ADMINISTRATIVOS DA UFAL ANUNCIAM GREVE PARA A SEGUNDA QUINZENA DE MARÇO
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DEFESA CIVIL
Técnicos da Comdec trabalham forte no Verão para evitar transtornos no Inverno PROFESSORES vão dividir R$ 35 milhões, o que corresponde a duas folhas salariais; Sinteal quer evitar desconto para Previdência
RATEIO DO FUNDEB Até a próxima quarta-feira, dia 5, cerca de 15 mil professores da rede pública esta-
dual receberão cerca de R$ 35 milhões relativos ao rateio do Fundeb. O dinheiro corres-
ponde a duas folhas salariais que seriam os 14º e 15º salários da categoria. A diretoria do
Sinteal discute com o Governo do Estado a possibilidade de evitar o desconto relativo à
Eduardo Leite
NO CAMPO
Previdência. O sindicato se baseia em jurisprudência que proíbe o desconto. 5
Doenças e acidentes no corte da cana em Alagoas Mais de 50 mil trabalhadores alagoanos sofrem com as doenças ocupacionais adquiridas no corte da cana. O número de acidentes no campo está caindo, mas ainda é grande. A reportagem de O DIA ALAGOAS foi ao campo conferir a situação desses trabalhadores. ESPECIAL
ESPORTES
CRB e CSA perdem com atitudes das organizadas CRB e CSA estão sendo prejudicados pelo mau comportamento das torcidas organizadas. Os dois times amargam punições do STJD por ações de torcedores. 11
MERCADO
Desenvolve tem R$ 20 mi para novos negócios Além de beneficiar os pequenos investidores, a Desenvolve tem R$ 20 milhões para produtores rurais. Os recursos vão mudar o cenário econômico do Estado. 7
REGIONAIS
Juiz manda bancos se adequarem aos clientes
Quando foi fotografado, o cortador de cana, Cristiano Gomes, não utilizava óculos e luvas, EPIs obrigatórios no campo
Alagoas l 2 a 8 de fevereiro I ano 01 I número 049 l 2014
Os bancos de Palmeira dos Índios têm 15 dias para melhorarem o atendimento à população. A determinação é do juiz Geneir Marques. A contagem já começou. 12
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COM A PALAVRA...
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PREFEITURA trabalha pesado para evitar tragédias por deslizamento de barreiras durante as chuvas do inverno
Ações preventivas nas encostas Deraldo Francisco Repórter
M
ais de 25 mil pessoas em Maceió moram em regiões consideradas áreas de risco, seja ele baixo ou alto. Os dados são da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec) e revelam ainda que quase 300 mil pessoas moram em domicílios considera-
dos inadequados, ou “assentamentos precários”. As chuvas que caíram em Maceió na semana que passou deixaram alguns moradores dessas áreas de risco assustados. No entanto, não houve registro de incidentes. O coordenador-geral da Defesa Civil, Dinário Lemos, disse que suas equipes estão trabalhando forte para evitar incidentes graves em Maceió por conta das chuvas. “Trabalhamos forte no verão para evitar problemas no inverno. As pessoas não sabem,
mas é exatamente quando faz sol que nossas equipes pegam no pesado. São ações preventivas necessárias. Sabemos que há encostas em Maceió e que vai chover no inverno, então não há como sermos pegos de surpresa. Temos as informações que precisamos para trabalhar com o objetivo de minimizar esses riscos”, disse Dinário Lemos. O DIA ALAGOAS conversou com ele sobre essas ações preventivas e o que se espera para o próximo inverno em Maceió:
No que consistem essas obras? Estamos usando a técnica da sacaria. Prepara-se uma massa com areia e cimento, coloca-se esse material em sacos e fazemos uma parede escalonada na área de risco. Detectamos a área de erosão e a preenchemos com esses sacos. O material fica sólido depois e garante a sustentação da barreira, com uma garantia de cem por cento de segurança. Ou seja, não haverá deslizamento de barreira naquele local. Quais as áreas que precisaram de obras desta natureza? Detectamos as Grotas do Pau D´Arco e do Aterro, Mutange e Gruta do Padre como sendo as áreas de maior necessidade neste sentido. Nestes lugares, as obras estão bem avançadas e tudo estará concluído antes das chuvas de inverno. Também estamos construindo muros de arrimo, limpeza de galerias e drenagem, mais a recuperação de algumas escadarias. É sempre assim: a Comdec tem que trabalhar com muita antecedência para evitar surpresas desagradáveis. Como a população recebe essas obras? Além de realizar estas obras, nós também trabalhamos na localização de domicílios que estão em áreas de risco, onde, por enquanto, ainda não podemos minimizar esses riscos. Nestes casos, a recomendação é para que os moradores deixem o imóvel. Encontramos muita resistência neste momento e precisamos contar com
Eduardo Leite
De que forma estão ocorrendo as ações de prevenção de incidentes nas encostas? No momento, estamos concluindo obras de contenção de encostas. O objetivo desse trabalho é evitar que as barreiras deslizem com as chuvas do inverno e provoquem tragédias.
“
O líder comunitário é os nossos olhos e os nossos ouvidos no lugar onde mora”
a ajuda de outros órgãos públicos que são parceiros da Comdec. Quanto às obras em si, a comunidade agradece o nosso trabalho, mas são muitas as atividades de vandalismo. Por exemplo, se esse material que usamos na sacaria não se solidificasse, todo trabalho seria desmontado. Vândalos estão rasgando os sacos, mas, como o produto é sólido, não há prejuízo nenhum. Vocês trabalham com agentes das comunidades... Em algumas comunidades, temos o Núcleo de Defesa Civil Comunitário, onde um líder comunitário recebe as instruções para detectar uma situação de risco onde ele mora. É ele quem vai tomar as primeiras providências. Em seguida, ele nos comunica do problema e vamos ao local para identificar quais as medidas necessárias. Então esse agente tem
grande responsabilidade para evitar tragédia? Tem sim. Ele faz parte da equipe. Ele é os nossos olhos e os nossos ouvidos na comunidade. E por falar em responsabilidade, quantos são os agentes envolvidos neste projeto? Ao todo, são trinta e duas pessoas envolvidas com os Núcleos de Defesa Civil. Algumas delas integram os nossos Núcleos e outras são voluntárias. Essas pessoas dão o alerta no caso de situação de risco. Quantas são as localidades em situação de risco em Maceió? Primeiro, essas áreas têm uma classificação: risco baixo; médio; alto e muito alto. Ao todo, são quinhentas e cinquenta e duas áreas nestas condições em Maceió. Há, entre estas, setenta e duas áreas que nos deixam muito preocupados. Nestes locais, moram mais de seis mil famí-
lias, o que leva a mais de vinte e cinco mil pessoas. Qual a sua perspectiva para o próximo inverno? Posso dizer à população de Maceió que tomamos e ainda estamos tomando todas as providências para evitar problemas sérios no período chuvoso. Estamos em contato sempre com o sistema de meteorologia, com a previsão do tempo. Recebemos informações quando há riscos de chuvas fortes e intensas e, então, tomamos as nossas precauções. Pelo que fizemos neste período, acreditamos que não haverá nada de grave no inverno. Trabalhamos muito para evitar isso.
Serviço CoordenadoriaMunicipaldeDefesaCivil AvenidaGovernadorAfrânioLages,297, Farol.Telefone:(82)3315-1447-0800030-6205 www.maceio.al.gov.br/comdec
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EXPRESSÃO
redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br
O pernoite da presidenta O
noticiário nacional se apegou à estadia da presidenta Dilma Rousseff em Lisboa e elegeu o fato como o mais importante acontecimento das últimas semanas. No último dia 25, Dilma e comitiva se instalaram na capital portuguesa, vindos de Davos, Suíça, após participarem do Fórum Econômico Mundial. Com compromissos oficiais em Cuba, agendados para os dias 27 e 28, a presidenta resolveu dar uma “paradinha” na capital portuguesa. A comitiva descansou em Lisboa, antes de seguir para a ilha caribenha. A hospedagem em Portugal não estaria
prevista na agenda oficial, muito embora o avião presidencial não tenha autonomia suficiente para voar da Suíça até Cuba, condição essa que implica na necessidade de pouso e abastecimento para seguir viagem. Segundo divulgado, a outra opção para pouso e abastecimento seriam os Estados Unidos. Então, de todas as formas, o avião presidencial teria que ser reabastecido. Até aqui, há entendimento dessa realidade e este não seria, portanto, o ponto a ser questionado. O grito dos opositores dá eco a uma questão: o comportamento que um chefe de Estado deve ter diante de
algumas circunstâncias. A circunstância em questão foi a decisão da presidenta de pernoitar em Lisboa. Houve, por conta desse pernoite, despesas com hospedagem que somaram algo em torno de R$ 28 mil. Aí está, portanto, o nó da questão. As despesas presidenciais, segundo os opositores, são injustificadas e desnecessárias. Ora, afinal de contas, o valor gasto para a presidenta dormir em Lisboa é uma pequena fortuna, é bem verdade. E se o valor fosse inferior? Será que haveria críticas? Possivelmente sim, uma vez que o que está sendo discutido, pelo menos, é essa a impressão, não é a possibilidade de um chefe de Estado
decidir se deve ou não sair das amarras de uma agenda previamente elaborada, mas quanto isso vai custar para o país. Alguém lembraria que tal valor é suficiente para pagar os serviços de aproximadamente 40 trabalhadores, ao preço de um salário mínimo federal. Ou ainda, comprar inúmeras cestas básicas e assim saciar a fome de outras tantas pessoas. No entanto, pode-se defender, também, que é o preço justo para quem ocupa a função de chefe de Estado, quase sempre envolto em decisões importantes que influenciam a vida de seu povo. Poderia se concluir que se assim age tal chefe de Estado, sob a égide da função,
também, possa, por exemplo, decidir a melhor forma de descansar, com todo luxo e pompa próprios da “liturgia do cargo”, o que seria, sob este ângulo, bastante conveniente e razoável. Mas também se pode afirmar que tal valor se assemelha aos gastos realizados nos corredores obscuros dos nossos parlamentos e de outras instituições. Nessa conta entra combustível, enxoval, cafezinho, serviços de postagem, passagem aérea e outras tantas despesas que são imperceptíveis aos olhos dos parlamentares e da grande mídia, mas que facilmente podem ser classificadas como injustificadas ou mesmo desnecessárias.
Timidez na infância e na pré-adolescência José Romero Carvalho - Professor
A
té por volta dos 5 e 6 anos de idade, a criança está totalmente voltada para a família. O seu mundo é do tamanho da dimensão do lar e seus pais e irmãos, quando os têm, são a base de sua relação interpessoal. É no seio da família que ela se realiza como pessoa. A partir da ida da criança para a escola (algo que tem acontecido cada vez mais cedo), a criança é chamada a ampliar o seu meio social. Ela começa a conviver com os colegas, com a professora e com o “mundo novo” que se vislumbra diante dela. É o mundo externo, fora de casa, que ela começa conhecer.
Em contato com esse “mundo novo” a criança, e da mesma forma, guardando as devidas proporções, o adolescente, irá ter a percepção deste mundo e se relacionar com ele, a partir da experiência que teve no seu “mundo lar”. É aí que entra a questão da timidez. A timidez denuncia que a criança e o adolescente estão vendo o “mundo novo” como uma forma de ameaça. Algo que provoca insegurança. Seria uma forma de defesa, um recalque à necessidade de ter que se posicionar diante de um mundo muito diferente daquele em que vivia. Explico um mundo com pais ansiosos, excessivamente protetores
Para anunciar, ligue 3023.2092 CNPJ 07.847.607/0001-50
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e por demais cuidadores de seus filhos na infância podem gerar nos filhos dificuldades com o “mundo novo”. Pode acontecer também com as crianças, cujos pais fazem tudo por ela. A criança se sente insegura e não consegue ser original. Pais muito rígidos, exigentes e excessivamente disciplinadores também podem levar ao mundo da criança e do adolescente a timidez. É preciso estar atento a isso. As crianças quando se relacionam no “mundo novo”, fora da família, podem achar que todos ali são tão severos como os pais e, diante dessa intimidação, fecham-se como defesa. Eu particularmente
EXPEDIENTE ODiaAlagoas
tenho pensado muito nisso. Muito mesmo! Em um mundo cada vez mais competitivo, as crianças e os adolescentes tímidos necessitam de resgatar o seu valor. Eles devem ser estimulados a agirem por si mesmos e aprenderem a lidar com os desafios. Para tanto, cabe aos pais uma relação mais aberta com os filhos a ponto de transmitir a eles segurança o suficiente para que se sintam capazes de olhar no olho do outro. Agora, se a timidez for tão severa a ponto de a criança ou de o adolescente não conseguir se expressar em nenhum grupo, nem com os colegas da escola, aí, então, estamos diante de um
caso que exigirá acompanhamento, ajuda profissional. O que tenho a dizer a vocês é o seguinte: deem autonomia a seus filhos, mantenham um diálogo aberto e elevem a autoestima deles a ponto de fazê-los confiantes. Acompanhem a sua rotina, mas não interfiram a ponto de se tornarem pais superprotetores e dominadores. Não sejam severos. Organização e disciplina não se conquistam com severidade. Mostrem a seus filhos que vocês são amigos deles. Transbordem amor e confiança. Com tudo isso, eles serão “donos de si”. Eu aprendi isso mais recentemente e estou vendo que, de fato, é assim que funciona.
Eliane Pereira Diretora-Executiva
Jobson Pedrosa Diretor de Redação
Deraldo Francisco Editor-Geral
Regenes Melo Jr. Gerente Comercial
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PODER
DIAgnóstico Roberto Vilanova Deraldo Francisco - Interino
Inocente útil
O
ex-prefeito Cícero Almeida está empolgado com o surgimento do seu nome a candidato ao Governo do Estado. Exército de um homem só, Almeida nunca teve grupo político. Nunca conseguiu eleger nenhum vereador com o seu apoio. O mais próximo dele teve o mandato cassado por crime eleitoral: compra de votos. Após ser picado pela “mosca azul”, aliás, teleguiada pelo senador Fernando Collor, Almeida pensa mesmo que é “o cara”. De fato, o povo – as camadas sociais bem mais humildes – gosta do político forrozeiro. O português deficiente, as piadinhas prontas de periferia, o rosto de quem já sofreu muito na vida aproximam Almeida do povão. Este mesmo povão que vota e pede voto para o candidato que ele se identifica. Almeida está hoje no meio de duas raposas da política: Collor e Lessa. Aliás, esse trio nunca foi cogitado em tempos idos. Para deputado federal, Almeida ganha a eleição com o pé nas costas. Ele ainda tem muitos votos em Alagoas. Para governador, vão lhe faltar milhares de votos. Está na hora acordar Almeida e deixar de ser um inocente útil nas falsas alianças políticas.
