Sam Crescent - The Denton Family Legacy #4

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Equipe PL Tradução: Fla Revisão Inicial: Rafinha, Kirah Revisão Final: Cindy Pinky Leitura Final: Anna Azulzinha Formatação: Lola Verificação: Lola



Sinopse Damian Denton perdeu a mãe do seu filho porque ele

nunca

poderia

amá-la.

E

essa

culpa

não

desaparecerá. Ele pode senti-la consumir a sua alma, não importa o que faça. Sua única esperança é encontrar alguém suficientemente mortal para matá-lo. Mia Banks não quer pedir ajuda a Ivan, o pai do seu filho, mas ela não tem escolha. Se ela quiser sobreviver, terá que implorar-lhe. Mas quando um homem aparece no escritório do Ivan, sua vida muda para sempre. No momento em que Damian vê a bela Mia, ele sabe sem nenhuma dúvida que ela é sua. Levando Mia e o seu filho com ele, Damian está determinado a fazer tudo diferente. Ele não vai assustar Mia com quem ele é ou a que família pertence. Mas com a revelação de um irmão secreto, os Dentons não são mais tão unidos. Eles estão separados e isso os torna fracos. Há alguém esperando para livrar o mundo dos Dentons. Com esse novo perigo, será que Damian pode manter tanto Mia como os seus filhos seguros?




Prólogo Mia, nove anos de idade Mia Banks encarou o céu. À distância, podia ouvir a mãe discutir com o homem que lhe fornecia drogas e homens. Foi dito à Mia para ficar fora do caminho e era o que ela estava fazendo. Os caras que apareciam no apartamento às vezes lhe devam arrepios. Descansando as mãos sob a sua cabeça, ela olhou para cima e imaginou como seria estar longe deste lugar horrível. Toda vez que deixava o seu apartamento, o cheiro de erva e mofo era tão avassalador que se tornava uma luta sair de lá. Sua mãe já não a levava para a escola e ela estava feliz por isso. Alguns dos pais puxaram a sua mãe à parte e perguntado quanto cobrava por uma visita. Era.... Nojento. Alguns dos seus colegas a olhavam com desdém. E ela não tinha nenhum amigo. De repente, sua mãe aproximou-se dela. — Qual é o problema, docinho? — Disse a mãe, sentando-se no chão. Pelo sorriso no seu rosto, ela conseguiu o que queria. A marca recente em seu braço era tudo o que a Mia precisava para confirmar isso.


— Nada. Sua mãe estaria feliz por algum tempo e então ela começaria a gritar. As coisas ficariam ruins em um curto espaço de tempo. — Querida, nunca deixe um homem te controlar e lute por si mesma, ok? Ninguém merece viver assim. — Ela disse, apontando para si mesma. Não era a primeira vez que a sua mãe a aconselhava a ser diferente dela e Mia duvidava que seria a última. Inclinando-se contra o seu ombro, ela sorriu. — Eu estava fazendo um pedido às estrelas. — O que você estava pedindo? — Sua mãe já estava quase adormecendo. Estava calor, ela não tinha que se preocupar em levá-la para o quarto. — Estava pedindo que quando fosse mais velha encontrasse um homem. Um homem bonito, protetor e extremamente doce. Que quando me olhar pense que sou única. E que não possa imaginar uma vida sem mim. Eu serei o seu tudo e ele será o meu. — Mia sorriu pensando sobre o seu desejo e quando ela se virou para a sua mãe, já estava dormindo. Se não tivesse ouvido, então ela esperava com todo o seu coração que se tornasse realidade.


Capítulo 1 Damian Denton olhou para o seu copo de uísque e imaginou se devia pedir outro igual ou se pedia a maldita garrafa. Ele estava ficando cansado de esperar e tudo o que queria fazer era beber. Olhando para o copo vazio, bateu com a mão na mesa. — Traga-me outro, idiota. — Disse Damian. — Ele está ocupado. Ele gemeu quando o seu irmão mais velho se acomodava ao lado dele. Jacob Denton era uma força a ser reconhecida, assim como todos eles. Pertenciam à família Denton, a mais fria e dura família do mundo do crime. — Que merda você quer aqui, irmão? Você não tem outro lugar para ir? — Damian sorriu com a sua própria piada. Há seis meses, todo o clã Denton descobriu algo extremamente hilário. Não só Jacob Denton não era o primogênito, mas todos tinham um meio-irmão, Gabriel Colton, que era na verdade um Denton. Resumindo, seu pai dormiu com a mãe de Gabriel, que era casada com um Colton no momento. Todo este tempo, o filho do seu pai cresceu sob os cuidados do seu inimigo. E claro, foi Gideon quem contou


a verdade. Desde então, tudo foi de mal a pior, mas nada disso importava para Damian. Ele vivia para a bebida e queria continuar a viver dessa maneira. Ele gostava. — Não comece, Damian. — Jacob disse, se sentando confortavelmente. — Por que você está aqui? — Estou sentado em um bar. Eu diria que é bastante autoexplicativo. — Por que você está realmente aqui? — Você não deveria estar em casa com a sua esposa e filhos? Ela está grávida novamente. — E quanto a você? — Jacob perguntou. — Quanto à Martha? Quem está cuidando dela? — Nossa mãe e ela está mais do que feliz em fazê-lo. — Então é isso que você irá fazer com a sua filha? Entregá-la para a avó? — Apesar de tudo, acho que não nos saímos tão mal. Por que você não está lutando pelo seu lugar? — Damian perguntou, ficando mais irritado a cada segundo. — Por que você está aqui? — Você devia estar em casa cuidando daquela menina, Damian. — Jacob bateu com a mão no balcão e olhou para ele. O seu irmão mais velho não se importava com quem os encarava. Damian simplesmente revirou os olhos.


— A última vez que verifiquei, sou velho o suficiente para fazer o que quiser. E quer saber? Eu vou. — Ele tinha quase vinte e seis anos, não era uma criança. Foda-se, ele teve uma filha, uma filha cuja mãe se matou. — Você deve ser o melhor pai do mundo para a Martha. Betty iria querer isso. No momento em que o nome da Betty foi mencionado, Damian levantou-se, deixou uma nota no balcão e saiu sem dizer uma palavra. Ele não foi a um bar para se lembrar dela, para ser informado sobre o que ela queria. Ele estava farto de toda essa besteira. — Damian. — Cai fora, Jacob. Vá ganhar alguns pontos com o papai. — Desde que seu pequeno segredo foi descoberto, tudo desabou. Aconteceu antes de ele ter conhecido a sua mãe, mas ainda assim, foram apenas por poucos dias. Damian terminou com a família. O sangue Denton corria dentro dele e até agora só lhe trouxera dor e miséria. Ele estava completamente farto, cansado. Deixou o bar e caminhou pela rua. Ele devia saber que o Jacob não o deixaria em paz. — Nenhuma bebida ou luta vai trazê-la de volta. — Jacob

disse,

empurrando-o

contra

a

parede.

Não

precisamos dessa merda vindo de você neste momento. Entendeu? — Por que você não vai se foder? Eu não sou importante para a família. Você pode fazer o que tem para fazer sem


mim. — Ele ia empurrá-lo, mas Jacob colocou o braço contra o seu pescoço. — Ela se foi, idiota. Betty está morta. Não importa o que você faça, ela não vai voltar. Estava machucando. A dor nunca ia embora, mas o álcool conseguia atenuar a dor e a culpa de saber que falhou com ela. Uma e outra vez Jacob continuou a repetir as mesmas palavras. Finalmente o Damian explodiu. — Você acha que eu não sei disso! — Ele afastou o Jacob para longe, a sua raiva se transformando em força. Ele empurrou Jacob contra a parede oposta, envolvendo os dedos em volta do seu pescoço e apertando-os. — Eu a encontrei, Jacob. Nossa filha estava sozinha e Betty tinha se matado por minha causa. — Não é culpa sua. — Jacob lutou para falar, mas Damian não se importava. Ele estava cansado de pessoas tentando dizer-lhe para encarar os fatos quando ele já os conhecia. — Não? Você já ouviu falar da fodida maldição que temos? No momento em que sabemos que a nossa mulher é nossa e essa baboseira toda. Você deveria. Você já passou por isso com a Lou, assim como dois dos meus irmãos. — Você vai encontrar a sua mulher, Damian. — Eu não quero encontrá-la porque deveria ter sido a Betty. Ela era a mãe da minha filha e porque não senti nada


por ela, está morta, então não se atreva a falar que não foi culpa minha. Eu fiz dela parte da minha vida, parte do meu mundo. Betty viu você, o Abel e até mesmo o maldito Oliver com as suas mulheres. Ela não aguentou que um dia seria eu. Não tente me dizer que isso não é culpa minha. É culpa minha. Isso é culpa do meu sangue. — Damian soltou o seu irmão e Jacob engasgou, tomando ar. — Damian, entre no maldito carro! — Maddox Denton, seu pai, falou da limusine estacionada bem perto de onde ele e Jacob lutaram. Toda a sua vida, ele fez o que lhe foi dito. Damian seguiu ordens sem questionar. Tudo o que ele tinha feito, fez sabendo que era um Denton. No momento em que Betty tirou a sua vida, ele ficou envergonhado. O que ninguém da sua família sabia era que ele não podia cuidar de Martha. Não podia olhar para a sua filha sem ficar inundado com a culpa. A dor era mais do que ele poderia descrever. Preferia se afogar numa garrafa de bebida do que continuar a viver. Ele olhou para o seu pai. Pela primeira vez, ele não viu uma força a ser reconhecida, alguém que devia respeitar. Ele não viu ninguém. — Vá-se foder. — Com isso, ele andou deixando o seu pai e o seu irmão para trás. — Damian, nós também sentimos falta dela. — Disse Maddox, fazendo-o parar e se virar para enfrentá-lo. — Você não pode continuar fazendo isso a si mesmo, filho. Não é bom para você ou para o nome Denton.


— O nome Denton que se lixe, Maddox. Já me decidi e essa decisão é final. — Virando as costas para a sua família, algo que um Denton nunca fez, ele continuou a andar. Não parou e mesmo quando sentiu a limusine segui-lo, ignorou. Não demorou muito para ele cortar caminho através de um bairro e finalmente despistar a sua família. O seu celular começou a tocar e se fosse qualquer outra pessoa que não Charlotte, sua mãe, ele teria ignorado e jogado o celular fora. Não podia fazer isso com a sua mãe. Ele atendeu e colocou o celular na orelha. — Ei, mãe. — Ele disse. — O que está acontecendo, Damian? — Ela perguntou de forma preocupada. — Estou farto. Não posso continuar a fazer isso, não com ele e não com a família. — De alguma forma tinha acabado em um parque. Ele sentou-se em um dos balanços e olhou para o outro lado da rua, não vendo nada. Não havia nada para ser visto. — Eu matei-a, mãe. — Querido, não. Você não teve nada a ver com a morte da Betty. Fomos ao médico e ela estava com dificuldades. — Eu devia ter estado lá. Isso não importa mais. Estou decidido. — E quanto à Martha, Damian? — Você cuidará dela para mim? Preciso organizar a minha vida. Quando tiver tudo em ordem, voltarei para pegála.


— Promete? — Sim. Eu prometo. A linha ficou silenciosa e ele sabia que a sua mãe queria argumentar, mas ela cederia. Ela sempre cedia. — Vou cuidar dela, mas você tem que manter contato comigo. Sei que você não quer falar com o seu pai e está tudo bem. Mas não me deixe no escuro. — Eu não sonharia com isso, mãe. Eu te amo. — Ele te ama, sabe? Ele está preocupado. — Não me importo. Estou farto de receber ordens dele, de ser esse cara. — Ele não tinha intenção de voltar para pegar a Martha, nem de resolver a sua vida. Damian ia esperar pela morte, porque ele não ia ser mais um Denton a envenenar mulheres, a ser a causa de suas mortes.

Mia Banks encarou o monstro que era o pai do seu bebê. Ela queria machucá-lo, fazê-lo pagar por tudo o que passou, mas ela morreria se tocasse nele. — A que devo o prazer desta vez, Mia? — Ivan Smith perguntou. Ela sentiu o seu estômago revirar. Estava em um bar de strip, observando como as mulheres andavam nuas. Ela sabia sem nenhuma dúvida que algumas dessas mulheres já transaram com os clientes.


Ivan era um homem importante por estas bandas. Um chefão do crime. Ela só o via como o babaca que arruinou a sua vida. No entanto, não estava assim tão arruinada. Ela tinha Reese. — Você disse a todos para não me contratar. Por quê? — A mãe do meu filho não vai trabalhar. Eu já avisei. Ela apertou as mãos em punhos, querendo mais do que tudo magoá-lo. Ivan parecia estar sob a ilusão de que Mia o queria, que por ele ser quem era, ficaria muito feliz por ele a desejar. Estava enganado. Se fosse honesta consigo mesma, ela esperava que o seu peso o fizesse recuar completamente. A maioria dos caras não se importava com um corpo extragrande, certo? Com Ivan, isso parecia não se aplicar. Desde que se conheceram, Mia lhe disse não. - Mesmo durante o que aconteceu. Ela não queria pensar nisso. Gritou para ele parar, que a estava machucando. Houve muitas noites que ela permaneceu acordada, lembrando-se dele em cima dela, dentro dela, sabendo que não podia contar a ninguém. Em vez disso, ela se fez acreditar que estava tudo bem. Mas não estava. Ela tinha tido um filho dele e amava Reese mais que tudo nesse mundo. — Não posso viver dessa maneira, Ivan. Eu preciso que você me deixe viver a minha vida. — Deixe-nos. — Disse Ivan. — Senhor?


— Eu disse para nos deixar. Seus capangas saíram do escritório, o que a deixou ainda mais assustada. Seu coração estava acelerado e olhava para o homem que estava presente em todos os seus pesadelos. — Sabe, você é uma mulher muito bonita. — Disse Ivan, afastando a sua cadeira e movendo-se para ficar na frente da sua mesa. Ela estava congelada no lugar. Com os homens dele no cômodo ela estava a salvo, agora já não estava. — Eu só quero ganhar o suficiente para viver. Não estaria aqui se não fosse importante. Ivan olhou para ela e a sua avaliação estava deixando-a doente. — Já disse isso muitas vezes, Mia, você não precisa trabalhar. — Não posso viver com na… — Vem cá. O seu estômago deu uma volta. Faça por Reese. Faça por Reese. Faça por Reese. Cada passo que ele deu abalou o seu mundo. — Por favor, pare! Você está me machucando. Não quero isso. Por favor! No fundo da sua mente ela lembrou o grito, a dor, mas ela continuou a caminhar mais para perto de Ivan.


Quando estava tão perto dele quanto poderia sem que ele a tocasse, olhou e esperou. — Por que tem que ser tão teimosa? Isto era o que doía mais. Ele não fazia ideia que fez algo errado. Tudo o que pensava era que ela estava sendo teimosa. Olhando para o homem que atormentou a sua vida, era difícil não vomitar, mas ela segurou a sua ânsia. Precisava fazê-lo. Reese já tinha mais de seis meses de idade e ela estava

lutando

para

sobreviver.

Estava

atrasada

no

pagamento no aluguel do seu apartamento. Precisava de fraldas e devido ao estresse não conseguia produzir leite, portanto também precisava de fórmula. Ela era um fracasso épico, assim como a mãe disse que seria e isso doía. Cada vez que Reese chorava, era uma falha dela. Não conseguia fazer nada certo. Ivan tinha poder nas ruas onde ela morava. Ele estava no comando, no controle. Ninguém a ajudava por medo de represálias por parte do Ivan. Havia vezes que ele ia visitá-la. Ele segurava o Reese e ela sabia que aquele simples gesto era uma ameaça pela forma como fazia. A qualquer momento, poderia tirar o filho dela. Mia não teria nada. Mesmo que Reese tenha sido concebido de uma maneira tão brutal, ele era a única coisa boa na sua vida. Ela não podia perdê-lo. — Olhe para você. — Ivan se estendeu e colocou os braços ao seu redor. Ela fechou os olhos, odiando o seu toque, odiando este homem com todo o seu ser. Ele aterrorizou o bairro, envenenando-o com as suas drogas e


fazendo com que as mulheres se prostituíssem pelas ruas. Ela deveria estar grata que ele não queria fazer o mesmo com ela, o que era estranho. A maioria das mulheres com quem ele acabou estavam nas ruas, ganhando o seu sustento. Ela não sabia por que ele continuava a insistir que havia algo entre eles. — Só precisa pedir Mia. Peça e será seu. — Eu só quero trabalhar. Eu quero trabalhar por mim e pelo Reese, por favor. Ivan tocou a bochecha dela e ela ficou tensa. Ela odiava o seu toque, mas sabia que tinha que fazer isso. — Droga, toda vez que estamos separados esqueço quão linda você é. — Seus dedos afundaram no cabelo dela enquanto os seus lábios se aproximavam dos dela. Ela ficou ainda mais tensa, não sabendo o que devia fazer. Não queria isso, mas o que podia fazer? Não deixaria o seu filho pagar pelo seu erro. A última coisa que queria era que Reese crescesse a odiá-la. Quando os lábios do Ivan estavam prestes a tocar os dela, a porta se abriu e imediatamente afastou-se dele, inclinando a cabeça. — Senhor, nós temos um problema. — Eu não sou nenhum problema. Eu queria uma bebida, então só tinha que me dar uma maldita bebida! — Alguém gritou e no momento seguinte, entrou na sala. —


Bem, se não é o fodido Ivan Smith. Pensei que estivesse morto. — E eu nunca pensei que viveria o suficiente para ver um Denton nesta parte da cidade. O homem Denton começou a rir. — Decidi que estava a fim de uma luta do caralho e adivinha? Você foi a primeira pessoa em quem pensei. Ela assistiu como Ivan levantou-se, estalando os seus dedos. — O que ele fez? — Ele perturbou alguns dos nossos clientes. Brandy está tratando deles, mas isso vai nos custar uma fortuna. Ele bateu a cabeça do Rick no balcão e alguns dos nossos garotos estão lutando. — Porque você não poderia escolher outro dia? Eu estava tratando de algo com a minha senhora. — Disse Ivan, apontando para ela. Denton virou-se para ela, seus olhos castanhos a perfurando até aos ossos. Mia reconheceu a dor em seus olhos, mas do nada, algo mudou em seu olhar. Ele encarou-a e a dor pareceu diminuir um pouco. Ele franziu a testa enquanto olhava-a e ela manteve as mãos apertadas nos lados do seu corpo, não querendo falar com nenhum associado do Ivan. — Você só pode estar brincando comigo. — Disse o Denton. Ele caminhou na sua direção.


Alarmada com a súbita mudança, ela deu um passo atrás. Ivan era a última pessoa a quem queria pedir ajuda. Ela só podia confiar em si própria. — Damian, ela é minha. — Disse o Ivan. — Mia, desça e traga o Reese até aqui às 03:00. Cansei de jogos. De repente Damian agarrou os seus braços, segurandoa no lugar e impedindo-a de se mover. Ela ficou tensa enquanto ele olhava para ela. — Isso é além de engraçado. — Me solte. Você está me machucando. — Ela disse. Ele não a soltou, mas aliviou o seu aperto para que assim não a machucasse. Ela não sabia para onde olhar enquanto ele continuava a segurá-la. — Esta garota não é sua. — Disse Damian. — Eu não conheço você. — Ela tentou se soltar do seu aperto, mas ele não a deixava ir. — Damian, é sério. Não quero entrar em guerra com você por causa disso. Essa é a mãe do meu filho, então caralho, solte-a. Ela olhou para Ivan e não conseguiu evitar que o desgosto que sentia por ele aparecesse. Damian sorriu. — Não, essa mulher não te pertence. Nunca pertenceu. — Parecia que ele deixou de ser um bêbado e que finalmente acordou. — Ela vai comigo, assim como qualquer criança que ela tenha. — Ele virou-se. — E você vai deixá-la ir.


Nunca ninguém falou com o Ivan daquela maneira e viveu para contar. Ela ouviu rumores de que ele dilacerou um homem por tê-lo desrespeitado. Esse cara que a segurava tinha um desejo de morte. Quando Ivan e os seus homens avançaram, Damian apontou uma arma à cabeça do Ivan. — Vou estourar seus miolos, entendeu? Lembre-se de quem eu sou. Para sua surpresa, Ivan levantou as mãos em sinal de rendição. Do nada, ela viu-se sendo puxada de um monstro para outro.


Capítulo 2 De tudo o que podia encontrar Damian não esperava se esbarrar com a sua mulher. No momento em que ele olhara para esta estranha, ele soube. Todo o resto desvaneceu. Tudo o que ele podia ver era ela. Era exatamente como seus irmãos descreveram e muito mais. Ele estava tão furioso que enquanto a puxava, ele empurrava pessoas para longe dele. Ele veio à cidade patética do Ivan com a intenção de ter uma luta até a morte. Isso era o que ele queria, morrer lutando, mas o destino ou quem estava no comando lá em cima, mudou o seu caminho. Agora ele estava caminhando para fora, levando esta mulher com ele. — Pode ir mais devagar, por favor? Realmente precisava falar com o Ivan. Não sei quem você é. No momento em que estavam fora do clube, ele empurrou-a contra a parede. — O Ivan é o seu cafetão? — O que? Não? — Ele disse que você era dele. — Damian viu a dor nos seus olhos, o desgosto na cara dela. A última coisa que essa mulher sentia por Ivan era amor ou até mesmo respeito. Ela detestava-o e temia-o. — Você é a mãe do seu filho.


— Sim, sou. Não sei quem você é, mas não sou importante para o Ivan. Eu só.... Eu precisava da ajuda dele para dizer a todos para recuar. Damian franziu a testa. Ele não estava tão bêbado quanto ele fingira estar. Desde que disse ao seu pai para ir se foder, três noites atrás, ele tinha bebido de manhã, de tarde e de noite. No entanto, esta manhã quando acordou, não teve vontade de se aproximar de uma garrafa. Em vez disso, ele tomou um banho, fez a barba, passeou por um tempo, comeu alguma coisa e então decidiu vir ver o Ivan. Agora ele estava fora de si de tão enlouquecido e realmente usou o nome Denton para lembrar ao Ivan com quem ele estava mexendo. O nome Denton era conhecido em toda a parte e tinha-o tirado de alguns apuros ao longo dos anos. Seu pai sempre se certificou que ele estava à altura das ameaças. Damian não gostava de pensar em outro homem tocando a sua mulher. — Qual é o seu nome? Ela balançou a cabeça. — Olha, não vou machucá-la, ok? Não vou magoá-la ou forçá-la a fazer qualquer coisa. Meu nome é Damian Denton. — Deveria saber o que isso significa? — Geralmente todos sabem. Ela franziu a testa. — Não conheço você. — Você estava vendo o Ivan.


— Não de bom grado. — Ugh! Tudo bem saiba apenas que é um nome que demanda respeito. Não vou machucá-la. Eu cuidarei de você. Você tem um filho, certo? —Sim. Algo estava acontecendo entre esta mulher e o Ivan e ele tinha

um pressentimento

de

que

não

ia

gostar.

Ela

claramente não estava apaixonada pelo cara. Ele viu as diferentes emoções aparecerem no seu rosto enquanto lidava com o bastardo. — Onde está ele? — Eu, erm, paguei uma vizinha para cuidar dele. — Por que você precisava ver o Ivan? Ela franziu a testa. — Ele fez com que ninguém me contratasse. Eu quero um trabalho. Quero cuidar do meu filho. Ele notou que ela disse ―meu filho‖ e não ―nosso filho‖, ou seja, do Ivan. — Tenho uma filha. Incrivelmente fofa. — Ele puxou a carteira e olhou para a foto da Betty e da Martha. A dor ainda estava lá. Quando se tratava da Betty, ele sentia um monte de culpa. Ela testemunhou o amor dos seus irmãos pelas suas esposas e ela sabia que não havia nenhuma chance dela conseguir aquilo dele. Essa mulher na frente dele, ela era sua, sem sombra de dúvida.


— Qual é nome dela? — Perguntou a mulher. — Martha. — É a sua esposa? — Não. Ela era a mãe da minha menina. — Era? — Ela está morta. Suicidou-se. — Oh meu Deus, eu sinto muito. Ele assentiu. — O que estou tentando dizer é que não vou te machucar. Tenho uma filha e na maior parte do tempo sou um cara legal. Nada de ruim vai acontecer. Ela lambeu os lábios cheios, respirou fundo e endireitou os ombros. — Chamo-me Mia Banks. — Ela sorriu. —Eu realmente preciso voltar lá. Rangendo os dentes, ele olhou para a porta que ela estava apontando e suspirou. — Não precisa. Você ao menos gosta do bastardo? — Não, eu odeio o Ivan. Estou fazendo isso pelo meu filho. Eu quero ganhar a vida. Eu estou com dificuldades. — Ela apontou para os seus seios. — Eu preciso de dinheiro para comprar a fórmula e para viver. Ele está tirando tudo de mim. Ele viu que ela estava perdendo o controle e que havia lágrimas se acumulando por trás dos seus olhos.


— Eu posso cuidar de você. — Eu não te conheço e eu não.... Não saio com homens estranhos, ok? Damian não podia deixá-la ir. Agarrando a mão dela, começou a caminhar pela rua. — Me leve até sua casa e vamos conversar lá. — Espere, isso é louco e insano. Você não me conhece. Não pode me ajudar. — Tenho mais dinheiro do que alguma vez vou precisar. Acredite em mim quando digo que posso ajudar você mais do que você pode me ajudar. Prometo. Eu dou a minha palavra de que nunca a machucarei. Você está segura comigo. — Você continua dizendo isso. — Você acredita? Ela suspirou. — Acho que sim. — Então confie em mim e acredite que você vai ficar bem. — Ela não tinha ideia que ele jamais seria capaz de magoá-la. Tudo o que queria fazer era ajudá-la. Denton viu como ela reagiu perante o Ivan e sabia que alguma coisa não estava certa, mas também sabia que ela ainda não confiava nele. Tempo era tudo o que ele precisava. — Tudo o que quero fazer é ajudar. — Nunca ninguém quis me ajudar.


— Eu não sou um monstro, ok? Vamos buscar Reese e ir embora. — Por que temos que ir? — Ela perguntou. — Porque tenho a impressão de que se o Ivan a quer, ele virá procurá-la e quero ter uma conversa com você em privado. — Oh, ok. — Ela assentiu com a cabeça e então ele começou a segui-la quando finalmente caminharam pela rua escura. Eles passaram por um parque infantil e encontraram um bando de crianças se injetando. Ele não gostava disso. A cidade

inteira

parecia

tomada

por

um

veneno

criado

pessoalmente por Ivan. Os Dentons tinham o enfrentado antes, alguns anos atrás e terminou com o Ivan sabendo que ele devia ficar fora de suas vidas. Damian tinha uma mão na sua arma, apenas por precaução. Quando eles pararam num bloco de apartamentos degradado, ele sentiu raiva. — Ivan permite que você viva nessa merda? — Quanto menos eu tiver que lidar com o Ivan melhor. — Ela subiu três lances de escadas e caminhou por um corredor comprido. O cheiro de urina era avassalador. Havia lixo espalhado por todo o chão. Extremamente nojento. Tinha-se passado muito tempo desde que Damian ficou enojado com um lugar. Passou tanto tempo ao redor de luxo que ele nem sabia o significado de uma vida difícil.


Mia bateu na porta e esperou. Passados alguns segundos, a porta finalmente se abriu revelando uma senhora idosa. — Mia. — No quadril dela estava um menino. — Ei, Mary. Estou aqui para levá-lo. — Está tudo bem? — Mary perguntou. — Está tudo bem. Honestamente, não poderia estar melhor. — Mia se esticou, segurando Reese perto de seu corpo e pegou o saco que estava perto da porta. Ela beijou a bochecha da Mary. — Falo com você em breve. Com isso, eles saíram. Damian não tinha carro, mas ele não precisava de um. Quando eles chegassem a uma lanchonete que estivesse aberta a essa hora da noite, ele telefonaria ao seu irmão para vir buscá-lo. Não era assim que ele pretendia que a sua maldita noite acabasse. Ele queria morrer numa briga, queria morrer da única forma que conhecia. Sua família estava cansada de o ver desconsolado, sentindo pena de si mesmo. Ele não dava importância ao que eles pensavam, apenas interessava o que ele sabia. Não importava o que todos diziam, ele tinha matado Betty. Esta maldição de ser capaz de saber qual mulher lhe pertence, tinha-a matado porque ele não conseguia fazer com que os seus sentimentos por ela mudassem, mesmo que quisesse muito.


No instante em que ele olhou para a Mia, ele soube. Tudo desvaneceu. Tudo o que restava era ela, com seu lindo cabelo louro cacheado, olhos azuis impressionantes onde ele via sofrimento, mas também algo feroz. Ela era uma lutadora.

Mia não sabia como a noite ia acabar. Realmente não pensou nisso. No fundo do seu coração tinha esperança que Ivan iria ajudá-la sem pedir nada em troca. Isso não aconteceu. Ele desejava algo em troca e a única maneira dela conseguir o que necessitava era dar-lhe o que ele queria. Até que apareceu Damian Denton. Ela não sabia nada sobre o homem que estava sentado à sua frente na lanchonete. Agora que eles finalmente se sentaram, ela olhou-o

minuciosamente

e

notou

o

terno.

