Anuário Br A sileiro dos
setores
2022 2022 e de
Uma radiografia do setor Têxtil e de Confecção
Nós, da revista O Confeccionista, sempre buscamos contribuir com o mercado Têxtil e de Confecção, levando informações importantes para que esses setores possam analisar de maneira mais assertiva e tomar as melhores decisões para suas empresas.
Acreditamos que seria muito importante ter referências oficiais, ou seja, dados confiáveis, que mostram no mínimo o que ocorreu nos últimos 10 anos, com gráficos que facilitam a visualização de como esses setores se comportaram nesse período.
Algumas pesquisas relativas ao ano de 2022 ainda não foram publicadas pois são finalizadas mais próximo do meio do ano, por isso, publicamos os dados mais atuais como referências.
Foi um trabalho de muita pesquisa onde tivemos a parceria inestimável da FGV IBRE, CNI, APEX e IBGE.
Gostaríamos de agradecer particularmente à parceria firmada com a Fundação Getúlio Vargas IBRE que muito nos auxiliou nessa empreitada.
Esperamos que você, leitor, tire o máximo de proveito das informações aqui contidas e guarde essa edição, pois ela pode servir de comparação com os Anuários de anos futuros.
Tenha uma ótima leitura e faça grandes negócios.
Um abraço.
Júlio César Mello Diretor-executivo juliocesar@oconfeccionista.com.brconfeccionista
Ano XIII – Número 53 – jan/fev/mar 2023
12 DADOs DA CONfEDERAçãO
NACIONAl DA INDústRIA (CNI) sObRE A INDústRIA têXtIl E DE CONfECçãO
38 DADOs DIsPONIbIlIzADOs PElO PRODutO fGV DADOs, OfERECIDO PElO
INstItutO bRAsIlEIRO DE ECONOMIA (fGV IbRE)
56 fEbRAtEX - EDIçãO REGIstRA
ECONOMIA hIstóRICA
60 futuREPRINt - MARCAs GlObAIs E CORREDOREs ChEIOs
64 AGREstE tEX – fEIRA INOVA EM sOluçõEs tECNOlóGICAs E AMbIENtAIs
confeccionista
Diretor-Geral - Júlio César Mello juliocesar@oconfeccionista.com.br
Diretora de Relações com o Mercado
Bernadete Pelosini bernadete@oconfeccionista.com.br
Mídias On-line
Juliane Pelosini
Editora: Aurora Ayres editora@oconfeccionista.com.br
Arte - YOU Comunicações you@youcomunicacoes.com.br
66 ARtIGO EXClusIVO DE fERNANDO PIMENtEl, PREsIDENtE DA AssOCIAçãO
bRAsIlEIRA DA INDústRIA têXtIl E DE CONfECçãO
Internet - Mulisharafael@mulisha.com.br Publicidade comercial@oconfeccionista.com.br
Distribuição Nacional
O Confeccionista é uma publicação trimestral da Julio Guimarães Negócios e Publicidade, distribuída aos empresários da indústria de confecção. É vedada a reprodução total ou em
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Setor segue forte
Com mais de 200 anos no país, a indústria têxtil e de confecções e vestuário, tem grande importância na economia brasileira, por ser um forte gerador de empregos, com grande volume de produção e exportações crescentes. Extremamente expressivo no mercado internacional, o setor posiciona-se entre um dos mais fortes e lucrativos, mesmo em períodos de crise. Nesse sentido, o Brasil está em quinto lugar na produção mundial de têxteis.
As exportações estão crescendo, mas ainda há um déficit na balança comercial. Segundo a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX), o total exportado pelo Brasil no ano de 2022 é de USD$ 303,3 milhões de dólares no setor de tecidos e de USD$ 186,7 milhões de dólares em vestuário.
