Lost Planet 08- K webster nicole

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K. Webster & Nicole Blanchard

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard

Disponibilização: Eva Tradução: Naty Revisão: Thay Leitura: Thay Formatação: Fanny

Julho/2021

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard

Deveria ser simples... Trabalhar juntos, encontrar a cura. Salvar nosso povo. Exceto que nada com esses alienígenas é simples. Especialmente um alienígena como ele: Dr. Avrell Dracarion. Grosseiro. Arrogante. Machucado. Ele me trata como uma criança, mas certamente não me olha como uma. Sob essas presas cerradas e garras cuidadosamente cortadas, há uma fera à espreita, esperando para me reivindicar como sua companheira. Não serei reivindicada por ninguém, muito menos por um idiota como ele.

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NOTA DA SÉRIE LOST PLANET No início, houve muitos que sobreviveram às explosões iniciais de radiação e os distúrbios ambientais catastróficos resultantes. Os morts, os únicos habitantes de Mortuus, O Planeta

Perdido,

mudaram

dos

efeitos

da

radiação,

aprenderam a se adaptar e, mais importante, a sobreviver. Ao fazê-lo, tornaram-se altamente qualificados e inteligentes, capazes de sobreviver até nas piores condições. O planeta é perigoso e a vida não é fácil, mas os morts tem um ao outro e isso é tudo o que importa. Eles floresceram na casca protetora de um prédio abandonado que converteram em alojamentos. Morts receberam empregos, treinados desde o nascimento para passar conhecimento de geração em geração. Eventualmente, os morts esperavam estender a instalação e conquistar o ar livre selvagem e indomável. Então, o desastre aconteceu. O Rades, uma doença contraída por complicações da radiação, começaram a infectar números crescentes de sua população. Primeiro, há febre, seguida de feridas, depois, finalmente, a loucura e, inevitavelmente, a morte. Colocar em quarentena os infectados ajudou, mas já era tarde demais. Mulheres, crianças e idosos foram os primeiros a ir. Um por um, os soldados pegaram o Rades e morreram. Famílias inteiras foram embora. Até que apenas dez machos restaram. A

salvação

veio

anos

depois,

quando

os

morts

descobriram uma nave cheio de alienígenas, mulheres alienígenas. Sabendo que era sua única chance de sobreviver,

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K. Webster & Nicole Blanchard eles entraram numa nave que passava e levaram as mulheres para casa para estudar, e se reproduzir. Agora, tudo é diferente. Mais fêmeas foram descobertas, tendo assumido uma prisão longe das instalações. Elas conquistaram seus líderes alienígenas e conseguiram roubar sua liberdade. Então, desastre aconteceu. O Rades voltou. Os alienígenas que costumavam habitar Mortuus juram voltar e aniquilar os morts, tomar tudo pelo que eles trabalharam tanto. A única esperança é a cura. Seu único desejo é sobreviver. Conforme um ataque se aproxima, eles devem estar prontos para lutar... ou arriscar perder tudo.

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GLOSSÁRIO •

Cachos Verdes = Plantas de folhas amargas (como

salada), às vezes a única coisa que eles têm para comer •

Câmara

Criostática

=

Onde

as

humanas

adormecidas são mantidas •

Cela de Reforma = Cela de prisão dentro da

Instalação •

Cemitério = Terras desertas fora da Instalação

Ciclo Solar = Uma semana

Criotubo = Tubo grande onde as fêmeas humanas

são mantidas adormecidas, emite uma luz azul suave •

Código Biológico = DNA

Doce de Raiz Dourada = Balas feitas de raiz dourada

que tem gosto de caramelo •

Flora = Droga artificial do planeta humano

Facção = O grupo de morts (e mais tarde inclui

humanos) •

Perfume Feminino = Os hormônios femininos e

secreções são mais potentes quando a implantação é um sucesso. Aumenta cada solar à medida que ela cresce para acomodar o mortling. Torna-se mais potente se eles não acasalam continuamente porque o sêmen é bom para o útero. Mantém-no protegido. Os aromas aumentados são um mecanismo de alerta para dizer as meninas morts / alienígenas de que precisam fazer sexo (como versão mort de vitaminas pré-natais).

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Ghan = Raízes rochosas encontradas nos poços

subsolos que podem ser moídas em pó e usadas para certas doenças. Como repelir dores de garganta. •

Hagbud = Planta venenosa e espinhosa e preta.

Hipervelocidade = Velocidade da luz

Instalação = Os últimos edifícios restantes onde os

Morts vivem •

Jackaws = Eles não gostam muito de comer, mas

são divertidos de assistir e ouvir quando voam cantando músicas que enchem sua alma. Parecidos com Gaio-Azul. •

Kevins = Quando um mort tem aquele brilho de

abuso em seus olhos •

Lilabushes = Flores cor de rosa e aveludadas que

crescem em um arbusto que não é comestível tem outros usos para as pétalas que caem das flores. Eles são perfumados e Galen tem feito sabonetes como Aria os chama com as pétalas. •

Livro Alienígena da Subfacção = Livro que Sayer

começou em um esforço para ajudar os morts a entender as fêmeas alienígenas melhor. Os morts devem preencher o livro conforme aprendem coisas sobre elas.

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Magknife = Faca afiada

Magnastrike = Raio

Metal Zuta = Metal

Mettalengths = Quilômetros de distância

Micro-revolução = Um mês

Micro-visualizador = Microscópio


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Microbôs = Nanotecnologia que cura

Migalhas de Sodiumchloridus = Sal dos morts

Minnasuit = Uniforme que é cinza carvão e

emborrachado. Protege sua pele. •

Mortania = Termo carinhoso que significa bela moça

Mortarekking = Filho da puta

Morts = Homens

Mortyoung / Mortling = Bebê Mort

Níveis R = Níveis de radiação (os níveis letais são oito

pontos positivo e acima) •

Os Eternos = Para onde pensam que irão quando

morrem •

Opasita = Similar aos germes. São parasitas

cinzentos que infectam e se espalham. Toxica tem um biogene dentro a que os opasitas reagem negativamente. Calix criou um super biogênico para imunizar contra ele. •

Planta Fernus Pegajosa = Planta pegajosa que

entrou Pulmões de Belin •

Perapa = Semelhante ao jalepeño

Reforço de Eletrólitos = Comprimido ou tablete de

calcário

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Rekking = Porra

Revolução = Um ano

Rogshite = Merda


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Rogcow = Animais raros que caçam para carne. Tem

gostos semelhante à carne. •

Rogstud = Rogcow macho.

Sabrevipe = A cabeça tem o tamanho de cinco

pessoas cabeças juntas. Três olhos azuis claros, o meio leitoso e nublado. Narinas que são planas contra a cabeça e tão grandes quanto meu punho. Bigodes longos que se movem por conta própria, provando o ar pelo cheiro de sua presa. Coisa mais assustadora sobre sabrevipes são os dentes. •

Solar = Um dia

Sub-ossos = Ossos no pescoço de morts (28)

Subfacção = Grupo de humanos dentro da facção

Traje Zu = Uniformes grossos capazes de proteger

contra níveis R leves a médios •

Toxica = Agente paralisante no esperma dos morts

Uvie = Moça do Computador

Wegloscan = Scanner que eles usam para detectar

gravidez

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Zenotablet = Como um iPad ou computador de mão

Zonnoblaster = Arma que dispara lasers


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PRÓLOGO AVRELL

Exílio, muitos solares atrás...

Eles não estão fazendo nada para impedir a propagação do Rades. Rekking nada. É um choque que todos aqui não o pegaram. Talvez alguns sim, mas não apresentam sintomas. Há muito o que explorar agora que estou aqui. Várias fêmeas me observam cautelosamente enquanto passo. Decidi permanecer sempre vestido até poder criar um ambiente estéril e livre de contágio. Será impossível tratar os doentes se eu também adoecer. Estou mentalmente fazendo listas. Listas e listas. Os doentes. Os recuperados. Os aparentemente imunes. Precisarei de listas para os três. Suprimentos. Localizações. Medicamentos e ferramentas. Listas para eles também. Tanta coisa para colocar em ordem antes que eu possa sequer começar. Mas não tenho tempo a perder. Esta doença se move rapidamente e é bastante cruel. Precisarei utilizar alguns dos alienígenas aqui para ajudar, além de colocar Theron e Hadrian para trabalhar. Todos que forem capazes terão um papel em me ajudar nos meus esforços para erradicar esta doença.

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K. Webster & Nicole Blanchard Encontrar uma inoculação que impeça qualquer outra pessoa de pegar o Rades é de maior importância. Existem mortlings sendo trazidos para este mundo, e eles serão enviados para os Eternos, se não formos agressivos no combate a esta doença. Quando chego à pobre desculpa de uma Área Médica, já fiz mentalmente muitas listas. Vou dividir deveres tanto para os morts quanto para os seres humanos assim que nos encontrarmos.

Por

enquanto,

preciso

ver

o

médico

responsável. Irritação já está me dominando no momento em que vejo seus cabelos escuros. Ela está de costas para mim enquanto se inclina sobre uma cama, cuidando de um dos doentes. Uma varredura da Área Médica, e a encontro extremamente carente em todas as áreas. Sou grato por ter trazido meus próprios suprimentos para poder pular direto para o que preciso fazer. Mas primeiro, preciso lidar com ela. Zoe. A fêmea mais desagradável deste rekking planeta. Minha rival. Nem sequer reconhecerei o fato de que a acho incrivelmente atraente. Sou um macho. Ela é uma fêmea. Não vemos muitos delas, então é natural que eu me sinta assim. Se ela mantivesse os lábios fechados eu poderia tolerá-la. Mas ela não pode. Não irá. Recusa-se.

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K. Webster & Nicole Blanchard No momento em que ela abre a boca, estou pronto para estrangulá-la. Juro, a mulher vive para me atormentar. Discute com tudo o que digo. Desafia todas as minhas palavras. É enlouquecedor. E durante as comunicações, quando ela já teve o suficiente, ela simplesmente desliga o canal. Agora que estou aqui, ela não pode me desligar. Eu não irei embora. Ela aprenderá isso rapidamente. “Precisarei de um relatório completo sobre os doentes. Seria benéfico se você pudesse categorizar cada paciente com base no estágio da doença.” Ordeno. “Agora, fêmea.” Ela se vira, seus cabelos escuros e ondulados voam ao seu redor como os ventos violentos de uma tempestade. Olhos cinza-claros quase brilham como um magnastrike, prontos para incinerar o lugar onde estou, se ela fosse capaz. Para uma coisa tão pequena, ela irradia poder. Muito. Poder. “Chegou para salvar o dia, Doutor?” Ela zomba, seus lábios se curvando num sorriso malicioso. Eu deveria estar irritado por suas palavras provocadoras, mas meu pau dá um pulo no traje, aparentemente satisfeito com o quão bonitos seus lábios são. E eles são bonitos. Brilhantes. Aposto que têm um sabor doce também. Rekking. “Alguém precisa fazer isso.” Digo, passando por ela para observar a fêmea na cama que está pálida e tremendo. “Sua cura funcionou, hum?”

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K. Webster & Nicole Blanchard “Está quase.” Ela mente. Eu a respeito, adorando o jeito que ela treme de raiva. Ela ficou chateada quando explodi por ela testar a si mesma. É surpreendente que ela nunca contraiu a doença, mas não temos meios para transformar essas informações em algo útil. Como uma inoculação. É aí que eu entro. “Precisarei de oito frascos do seu sangue. Agora. Também precisarei de uma amostra do sangue dessa paciente. Quando eu tiver uma lista adequada de todos os infectados, irei...” “Devagar, idiota.” Ela resmunga. “Este é o meu hospital. Minhas regras. Meus pacientes. Você veio aqui para encontrar uma cura, mas não te deixarei assumir. Trabalhei duro para ajudar essas pessoas.” “Quieta, mulher.” Ela fica quieta com minha ordem. Seus lábios rosados e carnudos se separam por um momento, e um silêncio adorável enche o ar. Quem sabia que essas palavras realmente funcionariam nessa fêmea? Começo a fazer outra lista – uma para Zoe – quando um grito passa por seus lábios. Seu rosto muda de vermelho para roxo. E então ela está atacando como um sabrevipe faminto e eu sou um rogcow. Ela está louca. O Rades finalmente a alcançou. Whap! Ela move um de seus punhos inúteis para mim. Atinge meu peito forte e ela geme antes de apertar a mão. Seu lindo rosto se contorce numa expressão de dor.

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K. Webster & Nicole Blanchard “Essa porra doeu!” “Então por que o fez?” Ela grita novamente. “Porque você me disse para calar a porra da boca!” “Menos palavras, mas a mesma intenção, eu concordo. Não entendo por que você escolheu se machucar por causa disso.” Sua boca é mais uma vez silenciada com minhas palavras. Palavras que sei que a irritarão, mas as digo de qualquer maneira. A verdade é que sei que estou com tempo emprestado, mas sinto uma grande satisfação em provocá-la. É uma coisa ela xingar através de uma tela. Outra bem diferente é na minha presença. “Você está brincando comigo.” Sua sobrancelha escura sobe no belo rosto. Sobrancelhas não deveriam ser lindas, mas admito que as dela são bastante atraentes. “Talvez.” Sorrio para ela com o sorriso mais amigável que dou aos meus pacientes. Isso parece enfurecê-la ainda mais. “Ah, porra, não. Você não pode agir de maneira agradável, mas ter esse brilho maligno nos olhos. Eu te vejo, Doutor. Você é o verdadeiro Dr. Jekyll e Sr. Hyde, não é? Aposto que é um sádico que secretamente adora ver seus pacientes com dor.” Eu me aproximo dela, segurando seu queixo delicado com minha mão enluvada. Gentilmente, aperto-o e levanto sua cabeça. Sua respiração para e suas narinas abrem.

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K. Webster & Nicole Blanchard “Eu só quero que meus pacientes fiquem curados e saudáveis. Nunca presuma que sabe como me sinto, tempestade.” Ela olha para mim, tentando me afastar sem sucesso. Sou mais forte que ela. Estou no comando agora. Ela aprenderá em breve. “No entanto...” Digo em voz baixa, para que a paciente na cama não ouça. “Não pensarei duas vezes em lidar com sua falta de educação como meu pai fez comigo uma vez.” Seus olhos cinzentos ardem com intensidade. Ela tenta rosnar

algumas

palavras,

mas

meu

aperto

aumenta,

efetivamente a silenciando. “Não tenho certeza de como as coisas eram feitas na sua miserável Terra II, mas aqui, colocamos os travessos por cima do joelho e damos uma palmada firme no traseiro.” Mostro a ela meu educado sorriso médico. “Não pensarei duas vezes antes de fazer o mesmo com você.” Eu a solto e começo a me afastar. “Seu filho da puta.” Ela sussurra. “Você me toca de novo e eu cortarei suas bolas!” “Coloque na lista.” Digo a ela num tom entediado. “Temos problemas mais prementes.” “Está tudo bem aqui?” Hadrian pergunta atrás de mim. “Não!” Zoe grita enquanto digo: “Perfeitamente bem.” Os passos em retirada de Hadrian podem ser ouvidos enquanto ele me deixa para enfrentar a mulher com fogo elétrico nos olhos.

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K. Webster & Nicole Blanchard “Onde estávamos?” Pergunto. “Ah, certo. Você deveria pegar um tablet e começar a tomar notas, fêmea. Tempo é essencial.” “Eu vou te matar.” Percorro o olhar sobre sua forma minúscula. Seios bonitos e saltitantes. Quadris levemente largos. Pernas delgadas. Tudo nela é tão adorável. Além de sua língua cruel, ela é aparentemente inofensiva. “Hum.” Digo, não convencido. “Prefiro que não o faça. Tenho trabalho a realizar. Trabalho com o qual precisarei de sua ajuda.” Ela vem em minha direção e me cutuca bem no estômago. “Nós somos colegas de trabalho. Eu não sou sua enfermeira, sua assistente ou sua porra de uma incapaz. Você é igual a mim e tem sorte que estou lhe dando isso. Você quer que as coisas sejam feitas, então passe-as por mim primeiro. Serei amaldiçoada se você entrar aqui e assumir o controle como o idiota arrogante que é!” Ela me cutuca de novo. “E você nunca irá me bater. Entendeu, Doutor? Nunca.” “Hum.” Passo por ela e começo a vasculhar uma gaveta para ver que tipo de suprimentos há nesta sala. “Hum? É isso que você tem para falar?” Ela bufa. “Eu não terminei, idiota.” “Não tenho tempo para discutir com você, mulher. Preciso de um espaço de trabalho. Preciso de suprimentos. Preciso de um sistema. Preciso de rekking listas.” A paciente em cima da mesa começa a tossir. Assisto Zoe se transformar de uma tempestade violenta em brisa delicada

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K. Webster & Nicole Blanchard enquanto ela corre para a mesa, tocando na paciente com cuidado. Seu sorriso é genuíno quando diz à mulher que ficará tudo bem. Que o médico veio para salvá-la. Ela está falando de mim. Zoe pode me odiar com todas as fibras de seu ser, mas ela não pode esconder a esperança. Eu a ouço nessas poucas palavras. Prendo-me a elas. Uso-as para me abastecer e dar força. Caminho até Zoe e gentilmente coloco minha palma enluvada nas costas dela, enquanto cumprimento a paciente. “Eu sou Avrell.” Digo a ela. “Nós curaremos você. Juntos.” Zoe endurece sob meu toque, mas não se afasta. Gosto que minhas pontas dos dedos parecem vibrar com uma corrente de poder que pulsa dessa pequena mulher, ligando-a a mim. É incomum e fascinante. Isso me faz querer refletir sobre essa conexão por horas, tentando entender todas as facetas dela. Se ao menos houvesse mais tempo. “Aguente firme, Fawna.” Zoe diz, sua voz gentil e suave. “Tente descansar.” Digo para Fawna e depois guio Zoe para longe da mesa. Ela se afasta de mim, cruzando os braços sobre o peito. Suas bochechas estão levemente rosadas e ela não olha para mim. Ela gostou do meu toque? Acho que posso fazer uma lista para poder entendê-la como se estivesse tentando entender a doença e como curá-la.

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K. Webster & Nicole Blanchard Estou marcando todas as coisas que compõem Zoe em minha cabeça. Todas as coisas que sei que ela é. Violenta. Forte em espírito. De tirar o fôlego. Inteligente. Indisciplinada. Lábios flexíveis. Brava. Lampejos de vulnerabilidade sob seu exterior duro. Fácil de provocar. Minha. “Você está me ouvindo?” Ela questiona, seus olhos cinzentos brilhando de fúria. Assisto seus lábios carnudos se moverem, mas estou preso a uma coisa sobre ela que de repente não consigo entender. Minha. Como? Por quê? Impossível. Mas ela é. De repente, sinto isso apertando meu coração. Apertando. Tão forte. Implacável. Sufocante. Enlouquecedor. Minha. Minha. Minha.

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K. Webster & Nicole Blanchard “Desculpe.” Digo, incapaz de tirar o olhar de seus lábios. “Não estava ouvindo uma única palavra que disse.” “Meu Deus. Um homem típico. Inacreditável.” Ela solta um bufo irônico. “Acho que você pode ser pior que Theron.” Theron. Um imaturo como Molly sempre diz. “Humm.” Resmungo, abrindo um armário para verificar os suprimentos lá também. “Eu disse...” Ela resmunga, irritada com minha dispensa. “Vá encontrar Hadrian e ele mostrará seu quarto. Você pode fazer suas listas idiotas até seu coração explodir de felicidade e então podemos nos reunir mais tarde.” “Descansarei mais tarde.” Digo a ela distraidamente. “Avaliar o estado desta Área Médica e começar é minha prioridade.” Ela aparece entre mim e o armário, empurrando um tablet no meu peito. Não há muito espaço entre nós, e quando ela tenta me empurrar para trás, meu corpo permanece imóvel. A corrente. Pulsa mais uma vez entre nós. Necessidade. Necessidade. Necessidade. Minha. Arrasto meu olhar de sua mão delicada, ao longo de seu braço fino, ao longo da coluna de sua garganta e de volta aos seus lábios. Ela lambe-os, fazendo meu pau sacudir como se fosse atingido por um magnastrike.

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K. Webster & Nicole Blanchard “Zoe.” Sibilo, olhando diretamente em seus olhos cinzentos agora. Suas sobrancelhas adoráveis estão unidas, confusão enchendo seus olhos. “Que tipo de magia vodu estranha você faz agora? Está me assustando, cara.” Ahh, então minha companheira também sente isso. E, no entanto, ela não afasta a mão de mim. Interessante. Seguro seu pulso delicado na minha mão enluvada e o afasto de mim. Pego o tablet da mão dela, mas não solto seu pulso. Ela ofega quando avanço, prendendo-a. “O que é essa magia vodu de que fala?” Murmuro, trazendo o pulso para o meu rosto para poder observar a veia sob a pele pulsar erraticamente. “Não conheço essas palavras.” “Isso significa que você me tocando fode com minha cabeça. Eu te odeio, cara. Você é um idiota arrogante.” E ainda… Dou a ela um sorriso entendedor enquanto aperto um botão no tablet. “Colocaremos isso na lista também.” Afastando-me dela, continuo meu exame do espaço, tomando notas mentais até o tablet ligar. “O que é isso?” Ela exige. Nós. Nós. Nós. Minha. “Isso é entender por que seu pulso acelera e seus lábios se abrem quando você me olha.” Olho por cima do ombro e

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K. Webster & Nicole Blanchard sorrio. “E como seus olhos rastreiam todos os meus movimentos. É interessante.” E como meu pau não ficou completamente suave desde que entrei na Área Médica com ela. “Não é interessante.” Ela resmunga, mas perdeu um pouco do fogo. “Hum.” “Juro pra porra, se você disser isso mais uma vez...” “Chega de conversa sem sentido, tempestade.” Grito. “Vamos analisar isso mais tarde. É hora de trabalhar.” Se olhares pudessem matar, eu estaria feliz em saltar para os Eternos agora. Suponho que existem maneiras piores de morrer.

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CAPÍTULO UM ZOE

Interessante, minha bunda. Não há nada de interessante nele. Irritante, talvez, mas não interessante. Dr. Avrell Dracarion. Ele se acha o homem mais brilhante de Mortuus, mas não poderia estar mais errado. Cheio de si é o que ele é. Arrogante até a alma. Enquanto ele observava sem fazer nada seu povo engravidar pessoas sem consentimento – o bastardo – eu estive nas trincheiras cuidando de doentes. Anunciando os mortos. Fui eu quem fez todo o trabalho duro. Não havia escolha. Não há mais ninguém com habilidades de enfermagem. Achei que estar na prisão num planeta alienígena era a pior coisa que poderia acontecer comigo. Os guardas nos agrediam sexualmente e espancavam. Um governo que nos sentenciou a um lugar que significava morte certa. Esses eram horrores piores do que qualquer coisa que já imaginei. Mas nem os guardas nem o governo chegam perto das atrocidades da doença. Desviando incontáveis

o

fluxos

olhar de

do

dados,

computador, meus

olhos

onde

executo

começam

a

lacrimejar. Estou cansada, é tudo. Não parei de me mover, não parei de trabalhar desde que a primeira pessoa adoeceu. Fraqueza não é algo que posso me permitir. Não até que todos estejam seguros.

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K. Webster & Nicole Blanchard Esfrego a mão sobre meus olhos tensos. Uma dor lateja no centro do meu crânio. Não consigo me lembrar da última vez que dormi durante a noite. Sempre tem outro paciente ficando doente, outra complicação. Alguns deles, eu posso ajudar, mas outros... os outros me assombrarão pelo resto dos meus dias. O bom doutor pode pensar mal de tudo que fiz até agora, mas salvei vidas aqui. Fiz a diferença. O que ele fez? Ele com suas listas estúpidas e seus músculos estúpidos. Por que um médico tem que ser tão musculoso, afinal? Eles não deveriam ser macios e, não sei, parecer nerds? Ele é um pouco menos selvagem do que os outros morts, com seus dentes cerrados e cabelo curto. Mas isso não o torna menos intimidante. Não que eu o ache intimidante. Irritante chega mais perto da verdade. Com quase dois metros de altura e músculos imensos, ombros largos sob a pele pálida e branca, ele deveria se parecer com um rato demônio sem pêlos com seus olhos negros e orelhas pontudas. Seria muito mais fácil. Os próprios morts não são assustadores como pensei que seriam quando Hadrian e Theron apareceram pela primeira vez com sua nave. Há tantas outras coisas a temer neste mundo que alguns alienígenas germofóbicos nem mesmo estão no topo da minha lista. Mordo a caneta do computador, desejando que fosse a cara estúpida de Avrell. Eu estava perfeitamente bem até ele surgir. Ele poderia contrair o Rades, mas eu não seria tão cruel

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K. Webster & Nicole Blanchard a ponto de desejar isso para ele. Mas talvez ele possa tropeçar nos próprios pés enormes e ferir um pouco o rosto. Ou melhor ainda, ele poderia tropeçar e cair de cara na minha... Tusso e balanço a cabeça. Errado, isso é errado, Zoe. “Quem é estúpido, querida?” Nem ouvi Lyric entrar na enfermaria. “Ninguém.” Respondo e jogo a caneta sobre a mesa com um bufo indignado. “Ninguém importante, de qualquer maneira.” Lyric levanta uma sobrancelha. “Certo. Então é por isso que você quer que ele pegue o Rades?” “Eu disse isso em voz alta?” “Quase gritou.” Levantando-me do assento e começo a andar. “Ele é tão... tão irritante! E mandão. Nunca conheci ninguém como ele.” Lyric se inclina contra o painel de controle com um sorriso paciente no rosto. “Talvez vocês dois... discutem tanto porque são incrivelmente parecidos?” Ela sugere. Minha boca se abre. “Eu? Parecida com ele?” De jeito nenhum. Se eu tivesse entrado nessa situação, ficaria grata por toda e qualquer ajuda fornecida. Não listaria todas as coisas que as pessoas fizeram de errado ou seria condescendente com elas sobre como fazer melhor. Acima de tudo, não insinuaria que existe algum tipo de atração entre nós. Porque não existe.

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K. Webster & Nicole Blanchard De jeito nenhum. “Vocês dois são muito dedicados e diretos. Não é de admirar que entrem em conflito. Só espero que consigam colocar de lado esses conflitos e trabalharem juntos pelo bem de todos.” “Você não precisa me dar uma conversa estimulante, Senhora Comandante.” Consigo não revirar os olhos com o título que Hadrian deu a ela. Ele é um cara legal, eu acho, mas as coisas doces e fofas não são para mim. Nunca entendi toda a tolice de romance, e o pensamento de algum alienígena me dando olhares adoradores faz minha pele arrepiar. Felizmente, o único outro mort disponível aqui na prisão é um que mal consigo olhar. “Quando se trata dele, sim. Vocês dois são como crianças briguentas noventa por cento do tempo.” “Acho que isso faz de você nossa mãe, hein?” “Às vezes, é assim que me sinto ao cuidar de todos ao redor.” Olho para cima das figuras que estou executando na tela do computador e percebo pela primeira vez as sombras roxas escuras sob os olhos normalmente brilhantes de Lyric. Eu não sou a única lutando. Envergonhada, meus ombros caem. Engulo a resposta que vem aos meus lábios sobre o complexo de superioridade de Avrell e, em vez disso, digo: “Você está certa. Desculpe. Eu não deveria deixá-lo me irritar tanto. Encontrar a cura é mais importante.”