Camisa

incrivelmente branca, casaco caro e calças. Ele não usava uma gravata e alguns dos botões superiores estavam abertos. Seu cabelo estava um pouco despenteado e ia até ao pescoço. Ele parecia um fodão e por alguma razão, tinha a impressão de que ele preferia arrancar o próprio braço antes de feri-la. Ela segurou um Reese adormecido em seus braços. Seu estômago rosnou e Damian encarou-a. — A comida vai chegar a qualquer momento. — Obrigada. Ela olhou para seu filho adormecido e suspirou. A noite foi um fracasso épico.


— Então, por que Ivan não a deixa trabalhar? — Damian perguntou. — Ele gosta de estar no controle. Estou ficando sem o dinheiro que consegui poupar. Agora com o estresse e tudo, preciso cuidar do meu filho. — Eu também notei que você continua chamando-o de ―seu filho‖ e não ―nosso filho‖ ou até mesmo ―o filho do Ivan‖. Ela olhou para o homem na sua frente e algo lhe dizia que ele não lidava muito bem com mentiras. — Ivan acredita que tem algum direito sobre o Reese, mas está enganado. — Ele estava presente quando o Reese foi concebido. A menos que você esteja mentindo sobre a paternidade. Mia cerrou os dentes. Claro que a mulher tinha que estar mentindo sobre a paternidade. As mulheres eram apenas um bando de prostitutas mentirosas e trapaceiras que poderiam ser usadas e largadas. Sua raiva foi o que a fez dizer as próximas palavras. — Ivan me estuprou. Sim, ele estava lá na concepção de Reese e também estava lá enquanto eu gritava e implorava para ele parar. O que ele não fez. Damian ficou pálido. Ele olhou para ela e então para o Reese. —Ele te engravidou. — Sim e em sua mente distorcida e doente, fizemos isso porque queríamos. Eu nunca fui capaz de suportar o Ivan e


ele não suporta o fato de que não o quero. — Ela viu Damian passar uma mão pelo seu rosto. — Algumas mulheres podem mentir sobre a paternidade dos seus filhos, mas eu não sou uma delas. Eu daria qualquer coisa para mudar o pai de Reese. Dessa maneira nunca mais teria que olhar para a cara de Ivan. — Por que você estava lá? — Damian perguntou. — Você tem escutado o que lhe disse? Ivan controla tudo por aqui. Eu tenho que viver de alguma forma. Não quero estar à sua mercê. Não acho que você tem ideia do que significa ter a sua vida nas mãos de outra pessoa. — Por que não foi à polícia? Mia começou a rir, balançando a cabeça. Ao olhar ao redor, ela viu alguns dos clientes olhando para ela. — Você é tão engraçado. — Eu não estou achando graça. — Uau, você realmente não entendeu, não é? Ivan controla a polícia. Ele paga para eles olharem para o outro lado. Eu não tenho ninguém. Ninguém acreditaria em mim. Aposto que ele tem pessoas fazendo fila para falar que eu estava lhe implorando por isso. Então não, não fui à polícia. Lidei com isso e segui em frente. A

garçonete

voltou

com

seus

milk-shakes

e

hambúrgueres. Pegando uma batata frita, ela colocou-a na boca enquanto balançava Reese, que agora estava num assento que se encaixava na maioria dos carros. Ela tinha


pego o assento depois de ter saído da casa de Mary. Ela balançava-o

para

certificar-se

de

que

ele

permanecia

dormindo. Ela não adormeceria assim tão facilmente esta noite. — Quero que venha comigo. — Disse Damian. — Você está louco. Ele colocou as mãos para cima. Dois dedos estavam cobertos de ketchup, que por algum motivo ela achou completamente bonito, o que era loucura. — Ouça-me. Não posso fazer grandes promessas, mas vi aquele buraco que você chama de lar. Posso oferecer-lhe uma vida melhor. Um trabalho, não é isso que você quer? Os ombros dela caíram. Tudo o que queria era a chance de ganhar a vida. Ela olhou-o. Seu terno era caro e ela viu um relógio de ouro em seu pulso. Era óbvio que tinha dinheiro. — Que tipo de emprego você vai me oferecer? Eu não sou uma prostituta. Damian começou a rir. — Você é engraçada. — Você conhece o Ivan e ele conhece você. Isso significa que são... Parceiros de negócios? — De maneira nenhuma. Esse idiota não chega nem a nossos calcanhares. Seu trabalho vai ser seguro. Eu quero saber, o que acha de tomar conta da minha menina?


— Da sua filha? — Sim, preciso de alguém para me ajudar durante o dia. Minha mãe está mais do que feliz em cuidar dela, mas eu gostaria de encontrar algo um pouco mais permanente. Desta forma, os nossos filhos poderiam ser amigos. Ele teria companhia e você teria um trabalho. Você teria que se mudar, é claro. Você também conheceria a minha família maluca. Já lhe aviso que eles são realmente malucos. Ela deu por si a sorrir. — Tem alguma família? Mia abanou a cabeça. — Mamãe morreu três anos atrás, de câncer. Nunca conheci o meu pai. Minha mãe fez tudo o que podia por mim. Eu não tenho irmãos. Você? — Tenho muitos para contar. O estranho é que cada vez mais estão aparecendo. É como se eu não pudesse impedi-los de surgir. — O que você quer dizer? — Descobri que tinha um meio-irmão seis meses atrás. Ele tem irmãos que também se juntaram à família. Na verdade, esqueça, não é importante. Papai era muito namoradeiro antes de conhecer a minha mãe. Isso apenas não correu bem. — Uau. — Ela disse.


— Sim. Portanto tenho um meio-irmão que poderia ser o chefe da família Denton, cargo esse que sempre foi ocupado pelo meu irmão mais velho, Jacob. — Você pode me contar essas coisas? — Achei que te deixaria feliz saber um monte de coisas sobre mim. — Isso é realmente doce. — Ela pegou o hambúrguer e deu uma grande mordida. Era o paraíso, totalmente mau para a sua saúde, mas ainda assim perfeito. Ela costumava comer noodles de macarrão aquecidos no micro-ondas, então esse era o céu. Ela gostava disso. — Faz assim tanto tempo desde que você teve uma boa refeição? — Ele perguntou. — Parece que se passou uma vida inteira. Desculpa. Não quero preocupá-lo com todos os meus problemas. Eu costumo mantê-los só para mim. — Não me importo. Um problema compartilhado é um problema pela metade. Pelo menos foi o que ouvi dizer. — Então, como você conhece o Ivan? — Ela perguntou. — Se não são parceiros de negócios, qual é a relação entre vocês? — A última coisa que ela queria discutir eram os seus próprios problemas com o Ivan e tudo o que aconteceu no passado. Ela queria seguir em frente e apenas ser uma boa mãe para Reese.


— Digamos que nadamos no mesmo tipo de oceano. Porém ele é uma baleia enquanto nós somos tubarões. — Disse Damian. — Oh. — Não tubarões assustadores, apenas, você sabe, maiores, mais rápidos, mais mortais. — Por que estava lá hoje se você é maior e pior do que os outros? Ela olhou nos seus olhos castanhos escuros e viu um flash de dor nas profundezas. — Eu queria algo, agora posso ver o quão estúpido era. — O que você queria? Damian não disse uma palavra e os dois ficaram em silêncio. Ela lambeu os lábios secos e quis saber o que ele estava pensando. De repente, ele abriu a boca e ela ouvir um barulho, porém o som não vinha dele. Ela virou-se para ver outro homem, um pouco mais velho que Damian e mais assustador. — Se mova. — Disse o homem. Também havia outro homem. — Por que caralho você o trouxe aqui? — Damian questionou claramente infeliz com o segundo. — É ela? — Perguntou o homem que sentou. Mia colocou o seu filho sobre a mesa e deslizou um pouco para abrir espaço para o outro homem.


— Responda a minha pergunta, por que você está com ele? — Vamos, Damian, você sabe que me ama. — Disse o segundo homem. — Gabriel, eu passei muito tempo pensando em como acabar com você. Eu não posso suportá-lo, então não, eu realmente não o amo. Mia olhou para todos os homens e notou que todos eles tinham que ser parentes. — Mia, peço desculpa por esta intrusão. Este aqui é meu irmão mais velho, Jacob. Eu estava te falando sobre ele. — Ela sorriu na direção daquele que ele apontou. — Aquele é o meu meio-irmão, Gabriel Colton, que eu não faço a mais pálida ideia da razão pela qual ele está aqui. — Considere-me reforço. Seu pai… — Nosso pai. — Disse Damian. — Aquele bastardo traidor. — Trair antes mesmo dele conhecer a sua mãe, não é traição. — Então a sua mãe é apenas uma puta! — Damian rosnou as palavras e Mia ofegou quando Gabriel empurrou a cabeça de Damian sobre a mesa com uma arma apontada para ele. — Eu desafio você a dizer outra coisa sobre a minha mãe!


— Eu juro que se não tirar a arma da cabeça do nosso irmão, eu vou atirar no seu pau, Gabriel. Tenha atenção que sei o quanto você gosta de usá-lo. — Jacob virou-se para ela. — Sinto muito. Negócios de família. — Está tudo bem. — Ela pensou que sua vida era louca. Não havia como a sua vida ser mais louca do que esses dois caras que pareciam querer matar um ao outro.


Capítulo 3 Damian olhou para o menino que estava no carro. Ele estava dormindo. E Mia tinha uma mão contra o seu peito e de vez enquanto embalava-o. Será que ela percebia que estava fazendo isso? Que estava confortando o seu filho? Ele viu o quanto ela amava o seu filho e como escondia isso dos homens presentes. A simples visão de Gabriel o deixou irritado para caralho. Ele viu o quanto a sua mãe ficou triste quando descobriu a verdade. Claro, Maddox Denton tinha-o acolhido com os braços abertos. Como se a sua família não fosse o suficientemente fodida, ela agora estava maior. Isso tudo o deixava maldisposto. — Aonde vamos? — Mia perguntou. — Estamos indo para casa da minha família. Podemos ficar lá hoje à noite e depois você pode se mudar para o meu apartamento. Você vai conhecer Martha e eu vou mostrar-lhe algumas coisas. Você pode conhecer a família. Não se preocupe com nada. Eles são loucos para caralho. Ela sorriu, mas ele viu que foi um sorriso forçado. Ele assustou-a? Ela não parecia ter ficado abalada com a arma que foi apontada à sua cabeça. Não foi a primeira vez que ele foi ameaçado e duvidava que fosse a última.


Forçando um sorriso, ele observou-a enquanto olhava pela janela. — É Mia, certo? — Gabriel perguntou, sentado no banco da frente. — É. — Como você conheceu este idiota? — É uma longa história e acho que ele não gostaria que a partilhasse com você. Gabriel deu de ombros e Damian balançou a cabeça. Ele realmente não gostava dele. Uma vez um Colton, sempre um fodido Colton. Essa era a sua opinião. Não havia nada Denton no seu sangue. —

Por

que

não

compartilha

comigo?

Jacob

perguntou. — Foi a mim que chamaram para vir buscá-los. Mia olhou-o e ele encolheu os ombros. — Estava falando com Ivan Smith quando Damian entrou no seu escritório. Para resumir uma longa história, Damian me agarrou, arrastou-me dali me prometeu um emprego e uma maneira de cuidar do Reese. Foi um acordo melhor do que aquele que eu tinha antes. — Que tipo de acordo você tinha antes? — Ivan certificou-se que a minha única escolha era recorrer a ele. Ele não queria que trabalhasse e eu não queria dever-lhe nada. — Ivan Smith é um pedaço de merda. — Disse Gabriel.


— É preciso um para reconhecer o outro. — Foda-se, Denton. Ivan não é uma boa pessoa. Você tem sorte por não ter ficado preso a ele. — Disse Gabriel. — Estou ciente. — Onde está o pai do seu filho? — Gabriel perguntou. Mia começou a gargalhar e rapidamente cobriu a boca. — Eu sinto muito. Não é nada engraçado e realmente, realmente não deveria rir. — Rindo, ela tentou manter a voz calma. — Perdi alguma coisa? — Jacob perguntou. — Ivan. — Disse a Mia. — O quê? — O Jacob falou novamente. — O pai do meu filho é o Ivan. Silêncio encheu o carro e Damian olhou para o espelho em que podia ver o reflexo do seu irmão, que levantou uma sobrancelha. Ele balançou a cabeça, deixando-o saber que falariam sobre isso mais tarde. — Eu quero saber? — Gabriel perguntou, voltando-se para olhá-la. —Não. Acredite em mim, você realmente não quer saber. Damian pegou a mão dela e deu-lhe um aperto suave, tentando oferecer-lhe algum conforto. Ela olhou para as mãos deles e deu um pequeno aperto antes de afastar a dela. Não era muito, mas era algo.


Não conseguia parar de olhá-la. Depois de todo este tempo, ele finalmente a encontrou. Se ele tivesse chegado alguns minutos mais tarde ou mais cedo, nunca a teria visto e provavelmente estaria morto agora. Era para isso que foi ao território do Smith. Ele queria se machucar e morrer. Isso mudou no momento em que ele olhou para ela. Ela continuou a olhar pela janela enquanto a paisagem mudava e ele ouviu-a suspirar. Reese ainda estava dormindo, mas ela continuava a segurá-lo, quase como se estivesse com medo que ele fosse desaparecer. — Você está bem? — Ele perguntou. — Eu estou bem. Você? — Você não o larga. — É a primeira vez que viajamos em um carro e não quero que ele fique doente ou com medo. —Você tem um assento de carro, mas nunca o usou num carro? — O assento de carro veio com o carrinho. Foi uma pechincha e ele adora estar nele. Às vezes é mais fácil embalá-lo para dormir quando ele está nisso. Parecia cansada, desgastada. Ele cuidaria dela agora. Ela não teria que se preocupar com Ivan novamente e quando ele soubesse de tudo, ele faria uma visita pessoal de Ivan. Depois de uma hora de viagem eles estacionaram no lado de fora da casa dos seus pais. No momento em que o carro parou, a mãe dele saiu pela porta.


— Você ligou e falou para ela? — Ele perguntou. — Sim. — Disse Jacob. — Ela estava preocupada com você. Ele saiu do carro e sua mãe segurou o seu rosto imediatamente, virando-o de qualquer maneira. — Damian Denton, nunca mais faça isso comigo. Eu estava apavorada. — Ela beijou-o em cada bochecha e continuou a amassar o seu rosto. — Ei, mãe. — Agora, me diga o que diabos está acontecendo. Mia saiu do carro e colocou o assento do Reese perto dela. — Mãe, eu gostaria de lhe apresentar a Mia. Eu vou tomar conta dela e ela vai tomar conta da Martha. — Olá, Sra. Denton. — Por favor, me chame de Charlotte. — A sua mãe olhou para Jacob e para Gabriel. — Olá, rapazes. — Então ela levou a Mia para dentro de casa e ele viu que o seu pai estava parado na porta. — A mãe continua sem falar com o pai? — Damian perguntou. — A última vez que verifiquei ela ainda não estava falando com ele. — Jacob disse. —Vou para casa. Vejo vocês de manhã. Jacob entrou no carro e conduziu para longe.


Damian não ia ficar de conversa. Ignorando Gabriel e o seu pai, ele subiu as escadas para encontrar a sua mãe e Mia no berçário onde Martha estava dormindo. Ele assistiu da entrada como Mia colocou Reese suavemente no berço extra. A sua mãe sempre mantinha o berçário arrumado para os seus netos. — Muito obrigada. — Disse Mia. — Vou deixar vocês dois sozinhos. — Disse Charlotte. Damian entrou no quarto e caminhou em direção à sua filha. A dor da culpa golpeou-o forte enquanto ele olhava no rosto da sua bela filha. —Você está bem? — Mia perguntou. — Sim, eu vou ficar bem. — Ele acariciou a bochecha de Martha, vendo Betty nas feições do bebê fofo. A maldição era algo com que ele teria de viver para o resto da sua vida. Sabendo que a Betty tirou a sua própria vida porque não podia amá-la da maneira que ela queria. Ele não queria viver com isso, mas não tinha escolha. — Ela é muito bonita. — Eu sei. — Ele riu. — Eu sou o pai dela, então é claro que vou pensar que ela é a coisa mais preciosa do mundo, coisa que ela é. — Me desculpe minha menina. Peço desculpa por ser um babaca e ter-te deixado. Não farei isso novamente. — Vou levá-la para o quarto em que você ficará esta noite para que possa dormir um pouco. Ela estendeu a mão, segurando o braço dele.


— Obrigada. — Pelo quê? — Ele perguntou. — Por ser simpático. Faz muito tempo desde que alguém foi tão legal comigo. Eu realmente aprecio isso. Damian queria contar-lhe sobre a sua maldição, sobre como eles estavam destinados a ficar juntos, mas não o fez. Ela não sentia nada. Pelo que aprendeu do seu pai e tios, as mulheres não sabiam nada sobre o quão devotos os seus homens lhes eram. Até sua mãe lutou contra os sentimentos do seu pai. — Às vezes só precisamos que alguém cuide de nós. — Ele levou-a até ao fundo do corredor, entrando no quarto que ela usaria esta noite. — Você deve encontrar tudo que precisa, incluindo roupas para dormir. O banheiro é ali. Se você olhar no armário acima da pia, vai ver que a minha mãe sempre mantém algumas escovas de dente extras. — Ele foi até ao outro lado da cama. — E há também um rádio em que você pode ouvir o Reese. — Uau, vocês realmente pensam em tudo. — Nós pensamos. Tenho de ir falar com o meu pai. Verei você de manhã. — Caminhou em direção a ela e ficou apenas lá. Tudo o que queria fazer era puxá-la para os seus braços e abraçá-la. Ele se controlou e em vez disso, pressionou um beijo na sua testa e saiu. Ele desceu as escadas e encontrou a sua mãe na cozinha. Seu pai e Gabriel também estavam lá, assim como Landon. Ele pensava que Landon viajou para a Inglaterra


para passar algum tempo com a sua namorada, Sarah, mas claramente estava enganado. — Aquela é a sua garota? — Charlotte perguntou. — Sim, ela é a minha garota. No momento em que a vi no escritório do Ivan Smith soube quem ela era. — E ela tem um filho. — Maddox, seu pai, disse. — Você não deveria falar sobre filhos. — Charlotte disse, voltando-se para olhar para ele. — Nem se atreva a julgar aquela mulher lá em cima. — Acho que eu deveria ir. — Disse Gabriel. — Não, esta casa é tanto sua como de qualquer um deles. — Disse a Charlotte. — Você é um Denton, já lhe disse isso. — Eu a aborreço. Charlotte respirou fundo e sorriu. — Há um monte de coisas que me aborrecem neste mundo, Gabriel. Seu nascimento não é uma delas. Gostaria de ter conhecido você e a sua mãe. — Ela virou-se para ele. — Damian, espero que isto signifique que você vai ficar por aqui agora. Estou ansiosa para conhecer Mia e o Reese. Vou para a cama. — Com isso ela saiu da cozinha, deixando o seu pai olhando na sua direção. — Ela é a sua garota então? — Maddox perguntou. — Sim, ela é a minha garota. Também tenho um problema com o Ivan Smith. Ainda não tenho todos os


detalhes.

Quando

chegar

a

hora

de

enfrentar

aquele

desgraçado, você vai me deixar. — Nós não nos metemos em disputas mesquinhas. — Disse Maddox. Damian sorriu. — Não, seguindo o seu exemplo, nós apenas as deixamos grávidas. Não posso fazer isso com o Ivan. Primeiro, ele é um cara. Segundo, eu nunca sonharia em enfiar o meu pau lá. Boa noite. Ele não estava a fim de lidar com o seu drama familiar esta noite.

Gabriel viu tanto Damian como Landon saírem da cozinha, deixando-o sozinho com o Maddox, seu pai. Seu fodido pai biológico. — Agora sou inimigo público número um. — Você fodeu a minha mãe e engravidou-a como uma espécie de tática de vingança contra o meu pai. Entendo perfeitamente a raiva que eles estão sentindo. — Sério? Ele encolheu os ombros. — Você me parece ser do tipo que dá valor à lealdade familiar e coisas do gênero. Mesmo assim você nem quis saber o que se passou depois que você transou com a minha


mãe. Não sei se ela tinha conhecimento de quem era o meu pai, mas mesmo assim. — Ele não gostava de pensar no homem com quem cresceu como seu pai. Também não sabia se sentia-se confortável em pensar em Maddox daquela maneira. Era tudo.... Estranho. — Peço desculpa. — Pelo que exatamente? Não sei mais o que fazer. Eu não sou um Colton e não sou um Denton. Eu não sou.... Nada. — Ele riu. O único que parecia aceitá-lo era Jacob, uma situação de merda visto que era alguns dias mais velho que ele. Pelo que o Jacob lhe tinha dito, tudo lhe pertencia. Porém Gabriel não queria, ele não queria nada disso. A verdade era que ele já não sabia o que queria. — Eu nunca quis que algo como isso acontecesse. — Disse Maddox. — Você realmente não sabe como pedir desculpa, não é? — Não realmente. Gabriel balançou a cabeça. Havia momentos em que o Maddox Denton parecia ser um cara legal, muito melhor do que o homem com quem cresceu e havia momentos em que ele não podia suportá-lo, como agora. Ele gostava da Charlotte e até gostava de todos os seus meios-irmãos. Jacob lhe disse que eles mudariam de opinião em breve, que ele só precisava dar-lhes tempo. Que todos estavam se ajustando. Até os seus próprios irmãos, Owen, Wyatt e Emma, pareciam ter dado um passo atrás em relação


a ele. Todos viviam em um novo apartamento chamativo e ele sabia que Lou se tornou amiga de Emma, assim como Harper e Ruby. Todas as três mulheres eram esposas dos irmãos Denton. — Vou espairecer. — Ele não queria ficar aqui, não quando Damian o odiava tanto. — Espere. Você ouviu Damian. Você está ciente do legado Denton, certo? Gabriel se virou para encarar o seu pai e franziu a testa. —Legado? —Sim. Quando encontramos a mulher certa, a mulher destinada a ser nossa, fazemos tudo e qualquer coisa para reclamá-la. —Isso não vai acontecer comigo. — Disse Gabriel. — Vai. Você é meu filho, assim como Jacob, Abel, Oliver, Damian, Gideon e Landon. — E quanto a Tamsin? — Ele perguntou. — Nunca se soube com certeza se as mulheres sentiam esse tipo de impulso. De qualquer forma, quando você encontrar a mulher certa, tudo será sobre ela. É assim que você sabe que encontrou a tal. — Isso é besteira absoluta. — Disse Gabriel. — Não é. Olha Damian. Ele era um suicida na semana passada e agora ele está disposto a lutar por sua mulher. Acredite, é muito real.


Gabriel não sabia em que acreditar ou o que fazer com aquela informação. Isso parecia loucura, mas quando ele pensou nisso, seu pai mencionou sobre a maldição Denton, como isso os tornava fracos. — Eu tenho que ir. Com isso, ele caminhou em direção à porta. — Você não tem que ir. — Disse Tamsin. Ele virou-se para ver a sua nova irmãzinha sentada nas escadas. Ela usava um simples pijama de noite e o cabelo dela estava bagunçado. — Você não deveria estar na cama? Ela deu de ombros. — Ouvi que Damian veio para casa e que a minha mãe estava feliz por isso. No passado, ele tinha a intenção de sequestrar esta garota e usá-la como vantagem para uma vingança que parecia tão importante. Agora, ele não poderia fazê-lo. Esta família era a sua casa. — Você deveria estar dormindo. — E você devia parar de fingir que toda essa situação não está te perturbando. Ele parou, tirou a mão da porta e virou-se para encarar a garota. — Você não sabe o que está falando.


— Toda a sua vida girava em ter os Dentons como inimigos. Agora você é um de nós. É preciso um grande ajuste. Pare de fingir que está feliz com tudo. Ninguém vai culpá-lo por estar extremamente chateado. Ele riu. — Eu acho que o seu pai se ofenderia com isso. Mais uma vez, ela deu de ombros. — Mamãe me disse que ele está acostumado a ter as coisas à sua maneira e que isso precisava parar. Você não precisa agradar se não quiser. Ninguém vai te culpar. Eu pelo menos, não vou. — Você não tem um problema em ter um irmão mais velho. — Tenho seis, de qualquer maneira. Mais um não vai doer, nem o fará mais dois. Sua família é agora nossa família. — Isso vindo de uma garota de quase quatorze anos de idade. — Eu sou muito madura para a minha idade. — Ela opinou. — Boa noite, Gabriel. Ela ia causar alguns problemas quando ficasse mais velha. Ele estava realmente contente que não ia ser o único a ter de lidar com ela.


Capítulo 4 — Entendi mãe. — Disse Damian, tirando a colher da sua mãe e pressionando-a contra os lábios de Martha. Sua filha abriu a boca e ele sorriu, aliviado pelo fato de conseguir fazer pelo menos uma coisa certa. Ela ainda usava fraldas e esta manhã ele se sentiu realmente destreinado quando Martha estava gritando, fazendo pleno uso dos seus pulmões. Vendo a sua aflição, Mia colocou Reese em seus braços e assumiu a limpeza da fralda repugnante. Ele

olhou

para

a

sua

direita,

onde

Mia

estava

alimentando Reese. Toda a situação parecia surreal. Depois de tanto tempo, encontrou a sua mulher. Depois de vinte e seis anos, ele finalmente a encontrou. Não havia palavras para descrever o que ele estava sentindo. Ainda havia aquela pequena pontada de culpa, coisa que nunca desapareceria. — Você pegou o jeito. — Disse Charlotte. — Martha é realmente uma comilona. Você não terá problemas. — Ele teve alguns problemas esta manhã com a fralda. — Disse Mia. — Acho que ele precisa praticar essa parte. — Eu sou realmente bom em trocar fraldas. Estou apenas um pouco destreinado. — Ele disse. Ele não trocou uma fralda desde que Betty se matara. Não houvera nenhuma razão para fazê-lo. Ele nem sequer


tentou fazer parte da vida da sua filha. Tudo isso ia mudar. Ele precisava cuidar da Martha, ser um pai para ela. — Então, quais são os planos para hoje? — Charlotte perguntou assim que Tamsin entrou na cozinha. — Eu não tenho escola. Vou ler um livro, que é a única coisa que posso fazer por aqui. Charlotte gemeu. — Não me venha com isso outra vez. — O quê? Dizer-lhe o quanto estou aborrecida? Nem sequer tenho autorização para passar o dia na casa de um amigo ou algo do gênero. Vou me tornar uma solteirona solitária com dezenas de gatos e nenhum tipo de vida. Damian riu. — Acho que isso não vai acontecer, irmãzinha. — Sério? Você sabe que não posso sair de casa a não ser para ir à escola. Estou presa em casa há mais de seis meses e você sabe o que? Não é justo. Todos vocês vão me deixar louca com suas vidas fantásticas e perfeitas. Eu sou Tamsin, a irmã mais nova deste pequeno rebanho. — Tamsin estendeu a mão. — Mia Banks e este é Reese. — Garoto bonitinho. Eu nunca terei um. Sua mãe gemeu novamente. — Você se lembra de quando era bonita e adorável? Volte a ser assim


— Se lembra de quando falava com o pai porque ele não era um perdedor? Maddox entrou na cozinha e Damian viu como a sua mãe pareceu recuar. Ao longo dos anos seus pais discutiram e lutaram muito, mas desta vez era diferente, até ele podia ver essa diferença. Ele viu o seu pai olhar para Charlotte, saudade e dor evidentes no seu rosto. Ainda assim, ele ficou quieto e fez um café sem dizer uma palavra. — Vou levar Mia e as crianças para a minha casa. Depois disso, encontrarei todos no cassino para trabalhar. — Irei para a Inglaterra. — Disse Landon. — Já tenho a minha passagem reservada. Tanto quanto quero estar aqui para qualquer porcaria que está prestes a acontecer, tenho certeza que Tamsin irá manter-me atualizado através de vídeo chamadas. — Pode apostar, irmão. — Disse a Tamsin, batendo a sua mão na do irmão. — Eu vou te levar. — Disse Maddox. — Você tem trabalho. Eu vou levá-lo. Está tudo arranjado com Rick. Ele vai buscá-lo no aeroporto quando chegar à Inglaterra e levá-lo para casa. Diga oi à Sarah por nós. — Sim, farei isso. Sarah era a garota que Landon acreditava ser dele. Durante muito tempo, Damian pensara que a maldição não se ativava até que ambas as pessoas tivessem uma certa


idade, mas Landon disse-lhe que sentiu. Que no momento em que ele viu a inglesinha, soube que deveria ser sua. Havia apenas uma diferença de idade de dois anos, então talvez a maldição ou o legado se ativasse sempre que sentia que a pessoa estava pronta. Sua mãe entregou-lhe um conjunto de chaves e ajudou com a Martha e com o Reese. Mia se sentou na parte de trás, no meio das duas crianças. Ele virou-se para a sua mãe. — Vai ficar brava com ele para sempre? — Ele perguntou. Charlotte sorriu. — Não, não ficarei. — Ele nem estava com você. — Eu sei. É loucura, mas você precisa ser uma mulher para entender isso. Eu amo o seu pai. Sempre amei e sempre amarei. Temos uma relação muito difícil, isso é tudo. Vocês não sabem de tudo. — O que você quer dizer com isso? — Digamos que o seu pai e eu tivemos uma discussão em que eu disse algumas coisas das quais não me orgulho. Você

entenderá

quando

estiver

em

uma

relação

tão

duradoura quanto a nossa. — Ela deu um tapinha no seu braço, agarrou o seu rosto e beijou ambas as bochechas. — Agora, não seja um estranho. Não faça nada perigoso ou imprudente e esteja aqui para o almoço de domingo. Toda a família estará aqui. Não Landon, mas você me entende.


