreendedor não ideológico, apelido de empreendedor vendedor, um perfil muito semelhante ao comercial corporativo, alguém que não questiona o porquê do que vende, mas antes o como e a quem – tendo por isso uma visão muito mais orientada à geração de negócio. Poderá por isso denominar-se de empreendedor um franchisado de uma cadeia de fast-food? Na minha opinião, dificilmente pode ser o caso, visto que a um franchise falta uma componente fundamental no processo empreendedor, que é a liberdade de inovar. Não é senão um modelo de negócio assente em distribuição de receita entre o franchisado e o franchisador, este sim originalmente um empreendedor. O empreendedorismo é, por isso, a verdadeira força do capitalismo. Note-se que no antigo bloco do leste a maior parte dos projetos “empresariais” era encabeçado por “gestores profissionais” designados pelo governo central, retirando um factor determinante à maior parte dos projetos: a paixão, ou se quisermos a vontade de mudar o mundo! Talvez por isso os poucos projetos que permitiram a criação de ambientes apaixonados, como o programa espacial soviético, tiveram um sucesso relativo tão flagrante. As melhores organizações são por isso aquelas onde os seus

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colaboradores estão amplamente motivados, os que trabalham com paixão para fazer acontecer. As pessoas trabalham melhor quando sentem que fazem parte de uma equipa, se quisermos, este fenómeno talvez remonte a uma disposição antropológica da humanidade, pela forma como os nossos antepassados se organizavam em pequenas comunidades de caçadores recoletores. Por isso, quando sonharem na vossa startup pensem quais as áreas da nossa economia que acham que estão profundamente obsoletas ou desfasadas da realidade e onde a força transformadora da web, mobile ou cloud ainda não conseguiu irromper com novos modelos de negócio – bancos, operadoras de telecomunicações, saúde, estado. Foi precisamente isso que fez a startup Modelo3.pt, que foi participante no programa de aceleração Betastart pertencente à Beta-i (de cuja direção sou membro), ao criar um novo intermediário, inteligente, entre o utilizador final, o contribuinte pagador de IRS e o estado português. Criou um interface infinitamente mais simples e intuitivo de usar do que o disponibilizado pelas finanças portuguesas, permitindo desta forma ganhos de eficiência de preenchimento e, quiçá mais importante, um acréscimo nos valores de reembolso – pelo menos na maior parte dos casos – visto que a generalidade dos contribuintes não utiliza todos as deduções a que tem direito! A sexta edição do programa de aceleração de startups Beta-start inicia-se já em meados de Setembro e dedica-se precisamente à área da saúde e das atividades oceânicas porque consideramos que este sector, em particular o da saúde, apesar dos fantásticos desenvolvimentos dos últimos anos ainda não está a beneficiar integralmente da força transformadora da internet! Por que é que uma máquina de RM tem de custar mais de um milhão de euros? Por que é que este sector de imagiologia está controlado por duas ou três empresas? Por que é que temos de ir buscar a maior parte dos exames ao hospital em vez de os enviarem eletronicamente? Por que é que ainda não temos uma Dropbox para estes serviços? Por que é que, apesar de termos nos nossos telemóveis mais capacidade de computação que os supercomputadores usados para fazer parte da sequenciação do genoma humano na décadas de 80 e 90, ainda utilizamos de forma tão esporádica estes dispositivos para este tipo de fins? Por que é que, apesar de hoje se ter muito mais conhecimento acerca das consequências de más práticas alimentares, nunca fomos tão obesos como agora? Portanto da próxima vez em que ficarem irritados com um serviço e se perguntarem “por que eu não posso fazer isto pela net?” ou “por que é que este serviço funciona tão mal na net?”, se não encontrarem uma resposta satisfatória é porque deve estar aí uma boa ideia potencial para uma startup mudar o mundo para melhor, e quem sabe mais saudável. ■