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K. Webster & Nicole Blanchard Seus olhos enrugam conforme ela sorri. “Vê? A conversa estimulante funcionou, não foi? Senhora Comandante ganha, vadia!” Talvez seja a falta de sono ou o brilho agora maníaco em seus olhos, mas não consigo impedir a risada de escapar. Afundando sobre a mesa, respiro fundo e agarro minha cintura enquanto meus músculos queimam de alívio. Faz tanto tempo que não sorrio. Tempo demais. Limpo as lágrimas dos olhos assim que consigo recuperar o fôlego e me sento, ficando cara a cara com Avrell, que decididamente não está sorrindo por trás da máscara protetora. Seus antebraços musculosos esticam o imaculado jaleco branco que ele pegou só Deus sabe onde. Ele se parece muito com um pai desapontado. Se ele fosse meu pai, talvez eu fosse uma garota mais obediente. Quem estou enganando? Tipos autoritários me fazem querer irritá-los. Não posso evitar. Limpo a garganta e Lyric, sentindo a mudança no ar, se vira e coloca a mão em seu peito. “Desculpe, Av. Não ouvimos você entrar.” Sua expressão não muda e imagino se ele mostra alguma emoção além de desdém. Provavelmente não está programado para isso. Cubro meu riso atrás da mão. Talvez eu precisasse da conversa estimulante de Lyric. Agora não é hora de provocar Avrell. Nós precisamos trabalhar juntos. Quando terminarmos, irei antagonizá-lo o quanto quiser. “Obviamente.” Ele diz. “Deixarei vocês trabalhando.” Lyric diz e ignora meu olhar suplicante. Traidora. Ela poderia pelo menos supervisionar e garantir

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que

não

nos

matemos.

Tanto

para

Senhora


K. Webster & Nicole Blanchard Comandante. “Seja legal.” Ela murmura antes que as portas do elevador se fechem atrás dela. Fácil para ela dizer. Ela não tem que passar o futuro previsível trancada em uma sala fechada com um homem que a faz querer cometer um homicídio. Talvez eu possa injetar nele um frasco de Rades. Seria um acidente. “Por que você está me olhando assim?” Avrell pergunta. Levo o olhar de volta para ele, ignorando como ele ajusta a máscara, o que faz com que sua camisa de material estranho deslize em sua pele como manteiga. Gosto mais dele no traje volumoso no qual ele chegou. “Assim como?” “Como se eu fosse um espécime sob seu magnascópio. Exceto que não consigo decidir se você quer me matar ou acasalar comigo. Hum...” “Quantas vezes tenho que dizer que eu não quero acasalar com você para que entre nessa cabeça dura? Vocês são alienígenas super lerdos ou algo assim?” “Eu possuo inteligência acima da média para um mort.” “Isso ainda está para ser visto.” “Posso mostrar meus testes de aptidão, se quiser.” Aposto que ele pode. Ele e seu grande... cérebro. Aposto que ele o mostra para todos. “Ok, Sr. Sabe-Tudo. Ninguém se importa. Vamos apenas trabalhar.” Ele acena com sua cabeça estúpida. “Eu estou pronto. Primeiro, quero reavaliar os pacientes que você tem.”

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K. Webster & Nicole Blanchard Você sabe, se não fosse pela condescendência em seu tom, eu não retrucaria. “Certamente. Vamos refazer todo meu trabalho. Não levarei para o lado pessoal.” “Bom.” Ele diz. “Temos muito que fazer. Estamos perdendo tempo.” Ele vira as costas para mim e considero esfaqueá-lo na jugular com minha caneta. Seria uma morte um tanto dolorosa, mas não menos do que ele merece. Idiota. Provavelmente devo parar de fantasiar sobre maneiras de matá-lo. Até eu sei que precisamos dele. Talvez depois que ele achar uma cura para essa maldita doença, ninguém notará se eu escapar com ele e dá-lo de comer a um daqueles pássaros grandes lá em cima na montanha. Exceto que provavelmente lhes daria dor de estômago. “Você está ouvindo?” “Você estava dizendo algo importante?” “Tudo o que digo é importante.” Ele torna tudo muito fácil. Sei que tenho que me concentrar, porém, então deixo a oportunidade de insultá-lo passar. Haverá muitas mais, tenho certeza. “O que estava dizendo?” “Eu gostaria de reavaliar todos os seus pacientes para a progressão da doença. Se pudermos mapear seu ciclo de vida, talvez possamos apontar um ponto fraco para a vacina. Tenho equipamento para sintetizar potenciais tratamentos, mas demorará algum tempo.” “Eu te enviei minhas anotações⁠...”

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard “Eu gostaria de vê-los pessoalmente.” Cerro meus dentes. “Tudo bem. Ainda há dez nas unidades de isolamento da Área Médica. Podemos começar por aí.” Seria mais fácil se eu não gostasse de sua natureza exigente tanto quanto odeio. Sempre estive em conflito com figuras de autoridade. Foi o que me causou tantos problemas na Terra II. Ele me dá ordens na Área Médica de paciente em paciente, empurrando um tablet para eu fazer anotações sobre suas observações como se eu fosse uma maldita secretária. Mas se eu for honesta comigo mesma... Talvez eu goste um pouco. Tipo a maneira como seus lábios se apertam quando ele está pensando muito ou quando arregaça as mangas de seu jaleco, exibindo seus antebraços que estão envoltos no traje protetor apertado que revela todas as curvas e veias. Nunca pensei que tivesse um fetiche por antebraço, mas Avrell me dá água na boca. Se ao menos o corpo não estivesse ligado ao cérebro, eu não seria tão contra “acasalar” com ele. Eu poderia usá-lo para aliviar o estresse depois de toda a merda que passei. “Você sabe que eu poderia projetar um dispositivo para você.” Volto

brutalmente

à

realidade.

“Um

dispositivo?”

Pergunto. Eu disse isso em voz alta? Minhas bochechas queimam. Deus, espero que não. “Para seus problemas de concentração. Talvez uma coleira que envie uma descarga elétrica. Dessa forma, quando

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K. Webster & Nicole Blanchard você se distrair, será incentivo suficiente para que você continue focada.” “Você quer que eu use uma coleira de choque?” “Talvez isso ajude a evitar que sua mente divague.” “Por que não enfiamos uma na sua bunda em vez disso? Deve ser melhor do que o pau que já tem lá.” Sua testa franze e seus lábios pressionam. Então ele acena com a mão. “Como eu ia dizendo, esse paciente apresenta uma resistência muito melhor ao vírus. Colete uma amostra de sangue para que possamos analisá-la.” “Sim senhor.” Faço uma saudação zombeteira. Com minhas palavras, seus ombros enrijecem, então ele segue para sua mesa provisória. Foi a saudação ou ele gostou de me ouvir chamá-lo de senhor? Se não posso matá-lo, talvez possa provocá-lo até a morte até que ele encontre uma cura. Se não o fizer, posso ficar um pouco louca por ter de aturá-lo. Será uma longa corrida para encontrar uma cura.

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K. Webster & Nicole Blanchard

CAPÍTULO DOIS AVRELL

Seis solares antes que os Kevins cheguem...

Perdi muito tempo. Testando e retestando. Nada faz sentido. O sangue de Hadrian e Theron não parecem diferentes do meu. Eles parecem ser imunes, embora não sei se isso se aplica a mim também. E enquanto muitas das fêmeas contraíram o Rades e adoeceram terrivelmente, e em alguns casos morreram, algumas como Zoe também parecem imunes. Não há nada sob o magnascópio que mostre qualquer correlação. A exposição parece importante, no entanto. Como se alguns seres – morts e humanos – tivessem imunidades que rapidamente defendem o Rades. Estou perdendo algo e isso está me deixando louco. Já se passaram pelo menos oito solares desde que viajei para Exilium com o objetivo de descobrir uma cura. Não fui nada além de um fracasso. Tenho mais perguntas do que respostas. Minha máscara está me sufocando. Uso isso o tempo todo, me protegendo do desconhecido. A cada solar que passa, fico mais agitado por ter que usá-la. O que aconteceria se eu apenas a arrancasse e compartilhasse o ar com os doentes? Eu seria vítima da doença ou meu corpo lutaria como tantos outros lutaram?

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K. Webster & Nicole Blanchard O tempo está passando rápido demais. Os Kevins estarão aqui antes que percebamos. Oz trabalha diligentemente na arma que tenho certeza que aperfeiçoará em breve. É minha esperança que ele os mate, e isso não seja mais nossa preocupação. Nossa preocupação é a vida. A continuação de nossa espécie e os híbridos que tantos estão dando à luz. Molly não teve apenas um, mas dois mortlings ontem. Lyric e Willow também estão grávidas. Nosso futuro é precioso e delicado, mal equilibrado em uma montanha de “e se” e uma enorme quantidade de esperança. Precisamos de certeza. Precisamos de uma cura. Precisamos que nossa população cresça e prospere e, mais uma vez, domine este planeta que por direito nos pertence. Pense, Avrell. Pense. Suor desce por minha têmpora, fazendo cócegas na minha pele. Preciso respirar e pensar. Meu estômago ronca. E comer. “Aqui.” Zoe diz, deixando um prato de carne grelhada na minha mesa, embora eu não saiba de que fera vem. “Cumprimentos pela recente caçada de Hadrian. Faça uma pausa no seu quarto para que possa tirar a máscara e comer.” Normalmente, tenho palavras para ela. Muitas delas. Mas este solar, estou cansado. “Muito obrigada, tempestade.”

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K. Webster & Nicole Blanchard Ela recua como se eu a tivesse golpeado. Imediatamente, preocupação toma conta de mim. “O que é?” Pergunto, inclinando a cabeça para o lado para avaliá-la em busca de sinais de doença. “Você está se sentindo mal?” Seus olhos cinzas brilham com intensidade enquanto ela os estreita para mim. “Eu estava pensando que você não está bem.” Levanto da cadeira e dou um passo em direção a ela, fazendo uma lista mental de tudo o que parece estar errado com ela. Ombros curvados. Testa franzida e quase triste. Anéis escuros ao redor dos olhos. Derrota em seus olhos cinzentos que perderam o fogo momentos antes. “Estou no limite.” Murmuro enquanto me aproximo, desejando poder cheirá-la sem a máscara entre nós. “Posso sentir isso. Apenas... preciso pensar. O tempo está passando e é uma rekking distração.” Seus traços suavizam, fazendo-a parecer tão delicada. Tenho o desejo de tirar minha luva e tocar sua pele para ver como é. Ela se sentiria mais suave do que as outras mulheres com quem entrei em contato? “Eu...” Ela para. “Eu preciso verificar Julie.” Assim que ela sai correndo, franzo a testa em confusão. Nós… Acabamos de conversar sem discutir? Devemos ambos

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K. Webster & Nicole Blanchard estar realmente nos perdendo para a loucura dessa doença que parece que não conseguimos encontrar a cura. Sento-me de novo, olhando para a carne em meu prato que está enegrecida, assim como cozinhamos nossa carne de sabrevipe. Eu não sabia que sabrevipes migravam nesta direção. Por oito solares, tenho feito cada refeição sozinho, na segurança do meu quarto aqui no Exilium. A ideia de ter que fazer de novo parece... cansativa. Eu poderia comer aqui. Tirar minha máscara. Respirar seu perfume persistente. Minha mente recua com o pensamento, porque passei a vida inteira me protegendo de doenças prejudiciais, patógenos e radiação. Tirar minha máscara em um escritório a poucos passos de distância da Área Médica cheia de pacientes extremamente enfermos é a definição absoluta de loucura. Eu poderia muito bem injetar a doença direto na minha veia. O tempo faz uma pausa. Zoe fez isso. Em algum esforço equivocado para aprender como o Rades ataca e para curá-lo. Ela teve sorte porque isso não a afetou nem um pouco. Mas isso me faz pensar. Quando olhei suas amostras de sangue, nada parecia errado além do fato de que suas células sanguíneas estavam mais vermelhas e abundantes. Não há como adicionar mais células sanguíneas a um humano ou mort, dando a eles células como as dela. Ela simplesmente é. Pense, Avrell.

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K. Webster & Nicole Blanchard Existem respostas e você está perto. Antes que eu possa me impedir, puxo a trava da minha máscara. Eu a afasto do rosto e jogo sobre a mesa ao lado dos papéis espalhados onde rabisquei muitas notas. O ar tem um cheiro... fresco e doce. Como algo que nunca cheirei antes. Único. Minha. O sangue corre para meu pau enquanto percebo. O cheiro pertence a Zoe. Sei disso com cada fibra do meu ser. É provavelmente a melhor coisa que já cheirei. Ele domina o sabrevipe cozido demais, viajando para meus pulmões e permanecendo lá. Se eu morrer por exposição, pelo menos senti o cheiro dela. Tiro minhas luvas, esticando meus dedos e deixando o ar frio beijá-los. Depois de ficar preso em meu equipamento a maior parte de cada solar, fico quase tonto por estar livre. Rapidamente,

mastigo

a

carne.

Está

carbonizada

inacreditavelmente. É o nosso jeito. Para eliminar qualquer radiação ou doença possível. Algo incomoda meu cérebro enquanto meus olhos vagueiam para o armário frio onde armazenamos as amostras de sangue. O que aconteceria se eu fizesse como Zoe fez? Ela injetou um doente. E se eu fizesse os dois? Um doente... e ela.

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K. Webster & Nicole Blanchard Estou fora da minha cadeira no próximo instante, indo direto para o armário. Farei ambos. Seu sangue é claramente potente e forte. O que aconteceria? Tenho que saber. Sinto que a resposta está no sangue – só não a vi ainda. Isso virá para mim. Tem que vir. Encontro um dos frascos marcados com o nome dela. Então, pego o frasco de Julie. Ela esteve incrivelmente doente. Em um ponto, ela parou de respirar, mas forçamos oxigênio para dentro dela, trazendo seu corpo moribundo de volta à vida. Desde então, não diria que ela melhorou, mas com certeza está estável. Antes que eu possa pensar demais, pego uma seringa e a pressiono no frasco de Julie. Sugo o sangue e coloco a seringa na mesa. Rapidamente, tiro o braço do meu minnasuit, revelando minhas veias escuras que são visíveis sob a pele pálida. Esta é possivelmente minha pior ideia até agora. Ou pode ser a melhor. O tempo dirá. Pego a seringa antes de pressionar a ponta afiada em minha pele. É fria quando em minha veia enquanto a pressiono. Minha frequência cardíaca acelera de excitação com a perspectiva de encontrar respostas e o terror da minha possível morte iminente. Depois de descartar o frasco vazio, faço o mesmo com o frasco de Zoe. Recebo seu sangue após o sangue infectado de

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K. Webster & Nicole Blanchard Julie, esperando além de todas as esperanças que faça alguma coisa. A resposta está no sangue. Sei que está. “Pensei ter dito para...” Ouço um suspiro agudo e então: “Ah meu Deus do caralho. O que você fez?” Virando, eu a encaro. Zoe. Aquela que me enlouquece infinitamente. A bela e tempestuosa Zoe. Aproximando-me, respiro fundo, inalando seu doce perfume direto da fonte. Ela grita em choque quando pego um punhado de seu cabelo castanho ondulado e o envolvo no meu punho. É a coisa mais sedosa e macia que já tive o prazer de tocar. Abaixo a cabeça até o topo da dela, inalando seu cheiro. Desfrutando de como é maravilhosamente inebriante. “Avrell.” Zoe engasga com rara emoção em sua voz. “O que você fez?” Relutantemente, solto seu cabelo e dou um passo para trás. “O que era necessário.” “Se expor não era necessário.” Ela sibila, sua voz ficando mais irritada a cada segundo que passa. “Coloque sua máscara de volta. Você provavelmente está bem neste escritório, mas...”

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K. Webster & Nicole Blanchard “Eu injetei o sangue de Julie em meu sistema.” Encontro seu olhar horrorizado com o meu. “Isso não é diferente de quando fez o mesmo há muitos, muitos solares atrás.” “Seu idiota.” Ela sussurra. “Seu idiota do caralho.” “Também injetei seu sangue em meu sistema.” Ela me dá um tapa na bochecha. “Como você ousa.” “Eu te garanto...” “Você não pode garantir merda nenhuma, Avrell, porque você não sabe!” Ela grita. “Estamos perto, certo? Isso não era necessário!” “Nós não estamos perto, e você sabe.” Eu rosno, esfregando minha bochecha que arde com seu tapa. “Estamos muito longe. Mas sabe o que está perto? Morte. Para seu povo. Para o meu. Para os mortlings. É imperativo que encontremos respostas e rápido.” “Seu imprudente do caralho!” Ela berra. “Espere até que Hadrian e Lyric descubram. Eles ficarão furiosos.” Ela sai do escritório. Sigo atrás dela, minha própria fúria crescendo mais do que as montanhas ao nosso redor. Estou bem atrás dela quando ela entra na sala de comunicação onde Theron, Hadrian, Lyric e Willow estão todos parados. Cada uma de suas cabeças chicoteia em nossa direção, lentamente mudando de uma saudação amigável para preocupação. “Ele estragou tudo!” Zoe grita, apontando um dedo na minha cara. “Olhe para ele!” Agarro seu pulso fino, capturando-o e o puxo para longe do meu rosto. Eu não a solto, apesar de seu puxar furioso.

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K. Webster & Nicole Blanchard “Eu fiz o que tinha que ser feito.” Afirmo. “Onde está sua máscara?” Hadrian rosna, seus olhos brilhando de raiva. “Tirei meu traje de proteção.” Digo simplesmente. “E injetou sangue venenoso em si mesmo!” Zoe rosna. Willow fica boquiaberta em nossa direção, mas Lyric franze a testa para Zoe. “Como você fez?” Lyric pergunta, fazendo Zoe se encolhe. “É diferente.” Zoe sibila. “Nós precisamos dele.” “Nós precisamos de vocês dois.” Lyric grita. Então, para mim, ela pergunta: “Por quê?” “Acho que há respostas no sangue de Zoe, embora eu não possa descobri-las em um magnascópio. Preciso testá-lo numa cobaia viva. Quem melhor do que eu? Posso estudar em tempo real e encontrar respostas mais rapidamente desta forma.” Esfrego meu polegar sobre a pele de Zoe, amando a sensação. “É o único jeito.” Seus olhos cinzas tempestuosos estão brilhando de fúria, mas não perco o leve tremor de seu lábio inferior. Ela está chateada. Por oito solares consecutivos desde que cheguei, não fizemos nada além de discutir interminavelmente enquanto tentamos entender como curar essa doença. Achei que ela ficaria irritada como de costume, mas bem, contanto que estivéssemos a alguns passos de nossa resposta. “Breccan ficará furioso com isso.” Theron diz, sacudindo a cabeça. “Ele provavelmente correrá com seus pés grandes pra cá só para chutar seu traseiro, Av.”

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K. Webster & Nicole Blanchard “Não podemos contar a ele.” Hadrian grita. “Pelo menos não ainda. Ele nos quer em casa e, eventualmente, iremos até lá. Com os novos mortlings e os Kevins chegando, não podemos sobrecarregá-lo com isso.” “Então, nós mentimos?” Zoe pergunta, não tentando mais se soltar. “Nós ocultamos isso.” Declaro. “Diga a Breccan o que ele precisa ouvir. Que estamos trabalhando na cura, o que fazemos. Até colocarei meu equipamento para quando nos encontrarmos no comunicador, para que ele não suspeite de nada.” “Tem certeza de que sabe o que está fazendo?” Lyric me pergunta, suas sobrancelhas franzidas. “Preciso das minhas duas melhores pessoas nisso.” “Não.” Admito. “Mas terei. Zoe me ajudará. Ela pode observar qualquer mudança que eu não note. Juntos, encontraremos a cura.” Zoe finalmente arranca o braço do meu aperto e me cutuca no peito. “Você acabou de se tornar um paciente. Estou no comando agora. Quando terminar de fazer um plano para mentir para seus superiores, encontre-me no escritório. Temos muito trabalho.” Ela sai furiosa da sala, levando seu adorável perfume com ela. A sala fica em silêncio. É um momento sombrio. Se não funcionar, irei adoecer e morrer. Não estou pronto para desistir da minha vida, mas se isso nos der respostas, é necessário.

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K. Webster & Nicole Blanchard “Av.” Hadrian diz, parando na minha frente. “Isso tem que funcionar.” “Irá.” Se estou mentindo para Breccan, também posso mentir para Hadrian. “Eu prometo.”

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K. Webster & Nicole Blanchard

CAPÍTULO TRÊS ZOE

Seis solares até que os Kevins cheguem...

Para alguém tão inteligente, Avrell pode ser tão burro. “Não posso acreditar que fez isso.” Digo enquanto voltamos para a Área Médica. “Como pode ser tão cego? Havia muitas maneiras de fazer o teste sem se colocar em perigo.” Já há um brilho de suor em sua testa. Sua pele totalmente branca ficou cinza de cansaço e o início da doença. Uma inquietação se instala em mim. E se ele não sobreviver? Não posso perder mais ninguém. Não acho que posso sobreviver a isso. Ele não precisa que eu o segure ainda, mas precisará em breve. Cedo demais. Achei que poderia curar a todos sozinha, mas e se não conseguir? Se ele morrer, o que acontecerá com o resto de nós? Comigo? Não pensarei nisso. “Isso levaria muito tempo. Normalmente, eu concordaria com você, mas não podemos nos dar ao luxo de protocolos agora. Esta é a maneira mais rápida de testar minha hipótese.” Aperto o botão do elevador com um pouco mais de força. “E a mais idiota. Achei que você era um gênio.”

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K. Webster & Nicole Blanchard “Eu sou.” Ele diz claramente enquanto entramos no elevador. “É por isso que sei que irá funcionar.” “Você é um bastardo arrogante! Você já pensou no que fará com todos os outros se sua pequena façanha der errado?” O que isso fará comigo? Mas não digo em voz alta. Dizer isso significará o verdadeiro motivo da minha raiva. Eu me importo com ele. E isso não pode acontecer. Não me deixarei importar com ele. Sentimentos não são uma opção quando podemos estar mortos em alguns dias. “Não dará errado. Tenho certeza disso.” “Claro que sim.” “Hum…” Cerro os dentes. Toda essa provação deixa um gosto muito ruim na minha boca. Ele deveria estar curando a doença, não sendo infectado por ela. Agora estamos mentindo para Breccan e os outros sobre o que está acontecendo e todos dependem de nós. Se ele estiver errado... não consigo nem pensar nisso. Se ele estiver errado, acho que nada importará depois que tudo estiver dito e feito. Porque estaremos mortos. O elevador para e um peso de chumbo se forma em meu estômago. Avrell, no entanto, não parece ter a mesma aflição. Ele entra na Área Médica, seus ombros largos retos e seu andar confiante, se não um pouco moderado. Em sua mesa, ele se senta e começa a fazer as medições: sua temperatura, um frasco de seu sangue para análise, então ele anota seus sintomas e a hora.

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K. Webster & Nicole Blanchard Eu o deixo com isso, por agora, porque ajudá-lo neste ponto tornará a situação muito real e honestamente, um pouco de ignorância é felicidade por um momento. Enquanto ele estuda seu sangue no magnascópio, verifico nossos outros pacientes. Dois deles estão dormindo profundamente – acho que sobreviverão. Os outros dois se contorcem de febre. Doulhes outra dose de remédio para febre, embora duvide que vá adiantar. Bolhas raivosas já mancham suas peles. Não demorará muito para que Avrell esteja assim. Até que a febre roube sua grande e bela mente e furúnculos e feridas cubram sua pele. O remédio milagrosamente acalma os dois – por enquanto, e fecho suas portas de isolamento atrás de mim. Pressiono as costas contra elas e fecho os olhos. Isso acabará logo, é o que tenho que continuar dizendo a mim mesma. É o que digo a mim mesma desde que fui condenada à prisão. Isso acabará logo. Eu não esperava viver tanto. Na verdade, pensei que a morte fosse a resposta ao meu mantra. Por “isso” quero dizer minha vida. Sou covarde demais para aceitar, mas imaginei que o planeta alienígena faria o que não tive coragem de fazer. Em vez disso, encontrei uma casa que nunca pensei ser possível. A doença e a guerra podem tentar roubá-la de mim, mas somos fortes. Já superamos muito. Sei que podemos superar isso. Nós temos que superar. Tenho que ter fé em Avrell.

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard O que nunca imaginei pensar, muito menos fazer. Lyric está certa. Tenho que dar a ele o benefício da dúvida, mesmo que isso me faça querer arrancar a pele. A única maneira de resolvermos isso é juntos, especialmente se eu quiser evitar que Avrell morra também. Enquanto ele observa e anota seus pensamentos sobre os sintomas, cuido dos pacientes, tratando-os e atendendo às suas necessidades. Horas depois, finalmente consigo fazer com que todos durmam e desabo na cama que mantenho aqui para quando estou cansada demais para voltar para meu quarto. Logo, encontro-me caindo num sono agitado atormentado por pesadelos.

***

Está escuro. Escuridão negra como tinta. Um completo vazio de luz. Isso me consome. Assumo uma posição sentada. Este é outro pesadelo? Uma lembrança dos primeiros dias na prisão? Ou talvez a liberdade tenha sido um sonho. Talvez nada disso aconteceu, e um guarda aparecerá, pronto para me arrastar para quaisquer horrores que planejaram. No meu mundo não são os monstros que você tem que se preocupar... são os humanos. Uma sirene toca. A mesma que disparou na primeira violação. Uma luz vermelha começa a piscar, iluminando momentaneamente as portas isolantes, a Área Médica. Isso é real. É real.