Não falem disso! E por falar em Cícero Almeida, ele muda rapidinho o humor quando se fala em “Máfia do Lixo”. Neste processo, Almeida e mais uma grande quantidade de pessoas aparecem como réus. São muitos milhões de reais em questão. Quer deixar o Almeida de cara feia? Toque neste assunto perto dele.
Foi muito feio! Pegou mal a redução no duodécimo do Ministério Público Estadual. O governador Téo Vilela fez a sua parte quando manteve o duodécimo passado. Agora, a Assembleia Legislativa terá a oportunidade de corrigir a bobagem que fez mantendo o veto do governador. Se cassar o veto dará provas reais de que está retaliando o MP.
Hora de cadastrar Não tem jeito mesmo. Mas não é que já tem cabo eleitoral se mobilizando nas comunidades para fazer o cadastro? Como curiosidade: o infeliz que está pegando o nome do povo com os dados do Título de Eleitor não sabe nem para quem vai pedir votos.
Paraíso do cadastro O Benedito Bentes é o paraíso do cadastro eleitoral. Afastado da região central da cidade, o bairro é propício para todo tipo de prática ilícita. A Polícia Federal deve montar acampamento no “Biu” no período eleitoral.
Faltou transparência? As coisas que não ficam bem explicadas sempre incomodam. Por exemplo: a saída da vereadora Simone Andrade da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Maceió. A vereadora entregou o seu cargo alegando falta de transparência nas ações dos seus colegas. “Quando as coisas chegavam para mim, era só para eu assinar”, disse a vereadora. Até hoje não se sabe do que Simone Andrade estava falando.
Política por natureza Depois de Maceió, a outra cidade que vive uma gigantesca efervescência com a aproximação do período eleitoral é Arapiraca. Política por natureza, a cidade tem o segundo maior colégio eleitoral do Estado e, necessariamente, a composição da chapa majoritária para a disputa para governador tem que passar por lá. Agora não passe!
É muita força! Hoje, há três grandes nomes da política na cidade: Célia Rocha, Luciano Barbosa e Rogério Teófilo. Mas há outros nomes fortes para as eleições proporcionais. Os políticos de Arapiraca têm espaço nas reuniões que discutem, ainda, composição para deputados federais e senador. Arapiraca não é fraca não.
“Persona non grata” Há quem diga que na Polícia Militar a tropa está mais estimulada para trabalhar. Além do realinhamento salarial, ainda tem a questão da saída do coronel Dário César do comando da Defesa Social. Não se sabe como, mas o coronel adquiriu uma repulsa bastante expressiva da tropa. A saída de Dário César foi mais comemorada do que a entrada de Eduardo Tavares.
Tropa afoita Que a tropa anda mais estimulada e afoita, disso ninguém tem mais dúvidas. A nossa polícia matou mais de uma dúzia de bandidos em confrontos nos últimos 15 dias. A presença da PM nas ruas também está sendo mais notada pela população. A sensação de segurança ainda não chegou, mas está a caminho.
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VALOR faz parte de rateio e é equivalente a duas folhas salariais
Professores vão receber R$ 35 milhões do Fundeb C
erca de 15 mil professores, efetivos e contratados, da rede estadual receberão o pagamento referente ao rateio dos recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) até a próxima quarta-feira, dia 5. Serão pagos R$ 35 milhões com recursos do Fundeb. Os professores receberão o equivalente a duas folhas salariais. De acordo com a Secretaria de Estado da Gestão Pública (Segesp), a confecção das folhas de pagamento do rateio precisou ser paralisada pela necessidade de rodar a folha salarial referente ao mês de janeiro. O pagamento dos servidores do Estado foi liberado na sexta-feira, dia 31. No meio da semana, as folhas também precisaram ser retificadas em virtude de
uma alteração da lei que regulamenta o pagamento, que passou a exigir o desconto para a Previdência. “Técnicos da Secretaria da Educação foram convocados para um trabalho de força-tarefa para que as folhas ficassem prontas o mais breve possível”, assegurou o coordenador de Gestão de Pessoas da Educação, José Mário Carneiro.
RATEIO A secretária da Educação, Josicleide Moura, lembrou que a greve dos servidores da Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE) também causou lentidão no procedimento, inicialmente previsto para o final do mês de dezembro. O projeto foi aprovado no último dia 16 pelos deputados estaduais e sancionado na terça-feira, dia 21, pelo governador Teotonio Vilela Filho, conforme publicação no Diário Oficial. Em reunião entre o gover-
nador e representantes dos professores, realizada na terça-feira, dia 28, os professores exigiram o pagamento do rateio das sobras do Fundeb e que não haja, sobre o pagamento, o desconto da Previdência. Para o Sinteal, há uma decisão judicial, em jurisprudência, que proíbe tal desconto. A reunião não foi definitiva e outro encontro foi marcado para o dia 17 de fevereiro, quando o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas (Sinteal) irá apresentar um estudo sobre a melhor utilização desses recursos.
Serviço SEEE Avenida Fernandes Lima (CEPA) (82) 3315-1470 http://www.educacao.al.gov.br/
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COTIDIANO DIA a Dia
Deraldo Francisco - diaadia@odia-al.com.br
Um buraco na Pajuçara
Sobre a faixa exclusiva
U
ns galhos de árvores e uma fita em preto e amarelo sinalizam este problema ali na Pajuçara. Na Rua João Camerino, onde “reside” o problema, os moradores contaram que o buraco foi crescendo com o passar do tempo até chegar a este tamanho. No local, a comunidade reclama dos
transtornos causados e os motoristas também têm do que reclamar. A coluna pede o apoio da Casal ou da Seminfra para que enviem uma equipe de técnicos para avaliação da extensão do problema e de quem é a responsabilidade em resolvê-lo. Vamos acompanhar o desenrolar desta questão. Eduardo Leite
Muita gente tem nos enviado e-mails com opiniões sobre o funcionamento da faixa exclusiva para ônibus. A coluna observou que a principal dúvida da população – de carro ou de ônibus – é quanto à demanda de ônibus em Maceió. Ou seja, há mesmo na capital ônibus suficientes para a necessidade de uma faixa exclusiva só para os “buzões”? É verdade que em grandes cidades no Nordeste, como no Recife, por exemplo, funciona esse sistema. Mas a quantidade de ônibus lá é três ou quatro vezes maior que a daqui. Vale mesmo a pena sacrificar uma via para um volume relativamente pequeno de ônibus?
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Esta semana, apenas sete bairros serão visitados pelo pessoal da Eletrobras Distribuição Alagoas. Durante a semana, não haverá trabalhos na segunda-feira, sexta e no sábado. Por isso, a grande redução no número de bairros onde ocorrerá a manutenção programada da companhia. O objetivo desta operação é tornar a rede de distribuição de energia mais eficiente, conforme os técnicos da Eletrobras já disseram. A seguir, a relação dos bairros com os dias e horários em que o fornecimento de energia será interrompido. Ou seja, vai faltar energia – temporariamente – nestes locais:
Dúvidas na faixa
A coluna pergunta: nos finais de semana e feriados, esta faixa vai continuar exclusiva para os ônibus? Vale lembrar que, nestes períodos, as empresas reduzem a frota em mais de 50%. Outra perguntinha: os ônibus que saírem da faixa exclusiva serão multados?
Taxistas também querem
Os taxistas já disseram que não abrem mão da faixa exclusiva. Aliás, não se entende bem essa reivindicação dos taxistas. O caso de embarque de passageiros está liberado, mas eles querem andar mesmo na faixa dos ônibus. A SMTT já disse que não dará espaço para os taxistas e, neste caso, está desenhada uma briga entre as partes.
Clandestinos na surdina
Quem não fala nada sobre a situação é aquela pessoa que trabalha com o transporte ilegal de passageiros. Eles estão caladinhos como sempre, pegando carona nas decisões que forem tomadas em benefício dos taxistas.
Manutenção programada vai a sete bairros em Maceió
Domingo, dia 2 de fevereiro Das 7h às 12h: Ponta da Terra
Está chegando a hora A partir do dia 17 de fevereiro, começa a vigorar a lei da “faixa azul”. No período de 3 a 16 de fevereiro, o pessoal da SMTT dará mais uma orientada nos motoristas. Se ainda existirem dúvidas, elas deverão ser tiradas neste período. Depois disso, a caneta vai vadiar. Será multa para todo tipo de motorista e de carro.
Ciclista pode A SMTT informou que, à exceção dos ônibus, só os ciclistas poderão andar na faixa exclusiva. A orientação para quem trafega ao lado de bicicletas é para que mantenha um metro e meio de distância para a “magrela”. Há trechos na faixa
exclusiva em que, quando o motorista do ônibus cumprir essa determinação, passará da linha azul.
E os carros velhos? Ainda nesta linha de “trânsito”, “SMTT”, “faixa exclusiva”, a coluna repassa a pergunta dos leitores para o poder público: quando vai começar a operação para retirar as carcaças de carros abandonadas na cidade? Essa promessa foi feita pelo superintendente do órgão gestor de trânsito em Maceió logo que ele assumiu. Os carros velhos e dezenas de carcaças continuam nos mesmos lugares. No Dique-Estrada, um ônibus incendiado deixa a paisagem que já é feia, desgraçada de se ver.
Terça-feira, dia 4 Das 14h30 às 18h: Clima Bom Quarta-feira, dia 5 Das 8h30 às 12h: Benedito Bentes, Poço e Tabuleiro do Martins Quinta-feira, dia 6 Das 8h30 às 12h: Jatiúca e Trapiche da Barra Das 14h30 às 18h: Jatiúca
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MERCADO
Repórter Econômico
Dicas de economia para o dia a dia do consumidor Jair Pimentel jornalista.jairpimentel@gmail.com
Preparando seu curriculum
V
ocê caprichou no seu currículo, colocou tudo o que acha que deveria e vai enviá-lo, digamos, a um diretor de Recursos Humanos. Agora, responda uma coisa: você faz ideia do espaço e do tempo que tem para chamar a atenção da pessoa que vai ler seu currículo? Duas páginas e 40 segundos. Só. Mais nada. E ele tem de ser bom o suficiente para deixar a pessoa que vai ler com vontade de continuar até o fim – e curiosa para conhecê-lo pessoalmente. Diante disso, antes de começar a descrever os cargos que teve, as coisas que fez e as empresas por onde passou, coloque-se no lugar de quem vai ler o currículo. E, quando estiver com ele pronto, coloque-se de novo no lugar de quem vai lê-lo. Está atraente? Objetivo é claro? Bem escrito, com um texto elegante? Tem informações interessantes? Expõe os resultados que você conseguiu para as empresas por onde passou? Mostrou pouco de seu modo de ser? Está, enfim, à altura do profssional que você é?
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CRÉDITO vai beneficiar também vários produtores rurais de Alagoas
Desenvolve tem R$ 20 mi para pequenos negócios U m cenário de grandes possibilidades, com fartura de recursos e relativa facilidade para obtê-los é o que podem esperar para este ano os empreendedores de Alagoas. A boa perspectiva é fruto da atuação da Desenvolve (Agência de Fomento de Alagoas), que deve disponibilizar em 2014 cerca de R$ 20 milhões para a economia do Estado. A informação foi confirmada pelo diretor de Desenvolvimento e Projetos Fábio Leão, que destaca a atuação da agência como uma das principais ferramentas para a construção de um novo cenário econômico para Alagoas. “Esses recursos financeiros irão financiar diretamente as pequenas iniciativas, produtores rurais... Enfim, irão fortalecer os pequenos negócios como um todo. Essa atuação direta, otimizando os recursos da instituição e também a capacidade empreendedora, só é possível com uma insti-
“ Essa carteira de crédito, que aumenta ano após ano, demonstra a maturidade da instituição”
tuição ágil e presente na vida desses empreendedores”, destacou. Leão explica ainda que a Desenvolve atua em vários
nichos de mercado, impulsionando desde os pequenos negócios até investimentos maiores como o aporte de R$ 10 milhões previsto para a Cooperativa de Produção Leiteira de Alagoas (CPLA). Segundo o diretor, as ações que serão desencadeadas a favor da cooperativa irão refletir diretamente em crédito para vários produtores rurais fortalecendo o programa do leite e criando condições de sobrevivência para os pequenos laticínios. Ele faz questão também de destaca a importância dos parceiros da instituição, a exemplo da CPLA, como estimulador no crescimento e evolução dos recursos disponibilizados. “Nas ações voltadas para o fortalecimento do programa do leite, por exemplo, a Agência de Fomento deve investir R$ 10 milhões em crédito para laticínios”, destacou. Essa carteira de crédito, que vem aumentando ano após ano e que demonstra a maturidade da instituição, tem opções para os mais diversos negócios.
O mercado Não é novidade para ninguém que a concorrência por uma boa colocação no mercado de trabalho não para de crescer. E é óbvio que, toda vez que a oferta é grande e a demanda nem tato, só os feras conseguem passar pelo funil. Em outras palavras, só quem realmente tem o que dizer, e, ainda por cima, for convincente é que tem alguma chance hoje em dia.
Os dados Escreva no alto da página nome completo, endreço, telefone, celular, e-mail, nacionalidade, iade,estado civil e número de filhos. E mais nada. Não se sabe por que algumas pessoas insistem em mencionar o número do RG, do CPF, carteira profissional, título de eleitor... O currículo não é um contrato, em que os documentos e mais um monte de outras coisas precisam ser relacionadas.
Seu objetivo O que você quer tem de estar logo depois dos dados pessoais. É hora de deixar claro seu objetivo, cargo e área (ou áreas) que pretende. Ao contrário dos profissionais experientes, quem é, quem gostaria de ser e em que área desejaria atuar. Você pode até querer ser duas coisas, como gerente de marketing e/ou recursos humanos. Mas ninguém normal quer ser coisas diferentes.
Não embrulhe Colocar capas é puro desperdício de dinheiro, até porque, atualmente, é mais fácil e indicado enviá-lo por e-mail.O currículo não precisa ser uma obra de arte. Basta ser bom. Não invente uma letra muito diferente. A preocupação excessiva com a estética pode dar a impressão de que o candidato está “dourando a pílula” para disfarçar falha.
Tamanho Quer fazer um grande favor à pessoa que vai ler seu currículo? Não a canse contando todos os pormenores de seus grandes feitos. Use frases curtas e evite ao máximo passar de duas páginas. Três é o limite, mas somente se for um veterano. Pessoas com pouca experiência profissional não têm desculpa para passar de uma página.
Capacidade Podemos dizer que o resumo profissional, o próximo item da lista, é o coração do seu currículo. É aqui que você vai apresentar uma síntese das competências que desenvolveu ao longo da carreira. E precisa entrar antes de citar as empresas em que trabalhou porque este é o momento em que a pessoa que está lendo vai desistir ou ir em frente. Essa parte é a mais difícil, porque você vai ter de ser breve e discorrer sobre suas habilidades.
