Sinopse
Trisha Grove gostava do seu trabalho como piloto na Boswell International, mas percebe que algo ainda está faltando em sua vida - sua família. Ela está pronta para sair e voltar para casa em Wyoming, onde vive seu pai. Ela nunca teria imaginado que seu último voo pela Boswell terminasse com uma viagem não planejada para fora deste mundo. Trisha não tem certeza no início do que é real e o que não é. Tudo o que ela sabe é que está determinada a voltar para seu pai, não importa o que fosse preciso. Kelan Reykill é o quarto filho na linha real de Valdier. Comandante do V'ager, uma das maiores naves de guerra Valdier, orgulha-se de sua rigorosa autodisciplina, sua capacidade de permanecer no comando em qualquer situação e sua habilidade em lidar com qualquer desafio. Isso, até que ele encontra uma humana teimosa do planeta primitivo em que seu irmão mais velho se refugiou. Agora, tudo o que ele pode pensar é, como levá-la para a sua cama e a manter sob seu controle. Quando ela é roubada dele, Kelan irá rastrear Trisha até os confins do universo e ainda mais porque sabe uma coisa - ela é sua verdadeira companheira e ele fará qualquer coisa, e matará a qualquer um, que tentar prejudicá-la. Rastreando Trish - Dragons Lords of Valdier - Livro 03
Prologo
O grande animal se movia cautelosamente através da densa floresta. Fez uma pausa olhando ao redor. Um arrepio passou por cima de seu pelo castanho e suas orelhas se contraíram para frente e para trás tentando detectar o menor som que não fosse natural em seu habitat. Seus grandes olhos castanhos escuros rastrearam o local procurando o perigo que podia sentir, mas não podia ver. Dando um passo cauteloso para frente, de repente rodopiou e saltou rapidamente sobre um tronco, desaparecendo na floresta circundante. Uma maldição murmurada explodiu dos lábios da figura deitada silenciosamente no chão. O homem levantou-se lentamente de seu esconderijo, uma grande faca de caça na mão. Ele não tinha comido nada em três dias. Ao levantar-se, escovou as folhas e os ramos de seus ombros e pernas, quando uma pancada forte no centro de suas costas o jogou para frente de onde estava deitado, ocasionando sua morte imediata. — Último alvo abatido. — Trisha disse suavemente em seu microfone. Ela calmamente colocou o arco de volta no arnês ao seu lado e começou a descer da árvore grande em que estava. Mesmo quando se movia, era quase impossível ver sua pequena forma enquanto ela permanecia nas sombras e cobertura dos ramos. Ela pulou os dois últimos galhos e se moveu para o homem que estava deitado sobre o chão úmido da floresta. Andando até ele com sua pistola apertada contra ela, olhou para a mancha vermelha espalhando sobre suas costas. Uma morte limpa, ela pensou, cortou a espinha, flechada direto através do coração, nenhum som. — Bom trabalho, querida. — Uma voz profunda respondeu com orgulho. — Isso faz dez por dez. Marque o alvo e entre. — Trisha sorriu enquanto se abaixava e tocava o alvo.
— Tag1, te peguei. — Ela disse. O homem gemeu enquanto se virava e olhava para os brilhantes olhos castanhos escuros da garota que estava sobre ele. Seu único consolo era que ele fora o último a ser marcado. A coisa má era que a pequena menina tinha apenas 12 anos. Ele nunca iria viver para ver o que iria ser dos meninos do quarteirão. — Papai diz que podemos entrar agora. — Trisha disse enquanto estendia a mão para ajudar o soldado que estava passando por um programa intensivo de treinamento de sobrevivência no deserto com o pai de Trisha. — O que me denunciou? — O homem resmungou enquanto ele lentamente se levantava novamente. — Seu estômago. — Trisha respondeu com um sorriso. — Você devia ter comido aqueles insetos há dois dias ou algum peixe deixado na grelha ontem. Eles não estavam muito ruins. — O homem apenas grunhiu enquanto girava seus ombros tentando aliviar a dor onde Trisha atirou a flecha. As pontas foram projetadas com um pacote de tinta sobre eles, assim explodiriam quando atingissem o alvo e era visível para os instrutores. O problema era que ainda doía como o inferno. Ele estaria com uma contusão de softball durante pelo menos uma semana. — Como você sabia sobre os insetos e os peixes? — O homem perguntou enquanto tentava olhar por cima do ombro para ver que tipo de estrago ele teria se ela atirasse com uma flecha real. — Oh, cerca de uma hora depois que você partiu eu encontrei sua trilha. Você deixou algumas faixas muito boas e não foi muito difícil segui-lo. De qualquer forma, eu assisti enquanto você decidia se iria comê-los ou não. — Trisha respondeu quando tocou sobre o seu ombro. — A propósito, eu cortei sua coluna vertebral e a flecha teria ido para o seu coração matando você instantaneamente. 1
Tag: é um jogo de playground que envolve dois ou mais jogadores, perseguindo outros jogadores na tentativa de "marcar" ou tocá-los, geralmente com as mãos. (Mais conhecido como "Pique-Pega")
O homem sacudiu a cabeça, maravilhado. Que tipo de pai ensinaria sua menina a rastrear, caçar e matar por diversão? Ele ouviu falar da equipe de pai e filha de alguns dos outros Seals da Marinha que haviam passado pelo treinamento. Nenhum deles conseguiu passar pela primeira vez sem ser morto. Pouquissímos conseguiram passar na segunda ou terceira vez. Os que passaram, o pai os enviava de novo, mas desta vez com a filha perseguindo eles. Nunca ninguém sobreviveu. — Por que você não me matou mais cedo? — O homem perguntou. Ele seguiu a pequena figura à sua frente sem questioná-la, ele não sabia onde estavam e muito menos para onde estavam indo. — Oh, eu gosto de estudar minha presa para ver como ela pensa. Papai diz que você pode aprender muito sobre uma pessoa, estudando a maneira como eles reagem às coisas que estão acontecendo ao seu redor. Fez um bom trabalho quando percebeu que eu o seguia. Gostei de como você usou o rio para tentar cobrir suas trilhas. — Trisha disse virando em direção a uma estreita trilha de animais. — Obrigado. — O homem resmungou novamente. Dante Rodriguez ouviu quando Trisha explicou todas as coisas que ela notou que ele estava fazendo certo e apontou algumas coisas que ele fez errado. Ele balançou a cabeça pensando que era difícil acreditar que ele estava ouvindo uma garota de doze anos. Parecia muito mais velha. Moveu-se com uma graça e confiança fácil, que contaram de seu conhecimento, experiência, e conforto em estar em seu ambiente atual. Lembrou-se que riu com os outros nove rapazes de seu esquadrão quando seu oficial comandante lhes disse que iam participar de um acampamento de sobrevivência no deserto, realizado pela Grove Wilderness Guides, uma empresa privada que ficava em Wyoming. Todos os caras brincaram que, se eles sobreviveram ao treinamento básico em Camp Coronado, eles poderiam sobreviver a qualquer coisa. Obviamente, os Seals da Marinha dos Estados Unidos nunca esperaram que eles estivessem contra as habilidades de uma garota de doze anos muito talentosa.
— Papai! — Trisha gritou de repente e saiu correndo. Dante observou como sua forma esbelta era envolvida em um enorme abraço de urso por um homem. Mais tarde naquela noite, Trisha estava no telhado do lado de fora da janela do quarto. Seu pai estava dizendo adeus ao último de seus clientes e ela estava esperando por ele em seu lugar favorito. Seus olhos se iluminaram quando o grande e musculoso corpo de seu pai rastejou através da estreita abertura sem um som. Um momento depois, ele reclinou seu enorme corpo ao lado dela e ambos olharam silenciosamente para o céu noturno. — Você fez muito bem, garotinha. — Seu pai disse em uma voz rouca. — Sua mãe e eu estamos muito orgulhosos de você. — Trisha sorriu enquanto olhava para as estrelas cintilantes. — Qual é ela esta noite? — Trisha perguntou suavemente. Seu pai apontou para um ponto brilhante. — Aquela. — Ele respondeu com a mesma tranquilidade. — Sua mãe está naquela estrela esta noite olhando para você. Você pode ouvi-la? Ela está me dizendo que você está se tornando uma bela e jovem mocinha e de como ela está orgulhosa de você. — Trisha sorriu para a estrela que seu pai apontou. — Estou feliz. Um dia vou voar até lá e encontrá-la. — Trisha disse antes de virar a cabeça para olhar para o pai. — E, quando eu fizer, eu vou levá-lo comigo. O pai de Trisha, Paul, manteve os olhos focados na estrela que ele escolhera naquela noite. Ele não disse nada, não podia. Sua garganta estava apertada de segurar as lágrimas daquela inocente promessa de sua única filha. Desde que sua esposa morreu de um aneurisma cerebral quando Trisha tinha um ano de idade, era apenas ele e ela. Todas as noites eles ficavam debaixo das estrelas e pegavam uma diferente. Ele estendeu a mão e suavemente colocou a pequena mão de Trisha em sua maior.
— Você faz isso, querida. Você faz isso e eu ficarei feliz em ir com você. — Ele finalmente disse.
Capitulo Um
Trisha Grove fez uma careta para as fracas cicatrizes que arruinavam sua barriga plana. Uma grande e meia dúzia de pequenas, explodindo em direções diferentes. Ela puxou o top preto de seu uniforme para baixo para cobri-las e afastou-se do espelho. Imaginou um gabinete de arquivo de metal bom e robusto em sua mente. Uma vez que ela teve uma visão clara disso, mentalmente colocava todas as suas más lembranças nele e trancava com segurança, jogando a chave fora. A maldita coisa sempre achava uma maneira de se abrir, porém demorava mais e mais tempo para fazê-lo, ela pensou satisfeita. Trisha tirou sua bolsa de lona preta com o logotipo Boswell International e embalou duas roupas, uma para o trabalho e outra para o jogo. Não que ela se divertisse muito. Opa, pensou para si mesma com um sorriso autoreprovador, esqueceu-se disso. Depois de embalar seu saco, ela caminhou de volta para o espelho e puxou seu cabelo castanho claro para cima e o prendeu em um rabo de cavalo. Seu cabelo era extremamente encaracolado do topo até as extremidades. Ela tentou cortá-lo curto uma vez e descobriu que foi um erro enorme! Ela acabou com um blackpower que teria feito o comediante Carrot Top orgulhoso se seu cabelo fosse vermelho. Após a decisão pelo estilo desastroso, ela deixou crescer pensando que o peso daquilo, pelo menos, iria permitir que o trançasse ou o colocasse em seu estilo favorito atualmente, um rabo de cavalo. Ela estudou seu rosto por um momento com um suspiro. Tinha que admitir que aos vinte e oito anos, ela não era muito ruim - pelo menos com suas roupas. Com 1.65, seu corpo esbelto era bem dividido. Ela era um pouco grande em cima, mas não tanto que se tornasse um problema com o cinto em uma cabine de pilotagem. Seu cabelo quase na cintura emoldurava seu rosto longo e estreito. Ela tinha um nariz reto e lábios que não eram muito cheios nem muito
finos. Seu maior trunfo eram seus olhos castanhos escuros. Eram tão escuros que era difícil ver suas pupilas a maior parte do tempo. Seu pai ainda dizia que não eram marrons por nada, sempre que ela lhe dava um tempo difícil, ela pensou com um sorriso. Seus olhos se escureceram quando percebeu que estava há muito tempo sem visitar seu pai. Ela deveria ter ido no mês passado, mas estava ficando sem desculpas para dar-lhe, sobre o por que ela ainda não estava namorando ninguém. — Desculpe pai, eu não posso te dar os netos que você está querendo, os médicos dizem que é muito perigoso. Não, não vejo ninguém. Estive muito ocupada com o trabalho. Não, não tenho notícias de Peter desde o divórcio - e sua pequena conversa particular com ele. Sim, eu sei que há outros homens lá fora que... — Trisha fechou sua mente... Basta! Ela disse a si mesma com ferocidade... — Três anos... Deixe para trás Trisha, imagine um buraco negro profundo e jogue todas aquelas más lembranças nele. Fechando-os com uma enorme tampa de metal, e, como um reflexo tardio, abria o suficiente para lançar Peter bem antes de fechar. Isso é muito melhor. — Trisha riu. Pegando sua bolsa, ela olhou em volta para ver se havia alguma coisa que ela poderia ter esquecido. Quando saiu com seu SUV, olhou para o céu escuro. Sim, parecia concordar com seu estado de espírito. Deixou a garagem do prédio e sorriu. Pelo menos ela estaria voando hoje. O tempo estava bom no final desta tarde. Ela e suas melhores amigas, Ariel Hamm e Cara Truman, foram escaladas para levar uma artista de volta ao outro lado do país em um jato de negócios experimental que estava quase pronto para a produção em massa. Ela e Ariel estavam testando, voando ao redor do mundo. Era uma beleza, arte de navegação e instrumentação. O design elegante foi construído para a velocidade, e até agora tem lidado com a diversidade de condições ambientais lindamente. O telefone celular de Trisha tocou quando ela estava pegando a autoestrada em direção ao aeródromo privado de propriedade de Boswell. Trisha franziu o cenho e murmurou quando quase bateram no seu carro do lado esquerdo. Mau tempo parecia atrair os piores motoristas. Trisha apertou um botão no volante para iniciar a chamada. — Olá, Ariel.
— Ei, Trish. — Ariel disse. Trisha sorriu quando ouviu a falta de ar na voz de Ariel. Ela desligou o som do despertador. — Você perdeu o despertador tocando? — Perguntou Trisha com um sorriso. Ambas dormiram em seu simulador de treinamento noturno no Boswell Research Facility ontem à noite e Trisha não ficaria surpresa se Ariel tivesse ido direto do laboratório de pesquisa para o ‘matar sem matar’, onde ela se ofereceu. Ariel realmente deveria ter sido uma veterinária, pensou Trisha enquanto mudava de rumo. — Meus malditos relógios estão sempre quebrando. Eu não sei por que eu me incomodo comprando um novo. Eles não duram mais de uma semana, antes que parem de trabalhar. — Ariel resmungou em voz baixa. — De qualquer forma, eu estava olhando a previsão do tempo e parece que vai ficar assim do início a meio da tarde. Eu sei que Abby estava ansiosa para voltar para casa. Eu não falei com Cara, mas ela deve estar dentro. Sei que ela estava em Detroit ou Filadélfia, eu não consigo lembrar qual deles. De qualquer forma, você sabe como ela fica em um vôo. Teremos sorte de ela não tentar desmontar a maldita coisa a trinta mil pés. Oh, e Carmen está vindo também. — Ariel acrescentou rapidamente no final. Trisha disfarçou uma risada. Ela sabia que Ariel não apreciaria seu humor agora. Carmen era um ponto dolorido para Ariel. Se a verdade fosse conhecida, Trisha poderia se relacionar com o que Carmen estava sentindo. Carmen perdeu seu marido há três anos de forma traumática. Trisha pensou que Carmen estava indo muito bem considerando o que ela passou. Ela voltou a se concentrar quando ouviu a pausa do outro lado da linha e sabia que Ariel estava esperando que ela respondesse. — Isso é ótimo! Eu não vi Carmen em um par de meses. Você acha que Cara já nos perdoou pelo encontro às cegas que preparamos para ela na semana passada? — Perguntou Trisha. Ela sorriu quando ouviu o alívio na voz de Ariel enquanto mudava o assunto para algo menos estressante.
— Eu espero que sim ou nós podemos estar batendo nossos braços até a Califórnia. — Ariel disse com uma risada. Elas tinham aprendido uma lição valiosa - nunca criar um encontro às cegas para alguém que não tem apenas TDAH, mas é mais inteligente do que Einstein, especialmente quando você estiver bêbada. O pobre cara acabou tendo um ataque de asma no meio do restaurante. Nem Ariel nem Trisha, que estavam mais afastadas, perceberam isso até que ele finalmente conseguiu respirar o suficiente para pedir ao maître por uma ambulância. — De qualquer forma, estou a caminho e devo estar lá em cerca de vinte ou trinta minutos. — disse Ariel. — Parece bom, eu gostaria de verificar os controles novamente. Eu sei que estamos muito no simulador esta semana, certificando-nos de que estamos confortáveis, mas eu quero voltar e verificar algumas coisas. — disse Trisha. Elas conversaram por mais alguns minutos antes de desligarem. Trisha sabia que precisava fazer mais um telefonema antes de voar. Ela queria um tempo para se encontrar com seu pai para que ela pudesse finalmente explicar o que estava planejando fazer. Pressionando o número pré-programado, ela esperou por sua voz profunda. — Olá, querida. — Paul Grove disse suavemente. — Como você está? — Trisha sentiu o sorriso curvar seus lábios. Ela amava tanto seu pai. — Estou indo bem, papai, estou sentindo sua falta. — Paul Grove riu. — Ok, quando você vai vir para que possamos ir para as montanhas por alguns dias? — Como você me conhece tão bem? — Trisha disse com um suspiro. — Somos só nos dois, menina. Dê-nos ar livre com espaço para vaguear, em toda a paz e tranquilidade ao nosso redor e nós podemos resolver todos os problemas do mundo. — Paul Grove respondeu com uma risada. — Então, com essas palavras de sabedoria, quando você está saindo?
— Estou fazendo um voo de teste até a Califórnia para a Boswell International. Eu devo estar de volta amanhã. Vou começar minhas férias na segunda-feira. Eu estarei lá no final da tarde de segunda-feira. — Trisha disse. Ela usou a palavra – férias- em vez de – resignação- porque ela não queria que seu pai se preocupasse e não tinha tempo para explicar sua decisão. Algumas coisas eram melhores serem ditas pessoalmente. — Parece bom, eu não tenho clientes agendados até o final do mês. Vou manter minha agenda vazia. Quanto tempo você planeja ficar? — Paul perguntou bruscamente. Ele não queria admitir o quanto sentia falta de Trisha, sabia que ela tinha sua própria vida agora, mas isso não significava que não sentisse falta dela. — Estou fora até o fim do mês! Eu estava pensando que poderíamos conversar quando eu chegar. Eu quero conversar sobre algumas coisas com você. — Trisha respondeu suavemente. — Claro, querida. Mal posso esperar para te ver. — Obrigada papai, vou te ligar antes de partir na segunda-feira. Eu te amo. — Trisha disse. — Eu também te amo, Trisha. — Paul Grove disse. — Esteja segura. — Sempre! — Trisha respondeu levemente. Ela estava se sentindo melhor, pronta. Trisha desligou a chamada e concentrou-se no resto da viagem até o aeroporto. Havia um monte de coisas que precisava pensar. Ela precisava falar com Ariel. Trisha decidiu que era hora de mudar. Ela tinha entregado a sua demissão à Boswell International e ia se juntar ao pai, de volta a Grove Wildness Guides. Depois do acidente, ela percebeu que nunca chegaria ao programa espacial. Ela nunca seria capaz de tocar as estrelas. Ela achou que se ficasse ativa em uma carreira dedicada ao vôo teria sido suficiente para satisfazê-la, mas ainda tinha algo faltando. Ela finalmente percebeu que sentia falta das noites quentes
com seu pai e a liberdade de explorar os bosques e montanhas. Mas do que mais sentia falta, era da sensação de ser parte de uma família. Era hora de ir para casa. Trisha estava trabalhando dentro do jato quando Ariel chegou. Podia ouvir ela e a Carmen conversando, mas decidiu se concentrar no que estava fazendo. Ariel cuidaria das inspeções externas. Trisha era a piloto neste vôo e Ariel era a copiloto. Muitas vezes trocavam de um lado para o outro. Um pouco mais tarde, Trisha ouviu a alegre voz de Cara na cabine. Uh oh, Trisha pensou enquanto ouvia, Cara estava com a cafeína em alta! Ela não pôde deixar de sorrir. Cara era muito divertida. Trisha e Ariel a adotaram há vários anos como sua pequena irmã substituta. Cara estava passando por um momento difícil com um dos engenheiros da Boswell que estava sendo um merda real para ela. Quando ele apareceu tarde da noite no apartamento de Cara e começou a ficar um pouco físico com ela, Trisha e Ariel, que estavam visitando Cara na época, acabaram escoltando-o para fora nem um pouco gentilmente. Elas lhe contaram em detalhes explícitos o que iriam fazer com ele se o vissem perto dela novamente. O idiota foi transferido para o exterior pouco depois. Trisha riu quando se lembrou do olhar em seu rosto quando o acompanharam. Trisha se levantou e se espreguiçou, tentando aliviar um pouco da tensão em seus ombros. Ela decidiu que iria ver o que Cara estava fazendo antes de entrar em contato com a torre para ver se tinham permissão para a decolagem. Ela verificou o radar cerca de uma hora antes e parecia que o pior da tempestade estava passando, por isso deveria ser uma decolagem fácil uma vez que lhes fosse dada a autorização. Cara parecia que estava apenas terminando quando Trisha desceu os degraus do jato. — Ei, Trish. — Trisha se virou quando alcançou o degrau inferior e caminhou na direção dela. Trisha deu a Cara um grande sorriso. — Ei, Cara. Bem vinda a bordo! Este é o seu primeiro vôo na nova série Phantom?
— Sim, estou realmente ansiosa para ve-lo em funcioanmento. — Cara disse. — Carmen também vem? — Sim. — Trisha disse suavemente assistindo enquanto Ariel ia em direção a sua irmã. — Ariel conseguiu permissão para Carmen nos acompanhar. Estávamos indo para a Califórnia para pegar uma artista que a Boswell tinha contratado para fazer uma obra de arte e Carmen precisava de uma carona. — Trisha disse. Ela puxou o cinto de ferramentas de Cara. Parecia pesado demais para a pequena figura de Cara, mas Trisha sabia. Cara era dura como pregos quando tinha que ser. Olhando para trás uma última vez para Ariel e Carmen, ela se virou para subir as escadas do jato dizendo à Cara em voz baixa. — Ela ainda não está bem. — Quarenta minutos mais tarde, Trisha recebeu permissão para a decolagem e logo elas estavam no ar. As próximas seis ou sete horas teriam sido chatas, mas Trisha decidiu que queria passar o novo jato por alguns testes desde que elas estivessem fazendo um vôo tão longo. Ela não estava pronta para contar a Ariel sobre seus planos ainda. Decidiu contar no vôo de volta. Imaginou que não teria que se preocupar com Carmen tentando matar a irmã dela depois que ouvisse que Trisha estava desistindo de voar como forma de ganhar a vida.
Capitulo Dois
Elas pousaram de volta em Shelby - Califórnia pouco depois das oito da noite. O céu estava belo com as estrelas cintilando. Trisha escolheu a mais brilhante e silenciosamente contou à sua mãe sobre seus planos de voltar para casa, ela poderia ter jurado que uma realmente piscou para ela. Tomando isso como um bom sinal, ela deixou o estresse de lado. Trisha gemeu enquanto se levantava lentamente, esticando-se. Uma coisa que ela não iria sentir falta de ser um piloto, eram os vôos através do país e os internacionais, onde ela ficava sentada por tanto tempo. Ela ainda estava tendo dificuldades quando ficava parada por tanto tempo. Ela sabia que a rigidez nunca iria embora. Esse foi outro fator decisivo na decisão de renunciar à sua posição na Boswell. Ela estava pegando o casaco da parte de trás do assento e prestes a alcançar a porta da cabine quando Ariel colocou a mão no braço dela parando-a. — Você sabe que eu vou entender o que quer que seja que você está escondendo de mim, não é? — Ariel disse suavemente olhando para os olhos de Trisha. — Sei que algo está errado. Sempre estarei lá para você. Lágrimas queimaram na parte de trás dos olhos de Trisha. Ela deveria saber que Ariel notaria que não era ela mesma ultimamente. — Eu sei. — Trisha respirou fundo antes de deixar escapar o que tinha medo de dizer a sua melhor amiga. — Eu renunciei à minha posição na Boswell International e estou indo para casa para trabalhar com meu pai. — Trisha disse de uma só vez. Seu coração batia forte enquanto esperava a resposta de Ariel. Ariel levantou uma sobrancelha para Trisha antes de soltar uma gargalhada.
— Isso é tudo? Eu pensei que você estava morrendo ou algo assim! Então, quando vamos começar? — Trisha olhou para Ariel em silêncio atônito. — O que você quer dizer, quando vamos começar? Nós quem? — Eu e você. Eu sei que seu pai pode querer alguma ajuda. Ele me liga pelo menos uma vez por semana para obter ajuda com a papelada desde que saímos de casa! Lembre-se, eu era sua contadora antes de partirmos para nos juntarmos à Força Aérea. Eu tenho feito à contabilidade principal nos últimos dez anos. — Ariel disse com um sorriso. — O-o quê? — Trisha gaguejou. — Ele nunca disse uma palavra! Eu não tinha ideia de que ele estava tendo problemas. — Não problemas, necessariamente. Ele sempre odiou fazer os livros. Preferia estar na floresta, perseguindo os novatos. Estive conversando com ele há meses sobre voltar para casa, mas não queria deixar você. Estou cansada de todas as viagens. Desde que as coisas explodiram entre mim e Eric, eu pensei que era hora de mudar. Eu perguntei a seu pai há alguns meses se ele me contrataria se eu voltasse para casa. — Ariel disse com um sorriso aliviado antes de virar e sair pela porta da cabine. Trisha apenas ficou olhando para as costas de sua melhor amiga em um silêncio atordoado. Tinham crescido juntas na pequena cidade de Casper Mountain, Wyoming. Tinha sido Ariel, Carmen e Trisha contra o mundo. Desde que Trisha era filha única, ter duas outras meninas perto de sua idade era maravilhoso. Ariel e Trisha estavam na mesma classe, enquanto Carmen estava um ano atrás delas. Ariel começou a trabalhar para o pai de Trisha fazendo a contabilidade entre o seu primeiro e último ano do ensino médio. Ambas as meninas fizeram aulas de faculdade on-line enquanto estavam na escola e receberam o grau de Negócios quando se graduaram. As duas estavam começando seu segundo ano na faculdade quando os pais de Ariel e Carmen foram mortos em um acidente de carro. Trisha tinha certeza de que a única coisa que levou Carmen pelo último ano era por ter o pai de Trisha lá e Scott, o namorado da escola. Carmen e Scott se casaram poucos
dias depois que se formaram na escola. Ariel e Trisha decidiram entrar na Força Aérea, uma vez que ambas queriam entrar no Programa Espacial. Ariel não passou, mas Trisha tinha, pelo menos até o acidente. Trisha se sacudiu. Ela não ia lá. Esteve ali mil vezes e sempre terminou da mesma maneira. Deu uma risada cínica. Não era essa a definição de insanidade? Ela pensou. Fazer a mesma coisa repetidamente e esperar um resultado diferente. Balançando a cabeça, atravessou a cabine e seguiu Ariel. Ela riu suavemente quando se lembrou de ouvir Cara abrindo a porta do jato antes que elas parassem completamente. Abby estava olhando para Cara com um olhar um tanto hesitante quando ela e Ariel se aproximaram, Trisha se perguntou se ela pensava que elas poderiam cair ou algo assim. Ela parecia desconfortável. Cara, por outro lado, parecia que estava tentando pensar em alguma razão para não voltar para o jato. Trisha tinha a sensação de que Cara teria se atado ao topo se conseguisse. Trisha não contou a Cara, mas ela e Ariel sabiam da claustrofobia de Cara. Elas decidiram passar a noite, não fazia sentido desgastá-las e forçar Cara até o ponto em que as deixaria loucas. — É muito tarde para vocês saírem esta noite. Gostariam de ficar na minha casa durante a noite? É um pouco longe daqui até a montanha, mas é realmente bonito. Eu tenho um quarto extra, se vocês não se importarem de dormir em um grande sofá. — Abby disse olhando nervosamente para frente e para trás entre as três. Trisha abriu a boca para concordar, quando Cara explodiu em óbvio alívio. Precisou de toda autodisciplina dentro de Trisha para não rir. Ariel revirou os olhos enquanto tentava esconder seu sorriso. — Parece ótimo para mim! — Cara disse animadamente. — Eu iria enlouquecer se eu tivesse que voltar para o avião esta noite. E adoraria conhecer seu homem. Você disse que ele tinha alguns irmãos? Alguma chance de encontrá-los entre esta noite e amanhã de manhã? Adoro conhecer novos homens. Eu estou tentando quebrar meu recorde de fazê-los correr. Acho que
o período mais longo que alguém me tolerou foi dez minutos. — Trisha e Ariel riram. — Ah Cara, eu acho que o Danny durou doze minutos. O que você acha, Ariel? — Oh, pelo menos doze, talvez até treze minutos. — Ariel acrescentou. Trisha estremeceu. Foi ela quem arranjou o último encontro de Cara. Não foi um de seus momentos mais brilhante. Ela decidiu surpreender Cara no jantar com um professor de física da universidade local que vivia do outro lado do corredor. Cara não estava muito feliz com sua escolha. Fazendo uma careta, Trisha admitiu que não podia realmente culpar a Cara por isso. O rapaz tratou as três como se fossem imbecis. Cara rapidamente virou a mesa sobre ele quando começou sua recitação da teoria de Stephen Hawking sobre os buracos negros (em detalhes requintados) e como as relações poderiam ser correlacionadas a ele. O pobre rapaz acabou tendo um ataque de asma no meio do jantar. Não teria sido tão ruim, exceto que Trisha estava bem em seu caminho para uma ressaca realmente boa e estava totalmente alheia à sua aflição. Ela tinha dado seu aviso prévio para a Boswell naquela tarde e estava comemorando um pouco mais cedo. Imagine sua surpresa quando Ariel não estava em condições muito melhores. Cara, sendo a única sóbria do grupo além do professor de Física, deu uma olhada nos dois e começou a rir. Trisha sabia, mesmo tão bêbada quanto estava, que Cara estava coletando pontos de chantagem para uso futuro. A última coisa que Trisha queria fazer era lembrála. — Vocês duas são loucas. Você estava tão bêbada. — Cara disse rindo — Você nem consegue se lembrar do nome dele. Era Douglas. Não, Dougie. — A perfeita imitação de Cara do professor de Física ultrajado fez com que Trisha e Ariel rissem tão forte que ficaram com lágrimas nos olhos — Oh yeah, bom e velho Dougie. — Trisha disse limpando seus olhos. — Como poderíamos esquecer? — Trisha olhou para Abby e sorriu. Ela sabia
que suas próximas palavras eram mais para Cara, em seguida, para elas, mas nunca iria admitir isso. — Ao contrário de algumas pessoas que conhecemos, Ariel e eu precisamos de pelo menos oito horas de sono mais de uma vez por mês para sobreviver. Gostaríamos de aceitar ambas as suas ofertas. — Abby franziu o cenho. — Ambas as minhas ofertas? — Sim, cama e irmãos. — Trisha, Cara, e Ariel sorriram. Trisha foi junto com a brincadeira sobre os irmãos, mas por dentro ela estremeceu. Ela era muito parecida com Carmen. Ela ainda não estava preparada para outro relacionamento. Trisha bufou silenciosamente. Talvez fosse mais parecida com seu pai. Seu pai nunca encontrou outra mulher para substituir sua mãe. Seus pais se casaram muito jovens, mais jovens do que ela e Peter, mas eles eram como companheiros de alma. Seus pais estavam casados há pouco mais de quatro anos quando sua mãe morreu de repente. O pai de Trisha focou todo seu amor e atenção em sua filha. Trisha sabia que seu pai teve alguns casos ao longo dos anos, mas nada que durasse muito tempo. Ele nunca se tornou sério sobre qualquer uma das mulheres, não importa o quanto elas tentaram pressioná-lo para ter um compromisso. Perguntou uma vez sobre isso, mas ele apenas deu um sorriso triste e disse que não encontrou outra mulher que acendeu a mesma faísca que sua mãe. Ele disse a ela que se alguma vez encontrasse outra como sua mãe, ele a arrebataria tão rápido que ela não saberia o que a atingiu. Ele e Trisha riram e fizeram uma lista de todas as coisas que ele estava procurando em uma mulher. Concordou que nunca encontrariam uma mulher que tivesse todas as características em sua lista. Trisha percebeu que também estava procurando alguém especial. Pensou na época que era Peter, mas obviamente estava enganada. Trisha voltou para o que estava acontecendo ao seu redor quando Carmen chegou silenciosamente atrás delas.
— Eu aprecio a oferta, mas acho que vou recusar. Eu tive um transporte entregue mais cedo. Acho que vou sair daqui já que eu dormi a maior parte da viagem. — Carmen disse baixinho enquanto sumia como se fosse um fantasma. Trisha ouviu Cara excitadamente dizer a Abby que não levaria muito tempo para ela pegar suas coisas. Seu foco, no entanto, estava em Ariel. Estava preocupada com ela. Sabia melhor do que ninguém o quanto Ariel se preocupava com sua irmã mais nova. Três anos atrás, nenhuma delas achava que Carmen iria mesmo viver. Ariel não renovou sua comissão na Força Aérea para que ela pudesse ficar no hospital durante aquelas primeiras semanas críticas. Entre sua recuperação e o que aconteceu com Carmen, às mãos de Ariel estavam cheias há três anos, Trisha pensou com pesar. Maldição, mas ela precisava manter seus pensamentos concentrados. Se ela não tivesse cuidado, se transformaria em uma velha senhora mal-humorada. — OK. Levaremos cerca de dez minutos para fechar tudo. — Trisha disse olhando preocupada para Ariel. Trisha se virou e subiu os degraus do jato. Não levaria tanto tempo para se preparar. Elas apenas precisavam pegar suas malas e trancar o jato. Trisha estendeu a mão para a unidade de armazenamento perto da frente da cabine e puxou as malas dela e de Ariel para baixo. Segurando uma em cada mão, ela se virou para descer a escada. Ela encontrou Ariel no fim dos degraus. Ariel segurou a porta do jato antes de voltar para Trisha e pegar a bolsa. Entregando a Ariel sua bolsa, Trisha murmurou: — Ela ficará bem. Só leva tempo. — Os olhos de Ariel brilhavam com lágrimas não derramadas. Ela limpou a garganta antes de responder. — Sim, mas quanto tempo? Faz três anos. — Foram três anos para mim também e eu ainda não estou pronta. — Trisha respondeu suavemente. — Ela perdeu algo muito especial, Ariel. Nem todos nos curamos com a mesma velocidade. Basta olhar para o meu pai. Você
apenas tem que levar um dia de cada vez e esperar que fique melhor. — Trisha terminou olhando para a escuridão com uma expressão assombrada. — Eu sinto muito. — Ariel disse puxando Trisha em um abraço de um braço só. — Às vezes eu esqueço que você pode entender o que Carmen está passando melhor do que eu. Obrigado por estar lá por nós duas. — Ei, para que são as irmãs? — Disse Trisha com um sorriso. — Agora chega de toda a coisa séria, é deprimente, estou farta de me sentir bah. Vamos nos concentrar em toda a diversão que vamos ter de mexer com os novatos. Eu acho que a Marinha ainda está enviando Seals ao meu pai para o treinamento. Eu mal posso esperar para ver seus rostos quando eu os marcar. — Ariel riu ao pensar. — Você é tão má! Você sabe que eles vão precisar de terapia depois de mexer com suas cabeças, não é? — Trisha estava prestes a responder quando ouviu um barulho. Ela e Ariel tinham estado perto de armas de fogo suficientes para reconhecê-las imediatamente. Ambas soltaram as malas e partiram rapidamente para o estacionamento onde tinham ouvido o barulho. Trisha foi seguida de perto por Ariel. Trisha soltou um suspiro de alívio quando viu Cara e Carmen juntas. Seu olhar procurou freneticamente por Abby. Ela ouviu o som de pneus e virou a tempo de ver as luzes da traseira de uma camionete deixando o estacionamento em alta velocidade. — Merda, o que aconteceu? — Trisha perguntou. Carmen falou antes que Cara pudesse. Sua expressão era escura e mortal. Trisha podia dizer que ela estava chateada. — Algum idiota pegou Abby. Do pouco que eu fui capaz de entender, ele não está muito feliz que ela não escolheu ele em vez deste cara, o Zoran. Ele a apagou com alguma coisa e a algemou. Eu vou segui-lo. Mantenha sua linha aberta, eu poderei precisar de algum apoio. — Carmen saiu correndo em direção
a uma motocicleta escondida na escuridão antes que alguém pudesse dizer qualquer coisa. — Precisamos de um carro. — Ariel murmurou sombriamente enquanto observava sua irmã decolar atrás da caminhonete. — Sobre isso. — Cara disse trêmula antes que ela corresse através do estacionamento mal iluminado para a caminhonete de Abby. Trisha observou Cara habilmente destrancar a camionete e teve que correr em questão de segundos. O rosto de Cara se iluminou com um grande sorriso quando viu a sobrancelha levantada de Trisha. — Eu costumava ter um problema em pegar veículos emprestados para dar uma volta. — Trisha balançou a cabeça quando Ariel pulou para dentro da caminhonete, passando para o meio para que ela pudesse entrar. Em um confronto corpo-a-corpo, Trisha ainda era melhor do que Ariel. Seu pai lhe ensinou como lutar, às vezes não exatamente. Sabia que, se estivesse sozinha no bosque, às vezes durante dias ou semanas, com alguns de seus clientes, precisaria ser capaz de se defender em qualquer circunstância. Alguns de seus clientes não gostavam de perder para uma mulher. Paul Grove disse que não importa se você era um homem ou uma mulher quando se tratava de lutar por sua vida. Você sabia lutar para viver ou morrer. Ele se certificou de que sua menina sabia lutar para viver. Trisha ouviu atentamente a conversa entre Ariel e Carmen. Quando Cara lançou um de seus comentários fora de hora, Trisha não podia deixar de responder. Apenas Cara seria capaz de pensar em trabalhar em algo mecânico, enquanto estava em uma perseguição de alta velocidade. Trisha revirou os olhos quando Cara comentou sobre a aceleração da caminhonete de Abby. — Só você estaria pensando em algo assim enquanto persegue os bandidos no meio do nada.
— Ei, eu posso trabalhar em mais de uma coisa de cada vez. — Cara disse antes de fazer uma curva em duas rodas em vez de quatro. Trisha não foi a única a deixar sair uma longa série de palavrões que aprendeu na Força Aérea. Ariel estava mantendo-se com ela muito bem enquanto Cara apenas ria. Trisha não tinha certeza se queria saber onde Cara tinha aprendido a dirigir assim.
Capitulo Tres
Kelan Reykill sentou-se na sala de conferência do comandante a bordo de V'ager, a nave de guerra Valdier que ele comandava. Era a maior e a mais sofisticada em sua frota graças às atualizações constantes de seu irmão Trelon. Ele estava estudando os relatórios que foram trazidos com uma carranca. Ele não estava preocupado com os relatórios relativos ao planeta abaixo deles. Zoran já os advertiu sobre o planeta primitivo em que tinha se refugiado. Zoran disse-lhes para entrar com extrema cautela e como os habitantes do planeta não estavam conscientes de outras formas de vida que existiam fora de sua galáxia. Trelon já se assegurara de que ficassem despercebidos. Kelan nem sequer se preocupou quando ele, Trelon, e alguns outros foram transportados para baixo e como eles seriam mais do que capazes de se defender com base na informação que os relatórios continham sobre as forças armadas do planeta. Eles poderiam simplesmente transportar para fora e estar fora do sistema solar antes que os militares soubessem que estiveram lá. Não, o que o preocupava era o que aconteceu com seu irmão mais velho, Zoran. Kelan fervilhava enquanto lia o relatório sobre a captura e tortura de seu irmão. Ele estava em constante contato com seus outros dois irmãos em Valdier. Mandra e Creon sabiam que Zoran foi capturado por um grupo de guerreiros Curizan, mas algo simplesmente não estava batendo. Eles estavam em paz com seus antigos inimigos há mais de um século. Não fazia sentido. Ele conhecia os membros da casa real de Curizan. Ha'ven, Líder dos Curizans, era o amigo mais próximo de Creon. Bem, tão perto de um amigo como Creon admitiria ter. Ele sabia que Creon salvou a vida de Ha'ven durante a guerra e esse foi um dos fatores que a levou ao fim. Por que o levariam a uma base militar remota que havia sido abandonada há muito tempo? Por que eles queriam saber os segredos da relação simbiótica entre um guerreiro Valdier, seu dragão, e sua simbiose? Outros tentaram no
passado ganhar tal conhecimento tentando capturar a simbiose de um guerreiro. Toda vez terminava com o captor sendo morto pela simbiose. Foi esse conhecimento que deu aos líderes de Valdier o poder de que precisavam para abrir seu planeta ao comércio há quase trezentos anos. Até então, o fim das Três Guerras entre Sarafin, Curizan e Valdier estava chegando ao fim. Foram assinados acordos comerciais e tratados de paz. Em troca de possíveis companheiros, Valdier trocaria alguns de seus potentes cristais com Curizan. Aos Sarafin foi prometido a filha primogênita do rei de Valdier que seria acasalada ao primeiro filho nascido do rei Sarafin. Infelizmente, o pai de Kelan, que escreveu e negociou esse tratado em particular, não informou aos Sarafin que as fêmeas eram poucas e distantes entre os Valdier, especialmente os da casa real. O tratado foi assinado há mais de um século e até agora, Valdier não teve problemas com os Sarafin. Na verdade, seu irmão Trelon era um visitante frequente de seus portos espaciais e fez uma quantidade significativa de negociação com eles. Kelan esfregou o estômago irritado. Desde que seu irmão Zoran os apresentou a sua verdadeira companheira, Abby, o dragão de Kelan estava agitado. Kelan sempre se orgulhou de sua capacidade de negociar com sua metade mais primitiva, mas desde que colocou os olhos na marca do dragão no pescoço de Abby, foi uma batalha constante para fazê-lo se acalmar. Ele queria chegar ao planeta e encontrar sua companheira. Se uma verdadeira companheira pode ser encontrada neste planeta primitivo, então outra também poderia, a dele! Seu dragão rosnou em aborrecimento. Vá agora. Encontre minha companheira. Você apenas recuará?! Kelan resmungou de raiva. Temos coisas mais importantes a fazer. Além disso, há pouca probabilidade de encontrar uma parceira neste planeta. Você sabe como é nossa simbiose! É tão exigente que nunca fomos sequer capazes de ter relações sexuais com uma fêmea se ela estiver no mesmo quarto que nós. A simbiose de Kelan olhou para ele com um grunhido baixo e mostrou seus dentes. Estava na forma de seu enorme Werecat, uma criatura conhecida por esvaziar sua presa e comê-la enquanto ainda estava viva. O dragão de Kelan grunhiu de volta por todo o bem que fez a um ou a outro. A simbiose poderia
dizer através das faixas envoltas em torno de seus braços o que seu dragão estava fazendo, mas ele apenas bufou antes de baixar a cabeça. Sabia que para a aceitação final de uma fêmea como verdadeira companheira, se a simbiose não aceitava a fêmea, então o dragão não a aceitaria. E, se a simbiose não aceitasse a fêmea e o dragão se recusasse a respirar o fogo do dragão nela, Kelan sabia que ele estaria totalmente ferrado. Não havia nenhuma maneira dele ter sua verdadeira companheira sem que os três a aceitassem. Kelan jogou o relatório na mesa à sua frente com um rosnado. Ele não tinha tempo para desperdiçar com fantasias. Se ele não achou uma fêmea ainda, dentre todas as fêmeas com quem ele se deitou em Valdier - e Curizan e Sarafin e alguns outros - sua simbiose adicionou através de imagens com um bocejo... Kelan grunhiu alto para a sua simbiose em resposta. Sua simbiose levantou-se lentamente e sacudiu antes de virar a cabeça e sair da sala. Kelan correu as mãos pelo cabelo desejando poder se livrar de seu dragão tão facilmente quanto isso. Estava rasgando dentro dele como um Werecat afiando suas garras. Ele precisava permanecer concentrado na situação em questão. Fechando os olhos, procurou a calma que era famoso por ter antes de abrir os olhos novamente com uma determinação de aço brilhando neles. Primeira coisa, pegar Zoran e Abby. Em seguida, voltar para Valdier e descobrir o que Mandra e Creon descobriram. Por fim, matar os maus. Um sorriso curvou os lábios de Kelan quando encontrou seu centro novamente. Seu dragão poderia ir tomar um longo banho frio até que eles estivessem terminados.
Estava escuro quando eles se transportaram para dentro do planeta. Eles decidiram que seria melhor usar a capa da escuridão. A escuridão não os afetava. Eles simplesmente deixariam seu dragão vir a sua ajuda, assim ele poderia ver no escuro tão bem quanto durante o dia. Kelan estudou o prado onde Zoran desembarcou inicialmente. Ele teve que praticamente amarrar seu dragão para mantê-lo sob controle. A única coisa que funcionou até agora foi a ameaça de não deixar a nave de guerra e enviar outro em seu lugar. Só então seu dragão finalmente se acalmou e se comportou. Sua simbiose percorreu o prado
explorando de uma maneira lenta e desinteressada. Kelan notou uma mudança em sua simbiose ultimamente e estava preocupado. Ele nunca ouviu falar de uma simbiose perdendo a vontade de viver, pois sua essência estava ligada à sua própria, mas sua simbiose estava gastando mais e mais tempo simplesmente deitada ao redor assistindo as outras simbioses e seus guerreiros. Já não procurava ativamente a companhia das outras simbioses da nave de guerra como antes. Ele fez uma nota mental para pedir a Zoran que procurasse nos Arquivos do Conhecimento para ver se havia alguma referência aos sintomas que sua simbiose estava exibindo. Zoran, como governante de Valdier, era o único a ter acesso a eles, porque eles foram feitos para explicar as origens da simbiose. Kelan caminhou até Trelon e Zoran. Ele estava tão profundamente concentrado em seus pensamentos que não notou a mudança imediata em Zoran até Trelon fazer um comentário. Olhando para seu irmão mais velho, Kelan estudou seu rosto tentando ver se havia alguma diferença nele agora que ele tinha uma verdadeira companheira. — Zoran, está tudo bem? — Perguntou Trelon. Da expressão aturdida em seu rosto seguida pelo feroz alívio e alegria, ele teria que dizer sim, houve definitivamente uma mudança. Ele nunca tinha conhecido Zoran como algo mais que severo e reservado. Agora, seu rosto inteiro mudou quando ele respondeu à pergunta de Trelon. Zoran olhou para Trelon como se estivesse surpreso, com um enorme sorriso no rosto. — Ela voltou. — Kelan sorriu para Zoran. Trelon também deve ter notado a mesma mudança porque ele estava usando um enorme sorriso também. Kelan lutou contra uma risada enquanto observava a luta do dragão de Zoran para sair. Ele queria sua companheira. Ele não é o único que gostaria de ver sua companheira, o dragão de Kelan disse sarcasticamente. Kelan quase não escondeu sua expressão de surpresa. Desde quando seu dragão aprendeu a ser sarcástico? Que diabos estava acontecendo? Primeiro, sua simbiose está andando em torno como se tivesse matado seu melhor amigo. Agora, seu dragão está dando-lhe alfinetadas. Desde quando ele começou a perder o controle
sobre as outras partes de si mesmo? Ele nunca perdeu o controle! Era conhecido por sua estrita autodisciplina. Na verdade, sua capacidade de permanecer no comando em qualquer situação, não importa quão difícil ou perigosa, ainda era discutido com temor entre os guerreiros. E, ele era conhecido por sua habilidade em lidar com qualquer desafio, não importa quão impossível parecia. Havia provado a si mesmo várias vezes antes, durante e depois das Três Guerras. Sim, mas nenhuma dessas habilidades ajudou você a encontrar-nos uma companheira, ajudaram? Seu dragão retrucou com raiva. Quer calar a boca? Kelan disse furiosamente. Basta manter seu foco em obter Zoran e sua verdadeira companheira fora deste planeta, ou então me ajude, eu não vou deixar você sair por um mês, depois que voltarmos. Não iria tão longe, como as ameaças pareciam. Mas, era a única coisa que Kelan podia pensar para fazer seu dragão lhe dar alguns preciosos segundos de paz. A simbiose de Kelan simplesmente se aproximou e deitou a seus pés, ignorando o conflito que estava acontecendo entre Kelan e seu dragão. O rosto de Zoran parou em um sorriso e ele disse em um tom aliviado. — Logo você vai encontrar minha verdadeira companheira. — Kelan observou como seu irmão mais novo pegava Zoran. Quando Trelon brincou com Kelan no braço desejando que ele pegasse Zoran, Kelan apenas balançou a cabeça com um sorriso respondendo. Fazia muito tempo que não lutavam uns com os outros. Todos os cinco irmãos eram muito próximos enquanto estavam crescendo, muitas vezes ficando em apuros juntos. Seu pai e sua mãe tentaram inutilmente separá-los em mais de uma ocasião quando tinham sido particularmente maldosos. Mas isso nunca os impediu. Eles simplesmente decolavam e partiram para as densas florestas que cobriam seu mundo. Kelan riu quando viu Trelon alcançar Zoran. Zoran subitamente ficou muito quieto, franzindo o cenho em concentração. — Abby não está sozinha. Há três fêmeas com ela. — Zoran resmungou. — Talvez ela esteja trazendo as nossas verdadeiras companheiras. — Trelon brincou. — Eu, por exemplo, não estou pronto, mas talvez Kelan, Mandra e Creon possam apreciar ter uma. Ainda tenho muito para saborear antes de me contentar com uma fêmea. — Kelan engasgou com o riso e agarrou
Trelon em volta do pescoço, imaginando que era o seu dragão quando a maldita coisa rugiu excitada com a ideia de encontrar sua parceira em potencial. Mesmo enquanto Kelan lutava para controlar o seu dragão, ele não podia resistir a perturbar Trelon. — Você age como se fosse um dragão touro para satisfazer tantas mulheres. É preciso de muitas, porque ninguém pode suportá-lo por muito tempo. — Trelon respondeu ao comentário de Kelan exatamente como Kelan sabia que o faria, tentando derrubá-lo. Kelan pode ser ligeiramente mais alto e um ano mais velho do que Trelon, mas Trelon era definitivamente mais largo e mais musculoso. Kelan tinha acabado de se torcer para quebrar o agarre de Trelon e estava tentando agarrar seu pescoço quando ouviu o rugido de raiva de Zoran. Em um instante, ele se deslocou e chamou a sua simbiose. A armadura de ouro rapidamente cobriu seus braços, pernas e peito. Ele se levantou no ar, preparado para a batalha. Kelan ouviu atentamente a conversa entre seus dois irmãos. A princípio, lamentou enviar os outros guerreiros de volta a nave de guerra. Se necessário, ele poderia chamá-los de volta. Até que soubesse qual era o problema, não queria pôr em perigo a vida de seus homens. Quando Zoran explicou que sua verdadeira companheira tinha sido atacada, ele começou a formar estratégias para recuperá-la. Parecia que havia apenas um macho envolvido. Não houve necessidade de pedir apoio adicional. Um macho primitivo não seria páreo para os três guerreiros habilidosos. Kelan notificou o V'ager através de sua simbiose para estar preparada para uma partida rápida e para preparar o médico apenas no caso de ser necessário para a companheira de Zoran. Ele não estava preocupado com o bem-estar do homem que a tinha levado. Ele já estava morto.
Trisha agarrou o apoio de braço com uma mão e colocou a outra mão no painel para tentar evitar ser atirada do carro. Cara estava fazendo um ótimo trabalho de condução, mas ainda estava assustando a merda fora dela. Tanto ela quanto Ariel estavam no limite. Quando Cara fez a curva para a estrada de
cascalho, Trisha começou a se perguntar se seria um bom momento para começar a orar novamente. Ela estava fazendo o melhor que podia para manter as luzes traseiras da motocicleta de Carmen à vista. Desde que estava escurecendo, a única vez que puderam vê-la foi quando ela tocou os freios, o que não parecia suficiente para a paz de espírito de Trisha. Ela deve estar correndo como um morcego fugindo do inferno para estar tão à frente de nós pensou Trisha. Quando a caminhonete deslizou perigosamente perto das árvores do lado da caminhonete de Trisha, ela não disse uma palavra, mas o suor em sua testa foi suficiente para mostrar que estavam muito perto para se sentir confortável. Um flashback do seu próprio acidente foi suficiente para fazê-la engolir as náuseas que a ameaçavam. Ela não podia perder-se agora. Ela tinha que manter o controle até que isso acabasse e Abby estivesse segura. Foco em Abby, ela continuou dizendo a si mesma. Trisha podia ver que Cara estava lutando para manter o controle da caminhonete. Quando ela não viu as luzes da traseira da moto de Carmen, ficou preocupada que ela poderia ter derrapado e estivesse deitada no meio da estrada, onde elas não poderiam vê-la. Se eles a vissem de repente, não haveria maneira de evitar bater nela. — Você a vê? — Trisha perguntou ansiosamente, expressando seus medos. — Eu mal posso ver qualquer coisa. Eu odiaria que Carmen ficasse no meio da estrada e não a visse até ser muito tarde. — Ela está bem. Acho que vi algumas luzes de freio lá na frente, através das árvores. — Ariel disse entre os solavancos. — Meu Deus, Cara. Você acha que poderia bater em mais buracos? — Ariel mal terminou a frase quando foi jogada em Trisha. Trisha não conseguiu conter o gemido que escapou dela quando sua cabeça bateu na janela do lado do passageiro com força. Ela sabia que ia ter um bom galo em sua cabeça. A coisa má era que não podia sequer soltar o aperto tempo suficiente para esfregar. Apertando os dentes, ela afastou a dor. Ela tinha ficado muito boa em fazer isso, pensou com um seco senso de humor. Trisha deu risada quando Cara respondeu a Ariel. Ela não estava prestes a dizer uma palavra. Cara tinha uma longa memória e Trisha não queria estar do
seu lado ruim. Ela ainda estava esperando o retorno do encontro às cegas. Na verdade, Trisha não teria ficado nem um pouco surpresa se Cara não se aproximasse e dissesse a Ariel que poderia dirigir se ela achasse que poderia fazer melhor. — Estou fazendo o melhor que posso. É mais escuro do que a merda aqui e eu não acho que essa estrada já foi concertada! Você tenta dirigir a mais de vinte milhas por hora e veja se consegue fazer algo melhor. — Cara disse maldosamente. Sim, Cara estava chateada, pensou Trisha. Quando ouviu o som de raspagem de metal, ela se encolheu. — Eu posso consertar isso. — Cara disse alto sobre o barulho. Trisha reprimiu uma risada e apenas sacudiu a cabeça. Sabendo que Cara, poderia deixar a caminhonete melhor do que antes. Esse pensamento mal tinha deixado seu cérebro quando viu um flash de luz azul brilhante. Ela se virou para ver o que era exatamente quando Cara gritou. — Filho da puta! O que foi isso? — Cara ofegou. — Ariel se retorceu também tentando ver pela janela de trás. — Eu não sei. Você não bateu no tanque de gasolina ou algo assim, certo? — Claro que ela não o fez. — Trisha mordeu tensamente, agarrando o painel com mais força para que ela não fosse jogada na janela lateral novamente. — Caso contrário isso teria sido nós. Apenas não lhe dê nenhuma ideia! — Trisha se virou a tempo de ofegar quando viu outro flash iluminando a noite. Seus olhos se arregalaram quando ela viu a motocicleta de Carmen deitada de lado atrás da caminhonete do homem que tinha sequestrado Abby. Estavam a uns vinte e cinco metros à frente delas. — Puta merda! Você viu isso? — Cara perguntou olhando para o parabrisa. Os olhos de Trisha estavam focados na luta que estava acontecendo na caminhonete na frente deles. Ela podia ver dentro do carro porque a luz se
acendeu quando a porta do lado do motorista foi aberta. Observou enquanto o homem se inclinava sobre Abby. Depois de um momento, ele começou a puxála para fora da caminhonete por seus cabelos. — Meu Deus. Abby! — Trisha gritou. Trisha se esforçou para abrir a porta da caminhonete assim que ela parou atrás da Pickup na frente delas. Ela ignorou tudo, menos a necessidade de chegar a Abby. Quase caiu quando seus pés conectaram com a superfície irregular da estrada de cascalho. Trisha segurou uma maldição. Ela ainda estava dura do vôo e estava tendo dificuldade em conseguir que seus músculos funcionassem direito. Mordendo um grito de dor, se forçou a sair do caminho para que Ariel pudesse sair atrás dela. — Onde está Carmen? — Ariel gritou freneticamente enquanto saía da caminhonete. Trisha deu um grito de alarme enquanto observava três criaturas enormes cercarem o homem que tinha puxado Abby para fora do caminhão. Em segundos, mais do fogo azul brilhante apareceu e rodeou o homem. Trisha assistiu horrorizada enquanto o homem estava envolvido em chamas, seus gritos silenciosos estavam congelados em seu rosto por apenas um momento antes de seu corpo se dissolver em uma pilha de cinzas.
Kelan manteve Zoran em sua mira enquanto o seguia até Abby. Ele voou rápido e silencioso, seu corpo enorme movendo-se em um ritmo gracioso enquanto que com sua visão aguçada olhou para baixo através da floresta escura para qualquer sinal da companheira de Zoran. Kelan observou Zoran de repente cair descer, mudando no último momento possível para que ele pudesse pousar na parte de trás da caminhonete segurando Abby. Kelan desviou-se para cima de algumas árvores antes de cair atrás do outro estranho transporte que seguia a companheira de Zoran. Ele soltou fogo de dragão atrás do último transporte fazendo várias árvores grandes explodirem e efetivamente bloquear a estrada. Ele teria destruído o transporte, mas ele queria descobrir o que elas queriam com a companheira de Zoran primeiro. Elas sabiam sobre Zoran? Elas estavam
ajudando o homem que pegou Abby? Ele deu a volta e entrou em uma aterrissagem quando viu o homem que estava segurando Abby levantar uma arma de fogo e apontar para o peito de Zoran. A raiva fria o agarrou por um momento enquanto observava a queda de seu irmão. Ele soltou um rugido. Atacar um guerreiro Valdier era atacar todos eles. O homem e os outros que o ajudavam estavam mortos. Eles não sabiam ainda. Kelan se moveu para pousar quando uma forma escura apareceu do lado da estrada e atacou o homem com a arma. A cabeça de Kelan girou quando ouviu a voz de Trelon. — Kelan, você tem como chegar aos outros? — Sim. — Kelan respondeu focando novamente no outro transporte. Já podia ver Zoran se movendo de novo. Ele deveria ter pensado antes de se preocupar com seu irmão mais velho. O canto de sua boca se levantou em diversão quando viu o momento exato em que a simbiose de Zoran terminou de curá-lo. — O outro transporte está chegando rápido e há aquele que está lutando contra o homem que feriu Zoran. Talvez devêssemos deixar esse viver se ele ganhar. — Kelan respondeu. Kelan desceu ao lado de Trelon quando Zoran se levantou. Ele observou silenciosamente quando o rosto do sequestrador de Abby mudou de triunfo para horror, enquanto Zoran o condenou à morte antes que ele mudasse. Chamas azuis saíram de Zoran, engolindo o macho humano em fogo de dragão. Em poucos segundos, nada restava do humano senão cinzas. Kelan cuidadosamente catalogou a cena ao seu redor enquanto se preparava para acabar com os outros humanos. Aquele que atacou o homem estava deitado no chão. Kelan podia sentir o cheiro do sangue e podia dizer pelo batimento cardíaco que o homem não sobreviveria por muito tempo. Sua cabeça girou enquanto o outro transporte se aproximava com uma parada deslizante e ele observou enquanto três figuras saíam dele. O mais próximo deles era minúsculo. A visão afiada de Kelan notou imediatamente que a figura
era de uma fĂŞmea, nĂŁo de um macho, e ela estava armada com algum tipo de barra de metal. Ele ignorou a arma. Poderia desarmĂĄ-la em segundos. Seu olhar foi para as outras duas figuras enquanto elas se aproximavam do lado do transporte. Naquele instante, sua vida mudou para sempre.
Capitulo Quatro
Trisha ouviu vagamente quando Cara chamou Ariel enquanto se movia em direção a Abby. Ficou congelada no lugar enquanto Ariel a empurrava e correu para onde Carmen estava deitada na terra. Seus olhos brilharam entre as três formas enormes. Trisha se moveu cautelosamente em direção a Ariel, que estava ajoelhada no chão ao lado de Carmen. Trisha quase podia ouvir a voz de seu pai em sua cabeça enquanto se aproximava das figuras maciças. Sempre avalie a situação, menina. Certifique-se de saber no que você está se metendo antes de fazer um movimento. Trisha tentou desesperadamente pensar em como poderia avaliar esta situação! Seu pai nunca lhe ensinou como lidar com criaturas que pudessem respirar fogo e tinham asas enormes. Sua mente tentou saltar através de alguns dos filmes que ela tinha visto para ver se qualquer um dos cenários neles poderia realmente funcionar. Ela estava definitivamente desenhando em um espaço em branco aqui. Ela daria qualquer coisa para chamar seu pai e pedir seu conselho. Ele saberia o que fazer. Ele sempre sabia. Deu um tapinha no uniforme para ver se tinha o telefone celular. Ela não tinha, claro. Seu uniforme não tinha bolsos. O designer disse que estragava as linhas elegantes do desenho quando Trisha e Ariel pediram que alguns bolsos fossem incluídos nos uniformes femininos. Seu telefone celular estava no bolso do casaco, que estava caído no asfalto do aeroporto de Shelby. Trisha arregalou os olhos quando um belo, era a única maneira que ela poderia descrevê-lo, dragão verde jade e prateado com olhos dourados brilhantes deu um passo em sua direção. Ela ficou cativada por sua beleza. Por vários segundos não podia ver nada além disso. A cabeça régia e os olhos ardentes, o enorme corpo envolto em ouro, a longa curva de suas garras e a graciosa cauda tipo chicote com pontas de prata e ouro no final. Trisha catalogou cada parte magnífica do corpo do dragão, incapaz de quebrar a força que tinha sobre ela. Ela sentiu como se ele estivesse se ligando a ela, exigindo que se rendesse a ele. Todo o corpo de Trisha tremeu enquanto lutava pelo
controle. Sentia como se estivesse se afogando. Foi grito suave de Ariel por ajuda que finalmente penetrou o atordoamento que nublou sua mente e a forçou a sair de seu devaneio. Trisha balançou a cabeça para o dragão, quebrando a atração que tinha sobre ela antes de se apressar para Ariel. — Como ela está? — Trisha perguntou calmamente enquanto se ajoelhava ao lado de Ariel. Ela se assegurou de que mantivesse seus sentidos sintonizados com o que estava acontecendo ao seu redor. A coisa podia se tornar realmente feia rapidamente, e queria estar preparada no caso de acontecer alguma coisa. — Há tanto sangue. — Ariel disse freneticamente enquanto tentava usar a capa que Carmen estava vestindo para deter parte do fluxo de sangue das feridas do peito. — Seu pulso está ficando errático. Acho que uma das feridas pode ter atingido seu pulmão. — Ariel virou-se para o enorme dragão verde, vermelho e dourado. — Por favor me ajude. Ela é minha irmã. Por favor. — A voz de Ariel se desvaneceu quando as lágrimas encheram seus olhos. Trisha ouviu o dragão rosnar algo para os dois que estavam ao lado deles. Ela tinha a sensação de avisar que algo estava prestes a acontecer e não achava que iria gostar. Ela se levantou rapidamente e virou em direção de onde a caminhonete estava. Suas pernas, ainda rígidas do longo voo e do passeio tortuoso, fraquejaram sobre ela. Ofegou e estendeu a mão tentando manter o equilíbrio. Suas mãos encontraram uma parede lisa e sedosa. Os olhos de Trisha se ergueram quando percebeu que o dragão verde-jade e prata tinha pisado na frente dela quando ela começou a cair. As longas e curvas garras seguravam suavemente os cotovelos enquanto suas mãos estavam esticadas sobre um amplo peito coberto por algum tipo de armadura de ouro. Os olhos de Trisha se arregalaram quando fios finos de ouro começaram a deslizar para fora da armadura, subindo através de seus dedos e formavam braceletes delicados em seus pulsos. Ela sentiu um súbito calor invadindo-a, quase como se as faixas de ouro estivessem tentando tranquilizá-la de que ela estava segura, protegida. A cabeça de Trisha retrocedeu quando sentiu vibrações sob as palmas das mãos
enquanto o dragão ronronava para ela. Ela estava olhando para um par de olhos flamejantes de ouro quando uma luz brilhante de repente a cercou.
Trisha piscou várias vezes para ajustar sua visão enquanto a luz brilhante a cegava. Ela percebeu duas coisas imediatamente, não estava mais em uma estrada escura fora de Shelby, Califórnia, e o dragão que a estava segurando, agora era um homem muito alto. Trisha tentou puxar as mãos para trás, mas o enorme macho segurando-a pelos cotovelos a puxou para mais perto com um grunhido baixo, como se a advertindo para não se afastar dele. Ela virou a cabeça quando um grupo de homens que correu em direção a Ariel e Carmen. Quando ela lutou para se libertar para ir até elas, o enorme macho simplesmente endureceu seu aperto e rosnou algo para os homens. Trisha observou Carmen ser levantada cuidadosamente em algum tipo de maca com os lados tubulares que fecharam em torno de seu corpo. Dois outros homens contiveram Ariel por seus braços quando ela começou a lutar contra os homens que estavam levando Carmen para longe dela. Trisha não conseguia entender o que os dois estavam dizendo, mas sentia que estavam tentando ajudar Carmen, não a machucar. — Deixe-me ir! — Trisha disse enquanto lutava contra o homem segurando-a. — Eu preciso ir com elas. Elas são minhas irmãs. Tenho de estar com elas. — Trisha podia sentir a indecisão do homem antes de resmungar e lentamente a soltar. Assim que estava livre, ela se virou para seguir Ariel e os outros homens que carregavam Carmen. Subconscientemente, contou o número de homens na sala e ao longo dos corredores. Ela sabia que estava em algum tipo de nave espacial, isso era algo que uma parte racional dela disse que iria dissecar mais tarde, mas precisava se concentrar em fazer um mapa mental de onde estava indo agora. Ela precisaria da informação se elas precisassem sair dali e voltar para casa. O homem alto que a tinha abraçado os seguiu de perto. Trisha estremeceu ao sentir a mais estranha sensação de que ele não a queria fora de sua vista.
Kelan estava aturdido. A fêmea era sua verdadeira companheira. Não havia outra explicação para o modo como ele se sentiu quando a viu pela primeira vez, a sua posição tão imóvel perto do transporte estrangeiro. A resposta de seu dragão no momento em que andou em torno dela era prova suficiente que ele a aceitou. Custou toda a sua autodisciplina não a puxar para seus braços e voar para um lugar isolado onde ele poderia reivindicá-la. O rugido de seu dragão encheu sua cabeça enquanto ele a seguia e as outras duas mulheres para o médico. Minha! Minha! Minha companheira! Ele rosnou para os homens que passaram. Os olhos de Kelan estavam brilhando com chamas de ouro desafiando qualquer outro macho até mesmo a olhar para ela. A mensagem deve ter sido clara, porque os guerreiros por quem eles passaram nos corredores, no caminho para o médico, lhe deram uma ampla margem de distância. Seus olhos se moveram para baixo para as faixas de ouro enroladas em torno dos pulsos femininos. Sua simbiose tinha mudado para a forma de uma grande criatura semelhante ao cão que ficou com Abby. Estava trotando ao lado da fêmea certificando-se de que sua cabeça ou outra parte de seu grande corpo roçava contra a dela enquanto caminhava. Os lábios de Kelan curvaram-se quando a fêmea distraidamente estendeu a mão e passou os dedos ao longo de sua grande cabeça. Seus olhos caíram de prazer e um barulho baixo rompeu-se de sua garganta antes que ele pudesse contê-lo. Kelan sentiu o toque como se ela tivesse passado os dedos pela sua pele. O calor dele foi transmitido através das faixas ao redor de seus braços. Ele amava o jeito que seus cabelos se moviam para frente e para trás enquanto caminhava. Seus olhos seguiram o caminho por suas costas, até sua cintura fina e quadris cheios. Ela era um pouco mais alta do que as outras duas fêmeas. Ele gostava disso. Ele realmente gostava de suas longas pernas. Seu corpo se aqueceu e sua virilha se encheu e pulsou com a ideia de que elas estariam embrulhadas firmemente em torno dele enquanto ele bombearia profundamente dentro dela. Ele queria tanto marcá-la que poderia praticamente prová-la em seus lábios. Seu dragão estava movendo-se em círculos dentro dele, ofegante enquanto lutava contra seu próprio desejo. Não havia dúvida de que sua simbiose a aceitava. Seu dragão estava mais do que pronto para mordê-la e
iniciar o fogo do dragão se acasalando com ela, e Kelan teve que admitir, enquanto apertava os punhos em um esforço desesperado para não a agarrar e levá-la no meio do corredor, ele a queria tão mau.
