9ª Edição – outubro 2017
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CONGRESSO
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NOTÍCIAS
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CULTURA
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RECEITA
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AGENDA
Edição: Diana Bernardo Design: Anne-Claire Pickard newsletteracademiabacalhau@gmail.com
Congresso Congresso Solidariedade Ativa
“Os Açores são compostos por oito ilhas e um parque de diversões” – não raras vezes este ditado foi evocado no 46º Congresso Mundial das Academias do Bacalhau, realizado no arquipélago português, de 12 a 15 de outubro. O “parque de diversões” é precisamente a Terceira, anfitriã deste evento que levou àquela ilha mais de quatrocentos congressistas oriundos de 31 cidades em doze países. Não há dúvida de que os Terceirenses gostam da sua diversão e isso ficou claro com o extenso programa que a Academia anfitriã planeou para o Congresso, de maneira a mostrar a quem vinha de fora cultura, costumes, tradições e
Ilha Terceira, Açores
património da Ilha Terceira. Evidente foi também a imensa vontade em receber bem e em fazer os visitantes sentirem-se em casa. A missão foi mais que conseguida – não se ouviu uma única palavra negativa a propósito da organização durante os quatro dias de Congresso. O bem-receber dos Terceirenses começou a fazer-se sentir assim que os congressistas aterraram na ilha. À espera, no aeroporto, estava sempre um representante da Academia do Bacalhau da Ilha Terceira que prontamente encaminhava os congressistas para os respetivos alojamentos. Quinta-feira, 12 de outubro, foi o dia de chegada da maioria dos congressistas. Os diversos grupos reuniram-se ao fim da tarde na Quinta do Nasce Água para um cocktail que, segundo Francisco Aqui-
ra, de Durval Marques, presidente honorário de todas as Academias, e de José Contente, presidente da Academia-Mãe, deram um início oficial ao 46º Congresso Mundial das Academias do Bacalhau.
lino Pereira, presidente da Academia do Bacalhau da Ilha Terceira, foi estrategicamente planeado. “Idealizamos o evento no sentido de não sentar as pessoas numa mesa sem conseguirem conviver com quem estava no outro lado da sala. Pensámos em distribuir as mesas de comida pelos quatro cantos da sala porque isso obriga as pessoas a movimentarem-se, a confraternizar, a conhecer novas pessoas e a fazer novos amigos”. Na Quinta da Nasce Água, os discursos de Francisco Aquilino Perei-
“O bem-receber dos Terceirenses começou a fazer-se sentir assim que os congressistas aterraram na ilha” 2
A sexta-feira amanheceu com um tempo quente apesar de estarmos em meados de outubro, revelando-se ideal para os congressistas que se dedicaram ao Torneio de Golfe no Clube de Golfe da Ilha Terceira. A maior parte do grupo, no entanto, seguiu em autocarros para um passeio pela costa entre Angra do Heroísmo e a cidade de Praia da Vitória. Pelo caminho, várias paragens para apreciar a beleza natural da Ilha Terceira, incluindo o Ilhéu das Cabras, e explicações por parte dos guias, providenciando um contexto para aquilo que ia
Congresso deslumbrando os olhos dos visitantes. Foi em Porto Judeu que se fez uma paragem para ver o monumento alusivo à Batalha da Salga, em que os Terceirenses derrotaram os espanhóis, em 1581, numa altura em que os nossos “vizinhos” tinham tomado conta do trono português. Com a vitória dos portugueses na Ilha, Angra do Heroísmo foi, durante três anos, capital de Portugal. O almoço tardio foi realizado numa tenda montada para o efeito na Praia da Vitória, onde os golfistas se reuniram com o resto do grupo. Com as barrigas mais satisfeitas, os presidentes das diferentes Academias juntaram-se para a reunião de presidentes enquanto o resto dos convivas seguiu em autocarros para mais umas paisagens de cortar a respiração. Pelas estradas do centro da ilha, os congressistas chegaram ao Algar do Carvão, um antigo vulcão adormecido que, por si só, era de uma imponência e beleza extremas. Mas, nesse dia, para os compadres e comadres, estava reservado algo ainda mais especial: um concerto no interior do vulcão. Presidentes, compadres e comadres voltaram a reunir-se à noite, na Quinta do Galo, onde se recriou uma Função do Divino Espírito
Ilha Terceira, Açores
Santo – algo típico da ilha Terceira e que é realizado todos os anos por ocasião das festas do Espírito Santo. A tradicional alcatra e o alfenim não faltaram numa sala decorada a preceito com um altar ao Divino Espírito Santo.
