O Mirante de Olinda

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O Mirante

de Olinda

ROTEIRO MENSAL DE CULTURA E TURISMO

Olinda, novembro de 2011 - ano 01 nº 04

Perfil

Distribuição GRATUITA/DIRIGIDA

Eduardo Côrtes: Criador da Fliporto

Fala como surgiu a ideia de se empreender o evento

Pág. 7, 8 e 9

Literatura Fliporto

Programação do Congresso Literário Pág. 5

Nossa História

Contos e Crônicas Poesia

Duarte Coelho Pereira e a Cidade de Malaca. Pág. 3

Uma crônica bem humorada do advogado Gilberto Marques. Pág. 4

Historiador Marcelo Lins Gilberto Marques

e Cordel

Misael Godoy

Vejo-me num dia de feira, lá numa cidadezinha do interior. Pág. 14


Editorial Daniela Câmara

danielacamara_omirantedeolinda@hotmail.com

Ô de casa !

Caro

leitor, trazemos nesta edição ótimas notícias. Estamos de casa nova. A nova sede do Mirante de Olinda agora está na Rua do Amparo 33. Estamos felizes com a nossa nova morada e de portas abertas, para um cafezinho com bolo na redação. É só chamar da janela: “Ô de casa” ! Olinda esse mês está cheinha de bons acontecimentos. Um deles é a Fliporto 2011, que pela segunda vez acontece na cidade patrimônio e este ano vem homenagear Gilberto Freyre. No Carmo já está sendo erguida a Cidade das Letras, onde o amante da literatura poderá circular entre a Praça do Carmo, o Sítio de Seu Reis e a Praça da Preguiça. O evento começa no dia 11 de Novembro, com grandes figuras da literatura, que estarão passeando pela cidade e nos trazendo as novas tendências literárias do cenário nacional e internacional. E nós estamos a postos para receber a Fliporto e seus ícones. Não foi à toa, que escolhemos para o perfil desse mês, o criador da Fliporto, que com sua ideia, veio acrescentar valores relevantes para a cultura local. Eduardo Côrtes nos conta, nesta edição, sobre sua carreira e como veio para Pernambuco. E ainda, como teve este valioso insight, no momento em que idealizou a Fliporto. Você também terá acesso a toda a programação do congresso literário, bem como a uma infinidade de shows e espetáculos do evento. Lembre-se você que tem filhos, que há uma interessante programação para a criançada, que hoje em dia é carente de bons acontecimentos relacionados à cultura. É só dar uma passadinha pelo site da Fliporto e ver o que vai acontecer na cidade das letras. Acessem: www.fliporto.net Mas o caldeirão não seca por aí. Vê-se ainda em Olinda três grandes eventos, que são o Festival de Stop Motion, o Olinda Arte em Toda Parte e a Casa Cor. Ufa ! Muita coisa boa vem enfeitar as nossas ruas e ladeiras. Em casa, bem pertinho, o olindense terá neste mês, inúmeras opções de lazer e cultura. Aproveitemos desde já. Queremos agradecer aos nossos parceiros que vem contribuindo e colaborando com as nossas edições, que estão crescendo a cada mês. É isso aí. Estamos caminhando para o final do ano. O número cinco do Mirante de Olinda, terá edição de ouro, já que o mês de Dezembro é um mês de reflexão e de acontecimentos preciosos. Estamos arrumando a casa e já estamos em início de preparação das pautas do mês que vem, com um perfil especial. Nossa edição natalina terá como personagem central a artista plástica Tereza Costa Rêgo, que este mês recebe o maior prêmio nacional em artes e que será entregue pela presidenta da república, Dilma Roussef. Desejamos a todos uma boa leitura e um ótimo mês de diversão e arte, em casa mesmo, porque Olinda está em alta estação.

Daniela Câmara

Entrevista com

Taryn Szpilman

Com lançamento de novo CD na Fliporto, a diva do jazz faz show de abertura do evento e mini tournée em Pernambuco.

“Finalizo a

tournée em Olinda, na abertura da Fliporto” Outras personalidades da Fliporto 2011

Guel Arraes

Jorje Benjor

Deepak Chopra

O Mirante de Olinda: Sabemos que sua marca é a versatilidade. O que você traz de interessante o show de abertura da Fliporto? Tarin Szpilman: Clássicos do repertório antigo e novas canções, uma delas é a que está na trilha sonora da novela “O astro” da Rede Globo. OM: Fale sobre seu novo CD: TS: Este é meu 3º disco. Chama-se “Negro Blue”. Foi lançado no Rock’in Rio, em Brasília, em Minas Gerais e agora estamos lançando aqui. Pernambuco já é nossa 4ª praça. OM: Como é trabalhar com shows temáticos? TS: A cada novo show, surge uma nova concepção. Como fiz teatro dentre outras artes, essas ferramentas técnicas me dão suporte em construções de personagens. Como meu formato é meio retrô, crio em cima do visual das Pin’ups e das musas do jazz e do blues. O repertório varia a cada formato. Cuido muito da identidade visual do show e dedicome intensamente aos novos projetos, até chegar ao resultado esperado. OM: O que você pensa a respeito de ser considerada uma diva do jazz? TS: Valorizo esse reconhecimento. Venho de uma família de músicos e sintome honrada em ter essa resposta do meu público, ainda mais em Pernambuco, que é uma terra de grandes músicos e de diversidade rítmica. OM: Como está sendo essa mini tournée que você está fazendo por aqui? TS: Estarei cantando na festa da revista Let’s Go, depois em Porto de Galinhas e finalizo a tournée em Olinda, na abertura da Fliporto. OM: Como se sente em fazer um show no Fortim do Queijo em Olinda? TS: Ano passado cantei lá. Sinto-me super à vontade em fazer um show para o grande público. OM: Qual é o seu gosto literário? TS: Gosto de ler sobre temas ligados à vida, religião e às práticas da filosofia oriental. Gosto muito do Deepak Chopra. Leia e registre seu comentário no portal

