O Mirante de Olinda Edição nº 11

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O Mirante

de Olinda

ROTEIRO MENSAL DE CULTURA E TURISMO

Olinda, junho de 2012 - ano 02 nº 11

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Distribuição GRATUITA/DIRIGIDA

Perfil

Selma do Coco

“Sempre digo que os novatos tem que continuar. Espero que minha família continue esse trabalho.” Pág. 7, 8 e 9

Historiando

Historiador Marcelo Lins

O Colégio da Companhia de Jesus. Pág. 3

Contos e Crônicas

Gilberto Marques

O Ocaso do Sonho Pág. 5

Resgate Cultural

ICEI Brasil

II Seminário Municipal do Coco de Olinda Pág. 13

Entrevista

Esquina do Mar

Em dois anos a casa já é sucesso em Olinda pág. 12

Foto: Fred Jordão


Editorial Daniela Câmara

TOINHO DO BAIÃO

Nordestinos têm no sangue o amor ao forró

Junho

é mês de forró, coco de roda, sambada, baião. É também mês de namorar. E porque não fazer as duas coisas juntas? Um namoro de cantinho de sala de reboco, um apertinho na cintura, um chega pra cá. Como é bom o aconchego do arrasta pé. A dança mais sensual dos ritmos nordestinos. O cheiro dos fogos e das fogueiras, as superstições da nossa cultura, o cheiro da comida de milho, um beijo bem beijado no meio do salão. “Tá danado! Danado de bom seu Lula!” Pois bem. Não faltará opção. Temos um leque de diversões em Olinda e Recife. É só acessar os sites das prefeituras locais e curtir esse período encantador, de preferência com aquela companhia querida. Trazemos nesta edição um texto rico sobre o forró escrito pelo músico Zé da Flauta, o perfil de D. Selma do Coco, que é uma figura que tem a cara do São João pernambucano e que o Mirante faz questão de homenagear. Assim podemos prestigiar mais ainda, as nossas manifestações populares. No mais, temos a crônica riquíssima de Gilberto Marques, o cordel de Misael Godoy que a cada edição nos surpreende, as histórias de Marcelo Lins, nosso querido historiador e grande pesquisador, as ilustrações de Wam Nick, que é um talento! Não fosse esse timaço de colaboradores, não teríamos feito tanto sucesso. Nossa equipe está a todo vapor, pronta para o calor do período junino, só esperando a hora de dançar um tradicional forró, de preferência agarradinho. E viva São João!

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ma figura antiga das tocadas do baião está em evidência neste São João. É Toinho do Baião, parceiro do veio Lula. Sim. Quando o Rei do Baião, Luiz Gonzaga cansava da sanfona pedia a Toinho seu auxílio, para continuar a levada do forró. Ele dizia: “Canta daí, que eu vou tocando daqui”. Com inúmeros shows agendados Brasil afora, ele é conhecido como o maior cover de Luiz Gonzaga. E não é à toa. A equipe do Mirante de Olinda quis comprovar tal boato e conferiu um show na Sala de Reboco semanas atrás. Ele é autêntico e feliz em palco. Assim como todo bom forrozeiro de Pernambuco. Tudo começou quando Toinho foi convidado no ano de 1976, a cantar em uma casa de forró. Nessa mesma época, Gonzagão o apelidou de Toinho do Baião. Ele ficou impressionado com a semelhança do timbre vocal do forrozeiro ao dele. Gonzaga então o convidou a ser parceiro em seus shows. A partir daí, estendeu-se uma longa amizade. Toinho participou de vários shows do Veio Lua em locais distintos, inclusive

esteve presente no último show dele em 1989, no Centro de Convenções, ao lado de Dominguinhos, Elba Ramalho, Fagner, entre outros. Atualmente vem sendo protagonista de abertura e fechamento do especial “Gonzagão 100 Anos”, exibido diariamente nos intervalos da programação da TV Jornal- SBT, que vem mostrando depoimentos não só dele, mas de Dominguinhos, Gilberto Gil e Zé Ramalho. Em 2010 gravou o CD “Tributo ao Rei”, durante uma apresentação no Sala de Reboco, em Recife, onde presta uma homenagem cantando alguns clássicos do Rei. Toinho tem agenda lotada o ano todo e tem sido contratado, por aqueles que querem de fato, matar a saudade de Luiz Gonzaga. Muitos nordestinos tem no sangue o amor ao forró, tanto que o artista tem se apresentado não só em eventos públicos, mas em festividades privadas. O show deste ano, “Tributo ao Rei” é muito bem vindo neste momento, em primeiro lugar por ser tempo de São João, além disso, o centenário de Luiz Gonzaga. Contato para shows: (81) 8723 8395.

No ano de 1976, Toinho foi convidado a cantar em uma casa de forró. Nessa mesma época, Gonzagão o apelidou de Toinho do Baião.