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard Avrell. Lembro-me de nossas instruções sobre a doença. E se ele progrediu mais rápido do que o previsto? Ele pode ter enlouquecido enquanto eu dormia e ficado furioso. Eu sou uma idiota. Deveria ter insistido que ele se isolasse também. Tinha tanta certeza de que ele não seria uma ameaça para mim, mas não considerei o que aconteceria com todos os outros se a febre o deixasse louco. Deveríamos tê-lo acorrentado por precaução. Levanto, desejando ter trazido uma arma. Não parecia haver necessidade quando a pessoa mais violenta de Exilium foi embora e o resto está doente demais para ser uma ameaça. Fiquei muito preocupada com Avrell para pensar em qualquer outra coisa. Através da névoa vermelha lançada pelas luzes de emergência, posso ver o caminho através do escritório até a mesa de Avrell, onde ele trabalhou pela última vez. Ele não está lá. Meu coração cai no chão. Onde ele pode estar? O que está causando as luzes de emergência e a sirene? Pego uma lanterna no estoque de suprimentos de emergência e a ligo. O feixe ilumina um rosto – pelo menos eu acho que é um rosto – de presas e baba. Um fedor do tipo que mal consigo compreender sai de sua boca aberta, me fazendo vomitar. Cheira como se tivesse vindo do inferno. A respiração do diabo. Possui corpo de cachorro cinco vezes o tamanho normal e rosto sem olhos, apenas dentes. Engasgo com um grito e tropeço de volta contra a mesa. Meu sonho e realidade convergem conforme o monstro avança. Deve ser uma daquelas criaturas alienígenas das quais Lyric

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard me avisou, só que não se parece em nada com um pássaro. Ele rosna e eu grito, mas não há para onde ir. Estou presa contra a mesa enquanto o demônio-cão se aproxima cada vez mais, até que posso sentir o calor de sua respiração na minha pele. Um olhar furtivo ao redor revela que não há muito com que me defender, a não ser suprimentos médicos e uma luminária. Jogar a luminária não fará nada além de irritá-lo, mas não tenho outras opções. Eu a arranco da parede e agarro com força entre as duas mãos. Assim que estiver dentro do alcance, enfiarei a merda na garganta dele. Exceto que não tenho chance. Há um BOOM ensurdecedor e, em seguida, sangue verde jorra sobre meu rosto, cobrindo minha língua, enchendo meu nariz e queimando meus olhos. Grito e deixo cair a luminária, que faz barulho aos meus pés. Enxugando meus olhos lacrimejantes com as costas das mãos, tento apertar os olhos através da dor para ver se o cão-demônio está vindo me devorar. Derrubei a lanterna em algum momento, então só posso ver durante os breves flashes de vermelho. Eles iluminam uma protuberância sombreada aos meus pés e uma figura pairando acima. Ele pisca novamente e a figura se aproxima. Eu me pressiono de volta na mesa novamente, o sangue pingando de mim, esquecido. No próximo flash, vejo o rosto de Avrell e meus joelhos dobram. Ele estende a mão e me pega antes que eu caia no chão, mas bato em suas mãos e me firmo contra a mesa. “Você está ferida?” Ele pergunta acima do uivo da sirene.

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K. Webster & Nicole Blanchard “Onde diabos você estava?” Grito com a voz rouca. Com o gosto amargo e acre de sangue, faço uma careta e cuspo, indiferente ao meu público. Avrell levanta o zonnoblaster em suas mãos. “Houve uma violação. Fui buscar armas. Agora me responda. Você está ferida?” Vejo vermelho, e não é das luzes de emergência. “Você poderia ter morrido! Você está doente. Não deveria perambular caçando monstros na Área Médica em sua condição. E se ele tivesse atacado você?” “Fêmea, se você não responder à minha pergunta, serei forçado a despi-la e procurar por mim mesmo.” “Estou bem! O mesmo não será dito de você quando eu terminar. Pensei que você estava morto.” A compreensão me atinge como um tiro de zonnoblaster direto no peito. O que eu mais temia quase se tornou realidade. Mas não pelos motivos que pensei. Não porque estou preocupada com o que significaria para nós e os morts se ele não pudesse encontrar uma cura. Não, estou sem palavras por causa do que perder Avrell significaria para mim. “Não acredito em você. Você parece estar em estado de choque. Venha, sente-se. Deixe-me fazer um exame.” “Há apenas um de nós que está doente aqui, Avrell. Eu estou bem.” Mas não tenho mais energia para lutar contra ele enquanto me guia para uma mesa de exame.

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard “Sua frequência cardíaca está elevada e você está se comportando de forma anormal. Você está definitivamente em choque.” “Blá, blá, blá. Não use essa merda de médico sexy em mim. Não sou eu quem deveria ser examinada. Parece que você está prestes a cair. Você deveria estar descansando.” Naturalmente, ele me ignora e começa a verificar meus sinais vitais, embora esteja sem fôlego e suando muito. “Temos que informar Hadrian sobre a violação para que eles possam contê-la.” Ele diz isso mais para si mesmo do que para mim. “O que é essa coisa?” Pergunto, meu olhar vagando para a fera enorme e morta. Sua respiração estremece. “Eu não sei. O alarme me alertou e fui ver o que era. Deveria ter ficado aqui com você. Isso poderia ter te matado. Quando ouvi você gritar, peguei o zonnoblaster e corri o mais rápido que pude. Achei que não voltaria para você a tempo.” Nem percebi que gritei. “A princípio pensei que ainda estava sonhando. Achei que era um pesadelo. Não soa como nenhum dos animais que você ou os outros morts já descreveram.” “Isso é porque eu nunca vi nada parecido.” Ambos ficamos quietos durante o resto de seu exame cuidadoso. Eu o deixo medir minha temperatura e frequência cardíaca. Ele me dá uma olhada completa e não protesto. Não tenho palavras. Além disso, suas mãos vagando sobre mim, procurando ferimentos, são calmantes. A cada toque de seus dedos, meu corpo e mente se acomodam. Luto contra o desejo

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard de puxá-lo para mais perto, de pressionar meu corpo contra o dele para me lembrar que ele está bem. Ele está vivo. Porque sei que há uma chance de que ele não esteja assim por muito tempo. Não pense isso. Aconteça o que acontecer, enfrentaremos isso juntos.

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K. Webster & Nicole Blanchard

CAPÍTULO QUATRO AVRELL

Cinco solares até que os Kevins cheguem...

“Não podemos te deixar aqui.” Hadrian rosna, seus olhos brilhando de uma forma feroz que me lembra muito nosso líder. “Agora não. Não depois da violação.” Fadiga é minha maior doença no momento. Esfrego a palma da mão no rosto, suspirando com suas palavras. Não tenho energia para discutir. Quando vi aquela coisa na minha fêmea, fiquei louco por um momento. Tinha certeza de que me perdi nos Rades porque a raiva que senti ao ver aquela fera rosnando

para

ela

sobrepujou

todos

os

pensamentos

desagradáveis. Eu tive que salvá-la. Porque, se não fizesse, não iria sobreviver. Minha mente ainda está agitada com esses pensamentos confusos. Zoe é difícil, mas estou descobrindo que é uma das características que gosto nela. A ideia dela ser comida viva é demais para suportar. “O que você deseja, Hadrian?” Pergunto, franzindo a testa para ele. “Levar os doentes para a Instalação e infectá-los também? Ou você prefere que todos fiquem aqui e as mulheres grávidas sejam vulneráveis a mais ataques de criaturas que de alguma forma conseguiram entrar numa prisão segura?”

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard “É tudo ou nada aqui.” Theron concorda. “Avrell pode cuidar de si. Ele matou a criatura que entrou. Mas ele está doente, Hadrian. Não podemos arriscar e você sabe disso.” Hadrian faz uma careta. “Quatro solares. Isso é tudo que você terá antes que Breccan perceba que o deixamos para trás. Sairemos ao amanhecer e então depende de você terminar isso ou nosso comandante irá arrastá-lo de volta, esteja você pronto ou não.” Dou-lhe um aceno rápido enquanto começo a repassar uma lista de tudo o que precisa ser feito antes deles partirem. Meu

cérebro

está

nebuloso

e

estou

fraco.

Preciso

desesperadamente de descanso, mas não há tempo. “Você está aguentando bem?” Hadrian pergunta, sua irritação se transformando em preocupação. “Com certeza.” Minto. “Vamos começar.”

***

O silêncio é ensurdecedor. Sem Theron, Hadrian e os outros, os quatorze de nós restantes estamos quietos porque todos, exceto um, estão doentes. Normalmente, Zoe tem muito a dizer. Não desde o ataque. Não desde que eles partiram. Rekk, não desde que me injetei. Ela está muito quieta e isso me agita.

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard Com um suspiro pesado, noto a agitação repentina em meu tablet como um novo sintoma. Não estou agitado com ela, mas com a situação. Deve ser um novo sintoma. É preciso muito esforço para alternar entre as salas isoladas para verificar cada paciente doente. Zoe não está em lugar nenhum, o que me irrita porque, desde o ataque, me preocupo em perdê-la de vista. Hadrian bloqueou a porta quebrada. Ela está segura. Minha fêmea está segura. Ainda assim, não posso deixar de querer caçá-la e mantê-la ao meu lado, onde ela pertence. Pensamentos possessivos. Acrescento isso à lista também antes de entrar no quarto de Julie. Sua cor voltou e a clareza brilha em seus olhos. Uma melhora. “Olá.” Saúdo. “Como está se sentindo?” Seus olhos se estreitam enquanto me examina. “Melhor que você.” Concordo porque não há sentido em negar. “Algum novo sintoma?” “Não. Preciso voltar ao trabalho. A arma.” Ela faz uma careta. “Podemos estar atrasados demais.” “Oz ainda está trabalhando nisso. Garanto que, quando criar uma que funcione, ele passará a informação. Até então, você deve estar curada e pode retomar seus deveres.” Minha resposta a acalma e ela assente. “Tivemos uma violação.” Digo a ela. “Uma fera.”

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard Seus olhos se arregalam. “Pensei ter ouvido sirenes ontem à noite, mas ainda estava fora do ar. Pensei estar sonhando. Estão todos bem? Zoe?” Vacilo com a menção de Zoe, a preocupação mais uma vez me atormentando muito pior do que o Rades. “Eles estão. Mandamos os saudáveis de volta para as instalações. Consegui matar a fera antes que a machucasse.” Os olhos de Julie caem para o zonnoblaster no coldre em meu quadril. “Isso explica a arma. Jesus, que terrível. Qual é o progresso na cura?” “Estou trabalhando diligentemente nisso.” Asseguro-lhe. “Descanse.” “Estou bem.” Julie diz com uma careta. “Ajude-me. Com todos fora, não posso mais ficar sentada aqui em sã consciência. Estou me curando. Posso sentir isso. Só preciso de um pouco de ajuda. Leve-me para a sala de controle.” Não quero que ela fique perambulando por aí, mas ela é hábil em armamento e defesa e está se recuperando. “Não antes de você ter um reforço de eletrólitos.” Ela me permite injetá-la e, em seguida, ajudo-a a se levantar. Julie é forte e capaz, mas ainda precisa de ajuda. Eu a acompanho até a sala de controle onde todas as câmeras do lado de fora do Exilium estão gravando. “Estou exausta.” Ela reclama. “Odeio me sentir tão fraca.” “Entendo o sentimento.” Já se passaram horas desde que nosso grupo foi embora e não voltei para a sala de controle para verificar o perímetro. Julie e eu conseguimos ver algo se mover ao mesmo tempo.

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard “O que é que foi isso?” Ela exige, apontando um dedo trêmulo para a tela. É mais uma daquelas feras. Pelo que Zoe me explicou, é cego. Como um sabrevipe, mas mais selvagem, se você pode acreditar. Zoe o comparou a um lobo raivoso ou um rabbawolf? “Rabbawolf. Eles os têm na Terra II.” “Nada com que eu já tenha entrado em contato.” Julie diz, um arrepio percorrendo seu corpo. “Acho que está fugindo de alguma coisa.” “Ou em nossa direção.” Contradigo. “Não acho que isso possa entrar, mas devo estar preparado caso aconteça.” “Dê um zonnoblaster a todos que puderem segurá-lo para garantir. Eu preciso de dois.” Ela resmunga. “Ah não…” Vários outros rabbawolves perseguem o primeiro. Todos correm a toda velocidade à frente, em direção ao lado do Exilium onde há uma abertura para armazenar veículos de transporte. É a mesma área que leva a túneis subterrâneos que eventualmente dão acesso a este edifício. “Se eles entrarem...” Murmuro. “Não tenho certeza se posso matar tantos. Talvez se ficarmos quietos, eles irão embora.” “Talvez.” Julie sussurra. “O que está acontecendo... Ah meu Deus do caralho.” Zoe sibila enquanto entra na sala de controle, parando ao meu lado. Por instinto, seguro a mão dela. Ela está tão fixa nas bestas horríveis que não escapa do meu aperto. Satisfação

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard desliza em minhas veias enquanto seguro a mão da minha fêmea. “Shh, tempestade.” Murmuro. “Esperamos que percam o interesse e sigam em frente se não parecer haver qualquer atividade ou som aqui.” Ela

aperta

minha

mão,

sua

cabeça

balançando

bruscamente. Julie aperta um botão, ampliando a câmera. As feras estão arranhando a porta para entrar, mas ainda não descobriram como. São seis ao todo, cada um uivando, ganindo e tremendo como se estivessem com medo. Com medo de quê? Minha pergunta é respondida quando vejo uma nuvem de poeira. Como a de uma tempestade, ela engrossa e se aproxima. Algo grande está correndo direto para o bando de rabbawolves. Da névoa vermelha, algo corre à frente. Em dois pés. Alto. Musculoso. Selvagem. Está mal vestido, um pedaço de pano cobrindo seu pênis, enquanto corre a toda velocidade à frente. Uma grande lança está em seu punho. É quase como se esse ser fosse como... nós. Impossível. Nossa espécie morreu há muito tempo. Não sobrou ninguém. Especialmente ninguém que se pareça com... Eles. Há mais. Vários disparam da nuvem de poeira, armas em punho e prontas

Lost Planet #8

para

a

caça.

Com

velocidade

e

precisão


K. Webster & Nicole Blanchard impressionantes, eles atacam a matilha de rabbawolves. Cada ser se move rápido demais para que eu identifique suas características ou dê sentido ao que estou vendo. Julie e Zoe estão chocadas e em silêncio. Facilmente, eles dominam os rabbawolves. Com golpes poderosos,

eles

apunhalam

as

feras,

matando-as

instantaneamente. Quando eles estão os arrastando para longe, percebo que eles só conseguiram pegar cinco deles. O sexto rabbawolf deve ter escapado. “Que diabos são essas coisas?” Zoe pergunta, sua voz rouca de terror. “Eles são como você, mas...” Maiores. Mais malvados. Não civilizados. E intocados pelo Rades. Como? Uma das coisas se ajoelha diante de sua matança. Ele age como se estivesse faminto, incapaz de esperar como o resto deles. Suas garras – como nossa espécie – são mais alongadas e afiadas. Ele rasga a barriga do rabbawolf, arrancando um pedaço de músculo carnudo. Sem se preocupar em carbonizar a carne, a enfia na boca, devorando-a como se precisasse da carne para sobreviver aos próximos segundos. Depois de comer algumas mordidas, ele vira sua cabeça, inclinando-se para o lado enquanto olha diretamente para a câmera. Sangue espesso e verde escorre pelo queixo. Depois de um rosnado, ele joga o animal morto por cima do ombro e trota de volta para a nuvem de poeira que se desvanece onde vários outros de sua espécie esperam. Juntos, eles saem correndo, mais uma vez deixando poeira em seu rastro.

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard Julie e Zoe começam a tagarelar enquanto tentam entender o que acabaram de ver, ambas gratas que os seres foram embora. Minha mente está em outro lugar. A névoa do meu corpo enfraquecido tenta impedir meu pensamento, mas estou perto demais para deixar que isso me impeça. Fechando meus olhos, começo a falar em voz alta, precisando conversar. “Essas criaturas. Eles são como nós. O que significa... significa que talvez não estamos sozinhos como pensávamos. Mas, ao contrário de nós, eles parecem estar sobrevivendo apesar do risco do Rades ou radiação. Isso significa alguma coisa.” Cambaleio em meus pés, sentindo tontura e fraqueza. “Avrell, você precisa se deitar.” Zoe instrui, sua voz não abrindo espaço para discussão. “Agora.” Seu braço envolve minha cintura enquanto ela me guia da sala de controle de volta para a Área Médica. Ela me leva até uma cama limpa e isolada e me ajuda a deitar. “Você está queimando.” Ela resmunga. “Homem estúpido. Eu nunca te perdoarei por se injetar.” Pego sua mão fria, trazendo-a para minha bochecha. É bom tê-la me tocando. Espero que ela se afaste, mas em vez disso ela me acaricia. Quando viro minha cabeça e beijo sua palma, ela se solta e faz uma careta para mim. “A doença está te deixando louco. Você não está pensando com clareza.”

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K. Webster & Nicole Blanchard “Gosto do seu toque, do seu cheiro e da sua voz.” Murmuro. “Acho que é porque você é minha companheira.” Ela ri e o som é doce. “Eu não sou sua companheira, idiota. Você está alucinando. Adicione isso à lista.” Minha atrevida e linda fêmea. “Eu vou.” Replico enquanto meus olhos fecham. Não tenho certeza de quanto tempo passa, mas quando acordo, Zoe está me olhando com uma expressão preocupada. Com uma mão trêmula, toco seu cabelo macio e sedoso. “Você precisa comer alguma coisa. Esteve dormindo por horas.” Ela sussurra. “Pensei que se foi por um momento.” Seus olhos lacrimejam. “Você pode ser o homem mais chato do planeta, mas isso não significa que vai morrer. Você é meu para discutir.” Você é meu. “Você é minha também.” Murmuro, sorrindo para ela. “Claro que é isso que você ouve.” Ela resmunga, mas um sorriso toca seus lindos lábios. “Acho que Hadrian deixou algum bife de monstro carbonizado em algum lugar. Vou pegar um pouco para você.” Carne. Sangue. “Espere.” Grito, a névoa se dissipando por um momento dentro da minha boca. “Fique quieta e me escute antes que eu perca essa linha de pensamento.” Pela

primeira

vez,

ela

não

briga

comigo.

Suas

sobrancelhas franzem e ela balança a cabeça, sua mão segurando a minha. “Diga-me.”

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K. Webster & Nicole Blanchard “As criaturas lá fora. Aqueles como nós...” Tento lembrar como eles são, mas já está sumindo. “Eles comeram aquelas feras. Crus.” “Filhos da puta doentes.” Ela resmunga. “Estou surpresa que não estejam infectados por doenças.” Seus olhos se arregalam. “Espere. Por que eles não têm essa doença?” Minha companheira inteligente. “Os sabrevipes, grandes pássaros, vermes, rogcows, rabbawolves...” “Lobos raivosos.” Ela interrompe, sua sobrancelha escura arqueada. “É o que eu disse.” Respondo, fixo em sua boca. “Todos eles vivem fora de casa sem problemas. Por causa da radiação que está em seus corpos, sempre carbonizamos a carne para nos proteger dela.” “Mas...” Zoe diz, seus olhos cinzas brilhando como um magnastrike numa tempestade. “Talvez ao chamuscá-los, você elimina os próprios anticorpos de que precisa para se proteger contra a doença.” “Precisamente, tempestade.” Sorrio para ela, perdido em seus belos traços. “Tão amável.” Ela bate suavemente na minha bochecha. “Foco, Av. Você está com os olhos vidrados e perdendo a clareza. Precisamos descobrir isso. Não me deixe agora.” Acaricio sua palma que agora está descansando em minha bochecha. Ela não se afasta. Depois de um beijo rápido em seu pulso, olho para ela. “Preciso que você faça algo, minha companheira valente.”

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K. Webster & Nicole Blanchard Em vez de argumentar que é minha, ela estremece. “Sinto que realmente vou odiar seu pedido.” “Podemos esperar até que Julie esteja descansada.” Ofereço, embora o tempo não esteja do nosso lado. “Ela é habilidosa com uma arma e...” “Não fique todo protetor comigo agora.” Zoe grita. “Digame o que tenho que fazer. O que tenho que fazer para te salvar.” Meus olhos ficam pesados e os fecho. Apenas por um momento. Acordo com seus dedos correndo pelo meu cabelo e hálito quente no rosto. “Acorde.” Zoe implora, emoção em sua voz. “Não me deixe agora. Por favor.” Mal consigo abrir os olhos. Ela está tão perto, seus olhos cinza vidrados com lágrimas. De alguma forma, encontro força para segurar seu pescoço delicado e puxá-la para minha boca. Meus lábios pressionam nos dela. Sua boca se abre e então ela me dá o beijo mais rápido e doce. O gosto de sua língua é uma provocação, mas é tudo que ganho. Sangue corre para meu pau, revigorando meu corpo inteiro. Isso me dá uma onda de energia, embora sei que não vá durar muito. “Preciso que cace uma fera e traga sua carcaça para mim.” Seus lábios pressionam numa linha firme, seus olhos cinza brilhando com inquietação. “Eu vou comer a carne. Como eles fizeram.” Gemo com a ideia, mas não tenho outra escolha. “É a única chance que temos.”

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K. Webster & Nicole Blanchard Ela roça o nariz contra o meu da maneira mais gentil e afetuosa que já vi qualquer ser dar a outro antes que ela se afaste. Determinação brilha em seus olhos cinzentos. “É melhor isso funcionar, Avrell.” Ela lambe os lábios carnudos. “Tem que funcionar. Eu preciso de você.” “Irá, minha companheira. Irá.” Nós dois sabemos que não posso ter certeza. É apenas uma hipótese. Mas estamos sem opções. Só quando ela sai do meu lado é que percebo que ela não discutiu minhas palavras. Zoe, a mulher mesquinha, agressiva e atrevida é minha. Minha companheira. Felicidade, família e amor estão ao nosso alcance. Eu só preciso viver o suficiente para me agarrar a isso. Não se preocupe, tempestade, funcionará e então você será minha.

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K. Webster & Nicole Blanchard

CAPÍTULO CINCO ZOE

Quatro solares até que os Kevins cheguem...

Não perco tempo enquanto Julie descansa e recupera suas forças. Cada segundo conta. Hadrian

e

Lyric

instruíram

que

ficássemos

com

suprimentos suficientes para nos alimentar e nos defender. Eles pouparam o máximo que podiam, o que não é muito, mas terá que servir. Se não encontrarmos uma cura quando os Kevins chegarem, os suprimentos não farão diferença. Estaremos todos mortos. Enquanto Julie dorme, examino os suprimentos pela segunda vez, tirando todas as armas que acho que podemos precisar para enfrentar as feras. Até pensar neles me dá arrepios. Eles me lembram dos lobos que trouxemos conosco para a Terra II, aqueles que escaparam e se tornaram raivosos, perseguindo as ruas em busca de novas vítimas e se agrupando em matilhas. Exceto que esses são cinco vezes maiores. Sem mencionar os novos alienígenas que vimos caçandoos. Aqueles com pele dourada e tinta escura ou cicatrizes, não posso ter certeza à distância. Já vi algo parecido com eles antes, em representações dos primeiros homens da Terra original, antes de ser arruinada pela civilização. Bárbaros, eles eram chamados. Homem das cavernas. Eles vivem em

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K. Webster & Nicole Blanchard cavernas, imagino? É assim que ficaram protegidos? Não tenho certeza. Temos problemas maiores com que nos preocupar do que esses selvagens. Eles pareciam cientes da prisão, sabiam das câmeras de segurança e mantiveram distância. Eles não são uma ameaça. Por enquanto. Coloco duas mochilas da área de suprimentos na minha frente. Encho-as com algumas rações de comida, bolsas de água e zonoblasters, uma para Julie e outra para mim. Há duas facas de laser afiadas e perversas e coloco uma em cada uma de nossas mochilas. Não gosto da ideia de rastrear os monstros, mas farei qualquer coisa se isso significa manter Avrell vivo. Mesmo que seja arriscar a minha própria vida. Meu peito aperta e tenho que parar um momento meu trabalho para esfregar o espaço entre meus seios que lateja de tristeza. Ele é um idiota, com certeza, mas não suporto vê-lo tão fraco e à beira da morte. Às vezes, quando ele olha para mim, posso senti-lo se despedindo e tenho vontade de gritar e chorar de raiva. O idiota. Ele não sabe que não posso fazer isso sem ele? Ele não sabe que o verdadeiro motivo de eu estar tão chateada com sua aparência é porque estou com medo? Com medo do fracasso. Com medo da morte. Sempre tive tanto medo.

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K. Webster & Nicole Blanchard A única maneira de lidar com isso é encobri-lo com doses saudáveis de raiva. A raiva é fácil, mas o medo... o medo é debilitante. Seria muito fácil deixar o medo me consumir e me afogar em suas profundezas, mas não posso. Eu tenho que lutar. Tenho que lutar por Avrell. “Vamos fazer isso.” Vem a voz de Julie da porta. Viro e encontro seu sorriso trêmulo. Pelo menos não sou a única que está com medo. Ajuda o fato de eu não estar sozinha. Com essas pessoas, incluindo morts, nunca terei que ter medo e ficar sozinha novamente. “Como está se sentindo?” Pergunto conforme me levanto. Ela afasta minhas mãos quando tento colocar uma em sua testa para verificar sua temperatura. “Estou bem. Você é tão ruim quanto Avrell. Sinto-me muito melhor depois de dormir um pouco.” “Você tem certeza? Podemos esperar mais algumas horas se ajudar. Não quero que você se force muito tão rápido.” Julie revira os olhos. “Retiro o que disse. Você é pior do que Avrell. Vamos matar alguns monstros.” Seguro minha língua. Ela não mentiria sobre suas capacidades. Não quando isso significaria que uma de nós pode se machucar. Ajudamos uma a outra a vestir o traje zu e colocar as mochilas no ombro. “Qual é o plano?” Julie pergunta. “Avrell acredita que ingerir carne crua de um daqueles lobos raivosos pode ser a cura de que ele precisa.”

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K. Webster & Nicole Blanchard “Eca.” Ela diz, fazendo uma careta. “Por que diabos ele iria fazer isso?” “Bem, você viu aquelas outras... coisas alienígenas. Eles comeram a carne crua. Eles não estão infectados com o Rades. Avrell acha que pode haver algum tipo de anticorpo na carne crua que irá curá-lo e aos outros.” Julie não parece convencida. “Ele é o gênio, eu acho. Estou feliz por estar fora daquela sala. Você acha que seremos capazes de rastrear um daqueles bastardos?” Teremos que rastreá-los. “Vimos um deles correr para os túneis sob a prisão. Vamos começar lá e ver se podemos caçálo. Você tem um zonnoblaster, mantenha-o com você. Há também uma faca no bolso da frente da sua mochila.” “Excelente.” Ela diz, parecendo quase entusiasmada. Acho que eu também ficaria se tivesse ficado presa na cama por dias a fio. Não desci nos túneis desde que o guarda escapou e sequestrou Willow. Chegamos tão perto de perdê-la que jurei nunca mais descer lá. Os túneis são escuros e úmidos. Um calafrio se infiltra e cobre minha pele, apesar do traje zu. Cada vez que viramos uma esquina, espero ficar cara a cara com outro daqueles monstros. Julie segura seu zonnoblaster à frente como se fosse uma profissional, examinando com eficiência cada túnel com a lanterna que fixamos no topo antes de sinalizar para eu seguir em frente. É como se ela não tivesse medo. “Então, qual é sua história?” Ela pergunta quando ultrapassamos o último dos túneis mais curtos e alcançamos o longo que nos levará ao acesso externo.