Fábio Leão comemora a formação de novo cenário econômico com participação da Agência de Fomento de Alagoas
Empreendedor tem várias opções de produtos Nesse contexto, a Desenvolve tem vários produtos colocados à disposição do empreendedor, como os abaixo relacionados: Linha para atender MEI, Micro e Pequenas empresas fornecedoras exclusivamente alagoanas, que tenham recursos a receber através licitações públicas do Estado. Linha para aquisição do kit gás GNV para Taxistas e Empresas. Linha para produtores rurais e pequenos empresários da região do Sertão Alagoano. Objetivo: Capital de giro, fixo e misto.
Linha para produtores rurais e pequenos empresários da região do Sertão Alagoano. Objetivo: Capital de giro, fixo e misto. Linha de crédito para MEI, Micro, Pequenos e Médios empreendedores vinculados ao PAPL e Linha de crédito para cooperativas e associações de produção dentre outros produtos Para avaliar e validar todas as ações da Desenvolve, na última quarta-feira (28), foi realizada a primeira reunião do Conselho de Administração da Desenvolve neste ano. Durante os debates, que trata-
ram de questões relativas à administração pública, ficou desenhado o mapa de ação da Desenvolve e o montante de recursos financeiros que será investido em 2014. Como se pode verificar, há grandes oportunidades para os empreendedores de plantão.
Serviço Desenvolve - Agência de Fomento de Alagoas R. Dr. Antônio Cansanção, 465 Ponta Verde (082) 3315-3468 www.desenvolve-al.com.br
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CONSTRUIR
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SETOR REGISTROU queda no restante do país, mas apresentou aumento em Alagoas; tendência para 2014 é de vendas em alta
Vendas para a construção civil crescem 3% em 2013 Éder Patriota Repórter [Com Agência Brasi]
C
o n f o r m e levantamento divulgado pela Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abamat), o faturamento com as vendas de materiais de construção no mercado interno cresceu cerca de 3% no ano de 2013, em comparação com o ano de 2012, segundo dados divulgados na semana passada.
Já o resultado de dezembro apresentou queda de 6,1% quando se compara ao mesmo período de 2012. Na comparação com o mês de novembro de 2013 o recuo é ainda bem maior, apresentando uma variação negativa de 16,1%. Segundo a Abamat, as vendas no ano passado ficaram abaixo da previsão feita pela entidade, que apontava crescimento de 4% e era esperada uma recuperação do setor no último mês do ano. Contudo, ocorreu o contrário e o resultado ruim de dezembro
reverteu a tendência de elevação que era desejada desde a metade do primeiro semestre. De acordo com as informações apuradas por O DIA ALAGOAS, um dos poucos estados do país que aumentaram a venda de materiais de construção foi Alagoas. A perspectiva para esse ano é bastante otimista, já que continuam sendo construídas inúmeras moradias em todo o território alagoano. Em Maceió, por exemplo, diversas edificações verticais estão sendo levantadas.
Eduardo Leite
Mercado está otimista para as vendas de material de construção
Lojas de material de construção venderam, em 2013, 3% mais que em 2012
Setor deve continuar crescendo no estado Para o economista Marcos Calheiros, as vendas estão aumentando no setor e a grande quantidade de pessoas trabalhando nele é inegável. Ele disse que isso ocorre graças ao grande crescimento do mercado imobiliário como um todo na capital. “Os programas habitacionais para as camadas mais carentes da população contribuem para essa evolução”, comentou o economista. Calheiros disse ainda que o segmento deverá se manter estável se as condições macroeconômicas do país melhorarem, como o crescimento econômico ocorrer de forma constante durante o ano e a inflação não aumentar no país. Isso contribuirá para diminuir o déficit da balança comercial. “Dessa maneira, poderemos ter dias melhores. Entretanto,
podemos ter um crescimento econômico insignificante caso esses processos não sejam executados”, comentou. Sobre os preços dos materiais de construção, Calheiros afirma que eles se encontram dentro da realidade. “Como a demanda foi representativa nos últimos anos, os preços aceleraram e quando o processo é o contrário os preços caem, seguindo dessa maneira a tendência de acompanhar os números da inflação”, justificou. E.P.
Serviço Construção 4 Irmãos Conjunto Eustáquio Gomes de Melo, Lote 29 número 1.126, Cidade Universitária, Maceió-AL Fone: 82- 3322-4771
Para este ano, a Abamat estima um acréscimo de 4,5% no volume das vendas. Segundo a associação, essa previsão é baseada na manutenção e na ampliação dos estímulos do governo federal ao consumo no varejo, na recuperação “mais vigorosa” do segmento imobiliário e na aceleração das obras de infraestrutura pelo país afora, em especial na região Nordeste. Em relação aos itens básicos, o faturamento cresceu 1,2% comparado ao ano passado. Entretanto, no mês de dezembro, houve queda de 8,8% em relação ao mesmo período do ano anterior – sendo que o nível de emprego nas indústrias de materiais básicos diminuiu 2% no último mês de 2013. Segundo a empresária Geni Garcia, que possui duas lojas de materiais de construção há mais de dez anos – sendo uma no Conjunto Eustáquio Gomes de Melo e outra na Forene – as vendas aumentaram consideravelmente, pois, antes do surgimento dos Conjuntos Residenciais Jardim Royal e Novo Jardim, onde foram construídas cinco mil casas, o seu movimento era a metade do que é hoje. “Sempre vendi bem, mas depois que o Jardim Royal e o Novo Jardim foram construídos meu movimento dobrou e o que mais vendo diariamente é areia e cimento”, afirmou. Ainda segundo a empresária, as pessoas que compram produtos à vista nas suas lojas ganham um bom desconto, mas a loja também opera com vendas nos cartões de crédito. “Em nenhum local de Maceió cobro a entrega dos materiais que vendo nas minhas lojas”, disse. E.P.
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CULTURA
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PARA ENTENDER SEU UNIVERSO, entrevistamos o professor e escritor alagoano, que falou sobre a sua vida e obra
Uma prosa com Tainan Costa Elayne Pontual Blog Graciliano On-line
A
pesar de não ser fruto de um ambiente de leitura, Tainan Costa escolheu para a sua vida o caminho das letras. Hoje, aos 32, é professor e escritor, mas só começou a ler e escrever após os oito anos de idade: “Ser analfabeto quando criança acabou me ajudando a ver o mundo pelos sentidos. Eu lia o
mundo, não as palavras”, diz, citando Paulo Freire. Ele conta que começou com Monteiro Lobato e, logo depois, devorou a enciclopédia “Grandes Personagens da História Universal”, onde teve contato com a biografia de figuras como Galileu Galilei, Goethe, Bismarck e tantos outros. Com o passar do tempo, foi conhecendo autores que ajudaram na sua formação, como Gabriel Garcia Márquez, Jorge Amado
e Jorge de Lima. Tainan é alagoano e cresceu nos bairros Ponta da Terra e Jatiúca. A primeira biblioteca frequentada por ele foi a do Sesc Poço e a primeira obra completa que leu foi a de Graciliano Ramos. “Li muito Manoel de Barros, agora estou relendo Graciliano Ramos. Interessante perceber como coisas lidas por mim aos 15 e 16 anos, hoje, parecem diferentes” reflete, acrescentado: “É natural que assim seja. Há livros para cada
circunstância vivida”. “A melhor professora que já conheci”. É assim que Tainan se lembra de Aurea Marinho, professora de Literatura presente em sua vida da 8ª série ao 1º ano do Ensino Médio. “Todo o crédito é dela. Não fui criado em um ambiente de leitores”, revela, lembrando o incentivo de Aurea para que ele continuasse escrevendo. Um pássaro, uma pedra ou uma pessoa passando
são exemplos de elementos que “inspiram” o autor. Por não considerar a escrita um produto daquilo que costumamos chamar de “inspiração”, Tainan prefere dizer que escreve com base em observações do cotidiano. “Sabe a visão da janela, a estupidez de um comentário preconceituoso, as infinitas pequenas coisas pelas quais a maioria passa sem parar e notar? É sobre elas que escrevo”, revela.
Foi dentro da atmosfera da liberdade e da vontade de ler e escrever que Tainan desenvolveu seus dotes literários. Não dá para saber se ele buscou a ficção ou se ela que foi ao seu encontro. Dessa forma, nada mais natural que, enquanto professor, ele procurasse incentivar a leitura falando sobre literatura, sem falar, necessariamente, de livros. E que, enquanto escritor, se utilizasse de várias possibilidades dentro do universo literário/poético para construir seu alento. Em 2004, Tainan publicou seu primeiro livro de poesia, o DUO, em parceria com o também professor Beto Brito. O plano era que os dois reunissem seus escritos, editassem, diagramassem e revisassem com a ajuda de amigos. Quando tudo estava pronto, fizeram o projeto de divulgação e a festa de lançamento. “A inciativa do DUO me fez perceber o quanto é necessário sair do marasmo e publicar por si mesmo. Ainda que essa seja uma iniciativa de curto alcance (o DUO não existe mais em impresso)”, diz. A partir dessa experiência, o escritor começou a nutrir o desejo de se tornar editor, abrir uma empresa e publicar com ISBN, fundando, assim, a Edições Canárias, por onde lançou seus dois livros: DUO e Açougue. Segundo Tainan, a ideia que originou o DUO foi a de tornar a poesia um remédio para “curar a insensibilidade”. Daí surgiu a expressão “poeticamento”. Em 2007, o escritor participou do Alagoas em Cena, Programa de Incentivo à Cultura do Estado – do qual já havia participado em 2003 –, e ganhou cinco mil reais para a publicação de Açougue, seu segundo livro. Atualmente, Tainan dedica-se à elaboração de um projeto inédito, de poesia. Pode parecer estranho, mas o livro não será composto por páginas, pelo menos não por aquelas com as quais estamos familiarizados.
Numa tentativa de retirar o poema do papel, Tainan resolveu escrever – e, logo após, fotografar – em várias partes dos corpos de outras pessoas, como cabeça, joelhos ou costas. “Trata-se de uma performance poética onde cada pessoa é uma página”, e x p l i c a . At u a l m e n t e o “pelema” (pele+poema) tem 150 pessoas-páginas. “Um dia, quem sabe, publico”, diz. Outro trabalho alternativo do escritor é a “poesia de copo e caixa”, um experimento com poesia visual produzido em parceria com a atriz Ivana Iza, sua esposa. O trabalho consiste numa instalação poética, na qual poemas são colocados em móbiles feitos com copos presos em caixas suspensas, iluminadas por dentro. Para ler os poemas, é preciso olhar o fundo dos copos e interagir com os móbiles. A poesia de copo e caixa já esteve exposta no aniversário do curso de Letras, na extinta Saudável Casa Subversiva, no Jaraguá, e na Semana de Artes da antiga Faculdade Esamc, hoje Maurício de Nassau. O escritor ainda criou o Manual da Bigodagem, um way of life (modalidade comportamental desenvolvida no século XVIII e praticada até hoje), que, segundo Tainan, é um misto de pilantragem, denúncia social, Corel Draw e cafonice. Em 2013, ele lançou “A Bulha Galinácea e os Escritos Galiformes”. Na maior parte dos poemas e textos em prosa presentes no livro, há um tom de desencanto, de certa desesperança em relação ao mundo, que reflete o olhar do escritor em relação à vida contemporânea. Esgotado em poucos meses, o livro segue para sua segunda edição, que traz o selo da Imprensa Oficial Graciliano Ramos. Para entender melhor o universo inventivo e enérgico de Tainan Costa, entrevistamos o professor e escritor, que fala de literatura, da sua obra e da alegria de ser lido. Confira. E.P.
Acervo pessoal
Várias possibilidades para construir seu alento
Escritor e professor Tainan Costa Canário: “A leitura não se faz presente em Alagoas. Aqui, livraria é banca de revista”
TAINAN COSTA Primeiro, gostaria que você se apresentasse. Quem é Tainan Costa? Eu gostaria de saber falar de mim em terceira pessoa e assim montar um retrato de mim mesmo, mas o Tainan é incapaz disso. O Tainan Costa Canário é escritor, ainda que não sobreviva unicamente de escrever. É o que ele acha que sabe fazer, até que se prove o contrário. Para você, enquanto professor de interpretação textual, qual a melhor maneira de incentivar a leitura? Essa é uma discussão instigante. Como fazer para que um aluno do ensino médio compreenda que Machado de Assis é um gênio? Explicar que Pelé era grande jogador ou que Dali era grande pintor é fácil, basta mostrar um vídeo. Difícil é transpor um aluno do segundo ano para a genialidade de Machado de Assis. A melhor maneira de fazer alguém gostar de livros é falar do conflito vivido na obra, da grandeza da trama, sem sequer citar o livro. Estranho? Ao que me consta, para fazer alguém gostar de barcos não é preciso construir um, mas falar da
grandeza do ato de navegar, das aventuras e conflitos vividos no oceano. E no caso dos livros, o oceano é o universo do escritor.
Os pais costumam culpar a televisão, o consumismo, a escola ou a ineficiência dos professores, mas como você explicaria o comportamento daqueles que não gostam de ler? Acho que as pessoas são construídas por hábitos. A rotina guarda em si certas virtudes. No hábito estão as virtudes e os vícios. Eu não gosto de fazer tricô, como muitos não gostam. Não tenho esse hábito. Não gostar de ler não qualifica ninguém como melhor ou pior pessoa. Também não acho que a atual geração é a que menos lê. É preciso definir primeiro de que tipo de leitura nós estamos falando. É da leitura de romances? Da leitura dos clássicos? Nunca se leu tanto na história. Tudo que se faz na frente de um computador, por exemplo, é ler e escrever, interagir com textos, paratextos, hipertextos. Há uma revolução acontecendo no ato da leitura, assim como aconteceu no ato de ouvir música. Nós vivemos
num país que tem grandes editoras, pipocam as bienais e as pessoas estão lendo muito, sim. Se o que elas leem é literatura, se possui qualidade, eu não sei. Mas que é falsa a ideia de que se lê pouco em comparação a outras épocas, isso é. Assim como também é falsa a ideia de que a tecnologia é inimiga dos livros. Capas cheias de cores e ilustrações exuberantes estão cada vez mais frequentes nas livrarias. É evidente a importância que a estética do produto tem no mercado da contemporaneidade e o livro não é uma exceção. O que você pensa disso? É sempre bom ler um livro bem ilustrado e diagramado, mas esse não é o foco. Mesmo em novelas e romances em quadrinhos, por vezes o traço sujo de alguns quadrinistas é uma marca. É apenas uma questão de mercado. Esta é a era das imagens, as pessoas compram um livro pela capa. Por outro lado, as publicações eletrônicas têm a chance de inserir animação em flash e sons. Acredito que o livro eletrônico ainda irá transformar o ato de ler. E.P.
