Rev obras & dicas 37 - Mercado imobiliário - Outubro/Novembro 2013

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Distribuição Gratuita

Ano 6 / Edição nº 37 / 2013

MERCADO IMOBILIÁRIO NA REGIÃO, O QUE SE LANÇA SE VENDE

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NEM TUDO SÃO FLORES

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capa desta edição, com foco no mercado imobiliário, traz um subtulo que assusta: aqui, o que se constrói se vende. Desde imóveis de pequeno porte a residências de alto padrão, tudo o que se constrói tem mercado garan do. Assim, certos de como os cuidados com um bom projeto e mão de obra são fundamentais, trazemos dicas de planejamento, desde o financiamento do imóvel até os cuidados com as obras em época de chuvas e as novas normas de desempenho para a construção civil. Finalmente, talvez o mais importante: em IMÓVEIS, leia os cuidados na compra e registro do imóvel, que se não for feito com segurança, pode por tudo a perder. Como acabamentos são itens fundamentais no orçamento e na estéca do projeto finalizado, escolhemos alguns lançamentos de pisos para áreas externas,entre tantos que o mercado oferece. Confira em VITRINE e, com qualquer um deles, tenha a certeza de beleza e segurança na sua obra. A arquiteta Ana Marie Bazze nos apresenta um bonito projeto de casas populares, provando ser possível fazê-lo de forma diferente do usual, dando personalidade a cada uma delas. Em PATRIMÔNIO HISTÓRICO a arquiteta Martha Alves Ferreira mais uma vez nos presenteia com um de seus belos ar gos, sempre cheios de lirismo. Em PAISAGISMO delicie-se conhecendo um pouco mais das árvores floridas que se espalham pela paisagem urbana nesta época do ano, e que nos ajudam, com suas flores e cores, a amenizar o fardo, às vezes demasiadamente pesado do nosso dia a dia... Boa leitura. .

Denise Farina Diretora Editorial

denisefarina@obrasedicas.com.br

Outubro - Novembro / 2013 Nº 37 - Ano 6 São José do Rio Preto - SP Foto: Doni Ba sta

Diretor-Geral: Donize Ba sta Diretora Editorial: Arquiteta Denise Farina ExecuƟvo de Vendas: Rodrigo Rocha Jornalista responsável: Cris Oliveira - Mtb 35.158 Projeto Gráfico/Editoração: Marcelo Arede Estágiaria: Bruna Lubre Sugestões: redacao@obrasedicas.com.br Had Captações e Propaganda Ltda-ME 17 3033-3030 - 3353-2556 revistaobrasedicas@hotmail.com contato@obrasedicas.com.br www.obrasedicas.com.br revistaobras&dicas

Distribuição Gratuita. Dirigida a profissionais da área e obras de S. J. do Rio Preto e região.

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IMÓVEIS

O imóvel é seu? Esteja atento: o imóvel só é seu quando a escritura é registrada

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móvel escolhido, preço e forma de pagamento acertados, negócio fechado. Agora você é o novo proprietário. Tem certeza? Muitas pessoas acham que a situação sit está finalizada e regularizada quando o contrato de compra e venda é assinado. Cha Chamado popularmente de contrato de gaveta trata-se tra apenas de um compromisso firmado entre ent comprador e vendedor, mas não tem valor legal. De acordo com o ar go 1.245 do Código Civil, o comprador só passa a ser proprietário após a a transferência e o registro do bem em ca cartório. Ou seja, para se tornar o proprietário, de fato e de direito, é preciso ter a escritura e registrá-la em um Cartório de Registro de Imóvel. Im Sem o registro devido, pode acontecer d de a pessoa perdê-lo. Cada imóvel tem sua ma matrícula, que pode ser comparada a um docume documento de CPF. Esse número fica na escritura e com co ele é possível verificar todo o seu histórico. De maneira geral, a aquisição aqu de um imóvel segue as seguintes etapas: etapa escolha do imóvel; negociação; assinatura do contrato; pagamento; termo de quitação; escritura defini va; e o es registro. Fique atento para que q a escritura esteja em suas mãos, e o registro seja feito junto, ao fim da negociação. Caso contrário, pode p acontecer, por exemplo, do an go dono ter os bens penhorados penh e o imóvel se perder, pois po diante da lei con nua sendo send dele, e não seu. Não corra risc riscos desnecessários. Depois de registrada a escritucom ra, o comprador deve também alterar o cadastro municipal, para que o lançamento do IPTU seja feito co corretamente, no nome pro do atual proprietário.

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Seja rápido ao registrar A demora em efetuar o registro poderá ocasionar a perda do imóvel, caso ele seja vendido a mais de uma pessoa, por um corretor, ou proprietário de má fé. O registro é a maior segurança do comprador. Esses casos são chamados popularmente de dupla venda, e o comprador que registrar primeiro, passa a ser legalmente o novo proprietário. O comprador que sofrer os danos pode recorrer à jus ça para ser ressarcido pelo vendedor. Já o comprador que for mais rápido terá livre disposição do bem que adquiriu. Casos diferenciados Atualmente existem várias possibilidades para se adquirir um imóvel. Mas como fica o registro em casos em que não se segue a linha obje va do: imóvel para cá, dinheiro para lá? imóvel financiado - quando o comprador financia o imóvel, deve registrar na matrícula do bem a transação e a alienação de parte do imóvel como garan a. Ele só poderá registrar o bem em seu nome depois de quitar a dívida. Quem es ver nessa condição pode ques onar o pagamento do ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis) ao fazer esse registro da matrícula. imóvel comprado na planta - a escritura de um imóvel novo só pode ser registrada depois que ele esta pronto. Nestes casos, o processo depende do agente financiador. Quem financia com banco deve registrar na matrícula do bem a transação e a alienação de parte do imóvel como garan a. Quem financia com a construtora só pode passar o bem para seu nome após quitar a dívida.


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PLANEJAMENTO ESTRUTURA

Está chovendo na minha obra A

ntes de iniciar uma obra é importante avaliar as condições climá cas. Pense na estação do ano, nas possibilidades de chuva e claro quanto tempo a obra irá durar. Quanto maior, mais tempo leva e, consequentemente, as intempéries da natureza precisarão ser superadas. Defini vamente, construções e reformas não combinam com chuva, mas ela é necessária e faz parte das nossas vidas, então o que precisa ser pensado e planejamento é o andamento do trabalho, independente da temperatura e umidade. O impacto da chuva é diferente nas obras, dependendo da etapa em que cada uma está. Em geral, todos os serviços externos acabam sendo adiados. Um exemplo claro é que, a

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maioria das grandes construtoras evita os meses de dezembro a fevereiro para fazer terraplenagem, fundação e fachada, pois é uma época em que as chuvas podem se intensificar e durar dias, sem intervalos para concluir tais etapas. Dependendo da intensidade da chuva, equipamentos como a grua precisam ficar paralisados. Outro problema que pode surgir com a chuva é o desperdício de material. Um exemplo clássico é o cimento. O produto é perecível e deve ser usado dentro de 30 dias, pois absorve a umidade do ar, e quando fica sem uso, endurece. Madeira, jolos e areia também precisam ser protegidos da chuva. É necessário pensar na segurança dos trabalhadores, que deve ser redobrada em períodos de chuva.