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K. Webster & Nicole Blanchard Dou de ombros. “Nenhuma história, realmente. A mesma que todos, eu acho.” “Vamos lá. Podemos ser comidas vivas por monstros alienígenas. O mínimo que você pode fazer é me entreter. Contarei a minha se me contar a sua.” Ela me dá um olhar provocador por trás da máscara. Nunca contei a ninguém sobre as circunstâncias por trás de minha condenação ao Exilium, nunca ousei. Não queria que pensassem menos de mim. Todos temos motivos para sermos mandados para a prisão e nem todos são bons. A maioria das mulheres não pôde evitar suas circunstâncias, mas eu sim. Talvez eu também seja um monstro. “Bem, você sabe que fui enfermeira na Terra II?” Digo mais como uma pergunta. Com seu aceno, continuo. “Trabalhei na enfermaria de doenças terminais. O lugar para onde enviam todos que não são importantes ou ricos o suficiente para pagar a cura de suas doenças.” “Já ouvi falar deles.” Julie diz. Ela não está mais brincando. Sua voz soa sombria pelo comunicador em meu ouvido. “É parte do motivo pelo qual me ofereci para trabalhar com os infectados aqui. É tudo o que tenho feito desde que comecei a trabalhar. Ninguém mais queria o emprego e meus pais precisavam do dinheiro.” Paramos ao ouvir um som vindo das sombras no final do túnel. Um momento se estende pela eternidade e quando o único som que ouço é o batimento cardíaco em meus ouvidos, Julie sinaliza para que eu siga em frente.

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K. Webster & Nicole Blanchard “De qualquer forma, ajudei os médicos a cuidar dos pacientes. treinamento

Não

tínhamos

além

do

diplomas

que

ou

aprendemos

qualquer em

outro

ação

a

administração do hospital não se importava com os pacientes na enfermaria terminal. Eles morreriam de qualquer maneira, então por que desperdiçar as boas enfermeiras com eles?” “Idiotas.” Julie murmura. “Concordo. Aquelas pessoas estavam sofrendo. Nunca receberam os cuidados adequados ou mesmo um nível básico de controle da dor. Trabalhar lá foi um dos dias mais sombrios da minha vida. Pessoas jovens e velhas, homens e mulheres. Eles me imploravam para acabar com sua dor.” Minha voz vacila e engulo em seco para recuperar o controle. “Veja, o hospital recebeu um subsídio do governo para as pessoas na enfermaria terminal para ajudar a pagar por seus cuidados. Exceto que o dinheiro nunca foi para os pacientes.” “Naturalmente.” Julie rosna. É uma triste verdade que os ricos são as únicas pessoas que importam na Terra II, aqueles que podem pagar preços exorbitantes por cuidados de saúde, amenidades e educação. Todos os demais servem apenas para sustentar o estilo de vida de suas contrapartes ricas. Somos um meio para um fim. “Então eu cuidava dessas pessoas que levaram o pior tipo de existência. Eventualmente, meus pais foram mortos e eu não tinha mais nada pelo que viver. Eu me sentia como os pacientes de quem cuidava... como se estivesse em uma longa e lenta marcha para a morte. Mas eram as crianças que sofriam o pior de tudo. Eu não aguentava vê-las sofrer. Um dia, escapei para a farmácia onde guardavam os narcóticos.

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K. Webster & Nicole Blanchard Consegui roubar o suficiente para cada paciente na enfermaria terminal.” Minha voz continua, robótica. Conto a história como se a estivesse vendo do ponto de vista de outra pessoa. “Dei a todos eles uma dose fatal. Havia cerca de vinte pacientes no total. Sentei-me com eles até que morreram rapidamente. Então, eu me entreguei.” Julie fica quieta por um longo tempo. Eu não a culpo. Não acho que o que fiz foi certo. Matei vinte pessoas. Homens, mulheres e crianças. Ninguém tem o direito de brincar de Deus com a vida de outra pessoa. Mas tenho que acreditar que matá-los foi melhor do que vê-los sofrer por anos em alguns casos, enquanto o hospital enriquecia com sua miséria. “Isso é algum entretenimento.” Julie diz fracamente. “Você pediu por isso. Agora é a sua vez.” Acrescento rapidamente, querendo tirar a mancha da memória da minha mente. “Por que você foi enviada para Exilium?” Antes que ela possa responder, um uivo de gelar o sangue perfura as sombras ao nosso redor. Pego meu zonnoblaster e fico atrás de Julie, já tremendo ao pensar em ver uma daquelas coisas novamente. Mas tenho que fazer isso por Avrell. Se ele estiver certo, essa cura pode salvar a todos nós. A lanterna de Julie corta a escuridão, mas apenas um pouco. Viro de um lado para o outro, tentando ver através da escuridão para localizar o monstro antes que ele nos encontre.

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard “Fique perto de mim. Se você o ver, atire. Não hesite. Se ele atacar, corra como a porra do vento e não olhe para trás.” “E você?” Pergunto. “Eu farei o mesmo, não se preocupe.” Ela faz uma pausa, erguendo a mão livre. “Você ouviu isso?” Ela pergunta. Inclino minha cabeça e ouço atentamente. O som amplificado de bufar e garras arranhando o chão é filtrado pelos fones de ouvido do meu traje. A fera está perto. Julie gesticula que eu fique quieta enquanto nos aproximamos da escotilha que leva ao ar livre. Sua luz pisca no chão e a paro com uma mão em seu braço. Existem rastros do tamanho de leões que vão da escotilha para as sombras. Minhas mãos começam a suar dentro do meu minnasuit. Alteramos nosso caminho para seguir os rastros. Cada pedaço de escuridão parece que o monstro está prestes a saltar e atacar, cada som me abala até os ossos. Julie avança como uma predadora, porém, e me agarro ao lado dela para não ficar para trás. Ficar perdida nesses túneis escuros como breu com um monstro no meu rabo não é um cenário no qual quero passar muito tempo pensando. O uivo vem novamente, desta vez mais perto. O som percorre minha coluna e para na boca do meu estômago. Existem salas laterais fora deste túnel. Ele deve estar em uma delas, observando, esperando. Procurando algo para comer, um lugar para se esconder dos alienígenas que o perseguiam. Ele poderia ter entrado na prisão como o primeiro. Entrar e comer qualquer um de nós, se nos pegasse de surpresa. Nós não podemos deixar isso acontecer.

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard Eu não deixarei isso acontecer. Dou um tapinha no ombro de Julie e faço um gesto para nos separarmos e procuro nas salas laterais. Por ser a durona que é, ela não me questiona e assente, indo para as salas do lado esquerdo. Respiro fundo, mas isso não acalma meus nervos. A primeira sala contém algum tipo de equipamento e é pequena o suficiente para eu piscar minha luz sobre seu conteúdo e passar para a próxima. Esta é maior, exigindo que eu entre e olhe ao redor de pilhas gigantes de caixas para ter certeza de que ele não está se escondendo atrás de uma delas. Examinei metade da sala quando ouço. O som de resfolegar e grunhido. A fera. Está na sala comigo. Meu coração cai e penso em correr. Correr e correr até minhas pernas fraquejarem de exaustão, mas me mantenho firme. Isso é por Avrell e os outros. Eles merecem viver. Tenho que fazer isso por eles. Pensei

que

ele

era

bobo

me

chamando

de

sua

companheira. Ele mal me conhece e quando estava saudável, dificilmente suportava ficar na mesma sala que eu e vice-versa. Mas talvez ele não seja. Talvez, ele foi feito para mim. E eu para ele. Apenas quero a chance de descobrir.

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard Cerrando os dentes, continuo examinando a sala, indo de pilha em pilha, meu coração disparando a cada vez. Então, há um uivo. Um que está tão perto que posso sentir seu cheiro fétido através do meu traje. Suor e carne podre. Está do outro lado da pilha. Posso ouvi-lo grunhindo e arranhando o chão novamente. Terei apenas uma chance de dar um tiro e não posso errar. Tenho que fazer isso. Por Avrell.

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard

CAPÍTULO SEIS AVREEL

Três solares até que os Kevins cheguem...

Elas se foram há muito tempo. Tanto tempo que me faz pensar se voltarão. Elas morreram? As criaturas as mataram? Dor

me

atravessa

com

esse

pensamento.

Perder

Zoe

significaria o fim para mim. Se não posso tê-la, de que adianta viver? Tento sair da cama, mas estou muito fraco. É imperativo que eu chegue à sala de controle para ver as câmeras. Mas não sei se poderia suportar vê-la imóvel na tela. Ver uma fera se alimentando dela levaria uma lâmina à minha garganta porque seria minha culpa. Eu a mandei caçar. Eu fiz isso. Meu corpo dói, mas não acho que seja do Rades. É da perspectiva

de

perder

minha

companheira.

Estou

absolutamente certo de que ela é minha. Não tem como não ser. Sinto isso no meu íntimo. A maneira como pulsa em meu coração. Como seu gosto na minha boca. Minha. E minha companheira não é uma coisa preciosa. Ela é impetuosa, volátil e mais resistente que o zutametal.

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard Zoe não é do tipo que se deixa matar facilmente. Ela voltará para mim. Sua missão será um sucesso. Eu absolutamente sei disso. Ainda assim, com o passar do tempo, começo a me preocupar. Fico cada vez mais fraco, cada momento menos lúcido que o anterior. Minha força some, encharcando a cama de suor. Volte para mim, tempestade. Seja minha companheira. Deixe-me te amar. Eu quero ser o pai de seus filhos. Nós podemos ser felizes. Lágrimas de perda escorrem de meus olhos. O tempo passa muito rápido e silenciosamente. Morrerei sem ela. Entrarei nos Eternos sozinho, forçado a passar a eternidade com um buraco enorme de solidão dentro do peito. Preto corrói minha visão, levando-me profundamente à inconsciência. Pelo menos lá, ela está viva e bem. Felizmente a persigo no escuro.

***

“Não o deixe entrar!” Beijo seus lábios carnudos, arrancando avidamente o minnasuit de seu corpo, meu pau duro e dolorido. “Depressa, bloqueie essa porta!” Suas unhas cegas cravam em meus ombros nus, arranhando-me enquanto ela me puxa para mais perto. “Ele foi naquela direção. Corra!”

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard Minha companheira com seus olhos tempestuosos e sorriso malicioso puxa meu cabelo e geme meu nome. Avrell. Avrell. Meu. “Merda! Cuidado!” Toco seu seio cheio, ansioso para vê-lo crescer enquanto seu estômago incha com meu filho. “Tenha cuidado, Zoe.” Ela grita quando belisco seu mamilo e mordo seu lábio. “Atrás de você!” Zoe implora para eu empurrar meu pau dentro de seu corpo apertado e à espera. Implora. Praticamente chora por isso. “Atire nele!” Provoco sua buceta lisa com a coroa do meu pau. Lentamente,

entro

em

suas

profundidades

quentes,

estremecendo de prazer. “Sim!” Ela choraminga e toca seu clitóris, mas agarro seu pulso, prendendo-a na cama. Seu rosto se transforma numa carranca furiosa. Sorrio porque ela é adorável quando ela está com raiva. Sempre foi. “Corte-o.” Balanço meus quadris num ritmo lento para provocá-la. Isso a deixa em um frenesi. Eventualmente, a tiro de seu sofrimento, estendendo a mão para brincar com seu clitóris. “Sim, preciso de mais. Um pedaço sangrento.”

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard Ela grita quando seu prazer a sobrecarrega, apertando em torno do meu pau. “Irei verificá-lo. Você lida com... isso.” Não consigo mais segurar, enchendo-a com minha porra. Só sei que a engravidei. Eu sei disso. “Sério? Estive fora por quase vinte e quatro horas perseguindo um maldito lobo para seu traseiro – um que conseguiu entrar na prisão e causar estragos – e você está aqui se masturbando?” Uma mão bate na minha, me forçando a piscar e abrir os olhos, afugentando meus sonhos vívidos. A realidade de ver Zoe em carne e osso, porém, faz com que tudo valha a pena. Seu cabelo escuro está bagunçado e selvagem, mas esperança e triunfo brilham em seus olhos. “Eu estava na parte boa.” Resmungo. “Estava prestes a imobilizar você com minha toxica. Sem falar ou se mover enquanto te beijo por toda parte.” Zoe revira os olhos. “Parece horrível se formos honestos.” “Você com certeza não reclamou quando gozou forte em torno do meu grande pau.” “Avrell.” Ela sibila, suas bochechas ficando muito rosadas. “Aquilo foi um sonho sexual. Não vai acontecer.” Estendo uma mão trêmula para tocar seu rosto. “Ah, mas vai, companheira. Assim que eu estiver bem, cuidarei de você.” “Você está queimando.” Ela geme. “Nesse ritmo, você nunca terá a chance. Aqui.” Ela segura um pedaço de carne crua verde pingando. “Coma isso e então talvez você tenha a chance de fazer algo com essa coisa.”

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard A coisa em questão é o meu pau que está empinando os lençóis. Em algum momento durante meus sonhos febris, tirei minhas roupas. Isso me faz pensar se Zoe me cobriu. Ela viu meu pau? Ela gostou? Abro a boca para fazer essas perguntas, mas a mulher enfia um pedaço rançoso de carne nela. Um gemido me escapa, enojado com o sabor pungente. Minha companheira cruel cobre meus lábios com a palma da mão. “Mastigue, Doutor, ou serei forçada a segurar seu nariz e fazer você engoli-lo inteiro.” Seus olhos cinza brilham intensamente. “Sei que não persegui aquela coisa por toda a maldita prisão para ter meus esforços desperdiçados por suas papilas gustativas exigentes.” Rosno para ela, mas a contra gosto mastigo a carne. Assim que engulo, ela enfia outro pedaço na minha boca. Ela consegue colocar mais alguns pedaços em mim antes que meu estômago comece a se agitar violentamente. Um uivo de dor percorre meu corpo e agarro meu estômago. Tudo o que vejo são seus olhos aterrorizados antes de fechar os meus, desmaiando de dor.

***

“... E eu sentei no telhado, olhando para as estrelas e me perguntando se havia alguma coisa lá fora esperando por mim.” Inalo seu doce perfume, embora não consigo abrir os olhos.

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard “Se eu soubesse que era você, teria mostrado meu dedo do meio para o céu naquele momento.” Ela brinca, com a voz um pouco chorosa. “Mas suponho que gosto da brincadeira entre nós. Mantém isso interessante.” Dedos tocam meu cabelo, acariciando meu couro cabeludo. Um estrondo me escapa enquanto me deleito com a adorável sensação. “Acorde para mim, Av.” Zoe implora. “Você precisa comer mais carne antes que estrague. Você esteve fora por horas.” Não quero comer mais dessa carne. Meu estômago aperta com a lembrança. “Só quero comer minha companheira.” Murmuro. “Hum.” “Homem típico.” Ela resmunga, mas ouço o alívio em sua voz. “Você vai comer mais carne e então negociaremos o resto.” Seu dedo começa a desenhar formas sobre meu peito nu. Meu pau desperta, ansioso pelo toque da minha companheira. Uma pequena risada escapa dela. Percebo que ela subiu na cama comigo, seu corpo está ao redor do meu. Se isso é um sonho, não quero acordar. Seu dedo trilha cada vez mais baixo, me provocando. “Suba, companheira.” Murmuro. “Não, seu louco. Você morrerá.” “Alegremente.” Sorrio, desejando poder abrir meus olhos. “Talvez até engravide você no meu caminho para os Eternos. Cuide bem do nosso filho.” Ela me bate no peito. “Não, seu idiota. Você vai viver. Não cuidarei do nosso filho sozinha.”

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard “Então você admite que é minha companheira.” Meu pau se contorce. “Minha, tempestade.” “Não admito nada.” Ela provoca. “Tudo que sei é que não farei o trabalho de mãe solteira para nosso filho hipotético. Você vai ficar vivo e me irritar até o fim dos tempos. Este é o acordo. Eu não negociarei.” “Quando eu estiver bem, irei te prender e lamber até que você enlouqueça de prazer.” “Veremos sobre isso.” “De fato.” “Idiota arrogante.” “Companheira linda e má.” Lábios quentes roçam os meus. Abro a boca, ávido por mais. Ela me surpreende ao me beijar com sua doce língua. Um gemido de necessidade ressoa em meu peito. É difícil, mas consigo abrir os olhos para olhá-la. Suas cortinas de cabelo escuro ao nosso redor e seus olhos estão fechados enquanto ela me beija docemente. “Não quero morrer sem conhecer o seu toque.” Murmuro. Ela se afasta, franzindo a testa para mim. Espero que ela discuta como de costume, mas em vez disso, ela concorda. Seus lábios se fundem contra os meus mais uma vez enquanto sua mão desliza pelo meu torso. Paro de respirar quando sua pequena mão envolve meu pau. “Assim?” Ela sussurra, uma cadência provocante em sua voz. “Hum.” Resmungo. “Bem assim.”

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard Minha respiração fica irregular enquanto ela me acaricia para cima e para baixo. É muito melhor do que qualquer outra vez que eu mesmo fiz isso. Estou mais uma vez apaixonado por minha companheira, ficando mais viciado nela a cada momento que passa. “Você comerá mais carne crua depois disso?” Ela ronrona. “O que você quiser, companheira.” “Você tem que me chamar de médica-chefe.” Ela ri contra meus lábios. “De agora em diante, você vai se referir a mim como rainha também.” “Irei chamá-la do que rekk quiser, amor, desde que não pare.” Sua língua chicoteia contra a minha, fazendo a maior parte do trabalho. Estou muito fraco para fazer qualquer coisa além de aceitar o prazer da minha companheira. Eu definitivamente poderia morrer feliz dessa maneira. “Você tem que voltar disso.” Ela diz, sua voz suave e vulnerável diferente de tudo que já ouvi sair de seus lábios. “Para mim.” “Eu vou.” Juro e falo sério com cada fibra ainda saudável do meu ser. “Nosso futuro filho precisa de você. Eu preciso de você.” Suas palavras são poderosas e eróticas e desejo mais delas – mais dela. Um grunhido sai de mim enquanto meu saco aperta. “Companheira.” Engasgo, liberando minha semente num jato quente por toda a sua mão e em meu estômago.

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard Devo ter adormecido porque, em algum momento, ela me dá um tapa na bochecha, me acordando com um puxão. “Não morra agora, filho da puta.” Ela grita, com fogo em suas palavras. “Maturbo seu pau e você desmaia em mim por horas? Nunca mais. Coma esta maldita carne antes que eu a enfie em sua garganta estúpida.” Meus olhos se abrem e tudo gira. Apesar de suas palavras cheias de fúria, ela é gentil enquanto me alimenta. Seus dedos acariciam meu cabelo. Algo espirra em minha bochecha e percebo que minha doce companheira chora silenciosamente por mim. “Como iremos chamá-lo?” Pergunto depois de engolir o pedaço repugnante. Ela revira os olhos, mas sua boca se contorce com um sorriso. “Que tal Anta Júnior? AJ para abreviar.” “Avrell Junior soa melhor.” “Anta, não Avrell.” “Perto o suficiente.” “Você que está dizendo.” Ela resmunga. Imagino como seria um mortling sentado em seu quadril. Provavelmente

cabelos

escuros

e

olhos

cinzentos

tempestuosos. Talvez presas e pele pálida. Definitivamente, seria o pequenino mais inteligente a nascer. “Preciso do meu tablet.” Murmuro. Ela ri, lágrimas mais uma vez se formando. “Sério?” “Quero fazer uma lista de todas as maneiras como nosso mortling será o melhor. Talvez ele se torne o próximo médico.

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K. Webster & Nicole Blanchard Você acha, companheira, que ele gostaria de ser como sua mãe e seu pai, curando aqueles ao seu redor?” “Você está melhorando. Posso ver.” Ela diz, ignorando minhas perguntas. “O gênio arrogante está pronto para fazer uma lista de todos os motivos pelos quais ele é o melhor mort que já existiu. Esse é o velho Av que conheço e amo.” Não é até que ela pronuncia a última parte que sua diversão desaparece. Ela não pode voltar atrás agora. Já foi dito. Eu ouvi. Sinto isso em meu coração. “Claro que melhorei. A médica-chefe – a rainha – me curou.” Provoco. “Ela é muito má e teimosa, o que significa que sempre consegue o que quer.” Um soluço escapa dela enquanto pressiona seus lábios nos meus e então ri através das lágrimas. “Eu te odeio pra caralho.” Sorrio porque suas mentiras estão cheias de amor. Ela é minha companheira e não pode desfazer isso agora. Determinação escorre por mim, afugentando a fraqueza. Clareza

começa

a

percorrer

minha

mente

turva.

As

engrenagens dentro de mim giram enquanto considero possíveis métodos de imunização para alienígenas, morts e nossos queridos mortlings híbridos. Porque, a cada momento que passa, percebo que isso funcionará. Encontramos uma cura.

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CAPÍTULO SETE ZOE

Dois solares até que os Kevins cheguem...

“Mais um.” Avrell persuade. “Por favor?” Ele olha para mim com olhos insondáveis e derreto um pouco. Mas só um pouco. Dou um passo para longe antes que ele possa prender uma garra em meu traje. Não há nenhuma maneira de deixálo me convencer a esquecer minha agenda... de novo. “Uh-uh, acho que não. Você já teve mais do que eu prometi. Além disso, se continuarmos assim, nunca faremos nada.” Avrell se joga contra os travesseiros. “Fazer o que? Eu não posso fazer nada. Estou preso aqui nesta cama horrível por solares a fio. Se o Rades ainda não me matou, o tédio certamente o fará.” “Então eu deixo você entediado agora?” Provoco. O bruto insuportável. Antes de ele ficar doente, brincar com Avrell nunca teria passado pela minha cabeça, mas agora é natural. Tão natural quanto respirar. Ele estende uma garra novamente, mas o evito e ele fecha a cara profundamente. “Você nunca poderia me deixar entediado, minha companheira tempestuosa. Você é muito teimosa.” “Eu sou muito teimosa?”

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K. Webster & Nicole Blanchard “Se você não é, então me dará outro beijo antes de ir.” Eu o deixei me convencer a trocar beijos por pedaços de carne e goles de água ao longo da manhã. Para ser honesta, não demorou muito para ser verdadeira. Tudo o que consigo pensar, entre as crises de medo pelo bem-estar dele, é como irei me vingar quando ele melhorar. A tortura sexual que estou imaginando fazê-lo passar não será nada comparada com a masturbação sexy como o inferno. Não sinto simpatia. Ele merece cada orgasmo oprimido que arrancarei dele até sentir que ele pagou o suficiente para nos fazer passar pela agonia que sofremos nos últimos dias. “Chega de beijos para você. Já teve o suficiente.” Inclino mais perto para dar a ele um último pedaço de carne – Julie e eu cortamos o resto da carcaça para congelar o que pudéssemos. Isso fez uma fodida bagunça e não consegui dormir

quase

nada

porque

o

massacre

e

a

limpeza

subsequente levaram a maior parte da noite. Seu braço avança mais rápido do que calculei, e ele envolve

uma

mão

em

meu

pulso,

uma

mão

surpreendentemente forte. Um som estrangulado de surpresa sobe por minha garganta enquanto ele puxa, me puxando para cima dele em sua cama. Ele é quente ao toque, mas apenas por pouco. É o suficiente para que eu o sinta por todo o caminho através do meu traje, mas não tão quente quanto ele estava no dia anterior. Tento me concentrar em seus sintomas – olhos claros, pulso estável – mas uma mão firme passando sobre minhas costas e bunda me distrai. “Nunca haverá beijos suficientes de

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K. Webster & Nicole Blanchard você, doce companheira. Dê-me outro gosto de sua boca.” Não é um pedido. “Você prometeu que irá descansar um pouco.” Evito. Sei que se o deixar me beijar novamente, não irei querer parar e nós dois temos coisas para fazer. Julie e eu devemos administrar porções de carne para o resto dos pacientes e Avrell – por mais que proteste – precisa descansar. “E eu irei. Mas preciso do meu remédio primeiro.” Suas garras se movem para a parte de trás da minha cabeça e não ofereço mais resistência enquanto ele me puxa para frente. Sou toda latidos e sem mordidas neste momento. Nossos lábios se encontram e ele suspira contra minha boca como se me provar lhe trouxesse um prazer incomensurável. E talvez traga. Ele diz que sim, mas uma parte de mim, a parte que está sozinha há tanto tempo, tem dificuldade em acreditar na certeza do futuro. Aceitarei o agora com ele, no entanto. Aproveitarei enquanto durar. “Ahem.” Avrell e eu nos separamos para encontrar Julie parada na porta do elevador. Ela tem um recipiente gigante de carne verde pegajosa em suas mãos e um sorriso malicioso no rosto. “Desculpe interromper.” Ela diz. Conforme o aperto de Avrell afrouxa, deslizo de seu colo para meus pés. “Tudo bem. Ele precisa descansar de qualquer maneira.” Com isso, ele franze a testa. “Tudo o que tenho feito desde que cheguei aqui é descansar e engolir a carne de rabbawolf.

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K. Webster & Nicole Blanchard Eu teria mais utilidade sintetizando as proteínas para preparar uma imunização.” “É isso que estava fazendo?” Julie brinca. “Sintetizando proteínas?” Olho para ela. “Cale a boca.” Apontando para Avrell, digo: “E você descanse. Quero dizer isso. Se eu voltar aqui e estiver trabalhando, irei trancá-lo em uma das celas acolchoadas até que esteja completamente curado.” Não expresso meus medos em voz alta. Que talvez ele não esteja curado. Que o Rades pode tirá-lo de mim. Que ficarei sozinha de novo. Em vez disso, me inclino para lhe dar mais um beijo. Apenas um, e levar seu tablet para minha mesa, do outro lado da sala. Naturalmente, ele franze a testa no final de todos os beijos e a falta de seu tablet. “Durma.” Ordeno, antes de Julie e eu entrarmos nas unidades de isolamento. Minha última visão de Avrell antes das portas se fecharem na nossa frente é dele, apoiado em um braço, seus olhos escuros em mim.