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Nossa História Olinda, novembro de 2011

3 Marcelo Lins

marcelolins_omirantedeolinda@hotmail.com

Duarte Coelho Pereira e a Cidade de Malaca

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ma das figuras mais emblemáticas da história de Olinda, é o fundador da Vila Olinda, primeiro donatário da capitania de Pernambuco, Duarte Coelho Pereira. O pouco que se sabe sobre suas origens, é que nasceu provavelmente na freguesia de Miragaia, no centro histórico da atual cidade do Porto, nas últimas décadas do século XV. Seria filho ilegítimo de Gonçalo Coelho, ainda não inteiramente identificado. Conhecido como Duarte Coelho, assim assinava seus documentos e assim era citado pelas crônicas. Seu nome completo aparece apenas em escritura de 6 de abril de 1592, existente no Livro do Tombo do Mosteiro de São Bento em Olinda, onde seu filho Jorge de Albuquerque pede que se celebrem missas “por alma de meu pai, Duarte Coelho Pereira” ¹ Em princípios do século XVI, Portugal experimentava o “boom” econômico proporcionado pelas navegações e pelo comércio das especiarias orientais. Atraído pelas possibilidades de fama e fortuna nos mares do oriente, o jovem Duarte Coelho alistou-se na frota de D. Fernando Coutinho, que partiu de Lisboa em 12 de Março de 1509, com destino ao porto de Goa, na costa ocidental da Índia. Durante duas décadas, serviu à Coroa de Portugal nos mares do Sudeste Asiático, Península da Malásia, Sumatra, Java Indochina e China. Seguindo as linhas da presença portuguesa na Ásia, ba-

Em abril de 1511, Duarte Coelho, participa da tomada da Cidade de Malaca na Península da Malásia, sob o comando do poderoso governador da Índia, Afonso de Albuquerque (1453–1515). seada no tripé: comércio, guerra e diplomacia, Duarte Coelho foi soldado, navegador, diplomata e mercador. Alcançou, não a tão somente, almejada fama e fortuna, como construiu a base de experiência do futuro colonizador e governador de Pernambuco. Em abril de 1511, participa da tomada da Cidade de Malaca na Península da Malásia, sob o comando do poderoso governador da Índia, Afonso de Albuquerque (1453–1515). Sua primeira missão diplomática foi logo após a tomada de Malaca em 1511, enviado em companhia de Antônio de Miranda d’Azevedo, como embaixador junto ao Reino de Sião (atual Tailândia). A missão, estabelecer relações comerciais entre Malaca, agora sob controle português, e o reino de Sião. Gradualmente vai assumindo tarefas e funções mais importantes. Em junho

de 1514, torna-se provedor do Hospital da Fortaleza de Malaca, como consta de documento existente no Arquivo Nacional da Torre do Tombo em Lisboa. Em 12 de agosto de 1516, parte do porto de Malaca no comando de um Junco (tipo de navio a vela comum nos mares do Oriente), da frota de Fernão Perez de Andrade com destino à China, levando o embaixador português para a corte de Pequim. Em 1519, Duarte Coelho vai novamente como embaixador à Tailândia selar o acordo de paz e comércio com o Rei de Sião, com quem travara boas relações durante suas idas anteriores àquele reino e, segundo as palavras do cronista João de Barros, em sua “Décadas de Ásia”(Lisboa, 1628): “saber mui bem as coisas de Sião”. Animado com o comércio da China, empreende nova viagem à Cantão com dois juncos, um seu e outro de

mercadores de Malaca. Ao chegar ao porto de Tuen Mun, na atual baia de Hong Kong, encontrou os navios portugueses bloqueados pela frota naval chinesa dentro do porto, de onde só conseguiram escapar dois meses depois, quando um temporal desbaratou a frota, em 8 de setembro de 1521. Em Malaca, mandou construir uma capela dedicada a Nossa Senhora, no alto de um outeiro, para celebrar o acontecido. Tomou parte da armada que em julho de 1520, destruiu a cidade fortaleza do Rei de Bintão, no rio Muar. Em abril de 1523, comanda um dos navios na batalha contra a frota do mesmo rei que se preparava para atacar Malaca, partindo da foz do mesmo rio. Duarte Coelho também foi “descobridor”. Por ordem do Rei D. Manuel partiu de Malaca, no ano de 1523, para “descobrir” as costas da Cochinchina e o

1. COSTA PORTO, José da. Os tempos de Duarte Coelho. Apresentação de Leonardo Dantas Silva. Recife: SEC, Departamento de Cultura, 1978. 150 p. il. (Coleção pernambucana; 1ª fase, v. 14); p. 20.

delta do rio Mekong (atual Vietnã) e estabelecer relações comerciais e diplomáticas com os reinos da região. Mas como encontrou os reis locais em guerra, apenas assentou os marcos de descobrimento com as armas do reino de Portugal. Em setembro de 1525, acompanha Jorge de Albuquerque que deixava o governo de Malaca e retornava à Europa. Em fevereiro de 1526, encontramos Duarte Coelho nas costas da Índia, embarcado em um dos navios da armada Lopo Vaz de Sampaio, governador da Índia (1526-1529), na batalha contra a armada do reino de Cambaia, que procurava recuperar Goa, sua antiga capital tomada pelos portugueses em 1510. Da Índia, retorna a Malaca, participando da invasão da cidade Bintão, último foco de resistência aos portugueses no sul da Península da Malásia. Finalmente retorna a Portugal em 1529, tendo conquistado toda a fama e fortuna que fora buscar no Oriente vinte anos antes. Em Lisboa, reforça suas ligações com a família dos Albuquerques, casando-se com Dona Beatriz de Albuquerque, filha de Lopo de Albuquerque, irmão do antigo capitão de Malaca, Jorge de Albuqueque (1514-16 e 1521-25), descendentes de D. Afonso Sanches, filho bastardo de D. Diniz I, Rei de Portugal (1279-1325). O casamento lhe valeu, não só o ingresso na nobreza, como também, a aliança com uma das famílias mais poderosas do reino.