— Até mesmo os Coltons? — Ele perguntou. — Você realmente precisa superar o seu ódio por deles, querido. Eles estão aqui para ficar, assim como Gabriel. Ele não merece a sua ira. — Você sabe que ele está destinado a assumir o lugar de Jacob? — Damian perguntou. — Eu não receberei ordens daquele cretino. — Linguagem. Você realmente precisa lhe dar mais crédito. — Eu pessoalmente vi a porcaria que eles podem fazer. — Não era ele e estou ciente de qual família o criou. — Novamente, ela beijou a sua bochecha. — Aprenda a perdoar e siga em frente. Talvez então você encontrará aquela paz que tanto procura. Ele respirou fundo, sabendo no fundo do coração que a sua mãe – desgraçada - estava certa. — Estou indo. — Vá. Não me deixe atrasá-lo. Ele sentou no banco do condutor, acenou e colocou o carro em movimento. — Eu gosto da sua mãe. Ela é legal. — Disse Mia. — Ela tem esse efeito sobre a maioria das pessoas. Você simplesmente não pode deixar de amá-la. — Posso ver isso. Ela é doce e charmosa. Apesar de só a conhecer a algumas horas, ela se mostrou extremamente...


amorosa. Deve ter sido bom crescer com ela como mãe. Claro, ela também tem um lado assustador. — E quanto à sua mãe? — Ambos os meus pais estão mortos e não sinto falta deles. Sua vida, é como algo saído de um filme. Ele sorriu. — Não é. Acredite em mim. — Havia muito sobre a sua vida que ela não sabia e no momento, não precisava saber sobre isso. — Vou levar você para o meu apartamento. É grande. Você terá o seu próprio quarto. Já existe um berçário, mas eu tenho que pedir mais alguns itens antes de termos tudo preparado. — Ok. Este é o apartamento que você compartilhou com a sua esposa? — Mia perguntou. — Não. Nós não morávamos juntos. Eu visitava-a de vez em quando. Além disso, ela não era minha esposa. Betty e eu, nós não estávamos apaixonados. Éramos amigos. — Oh, me desculpe. Eu não devia ter dito nada. Ele sorriu. — Você pode dizer o que quiser, anjo. Não tenho nenhum problema com isso. — Ele adorava ouvi-la falar. — Você terá armas apontadas à sua cabeça muitas vezes? A mudança de conversa fez com que ele franzisse a testa.


— Armas? — Sim. Seu irmão, aquele que tem outra mãe, ontem à noite ele colocou uma arma na sua cara. — Oh, isso foi uma brincadeira amigável. — Ele sacudiu a mão como se não fosse nada de mais ter uma arma na sua cara. — Você sabe que isso é loucura, certo? — Ela perguntou. — Provavelmente acontecerá várias vezes. Não precisa se preocupar com isso. Ela riu. — Vou-me preocupar com isso. Você é meu chefe e tenho que me certificar que receberei o meu pagamento. — Verdade. — Pelo resto da viagem Damian falou-lhe sobre o ordenado, os benefícios de saúde, o plano de previdência e tudo mais. Ele inventou um monte de coisas. Uma vez que eventualmente pretendia tê-la como sua esposa, o nome Denton lhe daria acesso a muitas regalias. Ele não ia estragar tudo como os seus irmãos fizeram. A última coisa que ia contar à Mia era sobre este maldito legado que os homens Denton herdavam. Alguns dos seus tios e irmãos consideravam isso uma maldição, outros consideravam um presente. Ele não sabia o que significava. Só que quando estava com Mia, ela o acalmava. Ontem à noite, antes de ir para a cama, abriu a porta do quarto dela e observou-a dormir por


alguns minutos. Ele não sabia como uma coisa dessas era possível, mas estar perto dela acalmava-o. Fazia-o sentir... melhor. — Você não precisa se preocupar com Ivan. — Ele disse. — Obrigada. Quero dizer isso. Obrigada. Damian viu o medo nos olhos dela. Ela fez de tudo para mascará-lo, mas algumas coisas não podiam ser escondidas. O bloco de apartamentos em que ele vivia tinha todo o luxo que uma pessoa poderia pensar. Lá havia um ginásio, uma piscina interior, um restaurante premiado e até um pequeno shopping no térreo. Ele raramente usava qualquer uma dessas instalações. A vista do seu apartamento e a segurança apertada eram as razões pelo qual escolheu morar lá. Estacionando na sua vaga, ele saiu do carro e pegou a Martha. Ele aconchegou-a contra o seu peito e observou como Mia abraçava o Reese. Juntos, eles caminharam em direção ao elevador. Ele colocou o seu cartão de acesso contra o painel para chegar ao seu andar. Não havia mais ninguém morando no seu andar, o que novamente era outra razão pelo que amava este luxo. — Isso é realmente grande. — Ela disse. — É um avanço em relação àquele lugar em que você morava. — Muito verdadeiro. Eu fiz o melhor com o que tinha. — Ela beijou a cabeça do Reese. — Acho que é tudo o que


sempre

fazemos,

sabe?

Simplesmente

o

melhor

que

pudermos. Quem me dera poder dar ao Reese uma vida melhor, um começo melhor. — Isso vai acontecer agora. Trabalhar para um Denton mudará as coisas para você. As portas do elevador abriram e ele usou o cartão para abrir a sua porta. Uma vez dentro, assegurou-se de que todas as trancas estavam no local. Sua mãe teria certeza de que o seu apartamento estivesse em perfeito estado para quando ele voltasse. Era a maneira da sua mãe. Ela amava os seus filhos. — Uau. — Ela disse. — Isso é totalmente maior do que o meu apartamento inteiro. Eles apenas foram até à sala de estar principal. Ele se perguntou se Mia percebeu que a sua vida estava prestes a mudar completamente.

Mia nunca viu algo tão luxuoso em toda a sua vida. Reese fez uma pequena confusão, mas logo estabeleceu-se em seus braços. Ele era um bebê bonzinho e gostava de dormir muito. Ela foi abençoada nesse departamento. Mary contoulhe que o próprio filho gritava a noite toda e dormia durante o dia e que este ciclo vicioso lhe custou o marido. — Como você pode ver, esta é a sala de estar principal. Você pode escolher qualquer canal que quiser, não haverá


nenhum tipo de cobrança. Novamente, o que é meu é seu e tudo isso. — Ele passou por outra porta. — Esta é a área de jantar e cozinha. Normalmente, não cozinho. Conhecendo a minha mãe, está totalmente abastecida se eu tiver vontade de cozinhar, mas isso é algo que não gosto de fazer. — Eu gosto de cozinhar. — Ela nunca foi capaz de fazer nada além de macarrão. Muitas vezes, visitou a biblioteca e olhou através de alguns dos livros na esperança de um dia ser capaz de comprar os ingredientes para cozinhar. Ela às vezes estava tão sem grana que comprar frutas frescas, vegetais ou especiarias estava fora de questão. — É seu. O que você quiser tentar ou fazer, vá em frente. Eu não tenho nenhum problema. Eu amo comida. Foram até a um escritório, que era dele. Haviam alguns livros nas estantes, mas a maioria delas estavam vazias. Em seguida, ele mostrou-lhe o quarto dele, então o berçário, e ambos colocaram Martha e o Reese dentro de um berço. Era grande o suficiente para os dois e ela viu que eles pareciam se aconchegar juntos. Ela amava Reese com todo o seu coração. — Bem, seu quarto. O quarto dela era de um lado do berçário enquanto o do Damian era do outro. O quarto era maior do que o apartamento dela. A cama era grande e os lençóis pareciam o céu, não que ela fosse especialista em lençóis ou coisa parecida.


— Você tem um closet, um toucador e aquele é o seu banheiro pessoal. — Isso é demais. — Amei este lugar desde que coloquei os olhos nele. — Disse Damian. — Acho que sou um pouco como as garotas. Gosto das coisas boas da vida. Ela sorriu. — Imagino que um monte de gente goste das coisas boas da vida, apenas nem sempre conseguem tê-las e acabam por ignorá-las. Você sabe o que quero dizer. — Sim. — Ele piscou para ela e então moveu-se para a porta. — Vou deixar você se acomodar. Mia olhou para o seu jeans bem gasto e camisa excessivamente grande, depois abriu os braços antes de colocá-los junto ao seu corpo. — Estou acomodada. — Roupas e coisas do gênero. Siga-me para a mesa. Ela fez, assistindo quando ele levou um walkie-talkie consigo onde podia ouvir os seus filhos respirando. — Obrigada. Peço desculpa por ser um incômodo para você. — Você não é um incômodo. Causei problemas levandoa para longe dele. Eu estou arrumando isso. Ela sentou-se à mesa enquanto Damian tirava algo da geladeira. Ele colocou dois refrigerantes na mesa.


— Bem, aqui vamos nós. Um catálogo de tudo o que você vai precisar. — Ele também tinha um bloco de notas e uma caneta. — Dê uma olhada e eu vou anotar, depois vou pedir isso para você. — Você não precisa fazer isso. — Não vamos voltar para aquele buraco. Pode esquecer sobre essa vida agora. Estou aqui. Eu vou ajudar. — Não quero caridade. Ele sentou e olhou para ela. — Não ofereço caridade. Você vai trabalhar para mim e cuidar da Martha. Manter este lugar sobre controle, cozinhar e tudo o que uma faxineira e uma babá faria. — Por que está sendo tão bom para mim? — Ela perguntou. — Por que você tem problemas em confiar nas pessoas? — Eu vivi toda a minha vida com alguém querendo algo em troca. O que você quer? — Eu encontrei a mãe da minha filha em uma banheira com os pulsos cortados. Você já pensou que só quero ajudar alguém? Ela foi inundada por culpa. Ela assumiu demais. Passando a mão pelo seu rosto, ela disse: — Eu sinto muito. Estou me comportando como uma verdadeira cadela. Eu não devia.


— Às vezes devemos apenas aceitar ajuda mesmo não sabendo toda a verdade em torno dela. Ela assentiu com a cabeça. — Verdade. — Ela respirou fundo. — Espero que possa pagar por tudo isso. — Ela abriu o catálogo e continuou passando rapidamente as páginas. Damian bateu com a caneta na mesa e toda vez que ela se virou para olhá-lo, ele estava olhando para ela. Minutos se passaram, tudo que ela viu era muito bonito, tão elegante e tão caro. Uma camisa custava mais de 100 dólares e para ela isso era quase duas semanas de aluguel. Nem fodendo. Não havia como ela gastar essa quantidade de dinheiro em roupas. — Sabe, acho que seria mais fácil se eu fizesse isso. — Damian tirou-lhe o livro e ela viu que ele voltou ao início. — Posso escolher algo. — Não, você não pode. Você é um pé no saco. Já te disseram isso? Ela revirou os olhos. — Sim, disseram. — Não me surpreende. Não é preciso ser um gênio para olhar e pensar, 'oh isso é bonito. Vou usar isso.' — Ele foi para a página três onde uma mulher usava um jeans azul escuro e uma blusa vermelha. Era simples e ele olhou para ela antes de voltar para a página. Ele começou a escrever. — Qual é o seu tamanho?


— A sério? — Apenas diga-me o seu tamanho. Estou pensando em quarenta e oito, talvez cinquenta. — Ela cruzou os braços e assentiu com a cabeça. — Eu sou um tamanho quarenta e oito em jeans e um cinquenta em camisas. — Ela tinha seios enormes e muitas vezes era um tamanho maior em camisas. Mia não sabia o que esperar, talvez alguma provocação ou alguns nomes rudes, mas Damian só anotou e voltou para o catálogo. Ele acrescentou um vestido de verão branco e então um em verde, vermelho e azul. Ela ficou espantada com a rapidez com que ele viu o livro. — Próxima coisa, lingerie. — Posso escolher isso. — Acho que não. Você não pode sequer escolher a roupa normal. — Ela cobriu o rosto quando ele começou a escolher conjuntos em todos os tipos de cores e materiais. — Isso é muito bonito. — Disse apontando para um conjunto preto e vermelho que ficava mesmo bem na modelo. — Suas curvas conseguiriam totalmente preencher isto. — Uau, você realmente não tem um filtro, tem? — Uma coisa que você deve aprender cedo sobre os homens Denton é que realmente não temos filtro. Dizemos o que está em nossa mente e não duvide de nós. Você tem um corpo quente, Mia. Vou aceitar qualquer elogio que queira compartilhar. — Ele se acomodou na cadeira, abrindo o


casaco e ela viu que ele estava de fato brincando com ela. Foi muito estranho, mas era como se estivesse tentando ser seu amigo. — Você não é como qualquer homem que já conheci. — Isso é uma coisa boa. Acredite, alguns homens são babacas totais, você pode passar sem eles. — Ele piscou para ela. — Olha Mia, sei que você não confia em mim e aposto que você não tem qualquer razão para confiar em ninguém depois do que você passou. Só quero ser seu amigo. Preciso de um amigo agora e sei que muita gente vai virar e dizer que eu tenho toda a minha família e sim, tenho. Eu até tenho uma família que não quero. — Ele passou a mão pelo seu rosto, o que ela notou que fazia muitas vezes, especialmente quando estava sendo honesto. — Você é uma mulher legal. Eu posso ver isso e só quero alguém para conversar. Você tem um filho e não se interessa se o pai está vivo ou morto, coisa que não vou julgar. Deixa-me ser seu amigo. Fazia muito tempo desde que derramou lágrimas e, no entanto, ela não conseguiu se controlar. Ela tentou o seu melhor, mas as lágrimas continuaram vindo. — Me desculpe. Nem sei porque estou chorando. Damian tomou a mão dela e a força que ele lhe transmitiu com esse gesto significou muito para ela. — Podemos ser amigos? — Ele perguntou. — Sim, eu realmente gostaria de um amigo agora. Ele sorriu para ela.


— Bom. — Não acho que amigos costumam comprar lingerie uns para os outros. Ele empurrou o livro em sua direção. — Peça alguma coisa para mim. — Ele piscou para ela. — Vou usá-lo, prometo. Algo na sua intuição disse-lhe que ela ia adorar Damian.


Capítulo 5 Damian estava no escritório do seu pai. Gabriel e Jacob estavam juntos em um lado. Para além dele, também estavam presentes o Abel e o Oliver. Até mesmo Gideon, que juntamente com o tio Stuart e ele, estavam em outra parede. — Mia é a sua mulher? — Maddox perguntou. — Sim. Ela é minha. Ela pertence a mim. Eu tive essa coisa onde tudo se desvanece. Podemos prosseguir? — Ele olhou para Gabriel, que estava na verdade olhando para o chão, parecendo um pouco entediado. — Quero cuidar do Ivan Smith. — Ele está relacionado com Sarah, a garota de Landon? — Stuart perguntou. — Não. Nenhuma relação. — Disse Maddox. Eles fizeram uma verificação detalhada sobre Sarah Smith, vendo como Landon dizia a ter reivindicado. — Uma vez que o rapaz não está aqui, presumo que Landon foi visitá-la. — Disse Stuart. — Sim. — Maddox se voltou para ele. — Vamos ter mais problemas com você? Esta Mia vai acalmar você? — Eu não era nenhum problema antes.


— Você tinha um desejo de morte, Damian. Todos nós estávamos cientes disso. — Disse Gideon. — A morte da Betty não é culpa sua. — Estamos fugindo ao assunto. Eu quero matar o filho da puta que é o Ivan. Você tem um problema? — Damian pediu. — Sim, tenho. O nome Denton não lida com assassinos insignificantes. Ivan não é uma ameaça para nós, na verdade, ele é nosso comprador. Nós removeremos uma fonte de renda. — Não precisamos dele. O cara é um monstro e um estuprador. — Realmente? E como você sabe isso? — Maddox perguntou. — Porque o bebê da Mia, Reese, é filho do Ivan e ele conseguiu isso ao estuprá-la. Esse é o tipo de escumalha com que estamos associados agora? Ser um Denton é isso? — Ele virou-se para Gabriel. — Você deve estar orgulhoso que seu nome não está ligado ao nosso. Damian

viu

que

os

seus

irmãos

não

ficaram

impressionados. Ele não sabia se sua raiva era dirigida a ele ou ao que acabou de contar. Ainda assim, ele já não ia ouvir mais o seu pai. — Estou saindo. — Damian!


Ele fez uma pausa na porta e voltou-se para olhar para o seu pai. — Não faça nada estúpido. — Não posso garantir isso. Eu sou filho do meu pai depois de tudo. Ele saiu do escritório e desceu a escadaria principal, indo para baixo em direção ao cassino e à porta da frente. — Você realmente não gosta do nome Denton, não é? — Gabriel disse. Damian parou e virou-se para ver que Gabriel o tinha seguido. — O que você quer? — Eu ouvi um monte de merda sobre Ivan Smith. Ele é um criminoso que tem uma cidade inteira sob seu comando. As mulheres que ele fode usualmente acabam nas drogas e a prostituírem-se para ele e para a próxima dose. Ele as mantem dopadas e coisas assim. Ele também tem um negócio na internet com as meninas. As pessoas em casa pagam para ver merdas doentias e acredite que é doente. — Não quero saber sobre os seus hábitos pornôs. — Não preciso de pornografia para me aliviar. — Gabriel caminhou para mais perto dele. — Olha, eu entendo. Você me odeia, posso lidar com isso. Não é a primeira pessoa a me odiar. Pelo menos agora sei porque o meu pai não gostava de mim tanto assim. — Colton?


— Sim, de quem mais poderia estar falando? Estou acostumado com olhares de nojo e com todos praticamente me odiando. Acredite, tenho uma pele grossa por causa disso. Você não gosta do seu nome e entendo isso. Realmente. Você quer fazer Ivan desaparecer, estou com você. Eu não gosto de ninguém que machuque mulheres. Damian franziu a testa para o homem na frente dele. — Você ia sequestrar a minha irmã. Ele suspirou. — Eu não disse que não cometi erros. Todo mundo comete erros, mas eu não a machuquei. — Porque você não conseguiu colocar as suas malditas mãos sobre ela. — Eu estou tentando, Damian. Você acha que eu queria saber sobre essa merda? Você acha que quero saber que a minha mãe transou com o seu pai e que cresci com um homem me odiando porque ele provavelmente sabia sobre isso. Agora faço parte de uma família que não me suporta. Me dê um desconto. Você quer matar o Ivan, ligue-me. — Gabriel colocou um cartão contra o seu peito. — Não vou perguntar outra vez. Gabriel saiu e Damian olhou para o número no cartão. Agora sentia-se como o maior idiota do mundo. — Você realmente não precisa tratá-lo como merda, sabe. — Disse Abel, saindo. — Onde está Jacob? Ele não é o guarda-costas dele?


Abel balançou a cabeça. — Desde que veio de cima a notícia de que Maddox é o pai de Gabriel, coisas aconteceram. Você não tem estado ao redor para vê-lo. As notícias correm rápido e então a mãe estava chateada. Jacob está tentando lidar com a limpeza. Estamos todos tentando lidar com a fraqueza que isso pode trazer para a nossa família e para o nosso nome. Damian sorriu. — Como caralho isso pode fazer com que pareçamos fracos? — Abra seus olhos, seu merda. Papai teve um filho com a mulher do nosso inimigo. Ela pode estar morta há muito tempo, assim como o nosso inimigo, mas de repente há um garoto mais velho que o Jacob. O próximo na linha. Sem mencionar que existem Coltons ainda vivos. Você entende o que estou dizendo? Esta é uma situação delicada e Jacob está tentando mostrar uma frente unida. Sem mencionar o fato de que todos tínhamos outro irmão e não sabíamos. Gabriel é parte de nós, Damian. Se você olhasse para além dos seus problemas fodidos, você veria isso. — Quando se tornou a voz da razão? — Damian questionou. — Eu tenho um filho, Damian. Evan está crescendo rápido e também tenho Harper. Eu tenho uma família. Você tem a Martha e agora encontrou a sua mulher. O que quer que eu diga? Não tenho nenhuma escolha além de lutar, assim como você. — Abel olhou para o cassino. — Eu sei que


se sente responsável por Betty. Harper perdeu a melhor amiga e tive que segurá-la enquanto ela chorou para dormir à noite. Não sei o que você está passando, mas sei que você tem que fazer do seu próprio jeito. Estou com você. O que estou pedindo é para manter sua merda junta tanto quanto possível. Sei que parece ser pedir muito, o que provavelmente é. Há mais coisas acontecendo aqui do que o Gabriel e o pai. Damian olhou para o chão. — Diga à Harper que ela pode ver Martha sempre que quiser. Não tenho nenhum problema com ela estar envolvida na vida dela. — Martha era a única coisa que restava de Betty e ele não ia negar isso à Harper. — Vou tentar descobrir o que está acontecendo e vou lidar com as minhas coisas aqui dentro. — Ele apontou para a cabeça. — Eu tenho que ir. — Te vejo por aí. Ele esperou que Abel fosse embora, entrando novamente no cassino. Não demoraria muito antes que seus irmãos tivessem que lidar com suas próprias tarefas pessoais em relação ao nome Denton. Desde que Gabriel apareceu, eles estavam trocando e mudando certas áreas. Damian às vezes lidava com os seus bordéis, outras vezes com os agiotas e então havia as drogas. Eles tinham negócios em todo o mundo e para trabalhar em sua cidade, eles vinham direto ao território Denton, que claro, era o cassino. Os negócios eram acordados aqui e os homens ou se juntavam ao rebanho ou morriam.


Nos últimos seis meses, não fez nada para ajudar o nome Denton. Ele se afogou numa garrafa de uísque, desejando que isso trouxesse esquecimento. Todos tinham seus vícios, cada um dos homens Denton. Jacob, seu irmão mais velho, amava controle. Oliver tinha uma coisa sobre transar com as esposas de outros homens, mas isso mudou no momento em que ele conheceu a Ruby. Abel vivia para a violência, mas agora a sua paixão era a sua família, seu amor pela Harper mantendo-o na linha. Gideon, ele não sabia no que o seu irmão estava metido, só que ele tinha um monte de segredos e gostava de se intrometer. Gideon foi aquele que revelou a identidade do Gabriel e fez com que todos os Coltons saíssem do esconderijo. Landon era um encrenqueiro, ou foi até ser enviado para a Inglaterra. Então havia ele. Damian amava controle, dominação. Havia um clube que ele visitava frequentemente onde ele usava uma máscara e podia foder e ferir todas as mulheres disponíveis lá. Ele passava a noite toda espancando as bundas das mulheres ou torturando seus mamilos, fazendoas ter orgasmos e gritar por mais. Ele nunca tomou uma mulher que não estava disposta e desde que Betty entrou na sua vida, ele não fez nenhuma dessas coisas. A vida mudou muito e ele não sabia se havia alguma maneira de voltar a ser quem era.


— Como isso é possível? — Mia perguntou, apontando para a montanha de caixas que foram entregues enquanto ele estava fora. — Eu pedi a mercadoria e adivinha? Já chegou. Eu paguei extrapor esse prazer. — Ele piscou para ela e caminhou até às primeiras caixas. — Olha para isso, lingerie vermelha. — Ele abriu a caixa e segurou um conjunto muito sexy que ela nunca usaria. — Dê-me isso. — Ela disse, tirando aquilo dele. — O que eu faço com todas essas coisas? — Fácil. — Ele pegou uma pilha grande. — Siga-me. — Ela caminhou atrás dele, através do seu quarto e então até ao seu novo closet. Ele largou as caixas no chão, abriu a primeira de cima e tirou o item. Já estava em um cabide e ele levantou, mostrando-o e depois pendurando. — Estas coisas são mágicas. — Você está me provocando agora. — Ela disse. — Exatamente. Comprei-os para você, Mia. Somos amigos, lembre-se, assim quero ver você usá-los e quero ver você se divertir. — Vai levar algum tempo para me acostumar. Sendo amigos e tudo isso. — Não se preocupe. Agora, vista algo que não esteja desgastado. Não quero te ver de novo com essas roupas. Você


trabalha para um Denton, temos uma reputação pela que zelar. Ela puxou o walkie-talkie e entregou a ele. — Será que você pode alimentar as duas crianças por favor? Eles estão na mesa, brincando nas cadeirinhas. — Será um prazer. — Ele a deixou sozinha, fechando a porta atrás dele. Olhando para o grande closet de luxo, ela balançou a cabeça. Isso não podia ser real. Tinha que ser um sonho. Ela beliscou-se, mas mesmo assim, não acordou. Colocando a caixa que o Damian esvaziou para o lado, ela começou a remover as tampas das outras caixas até que ela separou alguns conjuntos de lingerie e vários pares de jeans e camisetas. Ela decidiu usar a lingerie vermelha e com um espelho de corpo inteiro no armário para poder ver, ela puxou a calcinha pelas coxas e, em seguida, colocou o sutiã em seus seios, prendendo-o na parte de trás. Levantando o seu cabelo loiro, ela ficou um pouco chocada com quão bom o sutiã parecia. Ela tinha apenas usado roupas interiores que pareciam cortar através da pele e que não encaixavam bem. Depois disso, ela puxou o jeans e uma camisa, deixando o cabelo solto em forma de cascata. Olhando para si mesma no espelho, ficou chocada. Ela parecia... bonita. Sim, a sua bunda era ainda grande, assim como os seios e os quadris, mas as roupas deram-lhe uma forma real. Saindo do armário e do quarto, ela encontrou Damian entre os seus filhos, alimentando-os.


— O que acha? — Ela perguntou, chamando a sua atenção e dando-lhe um pequeno giro. — Não acha que é demais? — Está linda. — Vou guardar o resto para que isso não abarrote a sua sala de estar. — Tudo bem. As crianças estão comendo, o que é bom. Ela riu e caminhou em direção à sala de estar, agarrando algumas caixas. Ela repetiu a mesma coisa. Levou as caixas para o closet, pendurou as roupas e então colocou as caixas de lado. Ela fez três viagens. Também colocou as cuecas que lhe tinha encomendado na cama dele. Entrando na sala de jantar, ela viu que Damian tinha acabado de alimentar Reese. Colocando uma toalha sobre os ombros, ela pegou nele e esfregando as suas costas, colocouo para arrotar. Martha era um pouco mais velha e não precisava disso. — Minha mãe vai fazer um grande almoço no domingo e ela iria adorar se fossemos. — Eu gosto da Charlotte. — Eu acho que ela gosta de você, o que é uma coisa boa. Minha mãe pode ser um pouco protetora, ou até mesmo uma tigresa, protegendo seus filhotes. Enquanto Damian estava fora, ela fez alguma pesquisa online sobre a família Denton, o que só gerou mais perguntas. Segundo o que descobriu, eles eram uma família


do crime, mas isso nunca foi provado. Ela não sabia o que pensar e enquanto estava lendo alguns dos artigos que estavam ligados ao seu nome, ficou alarmada. No momento em que viu Damian, todas essas preocupações foram empurradas para o lado. Ele não era um monstro. Ela não podia acreditar nisso e ainda assim ele conhecia o Ivan. — O que está errado? — Damian perguntou, chamando a sua atenção. — Desculpe? — Você parece preocupada. Há alguma coisa que eu possa fazer para ajudá-la? — Ele perguntou. Ela sorriu. — Não é nada. Realmente. — Ela olhou-o enquanto esfregava as costas do Reese. — Bem, eu meio que bisbilhotei um pouco na internet sobre você. Acho que tenho um monte de perguntas. Damian sorriu. — Presumo que alguns artigos não são muito amáveis. Disse que estou num ramo de trabalho semelhante ao do Ivan. Eu não sou como ele e a minha família também não é. Protegemos os nossos e isso quer dizer que está protegida aqui. Você não terá que vender o seu corpo ou um órgão. Só quero que cuide da Martha. Ela acenou com a cabeça. — É tão surreal.


— Eu sei. É muito para digerir, portanto não vou sobrecarregá-la com informação. Você não precisa ouvir algumas coisas. — Ele sorriu e ela achou aquelas covinhas extremamente fofas. Rapidamente desviou o olhar e olhou pela janela, esfregando o Reese enquanto fazia isso. — Como você conheceu o Ivan? — Ele perguntou. Ela suspirou. — Ele chegou ao bairro quando eu era apenas uma adolescente e ainda frequentava a escola. É difícil saber exatamente o que aconteceu, para ser honesta. Um momento, o bairro estava bem. Não tínhamos muitas oportunidades de emprego, mas conseguíamos viver. Em seguida, o Ivan apareceu com a sua equipe e as drogas começaram a fluir. Nunca tomei porque vi o que isso fazia à minha mãe. Eu sabia que não seria uma viciada. Então um dia, ao que parece, o Ivan me viu e decidiu que me queria. Eu estava num encontro com outro homem. Estávamos namorando por cerca de um ano e acho que o amava. Eu não sei. Duas semanas após esse encontro, encontraram o corpo dele boiando no rio. O pau dele tinha sido cortado. — Nos últimos anos ela tinha se acostumado com a violência. — Ivan aparecia e flertava, o que fazia a minha pele arrepiar. Tudo era um pesadelo. Então, eu estava em uma festa. Não sei por que fui. Estava sentindo-me miserável. Tinha perdido o meu emprego. Agora sei que ele lhes pagou para me despedirem. Estava bebendo e de alguma forma me perdi. Ivan estava lá e não consegui escapar.