***

“Como é beijar um alienígena?” Julie pergunta enquanto dividimos a carne para servir ao resto dos pacientes. Digo

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K. Webster & Nicole Blanchard servir, mas a maioria está inconsciente ou louca de febre, então faremos o nosso melhor, mas não tenho esperanças. O que realmente precisamos é de uma vacina, mas Avrell precisa descansar antes de começar a criar uma. Sei que ele se jogará no trabalho assim que eu o deixar sair da cama. O que significará não dormir, mal comer e trabalhar até praticamente desmaiar. Nada disso contribui para sua cura. Se os anticorpos na carne do monstro fizerem seu trabalho. Paro em cortar minha porção de carne. Inclinando a cabeça, digo: “Por quê? Você quer beijar um?” Julie faz uma careta. “Não, ugh. É por isso que estou perguntando. Não é estranho que ele tenha garras, presas e orelhas pontudas?” Embora não sejam como as de Theron ou Hadrian, suas garras começaram a crescer em pontas afiadas e suas presas se tornaram proeminentes nos últimos dias. “Realmente não noto essas coisas quando o estou beijando, Julie.” Então sorrio de sua expressão. “Estou falando sério! Sim, no começo, quando eles vieram aqui, pensei que eram um bando de monstros de aparência estranha, mas você não acha que os conhece agora?” Ela dá de ombros enquanto coloca um pedaço de carne numa bandeja com vários outros. “Não sei. Só estou curiosa. Não tenho um alienígena meu, você sabe.” Inclino minha cabeça enquanto a encaro. “Bem, você sabe que ainda resta um último mort. Galen. Ele estuda plantas, eu acho.”

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K. Webster & Nicole Blanchard “Você está tentando me arranjar um alienígena?” Ela diz com uma risadinha. “Por que não? Todo mundo está fazendo isso.” “Não sei. Não tenho certeza se quero ir para a Instalação, se estamos sendo honestas.” Minhas mãos ficam imóveis na tigela de carne verde pegajosa. “O que? Do que está falando? Você quer ficar aqui? E quanto à Terra II e todos os Kevins?” “Vocês não precisam de mim. Com a arma de Oz, vocês serão capazes de eliminá-los sem problemas. Estou realmente interessada nos alienígenas que perseguiam os lobos.” Estremeço ao me lembrar deles. Eles pareciam ainda mais sobrenaturais do que os morts. Só os vi de longe, mas me lembro de suas cicatrizes e tatuagens vividamente. “Por quê? Eles pareciam que te esfolariam viva e arrancariam a carne de seus ossos.” “Bem, não é tanto eles em particular, mas este mundo em geral. Há muito para explorar agora que sabemos que pode ser habitado com segurança. Quem sabe o que mais há lá fora?” “Essa é a questão. Sabemos que a maioria dos animais que vivem lá podem te comer viva num só golpe. Você realmente quer perambular pelo que é essencialmente uma terra devastada em busca de mais monstros? A Instalação é segura. Eles têm jardins e pastagens para essas coisas, rogcow. Existem outras pessoas lá. Quer dizer, somos basicamente uma família agora.” “Claro que sim. Mas estou enjaulada aqui pelo que parece uma eternidade. Se vamos realmente viver aqui, quero ser livre

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K. Webster & Nicole Blanchard para fazer minhas escolhas, não importa o risco.” Ela sorri. “Além disso, não seria legal descobrir outra raça de alienígenas?” “Então é por isso que você está interessada. Você viu um do qual gostou?” Nossa brincadeira continua enquanto terminamos de cortar a carne em pequenos pedaços e, em seguida, desfiar em um purê pouco apetitoso. Nunca saberei como Avrell manteve os enormes bifes com que o alimentamos. Até os pedaços carbonizados

que

ele

costumava

comer

parecem

mais

saborosos do que essa bagunça. Irei me preocupar com a cruzada de Julie assim que tivermos todos curados. Talvez eu possa convencer Avrell a trancá-la num quarto acolchoado. Descobrir outra raça alienígena minha bunda. Passamos as próximas horas alimentando aqueles que fomos capazes de despertar. Muitos deles mal conseguem engolir a carne, mas Avrell acha que é melhor conseguir qualquer imunidade que possamos forçar neles. Aqueles que ficaram conosco estão em pior situação e precisam de qualquer reforço imunológico que possam conseguir. Não é um processo agradável. A carne cheira mal e provavelmente tem um gosto pior. Alguns vomitam suas mordidas assim que engolem e, deixe-me dizer, o cheiro é tão ruim quanto parece. Mas é bom ter uma direção agora. É bom saber que pode haver esperança no horizonte. Agarro-me a ela, sabendo que é tudo o que temos até que Avrell melhore e ele irá melhorar. Enquanto Julie e eu vamos de paciente em paciente, é difícil não me lembrar daqueles que matei na enfermaria

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K. Webster & Nicole Blanchard terminal. Não há como adoçar. Eu tirei suas vidas. Foram assassinatos por misericórdia, mas isso não significa que eu tinha o direito de brincar de Deus. Passei a aceitar isso, mas não significa que não seja difícil encarar os rostos desses pacientes com isso na consciência. Tenho que contar a Avrell em algum momento. Ele acredita na cura... então, novamente, ele tentou engravidar alguém sem seu consentimento, então talvez ele entenda. Talvez sejamos duas ervilhas fodidas na mesma vagem. Ambos acreditamos que sabemos o que é melhor. Jogo-me na tarefa em mãos para não ter que pensar no futuro – é mais fácil assim. Não preciso pensar em Avrell encontrando a cura, nos Kevins vindo aniquilar os morts ou no que acontecerá depois. Avrell parece pensar que sou sua companheira, mas é apenas porque fomos colocados juntos pelas circunstâncias? O que acontecerá conosco depois que os Kevins chegarem? Depois de curarmos todos os outros humanos? Ele terá sua escolha de qualquer uma das prisioneiras humanas. Ele ainda me escolherá quando souber a verdade? Ele ainda me chamará de sua doce companheira, sua tempestade, quando souber que tirei vidas? Quando terminamos, Julie e eu voltamos para a cama improvisada de Avrell, onde o encontramos dormindo. “Eu vou desmaiar agora.” Ela diz, e percebo que ela tem olheiras embaixo dos olhos. Ela parece tão indestrutível às vezes, é sempre um choque quando as vulnerabilidades aparecem. “Mas primeiro encontrarei um chuveiro.”

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K. Webster & Nicole Blanchard “Não estou muito atrás de você. Obrigada. Por tudo. Mesmo eu achando que você é louca.” Julie me puxa para um abraço de um braço só. “Tudo bem. Acho que você é meio louca também.” Depois que ela sai, tomo um banho de descontaminação e visto um novo traje. Coloco minha cama ao lado de Avrell e, depois de verificar seu pulso e respiração, caio num sono profundo e sem sonhos segurando sua mão.

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K. Webster & Nicole Blanchard

CAPÍTULO OITO AVRELL

Um solar até que os Kevins cheguem...

Toco no meu tablet, fazendo uma lista de todas as minhas melhorias. E há muitas. O suficiente para eu cambalear ao redor nas primeiras horas deste solar, tomando nota do progresso de todos. Há progresso. Aqueles cujos gráficos apontaram que estavam além da ajuda recuperaram a consciência. Parece que a carne crua de rabbawolf com que Julie e Zoe os alimentaram ajudou. Só o tempo nos dará respostas reais, mas a esperança me enche agora. Depois de descobrir como isolar as proteínas mutantes no sangue da besta, posso trabalhar com Calix para descobrir uma maneira de criar uma imunidade. Embora comer carne crua seja uma solução rápida, quero algo em uma forma administrável que possamos dar a cada mortling após o nascimento e a todos dos nossos povos. Em breve. Estamos muito fracos para viajar como um grupo e não temos uma nave. Isso significa que teremos que contar com o retorno de Theron para nos buscar. Com a chegada antecipada dos Kevins amanhã, não podemos permitir que eles voltem. Além disso, quero ter certeza absoluta de que isso funcionará e que não infectaremos os saudáveis ou os mortlings na Instalação.

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K. Webster & Nicole Blanchard “Você age como se não acabamos de ter nossas bundas mastigadas por aquele cara.” Zoe diz, entrando na minha área de trabalho. Quando ela acordou e me encontrou trabalhando, tentou arrancar minha rekking cabeça, mas eu não parei. Estou me sentindo melhor, então irei trabalhar. Fim da história. Eu disse isso a ela. Ganhei um tapa no braço, um dedo médio e um insulto que todas as mulheres alienígenas gostam de usar. Vá se foder. “Breccan apenas sendo Breccan.” Murmuro, com foco no meu tablet. Claro, ele ficou furioso quando percebeu que ficamos para trás e que eu injetei sangue contaminado em mim, mas não havia nada que ele pudesse fazer. Estamos sem tempo e seria tolice levar os doentes para lá para infectar todos. Com o tempo, ele se acalmará. “Ele é assustador.” Ela estremece, esfregando as mãos para cima e para baixo nos braços. “Não quero encontrar aquele cara sozinha num corredor escuro.” Meus sub-ossos estalam violentamente com a imagem da minha rekking companheira estremecendo de medo enquanto Breccan se eleva sobre ela. “Ele não tocará no que é meu.” Rosno, notando a maneira como seu pulso lateja na garganta com meu olhar intenso, minhas orelhas presas na cabeça. Ela arqueia a sobrancelha daquele jeito atrevido dela que deixa meu pau duro. “Você me protegerá?” Ela sorri. “Devo lembrar que sou eu quem está protegendo você nos últimos dias?”

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K. Webster & Nicole Blanchard Abaixo meu tablet para agarrar seu pulso e puxá-la para mim. “Você não tem trabalho a fazer, fêmea?” “Chama-se pausa. Além disso, eu estava ouvindo a reunião de Julie com Sayer para ver se havia alguma informação nova. Oz enviou a ela as especificações das armas para construirmos, mas não temos as ferramentas certas como ele. Felizmente, Sayer disse que o teste de explosão que Oz fez pareceu redirecionar os esforços dos Kevins e há rumores que ele está captando que eles estão indo em direção ao local da explosão, e não à prisão. Pelo menos por enquanto.” Quando um dos Kevins sequestrou Willow, ele conseguiu enviar um sinal de socorro de volta para a Terra II, portanto, o exército de Kevins veio em nossa direção. É benéfico que Oz possa atraí-los para mais perto das Instalações, já que ele tem a arma e estamos virtualmente indefesos. Espero que ele possa destruí-los com sua arma para que possamos continuar a manter nosso foco na cura do Rades. “E os pacientes?” Pergunto. “Quem está cuidando deles?” “Todo mundo está descansando. Eleanor está bem o suficiente para dizer que cuidaria de todos enquanto eu respiro.” Enquanto a estudo, passo minha língua bifurcada sobre as presas. Normalmente, tenho que suavizá-las a cada solar para evitar que cresçam. O mesmo acontece com minhas garras. Desde que estive com o Rades, elas cresceram. Mas, como me sinto um pouco mais feroz do que o normal agora que tenho uma companheira para reivindicar e proteger, não tenho necessariamente o desejo de suavizá-las de novo.

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K. Webster & Nicole Blanchard “O que fará na sua pausa?” Rosno, passando minha garra sobre seu lábio inferior. “Descansar seus olhos, tempestade?” “Pensei nisso.” Ela diz. “Com você. Mas se você estiver muito ocupado...” Suas palavras pairam no ar, me puxando em duas direções diferentes com indecisão. Esta cura e inoculação são de extrema importância, mas sei que é imperativo descansar. “Se descansarmos...” Digo, enunciando a palavra. “Então não quero fazer isso na Área Médica. Gostaria de descansar com você em meus aposentos.” Ela morde o lábio inferior, um lampejo de nervosismo em seus olhos cinzentos. “Realmente quero muito descansar, mas estou nervosa. Nunca descansei com um alienígena antes.” “Você é a alienígena, lembra?” Ela revira os olhos. “Diz o cara que de repente está com garras e dentes afiados.” “Nunca gostei de tê-las.” Revelo enquanto pego sua mão na minha. “Isso me fez sentir incivilizado. Como se eu pertencesse a vagar com as feras.” Eu nos conduzo para fora da Área Médica. “Sempre achei que minha mente era a mais afiada. A parte de mim que importava. As garras e presas pareciam desnecessárias. Até agora. Agora, sinto que poderia usá-las para te proteger.” “Eu com certeza poderia ter usado minhas próprias garras e presas algumas vezes na vida.” Zoe resmunga. “Haveria muitos guardas com as gargantas arrancadas.” Todos nós sabemos o que essas prisioneiras suportaram durante o reinado dos Kevins. Saber que eles se forçaram na

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K. Webster & Nicole Blanchard minha rekking companheira faz meus sub-ossos estalarem novamente. “Talvez AJ tenha garras e presas.” Zoe diz distraidamente, fazendo meu coração aquecer por ela ainda falar sobre nosso filho hipotético como se ele existisse. “Com minha inteligência e sua aberração alienígena, ele será assustador pra caralho.” “Se não...” Digo enquanto caminhamos por um longo corredor em direção aos dormitórios. “Iremos ensiná-lo a lutar como Draven, pilotar uma nave como Theron, derrubar sem esforço um animal selvagem como Hadrian e empunhar um zonnoblaster como Jareth. Ninguém irá mexer com nosso mortling.” Ela sorri, claramente satisfeita com nossas conversas sobre um futuro. Nós chegamos em meus aposentos. Abro a porta e a puxo para dentro. Uma vez que a fecho atrás de nós, deslizo meus dedos em seu cabelo, apertando e inclino seu pescoço para trás para que eu possa estudar seu rosto bonito. “Linda.” Murmuro. “Minha.” Seus lábios se abrem e ela murmura: “Eu quero você... mas...” “Mas?” Um rosnado ressoa por mim. “Mas nada.” “Sim, mas algo, Avrell.” Ela faz uma careta. “Você me quer porque a morte quase te roubou e estou disponível, mas você não me conhece.” “Conheço muito.” Argumento, irritado com suas palavras. “Sei que você faz uma cara de corajosa, mesmo quando está apavorada. Que seu sorriso é suave quando você está cuidando dos enfermos e malvado quando está cuidando de mim. Sei que

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K. Webster & Nicole Blanchard você choraminga durante o sono, come como um mortling e tem os olhos mais expressivos que já vi. Você é brilhante, agressiva e bonita.” Abaixando-me, capturo seus lábios com os meus num beijo casto. “Sei que você é minha.” Ela empurra meu peito, me forçando a soltá-la. Seus olhos cinzentos se enchem de lágrimas não derramadas e suas sobrancelhas franzem. “Certo. Agora. Mas e antes? Fui para a prisão por um motivo, Avrell.” “Todas

vocês

foram.

Vocês

são

todas

inocentes,

tempestade.” “Não eu.” Ela responde, seu tom amargo. “Eu não fui uma vítima como as outras meninas.” Sua cabeça se inclina. “Eu era uma criminosa terrível.” “Era.” Ela levanta a cabeça, uma lágrima escorrendo por sua bochecha. “É horrível. Tão horrível que você vai me empurrar para fora da porta e nunca mais querer falar comigo.” “Impossível.” “Possível.” Ela discute. “Provável. Av, você irá me odiar.” “Não.” Rosno, aproximando-me novamente, puxando-a para meus braços. “Chega dessa bobagem, fêmea.” “Deus.” Ela geme, rindo através das lágrimas. “Você é tão homem às vezes. É irritante.” “Todos nós temos defeitos, vê?” Acaricio meus dedos por seu cabelo escuro. “Todo mundo tem. Até eu, embora tenho certeza de que você está surpresa.” Ela bufa. “Idiota arrogante.”

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K. Webster & Nicole Blanchard “Apenas provando meu ponto.” Sua bochecha repousa no meu peito e ela suspira pesadamente, agarrando-se a mim. Beijo sua cabeça e a abraço, esperando que ela perceba que não irei a lugar nenhum. “Avrell.” Ela murmura. “Você é um médico. Será difícil me ouvir. Mas, se tivermos alguma chance, não posso esconder esse segredo de você. Aceito que pode ser a mesma coisa que o afastará. Posso aceitar isso...” “Eu não posso.” Rosno. “E nem você deveria. Em nosso planeta, quando você tem um companheiro, você fica ao lado dele até o fim. Através do Rades, tempestades e bestas vorazes. Através de mudanças de humor, sentimentos feridos e comportamento irritante. Não importa que coisa terrível aconteça, vocês enfrentam juntos. Esse é o jeito do nosso povo. Você e as outras mulheres são nosso povo agora.” Ela se afasta para olhar para mim, determinação brilhando em seus olhos. “A Terra II não é assim. É um lugar cruel e odioso onde os fracos são uma desvantagem, não há compaixão, as mulheres são consideradas uma ferramenta de barganha e os ricos prevalecem sobre todos.” “Eu

resgataria

todas

as

mulheres

alienígenas

se

pudesse.” Digo a ela, acariciando suas bochechas com meus polegares. “E é isso que o torna um bom homem.” Suas narinas dilatam

conforme

afasta

seu

olhar

do

meu. “Aqueles

desgraçados mantinham os doentes terminais em uma enfermaria, mantendo-os mal respirando com suas máquinas, mas nunca oferecendo-lhes medicamentos ou tratamentos

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard para aliviar a dor.” Ela engole em seco. “Algumas noites, os gemidos de desespero eram demais para suportar. Isso me assombra e aterroriza.” Um soluço a sufoca. “Minha doce companheira, não chore.” “Não sou doce, no entanto.” Ela argumenta. “Eu não pude ajudá-los. Os funcionários que dirigiam a enfermaria não permitiam. Eu estava desamparada e frustrada. A dor era tão forte no ar que você quase podia sentir o gosto. Implorei aos meus superiores por medicação para bloquear a dor. Algo para ajudá-los a resistir, mas sempre fui negada. Quando alguém ia morrer de qualquer maneira, eles se recusavam a usar recursos para ajudá-los.” “Rekking Kevins.” Rosno. “Uma noite, eu tive o suficiente. Avrell, eu...” Ela não consegue dizer as palavras. Suas lágrimas estão caindo livremente enquanto o desespero a domina. Eu a puxo para o meu peito e acaricio sua cabeça com meu nariz. “Sabe o que eu teria feito se fosse você, tempestade?” Ela balança a cabeça, agarrando-se a mim. “Eu teria encontrado uma maneira de ajudá-los a entrar nos Eternos. Teria mostrado misericórdia a eles. É a única coisa compassiva a fazer.” Seu corpo relaxa em meus braços. “Você teria?” “O mesmo aconteceria com Breccan, Hadrian ou Theron. Lyric e Willow e Julie. É a coisa certa a fazer.” Embalo sua cabeça e a inclino para cima para poder ver seus lindos olhos. “Quando estávamos em nosso ponto mais baixo e pensamos

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K. Webster & Nicole Blanchard que toda a esperança estava perdida, Breccan estava preparado para mostrar misericórdia a nós dez.” Ela me olha boquiaberta. “Ele teria matado vocês?” “Se isso significasse que não teríamos que sofrer, ele com certeza teria. É um sinal de força, bravura e amor, Zoe. Pode ser um crime de onde você vem, mas aqui, chamamos essas pessoas de heróis.” Capturo seus lábios com os meus, desta vez beijando-a profundamente para que ela saiba que não tem que suportar essa tortura mental sozinha. Ela me tem. Seu companheiro. Atravessamos os momentos tristes juntos. Tudo fica mais fácil de enfrentar quando você tem um bom parceiro ao seu lado. Vi isso com cada mort e suas companheiras. Sozinhos, eles eram fortes, mas com a parceira certa, eles se tornaram uma força formidável. Zoe e eu somos uma força formidável. Uma tempestade. Mal começamos a nós amar e posso sentir sua força crepitando entre nós como um milhão de magnastrikes. “Estou

levando

você

para

a

cama

agora,

brava

companheira. Farei você minha.” Ela acena. “Obrigada.” Ver Zoe tão vulnerável e suave me enche de orgulho. É um lado dela que ninguém mais verá. Ela é dura como zutametal. Inquebrável. O fato de ver esse lado terno dela me comove. Quero nutrir e proteger isso. Protegê-la. Prendo minha garra recém-crescida na frente de seu minnasuit e rasgo o tecido da garganta até a pélvis. Ela

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K. Webster & Nicole Blanchard engasga em choque com meu comportamento bestial. Mostro minhas presas antes de retirar o material de seus ombros e braços. Seus seios saltam e minha língua goteja para provar seus botões escuros e endurecidos em cada um. Esta primeira vez, posso dizer que será dura e rápida. Estou com pouca energia e ainda me sentindo febril, então precisarei ser rápido. Mais tarde, quando tiver tempo e estiver bem – e rekking irei ficar bem – para saboreá-la, lamberei cada parte até que ela implore para gozar. Por enquanto, rasgo suas roupas, ansioso para ver toda sua pele. “Na cama, fêmea.” Rosno enquanto começo a rasgar meu próprio traje. Seus olhos estão arregalados e famintos enquanto observa meu peito nu. Retiro o resto do meu traje, meu olhar fixo nela enquanto caminha até a cama. Seu traseiro redondo balançando faz meu pau se contorcer enquanto ela se inclina para subir na cama. Eu a ataco, incapaz de esperar outro momento para estar com minha companheira. Ela solta uma risadinha quando a puxo para as cobertas, mordendo seu ombro. Li no livro que os outros morts escreveram sobre como as mulheres gostam de ser levadas – cara a cara – mas não a quero assim. “Em suas mãos e joelhos.” Ordeno, apertando seu traseiro pálido. “Isso não será gentil ou doce, tempestade.” Não digo a ela que minha energia está diminuindo, meu corpo já está exausto pela doença que ainda me assola. Minha companheira frequentemente malvada obedece como uma coisinha doce, empurrando seu traseiro para mim, seu cheiro de excitação espesso no ar. Passo meus dedos entre

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard suas pernas, deleitando-me com como sua buceta está escorregadia para mim. Procuro a protuberância que foi escrita no livro e ela geme no momento que a toco. “Grite o quanto quiser, tempestade. Ninguém virá te salvar.” Ela geme com minhas palavras, agarrando os lençóis. “Suas palavras sujas não deveriam me excitar tanto assim.” Bato

em

seu

traseiro

enquanto

belisco

sua

protuberância. “Quieta, fêmea, para que possa ouvir cada comando que te dou.” “Fodido bastardo.” Ela xinga, mas seu corpo estremece de prazer. “Eu te odeio.” “Sua boca mente.” Murmuro. “Sua buceta está cheia de verdade.” Ela grita quando empurro um dedo em seu corpo encharcado. Minha querida companheira encontra o impulso do meu dedo com necessidade faminta. “Toque sua protuberância.” Ordeno. “Clitóris.” “Toque e faça-se gritar. Faça isso, fêmea. Agora.” “Você é mandão pra caralho.” Ela geme. “Você me deixa louca.” Massageio seu interior, explorando e imaginando qual será a sensação do meu pau dentro dela. Sou grande e seu corpo é pequeno. Será uma maravilha se eu caber. “Meu pau é muito grande.” Aviso. “Isso vai te machucar.”

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard “Falou como um verdadeiro homem.” “Talvez eu deva te cortar aqui.” Provoco, provocando a pele macia perto de sua bunda com a garra do meu polegar, tomando cuidado para não rasgar a pele. “Então eu caberia.” “Sua aberração sádica e doente.” Ela suspira. “Você vai caber. Uma mulher foi feita para empurrar um bebê para fora. Seu pau não é tão grande, idiota.” “Humm.” “Não resmungue para mim... ah meu Deus!” Há um nó duro dentro dela que descobri e parece ser o botão secreto para seu prazer. Ela grita e choraminga e se contorce, seu prazer explodindo. Uma vez que ela para de tremer tanto, retiro meu dedo dela, maravilhado com a forma como a excitação flui de seu corpo. Tão espessa e abundante. Abaixando-me, passo minha língua bifurcada ao longo de sua buceta. O sabor é doce e diferente de tudo que já comi. Eu a quero. Tudo dela. Forço minha língua em seu corpo, desesperado por tudo isso. Ela grita quando minha língua esfrega roça seu botão interno novamente. Agarrando suas nádegas, eu a abro para poder ir mais fundo, esfregando meu nariz contra sua bunda, inalando o cheiro almiscarado lá. “Avrell!”

Ela

grita,

outra

explosão

de

prazer

a

consumindo. Meu pau vaza pré sêmen ao som do meu nome em seus lábios. Eu me afasto de seu corpo, limpando a umidade no meu rosto com as costas da mão. Ela geme quando empurro meu pau contra sua buceta ansiosa e encharcada. “Minha.” Rosno. “Toda minha.”

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K. Webster & Nicole Blanchard Outro grito sai dela quando empurro com força. Assim como prometeu, seu corpo toma cada centímetro do meu pau imponente. Seu corpo se estica, apenas um pouco, para me acomodar. Somos um ajuste perfeito. A forma como seu corpo aperta ao meu redor é diferente de qualquer sensação que já experimentei. Isso me enlouquece e me traz alegria ao mesmo tempo. Não posso controlar a necessidade selvagem de reivindicar minha companheira. Impulso após impulso, bato em seu corpo perfeito, ansioso para enchê-la com meu esperma. “Zoe.” Murmuro. “Você é minha.” “Simmm.” Seu acordo me leva ao limite. Gozo nela com jorros quentes e grossos. Meu pau ainda está latejando com a liberação quando a toxica enche seu sistema. Envolvo um braço em sua cintura enquanto ela enfraquece, deitando-a na cama sem sair dela. “Eu te seguro, tempestade.” Sussurro, acariciando seu cabelo e beijando sua bochecha. “É gostoso me ter dentro de você?” Sei que ela não pode falar, então faço isso por ela. “Você deve gostar. É bom ser preenchida por seu companheiro. Estou mantendo meu grande pau enterrado em você porque temos um futuro a cumprir. Acho que não posso esperar por nosso filho hipotético. Ele tem que crescer para se tornar o homem mais incrível deste planeta para deixar sua mãe e seu pai orgulhosos.” Ela suspira e parece feliz.

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K. Webster & Nicole Blanchard “Relaxe, companheira. Descanse. Deixe-me abraçá-la e mantê-la segura.” Exaustão suga a última gota de energia que eu estava mantendo. Agora que consumamos nossa união, posso mergulhar profundamente num sono reparador. Só espero acordar rápido. Tenho que acordar. Tenho uma bela companheira e, com sorte, em breve, um mortling a caminho. Não estou pronto para os Eternos. Acho que nunca estarei. Não agora que finalmente a tenho. Não, terei que acordar e melhorar. Minha nova família precisa de mim.

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K. Webster & Nicole Blanchard

CAPÍTULO NOVE ZOE

Solar da chegada dos Kevins...

