O Mirante
de Olinda
ROTEIRO MENSAL DE CULTURA E TURISMO / EDIÇÃO ESPECIAL - LITERATURA DE CORDEL Olinda, janeiro de 2012 - ano 02 nº 06
Distribuição GRATUITA/DIRIGIDA
Perfil
Jessier Quirino “Sou um animal doméstico. Vivo em casa amoitado”.
Historiando
Historiador Marcelo Lins Duarte Coelho, Capitão de Pernambuco. Pág. 3
Poesia e Cordel
Misael Godoy
Traz um convidado especial e uma poesia dedicada a esta edição: Quase um Repente. Pág. 6
ICEI Brasil
Olinda - Patrimôneo Cotidiano Oficinas temáticas sobre cultura popular para jovens. Pág. 14
Editorial
O Mirante de Olinda
Daniela Câmara
Jessier Quirino
danielacamara_omirantedeolinda@hotmail.com
O
folheto, o qual chamamos literatura de cordel, é nosso tema do mês, a pedido de Emanuel Sacramento, um dos nossos editores. Por pensarmos juntos, eu ele e Saulo, que faz a parte de desenvolvimento e arte do nosso site, percebemos a importância deste gênero literário para a cultura brasileira e resolvemos publicar no nosso sexto exemplar. Como homenageado maior desta edição, escolhemos Jessier Quirino, que vejo como o maior intérprete do estilo, aquele que dá vida real ao cordel. E nós cá da equipe, somos fãs do personagem da edição. E nesta edição, Jessier passa de poeta e intérprete, a personagem de perfil jornalístico. Já o personagem do editorial é o cordel mesmo, que veio de Portugal e felizmente aportou por paisagens nordestinas. Os folhetos, que em Portugal eram pendurados em barbantes, por aqui podem ou não estar expostos em prateleiras ou cordas, concordando com a malemolência cultural do brasileiro, que bebe de fontes diversas na área das artes, mas sempre dá seu tom ao que experimenta. Eles começaram a ser impressos em meados do séc XIX. Só em 1988 é que surgiu a Academia Brasileira de Literatura de Cordel, no Rio de Janeiro. A poesia de cordel é escrita em forma rimada e ilustrada em xilogravura. Mas quem dá vida a esse estilo é quem o lê e interpreta os versos dando de fato, a riqueza da contextualização. Com Jessier no palco, percebemos o que diz e o que sente o matuto lá do interior. As ilustrações dos cordéis, são a menina dos olhos de quem vê. Lindos desenhos feitos de maneira purista, que passam a retratar a vida do homem do campo e suas incríveis e engraçadas histórias. Com conteúdo crítico, serve como denúncia aos fatos que ocorrem no nordeste, mas que, principalmente, nos tornam mais próximos deste universo. No Brasil, o cordel inspirou diretores de teatro, cineastas, compositores, atores, dentre outros artistas da nação. Nas estrofes cabem de seis até dez versos, ditados pelo cordelista de forma cadenciada, em ritmo quartenário. Mas a intenção interpretativa do texto popularesco, é a maior publicidade deste gênero, que faz a venda do produto cultural encontrado em feiras e mercados públicos. Vamos então caro leitor, dar uma passadinha na página do perfil para ver Jessier e apreciar os cordéis de Mizael Godoy e Alberto Oliveira, em especial, a poesia inédita de Jessier que está aqui ao lado, em homenagem a Maria Bonita. Salve o cordel e a literatura popular ! Eita leitura boa danada !
Poesia MARIA BONITA Maria Bonita Bonita Maria De laço de fi ta. Escrita de embelezar. Moça de cor azeitonada Gestos cáqui Chapéu-valente... Bem dizer fez Virgulino Levitar em munição. Sem a mínima ligança Pras balas ferinas De boas avenças Entrou na questão. De água em moringa Deu seiva ao cangaço Que nem sorveteiro De grito em morango: – Sorvete!!!!!!!!!!! E ganhou alvará Para se arvorar No bravo Sertão. E de Royal Briar Banhou-se de cheiro De alma em paixão. E de rifle e punhal É flor principal Do amor fortidão.
Foto: Saulo de Tarso
Farol de Olinda
E de léguas beiçais Embrenhou-se na história De toda a nação.
Historiando Olinda, janeiro de 2012
O Porto do Varadouro
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Marcelo Lins
Q
uando foi redigido ainda na primeira metade do século XVI, mais precisamente em 12 de março de 1537, o documento conhecido como “Foral de Olinda”, não tão somente demarcava os limites das terras doadas por Duarte Coelho para assentamento da nascente Vila de Olinda, como também, procurava estabelecer as bases da ocupação urbana. O texto deixa patente a preocupação com a organização da estrutura do núcleo urbano, definindo os espaços e os usos. Delimitam-se os terrenos destinados às roças e ao cultivo de alimentos para abastecimento do núcleo urbano; espaços de uso coletivo e comunitário como pastos e caminhos; áreas reservadas para as habitações e comércio, assim como a zona portuária do Varadouro. Segundo a definição do “Vocabulario portuguez & latino” do padre Raphael Bluteau editado em Coimbra entre os anos de 1712 e 1728: Varadouro é “a paragem, onde se varão navio em terra”. Cidade colonial inserida dentro do sistema mercantilista ultramarino, Olinda não podia prescindir do seu porto, elemento fundamental na dinâmica dos fluxos de mercadorias entre a colônia e a metrópole. Através da via marítima era transportado o açúcar produzido em Pernambuco, destinado ao mercado metropolitano e europeu, assim como entravam os produtos oriundos da Europa para suprimento da colônia. O porto era também o pivô que articulava o fluxo de comunicação e transporte interno da colônia, na ausência de estradas. Era através das vias marítimas e fluviais
Livro que dá razão do Estado do Brasil, c. 1616. Na parte de cima os rios e engenhos de Pernambuco. Abaixo o podemos ver a barra dos arrecifes, o ancoradouro do Recife e embarcações menores que sobem até o Porto do Varadouro. que a Vila de Olinda mantinha contato com os outros núcleos da colônia e, principalmente, com as unidades produtoras espalhadas pelas várzeas do Beberibe e Capibaribe, como relata Gabriel Soares de Sousa em 1587, “também se metem nestes rios outras ribeiras por onde vão os barcos dos navios buscar os açúcares aos paços [armazéns] onde os trazem encaixados e em carros”. Os engenhos transportavam o açúcar em carros de boi, acondicionados em caixas, até armazéns nas margem dos rios de onde levados para o porto do Varadouro em Olinda eram embarcados nos navios que seguiam para a Europa. Localizado ao “pé da vila”, nas margens do Rio Beberibe, o porto do Varadouro desempenhava papel importante na organização do núcleo urbano pensado pelo donatário, no texto do ‘Foral”. Dentro dos preceitos
do modelo urbanístico lusitano, procura estabelecer a articulação espacial de conjunto entre a cidade alta, núcleo administrativo e sociocultural, e a cidade baixa coração comercial e mercantil da Vila. O espaço entre a vila e o rio foi destinado ao comércio e para assentamento dos armazéns e feitorias, “o alto da lombada para os mangues será para casas e assentos de feitorias até um pedaço de mato que deu a Bartolomeu Rodrigues, que está abaixo do caminho que vai para Todos os Santos”. Excessão da feitoria do donatário situada às margens do rio, “o dito Senhor Governador alimpou para sua feitoria que é assento dela que é do montinho que está sobre o rio até o caminho do varadouro”. Também no Varadouro ficava a Alfandega Real, inicialmente instalada em prédio alugado. Um novo prédio foi erguido entre 1613 e 1617, durante a perma-
