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Edição Lisboa • Ano o XXVII • n.º 9732 • 1,20€ € • Quinta-feira, Quinta feira,, 8 de Dezembro de 2016 • Director: David Dinis Adjuntos: Diogo Queiroz de Andrade, Tiago Luz Pedro, Vítor Costa Directora de Arte: Sónia Matos

Futebol FC Porto fica na Liga dos Campeões, Sporting sai da Europa

Visão Universidade do Minho testa lentes de contacto rígidas e maiores

DDesporto, 38 a 40

Sociedade, 8/9

Ciência, 24/25

Livro Gostamos muito de azeite, mas sabemos escolhê-lo?

Caso dos comandos Ministério Público teme pressão sobre testemunhas Militares arguidos estão em funções no Regimento de Comandos e mantêm-se como superiores hierárquicos de testemunhas-chave. Exército não comenta “rumores” Sociedade, 10/11

BCE pode voltar a reduzir compra de dívida portuguesa

Música A semana em que o vinil bateu o download no Reino Unido p28

Mario Draghi deve anunciar hoje o prolongamento do programa de compra de activos. Falta de dívida elegível fragiliza Portugal Economia, 18/19

HOJE Sandman 10.º vol.

Por + 11,90€

As Benevolentes 2

Airbnb passou a pedir prova de legalização das casas

Ofensiva em Alepo acaba com esperança na Síria

Plataforma começou a pedir aos proprietários o número de licença ou registo do imóvel anunciado para aluguer p17

Administração Obama faz derradeira tentativa para negociar com Rússia e Assad. ONU quer salvar civis encurralados em Alepo p2/3

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2 • Público • Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2016

DESTAQUE

GUERRA NA SÍRIA

Em Alepo,“os vivos contam os dias até à morte” Obama tem pouco mais de um mês para fazer alguma coisa pelos sírios. Ban Ki-moon tem ainda menos tempo. EUA e Rússia negoceiam um cessar-fogo. Cinco capitais condenam Damasco e Moscovo Sofia Lorena

A

Síria está a morrer há anos e ninguém consegue ou quer fazer nada. O conflito que começou com uma revolta pró-democracia esmagada brutalmente por um ditador passou por fases sempre mais complexas e não pára de piorar. Estados Unidos e Rússia discutiram ontem à noite a cessação de combates e a evacuação dos civis feridos encurralados em Alepo e não chegaram a lado nenhum. A maior das cidades sírias estava desde 2012 partida em dois — de um lado, oposição; do outro o regime. Nas últimas semanas, os ataques das forças de Bashar al-Assad, apoiadas pela Rússia, tornaram-se tão intensos que os rebeldes já quase perderam todo o território que controlavam. Ontem pediram um cessar-fogo de

cinco dias e a retirada de 500 feridos graves. Fizeram o que lhes restava, cederam para tentar salvar vidas. Os líderes de cinco países — EUA, França, Reino Unido, Canadá e Itália — lançaram em seguida um apelo ao fim imediato dos bombardeamentos na cidade do Norte da Síria perante a “catástrofe humanitária”, dizendo ao mesmo tempo à Rússia e ao Irão (os principais aliados de Damasco) para “usarem a sua influência” sobre o regime para o obrigar a isso. “Condenamos as acções do regime sírio e dos seus partidários estrangeiros, em particular a Rússia, pela obstrução à ajuda humanitária, e condenamos firmemente os ataques do regime que devastaram as instalações civis e médicas, assim como a utilização de barris explosivos [bombas-barril] e armas químicas”, lê-se no texto assinado por Barack Obama, François Hollande, Theresa May, Justin Trudeau e Matteo Renzi.

A declaração sublinha “a urgência absoluta de um cessar-fogo imediato para permitir à ONU distribuir ajuda às populações do Leste [onde se concentrava a oposição e todos os que recusam ir para zonas do Governo] e de levar socorro aos que fogem”. Palavras duras e contundentes? Pouco e tarde? Depende do ponto de vista. Alepo era uma tragédia a acontecer diante de todos. Médicos e socorristas, opositores e sírios comuns, ONG sírias e estrangeiras avisaram, disseram quanta comida sobrava, que medicamentos e material faltavam para ajudar os feridos que crescem a cada dia que passa. Há umas semanas, havia 250 a 300 mil pessoas sob cerco de Assad. Entretanto, centenas morreram (a juntar aos mais de 400 mil mortos desde 2011) e milhares fugiram. Sábado, o enviado internacional para a Síria, Staffan de Mistura, dizia que havia ainda mais de 100 mil

pessoas nas zonas controladas pela oposição. O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, ONG ligada à oposição cujos dados se confirmam na maioria das situações, diz que serão 200 mil. Muitos caminhavam ontem entre os destroços da Cidade Velha, uma das zonas há mais tempo habitadas do mundo, património universal. Quase toda a área, densamente habitada, caiu para o regime.

O fim da guerra Uma vitória em Alepo representará uma “etapa enorme” para o fim da guerra, afirmou Assad, numa entrevista ao jornal sírio Al-Watan a publicar hoje. Sim, é verdade. Os sírios que ousaram sair à rua há quase seis anos para pedir o fim da impunidade da elite no poder, mais justiça social e liberdades estão quase de joelhos. Sobra pouco para resistir. Sobra Idlib, no Nordeste, onde a revolta pegou pela primeira vez em armas, para on-

de alguns dos que fugiram de zonas perdidas pela oposição se dirigiram, é agora “demasiado perigosa”, devido às bombas que ali caem. Uma das últimas ONG que operava em Alepo, a Syria Relief, descreveu o desespero de quem permanece no Leste da cidade. “As pessoas temem que Grozni [capital da Tchetchénia arrasada pelos russos nos anos 1990] esteja a acontecer outra vez”, diz o presidente da ONG, o médico Mounir Hakimi. “As pessoas perderam a confiança em toda a gente — nos líderes mundiais, nas organizações internacionais que as vêem ser mortas. Perderam a fé na ONU. E limitam-se a contar os dias até à sua morte.” Há quase um ano, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, agora de saída, descreveu a Síria como “um símbolo vergonhoso” das divisões e fracassos das lideranças que a organização reúne. Antes de Mistura, Ban convidou Kofi Annan e Lakhdar Brahimi para


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GEORGE OURFALIAN/AFP

Trocámos ideias. Temos emos a intenção de retomar mar o contacto [hoje] de manhã para ver onde estamos mos John Kerry Secretário de Estado dos EUA

Escolher entre a prisão e as bombas Reportagem Angus McDowall e Ellen Francis medida que as forças governamentais avançavam para o bairro de Sakhour, em Alepo, Hasan al-Ali enfrentava a opção de continuar onde estava e ser capturado pelo exército ou fugir para um enclave rebelde cada vez mais pequeno sob constantes bombardeamentos. Este pai de três crianças escolheu a segunda hipótese — embora a comida, combustível, água e medicamentos estejam a esgotar-se nas áreas rebeldes — tão grande é o seu medo do Governo de Bashar al-Assad. “Não trouxe nada. Trouxe as crianças, corri para o meu carro e fui. Decidimos no último minuto, porque o exército poderia atacar a qualquer momento”, conta o homem de 33 anos, a partir do leste de Alepo. Para Ali e milhares de habitantes das áreas que caíram nas mãos do exército nos últimos dias, o perigo e as privações do Leste parecem aposta mais segura do que a possível prisão ou o recrutamento no exército nas áreas governamentais. Mas enquanto alguns fugiram para os últimos bairros rebeldes, outros decidiram arriscar o perigoso atravessar da linha da frente até às partes da cidade controladas pelo Governo, encarando esta opção como mais segura do que permanecer com quem está em desvantagem. “Espero que a Síria regresse ao que era e que as pessoas possam ter a segurança e a paz de antes”, diz Abed al-Salam Ahmad, que foi para o sector governamental com a mulher e as seis filhas depois de a sua casa ter sido atingida por uma bomba. O ex-operário diz que os habitantes eram maltratados pelos rebeldes — o que estes negam. A família fugiu ao amanhecer,

À

Habitantes fogem do Leste, passando pelo bairro Bab alHadid, na Cidade Velha este lugar; ambos abandonaram o cargo sem nada para mostrar. O diplomata argelino saiu em 2014 pedindo desculpas aos sírios por não conseguir fazer mais por eles. Recentemente, foi o chefe da organização para a ajuda humanitária, Stephen O’Brien, a falar de Alepo como “a vergonha da [sua] geração”. Em Hamburgo, o secretário de Estado, John Kerry, e o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, estiveram juntos já à noite a discutir o plano de Mistura (que a oposição aceita) para pôr fim aos confrontos em Alepo e ajudar quem precisa. “Trocámos ideias. Temos a intenção de retomar o contacto [hoje] de manhã para ver onde estamos”, afirmou Kerry na Alemanha, onde se encontra para a reunião anual da

OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa). Na véspera, em Bruxelas, o chefe da diplomacia de Obama disse que Moscovo fez saber que Assad está “disposto a sentar-se à mesa das negociações”, uma proposta “irrecusável” quando não se tem outra ideia ou solução. Faz sentido. Assad está sempre pronto a negociar quando está a vencer. Só que quando os seus enviados se sentam à mesa gozam com as regras que aceitaram antes de ali chegar, recusando, por exemplo, discutir um executivo de transição. Obama tem pouco mais de um mês para fazer alguma coisa pelos sírios. Ban tem ainda menos tempo, será em breve substituído por António Guterres. Os sírios — cinco milhões já fugiram do país; sete milhões estão deslocados dentro da Síria — vão continuar a morrer todos os dias. sofia.lorena@publico.pt

escapando à troca de tiros quando atravessava a linha da frente. Os caminhos divergentes escolhidos por Ali e Ahmad ilustram as escolhas aterradoras que os civis enfrentam ao fugir de uma das batalhas mais ferozes desta guerra. Tanto os rebeldes como o Governo se acusam de manipular os receios dos habitantes de Alepo em seu favor. Os militares dizem que os rebeldes têm divulgado notícias falsas sobre abusos do Governo para impedir as pessoas de deixarem as zonas rebeldes. Já os rebeldes dizem que as pessoas que falam em maus tratos no seu território o fazem por medo do regime de Assad. Desde que o exército avançou através da zona norte do enclave, capturando bairros grandes, 30 mil pessoas fugiram pela linha da frente a partir das áreas rebeldes, diz o gabinete humanitário da ONU. Milhares — os números são difíceis de determinar porque a organização não está no Leste — recuaram para o sector rebelde, incluindo para a Cidade Velha densamente habitada.

Muita fome “Há muita fome. Eles estavam a dar-nos todos os dias ou a cada dois um saco de pão, cinco pedaços de pão pita”, disse Um Ali, ou “mãe de Ali”, que fugiu da sua casa no bairro de Jeb al-Qubba para o sector governamental. Depois de o exército terminar a verificação dos seus documentos e dos da sua família, espera que possam mudar-se para casa do irmão num bairro na zona ocidental, nas mãos do Governo.

“Não trouxe nada. Trouxe as crianças, corri para o carro e fui. Decidimos no último minuto momento”, conta Ali

Muitos dos que permanecem nas áreas rebeldes acreditam que a verificação dos documentos é a antecâmara para detenções em massa, tortura e execuções extrajudiciais, e citam notícias de acções semelhantes — descritas por Damasco como fabricadas. Ontem, o Observatório Sírio dos Direitos Humanos [ONG ligada à oposição cuja informação é frequentemente correcta] disse que o Governo deteve centenas de pessoas. Uma fonte militar síria negou, mas é a habitual a ONU denunciar detenções deste tipo em cidades onde o exército chega ou entre populações em fuga para zonas controladas por Assad. Kalil Halabi, 35 anos, do bairro de Shaar, mudou-se com a sua mulher e filhos para a Cidade Velha rebelde, depois do que descreveu como 11 dias de bombardeamentos cada vez mais intensos. “A destruição é indescritível, membros de corpos queimados. Edifícios caíram e foram incendiados, mesquitas totalmente destruídas”, afirmou. “Perdemos muitas pessoas por causa das bombas-barril e dos rockets. Alguns morreram, outros ficaram com lesões permanentes.” A decisão de abandonar a casa, mesmo perante tão grande privação, surge como ponto de viragem. Mahmoud Zakaria Rannan, do bairro de Sheikh Najjar, com seis filhos e uma pequena loja, diz que a sua família decidiu sair depois de ele ter sido ferido. “Estive na minha casa 40 anos, iria eu deixá-la algum dia?” A família foi para o bairro de Sheikh Khudr e depois para a Cidade Velha. Mas à medida que os combates continuavam decidiram juntar-se ao irmão de Rannan no bairro governamental de Adamiya. “Temos crianças e eu estou ferido”, explicou. “Irei para outra área, vou levar a minha família e procurar refúgio numa zona libertada, onde não esteja o regime”, diz Hasan al-Ali. “Não confio no regime para ficar nas áreas que controla.” Reuters


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POLÍTICA

PSD insiste na CGD e leva regras dos gestores ao Constitucional DANIEL ROCHA

A esquerda regista as suas preocupações em matéria de CGD, mas dá sinais de ter ultrapassado o assunto. Já o PSD, mais até do que o CDS, continua a manter a pressão sobre o Governo Parlamento Maria Lopes e Sofia Rodrigues O PSD parece disposto a não apagar o episódio da demissão dos administradores da CGD e insiste em saber o que levou à sua saída. Ainda mais quando o primeiro-ministro também diz achar “estranho”, sem dar mais explicações. Neste bate-pé, durante o debate quinzenal, os sociais-democratas estiveram acompanhados pelo CDS. Já a esquerda esteve mais virada para discutir a dívida e parece já ter passado uma esponja sobre a polémica com o anúncio da contratação de Paulo Macedo, embora não esteja contente (ver texto ao lado). O presidente demissionário, António Domingues, e o ministro das Finanças, Mário Centeno, vão ser chamados pelo PSD à comissão parlamentar de inquérito para darem as explicações que os sociais-democratas consideram ter faltado na boca do primeiro-ministro. O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, gastou parte do tempo do debate a pedir esclarecimentos sobre a contradição de Domingues se ter demitido, supostamente, por ter sido obrigado a mostrar a declaração de rendimentos e património, quando na verdade acabou por cumprir essa obrigação. “Estamos os dois num momento embaraçoso”, admitiu Costa, associando a saída da administração à aprovação no Parlamento da obrigatoriedade de a equipa apresentar a documentação. Disse achar “estranha” a demissão, mas sugeriu que o PSD tentasse saber mais. Foi dado o mote para Domingues ser chamado ao Parlamento. Noutro ângulo, mas também sobre o banco público, a líder do CDS-PP teimou em saber quais os compromissos assumidos pelo Governo com a equipa de António Domingues em torno das obrigações de transparência. Na resposta, o primeiro-ministro foi um pouco mais hostil do que para

o líder do PSD e acusou Assunção Cristas de querer alimentar uma “petite histoire”. Apesar de o assunto CGD ser incontornável, a esquerda limitou-se a bater na tecla dos salários e no currículo de Paulo Macedo. A crítica mais violenta veio da deputada do PEV Heloísa Apolónia, que caracterizou o exministro da Saúde de Passos Coelho como uma “potencial ameaça ao serviço público da Caixa”. Este último argumento já tinha sido usado pela bloquista Catarina Martins, que insistiu na crítica aos salários milionários dos administradores do banco. As intervenções das duas deputadas levaram António Costa a explicar a sua posição sobre o regime salarial — que corresponde à média paga no sector bancário — e até a concordar com Heloísa Apolónia. “Para ter uma equipa profissional temos de pagar o que é pago no sector, mesmo quando isso é evidentemente chocante.” A divergência entre esquerda e direita em torno dos limites salariais viria a ser confirmada na votação dos projectos do PSD e CDS que acabaram chumbados. O mesmo aconteceu com propostas sobre a transparência. Desta vez, nem o BE votou a favor — tal como aconteceu numa norma do Orçamento do Estado — por discordar de outras disposições do projecto do PSD. Os sociais-democratas vão mesmo avançar com um pedido de fiscalização ao Tribunal Constitucional sobre o diploma do Governo que isenta os administradores da CGD do regime de gestor público.

Dívida une a esquerda Dois dias depois de o primeiroministro admitir colocar a questão da renegociação da dívida após as eleições alemãs de 2017, o líder do PCP e a coordenadora do BE tentaram capitalizar essa abertura de António Costa já durante o debate preparatório do Conselho Europeu que se realiza no dia 15. Jerónimo de Sousa e Catarina Martins insistiram

Costa foi pressionado à direita com a Caixa e à esquerda com a dívida


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Os dias que o primeiro-ministro passou sem se dirigir ao Parlamento, de acordo com o gráfico mostrado por Assunção Cristas, líder do CDS na renegociação “urgente” da dívida, tendo esta última argumentado que o maior risco que o país corre é não enfrentar os problemas. Mas António Costa defendeu que a questão da dívida deve ser “encarada de forma global e tratada no conjunto da zona euro”. “Nunca aceitarei isolar o caso português.” Até lá, o que é preciso é ter uma boa gestão orçamental e uma boa gestão da dívida. E fez questão de garantir ao social-democrata Miguel Morgado que “a dívida portuguesa é sustentável”. Depois de Passos Coelho tentar recolher os louros da sua governação no relatório PISA, António Costa não cedeu e atribuiu os bons resultados às políticas dos últimos 30 anos. Catarina Martins aproveitou para desfazer um argumento social-democrata: o de que seria a exigência dos exames a contribuir para a subida da classificação. Não, nenhuma das crianças de 15 anos avaliadas fez exames. Neste ponto, Assunção Cristas mostrou conhecer o dossier ao afirmar que esses mesmos alunos realizaram provas de aferição e exames no 6.º ano. Ainda na área da educação, a bloquista apelou a António Costa a que reveja os critérios da proposta de integração de professores, considerando “inaceitável” que apenas tenham direito ao vínculo os que dão aulas há mais de 20 anos e que cumpram horários completos. “Não se pode fazer uma operação de cosmética que só insulta professores”, afirmou. O primeiro-ministro aproveitou para deixar uma novidade no debate, anunciando que, até Janeiro, o Governo apresentará ao Parlamento uma proposta para valorizar as carreiras contributivas longas. Com o tema da Caixa Geral de Depósitos a suscitar potencial tensão entre Passos Coelho e António Costa, o ambiente acabou por suavizar graças à aproximação dos dois líderes em torno da descentralização autárquica de competências. Foi o tema escolhido pelo Governo para o debate quinzenal, apesar de o PS ter chumbado na semana passada propostas do PSD sobre essa matéria. No final da troca de argumentos, o primeiro-ministro registou com agrado a disponibilidade de Passos Coelho para debaterem o assunto. Haverá um entendimento à vista? maria.lopes@publico.pt srodrigues@publico.pt

O QUE ELES DIZEM

Não há prazer táctico que justifique o preço estratégico do desgaste no quadro do sistema financeiro Marcelo Rebelo de Sousa Presidente da República

Todos os dias vamos ouvindo e lendo notícias, e não ouvimos uma simples explicação do Governo sobre o que se passou. Não sabemos porque se demitiu o presidente da CGD Pedro Passos Coelho Líder do PSD

“Senhor deputado [Passos Coelho], estamos provavelmente num momento de embaraço para os dois: estamos de acordo” António Costa Primeiro-ministro

“Não podemos ter uma ‘Caixinha’ em Portugal” Catarina Martins Líder do Bloco de Esquerda

“Paulo Macedo é uma potencial ameaça ao serviço público [da GD CGD]” da CGD Heloísa Apolónia lónia Líder do PEV

Depois do PCP, BE mostra “enorme preocupação” com Paulo Macedo na Caixa Maria Lopes e Maria João Lopes No dia em que o Jornal de Negócios divulga “o plano”, como lhe chamou, pensado por António Domingues para a reestruturação da Caixa Geral de Depósitos, o Bloco de Esquerda juntou-se ao PCP nas críticas a Paulo Macedo. Foi a própria líder do partido, Catarina Martins, que demonstrou “enorme preocupação” com a escolha do ex-ministro da Saúde. “Devo dizer que não é propriamente com satisfação, mas sim com uma enorme preocupação que vemos que o Governo escolheu para liderar a Caixa Paulo Macedo, que foi ministro do Governo que mais privatizou e que mais pôs os problemas da banca para debaixo do tapete”, disse. Na sequência da notícia do Negócios, o PÚBLICO contactou o Bloco no sentido de obter um comentário ao plano apresentado, mas o partido remeteu para as declarações de Catarina Martins no debate parlamentar. Aí, a bloquista fez questão de deixar bem claro a Costa quais são as posições do BE em relação à CGD: limitação de salários e banco integralmente público. Não quer “uma Caixinha em Portugal” e defende “um debate mais profundo”, no próximo ano, “daqui a poucas semanas”, “sobre o que é o serviço público bancário”. Deixou também uma lista de reivindicações: “Precisamos de uma CGD que se mantenha como o maior banco do sistema, porque é importantíssimo para a sua estabilização. Precisamos que a Caixa esteja presente em todo o território e junto das comunidades maiores portuguesas fora do país. Não aceitamos que haja despedimentos e é seguramente necessário discutir qual é a política de crédito da CGD, porque deve ser direccionada para os sectores da economia produtiva, que gera emprego, e pôr um ponto final a políticas de crédito que serviram jogos especulativos e jogos de poder.” Esta intervenção levou António Costa a garantir que também não

quer uma “Caixinha” e que, por isso mesmo, a CGD “manterá no seu plano de reestruturação uma cobertura completa do território nacional, com a sua presença junto das comunidades portuguesas”, e nos países de língua oficial portuguesa, funcionando “como um instrumento financeiro de apoio à internacionalização das empresas portuguesas”. “No que respeita à redução de pessoal, o plano que foi apresentado e que o Governo aprovou não prevê despedimentos; prevê que haja uma redução progressiva, tendo em conta a passagem à reforma ou processos de rescisão amigá-

É “com enorme preocupação” que o BE vê a escolha de Paulo Macedo, assumiu Catarina Martins, do BE Miguel Tiago, do PCP, diz que “a Caixa vai ser mais sólida e robusta”, mas “isso não se faz encerrando balcões e despedindo pessoas”

vel”, garantiu o primeiro-ministro. Para o PCP a questão é simples: a Caixa deve ser recapitalizada exclusivamente com capitais públicos, o banco deve ser colocado no âmbito dos capitais mínimos regulatórios e autorizado a ir aos mercados internacionais e não deve fechar operações nem contrair negócios. Esta espécie de caderno de encargos descrita ao PÚBLICO pelo deputado Miguel Tiago é a apreciação política que o PCP faz do caso e escusa-se a analisar questões específicas, como a redução da remuneração dos depósitos ou a contabilização das imparidades. Já sobre a redução de operações, nomeadamente em países como o Brasil, Espanha e África do Sul, o PCP diz que “não é boa política”, e não quer sequer ouvir falar de despedimentos, prometendo “bater-se contra isso no Parlamento”. “A Caixa vai receber capital público para ser mais sólida e robusta, para disputar livremente mais mercado e para ter um papel preponderante na economia. Isso não se faz encerrando balcões, nem despedindo pessoas”, defende Miguel Tiago. No artigo “O plano para pôr o banco a dar lucro”, o Negócios adianta que está previsto “o fecho de 180 agências em quatro anos”, sendo este “um dos aspectos do documento que podem sofrer ajustamentos”. A prioridade relativamente à rede de distribuição “é fazer com que todos os balcões sejam rentáveis”, diz o jornal. “Os restantes 75 milhões de poupanças previstas nos custos operacionais até 2020 virão do corte de despesas com pessoal, possível graças à saída de cerca de 2200 trabalhadores (...) assegurada na sua maioria através de pré-reformas, estando previsto que se aposentem 550 colaboradores” nos próximos quatro anos.” Resultados apresentados pela CGD referentes ao terceiro trimestre de 2016 mostram que havia 720 agências em Portugal e 1212 no total. O número de empregados na actividade em Portugal era de 9489. mjlopes@publico.pt


6 • Público • Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2016

POLÍTICA NUNO FERREIRA SANTOS

Rui Rio ensombra Passos ao participar em almoços e jantares do PSD Partido Sofia Rodrigues Encontros têm tido a presença de alguns líderes das estruturas distritais sociais-democratas

“Não podemos pensar que não temos de resolver os problemas das dívidas”, diz Paulo Rangel

Europa tem de se unir para não acabar com o sonho europeu Europa Liliana Valente Conferência organizada pelo PPE conclui que resposta da Europa às mudanças no mundo só pode ser mais integração “Donald Trump is a builder” [Donald Trump é um construtor] — assim mesmo no sentido de construtor civil — e esse será um dos planos do novo Presidente norte-americano para pôr a América a crescer em percentagens superiores a Obama. A sua experiência no sector privado servirá também para que o vejam como “negociador” na política externa, mas isso pode não ser bom nem suficiente; tem de “dançar” com parceiros e inimigos para definir o papel da América. Será no cruzamento entre a política externa e a económica e financeira que se medirá o sucesso de Trump. E onde fica o sonho europeu no meio de todas estas mudanças? Para já, a conclusão que sai da conferência “The outlook for the US presidencial elections and beyond” organizada em Bruxelas pelo Partido Popular Europeu é: perdido e expectante. As instituições europeias estão a atravessar um período de definição de lideranças que só ficará claro no decorrer do ano de 2017. Além das eleições na Alemanha, Holanda e

França, juntam-se as mexidas nas próprias instituições europeias: as mudanças na equipa da Comissão Europeia; a alteração da presidência do Parlamento Europeu com a saída de Martin Schulz; a mudança na presidência do Conselho, com a saída de Donald Tusk; e até as alterações nas lideranças dos grupos parlamentares. Mas a resposta não é só institucional. É também política. “A primeira mensagem é que a Europa tem de se unir e pensar em como ter um papel transnacional”. Quem o diz é Michael Maibach, um republicano apoiante de Trump e ex-presidente do European-American Business Council. Maibach acredita que há uma lição a retirar da eleição de Trump: tem de haver uma resposta à ideia de que os governos estão a falhar (a de Trump passou por mostrar que a América é um país, que o sonho americano está vivo). A lógica de unidade, acredita, faz parte do estilo do novo Presidente dos EUA que vai fazer uso das suas capacidades de “negociador” e de uma política de “mainstream”.

Ainda a dívida É a esta nova maneira de fazer política que os parceiros como a União Europeia têm de lidar? A resposta, defende Peter Chase, outro americano, mas apoiante de Barak Obama, que foi vice-presidente para a Europa da Câmara do Comércio norte-americana e hoje diplomata do German

Marshall Fund, tem de ser melhor Estado e mais sector privado. Mas é também uma questão de narrativa: “Se conseguirmos reconstruir a narrativa que conseguiremos fazer de todos mais ricos, vamos beneficiar.” Mas antes, a União Europeia (UE) tem de se dedicar a debates sobre como gerir “responsabilidade e autoridade” ou como gerir as dívidas, sobretudo nos países com dívidas demasiado elevadas e que são economias jovens a precisar de crescimento. “Não podemos pensar que não temos de resolver os problemas das dívidas”, disse o eurodeputado Paulo Rangel promotor da conferência. Para o social-democrata, as eleições na Alemanha contam, bem como as eleições na Holanda e em França, para o cenário político europeu estabilizar. Mas Rangel não ignora que tem de haver solução para as dívidas públicas, sem passar pela renegociação. “É evidente que esse problema se resolve com mais crescimento e acho que tem de haver mais investimento”, disse, acrescentando depois que também não se resolve se não “houver confiança entre os estados” e cumprimento das regras. E agora Europa? A resposta será dada ao longo dos próximos meses que serão, nas palavras de um conservador britânico anti-“Brexit”, Charles Tannock, “tempos interessantes”. liliana.valente@publico.pt

Os sociais-democratas mantêm-se contidos nas críticas à liderança de Passos Coelho, mas no terreno o partido está a aquecer os motores. Depois de se ter mostrado disponível para ser candidato à liderança do partido em 2018, Rui Rio tem participado em almoços e jantares, onde até estão líderes distritais do PSD. Foi o caso de um almoço realizado ontem, em Anadia. Entre os sociaisdemocratas esteve o líder da distrital de Aveiro, Salvador Malheiro, que foi eleito para a estrutura em 2016 com apoio da direcção de Passos Coelho, contra uma outra lista que era apoiada pelo líder parlamentar Luís Montenegro. Salvador Malheiro, que é também presidente da Câmara de Ovar, confirma a presença no almoço, mas recusa ser uma iniciativa de apoio a Rui Rio. “É um almoço de Natal entre amigos”, diz ao PÚBLICO o dirigente distrital. A mesma justificação é dada pelo deputado Bruno Coimbra que diz ter sido convidado por um “amigo comum” do ex-autarca do Porto. Ao que o PÚBLICO apurou também esteve neste almoço o líder da distrital de Leiria, Rui Rocha. Mas esta iniciativa em Anadia não foi única. Rui Rio participou num jantar de Natal, com

Passos afasta disputas no PSD

centenas de sociais-democratas, no fim-de-semana passado, a convite da concelhia de Castelo de Paiva, e onde também esteve Salvador Malheiro, enquanto representante da distrital. Aqui, o dirigente admite que era um “encontro partidário”. Questionado sobre se estas iniciativas ferem a liderança de Passos Coelho, Salvador Malheiro rejeita a ideia e diz haver “uma cumplicidade muito grande com a direcção” do partido. “Não embarcamos em qualquer tipo de especulações”, afirmou. O PÚBLICO tentou contactar Rui Rio mas não teve qualquer sucesso. Apesar de o partido já pensar num novo ciclo, as eleições autárquicas não foram tema na comissão política nacional do PSD de terça-feira — à excepção de uma divergência em Leiria — e nem a candidatura a Lisboa foi motivo de debate no Conselho Nacional do partido no mesmo dia. O calendário mantém-se e o prazo máximo para apresentação de candidaturas é Março de 2017, segundo um alto responsável do partido. Mesmo para Lisboa, depois de Pedro Santana Lopes ter dito que não se candidatava à câmara. Nas bases, somam-se as convenções autárquicas. A última aconteceu em Viseu no passado fim-de-semana e teve como convidado o antigo presidente do PSD Luís Marques Mendes. Ao lado do líder da distrital, Pedro Alves, e do deputado António Leitão Amaro, eleito por Viseu, o comentador da SIC interveio antes do encerramento da convenção que coube a Pedro Passos Coelho. Horas mais tarde, Marques Mendes, no seu espaço de comentário, haveria de considerar como “humilhante” um eventual apoio do PSD a Assunção Cristas em Lisboa. O líder do PSD respondeu no dia seguinte, numa conferência do jornal digital Eco, lembrando que o partido perdeu a câmara de Lisboa no tempo da liderança de Mendes. Passos Coelho não deixou de acusar o toque a Marcelo Rebelo de Sousa sobre a liderança — “ainda bem que não é presidente do partido” — e teve resposta do Presidente da República. Dirigentes sociais-democratas ouvidos pelo PÚBLICO relatam que o líder do PSD tem-se mostrado mais assertivo nas últimas semanas em que tem feito muitos quilómetros para estar junto dos militantes.S srodrigues@publico.pt


Público • Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2016 • 7

POLÍTICA “Com ou sem novos acordo, assinados ou só apalavrados, o que importa é encontrar soluções”, disse João Semedo à Visão

Breves Saúde

Os 19 parlamentares do Bloco de Esquerda vão passar o dia de amanhã nos seus distritos de eleição de visita a instituições do SNS. A excepção será Catarina Martins, coordenadora do partido, que em vez de ficar em Lisboa estará em Portimão. Por decisão da conferência de líderes, a sexta-feira foi deixada para “contacto com o eleitorado”.

PAULO PIMENTA

Deputados do Bloco fazem périplo pelos distritos de eleição

Concertação social A prioridade de Marcelo

Movimento

Portugal não Pode Esperar agenda primeira iniciativa O Movimento Portugal não Pode Esperar, constituído, sobretudo, por militantes do PSD e dinamizado pelo exlíder da JSD Pedro Rodrigues, vai organizar a sua primeira sessão plenária no sábado, na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Nesta sessão, haverá três grupos de trabalho com 10 a 15 elementos, que se debruçarão sobre questões no âmbito da Saúde, da Reforma do Sistema Político e de Portugal no Mundo. Pedro Rodrigues encerrará o evento durante o qual Pedro Reis, presidente do Instituto Francisco Sá Carneiro, do PSD, e Carlos Encarnação, ex-presidente da Câmara de Coimbra, comentarão as conclusões apresentadas pelos grupos de trabalho.

ANMP

Convenção assinala 40 anos do poder local democrático A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) organiza no sábado, a partir das 9h30, a sua Convenção Nacional dos 40 Anos do Poder Local Democrático, no Convento São Francisco, em Coimbra. O primeiroministro, António Costa, estará na abertura do evento e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no encerramento. Conselho de Ministros

Promulgação

Administradores judiciais com acesso a bases de dados

O acesso ao Diário da República já é gratuito desde ontem

O Conselho de Ministros de ontem aprovou uma alteração ao estatuto dos administradores judiciais, possibilitando-lhes o acesso às bases de dados públicas. A alteração ao regime jurídico permite aos administradores judiciais acederem ao registo informático das execuções, às bases de dados tributárias e da Segurança Social, tal como acontece com os agentes e solicitadores de execução.

Foi promulgado ontem o diploma que aprova o acesso universal e gratuito ao Diário da República, onde os cidadãos podem consultar os actos públicos (tais como nomeações ou concursos) do Governo, Parlamento, universidades e outras entidades. Foi ainda promulgado o diploma que prevê o alargamento da oferta da televisão digital terrestre, garantindo as condições técnicas adequadas e o controlo do preço.

A concertação social entrou, definitivamente, na agenda presidencial. Ontem, numa sessão que assinalou os 40 anos da Confederação do Comércio

e Serviços de Portugal, na Fundação Calouste Gulbenkian, Marcelo Rebelo de Sousa assumiu que lutará por ela “até ao limite” dos seus “poderes

constitucionais” e defendeu que os governos não devem “decidir unilateralmente” sobre matérias estratégicas. Um exemplo? O salário mínimo nacional.


8 • Público • Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2016

SOCIEDADE

Gostamos muito de azeite mas cometemos “erros básicos” O jornalista Edgardo Pacheco fez um guia com os 100 melhores azeites de Portugal e acredita que este é um mercado que “está a dar um salto”, como aconteceu com o do vinho Alimentação Alexandra Prado Coelho Vemo-nos como um país de grandes apreciadores de azeite mas, como consumidores, cometemos ainda “erros básicos”. Por exemplo? Continuar a olhar para o rótulo à procura do nível de acidez e escolher um azeite com base nisso. “É preciso desmistificar essa questão da acidez, que é dramática”, diz Edgardo Pacheco, jornalista especializado em gastronomia e autor do guia Os 100 Melhores Azeites de Portugal, com fotografias de Jorge Simão, que acaba de ser lançado pela Lua de Papel e que deverá passar a ser anual. “As pessoas acham que a acidez é que conta. Mas ninguém consegue detectar a acidez na boca porque não tem cheiro nem sabor. Pode haver azeites que têm 1% de acidez e que são baratos porque provêem de azeites defeituosos que foram refinados e os consumidores escolhem-nos”, explica. Este guia serve (também) para isso: oferecer aos leitores uma espécie de curso básico sobre como comprar e utilizar azeite. Edgardo Pacheco opta por não dar notas aos 100 azeites que apresenta, e que foram seleccionados como os melhores entre cerca de 200 que experimentou, mas arrisca escolher o top 10 para destacar aqueles que se distinguem e explicar porquê num pequeno texto de enquadramento para cada um. Mas como se explica, afinal, que exista ainda um desconhecimento tão grande em Portugal? “Julgo que tem a ver com o facto de estarmos tão familiarizados com o azeite. Para nós é tão trivial como comer pão, por isso não lhe damos a importância devida”, avalia Edgardo Pacheco. “Toda a gente tem um primo que produz azeite lá na terra e há o mito de que se o azeite é feito pelo pai ou o tio no lagar da terra é bom e puro.” Fomo-nos habituando a consumir azeite com defeitos

achando que é assim que deve ser. Mas, por outro lado, o mundo da produção de azeite conheceu nas últimas décadas uma grande evolução. Está a ter em Portugal um percurso semelhante ao do vinho, embora siga alguns passos mais atrás. Foi, explica o autor do guia, a partir do final dos anos 80 que o professor José Gouveia (que foi professor de Edgardo num curso de azeites e assina o prefácio do livro) começou, com a sua equipa do Laboratório de Estudos Técnicos de Azeites do Instituto Superior de Agronomia, a trabalhar na identificação das denominações de origem. “Aí começámos a perceber que temos boa matéria-prima, mas o trabalho no lagar deixava muito a desejar.” Percorreu-se um longo caminho desde então. Basta folhear o livro para ver como muitos produtores, além de terem investido imenso na qualidade do azeite, estão cada vez mais a trabalhar a imagem, com garrafas que, em alguns casos, parecem de vinho ou de whisky. Há um esforço para criar azeites diferenciados, que ganhem prémios nos concursos internacionais (o mais prestigiado destes é o Mario Solinas) e que se posicionem como gourmet no mercado nacional e, sobretudo, da exportação.

Falta formação O primeiro a lançar-se nesse campeonato foi a Herdade do Esporão, conta Edgardo. “Um distribuidor no Brasil sugeriu a ideia à família Roquette, que percebeu que, sendo o azeite um produto mediterrânico como o vinho e tendo já a marca Esporão prestígio naquele país, fazia sentido juntar as duas coisas.” Apesar disso, Portugal tem uma característica que dificulta a vida destes produtores mais pequenos, muitos dos quais são em primeiro lugar produtores de vinho: o mercado é dominado por duas marcas, Oliveira da Serra e Gallo, que, juntas, perfazem 65% das vendas de azeite. “Estes dois operadores têm grande poder negocial e conseguem colocar

azeites a preços muito competitivos. No outro dia, um pequeno produtor dizia-me que se não vendesse o seu azeite a oito euros não ganhava dinheiro nenhum. E depois entra a especulação absurda que existe por parte dos intermediários e que faz com que este azeite chegue às lojas a 17 euros.” Há, contudo, alguns trunfos com os quais se pode jogar. “Os produtores do Douro, tendo a marca Douro por trás, têm mais facilidade em colocar o azeite nos mercados de distribuição, nas lojas gourmet”, explica Edgardo. “E há um mercado muito

grande que é o brasileiro, onde o azeite português tem uma notoriedade superior à do vinho.” Muitos produtores acreditam que estamos num momento de viragem e que “vamos dar um salto” de sofisticação na nossa relação com o azeite. Mas como é que isso se consegue? Há “três áreas fundamentais”. A primeira são escolas de hotelaria — Edgardo Pacheco considera inexplicável que estas não tenham um módulo sobre azeites e que, num país mediterrânico, os alunos saiam destes cursos “a saber mais sobre manteiga” do que sobre azeite.

