Resumo revista "o electricista" 29

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Director Custódio João Pais Dias custodias@net.sapo.pt Director Técnico Josué Morais josuemorais@netcabo.pt Direcção Executiva Coordenador Editorial: Miguel Ferraz T. 225 899 628 m.ferraz@oelectricista.pt Director Comercial: Júlio Almeida T. 225 899 626 j.almeida@oelectricista.pt Chefe de Redacção: Helena Paulino h.paulino@oelectricista.pt Design Jorge Brandão Pereira em colaboração com Publindústria, Lda. Webdesign Martino Magalhães m.magalhaes@oelectricista.pt Assinaturas T. 225 899 620 livraria@publindustria.pt Colaboração Redactorial Custódio Dias, Josué Morais, Ana Vargas, Pedro Lacerda Vale, Maria Manuel Costa, Arlindo M. Louro, André F. Ribeiro de Sá, Jorge Castilho Cabrita, Manuel Teixeira, Paulo Peixoto, Deodato Vicente, Manuel Raposo, Suzana Pardal, Carlos Matos, Ana Isabel Sequeira, José A. Beleza Carvalho, Roque F. Mesquita Brandão, José Andrade, Henrique Ribeiro da Silva, João Pratas, Pedro Magalhães, Hilário Dias Nogueira, Paulo Monteiro, Ricardo Sá e Silva Miguel Ferraz, Helena Paulino Redacção e Administração Publindústria, Lda. Praça da Corujeira, 38 . Apartado 3825 4300-144 Porto . Portugal T. 225 899 620 . F. 225 899 629 www.publindustria.pt geral@publindustria.pt Propriedade Publindústria, Lda Empresa Jornalística Registo nº 213163 Impressão e Acabamento Publindústria, Lda. Publicação Periódica Registo nº 124280 ISSN: 1646-4591 INPI Registo nº 359396 Tiragem 7000 Exemplares Os artigos assinados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores.

Protocolos Institucionais STIEN, SIEC, SIESI, AFME, SINDEL, Voltimum, ACIST-AET, cpi Patrocionador Institucional

luzes regras para o alojamento de redes de comunicações electrónica 2 REdes eNergéticas nacionais investigação e desenvolvimento 4 ESPAÇO VOLTIMUM.PT comunicar a voltimum junto dos utilizadores – o seminário voltimum | endiel 8 ESPAÇO amb3e Amb3E lança ponto electrão exclusivo para lâmpadas 10 esPAÇO QUALIDADE a gestão de recursos humanos na óptica da gestão da qualidade 12 um papel para o gestor de recursos humanos 16 NOTÍCIAS 18 ARTIGO TÉCNICO certificação energética e da qualidade do ar interior 34 eficiência energética e energias renováveis sistemas de cogeração 36 FORMAÇÃO lições de electricidade 44 notas biográficas 48 práticas de electricidade 50 ventilação 54 BIBLIOGRAFIA 58 REPORTAGEM novas soluções e novas oportunidades: agefe analisa panorama do mercado eléctrico em Portugal 60 schneider electric, uma marca mais forte 66 CONCRETA eleva reabilitação urbana 74 ARTIGO TÉCNICO-COMERCIAL elementos de comando e sinalização 22 mm da ABB 68 Weidmüller VARITECTOR - protecção de sobretensões para a instrumentação, controlo e circuitos de automação 70 testo: medir as condições ambientais da melhor maneira 72 fluke: dois multímetros true rms de registo com função trendcapture 76 palissy galvani: descontactores - a segurança para o equipamento e os trabalhadores 78 PROSISTAV - Vipa e ThyssenKrupp: mudança rápida de velocidades 80 dec.medida: a tektronix acelera o diagnóstico de sinais série e paralelo para projectos de sistemas embebidos 82 PUBLI-REPORTAGEM ROLEAR: 30 anos ao serviço da qualidade e inovação 84 rutronik: cores contra a monotonia 86 CALENDÁRIO DE FEIRAS E CONFERÊNCIAS 88 MERCADO TÉCNICO 90 PROJECTO 114