***
Kelan deixou sair uma maldição. Tinham sido três dias! Três dias longos, difíceis e frustrantes! Seu pau ficava duro como uma pedra sempre que pensava na fêmea que trazia a bordo. A única vez que ele foi capaz de segurá-la foi naqueles poucos momentos preciosos de volta ao planeta primitivo e à plataforma de transporte. Desde então, um acidente após outro o impediu de ter a chance de falar com ela. Depois de segui-la ao médico para ver como a fêmea machucada estava indo, ele puxou o curandeiro de lado. Kelan queria que o tradutor fosse implantado nas fêmeas o mais rápido possível para que ele pudesse conversar com sua verdadeira companheira. Infelizmente, ele foi chamado para longe pouco depois por uma emergência. Parecia que seu irmão mais novo, Trelon, havia destruído a sala dos transportadores. Mais tarde descobriu que era seu irmão em sua forma de dragão e sua simbiose. Eles atacaram um guerreiro que tinha tocado a fêmea que Trelon queria reivindicar. Então, ele recebeu algumas mensagens de ambos os seus irmãos de volta em Valdier. Eles precisavam dele em casa o mais rápido possível. Ele logo deu o comando para levá-los para casa antes de começar a receber relatórios de Jarak, seu chefe de segurança. Parecia que a companheira de Trelon, Cara, estava reprogramando tudo. Ele e Jarak passaram horas tentando descobrir o que ela estava fazendo e como ela estava fazendo isso. Toda vez que eles pensavam que finalmente descobriram o que ela estava fazendo, ela estava em outra coisa. Então, para acabar com tudo, ele recebeu um relatório de que a fêmea ferida estava bem agora, mas ela quase matou um de seus machos. O homem estava no médico devido às lesões que teve pela briga na sala do transportador.
O curandeiro informou a Kelan que foi dado ao homem a autorização para a liberação de volta aos seus deveres normais e pensou em celebrar, oferecendo-se para ter relações sexuais com a mulher chamada Carmen antes de seu próximo turno. A mulher, obviamente, não gostou dessa ideia. Podia não ter sido tão ruim, mas as outras duas mulheres, Ariel e Trisha, reagiram mal quando sua força de segurança tentou restringir Carmen que estava atacando o guerreiro em questão. Agora precisava reparar sua unidade médica. Ele finalmente ordenou que as fêmeas, Ariel e Carmen, fossem para seus próprios aposentos onde estavam sendo guardadas o tempo todo. Parece que suas habilidades atraíram o interesse dos guerreiros não acasalados a bordo que queriam uma chance de cortejar as mulheres guerreiras. Kelan não podia lidar com mais destruição na sua nave de guerra, entre Trelon, Cara, e as três fêmeas, ele estava arrancando os cabelos. Kelan soltou uma respiração profunda enquanto tentava encontrar seu equilíbrio novamente. Ele não tinha visto sua simbiose desde que a fêmea veio a bordo. Trisha, Kelan expirou seu nome. Era tão lindo quanto ela, pensou. Ordenou Jarak para escoltar Trisha para seu quarto ontem à noite depois de Carmen ser liberada para sair do médico. Sua verdadeira companheira se recusou a deixar a unidade médica até que ela soubesse que Carmen ia ficar bem. Jarak ligou para lhe dizer que, no início, ela se recusou a deixar as outras duas mulheres até que Jarak apontou que os aposentos eram pequenos demais para as três. Ele assegurou-lhe que não estaria longe de suas duas irmãs e poderia vêlas a qualquer momento. Foi somente depois que ele a tranquilizou, várias vezes, que ela concordou em segui-lo. Kelan podia sentir seu dragão fazendo beicinho. Ele queria ter ido para ela na noite passada. Queria enrolar-se com sua companheira. Kelan sabia exatamente o que ele estava sentindo. Estava exausto também e não conseguia pensar em nada mais gratificante que se enrolar em sua cama com seu pênis enterrado no interior de Trisha. Apenas esse pensamento tinha seu corpo endurecendo novamente. Não conseguia se lembrar da última vez em que tinha
tido tão pouco controle sobre seu corpo e seus sentimentos. Kelan decidiu que V'ager poderia ficar bem sem ele por um tempo. Deu ordem para que ele não fosse incomodado a menos que estivessem sob ataque de alguém que não fosse a companheira de Trelon, ele deixou a ponte caminhando com determinação em direção a seus aposentos. Era hora de ir reclamar sua companheira. *** Trisha acordou sentindo-se zangada, frustrada e preocupada. Três dias se passaram desde que chegaram a bordo da nave de guerra. Seu pai provavelmente estava frenético agora. Harry, o antigo controlador aéreo de trânsito aeroportuário que ela conheceu quando voou pela primeira vez para pegar Abby, teria encontrado suas malas no jato e notificado às autoridades locais sobre eles. Seu pai teria estado esperando pelo o seu telefonema há dois dias, também. Ele sabia que se ela dissesse que ia ligar, ela o faria. Ela nunca lhe diria isso e não cumpriria. Ela tinha que voltar para a Terra. Ela não podia imaginar nunca mais vê-lo novamente.
Trisha virou a cabeça quando sentiu um movimento na cama ao lado dela. A gigantesca criatura, de aparência canina dourada, que tinha sido seu companheiro constante durante os últimos três dias estava deitada encolhida ao lado dela. Estava observando-a com grandes olhos dourados e emotivos. Trisha sorriu gentilmente e passou a mão pela cabeça e pelas costas. Tinha sido sua sombra desde sua chegada a bordo da nave, dormindo ao lado dela na ala médica e mantendo qualquer um dos grandes machos longe dela. Ela não sabia de onde viera nem o que era, mas parecia ter se ligado a ela. Ela riu suavemente quando sentiu o calor se espalhar por seus dedos e por seu braço. Não demorou muito para que a cama começasse a vibrar enquanto ronronava. Sacudindo a cabeça, Trisha saiu da enorme cama. Ela ia se limpar e ir encontrar suas amigas. Elas precisavam chegar em casa o mais rápido possível.
Ela não se importava se tivesse que rasgar a espaçonave. Ela queria ir para casa agora! Trisha entrou descalça no banheiro. Ela descobriu ontem à noite como usar a unidade de chuveiro e o sanitário, depois de algumas tentativas e erros. Realmente não era tão diferente quanto o de sua casa, tanto quanto como ele parecia, mas como ele funcionava era outro assunto. Durante sua exploração da cabine, ela encontrou alguma roupa em um dos painéis na parede e decidiu usar uma das camisas como uma camisola. Ela era grande o suficiente. Enquanto vestiu a roupa, um arrepio percorreu sua espinha. Ela sentia que não tinham dado qualquer quarto para ela. Ela não tinha certeza a quem pertencia o quarto, mas ela suspeitava que poderia ser do homem alto que a tinha agarrado na Terra. Outro arrepio subiu por sua espinha quando ela se lembrou da beleza de seu corpo e da força em seus braços enquanto ele a segurava. Trisha não era fraca. Ela cresceu sendo fisicamente ativa graças ao seu pai, mas desde o acidente, trabalhar em sua forma fisica era uma necessidade. Se ela não trabalhasse, ela não andava. Levou mais de um ano de terapia física intensiva para aprender a andar de novo. Nunca iria voltar para uma cadeira de rodas se pudesse escolher. De qualquer forma, não lhe importava a quem pertencia o quarto, no que dizia respeito, ela estava indo para casa hoje, para que ele pudesse tê-lo de volta. Trisha pensou na noite passada quando ela escovou o cabelo e o prendeu em cima da cabeça. Tanta coisa acontecera. Depois que Carmen atacou o cara na unidade médica, elas foram escoltadas para fora dela. Claro, ela e Ariel ajudaram um pouco com parte do crime. Quando o médico chamou a segurança, todo o inferno se soltou quando dois dos homens tentaram agarrar Carmen que estava batendo a merda fora do sujeito que a atacou. Ariel saltou para a briga, aumentando a confusão. Quando um dos homens a agarrou, Trisha não conseguiu ficar longe dela. As três garotas sempre ficaram juntas. No momento em que elas terminaram, o homem foi readmitido para a ala médica para cura adicional e a unidade médica estava um caos, com cadeiras quebradas, camas viradas e bandejas de instrumentos curvadas. As bandejas dobradas
foram obras de Trisha. Eles iam precisar de uma equipe de carpinteiros para reparar o dano, Trisha pensou com um sorriso enquanto passava por um buraco na parede perto da porta. A última vez que eu me diverti tanto, Trisha pensou com um sorriso satisfeito, estava numa briga de bar no Novo México no fim de semana antes de Scott e Carmen terem decolado para a América do Sul. Trisha ficou alarmada no começo quando lhe disseram que não iria ficar com Ariel e Carmen. Elas foram conduzidas para uma cabine muito menor, contendo apenas uma cama grande, um banheiro e uma pequena mesa com duas cadeiras. Ela estava determinada a não se separar delas, mas o homem enorme que as escoltou insistiu em que ela o seguisse. Foi só quando ele prometeu que poderia voltar para ver suas irmãs que ela cedeu. Na verdade, estava exausta de ficar acordada nas últimas duas noites preocupando-se com Carmen. Ela não tinha sido capaz de dormir direito na cadeira e não havia camas livres porque não muito tempo depois que elas chegaram a sala médica ficou inundada com homens feridos. Tudo que ela foi capaz de pegar sobre isso eram pequenos trechos. Algo sobre um sujeito chamado Trelon, um dragão, sua simbiose e sua companheira. Tudo o que ela sabia era que não havia qualquer espaço para se sentar no momento em que o último homem foi trazido. Sua primeira prioridade depois de ter sido deixada sozinha ontem à noite tinha sido encontrar uma arma. Ela explorou o quarto extensivamente tentando encontrar qualquer coisa que ela poderia utilizar. Ela encontrou uma cortante lâmina curvada no banheiro que ela manteve, bem como, uma faca menor ao lado de alguns frutos em uma pequena mesa na outra sala. Trisha suspirou quando ela entrou no chuveiro, deixando o fluxo quente de vapor derramar sobre ela. Ela odiava que estivesse sempre rígida de manhã. Ela quase desejou não precisar dormir. Se ela continuasse se movendo, estaria bem, só quando parava por algum tempo a dor voltava. Ela se espreguiçou lentamente enquanto o vapor quente caía sobre seus apertados músculos. Os chuveiros eram diferentes. Eles consistiam em um tipo de vapor que jorrava para fora em três lados de cima para baixo. Os jatos eram de uma cor púrpura
pálida que mudava depois de apenas alguns segundos. Trisha descobriu que o púrpura era um tipo de sabão de limpeza. A névoa mudou então a uma cor rosa antes de tornar-se clara. Quando terminou, uma luz saiu e pareceu cercá-la. Quando foi feito, ela não estava apenas limpa, mas principalmente seca. Salva de ter que lavar muita roupa suja, pensou Trisha com um pequeno toque em seus lábios. Ela suspirou pesadamente. Precisava ficar com Ariel e Carmen. Se Abby queria ficar com seu homem, isso era uma coisa, mas ela, Ariel e Carmen não tinham nada para segurá-las aqui e tudo para voltar também. Trisha franziu o cenho. Ela não sabia o que aconteceu com Cara. Ela tinha fugido? Ela estava perto de Abby? Se ela pudesse escapar, então deixaria o pai de Trisha saber o que aconteceu com elas. Não havia nada que pudesse fazer para salvá-la, mas ele a ensinara a se salvar. Ele saberia que faria o que pudesse para voltar para ele. Trisha rezou para que Cara tivesse se afastado. Ela odiava a ideia de seu pai não saber o que aconteceu com ela, Ariel e Carmen. Trisha saiu do chuveiro e pegou uma toalha para envolvê-la por hábito. Ela estava feliz que Carmen estava viva e bem. Sabia que estaria bem. Ela sabia que Carmen nunca teria se salvado se não fosse pela tecnologia avançada. Estava além da sua mente como ela foi curada tão rapidamente! Estaria em terapia intensiva por pelo menos uma semana. Isso era, se ainda vivesse, coisa que Trisha seriamente duvidava que ela teria conseguido, considerando as feridas que recebeu. Então, havia o tradutor que estava embutido em todas elas. Trisha não tinha entendido nenhuma das palavras que os homens estavam dizendo até que um homem mais velho veio até ela e Ariel e indicou que queria verificá-las. Antes que ela soubesse o que estava acontecendo, ele pressionou um dispositivo contra seu crânio. Ariel se aproximou dele quando viu o que estava fazendo, mas parou quando Trisha lhe disse que compreendia o que o homem estava dizendo. O curador pediu desculpas quando explicou que ele implantou um tradutor para que pudessem se comunicar. Trisha entrou no quarto para pegar suas roupas quando o som baixo de um rosnado a fez se virar de surpresa. Trisha girou torpemente, segurando a
faca pequena em uma mĂŁo e a faca curvada maior na outra. De pĂŠ na porta estava o homem alto da sala do transportador. Seus olhos tinham a cor de ouro brilhante enquanto ele a olhava fixamente.
Capitulo Cinco
Kelan não pôde suprimir o grunhido baixo que escapou dele quando sentiu o cheiro de sua companheira. Parecia preencher seus aposentos com a essência de especiarias selvagens e algo mais. Ele não teve a chance de discernir a fragrância ilusória antes que a fêmea saísse da unidade de limpeza usando nada mais do que uma toalha - e segurando duas facas muito afiadas. Ele franziu a testa enquanto a observava se mover em uma postura defensiva. Ele não queria que ela tivesse medo dele. — Eu não vou te machucar. — Kelan começou quando ele deu um passo em direção a Trisha, suas mãos levantadas. — Você pode me dar às facas. — Trisha sacudiu a cabeça e deu um ligeiro passo para trás e para o lado. Ela não queria dar a chance de encurralá-la. — Você pode sair e eu vou manter as facas. — Ela respondeu calmamente quando o treinamento de seu pai a chutou. — Estes são os meus aposentos. Por que eu iria embora? — Kelan disse com um leve sorriso quando ele deu outro passo em direção a Trisha. Trisha estudou o homem na frente dela cuidadosamente enquanto falava. Ela percebeu que ele se movia graciosamente, calmamente. Ele era mais alto do que ela por quase um metro e pesava pelo menos cem quilos ou mais. Ele era muito bonito de uma forma áspera. Seu cabelo preto estava amarrado e pendurado quase a meio caminho pelas costas. Ele era magro, mas musculoso, com um peito largo e cintura estreita. Seu rosto e sua coloração lembraram Trisha de alguns dos nativos americanos que conhecera perto de sua cidade natal. Ele tinha o mesmo tipo de movimento gracioso e força silenciosa que ela viu neles.
Seus olhos foram o que a atraiu e manteve sua atenção. Eram de cor escura, com o que pareciam minúsculas chamas que ardiam dentro deles. Suas pupilas também eram diferentes. Elas eram alongadas em vez de redondas, observou Trisha com fascínio. Trisha recuou um passo enquanto uma onda de desejo a atravessava. Ela não entendeu porque sentia tanta necessidade de ir até ele, tocá-lo. Amaldiçoou silenciosamente e forçou seus feromônios delirantes para baixo onde eles pertenciam, enterrados profundamente dentro dela. A última coisa que precisava fazer era ficar distraída por um pedaço de macho alienígena quando precisava encontrar um caminho para casa. Trisha decidiu que espaço era o que ela precisava para vencer essa batalha em particular. Não estava longe do banheiro e de seu espaço seguro. Ontem à noite, antes de ir para a cama, ela puxou o painel para dentro dos controles da porta, de modo que tudo o que precisaria fazer era cortar a fiação para fechá-la atrás dela, caso ela precisasse de uma rota de fuga. Do olhar alto, escuro e perigoso que ele estava dando a ela, ela sentia como se precisasse dele! Trisha emitiu um suspiro trêmulo. — Até eu sair, é meu. — Trisha disse acenando a faca menor para ele em uma tentativa de parecer indiferente. — E você pode parar por aí. Não terei problemas em esfaqueá-lo se você chegar mais perto. — Trisha soltou um fio de cabelo longe de seu rosto enquanto continuava a olhar o homem na frente dela. Não, não era o que estava realmente pensando em fazer com ele. Ela estava pensando mais como servi-lo em um prato de seu próprio buffet pessoal vocêpode-comer-tudo. Maldição, se eu não sair daqui eu vou ser a única a fazer o ataque! Trisha pensou em consternação. Ela nunca pensou assim! Kelan riu enquanto seu dragão praticamente se contorcia ao pensar em pular em sua companheira. Ele podia cheirar sua excitação e estava acendendo uma chama correspondente dentro dele e seu dragão. Nunca em sua vida Kelan tinha sentido seu dragão tão brincalhão antes. Ele queria perseguir, atacar e devorar sua companheira apenas da maneira mais deliciosa. Kelan estava tão distraído com o comportamento de seu dragão e a sua própria resposta à ideia de enterrar-se até bolas profundamente dentro dela que perdeu o ligeiro
movimento de sua companheira quando ela deu outro grande passo para trás. A próxima coisa que ele soube foi que a porta da sala de limpeza tinha fechado. Amaldiçoando o seu dragão por distraí-lo, Kelan caminhou até a porta. Basta disso, pensou selvagemente. É hora de reivindicá-la e acabar com toda essa loucura. Ele estava tão acostumado com as portas que se abriam automaticamente para ele como estava programado para fazer, que nem sequer parou até que ele bateu o rosto primeiro. Kelan agarrou seu nariz dolorido. — O que o... — Kelan murmurou sombriamente. Ele passou a mão pelo teclado. Nada! Que diabos estava acontecendo? Cada porta na nave estava programada para abrir para ele! Ele era o comandante. Nenhum quarto estava fora de limites para ele. — Abra esta porta! — Kelan disse com um rosnado abafado. Droga, mas seu nariz doía. — Não. Vá embora. — Trisha gritou através da porta. As mãos de Trisha estavam tremendo tanto que estava tendo problemas para abrir o painel das roupas escondidas. Uma vez que abriu, ela rapidamente puxou as roupas para fora tão rápido quanto poderia e vestiu-as. Ela olhou para a porta que alterou na noite passada. Era para supostamente impedir que qualquer um entrasse no banheiro e dar-lhe tempo suficiente para deslizar através do duto de ventilação para o quarto ao lado. O outro quarto parecia ser algum tipo de unidade de armazenamento. Ela encontrou na noite passada antes de dormir. Seu pai sempre lhe ensinou a ter uma rota de fuga. Inferno, na casa eles tinham pelo menos quatro diferentes! Trisha deu uma risadinha quando ela estendeu a mão e puxou a tampa do duto de ventilação. Era hora de encontrar Ariel e Carmen e descobrir uma maneira de sair desta nave. Parece que o atual residente do quarto o queria de volta e ela estava mais do que feliz em devolver a ele. Ela não gostou dos sentimentos que ele despertou dentro dela quando estava no mesmo quarto.
***
Kelan bateu a mão contra a porta de sua unidade de limpeza grunhindo de frustração. — Abra essa maldita porta! — rugiu. Ele queria sua companheira! Seu dragão não achava mais divertido. Agora ele estava agarrando-o novamente. Kelan não estava com disposição para lidar com isso. Vá se deitar, ele rosnou. Kelan virou-se para sua simbiose. — Por que diabos você não a impediu? — Ele estalou para a enorme criatura dourada descansando em sua cama. — Você poderia pelo menos ajudar! Não quer que a reivindiquemos? — A simbiose de Kelan bufou para Kelan. Esticou-se lentamente antes de saltar para baixo da cama e dirigir-se para a porta que conduz ao corredor. Kelan murmurou uma série de palavrões sob sua respiração antes de caminhar até um painel na parede lateral. Abrindo-o, ele retirou uma bolsa pequena contendo ferramentas. Ele estava pensando seriamente em causar danos físicos à sua maldita simbiose. Mal o pensamento escapou de sua mente, ele percebeu seu erro. A maldita coisa poderia ser cruel como inferno quando estava louca ou se sentisse insultada. Kelan sentiu as faixas de seu braço se dissolver e deslizar até seus pulsos. Ele fechou os olhos e esperou. — Merda! — Kelan gritou quando as faixas gêmeas lhe deram um choque antes de se transformarem em pequeninos dragões e se dirigirem para a simbiose mãe. — Droga, isso doeu! — Ele reclamou enquanto se inclinava para pegar a bolsa de ferramentas que deixou cair quando o choque o atingiu. — Não é o que eu realmente quis dizer. — Ele murmurou em voz baixa. Kelan abriu o painel para a porta e rapidamente passou pelo painel elétrico para que ele pudesse abrir manualmente a porta. Deixando cair à bolsa de ferramentas no chão junto à porta, esticou as palmas das mãos contra a porta e
empurrou. Com um grito de triunfo, ele pisou na unidade de limpeza e encontrou-a vazia. O rugido alto de Kelan pode ser ouvido por todo o nível. Trisha tinha se espremido através da estreita abertura para o quarto ao lado e usou a prateleira para descer. Ela cuidadosamente abriu a porta para a unidade de armazenamento e espiou fora. Perfeito! Ela pensou. A porta estava ao virar a esquina da cabine do homem assim os guardas que estavam em frente às portas não podem vê-la. Ela abriu mais a porta e encontrou-se cara a cara com o cão filhote dourado sorrindo. Trisha riu suavemente do olhar expectante em seu rosto. — Seu trapaceiro! Você tomou o caminho mais fácil, não foi? — Trisha sussurrou afetuosamente. O enorme corpo de ouro tremia quando sua grande cauda se movia de um lado para o outro. Um momento depois, dois minúsculos dragões apareceram voando para pousar em seus ombros. Trisha olhou primeiro para um dragão e depois para o outro, surpresa. Ela não conseguiu resistir a dar-lhes um beijo quando eles se aconchegaram contra sua bochecha. — Você é incorrigível, você sabe, não é? Vamos encontrar minhas amigas. — Trisha sussurrou. Trisha estava a meio caminho do corredor quando ouviu um grunhido alto e o que soou como uma palavão. Trisha sabia que o som deveria ter vindo do homem alto que deixara no quarto onde ela estava hospedada. Com um suspiro, saiu correndo. Trisha correu por um longo corredor e pegou dois cantos adicionais antes de ver os três guardas em pé, fora da cabine de Carmen e Ariel. Sem fôlego, ela disse com urgência: — Preciso ver minhas amigas. Agora! — Trisha continuou olhando por cima do ombro. Tinha a terrível sensação de que o homem iria atrás dela.
Os guardas olharam para Trisha cautelosamente, mas se afastaram para deixá-la passar. Trisha deu-lhes um — Obrigada — e correu pela porta, seu amigo dourado e os dois pequenos dragões seguindo atrás dela. Ariel se levantou quando viu Trisha. — Graças a Deus! Eu tentei passar pelos guardas esta manhã para ir te encontrar, mas eles não me deixaram sair. — Carmen estava descansando contra a parede e perto da porta lançando um copo para cima e para baixo no ar. — Eu não sei sobre vocês duas, mas estou pronta para explodir esta nave. Tenho negócios em San Diego que não podem esperar. — Carmen se afastou da parede silenciosamente, o copo agora parado em sua palma. Trisha assentiu com a cabeça. — Eu só tive uma corrida com um dos machos a bordo. Acho que ele não está muito feliz comigo agora. — Ariel sorriu quando pegou um pedaço da cadeira que desmontou. Ela bateu a perna da cadeira contra sua palma. — Quer que eu converse com ele? Tenho certeza de que podemos ajudar a remodelar outra seção da nave, se você quiser. — Trisha riu. — Não, eu só quero chegar em casa. Papai provavelmente está despedaçando Shelby agora mesmo. — Ela ficou séria enquanto continuava. — Eu não quero que ele se preocupe mais do que já está. Gostaria de não o ter preocupado quando tive meu acidente. Não consigo imaginar o que isso deve estar fazendo com ele. Carmen caminhou até Trisha e colocou seu braço ao redor dela em um breve abraço de apoio. — Eu também amo seu pai. Vamos voltar para ele. — Carmen se afastou e deu um passo para trás. Sua expressão ficou escura enquanto olhava para Trisha e Ariel. — Vamos procurar a sala de transporte que você disse que existe, Ariel, e voltar para casa.
— Ok. — Ariel disse antes de se virar para Trisha. — Precisamos que você distraia nossos guardas. Eles não nos deixaram sair daqui. — Trisha assentiu com a cabeça. — OK. Há três deles. Carmen, deixe um para nós, ok? — Carmen sacudiu a cabeça resignada. — Você sempre gosta de se meter na minha diversão. — Trisha riu quando foi dar um passo em direção à porta. Antes que ela pudesse chegar a ela, a simbiose de ouro que ela tinha apelidado de Bio pisou na frente dela, impedindo-a de ir mais longe. Cada vez que Trisha tentava dar um passo em volta, empurrava-a para trás, para longe da porta. Trisha tentou várias vezes antes de lançar as mãos para cima. — Vamos, Bio. Eu preciso sair daqui. — Trisha disse impacientemente. — Talvez você devesse ir ao banheiro antes de irmos. — Ariel disse com uma piscadela exagerada. — Você sabe quão fraca você é às vezes. Eu odiaria que você caísse e se machucasse. — Trisha olhou para Ariel intrigada por um momento antes que a lâmpada em seu cérebro se acendesse. — Oh, você está certa. Eu odiaria me machucar de novo. — Trisha respondeu com uma piscadela. Carmen apenas revirou os olhos quando ela mudou de um pé para o outro. — Bem, é melhor você se apressar ou nunca vamos sair daqui. — Ela murmurou em voz baixa. Trisha correu para o banheiro olhando por cima do ombro enquanto ia. A simbiose de Kelan estava sentada junto à porta que bloqueava a saída para o corredor. A grande cabeça dourada girou para frente e para trás, olhando primeiro para Ariel e Carmen e depois para a porta onde Trisha tinha ido. Um momento depois, Trisha gritou. A simbiose de Kelan estava na entrada para o banheiro em um flash. Assim que passou pela porta, Trisha pulou do balcão
com um grunhido e fechou a porta. Carmen veio por trás dela e levou a outra perna da cadeira para o painel de controle. — Isso deve durar um pouco. — Disse Carmen. Atrás dela, a simbiose estava rosnando e agarrando a porta. — Vamos! Eu não acho que a porta vai segurá-lo por muito tempo. — Trisha disse urgentemente quando correu passando por Ariel que estava de pé na porta para o corredor. Assim que a porta se abriu, Trisha deu um golpe impressionante no guarda mais próximo a ela, golpeando-o na garganta enquanto chutou um dos outros protetores. Ela apertou os dentes pelo impacto enquanto a dor irradiava através dela. Ariel e Carmen estavam bem atrás dela. Ariel bateu no guarda que Trisha chutou para fora com um balanço da perna da cadeira, enquanto Carmen chutou o terceiro guarda na virilha antes de levá-lo para baixo com um mata leão. Trisha acabou com o guarda que tinha acertado na garganta da mesma maneira puxando ao redor dele e levando-o para o movimento de luta livre que seu pai lhe ensinou. Assim que os três guardas foram incapacitados, as meninas os arrastaram para a sala onde uma simbiose muito chateada estava sacudindo a porta. Trisha balançou a cabeça enquanto as imagens começavam a aparecer do homem alto que a necessitava, desejando-a. Trisha afastou as imagens, assustada com a intensa necessidade. Quando as mulheres saíram da sala novamente, um rugido alto, diferente de tudo o que já ouviram antes, encheu o corredor. — Vamos embora. — Disse Trisha com voz rouca. — Ele vai me procurar. — Ariel ficou pálida ao ver o terror atravessar os olhos de Trisha por um momento. — Vamos. — As três mulheres partiram pelo corredor seguindo Trisha. Elas sabiam que se alguém poderia encontrar o caminho de volta para a sala de transporte, seria Trisha. Trisha recuperou mentalmente o mapa que tinha desenhado na cabeça desde o momento da sua chegada até que elas foram escoltadas para suas cabines: primeiro a sala de transportes, em seguida, da unidade médica para seus quartos. Ela rapidamente inverteu o caminho.
Encontraram alguns homens nos corredores, mas nenhum parecia disposto a detê-las. Poderia ter sido o ritmo frenético que estavam mantendo ou o olhar ameaçador que Carmen estava enviando-lhes, de qualquer forma Trisha estava grata. Estava se esforçando para não mostrar quanta dor ela estava sentindo por dentro. Em pouco tempo, Trisha derrapou para uma parada fora de um conjunto de portas. — É aqui. — Trisha ofegou. Ela começou a se mover para a frente, mas Carmen colocou a mão para fora. — Deixe-me ir primeiro. Eu sei que você pode lidar com isso, mas eu vi o quanto se machucou quando você chutou o guarda. — Carmen disse suavemente. Trisha começou a protestar, mas parou e acenou com a cabeça. Carmen estava certa. Ela estava pagando por esse chute. Sua perna inteira estava latejando e parecia que estava sendo queimada a dor irradiando para cima e para baixo. Trisha deu um passo para trás e fez um gesto para Carmen ir na frente dela. Ariel pegou a retaguarda. — Obrigada. — Trisha disse suavemente. — Vamos fazer isso. Eu quero ir para casa. — Carmen estalou os ombros e balançou a cabeça antes de se mover para a porta. Quando se abriu, Trisha rapidamente examinou a sala, observando onde cada homem estava. Ela segurou a faca maior em sua mão, mas manteve a menor enfiada com segurança nas calças emprestadas que estava usando. Vários dos homens olharam para cima para a porta aberta, em atenção quando viram as três mulheres na entrada. Um dos homens começou a avançar. Assim que ele estava perto, Carmen bateu, agarrando seu braço, puxando-o para fora do seu equilíbrio, e o torcendo ao mesmo tempo, até que ela tinha o braço dele preso para trás e uma faca em sua garganta. Quando ele começou a lutar Ariel deu um passo à frente e segurou a perna da cadeira desmontada sob seu queixo, forçando-o a levantar a um nível desconfortável. Trisha segurou a faca maior na frente dela, mantendo os outros homens que começaram a se aproximar.
— Apenas fiquem onde vocês estão. — Trisha disse calmamente. Ela olhou para o homem de pé na frente do console para o transportador. — Eu quero que você nos faça voltar para o nosso planeta. Você entende? Não estou perguntando, estou lhe ordenando. — Trisha contou cinco homens na sala do transportador. Um no console, dois em um painel perto da plataforma, o que prenderam, e um no lado distante do quarto. Ela fez um gesto para que os dois homens perto da plataforma se afastassem. — Vá para a parte de trás com o outro homem. — Trisha disse asperamente. Ela precisava permanecer focada. Ela era um soldado agora. Rrespirou dentro e fora através de seu nariz afastando a dor e o medo até encontrar o centro calmo dentro da tempestade. — Ariel, certifique-se que ninguém pode entrar no quarto. — Ariel deu um olhar de advertência para o homem que estava segurando com a perna da cadeira e deu um pequeno passo para longe dele. Ela nunca virou as costas, mas moveu-se em passos lentos e cautelosos para trás. Olhando por trás dela brevemente, ela agarrou a perna da cadeira firmemente e balançou com todo o seu poder, dirigindo-o para o painel. Faíscas voaram quando o painel danificado sibilou. — Feito. — Ariel disse com um sorriso. Carmen parecia que quase tinha um sorriso no rosto. Era o mais próximo de um que Trisha tinha se lembrado de ver nos últimos três anos. — Sabe, eu não me divertia tanto há anos. Devemos nos reunir mais vezes. Eu conheço um pequeno bar no México... — Carmen estava dizendo antes de um barulho alto soar na porta externa para a sala de transporte. — Uhoh, eu acho que temos companhia. Kelan estava além de furioso. Sua nave de guerra nunca teve tanto dano quanto nos últimos três dias desde que trouxeram as fêmeas a bordo. Depois que ele finalmente entrou em sua unidade de limpeza e a encontrou vazia, ele descobriu que Trisha tinha destruído o painel de controle interno. Ele não sabia como ela era capaz de sair de seu quarto, mas ele iria descobrir e impedir que
isso acontecesse novamente. Ele então a seguiu até a outra habitação só para descobrir seus homens recuperando a consciência. Eles não tinham sua simbiose com eles no momento pensando que não seria necessário. Sua simbiose, entretanto, estava acabando de remodelar depois de ter passado através do buraco que criou na porta da unidade de limpeza. — Onde ela está? — Kelan grunhiu para sua simbiose. Sacudiu-se desde a ponta do focinho até a ponta da cauda. Estava de volta à forma de um Werecat. Kelan ficou de lado enquanto se movia rapidamente para a porta. Kelan olhou uma vez para os três homens que estavam apenas começando a se sentar e suspirou. Ele gritou ordens para a equipe médica e sua simbiose, irem direto para o alojamento das mulheres. Saiu da cabine gritando por vários dos guerreiros que estavam reunidos fora da sala para segui-lo. Sua fúria ficou vermelha quando percebeu onde as fêmeas estavam indo. Ele estava quase na sala do transportador quando os alarmes começaram a soar. — O que é agora? — Kelan mordeu em resposta ao chamado de seu chefe de segurança. — A companheira de Trelon começou uma inundação na baía de atracação 4. — Jarak disse em uma voz cansada. — O quê? — Kelan perguntou assustado. — Uma inundação. — Jarak respondeu. — Segundo a aparência da programação em nossos controles ambientais, parece que ela estava trabalhando em criar a chuva no espaço. Funcionou. — Kelan balançou a cabeça e se perguntou o que ele tinha feito para merecer isso. Ele sempre tentou viver sua vida de acordo com as diretrizes estabelecidas para um guerreiro Valdier. Então, se ele se desviou um tempo ou dois, não era como se ele merecesse tal punição por alguns deslizes. — Limpe-o e tente descobrir como ela foi capaz de entrar no sistema ambiental. Eu a quero trancada e longe de tudo! E, veja se você pode fazer com
que Trelon a amarre. — Kelan acrescentou o que não seria uma má ideia para sua Trisha. Kelan parou do lado de fora das portas do quarto do transportador quando não se abriu automaticamente. Ele chamou uma série de códigos de comando, mas ainda não abriu. Kelan bateu o punho contra a porta sólida em frustração. Fechando os olhos, procurou o centro frio e calmo que o manteve vivo por tanto tempo e descobriu que tinha sido jogado no inferno. A única coisa que conseguia encontrar no fundo de seu corpo era o dragão rindo da sua bunda com as travessuras de sua companheira. Que monte de ajuda que você é! Kelan murmurou maldosamente. O dragão de Kelan acabou de rodar, dominado pela alegria. Abrindo os olhos, ele se virou para um dos guerreiros que estava perto dele. — Pegue um kit de ferramentas imediatamente. — Sim, Comandante. — Disse o enorme guerreiro com um olhar surpreendentemente estoico. Infelizmente, seus olhos revelaram seus verdadeiros sentimentos. Ele estava curtindo o drama surpreendente que as mulheres trouxeram a bordo da nave de guerra. Kelan suspirou enquanto observava o guerreiro se apressar pelo corredor. Viajar por longos períodos no espaço poderia ser muito chato. Desde o final das Três Guerras, eles tinham que se preocupar muito pouco com ameaças. Às vezes, uma nave pirata renegada poderia atacar quando acidentalmente confundiam o V'ager com algo diferente da nave de guerra poderosa que era. Era um erro que nunca mais aconteceria quando Kelan se certificasse de que seria destruído. Kelan sacudiu a cabeça. Ele estava pronto para uma nave pirata para que pudesse explodi-la em pedaços, uma vez que ele não poderia fazer isso com as mulheres que estavam destruindo sistematicamente a V'ager. O guerreiro retornou rapidamente com as ferramentas que Kelan precisava para remover o painel e engatar o controle manual. Ele realmente
esperava que as fêmeas não tivessem destruído a sala dos transportadores. Trelon só tinha terminado de consertá-la desde a primeira vez que eles estavam lá. Ele não achava que seu irmão ficaria muito feliz se dissesse que ela havia sido destruída novamente. Kelan jogou a tampa no chão do corredor e foi trabalhar na fiação. Das faíscas que ele estava recebendo, sentia que as fêmeas destruíram o painel interno como fizera em seus aposentos. Kelan estendeu a mão para a barra de substituição manual e começou a bombeá-la aberta o suficiente para que ele pudesse colocar as mãos na rachadura que se abriu. Esticando, ele lentamente puxou a porta aberta o suficiente para que um dos guerreiros colasse uma barra de metal dentro dela para mantê-la aberta. Kelan atravessou a abertura e suspirou pesadamente. Sim, ele pensou em resignação, amarrá-las estava começando a soar muito bem. Kelan apenas ficou olhando a situação antes dele se perguntar o que diabos fazer a seguir. Sua companheira estava sacudindo sua faca de barbear em Tulex que estava de pé no console do transportador olhando para ela com uma combinação de diversão e luxúria, a fêmea louca que tinha tendência a ferir todos os seus guerreiros estava cutucando uma faca na garganta de Burj, e a outra louca estava balançando um pedaço de cadeira quebrada para os outros três guerreiros. — Kelan passou as mãos pelo cabelo, jogou a cabeça para trás e gritou de frustração — Chega! — Kelan grunhiu, olhando para as três fêmeas. Normalmente, quando Kelan grunhia, rugia, parecia ou mostrava qualquer sinal de perder sua autodisciplina rigorosamente controlada, os guerreiros e mais de alguns de seus inimigos eram inteligentes o suficiente para correr na direção oposta. Porque ele mesmo pensou que essas fêmeas iriam reagir da mesma forma estava além dele. Elas apenas olharam para ele como se fosse o único com problemas e levantaram suas sobrancelhas antes de voltar atrás e ameaçar seus guerreiros novamente. Ele realmente precisava matar seu irmão mais velho por aterrissar naquele planeta estúpido, ou pelo menos, bater a merda fora dele. Enquanto olhava para sua companheira, admitiu a contragosto que estava linda apontando aquela faca para Tulex. No entanto, Kelan admitiu para si mesmo,
se Tulex não parasse de olhar para Trisha com luxúria em seus olhos, ele poderia de bom grado estripar o bastardo para ela. — O que está acontecendo? — Kelan perguntou com um suspiro resignado. — As fêmeas estão exigindo que nós as transportemos de volta ao seu planeta. Tentei explicar-lhes que o deixamos há três dias e nem sequer estamos perto de sua galáxia. — Tulex disse encolhendo-se quando Trisha o golpeou com a ponta da faca de barbear. — E eu lhe disse para nos levar de volta! — Trisha disse com raiva. — Eu tenho que ir para casa. — Kelan cruzou os braços e olhou severamente para Trisha e para as outras. — Não haverá ir para casa para nenhuma de vocês. Esta é a sua casa agora. — Burj fez um barulho de angústia quando Carmen apertou a faca em sua garganta. — Comandante, não acho que elas gostaram da resposta. — Ele sufocou quando uma fina linha de sangue escorreu do pequeno corte no pescoço. — Oh, pare de ser um grande bebê. Eu não quis cortar você. — Carmen murmurou em voz baixa. — Se eu quisesse você estaria morto. — Trisha olhou para Kelan, realmente olhou para ele pela primeira vez. — Você é o comandante desta nave? — Ela perguntou hesitante. — Sim, meu nome é Kelan Reykill. Eu sou o comandante da V'ager. Agora, por favor, desista de ameaçar meus homens e voltemos para o meu quarto? Podemos discutir isso de uma maneira muito menos destrutiva. — Kelan disse gentilmente. Ela realmente estava linda parada lá mordendo seu lábio inferior e olhando para ele com uma expressão de incerteza em seu rosto. Trisha parou por um momento antes de responder.
— Não. — Disse com firmeza, voltando-se para Tulex e cutucando-o novamente. — Eu quero ir para casa. Agora! Já que você é o comandante, você pode dizer a ele para virar essa coisa e nos levar para casa. — Trisha disse em uma voz firme e determinada. — Todas nós queremos ir para casa agora. — Carmen grunhiu para fora. — Você não tinha o direito de nos levar embora do nosso planeta sem nossa permissão. — Kelan virou-se para olhar para Carmen antes de se dirigir a ela friamente. — Eu não preciso da permissão de ninguém. Todas vocês tinham visto demais. Posso lembrá-la, que você teria morrido se eu não tivesse intervindo. Todas vocês agora são minhas convidadas a bordo da minha nave de guerra. Eu apreciaria se você parasse de ameaçar meus homens e feri-los. Está começando a me deixar muito irritado. — Kelan não terminou a declaração quando os alarmes soaram novamente. Um momento depois, ouviu a voz de Jarak em seu comunicador. — O que é agora? — Kelan falou. — A companheira de Trelon novamente. — Jarak respondeu ansiosamente. — O que a fêmea humana fez em tão pouco tempo? — Kelan perguntou impacientemente. Ele estava tentando lidar com a situação na frente dele e não tinha tempo para caçar a outra fêmea humana. Trelon precisava controlá-la imediatamente. — Ela estava executando testes em engenharia. A boa notícia é que estamos recebendo níveis de potência nunca vistos antes nos cristais. — Jarak disse surpreso. Kelan passou a mão pelos olhos. Sua cabeça estava começando a doer bastante. Se sua simbiose não o tivesse abandonado, não haveria problema. Infelizmente para ele, estava no chão ao lado de Trisha observando-a cuidadosamente.
— Qual é a má notícia? — Kelan murmurou sombriamente. — Parece que todas as simbioses atualmente atribuídas para ajudar na engenharia estão bêbadas e destruindo tudo. — Jarak respondeu hesitante. — Tome conta disso. Eu não sei e não me importo como, mas cuide disso. — Kelan rosnou de volta antes de desligar. — Que outra mulher humana? — Ariel perguntou de repente. — A pequenina que você chama de Cara. Ela é uma dor no meu... — Kelan começou antes de Tulex interrompê-lo. Trisha mordeu o lábio enquanto escutava a conversa sobre o som dos alarmes. Ela estava tentando não se concentrar nos espasmos de dor que estavam correndo para cima e para baixo em sua perna e em suas costas. Ela não tinha certeza de quanto mais tempo seria capaz de suportar. Levava tudo dentro dela para não gritar enquanto as agulhadas se tornavam cada vez mais nítidas. Ela tentou aliviar a pressão movendo a maior parte de seu peso para a outra perna, mas isso só a fez piorar. Pequenas gotas de suor começaram a explodir em sua testa enquanto a náusea começava a crescer em seu estômago. Ela não deixaria suas amigas na mão. Ela não podia. Ela era dura. Seu pai ensinou suas técnicas sobre como ignorar a dor. Trisha tentou permanecer concentrada em respirar através de cada espasmo, mas a dor estava se tornando insuportável. Trisha estava com tanta dor que não estava ciente das duas pequenas simbioses em seus pulsos se movendo desesperadas quando elas sentiram seu crescente desconforto. — Comandante. — Tulex chamou suavemente. Seus olhos se arregalaram com preocupação ao ver a dor escurecer os olhos castanhos escuros de Trisha até o preto. Ele estava mais perto dela, então ele foi capaz de ver o suor em sua testa e como ela ficou de pálida para quase branca. Kelan sacudiu a cabeça quando ouviu o fio de preocupação na voz de Tulex.
— O que? — Tulex estava prestes a responder quando uma dor particularmente aguda varreu Trisha nublando sua visão. Ela era incapaz de segurar o grito de dor enquanto seus músculos se esticavam em espasmos severos. Trisha sentiu-se cair quando suas pernas amoleceram debaixo dela. Carmen murmurou uma maldição e empurrou Burj longe de sua faca e correu para Trisha, ao mesmo tempo Ariel jogou sua perna de cadeira para os três homens e correu através do quarto. Ambas ainda estavam atrás de Kelan, que chegou primeiro a Trisha e a tirou dos braços de Tulex. Kelan baixou lentamente Trisha para o chão. Os olhos de Trisha estavam fechados e seus dentes cerrados enquanto as ondas de dor irradiavam por seu corpo. Suas mãos estavam apertadas tão fortemente em punhos, que Kelan não podia abri-las. Sua simbiose circulou em torno dele e estava perto de Trisha, espalhando finos fios de ouro em todo o corpo enquanto procurava a causa de sua dor. — Afaste-se dela. — Carmen disse bruscamente para Tulex enquanto se movia para se ajoelhar ao lado da cabeça de Trisha. Ela estava passando a mão pela testa. — Respire profundamente, querida, e tente relaxar o máximo que puder. — Repetia repetidamente, suavemente. Ariel se aproximou da perna de Trisha e começou a massageá-la. — Eu nunca deveria ter deixado você partir para cima daqueles homens. — Ariel disse com remorso quando ela continuou a massagear Trisha da panturrilha até os músculos da coxa. — Você precisa nos dizer quando você está com dor antes que fique muito ruim. Você sabe o que acontece se você forçar demais. — O que há de errado com ela? — Kelan perguntou desesperadamente. Seus olhos estavam focados no rosto pálido e úmido de sua companheira. Minúsculas linhas brancas de dor estavam gravadas ao redor de sua boca e ela estava tentando respirar profundamente pelo nariz. Mas, em vez disso, pequenos suspiros rápidos estavam passando por seus lábios apertados.
Sua simbiose se movia sobre o corpo inteiro de Trisha, parando e tremendo enquanto se movia. Ele colocou sua mão em cima dela, assim grossas faixas de ouro se formariam ao redor de seus pulsos e ele poderia se conectar com o que estava fazendo com sua companheira. Sua respiração ficou presa em sua garganta quando ondas de intensa dor o inundaram. — O que há de errado com ela? — Perguntou Kelan com severidade, primeiro olhando para Carmen, depois para Ariel. Carmen apenas sacudiu a cabeça e desviou o olhar. Quando Kelan percebeu que não tiraria nada dela, ele voltou seu olhar para Ariel, desafiandoa a não dizer a ele. Sua companheira estava obviamente em uma dor excruciante e ele queria saber o porquê.
Capitulo Seis
Trisha rolou com o cenho franzido. Ela olhou para o teto, focalizando seu corpo. Ela não se machucou. Lentamente moveu seus pés para frente e para trás e para cima e para baixo. Não, sem dor. Ela pensou confusa. Ela puxou os joelhos para cima um pouco, esperando a dor na parte inferior das costas para avisá-la de que ela estava deitada ainda por muito tempo. Nada! Ela ergueu os braços e se esticou em direção ao teto girando seus pulsos para frente e para trás, ainda nada, nada, sem dor. Onde estava a dor nos ombros e no pescoço? Um movimento na cama ao lado dela fez seu sorriso morrer. Virando a cabeça, soltou um pequeno grito. Em vez do grande cão dourado que ela estava acostumada a ver ao lado dela, havia um enorme homem de cabelos escuros com olhos dourados. Trisha correu para a borda da cama o mais rápido que pôde, pegando o cobertor com ela. Ela podia sentir o pano macio da colcha contra sua pele para que soubesse que ela não estava mais vestindo suas roupas emprestadas. — O que diabos você está fazendo na minha cama? — Trisha rangeu. Ela empurrou sua pesada cabeleira crespa para fora do rosto enquanto se sentava. — Na verdade, esta é a minha cama e você é a única comigo. — Kelan respondeu com uma ligeira curva em seus lábios. Sua companheira parecia linda com seu cabelo todo ondulado e encaracolado ao redor dela. Kelan sentiu o barulho baixo de um ronronar quando seu dragão acordou e respondeu à presença de sua companheira tão próxima e deliciosa. Trisha franziu o cenho para Kelan em confusão. — Você sabe o que eu quero dizer. Como eu cheguei aqui e onde estão minhas roupas? Onde estão Carmen e Ariel? Você disse que tem Cara também? Quando você estará nos levando para casa? E, por que eu não sinto mais dor?
— Ela terminou sem fôlego. Deus, ele era tão bonito! Ela estava tendo um tempo terrível mantendo seus olhos e seus pensamentos acima de seu queixo. Kelan cruzou os braços sob a cabeça e recostou-se nos travesseiros. O movimento puxou as cobertas mais abaixo de seu peito até que descansaram apenas acima de seus quadris. Seus lábios se contraíram quando ele viu a cor subir nas bochechas de sua companheira e ela virou a cabeça ligeiramente para o lado como se estivesse desconfortável ao ver seu corpo. Ela teria que superar esses sentimentos muito rapidamente, se fosse esse o caso. Ele planejava estar muito ao redor dela, com ambos sem roupas. — Isso é um monte de perguntas. Eu te trouxe para cá, tirei "minhas" roupas de você, suas duas amigas estão trancadas para que elas não possam fazer mais dano à minha nave ou aos meus homens, e sim, a que você chama de Cara também está a bordo, embora estejamos tentando encontrá-la novamente depois de sua pequena experiência em engenharia. Quanto a você não estar mais machucada... — Kelan começou rudemente quando ele se lembrou da quantidade de dor que ela suportou. Ele se sentou, virando para ela. O movimento fez com que os lençóis se aglomerassem em torno de sua cintura e o fizessem parecer ainda maior e mais íntimo e definitivamente mais perigoso para sua libido. — Você nunca deveria ter sido permitida sentir tal dor. Tanto eu e a minha simbiose lamentamos por não ver suas feridas físicas antes. Se tivéssemos sabido, poderíamos ter curado você mais cedo. — Trisha franziu o cenho. — O que você quer dizer com que você teria me curado mais cedo? Não há nada mais que possa ser feito. Os médicos fizeram tudo o que puderam para me recuperar depois do acidente. — Trisha disse em perplexidade. Kelan estudou o rosto de sua companheira, observando como as emoções flutuavam através dela. Tristeza, dor, e finalmente, resignação. Ele queria perseguir todos aqueles envolvidos e apagar tudo o que causou isso. Tentou fazer com que Carmen ou Ariel lhe contassem o que acontecera com Trisha. Carmen apenas balançou a cabeça e afastou-se dele. Ariel olhou para ele com
lágrimas nos olhos e disse que era para Trisha dizer-lhe se ela queria que soubesse. Ambas se recusaram a dizer mais alguma coisa. Na sala do transportador, sua simbiose se moveu sobre o corpo de Trisha, curando e remendando. Kelan não conseguia compreender como um corpo podia ter tanto metal dentro dele e ser capaz de funcionar. Sua simbiose moveuse cuidadosamente sobre cada parte de Trisha, absorvendo o metal dentro dela em seu próprio corpo enquanto remendava os ossos, músculos, nervos, tendões e tecidos. Trabalhou em Trisha durante a maior parte de uma hora antes de Kelan finalmente a parar. Ela havia caído em semiconsciência antes de cair em um sono profundo e exausto. Kelan a levou a seus aposentos depois de instruir vários de sua força de segurança para escoltar as fêmeas agora subjugadas de volta a seus próprios quartos. Uma vez que ele, sua simbiose e Trisha alcançaram o seu quarto, despiu cuidadosamente Trisha e a colocou em sua cama permitindo que sua simbiose terminasse o processo de cura. Sentou-se observando-a até que sua simbiose finalmente se afastou satisfeita de que ela estaria bem. Kelan chamou Jarak antes de se juntar a Trisha para que alguém reparasse o dano à porta e ao painel da unidade de limpeza das outras mulheres, mas advertiu-o para manter a segurança adequada para os homens que faziam o trabalho caso as fêmeas decidissem atacar de novo. Jarak informou a ele que todos os guerreiros designados para as guardar agora eram obrigados a ter sua simbiose com eles em todos os momentos e ele aumentou o número de guardas de três para seis. Satisfeito que sua nave estivesse a salvo de pelo menos quatro das cinco mulheres, a companheira de Trelon ainda estava solta, ordenou a Jarak que não o perturbasse a menos que fosse uma emergência. Kelan passou as próximas seis horas com os braços em volta de Trisha. Foi apenas nos poucos minutos antes de ela acordar que ele simplesmente deitou ao lado dela e ficou a observando. Trisha empurrou o cabelo para longe de seu rosto, onde ele tinha caído novamente.
— O que você quer dizer quando falou que me curou mais cedo? — Ela repetiu suavemente tentando entender o que ele queria dizer. Kelan não pôde resistir a inclinar-se para ela e correr a parte de trás de sua mão para baixo ao longo de sua bochecha macia. — Minha simbiose tem o poder de curar a mim e a minha companheira. Você é minha companheira, Trisha Grove. — Kelan respondeu a sua pergunta falando suavemente. Trisha ofegou e se afastou, pegando-a antes que ela quase caísse da cama. — Eu não sou sua companheira. — Ela respondeu enquanto balançava suas pernas da borda da cama e se levantou envolvendo parte da enorme colcha ao redor dela. — Eu não tenho tempo para ser uma companheira. Se eu tivesse, eu certamente não escolheria você! Tenho que ir para casa. Você nunca respondeu a essa pergunta. Quando você estará nos levando para casa? — Kelan franziu o cenho ante a retirada de Trisha. Seu dragão rosnou um aviso baixo. Não deixaria sua companheira ir novamente. Mordida! Agora! Foi exigente. Minha! Agora! Estou tentando. Kelan respondeu frustrado. Ele balançou as pernas do outro lado da cama e se levantou. — Como eu disse antes na sala de transporte, você não vai voltar para o seu mundo natal. Sua nova casa estará em Valdier. — Kelan declarou com determinação. Ele não queria que Trisha duvidasse que ele a deixaria ir. Trisha manteve seus olhos focados em seu rosto, recusando-se a olhar para baixo ou ser intimidada. Não era como se ela nunca tivesse visto um homem nu antes. Ela costumava ver muitos rapazes crescendo correndo pelo bosque e ela esteve casada por três anos, mesmo se um ano e meio realmente não contassem. Não lhe daria a satisfação de deixá-la desconfortável. Se ele queria dar uma volta nu, que assim fosse. Trisha já estava balançando a cabeça.
— Não, eu tenho que voltar para casa. Não tenho outra escolha. Se você não enviar minhas amigas e eu o mais cedo possível, então considerarei isso um ato de guerra contra meu povo. — Trisha disse com determinação. Ela chegaria em casa para seu pai. — Guerra?! — Kelan repetiu em descrença. Como diabos eles conseguiram chegar nisso, deitado na cama, excitado com a declaração dela, de que ele estava em guerra com ela e seu povo? — Guerra. — Disse Trisha, desesperada. Talvez ela pudesse ser a pessoa que o intimidasse, pensou. — Sob as condições da Convenção de Genebra, espero que os artigos relativos à captura de prisioneiros de guerra sejam mantidos e respeitados. Os artigos incluem: Quartos, alimentos e vestuário, conforme estabelecido nos artigos 25-28, higiene e atendimento médico, conforme estabelecido nos artigos 29-32... — Trisha continuou falando em uma voz apressada enquanto Kelan a olhava horrorizado enquanto recitava o que ela tinha aprendido no treinamento básico. Do que diabos ela estava falando? Kelan se perguntou em consternação. Ele só queria reivindicá-la, o que diabos essa Genebra tinha a ver com isso? — Eu não estou em guerra com você ou seu povo. — Kelan interveio. Ele andou em torno da cama enorme até que ele estava em pé na frente de Trisha. Trisha segurou a colcha com força e manteve os olhos apertados em seu rosto, recusando-se a olhar para qualquer outro lugar enquanto se aproximava dela. Quando ele parou na frente dela, ela inclinou sua cabeça para trás para olhar em seus olhos. — Eu tenho que ir para casa... Por favor. — Trisha implorou suavemente. — É muito importante eu voltar o mais rápido possível. Kelan olhou para os olhos profundos e escuros de Trisha que se afogavam nele. Ele estendeu a mão para tocar delicadamente sua bochecha novamente, deixando seus dedos rastejar para baixo ao longo dele até seu queixo antes dele
gemer e abaixar a cabeça até que seus lábios estivessem quase tocando os dela. Ele moveu sua outra mão para seu quadril e puxou-a contra seu eixo endurecido. Ele queria, não, precisava, muito. Seu dragão praticamente ronronava por ter sua companheira tão perto dele. Um gosto, ele pensou. Ele provaria um gosto antes de responder a seu pedido. Sabia profundamente que não ia ser feliz com sua resposta, mas também sabia que era a única que ele poderia dar a ela. Ele nunca a deixaria ir. Ela era a luz de sua escuridão. Ela encheu o vazio que estava comendo ele, seu dragão e sua simbiose por tanto tempo. Ela era o resto dele e ele faria o que fosse necessário para fazê-la perceber que ele era o mesmo para ela. — Eu não posso. — Kelan disse suavemente antes de esmagar seus lábios contra os dela e puxá-la firmemente contra ele. Trisha reconheceu duas coisas instantaneamente. Ele disse não poder, não que não quer. E nunca tinha sido beijada assim antes. Ela sabia que deveria afastar-se. Em vez disso, deu um passo mais perto. Era como pisar no sol pela primeira vez ou sentir a chuva em seu rosto depois de um dia quente, pensou com admiração. Tinha uma sensação de admiração por isso que a fazia querer mais, mesmo sabendo que era impossível. Relutantemente, afastou-se do beijo e olhou para baixo para onde sua mão livre estava esticada em seu peito nu. Ela deixou que seus dedos passassem pela leve camada de cabelo. Trisha estremeceu com o prazer que sentia no fundo com o toque de sua pele contra suas sensíveis pontas de dedos. Ela gentilmente afastou-se de Kelan, dando um passo para trás para colocar um pequeno espaço entre eles para que ela pudesse voltar a ficar sob controle, pelo menos um pouco. Trisha emitiu um suspiro trêmulo. Olhando de volta para os olhos de Kelan, ela disse suavemente. — Então, eu não posso deixar você me beijar, ou me tocar, novamente. Tenho que ir para casa. Não é por mim, mas por meu pai. Eu não posso deixálo passar pelo o que ele passou antes. Eu... Não vou deixá-lo passar por isso. Ele pensou que tinha me perdido uma vez e isso quase o matou. Se ele me perder de novo e nunca souber o que aconteceu comigo... — A voz de Trisha
vacilou enquanto pensava na dor que seu pai deveria estar passando naquele momento. —... Não saber o que aconteceu com sua única filha, sua única família viva... — Trisha olhou profundamente nos olhos de Kelan lutando contra as lágrimas de dor e tristeza. — Mataria nós dois, ele por não saber e eu por ser incapaz de parar sua dor. Kelan estava ficando louco! Ele olhou para os relatórios, mas não viu nada. Sua mente estava repetindo a cena de mais cedo mais e mais em sua cabeça. Depois que Trisha se afastou dele, contando a ele sobre seu pai, ele tentou explicar a ela por que ele não podia levá-la de volta, mas tinha sido infrutífera. Toda vez que ele tentava tocá-la, ela se afastava dele. Ele tentou fazer com que ela visse a razão. Ele tinha uma missão. Ele precisava voltar para Valdier e descobrir o que estava acontecendo. Seu irmão mais velho precisava voltar para casa. Ele precisava dela! Mas tudo caiu em ouvidos surdos. Ela se recusou a ouvir, apenas repetindo uma e outra vez que ela precisava voltar para casa imediatamente. Quando ele ainda se recusava a levá-la, começou a recitar o nome, a posição e uma longa série de números até que finalmente perdeu a pouca paciência que tinha restado. Kelan passou as mãos pelos cabelos e apoiou a cabeça contra as palmas das mãos enquanto se inclinava para frente no assento. Ele pensou que se pudesse beijá-la em submissão, ela finalmente veria as coisas de seu ponto de vista. Seu dragão estava mais do que pronto para iniciar o fogo do dragão acasalando. Mas, quando ele tentou agarrá-la, ela se encolheu para longe dele com um grito assustado. Seu dragão estava muito perto da superfície e ela não estava acostumada a vê-lo. Sua simbiose se ofendeu com Kelan e seu dragão assustando Trisha, mudando para um pytheon, uma grande, criatura encontrada nas florestas profundas de seu planeta. Ele atacou Kelan, envolvendo grandes bandas de ouro em torno de sua cintura e despejando ele e seu dragão nus no corredor fora de seus aposentos. Então, a maldita coisa teve a coragem de se recusar a deixá-lo entrar de volta para algumas roupas. Foi somente a compaixão de Trisha que lhe permitiu um par de calças, que ela jogou para fora da porta no minuto em que sua simbiose a abriu, batendo-lhe no rosto com elas. Antes que ele pudesse tirar as malditas coisas, a porta fechou novamente selando-o.
Kelan estava fervendo de raiva e frustração. Ficou com duas escolhas: ficar no corredor e parecer um idiota ou ir matar seu irmão mais velho. A segunda escolha soou muito, muito melhor. Depois dos olhares de descrença que ele continuava recebendo dos guerreiros que passavam por ele nos corredores, para não mencionar os dois guardas que estavam fora de seus aposentos, que nem sequer tentavam conter sua diversão, ele podia usar a liberação física de espancar alguém chamado Zoran. Infelizmente para ele, seu irmão mais velho estava ocupado com sua verdadeira companheira no momento. Desde que matar seu irmão ia ter que esperar, decidiu se dirigir ao aposento do comandante fora da ponte onde armazenou alguma roupa de reposição para quando não pudesse ir até ao seu alojamento. Ele apenas saiu do elevador quando Jarak o alcançou. Parece que a companheira de Trelon estava nisso de novo. Desta vez, o sistema de sua comunicação foi reduzido devido a uma sobrecarga de solicitações para os Holovídeos pessoais virtuais do seu irmão mais novo. Jarak olhou para Kelan e sacudiu a cabeça. Kelan estava de pé descalço na frente dele vestindo nada mais do que um par de calças e uma expressão dolorida. Jarak nem sequer se incomodou em perguntar o que devia fazer. Ele apenas levantou os braços no ar em resignação e disse que cuidaria disso. Pela primeira vez em sua longa vida, Kelan não sabia o que fazer. Jogando a cabeça para trás, olhou para o teto perguntando-se como sua vida tinha ficado tão complicada. Costumava ser tão simples antes, ficar deitado quando ele sentia a necessidade, ia de atacar os maus, e chutar algumas bundas na ocasião. Era pedir muito? Kelan pensou frustrado. Não quero simples. Quero minha companheira, ninguém mais. Seu dragão resmungou mal-humorado. Eu também a quero, mas você a ouviu e viu. Ela está sendo teimosa. Kelan grunhiu de volta em frustração.
Tome-a de qualquer maneira. Reivindique-a. Eu quero morder. AGORA. Seu dragão respondeu andando de um lado para outro impacientemente sob sua pele. Kelan grunhiu de novo enquanto olhava para as escamas que ondulavam para cima e para baixo nos braços. Ele lutou pelo controle. Mesmo que quisesse fazer o que seu dragão sugeria, não podia. Sua maldita simbiose não deixaria qualquer um deles perto de Trisha agora. As visões que sua simbiose estava enviando, estava rasgando-o por dentro. Queria ir até ela, segurá-la. Ele podia sentir sua dor emocional. O único consolo que tinha era que a dor física dela não era mais um problema. Com uma maldição murmurada, Kelan se levantou e se dirigiu para a porta. Talvez houvesse alguns guerreiros trabalhando na sala de treinamento. Uma vez que não conseguiria achar um dos seus irmãos no momento, talvez pudesse bater em alguns dos novos guerreiros a bordo. *** Trisha ficou olhando para a porta fechada. Ela estava em total confusão e isso estava irritando-a. Ela estava sempre no controle. Seu pai lhe ensinou que perder o controle poderia significar a diferença entre a vida e a morte. Não que estivesse realmente em uma situação de vida ou morte agora. Ela estava mais em uma batalha de vontades, ela pensou com um sorriso. Ela iria para casa, para o seu pai de uma forma ou de outra. Tinha sido anos, ela pensou distraidamente enquanto se movia para o banheiro, desde que tinha se sentido viva. Não desde antes do acidente. Trisha olhou para Bio, que estava de volta à forma do cachorro com um sorriso divertido. — Ele sabe o quão mal você realmente é? — Trisha perguntou com humor. — As imagens que você está enviando são totalmente falsas. — A simbiose, Bio, apenas riu e sacudiu sua enorme cauda para frente e para trás. — Eu acho que as garotas realmente precisam ficar juntas. Você apenas foi astuta jogando com seu coração, até que ele se sente tão mal que ambas o teremos comendo nas nossas mãos. — Trisha riu.
Trisha estava tentando não rir das imagens que a simbiose ao lado dela estava fazendo e enviando para Kelan. Kelan, Trisha pensou com um sorriso tolo. Deus, para um alienígena ele com certeza sabia beijar, e aqueles músculos... Apenas UAU. Depois que Bio atirou Kelan para o corredor nu como um pássaro, Trisha começou a planejar sua próxima estratégia. Ele disse que não pode. Não. Bem, ela era uma garota. Sempre que alguém lhe dizia que não podia fazer algo, fazia de sua missão conseguir exatamente o oposto. Ela riu quietamente enquanto se lembrava de ter sido informada de que nunca entraria no programa espacial por causa de seu acidente. Fodam-se eles! Ela estava tão longe no espaço que era um buraco negro no deles você-sabe-o-que! Trisha pensou com um suspiro satisfeito. Agora tudo o que precisava fazer era cumprir sua promessa ao pai dela para levá-lo com ela! Os pensamentos de Trisha foram sacudidos de volta ao presente quando ela viu seu reflexo no espelho do banheiro. Seus olhos se arregalaram em descrença quando ela olhou para seu estômago. Seus dedos levemente traçando sobre a superfície plana, lisa que tinha sido coberta em uma dispersão de cicatrizes. Ela deixou seus olhos vaguear até seu ombro onde era suposto ter outra longa, faixa de cicatrizes de onde sua clavícula tinha sido quebrada. Trisha virou os braços procurando as incisões onde os cirurgiões inseriram as astes de metal em seus pulsos e antebraço. Tremendo, continuou sua busca olhando para todos os lugares onde os cirurgiões trabalhavam em seu corpo ferido e quebrado. A dor não foi à única coisa que se foi, assim como todas as cicatrizes. Em seu lugar estava a pele macia, lisa, intacta. Trisha olhou para Bio que estava deitada na entrada do banheiro silenciosamente observando-a. — Você fez isso, não foi? Você foi capaz de me consertar quando ninguém mais poderia. — Perguntou Trisha em voz baixa, descrente. As lágrimas brilhavam em seus olhos quando sentiu que o calor a envolveu quando Bio enviou ondas de conforto por ela. Oh, papai, eu queria que você pudesse me ver inteira novamente. Trisha pensou enquanto continuava a olhar com incredulidade para sua imagem.
