Impresso Especial
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991224592-6/2009-DR/PR
SIND. RURAL
CORREIOS
PUBLICAÇÃO OFICIAL
Ano VII | Nº 41 | Agosto/Setembro de 2014 | R$ 10,00
ºLEILÃO 6 PRODUÇÃO
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RIO DA PAZ & PONCHE VERDE
ANGUS
QUALIDADE CERTIFICADA ENTREVISTA: JOAO CUNHA JR.
“PRESIDIR A SRO É UM GRANDE DESAFIO” Agosto e Setembro/2014
FRACKING
Programa de Certificação e características como qualidade da carne, precocidade, fertilidade e habilidade materna atraem cada dia mais criadores à raça Angus. As cabanhas Rio da Paz e Ponche Verde, oferecem em setembro 60 touros, 20 matrizes e animais cruza Angus, no Parque de Exposições de Cascavel.
COODETEC
SINDICATO RURAL ORGANIZA EVENTO SOBRE O TEMA 1
VENDA ESTÁ SOB ANÁLISE DO CADE
MOVIMENTO SEM TERRA
ARAUPEL É A NOVA VÍTIMA DAS INVASÕES NO PR
Disco de plantio comum.
Conheça a tecnologia que veio para mudar o seu conceito sobre discos de plantio
Único disco do mercado em policarbonato de alto impacto;
Anel com frisos direcionadores aumenta a eficiência na distribuição;
Exclusivo anel com furos cônicos diminui quebras e danos à semente;
Nova roseta diminui atrito e os danos à semente de soja.
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Agosto e Setembro/2014
C O M U N I C A Ç Ã O
Nova tecnologia Distribuição Precisa
Pioneira no mercado de discos de plantio, a Scherer inova mais uma vez ao lançar a tecnologia DP Impacto®. Essa tecnologia é aplicada em três componentes de plantio: Disco, Anel e Roseta. Os furos do disco possuem formato cônico facilitando a captação dos grãos de soja, melhorando a uniformidade da distribuição das sementes, reduzindo as
SCHERER
duplas e falhas e diminuindo o número de quebra de grãos. Os frisos do anel direcionam a semente dentro do tubo condutor e a nova roseta diminui o atrito entre o grão de soja e o disco de plantio, resultando em menos sementes danificadas. Além disso, os discos de plantio Scherer® da tecnologia DP Impacto® são os únicos fabricados no Brasil com matéria-prima translúcida e altamente resistente ao impacto, o que aumenta a durabilidade do produto em comparação aos existentes no mercado. Nova linha de soja DP Impacto®. O Impacto, é na sua produtividade!
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L VE
CATO RU DI
DE CASCA AL
L PATRON RA
SIN
R. Paraná, 3937 - CEP 85.810-010 Cascavel/PR - Fone (45) 3225-3437 www.sindicatorural.com DIRETORIA Presidente Paulo Roberto Orso Vice-presidente Gelso Paulo Ranghetti 2º Vice-presidente Modesto Felix Daga Tesoureiro Genor Frare 2º Tesoureiro Renato Archille Martini Secretário Paulo Cezar Vallini 2º Secretário Gion Carlos Gobbi Diretor Administrativo Paulo Roberto Orso CONSELHO ADMINISTRATIVO Membros Milton Pedro Lago Valmir Antônio Oldoni Haroldo Stocker Ângelo Custódio Romero Eugênio César Luiz Dondoni Carlos Alberto Zuquetto Gelson José Zanotto CONSELHO FISCAL Titulares Isaías Luiz Orsatto Eudes Edimar Capeletto Denise Adriana Martini de Meda Suplentes José Torres Sobrinho Airton José Gaffuri Darcy Antonio Liberalli DELEGADO JUNTO À FAEP Titular Paulo Roberto Orso Suplente Paulo Cézar Vallini
Publicação oficial do Sindicato Rural Patronal de Cascavel Circulação bimestral Coordenador editorial: Paulo Cézar Vallini (pvallini@uol.com.br) Fale com a redação: Jair Reinaldo dos Santos (editor) Fone (45) 3037-7829 / 9972-6113 editoria@revistasindirural.com.br
Departamento Comercial: (45) 3037-7829 / 9972-6113 comercial@revistasindirural.com.br
Agradecimentos: Alceu Sperança Luiz Carlos da Cruz Marcelo Vascelai. Projeto gráfico arte/diagramação: NewMídia Comunicação R. Rio Grande do Sul, 111 - CEP 85.801-010 Cascavel-PR - Fone (45) 3037-7829
EDITORIAL
Feliz Ano Novo!
Uma frase de um famoso jornalista repercutiu nas midias sociais após o final da Copa do Mundo no Brasil: “Feliz Ano Novo!”. Sua afirmação fazia graça com o fato de que muitos pensam que o Brasil só começaria a se movimentar economicamente após o Mundial, tamanha a ansiedade do povo com o evento. Mas a verdade é que o verdadeiro motor da economia brasileira não pára: é a agricultura. O tempo todo o homem do campo está plantando, colhendo, se preocupando se vai chover, se vai parar de chover, com o preço dos insumos e com o sucesso da lavoura. Há anos suportando o peso de um país lento, com portos ultrapassados, logística deficiente e crescimento mínimo da economia, o produtor rural continua sendo o responsável pela nossa maior riqueza, pois ‘‘‘o setor que está há anos equilibrando a balança comercial do País. Para esse trabalhador brasileiro, não teve Carnaval ou Copa do Mundo: o ano novo começou exatamente na data certa, dia 1 de janeiro de 2014. Nessa edição da revista SindiRural trazemos entrevista com o novo presidente da Sociedade Rural do Oeste (SRO), João Batista Cunha Jr., que fala do desafio de estar à frente da entidade. Abordamos também o polêmico tema do fracking, que teve evento organizado pelo Sindicato Rural de Cascavel objetivando buscar informações sobre esse assunto tão discutido. A venda da Coodetec para uma multinacional americana Dow Agrosciences também é tema de matéria. Falamos da sexta edição do Leilão Produção, organizado pelos agropecuraistas Renato Zancanaro e Cristopher Fillipon, que oferecerão aos pecuaristas o melhor da genética Angus. Trazemos também cobertura do evento promovido pela Globoaves para premiar os seus avicultores que se destacaram na produção em 2013 e muitos outros assuntos que interessam ao produtor rural e à cadeia produtiva do agronegócio. Boa Leitura! 4
ÍNDICE
Você vai ler nesta edição nº 41 da revista SindiRural: • Palavra do Presidente..............................06 • Entrevista..................................................08 • Registro.................................................... 12 • Capa - Genética Angus.............................14 • Venda Coodetec........................................16 • Seminário Fracking Acic...........................18 • Braham satisfaz agropecuaristas............22 • Invasão Araupel........................................24 • Agricultura Familiar em Rondônia............26 • Tecnologia em discos de plantio..............28 • FAEP organiza viagem técnica.................30 • Globoaves premia seus integrados.........32 • Perdas na safra de feijão.........................34 • Venda de máquinas tem queda...............36 • Influência da cultura japonesa.................38 • Distrito: Sede Alvorada.............................42 • Coluna Saúde............................................44 • Culinária: cupcakes...................................46 • Cursos Senar............................................47 • Aniversariantes.........................................48 • Convênios ................................................ 49 • Artigo: O Brasil sem o MST......................50 Agosto e Setembro/2014
EXCESSO DE VELOCIDADE NÃO É LEGAL.
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POTÊNCIA
TORQUE
PREÇO (R$)
GL 2.4 FLEX 4X2 HLS 2.4 FLEX 4X2
142 CV 142 CV
22 22
GLX 3.2 MT DIESEL 4X4 GLS 3.2 MT DIESEL 4X4 HPE FLEX AT 3.5 4X4 SAVANA MT DIESEL 4X4 HPE MT DIESEL 3.2 4X4 HPE AT DIESEL 3.2 4X4
180 CV 180 CV 205 CV 180 CV 180 CV
38 38 33,5 38 38
71.990,00 76.990,00 94.990,00 102.990,00 106.990,00 118.990,00 119.990,00
180 CV
38
129.990,00
(TOP DE LINHA)
REVISÃO COM PREÇO FIXO REVISÃO 1º - 10.000 KM 2º - 20.000 KM 3º - 30.000 KM 4º - 40.000 KM 5º - 50.000 KM 6º - 60.000 KM
GL 2.4 FLEX 4X2 (R$)
HLS 2.4 FLEX 4X2 (R$)
GLX 3.2 MT DIESEL 4X4 (R$)
GLS 3.2 MT DIESEL 4X4 (R$)
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SAVANA MT DIESEL 4X4 (R$)
HPE MT DIESEL 3.2 4X4 (R$)
HPE AT DIESEL 3.2 4X4 (R$)
449,00 525,00 449,00 1.011,00 449,00 525,00
449,00 525,00 449,00 1.011,00 449,00 525,00
527,00 527,00 527,00 1.119,00 527,00 527,00
527,00 527,00 527,00 1.119,00 527,00 527,00
506,00 506,00 506,00 1.067,00 506,00 506,00
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Agosto e Setembro/2014
CASCAVEL
45
AV. BRASIL, 1681
3411.7000
PALAVRA DO PRESIDENTE
“
O Sindicato Rural de Cascavel está cumprindo seu papel de entidade representativa dos interesses do produtor rural.
”
nizamos no auditório da Associação Comercial e Industrial de Cascavel (Acic) um seminário sobre exploração do gás no xisto em parceria com o Núcleo de Sindicatos Rurais do Oeste do Paraná, e Sistema Fiep - Federação de Agricultura do Paraná. O tema é polêmico e fomos buscar mais informações sobre métodos de exploração, risco de contaminação e suas vantagens através de palestras de representantes da Copel, Mineropar e Compagás. O público foi excelente e
os palestrantes trouxeram muitas informações sobre o assunto, que teve ao final interação com o público através de perguntas. Com essa iniciativa, pretendemos nos munir de informações para um futuro posicionamento dos Sindicatos Rurais do Oeste sobre o tema. Outra preocupação continua sendo a demora na liberação de créditos para a compra de maquinário agrícolas e a queda na venda das concessionárias neste ano. Vários fatores são responsáveis, como a descapitalização do BNDES com as obras da Copa do Mundo e o medo de investir em maquinário em um ano político, com um cenário totalmente indefinido para a economia em 2015. Mas lá na lavoura, apesar dos percalços, vivemos um bom momento. Cada vez mais o agricultor está se conscientizando de que precisa estar informado sobre o cenário agrícola nacional e internacional, para poder planejar a sua produção e obter melhores resultados. Paulo Orso - Presidente do Sindicato Rural de Cascavel
C O M U N I C A Ç Ã O
O pós Copa do Mundo começou fervilhando para os produtores rurais. As chuvas trouxeram estragos à cultura do feijão e prejudicaram os planos daqueles que apostaram no trigo como opção para a safrinha. Produtores de feijão chegaram a doar a produção no município de Três Barras, pois o preço praticado no mercado não cobre o custo da produção. O trigo sofreu com as chuvas e também deve contabilizar prejuízos. E para piorar, tivemos mais uma afronta à cadeia produtiva paranaense com a invasão de área produtiva da Araupel pelo movimento sem terra. Em todos esses problemas, o Sindicato Rural Patronal de Cascavel está cumprindo seu papel como entidade representativa dos interesses do produtor rural. Com outras entidades, fizemos um manifesto aberto contra a invasão da Araupel. E procuramos nos movimentar através de ações conjuntas com outros Sindicatos para buscar uma solução para o problema. Neste mês de agosto, também orga-
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Agosto e Setembro/2014
PR
ºLEILÃO 6 PRODUÇÃO RIO DA PAZ & PONCHE VERDE
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Touros Angus
20
Matrizes Angus
E animais cruza Angus
13 de Setembro de 2014
Sábado • 12h • Cascavel/PR • Parque de Exposições de Cascavel Rua Sete de Setembro, 3034 - Sala 73 Tel/F ax (45) 3222-5816 - Cel. 9972-0182 cfilippon@hotmail.com CASCAVEL - PARANÁ
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Ponche Verde
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ENTREVISTA
JOÃO BATISTA CUNHA
“Presidir a SRO é um grande desafio”
João Batista Cunha Jr., é natural de Goio-Erê, região centro Oeste do Paraná, onde nasceu no dia 10 de abril de 1969. Sua família veio para Cascavel quando ele tinha apenas 6 anos de idade. Aqui cresceu, estudou e formou família. Do casamento que durou 21 anos com Claudia Festugato, teve três filhos: Eduardo Festugato Cunha, Henrique Festugato Cunha e Luiza Festugato Cunha. Eduardo o fez avô da pequena Maria Luiza. A vida política do pai, João Batista Cunha, que foi por duas vezes secretário do ex-prefeito Salazar Barreiros e também vice-presidenSINDIRURAL - Como foi seu envolvimento com a política? JOÃO BATISTA CUNHA JR – Iniciou quanto eu tinha 16 anos. Foi quando meu pai, João Batista Cunha, entrou na vida pública. Ele foi secretário de Finanças de Cascavel no mandato de Salazar Barreiros de 1989 a 1992. Então naquela época comecei a atuar nas campanhas políticas. É uma coisa que acaba ficando impregnado em você, esse desejo de querer participar da vida pública. Daí quando fui para a faculdade, já entrei para o movimento estudantil, através do centro acadêmico de administração. Depois, participei de diversas entidades, como o Lar dos Bebês, APAE e a própria Sociedade Rural do Oeste. SINDIRURAL – Fale-nos mais de seu pai. Que lembranças tem dele? JOÃO BATISTA CUNHA JR – Meu querido pai João Batista Cunha era uma pessoa respeitadíssima. Quem o conheceu sabe disso. E me deixou algo muito valioso, que é um nome. Atuante politicamente, se dedicou durante anos à vida pública. Faleceu em 2003, em função de um problema cardíaco. Ele estava na fazenda quando sofreu um infarto. Trouxeram-no para a cidade, mas não deu tempo de socorrê-lo. Foi uma morte muito rápida. Eu procuro respeitar muito as lembranças que tenho dele, seguir seus ensinamentos, seu caráter e transparência. Acho que cheguei até onde estou em função disso, dos ensinamentos de companheirismo, de cumplicidade, das ponderações, da consciência que temos de fazer o que é correto. SINDIRURAL - E a sua vida pública começou quando?
te da Sociedade Rural do Oeste (SRO), o levou para a vida pública e ao engajamento nas campanhas políticas. Após participar de diversas entidades filantrópicas, foi secretário de Agricultura de Cascavel por duas vezes, ambas na gestão de Edgar Bueno, de 2008 a 2012. Em 2013 assumiu o cargo de diretor presidente da FUNDETEC (Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico) de Cascavel. Em 2014, foi eleito presidente da Sociedade Rural do Oeste do Paraná (SRO), onde cumprirá mandato de dois anos.