Beta-i

Talks que inspiram Começam antes do pôr do sol, são assim as Betatalks, inspiradoras. Dois empreendedores, gente curiosa e umas garrafas de vinho, uma combinação fértil para boas ideias e excelente partilha. Aceitámos o convite da Beta-i e estivemos no passado dia 17 de setembro no jardim do Príncipe Real para ouvir e conhecer empreendedores. Reinou um ambiente informal com conversa fluída, como mostrou Carlos Coelho, fundador da Ivity Brand e um dos oradores. Focou a sua intervenção na ponderação de risco, dando como exemplo os dispendiosos estudos de mercado dos anos 90, peças fundamentais de qualquer tentativa de criação de uma empresa ou de um produto. O objectivo era a minimizar o risco. Hoje, como defende, deve usar-se esse dinheiro e lançar de uma vez por todas o negócio. Seja inconsciente, utilize o medo generalizado do mercado e siga em frente, faça o que ninguém tem coragem de fazer, materialize todas as ideias estúpidas e descabidas. Não se concentre no risco, as coisas mais importantes da vida são feitas intuitivamente, essa é a forma mais inteligente de processar informação, deixe a sua paixão por um projeto acontecer. O segundo orador, Salvador Patrício Gouveia, insistiu que um dos segredos da Netsonda é a equipa. Juntos desde os dezasseis anos, estes quatro sócios passaram por um projeto arrojado chamado sofruta - que consistia em entregar fruta fresca em casa do cliente. Embora a empresa não tivesse vingado, foi importante na formação desta equipa vencedora. Salvador identificou ainda, como característica especial deste grupo, a abilidade de todos serem desenrascados e conseguirem fazer um pouco de tudo, desde páginas da web, logótipos, prospeção de mercado, enfim são polivalentes. Resta então referir a importância do winebreak, onde prevalece a partilha entre iguais e onde poderá, quem sabe, encontrar aquela pessoa que precisa para dar o salto com a sua startup. ■

Nome: Paulo Vilela Idade: 29 anos Habilitações: 12º ano O projeto: A Convenius, uma prestadora de serviços, criou, a 3 de Agosto, um cartão de saúde oral gratuito que possibilita fazer tratamentos em clínicas dentárias a preços muito mais acessíveis. Conta já com 30 clínicas associadas na zona da Grande Lisboa, porém, completamente gratuito é apenas em Odivelas, “para já”, assegura Paulo. Como surgiu a ideia: “Tive uma epifania”, conta Paulo, que trabalha sozinho neste projeto, inspirado noutros empreendedores e depois de ter trabalhado numa empresa ligada à medicina dentária. Maior necessidade: Toda a ajuda será bem-vinda, passando pela criação de uma equipa e colaboradores com conhecimentos de programação; melhorar a imagem do website e do Facebook. Links: http://www.convenius.com http://www.facebook.com/Convenius

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Tendências

O Hootsuite põe as redes sociais a funcionar como uma só Foi a pensar naquelas empresas que estão presentes em todas as redes sociais, mas não querem, ou não podem, perder muito tempo a atualizar cada uma delas, que Ryan Holmes criou, em 2008, o Hootsuite.

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O Hootsuite é um sistema de gestão de redes sociais, direcionado sobretudo a empresas e corporações, que toma a forma de um painel de controlo ligado a redes como o Facebook, Twitter, LinkedIn e Google+, permitindo partilhar as mensagens em simultâneo. Além disso, com o Hootsuite é possível lançar campanhas publicitárias e analisar a audiência das diferentes redes sociais ligadas, bem como alcançar determinadas audiências através de deteção geográfica. Tudo começou quando Ryan Holmes, um canadiano descrito pela Vancouver Magazine no início deste ano como “um Bradley Cooper [da série Mad Men] de 36 anos, de calças de ganga, sapatilhas e casaco”, fundou a Invoke Media, uma agência de serviços digitais e, em novembro de 2008, o Hootsuite, depois de surgir a necessidade de uma ferramenta de gestão das redes sociais na Invoke Media. Face à inexistência de um produto deste género, nascia assim um simples painel de gestão de contas Twitter chamado BrightKit, que acabaria por originar o Hootsuite após um concurso para encontrar um novo nome – já o BrightKit estava a ser utilizado por empresas com necessidades semelhantes às da Invoke. No entanto, o empreendedorismo já fazia parte da genética de Holmes, que anteriormente esteve por trás de uma companhia de paintball e de uma pizzaria. Atualmente, o Hootsuite, avaliado neste ano em 200 milhões de dólares, conta com quatro milhões de utilizadores a nível global. Holmes é considerado uma figura de vulto nos media sociais, citado em jornais de referência e orador nas conferências TEDx. Links http://www.s3-office.com/ http://www.amarmita.com/ Texto Sara Correia


Opinião

Fábio Vieira Novo paradigma de relacionamento entre os cidadãos e a sua Administração Pública

