Lost Planet 2 - The Vanished Specialist - K Webster Nicole Blanchard

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K. Webster & Nicole Blanchard

Lost Planet #2


K. Webster & Nicole Blanchard

Disponibilização: Eva Tradução e Revisão Inicial: Naty Revisão Final: Keira Formatação: Eva

Fevereiro/2020

Lost Planet #2


K. Webster & Nicole Blanchard

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Minha lilapetal está morrendo... e não posso salvá-la. A mulher que me trouxe de volta à vida pode não viver o suficiente para me ver verdadeiramente feliz. Todos os exames, os experimentos falharam comigo... e eu falhei com ela. Se eu não encontrar uma cura para salvar minha alienígena, passarei o resto da minha existência sozinho em Mortuus. Os outros acreditam que minha companheira não é forte o suficiente para sobreviver. Que ela não pode procriar e deve ser colocada de volta no criotubo até que esteja curada. Mas não permitirei isso. Desafiarei a única família que já conheci para salvá-la. Mesmo que isso signifique desaparecer pelo desconhecido. Ela é tudo o que importa e nenhum dos seus protestos me impedirá de fazer o que preciso para mantê-la segura.

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NOTA DA SÉRIE LOST PLANET No início, houve muitos que sobreviveram às explosões iniciais de radiação e dos distúrbios ambientais catastróficos que resultaram disso. Os morts, os únicos habitantes de Mortuus, o Lost Planet ― Planeta Perdido, mudaram com os efeitos da radiação, aprenderam a se adaptar e, mais importante, a sobreviver. Com isso, tornaram-se altamente qualificados e inteligentes, capazes de sobreviver até nas piores condições. O planeta é perigoso e a vida não é fácil, mas os morts tem um ao outro e isso é tudo o que importa. Eles proliferaram na estrutura protetora de um prédio abandonado que converteram em alojamentos. Morts receberam incumbências, treinados desde o nascimento para passar conhecimento de geração em geração. Eventualmente, os morts esperavam ampliar a instalação e conquistar o ar livre selvagem e indomável. Então, o desastre aconteceu. O Rades, uma doença contraída por complicações da radiação, começam a infectar sua população cada vez mais. Primeiro, houve febre, seguida de feridas, depois, finalmente, a loucura e, inevitavelmente, a morte. Colocar em quarentena os infectados ajudou, mas já era tarde demais. Mulheres, crianças e idosos foram os primeiros a ir. Um por um, os morts que contraíram o Rades, morreram. Famílias inteiras foram disseminadas. Até que apenas dez machos restaram. A salvação veio anos depois, quando os morts descobriram uma nave cheia de alienígenas, mulheres alienígenas. Sabendo que era sua única chance de sobreviver, eles entraram na nave e levaram as mulheres para casa para estudar, e procriar. Uma mulher foi reivindicada. Restam quatro.

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GLOSSÁRIO • Cachos Verdes ― Plantas de folhas amargas (como salada), às vezes a única coisa que eles têm para comer. • Câmara Criostática ― Onde as humanas adormecidas são mantidas. •

Cela de Reforma ― Cela de prisão dentro da Instalação.

Cemitério ― Terras desertas fora da Instalação.

Ciclo Solar ― Uma semana.

• Criotubo ― Tubo grande onde as fêmeas humanas são mantidas adormecidas, que emite uma luz azul suave. •

Código Biológico ― DNA

• Doce de Raiz Dourada ― Balas feitas de raiz dourada que tem gosto de caramelo. •

Flora ― Droga artificial do planeta humano

Facção ― Grupo de morts (e depois se inclui humanos).

• Ghan ― Raízes rochosas encontradas nos poços subsolos que podem ser moídas em pó e usadas para certas doenças. Como repelir dores de garganta. •

Hagbud ― Planta venenosa, espinhosa e preta.

Hipervelocidade ― Velocidade da luz.

• Instalação ― Os últimos edifícios restantes onde os Morts vivem. • Jackaws ― Eles não gostam muito de comer, mas são divertidos de assistir e ouvir quando voam cantando músicas que enchem sua alma. Parecidos com o pássaro Gaio-Azul.

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K. Webster & Nicole Blanchard • Kevins ― Quando um mort tem aquele brilho de abuso em seus olhos. • Lilabushes ― Flores cor de rosa e aveludadas que crescem em um arbusto que não é comestível tem outros usos para as pétalas que caem das flores. Eles são perfumados e Galen tem feito ‘sabonetes’ como Aria os chama com as pétalas. • Livro Alienígena da Subfacção ― Livro que Sayer começou em um esforço para ajudar os morts a entender as fêmeas alienígenas melhor. Os morts devem preencher o livro conforme aprendem coisas sobre elas. •

Magknife ― Faca afiada.

Magnastrike ― Raio.

Metal Zuta ― Metal.

Mettalengths ― Quilômetros de distância.

Micro-revolução ― Um mês.

Micro-visualizador ― Microscópio.

Microbôs ― Nanotecnologia que cura.

Migalhas de Sodiumchloridus ― Sal dos morts.

• Minnasuit ― Uniforme emborrachado. Protege a pele.

que

é

cinza

carvão

Mortania ― Termo carinhoso que significa bela moça.

Mortarekking ― Filho da puta.

Morts ― Homens.

Mortyoung / Mortling ― Bebê Mort.

e

• Níveis R ― Níveis de radiação (os níveis letais são oito pontos positivo e acima).

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K. Webster & Nicole Blanchard • Os Eternos ― Para onde pensam que irão quando morrem. • Opasita ― Similar aos germes. São parasitas cinzentos que infectam e se espalham. Toxica e tem um biogene dentro a que os opasitas reagem negativamente. Calix criou um super biogênico para imunizar contra ele. •

Perapa ― Semelhante ao jalepeño.

• Planta Fernus Pegajosa ― Planta pegajosa que entrou nos Pulmões de Belin. • Perfume Feminino ― Os hormônios femininos e secreções são mais potentes quando a implantação é um sucesso. Aumenta cada solar à medida que ela cresce para acomodar o mortling. Torna-se mais potente se eles não acasalam continuamente porque o sêmen é bom para o útero. Mantém-no protegido. Os aromas aumentados são um mecanismo de alerta para dizer as meninas morts / alienígenas de que precisam fazer sexo (como versão mort de vitaminas pré-natais). • Reforço de Eletrólitos ― Comprimido ou tablete de calcário. •

Rekking ― Porra.

Revolução ― Um ano.

Rogshite ― Merda.

• Rogcow ― Animais raros que caçam para carne. Tem gostos semelhante à carne. •

Rogstud ― Rogcow macho.

• Sabrevipe ― A cabeça tem o tamanho de cinco pessoas juntas. Três olhos azuis claros, o meio leitoso e nublado. Narinas que são planas contra a cabeça e tão grandes quanto um punho. Bigodes longos que se movem por conta própria, provando o ar pelo

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K. Webster & Nicole Blanchard cheiro de sua presa. Coisa mais assustadora sobre sabrevipes são os dentes. •

Solar ― Um dia.

Sub-ossos ― Ossos no pescoço de morts (28).

Subfacção ― Grupo de humanos dentro da facção.

• Traje Zu ― Uniformes grossos capazes de proteger contra níveis R leves a médios •

Toxica ― Agente paralisante no esperma dos morts

Uvie ― Moça do Computador

• Wegloscan ― Scanner que eles usam para detectar gravidez.

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Zenotablet ― Como um iPad ou computador de mão.

Zonnoblaster ― Arma que dispara lasers


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PRÓLOGO CALIX Do meu ponto de visão, posso ver diretamente a subfacção. Ela ― Emery, como dizem ― é tão frágil. Como as belas pétalas de um lilabush. Mas ao contrário das flores saudáveis que crescem no laboratório de Galen, essa está murcha. Com cada solar que passa, sua pele fica mais pálida. A tosse minúscula chacoalha seu peito e sua respiração sai entrecortada. Aria esteve distraída criando o lar para humanos e preparando o espaço para as outras serem acordadas, mas está ignorando as necessidades da minha lilapetal. Ela a está deixando morrer diante dos nossos olhos. Como de costume, quando estou roubando olhares de Emery, sua cabeça se vira lentamente e me procura. Ela não sorri porque está fraca demais. Ela não gesticula em saudação. Tudo o que ela faz é chorar. Silenciosamente. Imóvel. As lágrimas que provei enquanto ela estava no criotubo eram diferentes de qualquer coisa que minha língua bifurcada já teve o prazer de lamber. Anseio segurá-la em meus braços sólidos e lamber sua doce tristeza. Mas não tenho permissão para segurá-la. Aria exige que eu mantenha distância até que Emery possa decidir essas coisas por si mesma. Elas não entendem que estudei suas expressões muito antes de ela se tornar a próxima pessoa acordada. Eu me sinto em sintonia com ela. Ela tosse e gagueja e, no entanto, não temo os agentes patogênicos que sujam o ar ao seu redor. Não é importante para mim porque seu bem-estar supera tudo. A ideia de alguém tossir desse jeito é suficiente para me fazer correr de volta ao laboratório e sentar sob o equalizador para eliminar as bactérias. Emery, eu pegaria de bom grado tudo o que a deixa doente.

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K. Webster & Nicole Blanchard Então eu poderia segurá-la enquanto isso nos roubasse desta vida. Ninguém, especialmente Emery, merece morrer sozinha. Não irei rekking permitir isso. Com os olhos fixos nos dela, tento ler suas expressões. Ela está triste, mas principalmente preocupada. Usando a pouca energia que tem, ela puxa e torce o metal zuta que está ao redor de seu braço. Sinto que isso abre um segredo importante sobre ela. Vasculhei os resultados do teste que Avrell obteve dela e li suas anotações. Para alguém tão brilhante, o médico de nossa facção é atormentado por não saber o que fazer. Há um nome para a doença dela. Ela falou para Aria e foi gravado, mas isso não significa nada para nós. Asma. Inalador. Tudo o que sabemos é que seus pulmões lutam até mesmo em seu próprio planeta, mas pelo menos lá ela tinha o remédio adequado. Ela é fraca demais para tentarmos mandá-la de volta. Tem sido discutido. Com a compressão do espaço nos pulmões, ela não sobreviveria. Isso está escrito nas anotações de Avrell também. Que significa… Há apenas uma coisa a fazer. Eu estudo doenças contagiosas e patógenos. Encontro curas para o nosso povo. É o que eu sou bom. Como uma segunda natureza. Isso não será diferente. Não pararei até que eu tenha feito isso. Silenciosamente, entro na subfacção e sigo em sua direção, grato por Hadrian não estar em lugar nenhum. Seus olhos se arregalam de surpresa, mas ela não grita. Algo que se assemelha a alivio lampeja em seus brilhantes olhos azuis. É o suficiente para me impulsionar para a frente em minha missão, uma missão que

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K. Webster & Nicole Blanchard sem dúvida me trancará em uma cela, se Breccan e os outros a interceptarem. Eu não posso falhar. Ajoelhando-me ao lado dela, coloco minha mão sobre sua bochecha, desesperado para tocá-la. Mas as palavras de ordem de Aria ainda tocam na minha cabeça. Suas leis sobre apenas tocar se pedirem. Hesitação rola dentro de mim como os movimentos de uma tempestade épica. “Ajude-me.” Emery coaxa, seu corpo estremecendo um pouco enquanto ela implora. “Ajude-me ou eu vou morrer.” Deixo minha palma acariciar o lado do rosto dela, e então faço o impensável. Gentilmente puxo minha alienígena em meus braços, tomando cuidado para não a quebrar e a carrego para fora de sua casa. Com pressa, corro de volta para o meu laboratório, onde nos trancarei. Eles eventualmente nos encontrarão, mas garantirei que eles não possam entrar. Trabalharei implacavelmente, sem ser perturbado por eles, até encontrar uma cura. Eu irei rekking salvá-la. “Relaxe agora, lilapetal.” Insisto, com minha voz suave, só para ela. “Eu vou curar você.” Ou morrerei tentando.

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CAPÍTULO UM EMERY Está escuro, o quarto e o corredor para onde eles nos trouxeram. Isso me faz tremer mesmo que esteja quente o suficiente para fazer os corpos ao meu redor emitirem o odor agridoce de suor. O vestido fino e gasto que eles nos deram faz pouco para conter o calor do corpo, então tento envolver meus braços em volta da minha cintura e recebo um soco nas costelas por tentar lutar contra as algemas que esqueci que estava usando. Eles nos fazem entrar, uma a uma, e a cada passo mais perto da porta que me leva ao meu destino, meu peito aperta mais e mais. Sei que mencionar minha necessidade de um inalador cairá em ouvidos surdos, então tento controlar minha respiração, lembrando das técnicas que minha mãe me ensinou. “Relaxe, Emery. Ouça o som da minha voz.” O som de suas palavras é fraco, tem se tornado mais e mais nos anos desde que ela faleceu, e faz pouco para abafar o som do choro das outras ou das instruções exigidas pelos guardas. Minha respiração fica ofegante e manchas dançam através da minha visão enquanto a nossa fila se aproxima da porta. Não sei para onde estamos indo e não me atreveria a perguntar, mesmo que pudesse entender as palavras ao redor da minha respiração ofegante. A última que tentou falar recebeu um tapa perverso por seus problemas. Eu tenho problemas suficientes sem chamar atenção para mim mesma. “Respire, pequenina. Você tem que respirar.” É a minha vez. O guarda ao meu lado me empurra pela porta e meus pulmões se agarram enquanto tropeço para frente. Um grito se instala na minha garganta e eu caio.

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K. Webster & Nicole Blanchard Acordo assustada, meus pulmões e meu corpo doloridos. Um par de braços fortes está ao meu redor e olho para a expressão preocupada ― ou pelo menos acho que é preocupada, do alienígena que me levou de onde eu estava descansando. Minhas pernas estão enroladas na cintura dele, suas mãos quentes nas minhas costas. Devo ter adormecido na caminhada dos quartos onde Aria estava me mantendo. Ele muda todo o meu peso para um braço musculoso, de alguma forma conseguindo se equilibrar enquanto anda, e traz a mão livre para pressionar contra a junção da minha garganta. “Respire, pequenina. Você deve relaxar ou o Comandante e sua companheira certamente irão me mandar para os Eternos, esfolado e massacrado como um rogcow.” Eu me esforço para fazer o que ele instrui, meus pulmões teimosos lutando comigo a cada inspiração. Eu estava sonhando. Foi apenas um sonho. Concentro no som de suas palavras suaves para afastar a pressão fria do medo. “É isso.” Ele diz, ajustando-me novamente até que estou confortável contra seu peito. “Estamos quase lá.” Aquele que os outros chamam de Calix é a única coisa sobre a minha nova realidade que não me assusta. Ele deveria. Ele tem quase dois metros de altura, com pele branca como de um fantasma, cabelos curtos e pretos. Seu tamanho sozinho deveria ser intimidante, mesmo que ele não fosse um alienígena. Mas ele também usa óculos que estão equilibrados precariamente na borda do nariz e há uma caneta para tablet escondida atrás de uma de suas orelhas pontudas. Se ele fosse um alienígena horrível ou um monstro, ele não pareceria tão... normal. Algo sobre ele me deixa instantaneamente à vontade, mais do que qualquer homem com quem já estive em contato ― neste planeta ou qualquer outro lugar. “Lá? Onde estamos indo?” Pergunto sem fôlego. Minhas bochechas estão úmidas com os restos das minhas lágrimas.

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K. Webster & Nicole Blanchard Quero esfregar o sinal da minha fraqueza, mas mal consigo segurar o pescoço dele onde está. Seus braços se apertam ao meu redor. “Estou te levando para o meu laboratório. Você ficará confortável e nos dará tempo para te curar. Não se preocupe, minha lilapetal, eu não falharei com você.” Quanto mais nos afastamos da agitação do edifício principal, mais meu peito se alivia. Eu me conforto em sua presença. O suficiente para que minha respiração comece a se estabilizar enquanto me distraio com a melodiosa cadência de sua voz. Eu poderia ouvi-lo falar para sempre. “Lilapetal?” O comprimento de seus longos dedos com garras emaranhados no meu cabelo fazem suaves caricias, em seguida, retornam à minha cintura. “Uma flor delicada, uma das únicas a sobreviver ao clima rigoroso aqui em Mortuus. É elegante e bonita, mas forte. Isso me lembrou de você no momento em que te vi.” “É tão doce da sua parte dizer isso.” Chegamos a uma porta e Calix muda o meu peso para agitar uma pulseira. A porta se abre com um movimento e nós entramos. “Bom solar, Calix. Como posso te ajudar?” Uma voz feminina computadorizada cumprimenta. “Modo silencioso.” Ele grunhe. Então para mim, ele diz, “Uvie. Ela é um programa computadorizado que usamos quando precisamos de ajuda com nossos deveres. Eu não precisarei da ajuda dela neste solar.” Em frente à porta, vejo nosso reflexo em uma fileira de armários altos com fachada de vidro. Mesmo à distância, estremeço com o reflexo do meu rosto pálido. Quase se confunde com a cor branca como a neve de sua pele. Meu cabelo está pendurado em mechas soltas, as que antes eram brilhantes mechas loiras, agora estão amarradas e sujas da longa permanência no criotubo e

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K. Webster & Nicole Blanchard depois na subfacção, como chamam, mal conseguindo me mexer quando acordei. Ele me carrega por uma longa mesa de trabalho, cheia de cadernos, recipientes cheios de líquidos não identificáveis e alguns livros que estão perto de uma das três portas que se abrem para revelar uma sala de exames ― uma cama, máquinas e ferramentas médicas. Calix me coloca na cama um pouco dura com cuidado extra, seus olhos escuros vagando sobre mim com uma emoção semelhante à ternura. Simplesmente estar longe do caos dos outros quartos melhora minha capacidade de respirar. Só estive acordada nesta instalação como Aria chama por alguns dias, mas já é claustrofóbico com todas essas pessoas. Seu Comandante chamado Breccan está sempre rosnando e fazendo Aria dar risadinhas, o que curiosamente, irrita o inferno fora de mim. Avrell, seu médico, é amigável, mas sempre me cutucando e picando. E Hadrian é tão falador e extremamente exaustivo. Aqui, é quieto e pacífico. Calix até silenciou a moça do computador. Uma voz dentro da minha cabeça me diz que talvez esse alienígena musculoso tenha algo a ver com a calma que sinto, mas afasto o pensamento. Isso é impossível. Eu mal o conheço. “Como você está se sentindo?” Ele pergunta enquanto arrasta uma tela que está em um braço extensível atrás da cabeceira. Ela ganha vida com um zumbido enquanto ele recupera sua caneta e começa a escrever. “Melhor, por enquanto. Obrigada por me ajudar.” Ele faz uma pausa, sua caneta pairando sobre a tela, e posso sentir seus olhos se movendo sobre mim como uma carícia física. O silêncio se estende por mais um momento, então suas orelhas pontudas se contorcem e o mais breve lampejo de uma língua bifurcada aparece quando ele lambe os lábios. “Não pense nisso, lilapetal. Começarei pegando as suas estatísticas e, em seguida, iremos limpá-la.”

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K. Webster & Nicole Blanchard Mexo-me, apesar do esforço necessário para levantar a cabeça. “Você não vai… não sei, começar? Testes ou procedimentos ou qualquer outra coisa.” Fui aos médicos tantas vezes pela minha asma, me acostumei a ser tratada como uma experiência em vez de uma pessoa. Mesmo com Aria e Avrell, eles me discutiam como um projeto. Algo para fazer, para consertar. Com Calix, não é assim, ao que parece. Ele quer me ajudar, mas quando olha para mim, é quase como se ele realmente me visse. Depois de ficar invisível por tanto tempo, ficar presa em seu olhar é como ser aquecida de dentro para fora. Calor floresce dentro de mim e tento não derreter sob seu olhar. Ele é essa... coisa... e ainda assim, estou atraída por ele de uma maneira que não consigo entender. Verdade seja dita, gosto do feitiço que ele parece ter colocado em mim. Isso me distrai de tudo que não é agradável. Ele levanta a mão e cobre minha bochecha, as pontas de suas garras arranhando levemente minha pele. “Acho que você teve choques suficientes no seu corpo por um tempo. Você passou por um trauma e curará melhor depois de ser cuidada e mudada para roupas limpas. Depois disso, você precisa descansar. Enquanto você dorme, executarei amostras de sangue e farei varreduras com meus instrumentos. Você não sentirá nada.” Tenho que admitir, roupas limpas e um chuveiro farão maravilhas. Quando ele retoma a anotação, recosto na cama e tento deixá-lo trabalhar, o que dura pelo menos dois minutos inteiros. “Por que você está me ajudando?” “É meu dever.” Ele me diz, seus olhos não encontram os meus. “Isso vai além do dever.” Digo de volta, pedindo mais informações.

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K. Webster & Nicole Blanchard “Suponho que sim.” Calix prende uma faixa no meu braço, seus dedos demoram na minha pele antes de encontrar meu olhar com uma expressão triste. “Algum tempo atrás, uma doença mortal afetou nosso povo.” Seus olhos se distanciam como se estivesse vendo algo que eu não posso. “Exterminou a maioria da nossa raça. Existem apenas dez de nós agora. Houve vários tipos de várias doenças depois que nosso planeta foi devastado pela radiação. Matou nossas famílias rapidamente e sem discriminação. Depois que meu mentor sucumbiu à doença, fui tudo o que restou para tentar impedir que se espalhasse.” Suas feições escurecem enquanto se lembra. “Eu não pude parar, apesar de todo o meu treinamento, apesar de todo o conhecimento que ganhei. Tudo o que podemos fazer é manter os que estão dentro dessa instalação seguros e os patógenos nocivos fora. Não deixarei você sucumbir a algo tentando tirar sua vida... eu não posso. Ajudarei você como eu não pude ajudar os outros. Toda a vida é preciosa e precisa ser protegida. Até mesmo a sua, doce alienígena.” Cubro a mão dele e ela fica imóvel sob o meu toque. Apesar de sua aparência incomum, minha curiosidade sobre seu passado é inegável. Depois do inferno que sobrevivi, sua gentileza acalma as minhas partes feridas. Quanto mais gentil ele é comigo, mais minha necessidade de estar perto dele ― com ele ― aumenta. Mesmo agora, ele assiste pacientemente a minha resposta e quero absorver suas gentis respostas direto da fonte. “Sinto muito que você teve que passar por isso, Calix.” Seus lábios apertam em uma linha, suas orelhas se contraindo. “Não sinta, pequenina. Meus problemas não são seu fardo para suportar. Descanse enquanto termino de tirar suas estatísticas. Não demorará.” É estranho me sentir segura. E pela primeira vez em muito tempo, eu me sinto. No meu próprio planeta, não foi exatamente fácil depois que minha mãe morreu. E depois… Minha mente se dirige aos meus captores. A nave fria. Seus olhares ainda mais frios. Um arrepio percorre minha espinha. Pelo

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K. Webster & Nicole Blanchard menos essas pessoas ― apesar de claramente não serem humanas ― parecem mais humanas do que as com quem estive por último. Dou uma olhada em seus olhos escuros enquanto ele trabalha. Suas sobrancelhas estão franzidas em concentração. Uma expressão muito humana contorce seu rosto. Definitivamente mais segura. Especialmente com Calix. Milagrosamente, ou talvez porque os últimos dias afetaram meu corpo, faço como ele instrui e relaxo. Enquanto ele trabalha, minha mente vagueia por todas as informações que Aria tentou enfiar em meu cérebro quando acordei pela primeira vez. Nós estamos em um planeta horrível. O terreno, a atmosfera, as criaturas, os patógenos. É incrível que esses morts, como ela os chama, sobreviveram por tanto tempo. Mas os alienígenas daqui são bons, ela afirma. Pelo que aprendi deles e agora com Calix, posso ver isso. Ninguém tentou me prejudicar. Não como… Afasto esses pensamentos horríveis e me concentro no agora. Aqui. Essa instalação. Aria me contou sobre todos os alienígenas aqui. Não conheço todos eles. O cara dela é Breccan ― o Comandante. Ele é grande e mal-humorado. Não tenho certeza porque ela gosta dele, mas ela está carregando seu bebê, no entanto. Hadrian é mais jovem que os outros e é como assistente dela. Avrell é o médico e, aparentemente, Calix é como seu cientista. Há outro chamado Draven, que meio que se arrasta pela entrada para a subfacção, mas nunca entra. Alguns dos outros nomes me ocorrem e não consigo me lembrar de todos eles. Outro que lembro, porém, é Sayer. Aria explicou como ele é um gênio da linguística e de alguma forma implantou um tradutor nas cabeças dos outros morts, o que lhes permite entender centenas de idiomas, inclusive a nossa. Não só eles os entendem, mas também os ajuda a responder na língua em que são falados.

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K. Webster & Nicole Blanchard O som do zumbido das máquinas e o toque abafado de sua caneta contra a tela me embalam em um leve cochilo, desta vez felizmente sem sonhos aterrorizantes. Quando acordo de novo, é ao som da chuva ― ou pelo menos é o que parece. Abro um olho e me vejo novamente nos braços de Calix. Eu poderia me acostumar a ser carregada como carga preciosa. “O que você está fazendo?” Ele me coloca de pé e se move para um armário mal iluminado que ele ilumina com o apertar de um botão. A água jorra do teto com a pressão de outro. “Terminei o exame. Nossa unidade de limpeza ajudará a rejuvenescê-la. Programei para uma lavagem suave e terei seu minnasuit pronto para você vestir.” “Minnasuit?” Pergunto enquanto ele paira na porta. Ele gesticula em minha direção. “Minnasuit. Vestido?” Suas bochechas ficam adoravelmente escuras. Não com vermelho como as minhas, mas quase com sombra, que assumo ser a sua versão de um rubor. “Roupas?” Digo com um sorriso. Quando ele sorri de volta para mim, perco o fôlego. Exceto que desta vez não tem nada a ver com meus pulmões defeituosos. Pode ser porque as presas duplas que ele está usando são, para dizer de forma leviana, intimidadoras, mas de uma maneira sexy. Uma maneira que me deixa curiosa sobre como elas se sentiriam se eu o beijasse. Elas dão um toque de lobo ao seu belo rosto que acho inegavelmente atraente, alienígena ou não. “Sim, roupas. Esqueço do que a companheira de Breccan os chama. Se precisar de mais alguma coisa, estarei do lado de fora.” Ele se vira para sair e dou um passo à frente. “Calix.” “Sim?” Ele diz por cima do ombro.

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K. Webster & Nicole Blanchard “Você vai...” Eu me sinto boba dizendo isso e quase digo a ele para esquecer, mas de alguma forma esta nova Emery, aquela que se levantou do criotubo depois que pensou que era o fim, é mais corajosa, disposta a arriscar. “Você ficará? Perto, quero dizer. Eu não quero ficar sozinha.” Estive sozinha por tanto tempo, depois de perder minha mãe, nem me ocorreu focar no fato de que ele não era humano. Se fosse algum dos caras grandes, como Breccan ou aquele assustador, Draven, que vi cutucando sua cabeça aqui e ali, eu estaria correndo na direção oposta, mas há uma parte de mim que reconhece Calix em um nível mais profundo. Uma parte que não quer que ele vá a lugar nenhum. Talvez seja porque ele sabe como me curar, mas não acho que seja isso. Preciso de alguém que se importe comigo e pela primeira vez em anos, finalmente sinto que alguém se importa. E quero tanto isso, farei qualquer coisa por esse sentimento, mesmo que seja por mais alguns momentos roubados. Mesmo que essa necessidade me assuste pra caramba. “Eu estarei aqui.” Ele diz. “Não irei a lugar nenhum.” Nos olhamos por um longo momento, uma conexão aparentemente crepitando no ar e nos amarrando juntos, antes que ele passe pela porta. Quando ele a fecha atrás dele, gostaria de saber como ajustar a temperatura da água. Preciso de um banho frio depois do jeito que ele olhou para mim. Quente. Intenso. Possessivo. Algo me diz que o frio da água não fará nada para esfriar o calor queimando através de mim agora.

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CAPÍTULO DOIS CALIX Eu a tenho. Eu rekking a tenho. Breccan me baterá na cabeça, mas não me importo. As consequências não têm sentido quando sua saúde está em um equilíbrio delicado. Enquanto ela toma banho, caminho no meu laboratório. Há tanto que quero fazer. Tanto que preciso perguntar. Descobrirei o que está errado com ela e corrigirei. Eu me considero um mort bastante reservado e calmo, mas rekk se Emery não parece acender minha chama interior. Agora que ela não está apenas na minha presença, mas também sob meus cuidados, estou queimando de dentro para fora com a necessidade de protegê-la. Ela é minha. Balanço minha cabeça porque esses pensamentos possessivos só irão obscurecer meu pensamento. E este solar é importante. Estamos prestes a embarcar em território desconhecido. Passei muitas revoluções estudando nosso povo. Sendo especialista em doenças contagiosas de nossa facção, sou responsável por conhecer os detalhes de todas as condições potencialmente prejudiciais que podem afetar nosso povo. São sobre os alienígenas que nada sabemos. Minha mente parece pulsar dentro da minha cabeça, pulsando com a necessidade de conhecer e entender. Não é uma questão de se com minha alienígena de cabelos de cor do sol, mas quando. Descobrirei o que a deixa doente e irei curá-la.

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K. Webster & Nicole Blanchard Só espero que não seja tarde demais. Como eles. O pensamento é violento e suprimo um tremor. Não passa um solar onde não lamento as perdas daqueles que não pude proteger. O Rades é uma doença que destrói nosso povo de dentro para fora. E não importa quanto tempo estudo, nunca consigo chegar a uma cura. Como não há tratamento e a taxa de mortalidade é alta, fazemos o melhor possível para evitar isso. A limpeza é de extrema importância. Somos cautelosos e atentos a quaisquer sinais precoces da doença. Fazemos o que podemos, mas nunca será suficiente. Incansavelmente, procuro uma cura para aquela doença infeliz que poderia erguer sua feia cabeça a qualquer momento. E por mais que essa doença arranhe todos os meus pensamentos, consertar Emery é mais importante. Eu irei curá-la, mesmo que seja a última coisa que faço. A água é desligada na estação de limpeza e a consciência me atravessa. Imagino-a nua e com a água escorrendo sobre suas curvas cor-de-rosa. Estou curioso sobre o corpo dela. Breccan parece bastante apaixonado por Aria, isso é certo. Eu seria um mentiroso se dissesse que também não estou apaixonado. Não por Aria, mas com a ideia de Aria. Uma fêmea. Uma com quem Breccan foi autorizado a procriar. Sua conexão física se transformou no que nossos pais tinham, muito antes de tudo se desfazer. As famílias eram especiais e deviam ser reverenciadas. Por muito tempo, porém, a única família que tivemos foi um ao outro. Agora temos elas. Aria, Emery e as outras alienígenas. Com Aria, nós temos um futuro. Imagens da barriga de Emery inchada com meu mortyoung deixa a fera possessiva dentro de mim novamente furiosa. Eu a quero. Tudo em mim anseia por tocar e saborear cada parte dela. Quero o que Breccan tem. Mas não com qualquer alienígena.

