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Edição Lisboa • Ano XXVII • n.º 9734 • 1,70€ • Sábado, 10 de Dezembro de 2016 • Director: David Dinis Adjuntos: Diogo Queiroz de Andrade, Tiago Luz Pedro, Vítor Costa Directora de Arte: Sónia Matos

Estudo Neurónios que nos fazem perceber o tempo

Festival Robin, da série Foi assim Que Aconteceu, foi a estrela do Comic Con Cultura, 32

Fugas Os 15 anos do Douro como Património da Humanidade

Ciência, 34

Drones da Força Aérea vão vigiar as fronteiras europeias Concurso internacional foi ganho por Portugal e, a partir de 2017, equipas de militares portugueses vão liderar experiência europeia de utilização de aviões não tripulados no controlo da imigração Destaque, 2 a 4 JORNAL PÚBLICO

Dia de Portugal 2017 Marcelo e Costa viajam juntos entre Porto, Rio de Janeiro e São Paulo

Angola já deve 70 milhões à TAP Em cerca de três meses, os montantes retidos à empresa liderada por Fernando Pinto cresceram 20 milhões de euros p18/19

p6

Autoeuropa Produção em série do novo modelo arranca em Julho

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p20

O único Espírito Santo no activo deixa liderança do Haitong Bank

Portugal não segue ONU nas recomendações sobre racismo

Obama investiga ataques online nas eleições presidenciais

EUA e Rússia encontram-se hoje para tentar salvar Alepo

Ricciardi deixou o banco que comprou o BESI, onde foi presidente executivo nos últimos 13 anos p20

ONU reforça a necessidade de avançar com medidas específicas, mas Alto Comissariado recusa p12/13

O ainda Presidente deu ordem para avaliar ataques informáticos e a intervenção estrangeira nas eleições p26

Diplomacia prossegue ao mesmo tempo que o regime avança e Assad se aproxima mais da vitória p24/25

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2 • Público • Sábado, 10 de Dezembro de 2016

DESTAQUE

FRONTEIRAS

Força Aérea ganha concurso europeu de drones para vigiar Mediterrâneo A partir do próximo ano, equipas de militares portugueses vão liderar a primeira experiência europeia de utilização de aviões não tripulados no controlo da imigração clandestina Paulo Pena

O

concurso internacional aberto em Abril atraiu algumas das maiores empresas europeias de defesa e segurança. A expectativa era grande, dados os valores envolvidos (dez milhões de euros), uma parte substancial do reforço orçamental com que a União Europeia (UE) dotou a agência responsável pela segurança marítima, EMSA. Esta pequena agência, com sede em Lisboa, no Cais do Sodré, recebeu para 2017 mais 22 milhões de euros de dotação comunitária (o que significa um aumento de quase 50% nas verbas que geria) precisamente para poder contratar equipas de controladores de drones para as zonas identificadas como carenciadas deste tipo de vigilância. Quando a EMSA abriu o concurso, a Força Aérea Portuguesa, que desenvolve um projecto com drones desde 2006, decidiu concorrer. Foi preciso que o ministro da Defesa, Azeredo

Lopes, autorizasse. Com o “sim” do governante, explica o coronel Passos Morgado, a participação neste concurso encaixava como uma luva “nos objectivos do programa da Força Aérea”. Precisamente porque permitiria dar o salto para um ambiente operacional numa tecnologia usada, sobretudo, em testes. Por ser a primeira vez que uma agência europeia, civil, se preparava para adquirir estes aviões não tripulados, usados quase exclusivamente em contexto militar, e dados os concorrentes de peso, não havia muitas expectativas quanto à vitória. Mas ela acabou por acontecer, e já foi oficialmente consagrada no jornal da UE, há pouco mais de uma semana. Este ponto é importante: foi preciso esperar que acabasse o período de contestação dos resultados do concurso. Oficialmente, nenhum dos consórcios concorrentes avançou para a impugnação. Mas houve quem expressasse críticas à participação de uma entidade pública de um Estadomembro num concurso que as empresas vêem como exclusivamente destinado a privados.

Uma das queixas que o PÚBLICO ouviu de uma empresa fabricante de drones é que o preço apresentado pela Força Aérea seria sempre imbatível, por ser financiado pelo Orçamento do Estado português. A EMSA não vê as coisas dessa forma e esclarece que a Força Aérea apenas lidera um consórcio que tem mais duas empresas privadas (portuguesas), a UA Vision e a Deimos Engenharia.

Nova política europeia A EMSA não vai comprar os drones, apenas alugar a sua disponibilidade, porque, como explica Leendert Bal, o director de operações da agência europeia, “esta é uma tecnologia em constante evolução, que rapidamente se torna obsoleta, pelo que não faz sentido comprar o equipamento”. Neste caso, os aparelhos são da UA Vision. Mas a maioria dos membros da equipa que estará no terreno, a controlar os drones e a recepção dos dados, pertence à Força Aérea. Quando começarem as operações a sério, em Março do próximo ano, estarão disponíveis dois drones de até 20 quilos, com capacidade para

filmar em vídeo e recolher outro tipo de informações sobre o que se passa no mar, até um limite de 50 quilómetros da linha de costa. Não será a sua única tarefa (talvez nem a principal), mas estas equipas poderão vir a ser chamadas para testar a primeira utilização de drones nas operações de vigilância das rotas de imigração no Mediterrâneo. Se a nova Guarda Costeira e de Fronteiras Europeia, criada em Novembro em substituição da Frontex, decidir que estes meios são úteis, pode requisitar à EMSA, em Lisboa, o envio de uma frota de drones para algum dos pontos sensíveis do Mediterrâneo, como as ilhas italianas da Sicília ou Lampedusa, ou para a Grécia. Se assim for, a Força Aérea enviará uma equipa de quatro elementos, uma estação móvel e dois drones. Cada um destes homens tem uma responsabilidade concreta: o operador, que define e mantém o plano de voo, é o “piloto”; o operador de sensores regista, trata e transmite a informação recolhida pelos drones na estação em terra e torna-a acessível à EMSA; o “safety”, que coordena a operação

10 milhões de euros é o valor do concurso ganho pela Força Aérea. Os drones começam a operar em Março de 2017

2 drones de até 20 quilos serão usados nas missões, que decorrem até um limite de 50 quilómetros da linha de costa


Público • Sábado, 10 de Dezembro de 2016 • 3

MIGUEL MADEIRA/ARQUIVO

Este trabalho é o primeiro do consórcio Investigate Europe, que o PÚBLICO integra com outros jornais europeus. Leia mais amanhã

O admirável mundo novo da biometria Paulo Pena

“E e é responsável pela descolagem e aterragem do drone; e, por último, o mecânico, que é o único civil desta equipa, dos quadros da UA Vision, que dá apoio à operação e garante a manutenção dos aparelhos. A UE decidiu, nos últimos meses, responder à pressão migratória com um novo “pacote de fronteiras” que inclui, entre vários outros pontos polémicos, a utilização de meios militares nas operações contra a imigração no Mediterrâneo. As costas da Itália e da Grécia já estão a ser patrulhadas por frotas navais europeias, com o auxílio da marinha da NATO. Esta nova política de controlo de fronteiras é o tema do primeiro trabalho da equipa de jornalistas Investigate Europe, que o PÚBLICO integra com vários outros jornais europeus. O principal trabalho desta investigação jornalística, realizada nos últimos dois meses, será publicado amanhã. A mudança nas atribuições, e no orçamento, da EMSA é apenas um pormenor desta nova política europeia. Criada em 2004, após os derrames de dois petroleiros nas costas da UE (o Erika e o Prestige), a agência

O principal objectivo das missões é vigiar a imigração ilegal que tem como destino a UE é uma das mais discretas no panorama europeu. Mas depois da crise dos refugiados ganhou um protagonismo diferente. As informações que a equipa de Leendert Bal recolhe na sua “sala de controlo”, no Cais do Sodré, em Lisboa, tornaram-se essenciais para as autoridades que fazem o patrulhamento do Mediterrâneo.

Um radar em Lisboa Numa das salas do edifício, desenhado pelo arquitecto Manuel Tainha, estão quatro operadores da EMSA a controlar todos os movimentos de navios e embarcações na costa europeia. O Mediterrâneo está em primeiro plano no ecrã projectado na grande parede, em frente dos operadores. “Nós somos um fornecedor de informação para a Frontex”, explica-nos Leendert Bal. Ao Cais do Sodré chegam as imagens de satélite recolhidas pela Agência Espacial Europeia, a que a EMSA junta as suas próprias informações sobre a identi-

ficação, trajecto, destino e carga dos navios. Isto serve para que a Guarda de Fronteiras Europeia faça uma triagem de quais os navios que devem merecer a sua atenção, por poderem transportar imigrantes ilegais. Os drones da Força Aérea fazem parte dessa estratégia, explica o director da EMSA: “O mar é enorme e é sempre um desafio percebermos o que lá se passa. Precisamos de toda a informação que pudermos ter. Seja por navios, aviões, drones ou satélites. Eu encaro tudo isso como uma caixa de ferramentas. É bom que tenhamos uma imagem precisa daquilo que procuramos, neste caso de migrantes.” Os drones têm outra vantagem, explica Bal. Como não são tripulados, não colocam em risco a integridade de nenhum membro da equipa, “caso alguma coisa corra mal”. E conseguem permanecer em cima do “alvo” por muito mais tempo do que um satélite. Exclusivo PÚBLICO/Investigate Europe paulo.pena@publico.pt

xistem dois cenários numa fronteira: ou deixamos entrar alguém que não podia, ou bloqueamos a entrada a alguém que devia entrar. São parâmetros opostos: o primeiro cenário é o de uma fronteira fechada, o outro é o de uma fronteira aberta. É preciso saber como trabalhar entre os dois”, explica Miguel Leitman, CEO da Vision Box, uma empresa portuguesa de dados biométricos que exporta esta tecnologia. Foi há quase dez anos que se lançaram no mercado das e-gates, as passagens automáticas que controlam passaportes e bilhetes de avião nos aeroportos (ver entrevista). O teste decorreu em Faro. Por acaso, num voo de Inglaterra vinha um passageiro curioso. E com poder suficiente para fazer a primeira encomenda internacional à pequena empresa portuguesa. Pouco tempo depois, a Vision Box equipava o aeroporto de Manchester. E em 2009 ainda era a PME do ano, por cá. Agora já não cumpre os critérios da sigla. Do controlo de fronteiras terrestres no Ruanda, aos Emirados Árabes Unidos, aos EUA ou à Austrália, a tecnologia de reconhecimento facial da empresa foi sendo cada vez mais requisitada. A Europa é agora o grande mercado emergente, graças à aprovação do “pacote de fronteiras”, que tem nas “smart borders”, ou “fronteiras inteligentes”, um dos pontos principais e mais polémicos. Não só porque o volume de dados que a Comissão pretende adquirir dos candidatos a entrar no espaço europeu é muito grande, mas também porque o controlo automático levanta questões de eficácia. “Vou ser muito claro: o nosso sindicato acredita que a tecnologia é muito importante para o controlo de fronteiras, mas não pode substituir as pessoas, os agentes”, explica o inspector Marco do Carmo, secretário do Sindicato da Carreira de Investi-

gação e Fiscalização do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). Quem está “mandatado pelo Estado para aplicar a lei”, continua Marco do Carmo, são os agentes e não as máquinas, que podem ser “uma ferramenta”, desde que controladas. Este argumento foi repetido por diversos agentes de polícias de imigração e fronteiras de vários países europeus, ouvidos pela reportagem conjunta em que trabalharam nove jornalistas europeus da equipa Investigate Europe. Do lado da Vision Box, quer Miguel Leitman, quer o chairman, Bento Correia, dizem que esta tecnologia não dispensa agentes. Mas defendem os resultados: “A nossa taxa de falsos reconhecimentos é de 0,015%. Quando o algoritmo alcança esse número, a máquina pára. Estas máqui-

A Comissão Europeia tem nas “fronteiras inteligentes” um dos seus pontos principais, e mais polémicos nas conseguem trabalhar em 95% do tempo automaticamente.” Estes dois ex-investigadores do INETI têm outra percentagem como argumento. As máquinas podem desempenhar a função “em 90% das situações”, o que dá aos agentes a possibilidade de se dedicarem “aos 10% de passageiros que requerem atenção”. Mas com o cada vez maior afluxo de passageiros, e o aumento proposto pela Comissão, os agentes “não serão suficientes”, avalia Carlos Coelho, eurodeputado do PSD, que preside à task-force que avalia as fronteiras do espaço Schengen. “E ninguém vai convencer os Estados a duplicar os seus orçamentos para as policias de fronteira. Por isso vão ter de se usar máquinas.” PÚBLICO/Investigate Europe


4 • Público • Sábado, 10 de Dezembro de 2016

DESTAQUE

FRONTEIRAS ‘Nós financiamos a nossa própria investigação’ A Vision Box é uma empresa portuguesa que tem 80% da quota de mercado europeu nas novas “fronteiras inteligentes”. É em Alfragide que são criadas as máquinas que equipam alguns dos principais aeroportos DR

Entrevista Paulo Pena e Nikolas Leontopoulos

Q

uando passamos nas modernas “fronteiras inteligentes”, ou e-gates, seja no aeroporto de Lisboa, de Oslo, ou no Túnel da Mancha, a máquina lê-nos a informação contida no passaporte, compara a nossa cara com a da fotografia e, se tudo correr bem, não há nenhum guarda fronteiriço à nossa espera com perguntas. Essas máquinas são pensadas, produzidas e vendidas em Alfragide, no topo de uma colina remota, bem longe de qualquer cenário futurista. A Vision Box foi oficialmente uma PME, até há bem pouco tempo, mas tem crescido à medida das novas regras europeias de controlo de fronteiras. O chairman, Bento Correia, e o CEO, Miguel Leitman, explicam como, nesta entrevista. A Vision Box começou por ser uma pequena empresa de videovigilância. Como surgiu a ideia de se dedicarem ao controlo biométrico de identidade? Miguel Leitman (M.L.) — É preciso estar no sítio certo, a falar com as pessoas certas e a tentar encontrar a solução certa. É mais difícil do que ganhar a lotaria. Foi o que aconteceu. A Vision Box é uma empresa de tecnologia, a nossa competência de base é o processamento de imagem. Basicamente, extraímos informação de uma imagem, ou de um vídeo, calculamos o processo de decisão e alguma coisa acontece. Ao sermos reconhecidos pela indústria portuguesa, e europeia, fomos convidados pelo Governo português [de José Sócrates] para desenvolver a tecnologia

Pensámos que em 5-10 anos teríamos milhões a viajar com passaportes. E se os passaportes têm aquela informação, a fotografia da cara, por que não a usar? Miguel Leitman CEO da Vision Box

do passaporte electrónico e do cartão de cidadão. Foi na mesma altura em que os EUA avançaram com o programa Visa Waver, para os europeus não passarem tanto tempo nas filas do aeroporto, bastando para isso possuírem um passaporte electrónico. Foi assim que começámos. Era o que eu dizia sobre estarmos no sítio certo. E alguma vez imaginaram que, em 2016, a Europa iria seguir esse caminho? M.L. — Quando começámos a pensar em soluções de controlo automático de fronteiras baseadas no reconhecimento facial biométrico, éramos considerados pela indústria como outsiders. Toda a gente apostava em grandes mudanças estruturais, como troca de bases de dados, impressões digitais. Nós pensámos que em

5-10 anos teríamos milhões de pessoas a viajar com passaportes. E se os passaportes têm aquela informação, a fotografia da cara, porque não a usar? Hoje, essa é uma das recomendações da Comissão Europeia. Essa é a explicação do nosso modelo de negócios: éramos uma empresa nova, antecipámos que depois do Visa Waver toda a gente iria ter passaportes electrónicos. A indústria de segurança na Europa tem grandes empresas que parecem dominar o mercado. Bento Correia (B.C.) — Não existe uma empresa tão focada e com tanto conhecimento como a nossa, hoje. Não apenas na escala europeia, mas mundial. Muitas dessas grandes empresas têm pequenas divisões de pesquisa a tentar fazer o que nós fazemos.

Mas são apenas pequenas divisões dentro de enormes empresas que fazem outras coisas: helicópteros, mísseis, aviões e, por acaso, também desenvolvem uma solução para o controlo de fronteiras. Estamos focados apenas nisso. É essa a nossa tecnologia central. Essa é a diferença. Por que não integram o principal lobby de segurança europeu, o EOS, onde estão quase todas essas grandes empresas? O lobby parece ser muito eficiente a representar o interesse dessas empresas junto das instituições europeias. M.L. — Nesta área, a agência responsável é a Frontex. Se forem amanhã à Frontex e pedirem uma lista das empresas líderes em controlo de fronteiras, a nossa será certamente mencionada. A grande diferença é que a Vision Box também concorre a programas comunitários de financiamento da investigação, mas não depende desses fundos, faz a investigação na mesma. Daí a pergunta. Ouvimos muitas críticas quanto à forma como as grandes empresas dominam o financiamento europeu à investigação. É essa a importância do lobby da EOS. B.C. — Temos tido muito êxito na nossa investigação. Se pararmos de investir, aí perdemos o comboio. Quando vemos esses programas, temos uma reacção um pouco ambígua. Se constatarem quem são as empresas que beneficiam desses programas, repararão que são geralmente as maiores do sector. Nós não dependemos deles. Se dependêssemos, não estaríamos ao nível a que estamos. Nós financiamos a nossa própria investigação, é esse o nosso segredo comercial. Exclusivo PÚBLICO/Vice/ Investigate Europe


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6 • Público • Sábado, 10 de Dezembro de 2016

POLÍTICA

10 de Junho no Porto, Rio de Janeiro e São Paulo Depois da grande festa de Paris, em 2016, o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas irá levar o Presidente da República e o primeiro-ministro ao Brasil, já no próximo ano DANIEL ROCHA

Comemorações São José Almeida Porto, Rio de Janeiro e São Paulo serão os palcos onde se desenrolarão em 2017 as celebrações do 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Beneficiando da diferença horária entre Portugal e Brasil, a festa começa no Porto e termina, já a 11 de Junho, em São Paulo. Prosseguindo a iniciativa de celebrar o Dia de Portugal com as comunidades portuguesas na diáspora, o Governo decidiu já no próximo ano escolher o Brasil como local de eleição para as celebrações oficiais do Dia de Portugal. O primeiro-ministro, António Costa, acompanhará o Presidente da República nesta deslocação oficial. O PÚBLICO soube, através de um membro do Governo, que inicialmente o Presidente teve dúvidas e ofereceu resistência à ideia da escolha do Brasil como palco do 10 de Junho. A razão das dúvidas de Marcelo Rebelo de Sousa prendeu-se com o facto de os seus netos e o seu filho Nuno Rebelo de Sousa viverem em São Paulo, onde este último preside à Federação das Câmaras Portuguesas de Comércio no Brasil. O Presidente temeu que a escolha fosse interpretada como uma decisão pessoal que pudesse sugerir algum tipo de favoritismo familiar. Mas o Governo ter-se-á oposto a mudar a decisão por tal motivo. Primeiro, porque a escolha do local tinha sido uma escolha do executivo e não do Presidente. Logo, não haveria campo para que alguém viesse argumentar que pesara qualquer critério de favoritismo pessoal do Presidente. Por fim, o Governo tinha assumido como prioridade dar primazia à relação com a vasta comunidade portuguesa no Brasil. De acordo com as informações obtidas pelo PÚBLICO, a festa do 10 de Junho iniciar-se-á na cidade do Porto com a tradicional cerimónia oficial de passagem de revista às Forças Armadas em parada. Terminada a cerimónia militar, o Presidente e o primeiro-ministro,

Este ano, Marcelo e Costa partilharam um chapéu de chuva em Paris. Em 2017, como estará o clima institucional?

O melhor de Portugal é o povo. O povo é melhor do que os políticos Marcelo R. Sousa, Presidente

Boas relações pessoais ajudam boas relações institucionais

António Costa, primeiro-ministro

com a comitiva oficial, embarcam num avião com destino ao Rio de Janeiro. Na antiga capital brasileira decorrerá uma cerimónia oficial do 10 de Junho com a vasta comunidade portuguesa naquela cidade e no estado do Rio de Janeiro, bem como com portugueses que vivem noutros estados do Brasil. O encerramento da celebração do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades decorrerá em São Paulo, já a 11 de Junho, noutra cerimónia que juntará a diáspora portuguesa naquela cidade mas também noutros pontos do centro e norte do Brasil. Ainda que as cerimónias se prolonguem até dia 11, a escolha do Brasil permite que os festejos oficiais,

sempre dentro dos limites de dia 10, se prolonguem por cerca de 30 horas, devido à diferença horária. De acordo com as informações recolhidas pelo PÚBLICO, ainda não está confirmada a participação do chefe de Estado brasileiro, nem de membros de outras entidades oficiais. Mas tudo indica que venham a ocorrer encontros bilaterais entre os dois presidentes, Marcelo Rebelo de Sousa e Michel Temer, à semelhança do que aconteceu a 10 de Junho destes ano em Paris, onde Marcelo se reuniu com François Hollande. As comemorações do 10 de Junho foram pela primeira vez celebradas fora de Portugal este ano, por iniciativa de Marcelo Rebelo de Sousa, que tinha prometido durante a campa-

nha eleitoral levar as comemorações oficiais do Dia de Portugal às comunidades portuguesas na diáspora. A cidade então escolhida para a estreia foi Paris, uma das capitais com maior peso de emigrantes portugueses. O Governo aproveitou a celebração para inaugurar na capital francesa a primeira Loja do Cidadão fora de Portugal, para servir os emigrantes portugueses em França. Ainda no âmbito desta deslocação oficial, o Presidente da República fez questão de se encontrar com a selecção nacional de futebol, que estava já em estágio para o Campeonato Mundial de Futebol, do qual Portugal acabaria por sair vitorioso. são.jose.almeida@publico.pt



8 • Público • Sábado, 10 de Dezembro de 2016

POLÍTICA

PCP insiste no SMN de 600 euros e BE acusa-o de se “limitar a reivindicar” Bloco critica comunistas por ignorarem que o acordo para o aumento faseado do salário mínimo foi conseguido pelos bloquistas: “O Bloco faz e o PCP fala”, escreveu Jorge Costa. A guerra pelos louros continua DANIEL ROCHA

Salário mínimo nacional Maria Lopes Os comunistas não desistem de reclamar um aumento extraordinário do salário mínimo nacional (SMN) para 600 euros já em Janeiro, apesar de o programa do Governo PS só o prever para 2019, e levam ao plenário da Assembleia da República, no dia 16, um projecto de resolução que recomenda ao executivo que faça essa actualização. Mas também sabem que ficarão a falar sozinhos, porque o Bloco está satisfeito com os 557 euros propostos pelo Governo, valor que, lembra o bloquista Jorge Costa, foi “bem escrito e assinado entre Bloco e PS”. “O PCP limitou-se a reivindicar. O Bloco faz e o PCP fala.” Num artigo publicado ontem no site do Bloco à mesma hora que o PCP fazia uma conferência de imprensa para falar sobre a sua proposta de aumento do SMN, o deputado Jorge Costa deu gás à guerra entre os dois partidos sobre os louros pelo que têm conseguido junto do Governo socialista, dizendo ser “infeliz” a atitude de Jerónimo de Sousa. Porque, ao dizer que “o Bloco não acompanha o PCP na luta pelo salário mínimo de 600 euros, finge ignorar o programa do BE” e o acordo que este tem com o Governo desde a discussão dos acordos, em Novembro de 2015. Na posição política conjunta do PCP não há referências ao salário mínimo, apenas o princípio geral da necessidade de aumento dos salários, ao passo que no documento assinado entre o BE e o Governo está escrito que o SMN “atingirá os 600 euros durante a presente legislatura, com aumentos de 5% nos dois primeiros anos”. “Hoje, o Bloco e o PCP reivindicam os 600 euros. A diferença é que, tal como a CGTP em 2006, o Bloco fez um acordo com o PS que garante aumentos regulares e a meta dos 600 euros. O PCP limitou-se a reivindicar”, aponta Jorge Costa. E acrescenta: “Nenhum trabalhador duvida de que, sem a exigência do BE, este aumento não teria chegado até aqui. Se o Governo cumprir os seus compromissos, haverá 600 euros dentro de dois anos, no máximo — e isso graças ao Bloco.”

Apesar de saberem que é uma batalha perdida, os comunistas querem antecipar o calendário do SMN

A discussão dos projectos de resolução do PCP e do PSD, que entrou ontem, ocorrerá três dias antes da reunião decisiva da Concertação Social, marcada para 19. O problema, diz o PCP, é que as confederações patronais estarão a preparar-se para exigir “contrapartidas” pelo aumento do salário mínimo, como a continuação da “inaceitável redução” da Taxa Social Única das empresas para a Segurança Social que está em vigor ou até “mexidas na legislação laboral”. Ou seja, “dão com uma mão e tiram com as duas”, avisou Paulo Raimundo, membro do secretariado do comité central, na conferência de imprensa realizada ontem na sede do PCP. Nas negociações, os patrões usam sempre a mesma “estratégia”: “No início, o valor é sempre muito alto e depois começam a falar de contrapartidas. E há pressões, manobras e chantagens” para as conseguirem, afirma o dirigente comunista, que diz ser “inaceitável” que o Governo socialista admita este tipo de negociação e embarque em “aparentes indefinições”. “O que se impõe não é contrapartidas para o grande capital, mas sim que o aumento do SMN seja acompanhado da valorização geral dos salários, do combate à precariedade e desregulação dos horários de trabalho, do fim da caducidade da contratação colectiva”, defende o PCP. Paulo Raimundo recusa que com esta proposta de aumento extraordinário o PCP esteja a esticar a corda do acordo que tem com o executivo. “Para quem a corda está esticada é para os 631 mil trabalhadores que recebem o salário mínimo”, diz o dirigente, realçando que “levam para casa, ao fim de um mês de trabalho, pouco mais de 470 euros líquidos”. Na quarta-feira, António Costa avisou que se não houver acordo dos patrões na reunião de concertação social de dia 19, o Governo fixará, como a Constituição lhe permite, o SMN em 557 euros. O PCP vai fazer uma jornada de esclarecimento sobre a sua proposta de aumento do SMN nas empresas, no dia 15, mas não está prevista qualquer manifestação. maria.lopes@publico.pt


Público • Sábado, 10 de Dezembro de 2016 • 9

POLÍTICA Não vai haver concertação nenhuma, o Governo já decidiu Pedro Passos Coelho Presidente do PSD

PSD quer acordo de médio prazo com a Concertação Social como o de 2006 de Sócrates Maria Lopes O PSD quer que a Assembleia da República dê uma espécie de puxão de orelhas ao Governo por este pretender fixar o aumento do salário mínimo nacional (SMN) sem o acordo da Concertação Social e que recomende a António Costa que negoceie com os parceiros sociais um acordo de médio prazo centrado nas estratégias de crescimento, competitividade e emprego que inclua a calendarização da actualização do ordenado mínimo. Ou seja, como o negociado pelo Governo socialista de José Sócrates, em 2006. A bancada parlamentar social-democrata entregou ontem na Assembleia da República um projecto de resolução que será discutido daqui a uma semana, na sexta-feira, em conjunto com outro diploma da mesma natureza proposto pelo PCP. No documento, o Parlamento recomenda ao Governo que “encete um diálogo sério e rigoroso com os parceiros sociais, visando a celebração de um acordo de médio prazo centrado nas estratégias de crescimento, competitividade e emprego”. Esse acordo deve incluir a “actualização do salário mínimo nacional num contexto alargado de uma política de rendimentos e de uma política de combate às desigualdades e à pobreza, que assegure e promova a paz social e o desenvolvimento”. Na exposição de motivos, o PSD acusa o Governo de falta de “respeito” pela Concertação Social, lembrando que já em 2015 “confrontou os parceiros sociais com uma decisão já tomada” de aumentar o salário de 505 para 530 euros e que este ano se prepara para fazer o mesmo. António Costa “substitui a concertação entre parceiros sociais pela concertação entre os partidos que compõem a maioria do Governo”, sendo o SMN actualizado em “função da satisfação de necessidades partidárias da coligação e não dos factores ligados à política de rendimentos ou à evolução do quadro económico e social”.

O PÚBLICO questionou o CDS sobre se tinha também algum diploma sobre o assunto ou se irá apoiar o projecto de resolução do PSD mas os centristas não querem entrar em avaliações da proposta social-democrata e dizem apenas que defendem que a actualização do salário mínimo “deve ser feito em Concertação Social, como aconteceu em 2014, quando o CDS integrava o Governo”. Com este projecto de resolução, o PSD respondeu também ao apelo do Presidente da República, que ainda

530

euros é o valor do salário mínimo nacional este ano, fixado pelo actual Governo, também contra a vontade dos parceiros sociais

580

euros será o valor do SMN em 2018, segundo o que está previsto no programa do Governo, e subirá para 600 euros em 2019, ano de eleições legislativas

esta semana, na cerimónia dos 40 anos da Confederação do Comércio e Serviços (CCP), disse apoiar “até ao limite dos seus poderes constitucionais” a ideia de um “acordo estratégico geral a prazo”. Marcelo Rebelo de Sousa garantiu que “tudo fará para que se dê força, vitalidade e sentido à Concertação Social”. E não se coagiu de enviar um recado a António Costa: “Pode ser tentador para um executivo, num determinado momento, decidir unilateralmente aquilo que é bem mais complexo levar à Concertação Social, ou pode ser tentador o Parlamento chamar a si, aqui e ali, a substituição do que deveria merecer concertação social, mas é empobrecedor em termos democráticos.” O SMN esteve congelado desde 2011 nos 485 euros e foi aumentado em Outubro de 2014 para 505 euros. O Governo de António Costa não conseguiu o acordo dos parceiros sociais no final de 2015 e fixou o aumento a 1 de Janeiro de 2016 em 530 euros. A confirmar-se a actualização de 27 euros em 2017, será a maior desde 1991 em valor absoluto. Depois, em 2018 serão 23 euros, para 580, e no último ano da legislatura, aumentará 20 euros, para chegar aos 600 euros. maria.lopes@publico.pt NUNO FERREIRA SANTOS

Bancada do PSD defende Concertação Social


10 • Público • Sábado, 10 de Dezembro de 2016

POLÍTICA NUNO FERREIRA SANTOS

Marcelo diz que discutir a renegociação da dívida “não faz sentido” Dívida Ana Rute Silva Presidente lembra que haverá eleições em “várias economias fundadoras da UE” e o debate sobre a dívida é “prematuro”

A estrututura local não escolherá candidato sem a devida articulação com a direcção nacional

PSD Lisboa espera por Passos Coelho para propor candidato Autárquicas Sofia Rodrigues Nomes para a capital estão a agitar o PSD, mas direcção não tem pressa, apesar da nega de Santana Lopes A recusa de Pedro Santana Lopes em dar a cara pelo PSD em Lisboa está a gerar uma confusão mediática em torno de potenciais candidatos autárquicos. O líder da concelhia social-democrata, Mauro Xavier, já desmentiu que nome de independentes como José Eduardo Moniz e Laurinda Alves, avançados pelo jornal i, estejam a ser testados. Mas a sangria de possíveis candidatos deverá continuar, já que a direcção do PSD mantém o calendário autárquico que se estende, no limite, até Março do próximo ano. Certo é que o PSD Lisboa não irá propor nenhum nome sem haver articulação com o líder do partido, Pedro Passos Coelho. A decisão está, por isso, nas mãos de Passos Coelho, que não tem nenhuma intenção de antecipar o calendário para Lisboa à semelhança do que acontece noutras capitais de distrito. A direcção nacional tem argumentado que não há pressa na

capital até porque não há candidatos do PSD noutras câmaras de grande dimensão como Porto ou Coimbra. Mesmo que, em Lisboa, a líder do CDS, Assunção Cristas, já se tenha posicionado e esteja no terreno. A hipótese de vir a ser apoiada pelos sociais-democratas é muito remota. Os diferentes calendários têm sido a principal divergência entre a direcção nacional do partido e as estruturas locais de Lisboa. Mauro Xavier manifestou várias vezes em público a sua preferência por ter um

Líder da concelhia de Lisboa diz que PSD mantém estratégia definida por Passos Coelho candidato no segundo semestre deste ano para permitir uma discussão mais alargada sobre a cidade, mas isso já não vai acontecer. Num post colocado esta quintafeira na rede social Facebook, o líder da concelhia de Lisboa disse ser falsa a notícia do jornal i que apontava para José Eduardo Moniz, actual vice-presidente do Benfica, e para Laurinda Alves, jornalista e escritora, como nomes que serão testados

para poderem vir a ser formalmente convidados. “O PSD Lisboa mantém a estratégia definida pelo presidente do partido e em articulação com a distrital”, escreveu, prevendo que o mesmo post terá de ser partilhado nos próximos tempos. Esta quinta-feira, o Correio da Manhã avançou como possibilidades os nomes de Teresa Morais e também de Teresa Leal Coelho, deputadas e vice-presidentes do partido. Teresa Leal Coelho é vereadora em Lisboa, mas tem partilhado o seu tempo entre a capital e Madrid onde o marido é embaixador. Outra vice-presidente do partido, Maria Luís Albuquerque, também já foi apontada como um nome forte para a capital (uma espécie de plano b), depois de excluído outro vice-presidente: Jorge Moreira da Silva, que saiu do cargo para ser director-geral de Desenvolvimento e Cooperação da OCDE, em Paris. Em Abril, no congresso do partido, José Pedro Aguiar Branco lançou outro nome, o de José Eduardo Martins, que entretanto foi tornado coordenador autárquico do PSD em Lisboa. Até o nome de Passos Coelho foi dado como hipótese para a capital por Fernando Alves, na sua crónica Sinais, na TSF. sofia.rodrigues@publico.pt

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu, ontem, que discutir a renegociação da dívida é “completamente prematuro”. O Presidente da República sublinha que “estar a especular sobre cenários europeus, num ano em que vai haver eleições em várias das economias fundadoras da União Europeia (até praticamente daqui a um ano), sobre o que será a Europa e fazer um debate sobre a matéria da dívida é completamente prematuro e não faz sentido”. Respondendo aos jornalistas, depois de ter participado na cerimónia dos 25 anos da fábrica da Autoeuropa, em Palmela (ver texto na página 20), Marcelo lembrou que o debate fará sentido “na academia”, onde se pode, “teoricamente, tudo”. Mas recordou que há compromissos assumidos e que os resultados vão na linha desses compromissos”. “É uma boa notícia a aprovação do orçamento”, disse, acrescentando que, hoje, “não vale a pena fazer esse debate”. O Presidente da República desvalorizou os números das exportações, que apontam para uma queda de 3,5% em Outubro e garantiu que tem “um feeling” de que vão voltar a crescer em Novembro. “Veremos

se o feeling se confirma. É uma convicção que tenho de que as exportações, nomeadamente para fora da Europa, possam crescer muito em Novembro. Se for assim, ficamos todos mais felizes”, disse. Ao seu lado, António Costa concordou, dizendo que o Governo “acompanha sempre o feeling do sr. Presidente da República”. “Os dados globais são consistentes com a reanimação que a economia portuguesa tem vindo a ter e vai continuar a ter. Estamos confiantes sobre o futuro”, disse, dando exemplo de várias empresas que têm continuado a investir, como a Autoeuropa, a Bosch ou a Renova. Questionado sobre o relatório do FMI, conhecido quinta-feira, que dá conta da necessidade de mais medidas de austeridade, o primeiro-ministro destacou que os dados com que a instituição trabalhou “são antigos”.”Os nossos dados demonstram que vamos cumprir confortavelmente a margem dos 2,5% que está acordada com a União Europeia”, disse. “O que registei do relatório é que eles, que acompanharam algum do cepticismo que muita gente teve no início deste ano sobre a evolução da nossa economia, se mostraram agora agradavelmente surpreendidos pelo facto de as previsões que tínhamos feito se estarem a aproximar da concretização e até terem, em alguns aspectos, um feeling ainda superior ao meu e ao do Presidente da República quanto à evolução da economia”, declarou. ana.silva@publico.pt FRANCOIS LENOIR/REUTERS

Várias eleições na UE afastam discussão sobre perdão da dívida


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POLÍTICA

PÚBLICO & NOTÓRIO

“Sá Carneiro dizia que eu era o melhor e Marcelo ficava ciumento”

“É inevitável que haja disponiblidade [para discutir a questão da dívida]”

José Miguel Júdice Advogado

Manuela Ferreira Leite Ex-líder do PSD PATRICIA MARTINS

Bastidores Uma auto-estrada pode chamar-se Guterres? Cavaco Silva ficará para sempre como o primeiro-ministro do betão, que construiu milhares de quilómetros de autoestradas em Portugal, trazendo dessa forma a civilização ao país (em vez de apostar em Educação, como supostamente fez António Guterres), mas é o nome do seu sucessor que vai ser proposto para a autoestrada da Beira Interior, que liga a A1, em Torres Novas, à A25, na Guarda. Vítor Pereira, autarca da Covilhã, quer mudar o nome da A23 e revelou: “Como sinal de gratidão, quero anunciar que irei propor ao primeiro-ministro que seja atribuída a denominação ‘AutoEstrada António Guterres’ à A23.” Com este gesto, o autarca quer fazer uma homenagem ao antigo primeiro-ministro, que será, em breve, empossado como secretário-geral das Nações Unidas. S.S.

Saraiva não violou intimidade de Câncio A jornalista Fernanda Câncio, visada pelo livro de José António Saraiva Eu e os Políticos, sentiu-se violada pelas revelações que o arquitecto-jornalista fazia sobre a sua intimidade e interpôs uma providência cautelar com o objectivo de retirar a obra das livrarias. Dois meses e meio passados sobre a polémica em torno do

lançamento do livro, que Passos Coelho acabou por recusar fazer, o tribunal veio dar razão a Saraiva, concluindo que não violou a intimidade de Câncio. “A análise objectiva desse trecho do livro não autoriza este tribunal a restringir a liberdade de expressão do seu autor” e a proibir a venda do livro, assume o tribunal. “Um livro de memórias está sujeito a regras próprias”, reage José António Saraiva. Quem não ficou contente com a sentença foi Fernanda Câncio. Ontem, no espaço de opinião que assina no Diário de Notícias, a jornalista escreve: “Num país cujo Tribunal Constitucional protege o sigilo das contas bancárias, a vida sexual foi para hasta pública, pela mão de uma juíza de primeira instância. E nós de volta à era das bengaladas.” S.S.

O primeiro Presidente num Fórum TSF Já se pode dizer que Marcelo Rebelo de Sousa foi o primeiro Presidente a fazer (ou não) algumas coisas. Foi o primeiro a assumir o cargo sem primeira-dama, o primeiro a celebrar o 10 de Junho fora do país, o primeiro a fazer uma cerimónia de tomada de posse que durou vários dias e, esta semana, na quarta-feira, foi o primeiro a ir a um Fórum TSF, o programa de debate que anima as manhãs da rádio de notícias diariamente. Nunca um chefe do Estado português tinha passado por aquele fórum. Marcelo foi falar sobre voluntariado. S.S.