As escolas de hotelaria não têm um módulo sobre azeites e os alunos acabam estes cursos “a saber mais sobre manteiga” do que sobre azeite


Público • Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2016 • 9

65% 109 é a quota de mercado detida pelos dois maiores produtores, os azeites Gallo e Oliveira da Serra. Não resta muito espaço para produtores de azeite mais pequenos

mil toneladas foi o resultado da campanha de 2015/16 em Portugal, que voltou assim a valores só atingidos nas décadas de 50 e 60 do século XX

ENRIC VIVES-RUBIO

Escolher, conservar, provar (sem ser com pão). Os conselhos de Edgardo Pacheco Ler o rótulo Para garantir que se consome bom azeite deve-se comprar sempre o virgem extra (o guia de Edgardo Pacheco só refere azeites desta categoria). É importante saber qual a região produtora, sobretudo se se tratar de azeite com Denominação de Origem Protegida (há seis em Portugal). Convém ter em conta que a acidez não é importante — se o azeite for virgem extra o nível máximo nunca ultrapassa os 0,8%. Geralmente os valores estão entre os 0,1% e os 0,2% mas, lembra Edgardo, “em Espanha e Itália a acidez nem sequer é mencionada”. O prazo de validade de uma garrafa de azeite situa-se entre os 18 e os 24 meses, mas este último “pode, nalguns casos, ser excessivo”, explica o jornalista. As garrafas devem ser guardadas em locais frescos e ao abrigo da luz, devendose evitar sempre colocá-las junto a fontes de calor, como o fogão.

Ter vários azeites

As outras duas áreas são os cozinheiros e restaurantes e a comunicação social, “onde se poderia escrever de forma mais regular sobre o tema”, defende. “Quem é que escreve sobre azeites em Portugal? Duas ou três pessoas. Se as televisões também pegarem nisso, se o sector criar alguma dinâmica, e os festivais de vinho introduzirem o azeite, as coisas começam a mudar.” Era também muito importante, diz, que os restaurantes passassem a dar mais valor ao azeite, disponibilizando por exemplo, uma carta de azeites. Muito bom sinal, para já,

é o entusiasmo com que os 25 chefs convidados por Edgardo Pacheco aceitaram o convite para fazer para o livro uma receita que permita um uso original do azeite — e prova desse entusiasmo são as divertidas fotografias que Jorge Simão lhes tirou, uns com azeite a escorrer pelas mãos, outros a passá-lo pela cara ou a fingir que o bebem. Entre as receitas há algumas sobremesas, como um leite creme de azeite, gelado de lima kaffir e caramelo, de Ricardo Costa (The Yeatman) ou os célebres bombons com azeite do mestre chocolateiro Francisco Siopa.

“Há azeites no Douro que têm notas aromáticas muito aproximadas aos frutos secos e especiarias doces, tipo canela” e são ideais para sobremesas, sublinha Edgardo Pacheco. “Os cozinheiros que desafiei foram todos impecáveis, estão muito excitados e alguns já querem fazer uma carta de azeites”, conta. “Começa a haver a percepção de que o azeite pode mesmo ser um elemento diferenciador. Acho que agora existem condições para que essa mudança aconteça.” apc@publico.pt

O ideal será ter em casa três ou quatro azeites com perfis diferentes. “Os azeites de Trásos-Montes são muito diferentes dos outros por causa do terroir, têm aquele verde intenso da folha de oliveira, da amêndoa verde e no sabor são amargos e picantes, daí que sejam ideais para temperar uma peça de carne acabada de sair do forno, cabrito, borrego, coisas potentes”, sugere Edgardo Pacheco. “Se formos para o Sul, temos a azeitona galega no Ribatejo ou Alentejo, que dá azeites mais doces, suaves, indicados para peixe cozido ou uma sopa, um creme. Se for um creme de

courgetes, a galega fica bem, se for de espargos, um bom azeite das Beiras ou do Douro”.

Fazer provas Quem quiser perceber as diferenças entre os vários azeites pode fazer uma prova técnica, que os profissionais fazem com um copo de vidro azul-escuro com uma tampa de vidro côncava no qual devem ser colocados 15 ml de azeite a 28º, a temperatura certa para se sentir todas as nuances. Tal como se faz com o vinho, cheira-se primeiro e prova-se depois tentando identificar se há defeitos no azeite (os mais comuns são a tulha, o ranço, o mofo e o avinhado) e depois os vários aromas e sabores, para além dos níveis de amargo e picante. Quem não quiser ser tão profissional tem uma alternativa mais simples: pôr diferentes azeites em tacinhas e prová-los com camarão cozido. Será, diz Edgardo Pacheco, uma boa maneira de perceber como eles podem funcionar melhor com uns alimentos e não tão bem com outros. Experimentá-los com pão é, diz, testar o pão e não o azeite.


10 • Público • Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2016

SOCIEDADE

MP teme pressões sobre testemunhas no processo dos comandos LUÍS RAMOS

O QUE DIZ O EXÉRCITO

Testemunhas-chave e ofendidos continuam sob a hierarquia militar de arguidos ainda em funções no Regimento de Comandos Justiça Ana Dias Cordeiro Quatro dos cinco oficiais e dois sargentos indiciados pelo Ministério Público (MP) no âmbito da investigação às mortes do segundo-furriel Hugo Abreu e do soldado Dylan da Silva, no primeiro dia da instrução no Curso 127 dos Comandos, a 4 de Setembro, continuam a exercer funções no Regimento dos Comandos na Carregueira. Os instruendos que concluíram o curso a 25 de Novembro permanecem, assim, agora já com o estatuto de comandos, sob a hierarquia dos arguidos. Apenas um, o médico do curso, ficou impedido, a 18 de Novembro, pela juíza de instrução, de manter funções no Regimento de Comandos e Unidades de Saúde Militares. Os restantes seis suspeitos eram instrutores dos dois grupos em que estavam inseridos Hugo Abreu e Dylan da Silva, ou responsáveis da instrução. De acordo com informação que tem chegado aos investigadores do MP, os ex-instruendos têm sido alvo de pressões “do Exército e de outros comandos”. “Estão a sentir-se culpados de estar a falar”, diz uma fonte próxima do inquérito-crime. Questionado sobre estas denúncias, o gabinete de Relações Públicas do Exército respondeu que “não comenta rumores” e que “colabora com as entidades competentes”. Dos 67 que começaram o Curso 127 dos Comandos, em Setembro deste ano, apenas 23 o concluíram. O que disseram no inquérito serve de prova nesta fase, mas não em tribunal, num eventual julgamento, se não confirmarem o que declararam aos investigadores do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) e à Polícia Judiciária Militar. Querem continuar a ser militares, lembra a mesma fonte, e quando forem chamados a depor é previsível que, na presença dos seus chefes, optem pelo silêncio ou por negar a versão dada na fase de in-

O chefe de Estado-Maior do Exército, general Rovisco Duarte, disse que o inquérito do Exército estaria concluído na segunda semana de Dezembro. As conclusões serão tornadas públicas? O processo de averiguações está ainda em curso, não existindo uma data definida para a sua conclusão. O comandante do Exército tornará público os aspectos que considerar pertinentes para o cabal esclarecimento dos factos em apreço. Até agora já foram abertos processos disciplinares a três militares no âmbito deste inquérito. Estão suspensos de funções? A “suspensão de serviço” é, nos termos da lei orgânica que aprovou o Regulamento de Disciplina Militar, uma pena passível de ser aplicada como conclusão de um processo disciplinar. Os três processos foram instaurados no final de Outubro. Quanto tempo demora um processo disciplinar e quais as possíveis consequências? Nos termos da lei orgânica que aprovou o Regulamento de Disciplina Militar, o processo disciplinar é o mecanismo legal para esclarecer a existência de factos que possam implicar responsabilidade disciplinar por parte de um militar. Nos termos da mesma lei, a instrução do processo disciplinar deverá concluir-se no prazo de 30 dias, podendo esse prazo ser alargado, quando circunstâncias excepcionais o exigirem (não devendo exceder, em regra, 90 dias). Alguns instruendos do curso 127 estão a ser pressionados a não falar sobre o que se passou na prova do dia 4 de Setembro? O Exército não comenta rumores e colabora com as entidades competentes. É a estas que cabe a investigação.

quérito que ainda não terminou. Também no grupo dos que não concluíram o curso (porque desistiram ou foram afastados por razões de saúde) haverá quem esteja a ser pressionado para não falar — alguns pretendem voltar ao curso de comandos, quando um novo for aberto, ou querem continuar a ser militares.

Mais arguidos? Enquanto decorre a investigação criminal, prossegue o processo de averiguações interno, aberto logo no início de Setembro, por iniciativa do comandante do Exército, general Rovisco Duarte, para verificar se foi, de alguma forma, violado o Regulamento de Disciplina Militar durante o Curso 127. Familiares de testemunhas têm contactado o MP manifestando a sua preocupação relativamente às pressões a que estarão a ser sujeitos os ex-instruendos quando chamados a depor no âmbito deste inquérito. De resto, o MP acredita que instrutores dos outros dois grupos do mesmo curso, para além dos dois grupos de Hugo Abreu e Dylan da Silva, sejam constituídos arguidos. Também aí houve militares hospitalizados — ou seja, também nesses grupos se terá verificado incumprimento do Guião da Prova Zero — a prova que se realizou a 4 de Setembro. Este documento “Reservado” — que consta do processo consultado pelo PÚBLICO — estabelece, por um lado, que o acesso à água é “realizado sempre sob controlo superior”, mas também acautela situações excepcionais, ao definir o consumo de água como “uma das preocupações fundamentais do director da prova” sendo “o mínimo diário obrigatório de cinco cantis”. O “director da prova” poderá “decidir aumentar a dotação diária, bem como implementar outras medidas adicionais de hidratação” de acordo com as circunstâncias, o calor ou a humidade, os níveis de esforço desenvolvidos ou o parecer do médico ou das equipas de instrução. As autópsias, que constam do processo de mais de 1300 páginas,

Investigação criminal e inquérito do Exército continuam em curso


Público • Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2016 • 11

SOCIEDADE

1300

É actualmente o número de páginas do inquérito-crime a cargo do Ministério Público e da Polícia Judiciária Militar

confirmam que o segundo-furriel e o soldado morreram da desidratação extrema resultante de um golpe de calor. Além desses relatórios das autópsias, a prova recolhida pelo DIAP e PJ Militar é principalmente testemunhal. Testemunhas, instruendos e ofendidos foram ouvidos, em separado, ao longo de pelo menos cinco horas. Todos eles — menos um — “contaram mais ou menos a mesma coisa”, refere fonte ligada à investigação judicial. Do extenso relato, pode ler-se, entre muitos outros episódios, que na enfermaria chegaram a estar 23 instruendos a soro. Logo de manhã do dia 4 de Setembro pelo menos seis desmaiaram. Pelo menos dois foram castigados e não puderam beber água e alguns apenas beberam, no

máximo, durante toda a manhã, 32 cl de água. Outros quatro instruendos foram privados do almoço. Também por castigo. Os instruendos do grupo de graduados (a que pertencia Hugo Abreu, 20 anos) não dormiram e ao pequeno-almoço foram privados de água. Também comeram menos do que o previsto. Havia mais três grupos de praças. Os elementos de um desses grupos (a que pertencia Dylan da Silva, também de 20 anos) dormiram duas horas. A prova implicou elevado esforço físico sob um calor extremo, mas os pedidos de água foram recusados. O desmaio do primeiro instruendo foi presenciado pelos instrutores. A instrução prosseguiu. Alguns começaram a sentir-se mal com vómi-

Ofensas “consentidas”, diz juíza

S

ete militares estão indiciados por crimes de abuso de autoridade por ofensa à integridade física, um crime estritamente militar, previsto no Código de Justiça Militar, razão pela qual que o Ministério Público pediu para todos uma medida de coacção de suspensão de exercício de funções e a proibição de contactar, por qualquer meio, as testemunhas, ofendidos e restantes co-arguidos, para evitar o perigo de perturbação do inquérito.

A juíza de instrução criminal Cláudia Pina, pelo contrário, determinou a 18 de Novembro que as medidas de coacção a seis arguidos (os sete menos o médico) fossem as mínimas — termo de identidade e residência. No despacho, a juíza considerou que era “claramente o objectivo dos arguidos (...) preparar os instruendos para a guerra”. E acrescentou que os instruendos foram sujeitos “a ofensas que os mesmos consentiram ao sujeitar-se ao curso e permanecer no mesmo”.

tos e tremores, ficaram fardados no interior do Posto de Socorros, onde a temperatura era elevada, a soro até ao dia seguinte. Depois das 14h, com uma temperatura acima de 40 graus Celsius, os instruendos de pelo menos um grupo — o de Dylan da Silva — foram impedidos de beber água, já depois de alguns não conseguirem andar. Foram obrigados a rastejar e a rebolar no solo a escaldar. Pelo menos quatro desmaiaram. Entre esses estava Hugo Abreu. Um após outro mostravam-se muito confuso muitos. Não respondiam. Não se mantinham de pé. Alguns foram retirados para o Posto de Socorros. A outros foi ordenado, mesmo assim, que rastejassem. acordeiro@publico.pt PUBLICIDADE

Há um eco na casa. E agora?

Entre a paisagem e linguagem de Toni Morrison, com as questões de raça e de segregação no país que acaba de eleger Donald Trump como Presidente, e a segunda geração de imigrantes a que pertence uma voz como a de Junot Diaz, uma geração que provém sobretudo da América do Sul.

Série Especial

A AMÉRICA PELOS LIVROS publico.pt/america-pelos-livros


12 • Público • Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2016

SOCIEDADE

Buscas na Misericórdia de Lisboa devido a contratos suspeitos Inquérito averigua alegadas violações das regras da contratação pública para favorecer empresas ligadas a trabalhadores e órgãos da Santa Casa. Não há, para já, arguidos constituídos DANIEL ROCHA

Investigação Ana Henriques e Mariana Oliveira A Polícia Judiciária fez ontem buscas na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, por suspeita de violação das regras da contratação pública para favorecer determinadas empresas. Está a ser investigada a aquisição de bens e serviços por ajuste directo a empresas com nomes diferentes, mas pertencentes às mesmas pessoas. Dona de um vasto património imobiliário, a instituição terá fraccionado várias despesas relacionadas com empreitadas para não ter de abrir concursos públicos, suspeitam os investigadores da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Judiciária. Uma nota informativa da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa fala de “contratação por ajuste directo de empresas com relações a trabalhadores e órgãos da Santa Casa, beneficiando indevidamente aquelas e estes, em detrimento das regras que presidem ao regular funcionamento do mercado”. “Em causa estão factos susceptíveis de integrar a prática de crime de participação económica em negócio”, esclarece a mesma nota. O inquérito não tem arguidos constituídos. O crime em causa é punível com pena de prisão até cinco anos. O PÚBLICO sabe, porém, que mais tarde ou mais cedo deverão ser constituídos arguidos, que poderão ser também acusados de corrupção. Tal como o PÚBLICO noticiou há dois anos, levantou suspeitas o facto de empresas ligadas a um conhecido militante do PSD de Lisboa, Fernando Catarino, terem ganho, ao longo de três anos, um lugar significativo entre os fornecedores da Misericórdia na área da saúde. Em causa estava a celebração de 18 contratos, quase todos por ajuste directo, no valor de dois milhões de euros, com uma dezena de empresas com nomes diferentes, mas ligadas às mesmas pessoas — que venderam simultaneamente serviços de telecomunicações, fraldas descartáveis e mobiliário à instituição.

Pedro Santana Lopes é provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa desde 2012

“Havia várias empresas que concorriam com nomes diferentes” aos concursos da Santa Casa, disse ontem ao final do dia Santana Lopes, explicando que quando descobriu passou a pedir certidões às firmas

Os factos remontam a uma altura em que Santana Lopes já se encontrava à frente da Misericórdia. Tanto o provedor como os restantes membros da mesa, o órgão que administra a instituição, são nomeados pelo Governo. Na sequência destas notícias foi aberto um inquérito interno e instituídas, pela própria Santa Casa, regras de contratação mais apertadas. “Havia várias empresas que concorriam com nomes diferentes [aos concursos da Santa Casa], sendo os mesmos indivíduos. Quando o detectámos demos ordens para passarem a ser pedidas certidões das firmas, para não voltar a acontecer”, admitiu Santana Lopes ontem, ao final do dia, em declarações aos jornalistas. Participaram na operação dois

magistrados do Ministério Público, mais de quatro dezenas de elementos da Judiciária e peritos da unidade de perícia financeira e contabilística e da unidade de tecnologia e informação desta polícia. A investigação está a cargo da 9.ª secção do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, e deu origem a nove buscas domiciliárias, duas buscas a local de trabalho de advogado e quatro não domiciliárias. Surgiu na sequência de uma averiguação preventiva do Ministério Público destinada a apurar se havia indícios suficientes de crimes para abrir uma investigação. A averiguação já decorria quando o Ministério da Segurança Social enviou para o DIAP os resultados de

uma auditoria dos seus serviços ao primeiro mandato de Santana Lopes, focada precisamente na aquisição de bens, serviços e empreitadas. Os dirigentes da instituição muniram-se de pareceres de três eminentes juristas para justificar a legalidade de várias contratações. Depois de terem estado de manhã cedo na casa de uma das administradoras da Santa Casa, Helena Lopes da Costa, os inspectores foram para a sede da instituição, onde pediram para ver processos relacionados com ajustes directos feitos entre 2012 e 2014, mas também com concursos públicos realizados em 2015 e 2016. mariana.oliveira@publico.pt ana.henriques@publico.pt


Público • Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2016 • 13

SOCIEDADE RUI GAUDÊNCIO

Breves

Mapa judiciário Ana Henriques

Saúde

Algarve vai distribuir metadona a turistas toxicodependentes O Algarve vai tornar-se na primeira região do país a distribuir metadona a turistas estrangeiros, uma forma de monitorizar o tratamento e diminuir os riscos de propagação de doenças ou comportamentos criminosos, segundo a Administração Regional de Saúde. O projecto destinase a toxicodependentes referenciados pelos serviços de saúde dos seus países. Eleições

Guilherme Figueiredo é o novo bastonário dos Advogados Guilherme Figueiredo foi eleito bastonário da Ordem dos Advogados na segunda volta das eleições realizadas na terça-feira. De acordo com os resultados ontem publicados na página da Ordem, na Internet, a lista H, de Figueiredo, obteve 9862 votos, contra os 9193 da lista da actual bastonária, Elina Fraga. Votaram 20.608 associados, houve 1344 votos brancos e 209 nulos. Educação

Fenprof ameaça com luta caso Governo não mude propostas Os sindicatos da Federação Nacional de Professores (Fenprof) vão marcar plenários em Janeiro para debater as propostas do Ministério da Educação relacionadas com concursos de docentes e “aprovarão um calendário de luta”, caso não haja alterações de fundo, fez ontem saber a Fenprof, após um encontro nacional de docentes.

Tribunais: reabertura a tempo ficou mais difícil

Reactivação a 2 de Janeiro depende da celeridade do Presidente da República na promulgação de diploma, dizem partidos

PGR insiste na necessidade de ouvir como arguidos os dois filhos do embaixador

Iraque tem 20 dias para responder sobre imunidade dos filhos do embaixador Justiça Governo pede levantamento da imunidade de suspeitos de agressão de jovem. PGR quer que sejam ouvidos A Procuradoria-Geral da República (PGR) “considera essencial” ouvir em interrogatório, e enquanto arguidos, os dois filhos do embaixador do Iraque, em Lisboa, que alegadamente agrediram em Agosto um jovem em Ponte de Sor. É por isso “imprescindível”, segundo uma nota emitida ontem pela PGR, “o levantamento da imunidade diplomática” dos suspeitos. Em Outubro, recorda a nota emitida ontem pela PGR, o Estado iraquiano reiterou, em resposta enviada através do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), a vontade de cooperar para o cabal esclarecimento dos factos. Mas considerou prematuro, “dada a fase do processo, e a consequente impossibilidade de acesso ao mesmo”, tomar uma decisão a respeito do pedido de levantamento de imunidade. Por esse motivo, o Ministério Público decidiu agora, e

apesar de o inquérito se encontrar em segredo de justiça, informar o Estado iraquiano sobre o conteúdo dos autos. Ontem mesmo, o MNE fez saber que convocou o embaixador do Iraque, tendo-lhe entregue “a nota verbal que renova o pedido de levantamento da imunidade diplomática dos seus filhos” e também “a cópia do ofício e a certidão remetidos pela PGR”. “Considerando a extensão da certidão extraída dos autos e o facto de estar redigida em português, o MNE solicitou a resposta formal ao seu pedido no prazo máximo de 20 dias úteis”, informou ainda o ministério de Agusto Santos Silva.

O rapaz agredido em Agosto sofreu múltiplas fracturas Na embaixada do Iraque em Lisboa, contactada pelo PÚBLICO ao início da tarde por telefone, não se encontrava o embaixador nem nenhum outro responsável para comentar. A 17 de Agosto, um jovem foi agredido em Ponte de Sor, no distrito de Portalegre, alegadamente pelos filhos

do embaixador, gémeos de 17 anos. A vítima sofreu múltiplas fracturas, tendo sido transferida no mesmo dia do centro de saúde local para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, tendo chegado a estar em coma induzido. Acabou por ter alta hospitalar no início de Setembro. O Ministério Público suscitou então ao MNE “a ponderação de intervenção no âmbito diplomático, ao abrigo da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas”, no sentido de saber se o Estado iraquiano pretendia renunciar expressamente à imunidade diplomática de que beneficiam os dois suspeitos, por serem filhos do embaixador. Logo nessa altura a PGR fazia saber que queria interrogar os dois jovens por entender que estava em causa uma tentativa de homicídio. “Agora a decisão cabe às autoridades iraquianas”, declarou ontem Augusto Santos Silva. “As autoridades iraquianas conhecem tão bem quanto eu a lei aplicável, a Convenção de Viena, e portanto sabem o que é preciso fazer e quais são as consequências do que cada parte fizer”, afirmou ainda Santos Silva em Bruxelas, onde participou numa reunião de chefes de diplomacia da NATO. PÚBLICO/Lusa

A reabertura dos 20 tribunais encerrados em 2014 no prazo previsto pela ministra da Justiça, a 2 de Janeiro de 2017, tornou-se ontem mais difícil: a Assembleia da República adiou para 16 de Dezembro a votação final da proposta de lei que permitirá a sua reactivação. Neste momento nenhum grupo parlamentar arrisca dizer se ainda há condições legais para a reabertura duas semanas depois. Dependerá da celeridade com que o Presidente da República promulgar quer esta lei quer a sua regulamentação. Apesar de os deputados da comissão parlamentar de Direitos Liberdades e Garantias terem aprovado também ontem as alterações à lei do mapa judiciário que permitirão que os tribunais voltem a funcionar, desentendimentos entre a maioria de esquerda e a direita parlamentar fizeram com que o PS não tivesse conseguido o acordo do PSD e do CDS para votar no mesmo dia o diploma em plenário. O que fez resvalar a votação para daqui a uma semana. “O PSD quer impedir a concretização do calendário político”, ouvia-se dizer entre as hostes socialistas. “Estamos confrontados com um problema de celeridade”, reconheceu o deputado socialista Jorge Lacão na comissão especializada, quando ainda pensava que a votação final global seria ontem. O Ministério da Justiça, por seu turno, mantém-se agora em silêncio sobre a data de reabertura, depois de ter preferido manter a data de 2 de Janeiro, mesmo quando já tinha sido ele a dar origem a um dos atrasos do processo, a demora no envio do diploma regulamentar para os deputados. Entretanto, o grupo parlamentar do PS teve de recuar numa das alterações que quis introduzir à proposta da tutela devido aos protestos dos juízes, que a consideravam inconstitucional. ana.henriques@publico.pt


14 • Público • Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2016

LOCAL

Em Beja, a calçada deu lugar à laje e o resultado é um piso partido Em 2003 foram gastos cerca de 500 mil euros na renovação do espaço. Decorridos 13 anos, das 1600 lajes de mármore que formam o pavimento, estão partidas cerca de 300 DR

Obras Carlos Dias De entre as 13 intervenções de requalificação e reordenamento de espaço urbano que faziam parte do programa Beja Polis, destaca-se a alteração profunda que foi efectuada na Praça da República, onde, em 2003, foram investidos cerca de 500 mil euros. Agora, outro tanto ou mais será investido pela câmara para que tudo volte ao que estava antes, retirando-se as lajes que se foram partindo para que a calçada regresse. Quando foi apresentado o projecto de reformulação da principal praça da cidade de Beja, em 2001, a opção da autarquia suscitou desde logo forte contestação. O modelo proposto anulava radicalmente a configuração do espaço, em calçada portuguesa, datado de 1940. No seu lugar iria surgir um pavimento em lajes de mármore de Trigaches com um metro de lado e uma espessura de cinco centímetros. Decorridos 13 anos, das 1600 lajes de mármore que formam o pavimento, foram partidas pelo rodado das viaturas quase 300. Pinto Leite, à época coordenador do Programa Polis, reagindo, em dado momento, ao cepticismo dos críticos do projecto de reformulação da Praça da República, alegou ter sido “adoptada uma solução minimalista que evidencia a sua importância e contemporaneidade”. As críticas recrudesceram quando foram encontrados importantes achados arqueológicos durante os trabalhos de remodelação da praça. Com efeito, no subsolo surgiram “pequenas peças quadrangulares de mosaico (tesselas) incrustadas em pavimentos antigos muito bem preservados”, descrevia-se em 2003. A praça, de configuração rectangular, com cerca de 4500 metros quadrados de área, está na zona mais sensível da cidade de Beja por se situar no local onde foram (re) descobertos, em 1997, os primeiros vestígios do fórum romano pela arqueóloga Conceição Lopes. Foi o

arqueólogo Abel Viana o primeiro a identificar estruturas que associou a um templo romano, em 1939, durante os trabalhos de abertura dos alicerces para a construção do depósito de água que acaba de ser demolido. A arqueóloga Adelaide Pinto, então envolvida no levantamento arqueológico da Praça da República, referiu que, apesar da importância dos achados, só era possível “limpar, fotografar e registar” por falta de verbas para levar a cabo uma escavação. Os vestígios foram outra vez enterrados, depois de revestidos com uma tela de geotêxtil coberta com uma camada de areia. Por cima foram colocadas as lajes de mármore. Para além do mal-estar gerado na população por não ser possível aproveitar a oportunidade para se revelarem importantes testemunhos do passado histórico da cidade, a solução encontrada para o novo pavimento da praça depressa se revelou inadequada perante o uso que foi feito do espaço. Viaturas pesadas “até da própria autarquia”, admitiu ao PÚBLICO João Rocha, presidente da Câmara de Beja, foram partindo as lajes, um tipo de pavimento que provoca quedas frequentes, sobretudo nos mais

O estado em que agora se encontram as lajes colocadas em 2003 e, em baixo, como era a Praça da República em 1940

ARQUIVO MUNICIPAL DE BEJA

idosos, devido ao piso escorregadio e ao facto de as oscilações do solo deixarem umas lajes salientes em relação às outras. João Rocha reconheceu a razão dos protestos de um número crescente de cidadãos que insistem em reclamar o pavimento instalado em 1940 e anunciou, na passada semana, a reposição da calçada “semelhante ao que era antigamente”, mantendo, no entanto, o piso plano, sem passeios. Mais receptivo à promoção e valorização da componente arqueológica e histórica da praça, o autarca quer “um centro histórico desenvolvido e dinâmico” e até já lhe atribuiu uma designação: Fórum Beja. Vai inclusive estudar a possibilidade de tornar visível o piso romano que foi identificado durante os trabalhos da remodelação da praça em 2003, colocando um espaço vidrado. O autarca tem, contudo, um bicode-obra pela frente. A nova remodelação da praça vai implicar também a reformulação da rede de águas pluviais e de esgotos que atravessam o espaço. O levantamento das lajes vai impor mexidas no subsolo onde permanece quase desconhecida uma grande riqueza arqueológica. Resta saber até onde o município estará disposto a investir para satisfazer a expectativa mantida ao longo de séculos sobre o que estará por baixo da praça, quando, a poucos metros ao lado, continua a ser escavado um património arqueológico datado de um período temporal que vai do século VII a.C até à época moderna. Conceição Lopes, que coordena os trabalhos, já identificou vários alicerces de construções romanas, islâmicas e medievais que se estendem para a área da praça. João Rocha não avança um valor do custo da nova remodelação da Praça da República em Beja, mas tudo aponta para que seja superior aos 500 mil euros investidos em 2003 numa obra que durou 13 anos. O programa Beja Polis, que envolveu 13 projectos, custou ao erário público cerca de 20 milhões de euros.


Público • Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2016 • 15

LOCAL ADRIANO MIRANDA

Breves Transportes

Transtejo diz que avarias levaram a supressões

Na parte da estrada no concelho de Azambuja (8 quilómetros) houve 457 acidentes entre 2000 e 2015

Plataforma exige medidas em estrada onde morreram 30 pessoas em 16 anos Azambuja Jorge Talixa Troço da nacional 3 entre Azambuja e o Carregado é utilizado por milhares de camiões de grupos de distribuição Um grupo de cidadãos de Azambuja organizou-se para reclamar medidas de fundo da Infra-estruturas de Portugal que reduzam a sinistralidade grave que se verifica no troço da Estrada Nacional 3 (EN3) que liga esta vila ao Carregado. A Plataforma EN3 já lançou uma petição para levar o assunto a discussão em plenário da Assembleia da República. Em poucos dias, reuniu já 561 subscritores, dos 4000 necessários para a discussão em plenário parlamentar. A Câmara Municipal de Azambuja também já manifestou o seu apoio aos objectivos da Plataforma EN3, que conta entre os seus membros com responsáveis da Associação de Bombeiros Voluntários azambujense. De acordo com esta plataforma, o troço da EN3 entre Azambuja e o Carregado, com cerca de 10 quilómetros de extensão, “tornou-se uma das

estradas de maior movimento e sinistralidade do país”, ao ponto de entre 2000 e 2015 ali se terem verificado, só na parte da estrada situada no concelho de Azambuja (a maior, com cerca de 8 quilómetros), 457 acidentes, de que resultaram 30 mortos, 67 feridos graves e 533 feridos ligeiros. Em 2016, já se verificaram pelo menos mais duas mortes naquela via. A Plataforma EN3 sublinha que este troço entre Azambuja e o nó do Carregado, que dá acesso à Auto-estrada do Norte (A1), à Ponte da Lezíria e à Auto-Estrada Nº. 10 (Bucelas-Carregado), transformou-se, nas últimas duas décadas, numa das “maiores plataformas logísticas na área do abastecimento”. Ali funcionam grandes centros de distribuição dos sectores alimentar e automóvel e muitas empresas de serviços e logística. Este troço da EN3 foi beneficiado com algumas rotundas, mas não tem faixas de ultrapassagem e a iluminação é muito deficiente, o que contribui também para o elevado índice de sinistralidade. “Tudo isto tem acontecido sem qualquer intervenção da administração central. É tempo de agirmos. É tempo de evitarmos que mais vidas sejam ceifadas”, sustenta a petição, considerando que “é tempo de obri-

gar o Estado português a concretizar o compromisso assinado entre o primeiro-ministro (então José Sócrates) e o presidente da Câmara de Azambuja na altura da negociação das contrapartidas da Ota”. Nessa altura, há cerca de oito anos, o pacote de compensações pela mudança da localização prevista para o novo aeroporto contemplava um projecto de fundo de requalificação deste troço da EN 3 que nunca avançou. Agora, os membros da Plataforma EN3 exigem a execução dessa intervenção “prometida e não cumprida” e prometem fazer chegar essas preocupações aos ministérios, ao primeiro-ministro, aos presidentes da República e da Assembleia da República e aos grupos parlamentares. A Câmara de Azambuja, por seu lado, anunciou que se associa ao movimento cívico Plataforma EN3, porque tem de se “travar a crescente sinistralidade na Estrada Nacional 3 e a trágica perda de vidas humanas que se vem acumulando, exigindo da administração central uma rápida intervenção naquela via”. O PÚBLICO procurou obter mais esclarecimentos junto da Infra-estruturas de Portugal, mas não teve resposta

O grupo Transtejo, responsável pelas ligações fluviais entra Lisboa e a margem sul do Tejo, disse ontem que registou na última semana “pequenas avarias” em alguns navios, mas apontou haver uma taxa de cumprimento do serviço de 98% em 2016. “Em relação às supressões pontuais que surgiram esta semana, há a relatar uma invulgar contabilização de pequenas avarias num número alargado de navios, que obrigou a uma gestão dinâmica da frota, dentro das potencialidades de cada navio, de forma a mitigar, tanto quanto possível, as dificuldades que surgiram nas diferentes ligações fluviais”, refere o grupo Transtejo. Açores

Há uma praga de ratos na ilha das Flores O deputado do PCP no parlamento dos Açores disse que a ilha das Flores está a ser confrontada com uma “praga de ratos”, tendo o governo regional anunciado um plano integrado para 2018. Num requerimento enviado à mesa da Assembleia Legislativa dos Açores, o parlamentar comunista, João Paulo Corvelo, afirma que “nos últimos meses têm-se avolumado as queixas da população da ilha das Flores em relação à cada vez mais intensa infestação por ratos na proximidade das suas comunidades habitacionais”. João Paulo Corvelo adianta “há muito tempo que não são realizadas acções eficazes de desratização” na ilha, coordenadas pelos serviços oficiais.

Moradores do 6 de Maio vão ser ouvidos na AR Amadora Margarida David Cardoso Relatora das Nações Unidas, de visita a Portugal, vai ao Bairro 6 de Maio conhecer como está a ser feito o processo de realojamento A comissão para o poder local e habitação da Assembleia da República recebe, na terça-feira, os moradores do Bairro 6 de Maio, na Amadora, que vão ao parlamento apresentar propostas para resolver uma “grave crise de direitos humanos”, caracterizou Rita Silva do colectivo Habita. As demolições estão suspensas, mas “os moradores continuam a ser pressionados para abandonarem as suas casas”, relatou ao PÚBLICO Rita Silva. A maioria dos actuais moradores ainda não tem acesso a uma alternativa de alojamento a longo prazo, uma vez que estão apenas incluídos no Programa Especial de Realojamento (PER) os habitantes existentes no bairro à data do licenciamento em 1993. Só estes têm hoje direito a uma habitação camarária. A activista espera que as propostas apresentadas pelos moradores sejam ouvidas e incluídas na recomendação dos deputados ao Governo, para que no próximo Orçamento do Estado e nas políticas públicas esteja presente a necessidade de “assegurar soluções de habitação” a estes cidadãos. A comissão para o poder local e habitação da AR está a trabalhar numa recomendação de actualização do Programa Especial de Realojamento (PER), dado que, apesar das recomendações do provedor de Justiça, o PER ainda não foi revisto. Também na terça-feira, a relatora para o direito à habitação condigna da Organização das Nações Unidas (ONU), Leilani Farha, termina a visita a Portugal. Está a avaliar em que medida estão a ser respeitados os direitos humanos em matéria de habitação. No âmbito desta visita, a relatora vai conhecer o Bairro 6 de Maio. Rita Silva espera que seja possível, com esta visita, pressionar o Governo a tomar posição numa matéria que, “perante a legislação internacional, é uma violação dos direitos humanos”. margarida.cardoso@publico.pt


16 • Público • Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2016

ECONOMIA

Batalha entre arrendamento turístico e habitação chega ao STJ DANIEL ROCHA

Juristas sustentam que acórdão da Relação de Lisboa pode abrir “via verde” para a contestação ao alojamento local. Relação do Porto está dentro do entendimento que tem prevalecido Alojamento local Rosa Soares Dois acórdãos do Tribunal da Relação de Lisboa e do Porto têm interpretações diferentes sobre a legitimidade da prática de arrendamento turístico em prédios destinados a habitação, cabendo agora ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ) decidir que direitos devem prevalecer. Tal como o PÚBLICO noticiou na edição de ontem, o acórdão da Relação de Lisboa sustenta que não pode ser dado a uma fracção autónoma utilização diferente à que estava destinada. Ontem ficou a saber-se da existência de outro acórdão do Tribunal da Relação do Porto, que não vê conflitualidade na prática da actividade de alojamento de curta duração em prédio de habitação. A decisão de Lisboa foi objecto de recurso para o STJ, fundamentado “em contradição de julgados [decisões contraditórias], estando a aguardar despacho de admissão”, disse ao PÚBLICO, Gonçalo Almeida Costa, advogado da CCA Ontier, que representa a proprietária que quer continuar a exercer a actividade de arrendamento para turistas num prédio de Lisboa. No caso do acórdão do Porto é provável que também tenha sido objecto de recurso para o STJ, mas o PÚBLICO não conseguiu confirmar oficialmente a informação. A validade dos dois entendimentos será feita pelo STJ, que ainda assim pode ter entendimentos diferentes, como acontece com muita frequência, o que poderá tornar necessário o recurso à uniformização de jurisprudência. Assim, em face de divergência de entendimentos pode recorrer-se para “o pleno das secções”, para que se proceda à uniformização de decisões do tribunal. Só depois disto é que a decisão passará a ser aplicada em todos os processos idênticos. As duas decisões correspondem a

recursos de providências cautelares — num caso foi aceite pela primeira instância (Porto), e no segundo foi recusado (Lisboa). Para os juristas ouvidos pelo PÚBLICO, é o acórdão da capital que vai contra a corrente. Luís Filipe Carvalho, sócio da ABBC, entende que, a confirmar-se o acórdão de Lisboa, “está aberto um precedente jurisprudencial que dará argumentos para os condóminos poderem combater o alojamento local licenciado”. O jurista Fernandes Martins também destaca o facto de o acórdão de Lisboa “ir contra o que tem sido o entendimento geral, incluindo das próprias entidades públicas, que é o de ser possível o exercício de actividade comercial em prédio de habitação permanente”. Sem querer desvalorizar o do Porto, o assessor jurídico da Associação dos Inquilinos e Condóminos do Norte de Portugal defende que mantém o entendimento que tem prevalecido. Para este jurista, a decisão da Relação de Lisboa tem a vantagem de alertar muitos proprietários para os poderes que a assembleia de condóminos pode ter para autorizar ou não que uma ou mais fracções possam ser afectas ao arrendamento temporário, possibilidade que muitos proprietários desconheciam”. O recurso aos tribunais parece inevitável, a menos que o legislador altere a forma de licenciamento local, passando a exigir, como requisito fundamental, a não oposição dos condóminos para que esta actividade seja exercida em fracções afectas a habitação. Luís Filipa Carvalho considera, no entanto, que se “o acórdão de Lisboa se tornar definitivo, se estará em via verde para que os condóminos venham a recorrer a tribunal peticionando que seja proibido o alojamento local licenciado”. Tiago Mendonça de Castro, da PLMJ, sustenta que quer as decisões da assembleia de condóminos, quer

Polémica em relação ao arrendamento com fins turísticos terá de ser decidida em tribunal


Público • Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2016 • 17

Não estou a ver como é e que quem tem interesse no turismo pode alinharr com uma medida que aniquila o sector Eduardo Miranda Presidente da ALEP a recusa de aceitação dessas decisões por parte de algum condómino poderá ter de ser dirimida nos tribunais. “No que respeita à utilização de uma casa para alojamento temporário de pessoas (turistas ou não turistas, tanto faz), o condómino que se vir confrontado com uma deliberação da assembleia de condóminos determinando que ele não o pode fazer com a sua fracção pode impugnar judicialmente essa deliberação, não acatar a deliberação do condomínio (por considerar, bem ou mal, que a mesma não é valida) e esperar que seja o próprio condomínio a reagir e a interpor uma acção em tribunal”, explicou Tiago Mendonça de Castro.

