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ENERGIA

DIA HISTÓRICO! PORTUGAL DEIXOU DEFINITIVAMENTE DE USAR CARVÃO NA PRODUÇÃO DE ELETRICIDADE Desde o dia 19 de Novembro, Portugal deixou definitivamente de usar carvão na produção de electricidade, graças ao fim dessa actividade na Central Termoeléctrica do Pego, o que motivou o regozijo dos ambientalistas e a satisfação de muitos portugueses que se preocupam com o ambiente.

O futuro da central do Pego não deve passar por queimar biomassa, opção ineficiente que põe em causa objectivos mais ambiciosos de mitigação das alterações climáticas”, considerou a organização, em comunicado. Sábado, 20 de Novembro, depois de a Central do Pego ter esgotado o stock de carvão que tinha, foi o primeiro dia de produção de electricidade sem recurso à queima de carvão.

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Dezembro 2021 - Digital 84

Para a ZERO, “esta data histórica em que se deixa de utilizar em Portugal o combustível mais poluidor em termos de emissões de gases com efeito de estufa causadoras das alterações climáticas, antecipando um objectivo que estava inicialmente traçado para 2030, não deixa de ser um alerta para a necessidade de planear antecipadamente e assegurar uma transição energética justa para o país rumo à neutralidade carbónica em 2050 ou

desejavelmente antes”. Deixar de usar carvão na produção de electricidade é um elemento crucial da descarbonização, tema que ganhou destaque e causou polémica na conferência do clima (COP26), que terminou com alguns países a recusarem-se a acabar com o uso deste combustível. A central a carvão do Pego, que era responsável por 4% das emissões do país, foi a instalação com o segundo maior peso nas emissões de dióxido de carbono em Portugal na última década, a seguir à Central Termoeléctrica de Sines, cujo encerramento ocorreu em Janeiro deste ano. Em termos absolutos, a média anual de emissões de gases com efeito de estufa (GEE) pela central do Pego entre 2008 e 2019 foi de 4,7 milhões de toneladas de dióxido de carbono. Com a retirada agora consumada das duas centrais a carvão, “Portugal deverá registar uma enorme quebra de emissões de carbono, dado que o recurso a centrais de ciclo combinado a gás natural, caminho temporário para uma solução 100% baseada em fontes renováveis, se traduz em emissões de pouco mais de um terço por cada unidade de electricidade produzida em comparação com o carvão”, assinala a ZERO. Apesar dos equipamentos de despoluição instalados, a central a carvão do Pego era também uma fonte significativa de emissão de diversos poluentes, como os óxidos de azoto, dióxido de enxofre, partículas e metais pesados, cujas quantidades lançadas para a atmosfera em Portugal sofrerão uma redução importante. Revista Técnica de Engenharia


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