Caso da semana O escrutínio da CGD é um mistério, e não é de agora

O nível de escrutínio a que a Caixa Geral de Depósitos tem sido sujeita é “insuficiente”. Não era preciso ter sido o Tribunal de Contas a dizê-lo, mas um relatório divulgado no início da semana, na terça-feira, e referente ao período entre 2013 e 2015, confirmou isso mesmo: “O controlo da CGD carece de transparência, particularmente evidenciada pela não remessa ao accionista dos documentos exigidos pelo regime jurídico do Sector Público Empresarial.” Esta frase levou Maria Luís Albuquerque a reagir. “A Caixa, como todos os bancos, está sujeita a um nível de escrutínio muito mais completo, exigente e rigoroso do que qualquer outra empresa pública em Portugal”, defendeu a exministra das Finanças do anterior Governo. Mas o relatório já tinha incendiado o Parlamento. João Galamba, do PS, aproveitou para dizer que a análise do “Tribunal de Contas vem demonstrar toda a hipocrisia e falta de seriedade do PSD e do CDS”, que apresentaram, recentemente, propostas para reforçar a transparência da CGD, no âmbito

do Estatuto do Gestor Público. “Ou Maria Luís já não é do PSD, ou uma das principais figuras do PSD na área financeira está em dissonância com o partido”, continuou Galamba. Ora, quando o debate já ia em estado avançado, Guilherme d’Oliveira Martins, ex-presidente do Tribunal de Contas, afirmou, enigmaticamente: “Acho que ninguém leu ou percebeu o relatório” (...), este “não é sobre a matéria bancária, nem a supervisão bancária. É sobre os capitais do Sector Empresarial do Estado. Sobre as contas das empresas públicas”. Assim, sem mais, disse na comissão parlamentar de inquérito à gestão da Caixa. O que daqui sobressai é que, seja em matéria de declaração de rendimentos ou património (agora), seja em matéria de controlo do negócio (antes), a Caixa Geral de Depósitos funciona como uma espécie de mundo à parte, onde o escrutínio é feito praticamente à medida. E com todos os casos que têm beliscado o sistema financeiro nos últimos anos, é caso para perguntar: será só a Caixa? Sónia Sapage


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SOCIEDADE

Portugal não segue ONU nas recomendações sobre racismo Na sua avaliação ao país, ONU reforça a necessidade de se avançar com medidas específicas para afro-descendentes. Alto-comissário para as Migrações afasta essa possibilidade Discriminação Joana Gorjão Henriques No mesmo dia em que a ONU recomendou a Portugal, uma vez mais, que crie medidas específicas para os afro-descendentes — algo que o Alto Comissariado para as Migrações diz que não vai ser feito —, uma plataforma que junta 22 associações reivindicou ao Estado que adopte um Plano Nacional para estas comunidades. Depois de terem enviado há dias uma carta ao Comité das Nações Unidas para a Eliminação da Discriminação Racial (CERD), na qual exigem políticas de acção afirmativa e serem envolvidas no processo, ontem as associações unidas na plataforma Afrodescendentes Portugal afirmaram que esperam “que da parte do Governo haja seriedade e coragem para enfrentar estas recomendações em diálogo com as pessoas que sofrem na pele estes problemas”, disse ao PÚBLICO Ana Fernandes, uma das porta-vozes do grupo. Na avaliação ontem publicada, o CERD continua a alertar para o racismo de que os afro-descendentes são alvo em Portugal e para o facto de não existirem programas “especialmente direccionados às suas preocupações”. Sublinha que é preocupante que os afro-descendentes sejam ainda “invisíveis nos sectores mais importantes da sociedade”. O diagnóstico é semelhante ao que já tinha feito em 2012. A plataforma recebeu com “muita satisfação” a avaliação da ONU. “Estamos disponíveis para dar contributos. Vamos fazer propostas de medidas concretas para que depois o Governo possa usar. Depois, a definição de um plano nacional não nos cabe a nós”, explicou Ana Fernandes. Não querem esperar “por outras gerações para que as coisas mudem”, disse. “Queremos mudanças agora.” Também Mamadou Ba, do SOS Racismo, que integra a plataforma, refere a urgência na adopção de um

plano para os afro-descendentes. “Estou muito satisfeito porque o relatório vai ao encontro do que pensa a sociedade civil”, comentou. “É uma chapada brutal da ONU ao Estado”, nomeadamente sobre a questão das políticas específicas. Acrescenta que todos os relatórios da ONU sobre esta matéria, desde a Conferência Mundial de Durban em 2001, “repisam as mesmíssimas recomendações”. Mas Pedro Calado, alto-comissário para as Migrações, responsável pelas políticas de integração, afasta a possibilidade de adoptar políticas específicas para os afro-descendentes: “O contexto nacional, onde os problemas como o insucesso e o abandono escolares, o desemprego ou a exclusão social afectam públicos muitos diversificados, exige respostas que, dando uma prioridade aos descendentes de imigrantes africanos, não sejam exclusivas.” Também afasta a possibilidade de seguir outra das recomendações do CERD, como a de que Portugal deve desagregar dados estatísticos sobre minorias étnicas e raciais (de acesso à educação, saúde, justiça, etc.) para se ter uma análise “da forma como os direitos económicos, sociais e culturais estão a ser vividos” por estes grupos. Esta é uma recomendação recorrente da CERD. A Constituição portuguesa, contudo, proíbe esta recolha, mas para casos excepcionais o primeiro-ministro poderia autorizála. Pedro Calado reitera que ela “colide com a Constituição” e “viola” a lei de protecção de dados.

Diálogo com ONG Porém, como lembram as Nações Unidas, o Estado tomou medidas para recolher informação desagregada nos seus diversos observatórios, como o das Comunidades Ciganas, Migrações e Tráfico de Seres Humanos: “Mas alguns dos dados recolhidos não cobrem os seus grupos na totalidade.” A sugestão é de que estenda a recolha de informação estatística a outros grupos.

Associações dizem que avaliação feita é “uma chapada brutal da ONU ao Estado” português

A ONU diz que é preciso saber a razão para o número limitado de queixas de racismo no país. A ausência de denúncias “não significa ausência de discriminação racial”

Outra das sugestões deixadas pelo CERD é que o Estado se envolva num “diálogo aberto e construtivo” com os afro-descendentes, com o objectivo de abordar as suas queixas de “discriminação racial”. Chama, por isso, a atenção para a ausência da presença de organizações não governamentais (ONG) neste processo de avaliação de Portugal (os peritos da ONU não receberam relatórios dessas organizações, como recomendado). Para o dirigente do SOS Racismo, que já criticou o Estado por este não ter envolvido a sociedade civil, a ONU vem dizer “taxativamente” que as ONG não foram ouvidas — “e deveriam” tê-lo sido. Há mais recomendações a Portugal: que controle de forma eficaz as queixas sobre discriminação racial

e investigue e puna o discurso de ódio, incluindo o de políticos. Além disso, é necessário conduzir uma efectiva investigação de cada uma das denúncias de uso excessivo da força por parte das polícias, garantir a punição de quem a pratica e indemnizações para as vítimas. O comité quer, aliás, para o próximo relatório de Portugal, obter informação detalhada sobre estes casos, bem como o número de queixas às forças de segurança e o seu desfecho. A ONU está igualmente preocupada com o número limitado de queixas relativas ao artigo 240 do Código Penal (que criminaliza o racismo). A ausência de denúncias “não significa ausência de discriminação racial”, diz. Portugal deve assim investigar quais as causas: se são as próprias vítimas que não têm informação sobre


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80%

dos alunos afro-descendentes vão para os cursos socioprofissionais, o dobro dos portugueses, segundo os sociólogos Cristina Roldão e Pedro Abrantes DANIEL ROCHA

3 PERGUNTAS A VERENE SHEPHERD “Estas pessoas não estão a gozar dos mesmos direitos que o resto da população”

N

os seus direitos; se sentem medo de represálias; se têm acesso limitado à polícia; se não confiam nela e no sistema judicial ou se, por outro lado, há falta de atenção das autoridades para casos de discriminação. Refere ainda que os cortes orçamentais de que foi alvo o Alto Comissariado para as Migrações (ACM), ao mesmo tempo que as funções deste organismo foram alargadas, podem sacrificar a sua missão de promover a igualdade e inclusão de migrantes. Pedro Calado esclarece que “conseguiu reforçar os seus orçamentos”, e que a extensão de funções “em momento algum colocou em causa, ou colocará, a missão de promover a igualdade e a inclusão de imigrantes ou dos seus descendentes”. jgh@publico.pt

atural da Jamaica, Verene Shepherd, um dos 18 peritos do Comité das Nações Unidas para a Eliminação da Discriminação Racial (CERD) que avaliou Portugal, esteve em missão no país em 2011 a avaliar a implementação da Convenção que Portugal ratificou em 1982. Por que deve Portugal ter uma política para os afro-descendentes? Portugal não é uma sociedade homogénea. Tem a presença de imigrantes há muitos séculos, um passado como império colonial. Estas pessoas não estão a gozar dos mesmos direitos que o resto da população. Portugal tem a responsabilidade de assegurar que leva a sério as preocupações dos afrodescendentes e que os seus direitos são respeitados. A abordagem holística dirá que todos têm os mesmos direitos, mas no terreno nós sabemos que não é assim. Essa abordagem do multiculturalismo pode tornar os grupos minoritários mais invisíveis. A sugestão de recolha de dados [sobre acesso à saúde, à educação...] sobre minorias tem sido feita várias vezes. Há uma resistência de Portugal? A resposta standard é que a política é de não se recolherem dados sobre grupos étnicos e raciais, mas já há algumas tentativas. Há o Observatório das Comunidades Ciganas, das Migrações, do Tráfico

Humano que usam dados. Por que não estendê-la? Em relação aos afro-descendentes, não sabemos o suficiente sobre estas comunidades. Quando há grupos que se queixam de marginalização, é bom ter dados para se conseguir abordar os desafios que as pessoas enfrentam. Se não se sabe a extensão do problema, é difícil resolvê-lo. Leu a carta que 22 associações de afro-descendentes enviaram às Nações Unidas? Primeiro, a carta aberta foi bemvinda. Mas chegou depois [foi enviada a 5 de Dezembro] da interacção com a delegação portuguesa [constituída por membros do Governo, a 23 e 24 de Novembro], por isso não a conseguimos usar. Encorajamos as ONG a enviarem relatórios alternativos no futuro. Não houve nenhuma a vir a Genebra, embora isso esteja previsto — e nós estamos muitíssimo abertos a isso. Uma das recomendações é que as ONG sejam consultadas, e a delegação disse que o tinha feito, mas não sabemos quais ONG consultou, nem que sugestões foram incorporadas no relatório [que o Governo português apresentou à ONU]. Estive em Portugal em 2011 e tive acesso, em primeira mão, às preocupações dos afrodescendentes. As associações podem estar seguras de que os temas levantados na carta foram tidos em conta, embora possam não ser exactamente da forma como os colocaram. Por nossa sugestão, Portugal vai realizar uma conferência no contexto da Década Internacional para os Afrodescendentes. Apelo às ONG a pressionar Portugal para levar em frente esta ideia e assegurarse de que vão ter uma palavra a dizer na forma como ela é organizada. J.G.H.

Manuais escolares com imagens discriminatórias O Comité das Nações Unidas para a Eliminação da Discriminação Racial (CERD, em inglês) elogia alguns progressos feitos em Portugal, como a adopção da Estratégia Nacional para a Integração da Comunidade Cigana e do Plano Estratégico para as Migrações 2015-2020. O facto de em Portugal não ser permitida a existência de partidos xenófobos é igualmente destacado. No capítulo sobre as comunidades ciganas, o CERD afirma que estas “continuam a ser alvo de discriminação em muitas áreas da vida, como acesso a habitação e educação” — e para isso devem ser intensificadas medidas específicas. A “ausência de consulta a pessoas de etnia cigana em todos os estádios de implementação e avaliação da Estratégia Nacional para a Integração de Ciganos” é notada pelos peritos, que consideram que o financiamento desta estratégia deve ser reforçado.

Outro dos aspectos mencionados no relatório do CERD sobre Portugal são os livros escolares, que ainda têm imagens discriminatórias e estereotipadas de ciganos e afro-descendentes e outros grupos minoritários — recomenda-se que o Estado avalie os currículos e os manuais de modo a que estes retratem melhor o passado colonial e a herança cultural dos diversos grupos, bem como o seu contributo para a sociedade e culturas portuguesas. Dizem ainda que é preciso concluir a proposta de lei contra a Discriminação Racial. E mudar alguns aspectos do funcionamento da Comissão para a Igualdade e Discriminação Racial. O processo de apresentação de queixa tem de ser mais simples e é preciso rever o modo como é feita a prova: o suposto agressor é que deve provar que não cometeu aquilo de que é acusado. J.G.H. PUBLICIDADE

SINDICATO DOS BANCÁRIOS DO SUL E ILHAS

MECODEC

União Geral de Trabalhadores

Union Network International

CONSELHO GERAL CONVOCATÓRIA Nos termos do Artigo 30.º dos Estatutos, convoco o colega para a sessão do Conselho Geral do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas, que se realiza no próximo dia 13 de dezembro de 2016, com início pelas 9.00 horas, nas instalações da UGT, sitas na Rua Vitorino Nemésio, 5, em Lisboa, (Metro da Ameixoeira) com a seguinte ORDEM DE TRABALHOS Ponto 1 - Aprovar nos termos da alínea f) do Artigo 29.º dos Estatutos, a Proposta de Orçamento do Sindicato para 2017: a) Atividade Sindical; b) SAMS; c) USP. Ponto 2 - Contratação Coletiva - Deliberar nos termos do n.º 2 do Art.º 29º dos Estatutos sobre: a) Delegação nos órgãos próprios da FEBASE, de poderes para outorgar as seguintes Convenções: - AE da CGD; - ACT das Empresas do Grupo CGD; - ACT da Caixa Económica Montepio Geral, Montepio Crédito e Montepio Valor; - ACT do Millennium BCP. b) Deliberar, nos termos da alínea c) do n.º 1 do Art 29.º dos Estatutos sobre os seguintes Instrumentos de Regulamentação Coletiva: - AE da Caixa Económica da Misericórdia de Angra do Heroísmo - AE do BNP PARIBAS - Sucursal em Portugal Lisboa, 5 de dezembro de 2016 O Presidente da Mesa Coordenadora dos Órgãos Deliberativos Centrais a) Joaquim José Mendes Dias Anexos: Orçamento do Sindicato para 2017. Os documentos referentes ao Ponto 2, seguirão oportunamente.


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SOCIEDADE RICARDO CRUZ SANTOS

Fundo europeu para pobres está por gastar Pobreza Natália Faria e Ana Henriques

Justiça Director da PJ afirma que o problema atinge “os mais variados serviços públicos” e actividades económicas

O Governo não executou o programa de 28 milhões de euros em 2016, mas diz que pode ficar para mais tarde O Governo não aproveitou este ano 28 milhões de euros de fundos comunitários de ajuda à erradicação da pobreza porque não executou o Fundo Europeu de Auxílio às Pessoas mais Carenciadas. Contudo, o ministro da Segurança Social, Vieira da Silva, garantiu ontem que os fundos não estão perdidos. O programa não impõe uma regra temporal de execução, ou seja, o dinheiro continua disponível para ser usado em anos futuros, diz. “Todo o montante financeiro disponível para este programa pode ser executado no quadro temporal do Portugal 2020”, sustentou o ministro, à margem de uma conferência sobre corrupção, em Lisboa, em reacção a uma notícia avançada pelo Jornal de Notícias. O governante reconheceu que Portugal não usou esse montante durante 2016, por ainda estar a adaptar-se às novas regras de utilização dos fundos, mas poderá usá-lo ainda “num dia futuro”. Este fundo europeu foi aprovado em 2013, para apoiar instituições de solidariedade na distribuição de alimentos. A dotação prevista para cada ano é de 28 milhões de euros, incluindo comparticipação nacional. Porém, e como explicou ao PÚBLICO o secretário-geral da Federação Portuguesa de Bancos Alimentares, Manuel Paisana, 2014 foi para a maioria dos Estados-membros um ano de transição do anterior programa, pelo que o Governo de então conseguiu accionar dez milhões de euros daquele fundo, mesmo não o tendo operacionalizado como previsto. No ano seguinte, “sucedeu o mesmo “. Em 2016, porém, “já era difícil alegar que se estava em transição”. As ONG que distribuem alimentos tiveram este ano menos para entregar aos mais carenciados, mas continuaram a contar, por exemplo, com os géneros recolhidos em campanhas como a que o Banco Alimentar promove todos os anos.

É preso um corrupto a cada três dias, diz PJ

Tribunais que vão reabrir contam com magistrados em part-time

Como vão os juízes chegar aos tribunais que reabrirem? Mapa judiciário Ana Henriques Há falta de carros de serviço. Só não é mais grave porque vários tribunais serão sobretudo balcões de atendimento A pergunta pode parecer à partida disparatada. Como vão juízes e procuradores chegar aos tribunais que encerraram há dois anos quando estes reabrirem em Janeiro? Os que a isso se dispuserem usarão os seus carros particulares, mas alguns terão de recorrer a táxis: nem todos conduzem e nalguns tribunais não há carros de serviço disponíveis. O problema radica no facto de os 20 tribunais encerrados pela então ministra da Justiça Paula Teixeira da Cruz, em 2014, apenas irem contar com juízes em part-time. Tanto eles como os procuradores só ali se deslocarão para fazer julgamentos e pouco mais. No resto do tempo continuarão a trabalhar nos tribunais das sedes de comarca ou em locais a muitos quilómetros de distância. E os carros de serviço escasseiam. A actual ministra, Francisca van Dunem, tem dito que não será por falta de condições que os tribunais não reabrirão no início de Janeiro,

como anunciou: “A logística, os espaços, os funcionários e as condições informáticas estão devidamente acautelados.” Mas alguns presidentes de comarcas dizem que no que respeita aos transportes não é bem assim. Para os 6747 quilómetros quadrados abrangidos pela comarca de Santarém, na qual vão reabrir os tribunais de Ferreira do Zêzere e Mação, existem dois veículos. “São carros velhos, um deles já reúne condições para abate. O outro é usado como carrinha para transporte de processos”, descreve o juiz que preside à comarca, João Pires da Silva. O recurso a táxis para juízes e procuradores se deslocarem já nem constitui novidade: “É frequente. Já os usaram para fazer inspecções a Fátima, que são 120km ida e volta, e a Coruche”, a 43km. A alternativa é irem nos seus carros e serem reembolsados pela gasolina. A reabertura de Mação, que será servido por um juiz de Abrantes, a 27km,

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de Janeiro é a data estipulada em decreto-lei para a reabertura. Não teria nada de extraordinário, não fosse ser domingo e feriado

e de Ferreira do Zêzere, que contará com magistrados de Tomar, apenas agravará o problema. O juiz que dirige a ainda mais extensa comarca de Évora, Edgar Valente, recorda-se da promessa do Governo PDS-CDS de dotar as novas comarcas de meios de transporte. Mas isso só sucedeu em parte delas. “Um dos dois veículos que temos está quase 100% afecto às deslocações aos estabelecimentos prisionais, o outro pertence ao Departamento de Investigação e Acção Penal.” Um dos magistrados que vão ter de se deslocar a Portel, tribunal a 40km também reactivado, não conduz. O problema só não assume maior magnitude porque são baixas as estimativas de deslocações necessárias. Edgar Valente faz as contas: se houver dez julgamentos por ano em Portel e cada um tiver duas sessões, serão 20 as viagens. Sem juízes nem procuradores no resto do tempo, os tribunais reactivados funcionarão como meros balcões de atendimento judicial: terão um ou dois funcionários para atender quem ali se dirige ou para lá telefona. Questionada pelo PÚBLICO, a tutela não deu resposta sobre o problema dos veículos. Quanto à data de reabertura, não é certa, por não estar concluído o respectivo processo legislativo. ana.henriques@publico.pt

“A corrupção em Portugal atingiu não só diversos sectores de actividade económica mas também os mais variados serviços públicos.” A afirmação é do director da Polícia Judiciária, Almeida Rodrigues, que falava ontem numa conferência promovida por esta corporação sobre o tema, para assinalar o dia mundial de combate ao fenómeno. “Estamos a prender um corrupto de três em três dias. Nos primeiros 11 meses do ano detivemos 119 pessoas suspeitas desse crime”, contabilizou mais tarde, em declarações aos jornalistas. “Temos tocado em todos os sectores da administração pública e da sociedade. Significa que vamos até onde for preciso.” Apesar de não ter aludido a casos concretos, a detenção de altos dirigentes da administração pública no processo dos vistos gold, cujo julgamento deverá começar em Janeiro, é um exemplo claro daquilo a que se refere Almeida Rodrigues, e que chegou a ser descrito pela magistrada do Ministério Público que produziu a acusação neste processo como um “problema endémico no aparelho de Estado”. Almeida Rodrigues defende que todos os crimes de corrupção deveriam ser investigados pela PJ: “Nós respeitamos as decisões do Ministério Público. Mas obviamente que eu gostaria que todos os crimes de corrupção fossem investigados pela PJ”, defendeu, sem particularizar casos concretos. No caso da Operação Marquês, no âmbito da qual o ex-primeiro-ministro José Sócrates esteve detido, é a Autoridade Tributária que desempenha o papel que costuma caber à Judiciária, por causa dos crimes tributários que também estarão em causa. De acordo com o a Procuradoria-Geral da República, nos anos judiciais de 2014/2015 e 2015/2016 foram registados 3360 inquéritos relativos a crimes de corrupção e criminalidade conexa (como abuso de poder e branqueamento). Ana Henriques


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SOCIEDADE ENRIC VIVES-RUBIO

Duas adolescentes de Montemor-o-Velho encontradas mortas Acidente Camilo Soldado

Bárbara Guimarães e Manuel Carrilho têm trocado acusações

Caso Bárbara-Carrilho: revistas VIP e Nova Gente condenadas pela ERC Media Clara Viana Publicações violaram “limites legais à liberdade de imprensa” ao publicar declarações do filho menor do casal em tribunal A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) intimou as revistas VIP e Nova Gente, do grupo Impala, a publicarem a decisão deste organismo a propósito de duas reportagens publicadas em Janeiro e Fevereiro, em que ambas as publicações davam conta das declarações do filho mais velho de Bárbara Guimarães e Manuel Maria Carrilho numa sessão em tribunal, no âmbito da regulação da guarda parental. Numa deliberação de 30 de Novembro tornada pública ontem, a ERC considera que os conteúdos publicados revelam “um tratamento indevido das declarações de um menor”, não tendo sido observados “os limites legais à liberdade de imprensa”, uma vez que foram postos em causa os “direitos fundamentais” da criança, que entretanto fez 12 anos. “A protecção de menores e a promoção do seu desenvolvimento constitui um elemento essencial à nossa sociedade”, frisa também a ERC na nota para publicação que enviou à VIP e Nova Gente, acrescentando que as revistas procuraram ainda “explorar a dimensão emocional do relacionamento do menor

com os seus progenitores”, o que “agrava o prejuízo causado”. Na sua edição de 23 de Janeiro, a revista Nova Gente puxou para capa uma das alegadas acusações feitas pelo filho à mãe, envolvendo comportamentos da apresentadora de televisão. Tanto Bárbara Guimarães como Carrilho têm trocado acusações de violência doméstica, abuso de álcool e negligência de menores. Na capa da revista VIP de 2 de Fevereiro podia ler-se: “Apresentadora em choque com relatos de violência contados pelo filho.” No interior dava-se conta da alegada preferência do rapaz pelo pai. A Nova Gente optou por não apresentar defesa junto da ERC. Já a VIP alegou surpresa pelo processo aberto pela ERC, na sequência de um pedido de averiguações apresentado pela Procuradoria-Geral da República. Surpresa que justificou com o facto de “os visados na notícia serem figuras públicas que têm exposto a sua intimidade e vida privada”. A ERC sublinha que as declarações “não foram prestadas num acto público”, adiantando que as revistas em causa “colocaram o seu interesse comercial à frente do interesse público contido no imperativo que determina o dever geral de protecção de menores”. Caso não publiquem a decisão da ERC nas suas edições, os responsáveis das publicações “incorrem no crime de desobediência”, que é punido com prisão até um ano ou com multa. clara.viana@publico.pt

Jovens de 13 e 14 anos terão sido colhidas por comboio. Os pais das amigas já tinham dado alerta de desaparecimento Os pais tinham dado o alerta para o seu desaparecimento na quartafeira à noite. Ontem, os corpos das duas adolescentes, duas amigas de 13 e 14 anos, de Montemor-o-Velho, foram encontrados numa vala junto à Linha do Norte, a sul de Alfarelos, “relativamente perto” do apeadeiro

de Vila Nova de Anços, concelho de Soure. Fonte da Polícia Judiciária de Coimbra contactada pelo PÚBLICO dizia ontem à tarde que não havia “indícios de intervenção de terceiros”, mas as investigações prosseguiam. As raparigas terão sido colhidas por um comboio. Tudo aponta para acidente. De acordo com a Polícia Judiciária, citada pela TVI, as jovens estavam mortas havia 48 horas. Ou seja, terão morrido no dia em que desapareceram. Já o comando distrital da GNR de Coimbra fez saber à Lusa que os corpos foram encontrados ontem por uma patrulha, por volta das três

da tarde, quando os guardas efectuavam uma batida pela linha férrea, à procura das adolescentes. Os pais das raparigas tinham alertado as autoridades na quarta-feira — as filhas tinham saído para passear juntas em Coimbra. Quando decidiram regressar, entraram na estação de Coimbra-B, no comboio suburbano que chegaria a Montemor-o-Velho cerca das 20h30. Só que acabaram por não sair no apeadeiro de Montemor-o-Velho, motivo que levou os pais a alertar a GNR e a PSP depois de não as conseguirem contactar por telemóvel. com Lusa camilo.soldado@publico.pt

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16 • Público • Sábado, 10 de Dezembro de 2016

LOCAL

Após o burro e o Ferrari, bicicletas. PSD-Lisboa incendeia polémicas Para criticar a falta de mobilidade em Lisboa, partido divulgou vídeo dizendo existirem ciclovias a mais. Tal como quando tentou organizar uma corrida entre um burro e um Ferrari, conseguiu sobretudo polémica RUI GAUDÊNCIO

Mobilidade Jéssica Rocha Um protesto do PSD-Lisboa contra medidas tomadas pela câmara a favor das bicicletas reuniu, em poucas horas, uma avalanche de críticas. Um vídeo, publicado esta quinta-feira na página do Facebook e acompanhado de um comunicado assinado por Mauro Xavier, presidente da concelhia, defendia que “numa cidade com sete colinas, a questão da mobilidade não passa pela construção desenfreada de ciclovias”. O desagrado não tardou e centenas de comentadores apontaram baterias à posição social-democrata. No vídeo, o PDS-Lisboa considera excessivos os investimentos feitos nos 210 quilómetros da rede de mobilidade ciclável da capital — que inclui ciclovias e vias partilhadas por ciclistas e automobilistas, e conta com 60 quilómetros já construídos e 150 em construção até ao próximo ano. Isto porque, após observar duas ciclovias, a da Praça de Espanha e a dos Olivais, no período diurno durante cinco dias, através de duas câmaras, constatou que o movimento em ambas — de apenas cinco bicicletas no período analisado, segundo a concelhia — não é suficiente para justificar a sua existência. “O vídeo que lançámos hoje não é sobre bicicletas. É sobre prioridades”, lê-se no comunicado, que também critica que nos últimos anos se tenham gasto “milhões a construir estradas para bicicletas e a comprar bicicletas”. Em contrapartida, afirmam, a mobilidade está cada vez pior em Lisboa. “Circular na cidade nunca foi tão doloroso e os transportes públicos nunca estiveram pior. Entre obras, engarrafamentos, alterações semanais de sentido e desinvestimento nos transportes públicos, a cidade nunca esteve pior”. As críticas continuam, passando para os impostos pagos pelos lisboetas que “não têm acesso a um simples bilhete de metro” e “continuam sem estar servidos por um autocarro”. A Mubi, Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta, veio lamentar “a visão retrógrada e a falta de

Lisboa conta com 60 quilómetros já construídos e 150 em construção até 2017

Rede de mobilidade ciclável de Lisboa Eixo Marginal Eixo Benfica - Braço de Prata Eixo Circular Exterior Eixo Alcântara - Luz Eixo Central Eixo Olivais Rede complementar

Fonte: CML

PÚBLICO

rigor expostas pelo PSD-Lisboa no vídeo publicado”: “Pela mesma razão que as primeiras estradas tinham muitos carros e poucas bicicletas, e levou décadas a inverter essa situação, só o tempo e alguma coragem política levarão a que a cultura de insegurança seja ultrapassada e o estatuto da bicicleta seja de novo potenciado”. Alertando ainda para o incremento do uso das bicicletas nos últimos dez anos, apela ao PSD e às restantes forças partidárias “que despolitizem a crescente utilização da bicicleta, encarando-a como um facto consensual cuja única discussão política se deverá centrar na forma mais eficaz de fazer com que esse crescimento ocorra e continue a favorecer a mobilidade, a qualidade de vida e a economia de Lisboa”. Por seu lado, o gabinete do presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML) respondeu ao PÚBLICO que “não há muito que se possa acrescentar às centenas de comentários que surgiram na sequência da

publicação do vídeo, nem à indignação manifestada contra o mesmo”. E acrescentou: “A criação de condições que promovam os modos activos, andar a pé e de bicicleta, é um dos objectivos da Câmara de Lisboa. As reacções ao vídeo vêm demonstrar que é esse o caminho que se deve prosseguir”. Também Duarte Cordeiro, vice-presidente da CML, mostrou o seu desagrado através de uma publicação, também na sua página do Facebook, que inclui uma fotografia antiga em que se vê o Terreiro do Paço cheio de carros, com a legenda “O PSD é contra mais ciclovias e o CDS é contra a aquisição de mais autocarros para a Carris. A sua proposta só pode ser esta”. Ainda assim, o PSD-Lisboa ainda afirmou, no comunicado, não ter nada contra as bicicletas e ciclovias e estar, sim, a defender a mobilidade “de todos, mesmo daquela esmagadora maioria que, por uma razão ou por outra, não se pode dar ao luxo de andar diariamente de bicicleta”. Os 150 quilómetros adicionais de ciclovias e vias compartilhadas devem estar concluídos no primeiro semestre do próximo ano, com a intenção de “unir a cidade inteira” e oferecer a todos os que queiram deslocar-se de bicicleta uma rede com “condições de segurança”. Esta não é a primeira polémica que envolve recentes campanhas da concelhia do PSD já com o objectivo das autárquicas do próximo ano: no princípio de Novembro, o partido tentou organizar uma corrida entre um burro e um Ferrari, reproduzindo uma iniciativa idêntica que António Costa levou a cabo na sua candidatura à Câmara de Lisboa em 1993. Na altura, a corrida realizou-se, mas, desta vez, choveram críticas de utilizadores das redes sociais e de associações defensoras dos animais. A reprovação feita pela provedora dos Animais da câmara acabou por levar ao seu cancelamento. Mas Mauro Xavier não se mostra procupado: “O vídeo é polémico? Ainda bem. Pode ser que assim se discuta a mobilidade”. Texto editado por Ana Fernandes jessica.rocha@publico.pt


Público • Sábado, 10 de Dezembro de 2016 • 17

Plataforma instala sonda para monitorizar radioactividade no Tejo internacional Ambiente A sonda já está instalada em Segura, no distrito de Castelo Branco, o ponto do território português mais perto da central de Almaraz A plataforma cívica Tejo Seguro, que integra cidadãos e instituições de Castelo Branco, já instalou uma sonda em Segura, zona do território português mais perto da Central Nuclear de Almaraz, para monitorizar o nível de radioactividade. O projecto Tejo Seguro surgiu em Julho, através de um movimento cívico, que se propôs adquirir e instalar uma sonda Geiger-Muller e

desenvolver uma plataforma Web para monitorizar remotamente o nível de radiação ionizante medido na fronteira com Espanha. “A sonda fica instalada junto ao rio Erges, em Segura, mesmo junto à fronteira. Isto vai funcionar em open data, ou seja, a informação que é medida em tempo real vai estar disponível na plataforma [informática] para as pessoas e instituições poderem consultar”, disse à Lusa Samuel Infante, da Quercus. A plataforma cívica envolve a associação ambientalista Quercus, docentes do Instituto Politécnico de Castelo Branco, o Centro de Empresas Inovadoras (CEI), o FabLab, a Associação de Informática de Castelo Branco, activistas pelo rio Tejo e o meteorologista Costa Alves, entre outros.

Almaraz está a 100 quilómetros da fronteira portuguesa

Segundo o ambientalista, a sonda já está instalada em Segura, no distrito de Castelo Branco. “A informação que temos é que, infelizmente, as estações de monitorização da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) estão em manutenção há vários anos e estão desligadas actualmente. Este sensor vai permitir ter essa monitorização e uma avaliação independente, com dados reais, e vai servir como alerta no caso de existir algum incidente”, frisou. Samuel Infante adiantou ainda que “já se viu que não se pode confiar no Governo nem nas autoridades espanholas, porque de todos os incidentes que houve nestes últimos anos Portugal não foi informado ou foi informado meses depois”. Este procedimento é, segundo o ambientalis-

ta, incorrecto, pelo que entende que não há nada melhor do que ter uma fonte independente de informação. “É apenas uma sonda. Esperemos que o projecto possa crescer e que se possa instalar em outras áreas”, sustentou. Os promotores arrancaram em Julho com uma campanha para angariação de fundos para o projecto, cujo valor do investimento calculado era de 2550 euros. A campanha terminou no final de Setembro e contou com a participação de 66 apoiantes, cuja comparticipação permitiu a aquisição do material e a construção da plataforma Web que está em fase final de testes. Outro objectivo é sensibilizar para os riscos de Almaraz. PUBLICIDADE

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18 • Público • Sábado, 10 de Dezembro de 2016

ECONOMIA

Dívida de Angola à TAP não pára de subir e já chegou a 70 milhões Companhia de aviação reduziu operação ao mínimo, mas continua a perder uma média de quatro milhões por mês neste mercado. Negociações diplomáticas ainda não tiveram sucesso Empresas Raquel Almeida Correia A cada mês que passa, a TAP factura entre seis e sete milhões de euros com a operação em Angola, mas só consegue receber uma pequena parte desse dinheiro. A crise que o país vive está a dificultar o repatriamento de capitais a muitas empresas portuguesas e, no caso da companhia de aviação, a dívida já vai em 70 milhões de euros. A operação já foi reduzida ao mínimo e os pagamentos residuais que vão sendo feitos alimentam a esperança de que a situação não se torne tão crítica quanto a da Venezuela. Mas, até aqui, as negociações diplomáticas têm fracassado. Em cerca de três meses, os montantes retidos em território angolano cresceram 20 milhões de euros, já que, no final de Agosto, a dívida rondava os 50 milhões. Ao que o PÚBLICO apurou, têm vindo a ser pagos mensalmente entre um e dois milhões de euros, o que significa que Angola fica a dever a cada mês entre quatro e cinco milhões à transportadora aérea nacional. Os valores

7

O número de voos semanais para Luanda tem vindo a descer. Primeiro, passou de dez para oito, e agora só conta com sete voos

3

Em apenas três meses, a dívida de Angola para com a transportadora aérea portuguesa subiu 20 milhões de euros

vão oscilando em função da época. Em Agosto, por exemplo, as vendas rondaram nove a dez milhões, pelo que a diferença face aos montantes pagos foi muito maior. A TAP tem reagido para conter os danos da crise no país, que foi provocada pela forte queda das receitas com exportação de petróleo. Isso originou não só dificuldades em repatriar capitais mas também decréscimos significativos nas encomendas e atrasos nos pagamentos. No início de 2015, a companhia de aviação restringiu a venda de bilhetes no país apenas às viagens que se realizem com origem em Luanda e também tem vindo a reduzir a operação. Este ano, começou por cortar o número de voos semanais entre Lisboa e a capital angolana de dez para oito e, agora, só conta com sete. Perante a actual insustentabilidade financeira da rota, a administração equaciona medidas mais drásticos, mas tem sido pressionada pelo Governo a manter um mínimo de frequências para garantir que a comunidade portuguesa e as relações diplomáticas entre os dois países não saem prejudicadas. Além disso, ao contrário do que aconteceu na Venezuela, país onde a transportadora aérea tem mais de 90 milhões de euros retidos, Angola não permite que as empresas deixem de vender na moeda local. Uma decisão nesse sentido iria ser considerada ilegal e muito provavelmente provocaria reacções de Luanda.

Compasso de espera O Governo tem tentado resolver o problema junto das autoridades angolanas, pedindo que acelerem os pagamentos à TAP, mas as negociações diplomáticas não têm surtido efeito até aqui. Estava planeado que o primeiro-ministro visitasse Angola ainda este ano, mas não há ainda data marcada para António Costa se deslocar ao país. A TAP ainda mantém a expecta-

Empresa tem sido pressionada pelo Governo a manter um mínimo de frequências para Luanda tiva de que a situação se normalize e, por isso, não compara Angola ao que aconteceu na Venezuela — e que elevou os prejuízos da companhia de aviação para quase cem milhões de euros no ano passado. Está, por isso, convicta de que será possível encerrar as contas deste ano com lucros, como afirmou o seu presidente executivo esta semana, durante o anúncio de seis novas rotas para o próximo ano. Parte da “espe-

rança” referida por Fernando Pinto sustenta-se na forte recuperação do tráfego no segundo semestre, tendo chegado a Novembro com um crescimento recorde de passageiros. A transportadora aérea continua, por outro lado, a trabalhar intensamente com o Governo na conclusão do processo de venda, depois de os privados terem acordado devolver ao Estado 50% do capital. Um ponto nevrálgico é a renegociação da dívi-

da, que começa agora a ganhar mais ritmo, especialmente em redor dos 120 milhões de euros emprestados por cinco bancos no final de 2015. O objectivo é que a CGD, o Novo Banco, o BCP, o Santander e o BPI aceitem alongar o prazo deste crédito, que tem uma maturidade de apenas dois anos, e reduzir a taxa de juro para cerca de 3,5%. As três primeiras instituições financeiras foram responsáveis por cerca de


Público • Sábado, 10 de Dezembro de 2016 • 19

Oportunamente, inos novos destinos nciados serão anunciados Fernando Pinto Presidente executivo vo da TAP

DANIEL ROCHA

TAP teve crescimento recorde de passageiros em Novembro Raquel Almeida Correia

75% do financiamento, pelo que a sua decisão é vital. No que diz respeito à restante dívida bancária sob renegociação (330 milhões), os prazos já foram todos alongados aquando da primeira fase da privatização, que colocou 61% da empresa nas mãos da Atlantic Gateway (de Humberto Pedrosa e David Neeleman). Mas será também tentada uma redução das taxas junto do BIC, Montepio e Popular.