luzes

regras para o alojamento de redes de comunicações electrónicas Nos últimos anos tem-se falado da Sociedade da Informação, bem como da importância que este conceito tem no desenvolvimento e modernização do país. De facto, parece ser indiscutível que à era industrial se segue a era da informação e as sociedades mais desenvolvidas caminham inexoravelmente nesse sentido. Cada vez se sente uma maior necessidade da informação e aumentamos a nossa dependência dos meios que a fornecem, seja através do texto, da imagem ou do som. Actualmente, sobretudo nos meios urbanos e empresariais, associa-se o sucesso à capacidade de obter informação, de a gerir e de tomar decisões com base nela. Também na vida pessoal sentimos cada vez mais necessidade da informação, para saber a previsão das condições climatéricas, para planear uma deslocação, para saber onde fica a farmácia de serviço mais próxima de determinado local, para verificar os resultados desportivos, etc. Os exemplos não teriam fim. Nesta área, como em qualquer outra, para que tudo funcione são necessárias infra-estruturas e há que geri-las de forma eficiente. Dado que a circulação da informação está cada vez mais ligada às comunicações electrónicas, é cada vez mais necessário que existam infra-estruturas que possibilitem estas comunicações e há que garantir que elas estão ao serviço do cidadão e não condicionadas por quaisquer interesses particulares. Com esse objectivo foi publicado no passado mês de Maio o Decreto-Lei, n.º 123/2009, de 21 de Maio, através do qual o governo pretendeu estabelecer regras para a abertura eficaz e não discriminatória de todas as condutas e outras infra-estruturas de todas as entidades que as detenham. Simultaneamente, faz a previsão para o estabelecimento de regras técnicas aplicáveis às infra-estruturas para comunicação electrónica em loteamentos, urbanizações e conjuntos de edifícios, no que ficará a ser conhecido como ITUR, à semelhança do que acontece com o ITED. Pretendeu o governo estabelecer as linhas fundamentais de interacção entre os diversos agentes do processo tendente à operacionalização de redes de comunicações electrónicas. O documento prevê que o ICP-ANACOM seja a autoridade reguladora nacional do processo, bem como o estabelecimento de um sistema de informação centralizado (SIC), que conterá a informação relevante para assegurar quer o direito de utili-

Custódio Pais Dias Director

zação do domínio público, quer o direito de acesso a condutas e outras infra-estruturas aptas ao alojamento de redes de comunicação electrónicas. Através do SIC será possível aceder a uma alargado conjunto de informações, que inclui os procedimentos e condições para a concessão de direitos de passagem em infra-estruturas já existentes, bem como novas condutas e outras infra-estruturas aptas a alojar redes de comunicação electrónicas. Foi também estabelecido o princípio da obrigatoriedade de construção de infra-estruturas para comunicações electrónicas (ITUR) em fase de loteamento ou de urbanização, havendo distinção entre o que serão ITUR públicas, situadas em áreas públicas, constituídas por tubagens, e o que serão ITUR privadas, situadas em conjuntos de edifícios, as quais são constituídas por tubagens e cablagem. Dado que estas serão instaladas por empresas privadas especializadas, à semelhança do que acontece com o ITED, será a autoridade reguladora nacional a definir as regras técnicas relativas ao seu projecto e instalação. Prevêse também um regime aplicável aos técnicos ITUR, incluindo projectistas, instaladores e entidades formadoras, seguindo de perto o enquadramento e as soluções já definidas para os técnicos ITED. As ITUR privadas integram as partes comuns dos conjuntos de edifícios e são detidas em compropriedade por todos os condóminos, à semelhança do que acontece com outras infra-estruturas, cabendo à administração do condomínio a sua gestão e manutenção em conformidade com o regime jurídico da propriedade horizontal. A publicação do decreto-lei em causa veio abrir às empresas instaladoras uma nova área de trabalho, sendo necessário que estas se preparem tecnicamente para abarcarem este novo mercado. Uma parte desta preparação passa pela formação de técnicos (de projecto e de instalação) que estejam aptos a cumprir as regras técnicas que venham a ser estabelecidas pela autoridade nacional.