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Contos e Crônicas Gillberto Marques

ABRAÇA TERÇA DO VINIL As terças-feiras tem sido movimentadas no Bar A Fábrica em Olinda. O famoso projeto Terça do Vinil, que acontecia anteriormente no sítio histórico em Olinda, foi transferido para lá.

gilbertomarques_omirantedeolinda@hotmail.com

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dia amanheceu cinza. Chovia de pouquinho e eu nem percebi, porque dormia o melhor do sono. O Noturno nº 2 de Chopin, no entanto, se encarregou do despertar. Meu celular tem no toque a composição dolente do músico polonês. O identificador de chamada, que a gente chama de “BINA”, cuidou de acelerar o compasso do coração e o ritmo do pulmão. No visor aparecia Beta–cel, minha irmã. Notícia boa não se dá tão cedo. A voz rouca e atordoada, em tom sustenido, confirmava o mau presságio. Meu pai, meu e dela, não queria acordar. Imaginei a cena e a dor que mamãe estava vivendo. Inspirado no Noturno do celular, fui suave nas recomendações. É claro que primeiro perguntei se havia sinais vitais. E a resposta foi alvíssara: apesar de inerte, entregue, largado, ele respirava, o coração batia e não se via cianose ungueal ou labial. O mergulho era profundo, mas a ausência parecia ser temporária. A sugestão foi no Mi Bemol Maior original da peça de Chopin: chame a ambulância. Um frio incoercível percorreu meu corpo, mesmo antes do chuveiro me espetar a pele, ainda entorpecida pelo sono e pelo susto. Debaixo d’água viajei no tempo. Revi a mão vigorosa, forte e amiga. A roupa enorme, o sapato gigante. Vaguei nos passeios dominicais, nos conselhos, na severidade de certas lições. O meu medo, no meio da noite e o resto do

sono na cama do casal, na pontinha da cama. Lembrei do jipe velho, duro e lento, mas era tão bom passear no jipe. Sem capota, então, um paraíso. O vento solto batendo no rosto! A bicicleta do Natal, a galinha domingueira ovada e gorda – parte cozida, parte assada no forno. A farofinha, o feijão verde. Todo mundo na mesa. Agora a ambulância singrava as ruas, abrindo passagem, carregando seus quase oitenta anos. Pouco antes passáramos semanas juntos. Um dia-a-dia comum apesar das limitações do macróbio. Na convivência estreita poderíamos ter conversado mais. Deveria ter chegado em casa mais cedo. Desligado a TV. Ouvido melhor as antigas histórias que eu já conhecia, sem referir a tal ciência. Dei boa noite todos os dias, mas nenhuma vez o beijei ou disse “te amo” de graça. Reclamava da contravenção no regime alimentar severo, sem lembrar dos versos de Drummond no “E agora José?”: Já não pode beber, já não pode fumar... sua gula e jejum... se você gritasse , se você gemesse... você é duro José. No meio do caminho, em vez da pedra do outro poema carlista, ainda na maca da ambulância, ele abriu os olhos, deu bom-dia e sorriu para a filha sentada ao seu lado. Desci do carro, andei até a sala da Emergência, no hospital, confirmei a notícia boa. O tempo me dera tempo. Abracei Elisa e chorei de alegria. José respondeu!

Leia todos os contos publicados de Gilberto Marques e registre seu comentário no portal www.omirantedeolinda.com.br

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lém dessa programação, os irmãos Gustavo e Robson, que são os proprietários do bar, estão fazendo uma curadoria para reformular as bandas que irão tocar na casa, a pedidos do público. Eles irão manter a antiga programação dos Sábados, o Pop Rock, que é muito bem frequentado. Os Dj’s 440 e Patrick Torquato capricharam na seleção da tocada. Dentre as músicas e discos selecionados, ouvimos o melhor da MPB regado a Samba, Tropicália, músicas do Pará e Samba Rock. Conversamos um pouco com o DJ 440. Ele disse que tem sido bacana a experiência de levar o projeto à Fábrica Bar, porque quem não subia até o sítio histórico para ouvir o som do vinil, agora pode estar na orla acompanhando o projeto e, que os antigos frequentadores do Terças do Vinil, também estão chegando por lá. Agora o público que curte o barulhinho peculiar do som dos discos em vinil, pode curtir bons momentos sonoros na orla olindense. A Fábrica Bar funciona de terça a domingo, a partir das 17h e fica próximo ao Fortim do Queijo, na orla de Olinda.

Fotos: Saulo de Tarso

Gustavo (foto) conta que a ideia de abraçar o Terças do Vinil, foi para manter o projeto vivo e além disso, trazer um novo público à sua empresa.

A empresária Rakuel Santos (de azul na foto) que é habituée da Fábrica Bar, diz que o Terças do Vinil é um projeto interessante, porque traz uma música de boa qualidade e que agora está mais centralizado, por causa da boa localização. Veja mais fotos e registre seu comentário no portal www.omirantedeolinda.com.br


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Empresarial

Olinda, novembro de 2011

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consolidada em Olinda há 13 anos

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MotoMais de Olinda, do empresário Rodolfo Fehr, caracteriza-se pela venda no segmento de motocicletas, peças, serviços e acessórios, além da venda de quadriciclos e produtos de força. Outro serviço interessante que a concesVenda de sionária oferece é o curso motocicletas, de pilotagem para treinamento em direção defenpeças, serviços e siva. acessórios, além A empresa, consolidada há 13 anos, possui de quadriciclos e filial em Abreu e Lima e produtos de força. em dezembro inaugura nova loja em Camaragibe. Alguns dos pontos de atendimento ao cliente estão localizados na Getúlio Vargas, em Peixinhos e na Vila Popular, fora os pontos de venda que encontram-se em São Lourenço, Beberibe e Camaragibe. A loja que é muito bem apresentada, conta com equipe especializada e oferece um excelente atendimento.