Planeje Planejar é o segredo para que sua obra não seja prejudica pelas chuvas. Para tanto, seguem sugestões que farão toda a diferença: Faça caneletas no terreno para que a água seja escoada para a rua. Construa um fosso para reunir a água da chuva e tenha uma bomba para re rar toda a água; Para proteger materiais, e os próprios trabalhadores, o canteiro de obras deve contar com um barracão de alvenaria, com piso de concreto. A areia deve ficar em um local cercado de muretas, para evitar que escorra. Já as barras de aço devem ser cobertas com uma lona plás ca, para evitar a oxidação. Se a obra es ver na fase de estrutura e alvenaria, verifique a previsão do tempo antes de agendar a concretagem. Nas obras em alvenaria estrutural, em dias de chuva a equipe deve ser remanejada para a execução de alvenaria de vedação nos pavimentos inferiores. Os armadores podem adiantar a montagem de vigas e pilares para depois enviarem as peças aos próximos pavimentos que terão execução de estrutura. Uma opção é usar concreto usinado, que possui secagem mais rápida. Os trabalhadores devem usar, sempre, os EPI’S (Equipamentos de Proteção Individual) como as botas, capas para chuvas e capacetes. Para reforçar a segurança, eles devem ficar longe de árvores (que atraem raios) e da rede elétrica. Para proteger as obras das chuvas é importante antecipar, o máximo possível, a colocação dos caixilhos, execução dos telhados e a conclusão das prumadas de hidráulica. Mas esteja atento para a sequência. Para instalar as esquadrias externas, por exemplo, é necessário que a fachada tenha seu reves mento externo concluído. Acabamento de fachada e impermeabilização externa são impossíveis de serem realizados com chuva. Execute essas a vidades fora do período mais crí co. Já a colocação de piso externo e montagem de churrasqueira, podem ser viabilizados com chuvas fracas. Durante os períodos de chuva, sempre que possível, a ordem é remanejar. Direcione as a vidades dos trabalhadores para os serviços internos como: acabamentos, instalação de tubulação elétrica e hidráulica, assentamento de portas e janelas entre outras.

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PAPO DE OBRA

Estribos garantem agilidade, economia e tecnologia na sua obra

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construção civil, assim como vários outros segmentos, tem primado por aliar qualidade e agilidade nos trabalhos, por isso investe cada vez mais em matéria-prima e produtos que garantam a sa sfação do cliente final, bem como dos trabalhadores do setor. Um dos destaques atuais são os estribos Fumiya. Trata-se de um novo sistema para o alicerce da construção. “Seu diferencial, em relação a outros do segmento, é a agilidade no tempo de preparo da ferragem, o prazo de entrega e a economia para o dono da obra, pois dispensa arame”, explica Fábio Esteves Andreo, proprietário da franquia Medida Certa na cidade de Mirassol, que comercializa o produto. Outro fator que gera ganho de tempo, é que o material chega pronto na obra, com as medidas exatas, facilitando sua u lização. E por u lizar uma máquina de pressão para o encaixe, não precisa de solda, o que também minimiza o custo final. O sistema subs tui a prá ca dos estribos convencionais de corte e dobra de ferros na confecção de colunas e vigas da construção civil, tanto para obras de pequeno porte como para grandes construções. Os estribos Fumiya estão disponíveis nas seguintes formas: quadrados, redondos, triangulares, retangulares e sextavados, além de vergalhões que vão de 4,2 mm a 20 mm. “Eles são definidos conforme projetos de estruturas, feitos por engenheiros, da maneira que forem mais adequados para as obras. Nossas colunas e vigas atendem as especificações e par cularidades de cada projeto, evitando desperdícios”, ressalta Fábio. Uma curiosidade sobre os estribos Fumiya é que o sistema foi avaliado e aprovado pela Fundação Paulista de Tecnologia e Educação, por atender todas as especificações de pra cidade, agilidade e economia exigidas, mostrando que vale a pena subs tuir o método tradicional. “Inves r nos estribos Fumiya significa agilidade no prazo de entrega e economia, pois a perda é zero. Além disso, a economia de mão de obra chega a 80%, e ainda pode-se comprar a coluna pronta, ou montar na construção”, finaliza Fábio. Na Medida Certa você encontra também: colunas, baldrames, sapatas, telas, vergalhões e treliças.

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PAINEL DE NEGÓCIOS Fotos: Doni Batista

Experiência aliada às novas tendências do mercado

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Eter-rio é uma empresa rio-pretense que está no mercado há 27 anos. Mesmo com fases onde teve que enfrentar a instabilidade econômica do país, segue em crescimento, e oferecendo produtos de qualidade e bom atendimento aos seus clientes. Na empresa é possível encontrar tudo em telhas, estrutura e acessórios para telhado, tubos e conexões, aquecedor solar, caixas d’água,impermeabilizantes, louças e metais. Para Marcelo Napolitano, proprietário da Eter-rio, a principal diferença da empresa, em relação a outras do mesmo segmento, é que “ninguém no Estado tem tantas opções de telhas e coberturas como nós, e o atendimento é personalizado.” Mas não é só isso, ele conta também o segredo para que o negocio a ngisse o sucesso: “Trabalhar com é ca. Nunca devemos esquecer que o amanhã vai chegar.” E foi assim, com é ca e respeito ao cliente, primando pela qualidade dos produtos e serviços oferecidos, que a Eter-rio conquistou respeito, podendo crescer, gerar empregos e se solidificar. Um exemplo claro é a preocupação em levar materiais que atendam as necessidades do consumidor, como os produtos sem amianto. Eles foram banidos do mercado, e a empresa se adequou à nova legislação, primando pelo compromisso que mantém com seus parceiros comerciais. História A empresa nasceu pelas mãos de Marcos Antonio Napolitano, pai de Marcelo. O empresário trabalhou na Eternit por mais de 20 anos, se tornando um especialista em telha, coberturas e outros produtos do segmento. Em dezembro de 1986, abriu uma revenda da marca, e a Eter-rio iniciou sua história. “Mudamos da avenida Murchid Homsi para um prédio próprio na avenida Philadelpho Gouveia Neto e acabamos de fazer uma grande reforma, que mudou a cara da loja e deu muito mais conforto aos funcionários e aos clientes”, conclui Marcelo. Hoje pai e filho se revezam na administração do negócio da família, onde um completa o conhecimento e experiência do outro.