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K. Webster & Nicole Blanchard Com Emery. A ideia de qualquer outro mort procriando com minha lilapetal faz minha visão ficar vermelha de raiva. Não sou tipicamente bravo como Draven ou Breccan, mas quando se trata de Emery, fico fora de controle. Minhas emoções correm desenfreadas como se ouvisse rogcows sendo perseguidos por um bando de sabrevipes. Swooosh. O painel da porta se abre e lá está ela. Delicada e tremendo, vestida com nada além de um pano seco em volta de seu corpo que ela agarra para manter coberta. Seu tom normal de rosa ficou escuro com um toque de azul. Especialmente o lábio inferior dela. O lábio pelo qual eu cuidadosamente arrastei minha garra enquanto ela dormia por tantos solares. Meus pés me carregam em sua direção, ansioso para tocar, para ajudar, para rekking respirála. Minha alienígena não se encolhe e isso faz orgulho pulsar em mim. Lembro-me de como Aria era arisca a princípio. Ela não era corajosa como minha lilapetal. “O minnasuit, er, roupas?” Pergunto, minha voz crua e rouca. Meus punhos estão cerrados firmemente ao meu lado, minhas garras cavando em minha pele quase forte o suficiente para cortar. “Eu estava...” Ela cambaleia para frente. “Eu não estava me sentindo muito bem...” Seu corpo desmorona na minha frente e a pego antes que ela encoste no chão. O pânico se eleva dentro de mim. Tempo é essencial. Preciso estudá-la e testar teorias. Preciso rekking consertá-la. Deslizo meu braço sob suas coxas e a levanto. O pano de secagem não faz nada para esconder sua pele perfeita dos meus olhos curiosos. Levando-a de volta para a mesa de exame,

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K. Webster & Nicole Blanchard avidamente deixo meu olhar percorrê-la enquanto ligo as luzes de aquecimento. Seus lábios azulados estão separados e suas pálpebras roxas estão tremulando. O pano de secagem cai para revelar seus seios deliciosos para mim. Cada mamilo é pontiagudo e, se a sua saúde não necessitasse de atenção, eu passaria muito mais tempo inspecionando-os. Uma vez que a coloco na mesa aquecida, permito que a toalha caia. Sua buceta brilha com cabelos dourados que combinam com o topo de sua cabeça. Pego um lençol aquecido e cubro seu corpo com ele. Estou tentado a chamar Avrell, mas então ele a veria assim. Tão vulnerável e quebrada. Ela não confia neles como confia em mim. Não mereço sua confiança, mas não irei decepcioná-la. Além disso, sei tudo o que Avrell sabe. Estudamos o mesmo e trabalhamos juntos em inúmeros esforços. Estou confiante de que, se alguém pode ajudá-la, sou eu. Sua respiração é rouca e irregular. Isso me enerva, mas não deixo que isso me afete enquanto coloco um aparelho de respiração em seu nariz e boca. A máquina bombeia oxigênio em seus pulmões frágeis e em poucos minutos, sua coloração rosa retorna. Seus olhos se abrem e ela me olha sonolenta. Azul. Curiosa. Destemida. Triste. Eu me perco em seu olhar. Tão corajosa, mas tão fraca. Um dos mistérios do universo. Alcançando em frente, arrasto uma garra sobre sua bochecha suavemente. O canto dos lábios dela se contorce com o mais breve dos sorrisos. É o suficiente para atiçar as chamas dentro de mim. “Por favor descanse, minha Emery. Para que eu entenda seus males, preciso te estudar. Ouvir sua respiração. Pegar mais amostras. É importante.” Digo a ela, enquanto coloco alguns sensores na parte de cima de seu peito, perto de seu coração, e outro no ponto de pulsação.

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K. Webster & Nicole Blanchard Bip. Bip. Bip. Seu pulso é lento, mas estável. Ela me dá um leve aceno, mas não fecha os olhos. Em vez disso, ela analisa cada movimento meu. Nunca tive ninguém me observando com tanta intensidade. Hadrian estudou comigo muitas vezes, mas o mortarekker não consegue ficar parado o suficiente para notar detalhes. Emery vê todos eles. Inteligência brilha em seus olhos que foram entorpecidos pela doença. Prometo fazê-los brilhar novamente. Usando a varinha wegloscan, aceno-a sobre seu estômago e estou secretamente grato quando ela pisca em vermelho, indicando que está sem filho. Se ela estivesse grávida como Aria, um dos outros morts poderia pensar que tinha que reivindica-la. Todas as alienígenas foram implantadas com embriões. Em uma missão de rotina para orbitar nosso planeta, Theron e Sayer conseguiram entrar em uma nave que passava e conseguiram os criotubos. Todos os cinco estavam levando as fêmeas dentro em hibernação. Trouxe esperança para nossa facção porque, pela primeira vez, podíamos procriar e nossa raça não estava mais ameaçada de extinção. Avrell trabalhou duro para implantar as alienígenas com nossa semente. Ele usou amostras de todos nós, esperando que algumas fincassem. Não haveria necessidade de acordá-las ou fisicamente acasalar com elas. No entanto, Aria nunca fincou e ela acordou de um aborto espontâneo. Não foi até que ela acasalou fisicamente com Breccan que eles foram capazes de conceber. Sei que por causa do acasalamento deles, nela agora está crescendo um pequeno mortyoung em seu ventre. Vi o olhar faminto nos olhos dos outros. Fome pela única outra alienígena que está acordada. Ela é minha.

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K. Webster & Nicole Blanchard Diversão brilha em seus olhos e é então que percebo que estou rosnando. Constrangimento toma conta de mim e engulo a sensação estranha. “Você não está grávida.” Digo a ela. Tenho certeza que Aria explicou as coisas para ela, mas não é menos assustador. Seus olhos se arregalam e se movem para frente e para trás, em pânico. Agarro sua mão trêmula na minha e passo meu nariz ao longo dela enquanto inalo seu aroma limpo. Bipbipbipbip! “Eu não deixarei ninguém te tocar.” Sussurro contra sua pele, fitando-a com um olhar firme. “Relaxe, lilapetal.” Ela deve encontrar segurança na minha expressão porque seu ritmo cardíaco diminui e ela relaxa. “Apenas respire normalmente. Estou tentando reparar seus pulmões com microbôs novamente. Espero que eles cuidem de qualquer dano que sejam capazes de consertar.” Não digo a ela que os microbôs não foram programados para anatomia alienígena, mas talvez seja melhor que ela não saiba os detalhes. Localizo meu audonar que é usado para ouvir dentro do peito e deslizo os pequenos bulbos em meus ouvidos. Usando o disco redondo de metal zuta que está preso por um tubo, eu o pressiono na pele rosa acima do coração dela. Nossos olhos se encontram enquanto ouço a batida constante. Quando estou satisfeito com o som de seu coração, deslizo o disco para ouvir seus pulmões. Minha palma roça no mamilo pontudo e ela solta um gemido. O som pequeno e doce fala direto para o meu pau. Cresço duro no meu minnasuit e estou mais uma vez envergonhado pela minha resposta a ela.

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K. Webster & Nicole Blanchard “Tente permanecer calma, lilapetal.” Minhas palavras são ríspidas e espero que ela não perceba o quanto estou desesperado por montá-la e reivindicá-la como minha. “É isso.” Murmuro. “Respire assim mesmo.” Seus olhos são afiados e focados enquanto ela queima seu olhar quente em mim. Rosa colore sua garganta e por um momento me preocupo que a machuquei. Então percebo o que meu polegar está fazendo. Estou acariciando-a de uma maneira reconfortante. Cada vez que meu polegar se move da esquerda para a direita, minha garra desliza sobre o seio logo abaixo do mamilo sobre o lençol de aquecimento. Congelo e empurro meus olhos de volta para os dela, esperando alguma raiva brilhar em seu olhar. Aria estava sempre com tanta raiva. Mas não minha Emery. Seus olhos azuis são suaves e confiantes. “Você está se sentindo bem para respirar sem o aparelho?” Ela assente e rapidamente o retiro, ansioso para ouvir sua voz mais uma vez. “Se alguma vez eu fizer algo que você se sinta desconfortável, por favor, expresse seu descontentamento.” Digo, minhas palavras roucas. Sua mão trêmula encontra a minha e ela a cobre. “Você está me ajudando. Conheci muitas pessoas más na minha vida e, Calix, você não é uma delas.” Por hábito, meu polegar acaricia sua pele novamente. “Eu quero curar você.” Ela sorri tristemente. “Eu não acho que você pode, mas estou feliz que você está tentando.”

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K. Webster & Nicole Blanchard Orgulho me atravessa enquanto continuo a ouvir seu peito. É como se alguém derramasse algo grosso e pegajoso em seus pulmões. Eles parecem crepitar conforme ela respira. “Então você sofria com isso de onde você veio?” Pergunto conforme afasto o disco de audição e tiro os bulbos de meus ouvidos. Não posso imaginar tentando respirar com os pulmões que parecem querer colar a cada respiração. Quão aterrorizante sua vida deve ser. “Sim. Asma era algo com o que eu cresci. Meu inalador ajudava, mas não havia nada que me curasse completamente.” Sua testa franze e desejo suaviza-la novamente. “Fazia o que podia para evitar ter um ataque de asma, mas às vezes era inevitável.” Ela torce a pulseira de metal zuta em volta do pulso. “Isso, de onde venho, deixa as pessoas saberem que tenho uma condição e precisaria de tratamento imediato se deixasse de respirar. Agora, porém... sou uma bomba-relógio ambulante. Deve haver algo no ar que meus pulmões achem ainda mais ofensivo do que em casa.” Pisco para ela em confusão, sem saber o que é uma bombarelógio ambulante. “Retirarei algumas amostras de sangue e urina. Eu gostaria de estudar sua bionética.” “Bionética?” “É uma fórmula única. Cada mort aqui tem uma fórmula bionética diferente. Aria também é diferente. Tenho amostras da Aria e gostaria de ter as suas.” “Tudo o que você precisa fazer, eu farei para ajudar.” Ela murmura. Trabalho diligentemente pegando as amostras dela. Quando chega a hora da amostra de urina, ela corajosamente encontra meu olhar enquanto a ajudo a sentar na bacia de coleta. Ela urina, as bochechas vermelhas, mas se agarra aos meus ombros como se eu fosse pegá-la se ela caísse.

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K. Webster & Nicole Blanchard “Isso é estranho.” Ela reclama, sua respiração fazendo cócegas no meu cabelo na minha cabeça. Estranho. Lembro da palavra que não traduzia bem para nós. Aria usa muito isso. Isso significa desconfortável. “Ahh, mas é necessário, meu doce.” Ela sorri, amplo e brilhante. A chama que estava acendendo dentro de mim explode como o sol nocivo em nosso céu. Posso ver porque Breccan anseia isso com cada fibra do seu ser. “Deite-se.” Instruo enquanto pego a bacia e a coloco na mesa. Distraidamente, limpo-a entre suas coxas. Limpo. Limpo. Limpo. Pequenos e necessitados sons escapam dela e saio do meu estupor. “Peço desculpas.” Falo enquanto, infelizmente, retiro minha mão de sua buceta. “Eu só queria ter certeza de que você estava limpa.” Meu pau está inchado e duro no meu traje. Mentiras. Fui arrebatado em suas dobras cor-de-rosa e cabelos dourados. Gostei de tocá-la. “Está tudo bem.” Ela me garante, com sua voz tremendo. “Eu gostei.” Pisco para ela em confusão. Ela gosta quando eu a limpo ou... baseado no jeito que seu pescoço fica vermelho, quase a cor do sangue das alienígenas, que nós aprendemos é mais brilhante e menos negro do que o nosso, e como ela morde o lábio inferior, eu diria que ela quer dizer outra coisa. Ela gostou quando a toquei. Memórias de noites em que o sono não era nem uma opção me inunda. Noites onde eu passava meus dedos ao longo de sua

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K. Webster & Nicole Blanchard pele lisa que estava disponível para mim enquanto ela estava deitada no criotubo. O jeito que, mesmo em seu sono, doces gemidos e vislumbres de sorrisos foram dados a mim. Ela se contorce na mesa e é então que sinto um cheiro. Um perfume tão doce e decadente, que fala com cada fibra do meu ser. Excitação. Outro grunhido ressoa através de mim e meus olhos ardem nos dela. “Eu preciso estudar essas amostras.” Digo, meu olhar nunca deixando o dela. “Ok.” Seu lábio inferior balança e lágrimas enchem seus olhos. O azul opaco transforma-se na cor das pedras vítreas que algumas vezes extraímos das cavernas subterrâneas. Impressionante. “Eu... eu...” Começo, mas paro. “Eu deveria continuar a limpar você ali? Não quero deixar você triste.” Uma lágrima vaza e ela me dá um pequeno aceno de cabeça. “Eu, uh, eu apenas... me senti bem e me foi negado qualquer coisa boa por muito tempo.” Arrasto o pequeno pano molhado de volta para sua buceta e o deslizo entre suas dobras. Seu corpo sacode e sua pele sobe com solavancos. Meu peito se contrai conforme me preocupo que ela esteja reagindo mal ao toque. “Apenas use... não use isso.” Ela sussurra enquanto tira o pano e o envia flutuando no chão aos meus pés. Sua mão, pequena e gelada, agarra meu pulso. “Isto. Use isto.” Eu me levanto da cadeira e ela sai de baixo de mim. Meu pau está doendo no meu minnasuit e estou vibrando com a

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K. Webster & Nicole Blanchard necessidade. Ela é tão frágil e sofredora. Quem sou eu para lhe negar um pequeno prazer? Rekk, quem estou tentando enganar? Darei a ela qualquer rekking coisa que ela pedir. Até isso. Aria enlouquecerá se descobrir. “Talvez não devêssemos.” Digo, odiando as palavras conforme passam pelos meus lábios. Sua carranca é minha ruína e me vejo atendendo às suas doces e silenciosas exigências sem mais discussão. Passo minha garra ao longo de sua fenda, me deleitando com o jeito que seu corpo sacode. Intensidade queima em seu olhar e esta é a primeira vez desde que ela foi acordada que parece viva. Verdadeiramente viva. Usando a minha outra mão, passo a palma sobre o osso do seu quadril e puxo de lado uma das suas dobras. Estou curioso para ver o que se esconde por dentro. Um pequeno broto. Rosa e inchado. Como aquele de uma lilapetal. Imagino se cheira bem também. Recolhendo minha garra do polegar, esfrego ao longo do botão. Ela arqueia as costas e solta um gemido misturado com uma tosse. Entro em pânico, mas ela me incentiva. “Mais, Calix.” Outro grunhido ressoa de mim quando dou mais atenção a ela. Sua excitação se torna inebriante no ar. É tão grossa que eu poderia engarrafar e inalar depois. Observo suas expressões, escuto seus sons e noto a maneira como seu corpo se move. Rapidamente, aprendo o que a faz se sentir bem.

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K. Webster & Nicole Blanchard Ela sobe e sobe e sobe. Tantas vezes subi a mesma inclinação íngreme. Sozinho, nos meus aposentos. Minha mão envolvendo meu comprimento grosso. Imaginando minha própria pequena alienígena nua e se contorcendo debaixo de mim. Eu derramaria e derramaria. De novo e de novo. Mas estava sempre sozinho. Nunca houve uma queda, apenas a subida solitária. No entanto, agora? Nós subimos, juntos. Para cima, para cima, para cima. O prazer que sinto fisicamente agora satura todas as partes do meu interior. Como se eu estivesse infectado com uma doença, mas eu morreria de bom grado. Ela estende sua mão delicada na minha direção e eu gemo quando as pontas dos dedos dela roçam ao longo do meu pênis dolorido no meu minnasuit. Seus movimentos combinam com o jeito que eu a toco. Frenético e desesperado. Subindo e subindo e subindo. Um gemido rouco sai dela e atrai um gemido meu. Seu corpo silenciosamente estremece enquanto minha semente se derrama sem desculpas em meu minnasuit. Não há lugar para vergonha enquanto nossos olhos buscam avidamente o outro. Caindo e caindo e caindo. Juntos nós caímos. Em algo. Nós nunca estaremos sozinhos novamente.

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CAPÍTULO TRÊS EMERY Não posso respirar, mas pela primeira vez, isso não me assusta e não me deixa em pânico que só piora os sintomas. Em vez disso, estou calma... feliz. Ele corre para uma área fechada. Ouço um pouco de água corrente e alguma confusão antes que ele volte usando um novo traje colante que acentua o quanto ele é bem dotado. É uma luta, mas sento para dar uma olhada melhor nele, envolvendo o lençol quente sobre meus ombros. As mãos de Calix acariciam meu corpo enquanto ainda vibro com tremores secundários. Ele sussurra palavras doces sem sentido em meu ouvido e viro meu rosto em seu pescoço, minha mão mergulhando na nuca grossa de seu cabelo cortado curto. Ele não o mantém longo, como os outros. Não o meu cientista sexy. Ele se inclina para trás, seus olhos escuros fixos nos meus e levanto a mão para traçar as bordas pronunciadas de suas maçãs do rosto, as cristas ósseas de sua proeminente testa. Quando ele não faz objeções, eu o puxo para mais perto, levantando para encaixar minha boca na curva firme dele, pressionando um beijo em seus lábios. Apesar do orgasmo que ele acabou de me dar, me vejo me aproximando, minha respiração ofegante, esperando que ele aprofunde nosso beijo, mas ele não o faz. No meu mundo, nunca fui ousada. Minha doença me deixou à margem da minha vida. Assistia em vez de participar. Observava em vez de experimentar. Era a única a receber ordens em vez de dá-las. Calix está muito feliz em seguir minha liderança e o poder de estar no comando é inebriante. Ele é tão diferente, tão gentil comigo. Quando ele me tocou entre as minhas pernas, eu não estava tímida. Estava... ousada. O tipo de mulher que sempre quis ser.

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K. Webster & Nicole Blanchard Então, quando vejo minha própria necessidade refletida em seus olhos, peço a única coisa que nunca desejei em minha antiga vida... mais. Quando ele não abre a boca para a minha durante outra tentativa, me afasto. “Eles se beijam aqui?” Seus olhos famintos estão nos meus lábios. Eu os lambo e seu rosnado vibra em seu peito. Sua própria língua bifurcada sai para farejar o ar, lembrando-me de uma cobra. A cobra mais sexy que já vi. E tão perigoso e emocionante. “Ouvi Breccan e Aria falando sobre beijar.” “Beijo.” Corrijo gentilmente. Nunca quis tanto uma coisa na minha vida. Como essa língua se sentiria com a minha? Quero saber. “Beijo.” Ele repete devagar. “O que isso significa?” Abro espaço na mesa de exame enquanto ele senta ao meu lado. Concentrar em responder a pergunta ajuda a me distrair de saltar nele mais do que já fiz. Se eu tivesse sangue no meu rosto para corar, estaria beterraba vermelha. “Bem, você pressiona seus lábios como fizemos. Às vezes, abre as bocas e esfrega suas línguas juntas.” Paro, considerando minhas palavras. “Não soa tão atraente como é, mas é muito mais agradável enquanto você está realmente fazendo isso.” Sua língua bifurcada sai novamente. Meu estômago aperta. “Qual é o propósito deste beijo?” Ele pergunta. Quando ele fala, levanta uma garra afiada para acariciar o meu lábio inferior. Considerando sua atitude, imagino se ele vê tudo com uma curiosidade tão intensa. Isso deve me fazer sentir como um experimento, mas é lisonjeiro. Para onde mais ele direcionaria sua natureza estudiosa? As possibilidades são mais intrigantes do que quero admitir. Intrigantes demais.

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K. Webster & Nicole Blanchard Minha respiração congela no meu peito e me afasto quando ele se inclina para outro beijo. Ele franze a testa. “Fiz isso errado?” Ele pergunta. “Você está se sentindo mal?” “Não, me desculpe. Você não fez nada de errado. Na verdade, você está fazendo tudo, muito, muito certo.” Pressiono a mão na minha cabeça onde o bom senso guerreia com a minha excitação. Foram as minhas más decisões no passado que me levaram a este planeta alienígena em primeiro lugar. Apesar do quanto estou atraída por Calix e do quanto quero uma repetição de suas mãos em mim, não posso esquecer que ele é um estranho... e minha única esperança em sobreviver. “Então por que você murcha, minha lilapetal?” Suas garras se envolvem no meu cabelo, as pontas levemente massageando meu couro cabeludo, acalmando a dor de cabeça por baixo. Meus olhos se fecham. Estar faminta por toque por tanto tempo faz com que ser sensata seja quase impossível, especialmente quando se trata de Calix, aparentemente. Arrepio explode em meus braços e eu tremo. Calix, que parece nunca perder nada, levanta meu braço para uma inspeção mais próxima. Suas garras se retraem e as almofadas grossas e esburacadas de seus dedos enormes passam suavemente pela minha pele. Praticamente posso ouvir as engrenagens em seu cérebro girando. Sua inteligência é quase tão atraente quanto o próprio homem. A sensação me subjuga. Aquece meu sangue e me faz querer ronronar debaixo de seu toque. Aperto sua mão para detê-lo. Quero explicar, mas as palavras endurecem minha língua e meu cérebro fica lento, então tropeço no meu esclarecimento. “Você ― eu ― isso é bom. Tão bom que você nem imagina. Mas provavelmente devemos levar isso, nós, devagar, para que nenhum de nós se machuque.”

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K. Webster & Nicole Blanchard Calix olha para as mãos. “Eu te machuquei? Às vezes nós morts não conhecemos nossa própria força.” Confusa, estudo seu rosto. Compreensão atinge e tomo suas mãos na minha. “Claro que não. É uma expressão humana. Significa que não quero que nenhum de nós cometa erros. Isso é tudo tão novo. Gostei muito do que aconteceu...” “Então por que não fazer isso de novo?” Ele pergunta. “Quero ajudá-la, lilapetal, de todas as maneiras. Curar seu corpo. Aprender sobre o seu passado. Beijar cada centímetro da sua pele.” Eu coro. Para alguém que não entende de beijar, ele certamente não tem nenhum problema com sedução. “Porque não nos conhecemos.” É tudo o que posso dizer, e até isso tem gosto de mentira na minha língua. “Nossos corpos sabem tudo o que há para saber, mas observei Aria e Breccan o suficiente para perceber que humanos exigem mais cortejo ― mais palavras ― para ter certeza de um companheiro. Sua voz é doce para meus ouvidos, minha Emery. Ouvirei o que você quiser me dizer. Venha, vamos ficar mais confortáveis.” Ele me ajuda a descer da mesa e me leva a uma área de estar do outro lado dos laboratórios. Agarrando um jaleco extra, que está pendurado na parte de trás de uma cadeira desgastada, feita de algum tipo de couro ou pele, ele me ajuda a cobrir o lençol com o jaleco. O antigo sofá à sua direita desapareceu tanto que a cor original é indiscernível. Quando nos sentamos, as almofadas cedem por baixo, fazendo-me inclinar-se para o lado dele. Baseado em seu sorriso de satisfação, sei que esse é exatamente o seu plano. Seus dedos levantam para o pulso martelando na minha garganta e ele zumbe em aprovação. Esses alienígenas com certeza são um bando sensível se suas ações são algo para julgar. O que me lembra... “Se você quer saber mais sobre mim, então quero saber mais sobre você.” Levanto uma sobrancelha. “É justo.”

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K. Webster & Nicole Blanchard Ele me coloca ao lado, meio encostada em seu corpo. Tem sido um dia longo e estou exausta, então não tenho energia para lutar muito. Além disso, sua proximidade acalma as bordas irregulares dentro de mim. Estar perto dele é como a minha dose de sedativo. Minha respiração diminui, meu coração se acalma e meus músculos se soltam. “Um comércio. Concordarei com isso. Você pode ir primeiro.” Calix diz, sua voz um ronco ritmado no meu ouvido, onde minha cabeça descansa contra seu peito. Mordo meu lábio enquanto considero o que dizer a ele primeiro. Há muito do meu passado que eu ficaria envergonhada se ele saber. Tanto que destruiria o pedestal que ele me tem. Mas se considerarei ficar aqui, com essa nova comunidade, tenho que ser honesta sobre quem eu sou e de onde venho. “Minha vida não era glamourosa como a de Aria. Eu não era ninguém importante ou digna de holofotes. Minha família era pobre e não podia pagar muito, mas éramos tão felizes quanto poderíamos quando eu estava crescendo. Comum, mas feliz.” “Você é tudo menos comum, lilapetal, mas continue.” Suas palavras só me deixam mais determinada para ele ver o meu verdadeiro eu. “Minha doença custou dinheiro à minha mãe, o que significava que ela precisava trabalhar mais para pagar por médicos, medicamentos e terapias. Ela não estava em casa frequentemente e eu era filha única, então passei muito tempo sozinha quando não estava no hospital.” E quando ela morreu, eu estava completamente sozinha, tendo que me defender sozinha desde cedo. “Você era sozinha.” “Às vezes.” Admito em um sussurro. “Você nunca ficará sozinha de novo.” Calix afirma com firmeza. “Você é uma parte da nossa facção agora. Estaremos

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K. Webster & Nicole Blanchard sempre aqui para ajudá-la, guiá-la e dar-lhe segurança. Juro isso para você.” Emoção invade minha garganta e pisco de volta a picada das lágrimas. “Obrigada.” Digo quando tenho certeza de que não vou me envergonhar chorando em cima dele. “Agora é sua vez. Me conte uma coisa sobre o Calix. Ouvi Aria falar sobre as mulheres nos criotubos. Se você tem opções, por que eu?” Eu deveria perguntar sobre o seu passado, perguntar sobre o planeta em que me encontro, mas quero saber. Ele parece tão seguro de si mesmo, do seu interesse em mim. Talvez seja egoísta, mas caramba, eu mereço ser egoísta. Calix ajusta a nossa posição, então estamos ambos reclinados no sofá, com as costas contra ele e as pernas entrelaçadas. Ele me domina completamente, mas gosto disso. Eu me sinto segura e protegida, mas ao mesmo tempo a calma que sinto em seus braços me assusta. E se me acostumar com essa segurança e ela for arrancada de mim? “Eu não planejei escolher uma companheira das fêmeas quando soubemos de sua existência a princípio.” Inclino minha cabeça para trás para que eu possa ver seu rosto. “Você não?” “Não. Somos dez e apenas cinco mulheres. Quero uma companheira, claro. Todos os morts anseiam por uma família própria. Nós todos queremos mortyoung. Durante muito tempo, nunca pensei que seria uma possibilidade para nenhum de nós. Depois de perder tantos devido à doença, perdi a esperança. Quando encontramos vocês, estava feliz o suficiente para ter a possibilidade de mais para um dos meus irmãos. Eu tinha certeza de que desistiria da oportunidade se fosse selecionado para procriar com uma das fêmeas. Pensei assim, até que vi os criotubos. Até que vi você. Então eu sabia que você era minha e faria qualquer coisa para mantê-la.”

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K. Webster & Nicole Blanchard “Mas e se eu não sou quem você pensa que sou?” “Penso que você é bondosa e gentil. Mais bonita que um pôr do sol de Mortuus. Penso que você é mais forte do que você se dá crédito.” Suspiro, porque quero ser a mulher que ele vê. “É por isso que você está me ajudando? Porque você quer uma companheira? Bebês?” “Estou ajudando você porque é quem eu sou, o que faço. Não consegui salvar meu povo do Rades, mas descobrirei como consertar seus pulmões. Então, mostrarei a você que você é destinada a mim.” Em casa nós costumávamos ter um ditado sobre ver a alma de alguém em seus olhos, mas nunca pensei nisso até encarar Calix. Ele é muito diferente de qualquer homem que já conheci, mas quando olho dentro deles, me sinto mais ligada a ele do que a qualquer outro. Apesar da minha hesitação anterior, me vejo inclinado para mais perto, precisando me tornar uma parte dele, com ele. Não tenho palavras para a necessidade que pulsa através de mim, então não tento explicar isso. “Beijo?” Ele pergunta, tão perto que nossos lábios roçam juntos. Respondo com um gemido, que se transforma em um grito quando um estrondo começa na porta. Calix salta em pé, com os dentes à mostra e as garras estendidas. “O que está acontecendo?” Pergunto, meu peito apertando com uma ansiedade muito familiar.

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CAPÍTULO QUATRO CALIX Era apenas uma questão de tempo. Quando a sequestrei, sabia que eles viriam atrás de nós. O que fiz foi contra as regras. Mas segui as regras. No início. Tolamente as segui por muitos solares, esperando contra todas as probabilidades que Emery saísse de sua precária saúde sozinha. Avrell teve muitas oportunidades para curá-la se estivesse dentro de suas habilidades. Ele não fez isso. Ela ficou deitada lá, sua respiração chacoalhando no peito, implorando para eu salvá-la. Então é isso que estou rekking fazendo. Bangbangbangbangbang! “Abra, seu pedaço de rogshite!” Os olhos cheios de terror de Emery se alargam. “O... o que eles que... querem?” Ela bate seus dentes inúteis e levanto minha cabeça para o lado. É bastante irritante, mas lembro-me de ter lido nas anotações de Breccan sobre esse ruído barulhento no livro alienígena da facção que Sayer começou em um esforço para nos ajudar a entendê-las melhor. Não é um grito de guerra ou um mecanismo de defesa. Significa meramente que elas estão com frio. Eu me apresso até um armário e pego um cobertor que é muito mais grosso que o lençol aquecido. Depois de envolvê-la, dou-lhe um aperto reconfortante antes de caminhar até a porta. Não costumo manter minha porta fechada, mas quando trouxe Emery, a fechei atrás de mim. Está pré-programada com um código que nunca irá quebrar. A única maneira que esses morts entrarão aqui é se eu os deixar, o que não irei, ou se eles arrombarem.

