A última palavra

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MIGUEL TEIXEIRA / Ano: 1 / Mês: 1 / Edição número: 6 / Info: aultimapalavra@hotmail.com

NÚMERO 6: BALANÇO – 1º TERÇO DA LIGA(3)

09-12-2014


A ÚLTIMA PALAVRA BALANÇO – 1º TERÇO DA LIGA

Após 4 meses de competição, o campeonato português 2014-2015 apresenta praticamente um terço dos jogos concluídos, 11 por cada equipa, o suficiente para uma primeira análise ao campeonato em si, e a cada uma das equipas individualmente. Nada está decidido, nem ocorreram surpresas desmesuradas, pelo que se prevê ainda muita emoção

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nos próximos 6 meses.

Fora dos lugares europeus, o 6º classificado Sporting (20 pontos) não conseguiu vencer sequer metade dos jogos. Apesar de ser a equipa que consegue praticar o futebol mais alegre, ofensivo e contagiante do país, a irregularidade defensiva compromete as aspirações do clube, que se vê com um fosso de 8 pontos entre si e o lugar desejado. O treinador Marco Silva tem lidado bem com um plantel jovem e pouco equilibrado (não há opções de banco de qualidade que permitam fazer deste Sporting um candidato ao título) mas o arranque titubeante (apesar de exibições positivas a equipa tardou a apurar a eficácia de finalização), aliado à participação na Liga dos Campeões (que está a ser meritória mas consume muita energia ao plantel) têm segurado o Sporting a meio da tabela. Os responsáveis diretivos choram bastante mas a verdade é que o Sporting continua a fazer parte do grupo de “estarolas” que beneficia constantemente de ajuda alheia para construir resultados positivos. Aliás, penso que uma postura mais reservada e respeitadora por parte da direção daria aos jogadores outra confiança e tranquilidade no dia-a-dia, permitindo melhores resultados. Apesar da elevada quantidade de jogadores presentes, a qualidade dos guarda-redes não encontra sequência nos defesas, facto compensado por um meio campo muito técnico e cada vez melhor fisicamente. O ataque é rápido, com executantes muito acima da média do país. Nani não teve a mínima dificuldade em impor-se como líder e estrela do grupo (a sua qualidade a todos os níveis é de topo mundial), seguido de perto por Rui Patrício e William Carvalho, selecionáveis firmes da equipa nacional, e Islam Slimani, garantia de golos mesmo quando ninguém se lembra de que está em campo.

BALANÇO – 1º TERÇO DA LIGA


A ÚLTIMA PALAVRA No 7º posto está o Paços de Ferreira (19 pontos). O regressado Paulo Fonseca fez também regressar o bom futebol e os bons resultados ao clube. Apesar de ter iniciado a época como um dos teóricos candidatos à descida de divisão, a qualidade apresentada até ao momento elevam os pacenses a principais candidatos ao último lugar europeu da tabela. O treinador não acusou o passo atrás na carreira e mostra competência para dar dois à frente. A equipa consegue conjugar trabalho com talento e só perdeu os dois primeiros jogos, precisamente com os dois “estarolas-mor” da prova. Num plantel muito homogéneo e sem vedetismos, Bruno Moreira consegue destacar-se como o melhor marcador português da prova até ao momento. No 8º lugar encontra-se o Rio Ave (17 pontos). O treinador Pedro Martins herdou da temporada anterior uma equipa bem construída e que conseguiu repor com qualidade os poucos elementos que saíram. Por enquanto, a participação histórica na Liga Europa (de resultados menos conseguidos mas deixando uma imagem honrosa e de qualidade insuspeita) tem influenciado fortemente a preparação para jogos da Liga mas, mesmo assim, o futebol praticado é muito bom, de grande controlo defensivo e de muita qualidade técnica no ataque, que se tem mostrado bastante produtivo. No entanto, a saída prematura (por ser injusta) das competições europeias permitirá a Pedro Martins estabilizar uma equipa-tipo, o que se prevê que eleve na tabela os vilacondenses. A nível de conjugação quantidade com qualidade, o Rio Ave tem dos melhores elencos do país. O nível dos jogadores é médio-alto e homogéneo o suficiente para garantir duas opções de confiança por posição. Na baliza, Cássio e Ederson são garante de segurança. Na defesa, Lionn é, dos laterais a atuar em Portugal, um dos que melhor ataca. Marcelo, defesa central, faz parte do top-3 da Liga na sua posição. O defesa esquerdo Tiago Pinto tem qualidade suficiente para representar a seleção nacional. O meio campo alia na perfeição combatividade com criatividade. Tarantini, a alma da equipa, nunca foi chamado à seleção nacional por cegueira ou burrice: é um dos melhores médios portugueses! Diego Lopes não demorará muito a transferir-se para um clube com outros argumentos financeiros. O coração da equipa é o extremo Ukra: entrega total ao jogo, com técnica individual apuradíssima que lhe permite criar jogadas de perigo em catadupa, quase sempre através de cruzamentos bem tirados. Na área, Ahmed Hassan, apesar de ser prioritariamente titular nos jogos europeus, é um dos melhores marcadores do campeonato.

BALANÇO – 1º TERÇO DA LIGA

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A ÚLTIMA PALAVRA A fechar a primeira metade da tabela, o Marítimo (15 pontos) está no 9º lugar. A equipa orientada pelo estreante Leonel Pontes vai se valendo da inércia que a Madeira cria nos forasteiros, para garantir triunfos em quase todos os jogos realizados no Funchal. Apesar disso, a maldição inverte-se quando a equipa voa até ao Continente. No entanto, são visíveis os bons princípios de jogo transportados para os relvados, o que garantirá uma continuação de campanha tranquila aos madeirenses. Mesmo sem mostrar continuidade das boas exibições caseiras nos jogos fora, é possível destacar para já a capacidade atacante do defesa

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esquerdo Rúben Ferreira, a criatividade de Fransérgio no meio campo, escudado pela capacidade física de Danilo Pereira, assim como o poder de concretização de Maazou, que está no topo dos marcadores da Liga.

A liderar os últimos está o Moreirense (13 pontos), no 10º lugar. O plantel parece ser curto mas é equilibrado, e antes qualidade do que quantidade! Bem orientada por Luís Leal, a equipa demonstra excelente organização tática, sofre poucos golos fruto da entreajuda constante entre a defesa (muitos jogadores experientes) e um meio campo sempre muito povoado e combativo. Isto impede a equipa de ser muito criativa, pelo que o ataque, apesar da acutilância dos extremos, tem sido pouco concretizador. O médio Vítor Gomes trouxe o equilíbrio que faltou no primeiro mês de prova, mas Ramon Cardozo tarda em confirmar credenciais de goleador.

(continua)

BALANÇO – 1º TERÇO DA LIGA


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