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Espaço Qualidade 12

A gestão de Recursos Humanos na óptica da Gestão da Qualidade por Pedro Lacerda Vale

Preâmbulo É conveniente que a gestão de topo das organizações, providencie e assegure que os recursos necessários para a implementação da estratégia definida a montante, bem como para atingir os objectivos da organização daí resultantes, sejam identificados e disponibilizados. Convém que estejam incluídos recursos para: › A operacionalidade e manutenção do próprio sistema de gestão da qualidade › Para as operações que visam a satisfação de clientes, bem como de outras partes interessadas Estes recursos podem incluir: › Máquinas e equipamentos › Matérias-primas, peças, acessórios › Infra-estruturas, ambiente de trabalho › Fornecedores, parceiros › Recursos financeiros › Mas a valia mais importante na organização devem ser as Pessoas Na verdade, convém ter em atenção particularmente os recursos para a melhoria do desempenho da organização, como por exemplo: › Provisão efectuada de forma eficiente; isto é, em tempo útil face a eventuais constrangimentos por parte das oportunidades de compra e dos próprios fornecedores (flexibilidade, … ) › Considerar recursos tangíveis; (melhoramentos de realização e suporte) › Recursos intangíveis; (conhecimentos, competências, propriedade do cliente, propriedade intelectual) › Gestão da informação; (interna e para

o exterior) bem como da tecnologia associada › Aumento da competência através da formação e aprendizagem direccionadas › Desenvolvimento de métodos e técnicas para; o “saber fazer”, e de perfis de liderança para eventuais futuros gestores internos (da organização) › Planeamento das necessidades futuras em termos de recursos

O envolvimento das pessoas Uma melhoria efectiva tanto da eficácia como da eficiência da organização (incluindo do próprio sistema de gestão da qualidade) passa principalmente pelo envolvimento e pelo apoio das pessoas As organizações em geral, sentem que a gestão dos seus recursos humanos assume primordial importância para o sucesso das mesmas, pelo que é fundamental que exista uma definição clara da metodologia que deverá ser aplicada na gestão desses recursos. Assim, como meio auxiliar para atingir os seus objectivos de melhoria e desempenho, deve a organização encorajar o envolvimento e desenvolvimento das pessoas, por exemplo: › Proporcionando formação progressiva, e planeando a respectiva carreira › Definindo as responsabilidades e autoridades › Estabelecendo objectivos individuais e de equipa, fazendo a gestão de desempenho e de processos, bem como a avaliação dos resultados › Facilitando o envolvimento das pessoas na definição de objectivos, e na tomada de decisões (ex: criando condições que encorajem a inovação, comunicando sugestões

› › › ›

críticas e opiniões, assegurando trabalho de equipa eficaz, utilizando sistemas de medição da satisfação das pessoas) Reconhecendo e recompensando Investigando as razões que levam as pessoas a entrar e sair da organização Tornando fácil e ágil a comunicação da informação aberta e transversal Estando atento à revisão contínua das necessidades das pessoas

A Norma NP-EN-ISO 9001/2008 refere na sua sub-cláusula 6.2.2; ...“O pessoal que desempenha trabalho que afecta a conformidade com os requisitos do produto deve ter competência com base em escolaridade, formação, saber fazer e experiência apropriados”. Acrescenta ainda que a organização deve: 1. Determinar a competência necessária para o pessoal que desempenha trabalho que afecta a conformidade dos requisitos do produto 2. Onde aplicável, proporcionar formação ou empreender outras acções para atingir a competência necessária 3. Avaliar a eficácia das acções empreendidas 4. Assegurar que o seu pessoal está consciente da relevância e da importância das suas actividades e de como as mesmas contribuem para serem atingidos os objectivos da qualidade 5. Manter registos apropriados da escolaridade, formação, saber fazer e experiência 6. Assegurar a disponibilidade das competências necessárias para a manutenção das operações relevantes na organização