— Você foi muito corajosa. — Disse Damian. — Eu não fui corajosa. Eu não tinha ninguém a quem recorrer. Sem dinheiro, sem perspectivas. Não pude recorrer a ninguém porque Ivan possui a cidade inteira. — Ela se virou para olhá-lo. — Então pensei que odiaria o meu bebê, mas no momento em que a enfermeira o colocou nos meus braços, sabia que o amava. Que ele era meu. — Lágrimas encheram os seus olhos e caíram pelo seu rosto. — Quão louco é isso? Damian levantou-se e caminhou em direção a ela. Ele colocou a mão nas suas bochechas e ela não se afastou do seu toque. — Você é uma lutadora, Mia. Você fez tudo que tinha que fazer para se proteger. — Eu jurei nunca lhe pedir ajuda. Fui ter com ele de qualquer maneira. — Você não tinha outra escolha e veja só, você me encontrou. — Ele beijou o topo da sua cabeça e ela gostou do conforto que ele estava lhe oferecendo. — Você é uma mulher forte, Mia Banks. Nunca se esqueça disso e nunca deixe ninguém dizer o contrário. Você é uma verdadeira lutadora, dos pés à cabeça. Seu estômago revirou e seu coração vibrou com as suas amáveis palavras. Por muito tempo ela lutara quando todos, até mesmo Mary, lhe disseram que não poderia ser assim tão ruim pertencer ao Ivan. Ela viu através da facilidade de ter um pequeno rei como ele a querendo. No momento em que


ele tivesse a sua cota, a teria atirado para o lado. Ela não iria sucumbir ao bastardo. Embora a sua mãe tivesse sido difícil e às vezes vaga, ela sempre dissera à Mia para se defender, para depender apenas dela própria. Ela implorou-lhe para não ceder à tentação das drogas, para ser uma boa menina. Isso foi exatamente o que ela fez. Ela foi boa.


Capítulo 6 Domingo chegou rapidamente e Damian gostou de quão fácil foi se acostumar a morar com a Mia. Era uma mulher descontraída, calma e carinhosa. Ele acordou todas as manhãs para encontrá-la já sentada à mesa, alimentando os bebês e com um café da manhã quente para ele. Ele nunca comeu tão bem. Sua mãe sempre cozinhou para ele. Quando isso não era uma opção, ele preparava um sanduíche ou comia fora. Mia estava sentada ao lado dele no carro e virava de tempos em tempos para certificar-se que as crianças estavam bem. Eles pareciam tão bonitos. Ele sorriu para a Martha. — Toda a sua família estará aqui? — Ela perguntou. — Sim, assim como a minha nova família. —

Você

vai

causar

uma

briga?

Ter

uma

arma

empurrada contra a sua cabeça? — Não. Isso acontece apenas em lanchonetes. Ela deu uma risadinha. — Você é estranho. — Sim e é preciso um para reconhecer outro. — Realmente, você está chamando-me de estranha? — Ela perguntou.


— Com certeza e você não quer ser normal. Pessoas normais não prestam. Permaneça uma estranha como eu. Ela riu e ele adorava aquele som vindo dela. Era tão leve. Toda vez que ela ria, ele dava por si a sorrir com ela. — Eu preciso dar uma chance ao Gabriel. Eu não sou um completo idiota, mas é difícil. Tudo mudou. — Ele pensou sobre o que seu irmão disse. Para o mundo exterior, eles eram uma força unida. No momento em que você começa a mostrar um ponto fraco, alguém tenta tirar vantagem. Ele não queria que isso acontecesse, então a sua única opção era colocar as suas diferenças de lado e aceitar Gabriel como seu irmão. — Estou orgulhosa de você. Ele é apenas um idiota agora e não um completo fodido. Damian jogou sua cabeça para trás e riu. Houve um monte de vezes nos últimos dias que ele disse algumas coisas realmente inspiradoras sobre o Gabriel. Mia sempre o ouvira sem dizer uma palavra. Ele gostava de falar com ela e às vezes, ela compartilhava algum dos seus problemas pessoais com ele, o que Damian gostava muito. Quando se tratava da Mia, ele estava completamente apaixonado por ela. Era tão bonita e ele muitas vezes entrava no seu quarto durante a noite. Descobriu que observá-la o acalmava. Havia sempre um risco de ser apanhado por causa de uma das crianças choramingando. Ele nunca foi alguém que podia dormir por longos períodos de tempo.


Eles chegaram à casa dos seus pais e encontraram os seus dois irmãos, Jacob e Gabriel, do lado de fora. Era difícil pensar em Gabriel como seu irmão, mas Damian ia tentar. Faria o esforço, especialmente porque ele tomou o tempo para olhar para a situação Denton e também viu um ligeiro declínio no respeito que lhe foi dado. Ele não gostou nem um pouco. Saindo do carro, Jacob veio ajudar com a Martha quando Mia agarrou Reese. — Se você quiser entrar, estarei com você em um minuto. — Ok. Tente ser legal. — Ela disse, sorrindo para ele. Ele saudou-a e sentiu-se como um idiota. — Você realmente está apaixonado. — Disse Gabriel. — Você sabe sobre a coisa do legado? A pequena maldição malvada que supostamente afeta todos os homens. — Maddox mencionou, sim. — Não o chama de pai? — Damian perguntou. — Ele não é realmente o meu pai. Ele me disse para chamá-lo assim, mas não parece certo. — Gabriel inclinou a cabeça e olhou para ele. — Como é? Esta pequena maldição malvada? Damian suspirou. — É diferente para todos nós, eu acho. Não sei. — O que isso parece?


Ele viu que o Gabriel estava apenas curioso. Parte dele estava tentado a ser um idiota, mas tinha que pensar na Mia e nos seus dois filhos. — Tudo desaba. No momento em que a vê, você apenas sabe no fundo do seu ser que ela é a melhor coisa que já lhe aconteceu, que você vai amá-la, segurá-la e acarinhá-la para o resto da sua vida. Não importa o que alguém faz ou diz, você vai amar e segurá-la. Sempre que olho para a Mia, isso é exatamente como me sinto. Não há ninguém por perto que eu poderia querer, ou mesmo deseje ter. Ela é tudo para mim. Gabriel suspirou. — Na verdade, parece bastante incrível. Ter alguém em todo o mundo que é seu. — Há um senão. Pai lhe contou sobre isso? — Eu devia saber que havia um senão. Vá lá, qual é o senão? — As mulheres não sentem a mesma coisa. Elas não olham para você e sabem que vocês estão destinados a ficar juntos. Elas não sabem nada sobre você. Os homens têm que ser pacientes e fazer com que as mulheres se apaixonam por eles. Olho para a Mia e ela é tudo para mim. Eu amo-a mais do que qualquer outra coisa no mundo e sei que não há mais ninguém para mim além dela. Ela vê um cara que a ajudou. Que a tirou do monstro que a machucava. Sou amigo dela. Um dia, espero que ela sinta amor por mim, mas novamente, teremos de esperar e ver. Gabriel assentiu.


— Uma dupla maldição. Somos atormentados por saber quem amamos e que temos que lutar por isso. Elas apenas sabem que têm algum homem assustadoramente obsessivo que vai fazer tudo por elas. — Disse que não é fácil. — Você disse. Há qualquer outra razão pelo que você queria falar comigo? — Eu queria pedir desculpas pelo meu comportamento. Eu não sou sempre um idiota total e a maneira que o tratei, foi extremamente errada. Peço imensa desculpa por isso. — Ele estendeu a mão. — Obrigado. — O que está achando? Toda a coisa de ser um Denton? — Ele perguntou. Gabriel olhou em direção à casa. —

Tem

sido

estranho.

Charlotte

é

uma

pessoa

maravilhosa, um pouco cadela às vezes, mas não acho que Maddox seja o melhor marido. — Como era para a sua mãe? Para você? — Damian perguntou. Gabriel sorriu. — Minha mãe estava sempre tentando agradar o meu pai. Acho que quando percebeu que Maddox não ia voltar, ela teve que tirar proveito de uma situação terrível. Essa situação criou-me. Imagino se ele sabia. Houve momentos em que ele olhou para mim de uma determinada maneira que diria que


sim. De qualquer maneira, ele a fez pagar por qualquer indiscrição. Ela sempre me dizia isso quando a pegava com um novo olho negro, ou nos momentos em que via as marcas de cinto nela. Ela sempre dizia para não me preocupar, que ela merecia o que ele lhe deu. Damian ficou horrorizado. — Eu sabia que o seu pai era um idiota. — É bom saber que não vim dele. — Sim, mas nosso verdadeiro pai foi quem o colocou naquele lugar. Não poderia ter sido bom. Gabriel apenas encolheu os ombros. — Vivemos com o que for preciso. Eu tentei proteger a minha mãe, mas meu pai tinha a intenção de magoá-la sempre que conseguisse. Há momentos que acho que ela está em paz agora que está morta. Espero que ele esteja apodrecendo no inferno. Enfim, chega de falar de mim. Você não ligou de volta. Você não quer lidar com o Ivan? — Eu quero lidar com Ivan. Ele machucou a minha mulher e agora preciso machucá-lo de volta. Primeiro, temos que ter certeza de que nós não mostramos qualquer fraqueza. O nome Denton é somente tão forte quanto aqueles que se guiam por ele. — Damian olhou para o outro homem e isso o fez pensar. — Você odeia o nome Denton? Você faria qualquer coisa para destruí-lo? Gabriel jogou sua cabeça para trás e riu.


— Eu devia ter adivinhado isso. Não tenho intenção de derrubar a família Denton. Eu sou parte disso e mesmo não gostando de Maddox, me tornei amigo de Jacob e do Abel. Até mesmo o tio Stuart não é tão ruim. — Tive que verificar. — Disse Damian. — Eu ouvi rumores de um possível ataque. — Como você ouviu isso? — Porque sei onde tenho que ter os meus ouvidos, que é nas espeluncas onde as pessoas falam ou gabam-se. — Ele tinha um dom para descobrir informações. Era algo que ele sempre foi capaz de fazer. — Vou verificar isso. Esses boatos podem estar relacionados com Ivan, mas não sei. — A coisa sobre ser um tubarão na cidade é que há sempre um monte de principiantes que pensam ter a capacidade para assumir. Você pode andar pelas ruas e encontrar centenas de homens que têm um problema com os Dentons. — Algo me diz que você saberá exatamente onde encontrar os homens que pensam que podem derrubar os Dentons só porque estamos tendo alguns desentendimentos. — Talvez. — Disse Gabriel. — Então na segunda-feira quero que me leve até eles. Eu quero descobrir exatamente o que as pessoas estão dizendo sobre os Dentons. — Ele amava a sua família. Havia vezes que desejara ter um nome diferente. Não mudaria quem era,

no

entanto,

ou

seus

irmãos

e

irmã.

Como

se

adivinhando, Tamsin chegou à porta e acenou para ele. Ela


estava crescendo muito rápido. Algum tempo atrás, ela teria corrido para fora e envolvido os seus braços ao redor dele, abraçando-o. Agora, apenas acenava. Atrás dela estava Owen e isso o deixou tenso. Owen e Wyatt Colton estavam relacionados com Gabriel, mas eles estavam do lado deles. — Você mantém o controle sobre os seus irmãos? — Nem comece, Damian. — Você tem que pensar como eles se sentem sobre nós, Gabriel. Eles queriam-nos todos mortos. — Owen e Wyatt adoram a Charlotte e não fariam nada para machucar a Tamsin. Meus irmãos não são assim. Damian não precisava apontar que ele mencionou apenas as mulheres, nenhum dos homens.

— Você está lidando com ele muito bem. — Disse Charlotte. — Obrigada. Ele tem apenas alguns meses de idade. Realmente não sei o que fazer na maioria dos dias. Tento apenas me lembrar do que vi nos filmes e seguir o exemplo de todas as pessoas ao meu redor. — Disse Mia. — Isso é tudo o que você pode fazer. — Disse Lou, esposa de Jacob. — Acho que ninguém está realmente preparado para um bebê. Sei que não estava e agora tenho outro a caminho. — Ela esfregou a barriga de grávida.


— Os homens pensam que temos um interruptor especial que nos deixa saber automaticamente o que estamos fazendo. — Disse Harper. — Pelo menos tenho Abel para trocar as fraldas e fazer parte dos primeiros anos do Evan. — Como era Maddox? — Ruby perguntou. Ela era a esposa do Oliver e também estava grávida. O sorriso no rosto da Charlotte desvaneceu-se. — Ele... não estava por perto o tempo todo. Maddox e eu, não tivemos o melhor começo e demorou algum tempo para as coisas se resolverem. Mesmo depois de termos sete filhos, ainda estamos descobrindo nosso caminho. Mia viu a dor nos seus olhos e se aproximou, envolvendo seus braços em torno de Charlotte, oferecendo-lhe conforto. A mulher mais velha aceitou esse gesto por alguns segundos e depois afastou-se, enxugando as lágrimas. — Já chega de falar de mim. Olhem para todas vocês. No que se trata dos meus meninos, sempre desejei noras assim tão agradáveis. Isso é um sonho tornado realidade. Agora, é melhor eu descer e verificar o frango. Quando elas estavam sozinhas, Mia olhou para o grupo. — Eu não sou uma nora. Acho que sou uma babá e uma empregada principalmente. Damian tem sido muito legal comigo.


— Não vai demorar muito para um Denton entrar sob a sua pele, eu que o diga. — Disse Ruby. — Tentei matar o meu marido quando o conheci. — A sério? — Sim, eu pretendia matar todos os homens Denton. Claro, eu estava errada sobre a maioria das coisas e acabei caindo de amor pelo Oliver em vez dele cair morto pelas minhas mãos. — O que me deixa realmente feliz. — Oliver disse, entrando no grande berçário. — Pensei que ia encontrá-la aqui, recebendo dicas e sugestões. — Aceito tudo que me derem. O nascimento fica mais perto a cada dia que passa. — Ruby colocou uma mão na sua barriga e então pegou na mão do Oliver, colocando-a em sua forma arredondada. — Sente alguma coisa? — Sinto a nossa menina ou menino se movendo. — Você não sabe o sexo ainda? — Mia perguntou. — Poderíamos ter descoberto juntos, mas queríamos que fosse uma surpresa. Tem sido uma merda tentar permanecer com as cores neutras no berçário. — Ruby beijou a face do Oliver. Mia assistiu o casal embora tentasse não ficar de boca aberta.

Os

dois

estavam

claramente

apaixonados.

Ela

esfregou o peito quando uma centelha de dor correu através do seu corpo. Oliver esfregou a barriga de Ruby e então as mãos dele mudaram-se para os ombros, dando-lhe uma


pequena massagem. Ruby inclinou-se, usando Oliver para apoio. A gravidez de Mia não foi fácil. Na verdade, ela achou isso difícil, doloroso e às vezes humilhantes. No final, quando a sua barriga estava tão grande, ela mal podia se mexer e tinha que rolar e engatinhar para certos lugares só para se levantar. Não havia lá ninguém para ela. Ivan, obviamente, tinha se oferecido, mas ela não queria que ele chegasse perto. Houve um tempo durante as primeiras semanas, até uns dois meses, que pensou em abortar. Como se Reese tivesse conhecimento das suas intenções, ele chutou. Ela ficara derrubada ao ler um livro na biblioteca e ele chutara. A partir desse momento ela sentiu como se já não estivesse sozinha. — Eu vou ver se a Charlotte precisa de ajuda. Ela caminhou até a cozinha e fez uma pausa do lado de fora quando viu Maddox e a Charlotte lá dentro. — O que quer de mim, Maddox? Quer que te implore por perdão? Quer que faça vista grossa a tudo o que aconteceu? — Charlotte perguntou. — Eu não entendo. Você está zangado comigo por ser boa para o seu filho e você está com raiva de mim por estar chateada com você. O que quer de mim? — Eu quero que fiquemos juntos, Charlotte. Quero que olhe para mim e sorria e que não esteja chateada comigo. Me desculpe, eu errei. Não consigo mudar isso.


— Eu não pedi que o fizesse. Perguntei se você sabia? Se você tinha alguma ideia que Gabriel era seu e é isso que dói. Você até sabia que havia uma chance e ainda não fez nada. Você não é o homem que pensei que fosse, Maddox. Era o seu filho, seu filho e você o abandonou. Você acha que o Colton não fazia ideia? Que ele não suspeitava? Mia ofegou quando alguém se aproximou. Ela virou a cabeça para encontrar Damian atrás dela. As duas pessoas na cozinha estavam tão consumidas pela sua discussão que não ouviram a sua respiração profunda. Damian colocou um dedo contra os lábios e eles se afastaram, indo em direção à biblioteca. — Eu realmente não devia ter ouvido nada disso. — É drama familiar, Mia. Você não é estúpida. Você sabe sobre o Gabriel. Já te falei dele antes. Ela começou a andar na biblioteca e então olhou para ele. — Tenho tentado descobrir exatamente quem são os Dentons, o que vocês fazem. — Ela parou e virou-se completamente para ele. — Vocês são uma família ligada ao crime. Foi por isso que Ivan recuou, certo? Você é maior do que ele no esquema das coisas. — Não precisa se preocupar com aquilo que fazemos. Você está segura. — Você mata pessoas? — Ela perguntou. Era estranho, mas ela não tinha medo. Encarando Damian e olhando para


a grande família com a enorme quantidade de seguranças, tudo fazia sentido. Para não falar dos seguranças que ela viu no apartamento. — Por favor, Damian, apenas seja honesto comigo. Eu não sou feita de vidro. Já não provei isso? — Eu a conheço por uma semana e as coisas que você está perguntando, pessoas morreram por menos. — Ele se aproximou e ela não recuou. Damian agarrou as mãos dela e ela ouviu-o suspirar. — Quero que confie em mim. Sei que é pedir muito, mas vou contar tudo quando estiver pronta. Você ainda não está pronta. Quando você está comigo, Ivan não tem chance de colocar as mãos sobre você. Preciso que me ajude com Martha e sei que é pedir muito… Ela levantou as mãos. — Eu não vou a lugar nenhum. Você não me assusta, Damian. Eu só... gosto de saber a verdade. — Ela tirou algum cabelo do rosto e olhou ao redor da biblioteca. Por uma curta semana, conheceu Damian e cuidou da Martha. Foi uma das semanas mais fácil da sua vida. Não houve qualquer medo do Ivan ou dos seus capangas parando para uma visita, ou o assistindo segurar Reese, aterrorizada de que ele ia levar o seu filho para longe. Algumas vezes no mês passado, Ivan apareceu, pegou Reese e começou a andar em direção à porta. Ela entrava em pânico e implorava-lhe para não levar o seu filho, ao que ele iria rir e lembrá-la que estava à sua mercê. Ele esperava pelo momento em que ela desistisse e caminhasse para ele por


vontade própria. A sua submissão era a coisa mais doce para ele. — Mamãe e papai sempre discutem daquela maneira. Eles têm seus momentos de felicidade e então alguma coisa acontece que tende a arruinar isso. — Disse Damian. — Eu fui

testemunha

de

muitas

discussões

e

de

muitas

reconciliações. Ela sorriu. — Parece maluquice. — Eles amam um ao outro. Sempre me preocupei que eles não o fizessem, mas a razão pela qual ainda estão juntos é porque não existe mais ninguém para qualquer um dos dois. Eles são apaixonados um pelo outro. Mia pensou na Ruby e no Oliver. — Deve ser bom amar alguém tanto assim que não importa o que fizeram, você apenas quer permanecer com eles. É estranho que deseje isso para mim? — Ela sorriu. — Não sei por que estou compartilhando isso com você. É loucura pensar que poderia ter alguma coisa assim. — Um dia, Mia, você terá isso. Eu prometo. — Então beijou a sua cabeça, coisa que notou que ele fazia muito e que realmente gostava.


Capítulo 7 Gabriel entrou no apartamento da sua família e ficou surpreso ao ver quão limpo estava. Desde que conversou com Damian, ele estava querendo falar com Wyatt e com Owen. Ambos os seus irmãos estavam distantes ultimamente e foi um choque para eles descobrir a sua filiação. Se os Dentons estavam sob ataque, algo na sua intuição dizia-lhe para olhar perto de casa. Ele não tinha intenção de machucar os Dentons. Eles eram a sua família e isso significava algo para ele. Seria fácil dizer-lhes para se foderem e machucá-los de dentro, mas queria ser parte da sua família. Toda a sua vida se sentiu um estranho, a sua mãe até lhe dissera que ele era especial... e para nunca se tornar igual ao seu pai. Agora não sabia o que pensar. Fechando

a

porta, ele esperou

que seus irmãos

chegassem. Depois de alguns segundos, Owen e Wyatt estavam lá, comendo um saco de batatas fritas. — O que se passa? — Owen perguntou. Nenhum deles parecia culpado e ele tinha-os visto no seu pior desenvolvimento.


— Existem rumores espalhando-se de que há uma divisão dentro do agregado familiar Denton. — Disse Gabriel, observando ambas as reações. — Presumo que a notícia da sua existência já seja conhecida pelos seus inimigos. — Owen disse. — Isso não é exatamente difícil de fazer. Você é o filho que um deles não queria reclamar. — Tudo parecia bem para mim hoje no jantar. — Disse Wyatt. — Há uma tensão entre a Charlotte e o Maddox, mas isso é de se esperar. Você é um filho que apareceu do nada. Ele estava muito ciente da sua ascendência. —

Damian

acha

que

vocês

dois

poderiam

estar

passando informações para seus inimigos. — Que porra é essa? Desde quando você acredita naquele bichinha? — Wyatt perguntou. — Ele não gosta de nós. Porque iriamos querer destruir os Dentons? Eles não só se livraram da escória que era o nosso pai, nós finalmente temos uma vida. Não tenho de ser visto em vergonha. — Disse Owen. — Eu tenho uma vida agora. Posso andar de cabeça erguida e isso é tudo que sempre quis. Seu pai, o nome Colton, foi associado com o tráfico de seres humanos e isso não era tudo. Exploração de crianças, escravidão e cada coisa desprezível que ele poderia pensar, seu pai, aquele que conhecera como pai, foi responsável por tudo.


— Então agora que você é um Denton vai virar as costas para nós? — Wyatt perguntou. — É isso que vai acontecer? Ele viu a decepção nos olhos dos seus irmãos e sentiuse como um idiota. Ele soltou um fôlego e suspirou. — Não sei o que pensar. — Passando uma mão no seu rosto, ele começou a retirar a sua gravata. Estava ficando cansado e exausto de tudo. — Que tal em vez de acusar-nos de coisas que não fizemos, você pedir a nossa ajuda? Ainda somos seus irmãos, Gabriel. O que precisa? — Eu preciso saber quem está passando histórias a seus inimigos sobre haver uma divisão no seio da família Denton. — Ele caminhou em direção à geladeira, tirando uma cerveja. — Eles têm organizações, gangues e merdas que odeiam suas entranhas e farão qualquer coisa para se livrarem deles, ou para tomarem posse dos seus negócios. Eles controlam a cidade e tudo tem de passar por eles por uma parte dos lucros. Para alguns isso é um preço alto. — O que você acha que é? — Owen perguntou. — Acho que os Dentons são justos. Eu vi a forma como eles funcionam. — Ele olhou para o apartamento. — Cadê a Emma? —

Está

no

trabalho.

administração para o Maddox. — Oh, eu não sabia.

Ela

está

trabalhando

na


— Você não tem estado exatamente muito presente desde que descobriu sobre a sua nova família. Gabriel fechou os olhos, levando alguns segundos para ter seu temperamento sob controle. — Vocês ainda são meus irmãos e eu os amo. Aqui temos uma chance real. Vocês não querem isso? — Queremos, por isso estamos saindo. A coisa boa de ser visto como a escória do mundo é que as pessoas tendem a falar para mostrar a todos os outros que eles são melhores que você. — Disse o Wyatt. — Voltaremos com algumas informações. Sinta-se em casa. Em poucos segundos ele estava sozinho no apartamento dos seus irmãos e se sentia como o pior cara por acusá-los. Wyatt e Owen queriam acertar as contas há seis meses. Para tentarem recuperar alguma coisa e ele foi parte disso. Claro que tudo mudou quando a verdade de quem era realmente seu pai veio à tona. Agora era simplesmente uma briga atrás da outra.

Três semanas mais tarde Damian não saiu para descobrir a origem dos rumores. Gabriel pediu-lhe para esperar e disse que seus irmãos estavam atrás de algo. Em vez disso, Damian se focou no Ivan e em estar perto da Mia. Ele não a queria deixar para


trás e encontrava qualquer desculpa para voltar mais cedo para casa todos os dias. À noite, passava horas vendo-a dormir. Ele sempre teve um sono leve e nunca precisava mais do que algumas poucas horas de sono. Desde que conheceu a Mia, não tocou em uma gota de álcool e ele foi capaz de se recompor. A culpa em relação à Betty ainda estava presente e ele duvidava que fosse desaparecer. Não amava a mulher, mas sentia-se responsável por ela. Tio Stuart tentou ajudá-lo, mas como disse-lhe, a mulher que ele machucou ainda estava viva. Betty se suicidou. Harper também aparecia muitas vezes. Ele notou que a Lou, a Harper, a Ruby e a sua mãe frequentemente apareciam no seu apartamento para passarem tempo com a Mia. Elas estavam ajudando a conquistá-la. Ele adorava estar ao redor de Mia, apenas levando algum tempo para conhecê-la. Sempre que ela estava na cozinha, verificava o livro de culinária que tinha aberto e sugava o canto do lábio. Quando

eles

estavam

sentados

juntos

assistindo

televisão, encontrava-se frequentemente olhando para ela ao invés de observar a programação. Pela primeira vez em sua vida, sabia o que era a felicidade verdadeira. Ele não precisava de sexo ou de qualquer outra coisa. Só em estar perto dela era o suficiente. Ele sentia-se em paz quando estava em casa. O trabalho, no entanto, era ininterrupto. Seu pai o manteve ocupado com os negócios Denton. Duas das suas garotas desapareceram dos bordéis e ele foi encarregado de encontrálas. Nenhuma das duas tinha família e isso tornou a busca


um processo difícil. Direcionou vários caras para procurar nos últimos avistamentos conhecidos pela polícia, mas até agora nada. Seu instinto estava dizendo-lhe que algo ruim ia acontecer e que isso estava ligado à divisão que foi notada em relação aos Dentons. Até Damian viu isso. Landon estava de volta e em vez dos irmãos trabalharem juntos como sempre, muitos deles, ele incluído, escolheram trabalhar sozinhos. Damian estava saindo de um dos clubes de strip que eles possuíam quando recebeu uma ligação. Viu que era Gabriel. — O que se passa? — Encontrei as duas meninas e você não vai gostar. — Elas estão mortas, certo? — Ele perguntou. — Sim e elas, erm, não é bonito, nem de longe. Essas meninas foram torturadas durante dias. Você precisa vir ao armazém nas docas. Eu chamei os outros. Eles precisam ver essa merda. — Estou indo para lá agora. — Ele entrou no seu carro, configurando o celular para que pudesse dirigir e falar. — Você tem alguma notícia? — Sim e a maior parte você não vai gostar. Lembra-se do Bruce? O simpático pequeno soldado que trabalhava para os Coltons e para os Dentons? — O filho da puta que morreu há alguns meses atrás. É claro. — Bruce foi o guarda-costas da sua mãe até que todos


descobriram a sua traição. Ele morreu e já foi tarde. No entanto, avisou poucos segundos antes de sua morte que haveria outros. Sendo um Denton, você sempre tinha inimigos. Não importa onde fossem. Havia sempre alguém querendo levantar-se, querendo provar o seu valor. — Bem, acho que temos alguém que está disposto a enfrentar-nos para assumir o que nos pertence. — Disse Gabriel. — Vou ver você quando chegar aqui. Ele desligou a chamada. O que quer que estava esperando por ele no armazém das docas, não ia gostar. Damian esqueceu quão fodida a sua vida tornou-se desde que atingiu uma certa idade. Gastar seu tempo na bebida o anestesiou para tudo! Desde que havia provou o seu valor, trabalhou para o pai, lutando por sua causa. Ele não era o Denton mais velho, mas também não era alguém que podia ser ignorado. Muitos pensavam que o conheciam, mas ele sempre se superava. Seu celular começou a tocar de novo e ele viu que era Mia. — Ei querida, como vai? — Ele perguntou. — Querida? Ele riu. — Tentando algo novo. Você me conhece. — Sim e percebi que você é muito estranho. Telefonei só para avisar que vou levar a Martha e o Reese para uma


caminhada. Só para o caso de você chegar e eu ainda não estar na casa. Damian olhou para o relógio e viu que passava um pouco das duas. Ele sempre chegava em casa pelas três, quatro no máximo. — Vou me atrasar hoje. Leve um dos caras que está na porta, por favor. É para sua proteção. Ele ouviu-a suspirar. — Não gosto de ter pessoas me seguindo. — Já passou um mês e até agora o Ivan não fez nenhum movimento para tentar levá-la. Não vou dar-lhe essa oportunidade. Especialmente se ele acha que estou sendo negligente com a sua proteção. Por favor, faça isso por mim. — Está bem, está bem. Vejo-o mais tarde, Damian. — Certamente verá. Cuide-se. — Você também. Ela desligou o telefone e ele encontrou-se sorrindo. Ele a amava. Não havia maneira de descrever seus sentimentos por ela, só que eram fortes e não podia fazer nada para evitá-los. Ela consumiu cada parte dele e acalmou-o como nada o fez antes. Damian adorava ouvi-la falar. Era uma mãe incrível, e cuidava dos seus dois filhos. Por períodos curtos de tempo, ele podia fingir que eram um casal normal. Era estúpido, mas ele cresceu acostumado a fingir um monte de coisas.