Fotos: Saulo de Tarso


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O Mirante de Olinda

Fliporto faz ponte entre Ocidente e Oriente.

Programação do Congresso Literário 11 de Novembro Sexta-Feira 18h – Conferência de Abertura: DEEPAK CHOPRA: “Cura, transformação e consciência”.

12 de Novembro Sábado 10h – Painel 1: Frei Betto, em conversa com Bia Corrêa do Lago:“O processo da criação literária”. 11h30 – Painel 2: Marcos Vinicios Vilaça, em conversa com José Paulo Cavalcanti Filho: “Gilberto Freyre e a amizade como uma das belas artes”. 14h30 – Painel 3: Maria Lecticia Monteiro Cavalcanti, Claudio Aguiar e Kathrin Rosenfield, com mediação de Valéria Torres da Costa e Silva: “Os textos sobre sabores e o sabor dos textos de Gilberto Freyre”. 16h – Painel 4: Shigeru Suzuki, Dilip Loundo e Marcelo Abreu, com mediação de Maurício Melo Jr.: “Olhares cruzados e compartilhados: do tradutor e do viajante”. 17h30 – Painel 5: Edson Nery da Fonseca, em conversa com Humberto Werneck:“Gilberto Freyre – um grande sedutor”. 19h – Painel 6: Derek Walcott, Prêmio Nobel de Literatura, conferência:“O Viajante Afortunado – uma noite de poesia com Derek Walcott”

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urante o período, a Praça do Carmo e o Sítio de Seu Reis, referências de primeira ordem naquela região, recebem a VII edição da Festa Literária Internacional de Pernambuco – Fliporto. Este ano, o evento irá abordar questões relacionadas à identidade do Oriente e suas vertentes por meio de palestras, mesas e discussões com personalidades e escritores diretamente ligados ao tema. O homenageado desta edição é o escritor Gilberto Freyre, que apresentou o Oriente ao Brasil com livros como “Sobrados e Mucambos” e “China Tropical”. A abertura da mesa será as 19h30, do dia 11, com a palestra “Cura, Transformação e Consciência”, do guru hollywoodiano Deepack Chopra.

Sétima edição da Festa Literária Internacional de Pernambuco tem como tema “Uma Viagem ao Oriente”.

Saiba tudo sobre a FLIPORTO 2011 no site

www.fliporto.net

13 de Novembro Domingo 10h – Painel 7: Gonçalo M. Tavares e Fernando Báez, com mediação de Nelson de Oliveira:“Como e porque sou escritor”. 11h30 – Painel 8: Silio Boccanera, em conversa com Geneton Moraes Neto:“Terrorismo real e fictício, antes e depois do 11 de setembro”. 14h – Painel 9: Ryoki Inoue, Nelson Motta, Raimundo Carrero e Joca Souza Leão, com mediação de Maurício Cruz:“Aventuras e rotinas da literatura: as múltiplas identidades do escritor”. 17h – Painel 10: Mamede Jarouche, Ioram Melcer e Edwin Williamson, com mediação de Rogério Pereira:“As 1001 noites (d)e Jorge Luis Borges”. 19h – Painel 11: Tariq Ali, em conversa com Silio Boccanera:“Paquistão-Afeganistão – equívocos na guerra ao terror – Obama imita Bush”.

14 de Novembro Segunda-Feira 10h30 – Painel 12: Fernando Morais, Leandro Narloch e Samarone Lima, com mediação de Vandeck Santiago:“América Latina: para além do bem e do mal”. 14h30 – Painel 13: Nelson Pereira dos Santos, Guel Arraes, Tizuka Yamasaki e Zeneida Lima, com mediação de Alexandre Figueiroa:“Como o cinema e a TV reescrevem a literatura”. 17h – Painel 14: Abdel Bari Atwan, em conversa com Geneton Moraes Neto:“A Primavera Árabe: o que está certo, o que está errado e no que isso vai dar”. 19h – Painel 15: Joumana Haddad, em conversa com Silio Boccanera:“Quem é a nova mulher árabe”.

15 de Novembro Terça-Feira 10h – Painel 16: Vamireh Chacon, José Carlos Venâncio e Angel Espina, com mediação de João Cezar de Castro Rocha:“Lusotropicalismo é ciência ou literatura?”. 11h30 – Painel 17: Cyril Pedrosa, Walther Moreira Santos e Frederico Barbosa, com mediação de Manuel da Costa Pinto:“Imagem, palavra, impacto: poesia, prosa de ficção e HQ”. 14h – Painel 18: José Roberto Teixeira Leite, Jacinto Rego de Almeida e Manuel da Costa Pinto, com mediação de Samuel León:“Literatura, história e imaginação – o vivido, o fictício e suas fissões”. 16h – Painel 19: Sonia Sales, Alice Ruiz e Raimundo Gadelha, com mediação de Marcelo Pereira:“O Oriente é aqui: formas e inspirações do Japão e da China na poesia brasileira”. 17h30 - Painel 20: Raul Lody, Fátima Quintas e João Cezar de Castro Rocha, com mediação de Cristiano Ramos:“Gilberto Freyre lido com paixão: as raízes das admirações e rivalidades literárias” 20h - Encerramento: João Signorelli:“Gandhi – um líder servidor”