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CULTURA
O que você acha da afirmação de que “a leitura humaniza e aquele que não lê pode ser considerado rude”? É o pseudo-status do ato de ler. Essa postura é bem aristocrática, diga-se de passagem. Dependendo da leitura, tanto forma quanto deforma. A leitura humaniza? A juventude alemã da década de 1930 lia Minha Luta, de Adolf Hitler. Tornou-se mais humana por isso? Um terrorista islâmico lê o Corão antes de explodir uma creche judaica, alguns pastores praticam estelionato em rede nacional lendo belíssimas passagens da Bíblia sobre amor e caridade cristã. Definitivamente não creio que a função da leitura seja salvar o mundo ou as pessoas. Quais livros você indicaria pra uma criança de 10 anos? Alexandre e outros
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heróis, de Graciliano Ramos. O Menino do Dedo Verde, de Maurice Druon. E toda a obra do norueguês Josten Gaadner.
-livro. O objeto em si, o cheiro das páginas, o amor tátil tão louvado, comigo não voga. Eu tenho rinite, cheirar livros me faz espirrar.
De que forma a leitura se faz presente em Alagoas e o que você acha da ausência de livrarias no Estado? A leitura não se faz presente em Alagoas. Aqui livraria é banca de revista. Há o trabalho esporádico de gente boníssima, como Ricardo Cabús e Maria Luiza Russo, mas a verdade é que estamos décadas atrás de outros estados em propagação da leitura por qualquer veículo ou instituição oficial.
Você teria afirmado que participar de um projeto de alfabetização de jovens e adultos, o Sesc Ler, foi uma das experiências mais emocionantes da sua vida. Por quê? Fui à Palmeira dos Índios, o n d e p u d e ve r p e s s o a s aprendendo a ler com meus poemas. Isso foi grandioso. Nem sei se o projeto continua, mas ali vi o poder que a poesia tem enquanto instrumento didático. Meus textos sendo lidos em voz alta, por jovens e adultos em fase de aprendizado da leitura, que autor não acharia isso lindo?
Você concorda que a leitura não é tirânica e defende o direito, por exemplo, de pular páginas? Eu defendo o direito de rasgá-las, se necessário. Não tenho o menor apego à coisa-
Por que você escreve? Quando eu souber, paro de escrever. E.P.
GUIA CULTURAL SEGUNDA REAL ALAGOAS. Museu Théo Brandão (av. da Paz, 1490, Centro / 32212651). Visitações até 22 de fevereiro, de terça a sexta-feira, das 9h às 17h; aos sábados, das 14h às 17h. Entrada franca. O Museu Théo Brandão abriga a exposição do fotógrafo e crítico de arte alagoano Francisco Oiticica Filho. Intitulada “Real Alagoas”, a exposição, que trata da mobilidade urbana, consiste em dezenas de fotos capturadas pelo celular, dentro do carro em movimento. Composta por fotografias e instalações, “Real Alagoas” reúne cerca de 150 imagens, apresentadas em suportes variados. Na série “Múrmuro – Poética Involuntária das Ruas”, por exemplo, elas são exibidas na forma de vídeo. Outro ponto que permeia “Real Alagoas” é a violência. O artista discute essa temática através do lixo produzido pelo homem e sua incapacidade de lidar com os descartes de forma mais eficiente. EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA – BAILES DOS SERESTEIROS DA PITANGUINHA. Parque Shopping Maceió (Av. Com. Gustavo Paiva, 5945, Cruz das Almas / 3235-5301 e 9928-8675). Em frente
TERÇA NEY MATOGROSSO. Teatro Gustavo Leite (Centro Cultural e de Exposições. Rua Celso Piatti, s/n, Jaraguá / 3235-5301 e 9928-8675). No dia 04 de fevereiro, às 21h. Ingressos: de R$ 70 a R$ 260. Ney Matogrosso, um dos maiores intérpretes da música brasileira, traz para Maceió o mais novo espetáculo “Atento aos Sinais”, que marca seus 40 anos de carreira
QUARTA PROJETO MPB PETROBRAS – PAULINHO MOSKA. Teatro Gustavo Leite (Centro Cultural e de Exposições. Rua Celso Piatti, s/n, Jaraguá / 9808-6067 e 9363-3610). No dia 05 de fevereiro, às 20h. Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia). Ponto de venda: na bilheteria do Teatro
à loja Leader, no térreo. No dia 1º de fevereiro, às 18h. Aberto ao público. Aproximadamente 300 fotos que retratam a história dos Seresteiros da Pitanguinha e de seu baile estão expostas no Parque Shopping Maceió. Na mostra, o público poderá conferir belas cenas dos bailes de máscaras realizados nos últimos 10 anos, e também cenas da melhor matinê da cidade, O Bailinho, que há 4 anos faz a criançada dançar ao som de frevos e marchinhas. São fotos de diversos profissionais e colaboradores, entre eles: Maira Vilela (hoje radicada em Barcelona), Antônio Fon, Cilo Roberto, Vanessa Cavalcanti, Edgina Andrade, Silvana Valença, Marcius Andrei entre outros. CINE SESC e SESSÃO PIPOCA. Sessão Pipoca será no Auditório do SESC Poço; e o Cine SESC acontecerá no Teatro do SESC Centro. Nas segundas-feiras (05/02; 13/03; 02/04; 07/05; 04/06; 02/07; 06/08; 03/09; 01/10; 05/11), às 12h30. Entrada franca. Abrindo espaço para o cinema que não entra no circuito comercial das grandes salas de exibição, o Cine Sesc traz uma programação de filmes brasileiros e clássicos da sétima arte todas as primeiras segundas-feiras do mês, às 12h30. artística. Após o sucesso de “Beijo Bandido” no ano passado, o artista performático apresenta o show “Atento aos Sinais”, em que interpreta canções de novos nomes da cena nacional. Entre eles, Criolo, Dan Nakagawa, Pedro Luis, Alzira Espíndola,Vitor Pirralho,Vitor Ramil e Dani Black, autor da música que dá o nome à turnê. Ney vai fazer também releituras de clássicos de Chico Buarque e Caetano Veloso, além de canções de Itamar Assumpção, ícone da vanguarda paulista, como “Fico Louco”. Gustavo Leite, a partir do dia 03 de fevereiro, das 08h às 18h. A nova etapa do Projeto MPB Petrobras em Maceió irá trazer o cantor Paulinho Moska, que fará um show baseado em seu novo trabalho, o CD/ DVD Muito Pouco para Todos. Após a abertura com a cantora Elisa Lemos, Paulinho oferecerá ao público um set list intimista, no formato voz e violão, composto por canções de seu último e elogiado trabalho.
SÁBADO MACEIÓ VERÃO: ARNALDO ANTUNES. Ponta Verde, em frente ao Alagoinhas (Maceió). No dia 08 de fevereiro, a partir das 17h. Aberto ao público. O cantor e compositor Arnaldo Antunes se apresentará em show gratuito gratuito no projeto Verão Maceió, na praia de Ponta Verde. O espetáculo reunirá a banda com os músicos que acompanham o artista há alguns anos. Subirão ao palco Edgard Scandurra, Curumin, Marcelo Jeneci, Betão Aguiar e Chico Salem. No repertório constam músicas como “A Casa é Sua”, “Debaixo D’Água” e “De Mais Ninguém”. Além do ex-titãs, se apresentam também Júnior Almeida e Wado.
PREPARE-SE MACEIÓ VERÃO: LENINE. Ponta Verde, em frente ao Alagoinhas (Maceió). No dia 15 de fevereiro, a partir das 17h. Aberto ao público.
Lenine é grande atração de enceramento do projeto Maceió Verão 2014. O pernambucano promete agitar a galera com novas músicas e antigos sucessos que marcaram sua carreira. Máclein e Conexão latina completam a festa.
PRÉVIAS DE CARNAVAL BAILE VERDE E BRANCO. Iate Clube Pajuçara (Av. Dr. Antônio Gouveia, 1259, Pajuçara/ 3231-8877 e 32313842). No dia 08 de fevereiro, a partir das 22h. Preços: sob consulta. Com animação do grupo Samba Sim, composto por nomes como Neco, Wilma Araújo e Marcão, acontece mais uma edição do tradicional baile do Iate Clube Pajuçara. A festa, que tem início as 22h, terá ainda a apresentação do cantor Neto e do grupo vocal Coretfal, os quais serão responsáveis pela “frevança” da prévia carnavalesca. Já no dia 15 acontece à matinê A Gurizada Cai na Folia, que promete pôr os pequenos para dançar ao som de clássicos carnavalescos. 11º BAILE DOS SERESTEIROS. Pavilhão do Centro de Convenções/Baile (Centro Cultural e de Exposições. Rua Celso Piatti, s/n, Jaraguá / 3235-5301 e 9928-8675). No dia 14 de fevereiro, a partir das 21h. Preço: de R$ 30 a R$ 400. / Pavilhão do Centro de Convenções/Bailinho. No dia 16 de fevereiro, a partir das 15h. Ingressos: a partir de R$ 30. Considerado como o mais tradicional evento do calendário de prévias carna-
valescas de Maceió, o Baile de Máscaras dos Seresteiros da Pitanguinha já está com ingressos à venda. O evento traz como tema O Traço do Trio, uma homenagem aos chargistas Enio Lins, Hércules Mendes e Manuel Nunes Lima. E neste ano também será realizada a quinta edição do Bailinho, a matinê infantil dos Seresteiros, que acontecerá no domingo, dia 16 de fevereiro, também no Centro de Convenções. BAILE VERMELHO E PRETO. Jaraguá Tênis Clube (Av. Comendador Leão, 322, Jaraguá / 3231-2538, 9925-3922 e 9901-8912). No dia 1º de fevereiro, a partir das 22h30. Preços: R$ 700 (mesas internas), R$ 600 (mesas externas) e R$ 150 (individuais). Com o tema Em Serpentina Cultural, o baile Vermelho e Preto terá como atrações a banda Sabaki e a Orquestra Alagoana de Frevo. Nesta edição, a prévia contará com dois ambientes – o salão na área interna, com as mesas, e a quadra em frente ao salão, na área externa, que funcionará como uma ‘praça de alimentação’ – e buffet, no sistema all inclusive, trazendo a assinatura da banqueteira Izabel Pinheiro.
Envie um e-mail para cultura@odia-al.com.br e divulgue seu evento
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ESPORTES
DIA Esportivo Jorge Moraes diaesportivo@odia-al.com.br
Só depende dele
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epois do empate com o Santa Cruz, em 1 a 1, na quinta-feira, 30, no Estádio Rei Pelé, o CSA só depende dele para conquistar a primeira classificação nessa Copa do Nordeste. O time não repetiu a atuação contra o Bahia, demonstrou cansaço físico, mas valorizou bastante o resultado. O Santa Cruz teve mais chances, brigou pelo resultado, mas não conseguiu o que pretendia, que era a vitória. Agora, o CSA enfrenta, neste domingo, o Vitória da Conquista, também, em Maceió. Uma vitória coloca o CSA com 11 pontos e garantido na próxima fase, no afunilamento da copa.
Não só depende dele
Diferentemente do CSA, o CRB não só depende dele para ficar com uma das duas vagas do seu grupo para continuar na Copa do Nordeste. O CRB voltou a ser derrotado, 2 a 0, para o Treze, em Campina Grande, e tem um difícil compromisso, neste domingo, 02, em Mossoró, diante do Potiguar, que ainda briga por uma classificação. Dizem que o CRB jogou bem. Mas, do que adianta jogar bem e perder?
Canindé
Os comentários elogiosos dos dirigentes e dos jogadores do CSA em relação ao trabalho do técnico Oliveira Canindé não são nenhum favor feito ao profissional. Realmente, o CSA apresenta um sistema de jogo bem diferente do convencional, onde todo mundo é “pegador” dentro de campo. O time pode até ter dificuldades no jogo, como ocorreu contra o Santa Cruz, mas não deixou de ser lutador e nunca desistiu de buscar um bom resultado, que terminou acontecendo no empate.
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12º JOGADOR tem atuado contra seus clubes e ainda causa prejuízo financeiro
CSA e CRB pagam caro por suas “organizadas” Marcelo Alves Repórter
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reinadores e jogadores desejam sempre contar com sua presença nas partidas, pela habilidade de desestabilizar esquema tático de adversários com seu barulho ensurdecedor. Considerado o 12º jogador e titular em qualquer equipe, a torcida – principalmente a intitulada “organizada” –, está perdendo “moral” perante dirigentes pelos seus atos de indisciplina. CSA e CRB pagam punições estabelecidas pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva
(STJD) pelo vandalismo praticado nas arquibancadas por integrantes de suas próprias facções. É como se o seu atleta estivesse jogando contra. Agora, os dois clubes pensam “duas vezes” antes de convocá-la. Ou seja, eles refletem sobre o lado positivo e imaginam o que pode ocorrer de negativo, como o prejuízo que pode causar. Brigas e arremesso de objetos no campo estão entre os atos mais temidos pelos dirigentes de CSA e CRB. Estes atos de baderna podem ser comparados à expulsão de um jogador importante, que leva a equipe à derrota.
Azulão é multado e teme incidência de atos de vandalismo
Jogo do Fantástico
O jogo do CSA contra o Vitória da Conquista vai ser às 20h50. Já está sendo chamado de “jogo do fantástico”, pelo horário. Como em quase todas as competições quem manda no horário é a televisão, e com todo direito, porque paga para isso, a partida vai ser num horário pouco praticado pelo torcedor. Mesmo assim, a diretoria do CSA acha que vai lotar, novamente, o Estádio Rei Pelé.
Situação difícil
Quem está numa situação difícil mesmo na Copa do Nordeste é o CRB. Segundo comentários de bastidores, a diretoria ainda não promoveu algumas dispensas de jogadores e comissão técnica porque está esperando o resultado do jogo contra o Potiguar e o resultado do julgamento ainda esta semana, onde aquele clube pode perder alguns pontos e beneficiar o CRB.
Mudou
Tanto quanto o CRB, o time do Santa Cruz também foi punido com três perdas de mando de campo nessa Copa do Nordeste. Só que o clube pernambucano conseguiu reverter um jogo, este final de semana contra o Bahia, de Caruaru para o “Arrudão”, em Recife. Essa partida que falta será cumprida depois. Bem que o jurídico do CRB poderia trabalhar no mesmo sentido, para trazer o jogo contra o Ceará de Coruripe para Maceió.