ao longo do dia, mas de forma muito subtil. De qualquer maneira, um furacão apenas contribuiria para a vontade dos Terceirenses de mostrar o que há de típico na ilha. O Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo acolheu a sessão de trabalhos deste 46º Congresso das Academias do Bacalhau. Aí foram debatidas sete propostas, numa longa sessão que se prolongou até meio da tarde (ver artigo sobre as propostas apresentadas). A sessão de trabalhos foi intervalada
A chuva forte a bater nas janelas despertou os congressistas no sábado de manhã para mais um dia de Congresso. Era a “Ophelia”, o furacão que passava ao largo dos Açores, e que se foi manifestando
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por um almoço no Clube Musical Angrense. Ao fim do dia, o salão do Clube de Golfe da Ilha Terceira acolheu o momento mais solene do evento: o jantar de gala. Curiosamente, a data – 14 de outubro – era também o dia de aniversário do compadre honorário de todas as Academias, Durval Marques (assim como de mais um compadre e uma comadre) a quem foram cantados os parabéns. A Academia do Bacalhau da Terceira aproveitou a ocasião para pôr em prática a solidariedade que define o espírito das Academias, oferecendo duas ambulâncias, uma aos Bombeiros Voluntários de Angra do Heroísmo e outra aos Bombeiros Voluntários de Praia da Vitória. Houve também o habitual momento de troca de presentes entre a
Congresso “Era a “Ophelia”, o furacão que passava ao largo dos Açores, e que se foi manifestando ao longo do dia, mas de forma muito subtil” Academia-anfitriã e os presidentes das 31 Academias presentes. A animação musical da noite ficou a cargo dos “Entre Parentes”, que deram um espetáculo de elevada qualidade. O último dia do Congresso começou com uma visita pela encosta oeste da ilha, culminando na Região Demarcada dos Biscoitos – a estância balnear da ilha por excelência. Seguiu-se a apresentação do Pónei da Terceira, uma raça que tem as dimensões de um pónei mas as características morfológicas de um cavalo. O Pónei da Terceira esteve praticamente extinto mas um importante trabalho de recuperação da raça – no qual esteve envolvido um compadre da Academia do Bacalhau de Lisboa – levou ao ressurgimento progressivo
Ilha Terceira, Açores
e a uma maior segurança quanto à sua continuidade. O Congresso terminou com a maior manifestação cultural da Ilha Terceira: a tourada à corda. Foi em Porto Judeu que os congressistas se reuniram, depois de um almoço buffet, para assistir ao espetáculo que faz vibrar qualquer Terceirense. “Eu sei que é uma temática muito suscetível”, refletiu o Francisco Aquilino Pereira, presidente da Academia-anfitriã. “Independentemente de se gostar ou não das touradas, a cultura de qualquer local tem que ser respeitada e, como tal, esta é a maior manifestação cultural que temos na Ilha Terceira, conjuntamente com as festas do Divino Espírito Santo. E os animais aqui não são magoados. As touradas à corda estão fortemente enraizadas na cultura da nossa população”. Depois de quatro dias repletos de bons momentos, de simpático convívio, de passeios extraordinários e também de algum trabalho, a opinião geral era unânime: os compadres da Academia do Bacalhau da Ilha Terceira estavam de parabéns. Ao longo do Congresso foram-se ouvindo muitos elogios à organização, à simpatia, à qualidade do programa.
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Congresso
Ilha Terceira, Açores
“Muito bom, é uma maravilha. Eu vim descobrir qualquer coisa de diferente, não conhecia esta ilha lindíssima. Gostei e tenho pena de não ter vindo cá há mais tempo”, declarou Durval Marques. “Um espetáculo! Estou muito contente, foi muito bom, está tudo uma maravilha, é tudo lindo. Não mudava nada, para mim foi ótimo”, confessou Maria Matos, comadre de Estremoz. “Foi muito bom. Já fui a muitos Congressos mas este surpreendeu-me. Estava tudo bem organizado. E nunca tinha vindo aos Açores mas gostei muito. Oxalá volte!”, disse Manuel Silva, compadre da Academia de Joanesburgo. Os compadres e comadres da Ilha Terceira disseram desde início “o pagamento que queremos é que, ao ir embora, as pessoas digam: gostámos”. A Academia da Terceira é agora uma Academia rica: é que não houve um único congressista que não tenha gostado.
“O Congresso terminou com a maior manifestação cultural da Ilha Terceira: a tourada à corda” 5
Congresso
Ilha Terceira, Açores
Debatidas 7 propostas no Congresso
A sessão de trabalhos do 46º Congresso Mundial das Academias do Bacalhau decorreu no sábado, 14 de outubro, no Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo. Marcaram presença 31 presidentes ou representantes de Academias, para além da anfitriã, a Academia da Ilha Terceira. Foram apresentadas sete propostas, todas debatidas pelos congressistas, nomeadamente: 1. Voltar a realizar-se congressos anuais, anulando assim o deliberado no congresso de Durban que previa a realização dos congressos de dois em dois anos – proposta aprovada por maioria; 2. Atribuir o título de presidente honorário da Academia do Bacalhau de Perth ao compadre José Augusto Madeira, fundador e presidente daquela tertúlia, falecido no mês de outubro – proposta aprovada por unanimidade;
5. Os mandatos dos órgãos sociais das Academias do Bacalhau passam a ter uma duração variável em função dos estatutos ou especificidades de cada uma – proposta aprovada por unanimidade; 6. A Academia do Bacalhau de Paris propôs a oficialização da Academia do Bacalhau de Bordéus, representada no congresso por Fernando da Silva – proposta aprovada por unanimidade;
das pela Academia-Mãe e enviadas a todas as Academias. Proposta aprovada por maioria, embora a AB Lisboa tenha declarado que não divulgará os nomes e contatos dos seus compadres e comadres.
3. Todos os anos, em março, cada Academia deve comunicar à Academia-Mãe: - Nome do presidente, email e número de telemóvel - Lista de nomes dos compadres de cada Academia - Quantas vezes por mês se reúne a Academia - Entidades / pessoas apoiadas pela Academia No mês de julho, deve ser enviado um relatório de atividades à Academia-Mãe e à Academia anfitriã do congresso desse ano. As informações devem ser depois compila-
4. Para que uma Academia se candidate à organização de um congresso, tem que estar presente um membro da direção dessa Academia. Esta proposta foi retirada por já ter sido aprovada em congressos anteriores;
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7. A Academia do Bacalhau do Porto apresentou a sua candidatura para ser a anfitriã do Congresso Mundial das Academias do Bacalhau de 2019 – proposta aprovada por unanimidade.
