MIGUEL TEIXEIRA / Ano: 1 / Mês: 1 / Edição número: 7 / Info: aultimapalavra@hotmail.com
NÚMERO 7: BALANÇO – 1º TERÇO DA LIGA(4)
10-12-2014
A ÚLTIMA PALAVRA BALANÇO – 1º TERÇO DA LIGA
Após 4 meses de competição, o campeonato português 2014-2015 apresenta praticamente um terço dos jogos concluídos, 11 por cada equipa, o suficiente para uma primeira análise ao campeonato em si, e a cada uma das equipas individualmente. Nada está decidido, nem ocorreram surpresas desmesuradas, pelo que se prevê ainda muita emoção
2
nos próximos 6 meses.
Segue-se o Estoril (11 pontos) 11º classificado. O projeto desportivo mais bem conseguido em Portugal nos últimos anos tem esta época novo timoneiro: José Couceiro. E se o choque inicial entre as ideias do novo treinador com as da anterior equipa técnica (“choque“ normal e espectável) deixou algumas dúvidas no início da campanha, o Estoril conseguiu já atingir um nível exibicional médio-alto que permitirá ao clube subir tranquilamente na tabela nos próximos tempos. Será difícil (mas possível…) atingir um lugar europeu a exemplo das duas temporadas anteriores, mas é precisamente a participação na Liga Europa (bem meritória apesar de inglória a nível de resultado final) que explica o 11º lugar na tabela, tendo em conta a qualidade dos jogadores. Couceiro tem conjugado bem a participação nas duas provas, apresentando já uma qualidade de jogo assinalável: qualidade técnica e velocidade são imagens de marca da equipa. A alma da equipa está no meio-campo, capaz de aliar capacidade física e técnica tanto em momentos defensivos como em lançamentos de ataques mortíferos. O criativo Tozé e o velocista Kuca têm-se destacado individualmente. Os constantes problemas físicos de Kléber impedem-no de atingir o alto nível que se prevê ao avançado.
No 12º lugar está o Vitória de Setúbal (11 pontos). As sucessivas vendas de jovens valores nos últimos anos não têm repercussão na constituição do atual plantel. O plantel às ordens de Domingos Paciência é limitado e a sapiência que o treinador passa aos seus pupilos parece ser nula. Não são raros os jogos em que a equipa termina os 90 minutos sem… rematar à baliza! Mantendo um permanente clima de “medo” relativamente à situação
BALANÇO – 1º TERÇO DA LIGA
A ÚLTIMA PALAVRA financeira do clube, a direção não ajuda. Vai valendo a eficácia resultadista dos jogos caseiros frente a equipas “do mesmo campeonato” para se ir mantendo a média de 1 ponto por jogo que será, no fim de contas, suficiente para o alcançar do objetivo “permanência”. Mais do que isso será milagre perante a (mínima) qualidade até agora demonstrada.
No 13º posto o Boavista (10 pontos) vai surpreendendo. Despejados por decisão política na 1ª divisão vindo dos campeonatos amadores, os boavisteiros tiveram muita dificuldade em formar um plantel capaz de competir entre profissionais. A solução foi juntar um conjunto de jogadores desconhecidos, encontrados aqui e ali, libertos de compromissos. O treinador Petit tenta colmatar a falta de qualidade técnica dos jogadores, implementando um estilo “agressivo” mas o máximo que consegue é ver jogadores expulsos em quase todos os jogos. De resto, as exibições têm sido sofríveis, e a permanência na Liga será motivo de festejo e rejubilo. A única premissa positiva afeta às aspirações do clube é o seu campo não relvado. O tapete artificial onde disputa os jogos caseiros dificulta as exibições das equipas visitantes, nada habituadas a jogar sem relva. Os 10 pontos conquistados são fruto dessa inadequação que os adversários menos experientes tardam em conseguir contrariar.
Na 14ª posição, o Nacional (9 pontos) tem estado abaixo do que seria espectável. O treinador Manuel Machado, profundo conhecedor do futebol e dos segredos da tática deixou claro desde o início da época que o plantel não havia sido reforçado convenientemente de acordo com as aspirações do clube. E as exibições da equipa vão dando razão ao técnico. Apesar da excelente organização tática (Machado é mestre) a equipa não produz tecnicamente. Os jogadores mostram-se incapazes de executar jogadas completas e marcar golos tem sido uma aflição. Apesar de tudo, o nível global da equipa não é dos mais baixos da Liga pelo que a ascensão em dois ou três lugares na tabela será algo natural, mesmo com um ou outro sobressalto pelo meio. Se o mercado de Janeiro trouxer os desejados reforços, a primeira metade da classificação será mesmo o objetivo. Ali Ghazal não tem tido companhia à altura e de Suk esperava-se já muito mais.
(continua)
BALANÇO – 1º TERÇO DA LIGA
3