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Marcos e Marcelo Napolitano


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SOLUÇÕES

Financiamento Esteja atento ao fechar negócio T

er um imóvel próprio é um sonho que, muitas vezes, leva-se a vida toda para realizar. Ao fazer o inves mento, que geralmente é alto, o ideal é que se vesse o valor necessário em mãos, mas como nem sempre isso é possível, milhares de pessoas optam pelo financiamento. Mas antes de fechar negócio informe-se e esteja atento a todos os detalhes. Fizemos um breve guia de considerações, para ajudá-lo.

o melhor negócio é dar uma boa entrada no financiamento, no mínimo 30% do valor do imóvel. Se o valor do financiamento é menor, o consumidor vai pagar menos juros e em um prazo menor; não existe nenhuma imposição legal que obrigue o pagamento de taxa inicial. O que pode ser sugerido é um contrato de adesão preliminar entre as partes; alguns especialistas em finanças apontam que financiar um imóvel ainda na planta fica, em média, 10% mais caro do que outras opções de compra. Eles explicam que, a diferença nesta modalidade é que o consumidor, ao invéz de dispor de um valor de entrada à vista e financiar o restante ao longo dos anos, como ocorre tradicionalmente, faz um pagamento parcelado desta quan a inicial durante o período de construção do imóvel e, somente após a entrega das chaves, começa a quitar o saldo devedor; em geral, o financiamento não é aprovado quando há restrições financeiras no nome do comprador. Débitos pendentes, protestos de tulos e cheques devolvidos, estão entre os problemas. Ter renda mensal insuficiente também atrapalha a liberação do crédito. As parcelas do financiamento não podem ultrapassar 30% da renda mensal do proprietário; os financiamentos populares englobam imóveis mais simples, mas que também contam com taxas de juros menores. Vale a pena se in16

formar, pois muitas vezes o inves mento compensa. não é porque você comprou um imóvel financiado que não poderá se desfazer dele antes da quitação. Se por mo vos diversos você quiser, ou precisar, se mudar, existe possibilidade de repassar o financiamento para outra pessoa. Cada caso tem suas par cularidades, fique atento ao seu contrato; de acordo com o ar go 53 do Código de Defesa do Consumidor, o comprador só pode ques onar a devolução do pagamento se houver cláusulas específicas a esse respeito. Em alguns casos a res tuição pode não ser integral, por exemplo, se houver multa, ou pagamento de corretagem. E caso o vendedor não quiser devolver o valor, cabe ação judicial. Mas não esqueça de se atentar para o contrato; existe no mercado, para imóvel individual, a possibilidade de se financiar terreno e construção, com redução de valores em média de 10 a 15% em relação à aquisição de imóvel pronto. Muito procurado, esse po de financiamento possibilita a escolha do projeto, cor do imóvel, reves mento e acompanhamento do início ao fim; e os bancos estão facilitando a aprovação de financiamentos, e disputam clientes com taxas de juros mais baixas. Mesmo assim, ao buscar esse po de crédito, planeje adequadamente, afinal é uma dívida que pode levar até 30 anos para ser quitada.


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ENTREVISTA Foto: Albrecht Bangert

ARTE E CULTURA: DIREITO DE TODOS Por CRIS OLIVEIRA

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eto Cocenza é um rio-presente que enche seus conterrâneos de orgulho. Ele é o idealizador do Boom Design, o evento que é uma plataforma de negócios em constante mutação, desenvolvida para aproximar líderes criaƟvos e conectados com as constantes mudanças no perfil do consumo no cenário mundial. Também é responsável pela realização no Brasil das exposições de Karim Rashid, Revista Visionaire e Todd Bracher. O Boom Design que nasceu em São Paulo, também tem edição anual em São José do Rio Preto, e em 2013 fez sua primeira experiência em Brasília. E por causa dos eventos, outubro foi um mês ainda mais cheio de afazeres para Beto, mas ele genƟlmente falou com nossa reportagem. Acompanhe o papo. Poucas pessoas sabem, mas você é formado em hotelaria com pós-graduação em markeƟng. Como isso colaborou para a concepção do Boom Design? Beto Cocenza - A hotelaria é prestação de serviços. Hospedar é uma arte. Hospedar com qualidade e charme é mais bacana ainda. Quando estava na faculdade, os hotéis Maksoud Plaza e Copacabana Palace eram as grandes referências nacionais. Então ícones da arquitetura e serviços, sempre foram/formaram parcerias importantes. O olhar da hotelaria está sempre voltado e caminhando com a arquitetura e design; os restaurantes, apartamentos, o lobby, a arquitetura dos prédios tudo está relacionado com o tema. Hoje os hotéis design e bou que são grande sensação. O marke ng tem também uma relação simbió ca com o tema, mas sempre fui mais ligado as questões esté cas e promocionais do segmento criação, promoção de conceitos, etc.

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Então naturalmente o design e a arquitetura entraram em minha vida. Hoje temos edições do Boom Design em São José do Rio Preto, São Paulo e Brasília. Como começou e foi expandido para as outras cidades? Começou em São Paulo, por ser a cidade mais importante do país, por ser a cidade que adotei para morar e me realizar profissionalmente, mas principalmente por ser a cidade mais pulsante da América La na, onde grande parte do trade está hoje. Divido meu tempo entre Rio Preto e a capital. Realizamos o projeto em Rio Preto por ser também uma das regiões mais importantes do Brasil, com muitos profissionais de excelente nível e empresas de médio e grande porte, que atendem estes profissionais. Brasília é a capital do Brasil e tem um conteúdo arquitetônico fantás co, por isso está recebendo a primeira edição do evento. Apenas profissionais parƟcipam do Boom, ou os leigos também procuram? O Boom Design recebe profissionais do segmento de design e arquitetura, muitos estudantes de arquitetura, design de interiores e artes gráficas, e a cada dia, mais profissionais do segmento de marke ng tem par cipado. Todos que se interessam e trabalham com disciplinas do universo cria vo par cipam e adoram, pois recarregam suas baterias com muitos conceitos inovadores. Como é a parƟcipação das pessoas em cada cidade? Em São Paulo temos uma base maior de profissionais do segmento de arquitetura e design de interiores, associações e lojistas. São profis-

Beto Cosenza


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sionais que acreditam que a formação impacta em seus resultados e investem em par cipação de projetos informa vos como o nosso. Naturalmente, os profissionais de Rio Preto têm aumentado sua par cipação também. Tenho percebido este maior interesse e par cipação a cada edição.