Congresso Como habitualmente, a sessão de trabalhos suscitou um debate intenso entre os participantes, incluindo não só os presidentes de cada Academia mas também os compadres e comadres presentes na sala. Para além das propostas apresentadas, foram debatidos alguns assuntos paralelos, como a questão do pagamento das quotas à Academia-Mãe, que continua a ser um tema gerador de discórdia entre os compadres. De tal maneira que o compadre presidente honorário da Academia do Bacalhau da Namíbia, Manuel Coelho, escolheu sentar-se na plateia em vez do lugar que lhe foi atribuído à mesa, na sequência de uma carta da Academia-Mãe a solicitar a regularização das quotas, o que validaria a participação no congresso. A Academia do Bacalhau de Lisboa informou que registou a patente do nome “Academia do Bacalhau” em Portugal já há alguns anos e solicitou que a Academia-Mãe providenciasse o registo a nível mundial. No final dos trabalhos foi ainda debatida a questão da sustentabilidade da newsletter, com a Academia-Mãe a comprometer-se a assumir os custos do projeto até ao Congresso de Joanesburgo, em outubro do
Ilha Terceira, Açores
próximo ano. As sete propostas debatidas em congresso representam apenas uma parte das sessenta levadas à Ilha Terceira pelos congressistas. No entanto, na reunião de presidentes que decorreu no dia anterior à sessão de trabalhos, foram escolhidas as propostas que seriam debatidas: “foi proposto pela Academia do Bacalhau da Ilha Terceira que se fizesse uma triagem de todas as propostas que vinham ao Congresso, de maneira a diferenciar entre propostas estruturantes para as Academias e as outras, que passaram a ser consideradas meras sugestões”, explicou Francisco Aquilino Pereira, presidente da Academia anfitriã. “Depois de os presidentes se reunirem, algumas foram retiradas, com bom senso da parte deles e o nosso “muito obrigado”. Todos foram excelentes, com diferentes opiniões mas sem exceção, e todos trabalhamos juntos para que as Academias do Bacalhau sejam cada vez mais vincadas e vistas no mundo como associações com o nível e respeito que elas nos merecem”.
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NOTÍCIAS Aprovada oficialização da Academia do Bacalhau de Bordéus Foi aprovada a oficialização da Academia do Bacalhau de Bordéus no 46° Congresso Mundial das Academias do Bacalhau, que decorreu na Ilha Terceira, Açores. Esta será assim a 59ª Academia do movimento das Academias do Bacalhau.
Bordéus, França
A Academia de Bordéus funciona já há cerca de duas décadas, numa zona de França com uma considerável população portuguesa. A proposta da oficialização foi feita através da Academia-Madrinha, a tertúlia de Paris, tendo estado presente, a representar a nova tertúlia o seu presidente, Fernando da Silva. “Tinha estado a faltar alguma coisa. Mas é difícil uma pessoa ir a um evento e ter que analisar ali o trabalho de um ano. Era também preciso a Academia de Bordéus estar presente em Congresso, e isso ainda não se tinha concretizado”, explicou Fernando Lopes, presidente da Academia de Paris. “São sentimentos de orgulho e de agradecimento. Tenho um orgulho imenso por ter conseguido concretizar algo que tem sido difícil de concretizar”, confidenciou Fernando da Silva, representante da AB de Bordéus depois da aprovação da proposta. “Temos potencial para ser uma grande Academia. Temos entre 30 a 50 compadres em cada evento”.
A Academia-Mãe, na pessoa do seu presidente José Contente, comprometeu-se desde já a mandar fazer a bandeira e o badalo da Academia do Bacalhau de Bordéus. A oficialização deverá acontecer em Bordéus depois da Páscoa de 2018, em data ainda a definir. 8
“A Academia de Bordéus funciona já há cerca de duas décadas, numa zona de França com uma considerável população portuguesa”
NOTÍCIAS
Paris, França
ABP realiza jantar no “Lisboa”
Na sexta-feira, 6 de outubro, a Academia do Bacalhau de Paris organizou a sua tertúlia mensal no restaurante “O Lisboa”, do compadre Alfredo Lisboa e de Adélia Oliveira. Mais de 80 pessoas estiveram presentes para assistir à entrega do cheque de 50.000€ que a ABP angariou no jantar anterior e que deu aos pais de Romain Decogne no “Lisboa”. O montante solidário destina-se a obras de adaptação na casa da família que permitam criar condições para acolher condignamente o jovem, que ficou com graves sequelas depois de um AVC. Numa noite com forte ênfase na solidariedade, a ABP aproveitou também para agradecer à Don Action, que doou 3.000€ à Academia para serem usados em ações solidárias. Após um aperitivo abundante, os presentes puderam degustar um dos melhores bacalhaus servidos nas tertúlias da Academia: no final da refeição, as 80 pessoas dirigiram uma imensa salva de palmas ao pessoal encarregado da preparação do jantar. A noite foi passada em ambiente alegre, com um concurso de anedotas contadas por compadres e comadres.
O próximo evento decorrerá a 9 de novembro, em Saint-Maur-des-Fossés, no cinema Le Lido, onde será feita uma exibição do filme “Tous Les Rêves du Monde”, de Laurent Ferreira Barbosa. Para completar a agenda da ABP até ao final do ano, está ainda programado que se faça a quinta edição da iniciativa solidária “Roupa Sem Fronteiras”, com a triagem dos donativos a 25 e 26 de novembro. Para finalizar, a Gala de Natal terá lugar no sábado, 9 de dezembro.