Suspensão
Por falar em departamento jurídico, o CRB está tentando diminuir a pena aplicada ao lateral Paulo Sérgio, de 5 jogos, pela expulsão na agressão ao jogador do Ceará, na estreia da Copa do Nordeste. O problema é que o jogador é reincidente e pelo mesmo motivo. Como nesse mundo de Deus nada é impossível de acontecer, acho que o CRB deve lutar por isso.
ALFINETADAS... l Se a empresa não fosse do secretário, não haveria problema algum. Até, porque, nada impede que o placar eletrônico seja usado com propaganda, pagando é claro; l Acho que o governador Téo Vilela deveria mandar alguém ao estádio para comprovar a informação e o Ministério Público também.
Assim como todo jogador que recebe seu salário, o 12º jogador seria bancado por dirigentes de clubes que doam ingressos e até contribuem com o pagamento de viagem em partidas em outra cidade ou Estado, bem como haveria ajuda para a confecção de camisas, instrumentos e até os bandeirões. Mas com os casos de vandalismo e a atuação rigorosa do STJD, os dirigentes estão adotando medidas rigorosas para evitar essa incidência e até estão pedindo o apoio de outros torcedores para que identifiquem e denunciem qualquer ato de vandalismo.
Com o prestígio de ser o 12º jogador, torcidas atuam “contra” os seus clubes
Galo fecha o cerco contra “organizada” Assim como fez com Paulo Sérgio, que terá descontado de seu salário 20% do valor por expulsão no jogo contra o Ceará, o presidente-executivo do CRB, Marcos Barbosa, decidiu punir uma organizada com redução da quantidade de ingressos doados a esta facção. Apenas 25 bilhetes serão entregues aos integrantes que tocam instrumentos musicais. Informações dão conta que dirigentes do CRB
distribuíam cerca de cem ingressos para esses grupos. Marcos Barbosa nega. Atualmente, o CRB paga caro a briga protagonizada no estádio Rei Pelé entre uma organizada do Galo e outra do Santa Cruz, e a invasão de campo praticada por um torcedor regatiano, pela Série C. Pela briga, o Galo p e r d e u t rê s m a n d o s d e campo. Pela invasão, perdeu dois mandos de campo e foi multado em R$ 10 mil. M.A.
Por uma pedra arremessada do lado da torcida do CSA para dentro do campo na vitória de 4 x 1 sobre o Bahia, na Copa do Nordeste deste ano, o clube azulino foi punido com uma multa de R$ 2 mil, imposta pelo STJD. O Azulão se livrou de ter perdido até dez mandos de campo. O presidente-executivo do CSA, Jurandy Torres, não acredita que o objeto teria sido arremessado por um torcedor azulino. O mandatário chegou até a implorar aos torcedores do clube que vigiem os seus colegas nas arquibancadas para impedir atos piores de vandalismo. Jurandy Torres teme por um maior prejuízo financeiro e também por uma punição parecida com a que o CRB está pagando, ao disputar seus jogos no Gerson Amaral, em Coruripe, longe de sua torcida. M.A.
Serviço STJD Rua da Ajuda, Rio de Janeiro-RJ Tel.: (21) 2532.8709 stjd@uol.com.br
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REGIONAIS
DIA no Interior Roberto Baía dianointerior@odia-al.com.br
Matutos Urbanos
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o jornalista Breno Airan, exclusivo para a nossa Dia no interior: “Soul Janu, prazer. Com os Matutos Urbanos, também sou samba, sou Rock, sou Blues. Vamos ser juntos?”. É este o convite, quase intimando o leitor adepto da boa música a escutar o que Januário Leite – nome de avô, você sabe... – tem. O que é que ele tem se nem baiano é? Esse agitador cultural é dono de um dos trabalhos mais autênticos dos últimos anos na cidade de Arapiraca. Voltando à tona em um rosário de apresentações, ele promete colocar novidades no palco.
Músicas novas
“Estou com algumas músicas novas, a exemplo da ‘Bluetooth’, que divido voz ao lado da lindeza Anne Maia”, diz ele, ressaltando que a cantora fará participação especial em seu show inédito no Echoes Music Bar, neste sábado (1º), a partir das 20h. Na performance, Janu dispõe de suas canções autorais. Já é de domínio de seu público cantar em coro tudo o que sai de sua tímida boca. “É, né?”, reflete o músico, criador de músicas como “Janela da Percepção”, “Anticristo”, “Brega da Obsessão” e “Recado pra Lampião/ Graciliano Ramosimbora”.
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AÇÃO CIVIL PÚBLICA movida pela Defensoria de Palmeira foi acatada
Juiz determina melhorias no atendimento bancário O
juiz da comarca de Palmeira dos Índios, Geneir Marques, acatou, na semana passada, o pedido feito pela Defensoria Pública de Alagoas, através da sua coordenação no município, e determinou que os bancos que ocupam o pólo passivo desta demanda, no caso o Banco do Brasil, Banco
do Nordeste, Unibanco e Bradesco, adotem providências para a melhoria dos serviços ofertados aos consumidores pelos estabelecimentos. O prazo estipulado foi de quinze dias, sob pena de multa diária no valor de R$ 500. Entre os pedidos deferidos pelo magistrado, estão o de assegurar aos usuários
dos serviços bancários o atendimento em até trinta minutos nos dias normais e em até quarenta minutos nas vésperas ou após feriados prolongados. Ressaltando, que no referido atendimento deverá ser entregue ao usuário “bilhete senha e, manualmente, o horário em que se efetivar o atendimento ao cliente.
Gato Negro
Segundo ele, influenciado por tudo e por todos, pelo menos outras oito canções novas devem surgir em cena, afora as já gravadas em EP lançado em 2011 – algumas das novas, inclusive, contando com parcerias do baterista da banda Gato Negro, Wilson Silva, e da escritora Vanessa Daiany. As surpresas ficam ainda por conta de releituras para Bruno e Marrone, Benito Di Paula e o pai-nosso Raul Seixas.
Jazz e Blues na Praça
No dia seguinte, domingo (2), também acompanhado de Adams Ferreira nas linhas de baixo e Elisson “Xuxa” Walcelia nas baquetas, faz sua deixa na 2ª edição do projeto “Jazz e Blues na Praça”, no Mercado do Artesanato Margarida Gonçalves, às 20h. Nesta última quinta-feira (30), ele esteve na investida cultural “Dom na Caixa”, organizada no Sr. Carraca Café, ao lado de compositores como Paulo Franco (Gato Negro), Ítallo França e Priscilla Prill. “Esse momento é nosso, é dos que fazem a cultura desta cidade. Arapiraca vive hoje em ebulição e a galera está interessada em ‘se queimar’ – mais e mais”, coloca Janu e com razão.
Pão de açúcar
O prefeito Jorge Dantas visitou, na sexta-feira (31), algumas comunidades rurais do município de Pão de Açúcar. A chegada do chefe do Executivo municipal foi no Assentamento Boa Esperança. Em seguida, ele visitou os assentamentos Boa Sorte e São José, onde participou de um mutirão comunitário para enchimento de uma barragem que armazena água para o consumo animal.
Barragens
Esta ação faz parte do trabalho de limpeza e ampliação de barragens comunitárias que a Prefeitura vem realizando nas comunidades rurais do município, para armazenamento de água das chuvas que estão prestes a cair sobre a região. Máquinas da Prefeitura estão trabalhando diariamente nestas obras que beneficiam centenas de famílias rurais.
Estiagem
Além do prefeito Jorge Dantas, os secretários Antonio Dantas (Finanças), João Batista (Agricultura) e vereadores que representam a região estão participando destas ações em prol das famílias rurais. “Uma das prioridades do meu governo é ajudar o homem do campo a vencer as dificuldades impostas pelo fenômeno da estiagem que castiga o nosso município e região”, disse Jorge Dantas.
Feira livre
A Prefeitura de Arapiraca tem investido nos últimos meses no reordenamento, revitalização e manutenção das tradicionais 11 feiras espalhadas por todo o município.
Defensoria Pública conseguiu junto ao Judiciário garantir os direitos dos clientes de bancos de Palmeira dos Índios
Justiça impõe implantação de caixa prioritário O juiz também obrigou que os estabelecimentos devem, diária e constantemente, inclusive nos finais de semana, ficar abastecidos com dinheiro em espécie e talões de cheque, bem como papel comprovante das transações bancárias (depósito, transferência, pagamento etc.), de modo compatível à movimentação financeira da respectiva agência nos últimos 12 meses, de maneira a evitar que tais itens fiquem indisponíveis aos usuários. Estabelecer um número
de caixas destinados a atendimento prioritário aos idosos, aos portadores de deficiência física, às lactantes, às gestantes e às pessoas acompanhadas de crianças de colo, de maneira proporcional à movimentação da agência, adotando-se identificação, além de assentos disponíveis, também foi imposto pelo juiz durante sua decisão. A Ação Civil Pública foi interposta no início deste ano. O defensor público e autor da ação, Isaac Costa Souto, ressal-
tou que a decisão do juiz é de uma relevância inestimável, uma vez que os consumidores de Palmeira dos Índios e das cidades circunvizinhas poderão contar com serviços bancários dignos e de melhor qualidade constantemente.
Serviço Defensoria Pública Rua Domingos Roque da Costa, 45, São Luiz, Palmeira dos Índios Fone: 3420-1164 www.defensoria.al.gov.br
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O DIA ALAGOAS l 2 a 8 de fevereiro I 2014
CAMPUS
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EM PLENÁRIA, servidores da universidade também decidiram entrar com ação judicial contra a adesão à EBSERH
Técnicos administrativos aprovam greve na Ufal Márcio Anastacio Repórter
E
m assembleia, os técnicos administrativos da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) aprovaram, na semana passada, o indicativo de greve para a segunda quinzena de março. A reunião aconteceu no prédio da reitoria, no Campus A. C. Simões. Além desta, o Sindicato dos trabalhadores da Ufal (Sintufal),
deliberou três ações relacionadas à adesão da Universidade à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). Na reunião, a categoria também elegeu 4 delegados para a próxima plenária da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra), que será realizada em Brasília, e servirá para definir e unificar a greve, cuja dimensão deve ser nacional.
Entre as reivindicações, estão a política salarial permanente; a paridade entre ativos, aposentados e pensionistas; a definição de data-base; a regulamentação da negociação coletiva; e a adoção de diretrizes para plano de carreira dos trabalhadores. Além dessas pautas nacionais, o Sintufal deve incluir na jornada de lutas uma demanda local. O Sindicato se articula para pressionar a Ufal por mais segurança no campus de
Sintufal deliberou ações relacionadas à EBSERH Durante a assembleia, os servidores também discutiram a votação do Conselho Universitário (Consuni), no dia 13 de janeiro, com resultado favorável à implantação da EBSERH. Por maioria dos votos, os técnicos administrativos aprovaram uma ação jurídica contra a adesão da EBSERH. Para o sindicato, a votação foi ilegal, já que o estatuto da Universidade exige, pelo menos, 2/3 do quórum qualificado para a aprovação de matéria dessa natureza. Segundo a entidade, seriam necessários 34 votos favoráveis para a aprovação da pauta, que foi dada como aprovada com 27 votos a favor. Além disso, uma nota de repúdio aos representantes do Sintufal, cujo voto foi contrário à posição da categoria, que pediu veto à EBSERH, foi aprovada e lançada em seguida. “ Repudiamos a atuação desses conselheiros porque foram de encontro aos anseios
Em assembleia, servidores da Ufal decidiram pelo indicativo de greve
da sua própria categoria que, assim como nas greves de 2011 e 2012, se manifestou por esmagadora maioria contrária à EBSERH no plebiscito realizado em abril de 2013 (organizado pelas Entidades Sindicais). Tais conselheiros não respeitaram os mandatos que a categoria lhes confiou, preferindo se posicionar ao lado da Reitoria, do Governo Federal e dos empresários da saúde. Foram eleitos como representantes
técnico-administrativos, mas parecem mais representantes reitorais, pois invariavelmente têm seguido o voto da Reitoria”, expressou a categoria por meio da monção de repúdio. Uma nova assembleia, marcada para 12 de fevereiro, decidirá se o coordenador administrativo e financeiro do Sindicato, José Jerônimo, será punido com afastamento por ter votado a favor da EBSERH. M.A.
Maceió. Segundo o coordenador geral do Sintufal, Emerson Oliveira, toda a comunidade acadêmica é exposta diariamente a assaltos, assassinatos e estupros. Com a greve, setores fundamentais para o funcionamento da universidade deverão parar por completo. “Se paralisar mesmo, os setores de compras, transportes, almoxarifado, manutenção, e todos os outros relacionados ao braço admi-
nistrativo da Universidade devem ficar inviabilizados, e sem falar nas secretarias dos cursos, que deixarão de prestar assistência aos docentes, explicou a técnica administrativa, Thayse Oliveira. O Sindicato ainda reforça que a medida só foi tomada, pois as negociações no ano de 2013 não caminham. Eles acreditam que paralisar é o caminho mais acertado para por em negociação as pautas mais emergenciais da categoria.
Greve e Copa X calendário acadêmico Se afixada, a greve deve começar dias depois do início do ano letivo, que teve o calendário alterado e divulgado na última semana. Segundo a Ufal, a mudança, válida para o Campus A.C. Simões, em Maceió, e para as unidades de Penedo, Viçosa, Palmeira dos Índios e Santana do Ipanema, foi necessária devido aos prazos de análise e divulgação de resultados do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) estabelecidos pelo MEC. As aulas, que antes teriam início no dia 24 de fevereiro, agora, começam em 10 de março. “Precisamos fazer essa alteração por conta do Sisu, que só irá liberar o banco de reserva no dia 10 de fevereiro. Então, a Copeve precisa de uma semana para gerar as listas de presença e preparar todo o processo de matrícula. Como a situação não se resolveria até o dia previsto, fizemos essa pequena alteração no calendário”, informou
Amauri Barros, pró-reitor de graduação. O período de matrícula é o mesmo: alunos do fluxo padrão, entre 3 e 5 de fevereiro; do fluxo individual de 6 a 8 de fevereiro; e o reajuste de matrícula entre 24 e 27 deste mês. “O calendário começa em 10 de março e seguimos até 20 de julho. Temos um calendário que foi pensado para não prejudicar os alunos”, complementou. Em ano de Copa do Mundo, a pró-reitoria de extensão informou que a Ufal está trabalhando com calendário flexível. Cinco dias foram acrescidos, totalizando 105 dias letivos. Os dias de jogos do Brasil serão tidos como feriado total. M.A.