JOÃO BATISTA CUNHA JR – A partir de 2003. Meu pai começou a trabalhar na questão pública e eu acabei sendo convidado. Antes disso eu frequentava várias entidades sociais e filantrópicas. Então em 2003 eu participei da campanha do Osmar Dias para o Governo do Estado. Perdemos, mas continuei firme. Na segunda campanha de Osmar, participei novamente. Fui um dos únicos produtores rurais a apoiá-lo, em função de seu envolvimento político com o Partido dos Trabalhadores. Mas, mantive o meu compromisso com ele pois eu acho que na vida você tem que ter alguns caminhos a seguir. Defendo a ética na política. Numa oportunidade eu encontrei o Osmar, abracei-o e disse: “Estou com você só pela questão ética e pelo cumprimento do dever, pois não é fácil fazer política”. E ele me confidenciou: “Se não é fácil pra você, imagina para mim...” Osmar sempre defendeu os interesses dos produtores rurais. Mas, enfim, continuamos juntos depois disso. SINDIRURAL - Você foi secretário de Agricultura de Cascavel? JOÃO BATISTA CUNHA JR – Foi uma experiência gratificante. Durante o meu mandato como secretário, nós saímos de um Valor Bruto de Produção Agrícola (VBP) do município de Cascavel de R$ 240 milhões por ano e chegamos a R$ 875 milhões. Nesse ano de 2014, Cascavel fechou o balanço com R$ 1,35 bilhão, sendo o segundo município do Paraná em termos de VPB. Ultrapassamos a cidade de Toledo e só perdemos para a cidade de Castro. Isso é um trabalho que toda uma equipe de governo foi desenvolvendo junto ao setor rural para que che8
gássemos aonde chegamos. E Cascavel tem tudo para ser o primeiro município em VBP do Paraná, pois Castro já tem toda a sua capacidade leiteira praticamente explorada. Enquanto aqui, em Cascavel, ainda não exploramos 60% do potencial da bacia leiteira. SINDIRURAL – Esses números são prejudicados pelos produtores rurais que entregam sua produção leiteira em outros municípios? JOÃO BATISTA CUNHA JR - Sim. E muito. Não só temos muitos produtores que entregam em Toledo, mas também temos quem entrega em Três Barras, Itaipulândia e outros municípios. E ainda tem muito leite que sai de cascavel sem Nota Fiscal do Produtor Rural... Se todos emitissem NF, com certeza hoje, Cascavel seria o primeiro município do Paraná nesse índice de produtividade. SINDIRURAL – Em seguida, você assumiu a Fundetec? JOÃO BATISTA CUNHA JR - Sim. Estou como diretor presidente da Fundetec, um parque tecnológico. Um incubatório de empresas que estão se iniciando, um incubatório de ideias, onde se aposta em inovação tecnológica. Assim como na Agrotec, que é um centro de pesquisa agropecuária, uma escola agropecuária, onde estamos fechando vários convênios e contratos tanto de capacitação como de campo experimental em termos de máquinas agrícolas e genética vegetal. Desenvolvemos muitos programas e treinamentos em parceria com o Sindicato Rural de Cascavel, algo muito importante nesse setor. Temos dado apoio aos cursos do Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), que tem como braço o Sindicato Agosto e Setembro/2014
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Cada nova gestão da SRO tem que procurar ser melhor que a anterior. E eu quero que o meu sucessor seja melhor do que eu. Assim, a entidade vai estar cada vez mais forte, mais representativa, uma vez que somos uma classe tão falada e pouco valorizada
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Agosto e Setembro/2014
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Rural de Cascavel. Investimos em capacitação porque acredito que nós só vamos mudar esse mundo com educação. Não importa a idade, desde que todos nós estudemos algo e nos capacitemos. E é essa forma que vamos mudar esse Brasil. Desde a Faep que vem com os sindicatos rurais, que vem com o Senar, que vem com a Emater, que faz essa cadeia, corrente de união, é uma corrente de capacitação. Acho que é muito importante essa união de esforços de entidades com fins públicos e privadas com fins públicos. SINDIRURAL – E como está composta essa nova diretoria que assume junto com você a Sociedade Rural do Oeste? JOAO BATISTA CUNHA JR. - Nós estamos com uma diretoria muito nova. Temos diretores sócios que nunca participaram de uma administração da SRO, por isso, para muitos é um grande desafio. Para mim, em termos de gestor também é. Por que nós já enfrentamos problemas financeiros, problemas onde você tem que tentar resolver uma série de situações, trabalhistas, junto ao Ministério do Trabalho, Ministério Público e Corpo de Bombeiros para realizarmos uma festa. Mas eu sou um gestor que gosta de descentralizar. Se todos vieram aqui para exercer um cargo, é porque eles têm um ônus e um bônus. Eles estão colocando os seus nomes a apreciação e disposição de todos. Cada gestão da SRO tem que procurar ser melhor que a anterior. E eu quero que o meu sucessor seja melhor que eu. Assim, a entidade vai estar cada vez mais forte, mais representativa, uma vez que somos uma classe tão falada e pouco valorizada. SINDIRURAL - A SRO sempre levantou bandeiras em prol do agronegócio. Qual será a principal bandeira de sua gestão? JOÃO BATISTA CUNHA JR. - A nossa principal bandeira continua sendo lutar para manter a ordem em nosso país, manter o respeito à Constituição e ao direito da propriedade. Essa sempre será nossa bandeira. Hoje vemos que o país passa por muitas coisas, como crises morais e de honestidade. Ser honesto não é qualidade, é obrigação. Você respeita a lei não por respeitar, mas sim por ela ser a Constituição de um país. A SRO sempre se pautou nisso. Por isso somos contra invasões como aconteceu recentemente na Araupel. Inclusive, enviamos ofícios aos nossos deputados e ao ministro da Justiça para que possam intervir nessa situação vergonhosa. Eu sei que estão negociando mas eu acho que a entidade tem que se postar, ter uma posição. Ninguém é contrário a reforma agrária mas tem que ser feita de uma maneira justa, dentro da lei. Mas tudo tem dois lados. Nós brigamos
pela sociedade, mas muitas vezes somos esquecidos. Só lembram-se dos agricultores e ruralistas quando acontece algum desrespeito à lei. E dizem: “Olha, tem que chamar o Sindicato e a Sociedade Rural. Eles estão lá para nos ajudar”. Eu acho que quem não vive pra servir não serve para viver, então, toda a servidão ela tem dois lados, nós queremos servir mas nós precisamos também que a sociedade nos acolha bem. SINDIRURAL – O que mais a SRO oferece aos associados, além da realização da Expovel? JOAO BATISTA CUNHA JR. - A SRO não oferece somente uma feira aos seus associados. Temos diversos serviços aqui, como
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Muitas vezes somos esquecidos pela sociedade. Só lembram dos agricultores e ruralistas quando acontece algum desrespeito à lei. E dizem: “Olha, tem que chamar o Sindicato e a Sociedade Rural...”
”
escola de equitação e montaria. Temos várias entidades aqui, como a A ACIC, com a Casa do Empresário, o Circulo Italiano e o CTG Estância Colorada. Temos uma gama de culturas dentro da SRO. REVISTA SINDIRURAL - E quais são os principais objetivos de sua gestão? JOÀO BATISTA CUNHA JR. - Os principais são fazer uma boa Expovel, pois ela é a vitrine do setor agrícola, do produtor rural, e mostrar a importância do agronegócio para a sociedade. Todo mundo fala que é importante produzir alimentos, que o setor foi responsável por 33% da balança comercial, mas ninguém respeita o direito de propriedade, ninguém respeita o direito das patentes das empresas que tentam investir no Brasil em genética, em biogenética, em genético animal, em desenvolvimento de produtos. Então somos uma classe muito judiada e sem nenhum respeito. E aqui na SRO é onde temos um palco para mostrar essas reivindicações, onde podemos mostrar as 10
nossas aflições, o que pretendemos para o país e o que queremos para o setor produtivo. Também pretendo reforçar a parceria com outras entidades representativas importantes, como o Sindicato Rural Patronal e a Associação Comercial (ACIC). SINDIRURAL – E como vai ser a Expovel deste ano? Alguma novidade para esta edição? JOÃO BATISTA CUNHA JR. - Será realizada de 11 a 16 de novembro. A novidade é que, ao contrário das edições anteriores, que tinha abertura na sexta-feira, iniciaremos a feira este ano na terça-feira, com abertura prevista para as 20h. Serão três dias a menos de feira. Esse ano, estamos equalizando o valor dos ingressos a R$ 10,00 todos os dias. Com show ou com rodeio, o valor será o mesmo. Estamos novamente com a parceria com a ACIC e o Sindicato Rural, além de várias outras entidades e empresas e o apoio da Prefeitura Municipal de Cascavel. SINDIRURAL – E os shows já foram confirmados? JOÃO BATISTA CUNHA JR - Já definimos a maioria dos artistas que irão participar. Na abertura, teremos um grande show, uma noite de amigos com apresentação de 22 duplas sertanejas da região. Será uma festa muito bonita, com camarotes, barraca universitária, Expovel solidária e uma série de eventos. Nesse primeiro dia, a entrada será um quilo de alimento não perecível. Na quarta-feira, teremos show com Jads e Jadson; na quinta-feira, Pedro Paulo e Alex e no sábado, Lucas Lucco. Na sexta-feira a entrada será franca, com show ecumênico, que estamos ainda definindo. SINDIRURAL – Existe críticas em relação à data da realização da Expovel. Existe alguma possibilidade de mudança para os próximos anos? JOÃO BATISTA CUNHA JR. - Por uma questão de mercado, os leilões de touros acontecem de agosto a setembro, que é a época de monta. A colheita da safra de inverno acontece de junho a agosto. Por isso, muitos não gostam da data que acontece a Expovel, afirmando que novembro é um mês neutro para o segmento em relação a negócios, como também o caso da venda de implementos agrícolas. É muito difícil mudar a data da feira. Esse calendário que fazemos parte é discutido por todas as Sociedades Rurais do Paraná, para que não haja coincidência de datas. Para que possamos fazer qualquer alteração, precisamos realizar assembleia com todas as entidades do Estado. Estamos estudando, mas não posso garantir nada. Eu sou um dos que gostariam que a Expovel fosse um pouco antes mas, infelizmente, isso não depende somente da SRO. Mas podemos tentar trabalhar nisso. Agosto e Setembro/2014
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Sindicato Rural doa material de campanha para entidades No último di 18 de gosto, na sede da entidade, o Sindicato Rural Patronal de Cascavel, por meio do seu Departamento Feminino, fez o repasse de produtos de limpeza e higiene pessoal para o Recanto da Criança, Lar dos Bebês e Fraternidade O Caminho (Irmãs Franciscanas). Os donativos foram angariados em campanha beneficente promovida pelo Sindicato junto aos seus associados. Entre os produtos arrecadados e entregues às três entidades sociais estão sabão em pó, sabão em pedra, água sanitária, detergente líquido, amaciante, palha de aço, esponja, papel higiênico, fralda, sabonete, cotonete, pasta de dente, álcool, escova de dente, absorvente, shampoo e algodão.
VANUZA GARCIA RIBAS
REGISTRO
Diretoras do Sindicato Rural e dirigentes das entidades sociais beneficiadas durante a entrega dos donativos
Dia do Agricultor foi comemorado com café da manhã
Associados e familiares participaram do café na sede do Sindicato Rural
Associados e familiares do Sindicato Rural Patronal de Cascavel participaram na manhã desta quarta-feira (30), no auditório da entidade, de um café, alusivo ao Dia do Agricultor (28 de julho). Na ocasião, o presidente do Sindicato, Paulo Orso, enalteceu a importância do produtor rural, “que ao produzir os
alimentos, gera riqueza, desenvolvimento econômico, renda, emprego e ainda preserva o meio ambiente”. O evento foi prestigiado também pelo presidente da Câmara, Márcio Pacheco, e João Cunha, que representou o prefeito Edgar Bueno, além de vereadores e outras lideranças do setor rural do município.
Encontro da Família Rural tem 2ª edição realizado em Juvinópolis No dia 11 de junho foi realizado no Salão Comunitário de Juvinópolis a segunda edição do Encontro da Família Rural na localidade. 150 pessoas compareceram ao evento, que teve como objetivo levar orientações sobre a saúde do homem e ações de prevenção. Na ocasião, a gestora administrativa do Sindicato Rural de Cascavel proferiu palestra sobre os benefícios previdenciários do homem do campo. Várias edições do evento acontecem anualmente, sempre no mês de agosto em comunidades rurais de Cascavel. 12
Agosto e Setembro/2014
Uma comitiva de empresários mexicanos esteve visitando o Sindicato Rural de Cascavel no mês de julho. A missão foi organizada pela Câmara de Comércio Brasil-México. Eles foram recepcionados pelo presidente Paulo Orso e outros diretores. Eles vieram em busca por informações a respeito das políticas públicas de apoio à produção agrícola, à importação e exportação de produtos agrícolas e do sistema de comercialização. Gabriel Álvarez Mendoza, da empresa Agri Tendencias y Servícios, disse que o México produz 21 milhões de toneladas de milho mas consome 33 milhões toneladas de milho por ano. Essa diferença é comprada nos Estados Unidos. Mas agora, querem diversificar, buscando outros vendedores. Além do Brasil, especificamente o Paraná, os mexicanos pretendem comprar milho também da Argentina. Mendoza disse que ficou im-
VANUZA GARCIA RIBAS
Mexicanos visitam o Sindicato Rural
Empresários mexicanos foram recebido pelo presidente Paulo Orso e diretores
pressionado com o volume de produção de grãos do Paraná, em torno de 36 milhões de toneladas por ano, e acredita que há um grande potencial para um trabalho em conjunto. Além do milho, os empresários
mexicanos também querem importar farelo de soja para alimentação da produção avícola. Além de Cascavel, os empresários estiveram em Curitiba, Maringá, Palotina e Foz do Iguaçu.
Nova diretoria da Sociedade Rural do Oeste (SRO) tomou posse
João Batista Cunha Jr. recebeu o cargo de Erwin Soliva
Novos diretores para o biênio 2014/2016
Diversas autoridades prestigiaram o evento, dentre elas o prefeito Edgar Bueno e a deputada estadual Cida Borghetti
Centenas de pessoas prestigiaram a posse
Tomou posse no último dia 1º de agosto a nova diretoria da Sociedade Rural do Oeste (SRO), encabeçada por João Batista Cunha Jr, que ficará à frente da entidade pelos próximos dois anos. O evento aconteceu no Parque de Exposições Celso Garcia Cid, com a presença de centenas de associados, lideranças políticas e empresariais. Erwin Soliva, que entregou o cargo, agradeceu o empenho de diretores e funcionários da entidade durante os quatro anos de seus dois mandatos e destacou a importância do agronegócio do Oeste do Paraná para o Brasil. Filho de João Batista Cunha, um dos fundadores do
SRO, o novo presidente da entidade reafirmou seu compromisso de lutar em favor dos interesses do agronegócio regional, paranaense e brasileiro. “O Brasil tem ‘Ordem e Progresso’ na bandeira e onde houver essas duas coisas, a SRO estará lá para defender aqueles que produzem e geram riquezas para o país”, salientou. Prestigiaram o evento o prefeito de Cascavel, Edgar Bueno, do presidente da Câmara de Vereadores, Marcio Pacheco e do deputado federal Alfredo Kaefer e a deputada federal Cida Borghetti, que representou o governador Beto Richa.