A grade de palestrantes que compõe o Boom Design é formada por vários profissionais de fora do Brasil. Por que essa opção? Trazer profissionais de fora e provocar troca de informações é uma das grandes mo vações para realizar o projeto, então inves mos nesta pluralidade.

Além dessas três cidades existe projeto para que o evento chegue a outros locais? Sim, em mais uma capital brasileira, mas ainda está em fase de negociação.

O design completa a arquitetura ou a arquitetura completa o design? É quase que parecido com a velha e boa questão: quem veio primeiro, o ovo ou a galinha? Resposta impossível, tudo caminha junto e ambos se complementam.

Quando acaba uma edição já se inicia a formatação da próxima? Ou existe um período de descanso? Descanso não existe (risos). Estamos sempre pensando no próximo, viajando , pesquisando, par cipando de eventos internacionais e nacionais. O Boom Design é um evento que fomenta o mercado criaƟvo. Como está esse mercado? Em crescimento. Hoje a economia cria va na Inglaterra já é parte representa va do PIB (produto interno bruto). No Brasil, com todo nosso potencial e tecnologia cada vez mais barata e acessível, certamente terá um grande desenvolvimento. E como o design brasileiro tem se posicionado no exterior? Cada dia mais forte e consistente. Estou certo que muitos desta nova geração de designers e arquitetos, como La og, Zanini de Zanine , Renata Moura Rodrigo Mindlin, Loeb, estão construindo uma sólida carreira e representarão muito bem noss nosso país.

É comum ouvirmos as pessoas dizerem que gostam de determinada peça, mas que não podem comprar devido ao valor. Por outro lado temos quem ache tudo isso uma bobagem. Afinal, arte não tem preço? Hoje você pode comprar um jovem ar sta, peças de design de boa qualidade por valores acessíveis. Claro que ar stas consagrados e peças de design mais exclusivas tem valor agregado maior e por isto valores superiores. Bom gosto, poder de compra, cultura, fazem parte de um povo educado e bem formado. Chegaremos lá. Em 2013, o Luis Pons foi escolhido como o design do ano, no Boom Design. Fale um pouco sobre a importância desse profissional. Ele é um grande arquiteto e designer venezuelano, radicado em Miami. Tem desenvolvido projetos residenciais maravilhosos e tem uma grande sensibilidade para o design de produtos sofis cados e mais elaborados.

Projetos inesquecíveis ines para Beto Cocenzaa “As obras de Oscar Niemeyer, Ruy Ohtake e Paulo Mendes da Rocha.”

“Todas as peças do dinamarquês Arne Jacobsen, especialmente a Série 7.” 22

“A poltrona Chifruda de Sergio Rodrigues, por ser uma das mais lindas e fortes que conheço”.


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CAPA Foto: Doni Batista

Casa? Apartamento? Terreno? Salas comerciais? Condomínio horizontal ou verƟcal? Prédios simples?

O mercado imobiliário está pronto para atender seus desejos Por Cris Oliveira

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eja qual for sua necessidade ou desejo, o setor imobiliário tem disponível, seja em São José do Rio Preto ou cidades vizinhas, como Mirassol, Cedral e Bady Bassi . E mais, o mercado está bastante aquecido, então o que se lança se vende, e quem tem interesse em comprar, precisa estar atento para não perder as oportunidades. Os lançamentos englobam desde loteamentos fechado de alto padrão, passando por edicios com caracterís cas de condomínio clube, e apartamentos de médio padrão e populares. E não é só isso, a cidade conta com vários complexos de salas comerciais e hotéis que estão em construção. “O Brasil está passando por uma fase com mais elas cidade e isso está fazendo com que consigamos conquistar e crescer. Tudo isso se deve ao fenômeno chamado de bônus demográfico, pelo qual estamos passando neste momento. Ele acontece uma única vez na história de um país, e o que isso quer dizer? Que os jovens se tornaram adultos e começaram a trabalhar, gerando emprego e riqueza. Esse fenômeno dura entre 15 e 18 anos, e nosso pico deve ser entre 2018 e 2021. Eu acredito que nós tenhamos um mercado muito bom, até lá”, destaca Junior Villanova, responsável pelo setor de prospecção da Villaggio Master Development. “Em atenção aos lançamentos, o mercado de São José do Rio Preto sofreu uma pequena retração de 3,9% com relação ao ano de 2012.

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Mas mesmo com essa retração, o mercado ainda tem espaço para novos lançamentos, dependendo apenas dos perfis demandados pelo mercado, que no nosso caso são imóveis de dois dormitórios sem ser modelo econômico”, completa Alessandro Nadruz, diretor regional do Secovi-SP (Sindicato da Habitação) . Outro fator que tem influenciado o fomento do mercado é o crescimento da população, especialmente a migratória. “A cidade está se tornando a válvula de escape de grandes centros. Sendo assim, a absorção desses lançamentos será possível”, acredita Rodrigo Garu , responsável pelas transações imobiliárias da Imobiliária Rossi. E quem vem de cidades como São Paulo, se sente atraído a adquirir um imóvel, e não apenas ficar no aluguel. “Quando você vende um imóvel na capital, considerado simples, com o mesmo dinheiro compra um imóvel muito bom em Rio Preto. Então nós temos um mercado formado por essas pessoas que englobam o crescimento da cidade”, pontua Junior. “Enquanto houver condições de compra a longo prazo, com taxas de juros baixas e a economia brasileira con nuar estável, haverá boa demanda no mercado imobiliário. Porém, o excessivo aumento dos preços de terreno, mão de obra e materiais de construção faz com que os imóveis mantenham os preços acima do normal. As avaliações acabam sendo irreais. Isso sim poderá fazer com que o mercado estacione”, alerta Rodrigo.