Além deste processo, que o Governo se comprometeu a concluir com sucesso para que o Estado ganhe mais poder na TAP, falta também dar outros passos para fechar esta privatização: obter um parecer positivo do regulador da aviação e dispersar 5% do capital da transportadora aérea junto dos trabalhadores. raquel.correia@publico.pt

A TAP registou um crescimento recorde no tráfego em Novembro, aumentando em cerca de 25% o número de passageiros transportados. Esta subida foi sustentada pelos aumentos registados na ponte aérea entre Lisboa e Porto e no mercado americano. Outra variável importante é a alteração da política tarifária iniciada em Setembro, que permitiu à companhia atrair clientes que antes escolhiam as low cost. De acordo com os dados que constam nos relatórios mensais da ANA, o tráfego no aeroporto de Lisboa subiu 10,9% no mês passado. A TAP superou largamente esta fasquia, ao transportar 904 mil pessoas após um crescimento de 27,8%. A diferença face a Novembro de 2015 é de 196 mil passageiros. Já as suas maiores concorrentes, a Ryanair e a Easyjet, registaram aumentos de 1,9% e 6,9%, respectivamente, o que levou a que a quota de mercado da transportadora aérea nacional subisse para 52,5% — acima da média de 48,5% registada este ano. O comportamento da TAP nos restantes aeroportos foi semelhante e, ao que o PÚBLICO apurou, o aumento global do tráfego rondou os 25%. Além do maior crescimento mensal alguma vez registado pela empresa, trata-se também do melhor Novembro de sempre. Para este resultado foi decisivo o desempenho da ponte aérea lançada em Março para fazer ligações quase de hora a hora entre Lisboa e Porto. Só nesta rota, o tráfego cresceu 114%, referiu fonte da companhia. Outro contributo importante veio do mercado dos Estados Unidos, onde a transportadora aérea registou subidas de 155%, muito fruto do novo programa de Stopover, que foi lançado em Julho para incentivar passageiros de longo curso em trânsito por Lisboa ou Porto a ficar mais alguns dias em Portugal, dando-lhes acesso a descontos em hotéis, por exemplo. Também em África, houve cresci-

mentos expressivos do tráfego, na ordem dos 29%, referiu a mesma fonte. Uma outra variável importante nesta equação é a alteração da política tarifária da TAP, que desde Setembro passou a ter seis tipos de bilhetes diferentes, sendo que os de valor mais baixo já se aproximam muito à oferta das companhias low cost (embora a transportadora mantenha as refeições a bordo gratuitas). O desempenho comercial registado até Novembro pela empresa deixa

3

A TAP vai inaugurar três novas rotas para o continente africano, e retomou ligações à Guiné-Bissau antever resultados mais animadores este ano, depois de em 2015 ter registado prejuízos de 99 milhões de euros (explicados, em grande parte, pelos 91,5 milhões que tem retidos na Venezuela por dificuldades de repatriamento). Na terça-feira, o presidente da TAP assumiu mesmo aos jornalistas que tem a “esperança” de que 2016 seja um ano de lucros. Nessa mesma conferência de imprensa, a TAP lançou já algumas novidades sobre o futuro, com o lança-

mento de seis novas rotas em 2017. Para 10 de Junho está marcado o arranque das rotas para Toronto (cinco frequências semanais), Las Palmas (diário), Alicante (diário) e Estugarda (bidiário). A 1 de Julho, começará a voar seis vezes por semana para Bucareste e iniciará os voos diários para Budapeste. Duas rotas que tinha cancelado no início deste ano, quando terminou uma reprogramação da rede com o objectivo de se focar nas ligações mais rentáveis. Fernando Pinto explicou que estas apostas vão fazer crescer em 1176 o número de voos oferecidos pela companhia face a 2016. Em termos de lugares disponíveis, a subida é de 272.878. Um salto explicado, em grande parte, pelo reforço da frota da TAP que no próximo ano passará a contar com mais três Airbus, para o longo e médio curso, e mais quatro Embraer (ao serviço da TAP Express). “É isto que nos permite dar o salto, além de um maior aproveitamento do espaço” dentro dos aviões, sublinhou o responsável. O gestor brasileiro referiu que “oportunamente novos destinos serão anunciados”, mas não revelou ainda quais as escolhas feitas pela empresa. No entanto, já no início do ano tinha confirmado que serão inauguradas três novas rotas para África. PEDRO NUNES

Aposta nos Estados Unidos ajuda a explicar subida de passageiros


20 • Público • Sábado, 10 de Dezembro de 2016

ECONOMIA JORNAL PÚBLICO

José Maria Ricciardi sai da liderança do Haitong Bank

Banca Cristina Ferreira Nome do sucessor na presidência executiva ainda não é conhecido. Chairman acumula funções

Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa visitaram juntos a fábrica alemã em Palmela

Produção em série do novo modelo da Autoeuropa arranca em Julho Empresas Ana Rute Silva Construída há 25 anos, a fábrica de Palmela garante aumento de postos de trabalho. Próximos tempos “serão difíceis”, diz a VW Com a Volkswagen (VW) a tentar recuperar a confiança dos clientes depois do escândalo com as emissões poluentes, o novo modelo da marca alemã que será construído na Autoeuropa ganha novo significado. Esta sexta-feira, na cerimónia que assinalou os 25 anos da fábrica de Palmela, Thomas Ulbrich, membro do conselho de administração fabricante, não evitou o assunto. “Nos tempos que correm, nem tudo corre sobre rodas. Ultrapassar esta crise tem custos porque implica recuperar a confiança dos consumidores”, afirmou, perante uma plateia de convidados e trabalhadores. A construção do novo SUV, que será conhecido em Março no célebre Salão de Genebra, faz parte da estratégia de recuperação das vendas. “Com o novo automóvel que vão produzir [em Portugal], farão parte desta ofensiva que são os SUV. Os próximos

tempos não serão fáceis, mas apostamos aqui na Autoeuropa”, disse. Num evento onde tudo foi planeado ao milímetro —os repórteres de imagem, por exemplo, tiveram de usar protectores nas fivelas dos cintos e nos relógios para não danificarem acidentalmente nenhuma viatura — Miguel Sanches, o director-geral da fábrica, confirmou aos jornalistas que vai contratar mais mil trabalhadores para aumentar a produção no próximo ano. “Ainda é cedo para dizer exactamente quantas pessoas, mas serão seguramente acima de mil. Vamos passar a produzir acima de 200 mil carros por ano. Agora, o máximo de produção anual foram 183 mil carros”, adiantou. O novo modelo começa a ser fabricado em série no início do segundo semestre, mas Miguel Sanches garante que não sente pressão adicional da casa-mãe devido ao problema com a fraude nas emissões. “A VW Autoeuropa sempre colocou muita pressão a si própria para fazer mais e o melhor possível. Não há nenhuma pressão adicional com a questão da problemática do diesel”, garantiu. Momentos antes, Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa visitaram juntos a fábrica. E a presença desta “dupla”, como lhe chamou o Presidente da República, mostra

bem a importância que a unidade da Volkswagen tem para a economia portuguesa. Marcelo disse que a comparência dos dois governantes é a prova do “reconhecimento e gratidão” do país a uma empresa que pesa 1% do PIB e é a segunda maior exportadora. Mas também confessou que “quem é Governo”, independentemente do partido, “sofre por uns tempos” perante a incerteza de produção de novos modelos. A oposição acompanha o executivo nessas dores e todos respiram de alívio quando há investimento confirmado, continuou. Em Agosto do próximo ano haverá um novo veículo a sair da fábrica e Marcelo já fez a administração da Autoeuropa prometer que poderá fazer um test drive ao SUV. No púlpito instalado na fábrica, e colocado junto aos quatro modelos que a unidade produz, ouviram-se elogios aos trabalhadores e ao “diálogo social”. “A concertação social faz-se todos os dias nas empresas”, disse Marcelo. “Cada um de vós [trabalhadores] contribui para o sucesso, mesmo que no dia-a-dia não seja tarefa fácil”, sublinhou Thomas Ulbrich, que também aplaudiu o “apoio político”. ana.silva@publico.pt

Aos 62 anos, José Maria Ricciardi, o único membro da família Espírito Santo no activo, deixou o Haitong Bank (ex-BESI), onde exerceu as funções de presidente executivo nos últimos 13 anos. A informação foi confirmada esta sexta-feira pela instituição financeira, horas depois de o PÚBLICO ter avançado com a notícia. Numa curta nota enviada à CMVM, o Haitong Bank declarou que José Maria Ricciardi “cessou hoje as suas funções” como administrador e presidente da comissão executiva, cuja liderança será assegurada pelos restantes membros “sob a responsabilidade do sr. Hiroki Miyazato”, o chairman. Anteontem, Ricciardi encontravase em Xangai, sede do Haitong Securities, o segundo maior banco de investimento da China, onde terá sabido que não contavam com ele no próximo mandato. No meio financeiro, a mudança de cadeiras que se prepara no banco de investimento era esperada. Já a divulgação de que o banqueiro cessava imediatamente as funções surpreendeu. Desconhecem-se ainda quais os motivos que estarão por detrás da sua saída antes de ser conhecido o

Saída imediata do gestor causou alguma surpresa

substituto. Mas a iniciativa veio pôr termo ao braço-de-ferro que nos últimos meses Ricciardi manteve com o presidente não executivo, e que foi resolvido a favor de Miyazato. Um “conflito” lido dentro da empresa como fruto de um choque de culturas. Admitia-se que o afastamento pudesse ter sido influenciado por uma recomendação do Banco de Portugal, pois ainda correm processos judiciais desencadeados pelo colapso do BES. Mas ao contrário dos restantes membros da família Espírito Santo que até 2014 desempenharam lugares de gestão no BES, e a quem foi retirado o registo de idoneidade, o BdP “ilibou” José Maria Ricciardi de actos fraudulentos. No Haitong, Ricciardi tem estado a assessorar o China Minsheng na compra do Novo Banco, o que acontece depois de ter conduzido, em 2014 e 2015, as negociações de venda do BESI (agora denominado Haitong Bank) ao Haitong Securities. Um negócio que gerou para o Novo Banco um encaixe de 379 milhões de euros. Não se sabe a que projectos Ricciardi se pretende dedicar no futuro. Para além de Ricciardi, a expectativa é que outros gestores não sejam reconduzidos. A composição da próxima administração, que será mais pequena do que a actual (com 12 membros, nove dos quais executivos), deverá ser anunciada brevemente. E só depois de submetida à avaliação dos supervisores. Hoje, o Haintong Bank é o único banco de investimento internacional com sede em Lisboa. Mas as alterações em curso podem abrir as portas a uma transferência progressiva de competências para a praça londrina. Ainda que, por força do contrato assinado com o Banco de Portugal, quando o Haitong comprou o BESI, tenha ficado acordado que o CEO e o CFO terão de estar baseados em Lisboa (ou seja: parte do seu tempo terá de ser passado na capital portuguesa). Da equipa executiva de Ricciardi, pode ficar Paulo Martins, próximo de Miyazato, mas não se sabe com que cargo. Fala-se ainda que Pedro Rebelo de Sousa foi sondado para ser não executivo, por ser alguém com peso político. cferreira@publico.pt


Público • Sábado, 10 de Dezembro de 2016 • 21

ECONOMIA A Coca-Cola anunciou que Muhtar Kent vai ser substituído no cargo de CEO por James Quincey

Breves Dinheiro

Portugal foi o país da União Europeia (UE) a receber mais remessas de transferências pessoais de emigrantes em 2015 (3,3 mil milhões de euros), segundo dados divulgados pelo Eurostat. Portugal registou, tal como em 2014, a maior entrada de remessas enviadas por trabalhadores a residir noutros países – à frente de Polónia (3,2 mil milhões de euros) e Reino Unido (2,7 mil milhões).

JORNAL PÚBLICO

Portugal foi o país da UE com mais remessas de emigrantes

Banca avança primeira fase da capitalização da CGD

Comércio

Exportações caíram 3,5% e importações recuaram 1,7% As exportações e as importações diminuíram 3,5% e 1,7%, respectivamente, em Outubro face ao período homólogo, tendo o défice comercial aumentado 70 milhões de euros, para 870 milhões de euros, segundo divulgou ontem o Instituto Nacional de Estatística (INE). Já no que se refere à variação face ao mês anterior, os dados do INE mostram que em Outubro as exportações decresceram 1,2% devido à evolução do comércio intra-UE, já que as exportações extra-UE registaram um aumento. As importações registaram igualmente uma redução (-2,0%), principalmente em consequência da evolução do comércio extra-UE.

Banca

BCE recusa mais tempo ao banco Monte dei Paschi O BCE não aceitou o pedido feito pelo Monte dei Paschi di Siena para que lhe fosse concedido um alargamento do prazo para se capitalizar e voltar a cumprir os rácios exigidos pelo regulador, segundo a Reuters. O banco — o mais antigo do mundo e o terceiro maior de Itália — precisa de uma injecção de cinco mil milhões de euros. Ontem, as acções cairam 10%. Expansão

Expansão

Mercadona vai entrar em Portugal mais cedo do que previa

Fox ofereceu 13 mil milhões de euros para comprar a Sky

A espanhola Mercadona decidiu antecipar o investimento em Portugal e deverá abrir as primeiras lojas em 2017/2018, cerca de um ano antes do previsto. Foi Marcelo Rebelo de Sousa quem avançou a notícia durante o aniversário da Autoeuropa, dando como exemplo a decisão da cadeia de supermercados de acelerar a estreia no mercado nacional. A empresa tinha dado o ano de 2019 para entrar no país.

A 21st Century Fox, o gigante da televisão e cinema de Rupert Murdoch, fez uma proposta de 14.100 milhões de dólares (cerca de 13 mil milhões de euros) para comprar a Sky, empresa dona do canal britânico Sky News. A Fox é já a maior accionista da Sky, detendo 39,1% do capital, segundo as contas da Reuters. Por isso, a proposta agora apresentada tem como alvo A parte que a empresa americana ainda não detém.

A CGD já recebeu luz verde dos reguladores para a primeira fase da recapitalização. Esta passa por usar reservas no valor de 1413 milhões para cobrir prejuízos

do passado. Depois, aumentar o capital em 1390 milhões, (900 milhões do capital contingente e 490 milhões via 50% da Parcaixa). Após isso, numa

operação harmónio, o capital (7329 milhões) é reduzido em 6000 milhões: 1404 milhões para absorber mais prejuízos e 4595 milhões para reservas livres.


22 • Público • Sábado, 10 de Dezembro de 2016

ECONOMIA

A SEMANA

15%

Dos cerca de 19 mil pedidos de reforma antecipada que deram entrada desde o início deste ano, houve 5% que desistiram dessa intenção após terem tido conhecimento do valor mensal a que teriam direito. É que, devido ao agravamento do factor de sustentabilidade, a penalização para a reforma antecipada é

cada vez maior. Em média, os cortes oscilaram entre os 24,7% e os 56%, percentagem que varia conforme a idade da pessoa em causa. Já o valor médio da pensão varia entre os 442 e os 569 euros (o salário mínimo está nos 530). Muitos avançam para reforma antecipada por falta de outros rendimentos.

AS CINCO MAIS PHAROL

SONAE CAPITAL Var.

Var.

Var.

14,43%

13,03%

0,875

0,196

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0,168

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Valor das acções em euros 07

08

09

O resultado do referendo em Itália e a imediata demissão do primeiro-ministro Matteo Renzi, no domingo, não fez os estragos nas bolsas europeias que se chegou a temer. Os principais índices bolsistas e os títulos dos bancos conseguiram revelar uma forte resistência. Já os juros das dívidas soberanas, com destaque para as do Sul da Europa, evidenciaram o aumento de risco na zona euro. A semana correu com ganhos importantes, com

1,45

0,809

0,800 0,725

06

SEMAPA

16,67% 0,225

0,175

BCP

0,707 Valor das acções em euros

0,650

02-dez 05

06

07

08

09

o petróleo a subir e os principais índices norte-americanos a renovar máximos históricos. A principal nota negativa acabou por ser dada pelo BCE, que anunciou o prolongamento do programa de compra de activos até final de 2017 (deveria acabar em Março), mas vai reduzir o valor das compras. Esta mudança penaliza essencialmente a dívida pública portuguesa. Com efeito mais imediato nas bolsas estará a decisão do BCE de não dar mais

Var.

13,40

7,87%

13,05

1,3087

1,30 1,15

SONAE SGPS

1,1578 Valor das acções em euros

12,955

12,70

02-dez 05

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PSI -20 Índice em pontos

Var.

5200

5,60%

4900

4638,07

4767,19 4600 4300

Última semana 4000

08 Set.

09 Dez.

12,01

12,00

02-dez 05

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1,00

Var.

1,0

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tempo ao Monte dei Paschi di Siena para a sua capitalização. A notícia da Reuters provocou uma queda de 10% nas acções do terceiro balcão italiano, arrastando as outras instituições do país, e ainda “arrefeceu” a última sessão nas restantes praças europeias. No acumulado da semana, o principal índice da Bolsa de Lisboa, o PSI-20, conseguiu um ganho expressivo de 5,6%. Os maiores ganhos foram

0,77

0,6

02-dez 05

Valor das acções em euros 06

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conseguidos pela “massacrada” Pharol (16,67%), a reagir a desenvolvimentos relativos ao processo de recuperação da Oi. Subidas muito expressivas ainda na Sonae Capital (14,4%) e no BCP (13,03%). A Semapa e a Sonae SGPS amealharam ganhos próximos dos 8%. Já as quedas foram lideradas pela Corticeira Amorim (-3,52%), um título que tem acumulado fortes ganhos este ano. A cair mais de 3,3% esteve ainda a REN. Rosa Soares

AS CINCO MENOS MONTEPIO

EDP RENOVÁVEIS Var.

0,4350

-0,23%

0,4325

0,429

0,43

0,4275

02 Dez 05

Var.

6,2

0,41%

6,1

0,4300

0,4250

BPI

Valor das acções em euros 06

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Var.

1,200

0,53%

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6,0 5,9

REN

5,934

5,91

Valor das acções em euros

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1,150

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Var.

2,70

3,37%

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2,50

02 Dez 05

3,52%

7,850

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7,725

2,523

Valor das acções em euros

Var.

8,100 7,975

2,608

2,60

1,132

1,125

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CORTICEIRA AMORIM

Valor das acções em euros 06

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7,64

7,600

02 Dez 05

Valor das acções em euros 06

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A FIGURA MARIO DRAGHI Na última conferência de imprensa do ano, o governador do Banco Central Europeu (BCE) assumiu uma postura de compromisso entre os que defendem a redução dos estímulos à economia e os que querem a sua manutenção por mais tempo. Inicialmente, estava previsto que o programa de compra de dívida (essencialmente dívida pública) chegasse ao fim no mês de

Março. No entanto, o facto de se estar ainda bastante longe dos 2% de inflação (a meta do BCE) e o estado da economia da zona euro, ainda com um fraco crescimento, levaram a um prolongamento do programa pelo menos até ao final de 2017. O valor das compras mensais foi cortado em 20 mil milhões, regressando aos 60 mil milhões. Para conseguir aumentar a eficácia desta estratégia, foram

tomadas novas medidas, como a inclusão de títulos a um ano. Mas como Portugal não tem apostado nesse tipo de maturidade (a aposta é empurrar pagamentos mais para a frente), em nada beneficia. Para todos os efeitos, a única vantagem é o prolongamento até Dezembro, mas os efeitos em conter uma subida das taxas da dívida portuguesa serão cada vez menores: o BCE está perto de

atingir o limite de compra de obrigações portuguesas. Ontem, as taxas no mercado secundário voltaram a rondar os 4%, numa altura em que a dívida teima em ficar perto dos 130% do PIB. Para quem estivesse distraído, este é um novo sinal de alerta. O que tem acalmado os mercados nos últimos anos é a aplicação de remédios por parte do BCE, e um dia isso vai acabar. Luís Villalobos



24 • Público • Sábado, 10 de Dezembro de 2016

MUNDO

Americanos e russos tentam “salvar Alepo da destruição total” A zona que a oposição controla é cada vez mais circunscrita, o que faz com que as pessoas estejam mais concentradas e cada bombardeamento provoque ainda mais vítimas. Peritos de Washington e Moscovo reúnem-se hoje em Genebra Guerra na Síria Maria João Guimarães As movimentações diplomáticas sobre a Síria prosseguem ao mesmo tempo que a situação no terreno piorar de dia para dia, com o regime a avançar decisivamente sobre Alepo no que será o ponto em que Bashar al-Assad mais se aproximou da vitória num conflito que começou há seis anos com protestos pródemocracia. A Rússia insiste que os rebeldes que ainda lutam e resistem na parte oriental de Alepo se entreguem. Mas estes recusam-se, e parece haver razões para temerem sair: o porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Rupert Colville, disse que a ONU tinha provas de que “centenas” de homens podem ter desaparecido depois de terem saído da zona controlada pelos rebeldes para zonas controladas pelo regime. “Dado o terrível histórico de detenções arbitrárias, tortura e desaparecimentos forçados levados a cabo pelo governo sírio, estamos profundamente preocupados com o destino destas pessoas”, declarou. Entre os que fugiram do Leste de Alepo, homens com idades entre 30 e 50 anos foram separados das suas famílias, diz a ONU. Outros deslocados contam que foram levados para ser interrogados, os seus documentos de identificação foram confiscados. A organização Capacetes Brancos, formada por socorristas que operam nas zonas rebeldes, lançou um apelo para que os seus voluntários tenham passagem segura para fora da cidade: “Se não conseguirem sair, arriscam-se a tortura ou execução nos centros de detenção do regime”.

Bombas com cloro As bombas continuam a cair, concentrando-se numa zona cada vez menor do Leste de Alepo, onde se mantém rebeldes e civis. Os Capacetes Brancos dizem que morreram

pelo menos 46 civis e outros 230 desapareceram apenas na quinta-feira durante um período em que a Rússia anunciou uma trégua. Entre os explosivos estavam bombas com cloro — arma proibida que mata queimando os pulmões e provocando acumulação de líquidos. No total, morreram na operação do regime contra os rebeldes em Alepo cerca de 410 civis, entre eles 45 crianças, diz a organização Observatório Sírio dos Direitos Humanos. Na zona controlada pelo regime morreram pelo menos 105 civis, entre eles 35 crianças, por acções dos insurrectos. Desde 2011, morreram mais de 300 mil pessoas nesta guerra, que deixou deslocada metade da população do país. Ainda segundo a ONU, permanecem a viver cerca de 100 mil civis numa zona cada vez mais diminuta do Leste de Alepo, em condições de desespero tais que ninguém se atreve a sair de casa para arranjar comida. Mesmo os vendedores das poucas verduras ainda disponíveis — beldroegas e salsa — não abriram nos últimos dias. O facto de a zona estar cada vez mais circunscrita faz com que as pessoas estejam mais concentradas e cada bombardeamento provoque ainda mais vítimas.

Resolução da ONU A ONU diz ainda que alguns grupos extremistas que lutam ao lado dos rebeldes na cidade não estão a deixar sair os civis. Enquanto isso, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou uma resolução pedindo o cessar imediato de todas as hostilidades na Síria, acesso a ajuda humanitária em todo o país e o fim de todos os cercos. A resolução não é vinculativa, mas com 122 votos a favor e 13 contra (e 36 abstenções), tem peso político. Ainda ontem foi anunciada uma reunião, hoje em Genebra, de um conjunto de peritos americanos e russos para tentar “salvar Alepo” com um plano de cessar-fogo, evacuação das zonas rebeldes, e acesso

a ajuda humanitária, disse o secretário de Estado dos EUA John Kerry, segundo a agência AFP. “Trabalhei e vou continuar a trabalhar num modo de salvar Alepo de uma destruição absolutamente total”, disse Kerry. “Amanhã [hoje], uma equipa vinda da América, sob a direcção do Presidente Obama, estará em Genebra com os russos, e chegaremos, espero, a uma espécie de acordo sobre o modo como proteger os civis e o que se possa passar com a oposição armada.” As recentes declarações russas não auguravam sucesso, com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, a acusar os americanos de adiar as conversações sobre a evacuação da zona oriental de Alepo e de tomar posições “estranhas” e contraditórias. O responsável russo afirmou, no entanto, que vê “boas hipóteses” para um acordo de evacuação. O regime sírio diz agora controlar 85% da zona leste de Alepo, cidade que ficou dividida em meados de 2012, quando os rebeldes tomaram a sua parte oriental. Mas ao mesmo tempo que o avanço de Assad, apoiado pela Rússia e Irão, parece inexorável, as monarquias do Golfo que apoiam os rebeldes não parecem estar perto de desistir, diz a agência Reuters. Países como Arábia Saudita e Qatar continuam a financiar os rebeldes e a apoiar a exigência de que qualquer solução para o país tem de passar pela queda de Assad. Mesmo se os rebeldes perderem os centros urbanos, este apoio vai manter-se, disse o investigador Khaled al-Dakheel. Estes esperam ainda saber a posição do próximo Presidente, Donald Trump, em relação à Síria: se por um lado será mais próxima da Rússia de Putin, por outro poderá ser mais dura em relação ao Irão. Com estes dois a serem os aliados-chave de Assad na Síria, é difícil prever o que irá acontecer. mguimaraes@publico.pt


Público • Sábado, 10 de Dezembro de 2016 • 25

Dado o histórico de tortura do regime de Assad estamos muito preocupados

O souq fechado em Alepo antes da guerra, onde os artesãos continuavam a trabalhar, preservando saberes

Rupert Colville ONU

KHALIL ASHAWI/REUTERS

O passado que acabou

Crónica Sofia Lorena Dizemos regresso ao passado, pode ser o nosso, o histórico, pode existir e nós podemos mesmo lá voltar. A agência Reuters decidiu ontem divulgar um conjunto de imagens a que chamou “Fotografias de um passado de esplendor: Alepo antes da guerra”. Vi-as todas, uma a uma, e depois outra vez: as ruelas estreitas do bairro cristão, onde ouvi sinos e logo a seguir a chamada para as orações, onde assisti a uma missa e visitei uma sinagoga; a Cidadela, com os seus banhos turcos de cúpulas que parecem saídas de uma fábula; a vista da Cidadela para a Cidade Velha, a Grande Mesquita Omíada, a escola mesmo ao lado onde almocei da comida do vigilante que me convidou a conversar sobre a vida e o mundo, aquela rua do souq fechado, a loja de antiguidades, os raios de luz a cair reflectida no chão numa das esquinas, quando o sol consegue romper por entre as paredes grossas e os tectos de pedra abobadados. Estive em Alepo uma só vez. Na cidade, à província com o mesmo nome já voltei durante a guerra. Na Alepo de 2005 descobri uma cidade que é de todos. Uma cidade síria mas que já era minha antes eu a conhecer. O minarete da mesquita Omíada era do século XI e já não existe, da mesquita ainda sobram as paredes. A Cidadela lá continua, imponente, a olhar o resto da Cidade Velha, com muitos buracos a mais. O souq medieval, quilómetros labirínticos, são ruínas, foi destruído e depois ardeu. A sinagoga está quase perdida, as igrejas também. Em 2011, quando os sírios se começaram a manifestar, os protestos demoraram a chegar a

Alepo, a capital comercial da Síria, rica e orgulhosa do seu presente e do seu passado — desde o segundo milénio a.C. que estava no cruzamento de rotas comerciais, diz a UNESCO. Em 2012, a oposição conseguiu apoderar-se de uma grande parte de Alepo, a metade oriental. A Cidade Velha, classificada pela UNESCO como Património Mundial, parte do que a organização da ONU descreve como “herança cultural imaterial” da Síria, estava na frente de batalha e agora caiu para o regime. A zona antiga daquela que é — com Damasco e Erbil — das cidades há mais tempo habitadas no mundo, que já foi “uma das cidades mais ricas que a humanidade conheceu”, por onde passaram hititas, assírios, acadianos, gregos, romanos,

O valor de Alepo, uma das cidades há mais tempo habitadas, vinha de não ser museu omíadas, mamelucos e otomanos, nunca deixou de estar viva. O seu valor vinha de não ser um museu — os artesãos continuavam ali a trabalhar, preservando saberes e culturas, as famílias vinham todos os dias às compras. O nosso passado e a nossa história estão mais pobres. Vi as fotos de Khalil Ashawi e voltei a pensar que eu estou mais pobre. Vi cada uma e depois fechei os olhos e vi vendedores, o brilho da fruta e das sedas, os prateados das antiguidades, o beduíno que me pediu para o fotografar, as cores todas do universo; senti o cheio das tinturarias no primeiro andar, a textura dos sapatos de pele que comprei ao sapateiro que os fazia e que adivinhou o tamanho do meu pé sem perguntar. A certa altura ocorreu-me que ficou tudo no passado. slorena@publico.pt

“A Humanidade já não funciona” no Iémen João Ruela Ribeiro Os olhos ocupam-lhes a quase totalidade da cara, porque o resto é quase só osso coberto por pele. Os braços e as pernas são pequenas varas frágeis, que parecem estar prestes a quebrar a qualquer momento. As crianças subnutridas tornaram-se o rosto da guerra no Iémen, onde a ONU calcula que 14 milhões de pessoas enfrentem a escassez de alimentos e que mais de 19 milhões estejam privadas de acesso a água potável. Os bombardeamentos da coligação regional liderada pela Arábia Saudita destruíram grande parte das infraestruturas essenciais — metade dos hospitais não funciona. “O sistema na sua totalidade está a ruir, os hospitais fecham regularmente, portanto é muito assustador ver como este país, que já era afectado pela pobreza e pela má governação, está a afundarse de dia para dia”, disse à BBC a chefe da missão dos Médicos Sem Fronteiras, Colette Gadenne. As crises parecem acumular-se no Iémen. A mais recente é uma epidemia de cólera causada pela falta de acesso a água tratada e que, segundo a Organização Mundial de Saúde, atingiu cerca de 5500 pessoas. “A Humanidade já não funciona aqui”, disse esta semana o responsável pela missão das Nações Unidas no país, Jamie McGoldrick. “O mundo simplesmente fechou os olhos ao que se está a passar no Iémen.” A descida do Iémen ao caos dura há já vinte meses, quando as forças rebeldes huthis, apoiadas por partidários do ex-Presidente, Ali Abdullah Saleh, assumiram o controlo da capital, Sanaa, e retiraram o poder ao Presidente, Abd-Rabbu Mansour Hadi, obrigando-o ao exílio. Dizendo recear a queda de um Governo aliado e a sua substituição por um executivo próximo do Irão, a Arábia Saudita decidiu intervir no conflito e, desde Março de 2015, que lidera uma coligação regional que tem bombardeado posições dos rebeldes. O país está dividido em duas gran-

des zonas de influência, controladas pelas facções que lutam pelo poder. Os rebeldes controlam Sanaa e as regiões a noroeste; a zona sul e o vasto deserto a leste estão na posse do Governo internacionalmente reconhecido liderado por Hadi. Pelo meio ainda há os territórios controlados pela Al-Qaeda na Península Arábica, considerada pelos serviços secretos norte-americanos a célula do grupo terrorista fundado por Osama bin Laden mais activa actualmente. O Daesh também tem aproveitado o caos no Iémen para se instalar no Golfo Pérsico.

EUA ligados a atrocidades O conflito já fez mais de dez mil mortos, dos quais quatro mil são civis, e desalojou quatro milhões de pessoas. Em apenas um mês morreram 160 vítimas de bombardeamentos, diz a Human Rights Watch, que lançou um novo apelo aos EUA para retirarem o seu apoio à Arábia Saudita. “A Administração Obama está a ficar sem tempo para suspender totalmente a venda de armamento à Arábia Saudita ou ficar para sempre ligada às atrocidades de guerra cometidas no Iémen”, disse a investigadora da HRW Priyanka Motaparthy. Muitos acusam a coligação regional de não cingir os seus bombardeamentos a alvos militares. Há um mês, um raide aéreo atingiu um funeral em Sanaa, provocando a morte a 140 pessoas e mais de 500 feridos. “Porque haveriam os sauditas de bombardear casas velhas e o mercado que vendia passas?”, questiona, citado pelo The Guardian, Sheikh Ahmad, do conselho municipal de Saada. Uma das últimas tentativas para encontrar uma solução política caiu por terra, depois da rejeição do plano de paz proposto pela ONU. O roteiro, que previa a substituição de Hadi por um dos seus vice-presidentes e que, segundo a Reuters, até tinha a aprovação de Riad, foi rejeitado pelo Governo iemenita, que diz que o documento abria um “perigoso precedente”. joao.ruela@publico.pt


26 • Público • Sábado, 10 de Dezembro de 2016

MUNDO OLIVIER DOULIERY/MCT

Presidente da Coreia do Sul está perto de cair. E agora? Coreia do Sul João Ruela Ribeiro

A coragem de ter medo

Congressistas querem saber por que é que Obama acusou o Kremlin

Obama quer avaliação de ataques russos às eleições EUA Clara Barata Trump tem sempre posto em dúvida que o Partido Democrata tenha sido atacado. E questiona que a Rússia possa estar envolvida

Um livro que desafia os receios de crianças e adultos. O autor, Rodrigo Abril de Abreu, e a pequena Madalena leram para nós. publico.pt/medo-do-que

Blogue Letra Pequena e PÚBLICO dão-lhe a ouvir livros ilustrados

mas não substituem a leitura em papel

Barack Obama deu ordem às agências de informação norte-americanas para que façam uma avaliação dos ataques informáticos e da intervenção estrangeira nas eleições presidenciais — pelos quais o FBI acusou a Rússia em Outubro. O relatório completo deve estar pronto antes de o actual Presidente deixar a Casa Branca, a 20 de Janeiro. “Podemos ter cruzado uma nova fronteira”, disse Lisa Monaco, conselheira de Obama para a Segurança Nacional no Departamento de Justiça, citada pelo The New York Times. O relatório deverá ser partilhado com membros do Congresso — que nos últimos tempos têm pressionado o Presidente a deixar de considerar como confidencial mais informação sobre as intrusões nos servidores do Partido Democrata, nos e-mails de John Podesta, director de campanha de Hillary Clinton, e eventualmente outros, diz o The Washington Post. Os congressistas querem saber por que é que a Casa Branca acusou claramente o Kremlin de estar por trás dos ciberataques que possibilitaram o acesso a estas informações — que, em alguns casos, foram divulgadas pelo WikiLeaks. Em Outubro, os EUA acusaram oficialmente a Rússia. O director dos serviços de espiona-

gem, James Clapper Jr, e o secretário da Segurança Interna, Jeh Johnson, emitiram uma declaração conjunta dizendo que a Rússia estava por detrás da pirataria dos computadores do Comité Nacional do Partido Democrata e sugeriam que esta acção tinha sido aprovada pelos mais altos níveis do Governo russo. O vice-presidente, Joe Biden, ameaçou Moscovo de retaliação. Caiu uma sombra de suspeita sobre o Presidente eleito, Donald Trump, porque no Verão incitou a Rússia a descobrir “os e-mails desaparecidos de Hillary Clinton”. Apesar destas palavras, Trump tem sempre posto em causa que tenham sequer existido os ciberataques contra os democratas e, se tiverem acontecido, questiona que a Rússia esteja por detrás deles. “Não acredito que tenham [a Rússia] interferido” nas eleições, disse à revista Time, na edição que o escolheu como personalidade do ano. Atirou ao ar várias hipóteses sobre a identidade dos hackers: “Pode ter sido a Rússia. Pode ter sido a China. Ou pode ter sido um tipo qualquer em Nova Jérsia.” “Dada a perturbante recusa do Presidente eleito em ouvir os serviços secretos e aceitar que os ciberataques foram orquestrados pelo Kremlin, há uma urgência adicional na necessidade de se fazer uma avaliação profunda antes de o Presidente Obama sair da Casa Branca”, comentou Adam Schiff, da comissão de acompanhamento dos serviços secretos da Câmara dos Representantes, citado pelo Washington Post. clara.barata@publico.pt

Após semanas de uma crise política sem precedentes na Coreia do Sul, o Parlamento aprovou a abertura de um processo de destituição da Presidente, Park Geun-hye. O poder executivo passa para as mãos do primeiro-ministro, enquanto o Tribunal Constitucional tem seis meses para se pronunciar sobre o futuro da primeira mulher Presidente no país. A abertura do processo recebeu o apoio de 234 deputados, num total de 300, superando largamente o limiar mínimo de dois terços necessário para que a iniciativa avançasse. Fora da Assembleia Nacional, grupos cantavam vitória. Pouco depois da votação na Assembleia, Park desculpou-se pelo “caos” político em que o país mergulhou. Apesar do pedido de desculpas, recusou afastarse do cargo, prometendo colaborar com o processo do Tribunal ConstiNo exterior da Assembleia Nacional, manifestantes cantavam vitória por Park ser afastada

tucional com uma “mente calma e clara”. É nas mãos dos nove juízes que fica agora a decisão de afastar definitivamente a Presidente. Centenas de milhares de sul-coreanos têm saído às ruas todos os fins-de-semana desde que o escândalo rebentou e nada menos que a sua demissão parece satisfazê-los. O Tribunal Constitucional apresenta uma tendência conservadora que parece beneficiar Park. Caso os juízes se decidam pela destituição, devem ser marcadas eleições nos dois meses seguintes. Neste cenário, Park perde a imunidade e passa a poder ser formalmente acusada. Foi a sua imagem de personalidade incorruptível que ajudou Park — filha de um ex-ditador — a vencer em 2012. Os sul-coreanos olharam para esta mulher órfã desde há muito, sem marido nem filhos, e quase sem contacto com a família, como uma quebra numa infame tradição — todos os Presidentes da era democrática foram envolvidos em escândalos de favorecimento a familiares.


Público • Sábado, 10 de Dezembro de 2016 • 27

MUNDO

Geert Wilders condenado por discriminação racial na Holanda Num comício em 2014, o chefe do partido de extrema-direita holandesa prometeu aos seus apoiantes diminuir o número de marroquinos no país. “Metade da Holanda” foi condenada, disse, depois da sentença OLAF KRAAK/AFP

Europa em crise Clara Barata O líder de extrema-direita Geert Wilders foi condenado pelos crimes de insulto e incitação à discriminação racial, por ter prometido diminuir o número de marroquinos a viver no país num comício em 2014. No entanto, o tribunal isentou o dirigente populista de qualquer punição. Foi a primeira vez que Wilders foi condenado em tribunal, embora os actos e declarações contra o islão do líder do Partido da Liberdade (PVV) já o tenham levado a responder perante a justiça várias vezes. Mas, neste momento, está à frente nas sondagens para as legislativas de 15 de Março de 2017 — as mais recentes sondagens atribuem-lhe 34 a 35 dos 150 deputados que compõem o Parlamento. No entanto, dificilmente o PVV poderia formar governo, por falta de parceiros de coligação. O primeiroministro, Mark Rutte, reafirmou que nem ele nem o seu Partido Liberal estão preparados para formar um executivo com Wilders — a não ser que se retracte das declarações que fez sobre os cidadãos marroquinos, que estão na origem do caso julgado. Num comício em Haia, na campanha das eleições municipais de 2014, Wilders perguntou aos seus apoiantes se queriam “mais ou menos marroquinos a viver na cidade e no país”. “Menos, menos”, gritaram-lhe. “Então vamos tratar disso”, respondeu. Estas palavras levaram à deposição de 6400 queixas contra Wilders, e saídas do PVV, que parte da nova constelação transnacional de extrema-direita, anti-imigração e anti-islão, de que fazem parte a Frente Nacional de Marine Le Pen. Holandeses de origem marroquina chamados a depor em tribunal contaram que aquelas afirmações os fizeram sentir como “cidadãos de segunda”. Organizações marroquino-holandesas, como a plataforma antidiscriminação NBK — que processou Wilders em 2007, por causa de um documentário que realizou —, saudaram o veredicto. “Protege as minorias do nosso país do veneno racista que está a minar a nossa sociedade.”

As palavras do político tinham levado à deposição de 6400 queixas

Estas declarações podem ser consideradas como um atentado à dignidade deste grupo, é um insulto para a totalidade do grupo Hendrik Steenhuis Juiz

Ao ler a sentença, o juiz presidente Hendrik Steenhuis frisou que “ninguém está acima da lei”, incluindo os políticos. Wilders “isolou todo um grupo de cidadãos sem fazer distinções, estas declarações podem ser consideradas como um atentado à dignidade deste grupo, é um insulto para a totalidade do grupo”, disse, referindo-se aos cerca de 400 mil cidadãos de origem marroquina que vivem na Holanda, e que Wilders apontou como tendo menos direito de viver no país. “Um crime não pode ser protegido pelo direito à liberdade de expressão [de um político]”, concluiu. Wilders classificou a sentença como “uma loucura”. O líder de extrema-direita considerou que foi o tribunal que fez uma “distinção entre

a população marroquina e os outros grupos da população holandesa” e diz que, com ele, “metade da Holanda” foi condenada. Tal como noutras sessões do julgamento, não esteve presente na leitura da sentença, mas reagiu nas redes sociais e através de um vídeo no YouTube. “Nunca serei silenciado”, garantiu. Afirmou ainda que a decisão dos juízes era uma tentativa de “neutralizar o líder do maior e mais popular partido da Holanda”.

Mais popularidade? Wilders anunciou que vai recorrer da sentença e é imprevisível o resultado que este caso terá nas eleições. Até agora, a exposição mediática do julgamento parece ter contribuído para aumentar a popularidade do

seu partido, dizem os analistas. No entanto, os juízes consideraram não existirem provas suficientes para considerar o político do cabelo louro oxigenado culpado de incitação ao ódio — o mesmo aconteceu na sentença de 2010, a propósito do filme Fitna. Mas se em 2010 o ilibaram, desta vez condenaram-no sem emitir uma pena. O Ministério Público pedia uma multa de 5000 euros, mas deu-se por satisfeito. “Mais do que a multa, para nós o que estava em causa era definir uma norma: a de que um político não pode discriminar um grupo tendo por base a sua origem”, disse à AFP Frans Zonneveld, representante do Ministério Público holandês. cbarata@publico.pt


28 • Público • Sábado, 10 de Dezembro de 2016

MUNDO

Europa Uma sociedade aberta e sem modelo integra bem imigrantes A chegada organizada de imigrantes beneficia os países que os recebem. Mas “o espectáculo de Calais” dá uma imagem negativa a uma realidade positiva, diz Alejandro Portes Sofia Lorena

O

s Estados Unidos souberam, ao longo dos séculos, integrar milhões de imigrantes e fazer seus cidadãos os seus filhos, mas Donald Trump pode perturbar o que era até agora um processo natural — e fazê-lo quando por incorporar estão aqueles que ameaça discriminar, os muçulmanos. Basta que cumpra as suas promessas e imite o que tem feito a França. É o que Alejandro Portes chama “criar um problema que antes não existia” ou “uma profecia autorealizada”. Um dos grandes estudiosos dos fenómenos migratórios, Portes é cubano-americano e começou por

estudar os fluxos de cubanos nos EUA, dando especial atenção às segundas gerações. Aos 72 anos, acaba de publicar Spanish Legacies, um livro sobre os filhos de imigrantes em Espanha. Veio a Lisboa receber o grau de doutor honoris causa da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova. Numa conversa em “portunhol”, falou com preocupação da chegada “desorganizada” recente de muitos refugiados à União Europeia. Por ter sido “caótica”, afirma, “reforçou o nacionalismo e o discurso populista de direita, tanto na Europa do Leste como noutros países”. Tudo isto tem de ser visto olhando para “o momento que vivemos de evolução do sistema mundial, que é um momento de reacção às consequências da globalização”, diz o especialista em migrações e sociologia económica. “Estes fluxos re-

forçam as ideias que levaram à vitória do ‘Brexit’ e também à vitória de Trump”, defende. Mais: “Através do reforço do nacionalismo, comprometem o próprio destino da UE, que é um projecto de globalização.” Por isso, “é muito importante neste momento a Europa saber gerir estes fluxos, o que vem da Síria, com os refugiados, mas também o que vem de África”. Portes diz compreender a decisão da chanceler alemã, Angela Merkel, de “abrir as portas” aos sírios, há pouco mais de um ano. Quase um milhão de sírios chegou assim à Alemanha, mais ou menos o mesmo número de pessoas que entraram nos outros países da UE ao longo de 2015. “É certo que a Europa tem de lidar com a situação da Síria, uma nação que explodiu, mas a forma correcta era começar por apoiar a educação e os cuidados de saúde nos campos

e nos países vizinhos”, defende. “Talvez tivesse sido melhor que a UE se empenhasse em melhorar a situação destes refugiados na Jordânia, Turquia, Líbano, e depois organizasse a vinda de parte deles”, defende o professor emérito de Sociologia da Universidade de Princeton e investigador da Universidade de Miami. Até porque “a mesma Merkel, a seguir, teve de ir à Turquia praticamente subornar os turcos para que travassem este fluxo”, recorda. Com o acordo entre a UE e a Turquia, de Março passado, Ancara começou a limitar as saídas de sírios, em troca de dinheiro e da promessa de liberalização de vistos para os turcos. Não é só a chegada desorganizada que os líderes europeus têm de evitar, diz Portes, é também aquilo que descreve como o “espectáculo de Calais”, o surgimento de campos improvisados à vista de todos. “O es-

pectáculo de Calais é muito negativo em termos de opinião pública e também reforça o sentimento de extrema-direita. Basta a visão daquele campo, faz pensar que a imigração é totalmente negativa e tem de ser travada. Não é assim, tem de ser gerida e organizada, mas é positiva.”