“Mais de 80 pessoas estiveram presentes para assistir à entrega do cheque de 50.000€ aos pais de Romain Decogne” 9
NOTÍCIAS
Paris Júnior, França
ABP Júnior atribui prémios do 1º Concurso de Fotografia
5º Prémio - Kelly De Sousa e Sílvia Pereira de Faria – degustação de vinhos em Paris ou no Porto
A Academia do Bacalhau de Paris Júnior levou a cabo o seu primeiro Concurso de Fotografia, subordinado ao tema das “Portas Lusófonas”. Durante o verão, a competição esteve aberta a quem quisesse participar. Para isso, era necessário submeter uma fotografia de uma porta de um país lusófono nas redes sociais e identificar a ABP Júnior nas publicações. O concurso terminou a 3 de setembro e contou com 47 participações. Nas semanas seguintes, o júri reuniu-se e escolheu os vencedores, que são:
Prémio do Júri – Isabel da Costa – apesar de apenas estarem previstos
10 prémios, esta fotografia mereceu a atenção do júri e, por isso, a vencedora conquistou um jantar ABP para duas pessoas. Prémio do Júri (abaixo), 1ºs prémios (à direita)
1º Prémio – Sacha Mlk e Kelly de Sousa – estadia em Portugal para duas pessoas 2º Prémio - Tiffany Vaslier e André Lopes – refeição a bordo de um barco para duas pessoas 3º Prémio - Maryne Rachel e Chanel Ramos de Guerreiro – sessão de spa para duas pessoas 4º Prémio - Kelly De Sousa e André Lopes – bilhetes para a Disneyland Paris para duas pessoas
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NOTÍCIAS Estoril quer criar Academia Júnior
Foi no Congresso das Academias do Bacalhau da Ilha Terceira, em outubro, que Henrique Arruda, presidente da Academia do Bacalhau da Costa do Estoril, tomou conhecimento de uma iniciativa que tem vindo a ser desenvolvida na tertúlia de Paris: a criação de uma Academia Júnior, que reúna a camada mais jovem dos compadres e comadres e que desenvolva atividades direcionadas para este “público-alvo”, de maneira a atrair mais pessoas para as Academias do Bacalhau. “Notamos que nas Academias há uma certa faixa etária que, neste momento, está presente e ativa mas pensamos que é necessário continuar essa obra e achei muito interessante a iniciativa de Paris de passar estes valores para os jovens organizando as Academias Júnior”, revelou Henrique Arruda. A criação de um núcleo jovem no Estoril, seguindo-se ao de Paris, seria, para o presidente da Academia portuguesa, algo que poderia levar à disseminação do projeto pelas diferentes Academias. “Se esta ideia se espalhar pelo mundo, os próprios jovens vão-se apercebendo da importância de comunicarem entre si. E as novas gerações têm
Costa do Estoril. Portugal
ideias, projetos e tecnologias novas e são capazes tão bem ou melhor que nós de continuar este movimento”, declarou. Para atrair mais jovens às Academias do Bacalhau, o presidente da Academia do Estoril considera que é necessário “descobrir o que motiva os jovens. O discurso para aliciar os jovens terá que ser pensado e, provavelmente, aprendido com os próprios jovens”. “A ideia é levar esta proposta para a Academia do Estoril, transmitir aos nossos compadres e começar a pensar numa organização desta natureza com a ajuda e colaboração de Paris, que já tem alguma experiência, e que pronta e simpaticamente o compadre Fernando Lopes se prontificou a ajudar. Vamos pensar numa Academia do Bacalhau Júnior para o Estoril que, neste momento, tem uma Academia Sénior”, explicou Henrique Arruda.
“Se esta ideia se espalhar pelo mundo, os próprios jovens vão-se apercebendo da importância de comunicarem entre si.” 11
NOTÍCIAS
Porto Santo, Portugal
Academia comemorou 7º aniversário
A Academia do Bacalhau do Porto Santo deu os seus primeiros passos em 2007, tendo tido o seu primeiro encontro a 25 de outubro desse mesmo ano, com os compadres fundadores Tiago Rodrigues, João Leão, Jocelino Velosa, Hélder Ferreira, José Batista, Magno Velosa, Mário Silva, Miguel Lourenço, Ricardo Pestana, Roberto Silva e Rui Mendonça. Mas a oficialização só aconteceria três anos mais tarde, a 2 de outubro de 2010. Assim, o jantar de outubro desta tertúlia, que teve lugar dia 26, assinalou os sete anos de existência oficial da Academia do Bacalhau do Porto Santo. O evento teve lugar no restaurante “Pé na Água”, situado à beira-mar, na ilha do Porto Santo, e contou com meia centena de compadres, comadres e convidados. O jantar foi animado pelo cantautor madeirense João Luís Mendonça e a Academia do Porto Santo definiu este como “um convívio muito agradável onde, naturalmente, o bacalhau foi rei”.
“A Academia do Bacalhau do Porto Santo deu os seus primeiros passos em 2007, tendo tido o seu primeiro encontro a 25 de outubro desse mesmo ano” 12
NOTÍCIAS
Ribatejo, Portugal
Academia oferece 2000 árvores
momento de contribuir e ser solidária com dois concelhos que foram fortemente afetados por estes incêndios”, declarou ao mesmo órgão de comunicação Pedroso Leal, presidente da Academia ribatejana. Os dois concelhos que beneficiaram da iniciativa solidária da ABR foram Ferreira do Zêzere e Vila de Rei. A cada um, a Academia entregou mil árvores para plantação. Como gesto simbólico, foram ainda plantadas duas árvores em cada concelho durante o 2º Bacalhau em Movimento: em Ferreira do Zêzere com a presença do presidente da Câmara e em Vila de Rei com a presença do vice-presidente. O grupo de convivas deslocou-se em automóveis antigos e passou por várias localidades ribatejanas, nomeadamente Ourém, Tomar, Ferreira do Zêzere e Vila de Rei.