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K. Webster & Nicole Blanchard “Deixe-me entrar.” Hadrian rosna. O mais novo mort em nossa facção pensa que agora ele é ajudante e protetor de Aria quando Breccan não está disponível, que ele é o mort mais feroz aqui. Eu te direi o que é feroz. Quando uma cabeça oca tenta interferir na cura da minha companheira. Mostrarei a ele rekking feroz. “Não.” Grito, observando-o através da pequena janela. “Estou procurando por uma cura.” Ele olha além de mim. “Quando Aria descobrir, ela ficará furiosa.” “É culpa de Aria ela estar morrendo.” Rosno. Seus olhos se arregalam. “O Comandante não ficará satisfeito.” “Percebi esse risco antes de levá-la.” Ele bate a porta com o punho e sai correndo. Caminho até uma mesa perto da cama e pego uma agulha recém higienizada da bandeja. Seus olhos estão caídos com sonolência. Isso envia um alarme correndo pela minha espinha, fazendo meus sub-ossos racharem ao longo do caminho. Rapidamente prendo um tubo no final da seringa e depois me ajoelho na frente dela. “Só vai parecer uma picada.” Asseguro a ela. “Tirarei um pouco de sangue para que eu possa testá-lo.” Ela me dá um aceno sonolento. Depois de pegar o sangue e enfaixá-la, arrasto a máquina de oxigenação. Esta máquina fornece ar por períodos mais longos do que o aparato respiratório simples. Suas mãos me golpeiam, mas sou firme com ela. O barulho no peito dela está sempre presente e quero ter certeza de que ela não irá

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K. Webster & Nicole Blanchard sufocar. Coloco a máscara ao redor de sua cabeça e a prendo para que permaneça no lugar. “Descanse, lilapetal.” Insisto, passando meus dedos através de seus cabelos sedosos. “Deixe-me trabalhar para que eu possa tentar ajudá-la.” Seus olhos brilham com gratidão e então ela fecha as pálpebras. Vou direto trabalhar criando diferentes testes de sua amostra de sangue para que eu possa olhá-los sob o microvisualizador. Gostaria de testar alguns dos nossos remédios mais antigos que os microbôs assumiram há muito tempo na esperança de encontrar algo que tenhamos esquecido. Talvez a tecnologia dos microbôs seja avançada demais para os corpos humanos. Enquanto trabalho, minha mente vagueia quando eu era um jovem mortling, brincando no escritório do meu pai.

“Setor 1779.” Papai para seu aprendiz, Lox. “Precisamos leválo ao Setor 1779.” Então, papai começa a arrumar a mala com seus suprimentos e equipamento essencial. “Setor 1779?” Lox pergunta. Olho para cima das garrafas de vidro que eu estava fingindo preencher com medicamentos mágicos para curar minhas doenças imaginárias. “O que é o setor 1779, papai?” “Não é um lugar para jovens mortlings.” Ele diz. Ele se vira para Lox e tira os óculos para esfregar os olhos. Papai trabalha tanto e está sempre tão cansado. “Lox, prepare o paciente. Nós o levaremos para o Setor 1779. Eles são a única instalação com um robô cirúrgico.” “Os robôs cirúrgicos são tecnologia ultrapassada, senhor.” Lox argumenta.

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K. Webster & Nicole Blanchard “Nem tudo fica melhor com a tecnologia mais recente.” Papai diz. “Os microbôs fazem o que estão programados para fazer. Mas se eles não sabem o que devem fazer, então não podem fazê-lo.” “Eu não entendo.” Lox resmunga. “Isso significa que eu preciso fazer isso sozinho. Eu vou manejar o robô cirúrgico e fazer uma cirurgia exploratória. É o único caminho.” “Senhor!” Lox grita. “Tais procedimentos foram proibidos por anos!” Meu pai aperta a mão no ombro de Lox. “Nosso paciente morrerá a menos que descubramos outro caminho. Embale nossas coisas e prepare o paciente. Sairemos ao anoitecer.” “Onde é o setor 1779?” Pergunto. Papai vem até mim e bagunça meu cabelo. “São cerca de três solares de uma jornada traiçoeira pelo Cemitério até o outro lado da Montanha Bleex. Longe demais para um jovem como você viajar. Talvez quando você for mais velho, eu te levarei até lá para mostrar as velhas salas cirúrgicas empoeiradas. Há muito tempo abandonado, mas certamente não esquecido.”

Uma batida na porta me assusta do meu trabalho. Quando arrasto os olhos do micro-visualizador e da minha amostra, vejo o comandante Breccan me encarando do outro lado do vidro. Rekk. Ignorando-o, ajusto as lupas em 1000 para estudar o código biológico de suas células sanguíneas. Não encontro nada de imediato e minha intuição me diz que não é tão simples como encontrar uma deformidade em suas células sanguíneas e reprogramar os microbôs. Queria descartá-lo mesmo assim.

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K. Webster & Nicole Blanchard Com um suspiro, executo mais alguns testes em seu sangue, até que ouço um barulho desagradável. Empurrando minha atenção para a porta, estou chateado por ver Oz. Se Oz está aqui, isso significa que Breccan fará com que o mecânico de nossa facção tente desmontar a porta. Eu não preciso dessa distração. “Bom solar, Calix.” Uvie diz, apesar do meu controle manual para desligá-la. Abro minha boca para dizer a ela o modo silencioso novamente, mas a voz familiar de Sayer assume o controle. “O que o rekk você está fazendo, Calix?” “O que eu tenho que fazer.” Resmungo. “Modo silencioso.” Ele ri, sua voz ecoando nos alto-falantes. “Você não pode me silenciar, seu pedaço de rogshite.” “Então vá embora. Estou trabalhando.” “Breccan não está feliz com você.” Sayer diz, como se eu já não soubesse disso. “Estou ciente.” Retruco. “Modo silencioso.” Ele fica quieto por um momento, e solto um suspiro de alívio que talvez consegui que ele fosse embora, pelo menos por enquanto. Sentando na minha cadeira, deslizo para o meu gabinete com as anotações antigas do meu pai. Abro uma gaveta e começo a folhear os arquivos. Procuro o Sector 1779, mas nada é rotulado com esse nome. Fechando os olhos, tento me lembrar de qualquer detalhe sobre o paciente que o enviou nessa direção. Qual era o nome dele? Do que ele estava doente? Belin. Me vem assim e rapidamente localizo o arquivo de Belin. Uma vez que o abro, encontro montanhas de notas. Belin, com vinte e duas revoluções, sofria de uma reação adversa a um fernus

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K. Webster & Nicole Blanchard pegajoso. A planta, quando em contato, emite um pó rosa. Se ingerido ou inalado, o pó muda sua estrutura molecular, transformando-se em uma pasta pegajosa. Galen conseguiu criar uma substância a partir de seu pó que usamos ao remendar nossos equipamentos, janelas e rachaduras das instalações e nossos minnasuits. Ele remove as toxinas prejudiciais na forma de pó, peneirando os minúsculos cristais cor-de-rosa e depois transforma-os na pasta. Mas no passado, antes da tecnologia moderna, o fernus pegajoso era um problema para Belin. Meu pai o levou para o Setor 1779, o mort lutando por ar e em seu leito de morte e, quando voltaram, Belin era um novo homem. Uma serragem ― metal contra metal, me tira dos meus pensamentos. Emery acorda de sua soneca e olha para mim com confusão nos olhos. “Eu preciso de mais tempo.” Resmungo, passando meus dedos pelo meu cabelo curto, rebelde e puxando. “Você não tem muito disso.” Sayer diz do nada, fazendo Emery saltar em surpresa. “É apenas Sayer.” Asseguro a ela. “Ele está tentando... na verdade, não tenho certeza do que ele está tentando fazer além de perturbar minha cabeça.” “Bom solar, Emery.” Sayer diz. “Eh, olá.” Ela sussurra de volta. “Você está bem?” Ele pergunta. “Calix não está te machucando?” “Mortarekk...” Ela me interrompe quando responde com força. “Eu estou bem. Deixe-nos em paz.” “Muito bem.” Ele diz com um suspiro e depois não diz mais nada.

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K. Webster & Nicole Blanchard Ela estende a mão e abandono a cadeira para me aproximar dela. Eu me ajoelho ao seu lado e seguro sua mão fria e fraca na minha. Lágrimas enchem em seus lindos olhos azuis ― lágrimas que quero lamber. Em vez disso, as assisto cair em cascata por suas bochechas pálidas. Puxo a palma da sua mão para o meu rosto para aquecê-la contra a minha pele. “Eu não quero que eles entrem.” Ela diz através de sua máscara. Eu me viro e inalo o cheiro de sua mão. “Farei tudo em meu poder para mantê-los fora até que eu possa curar você.” Mais lágrimas rolam de seus olhos. “Isso não é algo que pode ser curado em poucas horas, Calix. Não tenho certeza de que isso possa ser curado.” Ela faz um som triste e sufocado. “Posso sentir isso. Eu vou morrer aqui.” Um grunhido ressoa através de mim e balanço minha cabeça. “Você não vai morrer.” Eu lhe asseguro, embora minhas palavras pareçam mentiras. “Eu não deixarei.” As pontas dos dedos dela tremulam contra a minha bochecha. “Não é sua escolha. Há um projeto ― por um ser superior ― e estou sendo apagada dele.” Não entendo suas palavras, mas sinto-as em meus ossos. Não gosto delas. Tão finais e certas. Como se ela não achasse que fosse respirar o mesmo ar que todos os outros. Como se o tempo dela fosse sempre limitado. Darei a ela todo o tempo que puder, mesmo que seja a última coisa que faço. Posso ouvir Breccan me chamando sobre trabalho de Oz, mas o ignoro. Meu foco é curá-la e mantê-la confortável. Soltandoa, caminho até a unidade de refrigeração. Muitas vezes, quando imerso no trabalho, ficava trancado e nunca chegava à ala de alimentação. Guardo alguns suprimentos aqui para essas ocasiões. Puxando uma tigela de frutas vin secas ― uma doce

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K. Webster & Nicole Blanchard iguaria que fomos recompensados em uma das mais recentes colheitas bem-sucedidas de Galen ― volto para Emery. Os pedaços são redondos e enrugados. A fruta vin é fascinante para assistir crescer no laboratório. Trepadeiras submergem os recipientes em que são plantadas e pequenas bolas cheias de suco cor de laranja crescem por toda parte. Eles são amargos quando comidos diretamente da videira, mas quando você os arranca e deixa secar, eles se enrugam e ficam doces. Galen afirma que são embalados com nutrientes importantes, mas são muito gostosos para serem bons para você. Seus cachos verdes amargos certamente não são saborosos e são incrivelmente nutritivos. “Coma.” Instruo, descansando a tigela ao lado de Emery. Afasto a máscara de oxigênio para deixá-la pendurada em volta do pescoço e arranco uma fruta vin da tigela. Obedientemente, ela separa seus lábios carnudos e azulados e aceita os nutrientes que estou oferecendo. “Eu gosto disso.” Ela diz, um sorriso fantasma em seus lábios. “Ótima ideia para uma última refeição.” Faço uma careta para ela. “É a primeira de muitas.” Seus olhos suavizam com minhas palavras. “Obrigada por tentar.” Aceno para ela e lhe ofereço mais pedaços. Ela come tudo e depois olha a tigela com saudade. “Procurarei mais depois. Por enquanto, descanse um pouco.” Digo enquanto puxo a máscara de volta sobre sua boca e nariz. Ela franze a testa. “O que você vai comer?” “Não estou com fome. Meus estudos me esperam.” Começo a me afastar, mas ela pega minha mão. Sua mão aperta a minha com força. Compartilhamos um longo olhar antes de eu relutantemente me afastar dela. A serração do lado de fora

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K. Webster & Nicole Blanchard da porta se intensifica. Eu me levanto e caminho até onde eles estão trabalhando. “Vá embora.” Grito para eles. Comandante mostra suas presas duplas para mim. “Abra a rekking porta, Calix.” “Deixe-me trabalhar em paz. Estou tentando ajudá-la.” Resmungo. Com uma porta entre nós, é fácil não se esconder sob seu olhar dominador. Talvez o desejo de proteger minha companheira ofusque todos os sentidos. “Podemos ajudá-la juntos. Trancá-la não resolve nada.” Ele diz, sua voz não tão dura. “Ela está com medo de todos vocês.” “É por isso que ela pertence a Aria por enquanto.” Seus olhos passam por mim. “Você… a tocou?” Penso na maneira como ela se sentia enquanto lhe dava prazer. O gosto dela. Seus sons. Seu perfume. “Ela está segura comigo.” Rosno, ignorando a sua pergunta. “Deixe-nos em paz. Ela escolhe estar comigo.” Seus olhos se arregalam um pouco antes de uma carranca assumir. “Eu faço essas escolhas.” Ele resmunga. “Eu sou o Comandante e você precisa lembrar do seu lugar. O que você está fazendo é motivo para punição. Há uma cela de reforma com o seu nome, se você não abrir esta porta agora.” “Sinto muito.” Digo quando me retiro da janela. “Não posso obedecer, Comandante. Não quando a vida da minha lilapetal está na balança.” Não espero pela resposta dele e me volto a minha cadeira.

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K. Webster & Nicole Blanchard “Entendo o que você está tentando fazer.” Sayer diz novamente, fazendo sua presença irritante conhecida. “Eu respeito isso. Só sei que Aria não aprova, portanto Breccan também não. É de seu interesse abrir a porta.” “E é de seu interesse ir para o rekk modo silencioso.” O pedaço de rogshite ri de mim antes de ficar em silêncio mais uma vez, me dando a chance de olhar para as anotações do meu pai. As notas são detalhadas. Tantas notas. Com avidez, leio todas as perguntas na margem. Cada cálculo. É evidente a partir das anotações e dos desenhos, que Lox e meu pai levaram Belin ao Setor 1779 imediatamente. A viagem para a Montanha Bleex era traiçoeira, mas acabaram conseguindo contorná-la e chegar ao prédio. Foram necessárias algumas pesquisas, mas eles prepararam uma das antigas salas cirúrgicas e ligaram um robô cirúrgico. Papai explicou como ele teve que limpar e esterilizar tudo, inclusive o paciente. Ele e Lox usaram roupas de proteção e algo chamado Haxinth ― uma fórmula detalhada que ele descreveu ― para administrar a Belin para fazer dele o que o pai chamava de ‘cadáver vivo.’ Belin, sob a influência de Haxinth, tornou-se insensível e inconsciente da dor. Ele disse que era imprescindível que Belin não estivesse acordado e com seus sentidos durante a cirurgia exploratória. Lox estava ao lado de Belin enquanto papai estava sentado na mesa com os controles. O robô cirúrgico foi montado no teto e papai controlou-o do outro lado da sala. Suas anotações disseram que o robô era mais preciso que a mão de um mort. Juntamente com o robô cirúrgico, Lox e meu pai abriram o ‘cadáver vivo’ e fizeram incisões em seus pulmões. Com uma ferramenta presa à ‘mão’ do robô, papai absorvia as secreções pegajosas de samambaia que se agarravam aos pulmões da vítima. De acordo com suas anotações, passou tanto tempo que ficaram famintos e atordoados, mas continuaram até que limparam cada pedacinho

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K. Webster & Nicole Blanchard dele. Papai usou a máquina e alguns microbôs para fechar as incisões e depois a maior em seu peito. Belin deve ter reagido ao Haxinth a princípio, no entanto, porque eles não podiam despertá-lo por muitos solares. Sua ferida da cirurgia se curou, mas ele permaneceu sem vida, embora não necessitasse mais de assistência respiratória. Meu pai e Lox trocaram turnos cuidando dele. Falando com ele. Injetando-o com nutrientes e remédios diferentes na esperança de que algo o acordasse. No décimo segundo solar, Belin acordou. Sua voz era rouca e crua, mas ele foi capaz de se sentar. Eles o curaram. Minha mente começa a pensar nas possibilidades. E se o setor 1779 detém a chave para a saúde e a sobrevivência de Emery? E se eu puder curá-la como meu pai curou Belin? Sou sacudido de todos os pensamentos quando a porta é quebrada e um comandante muito zangado aparece com vários morts igualmente enfurecidos em suas costas. “Eu tentei avisá-lo.” Sayer murmura acima de mim através do sistema de comunicação. “Saiam!” Rujo para Breccan, me levantando do meu assento e assumindo uma postura protetora na frente de Emery. Comandante sacode sua cabeça em decepção. “Draven, eu o quero preso e levado para uma cela de reforma.” Antes que eu possa lutar, Draven passa por Breccan e se lança sobre mim. O mort é meio louco e mais forte que um sabrevipe. Ele me empurra contra algumas prateleiras, enviando preciosos instrumentos para o chão, e empurra meus braços atrás de mim. Sou algemado com uma braçadeira de metal zuta e incapaz de mover um músculo. “Calix.” Emery choraminga por trás da máscara, seus olhos azuis acesos de medo.

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K. Webster & Nicole Blanchard Luto contra o domínio de Draven sem sucesso. “Isso não acabou.” Prometo a ela. “Descobrirei como curar você. Fique viva por mim.” Breccan tenta confortá-la e ela se afasta de seu toque. Isso me deixa cego de raiva, forçando-me a atacar meu Comandante para protegê-la. Usando apenas o meu ombro, empurro-o para longe dela e o enfrento no chão. Minhas presas estão expostas e rangem perto da veia em sua garganta, desesperadas para chegar ao seu objetivo. Antes que eu possa arrancar a veia pulsante com meus dentes, me afasto. Avrell entra com uma seringa pingando alguma coisa. “Não!” Seus olhos são apologéticos enquanto ele empurra a agulha no meu braço. Tudo fica preto quase instantaneamente. A última coisa que vejo é um lampejo de cabelos amarelos e grandes olhos azuis em pânico antes de ser empurrado para o nada.

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CAPÍTULO CINCO EMERY Ser arrancada de Calix é ainda pior do que quando acordei em um mundo estranho cercada por seres ainda mais estranhos. Se eu tinha uma dúvida sobre o meu destino, é apagada quando o Comandante chamado Breccan envolve seus braços poderosos ao meu redor para me impedir de lutar. Não que eu tenha energia para isso. “Acalme-se, jovem. Minhas desculpas pelo comportamento de Calix. Isolar você assim é repreensível e ele será tratado de acordo.” As palavras pretendem ser tranquilizadoras, mas elas simplesmente fazem com que meu peito aperte ainda mais. Luto para respirar. Quando falo, as palavras são fracas e ofegantes. “Eu pedi a ele.” Digo-lhe entre respirações ofegantes. “Ele estava me ajudando. Ele não fez nada de errado. Por favor, não o machuque.” Minha visão se contrai com precisão e no centro está a face severa do Comandante. Não sei como Aria o tolera. Ao contrário de Calix, que é sempre tão reconfortante, calmo e composto, a expressão desse alienígena é intransigente e severa. Meu coração já acelerado bate em dobro no meu peito. Enfrentar esta fera de um homem é um testemunho do quanto Calix já me afetou. Nunca me defendi antes. Enquanto meus pulmões lutam para trabalhar, quase rio de mim mesma. A única vez que mostrei desafio pode ser a última. “Não iremos machucá-lo.” Vem a voz de Aria atrás de mim. “Se aprendi alguma coisa com Breccan e minhas próprias ações, é que não podemos deixar que os motivos ou a impulsividade de uma pessoa não sejam controlados por causa de toda a facção. Breccan é um líder justo e Calix ficará bem. Por enquanto, estamos levando

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K. Webster & Nicole Blanchard você para a clínica médica onde Avrell pode garantir que você esteja segura e saudável.” Luto no agarre de Breccan ao pensar no que eles podem fazer para Calix. “Diga a ele para me colocar no chão.” Exijo para Aria conforme ela entra na minha linha de visão. Meu rosto fica vermelho com calor, porque estou com vergonha de que minhas ordens saem como um guincho e de raiva que meu corpo me falha mesmo agora, quando é tão importante. Aria me envia um olhar de pena, o que só me deixa mais irritada. Pelo menos Calix não olhou para mim com esse tipo de falsa simpatia. Ele é o único aqui que se importa comigo e eles o levaram embora e estão me tratando como menos que humana. “Estamos quase lá.” Aria diz. “Eu disse me coloque no chão!” O grito queima na minha garganta e não ajuda o aperto no meu peito. Ansiedade pode piorar os ataques de asma. Ficar ansiosa não ajudará em nada, mas se vou morrer aqui neste lugar estranho, quero que a pessoa que se importa comigo esteja comigo. Lágrimas frustradas vazam dos meus olhos e as empurro para longe com um golpe contundente. “Não.” Breccan interrompe a resposta de Aria. “Você está doente e não faz nenhum sentido. Iremos levá-la para Avrell onde você estará segura e você vai parar este absurdo antes que se machuque.” Minha voz é pouco mais que um grasnido agora. “Você pode ser o líder aqui, mas eu mereço ter uma opinião sobre como sou tratada. Isso é meu direito. Se eu quiser recusar o tratamento, você deve respeitar isso.” A marcha de Breccan não muda, nem sua expressão. “Cada vida em Mortuus é preciosa. Não arriscarei a segurança de ninguém, nem mesmo a sua nem mesmo se isso for contra a sua vontade.”

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K. Webster & Nicole Blanchard Indignada, minha cabeça empurra para Aria quando paramos em outra porta. “Como você pode deixá-lo me tratar assim?” Aria morde o lábio e então diz: “Nós realmente estamos apenas tentando ajudar, Emery. Os morts aqui podem ser um pouco impulsivos, especialmente quando se trata de alguém que eles consideram uma companheira.” Olho para ela, então me viro para encarar Avrell, de quem me lembro vagamente de quando fui removida do casulo. Ao contrário da juba selvagem de Breccan, Avrell é cuidadosamente cortado, quase formal. Quando ele sorri, noto que suas presas foram lixadas. Isso lhe dá uma aparência gentil e acessível. Se eu não estivesse tão irritada, teria sido acolhedor. De todos os alienígenas que conheci até agora além de Calix, Avrell é o que eu ficaria mais confortável. Seu rosto visivelmente suaviza de alívio quando Breccan me coloca em uma mesa de exame na frente dele. “Sempre estive tão preocupado com você.” Avrell diz quando começa a me ligar aos monitores. Quase espero que um chiado de calor passe de seus dedos para a minha pele como quando Calix fez a mesma coisa, mas o toque de Avrell é competente e clínico. “Como ela está?” Breccan pergunta e cerro os dentes ao ser discutida como se eu fosse invisível. “Sua frequência cardíaca é alta e seus pulmões estão trabalhando demasiadamente, apesar de seu nível de oxigênio no sangue estar baixo.” Com um olhar simpático para mim, ele acrescenta: “Ela está tendo muita dificuldade para respirar. Estou surpreso que ela não perdeu a consciência.” “Há algo que você possa fazer?” Aria pergunta. Não olho para ela. Ela deveria ser minha amiga, mas suas ações me fazem sentir traída, sozinha. Sem Calix, estou desolada.

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K. Webster & Nicole Blanchard Para mim, Avrell diz “Aplicarei um leve sedativo para ajudar a acalmar seus nervos. Espera-se aliviar o estresse em seus pulmões e permitir que você respire mais normalmente.” Ele prepara meu braço e insere uma pequena agulha. Mal sinto a picada. “Levará alguns momentos para entrar em vigor.” Fecho os olhos e imagino que ele é Calix, o que me permite relaxar em pequenos incrementos. Se vou morrer, não quero que seja enquanto estou cercada por esses estranhos. Preciso ficar bem o suficiente para descobrir onde eles estão mantendo Calix para que eu possa vê-lo novamente, mesmo que por pouco tempo. *** Quando acordo de novo, a sala está vazia. O único som é o maçante e monótono zumbido do computador, que lê meus sinais vitais. A dor no meu peito ainda está lá, mas muito menos forte. Empurro para uma posição sentada e gemo. Agora que não estou em pânico e posso respirar um pouco, todas as outras aflições e dores que meu corpo está experimentando se tornam conhecidas. Minha cabeça dói, meu estômago dói, e eu poderia usar uma semana inteira de sono ininterrupto. Apesar de tudo, minha primeira prioridade é encontrar Calix. Balançando as pernas para o lado da mesa de exame, me levanto vacilante, arrastando seus monitores para trás de mim. A sala tem o tamanho de um quarto comum, com uma porta levando ao que parece ser um escritório, e outra porta automatizada que se direciona para o corredor. Não posso acessar a porta do corredor sem uma daquelas pulseiras que o Comandante estava usando em torno de seu pulso. “Bom solar, alienígena Emery.” Uvie fala em saudação. “Como posso te ajudar?” Claro que não seria assim tão fácil. “Modo silencioso.” Ordeno, lembrando como Calix usou o comando antes. Estou chocada quando ela fica em silêncio.

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K. Webster & Nicole Blanchard Meu estômago dói e me curvo. Por mais que eu queira traçar minha fuga para encontrar Calix, não me fará bem se não tiver energia para chegar até ele. Uma busca rápida pela baía de armários perto da mesa de exame revela mais da fruta que Calix me deu antes. Engulo um par ― o gosto delas já não é doce na minha língua enquanto estou inundada de preocupação ― depois bebo um copo de água que pego da pia. Deixo o recipiente vazio e o copo pingando no balcão, minha atenção voltando-se para a porta do escritório. Enquanto entro, grata por estar destrancado e vazio, peço desculpas silenciosas a Avrell por invadir sua privacidade. Computadores e estranhas engenhocas médicas zumbem e giram, mas o que mais me interessa é o mapa na parede em frente à sua mesa. Inclinando-me para estudar o layout mais de perto, não consigo ouvir nada além da corrida de sangue em meus ouvidos. Se puder descobrir onde eles o estão mantendo, a cela de reforma que Breccan havia dito, então posso salvá-lo como ele me salvou. “O que você está fazendo?” Vem uma voz atrás de mim. Grito e giro ao redor, minha mão agarrando meu coração acelerado para encontrar Avrell encostado na porta, suas orelhas pontudas tremulando rapidamente. Seus lábios são puxados para trás em um sorriso pálido que descobre seus dentes. “Avrell, eu... eu estou apenas...” “Tentando encontrar uma maneira de escapar?” Ele termina. Meu estômago torce. “Não, estava tentando descobrir onde vocês estão mantendo Calix.” Posso ser honesta também. Eu já fui pega. Avrell faz um gesto para mim. “Vamos levá-la de volta para a cama. Você precisa descansar.” Ele tenta pegar minha mão, mas me afasto dele. “Não, não quero mais descansar. Quero saber o que vocês estão fazendo com

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K. Webster & Nicole Blanchard Calix. Ele estava apenas tentando me ajudar. Não vou cumprir nenhum de seus testes até que você me deixe vê-lo.” Minha voz se eleva com cada palavra até o final, quando minhas palavras ecoam na pequena sala. “O que está acontecendo aqui?” Aria diz conforme vira esquina para o lado de Avrell. Breccan, para minha crescente decepção, segue logo atrás. “O que você está fazendo fora da cama?” Breccan praticamente rosna. “Ela quer ver Calix.” Avrell informa. Aria já está sacudindo a cabeça. “Não, querida, você precisa descansar e deixar Avrell descobrir o que está acontecendo. Confie em mim, ele é um bom médico. Ele cuidará bem de você.” “Eu já tinha um bom médico. Eu o quero de volta. Como eu disse a Avrell, não seguirei nenhuma de suas instruções. Lutarei contra vocês a cada passo do caminho, a menos que me deixem ver Calix.” Breccan, que estava incomumente silencioso, levanta a mão quando Avrell e Aria abrem suas bocas para discutir. “Escute, pequena, entendo que você quer ver seu companheiro, mas Calix quebrou as regras.” Meu companheiro? O pensamento não é horrível, mas guardo esse pensamento para outra hora. “Não é seguro para qualquer Mort seguir seus caprichos como bem entenderem.” Ele explica. “Fazer isso poderia colocar toda a nossa população em risco se algo desse errado. Incluindo você e as outras alienígenas.” Mal pensei nas outras mulheres a bordo, ou nos outros morts. “Calix só queria me ajudar e ele fez. Ele tem se esforçado

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K. Webster & Nicole Blanchard para descobrir o que há de errado comigo. Se você realmente valoriza minha vida, você o trará de volta.” Os três compartilham um olhar e Breccan diz, “Não podemos deixar sua transgressão ficar impune.” “Então você me punirá também?” Assobio. “Claro que não.” Aria interrompe. “Você está livre aqui, você está segura conosco.” “Se eu não fiz nada de errado, então não há razão para você me manter trancada aqui como um animal em um zoológico. Estou me sentindo muito melhor agora e todos nós iremos descobrir o que há de errado comigo muito mais rápido se você me levar para Calix, caso contrário, podemos continuar dando voltas e voltas e nada será realizado.” Aria coloca uma mão no braço de Breccan e ele diz: “Não gosto de ser acuado em um canto.” Seus olhos negros me prendem ao ponto, então ele diz: “Mas não posso deixar de te respeitar por lutar por seu companheiro. Também já experimentei isso. Irei levála para Calix, mas ele não deve ser liberado até o próximo solar, está entendido?” As faixas no meu peito se soltam, mas mantenho minha coluna rígida. Não quero que Breccan me veja como fraca. Não quero que nenhum deles me veja assim. “Então me leve até ele.”

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CAPÍTULO SEIS CALIX Frio. Cada parte de mim está entorpecida. Estou nos Eternos? Um trovão dentro da minha cabeça me faz lembrar que não estou morto. Que estou tão vivo quanto no solar que nasci. Mas perdi meus sentidos e eles estão retornando lentamente. Meu coração está batendo irregularmente dentro da minha cavidade torácica, como se estivesse tentando escapar. Por que meu coração iria querer fugir? Olhos azuis. Cabelo amarelo. Pálida, suave e morrendo. “Emery.” Resmungo, abrindo meus olhos contra a escuridão. Uma lâmpada pisca e zumbe do corredor. Leva um momento para perceber que estou deitado em uma cama dentro de uma cela de reforma. Frio e sozinho. Rekk. O que quer que Avrell me injetou me retarda. Minha mente implora para que me levante e me enfureça. Rasgar as barras de metal das paredes e fugir. Mas estou fraco e cansado. Frustração se infiltra dentro dos meus ossos. Preciso ir até ela. Antes que seja tarde demais. “Ela não está lá.” A voz de Sayer ronca de um alto-falante nas proximidades.