Historiando

Olinda, junho de 2012

O Colégio da Companhia de Jesus

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o ponto mais alto das colinas da cidade de Olinda destaca-se o edifício do antigo Colégio Real da Companhia de Jesus, depois Seminário de Olinda. Durante mais de três séculos este prédio marcou a paisagem olindense, até a construção em 1934 da nova Caixa D’Água, no Alto da Sé. Em princípios da década de 1550, chegaram a Pernambuco os padres jesuítas Manuel da Nóbrega, provincial da ordem no Brasil, e Antonio Pires, que desembarcaram no porto do Recife em meados do mês de julho de 1551, como podemos ver da carta endereçada por Nóbrega ao rei, data de 13 de setembro daquele ano, onde diz: “Haverá um mês pouco mais ou menos que chegamos a esta capitania de Paranambuco [sic] o padre Antônio Pires e eu, a qual nos faltava por visitar e tinha mais necessidade que nenhuma outra por ser povoada de muito e ter os pecados mui arraigados velhos.1 Logo de sua chegada foram os padres da Companhia agraciados pelo donatário Duarte Coelho com a doação da capela Nossa Senhor da Graça, juntamente com as terras do morro ao seu redor. Com o retorno de Manuel da Nóbrega à Bahia, em março de 1552, ficou o padre Antonio Pires encarregado da construção de uma residência para abrigar os padres da companhia que deveriam vir habitar em Pernambuco. Com suas próprias mãos o padre Pires limpou o terreno em torno do templo e levantou algumas casas de taipa que serviram por muitos anos como convento e colégio da Companhia de Jesus em Olinda. Já a capela, cuja construção fora iniciada ainda pelo donatário Duarte Coelho, só teve suas obras concluídas na década seguinte, durante a administração do padre superior João de Melo (1562-1567). Entre 1584 e 1592, a pequena capela foi alvo de novas obras sobre o comando do irmão jesuíta Francisco

Dias, arquiteto e piloto renomado, que uso como modelo a Igreja de São Roque de Lisboa, onde havia trabalhado sob a direção de Afonso Álvares. A antiga capela Duartina ganhou nova feição com nave única, frontão triangular e cobertura em duas águas, a exemplo de sua congênere lisboeta.2 Em 1573, habitavam no convento quatro padres e cinco irmão. Neste ano já se encontrava em funcionamento no colégio uma aula de latim ministrada pelo padre Amaro Gonçalves. No ano seguinte a classe de latim já contava de trinta alunos e a de ler e escrever setenta. Neste mesmo ano de 1574, um relatório enviado à Roma sob o título de História da Fundação dos Colégios e Residências do Brasil menciona que os alunos do colégio de Olinda ajudavam a descarregar os ladrilhos, telhas e madeiras trazidos pelas carretas para a obra do edifício. 3 O que faz crê que sofriam alguma reforma os antigos alojamentos de taipa, que abrigavam residência e colégio dos padres da Companhia de Jesus. A situação precária de acomodação do colégio e convento mantevese ainda por mais de uma década, mesmo depois da resolução régia de 1576 que ordenava a construção de um novo e regular edifico para o colégio. Ainda em 1585, o padre

1 Cartas Jesuíticas I – Manuel da Nóbrega Cartas do Brasil (1549 -1560); Rio de Janeiro: Academia Brasileira, Officina Industrial Graphica, 1931 (Biblioteca de Cultura Nacional, II – História); p. 118. 2 SILVA, Leonardo Dantas, Pernambuco Preservado: Histórico dos bens tombados no Estado de Pernambuco. L. Dantas Silva Editor, 2008 3 COSTA, Francisco Augusto Pereira da. Anais pernambucanos 1493-1850. Edição fac-similar. Recife: FUNDARPE; Diretoria de Assuntos Culturais; 1983. 10 v. (Coleção Pernambucana, 2ª fase, v. 2-11).

José de Anchieta escrevendo sobre a casa de Olinda dizia “O edifício é velho, tem 19 câmaras de sobrado, as janelas ao mar para o oriente, as oficinas pequenas e velhas e não tão acomodadas, e a igreja pequena mas ornada de bons ornamentos”. No entanto, obras foram levadas a efeito entre os anos finais do século e princípios da década de 1630, pois o edifício encontrado pelo predicante calvinista João Baers, em nada se parecia com o prédio descrito por Anchieta meio século antes. Mesmo depois dos danos provocados pelo incêndio de 24 novembro de 1631, o edifico se apresentava como uma “muito grande e de bela construção, em forma de quadrado, e tem no centro um pátio; é alto e [tem] dois andares com galerias duplas ao longo dos mesmos, dos quais entra-se em todos os quartos situados em redor, em número de aproximadamente quarenta”.4 Durante os anos da administração do conde de Nassau, entre 1637 e 1644, curto período de paz, em que foi tolerada a livre prática da religião, a igreja de Nossa Senhora da Graça continuou a ser usada para as práticas religiosas católicas. Como se pode ver da legenda de um dos quadros do pintor flamengo Frans Post, doado pelo próprio conde ao rei da França Luis XIV, em

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Marcelo Lins

1679: “Ruína da bela igreja dos padres jesuítas na vila de Olinda, a qual é ricamente colorida em ouro por dentro: onde ainda rezam a missa e fazem os seus serviço religiosos”.5 Com a eclosão da Guerra de Restauração Pernambucana, em 1645, ficaram a igreja e o convento abandonados até a expulsão definitiva dos holandeses, em 1654. No ano seguinte, o edifício já se encontrava novamente habitado, quando em 28 de maio de 1655, o padre Francisco Avelar, vice- reitor do Colégio Jesuíta de Olinda, recebeu da fazenda real 400$000, por ordem do governador Francisco Barreto. Não se sabe quando foram iniciadas as obras de restauração do conjunto, mas a inscrição sobre o arco da capela-mor tem a data de 1661, uma indicação de que provavelmente foi neste ano que se concluíram, ao menos, as obras da igreja. Em 1974, prospecções arqueológicas conduzidas pelo Laboratório de Arqueologia da Universidade Federal de Pernambuco, sob a coordenação do professor Marcos Albuquerque, escavou a igreja na sua totalidade fornecendo os elementos da evolução construtiva do edifício. Os resultados da pesquisa arqueológica, subsidiaram a restauração do monumento, conduzidas pelo arquiteto José Luiz Mota Menezes. As linhas primitivas desta igreja foram recuperadas, com a supressão do acumulo e superposições das ordens devolvendo a fachada principal, as suas linhas simples e restaurando o óculo da fachada. Já o prédio do colégio, separado da igreja por um pequeno pátio, apresenta dois pavimentos e janelas alinhadas com vidro, vestígios de uma provável reforma de fins do século XVIII. A igreja de Nossa Senhora da Graça, assim como o antigo colégio jesuíta anexo, foram tombados em 17 de maio de 1938, sendo registrados no Livro das Belas Artes v. 1, sob o n.º 69, Processo 131-T/38.