A Academia do Bacalhau do Ribatejo, em conjunto com o Clube de Automóveis Antigos de Santa Catarina da Serra (CAASCS), organizou o 2º Bacalhau em Movimento no dia 8 de outubro, que contou com a participação de 160 pessoas e 90 viaturas antigas. A premissa era simples: um compadre, uma árvore. O objetivo, com fins solidários como pertence às Academias, era o de contribuir para minorar as consequências do flagelo dos fogos que tem assolado o país nos últimos meses. “Infelizmente, a verdura que havia nesta região está toda transforma-
da em terreno queimado e é nesse sentido que estamos a participar com a plantação de árvores”, declarou à Lusopress TV Rogério Vieira, compadre da Academia do Baca-
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lhau do Ribatejo. “A zona centro tem sido fustigada por incêndios e a floresta tem desaparecido. A Academia do Bacalhau do Ribatejo entendeu que era o
NOTÍCIAS Academia solidária com tratamentos clínicos de jovem Com Jornal “O Século”
Com a aderência a aproximar-se das 80 pessoas, teve lugar na tarde de 10 de outubro, no restaurante da ACPP, o almoço de convívio mensal da Academia do Bacalhau de Pretória, contando-se entre os presentes o embaixador Ricoca Freire, a chanceler da embaixada, Carlota Amorim, os comendadores Gilberto Martins e Silvério Silva, e os presidentes, da ACPP, Mário Jorge; da Casa Social da Madeira, Samuel da Silva; da Associação de Bem-Fazer “Os Lusíadas”, Paula de Castro; da Casa do Benfica, Lino Faria, este que voltou a oferecer o pão ali saboreado, confecionado na sua Meyerspark Bakery; e pelo Banco BPI, o seu delegado em Joanesburgo, Ramiro Sebastião. A abrir o convívio, usou da palavra o presidente desta Academia do Bacalhau, comendador Mário Ferreira, para as boas-vindas e agradecimentos a todos os pre-
Pretória, África do Sul
sentes, após o que apelou aos que o ouviam para cada um colaborar com o que lhe fosse possível, uma vez que a receita que fosse conseguida, reverteria a favor de cirurgia e respetivos tratamentos clínicos da jovem estudante da nossa comunidade, Juliana Bernardo, presente no convívio, que terá de ser submetida a intervenção cirúrgica à escoliose de que sofre, com os custos a rondarem os cento e oitenta mil randes, valor que seus pais não dispõem. Depois do leilão, das multas e outros donativos, foi possível angariar o que se pretendia. Foi dada a palavra ao embaixador Ricoca Freire, que, em jeito de despedida (por se encontrar em fim de funções) declarou “A comunidade de Pretória, e os apoiantes desta Academia do Bacalhau, foram para mim exemplo de união e de solidariedade, pela maneira como todos em convergência trabalharam rumo ao mesmo objetivo, disponibilizando-se sempre para apoiar e marcar presença em várias iniciativas levadas a efeito pela vizinha Academia-Mãe, em Joanesburgo, imagem de união da comunidade, pela qual sempre me debati e apelei, daí ficar sempre gravada em memória a grata recordação que levo da África
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do Sul. O último pedido que aqui vos faço, na certeza de que isso já está planeado por vós, é que esta Academia de Pretória venha a trabalhar em conjunto com a de Joanesburgo, na organização do grande congresso que tem planeado para 2018, a comemorar os seus cinquenta anos, e de mãos dadas contribuir para o sucesso que se pretende”. Neste convívio onde se guardou um minuto de silêncio à memória do compadre Roland des Meuls, falecido dias antes, em Joanesburgo, e entregues certificados aos novos membros desta Academia do Bacalhau de Pretória, Augusto Baptista Rosa, Marco Valente, Gary Martins,
Ronnie Gell, Duncan Lewis e Dave Scott, foi o embaixador Ricoca Freire distinguido com significativa lembrança, que lhe foi entregue pelo presidente desta Academia, comendador Mário Ferreira.
NOTÍCIAS
Joanesburgo, África do Sul
Academia-Mãe realiza torneio de golfe
mos o nosso torneio”, começou por afirmar o compadre presidente. Seguidamente agradeceu a presença do cônsul-geral de Portugal em Joanesburgo, Francisco-Xavier de Meireles, o patrocinador do jantar, compadre SP Pereira e a todos os jogadores e participantes do torneio, desde organização, logística e claro, patrocinadores. O organizador do torneio anual, o compadre Fernando Vale, recebeu uma forte ovação por parte de todos, pois anualmente e incansavelmente dedica-se a organizar a jornada de golfe para beneficência, que segundo os participantes afirmam, está melhor de ano para ano.
Por Michael Gillbee, Jornal “O Século” Decorreu na quinta-feira, 5 de outubro, o torneio anual de golfe da Academia do Bacalhau de Joanesburgo, patrocinado pelo quarto ano consecutivo pelo Banco BIC. Um torneio que foi jogado no campo de golfe Glendower, em Bedfordview, e que apesar da chuva torrencial que se abateu todo o dia sobre a cidade de Joanesburgo, decorreu em segurança porque não havia perigo de trovoada. Um exemplo louvável do que a comunidade portuguesa da África do Sul é capaz de fazer em prol da beneficência e solidariedade social. Os vencedores da prova foram Carlos Gonsalves e Manny de Abreu; em segundo lugar ficou a dupla Nelson Duarte e Deolindo Coelho e em terceiro lugar Francisco M. Lopes e Jock Lopes. O 4º lugar foi para Rui de Jesus e Frank Kitchen, em 5º ficou F. M. da Silva e Ready. Em sexto lugar foi a dupla Jorge Rodrigues e Adrian, 7º H. Alves Jr e M. Teixeira, em 8º lugar ficou Bino da Silva e Alan,
atribuídos a vários participantes do torneio. Ao fim da tarde, após a partida de golfe, os participantes e convidados congregaram-se no restaurante “Rodizio” em Bedfordview, para um jantar convívio e de entrega de prémios aos melhores jogadores. O compadre presidente José Contente soou o badalo pelas 19 horas e foi feito o brinde da tertúlia, o “Gavião de Penacho”, cujo “tom” foi dado pelo compadre Rodolfo Gallego. “Apesar da chuva, jogá-
9º Rui Gouveia e Manny de Sá, 10º ficou a dupla Vergílio da Silva e George de Bruin. Na categoria para 75 anos, ficaram os jogadores Pinho e Agostinho Isidoro. Tony Lume com 78 anos e Francisco Lopes com 88 anos, este último que recebeu uma forte ovação por parte de todos. Fábio Celestino ganhou o carrinho-de-mão de bebidas oferecidas por José Luís Rodrigues e Lino Ferro venceu a caixa de charutos que estava a ser sorteada. Diversos kits de limpeza foram
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NOTÍCIAS Os patrocinadores da noite foram o Banco BIC, que há quatro anos seguidos doa 10.000 euros para a prova, TMM Group, ACDC Dynamics, Belém Confeccionary, BELL Equipment, Cell C, Diversified Paper & Plastic, DIY Rocha’s Hardware, Eagle Springs Manufacturers, J. Araújo Builders, Meat World – Alberton, Midway Liquors, SP Pereira Group of Companies, Royal Panelbeaters, Overland Liquors, Paulo Mariano, Propact Plant Hire, Rodacil Construction, Rodizio Restaurant, Rui Policarpo, Silva Sale, Trophy Creations, Victor Garrana, ZTE Corporation, Wines of the World. Foi dado um enorme aplauso pelos patrocinadores. Findo o repasto, foram entregues
“Na categoria para 75 anos, ficaram os jogadores Pinho e Agostinho Isidoro, Tony Lume com 78 anos e Francisco Lopes, com 88 anos.”