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K. Webster & Nicole Blanchard “Isso realmente é castigo.” Reclamo. “Ter você me seguindo em todos os lugares que vou, ecoando todos os meus pensamentos.” “Achei que você poderia precisar de um pouco de companhia.” Ele diz de uma maneira jovial que normalmente não me incomoda, mas fica sob a minha pele neste solar. “Modo silencioso. Já ouviu esse comando?” Ele ri e depois fica em silêncio novamente. Graças aos rekking orbes. Preciso pensar, e não posso fazer isso com Sayer invadindo minha mente. Sentando, estudo a pequena cela. Um mictório fica no canto ao lado de uma pia. A cela está vazia. Nem sempre temos que trazer alguém para cá. O último mort aqui em baixo foi Draven. Quando ele se perdeu na loucura do Rades. Eu o observei através das câmeras enquanto Breccan cuidava dele. Todos estávamos certos de que ele morreria. De alguma forma, apesar de como a doença o devastou, ele viveu. Ela irá viver também. Nosso povo é teimoso e lutará por aqueles com quem nos importamos, mesmo quando são fracos demais para lutar por si mesmos. Algo se choca perto e então ouço passos. Então, Emery aparece, usando um minnasuit e botas largas. Estou tão surpreso por vê-la, quase me pergunto se estou imaginando. Encontro uma forma de fazer minhas pernas trabalharem e vou até a porta. Ela corre para mim, seu peito chocalhando alto. “Calix.” Ela diz, sufocando em um soluço enquanto alcança através das barras para chegar até mim.

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K. Webster & Nicole Blanchard Entro em seu abraço e a abraço de volta. Meu nariz encontra seu cabelo e inalo seu perfume doce. Agora que ela está de volta em meus braços, não quero soltá-la. Meus olhos levantam para encontrar Breccan olhando para mim, uma pasta enfiada contra o peito dele em seu braço. Aria, também franzindo a testa, fica ao lado dele. Ambos me olham decepcionados. “Eu preciso sair daqui.” Rosno para ele. “Preciso encontrar uma maneira de curá-la.” Breccan balança sua cabeça. “Não por pelo menos mais um solar. Você ainda está ardendo de raiva. Você é imprevisível, Calix. Sinto muito.” Um rosnado ressoa de mim. “Nós não... não temos tempo para isso.” “Entendo, e é por isso que Avrell ajudará. Trarei seu tablet e trouxe o que você estava lendo. Mas, por enquanto, ela fica aqui fora e você fica ai dentro.” Emery se afasta de mim e se aproxima de Breccan. Ela puxa a pasta do aperto dele e sibila para ele: “Saia. Vocês dois não fizeram nada além de piorar as coisas.” Aria olha para ela enquanto as sobrancelhas de Breccan se afundam mais. “Muito bem.” Aria diz suavemente. “Se você precisar de nós, sabe onde estaremos.” Assim que eles se vão, os olhos lacrimosos de Emery encontram os meus enquanto ela me entrega a pasta. “Eu odeio isso aqui.” Estremeço com as palavras dela. “Sinto muito.” Ela balança sua cabeça, enviando duas lágrimas por suas bochechas. “Você não. Eles. Esse lugar. Nossa situação. Gostaria

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K. Webster & Nicole Blanchard que tivéssemos nos conhecido em outro lugar. Onde eu tomava meu remédio e estivéssemos livres para ficar juntos sem que ninguém nos incomodasse.” Alcançando através das barras, limpo suas lágrimas com meus polegares, minhas garras deslizando suavemente sobre sua pele pálida. “Estamos sozinhos agora. Descobriremos um caminho. As coisas irão melhorar. Juro isso para você, lilapetal.” Ela sorri e me entrega a pasta. “Eu confio em você. Até que você esteja livre, me diga o que você precisa e eu vou buscá-lo. Primeiro, diga-me onde encontrar alguns cobertores. Está frio aqui embaixo.” Sayer faz sua presença mais uma vez conhecida. “Terceira porta à sua direita, Emery.” Ele instrui. “Estou aqui se você precisar de mim.” Pela primeira vez, sua voz é bem-vinda. *** “Rogshite.” Murmuro sob a minha respiração. Emery se senta e se inclina para olhar dentro da minha cela. Estamos sentados de costas contra as barras. Estou estudando as anotações de meu pai enquanto ela bate no meu tablet para passar o tempo. “O que é?” Ela murmura. “Tudo certo?” “É só isso...” Aponto para o rabisco bagunçado deixado pelo meu pai. “O robô cirúrgico. Depois que Belin adoeceu depois de ser exposto a uma de nossas plantas tóxicas, ele usou essa máquina. Usando esta tecnologia, ele foi capaz de abri-lo e explorá-lo dentro de seu corpo para remover a substância tóxica. Eles acompanharam seu progresso até aqui nesta instalação através de um sistema de comunicação. Belin passou por esses tratamentos, onde um certo remédio foi inalado nele.”

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K. Webster & Nicole Blanchard Ela alarga seus olhos azuis vítreos. “Você não tem o remédio aqui?” “Não.” Grunho. “Nas suas anotações, ele diz que os microbôs eram o futuro. Que esta tecnologia estava desatualizada. Os morts se mudaram para cá muitas revoluções atrás. Mas…” Penso no terreno áspero e duro e no clima entre nós e essas máquinas. O Cemitério. Sabrevipes. Tempestades. Patógenos. “Não.” Rosno. “É rekking impossível.” “O que é?” Ela alcança através das barras e enfia seus dedos nos meus. Trago sua mão ao meu nariz e inalo seu doce e viciante aroma. “Se a tecnologia ainda estiver lá, poderíamos tentar. Mesmo sem esse remédio. Eu poderia dar a fórmula de Haxinth para Avrell. Ele poderia fazer alguns para nós usarmos para o procedimento. Então, uma vez lá dentro, eu poderia examinar diretamente os problemas e talvez os microbôs fizessem seu trabalho se fossem aplicados diretamente na fonte.” Ela sorri para mim. “Vamos lá. Vamos fazer isso. Qualquer coisa para sair deste lugar.” Aperto sua mão. “Emery, não é tão fácil assim. Na verdade, é quase uma jornada impossível. Pelo menos três solares traiçoeiros de viagem pelo Cemitério. Tantas coisas terríveis podem acontecer ao longo do caminho. Não quero perder você com uma chance.” Ela se inclina, sua respiração quente perto do meu rosto. “Esta é minha única chance. Não acho que você perceba isso. Nada aqui funciona. Se há uma máquina que você acha que poderia ajudar, temos que aproveitar essa chance.” Pressionando meu rosto contra a barra, procuro seus doces lábios. Ela me beija suavemente. Quero puxá-la aqui comigo e acasalar com ela corretamente. Mostrar a ela o quanto minha alma

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K. Webster & Nicole Blanchard se ligou à dela. As estrelas criaram esta união e serei rekking maldito se eles tentarem nos separar. “Teremos que desaparecer.” Sussurro no caso de Sayer estar ouvindo. “Enquanto ninguém estiver olhando.” Gesticulo para o tablet. “Farei uma lista de tudo o que precisamos e onde está. Apenas fique quieta e ninguém notará. Se você precisar fazer pausas, faça isso. Eu preciso de você o mais forte que puder para esta jornada.” Seus olhos brilham de excitação. “Nós realmente faremos isso?” “Juntos.” Ela me beija novamente, desta vez, sua língua ansiosamente mergulhando na minha boca para dançar com a minha. Nós quase tentamos isso antes, e agora estamos finalmente fazendo isso. Por um momento, estou aturdido por seu gosto imensamente doce. Como suas lágrimas, mas ainda mais doce se possível. Agora entendo porque Breccan devora Aria com tanta frequência. Essas alienígenas têm um gosto delicioso. “Obrigada.” Ela murmura quando finalmente se afasta. Tudo o que posso fazer é sorrir para ela, minha língua bifurcada batendo no meu lábio inferior para saborear o último gosto dela. *** Estou mostrando a Emery o que uma de nossas armas faz quando ouvimos passos. Rápido e feroz. “Esconda essa bolsa.” Rosno em aviso. Antes que ela consiga guardá-la, Breccan e Draven dobram a esquina. Emery alcança além das barras para pegar minha mão como se ela estivesse com medo de ser arrancada de mim novamente. Um grunhido ressoa da minha garganta.

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K. Webster & Nicole Blanchard Breccan olha para mim. “Seu constante desrespeito pela autoridade é alarmante, Calix.” “Você, de todos os morts, deveria entender.” Rosno. As sobrancelhas de Draven levantam e ele sorri para mim. Breccan, felizmente, cede. “Eu entendo, e é por isso que não estrangulei sua rekking cabeça sem cérebro.” Seu olhar afiado vagueia pelo espaço e ele olha a sacola. “Indo para algum lugar?” Eu me levanto e aponto para a fechadura. “Deixe-me sair.” A mandíbula de Breccan aperta. Seus sub-ossos estalam em seu pescoço, mas ignoro o som que normalmente me intimida em submissão. Não este solar. Este solar, estou cheio de fogo para proteger minha companheira. “Uma tempestade está chegando. Uma grande.” O fogo é extinguido e eu esvazio. “Então devemos nos apressar.” Emery sussurra, puxando o meu minnasuit. “Apressar para o que?” Breccan pergunta conforme se aproxima. Draven se mantem atrás, perto da porta. Ele sempre tem uma fuga pronta. “Vocês dois estavam planejando sair?” Seus olhos estão arregalados de espanto. “Com um bom motivo.” Tento explicar. “Meu pai trabalhou no setor 1779 no equipamento desatualizado. Tenho certeza de que poderia ser útil para Emery.” Espero reação e discussão. Não um aceno de concordância. “Eu terei Draven e Oz preparando um dos terrainster. Você e Emery devem ir com Aria e Avrell arrumar as outras necessidades para suas viagens. Mas você deve ser rápido se você pretende vencer a tempestade.” Breccan diz enquanto puxa uma chave de metal antiga do bolso.

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K. Webster & Nicole Blanchard Ele destranca a porta e eu a abro para chegar a Emery. No momento em que ela está realmente em meus braços, posso relaxar. Breccan sorri para mim e os olhos negros de Draven brilham com algo parecido com repugnância, como se tocá-la fosse horrível e repulsivo. Ela é tudo exceto isso. Ela é perfeita, e é minha. “Por que a súbita mudança de opinião?” Exijo. Breccan esfrega o rosto com a palma da mão, as garras perigosamente perto de esculpir o globo ocular. “Precisamos de informação.” Então um suspiro. “Assim como você. Informações que não trouxemos aqui porque não eram mais úteis. Nosso povo ― as fêmeas ― estavam morrendo.” Sua mandíbula aperta. “Avrell diz que elas costumavam ter um berçário dentro do Setor 1779. Se alguma coisa der errado com meu mortyoung, precisamos ter todas as informações dentro de nossas garras. O terrainster é grande o suficiente para trazer alguns equipamentos de volta.” “Faremos várias viagens e traremos de volta tanto quanto pudermos.” Concordo sem hesitação. Um solar, espero que Emery leve meu próprio mortyoung. E quero que os dois estejam seguros e saudáveis. Breccan franze a testa. “Esta tempestade está se preparando para ser uma das piores da nossa história. Potencialmente cataclísmica. Terei todos os morts aqui caçando e coletando. Fortaleceremos a instalação contra isso. De acordo com os relatórios, você tem cerca de quatro solares para chegar lá com segurança e se preparar contra isso. Nós permaneceremos em contato.” “Quando a tempestade passará?” Pergunto, odiando o medo acumulando dentro de mim. “Nosso melhor palpite é mais de duzentos solares.” Sayer soa acima de nós. “Mais ou menos. Galen e eu observamos a tempestade e isso continua mudando o rumo. Esta

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K. Webster & Nicole Blanchard é imprevisível, mas duzentos solares é o nosso melhor palpite com base em seu tamanho e movimento.” “Duzentos solares.” Assobio em confusão. “Nós só podemos esperar que seja tempo suficiente... antes...” A mandíbula de Breccan aperta e ele olha para longe. “Eu não posso perder Aria ou meu filho.” Filho? “Voltaremos a tempo.” Prometo ao meu Comandante, que finalmente deu o que eu preciso. “Tudo dará certo.” Emery me aperta. Até ela acredita em minhas palavras. Rekking espero que eu possa permanecer fiel a elas.

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CAPÍTULO SETE EMERY Tenho que deixar Calix para ir com Aria para a subfacção onde os quartos vazios esperam pelas outras mulheres ainda nos criotubos. Ela me leva a uma grande área de observação e coloca um comando que abre a enorme janela no que ela chama de sala comum. A visão do outro lado me faz tropeçar para trás, mesmo que vi isso antes. As amplas planícies vazias com dunas vermelholaranja até onde os olhos podem ver. Ao longe, espessas nuvens de tempestade aparecem no horizonte. Pouco antes das nuvens, pairando como uma sombra malévola, estão as montanhas que poderiam significar minha salvação, ou minha morte. Sou idiota por tentar isso? A instalação aqui é segura, sei disso com certeza. O que quer que espera do outro lado dessas montanhas? Um ponto de interrogação total. O setor sobre o qual Calix leu nas anotações de seu pai pode ter sido destruído. Eu poderia estar arriscando nossas vidas neste esforço louco. “Sei que você me odeia.” Aria começa. Olho para cima do minnasuit ― um que é menor e mais adequado ao corpo do que o outro ― e estou tentando descobrir como apertar. “Eu não te odeio.” Digo antes que ela possa falar novamente. “Gostaria que você me deixasse tomar decisões por mim mesma.” Minha resposta a deixa em silencio e então ela dá uma risadinha irônica. “Você soa exatamente como minha irmã mais nova, Limerick. Eu costumava mandar nela também. Acho que quando percebi que Calix a acordou, tentei ser sua irmã mais velha também, em vez de ser a amiga que deveria ter sido.” Ela faz uma pausa, esfregando a mão sobre a suave ondulação de sua barriga.

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K. Webster & Nicole Blanchard “Acho que fiquei um pouco desesperada por ela e tirei isso de você. Você pode me perdoar?” Família. O conceito é estranho para mim, com certeza. Não me ocorreu que ela olhou para mim dessa maneira. A única família que conheci ― minha mãe ― morreu quando eu era mais jovem. Admito isso para ela. “Perdi minha única família quando era adolescente. É provavelmente tanto minha culpa como é sua. Também não tenho muita experiência no departamento de família.” Aria tira a mão de sua barriga e começa a avançar como se ela pudesse me puxar para um abraço, mas evito sua tentativa. Dor lampeja em seus olhos, brevemente, mas ela pisca. Talvez um dia eu me sinta confortável com ela, mas ainda estou sentindo alguns sentimentos duros em relação a ela e como ela lidou com as coisas em meu nome. “Odeio que você esteja saindo apenas quando começamos a resolver as coisas.” Aria diz com um pequeno sorriso. “Prometa-me que você não fará algo estúpido enquanto estiver lá fora?” Penso nas montanhas, na longa e quase impossível viagem e na queimação no peito que estou tentando ignorar. “Farei o meu melhor.” Digo a ela. “Você sabe exatamente como deveríamos estar viajando?” Ela me puxa para a janela. “Isso é o que eu ia falar com você antes de sair.” Aria aponta para um tipo de doca fora da instalação. “Calix pediu que você usasse um dos pequenos veículos de quatro rodas que eles têm. Eles os chamam de terrainsters. Não está na melhor reparação, mas não podemos nos dar ao luxo de deixar o outro ir, não com a tempestade chegando.” “Compreendo.” Os nervos balançam na boca do meu estômago, mas me comprometi com o nosso plano agora. Não há como voltar atrás.

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K. Webster & Nicole Blanchard *** “Você estará a salvo.” Oz, o mort coberto de graxa, explica de uma forma quase tímida. Ele estreita os olhos e depois sorri tranquilizadoramente. “Eu testei várias vezes.” “Confie.” Calix murmura para mim. “Oz pode consertar praticamente qualquer coisa. Entre ele e Jareth, sei que funcionará muito bem.” Ele vai até o veículo para jogar alguns equipamentos. A facção inteira ― o grupo de soldados e nós duas meninas humanas, está no convés da nave, totalmente coberta no que eles chamam de traje zu sobre nossas minnasuits. Vários morts, que estão irreconhecíveis por trás de suas máscaras, carregam itens na parte de trás do veículo que vamos usar. “Lembre-se.” Diz aquele com olhos ligeiramente inclinados. Galen, eu acho. “Não coma nenhuma planta em sua jornada. Elas provavelmente não são seguras. Os mantimentos que preparei serão suficientes.” Aceno em compreensão. Aquele chamado Jareth se aproxima de mim no momento em que Galen sai. “Basta apertar o botão e ver o brilho acontecer.” Ele aponta para Oz. “Gênio, esse.” Seus lábios se levantam de um jeito arrogante por trás de sua máscara. “É claro que o vacuuroom não seria possível sem meu conhecimento de metais e suas capacidades. Você entenderá depois.” Mal pronuncio meus agradecimentos antes que alguém esteja na minha cara. “Eu te levaria para um passeio na Mayvina.” Theron, um cara tão energético quanto Hadrian, diz. “Mas ela está um pouco doente no momento. Estamos trabalhando para torná-la tão boa quanto nova.” Outro mort gigante me cutuca com o cotovelo. “Não dê passeios com gente como ele.” Uma voz familiar diz. “Fique com

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K. Webster & Nicole Blanchard Calix. Ele irá mantê-la segura.” Sayer. Reconheço sua voz de muitas das vezes que ele falou sobre as comunicações. “Eu confio nele.” Digo a Sayer com firmeza. Ele sorri por trás de sua máscara. “Magnastrikes.” Alguém rosna de mais longe, me fazendo pular. Meus olhos se fecham com os selvagens de Draven. “Eles são explosivos ataques de radiação. Você pode encontrá-los perto ou dentro de uma tempestade.” Ele resmunga mais algumas coisas técnicas sobre essas coisas aterrorizantes antes de recuar. Antes que eu perceba, Calix está me levando para dentro do veículo e Hadrian atira o que agora sei que são ‘chifres rogcow’ para despedir. Definitivamente não há como voltar atrás agora. *** Eu quero voltar atrás. Calix atravessa as dunas no que chamo não tão amorosamente de areia-móvel. Ele corta as dunas de areia vermelho-laranja com facilidade, mas deixa nuvens espessas do material em seu rastro. O calor lá fora é um ataque implacável e me ataca dentro do minnasuit apertado. Eu me lembro da lição nebulosa que Aria me deu não muito depois de eu acordar. Os níveis-R, eles os chamavam. Ou níveis de radiação. Piorados pela intensidade do sol. O rosto de Aria escureceu com a menção de quão facilmente humanos e morts podiam queimar pela exposição. Se eu achava que era difícil respirar dentro da instalação, é quase impossível aqui fora. Não posso dizer isso para Calix. O olhar de determinação no rosto dele por trás da máscara aperta minhas mandíbulas. Eu me envolvi nisso e sobreviverei. Por Calix, farei o que tiver que fazer para chegar ao outro lado da montanha.

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K. Webster & Nicole Blanchard “Você viaja para fora da instalação com frequência?” Pergunto através de nossas unidades de comunicação que estão localizadas dentro de nossos capacetes. O som de chiado entre as palavras ecoa pelo meu fone de ouvido, mas o ignoro e rezo para que Calix também o faça. “Não, a menos que seja necessário. Sou mais útil no laboratório. É raro que um voluntário se dirija para fora da instalação porque pode ser muito perigoso. Os níveis-R são um grande problema.” Ele explica. “E então, há patógenos na atmosfera que causam o Rades.” A doença mortal que ele mencionou já havia eliminado a maior parte de seu povo alguns anos atrás. Meu peito aperta. “Você não irá pegar isso, não é?” Tomada pelo desespero, me aproximo e aperto sua coxa musculosa e grossa, esperando algum conforto no toque. Egoísta. Você deveria ter pensado nisso antes de fazê-lo abandonar a segurança da instalação. “Não se preocupe. Tomei todas as precauções. Enquanto usarmos nossos rebreathers sob nossas máscaras quando viajarmos, ambos estaremos protegidos.” Ele dá um tapinha na minha mão tranquilizadoramente. “A que distância fica a Montanha Bleex?” A paisagem é principalmente obscurecida pelas nuvens de poeira que parecem pairar a poucos metros acima das dunas, mas o que vi é idêntico em todas as direções. Fico feliz que ele esteja dirigindo porque estamos viajando há pouco tempo e já estou perdida. “Três, talvez quatro solares de viagem.” O setor 1779 é provavelmente um sonho e sei disso. Se sobrevivermos à jornada, ele poderá estar danificado além do reparo. As ferramentas que Calix acredita que podem estar destruídas ou perdidas. Pela primeira vez na minha vida, estou sendo egoísta... apenas espero que isso não custe a vida de Calix.

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K. Webster & Nicole Blanchard “Tem certeza de que podemos chegar lá com segurança?” Mudo no assento, incapaz de me sentir confortável. Não é por instabilidade do areia-móvel, seus assentos são surpreendentemente bons. “Não se preocupe, lilapetal, não deixarei nada acontecer com você.” Solto um suspiro. Estou começando a me irritar. “Lembreme novamente como será. Apenas mais uma vez.” Fiz Calix explicar a viagem várias vezes antes de partirmos, e várias outras quando chegamos à estrada. “Nós viajaremos tanto quanto ousamos durante o dia. As condições do tempo são muito desfavoráveis à noite para arriscar. Então montaremos acampamento com nosso vacuuroom portátil.” Mesmo que Oz insinuou e Jareth se vangloriou disso, ainda não entendi. “Me conte mais sobre o vacuuroom.” Descanso minha cabeça contra seu ombro e desejo que não estivesse usando o capacete para que pudesse inalar seu perfume reconfortante. Terei que me contentar com a memória, pelo menos até acamparmos pela noite. Ele faz minha vontade, explicando como a estrutura portátil em forma de tenda é uma mini versão da instalação, da mesma forma que tem uma área de descontaminação e paredes impenetráveis, o que nos permitirá privacidade e proteção contra os elementos e predadores enquanto viajamos. Aria já me conscientizou com os horrores dos sabrevipes e não tenho pressa de me deparar com um deles. Viajamos por uma eternidade e descanso em partes da viagem. No começo, tento absorver a maravilha da paisagem estrangeira que me rodeia, mas a singularidade só dura tanto quando estamos cercados por dunas estéreis e altas montanhas desordenadas até onde a vista alcança.

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K. Webster & Nicole Blanchard A única razão pela qual sequer considerei arriscar essa viagem ― a razão pela qual ainda não consegui reunir coragem para contar a Calix, é que quanto mais estou neste planeta, menos energia pareço ter. Mesmo no ambiente estéril da instalação, luto para respirar. Tem que haver uma cura. Tem que haver. Agarrome a esse pensamento, em vez de pensar em como será estar sozinha com Calix em nossa pequena tenda, com nada além de tempo. Minha mente se dirige ao passado. Depois que minha mãe morreu. Tudo foi tão difícil naquela época. Isso me mudou. As coisas que tive que fazer para preservar minha vida foram o que me colocaram naquela nave em primeiro lugar. Esses caras me salvaram, sem o conhecimento deles. E não importa quão horrível este planeta seja, não tenho nenhuma intenção de deixá-lo. Mais cedo ou mais tarde, terei que contar a verdade a ele. Só espero que ele possa me perdoar quando eu contar. *** Horas depois, Calix desacelera o areia-móvel e me acorda dos restos de sono. Não parecia que seria exaustivo, mas o longo dia de viagem faz minhas coxas tremerem enquanto ele me ajuda a sair do banco. “O que posso fazer para ajudar?” Pergunto. Ele gesticula para o areia-móvel. “Pegue nossos mantimentos para a noite no compartimento lateral. Montarei o vacuuroom.” Concordo cansada, desejando ter a sua resistência, mas nunca fui capaz de fazer muito por muito tempo, nem mesmo quando tinha medicações em casa. Embalado em pequenas seções estão uma variedade do que parece comida congelada em caixas de metal. Pego duas, não me importando com o que contêm dentro, apenas sabendo que estou morrendo de fome.

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K. Webster & Nicole Blanchard “A comida aqui é realmente não comestível?” Pergunto enquanto me junto a ele ao lado da tenda já erguida. Galen mencionou isso, mas apenas brevemente. A terra pode ser desértica e montanhosa, mas há árvores intercaladas por todas as dunas e ao longo da jornada peguei a sombra de animais se movendo de tempos em tempos. “Uma vez que for testada e limpa, podemos comer muita carne.” Ele explica. “Tentamos cultivar nossas próprias plantas em um ambiente mais seguro, bem longe da radiação.” Calix me ajuda no vacuuroom com uma mão apoiando meu cotovelo. A estrutura tem um metro e meio de largura por dois metros e cem de altura e eu paro de repente na entrada, com os olhos esbugalhados. Virando-me para ele, digo, “Como no mundo isso coube no areia móvel?” “Areia móvel?” Ele repete. Quando gesticulo para o veículo, ele acena em entendimento. “É a tecnologia dobrável que Oz desenvolveu com Jareth. É realmente notável.” “Com certeza.” Calix usa sua pulseira na porta como fazia na instalação. Com um bipe e um zumbido, a porta se abre em uma pequena sala de descontaminação, onde removemos nossos trajes externos e capacetes, deixando-nos com os minnasuits abaixo. Ele digita um comando em um teclado na parede e a segunda porta se abre. Oz e Jareth devem ser gênios porque se eu não soubesse melhor, seria como se estivéssemos em um dos quartos da instalação. “Isso é incrível.” Sussurro. “Espero que isso alivie suas preocupações sobre viajar.”

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K. Webster & Nicole Blanchard Dou a Calix um sorriso irônico. “Acho que não fui muito boa em esconder isso.” Calix levanta a mão para acariciar minha bochecha. “Não quero que você esconda nada de mim, lilapetal.” Espero que ele não possa ver meu nervosismo. Sorrio hesitante. “Então, o que há para o jantar?” Pergunto em vez de mencionar a única coisa que sei que vai tirar o olhar amoroso que ele me envia. Meu segredo. Algo que estou com medo que ele descubra.

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CAPÍTULO OITO CALIX Seu humor mudou e posso sentir isso. Posso ver. Posso praticamente provar. Mas então ela desloca seus olhos azuis para longe dos meus, escondendo seus pensamentos de mim. Tudo o que isso faz é me fazer querer tirá-los dela, destruir os maus e mimar os bons. “Ahh, boa escolha.” Elogio conforme começo a preparar os pacotes de refeição. Estou distraído da minha tarefa enquanto a vejo assentar em uma almofada, enfiando as pernas finas sob ela. Sua pele está pálida e não estou satisfeito com as manchas escuras sob seus olhos. Ela parece enfraquecida de nossas viagens. Rapidamente, preparo nossa comida e a entrego a que é mais saborosa. “Obrigada.” Ela diz, seu sorriso fraco e forçado. Minhas sobrancelhas franzem enquanto a observo. Mal me registro inalando minha comida enquanto minha atenção está concentrada nela enquanto ela mastiga sua refeição. “Quando você terminar de comer, eu gostaria de verificar seus sinais vitais.” Seus olhos em pânico voam para os meus. “Estou bem. Deveríamos descansar.” “Seus sinais vitais descansaremos, Emery.”

determinarão

quanto

tempo

Ela acena com resignação e lágrimas enchem seus olhos. Procuro seu rosto, mas ela se vira para olhar pela janela para evitar o meu olhar. Sua ponta do dedo corre ao longo do vidro e ela solta um suspiro pesado. “Sinto que estou sufocando.” Frequentemente, essas pequenas alienígenas dizem coisas que têm outros significados. E desde que ela não está agarrando a

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K. Webster & Nicole Blanchard garganta por ar, suponho que ela quer dizer que se sente presa. “Esta não é a instalação e não estamos mais com a nossa facção.” Digo a ela gentilmente. “Estamos em Mortuus, livres para viajar como bem entendermos.” Ela passa a mão sobre a maçã do rosto, apagando a evidência de suas lágrimas. “Não figurativamente, Calix. Literalmente. Eu não queria dizer nada...” Ela para e um soluço pega em sua garganta. “Sinto que estou morrendo muito rápido e nada está diminuindo a velocidade. Se qualquer coisa, sinto que estou vivendo com um tempo emprestado.” Eu me aproximo dela e movo sua bandeja de comida para que eu possa embalar seu rosto com as minhas mãos. “Eu não deixarei você morrer.” O grunhido que ronca de mim é feroz e aterrorizante, mas é tão convincente que até eu quase acredito nisso. “Promete?” Ela ofega, suas mãos segurando meus pulsos como se eu pudesse desaparecer de sua vista. “Pela minha própria vida.” Juro. A tristeza sangra dela conforme sua expressão muda de preocupação para desejo. Suas narinas se dilatam, um leve rosa queima suas bochechas e seus lábios flexíveis se separam. Quando ela os lambe, solto um gemido, lembrando quão doce ela prova. Desesperado por outra amostra da minha lilapetal, me inclino para frente e pressiono minha boca contra a dela. Ela geme e agita meu pau para a vida. “Calix.” Ela respira enquanto sobe no meu colo. Suas pernas me montam e seus beijos se intensificam. Amo o jeito que ela passa as pontas dos dedos pelo meu cabelo bagunçado. “Eu preciso de você.” “O que você precisa que eu faça?” Pergunto, com minha voz rouca.

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K. Webster & Nicole Blanchard Ela mexe seus quadris, apertando seu centro contra o meu pau através de nossos trajes. Prazer me atravessa e minhas mãos agarram sua cintura em alerta. “Preciso que você faça amor comigo...” Ela para, sua respiração quente contra a minha. “Não quero morrer sem estar com você. É irracional para você, tenho certeza, mas sou sua se você me quiser.” Eu a beijo profundamente até que ela parece derreter dentro dos meus braços. Tão suave e confiante. Eu poderia passar a eternidade adorando-a. “Você quer acasalar comigo?” Esclareço, certificando-me de que compreendo suas intenções, tanto faladas quanto não verbalizadas. “Sim.” Ela insiste, beliscando meu lábio inferior de uma forma brincalhona. Sorrio e traço beijos ao longo de sua mandíbula para sua pequena e fofa orelha. “Nosso povo acasala com o propósito de se reproduzir.” Ela solta uma risada suave. “E meu povo acasala às vezes apenas por prazer.” “Prazer?” Minhas palavras são roucas. Sei o ela quer dizer. Tantas vezes me deitei na cama, puxando meu pau e cedendo aos espasmos da paixão com um punho só. Sei que o que ela insiste em nós fazermos trará prazer para mim. Mas espero que ela encontre prazer também. “Sim.” Ela diz, sorrindo. “Você pode ter que me fazer gozar primeiro para me preparar. Como você fez no laboratório.” Meu pau se contorce com a lembrança de como eu a trouxe ao clímax com meus dedos. “Então isso...” Murmuro, puxando o zíper na parte de trás de seu minnasuit. “Precisa sair. Isso impede nossos planos de acasalar.”