Estacionando no armazém, viu vários carros parados e isso era apenas mais um sinal do afastamento entre os seus irmãos. Nenhum deles estava se apoiando. Havia um risco mais elevado de alguém estragar tudo e se machucar, o que o deixou doente do estômago. Saindo do carro, viu Gideon esperando. — Você está pronto para isso? — Gideon era cinco anos mais velho que Damian. — Está tentando me proteger? — Ele perguntou. Seus irmãos mais velhos sempre foram protetores em relação a ele, assim como ele era com Landon e a Tamsin. Gideon ainda não encontrou a mulher destinada para ele. Idade não determina quando encontrarão a sua mulher. Landon tinha encontrado a sua antes de Damian. — Estou tentando prepará-lo. Não é bonito e isso até ferrou com o meu estômago. Damian pausou e olhou para o irmão. Todos eles já viram merda realmente doentia. Ele fechou os olhos, sabendo que não devia entrar, mas também que não tinha escolha. Respirando, ele acenou com a cabeça. — Estou pronto. — Ninguém está realmente pronto para esta merda. Gideon seguiu atrás dele. A primeira coisa que notou foi o cheiro da morte e da decadência, que o levou a tapar o nariz. Então viu Gabriel com as costas voltadas para a visão,


e finalmente, Damian percebeu porque todos os homens pareciam enojados. Em um colchão sujo estavam duas mulheres e a única maneira que ele sabia disso era porque tinha uma foto das duas mulheres em ambos os lados do colchão. Os rostos estavam irreconhecíveis. Os corpos estavam nus e foram totalmente arruinados. Seus seios foram cortados e remendados juntos e elas estavam mortas há algum tempo. O fedor era podre. Suas pernas estavam espalhadas. As mulheres foram espancadas, cortadas e feridas com cada forma de tortura imaginável. Damian chegou perto e viu o W esculpido em seus estômagos. — O que é isso? — É Westbrook. — Disse Gabriel. — Meu pai tinha alguns negócios com ele há anos. Este é o seu símbolo, é como ele marca as suas vítimas. Gabriel estava pálido. — Já ouvi falar do Westbrook. — Disse Maddox. — Ele é um criminoso. — Não, ele era um criminoso. Há cerca de um ano, ele abordou-me e aos meus irmãos. Queria nos recrutar. Todos ligados ao meu pai, Colton, ele queria na sua equipe. Não pensei muito nisso. Disse que ele estava reunindo forças, que havia algo que queria e porque eles estavam tão consumidos, nunca perceberiam o que estava acontecendo. — Gabriel franziu a testa, olhando para as mulheres. — Estamos todos divididos. Suas regras têm sido lei por muito tempo, mas isso


não significa que há pessoas lá fora que querem tomar o seu lugar. Jacob e Abel têm famílias agora. A notícia de quem eu sou foi divisionista e os Dentons sempre foram fortes juntos, onde

não

houve

quaisquer

áreas

de

fraqueza.

Vocês

trabalhavam como uma família, lutavam juntos e nos últimos meses esse não tem sido o caso. Quando você mostra fraqueza, há sempre alguém disposto a tomar o seu lugar. Querendo lutar sujo para tomá-lo. Não, isto não tem nada a ver com a porra da divisão. Isso é um monte de merda. Westbrook está construindo isso por anos, mas como? — Gideon perguntou e então começou a rir. — Ao suscitar as pessoas. Isso é como. Pense nisso, ele não pode tomar a cidade, mas temos uma relação com os meninos da cidade. Nós fornecemos a eles. Damian olhou para Gabriel, os dois dizendo um nome. — Ivan. — Damian, já disse para deixar merdas como as do Ivan fora disso. — Disse Maddox. — É um bom negócio. — Isso é o ponto. Eles estão assumindo os nossos negócios e Westbrook está esperando pela hora certa. — Isto veio de Gideon. Damian franziu a testa e olhou para as mulheres. — Ok, ok, então eles levaram duas das nossas mulheres. Não vejo o problema. Alguém vê? Não parece um grande negócio. — Não é. — Jacob disse. — E esse é o ponto. Duas mulheres assim, afastadas, até que um W como detalhe


chega até nós. As meninas saem, recorrem a ele e se não o fizerem acabam mortas. Tudo começa como um efeito dominó. Primeiro ele afasta as nossas garotas, em seguida as drogas com os meninos da cidade, em seguida lentamente assume as lojas. — Espere, Owen e Wyatt disseram que houve conversas sobre vários clubes sendo invadidos e sobre as pessoas estarem chateadas porque os Dentons ofereceram proteção e não estavam lá. — Disse Gabriel. — Puta que pariu. Declararam guerra contra nós e nem estávamos cientes disso. — Segure os seus cavalos. — Disse Maddox. — Nada aconteceu. — Algumas meninas estão saindo. — Disse Abel. — Entregando o seu aviso e não podendo ser substituídas. Falei que tínhamos que fechar cinco lugares na semana passada porque ninguém estava aparecendo. Não havia nenhuma receita. — Então houve os ataques aleatórios em nossos clubes. — Disse Gideon. — As docas andam meio paradas. — Disse Damian. —

Os

combates

clandestinos

também

não

estão

acontecendo. — Disse Landon. Damian olhou na direção de seu irmão mais novo, vendo que ele estava pálido. O som das sirenes encheu o ar e Damian olhou em direção à porta.


— Ah foda-se! Antes que qualquer um pudesse reagir, a polícia e a SWAT entraram no armazém, mandando todos irem em direção ao chão. Eles estavam realmente fodidos. Damian fechou os olhos quando alguém se ajoelhou nas suas costas, colocando as algemas nele. Westbrook guiou-os para aquele lugar e agora eles tinham que lidar por estar do lado errado da lei.

Mia andava para cima e para baixo no escritório de Maddox Denton enquanto ouvia o que o advogado dizia-lhes. — Você quer dizer que eles vão ficar atrás das grades? — Charlotte perguntou. — Damian, Abel e Gabriel têm álibis para quando ocorreu

os

assassinatos.

Landon

também.

Eles

serão

liberados sem acusações assim que a papelada estiver pronta. Preciso conseguir álibis para os outros. — Mas nós lhe pagamos este dinheiro para tirá-los. A polícia, meu marido irá compensá-los. — Charlotte, detesto dizer isto, mas dois corpos desfigurados foram descobertos com toda a sua família lá presente. Você tem sorte que alguns serão liberados. Agora, eles

não

podem

colocar

esses

três

no

momento

do


assassinato por causa de uma trilha de papel que eles têm. Devido ao estado daquelas garotas, a fiança será de milhares de dólares. Mia viu as notícias e ela sabia que Damian não era capaz de fazer o que descreveram. O que a assustava ainda mais é que ela viu algo parecido há alguns anos. O corpo de uma mulher foi deixado em um parque. Mais tarde, descobriu-se que ela era um dedo-duro. Qualquer um que abrisse a boca seria morto exatamente da mesma forma violenta. O cômodo foi preenchido com soluços provenientes de Charlotte. — Eu não posso lidar com isso. Maddox lida com tudo. — Mandei Rick voltar da Inglaterra. Ele é o único que conheço que pode lidar com isso. — E os negócios? E tudo o resto? — Charlotte disse. Mia foi até à mulher mais velha e colocou uma mão em seu ombro, tentando dar-lhe conforto. — Vai ficar tudo bem. — Obrigada querida, mas realmente não vai. — Charlotte acariciou a mão da Mia. — Nós vamos fazer alguns drinks. — Lou disse, agarrando a mão da Mia e levando-a para fora da sala. Harper e Ruby seguiram as duas. Entrando na cozinha, nenhuma delas falou durante muito tempo. O coração de Mia estava acelerado. A ideia de


ficar sem Damian mesmo que por apenas uma noite a assustava. O guarda que estava com ela no parque a chamara, avisando-a que havia uma situação e que ela tinha que vir para a casa da família Denton. Lá soube que Damian, juntamente com toda a sua família, foram presos por suspeita de sequestro e assassinato de duas mulheres. Eles ainda não haviam divulgado o nome das mulheres, apenas as fotos. Também divulgaram imagens do estado dos corpos. Era nojento. — Eles não fizeram isso. — Disse Harper. — Todos sabem disso. — O problema é que eles vão ter que provar que são inocentes. — Disse Ruby. — Eles vão ter sombras e todos os tipos de merda. A polícia quer apanhar os Dentons por anos e agora acontece de tropeçarem com eles dentro de um armazém com cadáveres. Há a questão dos corpos e depois o fato de que alguns dos policiais podem estar trabalhando para Westbrook. Se realmente estiverem, então podem manipular as provas. Não é o ideal, eu sei, mas isso pode ser resolvido.

Preciso

chamar

o

Lewis.

Ver

se

algo

está

acontecendo. Sei que o Oliver tem mantido segredos de mim. Algo grande está para acontecer e quero estar preparada. — Quem é o Lewis? — Mia perguntou. — Alguém que pode conseguir informações sem deixar rastro. Eu confio nele, assim como a família Denton. — Ruby passou os dedos pelo seu cabelo. — Oliver não tem um álibi, então ele não estará em casa tão cedo.


Lou foi até à Ruby, envolvendo os seus braços ao redor dela. — Nem o Jacob. Podemos fazer isto. Nós podemos ajudá-los. Mia viu a camaradagem entre as mulheres e ela estava com elas. Faria tudo o que pudesse para ajudar.


Capítulo 8 — Essa porra foi planejada. — Maddox disse. — Nós não deveríamos ter ido àquele armazém de merda. — Você viu alguém? — Damian perguntou, olhando para Gabriel. — Não, nada. Você acha que gosto de ser jogado em uma maldita cela? Alguém estava lá, tinha que estar e essa pessoa chamou a polícia. — Alguém reparou que nenhum dos nossos homens estava lá? — Jacob disse, soltando algum ar. — Quais são as chances deles estarem mortos ou incapazes de nos ajudar? — Eu não entendi. Como alguém como o Westbrook pode causar isto? — Landon disse. — Somos os fodidos Dentons. Stuart começou a rir. — Você é apenas tão forte quanto os homens ao seu redor. Veja o que aconteceu. Os bordéis, os clubes de strip, as docas, as drogas e até mesmo os policiais em nossas equipes. Estivemos todos tão ocupados com as nossas próprias coisas que ninguém reparou nessa conexão e ainda não sabemos que caralho está acontecendo. Quem tem relatado as coisas ao Maddox? Alguém tem relatado entre si?


Nossa própria besteira causou isso e tudo por causa dele. — Stuart apontou para Gabriel. — Ele não é parte disso. — Disse Jacob. — Temos as nossas próprias vidas agora. Você não pode culpá-lo. Você quer apontar o dedo, aponte para si mesmo. É o que estou fazendo. Eu queria passar mais tempo com a Lou e com os meus filhos. Então eu fiz. Estraguei tudo e todos vocês precisam arcar com essa merda. — Olha, todos nós tínhamos merdas para lidar, ok? Todos nós temos família. Nossa fraqueza surgiu da revelação de quem ele é, o que ele significa. Sem mencionar a visita recente do Damian ao céu do álcool. Todos nós viramos para o outro lado e esperamos que o nosso trabalho fosse feito por outra pessoa. Essa situação não se desenvolveu durante a noite. Isso tem acontecido pelos últimos seis meses. Esta é uma das causas. Os Dentons são conhecidos por serem uma unidade. Por lutarem juntos. Todos nós viramos as costas aos negócios. Agora estamos todos na cadeia e eu posso sentir o cheiro daquelas duas meninas. Está gravado nas minhas narinas. — Stuart inclinou a cabeça contra as barras. — O Rick foi chamado e ele está a caminho de casa. — Maddox disse. — Ele pode lidar com tudo. — Rick era o irmão mais novo de Maddox e Stuart. Stuart começou a rir. — Ele vai querer manter a sua mulher na Inglaterra. Se o Westbrook queria uma guerra, ele acabou de conseguir isso.


Damian olhou para o seu tio. — O que você quer dizer? Stuart abriu os olhos, encarando-o. — Você acha que o Rick é um boceta? Ele é um médico, portanto salva vidas, certo? Errado. Nosso pai nunca foi capaz de manter o Rick no caminho certo. — Ele é uma força a ser reconhecida. Ele encontrar a Mandy, realmente nos deu uma pausa. Os corpos pararam de acumular. Ele sempre arrumava brigas e nunca perdia. — Maddox disse. — Rick encontrou a sua mulher bem cedo e desde que viu a Mandy, ele a seguia para qualquer lugar. — Não há nenhuma emoção dentro dele. — Disse Landon. — Mandy é a única pessoa com quem ele se importa. É isso. A Mandy e a família. Tenha em atenção que se você mexer com o que é importante para aquele homem, ele vai desabar sobre você. Eu não fui legal com a Mandy quando estive lá e ele me mostrou algumas das suas verdadeiras cores. Damian sabia que havia muito medo em relação ao Rick Denton, mas não entendia o motivo. — Ele é um médico. Novamente, Stuart e Maddox riram. — Sim, ele é um médico qualificado. Antes dele resolver se estabelecer nessa profissão, ele gostava de experimentar. O nosso pai frequentemente o deixou envolvido com tortura para conseguir o que precisava. Porra, parece que se passou


uma vida. Mesmo. Ele se mudou para a Inglaterra há muito tempo e só vem em casa para visitas estranhas. — Demos a oportunidade para isso. — Disse Jacob. — E você terá que ajudar o seu tio quando sair. Rick vai precisar de ajuda e você não deve questioná-lo. Apenas siga o exemplo dele. Você não vai gostar. Precisamos sair daqui e precisamos que ele faça o que sabe fazer melhor. — Disse Maddox. — Esteja preparado para uma reação. O advogado disse-me que aquelas meninas apareceram nas notícias. Seus rostos e então seus corpos. É aqui que as coisas estão prestes a descarrilar. Todos vocês terão que trabalhar juntos. — Ele olhou para Damian, Abel, Landon e Gabriel. — Estraguei tudo. Isto aconteceu por minha causa e se chegar a esse ponto, vou assumir a culpa. — Não, pai. Eles vão nos tirar daqui. — Disse Jacob. — Podemos resolver o resto. Vou ficar de olho nas nossas mulheres, na nossa família, em tudo. Gabriel assentiu com a cabeça. — Wyatt e Owen, você deve inclui-los. Eles podem ajudar. Maddox riu. — Você realmente não tem uma grande opinião sobre a minha pessoa, não é? — Ele balançou a cabeça. — Wyatt e Owen têm trabalhado para mim. Eu sabia que algo não estava bem, mas entre você e a merda com a Charlotte, me distraí. Adoro a Charlotte e com tudo o que está acontecendo, não exigi nada de você. Minha única preocupação era a


Charlotte, isso é culpa minha. Foi a primeira vez em mais de cinquenta anos que me distraí e veja o que aconteceu. Os seus irmãos têm um emprego e um lugar. Eu não os afastaria. Eles são da família. — Peço desculpa. — Disse Gabriel. — Eles não disseram nada. — Bem, pedi-lhes para não o fazerem. Achei que quanto menos as pessoas soubessem, melhor. — Maddox se inclinou para trás. Damian olhou para a sua família. Ele não podia acreditar que ele estava em uma cela, em uma prisão, com a sua família. — Não se preocupe. Você vai descobrir isso e trataremos de tudo o que aparecer no caminho. — Disse Gideon. Damian não gostava de deixar qualquer um da sua família para trás. O que quer que estivesse acontecendo, eles precisavam resolver mais cedo ou mais tarde.

Quarenta e oito horas mais tarde A última pessoa que Damian esperava ver era o Rick, especialmente vestido com um terno. Aquele não era o tio a que estava acostumado. Rick, geralmente, era o bom rapaz. O indivíduo que estava sempre brincando. Ele só viu Rick com a


Mandy. Pelo que o seu pai e tio disseram, ele não era realmente aquela pessoa. Rick sentou-se atrás do volante quando todos entraram. — Bem, aqui está uma atualização para esse assunto de merda. O amigo da Ruby, Lewis, identificou Ivan Smith como a pessoa que realizou a chamada. — O quê? — Damian perguntou. — Que tal vocês me porem a par de tudo enquanto tomamos um pequeno desvio até ao cara que fez com que os meus irmãos fossem presos? Cadeia não combina com o Stuart ou com Maddox e com eles presos, isso significa que não posso estar em casa com a minha esposa. — Disse o Rick. — Por que não trouxe a Mandy junto? — Abel perguntou. — Ela não precisa testemunhar o que está para acontecer. Desde que conheci a Mandy, prometi a mim mesmo que não iria continuar nesta vida. Ela merecia um homem que era como ela, um homem que não tivesse uma escuridão dentro dele. Agora vamos lá, contem-me tudo. Então eles fizeram. Entre os quatro, eles contaram a Rick tudo o que eles precisavam saber. Sempre que eles se calavam, ele estalava os dedos exigindo atenção. Assim que eles acabaram, ele começou. — Então Ruby entrou em contato com Lewis, o gênio do computador. A chamada foi feita poucos segundos depois de


Gabriel entrar no armazém. Veio de um Ivan Smith. Agora o Ivan Smith está desaparecido. Sim, eu sei. Mas ele também está associado com o Westbrook. Eu conheço o Westbrook. Alguém já o viu? — Rick perguntou. — Sim. Ele tem uma cicatriz no seu rosto. — Não é a única que ele tem. Vários anos atrás, quando Mandy estava aqui, fomos a um bar. Quando ela estava pedindo alguma comida e bebidas, o Westbrook aproximou-se dela. Disse-lhe que era uma ótima candidata para ser fodida por um bando de homens e que isso ia ser visto na net. Eu fui um bom menino, disse-lhe para se foder e terminei a noite com os meus irmãos e as nossas mulheres. Enfim, para resumir uma longa história, ninguém diz merdas dessas para a minha mulher. Eu voltei e ele agora usa a minha marca. Cortei a sua cara feia e também os mamilos, apenas como aviso. Eu o conheço. Usei o seu método nele próprio. Meu palpite é que o desgraçado tem um problema com os Dentons por minha causa. Eu não tenho nenhum problema com isso. Eu vou terminar o que comecei. Rick estacionou à frente do clube onde

Damian

conheceu a Mia. — Se ele está desaparecido, por que estamos aqui? — Porque quero fazer uma visita e agora é uma boa hora para passar uma mensagem. — Disse Rick. Todos saíram do carro. — Espere. — Disse Damian. — E os outros? Não podemos deixá-los na cadeia.


Não

vamos.

Novamente,

Lewis,

o

gênio

do

computador, está trabalhando nisso. Ele pode rastrear essas duas meninas, seus últimos movimentos e ele tem acesso à filmagem de segurança. Eles sairão assim que ele puder provar que não foram eles. — Disse Rick, seguindo em frente. — Espere. E quanto à polícia que está do nosso lado? — Abel disse. — Como é que vocês fazem alguma coisa? — Rick perguntou. — Maddox limpa os seus rabos depois de cagarem? — Ele apontou para todos eles. — A única maneira de conseguirem as coisas feitas é agindo. Seu tio, pai e irmãos estão na prisão por dois crimes que não cometeram. Temos que reagir agora, antes que eles pensem por um segundo que podem montar um caso. Não há nenhuma maneira de que eu vá ficar e lidar com essa situação mais do que o necessário. Agora, vamos lá conseguir algumas respostas. Os policiais não estão aqui para ajudá-los. Não se preocupem com eles. — Com isso, eles o seguiram em direção ao clube de strip que Damian visitou na esperança de encontrar alguém disposto a acabar com a sua vida. Rick chutou as portas sem usar muita força, ou se ele usou, não demonstrou isso. Um homem avançou para ele e Rick bateu com a cabeça dele contra a parede. Damian nunca viu seu tio em ação e ficou chocado com quão forte e mortal o homem era. Ele, Abel, Landon e Gabriel não levantaram um dedo. Com dois homens mortos, Rick ficou no centro da sala.


— Agora podemos fazer isto da maneira mais fácil, ou da maneira mais difícil. Onde está Ivan Smith? — Um homem estava de pé e parecia prestes a correr quando Rick pegou uma cadeira e jogou nele. Gabriel foi até ao homem, imobilizando-o. Apanhando uma das armas, Damian apontou para um outro homem enquanto os seus irmãos faziam o mesmo, dando a Rick o suporte que ele precisava. — Você vai morrer, caralho. — Disse um cara grande. Rick riu, agarrando os ombros do homem e enfiando a cabeça dele numa mesa de vidro e depois em mais algumas. — Desculpa, não consigo ouvir. — Quando isso não foi o suficiente, ele pressionou a cara dele contra os estilhaços de vidro até que ele estava gritando. — Uau, você faz parecer como se estivesse o machucando. Ainda nem comecei. — Não havia nenhuma emoção no rosto do Rick e isso assustou Damian. O tio que ele conhecia estava longe de ser visto. Seu tio usou o grandalhão para destruir completamente o clube, jogando-o ao redor, como se ele não fosse nada mais do que uma boneca de pano. Sangue escorria pelo chão. — Sabe, estou entediado. — Rick pegou uma arma e atirou naquele que o Gabriel estava vigiando. Mais dois homens caíram e então ele apontou a arma para outro homem. — Diga-me! Aquele que Abel estava segurando sussurrou.


— Ele foi chamado pelo Westbrook. Ele foi para o cassino do Westbrook. Rick sorriu e deu um tiro no rosto do grandalhão, fazendo com que o cara que tinha aberto o bico gritasse. O homem caiu. Todos estavam mortos, a não ser o cara que falou. — Bom rapaz. — Disse o Rick. — Agora, você irá até Westbrook e ao Ivan. Vá e diga-lhes que Rick Denton veio com o intuito de terminar o que começou!

Mia correu até ao quarto para encontrar Damian parado ali. Ela tinha-o ouvido chegar e estava com a Martha e com o Reese no momento. Charlotte agora estava cuidando deles. Vendo-o ali no seu terno e parecendo com ele mesmo, ela correu na sua direção, lançando os seus braços em volta do pescoço. — Você está de volta. — Ele segurou-a firmemente, sua boca pressionada contra o seu pescoço. Ela fechou os olhos, aquecendo-se nos braços envolvidos em torno dela. — Estava tão preocupada. — Fui liberado, mas isso ainda não acabou. Está longe de terminar. Ela se afastou e ele colocou a mão na sua bochecha, olhando-a nos olhos. Mia encarou aquelas orbes marrons e então olhou para o seu pescoço e camisa.


— Você está coberto de sangue. — Nós não matamos aquelas garotas. — Eu sei. Eles, erm, eles mostraram os corpos uma vez. Acho que já não estão mostrando mais, mas reconheci o estrago que foi feito. — Ela franziu a testa. — Há alguns anos atrás, houve uma mulher. Ela tinha as mesmas marcas e coisas. Ela foi deixada em um parque perto de onde eu morava.

Disse

ao

advogado

e

ao

Lewis

todas

essas

informações. Espero que possa ajudar. — Não consigo manter esta merda de você. Eu queria que fosse diferente, mas como todas as coisas que estão relacionadas à minha vida, isso é uma merda. Preciso preparar a banheira para um banho. — Posso sentar com você. Me avise quando estiver decente. — Ela estava tão feliz de tê-lo de volta. Os últimos dias foram os mais difíceis de sua vida. Ela acordara no meio da noite sentindo falta da sua presença. Damian não sabia que ela o pegou a observando enquanto dormia. Algumas vezes, ele adormeceu e ela o observou, deitada na cama. Quando

se

tratava

de

Damian,

ele

despertava

sentimentos que acreditou que estavam mortos. Na ducha, lavando o corpo, ela tocava no ombro ou no estômago onde Damian tocou ou roçou. Isso fazia com que sentisse uma agitação, um formigamento que despertava todo o seu corpo, fazendo-a querer o seu toque novamente. Ela esperou que ele a chamasse, o que aconteceu segundos depois. Entrando no banheiro, ela congelou quando


viu parte do seu corpo nu. Mia sabia que ele era um homem grande e musculoso, mas não tinha ideia dele ser tanto. Seus ombros eram grandes e grossos. Ele possuía várias tatuagens ao longo dos braços. Sua boca ficou seca. Se sentindo como uma retardada e ficando excitada só de observar o seu peito nu, ela se forçou a sentar. Esfregando as mãos juntas, sorriu. — Você gosta do que vê? — Ele perguntou. As bochechas dela aqueceram. — Por favor, não. — É bom saber que você gosta do que vê. — Ele piscou para ela. — Certamente amo o que eu vejo. Adoro quando você usa calças. — Porquê? — Isso mostra a sua bunda perfeita. Sempre que vejo você se curvar, é difícil não olhar. — Porque é enorme? — Não, porque é sexy para caralho e me faz pensar em fazer coisas que você não está preparada para fazer. Ela ficou molhada e fechou as coxas rapidamente, lambendo os lábios. — Uau. — Ela disse. — O que faz você pensar que não estou pronta? — Ivan. — Ele não pode controlar-me, Damian. Eu sou uma menina grande. — Ela sentiu-o deslizar os olhos pelo seu


corpo. — Podemos voltar a isso. Você queria me dizer algo. — Eles precisavam permanecer no ponto antes que ela se perdesse. Havia um monte de coisas acontecendo ao seu redor. Agora não era o momento de pensar sobre suas necessidades pessoais. Necessidades que ela achou que desapareceram há muito tempo. — O nome Denton inspira medo em muita gente, mas também muito respeito. Mexemos com drogas, mulheres e dinheiro. Quem quer criar um negócio na nossa cidade, tem que vir até nós. Nós controlamos tudo e recebemos parte dos lucros. Você me perguntou se já matei alguém e a resposta é sim. Para ser um Denton, você tem que provar o seu valor. Eu lutei, matei e fiz muitas coisas para minha família e para tornar o mundo mais seguro, de uma certa forma. — Ela já sabia a maior parte do que ele falou. — A coisa é, existe uma maldição ou um legado. É conhecido como o legado da família Denton. Há muita especulação sobre isso. Alguns acham que é um monte de besteira. Outros acreditam que é a nossa fraqueza e penso que de uma forma eles estão certos. — Você tem uma fraqueza? — Ela perguntou. — No momento em que vemos uma mulher, a mulher que foi feita para ser nossa, nós sabemos. Ela é a mulher que vamos amar, desejar, respeitar e nos dedicar. Eu sei que isso para um monte de gente é besteira fodida, mas adivinha? É a verdade.

Meus

irmãos,

Jacob,

Abel,

Oliver

e

Landon

passaram por isso. Meu pai sente isso pela minha mãe.


Nunca senti isso pela Betty, mas ela estava ciente de que haveria uma mulher que eu amaria mais do que tudo neste mundo. — Ele pausou e ela o viu engolir. — Nunca menti para ela. Eu sempre falei a verdade. Mas isso não importa. Não foi o suficiente. Eu nunca poderia amá-la como ela viu os meus irmãos amarem as suas mulheres. Ela não era minha e eu acidentalmente a engravidei, Mia. Você acha que sou um homem bom e tento ser. Eu tento, maldição, mas não sou. Sou como o Ivan. A única diferença é que não estuprei uma mulher para conseguir o que queria. Ela ficou chocada quando virou a cabeça e nem sequer olhou para ela. Ele esfregou os olhos e ela soube que estava chorando. Mia realmente não tinha a menor ideia do que fazer. Os homens não choram, não é? Eles nunca mostram fraqueza, mas ainda assim, Damian começou a chorar, a chorar mesmo. Seus soluços encheram o cômodo e isso quebrou o seu coração, trazendo suas próprias lágrimas para a superfície. Incapaz de assistir a sua dor por mais tempo, ela foi até à banheira e subiu nela, nem mesmo pensando no que estava fazendo, apenas sabendo que tinha que fazer isso. Escarranchando em sua cintura, mesmo que ele estivesse muito nu e ela vestida com calça jeans, envolveu os seus braços em volta do seu pescoço. Isso não era nada sexual. Mesmo

enquanto

as

lágrimas

deslizavam

pelas

suas

bochechas, ela segurava um Damian soluçando. Ela sentiu a culpa vindo dele em ondas e partiu o seu coração ao vê-lo desta forma.


— Está tudo bem. Estou aqui com você. Você está bem. Tudo vai ficar bem. — Eu pensei que ela poderia lidar com isso, Mia. Realmente. Eu não queria deixá-la grávida e também não lhe dei nenhuma falsa esperança. Fui verdadeiro com ela. Ela fechou os olhos imaginando o tormento que ele deve ter passado desde que encontrou Betty morta. Foi demais para sequer pensar e ela sofria por ele. — Não pode se culpar, Damian. — Ela colocou a mão na sua bochecha. — Você não é aquele que fez promessas e não conseguiu cumprir. Você foi honesto. Não pode se culpar por isso. — Ela está morta por minha causa. — Não. Você foi honesto com ela. Você deu-lhe tudo o que conseguiu e não há nenhuma vergonha nisso. Isto não é você, Damian. Você não disse para ela se matar. Não esperava por algo assim. Não pode se culpar. — Como você pode olhar para mim, Mia? Eu sou um monstro. — Já vi monstros e estive com alguns. Eles não me fizeram sentir assim. Você é uma pessoa boa, Damian. — Ela já sabia por um tempo o que esperar da família Denton. Eles eram o tipo de pessoas que os monstros temiam e ainda assim, ela viu e ouviu muitas coisas boas sobre eles. Os caras que cuidavam dela conversavam com frequência e às vezes sentava e escutava-os. Obviamente, eles não sabiam que ela estava por perto, ou se eles sabiam, eles não demonstravam.


— Você tem uma filha linda. Eu sempre serei sua amiga, Damian. Ele acariciou a bochecha dela. — Você é a mulher, Mia. — O quê? — No momento que a vi, soube que você era minha. Você é a minha mulher e estou totalmente apaixonado. — Então ele agarrou a sua nuca, puxando-a para um beijo. Ela não lutou contra ele. Afundando os dedos no cabelo dele, ela colocou a boca na dele, fazendo aquilo que desejava há algum tempo, amando a sensação de seus lábios contra os dela.


