E. DOTTA NETO2, N. T. TEIXEIRA1 (1) – Professora doutora do Curso de Engenharia Agronômica “Manoel Carlos Gonçalves” – Centro Regional Universitário de Espírito Santo do Pinhal – UNIPINHAL, Espírito Santo do Pinhal – SP (2) – Estagiário em Nutrição de plantas – UNIPINHAL Ácido Húmico na Cultura do Feijoeiro Resumo O Feijão (Phaseolus vulgaris L.) é uma planta anual, que necessita de um clima tropical, entre 18º e 30ºC, sendo de grande importância na alimentação do país. O teor protéico encontrado nas sementes é de 35%, sendo também um alimento energético. O ácido húmico é utilizado como estimulador de crescimento nas raízes e nos brotos de plantas. O ácido húmico faz com que as plantas aumentem a absorção dos nutrientes. 1. Introdução O feijão comum é uma planta anual herbácea, pertencente à família Leguminosae, gênero Phaseolus. Está classificado como Phaseolus vulgaris L. O feijão (Phaseolus vulgaris L.) é um dos mais importantes alimentos no Brasil, por ser reconhecidamente uma excelente fonte protéica, além de possuir bom conteúdo de carboidratos, vitaminas, minerais, fibras e compostos fenólicos com ação antioxidante que podem reduzir a incidência de doenças. (Embrapa, 2005). O Brasil produz cerca de 2,6 milhões de toneladas de feijão comum com produtividade média de 732 kg/ha; em áreas irrigadas a produtividade alcança 3.000 kg/ha. (Secretaria da agricultura, irrigação e reforma agrária, 2008). De acordo com o Boletim Técnico 100, (1996), o espaçamento de 0,50 a 0,60 m entre linhas, 10 plantas por metro linear. Aplicar calcário na calagem elevando a saturação por bases e o teor de magnésio a um mínimo de 5mmolc/dm3.
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A adubação deve ser feito de acordo com a análise de solo. Aplicar o nitrogênio como cobertura entre 15 a 30 dias após a germinação das plantas. A cultura do feijoeiro necessita de um clima tropical, tendo temperaturas entre 18º a 30ºC, e 1200ppm. Os solos de preferência devem ser areno argilosos, com pH em torno de 5,0 a 6,5. UNB (2008) informou que o ácido húmico é uma solução da extração de componentes orgânicos do solo, húmus, por soluções aquosas. Os ácidos húmicos são importantes nos processos de intemperismo e em vários outros processos, afetando o solo e sub-solo. Segundo Ácidos húmicos (2008), os ácidos húmicos apresentaram estímulos de crescimento nas raízes e nos brotos. Também verificou-se que o estímulo causado pelo ácido húmico aumentou a absorção de nutrientes, onde os ácidos húmicos formam compostos com cátions metálicos, o que aumenta absorção, em grandes concentrações pode ocorrer imobilização e redução na absorção. No mesmo processo de formação de compostos, as frações de baixo peso molecular são levadas para o interior das plantas, aumentando a permeabilidade da membrana celular e podem ter a atividade semelhante à dos hormônios, estimulando o crescimento, além do crescimento decorrente de uma maior absorção de nutrientes. O principal objetivo desse trabalho foi observar o efeito do ácido húmico no desenvolvimento, produção e nodulação na cultura do feijão. 2. Materiais e métodos 2.1 Local e período O trabalho foi realizado na estufa de nutrição de plantas do Curso de Engenharia Agronômica “Manoel Carlos Gonçalves” – Unipinhal, na cidade de Espírito Santo do Pinhal, SP, o ensaio ocorreu nos meses de agosto até dezembro de 2007. 2.2 Atividades realizadas
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Foram plantados 4 feijões em cada vaso, sendo retirado os dois piores e mantendo os dois melhores em cada vaso após a germinação. Os tratamentos foram realizados em blocos inteiramente casualizados, sendo 7 tratamentos e 4 repetições. Tabela 1- Tratamentos impregados no ensaio Tratamentos 1 - Testemunha 234567-