4 BAERS, João. Olinda conquistada. Tradução de Alfredo de Carvalho. Recife: Lith. De Laemert & Cia. Editores, 1898. 5 C’est la ruine de la belle église des péres jesuites dans la ville d’Olinda, laquelle était for tornée d’or en dedans: ils y disent encore la messe, et font leur service.


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Poesia e Cordel misaelgodoy_omirantedeolinda@hotmail.com

NO VALE DA

BRISA LEVE Misael Godoy

Quando digo que... “Eu sou cabra homem de muitas façanhas, não sou Don Quixote nem sou da Espanha, cruzei os agrestes por vales montanhas, andei por planícies em terras estranhas...”, é a mais pura verdade! Desta vez, entrei numa aventura de conto de fadas! Num vale lindo e encantado, na companhia de bruxinhas do bem, de bichos-pau, de brisas, de águas, e tudo que é natureza mágica... Tornei-me o Shrek do sertão, apaixonado por minha Fiona do agreste... Leia aí pra entender... Leia mais cordeis no portal

www.omirantedeolinda.com.br

Andando e dançando nas pontes do céu Seguindo três anjos, de tons femininos Três bruxas, quais fadas, guiando destinos Na bel natureza, despindo seus véus As crenças renascem nos homens incréus Com pingos de vida que caem das nuvens Tão leves, tão soltos, tais quais as penugens Que finas, brilhantes nos seres alados Levitam seus corpos na cor do nublado Cingindo seus ventos velozes que rugem Os trilhos antigos, de cores ferrugem Por sobre dormentes ainda sentados Encerram caminhos que d’antes trilhados No fecho espinhoso dos braços da mata Os raios do dia colorem de prata As águas tranquilas e fundas de um lago O vento que passa, lhes faz um afago Pequenas marolas se elevam faceiras Se movem, deslizam de toda maneira Qual fossem tocadas por mãos de um mago As duas bruxinhas, branquinha e morena Disparam sorrisos pra todo o lugar Se fosse o poeta podê-las rimar Teria que sê-lo com mágica pena Belezas tão grandes, letrinhas pequenas Num antigo papiro de lá do Oriente Palavras suaves em rimas fluentes Dispostas ao vento quais fossem as flores Dispersam poesia, decantam primores Jogando nos versos, pensares ardentes Um anfitrião vem trajando madeira Encarapitar-se na bruxa do bem Que com mãos de fada acolhe-o tão bem Que faz uma pose pra fotografar Na tez reluzente daquele lugar De mágicas cenas que se descortinam As vidas da vida nos tocam, fascinam E o “Grande Maestro” dedilha um tocar Nos toma por pares, querendo mostrar Que as cordas do mundo conosco se afinam.

Todos os direitos reservados. Obra registrada no EDA/FBN. Não é permitida a reprodução total ou parcial desta obra, sem o consentimento do autor.

VOCÊ SABE O QUE É

FORRÓ? Por Zé da Flauta

quem queira acreditar que a palavra forró vem do inglês “for all” (para todos). Tudo bem, quem quiser acreditar que acredite, mas pra mim isso é conversa pra boi dormir. Só falta dizer que foram os ingleses que inventaram o forró. Quando eles chegaram ao Brasil, com a Great Western, para construir estradas de ferro, no início do século XVIII, o forrobodó já existia, assim como o pagode, o samba e o arrasta-pé - que eram expressões para designar as festas populares movidas à música, dança e aguardente. O forrobodó, por ser uma palavra nascida no Nordeste, foi que deu origem à palavra forró. O primeiro registro data de 1733, num jornal chamado O Mefistófolis (o satanás), no número 15: “Parabéns ao Dr. Artur pelo grande forró realizado em sua casa...” . A construção das estradas de ferro no Nordeste deu origem, também, a algumas palavras do nosso vocabulário como baitola, que vem de bitola; sulipa (“dei uma sulipa nele”), vem de sliper (dormente) e algumas outras que não me recordo agora. O forró também não é um gênero de música, como muitos pensam. Se observarmos um disco de forró, por exemplo, vamos encontrar vários gêneros musicais como côco, xote, xaxado, marchinhas, baião etc. Forró é o coletivo da musicalidade popular do nordestino, a junção da música que vem da sanfona, da zabumba e do triângulo, originalmente, com a cachaça e a dança. Se você diz: “vai ter forró lá em casa”, todo mundo vai ficar sabendo que a festa vai ter essas características e vai ser legal. Vários artistas fizeram e fazem sucesso cantando e tocando essa música alegre e contagiante: Luís Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Almira Castilho, Marinês e sua Gente, Trio Nordestino, Jacinto Silva, Toinho de Alagoas, Biliu de Campina, Edmílson do Pífano, Dominguinhos, Alceu Valença, Fagner,Elba Ramalho etc. E vão surgir muitos outros, pois o forró é uma música verdadeira, que fica. Entra moda, sai moda e o forró tá lá (não confundir com o forró brega como Mastruz com Leite, Cavalo de Pau, Calcinha Prêta (olha o nome da banda!) e outras do gênero - que só tem o mérito de empregar vários músicos, bailarinos e técnicos num show de puro apelo sexual. Pra mim, o forró mais gostoso de se ouvir é o pé-de-serra instrumental; cada vez mais raro, pois nos lugares aonde chegava para fazer shows, Luiz Gonzaga era muito procurado por sanfoneiros os quais, pra mostrar serviço, tocavam Tico-Tico no Fubá, Brasileirinho e outras similares, cheias de notas e de difícil execução. Seu Luiz olhava pra eles e dizia: “Sanfoneiro que não canta, não ganha dinheiro nem mulher”. Essa postura influenciou muitos músicos bons. Pra mim isso é errado, pois esses instrumentistas tocam bem, mas cantam mal. Por outro lado, há aqueles que ainda dão mais ênfase ao forró instrumental quando gravam um disco. É o caso do grande sanfoneiro Duda da Passira. É comum nos discos de Duda encontrar apenas uma música cantada (normalmente, a última); todas as outras são instrumentais. Quando produzi o disco de Edmílson do Pífano, tive o cuidado de não o deixar cantar. Minha intenção era mostrar ao público a sua verdadeira arte: o dom de tocar aquele canudinho de bambu. O mesmo prazer e sensassão de alegria que sinto ao ouvir o pífano de Edmilson, eu tenho quando escuto a voz ritmada de Jacinto Silva. Grande parte da sociedade ainda não assimilou o forró. Acham que é música de pobre, de gentinha, que sanfona é instrumento de cego e coisas assim. Porém, não sabem o que estão perdendo. O forró é a dança mais sensual que já vi em minha vida. Aquele bate-coxa enlouquece qualquer um; a música é alegre e contagiante.