A produção poderá crescer 0,9 por cento (em 2022 houve queda de 7,5 percentuais); as vendas internas tendem a subir 1,1 por cento (em 2022 foram de 2,2 percentuais); a importação, assim como a exportação poderá subir, mas segundo o presidente da Abit - Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção, Fernando Pimentel, estarão ambas condicionadas ao que vier em relação à política econômica adotada pelo novo governo.
Um abraço.
Aurora Ayres Editora editora@oconfeccionista.com.brindústria Têxtil e de Confecção
Setor central na atividade econômica brasileira, a Indústria da Transformação tem como principal objetivo não só classificar os sistemas de produção que se transformam em outros elementos – uma matéria-prima em bem, mas também fortalecer a economia do mundo.
Empresas que possuem atividades de transformação física, química e biológica de materiais, substâncias e componentes para obtenção de novos produtos fazem parte da indústria da transformação.
Produtos têxteis
A indústria têxtil, uma das maiores do mundo e reconhecida por ser bastante diversificada tem, como objetivo, a transformação de fibras em fios, de fios em tecidos e de tecidos em peças de vestuário. Com uma história de 200 anos no país, esse é um dos mais importantes setores econômicos do Brasil, fundamental para a geração de emprego e renda. Ele impacta diretamente no PIB nacional, além de contar com uma rede extensa de empresas que atuam em torno dessa indústria, como produtoras de fibras, tecelagem e confecção.
Produção
A participação da indústria têxtil no PIB da indústria de transformação em 2020 foi de 0,86%.
PRODutO INtERNO bRutO - PIb (em milhões de R$, valores correntes)
Dados de 2020 registram R$ 12.780 milhões, número bem menor do que o de 2019, de R$ 16.802 milhões.
EstAbElECIMENtOs fORMAIs (número, em unidades)
Em 2021, foram registrados 9.196 estabelecimentos formais no setor de produção têxtil; um pequeno crescimento se comparado a 2020, que foi de 8.714 estabelecimentos.
PARtICIPAçãO NOs EstAbElECIMENtOs
fORMAIs DA INDústRIA (%)
Em 2021, a participação nos estabelecimentos formais da indústria foi de 1,88%, quase equiparado ao ano anterior, de 1,86.
Mercado de Trabalho
A indústria têxtil contribui com 2,58% em relação ao número de empregados formais.
PARtICIPAçãO DE EMPREGADOs fORMAIs (número, em unidades)
Em 2021, o número de empregados formais no setor de produtos têxteis foi de 266.620, enquanto que no ano anterior foi de 251.830.
PARtICIPAçãO NO EMPREGO fORMAl DA INDústRIA (%)
Nos últimos três anos, a participação no emprego formal da indústria têxtil se manteve em torno de 2,6%. Dados de 2021 registram uma participação de 2,58% e de 2020, 2,6%.
sAlÁRIO MÉDIO (R$ mensal, valores correntes)
Em 2021, a média salarial do empregado na indústria têxtil foi de R$ 2.203,13, maior do que os R$ 1.948,91 do ano anterior.
Comércio Exterior
A participação da indústria têxtil nas exportações de bens da indústria de transformação é de 0,31%.
EXPORtAçãO DE bENs (em milhões de US$, valores correntes)
Em 2021, as exportações de produtos têxteis atingiram a marca de US$ 743,82 milhões, número bem maior do que o registrado em 2020, que foi de US$ 664,92.
Nos últimos dez anos, a participação nas exportações de bens da indústria tem registrado números baixos se comparado ao começo da década de 2000. Em 2021, registrou apenas 0,33%.
COEfICIENtE DE INsuMOs INDustRIAIs IMPORtADOs (preços constantes %)
Nos últimos anos, o coeficiente de insumos industriais importados tem aumentado pouco a pouco. Em 2020, ficou em 28,1% e em 2021, ficou em 30,5%.
COEfICIENtE DE EXPORtAçõEs lÍQuIDAs
(preços constantes - %)
O coeficiente de exportações líquidas vem caindo ao longo dos anos, conforme gráfico abaixo.