Capítulo 9 Mais tarde naquela noite, quando as lágrimas foram todas embora, Damian deitou ao lado de Mia, tocando a sua bochecha. Eles não foderam ou fizeram amor. Em vez disso, ela o segurou enquanto ele chorava e então o beijou. Passando o polegar pelo lábio dela, ele olhou-a nos olhos, sabendo sem sombra de dúvida que era o homem mais sortudo do mundo. — Você me ama? — Mais do que qualquer coisa. Isso o deixou triste, mas ele sabia que com tempo, ela iria amá-lo de volta. Ele com certeza ia amá-la para o resto da sua vida. — Nunca fui amada antes. — Ela tocou sua mão e sorriu. — Eu gosto de você, Damian. Não sei se te amo, mas eu quero. Quero ser amada e ter tudo o que vi os seus irmãos terem com as suas mulheres. Estou presumindo demais? Ele balançou a cabeça. — De modo nenhum. — É sempre assim? Ser preso, jogado na cadeia? — Não, não é. Com tudo o que tem acontecido no último ano, estivemos lidando com as nossas próprias coisas. Nossa


família sempre esteve no topo da cadeia alimentar. Alguém decidiu tomar o nosso lugar e governar a cidade. Isso é culpa nossa. Iremos consertar. — Você pode sair? — Ela perguntou. Ele balançou a cabeça. — Não. Nós sempre mantivemos uma aparência de paz em nossa cidade. Nós nos orgulhamos da proteção que fornecemos para todos, mesmo as mulheres que trabalham para nós. Aquelas duas mulheres que morreram, aquilo nunca deveria ter acontecido. Nós aprendemos com os nossos erros. Nunca acontecerá novamente. Isso, eu prometo. — Você não precisa me prometer nada, Damian. Sei que você diz a verdade. — Como está lidando com tudo isso? — Ele perguntou. — Você deve ter perguntas. — Eu estou indo bem. Você não deveria se preocupar tanto comigo. Sim, já passei por muita coisa, mas os outros também. — Ela sorriu. — Isto é tudo surreal para mim. Você me ama e eu posso ver isso. Vejo-o na maneira que você olha para mim, na forma com que me ajudou. — Mesmo que não fosse minha, não ficaria parado a vêla se machucar. Eu vi o medo em seus olhos, assim como o desgosto. Eu teria ajudado você, Mia. — Você é um sonho tornado realidade. — Ele viu os olhos dela brilharem com lágrimas não derramadas. — Minha mãe era viciada em drogas. Muitas noites, fiquei acordada


ouvindo os homens gemendo enquanto ela os fodia para conseguir dinheiro para a sua próxima dose. Alguns dos homens batiam nela o tempo todo. Eu deitava na minha cama ou sentava nas escadas fora do nosso apartamento e fingia que em algum lugar estava alguém à minha procura, que um dia ele iria amar-me mais do que qualquer outra coisa no mundo. Eu passava dias apenas esperando que quando o encontrasse, fosse algo que sempre desejei. — Ela acariciou a sua bochecha. — Posso não ter os mesmos sentimentos que você, com a intensidade que você sentiu quando me viu, mas toda a minha vida estive esperando por alguém como você. Você é meu sonho se tornando realidade, Damian. — Com isso, ela pressionou os lábios contra os dele. — Você é a mulher mais corajosa que conheço. Ela sorriu. — Não. Sou apenas uma sobrevivente. — E isso é o que te faz ser corajosa. Tudo que você descreveu, parece um pesadelo para mim às vezes. Meu pai, ele era um osso duro de roer, mas ele nos amava. Eu sabia no fundo que ele o fazia, mesmo quando nos ensinava lições difíceis na vida. — O pensamento do seu pai o fez lembrar que tinha que os ajudar. Rick não queria descansar, mas ele também percebeu que havia um limite para o que eles podiam fazer em um dia. Além disso, Rick queria que a sua mensagem atingisse o seu destino. — O que está errado? — Mia perguntou. — Você se perdeu por um minuto.


— Estou apenas pensando no meu pai e nos meus irmãos trancados na cadeia, assim como o tio Stuart. — Acha que vai conseguir tirá-los de lá? — Sim, temos que tirá-los. — Não havia possibilidade do seu tio assumir e executar o negócio da família Denton. Seu pai disse-lhe que, se necessário, eles teriam que impedir o Rick de ser colocado na cadeia. Ele era uma lei para si mesmo e provavelmente causaria mais danos à sua própria reputação antes que isto acabasse. Tornar-se um médico não moderou o monstro dentro dele. Apenas Mandy, sua mulher, conseguia acalmá-lo. Mia, fechou os olhos e começou a bocejar. — Eu sinto muito. Estou com tanto sono. — Então durma um pouco, querida. Você não precisa se preocupar com nada. — Ele pressionou outro beijo na sua cabeça e a viu começar a adormecer. Não demorou muito para ela desmaiar e ser tomada pelo sono. Durante vários minutos ele a observou, amando a paz que caiu sobre ele. Passar um tempo longe dela era uma agonia que não conseguia descrever. Abel, Jacob e Oliver tinham todos se sentido da mesma maneira, o que fazia se perguntar se esse era o sentimento que Landon também tinha. Isso era

loucura. Quando ele percebeu

que não

conseguiria adormecer, caminhou para fora do seu quarto de infância, que mudou ao longo dos anos. Não havia nenhum grande cartaz de filmes que ele amava ou mesmo calendários


de garotas nuas. Ele foi um clássico adolescente e o seu quarto passou por muitas transformações. Deixando o quarto, ele desceu as escadas e encontrou uma luz saindo do escritório do seu pai. Pela primeira vez em sua vida, ele realmente sentia falta do seu pai e sabia que a prisão não era lugar para ele. Ao entrar no escritório, ele viu Rick ainda acordado e trabalhando. Sua mãe, Charlotte, estava desmaiada no sofá com um cobertor jogado sobre ela. — Não conseguia dormir? — Não. Há um monte de coisas para fazer. — Eu estaria passando o tempo com a minha mulher agora mesmo e acredite que é onde eu gostaria de estar, mas por acaso, estou limpando a confusão dos meus irmãos. — Rick continuou a digitar mesmo enquanto falava. Damian franziu a testa, se perguntando o que ele estava vendo, ou até mesmo o que estava fazendo. Antes que pudesse dizer alguma coisa, Rick começou a falar. — Você sabe que nós, Dentons, temos uma reputação por permanecermos juntos. Aconteça o que acontecer, estamos unidos como um. Não importa se nós somos atingidos, nós iremos unir-nos. Você tenta derrubar um e enfrenta a todos. Sempre fomos uma família grande e em breve espero adicionar mais membros a esse rebanho, mas agora não há possibilidade alguma para eu compartilhar a minha mulher. Eu sou um cretino egoísta. Não nego isso. Felizmente, tenho alguns anos antes de me tornar estéril. —


Finalmente, Rick olhou para ele e a digitação cessou. — Essa pessoa que você tem, Lewis, ele é bom. Voltando ao que eu estava dizendo. Ah sim, isso mesmo. Família, unidade, amor e toda esse merda. Seu pai fez merda quando ele fodeu com a prostituta do Colton. Não era suposto isso gerar uma criança, mas quer saber? Temos o Gabriel e conseguimos o Wyatt e o Owen misturados com tudo isto. Eles são bons homens. Eu posso ver isso, assim como o seu pai também pode. O problema é que como uma família, este pequeno imprevisto causou isto. — Não, não causou. Rick bateu sua mão sobre a mesa, acordando a Charlotte. — Causou e não me interrompa nem mesmo por um segundo, rapaz. Essa é a realidade. Você é uma criança, assim como todos os seus irmãos. Em certo ponto, os meus irmãos também são. Eles não disseram para vocês tirarem as cabeças dos rabos e aprenderem a lidar com os problemas. Vocês trataram esta situação inteira como um bando de garotas e adivinha? Isso retornou para vos morder. — Acho que já é o suficiente, Rick. — Com todo o respeito, Charlotte, cale-se. Não quero ouvir as suas merdas de como o meu irmão fodeu uma mulher antes de a conhecer. Supere isso. E daí? Gabriel está vivo e você tem um par extra de filhos e filha para mimar. Eles se distraíram, o que neste momento já custou a vida de uma grande quantidade de pessoas. Não só aquelas duas


mulheres no armazém. Houve dois policiais que morreram na última hora. Não se preocupe, já coloquei o nosso advogado para ajudar as famílias. É o mínimo que posso fazer. Você quer saber o que faço, Damian? Limpo toda a merda. Isso é o que eu faço. É o que sempre fiz. Quando saí, foi porque não havia nada para limpar. Maddox e Stuart tinham tudo sob controle. O que por sua vez, virou merda em questão de meses. Ele fodeu a mulher do Colton e Gabriel está aqui. Supere isso. Eu fiz. Ele é meu mais novo sobrinho. Aprenda a ter coragem. Se você não fizer, diga adeus a esta vida e àquela mulher que você tem lá em cima porque isso não vem fácil. — Rick balançou a cabeça. — Eu nunca deveria ter ido. — Por que você foi? — Maddox e Stuart o mandaram embora. — Charlotte disse,

finalmente

falando.

Eles

não

conseguiam

acompanhar a interminável pilha de cadáveres e os policiais pedindo para falar com o Rick a todo o momento. Com a descoberta da Mandy e ela tendo um emprego na Inglaterra, seu pai e tio pensaram que isso faria bem para ele. — Charlotte, você precisa ir embora. — Disse Rick. Damian ficou chocado quando a sua mãe simplesmente se virou e saiu. — Você não pode dar ordens à minha mãe em sua própria casa. — Eu posso quando o que estou prestes a mostrar-lhe a machucaria. — Rick girou o laptop em que ele estava


digitando e Damian deu um passo em frente. — Como eu disse, Lewis é brilhante. O laptop mostrava a tortura sofrida pelas duas meninas. Também mostrava Ivan Smith e um outro cara se livrando dos corpos. Rick apontou para a tela. — Esse filho da puta feio é o Westbrook. Quem é o cara com ele? — Ivan Smith. Você simplesmente bateu para caramba em um dos seus homens. — É ele que você quer matar? — Rick perguntou. — Sim, é ele. — Maravilhoso. Estamos todos do mesmo lado. Eu mandei isso para o advogado e ele está trabalhando para libertar a nossa família. Até então, vá e durma um pouco. — Você não irá atrás deles agora mesmo? — Damian perguntou. — Não. Vamos tornar isso um assunto de família.

Mia colocou Martha e Reese para fazer o cochilo da manhã. Ela olhou para o filho e sorriu para o seu rosto bonito com suas bochechas rechonchudas. No momento em que ela o viu, sabia sem dúvidas que faria de tudo para cuidar dele e amá-lo.


Em seguida, mudou-se para Martha. A menina era um sonho para se cuidar. Raramente chorava e estava sempre sorrindo e rindo. Novamente, Mia aprendeu a amar a menina com seus cachos escuros e olhos verdes chocantes. Sem dúvida Martha ia ser uma destruidora de corações. — Ela é uma menina bonita, não é? — Charlotte perguntou, entrando no berçário. — Sim, ela é. Você deve ser uma avó orgulhosa. — Sempre. Eu amo os meus filhos. Muitas vezes os decepcionamos, mas eles nunca fizeram o mesmo comigo. Olhando mais para a mulher mais velha, ela viu que Charlotte estava incrivelmente pálida. — Você está bem? — Sim, estou bem. Estou apenas.... Estou sentindo a minha idade agora e todos os erros que cometi ao longo dos anos. Se Maddox não estivesse muito ocupado tentando lidar comigo, nada disso estaria acontecendo. Ele é sempre um homem tão bom. Ele precisava manter tudo sob controle e não o fez por minha causa. Isso é tudo culpa minha. — Damian me explicou tudo. O legado, o que a família faz. Charlotte assentiu com a cabeça. — Muitas mulheres, inclusive eu, acham isso difícil de acreditar, mas vi acontecer, senti na maneira que o Maddox me trata. Muitas vezes, não sou uma esposa muito boa para ele. Provavelmente não devia dizer isso.


— Não pode se culpar por tudo. Você não tinha como saber o que aqueles homens fariam com as duas mulheres. — Maddox saberia. Esse é o ponto, Mia. Meu marido tem sido o chefe da família Denton desde que me lembro. Ele sempre

soube

e

viu

as

ameaças

se

aproximando.

Especialmente quando estas vêm de pequenos bandidos como o Westbrook e o Ivan. Não importa o quanto você tente me fazer sentir melhor, nada mudará o fato de que isso é minha culpa. — Ivan Smith? — Mia perguntou. — Sim. O pai do seu filho. Mia estendeu a mão e acariciou a bochecha do Reese. — Ele não será como o Ivan. Eu mantive-o afastado tanto quanto consegui. — Você é uma boa mãe e ficaria muito feliz em tê-la como nora. — Acho que é um pouco cedo para presumir isso. Damian e eu, somos… não sei o que somos. Me preocupo com ele e quando estou perto dele, sinto uma grande felicidade. — Sinto tudo isso em relação ao Maddox, mesmo quando ele me irrita e me magoa. Fui uma tola. Fiquei zangada com o Maddox por causa do Gabriel, mesmo sabendo que nem estávamos juntos. Ele ainda não tinha me visto, sabe? Como posso ficar irritada com algo sobre o qual


nem tínhamos controle? Estou esperando ele chegar em casa para poder fazer melhor. Mia caminhou em direção a Charlotte e envolveu seus braços ao redor da outra mulher. — Você é uma boa mãe. — Você é uma garota doce. Damian está prestes a sair. Cuidarei deles enquanto você diz adeus. Mia deixou o berçário e caminhou em direção ao quarto que eles compartilharam. Ela acordou esta manhã com os braços dele envolvidos ao seu redor. Por alguns poucos segundos, ela conseguiu fingir que ele não tinha que ir embora, que não havia um problema. Ela fechou os olhos e imaginou como seria acordar com ele a beijando, acariciando o seu corpo. Ivan não foi o seu único amante. Ela teve um namorado antes dele e ela amava sexo. Foi bom, mas ela queria aquela paixão sobre a qual lera em tantos livros. Sim, era um clichê, mas estava errada em querer algo mais? Depois do Ivan, ela achou que nunca mais sentiria algo de novo, o que aconteceu há mais de um ano atrás. Com o Damian, era difícil realmente entender porque ele era a única pessoa com quem se sentia segura, livre para ser ela própria. Entrando no quarto, ela o viu sentado na cama, segurando algo na mão. Ele olhou-a quando entrou no quarto. — Sua mãe disse que você ia sair. Não queria que fosse sem me despedir. — Ela franziu a testa. — Onde vai?


— Controle de danos. Rick quer falar com alguns dos nossos fornecedores e também dar a entender que não fomos responsáveis

pelo

assassinato

daquelas

duas

garotas.

Também vamos adicionar alguns seguranças extras para os nossos lugares. Isso vai ajudar a mostrar-lhes que estamos de volta e que estamos cuidando dos nossos. — Isso soa como a coisa certa a fazer. — Sim, Rick é o único que não tem a cabeça no seu próprio rabo. Parece que estar longe da sua mulher é um incentivo suficiente para fazer o trabalho da maneira certa. Havia tanta coisa que ela queria dizer, mas nada saía da sua boca. Ele admitiu ser apaixonado por ela ontem e agora havia um silêncio estranho. — Reese e a Martha estão cuidados. Tomamos café da manhã e levei-os para uma caminhada em torno do jardim. Martha adora o ar fresco, assim como o Reese. — O filho dela estava prosperando neste novo ambiente. Não só o seu filho estava melhor, mas ela também sentia uma mudança em si mesma. Por muito tempo, ela esteve com medo de tudo e nada. Agora era como se fosse capaz de pensar, concentrar-se e lutar. — Estamos bem? — Damian perguntou. — Por que não estaríamos? — Ontem à noite, não só te contei a verdade de quem eu sou e o que a minha família faz, disse também que era apaixonado por você. Depois de tudo o que passou, não


ficaria surpreso se você saísse por aquela porta e não voltasse. Mia colocou as mãos em seus quadris e olhou para ele. — Você vai me definir como pessoa se baseando no meu passado? — Você já passou por muito. — Assim como tantos outros e adivinha? Lutamos e seguimos em frente. — Eu vou matar Ivan Smith, Mia. Vou cortar o pau dele e alimentá-lo com isso. Então vou mergulhar a minha faca na barriga e rasgá-lo até que ele se separe em dois. — Isso é muito... colorido. — É o homem que sou. — Ele se levantou e começou a caminhar em direção a ela. Mia não tinha medo. Ela sabia quem ele era e do que era capaz. Para ela, não importava. Tudo o que importava era que no final do dia ele chegasse em casa. — Estou apaixonado por você. — Ele disse. Ela colocou as mãos no peito e olhou-o nos olhos. — Então venha para casa. Faça o que você precisa fazer e venha para casa. — Então sem qualquer hesitação, ela se colocou na ponta dos pés e pressionou os lábios contra os dele. Colocou os dedos no cabelo dele e o segurou firmemente contra o seu corpo enquanto provocava-lhe os lábios até que ele os abriu e ela mergulhou a língua na sua boca.


Libertando um gemido, ela engasgou-se quando ele agarrou a sua bunda e apertou-a contra a parede. — Há muita coisa que você não sabe sobre mim, Mia. Muito. — Ele disse, parando o beijo. Ele a tinha pressionada entre a parede e o seu corpo e ela gostava disso. A dureza do seu pau estava aninhada contra o estômago dela. Olhando-o nos olhos, ela sabia que o queria mais do que qualquer outra coisa. — Você acha que me conhece? Ele inclinou a cabeça para o lado. — Há muita coisa que você não sabe, Damian. Eu não sou uma donzela em perigo. Fui capaz de viver a minha vida perfeitamente bem. — Você estava aterrorizada com o Ivan. — Eu estava com medo do que aquele monstro me faria fazer. Amo o meu filho e não sei o quão longe eu iria para o manter quente à noite e alimentado. Já ouvi muita coisa ruim sobre as mulheres do Ivan e esse era o meu status para um monte de gente. Apenas uma outra mulher. Eu não era dele. — Ela passou o dedo dela pelos lábios dele. — Ele não foi o meu primeiro, Damian. Eu não sou uma donzela em apuros. Posso cuidar de mim e não preciso que seja cuidadoso comigo. — Damian, vamos lá. Temos de ir. — Disse Rick, gritando para eles. Ela virou-se para a porta. — Eu tenho que ir. — Damian disse.


— Então vá. Eu ainda estarei aqui quando você voltar. Ele afundou os dedos em seu

cabelo, puxou o

comprimento e colocou os lábios nos dela, fazendo-a gemer. — Vamos! — O grito do Rick mostrava a sua falta de paciência. Damian gemeu. — Me sinto como um fodido adolescente agora. Ela riu. — Vá. Tudo vai ficar bem. Você verá. Ele recuou e levantou as mãos. — Eu quero que use isto para mim. — Ele disse. Em sua mão estava um colar, um coração com uma joia única no canto. Era linda e delicada. — Porquê? — Vi isso há alguns anos atrás e sempre prometi a mesmo que quando finalmente encontrasse a minha mulher, queria que ela o usasse. Para muita gente, não tem nenhum valor significativo. É caro, mas isso é mais pessoal para mim, Mia. Quero que fique com ele para que saiba que você possui o meu coração, o que é verdade. Ela levantou o cabelo para cima e virou. — Vou usá-lo para você. — Ela não tinha nenhuma joia e quando ele colocou a corrente fina em volta do seu pescoço, algo disparou na cabeça dela. Ela estava concedendo-lhe permissão para tê-la.


Era estranho quão ligada a ele se sentia. Algumas das mulheres podem inicialmente não sentir uma conexão com seus homens, mas ela sentia. Toda vez que olhava para Damian, havia este puxão que não podia negar, essa sensação de que queria ficar com ele mais do que qualquer outra coisa. Talvez, apenas talvez seja na verdade amor. Os seus sentimentos por ele eram diferentes de tudo o que sentiu antes. — Damian, pelo amor de Deus! Estou ficando velho aqui. Ele riu. — Tenho de ir. — E pressionou outro beijo nos seus lábios. — Eu estarei de volta. Ela não podia esperar.


Capítulo 10 — Por que não trouxemos o Landon e os outros? — Damian perguntou. Rick subiu no carro e ligou-o. — Eles não precisavam vir, mas você sim. Precisamos conversar. — Você vai repreender-me novamente por me distrair? — Não. Temos um lugar para ir. Seu tio fez-lhe mais perguntas do que respostas e ele estava cansado de tentar adivinhar os pensamentos de Rick. O homem parecia ter uma mente singular. — Sabe, Damian, mesmo estando na Inglaterra e trabalhando tanto como trabalho, ainda tenho tempo para falar com os meus irmãos. Me mantenho atualizado sobre tudo o que está acontecendo por aqui e quero dizer que sinto muito pela sua perda. Não conhecia a Betty muito bem, mas ouvi que ela era uma boa mulher. Damian olhou na direção do Rick. — O que é isto? — Maddox me ligou quando aconteceu. Disse-me que você estava tendo problemas em lidar com a culpa. Você a amava?


Ele não disse nada e em vez disso olhou para fora do carro. — Não tenho nada a dizer. — E isso só me diz que você tem muito a dizer.

Mia

parece legal. — Você mal disse duas palavras para ela. — Ela o trouxe de volta, Damian. O que quero saber é por que você estava no Ivan. Seu pai nunca perguntou, assim como nenhum dos seus irmãos. É por isso que sei que os problemas que estão ocorrendo são porque ninguém está prestando atenção. Porque não começa por dizer a verdade? Damian passou um dedo sobre os lábios, sabendo que Rick não ia deixá-lo sair deste maldito carro. — Você quer a verdade? — Sim, eu quero a verdade e saberei se você estiver mentindo. Eu estive longe, mas não sou um idiota. Ajudei a cuidar de todos os seus rabos feios por um tempo. — O que você quer dizer? — Eu não vivo na Inglaterra desde sempre e não encontrei Mandy imediatamente. Todos ajudamos na sua criação. Sua mãe teve seis rapazes, um após o outro. Todos tivemos que contribuir. Vocês não foram fáceis, nem mesmo por um segundo. Na verdade, vocês foram difíceis. Jacob estava sempre explorando a casa. Uma vez, encontrei-o com uma faca atrás de Oliver ao redor da moradia. Quando perguntei o que ele fazia, disse que viu uma cena na


televisão. O pirralho tinha mudado para um canal de horror e pensava que estava tudo bem se começasse a matar os seus irmãos. Isso foi difícil de explicar. Damian começou a rir. — Você está brincando. Você vai relembrar o passado agora? — Eu apenas pensei no fato de você ser um dos filhos mais jovem do meu irmão. As coisas ficam bastante agitadas ao longo da vida e você pode ter sido deixado para trás. — Não preciso de atenção, Rick. Eu sou um homem crescido. — Ainda assim você estava no Ivan por uma razão e quero saber qual era. Você já tinha dito ao seu pai e irmãos para se foderem. Você não podia suportar Gabriel ou qualquer um dos Coltons, então conte-me a verdade, Damian. Não quero qualquer uma das suas mentiras. — Rick continuou a dirigir e Damian ainda não sabia onde estavam indo. — Temos coisas para fazer. — Encontrou o que você estava procurando no fundo de uma garrafa? Ou não encontrou e por isso foi até ao Ivan? Você estava causando uma briga lá. Tentando ganhar atenção. Damian encarou Rick quando este estacionou o carro à frente do cemitério em que ele enterrou a Betty.


— O que você está fazendo? — Quando ele ia puxar a maçaneta da porta para sair, Rick trancou-os. — Você não vai sair e não iremos nos mover nem um centímetro até resolvermos este problema. Já fizemos o controle de danos e você trabalha maravilhosamente bem. Sei que você tem isso em si, mas agora preciso lidar com esse outro probleminha complicado. — É disso que se trata? Você acha que sou um problema? — Damian, você é um problema. Por muito tempo você esteve trancado numa espécie de espiral descendente. Os Dentons trabalham como uma frente unida. Agora, alguns de nós estão trancados na cadeia e estou aqui cuidando de vocês. Quando o seu pai e irmãos saírem, preciso saber que todo mundo é uma unidade. — Por que não fala com o Gabriel? — Ele perguntou. — O Gabriel não procurou uma briga. Ele fez tudo que pôde para se provar. Assim como os outros irmãos dele. O problema com o Gabriel está profundamente enraizado em todos os outros e vou lidar com isso. Agora você, por outro lado, ambos sabemos o que você estava tentando fazer quando foi para essa cidadezinha de merda e fez uma cena. Damian engoliu quando um caroço começou a se formar em sua garganta. Porra, ele não ia chorar. Não na frente do seu tio.


— E tudo começou por causa dessa garota. — Rick apontou para o cemitério e em seguida, puxou uma fotografia do bolso do casaco. Damian olhou para a foto e reconheceu-a. A foto era uma das que ele tirou no hospital pouco depois da Betty ter tido a bebê. Ela estava segurando Martha enquanto sorria para a câmera. Foi um dos momentos mais felizes da sua vida e este foi destruído quando a encontrou. Rangendo os dentes, ele olhou para a foto e depois para o seu tio. — Ela era uma garota bonita. — Exatamente, ela era um monte de coisas. — O que você queria, Damian? Cerrando os dentes, ele olhou para a foto. — Por que diabos você tem esta foto? — Ele perguntou. — Tenho muitas maneiras de encontrar essas merdas, Damian. Provei isso para você algumas vezes. Pare de subestimar-me. Responda à pergunta. — Você sabe a resposta de qualquer maneira. — Não me interessa o que sei. Eu quero saber o que você ia fazer. Quero que me diga a verdade. Não havia nenhuma razão para manter a verdade dele. Rick não o deixaria voltar para Mia até que ele dissesse isso em voz alta.


— Fui lá à procura de uma luta. Eu sabia que Ivan iria me proporcionar isso e queria uma luta até a morte. Não queria me sentir como me sentia desde que Betty tirou a sua própria vida. Odiei o meu sobrenome e tudo o que o nome Denton representa. Eu sei que sou uma das grandes razões por que estamos nesta situação. Eu desisti. — Ele olhou para o Rick. — É isso que você queria ouvir? — Quero a verdade. Não interessa se isso era o que eu queria ouvir ou não. — Eu vi a Mia e não consegui prosseguir com isso. Não poderia ter uma luta. — Ele riu. — Na verdade, usei o nome Denton para fazer com que ele se afastasse. — Damian, a morte da Betty não é sua culpa. Não é culpa de ninguém. — Ela se matou porque nunca a amaria da maneira que ela queria ser amada. Como é que isso não é culpa minha? Ela morreu porque eu não conseguia amá-la. — Você disse-lhe a verdade, Damian. Disse-lhe desde o começo que você não poderia ser mais do que um melhor amigo para ela. O que mais você poderia oferecer? Dizer-lhe que a amava e então encontrar a Mia do nada. O que então? Fazer como o Stuart fez? Quebrar o coração de uma mulher? — Não, claro que não. — Você quer ser o culpado, mas não pode. O que você precisa fazer é aceitar que não havia nada que pudesse fazer. Não havia nada que alguém pudesse fazer. — Rick saiu do carro. — Vamos lá.


— O que quer que eu faça? — É hora de você encontrar paz. Damian saiu do carro achando que toda esta viagem era inútil. — Eu pensei que era suposto você estar aqui para ajudar a lidar com os problemas? — Damian perguntou. — Papai e os outros estão saindo em breve, o que quer dizer que você pode ir embora. — Oh, querido, você está partindo o meu coração ao dizer para ir embora. Vou consertar tudo e não vou embora até que o Westbrook esteja morto, totalmente morto, completamente

morto.

Até

mesmo

vou

enterrá-lo

pessoalmente. Damian revirou os olhos. — Você é uma aberração. Você sabe disso, certo? — Sim, eu sei e aceito isso. Eles entraram no cemitério e Damian foi em direção à lápide que escolheu para a Betty. Harper tinha-o ajudado a escolher e o seu coração quebrou ao ver isso finalmente. — Não é culpa sua, Damian. Lembre-se disso. — Então Rick colocou o braço sobre seus ombros e quando ele olhou para o nome da Betty, ele não estava preso em sofrimento, ou em dor, ou até mesmo em culpa. Estava apenas triste porque ela se tornou uma grande parte de sua vida. Algum vento soprou e ele fechou os olhos quando a última réstia da sua culpa desapareceu no ar.


Mia estava tão feliz por estar de volta ao apartamento deles. Ela sorriu para Gabriel. Fazia uns dias que a família de Damian foi libertada da prisão e o seu isolamento auto imposto foi revogado. Enquanto Damian foi ao cassino para uma atualização, Gabriel tinha se oferecido para trazê-la. Ele carregava o assento do Reese antes de colocá-lo no chão. — A casa de Charlotte é incrível, mas é realmente bom estar de volta ao lar. — Ela puxou a camisa dela, que tinha subido para o seu estômago. — Tudo está voltando ao normal. Haverá guardas na porta e o Rick queria que eu falasse com você. É por isso que não estou na reunião. Ele vai me informar sobre isso mais tarte. — Oh, está bem. O que é? — Se o Ivan a contatar, ele quer que você lhe conte sobre isso. — Gabriel estendeu um telefone. — Aqui você tem todos os contatos do Rick. — Por que não podia ser Damian a me contar isso? — Damian é muito protetor e não acho que ele descobriu que Ivan pode tentar entrar em contato com você mais do que com qualquer outra pessoa. Ele é o pai do seu filho.