Serviço Sintufal Rua França Morel nº 240, Centro Fones: 3336-7643 / 3336-7648 / 3336-7649 www.sintufal.org.br
Alcoolismo feminino Elaine da Silva - Acadêmica de Administração da UFMS - Câmpus de Três Lagoas (MS). E-mail: ela_nanisilva@hotmail.com Caroline Leite de Camargo - Bacharel em Direito, foi Professora Substituta de Direito da UFMS - Câmpus de Três Lagoas (MS,) é Diretora do Instituto Três Lagoas de Educação Profissional. E-mail: karoll_kamargo@hotmail.com “[...] Eu só vou beber mais hoje, amanhã vou parar / Só ter uma festinha, que a galera me chama / Tenho dois apelidos: pinguço e pé de cana / Casamento, batizado, formatura, aniversário / E até chá de bebe, tô pronto pra beber [...]”. Música: Eu vou beber mais hoje. Dupla: Humberto e Ronaldo. Composição de Thales Lessa. No início, diversão e demonstração de independência. O fato é que atualmente existe até uma apologia à bebida, estando presente nas músicas, novelas e propagandas da televisão. O que era um ato quase que exclusivo dos homens ganhou ares do público feminino. Atualmente, as mulheres bebem para ficar desinibidas e relacionar-se melhor com as pessoas. Os sentimentos de inadequação e vazio desaparecem, a solidão também evapora como mágica. A autoestima cresce
na mesma velocidade com que o teor etílico sobe no sangue. O corpo se mostra resistente. Amigos e familiares costumam comentar, alguns até em tom de admiração, que elas “bebem como os homens”, porque não revelam sinais de embriaguez facilmente. O que difere de uma história para outra é a maneira como cada mulher descobre que caiu numa armadilha e o tempo que demora para pedir ajuda. O que era prazeroso se torna um mergulho profundo no inferno. E não há mais controle: sozinha, ela não consegue parar. Nas últimas décadas, observamos cada vez mais a discussão sobre os efeitos da ingestão do álcool. No mundo dos adultos, mudanças econômicas e culturais importantes – como a inserção no mercado de trabalho e o fato de que mais mulheres tornaram-se chefes de família – tiveram impacto significativo na saúde delas, e isso ajuda a explicar a busca
da bebida como alívio para o stress e a pressão do cotidiano. Com a vida social mais rica e cheia de opções, as oportunidades de beber também acabaram ampliadas. Executivas estão sempre às voltas com jantares e almoços de negócios onde a oferta de álcool é farta. Happy hours são rotina entre colegas de trabalho. Isso sem contar as baladas, que atraem as mais jovens, e os bares que abrem às 7 da manhã nos arredores das escolas e universidades. Se, anos atrás, beber era considerado “feio” para as mulheres, e isso ajudava a afastá-las do álcool, hoje o ato é amplamente incentivado. As mulheres apresentam características fisiológicas que as tornam mais susceptíveis aos efeitos do álcool do que os homens, além de maior risco de desenvolver abuso ou dependência. Mesmo levando em consideração as diferenças entre os gêneros
com relação ao peso corporal, uma mesma quantidade de bebida alcoólica afeta mais rapidamente as mulheres que os homens. Elas possuem menor quantidade de água no organismo. Quando falamos sobre o uso de bebidas alcoólicas pelas mulheres, sempre surge o questionamento sobre os efeitos do álcool durante a gestação. Para elas, ainda é importante destacar algumas consequências do uso nocivo dessa substância: suscetibilidade de sofrer abuso sexual, sexo desprotegido e violência. Ainda, nos últimos 20 anos, pesquisas científicas indicam que o consumo de álcool pode aumentar o risco de câncer de mama, sendo que, quanto maior o consumo de álcool, maior o risco. Algumas diferenças surgem entre homens e mulheres também quando são acometidos pela dependência. Elas sofrem um enorme preconceito e são mal compreen-
didas na sociedade – motivo pelo qual geralmente procuram menos os serviços de tratamento. Soma-se ainda o fato de serem mais propensas a desenvolver a dependência alcoólica concomitantemente a outro transtorno mental (depressão, síndrome do pânico ou transtornos alimentares, por exemplo). As mulheres que se tornam alcoólatras mergulham em um universo aonde nada mais parece importar, não consegue cuidar dela mesma, muito menos das pessoas ao seu redor, lares são totalmente destruídos, famílias desfeitas. O alcoolismo feminino é silencioso e geralmente as mulheres demoram a perceber que já ultrapassaram o limite e que estão dependentes do álcool. Quando percebem, já estão no “fundo do poço”, necessitando de ajuda médica e de grupos de apoio; o que era uma diversão e distração se torna um verdadeiro tormento.
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Zuada da MíDIA
Márcio Anastácio - zuadadamidia@odia-al.com.br
ESPECIAL Para comemorar?
Na semana em que se comemorou o dia dos jornalistas, eles não falaram em outra coisa. A exoneração da assessora de comunicação, Lívia Vasconcelos, continuou sendo o assunto mais comentado entre os profissionais de comunicação de Alagoas, com desdobramentos inesperados e posicionamentos oficiais por parte do Sindicato dos Jornalistas de Alagoas (Sindjornal) e do Governo, através da Secretaria de Estado da Comunicação (Secom).
Foi à luta
O Sindicato dos Jornalistas do Estado de Alagoas (Sindjornal) emitiu nota informando sobre a reunião onde foi levada a indignação da categoria ao secretário de Comunicação do Estado,
Demissão por tabela
Diante do posicionamento da Seplande, a Museóloga Carmen Lúcia Dantas, titular do conselho editorial da Imprensa Oficial Graciliano Ramos e suplente do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Conedes), entregou os cargos pois, segundo ela, o caso “expôs o governo a uma posição de conivência com
a homofobia”. O Secretário da Seplande, Luiz Otávio Gomes, se pronunciou publicamente enfatizando sua posição contrária ao que foi publicado na carta enviada por Carmem Lúcia Dantas, dizendo respeitar a orientação sexual das pessoas.
Relembre
O “bate-cabelo” protagonizado pelo ex-secretário de Educação, Adriano Soares, e a ex-assessora de Comunicação da Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico (Seplande), Lívia Vasconcelos, teve início após uma postagem feita por Adriano, criticando com palavras de baixo calão, a exposição da relação homoafetiva de personagens da novela “Amor à Vida” da TV Globo. Depois do comentário do político, a assessora rebateu no mesmo tom, em defesa dos LGBTs.
TERÇA
QUARTA
QUINTA
MALHAÇÃO
Sofia afirma a Sidney que fará de tudo para recuperar sua imagem na mídia. Raissa e João Luiz se beijam. Micaela e Martin reatam o namoro. Flaviana tenta se acostumar à sua nova realidade humilde. Maura comenta com Zelândia que nunca gostou de Caetano. Anita avisa a todos que Antônio será liberado da instituição. Guilherme se aproxima de Lorena e Clara sente ciúmes do amigo.Ben confidencia a Sidney que visitará Antônio. Madame Cozete diz a Sidney que, para se curar de seu problema, terá de ficar algum tempo longe de mulheres.
Os guardas da instituição detêm Ben, que é ameaçado pelos internos. Anita se envolve em uma briga no colégio por causa de seu vídeo com Ben. Giovana prepara o show que fará para arrecadar fundos para a reforma do casarão. Antônio afirma que não prestará queixa contra a suposta agressão de Ben. Sofia conta a Anita sobre o incidente entre Ben e Antônio e a menina acredita na bondade do ex-interno. Zelândia prepara chás afrodisíacos para Maura, que assedia Hernandez.
Anita faz um discurso agressivo e Ben se culpa pelo estado da menina. Caetano diz a Abelardo que precisará de sua ajuda em um esquema na prisão. Todos ajudam na reforma do casarão. Hernandez afirma a Vera e Ronaldo que os médicos liberaram o filho para o convívio social. Antônio seduz Anita. Bernardete revela que tem um capital guardado e propõe sociedade a Vera. Antônio finge querer recomeçar sua amizade com Ben. Maura afirma a Hernandez que Antônio pode ficar em sua casa.
Ben agradece Sofia por seus conselhos e a menina o incentiva a esquecer Anita. Pedro se desespera ao constatar seu amor por Tita. Anita é assediada por dois motoqueiros e Antônio a resgata. Giovana e Junior decidem ser apenas bons amigos. Ben desconfia do ataque a Anita e acredita que seja armação de Antônio. Martin e Micaela perdem a hora namorando e a menina falta à aula. Raissa afirma a João Luiz que é capaz de abrir mão de ter um filho por Guilherme. Junior lê a poesia de Sidney para Sofia em voz alta e a menina se ofende.
Vera, Ronaldo e Maura desaprovam a Não há exibição. abordagem de ensino de Bárbara. O pai de Martin cobra um relatório sobre seu trabalho no restaurante. Martin oferece um emprego de produtora cultural para Luciana.Todos no Grajaú acreditam na mudança de comportamento de Antônio. Giovana pensa em fazer um show na praia, durante o campeonato mundial de surfe. Anita discute com Ben e Sofia defende o rapaz. Pedro desabafa com Fulano sobre seu amor por Tita. Raissa discute com os demais professores o tema das aulas de Bárbara.
Fabrício termina o namoro com Lola. Rubens e Gertrude impedem que Manfred seja violento com Ernest, que passa mal e é levado para o hospital. Valter elogia o trabalho de Davi. Ernest conta para Amélia o que descobriu de Manfred e pede para morar um tempo no cortiço. Laura e Tavinho saem de casa e vão morar na pensão. Lola conta para Amélia, Gaia, Toni e Mundo que ajudou Manfred a botá-los na cadeia a mando de Ernest. Pérola pede que Franz perdoe Ernest.
Ernest diz a Pérola, Franz e Amélia que está arrependido de tudo o que fez contra eles. Lola diz a Joel que Fabrício terminou o namoro com ela. Amélia deixa Ernest morar em sua casa no cortiço, para a alegria de Pérola. Ernest toma banho no chuveiro coletivo do cortiço e é alvo dos comentários dos moradores. Manfred chega e tripudia do pai, mas é expulso por Mundo. Tenpa dá comida a um senhor que entra no armazém de Toni e não cobra nada por isso.
Davi ouve Aurora e Décio conversando e descobre que só conseguiu o emprego no clube por causa dela e termina o casamento. Viktor contrata Bibiana como babá de Heitor. Ernest acusa Manfred na frente do delegado, mas ele nega tudo. Davi volta a morar na pensão. Joel procura Aurora, que chora em seu ombro. Tavinho dorme com Gaia e Toni. Os policiais encontram papeis queimados no quarto de Manfred, que inventa uma desculpa para eles.
Hilda visita Mama Francesca e encontra Gaia. Manfred vê Sílvia na rua e, descontrolado, vai para casa chorando, dizendo que viu um fantasma, e se esconde atrás das cortinas. Aurora pede que Joel volte a trabalhar com ela. Gertrude se preocupa com a saúde mental do filho e desabafa com Venceslau. A pedido de Manfred, Zefinha rouba um vestido de Amélia do varal do cortiço. Joel não tem coragem de dizer a Lola que voltará a trabalhar com Aurora.
Diante do descontrole de Manfred, Gertrude telefona para um psiquiatra. Bibiana incentiva Sílvia a aparecer para Viktor. Arlindo não para de pensar no beijo de Volpina. O médico diz que vai internar Manfred, mas Gertrude pede para tratá-lo em casa. Décio diz a Valter que gastou o dinheiro dos mantimentos do restaurante em roupas. Manfred apenas finge que toma o remédio prescrito pelo médico, mas o joga fora. Aurora procura Davi na pensão e eles se beijam.
Viktor corre atrás de Sílvia, que foge. Ernest pede que Julieta deponha a seu favor, mas ela fica em dúvida. Toni e Hilda ficam juntos, mas ela diz que, para voltar para casa, ele tem que se afastar de Gaia. Sílvia aparece para Viktor e o beija. Depois, conta-lhe tudo o que aconteceu depois do acidente. Sonan faz massagem no pescoço de um freguês, que melhora e desiste de comprar remédio. Eufrásio vê Franz em sua casa e diz que vai denunciá-lo. Davi diz que não voltará para casa.
Lili apresenta Heloísa para Angelique, que é forçada a cumprimentá-la. André impede o motoboy de perseguir o carro de Oscar. Heloísa gosta de conhecer Marlon. Heloísa e Thomaz tentam convencer Lili a contar o que sabe sobre a Comunidade. Flávio se encontra com Rafa. André leva William, Celina, Nilson e Sandra para seu apartamento e surpreende Júlia. LC se enfurece com Kléber e o manda de volta para Tapiré. Thomaz pede para Marlon cuidar de Lili.
William e Celina se desculpam um com o outro pelo beijo. Marlon pensa no irmão, e Angelique reclama de sua distração. LC reclama com Angelique da intromissão de Heloísa. Marlon confidencia a Lili que está com saudades de William. Thomaz tenta se reaproximar de Heloísa. Keila convence Kléber a aceitar que o concurso para Miss Tapiré aconteça. Álvaro passa a noite com Inês. Celina questiona William sobre seus sentimentos. Álvaro se anima com o cheque que recebe de Inês.
Tereza mente para William sobre o estado de Lili. Heloísa se afasta de Thomaz. William se desespera com a possibilidade de Lili ter entrado na máquina da felicidade. Júlia se emociona quando Flávio volta para casa. LC reclama da demora de Marlon nas pesquisas. Marlon observa Lili. Marcelo flagra Álvaro e Inês juntos. Fátima sonha com Rafa. Tereza consegue regalias na prisão e provoca irritação nas presas. Hermes agradece a Bigode pela proteção a Tereza.
Lili se afasta de Marlon. William, Celina e Nilson exigem acompanhar André e Oscar a Tapiré. Flávio conta para Júlia que beijou Heloísa. Heloísa é indicada a um prêmio. Thomaz e Flávio levam flores para Heloísa. Inês decide fazer um jantar em família para ela, Álvaro, Marcelo e Priscila. Hermes avisa a Tereza que está organizando a fuga dos dois. Fátima se emociona com o vestido que ganha de vó Tita. Marlon combina de ir com Rafa ao suposto túmulo de William para pegar a lupa que esqueceu na mata.
Marlon encontra um monte de pedra dentro da cova e se desespera. Inês pensa em se vingar de Heloísa durante a premiação. Selma tropeça durante seu desfile. Marlon questiona LC sobre o que encontrou na cova de seu irmão. Selma se enfurece ao ver Romildo vibrando por Fátima. Kléber entrega para Keila seu vestido do desfile, e todos a admiram. Fátima e Keila são as finalistas do concurso de Miss Tapiré. William e Celina se beijam. Keila pensa no próximo evento de Tapiré, e Kleber se irrita.
André e Oscar desafiam Kléber. Marlon diz a Rafa que não contará para Lili que William não foi enterrado.Kléber manda um de seus capangas vigiar a casa de Celina. Fátima decide acompanhar Vó Tita ao Rio de Janeiro. Belinha se emociona ao ver Celina e Nilson. André prende os capangas de Kléber. Flávio confessa a Júlia que está apaixonado por Heloísa. Álvaro se oferece para ajudar Inês em seu divórcio. LC repreende Marlon ao vê-lo falar com os seguranças sobre William. Heloísa se incomoda com a desenvoltura de Flávio em seu programa.