Kelan esfregou seu ombro, onde um dos guerreiros deu um soco afortunado. Ele provavelmente não deveria ter atacado seis de uma só vez, mas ele estava sentindo como um desafio. Ele estava ficando velho para isso, ele pensou com tristeza enquanto olhava para seu copo. Kelan puxou outra garrafa em sua direção. Ele estava em sua quinta garrafa do valioso vinho Curizan. Ele saiu da sala de treinamento mais cedo sob o olhar de desaprovação de Jarak, fazendo o seu caminho até a área de jantar. Antes de partir, Jarak informou-o em termos inequívocos que ele estava cansado de Kelan, Trelon e aquelas mulheres irritantes. Eles estavam enviando todos os seus homens para médicos e ele estava ficando sem pessoal. Quando Kelan chegou à sala de jantar, a palavra já se espalhara sobre a cabeça dele batendo na sala de treinamento. Depois que a maioria dos homens se apressaram para sair da sala quando ele entrou, Kelan decidiu pegar uma mesa longe de todos. Agora, ele estava bebendo lentamente até o esquecimento. Ele estava servindo um copo de vinho quando seu irmão Zoran entrou. — Eu não sei o que fazer, Kelan. — Zoran começou quando ele pegou a garrafa longe de Kelan e se serviu um copo cheio de vinho. Kelan ouviu o que seu irmão estava dizendo, algo sobre desaparecer... Blá, blá, blá. Era demais para seu cérebro encharcado absorver. Kelan franziu a testa, não deveria fazer algo com seu irmão mais velho? Oh sim, eu deveria matá-lo, Kelan pensou com um sorriso zombeteiro. Kelan pegou outra garrafa desde que Zoran pegou a dele. Ele o mataria mais tarde. Levaria muita energia fazê-lo agora. Kelan derramou um pouco mais de vinho em seu copo e um pouco sobre a mesa. Sacudiu seus ombros, ele se concentrou em tentar conectar seu copo com sua boca. — Estou pronto para levá-las de volta! — Kelan arrastou lentamente para fora. Ele franziu a testa. Não, ele não estava pronto para levá-las de volta. Ele ia manter a chamada Trisha. Ela era dele. Ele só precisava mostrar a ela. Agora, as outras ele levaria de volta em um piscar de olhos, especialmente a companheira de Trelon. Não, franziu o cenho novamente, não a companheira de Trelon. Trelon precisava dela. Ele levaria as outras duas de volta. Mas se
fizesse isso, sua companheira e a companheira de Trelon iriam querer voltar então também não poderia levá-las de volta. Kelan sentiu um gemido escapar dele. Porra, também teria de ficar com elas, pensou desesperado. Sua nave de guerra e seus homens teriam que suportar até chegar em casa. Kelan levantou um olhar de olhos borrados para Zoran. Era tudo culpa de Zoran! — Eu estive com ela... Ela. Ela é mandona, opinativa, teimosa... — Kelan soluçou no meio de sua acusação —... linda e muito sexy. Zoran franziu o cenho para Kelan. Ele nunca tinha visto seu irmão perder o controle em todos os anos que estavam juntos. Antes que Zoran pudesse pensar em uma resposta, Trelon veio grunhindo e murmurando em voz baixa. — Eu preciso de uma bebida. — Trelon disse lançando um olhar que enviou adagas para Zoran. Ele agarrou a garrafa de vinho que Kelan tinha acabado de puxar para ele e bebeu profundamente dela antes de apontar um dedo para Zoran e soltar todas as suas hostilidades reprimidas em sua direção. Limpando uma mão em sua boca, ele rosnou: — Vou matar uma pequena fêmea humana de cabelos vermelhos e roxos. Eu vou rasgá-la, queimá-la até as cinzas, e depois colocá-la de volta junto novamente para que eu possa fazê-lo repetidamente até que ela implore por misericórdia. — Levou tudo dentro de Kelan para não se juntar a Trelon quando Zoran teve a coragem de perguntar. — O que está errado? — Ele poderia ter dado a Zoran uma lista que teria durado até o próximo século. O que estava errado era que ele era mais sortudo do que o inferno e exceto por usar sua própria mão, não estava recebendo qualquer atenção! Seu dragão estava pronto para levá-lo e destruir a nave, se isso era o que precisasse para chegar à sua companheira, sua simbiose estava enviando imagens eróticas de Trisha na unidade de limpeza, no banho, e estava prestes a bater a merda fora do seu irmão, mas ele estava muito preso à sua companheira para levar a surra que merecia! Então, para terminar, estava muito bêbado para bater a merda fora de Zoran quando ele finalmente teve a coragem
de fazer uma aparição. A vida não era justa e estava começando a irritá-lo, a autodisciplina sendo amaldiçoada. Ele queria sua companheira! — Errado?! — Perguntou. — Trelon rosnou apontando a garrafa em Zoran. — Eu vou te dizer o que está errado. Você aterrissou em um maldito planeta de mulheres que iria deixar qualquer macho distraído, em seguida, agir como se fosse culpa do macho! Não, você não poderia pousar em um planeta onde nossa simbiose iria querer matar a fêmea e nosso dragão iria acha-las repulsivas. Você teve que aterrissar em um planeta onde minha simbiose é tão ligada com a fêmea que faz cada maldita coisa que ela pede independentemente do que eu digo e meu dragão está tão excitado que está prestes a me rasgar se eu não a reivindicar antes que outro macho faça, eu só não posso pegá-la por tempo suficiente para fazê-lo. — Você também? — Perguntou Kelan antes de dar a Trelon um olhar franzido. Havia dois dele. Quando Trelon se clonou? Kelan pensou em confusão. — Minha mulher se recusa a reconhecer-me como seu macho. Tudo o que ela faz é citar seu nome, posição e algum número horrível que eu não consigo lembrar. Ela insiste que eu tenho que levá-la para casa. Minha simbiose está dormindo com ela como se fosse seu novo animal de estimação me enviando imagens dela acariciando e coçando e falando sem sentido enquanto eu e meu dragão sofremos. — Kelan resmungou enquanto sua cabeça caiu para frente. Ele provavelmente não deveria ter bebido a última garrafa de vinho. — Ela até disse que se eu quisesse ficar na minha forma de dragão, iria arranhar minha barriga, mas não iria me tocar nem com o dedo dos pés. — O dragão de Kelan gostou muito dessa ideia na época e ainda estava bravo com Kelan por se recusar a mudar. Kelan se perguntou distraidamente se todas as fêmeas humanas eram tão irritantes. Se assim fossem, os homens desse planeta poderiam tê-las. Bem, nem todos eles. Pelo menos, não Zoran, Trelon, e suas companheiras, mas poderiam ter o resto. Ele pensou em proibir qualquer conhecimento de seu planeta no caso de algum outro pobre homem desavisado fosse encontrá-lo, embora
pudesse enviar os Curizans ali. Isso serviria. Não, pensou Kelan novamente. Creon gostava de Ha'ven que era o líder dos Curizans. Droga, a vida era tão injusta! Kelan ouviu quando Trelon contou a Zoran sobre as outras duas fêmeas que ele tinha sob guarda. Kelan não estava com disposição para lidar com mais de seus truques. Elas causaram danos suficiente para durar um século ou mais. Ele ficaria muito feliz em deixa-las trancadas em seus aposentos até chegarem a Valdier. Então, ele as entregaria a Zoran e o deixaria lidar com elas. — Por que suas fêmeas não estão sob guarda? — Zoran perguntou enquanto terminava a bebida e pegou outra garrafa de vinho. — A de nome Trisha está sob guarda, na minha cabine. — Kelan murmurou. — Infelizmente, eu não posso entrar porque ela tem minha simbiose me atacando e me arrastando para fora toda vez que tento entrar. Espere até levá-la para casa. Vou enviar minha simbiose para passear e assim que ela se for, bam, ela é minha! — Kelan riu ao pensar em finalmente ter a mulher indefesa. Ok, ele estava feito. Os comandantes de um navio de guerra Valdier não riam. Era hora de fazer uma retirada para a sala de conferência do comandante, que era sua residência atual. Ele ia ter um inferno de uma ressaca quando eles chegassem ao planeta amanhã, uma vez que ele não tinha a sua simbiose para ajudá-lo e ele estava muito cheio de orgulho para pedir ao curandeiro uma medicação. Não, a vida não era apenas injusta, às vezes era uma merda. Esse pensamento foi confirmado quando Zoran anunciou que iria mandar Mandra preparar um jantar para apresentar todas as mulheres ao seu mundo. — Oh, alegria, seremos humilhados na frente de todos. — Kelan disse azedamente antes de arrastar seu traseiro bêbado para fora da cadeira enquanto ainda podia caminhar e se dirigiu para sua solidão, novos aposentos da ponte. Estava ficando muito cansado de dormir no sofá.
Capitulo Sete
Trisha olhou em silêncio pétreo quando Kelan ordenou aos homens para preparar o transportador para o próximo grupo ir para o planeta. Ela tinha tido apenas breves vislumbres dele nas últimas duas semanas durante a viagem da Terra para Valdier e não entendia como eles poderiam viajar grandes distâncias assim. Ela recebeu vagas impressões de Bio sobre as simbioses e cristais dobrando e deslocando o espaço em intervalos, mas precisaria de muito mais tempo para entender completamente o que estava tentando mostrar a ela. Trisha passou a maior parte do tempo sozinha tentando descobrir como voltar para casa e como tirar um certo alienígena irritante de sua mente. Não ajudava que ela agora estivesse tendo sonhos muito eróticos com ele. Olhando para baixo, ela viu Bio olhando para ela com inocência. Inocência, minha bunda. Trisha pensou com uma sobrancelha levantada. Mais como sabotagem. Ela suspeitava que Bio não estivesse apenas brincando com a mente de Kelan, mas também com a sua. Bio riu e olhou para Kelan com um grande bocejo mostrando dentes que pareciam adagas. Kelan estava fazendo um bom trabalho de enviar adagas para Bio. Era a aparência que ele estava que Trisha se preocupava. Parecia que estava pronto para atacá-la de novo, só que desta vez não achava que ele estava planejando parar. Trisha ficou um pouco envergonhada sobre como ela reagiu a ele quando ele tentou agarrá-la. Ela estava acostumada a ver a forma de suas pupilas mudarem para seu dragão, finalmente aceitando que ele poderia mudar depois das inúmeras imagens que Bio enviou para seus sonhos, mas ficou assustada quando viu a ondulação de escamas e a leve mudança em seu rosto. Provavelmente era o melhor, dizia a si mesma. Ela não queria ter sentimentos por Kelan. Seria mais difícil focar em ir para casa. Casa, Trisha pensou olhando em volta para todos os homens, simbioses e equipamento, estava começando a parecer mais um sonho do que a realidade de quem ela era.
Trisha olhou para onde Ariel e Carmen estavam de pé sob guarda. Ariel olhou para trás e revirou os olhos. Carmen apenas mostrou os dentes a qualquer um dos homens que a olhavam. Trelon, finalmente foi capaz de colocar um rosto com o nome, estava tentando pegar Cara. Boa sorte com isso, Trisha não pôde deixar de sorrir enquanto observava Cara fugir do alcance de Trelon uma e outra vez. Trisha olhou para cima quando a porta se abriu novamente e Abby e seu sujeito, Zoran, entraram no quarto. Abby parecia chocada ao vê-las. Trisha observou enquanto se voltava para Zoran e lhe falava rapidamente. Tudo o que ele disse não parecia fazê-la muito feliz. Bem-vinda ao clube, Trisha pensou sarcasticamente. Isso não é agradável, Trisha repreendeu-se, olhe todas as coisas boas que vieram de ser sequestrada! Ela era tão boa quanto nova, tinha viajado para as estrelas, agora sabia a resposta se eles estavam sozinhos no universo. A única coisa que faltava em tornar isso perfeito era ter seu pai com ela. Então poderia desfrutar de tudo o que estava acontecendo sem se sentir culpada sobre o que seu pai deve estar passando desde o seu desaparecimento. Trisha se assustou quando Kelan gritou para ela. Ele fez um gesto para que ela subisse na plataforma. A mão de Trisha foi para seu estômago para acalmar a horda de borboletas que estavam tremulando dentro dela. Bio pareceu sentir a inquietação de Trisha quando ela se levantou e esfregou contra a perna dela. Trisha sorriu para Bio e gentilmente passou a mão sobre a cabeça grande e dourada. Olhou para trás e olhou nos olhos de Kelan. Viu seus lábios se curvarem em um sorriso gentil e compreensivo. Era como se soubesse que estava assustada, mas não queria mostrar. Seus próprios lábios se curvaram em um sorriso respondendo. Quando ele estendeu a mão em apoio, Trisha não podia negá-lo. Ela colocou sua palma muito menor contra a dele e deixou que a atraísse para a plataforma. *** Demorou um tempo, mas Kelan achou que finalmente entendia o que ele precisava fazer com Trisha. Zoran explicou sobre algumas das questões que ele estava tendo com o medo de sua companheira de ser abandonada em um novo mundo onde tudo era tão diferente. Kelan também ouviu o que Abby disse
sobre as diferenças entre acasalamento humano e acasalamento Valdier. Kelan voltou sobre as informações que arquivaram sobre o planeta das fêmeas humanas, também. Ele passou horas e horas sozinho revisando, estudando e absorvendo tudo o que podia sobre a Terra e suas culturas. Kelan descobriu que as fêmeas gostavam de ser cortejadas. Era um conceito estranho para ele quando os guerreiros Valdier viam a sua companheira e a reivindicaram. Era isso. Se a fêmea lutasse apenas significava um acasalamento mais excitante. Guerreiros Valdier nunca tomavam uma fêmea contra a sua vontade, se uma mulher não estava interessada, o guerreiro e seu dragão saberiam através do perfume dela. Os verdadeiros companheiros ao sentir um perfume, tanto o macho como a fêmea, eram despertados. Kelan podia sentir a excitação de Trisha toda vez que estava perto dela. Essa foi uma das razões pelas quais ficou longe dela. Sabia que ela o desejava fisicamente, mas mentalmente ainda lutava contra seu acasalamento. Leve ela! O dragão de Kelan rugiu furiosamente. Reivindique minha companheira. Em breve, meu amigo. Você se lembra do nosso acordo. Nós devemos cortejar nossa companheira de acordo com os costumes que ela está acostumada. Devemos convencê-la de que é aqui que ela pertence. Kelan respondeu calmamente. Ele se recusou a se distrair de seus planos. Esta era uma guerra que ele estava determinado a vencer. Não podia se dar ao luxo de perdê-la. Perder significaria morrer e não planejava que isso acontecesse por muito, muito tempo. *** Trisha segurou firmemente a mão de Kelan enquanto ele a guiava através de enormes e reluzentes corredores de pedra polida. Enormes plantas em grandes vasos pontilhava os corredores dando-lhe uma sensação exuberante. Os pisos e as paredes eram de um tom esbranquiçado com fios que pareciam ouro e tecido preto. Trisha inclinou a cabeça para trás e olhou para os altos tetos arqueados. Esculturas de guerreiros, dragões e uma grande variedade de plantas e animais os adornavam. Ela ofegou quando parecia que alguns deles estavam realmente se movendo. Ela tentou se concentrar em mapear a maneira que eles estavam indo no caso dela precisar de uma saída rápida, mas ela estava tendo
um tempo difícil de se concentrar quando tudo que ela queria fazer era absorver todas as maravilhas ao seu redor. Foi só quando sentiu o calor do braço de Kelan em volta de suas costas e cintura que percebeu que ele a tinha atraído mais perto enquanto caminhavam. Não ajudou que Bio pressionasse contra seu outro lado empurrando-a contra o comprimento alto e musculoso de Kelan. Trisha corou quando percebeu que Kelan a observava mais do que ele estava olhando para onde estavam indo. — É muito bonito. — Trisha disse timidamente. Deus, ela se sentia como uma garota da escola novamente. Quem iria querer passar por isso duas vezes?! Ela pensou com desgosto — Sim. — Kelan respondeu com um sorriso. Isso foi tudo o que ele disse, mas Trisha sabia que ele não estava falando sobre o palácio em que estavam, estava olhando para ela com aquelas chamas pequenas em seus olhos novamente. Oh, garoto, Trisha pensou enquanto ela começava a esquentar de novo, eu estou em apuros. Trisha sorriu abertamente a um dos guerreiros que passaram. Ela se assustou quando ouviu um rosnado baixo. — Você apenas grunhiu para aquele homem? — Trisha perguntou surpresa. Ela começou a se virar para olhar para o homem por onde passaram, mas Kelan a apertou. — Receio que meu dragão e eu não gostemos de você sorrindo para os outros homens neste momento. — Kelan sorriu com força para Trisha. Ele estava tendo um tempo bastante duro segurando seu dragão. Se ela sorrisse para outro homem, não seria responsável pelas consequências. Tinha estado mais duro do que o inferno pelas duas últimas semanas e estava apenas segurando o pouco autocontrole que permaneceu dentro dele e seu dragão. Se não reclamasse Trisha muito em breve, estava com medo do que poderia acontecer. Estava temeroso sobre ela sobreviver ao acasalamento do fogo do dragão. A última coisa que queria fazer era pô-la em perigo por ser muito áspero
com ela. Ele continuava dizendo a si mesmo que ela era mais frágil do que suas fêmeas, mas estava muito longe para se importar mais. Imaginou a quantidade de dano que sua simbiose curou em uma esperança que ajudaria a lembrá-lo do quão delicada ela era realmente. Kelan franziu o cenho quando se lembrou de todos os danos ao seu corpo. O que acontecera com ela? — O que aconteceu com seu corpo? — Kelan exclamou de repente. — O que causou tanto dano a você? — Trisha começou e teria se afastado de Kelan, mas ele manteve seu aperto em torno de sua cintura. Eles começaram a andar a um ritmo mais lento enquanto Kelan esperava que Trisha respondesse às suas perguntas. Ela mordeu o lábio, hesitando em dizer a ele, mas depois decidiu que realmente não importava mais. Ela estava curada e Peter estava no passado. Nenhum deles poderia machucá-la mais. — Eu estava no exército, na Força Aérea. Eu queria ser uma astronauta e tinha sido aceita no programa de treinamento espacial. — Trisha fez uma pausa antes de adicionar. — Costumava sonhar em tocar as estrelas. — Disse com um leve sorriso enquanto olhava para Kelan. Vendo seu olhar intenso, ela continuou suavemente. — Eu acho que eu deveria começar do começo para que você possa entender tudo. Minha mãe e meu pai casaram, essa é à nossa maneira acasalar, em uma idade muito jovem. Minha mãe morreu de um aneurisma cerebral quando eu tinha um ano de idade. Meu pai me criou sozinho. Ele é o homem mais incrível! É inteligente, gentil e o melhor pai que uma garota poderia desejar. Ele possui um negócio chamado Grove Wilderness Guides em um estado chamado Wyoming. — Trisha fez uma pausa e olhou para cima duvidosa para Kelan. Certamente, ele realmente não queria ouvir sobre sua história de vida. Kelan queria saber tudo o que havia para saber sobre sua verdadeira companheira. Ele sabia profundamente que, o que ela estava prestes a dizer-lhe que era muito importante. Ele olhou ao redor do corredor e percebeu que eles não estavam longe de sua habitação, mas longe o suficiente e ele queria que ela terminasse o que ela estava dizendo antes que mudasse de ideia. Espiando um recanto para a direita ao lado de um dos grandes vasos que adornavam o palácio,
ele parou e lentamente apoiou Trisha nele. Ele pressionou-a contra a parede enquanto sua simbiose se deitava diante dela, impedindo-os de serem perturbados. Kelan afastou um fio solto do cabelo de Trisha de seu rosto, deixando o cacho longo enrolar em torno de seus dedos. Ele puxou-a até o nariz e cheirou a fragrância delicada. Mantendo-a entre seus dedos, ele tocou as mechas macias ao rosto de Trisha. — Vá em frente. — Kelan disse suavemente. Trisha olhou para Kelan aturdida. Ela o desejava tão mal naquele momento que não teria protestado se ele fosse levá-la naquele instante. Nunca tinha sentido isso tão fortemente sobre alguém antes, nem mesmo Peter. — Kelan? — Trisha perguntou com uma voz incerta. — Você vai me beijar? Kelan sentiu seu dragão estalar com atenção no pedido de Trisha. Seu dragão não era a única coisa que levantou. Seu sangue aquecido fluiu para o sul em uma piscina em seu pênis reforçando-o com necessidade até doer latejando contra a frente de suas calças. Ele respondeu ao seu pedido da única maneira que podia, selando seus lábios nos dela em um beijo desesperado, cheio de desejo e necessidade. A queria tanto que era como um vício que percorria suas veias. Ele nunca tinha desejado nada em sua vida como desejava o gosto dela. Kelan aprofundou o beijo quando Trisha separou seus lábios, deslizando a língua para dentro e bebendo profundamente. Ele não conseguiu suprimir o gemido de fome que escapou enquanto o gosto doce de Trisha o dominava. Kelan envolveu seus braços em torno da cintura fina de Trisha puxando-a contra ele, ao mesmo tempo em que a empurrou ainda mais contra a parede. Trisha ergueu-se sobre os dedos dos pés para ficar um pouco mais alta. Kelan pareceu entender a necessidade de Trisha de se aproximar e levantou-a para que ela pudesse envolver suas longas pernas ao redor de sua cintura. A posição alinhou o núcleo quente, feminino de Trisha com o eixo duro de Kelan. Kelan balançou os quadris contra Trisha, precisando sentir, tocar e provar cada parte dela. Ele se afastou e começou a dar beijos apaixonados ao longo da mandíbula de Trisha, movendo-se em direção a seu pescoço, seus dentes começando a
alongar quando o seu controle escorregou e seu dragão começou a assumir. Kelan podia sentir o fogo do dragão crescendo dentro dele, mas ele estava além de tentar controlá-lo. Ele queria reclamar Trisha, ali mesmo. Demorou um par de momentos para o som de uma limpada de garganta feminina penetrar sua fome apaixonada por Trisha. — Kelan. — Uma voz feminina divertida disse atrás dele. Kelan inclinou a cabeça contra o ombro de Trisha com um suspiro trêmulo. Os Deuses e Deusas estavam contra ele. Ele nunca iria ter a chance de reivindicar sua companheira, pensou desanimado. Ele deve ter feito algo realmente, realmente horrível para merecer ser mantido em tal agonia constante. Seu dragão gemeu em acordo. Sabia melhor do que discutir com a fêmea tentando chamar sua atenção. — Quem é aquela? — Trisha sussurrou olhando com os olhos arregalados para a linda mulher que estava atrás de Kelan com uma expressão divertida em seu rosto. — Minha mãe. — Kelan sussurrou de volta com um gemido. Trisha ficou vermelha e lentamente soltou as pernas da cintura de Kelan. Uma vez que ela estava de pé em seus próprios pés novamente, resistiu à tentação de enterrar seu rosto no peito de Kelan em embaraço. Não era assim que teria gostado de conhecer a mãe dele. A mãe de Kelan provavelmente pensou que ela era uma prostituta por fazer isso com seu filho no meio do corredor em plena luz do dia. Esta foi definitivamente uma nova experiência para Trisha. Sua única outra experiência em lidar com mães veio da mãe de Ariel e Carmen e sua ex-sogra. — Olá, Dola. — Kelan disse com resignação. Ele podia sentir seu dragão enrolando-se em um beicinho. Sua mãe iria realmente gostar disso. Deve ser a recompensa por todo o mal que ele e seus irmãos fizeram quando eram mais novos, pensou com pesar.
Os temores de Trisha de encontrar a mãe de Kelan, Morian, foram rapidamente aliviados. Em vez de ficar chateada ao encontrar um de seus filhos numa posição comprometedora em um lugar público, ela acabou ficando encantada. Isso era mais do que Trisha poderia dizer para Kelan. Ele rosnou, gemeu e gemeu sem sucesso. Morian não seria afastada de encontrar Trisha. Acompanhou-os até os aposentos de Kelan, onde Trisha foi informada de que ficaria, e se Trisha tivesse razão, uma promessa velada para terminar o que começara no corredor. Kelan finalmente se desculpou para lidar com algum negócio urgente, mas não antes de enviar a sua mãe um olhar furioso. Morian simplesmente ignorou seu filho e acenou para ele com um sorriso malicioso. Trisha decidiu então que amava a mulher. — Há um jantar esta noite para recebê-la e as outras mulheres no nosso mundo. Eu não posso começar a expressar a minha alegria em descobrir que não apenas um dos meus filhos tem sido dotado de uma verdadeira companheira, mas três! Para eles encontrá-las, em outra espécie, traz a promessa a nosso mundo. — Morian estava dizendo enquanto derramou uma bebida quente que cheirava muito como um tipo de chá. Entregando um para Trisha, ela se recostou contra as almofadas do sofá com um sorriso contente. — Espero que eu seja presenteada com filhos de meus filhos em breve. — Acrescentou com um brilho em seus olhos. Trisha corou e tomou um gole da bebida. Ela saboreou o sabor mentolado do chá. Esperava que ajudasse a acalmar seu estômago como o chá de hortelã usado também em casa. Pensar em casa trouxe lágrimas súbitas aos olhos de Trisha. Precisava chegar em casa, quanto antes melhor. Seu pai deve estar devastado por seu desaparecimento. Talvez a mãe de Kelan pudesse ajudá-la. — Eu tenho que voltar para casa para o meu planeta o mais rápido possível. É imperativo que eu volte. — Trisha disse ferozmente.
A mão de Morian parou no ato de levantar a delicada xícara até seus lábios. Ela franziu o cenho enquanto olhava nos olhos de Trisha e abaixava sua xícara de volta ao seu colo. — Você não queria vir com meu filho? — Ela perguntou suavemente. — Eu... Nós... — Trisha tentou responder a sua pergunta sem perturbar Morian. — É complicado. A nossa amiga, Abby, foi raptada por um homem muito mau. Estávamos perseguindo-os para resgatá-la. Não sabíamos que havia coisas como alienígenas ou dragões ou o que quer que eles fossem chamados. Nós só queríamos salvar nossa amiga. — Trisha explicou desgostosa. Morian olhou nos olhos de Trisha, como se estivesse tentando ver profundamente em sua alma. — Por que é tão importante para você voltar? — Ela perguntou cuidadosamente. Os olhos de Trisha se encheram de lágrimas e dor ao pensar no que seu pai deveria estar passando. Inicialmente, Trisha explicou o que ela tentara explicar a Kelan no corredor sobre seu pai e por que era tão importante para ela voltar para ele. Ela contou a Morian sobre o acidente, o casamento fracassado e a dor e sofrimento que seu pai sofreu durante o ano e meio que levou Trisha a conseguir se recuperar. Trisha não deixou nada de fora. Nem sua dor, nem seu sofrimento, nem mesmo sua luta para viver novamente. — Meu filho sabe tudo isso? — Morian perguntou suavemente quando a voz de Trisha desvaneceu-se ao silêncio. Trisha sacudiu a cabeça. — Eu estava começando a explicar a ele quando nos distraímos. — Ela disse com uma cor rosada destacando suas bochechas. Morian sentou-se contra as almofadas do sofá e estudou Trisha por alguns momentos antes de responder.
— Então, você deve retornar para seu pai. É a única maneira. — Ela ergueu a mão quando viu o olhar de esperança de Trisha. — Mas, entenda, você é a verdadeira companheira de meu filho, quer você queira acreditar nisso ou não. Você foi aceita por sua simbiose que adorna seus pulsos. Você foi aceita por seu dragão que a quer tão desesperadamente como meu filho. Você deve entender que deixá-lo agora seria condená-lo à morte. Agora que ele sabe que você existe, não pode sobreviver sem você. — Morian fez uma pausa para deixar que o que ela estava dizendo afundasse antes que ela continuasse. — Mas, se eu voltar para o meu pai... — Trisha só começou e parou quando Morian sacudiu a cabeça. — Eu disse que você deve voltar para seu pai. Você disse que prometeu que se fosse às estrelas, o levaria junto, não é verdade? — Morian olhou para Trisha com expectativa. Com o assentimento de Trisha, ela continuou. — Então, meu filho deve levá-la de volta para que você possa trazê-lo com você para viver aqui. É a única maneira de todos vocês serem felizes. — Trisha olhou para Morian sem acreditar. Ela fez algo que parecia tão impossível, soar tão fácil. — Você acha que Kelan faria isso? Por mim? Pelo meu pai? — Trisha perguntou hesitante. Morian riu suavemente. — Minha querida, meu filho lhe daria todo o universo se pudesse. Você não sabe? Você é a coisa mais importante em sua vida. Você é o próprio ar que ele respira. Trisha estava rindo de algumas das histórias que Ariel estava contando. Ela quase sentia pena dos outros irmãos de Kelan, Mandra e Creon. Ariel e Carmen estavam dando a ambos os homens um mau tempo. Trisha estava em um humor muito melhor depois de passar algum tempo com Morian. Ela parecia fazer a vida parecer bem mais simples. Depois de descobrir o que Trisha precisava fazer para convencer Kelan a levá-la de volta à Terra para seu pai, passaram a maior parte da tarde com a costureira. Morian ordenou a um dos guardas que trouxesse Ariel, Carmen e Cara para os novos aposentos de Trisha, para que se preparassem para o jantar naquela noite.
Infelizmente, Carmen recusou-se a vir e Cara não pôde ser encontrada. A última pessoa que a viu, disse que ela estava voando na parte de trás de um pássaro gigante de algum tipo. Morian estava determinada a não ser negada, porém, e deu para as costureiras as medidas de ambas as mulheres ausentes para que pudessem ter roupas feitas. Ariel e Trisha amaram o desfile de moda que a costureira fez para elas usando mulheres diferentes do palácio como modelos. Depois de alguns regateios, Trisha foi capaz de escolher alguns trajes. Trisha não era muito de se vestir de menina, sendo assim, levou tanto Ariel quanto Morian para finalmente fazê-la ceder. Ariel, por outro lado, adorava usar vestidos. Ela ainda fez sugestões de alterar os desenhos de alguns para combinar com alguns dos estilos encontrados na Terra, com um sorriso que prometeu que os homens em Valdier iriam adorar as mudanças. Estavam apenas terminando quando um criado veio pedir-lhes que se juntassem a Abby para tomar um refresco. — Por que você não pediu a Abby para se juntar a nós? — Trisha perguntou educadamente quando ela colocou um alfinete de volta no carrinho para a costureira. — A costureira já preparou vários trajes para Abby. Zoran estava preocupado que ela estivesse exausta e queria que ela descansasse por um tempo. Temo que tenho outras questões urgentes, por isso não poderei me juntar a vocês. Estou ansiosa para encontrar minha nova filha mais tarde esta noite. Se vocês me desculparem, eu vou me despedir por agora. — Morian disse com um sorriso suave. Ela deu a Trisha e Ariel um abraço e um beijo antes que elas se separassem no corredor fora das habitações de Trisha. — Eu realmente gosto dela. — Ariel disse com um sorriso. — E, não diga a Carmen, mas eu acho que este lugar é muito quente. — Trisha riu. Ela concordava. Ela não diria a Carmen e ela estava pensando que este lugar era muito quente também, especialmente quando ela pensou em Kelan nele. Eles estavam seguindo o criado por uma série de corredores. Trisha e Ariel estavam quase lá quando as simbioses de Kelan e de Mandra vieram trotando até elas. Bio estava de volta à forma de um cão e a de Mandra, bem, Trisha não
tinha certeza de que forma estava a dele, mas Ariel não parecia se importar. Não disse nada quando viu outras faixas douradas girarem nos braços de Ariel formando fitas delicadas em seus antebraços quando Ariel se esticou para abraçar a criatura dourada. Trisha estava apenas respondendo a um comentário que Ariel fez quando a porta dos aposentos de Abby se abriu. — Você viu o material e alguns dos trajes que essas mulheres costuraram? — Trisha estava dizendo. Ela distraidamente passou os dedos sobre a enorme cabeça dourada de Bio. — Eu sei que vou ficar bem esta noite naquela criação verde. Os homens não saberão o que os atingiu! — Ariel respondeu. — Ei, Abby. — Trisha e Ariel gritaram juntas com um enorme sorriso quando viram Abby olhando para elas com um sorriso atordoado em seu rosto. Trisha olhou em volta do quarto extravagantemente decorado e deu um assobio baixo. — Uau, você pode superar o tamanho deste lugar? — Ariel perguntou enquanto ela se afastava para deixar entrar uma jovem criada que estava carregando uma bandeja de bebidas. Trisha assistiu Abby se mover para a mesa baixa e abrir espaço para a bandeja, agradecendo em silêncio à jovem que rapidamente se curvou e saiu, fechando a porta atrás dela. Ela não poderia ajudar, mas sentiu que Abby se encaixava perfeitamente neste lugar. Abby parecia ter aquela elegância tranquila que se encaixava perfeitamente em um palácio. — Oi. Venham sentar-se e tomar algumas bebidas. — Abby disse enquanto servia três xícaras de chá antes de se acomodar numa cadeira acolchoada perto da janela. — Carmen não está com vocês? — Ariel soltou um suspiro pesado antes de balançar a cabeça.
— Carmen... Está sendo Carmen. — Os cabelos longos de Abby caíam sobre seu ombro e desceram de um lado enquanto ela puxava suas longas pernas para baixo dela. — O que isso significa? — Trisha tomou outra cadeira enquanto Ariel sentava pesadamente no sofá em frente à Abby. — Carmen tem problemas. — Disse enquanto ela tirou os sapatos e enrolou as pernas sob ela. — Não, é mais uma questão de dor. — Dizia Ariel. — Ela perdeu o marido há três anos e nunca se recuperou disso. — Você acha que estar aqui está tornando mais difícil para ela? — Perguntou Abby suavemente. Trisha podia ver a preocupação e a culpa nos olhos de Abby quando ela fez a pergunta. Trisha pessoalmente pensou que isso poderia ter sido a melhor coisa que aconteceu a todas elas. Sabia que quando seu pai estivesse aqui com ela, ficaria perfeitamente feliz por ficar. Queria explorar os sentimentos que tinha por Kelan e sabia que havia apenas um lugar onde ela poderia fazer isso, em Valdier. Kelan nunca estaria seguro na Terra. Só precisava convencer os dois homens mais importantes em sua vida que ela precisava de ambos. Trisha e Ariel balançaram a cabeça ao mesmo tempo. Ariel deu a Abby um pequeno sorriso. — Acho que estar aqui foi a melhor coisa que já aconteceu com Carmen. Ela não pode fugir aqui. Pelo menos não como ela tem feito. Ela estava procurando uma maneira de morrer para estar com Scott novamente. Ela não pode fazer isso aqui. Trisha não pôde resistir a acrescentar com um sorriso malicioso. — Eu não acho que Creon vai deixá-la correr mais.
— Quem é Creon? — Abby perguntou olhando para frente e para trás enquanto Ariel franzia o cenho para Trisha. — Creon é um filho da puta assustador... — começou Ariel. —.... É alguém que está quente por Carmen e é provavelmente o único que pode quebrar o muro que ela construiu. — Trisha terminou obstinadamente. Era verdade, ela ouviu sobre o que aconteceu na sala de transporte depois que ela e Kelan foram transportados para baixo. Parecia que quando Creon conheceu Carmen, houve uma bela luta. O que surpreendeu Trisha foi que parecia que esse cara, Creon não deixaria nenhum dos outros guerreiros perto de Carmen e não foi porque ela os tinha machucado. Pelo pouco que ouviu, ele estava rugindo MINHA para quem se aproximasse dela. Ariel olhou para Trisha antes de bufar de forma delicada e respondeu suavemente. — Você tem razão, é claro. Carmen nunca teria deixado ir, desde que ela estivesse de volta a Terra. Eu não sei se esse cara Creon será o único, mas eu tenho que concordar que ele parecia muito interessado quando ele a viu pela primeira vez. — Trisha quase riu desse eufemismo. — Então... — Trisha perguntou olhando para Abby. Ela poderia dizer que Ariel queria mudar de assunto. — Você sabe o que é esse jantar esta noite? E se alguém viu Cara? — Abby riu ao explicar o que tinha acontecido antes com Cara. Parecia que quinze minutos atrás, Trelon ainda estava tentando pegar sua libélula muito ágil. — Quanto ao jantar de hoje à noite, eu não sei. Zoran tem sido muito sigiloso sobre ele. — Trisha sacudiu a cabeça enquanto escutava a nova façanha de Cara. Era com ela para manter as coisas divertidas. Depois de conversarem por mais uma hora, Trisha decidiu que estava na hora de se recolher para os aposentos deles. Um pequeno sorriso curvou seus lábios enquanto pensava na palavra – deles – Ela nunca pensou que iria conhecer outro homem. Diabos, nunca pensou que outro homem a quisesse depois de seu acidente, estava tão quebrada e marcada. Peter usou seus ferimentos como uma desculpa a respeito
de porque não a tocaria mais. Mais tarde, ele a culpou de estar confinada a uma cadeira de rodas para justificar o fato de que ele estava tendo casos. O que não disse a Trisha foi que os casos realmente foram iniciados antes do acidente. Ela descobriu aquela maravilhosa notícia quando ela passou por alguns papéis que ele se esqueceu de levar com ele. Trisha balançou a cabeça com nojo. Ela precisava abrir aquele buraco negro novamente, Peter, maldito tinha fugido.
Kelan rosnou para seu irmão, Creon, em frustração. Ele não podia ler o maldito relatório mais rápido? Ou melhor, basta deixá-los lê-los quando eles pudessem se concentrar nele! Entre sua simbiose, sua mãe, e agora seus irmãos, ele ainda estava na mesma posição em que estivera nas últimas duas semanas duro e excitado. Seu foco no tópico da captura de Zoran e da base militar de Curizan que Creon achou abandonado foi limitado ao zero. Seu irmão estava seguro e eles não tinham nada para explodir ou alguém para matar. No que lhe dizia respeito, todo o resto podia esperar até que ele reclamasse a sua companheira. Olhando para a posição do sol, suspirou. No momento em que ele saísse daqui, precisaria se preparar para o maldito jantar que Mandra e sua mãe montaram para as fêmeas humanas. Ele não pôde evitar pensar que a companheira de Trelon poderia sabotá-lo e seria cancelado. Ele olhou para onde Trelon estava sentado do outro lado da mesa. Ele parecia estar prestando tanta atenção à discussão como ele estava. Na velocidade em que estavam indo, Valdier poderia estar sob ataque e nenhum dos irmãos se importaria. Tanto para a família real proteger seu povo! Cada um deles, incluindo Creon, se a carranca escura em seu rosto era qualquer indicação de seu humor, estavam sendo virados de cabeça para baixo e de dentro para fora por um bando de mulheres delicadas e enfurecedoras de outro mundo. Kelan praticamente gritou de alívio quando Zoran finalmente disse que não havia nada mais que pudessem fazer pela noite. Kelan suspeitava que Zoran só queria voltar para sua verdadeira companheira, bastardo sortudo. Se, não, Kelan pensou com determinação sombria, quando ele tivesse Trisha sozinha esta noite ele não estaria deixando seus aposentos até que ele a reivindicasse como sua verdadeira companheira.
Kelan dirigiu-se para a porta. Ele estava no meio do corredor quando ouviu seu nome ser chamado. A única razão pela qual desacelerou foi porque era sua mãe. Kelan olhou para ela enquanto caminhava rapidamente para ele. Ele conhecia a expressão em seu rosto e não era um bom presságio para sua paz de espírito. Ela estava em uma missão e Kelan de alguma forma suspeitou que envolvia sua companheira. — Olá de novo, Dola— Kelan disse dando a Morian um leve beijo em seu rosto. — Eu teria pensado que você estaria se certificando de que todos os preparativos para o jantar estivessem concluídos. — Morian dirigiu a Kelan um olhar reprovador. — Claro, eu me certifiquei que tudo estava preparado. Eu preciso falar com você sobre a sua verdadeira companheira. — Morian disse enquanto passava o braço por Kelan e começava a caminhar em direção a seus aposentos com ele. Kelan franziu o cenho. — Sobre ela? — Perguntou desconfiado. — Você deve devolvê-la ao seu mundo natal o mais rápido possível. — Morian começou. — NUNCA! — A palavra explodiu de Kelan antes que ele pudesse pensar em segurá-la. Seu dragão veio à vida em uma fúria súbita. Nunca deixaria sua companheira ir. Minha! Ela é minha! Grunhiu possessivamente. Calma, meu amigo, eu nunca deixarei nossa companheira. Kelan aproximou-se para acalmar o fogo ardendo que ameaçava escapar dele. Como sua mãe poderia sugerir que ele devolvesse sua verdadeira companheira? Ela sabia que era impossível. Morian parou no meio do corredor e virou-se para ficar de frente para Kelan. Ela continuou gentilmente, mas firmemente. — Você deve devolvê-la a sua casa para que ela possa trazer seu pai. Há muito que você não sabe sobre sua companheira. Ela ama muito o pai e ele é sua única família viva. Está lentamente despedaçando-se sabendo o tipo de dor
que ele está sentindo ao perdê-la. — Morian fez uma pausa quando viu o conjunto teimoso na mandíbula de Kelan. — Kelan... — Morian esperou até que ele olhasse para ela. —... Lembre-se da dor de perder seu próprio pai, agora, imagine o que teria sido se você pudesse tê-lo impedido, ou pior, nunca soubesse o que aconteceu com ele. Para um pai, é ainda pior. Quando Zoran foi raptado e eu não sabia onde ele estava ou o que estava acontecendo com ele... — Os olhos de Morian encheram-se de lágrimas quando se lembrou da dor e do desespero que sentira com a perda de seu filho mais velho. —.... É insuportável. Você não pode deixar o pai de Trisha passar o resto de sua existência sem saber o que aconteceu. Você não pode sentenciar Trisha a viver o resto de sua vida com a dor e o arrependimento de não ser capaz de deixá-lo saber que ela está segura e feliz. — O queixo de Kelan movia-se de um lado para o outro. — Dola, não posso deixá-la ir. — Disse Kelan com uma voz tensa. Ele e seu dragão estavam aterrorizados. Ele estava destinado a perder sua verdadeira companheira antes que tivesse a chance de reivindicá-la? Ele se perguntou. — Leve-a de volta, mas volte com os dois. Só então sua verdadeira companheira conhecerá a paz. — Morian disse suavemente.
Capitulo Oito
Kelan assentiu distraidamente para os guardas colocados fora de seus aposentos. Ele entrou calmamente, sem ter certeza da recepção que receberia depois de conversar com sua mãe. Sua mente estava zumbindo com todos os resultados possíveis. Desde que conheceu a fêmea humana, sua vida não era mais sua. Ele não podia acreditar o quanto tinha mudado em tão pouco tempo. Sabia que teria que levar Trisha de volta à Terra. Só esperava que ela voltasse com ele, com ou sem o pai. Estava começando a descobrir que as fêmeas humanas não sentiam a mesma compulsão de acasalar como uma fêmea Valdier. Uma fêmea Valdier não ligaria para o que acontecesse a ninguém além de seu companheiro. As fêmeas humanas se preocupavam com os outros, muitas vezes acima de si mesmas. Muitas vezes ele se perguntava o que tornava sua própria mãe diferente de uma fêmea Valdier. Era por causa de seu sangue real que diziam vir diretamente dos deuses e deusas? Ou era porque ela nunca conheceu o verdadeiro companheiro? Ele sabia que amava seu pai apaixonadamente, mas ela nunca teve a ligação de almas com o dragão ou a simbiose de seu pai. Quando seu pai foi morto no acidente de caça que levou a vida de seu tio também, a simbiose de seu pai, que ele imprudentemente enviou por conta própria, voltou para a colméia. A localização da colméia é conhecida apenas por seu irmão mais velho, Zoran, e sua simbiose. Se algo acontecesse com ele, a simbiose do próximo sangue real guiaria o novo rei. Alguns pensavam que as simbioses tinham realmente o sangue dos deuses e deusas enviados para proteger os guerreiros Valdier. Aqueles que não vivem pelo código dos guerreiros Valdier perdem o direito de proteção das simbioses, poderes de cura e normalmente não sobreviviam por muito tempo.
Kelan atravessou a sala de estar de seu quarto de dormir. Ele estava no processo de remover sua camisa quando ouviu um suspiro suave. Empurrando a camisa o resto do caminho sobre sua cabeça, olhou com incredulidade a visão diante dele. Todos os pensamentos e dúvidas, bem como todo o seu fluxo sanguíneo, foram para o sul. Kelan deixou sua camisa cair ao chão. Deu um pequeno passo à frente antes de parar, apertando os punhos firmemente e rezando para que pudesse permanecer no controle. Trisha olhou para Kelan e se perguntou se ela tinha cometido um erro tático. Ela nunca deveria ter deixado Ariel escolher e modificar o design de um vestido. Sabia como era Ariel. Ela gostava de usar roupas ousadas que mostravam todas as curvas. Ariel insistiu em entrar e ajudá-la a se preparar para o jantar hoje à noite. Trisha ficou sentada durante duas horas de agonizante tortura enquanto Ariel trançava e torcia o seu cabelo em um penteado elaborado que qualquer estrela de cinema invejaria. Então, ela trouxe o vestido que a costureira alterou. Era um deslumbrante vestido sem mangas preto com um decote escavado em ouro. Havia uma fenda correndo de seu quadril todo o caminho até o chão. Sandálias pretas com brilhantes gemas de ouro espiaram por debaixo da bainha. Bio fez com que Trisha tivesse muitas jóias. Havia delicados embrulhos de ouro passando por seus cabelos. Finas fitas de ouro pendurado de suas orelhas e um delicado colar com um minúsculo dragão na forma e cor de Kelan pendurado em seu pescoço. Bio decidiu terminar os acessórios com braçadeiras douradas em torno dos antebraços de Trisha. Cada uma era de um dragão, um de Kelan e um de uma fêmea entrelaçada. Ariel aplicou apenas uma pequena quantidade de maquiagem ao rosto de Trisha. Ela disse que tudo que Trisha realmente precisava fazer era melhorar seus olhos já escuros. O esboço que Ariel fez ao redor dos olhos de Trisha lhe deu um olhar exótico e trouxe o escuro, castanho chocolate neles. Trisha correu as mãos para baixo sobre seu estômago e ao longo de seus quadris. Ela deu a Kelan um sorriso incerto.
— Você gostou? — Trisha sabia que ela gostava do que via, muito peito nu e músculos. Esperava que ele não escondesse a qualquer momento em breve. Ela não se importaria de fazer uma pequena exploração antes de partir para o jantar. Inferno, ela não importaria se faltassem ao jantar neste momento. Kelan estava ali, devorando Trisha com os olhos. Suas mãos se apertaram e se soltaram enquanto lutava por controle. Seu dragão estava ofegante e babando por sua companheira. Bonita. Minha companheira é linda. Morda agora! Kelan balançou a cabeça em silêncio. Ele não sabia se estava dizendo a Trisha que ele gostava do que estava vendo ou concordava com seu dragão sobre mordê-la agora. Ele inspirou profundamente. Oh, deuses e deusas. Kelan pensou com desespero. Ela cheira bem o suficiente para comer! Trisha observou como Kelan parecia começar a arquejar. Um sorriso perverso curvou seus lábios. Talvez ela não tivesse feito uma má escolha depois de tudo. Se ele gostava da frente, ela se perguntou que tipo de reação teria quando ele visse a parte de trás - ou a falta dela. Sentindo-se incrivelmente bonita e com mais do que um pouco de tesão e ousadia, Trisha decidiu que ela queria descobrir o quanto de controle ele realmente tinha. — O que você acha das costas? Ariel modificou o design. Ela pensou que os rapazes daqui gostariam de ver o que as mulheres da Terra usam. — Trisha disse com um sorriso inocente, pouco antes de virar as costas para Kelan e olhar por cima de seu ombro nu. Um grunhido baixo e profundo explodiu da garganta de Kelan. Seu dragão se recusou a ser negado por mais tempo. A ideia de outros machos verem sua companheira assim quase levou Kelan à insanidade. Normalmente, homens e mulheres Valdier não eram tímidos sobre seus corpos ou seus desejos, mas por algum motivo, o pensamento de outros machos olhando para sua companheira em algo tão sexy, tão excitante era mais do que ele poderia suportar. Ele não queria compartilhar Trisha com nenhum outro macho. Os olhos dourados de Kelan escureceram quando a necessidade de a reivindicar se derramou sobre ele. Ele não seria negado por mais tempo. Com um grunhido baixo, moveu-se
em pés silenciosos em direção a Trisha. Ele a ouviu respirar rapidamente e sentiu sua excitação ante sua aproximação. Ele parou diretamente atrás dela, desafiando-a a resistir a ele. — Você é minha, Trisha Grove. Eu reivindico-a como minha verdadeira companheira. Nenhum outro poderá tê-la. Vou viver para te proteger. Você é minha, minha elila... Para sempre. — Kelan sussurrou contra a pele sensível atrás de sua orelha. Kelan deixou as pontas de seus dedos percorrerem o comprimento das costas nuas de Trisha. Um gemido profundo escapou-lhe com a sensação de sua pele sedosa. Inclinando-se para frente, Kelan correu os lábios suavemente pelo topo do ombro de Trisha, desfrutando de como ela se recostou contra ele. Trisha nem sequer tentou conter o gemido que escapou dela ao sentir os lábios de Kelan contra sua pele superaquecida. Ela inclinou a cabeça para o lado para lhe dar um melhor acesso, grata por ter deixado Ariel convence-la a colocá-lo. Ela queria, precisava, sentir seus lábios sobre os seus. — Nenhum jantar hoje à noite? — Trisha ofegou, soltando o pedido. Kelan correu as mãos para baixo sobre a frente do vestido de Trisha segurando seus quadris e puxando suas costas contra seu eixo duro. — Sem jantar. A única coisa que eu vou comer é você. — Kelan respondeu com voz rouca. Kelan atraiu Trisha de volta contra seu peito nu. A sensação de sua pele contra a dele acendeu um fogo que correu profundamente dentro dele. Eles teriam sorte se chegassem à cama esta noite, pensou Kelan. Kelan inclinou-se para frente, de modo que ele podia acariciar com a língua ao longo da curva do pescoço de Trisha uma vez, e depois duas vezes. Ele sentiu seus dentes se alongando quando seu dragão veio à superfície. Agora, meu amigo. Agora reivindicamos nossa companheira. Na terceira passagem sobre a curva delicada entre o pescoço e ombro de Trisha, Kelan mordeu com força, segurando Trisha contra ele. Ele envolveu
seus braços firmemente em torno dela quando ela teria se afastado, prendendoa contra seu comprimento duro. Quando sentiu seu estremecimento de rendição, começou a respirar o fogo do dragão em sua corrente sanguínea. Ele não só sentiu o rugido de triunfo de seu dragão, mas também sua reivindicação possessiva em sua companheira. Hoje à noite, se os deuses e deusas quisessem, um novo dragão nasceria. Kelan deixou o fogo do dragão derramar dele onda após onda de necessidade quente. Ele estava com medo da intensidade do fogo que jorrava dele e entrava em Trisha. Tinha medo de esperar muito tempo para reivindicá-la. Ele queria recuar, mas parecia continuar a construir até ouvir os gemidos suaves de Trisha se transformarem em gemidos de dor enquanto o fogo varria seu corpo. — Kelan! — Trisha murmurou quando seu corpo reagiu à onda de fogo de dragão varrendo através dela. Ela tentou apertar suas coxas fechadas quando uma inundação de desejo quente varreu para baixo para seu núcleo feminino até ensopar sua calcinha com necessidade. A dor de Kelan mordendo não era nada em comparação com a dor da necessidade que ela sentia rolando através de seu corpo. Seus mamilos incharam como pedras, latejantes e doloridas. Kelan continuou a segurá-la ainda contra seu corpo. Ele pressionou uma de suas pernas contra a parte de trás dela forçando-a a abrir para ele. A fenda em seu vestido caiu para um lado deixando um longo comprimento de pele pálida aberta para a mão de Kelan deslizar para baixo e ao redor até que ele pressionou contra a dor latejante entre suas pernas. Trisha jogou sua cabeça para trás e gritou quando gozou duro e rápido. O corpo de Trisha estava em chamas. Nunca em sua vida ela poderia se lembrar de estar tão excitada. Era quase como se seu corpo pertencesse à outra pessoa. Ela precisava de Kelan ferozmente. Trisha moveu-se contra Kelan, esfregando seu corpo contra o dele e arqueando suas costas para que seu traseiro estivesse pressionado contra seu duro eixo. Ficou assustada quando sentiu que ele estava preso em seu pescoço. A dor que passou pela primeira mordida não era nada comparada com a dor de excitação que estava experimentando agora. Podia realmente sentir sua vagina pulsando, implorando alívio. Tudo o que
Kelan estava fazendo com ela era diferente de qualquer coisa que já tinha experimentado antes. Quando seu aperto sobre sua cintura aumentou, atraindoa mais perto, ela choramingou. A sensação de sua pele nua contra suas costas a fez desejar ainda mais. Era tão ruim, até mesmo suas roupas começavam a doer onde tocava seus seios inchados. Kelan deve ter compreendido a necessidade e seu crescente desconforto porque ele empurrou de lado o longo comprimento de tecido onde a fenda estava expondo sua perna nua ao seu toque. Trisha podia sentir a pressão crescendo enquanto ele lentamente trabalhava seu caminho sob o tecido para seu núcleo superaquecido. No momento em que seus dedos escorregaram entre o material que cobria seu montículo e sua vagina pulsante, ela sentiu uma onda quente lavar sobre seu centro e veio duro e rápido assim que ele afundou seus dedos profundamente dentro dela. Trisha não conseguiu conter o grito. Suas paredes vaginais apertaram firmemente os dedos de Kelan enquanto ela pulsava ao redor dele. Trisha jogou a cabeça para trás enquanto a onda do clímax crescia, caindo na maré furiosa de calor que a lavava. Quando começou a descer do céu de libertação, percebeu que Kelan gentilmente lambia seu pescoço. Gemeu quando ele a virou para ele. O seu peito largo roçou contra o tecido de seu vestido e fez com que seus mamilos doloridos se apertassem contra o tecido. Trisha inclinou a cabeça contra o peito de Kelan enquanto a puxava para perto. Ele estava correndo uma de suas mãos para cima e para baixo da superfície aquecida de suas costas nuas, enquanto a outra a forçava impossivelmente para mais perto de sua dura excitação. Continuou a cobrir seu pescoço. A sensação de sua língua áspera estava começando a despertá-la novamente. Ela fechou os olhos quando sentiu uma doce, mas feroz dor em sua vagina. Trisha não pôde evitar o movimento inquieto de seu corpo contra o dele. — Kelan, o que você fez comigo? — Trisha gemeu suavemente enquanto a inquietação aumentava. Kelan se afastou relutante da marca do dragão no pescoço de Trisha. Tanto ele como seu dragão concordaram que nunca tinham visto uma visão
mais bela. Kelan estremeceu ao sentir a agitação do fogo do dragão em sua companheira. As próximas horas seriam as mais estimulantes e as mais aterrorizantes de sua vida. Se Trisha não fosse forte o suficiente... Não, pensou Kelan, não pensaria no perigo para ela. Ele só se concentraria na alegria de ver sua verdadeira companheira nascer. Ele se recusava a acreditar que qualquer outra coisa poderia acontecer. — É o fogo do dragão de acasalamento. Já começou. — Kelan sussurrou contra o cabelo de Trisha. Ele começou a desfazer suavemente os fios compridos e encaracolados. Ele queria ser capaz de envolver seus punhos em torno dele quando ele a levasse. Queria vê-lo espalhado ao redor dela enquanto ele dirigia contra ela uma e outra vez. Os fios de ouro da simbiose dissolveram-se derramando sobre o pescoço de Trisha. Sua simbiose monitoraria Trisha e a curaria se a machucasse acidentalmente durante o acasalamento. Já podia sentir a pressão dentro de seu corpo enquanto as primeiras ondas de calor e o cheiro inebriante de sua companheira e de seu dragão começaram o processo de transformação. Kelan terminou de desfazer os cabelos de Trisha e viu como caiu como uma cortina perfumada por suas costas quase até seus quadris. Deixou um dedo se alongar e mudar até que uma longa e afiada garra se projetava. Curvando-se para selar seus lábios sobre os de Trisha, Kelan cortou o topo da costura que segurava o vestido de Trisha. Ele caiu em uma onda brilhante em torno de seus tornozelos deixando-a em nada além de um par de calcinhas pretas e suas sandálias de salto alto preto e dourado. Kelan gemeu quando se afastou para olhar os seixos duros que estavam pressionando contra seu peito. A dor de sua ereção lembrou-lhe que ainda estava parcialmente vestido. Ele sorriu quando ouviu o gemido de protesto de Trisha enquanto ele se afastava mais para poder tirar as botas e as calças.
Trisha ficou imóvel enquanto observava Kelan se afastar dela. Ela não estava nem um pouco tímida ou envergonhada por estar nua na frente dele.
Estava além disso. Trisha fechou os olhos e deixou a cabeça cair para trás quando uma onda ardente de necessidade explodiu sobre ela de repente. Era tão forte que podia sentir o líquido de sua excitação enquanto cobria sua calcinha já úmida. O que Kelan disse? Algo sobre um fogo de dragão acasalando. Se fosse qualquer coisa como um fogo real, teria que admitir que estava fazendo um grande trabalho em levá-la para autocombustão. Um gemido escapou dela quando outra onda dolorosa de necessidade a percorreu. Trisha abriu os olhos tão escuros de desejo que pareciam negros. — Kelan. — Disse Trisha com os dentes cerrados. — Kelan... Eu... Preciso de você. — Ela lutou com as palavras quando outra onda construía, mais forte desta vez. Kelan rapidamente tirou as botas e cortou os laços segurando suas calças quando eles se enredaram. Ele saiu deles assim que atingiram o chão. Movendose rapidamente, ele pegou Trisha em seus braços e a levou para a cama colocando-a em suas costas. Ele deixou uma garra se estender brevemente para que ele pudesse cortar os lados de sua calcinha. Trisha ergueu os quadris o suficiente para que pudesse tirá-los de debaixo dela e jogá-los no chão perto de suas calças. Kelan agarrou os quadris de Trisha firmemente em suas mãos mantendo-a levemente levantada da cama e olhou para baixo em seu rosto cheio de paixão. Seu rosto apertou com necessidade quando alinhou seu pau latejante com sua entrada úmida. Nunca mais ele e seu dragão sentiriam a fome incessante. Nunca mais seriam comidos vivos em solidão. — Você é minha para sempre, Trisha. — Kelan rosnou em uma voz profunda enquanto ele e seu dragão avançavam reivindicando sua companheira para a eternidade. Trisha ofegou quando sentiu o comprimento grosso de Kelan esticar seu canal apertado, enchendo-a até que ela não soubesse onde ela terminava e ele começava. Ela gritou com a plenitude. Era apenas o fato de que estava encharcada que permitia que seu comprimento grosso e longo fizesse uma entrada suave para seu núcleo quente. Quanto mais Kelan a enchia, mais quente
a onda de desejo se acumulava, até Trisha agarrar freneticamente os antebraços de Kelan, ofegando. — Por favor! — Implorou Trisha. Ela não sabia ao certo o que estava implorando para ele, tudo o que sabia era que se a pressão dentro de seu corpo não fosse liberada em breve ela explodiria em um milhão de pequenos pedaços. Kelan gemeu quando estava completamente dentro de Trisha. Ele ficou imóvel por um momento, tentando manter o controle. Estava muito perto de perdê-lo e estava com medo do que aconteceria com Trisha se ele fizesse. Kelan fechou os olhos e cerrou os dentes com a dor de segurar. Seu dragão estava rosnando e andando furiosamente. Podia sentir seu fogo queimando dentro de Trisha. Queria ver sua companheira nascer. Kelan estava lutando pelo controle com seu dragão quando uma dor aguda no pescoço o empurrou de volta para a consciência. Um rugido ensurdecedor irrompeu de Kelan enquanto Trisha afundava seus dentes em seu pescoço. O controle frágil de Kelan desintegrouse enquanto ele e seu dragão se prenderam em sua necessidade de reivindicar sua companheira. Os olhos de Kelan abriram-se e ele agarrou no topo da cabeça de Trisha. Ela estava chupando seu pescoço e mordendo-o em uma tentativa desesperada de encontrar alívio das ondas de calor correndo através dela. Kelan envolveu um braço ao redor de sua cintura, estendendo a mão sobre suas costas para puxá-la mais perto enquanto sua outra mão segurava os dois. As pernas de Trisha estavam enroladas em torno das coxas de Kelan, forçando-o a penetrálo mais profundamente enquanto tentava balançar contra ele. Kelan puxou quase todo o caminho para fora antes de bater de volta no calor de Trisha. Ele a abraçou firmemente contra ele, de modo que cada impulso ia se aprofundando cada vez mais. Ele queria enterrar seu cheiro tão longe em sua essência que nunca haveria qualquer dúvida sobre a quem ela pertencia também. Trisha soltou o pescoço de Kelan e começou a salpicar o queixo com beijos frenéticos. Seus braços se enrolaram em torno de seus ombros, arranhando enquanto os poderosos golpes de Kelan balançavam seu corpo. Trisha sentiu a onda de fogo de dragão explodir para atender a reivindicação ardente de Kelan sobre ela. Sua cabeça caiu para trás e um grito silencioso
rasgou de sua garganta quando seu corpo endureceu em um clímax poderoso. Kelan inclinou a cabeça para baixo, esfregando o nariz contra a garganta exposta de Trisha. Ele empurrou uma e outra vez até que as paredes inchadas do núcleo de Trisha o engoliram, segurando-o profundamente dentro dela enquanto ela o rodeava. O grito de satisfação de Kelan ecoou ao redor da sala enquanto derramava sua semente quente contra o ventre de Trisha e enchendo-a com a essência dele e de seu dragão. Trisha recuou contra as suaves cobertas da cama tremendo. Olhou para Kelan, admirada, enquanto continuava a pulsar profundamente dentro dela. Kelan se abaixou até descansar sobre os cotovelos, prendendo o corpo de Trisha dentro de seus braços protetores. Ele sorriu para ela. O acasalamento do dragão estava apenas começando. Eles fariam amor uma e outra vez, cada vez mais intenso, nas próximas horas. Kelan estava sem palavras para descrever como se sentia naquele momento. Porque, mesmo que seu corpo ainda desejasse mais de sua verdadeira companheira, mais uma vez, a fome terrível que antes o corroía, que nunca tinha sido satisfeita, já não arranhava mais em suas entranhas. Em vez disso, um fogo de calor e contentamento, de satisfação encheu-o. Observou cuidadosamente como Trisha começou a se mover novamente sob ele com uma necessidade inquieta. A próxima onda de fogo de dragão estava se construindo. Não havia necessidade de dizer a ela que só ficaria mais quente e mais intensa. Ele podia dizer pelo alargamento de seus olhos que ela podia sentir o calor e a intensidade. Seus lábios se separaram um pouco mais quando tentou agarrá-lo novamente. — Não, mi elila. Coloque os braços para cima e segura na cabeceira da cama. Eu quero ver o seu rosto bonito enquanto eu faço amor com você. — Kelan disse suavemente. — Ah, mi elila, você é tão bonita. Observe-me enquanto eu a reivindico repetidamente. — Kelan sussurrou apaixonadamente. Kelan começou a balançar de um lado para o outro dentro de Trisha, lentamente no começo. Ele mudou seu ritmo para combinar com as ondas se construindo quando começaram a afetar Trisha, gentil no início, em seguida, com crescente intensidade como se as bordas externas de um furacão se
aproximassem da costa desolada que costumava ser sua alma. Kelan observou enquanto Trisha levantava ambos os braços acima de sua cabeça e agarrava a cabeceira da cama. O movimento levantou seus seios firmes para cima, e o rosa de seus mamilos provocam com excitação. Quando aumentou seu impulso, ele observou como seus seios sem moviam para frente e para trás, provocando e tentando-o ao mesmo tempo. Trisha puxou as pernas para cima, mais alto para Kelan poder empurrar mais profundo, as chamas dentro dela se movendo através de seu sangue e chamando por ele e seu dragão. — Forte! — Trisha gritou quando uma onda fluiu para o próximo. — Por favor! Eu preciso tanto de você. — Kelan estendeu a mão para provocar os mamilos duros de Trisha, entre seus dedos, torcendo e puxando-os até que ficassem de um rosa escuro. Trisha explodiu com um grito rouco enquanto seu corpo se fechava em torno dele em outro clímax. Seus braços se esticaram atrás dela em um esforço para segurar um pouco da sanidade que ela tinha quando um clímax fluía em outro. O grito rouco de Kelan seguiu-o pouco depois de Trisha enquanto seu corpo o devorava. Kelan observou enquanto os tons iniciais de cor ondulavam sobre os braços, peito e pescoço de Trisha. Escamas de bronze, ouro e preto dançavam apenas sob sua pele, tentando ele e seu dragão em como a sua companheira seria semelhante. O dragão de Kelan grunhiu de encorajamento para sua companheira. Tentando-a vir para a fora e a nascer para que pudessem estar juntos. A cabeça de Trisha girou ao redor ao som da chamada do dragão, seus olhos olhando profundamente em seu companheiro. Os olhos de Kelan se arregalaram quando ele viu os olhos de Trisha mudarem ligeiramente. O castanho escuro tornou-se ainda mais rico, mais escuro, mais suculento com gotas de ouro espalhadas por eles. Suas pupilas alongaram-se em fendas estreitas enquanto procurava seu companheiro. O dragão de Kelan recusou-se em negar a chance de receber sua nova companheira em seu mundo. Kelan liberou um pouco de seu controle firmemente preso e permitiu a seu dragão uma pequena prova de sua companheira. Os olhos de Trisha se alargaram quando ela viu as escamas ondularem ao longo do peito, braços e pescoço de Kelan. Seus olhos mudaram para as fendas
estreitas de preto rodeadas pelo ouro que Trisha estava acostumada a ver. Soltou a cabeceira da cama e ergueu os dois braços para tocar as escamas ondulando em seu largo peito. Quando ela passou a ponta dos dedos levemente sobre ele, notou as escamas em seus próprios braços. Trisha ofegou e teria se afastado, mas Kelan abaixou e agarrou suas mãos firmemente contra ele. — Não. — Ele disse roucamente. — Não tenha medo. Você é linda. — Trisha observou Kelan levantar suavemente os braços até a boca. Um arrepio passou por ela enquanto sua língua áspera se movia sobre as escamas em suas palmas. Ele se moveu devagar, lambendo e beijando seus pulsos antes de voltar para suas mãos onde correu a língua entre cada um de seus dedos. Trisha seguiu cada movimento de sua língua com fascínio. Ela podia sentir algo se movendo profundamente dentro dela, respondendo ao toque suave. Trisha abriu a boca para perguntar a Kelan o que estava acontecendo com ela, mas a próxima onda de fogo de dragão a atingiu antes que pudesse pronunciar algo mais do que um grito quando um flash de intenso prazer e dor varreu impiedosamente através dela. Kelan sabia que a pior, e mais perigosa, parte do fogo de dragão estava apenas começando. A transformação tinha começado. Não havia volta para qualquer um deles. Kelan saiu de Trisha e a virou. Quando ela se enroscou em uma pequena bola, ele rosnou para ela. Trisha se virou e rosnou para trás, mostrando os dentes. Quando ele estalou os dentes para ela, ela recuou assustada com a intensa queimadura dentro dela. — O que está acontecendo? — Trisha perguntou. — O que há de errado comigo? — Kelan escovou o longo cabelo encaracolado de Trisha para um lado deixando-o cair sobre seu ombro esquerdo. A puxou para cima em suas mãos e joelhos, empurrando uma de suas pernas entre as dela para impedir que ela as fechasse. Ele podia ver os efeitos do fogo do dragão em seu corpo. Sua vagina estava enrubescida e inchada de ambas as relações anteriores e dos efeitos do fogo de acasalamento. A mistura encaracolada de cabelos castanhos claros e escuros brilhava com a umidade, implorando-lhe que a tomasse. A boca de Kelan molhou com a visão. Ele queria, precisava, prová-la desesperadamente.
Colocando uma palma no centro das costas de Trisha, Kelan a forçou para frente e para baixo até que seu traseiro estava alto no ar. Ele passou a mão suavemente sobre ela antes de bater nela. A cabeça de Trisha girou e ela rosnou para ele, mas não se moveu. Bom, Kelan pensou com satisfação, ela sabia se submeter a ele, mesmo se não estivesse feliz com isso. — Você está passando pela transformação. — Kelan respondeu suavemente, nunca tirando os olhos de seu montículo quente. Antes que Trisha pudesse perguntar a Kelan o que queria dizer com transformação, seu mundo se inclinou quando Kelan recostou-se e enterrou seu rosto em sua boceta latejante. Trisha se inclinou e mordeu as cobertas da cama, gritando quando ondas de prazer diferente de qualquer coisa que alguma vez tinha experimentado bateram sobre ela. Kelan beliscou o duro botão Trisha, gemendo enquanto era recompensado por outra inundação de sua essência sobre sua língua. Ele abriu os lábios inchados para que pudesse enterrar a língua profundamente dentro dela movendo-se para dentro e para fora como se seu pau estivesse montando ela. Uma e outra vez, ele bebeu dela fazendo-a chegar até que ela implorou por misericórdia. Sempre que Trisha começava a desmoronar na cama, Kelan a beliscava e lhe dava um tapa na perna em advertência. Ele e seu dragão haviam sido negados por muito tempo. Ele deu a Trisha o tempo que ela precisava em sua nave de guerra, agora ela era dele e do seu dragão. Trisha respondeu rapidamente a Kelan quando a beijou novamente. Movendo-se com uma rapidez que tomou Kelan e seu dragão de surpresa, Trisha balançou uma de suas pernas para trás e em torno do pescoço de Kelan e virou-o. O movimento fez com que seu próprio corpo rodasse com eles, dando a ela a vantagem de continuar o impulso até que estivesse fora da cama. Trisha jogou o pesado cabelo sobre seu ombro e se agachou enquanto ela retrocedia. — Eu não tinha terminado. — Kelan rosnou enquanto ele rolava de joelhos na cama. — Volte aqui. — Não. — Respondeu Trisha.
