UNIPINHAL FACULDADE DE AGRONOMIA “MANOEL CARLOS GONÇALVES”
INFLUÊNCIA DE DIFERENTES CORES DE TELAS NA CULTURA DO BÁLSAMO
EUCLIDES DOTTA NETO
ESPIRITO SANTO DO PINHAL 2008
1. Introdução Plantas medicinais são plantas que contém substâncias bio-ativas com propriedades terapêuticas, profiláticas ou paliativas. Muitas destas plantas são venenosas ou pelo menos levemente tóxicas, devendo ser usadas em doses muito pequenas para terem o efeito desejado. (WIKIPEDIA, 2008). O bálsamo conforme a WIKIPEDIA, 2008, é Indicado para contusões, torções, machucados, feridas gangrenosas, úlceras, epilepsias, inflamações gastrointestinais, cicatrizante da pele e nas cefaléias. E da planta do bálsamo somente se utiliza as folhas frescas. De acordo com MILANEZE et al, 2001, o
bálsamo (Sedum
dendroideum.) é uma planta pertencente da família Crassulaceae. É uma planta de aspecto suculento e subarbustiva que tem em média 1m de altura. Suas folhas, com aproximadamente 1 a 5cm de comprimento e 1 a 2cm de largura, são alternas, simples, sésseis, glabras, brilhantes e descolores, apresentando a face abaxial com tonalidade verde mais clara. Possuem formato oboval, levemente assimétrico, com ápice obtuso, base decorrente e margem lisa, sendo apenas a nervura central aparente. CELTIC, 2008, comenta que o bálsamo é originário da África do Sul e Ásia. As respostas morfofisiológicas das plantas não dependem apenas da presença, atenuação ou ausência da luz, mas também da variação em qualidade de luz. Engel & Poggiani, 1991, concluíram que a luz atua de forma significativa e complexa no acúmulo e na variedade dos componentes dos óleos essenciais, uma vez que afeta direta ou indiretamente a produção de fitomassa, a proporção de órgãos e as vias biossintéticas destes metabólitos secundários. Podem-se estabelecer diferentes condições de cultivo pela manipulação da intensidade e qualidade espectral através da utilização de telas coloridas. Estas telas são capazes de modificar tanto a quantidade como a qualidade da radiação solartransmitida, determinando modificações ópticas de dispersão e reflectâncias da luz e melhorando o rendimento dos cultivos. O objetivo deste trabalho é verificar a influência das diferentes cores de telas no desenvolvimento da cultura do bálsamo.
2. Revisão de Literatura 2.1 Cultivo De acordo com WEBLOGS, 2006, o bálsamo é uma planta de fácil plantio e que não é muito exigente, podendo ser plantada em qualquer época do ano e, preferencialmente, em solos férteis. Plantada através de mudas, que devem ser transplantadas para o local de plantio definitivo vinte dias após a formação da raíz, devendo ser plantados em locais nivelados. 2.2 Propagação O método mais utilizado para a propagação do bálsamo é a estaquia. 2.3 Espaçamento O espaçamento deve ser de 25cm entre as linhas. Para o plantio, são necessárias 180 mudas por metro quadrado. (WEBLOGS, 2006). 2.4 Adubação Deve ser feita a adubação, através da análise de solo. Como cita WEBLOGS, 2006, o bálsamo deve ser adubado com 5Kg por metro quadrado. 2.5 Tratos Culturais Os tratos culturais são os mais simples: regas regulares e capinas. Por ser uma planta resistente, não é necessário nenhum controle de doenças ou pragas. 2.6 Colheita A época para a colheita é a primavera, quando acontece a floração.