VestuÁrio e ACessÓrios
O setor de Vestuário e Acessórios emprega atualmente mais de 477 mil pessoas e praticamente toda a produção (99%) é destinada ao consumo interno. Em 2019, o setor investiu R$ 107 milhões em Pesquisa e Desenvolvimento e arrecadou mais de R$ 3,3 bilhões em tributos federais em 2020. A participação do setor no PIB industrial brasileiro é de 2%. (Dados de Dez/2022)
Produção
A participação da indústria da transformação no PIB da indústria é de 55,4%. Veja os números nos gráficos seguintes:
PRODutO INtERNO bRutO - PIb (em milhões de R$, valores correntes)
Dados de 2020 registram R$ 24.071 milhões, número menor do que o registrado em 2019, de R$ 27.651 milhões.
PARtICIPAçãO NO PIb DA INDústRIA (%)
A participação do setor de vestuário e acessórios no PIB da indústria, que vinha aumentando paulatinamente até 2019, registrou uma queda em 2020.
EstAbElECIMENtOs fORMAIs (número, em unidades)
Em 2021, foram registrados 38.088 estabelecimentos formais no setor de vestuário e acessórios; um pequeno crescimento se comparado a 2020, que foi de 36.962 estabelecimentos.
PARtICIPAçãO NOs EstAbElECIMENtOs
fORMAIs DA INDústRIA (%)
Em 2021, a participação nos estabelecimentos formais da indústria foi de 7,77%, enquanto que no ano anterior foi de 7,9%.
Mercado de Trabalho
EMPREGADOs fORMAIs (números, em unidades)
Em 2021, o número de empregados formais no setor de vestuário e acessórios foi de 523.039, maior do que no ano anterior, quando registrou 477.239 empregados formais.
PARtICIPAçãO NO EMPREGO fORMAl DA INDústRIA (%)
Dados de 2021 apontam que a participação no emprego formal da indústria foi de 5,06%, maior do que no ano anterior, que foi de 4,93%.
sAlÁRIO MÉDIO (R$ mensal, valores
correntes)
Em 2021, a média salarial do empregado no setor de vestuário e acessórios foi de R$ 1.656,93, maior do que os R$ 1.473,20 do ano anterior.
Comércio Exterior
A participação da indústria de transformação nas exportações de bens da indústria é de 64,3%. Veja os números nos gráficos seguintes:
EXPORtAçãO DE bENs (em milhões de US$, valores correntes)
Em 2021, as exportações atingiram a marca de US$162,53 milhões, número bem maior do que o registrado em 2020, que foi de US$ 115,78.
Nos últimos dez anos, a participação nas exportações de bens da indústria tem registrado números baixos se comparado ao começo da década de 2000. Em 2020 e em 2021, registrou apenas 0,07%.
COEfICIENtE DE INsuMOs INDustRIAIs IMPORtADOs (preços constantes %)
Nos últimos anos, o coeficiente de insumos industriais importados tem aumentado pouco a pouco. Em 2020, ficou em 20,9% e em 2021, ficou em 22,2%.
COEfICIENtE DE EXPORtAçõEs lÍQuIDAs (preços constantes - %)
Tanto em 2020 quanto em 2021, o coeficiente de exportações líquidas no setor de vestuário e acessórios registrou -8,5%.
Parceria a favor da informação
A revista O Confeccionista e o FGv IBRE firmaram uma parceria para levar ao setor Têxtil e de Confecção informações que servem de referência para toda a economia, como o IPCA e o IPC segmentados para esses setores.
“Os dados abaixo foram disponibilizados pelo produto FGV Dados, oferecido pelo Instituto Brasileiro de Economia (FGV IBRE). A estrutura de coleta do FGV IBRE gera diversos indicadores, como o IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado), o INCC (Índice Nacional de Custos da Construção) e muitos outros específicos e desagregados para a área de atuação da sua empresa, que são componentes do IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) e do IPC (Índice de Preços ao Consumidor).