Eu o deixo dormir até não poder mais. Sei que ele tem muito trabalho a fazer. Sei que hoje é o dia em que os Kevins atacarão. Mas não há nada que possamos fazer além de sentar e esperar. Só podemos continuar com nossa missão de curar o Rades e esperar que a arma de Oz destrua todo o exército deles. Ele dorme profundamente, como um homem cujo corpo está se curando de uma ferida profunda, cuja mente está sobrecarregada além da conta. O paralisante que ele liberou dentro de mim pela segunda vez em apenas algumas horas nos mantém unidos por um longo momento. Quase posso sentir nosso filho criando raízes em meu útero. Parece loucura, mas é como me sinto. Talvez seja um pensamento positivo. Enquanto ele está profundamente dentro de mim, ainda semi-ereto, estudo seu rosto. Passe as mãos em seu cabelo. Pelo menos quando ele está dormindo, não me dá ordens ou se empurra para o limite. Aos poucos, o paralisante começa a desvanecer, mas quase desejo que não o faça. Quando isso acontecer, terei que deixá-lo ir de verdade desta vez... e percebo que é a última coisa que quero. Envolvo o braço em sua cintura no segundo

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K. Webster & Nicole Blanchard que tenho controle sobre ele. Irei segurá-lo até ter que acordálo. Valorizarei cada momento que me resta em seus braços. Só espero que não sejam os últimos. Ele dorme sem interrupção por um tempo, tanto quanto ouso deixá-lo. Segundos são preciosos agora e temos muito poucos para fazê-los nossos. Quando as sombras saem de seus olhos, deslizo sobre seu corpo nu, o meu já chorando de excitação enquanto me posiciono montada nele. Este não será o último momento que teremos juntos, mas o adoro como se fosse. Beijo seu rosto, roço seus lábios e desço por seu pescoço. Ele se mexe embaixo de mim, ainda lânguido de sono profundo, e suas mãos se contraem ao lado do corpo, depois param. Minha buceta nua mancha nossos líquidos combinados sobre seu pau, suave no sono, mas que fica duro sob mim enquanto me movo sobre ele. É por isso que ele gosta dos efeitos da toxica? Porque sou dele para fazer o que quiser? Eu também não deveria gostar. Não deveria gostar de estar à sua mercê ou tirar vantagem de sua vulnerabilidade, mas gosto. Rekk, sim, eu gosto, como ele diria. Beijo a pele branca e brilhante de seu peito, apreciando o contraste de nossa pele, a firmeza de seus músculos e seu corpo se contorcendo embaixo de mim. Mesmo durante o sono, seu pau me procura, saltando com o meu toque enquanto o posiciono contra meu clitóris para que possa esfregar contra ele. Não quero levá-lo para dentro, ainda não. Não até que possa ver seus olhos dilatando de prazer. No primeiro puxão de meus quadris sobre sua pele, suas mãos pousam na minha bunda, levemente no início, depois

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K. Webster & Nicole Blanchard com mais pressão. Mesmo dormindo, ele me procura. Ele me deseja. Arqueio as costas, deixando meu cabelo cair livre sobre os ombros. Meus seios doem pelo toque punitivo do meu companheiro, meu Avrell, conforme começo a me mover. Prazer surge da fonte de deliciosa fricção, a promessa de seu pau estar dentro de mim mais uma vez, a provocação de me dar apenas uma amostra do que quero. Ao meu gemido em resposta, a cabeça de Avrell se move de um lado para o outro, como se estivesse se esforçando para sair de seu sono profundo e me alcançar. Eu me perco tocando e provocando. Meus lábios e língua provam sua boca, memorizam sua forma e sabor. Quando me afasto para encontrar outro lugar para beijar, uma de suas mãos captura a parte de trás da minha cabeça e me segura perto. É apenas um pouco de sua força, mas o suficiente para me manter presa, o suficiente para abrir minha boca para ele enquanto sua língua empurra contra a minha. Sem palavras, sua outra mão se move para seu pau e ele o inclina para dentro num movimento rápido, como se fôssemos amantes por eras em vez de apenas uma noite. Meu gemido é agudo e prolongado contra seu beijo, o que lhe dá um choque, e abro os olhos para encontrá-lo me observando, finalmente totalmente acordado. Ele me dá outro beijo antes de dizer: “Prefiro acordar assim, tempestade. Você pode ser meu alarme a qualquer momento.” Ele bate na minha bunda. “Role. Deixe-me ter você.”

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K. Webster & Nicole Blanchard “Sem chance, doutor. Ambos sabemos que você usou a maior parte de sua energia nas primeiras duas vezes. Você precisa estar bem descansado quando terminarmos. É hora de deixar outra pessoa assumir o controle, para variar.” Por um momento, ele não discute. Os músculos de seu pescoço ficam tensos enquanto inclino meus quadris para levar seu pau o mais fundo possível, encontrando um ponto dentro de mim que faz estrelas explodirem atrás das minhas pálpebras. Ele me puxa para frente, me fazendo gritar um pouco, e leva um mamilo pontudo na boca, provocando-o com sua língua bifurcada perversa. Imagino como seria ter aquela língua no meu clitóris novamente e sinto-me apertar em torno dele. Ele sibila como se estivesse com dor. “Você acha que está no comando?” Ele pergunta. Pego suas mãos e as prendo acima de sua cabeça. Ele poderia se livrar do meu aperto se quisesse, mas me deixa segurá-las lá, deixando-o vulnerável, estendido diante de mim. Meu. “Eu estou por agora. Posso fazer o que quiser com você.” Erguendo meu peso sobre os joelhos, me movo até que ele quase sai para fora de mim, então desço novamente. Ele cerra os dentes em vez de responder, o que é uma resposta em si. Repito isso, apertando em torno dele quando ele está bem fundo, então liberando até que apenas a ponta permaneça, até ele fazer ruídos desesperados no fundo da garganta. Não planejei me concentrar no meu prazer. Isso é tudo sobre ele, para ele, mas o som de sua excitação ecoa em meu cérebro. É tudo em que consigo pensar. Os gemidos

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K. Webster & Nicole Blanchard desesperados e ásperos que Avrell está fazendo são por minha causa. Estremeço contra ele, o orgasmo crescendo dentro de mim

como

um

tufão.

Seus

movimentos

se

tornam

espasmódicos e descoordenados e seus dedos agarram meus quadris. “Tome seu prazer, tempestade. Tenha-o comigo.” Suas palavras roucas são tudo que preciso. Minha buceta aperta em torno dele com uma intensidade semelhante à violência, fazendo-o gritar sua própria liberação momentos depois. Devo ter a toxica persistente em meu sistema, porque fico paralisada em seu peito por alguns segundos. “Se eu tivesse alguma energia, tomaria você assim de novo, minha companheira, enquanto ainda está imobilizado pela toxica. Seria lento e tortuoso – para nós dois.” Suas mãos esfregam minhas costas, acalmando a nós dois. “Por enquanto, te segurarei até que volte a ser você mesma. Não sei o que gosto mais... você incapaz de discutir comigo, ou sua língua suja.” Não sei quanto tempo levo para tirar o resto do agente anestesiante do meu sistema. Tudo que sei é que fico triste quando consigo me levantar e sentar novamente. A verdade é que não sabemos quando seremos capazes de fazer isso novamente. Pelo que sabemos, pode ser a última vez. “Não fique tão triste, doce companheira.” Avrell diz enquanto me ajuda a levantar e tomar o banho de descontaminação. “Não estou triste.” Protesto. Ele sorri com minhas palavras. “Esta é a minha lutadora. Terminarei a cura e voltaremos a Instalação. Nosso mortling crescerá com toda a família. Isto eu prometo à você.”

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K. Webster & Nicole Blanchard Posso sentir os segundos passando enquanto ele ajuda a me limpar. Ainda estou parcialmente entorpecida, então tenho que me inclinar enquanto ele ensaboa meu corpo e limpa cada fenda e dobra com o máximo cuidado. Ele pode ser um bastardo arrogante, mas é gentil quando quer. É carinhoso quando quer. Talvez ele seja apenas gentil e carinhoso com aqueles que ama... Coro, o que é claro que ele percebe. Seu pau cresce contra minha barriga enquanto seus dedos traçam a onda crescente de rosa sobre meu peito e garganta. “Você enrubesce tão bonito para mim, companheira.” Ele diz com um rosnado. “Você está tentando me impedir de cumprir minhas obrigações?” “Eu nunca faria isso.” Digo, mas fico na ponta dos pés para tomar sua boca uma última vez. Um beijo, eu prometo a mim mesma, e então o deixarei ir porque sei que não posso segurá-lo para sempre. Quando me afasto, ele está tremendo, mas não de necessidade. A água está congelando. “Vamos te vestir. Temos muito trabalho a fazer.”

***

“Como ele está?” Julie pergunta várias horas depois. Ambas tentamos nos manter ocupadas, mas depois de alimentarmos os pacientes com outra dose de carne – oficialmente eliminando nosso estoque, não há muito o que fazer a não ser esperar e observar enquanto Avrell testa e

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K. Webster & Nicole Blanchard retesta seu sangue. Eventualmente, Julie joga as mãos para cima e me puxa para começar a embalar os suprimentos. Não é dito que talvez nunca precisemos deles, mas é melhor do que sentar roendo as unhas. Paro de embalar pedaços de comida em conserva em caixas e recipientes. Cada pequena parte ajudará. “Ele está cansado...” “Aposto que sim.” Eu a ignoro. “Mas acho que ficará bem. Ele já está mais forte do que há alguns dias. Acho que a carne ajuda. Não é uma cura completa, é mais como adiar os sintomas por um tempo? Mas não erradica completamente o vírus.” “Ainda assim, é o primeiro sinal positivo que tivemos. Se ele puder transformar isso em uma cura, as possibilidades para este planeta serão infinitas.” Não sei sobre ela, mas minha mente se volta para os Kevins. Se eles descobrirem que Mortuus está habitável novamente, não quero saber o que acontecerá. A única coisa que eles conhecem é a ganância e destruição. “Ele irá.” Digo com firmeza, afastando o pensamento da minha mente. “E então nós lutaremos.” Julie não menciona isso, mas quase posso senti-la pensando no fato de que não quer vir conosco. Isso não é dito enquanto continuamos a empacotar. As horas passam e embrulhamos alimentos, medicamentos e munições em recipientes. Nós os armazenamos perto das portas da Área de Carga e quando estamos prestes a voltar para dentro, Julie coloca a mão no meu ombro.

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K. Webster & Nicole Blanchard “O que é?” Pergunto. Ela não diz uma palavra. Em vez disso, levanta a mão e aponta ao longe. Tudo o que vejo é a nuvem sempre presente de poeira laranja-avermelhada que enche o céu em todas as direções. “O que é?” Repito. “Olha.” Ela diz, mas olho para ela em vez de para onde está apontando. Seu rosto fica branco como ossos através da máscara. Uma lança de medo arrepia minha espinha. “Ali.” Ela acrescenta. Sigo a linha de seu dedo e estreito os olhos. No começo, não vejo nada. O que ela vê? Outro lobo raivoso? Um daqueles pássaros do qual nos falaram? Deus nos livre ser outro monstro mutante que não encontramos. Em vez disso, é muito, muito pior. As nuvens de poeira laranja-avermelhada formam redemoinhos delicados ao redor de algum tipo de avião. Um com um emblema bem reconhecível. Naves de combate da Terra II. Voando. Vivos. Não explodido do céu pela arma de Oz. Isto é ruim. Isso é muito ruim. Meu estômago cai aos meus pés. Um grito sobe na minha garganta, mas se aloja atrás de um nó ali. Julie encontra minha mão e aperta com tanta força que posso sentir os ossos doendo, mas mal percebo. Fico entorpecida e quente com a adrenalina. Não.

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K. Webster & Nicole Blanchard Não pode ser. Não, não, não, não, não. Achei que teríamos mais tempo. Precisamos de mais tempo. Isso não pode ser o fim. Ainda não disse tudo que preciso dizer a Avrell. Não conhecemos nosso bebê AJ. Quero uma chance para essas coisas. Uma chance. Meu olhar endurece. Nós teremos essa chance. Ou morreremos tentando.

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K. Webster & Nicole Blanchard

CAPÍTULO DEZ AVRELL

Duas. Há apenas duas naves. Dois Kevins, não um exército inteiro. “Coloque Sayer no comunicador.” Grito. “Zoe, mantenha os pacientes seguros.” “O que?” Zoe grita, agarrando meu jaleco enquanto começo a me afastar. “Eleanor está aqui. Ela pode cuidar deles. Eu posso ajudar. O que faremos?” “As linhas estão mortas.” Julie grita. “Não parece bom, Av.” “Continue tentando.” Digo. “Tenho uma ideia. Vamos, companheira.” Pego

sua

mão, guiando-a para fora da sala de

comunicação e para o meu laboratório. Estou me sentindo fortalecido, o que me dá esperança em relação à minha cura, mas agora, preciso proteger a todos aqui. Não posso fazer isso dentro do meu laboratório. “Dê-me um reforço de eletrólitos.” Ordeno, minha mente já fazendo listas do que precisamos. Zoe, pela primeira vez, obedece sem questionar. Posso sentir seu medo, o que só me faz querer ter muito mais sucesso. Ela está contando comigo para protegê-la. Minha

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K. Webster & Nicole Blanchard brava e feroz companheira precisa de mim para mantê-la segura. Eu não irei decepcioná-la. Ou qualquer outra pessoa aqui. Ela encontra os comprimidos de eletrólito e joga para mim um punhado. Engulo num gole, rapidamente tirando meu jaleco. “Precisamos descer para os veículos nas cavernas.” Digo a ela. “Vista-se e pegue um zonnoblaster.” Depois de colocar nosso traje zu, só quando estamos caminhando pelos túneis escuros que percebo que nem mesmo precisamos do traje zu se minha hipótese sobre a exposição estiver correta. No entanto, no mínimo, os trajes e as máscaras manterão nosso rosto livre de poeira e detritos. É uma longa caminhada e estou sem fôlego, mas eventualmente descemos para a gigantesca área subterrânea onde vários veículos aguardam. Corro até as portas e abro uma. A tempestade está se intensificando, fazendo com que as duas naves circulem mais abaixo. Elas ainda não pousaram. Preciso que elas pousem. Com as grandes armas montadas na frente, não tenho dúvidas de que podem explodir a prisão em pedaços, se assim escolherem. Precisamos de uma distração. Infelizmente, sei o risco que devemos correr. Não falharemos. Não permitirei. “Você sabe como operar um desses veículos?” Pergunto a Zoe. “É a tecnologia da Terra II, então eu...”

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K. Webster & Nicole Blanchard “Eu posso dirigir.” Ela interrompe. “Para onde vou?” Aponto para uma clareira. “Lá. Dê a volta algumas vezes e depois dirija por aquele vale estreito. Nosso objetivo é forçálos a pousar.” “Então o que?” “Então faremos o que for necessário.” Agarro seu ombro e pressiono minha máscara contra a dela, encontrando seus preocupados olhos cinzentos. “Atire se alguém chegar perto. Em nenhuma circunstância permita que eles te capturem.” “O-Ok.” Ela gagueja. “Você pode fazer isso, tempestade.” Ela assente e corre para o veículo mais brilhante. Depois de um momento, seu motor liga. Ela manobra a máquina para fora

da

garagem

e,

em

seguida,

acelera,

disparando

rapidamente para a clareira. Corro para fora da área, meus olhos nas duas naves. Elas começam a circular como predadores, famintos por minha companheira. O solo vibra sob meus pés enquanto eles angulam suas naves, as armas presas apontando para minha companheira. “Vá, Zoe!” Grito, embora ela esteja fora do alcance dos comunicadores. Pakow! Caio no meu traseiro quando a lateral de parte da montanha explode. Meu coração para dentro do meu peito até o veículo de Zoe voar para fora da nuvem de destroços. Ela corre em direção ao vale. Outra explosão faz seu veículo

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K. Webster & Nicole Blanchard balançar de um lado para o outro, mas ela consegue evitá-la. Uma das naves recua, mas a outra segue atrás dela. “Vamos, vamos.” Rosno. No último segundo, a nave recua. Do meu ponto de vista, posso ver que Zoe parou o veículo. As naves parecem notar e começam a baixar, fazendo poeira rodar por toda parte. “Vamos pegar esses filhos da puta.” Julie diz, aparecendo ao meu lado como uma sombra ganhando vida. Seu zonnoblaster não é como o meu. É maior e mais complicado. Nunca vi nada igual. Espero que ela saiba como usá-lo. “Você falou com alguém no comunicador?” “Não. Parece que estamos por nossa conta, Doutor. Pronto para chutar a bunda de alguns Kevins?” “Quanto mais cedo fizermos isso, mais cedo poderemos voltar a salvar nosso pessoal aqui. Vamos lá!” Julie dispara na minha frente. “Fique atrás de mim. Correremos ao longo da encosta da montanha, não ao ar livre. O foco deles está em Zoe.” Assim que os motores param de roncar, Kevins saem das duas naves. Pelo menos quinze ou vinte de cada nave saem correndo, armas em punho. Estamos completamente em menor número. Os Kevins estão todos indo em direção ao veículo parado de Zoe. Temos que detê-los. “Pegue Zoe.” Julie sibila. “Tenho uma ideia. Não espere por mim.”

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K. Webster & Nicole Blanchard Meu corpo ainda está fraco do controle do Rades sobre mim, mas não deixo isso me impedir de resgatar minha companheira. Eu a coloquei em perigo para que pudéssemos atraí-los para o chão. Até agora, conseguimos fazer exatamente isso. Agora, tudo o que precisamos fazer é eliminar os Kevins. Assim que chego ao vale onde os Kevins começam a correr, meus comunicadores crepitam, permitindo-me ouvir a respiração pesada e aterrorizada da minha companheira. “Zoe!” Grito. “Você está bem?” “Esses... filhos da puta... vão matar... ah merda!” “Dirija por eles!” Grito. “Agora, Zoe!” Meu barulho alerta alguns Kevins atrás. Assim que eles me veem atacando, apontam suas armas para mim. Sou um médico, não um lutador, mas quando a vida da minha companheira está em jogo, não posso correr nenhum risco. Começo a disparar meu zonnoblaster. Consigo derrubar três dos cinco correndo em minha direção. Os outros dois atacam rápido demais. Um som alto sacode a terra, mas não consigo distinguir a fonte porque um Kevin se lança em mim, me derrubando de costas. “Roscoe.” O Kevin grunhe com esforço. “Peguei um alienígena filho da puta! Olhe essa merda!” Ele tem meu zonnoblaster em minha mão preso sob seu joelho, mas minha outra mão está livre. Tiro minha luva, descubro minhas garras, e passo ao longo de seu lado, rasgando sua pele. Ele uiva de dor. “Eddie! Que porra é essa?!”

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard “Não seja um maricas.” Eddie berra. “Ajude-me com este monstro! Ele tem garras.” “Também

tenho

dentes.”

Rosno,

meus

sub-ossos

estalando alto o suficiente para vibrar através de mim. Os olhos de Eddie se arregalam um pouco quando mostro os dentes para ele. Roscoe sai correndo, deixando seu amigo para trás. Eddie e eu lutamos até que o viro. Ele se esforça para segurar minha arma, mas não preciso disso. Boom! A terra treme violentamente com uma explosão próxima. Medo revira meu estômago enquanto temo que eles destruíram minha companheira. Uma raiva enlouquecida me domina. Cravo as garras na garganta de Eddie e rasgo selvagemente a carne e os tendões. Sangue vermelho brilhante voa de seu pescoço num jato espesso, respingando em minha máscara e me cegando. Já que não posso vê-lo, continuo a retalhar o humano embaixo de mim com as garras. Assim que ele solta minha arma, a arranco de sua mão, enfio o cano no que espero que seja sua cabeça e puxo o gatilho. Kapow! O corpo estremece e depois nada. Rapidamente, tiro minha máscara facial, sem me importar se estou exposto, especialmente agora que acho que poderíamos sobreviver depois de ver aqueles outros machos que parecem morts. Tenho que encontrar minha companheira. Agora. Eu me levanto, examinando as grossas nuvens vermelhas de poeira. “Zoe!” Grito e tusso através das partículas que turvam o ar ao meu redor. “Zoe!”

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard Pego meu zonnoblaster e corro em direção à boca do vale onde vi Zoe pela última vez. Enquanto corro pela névoa, tropeço em corpos. Todos são Kevins. Não minha companheira. Quando finalmente chego ao veículo dela, quase engasgo com horror. Não. Não! Seu veículo está em alguns pedaços enormes esmagados ao longo da encosta da montanha. Examino a área, procurando seu corpo. Por favor, deixe ela estar bem. “O que você fez?” Alguém berra para mim. “Você matou todos eles!” Eu me viro a tempo de ver Roscoe correndo em minha direção. Meus sub-ossos estalam um por um enquanto preparo minha posição de batalha. Assim que miro meu zonnoblaster, ele foge. A explosão atinge um Kevin morto, soprando pedaços para todos os lados. Roscoe aparece novamente. Ele é ágil, correndo rapidamente até mim antes que eu possa mirar novamente. Resmungo quando ele me derruba no chão. Minha cabeça gira enquanto o cansaço pesa sobre mim. Agora não. Rekk não! O Kevin bate com o punho inútil na minha cara, mas uiva de dor. Seu golpe me derruba, mas seus ossos são menos densos que os meus. Todos os humanos são. Aprendi isso enquanto estudava as mulheres e as comparava aos morts.

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard Tenho certeza pela maneira como soluça que ele quebrou muitos ossos com esse único golpe. Posso não ser um lutador e, em vez disso, um curador, mas minha necessidade feroz de encontrar e proteger minha companheira alimenta meu instinto. Só consigo pensar em localizá-la. Primeiro, preciso eliminar essa criatura fraca. “Você pousou no planeta errado.” Rosno, perfurando seu rosto com minhas garras e puxando-o para mim. Já que seus pescoços parecem ser o ponto frágil, uso minhas presas recém-alongadas para perfurar sua carne. Ele grita enquanto agarro os tendões e recuo. Os sons são repugnantes e úmidos, mas é necessário. Seu sangue, como o de Eddie, jorra num jato arqueado, atingindo a terra ao meu lado com um respingo. Seu corpo desaba e o empurro para longe. “Zoe!” Rujo. “Zoe!” Procuro nos destroços, mas não encontro nada. Cada corpo que encontro pertence a um Kevin. Talvez ela tenha conseguido escapar. Corro de volta para a clareira. Paro quando uma nave paira na minha frente, armas apontadas diretamente para mim. Mas, ao invés de atirar em mim, ela pousa. Então, os motores param de fazer barulho. Engasgo com a poeira e olho para ver Julie atrás do vidro. De rekking jeito nenhum! Ela acena para mim, mas minha principal preocupação é Zoe. Começo a procurá-la quando ouço sua voz doce. “Avrell!”

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard Do outro lado da nave, ela corre em minha direção. Um rosnado aliviado ressoa de mim enquanto me aproximo da minha fêmea. A distância não é longa e assim que me alcança, ela ataca. Agarro seu pequeno corpo em meus braços, abraçando-a contra mim. Seu corpo treme enquanto ela soluça, apertando meu pescoço e envolvendo suas pernas em volta da minha cintura. “Achei que você estivesse morto.” Ela chora. “Eu estava tão assustada.” “Ainda aqui, companheira. Ainda aqui com você.” “Sua máscara.” Ela resmunga quando se afasta para olhar para mim. “Ah não. Você foi exposto.” “Vai ficar tudo bem.” Asseguro-lhe. “Os outros machos parecidos com morts que vimos não tinham máscaras. Deve haver uma razão para eles sobreviverem. Esta é a menor das nossas preocupações.” Ela arranca a máscara antes que eu possa impedi-la. “Se você morrer, eu morro.” Estou irritado, mas então seus lábios estão nos meus, me beijando como se este fosse nosso último solar vivo. O sangue do Kevin pode ser saboreado em nosso beijo, mas nenhum de nós se importa enquanto consumimos um ao outro. “Como você escapou?” Pergunto, pressionando minha testa na dela. “Julie deve ter roubado uma das naves. Assim que vi a nave atirando nos homens, me escondi numa fenda para evitar levar um tiro. Então, passei correndo por eles e saí para a

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard abertura procurando por você. A poeira estava por toda parte. Devemos ter nos cruzado e nem mesmo percebido.” “Todos eles morreram?” Pergunto, olhando ao redor. “Espero que sim, porra.” Nossas bocas se encontram para outro beijo desesperado. Ela tem um gosto muito bom. Minha. Quando vacilo em meus pés, ela se afasta. “Você

precisa

descansar.”

Ela

murmura.

“Está

balançando.” “Estou bem.” Resmungo. “Devemos pegar Julie e voltar para dentro.” O zumbido constante de um motor perfura o ar. Afasto Zoe do som e observamos Julie navegar em direção à abertura da caverna que leva à prisão. É muito grande para caber dentro, então ela o desliga assim que está perto. Zoe e eu ficamos de mãos dadas enquanto voltamos. A porta lateral se abre com um swoosh e, em seguida, os degraus descem. “Ei, Av? Zoe?” Julie grita. “Tragam suas bundas aqui!” Nós dois saímos correndo. Estou ficando mais fraco a cada segundo, mas não paro. Os degraus são intimidantes, mas Zoe praticamente me arrasta para cima e para o casco da nave. “Encontrei este escondido.” Julie grita, empurrando um pequeno Kevin em minha direção. Meus sub-ossos começam a estalar. A necessidade de proteger minha companheira é esmagadora.

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard “Estamos o fazendo ele prisioneiro?” Zoe pergunta, inquietação em seu tom. “Não.” Rosno. “Ele vai morrer como o resto deles. Arrancarei sua garganta com meus rekking dentes!” O Kevin começa a chorar. Admito que o som arranha minha mente. É suave e jovem. Paro no meio do passo. Zoe agarra meu braço, me mantendo no lugar. “Julie.” Zoe sibila. “Ele é uma criança. Por que há uma criança nesta nave?” Ela está certa. Ele não é grande e ameaçador como os outros que encontrei. A coisa é minúscula e treme muito. A cada movimento, ele estremece como se estivesse com dor. “Quantos anos você tem?” Pergunto ao Kevin. “T-Treze.” Ele grasna. Levanto uma sobrancelha para ele. “Por quê está aqui?” “M-Meu mestre me l-leva em missões.” Franzo a testa para Julie. Zoe corre para frente. “Para quê? Por que ele leva você?” O menino humano olha para cima com lágrimas nos olhos, a vergonha pintando suas bochechas de vermelho. “PPara p-prazer.” Perceber que eles usavam o menino da mesma forma que muitas mulheres foram usadas me faz sentir raiva. Confusão abre caminho em meu intestino com a reação intensa. Anseio matar todos os Kevins. Mas este não conta. Ele é apenas uma criança. Um que eles machucam.