3. Materiais e Métodos 3.1 Local e Período O devido trabalho foi realizado na horta do Curso de Engenharia Agronômica “Manoel Carlos Gonçalves” – Unipinhal, na cidade de Espírito Santo do Pinhal, SP, o ensaio teve início no mês de Agosto, indo até o mês de Novembro de 2008. O plantio foi realizado dia 3 de Setembro de 2008. 3.2 Atividades realizadas Foram separados 24 saquinhos de polietileno, contendo 2/3 de terra e 1/3 com composto orgânico. Em cada saquinho foram implantados duas estaquias de bálsamo, totalizando 48 estaquias. Utilizamos 4 telas de diferentes colorações, sendo elas: vermelho, azul, aluminete (prata) e o preto. Em cada uma das telas, foram colocados 6 saquinhos de polietileno com as estaquias de bálsamo. Durante esse período, foi feitas capinas periódicas. Após a retirada das plantas do local, foram feitas contagens das plantas de cada tela, obtendo número de folhas, medição das raízes e da parte aérea e em seguida pesagem da matéria verde nas partes aéreas e raízes. Colocamos a matéria verde na estufa, para enfim obter o peso de matéria seca. Tratament o Tela Vermelha 1
Parte Aérea N° Folhas
Altura
Raiz
Peso
Peso
Verde
Seco
Compr.
Peso
Peso
Verde
Seco
12 fol.
13cm
15,62g
0,98g
14cm
0,88g
0,09g
2
14 fol.
13,5cm
15,54g
1,07g
12cm
0,60g
0,07g
3
12 fol.
9cm
9,80g
0,64g
11cm
0,43g
0,03g
4
20 fol.
12,2cm
19,80g
1,29g
14,5cm
1,28g
0,09g
Tabela 1: Medidas e contagens do tratamento com a tela vermelha
Parte Aérea
Tratament o
N°
Tela Azul
Folhas
1
13 fol.
2
Raiz
Peso
Peso
Verde
Seco
15cm
17,31g
1,17g
17 fol.
11cm
17,31g
3
15 fol.
16cm
4
13 fol.
14,2cm
Altura
Peso
Peso
Verde
Seco
15cm
1,04g
0,08g
1,16g
15cm
0,71g
0,06g
19,95g
1,57g
11,5cm
1,09g
0,08g
11,59g
0,77g
12,8cm
0,67g
0,08g
Compr.
Tabela 2: Medidas e contagens do tratamento com a tela azul Tratament
Parte Aérea
Raiz
o Tela
N°
Aluminete
Folhas
(Prata) 1
19 fol.
2
Peso
Peso
Verde
Seco
10cm
16,87g
0,73g
9 fol.
10,2cm
9,53g
3
27 fol.
11cm
4
19 fol.
11,2cm
Altura
Peso
Peso
Verde
Seco
12,7cm
1,04g
0,01g
1,02g
9,5cm
0,71g
0,06g
17,58g
1,19g
11cm
1,09g
0,08g
10,54g
0,69g
10,3cm
0,67g
0,01g
Compr.
Tabela 3: Medidas e contagens do tratamento com a tela de aluminete (prata)
Parte Aérea
Tratament o
N°
Tela Preta
Folhas
1
11 fol.
2
Raiz
Peso
Peso
Verde
Seco
9cm
13,62g
0,60g
30 fol.
13,5cm
22,90g
3
17 fol.
18cm
4
12 fol.
11cm
Altura
Peso
Peso
Verde
Seco
12,5cm
0,81g
0,04g
0,77g
9cm
1,25g
0,06g
12,00g
1,38g
13,5cm
0,35g
0,03g
8,17g
0,53g
17cm
0,37g
0,15g
Compr.
Tabela 4: Medidas e contagens do tratamento com a tela preta
4. Resultados e Discussões Verificamos que ambas as plantas do tratamento com a tela vermelha, conteve um bom enraizamento e uma boa matéria verde. Nas plantas de tela azul visualmente pode se notar que teve um ótimo enraizamento, apresentou também uma ótima condição de matéria verde com várias brotações na parte aérea da planta. As plantas contidas na tela de aluminete ou de coloração prata, apresentaram porte baixo, mais contendo uma boa quantidade de massa verde na parte aérea, com várias brotações, colmos mais grossos. Plantas da tela preta, apresentaram folhas compridas, altura e enraizamentos bons.