Argumentos em confronto O acórdão do colectivo de juízes do Porto concluiu que “no caso em apreço não se mostram demonstrados factos necessários para proceder aos requisitos de que dependia o decretamento da providência cautelar (...)”. Mas também admite várias dúvidas: “ (...) Embora admitindo dúvidas e aceitando que novos argumentos possam surgir, somos levados a concluir que resultando da constituição da propriedade horizontal que a função se destina à habitação mas não resultando que isso exclua o alojamento temporário de turistas, a circunstância de esse alojamento ser prestado em regime de prestação de serviços não é obstante para afirmar que a utilização é diversa e incompatível com a utilização para aquele destino autorizado.” Ao contrário da fundamentação de Lisboa, segundo a qual “se um condómino dá à sua fracção um uso diverso do fim a que, segundo o título constitutivo da propriedade horizontal, ela é destinada, ou seja, se ele infringe a proibição contida no artigo 1422º (...) do Código Civil, o único remédio para essa afectação é a reconstituição natural (afectação da fracção em causa ao fim a que ela estava destinada)”, a do Porto admite que “o alojamento temporário de turistas não deferirá em regra da utilização similar à que seria feita pelo proprietário ou por um arrendatário para habitação do respectivo agregado familiar”. rosa.soares@publico.pt

Airbnb passou a pedir número de registo das casas Ana Rute Silva A Airbnb passou a pedir aos proprietários o número de licença ou registo do imóvel anunciado na plataforma. A alteração foi feita no início do mês e é uma medida adoptada noutros mercados, como “algumas comunidades autónomas de Espanha e cidades dos Estados Unidos”, indica fonte oficial da plataforma. Os apartamentos e moradias registados como alojamento local têm atribuído um número específico, que passa a ser preciso indicar em todos os imóveis na plataforma. Actualmente, o site português tem 53 mil anúncios. A empresa sublinha, contudo, “que é o anfitrião que o deve fazer activamente”. Ou seja, quem não indicar a informação não fica excluído da plataforma. Questionada sobre o número de casas que já têm registo legal, a mesma fonte diz que ainda não é possível fazer balanços. “Acabámos de implementar a medida, pelo que ainda não temos dados disponíveis”, disse. O pedido de registo passou a ser obrigatório a partir de 3 de Dezembro. Ao que o PÚBLICO apurou, outras plataformas, como a Booking, que

recentemente alargou a sua oferta de alojamento a apartamentos de particulares, não pedem qualquer número de registo. Neste caso, a empresa argumenta que o site não é português e o serviço é operado a partir dos Países Baixos, onde a lei não obriga a incluir o número de licença. Um estudo recente feito pela Nova SBE a pedido da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) indica que, à data de 29 de Setembro, o número de unidades registadas na Airbnb era 37% superior ao do Registo Nacional de Estabelecimentos de Alojamento Local (RNAL), disponibilizado pelo Turismo de Portugal. Os dados mais recentes, referentes terça-feira, mostram que a diferença será ligeiramente menor, com dois terços das casas legalizadas a estarem abrangidas pela plataforma (66%, contra 34% sem registo, ou seja, 18 mil imóveis por legalizar). O alojamento local está regulamentado desde 2008, em portaria, mas em Janeiro de 2014 uma revisão ao Regime Jurídico dos Empreendimentos Turísticos veio autonomizar este tipo de unidades num diploma próprio e na forma de decreto-lei. A intenção do Governo de então, com Passos e Portas ao leme e Adol-

fo Mesquita Nunes na Secretaria de Estado do Turismo, era legalizar os apartamentos arrendados a turistas e simplificar o registo. Por exemplo, deixou de ser necessário um pedido de licenciamento ou autorização e passou a bastar uma comunicação prévia junto da câmara municipal. Na preparação da revisão da lei, em 2014, a hotelaria defendeu desde

prevê que, caso venham a existir decisões contraditórias entre as diversas secções do Supremo Tribunal de Justiça, possa recorrer-se para o pleno das secções, para que se proceda à uniformização da jurisprudência (decisão única) do tribunal. Neste caso em concreto, ainda não há decisões sobre esta matéria. Mas estes acórdãos podem influenciar outras decisões de primeira instância ou mesmo da Relação? Podem. Há todo um trabalho de fundamentação que está feito. Mas como sustentam entendimentos distintos, a preferência fica nas mãos

dos juízes. Já as primeiras decisões do Supremo poderão exercer maior influência sobre outros processos. Muito frequentemente, a instância superior também tem entendimentos diferentes em processos semelhantes, o que torna necessário o recurso à tal uniformização de jurisprudência. Quantos alojamentos locais existem em Portugal? Não se sabe. Muitos operam de forma informal. Oficialmente, existem 35.119 unidades registadas pelo Turismo de Portugal. Já a plataforma Airbnb em Portugal tem cerca de 53.000 anúncios referentes ao

AHP, liderada por Raul Martins, defendeu a autorização do condomínio para arrendamento a turistas

logo que os condóminos deveriam ter uma palavra a dizer quanto ao uso de um apartamento para arrendamento a turistas, assunto que, com as decisões dos tribunais da Relação de Lisboa e do Porto, agora conhecidas, e uma revisão à lei em curso, volta a estar na ordem do dia. Ana Mendes Godinho, a actual secretária de Estado do Turismo, já fez saber que são precisas “afinações” na lei. As mudanças serão discutidas no próximo ano, mas a Associação da Hotelaria de Portugal já deu a co-

nhecer algumas das suas propostas. Uma passa por “proibir que fracções de imóveis arrendadas para habitação possam funcionar como estabelecimentos de alojamento local”, uma das questões levantadas precisamente pelos acórdãos. Eduardo Miranda, presidente da Associação do Alojamento Local em Portugal, defende que a decisão do Tribunal da Relação de Lisboa (a favor de uma assembleia de condóminos que queria proibir o arrendamento a turistas) “não se pode generalizar” e contesta a proposta de fazer depender a atribuição de licença de uma autorização do condomínio. Menezes Leitão, presidente da Associação Lisbonense de Proprietários, diz, citado pela Lusa, que a decisão de Lisboa, “se for para a frente, complica bastante” a actividade. Visão diferente tem a Associação Nacional de Proprietários (ANP). António Frias Marques concorda que o alojamento local deve ser considerado uma actividade económica, e não de habitação. Isso significa que o aluguer a turistas pode ser travado. ana.silva@publico.pt

PERGUNTAS E RESPOSTAS Os acórdãos de Lisboa e do Porto têm efeitos imediatos? Não. O acórdão da Relação de Lisboa foi alvo de recurso para o Supremo Tribunal de Justiça (STJ), aguardando-se a decisão da sua aceitação ou não. No caso do Porto, o acórdão, também deverá ser objecto de recurso para o Supremo, informação que o PÚBLICO não conseguiu confirmar. Em ambos os casos estão em causa decisões da primeira instância sobre providências cautelares. Estes acórdãos fazem jurisprudência para outros processos em curso? Não. O Código de Processo Civil

mercado nacional. E a inscrição no Registo do Alojamento Local (RNAL) é obrigatória? Sim, o registo é obrigatório tal como a sua actualização. É preciso um licenciamento? De acordo com o Turismo de Portugal, não. Para o efeito, basta registar o estabelecimento no RNAL. Como se desiste de explorar o estabelecimento? A cessação da exploração, diz o Turismo de Portugal, deve ser comunicada através do balcão único electrónico “no prazo máximo de 60 dias após a sua ocorrência”.


18 • Público • Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2016

ECONOMIA

Compras de dívida portuguesa pelo BCE podem voltar a cair Draghi deverá anunciar prolongamento de pelo menos seis meses do programa de compra de activos do BCE. Mas escassez de dívida elegível prejudica Portugal Zona euro Sérgio Aníbal Todas as previsões apontam para que o Banco Central Europeu (BCE) decida hoje prolongar por mais seis meses o seu programa de compra de dívida pública na zona euro, mas Portugal, já com um montante baixo de títulos elegíveis para serem adquiridos pelo BCE, pode não vir a beneficiar por inteiro dessa decisão. A expectativa nos mercados em relação à última reunião deste ano do conselho de governadores do BCE é bastante elevada. Todos querem saber se Mario Draghi, no meio de um ambiente de incerteza criado pela crise política italiana, irá optar por reforçar a política monetária expansionista na zona euro ou se, pelo contrário, decide dar os primeiros sinais de que o banco central vai brevemente começar a inverter a marcha perante os sinais mais positivos dados pela economia. No caso de querer dar um novo impulso expansionista, Draghi anunciará que o ritmo de compras mensais de 80 mil milhões de euros se mantém e por mais seis ou nove meses. Se quiser começar a recuar, pode baixar o volume mensal das compras para 60 mil milhões, que era o nível aplicado em 2015, no início do programa. Uma coisa, contudo, é dada como praticamente certa por todos os analistas: o BCE deverá prolongar pelo menos até Setembro o seu programa de compras de dívida pública, que na sua presente forma seria suposto terminar já no próximo mês de Março. Para Portugal, que tem tido nas compras do BCE uma ajuda preciosa para limitar o nível das taxas de juro da dívida nos mercados, esta notícia pode implicar efeitos contraditórios. A garantia de que o BCE irá estar a actuar no mercado de dívida por mais alguns meses é certamente uma notícia positiva, principalmente no actual cenário de instabilida-

de a que se assiste na zona euro. No entanto, se as regras aplicadas pelo BCE no seu programa de compra de activos se mantiverem inalteradas, existe toda a probabilidade de o banco central ter de diminuir o valor da dívida pública portuguesa que compra em cada mês. Isto acontece porque o BCE impõe a si próprio limites para a percentagem da dívida elegível de um país que pode deter. O BCE não pode ser dono de mais de um terço da dívida total de um país ou de uma série de títulos de dívida em particular. No caso de Portugal — que em termos relativos tem mais dívida comprada pelo BCE do que a maior parte dos outros países porque foram feitas aquisições antes do lançamento do actual programa — esses limites estão próximos de ser alcançados. Aquilo que o BCE tem feito — em coordenação com o Banco de Portugal que operacionaliza as compras — é garantir que é possível fazer continuar a fazer compras até ao fim do programa, acertando qual é o volume mensal que é adquirido. O que isto pode agora significar é que, ao alargar o prazo de realização das compras por mais seis meses, e estando limitado na dívida pública portuguesa disponível para comprar, o BCE pode ver-se forçado a reduzir o montante de compras mensais de títulos de tesouro emitidos por Portugal. Isto, aliás, é algo que já aconteceu durante este ano. Depois de no início deste ano o BCE ter prolongado de Setembro de 2016 para Março de 2017 o prazo para o final do programa e de ter reforçado as compras mensais de 60 para 80 mil milhões de euros, Portugal não beneficiou de um reforço da ajuda do BCE. Pelo contrário, registou-se uma ligeira redução do montante mensal de dívida e uma descida da percentagem das compras do BCE que se destinavam a Portugal. No início, Portugal beneficiava de 2,5% das compras de dívidas dos Estados, um valor que corresponde à percentagem de capital do país no

As compras de dívida pública portuguesa feitas pelo BCE BCE lança programa de compra de activos, no valor de 60 mil milhões de euros por mês, pelo menos até Setembro de 2016

BCE alarga de 25% para 33% o limite máximo que se pode deter de uma determinada série de obrigações

BCE anuncia a extensão do programa de compra de activos até pelo menos Março de 2017

BCE passa de 60 mil milhões de euros para 80 mil milhões o montante mensal de compras realizado

Em % do total de compras aos países da zona euro

Em milhões de euros 1500

3,0

1200

2,4

900

1,8

600

1,2

300

0,6 0

0 Mar. 2015 Fonte: BCE

Abr. Mai

Jun.

Jul.

Ago.

Set

Out. Nov. Dez. Jan. Fev. Mar. Abr. 2016

Mai

Jun.

Jul.

Ago. Set. Out. Nov. PÚBLICO


Público • Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2016 • 19

ECONOMIA

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Mario Draghi pode anunciar alterações em algumas das regras do seu programa de activos

O Monte dei Paschi, fundado em 1472, tem de conseguir recapitalizar-se em cinco mil milhões de euros até ao final do ano

DANIEL ROLAND/AFP

Retoma “apoiada Hipótese de injecção de capital público pelo petróleo e BCE” na banca italiana anima mercados

A

banco central. Mas desde meados deste ano, essa percentagem caiu para 1,6%. Isto é, as compras de dívida pública portuguesa estão a ser feitas abaixo do valor que corresponderia ao peso do país no eurosistema. Um desvio que se poderá alargar mais nos próximos meses. A única forma de evitar esse cenário é o BCE anunciar uma alteração de algumas das regras do seu programa de activos, nomeadamente, aumentando os limites para a percentagem de dívida de que pode ser detentor. Alguns analistas acreditam que essa é uma possibilidade real, principalmente porque a dificuldade em encontrar títulos de dívida disponíveis se começa a fazer sentir também em países como a Alemanha, o que colocaria em causa a exequibilidade do programa. sergio.anibal@publico.pt

recuperação económica da zona euro, diz Mario Draghi, é modesta mas “robusta” e verificouse graças ao baixo preço do petróleo e à política monetária do BCE. Em entrevista ao jornal espanhol El País publicada na semana passada, o responsável pelo banco central da moeda única reconhece que a incerteza política ainda é o ambiente dominante, e que ainda não se sabe de que forma é que isso irá afectar a recuperação económica. Isto após o abrandamento da China, a estagnação do comércio a nível mundial, o “Brexit” — cujos efeitos ainda estão por conhecer — e as recentes eleições nos Estados Unidos. Questionado sobre o risco de a política pouco ortodoxa do BCE poder ter efeitos mais adversos, Draghi defendeu que isso tem sido monitorizado, e que “não há [efeitos de] bolhas na zona euro”. “Verifica-se uma subida dos preços das casas em Milão, Barcelona e algumas cidades alemãs, mas de forma selectiva e limitada a áreas específicas”, sustentou, acrescentando que os preços não dispararam, nem os empréstimos. Quanto ao impacto negativo das baixas taxas de juro nos bancos, reconheceu que ele existe, mas que também há um efeito positivo nas margens de lucro ao suportar a recuperação da economia, ao reduzir as perdas ao nível dos empréstimos e ao aumentar o valor dos activos. Já no que diz respeito às novas regras europeias para a recuperação e a resolução bancárias, constata que tanto a directiva como as regras de ajuda estatal “deixam margem para interpretações” por parte da Comissão Europeia. O melhor, diz, é os bancos terem “almofadas” prontas a usar em caso de problemas. PÚBLICO

Sérgio Aníbal O reforço das expectativas de uma intervenção pública no banco italiano Monte dei Paschi di Siena, em que uma injecção de 2000 milhões de euros possa minimizar as perdas dos accionistas, conduziu ontem a uma subida das bolsas europeias e a uma descida das taxas de juro da dívida pública dos países periféricos, incluindo Portugal. Com o tempo a esgotar-se para encontrar uma solução que evite a entrada em processo de resolução do terceiro maior banco italiano, são várias as notícias a virem a público sobre a forma como as autoridades italianas, em negociação com Bruxelas e Frankfurt, pretendem resolver este problema. A notícia que mais credibilidade conquistou junto dos mercados foi a avançada pela Reuters na manhã de ontem. Segundo esta agência, o Governo italiano está a preparar um aumento da participação estatal no Monte dei Paschi dos actuais 4% para 40%. A fórmula pensada para o conseguir, superando os obstáculos existentes nas novas regras europeias para o sistema bancário, é a compra pelo Estado de 2000 milhões de euros de obrigações subordinadas, que posteriormente serão convertidas em acções. Os credores que venderiam as obrigações ao Estado (na sua maioria pequenos investidores particulares) e os accionistas poderiam ter de assumir perdas, mas sempre de uma dimensão mais reduzida do que se o banco entrasse num processo de resolução. Também ontem de manhã, o jornal italiano La Stampa noticiou que as autoridades italianas estariam já a negociar com o Mecanismo de Estabilidade Europeu a concessão de um empréstimo de 15 mil milhões de euros ao Estado italiano para este poder usar na limpeza do sector bancário do país. Seriam aplicadas condições semelhantes às do resgate espanhol. No entanto, logo

de imediato, tanto o MEE como o Tesouro italiano negaram essas negociações. De qualquer forma, a expectativa de que se esteja a apontar para uma solução que, custando mais ao Estado italiano, evita perdas demasiado dolorosas para accionistas e credores melhorou muito o ambiente sombrio que se tem vivido nos mercados por causa da instabilidade política italiana e dos problemas a que se assiste no sector bancário do país. As acções do Monte dei Paschi subiram mais de 11% em bolsa esta ontem, recuperando uma pequena parte das perdas sofridas desde o início do ano. E, em média, o sector bancário italiano registou ganhos aproximados de 4% no valor dos seus títulos. Estes resultados contagiaram o resto dos mercados accionistas europeus, que apresen-

As acções do Monte dei Paschi subiram mais de 11% em bolsa, recuperando uma pequena parte das perdas desde o início do ano

taram em geral variações positivas. Um ambiente bem mais desanuviado também se sentiu nos mercados da dívida pública. Neste caso, a lógica é a de que se a Itália conseguir resolver os problemas que tem com os seus bancos ficará numa posição muito mais favorável nas suas finanças públicas, para além de se reduzir o risco de uma saída do país do euro. Por isso, tanto os títulos de dívida italianos como os dos outros países da Europa periférica apresentaram reduções nas taxas de juro. Em Itália, a taxa de juro a dez anos, que chegou a estar acima dos 2% nos dias anteriores, caiu para os 1,89%. Portugal também beneficiou e afastou-se mais um pouco da barreira dos 4%. De acordo com os dados publicados pela Reuters, a taxa de juro dos títulos a dez anos está agora próxima dos 3,5% e encontra-se nos valores mais baixos das últimas três semanas. Os próximos dias serão decisivos para a resolução do problema Monte dei Paschi. Será preciso ver qual a reacção das autoridades europeias às soluções propostas pela Itália e perceber de que forma é que a demissão de Matteo Renzi e a incerteza em relação a qual será o novo Governo dificultam a adopção de soluções para os problemas do sector bancário. MAX ROSSI/REUTERS

Próximos dias serão decisivos para o banco e para o sector


20 • Público • Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2016

MUNDO

A Gâmbia quer deixar para trás duas décadas de tirania A derrota de Yahya Jammeh representa o fim de uma ditadura brutal em que os direitos humanos foram desprezados e os gambianos entregues à pobreza. Os novos líderes falam agora de um novo país MARCO LONGARI/AFP

África João Ruela Ribeiro Dizia que ia governar “mil milhões de anos” e que apenas Alá o poderia retirar do poder. Não foi preciso tanto — bastaram umas eleições. Yahya Jammeh aceitou a derrota nas eleições presidenciais na Gâmbia, pondo fim a um período de 22 anos no poder. Abre-se uma nova etapa num dos mais pobres e isolados países africanos. Permanecem, porém, muitas dúvidas sobre até que ponto a transição poderá ser realmente pacífica. “Os gambianos decidiram que eu devo ir para o lugar de trás.” Foi com estas palavras que Jammeh surpreendeu um país habituado a duas décadas de repressão violenta e onde a vontade popular era ignorada. As eleições do final da semana passada pareciam não ser excepção. Para impedir apelos ao voto, a ligação à Internet foi cortada pelo Governo durante quase todo o dia das eleições. Em Abril, o principal líder da oposição foi preso, acusado de ter organizado um protesto ilegal. A oposição parecia ter um quadro ainda mais desfavorável do que em eleições anteriores. Adama Barrow, um ex-agente imobiliário que substituiu o líder da oposição detido, era visto como um nome de recurso encontrado à última da hora para fazer frente ao todo-poderoso Jammeh — um ditador que promoveu um culto em torno da sua personalidade, adoptando o título pomposo de “Excelência Sheikh Professor Doutor Presidente.” A concessão de derrota de Jammeh terá acontecido assim que o ditador percebeu que tinha perdido o apoio das elites que o tinham mantido no poder. “Ele não tinha apoio da comunidade internacional, dos militares, nem da polícia. Ele estava isolado”, diz ao jornal The Guardian Fatoumata Jallow-Tambajang, dirigente da coligação de oposição. A saída de cena de Jammeh abre a possibilidade de um novo futuro para os gambianos, que na sua maioria enfrentavam uma escolha entre permanecer num país muito pobre e

Um apoiante da oposição dá um pontapé num cartaz com a cara de Jammeh, que liderou a Gâmbia com mão de ferro durante 22 anos

A contagem — em vez de boletins de voto, berlindes

com graves carências alimentares ou tentar a perigosa travessia por terra e mar até à Europa. Estima-se que mais de dez mil tenham chegado a Itália desde o início do ano, depois de atravessarem o deserto do Sara e o mar Mediterrâneo. Nas suas duas décadas no poder, Jammeh conduziu uma política externa que conduziu o país a um crescente isolamento. A decisão mais recente foi a saída da Gâmbia do Tribunal Penal Internacional (TPI), mas antes Jammeh já se tinha retirado da Commonwealth, que caracterizou como um organismo “colonial”. Há vários anos que a União Europeia tem milhões de euros de ajuda para o desenvolvimento bloqueados por causa das violações de direitos huma-

nos atribuídas ao regime de Jammeh. “O novo Governo vai atrair a atenção de Bruxelas. A Europa irá querer tentar reduzir o número de gambianos a quererem emigrar e será mais fácil no pós-Jammeh negociar com a Gâmbia”, diz à Reuters o analista da Chatham House, Alex Vines. O regresso do país ao Tribunal de Haia deverá ser uma das primeiras decisões do próximo Presidente. “O TPI é sinónimo de boa governação. Se queremos fazer parte disso, acho que não há necessidade de se abandonar o TPI”, disse Barrow ao Washington Post. O novo líder prometeu que estará no poder apenas três anos — período que diz ser de “transição” — para então haver novas eleições democráticas.

Apesar do optimismo, o trauma deixado pelos 22 anos de governação de Jammeh não foi embora. A oposição teme que o ditador não tenha sido totalmente sincero quanto à sua intenção de abandonar o poder e que, na verdade, ambicione forçar um regresso pela força. “Tenho fontes credíveis que dizem que ele tem bunkers em Kanilai”, disse Jallow-Tambajang, referindo-se à aldeia natal de Jammeh, para onde ele quer regressar. A nova administração prefere-o ter por perto e quer que ele responda pelos abusos que cometeu enquanto Presidente. “Não confiamos nele”, diz a dirigente da oposição. joao.ruela@publico.pt


Público • Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2016 • 21

MUNDO Polícia detém a activista egípcia Azza Soliman

Time escolhe Trump, o Presidente dos “Estados Divididos da América”

Supremo mantém Calheiros no Senado DR

Egipto A fundadora do Centro de Assistência Jurídica às Mulheres Egípcias já tinha sido impedida de sair do país, em Novembro A polícia do Egipto deteve ontem a destacada defensora dos direitos da mulher Azza Soliman, semanas depois de ter sido impedida de viajar para fora do país e de os seus bens terem sido congelados. Soliman, fundadora do Centro de Assistência Jurídica às Mulheres Egípcias, foi uma das várias activistas, advogadas e jornalistas impedidas de sair do Egipto em Novembro. A advogada disse à agência Reuters na semana passada que foi barrada no aeroporto do Cairo a 19 de Novembro. Pouco depois, Soliman descobriu que as suas contas e bens — pessoais e do grupo que fundou — tinham sido congelados. A detenção de Soliman surge numa altura em que vários activistas pelos direitos humanos no Egipto dizem estar a ser sujeitos à maior perseguição governamental de sempre, que tem como alvo organizações acusadas de fomentarem a desordem durante a revolta de 2011, que pôs fim aos 30 anos de regime de Hosni Mubarak. Várias organizações não governamentais (ONG), a maioria envolvida em actividades de defesa dos direitos humanos, estão a ser investigadas e acusadas de receberem fundos para fomentarem o caos no Egipto. Em Setembro, um tribunal congelou os bens de cinco destacados activistas pelos direitos humanos e de três organizações não governamentais, abrindo as portas a acusações criminais que podem terminar em condenações a prisão perpétua. Em 2013, um tribunal ordenou o encerramento de vários grupos estrangeiros e condenou a penas de prisão 43 funcionários de organizações não governamentais. Em Novembro, o Parlamento aprovou uma lei sobre as ONG, que estes grupos acusam de impedir o seu trabalho. A lei proíbe grupos egípcios e estrangeiros de se envolverem em actividades políticas ou em acções que prejudiquem a segurança nacional, a ordem, a moral ou a saúde públicas. Reuters

EUA Alexandre Martins

Brasil

O Presidente eleito é a Personalidade do Ano para a revista, “por recordar a América que a demagogia se alimenta do desespero” No ano passado, no dia em que a revista norte-americana Time anunciou o nome da pessoa que mais se destacara em 2015, o então candidato à nomeação pelo Partido Republicano Donald Trump fez questão de partilhar a sua opinião no Twitter: “Eu bem vos disse que a revista Time não ia nomear-me Personalidade do Ano, apesar de eu ser o grande favorito. Escolheram a pessoa que está a arruinar a Alemanha.” A escolhida, como é óbvio, foi a chanceler alemã, Angela Merkel, e o texto escrito pela directora da Time explicava porquê: “Num momento em que uma grande parte do mundo está mais uma vez no meio de um violento debate sobre o equilíbrio entre segurança e liberdade, a chanceler está a pedir muito ao povo alemão e, através do seu exemplo, também a todos nós. Para sermos acolhedores. Para não termos medo. Para acreditarmos que as grandes civilizações constroem pontes e não muros, e que as guerras são ganhas tanto no campo de batalha como fora dele. Ao olhar para os refugiados como vítimas e não como invasores que devem ser expulsos, a mulher que cresceu atrás da Cortina de Ferro apostou na liberdade. A filha de um pastor [luterano] brandiu a piedade como uma arma.”

Donald Trump diz que representa os trabalhadores de todo o mundo a revista a 2 de Janeiro de 1939. Este ano, era difícil que a escolha fosse outra — ame-se ou odeie-se, ninguém se destacou mais em 2016 do que Donald Trump, o homem que começou a campanha para a nomeação pelo Partido Republicano como uma piada para muitos, e que foi eleito Presidente dos Estados Unidos contra a favorita Hillary Clinton.

1927

A primeira Personalidade do Ano da revista Time foi o aviador Charles Lindbergh, por ter sido o primeiro a voar sem escalas através do oceano Atlântico entre Nova Iorque e Paris

Uma escolha óbvia Um ano depois, chegamos a 7 de Dezembro de 2016 e a revista Time voltou a cumprir o ritual que começou em 1927: a escolha da pessoa que foi, segundo os seus critérios, quem mais se destacou no ano anterior, seja por boas ou más razões. Isso não importa, e nunca importou: se o primeiro escolhido, em 1927, foi o aviador Charles Lindbergh, por ter sido o primeiro a voar sem paragens entre Nova Iorque e Paris, em 1938 o escolhido foi Adolf Hitler — “Hitler tornou-se em 1938 a maior ameaça ao mundo democrático e amante da democracia”, justificou

Um ano depois de ter escolhido Angela Merkel “por ter pedido mais ao seu país do que muitos políticos ousariam, por se manter firme contra a tirania e contra o que é mais conveniente, e por oferecer uma liderança moral e firme num mundo onde isso escasseia”, a revista Time pôs na sua capa mais esperada o Presidente eleito dos EUA, Donald Trump. E, um ano depois de ter explicado a escolha de Merkel, a directora da revista, Nancy Gibbs, veio explicar a escolha de Trump: “Por recordar a América que a demagogia se alimenta do desespero e que a verda-

de só tem poder na medida em que se confia na pessoa que a profere, por dar poder a um eleitorado escondido ao trazer para o discurso público as suas fúrias e a transmitir em tempo real os seus medos, e por moldar a cultura política do futuro demolindo a do passado, Donald Trump é a Personalidade do Ano de 2016 da revista Time.”

Clinton na lista final A maior parte do mundo só soube ontem da escolha da revista, mas Donald Trump já tinha sido entrevistado e fotografado para a capa. Na conversa com o jornalista Michael Scherer no luxuoso apartamento na Trump Tower, em Manhattan, o Presidente eleito sublinhou um dos fenómenos que o levaram a vencer em estados afectados pelo encerramento de fábricas, como o Ohio, a Pensilvânia ou o Michigan, e a derrotar Hillary Clinton: “O que espanta muita gente é que eu estou aqui, sentado num tipo de apartamento que muita gente nem sequer teve a oportunidade de ver, e ainda assim represento os trabalhadores de todo o mundo.” Na lista final para a escolha da Personalidade do Ano de 2016 entraram ainda Hillary Clinton; os hackers; o Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan; os pioneiros da técnica de edição genética CRISPR; e a cantora Beyoncé. alexandre.martins@publico.pt

A maioria dos juízes do Supremo Tribunal Federal do Brasil votou ontem pela permanência no cargo do presidente do Senado, Renan Calheiros, embora lhe tenha retirado a possibilidade de vir a suceder ao Presidente da República. A votação foi feita depois de na segunda-feira um dos juízes do Supremo, Marco Aurélio, ter aprovado um pedido de afastamento do Senado de Calheiros, por este ter sido posto no banco dos réus sob acusações de desvio de dinheiros públicos para realizar pagamentos a uma mulher com quem teve um filho. De acordo com o juiz Marco Aurélio, Renan Calheiros deveria ser afastado da presidência do Senado porque, como réu, não poderia ocupar um cargo na linha de sucessão do Presidente da República — depois do vice-presidente (que o Brasil não tem neste momento), o primeiro na linha de sucessão é o presidente da Câmara dos Deputados e o segundo é o presidente do Senado. Mas os nove juízes reunidos decidiram, por uma maioria de 6-3, não ordenar a saída de Calheiros. Renan Calheiros mantém-se no Senado, mas não poderá vir a suceder ao Presidente da República

A decisão ficou a meio caminho em relação ao entendimento do juiz Marco Aurélio: Calheiros fica como presidente do Senado, mas fica impedido de aceder ao cargo de chefe de Estado. Os argumentos apresentados foram vários, mas basicamente os juízes que votaram contra o afastamento de Renan Calheiros do Senado argumentaram que “não há nenhuma indicação de que o presidente do Senado venha a ter de substituir o Presidente da República num futuro próximo. Acresce a este facto que o mandato de Renan Calheiros está quase no final, e no início do próximo ano será eleito um novo líder da câmara.


22 • Público • Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2016

MUNDO BEN STANSALL/AFP

Matteo Renzi demite-se: “Obrigado a todos e viva a Itália” Europa em crise Sofia Lorena Itália já não tem primeiro-ministro. Presidente Mattarella começa hoje a ouvir os partidos com presença no Parlamento

A moção foi aprovada quando decorrem as audiências no Supremo sobre quem deve accionar o Artigo 50

Parlamento aprova calendário do Governo para o arranque do “Brexit” Reino Unido Ana Fonseca Pereira Theresa May aceitou divulgar o plano do executivo antes de iniciar negociações com Bruxelas Os deputados queriam que Theresa May se comprometesse a explicar um pouco dos seus planos para a saída do Reino Unido da União Europeia antes do início das negociações com Bruxelas, mas, em troca de uma cedência que até agora tinha recusado, a primeira-ministra britânica acabou por conseguir que o Parlamento aprovasse uma moção em que aceita o calendário definido pelo Governo para o arranque do “Brexit”. A moção foi aprovada quando decorrem as audiências no Supremo Tribunal britânico sobre quem recai o poder de accionar o Artigo 50 do Tratado de Lisboa, a cláusula que desencadeia o processo formal de divórcio. Inconformado com a decisão do tribunal superior, que no mês passado concluiu que só o Parlamento tem poder para revogar a lei que em 1972 abriu caminho à adesão do país à então CEE, o Governo recorreu

da decisão e insiste que vai accionar o Artigo 50 até ao final de Março, como May já se comprometeu. Mas quase seis meses depois do referendo que ditou a saída britânica, quase nada se sabe sobre quais as prioridades de Londres para as negociações com a UE — a primeira-ministra definiu apenas como inegociável a necessidade de controlar a imigração para o país, alarmando os sectores da economia que temem perder o acesso ao mercado único. Neste impasse, o Partido Trabalhista apresentou uma moção em que exigia a May que se “comprometesse a publicar o plano do Governo para a saída da UE antes de o Artigo 50 ser accionado”, a fim de poder ser “devidamente escrutinado” pelos deputados. Uma iniciativa que, mais do que clarificação, visava garantir que o Parlamento tem uma palavra a dizer antes das negociações. May insistiu sempre que não revelaria demasiado sobre as suas pretensões, argumentando que isso iria retirar vantagem aos negociadores britânicos quando se sentassem à mesa com os congéneres europeus. Mas confrontada com as notícias de que pelo menos 20 deputados conservadores apoiavam a iniciativa da oposição — o suficiente para a apro-

var —, a líder conservadora virou o jogo: anunciou o apoio ao diploma, na condição de que fosse votada uma adenda que exorta o Parlamento “a respeitar o desejo” dos eleitores e a aceitar que “o Governo invoque o Artigo 50 até 21 de Março de 2017”. Tanto o Governo como a oposição cantaram vitória, mas depressa se percebeu que a cedência maior tinha sido do Labour, já que nada na formulação obriga o executivo a ser mais explícito. “Isto é uma negociação, não uma declaração política. Aquilo que propomos no início pode não ser o que alcançamos no fim”, afirmou David Davis, ministro para o “Brexit”, no debate antes do voto. Keir Starmer, porta-voz do Labour para o “Brexit”, avisou que o partido não se contentará com planos vagos e exige saber, em tempo útil, se o executivo se vai bater por manter o acesso ao mercado único ou se planeia propor um acordo transitório. O Parlamento, sublinhou, “tem direito a conhecer os detalhes” do que está a ser preparado. A margem de manobra da oposição é escassa, sob pena de ser vista pelo público como estando a bloquear o mandato popular saído do referendo de Junho. ana.pereira@publico.pt

O Presidente pediu e ele aceitou adiar a demissão formal — mas apenas por dois dias. “O Orçamento está aprovado, às 19h [menos uma hora em Portugal continental] a demissão formal. Obrigado a todos e viva a Itália”, escreveu Matteo Renzi na sua conta de Twitter, antes de ir ao palácio presidencial, formalizar o pedido a Sergio Mattarella. A audiência durou 40 minutos — Itália já está sem primeiro-ministro. O chefe de governo demissionário defende uma de duas opções: uma ida a votos em breve, dependente da sentença do Tribunal Constitucional marcada para 24 de Janeiro sobre a legalidade da actual lei eleitoral, ou um “governo de todos”. “Se os grupos [parlamentares] quiserem levar esta legislatura até ao fim, devem indicar a sua disponibilidade para defender um novo executivo que gira a questão da lei eleitoral, mas, sobretudo, um ano de 2017 muito importante a nível internacional”, defende (ver texto na pág 19). Ora bem, então Renzi cumpriu o que disse. Demitiu-se, quando a sua reforma constitucional foi chumbada em referendo (no domingo) por 59% dos eleitores que participaram

Renzi vai agora parar e preparar-se para as próximas eleições

na consulta (68% dos italianos foram às urnas). E esperou só pela aprovação do Orçamento de 2017 no Senado (já tinha passado na Câmara dos Deputados) para sair de cena. A bola passou em definitivo para o campo de Mattarella, que a partir de hoje começará a ouvir os diferentes partidos com presença parlamentar. As duas opções de Renzi não são exactamente os dois cenários do Presidente, mas um deles coincide. Mattarella considera “inadmissível” que os italianos sejam chamados a participar em legislativas com o actual quadro legal. A lei eleitoral em vigor, pensada como complementar da reforma da Constituição recusada nas urnas, só enquadra a eleição para a câmara baixa — a alta iria perder poderes e os seus membros deixariam de ser escolhidos pelos eleitores. Para aumentar a confusão, a Justiça vai declarar-se sobre a legalidade desta lei a 24 de Janeiro. O que o agora ex-primeiro-ministro está a dizer é que, depois desta sentença, o Parlamento pode votar uma lei modificada, tendo em conta o que disserem os juízes, ou que talvez bastem as modificações decididas por estes para se ir a eleições. Neste caso, não seria preciso elaborar uma nova lei completa, o que defende, à partida, Mattarella. Fazer isso levaria pelo menos alguns meses. Quanto ao cenário um “governo de todos” é, no fundo, o que o Presidente tentará sempre fazer. Nomear um primeiro-ministro que conte com o apoio da diversidade partidária italiana é tarefa quase impossível, mas é esse o desafio. Acima de tudo, o escolhido terá de ser apoiado pelo centro-esquerda do Partido Democrático (de Renzi), que mantém uma maioria relativa na Câmara dos Deputados, ao mesmo tempo que convém não desagradar a toda a direita. Quanto ao mandato deste líder é que está por saber se será apenas assegurar que se resolve a confusão da lei eleitoral ou mais. A legislatura termina nos primeiros meses de 2018. Mattarella tentará pelo menos agradar ao Força Itália, de Silvio Berlusconi. Mas sabe que não pode ignorar o Movimento 5 Estrelas, partido antipartidos, nem o xenófobo Liga Norte, que juntos somam 40% das intenções de votos nas sondagens e têm planos para governar o país. slorena@publico.pt


Público • Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2016 • 23

MUNDO St Stephen, um dos dois leões arco-íris expostos num banco arc de Hong Kong em apoio à comunidade LGBT co

Breves Israel e Palestina

Indonésia A terra voltou a tremer em Aceh e fez cerca de cem mortos REUTERS

Netanyahu rejeita convite de Hollande para falar com Abbas Benjamin Netanyahu rejeitou ao telefone com François Hollande a ideia de se encontrar com o líder palestiniano à margem de uma conferência sobre o conflito em Paris. França queria promover as discussões com Mahmoud Abbas na cimeira prevista este mês. “Israel não vai a um encontro que não contribuirá para a paz”, diz.