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LEILÃO PRODUÇÃO
A melhor genética Angus é oferecida “ As cabanhas Rio da Paz e Poncho Verde realizam neste dia 13 de setembro seu tradicional leilão, onde oferecerão touros, matrizes e animais cruza Angus
De fácil manejo, rústico, além de produzir uma carne de excelente qualidade, com sabor e maciez mundialmente reconhecidos, e em pleno processo de expansão. Esse é o Angus, uma raça bovina de origem européia, da região Nordeste da Escócia, que chegou ao Brasil pela região de Bagé, no Rio Grande do Sul, hoje considerada um dos mais importantes centros da criação no Brasil. Caracterizado por ter uma carne diferenciada devido à genética dos animais, os bovinos Angus depositam marmoreio (gordura entremeada à carne) e podem ser abatidos extremamente jovens, com cerca
Em todo o Brasil aumentou o muito o número de criadores. A raça é muito forte no Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e Minas Gerais.
”
RENATO ZANCANARO Agropecuarista
de 12 meses, gerando uma carne macia e suculenta. E o Angus é hoje reconhecidamente a raça que mais cresce em número de criadores e venda de sêmen no Brasil. E em 2014, o balanço oficial da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia) confirmou o avanço da comercialização de 14
sêmen Angus sobre a zebuína Nelore, com 3,36 milhões de doses vendidas. A participação da raça no total comercializado pela Asbia alcançou 43,17%, 5 pontos percentuais acima da participação da raça Nelore (padrão e mocho) com 38,16%. A inseminação artificial entre os neloristas perdeu força e registrou pouco mais de 2,91 milhões de doses, um recuo de 12%. Para o agropecuarista cascavelense Renato Zancanaro, o mercado atual mostra que investir em Angus é um excelente negócio. “Em todo o Brasil aumentou muito o numero de criadores. A raça é muito forte no Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e Minas Gerais. O número de usuários de genética hoje é vertiginioso, chegando a um crescimento médio anual superior a 18% nos últimos 4 anos em alguns Estados”, afirma o agropecuarista, que trabalha com seleção genética da raça em sua propriedade em Rio do Salto, interior de Cascavel. “Essa grande participação de mercado se deve muito ao programa Carne Angus CerAgosto e Setembro/2014
tificada, criado pela Associação Brasileira de Angus, que oferece um ganho diferenciado na produtividade para o agropecuarista”, ressalta. PROGRAMA DE CERTIFICAÇÃO A Carne Angus é certificada pela Associação Brasileira de Angus, através da identificação diferenciada da carcaça por técnicos credenciados nas plantas frigoríficas certificadas. A identificação é realizada a partir da inspeção dos animais nos currais de abate e novamente na linha de abate, onde são avaliados individualmente quanto a pelagem, conformação da cabeça e da carcaça, idade e grau de acabamento, sendo conferido um carimbo com a letra (a) na linha de abate aqueles animais que forem aprovados na avaliação final. A desossa, embalagem e expedição são também acompanhadas pelos técnicos do programa, atestando o alto padrão de qualidade do processo. Toda a carne é embalada a vácuo e recebe uma etiqueta diferenciada, onde o selo de certificação da Associação Brasileira de Angus é visível. No Paraná, o único habilitado a abater carne Angus com a certificação da Associação Brasileira de Angus é o frigorífico Aliança, localizado em Guarapuava. LEILÃO PRODUÇÃO Em sua 6ª edição, o Leilão Produção,
A raça teve excelente adaptação ao clima brasileiro, especialmente no sul e sudeste
organizado pelos agropecuaristas Renato Zancanaro e Cristopher Fillipon, já é tradicional por oferecer somente o melhor da genética Angus. “Temos muito tempo trabalhando em seleção genética no mercado e um nome a zelar. Nesse leilão, oferecemos somente o melhor do nosso plantel de touros e matrizes e animais cruza Angus”, afirma Zancanaro. O evento acontece no Parque de Exposições de Cascavel, a partir
das 12h do dia 13 de setembro. “Como nas edições anteriores, este ano também chegaremos a 100% de comercialização dos nossos animais”, prevê Cristopher Fillipon. “E fica o convite a todos os agropecuaristas, tanto aqueles que já trabalham com a raça como aqueles que estão pensando em começar agora, para comparecerem ao nosso evento”, finaliza o agropecuarista Renato Zancanaro.
Surgido na Europa, o Angus chegou ao Brasil vindo do Uruguai, no início do século XIV
Origem da raça No século VIII, segundo algumas autoridades, ao atacar a costa da Inglaterra e Escócia os valentes escandinavos trouxeram com eles um gado pequeno, de cor parda e sem chifres, que cruzou com o gado preto nativo celta, do interior da Escócia, possuidor Agosto e Setembro/2014
de chifres verticais. A natureza produziu uma raça sem chifres, de cor preta, correspondendo aproximadamente ao Angus Aberdeen Preto de hoje, embora fosse uma animal de corpo bem menor. A característica sem chifre levou muito tempo para se espalhar pelo interior e por quase mil anos ficou confinada principalmente às áreas costeiras da Inglaterra e Escócia.
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O primeiro registro da chegada da raça no Brasil data de 1906, pelo criador Leonardo Collares Sobrinho, com o touro Menelik, que veio do Uruguai. Em 1920, o domínio do Angus já era percebido nos campos do Rio Grande do Sul, pela enorme adaptabilidade que a raça britânica apresentou ao clima dos pampas. Dali, se espalhou para o resto país rapidamente.
MERCADO
Venda da Coodetec sob análise do CADE “
A multinacional Dow Agrosciences adquiriu a Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola no mês de julho, mas a operação ainda depende de aprovação do Conselho Administativo de Defesa Econômica
No primeiro dia do mês de julho de 2014 diretoria da Coodetec (Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola) comunicou publicamente a sua aquisição pela multinacional Down Agrosciences. A decisão foi tomada em consenso pelos presidentes das 32 cooperativas que detinham seu controle acionário. A Dow Agrosciences é uma das mais importantes empresas mundiais de ciência e tecnologia para o agronegócio. Suas áreas de atuação incluem a proteção às lavouras, com
Empresas multinacionais, com mais capacidade de investimento e tecnologia a nível global tendem a ficar à frente do mercado.
”
IVO CARRARO Presidente Executivo da Coodetec
o controle de pragas, vegetação e doenças, e o fornecimento de híbridos e biotecnologia de alta qualidade que garantem a produtividade de cultivos. O acordo inclui o banco de germoplasma - material genético - da Coodetec, entre outros que são necessários para a
operação de sementes. A operação agora está sob análise do CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), autarquia do Ministério da Justiça em Brasília que julga a legalidade de operações desta natureza. O processo
FOTO: MARCELO VASCELAI
A sede da Coodetec está localizada na BR 467, entre Cascavel e Toledo
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pode levar de 45 a 60 dias e as informações sobre a operação correm em segredo até a análise final. Enquanto isso não acontece, a Coodetec segue sua rotina normal de trabalho, o que deve continuar até que todas as suas pendências e contratos comerciais sejam cumpridos e a empresa devidamente extinta. “Foi uma decisão de todos os presidentes das cooperativas que controlam a Coodetec. Após análise de mercado, eles decidiram encerrar as atividades na área de pesquisa”, afirma o engenheiro agrônomo Ivo Carraro, presidente executivo da Coodetec. “Existe uma relação excelente entre a Down e as cooperativas, que mantém uma ótima parceria comercial”, salienta. COMPETIVIVIDADE Um dos motivos da venda pode ter sido a falta de competitividade da empresa perante às empresas detentoras das tecnologias de sementes. Com a adoção das sementes transgênicas, que é uma tecnologia de posse de empresas multinacionais, a participação de mercado da Coodetec foi afetada. “Empresas com mais capacidade de investimento e tecnologia a nível global tendem a ficar na
Coodetec nasceu dentro da Ocepar A Coodetec (Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola) atuava como uma empresa de base tecnológica voltada à agricultura, nacional e de propriedade dos 185 mil agricultores filiados às mais destacadas cooperativas de produção do Brasil. Foi criada em 1974 como um departamento de pesquisa da Ocepar e com o tempo ganhou autonomia própria, chegando a ocupar lugar de destaque entre as empresas de pesquisa nacionais e internacionais. Logo que a Coodetec deixou de ser apenas um departamento, a atuação, que ficava restrita ao Paraná, passou a
frente do mercado”, afirma o presidente da Coodetec. “Outras empresas de pesquisa também foram afetadas com essa situação, com é o caso da Embrapa”, afirma. Carraro salienta que existe um bom ambiente negocial futuro entre a Down Agrosciences e as cooperativas e isso é natural. “Ninguém tem interesse em fechar portas”, diz.
ser nacional, com a integração de novas cooperativas, de outros Estados ampliando seu mercado para o Paraguai, Bolívia, Uruguai e Argentina. Atualmente 32 cooperativas agropecuárias faziam parte da Cooperativa Central. Todos 185 mil agricultores ligados a elas tinham acesso rápido às novas tecnologias oferecidas pelos modernos laboratórios de biotecnologia da Coodetec, o que pode mudar com a concretização da venda. A Coodetec também tem uni-
dades em outras cidades como: Palotina, Goioerê, Paracatu (MG), Rio Verde (GO) e Primavera do Leste (MT).
A partir da aprovação da aquisição pelo CADE, a Coodetec será uma marca da Dow Agrosciences, que continuará sendo utilizada. Segundo a multinacional, com a assinatura do contrato, a estratégia da empresa será avançar o desenvolvimento dos programas relacionados à soja, além de fortalecer a posição da empresa no mercado internacional.
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GÁS DE XISTO
Fracking é tema de seminário na Acic Evento aconteceu por iniciativa do Sindicato Rural de Cascavel, Nurespop e FAEP e trouxe palestrantes para abordar o tema polêmico
Por iniciativa do Núcleo de Sindicatos Rurais do Oeste do Paraná (Nurespop), Sindicato Rural Patronal de Cascavel e Sistema FAEP (Federação de Agricultura do Estado do Paraná), aconteceu no mês de agosto, na Acic (Associação Comercial e Industrial de Cascavel), o Seminário sobre Exploração do Gás de Xisto. O evento reuniu representantes de todos os sindicatos rurais da região, engenheiros agronônomos, técnicos, estudantes e a sociedade em geral, além das entidades de classe. O objetivo foi buscar informações sobre a polêmica técnica de exploração de gás de xisto por fraturamento hidráulico, também conhecida por “fracking”, e promover o debate entre os participantes. Três palestrantes abordaram o tema: o diretor de Desenvolvimento de Negócios da Copel, Joel Nazareno Lurk; o geólogo Luis Tadeu Cava, da empresa Mineropar; e o presidente da Compagás, Luciano Pizzato. O tema gerou diversos protestos na região pelo seu conteúdo polêmico. Em Toledo, manifestantes saíram às ruas pedindo o não
Palestrantes abordaram o tema com informações técnicas e responderam perguntas
uso da técnica. Em Cascavel, ambientalistas e estudantes também realizaram protestos. Para o presidente do Sindicato Rural de Cascavel, Paulo Orso, o “fracking” merece estudos e busca de informações para um posicionamento da entidade em relação ao assunto. “Tivemos a oportunidade de propiciar um pouco mais de informações sobre algo que nós até ontem não sabíamos muito e continuamos não sabendo de tudo. Este Seminário foi o primeiro que organizamos
para discutir o assunto”, afirmou, ressaltando que outros eventos deverão ser promovidos pelo Sindicato Rural sobre o tema. “O objetivo é trazer conhecimento, informação a todos os produtores rurais em especial, mas também a comunidade para que possamos no amanhã, tomar a nossas decisões, nos pronunciarmos com conhecimento, para não cometer erros maiores em relação ao nosso comportamento futuro”, salienta. Para ele, “não podemos falar de uma coisa que nós www.aquatintas.com.br
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Há muitas dúvidas e mitos sobre a exploração e isso deve ser repassado à população.
Aprovo a preocupação das pessoas, mas é preciso mais estudos e informações.
A prioridade da Copel não é fraturamento hidráulico. Opatamos pelo método convencional.
LUIS TADEU CAVA Geólogo da Mineropar
LUCIANO PIZZATTO Presidente da Compagás
JONEL NAZARENO LURK Diretor da Copel
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não sabemos ou não conhecemos. Por isso precisamos buscar quem faz parte, atores desse sistema, para que nos possam propiciar o conhecimento que possuem. Vamos buscar outras pessoas para falar sobre esses assuntos, depois de tudo isso, sintetizar todas as informações e emitir a nossa opinião real em relações a questão socio-ambiental, econômica e produção agropecuária e a água que é muito importante para nós”. O geólogo da Mineropar, Luis Tadeu Cava, afirmou que ainda há dúvidas e mitos sobre a exploração e isso deve ser repassado para a população. “As pessoas ainda não têm informação suficiente sobre a captação do gás. Ainda não sabemos se é viável economicamente fazer estudos sobre os métodos. Não temos dados concretos, por isso precisamos levar informações e explicações”, ressaltou. Outro palestrante, o presidente da Compagás, Luciano Pizzatto, ressaltou a importância da preocupação em relação ao assunto. Para ele, existem informações desencontradas, como ocorreu na época do surgimento das plantas transgênicas. “Aprovo a preocupação das pessoas, mas é preciso mais detalhes, estudos e informações. Pode ser que a exploração seja extremamente benéfica”, disse. A Copel participou do leilão em novembro do ano passado e arrematou quatro lotes. Para o diretor de Desenvolvimento de Agosto e Setembro/2014
”
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O X DA QUESTÃO Riscos ambientais da exploração do gás de xisto não são ainda totalmente conhecidos. Algunas ocorrências registradas em outros países são preocupantes.