Parte Aérea Tratamentos
Altura
Raiz
Peso
Peso
Verde
Seco
Compr.
Peso
Peso
Verde
Seco
1
11,925 a
15,190 a
0,995 a
12,875 a
0,797 a
0,070 a
Tela Vermelha 2
13,575 a
16,540 a
1,167 a
14,050 a
0,877 a
0,075 a
Tela Azul 3
10,600 a
13,630 a
0,907 a
10,875 a
0,680 a
0,040 a
Tela Aluminete 4
12,875 a
14,172 a
0,992 a
13,000 a
0,522 a
0,070 a
1,18 n.s.
0,30 n.s.
0,48 n.s.
1,40 n.s.
0,97 n.s.
0,79 n.s.
CV %
19,365
31,131
30,796
17,649
43,362
56,376
DMS (Tukey)
4,979
9,730
0,657
4,707
0,655
0,075
Tela Preta F
Tabela 5: Valores em média da parte aérea e da raiz * n.s.: não significativo
14,00 13,00
Cm/planta
12,00 11,00 10,00 9,00 8,00 vermelho
Azul
Prata
Preto
Altura da parte aérea
Gráfico 1: Altura da parte aérea
17
g/planta
16 15 14 13 12 11 10 9 8 vermelho
Azul Peso verde (aérea)
Gráfico 2: Peso verde da parte aérea
Prata
Preto
1,4 1,2
g/planta
1 0,8 0,6 0,4 0,2 0 vermelho
Azul
Prata
Preto
Peso seca (aérea)
Gráfico 3: Peso seco da parte aérea
15,00 14,00
Cm/planta
13,00 12,00 11,00 10,00 9,00 8,00 vermelho
Azul
Prata
Comprimento da raíz
Gráfico 4: Comprimento da raíz
Preto
g/planta
1 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0 vermelho
Azul
Prata
Preto
Prata
Preto
Peso verde (raíz)
Gráfico 5: Peso verde da raiz
0,08 0,07 0,06 g/planta
0,05 0,04 0,03 0,02 0,01 0 vermelho
Azul Peso seca (aérea)
Gráfico 6: Peso seco da parte raíz 5. Conclusão De acordo com os gráficos pode-se notar que a tela azul apresentou maior altura na parte aérea, ótimo enraizamento, matéria verde e seca nas partes aéreas e as raízes foram as maiores em relação as outras telas.
Os gráficos apresentando a tela vermelha e preta, mostrou que ambas as telas apresentaram bom enraizamento e boa quantidade de massa verde. O pior resultado de acordo com os gráficos foi a tela de aluminete, as plantas desta tela apresentaram uma boa quantidade de matéria verde nas partes aéreas e raízes, contudo inferior ao apresentado pelas outras telas.
6. Referências Bibliográficas
WEBLOGS, 2006. Plantas Medicinais. Disponível em:<http://weblogs. escrever.org/index.php/mestre_xaman/2006/01/25/title_21>. Acesso em 12 de Setembro de 2008 CELTIC,
2008.
Plantas
que
curam.
Disponível
em:
<
http://celtic.bighost.com.br/ervas/balsamo.html>. Acesso em 12 de Setembro de 2008 ENGEL, V. L.; POGGIANI, F. Estudo da concentração de clorofila nas folhas e seu espectro de absorção de luz em função do sombreamento em mudas de quatro espécies florestais nativas.3 Revista Brasileira de Fisiologia Vegetal, v.3, n. 1, p. 39-45, 1991. MILANEZE, M. A.; GONÇALVES, E. Caracterização morfo-anatômica das folhas de Sedum dendroideum DC, CRASSULACEAE In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE FARMACOGNOSIA, 3., 2001, Curitiba. Anais. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, Departamento de Farmácia, Laboratório de Farmacognosia, 2001. p. FB-23.
WIKIPEDIA, 2008. Bálsamo: Sedum dendroideum. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Planta_medicinal>. Acesso em: 12 de Setembro 2008