Os olhos de Kelan se estreitaram e escureceram ao reconhecer que Trisha estava testando ele e o seu dragão. Elas queriam saber se ele era o tipo de companheiro que poderia ser facilmente controlado. Ele se afastou da cama para ficar de pé. Flexionando seus ombros, permaneceu de pé enquanto resmungava um aviso. — Eu disse... Que não tinha terminado. — Kelan rosnou novamente, dando um passo ameaçador em direção a Trisha. — Venha aqui. — Trisha levantou-se de repente e olhou Kelan nos olhos. Inclinando a cabeça para o lado, ela deixou um pequeno sorriso curvar seus lábios antes de responder. — Não. — Kelan se moveu com a velocidade do relâmpago em direção a sua companheira. Ele a faria se submeter. Ele era o guerreiro, o macho, o protetor. Ela era pequena e delicada. Era responsabilidade dele e do seu dragão proteger sua companheira. Kelan estendeu a mão para agarrar Trisha apenas para descobrir que ela não estava lá. Ele girou em descrença para encontrar sua companheira deslizando do outro lado da cama atrás dele. Trisha sentiu-se revigorada por ter a agilidade de seu velho corpo de volta. Ela não sabia por que queria desafiar Kelan. Não era como se quisesse vencêlo ou algo assim. Estava apenas se sentindo brincalhona, como se provocar Kelan para pegá-la fosse parte do rito de acasalamento. Se ele não podia pegála, então ele não a merecia. Trisha observou como os olhos de Kelan brilharam com sua resistência. Ela sentiu uma chama de resposta acender dentro dela fazendo com que ela se contorcesse quando uma inundação quente escorreu pelo interior de sua perna. Kelan deve ter notado. Trisha observou suas narinas se dilatarem e seus olhos se escureceram ainda mais. Ele se agachou e um barulho baixo soou na sala. Trisha o observou cautelosamente. Ela deu um ligeiro passo para longe da cama em direção à parede de trás. Olhando ao redor, ela percebeu que não tinha muitas opções. Havia uma parede atrás dela com um banco de janelas. Havia a sacada com vista para os jardins e cidade, mas tinha quatro andares de altura. O acesso à área de estar estava fora de questão desde que Kelan estava entre ela e a porta. Seus olhos voaram para o banheiro. Era o único outro lugar onde poderia chegar, se pudesse distraí-lo o tempo suficiente
para alcançá-lo. Trisha deu um passo para o lado se movendo em direção ao banheiro, na esperança de distrair Kelan do que ela planejava fazer. Ele a surpreendeu, porém, quando, em vez de virar a cama como ela pensou, ele saltou sobre ela. Trisha soltou um guincho e mergulhou de novo na cama. Só que desta vez, rolou por debaixo dela. Kelan soltou um rugido e saltou para baixo, assim quando ela estava fora de seu alcance. Trisha continuou a rolar com uma risada e saiu do outro lado. Kelan ainda estava de joelhos antes de perceber o que estava fazendo. Sua cabeça surgiu sobre o topo da cama e ele sorriu para ela em surpresa. Sua pequena companheira não era só brincalhona. Ela era inteligente, ágil e rápida. Kelan podia sentir o estrondo de aprovação de seu dragão. Trisha riu quando ela girou para o banheiro. Kelan estava decidido a não ser superado. Ele saltou para cima, rolando em toda a cama, e foi atrás de Trisha capturando ela apenas quando chegou à porta para a unidade de limpeza. — Peguei você, pequena. Agora, você é minha para reivindicar. — Kelan brincou quando ele envolveu seus braços em torno da cintura de Trisha e a levantou contra ele. — Eu lhe disse que ainda não tinha terminado. — Kelan sussurrou em seu ouvido. Trisha gemeu quando uma onda aquecida respondeu à sua declaração. — Kelan, o que você está fazendo comigo? Preciso de você de novo. Eu não entendo isso. — Trisha gemeu quando ela empurrou de volta contra ele. O calor estava crescendo dentro dela novamente, desta vez mais quente do que antes. O suor brotou em sua testa enquanto as ondas se aproximavam cada vez mais. Ela sentiu algo se movendo sob sua pele, mas não conseguia se concentrar em nada além da necessidade ardente de vir. Uma onda particularmente feroz a atingiu forte, quase fazendo com que se dobrasse com a intensidade. Trisha gemeu novamente, tremendo. — Por favor, faça parar. — Ela sussurrou enquanto o tremor aumentava. — Eu não posso, mi elila. Ainda não. — Kelan respondeu suavemente enquanto a pegava e a levava de volta para a cama. — Não lute contra isso. — Kelan murmurou enquanto ele pressionava beijos suaves contra sua testa.
Trisha rolou sobre seu estômago assim que Kelan a deitou sobre as cobertas macias. Ela não entendia nada disso. O desejo, a necessidade, o fogo dentro dela era como uma maré forte que a puxava para longe do que conhecia. Não importava o quão duro lutasse contra ele, continuava a varrê-la, puxandoa para baixo até que não soubesse qual caminho levava para cima. Kelan se colocou sobre Trisha assistindo e esperando o momento em que ele e seu dragão a levariam duro e rápido. Kelan sabia que o fogo do dragão em seu sangue estava mudando cada um de seus órgãos, a própria composição de seu sangue para combinar com o dele. Eles seriam como um, a luz para sua escuridão. Os olhos de Kelan escureceram quando ele viu as veias finas dançarem nas costas de Trisha. Ela estremeceu e gemeu, massageando as dobras da colcha entre os dedos enquanto se movia inquieta. Já era tempo. Kelan suavemente levantou Trisha até que ela estava em suas mãos e joelhos novamente. Desta vez, ele alinhou seu pênis inchado com seu núcleo quente. Estava tão inchada que ambos gemeram enquanto ele empurrava lentamente. Apertou os dentes quando sentiu que o canal quente de Trisha se fechava em torno de seu pênis. Trisha gemeu em angústia quando o calor aumentou, e ele sabia que ela estava pronta. — Mais rápido, Kelan. Eu preciso que você vá mais rápido. — Trisha ofegou enquanto ela balançava seus quadris para trás tentando empalar-se ainda mais em seu eixo duro. Kelan fechou os olhos brevemente enquanto lutava pelo controle, esperando que a onda o atingisse. Ele se moveu lentamente para trás e para frente enquanto se movia através dela, ficando mais e mais quente. Quando alcançou seu pico, Kelan bateu forte enterrando-se profundamente até as bolas em Trisha. Os gemidos de Trisha se transformaram em gritos enquanto a pressão crescia, engolfando-a completamente. Kelan e seu dragão rugiram em triunfo enquanto observavam as veias finas aparecerem ao longo de suas costas espalhadas na forma de asas delicadas. Ele bateu nela uma e outra vez, empurrando dentro dela cada vez mais profundo enquanto o calor ia sendo construído até um ponto que ele se perguntou se ambos seriam chamuscados
por sua intensidade ardente. Kelan inclinou-se, envolvendo os cabelos de Trisha em torno de uma mão, forçando a cabeça para trás e para o lado enquanto a outra mão deslizava em volta da cintura, puxando-a contra ele. Kelan gritou quando seu corpo explodiu em um poderoso orgasmo. Curvando-se, mordiscou o ombro de Trisha marcando-a uma segunda vez como dele. O poderoso orgasmo de Kelan explodiu através da fortaleza de calor e pressão dentro de Trisha liberando-a em uma onda de prazer enquanto seu orgasmo a inundava de prazer intenso. Trisha estava além de gritar. Sua garganta estava rouca enquanto ela ofegava para respirar. Ela podia sentir o eixo duro de Kelan pulsando em ondas pesadas dentro dela, enchendo-a, possuindo-a de uma maneira que nunca soube que era possível. Trisha soluçou enquanto as ondas passavam por ela em uma onda infinita. Como era possível experimentar tanto prazer e ainda estar viva? Perguntou-se. Foi apenas quando a onda final se aproximou dela que percebeu que o calor e o doloroso e palpitante de necessidade pareciam ter diminuído um pouco. Trisha, incapaz de sustentar-se por mais tempo, lentamente derreteu contra o peito de Kelan. Seus olhos se fecharam quando o alívio da pressão varreu a pouca força que tinha deixado. Ela só estava vagamente consciente de Kelan baixando suavemente para a cama sem nunca puxar fora dela. Kelan deixou o cabelo de Trisha deslizar por seus dedos, desfrutando os cachos sedosos quando eles resistiram em ser soltos. Ele se mantinha o mais quieto possível, simplesmente apreciando a sensação do núcleo quente de Trisha, enquanto pequenos espasmos continuavam a sugar a semente dele. Nunca em sua existência sentira tal satisfação, realização. Puxando-a para mais perto de seu corpo, a segurou por alguns minutos preciosos. Levantaria em um momento para banhá-la. Ela ficaria dolorida, mas sua simbiose cuidaria desse desconforto. O acasalamento do fogo do dragão estava quase completo, eles iriam fazer amor em um ritmo mais lento e suave durante as próximas duas horas até que o fogo queimando no sangue de sua companheira estivesse finalmente apagado. Ele a deixaria descansar um pouco. Seu corpo estaria exausto de todas as mudanças.
Kelan fechou os olhos enquanto o abismo vazio que havia sido sua alma estava cheio de uma emoção tão intensa que o assustou. Ele segurou sua vida em seus braços. Trisha era agora o centro de seu universo e sempre viria em primeiro lugar, mesmo antes de suas próprias necessidades. Ela era obstinada e teimosa e tornaria sua vida muito mais rica. Abrindo os olhos, ele se maravilhou com todas as cores dançando em seus cabelos encaracolados. Isso o lembrou das escamas que dançavam em seus braços, peito e pescoço mais cedo. Seu dragão se moveu na memória. Minha companheira é linda. Seu dragão retumbou suavemente. Nossa companheira é linda, corrigiu Kelan. Kelan lentamente saiu de Trisha lamentando a necessidade disso. Se ele pudesse permaneceria enterrado profundamente dentro dela para sempre. Ele se deslocou o suficiente para gentilmente rolar sua forma adormecida em seus braços e se levantou. Ele iria banhá-la e deixá-la dormir por um tempo. Também teria sua simbiose a verificando para certificar-se de que estava bem. Levando-a para a sala de limpeza, Kelan silenciosamente sussurrou as palavras vinculando Trisha a ele como sua verdadeira companheira, novamente, antes de pressionar um beijo na marca do dragão em seu pescoço.
Capitulo Nove
Kelan olhou para a forma adormecida de sua companheira. Um dos braços de Trisha estava erguido acima de sua cabeça e o outro sobre seu estômago. Seus longos cabelos encaracolados estavam espalhados por todo o lugar, esparramados com abandono pelos travesseiros de sua cama. Ele sentiu que um punho de desejo o balançava, tornando-o duro novamente. Balançando a cabeça, se perguntou se sempre seria assim quando olhasse para sua companheira. Eles fizeram amor até que a pálida luz do amanhecer começou a iluminar o céu. Kelan deu uma ordem para sua simbiose verificar Trisha novamente e protegê-la enquanto ele tinha ido embora. Ele não conseguiu suprimir o sorriso na lembrança de seus gritos na noite passada quando comandou sua simbiose para verificá-la pela primeira vez. Kelan levou Trisha para a sala de limpeza para banhá-la. Estava tão exausta que mal despertou enquanto ele a colocava na banheira. Kelan estava preocupado com todas as mudanças que estavam ocorrendo dentro dela, especialmente depois de saber o dano que ela tinha sofrido anteriormente. Quando sua simbiose se moveu sobre seu corpo, especialmente entre suas pernas, ela acordou com um guincho e começou a lutar com ele. Isso levou a outra rodada de fazer amor na piscina de banho. Kelan fez uma nota para fazer isso mais vezes. Foi a primeira vez que ele fez amor em uma, mas definitivamente não seria a última, pensou com um sorriso satisfeito. Enquanto Kelan pensava em sua simbiose, cuidando de Trisha, ele soltou uma maldição. Ainda não sabia o que aconteceu com ela. Seria a primeira coisa que descobriria quando voltasse. Ele já estava fazendo um mau trabalho de cuidar de sua companheira, pensou com desgosto. Balançando a cabeça, obrigou-se a deixar a área de dormir. Ele precisava entrar em contato com seus irmãos. O relatório sobre a companheira de Trelon sendo prejudicada no jantar que ele e Trisha perderam na noite passada precisava ser tratado. Se quem
tomou Zoran agora estava apontando para suas companheiras, precisava saber tudo. Ele faria o que fosse necessário para proteger sua companheira. O dragão de Kelan rosnou de acordo. Nossa companheira. Proteja nossa companheira sempre. Ele rosnou ferozmente.
***
Kelan acenou com a cabeça para os guardas parados fora de seu quarto. Entre eles e sua simbiose, Trisha estaria segura. Passou rapidamente pelos corredores até a sala de conferências. Abrindo a porta, viu Creon, Zoran e Mandra já lá. Ele balançou a cabeça para eles enquanto caminhava até uma pequena mesa preparada com bebidas e comida. — Vocês sabem alguma coisa sobre o que aconteceu na noite passada? — Perguntou Kelan enquanto enchia um prato de comida e servia uma bebida. Acasalamento era trabalho duro, pensou com um sorriso escondido, precisaria manter sua energia se quisesse satisfazer sua companheira. Mandra olhou para Kelan com uma sobrancelha erguida. — Falando sobre a noite passada, onde você estava? Não vi você nem a mulher chamada Trisha. — Kelan sorriu quando ele se moveu para se sentar em uma cadeira perto das janelas. — Ficamos detidos. — Creon olhou para Kelan com uma careta. — Estou feliz que alguém se divertiu. — Kelan riu enquanto dava uma mordida em um pedaço de fruta antes de responder. — Acho que a mulher chamada Carmen também não compareceu? Se ela tivesse, a maioria de nossos convidados masculinos teria terminado em um médico. Eu teria devolvido ela e a Ariel ao seu planeta, se eu pudesse. — Mandra e Creon levantaram-se, nervosos. Zoran, percebendo que Kelan estava prestes
a ter seu traseiro chutado por não um, mas dois de seus irmãos mais velhos, decidiu que era hora de voltar aos negócios. Eles estavam prestes a começar quando Trelon entrou na sala de reuniões. — Como ela está? — Zoran perguntou calmamente, olhando com preocupação para o rosto abatido de Trelon. Trelon passou as mãos pelo cabelo. — Ela ainda está dormindo. A curandeira disse que deveria curar completamente. Eu posso sentir seu dragão, mas ela está muito fraca. Havia bastante veneno em Cara para matar um guerreiro adulto. Cara é menos da metade do nosso tamanho. Por quê? Por que alguém iria querer prejudicar alguém tão bonita? — Trelon perguntou afundando em uma cadeira ao lado de Mandra. Ele se inclinou para frente, apoiando os cotovelos nos joelhos enquanto olhava para o chão. Kelan sentia pelo seu irmão. Ele estremeceu ao pensar em qualquer coisa acontecendo com Trisha. Como seu verdadeiro companheiro, faria qualquer coisa para protegê-la e cuidar dela. Não pararia até que a pessoa que a prejudicasse estivesse morta e não fosse mais uma ameaça. — Nós sabemos com certeza que ela era o alvo? Poderia ter alguma ligação com o ataque dos Curizans? — Zoran perguntou impacientemente enquanto se movia ao redor da mesa para sentar-se. Trelon balançou a cabeça, respondendo com voz cansada. — Ela foi a única a ser envenenada. Nem podemos ter certeza de como ela foi envenenada até que acorde para que possamos perguntar o que aconteceu. Por que estava tão longe da sala de jantar? O que comeu ou bebeu? Poderia ter sido envenenada de outra maneira? — Creon, o que você descobriu até agora? — Zoran perguntou. Kelan sabia que Creon estava chateado porque a companheira de um de seus irmãos foi ferida. Ele conhecia Creon o suficiente para saber que ele já
tinha interrogado seus informantes sobre o que aconteceu na festa e era pior desde que aconteceu no santuário de sua casa. Creon era o mais perigoso dos cinco irmãos, ele havia visto e feito coisas durante as três guerras que nenhum dos outros soube até que tudo terminasse. Ele arriscou sua vida repetidamente em muitas ocasiões pelo povo Valdier. Foi por causa disso que as guerras tinham finalmente terminado. Ainda assim, se houvesse informações lá fora, Creon saberia sobre qualquer coisa e tudo o que acontecia em torno do palácio desde ontem à noite. Ele provavelmente sabia até mesmo sobre a reivindicação de Kelan sobre Trisha e como estava acontecendo. Esse pensamento o fez pensar em sua companheira. Ele queria saber se ela poderia estar em perigo. Creon respondeu com uma voz fortemente controlada. — Parece ter mais coisas por trás de sua captura do que nós suspeitamos. Ainda não tenho informações suficientes para lhe dar as respostas que você está procurando. Estou investigando algumas novas informações que recebi de algumas das minhas fontes. Depois de ter confirmado se elas são válidas, posso dar-lhe mais informações. — Bem, essa foi uma ótima maneira de nos dizer absolutamente nada. Obrigado, Creon. — Kelan rosnou sarcasticamente quando sua própria frustração chegou a um nível mais alto. Creon poderia ser um filho da puta teimoso ao tentar obter informações dele. Ele queria saber se Trisha poderia estar correndo o mesmo perigo que a companheira de Trelon. — A qualquer hora, irmão. — Creon disse dando a Kelan um rude movimento do dedo médio. Mandra riu. — Criativo, irmão. Onde você aprendeu esse gesto? — Creon sorriu divertido. — A mulher humana Carmen parece gostar muito de usá-lo ao meu redor. Abby explicou o que significava. — Creon virou-se para Kelan. — Não é um elogio.
Kelan rosnou. — Eu sei exatamente o que isso significa. Trisha mostrou mais de uma vez para mim. Durante os primeiros dias a bordo do V'ager, Trisha fazia esse gesto sempre que ele se recusava a levá-la de volta para seu planeta natal e, em seguida tentava obriga-la a deixá-lo entrar em seus aposentos. Finalmente perguntou a Trisha o que significava o gesto. Ele estava lívido no início, mas logo conseguiu ver o humor nisso. Começou a imaginar maneiras criativas de que ela pudesse foder ele. Kelan soltou uma maldição quando uma onda de desejo inundou por ele fazendo seu pau endurecer novamente. Apenas o pensamento dela era suficiente para enchê-lo com a necessidade. Kelan focou sua mente sobre o que seus irmãos estavam discutindo. Zoran falou sobre as partes preocupantes, planos para reforçar a segurança no palácio e parte da corrida diária que caiu sobre os ombros da casa real antes de encerrar a reunião. Trisha acordou lentamente, seu corpo relaxado de um sono profundo. Virando de lado ela olhou pela janela, o sol estava alto no céu, o que queria dizer que a manhã já estava acabando. Colocando o braço debaixo de sua cabeça ficou ali olhando as nuvens enquanto dançavam através do céu brilhante. Estremeceu quando pensou na noite passada. O que estava pensando? Trisha fez uma careta. Obviamente, eu não estava, pensou com desgosto. Os tremores a abalaram ao pensar em todos os caminhos e em todas as vezes que haviam feito amor. Trisha rolou sobre suas costas e fechou os olhos quando uma doce onda de desejo passou por ela ao relembrar. Droga! Ela estava ficando molhada novamente só de pensar nisso. Trisha gemeu em voz alta enquanto se obrigava a levantar. Ela precisava de um banho, um pouco de comida e uma nova estratégia para voltar para casa porque o ditado – Resistir é inútil – estava definitivamente em vigor quando ela estava perto de Kelan. Não tinha absolutamente nenhuma força de vontade em torno dele, pensou com desgosto.
Trisha olhou para o fim da cama onde Bio estava descansando em um raio de sol. — Você não foi absolutamente de nenhuma ajuda na noite passada, você sabe disso? O que aconteceu em me ajudar a mantê-lo longe? — Trisha perguntou severamente. Claro, ela acabou com o efeito quando se inclinou e deu a grande e dourada figura um abraço e beijo em seu focinho. Bio dirigiu uma língua sedosa e dourada sobre a bochecha de Trisha com afeto. — Oh, e por falar nisso, eu não apreciei alguns dos movimentos que você fez em mim na noite passada! A coisa entre as pernas... — Trisha balançou o nariz em desgosto. —... Não está acontecendo de novo, está claro? — Bio apenas riu e colocou sua enorme cabeça dourada para trás, ignorando a queixa de Trisha. Faria qualquer coisa para se certificar de que ela era cuidada, quer gostasse ou não. Estava ligada à sua essência tanto quanto à de Kelan. Bio observou Trisha entrar na unidade de limpeza, um brilho de cor ondulou sobre ele enquanto enviava calor através das bandas ao redor dos braços e pescoço de Trisha para que ela soubesse seus sentimentos sobre ela. Trisha olhou de volta para fora da porta e soprou um beijo a Bio. Trisha sorriu afetuosamente e sussurrou suavemente. — Eu também te amo.
Kelan voltou para seus aposentos o mais rápido que pôde. Ele estava preocupado com o fato de que eles não sabiam nada sobre o que aconteceu com a companheira de Trelon, exceto o tipo de veneno usado nela. Era um tipo encontrado geralmente em seu planeta assim era quase impossível rastrear de onde pode ter vindo. Kelan abriu a porta para seus aposentos ansioso por ver Trisha. Ele se moveu pela sala de estar quando não a viu e caminhou em direção ao seu quarto. Olhando ao redor, ele viu sua simbiose na cama roncando contente à luz do sol.
Virando-se para unidade de limpeza ele ouviu som de água, Kelan sorriu e rapidamente começou a tirar a roupa. Os pensamentos do que fizeram na piscina de banho ontem à noite encheram sua mente. Ele se perguntou o quão criativos eles poderiam ser na unidade de chuveiro. Quando chegou à entrada, uma longa linha de roupas estava no chão. Kelan fez uma pausa na porta do chuveiro olhando com apreço para sua companheira. Seu cabelo comprido e encaracolado estava úmido e pesado escorrendo pelas suas costas, enquanto inclinava a cabeça para trás. Seus olhos estavam fechados e um pequeno sorriso curvava seus lábios deliciosos. Kelan estremeceu ao imaginar o que sentiria quando esses lábios estivessem envolvidos em seu duro comprimento. Ele silenciosamente abriu a porta e entrou. — Eu sei que você está aí. — Trisha disse suavemente sem abrir os olhos. Kelan estendeu a mão e puxou o corpo úmido de Trisha contra o dele, abaixando a cabeça para escovar um beijo contra a marca do dragão. Ele adorava como seu corpo respondia ao dele. Deixou seus lábios se arrastarem até sua mandíbula enquanto suas mãos deslizavam por seus quadris para a curva arredondada de seu traseiro. Seus gemidos encheram a unidade de limpeza. — Kelan... — Trisha exalou outro gemido. — Você está bem descansada? — Kelan perguntou entre os beijos que ele estava salpicando ao longo de sua mandíbula e garganta. Trisha não respondeu, mas estendeu a mão e agarrou seu pênis latejante acariciando-o da base até a ponta e para trás novamente. Ela abriu os olhos e sorriu quando o sentiu estremecer e responder com um gemido. Colocou suas bolas com a outra mão massageando-as suavemente enquanto deixava um dedo acariciá-lo entre elas. — O que você acha? — Ela sussurrou olhando em seus olhos ardentes. Kelan selou seus lábios sobre os dela em um beijo faminto. Empurrou-a contra a parede da unidade de limpeza, levantando-a para que ela fosse forçada
a enrolar suas longas pernas ao redor de sua cintura. Ele a beijou com uma fome que os abalou. Trisha colocou seus braços ao redor de seu pescoço, enrolando seus dedos em seu cabelo enquanto se erguia o suficiente para alinhar seu pênis em seu núcleo quente. Ela prendeu os tornozelos firmemente, forçando o traseiro de Kelan para frente. Quando eles estavam alinhados, ela lentamente baixou em seu eixo duro. — Oh, Deus! — Trisha gemeu alto enquanto Kelan a esticava. — Isso é tão bom. — O gemido de resposta de Kelan encheu o banheiro quando ele começou a mover seus quadris para frente e para trás. Esta posição forçou Trisha a se abrir e deu-lhe a vantagem de empalá-la profundamente com cada impulso. Kelan ofegou quando sentiu seu sedoso canal acariciando o comprimento de seu pênis. Enterrando a cabeça em seu ombro, apertou seus braços e empurrou para cima cada vez mais rápido enquanto a intensa necessidade de senti-la vir em torno dele cresceu. — Minha, Trisha, minha. — Kelan murmurou uma e outra vez quando empurrou tão profundamente quanto poderia ir. De repente, ele congelou quando seu clímax o atingiu. Soltando um gemido quando começou a tremer, sua semente quente saiu dele em ondas intensas. A sensação do pênis de Kelan pulsando, combinada com a estimulação contra seu clitóris onde seu pau acariciou-a repetidas vezes com cada impulso, foi suficiente para levar Trisha em seu próprio orgasmo. Ela engasgou o nome de Kelan enquanto sentia sua buceta responder a sua reclamação sobre ela. Quando começou a descer dos sentimentos explosivos que ondulavam através dela, deixou seus braços pousados frouxamente ao redor do pescoço de Kelan enquanto descansava sua cabeça contra seu ombro. — Eu acho que te amo. — Trisha sussurrou contra sua pele Um fio de medo passou por ela assim que as palavras escaparam de seus lábios. Queria retirá-las, mas era tarde demais. Podia perceber pelo súbito endurecimento de Kelan que ele ouviu seu sussurro rouco. Ela se aterrorizou porque o último homem para quem disse essas palavras não correspondeu.
Trisha virou a cabeça ainda mais na garganta de Kelan, pressionando seus olhos ardentes contra ele em um esforço para conter suas lágrimas. Kelan fechou os olhos enquanto absorvia as palavras suavemente pronunciadas dpor Trisha. Ele podia sentir o medo através delas, como se temesse que ele jogasse sua declaração de volta em seu rosto. Ele não sabia o que aconteceu com ela antes em seu planeta, mas vai descobrir. Não permitiria que ela sentisse medo de lhe dizer como se sentia. Ele a amava com cada fibra dele. Nós a amamos. Nossa companheira. Nossa bela companheira. Amo nossa companheira. Proteja-a. Seu dragão rosnou suavemente. Kelan recostou-se e acenou com a mão para parar a unidade de limpeza. Ele manteve os braços em torno de Trisha, mesmo quando ela tentou deslizar para baixo dele. Simplesmente enrolou um braço ao redor de sua cintura firmemente e o outro sob sua bunda lustrosa impedindo que ela se afastasse dele. Saiu do chuveiro e estendeu a mão para duas toalhas empilhadas no balcão. Ele gentilmente colocou Trisha no balcão, afastando-se o suficiente para poder levantar o queixo dela até que ela olhasse para ele. Kelan sorriu ternamente enquanto olhava para os escuros olhos de chocolate, de Trisha. — Eu também te amo, mi elila. Você é meu coração, minha vida, a minha verdadeira companheira e de meu dragão. — Kelan disse cada palavra lentamente, cuidadosamente, ternamente enquanto ele gentilmente usava uma das toalhas para secar a água de seus cabelos e rosto. — Nunca duvide que você significa tudo para mim. — Trisha olhou nos olhos de Kelan. O que viu a deixou sem fôlego. A profundidade do amor, do desejo em seus olhos estava claramente em exibição. Ao contrário de Peter que jurava que a amava, mas nunca fez realmente, Kelan falou palavras que, ela soube, vieram de seu coração. Ele era um guerreiro que era forte o suficiente para admitir como se sentia. — Diga-me por que você tem medo de seu amor por mim. Diga-me quem a machucou tanto. — Kelan perguntou calmamente enquanto continuava a secar a pele macia de Trisha.
Trisha assentiu, mordendo o lábio inferior. A mãe de Kelan, Morian, disse-lhe que devia contar tudo a Kelan. Trisha olhou para baixo enquanto pensava em tudo o que tinha acontecido em sua vida. Talvez, este era o modo do destino de prepará-la para o que tinha reservado. Trisha deslizou para fora do balcão e olhou para Kelan antes de responder. — Vamos nos vestir e vou te contar tudo. — disse em uma voz calma.
Capitulo Dez
Kelan observou Trisha enquanto ela vestia um par de calças pretas e uma blusa branca sedosa que amarrava na frente. Rapidamente trançou seu cabelo, amarrando-o com uma fita preta no final. Ela não se incomodou em colocar sapatos. Podia dizer que ela estava perdida em pensamentos enquanto se vestia tão rapidamente. Ele pegou suas roupas descartadas jogando-as na unidade de limpeza na parede antes de seguir Trisha para fora na sala de estar. Trisha serviuse de uma xícara de chá ignorando a comida que um dos criados havia colocado no bufê ao longo da parede. Ele esperou até que ela estava sentada na cadeira perto da janela antes de se servir uma bebida quente e veio sentar-se na cadeira em frente a ela. — Eu falei sobre minha mãe e meu pai. — Trisha começou a olhar suavemente pela janela em vez de olhar para ele. Parecia ter percebido a inclinação de Kelan porque continuou. — Meu pai é o cara mais legal que já conheci. Tem essa força silenciosa dentro dele que é simplesmente incrível. — Trisha disse com um pequeno sorriso curvando seus lábios enquanto falava do homem que significava tanto para ela. — Quando eu tinha três ou quatro anos, ele me levou para o bosque com ele. Foi muito paciente mostrando-me como procurar pistas, que plantas eram boas para comer e quais evitar. Me mostrou todos os tipos de coisas realmente legais que a maioria das pessoas nunca aprende. Começou seu próprio negócio, Grove Wilderness Guides, para que ele pudesse ficar em casa comigo. — Trisha fez uma pausa para olhar para Kelan. Ela queria que ele entendesse o quanto seu pai significava para ela. Queria que ele entendesse porque ela precisava ir para casa. — Eu conheci Ariel quando eu estava no jardim de infância. Esse é o primeiro ano em que começamos a escola. Nos tornamos amigas muito
próximas. Carmen começou no próximo ano e ela apenas ficou presa com duas irmãs mais velhas. — Trisha riu suavemente enquanto pensava em todo o tempo e no divertimento que as três tiveram ao longo dos anos. — Sr. e a Sra. Hamm, os pais de Ariel e Carmen, tornaram-se meus pais emprestados. A Sra. Hamm tentou me ensinar como ser uma dama o que não era uma tarefa fácil. Eles morreram em um acidente automobilístico quando Carmen estava no ensino médio. Ariel e eu estávamos na faculdade na época e decidimos entrar na Força Aérea depois da formatura, na esperança conseguir entrar no programa espacial. Ariel não passou, mas eu sim. Eu sempre fui mais fisicamente ativa que Ariel e um pouco mais aventureira. Ariel é a mais caseira de nós três. — Trisha acrescentou antes de tomar um copo de chá refrescante. Kelan pensou responder a esse comentário. De algumas das coisas que ele estava ouvindo de Mandra, Ariel era mais uma dor na bunda. Ele não disse nada por duas razões. Primeiro, ele não queria interromper Trisha no caso dela parar de falar. E, segundo, ele não pensou que ela apreciaria sua opinião das fêmeas que considerava serem suas irmãs. — De qualquer forma, quando eu tinha vinte e dois anos, a vida era boa. Era piloto de testes na Força Aérea. Tinha acabado de ser aceita no programa de treinamento Espacial e estava terminando meu mestrado em Engenharia Aeroespacial. Meu pai e eu costumávamos nos esconder todas as noites sob as estrelas. Ele apontava para uma e dizia-me que minha mamãe estava nela. Eu estava determinada a ir encontrá-la. — Trisha riu de como ela era ingênua. — Prometi ao meu pai que se alguma vez eu fosse para as estrelas que iria levá-lo comigo. — Trisha sentia as lágrimas escorrendo enquanto pensava na dor que seu pai devia estar sentindo com seu desaparecimento. Provavelmente estava matando-o não saber o que tinha acontecido com ela. Kelan estava prestes a dizer-lhe que a levaria de volta para o mundo assim que pudesse para ver seu pai, quando Trisha balançou a cabeça como se tivesse tido um pensamento desagradável. Ele a observou respirar fundo e se acalmar antes de começar a falar de novo.
— Conheci Peter quando eu estava terminando minha graduação. Ariel, Carmen, Scott e eu saímos para comemorar a minha formatura e a de Ariel. Havia este pequeno clube onde os homens e mulheres do serviço gostavam de ir. Eles servem boa comida e excelente cerveja. Peter estava lá com alguns amigos. Costumava vê-lo de vez em quando na base, mas nunca tinha falado com ele antes. Ele era alto, loiro e bonito, um tipo de surfista. — Trisha fez uma careta quando colocou sua xícara na pequena mesa lateral e envolveu os braços em torno de seu corpo. Kelan e seu dragão reprimiram o rosnado de ciúme ao mencionar outro homem que tinha significado algo para ela. Calma. Kelan sussurrou suavemente para seu dragão. Ele não é mais importante para ela. Nós somos. Trisha continuou inconsciente de Kelan e o desagrado do seu dragão na menção de outro macho. — Ele me tirou do eixo. Nós nos casamos um mês depois que nos conhecemos. Eu tinha a vida de conto de fadas. Uma grande carreira, um marido maravilhoso e amoroso, e o apoio de meu pai e das minhas melhores amigas. A vida não poderia ficar melhor. Ficamos casados por um ano e meio antes do acidente. — A voz de Trisha se desvaneceu quando a dor emocional e física a inundou. Kelan esperou vários momentos antes de dizer qualquer coisa. — Que acidente? — Ele perguntou calmamente. Trisha olhou para ele pela primeira vez, desde que tinha se sentado e começado sua história. — O que mudou tudo. — Ela respondeu calmamente. — Estava voltando para a base com outros quatro caras. Estávamos voltando de uma missão de treinamento. Uma estranha tempestade explodiu inesperadamente. Mark, o piloto do helicóptero em que estávamos, tentou contorná-lo. Estávamos voando sobre algumas montanhas muito acidentadas voltando para a Califórnia onde estávamos alocados. Eles acham que uma microexplosão nos atingiu. O sistema elétrico falhou e nós caímos ao lado de uma montanha. Por alguma
razão, não era a minha hora, eu acho. Mark, Aaron e John foram mortos instantaneamente. Tim e eu estávamos na parte de trás e sobrevivemos ao impacto inicial. Estávamos ambos muito mal. Eu tinha ossos destruídos, as minhas pernas estavam quebradas, meu quadril direito estava quebrado, um dos meus braços foi quebrado em cinco lugares, e tive alguns ferimentos internos. Tim estava em pior estado. Suas costas estavam quebradas e ele estava sangrando fortemente de um corte em sua coxa. Ele viveu cerca de uma hora depois do acidente. Eu cuidei dele quando ele morreu. — Trisha murmurou, lágrimas silenciosas percorrendo suas bochechas enquanto ela revivia os últimos momentos da vida de Tim e seus sentimentos de desamparo por não poder salvá-lo. — Quanto tempo antes de alguém te encontrar? — Kelan perguntou. Ele se corroía por dentro por sua companheira ter sofrido tanto. Nunca mais, Kelan prometeu em silêncio, nunca mais ela suportaria algo assim se ele pudesse evitá-lo. — Dois dias. — Respondeu Trisha. — Dois dias deitada lá com meus amigos mortos a poucos centímetros de mim. Dois dias sentido uma dor diferente de tudo o que eu já sabia que um corpo humano poderia lidar. Felizmente, perdi a consciência várias vezes entre o acidente até o meu resgate, de todo modo tudo parecia um borrão. Por causa do terreno, trouxeram meu pai para ajudar. Sobrevivi da água da chuva que escorria dos buracos nos destroços e o conhecimento que não podia morrer e deixar meu pai e Peter. Não me lembro muito depois de terem me encontrado. Estava mais morta do que viva naquela época. Passei seis semanas no hospital e tive tantas cirurgias que parei de contar. Os médicos me disseram que tive sorte de estar viva. Eu provavelmente nunca iria andar novamente devido ao dano às minhas pernas, costas e quadril, mas eu tive sorte. Foram seis meses depois, que eles também me disseram que eu provavelmente nunca teria filhos. O dano e as cirurgias criaram um monte de tecido cicatricial e por causa dos danos aos meus ossos pélvicos eu não seria capaz de levar uma criança com segurança sem pôr em risco a ambos. — Trisha se levantou e caminhou até ficar perto da janela olhando sobre os jardins e a cidade muito abaixo. Ela não queria ver a piedade ou o desgosto no rosto de Kelan quando descobrisse que ela nunca seria capaz
de lhe dar uma criança. Ela se lembrava muito bem do rosto de Peter quando os médicos disseram isso durante uma de suas muitas visitas. Trisha respirou fundo outra vez. Deus, ela odiava reviver as partes de merda de sua vida. — Peter agiu como se ele fosse o meu suporte, mas eu podia ver a diferença nele após os primeiros meses. Não era mais a esposa que ele podia se gabar para seus amigos. Era a esposa que precisava de ajuda para ir ao banheiro. Eu estava em uma cadeira de rodas e devido ao dano ao meu ombro e braço, fui incapaz de fazer mesmo algumas das necessidades mais básicas sozinha. Seis meses depois do acidente, uma das namoradas de Peter veio me ver. Eu estava em casa sozinha pela primeira vez em meses. Papai tinha instalado um sistema de alto-falante remoto em toda a nossa casa no caso de eu precisar de algo. Descobri que Peter era qualquer coisa menos o marido devotado que ele queria que meu pai e eu acreditássemos. Seu primeiro caso começou cerca de quatro meses após o nosso casamento. — Trisha disse calmamente. — Eu não entendi o porquê. O amava tanto e dei tudo o que havia de mim para ele. Ela ainda estava lá quando Peter voltou para casa. — Trisha olhou para Kelan brevemente. — Ele nem se incomodou em negar. Disse que queria um casamento aberto, especialmente agora que eu já não era útil. Não achava que fosse necessário esconder isso por mais tempo. Eu deveria entender, afinal, ele ainda era jovem e não deveria ser penalizado por causa do meu acidente. Quando discordei e declarei que queria o divórcio, que eu nunca ficaria casada com um homem que era infiel a mim, ele se recusou. Disse que iria prejudicar sua carreira se eu me divorciasse dele. Meu acidente causou muita simpatia em torno da base e ele estava do meu lado e recebendo benefícios por isso. Se descobrissem que ele estava tendo amantes enquanto sua pobre esposa estava se recuperando de um acidente grave, isso poderia arruinar suas chances de promoção. Como se eu realmente me importasse com sua carreira depois de tudo o que eu estava descobrindo. — Trisha riu amargamente. — O que você fez? — Kelan perguntou, chegando atrás de Trisha e envolvendo seus braços em torno dela. Ela resistiu, endurecendo-se no início,
mas relaxou contra ele quando seu abraço apertou, puxando-a para mais perto de seu peito largo. — Eu chutei o traseiro dele para fora. — Trisha respondeu com um sorriso. — A notícia sobre sua infidelidade se espalhou por toda a base, não por mim, mas por outra namorada descontente, e ele foi repreendido e rebaixado. Levou mais um ano e meio antes dele finalmente concordar com o divórcio. Ele queria uma recompensa substancial antes que concordasse em assinar os papéis. Meu pai, embora negasse até hoje, fez uma visita a Peter durante a noite e disse-lhe o que aconteceria se ele não assinasse os papéis naquele momento. Quase o matou quando ele pensou que eu estava morta e ele estava furioso com Peter por fazer isso comigo depois de tudo o que aconteceu. Eu amo tanto meu pai e ele sempre esteve lá por mim. Não posso deixar ele pensar que posso estar morta novamente. Após o acidente, levou quase um ano e meio para aprender a andar novamente e foi meu pai e Ariel que estavam lá para mim. Meu pai me ajudou a fortalecer meus músculos, mas também me deu a coragem de viver novamente. — Trisha disse com uma voz rouca cheia de emoção. — Quando consegui voltar a andar, tinha quase vinte e cinco anos, divorciada e procurando uma nova carreira. Ariel me contou sobre um amigo de um amigo que trabalhou para a Boswell International. Eles estavam procurando um bom piloto. Ela estava esperando seu último ano de comissão terminar e planejava ir trabalhar para eles. Fez uma chamada e antes que eu soubesse, fui contratada. Esse foi o momento em que Carmen ficou ferida na América do Sul. Ariel tirou uma licença no trabalho para cuidar dela e me ajudar a lutar contra a depressão que eu estava sentindo. Devo muito a ela. Ela esteve lá para mim apesar de tudo. À noite em que você me tirou do meu planeta foi na noite em que eu disse a Ariel que deixaria o meu trabalho com Boswell e estava voltando para casa para trabalhar com meu pai. Eu devia ir vê-lo dois dias depois. — Trisha virou nos braços de Kelan até que ela estava de frente para ele. Olhou nos olhos dele antes de dizer: — Agora, você sabe tudo. Kelan olhou profundamente nos olhos de Trisha. Ela era a mulher mais corajosa que ele tinha conhecido. Sua força silenciosa, sua determinação e sua
capacidade de amar profundamente eram todas as coisas que ele admirava. Ele se inclinou para frente, passando a mão pela bochecha dela enquanto a beijava suavemente nos lábios. — Vou devolvê-la ao seu pai. Mas saiba de uma coisa, se ele se recusar a vir com a gente, eu não vou deixar você ficar. Nós somos um agora, mi elila. Não podemos estar separados. — Kelan disse calmamente, mas com firmeza. Ele queria que ela soubesse que faria o que pudesse, mas ela era uma pessoa diferente da que era antes de se conhecerem. Seu corpo já não era apenas humano, seria muito perigoso para ela estar de volta em seu mundo. Além disso, ele, seu dragão e sua simbiose precisavam dela. Seu dragão, que estava hesitante sobre contar a ela ainda, não permitiria que fosse separada do seu também. Seu dragão ainda era jovem, não muito pronto para a transformação.... Sim, ela está, seu dragão grunhiu impacientemente, quero minha companheira. Kelan ignorou a impaciência de seu dragão. Ela ainda não está pronta. Está apenas aceitando nosso acasalamento. Se tentarmos forçar demais agora, então ela pode se rebelar. Você viu como ela estava a bordo do V'ager. O dragão de Kelan deu um bufo irritado antes de se enrolar para fazer beicinho.
Capitulo Onze
Trisha não podia acreditar em como o tempo estava voando. Tinha passado quase uma semana desde o jantar que perdeu. Depois que ela lhe contou sobre sua vida na Terra, ele contou a ela sobre a sua em Valdier. Também lhe contou sobre o que aconteceu com Cara. Trisha queria ir até Cara imediatamente, mas Kelan assegurou-lhe que Trelon estava cuidando dela e ela estaria bem. Ele também explicou por que demoraria um pouco mais antes de cumprir sua promessa de levá-la para casa. Trisha sabia que ele lamentava a dor que seu pai estava passando, mas entendia sua responsabilidade como um membro da família real para proteger seu povo. Trisha passou a maior parte de seus dias aprendendo a falar a língua Valdier sem o uso de um tradutor e estudando suas histórias e costumes. Muitas vezes sentia-se inquieta querendo explorar o mundo fora do palácio. Kelan a levou para a aldeia várias vezes e ela se apaixonou pelos mercados de lá. Eles também passaram uma grande quantidade de tempo fazendo amor. Trisha riu em silêncio. Se estivessem sozinhos, não conseguiriam manter as mãos afastadas um do outro. Geralmente começava com um olhar ou um toque leve e terminava em respirações pesadas e seus corpos entrelaçados. Não havia um lugar nos aposentos de Kelan em que eles não haviam feito amor. Trisha corou quando pensou na mesa de jantar. Ela estava preparando os pratos certa manhã, quando se inclinou para colocá-lo do outro lado de onde ela iria sentar, Kelan veio por trás dela com um rosnado baixo. A próxima coisa que soube, é que estava gritando seu orgasmo. Eles nem sequer tomaram o tempo para remover suas roupas. Kelan tinha chegado em torno dela puxando os laços em suas calças até que elas deslizaram para baixo em torno de seus tornozelos. Quando ela começou a protestar, ele rosnou ferozmente para ela e a empurrou até que estava deitada sobre a mesa pequena com a bunda no ar. Tinha-a tomado duro
e rápido por trás. Maldição, até a lembrança era suficiente para despertá-la novamente. Uma batida na porta tirou-a de seu devaneio. Trisha abriu a porta para ver Cara de pé do outro lado. — O que você está fazendo aqui? — Perguntou Trisha, surpresa. — Eu pensei que você ainda estava sob prisão domiciliar ou algo assim. — Cara sorriu. — Eu desmantelei todas as coisas de Trelon. Ele finalmente desistiu. Eu queria ir ver como Abby estava indo. Zoran a trouxe de volta ontem à noite. — O que aconteceu com Abby? — Trisha perguntou confusa. — Kelan não lhe contou? Alguém a raptou, mas eles a recuperaram. — Cara disse surpresa. — Não, Kelan parece ter esquecido esse pequeno pedaço de informação. — Trisha grunhiu com nervosismo. Esse era o importante negócio que o manteve afastado nos últimos dois dias. Não admira que ele estivesse tão malditamente excitado esta manhã. Deveria ter dito a ela o que estava acontecendo. Ela precisava ter uma conversa com ele sobre manter segredos dela. — Eu estou indo me encontrar com Ariel e Carmen para ir vê-la, você quer vir? — Cara perguntou enquanto ela saltava para cima e para baixo. Trisha olhou para Cara de perto. Ela estava com uma grande dose de energia. — Claro que eu quero. Você não esteve bebendo café ou qualquer coisa com cafeína ultimamente, não é? — Trisha perguntou curiosamente enquanto fechava a porta atrás dela. — Oh sim! Passei as duas últimas noites trabalhando no replicador. Eu descobri como fazer todos os cafés realmente legais, incluindo lattes e cappuccinos. Claro, eu tive que provar e testá-los todos então bebi, cinco ou seis copos e tenho um bom zumbido. Eu provavelmente não vou dormir por uma semana. Mal posso esperar até que eu conte a Trelon sobre isso. — Trisha conteve o riso enquanto pensava no pobre irmão de Kelan. Ele não iria saber o
que o atingiu. Se ele for esperto, iria encontrar outro emprego para se esconder até que Cara desça de sua super dosagem, caso contrário, ele não iria ter qualquer sono também. Elas se encontraram com Ariel e Carmen no corredor que levava à sala de estar de Abby. Trisha franziu o cenho quando viu todos os guardas que as cercavam, especialmente Carmen. Vários dos homens pareciam que prefeririam estar comendo unhas, em vez de ficar perto dela. Suas simbioses não pareciam que estavam muito preocupadas embora. A maioria delas estavam deitadas ou brincando uns com os outros. — Ei, meninas. — Trisha chamou correndo para a frente. Ela sentia muita falta delas. — Como vocês estão? — Perguntou calmamente. — Eu estou bem, mas eu estaria melhor se eu pudesse conseguir que esses caras fossem em uma longa caminhada para fora de um precipício. — Ariel disse com um rolar de seus olhos. — Eu tenho sorte se me deixarem ir ao banheiro sem me seguir. — Ela acrescentou sarcasticamente olhando para os dois guardas que lhe foram designados. Carmen apenas encolheu os ombros. — Eu estou pronta para esticar minhas articulações. Esses perdedores estão me empanturrando. — Ela olhou para cada um dos guardas que lhe foram designados com um olhar frio e de avaliação. Vários deles se moveram desconfortavelmente e a observaram com um olhar inquieto. — Quantos lhe atribuíram agora? — sussurrou Trisha suavemente. Se ela não estava enganada havia pelo menos seis guardas atrás dela. — Oito. — Carmen murmurou em voz baixa. — Dois estão no médico agora. — Oh. — Trisha respondeu com um olhar de simpatia para os guardas restantes. Ela decidiu que era melhor apenas encontrar Abby antes que mais
algum acabasse no médico. Que, julgando pelo olhar calculista nos olhos de Carmen, poderia ser a qualquer momento. — Estou tão feliz que Abby está bem. — Disse Trisha enquanto caminhava pelo corredor em direção a Abby e Zoran. — O que há com todos os guardas? — Cara perguntou curiosamente enquanto caminhava para trás olhando para os guardas. — Eu notei eles do lado de fora do quarto de Carmen, mas isso não é um pouco ridículo? Quantos guardas precisam para nos proteger, especialmente com o nosso BFF2 de ouro conosco? — Ariel riu. — Eles não estão aqui para nos proteger. Eles estão aqui para nos impedir de escapar de novo. — Os olhos de Cara brilharam com a ideia de entrar em mais travessuras. — Novamente? Precisa de ajuda com alguma coisa? — Trisha quase sentiu pena dos homens quando um gemido baixo encheu o corredor atrás deles. Seria útil se as quatro mulheres planejassem e fizessem uma fuga do planeta. Elas provavelmente poderiam fazê-lo, mas apenas o pensamento de deixar Kelan causou um tremor de dor através de Trisha. Ela franziu o cenho. Era quase como se algo dentro dela gemesse com a ideia de deixá-lo. Trisha sacudiu a cabeça. Estava se sentindo um pouco estranha ultimamente, como se houvesse algo debaixo de sua pele desejando sair. Pensou brevemente em como sua pele parecia mudar de cor quando ela e Kelan estavam fazendo amor e os estranhos ruídos que escapavam dela. Era quase como se estivesse grunhindo ou ronronando dependendo do que eles estavam fazendo. Estava começando a deixá-la louca. Ela queria desesperadamente perguntar a alguém sobre isso, mas não sabia como abordar o assunto. O que ela deveria dizer 'Desculpe, mas eu acho que há algo dentro de mim tentando sair?' Isso era um filme de ficção científica para ela. Trisha observou enquanto Cara pulava até a porta depois da cafeína que ela consumira. Ela sorriu inocentemente para os guardas quando bateu alto na 2
Grandes amigas para sempre (BFF= "Best Friends Forever")
porta. Abby abriu a porta usando um manto de seda e uma expressão de surpresa. Cara empurrou o carrinho cheio de comida e o que suspeitamente cheirava a café no quarto antes que Abby pudesse dizer qualquer coisa. Trisha, Carmen e Ariel entraram com suas respectivas novas simbioses em forma de animais trotando atrás delas. — Bom dia! — Cara disse brilhantemente enquanto colocava uma bandeja cheia de comida em uma mesa baixa. — Nós pensamos que você estaria com fome. — Não, você queria uma desculpa para descobrir o que aconteceu! — Trisha disse com um sorriso enquanto pegava um pedaço de fruta da bandeja e mordeu. — Maldição, eles têm alguns bons frutos aqui. — Ela realmente esperava que Abby não ficasse muito chateada com elas invadindo o quarto dela. Trisha pensou com um sentimento de satisfação que era bom sair por um tempo. Com tudo o que aconteceu, o envenenamento de Cara e agora o sequestro de Abby, Kelan mal a deixou ir a algum lugar. — Então, diga-nos todos os detalhes suculentos. Eu ouvi dizer que você fritou Ben'qumain? Como você fez isso? — Ariel disse enquanto colocava outra bandeja com xícaras e uma grande xícara de café em outra mesa pequena. Trisha deu a Abby um sorriso simpático enquanto aceitava uma xícara de café de Ariel e o prato de comida de Cara. Todas pareciam esperar até Abby se afundar nas suaves almofadas do sofá e puxar seus pés descalços para debaixo dela antes de começarem a comer e beber. Abby tomou um gole de café e esperou um momento antes de responder à pergunta. — Eu me transformei, posso me transformar em um dragão. — A boca de Trisha se abriu com a declaração de Abby. Seu cérebro parecia explodir enquanto revisava todas as mudanças que passavam por ela ultimamente. Sua pele mudando de cor, os sons que ela estava fazendo, a sensação de algo rastejando sob sua pele. Seria possível que estivesse passando por algum tipo de mudança também? Seria possível que fosse capaz de se transformar em um dragão como Abby? Trisha ficou em silêncio enquanto absorvia todos os fatos
e possíveis razões. Ela olhou para Abby de perto, tentando ver se havia algo diferente nela. Se fosse possível, por que Kelan não dissera nada a ela sobre isso? Por que ele não mencionou que estarem juntos poderia mudá-la em outra coisa? Algo não muito humano? Trisha colocou uma mão sobre seu estômago enquanto rolava ante a ideia de algo mais vivendo dentro de seu corpo. O que poderia fazer para detê-lo? Como se livraria dele? Um pequeno gemido parecia enchê-la com a ideia de rejeitar a nova vida dentro dela. Trisha se forçou a ouvir o que estava acontecendo ao seu redor. Ela iria lidar com essa nova informação, quando estivesse sozinha novamente. — Isso. É. Tão. Legal! — Cara disse excitadamente sua voz aumentando enquanto sua excitação crescia. — Como você fez isso? Posso fazer também? Oh. Meu. Deus. Tenho que ser capaz de fazê-lo. Poderia deixar Trelon totalmente louco, fodido! Oh Abby, você precisa me ensinar como. Por favor! Por favor! Por favor! — Os olhos de Cara estavam selvagens com a ideia de ser capaz de se transformar em um dragão. Trisha podia ver a excitação nos olhos de Cara. De repente, uma pequena risada encheu o ar seguido de risos incontroláveis. Todos os olhos se viraram, incapazes de acreditar de onde vinham as risadinhas. Carmen enxugou os olhos tentando parar de rir. — Oh Abby, por favor nos ensine. Eu adoraria poder dar a alguém o inferno e eu tenho certeza que eu poderia pensar em uma centena de maneiras diferentes de fazê-lo na forma de um dragão. — Trisha olhou maravilhada para Carmen. Foi a primeira vez em três anos que a ouviu rir. Um rápido olhar para Ariel mostrou lágrimas formando em seus olhos enquanto sorria suavemente para sua irmã mais nova. Trisha sorriu hesitante e juntou-se à diversão. Logo, todas elas estavam rindo e inventando maneiras de deixar os homens loucos, alternando entre humanas, dragões e usando as simbioses. Enquanto Cara era a mais criativa, Carmen veio com as mais desonestas e deixou todas elas em histeria. Quando Zoran entrou na sala um par de horas depois e encontrou
todas as cinco mulheres rindo incontrolavelmente ele teve a má sensação de que ele e seus irmãos estavam em apuros. Trisha caminhou lentamente de volta para os aposentos de Kelan. Bio continuou escovando-se contra ela como se tentasse acalmar a enxurrada de pensamentos e dúvidas que atravessavam a mente dela. Gostava de passar um tempo com as outras mulheres, mas agora só podia pensar que elas estavam brincando. Ela precisava de mais informações, tempo e um lugar tranquilo para para processar tudo. Seria realmente possível ela se transformar em um dragão? Se sim, faria mal durante a mudança? Ela só tinha visto Kelan em sua forma de dragão uma vez, na noite em que se encontraram. Mesmo sabendo que ele podia mudar para outra criatura, nunca parecia real, já que tudo o que aconteceu na noite em que Abby foi sequestrada na Terra parecia meio surreal. Trisha não tinha certeza de que estava tão entusiasmada como as outras mulheres estavam sobre a ideia de serem capazes de se transformar em outra criatura. Trisha sentiu uma agitação profunda dentro dela e um choro baixo. Quero meu companheiro, uma voz suave sussurrou. Preciso do meu companheiro. Trisha parou no meio do corredor enquanto a voz suave a inundava. Era quase como se houvesse alguém dentro dela sussurrando. Trisha se perguntou se isso é o que as pessoas que sofriam de esquizofrenia ou vários transtornos de personalidade sentiam. Talvez nada disso fosse totalmente real. Talvez ela estivesse em coma, ou pior, em alguma experiência do governo para testar a habilidade da mente humana para determinar a realidade da fantasia. Trisha estremeceu quando sentiu uma mão em seu ombro. — Você está bem, minha senhora? — Um dos guardas perguntou a Trisha com preocupação. — O que? — Perguntou Trisha confusa. — Onde estou? Quero dizer, realmente? — O guarda se virou para o guerreiro que estava ao seu lado e disse algo suavemente para ele. O homem fez um breve aceno de cabeça, olhando para Trisha com preocupação, antes de correr pelo corredor e desaparecer. Trisha observou-o ir com uma sensação de pânico. E se eles a estivessem
drogando? E se estivesse passando o efeito e eles iriam ir buscar mais? Ela precisava fugir. Precisava se esconder. Trisha pensou na espessa floresta que cercava a cidade. Podia se perder nelas e ninguém a encontraria. Poderia desaparecer para sempre e estar segura. O gemido baixo dentro dela começou de novo como se discordando com sua lógica. Não, fique com o meu companheiro. Nosso companheiro nos protege. Cuida de nós. Quero o meu companheiro. A voz falou um pouco mais alto quando ficou mais agitada. Cale-se. Trisha rosnou enquanto se aproximava um pouco do homem que a guardava. Não quero ouvir você. Você é apenas minha imaginação. Algo que as drogas criaram. Trisha se perguntou se Ariel, Carmen, Cara e Abby eram atrizes reais ou apenas feitas para parecerem suas amigas. Desde seu rapto da Terra, ela tinha sido permitida apenas pequenas quantidades de tempo com elas. Trisha olhou para baixo, enquanto Bio lhe cutucava a mão. Olhou a enorme criatura dourada de perto, como se a visse pela primeira vez. Ela empurrou a mão dela de repente, com medo. Bio tentou enviar ondas de calor através das faixas ao redor de seus braços e pescoço. Assim que Trisha sentiu o calor, ela começou a puxar as faixas, primeiro as de seus pulsos, depois a do pescoço. — Por favor, saia de mim. — Trisha sussurrou roucamente quando um medo irracional começou a se espalhar pelo corpo dela, deixando-a abalada. — Por favor. — As pequenas faixas de ouro se dissolveram lentamente, como se relutassem em deixá-la. Trisha começou a respirar um pouco melhor, uma vez que não estavam mais tocando nela. Bio balançou e baixou a cabeça, quase como se estivesse ferida pela rejeição de Trisha. Virou-se e seguiu pelo corredor em direção aos seus aposentos. Trisha observou como ela dobrava um canto e desaparecia de vista. Ela estava tão concentrada em perguntar por que estava se sentindo culpada, que não ouviu o que o homem ao lado dela estava dizendo no início. — Minha senhora, você gostaria de sentar e descansar por um momento? Eu enviei o outro guarda para o Senhor Kelan. — O guerreiro estava dizendo suavemente.
Trisha reagiu sem pensar no momento em que tocou seu braço. Trazendo a palma da mão para cima em um arco, ela bateu no nariz do guerreiro. Agarrou o braço que a tocou firmemente, ela girou ao mesmo tempo trazendo seu joelho em seu estômago. No momento em que ele se inclinou, dobrou seus punhos trazendo-os para baixo sobre a parte de trás de seu pescoço deixando-lhe inconsciente. Trisha respirou fundo. Ela agarrou o homem por seus braços puxando-o para uma alcova próxima no corredor. Usando sua camisa, rasgou tiras dela e rapidamente amarrou suas mãos e pés. Revistando-o, tirou as armas que ele estava carregando, colocando-as debaixo da camisa para não serem vistas. Ela mentalmente recuperou o mapa do palácio que ela desenhou em suas muitas viagens através dele. Decidiu em uma entrada raramente usada no lado perto das cozinhas, moveu-se rapidamente e quietamente. Ela procuraria abrigo nas florestas. Uma vez que se sentisse segura, pensaria em tudo o que tinha aprendido e esperaria por Deus se estivesse sob a influência de qualquer medicação. Ela se recusava a acreditar que suas amigas eram reais. Se fossem, ela iria revisitar sua estratégia ofensiva, se necessário. *** Kelan estava em uma discussão pesada com Creon quando a batida na porta os interrompeu. Creon queria que a V'ager estivesse pronta para ir em caso de problemas. Kelan estava atualizando Creon onde a maioria da frota Valdier estava no momento e fazendo algumas mudanças adicionais para reposicionar alguns dos navios de guerra mais perto das fronteiras espaciais de Sarafin e Curizan. — Entre. — Creon gritou sem olhar para cima da holoscreen na frente deles. — Desculpe incomodá-lo, milorde, mas preciso falar com Lorde Kelan por um momento. — Disse o guerreiro em voz baixa. Ele ficou perto da porta à espera de permissão para falar. Kelan virou-se com o cenho franzido. O cenho franzido se aprofundou ao reconhecer o guerreiro como um dos guardas designados para proteger Trisha. Algo aconteceu com ela? Ela deveria estar visitando a companheira de
Zoran e as outras mulheres. Ao pensar nas outras mulheres, Ariel e Carmen, Kelan soltou um gemido silencioso. Tinham conversado com ela para ajudá-las a escapar? Ele poderia se importar menos se as outras duas fêmeas o fizessem e que os deuses e deusas do universo ajudem a qualquer um que encontrarem, mas ele se recusaria a deixá-las levar Trisha com elas. — O que é? — Kelan perguntou impacientemente. Portanto, ajude-o, se essas outras duas mulheres tentassem influenciar Trisha, ele iria proibi-las de sair de suas habitações. Ele não se importava com o que Mandra e Creon tinham a dizer sobre isso. O guerreiro avançou rapidamente. Uma vez que ele estava perto o suficiente para falar calmamente, ele rapidamente explicou o propósito de sua visita. — Meu senhor, sua companheira não parece bem. Nós estávamos escoltando-a de volta para sua sala de estar depois de sua visita com as outras fêmeas humanas quando ela apareceu ficar muito confusa e assustada. Ela não sabia onde ela estava e estava muito, muito pálida. — O guerreiro fez uma pausa antes de acrescentar — Podíamos sentir seu medo. Algo a assustou muito. Kelan olhou para o guerreiro cuidadosamente e viu a preocupação em seus olhos. — Havia comida ou bebidas servidas? Você acha que ela poderia ter sido envenenada? — O primeiro pensamento de Kelan foi o que aconteceu com a companheira de Trelon, Cara. Poderia algum tipo de veneno ou droga ter sido colocado nos refrescos que as mulheres consumiram? O guerreiro sacudiu a cabeça. — Não senhor. Todos os alimentos e bebidas foram cuidadosamente monitorados e testados antes de serem servidos. Eu parei no meu caminho aqui para ver se alguma das outras mulheres estavam tendo dificuldades e tudo parece bem, exceto com a chamada Cara. Disse que estava 'ok', que ela estava em uma alta dose de – cafeína – e a forma como estava agindo não era anormal para ela. Lady Abby foi muito educada e disse que estava se sentindo bem. Aquela que se chama Ariel fazia os seus olhares habituais e a outra tentava me atacar. Ambos os comportamentos eram normais vindos delas. — Kelan assentiu com a cabeça. Ele fechou os olhos brevemente e acariciou a faixa de ouro em seu pulso tentando se comunicar com sua simbiose.
Ele franziu o cenho quando recebeu uma impressão de sua simbiose sentindo uma tristeza esmagadora. Teria acontecido algo terrível a Trisha e sua simbiose não poderia ajudá-la? Com um xingamento murmurado, Kelan lançou um olhar para Creon, que o observava de perto. — A minha companheira precisa de mim. Algo está errado. — Creon deu um rápido aceno de cabeça. — Vou verificar com Zoran e com os guardas que protegem as outras fêmeas. Deixe-me saber se você precisar de proteção adicional ou ajuda para ela. — Kelan saiu correndo da sala seguido de perto pelo guerreiro. Um arrepio de apreensão passou por Kelan como se algo ruim estivesse prestes a acontecer. Tudo o que sabia era que ele esperava que os deuses e deusas tivessem misericórdia de quem quisesse prejudicar sua companheira, porque ele não teria misericórdia.
Capitulo Doze
Trisha passou a mão pela testa. Ela olhou em volta para as enormes árvores que a rodeavam e forçou-se a seguir em frente. Hoje marcava o terceiro dia desde que ela escapou das paredes do palácio. Estava se movendo cada vez mais para as profundezas da floresta. A primeira noite ela colocou uma boa distância e não se preocupou em deixar trilhas. Uma vez que sentiu que cobriu uma distância justa da cidade, diminuiu e começou um trajeto mais metódico com a parte mais profunda da floresta. Em um ponto durante o segundo dia, usou um rio grande para cobrir diversas milhas, deixando puxá-la junto com a corrente. Foi a visão de vários dragões voando sobre o rio que finalmente a levou de volta à costa. Ela estava usando detritos naturais que flutuavam como uma capa e afundou tão longe sob a água quanto poderia quando eles voaram sobre ela. Ela observou-os através dos membros emaranhados enquanto eles varriam para cima e para baixo antes de virar mais para o norte. Ela não sabia se eram verdadeiros dragões, ou apenas algum tipo de avião projetado para se parecer com um, ou se era uma droga que a fazia alucinar. Sabia que não podia ser descoberta. Todo o treinamento de seu pai estava em vigor. Ela viajou durante as duas últimas noites parando apenas uma vez por hora para descansar por quinze minutos. Várias vezes, ela sentiu que estava sendo seguida por um predador maior e ela subiu para as árvores esperando e observando enquanto passavam debaixo dela. Ela continuou a fazer o mesmo cada dia depois disso até que ela percebeu que estava a mais de cem milhas de distância do palácio. Trisha começou a se concentrar nas pistas que seu ambiente circundante proporcionava a ela. Ela descobriu que os galhos das enormes árvores eram muito maiores do que qualquer outra que viu antes nas montanhas ao redor de sua casa. A terceira manhã amanheceu brilhante e clara, e foi capaz de ver um bom caminho do poleiro que estava atualmente. A parte lógica dela disse que se tivesse sido drogada, as drogas estariam fora de seu sistema por agora e tudo isso era tão real quanto ela. Trisha respirou fundo. Ela teria que ter cuidado.
Não estava pronta para ser encontrada ainda, não até que chegasse a um acordo com o que estava acontecendo com ela. Trisha se levantou e começou a se mover novamente. Ela decidiu aproveitar as enormes árvores e seus galhos entrelaçados para ajudá-la a ficar mais longe. Ela os usou como um tipo de estrada acima do solo, bem como os esquilos faziam. Isso retardou seu progresso, mas aumentou a dificuldade de serem capazes de rastreá-la. Além disso, usou parte da lama, musgo, folhas e ramos pequenos como camuflagem. Aplicou cuidadosamente um revestimento espesso a qualquer pele visível. Ela precisaria parar e reparálo. Mas, a menos que precisasse recuar novamente na água, ela deveria ser menos visível. Ela trançou galhos finos através de seus cabelos longos, trançando-os dentro e para fora e deixando-os ficar em um ângulo para se assemelhar a alguns dos arbustos nas proximidades. Uma vez que ela estava satisfeita de que tinha feito o seu melhor para se misturar com a floresta circundante, olhou para as armas que ela tomou do homem no corredor novamente. Ela estudou cuidadosamente cada peça. Tinha uma longa faca curva de cerca de dois metros de comprimento, algum tipo de arma e uma faca menor. Empurrou a faca menor em sua bota. Olhando ao redor, ela viu vários ramos que fariam uma boa reverência. Balançando ao longo do galho quase doze metros no ar, Trisha cortou um ramo certificando-se de que não era aquele que seria imediatamente perceptível. Ela cuidadosamente colocou várias folhas longas e grossas para pegar as aparas enquanto trabalhava em moldar o arco. Seria preciso vários dias para que ela ficasse bem e para curála, mas ela poderia trabalhar com ela quando tomasse suas pausas. Não queria ficar em nenhum lugar por mais de uma hora. Uma vez que se sentisse confiante de que estava segura, pararia para caçar. Precisaria de proteína para ajudar a manter seus músculos de se deteriorarem. Uma vez que a forma inicial foi feita, Trisha rolou cuidadosamente as aparas nas folhas e enfiou-as dentro de sua camisa. Usaria as aparas, assim como algum musgo seco, para construir um fogo pequeno uma vez que encontrasse o abrigo para a noite. Ela se levantou, escutando atentamente a floresta que a
rodeava. Era seu sistema de alerta precoce. Prestou muita atenção às mudanças desde que vários dragões voaram mais cedo. Notou que os pássaros soltaram um longo e agudo assobio de advertência à medida que se aproximavam e uma série de pequenos chilreios quando eles se foram. Ela também notou que várias plantas tendem a se fechar quando eles vêm. Suspeitava que era uma forma de defesa, para proteger suas sementes que os dragões mais do que provavelmente comiam. Teria que verificar isso. Alimentos e abrigo eram importantes se quisesse permanecer forte. Passou às seis horas seguintes se movendo o mais rápido que pôde. Ela usou as árvores o máximo possível. Quando se tornava muito difícil ou perigoso, voltava para o chão da floresta. Parava frequentemente para descansar. Podia sentir seu corpo drenado do stress, da atividade física intensa, e da falta de alimento e de sono. A última coisa que ela queria fazer era cometer um erro estúpido que a fizesse se machucar ou se matar. Precisaria encontrar comida e abrigo esta noite e precisava disso desesperadamente. Ela iria empurrar por mais uma hora antes de começar a procurar por ambos, decidiu. Cerca de duas horas mais tarde, Trisha olhou para o céu. Nuvens escuras apareceram. Podia sentir o cheiro da chuva no ar. Ela precisaria procurar abrigo em breve. Ela não queria ser pega em uma tempestade. Trisha usou as árvores para cobrir cerca de um quilômetro de terreno antes de descer. De seu lugar no alto, ela pôde ver algumas das plantas que tinham reagido aos dragões. Movendo-se lentamente, permaneceu nas sombras até que estivesse perto o suficiente para saltar a distância restante até o chão úmido da floresta. Trabalhando seus gestos com cuidado deixou tão poucas folhas quebradas ou impressões na terra macia como possível, desceu acima de uma das enormes vagens floridas. No centro da vagem tinha um tipo de semente semelhante as do girassol, cerca do tamanho de um cantaloupe3. Trisha usou a faca longa para ter duas das sementes livres. Enquanto os aproximava, sentiu a coisa dentro dela se mover novamente. Trisha ficou imóvel e concentrou-se no sentimento. — Quem é você? — Perguntou Trisha em silêncio. — O que você é?