Fenómeno em geral positivo Calais mal chega a ser uma gota no mar de refugiados e imigrantes na Europa — que, por sua vez, são uma gota dos 60 milhões de refugiados e deslocados internos no mundo —, “mas é muito visível”. Calais a cidade francesa perto do canal da Mancha, onde nasceram ao longo dos anos vários campos improvisados de gente à espera de tentar dar o salto para Inglaterra. O Governo francês tem estado a desmantelar estes campos, num processo criticado por não ter sido garantido que


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MUNDO TOBIAS SCHWARZ/AFP

les. Esta desordem urbana tem que ver com um processo de etnicidade reactiva dos filhos, não dos pais”, descreve. “Na Europa do Norte é ainda pior, sobretudo em França, onde não teve sucesso a integração positiva de muitos filhos de imigrantes, muçulmanos principalmente. A sociedade, e mesmo a polícia, continua a recusar estas pessoas como francesas. Neste caso, este processo leva também à radicalização, este descontentamento expressa-se através de uma reinterpretação do islão radical.” Portes lembra como a grande maioria dos atentados terroristas, em França e noutros países europeus, foram feitos por “cidadãos nascidos e educados no país e não por imigrantes de primeira geração, uma indicação de um processo de integração falhado”. E compara com Espanha, onde isto acontece menos. Sem nunca ter estudado a imigração em Portugal, imagina que por aqui se viva uma situação mais pa-

recida com a espanhola, até por não haver indicações do contrário. Em Portugal, fala de uma imigração pouco qualificada, constituída por “trabalhadores vindos das ex-colónias e pequenos comerciantes chineses, indianos, paquistaneses, uma presença empresarial positiva para o desenvolvimento das cidades e para o crescimento da população”, diz. “Os seus filhos, se forem à escola, podem converter-se numa parte importante dos novos portugueses.” O que nunca se pode fazer é o que fez e faz o Estado francês. “França diz aos imigrantes: ‘Têm de se transformar em franceses, não podem continuar a ser quem são, não podem usar véu, têm de se integrar no modelo republicano e laico para serem como nós.’ Mas nunca são, mesmo os que fazem o esforço de se integrarem continuam a ser vistos como marginalizados, diferentes”, diz. “Como ser francês em França querendo ser francês e não conseguindo ser aceite como francês. É uma situação impossível.”

Os perigos de Trump

França diz aos imigrantes: ‘Têm de se transformar em franceses’. Mas nunca são. Continuam a ser vistos como diferentes Alejandro Portes Sociólogo Quase um milhão de sírios chegaram à Alemanha, mais ou menos o mesmo número de pessoas que entraram nos outros países da UE ao longo de 2015

todas as pessoas tenham lugar nos centros de acolhimento. Portes é um cientista, muitas vezes surpreendido pelos resultados dos seus estudos, e recusa generalizar sobre a natureza positiva ou negativa da imigração. “Depende das circunstâncias — afirmar que é positivo ou negativo não é aceitável.” Mas sempre vai dizendo que, “em geral, a imigração foi positiva para os países receptores, que puderam utilizar os imigrantes como fonte de mão-de-obra e foram enriquecidos com a sua cultura; e também pode ser positiva para os países de imigra-

ção, onde se aliviam os problemas de desemprego, chega dinheiro e, no caso dos profissionais, também há a transferência de conhecimento, facilitando-se o desenvolvimento desses países”, como aconteceu com os indianos e com os chineses nos Estados Unidos. O estudo mais recente que realizou, sobre a segunda geração de imigrantes em Espanha (publicado em Spanish Legacies) reforçou uma ideia que já tinha — muitas vezes, um não-modelo é melhor do que uma integração imposta. “Em Espanha, que tem uma população muçulmana muito grande, marroquina sobretudo, a grande maioria continua a ser muçulmana, mas também se identifica como espanhola. Isto acontece porque a sociedade foi aberta e também por não ter modelo”, diz. “A sociedade permite que os imigrantes e os seus filhos se vão integran-

do eles mesmos, sem um processo vertical.” Já França é o exemplo de “um processo de integração fracassado”, daquilo a que os sociólogos chamam “etnicidade reactiva”. O problema “acontece quando os filhos de imigrantes, os que se convertem em população do país, são discriminados por motivos de raça ou religião e se percebem como estando à margem da sociedade dominante; aí pode gerar-se um processo de ‘etnicidade reactiva’”. O que isto significa é “uma recusa da sociedade receptora e uma visão de ‘nós contra eles’.”

Uma situação impossível Nos EUA, isso acontece com os filhos de mexicanos. “Os pais são discriminados pelos níveis baixos de educação e pelas características físicas, raciais. O que acontece? Surgem os gangs em cidades como Los Ange-

França não aprende e responde “com mais polícia e repressão”. O sociólogo teme que algo de semelhante aconteça nos EUA de Donald Trump. “Até agora, tínhamos uma integração orgânica, positiva, e por isso é que o país conseguiu integrar milhões e os seus filhos agora são americanos. Mesmo a pequena população de origem muçulmana tem-se integrado naturalmente, ainda sem estar incorporada. Mas com Trump pode haver um processo de marginalização, e isso é muito perigoso. Cria um problema que não existia antes, chama-se a isso ‘profecia auto-realizada’.” Por mais que a sociedade americana, ou parte dela, queira resistir. “A eleição de Trump não promete nada de bom.” Travar a imigração não é possível, são as necessidades económicas que ditam os seus fluxos, “quer de mão-de-obra especializada, quer de gente para trabalhar na agricultura e nos serviços”. Mas “pode acontecer, como em França, um processo cumulativo, em que aconteçam atentados terroristas por parte dos filhos de imigrantes e estes gerem mais repressão e marginalização desta população, o que, por sua vez, gera mais formações reactivas, até se criar um círculo vicioso”. Isto, mesmo existindo “cidades-refúgio, como Nova Iorque, que pode considerar-se um modelo, soube integrar todos os imigrantes, um pouco como Miami e Chicago”. Já “no interior do país a situação pode ser muito diferente”. “Esperemos que não, vamos ver.” slorena@publico.pt


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CULTURA

Prémio Pessoa para o tradutor de Homero e da Bíblia A épica tradução a solo da Bíblia a partir do grego antigo foi o pretexto mais próximo para a atribuição do Prémio Pessoa a Frederico Lourenço, que é também ficcionista, ensaísta e poeta Livros Luís Miguel Queirós Depois de ter traduzido a Odisseia e a Ilíada, foi provavelmente a colossal empreitada que agora tem em mãos — a tradução, a partir do grego antigo, da chamada Bíblia Grega, ou dos Setenta — que valeu a Frederico Lourenço o Prémio Pessoa, promovido pelo semanário Expresso. O anúncio do 30.º vencedor foi feito ontem no Palácio de Seteais, em Sintra, por Francisco Pinto Balsemão, que sublinhou a “rara erudição” do escritor, tradutor e professor universitário. O primeiro (na cronologia de publicação) dos seis volumes desta sua tradução, que inclui os evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João, saiu recentemente na Quetzal, que deverá lançar o segundo e o terceiro ainda em 2017, e que anuncia este projecto editorial, que só deverá concluir-se em 2020, como “a mais completa versão da Bíblia em língua portuguesa”. “Penso que a saída do primeiro volume da tradução da Bíblia terá sugestionado o júri para pensar em mim, mas se calhar este prémio tem também que ver com as minhas traduções do grego antigo, e o reconhecimento dessa missão que tenho tido de dar a conhecer um bocadinho aos leitores portugueses a literatura em língua grega”, admitiu ao PÚBLICO Frederico Lourenço. De facto, o júri do prémio — que integrou, além de Balsemão, António Domingues, António Barreto, Clara Ferreira Alves, Diogo Lucena, José Luís Porfírio, Maria Manuel Mota, Maria de Sousa, Pedro Norton, Rui Magalhães Baião e Viriato Soromenho-Marques — destaca a “centralidade dos estudos clássicos” na obra de Lourenço, faz referência expressa ao “rigor” com que traduziu “as obras fundamentais de Homero”, e elege como o seu “traço mais singular” o “modo como ao longo de quase duas décadas tem vindo a oferecer à lín-

gua portuguesa as grandes obras da literatura clássica”, lembra também a diversidade e eclectismo dos seus campos de interesse, nos quais se incluem “o romance, a poesia, o teatro, o ensaio, os estudos bizantinos, a germanística e a história da dança”. Mas o próprio Frederico Lourenço reconhece que “o grande protagonismo vai hoje para a Bíblia”, referindose também à sua vida pessoal, já que este trabalho épico o vai ocupar, se tudo correr como previsto, até 2020. E para lá da sua dimensão, o projecto distingue-se também das suas traduções dos poemas épicos atribuídos a Homero pela profusão, dimensão e detalhe das notas explicativas. “Traduzi a Odisseia e a Ilíada como os poemas que são, mas na Bíblia há tanta coisa que é preciso explicar, tantas opções de tradução que temos de justificar, que acaba por ser um trabalho mais universitário”, explica. Afirmando-se “muito sensibilizado e muito honrado” por ter recebido o prémio Pessoa, Frederico Lourenço diz que se trata de “um prémio muito especial”. E se ao recebê-lo se “pode sentir que se fez um bom trabalho”, é uma distinção que “traz também a responsabilidade de se fazer melhor, de se tentar ser merecedor dele”. Um dos jurados, o sociólogo António Barreto notou, em declarações à Lusa, que as suas traduções da Odisseia e da Ilíada, “um trabalho académico muito sério, foram muito procuradas pelo público, levando os grandes clássicos da literatura universal aos tops de vendas”. Se Frederico Lourenço não é um exemplar típico do helenista — pense-se, por exemplo, na notável Maria Helena da Rocha Pereira —, deve-o não apenas à diversidade dos seus interesses e competências, mas também a um assumido desejo de chegar ao grande público. E como observa Barreto, e as sucessivas reedições das suas traduções, romances e livros de ensaios atestam, tem conseguido cumprir bastante satisfatoriamente o seu desígnio.

Lourenço “tem vindo a oferecer à língua portuguesa as grandes obras da literatura clássica”, diz o júri O escritor e editor Francisco José Viegas, responsável pelo lançamento desta Bíblia em língua portuguesa na Quetzal, afirmou ao PÚBLICO que a sua reacção ao prémio é de “grande alegria”, por duas ordens de razões. “A um nível pessoal, porque sou amigo do Frederico Lourenço, e sintome comovido porque é uma pessoa maravilhosa; e como editor é uma grande felicidade, porque é o reconhecimento de um trabalho de anos, de divulgação das letras clássicas e da tradução da sensibilidade clássica para a nossa língua.”

A bibliografia de Lourenço, que antes desta colaboração com a Quetzal, foi essencialmente editada pela Cotovia, inclui a trilogia ficcional Pode um Desejo Imenso, iniciada em 2002 com o romance do mesmo nome, uma ficção em ambiente académico, cujo protagonista é um professor universitário que aprecia com o mesmo entusiasmo a poesia de Camões e a beleza do seu aluno Filipe, o volume de contos A Formosa Pintura do Mundo (2005), os livros autobiográficos Amar não Acaba (2004) e A Máquina do Arcanjo (2006), as já referidas tra-

duções da Odisseia (2003) e da Ilíada (2005), uma antologia da Poesia Grega de Álcman a Teócrito (2006), livros de ensaios como Novos Ensaios Helénicos e Alemães (2008), Estética da Dança Clássica (2014) ou o recente O Livro Aberto: Leituras da Bíblia (2015), o volume de poemas Santo Asinha e outros Poemas (2010), a compilação de crónicas O Lugar Supraceleste e outras Meditações (2015) e, entre vários outros títulos, coisas tão diversas como uma recriação poética do poema dramático Don Carlos, de Friedrich Schiller, ou textos sobre cineastas


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Penso que a saída do primeiro volume da tradução da Bíblia terá sugestionado o júri para pensar em mim Frederico Lourenço MIGUEL MANSO

como Frank Capra, Ernst Lubitsch ou Howard Hawks, estes publicados pela Cinemateca Portuguesa, cujo director histórico, João Bénard da Costa, era seu padrinho. Pela sua reconhecida erudição, pela amplitude de interesses e pelo gosto de traduzir e divulgar (e pela dimensão e complexidade das tarefas que se impõe neste domínio), pode talvez inscrever-se Frederico Lourenço numa linhagem de “homens de letras” cujos precedentes mais próximos e mais óbvios na cultura portuguesa seriam Jorge de Sena e

Talvez se possa inscrever Lourenço numa linhagem cujos precedentes próximos mais óbvios na cultura portuguesa seriam Jorge de Sena e Graça Moura

Vasco Graça Moura, mesmo se a sua obra de criação original não é comparável à de nenhum dos dois. Mas no rol das coincidências, é curioso observar que, tal como Graça Moura se aventurou a adaptar Os Lusíadas para jovens leitores, Lourenço fez o mesmo com a Odisseia e a Ilíada. “É uma grande lisonja”, comenta o autor, quando confrontado com esta hipótese de genealogia. “Tenho muita admiração pelo Vasco Graça Moura, e também pelo ensaísta puro e duro, mas as suas traduções são de uma perfeição literária extraordinária, e acho que não tenho esse dom, que tento compensar com outras mais-valias que trago para a tradução dos textos antigos”, diz, dando como exemplo esta tradução da Bíblia, que está a tentar que resulte “tão próxima quanto possível do texto original”, e que procura contextualizar com “comentários e explicações bastante pormenorizadas”. Filho do filósofo, escritor e tradutor M. S. Lourenço (1936-2009), professor catedrático de Lógica e Filosofia da Matemática — e autor de uma das mais singulares e secretas obras poéticas portuguesas da segunda metade do século XX —, Frederico Lourenço n asceu em Lisboa, em 1963. Obteve a sua Licenciatura e o seu Doutoramento em Línguas e Literaturas Clássicas na Universidade de Lisboa, tendo leccionado também nessa Universidade, entre 1988 e 2009, antes de assumir o lugar de professor associado da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Com o patrono do prémio que agora lhe foi atribuído, Frederico Lourenço partilha o bilinguismo inglês-português, tendo vivido até aos dez anos em Inglaterra e feito a primária em Oxford, onde o pai era leitor. Fluente também em alemão, a opção pelos estudos clássicos não era um destino particularmente óbvio. “Acaba por ser estranho, mas tinha uma curiosidade tão grande em relação ao grego que acabei por dar prioridade ao curso de grego e latim” explica. Mas o inglês e alemão que aprendeu estão agora a dar-lhe muito jeito: “Há muita coisa em inglês e alemão, sobretudo do século XIX, que é preciso ler para se perceber a evolução dos estudos históricos e críticos da Bíblia”. com Vítor Belanciano luis.miguel.queiros@publico.pt

Clássico, como só ele

Opinião António Guerreiro Se a literatura grega tem, como elemento original, o “entusiasmo excêntrico”, e o “fogo do céu”, Frederico Lourenço, apesar de habitar profundamente essas paragens para as trazer até nós como um tradutor-mensageiro (mas também como helenista, num plano mais estritamente universitário) parece um edifício de harmonia e equilíbrio apolíneos. Na nossa comunidade dos tradutores, ele ocupa uma posição muito singular porque escolheu defrontarse com os textos fundadores: a Odisseia, a Ilíada, a Bíblia. A função humanista da tradução, entendida à maneira clássica, cumpre-se nestes grandes empreendimentos que Frederico Lourenço realizou e pelos quais tem sido aclamado. Uma aclamação, aliás, que precisaria às vezes de ser complementada com uma discussão crítica, promovida pelos seus pares. Essa falta é flagrante na recepção da tradução da Bíblia grega, que devia fornecer matéria para debate, o que dificilmente pode ter lugar num país como o nosso, em que sempre se praticou muito mais o catolicismo de catequese do que a leitura bíblica e a reflexão teológica. Na pequena constelação dos tradutores e estudiosos da literatura da Antiguidade clássica, Frederico Lourenço ganhou um grande destaque na esfera pública, nos meios profanos, como este prémio que agora lhe foi atribuído vem confirmar. E o seu nome é certamente o primeiro que ocorre quando pensamos na razoável vitalidade a que assistimos nós últimos anos, no campo da edição, de traduções

dos clássicos gregos e latinos. Mas seria muito injusto achar que ele é o único astro da constelação (e seria justo, neste momento, fazer aqui alusão à editora de Frederico Lourenço, os Livros Cotovia, e àquele que esteve à frente da editora, o falecido André Jorge). O mundo dos estudos clássicos e dos respectivos departamentos universitários vive às vezes à beira da liquidação, mas tem tido uma actividade tão produtiva e necessária que merece ser exaltada. O nome de Frederico Lourenço serve também, de algum modo, de emblema e embaixador. Mas o tradutor da Bíblia, de Homero, de alguma poesia grega e de duas tragédias de Eurípides não teria certamente conhecido o reconhecimento público para além do território universitário se não fosse alguém que se move entre várias artes, línguas e disciplinas. Recordemos que ele se estreou na edição literária com um romance, que seria o primeiro de uma trilogia; e que também publicou um livro de poesia. Mas a faceta pública que se sobrepôs foi a do tradutor: coisa rara, já que a tradução é muitas vezes vista como um ofício secundário. Solicitado a falar do seu método enquanto tradutor, Frederico Lourenço nunca se alongou muito em questões de tradutologia. A teoria especulativa da tradução parece nunca o ter entusiasmado muito. O que ele sempre sublinhou foi o seu amor pela letra, pela palavra, a sua philo-logia. Frederico Lourenço é um verdadeiro filólogo e poderia, aliás definir a tradução, à maneira de Schlegel, com um “mimo filológico”. A imagem que ele cultivou nas muitas entrevistas que deu (e ninguém lhe poderá apontar a falta de perícia no diálogo com os media) é o de alguém que vive desde a infância em estado de Babel, movendo-se entre línguas e entre artes. Mas sempre concedendo um privilégio ao clássico e ao apolíneo.


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CULTURA

“Vivemos um momento interessante em que é possível flutuar entre a televisão e o cinema”

Como é que a África se vê no cinema brasileiro? NELSON GARRIDO

Televisão Maria João Monteiro

Cinema Jorge Mourinha

A presença da actriz Cobie Smulders da série Foi assim Que Aconteceu foi o ponto alto do segundo dia da Comic Con Portugal

Ciclo decorre em Lisboa entre hoje e quinta-feira, na Cinemateca e na Casa Independente

Quem entra no recinto da Comic Con Portugal, na Exponor, em Matosinhos, dá de caras com uma multidão vestida a rigor e preparada para se reencontrar com velhos amigos. Alguns deles cruzaram-se na banda desenhada, outros na grande tela do cinema e outros, ainda, na caixinha mágica que é a televisão. É o caso de Cobie Smulders, conhecida do grande público por interpretar Robin Scherbatsky na série Foi assim Que Aconteceu (How I Met Your Mother no original), transmitida em Portugal na Fox Comedy. Desde então, saltou para o mundo da Marvel no papel da agente Maria Hill e representou ao lado de Tom Cruise no filme de acção Jack Reacher: Nunca Voltes atrás. Natural de Vancouver, Canadá, Cobie começou a dar os primeiros passos na representação enquanto dividia o seu tempo entre a sua terra natal e os Estados Unidos. Tinha conseguido pequenas participações em séries como Smallville e A Letra L, mas o ponto de viragem chegou aos 22 anos, quando foi escolhida para o papel da jornalista Robin Scherbatsky na série que é considerada por muitos a Friends do século XXI. “Olhando para trás, foi uma oportunidade incrível, porque me ajudou a ser melhor actriz, permitiu-me ficar amiga de pessoas muito criativas e possibilitou o meu primeiro grande contacto com a indústria”, diz em entrevista ao PÚBLICO. A série Foi assim Que Aconteceu que relatava a vida de um grupo de amigos à medida que se iam deparando com os problemas da vida adulta e as emoções a ela adjacentes tornou-se uma sitcom de sucesso, e foi rodada durante nove anos. “Há quem não se sinta realizado em projectos de longa duração como este, mas nunca foi o caso para mim, porque os argumentistas eram muito bons”, explica. O trabalho atrás das câmaras é, aliás, destacado pela actriz canadiana como estando na origem do sucesso da série. “Eu só dizia palavras que ou-

NELSON GARRIDO

tras pessoas com bastante mais piada do que eu tinham escrito. É engraçado ser celebrado por algo que tanta gente ajudou a criar”, refere. Desde que o último episódio foi para o ar, em Março de 2014, a carreira de Cobie Smulders saltou da televisão para o grande ecrã, primeiro no universo Marvel de Os Vingadores e, mais recentemente, no segundo filme de Jack Reacher. “Quando um projecto destes chega até mim, procuro sempre formas de me desafiar e de fazer algo novo, para que possa melhorar a minha técnica”, diz Cobie. E se trocar a energia e a graça da personalidade de Robin pela gar-

ra das personagens destemidas da banda desenhada é uma experiência diferente, a actriz refere que não delineia o seu percurso para deliberadamente se demarcar do papel que a tornou famosa. “Não gosto de fazer sempre a mesma coisa. Fico aborrecida facilmente”, brinca, com uma gargalhada. A série da Netflix Friends from College é um dos mais recentes projectos de Cobie Smulders e ilustra o desejo da actriz em alternar entre as indústrias da televisão e do cinema, como tem feito até agora. “Há 10 ou 20 anos, ou eras actor de televisão ou de cinema. Vivemos um momento in-

Além de Friends from College, série que tem estreia em 2017, Cobie Smulders estrear-se-á na Broadway em Present Laughter teressante em que é possível flutuar entre os dois, especialmente porque a televisão se tem tornado muito inteligente, no sentido de fazer versões mais condensadas das séries”, explica. A actriz elogiou a nova dinâmica do mercado da televisão, exemplificando com a série de oito episódios que gravou ao longo de três meses: “Foi como gravar um filme de quatro horas, e acho que isso é atractivo para qualquer actor.” Quando um elenco assume o compromisso de gravar uma série televisiva, assina um contrato de longa duração que, segundo Cobie Smulders, é “entusiasmante, mas assustador”. O desenvolvimento de diferentes métodos para a produção de televisão e a agilização de produtoras como a Netflix, cujas séries têm um número menor de episódios, são vistos pela actriz como um benefício para o trabalho de actores, argumentistas e realizadores. “Ninguém fica exausto, e as narrativas, além de serem muito fortes, são conceptualizadas bem antes de começarmos a filmar”, diz, manifestando a intenção de continuar a viajar entre os dois mundos.

O modo como a experiência dos africanos no Brasil tem sido representada no cinema é o “mote” para um pequeno ciclo que se inicia hoje em Lisboa, na Cinemateca Portuguesa e na Casa Independente, prolongando-se quinta-feira, dia 15. Organizado em parceria entre a Africa.Cont, EGEAC e o Queer Lisboa, A Experiência Afro-Brasileira na Tela arranca com Barravento (1962), primeira realização de Glauber Rocha, e termina com A Rainha Diaba (1974), de António Carlos Fontoura, sobre a célebre figura da “Madame Satã”. Ao todo, 25 filmes, entre curtas e longas-metragens, ficção e documentário, serão exibidos para explorar as representações cinemaBarravento (1962), do realizador brasileiro Glauber Rocha, é um dos filmes do ciclo

tográficas das culturas e experiências africanas no cinema brasileiro ao longo dos anos. Nessa lógica, atenção especial a dois documentários, Abolição de Zózimo Bulbul (1988), realizado no centenário da abolição da escravatura, e A Negação do Brasil, de Joel Zito Araújo (2000), sobre a presença das comunidades negras na telenovela; e à “docuficção” híbrida de Adirley Queirós, Branco Sai, Preto Fica (2014), que explora a diferença de tratamentos sociais consoante a cor da pele. Se o grosso do ciclo decorre na Cinemateca (que recebe também na Sala dos Cupidos a instalação vídeo de Raphaël Grisey, A Mina dos Vagalumes), já a Casa Independente recebe um programa específico sobre as religiões afrocêntricas como o candomblé, com projecção de filmes e um debate sobre as sexualidades e o género no misticisimo afro-brasileiro com as investigadoras Clara Saraiva e Karla Bessa.


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CULTURA NICOLAS MAETERLINCK

Tributo global a David Bowie em Janeiro

Música

Charles Aznavour ao vivo em Antuérpia, Bélgica, no dia 4 de Dezembro

Aznavour, a segunda visita de “um trabalhador incansável da canção” Música Nuno Pacheco Quase uma década depois, Charles Aznavour volta ao mesmo palco para mostrar, aos 92 anos, que não quer parar. De cantar e de viver A vida tem destas surpresas. Quando Charles Aznavour actuou em Lisboa, em Fevereiro de 2008, escrevemos que vê-lo seria “uma oportunidade única”. Ele estava em “tournée” de despedida desde o Outono de 2006, naquela que seria a sua última digressão mundial, e não se previa que a “tournée” durasse anos. Mas durou uma década, e continua. O que leva a que Aznavour regresse ao mesmo palco, hoje, numa sala que mudou de nome (quando cá esteve, em 2008, era Pavilhão Atlântico, agora é Meo Arena) enquanto ele mudava de idade. Hoje, Aznavour tem 92 anos mas não parou, nos palcos ou nos estúdios. Depois de Lisboa, e até Abril de 2017, já tem concertos marcados em Paris (três no Palais des Sports, no fim de Dezembro), Madrid, Santiago do Chile, São Paulo, Rio de Janeiro e Moscovo. Em 2015 lançou um novo disco de originais, Encores, com

onze canções da sua autoria, uma das quais em homenagem a Édith Piaf (De la môme à Édith), além de uma versão de um original de Nina Simone, You’ve Got to Learn, que Aznavour cantou no inglês original. Um ano antes, em 2014, foi editada pela Universal a integral dos seus álbuns de estúdio, numa caixa com 60 CD, a que foi dado o nome de Anthologie. Nascido em Paris, 22 de Maio de 1924, filho de emigrantes arménios (o seu verdadeiro nome é Shahnour Vaghinagh Aznavourian), Aznavour empreendeu nesta sua “tournée” de despedida uma luta contra a idade e contra o tempo. Em 2008, aos que arriscaram ir vê-lo actuar em Lisboa, Aznavour mostrou-se sem qualquer sinal de decrepitude. A voz, embora não fosse já a mesma dos seus anos áureos, elevava-se sempre que as canções o exigiam, num canto expressivo, permitindo-se dançar, gesticular, gracejar, dramatizar.

Um adeus de novo adiado Estrela que nega sê-lo, preferindo ser visto como “trabalhador incansável da canção”, Charles Aznavour tornou-se um símbolo de longevidade numa carreira que exige entrega, abnegação e esforço. E se é verdade que cada vez mais cantores têm vindo a arriscar para lá da barreira

dos 70, Aznavour entrou na barreira dos 90 sem um prazo para deixar os palcos, pisando-os com invejável desenvoltura, como se pode confirmar em vídeos de actuações recentes. Em 2008, Aznavour cantou Les emigrants, Paris au mois d’Août, La terre meurt, Que c’est triste, Venise, Je t’aime A.I.M.E., Une vie d’amour, Moi, je vis en banlieue, Fado (em que enfatizou “os amores ardentes de Portugal”), Je voyage, Sa jeunesse, La bohème, Emmenez-moi ou J’abdiquerai, em que ele canta que dizer adeus ao público é como dizer adeus às armas. Talvez por isso ele adie esse adeus, uma vez mais. A fechar a biografia que está no seu site oficial, Aznavour escreveu estas palavras: “Ao longo de oitenta anos de carreira participei em mais de sessenta filmes, compus mais de 800 canções, cantei em seis línguas diferentes. Mas, sobretudo, aquilo que fiz fi-lo com amor e seriedade, embora me tenha sempre divertido, e fi-lo respeitando o meu público e os meus valores.” É com este espírito que Aznavour sobe hoje a mais um palco, no Meo Arena, em Lisboa, às 21h30. Como se fosse a primeira vez, porque a última só o destino a decidirá. nuno.pacheco@publico.pt

David Bowie, que morreu a 10 de Janeiro deste ano, completaria 70 anos a 8 de Janeiro de 2017. Em homenagem ao primeiro ano sem o cantor e também para celebrar a sua vida e obra, amigos e colaboradores estão a preparar uma série de cinco concertos à volta do mundo, a decorrer durante um mês, com início no dia 8 de Janeiro. A minidigressão chamase Celebrating David Bowie e passará pelas cidades de Londres (8 Janeiro), Nova Iorque (10 Janeiro), Los Angeles (25 de Janeiro), Sydney (29 de Janeiro) e Tóquio (2 de Fevereiro). Um núcleo de duas dezenas de músicos viajará à volta do mundo, sendo coadjuvados nas diferentes cidades

por outros músicos dos países onde vão decorrer os concertos. Entre os participantes estão artistas que integraram bandas de Bowie, como Mike Garson, Adrian Belew, Angelo Moore, Gaby Moreno, Bernard Fowler, Joe Sumner, Sterling Campbell e Earl Slick. O actor Gary Oldman estará no concerto de Londres. Alguns dos músicos apresentaram-se ao vivo, compuseram ou gravaram com Bowie ao longo de décadas, tendo integrado, inclusive, digressões dos anos 1970 como Ziggy Stardust ou Diamond Dogs. Nos últimos dias, o músico tem sido também notícia porque o seu último álbum, Blackstar, lançado precisamente no dia do seu 69.º aniversário, lidera inúmeras listas dos melhores álbuns do corrente ano.


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CIÊNCIA

Às vezes o tempo voa, outras vezes parece que pára. Porquê? Cientistas do Centro Champalimaud identificaram, em ratinhos, os circuitos neurais que controlam a percepção do tempo. Publicado na revista Science, o trabalho pode dar pistas sobre a doença de Parkinson GIL COSTA

Neurociências Andrea Cunha Freitas “Há aquele cliché dos jovens amantes que ficam a noite toda acordados a falar, sem sentir o tempo passar.” E alguns de nós também já terão passado pela experiência de esperar por notícias de alguém ferido num acidente, momentos de angústia em que uma hora pode parecer uma semana. Os exemplos são de Joe Paton, neurocientista do Centro Champalimaud, em Lisboa, e vem a propósito do artigo que assinou ontem na revista Science. A sua equipa estudou a percepção do tempo no cérebro de ratinhos e identificou os circuitos neurais que controlam esta experiência. Os investigadores da Champalimaud partiram para este trabalho com um alvo definido: vigiar a actividade de um tipo de neurónios que liberta dopamina e que faz parte de uma zona do cérebro (a “porção compacta da substância negra”) que já se sabia que estava envolvida no processamento temporal. “Basta submeter um rato a um estímulo assustador, para os seus níveis de dopamina caírem em flecha”, diz Joe Paton no comunicado sobre o estudo, no qual se acrescenta ainda que, “nos seres humanos, a destruição da substância negra provoca a doença de Parkinson, que também é acompanhada de deficiências da percepção do tempo”.

Experiências com som e luz Assim, escolhido o centro de todas as atenções, era preciso fazer as experiências com os animais. Os ratinhos foram treinados a desempenhar uma tarefa que tinha a ver com o tempo. “Treinámos uma série de ratinhos para conseguirem decidir se a duração do intervalo entre dois sons era maior ou menor do que 1,5 segundos”, explica Paton no comunicado. “E, após meses de treino, tornaramse exímios na tarefa.” Se escolhessem uma estimativa curta, os animais colocavam o focinho na porta da direita e se a escolha fosse de uma estimativa longa voltavam-se para a porta da esquerda. E, quando acer-

tavam, recebiam uma recompensa. Depois, os neurocientistas mediram os sinais que denunciam a actividade dos neurónios dopaminérgicos na região do cérebro em estudo. Para esta tarefa foram usadas técnicas genéticas que tornavam os neurónios fluorescentes quando estavam activos. Foi assim que registaram um aumento da actividade neural no início de cada sinal sonoro e que perceberam que a luz emitida nem sempre tinha a mesma intensidade. “O que observámos foi que, quanto maior era o aumento de actividade neural [aquando do primeiro e do segundo sinais sonoros], mais os animais tendiam a subestimar a duração do intervalo”, diz Sofia Soares, outra das autoras do estudo. “E quanto menor era o aumento, mais eles ten-

diam a sobrestimar essa duração.” Para se certificarem que existia uma relação de causa-efeito entre a actividade neural e a forma como o cérebro dos ratinhos avaliava a duração do tempo, foi necessária mais uma ronda de experiências. “Os neurónios pareciam reflectir informação acerca da estimativa da duração feita pelos animais. Mas estariam na realidade a controlar o seu sentido do tempo?”, questiona Joe Paton. Desta vez, os neurocientistas centraram-se na manipulação dos neurónios, silenciando-os ou estimulando-os através de uma técnica (optogenética) que usa a luz. Mostraram então que quando estes neurónios eram estimulados os ratinhos subestimavam a duração e que quando eram silenciados a sobres-

timavam. Ou seja, a actividade dos neurónios é capaz de alterar a forma como os animais avaliam a passagem do tempo.

E nos humanos? Este conhecimento poderá ser importante para problemas como o défice de atenção ou a toxicodependência ou para doenças neurodegenerativas como a Parkinson que também estão associados a estes neurónios? Os neurocientistas apenas arriscam responder um cauteloso “é provável”. Para já, adianta Sofia Soares ao PÚBLICO, o próximo passo da investigação será “perceber melhor o papel destes neurónios, que não estão isolados e enviam informação para regiões diferentes do cérebro, em todo o circuito”.

Este trabalho, nota Joe Paton, foi feito com ratinhos e como estes animais não são capazes de dizer o que sentem não se pode falar na sua percepção, mas apenas numa interpretação dos cientistas. Deste modo, qualquer extrapolação para os seres humanos é pura especulação, admite o neurocientista. O que não quer dizer que não se possa fazer. Especulando, frisa Sofia Soares, podemos afirmar que uma pessoa apaixonada daria um perfeito exemplo para este estudo, exibindo neurónios muito activos quando se encontra com a pessoa de quem gosta — quando o tempo voa — e pouca actividade neuronal quando espera por ela — e os minutos parecem horas. acfreitas@publico.pt


Público • Sábado, 10 de Dezembro de 2016 • 35

CLASSIFICADOS

Edif. Diogo Cão, Doca de Alcântara Norte, Tel. 21 011 10 10/20 Fax 21 011 10 30 1350-352 Lisboa De seg a sex das 09H às 19H pequenosa@publico.pt Sábado 11H às 17H

COMARCA DE LISBOA OESTE Sintra - Inst. Central - 1.ª Secção de Execução - J2

HENRIQUE SANTOS Agente de Execução Cédula n.º 2416

Exequente: Carlos Manuel M. Pombo Executado: Martins Jesus - Comércio de Carnes, Lda Proc.º n.º 21599/15.1T8SNT

ANÚNCIO Faz-se saber que nos autos acima identificados se encontra designado o dia 13 de Dezembro de 2016, pelas 9 horas e 30 minutos, para na 1.ª Secção de Execução - J2 de Instrução Central de Sintra, sito no Palácio da Justiça - Av. General Mário Firmino Miguel, N.º 2, 2714-556 Sintra (Telefone 219100500, Fax: 211545157, mail: sintra.execucao@tribunais.org.pt), se proceder à abertura de propostas em carta fechada, que sejam entregues pelos interessados até esse momento, para a venda do bem imóvel abaixo identificado, o qual se encontra penhorado nos autos de execução acima identificada. IMÓVEL Fração autónoma designada pela letra “A” correspondente ao r/c Dt.º LJ, do prédio urbano sito na Rua Tomé de Barros Queiroz, N.º 25, 2710-624 Sintra, inscrito na Conservatória do Registo Predial de Sintra sob o n.º 299/19800515, sob o art.º 2509 da Freguesia de St.ª Maria/ S. Miguel em Sintra, com o valor patrimonial de 91.641,00 euros (noventa e um mil seiscentos e quarenta e um euros e zero cêntimos). Vai à praça pelo preço-base de € 40.000,00 (quarenta mil euros e zero cêntimos). A fração do bem imóvel atrás identificado será adjudicada a quem melhor preço oferecer acima de 85% do valor-base indicado, ou seja, pela importância de € 40.000,00 (quarenta mil euros e zero cêntimos). Os proponentes deverão juntar à sua proposta, como caução, um cheque visado à ordem do Solicitador de Execução, no montante correspondente a 5% do valor anunciado, ou garantia bancária no mesmo valor, face ao preceituado no art.º 824, n.º 1, do novo Cód. Proc. Civil. Sintra, 2016/Dezembro/3 O Solicitador, Agente de Execução Henrique Santos Rua Nossa Senhora da Natividade, n.º 8, 2725-432 Mem Martins T: (+351) 966403945 - F: (+351) 219 214 570 Email: 2416@solicitador.net - NIF: 101901046

Público, 03/12/2016

EMPREGO

INSCREVA-SE EM

EM PARCERIA COM

EMPREGO.PUBLICO.PT

Fracção Autónoma

Proposta em carta fechada, até 2016/12/22

Sua mulher, filha e restante família participam que será celebrada Missa de 30.º Dia, segunda-feira, dia 12, às 19.00 horas na CAPELA DE NOSSA SENHORA (Capela anexa à Igreja de São João de Deus Praça de Londres). Agradecem desde já e muito reconhecidamente a todos aqueles que os acompanharam neste difíceis momentos ou que de qualquer outra forma lhes manifestaram o seu pesar. Agência Funerária Magno - Alvalade Servilusa - Número Verde Grátis 800 204 222 Serviço Funerário Permanente 24 Horas

Propostas em carta fechada até 2016/12/22

• Insolvência de João Manuel Rosa Rocha - Proc. n.º 8673/16.6T8SNT, Comarca de Lisboa Oeste - Sintra - Instância Central - Secção Comércio - J1

(INSOLVÊNCIA de João Paulo Serrano Alves - Proc. n.º 310/04.8TBBNV-B, Comarca de Santarém - Inst. Central - Secção Comércio - J2)

• Insolvência de Zilda Maria Barão Saraiva - Proc. n.º 3698/16.4T8VFX, Comarca de Lisboa Norte, V. F. de Xira - Inst. Central - Sec. Comércio - J2

Não obstante a indicação do preço mínimo, proceder-se-á ao registo das propostas apresentadas com preço superior € 132.100,00. O anúncio público da adjudicação será efectuado em 2016/12/23, pelas 11 horas, no escritório do A.I., na presença de todos os interessados. Uma vez avisado deverá o proponente vencedor pagar no prazo de 24 horas, mediante cheque bancário ou visado à ordem da massa insolvente o equivalente a 20% do preço de adjudicação. No acto da adjudicação é devida pelo comprador à Leiloeira “MIGUEL & MIGUEL, LDA.” a comissão de 5% acrescido do respectivo IVA à taxa de 23%. A escritura pública de venda efectuar-se-à no prazo de 60 dias e logo que estejam cumpridos os requisitos processuais e legais da insolvência relativos à alienação de bens apreendidos para as massas insolventes. Para tal efeito os A.I. avisarão o promitente-comprador com a antecedência mínima de 15 dias. Em caso de desistência imputável ao promitente-comprador este perderá o direito aos valores já pagos. Na impossibilidade de poder cumprir o contrato de promessa de compra e venda serão devolvidos em singelo todos os valores recebidos. As propostas deverão ser dirigidas aos A.I., para o seguinte endereço: “RUI MURTA - SAI, Unipessoal, Lda Av. 5 de Outubro, 19 - 1.º Esq.º, 2900311 Setúbal, ruigmurta@mail.telepac.pt”, por carta ou por email, identificando o processo, devendo mostrar-se recepcionadas, até 2016/12/22. Os bens poderão ser mostrados mediante marcação prévia a efectuar com: Sr. José Joaquim, tlm: 967608227).