IPA- Índice de Preços ao Produtor Amplo IPC- Índice de Preços ao Consumidor.
Nro Índice - Valor de partida para se ter como referência.
A variação em 12 meses no mês de Dezembro é igual à variação do ano.
Produtos Têxteis
Artigos de Vestuário
Vestuário
Roupas Masculinas
Roupas Femininas
Roupas Infantis
Roupas de cama, mesa e banho
Artigos de decoração
Cintos e Bolsas
Serviços de Confecção
- % 12
Calçados
Os dados acima foram disponibilizados pela FGV Dados, oferecido pelo Instituto Brasileiro de Economia (FGV IBRE)
A estrutura de coleta do FGV IBRE gera diversos indicadores, como o IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado), o INCC (Índice Nacional de Custos da Construção) e muitos outros específicos e desagregados para a área de atuação da sua empresa, que são componentes do IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) e do IPC (Índice de Preços ao Consumidor).
Febratex
registra mais de 56mil visitantes nos quatro dias de evento
Considerada a maior edição de todos os tempos, a feira registrou economia histórica em Blumenau (SC); edição de 2024 já está confirmada
A17ª edição da Febratex - Feira Brasileira para a Indústria Têxtil e de Confecção, que aconteceu entre os dias 23 e 26 de agosto de 2022, em Blumenau (SC), registrou número recorde de público e de geração em negócios. Foram mais de 56 mil visitantes nos quatro dias de evento, que ocorreu no Parque Vila Germânica. O Febratex Group, organizador da feira, estima que foram gerados investimentos na ordem de mais de R$ 2,5 bilhões. A próxima edição da Febratex ocorre de 20 a 23 de agosto de 2024.
Considerada a maior e melhor feira das Américas para a indústria têxtil e de confecção, a Febratex 2022 reuniu mais de 2 mil marcas em 440 estandes, que ocuparam uma área total de 35.000 m² distribuídas em 7 setores. De acordo com Hélvio Pompeo Madeira Júnior, diretor de comunicação do Febratex Group, esta edição superou todas as expectativas. “Estamos muito felizes com os resultados, geração de networking e novidades apresentadas às empresas têxteis”, diz.
Organizadores calculam que foram gerados investimentos na ordem de mais de R$ 2,5 bilhões
Um dos sucessos da feira foi a presença de marcas internacionais no evento, diretamente da Turquia, Portugal, Itália, Índia, Emirados Árabe, Argentina, Suécia, China, Suíça e Alemanha. “Um dos pontos fortes é a internacionalização da feira, que extrapola os limites das Américas e recebe expositores internacionais interessados em fazer negócios com o Brasil”, comenta Pompeo.
Febratex
sustentabilidade e economia circular
Neste ano, um dos temas em evidência trazidos pela indústria têxtil foi a sustentabilidade, com novidades focadas em economia circular, consumo consciente, diminuição de resíduos e produtos como fibras produzidas a partir de garrafas pet. Além dos estandes das empresas, o público pode participar do Febratex Conecta, evento internacional que apresentou soluções inovadoras e sustentáveis para toda a cadeia produtiva da indústria têxtil e de moda brasileira; da mostra de soluções sustentáveis e inovadoras, apresentadas por empresas nacionais e internacionais; e da exposição Green Circle, promovida pelo Citeve, Centro Tecnológico de Portugal.
A Conferência Febratex promoveu três dias de palestras com conteúdo dos expositores do evento. Os visitantes também puderam acompanhar um Preview do Febratex Summit, em um dia de conteúdos exclusivos. Esta edição também contou com o Startup Corner, um espaço que nasceu na 1ª edição do Febratex Summit, em
2019, com o objetivo de promover soluções de inovação para a indústria da moda brasileira, que contou com a presença de 16 startups.