Adubação ----------------------------------------------------------P+K N+K N+P N+P+K N+P+K
Ácido Húmico (1g) ------------------------------Ac. Húmico Ac. Húmico Ac. Húmico Ac. Húmico Ac. Húmico --------------------------------
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados obtidos, incluídos na tabela Tabela 2 – Altura de Plantas (cm), Comprimento de Raízes e Vagens (cm), Número de folhas, de Flores e de Vagens obtidos no ensaio e resumo estatístico. Médias de 4 repetições. Tratamentos
Altura
1 2 3 4 5 6 7 CV % F DMS (Tukey
Plantas 84,20 ab 76,44 ab 114,00 b 39,68 a 101,65 b 82,99 ab 99,13 b 27,85 4,06 * 54,71
de
Comprimento
Número de
Número de
Número
de Raízes 30,13 a 21,44 a 13,28 a 13,64 a 19,18 a 15,90 a 14,34 a 41,37 2,55 ns 17,38
Folhas 10,25 ab 8,50 ab 11,00 b 6,25 a 8,25 ab 9,00 ab 9,00 ab 21,57 2,51 ns 4,41
Flores 5,00 a 6,00 a 5,25 a 2,75 a 3,50 a 4,75 a 6,25 a 60,83 0,76 ns 6,69
Vagens 1,35 a 1,64 a 1,47 a 0,84 a 1,35 a 1,74 a 1,26 a 38,82 1,21 ns 1,23
de
Comprimento de Vagem 1,73 ab 2,73 b 1,86 ab 0,93 a 1,96 ab 1,72 ab 1,79 ab 41,57 1,96 ns 1,74
a 5%) Obs. ns – não significativo estatisticamente a 1% e a 5%. * significativo a 5%. Médias seguidas de mesmas letras são iguais estatisticamente a 5% (dentro das colunas).
Tabela 3 - Número de nódulos, ativos e inativos, peso verde e seco das raízes e parte aérea (g/planta) e resumo estatístico. Médias de 4 repetições. Tratamentos
Número de
Número
nódulos
nódulos
ativos
inativos
de
Peso verde
Peso seco
Peso
verde
Peso seco da
de raízes
de raízes
da
parte
parte aérea
aérea
3
1 2 3 4 5 6 7 CV % F DMS (Tukey
4,70 b 4,18 b 1,85 a 1,72 a 0,84 a 1,29 a 0,70 a 42,18 12,14 ** 2,12
6,00 c 4,73 bc 4,75 bc 1,06 a 2,28 ab 2,12 ab 1,34 a 38,76 9,92 ** 2,84
0,71 a 0,82 a 0,51 a 0,86 a 0,93 a 0,84 a 0,65 a 50,87 0,56 ns 0,89
0,54 a 0,26 a 0,26 a 0,20 a 0,32 a 0,35 a 0,25 a 47,96 2,24 ns 0,35
4,42 a 6,58 ab 6,29 ab 5,36 ab 11,80 ab 12,20 b 10,71 ab 39,48 4,07 ** 7,44
3,31 ab 5,11 ab 3,83 ab 2,01 a 4,90 ab 6,58 b 4,01 ab 40,74 2,83 ** 3,98
a 5%) Obs. ns – não significativo estatisticamente a 1% e a 5%. ** significativo a 1%. Médias seguidas de mesmas letras são iguais estatisticamente a 5% (dentro das colunas).
4. CONCLUSÕES O ácido húmico não substitui os nutrientes que a planta necessita em seu ciclo, mais o ácido húmico aplicado junto com a adubação gera uma grande economia ao agricultor, decorrente do aumento da produtividade, e menor custo para sua aplicação, pois o ácido húmico ajuda a planta absorver mais os nutrientes evitando as perdas por lixiviação ou volatilização. 5. BIBLIOGRAFIA AMBROSANO, E.J. et al. Recomendações de adubação e calagem para o Estado de São Paulo. 2ªed. Campinas: IAC, p.194-195, 1996 (Boletim Técnico 100). EMBRAPA,
2005.
Sistemas
de
Produção.
Disponível
em
http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Feijao/FeijaoPrimSe gSafraSulMG/index.htm. Acesso em 20/03/2008.
SECRETARIA DA AGRICULTURA, IRRIGAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA, 2008. Sistemas de Produção. Disponível em http://www.seagri.ba.gov.br/Feijao.htm. Acesso em 20/03/2008. UNB, 2008. Sistemas de Produção. Disponível em http://www.unb.br/ig/glossario/verbete/acido_humico.htm. Acesso em 18/03/2008.
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http://www.acidoshumicos.com.br/humico_1.php 08/03 ácidos húmicos, 2008
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