Por indicação do Sr. Administrador da Insolvência, vamos proceder à venda, na modalidade de negociação particular, mediante apresentação de proposta em carta fechada da fracção abaixo referida, na freguesia de Algueirão-Mem Martins, encontrando-se esta onerada com usufruto vitalício. Descrição do bem a vender - fracção autónoma E: Fracção E, 1.º frente sito no prédio urbano na Av. Chaby Pinheiro, n.º 10, Mem Martins, freguesia de Algueirão-Mem Martins, descrito na CRP de Sintra sob o n.º 2846 e registado na respectiva matriz sob o artigo 5189.º, por preço acima de 20.000,00€. O anúncio público da adjudicação será efectuado em 2016/12/23, pelas 10 horas, no escritório do A.I., na presença de todos os interessados. Uma vez avisado, deverá o proponente vencedor pagar no prazo de 24 horas, mediante cheque bancário ou visado à ordem da massa insolvente o equivalente a 20% do preço de adjudicação. No acto da adjudicação é devida pelo comprador à Leiloeira “MIGUEL & MIGUEL, LDA.” a comissão de 5% acrescido do respectivo IVA à taxa de 23%. A escritura pública de venda efectuar-se-á no prazo de 60 dias e logo que estejam cumpridos os requisitos processuais e legais da insolvência relativos à alienação de bens apreendidos para a massa insolvente. Para tal efeito o A.I. avisará o promitentecomprador com a antecedência mínima de 15 dias. Em caso de desistência imputável ao promitente-comprador este perderá o direito aos valores já pagos. Na impossibilidade de poder cumprir o contrato de promessa de compra e venda serão devolvidos em singelo todos os valores recebidos. As propostas deverão ser dirigidas ao A.I., para o seguinte endereço: “RUI MURTA - SAI, Unipessoal, Lda Av. 5 de Outubro, 19 - 1.º Esq.º, 2900-311 Setúbal, ruigmurta@mail.telepac.pt”, por carta ou por email, identificando o processo, devendo mostrar-se recepcionadas, até 2016/12/22. O referido bem poderá ser mostrado pelo encarregado da venda aos interessados a seu pedido, a fazer por contacto telefónico para o n.º 967608227, Sr. José Jesus Joaquim, em qualquer dia com marcação prévia, para que assim possam examinar o bem.

Miguel & Miguel, Lda. Leilões Judiciais e Particulares, Lda. NIF: 504 069 225 Av. Independência das Colónias, n.º 19 cave traseiras, 2900-407 Setúbal Fax: 265 239 161 * Email: miguel_miguel.lda@live.com.pt

Miguel & Miguel, Lda. Leilões Judiciais e Particulares, Lda. NIF: 504 069 225 Av. Independência das Colónias, n.º 19 cave traseiras, 2900-407 Setúbal Fax: 265 239 161 * Email: miguel_miguel.lda@live.com.pt

Público, 10/12/2016

Público, 10/12/2016

Por determinação dos Administradores da Insolvência (A.I.), nomeados nos processos supra-referidos, é promovida a venda do seguinte bem, por preço acima do indicado, livre de ónus ou encargos: Verba Única: “Fracção autónoma designada pela letra ‘V’ correspondente ao 4.º andar letra C do prédio urbano sito na Avenida Infante D. Henrique n.º 11, freguesia de Santo António dos Cavaleiros, concelho de Loures, descrito na Conservatória do Registo Predial de Loures com o n.º 747-V e inscrito sob o artigo matricial n.º 2075, com box na segunda cave (piso -2)”. Preço mínimo: €155.411,76.

ENG.º JOÃO FRANCISCO COELHO DA FONSECA BARATA MISSA DE 30.º DIA E AGRADECIMENTO

APARTAMENTO EM MEM MARTINS

Santo António dos Cavaleiros - Loures

MARIA DA PIEDADE RODRIGUES SILVESTRE FALECEU Seu Marido, Filha e restante Família cumprem o doloroso dever de participar o falecimento da sua ente querida e que o seu funeral se realiza hoje pelas 10.00 horas da Igreja de Linda-aVelha para o Cemitério de Barcarena.

COMARCA DE SETÚBAL

COMARCA DE LISBOA OESTE

Setúbal - Inst. Local - Secção Cível - J2 Processo: 7240/16.9T8STB

Cascais - Inst. Local - Secção Cível - J4 Processo: 3392/16.6T8CSC

ANÚNCIO

ANÚNCIO

Interdição / Inabilitação Partes: Requerente: Ministério Público Requerida: Sílvia Inácio Mendonça Na Comarca de Setúbal, Setúbal - Inst. Local - Secção Cível - J2 Faz-se saber que foi distribuída a ação de Interdição / Inabilitação em que é requerida Sílvia Inácio Mendonça, filha de Edgar da Cruz Mendonça e de Maria Luísa Inácio Cruz Mendonça, nascida em 08-01-1973, portadora do NIF - 222955660, BI - 12266779, residente na Rua do Vale de Chaves, 72, 2910-848 Setúbal, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.

Interdição / Inabilitação Requerente: Ministério Público Requerido: Luís Filipe Cardoso Grácio Faz-se saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Interdição / Inabilitação em que é requerido Luís Filipe Cardoso Grácio, com residência em domicílio: Casa de Repouso de Alcabideche, Rua Cesaltina Gouveia, 471-A, 2645-038 Alcabideche, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.

N/ Referência: 82699782

Cascais, 07-12-2016.

Setúbal, 09-11-2016. A Juíza de Direito Dr.ª Valéria Barros Gomes R. Marques Bessa O Oficial de Justiça José Manuel Caeiro Gonçalves Público, 10/12/2016

MAIS INFO: 210 111 010

N/ Referência: 103785168 A Juíza de Direito Dr.ª Maria de Fátima R. Marques Bessa A Oficial de Justiça Maria José Ventura Público, 10/12/2016

COMARCA DE VILA REAL Chaves - Inst. Central - Sec. de Execução - J1 ALEXANDRA GOMES Agente de Execução CPN 4009

Processo: 518/12.2TBPRG - Execução Comum Ref. Interna: PE/331/2012 - Data: 06-12-2016 Exequente: Caixa Geral de Depósitos, S.A. Executado: Manuel Alexandre Guedes Ribeiro Borges

ANÚNCIO DE VENDA Agente de Execução, Alexandra Gomes CP 4009, com endereço profissional em Av. João da Cruz, n.º 70, Edifício S. José - 2.º Esq. Frente, 5300-178 Bragança. Nos termos do disposto no artigo 817.º do Código de Processo Civil, anuncia-se a venda dos bens adiante designados: Bens em Venda TIPO DE BEM: Imóvel. DESCRIÇÃO: Prédio rústico composto de mato, sito em Telhada, freguesia de Sanhoane, atual União das Freguesias de Lobrigos (São Miguel e São João Baptista) e Sanhoane, concelho de Santa Marta de Penaguião, descrito na Conservatória do Registo Predial de Santa Marta de Penaguião, sob o número 237/19900621 e inscrito na respetiva matriz sob o artigo 259, secção 2B. PENHORADO EM: 08-11-2012. VALOR-BASE DA VENDA: 6.000,00€ Será aceite a proposta de melhor preço, em montante igual ou superior a 5.100,00€, correspondente a 85% do valor-base. INTERVENIENTES ASSOCIADOS AO BEM: Executados: Manuel Alexandre Guedes Ribeiro Borges, NIF: 189295856, com morada na Rua Fundo de Vila, n.º 158, 5030-362 Sanhoane. MODALIDADE DA VENDA: Venda mediante

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proposta em carta fechada, a serem entregues na Secretaria do supramencionado Tribunal, pelos interessados na compra, ficando como data para abertura das propostas o dia 11 de Janeiro de 2017, pelas 14h00m. Nos termos do n.º 1 do art.º 824.º C.P. Civil “os proponentes devem juntar obrigatoriamente com a sua proposta, como caução, um cheque visado, à ordem do Agente de Execução, no montante correspondente a 5% do valor anunciado ou garantia bancária no mesmo valor”. Os proponentes deverão indicar o seu nome completo, morada, números de bilhete de identidade e contribuinte e apresentar as propostas até ao dia e hora designados para a sua abertura. A sentença que se executa está pendente de recurso ordinário: Não Está pendente oposição à execução: Não Está pendente oposição à penhora: Não A Agente de Execução - Alexandra Gomes Av. João da Cruz, n.º 70, Edifício S. José, 2.º Esq.º Frente, 5300-178 Bragança E-mail: 4009@solicitador.net Telf.: 273 328 194 - Fax: 273 382 033

Público, 10/12/2016 - 2.ª Pub.


36 • Público • Sábado, 10 de Dezembro de 2016

CLASSIFICADOS VENDA DE BENS IMÓVEIS

VENDA DE BENS IMÓVEIS

Insolvência de Alberto Fernando Martins de Carvalho - NIF 203586514

Insolvência de Narendra Kumar Parshotam e Shila Dhansuklal Parshotam - NIF 191402524 e 179 900 092

Leonardo de Deus Correia Gonçalves, Administrador de Insolvência, nomeado no âmbito do Processo n.º 862/16.0T8STS a correr termos na Comarca do Porto - Santo tirso - Inst. Central - 1.ª Secção Civil - J4, vai proceder à venda, nos termos dos art.º 164.º n.º 1 do CIRE, e dos art.ºs 811.º n.º 1 alínea a) e 816.º ss do C.P.C. mediante proposta em carta fechada, dum bem imóvel compreendido naquela massa insolvente, compostos por: Verba n.º 1: Fracção autónoma designada pelas letras “DU”, destinada a habitação no rés-do-chão direito com arrecadação n.º 7 no sótão e parqueamento n.º 2 na cave, fazendo parte de um prédio urbano constituído em propriedade horizontal, sito na Rua do Alto da Serra, 127, 5.º, esq.º frente, na freguesia de Valongo e Concelho de Valongo, descrito na Conservatória do Registo Predial sob o número 3775 - Valongo e inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 5650 - Fracção “DU”. Valor de Base de Venda: 65.647,06 €. Valor mínimo de Venda: 55.800,00 €. As propostas devem ser apresentadas em carta fechada e entregues pelos eventuais interessados, no escritório do Administrador de Insolvência, até às 11h30m do dia 16.12.2016, ficando designado o dia 19 de Dezembro de 2016, pelas 11.30 horas para se proceder à abertura das mesmas. O bem pode ser visto através de marcação para o n.º 963309030. CONDIÇÕES DE VENDA 1. Os interessados na aquisição dos bens, têm de remeter as propostas em carta fechada, contendo no envelope a referência “PROPOSTA” dirigida ao cuidado de Leonardo Correia Gonçalves - Administrador da Insolvência de Alberto Fernando Martins de Carvalho, para a Av.ª de Berna, n.º 35 - 5.º Dt.º, 1050-038 Lisboa. 2. As propostas terão de conter sob pena de serem excluídas, os seguintes elementos: identificação do proponente, morada, n.º de contribuinte, contactos (telefone, fax, mail), identificação do processo e valor oferecido, cópia do cartão de cidadão ou bilhete de identidade, se for uma pessoa coletiva, certidão comercial do proponente. 3. As propostas de compra terão de ser acompanhadas de cheque visado ou bancário correspondente a 20% do valor da proposta à ordem da massa insolvente de Alberto Fernando Martins de Carvalho, sob pena de rejeição.

Leonardo de Deus Correia Gonçalves, Administrador de Insolvência, nomeado no âmbito do Processo n.º 17835/15.2T8LSB a correr termos na Comarca de Lisboa - Lisboa - Inst. Central - 1.ª Secção Comércio - J5, vai proceder à venda, nos termos dos art.º 164.º n.º 1 do CIRE, e dos art.ºs 811.º n.º 1 alínea a) e 816.º ss do C.P.C. mediante proposta em carta fechada, de bens móveis compreendidos naquela massa insolvente, compostos por Verba n.º 1 a 21 do auto de apreensão: Recheio variado e usado de mobiliário, nomeadamente 1 arca congeladora, mobiliário diverso duma sala comum, de jantar e estar, incluindo 1 aparelhagem de som e 2 televisores, móveis dum quarto de dormir de casal pertencentes a um andar de quatro assoalhadas. Valor Mínimo de Venda: 2 600,00 € As propostas devem ser apresentadas em carta fechada e entregues pelos eventuais interessados, no escritório do Administrador de Insolvência, até às 11h do dia 16.12.2016, ficando designado o dia 19 de Dezembro de 2016, às 11.00 horas para se proceder à abertura das mesmas. Os bens podem ser vistos através de marcação para o n.º 963309030. CONDIÇÕES DE VENDA 1. Os interessados na aquisição dos bens, têm de remeter as propostas em carta fechada, contendo no envelope a referência “PROPOSTA” dirigida ao cuidado de Leonardo Correia Gonçalves - Administrador da Insolvência de Narendra Kumar Parshotam e Shila Dhansuklal Parshotam, para a Av.ª de Berna, n.º 35 - 5.º Dt.º, 1050-038 Lisboa. 2. As propostas terão de conter sob pena de serem excluídas, os seguintes elementos: identificação do proponente, morada, n.º de contribuinte, contactos (telefone, fax, mail), identificação do processo e valor oferecido, cópia do cartão de cidadão ou bilhete de identidade, se for uma pessoa coletiva, certidão comercial do proponente. As propostas de compra terão de ser acompanhadas de cheque ou vale postal correspondente a 20% do valor da proposta à ordem da massa insolvente de Narendra Kumar Parshotam e Shila Dhansuklal Parshotam, sob pena de rejeição. A maior proposta só será aceite após confirmação de boa cobrança do cheque.

Público, 10/12/2016

Público, 10/12/2016

MAIS INFO: 210 111 010

CONHEÇA A NOSSA SELECÇÃO DE ACESSÓRIOS EM LOJA.PUBLICO.PT

Por Acórdão de 10 de novembro de 2016, proferido no Proc. 1077/14.7TVLSB.L1 da 8.ª Secção do Tribunal da Relação de Lisboa, foi confirmada a Sentença emitida no processo que correu termos junto do J9 da 1.ª Secção Cível da Instância Central da Comarca de Lisboa no que respeita à declaração de nulidade do n.º 5 da Cláusula 2.ª das “Condições Especiais – Conta Ordenado”, com a seguinte redação: “O valor mínimo estipulado para o ordenado domiciliado nas «Contas Ordenado» poderá ser alterado pelo Banco através de comunicação escrita ao Cliente, nomeadamente por meio de extrato da «Conta Ordenado»”. O Banco foi condenado a abster-se de utilizar esta disposição nos respetivos contratos, pelo que a sua redação será alterada, de acordo com o determinado no referido Acórdão.

VENDA DE BENS IMÓVEIS Insolvência de Francisco Manuel Contreiras e Carmelinda Maria Silva Gomes - NIF 119157870 e 128044306 Leonardo de Deus Correia Gonçalves, Administrador de Insolvência, nomeado no âmbito do Processo n.º 1928/15.9T8STR a correr termos na Comarca de Santarém - Santarém - Inst. Central - Secção de Comércio - J2, vai proceder à venda, nos termos dos art.º 164.º n.º 1 do CIRE, e dos art.ºs 811.º n.º 1 alínea a) e 816.º ss do C.P.C. mediante proposta em carta fechada, dum bem imóvel compreendido naquela massa insolvente, compostos por: Verba n.º 1: Prédio urbano sito na Urbanização Quinta das Cegonhas, Arneiro dos Covões, Lote 6, 2135 - 100 SAMORA CORREIA, Freguesia de SAMORA CORREIA, descrito na Conservatória do Registo Predial de Benavente sob o número 4589/20001204, inscrito na respetiva matriz predial urbana sob o artigo 8.333. Valor mínimo de Venda: € 126.525,00. As propostas devem ser apresentadas em carta fechada e entregues pelos eventuais interessados, no escritório do Administrador de Insolvência, até às 12h do dia 16.12.2016, ficando designado o dia 19 de Dezembro de 2016, pelas 12.00 horas para se proceder à abertura das mesmas. O bem pode ser visto através de marcação para o n.º 963309030. CONDIÇÕES DE VENDA 1. Os interessados na aquisição dos bens têm de remeter as propostas em carta fechada, contendo no envelope a referência “PROPOSTA” dirigida ao cuidado de Leonardo Correia Gonçalves - Administrador da Insolvência de Francisco Manuel Contreiras e Carmelinda Maria Silva Gomes, para a Av.ª de Berna, n.º 35 - 5.º Dt.º, 1050-038 Lisboa. 2. As propostas terão de conter sob pena de serem excluídas, os seguintes elementos: identificação do proponente, morada, n.º de contribuinte, contactos (telefone, fax, mail), identificação do processo e valor oferecido, cópia do cartão de cidadão ou bilhete de identidade, se for uma pessoa coletiva, certidão comercial do proponente. 3. As propostas de compra terão de ser acompanhadas de cheque visado ou bancário correspondente a 20% do valor da proposta à ordem da massa insolvente de Francisco Manuel Contreiras e Carmelinda Maria Silva Gomes, sob pena de rejeição. Público, 10/12/2016

A ALZHEIMER PORTUGAL é uma Instituição Particular de Solidariedade Social fundada em 1988. É a única organização em Portugal especificamente constituída para promover a qualidade de vida das pessoas com demência e dos seus familiares e cuidadores. A ALZHEIMER PORTUGAL apoia as Pessoas com Demência e as suas Famílias através de uma equipa multidisciplinar de profissionais, com experiência na Doença de Alzheimer. Os serviços prestados pela ALZHEIMER PORTUGAL incluem Informação sobre a doença, Formação para cuidadores formais e informais, Apoio Domiciliário, Centros de Dia, Apoio Social e Psicológico e Consultas Médicas de Especialidade.

www.alzheimerportugal.org Contactos Sede: Av. de Ceuta Norte, Lote 15, Piso 3, Quinta do Loureiro, 1300-125 Lisboa - Tel.: 21 361 04 60/8 - E-mail: geral@alzheimerportugal.org Centro de Dia Prof. Dr. Carlos Garcia: Av. de Ceuta Norte, Lote 1, Loja 1 e 2 - Quinta do Loureiro, 1350-410 Lisboa - Tel.: 21 360 93 00 Lar e Centro de Dia “Casa do Alecrim”: Rua Joaquim Miguel Serra Moura, n.º 256 - Alapraia, 2765-029 Estoril Tel. 214 525 145 - E-mail: casadoalecrim@alzheimerportugal.org Delegação Norte: Centro de Dia “Memória de Mim” - Rua do Farol Nascente n.º 47A R/C, 4455-301 Lavra Tel. 229 260 912 | 226 066 863 - E-mail: geral.norte@alzheimerportugal.org Delegação Centro: Urb. Casal Galego - Rua Raul Testa Fortunato n.º 17, 3100-523 Pombal - Tel. 236 219 469 - E-mail: geral.centro@alzheimerportugal.org Delegação da Madeira: Avenida do Colégio Militar, Complexo Habitacional da Nazaré, Cave do Bloco 21 - Sala E, 9000-135 FUNCHAL Tel. 291 772 021 - E-mail: geral.madeira@alzheimerportugal.org Núcleo do Ribatejo: R. Dom Gonçalo da Silveira n.º 31-A, 2080-114 Almeirim - Tel. 24 300 00 87 - E-mail: geral.ribatejo@alzheimerportugal.org Núcleo de Aveiro: Santa Casa da Misericórdia de Aveiro - Complexo Social da Quinta da Moita - Oliveirinha, 3810 Aveiro Tel. 23 494 04 80 - E-mail: geral.aveiro@alzheimeportugal.org





CONHEÇA A CASA MENOS CONHECIDA DE ALEXANDRE ALVES COSTA: A DELE.

Colecção A casa de quem faz as casas E

ntre em casa do arquitecto Alexandre Alves Costa pela sua própria mão neste segundo volume da colecção “A casa de quem faz as casas”, inédita e exclusiva do Público. Alexandre Alves Costa colaborou, entre outros, com os arquitectos Siza Vieira, Camilo Cortesão e Sérgio Fernandez e hoje é Professor Catedrático Emérito da FAUP, dedicando parte do seu tempo à escrita, sendo autor de vários trabalhos editados em revistas da especialidade. Tem participado em conferências e palestras em Portugal e no estrangeiro sobre o ensino, a crítica e a história da Arquitectura. “A casa de quem faz as casas”, um olhar íntimo sobre a obra mais pessoal de 13 dos maiores nomes da arquitectura contemporânea portuguesa. Acompanhe também a série na TVI24, aos Sábados.

Adalberto Dias • Alexandre Alves Costa • Sérgio Fernandez • Eduardo Souto de Moura • José Carvalho Araújo • Manuel Graça Dias • José Adrião • João Mendes Ribeiro • João Luís Carrilho da Graça • Gonçalo Byrne • Manuel Aires Mateus • José Carlos Loureiro • Álvaro Siza

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13 livros. PVP unitário 7,90€. Preço total Portugal Continental: 102,70€. Data de início: 6 de Dezembro. Data Fim: 28 Fevereiro. Dia da semana: Terça. Limitado ao stock existente.

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TERÇA, 13 DEZ COM O PÚBLICO


Público • Sábado, 10 de Dezembro de 2016 • 41

FICAR CINEMA

Os mais vistos da TV Quinta-feira, 08

Memento FOX Movies, 21h15 Este filme com recurso constante a flashbacks sobre a identidade e as armadilhas da memória que lançou a carreira de Christopher Nolan e lhe valeu a sua primeira nomeação para os Óscares pelo argumento original. Leonard (Guy Pearce) vive obcecado por encontrar a pessoa que provocou a morte da mulher e lhe causou uma forma de amnésia selectiva que o leva a apagar todas as reminiscências posteriores a esse acontecimento. Mas, ao mesmo tempo que a investigação avança, questões mais complexas vão surgindo. E quanto mais procura pela verdade, mais Leonard se vê enredado na incerteza. Priscilla, a Rainha do Deserto AXN White, 22h Três drag queens de Sydney (Hugo Weaving, Guy Pearce e Terence Stamp), a quem a vida corre mal, aceitam fazer um espectáculo em Alice Springs, no centro da Austrália. Para lá chegar, atravessam o deserto num autocarro pintado de cor-de-rosa a que chamam Priscilla. A viagem faz-se com paragens frequentes e diversos incidentes. De Stephan Elliott, um delicioso road movie australiano que tem tanto de cómico como de comovente, com a grande curiosidade de apresentar o veterano dos filmes de terror (e não só) Terence Stamp num papel muito diferente do habitual. Óscar em 1994 para o Melhor Guarda-Roupa. Love is Strange — O Amor É Uma Coisa Estranha TVC1, 21h30 Depois de quase quatro décadas de vida em comum e entusiasmados com a aprovação do casamento de pessoas do mesmo sexo, Ben e George decidem oficializar a sua relação. Porém, quando menos esperam, Ben é despedido do seu emprego como professor de coro num colégio católico. Sem economias, e cientes de que os trabalhos de George não lhes podem garantir o sustento, vêem as suas vidas totalmente alteradas. Um drama multigeracional de Ira Sachs com John Lithgow, Alfred Molina e Marisa Tomei. Aniki Bóbó RTP1, 23h55 Quase em dia de aniversário do nascimento do mestre Manoel de Oliveira, que se celebra a 11 de Dezembro, uma obra memorável

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Amor Maior A Impostora

Televisão lazer@publico.pt

RTP 1 6.30 Espaço Zig Zag 8.00 Bom Dia Portugal Fim de Semana 9.55 A Praça (Compacto) 11.12 Agora Nós (Compacto) 12.17 Diga Doutor: Tumores Cerebrais 13.00 Jornal da Tarde 14.23 Aqui Portugal: Cinfães 19.59 Telejornal 20.45 Linha da Frente 21.23 A Minha Mãe Cozinha Melhor do Que a Tua 22.51 Donos Disto Tudo 23.55 Aniki Bóbó 1.27 Futebol: Liga dos Campeões 2016/2017 - Magazine 1.53 A Grandiosa Enciclopédia do Ludopédio 2.49 A Solista

RTP 2 6.13 Caminhos da Natureza 6.33 Repórter África - 2ª Edição 7.00 Euronews 7.50 Espaço Zig Zag 12.20 A Casa de Dani 12.49 Faça Chuva Faça Sol 13.17 Biosfera 13.47 Hospital Real 15.00 Desporto 2 17.02 Memórias de Ontem 18.57 Olhar o Mundo 19.40 Castelos e Palácios da Europa: Sul de Inglaterra 20.35 Candice Renoir 21.30 Jornal 2 21.56 Página 2 22.17 Shakespeare - 400 Anos de Espanto 0.49 No Limite 1.48 Biosfera 2.21 A Arte Eléctrica em Portugal: Os Anos do IÉ-IÉ 3.21 Portugal 3.0

Jornal das 8 Jornal da Noite Telejornal

SIC TVI

13,1

11,8 TVI 10,9 SIC 10,9 RTP1 10,3

27,4 24,6 21,8 21,7 20,9

FONTE: CAEM

Segunda Vista 21.30 Love Is Strange - O Amor é Uma Coisa Estranha 23.10 Frankie & Alice 0.55 Até ao Fim 3.10 À Procura de uma Estrela 4.55 Amor à Segunda Vista

RTP1 RTP2 SIC TVI Cabo

11,7% % 1,6 19,2 19,6 37,1

Mentirosas 2.56 Priscilla, Rainha do Deserto 4.39 Ella Encantada

13.07 Body Of Proof 15.28 Lost Behind Bars 17.01 Client Seduction 18.44 Killer Crush 20.22 Ouviste Falar dos Morgans? 22.20 Em Roma 0.06 Honey 1.48 No Limite 4.42 House

CANAL HOLLYWOOD

DISNEY

TEATRO

10.35 Notting Hill 12.40 As Aventuras Extraordinárias de um Aprendiz de Detetive 14.25 De Paris com Amor 16.05 Em Defesa de Sua Majestade 18.05 Stealth - Ameaça Silenciosa 20.10 Força Delta 22.25 Freelancers 0.05 Os Mercenários 1.55 A Colónia (2013) 3.30 Toque de Mestre

15.45 Acampamento Kikiwaka 16.35 A Irmã do Meio 17.00 Acampamento Kikiwaka 17.23 Os 7A 17.37 Festa Frozen - O Reino do Gelo 17.46 Elena e o Segredo de Avalor (V.P.) 19.00 O Livro da Selva (V.P.) 20.24 Os 7A 20.37 Manual do Jogador Para Quase Tudo

FOX MOVIES 9.03 The International - A Organização 10.51 O Último Combate de Bruce Lee 12.29 O Novo Combate de Bruce Lee 14.06 Os Piratas dos Mares da China 15.51 Jackie Chan é o Herói 17.36 O Incorruptível 19.18 O Incorruptível Contra-Ataca 21.15 Memento (2000) 23.05 Speed - Perigo a Alta Velocidade 0.58 Speed 2: Perigo a Bordo 2.52 Confronto de Assassinos 4.15 O Grande Lebowski

FOX 13.29 Hawai Força Especial 15.15 O Regresso de Johnny English 17.09 Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo 19.21 Fogo Cerrado 21.20 Puro Aço 23.45 Eu, Robot 1.45 Agents Of S.H.I.E.L.D. 4.57 Sob Suspeita

FOX LIFE

DISCOVERY

6.00 Etnias 6.30 Espaço Infantil 10.40 Lua Vermelha 12.15 SOS Animal 13.00 Primeiro Jornal 14.05 Alta Definição 14.55 Episódio Especial 15.35 Espelho Meu, Espelho Meu 17.35 Armadas e Perigosas 19.57 Jornal da Noite 21.45 Amor Maior 22.50 Shark Tank 0.00 A Lei do Amor 1.00 Só Para Adultos 3.00 Rosa Fogo 3.50 Televendas

TVI 6.30 Animações 8.37 I Love It 9.23 Inspector Max 13.00 Jornal da Uma 14.00 Câmara Exclusiva 14.55 Sábado Especial Secret Story 17.57 Morangos com Açúcar - O Filme 19.58 Jornal das 8 21.25 A Tua Cara Não Me é Estranha 0.00 Secret Story - Diário de Sábado 2.52 GTI 3.10 Super Quiz 4.22 Dei-te Quase Tudo 4.45 TV Shop

TVC1 10.15 Horas Decisivas 12.15 Próximo Plano 12.45 Paddington 14.25 Até ao Fim 16.40 À Procura de uma Estrela 18.25 Amor em Roma 20.00 Amor à

SÉRIE No Limite RTP2, 00h49 Prossegue a 5.ª temporada desta versão norte-americana da série britânica Shameless. A história segue uma família disfuncional a viver a recessão. Frequentemente alcoolizado (e não só), Frank Gallagher (William H. Macy) é o pai de seis inteligentes e espirituosos jovens que são obrigados a aprender a cuidar de si próprios. Neste episódio, enquanto Frank faz de guia de viagem para o seu próprio médico, Fiona prepara Carl para a sentença que se adivinha.

AXN SIC

realizada em 1942. Uma fábula sobre as crianças pobres do Porto, que brincam nas ruas aos polícias e ladrões. Um deles rouba uma boneca para dar à rapariga dos seus sonhos. Entre o realismo mágico e o lirismo documental, Aniki Bóbó afirma-se como uma obra pioneira do neorealismo.

13.28 Apanha-me Se Puderes (2002) 15.56 Arma Mortífera 4 18.17 Homens de Negócios 20.10 Scoop 21.55 London Boulevard - Crime e Redenção 23.48 Drive - Risco Duplo 1.39 A Última Legião 3.15 Quantico 4.00 Mentes Criminosas 4.44 C.S.I. 5.29 Castle

17.30 Jóias sobre Rodas 18.20 Top Gear 20.05 Fast N’ Loud Destruição Total 21.00 O Templo das Motas 22.55 Misfit Garage 0.40 Overhaulin’ 3.05 Os Caçadores de Mitos 4.35 Caçadores de Leilões

13.01 O Suspeito Zero 14.33 O Homem Transparente 16.26 O Turista 18.02 Batman Regressa 20.02 Batman para Sempre 22.00 Encontros Imediatos do 3º Grau 0.17 Os Miseráveis (1998) 2.32 Batman Regressa 4.30 Batman para Sempre

AXN WHITE 13.37 Suburgatory 14.01 Pequenas Mentirosas 14.46 À Procura da Terra do Nunca 16.25 Era Uma Vez 17.11 Família de Acolhimento 17.58 Cougar Town 18.21 A Teoria do Big Bang 20.18 À Procura da Terra do Nunca 22.00 Priscilla, Rainha do Deserto 23.51 Ella Encantada 1.26 Família de Acolhimento 2.10 Pequenas

DOCUMENTÁRIO

17.05 As Montanhas da Superstição 17.46 O Preço da História 19.09 Caça Tesouros 20.37 O Preço da História 22.00 Osbourne, de Tournée em Família 23.23 Caça Tesouros 0.49 Osbourne, de Tournée em Família 2.13 As Montanhas da Superstição 3.40 Em Busca de Extraterrestres

Arte Erótica: Desejos Secretos Odisseia, 22h20 A partir da premissa de que a arte inspirada directamente no sexo continua a ser um território tabu, uma série que viaja por uma dúzia de países para apresentar artistas contemporâneos que exploram o sexo através de disciplinas como a escultura, a fotografia ou o vídeo.

ODISSEIA

INFANTIL

HISTÓRIA AXN BLACK

Doutor Fausto de Marlowe RTP2, 22h17 Adaptação cénica da peça escrita por Christopher Marlowe (15641593), A Trágica História do Doutor Fausto. Sedento de conhecimento e poder, Fausto abandona o estudo da magia e faz um pacto com o Diabo: se o espírito maligno Mefistófeles o servir por 24 anos, Fausto entregará a sua alma às trevas.

17.05 A Arca de Norin 18.00 Segredos da Colmeia 18.52 1000 Dias para o Planeta 19.42 As Serpentes Mais Mortíferas 20.28 A Fúria do Planeta 21.13 O Veterinário Biónico 22.13 Arte Erótica 23.00 1000 Formas de Morrer 23.45 Porno S.A. 0.33 Arte Erótica 1.20 Porno S.A. 2.08 Bandos Criminosos do Mundo 2.56 O Reino das Plantas 3.47 O Veterinário Biónico

Paddington TVC1, 12h45 As aventuras de um jovem urso-pardo das florestas do Peru em Londres. Primeiro, perdese na estação de comboios de Paddington, depois, é adoptado por uma família e, por fim, tem de lidar com uma taxidermista decidida a empalhá-lo.


42 • Público • Sábado, 10 de Dezembro de 2016

SAIR CINEMAS Lisboa Cinema City Alvalade Av. de Roma, nº 100. T. 218413040 Monstros Fantásticos e Onde Encontrálos M12. 12h25, 21h45; Miss Violence M16. 17h45, 24h; Lion - A Longa Estrada Para Casa M12. 13h, 15h20, 17h40, 21h55, 00h20; A Mãe é que Sabe M12. 17h25, 20h, 22h, 00h30; Cantar! M6. 11h, 13h20, 15h10, 17h30, 19h40 (V.Port./2D); A Toca do Lobo M12. 13h10; Aliados M14. 15h, 19h20, 21h50; Estive em Lisboa e Lembrei de Você M12. 20h; Aliados M14. 21h50, 00h25; Top Cat: O Início M6. 11h10 (V. Port./2D); Vaiana M6. 11h05, 15h30, 17h45 (V.Port./2D) Cinema Ideal Rua do Loreto, 15/17. T. 210998295 Hitchcock/Truffaut M12. 20h30; Ela M14. 16h15; Eu, Daniel Blake M12. 14h15, 18h30, 22h CinemaCity Campo Pequeno Centro de Lazer. T. 217981420 O Herói de Hacksaw Ridge M14. 23h40; Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 13h15, 15h50,18h35, 21h50; Animais Nocturnos M12. 21h20; Vaiana M6. 11h25, 13h50, 16h15, 18h40 (V.Port./2D), 11h10 (V.Port./3D); A Mãe é que Sabe M12. 13h40, 15h40, 17h40, 19h40, 21h40, 23h55; Cantar! M6. 14h, 15h30,16h30, 17h50, 18h50 (V.Port./2D), 11h30, 21h30, 23h50 (V.Orig./2D); Hell or High Water - Custe o Que Custar M16. 13h40, 15h45, 17h45, 19h50, 21h55, 00h05; Festa de Natal da Empresa M16. 13h30, 15h35, 17h40, 19h45, 22h, 00h15; O Primeiro Encontro M14. 23h55; Aliados M14. 13h25, 16h, 18h35, 21h25, 24h; Underworld: Guerras de Sangue M14. 11h35, 20h10, 21h35, 00h35; Top Cat: O Início M6. 13h40 (V.Port./2D) ; A Vida Secreta dos Nossos Bichos M6. 11h15 (V.Port./2D); Cegonhas M6. 11h40 (V.Port./2D); Trolls M6. 11h35, 17h45 (V.Port./2D) Cinemas Nos Alvaláxia Estádio José Alvalade. T. 16996 Aliados M14. 13h20, 16h10, 18h55, 21h40, 00h20; Festa de Natal da Empresa M16. 13h50, 16h30, 19h, 21h30, 00h10; Vaiana M6. 11h15, 13h15, 15h50, 18h25 (V.Port./2D); Aliados M14. 21h, 23h50; Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 13h10, 16h05, 19h10, 21h10, 22h, 24h; Cantar! M6. 11h, 13h40, 16h, 18h40 (V.Port./2D); O Primeiro Encontro M14. 13h45, 16h20, 18h50, 21h35, 00h05; Trolls M6. 11h, 13h20, 15h40, 17h50 (V.Port./2D); Cantar! M6. 13h10, 15h30, 18h10, 21h20 (V.Port./2D); Um Pai Natal Para Esquecer M14. 20h50, 00h25; O Herói de Hacksaw Ridge M14. 15h20, 21h15, 00h15; Underworld: Guerras de Sangue M14. 14h20, 16h50, 19h30, 21h45, 23h55; Hell or High Water - Custe o Que Custar M16. 14h10, 16h40, 19h, 21h50, 00h15; Kahaani 2 18h30 Cinemas Nos Amoreiras Av. Eng. Duarte Pacheco. T. 16996 Monstros Fantásticos e Onde Encontrálos M12. 21h, 23h50; Lion - A Longa Estrada Para Casa M12. 13h20, 16h, 18h50, 21h40, 00h20; Cantar! M6. 13h10, 15h40 (V.Port./2D), 18h30(V. Orig./2D); Aliados M14. 12h40, 15h20, 18h10, 21h20, 00h05; Eu, Daniel Blake M12. 12h50, 15h10, 21h50, 00h25; Tudo Para Ser Feliz M12. 18h45; Animais Nocturnos M12. 16h10, 21h30, 00h10; O Número M14. 19h05; Tudo Para Ser Feliz M12. 13h50; O Herói de Hacksaw Ridge M14. 20h50, 23h50; Vaiana M6. 13h, 15h30, 18h (V.Port./2D); A Mãe é que Sabe M12. 13h30, 15h50, 18h20, 21h10, 23h30 Cinemas Nos Colombo Av. Lusíada. T. 16996 Aliados M14. 12h40, 15h25, 18h20,

21h10, 00h10; Escola: Os Piores Anos da Minha Vida M12. 18h; Underworld: Guerras de Sangue M14. 13h15, 15h30, 21h15, 23h40; Festa de Natal da Empresa M16. 13h05, 15h45, 18h25, 21h25, 00h05; Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 13h35, 17h, 20h50, 24h; Cantar! M6. 13h, 15h35, 18h10 (V.Port./2D); Vaiana M6. 13h10, 15h50, 18h30 (V.Port./2D); Lion - A Longa Estrada Para Casa M12. 12h55, 15h55, 18h35; O Herói de Hacksaw Ridge M14. 21h, 00h20; Cantar! M6. 18h20, 18h45 (V.Port./3D); Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. Sala IMAX ?12h50, 15h40, 18h40, 21h40, 00h35; Um Pai Natal Para Esquecer M14. 21h50, 00h15; Lion - A Longa Estrada Para Casa M12. 21h35, 00h25; Cantar! M6. 13h30, 16h10, 21h20, 23h55 (V.Port./2D) Cinemas Nos Vasco da Gama Parque das Nações. T. 16996 O Herói de Hacksaw Ridge M14. 18h20; Monstros Fantásticos e Onde Encontrálos M12. 12h40, 15h20, 18h10, 21h10, 21h40, 24h, 00h30; Vaiana M6. 11h, 13h40, 16h10, 18h40 (V.Port./2D); Aliados M14. 12h50, 15h40, 21h20, 00h10; Underworld: Guerras de Sangue M14. 21h30, 23h50; Cantar! M6. 13h, 15h50 (V.Port./2D), 18h30 (V.Port./3D), 21h, 23h40 (V.Orig./2D); Cantar! M6. 11h, 14h, 16h30, 19h (V.Port./2D); Festa de Natal da Empresa M16. 13h10, 16h, 18h50, 21h50, 00h20 Medeia Monumental Av. Praia da Vitória, 72. T. 213142223 Eu, Daniel Blake M12. 12h, 14h, 16h, 18h, 20h, 22h, 00h10; Hell or High Water - Custe o Que Custar M16. 11h45, 13h45, 15h45, 17h45, 19h45, 21h45, 23h45; Aliados M14. 11h30, 14h, 16h30, 19h, 21h30, 24h; Animais Nocturnos M12. 19h10; Lion - A Longa Estrada Para Casa M12. 12h10, 14h30, 16h50, 21h30, 23h50 Nimas Av. 5 Outubro, 42B. T. 213574362 Ela M14. 14h15, 16h45, 21h45, 24h; O Exame M12. 19h15 São Jorge Av. da Liberdade, 175. T. 213103402 Mostra de Cinema da América Latina Vários horários UCI Cinemas - El Corte Inglés Av. Ant. Aug. Aguiar, 31. The Accountant - Acerto de Contas M12. 00h15; O Herói de Hacksaw Ridge M14. 16h30, 21h20; O Número M14. 13h55; A Mãe é que Sabe M12. 14h05, 16h45, 19h05, 21h30, 23h55; Hell or High Water - Custe o Que Custar M16. 14h, 16h35, 19h05, 21h35, 00h05; Festa de Natal da Empresa M16. 13h50, 16h25, 19h10, 21h40, 00h10; Café Society M12. 14h15, 16h35, 21h45; Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 13h30, 16h20, 21h35, 00h25 (2D), 18h45 (3D); Uma História Americana M12. 19h15, 00h10; Vaiana M6. 13h45, 16h20 (V.Port./2D); Ela M14. 13h30, 16h15, 19h, 21h45, 00h30; Animais Nocturnos M12. 13h45, 16h35, 19h10, 21h45, 00h20; Aliados M14. 13h40, 16h20, 19h, 21h40, 00h25; Eu, Daniel Blake M12. 14h10, 16h50, 19h10, 21h30, 23h50; O Primeiro Encontro M14. 13h50, 16h25, 19h05, 21h50, 00h25; Lion - A Longa Estrada Para Casa M12. 13h30, 16h10, 18h55, 21h40, 00h25; Cantar! M6. 13h55, 16h30 (V.Port./2D), 19h05 (V.Port./3D), 21h40, 00h15 (V.Orig./2D); A Rapariga no Comboio M14. 19h; Sozinhos em Berlim M12. 21h25, 00h05; Vaiana M6. 18h50 (V.Port./3D)

Almada Cinemas Nos Almada Fórum Estr. Caminho Municipal, 1011. T. 16996 Blood Father - O Protector M14. 21h10, 23h30; Vaiana M6. 13h, 15h40, 18h20 (V.Port./2D); Cantar! M6. 12h30, 13h30, 15h20, 16h10, 19h (V.Port./2D), 18h (V.Port./3D), 21h, 23h40 (V.Orig./2D);

Em estreia lazer@publico.pt

A Mãe é que Sabe De Nuno Rocha. Com Maria João Abreu, Joana Pais de Brito, Manuel Cavaco. POR. 2016. Comédia. M12. No dia de aniversário de Adelino, toda a família se reúne em casa de Ana Luísa, a filha mais velha. À medida que o almoço No decorrer, as conversas convergem para Josefa, a falecida esposa de Adelino e mãe de Ana Luísa. Cheia de saudade - e algumas mágoas -, a dona da casa embarca numa viagem ao passado, desabotoando memórias da sua infância e adolescência ao lado da mãe, uma matriarca forte e controladora mas de coração enorme. Cantar! De Garth Jennings. Com Reese Witherspoon (Voz), Seth MacFarlane (Voz), John C. Reilly (Voz), Scarlett Johansson (Voz), Matthew McConaughey (Voz). EUA/JAP. 2016. 110m. Animação, Comédia. M6. Há muito que o coala Buster Moon gere um grande teatro. Se em tempos o local foi grandioso e muito bem frequentado, hoje encontra-se à beira da ruína. Determinado a não desistir do grande projecto da sua vida, Buster tem uma ideia genial: criar um concurso de cantores. Assim, anuncia uma competição onde, para além de um prémio de cem mil dólares, qualquer um pode mostrar o seu valor e cantar para uma grande plateia de entendidos. Festa de Natal da Empresa De Josh Gordon, Will Speck. Com Kate McKinnon, Jamie

Chung, Olivia Munn, Jason Bateman. EUA. 2016. 105m. Comédia. M16. Com a morte do pai, os irmãos Carol e Clay Vanston disputam o controlo da empresa familiar. Apesar de ambos ocuparem um lugar fundamental na companhia, não há maneira de os fazer concordar seja no que for. Quando ela encerra a sucursal criada por Clay, ele resolve ripostar. Para impressionar um potencial cliente, reúne os seus empregados e organiza a mais espectacular festa de Natal alguma vez realizada. Contudo, a festa rapidamente fica fora de controlo... Hell or High Water - Custe o Que Custar De David Mackenzie. Com Dale Dickey, Ben Foster, Chris Pine, Jeff Bridges. EUA. 2016. 102m. Drama. M16. Dois irmãos ameaçados de expropriação estão determinados a salvar a casa de família. Para conseguirem a quantia necessária, resolvem assaltar as sucursais do banco que os ameaça com a penhora. Tudo acontece de modo relativamente pacífico até se cruzarem com Marcus Hamilton, um ranger do Texas à beira da reforma, conhecido pela inteligência e pelas capacidades de observação. Hitchcock/Truffaut De Kent Jones. FRA/EUA. 2015. 79m. M12. Em 1962, François Truffaut e Alfred Hitchcock encontraramse para discutir a obra completa de Hitchcock.