Joanesburgo, África do Sul
os restantes prémios da noite. Após os prémios, o compadre Gilberto Martins leiloou algumas garrafas de uísque mas antes, declarou aos presentes “amigos, boa noite. O que fizeram hoje, debaixo de tanta chuva, foi levar um sorriso, uma esperança nova e um alento a residentes do nosso Lar e a pessoas que possuem bem menos do que nós. Por isso, a todos, muito, muito obrigado.” A noite foi encerrada com a intervenção do cônsul-geral de Portugal. “Quero dizer primeiro que tudo, que o senhor Francisco Lopes, aos 88 anos, a jogar golfe e a participar desta maneira, é um exemplo para todos nós”. Segundo, agradeceu ao compadre comendador SP Pereira por ter oferecido este belo jantar e mencionar também a bela cantora que entreteve todos com música de fundo. A vocês todos, em nome do Estado português, agradeço profundamente, incentivo a continuarem e louvo por todas as vossas ações”, concluiu o diplomata. As sobremesas foram servidas e a noite terminou com convívio ao som de música.
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NOTÍCIAS
Luanda, Angola
Academia realiza jantar depois do Congresso
A Academia do Bacalhau de Luanda retomou as atividades depois do Congresso Mundial no dia 27 de outubro, com um jantar no restaurante “100 Maneiras”, na capital angolana. Estiveram presentes 49 pessoas, incluindo dois novos compadres apadrinhados naquela noite, André Colaço e Joaquim Silveira. À moda solidária das Academias do Bacalhau, foram angariados cerca de 1500€ que serão, por enquanto, mantidos pela Academia mas que se destinarão a um donativo futuro. Durante o jantar, houve algumas intervenções de compadres que estiveram presentes no 46º Congresso Mundial, nos Açores, e que relataram aos demais compadres a excelente organização e simpatia da Academia da Terceira. Destacou-se também a moção apresentada pela Academia de Luanda e que teve aprovação na sessão de trabalhos do Congresso (ver artigo sobre o Congresso nesta newslet-
compadres de Luanda pretendem agora que esta moção seja implementada de imediato, “criando-se assim uma maior comunicação entre as Academias e melhorando todo o sistema organizacional das Academias no mundo”. No jantar foi ainda evocado o Congresso Mundial das Academias do Bacalhau do próximo ano, que decorrerá em Joanesburgo, tendo-se exaltado os compadres de Luanda a marcar presença no evento.
“Os compadres de Luanda pretendem agora que esta moção seja implementada de imediato.” ter). Esta moção prevê que haja uma comunicação de contatos de cada Academia à Academia-Mãe de forma regular, contatos esses que a Academia-Mãe enviará depois para as outras tertúlias. Os
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NOTÍCIAS Academia realiza jantar no Clube Português
A 30 de setembro, a Academia do Bacalhau de New Jersey realizou o seu jantar mensal no Clube Português de Long Branch, New Jersey. Estiveram presentes 114 convivas, dos quais 62 foram levados ao evento pelo Clube Português. O jantar foi ocasião para acolher oficialmente na Academia de New Jersey sete novos compadres. Um serão animado pela Bruno Silva Band foi o pretexto para tirar os
New Jersey, Estados Unidos
compadres das cadeiras e levá-los até à pista de dança. No dia 27 de outubro, a Academia celebrou o Halloween com um jantar no South River Portuguese Club, de que daremos conta na próxima edição da newsletter. Em novembro, será feito um almoço de São Martinho e dezembro será, naturalmente, a altura de celebrar o Natal.
“Estiveram presentes 114 convivas”
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NOTÍCIAS
Perth, Austrália
Faleceu o compadre presidente José Augusto Madeira
José Augusto Madeira, presidente da Academia do Bacalhau de Perth, faleceu a 8 de outubro, vítima de doença prolongada. A triste notícia foi prontamente comunicada pela Academia de Perth às restantes Academias, uns dias antes do 46º Congresso Mundial que se realizou na Ilha Terceira, Açores. Na sessão de trabalhos do Congresso foi debatida uma proposta apresentada pela Academia de Perth ainda enquanto o compadre presidente se encontrava vivo. A proposta visava atribuir o título de compadre honorário da Academia do Bacalhau de Perth a José Augusto Madeira, algo que foi aprovado por unanimidade – infelizmente, a título póstumo. O compadre José Augusto Ma-
“Em 2011, depois de vários anos de trabalho, fundou a Academia do Bacalhau de Perth.”
deira deixou Peniche em 1965, rumando à Austrália, onde viveu até ao presente. De 1993 a 2013, foi Cônsul Honorário de Portugal e dedicou grande parte da sua vida à comunidade portuguesa naquele país. Foi fundador do Clube Português (WA Portuguese Club) em Hamilton Hill, em 1969. Iniciou, em conjunto
com o autarca de Fremantle, (onde vive grande parte da comunidade Portuguesa de Perth), o processo de geminação das cidades de Fremantle e Funchal, em 1996. Foi o obreiro da inauguração em Fremantle, em 2008, de um monumento a Vasco da Gama, pela celebração dos 500 anos da descoberta do caminho marítimo para
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a Índia. O molde da face do navegador, com 15kgs foi trazido de Portugal pelo compadre Madeira. Foi fundamental a sua participação na inclusão de nomes de 40 pescadores Portugueses no Monumento aos Homens do Mar (Fishermen’s Memorial) em Fremantle Harbour, monumento que foi inaugurado em 2004. Em 2011, depois de vários anos de trabalho, fundou a Academia do Bacalhau de Perth.