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Foto: Doni Batista

Quem compra, o que compra? “Acredito que o obje vo da compra envolve dois fenômenos: um é a primeira residência, onde a pessoa compra aquele imóvel porque precisa dele, e daqui a um tempo você vai querer melhorar. Aqui também estão os jovens que trabalham, tem sua renda e querem um imóvel próprio para morar. A outra parte compra para inves mento. Tem um ditado que sempre foi regra: imóvel é moeda forte, pode acontecer o que for, mas o imóvel ninguém ra de você”, avalia Junior Villanova. “Com o plano Minha Casa Minha Vida, tornou-se mais acessível à aquisição da casa própria. Juros baixos e prazos longos fazem com que toda a população procure ter seu próprio imóvel. A procura é maior por imóveis populares, pois é onde a carência de moradia própria é maior. Mas também tem os inves dores, que compram para renda ou para especulação imobiliária”, aponta Rodrigo Garu . Os consumidores têm se mostrado com o perfil mais variado possível. E todos devem ser respeitados, seja pelos seus desejos ou por sua renda, afinal formam o mercado consumidor. “Atualmente o público que busca um imóvel próprio para morar é composto por famílias recém-formadas, casais em final de relacionamento, solteiros, casais homoafe vos e poucas famílias já estruturadas que procuram um imóvel melhor. Em nossa região, o que mais tem procura são casas, mas é uma par cularidade que varia de uma região para outra no Estado”, conclui o diretor do Secovi, Alessandro Nadruz. Mas existem as pessoas que buscam um pouco mais de tranquilidade, e estão optando pelas chamadas “cidades dormitórios”. Por isso o mercado na região também está em expansão. Em alguns casos, inclusive, chega-se mais rápido ao trabalho morando em cidades próximas a Rio Preto, do que em localizações extremas dentro da cidade. O foco, neste momento, são os condomínios horizontais de lotes. E de acordo com os especialistas, um atra vo especial nestes casos são as condições especiais, que muitas vezes são oferecidas na aquisição de um imóvel.

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A compra certa Antes de comprar é necessário seguir algumas regras básicas, para não correr o risco de fazer um mau negócio e se arrepender depois. Acompanhe as dicas que nossos especialistas deixaram para você: - verifique se os preços estão compa veis com outros imóveis do mesmo padrão na região; - esteja atento para as condições de pagamento, prazo de entrega e recursos necessários para a transação; - no mercado imobiliário, uma coisa importanssima é a localização; - observe o entorno: escola, comercio, lazer, m² construído; - esteja atento se há grande oferta de imóveis na região em que pretende adquirir, caso sim, cheque porque isso acontece; - avalie se o imóvel vai atender suas necessidades, se tudo o que você está comprando é aquilo que vai precisar por pelo menos os próximos 10 anos, pois esta é a média de moradia de um imóvel antes de trocá-lo; - se for comprar um imóvel para renda, avalie se o valor da locação será compa vel com o retorno e valor inves do; - invista um tempo para avaliar a documentação do imóvel em questão. Não abra mão de cer dões, peça todas as que a lei exige; e - cheque a idoneidade do agente imobiliário ou da construtora. Se necessário peça referências aos amigos.


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REFORMA Studio Z

Vida e sabor

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reforma deste restaurante, com projeto e acompanhamento de obra do arquiteto Ricardo Zammarian, aconteceu sem que ele fechasse suas portas. Reves mentos, cores, um novo paisagismo (a cargo da arquiteta Sarita Feltrini) e um novo layout foram as estratÊgias para revitalizar o espaço deste restaurante de qualidade reconhecida na cidade. Mais vida e uma atmosfera de acolhimento foram os resultados.


Fotos (depois): Vinicius Dall` Acqua

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PAISAGISMO

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Fotos: Doni Batista

As cores e flores da primavera N

a região noroeste do estado de São Paulo, a temperatura subiu. Estamos na primavera tropical, época do ano que o calor se intensifica, e as flores colorem as ruas, jardins e quintais. Muitas são as árvores que mostram sua florada nesta época, a mais conhecida é o ipê, que no final do inverno já chama a atenção com sua beleza e protuberância de suas flores. “A par r de junho já podemos encontrar ipês floridos. Dependendo das condições climá cas, esta florada se estende até outubro. Os ipês amarelos e roxos iniciam a temporada das flores, os ipês brancos, teoricamente, são os úl mos a florescerem, mas não é regra, pois com a natureza nada é regra fixa, existe interferência de temperatura, luminosidade e até po de solo. Concomitantemente observamos o inicio da florada dos jacarandás com sua floração lilás arroxeada, os guapuruvús no final de agosto com o amarelo escandaloso e as cássias grandis, em agosto, com uma florada delicada e toda rosada. Estas são as mais evidentes, mas os triplaris, bauhinias, callistemon, sapucaias, também estão em época de floração”, ensina a paisagista Flávia Seixas, da Verdeplan. De acordo com a especialista, algumas floradas são bastante rápidas, por isso é importante aproveitar as belezas naturais durante o período. Uma caracterís ca dos ipês é a perda total da folhagem para dar lugar as flores, que permanecem com a copa florida entre aproximadamente cinco e sete dias, com a cássias grandis acontece o mesmo. “A par r de outubro já podemos assis r o florescer dos flamboyants e

das cássias javanicas. E as paineiras fecham o ano, com as floradas em dezembro.” E tanta beleza que encanta aos olhos humanos também atraem a atenção de abelhas, em busca de pólen, assim como beija-flores. Após a florada vem a fru ficação, um atra vo a mais para grande número de pássaros. Mas antes de plantar qualquer uma dessas espécies, é preciso ter atenção e informação adequada. “É importante saber quanto ao diâmetro da copa quando a espécie es ver adulta e também o po de enraizamento. A copa de um ipê pode chegar a seis metros de diâmetro, as cássias rosas até 10 metros de diâmetro com enraizamento abundante. Os flamboyants precisam de no mínimo 12 metros livres para a copa e possuem caracterís ca de raiz superficial e muito agressiva”, orienta Flávia.

Cuidados Mesmo com tanta beleza que proporcionam aos olhos, a maioria das espécies de árvores que florescem, não exigem muitos cuidados para sua manutenção. “As árvores na vas como ipês, cássias, paineiras e jacarandás, são pouco exigentes quanto a cuidados e manutenções, são adaptadas a região, resistentes a pragas e doenças. Depois que seu plan o esta consolidado não precisam nem mesmo de regas constantes, elas se tornam independentes. Já as espécies exó cas como bauhinia rosa e callistemon são mais exigentes , necessitando de cuidados. Também são mais vulneráveis a pragas e doenças”, finaliza Flávia. 37


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ESPECIAL Fotos: divulgação

Edificações ganham Norma de Desempenho C onhecida popularmente como Norma de Desempenho de Edificações, a norma técnica ABNT NBR 15.575 começou a vigorar em julho, sendo a primeira regulamentação brasileira que associa a qualidade de produtos ao resultado que eles conferem ao consumidor, com instruções claras sobre como fazer essa avaliação. Até então, as normas da ABNT des nadas à construção civil eram relacionadas a produtos ou procedimentos específicos, agora determina as necessidades do usuário, que devem ser atendidas pelo edi cio inteiro, ou seja, sua atuação é sobre o desempenho do edi cio habitacional. Ela é formada por seis partes. Uma trata de requisitos gerais da obra e as outras cinco se referem aos sistemas que compõem o edi cio: estrutura, pisos, vedações ver cais, coberturas e sistemas hidrossanitários. Através da Norma ficam definidos os resultados a serem a ngidos pelos imóveis residenciais durante seu uso, criando uma linguagem padrão entre todos os agentes da cadeia imobiliária: proje stas, fabricantes, arquitetos, engenheiros, construtoras, incorporadoras e consumidores, pois cada um tem sua cota de responsabilidade, desde a fase de concepção do projeto, passando pela construção e chegando a manutenção. A função de cada sistema é definida pelos principais critérios de desempenho que ele tem que cumprir. Podemos citar como exemplo as vedações, que devem reduzir a temperatura ambiente em certo número de graus; já no tocante aos equipamentos sanitários, eles devem ser resistentes à ferrugem e a roedores. A Norma busca facilitar a compreensão do leitor, classificando de forma didá ca as exigências por funções, como desempenho estrutural, segurança no uso e na operação, segurança contra incêndio, funcionalidade e acessibilidade, desempenho térmico, desempenho acús co, estanqueidade à água e durabilidade.