Perfil

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Daniela Câmara

Eduardo Côrtes: O Criador da Fliporto

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heguei pontualmente à casa de Eduardo Côrtes, que voltava de sua caminhada diária no Parque da Jaqueira. Ele entrou na sala de sua casa dizendo que vestia a camisa da primeira edição da Fliporto e perguntou-me onde eu iria começar nossa conversa. Sentei no sofá e ele em uma confortável cadeira de balanço. Minutos depois senta-se em nossa companhia Avir Mesel, que é da equipe de produção da Fliporto. Ele nos ajudou com as imagens do perfil. Falei sobre o livro de autoria de Eduardo, o qual estou lendo e apreciando muito. Chama-se: “Da Great Western ao Metrô do Recife”, pu-

blicado em 2004 pela editora Persona. Ele fala sobre o livro, relata como foi o processo de se contar a história do metrô, associada à famosa companhia de transportes inglesa Great Western. Através desse contato com a escrita do livro, Côrtes veio descobrir seu interesse em relação à literatura, associado a uma viagem que fez ao Rio de Janeiro onde descobriu a Flip, que é a Festa Literária Internacional

de Parati. Eduardo Côrtes é um carioca que optou por ficar em Pernambuco, onde sua primeira morada aconteceu em Olinda. Ele conta que brincou muitos carnavais por aqui e que tendo uma ótima opção de ficar em São paulo, trabalhando no metrô de lá, escolheu a implantação do metrô daqui e foi assim que o fez. De alma empreendedora, Eduardo Côrtes serviu por trinta anos ao metrô,

O Livro chama-se: “Da Great Western ao Metrô do Recife”, publicado em 2004 pela editora Persona.

sendo que passou 10 anos trabalhando em São Paulo e mais 20 em Recife. Após todos esses anos estando já aposentado, sentiu-se perdido e resolveu então assumir a escrita do livro o qual se dedicava naquele momento. “Minha sorte é que eu tinha o livro para escrever”. E o livro foi lançado após um ano, nas dependências do Metrorec em Recife. Em 2004, após visitar Parati no Rio de Janeiro, encantou-se com a Flip. Eis que surgiu o insight de se empreender um evento literário em Porto de Galinhas, lugar que ele tem maior simpatia no estado de Pernambuco e onde mantém uma casa. Fotos: Avir Mesel


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Eduardo viveu a infância numa casa grande na Tijuca, que era de seu avô. Nas proximidades dessa casa, tinha um clube com campo de futebol, onde ele batia bola com seus amigos dos 10 aos 15 anos. Desde esse tempo já participava da formação de clubes e associações e hoje ainda participa da associação de moradores de Porto de Galinhas. Na época em que morava no Rio, onde estava a apenas 1 km do estádio do Maracanã, a principal diversão era o futebol. Um dos garotos que participava desses jogos era Jorge Benjor, uma das estrelas que vem esse ano tocar na Fliporto. Eles assistiam aos jogos do Flamengo e depois discutiam todos os lances, ao som da música “Fio Maravilha”, executada pelo próprio Jorge Ben, como era chamado naquela época. As férias aconteciam em Minas Gerais, em uma casa de veraneio em Angustura. Até seus 20 e poucos anos, ele curtiu muitos bailes de carnaval nessa cidade. Nesse mesmo clube, ocorreu um assassinato, que o marcou muito e desde então, foram proibidos os bailes no local. Entre 1975 a 1980, os carnavais eram aproveitados por terras olindenses, no meio das ladeiras e ruas daqui. Foi quando descobriu a possibilidade de ser transferido para cá. Logo depois Côrtes viu a planta do Metrorec e criou

gosto pela obra que empreenderia em Recife. Cuidou então da transferência e aportou em Pernambuco, cedido pelo metrô de São Paulo ao Metrorec. Seu trabalho foi crucial para o perfeito funcionamento do metrô de Recife. Ele dedicouse de tal forma, que todos os funcionários e servidores foram treinados por ele, um a um. Eduardo de Vasconcellos Côrtes tem formação em engenharia civil pela PUC. Lá mesmo fez pós graduação em engenharia de transportes, onde obteve o título de mestre. “Eu não quis ser mais um Zé Dias”. Ele usa essa expressão ao se referir a um funcionário que foi da Great Western que só saiu da empresa, quando já era o Metrorec, após os 80 anos de idade, acometido por um AVC. Ele conta que depois que saiu do metrô, nunca mais pensou em trabalhar nessa área. Foi quando a literatura entrou em sua vida. A Fliporto foi pensada junto à Pedroca da Cia do Lazer. Inicialmente o nome seria Flipog, mas por conta da fal-

ta de sonoridade ao título do evento, a sugestão que veio de Felipe Barreto, seria nomear o empreendimento como Fliporto (Festa Literária de Porto de Galinhas). E foi um sucesso. “Comecei com uma estrutura mínima e com a chegada de Antônio Campos em 2007, o evento tomou uma proporção de evento internacional”. A primeira edição da Fliporto começou em Muru Muru. A boite em Porto de Galinhas foi adaptada e transformou-se em um auditório com capacidade para 200 pessoas. Quando perguntei sobre como foi vir com a Fliporto para Olinda, ele diz que foi muito bom em termos de funcionalidade, para o público, mas que ainda pensa em colocar um trecho da Fliporto de volta a Porto de Galinhas, para que o público de lá, não sinta-se abandonado pelo evento. Eduardo tornou-se um empreendedor da cultura há 6 anos. Além da produção da Fliporto, empreeende outros festivais no estado, que são o Jazz Porto (Festival Internacional de Jazz e Blues de Porto de Galinhas) e o 1º Olinda

“Comecei com uma estrutura mínima e, com a chegada de Antônio Campos em 2007, a Fliporto tomou uma proporção de evento internacional”.