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Rede Integrada de Apoio ao Cidadão é um Instituto Público sediado nos Açores, tutelado pela Vice-presidência do Governo Regional, que disponibiliza mais de 350 serviços de cerca de 80 organismos públicos e entidades privadas, acessíveis através de uma rede de 52 Lojas, um Contact Center e um website. Com o intuito de aproximar os cidadãos à Administração Pública, seja nacional, regional ou local, a RIAC incorpora os novos desafios da Sociedade do Conhecimento, numa óptica de aproximação dos serviços às populações, simplificação e desburocratização dos processos administrativos e optimização dos meios e recursos públicos. Ora, a atual conjuntura sócio-económica, que o pais atravessa e à qual a Região Autónoma dos Açores não é alheia, apresenta grandes desafios de gestão, já que a redução de transferências públicas, impostas pelo Orçamento de Estado, rivalizam diretamente com o aumento de serviços disponíveis e o crescente volume de atendimentos. É, portanto, num cenário de crescimento do volume de serviços, exigências de segurança e confidencialidade dos processos, manutenção das taxas de serviço para não sobrecarregar os cidadãos, descentralização e neces-

sidade de contínua evolução e inovação dos serviços, que a RIAC ambiciona ser cada vez mais uma referência de boas práticas na Administração Pública. Apesar dos complexos desafios financeiros e operacionais, a cadeia de decisão tem atuado de forma determinada e consequente, de forma a, garantir cada vez mais a disponibilização de serviços de qualidade, num modelo de balcão único, atendendo à realidade arquipelágica dos Açores e identificando as necessidades das populações. Não sendo característica identificativa dos serviços públicos a procura permanente de novos processos de service delivery, meios de relacionamento business-to-consumer ou implementação de uma cultura de inovação, a Rede Integrada de Apoio ao Cidadão conta atualmente com diversos projetos que pretendem tornar a inovação um processo central na sua organização e gestão operacional. E tem em vista apresentar, para breve, um novo quiosque multiserviços, que além de disponibilizar um leque de serviços selecionados, permitirá o acompanhamento via vídeo-conferência de operadores especializados, garantindo o acesso em igualdade de circunstâncias a todos os cidadãos, independentemente do seu nível de literacia digital. Pretende-se, também, apresentar

novas funcionalidades para o cartão de cidadão, nomeadamente para processos de autenticação de pagamentos, o que permitirá aos cidadãos a simplificação da sua relação com estes serviços públicos, em simultâneo com o aumento da segurança e fiabilidade em executar esses mesmos serviços. Assim, recorrendo às mais recentes ferramentas de comunicação e informação, a par com uma cultura de inovação, formação e capacitação dos recursos humanos (através de uma plataforma de e-learning própria, desenhada em open source), aposta na integração tecnológica, aumento da rapidez e qualidade da prestação de serviços e, ainda, disponibilização dos conteúdos em multiplataformas, pretende-se a concretização de uma “Administração Publica 2.0”, fundamentada por processos de benchmarking a entidades estrangeiras análogas e por projetos próprios, capazes de criar uma imagem própria e diferenciadora, que conta com as sinergias de uma Administração que se quer cada vez mais próxima dos cidadãos, eficiente nos processos e eficaz nas respostas.

Link http://www.riac.azores.gov.pt/RIAC Texto Fábio A. Lourenço Vieira, Responsável pelo Gabinete de Conteúdos e Serviços da RIAC

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NESTA agora

Eventos

Conferência “Empreendedorismo como Atitude” 26 de Setembro, 9:30-13:00 Grande Auditório, Centro de Congressos do Estoril http://www.greenfest.pt/2012/ programacaoAgendaDetalhes. aspx?dia=26&idEvento=190 Florida After Seven 27 de Setembro, 19:00-22:00 Hotel Florida, Lisboa http://floridaafterseven.com/

Conferência Anual do BCSD Portugal: O QUE PODEM AS EMPRESAS FAZER PELA SOCIEDADE? 27 de Setembro Grande Auditório, Centro de Congressos do Estoril http://www.bcsdportugal.org/ conferencia-anual-2012/1999. htm?utm_source=20120913_ML30_ pt_1&utm_medium=newsletter Entrepreneurs Nightout Break 27 de Setembro, 22:00 Miradouro de S. Pedro de Alcântara, Lisboa http://entrepreneursnightoutbreak. eventbrite.com/

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MF 24 Aveiro 28 e 29 de Setembro, 17:00 Departamento de Ambiente e Ordenamento da Universidade de Aveiro http://mf24.org/c/aveiro.html Ignite Portimão 28 de Setembro, 19:30 Teatro Municipal de Portimão www.ignitealgarve.com Word Camp Lisboa 2012 29 e 30 de Setembro, 9:00 Instituto Superior de Engenharia de Lisboa http://wordcamp-lisboa-2012efbevent.eventbrite.com/ 7º Seminário Internacional sobre Políticas Regionais de Inovação 11 a 13 de Outubro Porto http://www.rip2012-porto.com/ GLOCAL 2012 – Pensar Global, Agir Local 11 e 12 de Outubro Seia http://www.agenda21local.info/index. php?option=com_content&view=cate gory&layout=blog&id=42&Itemid=71 The International Fundraising Congress 16 a 19 de Outubro Amsterdão http://www.resource-alliance.org/ pages/en/prices-and-registration.html


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