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Idealizada a par r de um pedido da Caixa Econômica Federal, a Norma inicialmente foi concebida para atuar sobre edi cios residenciais de até cinco pavimentos, para guiar uma análise qualita va dos edi cios de interesse social. Porém, os conceitos tornaram-na bem mais abrangente. No final, a Norma de Desempenho pode ser aplicada a qualquer edi cio residencial, exceto nos requisitos influenciados pela altura. E isso vai impactar, de alguma forma, todas as novas construções de edi cios. É importante ressaltar que a todas as normas que já exis am para o setor, con nuam valendo e não entram em conflito. Acredita-se que as construtoras que já atendiam as regras anteriores não terão maiores problemas de adaptação. A principal mudança será para fabricantes e proje stas, que terão que fornecer informações detalhadas sobre o desempenho de seus produtos e projetos frente a diversas condições climá cas e de uso. A sociedade também será beneficiada, isso porque estão estabelecidos padrões mínimos de qualidade, baseados no desempenho e na durabilidade dos sistemas. Isso resulta em um mercado mais regulado, que leva segurança jurídica para os consumidores. Alguns especialistas acreditam que com a norma seja es mulado o desenvolvimento tecnológico e a inovação na produção de novas moradias. Embora não sejam leis, as normas técnicas têm força de lei e, o seu não cumprimento pode ser ques onado judicialmente.


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REVESTIMENTOS

Permeável ou impermeável? Qual o melhor piso para a área externa

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comum que as pessoas, ao construir ou reformar, pensem no interior do imóvel, e acabem não se preocupando com o po de piso que será usado na parte externa. Muitos profissionais da área acreditam que o ideal seria unir em um único produto as qualidades de an derrapante, facilidade de limpeza e não necessidade de manutenção frequente. Mas, na falta de um produto completo, existem várias opções que certamente se encaixam dentro do que você procura. “Hoje existe uma diversidade muito grande de pisos para áreas externas, porém os esmaltados, por serem mais baratos, são muito usados, e vendidos erroneamente ou sem orientação técnica”, alerta o arquiteto Kedson Barbero, que atua com soluções em arquitetura residencial, comercial e hospitalar. Por isso ele ensina que “antes da compra de qualquer po de piso, é importante consultar um profissional para orientação, tendo em vista que existem muitos pisos de baixa resistência, além de pisos que podem ser escorregadios quando molhados, o que comumente causa acidentes domés cos.” “Atualmente se usa de tudo: pedras naturais, porcelanato esmaltado imitando pedras, grama, placa cimen cia com maior ou menor permeabilidade, piso intertravado, reves mento cerâmico, entre outros”, completa o arquiteto Ricardo Zammarian, que atua também com interiores. Permeabilidade “Reservar uma área maior de verde para o

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piso do quintal é sempre um propósito de nosso trabalho. Infelizmente, nem todos os clientes tem esse desejo, seja por questões de manutenção, tempo, afinidade. E a decisão final é sempre do cliente. A legislação exige uma metragem mínima de área permeável, que pode variar de uma região para outra da cidade. Só a consulta às normas pode dizer o valor exato”, pontua Ricardo. “A grama deve ser u lizada quando queremos uma área permeável e ajardinada. Nestes casos, o piso deve ser usado nos caminhos, favorecendo o fluxo de pessoas”, completa Kedson. Outra opção é inves r em pisos que permitem a passagem da água, que acaba chegando ao solo. Os pisos porosos e parcialmente permeáveis podem ajudar na drenagem do solo urbano, mas não colaboram tanto para tornar o ambiente externos mais frescos e agradável. “Onde tem verde, tem água. E onde tem água no solo a temperatura tende a ser mais amena. Coisa cada vez mais importante, basta vermos as temperaturas que a ngimos neste início de primavera. Nossa cultura da assepsia total, da falta de tempo, aversão por trabalhos domés cos, como podar suas plantas e varrer o jardim ainda imprimem uma falsa imagem de ‘sujeira’ às folhas caídas das árvores. Enquanto isso acontece, os pisos totalmente reves dos e impermeabilizados serão regra, infelizmente”, conclui Ricardo Zammarian. “Os pisos drenantes, que favorecem a permeabilidade do solo, são feitos de uma composição de pedriscos naturais e já existem várias marcas no mercado”, finaliza Kedson Barbero.

Um caminho


Fotos: Divulgação Conte Pisos

Saiba o que avaliar antes de escolher o piso para a área externa: * pra cidade na manutenção (pra cidade é um conceito que pode variar dependendo doenvolvimento direto do proprietário com o trabalho ou sua execução por funcionários); * aspereza rela va (um piso sujeito a intempéries não pode ser liso e escorregadio); * pisos esmaltados são os menos indicados; * os mais indicados são os pisos an derrapantes. Também podem ser usadas as pedras naturais; * avalie a resistência quanto a dilatação térmica, afinal moramos em um região de altas temperaturas; * para áreas de garagem escolha peças com alta resistência mecânica, pois é onde existe maior esforço e desgaste; * com relação à propriedade an derrapante há uma classificação nos pisos, chamada coeficiente de atrito (CA), que vem descrito na embalagem; * sempre que possível, alie facilidade de limpeza, resistência e esté ca.

para o verde

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VITRINE

Pode molhar à vontade!

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n derrapantes e duravéis, estes pisos dão segurança e embelezam a área externa.