Ásia Central

Queda de avião mata 48 pessoas no Paquistão Um avião com 48 pessoas a bordo despenhou-se no Norte do Paquistão, pouco depois de ter deixado de comunicar com a torre de controlo. Os destroços do aparelho, que voava para Islamabad, foram encontrados na encosta de uma montanha. O Governo confirmou a morte de todos os ocupantes.

O sismo foi sentido depois das 5h, quando a população da província indonésia de Aceh se preparava para as primeiras

orações do dia. Quase cem pessoas morreram e mais de 500 ficaram feridas. As imagens que chegaram da região

Guerra da Bósnia

França

Xenofobia

Desastre na Colômbia

Acusação pede prisão perpétua para Ratko Mladic

Apoio da esquerda ao socialista Manuel Valls a crescer

Merkel quer que não se recriminem refugiados

Director-geral da companhia aérea Lamia detido

A equipa de acusação pediu aos juízes do Tribunal de Haia que condenem o antigo comandante sérvio, Ratko Mladic, de 74 anos, a prisão perpétua. Mladic é acusado de genocídio e crimes contra a humanidade cometidos sob as suas ordens entre 1992 e 1995 durante a guerra na Bósnia.

O apoio dos eleitores de esquerda a Manuel Valls subiu desde que o ex-primeiro-ministro apresentou a sua candidatura à Presidência. Uma sondagem da Elabe para a BFMTV mostra que metade do eleitorado de esquerda pretende votar em Valls na primeira volta das presidenciais de Abril e Maio.

A chanceler alemã, Angela Merkel, pediu que se evitem condenações públicas de todos os refugiados por causa dos casos de abusos sexuais que envolveram requerentes de asilo no país. “Não se devem tirar conclusões acerca do conjunto de um grupo que procura protecção”, afirmou Merkel.

O director-geral da companhia aérea boliviana Lamia, Gustavo Gamboa, foi detido no âmbito da investigação sobre a responsabilidade da empresa no acidente que causou 71 mortos, incluindo os membros da equipa de futebol brasileira da Chapecoense. O avião despenhou-se na Colômbia.

mostram casas, mesquitas, postos de electricidade derrubados, carros esmagados pelos destroços. E os relatos dão

conta de socorristas obrigados a recorrer às próprias mãos para retirar as vítimas dos escombros.


24 • Público • Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2016

CIÊNCIA

Lentes de contacto para lesões da córnea aumentam visão em 30% Investigadores da Universidade do Minho estão a fazer testes clínicos para validar a segurança e eficácia de novas lentes de contacto rígidas e maiores, que se apoiam na parte branca do olho Saúde Andrea Cunha Freitas Chamam-se lentes esclerais porque ficam apoiadas na região escleral (a parte branca) do olho. São, por isso, maiores do que as lentes de contacto convencionais. Também não são gelatinosas como as que são usadas para compensar a miopia ou astigmatismo mas semi-rígidas. Cientistas do Laboratório de Investigação em Optometria Clínica e Experimental (CEORLab) da Universidade do Minho estão a testar estas lentes de contacto em pessoas com problemas na córnea e registaram uma recuperação de visão de 30% em média. Quando a córnea, a parte transparente e protectora do olho, sofre algum tipo de lesão, a visão é afectada. “A córnea é o principal elemento que vai contribuir para formar a imagem dentro do olho, na retina; se algo a afectar, é como se tivéssemos uma janela arranhada ou distorcida e, por isso, vai distorcer tudo o que vemos à nossa volta”, explica José González Méijome, director do CEORLab. É como se mergulhássemos num mundo desfocado e os nossos olhos estivessem debaixo de água. Os óculos ou as lentes de contacto convencionais não conseguem compensar esta distorção e, se o fazem, essa reabilitação é muito tímida, diz o especialista. As experiências fazem-se agora com as lentes esclerais, um produto que já existe no mercado mas que, neste caso, está a ser adaptado e optimizado. “Estas lentes que estamos a testar estão aprovadas pela FDA [a agência norte-americana que regula os medicamentos e alimentos], mas ainda não estão a ser comercializadas. Há já outras lentes esclerais no mercado. Mas estas não existem”, diz o director do CEORLab, que está a validar a sua segurança e eficácia num projecto que une a ciência à indústria e que é realizado em parceria com uma empresa norte-americana que vai produzir estas lentes. “Temos a

capacidade de redesenhar estas lentes e modificar os seus parâmetros, como o raio de curvatura, a potência, o diâmetro, a correcção do astigmatismo, o grau de assimetria. São umas novas lentes”, sublinha José González Méijome. No laboratório os testes clínicos já decorrem há cerca de um ano. Actualmente, os investigadores estão avaliar um grupo de 50 pessoas com idades entre os 18 e 67 anos que estão a usar estas lentes, e cerca de 25 delas já as usam há um ano. O projecto ainda está em curso e o processo de recrutamento só deverá terminar em Janeiro, quando conseguirem juntar 60 doentes. “Já percebemos que as lentes conseguem aumentar a capacidade visual e, em muitos casos, duplicam-na”, refere José González Méijome. O ganho, especifica, é de três a cinco linhas de acuidade visual comparando com a visão que a pessoa tinha quando usava outro método de compensação, fossem outras lentes de contacto ou óculos. Para usar uma linguagem pouco científica, mas a que as pessoas estão habituadas numa consulta com um especialista, “isto significa que em média as pessoas entram no consultório a ver qualquer coisa como 30% a 40% e saem a ver 80% a 90%”, explica o investigador. Cada linha de acuidade visual representaria cerca de 10% de melhoria na visão. Em média, a melhoria observada pelos investigadores é na ordem dos 30%, mas pode ser superior. “Temos casos em que observámos pessoas que não tinham mais do 20% da visão e conseguiram chegar a 80%”, confirma. “Parece apenas um número, mas esta diferença pode mudar vidas”, diz José González Méijome, lembrando que “uma pessoa que vê abaixo dos 50% pode nem sequer estar habilitada para a conduzir um carro”. As lesões na córnea podem surgir na sequência de acidentes, complicações cirúrgicas (após a cirurgia para

Parece apenas um número mas esta diferença [de 30% de melhoria da visão] pode mudar vidas José González Méijome Investigador

compensar a miopia, por exemplo) ou patologias (uma das mais frequentes é o chamado “queratocone”, quando a córnea adopta uma forma bicuda, que afectará 1 em cada 2 mil pessoas.). “A cirurgia a laser é um método altamente eficaz, mas por vezes a córnea sofre uma descompensação e começa a degenerar.” Além de quantificar a melhoria da visão com o uso destas lentes esclerais, o projecto também quer estudar a “reacção da superfície ocular a estes dispositivos e se é possível utilizá-


Público • Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2016 • 25

Doenças, acidentes ou cirurgias podem causar problemas graves na córnea PEDRO CUNHA/ARQUIVO

O optometrista do ano tem um sonho

J

las durante longos períodos de tempo”, diz José González Méijome. “Na segunda parte do projecto, que agora se inicia, iremos avaliar as diferentes propriedades biológicas da lágrima e dos tecidos oculares para perceber o impacto destes dispositivos.” Como funcionam estas lentes? “É como se tivéssemos um carro amolgado, enchêssemos com massa a parte da amolgadela e déssemos uma tinta por cima. Aparentemente, está novo, mas por baixo a superfície está achatada, colocámos à sua frente um

material rígido que, de alguma forma, disfarça a irregularidade”, diz. Assim, quando a luz chega ao nosso olho, em vez de encontrar uma superfície deformada, já encontra uma superfície regular com a qual já pode focar outra vez a imagem na retina. “São lentes de contacto terapêuticas. Não estão só a tirar os óculos da frente da cara por questões cosméticas, podem ser a única solução para recuperar a visão.” acfreitas@publico.pt

osé González Méijome foi distinguido em 2016 com o Prémio Internacional Optometrista do Ano, atribuído pela Universidade Politécnica da Catalunha. A trabalhar na Universidade do Minho desde 2001, o investigador é director do Laboratório de Investigação em Optometria Clínica e Experimental (CEORLab) do Centro de Física da Universidade do Minho. Debaixo do seu olho clínico, sempre esteve a miopia. Tem 40 anos, mais de 120 artigos publicados, três livros editados e, assume, muita dificuldade de falar de si mesmo. “Gosto de ensinar, de fazer divulgação de ciência, mas a nível científico gostaria de contribuir para uma melhor solução, mais eficaz do que os 60% que já conseguimos no nosso projecto, para a miopia nas crianças”, diz. “Se conseguirmos daqui a cinco ou dez anos ter um dispositivo optimizado que, quando colocado no olho, faça com que ele deixe de crescer, ou seja, conseguir 100% de eficácia, isso já seria conseguir o que aspiro na minha vida útil de cientista”, acrescenta. Se isso for possível com uma lente de contacto, ainda melhor. “É a minha área de especialização. É um dispositivo que é uma maravilha da tecnologia. Conseguir que um plástico, mole e gelatinoso ou semirígido consiga devolver a visão a alguém é algo de notável.” Para a próxima geração, o optometrista deixa um desafio: conseguir fazer crescer o olho (nos casos de hipermetropia) ou diminuí-lo nos casos de miopia sem provocar danos. Um objectivo que, diz, dificilmente será cumprido nos próximos 20 ou 30 anos. Esse é um sonho que já não espera realizar. Mas, seguramente, ainda vai tentar. A.C.F.

Abrandar o aumento da miopia em crianças Andrea Cunha Freitas Estas lentes de contacto não travam por completo a miopia, nem tão-pouco a conseguem curar, fazendo com que regrida. Isso será para um futuro melhor que ainda está por vir. O que estas lentes serão capazes de fazer (e já não é pouco) é que a normal progressão da miopia aconteça bem mais devagar. São lentes de contacto “especiais”, porque têm “um desenho diferente”, diz José González Méijome, director do Laboratório de Investigação em Optometria Clínica e Experimental (CEORLab) da Universidade do Minho, onde se realizam testes clínicos destes dispositivos com um grupo de 25 crianças. As crianças que durante dois anos experimentaram estas lentes de contacto com um desenho especial progrediram de uma dioptria para “2,5 ou menos do que isso”. No mesmo período, o grupo de controlo que usou as lentes de contacto convencionais aumentou de uma dioptria para quatro. O projecto no CEORLab começou em 2012, quando as crianças tinham entre oito e dez anos, e os bons resultados obtidos fizeram com se decidisse prolongá-lo por mais dois anos. Nesta segunda fase, as 25 crianças envolvidas nos ensaios vão usar as lentes especiais. “O problema da miopia é que o olho cresce de mais. Se passar de uma bola redondinha a uma bola de râguebi que estica numa direcção, a imagem vai ficando mais desfocada.” Assim, uma diferença de meio milímetro pode parecer insignificante, mas não é. “Um milímetro de crescimento de olho pode significar três dioptrias ou mais nas suas lentes de contacto”, nota. A miopia moderada e alta inicia-se geralmente entre os cinco e os dez anos e progride de forma significativa até aos 16, altura em que tende a desacelerar. “No grupo das crianças que usavam as lentes o olho cresceu menos 60%”, diz o especialista. E o que é que estas lentes têm de especial? “O seu desenho óptico, o

modo como as dioptrias da lente são distribuídas à frente do olho”, responde o investigador. “Se uma criança tem duas dioptrias de miopia, a lente ‘normal’ tem a correcção de duas dioptrias em toda a sua área de visão para proporcionar uma visão nítida”, explica ainda. Nestas lentes, contrapõe, “o que se faz é uma manipulação óptica da distribuição da potência das dioptrias”. As novas lentes de contacto estão a ser testadas por um total 130 crianças em quatro centros de investigação em todo o mundo, incluindo o CEORLab em Portugal, num projecto associado a uma empresa multinacional norte-americana e já são vendidas. O projecto de investigação em curso e que só terminará no final de 2018 serve para demonstrar a segurança e eficácia das lentes e, se necessário, corrigir o seu desenho.

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milímetro de crescimento do olho de um míope pode significar um aumento de três dioptrias, ou mais, nas lentes Os alertas para o aumento da miopia são conhecidos e há especialistas que defendem que a doença está a ter “proporções epidémicas”. Um artigo na revista Nature, em 2015, dizia que, até ao fim desta década, 2500 milhões de pessoas de todo o mundo terão miopia — o que é mais de um terço da população mundial. Na Europa e EUA cerca de metade dos jovens têm este problema. É o dobro dos valores registados há 50 anos. Mas o que é que nos está a deixar míopes? Não há uma resposta simples. “Conseguimos identificar factores que estarão a contribuir para isso, como hábitos de visão, a exigência educativa, a exposição a um trabalho visual a uma distância muito curta, a menor exposição à luz solar.” Depois há, claro, os factores genéticos que aumentam a probabilidade de ser míope.


26 • Público • Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2016

CULTURA Nova presidente da Gulbenkian é uma economista com preocupações sociais Isabel Mota, ex-secretária de Estado do Planeamento nos Governos de Cavaco Silva, era a mais antiga administradora em funções e será a primeira mulher a presidir à fundação Fundações Luís Miguel Queirós e Sérgio C. Andrade A economista Isabel Mota, secretária de Estado do ministro Valente de Oliveira nos Governos de Cavaco Silva e administradora da Gulbenkian desde 1999, é a próxima presidente da Fundação Gulbenkian, sucedendo a Artur Santos Silva, cujo mandato cessa no início de Maio de 2017, e que não poderá ser reconduzido por motivos de idade. Isabel Mota, que será a primeira mulher a presidir à fundação, “foi eleita por voto secreto depois de ter aceitado apresentar-se à votação do conselho por solicitação unânime” dos restantes administradores, diz o

comunicado assinado pelo conselho de administração. Uma escolha que assegura “uma transição completamente pacífica”, disse ao PÚBLICO Artur Santos Silva. Também Rui Vilar, um dos três administradores não executivos, considerou que se trata de “uma excelente decisão” e acredita que a nova directora “irá certamente contribuir para dar continuidade ao trabalho da fundação”. Sucedendo a Azeredo Perdigão, Ferrer Correia, Vítor Sá Machado, Rui Vilar e Artur Santos Silva, Isabel Mota, licenciada em Economia e Finanças, será não apenas a primeira mulher a ocupar o cargo, mas também o primeiro presidente sem uma licenciatura em Direito. Num breve comunicado em que

agradece a confiança que nela depositaram, Isabel Mota assume já três compromissos para o seu mandato: “O primeiro, com o futuro, prosseguindo o propósito de manter a Fundação a acompanhar os novos tempos, tanto em Portugal como nas diferentes comunidades que serve; o segundo, com os mais vulneráveis, que deverão ser os principais beneficiários da actividade da Fundação; por último, mas não menos importante, com a importância da arte e da cultura que nos dão a sabedoria e constituem os alicerces da tão necessária tolerância nos tempos conturbados em que vivemos.” Apesar da sua sugestão de que a ordem dos compromissos não reflecte necessariamente a importância que lhes atribui, o facto de ter

Isabel Mota quer a Gulbenkian a apoiar “os mais vulneráveis” GONÇALO SANTOS

deixado para o fim a arte e a cultura não deixa de ser significativo, já que uma das questões que a sua eleição levanta é justamente a de saber como se posicionará nesse recorrente debate que atravessa a fundação, entre os que privilegiam a intervenção social e os que acreditam que é na cultura que a Gulbenkian pode ter um papel mais diferenciador. E o currículo de Isabel Mota, antes e depois de chegar à Gulbenkian, parece tornar natural que dê prioridade às áreas sociais. Chegou à fundação em 1996 para dirigir o serviço de Orçamento, Planeamento e Controlo e passou a administradora em 1999, com responsabilidades nos pelouros da Saúde e Protecção Social. Valente de Oliveira, que a teve como secretária de Estado quando foi ministro do Planeamento e da Administração do Território nos Governos de Cavaco Silva, entre 1987 e 1995, reconhece que Isabel Mota “é particularmente sensível às questões sociais”, mas lembra que “tem mostrado grandes capacidades em todos os sectores”, evocando por exemplo o seu papel no projecto de Serralves, quer no financiamento inicial da fundação, quer na construção do museu. Nascida em Lisboa em 1951, Isabel Mota licenciou-se em 1973 pela Universidade de Lisboa e foi assistente do Instituto Superior de Economia (1973-75). Em 1978, tornou-se subdirectora-geral do Gabinete para a Cooperação Económica Externa do Ministério das Finanças, e foi depois conselheira na Representação Permanente de Portugal em Bruxelas. Enquanto secretária de Estado do Planeamento e do Desenvolvimento Regional nos Governos de Cavaco Silva, teve como principal responsabilidade a negociação com a União Europeia dos Fundos Estruturais e de Coesão para Portugal. Em paralelo com o seu trabalho na Gulbenkian, coordenou em 2004 a elaboração da Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável e integrou nos últimos anos o Conselho Económico e Social. lmqueiros@publico.pt sandrade@publico.pt


Público • Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2016 • 27

CULTURA DR

José Luís Peixoto feliz porque prémio Oceanos foi para o romance Galveias Livros Romance do português ficou em primeiro lugar, seguido das obras de Julián Fuks, Ana Martins Marques e Arthur Dapieve

O filme de Tiago Rosa-Rosso tem cerca de 13 minutos e pode ser visto no MNAC do Chiado

Zootrópio, uma curta de videoarte à chuva, vence o 2.º Loops.Lisboa Artes Joana Amaral Cardoso Prémio atribuído no âmbito do Festival Temps d’Images entregue a Tiago Rosa-Rosso Uma imagem que circula, uma janela que permanece e vozes e pessoas que interagem numa espécie de compreensão e incompreensão mútua. Zootrópio, de Tiago Rosa-Rosso Carvalhas, é uma curta de videoarte à chuva que venceu a 2.ª edição do Loops.Lisboa, a competição anual de imagem em movimento que se realiza no âmbito do Festival Temps d’Images Lisboa. O filme, de cerca de 13 minutos, está, com os restantes dois finalistas (Today, I am just a butterfly sending you a sentence, de Patrícia Almeida, e Laje Branca, de Pedro Vaz), em exposição no Museu Nacional de Arte Contemporânea (MNAC) do Chiado, em Lisboa, até 22 de Janeiro. É uma peça que o júri, composto pela curadora Emília Tavares, pelo artista norte-americano e pioneiro da videoarte Gary Hill e pelo coleccionador e designer Miguel Leal Rios, escolheu por se apropriar da lógica do loop que dá nome ao prémio de forma singular.

“Fazendo uso da memória tecnológica de um dispositivo pertencente à arqueologia do cinema, e que se reflecte no próprio nome da obra vencedora”, escreve Emília Tavares, presidente do júri, o jovem autor “constrói um duplo diálogo cuja estrutura se desdobra ciclicamente sob uma lógica contaminante. O modelo de construção do loop é elaborado e aprofundado em diferentes camadas, sendo trabalhado tanto na produção das imagens como na construção dos diálogos e da sua interacção ao longo da obra”.

135

projectos concorreram este ano a esta competição de imagem em movimento que se realiza no âmbito do Festival Temps d’Images Lisboa Tiago Rosa-Rosso, nascido em 1984 e que passou pelo curso de Arquitectura antes de se dedicar ao cinema, estudou na Universidade Lusófona de Lisboa em 2008 e é autor de cinco curtas — Peixe Azul (2010, menção honrosa em 2011 em Vila do Conde), Deus Dará (2012), Lei da Gravidade, Despedida e a agora premiada Zootrópio, que tal como as duas primeiras obras do jovem

realizador integrou a selecção do festival de Curtas de Vila do Conde. Apresenta como sinopse de Zootrópio um excerto do poema Leurs yeux toujours purs, de Paul Éluard. O título da sua obra refere-se ao aparelho inventado em meados do século XIX e cujas janelas permitiam ver imagens que pareciam mover-se graças à rodagem do cilindro que constitui o seu tambor. Para o júri, em Zootrópio Tiago Rosa-Rosso “consegue elaborar loops sucessivos, sobrepostos, criando associações e dissociações que se desdobram de forma eficaz, num jogo auto-referencial permanente entre imagem e palavra”. Zootrópio sucede a O Retrato de Ulisses, de João Cristóvão Leitão, e tal como na primeira edição representará um prémio pecuniário de dois mil euros para o galardoado. Esta parceria do Temps d’Images com o MNAC visa receber contributos de artistas visuais portugueses e estrangeiros, desde que residentes em Portugal, a investigar “o loop e a explorarem este mecanismo da imagem através da linguagem do cinema e da videoarte”, indica a organização em comunicado. Este ano concorreram 135 projectos, um aumento de 18 em relação à última edição. joana.cardoso@publico.pt

“Foi uma enorme realização ter um reconhecimento no Brasil por um livro com o qual tenho uma relação sentimental grande, um romance no qual falo do lugar onde nasci e tento explicar este mundo”, disse o escritor José Luís Peixoto à agência Lusa, depois da atribuição do prémio Oceanos de Literatura em Língua Portuguesa, no valor de cem mil reais (cerca de 27 mil euros), para o seu romance Galveias (editado em Portugal pela Quetzal). O anúncio foi feito na noite de terça-feira, em São Paulo, no Brasil, pelos curadores do prémio Selma Caetano e Manuel da Costa Pinto. Além do romance de Peixoto foram ainda distinguidas três obras brasileiras: o romance A Resistência, do escritor Julián Fuks (editado em Portugal pela Companhia das Letras), que ficou em segundo lugar; o volume de poesia O livro das Semelhanças, de Ana Martins Marques, em terceiro; e os contos de Maracanazo e Outras Histórias, de Arthur Dapieve, na quarta posição. Os quatro vencedores passaram por três etapas desde as inscrições no prémio no início deste ano até que o júri final — constituído pela

José Luís Peixoto na entrega do Prémio Oceanos

professora e ensaísta Beatriz Resende, pelos escritores Cristovão Tezza, José Castello e Rodrigo Lacerda e pelos poetas Heitor Ferraz Mello e Sérgio Alcides – elegeu as obras. Galveias tem como título o nome da aldeia natal de Peixoto, no Alentejo. O romance mergulha no Portugal rural a partir de um evento inesperado: a queda de um meteorito naquela localidade alentejana. Como se diz no comunicado do prémio Oceanos, a obra “confere um sentido cósmico a essa comunidade [de Galveias] que se extingue entre rústica violência, desolação, melancolia e choque com a modernidade”. O romance é “um mergulho no Portugal profundo, rural, com uma narrativa que alinha personagens emblemáticas desse universo arcaico”. Atribuído pelo Itaú Cultural, o prémio Oceanos cumpre a segunda edição, depois da extinção do Prémio Portugal Telecom em 2014, e distingue as melhores obras de escritores lusófonos publicadas no Brasil. No ano passado, o prémio foi atribuído ao escritor brasileiro Silviano Santiago, de 80 anos, pelo romance Mil Rosas Roubadas. Entre os dez finalistas da edição de 2016 estava também o escritor português, Gonçalo M. Tavares, com o romance Uma menina está perdida no seu século à procura do pai. O prémio Oceanos avaliou 740 livros em língua portuguesa— nos géneros poesia, romance, conto, crónica e dramaturgia — publicados no Brasil em 2015. A lista dos quatro vencedores — após etapas que seleccionaram 50 semifinalistas e, em seguida, dez finalistas — traduziu essa diversidade de gêneros literários. Nascido no ano da revolução dos cravos, José Luís Peixoto recebeu em 2001 o prémio José Saramago com o seu segundo romance, Nenhum Olhar — o primeiro foi Morreste-me (2000). A Criança em Ruínas mereceu-lhe o prémio da Sociedade Portuguesa de Autores e foi finalista do prémio Femina (França) e, entre outros, do antecessor do Oceanos, o prémio Portugal Telecom. Além da prosa no romance, Peixoto enveredou também pela poesia e dramaturgia, estando a sua obra traduzida, segundo a sua editora, a Quetzal, em mais de 20 línguas. PÚBLICO


28 • Público • Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2016

CULTURA

O vinil ultrapassou os downloads no Reino Unido mas há um lado B Os discos estão mais caros e na moda, mas o digital continua a dominar. Na indústria musical britânica, uma das maiores do mundo, este novo marco histórico é uma mistura de Natal e do que é ser fã NELSON GARRIDO

Música Joana Amaral Cardoso É uma ascensão e um regresso amplamente documentados: “o velho vinil está a renascer”; “o triunfo do vinil”; “o outro lado da crise da indústria discográfica”. São títulos do PÚBLICO de 2005, 2006 ou 2008, com 2014 a marcar a entrada de um novo disco em vinil como o mais vendido em 20 anos. E agora, 2016, o ano em que na importante indústria musical britânica as receitas das vendas dos discos do velhinho vinil destronaram pela primeira vez as de música digital. As notícias deste novo momento triunfal dos discos mais analógicos do mercado estão recheadas de termos associados às modas, mas também à época de festas que agora começa — falam de hipsters, de nostalgia e de Natal. Melómanos e não só terão contribuído para o marco que na semana passada se assinalou, quando pela primeira vez na história os britânicos gastaram mais dinheiro a comprar vinil do que em descargas digitais de música. Os dados são da Entertainment Retailers Association (ERA) britânica, que divulgou que se gastaram 2,8 milhões de euros em discos de vinil e 2,4 milhões em formatos digitais. Há exactamente um ano, recorda o Guardian, os números eram bem díspares. Compraram-se 1,2 milhões de euros em vinil contra 5,1 milhões em música digital. O mesmo diário nota que, desde 2008, o crescimento da força do vinil no mercado foi constante depois dos anos mais duros do início do século XX e da quase extinção do formato. Ainda assim, há que ver as nuances destes números e das suas circunstâncias. Na semana passada foram vendidos 120 mil álbuns de vinil no Reino Unido e foram vendidos 295 mil em versão digital — em unidades, o digital continua a vender mais. A moda também tem um efeito nos preços, que subiram no caso dos discos raiados em vinil, aumentando, por isso, a receita. No cômputo geral, o vinil representa apenas 2% do mercado musical

— que, por seu turno, também está a crescer. Em 2015, segundo a Federação Internacional da Indústria Fonográfica, o mercado musical mundial cresceu 3,2% e as vendas digitais foram pela primeira vez a principal fonte de receita, representando 45% do mercado. Por outro lado, este boom do vinil surge a menos de um mês de Natal e Kim Bayley, presidente da ERA, atribui aos presentes da época de festas parte da responsabilidade. E também tem tudo que ver com a oferta a ir ao encontro da procura. Não só “agora a vasta maioria das edições sai em vinil” novamente, mas também cada vez mais lojas vendem vinil — não só lojas de música, mas sobretudo lojas de vestuário, de decoração ou supermercados que não têm sequer outros suportes disponíveis. E em lo-

Poucos teriam previsto que o formato do álbum, inventado em 1948 (...), estaria a vender mais que o digital em 2016 Kim Bayley Entertainment Retailers Association

Muitos dos que compram vinil não chegam a ouvir os discos

jas/editoras míticas como a Rough Trade de Londres, diz o Guardian, até se aumentaram as prateleiras para os LP. “Há não muito tempo, o download digital era suposto ser o futuro. Poucos teriam previsto que o formato do álbum, inventado em 1948 e baseado em imprimir uma música num pedaço de plástico, estaria a vender mais do que o digital em 2016”, disse Kim Bayley à BBC. O factor coleccionável, que não é isento das modas, entra também nas contas. Uma sondagem da BBC mostrou no início deste ano que 48% dos

seus inquiridos admitiam que não punham a tocar os vinis que compravam e que 7% nem sequer eram proprietários de um gira-discos. A ligação à música digital estava também presente nesse estudo de opinião, indicando que quem ouve música em serviços de streaming como o Spotify ou idênticos compra mais vinil quando é mesmo fã do artista que ouve. “As pessoas tornaram-se propensas a apoiar os seus músicos favoritos ao entrar nesse conceito de propriedade”, do mais tangível que é ter o objecto musical na mão, opina Kim Bayley. E há outras que simplesmente continuam a comprar alguns dos álbuns de veteranos como Kate Bush ou compilações como Now That’s What I Call Christmas — alguns dos títulos mais vendidos na semana passada, com o triplo Before the Dawn de Bush a ser vendido por 60 euros contra 14 euros na versão digital. Um dos lados mais positivos deste ressurgimento do vinil é o impacto que tem nos bolsos dos artistas, cada vez mais dependentes das actuações ao vivo para fazerem dinheiro. A associação britânica de editoras BPI divulgou este ano um estudo em que se mostrava que as vendas de vinil de 2015, que renderam 29,4 milhões de euros em receitas no ano passado, geraram mais dinheiro para os músicos do Reino Unido do que o YouTube. O site de vídeos, onde se faz uma parte significativa do consumo musical actual, divulgou esta semana, aliás, que nos últimos 12 meses pagou 932 milhões de euros de receitas vindas da publicidade à indústria musical. E “isto é só o princípio”, escreveu Robert Kyncl, responsável pelo negócio do YouTube num blogue da empresa. “À medida que mais dinheiro da publicidade vai da TV, rádio e imprensa para os serviços online, a indústria musical vai gerar ainda mais receitas dos anúncios. No futuro, a indústria musical tem a oportunidade de se parecer muito com a televisão, em que as subscrições e a publicidade contribuem mais ou menos o mesmo para as receitas, apoiada nas vendas digitais e físicas.” jcardoso@publico.pt


Público • Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2016 • 29

CULTURA Mind Da Gap põem ponto final na carreira

A revolução cairá do céu PAULO PIMENTA

Música Banda de hip hop não revela as razões que levaram a esta decisão. O seu último disco é de 2012 Os Mind Da Gap puseram fim a uma carreira musical que se iniciou em 1993, confirmou ontem a assessoria de imprensa da editora Meifumado, que realçou que a banda não vai adiantar mais informações neste momento. A notícia foi inicialmente avançada pela página Rimas e Batidas, de Rui Miguel Abreu, que apontava para uma publicação no Facebook por um dos membros do grupo, no caso Rolando Sá (conhecido por Serial), que partilhou o vídeo do tema Por aí (o último a ser publicado no canal de YouTube do trio), com a nota The End (“O Fim”). Formados no Porto em 1993 como Da Wreckas, os Mind Da Gap são Ace, Presto e Serial, tendo-se tornado num “caso raro de persistência e sucesso” dentro do género em Portugal, como descreve a própria Meifumado na breve biografia do grupo. “A banda não parou nunca de crescer, sem nunca ter deixado de ser fiel aos seus princípios, evitando os caminhos mais fáceis e as mais vãs tentações. Foi sempre o amor ao hiphop que os moveu, e o acreditar que havia espaço para a afirmação do género entre nós que determinou a forma decidida como estruturaram a sua carreira”, acrescenta a biografia existente na página da editora. Com temas como Todos gordos ou Bazamos ou ficamos marcaram o hiphop nacional desde o primeiro momento, ao longo de uma carreira que tem no álbum Regresso ao futuro, de 2012, o seu último disco.

Teatro Inês Nadais Climas, que agora se estreia no Teatro Nacional São João, é o diário em que a Circolando anotou a vida em 2016 6 de Dezembro de 2016, 20 inacreditáveis graus centígrados em todos os placards electrónicos de uma cidade europeia onde costumava haver Inverno, o casaco enrolado no braço, a camisa arregaçada até ao cotovelo, o pescoço transpirado a pedir um botão a menos no colarinho, e começa a ser oficial que este é o ano em que vamos estar de manga curta (sem manga?) no Natal. Se não acontecer, poderia ter acontecido — embora 2016, também já é oficial, tenha sido o ano em que um furioso negacionista das teses sobre o aquecimento global chegou à presidência dos Estados Unidos (depois de ter dito que a temperatura na Terra não está de todo a aumentar, é só uma mentira inventada pelos chineses). O Verão a que passámos a ter direito em Dezembro, o Donald Trump que se calhar nem a América merecia, quanto mais o resto do mundo — “essas coisas todas”, resumem André Braga e Cláudia Figueiredo, acabaram por ficar em Climas, a “criação muito colectiva” que a Circolando estreia hoje no Teatro Nacional São João, no Porto (até dia 18), e que no início do próximo ano chegará a Lisboa (Culturgest, 20 e 21 de Janeiro) e Aveiro (Teatro Aveirense, 3 de Fevereiro). Algumas delas estavam previstas desde o início do processo, como sempre muito influenciado pelas leituras prévias (o Diário das Nuvens de Goethe, os ensaios de Michael Taussig, algum Henri Michaux, e a dada altura os diários de Raul Brandão); outras surgiram do corpo-a-corpo entre os intérpretes (Costanza Givone, Daniela Cruz, Gil Mac, Margarida Gonçalves, Paulo Mota, Ricardo Machado) e destes com os materiais trazidos para a sala de ensaios — como as botas texanas que acabaram por fazer aparecer um cowboy, dando finalmente o palco a “uma certa ideia de protesto” depois amplificada pela banda sonora.

Climas, a “criação muito colectiva” que a Circolando estreia hoje O que Climas também amplifica, e radicaliza, é a experiência muito existencial de se estar vivo aqui e agora — imaginando as seis personagens, colocadas num lugar transitório algures entre a estação meteorológica ou a residência artística (a ambiguidade é propositada), sob o efeito de “fenómenos climatéricos extremos, mas não necessariamente apocalípticos”, ressalvam os directores artísticos da companhia. “Sempre quisemos explorar um possível paralelismo entre as alterações climáticas e situações doentias, pantanosas. Como numa panela de pressão, que parece que vai explodir mas nunca explode”, explicam ao PÚBLICO.