Contos e Crônicas

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O OCASO DO SONHO

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onheci Lula em setembro de 1979, no dia da volta do Dr. Arraes. Testemunhei, portanto, o primeiro aperto de mão entre o velho e o novo. Aconteceu no quintal da casa de Eduardo, Ana Arraes e Maximiano Campos, na Torre. Lula queria o PT, Dr. Arraes pedia calma, recomendava prudência. Naquela noite voltei a encontrar Lula, no bar Veleiro. Suado, vermelho, ainda vestia a camisa do encontro. Estive com ele inúmeras vezes, da fundação do PT em Pernambuco no ano seguinte até o velório do Governador Arraes. Falamos juntos em Alagoa Grande, Caruaru, Olinda e noutros comícios. Sem nunca ter sido petista, votei nele desde Collor até a vitória, finalmente. Estava no ar com Mané Queiroz, na Rádio Clube, na consolidação do resultado. Ao vivo, exaltei exaltado o encontro do sonho do operário com o sonho do Brasil: ter um governo diferente. Pedro, o primeiro e o segundo, Deo-

doro e Floriano chegaram até Getúlio, o ditador, sem qualquer projeto social. Por incrível que pareça foi nos 15 anos ouvindo do gaúcho: trabalhadores do Brasil, que alguma evolução aconteceu. A CLT deu garantias nunca antes na história deste País ousadas. Deposto em 1945, Getúlio volta à presidência nos braços do povo. Ainda hoje o jingle da campanha incomoda: Bota o retrato do velho outra vez/ Bota no mesmo lugar/O sorriso do velhinho/Faz a gente trabalhar. Getúlio saiu da vida pelas próprias mãos para entrar na história como pretendia. Outra ditadura, em 1964, maculou o sossego do País. Na movimentação das ruas surge Lula, que andou no pau de arara, vendeu amendoim na rodoviária, passou tarde pela escola, pela cadeia e nos braços do povo, comemorou o porvir do século XXI. No começo, comprou um avião e voou pelo mundo. Foi recebido por Rei, Rainha,

Imperador, democratas e ditadores. Um líder, que era e fazia diferente. Vez por outra passava pelo Planalto. Foi ganhando o jogo. No entanto, passaram-se dois mandatos e muita coisa ficou no lugar de antes. Na educação fundamental, professores, salas de aula, escolas e alunos continuam sem ter a Garantia constitucional do ensino primário nos termos da mudança da lei. A universidade, no entanto, cresceu. Como pode? O prédio precisa de alicerces para subir aos ares. O déficit habitacional é outra lacuna indisfarçável. Reflete-se nas favelas espalhadas por todos os recantos do País. A casa própria dos programas públicos já vem rachada de fábrica. Com quase unanimidade de aprovação criou Dilma à moda antiga, como fazia o coronelato. A gente via e ouvia o Presidente Lula quase todo dia. Enquanto Dilma subia a rampa, porém, Lula escapava em plena festa e sumia na Esplanada. Vi-

rou Doutor Honoris Causa e conferencista. A preço de diamante o ex-presidente brilha nos auditórios. O dito popular, porém, surge como fantasma: alegria de pobre dura pouco. Álcool, cigarro, charuto e muito discurso deixariam-no rouco. O tratamento, insidioso, turvou a expressão familiar, do vídeo e dos ouvidos do País. Sem barba e sem cabelo, Lula tira o chapéu e mostra a outra face da doença. A rouquidão afeta dos pés à cabeça, o operário lépido e fagueiro. Apoiado numa bengala surge um novo Lula, carcomido em tão breve tempo. O filho do Brasil teve tudo que sonhou e até mais. Talvez seja isso. Como caminhar sem ter um projeto e um sonho? Afinal, ele deve à banca tosca da escola, o menino nutrido, bem vestido, olhando o novo tipo de mestre que a educação brasileira almeja, desde a carta de Pero Vaz. Lula, joga essa bengala fora. Levanta-te e anda, basta reacender o sonhar.


Olinda / Pernambuco

Coco RaĂ­zes de Arcoverde Shows - (87) 9926.6831 / 9168.9530


Perfil

Daniela Câmara

Selma do Coco

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“Quando subo no palco é uma alegria medonha”.