3
*Cantaloupe: uma espécie de Melão.
— Eu sou uma parte de você, seu dragão. — Sussurrou suavemente. — Por favor, eu quero o meu companheiro. Precisamos de nossos companheiros. Trisha bateu sobre a criatura quando tentou fazer um som de tosse suave. Podia sentir o ruído do som no peito e na garganta. Ela fechou a mandíbula com força e fechou os olhos, concentrando-se em empurrar a criatura em uma grande gaiola de metal. Podia sentir que lutava para resistir a ela, mas estava determinada. Trisha aprendeu em uma idade precoce como criar lugares grandes, contínuos, fortes dentro dela para pôr coisas desagradáveis que não queria lidar. Neste momento, a criatura, ou dragão, dentro dela era uma daquelas coisas desagradáveis. Precisava ter certeza de que estava segura antes de soltála o suficiente para examiná-la. Trisha abriu os olhos e começou a se mover novamente com uma determinação concentrada. Ela pensou ter visto uma caverna à frente, onde poderia procurar abrigo da tempestade. Trisha não pôde deixar de pensar enquanto caminhava através da grossa vegetação rasteira, se encontraria um abrigo forte o suficiente para ajudar a protegê-la da tempestade e da necessidade que se infiltrava profundamente dentro dela, implorando-lhe que voltasse a Kelan. *** Kelan soltou um rugido de raiva impotente. Perderam sua trilha outra vez. Se eles não encontrassem algo antes da tempestade cair, poderia ser impossível determinar qual caminho ela tomou. Quando encontrou o corpo do guarda semiconsciente amarrado na alcova três dias antes, temia o pior. Ele rapidamente chamou para que sua simbiose viesse até ele, se perguntando por que não a tinha protegido ou avisado sobre o ataque a sua companheira. Ficou chocado ao descobrir que Trisha era a responsável pela condição do guarda. O medo voltou-se para a fúria enquanto tentava entender porque ela faria tal coisa. Depois de procurar no palácio, Kelan questionou cada uma das outras mulheres com quem Trisha tinha estado, tentando entender por que Trisha fugiria dele. Foi Abby quem lhe deu sua primeira pista. Ela disse que notou uma mudança em Trisha depois de mencionar sua capacidade de se transformar em um dragão. Ela disse que era mais um sentimento do que qualquer outra coisa. Abby
mencionou que enquanto as outras brincavam sobre isso e brincavam umas com as outras, Trisha apenas participou quando notou que alguém a observava. Ela parecia distraída, talvez até chateada. Sua visita a Ariel deu-lhe a certeza que ele precisava para saber por onde começar a procurar Trisha. Ariel estava preocupada quando ouviu que Trisha tinha desaparecido. Ela disse que Trisha sempre desaparecia por um tempo quando ela estava chateada com alguma coisa ou precisava pensar sobre as coisas. A mente de Kelan voltou para o que ela lhe disse logo depois que descobriu que sua companheira estava desaparecida. — Trisha desaparecia por dias, às vezes semanas nas montanhas sozinha. Seu pai costumava rastreá-la para certificar-se de que ela estava bem, mas Trisha o despistava até que uma vez quando ela tinha cerca de catorze. Algumas das meninas da cidade estavam dando a ela um tempo difícil, a chamando de nomes e a colocando para baixo. Quando alguns dos caras começaram a chamá-la de coisas e empurrá-la, Trisha só se levantou e saiu da classe. Ela tinha desaparecido por quase três semanas antes de voltar para a escola e o seu pai a encontrou vivendo perto de Bear Creek. Havia algumas cavernas lá em cima. O que aconteceu lá em cima, ela nunca me disse, mas voltou mais calma, mais reservada. Se concentrou em ter boas notas e não saia com ninguém, a não ser Carmen e eu depois disso. — Ariel fez uma pausa enquanto olhava pela janela. — Se ela foi embora, teria ido para as florestas e montanhas. É onde ela se sente mais em casa. — Ariel se virou para olhar para Kelan. — Você não vai encontrála a menos que ela queira ser encontrada. Ela é boa, realmente boa em desaparecer. Sinceramente, acho que nem seu pai poderia encontrá-la se ela não quisesse. — Kelan franziu as sobrancelhas quando ele olhou por cima do ombro de Ariel para a distância onde a floresta se erguia para cercar três lados da cidade. — Por quê? Por que ela fugiria de mim? — Ariel sorriu tristemente para Kelan antes de responder suavemente. — Você estava mudando ela sem lhe dar uma escolha. Trisha parece dura por fora, mas por dentro tudo o que sempre quis foi ser aceita por quem ela é. Ela tentou ser a filha perfeita para seu pai, a filha perfeita para sua mãe, a amiga perfeita, a esposa perfeita, mas nunca pareceu ser suficiente. Agora, ela não é
apenas Trisha se o que Abby nos disse é verdade. Estamos fazendo o melhor que podemos para nos adaptar a tudo o que nos aconteceu. Alguns de nós são apenas melhores nisso do que outras. Trisha precisa de tempo para aceitar o que está acontecendo e aceitar quem ela está se tornando. — Kelan olhou para Ariel e compreendeu porque ela era tão importante para Trisha. Ela aceitou Trisha por quem ela era e a amava incondicionalmente. Ele estava errado ao julgá-la tão duramente. A força tranquila de Ariel e o apoio ajudaram sua companheira a sobreviver a muitos eventos dolorosos em sua vida. Kelan se aproximou de Ariel e lhe deu um beijo suave na bochecha. — Obrigado por tudo o que você fez por minha companheira. Ela é muito afortunada em contar com você como sua irmã. — Os olhos de Ariel se encheram de lágrimas enquanto sorria para Kelan. — Apenas traga-a para casa, para nós. Traga-a para casa, aceite-a e a ame. Isso é tudo o que ela sempre quis. — Você tem minha promessa. — Kelan jurou suavemente antes de despedir-se. Ele tinha uma floresta para procurar e uma companheira para encontrar. Chamando a sua simbiose, Kelan mudou assim que saiu do palácio. Quatro dos melhores rastreadores de seu irmão seguiam ele. — Senhor Kelan. — Jaguin, um dos rastreadores que Creon recomendou, gritou do alto de uma das árvores. Kelan empurrou de volta ao presente. Ele rapidamente se deslocou e pulou até onde o guerreiro estava ajoelhado em um grande ramo a 12 metros de altura. Kelan aterrissou levemente, trocando ao mesmo tempo. Ele cuidadosamente se dirigiu até onde o homem estava ajoelhado. — O que você encontrou? — Kelan perguntou. Ele olhou para o chão bem abaixo e não pôde evitar o pensamento de que sua companheira precisava ter seu traseiro espancado por correr tantos riscos em sua vida. Se ela caísse dessa altura, ela morreria.
— Aqui, há uma impressão e um pouco de musgo cobrindo o galho. Eu também encontrei o que parece ser aparas de madeira. — Jaguin respondeu. Jaguin franziu as sobrancelhas enquanto segurava as pequenas peças de madeira na palma de sua grande mão. Ele não conseguia entender. Se a fêmea estava cortando em uma madeira, devia haver mais aparas. Ele olhou ao redor, estudando cada ramo ao longo do galho cuidadosamente. Não fazia sentido que a fêmea carregasse um ramo acima da árvore. Ele ainda estava chocado com tudo o que estava aprendendo sobre a fêmea humana que Creon lhe pediu para ajudar a encontrar. Nunca em sua vida tinha rastreado algo tão difícil. No início, ele e os outros três rastreadores achavam que a fêmea estava perdida. Se fosse esse o caso, só levaria uma hora ou duas para encontrá-la. Logo ficou evidente que a fêmea sabia o que estava fazendo. No primeiro dia ela se moveu a um ritmo acelerado. Teve cuidado de não deixar pistas óbvias, mas não tentou escondê-las. Era como se estivesse pondo distância entre ela e aqueles que poderiam segui-la. Ele, Palto, Gunner e Kor pensaram no final da primeira noite, quando ainda não a alcançavam, que ela faria um acampamento para a noite e seria fácil encontrá-la. Afinal, a noite poderia ser a mais perigosa. Os Werecats eram noturnos e também os BearBeasts. Fazia sentido para a fêmea se esconder até a primeira luz. Em vez disso, eles descobriram que ela continuava se movendo mais para dentro da floresta. Eles perderam sua trilha dezenas de vezes. A primeira vez que ficou mais claro que ela estava agora cobrindo foi quando eles encontraram um conjunto de faixas Werecat. Kor descobriu a menor impressão de sua bota antes de desaparecer. Dois passos depois, as impressões de pata enorme do Werecat foram encontradas. Lord Kelan, Palto e Gunner rapidamente trocaram de forma de dragão para ver se podiam sentir o cheiro de qualquer sangue, o Werecat teria cortado o estômago da fêmea e comido ali mesmo. Nenhum deles conseguiu detectar nenhum vestígio de sangue. Palto finalmente encontrou uma pequena seção ausente na casca de uma árvore próxima, onde parecia que algo bateu enquanto escalava. Lorde Kelan voltou para a descoberta e subiu lentamente a árvore até chegar ao limbo onde parecia que algo tinha pisado, esmagando algumas das samambaias que cresciam ao longo dele. A marcação de um calcanhar foi delineada em uma das folhas grandes. Essa foi a primeira pista deles de que a fêmea estava usando os galhos
das árvores como uma maneira de se mover. Agora, três homens cobriam o chão à procura de rastros enquanto outros dois estavam nas árvores em todos os momentos. Seu rastreamento diminuiu quando se tornou mais difícil encontrar qualquer trilha. — Ela estava aqui. — Kelan disse calmamente olhando em volta. — Olhe para as impressões no musgo. Eles têm várias horas. — Kelan se levantou e olhou ao redor. O que ela estava fazendo? Kelan se moveu para vários ramos pendurados para baixo. Afastou-se de lado antes de encontrar o que procurava, a casca fresca de um ramo cortado. Kelan tocou e sentiu a seiva ainda pegajosa. Ele olhou à distância tentando descobrir o que ela estava fazendo. — Ela continuou ao longo dos galhos. Posso ver onde o musgo está borrado de suas botas. — Kor disse. — Ela é muito boa. Eu não acho que eu já tenha caçado um adversário mais digno. — Ela não é um adversário. — Kelan respondeu calmamente. — É minha companheira. — Desculpe, Lorde Kelan, eu não quis desrespeitar. — disse Kor. — Você deveria estar muito orgulhoso dela. Eu não conheço muitos guerreiros que poderiam ter chegado tão longe, não com cinco de nós seguindo. — Kelan concordou com a cabeça. — Não temos muito tempo. A tempestade está se movendo rapidamente e parece ser ruim. Pode dizer para onde ela foi? — Jarquin acenou com a cabeça para o noroeste. — Ela mudou de direção novamente. Está indo nessa direção. — Gunner grunhiu baixo. — As florestas engrossam e se tornam mais perigosas, quanto mais perto você chega das montanhas. Minha casa não está longe do vale que leva entre os dois picos mais altos. Só os guerreiros experientes vão lá caçar os BearBeasts. — Kelan olhou sombriamente para o céu escurecendo e depois para as montanhas ao longe.
— Gunner, você é o líder. Você está familiarizado com a área. Onde você acha que ela iria procurar abrigo? — Gunner ficou em silêncio por alguns momentos enquanto pensava no terreno em que estavam prestes a entrar. — Se ela continuar para as montanhas, há muitas cavernas que a revestem. Há pelo menos seis, grandes o suficiente para a sua fêmea humana procurar abrigo em segurança. Se a fêmea foi capaz de chegar ao início das montanhas e se foi capaz de encontrar uma das cavernas, então é onde eu iria olhar primeiro. — Um raio espalhou-se pelo céu seguido por um estrondo de trovão. — Sugiro que também encontremos abrigo em uma dessas cavernas. A tempestade estará aqui em breve e do jeito que meu dragão está agindo, vai ser desagradável. — Palto disse enquanto se juntava aos outros. Kelan olhou para os homens e sabia que eles estavam certos. Tanto quanto ele preferiria continuar procurando, fazê-lo em uma das tempestades elétricas ferozes que eram comuns ao seu mundo seria suicídio. Kelan olhou para Gunner, que estava estudando-o e deu um aceno afiado. Gunner não disse nada, apenas mudou para seu dragão e levantou-se no ar. Kelan seguiu em último lugar. Deixou que a visão afiada de seu dragão procurasse sinais enquanto se moviam para dentro e para fora das árvores. Ele podia ver o caminho que seguia pelas árvores. Quando a trilha desapareceu, três deles se aproximaram do chão enquanto os outros dois continuavam a procurar nos ramos em um padrão de trabalho em equipe não dito. Uma raia brilhante de relâmpagos brilhou perto quando Gunner pousou no chão, mudando. — Precisamos nos proteger. É muito perigoso para nós estarmos aqui fora. — Ele gritou acima dos ventos ascendentes. Kelan pousou ao lado dele e assentiu. Gunner os conduziu a uma curta distância até que Kelan viu a estranha formação rochosa saindo do lado de uma massa de rocha. Gunner tirou a arma e aproximou-se lentamente. Ele deixou
seus olhos se moverem para o seu dragão, para procurar dentro por outras criaturas que podem ter se refugiado da tempestade. — Está limpo. — Gunner gritou movendo-se para o espaço escuro. Kelan acenou com a cabeça para os outros homens, para entrar antes que ele fizesse. Deu uma última olhada ao redor da floresta escura, soltando um grunhido de frustração. Sabia que eles estavam se aproximando. Ele podia sentir. Sim, encontre minha companheira. Preciso da minha companheira. Seu dragão tossiu suavemente. Logo, meu amigo. Logo as teremos ambas conosco, disse Kelan calmamente.
Trisha puxou o último dos ramos maiores e empilhou-o perto da pilha de musgo que ela havia recolhido anteriormente. A tempestade rugia furiosamente lá fora e estava tremendo pela combinação de estar encharcada até a alma, a frieza da caverna que encontrou, e o vento chicoteando através da estreita abertura. Precisaria fazer algumas coisas: primeiro, começar um fogo. Ela puxou as folhas contendo as aparas de madeira mais perto dela e agarrou um pequeno montículo de musgo seco que ela reuniu antes que a tempestade a atingisse. Levou quase uma hora para conseguir bastante madeira, musgo e folhas reunidas, uma vez que encontrou a pequena caverna. Ela trabalhou rapidamente limpando uma área grande o suficiente para criar um pequeno esconderijo. A caverna, se você poderia chamá-la assim, provavelmente não era mais do que um quarto dez por dez, mas era relativamente limpa e seca. Ela quase perdeu a entrada. A área de uma rocha que pensava ser uma caverna acabou por ser um tronco grande de uma árvore oca contra o lado de uma face de pedra. Foi quando estava se afastando que vislumbrou o corte pequeno e escuro na face da rocha cerca de 6 metros acima. Uma vez que ela explorou, descobriu que era perfeita. Estava em um terreno alto, com poucas chances de um deslizamento de rocha, a abertura era apenas grande o suficiente para ela se encaixar dando proteção das criaturas maiores que notou durante suas viagens noturnas, e a menos que você estivesse exatamente certo, você não seria capaz de vê-lo. A tempestade estava se movendo mais rápido do que gostava e ela não
sabia quanto tempo às tempestades poderiam durar neste planeta. Não queria ficar presa sem calor ou comida mais do que uma noite, então Trisha fez uma decisão de obter o máximo de gravetos e comida que pudesse e esperava que a tempestade tivesse coberto suas trilhas. Conseguiu madeira suficiente para durar um par de dias se só usasse um pequeno fogo e várias sementes, bem como, alguns dos frutos que ela reconheceu de comer no palácio que estava crescendo selvagem. Ela fez um anel de algumas das pedras soltas e cuidadosamente empilhou algum musgo no centro. Tomando uma das folhas, abriu-a e amontoou algumas das madeiras raspadas em cima disso. Trisha estendeu a mão para duas das pedras e começou a golpeá-las umas contra as outras. Depois de alguns minutos ela viu uma pequena quantidade de fumaça. Soprou suavemente sobre ele até que o musgo seco pegou fogo. Lentamente acrescentou gravetos um pouco maiores até que o fogo estava indo bem o suficiente, ela poderia adicionar alguns dos maiores, fazendo um pequeno teepee4. Trisha olhou fixamente para as chamas por um momento, segurando suas mãos sobre o calor para descongelar seus dedos. Uma vez que estava satisfeita, pegou vários dos ramos maiores e cuidadosamente utilizados para criar uma porta sobre a fenda que leva para a caverna. Ela cortou tiras de casca e usou-o como corda para manter as peças no lugar contra o vento. Já podia sentir uma diferença quando a pequena área começou a aquecer. Usando a luz do fogo, Trisha olhou ao redor. Havia água se infiltrando de um emaranhado de raízes através do teto da caverna gotejando em uma formação rochosa rasa, em forma de tigela. Ela teria muita água potável e de banho. Quando a caverna ficou mais quente, tirou suas roupas molhadas, apenas mantendo seu sutiã e calcinha por enquanto. Usou várias varas longas para fazer uma inclinação perto do fogo e colocou suas roupas sobre ele para que pudessem secar. Em seguida, usou alguns dos seus musgos preciosos e formou uma cama fina. Cobriu-a com várias folhas grandes. Ela pegou uma das vagens de sementes e gentilmente colocou no fogo sobre algumas das brasas. Deixaria assar enquanto tirava um cobertor das outras folhas que tinha. Trisha sentou-se pelas próximas duas horas cuidadosamente cortando as folhas em tiras longas, em seguida, tecendo-os para 4
*Teepee: Aquelas cabanas feitas com gravetos tipo as dos índios americanos.
frente e para trás como os potes que Ariel costumava fazer para sua mãe. Parou várias vezes para adicionar mais lenha ao fogo, para virar a vagem de sementes, e para enxaguar algumas das frutas na água. Não precisava se preocupar em lavar a lama e a camuflagem das folhas. A chuva fez um excelente trabalho antes de entrar na caverna. Ela verificou suas roupas e ficou satisfeita por achar que estavam quase secas. A claridade do relâmpago seguido por um estrondo de trovão encheu o ar e sacudiu o chão. Parecia que os demônios do inferno estavam dando uma festa lá fora, pensou Trisha com um pequeno sorriso. Estava feliz por não ter sido convidada. Trisha logo se vestiu de novo com suas roupas quentes e secas. Sua barriga estava cheia de sementes torradas e frutas frescas e ela mal conseguia manter os olhos abertos. Ela manteve o fogo, acrescentando apenas um par de pedaços de madeira mais verde para mantê-lo queimando um pouco mais antes de se enrolar em sua cama, colocando as facas e arma perto. Ela estava deitada observando as sombras dançarem no teto da caverna quando ela sentiu o remexer agora familiar profundamente dentro dela. Trisha fechou os olhos e concentrou-se. Me diga quem você é. Ela sussurrou suavemente. A criatura profundamente dentro dela se moveu ligeiramente. Estava enrolado em uma bola, tremendo. Eu sou você. Você me conhece. Ela sussurrou para trás levemente. Trisha franziu o cenho. Ela olhou de perto para a pequena criatura tremendo. Era tão bonito. Escamas de bronze, ouro e preto cobriam seu corpo delicado. Levantou lentamente a cabeça para olhar para Trisha. Trisha recuou pelo grito de desespero que viu em seus olhos. Porque você está tão triste? Perguntou em voz baixa. Porque você não me quer.... Você não quer nosso companheiro. Não posso viver sem o meu companheiro. Eu preciso dele. Nós somos um. Morreremos sem o outro. Por que você não o quer? Ele é tão forte, tão bonito. Ele nos protegerá. Ela sussurrou de volta.
Você é apenas uma invenção da minha imaginação. Disse com raiva. Você realmente não existe. Eu sou humana. Eu não posso me transformar em um dragão. Tenho que ir para casa. Tenho que encontrar meu pai. Eu não pedi nada disso. A criatura dentro dela parecia encolher com a raiva na voz de Trisha. Eu existo. Eu quero sair. Quero tocar meu companheiro assim como você tocou o seu. Por quê? Por que você me mantém trancada? Ela choramingou. Trisha podia sentir a dor irradiando para fora da criatura. Ela se espalhou por seu corpo, lembrando-lhe como se sentia estar presa em um corpo que não funcionava mais. Estar irremediavelmente presa sem saída. Trisha sentiu algo rachar por dentro, como se uma barragem que segurasse muita água atrás dela e não pudesse mais contê-la finalmente atingisse seu ponto de ruptura. Ela estava inundada de lembranças. Lembranças dos gentis ensinamentos de seu pai e do apoio amoroso, de ter sempre Ariel e Carmen em quem se apoiar, contar seus sonhos e desejos, da mãe e do pai de Ariel e do amor que sempre tiveram por ela. Lembrou-se do mal, também, mas não parecia ter o poder de machucá-la como fazia antes. Ela reconheceu que as meninas tinham ciúmes de sua capacidade de fazer coisas que não podiam. Sabia que os caras estavam apenas flertando com ela na sua maneira adolescente. E, Peter era apenas Peter. Viu o que ela queria ver, não o que era real. Mas, acima de tudo, se lembrava do toque gentil de Kelan. Lembrou-se dos sorrisos curtos que ele lhe dava e do quão paciente estava a bordo da nave de guerra que a trouxe aqui. Ele não tentou pressioná-la, ele a aceitou – com falhas e tudo mais. Trisha imaginou aproximar-se da criatura tremendo dentro dela e reconheceu que era uma parte dela. A parte que estava assustada, insegura, jovem e vulnerável. Era uma versão mais jovem dela e tão nova para este mundo como ela era. Shhh.... Está tudo bem. Estou aqui. Trisha murmurou suavemente enquanto acariciava gentilmente o pequeno e delicado dragão. Estou aqui. Só preciso de um pouco de tempo. Isso é tudo que eu estou pedindo. Por favor, seja paciente por apenas um pouco mais e eu prometo que vamos encontrar nossos companheiros.
Nossos companheiros são lindos. Sussurrou timidamente. Trisha não conseguiu conter a pequena risada que escapou dela. Palavras de um sábio, os caras gostam de ser chamados de bonitos. Eles ficam ofendidos se você os chamar de lindos. Simplesmente não é masculino o suficiente para eles, eu acho. O delicado dragão dentro dela bufou antes de responder: Eu ainda acho que meu companheiro é lindo. Se ele não gosta, ele pode superar isso. Trisha deu uma risadinha. Sim, o pequeno dragão dentro dela era definitivamente uma parte dela. Trisha deixou o calor do fogo lá fora e o calor do amor dentro dela embalá-la até que caiu em um sono profundo e repousante.
Capitulo Treze
Kelan olhou para a tempestade pela entrada estreita da caverna. Palto conversou com um dos homens no palácio uma hora atrás durante as verificações regulares e foi informado que a tempestade se dissiparia nas próximas horas. A tempestade havia se enfurecido nos últimos dois dias. Kelan pensou em tentar sair nela para procurar Trisha, preocupado que ela pudesse estar na furiosa tempestade, mas os quatro homens o pressionaram para usar sua cabeça. Foi-se a autodisciplina, a calma, foi-se a sua capacidade de permanecer no comando em qualquer situação, apenas sua habilidade em lidar com qualquer desafio permaneceu em uma bagunça esfarrapada. Ele não pararia até encontrá-la. Kelan recostou-se na dura parede de pedra, escutando com a metade do ouvido enquanto os homens conversavam baixinho. Ele gentilmente acariciou sua simbiose enquanto ela estava estendida ao lado dele. Eles estavam discutindo todas as novas estratégias que aprenderam ao rastrear sua companheira. As novas habilidades para evitar a captura precisavam ser exploradas mais profundamente e implementadas em seus programas de treinamento, insistia Palto. Não foi até que um dos guerreiros se virou e fez uma pergunta que ele forçou sua atenção de volta na conversa. — Kelan, onde sua companheira aprendeu tais habilidades de sobrevivência? — Kor perguntou novamente. Kelan disse aos quatro homens para deixarem a parte do Senhor na noite em que a tempestade os atingiu. Estava começando a dar em seus nervos. — Seu pai a ensinou. — Kelan respondeu com um sorriso. — Ela me contou como ele a treinou desde que era uma menina. Ele ensinou-lhe como caçar, seguir e defender-se nas regiões remotas de seu mundo. — Gunner olhou
sombriamente para o fogo por um momento antes de voltar seu olhar intenso para Kelan. — Por que um homem, especialmente o pai de uma fêmea, ensinaria a sua filha tal habilidades? Ele deve protegê-la até que ela esteja acasalada. — Seu mundo é diferente do nosso. Não é incomum para as mulheres viverem a sua vida, longe de todos os homens. Minha companheira estava em suas forças armadas. Seu pai a ensinou a ser forte. Ela o ama muito e deseja voltar ao seu mundo natal para que possa trazê-lo de volta com ela. Eu prometi que faria isso. — Kelan disse calmamente entendendo a resistência inicial de Gunner a ensinar uma fêmea como se defender. Sempre foi responsabilidade de um guerreiro Valdier defender aqueles que eram mais fracos. Gunner olhou de novo para as chamas antes de falar novamente. — É verdade que ela tem a marca do dragão? Que ela é sua verdadeira companheira? — Kelan acenou com a cabeça, percebendo que os quatro homens estavam intensamente concentrados em sua resposta. — Sim... Ela tem a marca é a verdadeira companheira de Kelan. — Jaguin finalmente falou de onde ele estava sentado perto da boca da caverna observando a tempestade. — Eu desejo ir com você quando você for ao seu planeta. Quero ver se posso encontrar uma verdadeira companheira entre as fêmeas lá. — Ele disse calmamente sem olhar para os outros homens, apenas olhando para a tempestade. Kelan olhou para os outros homens e percebeu que estavam esperando sua resposta. — Por sua ajuda em encontrar minha companheira, eu vou levá-lo. Mas, você deve entender. Seu mundo é diferente do nosso. Nenhuma das mulheres estava feliz por ter sido levada sem sua permissão. Além disso, as espécies de seu mundo desconhecem a vida fora de seu planeta. Eu não posso fazer
nenhuma promessa a você que você encontrará sua verdadeira companheira entre seu povo. — Kelan disse. Gunner se levantou, atirando uma vara no fogo e observando quando faíscas quentes voavam em todas as direções. — Você nos leva a seu planeta e vamos cuidar de encontrar nossas verdadeiras companheiras. — Os outros homens concordaram silenciosamente. Kelan acenou com a cabeça em troca. Ele não podia fazer promessas a eles. Seu olhar se voltou para dentro de si mesmo quando sentiu seu dragão se mexer. Levantou a cabeça, escutando cuidadosamente. A tempestade está desaparecendo. Encontre minha companheira. Ele rosnou enquanto desdobrava seu enorme comprimento dentro dele. Podia senti-lo agarrar-se a ele, impaciente por voltar à caçada. Desta vez, não pararia até que sua companheira estivesse sob sua asa. Como se os outros dragões percebessem a mesma coisa, todos os homens estavam como um. Palto apagou rapidamente o fogo. Gunner foi o primeiro a ir para fora da caverna. Ele sabia onde as outras cavernas estavam localizadas. Procurariam em todas as malditas cavernas até que a encontrassem. *** Trisha riu enquanto observava escamas de bronze, ouro e preto dançando ao longo de seus braços. Nos últimos dois dias, ela e seu dragão tinham tido tempo para se conhecerem. Trisha aprendeu que não machucaria se transformar em seu outro eu. Que seria realmente uma experiência maravilhosa. Embora não tivesse a coragem de mudar completamente, ela e seu dragão tinham experimentado apenas deixar as escamas rolar sobre ela em ondas. Trisha começou a reconhecer a fraca sensação de formigamento que lhe sobreveio antes de aparecerem. Além disso, entendeu a necessidade de seu dragão por seu companheiro. Era a mesma necessidade arranhando que estava comendo Trisha para estar com Kelan.
Trisha já não tinha qualquer dúvida de que tudo à sua volta era real. Não havia experiência do governo, nem drogas, nem lavagem cerebral. Ela corou com o quão estúpida era por ficar tão assustada e fugir do jeito que ela fez. Não estúpida, apenas assustada - como eu. Seu dragão disse suavemente. Isso é novo. Demais e antes da hora. Kelan mau companheiro por te empurrar sem te dizer. Ela tossiu com raiva. Não, ele não é um mau companheiro. É uma experiência de aprendizagem para nós dois. Trisha respondeu calmamente. Estava começando a gostar de ter seu dragão lá o tempo todo. Ela nunca se sentia sozinha. Espere até que tenhamos nossos companheiros e sua simbiose. Seu dragão riu. Você ficará cheia então, sim? Você não conversou com Bio, não é? Kelan não saberá o que fazer com três meninas dando-lhe trabalho. Trisha provocou de volta. Bio? Seu dragão perguntou curioso. A simbiose de Kelan. Eu a apelidei de Bio. Trisha explicou. O dragão de Trisha rolou em riso. Todas as simbioses são machos exceto a da rainha que nunca sai da colméia. Bem, merda. Pensou Trisha. Não era de admirar que a maldita coisa estivesse fazendo-a de tola. Era apenas um pouco de brincadeira para ela. Trisha corou quando pensou em quantas vezes ficou nua na frente da maldita coisa. Seu rubor tornou-se ainda mais escuro quando seu dragão soltou uma longa risada enquanto recordava a maldita coisa que a curava depois das intensas sessões de amor com Kelan. Bem, merda dupla.
***
O dragão de Kelan estava em um galho acima da caverna vazia bem abaixo. Era a última e ainda nada. Kelan apertou seu rugido de raiva. Seu único pensamento foi Trisha nunca ter encontrado um abrigo. Ela deve ter estado fora na tempestade e não havia nenhuma maneira que ela poderia ter sobrevivido dois dias e meio do temporal intenso. Kelan sentiu o grunhido de negação de seu dragão. Não acreditava que sua companheira não teria encontrado algum tipo de abrigo. Sua simbiose enviou uma onda de calor através dele de acordo. Ele sentia que a sua companheira tinha sido inteligente para encontrar um abrigo. — Kelan. — Gunner desembarcou ao lado de Kelan. — O quê? — Kelan grunhiu de volta em voz de dragão. — Há mais uma. Eu não acho que é uma possibilidade porque é pequena e é muito difícil de ver a menos que você saiba o que você está procurando. Costumava esconder-me lá quando eu era um menino. — Gunner respondeu em uma voz subjugada. — É muito improvável que alguém o encontre, mas a sua companheira é muito habilidosa. Se alguém pode encontrá-lo, seria ela. — Os olhos afiados de Kelan estudaram as florestas circundantes. Gunner tinha razão. Se alguém poderia encontrar uma caverna escondida e buscar refúgio, seria sua companheira. Kelan deixou sua enorme cabeça virar-se para Gunner e olhou atentamente para ele antes de assentir com a cabeça sua resposta. *** Trisha observou enquanto cinco dragões voavam sobre sua forma imóvel. Ela estava deitada sob alguns ramos de cerca de quinze metros no ar acima da caverna. Ela queria dar uma olhada antes de sair. Decidiu naquela manhã voltar ao palácio e Kelan. Ela organizou seu pequeno esconderijo pensando que seria bom trazer Kelan um dia para visitar. Depois de limpar a caverna, um hábito deixado pelas palestras de seu pai de sempre deixar uma área mais limpa do que quando você chegou lá, ela começou a tediosa tarefa de camuflar-se novamente. Enquanto não se importava se Kelan a encontrasse agora, não queria correr com nenhum dos outros grandes predadores que viu durante suas viagens
anteriores. Ela estava provavelmente a apenas cerca de cem metros ou mais de onde eles pousaram. Trisha silenciou seu dragão quando teria gritado com alegria ao ver seu companheiro. Trisha estava curiosa sobre como a encontraram. Quero o meu companheiro. Seu dragão sussurrou ferozmente. Pendure em sua meia-calça. Eu quero ver o que eles fazem. Trisha respondeu. É sempre bom estudar aqueles que estavam caçando-a para que você soubesse o que esperar da próxima vez. Veja depois. Seu dragão rosnou impacientemente. Oh vamos lá. Só por alguns minutos. Trisha disse calmamente uma ideia formando em sua cabeça. Ela mordiscou um sorriso enquanto ela lentamente se esticou no bolso traseiro. Um arco não era a única coisa que ela tinha feito durante seu tempo na caverna. *** Kelan abaixou a cabeça enquanto o alívio o lavava. Ela estava aqui. Ele subiu a encosta quando ouviu Gunner gritar para ele que a caverna tinha sido usada recentemente. A grande forma de Kelan mal conseguia encaixar-se na abertura estreita, mas ele apertou até que tivesse atravessado. Lá dentro, ele podia ver o círculo limpo de pedras e as cinzas vazias do fogo em um canto distante. Um pequeno pote com uma tampa de folha tecida estava perto da fogueira. Ele viu os restos de várias vagens vazias. Parecia que ela usava as cascas vazias como pratos. — Olhe. — Jaguin disse, apontando para a parede. Kelan olhou para a parede e sentiu seu fôlego deixá-lo tão rápido que ele estava quase tonto. Trisha lhe deixou uma mensagem, escrita na língua dele. Ela disse que estava indo para casa para o palácio. Ela sentia falta de seu verdadeiro companheiro. Os dedos de Kelan tremiam ligeiramente quando ele estendeu a mão para tocar as palavras que lhe foram direcionadas ao coração. Ela o reconheceu como seu verdadeiro companheiro. Aceitou que eles eram um.
Gunner, Jaguin e Kelan viraram-se como um na direção da entrada da pequena caverna quando o grito surpreendido de Kor encheu o ar. Kor estava gritando que eles estavam sob ataque enquanto Palto estava voando. Gunner saiu da entrada em um borrão de velocidade. Ele saltou para baixo os quinze metros para o chão da floresta úmida abaixo. Seus pés não atingiram a superfície macia quando uma mancha vermelha brilhante embebeu a frente de sua camisa direto sobre onde seu coração estava. Ele olhou para baixo, incrédulo, enquanto as manchas escorriam em um rio de vermelho. Jaguin gritou para Kelan para ficar para trás apenas quando ele foi atingido no lado da cabeça, jogando-o de volta para Kelan. Vermelho brilhante estava salpicado através de seu cabelo e correu para baixo em seu pescoço em um fluxo de lodo pegajoso. Ele balançou a cabeça enquanto tentava limpar sua visão. Kelan baixou-o para o chão com um rosnado e saiu da caverna, mudandose para o seu dragão. Sua simbiose rapidamente formou uma espessa armadura de ouro sobre seu peito, braços e pernas. Garras compridas cobertas de ouro cintilavam de suas garras dianteiras e traseiras. Um capacete de ouro se formou ao redor de sua cabeça alongada, protegendo sua testa. Ele rosnou quando ele pousou na frente dos outros homens que estavam ocupados tentando limpar a polpa vermelha pegajosa, do fruto que tinham sido atacados. Os olhos de Kelan se estreitaram enquanto procurava na floresta densa a menor sugestão de onde a ameaça poderia ter vindo. Seu dragão se levantou em suas patas traseiras e rugiu para fora um desafio. Mal o rugido saiu da boca e um pedaço de fruta vermelha veio até ele, golpeando-o na garganta. Felizmente, sua simbiose foi capaz de desviá-lo. Mova para a esquerda, Palto. Kelan rosnou de raiva. Ele não estava prestes a deixar que nada o impedisse de chegar a sua companheira. Kor, você vai para a direita. Gunner, Jaguin suba. Trisha observou cuidadosamente enquanto os homens se separavam. Era uma típica manobra militar. Trisha sabia que seu cheiro estava coberto pelas plantas que usava e estava bem camuflada. A única maneira que eles iriam vê-la é se ela se mexesse rapidamente. Lembrou-se das instruções do pai. Espere que
eles saiam, menina. Deixe-os vir até você. Acerte o líder se você puder. Desta forma, você corta a cabeça da cobra. Lembre-se de ser paciente. Poderia significar a diferença entre a vida e a morte. Sempre pense sobre seus oponentes e estude-os. Todo mundo tem uma fraqueza, incluindo você. Seu trabalho é ter certeza de que não a encontrem. Trisha afundou-se sob o crescimento denso já se movendo de onde ela disparou por último. Diminuiu a respiração até que parecia que só tomava fôlego a cada dois segundos. Segurou o estilingue firmemente em sua mão e cuidadosamente rastejou em sua barriga, movendo tão lentamente que um caracol ganharia uma corrida contra ela. Estava olhando para chegar à rocha abaixo a cerca de oito metros de distância de onde ela disparou seu último tiro. Ela escolheu o local por várias razões. Era suficientemente grosso para ocultála, era capaz de se mover sem deixar trilhas, e uma vez que se movesse mais alguns pés, estaria fora de sua linha de visão, mesmo de cima. Ela usaria a rocha pendendo para lhe dar a cobertura de cima e a superfície de rocha que estava agora cobriria as suas trilhas. Seu objetivo era claro - capturar o líder também conhecido como Kelan. Trisha balançou e rastejou até que estava no topo de uma pequena borda. Ela estava agora atrás dos homens. Se Kelan se movesse cerca de dois metros para a esquerda, ela seria capaz de cair para baixo em suas costas. Deste ponto, ela podia ver a simbiose coberta com armadura em todos menos um lugar vulnerável, a junção entre suas asas. Ele deixou os dragões suscetíveis a um ataque que poderia matá-los. Ela teria que apontar isso para eles. Seu pai adoraria isso. Ele poderia treinar todos os guerreiros na arte da guerrilha, pensou Trisha, melancolicamente. *** Kelan estendeu a mão com seus sentidos tentando descobrir o cheiro de seu atacante. Seu dragão rosnou em frustração. Tudo o que podia sentir era a floresta natural à sua volta. Ele não cheirou qualquer coisa fora do comum. Os olhos de Kelan se estreitaram enquanto observava os homens enquanto eles se espalhavam silenciosamente na esperança de cercar quem quer que estivesse os atacando. Ele se agachou em suas quatro pernas poderosas e se moveu lentamente para a esquerda, mantendo a encosta rochosa em suas costas.
Rosnou ameaçadoramente enquanto balançava a cabeça para frente e para trás. Onde estava o bastardo? Kelan pensou frustrado. Desde que o último pedaço de fruta do jaka foi ateado fogo neles não havia nada. Ele deixou seu olhar varrer para onde Kor e Palto estavam. Cada um deu uma sacudida negativa de sua cabeça enquanto se moviam silenciosamente através da densa vegetação rasteira. Ele deixou seu olhar se voltar para onde Gunner estava em uma das árvores altas acima deles. Gunner apontou com a mão, avisando que não via nada. Ele estava apenas se virando para verificar com Jaguin quando sentiu um flash de advertência bem antes de um rio úmido de jaka bater entre suas asas. Kelan soltou um rugido ao mesmo tempo que uma pequena figura saltou sobre suas costas. Agarrou-o firmemente com as pernas, envolvendo seus braços ao redor de seu pescoço. Kelan baixou a cabeça torcendo ao mesmo tempo que golpeava a figura com a ponta de sua cauda. A figura soltou seu pescoço e fez um movimento por cima do ombro, rolando pelo chão. Antes de Kelan perceber, seu dragão soltou um longo fluxo de fogo de dragão na criatura que o atacou. O grito de horror de Kelan foi ecoado pelo de seu dragão e sua simbiose quando reconheceram a pequena figura de sua companheira uma fração de segundo depois.
***
Trisha estava esperando a defesa de Kelan. Só fazia sentido. Não importava, porque se essa fosse uma situação militar real, todos os homens estariam mortos até agora. Tecnicamente ignorou os outros enquanto os matava com cada um de seus primeiros tiros. Sabia que sua simbiose poderia curá-los na maioria dos casos, mas um tiro para matar era um tiro de morte. Bater a vítima onde o dano não poderia ter curado rápido o suficiente para recuperar. Com Kelan, ele teria morrido no momento em que ela dirigia a lança, ou neste caso o pedaço de fruta que a representava, através de seu coração. Se por acaso ele tivesse sobrevivido ao golpe inicial, seu segundo ataque teria acabado com
ele. Ela fez uma provisão para ele ser capaz de jogá-la de suas costas e o conhecimento que poderia usar seu fogo de dragão nela. Quando as chamas chegaram ao alcance dela, ela já estava desaparecendo na vegetação rasteira como um fantasma. Ela afundou se tornando uma com a flora nativa. Dois dos homens com Kelan correram para ela mesmo sem vê-la. Os que estavam nas árvores haviam deslocado e pousado pesadamente no chão ao lado de Kelan. Ouviu um deles rosnar algo em uma voz profunda. — Quem é essa?! — Gunner grunhiu para Kelan em voz de dragão. Seus olhos afiados estavam varrendo para frente e para trás enquanto tentava ver onde a figura desapareceu. Kelan ficou atônito por um momento. Como diabos ela fez isso? Um minuto ela estava lá, e no próximo se foi como se tivesse desaparecido no ar. Quando seu dragão soltou o fluxo de fogo de dragão ele tinha certeza que sua companheira estava condenada. Quando as chamas se apagaram, ele pensou que não veria mais que suas cinzas. Em vez disso, era como se ela nunca tivesse estado na frente dele. Seu dragão retumbou frustrado. Bata na bunda da sua companheira. Ele rosnou. Sua companheira louca. Me assustou! Kelan riu. Sim, ela também me assustou. — É minha companheira. Eu acho que ela está jogando um jogo conosco. Um sobre o qual ela me falou. Seu pai a mandava entrar caçando os guerreiros que ele estava treinando. Ela o chamou de ‘apanha’. Acredito que todos foram marcados. Para isso era o fruto. Se você olhar para onde ela nos atingiu, estaríamos todos mortos. — Kelan riu orgulhosamente. Jaguin balançou a cabeça para olhar para Kelan como se tivesse perdido a cabeça. — Seu pai fez o quê?! — Kelan estava prestes a responder quando a pequena figura de sua companheira se levantou para fora da vegetação rasteira não mais de três metros deles. Ela assustou Kor e Palto que deram um passo
atrás quando ela emergiu quase entre eles. Ele observou como ela se aproximava lentamente, um pequeno sorriso de conhecimento em seu rosto, como se soubesse o que ele estava dizendo aos outros dois dragões perto dele. Os olhos de Kelan se tornaram pesados quando ela estendeu a mão, acariciando a ponta de seu nariz. — Marcados, você e ele. — Ela disse ternamente. Kelan estava prestes a se transformar quando ouviu seu pedido suave. — Não, não mude, ainda não. Quero te ver assim. — Trisha ignorou os outros dois dragões e os dois homens que estavam atrás dela. Ela estava focada apenas no belo dragão jade e prata em pé na frente dela. Ela vagamente ouviu Kelan gritar algo para os outros homens. O que quer que fosse, os quatro devem ter compreendido quando os dois dragões logo se tornaram quatro. Todos os quatro acenaram respeitosamente para ela antes de saltar e voar rapidamente, deixando-a sozinha com seu companheiro. — Você é tão bonito, assim como meu dragão disse que você era. — Trisha murmurou enquanto ela corria a mão para baixo ao longo da mandíbula de Kelan. Kelan baixou a cabeça para dar a Trisha um melhor acesso. Ele entendeu que precisava explorá-lo em sua forma de dragão. Enquanto ele sentia falta dela terrivelmente e queria reivindicá-la, ele aprendeu com seu erro anterior sobre não lhe dar tempo para explorar e aceitar quem e o que seu mundo era. Kelan baixou lentamente todo o caminho até o chão para que Trisha pudesse andar ao redor dele. Um arrepio percorreu o comprimento de seu dragão quando sentiu o toque suave e tentador de suas mãos enquanto elas se moviam sobre sua cabeça. Sua simbiose se dissolveu, retornando à sua forma de um enorme cão. Trisha sorriu para Bio. — Me desculpe por machucar você. Eu não deveria ter feito isso. — Trisha disse suavemente para a besta enorme e dourada quando ela veio para esfregar seu lado. Ela deixou que uma de suas mãos lhe
roçasse a cabeça. Trisha não conseguiu conter o sorriso trêmulo enquanto finas faixas de ouro se formaram ao redor de seus pulsos. — Eu sinto muito. — Repetiu suavemente. Bio enviou uma onda de calor através de Trisha deixando-a saber que tudo foi perdoado. Ela também pegou as ondas de alívio ao encontrá-la segura e sadia. Estava preocupada com ela e faria qualquer coisa para protegê-la. — Eu sei disso agora. — Trisha disse calmamente quando ela se inclinou e deu um beijo no topo de sua enorme cabeça. Trisha observou Bio trotando e começou a explorar algumas das árvores ao redor da área perto da caverna. Trisha virou-se para ver Kelan estudando-a intensamente através de olhos flamejantes e dourados. — Sinto muito por te assustar, por fugir. Eu não deveria ter feito isso. É um mau hábito meu quando preciso de tempo para pensar. — Trisha mordeu o lábio inferior enquanto olhava para os belos olhos do dragão de Kelan. Trisha não conseguiu conter a risadinha quando uma língua longa e áspera saiu e lambeu de seu queixo até a testa. — Oh, grosseiro! — O dragão de Kelan soltou um riso. Ele cutucou suavemente Trisha com a cabeça, encorajando-a a continuar a explorá-lo. Gostava da sensação de suas mãos em suas escamas. Ele ronronou enquanto movia suas mãos para traçar ao redor de seus olhos e ouvidos. — Você é tão macio. — Trisha disse maravilhada enquanto rastreava a forma das escamas em seu pescoço. Trisha continuou sua exploração pelo pescoço dele se movendo em direção a suas asas. Ele levantou-as para que ela pudesse correr suas palmas ao longo de suas finas membranas. Riu novamente quando ela gritou de surpresa enquanto tocava as garras na ponta de sua asa e ele fechou em torno de sua mão. A cabeça girou para olhar para Kelan. Ele bufou uma nuvem de fumaça antes de soltar a mão dela. Trisha lhe deu um sorriso torto. Deixou seus dedos
continuarem sua lenta exploração, aproximando-se de seu corpo. Os olhos de Kelan caíram até que estavam quase fechados e ele rolou para o lado expondo sua barriga ao toque mágico de Trisha. Trisha reprimiu um sorriso enquanto as vibrações de seus ronronares aumentavam até que todo o seu corpo vibrasse com o som baixo e retumbante. Ela se moveu até que esfregou as mãos sobre a barriga dele, deixando suas unhas raspar ao longo das espessas escamas cobrindo-o. Não conseguiu controlar a risada suave que escapou quando sua cabeça caiu para trás para descansar no chão e sua perna esquerda começou a se mover por conta própria quando ela acariciava. Lembrou-a do cão de caça velho que teve quando era uma criança, quando acariciava sua barriga então sua perna moveria uma milha por minuto. De alguma forma, não achava que Kelan apreciaria essa analogia. Sua mão se moveu para baixo até a longa fenda em sua região inferior. No momento em que a mão dela tocou, a cabeça de Kelan levantou-se com um rosnado e ela se viu envolvida em sua cauda. O gemido de surpresa de Trisha congelou ao ver as chamas arderem nos olhos de Kelan. Sentiu ser levantada do chão e se moveu para trás em direção a suas garras dianteiras. Trisha não conseguiu quebrar o olhar que Kelan tinha sobre ela. Quando ele soprou uma respiração aquecida, Trisha fechou os olhos enquanto o calor fluía sobre ela. Quando os abriu, estava olhando para o rosto escuro e cheio de paixão de Kelan. — Você é minha, mi elila. — Disse suavemente, perigosamente. Seu sangue se aqueceu até o ponto de fervura enquanto ele olhava para o rosto de sua companheira. Ele não se importava que ela parecesse à vegetação que os rodeava. O fato de que pudesse camuflar-se tão bem só aumentou seu desejo quando ele a reconheceu como uma companheira feroz. Seus filhos seriam fortes, como sua mãe. — Eu preciso de você, Trisha. — Kelan sussurrou olhando para os olhos de Trisha. Trisha assentiu com a cabeça, nunca desviando o olhar. Ela passou os dedos entre os de Kelan e deu um passo para trás, puxando-o para seu abrigo
escondido. Kelan não disse uma palavra, apenas seguiu Trisha silenciosamente enquanto subia para a pequena caverna. Trisha se espremeu pela entrada. Kelan observou enquanto soltava a mão dele. Seus olhos brilharam quando ela começou a desfazer sua longa trança, puxando os pequenos galhos, folhas e flores para fora até que caiu como uma cortina nas costas. Quando ela se moveu em direção à piscina rasa de água, ele rapidamente empilhou parte da madeira sobre o pequeno círculo de pedra e deslocou apenas o suficiente para respirar uma pequena quantidade de fogo de dragão para acender a fogueira. Não queria que sua companheira ficasse com frio. Trisha rapidamente tirou a roupa e se ajoelhou usando a água fria para lavar a camuflagem do rosto e dos braços. Ela estremeceu quando a água gelada percorreu seu pescoço e seus seios fazendo seus mamilos ficarem duros. A respiração de Trisha ficou presa na garganta quando um par de braços quentes envolveram ao redor dela, acariciando seus seios pesados. — Kelan. — Trisha suspirou um gemido suave e necessitado. — Mi elila. Meu coração. Você é o coração do meu coração, a alma da minha alma, a própria respiração que eu respiro. Eu amo você, Trisha. Suma mi mador. Eu a reivindico como minha verdadeira companheira. Nenhum outro pode tê-la. Vou viver para te proteger. Você é minha. — Kelan sussurrou em seu ouvido enquanto ele suavemente a puxava para seus braços. Os olhos de Trisha brilhavam como profundas e escuras chamas castanho chocolate enquanto seguia Kelan até a cama improvisada. Ele a deitou suavemente na almofada de folhas e a seguiu com um gemido enquanto apertava seus lábios em seu pescoço. Estava murmurando em sua língua muito rápido para que o tradutor ou o seu conhecimento de sua linguagem pudesse decifrar. As pernas de Trisha se separaram quando ele pressionou entre elas. Sua respiração aumentou até que estava quase ofegante quando Kelan empurrou seu duro comprimento contra seu núcleo aquecido, deslizando lentamente até que não podia ir mais longe. Ele se manteve imóvel por um momento, seus lábios pressionando beijos profundos contra o pulso latejante em seu pescoço. Era quase como se ele não confiasse em se mover ainda. Trisha
ouviu-o respirar fundo quando um estremecimento percorreu seu longo e musculoso corpo. Foi a única advertência que ela teve antes dele puxar quase tudo para fora, e entrar nela ainda mais fundo. Ele continuou a sussurrar enquanto se movia mais rápido, bombeando dentro dela mais e mais enquanto apertava seu poder sobre ela. Não foi até que seu corpo de repente explodiu com a invasão aquecida de seu comprimento quente, pesado contra seu núcleo inchado que ela finalmente compreendeu o que ele estava dizendo. O grito alto de Trisha ecoou através da pequena caverna seguido pelo rugido mais alto de libertação de Kelan. Kelan sacudiu com a intensidade de sua libertação. Subconscientemente, queria ligar Trisha a ele em todos os sentidos. Ele lutou para não perder o controle. Sabia que ela iria querer decidir quando eles iriam criar uma criança. Trisha ficaria furiosa com ele, mas não conseguiu se conter. Não importava o quanto tentasse, não poderia conter o desejo de plantar sua semente dentro dela. Kelan deixou sua cabeça cair para frente até estar entre os fios encaracolados de Trisha. Ele estava ferrado. Ela nunca iria perdoá-lo por isso, pensou com desespero. Trisha estava nos braços quentes de Kelan em estado de choque, enquanto as suas palavras fluíram através dela uma e outra vez. No começo, não entendia o que ele estava dizendo. As palavras foram murmuradas tão suavemente e rápido que não entendeu. Quando ele sacudiu a cabeça para trás durante a sua libertação, as palavras foram ditas quase com desespero. Eu lhe dou minha semente, meu filho.... Nosso filho, nosso filho. Ele gemeu repetidamente enquanto pulsava profundamente dentro dela. Trisha fechou os olhos e sussurrou para seu dragão. O que ele queria dizer? Ela perguntou em silêncio. O dragão de Trisha apareceu dentro dela, animada e feliz. Veja! Seu dragão gritou excitado. Nossos companheiros nos deram sua semente.
Trisha se focou profundamente dentro dela onde seu dragão estava enrolado em uma bola em torno de uma pequena e cintilante luz. Era tão fraco que ela teria perdido se não fosse pelo seu dragão. Ela franziu o cenho. O que é isso? Nosso bebê. Seu dragão respondeu ternamente. Os olhos de Trisha se abriram para olhar Kelan que estava olhando para ela com uma expressão preocupada em seu rosto. Ela procurou seu rosto tentando chegar a um acordo com as informações que seu dragão lhe deu. Quando viu a verdade do que seu dragão disse nos olhos de Kelan, os dela encheram-se de lágrimas. — Shush, mi elila. Tudo ficará bem. Eu não quis fazer isso, mas não tenho remorsos. Você será uma mãe forte para nossos filhos. — Kelan disse roucamente. — Meus ferimentos... — Trisha começou com uma voz pequena e assustada. Kelan balançou a cabeça. —.... Curados. Não há perigo para você ou nosso filho. — Kelan hesitou antes de continuar. — Você pode me perdoar? — Uma lágrima solitária escapou do canto do olho de Trisha e percorreu o seu rosto com a calma súplica de Kelan pelo perdão. Como ele poderia perguntar isso quando lhe deu algo que nunca pensou que poderia ter? Os lábios de Trisha se curvaram em um sorriso trêmulo enquanto pensava em como seu pai estaria animado ao descobrir que iria ser um vovô afinal. — É claro que eu te perdoo. — Trisha respondeu suavemente. — Um bebê... Oh Kelan, eu queria que meu pai estivesse aqui para que pudesse dizer que ele vai ser um vovô! — Trisha sufocou uma risada trêmula enquanto imaginava o rosto de seu pai quando descobrisse que sua única filha, estava casada com um alienígena, que poderia mudar para um dragão, e ia dar-lhe os
netos que ele sempre quis. Ela esperava que ele pudesse lidar com tudo sem matar Kelan! O rosto de Kelan se iluminou com um sorriso enorme quando começou a se mover para dentro de Trisha novamente. — Ele ficará, mas não hoje... Hoje, você é minha. — Kelan sussurrou contra os lábios de Trisha.
Capitulo Quatorze
— Como eu faço isso de novo? — Trisha perguntou frustrada. Ela estava tentando se transformar em seu dragão, só que a maldita coisa não cooperava. Eles passaram o resto de ontem e o início da manhã fazendo amor. Trisha tinha a firme convicção de que Kelan determinou que ela pagaria por ter ido embora por quase seis dias. Não que se importasse em pagar. Pessoalmente, não podia pensar em uma maneira mais satisfatória para pagar uma dívida. Eles se sentaram em seu pequeno banco no início da manhã, comendo frutas frescas e sementes assadas e discutindo a melhor maneira de retornar ao palácio. Kelan sugeriu usar sua simbiose, mas Trisha queria tentar se transformar em um dragão e voar. O dragão de Kelan estava em óbvio acordo quando a sugestão foi recebida com um uivo de excitação. Kelan realmente corou um vermelho brilhante quando o som saiu de sua garganta. Trisha prontamente se dissolveu em uma pilha de risos que levaram a outra sessão de fazer amor. Agora, era no meio da manhã. — Você precisa falar com seu dragão. — Kelan disse novamente. — Ela não está ouvindo. Tudo o que ela quer fazer é dormir e se enrolar em torno da pequena luz dentro de mim. — Trisha gemeu em aborrecimento. — Tem certeza de que mudar para um dragão não vai prejudicar o bebê? — Kelan riu. — Não, não vai machucar nosso filho. É natural para nós sermos capazes de mudar. Minha mãe costumava falar sobre mudar quando ela estava grávida de nós, só para que ela pudesse ter algum alivio das náuseas.
— Oh, eu estou tão ansiosa para isso! — Trisha respondeu com um rolar de seus olhos. — Ok, o que eu devo fazer se ela se recusar a me ouvir? — Kelan deixou um sorriso suave levantar os cantos de sua boca. — Eu poderia pedir ao meu dragão para chamar por sua companheira. — Kelan disse segurando um sorriso. Não havia necessidade de deixar Trisha saber o que aconteceria se seu dragão exigisse sua companheira. Seu dragão riu enquanto se movia sob a pele de Kelan, apenas esperando que sua companheira emergisse. Deixe-me chamá-la. Eu chamo a minha companheira. Seu dragão grunhiu em um barulho baixo, profundo. Trisha olhou para Kelan com um olhar duvidoso, mas encolheu os ombros. Neste ponto, ela estava disposta a tentar qualquer coisa. — Ok, faça isso. Chame-a. — disse Trisha. O rosto de Kelan estourou em um sorriso enorme e triunfante. — Venha aqui. — Ele disse maliciosamente enquanto deixava os braços abertos para Trisha. — Isso é real, certo? Você não está apenas me enganando e querendo começar isso outra vez, não é? Porque se você está, eu acho que nós já compensamos por termos estado separados nos últimos cinco dias. Eu realmente quero tentar fazer esse lance de dragão... A coisa da transformação. — Trisha perguntou apontando para a frente das calças de Kelan, onde uma protuberância bastante grande estava evidente. Kelan riu. — Oh, é de verdade. Venha aqui. — Ele sussurrou. Trisha andou até que estava dentro dos braços de Kelan. Correu as mãos pelo peito dele até que pode enrolar seus braços ao redor de seu pescoço. Brincou com o cabelo dele na nuca enquanto se aproximava. — Estou aqui. — Trisha sussurrou suavemente pressionando um leve beijo no queixo de Kelan. — E agora?
— Agora isso... — Kelan disse com um rosnado. Ele puxou o cabelo de Trisha para o lado enquanto ele pressionava um beijo quente na marca do dragão em seu pescoço. — Eu quero minha companheira! — Seu dragão rosnou com uma voz profunda, comandando, antes de morder a marca respirando seu fogo de dragão em Trisha. Trisha enrijeceu e tentou se afastar. Os olhos de Kelan brilharam com chamas douradas e ardentes quando deixou seu dragão chamar sua companheira. Era hora de reivindicá-la... Em todos os sentidos. Quando Trisha tentou resistir a ele, gritou um aviso. Ele deixou o fogo fluir dele para sua companheira, despertando-a ao ponto que ela não podia negá-lo. Venha até mim. Fique comigo. Eu quero você, minha companheira. O dragão de Kelan exigiu. Trisha ofegou e tentou se afastar do calor invadindo seu corpo. Sentiu a resposta imediata de seu dragão ao chamado de seu companheiro. Rosnou e lutou contra ser puxada para longe da pequena centelha dentro dela, mas foi incapaz de resistir à chamada do macho. Estava chateada. Não gostava de fazer algo contra sua vontade. Enquanto o fogo de dragão fluía de Kelan para Trisha, seu sangue parecia ferver com o desejo quente inundando-a. Ela podia ouvir os machos exigindo suas companheiras. A necessidade e o desejo em suas vozes aumentaram o fluxo de excitação dentro das fêmeas. Sentiu o familiar formigamento que indicava que seu dragão estava chegando à superfície. De repente, tudo pareceu mudar. Sua visão tornou-se mais nítida, mais clara. Ela podia ouvir os diferentes insetos, como se estivessem em seu pequeno coro individual, e cheirar tudo, desde as plantas e árvores, até o chão macio e úmido. Kelan soltou Trisha, recuando e observando quando ela começou a transformação, quando seu dragão emergiu pela primeira vez. Ela é linda, ele e seu dragão pensaram ao mesmo tempo. Escamas de bronze, ouro e preto ondulavam sobre ela. Seu rosto tornou-se alongado, mudando enquanto se transformava. Seus olhos escureceram ainda mais com faíscas de ouro flamejantes tremulando nas profundezas do castanho escuro. Em instantes, um pequeno dragão, mais delicado de bronze, ouro e preto estava na frente dele
olhando para ele com o fogo brilhando de seus olhos. Essa foi à única advertência que Kelan teve antes de soltar um rosnado, enrolar a cauda em volta dele e o jogar em uma piscina lamacenta perto da tempestade. Kelan balbuciou enquanto se sentava, enxugando a lama que escorria de seus olhos. Ele olhou para ela em estado de choque antes de perguntar. — Por que diabos você fez isso? — O dragão de Trisha estalou os dentes para Kelan antes de dar um bufo indelicado e pular em cima de uma árvore próxima, cavando suas garras dianteiras e traseiras nela enquanto subia. Ela riu com o temperamento de seu dragão. Não tinha gostado de receber ordens. Não gostava de ser tirada à força da pequena faísca que guardava, e não gostava do tom de voz que seu companheiro usou para chamá-la. Como se eu devesse apenas rolar e levantar a minha cauda, seu dragão bufou. Meu companheiro é tão ruim quanto o seu. Trisha rolou de riso enquanto seu dragão resmungava mais sobre machos com tesão que precisavam aprender a controlar-se e como eles não eram o centro do universo, não importa o quanto eles pareciam pensar que sim, enquanto ela subia em um galho grosso a seis metros do chão. Seu dragão esticou as asas para trás dela várias vezes como se estivesse testando-as. Trisha decidiu que a melhor coisa a fazer no início era apenas observar como seu dragão fazia as coisas. Era meio estranho ser parte de outra coisa. Sabia tudo o que estava acontecendo ao seu redor, como se estivesse fazendo isso, mas sendo um espectador também. O piloto e o copiloto todos ao mesmo tempo, pensou Trisha com uma espécie de iluminação. Você voa bem, sim? Seu dragão perguntou enquanto olhava para Kelan que estava lutando para se levantar, sua audição aguda pegando suas maldições murmuradas quando ele deslizou na lama. Muito bem... Por quê? Perguntou, curiosa.
Nós ensinaremos aos nossos companheiros que temos dificuldade em seguir regras. Vamos jogar tag5 e nos divertir antes de nos acasalarmos. Seu dragão respondeu enquanto soprava um córrego de fogo de dragão na frente de Kelan fazendo com que ele caísse em seu traseiro na lama novamente. Antes de quê? Trisha perguntou assustada quando Kelan soltou um bufo de raiva e se transformou. O dragão de Kelan ficou olhando para Trisha, desafiando-a a se mover. A assustada, a pergunta de Trisha transformou-se em um grito de surpresa quando seu dragão saltou do ramo e subiu em direção a Kelan, errando ele por centímetros enquanto batia a cauda na cabeça dele. O dragão de Kelan rugiu com o comportamento de sua companheira. Até mesmo Trisha podia entender suas exigências de que obedecesse a ele. Isso era tudo que Trisha precisava para concordar com seu dragão, que ambos os machos precisavam ser colocados em seu lugar. As fêmeas não estavam prestes a rolar e, como dizia seu dragão, – levantarem suas caudas. O dragão de Kelan rosnou irritado com o comportamento de sua companheira. Como ousava me desafiá-lo! Era o companheiro dominante da relação, deveria se submeter a ele. Kelan teve um pressentimento ruim quando seu dragão assumiu, recusando-se a ouvi-lo. — Eu não acho que as mulheres gostem que lhe digam o que fazer. Kelan tentou argumentar com sua outra metade. — Talvez eu fui um pouco apressado em deixar você chamar sua companheira. Minha companheira. Você acasalou com a sua, eu quero a minha! Agora! O dragão de Kelan rugiu quando ele abriu suas enormes asas e saltou para cima atrás de sua fêmea. Bio estava ditado à sombra de uma das árvores apreciando o show que os dois dragões estavam proporcionando. Sim. Ela era a companheira perfeita para eles. A simbiose brilhou quando respondeu feliz. Mantinha seu foco em ambos 5
TAG: É um jogo de playground que envolve dois ou mais jogadores perseguindo outros jogadores na tentativa de "marcar" ou tocá-los, geralmente com as mãos. ( Mais conhecido como "Pique-Pega" )
os dragões, observando através das pequenas faixas de ouro unidas tanto aos machos quanto às fêmeas. Em breve, o acasalamento seria completo e tudo mais calmo. O enorme corpo de ouro de Bio brilhou em uma variedade de cores com a essência de seus companheiros fluindo através dele tornando-o mais forte, mais saudável e mais feliz do que nunca imaginou possível. O dragão de Trisha atravessou a floresta espessa, desviando-se em torno de obstáculos e usando seu corpo pequeno e elegante para manobrar entre árvores caídas. Elas podiam ouvir os machos chegando atrás delas. Seu corpo maior não seria capaz de espremer através de algumas das áreas que as fêmeas estavam voando. A mente de Trisha estava acelerando rapidamente através de um cenário após o outro. Elas precisariam colocar alguma distância entre eles ou encontrar um ponto cego para apenas “desaparecer”. Às vezes era possível esconder à vista, se você soubesse o que estava fazendo e Trisha sabia o que estava fazendo. Sua coloração combinava com muitas das folhagens ao redor. Se ela pudesse encontrar um emaranhado de videiras contra o afloramento mais escuro de rochas ou uma cobertura grossa das samambaias de bronze, ouro e preto, ela seria quase invisível. — Vá para a direita. Trisha sussurrou para seu dragão. — No caminho daqui passamos por uma área onde podemos deitar entre as samambaias. Nossa coloração combina perfeitamente e é espessa. Trisha sentiu seu dragão se deslocar para a direita, mergulhando sob uma enorme árvore que parecia ter caído durante a tempestade. Trisha riu ao ouvir o rugido atrás dela. Kelan não seria capaz de vê-la nos ramos ainda cobertos com enormes folhas. Trisha instruiu seu dragão para descer até o chão. Percorreram o denso tapete de samambaias que cobriam o chão da floresta. Trisha viu uma área muito grossa e sabia que podia esconder a maior parte de seu dragão nele. Desça devagar para não balançar as folhas. Trisha disse calmamente. Ela estava na zona, como o pai diria.
O dragão de Trisha desceu nas espessas samambaias, dobrando suas asas e enterrando seu longo e delgado pescoço para baixo nas samambaias, deixando as folhas cobertas sobre ela. Ela ficou imóvel, apenas respirando e esperou. Trisha não pôde resistir ao sorriso enquanto sentia a alegria de seu dragão por estar livre. Trisha deixou seus sentidos se espalharem, absorvendo os cheiros e sons ao redor dela. Podia ouvir os machos se aproximando por cima dela. Seu dragão começou a se mexer, mas Trisha a acalmou. Paciência... Se você ficar se mexendo, eles vão nos achar. Trisha sussurrou suavemente. Como você sabe? Seu dragão sussurrou de volta. Eles não esperam que não estejamos nos movendo e definitivamente não esperam que estejamos à vista. Trisha respondeu. Eu costumava fazer isso o tempo todo. Contanto que você não se mova, você provavelmente não será vista. Dentro de instantes, os machos passaram por elas. O dragão de Trisha ergueu a cabeça acima das samambaias apenas o suficiente para ver as costas de seu companheiro voando. Ela riu enquanto o observava olhando para os ramos mais altos ao invés do chão da floresta. Funcionou. Ela respirou assombrada. Agora jogamos tag? Agora jogamos tag. Disse Trisha. O dragão de Trisha lentamente se levantou. Ela balançou a cabeça na direção em que os machos foram procurar voavam para longe. Com um empurrão de suas asas, ela se levantou do chão movendo-se silenciosamente atrás deles. Ela mantinha as árvores maiores entre ela para que não fossem vista. Há uma cachoeira com um prado pequeno a oeste daqui aproximadamente a uma milha. Eu vi quando eu estava nas árvores antes da tempestade. Vamos lá. Pode demorar um pouco para os machos, mas eu aposto que eles vão acabar lá. Podemos nos esconder atrás da queda d’agua e surpreendê-los quando eles descerem. Trisha disse quando seu dragão pousou no grosso tronco de uma árvore, pendurada ali silenciosamente quando os machos grandes pousaram em um galho mais adiante.