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K. Webster & Nicole Blanchard Suas bochechas ficam vermelhas, mas ela assente, um largo sorriso no rosto. Amo essa cor que foi trazida de volta para suas feições. Isso me lembra que ela está viva, minha e aqui agora. “Sua pele é diferente de qualquer coisa que tive o prazer de tocar antes.” Digo enquanto minhas pontas dos dedos arranham suavemente sua espinha. Ela treme e se aproxima de mim, os seus seios esmagando contra mim. Não faz nada para ajudar a acalmar o estado do meu pau. Se não tiver cuidado, derramarei minha semente apenas com alguns toques simples. “Deixe-me ver você.” Levanto meu olhar para encontrar o dela. Ela morde o lábio inferior enquanto me permite puxar a frente de seu traje, mostrando seus seios para mim. “Você é tão bonita.” “Você também.” Ela sussurra. Incapaz de parar de tocá-la, me inclino para frente e pressiono meus lábios entre seus seios. Seu coração bate com força contra a minha boca. Verificarei seus sinais vitais mais tarde com a minha máquina, mas posso facilmente ter certeza de que ela está bem com alguns testes simples. Batimento cardíaco ― constante e rítmico. Temperatura ― quente e normal. Respiração ― rápida e rouca, mas não muito elaborada. Coloco minha mão em suas costas e me reposiciono para que ela esteja deitada e eu acima dela. Ela é muito delicada para curvar e acasalar adequadamente. De acordo com o manual sobre o acasalamento ― aquele sobre o qual todos os morts eram obcecados ― detalhava como você toma sua mulher por trás. Com minha lilapetal, porém, faremos ajustes para acomodar suas necessidades. Ela é fraca demais para ser levada tão rudemente. Sua respiração fica ofegante ― de um jeito bom ― quando começo a beijar seus seios. Lentamente, apenas com os lábios a princípio,

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K. Webster & Nicole Blanchard mas quando começo a lamber e chupar seus mamilos, ela solta um gemido e aperta meu cabelo. “Calix.” Ela choraminga. O tom de sua voz é necessitado naturalmente. Isso me estimula a continuar a prová-la. Beijo sua barriga suave e mergulho minha língua no buraco que ela tem lá. Ela levanta o traseiro conforme retiro o minnasuit mais abaixo. Seu doce perfume enche minhas narinas no momento em que sua buceta é exposta a mim. Os cachos loiros que ela tem lá me fazem querer enterrar meu nariz neles para marcar minha pele com seu cheiro. Ela ri e meu olhar fixa ao dela. “Algo engraçado?” Provoco com um meio sorriso. “Você está rosnando.” Ela diz, com os olhos brilhando de confiança. “Minha fêmea traz à tona a fera que há em mim.” Ela simplesmente sorri para mim enquanto eu completamente a liberto de seu traje. “Tire o seu também, Calix. Quero ver meu alienígena.” Eu não a lembro de que ela é a alienígena porque ela parece orgulhosa de sua reivindicação sobre mim. Deixarei que ela me chame de qualquer rekk que ela quiser, desde que ela olhe para mim com aqueles lindos olhos azuis e use aquele lindo sorriso. A remoção do meu traje é menos suave. Um pouco feroz na verdade. Normalmente, tenho o cuidado de não perfurar o meu traje ou rasgar as costuras. Este solar, praticamente arranco isso de mim. Quando meu pau pesado salta, suas sobrancelhas levantam enquanto ela o observa descaradamente. “Espero que isso a satisfaça.” Digo com uma pitada de presunção. Eu a observei tempo suficiente para aprender o significado de suas expressões. Esta que ela está usando agora é a

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K. Webster & Nicole Blanchard mesma que ela tem quando está com fome. O jeito que ela lambe seus lábios envia uma emoção através de mim. Pego outro cheiro de seu doce aroma e solto um gemido. “Faça amor comigo.” Ela ordena, seu olhar ainda no meu pau. “Eu gostaria de provar sua buceta primeiro. O cheiro faz minha boca encher de água.” Admito. “Por favor.” Ela ri. “Bom, já que você pediu tão bem.” Suas coxas se separam e ela se revela para mim. Como o broto de uma lilapetal, suas pétalas se abrem para mim, revelando um centro rosa. Agarro suas coxas e a puxo mais longe antes de correr o nariz ao longo de sua fenda molhada. O nó que ela gosta de tocar parece pulsar com necessidade. Eu o lambo, fazendo suas costas arquear para fora da almofada. “Simmm.” Ela geme. “Faça isso de novo.” Ansioso para agradar minha companheira, giro minha língua no mesmo lugar uma e outra vez. O doce néctar é delicioso e eu poderia ficar viciado nisso. Semelhante a como nosso Comandante é viciado no sol. Estou viciado na buceta da minha companheira. Eu me tornei voraz e não estou mais satisfeito em simplesmente lamber sua protuberância. Minha língua bate em sua abertura, onde seus sucos doces vazam dela. Quanto mais eu a chupo e provo, mais ela se debate de uma forma deliciosa. “Mais, oh Deus, Calix!” Seus apelos e gemidos me estimulam. Em um ponto, tentando agradá-la, descuido com minhas presas duplas. Quando provo seu sangue metálico, congelo. “Emery.” Assobio contra sua coxa, onde o sangue dela saí. “Está tudo bem.” Ela choraminga. “Isso é bom.”

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K. Webster & Nicole Blanchard Quando chupo o sangue em sua coxa, perto de sua buceta, ela geme tão alto que temo que atraia predadores para nós. O que estou fazendo é incrivelmente irresponsável, mas não consigo parar de chupar o pequeno buraco que criei. Seu gosto é enlouquecedor. De alguma forma consigo soltar minha boca de sua pequena ferida e trazer minha atenção de volta para seu centro. Sugo como se eu quisesse sugar sua ferida. Ela gosta especialmente quando passo minha língua bifurcada em ambos os lados da sua buceta com base na maneira de como ela grita. Logo, ela está estremecendo como se estivesse sofrendo de um caso ruim de Rades. Sua doçura vaza de seu corpo e lambo ansiosamente. “Oh meu Deus.” Ela diz. “Essa foi a coisa mais incrível de sempre.” Eu me afasto dela e sorrio. Meu rosto está molhado de seus sucos, sucos que estou ansioso para ter molhando meu pau. “Aria te contou como é a sensação quando liberamos nossa semente?” Seus olhos se arregalam. “Não. Isso dói?” “De modo nenhum. Na verdade, você se torna...” Paro. “A toxica presente em nossa semente tem efeitos paralisantes. Você ainda… você ainda quer…” “Você irá me proteger?” “Rekking sempre.” Rosno. Ela sorri e seus cílios batem contra suas bochechas. “Então eu confio em você. Quero que isso seja bom para você.” “Apenas estar com você já é bom o suficiente.” Seus dedos cravam em meus bíceps enquanto me puxa para ela. “Não quero que seja bom o suficiente. Quero que seja a melhor coisa que você já sentiu em sua vida.”

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K. Webster & Nicole Blanchard Meu corpo pousa no dela. Amo o jeito que ela se sente tão pequena debaixo do meu corpo maior e mais forte ― como se eu fosse a única pessoa que poderia protegê-la. Ela é minha para adorar e cuidar. Minha. Esfrego meu pau através de sua umidade e contra seu clitóris, molhando-o. “Você é uma companheira tão generosa.” Elogio, minha boca ansiosa para trancar com a dela mais uma vez. Roço meus lábios sobre os dela enquanto a cabeça do meu pau empurra em sua abertura. “Talvez eu seja uma companheira gananciosa.” Ela provoca. Seus calcanhares empurram minhas nádegas, me incitando a entrar nela. Solto um gemido de prazer enquanto empurro meus quadris e dirijo todo o caminho em seu corpo apertado e minúsculo. Ela grita, unhas cravando na minha pele, mas não me afasta. Seus braços trancam meu pescoço e seus lábios pressionam nos meus. “Faça amor comigo, Calix.” Suas palavras alimentam um fogo dentro de mim. Cedo aos meus instintos animalescos para acasalar e empurro violentamente contra ela. Ela vagueia as mãos em cima de mim, mas eu as quero nas minhas. Eu as agarro e as prendo na almofada de cada lado da sua cabeça. Ligeiramente, levanto para que eu possa vê-la enquanto acasalo com ela. Nossos corpos estão fazendo sons de chupar, mas seus gemidos são uma música para o meu coração. “Você é tão molhada e apertada.” Grunho. “Isso é tão bom. Acho que posso não ser capaz de conter derramar minha semente.” “Por que você iria querer se conter?” Ela sussurra. Gemo conforme o clímax me atravessa. Minha semente enche minha lilapetal até a borda. Um forte sentimento de orgulho masculino me arrepia quando concluo que a minha semente se unirá à dela, fazendo um pequeno mortling nosso. Grunho até que

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K. Webster & Nicole Blanchard esvazio a última gota e caio contra ela, com cuidado para não a esmagar. “Shhh.” Respiro enquanto beijo seu nariz rosa. “Deixe-me cuidar de você agora.” Eu esperava pânico como Breccan mencionou, mas não Emery. Seus olhos azuis brilham com confiança e adoração. Ela é incapaz de se mover e estou trancado dentro dela. Posso ver como isso poderia ser assustador. Mas não minha querida e corajosa companheira. Seus olhos azuis queimam com fogo e determinação. Ela é uma lutadora. E o que quer que a esteja afligindo, nós lutaremos juntos. Juntos, iremos curá-la. “Meu coração bate apenas por você.” Murmuro contra seus lábios macios. “Nunca bateu até você. Você me dá vida, minha frágil lilapetal.” Uma lágrima escorre pela sua têmpora. “Não se preocupe.” Murmuro, entendendo os pensamentos preocupados acontecendo em sua cabeça sem ela ter que expressálos. Estou em sintonia com ela. “Enquanto seu coração bater, o mesmo acontecerá com o meu. E se o seu deixar de bater, o meu também irá. Aconteça o que acontecer, faremos isso juntos. Nesta vida ou na próxima.”

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CAPÍTULO NOVE EMERY O que só pode ser trovão, estala e então explode e acordo assustada. O peso pesado do braço de Calix cai com um baque entre nós. O vacuuroom que parecia tão resistente ontem balança precariamente no vento uivante. Por um momento, meus pensamentos não conseguem alcançar meu cérebro ainda lento, com os efeitos posteriores da paralisia ― a toxica como ele chamou ― e o estupor do sono quase pesado. Então, o raio atinge novamente, mais perto, mais alto, e tropeço em meus pés para as portas. Espio através da pequena janela parecida com uma porta e a vista do outro lado faz com que meu coração caia. A tempestade que parecia tão distante no dia anterior está bem acima de nós. Fervendo como um furioso tornado vermelho-alaranjado, exceto que é tão largo quanto o horizonte e riscado com raios violentos de relâmpago e nem sei mais o quê. Nós temos que ir. Agora. Meus joelhos gritam em protesto conforme me jogo ao lado de Calix. “Calix, acorde. Temos que ir.” Ele murmura em seu sono e estende um braço para envolver minha cintura. Então minhas palavras parecem afundar e seus olhos se abrem, escuros e tempestuosos como o céu lá fora. Seu olhar dispara para a janela e ele está de pé tão rápido que desequilibro e caio em minhas mãos. Xingando em voz baixa, ou pelo menos acho que isso é xingamento de morts, ele joga roupas na minha direção. “Você deve se vestir. Teremos que viajar ao lado da tempestade até encontrarmos uma brecha ou abrigo.”

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K. Webster & Nicole Blanchard “Não podemos ficar aqui?” Pergunto, mesmo quando a estrutura geme violentamente. Visto o minnasuit e depois o traje zu o mais rápido possível. Quando me junto a ele na entrada, percebo que não estou sem fôlego. Em qualquer outro dia, a adrenalina, o pânico e a correria teriam me reduzido a uma bagunça ofegante. Não tenho tempo para pensar nisso porque uma explosão de som cai bem do lado de fora da porta e solto um grito de terror. “Calix?” Ele está vestido com seu próprio traje e faz gestos para que eu saia primeiro pela porta. O vento ― duro e implacável ― nos agride com força, quase me derrubando. Felizmente, Calix é forte e capaz de me guiar para o veículo. “Entre e espere por mim.” Balanço minha cabeça, meu olhar assustado com a crescente tempestade. “Não, deixe-me ajudá-lo.” Calix levanta meu queixo com um dedo com garras. “Não, lilapetal. Quero você onde posso te manter segura. Fique aqui. Eu voltarei.” Ele espera até eu estar em segurança no areia-móvel, o que faço sem mais protestos porque discutir só vai demorar mais, então ele corre de volta para a estrutura. Tiro meus olhos dele apenas para olhar o estrondo das nuvens. Foi tão fácil esquecer os perigos que se escondiam fora do nosso pequeno santuário enquanto suas mãos estavam em mim, tão fácil de me perder no domínio de seu toque. Isso é, como minha doença, uma punição? Calix retorna alguns tensos minutos depois, acelera o areiamóvel e disparamos contra a sombria tempestade das nuvens. Estou encarregada de segurar seu zenotablet que nos guia para onde ir. Não falo por um tempo, deixando-o navegar pelo terreno traiçoeiro sem distração com meu coração batendo na minha garganta.

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K. Webster & Nicole Blanchard “Não se preocupe, querida. Tudo ficará bem.” Qualquer que seja a resposta que eu tenha, é interrompida pelo rugido estrondoso que enche a bolha protetora do areia-móvel. Bato minhas mãos sobre a minha cabeça e me dobro em duas, tentando ocupar o mínimo de espaço possível. Meu primeiro pensamento é totalmente egoísta. Não, não estou pronta para ir ainda. Então, minha preocupação muda para Calix. Ele está ferido? Ao meu lado, eu o ouço grunhindo e xingando, depois outro rugido tremendo e uma batida alta que posso sentir no fundo dos meus ossos. “Magnastrikes.” Ouço Calix gritar enquanto o areia-móvel começa a tremer selvagemente. “Fique abaixada.” Quero olhar para cima para ter certeza que ele está bem. Quero estender a mão para tocá-lo, mas meus músculos estão paralisados em indecisão. O areia-móvel atropela algo, jogando-me no ar, em seguida, me jogando de volta no assento com força suficiente para que eu morda meu lábio. Sangue e saliva na minha boca, escorrem pelos meus lábios até a viseira, espalhando-se pelo meu campo de visão. Seguro uma mão no painel à minha frente para me estabilizar enquanto batemos e atravessamos o terreno rochoso. No segundo em que viro a cabeça, vejo um flash de Calix contra o céu vermelho raivoso, então sou jogada contra o painel e tudo fica escuro. *** O cheiro de plástico queimado e metal quente enche meu nariz, mesmo com o capacete protetor e o respirador, fazendo-me chiar e sufocar enquanto me esforço de volta à consciência. As partes de mim que estavam tão satisfeitas com o prazer da noite passada agora gritam em protesto enquanto tento levantar. Cega pelo sangue acumulado na parte interna da minha viseira, respiro fundo e a solto. Então, cuidadosamente instalo o respirador

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K. Webster & Nicole Blanchard externo, projetado um pouco como o aparato de um mergulhador, que cobre minha boca e nariz. Meu lábio ainda está sangrando, mas começou a coagular. Sem a viseira ensanguentada, espio pelo interior sombrio do areia-móvel, na esperança de encontrar Calix sem ferimentos. Por favor, que ele esteja bem. “Calix?” Chamo, com minha voz vacilante e distorcida do respirador externo. “Você está bem?” Cordas de arame e isolamento caem do teto como intestinos fantasmagóricos e passo através deles para chegar ao seu lado. Eu o encontro caído contra a janela quebrada, inconsciente. “Calix?” Estendo a mão hesitante e gentilmente sacudo o ombro dele. “Acorde. Temos que continuar nos movendo.” A tempestade está bem em cima de nós. Temos que consertar a nossa viagem e voltar à estrada o mais rápido possível, antes que seja tarde demais. Subindo pelo painel central, me sento desajeitadamente enquanto examino seus ferimentos e o dano geral. Além do que parece uma lesão na cabeça, Calix não parece estar sangrando em nenhum outro lugar, mas não sou médica e os ferimentos na cabeça podem ser sérios. Lágrimas impotentes saem dos meus olhos enquanto tiro sua própria viseira e aperto o respirador externo em sua boca, para que eu possa avaliar melhor suas feridas, embora saiba que não há quase nada que eu possa fazer sobre elas. Esfrego o sangue vermelho-amarronzado em seu rosto o melhor que posso com um pedaço de pano que encontro. O grande corte perto de sua têmpora está sangrando mais livremente do que me deixa confortável, então amarro um curativo improvisado ao redor dele. É o melhor que posso fazer agora, até ter certeza de que estamos a salvo da tempestade. Não sei como diabos farei isso, mas terei que pensar em algo.

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K. Webster & Nicole Blanchard São necessárias várias tentativas, mas consigo abrir a porta do meu lado, embora esteja danificada e só abre pela metade. Aperto meu traje e faço um estudo rápido nos arredores. A princípio, acho que é a sombra escura das nuvens que está fazendo tudo parecer tão escuro. Antes, elas eram tão grossas e tão opacas que apagaram qualquer luz do sol que não fosse o brilho vermelho misterioso. Então percebo que não são nuvens bloqueando toda a luz, é rocha. Rocha grossa e imponente. Calix nos levou direto para uma caverna. Quero rir. Na verdade, ele borbulha no meu peito, mas limpo minha garganta e me forço a me concentrar. Só porque estamos nesta caverna, não significa que ainda estamos seguros. Precisamos de abrigo, comida. Calix precisa que seu corte seja cuidado antes de ficar pior. Eu me dou instruções curtas e fáceis de seguir. Retire o vacuroom, Emery. Encontre um local adequado para montá-lo, Emery. Então levo quinze longos e agonizantes minutos para descobrir como fazer a maldita coisa se abrir e ondas de alívio tomam conta de mim quando tudo o que é preciso é o simples apertar de um botão. Assim como Jareth explicou. Ele se abre e se desdobra. Momentos depois, a estrutura está completa. Você tem que levá-lo para dentro de onde é seguro, Emery. Volto para o areia-móvel e mobilizo minhas forças e concentro-me em levar Calix para o abrigo. Ele tem uns bons cem quilos a mais que eu, e todo o esforço e agitação já me faz sentir fraca e tonta. Outro raio daquele relâmpago vermelho assassino dispara, me estimulando a entrar em ação. Correndo de volta para o vacuuroom, pego o que preciso antes de voltar para Calix. Usando um dos cobertores da nossa cama, arrumo-o ao lado do motorista e cuidadosamente abro a porta sem deixá-lo cair. Seu peso morto

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K. Webster & Nicole Blanchard bate em mim, nocauteando o pouco de ar que tenho, mas não tenho tempo para me concentrar em mim. Ele é minha prioridade. Eu não tinha nada antes de conhecer Calix e conhecê-lo me deu tudo. Perdê-lo seria pior do que ficar sozinha. Ter essa fatia de felicidade e tê-la roubada é impensável. Finalmente conheci alguém com quem me conecto. Eu poderia me acostumar com isso sendo apenas nós dois. Não importa em que planeta estamos. Nunca pensei que seria com um alienígena, mas quando olho para ele, não vejo a língua bifurcada e a pele pálida. Vejo o homem que olha para mim como se eu fosse a chave para sua felicidade. E serei amaldiçoada se perder isso agora. Leva mais tempo do que gostaria e Calix geme em protesto doloroso enquanto manobro seu corpo para fora do areia-móvel e para o cobertor grosso. Sua ferida na cabeça está sangrando muito, mas ele ainda está respirando com base no som rítmico e tranquilizador que ecoa em nossas comunicações. “Quase pronto, baby. Apenas temos que entrar e ficaremos bem.” Digo a ele. Manchas brancas invadem minha visão, mas cerro os dentes e me levanto de novo. Agarrando o cobertor com as duas mãos, começo a empurrá-lo para trás, na direção do vacuuroom. Tenho que fazer uma pausa várias vezes à beira de perder a consciência, mas luto para me manter em pé e arrastá-lo em seções e entrar no abrigo e longe da tempestade. O processo de descontaminação é uma simples pressão de um botão que libera as toxinas prejudiciais em nossos trajes antes de nos dar uma explosão de ar saudável para nos secar. É preciso alguma luta, mas consigo remover os nossos trajes zu, máscaras e botas. Agora que não consigo ouvir sua respiração na máscara, estou preocupada. Sinto um pulso palpitante sob meus dedos quando pressiono minha mão na garganta dele. Ele ainda está vivo.

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K. Webster & Nicole Blanchard “Conseguimos. Estamos a salvo.” Sei que ele não pode me ouvir, mas continuo falando enquanto levo ele pelo resto do caminho no vacuuroom e tranco as portas atrás de nós. Não tenho certeza do quão ruim isso ficará ou se estamos mesmo seguros, mas se a força da minha vontade influenciar os elementos, nós estaremos. Comida agora, Emery. Deixo-o encostado a uma parede dentro do nosso abrigo, dentro da área de descontaminação, antes de preparar o espaço para nós. Pego duas das refeições que ele me mostrou antes e espero aquecê-las corretamente. Assim que nossas camas estão prontas, volto para Calix. Apoiando-me ao longo da parede da sala, arrasto a um banco de prateleiras onde eu encontro mais roupas, suprimentos e sim curativos. Tudo está marcado na língua deles, mas pego um tubo de creme e espero que seja uma pomada antibacteriana. Usando uma garrafa de água e um pedaço de pano, limpo com ternura as bordas irregulares de sua ferida. É mais profunda e maior do que previ, o sangue obscureceu a maior parte. Cerca de quatro centímetros de comprimento e tão profunda, juro que vejo o branco de seu crânio por baixo, a ferida rouba o que resta da minha respiração. Pensamentos frenéticos de danos cerebrais e perda de sangue me atingem, mas continuo repetindo as instruções. Limpe a ferida, Emery. Coloque a pomada, Emery. Coloque o curativo na ferida, Emery. Quando termino, sento em meus calcanhares, tremendo. Eu o observo por alguns longos momentos, como se meus cuidados tivessem algum efeito mágico e ele acorde se eu esperar o suficiente.

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K. Webster & Nicole Blanchard Mas ele não acorda. Meu estômago se aperta e me forço a comer a carne que estava congelada e legumes que preparei, mas não sinto o gosto disso. Sei que precisarei manter minhas forças, então me certifico de terminar tudo, até mesmo lambendo o molho sem gosto dos meus dedos. Purifico uma garrafa de água e bebo tudo também. Quando não há mais nada a fazer, sento ao lado de Calix e descanso minha cabeça em seu ombro, esperando que uma pequena soneca acalme minha respiração. Esperando que quando eu acordar, Calix esteja melhor. Esperança é como oxigênio. Quanto mais preciso disso, menos meu corpo parece ser capaz de absorver.

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CAPÍTULO DEZ CALIX O latejar na minha cabeça me tira de um sono profundo, para meu aborrecimento. Pisco várias vezes para limpar meu torpor. Minha memória é confusa. Emery estrelou meus sonhos, linda, mas preocupada. Lembro dela trazendo caldo e água aos meus lábios. Ajudando-me a usar as instalações. Dando-me banho de esponja. Principalmente, lembro como ela se agarrou a mim. Eu a alcanço e o cobertor está frio ao meu lado. O pânico se eleva dentro de mim enquanto tento sacudir a nuvem na minha cabeça. Que solar é este? Quantos solares se passaram? Por que minha cabeça dói tanto? Começo a franzir a testa e sinto um puxão na minha testa. Tentativamente, alcanço e toco a área sensível que está protegida por um curativo. “Emery.” Resmungo. Além do vacuuroom, posso ouvir o vento soprando ao ar livre. Não estamos mais na tempestade, mas estamos próximos. Sei que nunca viajamos pela Montanha Bleex. Estávamos perto disso, mas ainda dois ou três solares de viagem ao redor da montanha que ainda temos à nossa frente. Rekk. Lembro do acidente. Todo o resto vem em flashes.

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K. Webster & Nicole Blanchard “Emery.” Chamo, sento me apoiando nos cotovelos. As batidas no meu crânio pioram, mas ignoro enquanto a procuro. Quando ela não responde, meu coração deixa de bater. E se ela sucumbiu à sua doença? Ou uma besta decidiu fazer uma refeição dela? E se ela nunca sobreviveu ao acidente e minhas memórias não foram lembranças, mas apenas minha alma ansiando por ela? Tenho que sair daqui. É preciso tudo em mim para ficar de pé. Uma onda de náusea me atravessa e cambaleio contra uma parede, batendo fortemente no meu ombro. Solto um gemido, sacudo o atordoamento e vou até a porta da câmara de descontaminação. Tenho bastante senso em mim para entrar no meu traje zu, meus livros, e meu protetor rebreather sob a minha máscara presa corretamente antes de sair. Assim que saio, observo a cena ao meu redor. Nós parecemos estar dentro de uma caverna. Chego à conclusão de que Emery fez tudo isso sozinha. Enquanto eu estava ferido e inconsciente, ela nos salvou. Orgulho me atravessa. Minha lilapetal é uma lutadora. Só espero que ela continue lutando. “Emery.” Chamo de novo. Passo pelo vacuuroom em direção a saída da caverna. A tempestade é violenta lá fora e espero que ela não tenha decidido ir lá. Seria suicídio. Virando da tempestade, caminho além da do vacuuroom mais fundo na caverna onde escurece. Algo brilha além, então sigo a luz. Isso leva a uma estreita fenda alta o suficiente para eu atravessar e larga o suficiente para que dois morts caminhem lado a lado. Parece muito pouco natural. “Emery!” Berro seu nome quando a vejo caída no chão da caverna. Sem máscara. Apenas um rebreather externo. Pânico ameaça me consumir, mas não posso me preocupar com essas coisas agora. Preciso me concentrar em um problema de cada vez. Agachando-me ao lado dela, tomo sua cabeça em minhas mãos

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K. Webster & Nicole Blanchard enluvadas, inclinando seu rosto para cima. Seus olhos estão fechados e ela está muito pálida. Quando suas pálpebras vibram, alívio me inunda. Eu não estou atrasado. Estou fraco e minha cabeça se transformou em um trovão enlouquecedor, mas tudo o que me interessa é o bem-estar dela. Não sou forte o suficiente para carregá-la, mas sou capaz de levantá-la e despertá-la o suficiente para que ela possa ficar de pé. Juntos, voltamos ao vacuuroom. Uma vez dentro da segurança da instalação improvisada, começo a remover nosso traje zu após o rigoroso processo de descontaminação. Seus olhos se fecham e ela quase desmorona. Eu a pego em meus braços, arrastando-a através da porta para a sala principal e para a nossa cama. Assim que a deixo acomodada e confortável, começo a juntar meus suprimentos. Uma verificação rápida de seus sinais vitais me diz que ela não está indo bem. Rekk! Sou dominado pela derrota e caio ao lado dela. Sem o equipamento que preciso, ela certamente morrerá. O pensamento é demais para suportar. Se ela morrer, meu coração deixará de bater. Eu morrerei junto com ela. Enterrando meu nariz em seu cabelo, tento memorizar seu perfume. Meu corpo envolve-a e tento aquecê-la, como se isso ajudasse de alguma forma. É uma causa perdida, mas ainda parece certo. Tudo o que pode ser ouvido é o barulho alto em seu peito. Depois de vários momentos, sua voz sai em um fraco sussurro. “Faça amor comigo.” Levanto, deixando escapar uma risada áspera. “Emery...” Um dedo trêmulo pressiona meus lábios. “Eu não tive a chance de te dizer...” Ela aperta os olhos e tosse forte. O chiado no peito dela é aterrorizante. “Isso ajuda.”

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K. Webster & Nicole Blanchard “O que ajuda?” Exijo, franzindo a testa para ela. “Quando... quando nós fizemos isso...” Lágrimas enchem seus lindos olhos azuis e, em seguida, correm pelas têmporas. “Eu me senti muito melhor.” “Por que você não me contou?” Pergunto gentilmente, pressionando beijos em sua pele macia. “Eu estava com medo da esperança.” Ela sussurra. “Agora, a esperança é tudo o que nos resta.” Nossos olhos travam por um longo momento enquanto indecisão guerreia dentro de mim. “Calix.” Ela murmura. “Apenas faça.” Ela entra em um ataque de tosse que faz meu coração quase cessar. “A... apenas molhe seu pa... pau. Faça isso rapidamente. Não tenho energia para mais nada. Por favor.” Seu apelo me convence. Eu me apresso a remover seu minnasuit. O meu é retirado no instante seguinte. Quando levanto a palma da mão e franzo a testa para ela, Emery pega meu pulso e o leva à boca. Suavemente, ela empurra sua língua doce, macia e lambe a palma da minha mão. Minha mente quase explode com um milhão de pensamentos simultâneos sobre o quão anti-higiênico isso é. Mas antes que eu possa parar suas ações, ela está guiando minha mão de volta ao meu pau. Não estou duro até que ela envolve minha mão ao redor do meu comprimento. Assumindo, me acaricio até que estar completamente ereto enquanto também estou coberto em sua saliva. Eu lhe dou um olhar interrogativo e ela me dá um pequeno aceno. “Eu sou seu.” Juro enquanto gentilmente empurro em seu corpo. “Sempre cumprirei suas ordens. Não importa o quão incomum seja seu pedido.” Como me pedir para acasalar com ela em seu leito de morte.

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K. Webster & Nicole Blanchard Ela sorri. “Eu sou sua também.” Reunindo minha frágil lilapetal em meus braços, eu a puxo para cima e contra meu peito enquanto me sento em minhas coxas. Ela descansa sua cabeça no meu ombro e sua respiração quente faz cócegas no meu pescoço. Agarro seu traseiro macio e empurro seu corpo para cima e para baixo no meu pau. Outro ataque de tosse toma conta dela, fazendo com que sua buceta aperte com cada tosse. Pressiono meus lábios em sua cabeça e solto um gemido. Meu gozo vem rápido e fácil, sabendo que isso não é sobre prazer, mas sobre cura. Quanto mais cedo derramar minha semente, mais cedo poderemos ver se isso ajuda em alguma coisa. Estamos quietos enquanto os efeitos da toxica se espalham através dela. Ela cai contra mim. Suavemente, acaricio suas costas nuas e beijo sua cabeça. Eu nos guio de volta para a cama, mas permaneço dentro dela. Seus olhos azuis estão arregalados enquanto ela estuda meu rosto de perto. Enquanto ela olha, empurro seu cabelo do rosto e afasto as lágrimas persistentes em suas bochechas. Permanecemos assim por algum tempo até que ela começa a sentir novamente. Seu corpo move e se contorce até que ela agora está acariciando meu cabelo. E sorrindo. Grande e bonito. Perfeito. “Calix.” Ela diz, seu sorriso se alargando. Forte. Sua voz é mais forte. “Precisamos levá-lo para um laboratório.” “Quanto tempo isso funciona?” Pergunto, minha mente já está trabalhando em testes que quero executar em cada um de nós. Sangue. Sêmen. Saliva. Quero executar tudo em cada um e contra o outro em um micro visualizador para que eu possa ver quais propriedades de cura podem existir. “Bem, da última vez, a tempestade me destruiu. E então o acidente. Talvez algumas horas me senti muito bem.” Ela me diz.