NOTÍCIAS Tertúlia serviu para debate de assuntos da comunidade
A Academia do Bacalhau de Brasília organizou um jantar no dia 26, no restaurante Tasca da Vila, na capital brasileira. Estiveram presentes 64 convivas. O evento foi a oportunidade para se debater algumas questões da vida da comunidade portuguesa naquele país. O compadre comendador Victor Alegria falou sobre o projeto “Barca do Aviso”, uma
Brasília, Brasil
revista de cunho informativo para toda a comunidade lusitana no Brasil. Por outro lado, o compadre comendador Carlos Cristo falou das dificuldades que a comunidade lusa no Brasil está a ter com os serviços consulares. As discussões foram tidas enquanto os compadres e comadres degustavam uma ementa onde, evidentemente, não faltou o bacalhau. À entrada de alheiras com batata rústica e bolinhos de bacalhau com vinho do porto branco seco e verde Maria Bonita seguiu-se o prato principal: lombo de bacalhau Gadus Morhua primaveril na cama
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de purê de grão de bico com legumes coloridos. Para terminar com a boca doce, foram servidas brisas do Lis. O jantar contou ainda com a animação musical do trio Música Nossa.
“Lombo de bacalhau Gadus Morhua primaveril na cama de purê de grão de bico com legumes coloridos.”
ENTREVISTA Francisco Aquilino Pereira, Presidente da Academia do Bacalhau da Ilha Terceira
Se até recentemente, Francisco Aquilino Pereira podia não ser conhecido por todos os compadres e comadres das Academias do Bacalhau, o 46º Congresso Mundial das Academias mudou isso definitivamente. Foi este o homem que encabeçou um grupo incansável que, à custa de muito trabalho, dedicação e vontade de bem-fazer organizou um dos melhores Congressos das Academias do Bacalhau.
Como foi o trabalho de preparação deste Congresso? O trabalho de preparação deste Congresso começou há, sensivelmente, catorze meses, ainda antes de termos a certeza de que iríamos organizá-lo. Quando fomos para Estremoz (Congresso 2016), já levávamos compromissos com instituições oficiais que nos garantiram apoios. A partir do momento em que tivemos a autorização para realizar o Congresso, começámos a ir para o estrangeiro. Fomos aos Estados Unidos, ao Canadá, a Portugal Continental, fizemos todas as Academias da Madeira e dos Açores. Infelizmente, não nos foi possível ir a África, à Europa e ao Brasil. Quantas pessoas estiveram envolvidas na preparação do Congresso? Tivemos a colaboração extraordinária de todos os compadres e comadres da Academia da Ilha Terceira. Como é evidente, há sempre aqueles que têm mais disponibilidade e conseguiram dar mais tempo das suas vidas. O núcleo duro foi uma dezena de pessoas. Mas, a ajudar, são várias dezenas. Não se deve concentrar a realização de um evento destes em duas ou três pessoas, há que delegar. E há pessoas que são mais aptas numa área do que noutras. E o que quería-
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“O trabalho de preparação deste Congresso começou ainda antes de termos a certeza de que iríamos organizá-lo” mos fazer era esmerarmo-nos o mais possível não só para trazer as pessoas à ilha mas também para lhes mostrar o melhor da gastronomia, paisagens e cultura porque estamos cientes de que um evento desta natureza é um excelente meio de propaganda turística. O Governo Regional dos Açores, a Câmara de Angra do Heroísmo e a de Praia da Vitória, todos nos deram um apoio sem o qual era impossível ter feito este Congresso. Isto para além
de entidades particulares. Evidentemente que tínhamos em mente que podíamos trazer retorno económico à ilha e, quando isso acontece, as pessoas querem e ajudam. É claro que a credibilidade da Academia do Bacalhau da Ilha Terceira estava em causa e o que nós queríamos mesmo era que, ao chegar tivessem uma boa impressão mas que, ao sair, dissessem “gostámos” – é esse o pagamento que queremos. No geral, os congressistas têm tecido críticas muito construtivas a este Congresso. O que tem a dizer sobre isso? É a grande satisfação que nós temos. É gratificante que, de facto, tem havido uma opinião generalizada muito positiva.
ENTREVISTA Nota-se que tentaram incluir no programa coisas que mostram a cultura Terceirense… O que propusemos e dissemos no primeiro dia era que queríamos mostrar o nosso património natural e edificado, a nossa gastronomia, cultura, música. Não fazia sentido para nós realizar um Congresso na Ilha Terceira para mostrarmos hábitos de outros lados. Quem vem a um determinado sítio quero conhecer os hábitos e culturas desse lugar. Portanto, só poderíamos mostrar aquilo que é tipicamente Terceirense e está profundamente enraizado na cultura e nos hábitos da nossa população. Quantas Academias estiveram presentes no Congresso? Estiveram aqui 31 Academias, mais a Academia da Ilha Terceira. Algumas foram autênticas surpresas de que não estávamos à espera e que apareceram no último dia. É agradável mas é difícil. Tivemos Canadá, Estados Unidos, África do Sul, Namíbia, Angola, Moçambique, Suazilândia, Venezuela, França, Luxemburgo, Bélgica. Tivemos, como é normal, uma grande representação de Portugal Continental, das Ilhas da Madeira e dos Açores. Em relação aos contingentes que estiveram cá, claro que a maior repre-
segundo lugar, trabalhem bem que depois o pagamento vem facilmente no reconhecimento dos compadres e das comadres.