nência em Pernambuco do governador-geral do Brasil Gaspar de Sousa. Esta nova Alfandega ficava à margem do rio com um cais de pedra. No mesmo prédio também funcionava a Provedoria da Fazenda Real. Segundo as palavras de Frei Vicente do Salvador, em 1627, “uma formosa casa” para onde os bateis e barcas que navegam o rio “levam as fazendas ao Varadouro da vila, onde está a alfândega”. A localização da alfândega, próxima ao local de embarque e desembarque, visava garantir a parte do Rei e o controle fiscal do transporte das mercadorias. A estrutura viária, ou seja, os caminhos e ruas que articulavam as diversas partes do tecido urbano, dentre eles o que levava do centro político e administrativo da vila, partindo da Igreja da Misericórdia, em direção ao cais do Varadouro. Para serventia deste, projetava-se mesmo a abertura de “uma rua de
serventia ao longo do dito rio novo, para serventia do povo, de que sê possa servir de carros, que será de cinco ou seis braças de largo e rodeará pelo pé do montinho até o varadouro da galeota”. O “Rio Novo” a que se refere Duarte Coelho, era uma abertura planejada para ligar o porto do Varadouro diretamente ao oceano. “E de (sic) para detrás do sobredito montinho onde há de fazer o Senhor Governador sua feitoria ao varadouro da galeota há se de abrir o rio Beberibe e lançar ao mar por entre as duas pontas das pedras como tem assentado o Senhor Governador”. A localização do porto da Vila de Olinda apresentava-se, desde os primeiros anos, como um obstáculo ao transporte de mercadorias. Para chegar ao porto, as embarcações, depois de cruzarem a barreira de arrecife, precisavam contornar a ponta de areia da “ribeira do mar do arrecife dos navios” e navegar rio acima, ao longo do istimo, até o Varadouro, em águas pouco profundas. As naus e caravelas eram obrigadas a fundear diante deste arrecife dos navios e sua carga transportada em embarcações menores subiam o rio até o Varadouro. A ligação do Varadouro com o mar nunca foi executada. Durante o primeiro século de existencia de Olinda, o porto de Olinda dependeu do porto do Arrecife dos Navios, até que em 1630, os holandeses da Companhia das Índias Ocidentais transferiram todas as atividades portuária e alfandegárias para o pequeno povoado do Recife, abandonando definitivamente o porto do Varadouro.
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O Mirante de Olinda
Os Mistérios da Luz
O
espetáculo Os Mistérios da Luz que estreia dia 11 de Janeiro, tem texto de Antônio Nogueira e direção geral de José Francisco Filho. O texto conta 5 histórias que giram em torno da espiritualidade. A cada quadro, um questionamento sobre o amor, o perdão, o ódio, a inveja e sentimentos humanos vividos no dia-a-dia, vistos sob a ótica de quem partiu para a espiritualidade. O elenco conta com atores já reconhecidos como Flávio Luiz, Clenira Melo, Marcos Portela e Ibson Quirino.
Serviço: Os mistérios da Luz /Teatro Valdemar de Oliveira. Estreia: 11 de janeiro aos domingos sempre às 18h. Ingressos: Inteira R$ 30,00 / Meia: R$ 15,00 1 KG de alimento não perecível. 50% de desconto no ingresso inteiro.
Jessier: “Sabenças” e Causos o
Sivaldo Venerando
avanço tecvigente, nem o aldeamento global anunciado, podem arrolar de forma banal, e a seu bel prazer, a cultura de um povo. Sociedades mais abertas como a nossa, sentem escancaradamente os efeitos. Mas, o antídoto está nas particularidade de um povo forte, que resiste e ostenta seus costumes. Para fazer valer a resistência, é preciso haver manifestações culturais, um mergulho realista e saudosista nas raízes do bravo povo nordestino; e Jessier Quirino faz isso por nós. O poeta paraibano escancara as mazelas, exalta as vivências e “sabenças” no rastro da intimidade da matutada. Com naturalidade, Jessier descreve imagens aguçadamente, na poesia, no humor, no sarcasmo, na cantoria. Trata-se de um artista múltiplo, com lirismo literário, também rico em neologismos, num
Nem nológico
vocabulário novo, à moda de Guimarães Rosa no romance. Longe de criar tipos, Jessier interpreta-lhes profundamente a alma. Faz isso como um maestro dedilhando notas, que no seu caso é um debulhar extenso de causos de “sabenças”, que contemplam a alma matuta nas suas necessidades sociais, emotivas, políticas e religiosas. Com persistência e devoção à arte, o poeta paraibano conquista um lugar de destaque na poesia matuta e na literatura do Brasil e do exterior, elevando uma cultura forte com um desejo eficaz de que ela nunca seja destronada. Sivaldo Venerando é escritor com formação em letras e repórter. Publica artigos sociológicos, políticos, filosóficos, religiosos e culturais, em diversos jornais do Nordeste. Leia mais sobre o tema no portal
www.omirantedeolinda.com.br
Contos e Crônicas
A POLÍTICA E A ECONOMIA DA CULTURA. Por Célia Labanca
O Natal de Papai Noel
João
Gillberto Marques
ficou descrente, achava que tinha motivo de sobra. Na sequência dizia-se agnóstico, uma coisa leva a outra. Pra Ateu o passo foi curto. Com a morte de Christopher Hitchens pensou em comprar o livro Deus Não é Grande e virar antiteísta. Ou seja, militar na oposição-tremeu na base. Batizado na maternidade, ligado ao padrinho, foi precoce na primeira comunhão aos seis anos. Na adolescência a missa domingueira era o celeiro das moças bonitas. Embora ressalte que do ato litúrgico, em si, o que gostava mesmo era o silêncio da comunhão, o vai e vem devoto, mostrando as meninas de corpo inteiro e o ide em paz... O fato de ser ateu já criava dissabores quase sempre. E olhem que só o proclamava quando era abordado por cristão fervoroso. A liberdade de crença apesar de constar da Constituição quase não tem vigor. Encastelar-se na oposição, todavia, era muito para ele. Nesse contexto chegou o Natal que comemora o nascimento de Cristo – o Filho de Deus – assim mesmo com letra maiúscula. Começou sua reflexão para o lado comercial do evento. De fato as lojas ficavam uma loucura, nos Centros Comerciais em que o inglesismo roubou a cena – no Shopping. Parar o carro era lenda, melhor não ir. E Papai Noel? Empertigou-se: Papai Noel é real. Não se vê as Renas, mas o velhinho está em todo lugar. É onipresente. No cinema, no jornal, na Televisão, no Helicóptero. No sonho, na imaginação, na fantasia. Qualquer semelhança não é mera coincidência. Pouco importa se a roupa é tosca ou rica e brilhosa. Se a barba for de nylon, algodão ou fluir dos poros também não importa. O velhinho faz sucesso. A maior bobagem é acreditar que é coisa de criança. Balela pura. A comoção dos adultos é palpável. Talvez seja maior e mais comum. Tem criança que chora. É claro que num País com tantas desigualdades lembra o verso de Aldemar Paiva: “Eu não gosto de você papai noel. Também não gosto desse seu papel, de vender ilusões a burguesia. Se as crianças humildes da cidade soubessem do seu ódio a humildade, jogavam pedras nessa fantasia.” Acontece que a mídia poderosa vendeu a imagem da barba branca e da roupa vermelha com tanta intensidade que a criança pobre nem pensa em jogar pedra. Pelo contrário, manda cartas pelo Correio e espera a sorte. Por vez a fantasia vira boneca, um carrinho, uma bola de futebol. Há menino que ganhou a bola e virou craque. Não é o craque da campanha ministerial – O Brasil Contra o Craque. É do tipo Neimar. Antes dos 4 do Barcelona. Na verdade, apesar da roupa inadequada para o calor do verão, papai Noel é um mito que se vê, que se toca, que tem colo e dá abraço. E de lambuja sobreviveu, até agora, a pedofilia do noticiário policial – abundante noite e dia. No saco do bom velhinho não mora pecado. E ninguém ousou atirar a primeira pedra.