A emissora não disponibilizou o resumo A emissora não disponibilizou o resumo do capitulo. do capitulo.
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Globo
EM FAMÍLIA
Globo
Globo
Globo
SEGUNDA
JOIA RARA
OS RESUMOS DOS CAPÍTULOS ESTÃO SUJEITOS A MUDANÇAS EM FUNÇÃO DA EDIÇÃO DAS NOVELAS.
ALÉM DO HORIZONTE
RESUMO DAS NOVELAS -
Keiler Lima. De acordo com o Sindjornal, “a entidade representativa da categoria e defensora intransigente das liberdades de expressão e de imprensa não pode concordar que a profissional seja reprimida ou punida em razão de ter emitido uma opinião totalmente desvinculada de suas atividades na pasta em que trabalha. Menos ainda, se tal punição traz em si uma conotação de influência política”.
SEXTA
SÁBADO
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INSIDE
redação 82 3023.2092 e-mail redacao@odia-al.com.br MARCOS LEÃO com Elisana Tenório - inside@odia-al.com.br
PODER | A top alagoana Bruna Tenório foi convidada especial para abrir a passarela da poderosa Ralph Lauren no primeiro desfile da marca na Europa. Aqui, a bela arrasa no look
BELA DA VEZ | Patricia Brumatti incrivelmente bela em cena fashion
BELEZURA | Finíssima como ela é, Didi Maia mostrando estilo para dar e vender em auê fashion que agitou a seara TODO ELE | Mateus Rodrigues desembarca em nossa cidade para fazer a cabeça das alagoanas
Mãos de ouro Mateus Rodrigues, cabeleireiro global, desembarca na terra dos marechais para ministrar um curso aos profissionais da beleza de Alagoas. Em momento VIP, no dia 15
de fevereiro, assinará as madeixas das clientes do Condolissa Studio de Beleza. Maiores informações: 3338-2836 / 9801-3381.
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PUBLICIDADE
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ESPECIAL
OPERAÇÃO NR 31 E
m 2013, auditores fiscais do Trabalho fizeram 675 fiscalizações no campo. Destas, 80% foram nas usinas de açúcar e nos canaviais. A Norma Regulamentadora 31 trata da Segurança e Saúde do Trabalho no Campo.
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3 1 - Lesões nas articula-
ções, principalmente nos punhos, são comuns;
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2 - Esforço repetitivo provoca lesões graves nos ombros; 3 - Problemas na coluna vertebral atinge 80% dos trabalhadores; 4 - Pressão nos joelhos provoca lesões.
“N
ão adianta colocar o EPI num trabalhador para ele desempenhar uma função da mesma forma que era feita há 500 anos. Tem que mudar o modo de produção e, assim, eliminar todos os riscos. O corpo humano terá sempre as suas limitações. Cortar cana já foi um trabalho braçal. Está mais do que na hora de a tecnologia ser experimentada neste setor. Os primeiros passos já foram dados, mas é necessário fazer a caminhada toda. Vai se criar um problema social? Mas ele já existe quando uma legião de pessoas acidentadas é encostada sem poder traba-
lhar. A coletividade é que paga a essa legião. O trabalhador precisa de um emprego digno. Subemprego não é emprego. No campo, as pessoas vão reclamar das condições de trabalho. Os patrões darão as suas razões. Houve uma redução no número de acidentes com EPIs nos últimos dez anos. Mas os problemas de saúde são os mesmos. As coisas mudam lentamente no campo. Os EPIs sozinhos não darão conta dessa mudança. Precisa-se mudar o processo de produção com tecnologia”. Leandro de Andrade Carvalho Auditor Fiscal do Trabalho
Fotomontagem: Rodrigues / Foto: Eduardo Leite
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ESPECIAL
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CORTADORES DE CANA se protegem dos acidentes com o facão, mas não escapam das dores nas costas, braços e ombros
Doenças ocupacionais e acidentes no campo Deraldo Francisco Repórter
O
s números relativos ao afastamento de trabalhadores no setor sucroalcooleiro em consequência de doenças ocupacionais ou acidentes no trabalho ainda são muitos em Alagoas. Para se ter uma ideia dessa dimensão, o total de trabalhadores que tiveram afastamento por doença ou acidentes em 2011 corresponde a todo pessoal [campo, indústria, administrativo e diretoria] que trabalha na Usina Santo Antônio, que fica em São Luís do Quitunde e é uma das maiores do Estado. Ao todo, 4.541 trabalhado-
res do setor sucroalcooleiro se afastaram do trabalho por conta de terem sido vítimas de acidentes na execução do trabalho ou por terem desenvolvido doenças ocupacionais. Na produção de açúcar, duas categorias de trabalhadores se destacam: o trabalhador rural e o da indústria. Ambos estão expostos a situações de risco, mas é no canavial, no corte da cana – até mesmo pelo grande volume de trabalhadores – que os casos ocorrem com maior incidência. Tanto as situações de acidentes de trabalho como as que envolvem doenças ocupacionais. No campo, os riscos de acidentes envolvem cortes provocados pelo deslocamento repetitivo do facão. Na
indústria, as altas temperaturas expõem os trabalhadores a riscos de queimaduras em variados níveis. No corte da cana, o maior problema de saúde desenvolvido na atividade são os problemas na coluna vertebral. São comuns hérnias, desvios. Para quem trabalha nas máquinas, a doença ocupacional mais frequente – situação da qual os trabalhadores reclamam muito – é a perda da audição. A maioria dos trabalhadores se queixam de todas essas situações, o que é corroborado pelos sindicatos que os representam. No entanto há quem afirme que, mesmo trabalhando muitos anos no campo ou na indústria, nunca desenvol-
veu nenhuma doença ocupacional. Nem mesmo as mais comuns. O dirigente sindical Sebastião Feitosa garante que trabalhou durante mais de 30 anos no corte da cana e não tem nenhum problema de coluna. Ele conta que levou muitos cortes nos braços e nas pernas, mas não tem doença adquirida no campo. Da mesma opinião é o eletricista José Antônio Alves. Há sete anos ele trabalha na Usina Sinimbu, em Jequiá da Praia, e afirma que não tem nenhum problema de audição. “Existe o barulho sim, mas nós temos protetores auriculares para proteger nossos ouvidos. Como sempre estou usando, não tenho esse problema”, contou. D.F.
Rodrigues
A coluna “responde” ao esforço repetitivo no corte da cana
Linha do tempo
2008
2008 Janeiro, 17
Acidentes de trabalho em Alagoas
Conforme levantamento feito pela reportagem de O DIA ALAGOAS junto a médicos do trabalho, dirigentes sindicais e trabalhadores do campo, a maior reclamação do cortador de cana é quanto às dores nas costas. O fato de terem que se abaixar e levantar repetidas vezes na atividade do corte da cana contribui para isso. Mas há lesões nos ombros, punhos e doenças provocadas por infecção nos tendões. As lesões nos punhos são muito frequentes nesta atividade por conta do manuseio do facão. O joelho, onde normalmente o trabalhador se apoia para cortar a cana pertinho da raiz também desenvolve lesões ao longo dos anos. Conforme o médico trabalhista Paulo Pinto, há ainda situações em que o trabalhador do campo desenvolve labirintite e hipertensão arterial. O médico ressalta que esses dois tipos de doenças não são responsáveis por um número considerado de afastamento de trabalhadores. D.F.
Novembro, 8
Um ônibus que transportava trabalhadores da Usina Uruba capotou, deixando três pessos mortas e diversas feridas no município de Atalaia.
Fonte: alagoas24horas.com.br
Três trabalhadores feridos em aidente com carregadeira na Usina Cachoeira do Meirim
Fonte: g1.globo.com
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ESPECIAL
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AUDITORES FISCAIS DO TRABALHO intensificam fiscalização no campo; foram 675 “visitas” das equipes só em 2013
EPIs evitam os cortes, mas não as doenças Eduardo Leite
Deraldo Francisco Repórter
A
Trabalhadores rurais usam equipamentos de proteção individual; protegem braços e pernas. Mas e o restante do corpo?
Cortador de cana aprova a utilização dos EPIs Rosival Oliveira dos Santos tem 42 anos de idade e há 30 trabalha no corte da cana. “Comecei nesta atividade logo cedo, com doze anos”, disse ele. Ele conta que não abre mão dos equipamentos de proteção. Conta que, às vezes, eles incomodam, mas que são necessários. “É para a minha segurança, então eu uso. Não adianta ter e não usar. Se o patrão fornece, a gente tem que
usar”, disse Rosival. Ele trabalha para a Usina Sinimbu. Rosival contou ainda que, muitas vezes, o seu facão “sobrou” numa das caneleiras, cortando, inclusive, o equipamento. “Se eu estivesse sem essa proteção teria rolado a canela de uma facãozada só”, brincou. O gerente administrativo e de suprimentos da Usina Sinimbu, Silvano Alves da Silva, revela que a indústria
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gastou cerca de R$ 600 mil só com EPIs. “A questão não está apenas na obrigatoriedade de a usina fornecer o material de proteção individual ao trabalhador. No corte da cana, os riscos são iminentes, por isso há a necessidade de estar protegido. Queremos o trabalhador saudável em sua atividade. Desta forma, é bom para todos”, comentou Silvano Alves. D.F.
s estatísticas do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) mostram uma pequena redução no número de acidentados no trabalho em Alagoas. Os dados são totais e se referem a todas as atividades profissionais. Conforme o levantamento, em 2010, 9.308 pessoas foram acidentadas no trabalho em Alagoas; em 2011, foram 9.813 e, em 2012, 8.482. De 2011 para 2012, houve uma redução de 1.331 acidentes, o que corresponde a 13,5%. Os números ainda são grandes e assustam, mas já foram bem maiores. A fiscalização da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) para o cumprimento rigoroso das Normas Regulamentadoras de Medicina e Segurança no Trabalho contribuiu para essa redução. “Temos sempre equipes fiscalizando as condições de trabalho nas usinas de açúcar e no campo. O resultado disso tem sido o cumprimento à risca do que as normas regulamentadoras determinam e, por consequência, temos a redução no número de acidentes e doenças ocupacionais desses trabalhadores”, disse o superintendente do Trabalho e Emprego em Alagoas, Israel Lessa. As Normas Regulamentadoras garantem execução das atividades que não causem danos à saúde dos trabalhadores. Uma dessas normas se refere à utilização obrigatória dos EPIs [Equipamentos de Proteção Individual]. Há algum tempo, essa proteção era algo bem pessoal do trabalhador do campo. Era ele mesmo quem improvisava chapéus, luvas e roupas que reduzissem a incidência do sol no corpo e na cabeça. Mas não se tinha muita
2010 Dezembro, 1 Oito pessoas ficaram feridas em um acidente na caixa de evaporação do setor de fabricação de açúcar da usina de açúcar e álcool Cachoeira do Meirim, em Maceió
Fonte: noticias.terra.com.br
100% Fonte: oglobo.globo.com
ideia para reduzir os cortes, principalmente nas pernas e braços. O cortador de cana de hoje deve trabalhar de boné árabe [com abas descendo pelo pescoço], óculos [escuros ou transparentes], luvas, caneleiras e botas com “bico de ferro”. Isso não quer dizer que todos os quase 50 mil cortadores de cana em Alagoas usem estes equipamentos. Há resistência dos dois lados. O trabalhador diz que “esses bichos” incomodam. Para o empresário, o investimento é muito alto. Os fiscais do Trabalho são orientados a autuar a empresa cujo empregado não utilize estes equipamentos no corte da cana. No canavial, um fiscal – também conhecido como “Cabo de Turma” – é responsável por fiscalizar a utilização destes equipamentos. Trabalhando para a usina, ele fiscaliza o trabalhador e, no caso de desobediência flagrado pelos fiscais do Trabalho, a usina é que deve pagar a multa prevista.
2010 Outubro, 15 Explosão de uma caldeira na Usina Sinimbu deixa dois gravemente feridos em Alagoas, um deles com 100% do corpo queimado.
Setembro, 2 Operário morre após cair de caldeira, acidente ocorrido na Usina Marituba em Igreja Nova
Fonte: aquiacontece.com.br
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O DIA ALAGOAS l 2 a
ESPECIAL
MESMO COM PROTEÇÃO, trabalhadores não estão livres da lâmin
Cada trabalhador tem uma Deraldo Francisco Repórter
U
ma conversa com os trabalhadores no canavial revela a situação em que eles vivem. Eles se queixam das condições de trabalho, do atendimento médico,
do preço da tonelada da cana, da comida e até do alojamento. Os trabalhadores têm saudades da família. Muitos deles são de outras regiões. A reportagem conversou com integrantes de uma turma que cortava cana no povoado Barro Branco, às margens da BR-101, em Jequiá da Praia.
“
Eles têm carteira assinada pela Usina Sinimbu. O grupo encontrado pela equipe de reportagem é formado por 42 trabalhadores, mas, no dia do encontro, estava com apenas 33. O restante ainda não tinha voltado do final de semana de folga em casa com a famí-
lia. O grupo era chefiado pelo apontador [também chamado de “Cabo de Turma”] Antônio José dos Santos. O apontador é uma espécie de amigo e inimigo ao mesmo tempo do cortador de cana. É ele quem fiscaliza a utilização dos EPIs e chama a atenção do trabalhador se ele
estiver fora dos padrões. Mas também é o apontador quem mede a área do canavial que foi cortado pelo trabalhador. “Para cada tonelada de cana que a gente corta, o apontador rouba duzentos quilos para a usina”, comentou um cortador que a reportagem vai preservar o nome para
“Não quero os meus filhos cortando cana” Rosival Oliveira é um cortador de cana experiente. Ele mora em São José da Tapera, no Sertão de Alagoas, onde deixou a mulher, filhos e um neto. Rosival conta que, para trabalhar todos os dias precisar tomar, ao menos, dois comprimidos à base de Diclofenaco [relaxante muscular e analgésico]. “Se não tomar dois bichos desses, não consigo nem me levantar da cama”, comenta. Ele diz que trabalha há 30 anos no corte da cana e que criou seus filhos fazendo isso. “Passei a vida cortando cana, mas não quero meus filhos no canavial. O que ganhei até agora foi a minha contribuição para a vida deles. Agora vão à luta, mas bem longe da palha da cana”, comentou. Sobre os cortes com o facão, ele diz que isso é comum na atividade. Revela que levou um corte no pé que pegou 20 pontos. “Foi em 2005, quando eu estava no caminhão saindo do alojamento para o canavial. Estava só de sandálias quando o carro deu um solavanco, eu subi e quando caí foi com o pé em cima da lâmina do facão. Corte miserável de grande”, contou. No canavial, todos têm uma história que envolve sangue para contar. Necessariamente, os assuntos não são muito recentes. Isso não quer dizer que os acidentes não estejam ocorrendo, mas houve uma redução considerável nos casos. Mas não falta quem ainda corte o dedo ou o braço ainda hoje.