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard “Qual é o seu nome, Kevin?” Exijo. Ele fica boquiaberto. “Você sabe meu nome?” “Não, eu quero saber o seu nome.” O menino lança um olhar questionador para Zoe. “Você só pode estar brincando comigo.” Zoe murmura. “Seu nome é Kevin?” A criança assente, lágrimas escorrendo pelo seu rosto sujo. Isso é... interessante. “Quem era seu mestre?” Julie pergunta, seu tom mais gentil. “S-Seu nome é Roscoe. Você pode me ajudar? P-Por favor, não deixe que ele me leve de novo.” O menino implora, engasgado com os soluços. Um Kevin chamado Kevin que foi mantido como um prisioneiro por um Kevin. Talvez eu esteja tendo um sonho febril e acordarei logo. Caminho até o menino, segurando sua mandíbula e inclinando sua cabeça para cima para que eu possa avaliá-lo procurando danos. Um hematoma roxo em sua bochecha manchada de lágrimas. Um lábio partido que parece fresco. Círculos escuros sob seus grandes olhos castanhos. Suas feições são suaves e seus cílios longos. Cabelo escuro ondula em torno de seu rosto. Isso me faz pensar em como minha companheira é frágil.

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard “Eu rasguei a garganta dele com meus dentes.” Digo ao menino chamado Kevin, meus olhos o prendendo. “Você estará seguro agora.” Ele se solta do meu aperto, abraçando minha cintura. Algo aperta dentro do meu peito. A necessidade feroz de destruir diminui conforme meu instinto de nutrir e proteger vem à superfície mais uma vez. “Obrigado.” Ele sussurra, seu corpo minúsculo tremendo. Dou um tapinha em sua cabeça peluda. “Vamos levá-lo a Área Médica e examiná-lo.” “Nós poderíamos conseguir informações dele.” Julie diz, sua voz engatando com entusiasmo. Kevin fica tenso em meus braços. “Basta pensar em tudo o que podemos aprender com ele. Ele andava com aquele bastardo em missões. Ele provavelmente ouviu muito. Inferno, ele poderia nos dizer...” “Não.” Grito. “Ao que parece, ele está desnutrido e foi abusado. Quero curá-lo, não usá-lo. Ele já teve o bastante disso.” Julie murcha, mas concorda. “Você está certo. Sinto muito.” Kevin relaxa, terror não ondula mais dele em ondas. “Obrigada.” Zoe coloca a palma da mão nas minhas costas, esfregando suavemente. “Você é um bom homem, Avrell.” A aprovação dela em minha decisão de cuidar do Kevin chamado Kevin me aquece. “Vamos fazer isso.” Grito. “Nossa missão não está completa.”

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K. Webster & Nicole Blanchard A cura. Estou quase lá. E todos, incluindo o pequeno que se apega a mim, estão contando comigo. Eu não irei decepcioná-los.

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K. Webster & Nicole Blanchard

CAPÍTULO ONZE ZOE

“O Kevin-Chamado-Kevin está vazando novamente.” Avrell diz com um olhar furtivo de seu tablet na direção das unidades de isolamento. “Devo ir até ele?” “Ele não está vazando. Está chorando. Pobrezinho. Você fica aqui e termina seu trabalho. Eu cuidarei dele.” Deixo Avrell com sua cura, mas não antes de dar um beijo em sua testa. Ele está recém limpo de outro banho de descontaminação, mas não me importo com o sangue. Na verdade, gosto bastante do novo lado brutal dele. Mandão.

Arrogante.

Grosseiro.

Inteligente.

Gentil.

Dedicado. Monstruoso. Inescrupuloso. Meu. Há muitas maneiras de descrever meu companheiro, mas meu é a minha favorita de todas. Meu companheiro. Não há como negar agora. Ele é tão meu quanto eu sou dele. Encontro

Kevin

na

unidade

de

isolamento

que

designamos para seu quarto. É mais fácil mantê-lo na Área Médica, onde podemos ficar de olho nele e tratar seus ferimentos – vários e numerosos. Até nós, prisioneiras, fomos tratadas melhor, não muito, mas melhor. E eu pensei que estávamos mal. Ele se enrola em uma bolinha apertada na cama presa a uma das paredes do casulo quando me vê na porta. “O que

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K. Webster & Nicole Blanchard você quer?” Ele pergunta. Qualquer apreciação que ele sentiu por nosso resgate se foi. Ele treme sob o cobertor fino que fornecemos. Erguendo as mãos, digo: “Não estou aqui para te machucar. Vim ver como você está e se precisa de alguma coisa. Comida, mais remédios, alguma companhia. Tanto faz.” “Não quero nada.” Fiel à palavra de Avrell, as lágrimas começam a vazar dos olhos de Kevin. “Só quero ficar sozinho.” “Você tem família na Terra II?” Pergunto gentilmente. Seu lábio treme. Ele diz que tem treze anos, mas a angústia em seu rosto o faz parecer muito mais jovem. É um contraste gritante com o desespero persistente em seu olhar. “Não.” Ele cospe. “Você?” “Minha família está aqui.” “Você quer dizer aqueles monstros?” Ele estremece e juro que posso ouvir seus dentes batendo de onde estou. “Ele matou pessoas. Todos vocês mataram.” “Você não precisa ter medo dele – ou de nós. Não queremos te machucar.” “Então o que vocês querem de mim?” Seu olhar endurece. “Não pertencerei a ninguém novamente. Eu me recuso.” “Não queremos nada de você, apenas que melhore. Aqueles homens com quem você estava queriam nos matar. Avrell estava apenas nos protegendo. Ele não vai te machucar.” “Se vocês não querem nada de mim, então por que não me mataram como os outros? Por que estão me mantendo aqui?”

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K. Webster & Nicole Blanchard Quero ir para o lado dele, mas me lembro de como era ser ele, então mantenho distância por enquanto. Talvez quando se sentir mais confortável de novo, ele não se esquive dos abraços de que precisa tão desesperadamente. “Não há razão para matar você, Kevin. Estamos te mantendo porque você precisa de atenção médica e Avrell é médico. Ele vai tratar seus ferimentos e iremos alimentá-lo. Nosso povo está sendo atacado por mais homens da Terra II, então teremos que ir até eles em breve, mas depois disso, tenho certeza que nosso comandante, Breccan, irá ajudá-lo a chegar aonde quiser.” “O que ele exigirá em troca?” Kevin pergunta acidamente. “Nada. Não estamos no negócio de tirar vantagem de crianças.” Kevin bufa e diz: “Então vocês estão nos negócios de que?” Penso por um momento e digo: “Venha comigo se quiser descobrir.” Virando-me nos calcanhares, volto para os laboratórios principais, onde Avrell está diligentemente curvado sobre magnascópios e amostras murmurando para si mesmo. Alguns momentos depois, ouço o som revelador de passos hesitantes e escondo meu sorriso de resposta. Ele pode estar assustado, mas também é muito, muito corajoso. Ele teria que ser para sobreviver neste mundo – ou na Terra II. Avrell ergue os olhos quando paro ao lado dele. “Está tudo bem com o Kevin-Chamado-Kevin, tempestade?” Ele pergunta. Antes de tudo isso, ouvi-lo me chamar de tempestade me deixaria furiosa e fervendo de raiva como uma daquelas terríveis tempestades. Agora, isso faz meu interior brilhar.

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K. Webster & Nicole Blanchard “É apenas Kevin.” Corrijo-o. “E eu queria explicar a ele o que estamos fazendo aqui e por que é importante.” “Sim, por que você não está com sua família se eles estão sendo atacados por aberrações da Terra II?” Kevin pergunta. Avrell fala antes que eu possa. “Você tem doenças em seu planeta?” Kevin me olha como se estivesse perguntando se Avrell é real. “Sim.” Ele diz. “Bem, nós temos uma doença terrível em Mortuus chamada Rades. É mortal. Precisamos encontrar a cura antes de retornarmos ao nosso verdadeiro lar com segurança. É imperativo que encontremos essa cura para que nosso povo possa sobreviver após a batalha com os Kev... quero dizer, com aqueles da Terra II.” “E você vai curá-los sozinho?” Kevin dá um passo mais perto, a suspeita e a cautela desaparecendo de sua expressão. Seus braços ainda estão cruzados com firmeza sobre o peito, mas seu rosto se volta para Avrell. “Estamos muito rekking certos. Estou perto. Assim que o fizermos, voltaremos para o nosso povo na Instalação.” “O que é a Instalação?” “Nosso lar. Vivemos lá desde que os humanos deixaram este planeta, há muito tempo. É seguro, protegido. Temos muitos suprimentos. Somos fortes lá.” “Quantos de vocês tem lá?” Avrell não parece incomodado com as perguntas. Na verdade, ele parece tão intrigado com o menino quanto Kevin está com ele e responde pacientemente às suas perguntas. Isso

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K. Webster & Nicole Blanchard me faz pensar nele falando sobre nosso futuro filho AJ e que tipo de pai ele será para nossos filhos. Depois de um tempo, Avrell diz: “Por que você não me ajuda?” “Sério?” Kevin pergunta. “O que posso fazer?” “Eu posso usar um assistente. Zoe retruca muito. Ela é do tipo que se distrai.” Kevin sorri totalmente pela primeira vez desde que o trouxemos para dentro da prisão. “Você quer mesmo?” Ele fala com tanta esperança, tanta inocência que quase traz uma lágrima aos meus olhos. Avrell provavelmente não considerou

como

responder

ao

menino

para

deixá-lo

confortável imediatamente. Isso veio naturalmente. Talvez ele só seja antagônico a mim. Claro que sim. Orgulho aquece meu estômago e eu sufoco: “Por falar em instalação, ajudarei Julie nas comunicações para ver se podemos pegá-los”. Os meninos estão com a cabeça inclinada sobre o magnascópio e conversam profundamente. Ele será um pai incrível. “Graças a Deus você está aqui. Estou exausta. Você se importa em assumir por um tempo?” Julie se afasta do painel de controle e enfia os dedos nos olhos. “Não consegui colocar ninguém na linha. Estou tentando há horas. Agora que temos a nave, vocês podem viajar de volta para ajudá-los. Mas eu não queria sugerir que fosse embora até que eu tivesse certeza de que é seguro lá para você.”

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K. Webster & Nicole Blanchard “O que você quer dizer?” Pergunto, ignorando o fato de que ela ainda está decidida a ficar aqui. “Não importa, não é nada, tenho certeza.” Bocejando, ela se levanta. “Vou para cama.” “Espere, o que você quer dizer?” “Quero ter certeza de que ainda há uma Instalação sobrando para você voltar.” Ela me dá um sorriso triste e vai embora. Em vez de insistir em seu comentário, tomo seu lugar no painel de controle e coloco um par de fones de ouvido. Sigo as instruções de Sayer para alcançar a Instalação, mas não recebo uma resposta por um longo tempo. Mais do que eu gostaria. Não é de admirar que Julie estivesse se sentindo desesperada. Não importa. Assim que Avrell estiver pronto com a cura, voltaremos para a Instalação, com ou sem resposta. Já estivemos longe deles por tempo suficiente. “Instalação, aqui é Zoe chamando de Exilium. Tem alguém aí? Por favor responda.” O rádio estala. “Zoe? Este... Breccan... você ouve...” Sento-me ereta, quase caindo da cadeira no processo. “Breccan! Breccan, é a Zoe. Estou aqui. Você pode me ouvir?” “Eu ouço... Avrell está bem?” A linha está quebrada e não estou entendendo todas as palavras, mas é o suficiente. É o suficiente.

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K. Webster & Nicole Blanchard “Ele está bem. Perto da cura. Fomos atacados, mas os combatemos. Estou entrando em contato com você porque conseguimos roubar uma de suas naves. Assim que Avrell estiver pronto, iremos para a Instalação. E você? Vocês estão bem?” “…boas notícias. Ondas de... vieram do céu. Tantos... a arma de Oz... muitos, mas há mais... muitos mais. Ainda estamos lutando.” A linha é cortada e grito: “Breccan!” “… Conexão ruim.” Ele está dizendo. “Fique na prisão. Não é seguro... diga a Avrell que não... venha.” Não é seguro? Eu me movo para frente em meu assento. “O que você quer dizer com não venha? Não vamos deixar vocês aí sozinhos! Estamos indo para ajudar.” Desta vez, a voz de Breccan vem forte e clara. “Você ouve minhas ordens, Zoe. Existem muitos. Não é seguro para vocês aqui. Fiquem na prisão e salvem-se.” “Acho que não. Você sabe que Avrell não fará isso. Eu não farei isso. Estamos indo.” “Ouça-me.” Breccan ordena. “Não sei se sobreviveremos. Isso é ruim, Zoe. Estou falando isso para salvar sua vida. Por favor escute.” Pressiono minha mão na minha testa e fico surpresa ao encontrá-la tremendo. Muitos Kevins – homens da Terra II? Tínhamos tanta certeza de que a arma funcionaria. Tem que funcionar. “Diga a Avrell... disse. Diga... para não vir. Zoe... por favor.”

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K. Webster & Nicole Blanchard Minha voz é um rosnado feroz quando respondo: “Não deixaremos vocês sozinhos. Não importa o que. Estamos indo, Breccan. Você não pode nos impedir. Iremos vencê-los de qualquer maneira.” “Zoe...” A conexão fica em silêncio. Meu coração dispara, mas tento manter a calma. Bato alguns botões no painel de controle para reconectar. “Breccan, você está aí? É Zoe.” Estática preenche a linha. “Breccan, você está aí? É Zoe.” Repito. Segundos desesperados se passam. “Breccan, você está aí?” Nada. “Breccan?” Por favor, não. “Breccan? Por favor. Responda.” Um soluço rasga meu peito. “Comandante!” Não há resposta. Nenhuma mesmo. O soluço que eu estava segurando desde seu primeiro aviso irrompe dos meus lábios. Tento não pensar no que pode ter causado a interrupção de nossa conexão. Tento não pensar

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K. Webster & Nicole Blanchard nas ondas e ondas de Kevins descendo sobre a Instalação enquanto estamos aqui, indefesos. Não. Não indefesos. Nós podemos ajudar eles. Não importa o que Breccan diga. Ele pode ser tão brilhante quanto Avrell, mas está errado sobre isso. Podemos vencê-los. Nós iremos. Encontro Avrell e Kevin curvados sobre os microscópios, em uma conversa profunda sobre a cura e a vacinação. Não quero preocupá-lo porque ele precisa se concentrar em terminar seu trabalho. Enquanto ele está distraído, reúno meus suprimentos e um zonnoblaster extra. Já se passaram várias horas, então espero que Julie tenha dormido um pouco. Eu a encontro em seu quarto e balanço seu ombro. “Julie. Ei, Julie, acorde.” Ela rola para longe de mim e geme. Eu a sacudo novamente. “Vamos lá. Acorde, bela adormecida.” “Pare, vá embora.” “Não posso. Preciso da sua ajuda.” “A menos que seja um estudo do sono para o seu alienígena bonitão, não quero ouvir.” “Ouvi Breccan.” Isso a anima. Ela se vira para mim e abre os olhos. “Sim?” Ela se senta. “Como eles estão? O que aconteceu?”

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K. Webster & Nicole Blanchard Eu falo enquanto ela lentamente acorda e se veste. “Eu disse que não seriam boas notícias.” “Eu sei. Mas temos que fazer o que pudermos para ajudar.” “E como você planeja fazer isso?” Ela pergunta com um bocejo. Eu a conduzo para fora das celas e em direção aos túneis abaixo. “Eu te conto no caminho. Temos trabalho a fazer.”

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K. Webster & Nicole Blanchard

CAPÍTULO DOZE AVRELL

“Por que esse se move?” Kevin pergunta, sua voz curiosa. “Qual deles, mortling?” Ele se afasta do magnascópio, um sorriso tímido no rosto. “O que é um mortling?” Quem diria que as crianças da Terra tinham tantas perguntas? É como falar com Molly ou Hadrian. “Um mortling significa criança.” Ele franze a testa. “Tenho treze anos.” E pequeno. E frágil. E triste. “Como você prefere que eu te chame?” Pergunto, mais uma vez olhando para o magnascópio. “Kevin?” “O que você é? Um monstro?” “Eu sou um mort.” “Eu quero ser um mort também.” Ele segura minha mão. “Vou ter garras também?” Sorrio. “É improvável, mas tenho um amigo chamado Oz que pode fazer algumas para você.” “Sério?” “Não vejo porque não. Oz pode fazer qualquer coisa.” Aponto para o magnascópio. “Qual deles estava se movendo?” Ele espia e grita. “Todos eles estão agora!”

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard Gentilmente o empurro para longe e olho para minha amostra. De rekking jeito nenhum. Isolei certas células do sangue do rabbawolf e as fundi com uma amostra de meu próprio sangue contaminado. No início, não fez muito, mas agora o sangue do rabbawolf está atacando as células quebradas do meu sangue, cobrindo-as com uma camada verde como se quisesse protegê-lo. É incrível. Tenho várias outras amostras do rabbawolf para testar, mas adoraria tirar amostras vivas de algo como... Eileen. Um rogcow que é nosso animal de estimação poderia me dar amostras infinitas para criar não apenas uma cura, mas uma inoculação para o futuro. “Você

conseguiu,

mort.”

Digo

para

Kevin.

“Você

encontrou a cura.” Seus olhos se arregalam em choque. “Eu encontrei?” Meu coração se enche de alegria ao ver o orgulho brilhando em suas feições. Posso ser um gênio arrogante, mas sei que esse mortling precisa de um impulso de confiança. “Você certamente encontrou. Isso significa que você pode nomeá-la.” Ele ri. Alto, feliz e animado. Nunca ouvi nada tão incrivelmente fofo. Isso me faz rir também. “Devemos chamá-lo de rabbacura, já que as coisas rabba com o sangue verde são o que consertam o sangue doente.” “Rabbacura, hein? Gosto disso.” Dou um tapinha em sua cabeça peluda. “Quer ver o que a rabbacura faz com o seu sangue a seguir?”

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard Ele acena rapidamente. Zoe provavelmente me baterá por causa disso, mas agora que encontramos uma cura para os doentes, precisamos ter certeza de que podemos proteger os não doentes. Onde está Zoe, afinal? Horas se passaram desde que ela trouxe o mortling e temos trabalhado duro desde então. Faço uma nota mental numa das minhas muitas listas para ver como ela está em breve. Estou ensinando Kevin a tirar uma amostra de seu próprio sangue, impressionado com sua bravura, quando percebo que pensei nele como meu mortling. Meu. “Uau.” Ele diz enquanto seu sangue vermelho brilhante enche o tubo. “Dói, mas é muito legal vê-lo encher!” Tudo o que posso fazer é olhar para o garoto chamado Kevin, que é mais mort do que homem. Devo ser pai dele, já que ele não tem pai? A princípio, acho que seria estranho quando ele seria mais adequado para ficar com alguém como Molly ou Willow, mas então penso em como Breccan aceitou Hadrian como um filho. Eles não eram de sangue, mas Breccan é o pai de Hadrian. Está decidido. O mortling é meu... e de Zoe. “Puxe-o agora e use este dispositivo para se curar.” Explico para o mortling. “Dentro, há pequenas coisas chamadas microbôs. Eles te curam rapidamente.”

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard Ele segura o dispositivo contra a pequena ponta de sangue e pressiona o botão. Seu suspiro de choque me faz rir. “Agora pegue um conta-gotas e vamos colocar um pouco em uma das novas lâminas de rabbawolf.” Instruo. “Vamos ver o que acontece.” O mortling obedece e estou orgulhoso de quão rápido ele pega as coisas. Um verdadeiro médico em formação. “Olha, Avvy.” Ele diz com um grito animado. “Está fazendo a mesma coisa!” Eu não o corrijo da maneira errada como ele diz meu nome. A verdade é que até gosto disso. “Você está certo.” Murmuro, espantado com a forma como o sangue do rabbawolf se agarra ao sangue de Kevin, revestindo-o em sua essência e criando uma barreira em torno dele. “Você oficialmente criou a imunização também, embora eu tenha que testá-la muitas vezes mais antes de me sentir confortável em testá-la em você. O que você tem a dizer sobre si mesmo, Dr. Kevin?” Ele ri de novo, o som contagiante. Isso me faz pensar se o menino já riu antes. Pensamentos daqueles homens alienígenas cruéis machucando meu mortling fazem meus ossos estalarem ruidosamente. “Por que seus ossos estalam quando você está bravo?” Ele pergunta, sem sorrir. “É uma resposta fisiológica quando um mort sente a necessidade de proteger alguém, seja sua família, amigos, companheira ou casa.” “Quem você está tentando proteger?” Ele sussurra.

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K. Webster & Nicole Blanchard “Todos eles.” Digo. “Mas agora, eu estava pensando sobre aqueles que machucaram meu pequeno mort.” Sua cabeça se curva. “Eu estava com medo, Avvy.” “Eu também estaria.” “Você estaria?” Ele pergunta, lágrimas gordas brotando de seus olhos. “Mas você tem presas e garras.” “E eu tenho sub-ossos que estalam quando tenho medo de perder aqueles de quem gosto. O medo não é uma coisa ruim, mort, você apenas tem que aprender a controlá-lo. Se você deixar que ele o controle, você dará poder àqueles que te machucaram ou podem te machucar.” “Eu gostaria de ter sub-ossos.” Seu lábio inferior faz beicinho. Tão fofo. “É como um aviso para dizer às pessoas para não mexerem com você.” “Talvez Oz possa fazer de você seu próprio dispositivo de alerta.” Levanto uma sobrancelha. “O que você acha disso?” Ele acena rapidamente. “Avvy?” “Sim, Dr. Kevin?” Seu sorriso é imediato. Quem diria que ver esse mortling sorrir me encheria de tanta alegria? Quero fazer muitas perguntas a Breccan sobre seus primeiros dias com Hadrian. “Quando chegarmos às Instalações...” Ele pergunta, seu sorriso desaparecendo enquanto a preocupação brilha em seus olhos. “Você vai me proteger até que eu tenha minhas garras?” Eu o puxo para um abraço forte, a necessidade de confortá-lo esmagadora. Seus braços minúsculos e frágeis me abraçam com força.

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard “Até então, depois disso e para sempre.” Asseguro-lhe. “Agora vamos dar a boa notícia a Zoe.”

***

“Pare de me olhar assim.” Zoe resmunga enquanto carrega mais suprimentos para a nave. “Assim como?” Exijo. “Como se você tivesse arriscado sua vida numa missão de morte?” Ela revira os olhos cinzentos e acena para mim. “Não arrisquei minha vida. Eu estava fazendo o que era necessário.” “Humm.” Embora fiquei com raiva quando descobri que ela foi caçar, estou um pouco satisfeito por ela ter tido sucesso. Era perigoso – ainda é considerando o que ela conseguiu – mas algo que nos ajudará de muitas maneiras. É por causa da minha necessidade egoísta de curar as pessoas neste planeta que a deixo em paz. Por enquanto. “Acho que é isso.” Zoe diz enquanto deixa cair o último de seus suprimentos médicos no depósito. “Reunimos tudo do Exilium de que precisamos. Tudo o que precisamos fazer agora é pegar nosso pessoal e ir embora.” Ela faz parecer fácil. Como se fosse fácil levá-los para fora da Área Médica e colocá-los na área da nave. Acho que é melhor do que arrastálos pelos túneis. Uma caminhada muito mais curta.

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard “Onde está meu mortling?” Sua sobrancelha arqueia. “Seu mortling? Não fizemos um ainda.” Meu pau reage às suas palavras. A ideia de engravidar minha fêmea me deixa faminto por ela. “Nosso outro mortling.” Digo. “Dr. Kevin.” Ela ri. “Ele não é seu.” Ferido por suas palavras, viro e começo a reorganizar os suprimentos para que nada caia durante a viagem. Quando sinto a palma da mão nas minhas costas, fico tenso. “Avrell.” Ela murmura. “Você não pode simplesmente reivindicá-lo.” “Eu reivindiquei você.” Argumento. “Mas…” Virando, eu a encaro, meu rosto se contorce de raiva. “Quem mais se importaria com ele senão nós? Breccan? Lyric? Ele confia em nós. Ninguém mais.” Esfrego a palma da mão no meu rosto. “E se ele ficar com medo deles? Ele ri quando está comigo.” Suas feições suavizam. “Desculpe. Você está certo. Se você deseja adotar o pequeno em nossa família, apoio essa decisão. Contanto que ele queira estar conosco.” “Ele quer.” Asseguro a ela. “Agora, onde está meu mortling?” Ela

sorri,

mas

concorda

com minha

necessidade

possessiva de proteger e cuidar do mortling. “Ele está cochilando em seu quarto lá dentro. Provavelmente temos

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard alguns minutos para nós mesmos. Não tenho certeza de quando vamos conseguir outro tempo sozinhos.” Meu pau leva apenas alguns segundos para perceber sua insinuação. Minha companheira me quer. Agora. Suas risadas me desfazem quando começo a puxar seu minnasuit. Consigo tirar isso de seu corpo flexível antes de dar minha próxima respiração. Então, rasgo o meu como se estivesse doente. Quando ela está nua e esperando, agarro seu traseiro carnudo e a levanto. Suas pernas me envolvem enquanto meus lábios colidem com os dela. “Avrell.” Ela geme, seus dedos puxando meu cabelo que cresce a cada solar. “Foda-me.” Esta fêmea me enlouquece. Agarrando meu pau com uma mão, me alinho com sua buceta lisa e empurro dentro dela com um impulso forte de meus quadris. Ela grita, seu corpo inteiro tremendo com a intrusão. Enquanto entro nela como um macho louco, chupo sua mandíbula e pescoço. Forço um dedo em sua boca e meu pau incha quando ela o chupa. Isso me dá ideias para sua boca e meu pau que vamos absolutamente ter que tentar mais tarde. Quando meu dedo está bom e molhado, o levo para seu traseiro. Retraindo minha garra, esfrego o lugar bonito entre suas nádegas. “Quero te explorar aqui.” Rosno contra sua garganta. “Relaxe e me deixe entrar, tempestade.”

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard Ela geme, mas me obedece. Lentamente, coloco meu dedo em sua bunda. Decido que meu pau caberá aqui um solar. Farei caber. Enquanto empurro dentro dela, toco esse outro lugar, satisfeito com a forma como ele se estica e aperta. “Você é uma aberração.” Ela murmura. “Uma aberração que quer colocar o pau aqui em breve.” Ela geme. “Ah Deus!” “É companheiro para você. Diga.” “Você é meu companheiro!” Empurro meu dedo profundamente enquanto esfrego dentro dela, girando meus quadris de uma forma que minha pélvis esfrega contra seu clitóris. Ela choraminga e estremece, segundos de distância de seu pico explosivo. Com um grito alarmado, ela sucumbe ao prazer, os dois lugares tremendo ao meu redor. “Rekk.” Grito enquanto minha semente jorra, enchendo seu útero à espera. Enquanto seu corpo cai mole da toxica, caio em uma cadeira na sala de suprimentos, abraçando-a contra mim. Ela não fica imobilizada por muito tempo enquanto seu corpo se acostuma com meu agente paralisante. Seu dedo acaricia meu pescoço suavemente enquanto dou um tapinha em seu traseiro e beijo sua cabeça. “Você é minha, tempestade. Você sempre será.” “Você é meu também.” Suas palavras sussurradas são quase inaudíveis, mas eu ouço. Sempre ouço.