De Portugal para o brasil
Com foco na internacionalização da indústria têxtil portuguesa, o FROM Portugal é um movimento que atua para impulsionar as marcas e empresas ao redor do mundo. Neste ano, o movimento participa pela primeira vez do evento brasileiro no espaço Febratex Conecta (mezanino, no Setor 3), área que também é dedicada aos expositores estrangeiros.
O movimento é capitaneado pelo Citeve, organizado por empresas privadas e sem fins lucrativos, em parceria com associação seletiva moda e apoiada pelos fundos do Portugal 2020, e que oferece aos empreendedores da área têxtil suporte em diversos setores, investindo na evolução do segmento têxtil em Portugal. Ana Tavares, responsável pela agenda de sustentabilidade do centro, afirma que o Centro Tecnológico trouxe cerca de 45 empresas para a Febratex.
Atrações interativas deram um tom positivo à feira
Corredores cheios e público qualificado confirmam o evento como o mais importante para os setores de serigrafia, sign, sublimação e impressão digital têxtil
futurePrint supera expectativas de expositores e visitantes A
mais completa feira de tecnologias e soluções para os mercados de serigrafia, impressão digital e comunicação visual, a FuturePrint - realizda de 20 a 23 de julho de 2022, no Expo Center Norte, em São Paulo (SP), superou as expectativas dos visitantes e dos expositores, em seu retorno ao presencial. As atrações interativas com o público, o expressivo número de visitantes qualificados com intenção de compra e o volume de negócios deram um tom positivo ao evento.
Em quatro dias de feira, mais de 40 mil pessoas puderam conferir atrações como o Serigrafia em Ação, o Sublimação em Ação, o Circuito de Impressão Digital Têxtil, a Sala de Crédito e o Sebrae Móvel, além dos fóruns FuturePrint e Future Têxtil.
A diretora do evento, Liliane Bortoluci, destacou que apesar das dificuldades enfrentadas durante a pandemia, os mercados que a feira representa demonstraram sua força e o cenário positivo que tem por vir daqui pra frente. “Ano com Copa do Mundo e Eleição promete ser muito positivo e de retomada do setor”, almeja.
bons negócios
“A FuturePrint sempre foi de extrema importância e continua muito relevante. Mesmo com os acontecimentos cada vez mais digitais, o brasileiro precisa ainda desse contato próximo, ele quer conhecer de perto as soluções e conversar com fornecedores. A excelente reputação do evento faz a diferença, não só sob o prisma institucional, mas também para gerar e estimular os negócios”, destacou o presidente da Roland DG no Brasil, Anderson Clayton.
O gerente comercial da Wiprime, Marcelo Tanaka, ressaltou que, diferente das outras feiras do setor, na FuturePrint as pessoas vieram mais focadas em fechar negócio. “Dos equipamentos que nós trouxemos pra expor, a maior parte foi comercializada. A volta ao presencial nos surpreendeu positivamente, com um público pronto para fazer parcerias e comprar”.
“Sensacional” foi o termo utilizado pelo gerente Nacional de Vendas da Serilon, Geverson Freitas, empresa distribuidora autorizada da HP no Brasil. “Todos estavam esperando o grande retorno da feira, porque é a melhor do segmento. Para nós foi sensacional, muitos negócios fechados desde o primeiro dia, com a presença de decisores, empresas de outros estados”.
O gerente de marketing da Gênesis, Leonardo Ishii, falou sobre a percepção para a empresa, que além de expositora também participou das atrações “Serigrafia e Ação” e “Sublimação em Ação”, que segundo ele teve os seus dias lotados, com muita gente procurando conhecimento.