CASTELATTO - Atérmica Fendi, encontrado nos tamanhos 50x50, 50x75, 75x75, 100x100, 50x100. Casa dos Constutores

DELFAVERO - Mesclado, Envelho 14,5x14,5 e Envelho negro 20x20 Mesclado Envelho 14,5x30 14,5x14,5

Cjô RevesƟmentos

VILLAGRES - Coleções Stone Age Acapulco Cinza Light 60x60; Rupestre Noce 50x50, BizanƟno Bege 60x60. Casa dos Construtores

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ELIANE, Buxy RE 59x59cm Rio Preto RevesƟmentos

GARDENIA ORCHIDEA - Absolute Stone 60x60. Artcon Pisos e RevesƟmentos

ELIANE, Aveiro CoƩo RE 60x60cm Silva & Silva

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DICAS Fotos: Divulgação

PAGINAÇÃO A arte de encaixe dos pisos

É

chamada de paginação de ambientes o trabalho que visa a melhor maneira de encaixar pisos, para o mizar o uso de materiais, prever a quan dade que deve ser adquirida para evitar desperdício, além de deixar o ambiente com o acabamento perfeito. As paginações mais comuns são espinha de peixe, amarração, escama de peixe e dama. “Elas recebem esses nomes para ilustrar, devido a semelhança de paginação que apresentam com o desenho original, da escama de peixe, por exemplo. Já na amarração, as peças se dispõem de maneira entrelaçadas. Na dama, nor-

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malmente são peças retangulares, trabalhadas em sen dos diferentes, dando a ideia de um tabuleiro de dama, não necessariamente possuem cores diferentes”, explica a arquiteta da Casa dos Construtores, Ka a Bacchi. “Atualmente, com a vinda dos grandes formatos (1,20x1,20, 1,50x3,00) estas paginações não são tão comuns, porém, para assentamento de pequenos formatos, elas caem bem”, completa Anne Katharine, consultora de ambientes da Art&Con Acabamentos. O formato do piso é o que define a paginação correta. Assim como o espaço a ser assentado e a estampa do material. As paginações escama de peixe e dama geralmente são usadas em áreas externas, com peças de formato retangular e pequeno. A amarração normalmente é usada em peças que reproduzem madeira, para lembrar a forma de assentamento do assoalho. Antes de escolher a paginação correta, deve-se levar em consideração: o local, po de piso, e a ambientação em que ele será inserido. “Primeiro se escolhe o piso, depois o po de paginação, pois o mercado oferece uma grande gama de materiais, formatos e tamanhos diferentes, possibilitando diversas criações”, destaca Anne. “A paginação também depende do gosto do cliente. Atualmente usamos paginações com linhas retas e sem muitos detalhes, proporcionando um ambiente mais clean”, pontua Ká a. Quando a paginação não é feita corretamente um dos prejuízos comuns é a perda de material. Também pode acontecer de faltar material, o que acarreta atraso da obra. Além disso, tem a questão do resultado esté co, especialmente se o produto ver alguma estampa, exigindo o bom encaixe para ter o efeito esperado. Antes de comprar o produto e definir a paginação, busque orientação com profissionais.


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São paginações: Amarração Considerada uma paginação tradicional, os pisos são instalados em linha reta, mas de forma assimétrica. Quando feita na ver cal, garante profundidade aos cômodos.

Dama É uma das mais diferenciadas, e também mais simples de serem feitas. Muito usadas para tacos, consiste em assentá-los ora em pé, ora deitados.

Espinha de peixe Feita com pisos em formato retangular, sendo que o encontro das peças formam a letra “V”. Para esse po de paginação é necessário calcular 10% de perda do piso.

Escama de peixe Semelhante à “espinha de peixe”, mas o encontro das peças forma um ângulo de 90º.

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PROJETO Ana Marie Bazze

Residência em São José do Rio Preto -SP

Pequena e funcional

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E 1,2,3, 4 - Fachadas frontais

stes projetos de casas populares de 2 e 3 dormitórios foram desenvolvidos para atender diversos bairros em cidades disntas. Eles primam pela o mização do espaço e integração ao verde, com confortável iluminação e ven lação naturais, podendo ser ampliadas conforme a necessidade.

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1 - ESTAR 2 - JANTAR 3 - COZINHA 4 - LAV. DESCOBERTA 5 - CIRCULAÇÃO 6 - DORMITÓRIO 7 - DORMITÓRIO 8 - BANHO

Planta 1 1 - ESTAR 2 - JANTAR 3 - COZINHA 4 - LAV. DESCOBERTA 5 - CIRCULAÇÃO 6 - DORMITÓRIO 7 - DORMITÓRIO 8 - BANHO 9 - DORMITÓRIO 10 - BANHO

DADOS DA OBRA

Planta 2

Fachada 54

ÁREA DE CONSTRUÇÃO PLANTA 1- 54,14 m² PLANTA 2- 65,77m² ARQUITETURA ANA MARIE BAZZETTI


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PATRIMÔNIO HISTÓRICO

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“Mas de tudo fica um pouco. Da ponte bombardeada, de duas folhas de grama, do maço ― vazio ― de cigarros, ficou um pouco. Pois de tudo fica um pouco. Fica um pouco de teu queixo no queixo de tua filha. De teu áspero silêncio um pouco ficou, um pouco nos muros zangados, nas folhas, mudas, que sobem.” Parte do poema Resíduo, de Carlos Drummond de Andrade

Para onde estamos

progredindo? O

s resíduos sólidos da construção civil, gerados por construções, demolições, reformas, ampliações e adequações, sem um planejamento em sua des nação, podem acarretar impactos de di cil solução a curto e médio prazos. Consequentemente, rios são assoreados e obstruídos em seu percurso natural, APPs (Áreas de Preservação Permanentes) ficam comprome das, vias e terrenos vazios acumulam lixo e doenças. Esse é o cenário com o qual nos deparamos todos os dias em nosso espaço de convivência, a urbe. É nesse cenário que nós, profissionais da área da construção civil, atuamos e fazemos nossas escolhas. Faz parte da cultura e da natureza humana interferir na paisagem. Uma proposta de paisagem construída que envolve o trabalho intelectual e braçal de varias pessoas, recursos naturais, energia, história, referência, memória, afe vidade... em poucos minutos vira entulho. Não temos como enviar o que virou entulho para outro planeta, ou melhor, para longe de nós mesmos. Esse planeta frágil e finito tem o processo ecológico fraturado todos os dias, por ações impensadas e imedia stas. Todo esse discurso sobre ecologia parece novo, mas essa consciência para manter o equilíbrio é muito an ga e respeitada pelos mais sábios cien stas. Está sendo resgatada pouco a pouco com a observação da natureza, das an gas tecnologias que respeitam o meio ambiente, de elementos da