Antes do fim Ainda assim, não deixa de ser o quotidiano que está em cena — o quotidiano dos banhos de sol apesar das queimaduras solares, dos chuveiros prolongados apesar da ameaça de seca, dos japoneses tão fofinhos apesar de matarem baleias, do futuro apesar de ser negro. “Mais do que de climas, estamos a falar de pessoas”, sublinha André Braga. E as pessoas, claro, também têm as suas estações das chuvas, as suas nuvens negras, os seus arcoíris, pessoais e colectivos: “Podemos ver as danças de possessão africanas como tremores de terra humanos”. E há muitos desses tremores de terra em Climas, não apenas nas imagens de arquivo que desceram da outra nuvem, mais virtual, do universo paralelo a que chamamos Internet. O que também há, embora a Cir-

“Por muito que sintamos que a explosão está próxima, continuamos a acreditar muito em nós”

colando não negue ter querido falar do “fim das possibilidades” ( já há um ano, quando estavam quase a estrear Noite, era disso que prometiam falar a seguir: “da revolta do relâmpago, do vulcão e da terra a explodir”), é um céu mais ou menos infinito (e corais em movimento perpétuo, e toda a vida que se esconde debaixo do vulcão), um céu que continua lá, e que sempre lá estará para quem quiser olhar para ele. Nisso, a companhia encontrou no Goethe do Diário das Nuvens o seu herói deste Outono/Inverno. “Essa ideia de que observar a natureza é uma forma de abertura ao mundo, de que eventualmente conheceremos o todo se estivermos abertos ao ínfimo, de que olhar para o céu pode fazer aparecer um novo órgão, uma nova lucidez, uma nova sensibilidade, animou-nos muito durante este processo”, diz André Braga. Se o fim está lá, continua Cláudia Figueiredo, “é para ser contrariado”: “Por muito que sintamos que a explosão está próxima, continuamos a acreditar muito em nós. E passámos a acreditar que parar a olhar para o céu pode ser um acto revolucionário.” inadais@publico.pt PUBLICIDADE

ORDEM DOS ENGENHEIROS TÉCNICOS

Convocatória

Ao abrigo dos n.ºs 1 e da alínea b) do n.º 5 do artigo 13.º do Estatuto da OET – Ordem dos Engenheiros Técnicos, convoco todos os membros efectivos da Ordem, para reunir em Assembleia Geral a ter lugar nas instalações da OET, Auditório Ferreira da Costa, sitas na Praça Dom João da Câmara, n.º 19, em Lisboa, pelas 11H30 do dia 10 de dezembro de 2016, com a seguinte: ORDEM DE TRABALHOS 1. Informações. 2. Deliberação e aprovação sobre o Plano de Atividades e Orçamento consolidado para o ano de 2017, tendo em conta o parecer do Conselho Fiscal Nacional. 3. Outros assuntos. Se à hora marcada não estiverem presentes mais de metade dos membros associados, fica desde já convocada uma nova reunião da Assembleia Geral, no mesmo local e dia, decorridos que sejam 30 (trinta) minutos, às 12H00, em segunda convocação, a qual funcionará com qualquer número de presenças. Lisboa, 17 de Novembro de 2016

O Presidente da Assembleia Geral João de Deus Gomes Pires

www.oet.pt


30 • Público • Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2016

CLASSIFICADOS VENDE-SE COMARCA DE SANTARÉM Santarém - Instância Central Secção do Comércio - J2 Insolvência de Pessoa Colectiva (Requerida) Processo: 181/14.6TBBNV Insolvente: Construções e Terraplanagens Carlos José, Lda. NIF: 501.654.690 Por determinação da Senhora Administradora da Insolvência no processo suprarreferenciado, e com a audição da credora hipotecária, procede-se à publicitação da venda dos bens imóveis infradiscriminados que integram a massa insolvente de Construções e Terraplanagens Carlos José, Lda., que ocorrerá através da obtenção de propostas em carta fechada. Verba n.º 1 - Fração autónoma designada pela letra “C” do prédio urbano, lote 6, sito na Tapada dos Curralinhos, em Samora Correia, inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 8162-C da freguesia de Samora Correia e descrito na Conservatória do Registo Predial de Benavente sob o n.º 3806/C , pelo valor mínimo de venda de € 45.000,00 (quarenta e cinco mil euros). Verba n.º 2 - Fração autónoma designada pela letra “D” do prédio urbano, lote 6, sito na Tapada dos Curralinhos, em Samora Correia, inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 8162-D da freguesia de Samora Correia e descrito na Conservatória do Registo Predial de Benavente sob o n.º 3806/D pelo valor mínimo de venda de € 45.000,00 (quarenta e cinco mil euros). Condições: 1. As propostas deverão ser entregues/enviadas em sobrescrito fechado até ao dia 16 de Dezembro de 2016, por via postal para o escritório sito na Rua Nelson Neves, 177, 3780-101 Sangalhos. 2. Informam-se os interessados que os bens objeto do presente anúncio poderão ser vistos em dia e hora a combinar com a Administradora da Insolvência, Dr.ª Carla Maria de Carvalho Santos, através do telefone n.º 234.604.616. 3. A abertura dos sobrescritos e a leitura das propostas serão efetuadas no dia 19 de Dezembro de 2016 pelas 11horas no escritório referido no ponto 1. 4. O sobrescrito deverá mencionar o nome, o endereço completo e o número da identificação do proponente, assim como a frase “Contém proposta para o processo n.º 181/14.6TBBNV - Construções e Terraplanagens Carlos José, Lda.” 5. Os ofertantes deverão juntar à proposta, como caução, um cheque no valor de 5% do valor da proposta, emitido à ordem da massa insolvente de Construções e Terraplanagens Carlos José, Lda. 6. Caso a proposta seja da Credora Hipotecária deverá juntar um cheque caução no valor de 20 % do valor da proposta. 7. A proposta deverá indicar o nome, o endereço completo e o número da identificação fiscal do proponente, a identificação do processo, bem como indicar claramente a que se propõe: totalidade, verba e preço. 8. Os bens serão vendidos no estado em que se encontram. 9. A Administradora da Insolvência reserva a faculdade de não aceitar ou rejeitar quaisquer propostas que considerem não se adequar aos interesses da massa insolvente. 10. A Administradora da Insolvência adjudicará os bens à melhor proposta obtida e elaborará a respetiva Ata de Abertura de Propostas notificando todos os proponentes. A Administradora da Insolvência - Carla Santos Público, 08/12/2016

Edif. Diogo Cão, Doca de Alcântara Norte, Tel. 21 011 10 10/20 Fax 21 011 10 30 1350-352 Lisboa De seg a sex das 09H às 19H pequenosa@publico.pt Sábado 11H às 17H

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ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA Aviso Convocatório De acordo com os preceitos estatutários, convoco a Assembleia Geral a reunir-se em sessão ordinária no dia 22 de Dezembro de 2016 às 18:00 horas na sede da Associação, Rua da Palma, n.º 237, em Lisboa, em primeira convocação, com a seguinte: ORDEM DE TRABALHOS Apreciação e Votação do Orçamento Geral e do Plano de Acção para o ano de 2017 e Parecer do Conselho Fiscal. Não havendo à hora indicada número legal de presenças a Assembleia realizar-se-á, em segunda convocatória no mesmo local e dia, uma hora depois, às 19:00 horas com a mesma Ordem de Trabalhos e com qualquer número de presenças. Lisboa, 08 de Dezembro de 2016

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A ALZHEIMER PORTUGAL é uma Instituição Particular de Solidariedade Social fundada em 1988. É a única organização em Portugal especificamente constituída para promover a qualidade de vida das pessoas com demência e dos seus familiares e cuidadores. A ALZHEIMER PORTUGAL apoia as Pessoas com Demência e as suas Famílias através de uma equipa multidisciplinar de profissionais, com experiência na Doença de Alzheimer. Os serviços prestados pela ALZHEIMER PORTUGAL incluem Informação sobre a doença, Formação para cuidadores formais e informais, Apoio Domiciliário, Centros de Dia, Apoio Social e Psicológico e Consultas Médicas de Especialidade.

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www.alzheimerportugal.org Contactos Sede: Av. de Ceuta Norte, Lote 15, Piso 3, Quinta do Loureiro, 1300-125 Lisboa - Tel.: 21 361 04 60/8 - E-mail: geral@alzheimerportugal.org Centro de Dia Prof. Dr. Carlos Garcia: Av. de Ceuta Norte, Lote 1, Loja 1 e 2 - Quinta do Loureiro, 1350-410 Lisboa - Tel.: 21 360 93 00 Lar e Centro de Dia “Casa do Alecrim”: Rua Joaquim Miguel Serra Moura, n.º 256 - Alapraia, 2765-029 Estoril Tel. 214 525 145 - E-mail: casadoalecrim@alzheimerportugal.org Delegação Norte: Centro de Dia “Memória de Mim” - Rua do Farol Nascente n.º 47A R/C, 4455-301 Lavra Tel. 229 260 912 | 226 066 863 - E-mail: geral.norte@alzheimerportugal.org Delegação Centro: Urb. Casal Galego - Rua Raul Testa Fortunato n.º 17, 3100-523 Pombal - Tel. 236 219 469 - E-mail: geral.centro@alzheimerportugal.org Delegação da Madeira: Avenida do Colégio Militar, Complexo Habitacional da Nazaré, Cave do Bloco 21 - Sala E, 9000-135 FUNCHAL Tel. 291 772 021 - E-mail: geral.madeira@alzheimerportugal.org Núcleo do Ribatejo: R. Dom Gonçalo da Silveira n.º 31-A, 2080-114 Almeirim - Tel. 24 300 00 87 - E-mail: geral.ribatejo@alzheimerportugal.org Núcleo de Aveiro: Santa Casa da Misericórdia de Aveiro - Complexo Social da Quinta da Moita - Oliveirinha, 3810 Aveiro Tel. 23 494 04 80 - E-mail: geral.aveiro@alzheimeportugal.org

Quem entra no site achado.pt, está a dois passos Quem entra no siteexperiências achado.pt, está a dois passos de ter as melhores e oportunidades. de ter as melhores e oportunidades. O primeiro passo é experiências fazer o registo, O primeiro épasso é fazer o registo, o segundo escolher uma das nossas promoções o segundo é escolher uma nossas promoções que seleccionámos para si,das como espectáculos, que seleccionámos para si, como espectáculos, restaurantes, spas, escapadinhas e muito mais. restaurantes, spas, escapadinhas e muito mais.

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Público • Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2016 • 31

CLASSIFICADOS União das Freguesias de Mangualde, Mesquitela e Cunha Alta

COMARCA DE LISBOA OESTE Inst. Central de Sintra - Sec. Comércio - J5 Processo: 22116/13.3T2SNT

Rua de S. Nicolau, 113 loja 1100-548 Lisboa Tel. 21 346 99 50 - Fax 21 343 00 65 Tm: 925 005 709 Email: geral@dobrao.pt

Insolvência de Pessoa Singular Insolvente: Armando António Prates Dias Administrador Judicial: Dr. José Augusto Machado Ribeiro Gonçalves

ANÚNCIO

Metro Baixa Chiado. Saída pela Rua do Crucifixo.

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(VENDA MEDIANTE PROPOSTAS EM CARTA FECHADA) José Augusto Machado Ribeiro Gonçalves, nomeado administrador judicial no âmbito do processo supra-mencionado: FAZ SABER que nos autos acima identificados foi designado o dia 20 de dezembro de 2016, pelas 16:30 horas, para a abertura de propostas em carta fechada que sejam entregues até esse momento, no seu domicílio profissional, sito na Avenida D. João II, Lote 1.06.2.5B, Parque das Nações, 1990-095 Lisboa, pelos interessados na compra da seguinte verba: União de Freguesia de Cacém e São Marcos - SINTRA VERBA ÚNICA: Prédio urbano, destinado a habitação, sito na Urbanização de São Marcos, Impasse Cidade de Vitória, 1, r/c B, correspondente à fração autónoma designada pela letra “C”, do prédio descrito na Conservatória do Registo Predial de Agualva - Cacém sob o n.º 129, freguesia União de Freguesias do Cacém e São Marcos e inscrito na Matriz sob o artigo 1096 daquela União de Freguesias (anterior artigo 486 da freguesia de São Marcos), com um valor base de venda de € 58.823,53. As propostas em carta fechada deverão conter a indicação do processo de insolvência, o número da verba a licitar, devendo delas constar o nome, morada, fotocópia do documento de identificação civil e fotocópia do cartão de contribuinte do proponente. Os proponentes devem ainda juntar à sua proposta, como caução, um cheque visado / bancário à ordem da Massa Insolvente de Armando António Prates Dias, no montante correspondente a 20% do valor da proposta, ou garantia bancária do mesmo valor. As propostas deverão ainda ser dirigidas ao administrador judicial em envelope fechado com indicação exterior do número e nome do processo. As verbas são vendidas no estado físico, jurídico e documental em que se encontram. As propostas deverão ser efetuadas por valor igual ou superior a 85% do valor-base de venda. Nota: Os bens poderão ser vistos no local, no dia 16 de dezembro de 2016 das 16h30 às 17h30, mediante marcação prévia a estabelecer com o escritório do administrador judicial. Informações adicionais poderão ser obtidas junto do escritório do administrador judicial, via email josegoncalves.admin@gmail.com, telefone 234 371 181 ou fax 234 371 188. Público, 08/12/2016 - 2.ª Pub.

COMPRAMOS/VENDEMOS

AVISO Torna-se público que se encontra aberto procedimento concursal comum, para a contratação por tempo indeterminado, no regime de contrato de trabalho em funções públicas, de dois postos de trabalho na carreira/categoria de Assistente Operacional, através do aviso publicado no Diário da República, 2.ª Série, n.º 233, de 06 de dezembro de 2016 o qual se encontra disponível na Bolsa de Emprego Pública (BEP), através da oferta n.º OE201612/0044 e na página eletrónica desta União das Freguesias de Mangualde, Mesquitela e Cunha Alta em www.ufmmca.pt. União das Freguesias de Mangualde, Mesquitela e Cunha Alta, 07 de dezembro de 2016

JÓIAS • OURO • PRATAS ANTIGAS E MODERNAS

O Presidente da Junta Bernardino António Azevedo

EDUCAÇÃO

Agrupamento de Escolas Dr. Ramiro Salgado - Torre de Moncorvo

MOEDAS•NOTAS•RELÓGIOS DE BOLSO Relógios de pulso antigos ou modernos de boas marcas

AVISO ABERTURA DO CONCURSO PARA DIRETOR

ANTIGUIDADES

Torna-se público que se encontra aberto, nos termos da legislação em vigor, por publicação do Aviso n.º 15328/2016 da II Série do Diário da República de 7 de dezembro de 2016, e publicitação nas escolas do agrupamento, o concurso para Diretor do Agrupamento de Escolas Dr. Ramiro Salgado - Torre de Moncorvo, pelo prazo de 10 dias úteis a partir do dia seguinte ao da publicação do aviso no DR.

AVALIADOR OFICIAL CREDENCIADO PELA CASA DA MOEDA (INCM)

O Presidente do Conselho Geral José Evaristo Linhares

NO HIGH COURT OF JUSTICE (REINO UNIDO) CHANCERY DIVISION COMPANIES COURT NO CASO DA

VENDE-SE

CR-2016-4206

CHUBB INSURANCE COMPANY OF EUROPE SE -eNO CASO DA

COMARCA DE LISBOA BARREIRO - INSTÂNCIA CENTRAL - 2.ª SECÇÃO DO COMÉRCIO - J2 INSOLVÊNCIA DE PESSOA SINGULAR (REQUERIDA) PROCESSO N.º 2066/15.0T8BRR INSOLVENTE: MANUELA MARIA VERÍSSIMO LOUREIRO MAGRO - NIF:191.416.614 E

COMARCA DE LISBOA BARREIRO - INSTÂNCIA CENTRAL - 2.ª SECÇÃO DO COMÉRCIO - J2 INSOLVÊNCIA DE PESSOA SINGULAR (REQUERIDA) PROCESSO N.º 4613/15.8T8BRR INSOLVENTE: CARLOS JOSÉ SANTOS MAGRO - NIF: 179.165.364

ACE EUROPEAN GROUP LIMITED (As “Requerentes”) -eNO QUE RESPEITA À SECÇÃO VII DO FINANCIAL SERVICES AND MARKETS ACT 2000 INFORMA-SE PELA PRESENTE que no dia 21 de novembro de 2016 as Requerentes apresentaram um pedido junto do High Court of Justice de Inglaterra e País de Gales (o “Tribunal”) (o “Pedido”) nos termos da Secção VII do Financial Services and Markets Act 2000 (Lei de 2000 relativa aos serviços e mercados financeiros, a “Lei”) para uma decisão emitida no âmbito da secção 111, 112 e 112A da Lei autorizando um programa transferência de negócio segurador (o “Programa”) para a transferência da totalidade do negócio segurador geral subscrito pela Chubb Insurance Company of Europe SE (“CICE”) para a ACE European Group Limited (que será redenominada Chubb European Group Limited na data da transferência ou por volta dessa data) (“AEGL”) (a “Transferência”). Está previsto que a Transferência ocorra em simultâneo com a fusão transfronteiriça no âmbito da qual a CICE se fundirá com a AEGL. Após a fusão, a CICE vai deixar de existir. Podem ser obtidas gratuitamente cópias de um relatório sobre as condições do Programa elaborado por um perito independente nos termos da Secção 109 da Lei (o “Relatório do Programa”) e cópias de uma declaração indicando as condições do Plano e contendo um resumo do Relatório do Programa (o “Resumo do Programa”), contactando a Chubb Insurance Company of Europe SE por escrito, para a morada One America Square, 17 Crosswall, London EC3N 2AD ou através do telefone 808 501 055 (de segunda a sexta das 9h00 às 17h:00) desde a data de publicação do presente anúncio até à data em que o Pedido seja presente ao Tribunal. Cópias do Relatório do Programa, do Resumo do Programa e outros documentos conexos também estarão disponíveis na página web da Chubb em www.chubb.com/cicetransfer. O Pedido será presente no Edifício Rolls, 7 Rolls Building, Fetter Lane, London EC4A 1NL em 3 de abril de 2017. Qualquer pessoa que entenda que será negativamente afetada pela Transferência tem o direito de ou apresentar declarações por escrito, ou a ser ouvida (pessoalmente ou através de um representante legal) na audiência do Pedido em 3 de abril de 2017. Qualquer pessoa que deseje comparecer, e qualquer pessoa que pretenda levantar qualquer preocupação, aportar qualquer declaração ou objeção em relação ao Programa mas que não pretenda comparecer, é convidada (sem que a tal esteja obrigada) a notificá-lo por escrito assim que possível e de preferência antes de 27 de março de 2017 da referida intenção ou preocupação, declaração ou objeção à Chubb Insurance Company of Europe SE para o endereço acima ou para Transfer.uk@chubb.com. Data: 8 de dezembro de 2016

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Por determinação da Senhora Administradora da Insolvência nos processos suprarreferenciados, e com a audição da credora hipotecária, procede-se à publicitação da venda dos bens imóveis infradiscriminados que integram a massa insolvente de Manuela Maria Veríssimo Loureiro Magro e a Massa Insolvente de Carlos José Santos Magro, que ocorrerá através da obtenção de propostas em carta fechada. I - Bens Imóveis a vender conjuntamente no processo com o n.º 2066/15.0T8BRR e 4613/15.8T8BRR: Verba n.º 1: Fração autónoma designada pela letra “H” do prédio urbano sito no Alto do Catalão, lote 1, Porto Alto, freguesia de Samora Correia, concelho de Benavente, inscrito na matriz predial urbana da referida freguesia sob o artigo 7570-H e descrito na Conservatória do Registo Predial de Benavente sob a ficha n.º 3483/H, pelo valor mínimo de venda de € 18.960,00 (dezoito mil, novecentos e sessenta euros). Verba n.º 2: Fração autónoma designada pela letra “R” do prédio urbano sito no Alto do Catalão, lote 1, Porto Alto, freguesia de Samora Correia, concelho de Benavente, inscrito na matriz predial urbana da referida freguesia sob o artigo 7570-R e descrito na Conservatória do Registo Predial de Benavente sob a ficha n.º 3483/R, pelo valor mínimo de venda de € 3.760,00 (três mil, setecentos e sessenta euros). Verba n.º 3: Fração autónoma designada pela letra “S” do prédio urbano sito no Alto do Catalão, lote 1, Porto Alto, freguesia de Samora Correia, concelho de Benavente, inscrito na matriz predial urbana da referida freguesia sob o artigo 7570-S e descrito na Conservatória do Registo Predial de Benavente sob a ficha n.º 3483/S, pelo valor mínimo de €4.160,00 (quatro mil, cento e sessenta euros). Verba n.º 4: Fração autónoma designada pela letra “I” do prédio urbano sito no Alto do Catalão, lote 1, Porto Alto, freguesia de Samora Correia, concelho de Benavente, inscrito na matriz predial urbana da referida freguesia sob o artigo 7570-I e descrito na Conservatória do Registo Predial de Benavente sob a ficha n.º 3483/I , pelo valor mínimo de venda de € 38.560,00 (trinta e oito mil, quinhentos e sessenta euros). Verba n.º 5: Fração autónoma designada pela letra “J” do prédio urbano sito na Urbanização Arneiro dos Corvos, lote 71, freguesia de Samora Correia, concelho de Benavente, inscrito na matriz predial urbana da referida freguesia sob o artigo 4805-J e descrito na Conservatória do Registo Predial de Benavente sob a ficha n.º 2605/J, pelo valor mínimo de venda de € 30.000,00 (trinta mil euros). Verba n.º 6: Fração autónoma designada pela letra “L” do prédio urbano sito na Urbanização Arneiro dos Corvos, lote 71, freguesia de Samora Correia, concelho de Benavente, inscrito na matriz predial urbana da referida freguesia sob o artigo 4805-L e descrito na Conservatória do Registo Predial de Benavente sob a ficha n.º 2605/L, pelo valor mínimo de venda de € 37.440,00 (trinta e sete mil, quatrocentos e quarenta euros). II - Bens Imóveis a vender na sua totalidade no Processo n.º 2066/15.0T8BRR: Verba n.º 7: Prédio urbano, sito no Sapal de Entre Águas, Porto Alto, lote 45, freguesia de Samora Correia, concelho de Benavente, inscrito na matriz predial urbana da freguesia de Samora Correia sob o artigo 4323 e descrito na Conservatória do Registo Predial de Benavente sob a ficha 1733, pelo valor mínimo de € 84.000,00 (oitenta e quatro mil euros). Verba n.º 8: Prédio urbano, sito no Sapal de Entre Águas, Porto Alto, lote 37, freguesia de Samora Correia, concelho de Benavente, correspondente a garagem com 19,500m2, inscrito na matriz predial urbana da freguesia de Samora Correia sob o artigo 6297 e descrito na Conservatória do Registo Predial de Benavente sob a ficha n.º 3545, pelo valor mínimo de venda de € 10.960,00 (dez mil, novecentos e sessenta euros). Verba n.º 9: Fração autónoma designada pelas letras “AQ” do prédio urbano sito na Cruz de Pau, Rua 25 de Abril, n.ºs 93, 93-A e 93-B, da freguesia de Amora, concelho de Amora, inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 4112 e descrito na Conservatória do Registo Predial de Benavente sob a ficha 684, pelo valor mínimo de venda de € 40.240,00 (quarenta mil, duzentos e quarenta euros). Verba n.º 10: Fração autónoma designada pela letra “C” do prédio urbano sito na Urbanização do Brejo, freguesia de Samora Correia, concelho de Benavente, inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 7167 e descrito na Conservatória do Registo Predial de Benavente sob a ficha 3328/C, pelo valor mínimo de venda de € 42.800,00 (quarenta e dois mil e oitocentos euros); Verba n.º 11: Fração autónoma designada pela letra “J” do prédio urbano sito na Urbanização do Brejo, freguesia de Samora Correia, concelho de Benavente, inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 7167 e descrito na Conservatória do Registo Predial de Benavente sob a ficha 3328/J, pelo valor mínimo de venda de de € 2.720,00 (dois mil, setecentos e vinte euros). Condições: 1. As propostas deverão ser entregues/enviadas em sobrescrito fechado até ao dia 16 de Dezembro de 2016, por via postal para o escritório sito na Rua Nelson Neves, 177, 3780-101 Sangalhos. 2. Informam-se os interessados que os bens objeto do presente anúncio poderão ser vistos em dia e hora a combinar com a Administradora da Insolvência, Dr.ª Carla Maria de Carvalho Santos, através do telefone n.º 234.604.616. 3. A abertura dos sobrescritos e a leitura das propostas serão efetuadas no dia 19 de Dezembro de 2016 pelas 11:15 horas no escritório referido no ponto 1. 4. O sobrescrito deverá mencionar o nome, o endereço completo e o número da identificação do proponente, assim como a frase “Contém proposta para o processo n.º 2066/15.0T8BRR - Manuela Maria Veríssimo Loureiro Magro e processo com o n.º 4613/15.8T8BRR - Carlos José Santos Magro” e ou “Contém proposta para o processo n.º 2066/15.0T8BRR - Manuela Maria Veríssimo Loureiro Magro”. 5. Os ofertantes deverão juntar à proposta, como caução, um cheque no valor de 5% do valor da proposta, emitido à ordem da massa insolvente de Manuela Maria Veríssimo Loureiro Magro. 6. Caso a proposta seja da Credora Hipotecária deverá juntar um cheque caução no valor de 20% do valor da proposta. 7. A proposta deverá indicar o nome, o endereço completo e o número da identificação fiscal do proponente, a identificação do processo, bem como indicar claramente a que se propõe: totalidade, verba e preço. 8. Os bens serão vendidos no estado em que se encontram. 9. A Administradora da Insolvência reserva a faculdade de não aceitar ou rejeitar quaisquer propostas que considere não se adequar aos interesses da massa insolvente. 10. A Administradora da Insolvência adjudicará os bens à melhor proposta obtida e elaborará a respetiva Ata de Abertura de Propostas notificando todos os proponentes. A Administradora da Insolvência - Carla Santos Público, 08/12/2016


32 • Público • Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2016

SAIR CINEMAS Lisboa Cinema City Alvalade Av. de Roma, nº 100. T. 218413040 Monstros Fantásticos e Onde Encontrálos M12. 21h45; Miss Violence M16. 17h45; Lion - A Longa Estrada Para Casa M12. 13h, 15h20, 17h40, 21h55; A Mãe é que Sabe M12. 17h25, 20h, 22h; Cantar! M6. 11h, 13h20, 15h10, 17h30, 19h40 (V.Port./2D); Rogue One: Uma História de Star Wars 19h, 21h20; A Toca do Lobo M12. 13h10; Aliados M14. 12h35, 15h, 19h20, 21h50; Estive em Lisboa e Lembrei de Você M12. 20h; Aliados M14. 21h50; Top Cat: O Início M6. 11h10 (V. Port./2D); Vaiana M6. 11h05, 15h30, 17h45 (V.Port./2D) Cinema Ideal Rua do Loreto, 15/17. T. 210998295 Hitchcock/Truffaut M12. 20h30; Ela M14. 16h15; Eu, Daniel Blake M12. 14h15, 18h30, 22h CinemaCity Campo Pequeno Centro de Lazer. T. 217981420 O Herói de Hacksaw Ridge M14. 23h40; Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 13h15, 15h50,18h35, 21h50; Animais Nocturnos M12. 21h20; Vaiana M6. 11h25, 13h50, 16h15, 18h40 (V.Port./2D), 11h10 (V.Port./3D); A Mãe é que Sabe M12. 13h40, 15h40, 17h40, 19h40, 21h40, 23h55; Cantar! M6. 14h, 15h30,16h30, 17h50, 18h50 (V.Port./2D), 11h30, 21h30, 23h50 (V.Orig./2D); Hell or High Water - Custe o Que Custar M16. 13h40, 15h45, 17h45, 19h50, 21h55, 00h05; Festa de Natal da Empresa M16. 13h30, 15h35, 17h40, 19h45, 22h, 00h15; O Primeiro Encontro M14. 23h55; Aliados M14. 13h25, 16h, 18h35, 21h25, 24h; Underworld: Guerras de Sangue M14. 11h35, 20h10, 21h35, 00h35; Top Cat: O Início M6. 13h40 (V.P./2D) ; A Vida Secreta dos Nossos Bichos M6. 11h15 (V.Port./2D); Cegonhas M6. 11h40 (V.P./2D); Trolls M6. 11h35, 17h45 (V.P./2D) Cinemas Nos Alvaláxia Estádio José Alvalade. T. 16996 Aliados M14. 13h20, 16h10, 18h55, 21h40; Festa de Natal da Empresa M16. 13h50, 16h30, 19h, 21h30; Vaiana M6. 13h15, 15h50, 18h25 (V.Port./2D); Aliados M14. 21h, 23h50; Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 13h10, 16h05, 19h10, 21h10; Cantar! M6. 13h40, 16h, 18h40 (V.Port./2D); O Primeiro Encontro M14. 13h45, 16h20, 18h50, 21h35; Blood Father - O Protector M14. 14h30, 16h50, 19h20, 21h25; Trolls M6. 13h20, 15h40, 17h50 (V.Port./2D); Cantar! M6. 13h10, 15h30, 18h10, 21h20 (V.Port./2D); Um Pai Natal Para Esquecer M14. 20h50; O Herói de Hacksaw Ridge M14. 15h20, 21h15; Underworld: Guerras de Sangue M14. 14h20, 16h50, 19h30, 21h45; Hell or High Water - Custe o Que Custar M16. 14h10, 16h40, 19h, 21h50; Kahaani 2 18h30 Cinemas Nos Amoreiras Av. Eng. Duarte Pacheco. T. 16996 Monstros Fantásticos e Onde Encontrálos M12. 21h, 23h50; Lion - A Longa Estrada Para Casa M12. 13h20, 16h, 18h50, 21h40, 00h20; Cantar! M6. 10h40, 13h10, 15h40 (V.Port./2D), 18h30(V. Orig./2D); Aliados M14. 12h40, 15h20, 18h10, 21h20, 00h05; Eu, Daniel Blake M12. 12h50, 15h10, 21h50, 00h25; Tudo Para Ser Feliz M12. 18h45; Animais Nocturnos M12. 16h10, 21h30, 00h10; O Número M14. 19h05; Tudo Para Ser Feliz M12. 13h50; O Herói de Hacksaw Ridge M14. 20h50, 23h50; Vaiana M6. 10h30, 13h, 15h30, 18h (V.Port./2D); A Mãe é que Sabe M12. 13h30, 15h50, 18h20, 21h10, 23h30 Cinemas Nos Colombo Av. Lusíada. T. 16996 Aliados M14. 12h40, 15h25, 18h20, 21h10, 00h10; Escola: Os Piores Anos

da Minha Vida M12. 18h; Underworld: Guerras de Sangue M14. 13h15, 15h30, 21h15, 23h40; Festa de Natal da Empresa M16. 13h05, 15h45, 18h25, 21h25, 00h05; Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 13h35, 17h, 20h50, 24h; Cantar! M6. 13h, 15h35, 18h10 (V.Port./2D); Vaiana M6. 13h10, 15h50, 18h30 (V.Port./2D); Lion - A Longa Estrada Para Casa M12. 12h55, 15h55, 18h35; O Herói de Hacksaw Ridge M14. 21h, 00h20; Cantar! M6. 18h20, 18h45 (V.Port./3D); Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. Sala IMAX ?12h50, 15h40, 18h40, 21h40, 00h35; Um Pai Natal Para Esquecer M14. 21h50, 00h15; Lion - A Longa Estrada Para Casa M12. 21h35, 00h25; Cantar! M6. 13h30, 16h10, 21h20, 23h55 (V.Port./2D) Cinemas Nos Vasco da Gama Parque das Nações. T. 16996 Monstros Fantásticos e Onde Encontrálos M12. 12h40, 15h20, 18h10, 21h10, 21h40, 24h, 00h30; Vaiana M6. 13h40, 16h10, 18h40 (V.P./2D); Aliados M14. 12h50, 15h40, 21h20, 00h10; Underworld: Guerras de Sangue M14. 21h30, 23h50; Cantar! M6. 13h, 15h50 (V.P./2D), 18h30 (V.P./3D), 21h, 23h40 (V.O./2D); Cantar! M6. 14h, 16h30, 19h (V.P./2D); Festa de Natal da Empresa M16. 13h10, 16h, 18h50, 21h50, 00h20 Medeia Monumental Av. Praia da Vitória, 72. T. 213142223 Eu, Daniel Blake M12. 12h, 14h, 16h, 18h, 20h, 22h; Hell or High Water - Custe o Que Custar M16. 11h45, 13h45, 15h45, 17h45, 19h45, 21h45; Aliados M14. 11h30, 14h, 16h30, 19h, 21h30; Animais Nocturnos M12. 19h10; Lion - A Longa Estrada Para Casa M12. 12h10, 14h30, 16h50, 21h30 Nimas Av. 5 Outubro, 42B. T. 213574362 Ela M14. 14h15, 16h45, 21h45, 24h; O Exame M12. 19h15 São Jorge Av. da Liberdade, 175. T. 213103402 Mostra de Cinema da América Latina Vários horários UCI Cinemas - El Corte Inglés Av. Ant. Aug. Aguiar, 31. The Accountant - Acerto de Contas M12. 00h15; O Herói de Hacksaw Ridge M14. 16h30, 21h20; O Número M14. 13h55; A Mãe é que Sabe M12. 14h05, 16h45, 19h05, 21h30, 23h55; Hell or High Water - Custe o Que Custar M16. 14h, 16h35, 19h05, 21h35, 00h05; Festa de Natal da Empresa M16. 13h50, 16h25, 19h10, 21h40, 00h10; Café Society M12. 14h15, 16h35, 21h45; Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 13h30, 16h20, 21h35, 00h25 (2D), 18h45 (3D); Uma História Americana M12. 19h15, 00h10; Vaiana M6. 13h45, 16h20 (V.Port./2D); Ela M14. 13h30, 16h15, 19h, 21h45, 00h30; Animais Nocturnos M12. 13h45, 16h35, 19h10, 21h45, 00h20; Aliados M14. 13h40, 16h20, 19h, 21h40, 00h25; Eu, Daniel Blake M12. 14h10, 16h50, 19h10, 21h30, 23h50; O Primeiro Encontro M14. 13h50, 16h25, 19h05, 21h50, 00h25; Lion - A Longa Estrada Para Casa M12. 13h30, 16h10, 18h55, 21h40, 00h25; Cantar! M6. 13h55, 16h30 (V.Port./2D), 19h05 (V.Port./3D), 21h40, 00h15 (V.Orig./2D); Sozinhos em Berlim M12. 00h05; Vaiana M6. 18h50 (V.Port./3D)

Almada Cinemas Nos Almada Fórum Estr. Caminho Municipal, 1011. T. 16996 Blood Father - O Protector M14. 21h10, 23h30; Vaiana M6. 10h40, 13h, 15h40, 18h20 (V.Port./2D); Cantar! M6. 10h50, 12h30, 13h30, 15h20, 16h10, 19h (V.Port./2D), 18h (V.Port./3D), 21h, 23h40 (V.Orig./2D); Animais Nocturnos M12. 21h50, 00h30; Aliados M14. 12h50, 15h50, 18h50, 21h40, 00h25; Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 12h40, 15h30, 18h30, 21h30, 00h25 ; Trolls M6. 11h, 12h45,

Em estreia lazer@publico.pt

Hell or High Water - Custe o Que Custar A Mãe é que Sabe De Nuno Rocha. Com Maria João Abreu, Joana Pais de Brito, Manuel Cavaco. POR. 2016. Comédia. M12. No dia de aniversário de Adelino, toda a família se reúne em casa de Ana Luísa, a filha mais velha. À medida que o almoço decorre, as conversas convergem para Josefa, a falecida esposa de Adelino e mãe de Ana Luísa. Cheia de saudade - e algumas mágoas -, a dona da casa embarca numa viagem ao passado, desabotoando memórias da sua infância e adolescência ao lado da mãe, uma matriarca forte e controladora mas de coração enorme. Cantar! De Garth Jennings. Com Reese Witherspoon (Voz), Seth MacFarlane (Voz), John C. Reilly (Voz), Scarlett Johansson (Voz), Matthew McConaughey (Voz). EUA/JAP. 2016. 110m. Animação, Comédia. M6. Há muito que o coala Buster Moon gere um grande teatro. Se em tempos o local foi grandioso e muito bem frequentado, hoje encontra-se à beira da ruína. Determinado a não desistir do grande projecto da sua vida, Buster tem uma ideia genial: criar um concurso de cantores. Assim, anuncia uma competição onde, para além de um prémio de cem mil dólares, qualquer um pode mostrar o seu valor e cantar para uma grande plateia de entendidos. Festa de Natal da Empresa De Josh Gordon, Will Speck. Com Kate McKinnon, Jamie Chung, Olivia Munn, Jason Bateman. EUA. 2016. 105m. Comédia. M16. Com a morte do pai, os irmãos Carol e Clay Vanston disputam o controlo da empresa familiar. Apesar de ambos ocuparem um lugar fundamental na companhia, não há maneira de os fazer concordar seja no que for. Quando ela encerra a sucursal criada por Clay, ele resolve ripostar. Para impressionar um potencial cliente, reúne os seus empregados e organiza a

mais espectacular festa de Natal alguma vez realizada. Contudo, a festa rapidamente fica fora de controlo... Hell or High Water - Custe o Que Custar De David Mackenzie. Com Dale Dickey, Ben Foster, Chris Pine, Jeff Bridges. EUA. 2016. 102m. Drama. M16. Dois irmãos ameaçados de expropriação estão determinados a salvar a casa de família. Para conseguirem a quantia necessária, resolvem assaltar as sucursais do banco que os ameaça com a penhora. Tudo acontece de modo relativamente pacífico até se cruzarem com Marcus Hamilton, um ranger do Texas à beira da reforma, conhecido pela inteligência e pelas capacidades de observação. Hitchcock/Truffaut De Kent Jones. FRA/EUA. 2015. 79m. M12. Em 1962, François Truffaut e Alfred Hitchcock encontraramse para discutir a obra completa de Hitchcock. Em 1966, com essas conversas como base, Truffaut editou o livro “Le Cinéma Selon Alfred Hitchcock“, que se tornou uma espécie de bíblia para cinéfilos. Quase meio século depois, o documentarista Kent Jones utilizou as gravações originais do encontro e recolheu testemunhos de diversos cineastas, para mostrar de que forma a obra influenciou o cinema desde então.

Lion - A Longa Estrada Para Casa De Garth Davis. Com Rooney Mara, Nicole Kidman, Dev Patel. GB/ EUA/Austrália. 2016. 120m. Drama. M12. Aos cinco anos, Saroo perdeu-se numa estação de comboios. Quando se refugiou dentro de uma carruagem, acabou por ser levado para Calcutá (Índia), por onde vagueou sozinho durante semanas. Apesar das dificuldades, conseguiu sobreviver até ser adoptado por um casal australiano. Passados 25 anos, a viver na Tasmânia, começa a ter reminiscências do que se terá passado no dia em que se perdeu. Desejoso por descobrir as suas origens, viaja até à Índia, na esperança de encontrar algo que lhe indique o caminho para casa... Tudo Para Ser Feliz De Cyril Gelblat. Com Manu Payet, Audrey Lamy, Aure Atika. FRA. 2015. 97m. Comédia. M12. Após dez anos de casamento e duas filhas, Antoine decide mudar de vida. Cansado da monotonia do dia-a-dia, da “prisão“ da paternidade e das constantes exigências da esposa, pede o divórcio e sai de casa. Se, a princípio, se sente satisfeito com a sensação libertadora da separação, depressa descobre que, afinal, era ao lado da família que tinha tudo para ser feliz.