Célia Labanca é escritora e diretora do Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco - MAC
COCO DA LUA
A
animação das noites de encontro dos coquistas das nova e velha guarda, permanecem em Olinda. A iniciativa dos produtores culturais Diego Ferreira, Chico Simões, Catarina Barbosa, Fernando Limão e Eliberto Borba, tem sido sucesso e cada vez mais, atrai o público de Olinda e das cidades vizinhas. As noites do Coco da Lua acontecem no Quintal Coletivo, todas as sextasfeiras de lua cheia de cada mês. O espaço cultural situa-se à Rua Joaquim Cavalcante 204, ao lado da Igreja da Boa Hora, no sítio histórico de Olinda. Um programa excelente para os amantes da cultura popular e também para turistas com estadia em Olinda.
Toda
atividade humana leva um tempo para amadurecer, mesmo que o dom se manifeste desde a infância. – Os artistas em geral, passam por longos períodos de revisitação de suas dores, suas memórias mais atávicas, seus sentimentos mais bonitos, seus buscares mais distantes num longo e doloroso processo de conhecimento de si próprios e de seus ideais, para só depois assumirem a capacidade de potencializar seus engenhos enquanto fazedores da arte. Q u a n d o acontecem estas manifestações e os talentos se tornam reconhecidos, como é o caso deles, especialmente em Pernambuco, os governos e as empresas privadas deveriam fazer sociedades contundentes para transformar tamanha mina em atividade econômica rentável. A obra de arte é definitivamente a manifestação humana que une e identifica uma nação. Usá-la para a inclusão social, gerando renda, e produzindo cidadãos, é fundamental. Somente ela é capaz de re-encantar o mundo. Os países civilizados vivem de seus monumentos e de seus patrimônios artísticos e culturais – Os nossos são menosprezados, e subutilizados. Lá o poder público e o privado, não só os valorizam na preservação do passado e da história, como os subsidiam. Fazem deles, importantes elementos de uma cadeia produtiva que começa na criação chegando à economia como uma esteira cooperativa, onde ganham todos. Aqui em Pernambuco temos produtos da melhor qualidade, mas não os reconhecemos, nem sabemos o que fazer deles, vivemos como se para nós a história crítica não nos tivesse conferido títulos como o de “Escola
Pernambucana de Artes Plásticas”, ou o de “Escola do Mobiliário Pernambucano”, considerados excepcionais. Sem falar em nossas manifestações populares que inspiram estudiosos em todo o mundo. Nossa produção cultural está acima da média nacional, mas, segundo as pesquisas, mais da metade do dinheiro da Lei Rouanet patrocina somente projetos do eixo Rio/São Paulo. Tal lei considerada o grande esteio da política de cultura no país, prestando contas, informou que neste ano 80% do orçamento do Ministério da Cultura foram decorrentes dos impostos que o país deixou de recolher. Este percentual significa que menos de 2% da população ao ano, tiveram acesso à cultura e que mais de 90% dos municípios não tem salas de cinema, nem teatros. É assim que se fala constantemente em política de cultura no Brasil. No entanto, ela continua a ser um desafio para os avanços que precisamos obter desde que os processos de financiamento são nebulosos, e os critérios de escolha e de prioridades, são desconhecidos. Para mudarmos bastaria a consciência de que estamos menosprezando possibilidades. Superar obstáculos não é tão difícil quando temos bons produtos e quando desejamos mudanças sociais. Que Pernambuco reconheça não só os seus artistas, como amplie e qualifique seus espaços de arte e de cultura apoiando-os e os estimulando na direção do ganho. Somente assim, poderemos falar em política de cultura, sua economia e na formação de uma cidadania conseqüente.