Eu surpreenderei meu companheiro. Ele não saberá que eu o marquei até que seja tarde demais. O dragão de Trisha respondeu com uma risada. Gostava de jogar tag com seu companheiro. Elas esperaram até que ouviam o rugido dos machos novamente e a rachadura de um ramo quando o macho enorme balançou sua cauda em frustração por não encontrar sua companheira. Uma vez que os machos decolaram em direção para o norte, as fêmeas soltaram a árvore e seguiram para oeste mantendo-se nas sombras o máximo possível. O dragão de Trisha pousou na beira de um pequeno prado gramado. Havia uma cachoeira que Trisha estimou ter aproximadamente noventa metros de altura que caia em uma pequena piscina de água que fluía em um grande córrego. O dragão de Trisha ergueu a cabeça cheirando o ar com cuidado para detectar qualquer predador. Quando se sentiu confiante de que não havia perigo, saiu pela espessa erva roxa que foi polvilhada com milhares de pequenas flores em uma grande variedade de azuis, amarelos, rosas e vermelhos. Trisha riu quando seu dragão se abaixou e engoliu um bocado deles. Bom. Seu dragão disse. Você sabe que deixou um rastro que os caras poderão ver. Trisha deu uma risadinha. Quero que meu companheiro me encontre. Eu marco primeiro, depois, levanto a minha cauda. Eu faço quando eu quero... Seu dragão rosnou de volta brincando... Mas, não vou torná-lo muito fácil. Ela acrescentou com uma risadinha. Trisha apenas riu quando seu dragão rolou pelo prado pisando parte da grama para baixo antes que se levantasse do chão apenas o suficiente para voar até as rochas perto das cataratas. Cuidadosamente manobrou seu caminho até que abaixou seu pescoço longo e fino através da água gelada. Havia um espaço atrás das quedas, apenas grande o suficiente para ela se encaixar. Trisha sentiu os músculos de seu dragão se agitarem enquanto media a distância antes que pulasse, pousando em uma pequena e escorregadia saliência. O dragão de Trisha tremeu desde a ponta de seu nariz até a ponta de sua cauda, sacudindo a água
gelada de suas escamas. A água realmente parecia muito boa em sua forma de dragão, pensou Trisha distraidamente. Depois de alguns momentos, ambas se acalmaram, enrolando-se em uma bola e observando através da cascata de água caindo. Elas tinham uma visão clara do prado. Agora, era hora de esperar. *** O dragão de Kelan estava furioso com sua companheira. Eles viajaram várias milhas ao norte antes de voltarem. Foi somente quando Kelan começou a trabalhar com seu dragão, lembrando-o de alguns dos truques que Trisha usou quando estava a rastreando que seu dragão finalmente o deixou ter algum controle de volta. Uma vez que eles voltaram, que encontraram onde ela se agarrou às árvores. Kelan riu quando percebeu que a presa se tornara o caçador. Ela os estava seguindo. Eles seguiram até a espessa folhagem onde ela se deitou. O dragão de Kelan grunhiu para Kelan sobre precisar chicotear o traseiro de sua companheira novamente quando percebeu que tinha voado diretamente sobre ela sem mesmo vê-la. Agora, eles sabiam o que procurar, eles se moviam mais devagar, com mais precisão, seguindo as trilhas fracas. Kelan fez uma pausa em um ramo alto, com vista para o pequeno prado. Eles podiam ver onde algumas das flores tinham sido comidas recentemente e um ponto onde a grama estava esmagada por ter sido pisada. Elas estão aqui... em algum lugar. Ele disse suavemente para seu dragão. Deixou que a visão afiada de seu dragão varresse o prado cuidadosamente. Levantando o nariz, ele fungou. Ele percebeu o fraco aroma de sua companheira, mas não podia ter certeza se ela ainda estava aqui. Ele não ficaria surpreso se ela não estivesse. Ela poderia ter feito um grande círculo e voltado para a pequena caverna onde eles começaram ou estava vindo atrás dele. Kelan estendeu as asas e saltou do ramo em que estava aterrissando a poucos metros de onde a grama foi pisada. Moveu-se lentamente procurando pistas e cheirando o chão. O cheiro de sua companheira encheu suas narinas e esquentou seu sangue. Ele a queria. A enorme cabeça de Kelan se ergueu e ele soltou um rugido alto seguido de uma série de tosses, exigindo que sua companheira lhe
respondesse. Quando não houve retorno, ele rosnou baixo deixando o barulho retumbar através do prado. Kelan abaixou seu grande corpo até onde sua companheira tinha rolado na grama roxa grossa e rolou em cima dela, marcando seu cheiro junto com o dela. Ele rolou para frente e para trás por vários minutos antes de ficar de pé com um grunhido e ir pisoteando para o pequeno riacho para beber água. Kelan decidiu que ele iria voltar para a pequena caverna que passaram a noite antes para ver se Trisha tinha retornado para lá. Ele estava apenas abaixando a cabeça para beber profundamente da água gelada quando um sexto sentido avisou que não estava sozinho. Veio uma fração de segundo tarde demais. O dragão de Trisha rugiu com alegria enquanto ela atacava seu enorme companheiro, derrubando-o sobre suas costas e agarrando suas garras dianteiras com as dela. Ela se abaixou e mordeu o pescoço dele, respirando uma pequena quantidade de fogo de dragão em seu sangue antes que ela se afastasse e circulasse em torno dele. — Você, está marcado. — O dragão de Trisha cantou balançando sua cauda para frente e para trás sedutoramente. O dragão de Kelan grunhiu baixinho quando ele rolou de volta para seus pés. A mordida em seu pescoço infiltrou fogo em seu sangue. Kelan observou enquanto sua companheira se afastava dele. A água brilhava como diamantes em suas escamas, lançando milhões de reflexos brilhantes e coloridos sobre o belo corpo de seu dragão. Ela virou as costas para ele, balançando a cauda para frente e para trás enquanto olhava por cima do ombro para ele. — Você vai olhar o dia inteiro ou você vai jogar? — O dragão de Trisha ronronou para seu companheiro. Oh garoto, pensou Trisha enquanto olhava para as chamas queimando nos olhos do enorme dragão olhando para ela. Ela realmente esperava que seu dragão soubesse o que estava fazendo. Você sabe, não é? sussurrou Trisha, incerta. O sangue de Kelan queimou diante do desafio de sua companheira. Ela estava brincando com ele, desafiando-o, provocando para vir atrás dela... para
capturá-la e levá-la da maneira mais primitiva. Ele observou enquanto ela varria a cauda para frente e para trás lentamente, levantando-a de vez em quando. Kelan emitiu o som de um ronronar quando imaginou como seria ficar finalmente saciado. Seus olhos caíram quando ele viu sua companheira abaixar a cabeça e levantar a cauda um pouco mais alto em convite. O enorme dragão macho não podia resistir a tal oferta. Ele se moveu para as fêmeas com determinação. Ele queria foder com sua companheira. Kelan sentiu os músculos das patas traseiras do dragão tensos enquanto se preparava para atacar a fêmea menor. Ele sabia que era melhor não negar a ele sua companheira. Ele esperara o suficiente. O enorme macho ergueu a cabeça e rugiu quando saltou para capturar sua fêmea. O dragão de Trisha tem um pouco mais de coragem do que jamais teria, imaginado. Ela estava provocando o enorme macho, provocando-o em um frenesi de desejo. Era pior do que usar vermelho para os touros, pensou Trisha. O pequeno dragão feminino apenas riu enquanto subia para o céu quando o enorme macho se lançou para frente. Ela até teve a coragem de bater na bochecha do macho com sua cauda antes de bater suas asas poderosas no esforço de ganhar altura suficiente para que ele não pudesse pega-la. Trisha sentiu a alegria da perseguição enquanto se movia através do pequeno prado, pousando em uma árvore próxima ao longo da borda. Ela observou enquanto os machos giravam em um pequeno círculo saltar do chão com um grunhido profundo de advertência. Ela sabia que eles iriam pegá-la desta vez e sabia que foi por que deixou. Queria ser completa. Ela queria se tornar uma com dragão de Kelan mais do que queria qualquer outra coisa no universo. Pulou para fora do ramo descendo tentando ficar sob os machos quando eles voaram para ela. A última coisa que esperava era que o dragão de Kelan a alcançasse com a cauda e a envolvesse debaixo da barriga dela, jogando-a para cima no ar acima dele. O movimento a fez cair no ar uma e outra vez, desorientando-a. O dragão de Trisha deixou escapar um grito assustado quando sentiu que estava caindo. O dragão de Kelan girou ao redor em um círculo quando sua companheira voou acima no ar para longe dele. Ele mordeu a cauda que escovou sua bochecha tentando obter algum tipo de agarre sobre a frustrante fêmea que ele
queria reivindicar. Ele sufocou um riso enquanto pensava em como estava se divertindo e como sua companheira era perfeita para ele. Ele teria se entediado com uma companheira que não fosse um desafio. Seu pequeno dragão sempre o manteria curioso. Mesmo o enorme macho admitiu que Kelan estava certo, as fêmeas não gostavam que lhes dissessem o que fazer. Ele teria que lembrar sempre quando quisesse acender o fogo em seus olhos. E também precisaria estar preparado para as consequências. Ele observou cuidadosamente quando sua companheira caiu em uma árvore alta na borda do prado. Ela ficou ali, soltando, um pequeno som sexy e balançando sua cauda para frente e para trás, desafiando-o para tentar vir buscá-la. Os olhos do enorme macho caíram um pouco enquanto pensava no que ele gostaria de fazer com aquela cauda quando ele a pegasse. O dragão de Kelan decidiu que era hora de reclamar sua companheira de uma vez por todas. Com um grunhido profundo, ele se lançou do chão. Era mais experiente na forma do dragão e antecipou os movimentos que sua companheira pequena poderia fazer. Quando ela pulou para baixo da árvore com a intenção de fugir dele, ele esperou até o último segundo possível para chegar com sua cauda grossa e envolvê-la em torno dela. Com um movimento, ele a mandou para cima, para que pudesse manobrar até que estivesse debaixo dela. Quando ela começou a cair de volta para baixo, ele pegou seu grito de medo. Ele usou isso para sua vantagem quando a puxou para seu poderoso corpo usando sua frente e garras para agarrá-la de volta. O pequeno dragão agarrou-se a ele com medo, seu pequeno coração acelerado enquanto tentava se reorientar antes de cair no chão. Em vez de bater no chão, o dragão de Kelan envolveu sua cauda em torno dela, puxando-a ainda mais perto até que ele pudesse entrar em seu núcleo quente. Ele soltou um gemido alto quando sentiuse deslizar ainda mais profundamente com cada movimento de suas asas. Curvando-se para a frente, o macho enorme advertiu a fêmea menor de suas intenções antes de morder seu pescoço e respirar o fogo do dragão nela. — Eu reivindico você. Minha companheira. — O dragão de prata e jade de Kelan gemeu para o menor de Trisha.
— Sim. Meu companheiro. Você me marca... para sempre. — O dragão de Trisha respondeu, deixando sua cabeça menor cair para trás oferecendo assim a linha lustrosa de sua garganta em submissão. O dragão de Kelan abaixou seus corpos entrelaçados na grama roxa grossa nunca separando seu agarre da fêmea pequena e delicada sob ele. Ele continuou a respirar o fogo quente de seu desejo dentro dela enquanto balançava para frente e para trás. Ele envolveu sua cauda firmemente ao redor dela certificandose de que estava presa enquanto ele a reclamava mais e mais, deixando sua semente quente derramar em seu corpo acolhedor. Quando libertou seu pescoço para rugir sua liberação, sentiu o corpo menor do dragão sob ele endurecendo antes que ela soltasse uma série de ruídos de tosse suaves, seu corpo se fechando ao redor dele e segurando-o enquanto seu corpo ordenhava o dele. — Meu companheiro. Meu companheiro. Amo meu companheiro. — O dragão de Trisha tossiu para fora quando seu corpo pequeno espasmou. O macho enorme olhou para baixo, onde ele segurava sua companheira menor que estava presa sob ele sentindo o amor por ela derramado e correndo através de seu corpo até que ele tremeu com a intensidade. Ele sempre a protegeria. Ele mataria qualquer pessoa que alguma vez tentasse prejudicá-la ou a seu filho. Ela era o fogo do seu sangue. Os sentimentos correndo pelo o enorme dragão eram tão intensos que sentiu seu pênis endurecer profundamente dentro da fêmea e tossiu um gemido alto enquanto sentia outro jato de sua semente saindo. Ele queria que seu cheiro fosse tão profundo que nunca haveria outro.
Capitulo Quinze
Trisha estava exausta quando chegaram ao palácio. Já passava da meianoite, quando aterrissaram na varanda, fora de seus aposentos. Eles planejavam voltar mais cedo, mas parecia que Kelan e seu dragão estavam determinados a manter suas companheiras em sua linha de visão em todos os momentos devido à pequena questão de ter que as perseguir. Infelizmente, a linha de visão geralmente significava estar à frente dele, que é o que parecia causar o problema. Sempre que o dragão de Trisha estava à frente do enorme macho, isso significava que ele estava olhando para sua cauda, o que parecia deixa-lo louco. Mais de uma vez, o dragão de Trisha encontrou-se presa por trás com um macho enorme enterrado profundamente dentro dela, não que seu dragão estivesse reclamando em tudo. Trisha nunca soube que poderia ser uma vadia pequena e quente! Uma vez que seus dragões foram satisfeitos, era a vez de Kelan e Trisha. Eles pararam para descansar pelo menos quatro vezes no caminho de volta e cada vez que eles mudaram de volta para sua forma de duas pernas, Kelan iria tê-la sobre a grama macia, curvada com o seu membro... bem, ok, duas das quatro vezes era ela abordando Kelan mas hey, era justo. Agora, tudo o que podia pensar era em um banho quente e uma cama macia. Mesmo o chuveiro quente não era um pré-requisito desde que sua última parada terminou com eles fazendo amor em um dos muitos riachos que corria através das florestas. Trisha decidiu que a cama era mais importante enquanto balançava em pernas instáveis. Kelan envolveu os braços ao redor de Trisha enquanto ela tropeçava. Ela era natural em se transformar em seu dragão agora e ele estava espantado com suas habilidades de voo. Guerreiros Valdier aprendiam a se transformar em seus dragões em tenra idade. Depois de sua primeira transformação, eles foram ensinados pelos guerreiros mais experientes na arte de voar e defesa. Nem todos os machos Valdier podiam se transformar. Não era necessário. Houve um
aumento no número de machos que puderam durante as Três Guerras. Seus cientistas acreditavam que era devido à necessidade de mais guerreiros para proteger as fêmeas e lutar por suas espécies. Mas desde a guerra e a diminuição das fêmeas disponíveis que eram verdadeiras companheiras, o número estava em declínio novamente. Kelan colocou gentilmente a forma adormecida de Trisha na sua grande cama, desnudando-a cuidadosamente. Ele deixou seus dedos percorrerem o emaranhado de longos cachos, espalhando-os pelos travesseiros da maneira que gostava. Mesmo dormindo, Trisha voltou-se para o calor de sua mão, procurando seu toque. Kelan respirou fundo, absorvendo o cheiro dele combinado com o de sua companheira. Ele gentilmente tocou a marca do dragão em seu pescoço em reverência. Minha companheira é bonita. O dragão de Kelan disse com um suspiro satisfeito. O grande macho estava finalmente saciado. Sim, nossa companheira é linda. Kelan respondeu silenciosamente, ainda olhando para a forma relaxada de Trisha. Kelan ouviu uma leve batida na porta. Chamando a sua simbiose, ele instruiu-a a cuidar de sua companheira dormindo. A criatura dourada se transformou na forma de um cão enorme e pulou na cama. Virou várias vezes antes de se deitar ao lado dela. Satisfeito que sua companheira estaria segura, Kelan se levantou e entrou em seus aposentos. Ficou chocado ao ver Mandra de pé, parecendo sombrio. — O que é? — Kelan perguntou sabendo imediatamente que algo ruim tinha acontecido. — Trelon e sua companheira foram atacados ontem por skimmers de Curizan. — Mandra disse calmamente. Kelan olhou para o rosto de seu irmão e sentiu seu coração saltar uma batida. — Ele... eles... — começou Kelan. — Mandra balançava a cabeça.
— Trelon está muito machucado, mas vai se recuperar. Creon acredita ter encontrado a pequena companheira de Trelon, Cara, mas não tem certeza se ela sobreviveu ao ataque. Trelon ainda está inconsciente. Eu sei que vocês dois estão muito próximos e esperamos que você pudesse estar com ele quando acordasse. Ele não ficará feliz quando achar que sua companheira pode não ter sobrevivido. — Mandra terminou rudemente. Kelan assentiu com a cabeça. Ele enviou uma mensagem para sua simbiose para cuidar e proteger de sua companheira. Ele respondeu com uma onda de calor. Mandra explicou calmamente o que aconteceu com eles enquanto caminhavam para os aposentos de Trelon onde sua simbiose e os curandeiros estavam trabalhando para reparar o dano feito ao corpo de Trelon. Não podia deixar de pensar na companheira minúscula de Trelon. Como alguém poderia querer machucar algo tão precioso? Ok, ele pensou nisso em um ou dois momentos a bordo da V'ager quando ela estava fazendo todos os seus pequenos experimentos, mas não era como se realmente tivesse feito alguma coisa. Mesmo ele admitiu que ela era muito bonita para machucar. Sua única esperança era que ela também fosse engenhosa e rápida. Trisha acordou tarde na manhã seguinte. Ela deixou sua mão esticar-se para sentir Kelan, sentando-se quando tudo o que encontrou foram lençóis macios. Ela franziu a testa enquanto olhava para o lado da cama que obviamente ele não tinha dormido. — Kelan? — Trisha gritou para o silêncio de seus aposentos. Sua mão foi até sua garganta enquanto as dúvidas a assaltavam. E se ele mudasse de ideia? E se tudo o que ele queria fazer era enganá-la para voltar? Assim que os pensamentos se formaram em sua mente, os empurrou para longe. Kelan não era Peter. Kelan a amava, realmente a amava. Ele não queria apenas usá-la. Trisha começou quando se viu sendo empurrada para trás por uma enorme cabeça de ouro. Quando ela estava presa contra os travesseiros, Bio ficou acima dela na forma de um enorme gato e olhou para ela intensamente antes de deixar sua enorme língua lamber em seu rosto. Trisha gritou quando a língua enorme e dourada lambeu seu rosto e ombros, fazendo-a rir.
— Pare! Bio... pare! — Trisha implorou enquanto continuava a cobrir cada centímetro de seu rosto, pescoço e ombros. — Desisto! Eu prometo... eu desisto! — Bio bufou enquanto roçava mais uma vez contra Trisha, deixando delicadas mechas de ouro envolvendo seu pescoço e torcidas em seu cabelo. Não a deixaria sentir dor por aquele que a machucara antes. Bio pensou em ir ao planeta de sua companheira e eliminar o macho que machucara sua Trisha. Bio se afastou lentamente de Trisha, mas não antes de enviar imagens para Kelan e a seu dragão do medo de sua companheira. Estremeceu quando recebeu uma resposta de ambos. Eles não estariam deixando seu planeta sem primeiro visitar o macho que prejudicou sua companheira. Bio riu enquanto se enrolava na ponta da cama para vigiar Trisha. Sua companheira não precisava saber todos os seus planos. Algumas coisas eram melhores deixar para os machos. Trisha sentou-se novamente empurrando seu longo cabelo encaracolado para fora de seu rosto. — Eu não sei o que era tudo isso, mas definitivamente me acordou. — Trisha disse com um sorriso suave. — Você sabe que eu te amo, não é grande cara? — Bio brilhou com uma variedade de cores e os fios minúsculos no cabelo de Trisha se moveram de modo que seu cabelo parecia flutuar ao redor dela. Trisha riu quando sentiu que as pequenas fitas de ouro começaram a dançar através de seus cabelos, penteando-a de um lado para o outro para trançá-los. — Uau! — Trisha sussurrou em temor. — Quem precisa de uma cabelereira quando eles podem ter você? — Bio bufou antes de baixar a cabeça para a cama e fechar os olhos. Sentia a rápida aproximação de Kelan. Ele não permitiria que sua companheira duvidasse de seus sentimentos por ela. Trisha estava entrando na unidade de limpeza quando Kelan apareceu. Ele ficou à porta, observando-a atentamente. Trisha virou-se e estendeu as mãos sobre o vidro transparente, retornando seu olhar aquecido.
— Eu te amo. — Ela disse suavemente incapaz de se segurar expressando seus sentimentos. — Senti sua falta. — Os olhos de Kelan escureceram quando ele olhou para sua companheira. — Houve uma situação. Eu fui chamado ajudar. — O que aconteceu? — Trisha perguntou suavemente pisando de lado enquanto observava Kelan lentamente removendo suas roupas. Seu corpo aqueceu com a ideia de um banho juntos. Não seria a única coisa que eles fariam. — Meu irmão Trelon e sua companheira foram atacados ontem à tarde. — Kelan respondeu pisando na unidade de limpeza. — Eu não tenho muito tempo, mas eu precisava te ver, te tocar. — Kelan murmurou. — Cara...? — Trisha perguntou assustada. Kelan sacudiu a cabeça. — Não sabemos ainda. Creon está organizando a busca por ela. Acreditamos ter encontrado o local em que ela está. — Kelan não acrescentou que havia uma excelente possibilidade de não estar viva. Ele não diria nada a Trisha até que soubesse com certeza. — Oh Kelan. — Trisha sussurrou enquanto se moveu para seus braços. — Seu irmão... ele vai ficar bem? — Os braços de Kelan se apertaram ao redor do fino corpo de Trisha, puxando-a contra seu corpo. — Sim. Fisicamente ele ficará... se vai sobreviver vai depender do que aconteceu com a sua companheira. — Kelan disse calmamente. Ele não mentiria para ela. Seus braços apertaram quando se lembrou de como se sentiu quando Trisha desapareceu. Pelo menos sabia que ela partiu sozinha. Ele estremeceu ao pensar como seria se ela fosse levada ou... pior. Ele pressionou um beijo contra a testa de Trisha antes de se mover lentamente pelo lado de seu rosto onde parou com seus lábios pairando acima dos dela. — Eu te amo, mi elila. Você é a minha verdadeira companheira. Nunca duvide do meu amor ou do amor do meu dragão e simbiose. — Kelan disse antes de esmagar seus lábios contra os dela.
Trisha gemeu enquanto envolvia os braços ao redor do pescoço de Kelan. Nunca se cansaria dele. Ela deixou seus dedos emaranhados em seu cabelo tentando se aproximar enquanto esfregava seus seios contra a camada leve de cabelo cobrindo seu peito largo e musculoso. Ela choramingou quando sentiu o calor subir dentro dela. Não era tão ruim como quando ele a mordeu e respirou fogo de dragão, como ele chamou, mas ainda era um desejo quente e ardente que a deixou dolorida e necessitada. Kelan parecia entender o fogo que queimava dentro de Trisha. Ele se afastou um pouco e olhou para ela por um momento antes de dizer qualquer coisa. — Eu vou levá-la mais e mais. Eu preciso sentir como você está viva. Preciso colocar meu cheiro em sua alma, Trisha. — Kelan sussurrou procurando seu consentimento. — Oh baby, você diz as coisas mais sexy às vezes. — Trisha sussurrou contra seus lábios com um sorriso fraco curvando os seus inchados. Kelan gemeu enquanto os lábios de Trisha se separaram deixando-o provar seu calor. Sua respiração ficou presa em sua garganta enquanto ela sugava sua língua. Tudo o que ele conseguia pensar era como seria maravilhoso senti-la envolver seus lábios em torno de seu pênis latejante. Como se pudesse ler sua mente, ela se afastou e deu-lhe um sorriso suave. Seus olhos caíram e ele apoiou suas mãos contra a parede quando ela deslizou para baixo em seu corpo até que estava sentada no banco dentro da unidade de banho. Ele abaixou a cabeça, protegendo-a do spray e viu como ela envolveu uma mão em torno de seu comprimento duro e usou sua outra mão para suavemente massagear em seu saco. Kelan não conseguiu conter o grunhido profundo enquanto observava Trisha lentamente abrir a boca. Ela trouxe seu pênis quase até seus lábios, parando para olhar para ele. Deslizando sua língua para fora, correu-a sobre a ponta, circulando a cabeça inchada antes de deslizá-lo em sua boca quente. As mãos de Kelan se curvaram quando a imagem quase o fez explodir. Nunca iria durar no ritmo que ela estavam indo. Kelan balançou os quadris para frente e para trás enquanto a mão de Trisha se apertava ao redor de seu comprimento. Ele permitiu que ela tomasse o máximo que pudesse sem engasgar antes de
puxar para fora. Um arrepio percorreu-o quando sentiu a mão de Trisha se mover entre as pernas para que ela pudesse correr as unhas ao longo de suas nádegas. Sua respiração parando enquanto lutava contra a atração de seu clímax. — Trisha, pare. — Kelan engasgou assistindo seu pau desaparecer novamente e novamente em sua boca quando inclinou sua cabeça de uma forma que poderia engolir quase tudo. — Pare, mi elila ou vou gozar em sua garganta. — O murmúrio de prazer de Trisha ao pensar nisso enviou o fez perder último de seu controle. Seu corpo se apertou enquanto as vibrações de seu gozo o balançavam. Com um grito alto, seu corpo se sacudiu quando derramou sua semente quente na boca de Trisha. Sua cabeça caiu para trás e suas mãos esticadas na parede quando ele forçou suas pernas trêmulas para apoiá-lo enquanto ela continuou a beber dele, sugando duro para pegar cada gota. Kelan não podia acreditar o quão intenso foi o clímax. Ele lentamente afundou em seus joelhos na frente de Trisha e colocou sua cabeça em seu colo. O calor calmante da água fluiu ao redor deles. Kelan virou a cabeça até que enterrou o nariz entre as pernas de Trisha. O cheiro de sua excitação reabastecia a fome nele como se chamasse o seu sangue. — Deite-se. — disse Kelan com voz rouca. Trisha gemeu quando se deitou no banco estreito e abriu as pernas para Kelan. Ela fechou os olhos e usou seus sentidos para absorver seu toque. Não conseguiu suprimir o grito que escapou de seus lábios quando ele correu o dedo ao longo de seu clitóris inchado. Ela se perguntou se sempre seria assim - a necessidade, o desejo. — Sim. — Kelan disse suavemente deixando Trisha ciente de que tinha sussurrado essas palavras em voz alta. — Sempre estará lá e ficará mais forte com o passar do tempo. A resposta de Trisha morreu em seus lábios quando Kelan se inclinou para frente e começou a chupar seu nódulo inchado. Trisha agarrou as bordas do banco com força enquanto Kelan forçava suas pernas para cima e mais abertas até ficarem penduradas sobre seus ombros. Ela estava ofegante quando
ele moveu os dedos para se juntarem a boca. Ela podia sentir a textura áspera deles enquanto se moviam para dentro e para fora ao longo das paredes macias de sua vagina. Ele bombeava com os dedos, em seguida, os substituir com por sua língua antes de fazer tudo de novo. Ela podia jurar que sua língua se moveu mais profundo dentro dela, tocando seus pontos sensíveis ao ponto que não poderia conter seu grito enquanto seu orgasmo varreu através dela enchendo a boca dele com sua essência. Trisha pensou o que seria feito agora que ambos estavam saciados. Forçou seus olhos a abrertos quando sentiu que Kelan se movia entre as suas pernas. Quando olhou para cima, viu olhos flamejantes cheios de inegável desejo. Kelan queria sua companheira novamente. Só que desta vez, ele iria levá-la mais e mais. Trisha ofegou quando Kelan a empurrou para cima até que estava de pé em pernas trêmulas. Ele rosnou para ela quando se afastou para dar-lhe mais espaço. Antes que percebesse o que ele pretendia, ela foi virada até que estava de frente para a parede da unidade de banho. Kelan passou o pano macio e ensaboado sobre seu pescoço e ombros, descendo pelas costas até o tornozelo. Quando ele se moveu de volta para cima ele parou em sua bunda. Ele pressionou as pernas até que ela foi forçada a espalhá-las. Trisha estremeceu quando ele passou o pano sobre sua bunda, espalhando suas bochechas enquanto o fazia. Trisha tremeu quando ele passou um dedo pelo anel apertado de sua bunda. Kelan entrou em Trisha, mantendo seu dedo no anel quando ele usou sua outra mão para lavar seus seios, barriga e, finalmente, sua buceta. Trisha estava tão quente que não sabia se ela queria empurrar para trás contra o dedo em sua bunda ou para a frente contra os dedos que pressionavam contra sua vagina. Ela gemeu de frustração. Como poderia querer os dois ao mesmo tempo? Kelan era um mestre em transformá-la em massa nas suas mãos. Ela nunca pensou em explorar os desejos mais escuros ao fazer amor com Peter, mas com Kelan ela queria não apenas explorá-lo, queria experimentá-lo. Com um grito de frustração pela provocação, Trisha empurrou para trás contra um Kelan ofegante quando o seu dedo grosso empurrou passando o anel apertado. — Kelan... — Trisha gemeu desesperadamente.
— Eu nunca vou deixar você, Trisha. — Kelan murmurou suavemente quando ele empurrou outro dedo para se juntar ao primeiro. — Você é minha, Trisha. Eu te perseguirei onde quer que você vá. Vou segui-la até os confins do universo e mais se necessário. Você é minha para sempre. — Kelan sussurrou enquanto apertava um beijo contra a marca do dragão em seu pescoço. Ele se moveu até seu ombro e pressionou outro beijo. Ele a marcaria novamente. Quando a reivindicasse, ele colocaria sua segunda marca nela para que ela sempre soubesse que estaria lá por ela. Ele empurrou seus dedos profundamente em sua buceta, ao mesmo tempo que ele os empurrou mais profundamente em sua bunda. Ela jogou a cabeça para a frente com um gemido quando ele mordeu em seu ombro, respirando fogo de dragão em seu sangue. Ele suavemente bombeou os dedos enquanto respirava, sentindo o calor até que ela começou a lutar. Ele puxou para trás no último momento antes de seu clímax e lambeu a ferida pequena antes de soprar uma respiração aquecida sobre ela assim que a forma de um pequeno dragão apareceu. Ele sorriu enquanto observava a forma. Ela era dele. — Incline-se no banco. Eu quero foder sua bunda ao mesmo tempo que fodo sua buceta. — Kelan disse densamente. Trisha estava além de pensar. Ela estava em pura sensação neste momento. Ela choramingou quando Kelan retirou os dedos de sua buceta, mas manteve os que queimavam e esticavam a sua bunda. Se inclinou para frente, colocando as palmas das mãos contra a pedra esculpida e espalhando as pernas o máximo que pôde. Ela gritou quando Kelan empurrou seu grosso e pesado comprimento para dentro dela. Estava tão inchada com a necessidade de gozar de novo que ela não sabia se ele iria se encaixar. Ela choramingou novamente enquanto a pressão aumentava até que suas paredes inchadas e quentes pareciam recebê-lo. — Segure-se firme. — Kelan disse com os dentes cerrados quando começou a bombear dentro e fora dela.
Trisha deixou sua cabeça cair enquanto Kelan começou com um ritual de empurrar em seu traseiro enquanto puxava para fora de sua vagina e depois o invertia. Ele acrescentou outro dedo fazendo com que Trisha se sentisse ainda mais cheia do que antes. Ela ofegou quando a queimação e pressão foi crescendo. Ela precisava de alívio e logo. A aumento do fogo dentro dela estava prestes a inflamar seu sangue se não fizesse algo. — Mais rápido. — Trisha sufocou. Kelan aumentou a velocidade, batendo nela até o clímax de Trisha explodir. Enquanto Trisha apertava em torno de seu pênis e seus dedos, sentiu seu próprio orgasmo explodir profundamente dentro dela. Ele puxou seus dedos para fora dela e se inclinou sobre Trisha que empurrava de volta enquanto soluçava seu prazer. Ele envolveu-a firmemente contra ele, apreciando a maneira como suas paredes vaginais espremiam seu pênis uma e outra vez enquanto ainda pulsava nela. — Oh, mi elila. Você é tão linda. — Kelan gemeu quando a segurou apertado pensando, se ele já não tivesse plantado sua semente em seu ventre, ele teria feito isso hoje.
Capitulo Dezesseis
Trisha olhou pela janela para os dois dragões deitados silenciosamente no pequeno jardim bem abaixo. Fazia um mês que Trisha e Kelan retornaram das florestas para descobrir que Cara e Trelon foram atacados por Curizan, e o mais perturbador, guerreiros Valdier. O irmão de Kelan, Creon, encontrou Cara escondida em uma pequena caverna na base de uma montanha. Trisha sabia o medo de lugares pequenos e escuros que Cara tinha e não podia imaginar nada mais horrível para sua pequena irmã do que ser enterrada viva por três dias. Trisha explicou a Kelan sobre a claustrofobia de Cara. Ele estava tentando ajudar seu irmão. Os dois primeiros dias após seu retorno, Kelan passou a maior parte de seu tempo sentado com Trelon. Ele voltou a seus aposentos brevemente para descansar e, como ele disse, pela necessidade de saber que sua companheira estava segura. Às vezes, eles faziam amor terno quando ele chegava e outras vezes era áspero e explosivo. Depois, ela o segurava enquanto ele dormia por algumas horas antes de voltar para o lado de seu irmão. Ela viu Abby brevemente, mas nada de Ariel ou Carmen no início. Uma vez que Cara foi encontrada, Kelan explicou sobriamente que ela estava em forma de dragão e ambas não estavam bem. Parecia que Cara tinha se enterrado tão fundo dentro de seu dragão que nenhum deles, incluindo Trelon, poderia alcançá-la. Depois que Trisha pressionou Kelan, ele finalmente admitiu que se Cara não voltasse logo, seu irmão e a fêmea, que considerava ser uma irmã, iriam morrer, pois um dragão não poderia viver por muito tempo em uma meia-vida. Trisha insistiu para que ela, Ariel, Carmen e Abby fossem visitar Cara diariamente, na esperança de que sua familiaridade traria o lado humano de Cara para fora. Mesmo assim, nada estava funcionando. Trisha se virou quando a mãe de Kelan se aproximou para olhar pela janela ao lado. Morian olhou para o jardim onde seu filho se deitou ao lado de sua companheira. Envolveu um braço ao redor da cintura de Trisha, abraçando-a.
Embora Trisha ainda não tivesse dito nada, Morian sabia que sua nova filha logo estaria florescendo com o filho de Kelan. — Existe alguma coisa que possamos fazer para ajudá-la? — Trisha perguntou calmamente olhando para a cena desoladora. Ela lutou contra as lágrimas enquanto observava o dragão de Trelon se aproximar terrivelmente da pequena Cara, envolvendo uma de suas grandes asas ao redor dela para protegêla do sol. Morian observou a cabeça do pequeno dragão girar para descansar sua bochecha contra o enorme peito masculino. Lágrimas se formaram em seus olhos enquanto observava Trelon cuidar de sua pequena companheira. Se algo não fosse feito em breve, eles poderiam perder os dois. — Eu acho que é hora de ter uma conversa com minha filha. — Morian respondeu com determinação suave quando se virou e saiu pela porta. Trisha ficou olhando o casal e rezando para que algum milagre ocorresse. Seu coração saltou quando viu Kelan se aproximando do dragão de Trelon. Ele disse algo e ela viu Trelon se transformando de volta em um homem. Eles estavam tendo algum tipo de discussão quando Trisha notou Morian no jardim com eles. O que ela disse deve ter funcionado. Dentro de instantes, Kelan estava puxando um Trelon muito relutante no caminho para a ala do palácio que mantinha os escritórios. Trisha estudou Morian enquanto pedia um refresco a um empregado. Ela secretamente desejava que seu pai pudesse conhecer a mãe de Kelan. Ela pensou na lista que seu pai e ela escreveram naquele dia há muito tempo sobre todas as qualidades que ele estava procurando em uma mulher. Trisha sabia que Morian cumpria todos os critérios. Ela era forte, porém gentil, sábia, elegante, determinada, atenciosa, linda, e Trisha a amava, algo que ela poderia dizer honestamente que nunca sentira com nenhuma outra mulher com quem seu pai já namorou. Trisha franziu o cenho enquanto tentava imaginar o que Morian poderia estar dizendo a Cara. Ela sabia que devia ser algo porque Trisha podia ver a
diferença na linguagem corporal do dragão de Cara. Era como se Morian estivesse dizendo algo que estava apertando o coração do pequeno dragão. Trisha continuou a olhar fascinada enquanto Morian calmamente tomava um gole da bebida antes de se levantar e se abaixar. Trisha ofegou e sua mão voou até sua boca enquanto observava o brilho do dragão de Cara por um momento antes de desaparecer. Em seu lugar estava a pequena figura de Cara, agachada no chão. Trisha sentiu as lágrimas percorrerem suas bochechas enquanto observava Morian suavemente apoiando a pequena forma de Cara em seus braços, balançando-a de um lado para o outro antes de ajudá-la a ficar de pé. Trisha sorriu enquanto seguia a mulher que criara um milagre com o olhar. Trisha inclinou a cabeça contra o vidro para poder seguir as duas delicadas figuras até desaparecerem dentro do palácio. Sim, se ela tivesse que escolher uma mulher para seu pai, seria Morian Reykill. — Morian, o que você disse a Cara para trazê-la de volta? — Trisha perguntou calmamente algumas horas depois. Kelan estava em uma reunião de emergência com Zoran, então Trisha perguntou se Abby e Morian gostariam de tomar um refresco no final da tarde com ela enquanto esperava que ele terminasse. Havia duas coisas importantes que ela aprendeu desde que vivia em Valdier. Uma delas, é que eles gostavam de comer – muito. E dois, eles comiam o jantar tarde - muito tarde. Trisha teria de trabalhar constantemente se continuasse a comer como estava. Não, você come por três. Eu preciso de comida. Sua vez. Seu dragão bufou uma resposta enquanto ela rolava e se aconchegava até a pequena faísca que parecia estar crescendo rapidamente. Trisha revirou os olhos. Seu dragão estava perfeitamente satisfeito em fazer amor, comer e acariciar a pequena faísca. Ela não precisava se preocupar em ter uma bunda grande, já tinha uma! Eu ouvi isso. Meu companheiro gosta da minha bunda... e da minha cauda. Seu dragão ronronou em resposta. O seu companheiro gosta da sua bunda também. Ela riu.
Morian ergueu a sobrancelha quando notou Trisha virando um vermelho brilhante de repente. — Você está bem, Trisha? — Trisha abanou o rosto quando respondeu. — Maldito dragão. — Morian riu ao imaginar o que o dragão de Trisha estava dizendo. — Sim, podem ser um pouco modestas às vezes. — Ela ficou sóbria enquanto tomava um gole de chá. — Para responder a sua pergunta, eu simplesmente disse a verdade. Trelon estava morrendo e ela era a causa disso. Se ela não queria que ele morresse, então precisava voltar para ele. Você vê, sem sua outra metade não há vida. — Trisha e Abby olharam para Morian por um momento, absorvendo o que ela estava dizendo. — Você está dizendo que se um de nós morrer, então o outro morreria também? — Perguntou Trisha calmamente. Morian assentiu. — É exatamente isso que estou dizendo. — Morian olhou para Abby primeiro. — Quando Zoran reclamou você em seu planeta ele sabia que nunca poderia deixá-la para trás. Teria matado ele e você, se tivesse. Você não foi a única que mudou durante a troca. Enquanto Zoran, Trelon e Kelan foram capazes de lhes dar o fogo do dragão, a química que permite que seu corpo seja transformado em um dragão, em troca, deve também dar-lhes a sua essência, do que é feito. É assim que você é aceita não apenas por ele, mas também pelo seu dragão e simbiose. Abby olhou para Morian com grandes olhos azuis. — Ele me disse que éramos um. — Morian assentiu novamente. — Sim. Vocês são ambas as metades de um todo, incompletos um sem o outro. — Morian se virou para olhar para Trisha. — Meu filho deveria ter explicado isso a você. Quando fugiu, ele não teve outra escolha além de seguila. Ele nunca iria parar... nunca. — Morian disse com firmeza. — É por isso que ele não pode devolvê-la ao seu planeta. Seu corpo é diferente agora, mas ainda mais é a sua necessidade de estar perto um do outro. Durante um período
de tempo, quando um verdadeiro companheiro morre, o outro chora a perda até que a vontade de viver não esteja mais lá. — Mas, eu não entendo. E quanto ao pai de Zoran, Trelon e Kelan? — Perguntou Abby. Morian sorriu suavemente enquanto se lembrava de seu companheiro. — Eu o amava muito, mas ele não era meu verdadeiro companheiro. A nossa união foi para formar um clã forte. Ambos viemos da realeza, descendentes dos Deuses e Deusas. Com o passar do tempo, passamos a amar e a respeitar um ao outro. No começo, pensei em me juntar a ele na morte, mas ainda tinha muito para viver. Eu tenho cinco filhos maravilhosos e esperava, com esperança, que um dia eu teria cinco filhas maravilhosas e uma casa cheia de crianças, mais uma vez. Não era meu tempo. Ainda não, de qualquer maneira. — Morian disse suavemente. — Você já pensou que poderia encontrar seu verdadeiro companheiro? — Trisha perguntou pensando mais uma vez em seu pai. Morian estava prestes a responder quando uma batida chegou à porta. Um mensageiro entregou calmamente a Morian um bilhete antes de se curvar e sair rapidamente. Morian levantou-se com um sorriso calmo e estendeu uma mão para Abby. — Acho que agora pode ser um bom momento para ir ver como Cara está indo. — Ela disse com um sorriso pequeno e secreto. Trisha e Abby se entreolharam antes de encolherem os ombros. Às vezes Trisha tinha a sensação de que Morian era um pouco clarividente ou algo assim. Ela parecia saber coisas antes que acontecesse. Teria enlouquecido Trisha, exceto que então ela teria que estar assustada sobre amar um alienígena, um dragão idiota, e que era BFF de uma criatura simbiótica de ouro. E ele gosta de sua bunda também. Seu dragão sussurrou maliciosamente. Trisha tropeçou quando seu dragão acrescentou aquela última pequena porcaria. Oh, cale a boca! Trisha rosnou silenciosamente enquanto seu rosto se
aqueceu de novo. Ela precisava descobrir com Kelan se havia algum modo de bloquear seu dragão de suas sessões de fazer amor. Do riso de diversão que seu dragão estava dando ela tinha um mau pressentimento, a resposta era um grande e gordo NÃO. Trisha e Abby assistiram enquanto Cara se movia de um lado para o outro. Elas se aconchegaram no sofá pouco depois de entrarem com Zoran e Kelan. Abby explicou que Ariel e Carmen estavam em uma aventura com Mandra e Creon. Trisha riu quando Abby mencionou que ela esperava que os irmãos se lembrassem de trazer as duas irmãs de volta. Trisha observou enquanto Cara andava de um lado para o outro, mordendo uma unha e lançando rápidos olhares para o quarto onde Trelon estava inconsciente. Elas encontraram Zoran e Kelan correndo para o quarto de Cara e Trelon, assim quando eles dobraram a esquina. Zoran rapidamente explicou que algo aconteceu com Trelon, mas não sabia o que aconteceu pois na mensagem que recebeu não explicava. Trisha olhou para Morian quando riu entre dentes. Trisha relaxou quando notou diversão em vez de preocupação nos olhos da mãe de Trelon. Ela sabia algo que todos os outros não. Trisha ouviu quando Cara explicou o que aconteceu novamente antes que Trelon desmaiasse nela. Quando ela ouviu a parte de Cara esperando gêmeos, ela não podia deixar de pensar que os machos em Valdier devem ser bastante potentes. Não demorou muito para Trelon, ou Kelan, tanto faz, acertarem no ponto, tanto nela como em Cara. Ela estava curiosa para saber se era natural. Tanta coisa para saber se eles eram uma espécie compatível, Trisha pensou com diversão. Não acertarem no ponto! Seu dragão rosnou em desacordo. Eles nos dão suas sementes. Os machos escolhem quando a fêmea adquire sementes. Bem, me desculpe. Eles parecem não ter nenhum problema dando as suas sementes. Trisha respondeu secamente. Perguntou-se se Zoran – entregara sua semente – a Abby. O palácio nunca seria o mesmo com três mulheres hormonais de uma só vez.
— Então, eu acho que ele levou isso muito bem. — Abby estava dizendo calmamente. — Zoran sabia antes de eu me dar conta, de que eu estava grávida. Ele parece pensar que estamos tendo um menino. Bem, isso respondeu a essa pergunta. — Melhor vocês duas do que eu. — Trisha exclamou antes que ela pudesse se conter. Ela corou olhando para o outro quarto. — Quero dizer... bem ... não é como se eu... oh, inferno. — Ela disse antes de olhar para baixo em sua bebida em confusão. Ela não estava pronta para admitir que estava grávida também... ainda não de qualquer maneira. Queria contar para seu pai primeiro. Trisha fungou de repente as lágrimas súbitas que ameaçavam ao pensar nele. Malditos hormônios, ela pensou lamentando. Estava matando-a por dentro saber que seu pai estava passando por um inferno sem saber se ela estava viva e bem. Ela precisava falar com Kelan novamente. Precisava ir buscar seu pai logo. Já fazia quase três meses que ela e as outras desapareceram. Estremeceu ao pensar no que ele devia estar passando. Trisha voltou ao presente quando ouviu Cara gritar. — Você também? Isto será muito divertido. Nós podemos ensinar as crianças todos os tipos de coisas e será como se fossem primos, porque é claro que eles são, mas você sabe o que quero dizer. — Cara balbuciou animadamente. Trisha olhou para Cara saltando para cima e para baixo e finalmente balançou a cabeça. Ela realmente estava começando a sentir pena de Trelon e totalmente compreendido por que ele desmaiou. — Cara, garota, você tem que se sentar ou ficar parado por um momento. Minha cabeça está nadando tentando focar em você. — Cara sentou-se entre Abby e Trisha. — Então, você está tendo um menino e eu estou tendo meninas gêmeas. — Cara disse então se virou para Trisha. — Então, qual é a história com você? Kelan está dando-lhe um tempo difícil? Sabe, Abby e eu podemos assar pessoas. Precisa que nós assamos ele para você? — Trisha riu. A ideia de ver Kelan
correndo pelo palácio com suas calças em chamas foi muito tentadora, no entanto. — Não, acho que posso lidar com ele. Nós apenas não temos essa coisa de olho por olho. Ele gosta de comandar, eu gosto de ignorar. Isso torna a vida interessante. Ela não mencionou que as coisas eram muito diferentes agora do que quando estavam a bordo da V'ager. Agora, em vez de ignorá-lo, não conseguia afastar as mãos dele. As únicas coisas em que eles não concordavam eram ele não lhe dizendo tudo o que estava acontecendo, esperando para ir buscar seu pai, e quando dizer a todos que ela estava grávida. Ele estava tão animado com a expectativa de uma criança que queria gritar da varanda de seus aposentos. Trisha queria contar ao pai primeiro. Se era uma maneira de motivá-lo a retornar ao seu planeta, para ele, que assim fosse. Ela não estava fazendo isso apenas para ser má. Sentia que devia isso ao pai por todo o amor e apoio que sempre lhe mostrou. Ele ficou ao lado dela durante todas as consultas médicas e fisioterapia depois que chutou Peter por enganá-la. Um forte rugido a afastou de seus pensamentos. Trelon estava parado na porta, parecendo decididamente desgrenhado. Seus olhos estavam colados à minúscula forma de Cara. Os lábios de Trisha curvaram-se ao ver o amor e a devoção em seus olhos. O resto deles nem sequer existia para ele. Ele só tinha olhos para Cara. Os olhos de Trisha voaram para a figura alta que estava atrás de Trelon. O olhar de Kelan estava fixo em Trisha. Ela podia ver as mesmas emoções em seus olhos. Se levantou lutando contra a necessidade de ir até ele. O olhar de Trisha balançou para Cara enquanto ela falava sobre usar apenas a camisa de Trelon enquanto ele usava apenas suas calças para que pudessem economizar na lavanderia. Sim, pensou ela, estava definitivamente sentindo pena de Trelon. Cara olhou para todos e encolheu os ombros. — Bem, uma menina tem que pensar em coisas assim quando ela vai ter uma família com gêmeos. — Ela disse para ninguém em particular.
Trisha observou como Kelan estendeu a mão quando Trelon pareceu balançar em seus pés novamente à menção da palavra gêmeos. — Fora! Todo mundo agora. — Trelon rugiu. O olhar de Trisha virou-se para Cara, preocupada. Morian saiu de trás de Trelon, lançando um olhar de repreensão antes de se aproximar de Cara. Trisha ficou de lado enquanto Morian se aproximava de Cara, dando-lhe um abraço e sussurrando em seu ouvido. Abby deu um pequeno murmúrio de protesto quando Zoran envolveu seu braço em volta dela e começou a puxá-la para a porta. Trisha levantou a sobrancelha para Kelan quando ele a agarrou pelo braço. Ele estava olhando para ela com um olhar aquecido dizendo apenas com um olhar que ele a queria de novo. Trisha não pôde evitar o sorriso que torceu seus lábios. Os guerreiros Valdier eram um grupo com tesão! Ela sacudiu a cabeça para ele, divertida. Kelan jogou os braços para cima no ar com uma maldição antes de se curvar e pegar Trisha em seus braços ignorando seu grito de protesto. Ele deixou sua mão escorregar até que ele pudesse esfregar seu traseiro enquanto se virava para a porta. Sim, seu companheiro gosta de sua bunda. Seu dragão sussurrou em alegria. Oh, cale a boca. Trisha deu uma risadinha quando ela envolveu seus braços em torno do pescoço de Kelan e pressionou seus lábios contra sua garganta.
Capitulo Dezessete
Trisha sorriu quando ouviu Trelon entrar em seus aposentos. Ela passou as duas últimas semanas saindo com Abby e Cara, quando Cara conseguia fugir de Trelon. Adorava ir ao mercado com Abby. Trisha aprendeu muito sobre Abby e não pôde deixar de admirar sua força silenciosa. Ela lembrava Trisha muito do que Morian deve ter sido com alguns séculos a menos. Trisha não podia deixar de ficar atônita ao saber que a expectativa de vida de um Valdier era muito, muito maior do que um ser humano. Talvez por isso os machos pudessem decidir quando ter filhos. O fato era difícil tê-los com qualquer um à exceção de seu companheiro verdadeiro, era um outro bônus. Era uma maneira muito eficaz de manter a população, pensou Trisha. Trisha enviou Bio mais cedo para brincar com várias das simbioses dos guerreiros. A pobre Bio deve estar cansada de cuidar dela, pensou Trisha com compaixão. Trisha passou a maior parte de sua manhã no banheiro olhando para o fundo do vaso. Ela tinha enjoos matinais em alguns dos momentos mais estranhos. Infelizmente, enquanto uma simbiose poderia curar qualquer lesão, eles eram impotentes contra a doença da manhã. Isso era uma coisa que ela iria ter que lidar por conta própria. Kelan era um amor. Ele banhava sua testa e pescoço com água fria até que a náusea passasse. Então, ele a levava de volta para a cama e alimentava com sua versão de biscoitos salgados até que ela se sentisse melhor. Durante todo o tempo que estava tentando mordiscar os biscoitos e mantê-los no estomago, ele apoiava a mão sobre a barriga murmurando palavras para o bebê como se pudesse entendê-lo. Trisha estava um pouco preocupada com quão rápido a pequena faísca parecia estar crescendo. Ela já podia dizer que havia um ligeiro inchaço em sua barriga. Kelan finalmente falou a Trisha para ver o curandeiro e falar com sua mãe. Trisha conversou com o curandeiro, escutando atentamente, explicando que o
bebê estava muito saudável e que seu dragão estava fazendo um bom trabalho ao cuidar dele. Ele sugeriu algumas mudanças na dieta de Trisha e incentivou-a a comer mais. Foi quando ela e Kelan finalmente disseram a sua mãe e Trisha desabou em uma avalanche de lágrimas. Kelan imediatamente a pegou em seu colo e a balançou enquanto ela soluçava, como queria contar para seu pai sobre o bebê e como se sentia culpada e que ela ia ser uma mãe tão horrível porque não sabia nada sobre criar bebês. Kelan levou quase dez minutos para finalmente acalmá-la. Morian sentou-se pacientemente por toda a chorosa da explosão de Trisha. Quando ela finalmente se acalmou para fungadas e soluços no colo de Kelan, Morian lhe entregou uma xícara de chá quente feita de ervas. — São... são... os hormônios. — Trisha soluçou enquanto tomava um gole do chá. Kelan olhou preocupado para a mãe. — Dola, Trisha está muito doente. Isso é natural? Morian riu. — Sim, mas eu acredito que é ligeiramente pior para uma fêmea humana. Cara e Abby também se queixaram da doença... e sobre o emocional. — Eu já estou começando a mostrar! — Trisha fungou. — Eu não deveria estar mostrando tão cedo. Eu estou com apenas dois meses e meio. Eu não acho que eu deveria estar mostrando até estar com cerca de quatro ou cinco meses. — Pelo menos as poucas meninas que ela conhecia não pareciam mostrar até então. Morian recostou-se na cadeira perplexa. — Mas, você estará quase pronta para o nascimento até então. Uma fêmea aqui tem uma gestação de seis meses. Quanto tempo uma mulher carrega em seu mundo? — Trisha empalideceu quando pensou que iria dar à luz mais cedo do que ela esperava. — Nove... — ela limpou a garganta. — Nove meses. — Ela sussurrou. Morian assentiu como se de repente entendesse.
— Pode ser por isso que é tão difícil para você. Seu corpo não está acostumado às mudanças nele tão rapidamente. Vou mencioná-lo aos nossos curandeiros e ver se não há algo que pode ser feito para ajudar com a náusea. Tenho medo, porém, é algo que as fêmeas de seu mundo terão que suportar. — A boca de Kelan se apertou quando pensou no desconforto de sua companheira. — Não haverá mais filhos até que eles encontrem alguma coisa. — Ele disse obstinadamente. Ele não deixaria sua companheira sofrer por isso novamente. Trisha deu uma risada aquosa. — Se você acha que isso é ruim, espere até o parto. Eu espero que você esteja lá durante todo o tempo. Se você acha que isso é ruim, você ainda não viu nada. — Kelan ficou pálido ao pensar. — Os guerreiros Valdier recebem seus filhos depois que eles nascem. Não esperamos estar presentes durante o parto. Isso é para as mulheres. — Trisha olhou para Kelan com uma sobrancelha erguida. — Oh, você vai estar lá, meu guerreiro Valdier. Se você pode decidir quando plantar sua semente dentro de mim e estar lá para a parte divertida, você pode estar lá para ver o fruto daquela diversão. — A boca de Trisha apertou em uma linha de ‘sem discussão’ quando ela olhou para Kelan. O dragão de Trisha rolou de rir enquanto imaginava o rosto do grande guerreiro. Seu companheiro vai desmaiar como o de Cara. Tenha um travesseiro grande pronto para quando ele cair. Morian riu enquanto observava seu filho e sua companheira. Ela estava tão feliz de ver uma mulher que era tão forte como seu filho. Ela não duvidava que Kelan estaria bem ao lado de sua companheira quando seu filho decidisse vir ao mundo. Eles conversaram por mais uma hora antes de Kelan ver os olhos caídos de Trisha. Isso era outra coisa, pensou sonolenta, ela estava sempre cansada
agora. Trisha estava dormindo quando Kelan a levou de volta para seus aposentos. Kelan cuidadosamente colocou Trisha em sua cama. Ele não se incomodou em tirar a roupa, pois não queria ter chance de acordá-la. Ele podia ver as sombras escuras sob seus olhos. Se preocupou que carregar seu filho fosse demais para a sua estrutura delgada. Ele estremeceu ao pensar em qualquer coisa que acontecesse com Trisha ou seu filho. Não foi muitas vezes, mas houve momentos em sua história, onde uma fêmea morreu durante o parto. Ele precisava acreditar no que o curandeiro e sua mãe lhe disseram, que o que sua companheira estava passando era natural. Kelan se inclinou e pressionou um beijo na testa de Trisha. Ele prometeu a Zoran que se reuniria com ele e Trelon esta tarde para examinar algumas das informações que estavam recebendo de Creon e Mandra. Até agora, seus irmãos foram capazes de descobrir algumas pistas de para onde o seu tio, Raffvin, foi. Kelan apertou os dentes com frustração. Ele mal podia esperar até que o bastardo que ele uma vez chamou de família estivesse morto. Creon descobriu que seu tio estava por trás da morte de seu pai. Sua ganância pelo poder não tinha fim. Nem tão pouco, fez sua crueldade. Informações mostrando que muitos de seus exércitos de elite foram forçados a lutar por ele para proteger suas famílias. Mandra foi encontrar-se com os irmãos de Ha'ven em um esforço para descobrir onde Raffvin os estava escondendo. Se conseguissem proteger as famílias, a maior parte de seu exército desmoronaria. Zoran já havia matado um de seus servos, Ben'qumain. Ben'qumain era o meio-irmão de Ha'ven. Ha'ven e seus irmãos descobriram, quase tarde demais para os dois irmãos mais novos, que Ben'qumain assassinou seu pai e o disfarçou como acidente. Foi somente quando ele tentou matar os dois irmãos mais novos e falhou que eles descobriram a extensão de sua traição. Agora, com seus espiões profundamente encaixados nas forças de Raffvin, eles esperavam descobrir onde ele estava e eliminá-lo de uma vez por todas. Creon disse que poderia ter uma pista sobre para onde o Rei Sarafin poderia ter sido levado. Suspeitava-se que Raffvin estivesse por trás disso
também. Se Raffvin conseguisse causar uma guerra entre o Valdier e o Sarafin, ele poderia minar a força da família real e atacar enquanto eles estavam espalhados pela galáxia. Creon tentar encontrar o Rei Vox antes que ele chegasse a isso. Sempre seria bom se você fosse o único a resgatar o líder de uma espécie guerreira, mesmo que fosse um do seu povo que fez o sequestro. Nenhum dos irmãos mencionou para as fêmeas com eles e Kelan só podia esperar que eles não deixassem escapar. Ele não achava que Trisha o perdoaria se suas duas irmãs não retornassem. Kelan instruiu os dois guardas fora de sua moradia para proteger sua companheira a todo custo. Cada um concordou respeitosamente. Kelan vagamente se perguntou se deveria instruí-los a ter suas simbioses com eles, mas decidiu que não era necessário no meio do palácio. A segurança foi reforçada desde o envenenamento de Cara. Kelan franziu o cenho ao pensar nesse incidente. Não fazia sentido. Ninguém mais foi ferido naquela noite há quase três meses. Sua mente percorreu possíveis cenários tentando pensar em quem desejaria prejudicar a pequena companheira de Trelon. Ele estava tão imerso em seus pensamentos que não estava olhando para onde estava indo quando virou a esquina. — Oh, meu senhor. — N'tasha disse suavemente com uma profunda reverência. — Eu sinto muitíssimo. Eu deveria ter olhado para onde estava indo. — Kelan segurou gentilmente os braços de N'tasha onde ele os agarrou para impedir que ela caísse. — Minhas desculpas... Eu não estava olhando para onde estava indo. Como você está, Lady N'tasha? — Kelan perguntou educadamente enquanto dava um passo para trás. Pessoalmente, ele nunca gostou da amante de seu irmão, mas quem era ele para se queixar considerando que seu dragão e sua simbiose nunca gostaram de nenhuma das suas. — Estou bem, meu senhor. Espero que você tenha um dia agradável. Você está indo encontrar com seu irmão, Lorde Trelon? — Ela perguntou olhando para ele atentamente.
— Sim, eu estou e com Zoran. N'tasha... — Kelan começou. Realmente não era da sua conta, mas sentia um fio de lealdade à pequenina humana que significava tanto para seu irmão. — Sim, meu senhor? — N'tasha respondeu com a mesma voz calma e tranquila que sempre usava ao seu redor. Kelan franziu o cenho antes de balançar a cabeça. — É só... meu irmão... você sabe que ele tem uma verdadeira companheira agora. — Kelan disse com firmeza. N'tasha inclinou a cabeça para que não pudesse ver seus olhos. — Sim, meu senhor. Estou muito feliz por ele. Eu não quero causar nenhum problema. — Ela levantou a cabeça e olhou Kelan nos olhos quando terminou a última resposta. Kelan estudou N'tasha por um momento antes de balançar a cabeça novamente. — Muito bom. Eu desejo-lhe um bom dia. — Kelan não conseguia afastar a sensação de que tinha perdido algo crucial na conversa com N'tasha. Balançando a cabeça diante de sua crescente paranoia, atravessou o corredor que levava aos jardins exteriores. Ele os usava para cortar caminho e chegar à ala de conferência. Trisha bocejou. Não percebeu que estava tão cansada. Abrindo os olhos lentamente, franziu o cenho para o teto acima dela. Onde ela estava? Este não era o teto de seu quarto. Trisha virou a cabeça tentando limpar o nevoeiro de seu cérebro. Ela lentamente sentou-se, colocando a mão sobre o cobertor fino e grosso cobrindo a pequena cama onde ela tinha acabado de acordar. Tudo pareceu girar loucamente por alguns momentos antes das coisas lentamente começarem a ficar em um lugar. Parecia que ela estava em algum tipo de pequena cela. Trisha balançou a cabeça, gemendo, fazendo tudo girar de novo. Ela colocou a mão na barriga e fechou os olhos chamando suavemente o dragão.
—Você e o bebê estão bem? Perguntou Trisha suavemente. Seu dragão rolou grogue. —Onde estamos? —Eu não sei. Como está o bebê? Perguntou Trisha, preocupada. —Nosso bebê está dormindo. Seu dragão respondeu enquanto se enrolava protetoramente ao redor. Trisha levantou-se olhando ao redor da pequena sala. Não havia muito nela, nem mesmo um banheiro. Ela puxou o colchão fino que cobria a cama e viu que havia barras metálicas segurando-a. Trisha deixou o colchão cair de volta no lugar e caminhou insegura para a porta. Não havia painel no interior. Ela passou as mãos pela moldura e pelo lado de fora da porta. Viu que se algo fosse colocado no quarto a única maneira disso acontecer era ela ser aberta novamente. Trisha olhou ao longo do teto, nada. Nem mesmo um respiradouro. Movendo-se ao longo de cada parede, cuidadosamente passou a mão sobre a superfície plana. Sem aberturas, nada, Trisha pensou enquanto eliminava cada opção de fuga possível. Voltando para a cama, se sentou pesadamente quando uma onda de náusea passou por ela. Trisha inclinou a cabeça entre os joelhos e tentou respirar através dela. — Por favor, não agora. Ela implorou em silêncio. — Por favor, pequenino, trabalhe com a sua mamãe por enquanto e fique quieto até que eu possa nos tirar dessa bagunça. O dragão de Trisha sussurrou ao bebê que tentava acalmar ainda enquanto começava a se mover. Trisha ainda estava inclinada quando a porta se abriu para sua pequena cela. Ela estava muito ocupada lutando para não vomitar até mesmo para olhar para ele. Ela continuou respirando profundamente pelo nariz e balançou para frente e para trás. Trisha parou quando sentiu uma mão fria ao longo de sua bochecha. Ela arriscou olhar para cima e ficou surpresa ao ver o rosto de um jovem macho. Ele não era um Valdier. Enquanto seu cabelo era longo e de um negro grosso como os guerreiros Valdier gostavam de usá-lo, seus traços faciais eram
diferentes. Seu nariz era um pouco mais largo e seus olhos não eram de ouro, eles eram mais de uma cor amarela e estavam inclinados nos cantos. — Você está indisposta? — O jovem guerreiro perguntou suavemente. Trisha balançou a cabeça brevemente. Ela não queria que ele soubesse que estava grávida. Não sabia o que eles poderiam fazer com ela se descobrissem. Ela precisava proteger seu bebê. — Posso... posso beber um pouco de água? — hesitante.
Perguntou Trisha
O guerreiro olhou para outro homem parado na entrada. O homem acenou com a cabeça e desapareceu. O jovem guerreiro ajoelhado na frente de Trisha colocou a palma de sua mão contra seu rosto brevemente e fechou os olhos. Depois de alguns momentos, Trisha podia sentir o calor fluindo através dela. Quando o jovem guerreiro abriu os olhos, eles estavam quase brilhando. — Isso deve ajudar. O remédio que usaram não prejudicará, seu dragão e nem ao seu filho. Somente impedirá o seu dragão de emergir, no entanto. — Ele disse tão silenciosamente quanto antes. — Eu sou Jaron. Eu era um curandeiro na minha aldeia antes de ser recrutado. — Trisha ouvia enquanto ele falava suavemente com ela. — Onde estou? Como eu cheguei aqui? — Jaron ergueu os olhos quando o outro guerreiro apareceu. Ele pegou o pequeno copo de água dele antes de dizer algo ao homem em um dialeto que o tradutor de Trisha não decifrou. Ele acenou com a cabeça uma vez e o homem sorriu suavemente para Trisha antes de se virar e olhar para o corredor. Jaron tomou um gole do copo antes de leválo aos lábios de Trisha. Trisha entendeu que era sua maneira de mostrar que não estava drogada. Ela tomou um gole gemendo suavemente enquanto molhava sua garganta seca. — Você está a bordo de um cargueiro de classe dois ligado a uma lua primitiva apenas do outro lado de Quitax. — Jaron disse calmamente enquanto continuava segurando o copo para Trisha.
Trisha franziu o cenho. Deveria saber sobre este Quitax? — Onde é isso, quem me levou, e por quê? — Perguntou Trisha, começando a se sentir melhor agora que a náusea tinha passado. Jaron estava prestes a responder quando o homem no corredor limpou a garganta de repente. Ele empurrou o copo para debaixo da cama e levantou-se rapidamente dando um passo para trás de Trisha. Trisha estava prestes a ficar de pé quando viu Jaron balançar a cabeça uma vez. Ela afundou de volta na superfície dura da cama e esperou. Ela tinha a sensação de que estava prestes a obter as respostas que estava procurando e achava que não iria gostar delas. Uma versão mais antiga do companheiro de Abby, Zoran, entrou na pequena sala junto com outros dois homens segurando algum tipo de arma. Jaron imediatamente baixou os olhos e recostou-se contra a parede. O pequeno quarto ficou claustrofóbico com os quatro enormes machos dentro dele. Trisha debatia se deveria interpretar o tipo forte e silenciosa, ou a fêmea fraca. Ela decidiu que sendo a fêmea fraca era menos provável que a matassem imediatamente. Bom... bom... não gosto do homem. Ele mau... muito mau. Seu dragão sussurrou assustada enquanto se curvava ainda mais apertado ao redor da pequena faísca dentro dela. — Então, você está finalmente acordada. — O homem mais velho disse friamente. — Qual companheira você é? — Trisha deixou sua mão tremer enquanto empurrava seus longos cabelos crespos para longe de seu rosto como se ela ainda estivesse confusa. — Companheira? — Ela perguntou fracamente. Os olhos do homem se estreitaram e seus lábios se apertaram. Ele deu um passo adiante e deu um tapa em seu rosto. — Eu não faço a mesma pergunta duas vezes. — Ele rosnou. Trisha ficou atônita quando o golpe no lado de seu rosto enviou fragmentos de dor pela cabeça. Podia provar o sangue em sua boca e reprimiu
a maldição que subiu aos lábios. Ela deixou seu cabelo cair sobre sua bochecha ferida enquanto lutava com o desejo de chutar o grande idiota entre as pernas. — Responda ou da próxima vez será mais doloroso. — O homem disse friamente. — Kelan... Kelan é meu marido, meu companheiro como você o chama. — Trisha disse com um tremor em sua voz. Ela manteve a cabeça um pouco para baixo, assim o imbecil não podia ver o ódio que ardia em seus olhos. — Por que... o que você quer de mim? — Trisha perguntou em um sussurro. — Não quero nada além de te matar. Com sua morte, seu companheiro vai morrer ainda mais lentamente. Quanto ao porquê... — O homem disse em uma voz que devia ter sido feita de água gelada. — Eu deveria ter sido o verdadeiro rei de Valdier. Morian Reykill deveria ter sido minha companheira, não de meu irmão. Eu era o filho mais velho. Agora, é hora de recuperar meu lugar. — Trisha olhou para os olhos negros e frios do homem. Ela franziu o cenho. Todos os Valdier tinham olhos dourados. Ela nunca viu nenhum deles com outra cor. — Por que seus olhos são negros? — Perguntou Trisha antes que pudesse se conter. O homem abaixou sobre ela, agarrando-a pelo pescoço e levantando-a de seus pés. Trisha agarrou as mãos que esmagavam sua garganta. Ela não podia respirar enquanto ele lentamente apertou fechando suas vias aéreas. Ela esforçou-se para afrouxar seu aperto, mas só parecia deixá-lo mais irritado. — Meu senhor, você mencionou usá-la como isca. Ela não lhe servirá de nada se estiver morta. — Jaron lembrou ao homem que a estava estrangulando lentamente. Trisha estava começando a ver manchas e sabia que estava apenas há momentos de desmaiar quando ele a atirou contra a parede. Ela bateu na parede na parte de trás da cama e ele saltou por cima de onde ela estava deitada ofegante, tentando respirar e segurando a garganta que palpitava.