Fotos: Emanuel Sacramento


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Perfil

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Selma do Coco

ever D. Selma do Coco me comoveu. Um ar triste em seu semblante revelou-me que algo acontecera. “Depois que meu filho morreu passei a sofrer muito”. Foi o que ela respondeu quando ao notar sua fragilidade perguntei o que tinha acontecido. Selma afirmou estar com catarata, pressão alta e “problema nos nervos”. Natural de Vitória de Santo Antão, ainda criança, ela frequentava junto aos seus pais as tradicionais rodas de coco do interior. Enquanto eles trabalhavam na roça, ela conta que já tinha o coco em seu pensamento. Seu pai cantava coco junto aos nativos dos outros sítios próximos em noitadas divertidas. Da família grande, ela foi a filha que mais puxou ao pai. Chegou ao Recife aos 12 anos de idade acompanhada do irmão mais velho. Ingressou na escola, mas não conseguiu aprender a ler. A coquista diz que a escola era para a brincadeira. Da mesma forma, já mais crescida começou a cantar por brincadeira, no tempo que ela vendia tapioca no Alto da Sé de Olinda, onde muitas vezes, os turistas paravam para escutar a toada. “Eu levava brincando, não sabia que era tão sério. Sei que nessa brincadeira fui pegando o ritmo”. Passou a trabalhar profissionalmente aos 20 anos, quando recebeu seu primeiro cachê. “Foi nessa época que Sônia Medeiros me chamou para cantar e me apresentar em público. Devo minha profissão a ela”. A artista popular foi bem casada e diz

que teve um bom marido. Deu à luz 14 filhos, mas nenhum está vivo. São 20 netos e 15 bisnetos. Da tradição do original coco de roda, as parentes que seguem o caminho da matriarca são Jaqueline que é nora, viúva do filho mais querido que faleceu e Adriana Andrade, que é sua neta. O filho, mesmo já falecido, não pode deixar de ser citado aqui em nossas linhas de perfil, porque era ele quem participava do processo criativo com a mãe, desde as composições das músicas, até a difícil tarefa de produzir a artista, que de fato anda desgostosa depois da sua partida, devido ao grau de importância que ele tinha em sua vida pessoal e profissional. “Meu filho falou. Tá na hora do coco. Aí surgiu a música. Nessa época nós tínhamos acabado de aprovar um projeto. Ele intitulou na hora. Sempre digo que os novatos tem que continuar. Espero que minha família continue esse trabalho.” D. Selma do Coco tem 9 discos lançados e um DVD e já fez tournée na Europa, EUA e em todo o Brasil. Uma das temporadas mais bem vistas de Selma no Brasil foi a do Projeto Pixinguinha ,segundo ela. No carnaval deste ano, ela foi homenageada no Guadalupe e no Amaro Branco, dois bairros da cidade alta. Ela diz estar querendo abrir o espaço cultural Selma do Coco, ótima oportunidade para quem quiser patrocinar, porque D. Selma é patrimônio vivo. O espaço estará aberto para visitação e para um coco de roda uma vez por mês. Ela apresentouse recentemente na Festa da Lavadeira, a qual já faz parte do seu calendário anual de shows. O dom, segundo ela foi Deus quem a deu. Aos poucos vai se soltando um pouco mais. Aí volto a reconhecer a verdadeira Selma de tempos atrás, quando ela abre uma boa gargalhada e solta o famoso rá rá rá rá. “Quando subo no palco é uma alegria medonha”. Em 1996, a coquista apresentouse no Abril pro Rock e em 1997, no carnaval, a música “A Rolinha” tornou-se hit

da temporada de verão. Já em 1998, a PARADOXX lançou o disco Minha História, que também foi lançado na Europa. Ano passado, no mês de dezembro aconteceu mais uma homenagem a D. Selma. Esta foi no seu aniversário. Muitos grupos estiveram juntos em frente à sua casa para tocar. Nação Pernambuco, Zuza Miranda e Taís, Rala Coco de Aurinha, entre outros. Selma conta que tem uma produtora que está querendo empreender novos projetos e que vai tocar em Olinda, Recife e no interior do Estado no São João. Selma fez várias apresentações no carnaval deste ano. “Antigamente o coco tinha mais frequência. Hoje em dia tem muito coquista por aí. Quando comecei era eu e Deus”. Ela recebeu o prêmio da ordem do mérito nacional pelas mãos do ex -presidente Lula e diz que nunca participou de nenhum movimento político, porque é cantora e não mistura as coisas. Disse ainda que pagode estilizado não é coisa de gente. Por esse ponto de vista nota-se que a coquista sabe o que é a música de boa qualidade, mesmo sem ter formação acadêmica. Nessa declaração ela afirma que o seu saber intuitivo preserva a autenticidade em suas canções, sem decaracterizar o universo da brincadeira e dos brinquedos e folguedos populares. Perguntei pela música da moreninha e ela rebateu cantando: “Moreninha do dente de ouro, parece um tesouro a boquinha dela, se eu pudesse, tivesse dinheiro eu ia à Barreiros e casava com ela”. E voltei a perguntar: Essa música fala de você não é? É sim. concordou com sua risada pitoresca e simpática. D. Selma ainda não acredita que tenha um talento à sua altura dentro de casa. “Ninguém teve essa ideia que eu tive não. É tudo fraco”. Posso então sugerir e provocar aqui o desafio. Que venha com gosto de gás essa grande substituta de D. Selma. Seja quem for, que venha com vontade. Ou que venham duas. E muito bem unidas, ambas. Neta e nora. Jaqueline e Adriana.

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“Meu filho falou. Tá na ora do coco. Aí surgiu a música. essa época ós tínhamos acabado de aprovar um projeto. Ele intitulou na ora. Sempre digo que os novatos tem e continuar. Espero que inha família ntinue esse trabalho.”

O Mirante de Olinda

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Olinda está para quem gosta de dançar, ouvir MPB, degustar da alta gastronomia, ou passear descompromissadamente pela orla ou pelo sítio histórico. Neste roteiro, o turista encontra as melhores opções.