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Um grande número de pessoas compareceu ao auditório da Acic e após as palestras puderam fazer perguntas aos convidados
Negócios da empresa, Jonel Nazareno Lurk, que proferiu palestra no Seminário, serão necessários R$ 80 milhões para os estudos durante quatro anos, antes das possíveis explorações. “A prioridade não é fraturamento hidráulico. Optamos pelo método convencional. Vamos estudar a viabilidade da técnica, mas é importante ressaltar que o gás descentralizado é uma riqueza, além de gerar energia e beneficiar a população”, disse. Para o diretor da Copel, a liminar foi concedida pelo judiciário por precaução para que se possam buscar esclarecimentos. “É importante que essa questão seja resolvida rapidamente para que essas pesquisas sejam iniciadas e possamos comprovar a existência ou não de gás convencional e também do gás de xisto e se isso pode resultar em benefícios para a população do Paraná”, afirmou. Para ele o seminário promovido pelo Sindicato Rural foi muito importante por abrir um diálogo e a busca de esclarecimentos. “Também mostramos o posicionamento da Copel, que está focada no gás convencional que é diferente do gás do xisto por ter menor impacto ambiental. Mas é importante que possa ter uma solução a esse impasse que está criado hoje”, ressaltou. CÂMARA DE CASCAVEL REALIZOU AUDIÊNCIA PÚBLICA No dia 21 de agosto, foi realizado na Câmara de Vereadores de Cascavel uma audiência pública sobre o uso do “fracking” para exploração de gás na região Oeste. O
Entenda a polêmica sobre o tema O assunto “fracking” veio à tona após a 12ª Rodada de Licitações, realizada em novembro de 2013 pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), que previa a exploração de gases não convencionais na região da Bacia do Paraná, no Oeste do Estado. O edital previa o uso do “fracking” ou “técnica de fraturamento hidráulico”, indicada para a extração de gás de xisto. O seu uso é questionado internacionalmente pelos riscos ambientais que proporciona, como a contaminação dos lençóis freáticos. O resultado da Licitação foi suspenso no início do último mês de junho a pedido do Ministério Público Federal (MPF) que questionou a permissão da reguladora à exploração de gases não convencionais na região. A ANP entrou com recurso pedindo a anulação do efeito suspensivo, deter-
evento também contou com a participação de representantes da Compagás e da Copel, além OAB e do município de Cascavel, pesquisadores e professores universitários. O engenheiro da Copel, Otto Armin Doetzer e o diretor presidente da Compagas, Luciano Pizzatto, destacaram as vantagens da exploração do gás de xisto, as quais não convenceram os populares presentes. O resultado da audiência foi a deliberação de criar 20
minado pela Justiça, afirmando que o caso deveria ser julgado no Rio de Janeiro e que a decisão era “desproporcional” em função do prejuízo à assinatura dos contratos previamente agendados. Mas desembargador federal Cândido Alfredo Leal manteve a suspensão, por entender que a suspensão das licitações é importante em função dos riscos consideráveis relacionadas à exploração. O uso do “fracking” foi regulamentado pela ANP no início do mês de abrill e, segundo a agência, condiciona a exploração a critérios de segurança ambiental, que era um dos alvos da crítica do MPF. A Procuradoria também argumentou que as áreas licitadas abrangiam o Aquífero Guarani e terras indígenas e quilombolas, o que foi negado pela ANP.
uma lei proibindo o fracking em Cascavel; o encaminhamento de ata da audiência à todas as câmaras do país; a solicitação de posicionamento de candidatos a respeito do tema; o envio de um ofício ao Conselho Nacional do Meio Ambiente, solicitando uma audiência pública nacional sobre o tema; a convocação para uma audiência municipal de energia em Cascavel e a mannutenção de uma comissão de estado geológico no município. Agosto e Setembro/2014
RESERVA LEGAL
Alteração no cartório exige registro no CAR Produtor rural deve acessar o site do CAR para fazer o registro
Averbação da Reserva Legal nas matrículas de imóveis por parte dos Cartórios foi substituída pela apresentação da comprovação do registro do imóvel junto ao CAR
A Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) alerta que agricultores devem atentar que a exigência da averbação da Reserva Legal nas matrículas de imóveis por parte dos Cartórios de Registro de Imóveis, prevista no artigo 575 do Código de Normas foi substituída pela apresentação, por parte do interessado, da comprovação do registro do imóvel junto ao Cadastro Ambiental Rural (CAR). Nessa comprovação, o proprietário deve estar na condição de ativo, nos termos da Portaria 97/2014 do Instituto Ambiental do Paraná (IAP). Decisão nesse sentido foi tomada pelo desembargador Eugênio Achille Grandinetti, corregedor de Justiça, no dia 21 de julho. Ou seja, todo o produtor rural que realizar alguma alteração cartoral do seu imóvel rural, Agosto e Setembro/2014
como subdivisão, desmembramento, unificação, fusão, entre outros, deverá proceder o devido registro junto ao CAR (SICAR), apresentando-o na condição de ATIVO no Cartório de Registro de Imóveis para arquivamento. Essa condição de ATIVO significa que já efetuou o CAR e ele é básico para dar andamento ao trâmite no Cartório. Na cartilha disponível
nos sindicatos rurais, é possível obter mais informações sobre os procedimentos para o Cadastro. De posse do número do registro do CAR, o produtor deverá acessar o site www. car.gov.br/#/ e clicar no item “Consultar - Situação do CAR”. Após obtido o número de registro, ele deve tirar uma cópia e anexar à papelada exigida pelo Cartório.
Declaração do ITR 2014 pode ser feita no Sindicato Rural de Cascavel O presidente do Sindicato Rural Patronal de Cascavel, Paulo Orso, informa aos produtores interessados que o Departamento Fundiário da entidade está fazendo a declaração do Imposto Territorial Rural (ITR) 2014. O prazo de entrega se estenderá até 30 de setembro. Para fazer a declaração, basta que o produtor apresente os documentos dos imóveis ou a declaração do ano anterior. Toda pessoa que tem título de terra em área rural precisa fazer a declaração, mas só paga imposto quem tem áreas acima de 30 hectares. Quem dei-
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xar de fazer a declaração não poderá tirar certidão negativa de débitos, que é o documento exigido para financiamentos agrícolas, e registro de compra ou venda da propriedade. Além disso, terá de pagar multa de 1% ao mês sobre o imposto devido. A declaração deve ser feita por m io do programa gerador da declaração do ITR, relativo ao exercício de 2014, que está disponível no site da Receita Federal (www.receita.fazenda.gov.br). Mais informações podem ser obtidas pelo fone 3225.3437 ou pelo e-mail falecom@sindicatorural.com.
BRAHMAN
Brahman satisfaz agropecuaristas
Realizado anualmente sempre no mês de agosto, o Leilão Genética PR oferece excelente genética Brahman aos criadores
Criadores que adquiriram touros Brahman nos últimos anos comemoram os resultados com a raça, que eleva o patamar da qualidade do rebanho no cruzamento industrial A pecuária hoje, mais do que nunca, é um negócio altamente profissionalizado, muito diferente dos tempos em que se colocava os animais no pasto e se esperava os resultados. Fazer uma análise de mercado levando em conta fatores geográficos e climáticos são essenciais na definição de qual raça possui as melhores características de adaptabilidade em cada caso. O investimento em uma boa genética é outro fator essencial para o sucesso do rebanho. “Hoje está claro que o bom aproveitamento de todo o esforço de produção pecuária, depende de se usar também uma genética
“
Entre os zebuínos, o Brahman é a raça de gado de corte que mais tem a dar para o Brasil RENO KUNZ Agropecuarista
”
adequada. Aquilo que os genes transmitem de uma geração para outra transforma-se integralmente em lucro, porque vai fazer o mesmo espaço e recursos produzir mais carne. A seleção genética nada mais é do que um acúmulo de características excepcionais dos melhores exemplares de cada raça”, afirma o agropecuarista cascavelense Rogério Stein. Há mais de 20 anos presente no Bra22
sil, oriunda dos EUA, o Brahman vem surpreendendo os agropecuaristas pela sua precocidade e ganho de peso. “Entre os zebuínos, o Brahman é a raça de corte que mais contribuição tem a dar ao Brasil”, ressalta o criador Reno Kunz, que juntamente com Rogério Stein promovem anualmente o Leilão Genética Paraná, com sua edição no dia 30 de agosto, no Parque de Exposições de Cascavel. “Estaremos oferecendo somente os melhores animais da RPK Genética e Brahman Xagu, resultado de anos de seleção dessa raça que é considerada hoje o zebu mundial”, enfatiza Kunz. Em sua segunda edição, o Leilão Genética Paraná já contabiliza diversas histórias de sucesso, como é o caso do agropecuarista Iomar Schiller Weirich, de Vera Cruz do Oeste/PR. “Após uma extensa pesquisa de mercado, chegamos à conclusão de que os touros Brahman são a melhor opção para cruzamento com Angus. Uma vaca 1/2 sangue Angus é pequena e desenvolve muito bem com o touro Brahman, gerando bezerros pequenos e muito precoces, que Agosto e Setembro/2014
ganham peso rapidamente”, diz Iomar. “Os touros adquiridos no Leilão Genética Paraná nos renderam resultados muito bons. Recomendo a meus amigos agropecuaristas que buscam uma raça com precocidade e ganho de peso”, conclui. Já José Romildo Vicentini, que possui propriedade em Guaraniaçu/PR, mudou do Nelore com Angus para cruzamento de Brahman com Angus. “Mudei porque há dois anos investi em touros Brahman através do Leilão Genética Paraná. Hoje, com o cruzamento Brahman/Nelore, o resultado está sendo muito satisfatório”, afirma. Vicentini conta que o sobrinho, que é agropecuarista em Colider/MT, há dois anos também trocou todos seus touros por Brahman. Segundo ele na criação extensiva, a pasto, o grande destaque é a precocidade. “Enquanto um Nelore fica pronto para o abate em 36 meses, os animais com cruzamento Brahman ficam no peso ideal em apenas 30 meses”, comemora. “A bezerrada gerada da cruza dos touros Brahman com Nelore e Tabapuã é a coisa mais linda de se ver”, comemora José Aurenides Elias, agropecuarista em Diamante do Oeste/PR. “Adquiri cinco touros Brahman na primeira edição do Leilão Genética Paraná. Estou muito satisfeito com os animais. Dentre as características do Brahman as que mais gostei foram a
A docilidade e o ganho de peso rápido do rebanho são as principais qualidades da raça
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A bezerrada gerada da cruza dos touros Brahman com Nelore e Tabapuã é a coisa mais linda de se ver
”
JOSÉ AURENIDES ELIAS Agropecuarista
docilidade, o ganho de peso e mais carcaça. E também acompanha bem a vacada”,
afirma Aurenides. Ele destaca também a produção de leite das vacas, que é muito boa. “E na hora de vender a bezerrada, os colegas agropecuaristas fazem fila para comprar. Muitos nem se dão ao trabalho de ir ver os animais, pois quando sabem que é Brahman compram de olhos fechados”, comemora. A edição deste ano do Leilão Genética Paraná oferecerá 30 lotes de touros melhoradores, criados a campo, prontos para monta e lotes de cruzamento industrial. “Com certeza será uma ótima oportunidade para se investir em genética e se preparar da melhor maneira para ter resultados no campo”, finaliza Reno Kunz, convidando os agropecuaristas para o evento.
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ARAUPEL
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A ocupação de áreas da Araupel, em Quedas do Iguaçu por integrantes do MST começa a refletir na economia do município e traz novamente apreensão e insegurança ao campo
Faltavam poucos minutos para a meia noite do dia 16 de julho quando mil famílias, cerca de cinco mil pessoas, ligadas ao MST invadiram áreas da Araupel, empresa que trabalha com reflorescimento, em Quedas do Iguaçu, região Sudoeste do Paraná. Segundo a Polícia Militar, uma parte dos integrantes bloqueou um das estradas de acesso por volta das 23h e outra seguiu para a área de 33 mil hectares, onde permanecem até o momento. Um caminhão colocado em uma das pontes sobre o Rio das Cobras impede a chegada à região. Por volta das 5h, outro grupo, com mulheres e crianças, deixou o acampamento vizinho ao assentamento Irino Alves, em Rio Bonito do Iguaçu, com destino à área invadida. De acordo com o movimento, são 1,2 mil pessoas acampadas e 5 mil participaram da invasão. A Araupel considera que o senador Roberto Requião foi o grande incentivador da invasão. Em entrevista a uma emissora de
FOTO: LUIZ CARLOS DA CRUZ
Invasão põe Quedas do Iguaçu em alerta
Os integrantes do movimento alegam que a área é improdutiva
rádio local, o senador acusou a empresa de usurpação de terra, questionou se ela possui os documentos da área e defendeu a ocupação do local. “A população não pode ser prejudicada, mas você não pode defender uma invasão. E eu não estou falando da preocupação de uma pessoa que desesperadamente procura um pedaço de terra para produzir, estou falando de invasão de terra pública. É um assunto delicado, mas o Estado tem condições de intervir nisso”, disse Requião. A declaração causou revolta nos diretores da empresa. “Ele instigou
uma situação que estava crítica. Vindo de um adolescente é perdoável, mas de um senhor de 75 anos, um senador, é lamentável. Se mostrou um oportunista”, comentou Tarso Giacomet, diretor da Araupel. Esta é a quarta invasão às terras da Araupel nos últimos 18 anos. Após a invasão, no dia 23 de julho, representantes da Araupel, Governo do Estado, Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e Polícia Militar se reuniram com membros do movimento em Laranjeiras do Sul, mas as discussões não
Cerca de 5 mil pessoas estão acampadas no local
Legenda, legenda, legenda, legenda
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Agosto e Setembro/2014
FOTO: LUIZ CARLOS DA CRUZ
avançaram e o MST permaneceu na área. No dia 30 de julho, a direção da Araupel participou de nova reunião com representantes do Incra, em Curitiba, mas sem avanços. A proposta do Incra era para que as duas mil famílias ficassem na área até que outro local fosse viabilizado para o assentamento. A empresa recusou. 14 dias depois da invasão da fazenda da Araupel pelo MST, a situação em Quedas do Iguaçu continuava sendo de muita apreensão. O clima tenso se instalou na cidade, que começou a sofrer com os reflexos negativos na economia. As entidades classistas de Quedas do Iguaçu se mobilizaram e organizaram uma grande manifestação contra a invasão. No dia 31 de julho, cerca de duas mil pessoas se concentraram na principal praça da cidade onde com faixas, cartazes e bandeiras brancas pediram que o governo cumprisse a reintegração de posse. A Ouvidoria Agrária Nacional do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) organizou nova discussão sobre o tema no dia 8 de agosto em Cascavel. A presidente substituta do órgão, Érika Galvani Borges, esteve presente no encontro que aconteceu no plenário da Câmara de Vereadores. Novamente, nada foi resolvido. No início de agosto, 40 líderes políticos
Apesar da ordem de reintegração de posse, os invasores continuam na fazenda
de entidades sociais de Quedas do Iguaçu estiveram com o presidente da Assembléia Legislativa do Paraná, Valdir Rossoni. De acordo com Reni Felipe, presidente da Aciqi (Associação Comercial e Industrial de Quedas do Iguaçu), apesar da disposição de Rossoni em tentar auxiliar na solução pacífica para o conflito agrário, a situação ainda não mudou. Na comitiva que foi a Curitiba estavam 10 vereadores de Quedas
do Iguaçu e Espigão Alto do Iguaçu, além dos prefeitos das duas cidades. Apesar de a Araupel ter conseguido, um dia depois, um mandado de reintegração de posse, expedido pela juíza Luciana Luchtenberg Torres Dagostim, da Comarca de Laranjeiras do Sul, que pedia para que as polícias Civil e Militar fossem oficiadas da decisão, até o fechamento desta edição, os sem-terra permaneciam no local.