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O Mirante de Olinda
Poesia e Cordel
Misael Godoy
misaelgodoy_omirantedeolinda@hotmail.com
Primeiramente
quero desejar um 2012 “arretado de bom” aos leitores deste jornal, “ispaiadêro” da cultura
pernambucana e nordestina! Chegamos em 2012 trazendo um verdadeiro presente a vocês: a preciosidade da poesia de Jessier Quirino, que, além disso, brindou-nos com uma entrevista e um perfil de capa. Esse “cabra da peste” da cultura nordestina deu uma nova roupagem à poesia e literatura de cordel, exibindo-as não somente em livros, como é a forma tradicional, mas também em formatos mais modernos, como CDs e vídeos, e, ainda, em seus recitais, de forma, podemos dizer, teatral. A maneira como aborda as coisas do nordeste, do matuto, do sertão, do sentimento regional, é única e tão fiel que, se a nossa cultura for deflorada e invadida, como de fato vem sendo pela globalização das culturas, teremos na obra de Jessier um verdadeiro compêndio retratador de nossa cultura original, desde os costumes até a culinária, música, modo de falar, sotaques, sabedoria popular. Tudo isso, e mais, podemos encontrar na obra do Quirino. Posso dizer que esse grande poeta da Borborema, foi, inclusive, a maior referência que tive para começar a escrever e fazer poesias e cordeis. Juntamo-nos com um outro grande poeta e batalhador na área da cultura nordestina, Alberto Oliveira, e começamos a buscar o encontro com o Jessier. O resultado está aí. Até me animei e fiz uma poesia, no estilo “Galope à Beira Mar”, para brindar a este grande momento! Ei-la:
QUASE UM REPENTE ! Tem homens que nascem com rimas nas veias Que fazem das rimas nascer poesia Que ornam as vidas mais secas, vazias Cantando palavras inteiras, não meias Transformam em lindas as coisas mais feias Parece que os anjos lhes vêm inspirar Trazendo sentidos sutis como o ar Fluentes, corridos, qual água nos rios Que enchem seus leitos outrora vazios Num doce galope pra beira do mar
Poetas, qual águas, por vezes se encontram De terras vizinhas surgiu o Quirino Não foi por acaso, foi puro destino Que inspira poetas que hoje despontam Foi esse um dos casos que falam, que contam Que estava o Quirino com Alberto a falar Rimando seus versos num belo entoar E veio o Godoy a meter-se no meio Trazendo nas rimas seus belos floreios Cantando um galope na beira do mar
Explodem dos lábios sorrisos tão vis Por sátiras cruas de pura malícia Tristezas da dor, do amor as delícias Esguicham das letras como um chafariz De tudo é possível, o poeta é quem diz Escreve incansável, do sol ao luar Da lua amanhece, mantém-se a rimar Os versos que nascem no peito e na mente Que brotam tão fluidos, são quase um repente Soando cantigas na beira do mar
Olinda que é terra de raras belezas Acolhe os poetas dos belos cordéis Dos tempos de hoje que são menestréis Saudando seus cantos e suas destrezas Histórias que falam de suas proezas Nos trazem culturas de todo o lugar É como se o mundo pudessem abarcar Somente com a tinta saída das penas Saberes soberbos em folhas pequenas Galopam das terras à beira do mar.
Convidado Especial
Alberto Oliveira
A CIÊNCIA DA ABELHA É UM SEGREDO, FAZER MEL SEM TER TACHO E SEM CALDEIRA (Uma homenagem ao Poeta João do Vale)
Fio doce a correr pelo meu dedo Levo à língua a porção desse manjar Natureza por certo há de explicar A ciência da abelha e seu segredo, E também como veste o arvoredo Bota o néctar na flor da aroeira Faz buraco na velha gameleira Pra colméia ali se abrigar Mãe Rainha põe zangões pra trabalhar Fazer mel sem ter tacho e sem caldeira. A abelha não faz qualquer roçado Pra plantar nem sequer um pé de cana Piojota ou os colmos da caiana É mistério ou milagre anunciado A natura dá conta do traçado Tanto mel pra guardar na garrafeira O produto daquela taifeira A ciência da abelha é um segredo É tão grande que até me mete medo Fazer mel sem ter tacho e sem caldeira. Fazer mel sem ter tacho e sem caldeira Nem engenho pra cana esmagar Alambique pro caldo depurar Não precisa coá-lo na peneira Com certeza alquimia verdadeira Nunca vi o seu mel sair azedo Começando o trabalho logo cedo “Pois é grande o poder da natureza” Diga lá donde vem essa grandeza A ciência da abelha e seu segredo. Batalhões de abelhas operárias No oficio e labuta do trabalho Parecendo o ferreiro no seu malho Não se vê entre elas qualquer paria Não recebem tostões pela diária Seja aqui ou em terra estrangeira O zumbir quando ouvi a vez primeira Eu fiquei meditando no lajedo: A ciência da abelha é um segredo Fazer mel sem ter tacho e sem caldeira.
Perfil
A
o entrarmos na residência de Jessier, percebi o bom gosto da casa do arquiteto por formação, por conta da quantidade de peças de arte, muitas delas adaptadas ou mesmo restauradas por ele. Aguardamos um pouco, enquanto sentíamos a ambiência da casa. Eis que surge o franzino poeta, nosso personagem central que chega simplório e cumprimenta-nos. Em seguida nos conduz a um cantinho especial para a nossa entrevista. Quando começa a falar, ele deixa de ser franzino e
Daniela Câmara
Jessier Quirino
torna-se grande a cada coisa que diz. Jessier nasceu em Campina Grande, mas mora na terra de sua esposa, Itabaiana, lugar quente e pacato. Ele diz que desde a infância foi “amoitado”, . expressão utilizada no interior, que cabe aos mais tímidos. Na época em que era criança, o poeta popular criou o hábito de desenhar por causa da sua introspecção e dos seus cos-
tumes caseiros. A poesia veio do interesse pela palavra. A força da palavra sempre o encantou. Mas foi a força e a coragem de dizê-la, que transformava o texto devido ao seu caráter interpretativo, dando vida ao tema. Desde então, percebia-se o seu talento. Através desse contato com a palavra dita, Jessier conquistava o respeito dos mais velhos e já formava pequenas plateias. Em 1975, passou no
“Sou um animal doméstico. Vivo em casa amoitado”.
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vestibular de engenharia da Universidade de Campina Grande. Em seguida, transferiu seu curso para o de arquitetura na universidade de João Pessoa, onde formouse. Lá mesmo trabalhou em diversos escritórios de arquitetura. Até 3 anos atrás, ele ainda fazia projetos na área para concessionárias de carros, a exemplo das lojas Italiana e Meira Lins, entre outras concessionárias do Brasil. O talento de Jessier também foi reconhecido na arquitetura , pela quantidade de projetos executados ao longo de sua carreira. Fotos: Saulo de Tarso
O Mirante de Olinda
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Jessier Quirino
“Minha postura é essa. Não uso adereço, nem chapéu. É só a palavra que me conduz”. Mas a poesia verdadeiramente o tomou. Sua agenda está sempre lotada de shows Brasil afora, de modo que o seu tempo está voltado somente, para as apresentações e a produção textual. Em seu imaginário popular, o artista explora temas engraçados pelo viés do humor hilariante. Um dos personagens populares que mais influenciaram Jessier foi o Ciço Galinha, com suas histórias vindas do sertão. Outra forte influência é o rádio. Em sua casa vimos uma mesa com rádios antigos, tal importância do meio de comunicação que tanto o seduz. Outras influências artísticas vieram de Marinês, Genival Lacerda e Jackson do Pandeiro, dos violeiros e repentistas, além do programa de rádio, “O Forró de Zé Lagoa”. Ele conta que no rádio ouve-se e constrói-se uma imagem através do que se escuta. Jessier além de um excelente orador, também tem o dom de tocar violão. No campo artístico é um autodidata que segue com primazia a intuição. Ele diz que alguém já havia perguntado qual a técnica de respiração que utiliza no palco. A resposta: “Aprende-se a respirar respirando”. Com essa forma de falar, basta olhar para Jessier Quirino,
que dá vontade de rir. O sucesso literário foi reconhecido, quando publicou seu primeiro livro, estabelecendo uma relação maior com outros escritores e poetas. A crítica de Mário Hélio, poeta paraibano, diz que “A poesia de Jessier se sustenta mais na declamação do que na leitura”. E Jessier de fato, prende o espectador ao palco, chamando a partir daí o seu público, à leitura. O roteiro que utiliza em cena não é muito bem definido quando o poeta atua em eventos. Ele diz primeiro sentir a reação da plateia, para depois ir moldando o improviso de acordo com o que vão gostando, ou através do olho a olho com seu público. Já no teatro, ele segue à risca o roteiro e o texto como deve ser realmente, até porque no teatro as pessoas vão assistir ao que gostam. Ele explica que em certos eventos, o popular sempre é recebido com alguma reserva. É preciso primeiro quebrar o gelo, para só depois colocar temas que contextualizem o evento. Se for um encontro de medicina por exemplo, ele capricha nas tiradas com temas relacionados a médicos. Mas é a voz do povo, a qual ele chama de “Verdade Melhorada”, quem mais con-
tribui para uma boa apresentação. O elemento surpresa de seu espetáculo é a própria figura, porque ele não aparenta ser o matuto. Seu tipo foge a isso. Quando me referi ao termo Stand - Up commedy, ele disse: “Essa palavra apareceu de uns 2 anos prá cá. Não gosto dessa palavra. Prefiro que se refiram a mim como o poeta Jessier Quirino e não o humorista”. Quanto aos hábitos do exercício da escrita, ele declara que gosta muito de deixar o texto dormir para ler no outro dia. Assim pode revisar e ter um olhar mais analítico sobre o que escreve.