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K. Webster & Nicole Blanchard Sua sobrancelha levanta. “Você parece muito destruído, no entanto.” “Estou bem.” Asseguro a ela. “Mas podemos usar as coisinhas microbô para ajudar a curar você.” Suas sobrancelhas estão cheias de preocupação que faz meu coração disparar de orgulho. “Bobagem. Reservei aqueles para a sua tão necessária cirurgia.” Ela solta um suspiro enquanto admite. “Ok, mas pelo menos precisamos de um pouco de comida para você.” “Isso, podemos fazer.” Não posso deixar de sorrir para ela. “E então acasalarei com você em algumas horas. Para manter sua força.” “Para manter minha força.” Ela espelha. Esperança, como um pequeno mortling dentro de um útero, implanta e começa a crescer em nossos corações. *** “Você tem certeza disso?” Ela pergunta enquanto olha para a fenda. Assinto enquanto olho para o meu zenotablet. O programa de sonar de geo-posicionamento mostra que o setor 1779 está diretamente do outro lado da montanha. Esperança me diz que a fenda não é uma coincidência. É perfeitamente esculpida. Não podemos sair para a tempestade e ao redor da montanha, mas e se tentássemos passar por ela ao invés? “Estou esperançoso.” Digo a ela, encontrando-a com um sorriso. “Esperança é bom o suficiente para mim.”

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K. Webster & Nicole Blanchard Memorizo seu sorriso antes de desaparecer nas profundezas da caverna, onde estará frio. Depois de outro acasalamento depois do jantar, ela está com as bochechas rosadas e respirando com facilidade. Absolutamente preciso ir a um laboratório e executar esses testes. Até lá, nos contentaremos. Mesmo se isso significa que tenho que fodê-la contra uma parede da caverna a cada poucos passos e então carregá-la depois, enquanto a toxica está curando seu corpo quebrado. Meu pau se esforça contra o meu minnasuit e eu rio. “Venha agora, lilapetal. Tempo é essencial.” Levanto nossa bolsa e pego sua mão na minha. Ela acende a luz no túnel e entramos na escuridão enquanto leio o sonar de geo-posicionamento. Esperança lidera o caminho. *** “O que são esses?” Seus dedos passam por mim até a parede da caverna em que estou encostado enquanto ela passa suas garras inúteis contra a rocha. Paramos dezenas de vezes nos últimos dois solares dentro da caverna apenas para fazer isso. Acasalar. Acasalamento medicinal é o que nós afetuosamente chamamos isso. Cada vez, ela espera pacientemente enquanto testo os níveis-R que são sempre inexistentes dentro da caverna. O ar dentro desta caverna provou ser seguro. Agora que já não estamos com tanta pressa, também aproveito o tempo para trazer seu prazer de antemão. Agora que a toxica finalmente está deixando seu sistema, ela está recuperando o movimento em seus membros depois do nosso mais recente acasalamento. E como o ser curioso que estou aprendendo que ela é, ela está intrigada com o que a cerca. Viro minha cabeça para olhar a gema cintilante alojada na rocha que brilha com o brilho da luz que acendemos nas proximidades. “Ahhh, isso é um dizmonyx. Raro, mas bastante

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K. Webster & Nicole Blanchard durável. Oz pode transformar essas pedras em ferramentas afiadas que podem cortar qualquer coisa. São pedras fortes, mas incrivelmente bonitas.” Olho para seu rosto e beijo seu nariz empinado. “Tipo como você.” Seu sorriso é doce e feliz. Quero fazê-la fazer isso com mais frequência. “Posso ter uma?” Uma risada ressoa de mim. “Você pode ter o que quiser, minha companheira.” “Sua companheira, hein?” Ela provoca, retornando os dedos para o meu cabelo. “Sempre.” Digo com um grunhido possessivo. Sua testa descansa na minha e ela solta um suspiro satisfeito. “De onde eu venho, eles chamam isso de casamento.” Lembro-me da cerimônia que ligou Aria e Breccan. Isso aquece meu coração. “Você se casará comigo como Aria se casou com o Comandante?” Seus lábios se levantam. “A maioria dos homens proporiam de joelhos.” “Eu não sou como a maioria dos homens.” Provoco. O sorriso no rosto dela cai e entro em pânico por um momento pensando que o afastei. Seu lábio treme. “Não, você é melhor, Calix. Você é melhor que qualquer homem ou alienígena na galáxia. Você é o melhor.” Dou-lhe um rápido beijo nos lábios e aperto seus quadris para puxá-la de cima de mim. Uma vez que a limpo e nos vestimos, caço meu cinzel e um pequeno martelo. Sua risada ecoa pela caverna e decido que é o melhor som que já ouvi. “Qual?”

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K. Webster & Nicole Blanchard Ela agacha e aponta para uma que se projeta para fora da rocha. Eu me ajoelho ao lado dela para dar uma olhada. Está principalmente saindo, por isso leva apenas algumas rachaduras duras do martelo para soltá-la. Assim que a tenho em meu agarre, a entrego para ela. “Sim.” Ela diz, seus olhos se iluminando. “A resposta é sim. Eu vou me casar com você.” Antes que eu possa responder, ouvimos um rosnado. Estou de pé com ela empurrada atrás de mim no próximo segundo. Algo se esconde na escuridão. Sabrevipes não se aventuram tão profundamente nas montanhas. Algo mais se arrasta. “Queeeem éééééé voooocê?” Ele diz logo além da borda da luz, a voz ecoando por toda parte. “Isso fala.” Emery choraminga. “Luz.” Murmuro sob a minha respiração. Ela se arrasta atrás de mim e, em seguida, sua pequena lanterna ilumina na direção da fonte. “O que o...” Começo, confuso com o que estou vendo. Um mort, alto como eu, mas com uma pequena inclinação, estreita os olhos contra a luz. Sua juba preta e prata é trançada e pendurada na frente do peito. Os bigodes brancos se destacam em todas as direções ao longo de sua mandíbula e bochechas. “Nome.” Resmungo, meu cinzel ainda apontando na minha frente no caso de eu precisar usá-lo contra ele para proteger Emery. “Loxxxx.”

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K. Webster & Nicole Blanchard Levanto minha cabeça para o lado e tiro meus óculos do topo da minha cabeça, anexando-os no final do meu nariz para dar uma olhada melhor. “Phalix?” Ele resmunga. “É você?” Suas palavras são um soco no meu peito. “Esse era meu pai. Eu sou Calix.” Ele solta uma risada. “Rekk, você ficou grande, garoto.” “E eu pensei que você estava morto, velho mort.”

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CAPÍTULO ONZE EMERY Eu deveria estar grata por encontrarmos outra pessoa, mas meu sorriso está vacilante enquanto os dois morts se aproximam para um abraço viril. Aproveitei o tempo sozinha com Calix, mesmo que foi forjado com perigo. Estou um pouco triste por ver isso acabar, considerando os riscos associados à cirurgia que está por vir. Mais uma noite, tempo suficiente para chegarmos ao setor e descobrirmos um plano ― então contarei a ele. O impulso para a honestidade depois de tudo que compartilhamos é inerentemente egoísta, reconheço isso, mas não quero morrer e fazer com que ele descubra de outra maneira. O pensamento dele olhando para mim com algo diferente de carinho me arrepia até os ossos e começo a tremer, mesmo que esteja suando. “Este planeta não me matou ainda.” Lox responde. “Vejo que seu tradutor está funcionando.” Calix diz e depois faz uma pausa. “Quando Sayer entregou a tecnologia e instruções muitas revoluções atrás, não tínhamos certeza se alguém iria encontrá-lo ou usá-lo.” Lox sorri com os dentes. “Eu o encontrei.” “Quem inseriu isso?” Calix pergunta, desconforto em seu tom. Seu amigo, com um brilho selvagem em seus olhos, bate o lado de sua cabeça. “Eu rekking fiz sozinho.” Calix fica em silêncio por um momento e depois ri. “Não posso acreditar que você esteve aqui todo esse tempo. É ótimo ver você.” Nunca vi Calix sorrir tão grande antes. Isso deve fazê-lo

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K. Webster & Nicole Blanchard lembrar do pai, considerando que os dois trabalharam no Setor 1779 antes de ele morrer. “Bom te ver também, meu amigo. Tem sido muitos solares desde que tive um bom. Venha comigo. O setor 1779 fica a uma curta caminhada dessas cavernas. Conte-me sobre sua jornada ao longo do caminho.” Lox nos gesticula para avançar e Calix o segue sem questionar. Estou muito mais hesitante, mas Calix parece tão feliz que ignoro minhas preocupações e pego minha mochila mais seguramente. “Minha companheira e eu ficamos encalhados pela tempestade alguns solares atrás e eu não achava que conseguiríamos. Minha companheira conseguiu salvar a nós dois e estamos viajando pelas cavernas desde então.” “Vocês têm sorte, as montanhas são frequentemente engolidas nessas tempestades. É por isso que estou preso no Setor 1779. Eu só posso viajar dentro das cavernas ou nas instalações.” “E você está aqui desde que meu pai foi embora?” “Sim. Já faz muito tempo.” Lox sorri, mostrando os dentes, enegrecido pela falta de cuidado e com os olhos amarelados por passar muito tempo no subsolo. Tanto o seu sorriso e expressão parecem um pouco selvagens para mim, mas atribuo isso ao fato de ele estar trancado sozinho por tanto tempo. Qualquer um poderia ficar um pouco louco estando sozinho. Eu, por exemplo, deveria ser capaz de simpatizar. Além disso, está ficando cada vez mais difícil respirar. Mesmo a última vez que fizemos amor não ajudou a aliviar a tensão em meus pulmões. Era como tentar sugar oxigênio através de um canudo. Nenhuma quantidade de sexo medicinal ou desejo está fazendo mais o truque. Preciso chegar ao Setor 1779 o mais rápido possível. Mesmo que isso signifique ir com esse estranho. Mesmo que isso signifique

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K. Webster & Nicole Blanchard que logo terei que enfrentar todas as coisas das quais tenho me escondido. Os dois conversam animadamente enquanto Lox nos conduz pelas catacumbas. Não perco como ele continua olhando para mim. “Algo está errado?” Pergunto. Os morts ― além de quando Breccan tentou me afastar de Calix ― nunca me incomodaram. Na verdade, quase os prefiro aos humanos, mas este faz minha pele arrepiar. Ele me dá um sorriso torto. Tento não estremecer em seu sorriso torto e desdentado. Para Calix, ele diz, “Uma criatura tão estranha. Onde você a achou?” Um estrondo enche o peito de Calix. “Ela não é uma criatura. Esta é Emery, minha companheira. Ela é uma alienígena que se juntou à nossa facção na instalação, juntamente com várias outras. Tornou-se necessário acasalar com elas para aumentar nossos números.” “Há mais sobreviventes?” Lox pergunta com interesse, sua curiosidade sobre mim aparentemente esquecida no momento. “Sim, Lox. Vários morts e companheiras. Assim que concluirmos nossos negócios aqui e repararmos nosso transporte, podemos levá-lo de volta conosco para a instalação. Os outros terão prazer em vê-lo.” “E eu a eles.” Ele responde. Seus olhos brilham da luz que Calix carrega. “Como o robô cirúrgico se saiu? Ainda está operacional?” Calix pergunta. “Tem sido muitas, muitas revoluções desde que foi usado, mas fiz o meu melhor para mantê-lo preservado. Tive que recuperar peças para tentar reparar os sistemas de comunicação sem sucesso.”

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K. Webster & Nicole Blanchard Calix acena e olha para mim. Ele estende a mão para apertar a minha, seus olhos ficando preocupados enquanto observa a minha respiração. Com a sobrancelha levantada, ele expressa sua preocupação, mas balanço minha cabeça para que ele saiba que não preciso parar. “Qual é o seu interesse no robô cirúrgico?” “Minha companheira sofre de uma condição de respiração. Eu me lembrei do papai tratando Belin aqui e como milagrosamente ele curou. Não temos outras opções e...” Ele olha para mim e abaixa a voz. “Minha companheira está se deteriorando aqui. Se ela não tiver essa operação, temo que suas respirações estejam contadas.” Eles desenvolvem uma discussão altamente técnica sobre as máquinas da unidade cirúrgica, especificamente o robô, e as capacidades quando começamos a subir uma série de degraus brutos cortados nas rochas da caverna dentro da montanha. À medida que a altitude aumenta, a respiração fica ainda mais difícil. Posso ouvi-la ecoando nas paredes de pedra ao meu redor. Para me distrair, imagino o que acontecerá quando Calix for bem-sucedido em me curar. Voltaremos às instalações e aos outros morts. Breccan e Aria nos designarão um domicílio para começarmos nossas vidas juntos. Brinco com o dizmonyx no meu bolso. Teremos uma pequena cerimônia com os outros para consolidar nosso compromisso. Então, me tornarei a melhor companheira, porque ele merece isso. Desde o início ele tem sido um sonho. Mais que eu mereço. Mas se ele me der uma chance de ter esse futuro com ele, farei o que for preciso para mostrar o quanto o aprecio e tudo o que ele fez por mim. Passarei o resto da minha vida mostrando a ele. Ele pode ser a chave para salvar minha vida, mas anseio mais do que isso dele.

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K. Webster & Nicole Blanchard Muito mais. Amor, um parceiro, um companheiro para a vida. As bordas irregulares do dizmonyx cortam a palma da minha mão. A esperança no meu peito dói quase tanto quanto os meus pulmões quando chegamos ao topo da inclinação. Calix pega meu cotovelo. “Você está bem?” Ele pergunta. “Estou bem.” Digo, mas não há como negar a falta de ar na minha voz. Ele começa a se oferecer para ajudar, mas dispenso. “Então, este é o setor 1779?” Lox abre uma porta enferrujada na rocha. “Esta é a entrada da câmara de ar. Os filtros ainda estão funcionando, então vocês poderão remover seus rebreathers.” A porta se abre com um ruído metálico, fazendo-me pular. A maneira como o som reverbera pelas cavernas e o interior sombreado com a luz vermelha faz com que pareça um filme ruim de ficção científica. Digo a mim mesma que estou sendo boba conforme entramos atrás de Lox. “Deixe-me dar-lhes uma turnê.” Lox diz. “Mostrarei a unidade cirúrgica e o robô primeiro.” Calix segue ansiosamente atrás. “Quando você acha que podemos começar?” “As máquinas irão demorar um pouco para serem preparadas, mas espero que possamos começar amanhã de manhã.” Calix aperta minha mão e sorrio fracamente. “Obrigado, Lox. Nós nunca seremos capazes de lhe pagar.” “Transporte de volta é mais que suficiente, meu amigo.” A forma magra de Lox nos leva através de um corredor com luzes laranja piscando. Se os componentes da instalação

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K. Webster & Nicole Blanchard estivessem décadas desatualizados, o Setor 1779 era como passar por uma porta na época medieval, se eles tivessem acesso à tecnologia. As paredes e portas são feitas de aço reforçado em vez da liga de plástico indestrutível a qual me acostumei. Eles rangem e gemem enquanto atravessamos os corredores, fazendo-me pensar nos velhos trajes de armadura que os cavaleiros costumavam usar. A unidade cirúrgica em si contém uma cama de solteiro, com alguns monitores, computadores velhos e máquinas que se parecem com dispositivos de tortura. Apreensão se agita na minha barriga e minhas mãos ficam úmidas. Observando minha preocupação, Calix se vira para mim e passa uma garra no meu cabelo. “Como você está se sentindo?” Ele pergunta enquanto Lox murmura para si mesmo e examina as máquinas. “Estou bem.” Respondo, mas meu sorriso é vacilante. “Talvez um pouco fraca.” Admito. Ele parece arrependido. “Estive tão preocupado em chegar aqui que nem considerei o quão extenuante deve ser para você. Lox, existe algum lugar onde possamos descansar? Minha companheira precisa reunir sua força antes do procedimento. Enquanto ela descansa, podemos repassar o que eu gostaria de fazer, se você não se importar.” “Com certeza, meu amigo. Deixe-me mostrar-lhe nossos aposentos. Não é muito.” Ele avisa. “Servirá.” Calix responde. Ele não está errado. A pequena sala mal iluminada tem uma pequena cama no meio. Ele nos deixa lá e diz que vai encontrar Calix na unidade cirúrgica depois que ele pegar alguns suprimentos. “Apenas alguns solares mais e estaremos de volta em casa.” Calix diz, puxando-me em seus braços.

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K. Webster & Nicole Blanchard “Casa é qualquer lugar que você esteja.” Deixo-o me segurar por mais um momento, depois o puxo para a pequena cama. Suas grossas sobrancelhas franzem. “O que você está fazendo?” “Acasalamento medicinal.” Provoco, mas não é isso. Quero senti-lo, sentir como é estar perto dele, uma última vez, caso não haja outras. Ele quebra a nossa queda como eu sabia que ele faria em cima da cama com cheiro de mofo, mas não beija de volta com entusiasmo quando pressiono meus lábios nos dele. “O que há de errado?” “Você parece que está dizendo adeus.” Eu o seguro contra mim. “Nunca.” Tiramos nossos rebreathers quando entramos no Setor, mas tiramos nossos trajes com mãos impacientes. Quero ir devagar, saborear, memorizar, mas a urgência debaixo da minha pele me faz puxá-lo para cima de mim e acariciá-lo com mãos trêmulas. “Mais rápido.” Digo enquanto lambo seu ombro salgado. “Por favor.” “Isso dói?” Ele pergunta. Suas mãos fazem o trabalho rápido de tirar nossos trajes quando as minhas falham. “Farei isso parar.” “Não.” Digo com um aceno de cabeça. “Não dói. Eu só quero você. Me faça sua.” “Você já é minha. Nós fomos escritos nas estrelas antes de você pisar neste planeta. Não importa o que aconteça, Emery. Você sempre será minha.” Eu o puxo para baixo para um beijo enquanto ele entra em mim com um impulso rápido e seguro, então jogo minha cabeça para trás. Sempre parece a primeira vez com ele. A primeira sensação rápida de medo que ele não vai caber, então a aceitação quando me ajusto para encaixá-lo. Alegria explode dentro de mim,

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K. Webster & Nicole Blanchard como um prazer amplificado mil vezes. Ela explode atrás dos meus olhos como uma supernova. O orgasmo rola sobre mim sem qualquer aviso e suspiro sua invasão no pescoço de Calix enquanto a paralisia da toxica logo se segue com a dele. Ele me acalma enquanto me deita na cama, suas mãos passando por mim em reverência. Se eu pudesse falar, diria a ele que o amava, mas estou feliz por não poder. Quero dizer a ele pela primeira vez com uma consciência limpa. Amanhã. Amanhã direi a ele. Ele beija minhas pálpebras quando estou relaxada o suficiente para entrar no lugar flutuante entre os sonhos e a realidade. Esperança. É uma droga poderosa. Esperança me colocou em circunstâncias terríveis e horrorosas antes. Respiro, permitindo que ela encha meus pulmões defeituosos com seu sustento vivificante e a deixo atravessar minha corrente sanguínea. Esperança me ajudará a contar a verdade a Calix. Isso me levará para o outro lado da cirurgia. Esperança nos trará de volta para a instalação. Se eu tiver alguma coisa a ver com isso, esperança nos unirá novamente depois do que tenho a dizer. Eu tenho que acreditar nisso. Eu me agarro a esperança enquanto adormeço.

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CAPÍTULO DOZE CALIX “Você acordou cedo.” Lox diz enquanto arranca uma fruta roliça de um arbusto que está crescendo de um plantador no que parece ser uma antiga baía de nutrição. “Temos um solar ocupado à nossa frente.” Meu olhar cai para a fruta. Não estou familiarizado com esta. Parece ser um híbrido de algum tipo. “O que você tem aí?” Ele me lança um largo sorriso, suas írises negras se movendo de um lado para o outro de um jeito maníaco. Isso me lembra quando Draven tinha Rades. Faço uma rápida avaliação do velho amigo de meu pai para ter certeza de que ele não está apresentando nenhum sintoma. “Isso...” Ele diz enquanto joga a fruta amarela no ar. “É uma lembulla.” Ele traz para suas narinas e inspira. “Cruzei uma árvore lemonia com raiz de grenus. Entre o doce suco da lemonia e os nutrientes do grenus, consegui sobreviver principalmente com isso.” Ele a joga para mim e a pego, minhas garras perfurando a carne macia da fruta. “Eu vejo.” Digo com um sorriso educado. “Muito esperto.” Quando ele se vira para pegar mais frutas, a guardo no bolso e desvio meus olhos pelo corredor onde deixei Emery dormindo. A raiz de grenus é algo que foi erradicado muitas revoluções atrás, quando foi descoberto que tem efeitos adversos nos morts. Sabe-se que causa delírios extremos. Não existem qualidades nutritivas. Li as anotações de Galen sobre toda e qualquer vida vegetal, tanto disponíveis como não disponíveis. Lembro de estar fascinado por suas notas naquela seção sobre a raiz de grenus. Atualmente, não estou intrigado.

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K. Webster & Nicole Blanchard Estou preocupado. Se Lox tem vivido dessa fruta, significa que ele não está bem. Até mesmo imprevisível. Terei que observá-lo com cuidado. Eu me sentiria melhor se tivesse sua ajuda com a cirurgia dela. Sem sua ajuda, a cirurgia não será uma impossibilidade, mas será mais difícil. E não quero isso. “Você me mostrará onde o pai realizou o procedimento de Belin?” Pergunto, mantendo minha voz normal e despreocupada. A última coisa que quero é provocá-lo se a mente dele está frágil. Ele dá uma mordida no lembulla e mastiga ruidosamente. Os sucos amarelos descem por seu queixo. Lox não se incomoda de limpá-lo e isso me faz estremecer. Eu o sigo pelo corredor em deterioração até uma grande sala enquanto ele devora sua refeição ao longo do caminho. Esta sala está em melhor forma que as outras, o que me deixa grato. Passamos as próximas horas discutindo as máquinas. Sou capaz de conectar seus propósitos com cada peça de tecnologia baseada nas anotações do meu pai. Uma vez familiarizado com a sala, começamos a dar uma nova esfoliação, limpando-a de cima para baixo. Enquanto trabalhamos, ele faz perguntas sobre a instalação e nossa facção. Ele é especialmente curioso sobre como as fêmeas chegaram a nossa posse. “Theron e Sayer.” Ele diz enquanto lava algumas ferramentas em uma bacia. “Eu não me lembro deles.” “São várias revoluções mais jovens que eu. Provavelmente, nada além de mortlings sugando mamilos e mijando em seus trajes quando você os conheceu.” “E eles têm uma nave?” Ele pergunta. “Não percebi que elas existiam mais.” Solto um suspiro. Lox pode ser estranho, envolvido com uma fruta alucinógena híbrida, mas ainda é um de nós. “Sim, a Mayvina é a companheira de Theron.”

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K. Webster & Nicole Blanchard Lox bufa. “Sua companheira alguma vez sai da instalação?” “É assim que nós...” Paro. Roubamos. Aria, Emery, as outras. Nós as roubamos. “É assim que adquirimos as fêmeas.” “Ahhh.” É tudo o que ele diz. “Então esta companheira de metal dele. Ela ainda voa?” “Um pouco velha, mas certamente sai por aí.” Theron voa para fora quando o tempo está bom para viajar para outras partes de Mortuus quando precisamos de suprimentos. Recentemente, fomos informados de outros seres que viajam em nossa atmosfera. Theron e Sayer às vezes fazem menos que coisas honrosas como roubar dessas naves. Eles são habilidosos e normalmente se vão com o seu saque antes que os seres que passam percebam o que os atingiu. Muitas vezes, Theron comentou com Breccan sobre pegar uma carona em uma dessas naves maiores para um novo planeta mais habitável. Mas, apesar de nossos números cada vez menores e da falta de mulheres, esse mundo fora do nosso é desconhecido. Criaturas desconhecidas, patógenos desconhecidos, qualidade do ar desconhecida, ameaças desconhecidas. Não podemos arriscar nossa corrida por um capricho impulsivo. “Você pode me entregar aquela faca de carpal, Phalix?” Lox pergunta, acenando com a cabeça para outra mesa. “Calix.” Corrijo, inclinando minha cabeça para o lado para estudá-lo. Ele pisca várias vezes e um tremor ondula através dele. Então, seu sorriso incomum está de volta em seu rosto. “Calix. Peço desculpas.” Enquanto ele termina, puxo meu zenotablet do meu bolso e pego meus óculos que estão empoleirados em cima da minha cabeça. Eu os coloco na ponta do nariz e uso minha caneta para percorrer minhas anotações.

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K. Webster & Nicole Blanchard “Assim que realizarmos o procedimento, precisaremos preparar o terrainster e voltar para a instalação.” Ele me diz enquanto seca as mãos velhas e ossudas. “Ele foi esmagado em pedaços, lembra?” Eu disse a ele ontem à noite depois que Emery foi dormir. Contei tudo a ele. É como se ele esquecesse toda a nossa conversa. Ele pisca para mim e então seus olhos se estreitam como se ele não acreditasse em mim. “Nada que um pouco de trabalho duro não consiga consertar.” “Nós teremos que encontrar uma maneira de levá-lo para uma das baías deste lado da montanha. E certamente não podemos fazer nada até que a tempestade se acalme.” Suas feições estremecem em uma carranca. “Existem mais terrainster?” “De volta às instalações, mas...” “Então fazemos comunicação. Diremos ao seu povo para nos resgatar.” Nosso povo. Quero corrigi-lo, mas me detenho. A tempestade é uma das piores que já vi. Mesmo se pudéssemos nos comunicar com Breccan e o resto, seria uma missão suicida enviá-los ao coração dessa tempestade catastrófica. Mas explicar isso a um mort que ficou preso aqui por incontáveis revoluções, e está meio enlouquecido com uma dieta de lembulla, seria um desperdício de fôlego. E agora, cada respiração conta. A respiração dela. Minha companheira. Então, lhe dou esperança. É tudo o que posso oferecer.

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K. Webster & Nicole Blanchard “Trabalharemos para fazer contato após o procedimento. Emery precisará de descanso e nós podemos fazer isso enquanto ela cura.” Digo a ele, com meu tom apaziguador. A cintilação em seus olhos interrompe e ele me dá outro sorriso. Fácil e calmo. Tento não recuar cada vez que vejo aquela boca que está apenas com alguns dentes. “Vamos chegar a isso, filho.” “Lox?” Ele se aproxima e fica perto demais. “Sim?” Pondero sobre como quero fazer essa pergunta. É uma que me atormentou por muitas revoluções. Por que meu pai foi embora? Belin foi curado. Ele o trouxe de volta. Mas então... então, ele me deixou. Novamente. Daquela vez, ele nunca mais voltou. Não muito tempo depois que ele partiu, um dos outros anciãos que mais tarde pegou o Rade e morreu foi o único a descobrir seu corpo. Nada além de uma carcaça pela metade. Eu não estava a par dos detalhes de como ele morreu. Se foi um sabrevipe ou tempestades ou doenças, nunca saberei. “Por que meu pai voltou aqui?” Solto. “Ele nunca conseguiu. Quero saber porque.” Lox pisca para mim várias vezes antes de responder. “Uma vez que Belin estava saudável, ele queria examinar algumas das outras ferramentas e máquinas aqui. Ver o que ele poderia levar de volta para a instalação. Claro que, sendo seu assistente, fui junto com ele.” Ele abaixa sua cabeça. “Ele nunca conseguiu.” Está na ponta da minha língua perguntar como. Como meu pai morreu? Mas realmente quero saber os detalhes? Quero que Lox ― já frágil de mente ― reviva algo tão horrível? Depois da morte de meu pai e da suposta morte de Lox, ele foi deixado apodrecendo no Setor 1779 sozinho. Talvez mais tarde discutirei isso com ele. Muito mais tarde. Quando minha companheira estiver curada e

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K. Webster & Nicole Blanchard estarmos na companhia dos outros morts. E onde posso ter Avrell me ajudando a desintoxicá-lo de sua amada lembulla. “Buscarei Emery.” Digo a ele, apertando seu ombro de uma forma afetuosa. “E o Haxinth.” Por sorte, Haxinth era algo que Galen, Avrell e eu conseguimos produzir. Mantive os frascos com nossos mantimentos. Com o Setor sendo velho e o que pensávamos ser abandonado, encontrar Haxinth que não tivesse apodrecido era um risco que eu não queria correr. Por causa das anotações do Papai, fomos capazes de recriar o medicamento ‘cadáver vivo.’ A tecnologia é muito mais avançada na instalação e nossos microbôs geralmente cuidam da maioria das nossas doenças, mas considerando que os microbôs falharam na minha alienígena, não poderia arriscar. As sobrancelhas de Lox levantam. “Você tem Haxinth?” O brilho ganancioso em seus olhos negros envia um arrepio de inquietação deslizando pela minha espinha. É preciso tudo em mim para não deixar meus sub-ossos racharem e aparecerem em alerta. “Apenas o suficiente para o procedimento. Mas de volta à instalação, mais pode ser produzido.” Asseguro-lhe. Não tenho certeza de qual é o interesse dele nisso. A menos que ele tenha alguma necessidade disso também. Muito parecido com sua lembulla. Muito parecido com o vício do sol de Breccan. Suponho que alguns morts têm algo que anseiam, mesmo que isso os prejudique. “Que propósito você tem para isso?” Ele me dá um sorriso tímido. “Às vezes não consigo dormir. Haxinth me ajuda a dormir.” Como um cadáver. Estremeço com esse pensamento.