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AGRICULTURA FAMILIAR
Acordo vai implantar PAF em Rondônia Programa de Agricultura Familiar do Instituto Globoaves visa estimular, ampliar e fortalecer a produção avícola em regiões menos desenvolvidas
O seminário do Programa de Avicultura Familiar realizado no dia 18 de agosto, na sede da Globoaves, em Cascavel foi encerrado com a assinatura de um protocolo de intenções que dá início aos preparativos para implantar o projeto em Rondônia, que virá se somar aos estados do Paraná e de Alagoas, onde o PAF já vem se consolidando rapidamente. Assinado pelo presidente do Instituto Globoaves, Roberto Kaefer, e pelo secretário de Agricultura, Pecuária e Regularização Fundiária de Rondônia, Evandro Cesar Padovani, o documento se insere entre as diversas iniciativas que aquele estado vem concretizando para se estabelecer como um novo polo da avicultura no país. Idealizado e implementado pelo Instituto Globoaves, entidade responsável pelas ações de responsabilidade social do grupo Globoaves, o Programa de Avicultura Familiar foi implantando em 2009 inicialmente no município de Santana do Ipanema, em Alagoas, onde está presente atualmente em 17 cidades, com produção de carne e ovos. No Paraná, o programa já foi implantado em 19 municípios, com produção exclusiva de ovos. Em ambos os estados, o PAF alcança no momento cerca de 2 mil famílias, número que deverá crescer significativamente até o final do ano com a entrada de novos municípios no projeto. O objetivo primordial do PAF é estimular, ampliar e fortalecer a produção avícola em regiões menos desenvolvidas economicamente, melhorar o padrão alimentar das pequenas comunidades rurais e assegurar novas oportunidades de renda para as famílias inscritas no programa, as quais, periodicamente, recebem lotes de aves da chamada linhagem “caipira”, também conhecida pelos nomes de “colonial” e “capoeira”, para a produção de ovos e carnes,
O secretário Evandro Cesar Padovani e o presidente do Instituto Globoaves e sóciodiretor do grupo Globoaves, Roberto Kaefer, assinam o acordo para implantar o PAF em Rondônia a partir de 2015
Participantes do Seminário de Avicultura Familiar, realizado em Cascavel
sob a assistência técnica de governos estaduais, prefeituras, empresas e entidades participantes do projeto. Desenvolvida pela Globoaves, maior produtora nacional de ovos férteis e pintos de 1 dia de corte e postura, essa genética oferece excelente produtividade, grande resistência e fácil adaptação aos diferentes ambientes climáticos e territoriais do país. Promovido na sede da Globoaves, o seminário teve a finalidade de capacitar e 26
treinar técnicos, coordenadores e extensionistas para atuar no programa e contou com participantes de diversos municípios do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Paraná e Alagoas. A agenda do evento envolveu palestras, debates, apresentações de experiências e visitas a propriedades de produtores associados ao projeto. Além do protocolo de intenções assinado com Rondônia, também foi firmado convênio com o município de Sorriso, MT. Agosto e Setembro/2014
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DISCOS DE PLANTIO
O novo produto traz inovações que influenciam diretamente na eficiência do plantio
Tecnologia até na na hora do plantio “ As inovações tecnológicas chegaram ao segmento de discos de plantio e trazem novidades que influenciam diretamente na produtividade da lavoura
Planejamento é a palavra chave para a agricultura moderna. Antes mesmo do agricultor terminar de colher, ele já deve estar planejando o plantio da próxima safra. Neste período é fundamental dar prioridade para o principal fator que irá influenciar diretamente na produtividade da lavoura: o plantio. Nessa fase, que dura cerca de 120 dias, uma série de providências deve ser tomada para que tudo corra bem. Na manutenção das máquinas e equipamentos, deve ser feita uma checagem geral, especialmente nos elementos de corte e de
O formato cônico dos furos, o anel com frisos direcionadores, uma nova roseta tornam a nova linha DP Impacto uma inovação no mercado
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EDUARDO SCHERER Diretor da Scherer
deposição de adubo, engrenagens e correntes de transmissão, discos duplos de corte do carrinho de sementes, limitadores de profundidade, compactadores, condutores de adubo e sementes e, principalmente, dos 28
componentes de distribuição de sementes e adubos. A plantadeira deve estar preparada para o espaçamento entre fileiras adequado para cada cultura. É aí que entra uma peça fundamental no processo: a escolha do disco de plantio correto para cada cultura. “Muita gente se engana quando acha que disco de plantio é apenas uma peça plástica com buracos espaçados e não dá muita importância na escolha de um produto que traga efetivamente melhoria no plantio”, afirma Fernando Scherer, diretor da Scherer Implementos Agrícolas, que há anos trabalha no desenvolvimento de produtos cada dia mais eficientes para o produto rural. Existem diferentes plantadeiras no mercado, mas predominam as que têm sistemas de distribuição a disco, que utilizam discos rotativos perfurados, que devem ser trocados conforme as dimensões das sementes (peneira) e a quantidade a ser distribuída no solo, além de exigirem regulagem na rotação conforme a velocidade de Agosto e Setembro/2014
deslocamento da máquina, permitindo ao agricultor uma regulagem de acordo com a população de plantas desejada. “O agricultor deverá estar atento, pois mesmo que ele utilize a mesma cultivar plantada no ano anterior ela pode variar em seu formato, exigindo uma nova regulagem da plantadora e uma escolha criteriosa do disco e do anel, que pode variar de liso para sementes chatas ou com friso ou rebaixado para sementes arredondadas. Se o agricultor não souber optar por um disco de plantio adequado, será comum acontecer um problema muito sério que é o plantio com sementes duplas e a ocorrência de falhas”, afirma. Um disco de plantio inadequado também pode ferir a semente durante o processo, ocasionando a não germinação da mesma. NOVA LINHA DP IMPACTO Pensando nesse delicado processo de plantio da semente, a Scherer lançou um novo produto no mercado para o plantio de soja utilizando uma nova tecnologia de furos em formato cônico. “A nova linha DP Impacto da Scherer veio para revolucionar o mercado de discos de plantio”, afirma Eduardo Scherer, que é o responsável pelo projeto de desenvolvimento do novo produto. “Implementamos diversas melhorias no produto, além do formato cônico dos furos. O anel do disco possui frisos que direcionam a semente para o ângulo correto de plantio.
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O formato dos furos e o anel da linha DP Impacto trazem inovações ao plantio
Temos também a nova roseta, que ajuda a diminuir o impacto com a semente”, ressalta Fernando. A composição do produto também é totalmente diferente. “Enquanto discos comuns são feitos de plástico, a nova linha DP Impacto da Scherer é produzida com carbonato de alto impacto, o que aumenta em muito a vida útil do produto”, diz Eduardo. O objetivo final da nova tecnologia é aumentar a produtividade da lavoura. Com discos de plantio mais eficientes e mais resistentes, se diminui também o custo da produção. A agricultura brasileira passa por um momento único, onde os grandes diferenciais são as novas tecnologias. A Scherer
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quer fazer parte desse salto de qualidade oferecendo produtos que possibilitem um salto de qualidade nos produtos e o aumento da eficiência da lavoura”, ressalta. Os discos de plantio da linha DP Impacto estão à disposição dos agricultores para o plantio da safra de verão. “Temos revendedores em todo o Brasil, especialmente no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná”, diz Fernando Scherer. “A proposta do nosso produto é inovar, aumentar eficiência e produtividade. Tenho certeza que é isso que o agricultor procura para sua lavoura”, finaliza o empresário.
EUA / CANADÁ
Produtores fizeram viagens técnicas O objetivo foi conhecer de perto a realidade dos países, que estão entre os maiores concorrentes do Brasil no mercado mundial de commodities agrícolas
A FAEP (Federação da Agricultura do Estado do Paraná) levou no primeiro semestre de 2013 alguns grupos de produtores rurais para viagens técnicas aos EUA e Canadá. A intenção foi conhecer o sistema produtivo dos dois países e suas diferenças com o Brasil. Nos EUA, os produtores foram ao Estado de Illinois, que possui 13 milhões de habitantes, e se localiza na região centro-oeste. O Estado americano e é um dos maiores centros industriais e financeiros do mundo e sedia a Bolsa de Chicago, termômetro da comercialização de commodities no mundo. Para Paulo Valini, diretor do Sindicato Rural de Cascavel, o Brasil e os EUA vivem em realidades muito diferentes. “Eles estão numa evolução muito grande. Como nas situações de acesso às propriedades, por exemplo, que são mais fáceis e tranquilas. Além disso, os agricultores americanos tem facilidade para acompanhar a situação das bolsas de valores e dos preços do mercado internacional, enquanto aqui no Brasil poucos produtores se preocupam com isso. A preocupação aqui é mais porteira para dentro, seja, produzir sem se preocupar com a comercialização, que onde se deixa de ganhar”, afirma. Outra questão que intrigava os agricutores era o porquê dos agricultores americanos utilizarem máquinas agrícolas pesadas, como tratores com rodas duplas. “Eles têm pouco tempo para plantar e colher, por isso precisam de mais agilidade. Sem essas máquinas pesadas, não conseguiriam aproveitar o pequeno espaço de tempo que possuem para plantar e colher, que é apenas entre maio a, no máximo, novembro”, salienta. A terceirização de serviços, principalmente na cultura de milho, é outro diferencial dos americanos. “A cobertura nitrogregada, por exemplo lá é feita por empresas que vem
“
A viagem foi muito proveitosa e nos mostrou que não podemos fazer comparações da nossa realidade com a dos americanos
”
PAULO VALLINI Diretor do Sindicato Rural de Cascavel
com tanques e aplicam o produto. Assim, os agricultores não precisam investir nesses implementos”, diz Valini. Outra diferença é que eles têm um solo mais rico, que não necessita de toda a gama de insumos que nós utilizamos aqui, como fertilizantes, por exemplo. Outra coisa que chamou a atenção dos produtores brasileiros foi o relevo plano das propriedades americanas. “Mas eles também tem seus problemas”, diz o diretor do Sindicato Rural. “Sofrem também com a questão da sucessão familiar, o que aumenta lá também a quantidade de terras arrendadas por falta de gente. E por possuírem terreno plano, precisam estar sempre drenando a terra, sob o risco de afe30
tar a produção e a germinação”, diz Valini. A viagem, na opinião de Valini, foi muito proveitosa e nos mostrou que não podemos fazer comparações da nossa realidade com a dos americano. Lá, por exemplo, a extração de gás de xisto já é feita há muito tempo. “Aproveitamos para conversamos com técnicos e professores sobre o fracking, método de extração de gás de xisto que está causando polêmica no Brasil no momento. Nos EUA eles utilizam esse método há 40 anos e houve muito aperfeiçoamento nesse período”, diz. Para ele, o grande problema da nossa região para a aplicação da técnica é a existência do aquífero Guarani, que pode ser contaminado em um eventual problema ambiental. VISITA AO CANADÁ A região visitada foi a de Ontário, a 150 quilômetros de Toronto, onde no inverno a temperatura pode chegar a menos 30ºC, foi o início do roteiro técnico naquele país da América do Norte. Os produtores conheceram os detalhes de um terminal de recepção de trigo do país que um dos maiores produtores mundiais do cereal; uma propriedade e uma empresa avançadas na produção de sementes; e participaram de palestras sobre a produção de grãos da região e conheceram o Instituto Rural de Ontário. Agosto e Setembro/2014
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AVICULTURA
Globoaves premia seus integrados Em sua segunda edição, o Prêmio de Integração Avícola, promovido pela empresa, tem como objetivo reconhecer o talento dos avicultores e extensionistas
A Associação Esportiva e Recreativa da Globoaves (AERG), localizada junto à sede da empresa em Cascavel, foi palco de um grande evento no dia 2 de agosto. Avicultores integrados do Frigorífico Globoaves, colaboradores e a diretoria da empresa se reuniram para confraternizar, comemorar e premiar os produtores rurais que mais se destacaram nos índices de produtividade através da 2ª edição do Prêmio de Integração Avícola. O evento, instituído em 2012, tem o objetivo de reconhecer o talento dos avicultores e extensionistas da empresa e compreendeu avaliações realizadas entre 30 de maio de 2013 a 30 de maio de 2014. Ao todo, 15 avicultores e 3 extensionistas foram premiados. Assim como na edição anterior, a premiação também será realizada entre os avicultores integrados de outras unidades da empresa, em datas específicas. Segundo Alvaro Baccin, Gerente da Área de Fomento da Globoaves, houve uma grande evolução nos últimos anos. “Os resultados são fruto de muito trabalho focado em excelência. O Prêmio Globoaves de Integração Avícola contribuiu significativamente para a melhoria”, ressalta. Para a avaliação e escolha do Campeão foram considerados itens de Custo, Qualidade (5S), Segurança Alimentar e Padrões de Manejo, sempre após o fechamento dos lotes de frango de cada granja. Também foram reconhecidos os produtores que mais investiram durante o ano, como é o caso de Flávio Morgenstern, de Toledo, que construiu 6 galpões de alto nível tecnológicos, chegando a 11 na propriedade, hoje é o maior produtor integrado da Globoaves. “Devemos aplaudir a coragem e a iniciativa de pessoas assim que têm espírito empreendedor e visão estratégica, o que vai aumentar a renda e colocar as suas famílias em outras posições no futuro”, salienta.
“
Os resultados são fruto de muito trabalho focado em excelência.