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Olinda, janeiro de 2012 Quando o poeta viaja, usa temas universais e explora os causos, que ao serem contextualizados, geram o entendimento. Isto refere-se aos vocabulários locais, que por vezes não são de fácil compreensão, para aqueles que moram em outras regiões. “Algumas viagens que faço extendem-se a passeios. Nesse caso, sempre levo minha mulher”. Em janeiro o poeta descansa e depois segue de viagem à São Paulo. “Não me sinto à vontade fora de casa”. Os hábitos diários de Jessier Quirino são atípicos. Acorda sempre às dez e demora a sair da cama. Sua produção textual é feita à noite. Ele declara-se um notívago. As ideias surgem quando vem a insônia e muitas vezes o poeta não dorme. Mas ele diz que também podem surgir a qualquer momento em seu dia - a - dia, por isso carrega consigo cadernos, papéis e canetas, para que possa anotar o que vem em mente. Em uma sala ampla no primeiro andar do sobrado antigo, ele fala que desconstrói temas de obras clássicas a exemplo do livro infantil “Chapéu Mal e Lobinho Vermelho”. Jessier bebe pouco, segundo ele, de duas a quatro lapadas de whisky ou cachaça no máximo. Seu lazer é sempre desfrutado junto à família. O poeta tem 57 anos, mas parece um menino retraído. Depois que dá a deixa da fala hilária, solta um risinho bem contido. Não há quem não morra de rir, muito menos quem não se encante com a poesia desse matuto interessante e crítico.
Ainda no primeiro andar, conta-nos uma história pitoresca da rádio difusora de Itabaiana, que certa vez, noticiou um sepultamento que iria ocorrer às 16:30, e alguém lembrou na rua que já passava das 17 horas. O locutor por sua vez respondeu que se corresse, ainda daria tempo de seguir o funeral. Assim seguimos rindo por toda a tarde. Ao final da entrevista fizemos fotos junto ao poeta e ainda desfrutamos de um lanche farto e delicioso. Salada de frutas, queijo manteiga, bolo de chocolate, regados a suco de laranja feito na hora. Com hábito de comprar em brechós ou de adquirir peças em antiquários e em cidadezinhas de interior, ele nos mostrou uma geladeira antiga Prest Cold, em uma das salas da casa, que virou uma estante de livros e vinis. Perguntei ao poeta se não gostaria de ser nosso correspondente internacioná, direto da Paraíba para Pernambuco. Ele diz que não gosta da correria da produção de textos para jornais. Insisti que se quisesse, poderia nos enviar seus escritos sem compromisso. Então o poeta nos premiou com uma poesia inédita, de um livro recém publicado, que homenageia o centenário de Maria Bonita, a pedidos da neta do capitão Virgulino Ferreira, Vera Ferreira. Foi uma grata surpresa e uma alegria enorme tê-lo em nossas páginas. Jessier tem 8 livros publicados e 5 CD’s. Escutá-los e lê-los hei desde já. O Mirante foi presenteado com a obra completa do autor, que sem dúvida, nos deixou saudosos.
“Algumas viagens que faço extendem-se a passeios. Nesses casos sempre levo minha mulher”.
Roteiro Olindense
Da bodega à alta gastronomia A noite de Olinda é para quem gosta de dançar, ouvir MPB, degustar da alta gastronomia, ou passear descompromissadamente pela orla ou pelo sítio histórico. Neste roteiro, o turista encontra as melhores opções.
Walking along the shoreline have a wide range of options. For those who want to enjoy dating in front of the ocean while tasting a fresh seafood, we started the tour with the Marisqueira Restaurant, which
has an excellent cuisine going beyond the sea food. In the Piaui’s Reastaurant, the couple can enjoy a pork chop or a delicious “Carne de Sol”, among many other delights. Interestingly, there we can ask the waiter to set the table by the seaside, where you see the breaking waves, enjoying a good wine. Ainda à beira-mar de Olinda, encontramos o Hotel Costeiro. Esse hotel tem 79 partamentos climatizados e cozinha internacional. O hóspede desfruta de banho de piscina, enquanto pode solicitar um drink a sua borda. Além dessas características, fica próximo ao Centro de Convenções, Veneza Water Park, Chevrolet Hall, shoppings centers, bancos e sítio histórico, o que torna ainda mais favorável a estada do turista.
Still on the ocean front, we find the Hotel Costeiro. This hotel has 79 air-conditioned suites and international cuisine. There you can enjoy a swimming pool, while sipping on your favorite drink. Besides these features, it’s near the Conventional Center, Veneza Water Park, Chevrolet Hall, shopping malls, banks and historical sites. Adiante, na altura do Fortim do Queijo, A Fábrica Bar tem promoções todas as terças-feiras com clone de cerveja e nas quintas, de whisky. Tem espaço para se dançar, além de poder escutar MPB. Os proprietários da casa, Robson e Gustavo, cuidam da programação cultural. A Fábrica Bar tem um público fiel e “habituée”. Os frequentadores dos clubes não deixam de dar aquela passada semanal na casa.
PROGRAMAÇÃO
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ercorrendo a orla marítima temos um leque de opções. Para quem quer curtir um namoro à beira-mar degustando dos seus frutos fresquinhos, começamos o passeio pelo Marisqueira, que tem uma excelente cozinha e está para além das comidas marítimas. No restaurante do empresário Piauí, o casal pode apreciar uma costela de porco ou carne de sol, dentre tantas outras delícias. O interessante é que lá podemos pedir que o garçon ponha a mesa à beira-mar, de onde se vê o quebrar das ondas, degustando um bom vinho.
