Dimensões Matriz: 68 x 24mm Papel: variável
Cor Vermelho resultado de experimentações de misturas de tintas no ateliê de gravura
Substrato Papel Hahnemühle 100% algodão 300gr
Identidade visual A identidade visual e o convite da exposição foram resultados de experimentações feitas a partir das técnicas de gravura em metal apresentadas pela artista Mariana Lachner à designer responsável pelo projeto. É importante relembrar que as áreas, nesse caso, embora personificadas – e levadas a níveis pessoais – ainda devem ser entendidas como design e arte, e não como designer e artista apenas. Dessa forma, compreende-se que a arte apresenta ou reafirma ao design técnicas e possibilidades mais comumente presentes no ambiente artístico que podem potencializar processos, conduzindo, assim, o design a resultados mais interessantes. A gravura em metal está na origem de muitos sistemas de impressão contemporâneos como, por exemplo, a rotogravura. A dimensão reprodutiva sempre foi considerada como essencial ao conceito de design gráfico e a gra-
vura em metal situa-se, então, numa arqueologia do design, no diálogo entre design e crafts (ofícios), retomando os inícios das práticas de design com William Morris (PEVSNER, 1995, p.6). Cria-se, assim, uma comunicação entre a arte e um design aberto à vivência, fazendo com que se evidencie seu hibridismo com a arte e o fazer em si, privilegiando formas de reproduzir que acentuem a presença de índices da mão que constrói. O relacionamento entre arte e design foi vivenciado, durante as experimentações que levaram ao resultado aqui apresentado, de forma imersiva e intensa. A definição dos formatos envolvidos no trabalho derivam diretamente do material disponível no acervo da artista cedido à designer. Trabalhar com uma matriz essencialmente vertical para a identidade visual fez com que se pudesse pensar no próprio sangue que escorre – verticalmente – de um corte-abismo,
mas abriu também a necessidade de entregar-se ao próprio corte. A compreensão de que a representação do corte poderia ser ele mesmo resulta na chapa de metal agredida. Rasgada como pele, experimenta-se utilizar outros materiais para servir de ponta-seca, como o prego. O resultado final, porém, só pôde ser alcançado após a matriz atingir o estado de pele: a designer a corta com lâmina de estilete. Durante o processo de criação da identidade visual, se reconhece a potencialidade de aceitar e compreender em si a possibilidade do erro: em um primeiro momento, a designer, após marcar a chapa com prego, desiste dela. Foi necessário uma primeira impressão da gravura para que o processo fosse continuado, com ainda mais força, mais entrega. Utilizou-se uma lâmina para continuar o desenho como corte, até chegar ao resultado aqui apresentado. Impressa em papel 100% algodão, em tinta vermelha, a identidade visual se amplia a outros campos sensoriais, como
o próprio toque do relevo da tinta em um papel que é, também, quase pele, agredido pela força da prensa utilizada na impressão.