— Oh. — Ela não pensou nisso e agora sentia-se estúpida por isso não ter passado pela sua mente. — Uau, erm, o que eu faço? — Em primeiro lugar, não entre em pânico. Ele sabe que você está com os homens Denton e já é de conhecimento público que eles foram liberados. É só uma questão de tempo antes de os apanharmos. Não caía em nenhuma das suas tretas. Ligue para o Rick. Ela olhou para o telefone. — E se ele quiser arranjar um encontro ou algo assim? — Ela lambeu os lábios secos. — Pare de entrar em pânico e foque-se. — Gabriel agarrou os ombros dela e começou a respirar. — Inspire e expire, está tudo bem. — Não, não está tudo bem. Nada está bem. — Sim, está. Nada acontecerá. Não deixaremos isso acontecer. Ela acenou com a cabeça. — E se Damian perguntar? — Então você pode dizer-lhe e também lhe diga para lidar com o Rick. Não quero outro motivo para ele me odiar. — Ele não te odeia. Seus sentimentos são complicados. — Outra razão para pensar que ele me odeia. — Gabriel balançou a cabeça. — Está bem. Está tudo bem. Você é uma pessoa maravilhosa, Mia e sei que você vai cuidar do Damian.


Ela olhou para o Gabriel. — Você os seguiu por muito tempo? — Sim. Por um longo tempo eu os odiei e ao mesmo tempo os invejei a eles e ao que todos têm. — Você é parte disso também. — Sei disso agora. Vou embora. Lembre-se, chame o Rick no momento em que algo acontecer. — Gabriel deixou-a sozinha no apartamento e ela se sentiu muito perdida, sozinha pela primeira vez na história. Afastando esse sentimento, começou a desempacotar as coisas das crianças e tudo o que ela usou. O que gostava no apartamento do Damian era o fato de que não tinha que descer até ao porão para lavar as suas roupas. Tudo poderia ser feito em seu apartamento, o que poupava um monte de tempo. Ao longo do dia, ela brincou com o Reese e com a Martha e alimentou os dois. Enquanto eles estavam tirando uma pequena soneca, ela limpou tudo. Ela amava limpar e depois, claro, fez o jantar. Quando Damian chegou, os filhos estavam dormindo e ela tinha acabado de colocar a comida na mesa. Ela se virou para olhar para ele e o seu coração acelerou. Damian estava olhando para ela e havia algo incrivelmente intenso em seu olhar, algo que nunca viu antes. Seu olhar percorreu o corpo dela e então ele estava andando em sua direção. Mia ficou imóvel enquanto o corpo dela se acendia devido aos olhares que estava dando-lhe. Ela


ficou molhada e os seus mamilos endureceram. Quando Damian estava bem na frente dela, ele agarrou a sua nuca e colocou os lábios contra os seus. Segurando-se forte nos ombros dele, ela abraçava-o firmemente, não querendo deixá-lo ir nunca. Ele agarrou-a de volta e ela não podia esperar mais. Segurando a sua jaqueta, ela empurrou-a pelos ombros e puxou a ponta da camisa, removendo-a. — Preciso de você agora. — Ele disse, segurando a camisa dela e rasgando-a, botões voaram pela cozinha. — Eu quero você, Damian. Por favor. Ele segurou os seios dela e, em seguida, puxou a renda para o lado até que os seios estavam expostos. Os dois estavam agitados enquanto ela removeu o cinto dele, empurrando as calças para baixo. Damian pegou o seu rosto, a beijando com tanta paixão que lhe tirou o fôlego. — Você é tão bonita. Eles se acariciaram quando as calças dela foram removidas. A próxima peça a desaparecer foi a boxers dele. Seu pênis saltou – longo e grosso. Ela colocou os dedos em torno do comprimento, maravilhando-se com o tamanho dele. — Ah porra, querida, isso é tão bom. — Disse ele. — Quer isto? Ela riu.


— Estou quase nua. Acho que é um pouco tarde para essa pergunta. Ele beijou os lábios dela, movendo-se até ao seu pescoço e então até ao peito, sugando um mamilo antes de passar para o outro. Arqueando-se, ela gemeu enquanto calor se acumulava entre as suas coxas. Ele puxou-a para a beira da mesa e ela viu-o pressionar a ponta do seu pau na entrada dela,

impulsionando-se

para

a

frente,

enchendo-a

completamente. Ela agarrou-lhe os ombros enquanto ambos gritaram. — Caralho, isso é tão bom. Sua boceta é tão apertada. — Ele segurou-a perto, ambos respirando por alguns segundos, perdidos no momento. Passou tanto tempo desde que esteve com alguém e Damian não era um homem qualquer. Ele era dela. Tudo o que ela alguma vez sonhara. — Você está bem, Mia? — Ele perguntou. — Estou ótima. — Ela beijou o seu ombro e olhou para ele. — Eu quero isso mais que tudo. Ele agarrou os seus quadris e lentamente começou a bombear dentro dela. Ela fechou os olhos e em seguida, abriu-os, querendo ver Damian e ninguém mais. — Estou dentro de você, baby. Não há mais ninguém. Só eu.


Ele tirou uma mão dos quadris dela, deslizando-a por entre os seus corpos. Quando ele alcançou o clitóris, ela arfou. — Shhh, não queremos que os nossos filhos acordem agora, não é? — Ele continuou a provocá-la. — Você tem de ficar bem quieta, para que eles não acordem. — Ele pressionou os lábios contra o seu pescoço, chupando-o. Isso a estava deixando selvagem. — Sinto o quão animada você está, o quanto você quer o meu pau enterrado fundo dentro de você e o quanto você me quer, Mia. Acho que no fundo você também gosta de mim. — Eu sei que me importo com você, Damian. Sei que quero você e que isso nunca vai estar em questão. Estou atraída por você. Ele empurrou forte e profundamente, fazendo-a gemer enquanto beliscava o seu clitóris. — Tão sensível. O prazer era uma espiral dentro dela, tornando-a febril. Ela não queria que isso parasse nunca. O prazer estava em um nível completamente diferente e a estava deixando insana, fazendo com que realmente precisasse dele. — Quero que você goze no meu pau enquanto grita o meu nome, querida. — Damian? — Goze para mim, linda.


Para sua surpresa, ela gozou, explodindo sobre o seu pau enquanto estocava dentro dela. Mia gritou o nome dele, mesmo quando tentou manter a voz baixa. Ela não podia evitar. Damian agarrou seus quadris e acelerou o ritmo. A mesa estava aparafusada ao chão, então nada se moveu enquanto ele a fodia duro e profundo. Para Damian, era mais do que apenas uma transa. Ela era o seu tudo. O prazer estava no próximo nível e Mia sabia que não haveria mais ninguém para ele. Nenhuma mulher, nenhuma traição, nada. Ela era dele de todas as formas e era como se todos os seus sonhos se tivessem tornado realidade. — Ah caralho! — Damian gozou e seu pau sacudiu, enchendo-a com esperma. Ela segurou firmemente enquanto ambos arfavam devido ao que acabou de acontecer. Era como se estivessem possuídos ou algo assim. Quando se afastou para olhá-lo nos olhos, ela viu a preocupação. — Não. Adorei aquilo e acho que estou apaixonada por você, Damian. — Ela beijou-o nos lábios. — Tenho pensado muito sobre isso. Por favor, não se sinta culpado. — Eu precisava torná-la minha, Mia. — Ele colocou a mão na sua bochecha. — Eu te amo com todo o meu coração e sei que provavelmente está assustada, mas não me importo. Você é minha e eu sou seu.


Gabriel estava no seu apartamento, que ficava no mesmo edifício que o do Owen e Wyatt. Ele engoliu o uísque, saboreando a queimadura enquanto o líquido descia pela sua garganta.

Ambos,

o

Westbrook

e

o

Smith,

estavam

desaparecidos e ainda que eles tenham recuperado os seus negócios e homens, ainda houveram muitas mortes. Rick Denton não era um homem para se brincar. Quanto mais tempo estava longe de sua mulher, mais cruel se tornava. Descobrir a verdade sobre o seu verdadeiro pai não deveria ser tão complicado. — Você está bebendo. — Disse Gideon. Ele virou-se para o homem que mudou a sua vida e suspirou. — Por que você está em minha casa? — Eu tenho uma coisa sobre aparecer em lugares sem ser convidado. É a minha falha e o meu dom. — Você não está convidado e também não é bem-vindo. Você saiu da cadeia há pouco tempo. Não deveria estar entre as pernas de uma mulher ou algo assim? Gideon endireitou os punhos da camisa e caminhou na direção dele. Ele pegou um copo e o uísque, se sentando ao lado de Gabriel.


— As mulheres são fáceis de encontrar. Ainda que eu não tenha as minhas bolas dentro de uma, não sou um garotinho. Consigo controlar-me. — Ele estendeu a garrafa. — Outro. — É o meu maldito uísque, você deveria pedir-me permissão. — Estou com a sensação de que você está com raiva de mim e não posso deixar de imaginar por que. Gabriel roubou sua garrafa de uísque e olhou para ele. — Porquê? — Por que? — Por que você contou esse tipo de verdade? — Gabriel pediu. — Ninguém precisava saber. — Sobre você ser um Denton? — Gideon levantou o copo dele. — Isso só tem causado problemas. — Veja bem. As famílias Colton e Denton não têm uma boa reputação no que se trata a se darem bem. Você estava sob uma falsa necessidade de vingança e o meu pai estava ficando irritado. Para não mencionar todos os meus irmãos. Não somos uma família muito paciente. Você é nosso irmão e pensei que seria engraçado ver as reações a isso. Bastante cômicas. — Eu não entendi. A menos que você queira ver a sua família destruída.


— Longe disso. Eu tenho este profundo senso de lealdade dentro de mim, Gabriel. Não posso simplesmente... deixar a minha família ser destruída. Não ia simplesmente deixar o meu irmão morrer, nem meus futuros cunhados. — Gideon sorriu-lhe. Gabriel franziu a testa. — Não tenho ideia do que você está falando. — É um pouco engraçado. Cerca de dois anos atrás eu vi uma mulher encantadora, muito doce e ela estava comprando legumes em algum tipo de loja. Eu estava lá porque uma mulher que eu gostava de foder tinha se mudado para aquela área. De qualquer forma, vamos apenas dizer que durante esse breve… encontro, não só encontrei a mulher que deveria ser minha, também descobri que o amor da minha vida não era ninguém menos do que Emma Colton. — Oh, você tem que estar brincando comigo. Essa é a minha irmã. — Ela não é minha parente. — Disse Gideon. — Então, descobri a verdade sobre a sua linha parental e isso resultou a meu favor. Yay. — Você vai ficar longe da Emma. — Sua irmã trabalha muito perto de mim e penso que ela é a mulher mais fascinante. Nos últimos dias, ainda não tive a minha dose habitual e não me sinto particularmente bom. — Você não contou a ninguém.


— Por que faria isso? — Gideon perguntou. — Acontece que gosto de guardar segredos. Além disso, é a minha maldita vida. Ele terminou o uísque e devolveu-lhe o copo. — Você é um Denton, Gabriel. Aja como tal e não aceite nenhuma merda dos meus irmãos. Você é exatamente como nós. Quando Gideon estava prestes a sair, Gabriel estendeu a mão, agarrando o ombro do outro homem. — Você vai ficar longe da Emma. Gideon riu. — Vê, exatamente como nós. — Com isso, ele piscou e saiu.


Capítulo 11 Dois meses depois —Smith e Westbrook estão desaparecidos. Ninguém sabe do paradeiro deles. — Disse Maddox Denton. — Covardes fodidos. — Disse Rick, falando em primeiro lugar. — Sim. — Maddox tirou os olhos da janela e olhou para o cômodo. Damian estava ao lado do Gabriel e de todos os seus irmãos enquanto o pai olhava para eles. Stuart estava lá também, assim como o Rick. Desde que Maddox e os outros saíram da cadeia, Rick estava passando os fins de semana na Inglaterra. Ele ficava com a sua mulher por esse tempo e então voltava para ajudar a resolver o problema que tinha quase despedaçado toda a família. — O que aconteceu foi culpa minha. — Disse Maddox. — Eu quase trouxe esta família de joelhos para um abate, estilo execução. — Ele olhou na direção do Gabriel. — Nem por um segundo pensei que teria outro filho e a sua chegada chocou-me mais do que achava possível. Um erro que cometi há muitos anos atrás quase me custou tudo. Damian levantou a mão.


— Quero me desculpar também. — Ele olhou para o Gabriel. — Fui um idiota total sobre você. Tratei-o como merda e isso não é aceitável. Sinto muito, meu irmão e espero que um dia você possa me perdoar. — Ele olhou para Owen e para Wyatt. —Estendo esse pedido de desculpas a vocês também. Fui um idiota total e sinto muito. Ele apertou cada uma das suas mãos e abraçou-os. Antes que Maddox pudesse continuar, ele tinha que se desculpar. Damian deu um passo atrás e assentiu para o seu pai. Nos últimos dois meses, desde que estava com a Mia, foi capaz de limpar a cabeça de toda a bagunça. Durante muito tempo, parecia que ele adormeceu e estava finalmente acordando de um sono muito profundo onde ele apenas existia. Seu relacionamento também progrediu desde aquele primeiro encontro, no clube de merda do Ivan Smith. Ele estava completamente apaixonado por ela e isso não era uma dificuldade. Nos últimos dois meses o relacionamento deles havia mudado, expandido e se tornado mais forte. Ela dormia na sua cama e toda manhã, ele acordava com ela aconchegada contra o seu corpo. Seus bebês também estavam florescendo, ficando mais fortes a cada dia. A sua mãe tomaria conta deles hoje pois queria passar algum tempo sozinho com a Mia. Um tempo onde eles não tentariam manter as suas vozes baixas, o que claro, sempre acabava em risos.


Mia era uma mulher forte. Ela era o seu mundo inteiro e ele era o dela. Damian se perguntou se os seus irmãos sentiram como se apenas existissem até que as suas mulheres apareceram. Tudo era muito mais brilhante, preenchido com mais felicidade do que ele jamais poderia imaginar. Só acordar e ver o seu lindo rosto sorridente valia por todo o resto. — Agora que já temos isso fora do caminho. — Disse Maddox. — Estou orgulhoso de chamá-lo de meu filho, Gabriel. Com isso em mente e a mais recente tempestade de merda, estou saindo. — Não, você não está. — Jacob disse. — Você não fez nada errado. Nós distraímo-nos e estragamos tudo, mas você não está desistindo. Ninguém mais vai ficar no seu lugar. Já falamos sobre isso. — Você não vai a lugar nenhum, velho. — Disse Gideon. — Não, você não vai. — Charlotte disse, abrindo a porta e vindo para o escritório com a Tamsin atrás dela. Sua irmã mais nova se jogou no sofá e cruzou os braços. Seus modos malcriados estavam realmente começando a se desgastar. — Somos uma família e todos temos agido como inimigos. Tive uma parte nisso e sinto muito. — Charlotte colocou a mão no ombro de Maddox. — Eu concordo. Gabriel, Owen e Wyatt, assim como a Emma também, vocês são todos bem-vindos na minha casa e na minha mesa a qualquer


momento. Nunca permitam que alguém se aproveite de nós por sermos fracos. Seremos fortes e unidos. Damian viu que o seu pai estava emocionado quando ele puxou Charlotte contra ele. Viu os dois se comunicando sem nem falar uma palavra e então houve um beijo. — Maldito gênio. Agora vou voltar a localizar o Westbrook. — Disse Rick. — Não vai para casa? — Maddox perguntou. — Não. O filho da puta se aproveitou da minha família e ele fez isso para me irritar. Considere-o a minha prioridade número um e depois disso vou para casa. Damian ainda estava sorrindo quando entrou em sua casa com os aromas da cebola e alho inebriantes no ar. Fechando

a

porta,

ele

contou

até

três

e

não

ficou

decepcionado quando Mia correu pelo corredor longo e se jogou em seus braços. Ela usava um vestido longo que abraçava cada uma das suas curvas. Pressionando-a contra a parede, ele afundou os dedos em seu cabelo e se apoderou da sua boca enquanto ela se pendurava nele. — Porra, senti a sua falta. — Disse ele. — Senti a sua falta ainda mais. Onde você esteve? — Reunião de família. Demorou mais do que pensei que faria.


— Lou pegou as crianças e disse que os deixaria na casa da sua mãe. Ela também está colocando Charlotte como babá para que ela e Jacob possam ter umas horas sozinhos. — Parece que estamos todos acostumados a usar os nossos pais para conseguir o que queremos. — Ele mordeu o lábio e então a beijou profundamente. — Alguém usou o celular hoje. Damian ficou tenso. Ele estava ciente que Rick deu um celular à Mia para lhe ligar. — Seu telefone celular? — Ele perguntou. Ela balançou a cabeça. — Não, isso foi o que me assustou. Foi o celular que o Rick me deu. Depois que ouvi o primeiro suspiro no telefone, eu desliguei e deixei-o de lado. Já liguei para Rick e ele me disse para esperar e te contar. Vocês não guardam segredos uns dos outros, não é? Damian balançou a cabeça. — Não depois do que aconteceu da última vez. Mia passou a mão pelo seu corpo, pousando em seu pau já duro. — Você conta tudo para eles? — Perguntou ela, inclinando-se para chupar o seu pescoço. — Não, não tudo. Muito do que fazemos é privado. — Ele gemeu quando ela movimentou a mão para cima e para baixo no seu comprimento, fazendo-o querer muito mais.


— Você está duro, Damian. — Ela disse. — Você não está ajudando. A sensação dos seus lábios no meu pescoço me lembra quão bom eles são em torno do meu pau. Desta vez, ela gemeu. — Eu adoro mais quando você põe os seus lábios na minha boceta. Você sabe o que é melhor? Não temos que falar baixo. Podemos fazer o que quisermos. Damian não perdeu tempo. No caminho em direção ao quarto, ele desligou o molho e todos os outros itens na cozinha. — Eu estava cozinhando uma refeição fantástica para nós dois. — E podemos comer isso em outro momento. Eu quero a sua boceta para o jantar e não vou esperar mais tempo. Ele a levou para o seu quarto e nem sequer se incomodou em fechar a porta. Depois de tirar a camisa, ele se mudou para o vestido dela, virando-a para que estivesse de costas para ele. — Você está linda neste vestido, mas acho que ficará muito melhor sem ele. — Soltando o zíper, o vestido se esparramou no chão a seus pés e ela se virou. O conjunto de lingerie de renda vermelha cobria os seus seios e boceta da vista dele.


Retirando o cinto, ele deu um passo atrás e empurrou as

roupas

para

que

somente

as

suas

cuecas

boxer

permanecessem. — Oh meu Deus, você as usou? — Mia perguntou. Ela comprou-lhe um novo conjunto de cuecas boxer. Estas estavam cobertas de porquinhos. — Eu vou usar qualquer coisa que você comprar. Empurrando-a para a cama, ele viu quando ela se sentou e inclinou-se na cama. — Espalhe as suas coxas para mim, querida. — Ele pensou neste momento o dia todo e nada iria interferir. Ela afastou bem as pernas, colocando os seus pés na cama e se abrindo completamente. Caminhando em direção à cama, ele passou as mãos pelas coxas, tocando a sua boceta. Ela gemeu, arqueando-se. — Diga o meu nome. — Ele disse. — Damian. — Quero que grite isso enquanto toco em você. Não se segure e grite o meu nome. — Eu vou. Ele agarrou a beira da calcinha e começou a descê-la pelas suas coxas. Ela levantou a bunda da cama, ajudando-o enquanto Damian se livrava das suas roupas íntimas. Ela tinha um pequeno pedaço de cabelo loiro. Os lábios da sua boceta estavam abertos, mostrando-lhe o clitóris inchado e exatamente o quão molhada ela se encontrava.


Deslizando um dedo entre a sua fenda, ele observou a sua cabeça cair para trás enquanto se impulsionava contra os seus dedos. Sua boca se encheu de água. Ele queria um gosto dessa boceta suculenta.

Mia esperou esta noite por um longo tempo. Quando Damian lhe disse que a mãe dele ia cuidar das crianças, ela planejou exatamente o que usar e o que cozinhar para que nada atrapalhasse o seu tempo juntos. Ela amava tudo sobre este homem na frente dela. Ele era um pai excepcional. Até mesmo lhe pedira autorização para adotar o Reese. Ela concordou uma vez que o amava. Não havia dúvida em sua mente que amava este homem. Ele era totalmente diferente de todas as pessoas que já conheceu, o que era uma coisa boa. Todos esses anos atrás, quando ficou sob as estrelas, querendo e desejando, ela implorou àquelas estrelas por um homem como o Damian. Elas ouviram o seu pedido. Não iria arriscar sua recém-descoberta felicidade por nada. Sim, a família Denton estava centrada em torno do mundo do crime, mas no fundo, eles eram boas pessoas. Ela foi a sua casa de família muitas vezes e adorava estar ao redor daquela família. Damian precisava deles tanto quanto eles precisavam dele.


Ele deslizou dois dedos entre a sua fenda, puxando-a de volta para ele e sorrindo. — Você desapareceu por um segundo. — Ele disse. — Eu estava pensando em você. — Bons pensamentos? — Ele perguntou, ajoelhando-se na cama. Ela se apoiou nos cotovelos a olhou para ele. — Eu estava pensando no quanto eu te amo. Isso fez com que ele pausasse e olhasse para ela. — O quê? — Estou apaixonada por você, Damian Denton. Ele moveu-se de entre as suas coxas para que os seus lábios se juntassem, beijando-a. — Você não pode dizer merdas como essa e não esperar que me apaixone ainda mais por você. — Eu sou a sua mulher, Damian. Em todas as formas que importa, pertenço a você. Você me tem, coração, corpo e alma. — Ela agarrou o seu rosto, sorrindo. — Você me faz muito feliz. — Ah, porra, mulher. Você vai me fazer chorar. — Ele beijou os seus lábios. — Sem choro. Quero que você lamba a minha boceta. — Ela disse, sentindo as suas bochechas aquecerem. — O que a minha mulher quer, ela vai sempre conseguir.


Ele beijou o seu corpo à medida que descia. Ela fechou os olhos quando abocanhou cada um dos seus mamilos antes de se mover para baixo, indo para o seu umbigo. Mia lançou uma risadinha enquanto a sua língua mergulhava lá. — Pare. — Ela disse, rindo. Ele fez, instantaneamente e em seguida a sua língua estava deslizando para cima e para baixo em sua fenda. Qualquer protesto - ou até mesmo qualquer pensamento cessou. Ele circulou o clitóris e então desceu, deslizando na sua boceta e fodendo-a com a língua. — Você tem um gosto tão bom. — Ele disse, segurando a sua bunda com as mãos e mantendo-a parada enquanto lambia a sua boceta. O prazer começou a acumular à medida que ele chupava o seu clitóris. Ele não iria permitir que ela se acostumasse com a sensação da boca em seu clitóris. Ele se moveu para baixo e começou a penetrá-la com a língua. Quando ela estava adorando isso – se movendo com ele - se afastou, substituindo a língua pelos dedos, tornando-a tão molhada que ela tinha certeza que iria encharcar os lençóis. Ele não lhe dava o suficiente ainda e continuava a provocá-la, e atormentá-la. — Por favor, Damian. — Você quer gozar, baby? — Ele perguntou. — Sim. Eu quero gozar. Para de me atormentar. Por favor, Damian. — Quem você ama? — Ele perguntou.


—Você. Sabe que é você. É tudo que eu quero. Sempre será você. — Ela agarrou os lençóis debaixo dela, tentando se manter firme, manter o controle das suas emoções. Ela estava tão perto de gozar, mas Damian gostava de a manter no limite, nunca a permitindo atingir o pico. — Quem você quer foder? — Ele perguntou. — Damian, é você, sempre será você. Por favor. — Ela imploraria se tivesse que o fazer. Ele brincou com o seu clitóris ao mesmo tempo que impulsionava dois dedos dentro dela, criando uma sensação que era totalmente viciante. Ela foi se desfazendo, gritando o nome dele à medida que a penetrava uma e outra vez, chupando o seu clitóris, prolongando o prazer para que ela se tornasse um desastre ambulante. Ela não conseguia se concentrar em nada mais além do prazer da sua boca na sua boceta. Ele não parou, apenas continuou chupando-a, empurrando-a para o orgasmo. Só quando ela estava gozando pela segunda vez, ele parou e então começou a beijar o seu corpo até chegar aos seios. — Tem alguma ideia do quanto eu amo o seu corpo? — Ele disse. — Sei que amo o seu. — Ela passou as mãos pela extensão das suas costas, amando como o corpo dele era duro contra o dela. Ele riu.


— Eu amo a sensação de seus seios contra mim. — Ele empurrou-os juntos e começou a lamber cada mamilo. — Eu amo tudo sobre você. — Moveu-se entre as coxas dela e ela engasgou quando a ponta do seu pau pressionou contra a sua entrada. Ela fechou os olhos quando centímetro a centímetro, começou a enchê-la. Finalmente,

com

um

impulso

forte,

ele

estava

profundamente dentro dela. Mia gemeu o seu nome. Damian afastou algumas mechas de cabelo e pressionou um beijo nos lábios dela. — Tenho pensado em fazer isso durante todo o dia. Ela sorriu. — Assim como eu. Queria que hoje fosse realmente especial. — Colocou as mãos nas bochechas dele e beijou os seus lábios. — Eu te amo, Damian Denton. Eu quero ter tudo com você. Ele deslizou para fora dela, deixando dentro apenas a ponta do seu pênis. Então começou a enchê-la, tomando o seu tempo e indo devagar no começo. Depois disso, ele segurou as mãos dela e pressionou-as em ambos os lados da sua cabeça, transando com ela de forma áspera. Mia esqueceu tudo enquanto ele reclamava o seu corpo, seus lábios tomando posse da sua boca e então movendo-se até aos seus seios. Ela não conseguia controlar o prazer, nem queria.


De repente, isso não era suficiente e Damian moveu-os para que ela ficasse em cima dele. Tinha um sorriso malvado quando olhou para ela. — Eu sempre soube que você ficaria sexy no topo. — Ele acariciou o seu corpo e segurou ambos os seus seios. Ela inclinou a cabeça para trás, gemendo quando beliscou os seus mamilos. Suas mãos não ficaram muito tempo sobre os seios dela pois ele moveu-as para baixo, agarrando a sua bunda. — Monte-me, querida. Foda o meu pau e deixe-nos saber exatamente a quem você pertence. — Eu pertenço a você, Damian, só você. Ele era a única pessoa que ela queria acima de tudo, o único homem com quem ela conseguia se ver. Damian

segurou

firmemente

a

sua

bunda

e

se

impulsionou para cima, indo duro e profundo. Ela segurou o seu peito e se empurrou em seu pau, precisando dele mais do que a sua próxima respiração. — Toque a sua boceta, Mia. Eu quero ver você gozar. — Já gozei. — Não me importo. Eu quero vê-la explodir, baby. Dê isso para mim. Vamos lá. Com o seu olhar nela e com o quão bom ele se sentia, não havia como pudesse negar-lhe qualquer coisa. Colocando uma mão sobre o joelho dele, que estava ajudando a apoiá-la, ela desceu a outra mão pelo seu corpo, gemendo quando o pau dele pareceu inchar ainda mais dentro dela. Acariciando


a sua boceta, ela fez uma pausa quando o primeiro toque desencadeou muito prazer. Ela estava muito sensível. As mãos de Damian deixaram os quadris dela, subindo até aos seios mais uma vez. Ela viu como os olhos dele a observavam atentamente. — Não tem ideia do quanto você está sexy. Sua boceta está muito molhada. Posso sentir cada ondulação, cada impulso. Goze no meu pau, Mia. Dê-me tudo. Ela acariciou o seu clitóris enquanto as mãos dele percorriam todo o seu corpo, tocando-lhe, aumentando a sua necessidade. Ele agarrou os seus quadris e impulsionou-a contra o seu pau de forma dura, fazendo com que ambos gemessem. — Você não tem ideia do que faz comigo. Há tempos que não consigo pensar devido ao tanto que quero fazer com você. — Damian. — Ela disse, ofegante. — Estou tão perto. Ele virou-os mais uma vez, empurrando-a contra a cama quando ele começou a enchê-la, batendo com o pau no fundo. Ela gritou o nome dele quando o seu orgasmo a pegou completamente de surpresa. Damian beijou-a duramente, engolindo os seus gritos. — Ah foda-se, querida. — Disse ele, empurrando uma última vez. Ela sentiu a sacudida do seu pau, seguido pelo fluxo de esperma com que ele a encheu. Eles seguraram um ao outro durante os seus orgasmos, nenhum querendo deixar o outro ir.


Ele beijou a sua testa. Mia sabia que sua vida estava finalmente completa.