Ao invés de acertar a palha, meti o facão no meu braço; no campo é assim mesmo É o caso do trabalhador rural Silvânio Gomes de Lima, de 29 anos. No dia em que a reportagem esteve na Usina Sinimbu, ele foi ao ambulatório médico no início da tarde. Pela manhã, ele havia cortado o braço esquerdo numa manobra que fez com o facão para cortar a palha da cana. “Ao invés de acertar a palha, meti o facão no meu braço. Pegou três pontos, mas já estou melhor”, comentou, enquanto aguardava medicamentos na usina. Ele também iria entregar o atestado médico que lhe assegurava o afastamento por seis dias do trabalho. Silvânio Gomes é pernambucano de Serra Talhada e está pela segunda vez trabalhando na Usina Sinimbu. D.F.
O cortador de cana Silvânio Gomes cortou o braço esquerdo ao se descuidar no manuseio do facão: foram três pontos
2010
2011 Outubro, 16
Outubro, 16 Gérson Vieira da Silva morreu no Hospital Geral do Estado, vítima de um acidente ocorrido na Usina Sinimbu. O acidente foi provocado pela ruptura de um tubo evaporador da caldeira da usina.
Fonte: alagoas24horas.com.br
O funcionário de uma usina localizada na zona rural de Coruripe morreu numa uma explosão ocorrida quando fazia o trabalho de solda na tubulação.
Fonte: alagoas24horas.com.br
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na amolada do facão nem da palha da cana, que corta feito navalha
Fotos: Eduardo Leite
a história triste para contar que ele não sofra retaliações. Também é o apontador quem faz o elo entre a usina e o trabalhador. Mesmo leigo no assunto, ele recepciona o trabalhador que diz estar com algum problema de saúde e se encarrega de lhe dar um encaminhamento para procurar o setor médico
da usina. “O apontador [Antônio José] fez tudo certinho, mas, quando cheguei ao consultório, a atendente disse que o dentista do sindicato estava de férias. A gente tem descontado do salário entre trinta e quarenta reais do salário para o sindicato e quando a gente
“
precisa, não tem médico nem dentista”, disse Cristiano Feitosa Soares, de 33 anos. Sobre esta questão, o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Jequiá da Praia – ao qual o trabalhador rural é associado – disse que, de fato, o dentista está de férias, mas
que os trabalhadores foram informados com avisos afixados no alojamento, na tesouraria da usina e no refeitório. “Aqueles que não sabem ler perguntam aos amigos que sabem”, comentou o líder sindical. A reclamação dos trabalhadores em relação à assis-
tência do sindicato é geral. Eles se queixam da ausência dos diretores no campo. “Nunca vi um diretor de sindicato aqui no canavial. Eles não vêm porque sabem que a gente vai reclamar e cobrar mais ações”, comentou o trabalhador rural Ednaldo Bezerra.
Barulho na indústria gera problemas auditivos Na indústria, as conversas são menores, principalmente as que se referem a acidentes de trabalho. O barulho ensurdecedor e a temperatura elevada são reclamações gerais dos trabalhadores. Para o primeiro problema, as usinas adotaram os protetores de ouvidos nos tipos: concha e plug. Para o segundo, pouca coisa tem sido feita neste sentido. “Temos aqui um atendimento ao trabalhador da indústria, mas, necessariamente, não há muitos casos em que ele se queixe de doenças que adquiriu no trabalho. No entanto, a reclamação é grande quanto aos problemas no ouvido”, disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Açúcar em Alagoas, Jackson de Lima Neto. O líder de classe contou ainda que, diante da demanda de trabalhadores que reclamam de problemas na audição, resolveu contratar um médico otorrino para oferecer esse tipo de atendimento ao trabalhador. José Antônio Alves, eletricista da Usina Sinimbu há sete anos, confirmou que o barulho incomoda na indústria. “São muitas máquinas ligadas e isso gera barulho. Mas a indústria fornece os protetores auriculares que recebemos juntamente com os capacetes. Então, eu uso os equipamentos de proteção individual e sigo trabalhando em paz e sem correr riscos”, contou José Antônio. “Agora, os colegas que insistirem em não usar esses protetores [de plug] é que ficam reclamando
Sem tomar nada, não suporto as dores na coluna; tomo dois comprimidos de Diclofenaco toda manhã do barulho nos ouvidos”, comentou. O gerente administrativo e de suprimentos da Usina Sinimbu, Silvano Alves, explicou que, na indústria e no campo, há fiscais de segurança no trabalho. “Tanto o pessoal da Cipa [Comissão Interna de Prevenção de Acidentes] quanto a equipe de prevenção de acidentes na indústria estão atentos aos riscos de acidentes”, comentou ele. Silvano Alves contou que na Usina Sinimbu há duas ambulâncias com equipamentos básicos para o caso de socorro aos trabalhadores, sendo uma no campo e outra na indústria. D.F.
Cristiano Feitosa tem 37 anos e corta cana desde os 17; ele se queixa de dores pelo corpo e conta que já se cortou muito
Rosival Oliveira trabalha no corte da cana há 30 anos e precisa tomar remédio à base de Diclofenaco para suportar a dor
2012
2012 Janeiro, 14
Junho, 22 Após perder controle de trator, Ivanildo Olímpio da Silva, operário de usina morre esmagado aos 23 anos.
Fonte: alnoticias.com.br
Fonte: alagoas24horas.com.br
Vítima fatal na Usina de Coruripe. Luilton dos Santos, de 33 anos, teve a cabeça esmagada por uma máquina usada no transporte do bagaço de cana-de-açúcar.
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SUPERINTENDENTE conta que planejamento de ação dos auditores fiscais prioriza as condições de trabalho no campo
SRTE aperta fiscalização ao setor sucroalcooleiro O
Igor Pereira/Arquivo
superintendente do Trabalho e Emprego em Alagoas, Israel Lessa, considera que o número de acidentes no setor sucroalcooleiro ainda é grande em Alagoas. O Estado ocupa o 7º
lugar no ranking, neste quesito, no Nordeste. O superintendente acredita que, com mais ações de fiscalização, as usinas serão mais rigorosas no cumprimento das normas reguladoras que estabelecem segurança para trabalhadores. A reportagem questionou o superintendente sobre os acidentes de trabalho registrados no setor sucroalcooleiro:
O que a SRTE está fazendo para reduzir o número de acidentes no campo e na indústria? A fiscalização do trabalho na área rural é rotineira. O planejamento contempla principalmente a safra de cana de açúcar, sem prejuízo das devidas cautelas em outros setores. Importante destacar que a fiscalização do trabalho também realiza a investigação de acidentes, lavrando autos de infração pelas irregularidades constatadas e elaborando relatórios que subsidiam ações regressivas do INSS contra empregadores que propiciaram as condições inseguras. São muitos os casos de subnotificações? Sim. E isso decorre da
cultura da normalidade do acidente. Há setores que possuem maior incidência de comunicações de acidentes devido a uma melhor formação técnica dos trabalhadores, como, por exemplo, o setor de prestação de serviços hospitalares. De acordo com as normas de segurança, quais seriam, hoje, os equipamentos a serem utilizados pelo homem [ou mulher] que trabalha no corte e “limpa” da cana? Depende da condição de trabalho. Contudo, os principais são: botina de proteção com bico de aço, mangote, máscara, luva e óculos de proteção. É necessário o uso de creme de proteção solar.
Lembramos que a melhor maneira de evitar acidentes é eliminar o risco do processo produtivo. O uso do equipamento de proteção individual é uma medida importante, mas secundária e complementar. Em relação ao número de acidentes no setor, Alagoas ocupa a 7ª colocação no ranking nacional. Mesmo assim, os nossos números ainda são altos? Sim. Nesse sentido, é importante considerar a proporção da população economicamente ativa e a reduzida oferta de trabalho em comparação com outros Estados. O número absoluto, por si somente, não reflete a verdadeira dimensão negativa da estatística.
2012
“Acidentes vão cair”, diz médico Para o médico do trabalho Paulo Pinto, com as medidas adotadas em consequência das Normas Reguladoras, a tendência é que o número de acidentes se reduza ainda mais nos próximos anos no campo e na indústria. Quanto às doenças ocupacionais, ele acredita que elas continuarão no índice em que estão hoje. “Foram feitos muitos investimentos em equipamentos de proteção individual. Com isso, caiu bastante o número de acidentes com trabalhadores”, comentou o médico. Quanto às doenças adquiridas no corte da cana, ele disse que os problemas na coluna vertebral são os mais comuns. Ele estima que, entre os problemas
de saúde reclamados pelos trabalhadores do campo [o cortador de cana], pelo menos 80% são referentes à coluna. “A posição do trabalhador faz com que ele desenvolva esses problemas no dorso. Aliados a esse problema, vêm aqueles provenientes de lesões nos punhos, braços e ombros. Tudo isso ocorre em decorrência do esforço repetitivo”, explicou o médico. Paulo Pinto revelou ainda que, embora os trabalhadores do campo não tenham contado à reportagem, são frequentes os registros de desmaios no canavial. “Isso ocorre em decorrência de problemas causados pela pressão alta e até labirintite”, disse o médico. Eduardo Leiete
Deraldo Francisco Repórter
Posição inclinada do trabalhador causa-lhe fortes dores nas costas
2013 Janeiro, 13
Novembro, 6 Trabalhador de uma empresa que presta serviços para a Usina Sumaúma, em Marechal Deodoro, morreu após ser esmagado por um trator.
Fonte: g1.globo.com
Funcionário da Penedo Agro Industrial, lotado no setor de irrigação, morreu eletrocutado nas imediações da subestação da Eletrobras Distribuição Alagoas
Fonte: cabuloso.xpg.uol.com.br
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Fotos: Eduardo Leite
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acidente de trabalho é consequência de inúmeros fatores inerentes tanto aos processos produtivos como ao uso de equipamentos de trabalho. Recentemente, Auditores Fiscais do Trabalho da SRTE/SP resgataram empregados em condições análogas a de escravos em carvoarias nos municípios do interior do Estado. Nesses estabelecimentos, o processo produtivo era arcaico, provavelmente, da mesma forma e ferramentas utilizados na produção de carvão há 500 anos. Nesse caso, o risco é inerente ao ambiente de trabalho. O uso da melhor máscara de proteção respiratória não evita totalmente a exposição ao risco ou a ocorrência de doenças ocupacionais. A melhor maneira de evitar acidentes é eliminar o risco do processo produtivo. O uso do equipamento de proteção individual é uma medida importante, mas secundária e complementar”.
Silvano Alves da Silva Gerente Administrativo e de Suprimentos da Usina Sinimbu
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empre vamos ao campo observar a situação dos nossos filiados. Sabemos do texto das normas reguladoras e das finalidades delas. Por isso, queremos os nossos trabalhadores protegidos. Sei que se trata de uma atividade desgastante. Eu trabalhei durante trinta anos no corte da cana e posso dizer que o trabalho é pesado. Nunca tive problema de coluna, mas acho que sou uma exceção. No corte da cana sofri muito. Levei muitos cortes nos dedos, nas pernas e nas mãos. Antigamente, não tinha nenhum equipamento de proteção. Hoje, com a obrigação dos EPIs, o trabalhador está mais protegido”.
Israel Lessa Superintendente Regional do Trabalho e Emprego em Alagoas
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Jackson de Lima Neo Presidente do STI do Açúcar
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José Antônio Alves Eletricista da Usina Sinimbu
2014 Dezembro, 16 Acidente com caminhão mata Paulo Rosendo da Silva, 34 anos, empregado da Usina Caeté. Segundo testemunhas, o veículo teria perdido os freios e capotado.
Fonte: correiodealagoas.com.br
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barulho incomoda, mas usando os protetores de ouvido a gente ameniza a situação. Nunca fui queimado na fábrica, mas já levei alguns choques. Mas são desses que a gente levaria até em casa mesmo. Se o trabalhador colocar em prática aquilo que aprende no treinamento no processo de seleção, ele não colocará a sua vida em risco nem a dos seus colegas de trabalho. A segurança no trabalho é a gente mesmo quem faz. Acredito que não se pode fazer açúcar sem que haja risco de acidente. A gente precisa aprender a conviver bem com esta situação”.
Ednaldo Barbosa Trabalhador rural da Usina Sinimbu
2013
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emos observado que os nossos trabalhadores estão reclamando bastante de problemas auditivos. O barulho das máquinas acaba prejudicando a audição. Exigimos das usinas o fornecimento dos protetores auriculares [nos tipos concha e plug] e fiscalizamos a utilização desses equipamentos. Sou testemunha de que todas as medidas de segurança são adotadas pelas usinas até porque ninguém quer estar nas páginas de jornal com noticiário negativo. Não é comum, mas acontece de o próprio trabalhador não utilizar os equipamentos de proteção. Por isso, devem estar sempre alertas para fazer com que a obrigação vire um hábito e estejam todos protegidos”.
Sebastião Feitosa Vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Jequiá
rabalho há trinta anos no corte da cana. Sinto dores na coluna, mas não posso fazer nada. Tenho família para sustentar. O pessoal da usina fornece os equipamentos de proteção. Uns usam, outros não usam. Às vezes, o nosso material se acaba e a gente fica esperando por outro. Enquanto isso, precisa trabalhar no corte da cana e tem que improvisar para continuar no serviço bem protegido de acidentes”.
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e-mail redacao@odia-al.com.br
Igor Pereira/Arquivo
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rocuramos reduzir ao menor índice possível o número de acidentes na nossa fábrica e no campo. Nesta safra, foram investidos mais de 600 mil reais na compra de equipamentos de proteção individual para todos os nossos trabalhadores. Logo que passa pelo treinamento para admissão, o trabalhador recebe os equipamentos de acordo com a função que vai exercer. No caso específico dos trabalhadores rurais [corte da cana] o material é entregue já para o primeiro dia de trabalho. Além das ferramentas, como facão, lima e porta-lima. Se mesmo assim ocorrer o acidente, fazemos o transporte do trabalhador numa ambulância para o hospital mais próximo. Temos como fazer os primeiros atendimentos no ambulatório, mas se for um caso mais sério, buscamos atendimento num hospital”.
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Romário Fonte: valeagoraweb.com.br
Janeiro, 14 “Romário” foi atropelado pelo trator que ele mesmo operava para puxar um reboque de transporte de cana para a Usina Santo Antônio.
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