— Eu sou Raffvin Reykill, verdadeiro rei de Valdier. Uma vez que o seu companheiro mestiço vier por você, eu vou assistir ele morrer. Eu quero ver cada um dos filhos bastardos do meu irmão morrerem lentamente, enquanto eles são obrigados a assistir como suas companheiras são mortas. Meus olhos são negros, cadela, por causa do mal que feito a mim há muito tempo pelos Deuses e Deusas. Seu engano ao escolher meu irmão sobre mim enegreceu meu coração, mas logo... logo isso vai mudar quando eu tomar o que deveria ter sido meu desde o início. — Raffvin rosnou enquanto enxugava as mãos num pedaço de pano que tirou do bolso. Trisha assistiu horrorizada enquanto Raffvin enxugava as mãos num pano obviamente manchado de sangue. Ela estremeceu enquanto tentava engolir. Sua bochecha e garganta latejavam com dor do dano feito a eles. Ela olhou fixamente quando o homem obviamente insano virou murmurando algo sobre ela não receber qualquer alimento ou bebida. Jaron lançou um olhar pesaroso para Trisha antes que ele e o outro homem que ainda estavam parados do lado de fora da sala fossem obrigados a sair. Só depois que a porta se fechou firmemente atrás de todos, deixando Trisha felizmente sozinha, ela se permitiu afundar o resto do caminho até a cama e deixar que as lágrimas silenciosas pingassem sobre a coberta. Ela fechou os olhos verificando seu dragão e seu bebê antes de enviar uma oração silenciosa para que Kelan os encontrasse a tempo de protegê-los. Não foi até que ela sentiu um calor familiar contra sua bochecha e ao redor de sua garganta que abriu os olhos e sentiu. Os finos fios de ouro escorregavam de onde haviam se tecido ao longo de seus cabelos. Agora, os minúsculos fios dourados da simbiose de Bio se transformaram em um fio um pouco mais grosso e começou a se mover sobre sua garganta e bochecha, curando-a. — Obrigada. — Trisha sussurrou suavemente enquanto começava a pensar mais calmamente. Seu pai sempre lhe ensinou que um dia ela poderia ter que salvar a si mesma. Era seu trabalho certificar-se de que estava pronta para fazer isso. Trisha lembrou que seu pai vivia dizendo que não importava se você era um
homem ou uma mulher quando se tratava de lutar por sua vida. Ela sabia que tinhas duas opções lutar para viver ou morrer. Trisha sorriu, seu pai se assegurou de que sua menina sabia lutar para viver. — Obrigado, papai. — Trisha sussurrou suavemente. Kelan estava ouvindo com meia-orelha a Zoran e Trelon falando sobre um novo sistema de defesa que Trelon estava desenvolvendo para alguns de seus navios de guerra menores. Ele e Trelon já testaram o protótipo em dois dos navios de guerra de Classe quatro há vários meses, então ele estava totalmente a par do que Trelon estava falando. Zoran virou-se e perguntou-lhe se pensava que era possível continuar com a produção do sistema e instalá-lo nos mais de cem navios de guerra. Kelan estava prestes a responder quando uma leve onda de desconforto o percorreu. Deve ter atingido Zoran e Trelon ainda mais duro porque os dois irmãos ficaram pálidos. Os três homens levantaram-se e já se dirigiam para a porta quando um guerreiro entrou. — Meus senhores, as fêmeas estão em perigo. — ferozmente.
Lurr rosnou
Kelan atravessou as enormes portas antes que Lurr terminasse sua frase. Zoran e Trelon estavam atrás dele. Os quatro homens correram pelos corredores que saíam para os jardins abertos, atravessando seus aposentos. Kelan derrapou até parar, enquanto N'tasha e quatro homens apareciam vindo dos aposentos do palácio. Ouviu o rugido de raiva de Zoran e Trelon quando viram suas companheiras sendo carregadas sobre os ombros de dois dos homens. Do nada, dois dos guardas do palácio giraram em direção ao grupo parando o homem que levava Abby. Um dos guerreiros agarrou Abby enquanto o outro cortava o estômago do homem que a carregava, deixando o cadáver cair enquanto a levavam para Zoran. N'tasha virou com um olhar cheio de ódio em direção a Trelon antes de sorrir selvagemente enquanto levantava uma lâmina para sua garganta e desenhava uma linha imaginária através dela. Antes que pudessem fazer qualquer coisa, N'tasha, o homem ao seu lado, e o que estava segurando Cara desapareceram em uma luz de transporte. — Não! — Trelon rugiu em protesto.
Kelan assistiu horrorizado quando a companheira de seu irmão desapareceu. Ele estava prestes a correr para seus aposentos para verificar Trisha quando Bio explodiu no jardim rosnando e sibilando em fúria. Ele fechou os olhos quando enviou seus sentidos à pequena simbiose em Trisha. Não sentia nada. — Zoran... — Abby soluçou enquanto ela estava deitada embalada nos braços de seu companheiro tremendo. — Eles as levaram. Eles mataram os guardas e as levaram. — Zoran balançou Abby suavemente em seus braços. — Quem mais levaram, Abby? — Mas, Zoran já sabia ao estudar os rostos dos dois irmãos. Ele agarrou Abby com mais força enquanto a extensão total do ataque brutal o dominava. Se não resgatassem Cara e Trisha, ele sabia que perderia seus dois irmãos mais novos. Ele grunhiu um comando para vários os guerreiros retirarem os corpos e logo depois a simbiose de Trelon explodiu no jardim. Ambas as simbioses de seus irmãos estavam rosnando e assobiando de fúria pelo ataque a suas companheiras. Kelan vagamente ouviu Trelon gritar que Symba podia sentir a simbiose em Cara. Em poucos segundos, Symba transformou-se em um lutador Valdier elegante e estava levantando. Kelan se moveu como se estivesse aturdido. Por que ele não podia sentir a simbiose em Trisha? Ele a deixou segura em seus aposentos com guardas, pensou distraidamente. Ela estava usando vários pedaços de simbiose em seus braços e ao redor de seu pescoço. Por que eles não responderam a ele? Kelan grunhiu um comando para sua simbiose enquanto ele começava a correr na direção de seus aposentos. Ele e Bio contornaram a esquina e derraparam até parar quando viram as paredes vermelhas e douradas. Bio se sacudiu como se um mega-watt de eletricidade tivesse sido descarregado nele. Moveu-se lentamente para a frente fazendo um som de uivar diferente de qualquer coisa que Kelan ouviu antes. Kelan se moveu lentamente para a frente, olhando fixamente com descrença para os restos fragmentados dos guardas e os fios de ouro sem vida de suas simbioses. Nunca, na história de sua espécie, houve uma simbiose destruída. Agora, os restos de ouro estavam espalhados por todo o chão e paredes do
corredor fora de seus aposentos. O que poderia destruir algo feito de energia pura? Vários guerreiros entraram e instantaneamente horrorizados com a visão que do que encontraram.
congelando-se
— Meu senhor... — Lurr disse calmamente olhando para a visão. — Sua companheira? — Kelan olhou para a porta que levava ao seu santuário com medo. — Eu... eu não sei. — Ele sussurrou. — Deixe-me ir primeiro. — Lurr disse começando a se mover em torno de Kelan. Kelan estendeu a mão para detê-lo, balançando a cabeça lentamente. — Não, é meu direito, minha responsabilidade de ver minha companheira. — Ele grunhiu de medo. Lurr deu um passo para trás e curvou a cabeça ligeiramente. Zoran pediu que Lurr ficasse com Kelan até que ele pudesse estar lá. Foi instruído a proteger Kelan, mesmo que isso significasse de si mesmo. Lurr faria o que seu rei mandara. Kelan abriu a porta para sua habitação ignorando tudo o que estava do lado de fora. Ele se forçou a entrar na sala. Tudo parecia exatamente como ele deixou. Não havia sinais de luta na área de estar. Ele se moveu lentamente em direção a sua área de dormir onde tinha deixado Trisha dormindo pacificamente apenas um par de horas atrás. Sua mão tremeu quando se forçou a abrir a porta que agora estava fechada. Lembrou-se de que tinha deixado aberta quando saiu, pensou. Bio estava ao seu lado tremendo como se estivesse ciente do que poderia encontrar. — Meu senhor... — Lurr começou a dizer.
— NÃO! — Kelan disse com dureza. — Ela é minha companheira... ela é minha companheira. — Ele disse novamente, sua voz desaparecendo no final como se fosse muito difícil dizer mais. Lurr mais uma vez deu um passo para trás e esperou enquanto Kelan respirava fundo. Kelan olhou para a porta, desejando que Trisha ainda estivesse dormindo na cama deles. Ele empurrou a porta e foi até a cama. Ele começou a tremer incontrolavelmente quando viu que estava vazia, as cobertas jogadas para trás metade sobre a cama e metade fora. Ao aproximar-se, viu um pedaço de ouro, imóvel, sobre os lençóis rendados. Kelan e sua simbiose soltaram um uivo de dor inimaginável ao olharem para a simbiose sem vida que tinha pertencido a Trisha. Zoran atravessou a sala enquanto estudava Kelan. Lurr lhe deu um relatório completo sobre o que foi encontrado fora do apartamento de Kelan. Eles sabiam que tudo o que tinha acontecido lá, não era o mesmo nos outros casos. Abby foi capaz de dizer a ele, N'tasha parecia estar no comando do rapto da companheira de Trelon e da morte de seus guardas pessoais. Ela fez com que Abby e Cara removessem suas simbioses. Abby obedeceu simplesmente porque não havia lugar para ela esconder. Cara foi capaz de esconder algumas das suas, por isso a simbiose de Trelon foi capaz de rastrear sua localização. Kelan voltou imediatamente ordenando que a V'ager fosse preparada para partida imediata. — Eu vou matar aquela cadela depois que eu descobrir o que ela fez com a minha companheira. — Kelan disse calmamente. Zoran estudou seu irmão. O controle gelado de que era famoso era claramente evidente. Kelan moveu-se com precisão enquanto ordenava que a sala do transportador estivesse pronta e que todo o pessoal essencial estivesse a bordo para partida imediata. — Precisamos descobrir qual arma foi usada para matar as simbioses. Isso pode ser devastador para o nosso povo se cair em mãos erradas. — Zoran disse
colocando a mão no braço de Kelan quando seu irmão se virou e deu outra ordem. Os olhos de Kelan viraram-se primeiro para a mão de Zoran e depois para seu rosto. Seu rosto talhado em pedra, Kelan respondeu friamente. — Eu sei o meu dever, irmão. Eu o cumprirei antes de deixar este mundo. — Kelan... — Zoran disse suavemente. — Nós não sabemos se sua companheira está morta. Ela é uma lutadora. Você disse que ela foi treinada como guerreira não apenas por seu povo, mas também por seu pai. Ela vai encontrar uma maneira de sobreviver até você alcançá-la. — Kelan permaneceu imóvel por um segundo antes que Zoran visse um lampejo de esperança. — Ela é inacreditável. Gunner disse tantas vezes isso quando a seguimos através das florestas. — Kelan respondeu com voz rouca. Zoran sorriu. — Ela tem muito pelo que viver. Vai precisar que você esteja lá para ela. — Kelan acenou com a cabeça antes de acrescentar. — E para o nosso filho. — Kelan viu o olhar de surpresa de Zoran antes dele assentir sombriamente. — Vá até ela. Ache-a e traga de volta. — Kelan ficou de pé na plataforma para o transportador e deu um aceno de cabeça. Dentro de momentos, ele estava dentro da sala de transporte em V'ager, calmamente dando ordens. Ele tinha uma cadela para matar.
Capitulo Dezoito
Trisha observou cuidadosamente enquanto os cinco homens se acomodavam em seus assentos e se prendiam com correias. Jaron sentou-se à sua direita e o homem que estava no corredor no primeiro dia em que acordou estava sentado à sua esquerda. Trisha não reconheceu os outros três homens, mas eles não pareciam que podiam serem considerados amigáveis. Jaron foi capaz de passar para Trisha comida e bebida nos últimos quatro dias de seu confinamento. Ela manteve tudo escondido debaixo da cama apenas no caso de alguém entrar. Também teve a sorte de não se sentirem ameaçada por ela ou sentir a necessidade de revista-la. Ela desenvolveu um mau hábito quando trabalhava para Boswell de carregar seu micro leatherman6 com ela em todos os lugares. Porque os uniformes não tinham bolsos e levava onde era natural para as mulheres, ela escondeu entre seus seios, em seu sutiã. Era como pegar suas chaves ou usar brincos, não importava para onde ia. Ela removeu vários pedaços de metal do fundo da cama em sua pequena cela de prisão e usou a borda áspera para afiar lentamente as extremidades de três pedaços para fazer uma navalha afiada, usou tiras dos lençóis para envolver em torno de uma das extremidades como um cabo. Agora, estava equipada com três facas afiadas e iria usá-las sem misericórdia na primeira oportunidade que tivesse. Ela observou lentamente cada homem na frente dela, catalogando qual mão era dominante, onde poderia haver uma fraqueza em seus uniformes, a altura deles em primeiro lugar, como eles se movimentavam, que tipo de armas carregavam e onde. Ela ouviu quando Jaron perguntou a um dos homens sobre a pequena lua que eles iriam pousar.
6 O Leatherman é uma multi-ferramenta pequena o suficiente para ser levada no porta-luvas ou na mochila, além de ter uma lâmina de 7,8cm capaz de furar e cortar com facilidade a maioria dos materiais. Tem também uma chave intercambiável com a maioria das ponteiras que você pode precisar no dia-a-dia.(É como um canivete Suíço)
— Ouvi dizer que esta lua é muito perigosa. Os poucos que tentaram se instalar foram forçados a sair por causa dos animais que o habitam, quebraram todas as suas defesas. — Jaron disse. — Onde estaremos pousando será seguro? — Um dos homens com uma cicatriz profunda na bochecha sorriu cruelmente. — Nenhum lugar é seguro. Nós não estaremos lá por muito tempo, embora. Só o tempo suficiente para jogar a mulher para o jantar deles. — Vários dos homens olharam para Trisha e riram. Ela olhou para baixo para que não pudessem vê-la rolar os olhos. Entre os habitantes da lua e esses caras, ela iria escolher a lua sempre. Ela voltou seu foco para a conversa. Meio que se perguntava se Jaron estava tentando lhe dizer alguma coisa. — Eu pensei que Lorde Raffvin queria a fêmea viva até que seu companheiro a encontrasse? Como isso pode acontecer se ela for deixada no planeta? — Jaron perguntou hesitante. Outro dos homens grandes riu. — Bem, você vê, é aí que você e Terac serão úteis. Vocês dois ficarão para trás para ter certeza de que ela não será comida até que Raffvin esteja pronto. Se você estragar tudo, pode esquecer de ver as pessoas de sua pequena aldeia novamente. — Todos os três homens riram disso. Trisha decidiu que tinha ouvido o suficiente. Ela se virou para Jaron e sorriu inocentemente. — Você sabe como voar numa dessas coisas? — Ela perguntou. Jaron sacudiu a cabeça resignado. — Não, eu não, mas Terac faz. Por quê? — Trisha sorriu enquanto desdobrava os braços. Ela partiu as correias em seu assento logo após a decolagem. Os outros homens ainda usavam os deles, então eles estavam em desvantagem. Ela decidiu que precisava neutralizar os três homens em frente a ela e ao piloto do ônibus espacial. Eles estariam entrando na órbita da lua em aproximadamente três minutos do que ela foi capaz de entender. Não haveria tempo suficiente para Raffvin trazer uma força de ataque antes que pudessem
pousar. Uma vez no chão, ela desapareceria até que Kelan pudesse encontrá-la. Não havia dúvida em sua mente que ela poderia sobreviver. As espessas florestas eram seu lar. Levantando os braços, ela se lançou através do corredor estreito cortando duas gargantas dos homens e chutando a perna do terceiro. Ela rolou batendo o cotovelo no nariz do que tinha uma cicatriz enquanto ele puxava sua pistola de laser para cima e disparava violentamente. Trisha usou seu corpo para impedi-lo de destravar suas restrições. Ele alcançou um braço musculoso fora e foi capaz errolar em torno de sua cintura e começou a apertá-la. Trisha podia sentir a pressão em suas costelas enquanto ameaçava quebra-las como palitos. Ela rolou uma das facas em sua mão até que a alça estivesse voltada para cima e o ponto em direção a seu corpo. Ela bateu a cabeça para trás contra o nariz que já tinha sido quebrado, ouvindo os ossos quebrando ainda mais. Ela ouviu o homem rugir com raiva e dor, mas conseguiu o efeito desejado - ele afrouxou o abraço em torno de suas costelas tempo suficiente para enfiar a lâmina entre suas costelas e torcer. Ela sentiu seu puxão de surpresa enquanto ela se contorcia com sua outra mão em sua garganta. O sangue espirrou enquanto cortava a grossa artéria em seu pescoço. Trisha olhou para os outros dois homens que ela atacou primeiro. Um já estava morto e o outro estava nos últimos estágios da agonia. — Lembre-me de nunca deixar você furiosa. — Jaron sussurrou em choque. — Não mesmo, merda. — Terac grunhiu de acordo. Ambos estavam olhando para Trisha com admiração e um pouco de apreensão. Trisha estava prestes a responder quando ela foi jogada no chão quando o ônibus de repente caiu para o lado. Terac já estava desfazendo suas restrições e se movendo para a frente. O tiro do último homem que Trisha atacou ricocheteou, atingindo o piloto na parte de trás da cabeça matando-o instantaneamente. Terac soltou uma série de maldições enquanto lutava para tirar o piloto do assento.
— Alguns dos controles estão fritos. Segurem-se, teremos uma aterrissagem acidentada. — Terac gritou enquanto tentava obter o controle do ônibus espacial quando atingiu a atmosfera exterior da lua. Jaron desfez suas restrições e ajudou Trisha voltar a seu assento. Ele rapidamente remexeu as correias antes de colocá-la dentro. Ele se inclinou para a frente e colocou as mãos levemente sobre Trisha deixando-as mover lentamente sobre ela. — O que você está fazendo? — Perguntou Trisha intrigada. Ela estava tremendo quando desceu da corrida de adrenalina. — Me certificando de que você não está ferida. Quero verificar seu bebê também. — Jaron disse calmamente enquanto se inclinava para ela. Trisha fechou os olhos e concentrou em seu interior. —Você e o bebê estão bem? Ela perguntou ao dragão com urgência. —Seu companheiro deve te chicotear, sim. Eu direi para que o seu companheiro chicoteie a sua bunda. Seu dragão rosnou. — Você me assusta! Você é louca! Eu quero que seu companheiro bata em sua bunda por me assustar. Nosso bebê está seguro, mas eu estou assustada! Trisha riu enquanto seu dragão continuava a dar um inferno por atacar aqueles homens e não esperar que Kelan viesse salvá-las. Ela ignorou quando Trisha calmamente disse que amaldiçoar na frente do bebê provavelmente não era uma boa ideia. Seu dragão simplesmente estalou os dentes para Trisha e grunhiu baixo depois disso. A intensa vibração do ônibus transportador trouxe Trisha de volta à sua situação atual. Terac gritou para Jaron vir ajudá-lo. Jaron olhou em pânico por um momento antes que ele se atrapalhasse com suas restrições. Trisha colocou a mão sobre a dele brevemente antes de ela desabotoar a dela. — Eu irei. Eu era um piloto em meu planeta. Talvez eu possa ajudar. — Trisha murmurou enquanto se movia para trás de Jaron.
Jaron deu a Trisha um sorriso fraco de agradecimento. — Eu nunca estive em uma nave de guerra antes, até que eu fui capturado pelas forças de Raffvin. — Trisha apenas sorriu enquanto se movia para a frente. Ela pisou sobre o corpo morto do piloto e deslizou no assento ao lado de Terac. Ela rapidamente se amarrou. — Diga-me o que fazer. — Trisha disse calmamente. — Pegue o controlador na sua frente. O holoscreen mostrará a superfície da lua enquanto entramos através da cobertura de nuvens. Mantenha-o estável enquanto eu tento encontrar uma área suficientemente clara para desembarcar. — disse Terac. Trisha deixou todo seu treinamento como piloto e copiloto de teste fluindo através dela. Haveria tempo suficiente derreter quando ela estivesse segura nos braços de Kelan. Até então, tinha um trabalho a fazer - ficar viva e manter os homens com ela vivos. Trisha concentrou-se na visão do holoscreen e mantendo o nariz erguido e o nível de vaivém quando eles atravessaram a espessa camada de nuvens. — Parece um lugar suficientemente grande para que possamos aterrissar em oito-ponto-três vetores. Trisha, você acha que pode manter o nariz erguido enquanto eu tento nos manter na posição vertical? O motor esquerdo está funcionando em apenas vinte por cento. — Você nos leva lá para baixo com segurança e eu não só vou manter o nariz para cima, mas dar-lhe um grande beijo, querido. — Trisha disse com um sorriso determinado. — Não beije! Lábios apenas para o companheiro! Não, beijo... não matar... não lutar... não bater... não... não... não! Seu dragão rugiu enquanto tentava se envolver o mais forte que podia em torno da centelha dentro de Trisha. Trisha franziu o cenho. — Droga! Aquela pequena faísca estava ficando cada vez mais rápida, pensou ela maravilhada.
— Sem agradecimentos à você! Eu cuido do nosso bebê! Você muito é muito áspera! Seu dragão disparou logo antes que a pequena faísca disparasse seu dragão no nariz. — Veja! Você ensina maus hábitos! Trisha sentiu o calor inundá-la durante a luta de sua pequena faísca. — É isso aí, querido. Vou mostrar-lhe todas as coisas realmente legais que meu pai me mostrou quando você ficar um pouco maior. Espere até que o vovô chegue aqui. Ele vai ter você balançando nas árvores e jogando tag antes que você perceba. Terac olhou para Trisha quando ele ouviu sua risada enquanto seu dragão gemia por ter Trisha e seu pai corrompendo a pequena centelha que ela estava tentando proteger. — Sim, seu dragão pensou azedamente, — o companheiro de Trisha precisa chicotear sua bunda.
Capitulo Dezenove
— Tem alguma coisa? — Kelan olhou para o rosto de seu irmão mais novo. O rosto de Trelon refletia sua determinação em recuperar sua companheira. Kelan assentiu com a cabeça. Ele ficaria concentrado em salvar a companheira de seu irmão. Ele só podia orar aos deuses e deusas que ele estaria com ela. — Um navio encoberto apareceu em nossa vigilância há alguns momentos atrás. Eles tiveram de uncloak para transporte. Era N'tasha, Trelon. Abby diz que N'tasha e seis homens mataram dois de seus guardas antes de tomá-las reféns. Symba e Goldie mataram dois nos alojamentos de Zoran e os guardas conseguiram matar o que levava Abby. Ela está bem. — Kelan não mencionou o fato de Zoran ter ficado louco quando viu o sangue manchando a frente da túnica de Abby. Zoran estava fora de si até que os curandeiros e sua simbiose asseguraram-lhe que estava inteira. — De acordo com Abby, eles têm Trisha, bem como, Cara. — Kelan sufocou. — Abby diz que N'tasha planeja cortar a garganta de Cara assim que o – verdadeiro rei – terminar com ela. Ela disse que N'tasha quer deixar Cara onde você pode encontrá-la. Ela não sabia mais nada sobre Trisha. N'tasha não disse para onde foi levada. — Trelon empalideceu e soltou uma maldição. — Cara deve ter alguma simbiose de Symba nela, já que ela parece saber para onde ir. Vou encontrá-los, Kelan. — Estou partindo agora. Eu tenho a V'ager pronta para ir. Envie-me atualizações constantes para que possamos interceptar. — Kelan disse. Seus olhos brilharam de raiva diante da ideia de Trisha ser mantida em cativeiro. Se ela ou o bebê fossem prejudicados de alguma forma, ele iria destruir cada homem e mulher responsável antes de se juntar a ela. Não haveria lugar em
nenhuma galáxia que pudessem se esconder. Ele os rastrearia e cortaria cada uma das gargantas dos bastardos. — Eu vou. — Trelon terminou. Trelon conhecia a dor que seu irmão estava sentindo ao passar por seus olhos. N'tasha assinou sua própria sentença de morte quando ela ameaçou suas companheiras. Kelan instruiu sua tripulação para mantê-lo em todas as transmissões que interceptaram. Sua melhor equipe estava a bordo e pronta para uma luta. Fazer mal a um Valdier era prejudicar a todos. Até agora, todos os guerreiros e suas respectivas simbioses estavam cientes do que aconteceu fora dos alojamentos de Kelan. A fúria e a paixão dos guerreiros e suas simbioses podiam ser sentidas em toda a nave de guerra. Eles queriam vingança e Kelan iria deixá-los ter. Kelan se virou quando seu timoneiro informou que estava recebendo um sinal de um velho navio de guerra de Curizan. — Senhor, é o mesmo que a pequena humana usou quando enviou o PVC de Lord Trelon para fora. — O timoneiro disse com um sorriso. Ele se lembrou de estar de plantão quando começaram a receber todos os pedidos de entrada para esse pedaço particular de dados. Ele e os outros membros da tripulação riram quando descobriram o que ela estava enviando. O que o tornou ainda melhor foi quando Jarak disse a eles que ela achava que era um vídeo de treinamento. Depois disso, a tripulação começou a fazer apostas sobre no que ela iria entrar em seguida e quanto tempo levaria antes que fosse pega. Kelan assentiu estoicamente ao timoneiro e disse-lhe para colocar Trelon na tela de exibição. — Temos um visual da nave de guerra. Também recebemos um sinal contínuo da nave de guerra. Parece suspeito como aquele que sua companheira enviou antes. Tenho a sensação de que eles estão tendo tanto problema em mantê-la trancada como nós tivemos. — Kelan disse com um sorriso tenso antes de continuar. — Eu instruí a tripulação para enviar um pulso de interrupção para desligar os motores. O novo sistema que você instalou deve o escudo deles
brevemente. É uma coisa boa que o dispositivo de camuflagem só funciona quando o navio está parado. Precisamos descobrir como ela passou pelo nosso sistema de defesa, no entanto. Tenho a impressão de que a mão de N'tasha pode ter estado nisso ou temos mais espiões entre nosso povo. — Kelan terminou duramente. — É algo que teremos que investigar depois que isso acabar. Agora, eu só quero que nossas companheiras voltem. Não vai demorar muito para perceberem que estamos aqui. Aqueles a bordo espero mesmo que não tenham prejudicado um fio de cabelo de qualquer uma de nossas companheiras ou não haverá nada deixado daquela nave de guerra. — Trelon rosnou. Kelan respondeu com um sorriso frio. — Uma vez que eu tenha minha companheira de volta não haverá misericórdia para nenhum deles. — Kelan virou quando um dos homens chamou na ponte da V'ager. Acenando com a cabeça, ele se virou para Trelon. — Sem piedade. — Trelon acenou com a cabeça para Kelan. — Sem piedade. Kelan ordenou que quatro rajadas de energia fossem direcionadas para a nave de guerra Curizan na tela de exibição. Kelan e sua simbiose já estavam indo para a sala de transporte. Estariam entre os primeiros a embarcar assim que os escudos fossem derrubados. A V'ager era mais de cinco vezes o tamanho e dez vezes mais poderosa do que a nave de guerra de Curizan. Pessoalmente, ele não dava a mínima para o que acontecia com a nave de guerra, uma vez que suas companheiras estivessem de volta em segurança. Forçou-se a pensar logicamente. Zoran estava certo. Eles precisavam descobrir que tipo de arma poderia matar sua simbiose. Suas essências e as essências de seus dragões e simbiose estavam entrelaçadas. Destruir um destruiria todos os três. Kelan balançou a cabeça para os outros homens que já estavam em posição e esperando com as simbioses ao lado. Ele olhou para a tela montada na parede da sala do transportador olhando o sinal para saber quando era seguro
para o transporte. As poderosas explosões de energia atingiram o navio de guerra menor em lugares estratégicos, um perto da ponte derrubando seus canhões de energia superior, dois na popa, deixando os motores destruidos e um para os canhões laterais de estibordo. Kelan observou enquanto a nave de guerra Curizan parecia brilhar por um momento enquanto as explosões de energia atingiam o casco exterior. Segundos depois, as luzes começaram a piscar e desligarem quando os motores foram colocados destruídos. Kelan deu o comando para os lutadores Valdier continuarem com o ataque. Com um aceno para o guerreiro nos comandos do transportador, Kelan e um grupo de guerreiros de elite foram transportados para a baia de atracação do navio de guerra de Curizan. Kelan rolou assim que seus pés bateram o piso sólido da baía de ancoragem. Ele ouviu gritos de surpresa dos guerreiros lá dentro. Dois dos membros de sua equipe rapidamente abriram as portas. Kelan trocou tiros a laser com um guerreiro Curizan, atirando-lhe na cabeça enquanto rolava para se proteger quando mais três começaram a disparar contra ele. Os guerreiros Curizan não eram páreos para a fúria dos guerreiros de Valdier e de suas simbioses, muitas tinham se transformado em Werecats e nas bearbeasts. O sangue encharcou o chão da baia de acoplamento, quando um por um, cada guerreiro que não se rendeu imediatamente foi morto sem piedade. Kelan virou-se quando um de seus guerreiros abriu a escotilha para permitir que mais guerreiros Valdier subissem. Trelon foi o primeiro rosto que Kelan viu. Kelan estava tendo um momento difícil tentando manter o controle de seu dragão, ele estava muito agitado. — Preciso da minha companheira. Preciso segurar a minha companheira. Encontre minha companheira. Seu dragão rugiu empurrando contra sua pele. Escamas de verde e prata de jade rolavam sobre seus braços, peito e pescoço enquanto lutava pelo controle. Ele sabia que seus olhos já haviam mudado, porque tudo era mais nítido e mais claro. Kelan lembrou a seu dragão que ele não poderia lutar em naves de guerra. —Você é muito grande para entrar nos confins apertados dos quartos e corredores da nave de guerra para encontrá-la e você sabe o que acontece quando o fogo do dragão é usado no espaço.
Não é bom com a mistura de oxigênio em uma nave de guerra. Kelan disse tentando acalmar seu dragão o suficiente para não ser um perigo durante a missão. — Dragões e naves de guerra costumavam significar uma explosão onde nada sobreviveria, nem mesmo o dragão. Paciência... vamos encontrá-la. Ela deve estar a bordo. Vamos encontrá-la e levá-la para casa. Kelan recuou para que seu irmão pudesse subir a bordo do navio de guerra. Ele tentou limpar sua garganta, mas as palavras ainda saíam rudemente, sua voz mais profunda e mais dura com seu dragão tão perto. — Sua companheira esteve muito ocupada. Nossa equipe detectou vários desligamentos aleatórios dos sistemas a bordo. Desde que eles ainda estão ocorrendo, eu acredito que podemos dizer com segurança que não a pegaram ainda. — Kelan ouviu enquanto Trelon soltava uma risada enquanto pensava no mal que sua companheira estava causando para seus captores. Kelan se afastou indo em direção às portas da baía de encaixe que foram reabertas. Guerreiros Valdier e suas simbioses estavam pulando no navio de guerra. Kelan ordenou que qualquer homem que lutasse deveria ser executado sem misericórdia. A única que ele queria viva era N'tasha. Ele seria o único a matála..., mas, só depois que ela lhe dissesse onde estava sua companheira. Não se importava se seu inimigo fosse uma fêmea. Ela cometeu traição quando agiu contra a família real. A pena era a morte. Kelan se moveu furtivamente pelos corredores lutando ao lado dos guerreiros que dariam suas vidas pelo povo. Eles tomaram a nave um nível de cada vez. Kelan ficou surpreso ao descobrir que muitos dos níveis já estavam sob controle. Pelos guerreiros a bordo. A tripulação da nave de guerra estava em um número crucialmente baixo e a rendição de quase metade dos guerreiros veio como uma surpresa até que ele foi informado que muitos estavam lá como prisioneiros. Os únicos guerreiros que lutaram eram membros da força de elite de Raffvin.
N'tasha soltou uma longa série de palavrões enquanto as luzes se apagavam antes de sair. O brilho misterioso das luzes de emergência apareceu quando todo o poder da nave de guerra foi desligado. Pouco tempo depois, N'tasha gritou em frustração enquanto todos os homens na ponte saíam. A pequena cadela humana tinha escapado de sua cela e estava causando defeitos através dos sistemas da nave de guerra. Ela deveria ter matado a cadela quando teve a chance. Nada estava indo como ela planejou. Raffvin me deixou para apodrecer no espaço com um bando de idiotas! Ela se enfureceu. Ela estava no comando desta nave. Ela lhes disse o que fazer! Foi ela quem organizou tudo no ano passado e reuniu informações sobre os sistemas de defesa em que Trelon estava trabalhando. Se Ben'qumain não tivesse deixado Zoran escapar, nada disso estaria acontecendo! Zoran Reykill trouxe de volta aquelas mulheres alienígenas, uma das quais capturou o coração de Trelon. Ela era a razão pela qual sua nave estava morta no espaço. N'tasha murmurou insanamente sob sua respiração. N'tasha puxou uma pistola de laser para fora do compartimento de armazenamento na sala de conferência do oficial da ponte e verificou a carga. Zoran matou seu amante, Ben'qumain. Ben'qumain prometeu sua realeza, poder, e uma chance de governar Valdier como sua rainha se ela o ajudasse a matar a família real. Agora, tudo estava em ruínas. A única coisa que restava era encontrar a cadela de Trelon e matá-la. Ela e a outra que Raffvin tinha ordenado matar pelo menos dois dos irmãos seriam sentenciados a uma morte lenta e agonizante. Era o começo do fim para a família real. Se ela tivesse sorte, seria capaz de usar uma das cápsulas de escape para sair dessa bagunça. Raffvin não ficaria feliz, mas ele nunca foi mesmo. N'tasha estava saindo da sala de conferência quando um sexto sentido avisou que não estava mais sozinha. Seus olhos se moveram em torno da escuridão no interior da ponte. Ela começou a levantar o braço segurando a pistola de laser quando sentiu uma mão enorme, envolver sua garganta. Kelan inclinou-se para a frente e sussurrou em seu ouvido.
— Onde está minha companheira? — Kelan perguntou suavemente deixando uma das garras de sua mão transformada perfurar a pele macia da garganta de N'tasha. N'tasha choramingou. — Eu não sei. — O aperto de Kelan aumentou o suficiente para N'tasha ofegar enquanto ela podia sentir a garra afundar mais fundo em sua carne. — Não voltarei a perguntar. — N'tasha assentiu com a cabeça. Quando o aperto se soltou, ela empurrou seu braço para disparar com a pistola a laser. Kelan rugiu em indignação quando a explosão marcou sua perna. Ele usou seu aperto no pescoço de N'tasha para pegá-la e jogá-la pelo quarto assistindo calmamente enquanto seu corpo atingia a parede mais afastada com um barulho alto. Seu dragão estava além de furioso. Kelan deixou que subisse a superfície, mudando enquanto ele se movia para N'tasha que estava gemendo no chão. A simbiose de Kelan dividida em duas formou armaduras de ouro sobre o dragão de Kelan enquanto uma seção menor se transformou em uma versão menor de um Werecat. Ela se moveu silenciosamente para N'tasha, seu corpo brilhando quando ela tentou rastejar para onde a pistola a laser caiu a vários metros dela. O dragão de Kelan moveu-se rapidamente, agarrando a pistola com a cauda e lançando-a na direção oposta. N'tasha, percebendo que estava condenada, choramingou enquanto recuava contra a parede. Ela estava cercada por um dragão furioso de um lado e sua simbiose em forma de Werecat no outro. Ela sabia que não haveria misericórdia. Seus pensamentos voaram para Raffvin e seu ódio em relação a ele e todos os homens floresceram quando sua insanidade finalmente ultrapassou os últimos pensamentos racionais de seu cérebro doente. Foi Raffvin quem convenceu Ben'qumain a atacar Zoran. Raffvin que insistiu que era o – verdadeiro rei – de Valdier. Ben'qumain, era o meio-irmão do Rei dos Curizans. Ele era estúpido demais para perceber que Raffvin estava usando ele e seus recursos. Foi Raffvin quem convenceu Ben'qumain a usar N'tasha. Ela devia tê-los matado há dois meses! Em vez disso, ela fez planos para destruir Raffvin e a família real Valdier. Ela queria mostrar a Ben'qumain que ela era uma força poderosa que entregaria Valdier aos Curizans. Ela deveria
ter se assegurado de que o veneno que deu a cadela minúscula a matasse! A cadela deveria ter morrido depois que jogou uma tonelada de pedras sobre ela. Agora, não somente N'tasha seria a única a morrer, mas as fêmeas humanas ainda estavam vivas, a menos que Raffvin conseguisse matar a que ele tomou. Não era justo! Era ela quem deveria governar! — Meu senhor... — A voz de Gunnar quebrou a neblina de vermelho cobrindo a mente de Kelan enquanto se movia em direção a N'tasha que estava sentada balançando no chão murmurando para si mesma. A cabeça de Kelan girou e ele soltou um rugido para Gunnar que estava dentro na porta da ponte com Palto e Kor ao lado dele. Os três homens permaneceram firmes, estudando o dragão furioso como se estivessem esperando para ver se Kelan conseguia recuperar o controle. Ele deixou seu olhar voltar para a figura no chão novamente e ele grunhiu um barulho profundo, baixo, deixando o calor de sua respiração rolar sobre ela. — Calma, Kelan repetiu várias vezes ao seu dragão, calma. —Precisamos saber onde Trisha está. Não podemos fazer isso se você a comer. —Eu não como lixo. Seu dragão grunhiu de volta. —Onde minha companheira está?! —Deixe-me mudar e vou encontrar nossas companheiras. Kelan prometeu gentilmente. —Eu prometo, meu amigo. Eu preciso dela também. Gunnar soltou uma respiração profunda enquanto Kelan voltava para sua forma de duas pernas. — Senhor, a nave de guerra está segura. Todos os guerreiros que se renderam foram levados para a baía de ancoragem. Quer que pegamos a mulher do chão? — Kelan continuou olhando para N'tasha enquanto murmurava incoerentemente no chão. — Não, eu mesmo farei. Verifique se todos os registros de dados foram enviados para a V'ager. Quero saber tudo o que foi gravado, enviado ou recebido desta nave.
— Sim, senhor. — disse Palto gritando as ordens em seu comunicador. Kelan estendeu a mão e puxou N'tasha para cima. Sentiu sua simbiose mover-se sobre a ferida em sua perna e sentiu quando o tecido foi restaurado. Envolvendo uma mão ao redor de seu pescoço e segurando seus pulsos firmemente com sua outra mão, Kelan ignorou o grito de dor de N'tasha enquanto ele a empurrava na frente dele. — Mova-se. — Ele rosnou em voz baixa. — Em seus próprios dois pés ou eu vou arrastá-la por seus braços. — N'tasha choramingou e continuou a falar em frases desconexas enquanto se movia na direção da baía de ancoragem. Demorou alguns minutos antes de finalmente entender o que ela repetia. — Pelo menos uma cadela está morta. Pelo menos uma cadela está morta. — ela continuou dizendo baixinho. Kelan não sabia de quem ela estava falando, Cara ou Trisha. Quanto mais perto chegavam à doca, mais frio parecia que seu coração ficava. — Onde está a minha companheira? Onde está Trisha? — Kelan rosnou quando ele sacudiu os braços de N'tasha. Os olhos de Kelan voaram para onde seu irmão estava de pé. Em seus braços estava sua pequena companheira. Incapaz de suportar mais tempo, Kelan sacudiu brutalmente os pulsos que ele estava segurando puxando os braços de N'tasha o suficiente para trás, que podia ouvir as articulações protestarem contra a tensão. — Onde ela está? — Kelan trovejou, ignorando os gritos de dor de N'tasha. — Eu não lhe mostrarei nenhuma misericórdia a menos que você me diga onde ela está. — A cabeça de N'tasha subiu e ela olhou para Cara e Trelon com ódio nos olhos. Ela deu um grunhido insano antes de responder. — Ela está morta! Ela está morta e você também! Pelo menos eu matei um de vocês. Quer saber como eu a matei? Certifiquei-me de que ela gritava enquanto a cortava em pequenos pedaços. — N'tasha disse com um grunhido.
Kelan rugiu de dor. A mão que ele envolveu ao redor de seu pescoço apertou quando sua raiva e tristeza oprimiu ele e seu dragão. Com uma rápida torção, ele estalou o pescoço de N'tasha deixando seu corpo sem vida cair para o chão da doca. Ele ouviu vagamente o grito de horror de Cara antes de enterrar seu rosto no pescoço de Trelon com um soluço selvagem. Ele deu dois passos antes de seus joelhos dobrarem e ele afundar no chão com a cabeça enrolada e as respirações rápidas. Kelan podia ouvir o uivo de desespero de seu dragão e sentir o frio gelado de sua simbiose. Ambos testemunhando sua dor com a perda de sua companheira. Kelan respirou fundo e se perguntou como seu coração ainda batia quando se sentia tão despedaçado. Um dos homens mais velhos que se rendeu deu um passo adiante de onde o grupo estava sendo detido. A tripulação da nave de guerra era básica na melhor das hipóteses. A nave de guerra precisava de pelo menos uma centena de homens para funcionar em plena capacidade. Havia metade a bordo. Dos cinquenta homens, trinta se renderam pacificamente. Dulce avançou com o homem. — Meu senhor, este homem diz que tem informações sobre a outra fêmea humana que foi capturada. — Trelon acenou com a cabeça para Dulce antes de olhar para o homem com os olhos entrecerrados. — Fale. — Meu nome é Dantor. Os outros homens e eu fomos trazidos a bordo para servir... — Dantor apontou em desgosto para a figura inclinada de N'tasha no chão — ... a fêmea, contra a nossa vontade. Raffvin tem membros da nossa família e ameaçou matá-los se não fizéssemos o que ele queria. Não podíamos desobedecer uma vez que também havia membros do seu exército de elite a bordo. Eu queria que você soubesse que lamentamos qualquer dano que tenha acontecido a sua companheira, mas não tivemos escolha. — Muitos dos homens que estavam atrás dele, Curizan e Valdier iguais, concordavam com a cabeça. Trelon levantou a mão pelo ar.
— Eu não me importo com suas desculpas. Você disse que tem informações sobre a outra fêmea humana que foi levada. — Ele disse com dureza. Ele só se preocupava com as informações sobre a companheira de seu irmão, nada mais neste momento. Dantor pigarreou. — Ela não está morta. — Ele começou suavemente. A cabeça de Kelan ergueu com as palavras suavemente faladas. Ele olhou para o homem por um momento perguntando-se se ele ouviu corretamente. Ele levantou lentamente a seus pés. — O que você quer dizer com ela não está morta? — Ele exigiu. Quando o homem não respondeu rápido o suficiente, Kelan se aproximou e agarrou a frente da camisa de Dantor firmemente com seus punhos. — O que quer dizer com ela não está morta? — Kelan repetiu, sacudindo Dantor até que a cabeça do outro homem balançasse de um lado para o outro. Kelan podia sentir sua própria força misturada com seu dragão quando lutou para conter sua impaciência em saber se o que ele estava dizendo era verdade. Trelon estendeu a mão e a apoiou no ombro de Kelan. — Ouça-o antes de você acabar matando-o. — Kelan empurrou para trás liberando a camisa de Dantor. Ele respirou fundo enquanto lutava pelo controle. — Diga-me. — Ele exigiu rouco. Dantor assentiu com firmeza. — Um segundo grupo em uma nave menor capturou-a e estava levandoa para uma primitiva lua do outro lado de Quitax. Eles foram instruídos a mantê-la até que pudéssemos pegá-la. Nós deveríamos deixar Valdier e viajar direto para lá, onde nós nos encontraríamos em um local predeterminado.
Capitulo Vinte
Trisha rangeu os dentes enquanto eles passavam pela camada de nuvens lutando para manter o nivelamento, enquanto Terac trabalhava nos propulsores tentando compensar os danos. Ela manteve sua mente focada na holoscreen na frente dela. Ela vagamente ouviu Terac jurando sob sua respiração e mordiscou uma risada. Parece que não importa qual espécie você era ou de que planeta você veio, amaldiçoar em situações estressantes era um alívio universal. — Espere, pode ser um pouso difícil, mas acho que tenho o controle suficiente para nos descer. — gritou Terac entre dentes. Trisha deixou que uma imagem de Kelan se formasse em sua mente. Ela imaginou a última vez que fizeram amor. Quão bonito e forte ele parecia quando ele a abraçou firmemente no casulo de seu corpo. Deixou que o calor dessas lembranças a invadisse até que nada mais importasse a ela, seu amor, seu toque. Trisha ouviu o grito triste de seu dragão enquanto chamava seu companheiro. Ela sentia falta dele tanto quanto Trisha. Eles realmente eram um, ela pensou. Estendendo a mão, soltou brevemente o controle com uma mão para que pudesse acariciar a grossa faixa de ouro em torno de sua garganta. Transformouse em um colar, dissolvendo-se os fios que estavam escondidos em todo seu cabelo, logo após ela matar os três homens. Concentrou-se em Kelan e enviou uma sincera súplica para ele saber o quanto ela amava e sentia falta dele. Rapidamente agarrou o controlador novamente quando sentiu o ônibus estremecer e começar a inclinar-se. — Não nos deixe cair, Terac. — disse Trisha em voz baixa, acima do ruído e do gemido do metal batendo. — Meu companheiro estará vindo para mim e ele ficaria muito chateado se eu não estiver em um só pedaço. — Terac riu.
— Eu acho que eu estaria muito chateado também. Eu prometo mantêla segura até que seu companheiro venha para você, Trisha. — Trisha sorriu. Ela tinha a sensação de que ia ser mais como se ela mantivesse os caras vivos, mas não pensou que agora era o momento de apontar isso. Terac gritou em triunfo enquanto guiou a nave pela última seção de árvores com pouco mais do que um arranhão contra o topo delas. Rapidamente cortou os propulsores e soltou os pés de aterrissagem. A nave gemeu, mas ficou nivelado entrando na pequena clareira a uma velocidade mais lenta quando Terac inverteu os propulsores. A nave rolou por um momento antes de parar com um baque suave. Terac deu um grito de guerra enquanto fechava todos os sistemas. Trisha estava rindo e chorando ao mesmo tempo. Ela rapidamente desfez suas restrições e se atirou em Terac beijando sua bochecha e dando-lhe um abraço enquanto sussurrava seu agradecimento. O dragão de Trisha grunhiu um aviso quando Terac virou a cabeça e agarrou o rosto de Trisha entre as mãos. Ele olhou para ela por um momento antes de selar seus lábios nos dela. Trisha empurrou para trás antes que ele pudesse aprofundar o beijo, corando com uma cor de rosa enquanto se afastava constrangida. — Eu sinto muito. — Ela sussurrou. — Eu não queria te dar uma ideia errada. — Terac agarrou a mão de Trisha enquanto ela começava a se virar. — Você não fez. Mas, eu não poderia resistir a um pequeno gosto. Isso me lembrou que estávamos vivos. — Terac disse com um sorriso torto. Trisha olhou profundamente nos olhos de Terac e soube que ele estava apenas dizendo aquilo para afastar sua sensação de desconforto. Ela podia ver o interesse em seus olhos. Sorriu incerta antes de lhe dar um pequeno aceno de cabeça. Eles agiriam como se o beijo nunca tivesse acontecido. — Seu companheiro, Kelan vai chicotear seu traseiro. Matar o homem por tocar em sua companheira, meu companheiro vai! Eu digo nenhum beijo! Sem lábios em outros machos! O chicote em seu traseiro! O dragão de Trisha rosnou enquanto ela andava em volta da pequena faísca que, felizmente, dormia durante toda a excitação.
— Oh, dê um tempo! Trisha respondeu com irritação. —Foi apenas um simples beijo, nada mais e como ele disse, era apenas uma maneira de dizer obrigado por estar vivo. Agora, vá se deitar e seja legal! O dragão de Trisha rosnou avisos terríveis se aquele homem a olhasse novamente. Trisha tentou ignorar os grunhidos, mas alguns deles eram muito engraçados. Como quando seu dragão grunhiu que ia queimar seu pau como uma vela. A imagem mental era apenas demais para a zona de estresse sobrecarregada de Trisha e ela desmoronou em um ataque de risos enquanto Terac e Jaron a olhavam em perplexidade. — Hormônios. — Trisha respondeu aos olhares que eles estavam dando a ela. Ela ficou sóbria o suficiente para acrescentar: — Precisamos nos livrar dos corpos, mas o mais longe possível da nave espacial. O cheiro do sangue atrairá predadores para eles. Além disso, precisamos tirar todos os vestígios de sangue de nós e nossas roupas. Predadores o sentirão e nos seguirão. Em seguida, precisamos ver se há alguma maneira de camuflar a nave. Tenho certeza de que Raffvin não ficará muito feliz quando descobrir que seus capangas não voltarão. Pessoalmente, eu não quero ser um pato sentado esperando que ele corte meu pescoço. — Trisha já estava se movendo na nave espacial tirando vários pacotes de sobrevivência e procurando armas e suprimentos adicionais que seriam mais úteis. Ela soltou um grito de prazer quando encontrou vários pares de roupas. As dela estavam cobertas de sangue e precisaria mudar e limpar o mais rápido possível. — Há alguma informação sobre os tipos de plantas e animais hostis nesta lua? — perguntou Trisha, virando-se para ver Jaron e Terac estudando-a fascinados. — Não muito. É apenas conhecido como extremamente perigoso. Nenhum dos colonos que tentou se estabelecer aqui sobreviveu até onde sei. — Jaron disse calmamente quando viu Trisha classificando os pacotes de sobrevivência.
— O que você está fazendo? — Trisha olhou para cima e viu os dois homens parados no corredor observando-a. — Nós provavelmente não temos muito tempo. Precisamos trabalhar juntos para sobreviver até que meu companheiro venha me buscar. Eu sei como sobreviver nas florestas. Posso mantê-los vivos, mas preciso que confiem em mim, ouçam o que eu lhes digo e sigam minhas instruções à risca. Se não o fizer, vocês poderiam matar todos nós. — Trisha disse calmamente olhando ambos os homens diretamente nos olhos para que eles entendessem que ela queria dizer o que disse. — Como...? — perguntou Terac, curioso. — Como você sabe como sobreviver? — Esta fêmea fascinou-o como nenhuma que encontrou antes. Queria que ela fosse sua companheira. Ele queria reivindicá-la, mas sabia que não hesitaria em matá-lo se tentasse. Nenhuma das fêmeas de sua aldeia, ou as poucas da cidade onde ele treinou como piloto, nunca capturou sua atenção da forma como essa fez. Ela era exótica com seu cabelo comprido e encaracolado de cores douradas. Ela era menor do que as fêmeas de seu mundo, mas era uma guerreira feroz. Ela provou quando matou os três mercenários que Raffvin contratou para invadir sua aldeia e roubar seu povo. Ela não se desesperou quando precisava de ajuda para pilotar o ônibus espacial e agora estava deixando que soubessem que poderia mantê-los seguros em uma lua conhecida por sua selvageria. O que mais o surpreendeu foi que - ele acreditou nela. — Meu pai me ensinou. — Trisha disse suavemente com um sorriso caloroso curvando seus lábios. — E, ninguém é melhor em ensinar alguém a sobreviver no deserto do que meu pai. — Ela acrescentou com confiança e orgulho. Dentro de instantes, os dois homens trabalharam para levar os corpos dos quatro mortos para fora da nave. Trisha mudou rapidamente e carregou os sacos que ela classificou através das árvores próximas. Usando uma das lâminas longas, ela cortou ramos e começou a arrastá-los de volta para a nave. Não seria a melhor cobertura do mundo, mas iria conseguir um pouco de tempo. Por
sorte, o traslado pousou próximo as altas árvores. Ela tinha um terço da nave coberta quando os caras retornaram. — Limpe qualquer sangue fora de vocês. Se houver algum em suas roupas, mude. Certifiquem-se de que não haja nenhum traço. — Trisha disse enquanto se movia para juntar mais galhos. Ela estava curvando-se quando uma dor aguda apertou seu estômago. Trisha ofegou enquanto a dor irradiou. Ela começou a se endireitar, mas outra cãibra a atingiu e ela caiu de joelhos com um grito, sua mão voando para seu estômago. — Jaron! — exclamou Trisha. Jaron saiu do ônibus, puxando uma camisa limpa sobre a cabeça. Ele correu até onde Trisha estava ajoelhada no chão segurando seu estômago. Trisha olhou para cima com terror brilhando em seus olhos. — Por favor, me ajude. — Trisha sussurrou quando outra cãibra a atingiu. Trisha tentou se concentrar dentro dela. — O que há de errado com nosso bebê? Ela sussurrou com urgência. Seu dragão estava se inquietando enquanto a pequena centelha dentro dela parecia estar se movendo. —Nosso bebê precisa de ajuda. Precisamos da nossa simbiose. Trisha estendeu a mão e agarrou a grossa faixa de ouro ao redor de seu pescoço. —Por favor, ajudem nosso bebê, por favor! Trisha podia sentir as mãos de Jaron em seu estômago enquanto ele a baixava no chão. Terac saiu do ônibus e correu até eles. Ele suavemente levantou a cabeça de Trisha até que ela descansou em suas coxas. Afastando os cabelos suavemente da testa suada, ele deixou seus dedos descansar em seus cabelos enquanto observava Jaron esticar as palmas das mãos sobre Trisha. — Relaxe, Trisha. — Jaron disse calmamente enquanto fechava os olhos. — Eu só vou verificar o bebê. Eu deveria ter feito isso assim que chegamos. — Trisha deixou seus olhos voarem até Terac que estava sorrindo em encorajamento para ela.
— Se houver alguma coisa errada, Jaron pode te curar. Ele é um dos mais poderosos curandeiros que eu já vi. — Terac disse suavemente, acariciando seus dedos calmamente sobre seu rosto. Trisha assentiu com a cabeça. Ela podia sentir a simbiose se movendo para baixo sob sua camisa para curvar sobre seu abdômen também. Não pareceu se importar com o toque de Jaron, como se percebesse que Jaron estava tentando ajudá-la. Trisha se concentrou mais profundamente até que a pequena centelha dentro dela era a única coisa que via. Seu dragão estava enrolado em torno dele, acalmando-o e acariciando-o gentilmente. —O que aconteceu? Trisha perguntou a seu dragão. —Nosso bebê estava assustado. Seu dragão sussurou suavemente. —Ele está bom agora. O bom homem o ajudou. A simbiose também. Seja mais cuidadosa. — Ele? Trisha sussurrou com admiração quando a pequena faísca pareceu alcançá-la. — Oh meu Deus, ele é tão bonito! — Sim, nosso bebê tão bonito. Seu dragão concordou. Trisha podia ver a luz quente de Jaron cercar o bebê e curar uma pequena lágrima no saco amniótico. O calor a encheu quando a simbiose se moveu para baixo ao lado dele, verificando e curando qualquer contusão também. A simbiose era pequena, mas ao lado de Jaron parecia irradiar força. Ela podia ver uma pequena parte de Jaron escovar-se contra ele e brilhou por um momento antes de se mover mais fundo. Trisha saiu de seu transe quando ouviu a voz profunda de Jaron novamente. — Houve um pequeno furo, mas agora está curado. Você deve deixarnos fazer o trabalho pesado, Trisha. Você se concentra em nos manter vivos, mas não fará qualquer trabalho físico, especialmente com coisas pesadas, caso contrário você pode perder seu filho. — Jaron disse firmemente enquanto se levantava. Ele balançou por um momento antes que Trisha o visse apertar os dentes e endireitar seus ombros.
Terac inclinou-se para beijar a testa de Trisha antes que ele a ajudasse cuidadosamente a se levantar. Trisha estava trêmula com o medo do que acabava de acontecer. Ela não achava que já tivesse ficado tão assustada, nem mesmo durante a queda do helicóptero que quase lhe tirou a vida ou quando os médicos lhe disseram que talvez nunca mais voltasse a andar. Ela colocou a mão protetora em sua barriga. Ela faria o que fosse necessário para manter seguro o precioso ser dentro dela. — Certo. — Trisha disse agradecida que os calafrios terríveis tinham ido. — Precisamos terminar de cobrir a nave e depois sair. Eu gostaria de colocar um par de milhas entre nós e a nave antes que escureça. Precisamos encontrar um abrigo também. — Há os restos da pequena colônia ao leste cerca de uma caminhada de meio dia. — Terac começou a dizer, mas parou quando Trisha balançou a cabeça. — Não, esse é o segundo lugar que Raffvin olharia. Ou pelo menos seria se eu estivesse rastreando alguém. — Trisha disse. — Precisamos fazer o inesperado. Haverá muitos lugares onde podemos encontrar abrigo, mesmo que tenhamos que o construir. Precisamos nos mover o mais cuidadosamente possível. Vamos colocar algumas trilhas falsas no acampamento abandonado para despistar qualquer um que está à nossa procura. Você tem um holovídeo da lua? — Trisha perguntou. — Eu posso procurar nele enquanto vocês dois terminam de cobrir o ônibus espacial. — Terac assentiu, entregando a Trisha um dispositivo. — Toque no teclado. Você verá onde iniciar um holovídeo da superfície da lua. — Trisha sorriu seus agradecimentos e moveu-se para a sombra. Ela se sentou cautelosamente sob as árvores perto das mochilas que separou antes. Olhando para o holovídeo, Trisha aproximou-se estudando-o cuidadosamente. Ao sudoeste havia um conjunto de pequenas montanhas. Havia florestas grossas entre o prado onde eles pousaram e as pequenas montanhas. Um rio atravessava o centro. Trisha olhou para as árvores. Não eram tão altas quanto em Valdier ou quase tão grossas, mas elas forneceriam algum uso para se
moverem acima do solo. Quando Kelan viesse buscá-la, ele saberia procurar pistas. Ela mostrou-lhe os sinais que seu pai lhe ensinou a usar, símbolos nativos americanos, para que ele pudesse segui-la sem que ninguém soubesse. Deixaria as mensagens enigmáticas para Kelan. Ela não tinha a menor dúvida de que ele viria buscá-la. Uma vez que Terac e Jaron terminaram de cobrir o ônibus espacial, eles o selaram firmemente e se dirigiram para Trisha. O plano era começar em direção ao acampamento abandonado deixando pistas óbvias. Depois de duas horas, eles – despistariam – e iriam para o norte, depois rodeariam de volta ao sudoeste em direção às montanhas que Trisha escolhera. Eles descansavam uma vez por hora durante dez minutos. Terac e Jaron argumentaram que era muito para Trisha em sua condição, mas prometeu que ela iria parar e descansar mais vezes se sentisse mesmo a menor torção. Não ficaram felizes, mas eles se curvaram a sua determinação. Partindo, eles se moveram a um ritmo constante. Trisha observou seu ambiente procurando indícios de plantas hostis ou animais e outros úteis quando se moviam pelas espessas florestas. Trisha deixou uma marca indicando onde estava se escondendo em sua primeira mensagem enigmática quando eles entraram na floresta. Ela esperava que Kelan pudesse encontrá-lo e lembrar-se dos símbolos que ela usava para poder rastreá-la.
Capitulo Vinte e Um
A boca de Kelan apertou em uma linha fina enquanto olhava para a imagem que sua simbiose lhe mostrava. O velho Cargueiro de Classe Dois e uma nave de guerra Curizan mais nova estavam estacionados não muito longe da segunda lua de Quitax. Ele precisaria ser cauteloso para entrar. Felizmente, a menos que qualquer navio contivesse tecnologia de que ele não tinha consciência, não conseguiriam detectar seu lutador simbiótico. Era uma criatura viva e não suscetível ao seu equipamento de radar. Era outra vantagem que o Valdier tinha sobre os Curizans e Sarafin. — Leve-nos para o outro lado da lua em um momento. — Kelan disse a sua simbiose. — Não acho que eles tenham tecnologia para nos descobrir, especialmente depois do que aconteceu fora de nossas habitações, mas devemos ter cuidado. Kelan podia sentir a raiva que atravessava sua simbiose ao lembrar da morte da nova simbiose que se formava como parte da proteção de Trisha e da destruição das duas simbioses dos guardas. Kelan sabia que a informação já havia sido enviada para a Rei das Simbioses. Mesmo agora, ele podia sentir mudanças ocorrendo em sua simbiose como se estivesse evoluindo para outro nível. Ele iria investigá-los uma vez que Trisha estivesse a salvo ao seu lado e eles estivessem em Valdier. Kelan fechou os olhos por um breve momento imaginando uma imagem de Trisha em sua mente enquanto pensava em quão próximo estava de vê-la e tocá-la novamente. Ele se recusava a acreditar que qualquer outra coisa era uma possibilidade. Uma vez que ela estivesse ao seu lado novamente, ele a prenderia a ele e nunca mais a deixaria fora de sua vista novamente. O dragão de Kelan retumbou de acordo. —Quero minha companheira, ele rosnou suavemente.
Os olhos de Kelan se abriram. Ele precisava descobrir se Trisha estava a bordo de uma das naves ou na superfície da lua. Ele pegou o pequeno dispositivo que seu irmão Trelon lhe deu antes de deixar a V'ager. Trelon usou algumas das modificações que sua companheira inventou quando estava mexendo com seus sistemas de comunicação para melhorar sinais de interceptação em várias escalas. Trelon desenvolveu um dispositivo portátil usando as calibrações de Cara e alguns dos cristais. Trelon esperava que isso lhes permitisse ouvir as transmissões enviadas entre as duas naves de guerra. Ele tinha testado em algumas de suas pequenas naves de guerra. Kelan colocou o dispositivo e esperou para ver se ele poderia descobrir qualquer informação sobre a sua companheira. Após alguns momentos, um sinal de transmissão foi captado. — Novo Reino I, este é o Tri-Twin. Pedido de comunicações abertas. — Uma voz profunda disse. Os olhos de Kelan se estreitaram e sua boca se apertou enquanto escutava a transmissão sendo enviada do cargueiro para a nave de guerra Curizan. — Este é o Novo Reino I. Autorização aprovada para comunicações. Solicito um relatório de estado atual sobre a fêmea. — Uma voz incorpórea respondeu ao pedido do Tri-Twin. — Doze homens confirmados mortos. Nenhum sinal da fêmea. Os caçadores atuais estão em andamento para retornar à nave. — O Tri-Twin respondeu. — Repito. Doze de nossos homens confirmados mortos. Oito dos partidos de caça enviados, quatro restos confirmados da nave. Nenhuma confirmação do corpo da mulher ou dos outros dois homens desaparecidos. — Tri-Twin... — A voz começou a responder antes que um grunhido profundo rompesse a transmissão. Kelan reconheceria a voz de seu tio em qualquer lugar. — Mande mais homens para baixo! Encontre-me essa vadia e traga-a para mim. Eu a quero viva para que eu possa arrancar seu coração enquanto ele está
assistindo. Encontre os outros dois homens que estão com ela e mate-os como exemplo por não seguirem ordens. — Raffvin rosnou. — Senhor, os predadores da lua são extremamente perigosos depois do anoitecer. — Uma nova voz no cargueiro respondeu. — Nós… — Capitão, eu sugiro que você faça o que lhe digam, ou eu vou explodir aquela banheira que você chama de cargueiro na superfície da lua para juntar-se aos outros, eu fui claro? — Raffvin mordeu friamente. — Encontre a fêmea. — O sinal de transmissão terminou. Kelan lutou com uma onda de alívio ao saber que Trisha escapou seguido do terror ao saber que ela estava em uma lua conhecida por seus predadores selvagens. Kelan enviou um comando para sua simbiose para levá-los para o outro lado da lua. Eles dariam uma volta circular. Ele se concentraria em descobrir onde a nave de que falavam aterrissou. Trisha lhe teria deixado algum tipo de mensagem. Várias horas depois, Kelan permaneceu no escuro observando o pequeno grupo de homens. Parecia que só restavam quatro caçadores vivos. Todos os quatro se moveram nervosamente em torno de uma pequena fogueira espiando a escuridão. A visão aguçada de Kelan podia ver o ônibus parcialmente coberto. A cobertura de ramos sobre ele era coisa de Trisha. Kelan deixou um sorriso frio curvar seus lábios. Ele fez um gesto para que sua simbiose se transformasse em um Werecat. Ele mataria três dos homens imediatamente salvando um para interrogatório. Ele ouviu atentamente por alguns minutos para que ele pudesse determinar qual deles lhe daria a maior quantidade de informações no menor período de tempo. — O capitão está mandando alguém para baixo? — Um dos homens perguntou nervosamente enquanto empurrava mais lenha para o fogo. — Não. — Veio a resposta curta de um homem enorme com várias cicatrizes em seu rosto. — O bastardo não pode se dar ao luxo de enviar mais. Ele perdeu metade de sua tripulação. Se ele enviar mais, ele não será capaz de lidar com o cargueiro. — Outro homem cuspiu nas chamas.