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Olinda is for those who like to dance, listen to MPB, taste of haute cuisine, or simply stroll along the seashore, or historic site. In this tour, tourists find the best options.

Roteiro Olindense Find here the best places in Olinda

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ercorrendo a orla marítima temos um leque de opções. Para quem quer curtir um namoro à beira-mar degustando dos seus frutos fresquinhos, começamos o passeio pelo Marisqueira, que tem uma excelente cozinha e está para além das comidas marítimas. No restaurante do empresário Piauí, o casal pode apreciar uma costela de porco ou carne de sol, dentre tantas outras delícias. O interessante é que lá podemos pedir que o garçon ponha a mesa à beira-mar, de onde se vê o quebrar das ondas, degustando um bom vinho. Walking along the shoreline have a wide range of options. For those who want to enjoy dating in front of the ocean while tasting a fresh seafood, we started the tour with the Marisqueira

Restaurant, which has an excellent cuisine going beyond the sea food. In the Piaui’s Reastaurant, the couple can enjoy a pork chop or a delicious “Carne de Sol”, among many other delights. Interestingly, there we can ask the waiter to set the table by the seaside, where you see the breaking waves, enjoying a good wine. Ainda à beira-mar de Olinda, encontramos o Hotel Costeiro. Esse hotel tem 79 partamentos climatizados e cozinha internacional. O hóspede desfruta de banho de piscina, enquanto pode solicitar um drink a sua borda. Além dessas características, fica próximo ao Centro de Convenções, Veneza Water Park, Chevrolet Hall, shoppings centers, bancos e sítio histórico, o que torna ainda mais favorável a estada do turista.

Still on the ocean front, we find the Hotel Costeiro. This hotel has 79 air-conditioned suites and international cuisine. There you can enjoy a swimming pool, while sipping on your favorite drink. Besides these features, it’s near the Conventional Center, Veneza Water Park, Chevrolet Hall, shopping malls, banks and historical sites. Adiante, na altura do Fortim do Queijo, A Fábrica Bar tem promoções todas as terças-feiras com clone de cerveja e nas quintas, de whisky. Tem espaço para se dançar, além de poder escutar MPB. Os proprietários da casa, Robson e Gustavo, cuidam da programação cultural. A Fábrica Bar tem um público fiel e “habituée”. Os frequentadores dos clubes não deixam de dar aquela passada semanal na casa.


O Mirante de Olinda

Olinda, junho de 2012

Soon after, next to the Fortim do Queijo we’ll find the Fábrica Bar with its famous Tuesdays Special buy one and get one free beer and on Thursdays buy one get one free whisky. It has space for dancing, in addition to being able to listen to MPB. The owners, Gustavo and Robson are in charge of the cultural program. The Factory bar has a loyal and “habitué” clientele. Um lugar agradável para o turista visitar e comprar lembranças é a Galeria São Salvador, que fica no Alto da Sé e tem os artesanatos mais engraçados e interessantes, além de poder conhecer as melhores cachaças brasileiras.

A MÚSICA DO ART E GRILL A execução no tocar é sutil e remete ao intimismo dos shows acústicos. Art e Grill

A nice place for tourists to visit and buy souvenirs is the Gallery São Salvador, located in the Alto da Sé and has the funniest and interesting crafts, also you can learn the best Brazilian cachaça. São inúmeras as opções. Nas sextas-feiras ainda pode-se caminhar pelas ladeiras de Olinda, ao som de uma típica seresta, que nos remete aos tempos de outrora.

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Ozéas Magalhães e Flávio Souza

There are a wide range of options. On Fridays you can still walk the hills of Olinda, enjoying the sound of a typical songs, which takes us back in time.

Zé Baracho

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e for amante da MPB conheça o Bar e Restaurante Art e Grill, no alto da Sé de Olinda. Além de ouvir o som contemplando o visual panorâmico, come -se e bebe-se muito bem. O atendimento da casa é eficiente, a cerveja gelada e ainda a simpatia da equipe, nos faz querer ficar por mais tempo na cidade patrimônio. A programação de lá traz às segundas e quartas Cleyton (voz) e Paulo Henrique (percussão). Às quintas e domingos Zé Baracho (voz e violão) e Paulo Henrique (percussão). Às sextas Flávio Souza (voz) e Paulo Henrique (percussão). Aos sábados a programação da semana encerra com Flávio Souza (voz) e Ozéas Magalhães (percussão e voz). Os repertórios das músicas que Zé Baracho trouxe à casa são de uma MPB rara e de excelente qualidade, que quase não se vê mais por aí. Flávio Souza e os demais também não deixam a desejar. A execução no tocar é sutil e remete ao intimismo dos shows acústicos. Ainda melhor é ter a certeza, que lá no alto da cidade de Olinda podemos encontrar essa música plural e de extremo bom gosto.


O Mirante de Olinda

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ANIVERSÁRIO DE DOIS ANOS

10 DE JUNHO

COM AS MELHORES BANDAS DE SAMBA E PAGODE.