Público • Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2016 • 33

SAIR 15h10, 17h30, 19h40 (V.Port./2D); Escola: Os Piores Anos da Minha Vida M12. 18h05; Um Pai Natal Para Esquecer M14. 13h15, 15h40, 20h50, 23h20; Lion - A Longa Estrada Para Casa M12. 12h55, 15h45, 18h35, 21h20, 00h05; Hell or High Water - Custe o Que Custar M16. 13h20, 16h05, 18h45, 21h15, 23h55; Festa de Natal da Empresa M16. 13h40, 16h15, 18h55, 21h35, 00h10; O Herói de Hacksaw Ridge M14. 12h20, 15h25, 21h05, 00h05; O Primeiro Encontro M14. 18h25; Underworld: Guerras de Sangue M14. 13h35, 16h, 18h10, 20h45, 23h35; Eu, Daniel Blake M12. 22h, 00h20; Underworld: Guerras de Sangue M14. Sala 4DX - 13h, 15h15, 17h20, 19h30, 21h45, 24h; A Mãe é que Sabe M12. 13h05, 15h35, 18h15, 20h55, 23h25

Amadora CinemaCity Alegro Alfragide C.C. Alegro Alfragide. T. 214221030 Vaiana M6. 11h25, 13h20, 15h20, 17h45 (V.Port./2D), 13h50 (V.Port./3D); Cantar! M6. 11h20, 13h55, 15h35, 16h20, 17h55, 18h40, 19h55, 21h40 (V.Port./2D), 11h35, 21h30, 23h50 (V.Port./2D); O Primeiro Encontro M14. 21h50; Underworld: Guerras de Sangue M14. 13h30, 20h, 22h15, 00h20; A Vida Secreta dos Nossos Bichos M6. 11h30 (V.Port./2D); Cegonhas M6. 11h40 (V.Port./2D); Trolls M6. 11h15, 15h45, 17h50 (V.Port./2D); Top Cat: O Início M6. 11h20 (V.Port./2D); Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 16h15, 19h, 21h45 (3D), 24h (3D); Aliados M14. 12h45, 15h10, 17h35, 21h20, 21h25, 23h55, 24h; O Herói de Hacksaw Ridge M14. 21h25, 00h10; O Primeiro Encontro M14. 13h15, 19h10; Blood Father - O Protector M14. 13h40, 17h45, 00h30; Lion - A Longa Estrada Para Casa M12. 13h10, 15h25, 19h35, 21h55, 00h25; A Mãe é que Sabe M12. 13h40, 15h40, 17h40, 19h40, 21h40, 23h40; Escola: Os Piores Anos da Minha Vida M12. 11h25, 15h30, 17h20, 00h15; Festa de Natal da Empresa M16. 13h20, 15h25, 17h30, 19h35, 21h50, 00h05; UCI Dolce Vita Tejo Estrada Nacional 249/1. T. 707232221 Blood Father - O Protector M14. 19h20; Vaiana M6. 13h55, 16h35, 17h40, 19h15, 21h40 (V.Port./2D); Underworld: Guerras de Sangue M14. 14h05, 16h40, 21h55; Lion - A Longa Estrada Para Casa M12. 14h, 16h40, 19h15, 21h45; Trolls M6. 14h, 16h20, 18h50 (V.Port./2D); Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 13h30, 16h15, 19h, 21h40; Um Pai Natal Para Esquecer M14. 21h20; Festa de Natal da Empresa M16. 14h10, 16h30, 19h10, 21h45; A Mãe é que Sabe M12. 13h50, 16h25, 19h, 21h25; Festa de Natal da Empresa M16. 14h10, 16h30, 19h10, 21h45; Cantar! M6. 13h35, 15h, 16h, 16h30, 19h, 19h35, 21h10, 21h35 (V.Port./2D), 14h10 (V.Port./3D); Aliados M14. 13h45, 16h30, 19h10, 21h50

18h10, 21h10, 23h50; Festa de Natal da Empresa M16. 13h30, 15h30, 18h, 21h, 23h40; Escola: Os Piores Anos da Minha Vida M12. 23h30; Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 21h20, 00h20; Cantar! M6. 13h15, 15h50, 18h25 (V.Port./2D); Underworld: Guerras de Sangue M14. 12h50, 15h10, 17h25, 19h40, 21h50, 00h10; Lion - A Longa Estrada Para Casa M12. 12h40, 16h, 18h40, 21h30, 00h10 O Cinema da Villa - Cascais Avenida Dom Pedro I, Lote 1/2. T. 215887311 Hitchcock/Truffaut M12. 14h30, 19h30; Ela M14. 16h20; Animais Nocturnos M12. 21h30; Eu, Daniel Blake M12. 16h30, 21h30; Lion - A Longa Estrada Para Casa M12. 13h50, 16h20, 19h20, 22h; Vaiana M6. 11h, 14h10, 16h10 (V.Port./2D); Aliados M14. 14h10, 16h40, 19h10, 21h50; Cantar! M6. 11h, 14h, 16h20, 19h20, 21h40 (V.Port./2D)

Caldas da Rainha Orient Cineplace La Vie Caldas da Rainha Shopping Center. Trolls M6. 14h40 (V.Port./2D); Animais Nocturnos M12. 21h20; Aliados M14. 16h40, 19h10, 21h40; Festa de Natal da Empresa M16. 14h10, 16h30, 19h, 21h30; Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 21h50; Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 16h10, 18h50, 21h30; Vaiana M6. 14h, 16h50, 19h20 (V.Port./2D); Underworld: Guerras de Sangue M14. 21h50; Cantar! M6. 14h20, 16h40 (V.Port./2D), 19h (V.Port./3D);

Carcavelos Atlântida-Cine R. Dr. Manuel Arriaga. T. 214565653 Ela M14. 17h30; Aliados M14. 15h, 21h30; Lion - A Longa Estrada Para Casa M12. 15h, 21h30

Sintra Cinema City Beloura Beloura Shopping, R. Matos Cruzadas, EN 9, Quinta da Beloura II, Linhó. T. 219247643 Cantar! M6. 11h40, 13h45, 15h20, 16h20, 17h40, 18h50 (V.Port./2D); Vaiana M6. 11h25, 13h35, 16h, 18h35 (V.Port./2D), 11h20, 13h10 (V.Orig./2D); Aliados M14. 15h25, 19h45, 21h30; Lion - A Longa Estrada Para Casa M12. 13h30, 16h, 18h30, 21h40; A Mãe é que Sabe M12. 13h50, 15h50, 17h50, 19h50, 21h50; Cantar! M6. 11h25, 18h50, 21h45 (V.Orig./2D); Festa de Natal da Empresa M16. 13h20, 15h25, 17h30, 19h35, 21h55; O Herói de Hacksaw Ridge M14. 21h20; O Primeiro Encontro M14. 22h10; Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12.

18h40, 21h25; O Número M14. 20h; A Vida Secreta dos Nossos Bichos M6. 11h15 (V.Port./2D); Cegonhas M6. 11h40 (V.Port./2D); Trolls M6. 11h35, 16h10, 17h50 (V.Port./2D); Animais Nocturnos M12. 13h40 (V.Port./2D); Animais Nocturnos M12. 13h40 Castello Lopes - Fórum Sintra Loja 2.21 - Alto do Forte. T. 219184352 Lion - A Longa Estrada Para Casa M12. 13h15, 15h45, 18h20, 21h30; Cantar! M6. 11h, 13h10, 15h30, 18h20, 21h (V.Port./2D); Escola: Os Piores Anos da Minha Vida M12. 21h50; Festa de Natal da Empresa M16. 13h10, 15h40, 18h50, 21h40; Blood Father - O Protector M14. 13h05; Vaiana M6. 11h, 13h20, 15h40, 18h45 (V.Port./2D); Aliados M14. 13h, 15h50, 18h40, 21h20; Underworld: Guerras de Sangue M14. 21h50; Cegonhas M6. 11h (V.Port./2D); Trolls M6. 11h, 13h10, 15h10, 17h10,19h10 (V.Port./2D); Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 15h30, 18h30, 21h15

Leiria Cinema City Leiria Rua Dr. Virgílio Vieira Cunha. T. 244845071 Festa de Natal da Empresa M16. 11h20, 13h25, 15h30, 17h35, 19h40, 21h45, 21h50; Cantar! M6. 11h40, 14h, 15h25, 16h30, 17h45, 18h40, 21h45; Hell or High Water - Custe o Que Custar M16. 11h40, 13h40, 15h40, 19h30, 21h35; Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 21h20; Vaiana M6. 11h20, 13h45, 16h10 (V.Port./2D); Aliados M14. 18h50, 21h30; Trolls M6. 11h35 (V.Port./2D); Blood Father - O Protector M14. 11h30, 13h30; Um Pai Natal Para Esquecer M14. 15h50, 17h50; Underworld: Guerras de Sangue M14. 13h40, 17h40, 19h45, 21h40 Cineplace - Leiria Shopping CC Leiria Shopping, IC2. T. 244826516 Trolls M6. 16h, 18h (V.Port./2D); Festa de Natal da Empresa M16. 14h40, 16h50, 19h20, 21h40; Underworld: Guerras de Sangue M14. 20h, 22h; Lion - A Longa Estrada Para Casa M12. 14h30, 19h, 21h30; Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 15h40, 18h30, 21h20; Escola: Os Piores Anos da Minha Vida M12. 17h; Vaiana M6. 16h10, 18h40 (V.Port./2D); O Herói de Hacksaw Ridge M14. 21h10; Cantar! M6. 14h20, 16h40, 21h20 (V.Port./2D); Aliados M14. 14h, 16h30, 19h10, 21h40;

Loures

AS ESTRELAS DO PÚBLICO

Jorge Mourinha

Luís M. Oliveira

Vasco Câmara

Animais Nocturnos

mmmmm

mmmmm

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Custe o que Custar

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Cascais Cinemas Nos CascaiShopping CascaiShopping-EN 9. T. 16996 Vaiana M6. 13h10, 15h40 (V.Port./2D); Cantar! M6. 12h30, 15h, 20h40, 23h20 (V.Port./2D), 17h30 (V.Port./3D); Aliados M14. 12h35, 15h20,

Elle

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Eu, Daniel Blake

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Estive em Lisboa e Lembrei...

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Hitchcock/Truffaut

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A Infância de um Líder

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Exame

A Mãe é que Sabe A Vida e os Filmes de Ken Loach

18h20; Lion - A Longa Estrada Para Casa M12. 13h10, 15h40, 18h20, 21h25; O Herói de Hacksaw Ridge M14. 21h; Blood Father - O Protector M14. 13h; Vaiana M6. 13h20, 16h, 18h30 (V.Port./2D); Aliados M14. 15h30, 18h40, 21h20; Cantar! M6. 13h40, 16h15, 19h, 21h30 (V.Port./2D); Festa de Natal da Empresa M16. 13h30, 16h10, 19h, 21h40;

Montijo

Cinema City Alegro Setúbal C. C. Alegro Setúbal. T. 265239853 Trolls M6. 11h25, 15h55, 18h (V.Port./2D); Blood Father - O Protector M14. 20h10, 00h10; Vaiana M6. 11h20, 13h35, 16h, 18h30, 21h35 (V.Port./2D), 13h30 (V.Port./3D); Underworld: Guerras de Sangue M14. 13h30, 20h, 21h55 (2D), 24h (3D); Lion - A Longa Estrada Para Casa M12. 12h50, 15h10, 19h30, 21h50, 00h20; A Mãe é que Sabe M12. 13h45, 15h45, 17h30, 19h40, 21h40, 23h50; Cantar! M6. 11h30 13h50, 15h25, 16h20, 17h45, 18h50, 21h45, 24h (V.Port./2D); Festa de Natal da Empresa M16. 11h10, 13h15, 15h20, 17h25, 19h30, 22h, 00h15; O Herói de Hacksaw Ridge M14. 21h10; Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 13h10, 15h55,18h40, 21h25, 00h10; Aliados M14. 13h15, 15h50, 18h25, 21h20, 23h55; Escola: Os Piores Anos da Minha Vida M12. 17h45, 00h05

Cinemas Nos Fórum Montijo C. C. Fórum Montijo. T. 16996 Vaiana M6. 10h50, 13h25, 16h, 18h30 (V.Port./2D); Aliados M14. 21h30; Cantar! M6. 11h, 13h40, 16h15, 18h50, 21h20 (V.Port./2D); Underworld: Guerras de Sangue M14. 13h30, 15h50, 18h15, 21h; Festa de Natal da Empresa M16. 13h20, 15h45, 18h40, 21h15; O Herói de Hacksaw Ridge M14. 21h10; Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 12h35, 15h35, 18h25, 21h20; Aliados M14. 12h45, 15h30, 18h20;

Odivelas Cinemas Nos Odivelas Parque C. C. Odivelasparque. T. 16996 Vaiana M6. 13h10, 15h40, 18h10 (V.Port./2D); Aliados M14. 13h, 15h50, 18h35, 21h20; Cantar! M6. 13h20, 16h, 18h30, 21h (V.Port./2D); O Herói de Hacksaw Ridge M14. 21h10; Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 12h40, 15h30, 18h20, 20h50; Festa de Natal da Empresa M16. 13h, 15h20, 18h, 21h30

Oeiras Cinemas Nos Oeiras Parque C. C. Oeirashopping. T. 16996 O Herói de Hacksaw Ridge M14. 21h, 00h10; Lion - A Longa Estrada Para Casa M12. 21h10, 00h05; A Mãe é que Sabe M12. 13h10, 15h50, 18h15, 21h50, 00h15; Cantar! M6. 10h45, 12h40, 15h20, 18h (V.Port./2D); Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 12h30, 15h25, 18h25, 21h30, 00h25; Vaiana M6. 10h30, 13h, 15h40, 18h30 (V.Port./2D); Eu, Daniel Blake M12. 21h15, 23h50; Aliados M14. 15h45, 18h45, 21h40, 00h30; O Número M14. 13h15; Cantar! M6. 13h20, 16h (V.Port./2D), 18h40 (V.Port./3D), 21h20, 24h (V.Orig./2D); Lion - A Longa Estrada Para Casa M12. 12h45, 15h30, 18h20

Miraflores

Cineplace - Loures Shopping Quinta do Infantado, Loja A003. Vaiana M6. 14h40, 17h, 19h (V.Port./2D); Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 16h, 18h40,

Barreiro Castello Lopes - Fórum Barreiro Campo das Cordoarias. T. 212069440 A Mãe é que Sabe M12. 19h20, 21h30; Festa de Natal da Empresa M16. 13h30, 15h50, 18h30, 21h20; Trolls M6. 13h, 15h10, 17h15 (V.Port./2D); Vaiana M6. 13h, 15h30, 18h40 (V.Port./2D); Aliados M14. 21h10; Doutor Estranho M14. 21h25; O Herói de Hacksaw Ridge M14. 13h, 15h45, 21h30; Cantar! M6. 13h, 15h40, 18h20, 21h (V.Port./2D)

21h20; Underworld: Guerras de Sangue M14. 21h40; Blood Father - O Protector M14. 15h20; Aliados M14. 16h20, 18h50, 21h30; A Mãe é que Sabe M12. 17h20, 19h30, 21h40; Trolls M6. 14h50 (V.Port./2D); Lion - A Longa Estrada Para Casa M12. 16h50, 19h20, 21h50; Festa de Natal da Empresa M16. 14h30, 16h50, 19h10, 21h30; Cantar! M6. 14h10, 16h30, 19h, 21h20 (V.Port./2D), 19h (V.Port./3D)

a Mau mmmmm Medíocre mmmmm Razoável mmmmm Bom mmmmm Muito Bom mmmmm Excelente

Cinemas Nos Dolce Vita Miraflores C. C. Dolce Vita - Av. das Túlipas. T. 707 CINEMA Vaiana M6. 15h10, 17h40 (V.Port./2D); Cantar! M6. 11h, 14h50, 17h20, 19h45, 22h15 (V.Port./2D); Trolls M6. 15h (V.Port./2D); O Herói de Hacksaw Ridge M14. 18h10, 20h50; Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 21h; Aliados M14. 15h20, 18h20, 21h20

Torres Novas Castello Lopes - TorreShopping Bairro Nicho - Ponte Nova. T. 249830752 Uma História Americana M12. 21h30; Trolls M6. 13h20 (V.Port./2D); O Primeiro Encontro M14. 13h; Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 15h20; Vaiana M6. 13h15, 15h40, 18h20 (V.Port./2D); Aliados M14. 18h10, 21h10; Cantar! M6. 13h10, 15h30, 18h30, 21h20 (V.Port./2D);

Santarém Castello Lopes - Santarém Largo Cândido dos Reis. T. 243309340 Trolls M6. 13h45, 18h50 (V.Port./2D); Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 15h50, 21h10; Julieta M14.

Setúbal

Seixal Cineplace - Seixal Qta. Nova do Rio Judeu. O Herói de Hacksaw Ridge M14. 21h10; Vaiana M6. 16h10, 18h40 (V.Port./2D); Aliados M14. 14h, 16h30, 19h, 21h30; Festa de Natal da Empresa M16. 14h40, 17h, 19h20, 21h40; Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 16h10, 18h50, 21h30; Trolls M6. 15h50, 17h50 (V.Port./2D); Um Pai Natal Para Esquecer M14. 19h50, 21h50; Underworld: Guerras de Sangue M14. 16h, 18h, 20h, 22h; Cantar! M6. 14h20, 16h40, 19h, 21h20 (V.Port./2D), 19h (V.Port./3D);

Faro Cinemas Nos Fórum Algarve C. C. Fórum Algarve. T. 289887212 Monstros Fantásticos e Onde Encontrálos M12. 12h45, 15h30, 21h05, 23h55 ; Vaiana M6. 10h50, 12h55, 15h20, 17h50 (V.Port./2D); Aliados M14. 13h05, 15h40, 18h25, 21h15, 24h; Lion - A Longa Estrada Para Casa M12. 13h15, 15h50, 18h45, 21h35, 00h10; Trolls M6. 10h55 (V.Port./2D); Underworld: Guerras de Sangue M14. 21h45, 00h05; Cantar! M6. 11h, 13h25, 16h, 18h35 (V.Port./2D), 21h55, 00h20 (V.Orig./2D)

Albufeira Cineplace - AlgarveShopping Estrada Nacional 125 - Vale Verde. Blood Father - O Protector M14. 21h50; Vaiana M6. 14h10, 16h50, 19h20 (V.Port./2D); A Mãe é que Sabe M12. 15h10, 17h20, 19h30, 21h40; Escola: Os Piores Anos da Minha Vida M12. 16h; Underworld: Guerras de Sangue M14. 18h, 20h, 22h; Lion - A Longa Estrada Para Casa M12. 14h, 16h30, 21h30; Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 16h, 18h40, 21h20; Animais Nocturnos M12. 19h; Cantar! M6. 14h20, 16h40, 19h10 (V.Port./2D), 19h (V.Port./3D), 21h20, 21h30 (V.Orig./2D); Trolls M6. 14h20, 16h20 (V.Port./2D); O Herói de Hacksaw Ridge M14. 18h20, 21h10; Aliados M14. 16h20, 18h50, 21h20; Festa de Natal da Empresa M16. 14h40, 17h, 19h20, 21h40

Olhão Algarcine - Cinemas de Olhão C.C. Ria Shopping. T. 289703332


34 • Público • Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2016

SAIR O Herói de Hacksaw Ridge M14. 15h30; Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 21h30; Vaiana M6. 10h30, 13h30, 15h30 (V.Port./2D); Aliados M14. 15h30, 18h30, 21h30; Cantar! M6. 10h30, 13h15, 15h15, 17h15, 19h15 (V.Port./2D), 21h30 (V.Orig./2D)

Tavira Cinemas Nos Tavira R. Almirante Cândido dos Reis. T. 16996 Monstros Fantásticos e Onde Encontrálos M12. 12h20, 15h15, 21h10; Vaiana M6. 10h45, 13h15, 15h45, 18h20 (V.P./2D); Aliados M14. 13h, 15h50, 18h30, 21h20; Festa de Natal da Empresa M16. 13h15, 15h40, 18h05, 21h30; Cantar! M6. 10h50, 11h, 13h30, 16h, 18h30 (V.P./2D), 21h (V.O./2D) ;

TEATRO Lisboa Casino Lisboa Parque das Nações. T. 218929000 Filho da Treta Enc. Sónia Aragão. A partir de 14/9. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 17h. Centro Cultural de Belém Praça do Império. T. 213612400 Alice no País das Maravilhas Comp.: Teatro Negro Nacional de Praga. De 6/12 a 8/12. 3ª e 4ª às 21h. 5ª às 11h e 16h. M/6. Chapitô R. Costa do Castelo, 1/7. T. 218855550 Variações, de António Com Sérgio Praia. De 1/12 a 10/12. 5ª a Sáb às 22h. M/12 Lux Frágil Av. Infante D. Henrique. T. 218820890 Quarto Escuro De Mónica Calle. De 17/11 a 16/12. 5ª e 6ª das 23h30 às 03h. Soc. de Instrução Guilherme Cossoul Avenida Dom Carlos I, 61 - 1º. T. 213973471 Loucos por Amor Enc. António Melo. De 1/12 a 18/12. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 17h. Teatro da Comuna Praça de Espanha. T. 217221770 O Terrorista Elegante Enc. João Mota. De 20/10 a 18/12. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h. Teatro da Politécnica Rua da Escola Politécnica, 56. T. 961960281 O Novo Dancing Eléctrico Comp.: Artistas Unidos. Enc. Jorge Silva Melo. De 9/11 a 17/12. 3ª e 4ª às 19h. 5ª e 6ª às 21h. Sáb às 16h e 21h. M/14. Teatro da Trindade Largo da Trindade, 7A. T. 213420000 Luminoso Afogado Enc. Zia Soares. De 7/12 a 30/12. 4ª a Sáb às 21h45. Dom às 17h (Sala Estúdio. Excepto de 19 a 25 Dezembro).

Teatro Nacional D. Maria II Praça Dom Pedro IV. T. 800213250 A Origem das Espécies Com Carla Maciel, Crista Alfaiate, Marco Paiva, Paula Diogo. De 23/11 a 18/12. Sáb e Dom às 16h. Feriados às 11h. M/6. As Criadas Enc. Marco Martins. De 10/11 a 18/12. 4ª às 19h30. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h30 (Sala Estúdio). M/16. Teatro Tivoli BBVA Avenida da Liberdade, 182. T. 213572025 Aga-Boom De 1/12 a 11/12. 5ª às 16h. Sáb às 11h e 16h (dia 10 só às 11h). Dom às 16h. De 17/12 a 18/12. Dom às 15h. Sáb às 16h. M/3.

Sugestão do dia lazer@publico.pt

Almada Teatro Municipal Joaquim Benite Avenida Professor Egas Moniz. T. 212739360 Noite da Liberdade Companhia de Teatro de Almada. Enc. Rodrigo Francisco. De 2/12 a 11/12. 4ª a Sáb às 21h. Dom às 16h. M/12. O Barbeiro de Sevilha Companhia de Teatro de Almada. Enc. Teresa Gafeira. De 8/12 a 18/12. 5ª às 16h. Sáb às 16h. Dom às 11h.

Cascais Teatro Municipal Mirita Casimiro Avenida Fausto Figueiredo. T. 214670320 Cais Oeste Teatro Experimental de Cascais. Enc. Carlos Avilez. De 25/11 a 8/1. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h. M/12.

Estoril Casino Estoril Avenida Dr. Stanley Ho. T. 214667700 Quase Normal Enc. Henrique Feist. De 20/10 a 18/12. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 17h.

Oeiras Auditório Municipal Eunice Muñoz Rua Mestre de Aviz. T. 214408411 Diário de Anne Frank Dramax – Centro de Artes Dramáticas de Oeiras. Enc. Celso Cleto. De 11/11 a 18/12. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h. M/12.

Olival Basto Centro Cultural da Malaposta Rua Angola. T. 219383100 A Cinderella Dia 8/12 às 16h. Annie, O Musical Dia 8/12 às 16h.

Palmela Teatro O Bando Estrada do Vale dos Barris. T. 212336850 (Ser ou Não Ser) Do Contra (Eis a Questão) De 1/12 a 11/12. 5ª a Sáb às 21h. Dom às 17h.

Política de crianças Tiago Rodrigues usa a voz de uma criança para mergulhar no imaginário infantil e mostrar uma visão social e política num espectáculo com “medo do que as crianças pensam e raiva do que os adultos fazem”. Estreada em 2011, Tristeza e Alegria na Vida das Girafas conta a história de uma menina de nove anos que atravessa Lisboa em busca de Pedro Passos Coelho, então primeiro-ministro e a única pessoa que a poderá ajudar. A peça, agora reposta, conta com Carla Galvão, Miguel Borges, Pedro Gil e Tónan Quito. Está em cena até dia 17 no Teatro D. Maria II (Lisboa), com sessões quarta, às 19h, e de quinta a sábado, às 21h. Bilhetes de 5€ a 17€.

EXPOSIÇÕES

MÚSICA

Lisboa

Lisboa

Centro Cultural de Belém Praça do Império. T. 213612400 O Mundo nos Nossos Olhos De 7/10 a 15/1. 3ª a Dom das 11h às 19h (Garagem Sul). Fundação e Museu Calouste Gulbenkian Avenida de Berna, 45A. T. 217823000 A Forma Chã De 7/10 a 9/1. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. Instalação, Arquitectura. António Ole. Luanda, Los Angeles, Lisboa De António Ole. De 17/9 a 9/1. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. Linhas do Tempo De 23/6 a 2/1. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb, Dom e feriados das 10h às 18h. Obra De 7/10 a 11/12. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 18h (Galeria do Piso Inferior da Sede). Arquitectura. Trienal de Arquitectura de Lisboa. Portugal em Flagrante: Operação 1 De 9/7 a 8/1. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. Documental. Terceiro Andar De Luciana Fina. De 21/10 a 23/1. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. MAAT - Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia Avenida Brasília - Central Tejo. T. 210028130 A Forma da Forma De 5/10 a 12/12. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 12h às 20h. Circuito Central Eléctrica De 30/6 a 31/12. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 12h às 20h. História. Dominique Gonzalez-Foerster. Pynchon Park De 5/10 a 20/3. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 12h às 20h. Eduardo Batarda. Misquoteros - A Selection of T-Shirt Fronts De Eduardo Batarda. De 9/11 a 13/2. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 12h às 20h. Liquid Skin De Apichatpong Weerasethakul, Joaquim Sapinho. De 9/11 a 24/4. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 12h às 20h. O Mundo de Charles e Ray Eames De 5/10 a 9/1. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 12h às 20h. Walking Distance De Rui Calçada Bastos. De 9/11 a 16/1. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 12h às 20h. Museu Colecção Berardo Praça do Império - CCB. T. 213612878 A Conversa Inacabada: Codificação/ Descodificação De Terry Adkins, John Akomfrah, Sven Augustijnen, Steve McQueen, Shelagh Keeley, Zineb Sedira. De 21/9 a 31/12. Todos os dias das 10h às 19h. Fernando Lemos: Para um Retrato Colectivo em Portugal no Fim dos Anos 40 De 26/10 a 2/4. Todos os dias das 10h às 19h. Visualidade & Visão - Arte Portuguesa na Colecção Berardo II De 26/10 a 12/3. Todos os dias das 10h às 19h.

Centro Cultural de Belém Praça do Império. T. 213612400 João Loy Dia 8/12 às 21h. Estrela Hall Rua da Estrela, 10. T. 213961946 The Mikado Enc. Jonathan Weightman. De 1/12 a 17/12. 5ª a Sáb às 21h. Dom às 16h. Fundação e Museu Calouste Gulbenkian Avenida de Berna, 45A. T. 217823000 Coro Participativo + Coro e Orquestra Gulbenkian De 8/12 a 9/12. 5ª e 6ª às 19h. Galeria Zé dos Bois Rua da Barroca, 59. T. 213430205 Peixe : Avião Dia 8/12 às 22h. Hot Clube de Portugal Praça da Alegria, 48. T. 213619740 Marta Hugon Dia 8/12 às 22h30 e 24h. Lux Frágil Av. Infante D. Henrique. T. 218820890 Enter.Sake: Richie Hawtin + Hito + Gusta-vo Dia 8/12 às 23h45. Paradise Garage R. João Oliveira Miguéis, 38. T. 217904080 Crystal Castles Dia 8/12 às 21h. Praça de Touros do Campo Pequeno Campo Pequeno. T. 210414078 Disney in Concert – Magical Music From The Movies Lisbon Film Orchestra. De 7/12 a 8/12. 4ª às 21h30. 5ª às 16h.

Monchique - Higya Monforte - Jardim Montemor-o-Novo - Novalentejo Montijo - Higiene Mora - Canelas Pais (Cabeção), Falcão, Central (Pavia) Moura - Rodrigues Mourão - Central Nazaré - Silvério, Maria Orlanda (Sitio da Nazaré) Nisa - Ferreira Pinto Óbidos - Vital (Amoreira/Óbidos), Senhora da Ajuda (Gaeiras), Oliveira Odemira - Confiança Odivelas - Sena Belo, Aniceto Ferronha (Urb. Bons Dias - Odivelas) Oleiros - Martins Gonçalves (Estreito - Oleiros), Garcia Guerra, Xavier Gomes (Orvalho-Oleiros) Olhão - da Ria Ourique - Nova (Garvão), Ouriquense Palmela - D´Aires (Aires) Pedrógão Grande - Baeta Rebelo Penamacor - Melo Peniche - Central Pombal - Vilhena Ponte de Sor - Matos Fernandes Portalegre - Romba Portel - Fialho Portimão - Rosa Nunes Porto de Mós - Lopes Proença-a-Nova Roda, Daniel de Matos (Sobreira Formosa) Redondo - Xavier da Cunha Reguengos de Monsaraz - Martins Rio Maior - Central Salvaterra de Magos - Martins Santarém - Francisco Viegas Sucrs Santiago do Cacém - Barradas São Brás de Alportel

- São Brás Sardoal - Passarinho Seixal - Quinta da Torre Serpa - Serpa Jardim Sertã - Lima da Silva, Farinha (Cernache do Bonjardim), Confiança (Pedrogão Pequeno) Sesimbra - de Santana (Santana) Setúbal - Costa, Monte Belo Silves - Sousa Coelho Sines - Atlântico, Monteiro Telhada (Porto Covo) Sintra - Rico (Agualva), Dumas Brousse Mem Martins (Mem Martins), Simões Lopes (Queluz) Sobral Monte Agraço - Costa Sousel - Mendes Dordio (Cano), Andrade Tavira - Maria Aboim Tomar - Dias Costa Torres Novas Nicolau Torres Vedras - Espadanal Vendas Novas - Ribeiro Viana do Alentejo - Nova Vidigueira - Pulido Suc. Vila de Rei - Silva Domingos Vila Franca de Xira - Central de Alverca (Alverca), Higiénica (Póvoa de Santa Iria), Higiene Vila Nova da Barquinha - Tente (Atalaia), Carvalho (Praia do Ribatejo), Oliveira Vila Real de Santo António - Pombalina Vila Velha de Rodão Pinto Vila Viçosa - Torrinha Alvito - Baronia Ansião - Moniz Nogueira Oeiras - Nova de Carnaxide (Carnaxide) Ourém - Avenida Redondo - Alentejo

DANÇA Lisboa Lisboa Chérie Chéri Coreog. Miguel Bonneville. De 8/12 a 10/12. 5ª a Sáb das 20h às 02h (no Mise-en-Scène, Av. Sidónio Pais 18. Festival Temps d’Images). Marcação prévia (producao@miguelbonneville.com). Teatro Camões Parque das Nações. T. 218923470 La Bayadère Orquestra de Câmara Portuguesa, Companhia Nacional de Bailado. De 8/12 a 23/12. Todos os dias às 21h (dias 8, 9, 16, 21 a 23 Dezembro). Sáb às 18h30. Dom às 19h. M/6. Duração: 2h30.

Amadora Centro Comercial Alegro Alfragide Av. dos Cavaleiros. T. 217125403 A Cinderela no Gelo Enc. João A. Guimarães. De 18/11 a 8/1. Às 11h, 15h e 18h.

FARMÁCIAS Lisboa/Serviço Permanente Belém (Enc. do Restelo - Esc. P. Vicente) - Rua Tristão Vaz, 10 - B - Tel. 213012248 Capuchos (Hospital dos) - Rua Luciano Cordeiro, 2-A - Tel. 213572076 Esperança Rua Carlos Mardel, 101-B - Tel. 218482868 Fátima (Avenidas Novas) - Avenida 5 de Outubro, 147 - A - Tel. 217963107 Rainha Santa (Campo Grande - Av. do Brasil) - Rua Afonso Lopes Vieira, 57 - B - Tel. 217965262 Vasco da Gama (Santa Maria dos Olivais) Alameda dos Oceanos, Lote 1.07.01, Loja G - Tel. 213478932 Outras Localidades/Serviço Permanente Abrantes - Ondalux Alandroal - Santiago Maior, Alandroalense Albufeira - Alves de Sousa Alcácer do Sal - Alcacerense Alcanena - Correia Pinto Alcobaça Magalhães Alcochete - Cavaquinha, Póvoas (Samouco) Alenquer - Varela Aljustrel - Pereira Almada - Galeno, Palmeirim (Sobreda da Caparica) Almeirim - Barreto do Carmo Almodôvar - Ramos Alpiarça - Gameiro Alter do Chão - Alter, Portugal (Chança) Alvaiázere - Ferreira da

Gama, Castro Machado (Alvorge), Pacheco Pereira (Cabaços), Anubis (Maçãs D. Maria) Alvito - Nobre Sobrinho Amadora - D. João V, Dias e Brito Ansião - Medeiros (Avelar), Pires (Santiago da Guarda) Arraiolos - Misericórdia Arronches - Batista, Esperança (Esperança/Arronches) Arruda dos Vinhos - Da Misericórdia Avis - Nova de Aviz Azambuja - Dias da Silva, Nova, Peralta (Alcoentre), Ferreira Camilo (Manique do Intendente) Barrancos - Barranquense Barreiro - Nunes Feijão (Vila Chã) Batalha - Ferraz, Silva Fernandes (Golpilheira) Beja - Oliveira Suc. Belmonte - Costa, Central (Caria) Benavente - Miguens Bombarral - Hipodermia Borba - Carvalho Cortes Cadaval - Central, Luso (Vilar Cadaval (Fev,Abr,Jun)) Caldas da Rainha - Branco Lisboa Campo Maior - Campo Maior Cartaxo - Central do Cartaxo Cascais - Das Fontainhas, da Madorna (Madorna), Silveira São Domingos de Rana (S. Domingos de Rana) Castanheira de Pera - Dinis Carvalho (Castanheira) Castelo Branco Salavessa (Cebolas de Cima) Castelo de Vide - Freixedas Castro Verde - Alentejana

Chamusca - Joaquim Maria Cabeça Constância - Baptista, Carrasqueira (Montalvo) Coruche - Almeida Covilhã - Crespo Crato - Misericórdia Cuba - Da Misericórdia Elvas - Moutta Entroncamento - António Lucas Estremoz - Carapeta Irmão Évora - Infante de Sagres Faro - Palma Batista Ferreira do Alentejo - Fialho Ferreira do Zêzere - Graciosa, Soeiro, Moderna (Frazoeira/Ferreira do Zezere) Figueiró dos Vinhos - Campos (Aguda), Correia Suc. Fronteira - Vaz (Cabeço de Vide) Fundão - Vitória Gavião - Gavião Golegã - Salgado Grândola Moderna Idanha-a-Nova - Andrade (Idanha A Nova), Serrasqueiro Cabral (Ladoeiro), Monsantina (Monsanto/Beira Baixa), Freitas (Zebreira) Lagoa - Vieira Santos (Estombar) Lagos - Neves Loulé - Miguel Calçada, Martins, Paula (Salir) Loures - Gasparinho, Pedro (Portela) Lourinhã - Marteleirense, Ribamar (Ribamar) Mação - Catarino Mafra - Rolim (S. Cosme), Falcão (Vila Franca do Rosário) Marinha Grande - Moderna Marvão - Roque Pinto Mértola - Pancada Moita - Nova Fátima (Baixa da Banheira)


Público • Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2016 • 35

FICAR CINEMA Sherlock Holmes RTP1, 15h40 Londres, 1890. Lord Blackwood (Mark Strong), proclamando a sua imortalidade e poderes ocultos, aterroriza a população com os seus crimes macabros. Caberá a Sherlock Holmes (Robert Downey Jr.) e ao seu fiel companheiro Dr. Watson ( Jude Law) descobrir uma conspiração que visa a destruição do país e derrubar o novo e misterioso adversário. Adaptação ao cinema da história do detective criado por sir Conan Doyle, numa obra de Guy Richie, em que as capacidades dedutivas se aliam ao boxe ou às artes marciais... Nomeado para dois Óscares (Direcção Artística e Música Original). Regressão TVC1, 21h30 EUA, 1990. O detective Bruce Kenner (Ethan Hawke) investiga o caso de John Gray (David Dencik), acusado de abusar da filha adolescente (Emma Watson). Apesar de não ter qualquer recordação, ele assume-se como culpado e é preso. Mas, de forma a recuperar a memória, acaba por recorrer ao Dr. Raines (David Thewlis), um psicólogo de renome. E é assim que, à medida que as sessões de psicoterapia avançam, todos se apercebem de que aquele crime hediondo é bem mais complexo do que parece à primeira vista. Um thriller psicológico, com realização e argumento de Alejandro Amenábar (Os Outros, Mar Adentro). Dupla A Mosca AXN Black, 22h A Mosca é um filme de terror, assinado em 1986 por David Cronenberg (eXistenZ, Crash), sobre um cientista ( Jeff Goldblum) que se vai transformando naquele insecto. Remake de um filme dos anos 1950, mas com muito mais gore do que na versão original, constituiu um dos maiores êxitos comerciais da carreira de Cronenberg (lucrou mais de 40 milhões de dólares em bilheteira contra um orçamento de apenas nove milhões) e ganhou um Óscar pela Maquilhagem. Logo a seguir, a sequela A Mosca 2, de Chris Walas, com Eric Stoltz no papel do filho do Mosca, decidido a encontrar uma cura para a mutação dos seus próprios genes. Três nomeações nos Saturnos: melhores Filme, Música e Maquilhagem.