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K. Webster & Nicole Blanchard “Entendo.” Dou-lhe um sorriso forçado. “Garantiremos que Avrell dê-lhe o que você precisa quando chegar. No devido tempo, amigo.” Deixo-o sozinho e corro pelo corredor até o quarto em que Emery está descansando. Eu a encontro sentada na cama, pálida e atordoada. O chiado rouco em seu peito envia um alarme estridente através de cada terminação nervosa do meu corpo. “Lilapetal...” Murmuro, caminhando até ela e ajoelhando a sua frente. “Olhe para mim.” Ela ergue sua cabeça e seus olhos azuis entorpecidos encontram os meus. “Oi, meu companheiro.” Meu coração se aquece com suas palavras. Não quero nada mais do que fodê-la agora. Bem aqui nesta cama. Mas com Lox próximo, não quero arriscar. Além disso, ela precisa desse procedimento imediatamente. “É a hora.” Digo a ela. “Mas eu preciso avisá-la.” Ela pressiona um dedo frio nos meus lábios. “Eu sei que há riscos.” “Não é isso.” Resmungo, lançando um rápido olhar por cima do ombro. “É Lox. Ele não está bem.” Toco minha cabeça. “Aqui.” Seus lábios franzem e ela concorda. “Devemos partir?” “Não.” Rosno. “Esta cirurgia é a diferença entre a vida e a morte para você. Preciso da ajuda dele para realizá-la. Apenas tenha cuidado. Seja cautelosa.” Eu a puxo para seus pés e beijo seu nariz. Seus olhos azuis piscam com palavras não ditas. Ela morde o lábio inferior com seus dentes sem corte e inúteis, como se pudesse manter seus pensamentos escondidos de mim. Eu os vejo se preparando, mas não tenho tempo para tirá-los dela. Tempo é essencial. “Calix.” Emery assobia.

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K. Webster & Nicole Blanchard “O que é, minha companheira?” Seus olhos ficam lacrimosos. “Eu... eu...” Uma única lágrima vaza e corre pela sua bochecha rosada. “Shhh...” Murmuro. “Não tema esta operação. Não deixarei nada acontecer com você.” Ela engole, me dando um olhar triste, mas simplesmente assente. Rapidamente, vasculho minha bolsa pelo Haxinth e guardo os frascos. Então, puxo-a atrás de mim e desço o corredor. Dentro da sala, encontro Lox preparando a mesa. As luzes são brilhantes e quando nos aproximamos da mesa, descubro que está quente. “Lox...” Digo ao entrar. “Você pode nos deixar por um momento enquanto Emery veste a camisola?” Ele me faz uma saudação fingida e sai cambaleando da sala, fechando a porta atrás de si. Puxo uma camisola velha de uma gaveta. Foi protegido da poeira mas ainda cheira um pouco peculiar. Desde que ela está tão fraca, ajudo-a a se despir e depois colocamos a camisola nela. Assim que a deixo deitada na cama, retiro o frasco de Haxinth do bolso e mostro a ela. “Isso fará com que você caia em um sono profundo. Você não sentirá nada...” Asseguro-lhe. “Você confia em mim, lilapetal?” Ela assente e seus olhos ficam marejados de novo. Seus dedos envolvem meu pulso, apertando-me com força apesar de sua fraqueza geral. “Calix...” Seu nariz fica rosa e ela funga. “Há algo que você deveria saber.” Puxo seu aperto do meu pulso e levo a palma dela para o meu peito. “Eu sei minha companheira. Meu coração bate por você como o seu faz ao meu. Eles continuarão a bater, em uníssono, por muitas revoluções que virão. Este solar, você permanecerá ao meu lado. Assim como todo solar daqui em diante.”

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K. Webster & Nicole Blanchard “Oh, Calix.” Ela sufoca. “Isso é uma declaração de amor e nunca ouvi uma. Eu também te amo. Mas…” Franzo a testa com suas palavras. “O que é, Emery?” “Existem coisas que você não sabe sobre mim. Coisas que preciso que você saiba. É injusto para você.” “Continue.” Peço. “Seja o que for, tenho certeza que está bem.” Ela fecha os olhos e aperta algumas lágrimas. “Aquela nave... aquela de onde fomos tiradas...” “Sim?” “Eu lembro. Sei porque eu estava lá. Eu era uma prisioneira.” Ela sussurra. “Eu... Eu não fui sequestrada. Isso era legítimo.” Um soluço escapa dela. “Calix, eu sou uma criminosa. Aria, as outras, somos todas criminosas.” Procuro em minha mente algum conhecimento para o significado de suas palavras. “Esclareça.” “Não tenho certeza por que as outras garotas estavam lá, mas eu... eu estava lá porque sou uma ladra.” Ela solta um suspiro irregular que me deixa preocupado com seus pulmões. “Roubei itens valiosos do meu empregador para poder vendê-los por dinheiro. Era errado, mas minhas contas médicas estavam se acumulando. E eu precisava dos meus medicamentos.” Ela enxuga as lágrimas. “Eu deveria cumprir quinze anos, é quinze revoluções, em um planeta de prisão. Atrás das grades. Como em uma das suas celas de reforma.” Tudo se encaixa e a raiva aumenta dentro de mim. Os subossos na minha espinha estalam conforme subo para a minha altura intimidante. Ela se afasta de mim, se enrolando na cama. “Como eles ousam.” Rosno. Ela pisca para mim em confusão. “O... o que?”

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K. Webster & Nicole Blanchard “Como ousam te aprisionar por tentar prolongar sua vida? Onde estava a compaixão deles?” Enrolo meu lábio em desgosto. “Este planeta do qual vocês alienígenas são, é desprezível. Foi escrito nas estrelas por você ter chegado aqui. Onde você está segura daquelas bestas.” Uma risada enlouquecida irrompe dela. “Vo... você não está bravo comigo?” Inclinando-me para a frente, afasto alguns cabelos de seu rosto com minhas garras. “Nunca. Você é a coisa mais linda e preciosa neste universo. E você é minha.” Nos beijamos mais uma vez e então infelizmente me separo dela para chamar Lox de volta. Ele me ajuda a ligar várias máquinas diferentes para monitorar seus sinais vitais. Preparo uma agulha com o Haxinth. “Eu te amo, Calix.” Emery sussurra. “Sempre se lembre disso.” Ouço a finalidade em sua voz. Ela não está morrendo neste solar. “Eu te amo, minha companheira. Durma agora. Eu te verei em breve.” Ela assente e não perco tempo em administrar o Haxinth. Seus olhos ficam pesados e ela dorme alguns momentos depois. Lox e eu nos movemos rapidamente. Ele veste uma camada protetora antes de arrastar a mesa até onde ela ainda está. Cadáver vivo. Desprezo essa descrição, mas é apropriada. Além de respirar, ela permanece imóvel. Isso me lembra de quando ela estava no casulo dormindo por todos aqueles solares antes de Aria acordála. “Você faz a incisão quando eu disser.” Instruo Lox. “Prepararei o robô cirúrgico.”

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K. Webster & Nicole Blanchard Sua cabeça balança descontroladamente. “Sim, Phalix.” “Calix.” Corrijo. Ele me ignora e solto uma respiração frustrada de ar. É uma possibilidade real que eu possa precisar expulsá-lo da sala e fazer tudo sozinho. É para o que me preparei desde que não esperava que ele estivesse aqui de qualquer maneira. Ao primeiro sinal que ele não pode agir conforme necessário, tomarei essa ação. Não sacrificarei a saúde dela. Sento no painel de controle da máquina cirúrgica. As notas que meu pai fez eram claras e concisas. Sou capaz de facilmente passar pelo funcionamento dela. O braço da máquina geme enquanto se estende pela sala até onde meu cadáver vivo está. Através do monitor, recebo uma visão de perto de Emery. “Desça a camisola. A incisão precisa ser vertical e entre os seios.” Instruo. “Eu lembro da última vez, Phalix.” Lox resmunga, com irritação em seu tom. Com o rosto pressionado contra a almofada da testa, observo com maior clareza o monitor enquanto ele abaixa sua camisola. Um rugido de possessividade me atravessa, não importa o quanto tente retê-lo. Agora não é hora de me preocupar com sua virtude. Lox está apenas tentando ajudar. Ele levanta uma faca de carpal e ela reluz sob a luz. Rekk, por favor, não a machuque. “Não muito fundo.” Lembro a ele. Lox ri. Escuro e maníaco. Estremeço quando ele pressiona a lâmina em sua pele clara. O vermelho escorre da incisão. Não perco tempo e uso o cabo da máquina para direcionar a mão robótica em direção à incisão.

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K. Webster & Nicole Blanchard O tempo passa rápido demais, mas a constante e firme batida de seu coração que ecoa da máquina me mantém focado. É preciso mais incisões por parte de Lox para me conceder acesso a seus pulmões, mas uma vez que ganho entrada nos pulmões, sou capaz de ver o que é que assola minha doce companheira. Seus pulmões estão rosados e inchados, mas não é isso que tem alarme soando através de mim. São os nódulos com teias que se agarram à carne que me preocupa. Uma vez, quando nos deitamos na cama uma noite, Emery explicou asma para mim. Isto… Isto não é o que ela explicou. Isso é algo que eu entendo. Patógenos. Doença. Massas estranhas no corpo. Usando a extremidade com garras da mão do robô, cuidadosamente pego uma das teias cinza e puxo. Ela pisca opaca como se quisesse esconder, e me faz pensar se é por isso que não apareceram nas varreduras anteriores. O parasita desconhecido tenta se agarrar a seus pulmões preciosos, mas com puxões insistentes, sou capaz de libertar parte da teia, enviando um respingo de sangue em seu vestido. Transpiração escorre pelas minhas têmporas enquanto me concentro. Isso não é nada como já vi, o que me faz pensar se ela pegou na nave que ela estava no espaço, ou talvez de seu próprio planeta. Lentamente, sou capaz de puxar uma das massas com membranas de seus pulmões e para onde Lox pode agarrá-lo com sua ferramenta. Ele a joga em um recipiente com um respingo, enviando mais sangue espirrando nele e no chão. Normalmente, eu estaria enlouquecendo com a bagunça, mas não agora. Agora, estou apenas focado em tirar essas coisas do corpo dela. Um já foi, apenas cerca de quarenta ou cinquenta mais restam.

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K. Webster & Nicole Blanchard Não tenho tempo para analisar o que essas coisas são, só que quero que elas desapareçam. “Isso se move.” Lox me diz, um leve tremor em sua voz. “Lentamente, mas está rekking em movimento.” “Mantenha uma tampa sobre isso.” Instruo. Horas e horas passam. Minha cabeça lateja, minha mão está dolorida, e meus próprios pulmões estão em chamas por conter tanto meu fôlego. Eventualmente, retiro o último. “Microbôs.” Grito para Lox. Eles estão programados para curar escoriações, e há muitas de onde esses parasitas se agarraram a ela. “Agora que essas massas acabaram, acho que irão funcionar.” Ele começa a trabalhar usando os microbôs enquanto me afasto da máquina robótica e estico minhas costas. Eu me certifico de que a tampa esteja firmemente presa no recipiente que contém os parasitas que estudarei depois, e a movo para uma mesa ao longo da parede. Ele termina seu trabalho e então assumo a delicada tarefa de fechá-la. Enquanto a estou costurando, Lox solta sua ferramenta e ela faz barulho no chão, respingando mais de seu sangue. Quando nossos olhos se encontram, suas pupilas estão minúsculas. O branco de seus olhos quase assumiu, dando-lhe um olhar misterioso sobre ele. “Você está morto.” Ele sussurra, dando um passo para longe de nós. Volto meu olhar para Emery enquanto continuo a costurar. “Você precisa de um descanso, Lox. Dê um passeio.” “Não.” Lox grita. “Não!”

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K. Webster & Nicole Blanchard Pânico me atravessa, mas tento ficar calmo. Não posso tê-lo rekking enlouquecendo agora. “Lox.” Digo devagar. “Por que você não vai até a minha bolsa e sirva-se com alguns alimentos?” Ele agarra suas indisciplinadas mechas brancas e negras e as puxa. “Eu te enviei para os Eternos. Por que você ainda está aqui?” Levanto minha cabeça para encará-lo. “O que?” “Quando você descobriu que eu estava usando o Haxinth, você me disse que eu não poderia mais tê-lo. Você disse que me colocaria em uma cela de reforma. Para me desintoxicar...” Ele rosna, fúria fazendo as sub-ossos em sua espinha estalarem enquanto assume uma postura ameaçadora. “Eu precisava disso. Você queria tirar o que eu precisava.” Meu sangue corre frio conforme compreensão me atravessa. Lox. Foi Lox. Ele matou meu pai e o deixou para ser pego por predadores. Não foram tempestades ou doença ou uma fera selvagem. Foi ele. Um amigo. “Lox, eu sou Calix.” Ele balança sua cabeça e puxa o cabelo de um jeito enlouquecido mais uma vez. Rapidamente amarro o último ponto e coloco Emery em roupas médicas. Espero que os microbôs façam seu trabalho em seu ferimento externo porque temo não ter tempo para monitorá-los. Assim que arrasto a camisola de volta sobre seus seios nus, eu me levanto. “Você matou meu pai?” Rosno. Ele rosna para mim, suas garras arreganhadas e seus olhos maníacos. “Eu bati em seu crânio com uma pedra e o dei como alimento a um sabrevipe.” Fúria violenta explode através de mim e salto nele, enviando várias ferramentas de metais zuta para o chão. A gaze ensanguentada de Emery do procedimento invade o espaço. O

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K. Webster & Nicole Blanchard rekking mort é forte para sua velhice e consegue me socar no meu lado com força suficiente para me fazer perder o fôlego. Suas garras cortam o ar acima do meu rosto, mas empurro seu peito bem a tempo. Meu punho choca contra sua cabeça, enviando-o para o lado. Antes que eu consiga fazer outro movimento, ele rola de mim e fica de pé no instante seguinte. E então ele corre. Verifico minha doce companheira, e no momento que tenho certeza que ela ficará bem, pego uma faca de carpal, ainda molhada com o sangue de Emery, e persigo o monstro que matou meu pai. Ele não vai rekking fugir com isso.

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CAPÍTULO TREZE EMERY Ar fresco e doce. A falta de pedras pressionando meu peito. É o alívio que me faz nadar da inconsciência. Não consigo me mexer, mas posso respirar, então não entro em pânico. Sei que Calix deve estar perto e não dói, então me permito nadar na sensação de flutuação que deve ser a medicação que Calix administrou. Calix. Estava tão preocupada com o meu passado, com tanto medo de contar a ele sobre as piores partes de mim, e ele nem se importou. Ele afastou meus medos sem pensar duas vezes. Era como se ele olhasse dentro da minha alma e me visse, o verdadeiro eu, e me aceitasse, com falhas, passado e tudo. Suspiro, respirando profundamente, longa e doce, e imagino o rosto de Calix. Com o meu passado e a doença atrás de nós, podemos ter o futuro que imaginei. De alguma forma, descobriremos uma maneira de voltar para os outros. Nós atravessamos a tempestade uma vez, podemos fazer isso de novo. *** A cela é pequena. Fria. Solitária. Estou tremendo e não há espaço para andar ou deitar. Este é o meu futuro? Passarei os próximos quinze anos em pé em uma pequena cela morrendo de fome? Como se na sugestão, meu estômago ronca alto. Faz dias desde a última vez que comi. Estou ficando louca aqui. Ajoelhando-me, passo meus dedos ao longo da parte inferior

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K. Webster & Nicole Blanchard da porta, onde um pequeno jato de ar entra. Bebo como se fosse água real. Mas estou vazia e ressecada. Algo brilha, passando por debaixo porta. Inclinando-me para frente, passo minha língua ao longo disso. Água. Deus, estou com tanta sede. Bebo o gosto sujo e a água espessa e engulo. Meus pulmões estúpidos escolhem este momento para falhar, me enviando para um ataque de tosse que quase me faz vomitar a preciosa bebida de água imunda. Mal consigo mantê-la. O que parece horas ou dias depois, a porta finalmente se abre. Meus captores me colocam de pé e me levam para uma sala quente. Centenas de tubos são alinhados ao longo das paredes. Sou escoltada para um bastante rudemente. Estou muito fraca para lutar contra eles. Sou empurrada para dentro do tubo de pé surpreendentemente quente e macio. Quando me prendem tubos, tubos que espero desesperadamente me nutrir, me sinto relaxada. Se tiver que passar os próximos quinze anos sendo castigada, espero que seja aqui, neste tubo. Momentos depois, alguma coisa fria desliza em minha veia e imediatamente o sono me assume. *** Volto, afastando minhas memórias ruins, e lembro onde eu realmente estou. No setor 1779. Com Calix. Aos poucos, a sensação e o movimento se infiltram de volta em meus músculos. Posso ver porque Avrell advertiu sobre o Haxinth. A falta de controle é debilitante, mas me lembra um pouco da toxica paralisante a que sou submetida quando nos acasalamos, de modo que isso não me deixa em pânico. Isso só me lembra Calix, que é calmante, mas

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K. Webster & Nicole Blanchard prefiro vê-lo, tocá-lo. Realidade, eu aprendi, muito melhor que os sonhos. Mas onde ele está? Está terrivelmente quieto. Noto o retorno gradual de sensações começando com os dedos dos pés. Flexiono e relaxo até que posso mexer em todos eles. Então, faço o mesmo com os dois pés até o movimento voltar para as minhas panturrilhas. Continuo flexionando e relaxando todos os músculos das minhas pernas. Ocorre-me que eu deveria me preocupar em me sentir voltando ao local da operação, mas a medicação me tranquilizou tanto que resolvi lidar com isso do jeito que está acontecendo. Finalmente, posso mover minhas mãos e braços, depois minha boca. Por último, meus olhos se abrem. Tudo está embaçado no início e leva um minuto para a minha visão se ajustar ao brilho das lâmpadas brilhando na cama. Um dedo de inquietação traça minha espinha, mas não sei por que a princípio. Atribuo isso à diminuição das drogas e aos efeitos posteriores da cirurgia. Com uma mão, sondo onde estimo que a ferida no meu peito deveria estar. Quanto tempo se passou desde que eles me fizeram dormir? Dias? Semanas? Certamente não meses. A recuperação, imagino, demoraria um pouco, mas os Morts, mesmo aqui no posto de satélite desatualizado, têm ferramentas incrivelmente sofisticadas. Meus dedos encontram as bordas enrugadas de uma cicatriz recém cicatrizada através de uma gaze. Uma vez que me asseguro que não corro o risco de agravar a ferida, me empurro para a posição sentada e olho em volta, ansiosa para encontrar Calix. Mas a sala está vazia. Além do equipamento médico e a mesa em que estou sentada, não há mais nada.

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K. Webster & Nicole Blanchard A sensação de desconforto aumenta. Antes da cirurgia, isso teria me enviado a um ataque de proporções épicas, terminando comigo desmaiando, mas agora, apenas começo a respirar mais pesadamente. Onde está Calix? Olhando ao redor, noto várias coisas que não parecem fazer sentido. Eles não teriam me colocado em uma sala para me recuperar e me monitorar? Eles não me deixariam na mesa de operações da sala cirúrgica. Meus olhos se concentram e minha visão se enche de sangue. Na mesa onde eu estava, na roupa que vesti antes da cirurgia, mesmo no chão. Mas isso não faz nenhum sentido. Como ainda poderia haver sangue se minha ferida já se transformou em uma cicatriz? Vou até a borda do assento, tomando cuidado para não pisar em sangue, e escorrego conforme me levanto sobre as pernas bambas. “Você está acordada.” Vem uma voz que me faz fazer exatamente isso. Grito e seguro um monitor de algum tipo para me manter em pé. Meus olhos vão para uma figura na porta, mas sei antes que meus olhos foquem nele que não é Calix. “Lox?” Pergunto, minha voz rouca como um coaxar de sapo. “Onde está Calix?” Seus olhos são mais brilhantes e mais desfocados do que nunca. No começo, acho que a cirurgia levou muitas horas e ele precisa descansar um pouco. “Phalix não está mais aqui. Venha comigo, devemos chegar ao terrainster e voltar para a instalação antes que seja tarde demais.” Confusa, eu o sigo enquanto ele se vira abruptamente e se afasta. Não querendo ficar para trás, manco pelos corredores descalça e com minha camisola ensanguentada. Pelo que me lembro, ele está voltando para a escada que leva ao interior das montanhas.

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K. Webster & Nicole Blanchard “Venha.” Ele diz por cima do ombro. “Devemos nos apressar.” “Lox, onde está Calix? Lox!” Ele está murmurando para si mesmo, mas não respondendo. É como se ele mal reconhecesse que eu estou lá. Medo entra no meu peito. Ele fez alguma coisa para Calix? Tenho medo de parar de segui-lo. E se ele fez? Se eu fugir, serei capaz de encontrar meu caminho de volta? Minha cabeça ainda está turva pelas drogas e meu corpo está fraco, mas tenho que ser forte. Esforço-me para ouvir acima do som de nossos pés batendo no chão de aço, mas não ouço Calix em nenhum lugar. Há apenas eu e as loucas reclamações de Lox. “Não importa quantas vezes eu o mate, ele continua voltando. Não importa, irei matá-lo a cada solar a partir de agora até a eternidade, se for necessário.” Meu estômago cai. Ele está falando sobre o Calix? Se ele está, o que ele está dizendo não faz nenhum sentido. Ele não poderia matar Calix mais de uma vez, a menos que não tivesse feito corretamente da primeira vez. “Matar quem?” Mas Lox não está prestando atenção em mim a não ser alcançar atrás e agarrar minha mão quando diminuo a velocidade. Seus dedos se prendem ao redor do meu pulso como algemas e ele quase puxa meu braço da tomada. Meus pés esfregam contra o chão escorregadio sem encontrar suporte. “Lox, pare! Pare!” “Pegue a nave e deixe este planeta para sempre. Passarei pela tempestade se for preciso.” Ele é muito maior e mais forte que eu. Mesmo com a capacidade de respirar normalmente, não sou páreo para ele. Ele me puxa pelos corredores até alcançarmos as enormes portas externas. Lá, ele nos fecha na câmara de ar e coloca seu rebreather.

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K. Webster & Nicole Blanchard Quando luto contra ele, ele fica frio sem um momento de hesitação e tudo fica escuro por alguns segundos. Lox está digitando o código para abrir a porta quando minha visão volta. A máscara está presa no meu rosto e ele de alguma forma me fez entrar num traje zu supergrande que parece arranhar contra a minha pele sem um minnasuit por baixo. Não era o mesmo traje zu que usei antes. Este é muito longo nos braços e pernas. Uma vez que a porta se abre, ele me pega pelo braço novamente e me empurra pela longa descida até a neblina vermelho-escura dos túneis. Não posso evitar sentir que ele está me levando para as profundezas do inferno. Sobrevivi a cirurgia em um planeta alienígena, mas sobreviverei a isso? Eu tenho, por Calix. Desisto de apelar a Lox. Se ele me ouve, não se importa. É como se ele não estivesse presente, de verdade. Ele continua mencionando Phalix, pai de Calix. O passado e o presente devem ter rodado juntos em seu cérebro. Talvez sejam as drogas, mas à medida que mergulhamos cada vez mais fundo nas cavernas, não sucumbo ao pânico. Não tenho um plano, mas sei que na primeira oportunidade tentarei fugir. Ele e Calix devem ter se envolvido em uma briga durante minha cirurgia. Suponho que eles me deram algo para me curar tão rapidamente. Os microbôs que Calix mencionou? Se assim for, essas coisas são realmente importantes. Mais tarde teremos tempo para todas as respostas. Mais tarde, quando estivermos seguros. Caminhamos de volta muito mais rapidamente do que caminhei com Calix, porque não preciso parar para descansar a cada poucas horas. Rápido demais. Esperava que Calix nos encontrasse antes de chegarmos lá, mas não vi ou ouvi um sinal. Parte de mim tem medo que Lox o matou, mas empurro esse medo no fundo de mim.

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K. Webster & Nicole Blanchard A alcova onde nós quebramos o terrainster na montanha é diferente de quando a deixamos. Lox deve ter estado ocupado quando estávamos distraídos ou quando eu estava inconsciente, porque há pilhas de ferramentas e peças de reposição. As entranhas do terrenoster saem de seu material rodante e as janelas rachadas foram consertadas com algum tipo de resina epóxi. Ele irá escapar e nos abandonar aqui. Não posso deixar isso acontecer. “Phalix não me abandonará novamente. Ele acha que me controla, mas veremos como ele gosta de passar solares e solares sozinho.” Lox está dizendo enquanto me empurra para o terrainster e me prende lá. “Você espera aqui e não se move.” Tudo dentro de mim está me dizendo para correr, sair antes de ficar trancada por uma eternidade com esse lunático, mas me forço a esperar. Se escapar agora, ele me pegará em um segundo. Posso estar curada, mas não sei o quanto posso me esforçar logo após a cirurgia. Tenho que esperar pelo momento perfeito. Lágrimas querem escapar, mas as seguro. Nós passamos pela tempestade, através da minha cirurgia. Passaremos por isso. Encontrarei Calix e passaremos por tudo isso juntos, mesmo que isso signifique apenas nós dois sozinhos nesta grande montanha. Lox vai até a outra porta e se coloca no banco do motorista. Posso sentir a janela de fuga encolhendo a cada segundo que passa. Por favor. Por favor, deixe que não funcione. Deixe ainda estar quebrado. Mas o terrainster liga e ronrona tão suave quanto imagino que um bebê sabrevipe faria. O brilho nos olhos de Lox se ilumina, mas não é do raio. Meros segundos me separam de nunca mais ver Calix. Não imagino

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K. Webster & Nicole Blanchard que voltaria para a instalação com o Lox vivo. Prefiro correr na tempestade nua. O melhor momento para fazer um movimento seria quando ele estivesse focado em sair da alcova e voltar para a tempestade. Os raios de radiação piscam tão intensamente que quase ficam ofuscados. Seria a distração perfeita. Arriscado. Terrivelmente arriscado. Calix provavelmente vai me matar mais tarde, mesmo pensando nisso, mas tenho que tentar. Por ele. Lox cuidadosamente manobra o terrainster e sobre os sons da tempestade, posso ouvir o terrível som do metal batendo contra o metal. Ainda há algo quebrado, mas Lox não parece preocupado, não que ele é algo para julgar. Posso apenas esperar que a maldita coisa não exploda antes que eu consiga escapar. Começo a contar o número de lampejos e o comprimento entre eles. Eles são esporádicos, mas geralmente seguem as explosões de gases de radiação. Quando chegamos à saída para a alcova, cuidadosamente, lentamente me solto enquanto Lox está distraído pelo terreno irregular. No momento em que Lox faz uma pausa na saída, um BOOM alto balança o terrainster. Esta é minha chance. Abro a porta e me lanço através dela enquanto relâmpagos brilham. Isso acontece apenas um segundo depois que me movo, permitindo Lox agarrar minha perna. Grito conforme o terrainster para duramente. “Volte aqui, estupida!” Lox rosna. Meu corpo colide com a estrutura de metal implacável. Tento não pensar sobre o impacto que isso causará às minhas feridas recentemente cicatrizadas. “Nunca!” Grito de volta. Uso meus pés, chutando seu aperto nos meus tornozelos. Ele uiva de dor enquanto chuto seus pulsos contra o painel central. Posso não ter botas como ele, mas tenho motivação e adrenalina

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K. Webster & Nicole Blanchard do meu lado. Empurrando meu pé para trás, bato no pulso dele de novo e de novo até que o aperto dele se solta. Caio no chão com um baque surdo enquanto Lox freia o terrainster. Eu me encolho e corro de volta para dentro da caverna, longe de Lox e da tempestade. Ele faz uma pausa na metade do caminho, mas não entendo por que até que um rugido perverso enche a caverna. “LOX!” Alívio e horror me preenchem em igual medida. “Não!” Grito para Calix, que está passando pela alcova, com o rosto cheio de raiva. Ele não parece me ouvir. “Você está louco, velho mort. Se você cessar suas ações tolas agora, lhe mostrarei misericórdia. Misericórdia que você não mostrou ao meu pai.” Ele diz para Lox, que chuta lama aos pés de Calix. “Eu não farei tal coisa.” Antes que qualquer um de nós possa reagir, Lox fecha a porta, depois se estende e fecha a outra do banco do passageiro. Ele acelera o motor que levanta pedras em sua saída da caverna. Há uma fração de segundo em que Calix poderia perseguilo. Com sua velocidade excepcional, ele poderia pular na parte de trás do terrainster e lutar com Lox pelo controle. Era nossa única esperança em voltar para a instalação. Sua única esperança de se reunir com sua facção, mas ele se mantém firme. Sem hesitar, ele se vira para mim e me pega em seus braços. Seu rosto acaricia minha garganta. Demoro um momento para perceber que o tremor que estou sentindo não vem dos estrondos da tempestade, mas do próprio Calix, que parece não conseguir parar de tremer de alívio. Ele cai de joelhos. “Pensei que tinha perdido você.” Ele diz, sua voz pouco acima de um sussurro.

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K. Webster & Nicole Blanchard “Estou bem. Estou bem aqui.” “Ele me atacou, em seguida desapareceu. Eu o segui até as cavernas e procurei, mas ele as conhecia muito bem. Eu falhei com você, minha lilapetal.” Se eu sou a lilapetal de Calix, então ele é meu sol. Neste planeta estranho, eu só me sinto segura quando banhado em seu calor. Levanto seu queixo com meu dedo. “Você não falhou comigo. Ele era louco, Calix. Se você o encontrasse, não há como dizer o que ele teria feito com você. Machucar você ou pior. Não sei o que teria feito se ele tivesse te machucado.” Ele balança a cabeça, recusando-se a olhar nos meus olhos. “Emery, você não vê? Eu te curei, apenas para te amarrar aqui. Sem o terrainster, não há caminho de volta para a instalação. Estamos encalhados aqui. Potencialmente para sempre.” “Prefiro ficar presa com você, do que em qualquer outro lugar sem você.” Ele finalmente olha para mim. “Eu prometo a você que descobrirei uma maneira de nos levar de volta à segurança.” “Não.” Digo com firmeza. “Faremos isso juntos. Eu tenho sido um fardo para você por tempo suficiente. Eu sou forte agora, posso fazer a minha parte. Somos uma equipe. Trabalharemos juntos ou nada.” Finalmente, a tensão diminui de seu rosto. Ele sorri. “Eu estava errado. Você não é uma lilapetal frágil, você é um dizmonyx. Rara e forte.”