”
ÁLVARO BACCIN Gerente de Fomento da Globoaves
PERSPECTIVAS Além da premiação, o encontro promoveu a integração entre os avicultores e discussões sobre o atual momento da avicultura. Uma palestra com o tema “Oportunidades e Riscos à Avicultura Brasileira – Perspectivas Para um Negócio Viável” foi apresentada por Vitor Hugo Brandalize, convidado especial do encontro, que faz parte da equipe de suporte técnico mundial para a área de Nutrição da Cobb-Vantress. Vitor Hugo é médico veterinário com vasta experiência no mercado avícola internacional e já atuou em grandes empresas do setor. 32
PREMIADOS O avicultor Altieres Pegoraro, de Guaraniaçu, que ganhou o prêmio de primeiro lugar na categoria Melhores Produtores, disse sentir-se lisonjeado com o reconhecimento, que recebe pela segunda vez. Para ele, o segredo da produtividade é o comprometimento. “Tudo que se faz tem que ter dedicação. Você tem que trabalhar, fazer o manejo correto”, afirma. Há 8 anos integrado à Globoaves, Altieres destaca que tudo que construiu até agora foi fruto de uma parceria excelente com a empresa. Mas faz um alerta aos agricultores que desejam investir no segmento: “A avicultura é rentável, mas tem que se ter os cuidados adequados. Não adiante construir um aviário e pensar que tudo acontece sozinho. Exige muito trabalho e dedicação”, finaliza. O avicultor Edi Klein, de Toledo, também foi premiado. Apesar de não ter comparecido, foi representado no evento por sua filha, Cristiane Klein e o marido Aldair Luiz Engelsing. “O prêmio valoriza quem trabalha e se empenha o ano todo”, disse Cristiane. “É um grande reconhecimento ao trabalho do agricultor. Um bom criador de frango tem que saber planejar, aplicar na granja, no manejo, em estratégias diferentes para um bom resultado”. Aldair destacou o suporte fornecido pela Globoaves. “Temos veterinários excelentes, medicação, ração e a melhor tecnologia existente. Ou seja, tudo que precisamos para produzir, temos à disposição”, destacou. PRÊMIO É RECONHECIMENTO Para o empresário Roberto Kaefer, diretor da Globoaves, o grande objetivo do evenAgosto e Setembro/2014
Centenas de agricultores integrados da Globoaves participaram de uma grande confraternização para a entrega das premiações
Equipe responsável pelo evento
to é prestigiar o maior patrimônio que a empresa tem: o produtor integrado. “É aquela pessoa que está no dia a dia, na produção. Se ela produz bem, nós produzimos bem, se ela produz mal, nós produzimos mal”, afirmou Kaefer. “Quando fazemos uma festa como essa, estamos premiando e mostrando quem fez o melhor, quem fez o mais ou menos e quem não foi tão bem. Para aqueles que estão abaixo dos índices, fornecemos o melhor em tecnologia, treinamento e conhecimento. Se não fizermos o excelente, devemos fazer o melhor possível”, salientou. O diretor destaca que o sucesso da Globoaves é baseado também no contato diário da diretoria com os produtores. “Somos donos do negócio, mas estamos com eles o tempo todo. Nascemos e crescemos no Oeste do Paraná e todos sabem da nossa história, da nossa família e da nossa empresa. Conheço pessoalmente todos os produtores Agosto e Setembro/2014
Roberto Kaefer: “Formamos uma verdadeira família”
integrados. Faço questão de saber quem é meu parceiro e como ele está trabalhando. Assim, todos sabem que não existe diferença entre diretoria e integrado, pois no dia a dia mostramos que somos iguais, formamos
uma verdadeira família”, comemora. “E a intenção nossa é fazer a cada ano que passa uma festa maior ainda. A de 2015 será especial, pois junto com ela a Globoaves comemorará 30 anos”, salientou.
Cristiane Klein, junto com o marido Aldair, recebeu a premiação em nome do pai, o avicultor Edi Kleine, de Toledo
Altieres Pegoraro recebe pela segunda vez o prêmio de 1º lugar em produtividade da Globoaves
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SAFRA
Sem outra alternativa, o produtor está sendo obrigado e vender o feijão com preço bem abaixo do custo de produção
Preço mínimo não cobre nem os custos Grande volume de produto no mercado, importação por parte do Governo Federal e excesso de chuvas fizeram preço do feijão desabar
No ano passado, neste mesmo período, a saca de feijão carioca estava cotada a uma média de R$ 170,00 e a do feijão preto a R$ 190,00. Bons preços que estimularam os agricultores a aumentar a produção. A Secretaria da Agricultura e Abastecimento (Seab) apontou para uma safra de 814 mil toneladas de feijão carioca para 2014. Em 2013, o volume somou 674 mil toneladas. A área destinada à cultura soma 520 mil hectares, número 7% maior na comparação com o ano anterior, quando atingiu 484 mil hectares. O que parecia ser um ótimo negócio virou um pesadelo para os produtores rurais. Mesmo com um estoque alto, de 150 mil
toneladas no Paraná e 400 mil no país, o governo federal importou cerca de 300 mil toneladas de feijão preto, principalmente da China, o que fez o preço desabar. E o alto volume produzido no Brasil não foi vendido para fora. Para piorar, o excesso de chuvas no período prejudicaram a qualidade do produto. No Paraná, o preço médio recebido pela saca está entre R$ 30 e R$ 45, abaixo e longe do preço mínimo de R$ 95. O valor também está inferior aos custos de produção de R$ 104,77, segundo cálculos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No caso do feijão preto, os preços também estão abaixo dos custos de produção, com a saca cotada a R$ 94,00 (preço mínimo de R$ 105). O Estado é o maior produtor nacional de feijão, com 24% do volume total produzido no país. Na última safra, a produção fechou em torno de 900 mil toneladas, em uma área de 500 mil hectares. Castro, na região dos Campos Gerais, lidera a produção no Estado, com 45 mil toneladas na 34
safra 2011/2012. A cultura envolve 62 mil produtores na primeira safra e 22 mil na segunda safra. AGRICULTORES DISTRIBUEM FEIJÃO Na manhã de 20 de agosto, agricultores do município de Três Barras do Paraná, Oeste do Estado, reuniram-se na Avenida Brasil em frente ao Banco do Brasil para protestar contra a queda no preço do feijão, distribuindo para a população cerca de 9.000 quilos do produto durante todo dia. Segundo os agricultores o preço pra se vender o feijão não cobre nem as despesas que eles tiveram no plantio. O clima era de revolta, pois diante das promesas não cumpridas por parte do governo federal de compra dos estoques de feijão, o produto começou a estragar nos depósitos. Durante o protesto os produtores rurais também colheram cerca de 280 assinaturas para um abaixo-assinado que deverá ser entregue em uma reunião com parlamentares estaduais e federais nos próximos dias. Agosto e Setembro/2014
Presidente da FAEP pede ajuda ao Governo Federal Diante da situação crítica, o presidente do Sistema FAEP, Ágide Meneguette, encaminhou no início de agosto à presidente Dilma Rousseff e ministérios do Governo um ofício solicitando a revisão da política agrícola, liberando com urgência recursos da ordem de R$ 70 milhões para o Paraná no apoio à comercialização do feijão, sendo R$ 35 milhões em agosto e R$ 35 milhões em setembro. No documento, Ágide lembrou que durante o lançamento do Plano Agrícola e Pecuário (PAP), em 19 de maio de 2014, a presidente da República prometeu R$ 5,6 bilhões de apoio à comercialização de produtos agrícolas, mesmo valor anunciado no PAP da safra anterior. “Muitos produtores deixaram de vender o feijão a R$ 60,00 dois meses antes, pois acreditaram no anunciado apoio à comercialização do PAP. Eles investiram na cultura, tendo contraído financiamentos no crédito rural fomentado pelo próprio governo federal”, observou. Até o momento foram comercializados 65% da produção da segunda safra no Estado, restando 165 mil to-
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A falta de uma política provoca um desequilíbrio e quem sai perdendo é o produtor
neladas. O apoio à comercialização concedido no final de maio, com recursos de R$ 2 milhões para o Paraná foi insuficiente e garantiu apenas 1,2 mil toneladas, quanto 337 mil toneladas do produto da primeira safra já haviam sido comercializados pelos produtores com preços ultrajantes, abaixo do mínimo. Os recursos de R$ 20 milhões disponibilizados em junho resultaram no
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apoio de menos que 3% da segunda safra e já terminaram. O documento foi encaminhado aos ministérios da Casa Civil, Agricultura, Desenvolvimento, Planejamento e Fazenda. Também foi enviado à bancada de deputados federais do Paraná, ao presidente da Frente Parlamentar da Agricultura, Luiz Carlos Heinze.
MERCADO
Venda de máquinas tem queda de 20% Após um ano atípico em 2013, com vendas muito acima da média, o ano de 2014 iniciou com queda nas vendas de máquinas e implemento agrícolas
As vendas de máquinas agrícolas e implementos apresentaram queda de 20% quando comparadas ao mesmo período do ano passado. Há uma forte desaceleração nas vendas, principalmente na comercialização de colheitadeiras. Em 2013, o setor bateu recorde ao vender 83 mil unidades no mercado interno. Vários fatores influenciaram esse cenário de queda, como a demora para liberação de financiamentos, as quebras nas safras de feijão neste ano e trigo em 2013 e a baixa no preço das commodities. De janeiro a maio deste ano, as vendas de colheitadeiras caíram para 2.559 unidades, 25% menos do que nos cinco primeiros meses de 2013. A queda de vendas atinge também o setor de tratores, mas em ritmo menor. A comercialização de maio somou 5.390 unidades, 10% menos do que em 2013. Até maio deste ano, foram vendidos 21,8 mil tratores, um número 18% inferior ao de igual período do ano passado. Odail Morais, gerente de vendas da Metropolitana Tratores, concessionária New Holland, estima uma queda de 25% no primeiro semestre. “Tivemos alguns produtos com mais saída, mas no geral as vendas foram influenciadas negativamente pela quebra de safra e a queda nos preços”, afirma. Ele salienta que o ano de 2013 foi muito atípico e muitos produtores rurais anteciparam as compras que fariam em 2014. “Para o segundo semestre, acredito que tenhamos uma melhoria em função do mercado de colheitadeiras, que começam a ser vendidas para a próxima colheita. Mas essa melhora não irá superar as vendas do ano passado, onde a safra foi muito boa, as commodities tiveram alta nos preços, o que impacta positivamente o mercado”,
“
Para o segundo semestre, acredito que tenhamos uma melhoria em função do mercado de colheitadeiras que serão vendidas para a próxima safra
”
ODAIL DE MORAES Gerente de Vendas da Camagril
diz Odail. Outro problema enfrentado neste início de 2013, segundo Odail, foi a demora na liberação dos financiamentos. “Essa demora melhorou um pouco em relação ao início do ano, mas ainda não é o ritmo ideal”, diz. No início de novembro, o Moderfrota toma o lugar do financiamento PSI, o que causa uma incerteza no produtor quanto aos juros da nova modalidade. “Outra questão é saber se Governo irá ter recursos para liberar novos investimentos”, ressalta o gerente. Ademir Baroni, proprietário da Implesul, concessionária Stara em Cascavel, sentiu uma queda bem maior nas vendas da empresa. “Os números apontam uma redução de 60%, quando comparadas ao ano passado”, afirma. Para ele, o grande 36
fator influenciador desse cenário foi a quebra na produção de feijão. “No nosso caso há um grande volume de vendas encima da colheita de feijão”, afirma. “As fortes chuvas que tivemos em maio, que durou quarenta dias fez a qualidade do produto cair muito, chegando a R$ 20 a saca, quando o preço deveria estar na faixa de R$ 60. O milho também caiu de produtividade em função das chuvas. O trigo que foi plantado em março, que corresponde a 40% da nossa área, também foi atingido e o produtor está colhendo agora só palhada. Somente o trigo plantado dentro do zoneamento, em abril, que está cacheando agora, trará resultados se a natureza ajudar”, afirma. Para o empresário, houve também um rigidez maior na liberação de crédito para o agricultor em 2013. “Os bancos reavaliaram limites exigiram mais garantias. E BNDES represou os contratos do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) nos primeiros meses do ano. Para se ter idéia, temos vendas realizadas no Show Rural que ainda não se concretizaram devido à demoAgosto e Setembro/2014
Diferente de 2013, quando o mercado bateu recordes de vendas, as concessionárias registram queda acentuada nas vendas neste ano
ra na liberação do crédito”, ressalta Baroni. Mas o empresário não vê mudança nesse cenário a curto prazo e a sua previsão até o final deste ano continua a mesma. “No segundo semestre entra outro fator que influencia tudo: a produção americana de soja. Já está confirmado um aumento de 30% da colheita de soja nos EUA. Eles aumenta-
ram de 80 milhões de toneladas para 102 milhões de toneladas, em função de terem plantado soja na área que não conseguiram plantar milho no ano passado. Esse excesso de produto no mercado irá jogar ainda mais os preços das commodities para baixo”, diz Baroni. Para ele, o agricultor deve se comportar diferente este ano. “Em vez de colher
e vender, como se fazia no ano passado, devemos colher e armazenar. No segundo semestre do ano que vem o mercado deve melhorar, pois o americano reduzirá a área plantada de soja para os patamares normais e teremos uma mudança no cenário. A hora de comercializar a safra será em maio ou junho de 2015, quando já teremos a previsão de colheita nos EUA”, salienta.
Baroni, da Implesul: “A situação só deve melhorar no segundo semestre do ano que vem”
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IMIGRANTES
A influência da cultura japonesa Chegados aqui na década de 50, as primeiras famílias imigrantes de japoneses deram início no município de Cascavel a uma imensa variedade cultural que hoje, marca presença na história do município
Uma entidade representativa tem a característica de reunir os mais variados segmentos culturais de uma sociedade. E não é diferente com o Sindicato Rural de Cascavel, que reúne descendentes de vários países, como Itália, Alemanha, Ucrânia, Japão, etc. E, geralmente essas colônias se reúnem em entidades culturais, como a colônia japonesa de Cascavel, por exemplo, que através da Associação Cultural Esportiva de Cascavel
Masayuki Inomata, presidente da ACEC, com sua esposa Elza
(ACEC), há quase 60 anos procura manter vivas as tradições nipônicas no município. “Nós temos esportes como o baseball, a
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culinária, o canto e o taikô, que começou há pouco tempo e está agradando as crianças. Oferecemos também a escola de língua japo-
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Cascavel é destaque no judô
“
Não tem como explicar a emoção do prêmio. a gente chora muito, fica muito feliz.