Jazz e Blues, que irá acontecer no mês de dezembro. Ano que vem irá produzir 4 eventos no interior do estado, em Garanhuns, Serra Negra, Salgadinho e Taquaritinga do Norte. Por vezes seu humor tem estado à flor da pele, pela responsabilidade de ciudar da Fliporto e também pela proximidade da data de início da da festa literária. “São 55 estrelas que vem este ano participar do evento. Cada uma delas tem suas necessidades e exigências para a nossa equipe providenciar”. Toda a base de estrutura de entorno do evento é cuidada por Côrtes. Desde o sistema de estrutura de trânsito, transporte, organização e planejamento. “A engenharia tem sido uma ferramenta otimizante para a Fliporto, porque faço uma parte que ninguém vê quando dá certo, mas se houver uma falha, as pessoas irão sentir a inacessibilidade em chegar ao nosso evento. E meu forte é a área de infraestrutura”. Na vida cotidiana seus dias são comuns aos de um empreendedor cultural. Quando termina um evento, já está correndo para a prestação de contas. A rotina é o fazer cultural, na construção de novos projetos ao longo do ano. Na vida pessoal ele tem Tuca que é a companheira de todas as horas, como afirma em dedicatória em seu livro.


Olinda, novembro de 2011

Eduardo Côrtes tem cuidado da saúde em suas caminhadas diárias segundo recomendação médica, porque tem problemas de pressão alta. A cada ano frequenta a Flip no Rio de Janeiro, para que possa estar a par das novidades literárias deste evento, que foi sua inspiração para que idealizasse a Fliporto. Nessa estada anual em Parati, ele aproveita para visitar a sua mãe. Em 2012, Côrtes tem algumas viagens a fazer. “Tenho que ir à Ouro Preto ver a Jornada Literária, tenho que conhecer o Garanhuns Jazz, dentre outros eventos que preciso acompanhar”. Perguntei como é a relação dele com Antônio Campos. “É meu amigo. E é ele quem dá o tom na condução da Fliporto. Ele toca o piano e eu afino. As regras gerais do evento são passadas por ele”. Minhas impressões sobre Eduardo Côrtes, foram de uma pessoa simples, que se preocupa em fomentar eventos culturais no estado, para gerar emprego a uma região que vem reconhecendo e identificando seus valores, através de pessoas que dedicam-se apaixonadamente ao trabalho em prol da cultura.

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Roteiro Olindense

Da bodega à alta gastronomia A noite de Olinda é para quem gosta de dançar, ouvir MPB, degustar da alta gastronomia, ou passear descompromissadamente pela orla ou pelo sítio histórico. Neste roteiro, o turista encontra as melhores opções.

P

ercorrendo a orla marítima temos um leque de opções. Para quem quer curtir um namoro à beiramar degustando dos seus frutos fresquinhos, começamos o passeio pelo Marisqueira, que tem uma excelente cozinha e está para além das comidas marítimas. No restaurante do empresário Piauí, o casal pode apreciar uma costela de porco ou carne de sol, dentre tantas outras delícias. O interessante é que lá podemos pedir que o garçon ponha a mesa à beira-mar, de onde se vê o quebrar das ondas, degustando um bom vinho.

Olinda nightlife is for those who like to dance, listen to MPB, taste of haute cuisine, or simply stroll along the seashore, or historic site. In this tour, tourists find the best options. Walking along the shoreline have a wide range of options. For those who want to enjoy dating in front of the ocean while tasting a fresh seafood, we started the tour with the Marisqueira Restaurant, which has an excellent cuisine going beyond the sea food. In the Piaui’s Reastaurant, the couple can enjoy a pork chop or a delicious “Carne de Sol”, among many other delights. Interestingly, there we can ask the waiter to set the table by the seaside, where you see the breaking waves, enjoying a good wine.

Ainda à beira-mar de Olinda, encontramos o Hotel Costeiro. Esse hotel tem 79 partamentos climatizados e cozinha internacional. O hóspede desfruta de banho de piscina, enquanto pode solicitar um drink a sua borda. Além dessas características, fica próximo ao Centro de Convenções, Veneza Water Park, Chevrolet Hall, shoppings centers, bancos e sítio histórico, o que torna ainda mais favorável a estada do turista.

Lá podemos pedir que o garçon ponha a mesa à beira-mar, de onde se vê o quebrar das ondas.


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as opções são variadas

Em Olinda tem espaço para se dançar, além de poder escutar MPB

Still on the ocean front, we find the Hotel Costeiro. This hotel has 79 air-conditioned suites and international cuisine. There you can enjoy a swimming pool, while sipping on your favorite drink. Besides these features, it’s near the Conventional Center, Veneza Water Park, Chevrolet Hall, shopping malls, banks and historical sites.

Adiante, na altura do Fortim do Queijo, A Fábrica Bar tem promoções todas as terças-feiras com clone de cerveja e nas quintas, de whisky. Tem espaço para se dançar, além de poder escutar MPB. Os proprietários da casa, Robson e Gustavo, cuidam da programação cultural. A Fábrica Bar tem um público fiel e “habituée”. Os frequentadores dos clubes não deixam de dar aquela passada semanal na casa. Soon after, next to the Fortim do Queijo we’ll find the Fábrica Bar with its famous Tuesdays Special buy one and get one free beer and on Thursdays buy one get one free whisky. It has space for dancing, in addition to being able to listen to MPB. The owners, Gustavo and Robson are in charge of the cultural program. The Factory bar has a loyal and “habitué” clientele.

Descendo pela Rua de São Bento, encontramos os sabores ibéricos trazidos pelo chef Jaime, que é português e serve desde a cozinha de sua terra até os sabores da Espanha, França e Itália. Além desse cardápio especial, come-se um almoço bem preparado e saboroso a preços módicos. O carro-chefe da casa é o tradicional bolinho de bacalhau e a sobremesa, o pastel de Belém. Enquanto sai o almoço, um papo com o chef faz o ambiente ainda mais especial. Down the street of São Bento, we find the Iberian flavors brought by Chef James, who is Portuguese and serves from the Portuguese cuisine to the flavors of Spain,

France and Italy. Besides this special menu, you can eat a well prepared and tasty lunch at affordable prices. The specialty of the house is the traditional Portuguese codfish cakes and for dessert “pastel de Belém”. While waiting for your lunch, a chat with the chef makes the atmosphere even more special. Para um bom sossego no sítio histórico, a Pousada D’Olinda, no Varadouro, tem banho de piscina e restaurante, além de quartos climatizados. É bem pertinho do Mercado Eufrásio Barbosa, onde pode-se comprar peças artesanais.