Participações:

ABORTO DO CAVACO GRUPO FAMÍLIA LENO SIMPATIA ERAN ROUCHE SEM RAZÃO

Inf. por telefone: 3429.7754 / 3011.3811

D

ia 10 de Junho, o Bar e Restaurante Esquina do Mar faz dois anos. A festa já está encomendada. Os grupos Aborto do Cavaco, Grupo Família, Leno Simpatia, Eran Rouche e Sem Razão farão a alegria dos clientes. A domingueira promete sacudir Olinda inteira num grande encontro de samba e pagode. Além da festa do domingo 10, o Esquina do Mar tem uma programação especial às quartas feiras. Ensaio com roda de samba do Grupo Família e Leno Simpatia. O cliente bebe três Devassas e a quarta é por conta da casa. Também às quartas, o bar oferece clone de caipirinha e caipirosca. Em comemoração ao níver do bar contamos em nossas páginas um pouco da história do Esquina do Mar. Até chegar ao nome original, um grande caminho foi trilhado. O empresário Fábio Sérgio, proprietário da casa abriu o Restaurante em 2010. Ele vem de uma tradição familiar, de empre-

O empresário Fábio Sérgio, proprietário da casa abriu o Restaurante em 2010. Ele vem da tradição familiar de donos de bares e restaurantes.

endedores de bares e restaurantes. O pai dele, Sr. Clayton Geraldo de Souza, sempre teve restaurante na orla de Olinda. O famoso Caiçara era um dos mais movimentados da beira mar. Sua mãe, D. Carmem Lúcia Moraes de Souza trabalha com fornecimento de alimentação há muitos anos. Já Danielle Moraes, sua irmã é a gerente geral do bar. Sua esposa Érica Alves Cavalcante, também cuida do Esquina e da administração do mercadinho que Fábio tem em Caixa D’água. Com esse time, o negócio só poderia ter dado certo. O empresário dedica com afinco suas horas do dia e da noite, aos cuidados que a função demanda. “Se for preciso ir para a cozinha em caso de algum funcionário faltar o serviço, eu encaro o fogão sem maiores problemas”. No começo da empresa, seu objetivo não era colocar grupo de pagode para tocar na casa, mas depois de ter colocado uma roda de samba, o bar foi ganhando público e se formatando dessa maneira.

Fábio, natural de Minas Gerais, veio cedo para Pernambuco. Passou 11 anos trabalhando como técnico em radiologia no Rio de Janeiro, um hiato em sua carreira de maior talento, que é a administração em bares e restaurantes. Mas o empresário logo percebeu a necessidade de retornar ao Estado, para cuidar dos negócios por aqui. O Esquina do Mar, inicialmente levou o nome do antigo Caiçara, mas a marca foi desgastada com o tempo. Logo depois renomeou-a com o atual nome. Hoje o Esquina do Mar é o bar da família olindense e daqueles que curtem um bom samba. A especialidade da casa são os frutos do mar que combinam com o visual da orla, os petiscos e um filé maravilhoso recheado com queijo coalho. Uma delícia! SERVIÇO: O bar e Restaurante Esquina do Mar fica na Av. Ministro Marcos Freire (Beira-mar), Bairro Novo, Olinda. Fone: 3011.3811 / 3429.7754


13 13 Texto - André Soares

II Seminário Municipal do Coco de Olinda ICEI Brasil (Instituto Cooperação Econômica Internacional), instituição que organiza pelo segundo ano o Seminário, no âmbito do projeto “Turismo da Gente”, que visa contribuir ao fortalecimento do setor do turismo enquanto instrumento de luta contra a pobreza e redução da exclusão social, difundindo um modelo de turismo sustentável baseado no envolvimento direto da comunidade. Além de Dona Jovelina, diversos coquistas da cidade também serão homenageados no local, para então a partir das 19 horas, dar início ao momento festivo do Seminário, onde a parte externa do Mercado da Ribeira abrigará a Sambada dos Coquistas, em celebração ao Dia Municipal do Coco, valorizando também através de degustações gastronômicas, a culinária regional.

O

Mercado da Ribeira será o palco de rodas de diálogos, apresentações culturais, exposições fotográficas, homenagens e degustações gastronômicas no próximo dia 20 de junho, durante a realização do II Seminário Municipal do Coco de Olinda, data instituída pela prefeitura da cidade em 2009, com a finalidade de comemorar o “Coco de Roda”. A grande homenageada desse ano será “Dona Jovelina”, falecida em 2001, aos 86 anos, famosa coquista do bairro do Amaro Branco, responsável por iniciar a vivência coquistas em diversas mulheres do bairro, a exemplo da Mestra Ana Lúcia, inserida na cultura desde os três anos de idade e musicalmente no estilo aos 17 anos, organizando além do coco, o Pastoril Estrada de Belém e a Procissão do Acorda Povo. As atividades terão início a partir das 16 horas, com a exibição de vídeos contendo imagens da própria Dona

jovelina, contando com uma exposição fotográfica que retrata diversos momentos importantes na vida dos coquistas da cidade, que aproveitam do momento para expor e comercializar diversos materiais de divulgação, como camisas, CDs e DVDs. Roda de Diálogo – “O Coco -Tradição e valorização da cultura popular da cidade. É preciso conhecer para preservar” e “O Coco - Uma identidade cultural da cidade de Olinda” serão os temas abertos dentro de duas rodas que contarão com a presença dos próprios representantes da cultura: os coquistas, e representantes da FUNDARPE (Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco), Casa do Carnaval do Recife e Secretária de Patrimônio e Cultura de Olinda, onde a mesa será mediada por Diego Di Niglio, Coordenador da ONG

Site: www.turismodagente.com.br / Fone: (81) 3493.9990 / E-mail: olinda@iceibrasil.org.br Endereço: Ladeira da Misericórdia, N° 58, Carmo, Olinda

SERVIÇO:

II DIA MUNICIPAL DO COCO DE OLINDA 20/06/2012 – 16 HORAS MERCADO DA RIBEIRA, RUA BERNARDO VIEIRA DE MELO, OLINDA, PE. ENTRADA: GRÁTIS


As Últimas

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Olinda, junho de 2012

Homenagem

Poesia

QUINTAS POÉTICAS - Acontecem a cada 15 dias, das 19:30 às 23h. O evento é realizado no Bar Terraço de Olinda, Rua Sete de Setembro, 109- Carmo. Após a matriz de São Pedro.