— Ele nos deixou para morrer neste buraco fedorento. Devia ter tomado os créditos e corrido para o espaço-porto. Esse outro bastardo é louco. Ele vai matar todos nós. — O último homem se levantou e se espreguiçou. — Sim, bem, eu pretendo ter um pedaço do traseiro da cadela antes dela morrer. Ela é um bom espécime. Eu vou gostar de ouvi-la gritar meu nome antes de entregá-la a Raffvin. — Os outros homens riram quando o homem imitou o que ele faria a Trisha. Um grunhido baixo escapou da garganta de Kelan diante da ameaça à sua companheira. Ele deixou a fúria de seu dragão correr por ele quando saiu das sombras. Todos os homens levantaram-se de um salto quando o grunhido baixo ronronou pelo escuro prado. Dois dos homens começaram a levantar seu rifle de laser, eles nunca terminaram de levantar. Bio, na forma de um Werecat maciço atingiu com precisão mortal, cortando pele, tecido e ossos dos dois braços que seguravam os rifles. Gritos rasgavam pelo ar enquanto Kelan expirou uma onda de fogo de dragão acendendo os homens em chamas, enquanto Bio se voltava para o homem com cara de cicatriz. O homem que ameaçou violar Trisha tropeçou para trás longe de seus companheiros ardentes em horror. Ele se virou e correu para as florestas escuras. Bio olhou para cima com um sibilo de onde o corpo do rosto de cicatriz estava se contorcendo no chão, o conteúdo de seu estômago se espalhou em uma espalhafatosa e sangrenta torção de órgãos sobre o chão encharcado de sangue. Kelan grunhiu em voz baixa enquanto voltava para sua forma de duas pernas. — Ele é meu. Bodor empurrou através dos galhos grossos, ignorando os cortes e arranhões em seu rosto e mãos enquanto tentava fugir das criaturas que mataram os outros homens em questão de segundos. Ele tropeçou várias vezes e caiu. A última vez que caiu, ele nem sequer se deu ao trabalho de se levantar, começou a rastejar até que ele estivesse pressionado contra uma grande árvore. Ele ofegou para respirar, seu coração acelerado demais para poder ouvir
qualquer som. Puxando uma longa faca da bainha na cintura, ele lentamente se levantou ouvindo. A própria floresta parecia perceber que havia um predador mais feroz do que qualquer coisa que atualmente vivia na lua. Bodor correu sua palma suada pela perna da calça. Ele se esforçou para ouvir o menor ruído. Estava prestes a deslizar para baixo contra a árvore quando quatro braços de ouro envolveram em torno dele prendendo-o à árvore. Kelan saiu das sombras escuras olhando fixamente para o homem enquanto a frente de suas calças se tornava escura e o cheiro rançoso de urina enchia o ar. Kelan deixou uma de suas mãos se transformar até que as longas e afiadas garras de seu dragão se projetavam onde seus próprios dedos haviam estado. Bio, na forma de um Pytheon, tinha um braço dourado enrolado em torno da boca do homem, impedindo-o de gritar. Kelan enviou sua simbiose um breve comando para liberar a boca do homem. — Onde ela está? — Ele perguntou friamente. — Como diabos eu sei? Morta provavelmente. — O homem respondeu com voz rouca. — Todos aqueles que foram enviados para esta miserável lua morreram. — Há quanto tempo ela está aqui? — Perguntou Kelan. Sabia que quanto mais tempo estivesse na lua, mais provável era que não estivesse viva. Kelan desenhou um longo e profundo corte no rosto do homem quando ele não respondeu com a rapidez suficiente. — Eu não vou perguntar duas vezes. — Kelan disse suavemente. Bodor choramingou enquanto o sangue escorria pelo seu rosto, o cheiro metálico enchendo o ar. — Quatro dias.... Estivemos procurando por ela por quatro dias. — Kelan olhou para a garra por um momento antes de puxá-lo pela outra face do homem. — Quem são os homens com ela? — Bodor começou a soluçar enquanto a dor e o medo irradiavam dele.
— Como diabos eu deveria saber? Espere... espere — Bodor implorou quando Kelan empurrou uma garra em seu ombro. Arfando em torno da dor, ele ofegou. — Eles deveriam segurá-la para que os predadores a comessem viva. Raffvin quer que seu companheiro a encontre quando ela está sendo comida. Por favor, por favor, deixe-me ir. Já contei tudo. — Kelan girou a garra ouvindo enquanto o homem gritava de dor. — Não, você não contou. Ela foi ferida? — Kelan grunhiu. Ele precisava saber se a tripulação prejudicou sua companheira. Se tivessem, ele iria caçar todos os bastardos e matá-los. — Mate-os de qualquer maneira. Seu dragão rosnou. Kelan sentiu o acordo de Bio passar por ele como um flash das simbioses mortas queimado em sua mente. — Não... — Bodor sussurrou roucamente. — …Não que eu saiba. Os dois bastardos com ela poderiam ter feito alguma coisa, eu não sei. Afinal, o que a puta para é você? — Kelan puxou a faca inutilmente da mão do homem. Ele deixou sua mão se transformar de volta até ficar normal olhando para ela por um momento antes de olhar para o homem novamente com olhos de ouro flamejantes. — Eu sou seu companheiro. — Kelan rosnou antes que ele enterrasse a faca através do coração do homem até a árvore. Kelan deu um passo para trás deixando sua cabeça cair para trás até que ele estava olhando para uma das outras luas de Quitax. Ele sentiu sua simbiose remodelar em um Werecat. Ele nem se deu ao trabalho de olhar para o corpo preso à árvore. Teria ido pela manhã. Qualquer número de predadores na floresta ao redor poderia provavelmente já cheirar o sangue fresco e viria investigar. Kelan não tinha medo deles, pois havia poucos predadores mais ferozes do que um dragão adulto Valdier e sua simbiose. Kelan deixou sua visão ficar reforçada por seu dragão. — Precisamos descobrir se Trisha foi capaz de nos deixar uma mensagem. Levou quase uma hora de caça, mas Kelan encontrou a mensagem escondida. Suas pernas ficaram fracas ao ler o que ela escreveu. Ela apontou
para onde ela escondeu um mapa enrolado. Kelan olhou para os símbolos que ela lhe ensinou. À luz fraca do círculo de fogo, ele puxou um holovídeo da superfície da lua. Olhando para frente e para trás entre o mapa áspero desenhado na folha e no holovídeo, Kelan soltou um rugido alto. Ela estava viva e estava se movendo para o sudoeste em direção a um pequeno grupo de montanhas. Ela lhe deixaria outra pista na bifurcação do rio. Foi a última linha no mapa, escrita em Valdier que puxou o rugido fora dele. — Eu te amo, meu companheiro. Venha para mim e nosso filho.
Capitulo Vinte e Dois
Trisha estava trabalhando na construção de uma pequena fogueira em um nó na árvore que estavam acampando essa noite. Era sua quarta noite em movimento e eles estavam finalmente no pé da pequena cadeia de montanhas que Trisha queria chegar. Depois do primeiro dia, os homens perceberam que Trisha realmente sabia como sobreviver nas florestas espessas. Predadores, obstáculos, e tudo mais. No início, os homens estavam sérios quando disseram que iriam protegêla e cuidar dela. Eles rapidamente reorganizaram os pacotes de sobrevivência antes de deixarem o prado dando-lhe um que estava praticamente vazio. Levou várias milhas antes que os homens jogassem as mãos para cima no ar quando perceberam que Trisha era melhor em caminhar pelas florestas, logo depois, eles relaxaram mais. Descansaram pelos dez minutos designados na hora e em cada parada Jaron verificava Trisha e o bebê para certificar-se que estavam indo bem. Eles cobriram quase seis milhas antes de Trisha parar de repente olhando em volta e escutando. Os dois homens ficaram em silêncio observando a floresta ao redor, tentando ver o que Trisha sentia. Trisha de repente fez um gesto para que os homens começassem a subir. Trisha subiu primeiro, seguida por Jaron. Terac subiu até quase ao primeiro galho quando uma criatura maciça explodiu através da vegetação rasteira atrás dele. Parecia uma cruza entre um rinoceronte e um dragão de Komodo para Trisha. Ela percebeu instantaneamente que a pele grossa o protegeria de qualquer fogo a laser. Deixando-se cair no ramo acima de Terac, ela e Jaron seguraram os braços de Terac e puxaram-no para cima o mais rápido que puderam. Mesmo assim, eles perderam um de seus pacotes de sobrevivência quando foi arrancado das costas de Terac. Trisha disse que era realmente uma coisa boa que aconteceu, assim qualquer um que os seguisse pensaria que não sobreviveram. Depois disso, decidiram usar as árvores o máximo possível e começaram a virar para o norte.
Isso foi há três dias. No início desta tarde, eles finalmente chegaram à bifurcação do rio, não muito longe das montanhas. Trisha marcou uma série de rochas e ramos como uma mensagem para Kelan. Se ele se lembrasse dos símbolos, o levaria ao mapa que deixara no oco de uma rocha perto do rio. Trisha fechou os olhos e deixou seus pensamentos voltarem-se para a última vez que Kelan a segurou em seus braços. Kelan estava acima dela se movendo lentamente dentro dela. Seus braços estavam envoltos firmemente ao redor dela, encaixando-a contra seu comprimento duro quando ele puxou para fora antes de empurrar para dentro dela profundamente. Ela se lembrou de olhar para seus olhos e pensar que nunca poderia haver algo mais bonito do que pertencer a ele. Ele a fazia se sentir amada, protegida, necessária. Trisha mordeu o lábio quando abriu os olhos e olhou para o minúsculo cintilar de chamas começando a queimar no musgo seco. As lágrimas queimaram a parte de trás de seus olhos enquanto suavemente agarrou o fino fio de ouro ao redor de seu pescoço e enviou uma mensagem para Kelan para encontrá-la e a seu bebê em breve. Ela sentia muita falta dele. Soltando o fio de ouro, ela olhou para cima e sorriu para os dois homens trabalhando na construção de uma plataforma para dormir. Ela se lembrava de rir deles na primeira noite em que lhes mostrou como fazer uma. Ela explicou que servia para muitos propósitos. Primeiro, os protegeria do mau tempo. Em segundo lugar, forneceria alguma proteção contra os insetos e outras criaturas da noite e ajudaria a mantê-los menos visíveis do chão. Em terceiro lugar, ela apontou para o chão e lembrou-lhes que era um longo, longo caminho se cair da cama. Começou a chover mais tarde naquela noite e os dois concordaram que era bom dormir em uma cama quente e seca. Nenhum dos dois admitiu que era mais porque ela estava enrolada entre eles. Trisha estava felizmente inconsciente do efeito que ela estava tendo sobre os dois homens. — Você sabe que é um sonho impossível. — Jaron disse calmamente enquanto enroscava folhas grossas e largas pelos galhos que amarravam ao topo de sua plataforma para dormir.
Jaron notou como Terac era protetor e atencioso com Trisha. Ele também notou à noite quando eles se revezaram em dormir, que Terac esperava até que Trisha caisse em um sono exausto antes que ele a puxasse perto contra seu corpo quente e envolvesse seus braços protetoramente em torno dela. Ele se assegurou que acordasse antes que ela soubesse ou ela ficaria desconfortável com seu desejo de ser seu companheiro. Jaron não podia culpar Terac. Ele observou como ela se inclinou desajeitadamente para a frente soprando o musgo seco. Ela era a mulher mais incomum que já conheceu. Ele sorriu suavemente enquanto ela se sentava e esfregava a parte inferior das costas. Nos últimos dias, seu estômago tinha inchado com a criança que estava carregando. Ela parecia brilhar com uma beleza interna. — Não sou o único a sonhar. — disse Terac enquanto olhava para Trisha pelo canto do olho. — Eu iria levá-la como minha companheira em um piscar de olhos se ela me quisesse. — Ele respondeu tristemente. Não incomodou Terac que Trisha estava arredondada com o filho de outro guerreiro. Ele o criaria como seu próprio se ela o quisesse. Ele costumava deitar à noite com ela embrulhada em seus braços desejando que fosse sua. No início, seu dragão não gostou dos dois homens tão perto de Trisha. Foi só quando Jaron estava verificando o bebê que Jaron transmitiu a necessidade de proteger Trisha e mantê-la quente durante as noites frias. Foi o cuidado honesto dos homens que permitiu que seu dragão finalmente deixasse Trisha ter algum descanso muito necessário. Terac estava preocupado porque estava se esforçando demais. Ele levantou cima e caminhou através do galho espesso para onde Trisha estava ajoelhada. — Deve descansar um pouco. — Disse Terac em voz baixa. — Jaron e eu terminamos a plataforma de dormir. Trisha sorriu em agradecimento, mas sacudiu a cabeça. — Logo estará escuro e todos nós vamos para a cama. Eu estou bem. O jantar deve estar pronto em breve. Quer adivinhar o que estamos tendo hoje? — Trisha brincou enquanto esfregava a parte inferior das costas novamente.
Jaron sorriu quando se aproximou. Ele olhou para Terac que assentiu e se moveu atrás de Trisha. Jaron riu quando Trisha soltou um grito assustado antes de finalmente relaxar de volta contra Terac, que massageava suavemente os ombros. — Hum, que tal torrado de nozes kocta e frutas frescas? — Jaron disse enquanto usava um ramo para virar as nozes grandes no nó oco na árvore. No começo ele pensou que Trisha estava louca por acender um fogo em uma árvore, mas logo percebeu para que ela queria para o buraco na árvore, em seguida, revestiu-o com camadas de lama ou barro criando um tipo de tigela para proteger. Ela isolou o fundo com musgo molhado primeiro para que ele não aquecesse. Tanto ele como Terac fizeram a Trisha um milhão de perguntas sobre seu mundo. As fêmeas eram tão diferentes das que ouviram falar. Foi quando ela falou de seu pai, que Terac entendeu. O amor e a admiração por ele eram claramente evidentes. Eles apagaram o fogo quando a escuridão desceu não querendo dar a chance de alguém vê-los. Trisha estava em sua plataforma de dormir desembaraçando seus longos cabelos. Jaron surpreendeu Trisha com um pente a penteando no segundo dia. Ele até mesmo orgulhosamente mostrou-lhe todas as aparas de madeira que ele cuidadosamente tinha enrolado em uma folha para o fogo mais tarde naquela noite. Agora, tornou-se seu ritual noturno desembaraçar o longo cabelo antes de trançá-lo para a noite. Ela estava começando a pentear através dos longos fios quando Terac entrou na plataforma e deslizou perto dela em silêncio. — Deixe-me. — disse Terac suavemente. — Terac... — Trisha começou a dizer, mas parou quando Terac colocou seus dedos gentilmente contra seus lábios. — Eu sei. — Ele disse tristemente. — Deixe-me ter essa memória... por favor? — Trisha mordeu o lábio para impedir de tremer. Ela deu a Terac um pequeno sorriso torto antes de voltar as costas para ele. Ele e Jaron eram tão bons para ela. Como poderia negar-lhe essa alegria?
Terac correu o pente lentamente através do cabelo de Trisha desfrutando a sensação dos fios sedosos e como eles tentavam enrolar em torno de seus dedos. Ele deixou seus dedos tocarem os cachos apertados puxando-os um pouco para vê-los brilhar no brilho de uma das outras luas de Quitax. — Eu nunca vi essa cor de cabelo antes ou senti qualquer cabelo tão macio e encaracolado. — Terac murmurou em voz baixa. Trisha deu uma risadinha. — Meu pai achava que era um pesadelo quando eu era pequena. Eu estava sempre correndo pelo bosque e às vezes eu conseguia sujar com seiva de árvore. Passava horas tentando tirá-lo. — Terac riu enquanto começava a trançar o longo comprimento. Ele sentiu a surpresa de Trisha por seu conhecimento de trançar o cabelo de uma menina. — Eu tenho duas irmãs pequenas, Jetta e Mia. Tem nove e onze. — disse Terac enquanto puxava os fios. — Elas muitas vezes me imploravam para trançar os cabelos antes de irem para a cama à noite quando eu estava em casa antes do meu treinamento. — Onde estão agora? — perguntou Trisha, curiosa. Ela estava prestes a se virar, mas Terac começou a massagear os ombros e desceu massageando até a lombar. Ela sentiu-se começar a derreter quando a exaustão constante com a qual lutava, arrastou sobre ela. Ela não se incomodou em resistir quando Terac gentilmente a empurrou para baixo sobre a cama coberta de musgo. Ela gemeu suavemente enquanto ele esfregava um nó particularmente teimoso em seu ombro. — Estão com meu irmão mais velho e sua esposa no Subporto na galáxia de Bovi. — Terac respondeu apreciando a sensação e o som dos gemidos suaves de Trisha e desejando que fossem por uma razão diferente. — Nossos pais foram mortos durante o ataque em nossa aldeia. Meu pai tentou impedir que os homens de Raffvin levassem eles e minha mãe. Eles o mataram na frente deles. Jaron e eu estávamos caçando quando vimos as chamas e fumaça. Voltamos correndo o mais rápido que pudemos, mas outro grupo de homens de Raffvin nos capturou antes de chegarmos à aldeia. Minha mãe escondeu as garotas, mas
vigiava seu esconderijo. Os homens de Raffvin a estupraram e mataram. — Trisha se virou e olhou para Terac com lágrimas nos olhos. — Oh Terac, eu sinto muito. — Ela se sentou e deu-lhe um abraço. — Como seu irmão soube onde encontrá-las? — Outra mulher da nossa aldeia, que estava escondida perto do rio, as encontrou. Ela notificou meu irmão. Fui capaz de falar com ele brevemente depois que fui transferido para o cargueiro para protegê-lo. — Terac disse. Ele afastou um fio de cabelo solto do rosto de Trisha, deixando sua mão suavemente roçar sua bochecha onde uma única lágrima deslizou para baixo. — Você é tão linda. — Ele sussurrou. Os olhos de Trisha se arregalaram quando ela percebeu que Terac estava prestes a beijá-la novamente. Ela balançou a cabeça e colocou os dedos contra a boca dele. — Terac, eu amo Kelan. Ele é meu verdadeiro companheiro e virá por mim. Eu pertenço a ele. — Ela sussurrou. Terac fechou os olhos e apertou os lábios contra os dedos de Trisha. — Eu poderia esperar para sempre. Durma agora. Você está exausta. Amanhã será outro dia longo e você e o bebê precisarão descansar. Trisha olhou hesitante para Terac antes que voltasse a se deitar e se virou para ficar de costas para ele. Depois de alguns minutos, Terac viu sua respiração se acalmar enquanto ela escorregava em um sono mais profundo. Ele se deitou ao lado dela e envolveu um braço firmemente ao redor dela colocando sua mão sobre seu ventre inchado protetoramente. Jaron chegou alguns minutos depois e olhou para os dois. Ele silenciosamente se aproximou e enrolou os dedos no cabelo de Trisha para deixá-la saber que eles estavam lá, protegendo-a.
***
Kelan chegou ao rio quando estava escurecendo. Ele rapidamente encontrou a mensagem e o mapa que Trisha deixou para ele. Ele seguiu as trilhas que os dois homens e Trisha seguiram. Ele sabia que outros a procuravam, mas nunca a encontrariam. Levou todas as habilidades que ele aprendeu ao segui-la pela primeira vez através dos bosques de seu mundo natal, além das pistas que deixou, para segui-la. Ele continuou surpreso com sua inventividade. Ela cobriu suas pistas muito bem. Duas horas mais tarde, Kelan estudou a árvore alta onde ele podia cheirar sua companheira. Ela estava aqui. Kelan lutou para segurar o rosnado ao cheiro dos outros dois machos com ela. Ele os mataria se a tocassem ou a prejudicassem de qualquer maneira. Bio mudou para a forma de um Pytheon novamente usando as seis pernas para mover-se silenciosamente para cima da árvore. Kelan subiu o outro lado até que ele veio para o ramo em que Trisha estava. Ele podia ver claramente a pequena plataforma construída contra os ramos robustos. Ele sabia que não era algo que qualquer um de seu mundo saberia construir, então devia ser um dos projetos de Trisha. Ele se moveu silenciosamente ao longo do galho até chegar à pequena e estreita abertura. O que ele viu lá dentro, fez seu sangue ferver.
Capitulo Vinte e Tres
Terac levantou-se bruscamente quando ouviu o grunhido baixo e ameaçador. Ele congelou quando instintivamente puxou o corpo menor de Trisha mais perto de seu protetoramente. Jaron estava olhando para a entrada de sua pequena plataforma. Os olhos de Terac viraram-se para a pequena entrada estreita também. Gêmeas chamas de ouro queimando de ódio, retornou seu olhar. O rosnado soou mais profundo, mais perigoso quando Terac puxou a forma sonolenta de Trisha para cima e para trás da respiração aquecida e dentes afiados. — O.… o que? — Trisha murmurou em uma voz confusa, sonolenta. Ela estava sonhando com Kelan. No sonho, ele veio buscá-la, segurandoa contra seu corpo duro. Lembrou-se de correr as mãos para cima do peito largo e enrolou os dedos em seus longos cabelos negros. Eles estavam apenas chegando à parte boa quando ela foi arrastada para fora dele. Por que os melhores sonhos sempre eram interrompidos no pior momento possível? Trisha se perguntou mal-humorada. Terac deslizou a mão sobre a boca de Trisha para acalmá-la. Ele se moveu para trás puxando-a com ele, sua mão envolvida protetoramente em torno de seu bebê. A criatura na entrada ficou mais agitada quanto mais ele tentava esconde-la. Deixou escapar um grunhido profundo e zangado e empurrou a enorme cabeça para dentro da plataforma. Os olhos de Trisha se arregalaram ao ver as escamas verdes, prata e jade do dragão de Kelan. Sua enorme cabeça e brilhantes olhos dourados a deixaram acordada em um instante. Trisha deixou que uma de suas mãos subisse para puxar Terac para longe de sua boca. Quando ela foi avançar, Terac a conteve. — Está tudo bem. — Trisha disse suavemente sem tirar os olhos da cabeça do dragão gigantesco que tinha seus olhos assassinos em Terac. — Eu o
conheço. — Terac liberou relutantemente Trisha, puxando seus braços em volta dela enquanto ela se movia para frente em direção à criatura. Trisha estendeu a mão e tocou suavemente a ponta de uma narina deixando seus dedos se moverem sobre as escamas sedosas até que esfregou seu polegar ao longo de seu lábio inferior. — Tag, você me encontrou. — Trisha sussurrou. Seus olhos estavam colados às chamas de ouro ardentes. Em poucos segundos, braços fortes envolveram Trisha e a puxaram da plataforma. Kelan não parou até que estivesse encostado ao tronco da árvore. Ele manteve os braços firmemente, mas suavemente, envolvendo Trisha segurando-a enquanto ele soltava suspiros trêmulos no ar. Trisha envolveu seus braços em torno de seu enorme corpo segurando-o tão bem como sua barriga inchada a deixaria. Ela continuou passando os dedos pelo cabelo dele como se tivesse feito em seu sonho. — Eu sabia que você viria por mim. — Trisha soluçou silenciosamente contra o peito de Kelan. — Eu sabia que você ia me encontrar. Kelan correu as mãos para cima e para baixo pelas costas de Trisha, sobre seus cabelos e de volta. Ele finalmente se afastou o suficiente para selar seus lábios sobre os dela em um beijo que falava de seu medo, seu desejo e seu amor por ela. Ambos estavam tremendo quando ele se afastou com um grunhido baixo. — Você cheira aos outros machos, eles te fizeram mal? — Kelan perguntou severamente enquanto sua voz se aprofundava com a raiva de seu dragão pelo cheiro de outros machos em sua companheira. Ele não perguntou se eles a tocaram. Ele viu a maneira possessiva que ambos os machos estavam deitados contra ela, especialmente o que a puxou para longe dele. — Não, eles salvaram minha vida... e a vida de nosso filho. — Trisha disse puxando a mão de Kelan ao redor e sobre seu ventre inchado. — Eles nos protegeram e cuidaram de nós até que pudesse vir por mim.
Os olhos de Kelan foram para os dois homens de pé sobre o galho espesso atrás de Trisha. Eles ficaram em silêncio perto da plataforma onde os três estavam dormindo. Os olhos de Kelan não perderam nada. Ele viu os olhares de desejo e dor em seus rostos enquanto o observava segurando sua companheira. Mas, ele também viu compreensão e aceitação. Eles sabiam que Trisha era sua companheira. Kelan estudou ambos os homens por alguns momentos mais, antes de curvar a cabeça em apreço pela ajuda e proteção de sua companheira. Jaron limpou a garganta. — Meu senhor, eu sou chamado Jaron, eu sou um curandeiro para o meu povo, Terac e eu fomos levados à força da nossa aldeia. Muitos de nossos povos foram mortos, incluindo os pais de Terac. Ficaríamos honrados se você aceitasse nossa ajuda em busca de vingança contra o mal feito a você e sua companheira, bem como, às muitas vítimas inocentes de nossa aldeia... Lorde Raffvin é o culpado pela captura de sua companheira. — Ele não é um Lord, é um homem morto. — Kelan grunhiu. — A minha simbiose, o meu dragão e eu próprio queremos agradecer a proteção e o cuidado de nossas companheiras. Eu aceito a sua ajuda. Eu já entrei em contato com minha nave de guerra para vir nos buscar. Há outros a bordo de qualquer nave forçados lá contra a sua vontade? — Kelan odiava a ideia de destruir vidas inocentes, mas ele faria isso se necessário. Ele não deixaria seu tio ter outra chance de prejudicar Trisha ou as companheiras de seus irmãos novamente. — Não, meu senhor, Jaron e eu fomos mantidos por nossa utilidade, Jaron é um curandeiro talentoso e eu excelente como piloto. — disse Terac numa voz sem emoção. Kelan assentiu com a cabeça. — A V'ager deverá estar aqui dentro de algumas horas, estavam esperando o meu sinal, quando chegar haverá pagamento pelas injustiças feitas. — Jaron deu um passo à frente, balançando a cabeça.
— Meu senhor, se você quiser eu posso verificar sua companheira e seu filho novamente, eu tento fazê-lo várias vezes ao dia. Sua companheira chegou perto de perder a criança uma vez. — Estou bem. — disse Trisha enquanto se aconchegava no calor de Kelan. Kelan olhou para Trisha com preocupação e esticou a mão sobre a barriga. Ele pediu a simbiose em seus pulsos para verificar Trisha e o bebê. Isso deveria ter sido a primeira coisa que ele deveria ter feito, pensou Kelan com desgosto. Bio, que estava agachado em silêncio sobre um ramo acima deles, lentamente baixou seu corpo de ouro maciço sobre o ramo colocando-se entre Kelan e Trisha e os outros dois homens. Ambos os homens deram um passo atrás quando Bio se remodelou em um Werecat. Bio se moveu até estar pressionado contra as costas de Trisha. Kelan deixou seus sentidos se concentrarem para dentro até que ele pudesse ver o dragão de Trisha enrolado em torno da forma minúscula de seu filho. O dragão de Trisha rosnou suavemente ante a intrusão antes de ronronar enquanto sentia o seu companheiro. Kelan olhou maravilhado para a pequena forma dormindo. Bio asseguroulhe que Trisha e o bebê estavam bem. A simbiose mais espessa envolvida ao redor da cintura de Trisha se dissolveu quando sentiu Bio. Bio absorveu os fios cansados e enviou novas bandas aos braços de Trisha e em volta do pescoço. Kelan rapidamente enviou uma onda de calor e amor sobre a forma minúscula aconchegada segura dentro de sua companheira. Seu dragão ronronou quando enviou a imagem de acariciar a sua companheira. Um barulho baixo escapou do peito de Kelan enquanto seu dragão empurrava para estar mais perto de sua companheira. Kelan se concentrou em Trisha, puxando-a para mais perto e escovando seus lábios contra a marca do dragão em seu pescoço. — Meu dragão quer sua companheira. — Kelan grunhiu suavemente contra o pescoço de Trisha. Trisha riu quando o calor lhe fez cócegas no pescoço.
— Agora?! — Trisha sussurrou de volta, corando. — Agora! — Kelan sorriu, feliz por ter sua companheira em seus braços novamente. — Venha comigo. — Trisha se afastou e olhou para o rosto de Kelan. — Mas... — Ela olhou por cima do ombro. — Venha comigo ou eu vou toma-la na frente deles. — Kelan avisou enquanto sua voz se aprofundava com a necessidade. — Eu preciso sentir você, Trisha, e o mesmo acontece com meu dragão. Não é algo que possa ser negado desta vez. — Chegar tão perto de perder suas companheiras era mais do que qualquer um dos dois gostaria de viver novamente. O medo aumentou em uma necessidade de contato fisicamente e emocionalmente com suas companheiras. Trisha precisava entender que era uma parte de sua genética para garantir que suas companheiras estivessem seguras. Não só isso, o cheiro dos outros dois machos em Trisha estava deixando Kelan e seu dragão loucos! Ele precisava colocar seu próprio cheiro nela antes que ele perdesse o controle e matasse os outros dois machos. Trisha observou enquanto os olhos de Kelan se aprofundavam de novo para o ouro flamejante. Escamas de verde e prata de jade estavam ondulando em seu pescoço e ao longo de suas bochechas. Ela podia ver a luta e finalmente percebeu que era o cheiro de Jaron e Terac que estava deixando Kelan tão chateado. Era assim com alguns animais na Terra. Trisha deixou sua mão deslizar sobre a bochecha de Kelan antes de dar um ligeiro passo para trás. Trisha virou-se e olhou para Bio. — Proteja meus amigos até que retornemos. — Ela sussurrou suavemente antes de chamar seu dragão. Trisha sentiu a mudança varrê-la quando seu dragão ansiosamente veio à superfície querendo seu companheiro. Terac e Jaron ficaram admirados. Onde Trisha uma vez esteve agora estava um delicado dragão bronze, ouro e negro incrivelmente bonito sentado com as suas asas brilhando como as pequenas estrelas ao luar. Trisha se virou para os dois homens e se levantou. Ela caminhou
cuidadosamente até eles equilibrando seu grande peso enquanto se movia. Ela baixou a cabeça primeiro para Jaron que estendeu a mão e correu os dedos sobre a cabeça pequena. Trisha usou a língua e deu-lhe uma lambida no rosto. Era a maneira de seu dragão dizer – obrigado – por salvá-la e ao filho de Kelan. Trisha então balançou a cabeça para Terac que ficou olhando admirado para ela. Ela empurrou sua pequena cabeça contra seu peito suavemente. Quando levantou a cabeça novamente, soltou um ronronar. O dragão de Trisha sabia que Terac mantinha Trisha quente à noite e faria qualquer coisa para protegê-la e a seu bebê. Ela já não se sentia ameaçada por sua presença em torno de Trisha, porque sabia que ele era um bom homem. — E eu que pensei que você era bonita antes. — Sussurrou Terac suavemente enquanto passava uma mão sobre uma das orelhas delicadas de Trisha. — Você é tão bonita como um dragão e mais notável do que qualquer mulher que eu já conheci. Estou feliz por ter me dado essa chance. — O dragão de Kelan rosnou em advertência quando Terac se inclinou para frente e beijou Trisha levemente em seu focinho. — Vá com seu companheiro, ele precisa de você. — Terac sussurrou novamente com uma pequena risada enquanto Kelan soprou um suspiro quente em descontentamento pelo afeto de sua companheira pelos outros dois homens. Trisha virou a cabeça e, com um ronronar baixo, se lançou do espesso galho que se precipitava pela floresta. Ela se dirigiu ao rio não muito longe sabendo que Bio protegeria seus amigos e Kelan e seu dragão protegeriam ela e seu filho. Ela sentiu o dragão de Kelan voando bem atrás dela. Ela riu quando o ouviu ronronar. Ele era definitivamente um sujeito de caudas, pensou, quando beliscava sua cauda enquanto ela propositadamente a agitava de um lado para o outro. Ela rompeu as árvores e levantou as asas enquanto pousava suavemente na área gramada. Mal teve tempo de fechar as asas antes que a grande forma de Kelan cobrisse a dela. Ele envolveu sua cauda em torno dela puxando-a para o lado quando ele deslizou em seu núcleo quente, empalando-se tão profundamente quanto poderia entrar, soltando um alto rugido. Kelan abaixou a cabeça para agarrar o pescoço de Trisha enquanto ele começava a balançar
para frente e para trás. Trisha baixou o pescoço e empurrou para trás contra o comprimento grosso se movendo profundamente dentro dela. Ela soltou uma pequena série de tosses suaves enquanto gritava sua alegria pela posse de seu companheiro. — KELAN! — Trisha gritou em voz de dragão. Kelan gemeu quando sentiu o doce sabor de Trisha. — Minha, Trisha, nunca mais quero sentir o medo de você ser tirada de mim. — O gemido de Kelan se tornou uma série de rugidos quando sentiu que o quente canal de sua companheira se inchava ao redor dele, prendendo-o a ela enquanto ronronava seu clímax. O aperto era mais do que o macho enorme podia suportar e ele entrou rápido e duro dentro dela, pulsando enquanto sua semente quente inundava o ventre de sua companheira. Kelan jogou a cabeça para trás, envolvendo as asas ao redor de sua companheira enquanto ele a segurava debaixo dele, prendendo-os como um. — Eu te amo. — Trisha murmurou suavemente quando sentiu o peso do enorme macho sair dela alguns minutos depois. — Eu te amo mais, minha elila, minha companheira. — Kelan respondeu correndo sua língua áspera sobre as escamas no pescoço de Trisha, onde ele mordeu durante seu acasalamento. — Diga-me o que aconteceu. — Kelan perguntou suavemente. Trisha virou a cabeça até que estava descansando contra seu enorme peito. Ela estava enrolada na grama alta, uma das grandes asas de Kelan enrolada ao redor dela. Seu dragão estava desfrutando a sensação do macho grande e não estava com pressa de deixar Trisha voltar a sua forma humana. Trisha não estava com pressa ou considerando a noite era o momento mais perigoso para estar ao ar livre, especialmente perto de uma fonte de água. Ela levantou a cabeça e cheirou o ar por predadores. O único predador que ela podia cheirar era Kelan. Intrigada, Trisha olhou para Kelan.
— Por que não há predadores nas proximidades, eu não posso cheirar nada além de você... Todas as outras noites, poderíamos ver ou ouvir alguns dos predadores maiores se movendo debaixo das árvores em que estávamos. Kelan riu. — Eu sou um predador maior, poucas criaturas querem se emaranhar com um dragão Valdier, parecem entender que não somos algo com quem eles querem lutar. Agora, me diga. — Kelan disse enquanto roçava seu focinho contra a pequena cabeça de Trisha. Mentalmente, ele se preparou para o que ela poderia dizer a ele. O homem que matou disse que ela não foi ferida, mas a fraca imagem de Raffvin golpeando-a da simbiose fraca que estava sobre ela antes, falou de algo mais escuro. — Eu não sei como eu terminei no cargueiro. A última coisa que eu me lembro era você me beijando. Quando eu acordei, eu estava em uma pequena cela no cargueiro, Jaron disse algo sobre a droga que alguém me deu não prejudicar, eu ou o bebê, mas isso iria me impedir de mudar. Ele me verificou para certificar-se de que o bebê e eu estávamos bem. É estranho, mas ele só pode colocar as mãos sobre mim e me curar. Um homem chamado Raffvin veio logo após eu acordar, ele é louco. — Trisha estremeceu quando ela se lembrou de seus olhos negros e escuros olhando fixamente para ela. — Ele quase me matou, mas Jaron foi capaz de convencê-lo a sair, ele não queria que eu tivesse nada para comer ou beber, mas Jaron e Terac se certificaram de que eu tinha. Isso foi cerca de quatro, ou cinco, dias atrás que eu posso lembrar, já que até agora aconteceu tanta coisa - de qualquer forma, Jaron, Terac e outros três homens, além do piloto do ônibus, deveriam me trazer para esta lua e me deixar aqui, Jaron e Terac foram instruídos a me manter viva por tempo suficiente para você me encontrar, Raffvin queria que você encontrasse os predadores se alimentando de mim. — Trisha sorriu enquanto pensava em como seu pai estaria orgulhoso por manter a cabeça e usar as habilidades que ele lhe ensinou. Kelan bufou de raiva diante do perigo que sua companheira havia enfrentado. — Como você foi embora? — Meu pai me ensinou a manter a calma e ser engenhosa. — Trisha esfregou a cabeça contra Kelan enquanto continuava. — Eu mantenho um pequeno Leatherman em meu sutiã, usei-o para remover algumas das ripas da cama na minha cela. Afinei-as em
facas. Uma vez a bordo da nave, eu cortei as minhas correias logo após a decolagem. Os homens pensaram que não era necessário amarrar as mãos ou os pés. Acho que eles pensavam que não tinham que se preocupar com uma pequena fêmea humana. — Trisha sorriu tanto quanto sua forma de dragão permitiria. Ela levantou a cabeça e piscou seus longos e escuros olhos para seu companheiro inocentemente. — Eles estavam errados, quando estávamos perto o suficiente, eu pensei que Raffvin não poderia enviar uma força de ataque até que fosse tarde demais, eu ataquei os três homens. E eu fui capaz de matar dois quase imediatamente. Um dos caras tentou me acertar, mas ele matou o piloto dele, então eu não tive que me preocupar com ele. Eu fui capaz de quebrar o nariz do cara ao dar uma cabeçada nele quando ele me agarrou tentando quebrar minhas costelas. O meu pai sempre me disse que se você bater algo bem na ponta do nariz dói como o inferno e eles vão afrouxar o seu aperto enquanto estão vendo estrelas. Deu certo! Ele afrouxou o seu agarre o suficiente para eu enfiar minha faca em suas costelas antes de cortar sua garganta. — Kelan apertou sua asa ao redor de sua pequena companheira e olhou para as estrelas em uma oração de agradecimento aos deuses e deusas por protegê-la. Então ele olhou para a companheira e grunhiu. — Estou tão orgulhoso de você, mas se você fizer algo assim novamente, eu vou chicotear seu traseiro. — O dragão de Trisha tossiu de alegria quando ela de repente enviou imagens para seu companheiro através da simbiose ao redor de seu pescoço deixando-o saber exatamente o que aconteceu através de imagens. Trisha tentou detê-la, mas seu dragão determinou que seu companheiro soubesse exatamente o que aconteceu em minuciosos detalhes. Trisha podia sentir o temperamento de Kelan subir enquanto as imagens inundavam através dele. Ela soube o momento exato em que seu dragão compartilhou o beijo que Terac lhe deu depois que eles pousaram. O grunhido de Kelan teria afugentado qualquer predador dentro de um raio de cinquenta milhas. Ele começou a se levantar, mas as imagens seguintes de Trisha com dor e assustada quando seu filho lutava para viver, brilharam em foco. Trisha ouviu a tosse de angústia de Kelan ao saber que ele esteve muito perto de perder Trisha e seu filho, se não fosse pelo cuidado dos dois homens com ela.
— Talvez eu não vá matá-los ainda, mas se qualquer um deles pensar em beijá-la de novo... — Kelan começou a rosnar para Trisha. Ela parou-o passando a língua nos lábios dele. Kelan envolveu sua cauda em torno dela, lançando-a sobre suas costas e posicionou seu grande corpo sobre o dela. Ele abaixou a cabeça até os focinhos tocarem. O dragão de Trisha tossiu suavemente implorando a seu companheiro para reivindicá-la novamente. Ela deixou que suas garras dianteiras enrolassem a parte superior dos braços do dragão de Kelan enquanto ela esticava sua cauda e enrolava-a em torno da dele, ambos gentilmente para frente e para trás. Ela podia sentir o pau espesso de Kelan mais baixo em sua fenda e empurrando contra ela. Seu dragão se arqueou sob o grande macho, abrindo para ele enquanto usava suas garras traseiras para puxá-lo para dentro dela. Ambos os dragões rugiram enquanto se moviam em seu ritmo de acasalamento. Kelan deixou seu dragão assumir, se movendo e penetrando em sua companheira mais e mais até que ambos estavam totalmente saciados. Kelan sorriu ante o suspiro de contentamento e alegria de seu dragão. Foi a primeira vez que ele se soltou totalmente em forma de dragão. Seu dragão emitiu um sopro aquecido de amor e calor sobre sua companheira minúscula e exausta que foi caindo no sono sob sua asa. Kelan procurou por Bio para ver como os homens estavam e se teve algum sinal da V'ager. A V'ager estava apenas entrando na galáxia e estaria dentro do alcance em aproximadamente duas horas. Os homens estavam em silêncio e segurança. Bio enviou uma imagem de um grande predador correndo quando tentou derrubar os homens da árvore, mas de outra forma, tudo estava quieto. Bio enviou uma onda de calor e carinho para Kelan e seu dragão por cuidar de sua companheira. A qualquer hora, meu amigo, a qualquer hora. Kelan respondeu em silêncio.
Capitulo Vinte e Quatro
Kelan gentilmente cutucou Trisha para acordá-la. A V'ager iria transportálos e já estava atacando o cargueiro e a nave de guerra de Curizan. Lutadores de dourados de Valdier já estavam atracados e a V'ager estava enviando explosões contra a nave. Kelan olhou para os dois homens quando saíram da floresta com Bio ao seu lado. — Já é hora? — Trisha perguntou sonolenta. Ela já estava exausta e o dragão de Kelan e dela não a deixaram descansar muito na noite passada. Ela sentia que poderia dormir por uma semana se fosse dada a oportunidade. — Sim, a V'ager nos transportará em breve. Como você está se sentindo? — Kelan perguntou enquanto ajudava Trisha a se levantar. Trisha começou a responder quando ficou pálida. Cobriu a boca e correu para a beira do rio, onde se ajoelhou e vomitou. Kelan se moveu rapidamente ao lado dela, segurando-a enquanto tentava esvaziar o conteúdo de um estômago já vazio. Trisha gemeu embaraçada ao pensar que os três homens a observavam vomitar as tripas. — Deixe-me sozinha por alguns minutos. — Trisha gemeu enquanto outra onda de náusea a atingia com força. Ela dobrou novamente. — Nunca mais vou deixar você sair da minha vista. — Kelan disse suavemente enquanto ele umedeceu um pedaço de sua camisa para limpar a testa de Trisha e a parte de trás de seu pescoço. — Talvez eu possa ajudar. — Jaron disse enquanto se ajoelhava ao lado de Trisha. — Cheire isso. — Kelan olhou desconfiado para a pequena planta de folhas verdes que Jaron estava rolando entre os dedos.
— O que é? — Ele perguntou puxando Trisha um pouco mais perto de seu corpo. — É uma planta que eu reconheci de meu planeta. Foi usada por séculos para ajudar as mulheres durante sua gravidez. O cheiro vai ajudar a aliviar a náusea. Eu encontrei-a quando nós estávamos chegando o rio. Eu deveria ter procurado por isso antes. — Jaron explicou calmamente segurando para Kelan poder farejar primeiro. Trisha gemeu quando se inclinou contra Kelan. — Dê-me isso vou testar primeiro. — Kelan cheirou a planta e ficou surpreso com o cheiro agradável. Ele pegou cuidadosamente de Jaron e segurou-o sob o nariz de Trisha. Quase imediatamente as náuseas se dissiparam. Trisha recostou-se debilmente nos braços de Kelan e enviou um sorriso agradecido a Jaron. — Obrigada. — Ela sussurrou. — O prazer é meu. — Jaron respondeu com um sorriso. — Minha mãe rogava por ela. — Olha! — Disse Terac apontando para o céu onde uma grande bola de fogo estava disparando através dela. — Parece ser o que resta do cargueiro. Kelan assistiu severamente enquanto a enorme bola de fogo explodiu em pedaços menores enquanto caía através da atmosfera da lua. Ele olhou para Bio, que lhe mostrou imagens da V'ager atacando tanto o cargueiro quanto o navio de guerra Curizan. O navio de guerra estava tentando fugir. Kelan grunhiu um comando silencioso a Bio para notificar a V'ager que havia cinco deles para transportar e sua localização. Dentro de momentos, uma luz brilhante os envolveu. — Relatório de status! — Kelan gritou acima dos alarmes. — Alguém desligou os alarmes, quero um relatório completo agora. — Kelan pegou Trisha em seus braços e atravessou as portas da sala do transportador. Ela teria que se contentar em ficar na sala de conferência do oficial da ponte, já que ele não a
queria mais do que alguns metros dele. Ele ouviu atentamente, fazendo pequenas alterações ou fazendo perguntas enquanto o elevador os levava até a ponte. Uma vez lá, ele cuidadosamente colocou Trisha em pé. — Vá com Kor. Ele vai mostrar-lhe a sala de conferências. Há um grande sofá lá. Não é tão confortável como o nosso quarto aqui, mas eu não posso ter você longe de mim. — Kelan explicou gentilmente enquanto passava a mão pela bochecha dela. Trisha assentiu com a cabeça. Ela entendeu que ele era necessário aqui. Trisha sorriu enquanto Kor se aproximava e esperava pacientemente enquanto Kelan roçava um beijo sobre os lábios de Trisha. Kelan virou-se para Kor com um aceno antes de gritar ordens. Trisha virou-se uma última vez para ver Jaguin explicando algo a Kelan. Ele olhou para cima e sorriu para ela antes de voltar sua atenção para Kelan. Trisha sentiu seu amor por seu guerreiro quando notou como toda a atmosfera na ponte parecia mudar quando Kelan entrou. Aqui estava um homem que costumava dar ordens e esperar que fossem seguidas. Ele era um verdadeiro líder para os homens. Pensou quando sentiu Kor gentilmente tocar seu braço. — Obrigada. — Trisha disse suavemente enquanto se virava e entrava na sala de conferências. Kor mostrou a Trisha onde estava a unidade de limpeza e onde Kelan guardava algumas de suas roupas. — Ele passou muito tempo aqui pelo que ouvi, de quando ele te conheceu. — Kor provocou enquanto colocava alguns cobertores no sofá. Trisha corou quando se lembrou de quão teimosa foi no início. — Isso fez bem a ele. — Trisha disse com humor. Kor apenas riu e explicou que ele deveria protegê-la. Ele pediu desculpas por qualquer inconveniente, mas seria necessário para ele permanecer dentro do quarto com ela em todos os momentos. Trisha ergueu a sobrancelha e perguntou se isso incluía a unidade de limpeza enquanto tomava banho. O rosto
de Kor tornou-se vermelho-escuro quando ele respondeu que sentia que estaria segura o tempo suficiente para se banhar, isto é, a menos que ela precisasse de ajuda para lavá-la. Foi a vez de Trisha ficar rosa. Kor riu quando Trisha murmurou algo sobre os homens e seu senso de humor. Trisha tentou ficar acordada, mas depois de um bom banho quente na unidade de limpeza e a maravilhosa refeição que Kelan mandou entregar à sala de conferências, não conseguia manter os olhos abertos. Ela e Kor falaram sobre as florestas na lua e algumas das coisas que ela fez para sobreviver enquanto comia, mas ele finalmente incentivou-a a deitar e descansar. Trisha estava dormindo antes que sua cabeça atingisse o travesseiro. Kor olhou para baixo, maravilhado com a incrível mulher alienígena da Terra. Ele sabia que Kelan planejava levar Trisha de volta à Terra assim que terminassem com a navio de guerra de Curizan. Kelan já tinha certeza de que as coordenadas estavam programadas no sistema de navegação para a localização da casa do pai de Trisha no lugar chamado Wyoming. Kor levantou os olhos quando as portas da sala de conferências se abriram silenciosamente. Os olhos de Kelan imediatamente procuraram sua companheira. Seu rosto se suavizou quando ele caminhou até sua forma dormindo. — Como ela tem estado? — Kelan perguntou a Kor calmamente não querendo acordar Trisha. — Bem. Ela adormeceu pouco depois de comer. O que aconteceu com a nave de guerra Curizan? — Perguntou Kor em troca. — Destruída. Levou mais tempo do que eu esperava. Eles tinham alguma nova tecnologia que não estávamos cientes, mas, felizmente, nós também tínhamos. Sofremos danos mínimos do lado do porto e os reparos estão em andamento. — Kelan murmurou. — Quantos guerreiros perdemos? — perguntou Kor. — Dois guerreiros. — Disse Kelan com sobriedade. O peso da responsabilidade era grande quando ele perdia qualquer um de seus homens. Os
dois perdidos foram feridos muito severamente para que suas simbioses pudessem curá-los com a rapidez necessária. Não era comum, mas acontecia. Eles estavam na seção danificada no lado da porta e foram esmagados, morrendo imediatamente. — Raffvin foi morto? — Trisha perguntou suavemente fazendo com que os dois homens se virassem. — Você deveria estar dormindo. — Kelan repreendeu suavemente enquanto se ajoelhava ao lado do sofá e passava a palma da mão ao longo de sua bochecha. Trisha sorriu sonolenta e bocejou alto. Ela inclinou o rosto até que seus lábios foram pressionados contra a palma da mão dele e lambeu-a. — Eu não estou mais cansada. — Kor riu e se levantou. — Acho que vou checar o Jaguin, a menos que você precise de meus serviços, milorde. — Kelan nunca desviou o olhar de Trisha quando respondeu. — Não, acho que tenho isso. — Até mais tarde, minha senhora. — Kor disse enquanto se movia para a porta. — Kor. — gritou Kelan quando a porta se abriu. — Sim, meu senhor? — Certifique-se de que não sejamos perturbados a menos que estejamos sob ataque. — Kelan disse com um pequeno sorriso. — Sim, meu senhor. Nem mesmo se a companheira do seu irmão estiver a bordo. — Kor riu quando saiu da sala de conferências. Bio se moveu deitando na frente da porta para se certificar de que ninguém interromperia os seus companheiros.
— Então, o que você pensa, meu senhor? — Perguntou Trisha suavemente enquanto passava os dedos por cima do peito de Kelan. — Preciso me limpar antes de fazer amor com você. — Kelan gemeu contra os lábios de Trisha. — Eu poderia ajudá-lo. — Trisha sussurrou de volta. Kelan puxou Trisha rosnando quando percebeu que a única coisa que estava usando era uma de suas camisas. — Isso é tudo o que você vestia, com Kor aqui? — Ele rosnou. Trisha riu ao ver as chamas de ciúme queimando nos olhos de Kelan. — Querido, tenho vestidos em casa que cobrem menos do que isso. — Você terá que trazê-los de volta com você. — Kelan murmurou contra os lábios dela enquanto a beijava profundamente. Demorou um momento para entender o que ele estava insinuando. Trisha afastou sua boca longe de Kelan e olhou para ele com lágrimas nos olhos. Ela abriu a boca, mas nada saiu no início. Era quase como se tivesse medo de expressar sua esperança. — Você... — Trisha começou. — Você está falando…? Kelan colocou o rosto de Trisha entre suas grandes palmas e pressionou um beijo gentilmente nos lábios. — Nós vamos pegar o seu pai. Ele precisa saber que vai ser vovô. — Kelan murmurou suavemente referindo-se ao nome que Trisha usou quando falou de querer que seu pai soubesse que estava grávida. — Oh, Kelan! — Trisha ofegou quando ela abraçou seu pescoço e enterrou o rosto em seu peito. — Obrigada! Obrigada! Obrigada! — Kelan riu enquanto enxugava as lágrimas do rosto de Trisha. — Eu posso pensar em uma maneira que pode me agradecer. — Ele sussurrou diabolicamente.
O rosto de Trisha iluminou-se quando começou a puxar os laços segurando sua camisa. — Eu também. — Ela sussurrou de volta antes de correr sua língua sobre um de seus mamilos. Kelan estremeceu ao sentir a língua de Trisha em seu mamilo. Deuses e Deusas, ele nunca se cansaria dela. Ele a achou ainda mais desejável redonda com seu filho. Seu pênis ficou duro e pesado ao pensar em deslizar dentro e fora dela. Ele a queria desesperadamente. Kelan rapidamente puxou a camisa que Trisha usava sobre sua cabeça junto com o resto de suas roupas, tropeçando quando Trisha se abaixou e segurou seu pesado saco na palma da mão. Kelan gemeu e pegou Trisha no colo, rindo, quando ela gritou que estava ficando grande e pesada para ele levá-la. Entrou na unidade de limpeza. Com um golpe de sua mão as espumas fizeram o trabalho rápido de limpar a sujeira e o suor da lua de seu corpo. Kelan estava prestes a alcançar a porta quando Trisha afundou até seus joelhos na frente dele e engoliu seu pau grosso em sua boca sem aviso. — Pelas Deusas! — Kelan rugiu com a sensação da boca quente envolvida em torno dele. Ele apoiou as mãos na parede atrás dela e inclinou-se em sua boca. Kelan fechou os olhos tentando se segurar enquanto ondas de intenso prazer pulsavam através dele, enquanto Trisha movia a cabeça para frente e para trás. Quando puxou quase todo o caminho e esperou, ele olhou para baixo em seus olhos escuros. Um pequeno sorriso curvou o canto de sua boca enquanto puxava o pau fora para que pudesse lamber a ponta. Os olhos de Kelan se arregalaram com a imagem erótica que ela fez enquanto o lambia e chupava. Ele podia sentir seu saco mais apertado, mas foi incapaz de quebrar a hipnótica visão dela segurando o seu pau na boca. Ele sentiu o tremor começar em suas pernas e se mover para cima quando perdeu o controle. Gemendo, Kelan envolveu uma mão no cabelo de Trisha segurando sua cabeça enquanto seu pênis pulsava, enviando sua semente quente pela garganta.
Ele observou enquanto ela engolia. Ela nunca tirou os olhos dele, observando como ele mudou de forma e cor quando gozou. Quando ela bebeu tudo, lambeu-o até limpá-lo antes de lentamente ficar de pé novamente. Kelan envolveu seus braços trêmulos em torno dela, amando a sensação de sua pele macia e sedosa contra a dele. Trisha virou a cabeça para a garganta de Kelan e sussurrou suavemente. — Eu te amo, meu companheiro. Kelan estava prestes a responder quando sentiu os dentes afiados de Trisha perfurando a pele de sua garganta. Ele gemeu profundamente quando ela começou a respirar fogo de dragão em seu sangue. Seus quadris moviam-se para a frente e para trás em ritmo com as ondas que aumentavam. Quando ela lambeu a ferida em seu pescoço, grunhiu que era sua vez agora. Trisha jogou sua cabeça para trás e para o lado acolhendo a reivindicação de seu companheiro. Ela se esticou e gemeu alto enquanto Kelan mordia o lado oposto ao da marca do dragão. Ela sentiu o calor de sua respiração quando ele começou a enviar o fogo do dragão através dela. Ele a marcava novamente como dele. Trisha meio que pensou que no ritmo que Kelan estava a marcando, não haveria um lugar descoberto até seu próximo aniversário. — Kelan! — Trisha gritou quando a primeira onda a atingiu quente e rápido. — Vire-se. — Kelan gemeu. — Quero te foder por trás. — Trisha se virou e abriu as pernas. Sua vagina estava latejando com necessidade. Ela quase gozou quando Kelan pressionou dois de seus dedos dentro dela para ver se estava pronta para ele. Suas paredes vaginais se agarraram a eles, gananciosas por mais. — Deuses, Trisha! — Kelan gemeu. — Seu corpo quer o meu. — Eu sei, maldição. Faça alguma coisa! — Trisha soluçou quando outra onda a invadiu.
Kelan alinhou seu pênis inchado com sua vagina pingando, empurrandoa para a frente ligeiramente para que seu traseiro estivesse mais alto no ar. Ele jurou um dia que ele foderia seu belo traseiro. Ele empurrou para frente, gemendo enquanto lutava para empurrar entre as dobras inchadas. Ele teve que cerrar os dentes para evitar o gemido de dor com o forte aperto em torno dele, pensou que iria explodir de quão bem se sentia. — Mais rápido! — Trisha implorou enquanto empurrava para trás. — Trisha, se eu te levar mais rápido eu não vou durar muito tempo e eu quero que você goze antes de mim. — Kelan murmurou enquanto tentava controlar suas estocadas. — Eu preciso de você! — Trisha choramingou lamentavelmente. — Por favor, Kelan. Mais rápido, mais duro. — Foda-se! — Kelan disse em voz alta enquanto segurava seus quadris firmemente entre as palmas de suas mãos. Kelan começou a balançar os quadris cada vez mais rápido. O suor escorrendo em sua testa quando lutou para segurar sua própria liberação querendo que Trisha viesse antes. A visão de seu pênis desaparecendo em seus lábios inchados e seus gemidos de prazer eram demais para ele. Kelan deixou uma de suas mãos se mover para seu traseiro. Ele massageou suavemente antes de erguer a mão e dar uma forte bofetada contra uma das bochechas. Ele sentiu a surpresa de Trisha e então sentiu que ela empurrou de volta contra ele por mais. Kelan levantou a mão e deixou-a cair novamente sobre a marca ligeiramente rosada de sua primeira bofetada. Kelan ofegou quando ergueu a mão e a esbofeteou pela terceira vez no mesmo lugar. Trisha gritou descontroladamente quando atingiu o clímax ao mesmo tempo em que a picada de sua bofetada esquentava seu traseiro. Kelan empurrou profundamente em Trisha quando seu canal quente espremeu seu pau, ordenhando cada última gota da semente dele. Ambos estavam ofegantes e tremendo enquanto a onda de prazer crescia. Kelan se apoiou sobre as costas de Trisha segurando-os juntos,
uma mão segurando um de seus seios cheios, enquanto a outra colocou protetoramente sobre seu filho. — Você acha que podemos chegar ao sofá sem nos separar? — Trisha perguntou curiosamente. — Vamos ver. — Kelan riu quando levantou Trisha o suficiente para andar. — Oh, meu deus! — Trisha sussurrou de prazer quando sentiu Kelan empurrar mais profundamente dentro dela a cada passo. Kelan riu quando sentiu uma nova onda molhada de sua boceta cobrir seu pênis. Ela gostava disso, ele pensou maliciosamente. Kelan colocou Trisha em suas mãos e joelhos no amplo sofá. Ele podia sentir a onda de fogo de dragão crescendo novamente em ambos. Era como se duas ondas enormes estivessem em uma colisão frontal. Kelan puxou parcialmente para fora e começou a se mover, deslizando e entrando dentro e fora de Trisha. Trisha balançou para trás e para frente com ele deixando seu pau deslizar cada vez mais profundo dentro dela com cada penetração até que o ritmo era tão selvagem como algumas das tempestades em Valdier. — Agora... — Kelan gemeu quando uma onda particularmente forte caiu sobre os dois. Kelan rugiu enquanto Trisha gritava, o calor parecia queimá-los enquanto passava de um lado para o outro entre eles. Kelan desmoronou ao lado de Trisha no sofá, derrubando seu corpo esgotado contra o dela sem puxar para fora. Ele nunca ia querer se separar dela novamente. Kelan envolveu seu braço ao redor da barriga de Trisha deixando a mão descansar sobre seu ventre inchado. Ele deu um beijo no ombro de Trisha. — Eu te amo, mi elila. — Eu também te amo. — Trisha disse colocando sua mão sobre Kelan. — Então, você nunca me disse se Raffvin estava morto. Kelan suspirou enquanto pensava em como responder a sua companheira.
— Espero que sim. Eu quero acreditar que ele está, mas não há maneira de saber com certeza. A nave de guerra de Curizan foi destruída. Nós destruímos os combatentes tentando escapar. — Mas...? — Trisha perguntou olhando por cima do seu ombro nos olhos preocupados de Kelan. — Mas, havia um sinal desconhecido em nossos sensores. Nós não tínhamos uma imagem e não pareceu ser qualquer coisa, mas era. Meu instinto me diz que Raffvin escapou. — Kelan disse calmamente. — Então, eu acredito que ele escapou. Meus sentimentos instintivos me salvaram muitas vezes para não os levar a sério. — Trisha respondeu colocando sua cabeça para trás no antebraço de Kelan e se aconchegando contra ele. — Teremos que ter cuidado e esperar que ele se mostre. — Kelan pressionou um beijo na nova marca do dragão no pescoço de Trisha. — Como você ficou tão inteligente? — Trisha riu enquanto a respiração quente de Kelan se projetava contra seu pescoço e ombro fazendo-lhe cócegas. — Meu pai. — Ela respondeu suavemente. — Você vai amá-lo e ele vai te amar de volta. — Como você sabe disso? Você não acha que ele vai ficar louco por eu ter raptado sua única filha, a levado para muito longe de seu mundo, e plantado minha semente em seu ventre? — Kelan perguntou curiosamente. — Não. — Disse Trisha, bocejando e se aconchegando mais perto. Ela deixou seus olhos se fecharem — Por que não? — Kelan perguntou incapaz de deixá-la adormecer sem lhe dizer por que ela não achava que seu pai iria querer matá-lo. Ele teria matado qualquer homem que fizesse o mesmo com sua filha. — Porque você me faz feliz e inteira. — Trisha sussurrou fracamente.
Kelan continuava a escutar enquanto a respiração de Trisha se aprofundava, dizendo-lhe que adormecera. Ele a fazia feliz e inteira. Kelan estava quase adormecido quando sentiu algo chutar a palma da mão dele. Ele apertou a mão sobre a barriga inchada de Trisha e enviou uma onda de calor através da simbiose de ambos para seu filho, calmamente dizendo-lhe para se acalmar e deixar sua mãe descansar. Lágrimas queimaram nos olhos de Kelan quando ele sentiu uma pequena onda de calor voltar para ele em resposta.
Epilogo
— Já estamos lá? — Trisha perguntou pela centésima vez nas últimas duas horas. — Quase... apenas mais uma hora. — Kelan sorriu enquanto sua companheira andava de um lado para outro nervosamente. — Você tem certeza que devemos descer? É seguro para o bebê para ter todas as suas moléculas mexidas? — Trisha perguntou novamente. — É muito seguro. — Kelan respondeu... novamente. — Nós já estamos lá? — Trisha perguntou olhando para Kelan e mordendo seu lábio inferior ansiosamente. Kelan riu em voz alta, assim como a outra meia dúzia de homens na ponte. Eles passaram as últimas duas semanas quase que exclusivamente em seus aposentos a bordo da V'ager. A primeira noite foi excelente na sala de conferência, mas o sofá era pequeno demais para muitas das coisas que queria fazer com Trisha. Ele sorriu ao pensar em quão criativo eles tinham sido. Ele gostava especialmente de ter Bio criando tiras para prendê-la enquanto ele fodia ela mais e mais. Seu dragão ainda teve a chance de se divertir com sua companheira. Trisha mandou que ele movesse todos os móveis da sala para os lados uma noite para que seu dragão pudesse estar com sua companheira. Kelan se lembrou de Trisha batendo em Gunnar quando ele apareceu pensando que algo estava errado quando ouviu o rugido do dragão de Kelan. O dragão de Kelan riu quando Trisha estalou e rosnou para um Gunnar embaraçado que rapidamente saiu de seus aposentos com um pedido de desculpas. Kelan teve que acalmar sua companheira irritada com várias sessões adicionais de amor antes que ela estivesse pronta para perdoar Gunnar. Demorou um pouco mais para acalmar
Trisha de seu embaraço e convencê-la de que Gunnar não viu nada. Gunnar deu uma olhada na advertência aos olhos de Kelan e jurou sobre sua própria vida que não viu nada além das asas de Kelan. Trisha finalmente assentiu timidamente antes de sorrir para Gunnar. Gunnar jurou que nunca viu algo mais bonito do que os olhos de Trisha brilhando de alívio e timidez. Ele nunca admitiria que o incidente o levou a voltar para seus próprios aposentos, onde teve que aliviar a dor de seu pênis inchado causado pela imagem erótica dos dois dragões entrelaçados. Agora, Trisha se encolheu, era a única maneira que Kelan poderia descrevê-la, para frente e para trás. Quando ela virou os olhos suplicantes para Kelan, ele não aguentou mais. Tomando sua mão suavemente na sua, ele afirmou que era hora de ir para a sala de transporte. Ele riu quando Trisha praticamente o arrastou da ponte. — E se ele não estiver lá? E se algo aconteceu com ele enquanto eu estava fora? — Trisha perguntou ansiosamente. — E se…? — Kelan selou seus lábios sobre a boca de sua companheira silenciando suas dúvidas. — Ele estará lá. Kelan não disse a Trisha que ele enviou Kor e Palto para ter certeza antes de transportar Trisha para baixo. Essa foi uma das razões por que ele demorou em levá-la para baixo. Eles estavam no alcance para transportar vinte e quatro horas antes. Ele queria ter certeza de que o pai de Trisha estava na casa que ela contou a eles mais cedo. Ele não queria que ela ficasse desapontada. Kor notificou-o que um homem humano que combinava com a descrição do pai de Trisha chegou em casa tarde na noite passada. Trisha finalmente tinha caído em um sono exausto quando a mensagem chegou. Kelan a queria bem descansada para o que acontecesse. Enquanto Trisha parecia confiante de que seu pai iria aprová-lo, Kelan não tinha tanta certeza. Pela segunda vez em sua vida, ele não sabia o que fazer. Ele estava morrendo de medo, o pai de Trisha tentaria convencê-la a ficar na Terra. Tomando uma respiração profunda, Kelan orou a todos os seus deuses e deusas por força para passar os próximos dias.
— Está na hora. — disse Kelan enquanto levantava os lábios dos de Trisha. Ela olhou para ele com amor e excitação brilhando intensamente de seus profundos olhos castanhos escuros. Ela assentiu e nervosamente pisou na plataforma ao lado de Kelan e Bio. Kelan virou-se e olhou para o guerreiro encarregado do transportador e assentiu. Em alguns momentos, eles estavam na Terra, quase quatro meses e meio depois que Kelan esteve lá. Kelan olhou para a enorme casa de dois andares que Trisha lhe contou. Este é o lugar onde sua verdadeira companheira cresceu. Havia uma grande varanda e um antigo transporte em frente. Kelan instruiu que eles fossem transportados para uma pequena área arborizada para que não fosse óbvio para nenhum ser humano se houvesse algum ao redor. Kelan começou a avançar quando ouviu o suave grito de alegria de Trisha. Um homem enorme estava saindo da casa e descendo os degraus. Mesmo dessa distância Kelan poderia dizer que o homem era leve em seus pés apesar de ser tão grande. Trisha saiu do bosque antes que Kelan pudesse detê-la, movendo-se tão rápido quanto sua forma arredondada deixaria. — Papai! — Trisha gritou correndo na direção do homem enorme. Paul Grove levantou a cabeça como se tivesse sido baleado. Seus olhos se arregalaram quando ele viu sua menina correr para ele. Ele deu um passo, depois dois antes de irromper em uma corrida. Abriu os braços quando Trisha se atirou contra ele, puxando-a para dentro de um grande abraço de urso. — Minha bebê. — Paul Grove sussurrou suavemente enquanto olhava para os olhos cheios de lágrimas de sua menina. Paul abraçou Trisha novamente se afastando apenas quando ele sentiu sua barriga arredondada. — O quê...? — Paul perguntou incerto antes de seu olhar se fixar no enorme homem, de cabelos escuros de pé perto da floresta. Paul colocou um braço protetor em torno de Trisha tentando se virar para que ela estivesse atrás dele.
Trisha olhou por cima do ombro e sorriu para Kelan. Ela estendeu a mão para ele se aproximar. — Eu o marquei, papai. Ele é meu. — Trisha disse sorrindo para seu pai. Paul Grove olhou para o belo rosto de sua única filha. Havia algo diferente nela - uma totalidade que ela nunca parecia ter tido antes. Ela tinha encontrado o amor verdadeiro. Paul voltou sua atenção para o homem caminhando em sua direção. Ele era mais alto do que Paul por um par de polegadas, mas não muito mais amplo. Caminhou com um ar de confiança que falava de liderança e poder. Paul observou todos os detalhes da roupa incomum e a espada longa amarrada às costas e algum tipo de arma em seu quadril. Seu cabelo era quase tão longo quanto o de Trisha, mas negro como a noite e liso com duas longas tranças na frente. Usava botas que chegavam logo abaixo dos joelhos e estava vestido de preto. Paul deu um passo atrás quando olhou nos olhos do homem. Eles não eram humanos. Não havia outra maneira de descrevê-los. Eram um ouro profundo, escuro, com pupilas pretas alongadas, quase como um gato. — Papai, este é Kelan. Ele é meu verdadeiro companheiro... meu marido. — Trisha disse hesitante enquanto Kelan se aproximava dela. Ele gentilmente tomou sua mão na dele. Kelan olhou firmemente para Paul Grove, sabendo instintivamente que o homem estava avaliando-o para ver se ele era bom o suficiente para sua filha. Kelan voltou seu olhar. Ele estava curioso sobre o homem que era o pai de sua verdadeira companheira. O homem que lhe ensinou como sobreviver, como ser forte, e como lutar pelo que ela acreditava. — Papai — disse Trisha suavemente esperando até que seu pai olhasse para ela. — Eu o amo. Ele me levou para as estrelas e me fez ficar inteira novamente, assim como você disse que mamãe fazia você se sentir. Trisha se moveu para trás deixando Kelan embrulhar seus braços ao redor dela e seu filho. Paul Grove observou a forma possessiva, porém delicada com que Kelan olhou e segurou sua menina. Ele viu Kelan colocar uma mão protetora sobre o ventre inchado de Trisha. Ele também sabia que, se quisesse
fazer parte da vida de sua filha e de seu neto, teria de aceitar o homem que escolheu. Paul Grove pigarreou e deu um pequeno sorriso para Kelan. — Bem filho, minha filha uma vez me prometeu que se ela fosse às estrelas me levaria com ela. Quando nós saímos? — Oh, papai. — Trisha exalou sorrindo. Trisha não disse a seu pai que ela encontrou uma mulher lá em cima que poderia ser exatamente o que ele estava procurando. Ela mal podia esperar que ele conhecesse Morian Reykill. Trisha sorriu quando Kelan estendeu a mão para o pai em saudação e viu como seu pai o puxava para um grande abraço. Teve que fazer uma viagem fora deste mundo para encontrar a verdadeira felicidade, mas ela encontrou nas estrelas. Trisha olhou para o claro céu azul sabendo que havia estrelas lá em cima e agradeceu a sua mãe por toda a sua ajuda. Ela poderia jurar que viu um brilho no céu por apenas um momento antes de desaparecer.
Continua…