Em 1966, com essas conversas como base, Truffaut editou o livro “Le Cinéma Selon Alfred Hitchcock“, que se tornou uma espécie de bíblia para cinéfilos. Quase meio século depois, o documentarista Kent Jones utilizou as gravações originais do encontro e recolheu testemunhos de diversos cineastas, para mostrar de que forma a obra influenciou o cinema desde então. Lion - A Longa Estrada Para Casa De Garth Davis. Com Rooney Mara, Nicole Kidman, Dev Patel. GB/EUA/Austrália. 2016. 120m. Drama. M12. Aos cinco anos, Saroo perdeu-se numa estação de comboios. Quando se refugiou dentro de uma carruagem, acabou por ser levado para Calcutá (Índia), por onde vagueou sozinho durante semanas. Apesar das dificuldades, conseguiu sobreviver até ser adoptado por um casal australiano. Passados 25 anos, a viver na Tasmânia, começa a ter reminiscências do que se terá passado no dia em que se perdeu. Desejoso por descobrir as suas origens, viaja até à Índia, na esperança de encontrar algo que lhe indique o caminho para casa... Tudo Para Ser Feliz De Cyril Gelblat. Com Manu Payet, Audrey Lamy, Aure Atika. FRA. 2015. 97m. Co Comédia. M12. Após dez anos de casamento ca e duas filhas, Antoin Antoine decide mudar de vida. Cansado Can da monotonia do dia-a dia-a-dia, da “prisão“ da paternidade paterni e das constantes exigências exig da esposa, pede o divó divórcio e sai de casa. Se, a princ princípio, se sente satisfeito com a sensação libertadora da separação, s que, depressa descobre desco afinal, era ao la lado da família que tinha tudo para p ser feliz. Lion A Longa Estrada Para Casa


Público • Sábado, 10 de Dezembro de 2016 • 43

SAIR Animais Nocturnos M12. 21h50, 00h30; Aliados M14. 12h50, 15h50, 18h50, 21h40, 00h25; Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 12h40, 15h30, 18h30, 21h30, 00h25 ; Trolls M6. 12h45, 15h10, 17h30, 19h40 (V.Port./2D); Escola: Os Piores Anos da Minha Vida M12. 18h05; Um Pai Natal Para Esquecer M14. 13h15, 15h40, 20h50, 23h20; Lion - A Longa Estrada Para Casa M12. 12h55, 15h45, 18h35, 21h20, 00h05; Hell or High Water - Custe o Que Custar M16. 13h20, 16h05, 18h45, 21h15, 23h55; Festa de Natal da Empresa M16. 13h40, 16h15, 18h55, 21h35, 00h10; O Herói de Hacksaw Ridge M14. 12h20, 15h25, 21h05, 00h05; O Primeiro Encontro M14. 18h25; Underworld: Guerras de Sangue M14. 13h35, 16h, 18h10, 20h45, 23h35; Eu, Daniel Blake M12. 22h, 00h20; Underworld: Guerras de Sangue M14. Sala 4DX - 13h, 15h15, 17h20, 19h30, 21h45, 24h; A Mãe é que Sabe M12. 13h05, 15h35, 18h15, 20h55, 23h25

Amadora CinemaCity Alegro Alfragide C.C. Alegro Alfragide. T. 214221030 Vaiana M6. 11h25, 13h20, 15h20, 17h45 (V.Port./2D), 13h50 (V.Port./3D); Cantar! M6. 11h20, 13h55, 15h35, 16h20, 17h55, 18h40, 19h55, 21h40 (V.Port./2D), 11h35, 21h30, 23h50 (V.Port./2D); O Primeiro Encontro M14. 21h50; Underworld: Guerras de Sangue M14. 13h30, 20h, 22h15, 00h20; A Vida Secreta dos Nossos Bichos M6. 11h30 (V.Port./2D); Cegonhas M6. 11h40 (V.Port./2D); Trolls M6. 11h15, 15h45, 17h50 (V.Port./2D); Top Cat: O Início M6. 11h20 (V.Port./2D); Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 16h15, 19h, 21h45 (3D), 24h (3D); Aliados M14. 12h45, 15h10, 17h35, 21h20, 21h25, 23h55, 24h; O Herói de Hacksaw Ridge M14. 21h25, 00h10; O Primeiro Encontro M14. 13h15, 19h10; Blood Father - O Protector M14. 13h40, 17h45, 00h30; Lion - A Longa Estrada Para Casa M12. 13h10, 15h25, 19h35, 21h55, 00h25; A Mãe é que Sabe M12. 13h40, 15h40, 17h40, 19h40, 21h40, 23h40; Escola: Os Piores Anos da Minha Vida M12. 11h25, 15h30, 17h20, 00h15; Festa de Natal da Empresa M16. 13h20, 15h25, 17h30, 19h35, 21h50, 00h05; UCI Dolce Vita Tejo Estrada Nacional 249/1. T. 707232221 Blood Father - O Protector M14. 19h20, 00h10; Vaiana M6. 13h55, 16h35, 19h15, 21h40 (V.Port./2D); Underworld: Guerras de Sangue M14. 14h05, 16h40, 21h55; Lion - A Longa Estrada Para Casa M12. 14h, 16h40, 19h15, 21h45, 00h15; Trolls M6. 14h, 16h20, 18h50 (V.Port./2D); Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 13h30, 16h15, 19h, 21h40, 00h25; Um Pai Natal Para Esquecer M14. 21h20, 23h55; Festa de Natal da Empresa M16. 14h10, 16h30, 19h10, 21h45, 00h05; The Accountant Acerto de Contas M12. 00h20; O Primeiro Encontro M14. 24h; A Mãe é que Sabe M12. 13h50, 16h25, 19h, 21h25, 23h45; Festa de Natal da Empresa M16. 14h10, 16h30, 19h10, 21h45, 00h05; Cantar! M6. 13h35, 16h, 16h30, 19h, 19h35, 21h10, 21h35, 23h40 (V.Port./2D), 14h10 (V.Port./3D); O Herói de Hacksaw Ridge M14. 00h20; Aliados M14. 13h45, 16h30, 19h10, 21h50, 00h25

Barreiro Castello Lopes - Fórum Barreiro Campo das Cordoarias. T. 212069440 A Mãe é que Sabe M12. 19h20, 21h30, 23h45; Festa de Natal da Empresa M16. 13h30, 15h50, 18h30, 21h20, 23h40; Trolls M6. 13h, 15h10, 17h15 (V.Port./2D); Vaiana M6. 13h, 15h30, 18h40 (V.Port./2D); Aliados M14. 21h10, 23h50; Doutor Estranho M14. 23h50; O Herói de Hacksaw Ridge M14. 13h, 15h45, 21h30, 24h; Cantar! M6. 13h, 15h40, 18h20, 21h (V.Port./2D)

Cascais Cinemas Nos CascaiShopping CascaiShopping-EN 9. T. 16996 Vaiana M6. 13h10, 15h40, 18h15 (V.Port./2D); Cantar! M6. 12h30, 15h, 20h40, 23h20 (V.Port./2D), 17h30 (V.Port./3D); Aliados M14. 12h35, 15h20, 18h10, 21h10, 23h50; Festa de Natal da Empresa M16. 13h30, 15h30, 18h, 21h, 23h40; Escola: Os Piores Anos da Minha Vida M12. 20h50, 23h30; Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 21h20, 00h20; Cantar! M6. 13h15, 15h50, 18h25 (V.Port./2D); Underworld: Guerras de Sangue M14. 12h50, 15h10, 17h25, 19h40, 21h50, 00h10; Lion - A Longa Estrada Para Casa M12. 12h40, 16h, 18h40, 21h30, 00h10 O Cinema da Villa - Cascais Avenida Dom Pedro I, Lote 1/2. T. 215887311 Hitchcock/Truffaut M12. 14h30, 19h30; Ela M14. 16h20; Animais Nocturnos M12. 21h30; Eu, Daniel Blake M12. 16h30, 21h30; Lion - A Longa Estrada Para Casa M12. 13h50, 16h20, 19h20, 22h; Vaiana M6. 11h, 14h10, 16h10 (V.Port./2D); Aliados M14. 14h10, 16h40, 19h10, 21h50; Cantar! M6. 11h, 14h, 16h20, 19h20, 21h40 (V.Port./2D)

Caldas da Rainha Orient Cineplace La Vie Caldas da Rainha Shopping Center. Trolls M6. 12h40, 14h40 (V.Port./2D); Animais Nocturnos M12. 21h20, 23h55; Aliados M14. 16h40, 19h10, 21h40, 00h15; Festa de Natal da Empresa M16. 14h10, 16h30, 19h, 21h30, 23h50; Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 21h50, 00h05; Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 13h30, 16h10, 18h50, 21h30, 00h10; Vaiana M6. 14h, 16h50, 19h20 (V.Port./2D); Underworld: Guerras de Sangue M14. 21h50, 00h05; Cantar! M6. 14h20, 16h40 (V.Port./2D), 19h (V.Port./3D);

Carcavelos Atlântida-Cine R. Dr. Manuel Arriaga. T. 214565653 Ela M14. 17h30; Aliados M14. 15h, 21h30; Eu, Daniel Blake M12. 17h30; Lion - A Longa Estrada Para Casa M12. 15h, 21h30

Sintra Cinema City Beloura Beloura Shopping, R. Matos Cruzadas, EN 9, Quinta da Beloura II, Linhó. T. 219247643 Cantar! M6. 11h40, 13h45, 15h20, 16h20, 17h40, 18h50 (V.Port./2D); Vaiana M6. 11h25, 13h35, 16h, 18h35 (V.Port./2D), 11h20, 13h10 (V.Orig./2D); Aliados M14. 15h25, 19h45, 21h30, 00h05; Lion - A

Longa Estrada Para Casa M12. 13h30, 16h, 18h30, 21h40, 00h10; A Mãe é que Sabe M12. 13h50, 15h50, 17h50, 19h50, 21h50, 24h; Cantar! M6. 11h25, 18h50, 21h45 (V.Orig./2D); Festa de Natal da Empresa M16. 13h20, 15h25, 17h30, 19h35, 21h55, 00h15; O Herói de Hacksaw Ridge M14. 21h20, 00h10; O Primeiro Encontro M14. 22h10, 00h30; Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 18h40, 21h25; O Número M14. 20h, 00h20; A Vida Secreta dos Nossos Bichos M6. 11h15 (V.Port./2D); Cegonhas M6. 11h40 (V.Port./2D); Trolls M6. 11h35, 16h10, 17h50 (V.Port./2D); Animais Nocturnos M12. 13h40 (V.Port./2D); Animais Nocturnos M12. 13h40 Castello Lopes - Fórum Sintra Loja 2.21 - Alto do Forte. T. 219184352 Lion - A Longa Estrada Para Casa M12. 13h15, 15h45, 18h20, 21h30, 24h; Cantar! M6. 11h, 13h10, 15h30, 18h20, 21h (V.Port./2D); Escola: Os Piores Anos da Minha Vida M12. 21h50, 23h40; Festa de Natal da Empresa M16. 13h10, 15h40, 18h50, 21h40, 00h10; Blood Father - O Protector M14. 13h05, 00h20; Vaiana M6. 11h, 13h20, 15h40, 18h45 (V.Port./2D); Aliados M14. 13h, 15h50, 18h40, 21h20, 23h55; Underworld: Guerras de Sangue M14. 21h50, 00h15; Cegonhas M6. 11h (V.Port./2D); Trolls M6. 11h, 13h10, 15h10, 17h10,19h10 (V.Port./2D); O Herói de Hacksaw Ridge M14. 23h30; Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 15h30, 18h30, 21h15

Leiria Cinema City Leiria Rua Dr. Virgílio Vieira Cunha. T. 244845071 Festa de Natal da Empresa M16. 11h20, 13h25, 15h30, 17h35, 19h40, 21h45, 21h50, 00h15; Cantar! M6. 11h40, 14h, 15h25, 16h30, 17h45, 18h40, 21h45, 24h; Hell or High Water - Custe o Que Custar M16. 11h40, 13h40, 15h40, 19h30, 21h35, 23h50; Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 21h20, 00h05; Vaiana M6. 11h20, 13h45, 16h10 (V.Port./2D); Aliados M14. 18h50, 21h30, 00h10; Trolls M6. 11h35 (V.Port./2D); O Herói de Hacksaw Ridge M14. 23h55; Blood Father - O Protector M14. 11h30, 13h30; Um Pai Natal Para Esquecer M14. 15h50, 17h50; Underworld: Guerras de Sangue M14. 13h40, 17h40, 19h45, 21h40 Cineplace - Leiria Shopping CC Leiria Shopping, IC2. T. 244826516 Trolls M6. 13h50, 16h, 18h (V.Port./2D); Festa de Natal da Empresa M16. 14h40, 16h50, 19h20, 21h40, 23h55; Underworld: Guerras de Sangue M14. 20h, 22h, 00h05; Lion A Longa Estrada Para Casa M12. 14h30, 19h, 21h30, 24h; Monstros Fantásticos

AS ESTRELAS DO PÚBLICO

Jorge Mourinha

Luís M. Oliveira

Vasco Câmara

Animais Nocturnos

mmmmm

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Custe o que Custar

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Elle

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Eu, Daniel Blake

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Estive em Lisboa e Lembrei...

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Hitchcock/Truffaut

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A Infância de um Líder

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Exame

A Mãe é que Sabe A Vida e os Filmes de Ken Loach

a Mau mmmmm Medíocre mmmmm Razoável mmmmm Bom mmmmm Muito Bom mmmmm Excelente

e Onde Encontrá-los M12. 15h40, 18h30, 21h20, 00h10; Escola: Os Piores Anos da Minha Vida M12. 17h; Animais Nocturnos M12. 13h10; Vaiana M6. 13h40, 16h10, 18h40 (V.Port./2D); O Herói de Hacksaw Ridge M14. 21h10, 23h55; Cantar! M6. 14h20, 16h40, 21h20, 23h40 (V.Port./2D); Aliados M14. 14h, 16h30, 19h10, 21h40, 00h15;

Loures Cineplace - Loures Shopping Quinta do Infantado, Loja A003. Vaiana M6. 14h40, 17h, 19h (V.Port./2D); Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 13h20, 16h, 18h40, 21h20, 24h; Underworld: Guerras de Sangue M14. 21h40, 23h50; Blood Father - O Protector M14. 15h20; Aliados M14. 13h50, 16h20, 18h50, 21h30, 00h05; A Mãe é que Sabe M12. 13h10, 17h20, 19h30, 21h40, 23h55; Animais Nocturnos M12. 23h40; Trolls M6. 12h50, 14h50 (V.Port./2D); Lion - A Longa Estrada Para Casa M12. 16h50, 19h20, 21h50, 00h20; Festa de Natal da Empresa M16. 14h30, 16h50, 19h10, 21h30, 23h45; Cantar! M6. 14h10, 16h30, 19h, 21h20 (V.Port./2D), 19h (V.Port./3D)

24h; Aliados M14. 15h20, 18h20, 21h20, 00h10

Torres Novas Castello Lopes - TorreShopping Bairro Nicho - Ponte Nova. T. 249830752 Uma História Americana M12. 21h30, 23h45; Trolls M6. 13h20 (V.Port./2D); O Primeiro Encontro M14. 13h; Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 15h20; Vaiana M6. 13h15, 15h40, 18h20 (V.Port./2D); Aliados M14. 18h10, 21h10, 23h50; Cantar! M6. 13h10, 15h30, 18h30, 21h20, 23h40 (V.Port./2D);

Torres Vedras Cinemas Nos Torres Vedras C.C. Arena Shopping. T. 16996 Cantar! M6. 13h15, 15h50, 21h, 23h35 (V.Port./2D), 18h30 (V.Port./3D); Aliados M14. 12h40, 15h30, 18h15, 21h10, 23h55; Festa de Natal da Empresa M16. 13h30, 16h, 18h45; Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 12h50, 15h40, 19h, 21h15, 00h15; Vaiana M6. 13h40, 16h15, 18h50 (V.Port./2D); Underworld: Guerras de Sangue M14. 21h50, 00h20; Festa de Natal da Empresa M16. 21h30, 00h05

Montijo

Santarém

Cinemas Nos Fórum Montijo C. C. Fórum Montijo. T. 16996 Vaiana M6. 13h25, 16h, 18h30 (V.Port./2D); Aliados M14. 21h30, 00h15; Cantar! M6. 13h40, 16h15, 18h50, 21h20 (V.Port./2D); Underworld: Guerras de Sangue M14. 13h30, 15h50, 18h15, 21h, 23h30; Festa de Natal da Empresa M16. 13h20, 15h45, 18h40, 21h15, 23h45; O Herói de Hacksaw Ridge M14. 21h10, 00h05; Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 12h35, 15h35, 18h25, 21h20, 00h10; Aliados M14. 12h45, 15h30, 18h20; Escola: Os Piores Anos da Minha Vida M12. 23h55

Castello Lopes - Santarém Largo Cândido dos Reis. T. 243309340 Trolls M6. 13h45, 18h50 (V.Port./2D); Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 15h50, 21h10, 23h50; Julieta M14. 18h20; Lion - A Longa Estrada Para Casa M12. 13h10, 15h40, 18h20, 21h25, 00h10; O Herói de Hacksaw Ridge M14. 21h, 23h50; Blood Father - O Protector M14. 13h; Vaiana M6. 13h20, 16h, 18h30 (V.Port./2D); Aliados M14. 15h30, 18h40, 21h20, 24h; Cantar! M6. 13h40, 16h15, 19h, 21h30 (V.Port./2D); Festa de Natal da Empresa M16. 13h30, 16h10, 19h, 21h40, 00h15;

Odivelas Cinemas Nos Odivelas Parque C. C. Odivelasparque. T. 16996 Vaiana M6. 13h10, 15h40, 18h10 (V.Port./2D); Aliados M14. 13h, 15h50, 18h35, 21h20, 24h; Cantar! M6. 13h20, 16h, 18h30, 21h, 23h30 (V.Port./2D); O Herói de Hacksaw Ridge M14. 21h10, 23h50; Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 12h40, 15h30, 18h20, 20h50, 23h40; Festa de Natal da Empresa M16. 13h, 15h20, 18h, 21h30, 24h

Oeiras Cinemas Nos Oeiras Parque C. C. Oeirashopping. T. 16996 O Herói de Hacksaw Ridge M14. 21h, 00h10; Lion - A Longa Estrada Para Casa M12. 21h10, 00h05; A Mãe é que Sabe M12. 13h10, 15h50, 18h15, 21h50, 00h15; Cantar! M6. 10h45, 12h40, 15h20, 18h (V.Port./2D); Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 12h30, 15h25, 18h25, 21h30, 00h25; Vaiana M6. 10h30, 13h, 15h40, 18h30 (V.Port./2D); Eu, Daniel Blake M12. 21h15, 23h50; Aliados M14. 15h45, 18h45, 21h40, 00h30; O Número M14. 13h15; Cantar! M6. 13h20, 16h (V.Port./2D), 18h40 (V.Port./3D), 21h20, 24h (V.Orig./2D); Lion - A Longa Estrada Para Casa M12. 12h45, 15h30, 18h20

Miraflores Cinemas Nos Dolce Vita Miraflores Av. das Túlipas. T. 707 CINEMA Vaiana M6. 15h10, 17h40 (V.Port./2D); Cantar! M6. 14h50, 17h20, 19h45, 22h15 (V.Port./2D); Trolls M6. 15h (V.Port./2D); O Herói de Hacksaw Ridge M14. 18h10, 20h50, 23h40; Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 21h,

Setúbal Cinema City Alegro Setúbal C. C. Alegro Setúbal. T. 265239853 Trolls M6. 11h25, 15h55, 18h (V.Port./2D); Blood Father - O Protector M14. 20h10, 00h10; Vaiana M6. 11h20, 13h35, 16h, 18h30, 21h35 (V.Port./2D), 13h30 (V.Port./3D); Underworld: Guerras de Sangue M14. 13h30, 20h, 21h55 (2D), 24h (3D); Lion - A Longa Estrada Para Casa M12. 12h50, 15h10, 19h30, 21h50, 00h20; A Mãe é que Sabe M12. 13h45, 15h45, 17h30, 19h40, 21h40, 23h50; Cantar! M6. 11h30 13h50, 15h25, 16h20, 17h45, 18h50, 21h45, 24h (V.Port./2D); Festa de Natal da Empresa M16. 11h10, 13h15, 15h20, 17h25, 19h30, 22h, 00h15; O Herói de Hacksaw Ridge M14. 21h10; Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 13h10, 15h55,18h40, 21h25, 00h10; Aliados M14. 13h15, 15h50, 18h25, 21h20, 23h55; Escola: Os Piores Anos da Minha Vida M12. 17h45, 00h05

Seixal Cineplace - Seixal Qta. Nova do Rio Judeu. O Herói de Hacksaw Ridge M14. 21h10, 23h55; Vaiana M6. 13h40, 16h10, 18h40 (V.Port./2D); Aliados M14. 14h, 16h30, 19h, 21h30, 24h; Festa de Natal da Empresa M16. 14h40, 17h, 19h20, 21h40, 00h05; Monstros Fantásticos e Onde Encontrá-los M12. 16h10, 18h50, 21h30, 00h10; Trolls M6. 13h50, 15h50, 17h50 (V.Port./2D); O Primeiro Encontro M14. 13h40; Animais Nocturnos M12. 13h30; Um Pai Natal Para Esquecer M14. 19h50, 21h50, 23h50; Underworld: Guerras de Sangue M14. 16h, 18h, 20h, 22h, 00h15; Cantar! M6. 14h20, 16h40, 19h, 21h20, 23h40 (V.Port./2D), 19h (V.Port./3D);


44 • Público • Sábado, 10 de Dezembro de 2016

SAIR Faro Cinemas Nos Fórum Algarve C. C. Fórum Algarve. T. 289887212 Monstros Fantásticos e Onde Encontrálos M12. 12h45, 15h30, 18h15, 21h05, 23h55 ; Vaiana M6. 10h50, 12h55, 15h20, 17h50 (V.P./2D); Aliados M14. 13h05, 15h40, 18h25, 21h15, 24h; Lion - A Longa Estrada Para Casa M12. 13h15, 15h50, 18h45, 21h35, 00h10; Trolls M6. 10h55 (V.Port./2D); Underworld: Guerras de Sangue M14. 21h45, 00h05; Cantar! M6. 11h, 13h25, 16h, 18h35 (V.P.), 21h25, 23h50 (V.O.)

TEATRO Lisboa Casino Lisboa Parque das Nações. T. 218929000 A Incrível Fábrica dos Oceanos Enc. Carlos Artur Thiré. De 8/10 a 17/12. Sáb às 16h30. Filho da Treta Enc. Sónia Aragão. Com José Pedro Gomes, António Machado. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 17h. Chapitô R. Costa do Castelo, 1/7. T. 218855550 Variações, de António De Vicente Alves do Ó. Com Sérgio Praia. De 1/12 a 10/12. 5ª a Sáb às 22h. M/12 Culturgest Rua Arco do Cego - CGD. T. 217905155 Se Eu Vivesse Tu Morrias Enc. Miguel Castro Caldas. De 9/12 a 13/12. 2ª, 3ª, 6ª e Sáb às 21h30. Dom às 17h. M/16. Hospital Júlio de Matos Av. Brasil, 53. T. 217917000 Alice - O Outro Lado da História Comp.: bYfurcação Teatro. Enc. João Ascenso. De 9/12 a 25/2. 6ª e Sáb às 21h30 (Pavilhão 30 do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa). M/18. Duração: 2h. Maria Matos Teatro Municipal Av. Frei Miguel Contreiras, 52. T. 218438801 Clean City De 9/12 a 10/12. 6ª e Sáb às 19h (Bom Dia, Atenas!). Duração: 75m. Soc. de Instrução Guilherme Cossoul Avenida Dom Carlos I, 61 - 1º. T. 213973471 Loucos por Amor Enc. António Melo. De 1/12 a 18/12. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 17h. Teatro Armando Cortez Estrada da Pontinha, 7. T. 217110890 As Vedetas Enc. Paulo Sousa Costa. De 9/12 a 18/12. 6ª e Sáb às 21h30. Dom às 18h. M/12. O Gato das Botas - Um Musical TIL - Teatro Infantil de Lisboa. De 22/10 a 28/5. Sáb e Dom às 15h. Teatro da Comuna Praça de Espanha. T. 217221770

O Terrorista Elegante Enc. João Mota. De 20/10 a 18/12. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h. Teatro da Politécnica Rua da Escola Politécnica, 56. T. 961960281 O Novo Dancing Eléctrico Artistas Unidos. Enc. Jorge Silva Melo. De 9/11 a 17/12. 3ª e 4ª às 19h. 5ª e 6ª às 21h. Sáb às 16h e 21h. M/14. Teatro da Trindade Largo da Trindade, 7A. T. 213420000 Luminoso Afogado Enc. Zia Soares. De 7/12 a 30/12. 4ª a Sáb às 21h45. Dom às 17h. M/16. Teatro Municipal São Luiz R. António Maria Cardoso, 38. T. 213257650 6 A.M. How To Disappear Completely Grupo: Blitz Theatre Group. De 9/12 a 11/12. 6ª, Sáb e Dom às 21h (Bom Dia, Atenas!). Teatro Nacional D. Maria II Praça Dom Pedro IV. T. 800213250 A Origem das Espécies Com Carla Maciel, Crista Alfaiate, Marco Paiva, Paula Diogo. De 23/11 a 18/12. Sáb e Dom às 16h. M/6. As Criadas Enc. Marco Martins. De 10/11 a 18/12. 4ª às 19h30. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h30. M/16. Tristeza e Alegria na Vida das Girafas Enc. Tiago Rodrigues. De 7/12 a 17/12. 4ª às 19h. 5ª a Sáb às 21h. M/16. Teatro Tivoli BBVA Avenida da Liberdade, 182. T. 213572025 Aga-Boom Até 11/12. Sáb às 11h. Dom às 16h. Teatro Turim Estrada de Benfica, 723A. T. 217606666 A Diferença de Ser Igual Enc. Rui de Sá. De 9/12 a 18/12. 6ª e Sáb às 21h30. Dom às 17h. O Dia em Que Quase Não Houve Natal Umbigo - Companhia de Teatro. De 19/11 a 11/12. Sáb às 16h. Dom às 11h. M/6.

Almada Teatro Municipal Joaquim Benite Avenida Professor Egas Moniz. T. 212739360 Noite da Liberdade Companhia de Teatro de Almada. Enc. Rodrigo Francisco. De 2/12 a 11/12. 4ª a Sáb às 21h. Dom às 16h. M/12. O Barbeiro de Sevilha Companhia de Teatro de Almada. Enc. Teresa Gafeira. De 8/12 a 18/12. Sáb às 16h. Dom às 11h.

Palmela Teatro O Bando Estrada do Vale dos Barris. T. 212336850 (Ser ou Não Ser) Do Contra (Eis a Questão) Comp.: Teatro O Bando. Enc. João Brites. De 1/12 a 11/12. 5ª a Sáb às 21h. Dom às 17h.

Seixal Fórum Cultural do Seixal Quinta dos Franceses. T. 210976100 A Última Viagem de Lenine Enc. Mafalda Santos. Com André Levy. Dia 10/12 às 21h30.

EXPOSIÇÕES Lisboa

Sugestão do dia lazer@publico.pt

Letras de Lisboa Há um par de anos, os designers Rita Múrias e Paulo Barata decidiram dedicar-se a recolher pedaços da paisagem e cultura urbana lisboeta que viam desaparecer: letreiros, néones e reclamos de diferentes feitios, funções e escalas. Nascia o projecto Letreiro Galeria. Agora – e enquanto aguardam um Museu do Letreiro – levam ao Convento da Trindade, em Lisboa, cerca de 80 peças da sua colecção. Cidade Gráfica. Letreiros e Reclames de Lisboa no Século XX faz parte do programa Mude Fora de Portas e pode ser vista de terça a domingo, entre as 10h e as 18h, até 18 de Março. Grátis.

Casa da Liberdade - Mário Cesariny Rua das Escolas Gerais, 13. T. 218822607 Evocando Mário Cesariny De 2/11 a 17/12. 2ª a Sáb das 14h às 20h. Fundação e Museu Calouste Gulbenkian Avenida de Berna, 45A. T. 217823000 A Forma Chã De 7/10 a 9/1. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. António Ole. Luanda, Los Angeles, Lisboa De António Ole. De 17/9 a 9/1. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. Linhas do Tempo De 23/6 a 2/1. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb, Dom e feriados das 10h às 18h. Obra De 7/10 a 11/12. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. Portugal em Flagrante: Operação 1 De 9/7 a 8/1. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. Documental. Terceiro Andar De Luciana Fina. De 21/10 a 23/1. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. Galeria Av. da Índia Avenida da Índia, 170. T. 218170847 Things Fall Apart De 7/12 a 12/3. 3ª a 6ª das 10h às 13h e das 14h às 18h. Sáb e Dom das 14h às 18h. Palácio Pombal R. Século, 65 a 85. Tatuagem De 1/12 a 1/3. 3ª a Dom das 10h às 18h. Habitar Portugal 12-14 De 10/12 a 29/1. 3ª a Dom das 12h às 20h. Museu Geológico Rua Academia das Ciências, 19. T. 213463915 Ares De Bernardo Bello, Rita Thomaz. De 10/12 a 31/12. 2ª a Sáb das 10h às 18h. Museu Nacional de Arte Antiga Rua das Janelas Verdes. T. 213912800 Desenhos de Jacopo Palma, O Jovem De 18/10 a 29/1. 3ª a Dom das 10h às 18h. Domingos Sequeira - Pintor de História De 3/12 a 12/3. 3ª a Dom das 10h às 18h. Obra Convidada: Retrato de D. Francisco de Moura Corte Real, 3.º Marquês de Castelo Rodrigo De François Duchatel. De 2/12 a 19/3. 3ª a Dom das 10h às 18h. Pintura e Artes Decorativas do Século XII ao XIX A partir de 16/12. 3ª das 14h às 18h. 4ª a Dom das 10h às 18h.

Galeria Zé dos Bois Rua da Barroca, 59. T. 213430205 Spring Toast Bonenkai De 10/12 a 11/12. Sáb às 21h. Dom às 17h. Igreja de S. Vicente de Fora Lg. S. Vicente. T. 218824400 João Vaz e Coro de Câmara do Instituto de Música Vitorino Matono Dia 10/12 às 17h. Igreja de São Roque Lg. Trindade Coelho. T. 213235383 Paiaçú ou Pai Grande Dia 10/12 às 18h. Lux Frágil Av. Infante D. Henrique. T. 218820890 Kerri Chandler Dia 10/12 às 23h45. Meo Arena Parque das Nações. T. 218918409 Charles Aznavour Dia 10/12 às 21h30. MusicBox Rua Nova do Carvalho, 24. T. 213430107 Pedro e Os Lobos Dia 10/12 às 22h30. Praça de Touros do Campo Pequeno Campo Pequeno. T. 210414078 Marco Paulo Dia 10/12 às 21h30. Sabotage Club Rua de São Paulo, 16. T. 213470235 Paus Dia 10/12 às 22h30. Teatro da Trindade Largo da Trindade, 7A. T. 213420000 Camerata de Cordas da Orquestra Municipal Geração da Amadora Dia 10/12 às 15h30. Teatro Nacional de São Carlos Largo de São Carlos, 17. T. 213253045 O Papagaio Louro Dia 10/12 às 10h30 e 12h (Foyer. Festival de Natal).

DANÇA Lisboa

Estrela Hall Rua da Estrela, 10. T. 213961946 The Mikado Enc. Jonathan Weightman. De 1/12 a 17/12. 5ª a Sáb às 21h. Dom às 16h.

Centro Cultural de Belém Praça do Império. T. 213612400 50 Toneladas de Vermelho-Selva Coreog. Carlota Lagido. De 29/11 a 14/12. Sáb e Dom às 11h. Íris Com Marco da Silva Ferreira e Jorge Jácome. De 9/12 a 10/12. 6ª às 21h. Sáb às 19h (Temps d’Images). M/12. O Lago dos Cisnes Russian Classical Ballet. De 10/12 a 11/12. Sáb às 11h e 21h. Dom às 11h. O Quebra-Nozes Russian National Ballet. De 9/12 a 11/12. 6ª às 21h. Sáb e Dom às 16h. Lisboa Chérie Chéri Coreog. Miguel Bonneville. De 8/12 a 10/12. 5ª a Sáb das 20h às 02h (no Mise-en-Scène, Av. Sidónio Pais 18). Teatro Camões Parque das Nações. T. 218923470 La Bayadère Companhia Nacional de Bailado. De 8/12 a 23/12. Todos os dias às 21h (16, 21 a 23 Dez). Sáb às 18h30. Dom às 19h.

Monchique - Higya Monforte - Jardim Montemor-o-Novo - Misericórdia Montijo - Diogo Marques Mora - Canelas Pais (Cabeção), Falcão, Central (Pavia) Moura - Faria Mourão - Central Nazaré - Ascenso, Maria Orlanda (Sitio da Nazaré) Nisa Ferreira Pinto Óbidos - Vital (Amoreira/ Óbidos), Senhora da Ajuda (Gaeiras), Oliveira Odemira - Confiança Odivelas - Serra, Tanara Oeiras - Varela Baião Oleiros - Martins Gonçalves (Estreito Oleiros), Garcia Guerra, Xavier Gomes (Orvalho-Oleiros) Olhão - Pacheco Ourém - Verdasca Ourique - Nova (Garvão), Ouriquense Palmela - Central do Pinhal Novo Pedrógão Grande - Baeta Rebelo Penamacor - Melo Peniche - Proença Pombal - Vilhena Ponte de Sor - Matos Fernandes Portalegre - Cunha Miranda Portel - Misericordia Portimão - Arade Porto de Mós - Lopes Proença-a-Nova Roda, Daniel de Matos (Sobreira Formosa) Redondo - Xavier da Cunha Reguengos de Monsaraz - Moderna Rio Maior - Ferraria Paulino Salvaterra de Magos - Martins

Santarém - Pereira Santiago do Cacém Barradas São Brás de Alportel - São Brás Sardoal - Passarinho Seixal - Vale Bidarra (Fernão Ferro) Serpa - Central Sertã - Lima da Silva, Farinha (Cernache do Bonjardim), Confiança (Pedrogão Pequeno) Sesimbra - de Santana (Santana) Setúbal - Santiago, Higiene Silves - Central - Armação de Pêra (Armação de Pêra) Sines - Monteiro Telhada (Porto Covo), Central Sintra - Clotilde Dias, Vasconcelos, Valentim Sobral Monte Agraço - Costa Sousel - Mendes Dordio (Cano), Andrade Tavira - Félix Franco Tomar - Alfa (Porto da Laje) Torres Novas - Aliança (Lamarosa/Torres Novas) Torres Vedras São Gonçalo Vendas Novas - Nova Viana do Alentejo - Nova Vidigueira - Pulido Suc. Vila de Rei - Silva Domingos Vila Franca de Xira - Raposo, Romeiras (Forte da Casa), Silva Carvalho Vila Nova da Barquinha Tente (Atalaia), Carvalho (Praia do Ribatejo), Oliveira Vila Real de Santo António Carrilho Vila Velha de Rodão - Pinto Vila Viçosa - Torrinha Alvito - Baronia Ansião Moniz Nogueira Redondo - Alentejo

MÚSICA Lisboa

FARMÁCIAS Lisboa/Serviço Permanente Ascenso (Encarnação) - Praça do Norte, 11 - A - Tel. 218511216 Brisália (Alvalade) - Avenida Rio de Janeiro, 66 - 66 A - Tel. 218482368 Curie (Palhavã) - Av. Madame Curie, 15 - A - Tel. 217270194 De Marvila (Marvila) - Bairro Marquês Abrantes, Lt 3536 - Tel. 218594800 Fernandes (São JoséTivoli) - Rua de S. José, 187 - Tel. 213426476 Sepol (Boa-Hora) - Calçada da Boa-Hora, 98 - B - Tel. 213631958 Outras Localidades/Serviço Permanente Abrantes - Silva Alandroal - Santiago Maior, Alandroalense Albufeira - Santos Pinto Alcácer do Sal - Alcacerense Alcanena - Ramalho Alcobaça - Belo Marques Alcochete - Cavaquinha, Póvoas (Samouco) Alenquer - Nobre Rito Aljustrel - Pereira Almada - Vieira Rosa, Silva Junior Almeirim - Correia de Oliveira Almodôvar - Ramos Alpiarça - Gameiro Alter do Chão - Alter, Portugal (Chança) Alvaiázere - Ferreira da Gama, Castro Machado (Alvorge), Pacheco Pereira

(Cabaços), Anubis (Maçãs D. Maria) Alvito - Nobre Sobrinho Amadora - Alto da Brandoa (Brandoa) Ansião - Medeiros (Avelar), Pires (Santiago da Guarda) Arraiolos - Vieira Arronches - Batista, Esperança (Esperança/Arronches) Arruda dos Vinhos - Da Misericórdia Avis - Nova de Aviz Azambuja - Dias da Silva, Nova, Peralta (Alcoentre), Ferreira Camilo (Manique do Intendente) Barrancos - Barranquense Barreiro - Santo André (Santo André) Batalha - Ferraz, Silva Fernandes (Golpilheira) Beja - Central Belmonte Costa, Central (Caria) Benavente - Miguens Bombarral - Hipodermia Borba - Central Cadaval - Central, Luso (Vilar Cadaval (Fev,Abr,Jun)) Caldas da Rainha - Central Campo Maior - Campo Maior Cartaxo - Central do Cartaxo Cascais - D’Aldeia, Aragão (Parede), Artur Brandão (Parede) Castanheira de Pera - Dinis Carvalho (Castanheira) Castelo Branco - Rodrigues dos Santos (Sarzedas) Castelo de Vide - Roque Castro Verde - Alentejana Chamusca - Joaquim Maria Cabeça

Constância - Baptista, Carrasqueira (Montalvo) Coruche - Higiene Covilhã Mendes Crato - Misericórdia Cuba - Da Misericórdia Elvas - Lux Entroncamento - António Lucas Estremoz - Costa Évora - Misericórdia Faro - Caniné Ferreira do Alentejo - Fialho Ferreira do Zêzere Graciosa, Soeiro, Moderna (Frazoeira/ Ferreira do Zezere) Figueiró dos Vinhos - Campos (Aguda), Correia Suc. Fronteira Vaz (Cabeço de Vide) Fundão - Sena Padez (Fatela) Gavião - Gavião Golegã - Salgado Grândola - Moderna Idanha-a-Nova Andrade (Idanha A Nova), Serrasqueiro Cabral (Ladoeiro), Monsantina (Monsanto/ Beira Baixa), Freitas (Zebreira) Lagoa - Vieira Santos (Estombar) Lagos - A Lacobrigense Loulé - Pinto, Algarve (Quarteira), Paula (Salir) Loures - Tojal, Império (Rio Tinto) Lourinhã - Marteleirense, Ribamar (Ribamar) Mação - Saldanha Mafra - Costa Maximiano (Sobreiro), Nogueira (Venda do Pinheiro) Marinha Grande - Sta. Isabel Marvão - Roque Pinto Mértola - Pancada Moita - Aliança (Baixa da Banheira)


Público • Sábado, 10 de Dezembro de 2016 • 45

CRIANÇAS DR

Livros Batata Chaca Chaca Texto e ilustração Yara Kono Edição Planeta Tangerina 40 págs., 13,50€

A Plateia de Emoções leva Pinóquio: Um Musical para Sonhar ao palco da Casa das Artes de Famalicão

ESPECTÁCULOS Vila Nova de Famalicão Pinóquio: Um Musical para Sonhar Casa das Artes de Famalicão (Parque de Sinçães, Av. Carlos Bacelar). T. 252371304 Dia 15 (às 10h30 e às 14h30) e 16 de Dezembro (às 14h30 e às 21h30). Para toda a família. Preço: 4€ com descontos Pinóquio: Um Musical para Sonhar faz parte da animação pensada para as famílias pela Casa das Artes de Famalicão. Depois do espectáculo A Bela Adormecida, obra-prima do bailado clássico interpretado pela companhia do Russian Classical Ballet, de Moscovo, agora é a vez de Pinóquio subir ao palco. Uma aventura musical sobre a mais conhecida marioneta de madeira do mundo, com todos os ingredientes para assegurar um serão em família bem divertido. Produzido pela Plateia de Emoções, o espectáculo conta com a participação de seis actores que se desdobram em várias personagens, utilizando mais de 25 figurinos, informa a Casa das Artes. Ainda integrada na programação da Magia do Natal, haverá uma sessão de cinema infantil, com a nova princesa da Disney — Vaiana. Está marcada para o dia 17, às 15h00, às 18h00 e às 21h30.