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CAPÍTULO QUATORZE CALIX VÁRIOS MESES DEPOIS

Observo minha companheira enquanto ela rasga outra folha roxa brilhante da bola cabbus em uma tigela. Eu me divirto porque ela insiste que comemos o que ela chama de ‘repolho’ pelo menos uma refeição a cada solar. Embora não goste muito do sabor, eu o como porque ela o prepara. Como porque é o que ela deseja. Lox tinha seu vício em Haxinth. Breccan tinha o sol. Minha companheira ama folhas de cabbus. Sou grato que, ao contrário de suas necessidades insalubres, as folhas de bola cabbus são cheias com nutrientes que imitam a carne, algo que ela não tem muito absolutamente. Enquanto ela continua a descascar todas as boas folhas da bola de cabbus, deixando suas unhas da mesma cor púrpura, admiro seu trabalho. Ela pegou um dos aposentos antigos e converteu-o em seu espaço de trabalho. Muitas plantas diferentes crescem em caixas que cobrem as paredes. Amo como ela aprendeu as diferentes espécies de plantas do nosso planeta. Plantas que crescem nas profundezas das cavernas e outras que vieram de mudas que ela descobriu em uma de nossas muitas jornadas através do Setor 1779 em busca de itens úteis. Esta é a nossa casa. Por agora. E nós fazemos o melhor disso. Emery nos mantém alimentados enquanto eu nos mantenho seguros e saudáveis. Enquanto ela faz ‘jardinagem’ como ela chama, eu asseguro que o Sector 1779 está seguro. Mais

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K. Webster & Nicole Blanchard recentemente, após preocupações com Lox decidindo voltar, instalei um alarme. Temos até um espaço seguro para Emery se ele se desligar. Eu a admiro por mais um momento. Ela não é mais frágil e fraca. Minha companheira não usa mais sua pulseira de metal zuta que a marca como um ser doente e fraca. Não, desde sua cirurgia, ela removeu a pulseira e abraçou sua nova vida saudável. Seus quadris se alargaram, suas coxas se espessaram e seus seios incharam. Meu pau sacode com o pensamento. Saindo do cômodo, sem ser detectado, volto para o meu laboratório. Agora não é hora de fazer amor. Nós dois temos trabalhos para fazer. O acasalamento pode esperar até hoje à noite, quando estamos exaustos demais para fazer algo além de nos perdermos um no outro. De volta ao meu laboratório que foi configurado como o meu antigo na instalação, sigo para o meu micro visualizador. Venho testando as propriedades da toxica contra o que agora chamo de opasites ― os parasitas cinzentos que removi dos pulmões de Emery. Estudei o código biológico de ambos, retirando o que os torna diferentes e usando a toxica contra os opasites. A toxica tem um biogene dentro do qual os opasitas reagem negativamente. Isolei este biogene e reforcei-o com a nova tecnologia de microbôs para criar um super biogene. Este super biogene mata o opasite imediatamente. Até mesmo Emery tem sido útil nesse esforço para nos proteger de futuras infecções por opasite. Ela explicou o que chamou de imunizações de seu planeta em grande detalhe. A ciência faz sentido e é minha esperança criar um agente duradouro que possa ser injetado em ambos morts e nossas alienígenas que protegerão de futuras infecções por opasite. Depois de uma verificação rápida da hora, dirijo-me ao sistema de comunicações. Sem falta, envio uma transmissão a cada solar ao mesmo tempo, na esperança de que Breccan e os outros possam ouvir minhas mensagens. Nunca recebo respostas, mas tento a cada solar, no entanto. Eu os avisei de Lox, contei-lhes

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K. Webster & Nicole Blanchard sobre o sucesso da cirurgia de Emery e que estamos seguros e saudáveis. Eu lhes disse inúmeras vezes que, até que esta imensa tempestade que parece durar uma revolução inteira, provavelmente ficaremos presos aqui. Há solar que anseio por unir minha cabeça com Avrell ou Breccan para discutir assuntos importantes, mas principalmente fico satisfeito de estar aqui ininterruptamente com minha companheira. “Este é Calix, Comandante em exercício do Setor 1779. Você me entende?” Silêncio. “Tudo está bem no nosso setor. Peço desculpas por não termos trazido os suprimentos que você pediu. Embora haja certa tecnologia aqui que poderia ser útil, não há nada que você ainda não tenha na instalação. Galen, se você estiver ouvindo, a bola cabbus é uma ótima fonte de nutrição para as fêmeas. Não é algo que normalmente escolhemos comer, mas é incrivelmente palatável para as fêmeas. Peça a Hadrian que procure nos poços subterrâneos.” Aquele jovem mort mal pode ficar quieto e desde que ele é o ajudante de Aria, este dever deve ir para ele. A imagem dele rastejando no chão da caverna é divertida para mim. “O chão é macio lá e as bolas de cabbus podem estar crescendo lá. Se estiverem, ferva-as e polvilhe as migalhas de sodiumchloridus.” Rio. “Confie em mim quando eu disser que Aria irá gostar disso.” Solto um suspiro e examino meu laboratório. Há sempre muito o que fazer e trabalhar. “Jareth, se você estiver ouvindo, eu poderia realmente usar você. Alguns dos metais por aqui são antigos e desatualizados. Eu adoraria reutilizá-los, mas não tenho o seu conjunto de habilidades. Talvez você consiga que Ozias finalmente conserte o sistema de comunicação para que possamos falar.” Tiro meus óculos e aperto a ponta do nariz. “Sinto sua falta. Todos vocês. Até mesmo o mal-humorado do Draven.” É verdade. Eu daria qualquer coisa para sentar em volta da mesa com Breccan na cabeceira e Draven parado perto, liderando os morts. Observar Jareth e Sayer rabiscando notas um para o

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K. Webster & Nicole Blanchard outro. Ouvir Avrell, contar-nos animadamente sobre um novo avanço médico. Assistir Hadrian saltar para cima e para baixo em seu assento como um mortyoung mesmo que ele seja maior do que a maioria de nós velhos morts. Maravilhar-me com o mais novo ajuste de Oz e Theron para a Mayvina. Sentar ao lado de Galen em seu sempre sujo jaleco e discutir plantas com ele, por uma vez não ser dissuadido pelo pensamento de bactérias rastejando sobre ele. “Devo desligar por agora. Muito trabalho deve ser feito. Sinto falta de todos vocês e espero vê-los novamente um solar em breve.” Clico no sistema de comunicação e solto um suspiro pesado. Quando duas pequenas mãos seguram meus ombros, não me surpreendo, mas me inclino para trás. Emery é uma milagreira com as mãos. Ela tem um jeito de massagear meus músculos tensos e os transformar em um estado relaxado. “Você sabe onde essas mãos sempre nos levam.” Digo em aviso. Ela ri. “Talvez esse fosse o plano o tempo todo.” Ficamos presos aqui por muitas micro revoluções, ou meses, como Emery os chama, e caímos em uma rotina. Alguns solares, no entanto, Emery mistura tudo e as coisas ficam um pouco sujas. Eu nem sequer estremeço mais. Uma vez, eu a levei contra o chão em sua sala de plantas enquanto suas unhas sujas me arranhavam. Foi rápido e enlouquecido, mas amei cada segundo disso. Nem uma vez me preocupei com microrganismos. Ela me gira na minha cadeira até que eu esteja de frente para ela. Meu olhar percorre suas belas feições. Olhos tão azuis. Um nariz empinado. Bochechas sempre rosadas e os lábios mais atraentes de todos os tempos. Amo como com o tempo, suas bochechas já não são vazias e sua pele nunca é azul.

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K. Webster & Nicole Blanchard Puxando-a para mim, a puxo para o meu colo, então ela me monta. Estou sempre duro e pronto para gozar em sua presença. Este solar não é diferente. Meu pau dói e lateja onde ela está sentada. “Alguma sorte nas comunicações?” Ela pergunta, seu dedo empurrando meu cabelo dos meus olhos. Desde que nos instalamos aqui, não o cortei. Pensei sobre isso, mas Emery parece brincar mais com ele quanto maior ele fica. Gosto muito da maneira relaxante de sentir os dedos dela coçarem meu couro cabeludo. Muito em breve, terei cabelos nos meus ombros como Theron. “Sem sorte.” Digo a ela, minhas mãos encontrando seu traseiro macio e o aperto. “Como estão as plantas?” Seus olhos azuis se iluminam. São tempos como estes que eu realmente gostaria que estivéssemos de volta às instalações. Galen poderia ensiná-la muito. Muitas vezes, ela se sentou nos comandos para fazer perguntas a ele. Nenhuma resposta, nunca. “O repolho é ótimo. Coloquei alguns no fogão para o jantar. E tenho tentado um pouco de cruzamento entre duas das frutas.” Ela morde o lábio inferior de um jeito tímido. “Não sei se funcionará, mas é apenas um teste.” Tenho orgulho de quão bem ela se acostumou a este planeta, a este setor, a mim. Estamos em casa para ela. “Desde que não inclua raiz de grenus, acho que estamos bem.” Não muito tempo depois que Lox saiu, erradiquei a raiz do Setor. É muito perigoso. E quando caçava dentro das cavernas por plantas úteis e tal, apontei para Emery as plantas inseguras, incluindo a raiz de grenus. “Nós tivemos o suficiente de loucura por uma vida.” Ela diz com um sorriso. “Eu não tocaria isso com uma vara de três metros.”

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K. Webster & Nicole Blanchard Não sei exatamente o que é uma vara de três metros, mas ela adora dizer essas palavras quando faz referência a coisas das quais não quer participar. “Quanto tempo até o jantar?” Pergunto enquanto minhas mãos vagam para a minha parte favorita dela. Sua barriga. Ela ri. “Logo, pelo amor de Hope. Ela está com fome.” Não temos um wegloscan no Setor 1779 para detectar a gravidez e o sexo, mas não há como duvidar que Emery está carregando meu mortyoung. Nem mesmo duas micro revoluções de estarmos aqui, ela começou a apresentar sintomas. Enjoos no período da manhã. Sensibilidade em seus seios. E ela não estava mais ovulando. Ela tinha tanta certeza enquanto eu permanecia hesitante em ter esperança. Então, ela começou a crescer. Ultimamente, posso sentir pequenas cutucadas. Esperança. Tudo o que tínhamos era esperança. Tudo o que precisamos é de Hope (esperança em inglês). “E se for um menino?” Pergunto, amando provocá-la. Ela está tão certa de que é uma menina. Seu sorriso cai um pouco e lágrimas brilham em seus olhos. “Eu pensei que nós poderíamos nomeá-lo Hophalix.” Meu próprio coração gagueja no meu peito. “Hope e Phalix.” Ela assente. “Foi a esperança que nos trouxe até aqui e as anotações do seu pai que tornaram Hope possível.” Sem suas anotações, eu nunca teria sido capaz de remover cirurgicamente aqueles opasitas de seus pulmões. Minha mente fica nebulosa quando penso nos primeiros solares aqui. Quando passei incontáveis horas observando os opasitas sob o micro visualizador. Eles eram organismos vivos. Parasitas de algum tipo. A idade deles determinou que eles não eram velhos. Meu melhor

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K. Webster & Nicole Blanchard palpite é que ela os pegou na nave da prisão ― muito provavelmente inalou quando tomou o remédio ou possivelmente os ingeriu. Essas notas também foram enviadas através do sistema de comunicação para a instalação. “Qualquer coisa nova para adicionar ao livro?” Ela pergunta enquanto desliza para fora do meu colo e caminha até a minha mesa. Ela examina as minhas anotações com interesse. Nosso livro documenta tudo o que estudamos e aprendemos aqui no Setor 1779. Todas as informações que retransmitimos para a instalação. Não estou certo de que ouviram uma palavra, mas se não tiverem, essas anotações estarão aqui para a próxima pessoa que aparecer muito tempo depois de termos partido. Seu aroma ― um aroma que aprendi que fica mais intenso quando seu corpo requer o meu para acasalar ― permeia o ar. Uma vez que fazemos amor, o aroma se dissipa consideravelmente. Ela diz que ficar muito tempo sem me ter me faz cheirar bem também. Claro, tive que entender porque isso. Depois de fazer alguns testes, as enzimas dela parecem enfraquecer quando não fazemos amor. No momento em que minha a toxica atinge seu sistema, ele repara as enzimas enfraquecidas e lhe dá um impulso de boa saúde. Ela chama de vitaminas sexuais pré-natais. Sei que é mais do que um nome bobo que ela chama. A toxica é boa para o útero é o meu melhor palpite, embora adoraria executar a ideia de Avrell. “Você acha que Aria já teve o bebê?” Emery pergunta, me arrastando dos meus pensamentos. Calculo o tempo de gestação e o nosso tempo aqui. Está chegando perto. “Possivelmente. Ou logo.” Ela se vira para mim. “E você tem certeza de que será capaz de fazer o parto do nosso?” Piscando-lhe um sorriso maroto, assinto. “Eu ensinei Avrell sobre tudo o que ele sabe. Nós estudamos os mesmos manuais. Sei que podemos fazer isso.”

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K. Webster & Nicole Blanchard “Eu também...” Suas palavras são interrompidas pelo estridente alarme. Isso envia um arrepio ou terror pela minha espinha. Os olhos de Emery estão arregalados de medo. “Para o lugar seguro.” Rosno conforme pulo do meu lugar e decolo em uma corrida. Ouço uma porta bater atrás de mim enquanto ela procura seu esconderijo. Corro em direção à parede de armas e prendo uma das lanças mais afiadas. Uma das outras coisas favoritas de Emery é cortar as gemas de dizmonyx das paredes da caverna. Então, depois do jantar algumas noites, nós as transformamos em armas. Com Lox à solta, você nunca pode ter certeza. Como há muito o que fazer aqui, e não passo tanto tempo quanto costumava trancado em um laboratório como nas instalações, fiquei mais forte. Emery está carregando meu mortyoung e insisti para que ela se torne mais forte também. Juntos, construímos nossa força e estamos trabalhando em resistência. Um solar, quando a tempestade clarear, faremos essa jornada de volta para a instalação. E quando o fizermos, precisaremos estar em ótima saúde física. Posso ouvir um som batendo como se alguém estivesse tentando atravessar a porta. Não é acompanhado de arranhões ou rosnados, indicando um sabrevipe. Meus sub-ossos estalam e racham enquanto me preparo para o que está atrás da porta. Muitos solares, deitei na nossa cama no escuro e pensei em como terminarei com Lox. Quero vingança pelo que ele fez ao meu pai. Quando chegar a hora, não hesitarei. Não haverá cela de reforma com o nome dele. Somente os Eternos ― o lugar onde todos os morts vão quando deixam esta vida. Sua vida aqui acabou. Tomo um momento para vestir um traje zu sobre o meu minnasuit. Posso estar ansioso para colocar minhas mãos no louco rekking mort, mas não irei me expor no processo. Uma vez que

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K. Webster & Nicole Blanchard estou vestido, destranco a porta da câmara e puxo meu braço para trás, pronto para disparar minha lança nele. A porta é aberta e sou atacado imediatamente. O mort selvagem me ataca, minha lança zumbindo por ele. Ela se rompe ao meio quando a porta da câmara se fecha sozinha com um estrondo, fazendo-o recuar com o som. Rekk! Nós brigamos e rolamos. Cada um dando socos. Quando Lox ficou tão forte? Ele é um mort velho e eu deveria poder matá-lo. No entanto, aqui está ele ― pesado e poderoso. “Pare!” A voz grita por trás da máscara. Mas não paro. Eu o esmurro com meus punhos até que ele os empurre para o chão. Raiva me consome. Sou capaz de rolá-lo e imobilizá-lo. Meus olhos buscam freneticamente o espaço por uma arma. Noto um canivete amarrado ao seu lado e me atrapalho por isso. “Você poderia rekking parar?” Ele rosna por trás de sua máscara. Sua voz é familiar e me deixa hesitante. O suficiente para que ele nos role novamente. Estou preso mais uma vez. Ele arranca sua máscara e meus olhos se fixam com um par de olhos selvagens. Olhos selvagens que observei por muitas e muitas revoluções. Olhos selvagens que estudei. Olhos selvagens que quis ajudar. O alarme que está tocando ao fundo fica silencioso, ecoando ainda em minha cabeça. E então vejo olhos ainda mais selvagens atrás dele. Azuis. Protetores e ferozes. Minha companheira agarra um punhado do cabelo desalinhado da vítima e puxa sua cabeça para trás, uma faca de carpal em sua garganta. Ele me olha surpreso. “Emery.” Digo devagar. “Deixe-o ir. Tudo bem, lilapetal.”

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K. Webster & Nicole Blanchard Ela pisca várias vezes. “Lo... Lox vai ma... matar você se eu fi... fizer.” “É uma coisa boa que não é Lox.” Digo, sorrindo para ela. “Este é nosso amigo, Draven.” Minha expressão deve acalma-la, porque ela recua, a faca de carpal ainda apertada em seu punho minúsculo enquanto embala sua barriga inchada. Draven rola para longe de mim e está de pé no momento seguinte. Seus olhos se dirigem para a porta e ele apoia seu corpo dessa maneira, mantendo-nos à sua frente. “É assim que você cumprimenta todos os seus convidados, mortarekker?” Ele resmunga. Eu me levanto e puxo Emery para perto de mim. “Você é o nosso primeiro, então suponho que a resposta seja sim.” Um sorriso se estende pelo meu rosto. “Como rekk você está? Por quê você está aqui?” Seus ombros tensos relaxam e ele descompacta seu traje zu. Ele tem uma mochila amarrada a ele contra o minnasuit. De dentro da mochila ele puxa um livro. Parece familiar. Como aqueles que Sayer está sempre rabiscando. “O sistema de comunicações funciona.” Draven grunhe. “Bem, aparentemente apenas um caminho.” Ele esfrega o rosto marcado e me dá um olhar fulminante. “Você realmente deveria desligá-lo quando você acasalar com sua fêmea.” Emery solta um grito de surpresa. “Você nos ouviu fazer sexo?” Solto uma gargalhada. “Seremos mais cuidadosos da próxima vez.” As sobrancelhas de Draven se franzem. “Próxima vez? Não haverá uma próxima vez. Você está voltando comigo. Esta é uma missão de resgate.”

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K. Webster & Nicole Blanchard Balanço minha cabeça. “Nós não estamos indo.” Draven franze a testa. “Breccan estava com medo que você dissesse isso.” “Ela está carregando meu mortyoung, Draven. Muito frágil para arriscar uma longa jornada, mesmo por um terrainster.” Beijo o topo da cabeça da minha companheira. “Eu não a deixarei. Um solar, nós retornaremos.” “Muito bem.” Draven diz, estendendo o livro que ele trouxe. Eu o tiro de seu aperto. Folheando, fico espantado com todas as notas. De todos. Notas detalhadas de Galen sobre plantas. Uma seção inteira de Ozias sobre como reparar o sistema de comunicação. Tenho o prazer de encontrar algumas informações úteis de Avrell sobre o nascimento de um mortyoung. Há muito para ler, então simplesmente deslizo por ele antes de fechá-lo. “O que é tudo isso?” “Todas as suas perguntas respondidas. Sayer permanece nas comunicações. Já que você faz comunicação ao mesmo tempo a cada solar, não perdemos suas transmissões. Ele está reunindo todas as informações que você precisa. Breccan queria que eu trouxesse vocês de volta, mas Avrell estava preocupado que sua companheira estivesse grávida agora. Esse livro é o que Aria chama de ‘apólice de seguro.’ Seja qual for o rekk que isso significa.” “Isso significa...” Emery diz enquanto pega o livro de mim. “Eles queriam que voltássemos, mas, caso não pudéssemos, havia um plano de segurança para nos manter seguros e informados.” Ela ri. “Isso é incrível.” “Lox já apareceu?” Pergunto, meu sangue mais uma vez se transformando em gelo. Draven franze a testa. “Ele tentou roubar a Mayvina. Ele não teve sucesso.” “Ele está morto?”

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K. Webster & Nicole Blanchard “Eu rekking desejo.” Ele rosna. “Mas não. Ele está lá fora em algum lugar. É sábio continuar cumprimentando todos os seus convidados como você me cumprimentou.” Ele olha de volta para a porta da câmara. “Mas deixarei você com algumas armas melhores. Esse rekker não é adequado como nós. Ele está perambulando pela maior tempestade que vimos em nada além de pedaços de minnasuit. Você o vê, atire nele com um zonnoblaster.” “Obrigado, Draven.” Digo. “Você ficará para um delicioso ‘repolho?’” Emery divertidamente me acotovela, sentindo a minha provocação. Seu lábio se enrola. “Eu trouxe meus próprios mantimentos. Ficarei tempo suficiente para ajudá-lo a consertar as comunicações e, em seguida, devo ir. Galen tem observado o padrão da tempestade e estamos em busca de um influxo de magnastrikes nos próximos solares. Preciso voltar muito antes disso.” Ele puxa o capacete para cima e se dirige para a porta da câmara. “Deixeme descarregar este equipamento e começaremos a trabalhar.” Assim que ele sai, pego o rosto de Emery em minhas mãos. “Tudo o que tínhamos que fazer era ter esperança.” Ela fica na ponta dos pés, sua barriga inchada pressionando contra a minha mais firme. “Esperança ainda não nos decepcionou.” Meus lábios pressionam os dela e nos beijamos como se não houvesse amanhã. Apaixonadamente. Freneticamente. Sem fim. Mas, felizmente, para nós, temos muitos solares maravilhosos à nossa frente. E todas as manhãs acordarei e esperarei mais. Esperança ainda não nos decepcionou.

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EPÍLOGO DRAVEN TRÊS SOLARES DEPOIS

Percorro a baía de descontaminação ainda escaldante de um contato próximo de um magnastrike. Meus sub-ossos parecem estar vivos e rastejando com energia da ofuscante magnastrike que derreteu a parte de trás do meu traje. Quase fui rekking morto pelas contaminações, e ainda isso não ameaçou consumir minha mente como esta instalação faz. O familiar rugido dentro da minha cabeça vem à tona como vários sabrevipes famintos ansiosos para se banquetear com a minha sanidade. Pare de pensar nisso. Minha pele rasteja enquanto rapidamente volto meu olhar para a saída. Posso escapar se eu precisar. Não estou preso aqui. Eu não estou preso. Não estou preso. Posso escapar se eu quiser. Calor, nada a ver com meu contato com o magnastrike, queima através de mim. Este calor foi algo que pegou fogo dentro de mim quando contraí o Rades. Com o fogo vieram os pensamentos enlouquecedores. As vozes. O terror. A escuridão. A dor. Dentro do meu peito, meu coração está batendo ao ponto de me sentir tonto. Os últimos três solares, além da horrível tempestade, foram libertadores. Quando Breccan pediu um voluntário para levar para Calix e sua companheira os suprimentos

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K. Webster & Nicole Blanchard necessários que eles precisavam no Setor 1779, aceitei tão rápido essa chance, que fiz todos os morts ao meu redor se assustarem. Este lugar é uma prisão. Minha mente é uma prisão. Este rekking planeta é uma prisão. E apesar de tudo, todos ao meu redor parecem felizes. Até mesmo esperançosos. Quando Theron e Sayer trouxeram de volta as alienígenas, foi como se todos os morts fossem trazidos de volta à vida. Como se tivessem um propósito novamente. Todos menos eu. A chegada das fêmeas só agravou ainda mais minha mente. Suas vozes doces e suaves me fazem lembrar minha mãe e minha irmã. Um passado onde uma vez eu ri e tive um propósito. Não rio mais. Não faço nada além de tentar viver solar após solar. A única vez que sinto alguma paz é quando estou na Torre. E como essa tempestade nos tem assolado por quase uma revolução, não passei muito tempo lá. Esse sentimento de estar preso apenas intensifica a cada solar. A uma certa época, olhei para as estrelas além e me perguntei se poderia andar com Theron na Mayvina. Talvez o sentimento de estar preso diminuiria se eu estivesse fora deste rekking planeta. Mas tudo isso morreu quando as fêmeas chegaram. Elas nos enraizaram aqui. Posso ver nos olhos de Breccan. Ele quer fazer de Mortuus uma verdadeira casa novamente. Todos passam incontáveis horas fazendo novos planos sobre como melhorar nossas vidas. Eles olham para o futuro. Eu estou preso no passado. Tantas vezes minha mente se dirige àqueles tempos sombrios em que eu estava cativo dessa doença. E apesar de curar fisicamente, deixou sua marca perversa no meu cérebro. Nunca estarei livre dos Rades. Rekking nunca.

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K. Webster & Nicole Blanchard Estou arrancando meu traje zu enquanto deixo a limpeza rigorosa na pequena baía de descontaminação, quando Hadrian circula a esquina, com os olhos arregalados e excitados. “O mortyoung está chegando! Você chegou na hora!” Ele berra. “O que você conseguiu?” Sua fala rápida e movimentos energéticos me deixam tenso. Olho a porta atrás de mim. Tão perto. Ignorando meu desejo de fugir, enfio a mão na minha mochila e tiro as anotações de Calix. “Os suprimentos para os quais Breccan estava esperançoso não existem. Procurei pelo setor 1779 eu mesmo. No entanto, existem notas importantes que serão úteis. Mais...” “Podemos rekking nos comunicar agora graças a você.” Ele diz com um sorriso torto. “As fêmeas falam muito. Como muito mesmo. Sou grato que Aria tem outra mulher com quem falar sem parar. Geralmente Breccan finge ‘trabalhar’ e me deixa para ouvir os contos sem fim de Aria. Ela e Emery falaram por quase metade de um solar sobre o cheiro do cabelo de um mortyoung.” Ele geme. “Horas e horas, Draven.” Hadrian fala mais do que uma mulher, então não tenho certeza do que ele está reclamando. Olho a porta de entrada oeste novamente. Não é tão tarde. Eu poderia voltar ao setor 1779. Era um pouco mais quieto lá. O sentimento de estar preso não era tão ruim lá. Boom! Um som de magnastrike faz toda a instalação tremer e depois mergulhamos na escuridão total. Congelo conforme meu ritmo cardíaco aumenta. Eu não estou preso. Eu posso escapar. Mesmo no escuro. Posso fugir.

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K. Webster & Nicole Blanchard Em poucos segundos, tudo volta à vida e somos banhados em luz mais uma vez. Solto um suspiro irregular de alívio. O grito de dor de Aria ecoa do que deve ser o laboratório de Avrell. Isso me lembra muito do meu passado, quando os Rades consumiram o meu rekking tudo. “Vá ajudar.” Grito. “Verificarei para ter certeza de que tudo fique funcionando.” Ele corre sem outra palavra e desaparece no laboratório de Avrell. Normalmente, Oz ou Jareth lidam com esse tipo de coisa, mas não quero estar perto de uma mulher que grita enquanto ela entrega seu mortyoung. Rekk não. Em vez disso, sigo na direção oposta, verificando as salas conforme ando. Tudo no lado sul da instalação está funcionando. Passo pelo laboratório de Avrell e bloqueio os gritos enquanto me dirijo para a área norte da instalação onde existe a subfacção de mulheres. Quando sinto o cheiro de queimadura elétrica, saio correndo. Mesmo concentrado na minha tarefa à minha frente, conto portas, saídas, janelas. Memorizei todos elas nesta instalação, mas não posso deixar de checar e verificar novamente. Quando alcanço a fonte do cheiro, solto um silvo de frustração. A câmara criostática. Três cápsulas de criotubo permanecem. Odeio entrar nesta sala. Vê-las presas dentro me faz entrar em pânico. O desejo de libertá-las é quase irresistível. Eu nem gosto delas, mas não as quero presas. Se há alguém que sabe como é horrível sentirse preso, sou eu. Mas a última vez que uma foi libertada às pressas, ela quase morreu. Aria arrancou Emery e causou um alvoroço dentro de nossas fileiras. Foi votado que elas permaneçam lá, dormindo, até que possa ser decidido quando e como acordá-las com segurança. Lentamente, entro na sala. A fumaça vem de um dos criotubos. Solto os fios do casulo, pego uma das pessoas e apago as chamas antes que elas se espalhem.

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K. Webster & Nicole Blanchard Pop. Shii. Esses dois sons emitem alarme correndo através de mim. Sem pensar, fiz exatamente o que me disseram para não fazer. Não as acorde. Afasto-me do criotubo, agora que o fogo está contido e corro para a porta leste da sala da câmara criostática. O ar frio na parte de trás do meu pescoço ― a sensação de liberdade logo atrás de mim ― me acalma consideravelmente. Direi a Breccan que o surto elétrico da tempestade causou isso. Eu vou mentir. Suas advertências para colocar alguém que mexer com os criotubos em uma cela de reforma faz todo o meu corpo tremer. Quando fui quase morto com o Rades, fui forçado a ficar em uma. Para me proteger de mim mesmo. Para proteger os outros de mim. Eu não posso voltar lá. Agora não. Nunca. Virando, decido fugir. Mas um som me impede. Choramingo no começo. Depois um grande choro. Triste, com medo e chorando. CORRA! CORRA CORRA CORRA CORRA! E ainda minhas botas inúteis ficam plantadas no chão. A tampa do criotubo range. Estou congelado de horror quando a alienígena sai do casulo tremendo. Seu cabelo é como das outras

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K. Webster & Nicole Blanchard duas alienígenas, se você os misturasse juntos. Claro, a cor do sol, no topo e escuro por baixo. Ele paira em ondas longas e confusas, cobrindo seus seios. Ela não é tão pequena quanto as outras duas alienígenas. Seus ossos são maiores. Ela carrega mais carne. Talvez esta seja mais forte. Talvez eu não a tenha machucado. Sua cabeça gira ao redor enquanto ela observa o espaço, seu olhar caindo primeiro na porta atrás de mim e depois um rápido olhar para a porta oeste atrás dela. Então, seus olhos encontram os meus. Olhos castanhos. Arregalados. Apavorados. Derramando líquido. Ela dá um passo em minha direção, o lábio inferior tremendo. Dou um passo atrás. Quando ela estende uma mão, dou outro passo para trás. “A... Ajude-me.” Ela murmura. Ela avança de novo e de novo e de novo. Tropeço de volta até que bato contra a parede ao lado da porta. Preso. Minha cabeça dispara para a esquerda e depois para logo atrás dela. Saídas nos dois lados desta sala. CORRA! E então seus dedos sem garras agarram meus braços nus. Todos os meus minnasuits foram modificados para manter meus braços livres de qualquer coisa que possa tocar e ferir minhas cicatrizes. Ela se agarra a mim, sua frente nua pressionando contra mim e eu engasgo com o meu terror. Estou preso. Estou rekking preso. Tudo fica preto. Caio e levo a alienígena comigo. Ajude-me ajude-me ajude-me ajude-me.

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K. Webster & Nicole Blanchard Essas palavras são dela ou minhas ou ambas. Eu não sei. Eu não sei. Eu não rekking sei. Estou preso. “Ajude-me.” Desta vez, sei que sou eu. Estou implorando para quem ouvir. Escuridão me rodeia enquanto meu mundo gira. Sua respiração é quente perto do meu pescoço, me escaldando. Suas palavras espelham as minhas. A escuridão me rouba desta vez, nossas palavras ecoando de um lado para outro no nada. “Ajude-me.” Eu estou preso. Não há como fugir. Essa alienígena será a minha morte.

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K. Webster & Nicole Blanchard CONTINUA...

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