Lá podemos pedir que o garçon ponha a mesa à beira-mar, de onde se vê o quebrar das ondas.
SEGUNDA - CLONE de CERVEJA por R$ 4,00 + MPB ao vivo as 19h TERÇA - TERÇA do VINIL com DJ 440 as 20h QUARTA - STAND UP COMEDY + MPB ao vivo as 20h QUINTA - CLONE de WHISKY e CAIPIROSCA + EMERSON COLLOR as 20h SEXTA - RODA DE SAMBA (abertura SANDRO LIMA) as 19h SÁBADO - POP ROCK BRASIL (Banda CADILLAC '65) + MPB ao vivo as 19h DOMINGO - SANDRO LIMA & BANDA as 18h
Travessa Municipal, nº 09 / Carmo, Olinda-PE Fone: (81) 3439.6755
O Mirante de Olinda
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as opções são variadas Olinda nightlife is for those who like to dance, listen to MPB, taste of haute cuisine, or simply stroll along the seashore, or historic site. In this tour, tourists find the best options.
Pousada do Amparo and enjoy a special lunch at the Flor de Coco Restaurant , which serves shrimp in a fresh coconut shell and is accompanied by brown rice with nuts. The recipe is French and has a regional touch. The Inn also offers packages for Mardi Gras with the VIP room located overlooking the Rua do Amparo and entitled to the open bar Sunday Shrove Tuesday ds 10:30 until 17:30.
O turista pode escutar o som do silêncio na Pousada do Amparo e aproveitar para um almoço especial no Restaurante Flor de Coco, que serve camarão no coco verde e é acompanhado de arroz de castanha. A receita tem um toque regional com a sutileza da culinária francesa. A Pousada também oferece pacotes para o carnaval juntamente com o camarote vip localizado com vista para a Rua do Amparo e com direito a open bar do domingo à terça de carnaval ds 10:30h até as 17:30.
rian flavors brought by Chef James, who is Portuguese and serves from the Portuguese cuisine to the flavors of Spain, France and Italy. Besides this special menu, you can eat a well prepared and tasty lunch at affordable prices. The specialty of the house is the traditional Portuguese codfish cakes and for dessert “pastel de Belém”. While waiting for your lunch, a chat with the chef makes the atmosphere even more special.
Descendo pela Rua de São Bento, encontramos os sabores ibéricos trazidos pelo chef Jaime, que é português e serve desde a cozinha de sua terra até os sabores da Espanha, França e Itália. Além desse cardápio especial, come-se um almoço bem preparado e saboroso a preços módicos. O carro-chefe da casa é o tradicional bolinho de bacalhau e a sobremesa, o pastel de Belém. Enquanto sai o almoço, um papo com o chef faz o ambiente ainda mais especial.
Para um bom sossego no sítio histórico, a Pousada D’Olinda, no Varadouro, tem banho de piscina e restaurante, além de quartos climatizados. É bem pertinho do Mercado Eufrásio Barbosa, onde pode-se comprar peças artesanais.
Tourists can hear the enjoy the peace and silence at the
Down the street of São Bento, we find the Ibe-
No Alto da Sé come-se bem, bebe-se das
Soon after, next to the Fortim do Queijo we’ll find the Fábrica Bar with its famous Tuesdays Special buy one and get one free beer and on Thursdays buy one get one free whisky. It has space for dancing, in addition to being able to listen to MPB. The owners, Gustavo and Robson are in charge of the cultural program. The Factory bar has a loyal and “habitué” clientele.
For a good rest and relaxing in the historic site, the Pousada D’Olinda in the Varadouro has pool , restaurant and air-conditioned rooms. It is very close to the Eufrásio Barbosa Market, where you can buy handicrafts.
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melhores cachaças do país e vê-se a mais linda paisagem de Olinda, além da boa música de Pernambuco. O bar também serve um excelente churrasco. Para quem gosta de frutos do mar, o Olinda Art & Grill tem também diversas opções e para a sobremesa, peça uma cartola tropical, que é servida com abacaxi e mel de engenho. Ao lado, na cachaçaria, o turista pode levar na bagagem o melhor do artesanato regional e das mais famosas “Branquinhas” da região Nordeste. At Alto da Sé we can eat well, drink the better “cachaça” of this country, see the most beautiful landscape of Olinda and listen the good music of Pernambuco as well. The bar also serves an excellent barbecue. For who likes of seafood, the Olinda Art & Grill also have several options and to dessert, ask for a “cartola tropical”, which is served with pineapple and honey wit. Next, at Cachaçaria, the tourist may take in your baggage the better of regional handicraft and the most famous “branquinhas” of northeast. Muito interessante também é conhecer o Bar Estação Maxambomba, que tem cenário retrô e está localizado em frente
Roteiro Olindense ao prédio dos correios na orla olindense, o prédio antigo era uma antiga estação ferroviária. Lá o cliente conhece a harmonização de cervejas e petiscos. It is also interesting to know the Maxambomba Bar Station, which has retro setting and is located opposite the post office building on the edge of Olinda, the old building was an old railway station. There the client knows the harmonization of beers and snacks. O caldinho do Dogão também é um badalado point da orla marítima. Com música ao vivo e boas promoções, a casa está sempre cheia. The soup of the Dogão is also a pop point of the coastline. With live music and good deals, the house is always full. O Sargação é uma ótima opção para quem quer fazer um lanche antes ou depois da diversão. A lanchonete abre no começo da noite e vai até a madrugada. São diversas opções em sanduíches e sucos e fica no Carmo em Olinda. The Sargação is a great option for anyone looking to make a snack be-
fore or after the fun. The coffee shop opens in the evening and goes until dawn. There are several options on sandwiches and juices and is located in Carmo in Olinda. Há mais de 40 anos, o Bar e Restaurante Cantinho da Sé, mantém a tradição da comedoria regional. No cardápio caldinhos deliciosos, regados a uma cerveja geladíssima, além de uma vista do mais belo cenário da cidade alta. For over 40 years, the Corner Bar e Restaurante See, maintains the tradition of regional eater. The menu delicious broth, washed down with an icecold beer, and a view of the most beautiful scenery of the upper city. São inúmeras as opções. Nas sextas-feiras ainda pode-se caminhar pelas ladeiras de Olinda, ao som de uma típica seresta, que nos remete aos tempos de outrora. There are a wide range of options. On Fridays you can still walk the hills of Olinda, enjoying the sound of a typical songs, which takes us back in time. Registre seu comentário no portal
www.omirantedeolinda.com.br
Tribuna Sabores Ibéricos
O Mirante de Olinda
Chef Jaime Alves
www.tribunabarerestaurante.blogspot.com
Olá
amigos leitores do Mirante, vimos desejar a todos um feliz 2012 e trazer as novas e boas notícias do Tribuna Sabores Ibéricos. A música ao vivo, todas as sextas- feiras, tem trazido um público fiel e participativo à nossa casa. Outra boa novidade é um prato inédito que tem feito sucesso e tem sido repetido por nossos clientes, a panelada de peixe, que é um prato de origem espanhola com um sabor especial. Em cartaz no Tribuna a exposição do artista plástico Walter Freitas, tem tornado o restaurante ainda mais bonito. Vale a pena conferir.