Almada O Barbeiro de Sevilha Teatro Municipal Joaquim Benite (Avenida Professor Egas Moniz). T. 212739360 Até 18 de Dezembro. Sábado às 16h00 e domingo às 11h00. Para crianças a partir dos 3 anos. Preço: 10€ Um espectáculo que se baseia na famosa ópera de Rossini. Elegante, irónica e ligeira, é uma obra-prima da ópera bufa italiana e uma das mais populares e encenadas em todo o mundo. Os actores da Companhia de Teatro de Almada contracenam com fantoches-cantores que surgem dentro de um cenário que reproduz o palco do Teatro Nacional de São Carlos. Uma encenação de Teresa Gafeira, em que participam os actores André Alves, Isac Graça e Vera Santana.

Olival Basto Annie, o Musical Centro Cultural da Malaposta (Rua Angola). T. 219383100/219320940 Até dia 18 de Dezembro. Sábado às 16h00 e às 21h; domingo às 16h00. Para crianças a partir dos 3 anos. Preço: 7,50€ O Grupo Teatro Infantil Animarte leva a cena o sucesso da Broadway e do West End sobre a história de uma incrível menina ruiva que sonha com uma vida fora do seu horrível orfanato. Uma encenação de Sofia Espírito Santo, com coreografia de Paula Careto, canções de Alexandre Gaspar e Maria João Príncipe. Tudo começou a partir de um livro famoso e comovente escrito por Thomas Meehan.

NATAL Óbidos Óbidos Vila Natal Vários espaços da vila de Óbidos Até dia 1 de Janeiro de 2017. Todos os dias das 11h00 às 16h00 (12 a 16 de Dezembro; 24 e 31 de Dezembro); todos os dias das 16h00 às 20h00 (dias 25 de Dezembro e 1 de Janeiro); todos os dias das 11h00 às 19h00 (dias 11, 17 a 23 e 26 a 30 de Dezembro). Preços: 5€ a 7€ (c/ descontos) Óbidos volta a encarnar o espírito natalício recriando a sua já tradicional Vila Natal. As histórias infantis dão o tema a esta edição: os visitantes vão encontrar personagens fantásticas como a Alice, o Principezinho, o Gato das Botas ou, claro, o Pai Natal. No programa há animação de rua e actividades para toda a família, incluindo uma pista de patinagem e uma rampa de gelo.

Alenquer Alenquer Vila Presépio Vários espaços da vila de Alenquer Para todas as idades. Até dia 6 de Janeiro O mote da festa de Natal da vila (que fica a meia hora de Lisboa) é: “Venha descobrir Alenquer com as crianças.” Por lá, irá encontrar uma pista de gelo, a Fábrica do Presépio, um comboio turístico, o mercado de rua, a casa do

Pai Natal e um espaço infantil. A autarquia garante que também haverá espectáculos, teatro, música, sica, workshops e várias exposições. A 00 principal será a que assinala os 800 anos da história do presépio em Alenquer, com o video mapping, no Parque Romeira, e com “a maior exposição de presépios do mundo, com mais de 1500 presépios. As crianças poderão também assistir no Auditório Damião de Goes às peças Fábrica a dos Sarapicos de Natal, Alenquer,, Presépio dos Pequeninos e Uma Aventura no Presépio. Ainda irá sobrar tempo e ânimo para ver uma grande concentração de reiss magos solidários e dar alguns pulos los e cambalhotas no espaço infantil,, onde há insufláveis e trampolins.

Lisboa Diverlândia 2016 Feira Internacional de Lisboa (R. do o Bojador, Parque das Nações). T. 218921500 Até dia 1 de Janeiro de 2017. Sexta ae sábado das 15h00 às 24h00; segunda, unda, terça, quarta, quinta e domingo das 15h00 às 23h00. Gratuito No Pavilhão 1, a novidade deste ano é uma pista de gelo. Mas “diversão” continua a ser a palavra de ordem na Diverlândia, que se apresenta como “o maior parque de diversões indoor do país”. À espera dos visitantes estão carrosséis, carrinhosde-choque, uma montanha-russa e, claro, gelo e patins. Para toda a família se divertir, cair e… levantar-se.

Leiria Concertos para Bebés: Gatinhar o Natal Teatro Miguel Franco (Centro Cultural de Leiria — Largo de Santana). T. 244839680 Amanhã, às 10h30 e às 11h45. Para crianças dos 3 meses aos 5 anos Preço: 7€ Com a ajuda do coro infantil Schola Cantorum Pastorinhos de Fátima, a Musicalmente leva os bebés ao contacto com canções ligadas ao significado religioso do Natal.

lazer@publico.pt

Um livro de receitas, em que se aprende a fazer salada, caldo de feijão, pão de frigideira (“um pão-quase-pizza”), limonada, molho de iogurte, guacamole, vinagrete, sopa de tomate com ovos, bolo de maçã e, claro, batata chaca chaca. Do abastecimento da despensa ao momento em que chegam os convidados para a refeição, o leitor vai sendo desafiado a identifi ide car ingredientes e utensílios de cozinha. ute Para adivinhar as P primeiras quatro iguarias, são prim dadas estas pistas: “1. É feito da de leite e pode ser fatiado, cortado aos cubos… 2. É c um u vegetal e faz chorar. 3. Os O coelhos adoram-na… crunch crunch. 4. É verde c e há quem o confunda com a curgete.” Seguem-se depois orientações para or o procedimento na confecção dos vários pratos que vá se pretende p oferecer aos ofer amigos que ami hão-de hão- chegar, “lá para o p final do d livro (mas não n vale espreitar)”. espreit Batata Bata Chaca Chaca é o novo título da Colecção de Cantos Redondos, que a editora define assim: “Livros em papel interactivos e digitais? Nem mais.” E é o que Yara Kono faz com este manual de culinária, em que põe os miúdos a mexer no livro como se estivessem mesmo a cozinhar. “Levanta ligeiramente esta página e abana-a com cuidado, para passares tudo para a tigela da página ao lado” ou “… dá duas pancadinhas no

topo do livro, para a limonada passar melhor no coador”. Todas as descrições e informações são acompanhadas por imagens muito coloridas, com uma grande profusão de elementos, como a capa aqui reproduzida deixa antever. Como se diz na contracapa, este é um livro “transformado em bancada de cozinha”. Toca a lavar as mãos e a pôr um avental. Rita Pimenta


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JOGOS CRUZADAS 9734

TEMPO PARA HOJE

Horizontais: 1. Foi o nome romano de Lisboa e também o nome da editora fundada por Fernando Pessoa. Confederação da Agricultura Portuguesa. 2. Assembleia de eclesiásticos convocados pelo seu prelado ou outro superior. Letra do alfabeto grego, correspondente ao i. 3. Redução das formas linguísticas “de” e “um” numa só. Sujeitar a certas regras. 4. Repetir. Coberto de suor. 5. O maior pássaro nativo da Austrália. Pancada de taco. 6. Produzir som. De preço elevado. 7. Elemento de formação de palavras que exprime a ideia de lado. Abreviatura de manuscrito. 8. Sódio (s.q.). Feiras. 9. Estudante que faz parte de uma tuna. Gemido de agonia (Bras.). 10. Para barlavento (Náut.). Tábua provida de uma pega numa das faces e utilizada para estender e alisar argamassa ou es-

tuque, esparavel. 11. Rajada de estilo. Limpar com areia, cinza, etc. Verticais: 1. Eles. Untar muito. 2. Legítimo, genuíno. Lição. 3. Raro. As nossas pessoas. 4. Adição. Os ramos ou a folhagem das plantas. 5. Idem (abrev.). Retweet (twitter). Cuidado. 6. Preposição designativa de substituição. Atinge. 7. Bolsa de couro que se prendia à cintura. 8. Manjar apetitoso. Sufixo (agente). 9. Que tem boas cores no rosto. Palavra italiana que significa líder. 10. Amarrada. Derrama líquido sobre. 11. Não continuo. Limpar o nariz de mucosidades.

Bragança

Viana do Castelo 10º 18º Braga

1º 11º

8º 19º

Vila Real 5º 13º

Porto

15º

11º 19º Viseu 2,5-3m

13º

Guarda

8º 16º

Aveiro

6º 10º Penha Douradas 5 º 9º

20º Coimbra 10º 18º

Depois do problema resolvido encontre o título de uma obra de Daniel Lacalle (3 palavras).

Castelo Branco

Leiria

8º 15º

11º 19º Santarém

Horizontais: 1. Escol. Magma. 2. NÃO. Abaular. 3. Macis. Ave. 4. Im. Lar. Abio. 5. Madeira. Rol. 6. Nato. Prosa. 7. Pena. Soa. 8. Ria. Tisna. 9. Error. TEIMA. 10. Ca. Vive. Aal. 11. Estio. Serra. Verticais: 1. Enfim. Prece. 2. Sã. Maneiras. 3. Com. Danar. 4. Aleta. Ovi. 5. Lacaio. Trio. 6. Birr. Si. 7. MAS. APOSTES. 8. Au. Rane. 9. Glabro. Aiar. 10. Mavioso. Mar. 11. Areola. Vala. Provérbio: Teima mas não apostes.

Portalegre

10º 19º

9º 15º

Lisboa 11º 18º Setúbal Évora

10º 20º

7º 18º

BRIDGE

17º

SUDOKU

Dador: Sul Vul: Todos

NORTE ♠ KJ7 ♥ Q109 ♦ 6532 ♣ AQ4 ESTE ♠ Q1063 ♥8 ♦ A984 ♣ KJ92

OESTE ♠ 9852 ♥ 632 ♦ KQ7 ♣ 1087

Problema 7242 Dificuldade: Fácil

tar a terceira volta de ouros, destrunfa a acabar no morto e joga o quarto ouro do morto. Assim que Este assiste, Sul deve baldar um pau! Em mão, Este será forçado a jogar paus ou espadas, oferecendo a décima vaza ao declarante. Uma nota importante: o jogador em Este não deve encorajar a continuação a ouros, em vez disso deve recusar para que Oeste possa atacar paus ou espadas e assim a defesa pode facilmente derrotar o contrato. Oeste

Norte

Este

passo

1ST

2♣

Oeste

Norte

passo passo

2♣ 4♥

Este

Sul 1♥ passo 2♥ Todos passam

2,5-3m Sagres

Faro

15º 20º

15º 19º 18º 1-1,5m

Corvo Graciosa Flores

Solução do problema 7240

Sul 1♠ ?

12º

Terceira

11º 18º

S. Jorge

19º

18º

18º

Pico

2-3m

Faial

12º 19º

2-3m

♠AQJ98 ♥KQ85 ♦KJ9 ♣5

S. Miguel

12º 18º Ponta Delgada

18º

Resposta: A voz correta é o dobre. O dobre, nestas circunstâncias, serve para mostrar uma boa mão com um máximo de duas cartas a paus. O parceiro poderá converter o dobre se comprido a paus, mas normalmente o que irá fazer é marcar o seu melhor naipe.

2-3m

Madeira

17º 22º

2-3m

17º 22º

Lua Cheia

Sol Nascente 07h44 Poente 17h15 Solução do problema 7241

Cascais

Faro

Preia-mar 11:32 00:06*

3,2 11:07

3,2 11:14

3,1

3,2 23:42

3,2 23:47

3,2

Baixa-mar 17:50

0,8 17:24

0,9 17:21

0,8

0,8 05:31*

0,9 05:48*

0,8

06:16*

© Alastair Chisholm 2008 and www.indigopuzzles.com

14 Dez. 00h06

Marés Leixões

João Fanha/Pedro Morbey (bridgepublico@gmail.com)

20º

Funchal

20º

1-1,5m

Carteio: Saída: K♦. Assim que Este encorajou com o 9 de ouros, Oeste continuou com a Dama de ouros e outro ouro. Após cortar, qual a melhor linha de jogo?

Sta Maria

Porto Santo

Problema 7243 Dificuldade: Difícil

Leilão: Equipas ou partida livre.

Solução: A linha mais simples é destrunfar, encaixar o Ás de espadas e jogar uma espada para o Valete. Se a passagem resultar, a passagem a paus ainda pode ser tentada para uma vaza a mais. Se a passagem a espadas não resultar, a passagem a paus ainda é possível. Mas, nessa altura Sul apercebeu-se que as passagens nunca resultam aos Sábados! A melhor linha, que compreende um pequeno pormenor, é: depois de cor-

10º 18º

19º

Açores

O que marca com a seguinte mão?

SUL ♠ A4 ♥ AKJ754 ♦ J10 ♣ 653

Beja

Sines 13º

AMANHÃ

Fonte: www.AccuWeather.com

*de amanhã


Público • Sábado, 10 de Dezembro de 2016 • 47

DESPORTO

Relatório revela “fortes provas” de doping com aval do Estado russo Uma investigação internacional e independente acusa as autoridades russas de montarem um esquema que permitiu a mais de mil atletas dissimularem o recurso à utilização de substâncias dopantes ADRIAN DENNIS/AFP

Dopagem Nuno Sousa As conclusões do relatório McLaren, jurista canadiano que liderou uma investigação sobre as suspeitas relacionadas com doping no desporto russo, são taxativas. “Há fortes provas de dopagem institucionalizada entre 2011 e 2015”, aponta o documento, que alude a mais de mil atletas russos e mais de 30 desportos envolvidos. As directrizes finais da investigação, anunciadas ontem, em Londres, denunciam, segundo Richard McLaren, uma “conspiração institucional desenvolvida com a participação do Ministério do Desporto russo e dos seus serviços, como a agência de antidopagem da Rússia (...) e o laboratório antidoping de Moscovo, auxiliado pelo FSB [serviços secretos], com o objectivo de manipular os controlos antidoping”. De acordo com o investigador, torna-se difícil determinar ao certo quando começou esta “conspiração”. E o documento que produziu contraria a versão continuamente apresentada pelas autoridades russas, que têm rejeitado em todas as ocasiões qualquer tipo de manipulação. “Mais de mil atletas russos que participaram em desportos de Verão, Inverno ou Paralímpicos estão implicados ou foram beneficiados por estas manipulações com vista a contornar controlos [antidoping] positivos”, acrescentou McLaren, sustentando que os dados sobre a identidade dos visados são “estritamente confidenciais”. De resto, o também professor universitário alude à utilização de métodos artesanais para influenciar os resultados das amostras. “Foi acrescentado sal, bem como Nescafé, às amostras de urina”, revela, apontando os Jogos de Inverno de Sochi, em 2014, como um caso paradigmático. “Queriam mostrar que a Rússia, país anfitrião, podia conquistar muitas medalhas e nesse sentido permitiram que os seus melhores atletas se dopassem”, aduziu. Entre os dados recolhidos que mais estranheza causaram contam-se amostras masculinas de urina detec-

Richard McLaren durante a apresentação do relatório, ontem, em Londres

Mutko desmente

V

italy Mutko, o ministro do Desporto russo, reiterou ontem “que não existem programas governamentais para promover a utilização de doping no desporto”, adiantando que “continuará a luta” contra o fenómeno “com tolerância zero”. O governante assinalou que vai “analisar cuidadosamente toda a informação contida no relatório, no sentido de poder chegar a uma conclusão construtiva” sobre o processo.

tadas em duas atletas femininas de hóquei no gelo, emails a pedir instruções ao Ministério do Desporto sobre o que fazer com as amostras positivas, e um cocktail de substâncias (a que chamaram “Duquesa”) desenvolvido para mascarar os resultados. De resto, entre os atletas apanhados nesta teia há 15 vencedores de medalhas nos Jogos de Londres, em 2012 (10 das quais já foram subtraídas desde então). Para além disso, foram identificadas amostras de 12 atletas que chegaram ao pódio em Sochi com indícios de alterações, algo que aconteceu também com seis vencedores dos Jogos Paralímpicos. O “esquema” de manipulação das amostras já tinha sido desvendado no relatório anterior, assente no testemunho de Grigory Rodchenkov,

director do laboratório antidoping em Sochi, há dois anos. Na prática, consistia na gestão de uma amostra limpa de urina, que era congelada meses antes da preparação para as provas. Os atletas retomavam, então, a sua habitual rotina de dopagem e eram controlados, como é hábito, depois da competição sob supervisão de um técnico. A partir daí, entrava em cena o FSB, que trocava o frascos através do chamado “buraco de um rato” nas paredes contíguas ao laboratório onde eram guardadas as análises. Na prática, um agente dos serviços secretos disfarçado de engenheiro (que observaria a rede de esgotos) levava a amostra contaminada, trocava-a pela amostra limpa (há muito congelada) sem danificar a embalagem e o selo

respectivo, e repunha o novo conteúdo na sala do laboratório. O actual documento supervisionado por Mclaren acabou por detectar, porém, pequenas marcas na tampa dos frascos, que indiciavam que tinham sido abertos, diagnóstico que foi confirmado por um especialista. O que acontece a partir de agora? Thomas Bach, presidente do Comité Olímpico Internacional, adiantou que as conclusões do relatório serão avaliadas por duas comissões, que serão testadas todas as amostras de Londres 2012 e Sochi 2014 e ainda deixou uma opinião sobre o tema: “Pessoalmente, não gostaria de ver competir novamente um atleta envolvido num esquema destes.” nuno.sousa@publico.pt


48 • Público • Sábado, 10 de Dezembro de 2016

DESPORTO Planisférico

CLASSIFICAÇÃO

Nem com o guarda-redes da selecção o Tarvas conseguiu uma vitória

I LIGA Jornada 13 2-0 V. Setúbal-Estoril 11h45, SP-TV Belenenses-Marítimo 18h15, SP-TV Desp. Chaves-Moreirense 20h30, SP-TV Boavista-V. Guimarães amanhã, 16h, SP-TV Feirense-FC Porto amanhã, 16h, SP-TV Nacional-Tondela Benfica-Sporting amanhã, 18h, BTV amanhã, 20h15, SP-TV Sp. Braga-P. Ferreira Arouca-Rio Ave DR

Futebol Marco Vaza

1. Benfica 2. Sporting 3. FC Porto 4. Sp. Braga 5. V. Guimarães 6. Rio Ave 7. Marítimo 8. Desp. Chaves 9. V. Setúbal 10. Estoril 11. Belenenses 12. Arouca 13. Paços de Ferreira 14. Boavista 15. Moreirense 16. Feirense 17. Tondela 18. Nacional

O último classificado do campeonato da Estónia tinha um internacional na baliza, mas só conseguiu três empates em 36 jogos A Estónia é um daqueles países que, futebolisticamente, nunca conseguiu ultrapassar a irrelevância. Nunca nenhum dos seus clubes se destacou nos tempos da União Soviética e, depois da independência, o principal campeonato do país tem um estatuto semiamador e não há notícia de grandes feitos dos clubes estónios nas provas da UEFA. Na sua história, apenas um jogador ganhou alguma projecção internacional, o guarda-redes Mart Poom, que andou muitos anos na Premier League e defendeu durante quase duas décadas a baliza da sua selecção. Em resumo, ninguém liga muito ao futebol estónio. Muito pouca gente conseguirá dizer quem se sagrou, há pouco mais de um mês, campeão nacional da Estónia, e ainda menos gente saberá quem foi o último classificado nessa Liga semiamadora de dez equipas. Mas quem olhar para a classificação final da Meistriiliga 2016 vai reparar, não nos 80 pontos do campeão Infonet Tallin, mas nos três pontos do último classificado, o Rakvere Tarvas. Apenas três empates e 33 derrotas em 36 jornadas deste campeonato que se joga a quatro voltas, e, claro, com o pior ataque (15 golos marcados) e a pior defesa (113 sofridos). Para se ter alguns termos de comparação, a pior participação de uma equipa na primeira divisão portuguesa aconteceu em 1938-39, em que o Casa Pia, na sua única presença no primeiro escalão, teve apenas uma vitória (que valia dois pontos na altura) num campeonato de 14 jornadas. Na Bundesliga de 1965-66, o Tasmânia Berlim teve uma única e desastrosa presença entre os “grandes” do futebol alemão, detendo até hoje muitos dos recordes negativos da competição: menos vitórias numa época (2), mais derrotas numa época (28), menos pontos conquistados (8), menos golos marcados

2.ª feira, 20h, SP-TV J

V

E

D

M-S

P

12 12 12 12 12 12 12 12 13 13 12 12 12 12 12 12 12 12

9 8 7 7 6 5 5 3 4 4 3 4 3 3 3 3 2 2

2 3 4 2 3 2 2 7 4 3 5 2 4 4 2 2 3 2

1 1 1 3 3 5 5 2 5 6 4 6 5 5 6 7 7 8

27-7 23-10 20-5 20-12 21-15 15-16 8-10 11-10 12-13 11-16 9-13 9-15 15-18 12-15 11-15 10-23 9-18 10-19

29 27 25 23 21 17 17 16 16 15 14 14 13 13 11 11 9 8

Próxima jornada Paço Ferreira-BelenensesMoreirense-Arouca, Estoril-Benfica, Rio Ave-Nacional, Tondela-Boavista, V. Guimarães-V. Setúbal, Sporting-Sp. Braga, Marítimo-Feirense, FC Porto-Desp. Chaves

Meerits chegou ao clube com a época já adiantada (15) e mais golos sofridos (108). Nem Casa Pia nem Tasmânia Berlim tiveram, no entanto, uma época tão desastrosa como o Tarvas, a pior equipa das primeiras divisões da Europa em 2016. Mas este até nem seria um desfecho totalmente inesperado, dadas as circunstâncias em que alcançara a promoção e a natureza muito amadora do clube. Em 2015, o Tarvas ficara em quarto lugar na segunda divisão, mas

O Tarvas registou três empates e 33 derrotas em 36 jornadas, com o pior ataque (15 golos marcados) e a pior defesa (113) beneficiou do facto de os três que ficaram à sua frente serem equipas B de clubes da primeira divisão. E toda a dedicação de toda a gente envolvida não chega quando se trata de um clube que não paga salários e prémios de jogo aos seus jogadores — a maioria nem sequer vive na pequena cidade de Rakvere, que tem apenas 15 mil habitantes. Entre os amadores do Tavras há, para quem conhecer com alguma profundidade o futebol estónio, um nome conhecido: o guarda-redes Marko Meerits, cinco vezes internacional pela selecção do seu país,

duas delas já em 2016. Como é que um jogador com experiência internacional vai jogar para a pior equipa do principal campeonato do país? Foi a única que se mostrou disponível para o contratar, depois de ter sofrido uma lesão grave no joelho ao serviço do Emmen, formação da segunda divisão holandesa. Meerits, que chegou a fazer alguns jogos no Vitesse, chegou já com a época muito adiantada e acabou por não fazer a diferença — com ele na baliza em dez jogos, o Tavras conseguiu um empate e muitas derrotas pela margem mínima, incluindo uma por 1-0 contra o futuro campeão. O guarda-redes não vai acompanhar o Tavras no regresso à segunda divisão (vai jogar no FC Flora, de Tallin, o maior clube do país), mas, mesmo sem o seu internacional na baliza, o clube quer voltar rapidamente ao convívio dos grandes, como explicou um assessor do clube, Andres Rattassep, ao site Non Sense Football: “A maioria dos jogadores vai continuar. Vão estar mais experientes e vamos tentar encarar esta temporada pelo lado positivo.” marco.vaza@publico.pt Planisférico é uma rubrica semanal sobre histórias e campeonatos de futebol periféricos Ver mais em www.publico.pt/planisferico

II LIGA Jornada 18 Desp. Aves-U. Madeira 15h Sp. Braga B-V. Guimarães B 15h Freamunde-Olhanense 15h Gil Vicente-Sp. Covilhã 15h Ac. Viseu-Fafe 15h Sporting B-FC Porto B 15h, SportingTV Académica-Benfica B 16h Varzim-Cova Piedade 16h Santa Clara-Penafiel 18h Leixões-Portimonense amanhã, 11h15, SP-TV Vizela-Famalicão amanhã, 15h J Portimonense Desp. Aves Cova da Piedade Santa Clara Penafiel Académica Benfica B Sporting B Vizela Famalicão FC Porto B Sp. Covilhã U. Madeira Gil Vicente Sp. Braga B Varzim V. Guimarães B Fafe Freamunde Ac. Viseu Leixões Olhanense

V. Setúbal retoma o caminho dos triunfos

V

17 13 17 10 17 9 17 8 17 8 17 7 17 7 16 7 16 4 17 5 17 5 17 5 17 5 17 4 17 3 17 4 16 5 16 4 17 2 17 3 17 2 17 3

E

D

3 1 6 1 4 4 4 5 4 5 6 4 6 4 3 6 9 3 6 6 6 6 6 6 6 6 8 5 9 5 6 7 3 8 6 6 8 7 5 9 7 8 3 11

M-S

P

35-12 27-13 21-17 19-17 18-17 14-10 19-17 27-26 15-14 20-22 18-20 16-18 12-14 11-13 20-19 19-23 17-23 19-26 13-16 13-21 12-17 22-32

42 36 31 28 28 27 27 24 21 21 21 21 21 20 18 18 18 18 14 14 13 12

Próxima jornada União Madeira-Ac. Viseu, Portimonense-Freamunde, Cova Piedade-Vizela, Benfica B-Sporting B, Famalicão-Varzim, Olhanense-Santa Clara, Sp. Covilhã-Leixões, Fafe-Gil Vicente, V. Guimarães B-Académica, Penafiel-Desp. Aves, FC Porto B-Sp. Braga B

MELHORES MARCADORES I Liga 10 golos Marega (V. Guimarães); 7 golos Bas Dost (Sporting), André Silva (FC Porto) II Liga 13 golos Pires (Portimonense) 9 golos Barry (Desp. Aves)

Futebol O V. Setúbal interrompeu ontem um ciclo de três derrotas (duas das quais no campeonato) com um triunfo convincente sobre o Estoril (2-0), no Estádio do Bonfim, no arranque da 13.ª jornada da Liga. Num jogo sem muitas ocasiões de golo, acabaram por ser mais eficazes os sadinos. Aos 33’, um raide individual de Nuno Pinto pelo centro do terreno terminou com um remate de fora da área que Moreira só conseguiu sacudir para a frente. Na recarga, João Amaral fez, de cabeça, o golo inaugural. O Estoril, logo após o intervalo, refrescou o sector ofensivo com a troca de Matheus Índio por Felipe Augusto e a 20 minutos do fim já alinhava com quatro avançados, depois das entradas do russo Bazelyuk e do brasileiro Bruno Gomes. O treinador Fabiano Soares tentava o tudo por tudo para reduzir a desvantagem, já que aos 50’ Edinho tinha apontado o 2-0 para o Vitória, num remate cruzado após assistência de Nuno Santos. Quase sempre através de jogo directo, à procura da profundidade, o Estoril tentou empurrar os sadinos para a sua área, mas sem sucesso, porque a equipa estava demasiado partida e os anfitriões ganhavam quase todos os lances aéreos, segurando um triunfo que os atira provisoriamente para o 9.º lugar.

V. Setúbal

2

João Amaral 33’, Edinho 50’

Estoril

0

Estádio do Bonfim, em Setúbal V. Setúbal Bruno Varela, Geraldes, Fábio Cardoso, Vasco Fernandes, Nuno Pinto, Costinha a78’, Mikel, Ryan Gauld, Nuno Santos (André Claro, 66’), Edinho (Thiago Santana, 70’), João Amaral (Zé Manuel, 85’). Treinador José Couceiro Estoril Moreira, João Afonso, Dankler, Diakhité, Aílton, Eduardo a36’, Diogo Amado a80’, Mattheus (Bazelyuk, 59’), Tocantins (Bruno Gomes, 71’), Kléber, Matheus Índio (Felipe Augusto, 47’). Treinador Fabiano Soares Árbitro Hélder Malheiro (AF Lisboa)


Público • Sábado, 10 de Dezembro de 2016 • 49

DESPORTO

Breves

Liga dos Campeões vai passar a ter dois horários a partir de 2018 PAUL HACKETT/REUTERS

Futebol

UEFA não avalia “caso dos vouchers” e Sporting recorre Depois de o Benfica ter, ontem à noite, revelado no seu site oficial que a UEFA arquivou as queixas contra o clube no “caso dos vouchers”, o Sporting veio esclarecer que já apresentou recurso da decisão do organismo de não avaliar o processo que tinha sido desencadeado pelos “leões”. “A UEFA não rejeitou a participação disciplinar feita pelo Sporting, o que fez foi argumentar que não fazia sentido abrir um processo disciplinar em Nyon estando a decorrer um inquérito disciplinar numa instância nacional, que é oTribunal Arbitral do Desporto (TAD)”, explicou à Lusa fonte do clube de Alvalade, que recorreu da decisão “na semana passada”. Natação

Recorde mundial para Le Clos, recorde nacional para Alexis O sul-africano Chad le Clos foi a grande figura da jornada de anteontem dos Mundiais de natação em piscina curta, que decorrem em Windsor, Canadá, ao juntar a medalha de ouro dos 100 metros mariposa a um recorde mundial da especialidade. No terceiro dia da competição, Le Clos cumpriu a distância em 48,08s, tirando 36 centésimos à sua própria marca, alcançada nos Mundiais de 2014, em Doha (48,44s). Já o português Alexis Santos bateu o recorde nacional dos 100 metros estilos, com o tempo de 53,06s. O nadador do Sporting superou o tempo de 53,28s, que pertencia a Diogo Carvalho desde 18 de Abril de 2009, mas este novo registo não lhe permitiu assegurar um lugar na final da especialidade.

Futebol Augusto Bernardino UEFA anunciou novo calendário na prova milionária e um aumento do investimento no Euro 2017 feminino O comité executivo da UEFA anunciou ontem, no final da última reunião de 2016, realizada em Nyon, na Suíça, as alterações introduzidas nas duas principais competições de clubes para o ciclo de 2018 a 2021, com o presidente do organismo, Aleksander Ceferin, a anunciar o palco da final da Liga Europa em 2018, atribuída a Lyon, bem como os novos horários da Champions, com jogos às 18h (dois encontros) e às 20h (seis partidas), medida que visa permitir que os adeptos possam assistir a mais jogos em directo. O tradicional horário das 19h45, há anos uma marca da competição milionária, vai assim ser substituído por uma versão com duas vagas diferentes de jogos. Uma alteração que faz parte de um pacote mais alargado de remodelação da Liga dos Campeões e que prevê, por exemplo, que os campeões nacionais disponham de uma oportunidade de prosseguir na Liga Europa caso sejam eliminados na ronda de qualificação da Champions. Em matéria de coeficientes, os 20% actualmente atribuídos de acordo com as federações a que os clubes pertencem deixam também de ser aplicáveis, como medida pensada para evitar os desequilíbrios e injustiças entre as principais federações e as de menor expressão. O coeficiente a aplicar no futuro será determinado com base nos resultados dos últimos cinco anos e não incluirá quaisquer bónus em função dos títulos conquistados. Já em termos financeiros, a distribuição de verbas respeitará os últimos dez anos e incluirá um extra à conta dos troféus já arrecadados. A UEFA decidiu ainda que a Champions contribuirá com 50 milhões de euros, mais uma fatia de dez milhões a título solidário, para distribuir pela Liga Europa, uma competição que pratica valores muito abaixo daqueles que são atribuídos na prova-rainha de clubes.

Os jogos da Champions, dentro de ano e meio, começarão a ser disputados às 18h A Liga Europa, ficou também a saber-se, vai ser decidida em Lyon dentro de dois anos. O clube francês inaugurou no início deste ano o novo estádio, com capacidade para 59 mil pessoas, que acolheu dois jogos da selecção portuguesa no Euro 2016 (empate com a Hungria, 3-3, e vitória sobre o País de Gales, 2-0, nas meias-finais). Em 2017, a final será disputada em Estocolmo, enquanto Kiev acolherá a final da Liga dos Campeões de 2018.

Abriu a “caça” ao Euro 2024 Sobre a fase de candidatura à organização do Campeonato da Europa de 2024, aberta desde ontem, a UEFA permitirá que as federações interessadas confirmem a sua posição até 3 de Março de 2017. O dia 27 de Abril de 2018 é a data-limite para a entrega dos respectivos cadernos de encargos, com o organismo a anunciar a decisão em Setembro. No caso de a fase final do Euro 2024 vir a ser atribuída a dois países, ambos serão automaticamente qualificados. Situação que não se verificará em qualquer tipo de coorganização que implique mais do que duas federações. No que diz respeito ao futebol feminino, mais especificamente no

50

milhões de euros, acrescidos de dez a título solidário, serão encaminhados para os clubes que competem na Liga Europa

8

milhões de euros será o bolo global dos prémios a distribuir durante o Euro 2017 feminino, que se realizará na Holanda

que se refere à distribuição de prémios no Europeu 2017, que se realizará na Holanda, os valores sobem dos 2,2 milhões para os 8 milhões de euros, o que, segundo Ceferin, demonstra bem o interesse e investimento feito pelo organismo no futebol feminino.

Mundial a 48 em espera Sobre o alargamento do Mundial de futebol para 48 selecções, o presidente da UEFA garantiu não dispor de nenhuma informação ou estudo sobre a matéria, aguardando que a FIFA forneça dados objectivos, pelo que não assumirá qualquer posição pública a este respeito. “O que sei é o que tenho visto nos media. Outras confederações poderão votar, mas a UEFA não está confortável para decidir em consciência o que quer que seja sem saber qual o número de selecções europeias que estarão na fase final, por exemplo”, explicou Ceferin. “Em Outubro, a FIFA tinha prometido enviar-nos um dossier com os cenários em análise, mas a verdade é que ainda não o fez. Encontramos diferentes formatos todos os dias na imprensa”, ironizou o presidente da UEFA. augusto.bernardino@publico.pt


50 • Público • Sábado, 10 de Dezembro de 2016

ESPAÇO PÚBLICO

Frederico Lourenço

Frederico Lourenço, tradutor, ensaísta, ficcionista e poeta, é o 30º vencedor do Prémio Pessoa. O prémio é merecido pelas muitas vertentes em que trabalha, mas principalmente pela notoriedade que deu às obras gregas, traduzindo os clássicos da Odisseia e da Ilíada – e que se expressa pela enorme empreitada que o vai ocupar até 2020, visto que se propôs traduzir a Bíblia. O primeiro dos seis volumes já saiu, os restantes estão a caminho. D.Q.A.

Vladimir Putin

Vladimir Putin é um homem conhecido por não olhar a meios para atingir os fins, mas a extensão da dopagem dos atletas russos nos Jogos Olímpicos é elevada até para ele. Até os paralímpicos estão envolvidos, numa generalização do uso do doping que deveria servir para glorificar os atletas mas acaba por dizer mais sobre a evolução da farmacologia russa. Agora dezenas de medalhados têm os seus títulos postos em causa – e muitos serão retirados. D.Q.A

Os bons e os maus professores Tiago Luz Pedro Editorial

H

á um pequeno grande detalhe que merece a nossa atenção nos recentes relatórios internacionais que puseram Portugal mais perto dos melhores na educação: para os alunos de dez e 15 anos que passaram com distinção no TIMSS e no PISA, não foram os ministros nem as suas políticas que lhes permitiram chegar aos formidáveis resultados alcançados. Foram, sim, os professores (leu

bem: os professores), que os ajudam no trabalho diário nas aulas, que adaptam as aprendizagens às suas necessidades e em quem mais confiam para se conseguirem superar. Faltosos, enfadonhos, desmotivados? Esqueçam tudo o que aprenderam sobre os professores portugueses. Ou talvez não. A verdade é que os bons professores que os alunos agora elogiam continuam a ser os maus professores na perspectiva de quem os controla — e falamos da implacável máquina burocrática do Ministério da Educação e da sua infatigável tendência para reduzir as escolas a meras extensões administrativas dos corredores do poder educativo. Vem isto a propósito das novas regras dos concursos apresentadas

aos sindicatos e, em particular, da tremenda injustiça imposta aos professores contratados, essa espécie de subclasse docente que todos os anos é chamada a garantir que muitos milhares de alunos não ficam sem aulas e que todos os anos é deixada para trás, ou longe de casa, ou de escola em escola. Acontece que Tiago Brandão Rodrigues e a sua equipa propõem que só com 20 anos de serviço estes professores possam aceder à vinculação — um eufemismo para entrada nos quadros, a única garantia de estabilidade para milhares de pessoas que vivem de contrato em contrato à espera dos amanhãs que cantam. O Governo PS (e a esquerda que o suporta) fez de 2017 o ano em que os

precários do Estado vão finalmente conseguir um lugar ao sol. Não se sabe quem, não se sabe quantos, não se sabe com que dinheiro. O que se sabe é que, destes precários, uma parte significativa são professores. O líder da Fenprof, quiçá inebriado pelo ar dos tempos, estimou em 22 mil os que vão entrar nos quadros. Não, Mário Nogueira, não serão. Se a cláusula dos 20 anos se mantiver, serão 554. Esta proposta vem de um Governo que fez do combate à precariedade um desígnio. Mas esta proposta significa tão-só a legitimação dessa mesma precariedade como modo de vida — e com o alto patrocínio do Estado. tiagoluz@publico.pt

CARTAS AO DIRECTOR Omeletas sem ovos

As cartas destinadas a esta secção devem indicar o nome e a morada do autor, bem como um número telefónico de contacto. O PÚBLICO reserva-se o direito de seleccionar e eventualmente reduzir os textos não solicitados e não prestará informação postal sobre eles.