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MALZIRENE DRESCH Mãe de Felipe, aluno do Taikô
nesa, para mantermos vivo o nosso idioma entre os pequenos. Já que as crianças são o futuro do Brasil, elas devem levar a tradição japonesa para o futuro”, afirma o presidente da ACEC, Masayuki Inomata, destacando as atividades da entidade. TAIKÔ GANHA PRÊMIO NACIONAL Entre as atividades da ACEC, está o Taikô, composto por apresentações com tambores, originado no período feudal do Japão. “O Taikô é para o Japão como o Olodum é para o Brasil, afirma Julio Ueda, coordenador da atividade. E neste ano, o grupo mirim da associação viajou a São Paulo para disputar o Campeonato Brasileiro de Taikô, onde se apresentou com grupos de diversas outras cidades do Brasil. “E começamos muito bem, conquistando o primeiro lugar na disputa. Foi uma surpresa para todos, pois apesar de estarmos preparados e treinados, não esperávamos um resultado tão satisfatório”, comemora. “Devemos essa conquista a todos os integrantes, aos pais que incentivam e especialmente aos nossos apoiadores, como o Sindicato Rural de Cascavel, que ajudou no custo da viagem”, ressalta. “Por possuirmos essa homogeneidade cultural, temos a obrigação de apoiar todas as manifestações culturais oriundas do nosso quadro associativo”, ressalta Paulo Orso, Agosto e Setembro/2014
A colônia japonesa em Cascavel também é referência no Judô, outra arte milenar japonesa. “A cidade é um dos pólos paranaenses da atividade, com destaque nacional e até internacional”, afirma o sensei Washington Toshihiro Donomai, que é também delegado regional da Federação Paranaense de Judô. A sede paranaense da entidade, atualmente em Curitiba, foi por muitos anos em Cascavel. “Do nosso município saíram atletas de grandes destaques, como a Viviane Donomai, que conquistou quase todos os títulos da sua categoria, como campeã paranaense, campeã brasileira e pan-americana, chegando a participar em mundial na categoria sub 18 juvenil. Conrado Oliveira também foi duas vezes medalha de bronze em campeonato sul-americano”, destaca o sensei. Washington Toshihiro Donomai é também um dos destaques da modalidade. “Comecei na cidade de Bastos, no interior do estado de São Paulo, com 15 anos. É uma cidade onde a colônia japonesa é muito forte. Na minha época o esporte que mais se destacava e a colônia japonesa praticava era o judô e o baseball. Optei pelo judô. Treinava muito, todos os dias, Por ter iniciado os treinamentos muito tarde, tive que treinar o dobro pra alcançar os outros”. A idade ideal para se iniciar na categoria é aos 6 ou 7 anos. “Consegui me destacar e aos 21 anos fiz intercâmbio no Japão, na Universidade de Tenri, cidade de Tenri, estado de Nara, onde fiquei de 1985 até 1988. O treinamento era rígido. Morava no alojamento de uma igreja e treinava de manhã e à tarde, de domingo a domingo. Isso me ajudou bastante”. De volta ao Brasil, o sensei Washington conquistou diversos títulos que o colocaram como um dos
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Washington Toshihiro Donomai, com seus alunos: “Judô resgata valores que estão se perdendo em nossa sociedade”
destaques mundiais das artes marciais. Foi Tetra Campeão Brasileiro Master, Pentacampeão dos Jogos Abertos do Paraná, Vice-campeão nos Jogos Abertos de São Paulo, Campeão Paulista Master, Campeão Sul-americano Veteranos, Campeão Pan-americano Veteranos e Vice Campeão Mundial de Judô. É faixa preta em judô 5º grau e faixa preta de jiu-jitsu 2º grau além de professor nas duas categorias. Para o sensei Washington, o grande benefício das artes marciais é a disciplina e os ensinamentos de respeito que proporciona. “É uma arte indicada para todas as faixas etárias, principalmente para as crianças. Muitos pais procuram colocar os filhos a praticar o judô não com a finalidade de formar um competidor, mas sim pela formação de caráter que a modalidade oferece”, afirma. “São valores que estão se perdendo em nossa sociedade moderna, mas são resgatados pelas artes marciais”, ressalta o sensei.
Julio Ueda, coordenador do grupo mirim de Taikô da Acec: “O Taikô é para o Japão como o Olodum é para o Brasil”
presidente do Sindicato Rural de Cascavel. “Por isso, quando fomos procurados para apoiar essa viagem do grupo de Taikô da Associação Cultural Esportiva de Cascavel, não pensamos duas vezes”, complementa. Malzirene Dresch Matsushita fala orgulhosa da conquista do filho, Felipe Koji Matsushita, de 8 anos. “Não tem como explicar. A gente chora muito, fica muito feliz. As crianças ficaram muito emocionadas. O Felipe chegou até a ficar com um pouquinho de febre de tanta emoção”, conta. Felipe participa do Mirim desde o começo, quando o ex-presidente Luis Koji Nouchi chamou um professor de Londrina para dar aula. A atividade foi adotada por todos na ACEC e se tornou uma atividade familiar. “A gente divide as tarefas com os pais. Além de um coordenador geral, temos ainda uma secretária e um tesoureiro”, diz o Julio. HISTÓRIA Os primeiros imigrantes japoneses chegaram ao Brasil no navio Kasato Maru, que atracou no Porto de Santos em junho de 1908. O fim da escravidão no Brasil gerou uma demanda muito grande de mão de obra, que sobrava no Japão. As prósperas fazendas de café do Oeste do Estado de São Paulo acolheram os primeiros trabalhadores, oriundos de regiões pobres do norte e Sul do Japão. O jornalista e historiador Alceu Sperança conta que em Cascavel eles chegaram na década de 50. “A primeira família nipônica em Cascavel foi de Aracy Tanaka Biazetto e o marido Algacyr Biazetto, que chegaram ainda na década de 50, logo após a inauguração da Comarca. Eles trouxeram as primeiras famílias japonesas para Cascavel. Também houve concentração de japoneses na região de Ubiratã, Assis Chateaubriand e Guaíra”, afirma Alceu. “As famílias de Ubiratã vieram principalmente da própria imigração, mas também de São Paulo com destino para o Norte Velho do Paraná e então Norte Novo.
Cultura pop japonesa e Nipofest
HaruCon: evento surgiu de reuniões de amigos no Sesc de Cascavel
Outra atividade da colônia Japonesa envolve os jovens que gostam de cultura pop moderna japonesa. “O HaruCon é uma convenção anual de anime e cultura geek que está em sua sexta edição. Este ano vai ser realizado no Colégio Marista, nos dias 18 e 19 de outubro”, afirma Kássia Yuri, coordenadora do evento. “O evento começou em 2008. A partir de 2011 houve um grande aumento no público do evento, que saltou de 800 para 1.200 visitantes diariamente. Foi quando começamos a investir mais em atrações”, afirma. Com expectativa de 1.500 visitantes por dia em 2014, o HaruCon reúne em média 15 expositores de roupas, acessórios, decoração e até produtos alimentícios. “Neste ano teremos grandes atrações. Serão três nomes conhecidos do Brasil ligados à temática, mas isso ainda é uma supresa”, diz Kássia. No Paraná o HaruCon é hoje o maior evento do gênero e no Brasil inteiro existem outros eventos com
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a mesma temática, como o Anime Friends, que acontece durante duas semanas em São Paulo. Lucas Abyss, coordenador e um dos fundadores do HaruCon, afirma que a maior atração do evento cascavelense, que traz caravanas de outras cidades, é o campeonato de Cosplay. “A palavra resulta da união dos termos ingleses “costume” e “play” que se resume na arte de se vestir e interpretar personagens de animes, filmes, mangás, jogos, etc”, afirma. E as premiações para o concurso são de alto nível e com regras baseadas nos grandes festivais, como o World Copslay Summit cuja final acontece no Japão. Já a NipoFest, organizada pela ACEC, teve a sua primeira edição em julho de 2013. O evento oferece uma grande variedade de pratos dentro da culinária nipônica, como Sushis, sashimis, yakisoba e sukiyaki. Em 2014, o evento será realizado nos dias 8 e 9 de novembro. Agosto e Setembro/2014
As crianças do Taikô da Associação Japonesa Cultural e Esportiva de Cascavel ganharam prêmio nacional
Houve uma missão oficial do Japão em 1965 para Cascavel e dela resultou a presença de mais famílias entre Guaíra, Terra Roxa e,
em menor número, em outros municípios do Oeste”, destaca. “Em Ubiratã havia muitos japoneses, mas a grande maioria dos jovens
de lá voltaram para a terra dos antepassados. Agora, com a crise, querem voltar. É o ‘passeio dos nisseis e sanseis’ “, afirma.
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SEDE ALVORADA
Um distrito que é quase uma cidade A duplicação da rodovia PR 467, que liga o município de Toledo e Cascavel, afetou totalmente a comunidade
Com localização privilegiada entre Toledo e Cascavel, Sede Alvorada possui toda a infraestrutura de uma cidade Com 193,03 km² de área, e distante 27 km de Cascavel, o distrito de Sede Alvorada é responsável por grande parte da produção agropecuária do município. Com uma população rural três vezes maior que a urbana, que está na média de 2.500 pessoas, a comunidade é formada por propriedades rurais de pequeno e médio porte, com atividades rurais muito diversificadas. Sem Sede Alvorada se planta milho, trigo e soja, e cria-se bovinos, frangos e suínos. Segundo o historiador e jornalista Alceu Sperança, o destaque na suinocultura levou os moradores a criar um prato exclusivo: o porco no rolete, que logo foi adotado pelo vizinho Toledo como prato típico. Sede Alvorada é de tamanha a importância econômica para Cascavel que a posse do distrito já foi cobiçado pelos toledanos, que alegavam motivos étnicos e maior proximidade. Lideranças locais inclusive defen-
O subprefeito Almir Toloni: “Indústrias trouxeram desenvolvimento ao distrito”.
deram a idéia, mas Cascavel nem cogitou a possibilidade. O local já foi até locação de longa metragem. O filme “O Monte Carmel’, do cineasta César Pilatti teve até a montagem de uma cidade cenográfica na paisagem rural do distrito. Sede Alvorada já foi famosa também pelos grandes bailes que promovia no Clube Cultural 12 de Outubro, local da única pista de danças com molas do Paraná. De 1975, quando foi 42
instalada, até 2013, quando foi retirada a pedido do Corpo de Bombeiros, a pista de molas de Sede Alvorada sediou grandes festas, algumas com público que chegava a 4.000 pessoas. Mas, com o passar dos tempos, os bailes foram perdendo a força. HISTÓRIA Alceu Sperança conta que a comunidade de Sede Alvorada começou a se formar ainda no século XIX, como pouso da movimentação de tropeiros e ervateiros pela trilha de Lopeí, mas só se consolidou como povoação na década de 1950. “Em 1958 o então diretor da Colonizadora Maripá e principal líder de Toledo, Willy Barth, propôs-se a doar 40 alqueires, no local onde hoje se situa o distrito para a construção de um aeroporto de características regionais. Em 29 de dezembro de 1980 foi criado o distrito Administrativo de Sede Alvorada, pertencente a Cascavel, através da lei 7.740 e instalado em 23 de janeiro de 1981. Uma das primeiras famílias a colonizar o local foi a de Arthur Oscar Mombach, que chegou em 1964”, afirma. O distrito se destaca pela força política, sendo que já elegeu dois vereadores: Davi Gruber (1983/1988), que também foi subprefeito, e Luciano Huppes, (1997/2000). Durante seu mandato, Huppes propôs uma Agosto e Setembro/2014
Crianças brincando nas ruas asfaltadas e casas recém construídas: progresso e tranquilidade.
O Clube Recreativo 12 de Novembro já foi palco de grandes bailes na única pista de dança com molejo do Paraná
“
Quando uma pessoa mora 52 anos num local, ele só poder ser bom, não acha?
”
DANIEL MALMANN Morador e empresário
lei de incentivos industriais que beneficiaria a implantação de indústrias nas sedes de cinco distritos, a começar por Sede Alvorada. A família do morador Daniel Malmann é pioneira no distrito. “Chegamos aqui em 1961, vindos de Santa Rosa/RS para trabalhar na agricultura. Meu pai, Alberto Malmann, vendeu tudo que tinha para vir para cá com a esposa e quatro filhos, pois vislumbrava um futuro melhor aqui no interior do Paraná”, afirma Daniel. “Meu pai entrou para a história também como o primeiro morador a falecer no local, em 1965”, diz. Quando perguntado se é bom morar em Sede Alvorada, Daniel responde com outra pergunta: “Quando uma pessoa mora 52 anos num mesmo local, é porque só pode ser bom, não acha? “. Mas o distrito passou a viver uma realidade diferente a partir de 2007, quando a rodovia BR 467, que cruza Sede Alvorada e liga Cascavel a Toledo foi duplicada. A mudança trouxe indústrias para o município. “A duplicação da rodovia BR 467 num primeiro momento trouxe muitos transtornos à população, mas valorizou os imóveis, incentivou a abertura de novos estabelecimentos comerciais e trouxe as indústrias”, diz o subprefeito Almir Toloni. “Hoje são três grandes indústrias que somadas às outras de pequeno e médio porte chegam a mais doze. Temos uma fila de espera de mais oito a doze empresas, que ainda não se instalaram por falta de local adequado”, afirma. “Já estamos sentindo a necessidade de se criar Agosto e Setembro/2014
uma área industrial para abrigar os novos empreendedores”, salienta Almir. O subprefeito mora desde 1983 em Sede Alvorada. Veio de Marcelino Ramos (RS) para Marechal Cândido Rondon primeiramente e,
Crescimento imobiliário
E junto com as indústrias, vêm pessoas para morar em Sede Alvorada. Ao andar pelo distrito, casas novas e bem construídas se destacam na paisagem. “São todas casas de funcionários das novas empresas que aqui se instalaram”, afirma Juliano Daniel Avec, que junto com a família virou empreendedor na área de construção civil e loteamento. “Fazemos casas Daniel: de construtor a loteador
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dois anos depois, mudou-se para Sede Alvorada. “Esse é um dos distritos quem mais tem se desenvolvido nos últimos anos. É um local tranquilo, bom para morar com a família. E estamos a 15 minutos de Toledo ou Cascavel”, afirma. “Aqui temos toda a estrutura de uma cidade: um posto de saúde que é quase um hospital, médicos, dentistas, carros para levar pacientes para a cidade, mercado, bancos e escolas”, diz Almir. Há uma grande expectativa da construção de Aeroporto Regional de grande porte no distrito vizinho de Espigão Azul. Isso fez com que a procura por lotes em Sede Alvorada aumentasse. Há dois loteamentos quase prontos e as pessoas vem acreditando no eixo de integração entre Toledo e Cascavel que deve trazer mais indústrias, empregos e oportunidades de negócios para a região. para vender, vendemos lote sem casa ou construímos para quem já tem o terreno”, afirma. Há dois anos e meio, Juliano foi o responsável pelo primeiro loteamento de Sede Alvorada. “Foram 30 lotes, todos vendidos”, comemora. Agora, o segundo loteamento terá 220 lotes. “Antes mesmo de estar finalizado, já vendemos cerca de 30 lotes”, diz o empreendedor. “A proximidade de Cascavel e Toledo atrai muitas pessoas que trabalham ou tem empresas nesses municípios mas preferem morar em um local tranquilo”, finaliza.