O aquarelista Walter Freitas especializouse em retratar a botânica do Brasileira.O quadro Bicho
Preguiça
(foto), é uma das obras que estão expostas no Restaurante Tribuna Sabores Ibéricos.
Como já vivenciamos o carnaval em Olinda, gostaria de lembrá-los que até o período momesco, estaremos de portas abertas de terça à domingo todas as tardes. Um abraço e compareçam para tomarmos juntos a nossa tradicional sangria. O Tribuna Sabores Ibéricos fica localizado na Rua de São Bento, 210, Varadouro - Olinda (próx. ao prédio da prefeitura). Maiores informações pelo telefone (81) 3439.1577
Confira também a exposição “Olinda Paisagem Linda” do fotófrago Saulo de Tarso no portal: www.omirantedeolinda.com.br
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O E
ste ano celebra-se os 30 anos de cidade patrimônio histórico e cultural da humanidade, concedido à cidade de Olinda pela UNESCO. Em parceria com o jornal O Mirante de Olinda, o ICEI (Instituto Cooperação Econômica Internacional), dedica a partir desta edição, uma página para divulgar tanto no impresso como no site do jornal e no Facebook do Mirante, o projeto “Olinda Patrimônio Cotidiano”, que consiste em uma série de ações que vem fortalecer e valorizar a im-
portância do patrimônio e da cultura popular para as novas gerações, através de eventos públicos, produtos de divulgação envolvendo os diversos atores (instuições, grupos culturais, universidades, escolas e moradores) preservando sua identidade histórica e social. A ação parte de uma metodologia de construção participativa, iniciando a partir de um diagnóstico de pesquisa de campo em articulação com faculdades, através de entrevistas e sistematização de materiais coletados
no Centro Histórico e nos bairros do Amaro Branco, Guadalupe e Varadouro. No viés da educação patrimonial, a abordagem será desenvolvida através de roteiros de turismo urbano sustentável, além de ações dentro das escolas da rede pública de ensino de Olinda, levando oficinas temáticas sobre expressões da cultura popular (bonecos, capoeira, coco, frevo e maracatu) e de fotografia para os jovens, que poderão ser observadas e acompanhadas através do site “olindapatrimoniocotidiano.org.br”.
projeto tem parceria com a Secretaria de educação de Olinda, IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) visando mostrar a história, o significado e as características das manifestações populares, que servirão de plataforma para que os alunos e professores divulguem os resultados das oficinas realizadas nas escolas. Além do sítio virtual, utilizado como principal instrumento de divulgação midiático dos conceitos, objetivos e resultados da iniciativa, será lançado um livro catálogo sobre patrimônio imaterial e cultura popular, com imagens e relatos de várias expressões, celebrações e manifestações tradicionais. Um documentário com duração prevista de 60 minutos também faz parte do projeto, utilizando o mesmo argumento em recursos audiovisuais do livro catálogo. Junto a Rádio AMPARO e a Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço), serão realizados programas radiofônicos como um dos veículos de comunicação do projeto. “Precisamos preservar as pessoas, vetores da cultura e guardiões do patrimônio imaterial que confere sentido aos objetos e símbolos”, declarou Rafael Lage, curador da exposição que deu título ao projeto: Olinda, Patrimônio Cotidiano.
Oficinas temáticas sobre expressões da cultura popular para jovens.
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O Mirante de Olinda A Inconveniência de Ter Coragem (Centro de Criação Galpão das Artes – Limoeiro/PE) Exaltação a Olinda (Associação de Teatro de Olinda – ATO – Olinda/ PE) Em Vim da Ilha (Companhia de Dança do SESC Petrolina – Petrolina/PE)
Flor de Macambira (Grupo Ser Tão Teatro – João Pessoa/PB)
Estar Aqui Ou Ali? (Visível Núcleo de Criação – Recife/ PE)
Horas Possíveis... Enquanto Seu Lobo Não Vem (Camaleão Grupo de Dança – Belo Horizonte/MG)
Dia 14
(sábado), às 16h, gratuito, na Praça do Carmo Como numa opereta de rua ao som de cocos e emboladas, na qual os atores, além de investirem na estética mamulengueira, tocam instrumentos musicais, a cena apresenta as presepadas do malando Benedito, negro esperto que, tentando conquistar sua amada Marieta, é capaz até de desmoralizar dois valentões da pequena cidade de Taperoá. 50 min. Indicação: livre. Texto: Ariano Suassuna. Direção: Fábio André. Figurinos: Ruy Arruda, Sandra Fragoso e Maria de Lourdes. Adereços: Fábio Santana. Maquiagem: Jadenilson Gomes. Músico: Mano de Baé. Elenco: Jadenilson Gomes, Tarcísio Queiroz, Charlon Cabral, Lucas Rafael e Kettuly Muniz.
Dia 21
(sábado), às 16h, gratuito, na Praça Laura Nigro (Ribeira) Um cortejo performático teatral que reconta, de forma lúdica, fatos da história saudosista de Olinda, “cidade heróica, secular e majestosa”, com sua arquitetura exuberante, suas ladeiras e casarios, além da posição de destaque cultural e turístico para o mundo. É uma declaração de amor. 40 min. Indicação: livre. Criação coletiva. Direção: Raquel Franco Almeida. Elenco: Lucas José, Ivo Rodrigues, Ronaldo Quirino, Keirollaine Tyciane, Alessandro Silva, Emerson Deniz, Wagner Matias, Roberta Lúcia, Leonardo Soares e Paula Alves.
Dia 21
(sábado), às 20h, gratuito, na Praça Laura Nigro (Ribeira) Espetáculo de dança contemporânea que utiliza no seu conceito alguns elementos e signos da Ilha do Massangano, comunidade que fica no meio do Rio São Francisco, propondo um diálogo entre movimento e as sensações de pertencimento. 45 min. Indicação: livre. Direção e coreografia: Jailson Lima. Assistência de direção: André Vitor Brandão. Preparação corporal: Gracy Marcus. Trilha sonora: Sonia Guimarães. Figurinos: Maria Agrelli. Iluminação: Carlos Tiago. Elenco: Adriano Alves, Alan Gêrald, Alexandre Santos, André Vitor Brandão, Carol Andrade, Clara Isis, Cleybson Lima, Fernando Pereira, Gracy Marcus, Julia Godin, Mary Ane Nascimento e Wendell Britto.