Os mais vistos da TV Terça-feira, 6 % Aud. Share

Televisão lazer@publico.pt

Benfica X Napoles Amor Maior A Impostora Telejornal Liga Campeoes: Flash

RTP1 21,1 SIC 12,4 TVI 11,3 RTP1 10,2 RTP1 9,1

42,8 26,5 23,9 26,5 18,3

FONTE: CAEM

RTP 1 6.30 Bom Dia Portugal 10.30 Missa da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria 11.37 A Praça 13.00 Jornal da Tarde 14.08 StreetDance 2 15.40 Sherlock Holmes 18.00 Portugal em Directo 18.52 Factura da Sorte 19.08 O Preço Certo 19.59 Telejornal 21.00 The Big Picture 21.57 Dentro 22.50 5 para a Meia-Noite 0.33 Tempo Final 1.23 Magazine RTP Arena 1.49 Central Parque 2.41 Os Nossos Dias

RTP 2 6.02 Literatura Aqui 6.32 Repórter África - 2ª Edição 7.00 Zig Zag 11.26 A Arte Eléctrica em Portugal: O Boom do Rock 12.26 África Selvagem 13.22 Madeira Prima 13.33 Euronews 14.56 A Fé dos Homens 15.30 Sociedade Civil: Desperdício Alimentar 16.34 Zig Zag 20.30 O Bairro 20.58 Madeira Prima 21.30 Jornal 2 22.14 A Fraude 23.18 Desejo de Mãe 0.49 Girls 1.48 Universidade Aberta 2.12 Palcos Agora 2.39 Portugal 3.0 3.34 Visita Guiada 4.20 Grandes Quadros Portugueses: Domingos Sequeira 4.45 No Ar

SIC 6.05 As Aventuras de Peter Pan 7.35 Os Piratas! 9.20 Donkey Xote 10.55 Arthur 3: A Guerra dos Dois Mundos 13.00 Primeiro Jornal 14.00 Herbie: Prego a Fundo 16.15 Futebol: Braga x Shakhtar Donetsk - Liga Europa 18.05 Wild Card Jogo Duro 20.00 Jornal da Noite 21.45 Amor Maior 23.00 Rainha das Flores 0.00 A Lei do Amor 1.00 Inesquecível 1.55 Futebol: Liga Europa - Resumos 2.10 Cartaz Cultural 3.05 Rosa Fogo

Secretos 20.55 Próximo Plano 21.30 Regressão 23.20 Sicário - Infiltrado 1.25 Perseguição Escaldante 3.00 Polícias em Grandes Apuros

TVC1 9.20 Próximo Plano 9.50 Salve, César! 11.40 Perseguição Escaldante 13.15 Polícias em Grandes Apuros 15.00 Quarteto Fantástico 16.45 O Agente da U.N.C.L.E. 18.45 Kingsman: Serviços

DOCUMENTÁRIO

19,0% % 1,5 16,6 20,1 33,4

Regresso de Johnny English 18.33 Fogo Cerrado 20.28 Hawai Força Especial 23.15 Investigação Criminal: Los Angeles 1.05 Sob Suspeita 2.44 Spartacus, Sangue e Arena

FOX MOVIES 10.03 Eduardo Mãos de Tesoura 11.43 Eterno Solteirão 13.09 O Duelo dos Grandes Lutadores 14.51 Big Boss, o Implacável 16.31 A Fúria do Dragão 18.10 O Invencível 19.52 O Regresso do Invencível 21.15 Waterworld 23.24 Resident Evil: Ressurreição 0.57 Damage - Sem Regras 2.39 O Resgate dos Soldados-Fantasma

CANAL HOLLYWOOD 10.50 Atormentados 12.25 Adepto Fanático 14.20 O Último dos Moicanos 16.10 Nome de Código: Cloverfield 17.40 Condução Perigosa 19.20 TRON: O Legado 21.30 Jovens Pistoleiros 23.25 Predadores (1992) 1.15 Estado de Guerra 3.25 Silêncio Mortal

13.19 Ossos 14.06 Client Seduction 15.41 Run for Your Life 17.11 A Patologista 18.50 Rizzoli & Isles 20.27 Ossos 22.20 Conviction 23.15 Empire 0.10 Mother of All Lies 1.49 No Limite 2.49 House 4.23 No Limite 5.20 House

15.20 Manual do Jogador para Quase Tudo 15.49 Acampamento Kikiwaka 16.40 A Irmã do Meio 17.10 Gravity Falls 17.35 Miraculous - As Aventuras de Ladybug 18.23 Elena de Avalor 18.45 Os Descendentes - Wicked World 18.50 K.C. Agente Secreta 19.15 Acampamento Kikiwaka 19.40 Manual do Jogador para Quase Tudo 20.04 Lab Rats 20.49 Os Descendentes

AXN 13.28 Mentes Criminosas 14.16 Coração de Tinta 16.00 O Mito 18.05 Dragonball: Evolução 19.37 O Cavaleiro das Trevas 22.15 Investigação Criminal 0.06 Mentes Criminosas 1.46 Investigação Criminal 3.15 Castle 4.45 Arrow

DISCOVERY 17.30 Os Últimos Habitantes do Alasca 18.20 A Febre do Ouro - América do Sul 21.00 Garage Squad 22.55 Corridas Ilegais 23.50 Retro Tuning 0.40 Garage Squad 2.20 Já Estavas Avisado! 3.05 Os Caçadores de Mitos 4.35 Caçadores de Leilões

AXN BLACK 13.55 Sinais 15.35 Um Polícia no Jardim-Escola 17.20 Robinson Crusoe 18.47 Influência Fatal 20.24 As Pragas 22.00 A Mosca (1986) 23.39 A Mosca II 1.24 Influência Fatal 3.00 As Pragas 4.32 A Mesquita da Pradaria

AXN WHITE 13.47 Criadas e Malvadas 14.33 Trocadas à Nascença 15.18 O Rapaz do Pijama às Riscas 16.51 Infiéis 17.37 Família de Acolhimento 18.23 O Rapaz do Pijama às Riscas 19.57 Chicago Fire 20.43 A Teoria do Big Bang 1.01 Pai de Surpresa 1.26 Trocadas à Nascença 2.12 Infiéis 2.58 Criadas e Malvadas 3.43 Homens Trabalhando

FOX 13.34 Hawai Força Especial 15.09 Gru - O Maldisposto 2 (v.o.) 16.46 O

Desejo de Mãe RTP2, 23h18 Um documentário poético e intenso sobre a maternidade e o amor, orquestrado pelo finlandês Joonas Berghäll. Valeu-lhe duas nomeações para conceituados prémios: Grande Prémio do Júri para Melhor Documentário em Nashville e Melhor Documentário Internacional em Zurique. Desejo de Mãe conta a história de dez mulheres, oriundas de diferentes partes do mundo, cujas vidas foram e são marcadas pela maternidade.

FOX LIFE

DISNEY

TVI 6.30 Diário da Manhã 9.58 O Inspector Max 11.12 Missa 13.00 Jornal da Uma 14.00 Shrek para Sempre 15.50 A Tarde é Sua 19.20 Secret Story - Diário da Tarde 19.58 Jornal das 8 21.40 A Impostora 23.00 A Única Mulher 0.00 Concerto A Única Mulher 2.16 Autores 3.22 Super Quiz 4.33 Dei-te Quase Tudo

RTP1 RTP2 SIC TVI Cabo

HISTÓRIA 17.08 Piratas e Templários 17.51 O Preço da História 19.13 Caça-Tesouros 20.42 O Preço da História 22.45 O Melhor de O Preço da História 23.26 O Preço da História 1.26 O Melhor de O Preço da História 2.07 Piratas e Templários 3.35 Aldeias Históricas 4.02 Em Busca de Extraterrestres

SÉRIE Tempo Final RTP1, 0h33 Uma minissérie, de seis episódios, adaptada de um formato argentino. Cada episódio é fechado em si, tendo apenas em comum com os restantes o facto de a história ser contada em tempo real. As amigas de Paula preparam-lhe uma surpresa para a sua despedida de solteira: um stripper com o qual Paula acaba no quarto. Mas, ao descobrir a infidelidade da futura mulher, Gonçalo decide vingar-se. E usar as amigas dela para tal. Despedida, com realização de Leonel Vieira, conta com Ana Cristina Oliveira, Mafalda Pinto, Nuno Pardal e Bárbara Costa.

INFANTIL Shrek para Sempre (v. port.) TVI, 14h Depois de alguns anos a viver a etapa do felizes para sempre, as pressões da rotina, os filhos e todas as complicações próprias de uma família numerosa levam Shrek a questionar-se se não seria mais feliz nos tempos em que era um ogre solteiro. É então que surge Rumpelstiltskin, tornando os desejos de Shrek realidade. Mas que consequências esconderá esta versão alternativa da sua vida?

ODISSEIA 17.06 Guerreiros do Ar 18.00 Guerreiros do Ar 18.53 Armas Que Mudaram o Mundo 19.43 Eco Warriors 20.29 O Guerreiro Mais Letal 21.15 Guerreiros do Ar 23.00 1000 Formas de Morrer 23.45 Sexo nas Cidades do Mundo 0.39 Guerreiros do Ar 2.26 1000 Formas de Morrer 3.11 Sexo nas Cidades do Mundo 4.08 O Guerreiro Mais Letal 4.56 A Odisseia da Humanidade

O Panda do Kung Fu (v. port.) Biggs, 18h O sonho do panda Po é lutar ao lado dos maiores mestres de kung fu. E, por obra do destino, acaba por ser o escolhido para salvar o vale do pérfido Tai Lung. A sua formação fica a cargo do mestre Shifu, mas a sua generosa barriga e enorme rabo não se enquadram bem nos estilos tradicionais do kung fu.


36 • Público • Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2016

JOGOS CRUZADAS 9732

TEMPO PARA HOJE

Horizontais: 1. A Academia, os estudantes (Coimbra). Observavam. 2. Alternativa. Estado governado por um rei. Variante do pronome “o”. 3. Esfregado com areia ou outro pó. Pousio (Trás-os-Montes). 4. Um certo. Ofensa grave. 5. Pôr alerta. Símbolo de miliampere. 6. Reduzo a pó. Ave da família dos Psitacídeos. 7. Que não se podem revelar. 8. Elemento de formação de palavras que exprime a ideia de pequenez. Ressentimento. 9. A totalidade. Grupo de pessoas que cantam ao mesmo tempo. 10. Produzo som. Doença respiratória. Cálcio (s.q.). 11. Tostar. Transformar em ermo.

Verticais: 1. Lançar boatos. Entidade inspiradora de um poeta. 2. Campesino. Sétima nota musical. Eles. 3. Componentes. 4. Interjeição que designa dúvida ou menosprezo. Orvalho. 5. Atraente. Prestar para. 6. Embarcação típica de Sesimbra. Deus do Amor entre os Gregos. 7. Cuida. A mim. 8. Deslocar-se no ar. Ressonar. 9. Capital da Síria. 10. Lançar ou arrojar carga ao mar (Náut.). Anta (regional). 11. Brando. Dirigir a proa em certo rumo.

Bragança

Viana do Castelo 9º 16º Braga

2º 11º

5º 13º

Vila Real 6º 11º

Porto

16º

11º 17º Viseu 1,5-2,5m

Depois do problema resolvido encontre o título de um filme com Taraji P. Henson (2 palavras).

Guarda

7º 14º

Aveiro

5º 9º Penha Douradas 2º 6º

11º 18º Coimbra 9º 17º

Castelo Branco

Leiria

7º 13º

10º 17º Santarém

Horizontais: 1. Quota. Rali. 2. EUR. Aro. NÃO. 3. Se. Fresco. 4. Mediar. Ta. 5. Avaria. Icor. 6. VAZIO. MAIS. 7. Alor. Vi. MAI. 8. Rir. Cache. 9. Areola. Iso. 10. Ante. Dril. 11. Melga. Flama. Verticais: 1. Escavar. Cm. 2. QUE. Valia. 3. Ur. Mazorral. 4. Ferir. Eng. 5. TARDIO. Cota. 6. Areia. VALE. 7. Osa. Mica. 8. Cria. Dl. 9. Ano. Cimeira. 10. Lã. Tosa. SIM. 11. Iodar. Isola. Provérbio: Vale mais sim tardio que não vazio.

Portalegre

9º 18º

8º 13º

Lisboa 10º 17º Setúbal Évora

7º 18º

7º 17º

BRIDGE Dador: Norte Vul: Ninguém

NORTE ♠ J62 ♥ A7 ♦105 ♣AK10875

OESTE ♠ K985 ♥ Q9652 ♦Q74 ♣2

ESTE ♠ Q103 ♥ J104 ♦K63 ♣QJ96

SUL ♠ A74 ♥ K83 ♦AJ982 ♣43

Oeste

17º

SUDOKU

Norte 1♣ passo 2♣ Todos passam

Este passo passo

Sul 1♦ 3ST

Leilão: Equipas ou partida livre. Carteio: Saída: 5 ♥. Qual o seu plano de jogo? Solução: Existem seis vazas à cabeça: Ás de espadas, Às e Rei de copas, Ás de ouros e Ás e Rei de paus. A reação natural é fazer a primeira vaza com o Rei de copas e jogar de seguida um pau para o 10. Claro que se Oeste tiver as duas figuras de paus ou se os paus estiverem divididos 3-2 o contrato será cumprido em mais 75% das vezes. Contudo, existe uma hipótese melhor, porque os

Oeste

Norte

Este

passo

2♥

3♣

Beja

Sines

8º 17º

11º 17º

Problema 7238 Dificuldade: Fácil

ouros também oferecem alguma esperança para se fazer vazas adicionais. A boa linha de jogo: Rei de copas, retendo o Ás no morto como entrada posterior, encaixa de seguida o Ás e o Rei de paus. O naipe está 3-2? Se sim, basta jogar mais uma volta de paus e temos nove vazas: uma espada, duas copas, um ouro e cinco paus. Porém, no caso de hoje, os paus estão 4-1. Agora temos de apresentar o 10 de ouros e deixamo-lo correr caso Este não cubra com uma figura. Oeste faz a Dama de ouros e volta a insistir nas copas, para o Ás do morto. Repetimos a passagem a ouros e encaixamos o Ás. Quando o Rei cai passamos a ter nove vazas através de uma espada, duas copas, quatro ouros e dois paus. Conseguimos desta forma transformar uma linha de 76% numa outra de cerca de 85%. Toda a mais pequena migalha conta!

1,5-2,5m Sagres

Faro

13º 18º

12º 18º 18º 2-3m

Açores Corvo Graciosa Flores

Solução do problema 7236

12º

Terceira

15º 18º

S. Jorge

16º

18º

18º

Pico

5-6m

Faial

14º 16º

6-7m

S. Miguel

16º 19º Ponta Delgada

18º 4-5m

Madeira

Sul 1♠ ?

17º 21º

2-2,5m

18º 22º

Lua Cheia

Sol Nascente 07h42 Poente 17h15 Solução do problema 7237

14 Dez. 00h06

Marés Leixões Preia-mar 09:19 22:05 Baixa-mar 15:43 04:13*

© Alastair Chisholm 2008 and www.indigopuzzles.com

20º

Funchal

21º

1-2m

Resposta: É tentador marcar 3 ouros, mas essa voz deve ficar reservada para se marcar um bicolor 5-5. Passe. O parceiro pode ter uma boa ideia sobre o que fazer (tal como dobrar 3 paus, ao qual passamos).

Sta Maria

Porto Santo

Problema 7239 Dificuldade: Difícil

O que marca com a seguinte mão? ♠KQ975 ♥ 8 ♦AQJ4 ♣J95

João Fanha/Pedro Morbey (bridgepublico@gmail.com)

AMANHÃ

Cascais

Faro

2,9 08:55

2,9 09:02

2,8

2,8 21:42*

2,9 21:47

2,8

1,1 15:19

1,2 15:13

1,1

1,2 03:48*

1,3 03:43*

1,2

Fonte: www.AccuWeather.com

*de amanhã


CONHEÇA A CASA MENOS CONHECIDA DE ALEXANDRE ALVES COSTA: A DELE.

Colecção A casa de quem faz as casas E

ntre em casa do arquitecto Alexandre Alves Costa pela sua própria mão neste segundo volume da colecção “A casa de quem faz as casas”, inédita e exclusiva do Público. Alexandre Alves Costa colaborou, entre outros, com os arquitectos Siza Vieira, Camilo Cortesão e Sérgio Fernandez e hoje é Professor Catedrático Emérito da FAUP, dedicando parte do seu tempo à escrita, sendo autor de vários trabalhos editados em revistas da especialidade. Tem participado em conferências e palestras em Portugal e no estrangeiro sobre o ensino, a crítica e a história da Arquitectura. “A casa de quem faz as casas”, um olhar íntimo sobre a obra mais pessoal de 13 dos maiores nomes da arquitectura contemporânea portuguesa. Acompanhe também a série na TVI24, aos Sábados.

Adalberto Dias • Alexandre Alves Costa • Sérgio Fernandez • Eduardo Souto de Moura • José Carvalho Araújo • Manuel Graça Dias • José Adrião • João Mendes Ribeiro • João Luís Carrilho da Graça • Gonçalo Byrne • Manuel Aires Mateus • José Carlos Loureiro • Álvaro Siza

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TERÇA, 13 DEZ COM O PÚBLICO


38 • Público • Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2016

DESPORTO

FC Porto sem problemas para um apuramento de mão-cheia Bis de André Silva e um toque de calcanhar “à Madjer”, com assinatura de Brahimi, catapultaram o “dragão” para o clube dos 16 milionários da Europa FC Porto

5

André Silva 6’ e 64’ (g.p.), Corona 26’, Brahimi 44’, Diogo Jota 77’

Leicester

0

Estádio do Dragão, no Porto Espectadores 39.310 FC Porto Casillas, Maxi Pereira, Felipe, Marcano, Alex Telles, Danilo (Rúben Neves, 75’), Corona (Herrera, 76’), Óliver, Brahimi, André Silva (Rui Pedro, 78’), Diogo Jota. Treinador Nuno Espírito Santo Leicester Ben Hamer, Hernandez, Wasilewski, Morgan, Chilwell a38’, Demarai Gray, Mendy, Drinkwater (Barnes, 75’), Schlupp (Albrighton, 46’), Musa (Ulloa, 46’), Okazaki. Treinador Claudio Ranieri Árbitro Felix Zwayer (Alemanha)

Positivo/Negativo Corona Deu o mote e simplificou as contas com uma assistência e um golo fantástico. Assumiuse como o principal desequilibrador. Brahimi Um golo de antologia, inspirado no também argelino Madjer, “matou” o jogo e pode ter ajudado a dissipar as dúvidas em torno do avançado. Claudio Ranieri Uma opção discutível a do técnico italiano, que retirou praticamente todas as possibilidades de o Leicester discutir o jogo. O resultado foi categórico e, caso o “desfalque” não renda dividendos na Premier League, as coisas podem complicar-se.

Crónica de jogo Augusto Bernardino O FC Porto cumpriu o destino na Champions, apurando-se para os “oitavos” sem o mínimo sobressalto, com uma goleada das antigas e motivos de sobra para afastar os fantasmas mais recentes (5-0). No processo, ainda aproveitou para facturar sete milhões de euros, abatendo um Leicester transfigurado, irreconhecível até. Uma “raposa” que abdicou conscientemente dos seus verdadeiros instintos e da possibilidade de concluir a fase de grupos com o mesmo brilhantismo com que percorreu o trilho até ao Dragão. Por isso, o actual campeão inglês perdeu com naturalidade e sem arrependimentos uma surpreendente invencibilidade, ainda por cima por números que detonaram as melhores estatísticas dos britânicos. Com André Silva a recuperar o papel de “matador”, sem se compadecer das escolhas de Ranieri, o FC Porto desfazia — em tempo recorde — quaisquer hipóteses de mais uma noite de suspense ou sofrimento, aniquilando à distância a ténue esperança dinamarquesa, apesar da entrada autoritária do Copenhaga no jogo da Bélgica, com dois golos em 15 minutos. Preparado para este tipo de ameaça, Nuno Espírito Santo assumiu o jogo sem grandes receios, postura bem patente na coabitação de Brahimi e Corona. Percebia-se o desejo de destroçar o campeão inglês, que se apresentou em Portugal sem o “carrasco” Slimani e com dez alterações em relação ao último “onze” escalado por Claudio Ranieri. Uma revolução em que cabiam ainda três estreias na Champions e nenhuma dúvida quanto às intenções do treinador italiano, totalmente virado para a salvação no campeonato inglês, onde ocupa lugares próximos da zona de despromoção.

André Silva abriu o caminho ao triunfo do FC Porto, com um golo madrugador no Estádio do Dragão

As equipas apuradas

F

echada a fase de grupos, o sorteio agendado para a próxima segunda-feira vai comportar apenas dois condicionalismos. Não poderão defrontar-se, nos oitavos-definal da Liga dos Campeões, equipas que mediram forças na fase de grupos nem clubes do mesmo país. Para o Benfica, teoricamente surgirão o Leicester e o Mónaco como adversários mais convidativos, enquanto o FC Porto terá também na equipa francesa, orientada por Leonardo Jardim, e no Nápoles os rivais com grau de dificuldade um pouco menos elevado.

Primeiros classificados Arsenal Nápoles Barcelona Atlético Madrid Mónaco Leicester City Borussia Dortmund Juventus Segundos classificados Real Madrid Paris Saint-Germain Benfica Manchester City Bayern Munique Bayer Leverkusen FC Porto Sevilha

O FC Porto agradeceu a amabilidade e tratou de resolver a questão o mais rapidamente possível. André Silva voltou calmamente aos golos e Corona deixou bem claro que a história do apuramento teria um capítulo completo em mexicano, apimentado com um golo fabuloso, o primeiro de Corona na prova, precisamente o que o “dragão” precisava para poder passar à fase de triturar um opositor demasiado frágil e permissivo. Brahimi, a principal novidade no “onze” portista, demorou a engrenar. O palco onde mais gosta de brilhar parecia demasiado pesado para o argelino, que até falhou um golo aparentemente fácil, imitando Diogo Jota no desperdício tão familiar nos últimos tempos. Uma ideia que não vingou, pois o FC Porto detinha, apesar de tudo, o controlo absoluto e ensaiava algumas combinações explosivas, com Maxi


Público • Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2016 • 39

8

O FC Porto somou o oitavo triunfo frente a equipas inglesas, em 34 jogos. Os portistas registam ainda oito empates e 18 derrotas. FRANCISCO LEONG/AFP

REACÇÕES

Desta vez, o Sevilha não vai conquistar a Liga Europa

“A equipa fez um bom jogo, sem dúvida. Todos sabíamos o que valia este jogo. Dissemos depois do Nuno Sousa CLASSIFICAÇÕES empate em Copenhaga GRUPO E que íamos dar o passo Já há muito que se sabia que havia um confl ito de interesses em Sevilha. decisivo no Dragão e ainda Atingir o objectivo de saltar para os bem que assim foi” oitavos-de-final da Liga dos CampeJornada 6 Tottenham-CSKA Moscovo Bayer Leverkusen-Mónaco

“Marcámos e pudemos jogar o futebol que queremos jogar, sem a vontade imperiosa de vencer de qualquer maneira. A equipa demonstrou maturidade e percebeu a importância do jogo. Vencemos e isso é o mais importante” Nuno Espírito Santo FC Porto

a explorar bem a profundidade que acabaria por arrancar com estrondo o “génio da lâmpada argelina”, acabando, assim, com qualquer tipo de discussão, usando um toque de calcanhar em que Brahimi vestiu a pele de Madjer. O jogo podia acabar ali, mas faltava a segunda parte. Tempo para o Leicester reagir, num assomo de orgulho, e criar problemas a Casillas. Mas o Dragão registou o

CLASSIFICAÇÃO GRUPO G Jornada 6 FC Porto-Leicester City Club Brugge-Copenhaga J Leicester City FC Porto Copenhaga Club Brugge

6 6 6 6

5-0 0-2 V 4 3 2 0

E 1 2 3 0

D

M-S

P

1 7-7 1 10-3 1 7-2 6 2-14

13 11 9 0

facto e voltou de imediato à carga. Ao guião faltavam alguns apontamentos especiais, como a estreia europeia do herói improvável, o júnior Rui Pedro, testemunha privilegiada de um resultado gordo, com mais dois golos para a contabilidade portista. André Silva bisava da fatídica marca de penálti, onde falhara em momentos cruciais; Diogo Jota recuperava, igualmente, a confiança diluída no tempo que mediou desde o jogo com o Benfica. No final, até Herrera parecia destinado a fazer as pazes com o “tribunal” do Dragão. Para ser perfeito, só faltava mesmo o FC Porto poder escolher o próximo adversário nos oitavos-de-final da liga milionária, onde para já conseguiu recuperar o equilíbrio emocional e a capacidade de marcar golos para todos os gostos. augusto.bernardino@publico.pt

ões correspondia à impossibilidade automática de renovar o título na Liga Europa. O empate sem golos registado em Lyon, na última jornada da fase de grupos, serviu para cumprir o desígnio na Champions e para garantir a última vaga disponível (a que correspondia ao grupo do FC Porto cedo ficou encaminhada) na próxima fase da competição. A segunda competição de clubes mais relevante da UEFA terá, garantidamente, um vencedor diferente do das últimas três temporadas. No Stade des Lumières, assistiu-se ao único jogo sem golos do último dia da fase de grupos. O Lyon estava obrigado a vencer, de preferência por mais de um golo, para igualar a pontuação do Sevilha e depois poder segurar o apuramento no desempate. E não foi por falta de pressão ou iniciativa que falhou o objectivo. Na verdade, os franceses foram os únicos a procurar a vitória e os números são esclarecedores: 24 remates contra apenas dois do Sevilha. Acontece que nenhum cumpriu o desígnio e os andaluzes, que somam cinco títulos na Liga Europa, vão partir para um novo voo nas provas da UEFA. Quem já lá estava à espera era a dupla Real Madrid-Borussia Dortmund. Por isso, o que se decidia no Santiago Bernabéu era “apenas” o primeiro lugar do Grupo F, que acabou por ser arrebatado pelos alemães. Os “merengues” não souberam gerir a vantagem conferida por dois golos de Karim Benzema (28’ e 53’) e acabaram por ver o adversário chegar ao empate já perto do final: depois de Aubameyang ter reduzido aos 61’, foi Marco Reus (89’) quem garantiu que as duas equipas fechavam esta fase sem derrotas. Uma meta que, no último fôlego, fugiu ao Mónaco. E de forma estrondosa. No Grupo E, os franceses so-

J

Mónaco Bayer Leverkusen Tottenham CSKA Moscovo

6 6 6 6

V

3 2 2 0

E 2 4 1 3

3-1 3-0 D 1 0 3 3

M-S

P

9-7 8-4 6-6 5-11

11 10 7 3

GRUPO H Jornada 6 Juventus-Dínamo Zagreb Lyon-Sevilha J Juventus Sevilha Lyon Dínamo Zagreb

6 6 6 6

2-0 0-0 V 4 3 2 0

E 2 2 2 0

D

M-S

P

0 11-2 1 7-3 2 5-3 6 0-15

14 11 8 0

freram a primeira derrota e por uns expressivos 3-0, às mãos do Bayer Leverkusen. Na Alemanha, o jovem médio ucraniano Vladlen Yurchenko inaugurou o marcador com um golo de classe (30’), antes de Julian Brandt (48’) e Morgan de Sanctis (que viu a bola ressaltar-lhe no corpo e encaminhar-se para a baliza, na sequência de uma grande penalidade), aos 82’, fecharem o resultado. O resultado não mexeu com a hierarquia do grupo, limitando-se a aproximar os dois primeiros, o mes-

mo acontecendo com o Tottenham e o CSKA Moscovo. Em causa estava a terceira posição e a consequente qualificação para a Liga Europa. E os russos até entraram melhor em Londres, com um golo de Dzagoev aos 33’. Nesse cenário, o do triunfo virtual do CSKA, os ingleses ficavam fora das competições da UEFA. A resposta do Tottenham, porém, não tardou. Delle Ali empatou cinco minutos depois, com uma conclusão plena de tranquilidade e qualidade técnica, enquanto Harry Kane completou a reviravolta em cima do intervalo. O 3-1 final, esse, foi assinado pelo guarda-redes Akinfeev, numa intervenção infeliz, aos 77’, após cruzamento do avançado inglês. Estava garantido o prémio de consolação. O mesmo não pode dizer-se do Dínamo Zagreb, que entrou para a última ronda sem pontos nem golos marcados e saiu na mesma condição. Ao perder por 2-0 em Turim, frente à Juventus, o campeão croata fechou a participação na fase de grupos com 15 golos sofridos, o penúltimo apontado por Gonzalo Higuaín e o último pelo jovem central Daniele Rugani, que assim se tornou no 100.º marcador italiano na história da Champions. nsousa@publico.pt ROBERT PRATTA/REUTERS

Sevilha empatou em França e continua na Liga dos Campeões


40 • Público • Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2016

DESPORTO “Não foi por causa a do árbitro que s. fomos eliminados. u O Legia acreditou que poderia apurar-se

Não conseguimos ser apurados para a Liga Europa, mas agora há outros objectivos para conquistar Jorge Jesus Sporting

Perante a pior defesa da Liga dos Campeões, o Sporting falhou e ficou sem Liga Europa KACPER PEMPEL/REUTERS

Tiago Pimentel

Legia Varsóvia

Só durante 30 minutos os “leões” defenderam o lugar de acesso à Liga Europa. Derrota deixa Sporting na última posição do Grupo F

Sporting

A temporada, em termos europeus, terminou para o Sporting: a equipa de Jorge Jesus perdeu na visita ao Legia Varsóvia (1-0) e caiu para o último lugar do Grupo F da Liga dos Campeões, falhando o acesso à Liga Europa. Os polacos não celebravam um triunfo na fase de grupos da principal competição europeia de clubes há mais de 21 anos, mas quebraram o jejum perante uma equipa “leonina” que durante 90 minutos viveu em crise de identidade. Jesus apostou de início num esquema com três centrais, juntando Paulo Oliveira a Coates e Rúben Semedo, e durante a partida experimentou outras soluções diferentes. O técnico mexeu e mexeu — mas no essencial nada mudou, porque o Sporting não foi capaz de marcar à pior defesa da Champions (o Legia igualou o recorde negativo do BATE Borisov, com 24 golos encaixados). O Sporting viajou para a Polónia com dois pontos de vantagem sobre o Legia na bagagem, mas não conseguiu manter essa diferença e despediu-se prematuramente das provas europeias. Sem poder contar com Schelotto e João Pereira no lado direito da defesa, Jorge Jesus deixou Ricardo Esgaio no banco de suplentes e surpreendeu ao repetir a aposta num esquema de três centrais que já tinha utilizado perante o Borussia Dortmund. Bruno César fechou o lado direito e Markovic foi titular no apoio a Bas Dost. Os “leões” entraram mal e só aos 21’ fizeram o primeiro remate enquadrado com a baliza adversária, num livre de Adrien Silva que Malarz segurou. Mais perigosos, os polacos tiveram logo aos sete minutos um golo

1

Guilherme 30’

0

Jogo no Stadion Wojska Polskiego, em Varsóvia Assistência 28.232 espectadores Legia Malarz, Bereszynski, Rzezniczak a74’, Pazdan a81’, Hlousek, Kopczynski a36’, Moulin, Guilherme (Kucharczyk, 62’), Odjidja a75’, Radovic a79’ (Dabrowski, 90’+4’) e Prijovic (Hämäläinen, 86’). Treinador Jacek Magiera Sporting Rui Patrício, Bruno César, Paulo Oliveira (Ricardo Esgaio, 58’), Coates, Semedo, Zeegelaar (André, 68’), William Carvalho a81’aa85’, Adrien Silva a56’, Gelson Martins, Markovic (Bryan Ruiz, 58’) e Bas Dost. Treinador Jorge Jesus Árbitro Gianluca Rocchi (Itália)

Positivo/Negativo

Após a derrota na Polónia, Sporting fica apenas com as competições nacionais para disputar anulado por posição irregular de Prijovic. Apostado em estancar a hemorragia defensiva da sua equipa, Jacek Magiera instruiu os jogadores a reduzirem os espaços — o Legia entregava o controlo ao Sporting mas ameaçava em ataques rápidos. Aos 26’, após Rui Patrício fazer uma má reposição da bola, Prijovic surgiu em boa posição mas rematou ao la-

CLASSIFICAÇÃO GRUPO F Jornada 6 Legia Varsóvia-Sporting Real Madrid-Borussia Dortmund J Borussia Dortmund Real Madrid Legia Varsóvia Sporting

6 6 6 6

V 4 3 1 1

E 2 3 1 0

1-0 2-2 D

M-S

P

0 21-9 14 0 16-10 12 4 9-24 4 5 5-8 3

do. Quatro minutos depois, o suíço fez o cruzamento perante a oposição de Rúben Semedo e o brasileiro Guilherme (que em Portugal já actuou no Sp. Braga e Gil Vicente) antecipou-se a Paulo Oliveira para fazer o único golo da partida. Após uma primeira parte que deixou a desejar, o Sporting melhorou no segundo tempo e aos 56’ pode queixar-se de um penálti por assinalar: no mesmo lance há mão de Prijovic após alívio de Guilherme e depois de Hlousek, num remate de William Carvalho. Jorge Jesus abdicou então de Paulo Oliveira e Markovic para lançar Ricardo Esgaio e Bryan Ruiz e a pressão “leonina” intensificou-se. Mas a urgência foi má conselheira, faltou pontaria e o guarda-redes Malarz resolveu as situações mais complicadas. Foi o caso aos 77’, com um

excelente defesa ao remate de André — o brasileiro tivera o golo nos pés pouco antes, mas não conseguiu controlar a bola e falhou o remate. Numa fase em que o Sporting arriscava tudo pelo golo que desse o empate, William Carvalho foi expulso por acumulação de amarelos (85’) e, nos derradeiros minutos, o protagonismo pertenceu a Rui Patrício, que evitou males maiores ao brilhar com boas defesas aos remates de Kucharczyk e Radovic. Jorge Jesus admitira antes do encontro que os “leões” iam disputar uma final na qual estava em causa a presença na Liga Europa. A derrota em Varsóvia deixa o Sporting reduzido às competições nacionais — resta saber que efeitos terá este resultado, a poucos dias do derby. tiago.pimentel@publico.pt

Rui Patrício Com várias boas defesas, nomeadamente na recta final do jogo, evitou um embaraço maior para o Sporting em Varsóvia. Guilherme Marcou o golo que deu ao Legia a primeira vitória na fase de grupos desta Liga dos Campeões, algo não conseguiam há 21 anos. Opções de Jorge Jesus O técnico garantiu que ia escolher em função do que fosse “melhor para o Sporting”. Mas a aposta em três centrais não se justificou, nem pela qualidade intrínseca do Legia, nem pelo volume ofensivo dos polacos no jogo. E o panorama não melhorou muito com as alterações seguintes.


Público • Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2016 • 41

DESPORTO

Peseiro apela ao equilíbrio para a primeira vitória do Sp. Braga sobre o Shakhtar Futebol Nuno Sousa Em função do que fizer o Gent na Turquia, minhotos podem até nem precisar de pontuar para seguirem em frente na Liga Europa Para o Sp. Braga, a equação é simples: uma vitória sobre o Shakhtar Donetsk, esta tarde, garante-lhe um lugar nos 16 avos-de-final da Liga Europa. Mas há outras portas de acesso à próxima fase da prova, ainda que essas estejam dependentes do que fizer o Gent, na Turquia. Seja como for, José Peseiro já deixou claro o que quer e o que não quer: “Não

queremos jogo de loucuras, queremos equilíbrio”, apontou o treinador dos minhotos. O Shakhtar aterrou em Portugal com o estatuto de líder invicto do Grupo H (cinco vitórias em outros tantos jogos), com um técnico que conhece os cantos à casa (Paulo Fonseca) e com um historial esmagador frente ao Sp. Braga (cinco triunfos em cinco partidas). as). Para além do mais, embora já há muito se tenha qualificado, não facilitou minimamente na a convocatória, deixando de fora apenas o veterano Darijo Srna rna (que estará na rota do Barcelona) e o castigado Taras Stepanenko. Contas feitas, uma vitória sobre os ucracra-

JOGOS DE HOJE

CLASSIFICAÇÃO GRUPO H Jornada 6 Sp. Braga-Shakhtar Donetsk Konyaspor-Gent Shakhtar Donetsk Sp. Braga Gent Konyaspor

16h, SIC 16h, SP-TV1

J V E D M-S 5 5 0 0 17-3 5 1 3 1 7-7 5 1 2 2 8-13 5 0 1 4 2-11

P 15 6 5 1

nianos re resolve o problema ao Sp. Braga, ma mas, caso o Gent não vença no terre terreno do Konyaspor, qualquer resultado servirá as que aspirações asp dos minhotos, dada da a vantagem no confronto directo com os belfro gas. “Só queremos jogar ga com um resultado, que co

é o nosso. Temos de fazer um jogo inteligente. Queremos marcar e não sofrer, mas precisamos de ser uma equipa equilibrada”, advertiu Peseiro, na antevisão da partida. “Sabemos da força do adversário, mas jogamos em casa e contamos com apoio dos adeptos.” Para o Shakhtar, o objectivo é fechar a fase de grupos com um registo perfeito, concorrendo para esse desígnio com duas outras equipas nesta edição da Liga Europa, o Zenit S. Petersburgo e o Schalke 04. Para tal, precisará de manter o ímpeto goleador que tem demonstrado desde o arranque da prova, na qual soma 17 golos marcados e ostenta o estatuto de melhor ataque. nsousa@publico.pt

Grupo A Feyenoord-Fenerbahçe 18h, SP-TV2 Zorya-M. United 18h, SP-TV1 Grupo B APOEL-Olympiacos 18h, SP-TV3 Young Boys-Astana 18h Grupo C Anderlecht-St. Étienne 18h Mainz-Qabala 18h Grupo D Maccabi Tel Aviv-Dundalk 18h AZ Alkmaar-Zenit 18h, SP-TV5 Grupo E Astra Giurgiu-Roma 18h Viktoria Plzen-A. Viena 18h Grupo F Sassuolo-Genk 18h Rapid Viena-A. Bilbau 18h Grupo G Panathinaikos-CeltaVigo 20h05, SP-TV5 St. Liège-Ajax 20h05, SP-TV3 Grupo I Nice-Krasnodar 20h05 Salzburgo-Schalke 04 20h05 Grupo J PAOK-Slovan Liberec 16h Qarabag-Fiorentina 16h, SP-TV2 Grupo K Southampton-Hapoel BS 20h05, SP-TV1 Inter-Sparta Praga 20h05, SP-TV2 Grupo L Villarreal-Steaua B. 16h, SP-TV3 Osmanlispor-Zurique 16h PUBLICIDADE

Série

p

Portugal a olhar para si próprio. Nº 8 - LINHA VERMELHA O OLHAR DE JOSÉ FILIPE COSTA SOBRE A INFLUÊNCIA MEDIÁTICA NO PERÍODO PÓS-REVOLUÇÃO. Em “Linha Vermelha” revisitamos um filme emblemático de 1975, em que Thomas Harlan filma a ocupação da herdade da Torre Bela no Ribatejo. Uma viagem ao período revolucionário para perceber de que maneira Harlan interveio nos acontecimentos com a presença da sua câmara e o impacto do filme na vida dos ocupantes e na memória desse período.