Música

HOMENAGEM - Alceu Valença faz temporada de shows em São Paulo, em homenagem ao centenário do Rei do Baião, Luiz Gonzaga. O show Lua e Eu tem três apresentações exclusivas em 1º de junho no SESC Rio Preto e dias 2 e 3 no SESC Pinheiros. No espetáculo, Alceu ressalta a obra de Gonzagão e explicita a influência do Rei em sua própria obra. O cantor se apresenta ao lado dos músicos Paulo Rafael (guitarra e violão), Tovinho (teclados), Nando Barreto (baixo), Cássio Cunha (bateria) e Lucyane (acordeón).

Ilustração LANÇAMENTO - À venda nas boas casas do ramo o novo CD de Ari de Arimatéia, intitulado “Um Ensaio Diferente”. O CD é composto por músicas do autêntico forró pé de serra.

Comissão da Verdade

NOSSO CRONISTA - Dr. Gilberto Marques foi empossado no último dia 27. Ele fará parte da Comissão da Verdade, que será instalada em Pernambuco. A comissão irá investigar os casos locais dos presos políticos, que foram vitimados pela tortura da ditadura militar.

Literatura

CULTURA E EDUCAÇÃO NOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS O projeto do poeta e escritor Alberto Oliveira intitulado Livraria Expressa, vai de vento em popa. O projeto estimula alunos e professores a tornarem-se agentes de cultura. para maiores informações acesse o site do poeta: www.livrariaexpressa.com.br ou envie e-mail para:alberto@livrariaexpressa.com.br

Exposição Exposição Desconstrução de Pragana no Centro Cultural Correios. A abertura acontece quartafeira, dia 06/06, às 19h. Sempre de terça à sextafeira. A exposição fica em cartaz até 29 de Julho.

Participe também.

Alunos na Escola

Colaboração do ilustrador Wamberto Nicomedes de Oliveira, WamNick, que mora em Olinda e trabalha com ilustrações de livros e histórias em quadrinhos para o mercado norte americano.

Envie colaborações para a curadoria do Mirante pelo e-mail: omirantedeolinda@gmail.com

Foto

FOTO - de Vitorino Cuca Maia, fotógrafo e cidadão do bairro de Casa Forte. Atualmente mora em Salvador na Bahia.


O Mirante de Olinda Expediente

Edição / Diagramação: Emanuel Sacramento Editora Chefe / Redação: Daniela Câmara Desenvolvimento / Arte: Saulo de Tarso

Colaboradores

Fotografia: Fred Jordão Texto: Zé da Flauta Historiador: Marcelo Lins Cronistas: Gilberto Marques Cordelista: Misael Godoy Tradutor: Gabriel Sacramento Revisão: Rubens Sacramento

Anuncie aqui Fone: (81) 8234.1852 / 8787.0020 / 9116.6144

Agenciadores

Gabriel Sacramento 9449.9770 (Tim) / 8552.2919 (Oi) / 9309.1890 (Claro) Lion Antônio 9684.4384 (Tim)

Pontos de distribuição (Olinda):

EMPETUR / Secretarias de Turismo e Cultura da Prefeitura de Olinda / Pontos de Informação Turística da Praça do Carmo e dos Quatro Cantos / Lojas Moto Mais Honda de Olinda e Abreu e Lima

Bibliotecas:

Biblioteca Pública de Olinda / Biblioteca da Facotur

Museus:

MAC / Museu do Mamulengo - Espaço Tiridá

Bares, restaurantes e pousadas: Marisqueira, Tribuna Bar e Restaurante,

Restaurante Marisqueira, A Fábrica Bar, Restaurante Flor do Coco, Dogão, Estação Maxambomba, Sargação, Olinda Art e Grill, Gomes Cachaçaria e Artesanato, Pousada do Amparo, Pousada D’Olinda, Hotel Costeiro, Esquina do Mar, dentre outros.

Bancas de Revista:

Banca Visão Comercial / Av. Gov. Carlos de Lima Cavalcante, 236 (Bairro Novo /

Olinda) - Banca Ler e Lazer / Av. Gov. Carlos de Lima Cavalcante, 667 “A” (Bairro Novo / Olinda) - Banca Olinda Revistas / Av. Gov. Carlos de Lima Cavalcante, 667 (Bairro Novo / Olinda) - Banca Circular / Av. Getúlio Vargas, 166 (ao lado da Sorveteria Bacana / Olinda) - Banca Varadouro / Largo do Varadouro, 35 (Varadouro / Olinda) - dentre outras.

Pontos de distribuição (Recife):

AABB / Aeroporto Gilberto Freyre / Casa da Cultura Recife Antigo / Livraria Jaqueira / Passadisco

E-mail: omirantedeolinda@gmail.com Telefone: (81) 30832588 - 87870020- 98102822

Sócios-Diretores

Emanuel Sacramento Daniela Câmara Saulo de Tarso

Teatro 1

Em Cartaz

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HOMENS E CARANGUEJOS - Espetáculo teatral inspirado na obra de Josué de Castro acontece nos dias 16 e 17 de junho, no SESC de Santo Amaro em Recife.

Teatro 2 TEATRO- Em cartaz o espetáculo “Um Rito de Mães, Rosas e Sangue” de García Lorca no teatro Arraial, sextas e sábados às 20h. A peça estará em temporada até dia 16 de junho.

Teatro 3

Stund Up “Viver de Rir”, tem gravação de DVD do humorista Ivanildo Silva, dia 15 de junho às 19h. no teatro do colégio da Damas, na Avenida Ruy Barbosa. O espectador paga um ingresso de 20,00 e leva o DVD de presente. Informações pelo fone: 32217639.


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Os artigos assinados ou declarações aqui veiculadas, não refletem necessariamente a opinião do informativo.

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4 CANTOS Um empreendimento da

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