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O Mirante de Olinda

Roteiro Olindense

For a good rest and relaxing in the historic site, the Pousada D’Olinda in the Varadouro has pool , restaurant and air-conditioned rooms. It is very close to the Eufrásio Barbosa Market, where you can buy handicrafts.

and to dessert, ask for a “cartola tropical”, which is served with pineapple and honey wit. Next, at Cachaçaria, the tourist may take in your baggage the better of regional handicraft and the most famous “branquinhas” of northeast.

No Alto da Sé come-se bem, bebe-se das melhores cachaças do país e vê-se a mais linda paisagem de Olinda, além da boa música de Pernambuco. O bar também serve um excelente churrasco. Para quem gosta de frutos do mar, o Olinda Art & Grill tem também diversas opções e para a sobremesa, peça uma cartola tropical, que é servida com abacaxi e mel de engenho. Ao lado, na cachaçaria, o turista pode levar na bagagem o melhor do artesanato regional e das mais famosas “Branquinhas” da região Nordeste.

Muito interessante também é conhecer o Bar Estação Maxambomba, que tem cenário retrô e está localizado em frente ao prédio dos correios na orla olindense, o prédio antigo era uma antiga estação ferroviária. Lá o cliente conhece a harmonização de cervejas e petiscos.

At Alto da Sé we can eat well, drink the better “cachaça” of this country, see the most beautiful landscape of Olinda and listen the good music of Pernambuco as well. The bar also serves an excellent barbecue. For who likes of seafood, the Olinda Art & Grill also have several options

It is also interesting to know the Maxambomba Bar Station, which has retro setting and is located opposite the post office building on the edge of Olinda, the old building was an old railway station. There the client knows the harmonization of beers and snacks. O caldinho do Dogão também é um badalado point da orla marítima. Com música ao vivo e boas promoções, a casa está sempre cheia. The soup of the Dogão is also a pop point of the coastline. With live

music and good deals, the house is always full. O Sargação é uma ótima opção para quem quer fazer um lanche antes ou depois da diversão. A lanchonete abre no começo da noite e vai até a madrugada. São diversas opções em sanduíches e sucos e fica no Carmo em Olinda. The Sargação is a great option for anyone looking to make a snack before or after the fun. The coffee shop opens in the evening and goes until dawn. There are several options on sandwiches and juices and is located in Carmo in Olinda. São inúmeras as opções. Nas sextas-feiras ainda pode-se caminhar pelas ladeiras de Olinda, ao som de uma típica seresta, que nos remete aos tempos de outrora. There are a wide range of options. On Fridays you can still walk the hills of Olinda, enjoying the sound of a typical songs, which takes us back in time.

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O Mirante de Olinda

Bar Retrô

Olinda, novembro de 2011

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Com ambiente retrô, o Bar Estação Maxambomba, faz uma verdadeira retrospectiva das antigas estações ferroviárias, que levavam os trabalhadores de Olinda até o Recife.

O

bar Estação Maxambomba, que está localizado na orla de Olinda, em frente ao prédio dos correios, mantém viva a lembrança das antigas estações ferroviárias. o bar conserva os aspectos antigos do prédio histórico, onde estava localizada uma das estações que levava trabalhadores de Olinda até o Recife. A clientela mostrase satisfeita em relação ao visual do lugar, bem como as opções variadas de música ao vivo, que acontecem de terça a domingo. No cardápio, petiscos regados à harmonização de cervejas. Come-se de acordo com o tipo e marca da cerveja indicada. Outra novidade saborosa do cardápio são os sanduíches de mercado,

servidos com recheios de mortadela, filé, pernil, dentre outros. Nos pratos à la carte, vê-se as homenagens aos nomes das antigas estações de trem, bem como as alusões feitas às ruas e ladeiras olindenses. A carta de cachaças é bem diversificada e vai de estados como Minas Gerais, Paraíba, Serra Gaúcha e Pernambuco. A equipe que trabalha no bar, também está caracterizada de acordo com o ambiente de época. Ir ao Maxambomba é viajar no tempo, com a vantagem de ser bem atendido, comer bem e poder jogar uma boa conversa fora, depois do expediente.

As fotografias antigas também são apreciadas pelos clientes que frequentam o bar.

Foto: Arquivo Maxambomba

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Fotos: Saulo de Tarso

“Estamos sempre aqui! Adoramos a música, o ambiente e rever os amigos”.

“Gostamos da mistura de coisas antigas com atuais,estar aqui é reviver a história de Olinda”.


Poesia e Cordel

FEIRA DE INTERIOR

Salve, amigos da cultura! Leram o editorial da edição anterior? Pois é, aqui está o mais assíduo praticante do ócio criativo. Sorte minha a de vagar por esse cenário maravilhoso que é Olinda, principalmente pelo Alto da Sé, onde meu pensamento alça voo contemplando essa paisagem lúdica, fazendo-me desacelerar e parar nas lembranças de minhas andanças pelo sertão. Neste momento, vejo-me num dia de feira, lá numa cidadezinha do interior. Vamos juntos, passear na feira!