Capítulo 12 Gideon Denton olhou para o escritório. No começo, o pai dele colocou Emma Colton no porão sem nem mesmo uma janela. Agora ela tinha o seu próprio escritório, seguranças, uma janela e até mesmo uma máquina de café. Ele também lhe forneceu um telefone, então ela podia telefonar para qualquer estabelecimento ou serviço de entregas, se assim desejasse. Isso era tudo sobre ela e os seus desejos. Por muito tempo, ela viveu uma vida de merda. Ele teria a certeza que esses dias ficassem no passado. Emma Colton era inocente. Ele sabia disso pois a estava observado há algum tempo. No momento em que percebeu que um dos seus inimigos era na verdade a sua mulher, ele descobriu muitas maneiras diferentes de trazê-la para sua família. Descobrir a ligação entre Gabriel e Maddox, isso foi um maldito bônus. Sabendo da verdade, ele previa que não ia ser fácil. Ele sabia que ia haver alguns problemas - e claro que ele era o único culpado. Todo o seu tempo livre era gasto mantendo um olho nessa mulher linda. Desde que a conhecera, não houve outra mulher - coisa que ele não faria nem que quisesse. Houve tempos em que foi difícil não a reclamar, mas ele não queria assustá-la. Depois de tudo o que aprendeu, estava determinado a ajudá-la a viver a vida ao máximo.


— Você está trabalhando até tarde. — Ele disse, colocando um sorriso no rosto. Ela olhou e sorriu. — Olá, Gideon. Como vai você? — Estou muito bem. Está ficando tarde. Você sabe que a minha mãe adora quando você aparece para comer no domingo. Ela inclinou-se e gemeu, segurando os seus ombros. — Estou toda dura. Você não é a única, princesa. — Deixe-me ajudar. — Ele moveu-se para trás dela, colocando as mãos em seus ombros e começou a massageálos. Ouvi-la gemer foi recompensa o suficiente. Um dia em breve, você vai estar gemendo assim ao redor do meu pau. Me implorando para fodê-la enquanto eu espanco a sua bunda. No passado, Damian era um bastardo excêntrico, mas isso foi só uma fase que ele estava passando. Não havia nada de perverso sobre o seu irmão mais novo. Gideon esfregou os ombros dela e amou a paz que se estendeu pelo seu corpo por tocá-la. — Isso é tão bom, Gideon. Você é sempre tão bom para mim. — Quais são os seus planos para esta noite? — Oh merda, eu devia ir a um encontro. — Ela disse, agarrando o celular dela e mostrando-lhe. — Brian, um dos guardas, me convidou para sair.


Ele estava ciente de quem a convidou para sair visto que ele havia sido aquele a pedir ao Brian para fazê-lo. Tudo estava

uma

bagunça.

Mesmo

que

não

gostasse

do

pensamento da Emma com mais ninguém, não poderia fazêla esperar por ele. Ela seria sua em breve. Além disso, Brian era um bom soldado. Ele faria com que Emma se divertisse e também se certificaria de que ela compreendesse que era só amizade. — Você não quer ir? — Não realmente. Me sinto mal por isso. Eu realmente deveria ir, certo? — Você pode fazer o que quiser. Nada te impede disso. Se você não quiser ir, então eu vou levá-la para casa. Ela recuou e ele segurou as mãos em seus ombros quando estava no ângulo perfeito para ver os seus lindos seios cheios. Emma era uma mulher curvilínea e ela lidava bem com as suas curvas. Se alguém lhe dizia para fazer uma dieta, ela dizia-lhes para se foderem. Ele amava o espírito dela. Ela nunca parecia precisar agradar ninguém. Ela tomava tanto quanto dava. Ela estava trabalhando bastante e não havia nada que ele não gostava nela. Ela era o seu tudo e, em breve, iria lhe pertencer totalmente de todas as formas. — Eu vou. É rude não o fazer. Eu estava ansiosa e depois comecei a entrar em pânico. — Por que você entrou em pânico? — Se ele quiser alguma coisa? Isto é só um encontro, você sabe. Isto não é como café e sexo depois. Eu não estive


em um encontro de verdade antes, mesmo quando eu queria. Então claro que o Wyatt, o Owen e até mesmo o Gabriel estiveram aqui mais cedo. Eles me deram todos esses avisos de que um café significava sexo. Dança significava algo sujo, e ugh, eles encheram o meu cérebro com porcaria. Seus

irmãos

eram

os

seus

melhores

amigos

no

momento. Mesmo que ele tivesse arranjado tudo, gostava que os irmãos dela se preocupassem. Ela não estaria sozinha no encontro de hoje. Ele ia seguir e manter uma distância segura para certificar-se de que ela estava feliz e espancar Brian se não estivesse. Tocando a sua bochecha, ele sorriu para ela, amando a maneira que parecia suspirar com o seu toque. Ela não estava com medo dele, coisa pelo qual estava agradecido. — Acho que os seus irmãos se preocupam com você. Eles querem que esteja segura e feliz, assim como eu. — Obrigada, Gideon. Realmente, por tudo. — Além disso, se você chutar um cara no saco, eles tendem a cair, gemendo muito. — Ele relutantemente se afastou. — Eu preciso ir e terminar algumas coisas. Não trabalhe demais. — Eu não vou. Obrigada, Gideon. Eu adoro quando você vem visitar. Ele saiu do escritório e caminhou até o provador, onde encontrou Brian sozinho. O outro homem congelou.


— Eu estou indo vê-la agora. — Se por um segundo esta noite aquela mulher não estiver

tendo

um

bom momento,

eu

irei considerá-lo

responsável. Você não irá beijá-la, abraçá-la ou tocá-la de qualquer maneira que a fará se preocupar sobre quais são as suas intenções, me fiz entender? — Sim. — Bom. Vá e divirta-se. Gideon sabia que ele assustava Brian e não dava a mínima. Tudo o que importava era a Emma. Neste momento ele estava bem com ela vendo o mundo e conhecendo pessoas. Um dia em breve, Emma ia ser dele e quando isso acontecesse, ninguém teria uma chance.

Rick olhou para o prédio degradado e assobiou devido ao quão baixo o Westbrook afundou. Ele soube onde o chorão de merda estava durante todo esse tempo, mas queria quebrar o bastardo. Provar ao homem que não importa o quanto ele achava que tinha os Dentons, não havia nenhuma maneira dele se apoderar do que era deles. — Sinto a sua falta, Rick. — Disse Mandy. — Então reservei um voo. Eu quero estar lá com você. — E quanto à Sarah?


— Ela vai comigo. Ela quer conversar com Landon e não acho que é algo que pode ser dito pelo telefone. — Ela pretende acabar com ele? — Rick perguntou. — Acho que sim. Ela não está feliz e não tem sido ela mesma por um tempo. Agora tem dezoito anos e quer ir explorar o mundo, não ficar presa em alguma aldeia à espera que ele a venha buscar. — Eu avisei o garoto que Sarah era um espírito livre. Isso não é uma surpresa para mim. Sinto a sua falta, querida. Há algo que preciso terminar. Ligo de volta em alguns minutos? — Te amo. — Disse Mandy. — Te amo, também. — Ele não conseguiu parar o sorriso que se espalhou por todo o seu rosto, o que sempre acontecia quando falava com a sua mulher. Ele a amava mais do que tudo no mundo e os últimos meses foram impossíveis para ele. A necessidade de matar estava sempre lá. Só que quando ele não estava com a Mandy, essa necessidade se transformava em uma maldita obsessão. Era irônico porque sendo ele um bom médico, podia matar pessoas sem que ninguém percebesse. Porém, ele tinha um código. Ele só matava pessoas más e/ou que ficavam no seu caminho. Houve alguns médicos ao longo dos anos que zombaram dele ou da Mandy que tinham a sorte de estar respirando. Para aqueles, ele possuía um livro onde ponderava os prós e os contras de alguém morrer. Claro, só porque ele não gostava


de um filho da puta qualquer não era um grande motivo para matá-lo, mesmo que estivesse tentado o tempo todo. Quando se tratava da sua família, dos seus entes queridos, ele lutaria com unhas e dentes para protegê-los. Entrando no degradado edifício de apartamento, ele viu vários

ratos

andando

pelos

corredores.

Ele

continuou

andando sabendo imediatamente onde estava o Westbrook. Ele entrou num quarto e se abaixou enquanto uma arma era disparada. — Eu sabia que você viria. — Disse o Westbrook. — Você deveria ter se preparado melhor quando incriminou a minha família e tentou destruir o Império Denton. — Disse Rick. — Foi uma tentativa válida. Rick jogou alguma coisa e uma sucessão de balas seguiu.

O

desgraçado

estava

em

pânico.

Ele

estava

destruindo os negócios deste homem há semanas e tudo o que tinha com ele era uma arma. Contornando

a

parede,

ele

encarou

enquanto

o

Westbrook continuava tentando disparar a sua arma. Rick deu mais um passo em direção ao homem e puxou uma lâmina. Antes que o Westbrook percebesse o que estava acontecendo, ele colocou a ponta na sua coxa. Seus gritos eram tudo o que Rick queria ouvir e ele foi recompensado. — Foda-se! — E um longo grito ecoou pela parede.


— Sabe, você deveria ter deixado a minha família em paz. —

Esta

cidade

era

minha

por

direito.

Malditos

bastardos. Vocês não tinham o direito de tomar o que era meu. — Este lugar não era seu. Nunca foi seu. Isto é terra Denton, sempre foi e sempre será. — Rick removeu a lâmina e colocou-a no ombro de Westbrook. — Você foi atrás da minha família e isso é onde se deu muito mal. Westbrook gritou e depois começou a rir. — Você acha que você é tão esperto. Você não tem a mínima ideia. Rick agarrou o pescoço do outro homem. — Sugiro que você fale muito cuidadosamente ou as suas próximas palavras serão as últimas. Westbrook riu. — Eu não agi sozinho, mas como você vê, estou muito sozinho. — Seu ponto? — Ivan estava comigo e ele tinha o seu próprio plano. Ele odeia os Dentons, especialmente quando um deles afastao do seu brinquedinho e do seu filho. Rick não estava gostando nada dessa conversa. Ele pressionou a ponta da lâmina contra a garganta do Westbrook.


— Você me dirá neste instante onde está o Ivan. — Onde você acha que ele está? Ele está lidando com um Denton e depois vai lidar com aquela prostituta que o deixou. Deslizando a lâmina pela garganta do Westbrook, Rick tomou

pouco

prazer

nessa

morte

quando

os

seus

pensamentos foram para Damian. De todos os homens Denton, ele era o único que não tinha uma grande quantidade de proteção no seu apartamento de luxo. Ele estava acessível, ele estava exposto e Ivan podia pegá-lo. Quando

a

chamada

foi

direto

para

a

secretária

eletrônica, ele amaldiçoou. Chamando Maddox, deu a seu irmão as notícias e depois caminhou direto para o seu carro. Estavam todos muito longe de Damian. Não havia ninguém perto o suficiente para chegar até ele. O seu sobrinho podia já estar morto. Pelo menos as crianças não estavam com Damian e Mia. Esperava realmente que eles pudessem cuidar de si mesmos.

Mia riu quando Damian continuou fazendo cócegas nela. — Você precisa parar. Estamos espalhando água por todo o lado. — Ela disse. Damian parou sua provocação e beijou sua têmpora.


— Deus, eu te amo tanto. — E eu te amo, mas não quando você me faz cócegas. — Ela se inclinou contra o seu peito e ele envolveu os braços em volta dela, segurando-a perto. — Isso é tão legal. Eu sabia que seria, além de que gosto de não ter que manter nossas vozes baixas, mas... — Mas? — Ele perguntou. — Sinto falta dos nossos bebês. — Eu sei. Também sinto. Estes são os nossos dias especiais. — Ela adorava quando ele a abraçava e a segurava. — Mia, estou prestes a te pedir uma coisa e não quero que se assuste ou nada parecido. — Está bem. — Ela olhou-o e sorriu. — Seja o que for, vou dizer sim. Ele riu. — Eu não pedi ainda. — Seja o que for, sei que não vai ser ruim. Eu te amo e confio em você. — Ela beijou a sua bochecha. — Bem, eu quero sexo anal! Ela começou a rir, assim como ele. — Eu não esperava isso. — Eu sei. Você devia ver o seu rosto. Isso não é o que eu ia perguntar. Sinto muito. Não devia ter feito uma piada sobre isso. — Ele agarrou as mãos dela, interlaçando os


dedos juntos. — Quero que você seja minha para sempre. Eu quero casar com você, Mia. Ela olhou-o e viu que ele não estava brincando. —Você quer casar comigo? — Sim. Quero criar os nossos filhos juntos e espero um dia ter mais filhos com você. Sei que a minha família é maluca e isso pode ser assustador às vezes, mas não quero que tenha medo nunca mais. Prometo que farei tudo ao meu alcance para protegê-la. Para amá-la a cada dia da minha vida… — Ela pressionou um dedo nos seus lábios e sorriu. — Não acha que devia perguntar? Você ainda não perguntou. — Mia Banks, você será a minha mulher? — Eu vou pensar sobre isso... totalmente sim! — Ela girou ao redor, envolvendo seus braços em volta do pescoço dele e beijando-o. —Claro que caso com você. Acho que nunca esquecerei esta proposta de casamento. Sabe, com todo o papo de sexo anal. — Estou aberto a isso, se estiver. Não tenho um pau muito grande. Vai caber. Ele agarrou a bunda dela e Mia começou a rir. — Sei exatamente o quão grande é o seu pau, não há nada pequenino sobre ele. — Ela beijou os lábios dele quando o seu estômago soltou um grande estrondo. — Ah, eu vejo, você está com fome agora?


— Sempre tive fome e até comecei a cozinhar. Alguém me arrastou para violentar-me. — Dei-lhe orgasmos múltiplos. Você sabe que amou cada um deles. — Sim, eu fiz. Só queria estar com você e todo o resto pode esperar. É como eu sempre me sinto. — Ela acariciou a sua bochecha. — Eu amo você, Damian Denton. — Ela não podia acreditar no quão sortuda se tornou e sabia sem nenhuma dúvida que nunca esqueceria isso. Novamente, a barriga dela fez um barulho e Damian riu. —Vamos buscar algo para comer. Temos até amanhã de tarde. Depois disso, as crianças estarão de volta. Tenho muitos planos para nos manter ocupados e não quero que você perca nenhum deles. Ele saiu da banheira, assim como ela. Envolvendo uma toalha em torno do seu corpo, ela entrou no quarto. Damian já estava vestindo uma calça de moletom. — Ponha isso para mim e eu vou tratar do controle de danos. — Ele entregou-lhe uma das suas camisas e ela sorriu. — Você só quer me ver em suas roupas. — Sim, você fica sexy e quando eu as usar novamente, o que vai acontecer, vou lembrar de como você parece nelas. Ela riu e o assistiu sair. Entrando no banheiro, enrolou o cabelo para cima depois de secá-lo vigorosamente.


Com a toalha em volta do corpo, ela se secou completamente. Liberando o cabelo, estava prestes a pegar uma escova quando o som da voz de Ivan a fez congelar. Olhando para o quarto, ela não o viu. Indo até à porta, ouviu a voz dele claramente. — Nunca esperava que soubesse onde você mora? — Ivan perguntou. — Esse é um problema de vocês, Dentons. Sempre acham que são muito melhores do que todos os outros. Notícia de última hora, vocês são exatamente como o resto de nós. Ela cobriu a boca com a mão, tentando evitar qualquer ruído possível que o alertasse que estava lá. Olhando ao redor do quarto, viu o abajur de metal. Caminhando na ponta dos pés, ela desconectou-o, tentando ser o mais silencioso possível.

Ivan encontrava-se em seu apartamento e ele

estava falando com Damian. Algo lhe disse que não era por vontade própria. Vamos, Mia. Não tenha medo. Andando até à porta, ela enviou uma pequena prece para que esta não fizesse nenhum som quando a abrisse. Encolhendo-se para passar, ela estremeceu quando tudo pareceu fazer barulho à medida que caminhava em direção à cozinha. Esta estava vazia, uma vez que eles se encontravam na sala de jantar.

Ivan estava de costas para ela e Damian

estava próximo à entrada da cozinha. As mãos dele estavam


levantadas em forma de rendição enquanto ele olhava para Ivan. — Você acha que é um grande homem? Você estupra mulheres e depois as vende. Você tem um problema que Mia me queria, que ela me amava. — É o meu filho que ela tem com você, não se esqueça disso. Estou no sangue dela. Você nunca irá me substituir. Ela olhou para o homem que foi a ruína da sua vida por tempo suficiente. Ele segurava uma arma e esta estava apontada para o amor da sua vida. Ela implorou e orou pelo Damian desde que era uma garotinha. Finalmente, após o que parecia um longo tempo, ela estava feliz, estava apaixonada e esse monstro queria tirá-lo dela. Não podia permitir que isso acontecesse. Outra vez não. Antes que ela soubesse o que estava acontecendo, levantou o abajur, lançando um rugido enquanto ela bateu com isso na cabeça de Ivan. Os ecos de um tiro encheram o ar, mas ela ignorou. Ela estava muito empenhada em matar o bastardo na frente dela que não parou o seu ataque, constantemente batendo nele. Damian a agarrou, as mãos em seus braços, segurandoa. Eles estavam cobertos de sangue e ela não compreendia como isso chegou a Damian. Ela não se lembrava de nada além da raiva, a necessidade de continuar batendo no Ivan, de fazê-lo parar. Ele ajudou a matar o Ivan?


A visão de Ivan, morto no chão - sangue por todo lado. Ela fez isso sozinha? Damian estava coberto de sangue, as juntas dos seus dedos machucadas. — Querida, eu tenho você. Está tudo bem. Ele está morto. Tenho você. Ivan estava morto. Ela se virou para Damian. — Não podia deixá-lo te machucar, Damian. Eu não podia deixá-lo tirar você de mim. — Ele não tirou e nunca vai tirar. Eu prometo. Eu estava com você, agora mesmo. Não foi só você. Ele apontoulhe a arma e eu o detive, baby. Não podia deixá-lo te machucar de novo. Não vou deixar ninguém te magoar.


Capítulo 13 — Mia está em um pequeno choque por isso dei-lhe um sedativo. Ela vai apagar em alguns minutos. — Disse Rick. — Ela fez isso então? — Ela estava na porta, eu tentava distrair o Ivan e ela simplesmente estourou. Foi... louco. — Damian olhou para o corpo do Ivan. — É errado que eu acho que foi bom para ela? Embora ela não o matou realmente. Às vezes, falhava e acertava o chão. Estava tão empenhada em sua raiva que não me viu quebrar o pescoço dele. Rick riu. — Imagino que estava. Esse pedaço de merda não merece viver. — Rick chutou o lado do Ivan. — Vou me livrar do corpo. Ela não precisa se preocupar com algo de novo, prometo. — Por que vocês estão aqui? — Damian perguntou. Seus tios, pai e irmãos estavam todos lá. — Westbrook me disse o que Ivan estava planejando. Eu pus fim à minha tentativa de tortura e decidi vir salvar o meu sobrinho. Pensei que era bastante simpático da minha parte. — Disse Rick. — Eu também queria que soubessem que os policiais na folha de pagamento do Westbrook também estão


fora. Digamos que um certo detetive responsável conseguiu um agradável arquivo colossal sobre corrupção e suborno. — Você sempre foi meticuloso. Westbrook está morto também? — Maddox perguntou. — Sim, meu trabalho aqui está feito. Depois que Mandy e eu almoçarmos com vocês, vou levá-la de volta para casa e os deixarei com a sua cidade encantadora. — Rick, você não tem que ir. — Disse Stuart. — Tenho, na verdade. A Mandy sabe de tudo, mas acho que se ela testemunhasse exatamente como era em primeira mão, duvido que estivesse pronta para me perdoar. — Houve uma batida na porta. — Ah, finalmente. Nossa equipe de limpeza já chegou. Damian estava lá para garantir que o corpo fosse removido e que estava tudo limpo. O abajur foi removido e iria ser descartado. Quando toda a sua família foi embora, foi para o sofá e pegou a sua mulher, levando-a para o quarto. Mesmo enquanto dormia, ele tirou a sua camisa e jogou-a em um saco, entregando-a ao Rick quando ele voltou para buscála. Ela estava completamente gelada quando ele lavou o sangue do seu corpo e em seguida, colocou-a na cama. Damian deitou ao seu lado e durante a noite toda, assistiu-a dormir. Quando o sedativo finalmente deixou de fazer efeito, ela se virou para ele com um suspiro.


— Damian? — Estou bem, Mia. Está tudo bem. Você me salvou. — O corpo do Ivan? — Já foi tratado. Você não precisa se preocupar com nada. — Ele agarrou o rosto dela e certificou-se que estava olhando para ele. — Você não tem que se preocupar com nada, não há nada a temer. Lágrimas encheram os olhos dela. — Eu matei alguém. — Você não tem nenhuma razão pelo que se sentir culpada. Não chore por aquele filho da mãe. — Não, estas não são aquele tipo de lágrimas. Estou feliz, Damian. Estou feliz que ele se foi e que não terei de me preocupar com ele novamente. Isso me torna uma pessoa má? — Ela perguntou. — Não. Tudo o que ele fez foi machucá-la. Não quero que pense nele ou que se preocupe com o que seja. — E a polícia? — Novamente, você não precisa se preocupar. Os policiais foram tratados. Está tudo bem. Eu prometo a você, não há nada para você se preocupar. Minha família, isso é o que fazemos, nós lidamos com esse tipo de merda. Ivan ia matar-me e depois teria matado você. Não muda nada. Eu prometo. — Ele pressionou um beijo nos lábios dela, esperando que isso a acalmasse um pouco. — Pode apenas me abraçar? — Ela perguntou.


— Sim, eu vou segurá-la com prazer para o resto da minha vida.

Os corpos de Ivan e de Westbrook nunca foram descobertos. Rick levou Mandy para casa, e depois de tudo o que ele viu, Damian acreditava que era o melhor. Seu tio Rick era o homem que eles chamavam quando ninguém mais podia fazer o trabalho. Ele não fazia perguntas. Ele possuía as respostas. Depois

de

matar Ivan, Damian pensou

que Mia

precisaria de alguma terapia para ajudá-la a superar alguns problemas. Porém, ela ficou melhor. Tinha alguns pesadelos ruins, mas Damian a abraçava e lhe assegurava que nunca mais seria prejudicada. Seus planos de se casar com ela ficaram em espera enquanto ele e os seus irmãos reconstruíam o império Denton e ganhavam o respeito e a segurança para o seu povo. Seu pai permaneceu a cabeça da família e todos relatavam a ele. Em uma reviravolta curiosa, Damian fez questão de sempre estar em parceria com o Gabriel. — Já está se arrependendo? — Gabriel perguntou numa terça-feira à noite. — Não estamos arrependidos. Mia está organizando o casamento e não queremos apressar as coisas. Com o


trabalho e as crianças, casar não é tão fácil. — Damian tirou o celular do bolso. Eles foram às docas para pagar ao guarda que fazia vista grossa para determinados produtos que estavam

sendo

principalmente

transportados

drogas

e

para

algumas

fora

armas.

do

Eles

país, tinham

relações com alguns MCs que gostavam de festejar duro e de jogar ainda mais forte. Eles não faziam perguntas e o contrato já tinha sido tratado pelo Maddox. Não havia nenhuma mensagem no seu celular. — Você já sentiu o legado?

Alguma

mulher

em

especial

esperando

nos

bastidores? — Não. Talvez não seja forte o suficiente em mim. Sou demasiado Colton. Damian riu. — Você está brincando, certo? Não, você tem apenas o suficiente e você verá, a mulher certa vai aparecer. — Eu contei ao Owen e ao Wyatt. Eles não conseguiam parar de rir. Eles trazem mulheres para o cassino agora e estão sempre apontando por trás das costas para saberem se é a tal. Damian franziu a testa quando notou que eles não estavam indo para o apartamento dele. Eles estavam usando o carro de Gabriel. — Onde vamos? —

Não

terminamos

paradas para fazer.

ainda.

Ainda

temos

algumas


— Não, isso não está certo. A doca foi a última. — Damian olhou ao redor. — Por que estamos indo para a casa dos meus pais? — Você vai parar de fazer perguntas e deixar-me fazer o meu trabalho? — Gabriel pediu. — Não estou levando você para o abate e não o estou machucando. Por favor, faça o que peço. — Não gosto nem um pouco disso. — Fale com o pai e seus irmãos. — Ahhh, você o chamou de pai. Como se sente? — Damian perguntou. — É estranho para caralho. Como está lidando com tudo agora? — Você quer dizer com a Martha e a Betty e todas as outras coisas? — Sim. Você tentou se matar, ou pelo menos estava entrando em uma situação que teria resultado na sua morte. Isso é uma merda confusa e você encontrou a sua mulher ao fazê-lo. — Disse Gabriel. Damian esfregou a cabeça. — Eu realmente não sei o que faria. Em relação à Betty, senti-me responsável por ela e senti que a matei. Não era o caso. Nem mesmo de longe. Fui sincero com ela e queria que as coisas pudessem ter sido diferentes. Eu me importo com a Betty, mas amo a Mia. Não posso comparar os dois sentimentos quando eles realmente não são iguais. —


Demorou algum tempo para ele chegar a um acordo com tudo relacionado à sua filha e à Betty. Sempre haverá culpa e era impossível para ele fingir o contrário. Mia, fez questão de manter uma imagem da Betty e tinha até preparado um álbum de fotografia especial para a sua filha. Eles chegaram na casa dos seus pais e ele ficou surpreso ao ver vários carros estacionados na frente. — O que está acontecendo? — Ele perguntou. Saindo do carro, ele seguiu Gabriel para a casa e no momento em que a porta se fechou, alguém colocou uma venda sobre os seus olhos. — Que caralho! — Ele tentou atacar, mas o seu pai falou. — Confie em nós filho e você ficará bem. — Maddox disse. — Isto é uma loucura fodida. — Sim, bem, você vai adorar. Ele revirou os olhos e em seguida estava caminhando para fora de casa. Ele sentiu a mudança no ar. — Estamos prontos. — Disse Maddox. A venda foi removida e o Damian piscou os olhos para se acostumar à luz. Uma música começou a tocar e quando ele olhou para o jardim, este foi decorado para um casamento. Ele viu a Mia, de pé, sorrindo para ele. — Feliz aniversário, filho. — Maddox disse.


Era o aniversário dele e ele sorriu quando a sua família lhe deu o melhor presente de todos, sua mulher, sua esposa. Quando Mia ficou ao lado dele, Damian pegou na sua mão e falou que a amava.


Epílogo Um ano depois Mia lançou a grande massa da pastelaria e pressionou o cortador nela, fazendo pequenas rodas. Martha

e

Reese

estavam

sentados

em

frente

observando-a enquanto fazia pequenas tortas de geleia. Era domingo e ela se ofereceu para sediar o almoço de domingo. Era pleno verão e Damian estava tratando da churrasqueira. Mia tinha frango e bifes marinando na geladeira. A salada de batata já estava feita e repousava no balcão. Ela fez duas, uma com óleo de suco de limão e outra com um molho de maionese. Durante a sua gravidez, ela desejou mais e mais. O pior era a manteiga de amendoim, queijo e frango. Uma noite depois que ela e Damian fizeram amor, isso foi o que desejou, e tudo em que conseguia pensar. Damian enrugou o nariz, pensando que ela estava brincando. Ela não iria deixar o quarto deles. Ele foi para a sua cozinha e fez o sanduíche que Mia estava desejando com as sobras de frango. Sua casa foi uma nova adição à sua família. Alguns meses depois que eles se casaram, Damian mostrou-lhe este lugar. Era uma bela casa com quatro quartos, dois banheiros


e um belo jardim de tamanho grande. Ela adorava-o, especialmente no verão quando podia levar Reese e Martha para brincarem lá fora. Uma vez que todos os círculos de massa estavam nas formas, ela acrescentou alguma geleia e colocou tudo no forno. Martha aplaudiu e gritou para ela fazer de novo. Rindo, Mia correu ao redor do balcão e soprou em ambas as suas bochechas, amando como eles riam para ela. Damian entrou na cozinha, vindo do jardim e sorriu. — O que todos estão fazendo? — Brincando. — Disse Martha, murmurando a palavra. Ela saiu de trás deles e foi até o marido. — Olá. — Ela disse. — A churrasqueira está pronta e esperando por esses frangos e bifes. Ambos ofegaram quando o estômago dela foi chutado. — Como está o meu carinha? — Ele perguntou, curvando-se e pressionando um beijo na sua barriga inchada. — Ele está me usando como uma bola de futebol. — Melhor eu colocar algumas balizas. Eu não quero perder o título de pai do ano. O que você diz, Reese? Você quer um irmãozinho para brincar? — Damian ficou de pé e foi em direção aos seus filhos.


Ele adotou legalmente o Reese como seu filho. Mia também adotou Martha. Eles eram uma família. Ela não teve muito tempo para aproveitar a felicidade da sua família pois a campainha tocou. Damian já estava indo em direção à porta e ela limpou a bagunça que fez. Dentro de minutos, Lou e Jacob estavam lá com os seus filhos. Um por um, os membros da família Denton chegaram, trazendo com eles alguma comida ou sobremesas. Rick estava lá também. Ele voou com Mandy e como surpresa, a Sarah. Pelo que Damian lhe disse, as coisas estavam um pouco tensas entre Sarah e o Landon. Damian não entrou em detalhes, mas ela acreditava que era porque ele não sabia toda a verdade. Gabriel chegou com a sua família e Gideon veio atrás deles. Dentro de meia hora toda a casa estava cheia com ruído, riso e família. Charlotte e a Harper já haviam levado Martha e Reese para fora. Mia estava na porta, segurando o frango e os bifes. Damian veio na direção dela, agarrando as tigelas. — Você parece feliz, Sra. Denton. — Eu estou feliz. Completamente feliz. — Ela tirou as tortas de geleia do forno e caminhou até ao jardim para ficar com a sua família e com o homem que amava, desfrutando na alegria de que o seu desejo finalmente se tornou realidade.

Fim



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