Dia 28
(sábado), às 20h, na Praça Lauro Nigro (Ribeira) A bela e jovem Catirina sucumbe aos vícios e tentações mundanas e tem que mergulhar nas profundezas de sua alma para salvar a si e a seu amado, o pobretão Mateus. Neste percurso, acompanhada por três Diabos, ela vai encontrando tipos do cotidiano brasileiro. 58 min. Indicação: livre. Texto original: “O Coronel de Macambira”, de Joaquim Cardozo. Adaptação: Rosyane Trotta e Grupo Ser Tão Teatro. Direção: Christina Streva. Assistente de direção: Breno Sanches e Thardelly Lima. Direção musical: Beto Lemos e Zé Guilherme. Músicas: Beto Lemos e Thardelly Lima. Preparação corporal: Juliana Manhães e Valéria Vicente. Coreografias: Juliana Manhães. Cenário e adereços: Carlos Alberto Nunes. Figurinos: Daniele Geammal. Iluminação: Gladson Galego. Produção: Zé Hilton Souza. Elenco: Cida Costa, Gladson Galego, Isadora Feitosa, Maisa Costa, Thardelly Lima, Winsthon Aquilles, Zé Guilherme e Fabiano Formiga.
Dia 28
(sábado), às 18h, gratuito, no Alto da Sé Neste espetáculo/intervenção, o intérprete-criador busca um diálogo entre corpo e espaço urbano, processando em si a experiência do trânsito e suas diferentes paisagens, primando por uma dramaturgia estilhaçada e de re-significação das fronteiras e territórios. A proposta é navegar pelo espaço público e privado, invadindo corpos disponíveis para a ocupação. 2h. Indicação: livre. Criação, pesquisa e elenco: Kleber Lourenço. Cocriação e colaboração dramatúrgica: Jorge Alencar. Colaboração de pesquisa teórica: Roberta Ramos. Trilha sonora original: Missionário José. Colaboração na direção de arte: Java Araújo e Gabriel Azevedo. Som: DJ Mozart Santos.
Dias 28 e 29
(sábado / domingo), às 16h, gratuito, no Alto da Sé Concebida para espaços abertos, a obra trata de temas urbanos como o espaço privado, a individualidade excessiva, a falta de comunicação e a corrida para “subir na vida” e ter sucesso. São quatro pessoas que saem de casa e vão pra luta diária, como grandes maratonistas. 40 min. Indicação: Livre. Direção geral: Marjorie Quast. Direção artística: Chico Pelúcio e Lydia Del Picchia. Assistência de direção: Inês Amaral. Coreografia: Camaleão Grupo de Dança. Direção técnica: Vinícius Simões. Trilha sxonora: Ricardo Garcia e André Thitcho. Locução: Paulo José. Figurinos: Wanda Sgarbi. Cenário: Ed Andrade. Produção executiva: Jackie Castro. Elenco: Joana Wanner, Luciana Ferreira, Pedro Romero e Rouglas Fernandes.
Expediente
Edição / Diagramação: Emanuel Sacramento Editoria / Redação: Daniela Câmara Desenvolvimento / Arte: Saulo de Tarso
Colaboradores
Fotografia: Saulo de Tarso Historiador: Marcelo Lins Cronistas: Gilberto Marques, Célia Labanca, Sivaldo Venerando Cordelista: Misael Godoy, Jessier Quirino, Alberto Oliveira Tradutor: Gabriel Sacramento Revisão: Rubens Sacramento
Agenciadores
Cassius Sacramento 9116.6144 / 9654.9845 Lane Moraes 9297.9419 / 9630.4512
Pontos de distribuição (Olinda):
EMPETUR / Secretarias de Turismo e Cultura da Prefeitura de Olinda / Pontos de Informação Turística da Praça do Carmo e dos Quatro Cantos / Lojas Moto Mais Honda de Olinda e Abreu e Lima
Bibliotecas:
Biblioteca Pública de Olinda / Biblioteca da Facotur
Museus:
MAC / Museu do Mamulengo - Espaço Tiridá
Bares, restaurantes e pousadas:
Marisqueira, Blues Bar, Tribuna Bar e Restaurante, A Fábrica Bar, Restaurante Flor do Coco, Dogão, Estação Maxambomba, Sargação, Olinda Art e Grill, Gomes Cachaçaria e Artesanato, Pousada do Amparo, Pousada D’Olinda, Hotel Costeiro dentre outros.
Bancas de Revista:
Banca Visão Comercial / Av. Gov. Carlos de Lima Cavalcante, 236 (Bairro Novo / Olinda) - Banca Ler e Lazer / Av. Gov. Carlos de Lima Cavalcante, 667 “A” (Bairro Novo / Olinda) - Banca Olinda Revistas / Av. Gov. Carlos de Lima Cavalcante, 667 (Bairro Novo / Olinda) - Banca Circular / Av. Getúlio
Vargas, 166 (ao lado da Sorveteria Bacana / Olinda) - Banca Varadouro / Largo do Varadouro, 35 (Varadouro / Olinda) - dentre outras.
Pontos de distribuição (Recife):
AABB / Aeroporto Gilberto Freyre / Casa da Cultura Recife Antigo / Livraria Jaqueira / Livraria Cultura / Secretaria de Esportes do Recife
Empresarial
O Mirante de Olinda
Olinda, janeiro de 2012
Impactus Representações
A
Sua autorizada Volkswagen em Olinda Consulte o regulamento dos planos: Mais leve e Leve.
Impactus Representações é uma empresa especializada na venda de consórcios de veículos automotores, que aporta em Olinda para oferecer aos seus clientes um atendimento diferenciado neste segmento do mercado. Sua visão é ser uma empresa de excelência na área de consórcios automotores leves. A Impactus Representações já nasceu grande: pois representa, no Estado de Pernambuco, uma das marcas mais bem conceituadas no mercado de consórcios de veículos, que é o Consórcio Nacional Volkswagen. A administração da empresa está sob os cuidados de gestores experientes: Tiago Ramos, diretor comercial, O Consórcio Henry Melo, diretor administrativo e jurídico e Gilberto Nacional Bezerra, diretor financeiro. Todos empenhados em meVolkswagen tem lhor servir. A empresa atua mais de trinta no agreste, nas zonas da mata norte e sul e em toda anos no mercado a região metropolitana, lede consórcios e vando ao cliente não uma cota de consórcio, mas sim, já fez a alegria de uma solução planejada: sem entrada, sem taxa de ade- mais de 1.000.000 são e sem a cobrança de de clientes, juros exorbitantes que são que foram cobrados quando se financia um veículo, tudo dentro contemplados do orçamento do cliente. Em e que puderam tempos de juros altos, o consórcio é a forma mais viável realizar o sonho de se poupar para realizar de comprar seu seu sonho: seu veículo novinho em folha com a garantia carro zero km. VOLKSWAGEN.
Fones: (81)
3083.2588 9810.2822 8787.0020
CNPJ 13.992.630/0001-31
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Imagens meramente ilustrativas - Preços válidos para consórcio Volkswagem, sujeitos a alteração conforme tabela de fábrica.
4 CANTOS Um empreendimento da
COMUNICAÇÃO & ARTE
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