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard Muito em breve, ela recupera o movimento e somos capazes de nos limpar e vestir. “Devemos

partir

logo.”

Digo

a

ela,

odiando

que

deixaremos nosso porto seguro e entraremos no desconhecido. Antes, não teria me incomodado, mas agora tenho uma família na qual pensar. “Vamos reunir nosso povo.” Ela começa a se afastar, mas a puxo para um beijo profundo. “Não importa o que aconteça lá fora, tempestade, saiba que se tornar seu companheiro foi a melhor coisa que já me aconteceu.” Inclino minha testa contra a dela. “Minha maior conquista.” “Não se engane, Avrell. Temos toda a vida pela frente. Tenho certeza que você terá muito mais conquistas que vão ofuscar se tornar meu companheiro.” “Humm.” Ela me bate, ganhando uma carranca. “O que diabos eu fiz para ganhar isso?” Rosno. “Eu decidi que toda vez que você fazer humm para mim, você ganha um tapa.” Ela encolhe os ombros. “Agora comece a trabalhar, homem monstro, temos pessoas para salvar.” Enquanto ela se afasta, bato em seu traseiro. “Por que isso?” Ela grita, seus olhos cinza brilhando. “Se você pode me bater, eu posso bater em seu traseiro sempre que você me provocar com esses seus lábios carnudos.”

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard “Você é um problema, doutor.” “O melhor tipo, minha companheira.”

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard

CAPÍTULO TREZE ZOE

“Com calma.” Instruo os membros doentes de nosso grupo enquanto eles embarcam na nave. Graças a Deus, tem espaço suficiente para todos nós. “Todos encontrem um lugar e certifiquem-se de se manterem hidratados. Será uma longa viagem, mas cuidaremos bem de vocês.” Estou na entrada da nave, ajudando a todos, mas, na verdade, estou procurando por um em particular em todos os rostos familiares. Um que não vi desde que a roubei para me ajudar na tarefa ultrassecreta. “Vamos, Julie.” Murmuro baixinho. “Por favor, não me faça deixar você.” “Avrell disse para você ter certeza de que todos estão a bordo. Ele está terminando de assegurar a cura. Assim que ele terminar,

podemos

partir.”

Kevin

parece

uma

pessoa

completamente diferente. Alguns de seus ferimentos já foram curados graças ao cuidado médico de Avrell e dos microbôs. Mas

são

as

sombras

em

seus

olhos

que

são

mais

impressionantes – elas sumiram completamente, limpas. Este mundo o está curando tanto quanto as pessoas. Para o que parece ser um lugar desolado e miserável, Mortuus

é

exatamente

o

oposto.

É

restaurador.

Rejuvenescedor. De acordo com informações que Quinn encontrou em textos de história, o nome Mortuus foi dado a este mundo depois que as pessoas que fundaram a Terra II a destruíram.

Mortuus

significa

morto

acreditavam que este mundo estava morto.

Lost Planet #8

em

latim.

Eles


K. Webster & Nicole Blanchard Sem esperança. Eles não poderiam estar mais errados. Este planeta... essas pessoas. Nós somos sobreviventes. Iremos vencê-los. Iremos ganhar. Iremos retomar este planeta para nossos filhos e seus filhos. Para seu futuro. Esfrego a mão na bochecha de Kevin, mas desta vez ele não recua com a carícia. Meu coração aquece. “Muito obrigada, Kevin. Sei como isso deve ser difícil para você. Você tem sido tão útil depois de tudo que passou.” Ele

levanta

um

ombro

num

gesto

tipicamente

adolescente. “Você não tem que me agradecer. Vou terminar de ajudar Avrell.” Com isso, ele desce correndo de volta a rampa e para dentro da prisão. Para Eleanor, digo: “Você vai assumir aqui? Certificar-se de que todos entrem com segurança?” “Claro. Está tudo bem?” “Tudo está bem.” Ou pelo menos, espero que esteja. Deixo-os terminar de carregar suas coisas sob a vigilância cuidadosa de Eleanor. Eles estão se movendo lentamente, ainda se curando do Rades, mas pelo menos estão se curando. Depois da minha conversa com Breccan, Avrell não quer perder tempo em voltar para a Instalação. Nem eu. Só espero que haja uma Instalação para a qual voltar.

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard Droga, Julie. Não seja estúpida. Quando ela disse que queria ficar, sabia que estava falando sério, mas parte de mim não acreditava que ela realmente faria isso. Não a culpo por não querer ir, mas mesmo com a cura este planeta é perigoso. Ela realmente acha que aqueles outros alienígenas – ou o que quer que sejam – serão tão legais quanto os morts? Acho que não. Começo pelas celas que transformamos em quartos improvisados. Uma por uma, as verifico em busca de retardatários, na esperança de encontrar Julie se escondendo. Cada vez que passo por uma sem vê-la, meu coração cai um pouco mais. Deixá-la para trás não é uma opção. Depois de limpar todas as celas de habitação, verifico a sala de comando e, em seguida, o refeitório. Tudo vazio. Assim como os elevadores e os quartos dos guardas. “Julie!” Chamo sem parar enquanto procuro pelos corredores. “Julie, onde você está?” As únicas respostas são ecos. Juro que se ela foi embora sem se despedir, irei caçá-la e chutar sua bunda eu mesma. O mínimo que ela poderia fazer era me avisar. O não saber é quase pior. O último lugar que verifico são os túneis sob a prisão. Passamos algumas horas lá quando pedi a ela que me ajudasse com meu plano maluco na noite anterior, mas ela não tinha motivo para ir até lá – a menos que fosse para fazer uma saída rápida sem ser detectada. Meu coração está na garganta todo o caminho até lá.

Lost Planet #8


K. Webster & Nicole Blanchard Há um som de tique-taque na minha cabeça, o que só me deixa mais frenética. Não podemos esperar por ela para sempre. Se não a encontrar logo... afasto o pensamento. Irei encontrá-la. Eu tenho que encontrar. As catacumbas cheiram a carne podre e ao sangue verde ácido dos rabbawolf que tivemos que matar ao capturar um deles. Seus cadáveres marcam meu progresso. Minha pele fica úmida e saliva se acumula no fundo da minha garganta. Eu a chamaria, mas tenho medo de que, se abrir a boca, o cheiro de rabbawolf apodrecido me faça vomitar sobre os sapatos. No final do túnel principal, encontro a porta totalmente aberta. Nós a fechamos quando terminamos nossa tarefa na noite anterior. É uma porta pesada, não tem como abrir sozinha. Ela deve ter ido por aqui. Empurro a porta o resto do caminho e vou para o lado de fora. O sol laranja-avermelhado está no pico, fazendo o chão empoeirado quase brilhar. Lá, nos montes de areia, há marcas de pneus. O clima ventoso em Mortuus significa que eles devem ser frescos. Nossos passos da noite anterior já foram apagados. Estes são novos. Olho para o horizonte, seguindo os rastros. Eles vão para longe, tanto quanto posso ver. Ninguém mais seria louco o suficiente para se aventurar sozinho, não quando devemos partir a qualquer minuto. “Droga, Julie.” Resmungo. Não há nenhuma maneira no inferno de Avrell me deixar levar outro veículo espacial para tentar localizá-la. Ele diria que não há tempo. Precisamos colocar essas pessoas na nave.

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K. Webster & Nicole Blanchard A Instalação precisa de nós. Julie sabe disso. É provavelmente por isso que sua bunda estúpida esperou até o último minuto para fugir sabendo que eu não teria tempo para ir procurá-la e arrastar sua bunda de volta à sanidade. Rosno baixinho e giro ao redor. É quando vejo o bilhete preso à porta com um pedaço de fita adesiva. Reconheço a caligrafia imediatamente. Querida Zoe, Lamento partir assim, mas ambas sabemos que você tentaria me impedir se eu dissesse isso pessoalmente. Odeio te deixar num momento como este. Eu me odeio. Mas se o mundo está acabando, quero explorá-lo primeiro. Não tente me encontrar. Por favor. Cuide-se. Espero que tudo dê certo e que eu possa te encontrar novamente algum dia. Com todo meu amor, Julie Lágrimas chegam e não tento lutar contra elas. Elas rolam por meu rosto conforme me viro e fecho a porta atrás de mim. Soluços sufocados irrompem do meu peito e me entrego a eles enquanto navego pelas catacumbas de volta para o corredor principal. Não posso acreditar que ela se foi. Nós nos tornamos tão próximas desde que os outros partiram. Ela é como uma irmã para mim. Era. Choro mais forte, esfregando meu rosto com a manga. Talvez, quando tudo acabar, posso tentar encontrá-la. Tropeçando pelos corredores, tento recuperar o controle. Não posso deixar os outros me verem assim. Não quero que

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K. Webster & Nicole Blanchard entrem em pânico quando finalmente temos o controle das coisas – pelo menos, de alguma forma, temos o controle das coisas. “Zoe!” A voz me para no meio do caminho. Limpo meu rosto rapidamente e tento dar um sorriso casual. Tudo ficará bem. Virando, encontro Avrell correndo para mim. “Aí está você. Estive te procurando... você está bem, minha companheira? Você esteve chorando?” Ele me envolve em seus braços e eu desmorono novamente, ensopando sua camisa com minhas lágrimas. As mãos de Avrell esfregam em movimentos suaves nas minhas costas. “Está tudo bem. Nós ficaremos bem. Fale comigo. Digame o que está errado.” Quando consigo me controlar, me afasto o suficiente para limpar o rosto novamente. Tê-lo me segurando é o suficiente para me dar um pouco de paz interior. “É Julie. Não consegui encontrá-la, então fui procurá-la. Verifiquei em todos os lugares e então encontrei isso.” Entrego a ele o bilhete, que está amassado e manchado com minhas lágrimas. “Ela se foi. Ela foi embora.” Avrell lê a nota rapidamente, então acaricia meu rosto com uma garra. “Eu posso ir procura-la. Talvez ela não tenha ido muito longe.” “Isso não é perda de tempo?” Ele pensa por um minuto. “Podemos fazer um sobrevôo da área antes de partirmos. Cobriremos terreno mais

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K. Webster & Nicole Blanchard rapidamente dessa forma. Se ela estiver perto, nós a encontraremos, tempestade. Eu prometo.” Ele segura minha mão com firmeza durante todo o caminho de volta para a nave, onde todos estão esperando por nós. Estão todos carregados e prontos para partir. Até Kevin está preso a um assento e sorri para nós enquanto embarcamos. Sento ao lado dele. Logo, a nave levanta e meu estômago despenca. A náusea de antes retorna com força total. Salto do meu assento e mal consigo chegar ao pequeno banheiro antes de perder meu almoço. Avrell me lança um olhar preocupado enquanto navega em círculos cada vez maiores sobre a prisão. Dou um pequeno sorriso que não parece diminuir sua preocupação, mas ele não diz nada e volta a examinar o terreno abaixo. “Tente a saída para os túneis. Foi onde vi o rastro.” Digo a Avrell. “É um lugar tão bom para começar quanto qualquer outro.” “Ela pegou um dos veículos da Terra II?” Ele pergunta. “Acho que sim. Vi as marcas dos pneus de um que saia da prisão.” Ele não diz isso, mas sei que ele provavelmente está pensando que ela pode estar muito, muito longe da prisão agora. Ele é um bom homem porque obedientemente vai até a saída do túnel e seguimos os rastros até que desaparecem em uma tempestade de vento. Ela poderia estar em qualquer lugar.

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K. Webster & Nicole Blanchard “Pare.” Digo quando ele chega ao lado do oceano da prisão. “De jeito nenhum seremos capazes de encontrá-la daqui. Obrigada por tentar.” “Você tem certeza?” Ele pergunta. “Sim. Temos que ir. Não podemos perder mais tempo.” “Podemos voar até a costa para ver se ela está lá. Talvez o veículo quebre. Ela não pode dirigir para sempre sem combustível.” Balanço a cabeça solenemente. Minhas lágrimas se foram. “Obrigada, mas não. Precisamos ir para casa. Eles estão esperando por nós. Leve-nos para casa, Av.” Ficando de pé, volto ao banheiro para lavar meu rosto e fecho a porta atrás de mim para ter privacidade. Meu estômago ainda está revirando, então molho uma toalha de papel e pressiono contra minha testa. Controle-se, Zoe. Ainda há muito a fazer. Demais. Tanta gente contando conosco. Os morts, suas companheiras. Aqueles que ainda estão se curando do Rades. Kevin, que pode muito bem ser nosso filho. Minha respiração fica presa na garganta e meus olhos voam para meu rosto no espelho. Nosso filho. Pressiono a mão trêmula em minha barriga. Não, não pode ser. Faz tão pouco tempo, não tenho como estar grávida.

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K. Webster & Nicole Blanchard Exceto que me lembro de uma conversa com Lyric no começo. Como as gravidezes mortling progridem muito mais rápido do que as humanas. Posso estar grávida do bebê de Avrell?

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CAPÍTULO QUATORZE AVRELL

“Como você sabe como voar com isso?” Kevin pergunta, se contorcendo no assento. “Você é um médico, não um piloto.” “Espere até conhecer nosso comandante, Breccan. Você aprenderá que ele gosta quando todos nós sabemos um pouco de tudo. Antes de as fêmeas chegarem, estávamos sozinhos. Apenas dez de nós, morts. Você tem que saber fazer todo tipo de coisa quando há apenas alguns de vocês.” Kevin considera minha resposta. “Também aprenderei a voar?” “Tenho certeza que sim. Theron é um capitão brilhante. Ele seria ótimo para te ensinar. Eu sei o básico e é isso.” “Humm.” Zoe dá uma risadinha ao meu lado. “Ele soa como você quando faz isso.” Deixo meu olhar vagar sobre ela, apreciando toda sua beleza. Seu cabelo está tão selvagem quanto seu espírito hoje. Se não tivéssemos um mortling presente, eu a puxaria para meu colo e agarraria suas mechas sedosas enquanto a beijaria loucamente. “Quanto tempo mais?” Eleanor pergunta. “É uma viagem longa?” “Demoramos quatro dias quando viajamos na Mayvina, mas esta nave parece voar num ritmo acelerado.” Aponto para

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K. Webster & Nicole Blanchard o radar. “Vê aquela formação gigante com os quadrados escuros?” Eleanor se inclina e acena. “O que é isso?” “Essa é a Instalação.” “Parece perto.” Kevin diz. “É uma ilusão porque esse monitor é reduzido para nossa visualização. Eu diria outro solar.” Aperto um botão para tirar o piloto automático da embarcação e fazer um movimento para Kevin. “Venha ficar aqui, mort. Irei te mostrar algumas coisas.” Mostro a ele vários dos diferentes botões e alavancas. Embora eles não sejam iguais aos da Mayvina, foi muito simples descobrir que são semelhantes. Quando mostro a ele o acelerador, o deixo pilotar um pouco. Ele ri quando nos inclina para o lado e Zoe xinga. “Calma aí.” Digo com uma risada. “Guarde seus truques para Theron.” Zoe se afasta enquanto mostro a Kevin como colocar a nave de volta no piloto automático. Eu o ensino o que procurar à distância – formação, feras, edifícios. Quando algum tempo se passa e Zoe não volta, fico preocupado. “Você acha que pode dirigir a nave por alguns minutos?” Pergunto enquanto me levanto da cadeira do capitão. Ele fica boquiaberto. “Sério?” “É um grande trabalho. Sem truques ou animação. Apenas certifique-se de que não esbarramos em nada. Você pode fazer isso?”

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K. Webster & Nicole Blanchard Ele concorda, um sorriso bobo no rosto. Bagunço seu cabelo enquanto ele pula em minha cadeira. Assim que tenho certeza de que ele está acomodado, caminho através da nave. Quase todo mundo está dormindo, embora haja alguns falando em voz baixa com Eleanor. Encontro Zoe na sala que montamos como uma área médica. “O que é, tempestade? Você está doente?” “Depois da façanha de Kevin, um pouco.” Ela sorri, mas está pálida. “Não me diga que você o deixou pilotar a nave.” “Ele está com treze revoluções. Eu caçava sabrevipes nessa idade.” Ela se encolhe. “Se eu nunca mais ver uma dessas coisas, será muito cedo.” “Tenho certeza que você pode cuidar de si mesma.” Eu me aproximo dela e sinto sua testa. Sem febre. “Sua cabeça dói? Você tem calafrios?” “Não.” “Que tal dores? Você tem isso? Pode ser o Rades chegando?” Não aperfeiçoei a inoculação, apenas a cura. Ainda assim, não quero ter que usá-la na minha companheira. Quero que ela permaneça bem. “Não é o Rades.” Ela me garante. “A exposição...” Franzo a testa. “E se os níveis R estão muito altos? E se não estamos tão seguros quanto pensamos?” Caminho até um armário e começo a vasculhar. “Preciso encontrar um teste para...”

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K. Webster & Nicole Blanchard “Avrell, pare.” Ela resmunga. “Se não são os níveis R...” Continuo. “Pode ser aquele sangue de Kevin – er, humano. Estava em mim quando nos beijamos. Rekk! Eu expus você e...” “Avrell!” Ela bate no meu ombro. “Olhe para mim.” Viro para olhar minha companheira, preocupação fazendo meu estômago torcer violentamente. “Eu não posso te perder.” “Você não vai.” Ela murmura. “Talvez você deva experimentar o wegloscan.” “O wegloscan apenas...” Paro, o médico em mim substituindo o macho. “É muito cedo.” “As outras disseram...” “Zoe.” Digo. “É muito cedo.” Ela bufa e revira os olhos. “Você não sabe tudo, Avrell. Você só sabe algumas coisas. Há outras coisas que você não pode saber porque somos alienígenas, caso tenha esquecido!” Mulher insuportável. “Estudei as outras fêmeas. O mais cedo que soubemos foi...” Conto nos dedos enquanto penso. “O wegloscan não vai mostrar isso.” “Então você nem vai tentar?” Ela cruza os braços sobre o peito. “Por que não? É porque... você não quer isso? Toda aquela conversa sobre AJ e uma família era besteira? Danese!”

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K. Webster & Nicole Blanchard Lágrimas grossas rolam por seu rosto enquanto seu lábio inferior treme. Agarro seus ombros, puxando-a para perto. Apoiando minha cabeça contra a dela, solto um suspiro triste. “Não posso suportar um resultado negativo.” Sussurro. “Vai doer muito.” Ela amolece e me abraça com força. “Só porque você não gosta de uma resposta não significa que deve se esconder dela. Onde está o cientista em você? Se não consegue o resultado desejado, tente novamente. Vamos, Av, você é muito mais forte do que isso.” Ela está certa. Eu me lembro de quando as mulheres chegaram. Quando tentei engravidá-las em meu laboratório só para falhar. Fiquei arrasado porque queria tanto mortlings. Era desnecessário também ter uma companheira, na época, porque eu não tinha o tipo de atração por aquelas mulheres como tenho por Zoe. Agora que ela e eu queremos começar uma família, encontro o mesmo desespero dentro de mim. Sempre procurei por isso minha vida inteira. Finalmente parece estar ao meu alcance e estou preocupado que seja arrancado antes que eu possa agarrá-lo. Zoe se afasta e vai até um armário. Ela pega o wegloscan e o entrega para mim. Em seguida, ela se deita na cama, expondo sua barriga plana para mim. “Meus seios estão doloridos, estou com náuseas e irritada, Doutor.” Ela diz, com um sorriso provocador nos lábios. “Você vai me diagnosticar?” Meu pau se contorce no meu minnasuit. “Você está sempre irritada.”

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K. Webster & Nicole Blanchard Seu dedo médio dispara. “E você sempre é um idiota.” “Acho que devo examinar seus seios para ter certeza de que estão bem.” Murmuro enquanto me aproximo. “Médico safado.” Zoe diz, um brilho perverso em seus olhos tempestuosos. Ela lentamente abre o zíper de seu minnasuit, expondo sua pele nua para mim. “Melhor se apressar antes que outro paciente chegue.” Deslizo minha palma sob o material, segurando seu seio. Minhas garras afiadas rolam seu mamilo ao redor, provocando um gemido agudo dela. Puxo o material para o lado para poder ver seu mamilo ereto. Inclinando-me para frente, o lambo com minha língua bifurcada. “Tem um gosto normal.” Observo. Mordo a pele com força suficiente para ela ofegar. Seu sangue picante inunda minha boca com a picada de minhas presas. “Isso precisará de alguns cuidados.” Ela choraminga enquanto pego a pomada de microbô. Esfrego um pouco em sua pele, manchando o sangue com a pomada. Os microbôs trabalham rapidamente para curar sua ferida. “Verificarei você, minha adorável paciente, e se der negativo, precisarei que se dispa para que eu possa tratá-la.” Baixo o zíper até sua buceta. “Você precisará do meu pau enorme dentro de você. Repetidamente, enchendo você com minha semente. Ordens médicas.” Ela ri até que toco seu clitóris. “Ahhh.” Com meus olhos fixos nos dela, esfrego a pequena protuberância. Conheço seu corpo e sei quantos círculos serão

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K. Webster & Nicole Blanchard necessários para enviá-la ao limite. Eu a provoco, trazendo-a cada vez mais perto, antes de presentear minha companheira com felicidade. Ela relaxa, olhando para mim com um sorriso feliz que queima minha pele. Preciso estar dentro dela. Rekking agora. “Calma, doutor. Primeiro o mais importante. Termine seu exame antes de me curar com seu pau.” Esfrego o dito pau através do meu traje, amando como ela morde o lábio inferior faminta. “Tudo bem. Vamos acabar com isso.” Ligo o wegloscan e passo na parte inferior de sua barriga perto de seu osso pélvico. “Eu te amo.” Zoe diz. Arrasto

meus

olhos

do

dispositivo

para

minha

companheira perfeita. “Eu também te amo, tempestade.” Ding. Encaro o wegloscan com confusão. Verde. É verde, não vermelho. Verde significa que ela está grávida. “Impossível.” Sibilo, completamente alucinado. “Possível.” Seus olhos estão lacrimejantes enquanto sorri para mim. “Avrell, vamos ter um bebê.” Coloco o wegloscan de lado e ataco minha companheira, ansioso para devorá-la enquanto esfrego sua barriga com reverência. “Avvy!”

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K. Webster & Nicole Blanchard O grito estridente e de pânico me faz correr da área médica para o poço de navegação. Kevin está sentado, apontando freneticamente para a frente. Corro até ele e fico boquiaberto com a cena à frente. Fogo. Muito fogo. E fumaça. A nave estremece quando uma explosão ocorre. Várias mulheres atrás gritam de surpresa. Zoe agarra meu braço e engasga. “Isso é…” “Coloque o cinto de segurança.” Grito. “Agora. Vocês dois.” Zoe e Kevin se acomodam em seus assentos enquanto tento me comunicar com a Instalação. Nada além de estática. Várias naves do exército humano passam voando, mergulhando na fumaça. Elas passam por nós, assumindo claramente que estamos com eles. “Avrell.” Zoe engasga. “E se eles estiverem todos mortos? Devemos voltar.” Outra explosão balança a nave, fazendo mais pessoas gritarem dentro. “Se houver uma chance de que eles ainda estejam vivos, temos que tentar ajudá-los.” Aperto um botão, enviando poder de fogo em nossa frente, atingindo uma nave no processo e enviando-a para a fumaça. “Aguente. Esta viagem está prestes a ficar muito mais acidentada.”

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EPÍLOGO GALEN

Dia do Ataque dos Kevins. Alguns solares antes de Avrell chegar...

Estou furioso. Fumegante. Explosivo. Se eu não colocar distância entre mim e Breccan, arrancarei sua cabeça dos ombros. Como ele ousou manter todos aqueles alimentos, mudas e suprimentos como reféns quando quase morremos de fome? Eu me desesperei uma revolução no centro de comando sobre como alimentaríamos os morts e ele me deixou pensar o pior. Permitiu-me sentir que não tinhamos esperança. Tínhamos tudo lá embaixo. Tudo. Meu respeito por meu comandante está num nível perigoso. Eu preciso sair. Assim que a ideia surge na minha cabeça, não consigo deixar de pensar nela. Quero embalar uma bolsa e ir embora. Ficar algum tempo longe dessas pessoas – desses morts e suas companheiras felizes e adoráveis mortlings. É demais. A raiva

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K. Webster & Nicole Blanchard familiar que sempre ferve sob a superfície assobia e queima, ameaçando transbordar. Os morts estão ocupados conduzindo as fêmeas e mortlings para as Reservas, mas não posso participar. Estou andando pelo centro de comando, imaginando o que deveria fazer para expulsar essa raiva. Se Avrell e os outros no Exilium não estivessem planejando seguir nessa direção, eu iria para lá apenas para mudar de cenário. Mas, se eu for lá, ficarei sozinho. Talvez seja disso que preciso. Espaço. “Entre... pode... me ouvir?” Uma fêmea chama. Corro para o comunicador. “Zoe? Está tudo bem?” “Não… Zoe…” Estática estala ao longo das linhas. “Falar com humano.” Aborrecimento cresce dentro de mim. “Elas estão se escondendo do ataque iminente dos Kevins, então tudo que você tem sou eu. Quer você goste ou não, serei eu quem te ajudarei. Onde está você agora? Quem é você?” Sem resposta. “Olá?” Grito. “Se você está com problemas, eu posso ajudar. Deixe-me te ajudar.” “Tudo bem... estamos em uma caverna... posso ver seu prédio...” “Você está perto. O que você pode ver ao seu redor para que eu possa te encontrar?”

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K. Webster & Nicole Blanchard “…lago…” O Lago Ácido é o mais próximo e há uma montanha do outro lado que posso ver da Instalação. “Você está machucada?” “Não... eles estão vindo atrás de nós. Trancamos... quarto.” “Quem? Quantos de vocês tem aí?” “Dois. Eu... filho... Henry.” Stella. Eles pensaram que ela e seu filho estavam mortos. Um rugido alto e familiar atravessa a linha, fazendo Stella e Henry gritarem. Sabrevipes. Eles estão presos em uma caverna e aquelas feras famintas irão pegá-los. “Depressa!” Ela sibila. “Fique escondida. Estou a caminho.” Sem perder um segundo, corro pela Instalação, coloco meu traje zu, pego algumas armas e minha mochila e corro porta afora. O som alto de naves chegando trazendo um exército de Kevins é a menor das minhas preocupações. Stella e Henry precisam de mim. Breccan pensará que eu os abandonei, e talvez de certa forma eu esteja ansioso para fazer essa missão porque estou zangado com ele. Mas isso não importa. Tudo o que importa são os dois alienígenas muito assustados que se tornarão uma refeição de sabrevipe em breve se eu não os salvar.

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K. Webster & Nicole Blanchard Sabrevipes são criaturas implacáveis. Eles irão perseguilos até ter sucesso. Eu simplesmente não posso deixar isso acontecer.

Continua...

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