“O conceito do projeto deu muito certo, que foi o de trazer empresas unidas, mesmo sendo concorrentes, para disponibilizar conhecimento para o público, principalmente as novidades. Como estávamos há dois anos sem feira, ‘acumulamos’ algumas novidades e lançamos tudo na feira”. Ishii acrescenta ainda que percebeu a vinda de muitas pessoas de fora de São Paulo em busca de inovação, negócios e networking.
futurePrint 2023: contagem regressiva
A FuturePrint 2023 já está em contagem regressiva para a sua realização. Segundo Liliane, a próxima edição contará com ainda mais novidades, lançamentos e astral positivo. “Definitivamente ‘viramos a página’ e estamos em um mundo mais estável. Vamos trazer máquinas cada vez mais precisas, as mais atuais tecnologias e atrações ainda melhores. Nosso objetivo é o de oferecer sempre os principais lançamentos e novidades. A FuturePrint tem o que há de melhor no mundo, com marcas globais e não perde em nada para nenhuma feira do exterior”, afirma.
Agreste tex movimenta R$ 300 milhões no segundo maior polo têxtil do país
Quinta edição do evento registra a visita de cerca 7 mil pessoas no Pavilhão do Polo Comercial de Caruaru, em Pernambuco
Resultados positivos marcaram a Agreste TEX 2022 tanto em número de visitantes, quanto em faturamento e prospecção de negócios. Em quatro dias de feira, aproximadamente 7 mil pessoas percorreram os 80 estandes instalados no pavilhão do Polo Caruaru, em Pernambuco. A feira trouxe diversas novidades em ma-
quinário, aviamentos e soluções tecnológicas e ambientais relacionadas à indústria têxtil e de confecções. Ao todo, mais de 300 marcas estiveram presentes na quinta edição do evento, realizada no período de 29 de março a 1º de abril de 2022.
Depois de três anos suspensa, o diretor-presidente do Febratex Group – empresa organizadora do maior
evento têxtil do agreste pernambucano -, Hélvio Pompeo Madeira, ressalta que a edição de 2024 já está confirmada e que a feira será ainda maior, com mais 1.200 m² de estandes e novidades.
“Esse retorno do presencial foi importante porque as pessoas começaram a ter aquela situação de ‘estamos aqui, queremos vencer e vamos vencer’. Todo esse trabalho que tivemos durante a pandemia tem um resultado percebido pelo próprio expositor que investiu, que acreditou e diz que valeu a pena vir para Caruaru”, comemora Pompeo Madeira.
O mercado têxtil do agreste pernambucano movimenta R$ 4 bilhões por ano e produz cerca de 800 milhões de peças – sendo um segmento de destaque para a economia regional e nacional. “Estamos saindo daqui com uma feira renovada, com a garantia de um novo evento em 2024. São ideias novas, novas concepções e conteúdos. É um mercado grandioso. Valeu a pena esperar. Entramos com o pé direito em 2022, e seguiremos em 2023 e 2024”, almeja.
A presidente da Associação Comercial de Caruaru (Acic), Ivânia Porto, destaca a importância da feira para a região. “A contribuição da Agreste TEX para o desenvolvimento da nossa região tem sido cada vez mais valiosa a cada edição, justamente por trazer para os empresários locais as atualizações em termos de equipamento e de informação, que impulsionam a moda mundo afora”, explica. Ela ressalta que para a associação, que representa 1.600 empresas locais, participar da promoção e da realização do evento junto com o Febratex Group é uma “soma de esforços e expertises em favorecimento da produção local e dos atores que fazem do agreste o segundo maior polo têxtil do Brasil”.
lançamentos e palestras
Além dos lançamentos trazidos pelas empresas e apresentados nos estandes, a Agreste TEX 2022 também contou com uma agenda de 26 palestras e debates sobre diferentes temas – desde tendências de moda e cores a questões de conservação ambiental, gestão empresarial e inovação.
O evento também se destacou por dar visibilidade a empresas iniciantes e inovadoras – no Startup Corner, onde 15 negócios criativos tiveram a oportunidade de se apresentar ao público especializado.