Email: cartasdirector@publico.pt Telefone: 210 111 000

No PÚBLICO de 8 de Dezembro, João Miguel Tavares congratulase com o seguinte facto: “A escola portuguesa está melhor (...) contra os desejos dos sindicatos do sector (...) tendo de enfrentar greves e manifestações.” E continua: apesar de haver “quem acha que o objectivo de uma escola não é ensinar os alunos, mas dar emprego aos professores” (...) “o resultado do PISA é fruto de um trabalho longo graças a uma série de ministros de Educação competentes” aqui, com destaque e direito a foto de Nuno Crato, o lutador da prioridade do ensino da Matemática nos primeiros anos de escolaridade. Aqueles iluminados ministros não só se lembraram, pela primeira vez, de coisas (que nunca tinham ocorrido a ninguém) tais como a importância da matemática, como

foram lecionar as matérias a todas as aulas do país, com o maior número possível de alunos para, de uma única penada, rentabilizarem as suas maravilhosas ideias. Foram precisos professores? Nem pensar. Esses andavam entretidos no combate diário, difícil, e desgastante, enfrentando as vontades dos excelentes ministros e das respetivas políticas de educação. Sem professores a ensinar, já que andavam todos a lutar a trote dos “desejos dos sindicatos do sector”, como se explica que os nossos alunos do 4.º ano estejam à frente da Finlândia em Matemática? Só se for por os pais de uma criança que hoje tem dez anos terem habilitações muito superiores às dos seus avós, o que, a nível nacional, considerando as assimetrias, também é um milagre, ao imaginarmos, no Nordeste Transmontano, nas Beiras ou Brandoa, pais a ensinarem aos seus

filhos a frequência relativa, a noção de percentagem ou problemas envolvendo o cálculo. Resta-nos a hipótese de terem sido, mesmo, os professores os responsáveis pelos resultados do PISA. Natália Bravo, Lisboa

Trabalhar bem nas escolas Agrada-me ler João Miguel Tavares ( J.M.T.). Verificar que ainda existem portugueses que se restringem às ideias convencionais. Se sou do partido X, o meu pensamento estará sempre com X. Vem isto a propósito de J.M.T. “condecorar” com louros o antigo ministro Nuno Crato pelos últimos resultados do estudo PISA. Esses resultados só demonstram que os professores portugueses estão acima de qualquer ideologia. A melhoria da Educação, desde 2000, deve-se em primeiro lugar

aos professores. Os resultados só demonstram que quem trabalha nas nossas escolas, trabalha muito e bem. Gens Ramos, Porto

MUDE responde a denúncia do Bloco Na sequência da recomendação aprovada terça-feira na assembleia municipal, a Câmara de Lisboa vai diligenciar no sentido do apuramento dos factos relatados [denúncia de falsos recibos verdes feita pelo grupo municipal do Bloco de Esquerda], já que os desconhece, pois eles resultam de um vínculo contratual estabelecido com a empresa Hospedeiras de Portugal, Lda., e não com a CML/MUDE — Museu do Design e da Moda/Colecção Francisco Capelo. Raquel Antunes, assessora de comunicação do MUDE


Público • Sábado, 10 de Dezembro de 2016 • 51

Os artigos publicados nesta secção respeitam a norma ortográfica escolhida pelos autores

Geert Wilders

Quando a democracia gera candidatos antidemocráticos, espera-se que a justiça exerça o seu mandato. Foi o que aconteceu na Holanda, com a condenação do extremista Geert Wilders por incitação à discriminação racial num comício de 2014. A sentença foi agridoce porque não o condenou a qualquer pena nem o impede de continuar a liderar as sondagens, tendo, aliás, dado um novo argumento para a vitimização populista que tem exercido. D.Q.A

José Maria Ricciardi

Aos 62 anos, José Maria Ricciardi, o único membro da família Espírito Santo no activo, deixou o Haitong Bank. Desconhecem-se os motivos que estarão por detrás da sua saída antes de ser conhecido o substituto. Mas a iniciativa veio pôr termo ao braço-de-ferro que nos últimos meses Ricciardi manteve com o presidente não executivo, e que foi resolvido a favor de Miyazato. Um “conflito” lido dentro da empresa como fruto de um choque de culturas. V.C.

ESCRITO NA PEDRA Quanto mais nos elevamos, menores parecemos aos olhos daqueles que não sabem voar Friedrich Nietzsche, (1844-1900), filósofo

Silêncio e respeito

SHENG LI/REUTERS

SEM COMENTÁRIOS BANHO EM LAGO CONGELADO, SHENYANG, CHINA

T

Miguel Esteves Cardoso Ainda ontem

EM PUBLICO.PT Melania é nome de roupa interior Têm os dias contados os artigos que na Eslovénia – que vão de bolos a roupa interior – têm o nome da futura primeiradama norte-americana. São muitos os empresários que recorrem ao nome de Melania para vender produtos. Mas a mulher de Trump já contratou uma firma de advogados eslovena para proteger o seu nome e imagem. lifestyle.publico.pt

“Bebés-robô” para aumentar natalidade Os robôs que simulam o comportamento de bebés e crianças estão a ganhar popularidade no Japão. O objectivo é incentivar os jovens japoneses a serem pais, de maneira a conseguir-se alterar as tendências demográficas – mas os “bebés-robôs”, como lhes chamam, levantam uma miríade de questões éticas e filosóficas. publico.pt

Trinta minutos com elas num WC São três mulheres, cada uma delas disposta a dar-nos 30 minutos na privacidade de uma casa de banho do LuxFrágil em que o espaço mínimo convida à criação de uma intimidade com uma contagem decrescente em andamento. Ao fim de meia hora tudo acabou, e o que quer que tenha acontecido é provável que nunca passe para lá daquelas paredes. p3.publico.pt

udo na vida conspira para que a bolha em que vivemos se torne cada vez mais pequena, parecida e convivial. Filtramos tudo até só estarmos com pessoas que são como nós, pensam como nós e gostam, mais ou menos, das mesmas coisas do que nós. As discussões não são discussões nem podem ser. São simples confrontos de diferenças de opinião. É bom sair da bolha e ir ler o que dizem as pessoas que não são como nós. A leitura é ideal porque não podemos responder-lhes, interrompê-las ou conversar com elas. Isto de não conversar é muito bom. Lendo e ouvindo, damos uma verdadeira oportunidade a quem lemos e ouvimos. Num debate não há nem pode haver debate profundo. Há debate profundo — e eficaz — quando prescindimos da nossa intervenção para tentar entender o que outra pessoa quer dizer. Cabe-nos interpretá-la. Mas sem a incomodar. Não se pode denunciar credivelmente o politicamente correcto sem conhecer alguns dos debates sobre as melhores maneiras de falarmos uns com os outros, respeitando as identidades e as ideias de cada um. É verdade que esses debates, quase sempre entusiásticos e muitas vezes sofisticados, ocorrem dentro de bolhas, de mundos limitados e bem defendidos.Mas é lá que se aprende que é tudo uma questão de respeito. E, no sentido mais antigo e prestável, de etiqueta e de diplomacia. Começa logo pelas formas de tratamento e pelos comportamentos mais bem-educados. É por isso que se chama má-educação. A ignorância é a causa podre do desrespeito. Respeitar é conhecer.


52 • Público • Sábado, 10 de Dezembro de 2016

ESPAÇO PÚBLICO

Por que estamos a andar para trás

V

GERARD MALIE/AFP

José Pacheco Pereira árias coisas que sempre defendi, prezei e considerei importantes na vida política das democracias europeias estão em profunda crise e não penso que sejam capazes de sair dessa crise tão cedo. É o caso da emancipação da vida política democrática do dilema esquerda-direita, do centrismo e da moderação “central” que partidos do centro-direita e do centro-esquerda traziam às democracias, isolando os extremismos, é a aceitação de que as políticas em democracia são pela sua própria natureza plurais e resultam de uma escolha livre e não da imposição do “não há alternativa”, e que, num certo sentido, os eleitores podem, por tentativa e erro, “experimentar”, sempre com recuo e alternativa. A tudo isto somava-se a luta pela prevalência de uma cultura política civilizacional que distinguia a demagogia da democracia. Tudo isto está em profunda crise e não adianta esperar melhorias, porque o tempo não volta para trás em função dos nossos desejos, embora, num certo plano universal, esteja mesmo a voltar para trás. Para o lado errado do de trás. Explico-me, mesmo com o risco de algumas simplificações: a dualidade direita-esquerda sempre me pareceu uma maneira empobrecedora de ver a política europeia desde a Segunda Guerra Mundial, e em particular depois dos anos 60. Saírase em 1945 dessa “guerra civil europeia” que opunha fascismo e comunismo e, mesmo que um dos pólos dessa “guerra”, o comunismo, continuasse, o confronto com ele era feito pelas democracias e por governos moderados, com partidos reconstruídos nesse pós-guerra como a Democracia Cristã italiana, os gaulistas e os socialistas franceses, os conservadores e os trabalhistas ingleses e a socialdemocracia alemã. Não foi um caminho linear, até porque subsistia uma questão relevante para várias potências europeias, a questão colonial, que levou ao ascenso dos movimentos do Terceiro Mundo, cuja importância foi acentuada pela revolução argelina e cubana e pelos movimentos de libertação africanos, a que se somou a crise mortífera da unidade do movimento comunista com a dissidência chinesa. Os soviéticos continuaram a fazer todos os esforços para manter no Terceiro Mundo a bipolarização da Guerra Fria, mas já não o conseguiram na Guerra do Vietname e, com a emergência de novos pólos revolucionários, perderam a hegemonia. A URSS mudou também com Khrutchov, que foi o primeiro dirigente comunista a

compreender plenamente que uma guerra termonuclear não tinha vencedores, só vencidos, e por isso abandonou a ideia, que existia desde a criação dos primeiros países socialistas e depois do “campo socialista”, de que poderia haver uma “luta de classes mundial” que se materializasse numa guerra entre os países socialistas e capitalistas. Uma parte da crise da dualidade esquerda-direita começa também aqui. Khrutchov é uma das mais importantes personagens do século XX, mesmo que raramente figure nas listas dos “dez mais”. Os anos 60 trouxeram um novo alento para as democracias, mesmo escrevendo direito com linhas tortas. Uma geração que chegou à política nesses anos ajudou a uma renovação cultural significativa das democracias envelhecidas e trouxe novos temas e novas “libertações”, em particular nas questões de género e de raça, que iam muito para além da agenda social tradicional dos movimentos sindicais, comunistas e socialistas radicais que existiam na Europa. O radicalismo inicial da geração de 60 ajudou a criar um ponto sem retorno e a entrada desses homens e mulheres no mainstream político fortaleceu as democracias e definiu-lhes novos objectivos. Essa geração não tinha os complexos reverenciais que a esquerda, mesmo a não-comunista, tinha em relação à URSS, integrou na luta pela liberdade os judeus perseguidos e os dissidentes soviéticos e fez parte de alianças sem precedentes como aquela que deu origem ao Solidarnósc, onde o Papa e padres católicos e militantes e intelectuais trotskistas ajudaram a acabar com a Guerra Fria e a derrubar o Muro. Foi também nesta altura que a dicotomia esquerda-direita começou a perder sentido. Na verdade, foi uma perda de sentido mais instrumental do que afectiva. As “tradições” e o sentido da história pessoal e familiar continuavam muito presos a cem anos de arregimentação, e permanecia igualmente a questão filosófico-política do optimismo e

do pessimismo antropológico, que definia uma divisão, mas não era nem é suficiente para lhe definir as fronteiras no quotidiano. Mas a verdade é que, a partir dos anos 60, as fronteiras nítidas do passado começavam a esbater-se e a frase taxativa de Alain sobre quem dizia que não havia direita nem esquerda era de direita, começava a perder sentido. Como de costume, a perda de distinção começava no plano cultural: Ezra Pound era fascista, e muitos dos seus poemas remetem para uma mundividência que se pode classificar com rigor de fascista, mas podiase ler Pound já sem incomodidade. E depois nas issues, nas questões, o que era de direita e de esquerda, por exemplo, na ecologia? Historicamente, há uma tradição ecológica de direita, mas muitos dos agrupamentos mais activos criados nos últimos 50 anos “movem-se” à esquerda. Há também uma tradição de esquerda que vem dos anos 30 hostil à natureza e favorável a uma intensa industrialização, “moldando” o mundo ao “novo” homem e à sua emancipação e convém não esquecer que o socialismo era o “poder dos sovietes” mais a “electrificação”. Um operário do rust belt que votou em Trump porque este é a favor do carvão e não quer acordos que, em nome da mudança climática, hiper-regulamentem indústrias poluentes, está numa encruzilhada em que ideias de esquerda e direita tradicionais se cruzam, como estão algumas municipalidades

A melhoria das condições materiais de vida permitiu a melhoria da democracia, e isso emperrou p

comunistas que fecham os olhos às raras empresas industriais que dão emprego nos “seus” concelhos e que, se fechassem, acentuariam a “desindustrialização”. E o que é de esquerda e de direita na questão da droga? Intelectuais de direita defenderam a liberalização do consumo de drogas com mais convicção do que muitos da esquerda. O mesmo acontecia com as questões de género, e, em particular com a homossexualidade. Se formos ver a tradição, a criminalização da homossexualidade foi aplicada à esquerda e à direita; por isso, onde é que filio a causa da liberdade de viver como se entende? Podia-se dizer que aquilo que em Portugal se chamava “causas fracturantes” não era suficiente para eliminar a demarcação política, até porque ela permanecia na questão social. Mas elas assumiam uma importância considerável porque no mundo ocidental, nas grandes metrópoles, a melhoria das condições materiais associadas a uma nova pluralidade de opções de vida, sociais, escolares, de lazer, familiares, relacionais, as tornavam parte da democracia e da igualdade, por exemplo entre homens e mulheres, e de possibilidade sem exclusão de escolhas no plano sexual, que se revelavam parte da liberdade que cada um exigia para si próprio. Por isso, na vida e nas opções que se incorporaram na política nas democracias estavam cada vez mais questões em que a dicotomia esquerdadireita não tinha sentido. A emergência de partidos como o Partido Libertário nos EUA, ou mesmo em Portugal, o percurso original do PPM, ou a aparição mesmo que débil de uma esquerda liberal e de uma direita emancipada nos “costumes” revelavam essa nova tendência. Os partidos mais conservadores, o PCP, o PSD, o CDS e o PS, e a influência política da Igreja, ainda forte mas em crise, tentaram travar este processo, mas acabaram por se lhe render, uns mais, outros menos. Mas a chave da questão a que vamos voltar é aquela em que começa o parágrafo anterior: a melhoria das condições materiais de vida. Foi isso que permitiu um aprofundamento e melhoria da democracia e é isso que hoje emperrou e nos faz voltar para trás. É porque o melhorismo que é intrínseco ao objecto das democracias, o bem comum, está em crise, que estamos a voltar para trás. O mundo novo que está a vir é um recuo no modo de pensar, nas palavras e infelizmente nas acções. Lá vou eu ter que voltar a falar de esquerda e de direita, o que bem atravessado me está. Mas se o mundo se tornou cavernícola, não posso agora pedirlhe que pare às cinco horas para tomar chá. Continuemos. Historiador. Escreve ao sábado


Público • Sábado, 10 de Dezembro de 2016 • 53

ESPAÇO PÚBLICO

O espectáculo segue dentro de momentos... São José Almeida A Semana Política A banalização da gestão política da mediatização pode raiar o desrespeito

A

mediatização da política é um dado consumado. Nas sociedades actuais, não só a política é espectáculo, mas a política é-o em absoluto. É tanto assim que não só as opiniões políticas como os próprios factos políticos só o são quando mediatizados enquanto informação jornalisticamente tratada ou enquanto conteúdos divulgados na comunicação social ou nas redes sociais. Só o que aparece, existe. A gestão dos timings na política vive assim dependente dos tempos comunicacionais e do imediatismo que a globalização impõe. E se as redes sociais hoje ganham cada vez mais espaço e peso, a verdade é que o palco privilegiado da política é o espaço informativo jornalístico, no qual as televisões são o meio mais requisitado para fazer passar a mensagem, uma vez que são as que atingem mais audiências, ou seja, eleitores. É, assim, uma regra que os políticos giram a sua intervenção pública ao ritmo dos tempos comunicacionais televisivos. Não é a única regra para essa gestão, mas é seguramente uma das mais relevantes. É publicamente assumida como tal e está banalizada. Mas há momentos em que a assunção pública da banalização da gestão política da mediatização raia a fronteira do absurdo ou do ridículo, e surge aos olhos dos cidadãos — os tais eleitores de que os políticos em democracia vivem — como uma forma de profundo desrespeito. Um desses momentos aconteceu no sábado, 3 de Dezembro, protagonizado pelo ocupante do mais alto cargo institucional português, do primeiro órgão de soberania, o Presidente da República. Marcelo Rebelo de Sousa domina os tempos comunicacionais como poucos, há anos que vive no espaço mediático e muita da popularidade que o conduziu ao Palácio de Belém foi conquistada através dos écrãs televisivos. É precisamente porque Marcelo é um político-celebridade que surge como mais grave o espectáculo que ele deu nesse dia perante as câmaras. Questionado sobre a nomeação de Paulo Macedo para substituir António Domingues na presidência da Caixa Geral de Depósitos, o Presidente afirma: “Acho que não é muito justo para o sítio onde nos encontramos [comentar a CGD]. Prometo reagir num

dos próximos dias, se quiserem segundafeira. Segunda-feira reajo longamente, mas aqui acho que era minimizar o significado desta casa e da entrega desta gente.” E acrescentou, argumentando com a sua agenda presidencial: “Prometo reagir. Amanhã não tenho nenhum compromisso público, mas na segunda-feira, logo de manhãzinha, reajo. Ainda vai muito a tempo — não se passa nada entre hoje à noite e domingo”. O local onde falou foi a associação Casa do Tejo — Direito ao Lazer, da Associação de Paralisia Cerebral de Lisboa (APCL), um local como muitos outros que visita enquanto Presidente. Aliás, na segunda, dia 5 de Dezembro, como prometido, Marcelo não deixou de fazer o comentário prometido na Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias, em Castelo Branco: “Aquilo que tenho a dizer é que este processo de transição [CGD] correu muito bem, está a correr muito bem e portanto, tenho uma confiança reforçada na Caixa e no futuro da Caixa.” O que surge como mais extraordinário não é que o Presidente da República se tenha justificado para não falar sobre a CGD com o local onde estava — esse argumento aparenta-se tãosó ser desculpa de circunstância. O mais espantoso é que Marcelo Rebelo de Sousa nada tão à vontade e com tanta destreza nas águas do mediatismo e da política-espectáculo que se dá ao luxo de, perante as câmaras, assumir que não lhe interessa falar sobre um assunto e anunciar que suspende o imediatismo mediático da comunicação. Com o argumento de que no domingo não tinha agenda e que “segunda-feira, logo de manhãzinha”, reagia, acrescentando: “Ainda vai muito a tempo — não se passa nada entre hoje à noite e domingo”. O Presidente da República tem responsabilidade e deveres para com o país, mas Marcelo decidiu reduzir os cidadãoseleitores a meros telespectadores, criando um momento político estilo “o espectáculo segue dentro de momentos.”

O mais espantoso é que Marcelo se dá ao ao luxo de anunciar que suspende o imediatismo mediático da comunicação

Jornalista. Escreve ao sábado sao.jose.almeida@publico.pt

Fidel e o encanzinamento da direita

E

Francisco Louçã screveu altivamente um editorial: “Um ditador é um ditador”. Já outros tinham sentenciado, naquele estilo marrão que faz títulos sumarentos: “Um ditador é um ditador é um ditador”. Não discutam, a história não conta, caluda. Mas os jornais mandaram correspondentes a Cuba para exuberantes reportagens acerca do funeral de Fidel Castro, no meio de páginas de evocação heróica. Se tudo é indiferente, tiveram também um correspondente no funeral de Pinochet e enalteceram a sua história? A SIC, TVI e RTP tiveram directos com a caravana que levou a urna pelas estradas de Cuba. Fizeram o mesmo quando morreu Pinochet e elogiaram os seus feitos no Chile? Marcelo Rebelo de Sousa apresentou a Cuba as condolências de Portugal. O Presidente de então fez o mesmo com Pinochet, também ex-presidente de um país com o qual Portugal tem relações diplomáticas? O Presidente visitou Cuba e insistiu em ter um encontro com Fidel, apimentado com fotografia. Algum enviado português foi a casa de Pinochet, nem que fosse um cônsul, para tirar uma selfie e publicar no Facebook? O Governo faz-se representar no funeral de Fidel por um ministro. O Governo de então enviou um ministro ao funeral de Pinochet, ou sequer uma coroazinha de flores? O Papa enviou mensagem de pesar. Rajoy e Juncker, chefes da direita europeia, elogiaram a “figura de importância histórica” e que foi “herói para muitos”. Esqueceram-se de fazer o mesmo com Pinochet? Os partidos aprovaram no Parlamento dois votos de pesar. Ocorreu-lhes votar tal pesar quando Pinochet morreu? Ninguém se lembra, mas, já ex-presidente, Pinochet visitou Portugal para intermediar uma venda de armas, tendo sido alvo de manifestações populares, não constando que os negociantes tivessem conseguido mexer um dedo para o defender (foi no tempo de um Governo PS). Em contrapartida, toda a gente se lembra que quando Fidel veio a Portugal foi uma festa popular. Os dignitários dos partidos de direita acotovelavam-se nas

cerimónias para o cumprimentar. Muitos dos que o insultam lá andaram ao beija-mão. A comunicação social, o Presidente, o Governo e os partidos, o Papa e as autoridades europeias sabem que só um sonso compara Fidel a Pinochet e não caíram nessa esparrela, reservada para os ideólogos. Mas os ideólogos rasgaram as vestes, indignados com tudo. Indignados com o PSD, que se absteve, com o CDS, que fez de conta. Indignados com o Presidente, mas disso não convém falar. Indignados com o Governo, mas está em alta. Indignados com a história, porque a derrota sul-africana em Angola é uma mágoa abissal. Indignados com a perda, que os casinos em Havana eram do melhor. Tudo o resto é instrumental: Marques Mendes critica o seu partido tanto por não ter candidatos autárquicos como por não recusar o voto de pesar — afinal é Passos Coelho o seu alvo; o ex-director do Expresso critica quem não demonizou o homem, não abra por favor o jornal que encontrará encómios abundantes sobre o dito cujo. Nenhum deles está a analisar quem foi Fidel, muito menos a discutir a história de Cuba, estão somente a escrever sobre as disputas mais comezinhas que os ocupam. O problema da direita com Fidel não é a democracia, é flutuarem no tempo ao sabor dos ventos e de ajustes de contas caseiros. No mais, seguem Trump, a nova luz no firmamento da direita. Aprenderam que disparar mais depressa do que a própria sombra é a política desejável. Pensar, nunca, e muito menos compreender. Se não quiser analisar os factos, não há história, fica a ideologia, ou um molde universal que explica tudo porque não sabe nada. O mais certo é que na direita se continue assim, parece que ficam felizes com tão pouco.

Por Ricardo Cabral, Francisco Louçã e António Bagão Félix Ricardo Cabral escreve à 2.ª e 5.ª, António Bagão Félix à 3.ª e 6.ª e Francisco Louçã à 4.ª e sáb.


54 • Público • Sábado, 10 de Dezembro de 2016

ESPAÇO PÚBLICO

Os equívocos de Sampaio, e não só!... PEDRO ELIAS

fenómenos, sejam eles o Brexit, a Marinne Le Pen, o Donald Trump, ou o Beppe Grillo.

Manuel Maria Carrilho

E

O equívoco da esquerda

“Não se resolve um problema com as ideias que o criaram” — Einstein stamos na concha de uma imensa vaga, que ninguém sabe para onde se dirige. Reconhecê-lo humildemente é a condição sine qua non para se pensar não só o mundo que lá vem, como o que, embora ainda em boa parte invisível, já aí está. Os artigos que no mês passado foram sendo publicados no PÚBLICO, primeiro o longo texto de Jorge Sampaio, depois os de Santos Silva, Manuel Alegre ou Catarina Martins, entre outros, são uma boa ilustração das dificuldades em seguir esta via, conduzindo aos mais paralisantes equívocos. Estes equívocos são muitos, destacarei aqui apenas seis, que formam o caldo onde se revela a mediocridade dos agentes políticos e mediáticos, onde se esconde o poder financeiro e onde ferve a cólera dos povos. E o melhor modo de os iluminar é confrontando-os com uma tese clara que ajude a ultrapassá-los.

O equívoco europeu Comecemos pelo equívoco europeu. A minha tese é que o projecto europeu está, desde 2010, em decomposição, que se iniciou com a crise grega e não parou mais. Como diz o provérbio, penso que asiático, pode-se prever uma avalancha, mas não se pode evitá-la. Esta decomposição é a consequência normal de durante dez anos se ter prometido que, com a moeda única, haveria mais equilíbrio das contas públicas, mais solidariedade entre os povos e maior crescimento económico. E de, em vez disso, ter acontecido o contrário: temos hoje maior desequilíbrio das contas públicas, nenhuma solidariedade entre os povos e um crescimento quase nulo. Os responsáveis assobiaram para o ar, enquanto os povos europeus percebiam tudo. A moeda única estrangulou o projecto europeu reduzindo-o a um economicismo cego, nenhum espaço público comum foi criado, nenhum símbolo colectivo se impôs, nenhum quadro partilhado de valores foi assumido.

O equívoco da globalização Este equívoco conduz directamente ao equívoco da globalização. A minha tese, aqui, é que a globalização não foi um processo contra a Europa, mas, em grande parte, uma obra da própria Europa. E que foi uma falsificação grosseira apresentar a globalização como um “escudo” contra a globalização. A verdade é bem diferente: a União Europeia foi um eficaz operador da

globalização nos finais do século XX e começos do século XXI. Mas como o processo tinha custos (nomeadamente em termos de emprego), foi-se diabolizando a globalização, fingindo ignorar os seus aspectos positivos (os preços mais baixos, diminuição global da pobreza, etc.) e acentuando os negativos. Em rigor, a “construção europeia” da última década do século XX não foi mais do que a realização, digamos, regional, da globalização: ambas confluíram na anulação das soberanias democráticas, ambas apostaram na liberalização de circulação de tudo (pessoas, bens, capitais, etc.) e ambas aumentaram a tutela do financismo sobre a vontade dos povos.

A esquerda acabou. Se ressuscitará ou não ninguém sabe (...) mas desapareceu

beneficiou de um contexto singular: o plano Marshall, a explosão do consumo, etc.. Contexto em que se procedeu ainda a uma ampla anulação das dívidas do passado, nomeadamente da Alemanha, que teve em 1953 a sua dívida suspensa até à reunificação das duas Alemanhas, em 1990.

O equívoco da democracia O quarto equívoco, o da democracia, conduz-me à tese que estamos a entrar numa era em que há cada vez mais política fora da democracia. A articulação inaugural da instituição da democracia foi a que ligou a liberdade individual e o poder colectivo. Ora hoje vivemos na acelerada desarticulação destes elementos, que é o vulcão em que assentam as nossas sociedades, que não conseguem ter uma ideia global sobre si próprias. E a “construção europeia” intensificou o problema, ao eliminar a margem de manobra que existia nos espaços nacionais. Esta Europa foi tomada por uma ambição claramente pós-política, a de reduzir a democracia ao exercício cada vez mais amplo das liberdades individuais.

O equívoco do populismo O equívoco do crescimento O terceiro equívoco é o do crescimento — e, aqui, a minha tese é que, se quando se fala de crescimento se pensa em valores de 3% para cima, o crescimento acabou. Tomouse aquilo que foi uma situação excepcional entre 1948 e 1973, ou seja, um crescimento a rondar valores de 3% a 5% ou mais, como a norma que regeria as economias para todo o sempre. Ignorou-se assim que esse crescimento foi a consequência de um conjunto de revoluções irrepetíveis (a industrialização, a urbanização, a emancipação feminina, etc., como bem mostrou Robert J. Gordon no seu The Rise and the Fall of American Growth), e

O quinto equívoco é o do populismo, e a minha tese aqui é que a invocação do populismo traduz hoje, sobretudo, medo do povo. Este medo decorre de o povo ser simultaneamente o recalcado de um vanguardismo e o negativo da democracia representativa. O populismo tornouse numa palavra-fetiche sem qualquer conteúdo preciso, onde se penduram todos os políticos e todos os media que, com lentes com 30 ou 40 anos, pretendem desqualificar todos os fenómenos que abalam os seus dogmas. Políticos e media que parecem terem feito do “estado de surpresa” a sua condição, incapazes de compreenderem as causas históricas desses

Por fim, temos o equívoco da esquerda, cujo corolário em termos de tese é simples de enunciar: a esquerda acabou. Se ressuscitará ou não ninguém sabe, mas a esquerda como corpo doutrinário ou ideológico, coerente e mobilizador de valores, capaz de estruturar convicções e projectos alternativos à “ordem dominante”, desapareceu. Essa esquerda foise progressivamente dissolvendo nas últimas décadas no magma ideológico e imaginário da direita, rendida ao “ar dos tempos”, procurando fazer prova de vida com algumas tentativas pueris de fazer melhor do que a direita — com mais jeito, com alguns remendos, com outros ritmos, mas nada mais. É sobre estes equívocos que se impõe trabalhar. E trabalhar não é lamuriar, é estruturar alternativas de facto, isto é, tanto de ideologia como de imaginário, que hoje simplesmente não existem.

O “endividualismo” Mas para lá destes equívocos, há um outro aspecto a que é preciso dar toda a atenção: trata-se do que tenho chamado o “endividualismo”, fenómeno que cresceu com o paradigma do ilimitado — da energia, do consumo, dos direitos, da dívida — e triunfou com a convergência das metamorfoses do indivíduo e do consumo nas últimas décadas do século XX. Foi na verdade este endividualismo que deu forma tanto ao ultraliberalismo como ao mini-socialismo dos nossos dias. Mas se a atenção a este endividualismo é pouca, ainda mais escassa é a que se dá ao facto de ele ter sido, e continuar a ser, viabilizado pela poderosa afirmação de um Estado social que, libertando pela primeira vez na história os indivíduos da necessidade de terem de preparar o seu futuro e o dos seus (garantindo-lhes reformas, educação, saúde, etc.), os tornou em soberanos cada vez mais centrados em si próprios. É tudo isto que faz da batalha das ideias o maior desafio do nosso tempo, para a qual não se vislumbram, ao nível político, capacidade intelectual ou instrumentos analíticos à altura dos problemas do mundo contemporâneo, seja no plano dos valores, da estratégia ou dos instrumentos de acção. É por aqui que, a meu ver, é preciso começar. Professor universitário Ver artigo completo em www.publico.pt O artigo de Manuel Loff será publicado na próxima semana


Público • Sábado, 10 de Dezembro de 2016 • 55

ESPAÇO PÚBLICO

A Itália: após o “regicídio”, a normalidade; a dramatização segue dentro de momentos ALESSANDRO BIANCHI/REUTERS

Jorge Almeida Fernandes Ponto de Vista

É

costume dizer: “A Itália exaspera, a Itália desarma, mas só raramente nos deixa indiferentes.” Depois de uma dramática, e dramatizada, campanha sobre o referendo constitucional e da demissão do primeiro-ministro, Matteo Renzi, as notícias baixam de tom e a política italiana parece voltar a uma aparente normalidade. Normalidade são os jogos florentinos em que, a menos que o spread desate a subir, a Itália é colocada entre parênteses e dá lugar às lógicas partidárias. Como eles gostam de dizer: È la politica, bellezza! A iniciativa está nas mãos do Presidente, Sergio Mattarella, que recusa o cenário de eleições antecipadas antes de haver nova lei eleitoral e que terá de escolher entre a manutenção do actual Governo com novo primeiro-ministro, nomear um governo “institucional” ou, inclusive, reconduzir Renzi para chefiar um governo “político” até à aprovação de nova lei eleitoral. Mattarella tem razão quanto ao absurdo de eleger o Senado com uma lei e a Câmara dos Deputados com outra. Mas a oposição tem urgência em capitalizar o resultado de 4 de Dezembro e a possível divisão do Partido Democrático, de Renzi. O Movimento 5 Estrelas, o vencedor do referendo, tem pressa e pede eleições na Primavera com a lei eleitoral (Italicum) corrigida pelo Tribunal Constitucional (decisão a 24 de Janeiro), o que não resolve o problema do Senado pois o Italicum apenas contempla a Câmara. A Liga Norte, de Matteo Salvini, e a Força Itália, de Berlusconi, fazem a mesma exigência — embora o magnata possa mudar de opinião. O La Repubblica previne que “as eleições não podem ser um salto no escuro ou, pior ainda, uma roleta russa”.

As reformas Renzi tem várias cartas na mão. Pediu eleições se todos os partidos não acordarem no apoio a um novo governo. Diga-se de passagem que o ex-primeiro-ministro não tenciona ir para casa nem abandonar a liderança do PD. Todos fazem bluff. O cenário mais favorável a Renzi seria esperar fora do executivo pelas legislativas. Tem de fazer esquecer que foi uma desastrada manobra sua que abriu esta crise. O balanço da sua governação de “mil dias” é considerado positivo pela maioria dos analistas e apreciado no estrangeiro. Quando assumiu o Governo em Fevereiro de 2014, definiu como meta a “reforma

da Itália”. As reformas multiplicaramse em marcha acelerada, contrastando como os antecessores das últimas décadas e ultrapassando os obstáculos que paralisaram o Governo Monti. Fez reformas económicas, modernizou a justiça, introduziu a responsabilidade civil dos magistrados, tentou desburocratizar o Estado, modernizou o sistema de pensões, reformou a escola (com grande resistência dos professores), legislou contra a corrupção, fez a lei das uniões de facto, pensando nos casais gay. O ponto crucial foi o Job’s Act, a reforma laboral, iniciada por Monti (lei Fornero) e visando a introdução de um modelo de “flexi-segurança” que deveria ser a trave mestra de uma política de crescimento. Com

O 5 Estrelas e o resto da oposição querem ‘eleições já’. Mas será o Presidente a decidir

isso comprou uma longa guerra com a maior central sindical, CGIL (de matriz comunista e próxima do PD). Um dos objectivos era proteger os mais precários: combater o apartheid entre os que têm emprego fixo, e são superprotegidos, e os precários que têm raros direitos e escassa protecção. A batalha mais dura foi, tal como durante o Governo Monti, a alteração da lei dos despedimentos. O que acontece é que os resultados demoram e não dependem apenas da lei nem da opção de Renzi por uma política de crescimento. A produtividade estagna. O crescimento económico não chegou a 1% e a taxa de desemprego não baixa. É muito elevado do desemprego dos jovens.

O bicameralismo perfeito Renzi sempre quis coroar as várias reformas com uma mudança drástica do sistema político italiano, pondo termo ao bicameralismo perfeito: deputados e senadores têm as mesmas competências e tanto a legislação como a confiança no Governo têm de ser votadas em ambas as câmaras. É uma anomalia italiana, caso talvez único na Europa. As duas câmaras têm frequentemente composição política diferente, já que são eleitas em círculos diferentes e por diferentes eleitores — só se

vota para o Senado com mais de 21 anos. Um executivo pode ter maioria na Câmara mas, se a não tiver no Senado, arriscase a ver as decisões bloqueadas e a fazer compromissos bastardos. Este era o ponto vital do referendo. Isto não é uma bizarria nem um problema de “pesos e contrapesos”. É uma herança histórica. O bicameralismo perfeito foi adoptado pela Assembleia Constituinte no pós-guerra para exorcizar a memória do fascismo e de Mussolini. Visava impedir que um governo com maioria absoluta na Câmara pudesse tornar-se despótico. O poder que Renzi teria no caso de reforma do Senado não seria maior do que a de qualquer outro primeiro-ministro europeu, da britânica Theresa May à alemã Angela Merkel. Diz-se na Itália que constitucionalistas e politólogos apoiavam o “sim” e os juristas o “não”. Para estes e para um grande número de intelectuais, Renzi aspirava ao autoritarismo. Marc Lazar, historiador da Itália contemporânea, explica outra raiz actual do fantasma do cesarismo. “Um enraizada inquietação em certos meios políticos — e especialmente entre os intelectuais de esquerda — diz respeito à ideia profundamente ancorada da doentia imaturidade do povo italiano, da ausência quase estrutural de civismo e da sua fraca assimilação dos costumes democráticos.” A era de Berlusconi reforçou este sentimento: os eleitores do magnata eram por definição “eleitores fascinados”, ignorantes ou deseducados pela televisão. Esta visão da esquerda favoreceu, de facto, Berlusconi. Observa outro politólogo, Angelo Panebianco, que “os que agora venceram, os que realizaram o ‘regicídio’, os que finalmente abateram o tirano, representam o que de mais velho há (culturalmente falando) na política italiana”. Renzi caiu por erros políticos que não soube prever, o modo como forçou a revisão constitucional, que tinha como adquirida, e uma lei eleitoral (Italicum) que foi aprovada no Parlamento mas que depois o isolou, numa vasta coligação heterogénea, da extrema-esquerda à extrema-direita — ele somou 40%, o resto quase 60%. Quanto aos eleitores, comportaram-se como noutros referendos: uns seguiram os seus partidos tradicionais, outros mostraram ao primeiroministro um “cartão amarelo”. A “dramatização” foi de momento estancada. Mas não demorará a regressar. A situação financeira é muito grave e não se vê no horizonte uma perspectiva de mudança no sistema político italiano. Jornalista. Escreve ao sábado jafernandes@publico.pt


Sábado, 10 de Dezembro de 2016

BARTOON LUÍS AFONSO

O RESPEITINHO NÃO É BONITO

Para acabar de vez com três ideias feitas João Miguel Tavares

A

propósito do artigo “Justiça para Nuno Crato”, recebi vários comentários pertinentes de leitores, além de um texto de Bárbara Wong neste jornal (“Os pais e as mães do sucesso dos alunos portugueses”) em que me era atribuída a profissão de cantador “de loas a Nuno Crato”. Aproveito a embalagem do tema e algumas dessas críticas para tentar clarificar a minha posição e desmontar três ideias feitas a propósito da escola pública. Primeira ideia feita: Nuno Crato, seguindo o maquiavélico plano de destruição do Estado social congeminado pelo anterior governo em colaboração com a troika, tentou desmantelar a escola pública. Esta ideia feita entronca numa outra, que me é frequentemente atribuída — a de que a direita liberal considera o governo de Passos Coelho a melhor coisa que passou pela Península Ibérica desde Ulisses. Qualquer Esta informação não dispensa a consulta da lista oficial de prémios

breve visita ao Google desmente isso com facilidade, mas ninguém se dá ao trabalho. Eu ajudo: tirando Miguel Relvas e Paulo Portas, Nuno Crato foi o ministro que mais ataquei nos últimos anos, tendo inclusivamente defendido neste mesmo jornal (“Caro Nuno Crato: ainda aí está?”) a sua saída após a desastrada abertura do ano lectivo de 2014. Isso não significa, porque o mundo não é a preto e branco, que Crato não tenha tido mérito nalgumas das suas políticas, em particular no aumento da exigência no domínio da Matemática. Essa exigência foi agora premiada via TIMMS, e é nesse sentido que lhe deve ser feita justiça. Tal como deve ser feita justiça ao governo de Passos Coelho — e à honestidade intelectual, já agora —, sublinhando que a tão propagandeada narrativa da “destruição do Estado social”, que não é uma narrativa só da extrema-esquerda mas também do PS, é pura e simplesmente patética. A segunda ideia feita tem que ver com a questão da exigência: muitos dizem que hoje em dia é só laxismo, e que antigamente a escola era mais exigente. É mentira. E das grandes. Tenho uma filha de 12 anos no 7.º ano,

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MIGUEL MANSO

Crato foi o ministro que mais ataquei nos últimos anos, tendo defendido neste jornal a sua saída após a abertura do ano lectivo de 2014 37

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1.º Prémio

um filho de 10 no 5.º ano, um filho de oito no 3.º ano, todos no ensino público, e uma filha de quatro no pré-escolar. Aquilo que eles trabalham, comparado com aquilo que eu trabalhava, e aquilo que eles hoje têm de saber, coloca a qualidade da sua educação muitos degraus acima da minha. A geração dos meus filhos vai ser bem mais qualificada do que a dos seus pais — saiba o país aproveitála e ter o dinamismo necessário para que eles não tenham de emigrar. Era nesse sentido que falava de exigência. Não se trata

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de maltratar as crianças, mas de potenciar as suas qualidades e verificar a sua enorme capacidade de resposta quando bem ensinadas e bem estimuladas. Terceira ideia feita: existe uma coisa homogénea chamada “os professores”. Esta terceira ideia feita está aqui para eu próprio me penitenciar do seu uso em excesso. Houve quem me tivesse justamente criticado por confundir os professores com aquilo a que Mário Nogueira chama “os professores”. Toda a linguagem tem limitações. Claro que cada professor é um indivíduo. Claro que os professores não são um rebanho a balir em uníssono. Claro que a posição dos professores não se confunde com a da Fenprof. Nada faria melhor à educação em Portugal, aliás, do que os professores libertarem-se da imagem de classe homogénea que tenta resistir a qualquer novidade. Conheci professores extraordinários. Conheci professores muito maus. É pena que tenha de chamar a mesma coisa a uns e outros. E que uns e outros recebam o mesmo ordenado no final de cada mês. Jornalista jmtavares@outlook.com

M1lhão GZH 31300

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