ARTIGO TÉCNICO 34

revista técnico-profissional

o electricista

Arlindo M. Louro Eng. Electrotécnico, FEUP Responsável pela área de certificação energética de edifícios no Instituto Electrotécnico Português

eficiência energética em edifícios {certificação energética e da qualidade do ar interior}

Com a publicação em 4 de Abril de 2006 do DL 78/2006 (Sistema Nacional de Certificação Energética e da Qualidade do Ar Interior nos Edifícios – SCE) bem como do Regulamento para os Sistemas Energéticos de Climatização em Edifícios (RSECE) e do Regulamento para as Características de Comportamento Térmico dos Edifícios (RCCTE), respectivamente DL 79/2006 e DL 80/2006, foram criadas as condições de obrigatoriedade para que as construções com fins habitacionais ou de serviços quantifiquem a eficiência energética das soluções com que se encontram dotadas. A legislação criada deriva da transposição para Portugal da Directiva 2002/91/CE, de 16 de Dezembro, que pretende estabelecer a obrigatoriedade da certificação energética dos edifícios nos Estados-Membros e combater a tendência revelada pelas estatísticas da existência de elevados índices de intensidade energética verificados ao nível residencial e dos serviços e em concreto para o caso de Portugal onde se verificam valores acima da média europeia. Com esta legislação é pretendida a obtenção de uma inversão de tendência, estabelecendo-se um conjunto de exigências que desde logo terão efeitos positivos ao nível da qualidade de construção, bem como das soluções de climatização e de produção de águas quentes sanitárias. Para as construções já existentes, ou em curso de realização, resulta que todos os actos de registo associados à venda ou ao arrendamento devem desde 1 de Janeiro de 2009 ser acompanhados do “Certificado de

Desempenho Energético e da Qualidade do Ar Interior”. Este certificado tem uma validade limitada (10 anos para habitação e 2, 3, 6 ou 10 anos para serviços, conforme a especificidade de cada caso) e indica, numa escala alfabética com 9 níveis, a classe energética associada a cada fracção.

Obter uma boa classe energética é sinónimo de sucesso no esforço realizado por quem projectou e construiu, no sentido de obter um resultado final cujos conforto e custos energéticos associados à utilização atinjam o seu melhor equilíbrio.

Desta forma, todos os intervenientes no processo, e em especial quem adquire ou arrenda, ficam informados da melhor ou pior qualidade térmica do bem transaccionado, bem como da emissão de CO2 associada, podendo o comprador comparar numa base credível as propostas que o mercado lhe disponibiliza.

No caso das novas construções (ou remodelações significativas) é necessária a apresentação, em fase de licenciamento, de uma “Declaração de Conformidade Regulamentar” (DCR) que atesta o bom enquadramento legal dos resultados conseguidos no projecto térmico e no projecto de climatização. A classe energética a garantir pode variar entre um máximo de A+ e um mínimo de B-.

São ainda apresentados no certificado uma desagregação de consumos e se aplicável um conjunto de acções conducentes a uma possível melhoria do desempenho. Para estas medidas, deverão ser indicados: a redução energética esperada, o investimento associado e o seu período estimado de retorno.

No caso de edifícios de habitação ser possuidor de uma classe A, para além da excelência que esta classificação indica, aporta a possibilidade de o seu proprietário aceder a benefícios fiscais, premiando desta forma o esforço realizado não apenas centrado no estrito cumprimento legal mas indo mais além na incorporação do que de melhor o


EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E ENERGIAS RENOVÁVEIS 36

revista técnico-profissional

o electricista André Fernando Ribeiro de Sá Engenheiro Electrotécnico, Gestor de Energia do Grupo Têxtil Riopele

sistemas de cogeração

Sala dos motores da cogeração Saramagos (Grupo Têxtil Riopele)