arquitetura vernacular, reciclagens e novas tecnologias que reduzem o impacto ambiental. Todos os dias nós transformamos a paisagem onde vivemos, mas ao contrario do que muitas vezes acreditamos, a definição de progresso não esta ligada a qualidade de vida. Em nome do “deus progresso”, se pactua com as mais diversas atrocidades. Áreas verdes são subs tuídas por materiais agressivos que poluem, dirigem e impedem o pleno uso dos espaços. O progresso tem sido apresentado como o dinheiro rápido, imediato, sem pensar muito, sem planejar nada. Quando propostas de preservação, restauração e conservação das paisagens naturais e construídas, são colocadas como processos naturais de manutenção do equilíbrio, são rapidamente taxadas de conversas estapafúrdias, que tem como intenção barrar o progresso. Resta saber para onde estamos “progredindo”! Apesar de tudo isso, ainda insis mos na ideia de um lugar melhor. Onde se respeita a história das pessoas e se promove o encontro com qualidade. Por isso a insistência na preservação do patrimônio natural e construído, que dentro de um projeto bem elaborado pode ser sustentável e colocar em movimento com sua própria historia e importância, em tempo, no espaço sico, a vida no planeta. MARTHA ALVES FERREIRA, arquiteta e sócia no escritório “1922” especializado em retrofit e retauração 57


CLASSIFICADOS

ANUNCIE 17 3353-2556 3033-3030

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*O Classificados Obras & Dicas não realiza nenhuma operação comercial, todos os dados aqui anunciado são de inteira responsabilidade do anunciante. A relação jurídica estabelecida em qualquer negociação é única e exclusivamente entre anunciante e comprador e se regerá pelo contrato firmado entre estes e a legislação em vigor. Bem como não responde pelo conteúdo dos anúncios, que são de inteira responsabilidade dos anunciantes.


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Social

Novidades

S

etor da construção civil em franco crescimento, exposições e palestras de importantes nomes do design mundial e arquitetos em incessante busca por aprimoramento profissinal. As fotos mostram um pouco dos eventos que têm acontecido em Rio Preto: a posse da nova diretoria da Acomac e a festa de confraternização de 11 anos da Associação; o BoomRioPretoDesign, com Beto Cocenza e demais realizadores e palestrantes; o grupo arquitetospontocomação e as palestras do dr. Marcelo Henrique, sobre contratos, e o prof. Agos nho Brandi, sobre Ugolino Ugolini, o primeiro urbanizador de Rio Preto.

1. Marcos Napolitano e José Cedeira Pardo. 2. José Luiz Genari, Fabiano Pinesso, Sheila KaƟa Chagas. 3. Diretoria da ACOMAC Fotos: Divulgação

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8. Ana CrisƟna Jalles Guimarães e Beto Cocenza. 9. Arq. Guilherme Torres. 10. Luis Pons. 11. Beto Cocenza e os palestrantes do BOOMRIOPRETODESIGN 2013. 12. O arq. Fábio Galeazzo. 13. Beto e Suzi Cocenza com os filhos. Fotos: Ricardo Boni

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Ilda Vilela Por

3 4. Olavo e Dácio Bernades. 5. Cássia C. Vecchi. 6. Milton de Carvalho, Marcos A. Napolitano e Divino L. Rechi. 7. Onório Norio Kobayashi, Dair Ap. Geromini, José Augusto da Silva, Luis Fernando Biasi, João Adolfo Fumis, Mario Danilo Eugênio. 7

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13 14. Arquitetos Sacha Lopes e Kedson Barbero. 15. Dr. Marcelo Henrique. 16. Professor AgosƟnho Brandi. 17. Arq. Ricardo Zammarian. 18. Arq. Mara de Faria. 17. arquitetospontocomação Fotos: Ricardo Zammarian e Doni BaƟsta

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CRÔNICA

Abrasasas Por Denise Farina Arquiteta e urbanista

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“Califórnia Brasileira”. Assim era como chamavam nossa região na época em que ele decidiu morar em Rio Preto. Da janela do seu apartamento (onde ele passava horas) dava para ver a região norte da cidade, cheia de verde, longe... Da área de serviço, o centro e sua Catedral horrorosa. Aquela catedral o incomodava. Caminhar com tranquilidade pelo bairro era o máximo para um cara recém saído da capital do Estado. Calçadas, gente, bons dias, padarias com seus donos gordinhos, mais gente, boas tardes. Carro para quê? O gostoso era poder cumprimentar as pessoas, andar tranquilamente e admirar o casario an go do bairro, intacto. Havia uma em par cular que o encantava. Da janela com cor na clarinha, à noite, com a luz preguiçosa do abajur, dava para ver uma sala cheia de livros na estante, quadros e máscaras na parede, arrumados de forma deliciosamente displicente. Muitos anos depois ele soube de quem era a casa... ele foi vizinho de Dinorath do Valle e não sabia. Quanto encantamento devia haver naquela sala! Pois bem, havia também a presença escaldante do sol do meio dia, quando ainda tudo nha um silêncio preguiçoso, como na música do Caetano Veloso “..dorme o sol à flor do Chico, meio dia... tudo esbarra, embriagado de seu lume...” E nha as andorinhas no final da tarde. E Volpato e seu filme. E a Swi , tão linda e majestosa, como que surgida no meio das águas da represa, recebendo a visita de Lina Bo Bardi para transformá-la num Centro Cultural. E a co-

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ragem de Pedro Ganga e sua trupe, a lhe impedir a demolição... Às vezes, à noite, o cinema ao ar livre, com suas caixinhas toscas de som penduradas no vidro do carro e as madrugadas, ah, as madrugadas... O cheiro que o interior começava a exalar lá pela uma da manhã deveria ser engarrafado para que toda criança pudesse um dia sen -lo. O po de cheiro que só quem ama consegue sen r. Era isso: as madrugadas nham cheiro de amor e liberdade! E do amor vieram os filhos. E com os filhos a necessidade da casa. E com a casa, a necessidade de um lugar tranquilo para as bicicletas e as bolas de gude na rua. O que nunca aconteceu. O Mário Bros não deixou. Pois a cidade cresceu, os filhos cresceram,o trânsito aumentou e passou a ser prioridade na cidade por onde ele andava. Mul plicaram-se os muros fechados e andar à pé tornou-se uma obrigação saudável, numa represa pasteurizada, cheia de bons dias sem graça... A padaria agora ficou longe. Ele pega o carro para ir até lá, onde o dono nem aparece e quem lhe cumprimenta é o sorriso forçado do atendente em treinamento, feito por um RH qualquer. Da janela da sua casa, num condomínio que lhe dá um ranço feudal, ele não vê mais a Região Norte (que agora tem um shopping próprio!), mas um muro no recuo obrigatório de dois metros. Aí, ele pensa no cheiro que sen a nas madrugadas. Pensa só um pouquinho, porque seu dedo aperta o botão do controle remoto e ele muda de canal, acreditando estar seguro e feliz.


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