“A proposta é trazer inovação para a indústria têxtil, um setor bastante tradicional. Queremos unir gerações e mostrar que é possível trazer soluções criativas para o momento que a indústria nacional enfrenta. É difícil
falar de um único modelo de indústria têxtil no Brasil. São muitos ‘Brasis” e cada um tem um potencial de crescimento e de inovação enorme. É preciso trazer valor a essa cadeia produtiva e esse valor vem da educação, da inovação”, destaca a diretora-executiva do Febratex, Giordana Madeira.
Agreste tEX 2024
A Agreste TEX 2024 já está confirmada. Segundo a organização, a feira será ainda maior na próxima edição, com cerca de 1.200 m² a mais do que a de 2022, oferecendo muito mais espaço para as novidades tecnológicas e o debate das diversas nuances da indústria têxtil.
Em um ano de incertezas, setor têxtil e de confecção luta para crescer
Oano de 2022 terminou com desempenho negativo da indústria têxtil e de confecção, depois de 18 meses de resultados positivos, a partir do segundo semestre de 2020, ainda em meio às restrições relativas à pandemia. No período, houve crescimento importante do setor, que havia sido muito abalado pela eclosão do coronavírus. O avanço continuou relevante em 2021.
Em 2019, em termos de volume, o segmento têxtil cresceu 0,8%, ante queda de 6,9% em 2020. Em 2021, foram 13,5% positivos. Em 2022, verificou-se recuo de 9%. A expectativa para 2023 é de uma evolução de 2,3%. Quanto ao vestuário, em 2019 o aumento da produção foi de 1,5%. Em 2020, houve queda de 16%. Em 2021, o resultado positivo foi de 9,21%, com recuo de 4,8% em 2022. Há projeções de certo avanço este ano.
É preciso considerar que em 2022 o setor enfrentou desafios enormes, como taxas de juros altas, endividamento das famílias e a majoração das matérias-primas. Em junho, o algodão atingiu seu maior nível de preço nos últimos 10 anos. Ao mesmo tempo, ocorreu muita oscilação do varejo, que fechou o exercício com queda de 0,5%, ante crescimento de 11,7% em 2021. No segundo semestre, principal período da comercialização, deparamo-nos com vários obstáculos, como o clima frio para a época, Copa do Mundo extemporânea, coincidindo com as festas de final de ano, e processo eleitoral muito polarizado.
Em 2023, já temos pouco mais de dois meses do novo governo, mas restam incertezas relativas à definição de nova regra
Por Fernando Pimentel*fiscal, ao modelo de reforma tributária que prevalecerá e aos marcos para o fortalecimento da indústria. Ademais, os juros seguem elevados afetando o ritmo dos negócios. Nesse quadro, o mercado ressentese e o consumidor e os fabricantes ficam preocupados. Também há o impacto dos problemas no varejo, inclusive emocional e psicológico, sobre a cadeia de fornecedores e o nível de emprego, bem como a estimativa de crescimento do PIB, de apenas 1%. Nesse cenário, a estimativa inicial de crescimento do nosso setor em 2023 poderá não se concretizar. À luz do que podemos inferir, o ano será difícil, principalmente no primeiro semestre. Há fatores que poderão ajudar, como a manutenção do auxílio de R$ 600 e o adicional concedido por criança na escola e o programa Desenrola, que destrava um pouco as dívidas dos consumidores.
O fato é que há muita incerteza no Brasil e no mundo, com a continuidade na guerra na Ucrânia, tensões nas relações entre Estados Unidos e China e instabilidade geopolítica. Além disso, o setor têxtil e de confecção, sempre pouco regulado, terá, cada vez mais, de aderir à agenda da governança ambiental, social e corporativa (ESG), o que demanda esforços e investimentos.
Outros elementos poderão ser positivos, como a possibilidade de avanço do acordo entre União Europeia e Mercosul e as perspectivas de que o mundo não entre em recessão, o que poderá favorecer as exportações. No entanto, em meio a todas essas questões, há diferenciais da indústria têxtil e de confecção que sempre ajudam muito: a resiliência e a capacidade de superação!