sentação foi a da Ilha Terceira, ou não estivéssemos a jogar em casa. Quanto às Academias que vêm de fora, Paris foi a que trouxe mais gente, com 50 pessoas. Depois temos Academias como o Minho com quase 40 pessoas, Estremoz com mais de 30. Perdoem-me alguma que não tenha mencionado. Queremos sempre mais e melhor mas estamos muito satisfeitos com cerca de 400 pessoas que vieram de fora da Ilha. Depois de ter passado por esta experiência, que mensagem passa a quem vai estar no seu lugar nos próximos anos? O que eu espero mesmo é que quem
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tenha a organização de um Congresso se sinta realizado quando o terminar. Garanto que dá muito trabalho mas é também uma honra muito grande e dá muito prazer. Quando se faz uma coisa que queremos, trabalha-se com gosto e quem trabalha por gosto, não cansa. Bom, claro que se cansa e muito mas é, de facto, uma experiência única. É uma oportunidade maravilhosa de se conhecer pessoas, de se juntar caras a nomes, de criar novos amigos. Enfim, de conhecermos aqueles que fazem parte da nossa própria família. Quem tentar realizar um Congresso, pense duas vezes: primeiro, quero realizar o Congresso? Se quiser, tudo é possível e relativamente fácil. Em
“Só poderíamos mostrar aquilo que é tipicamente Terceirense e está profundamente enraizado na cultura e nos hábitos da nossa população”
Cultura José Rodrigues dos Santos publica dois livros em 2017
O escritor que mais vende em Portugal editou dois livros este ano: “O Reino do Meio” em setembro e “Sinal de Vida” em outubro. É a terceira vez que José Rodrigues dos Santos publica dois romances num ano, contribuindo para os números de vendas astronómicos no panorama literário português: mais de 2,3 milhões de cópias dos seus 18 romances vendidas em território nacional. “O Reino do Meio” encerra a trilogia iniciada em 2015 com “As Flores de Lótus” e que inclui ainda “O Pavilhão Púrpura” (2016). Apesar de estar inserido na trilogia, “O Reino do Meio” pode ser lido individualmente, segundo a editora, e “encerra a história
“Se foi um acidente, então Deus não existe e é tudo por acaso. Mas se a vida é um imperativo, isso significa que há um desígnio no universo”
Um sinal de vida. O governo americano e a ONU são imediatamente informados. Um objeto dirige-se à Terra. A NASA prepara com urgência uma missão espacial internacional para ir ao encontro da nave desconhecida – é esta a premissa na base de “Sinal de Vida”. “Até que ponto a vida é um acidente ou um imperativo cósmico? E quais são as consequências filosóficas. Se foi um acidente, então Deus não existe e é tudo por acaso. Mas se a vida é um imperativo, isso significa que há um desígnio no universo”, diz José Rodrigues dos Santos do seu mais recente romance.
que nunca ninguém nos conta. E foi isso que procurei fazer neste livro”, explica. Por seu lado, “Sinal de Vida” é mais um livro da série Tomás Noronha, o professor universitário que, pela nona vez, é figura central dos romances de Rodrigues dos Santos. Desta vez, o autor leva os leitores até ao espaço. Um observatório astronómico capta uma estranha emissão vinda do espaço na frequência dos 1,42 megahertz.
inesquecível de quatro vidas que os totalitarismos do século XX moldaram irreversivelmente”. “São histórias de quatro famílias, em vários países, no período que conduziu à Segunda Guerra Mundial”, disse o autor em entrevista à RTP, onde continua a ser o pivot do Telejornal. “É interessante ver como o processo do totalitarismo ocorreu, procurar a génese das ideias e as histórias escondidas por detrás da grande história, aquelas coisas
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RECEITA Salada de Bacalhau com Arroz
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Ingredientes: • 2 postas de bacalhau demolhado • 1 cebola • 1 dente de alho
alho.
• 150g de arroz
Entretanto, escolha, lave e pique a salsa; descasque e pique a cebola e o
• 100g de tomates cereja • 1 ramo salsa
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• 1,5dl azeite extra virgem • 2 ovos cozidos • 3 colheres sopa vinagre de cidra • q.b. sal e pimenta
Preparação: Leve ao lume 3 tachos com água. Num coza o arroz em bastante água a ferver temperada com sal, durante 10 minutos. Noutro, ponha os ovos com a água ainda fria e coza durante 10 minutos.
© Fonte: 1001receitas.com
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Ponha o bacalhau noutro tacho com água a ferver. Baixe o lume e deixe fervilhar durante 8 minutos. Limpe-o de peles e espinhas e desfaça-o em lascas.
Quando o arroz estiver cozido, coloque-o num passador e passe-o por água fria corrente para lhe tirar a goma. Deixe-o escorrer e arrefecer. Mergulhe os ovos em água fria depois de cozidos e descasque-os. 24
Coloque numa saladeira o bacalhau, o arroz, a salsa, a cebola, o alho e o tomate cortado aos cubos. Polvilhe com sal e pimenta. Regue com o azeite e o vinagre e envolva tudo, com cuidado. Sirva frio decorado com gomos de ovo cozido e folhas de alface.
AGENDA DE NOVEMBRO Cidade do Cabo, África do Sul Dia 2, às 13h00 Ysterplaat Air Base Almoço de comemoração do 49º aniversário
Faial, Portugal Dia 30, às 20h00 Pousada de Santa Cruz, Horta
Beira, Moçambique Dia 17, às 19h30 Local a definir Eleição dos órgãos sociais para 2018
Paris, França Dia 9, às 19h30 Exibição do filme “Tous les Rêves du Monde” em Saint-Maur-des-Fossés
Long Island, Estados Unidos Dia 4, às 19h00 Paris Júnior, França Portuguese American Center of Dia 15, às 20h00 Suffolk, Famingville, NY Degustação de vinhos do Porto Portologia, Paris Lyon, França Dia 17, às 20h00 Local a definir
São Miguel, Portugal Dia 4, às 19h30 Jantar de aniversário Restaurante Verde Golfe
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