Misael Godoy

misaelgodoy_omirantedeolinda@hotmail.com

Matuto cortando fumo Mulé moendo tempero Buchada, bode e carneiro Sarapatel bem picado Munguzá bem temperado Mel que foi feito da flor Tudo de muito sabor O prato, o garfo e a faca Tem tudo em toda barraca Na feira de interior

Vê-se de todo o tecido Pano de prato pintado Tem camisolo bordado Meia, cueca e calção Bermuda, jeans, camisão Roupa que veste um doutor Calça pra todo senhor Saia pra moça bonita Tem todo tipo de fita Na feira de interior

Para equipar a cozinha Pra completar o faqueiro Custa-lhe pouco dinheiro Peça de forno a fogão Panela até de pressão Pra carne tem batedor E tem também moedor Tem tampa de frigideira E enfeite pra geladeira Na feira de interior

Tem forrozeiro tocando Para animar o povão Xaxado, xote e baião Ele que faz toda a festa Toca tão bem que num presta Mulé cheirando à fulô Empolga até um doutor Se você for vai gostar Vai se entreter e dançar Na feira de interior

Falta falar das pelejas Matuto jogando dado Quem perde fica arretado Já vai puxando o facão Pra decidir a questão Joga-se todo o valor Aceita-se até penhor Perde-se até aliança Limpa-se até a poupança Na feira de interior

Quarto de bode estendido Carne secando no sol Petisco então, tem um roll Dose, quartinha e meiota Matuto bebe que arrota Vip que mata o calor Para animar o cantor Que toca em sua sanfona Uma modinha cafona Na feira de interior

Banca que vende cê dê Discos até de vinil Cassete sempre se viu Rádio de pilha antiquado Eme pê três importado Capa pra computador Porca, ruela e pivô Tem todo filme pirata Isso é que mais se retrata Na feira de interior

Tem o remédio do mato Tem arruda e capim-santo Cura-se todo quebranto Tem camomila e marcela Tem aroeira e favela Faz-se também lambedor Gengibre no mel de flor Pra amaciar a garganta Bom para aquele que canta Na feira de interior

Vê-se na feira do bicho Bode, jumento e cavalo É bicho que eu nem te falo Peba, tatu e guiné Filhote de jacaré Tem curió cantador Viveiro com beija-flor Inda tem vaca de leite Só para o nosso deleite Na feira de interior

Certo de vossa atenção Digo de forma segura Vejo na feira a cultura Desde o agreste ao sertão Minha final conclusão É palco pro cantador Versos pra todo escritor Desses que gostam de andar E param só para olhar Na feira de interior !

“Todos os direitos reservados. Obra registrada no EDA. Não é permitida a reprodução total ou parcial desta obra, sem o consentimento do autor.”


O Mirante de Olinda

PONTOS DE DISTRIBUIÇÃO Bancas de revista Banca Visão Comercial

Av. Gov. Carlos de Lima Cavalcante, 236 (Bairro Novo / Olinda)

Banca Ler e Lazer

Av. Gov. Carlos de Lima Cavalcante, 667 “A” (Bairro Novo / Olinda)

Banca Olinda Revistas

Av. Gov. Carlos de Lima Cavalcante, 667 (Bairro Novo / Olinda)

Banca Circular

Av. Getúlio Vargas, 166 (ao lado da Sorveteria Bacana / Olinda)

Banca Varadouro

Empresarial

Bares / Restaurantes

Hotéis / Pousadas

Av. Ministro Marcos Freire, 521 (Beiramar / Olinda)

Rua 15 de Novembro, 98 (varadouro / Olinda)

Marisqueira Blues Bar

Rua do Bonfim, 66 - (Carmo / Olinda)

Tribuna Bar e Restaurante

Colaboradores

Rua do Amparo, 199 (Amparo / Olinda)

(Próx. ao Parque da Jaqueira/ Recife)

Restaurante Flor do Coco Dogão

Travessa Municipal, 27 (Carmo / Olinda)

Estação Maxambomba

Praça do Carmo - Olinda (ao lado da Biblioteca)

Olinda Art Grill

Av. Ministro Marcos Freire (Beira-mar / Olinda)

Daniela Câmara

Livraria Jaqueira

Av. Sigismundo Gonçalves, 716 (Carmo / Olinda)

Biblioteca da Facotur

Editoria / Redação

Travessa Municipal, 09 (Carmo / Olinda)

A Fábrica Bar

Secretaria de Turismo

(Praça do Carmo / Olinda)

Emanuel Sacramento

Saulo de Tarso

Sec. da Pref. de Olinda

Biblioteca Pública de Olinda

Av. Ministro Marcos Freire, 681 (Beiramar / Olinda)

Edição / Diagramação

Rua do Amparo,199 (Amparo / Olinda)

Sargação

Bibliotecas

Hotel Costeiro

Expediente

Desenvolvimento / Arte

Praça Maxambomba, 09 (Carmo / Olinda)

Rua de São Bento - Olinda (perto da prefeitura)

Pousada D’Olinda

Pousada do Amparo

Rua de São Bento, 210 - (Varadouro / Olinda)

Largo do Varadouro, 35 (Varadouro / Olinda)

Secretaria de Cultura

15

Rua Bispo Coutinho, 35 (Alto da Sé / Olinda)

Cachaçaria & Artesanato.

Rua Bispo Coutinho, 35 (Alto da Sé / Olinda)

Aeroporto

Ponto de Info. Turística da Empetur no aeroporto

Rua do Futuro

Museus

MAC - Museu de Arte Contemporânea de OLinda (Rua 13 de Maio / Olinda)

Museu do Mamulengo (Rua de São Bento / Olinda)

Pontos de Info. Turística

Fotografia

Avir Mesel Saulo de Tarso

Historiador Marcelo Lins

Cronistas

Gilberto Marques Bruno Souza

Cordelista

Praça do Carmo

Misael Godoy

Quatro Cantos

Gabriel Sacramento Rubens Sacramento

(ao lado da Biblioteca / Olinda)

Tradutor

(Sítio Histórico / Olinda)

Revisão

AABB Recife

Agenciadores

Rua do Futuro

Lojas MotoMais Honda Olinda e Abreu e Lima

(Próx. ao Parque da Jaqueira/ Recife)

Cassius Sacramento 9116.6144 / 9654.9845 Lane Moraes 9297.9419 / 9630.4512


Fones: (81)

3083.2588 9810.2822 8787.0020

CNPJ 13.992.630/0001-31

Os artigos assinados ou declarações aqui veiculadas, não refletem necessariamente a opinião do informativo.

4 CANTOS Um empreendimento da

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