SAÚDE Dicas de alimentação saudável para as crianças A influência dos pais nesta fase é muito importante. Os pais devem “dar o exemplo” de uma alimentação saudável, para que a criança siga os mesmos passos. Se a criança cresce em uma casa onde os pais não consomem muita fruta, verduras ou legumes, dificilmente ela irá aceitar esses alimentos. É imprescindível que os momentos das refeições sejam em família. O café da manhã é uma refeição muito importante para as crianças. É o momento em que ela ficou muito tempo em jejum noturno, e muitas crianças não comem nada antes de irem para a escola. O não comer antes de ir para escola, faz com que elas não tenham um bom rendimento, fiquem cansadas, desatentas, sonolentas, com a atividade cerebral mais lenta. Por isso, um bom café da manhã composto por leite, um pãozinho, queijo e uma fruta, fornece energia para a criança começar suas atividades diárias. A falta do café da manhã faz com que a criança fique com mais fome na refeição seguinte, e irá provavelmente comer a mais, o que futuramente poderá contribuir para a obesidade. O lanche da escola, também exerce grande importância na alimentação das crianças, visto que na maioria das vezes, ele é composto por comidas gordurosas e altamente calóricas. Os pais devem ficar bem atentos aos alimentos que os seus filhos estão consumindo nas cantinas escolares. Uma boa opção é preparar a lancheira dos filhos escolhendo alimentos mais saudáveis e que ao mesmo tempo sejam atrativos para as crianças. O almoço e jantar devem ser compostos sempre por um alimento proteico (carne bovina, aves, peixes, ovo), carboi-
A falta do café da manhã faz com que a criança fique com mais fome na refeição seguinte, e irá provavelmente comer a mais, o que futuramente poderá contribuir para a obesidade.
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dratos (batata, macarrão, arroz, mandioquinha, etc.), por uma leguminosa (feijão, lentilha, ervilha, etc), verduras e legumes, frutas e sucos de frutas (de preferência naturais). Evitar alimentos fritos e à milanesa, e preferir os grelhados, cozidos ou assados, tudo preparado com pouco óleo e pouco sal.
ORIENTAÇÕES GERAIS:
• Nunca comer na frente da televisão; • Beba muita água; • Coma sem pressa mastigando bem os alimentos; • Não fique muito tempo sem se alimentar, coma de 3h em 3h; • Fazer de 5 a 6 refeições diárias (café da manhã - lanche da manhã - almoço - lanche da tarde - jantar - ceia); • Estabelecer horários para refeições; • Não repetir as porções de lanches e refeições; • Retirar a gordura aparente das carnes; • Procure fazer uma boa apresentação dos alimentos para que sejam atrativos para as crianças; • Prefira o consumo de sanduíches naturais; • Consuma frutas, verduras e legumes; • Prefira sempre os alimentos integrais (pães, bolachas, torradas, etc.); • Coloque seus filhos para praticar esportes. Seja nutricionista do seu filho escolhendo alimentos saudáveis, o que ele vai ser depende de você! A Unimed Cascavel disponibiliza para seus beneficiários o Projeto na Medida, que visa orientar pacientes com diagnósticos de obesidade a mudar seu estilo de vida, sejam eles adultos ou crianças. Mais informações ligue para (45) 3038 8989 Agosto e Setembro/2014
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CULINÁRIA
Aprenda a fazer deliciosos cupcakes Esses deliciosos bolinhos são de origem inglesa, mas se popularizaram nos EUA e recentemente caíram no gosto dos brasileiros
O cupcake é um bolinho de origem inglesa, seu nome original é fairy cake, em português bolo de fada. Entretanto, depois de se tornar famoso nos Estados Unidos ganhou o nome de cupcake (bolo de xícara), pois sua receita é feita usando xícaras como medida. Como antigamente o normal era que as receitas fossem feitas com os ingredientes medidos em peso, o nome acabou pegando. Além disso, eles eram assados em xícaras, o que fortaleceu ainda mais a ideia do nome cupcake. Eles são bastante semelhantes aos muffins, mas se diferenciam por serem mais leves e por serem mais decorados. São tão bonitos e delicados que parecem mesmo ter sido feitos por fadas. No Brasil, os cupcakes já são presença garantidas nas festas, em especial nas infantis. São também usados como lembrancinhas de festas, batizados, nascimento, etc. O cupcake tradicional era feito com baunilha com cobertura de fondant. Atualmente, ele já conta com diversas variações de receitas, modo de preparo e sabores. Há cupcakes simples, os com cobertura e recheio. RECHEIO E COBERTURA Essa receita é a massa básica do cupcake, depois de pronto, você pode incrementá-lo com diversas coberturas e recheios. Confira algumas dicas: Recheio: O recheio poderá ser de brigadeiro, geléia, cremes, doce de leite, etc. Para rechear basta furar o bolinho pronto, colocar o recheio e tampar com a própria massa retirada. Cobertura: A cobertura também pode ser feita em diversos sabores, como: brigadeiro preto e branco, chantilly branco ou colorido, etc. Para finalizar poderá usar chocolate granulado, coco, confeitos coloridos, confete de chocolate, pedaços de frutas, etc.
Ingredientes
1 colher (sopa) de baunilha - 12ml 1 colher (sopa) de fermento em pó - 12g 220ml de leite 4 ovos 350 gramas de açúcar refinado 220 gramas de margarina sem sal em temperatura ambiente 350 gramas de farinha de trigo peneirada 2 gramas de sal
MODO DE PREPARO
Na tigela da batedeira coloque açúcar refinado e a manteiga em temperatura ambiente e bata até ficar no ponto esbranquiçado. Adicione os ovos um a um com a batedeira ligada e bata. Em outra tigela, adicione a bauni-
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lha no leite e reserve. Em outra tigela coloque a farinha de trigo sem fermento mais o fermento em pó e o sal misture. Adicione a massa do cupcake, um pouco da farinha e um pouco do leite e misture levemente. Adicione o restante da farinha e do leite. Mexa levemente e a massa estará pronta. Quando a massa ficar homogênea, é a hora de preencher as forminhas. Coloque as forminhas de papel posicionadas sobre as de alumínio e preencha até a metade com a massa. Leve ao forno pré-aquecido por cerca de 25 minutos, mas verifique de tempos em tempos, pois o tempo pode depender de forno para forno. Agosto e Setembro/2014
CURSOS SENAR
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PRODUÇÃO ARTESANAL DE ALIMENTOS - DERIVADOS DE LEITE ONDE: Cascavel - Salão Comunitario DATA: 15/09/2014 a 16/09/2014 DATA: 2/09/2014 a 03/09/2014
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TRABALHADOR NA BOVINOCULTURA DE LEITE CASQUEAMENTO DE BOVINOS DE LEITE ONDE: Cascavel - Fag
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DATA: 22/09/2014 a 23/09/2014
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TRABALHADOR NA BOVINOCULTURA DE LEITE - MANEJO E ORDENHA INSTITUIÇÕES DE ENSINO ONDE: Cascavel - Fag DATA: 26/09/2014 a 29/09/2014
TRABALHADOR NA FORRAGICULTURA ESTABELECIMENTO, RECUPERAÇÃO E REFORMA DE PASTAGEM ONDE: Cascavel - Agrotec DATA: 22/09/2014 a 24/09/2014
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TRABALHADOR NA OPERAÇÃO E NA MANUTENÇÃO DE ORDENHADEIRA MECÂNICA - ORDENHADEIRA MECÂNICA ONDE: Cascavel - Salão Comunitario DATA: 09/09/2014 a 11/09/2014
ANIVERSARIANTES AGOSTO 30/08/1959 22/08/1955 11/08/1969 24/08/1934 28/08/1942 19/08/1943 31/08/1958 09/08/1935 30/08/1966 08/08/1943 22/08/1947 28/08/1935 21/08/1963 06/08/1952 16/08/1962 19/08/1938 29/08/1936
ADELAR LUIZ STURMER ALCEU CHINAIDER ALEXANDRE LAGO ANDRE HEITOR COSTI ANDRE LONIEM ANTONIO JOSE PAETZOLD ANTONIO ZANOTTO AVELINO MARCON CARLOS ALBERTO MARMENTINI CARMEN MENIN DALBOSCO CHIRLEY MARIA PANCERI BEVILACQUA CIDE SIMONATO CLAUDIO ANTONIO FEDATO DANILO FRIZON DELCIO ROQUE SNAK DIMER JOSE WEBBER EDO PICCOLOTTO
23/08/1957
ELOI BERNARDI
27/08/1978
FABIANO ANDRE BEAL
18/08/1937
FIDELCINO TOLENTINO
23/08/1953
GEROMILDO LIMBERGER
01/08/1937
IRACEMA GROTTO FORMIGHIERI
19/08/1937
IVO DAMBROS
21/08/1967
IVONETE APARECIDA M. KREZEINSKI
08/08/1960
IZABELA FERLIN
06/08/1938
JOANI AVELINO CARLOTO
27/08/1953
JOAO LUIZ FELIX
03/08/1944
JOAQUIM FELIPE LAGINSKI
23/08/1952
JOSE CLAUDIO DE OLIVEIRA
01/08/1939
KASSAHARA SHIGUERU
09/08/1968 31/08/1939 21/08/1978 27/08/1988 27/08/1951 05/08/1948
LUIZ ANGELO CERILO BARBOSA LUIZ FERNANDO DA SILVA PORTES MARCELO PEDRO PATZOLD MARIANA SOSSELLA GUANAIS MARIO GUILHERME DRACHLER MARIO IRINEU SODER
28/08/1973 19/08/1985 14/08/1943 22/08/1964 05/08/1974 19/08/1958 03/08/1964 22/08/1946 25/08/1987 11/08/1963 12/08/1954 15/08/1972 09/08/1967 18/08/1948 19/08/1932 20/08/1981 26/08/1961 20/08/1969
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ARTIGO
O País sem o MST Xico Graziano (*)
Noutro dia, em seminário do PT na Bahia, Lula alisava seu ego político quando lançou um enigma: “Eu fico pensando o que seria o Brasil se não fosse o MST”. A resposta me brotou fácil: haveria mais prosperidade e paz no campo. Explico o porquê. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) originou-se em 1979, motivado pela luta agrária dos colonos gaúchos nos municípios de Ronda Alta e Sarandi. O regime militar, que comandava o País na época, tentou desmantelar, pelas mãos do famigerado coronel Curió, aquela inquietação camponesa. Ao contrário, porém, sustentado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) e apoiado por líderes da oposição democrática, o episódio prosperou, agigantando-se o acampamento de sem-terra. Cinco anos depois, 8 mil pessoas invadiram a Fazenda Annoni, demonstrando uma ousadia que, de pronto, ganhou a simpatia da opinião pública. O sucesso da empreitada guindou a nova organização à liderança da ação “antilatifundiária” no campo. Seu antípoda, criado no debate da Constituinte, era a União Democrática Ruralista (UDR). Seu rival “interno”, de quem procurou sempre se diferenciar, era a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), considerada “pelega” pela esquerda de então. A sociedade em mudança adotou o MST. Assim, no estrebuchar da ditadura, renascia no País a tese da reforma agrária. Agora, porém, a causa vinha despida de sua lógica econômica, conforme fora idealizada nos anos 1960, para se carregar de conteúdo social. Com a bênção da Teologia da Libertação, um pedaço de terra redimiria os excluídos do campo. Nascia uma utopia agrária. Ruíra em 1989 o Muro de Berlim. Por aqui, findos os anos de chumbo, avançava a redemocratização. Simultaneamente, avançava a modernização capitalista da agricultura, modificando a dinâmica do agro; antigos latifúndios viravam empresas rurais. Mais à frente, o Plano Real retirou da terra ociosa seu ganho especulativo, empurrando-a para a produção. Começava o império da tecnologia na agropecuária brasileira. Nesse caminhar da História, a bandeira revolucionária do MST começou a perder seu brilho. Foi então que a organização decidiu, em 1995, mudar sua estraté-
gia, partindo para o confronto direto com os fazendeiros do País: invadiu a Fazenda Aliança, situada em Pedra Preta (MT). Pertencente a um conceituado líder ruralista, a propriedade mantinha excelente rebanho, elevado rendimento, 29 casas de alvenaria, 160 quilômetros de cercas, 21 empregados registrados, reserva florestal intacta. Um brinco produtivo. Acabou nesse momento o MST “do bem”. Inaugurando a fase ulterior da crise agrária, as invasões de propriedades tomaram conta do Brasil, avançando especialmente contra as pastagens de gado.
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Nascido como ‘movimento social’, o MST transformou-se em rígida organização, adentrando a cidade. Recrutando miseráveis urbanos, montou uma fábrica de sem-terra no País. Nunca mais a reforma agrária encontrou seu eixo
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Incontáveis “movimentos” surgiram alhures, arrebentando cercas, roubando gado, fazendo “justiça” com as próprias mãos. Verdadeiras quadrilhas disfarçaram-se de pobres coitados e saquearam regiões, como no sul do Pará. Banditismo rural. O MST militarizou-se. Seus quadros passaram a fazer treinamento centralizado, o comando definiu regras de comportamento e seleção. Centros passaram a oferecer cursos de capacitação, baseados na cartilha básica intitulada Como Organizar a Massa. Doutrinação pura. Nascido como “movimento social”, o MST transformou-se em rígida organização, adentrando a cidade. Recrutando miseráveis urbanos, montou uma “fábrica de sem-terra” no País. Nunca mais a reforma agrária encontrou seu eixo. Como teria sido a reforma agrária sem o terrorismo das invasões de terras?
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Primeiro, seria certamente um programa mais bem planejado, articulado, e não um remendo açodado para resolver conflitos. Não trombaria com a agronomia nem com a ecologia, projetando assentamentos tecnicamente viáveis. Não faria da reforma agrária um foco de devastação ambiental, conforme se verifica em toda a Amazônia. Não confundiria remanescentes florestais com terra inculta, promovendo uma infeliz união da miséria com a depredação ecológica, como, entre tantos exemplos, provam a Fazenda Zabelê, no litoral de Touros (RN), ou a Fazenda Araupel, em Rio Bonito do Iguaçu (PR). Segundo, os beneficiários da reforma teriam aptidão reconhecida para a lide rural, jovens habilitados, filhos de agricultores familiares, jamais viriam dos excluídos da cidade. O vestibular da terra seria a capacitação, nunca a invasão. Os assentamentos rurais estariam baseados na produção tecnológica, integrada ao circuito de mercado, nunca firmada na roça de subsistência, isolada. Os novos produtores se emancipariam, seriam titulados, e não, como ocorre hoje, se tornariam subservientes ao poder. Terceiro, e em decorrência dos anteriores, a reforma agrária seria menor em tamanho, porém muito maior em qualidade. Geraria produção e renda. Daria à sociedade retorno do investimento público. Hoje, acreditem, nem se avalia o custo-benefício dos assentamentos. Nunca se mediu sequer a produção agropecuária advinda das áreas reformadas no Brasil, que atingem 90 milhões de hectares, envolvendo 1,2 milhão de assentados. Ninguém sabe quanto nem o que produzem. Conclusão: o distributivismo agrário resultou na mais onerosa e fracassada política social da História brasileira. Para se ter uma ideia, o custo médio de cada assentado beira os R$ 100 mil, valor que manteria uma família durante 13 anos recebendo um salário mínimo mensal. Com uma agravante: pelas mãos raivosas dos invasores de terra se criou no País um foco contínuo de encrenca, antipatias, inimizades. Cizânia agrária. O que seria do Brasil se não fosse o MST? Respondo ao Lula, tranquilamente: mais produtivo e fraterno no campo. * Xico Graziano é agrônomo. Foi secretário de Agricultura e Secretario do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. Agosto e Setembro/2014
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