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42 • Público • Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2016

SÁBADO

DESPORTO RAUL ARBOLEDA/AFP

fugas.publico.pt Disponível em formato digital assinaturas.publico.pt

O Douro por quem o ama

15 anos de património UNESCO

Adeptos do Atlético Nacional a despedirem-se da equipa

E no fim ganham as equipas europeias Capa

Futebol Tiago Pimentel Oito das últimas nove edições do Mundial de clubes foram para o representante da Europa. FIFA quer reformular prova

Viagem

Era uma vez na Arménia

Gastronomia

Restaurante Torreão Um bom exemplo, da cozinha à intervenção social

O Mundial de clubes é uma competição internacional a eliminar, disputada por sete equipas que representam as confederações continentais e o país anfitrião, e no fim costumam ganhar os emblemas europeus. Assim podia resumir-se o torneio que esta manhã arranca com mais uma edição: oito dos últimos nove troféus foram para o representante do futebol europeu, com a excepção a surgir em 2012, quando o Corinthians bateu o Chelsea. Não é, por isso, de admirar que o Real Madrid surja como grande favorito. Zidane vai levar uma equipa próxima da máxima força, com o lesionado Gareth Bale a ser o grande ausente. E, poucas semanas antes da entrega do prémio da FIFA para o melhor jogador mundial do ano, Cristiano Ronaldo tem a hipótese de juntar mais um título ao Euro 2016 e Liga dos Campeões. Se os “merengues” vencerem no Japão (seria o 21.º título internacional do Real Madrid), o internacional

português conquistará o Mundial de clubes pela terceira vez, após os triunfos pelo Real Madrid (2014) e Manchester United (2008). Nos últimos anos o Mundial de clubes tem deixado claro o fosso que separa o futebol europeu dos clubes oriundos do resto do planeta. Não é só a entrada em competição numa fase avançada do torneio (o que também acontece com o representante da América do Sul) ou a hegemonia nos títulos: o golo com que o Corinthians derrotou o Chelsea foi o último sofrido por uma equipa europeia, e já lá vão quatro anos. O presidente da FIFA, Gianni Infantino, admitiu recentemente que gostaria de remodelar a competi-

CALENDÁRIO MUNDIAL DE CLUBES Jogo 1 (hoje) Kashima Antlers-Auckland City 10h30, SP-TV1 Jogo 2 (domingo) Jeonbuk-América 7h00, SP-TV1 Jogo 3 (domingo) Sundowns-Vencedor jogo 1 10h30, SP-TV4 Jogo 4 (14 de Dezembro) Vencido jogo 2-Vencido jogo 3 7h30, SP-TV1 Jogo 5 (14 de Dezembro) Atl. Nacional-Vencedor jogo 3 10h30, SP-TV1 Jogo 6 (15 de Dezembro) Vencedor jogo 2-Real Madrid 10h30, SP-TV1 Jogo 7 (18 de Dezembro) Vencido jogo 6-Vencido jogo 5 7h00, SP-TV1 Final (18 de Dezembro) Vencedor jogo 6-Vencedor jogo 510h30, SP-TV2

ção, ampliando o número de equipas e mudando a data de Dezembro para Junho. “O futebol actualmente não é só Europa e América do Sul. O mundo mudou e é por isso que temos de tornar o Mundial de clubes mais interessante para as equipas e também para os adeptos. É isso que estamos a tentar fazer, criando um torneio muito mais atractivo, com mais qualidade entre os participantes e mais clubes. Isso vai atrair mais patrocinadores e televisões de todo o mundo”, sublinhou numa entrevista ao diário desportivo espanhol Mundo Deportivo. Enquanto as mudanças não chegam, esta manhã arranca mais uma edição do Mundial de clubes com a eliminatória entre o estreante Kashima Antlers (campeão japonês e representante do país anfitrião) e o Auckland City (campeão da Oceânia e que disputa o torneio pela oitava vez). O Real Madrid entra em acção daqui a uma semana, frente ao vencedor do jogo entre o sul-coreano Jeonbuk, campeão asiático, e o mexicano América, campeão da América do Norte, Central e Caraíbas. O Atlético Nacional, campeão da Taça Libertadores — e que ia disputar a final da Taça Sul-Americana com a Chapecoense, equipa brasileira vítima de um acidente aéreo — discute a outra meia-final. tiago.pimentel@publico.pt


Público • Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2016 • 43

DESPORTO

“Acredito que haverá uma equipa com bandeira, patrocinador ou parte da tripulação portuguesa”

Breves MIGUEL RIOPA/AFP

Vela David Andrade, em Alicante

Futebol

Infantino insiste em Mundial de futebol com 48 selecções

Mark Turner, novo CEO da VOR, afirma que a maior regata à volta do globo quer manter uma ligação de “longo prazo” com Lisboa Depois de, em 2012 e em 2015, ter sido um dos portos stopover da Volvo Ocean Race (VOR), Lisboa vai ganhar uma importância redobrada na 13.ª edição da maior regata à volta do globo. Mark Turner, novo CEO da VOR, pretende que a ligação do evento à capital portuguesa seja “de longo prazo” e, a cerca de dez meses do início da competição, diz acreditar que haverá, pela primeira vez, “uma equipa com bandeira, patrocinador ou parte da tripulação portuguesa”. Uma das novidades para a edição 2017-18 será a possibilidade de haver tripulações mistas e Mark Turner revela o desejo de que um dos Volvo Ocean 65 tenha ao leme uma skipper: “Seria bonito e muito impactante.” Quase 45 anos depois do Sayulla II, um barco de bandeira mexicana comandado por Ramón Carlin, ter festejado a vitória na primeira edição da Whitbread Round the World Race, competição que em 2005 foi rebaptizada para VOR, aquela que é considerada a mais longa prova náutica do mundo terá o seu início, pela quarta vez consecutiva, em Alicante. A pouco mais de dez meses dos Volvo Ocean 65 partirem da cidade andaluza rumo a Lisboa, Mark Turner, novo CEO da competição, fez a projecção sobre o que espera das nove etapas do circuito oceânico, que terá um trajecto superior a 80.000 quilómetros entre Outubro de 2017 e Junho de 2018, mas num encontro com jornalistas portugueses, na sede da VOR, em Alicante, não se ficou por aí. Olhando para o futuro da competição, Turner, oficial da Marinha Britânica na reserva, ex-participante da VOR (1989-90) e fundador da OC Sports, empresa que promove, por exemplo, o Extreme Sailing Series, destaca a importância de Lisboa, “um óptimo lugar para [a VOR] ter a sua base técnica”. Com o boatyard (estaleiro) da prova desde Maio, a capital portuguesa será “o único local onde os barcos podem treinar em conjunto” e, por esse motivo, Turner

Ao contrário do que aconteceu em 2015, o Abu Dhabi não vai integrar a nova edição da Volvo Ocean Race revela que as equipas foram aconselhadas a “mudarem-se” para Lisboa: “Persuadimos as equipas para que tenham em Lisboa a sua base técnica entre Fevereiro, quando o primeiro barco estará na água, e Setembro, altura em que serão feitas todas as revisões pré-regata.”

“Escala e solidez económica” Reconhecendo à capital portuguesa “escala operacional e solidez económica”, o CEO da VOR revela que pretende transformar a Doca de Pedrouços, onde está instalado o boatyard, na “base técnica da prova ao longo da próxima década ou mais”, destacando que Lisboa pode beneficiar de uma possibilidade que “ainda está em análise”: “Se a prova começar a disputar-se a cada dois anos [até agora é trienal], todos os anos regressaremos à base. Estaremos

“Se nos pudermos manter em Lisboa por um período consistente, a cidade tornar-se-á atractiva para outros sectores”

em Lisboa quase em permanência.” Com “praticamente um ano de stopover, o que nunca nenhuma outra cidade teve”, já que em Agosto haverá a “leg zero”, entre Lisboa e Plymouth, e em Setembro o prólogo ligará a cidade lisboeta e Alicante, em Lisboa trabalham, actualmente, cerca de 80 pessoas no boatyard. Considerando toda a logística da construção naval e necessidades daí decorrentes ao nível de alojamento, restauração e outros serviços, o impacto financeiro na economia local entre Maio e Dezembro está estimado em cerca de seis milhões de euros. “Se nos pudermos manter em Lisboa por um período consistente, a cidade tornar-se-á a longo prazo muito atractiva para outros sectores envolvidos no desenvolvimento dos barcos”, sublinhou o britânico. Com apenas duas equipas já confirmadas oficialmente (Team AkzoNobel e Dongfeng Race Team), Mark Turner revelou que há mais duas embarcações que deverão ficar “fechadas” até ao final do ano, mostrando esperança que, pela primeira vez, a regata conte com uma participação portuguesa: “Há três diferentes iniciativas a decorrer. Não sei em que termos irá acontecer, se será uma equipa com bandeira portuguesa,

com um patrocinador português ou parte da tripulação portuguesa — ou até essas três possibilidades combinadas. Mas acredito que uma dessas hipóteses se vá concretizar. Espero que aconteça.” As novas regras permitem a inclusão de equipas mistas, com cinco combinações possíveis: sete homens, sete homens e uma ou duas mulheres, sete mulheres e um ou dois homens, cinco homens e cinco mulheres, ou 11 mulheres. Turner reconheceu que nem todas as tripulações participantes estarão dispostas a integrar velejadoras, mas defendeu a política de igualdade de géneros adoptada pela VOR: “Se há desporto em que se pode ter homens e mulheres na mesma equipa, é a vela”. Uma das mais respeitadas figuras da modalidade, o britânico adiantou que há três barcos que “podem estar interessados” em terem homens e mulheres na tripulação, e deixou um desejo: “Espero que pelo menos uma venha a ter uma skipper. Seria bonito e muito mais impactante do que uma equipa totalmente feminina.” O PÚBLICO viajou a convite da Volvo Ocean Race dandrade@publico.pt

O presidente da FIFA, Gianni Infantino, pretende que o Campeonato do Mundo seja disputado por 48 selecções, num formato de 16 grupos de três equipas, revelou ontem à agência France Press fonte do organismo. “Cada selecção disputará dois jogos no respectivo grupo. Os dois primeiros classificados de cada agrupamento qualificarse-ão para os 16 avos-definal”, explicou a mesma fonte. Infantino, que já se manifestou várias vezes favorável ao alargamento do Mundial para 48 participantes, quer adoptar o novo modelo competitivo a partir da edição de 2026, ainda que o cenário de 40 ou 32 equipas esteja também em equação nesta altura. Jogos Olímpicos

Tóquio 2020 terá cinco novas modalidades O Comité Olímpico Internacional (COI) aprovou ontem, em reunião da Comissão Executiva, em Lausana, na Suíça, a inclusão de cinco novas modalidades para os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020, passando o surf, a escalada, o karaté, o skate e o basebol/softball a integrar a lista ampliada para 33 modalidades olímpicas. O alargamento já tinha merecido o voto unânime dos 85 membros do COI, reunidos no Rio de Janeiro, em Agosto. Estas cinco modalidades representam “uma combinação de desportos bem estabelecidos e emergentes”, argumenta o COI, prevendo-se que a sua inclusão trará 474 atletas e 18 provas suplementares ao programa dos Jogos.


44 • Público • Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2016

ESPAÇO PÚBLICO

Donald Trump

Goste-se ou não se goste dele, Donald Trump é uma das figuras em destaque no ano e a revista Time escolheu-o, aliás, como a personalidade de 2016. É uma escolha quase inevitável, dirão muitos, depois de Trump ter sido eleito Presidente dos EUA e quando a maioria julgava que isso seria impossível. O polémico Trump e a intensidade do processo de eleição justificam o título que a revista escolheu: “Donald Trump, Presidente dos Estados Divididos da América.” J.J.M.

Isabel Mota

Isabel Mota vai ser a primeira mulher a assumir a presidência da Fundação Calouste Gulbenkian. Com uma longa ligação à casa — faz parte do conselho de administração desde 2009 —, sucederá em Maio de 2017 a Artur Santos Silva. Ontem, já estabeleceu aquelas que serão as suas prioridades: manter a fundação a acompanhar os novos tempos, construir mais tolerância a partir da arte e cultura e focar as actividade da fundação junto dos mais vulneráveis. J.J.M.

De Srebrenica a Alepo Diogo Queiroz de Andrade Editorial

À

s vezes reduzimos os factos a títulos, resumindo ansiedades e projectando expectativas. Mas na crise síria tudo é difícil entender, quanto mais explicar. A realidade raramente se compadece com desejos ingénuos de quem entende mal o que se passa as fronteiras das democracias ocidentais. A realidade de Alepo é uma confirmação triste de tudo isto. Fartos do regime brutal de Assad, muitos no Ocidente esperaram

que os rebeldes sírios pudessem dar sinais de uma nova primavera árabe. Esses sinais não vieram e o que chegou foi a ameaça do Estado Islâmico, que levou europeus e americanos a engolir em seco — e a deixar que o ditador sírio se aliasse aos russos, que aproveitaram a oportunidade para recuperar relevância numa região fundamental para o seu futuro imediato. A queda de Alepo deverá significar o princípio do fim da guerra síria. Mas isso deverá representar o eternizar do poder de Assad e do seu regime brutal — para além de reforçar o peso de Putin na cena internacional. Ao mesmo tempo dará mais peso aos xiitas iranianos e iraquianos que

quererão reforçar ainda mais o seu peso na região. Nada no Médio Oriente é fácil, por vezes agir é tão dramático quanto ficar parado. E se a “libertação de Mossul” se parece de forma tão dramática com “a desgraça de Alepo” é porque podemos escolher olhar apenas para um dos aspectos da realidade. Mas ambas são desastres civilizacionais com consequências devastadoras para quem não fez mais do que nascer no bairro errado, no século errado. Isso, sim, é fácil de identificar: continuamos a deixar que a barbárie impere e se sobreponha a valores básicos de humanidade. A Síria é um dos mais tristes falhanços de 2016, mas não é o único. Os corpos dos imigrantes

no Mediterrâneo ajudam a compor um ano particularmente infeliz para quem acredita que a moral se deveria sobrepor aos desmandos da geopolítica simplista que nos resguarda das tristezas alheias. Quando as equipas humanitárias entrarem na cidade-mártir de Alepo, todos vamos usar o Facebook para chorar a imensa destruição. Alguns de nós vão até doar umas camisolas ou umas latas de atum para apoiar as vítimas. Mas depois vamos voltar alegremente para as nossas vidas, até à próxima Alepo. Ou Mossul. Ou Srebrenica. Ou outro desastre qualquer em que tenhamos falhado também enquanto civilização. dqandrade@publico.pt

CARTAS AO DIRECTOR Deplorável

As cartas destinadas a esta secção devem indicar o nome e a morada do autor, bem como um número telefónico de contacto. O PÚBLICO reserva-se o direito de seleccionar e eventualmente reduzir os textos não solicitados e não prestará informação postal sobre eles.

Email: cartasdirector@publico.pt Telefone: 210 111 000

Como leitor e assinante do jornal PÚBLICO desde o primeiro dia escrevo a deplorar o destaque e as duas páginas de texto dado ao “caso da manteiga” no filme O Último Tango em Paris. Os critérios a que me habituei nas escolhas editoriais do jornal não são os do sensacionalismo colocado em destaque na primeira página, mais associados aos diários conhecidos por “tablóides”, e que o desenvolvimento da reportagem e as opiniões expressas só confirmam — a “não história” e o vazio do tema da forma como é tratado. Pobre Maria Schneider, que não estava “disponível” para dar também a sua opinião. Sem escrever com esse sentido, a crónica do António Pedro

Vasconcelos conclui de forma sensata: “Valeu a pena?” João Cabral, Lisboa

ponto de situação que o PÚBLICO nos trouxe. Maria Clotilde Moreira, Algés

O PÚBLICO e o Vá-Vá

Migalhas do salário mínimo nacional

Na secção Local de domingo o PÚBLICO faz uma agradável evocação do Vá-Vá, deixando-nos apreensivos pelas dificuldades que existem para a sua actualização e até manutenção. O Vá-Vá é um daqueles espaços lisboetas que são história da cidade e é importante que seja encontrada solução para a sua continuidade. Todos os meses no segundo sábado de cada mês, pelas 15h00, é o local escolhido para nos juntarmos e ali dizer poesia. Estou a falar da Associação Portuguesa de Poetas. E assim no próximo sábado, 10 de Dezembro, além dos nossos versos, muitos irão referir este

As confederações patronais são a favor duma política de empobrecimento, já que usam a Concertação Social como trincheira para alterar a seu favor o modelo laboral, impondo salários baixos. O regresso ao passado não pode acontecer com trabalhadores a ganhar salários míseros que darão reformas minguadas. O aumento do salário mínimo nacional (SMN) não originou desemprego, nem encerramento de empresas. A pretexto da competitividade, o trabalho foi precarizado e o horário de trabalho desregulado (trabalha-se mais de oito horas por jornada e não se recebe o valor das horas

extras). É preciso melhorar a qualidade de emprego, erradicar as soluções de instabilidade laboral e retomar a contratação colectiva. Apesar de conhecerem há um ano o valor do SMN proposto pelo Governo, as confederações patronais ainda preparam as suas propostas, encarando o aumento com estafada relutância máxima. O presidente da Confederação do Comércio tem a sem-vergonha de exigir contrapartidas estatais, para os patrões aumentarem o SMN. Assim os salários serão subsidiados por todos nós! Qualquer valor do SMN abaixo de 557 euros é uma esmola que exige uma posição sindical firme. Mais importante do que concertar posições é pagar um SMN que dê alguma dignidade a quem trabalha. Vítor Colaço Santos, São João das Lampas


Público • Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2016 • 45

Os artigos publicados nesta secção respeitam a norma ortográfica escolhida pelos autores

Nuno Espírito Santo

O ambiente está muito mais desanuviado para os lados do Dragão e as nuvens negras que pairavam sobre a cabeça de Nuno Espírito Santo foram levadas pela brisa dos resultados. Depois do triunfo sobre o Braga em cima da hora, o FC Porto começou ontem cedo a acertar na baliza e construiu uma goleada sobre o campeão inglês que permite a Portugal ter duas equipas nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões. O FC Porto está de volta. J.J.M.

Jorge Jesus

O derby de Lisboa no domingo promete em intensidade e nervosismo. Se o Benfica ganhou os milhões de euros da Liga dos Campeões, mas não se livrou da segunda derrota consecutiva e de uma exibição fraca, já o Sporting não só disse adeus ao que ainda podia arrecadar com a descida à Liga Europa, como vai à Luz sem dinheiro e também com uma derrota no saco. Estaremos a chegar ao fatídico Natal leonino?... J.J.M.

ESCRITO NA PEDRA Se o desonesto soubesse a vantagem de ser honesto, ele seria honesto ao menos por desonestidade Sócrates, 470 a.C.—399 a.C., filósofo

Nós, os venenosos

GIANLUIGI GUERCIA/AFP

SEM COMENTÁRIOS MINEIROS, MADAGÁSCAR

Miguel Esteves Cardoso Ainda ontem

É

EM PUBLICO.PT É Natal, é Natal Começamos por Lisboa e Porto, mas ao longo desta semana avançamos pelo resto do país, à procura da agenda mais relevante para esta época. Concertos, pistas de gelo, carrosséis, doces e ideias para prendas, há de tudo para animar a quadra natalícia. http://fugas.publico.pt

Uma linha para esclarecer dúvidas sobre saúde animal Cães, gatos, cavalos e exóticos: os enfermeiros e médicos veterinários da Linha Saúde Animal 24 respondem a dúvidas sobre estes animais e encaminham quando necessário. Chamadas têm custo único de 60 cêntimos (mais IVA). http://p3.publico.pt/pet

Stress? Um fim-de-semana prolongado pode aliviar a época festiva Dezembro está envolto em rituais natalícios de harmonia familiar, mas também no caos dos preparativos, e, por conseguinte, ansiedade e stress. As dicas de uma especialista para organizar uma escapadela em Dezembro ou Janeiro sem aumentar o stress dos rituais natalícios. http:// http://lifestyle.publico.pt/

de deitar as mãos à cabeça: “Uma águia-imperial-ibérica, 11 milhafres-reais e uma raposa morreram no maior episódio de envenenamento de aves selvagens numa zona de protecção especial, em Castro Verde.” Num comentário à reportagem de Carlos Dias, A. C. Magalhães diz, com toda a razão, que “a prática criminosa de eliminação extensiva (...) de espécies predadoras é uma realidade ancestral que revela desconhecimento da importância destes animais e não pode ser combatido através da aplicação de simples multas, como é habitual. A legislação deve ser revista e as penas por crime ambiental ou contra a natureza devem ser fortemente agravadas”. Espero bem que a GNR apanhe a pessoa que matou estes animais e que se arranje maneira de castigá-la de maneira exemplar e com grande publicidade. Há também que fazer uma campanha pública permanente, orientada pela Liga para a Protecção da Natureza e outras organizações sábias e bemintencionadas, para mudar as ideias retrógradas, mesquinhas e assassinas da população. Os professores em Portugal têm feito um excelente trabalho de sensibilização ecológica dos alunos. Que melhores inspectores e divulgadores poderia haver do que as crianças e adolescentes? Dêem-lhes a missão de educar generosamente as pessoas com noções ancestrais de maltratar e matar animais. O verdadeiro veneno está na cabeça dessas pessoas que pensam que estão a proteger os pintainhos da malvadez assassina das aves de rapina. É preciso tirálo de lá, de uma vez por todas.


46 • Público • Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2016

ESPAÇO PÚBLICO

Será mesmo só populismo? JONATHAN ERNST/REUTERS

Maria de Fátima Bonifácio Na Europa e na América, esse povo esquecido e desprezado irrompeu com estrondo pela Ágora adentro

P

opulismo, no singular ou no plural, é seguramente uma das palavras mais repetidas ao longo do ano que se aproxima do fim. Há populismo por toda a parte da Europa; Donald Trump terá significado o triunfo do populismo nos EUA; e até oiço e leio que Putin é populista! É verdade que há muitas espécies de populismo em várias partes da Europa; não é verdade que a vitória de Trump tenha representado o triunfo do populismo na América; e Putin é um autocrata ditatorial que se pode dar ao supremo luxo de fazer eleições e manter um Parlamento, sem recurso a populismo nenhum. Esta dramática confusão semântica revela uma coisa: não temos ferramentas conceptuais para analisar o que está a acontecer no mundo. Não admira. O mundo está a transformar-se a um ritmo mais veloz do que a nossa capacidade de o intelectualizar. Não temos nome para a coisa que vemos acontecer sob os nossos olhos: uma gigantesca mutação histórica a processar-se a um ritmo inédito, o que faz do momento que vivemos o período mais imprevisível de que há memória. Esta imprevisibilidade é uma tremenda fonte de insegurança e angústia, que por seu turno aduba o solo para a emergência de fenómenos colectivos que não sabemos como interpretar. Hoje, vive-se às cegas. No meio desta turbamulta, há porém alguns elementos da realidade que podemos ao menos constatar. No plano mundial, a mudança geopolítica é radical. À região da Ásia-Pacífico, em que avulta a gigantesca China rodeada pelas suas adjacências e o seu velho rival, o Japão, junta-se Putin e o seu império em construção. A eleição de Trump incendiou a ambição imperial do novo czar de todas as Rússias. E vai construí-lo em aliança tácita com Donald Trump, que com razão dá a Europa por economicamente arrumada, militarmente desarmada e intelectualmente vencida. E a Europa, coitada, queixa-se da ingratidão (?) americana, e implora à Sra. Merkel que se recandidate. Percebe-se: Merkel é hoje a única líder europeia digna desse nome. Mas a Alemanha, em virtude do seu século XX, tão cedo não poderá ascender a potência protectora da Europa,

e, embora seja grande demais para a Europa, é demasiado pequena para aspirar ao papel de player mundial de primeira ordem. A extrema-direita começa a “normalizarse”. A xenofobia, o nacionalismo, a islamofobia, o racismo e, sobretudo, a revolta contra o centralismo de Bruxelas adquiriram direito de cidade, e na cidade começou-se a ouvir, também, a voz oficial de políticos democraticamente eleitos que, com desassombrada incorrecção política, dizem às massas o que fora proibido dizer mas era o que elas sentiam e pensavam. Não sendo possível mudar de povo, mudaram os políticos. Alegadamente, tornaram-se todos, indistintamente, “populistas” — de direita, de esquerda, do centro, de cima e de baixo. Até o desnorteante voto da tão razoável Grã-Bretanha a favor do “Brexit” foi interpretado como um transvio populista do sensato povo britânico. Ao aparente paradoxo de uma aliança, formal ou informal, entre os EUA e a Rússia, com ofensiva

Os Trumps de vários pêlos e estilos não mentem: limitam-se a dizer o que o povo pensa

marginalização do Velho Continente, junta-se outro paradoxo não menos desconcertante: os pobres desataram a votar em milionários. É verdade que, na Itália, muitos deles já tinham votado em Berlusconi, mas a Itália é periférica e esdrúxula. Trump, um milionário com modos e linguagem de carroceiro, misógino e racista, conseguiu captar para os republicanos o voto dos mais desfavorecidos. E estes desafortunados foram decisivos para a eleição dos afortunados, que Trump não assusta. Mas em quê, exactamente, terá consistido o alegado populismo de Trump? O populismo paradigmaticamente exemplificado pelo Syriza grego ou pelo Podemos espanhol, politicamente correctíssimo, tem a pretensão de possuir um pedigree intelectual e académico que reabilita e promove a mentira na política democrática como meio legítimo de captar votos e poder. Mas os Trumps de vários pêlos e estilos não mentem: limitam-se a dizer o que o povo pensa mas ninguém diz — pelo motivo de que o establishment vive protegido pelo “politicamente correcto”, uma forma de censura insidiosa mas violenta que impede a livre expressão das “inconveniências” que escandalizam as elites bem-pensantes e os eleitorados educados. Na Europa e na América, esse povo esquecido e desprezado, essa massa democrática primitiva irrompeu com estrondo pela Ágora adentro. Não os conciliarão com lisonjas tardias. Não

lhes venham com a democracia, os direitos humanos e os santos princípios humanitários, de que eles não sentem os efeitos. São gente que derrubou as muralhas da cidade dentro da qual estes valores habitavam, e começaram a desalojar os seus guardiães bem-pensantes — o “sistema”, o “establishment”, a “oligarquia”, tudo isso, com as suas querelas de família, vivia entrincheirado atrás de ameias semânticas agora contra eles de facto “desconstruídas”. Os partidos, sobressaltados, “abrem-se” à sociedade, esbracejando para sair do gueto, mas, com os novíssimos manobrismos democratizantes apenas apressam o seu fim. A democracia, sobre os quais ela assenta, não tem meios para integrar os novos “bárbaros” ocidentais; para absorver o protesto anti-sistema que sobressai como denominador comum de tantos e tão diversos protestos. Suspeito de que um dia, não muito distante, surgirá, de entre o remoinho do pensamento de envolta com o agir desencontrado dos escarnecidos “populistas”, uma nova e surpreendente forma de nos organizarmos politicamente. E suspeito, também, de que as categorias de esquerda e direita, já hoje insatisfatórias, perderão toda a utilidade classificativa e irão desaparecendo por inadequação e desuso. Nada do que é humano tem o privilégio da eternidade. Historiadora. Francisco Assis não escreve por estar ausente no estrangeiro


Público • Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2016 • 47

ESPAÇO PÚBLICO

Tempos modernos, pesadelos antigos Nuno Pacheco Em Público Nos seus 80 anos, o filme de Chaplin é muito mais moderno do que as idiotices “avançadas” do 5 Estrelas

U

ma boa notícia, neste Natal: o filme Tempos Modernos, de Charlie Chaplin, vai ser reposto em sala, em cópia restaurada, no dia 15 de Dezembro, neste ano em que se assinala o 80.º aniversário da sua estreia (é no Cinema Ideal). O que tem isso que ver com a actualidade? Tem muito. Desde logo, 1936. Quando o filme se estreou, o mundo estava numa irrazoável balbúrdia. Na sua feroz ironia, Chaplin não poupou ninguém (dos patrões da indústria aos déspotas mais em voga) e, por isso, o filme foi criticado nas democracias e banido nas ditaduras. Sobreviveu até hoje, pela sua humanidade. Pois neste mesmo momento, estando a Itália a braços com nova crise política (mais uma), por ela esbracejando a Europa em novas convulsões, reemergem salvadores de pacotilha na falência da chamada “política tradicional”. E é de Itália que volta a espreitar o 5 Estrelas de Beppe Grillo, clown feito político por força de uma “ideia”. E que ideia é essa? Um simples populismo? Ou algo mais refinado? Vejamos. O ideólogo do 5 Estrelas foi um empresário e político milanês chamado Gianroberto Casaleggio, que morreu em Abril de 2016 com um tumor no cérebro. Há dois vídeos, por ele publicados (estão ainda no YouTube), que sintetizam a sua visão do mundo, presente e futuro: Prometheus, La Rivoluzione dei Media (2007) e Il Nuovo Ordine Mondiale Gaia (2008). O que temos no primeiro? O elogio das “delícias” da Internet. A queda dos media tradicionais (TV e jornais já não existiriam em 2015, previa ele), a ascensão dos blogues, canais de notícias gratuitos, escritos por milhares de jornalistas para milhões de leitores, unificação de tudo na Net, imagens no Flickr, vídeos no YouTube, tudo gratuito, nada de direitos de autor ou de cobranças pelo que quer que seja. Em lugar de produtores e consumidores, haveria um híbrido de ambos: o “prosumidor”. Mas a evolução era concentracionária: a Google comprava a Microsoft, a Amazon comprava a Yahoo, nasciam empresas de realidade virtual como o Prometeus, a Place e a Spirit, em 2050 o Prometeus comprava a Place e a Spirit e tornava-se o único e mundial dono

do maior mercado do planeta: o da vida virtual. Assim: “Podemos andar em Marte, ir à batalha de Waterloo ou ao SuperBowl, pessoalmente. É real.” Isto era o que “oferecia” Casaleggio. Mas em Gaia ia mais longe. Depois de uma revisão apressada e primaríssima da história mundial, previa para 2018 a divisão do mundo em duas grandes áreas (democracia e ditadura), seguida de uma Terceira Guerra Mundial que duraria de 2020 a 2040. Nesta, seriam destruídos os “símbolos do Ocidente” (sic) como a Praça de São Pedro, a Notre Dame de Reims ou a Sagrada Família. Mil milhões de pessoas morreriam. O petróleo chegaria ao fim. O mar subiria 12 metros. Em 2043 “um movimento ambientalista” emergiria “em todo o mundo para gerir os problemas locais como a energia, alimentação, ambiente e saúde”. Em 2047 toda a gente teria a sua identidade numa rede social mundial criada pelo Google com o nome Earthlink. Quem não estivesse lá, não existiria. Em 2050, uma inteligência social colectiva chamada Brain Trust passaria a resolver os problemas complicados a toda a gente, partilhando todo o tipo de informações e dados online. Em 2054 era eleito, via Net, um governo mundial: Gaia. Sem partidos, ideologias, religiões, o homem seria o único dono do seu próprio destino e a consciência colectiva seria a nova política. Bonito? Nem por isso. A centralização, o governo único, as informações mundiais nas mãos de um só detentor são apenas novas vestes para pesadelos antigos. Uma palavra (virtual) esconde a outra (ditadura). Já demos, todos e muito, para tais peditórios. Ao diabo com as unificações, viva a diversidade! Voltando ao início. O filme de Chaplin, nos seus 80 anos, é muito mais moderno do que estas idiotices pretensamente avançadas. Vê-lo é um sopro de humanidade e ajuda a afastar os sempre muito solícitos salvadores, que, a coberto de riscas, estrelas ou bolinhas, se apressam a vir colocar nos humanos em crise os seus sempre tão prestimosos coletes-de-forças. Se, ao vê-lo, não saírem do cinema de alma lavada, é porque já estarão demasiado “virtuais” para sentir a vida.

Novas vestes para pesadelos antigos: uma palavra (virtual) esconde outra (ditadura)

Jornalista. Escreve à quinta-feira nuno.pacheco@publico.pt

A Itália é a Itália...

V

Ricardo Cabral ários responsáveis europeus têm deixado transparecer para a imprensa a ideia de que o Governo italiano irá resgatar a sua banca, à revelia das regras da União Bancária em vigor. Em particular, em relação a um dos maiores bancos de Itália, o banco mais antigo do mundo, Banca Monte dei Paschi di Siena (MPS), já há mais de um ano se discute a necessidade de uma recapitalização do banco. O Governo italiano não quer aplicar as regras do bail-in que resultariam em elevadas perdas para muitos pequenos investidores e tem conseguido habilmente adiar qualquer decisão. O MPS teria cerca de cinco mil milhões de euros de dívida subordinada que poderia ser convertida em acções de acordo com as regras de bail-in. O primeiro ponto a salientar é que só se conhece o que transpareceu para a imprensa, nomeadamente a Reuters, que cita fontes anónimas “próximas do assunto”. A proposta do Governo italiano que transparece “entrelinhas” num um artigo da Reuters, de ontem (7/12), seria proteger “pequenos investidores” e aforradores, que se tornariam “lesados do Monte dei Paschi”, se as regras actuais da União Bancária fossem aplicadas. Para o fazer, o Governo iria adquirir os primeiros 100.000 euros de obrigações subordinadas ao seu valor facial junto de investidores a retalho. Investidores institucionais com créditos subordinados veriam os seus créditos convertidos em acções. O Estado, ao proceder dessa forma, adquiriria cerca de dois mil milhões de euros de obrigações que seriam convertidas em acções, na prática nacionalizando o banco e passando a deter uma posição accionista que se estima em 40%. Não é claro se, além disso, seria feita uma injecção de capital adicional. Várias notas a retirar: O Governo italiano seguiu o seu próprio caminho e recusou-se a ceder à Comissão Europeia e ao BCE... até ver; A injecção de capital de cinco mil milhões de euros — num banco com cerca de 60% mais activos do que a CGD — a ocorrer

através da conversão de dívida subordinada, deixará o MPS com uma cobertura do crédito em risco de 61% (inferior aos 63% da CGD no final do primeiro semestre de 2016) e rácio de alavancagem de próximo de 4,5% (CGD 5,7%), i.e., muito menos capitalizado do que a CGD em Junho de 2016; O Governo italiano não parece ter qualquer problema em nacionalizar um dos maiores bancos privados; e não se fala em banco de transição que tem de ser vendido num espaço de dois anos com prejuízo para o erário público (atenção Novo Banco); O Governo italiano parece querer fazer uma resolução bancária através de um decreto-lei que, na prática, contorna a resolução bancária da União Bancária. Ao que tudo parece sugerir, não haverá oficialmente uma resolução do banco através das instituições europeias, embora ocorra o bail-in das obrigações subordinadas. A informação conhecida sugere-me que o Governo italiano estará a considerar aplicar uma nova figura de “pré-resolução bancária” só com dívida subordinada, operada pelas autoridades italianas, em que o Mecanismo Único de Resolução não é tido nem achado. A confirmar-se, genial. Várias regras da resolução da União Bancária parecem prestes a ser ignoradas ou contornadas, de forma inteligente, pela Itália. A União Bancária, que nasceu há tão pouco tempo, está “ligada à máquina” e não parece que sobreviva. Pena que o sistema bancário português tenha de forma voluntarista sido cobaia de tão deficiente instrumento de política económica. Vamos ver o que a Comissão Europeia diz. Mas os sinais são de que a “Itália é a Itália”. E, aliás, a Itália não tem, nem terá, interlocutor nos próximos tempos para falar com a Comissão Europeia. Simplesmente brilhante. Avanti.

Por Ricardo Cabral, Francisco Louçã e António Bagão Félix Ricardo Cabral escreve à 2.ª e 5.ª, António Bagão Félix à 3.ª e 6.ª e Francisco Louçã à 4.ª e sáb.


Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2016

BARTOON LUÍS AFONSO

O RESPEITINHO NÃO É BONITO

Justiça para Nuno Crato João Miguel Tavares

O

ntem foi um dia triste para todos aqueles que acham que a função da escola é, em primeiro lugar, fazer crianças felizes (tese de Catarina Martins) ou professores felizes (tese de Mário Nogueira). Os resultados do estudo PISA de 2015 colocaram os alunos portugueses de 15 anos pela primeira vez acima da média da OCDE. Os resultados dos testes TIMMS colocaram os alunos portugueses do 4.º ano de escolaridade à frente da Finlândia nos resultados de Matemática, esse velho calcanhar de Aquiles. São resultados extraordinários. É muito possível que as crianças não estejam mais felizes. Quase de certeza que os professores não estão mais felizes. Mas a escola portuguesa está melhor. E está melhor por uma única razão: a exigência aumentou. Mais: aumentou contra os desejos dos sindicatos do sector; aumentou tendo de enfrentar Esta informação não dispensa a consulta da lista oficial de prémios

MIGUEL MANSO

greves e manifestações; aumentou no meio de um combate diário, difícil, desgastante, contra quem acha que o objectivo de uma escola não é ensinar alunos, mas dar emprego a professores. E se acham que exagero, vão ao site da Fenprof e vejam a forma como é celebrada a melhor performance de sempre no PISA. Resposta: não é. Sobre os resultados de Portugal não há, à hora em que escrevo, uma única palavra, nem que seja para disfarçar. O que há é uma notícia com o título “PISA: forte na promoção da equidade, mas fraco na defesa de políticas positivas para os professores”, que reflecte a posição da Internacional da Educação (adoro este nome), e que demonstra de forma exemplar tudo o que acabo de dizer: uma obsessão com as condições do exercício da profissão completamente desligada dos interesses da escola e dos alunos. É por isso que a Fenprof não festeja estes resultados. Porque sabe que não há nada para festejar. Estes resultados não foram obtidos com a Fenprof, mas sim apesar da Fenprof. E se o resultado do PISA é fruto de um trabalho longo, graças a uma série de ministros de Educação competentes (Marçal Grilo, David Justino, Maria de

Totoloto

Claro está que não há aqui só mérito da escola. Os pais de uma criança que hoje tem 10 anos possuem habilitações muito superiores às dos seus avós 4

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Lurdes Rodrigues), o mérito dos resultados do TIMMS deve ir direitinho para Nuno Crato, que fez da luta pela Matemática nos primeiros ciclos uma prioridade. Eu discordei de várias medidas que tomou, a mais gravosa das quais me parece ter sido o aumento do número de alunos por sala. Mas sempre celebrei, enquanto pai de três filhos que estão neste momento a frequentar o ensino público, o aumento da exigência que conseguiu imprimir na Matemática, fosse pela definição precisa das metas curriculares, 1.º Prémio

fosse pela promoção dos exames de quarto ano. Claro está que não há aqui só mérito da escola. Os pais de uma criança que hoje tem 10 anos possuem habilitações muito superiores às dos seus avós, e é natural que a determinação que colocam na performance escolar dos filhos seja mais elevada. Qualquer pai, excepto aqueles para quem a definição de felicidade é não trabalhar, sabe que metas e exames são uma forma eficaz de exigir mais aplicação aos alunos e aos professores. O aumento dos níveis de ansiedade é largamente compensado pelas competências que se conquistam ao nível do estudo, do empenho e da concentração num objectivo. Seja na escola ou em casa, a receita do sucesso é sempre a mesma: combater os interesses instalados (do sindicato à PlayStation) e exigir, trabalhar, persistir. Eu sei isso. Nuno Crato sabe isso. Será que Tiago Brandão Rodrigues também sabe isso? Tendo em conta a pressa com que desmantelou uma estrutura que acaba de se revelar vencedora, tenho as maiores dúvidas. Jornalista jmtavares@outlook.com

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