1› Princípios A cogeração é um processo de produção combinada de energia térmica e de energia eléctrica, num sistema integrado, a partir de uma única fonte de combustível (fuelóleo, gás natural, biomassa, gás propano, resíduos industriais, etc.). O calor produzido pode ser utilizado directamente no processo industrial, bem como recuperado e convertido para utilização em aquecimento de espaços, aquecimento de água e em chillers de absorção para produção de frio (trigeração), em oposição de métodos tradicionais de produção de electricidade por via térmica, que desperdiçam todo o calor inerente ao processo.

de combustível da produção separada de calor e electricidade, o consumo de combustível de uma central de cogeração, e o acréscimo no rendimento global do processo.

Figura 2 . Exemplo de comparação entre produção convencional vs cogeração (fonte: Castro, R.M.G., adaptado).

Figura 1 . Exemplo de diagrama de processo de uma cogeração.

Pelo exemplo anterior, pode observar-se que, para obtenção do mesmo produto final, os sistemas de cogeração requerem apenas cerca de 65% da energia primária necessária num sistema tradicional. Como consequência deste ganho de eficiência, advêm benefícios ambientais significativos, decorrentes da diminuição das emissões poluentes por unidade de energia útil produzida.

Um sistema de cogeração é mais eficiente do que um sistema tradicional alternativo para obtenção do mesmo serviço de electricidade e calor, composto por um sistema gerador eléctrico e por uma caldeira. Na figura seguinte podemos ver uma comparação entre o consumo

Uma cogeração será mais sustentável que um sistema convencional. Ambientalmente melhor uma vez que para o mesmo consumo de energia eléctrica e térmica, emite menor emissão de gases e menor consumo de combustíveis. Economicamente melhor, uma vez que


FORMAÇÃO

revista técnico-profissional

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o electricista Jorge Castilho Cabrita Engenheiro Electrotécnico (IST)/Professor do Ensino Secundário

lições

LIÇÕES DE ELECTRICIDADE 28º. parte

Electroquímica (3ª parte) – Electrólise (3ª parte)

Com este artigo termina-se o capítulo sobre electrólise, com importantes aplicações, como a galvanostegia e a galvanoplastia, culminando-se com as leis de Faraday que sintetizam os processos electrolíticos. 58.2.9› Galvanostegia Etimologicamente a palavra galvanostegia resulta de “galvano” e do grego “stégo” que significa “cobrir”.

Vejamos o processo electroquímico. Por dissociação electrolítica, o sal origina iões de metal M+ e do radical do sal X-:

A galvanostegia consiste em revestir um objecto com uma película de metal usando a corrente eléctrica, num processo electrolítico (electrólise aquosa). O nome resulta de uma homenagem ao cientista italiano Galvani.

(M+ X-)aq → M+ + X-

A galvanostegia foi inventada em 1805 pelo químico italiano Luigi Brugnatelli que executou um revestimento de ouro usando uma pilha de Volta. Foram os primos Henry e George Richard Elkington que primeiro patentearam o processo de galvanostegia cujos direitos compraram a John Wright. Vários metais são utilizados em galvanostegia, conferindo à operação o nome resultante do metal usado. Os mais comuns são o ouro (douragem ou douração), a prata (prateagem), o crómio (cromagem), o níquel (niquelagem), o cobre (cobreagem), o zinco (zincagem). Com a galvanostegia consegue-se proteger um metal da deterioração, por exemplo, por agentes atmosféricos e/ou conferir-lhe uma melhor aparência. O ânodo é constituído pelo metal a depositar, o cátodo é o objecto a metalizar e o electrólito é uma solução de um sal daquele metal (figura 259). Cátodo –

Ânodo +

Metal M+

Radical X–

Solução de sal do metal M+ X– Figura 259 . Galvanostegia (na imagem medalha de Sir Humphry Davy, um dos pioneiros da electrólise).

No cátodo: M+ + e → M O átomo de metal deposita-se. No ânodo: M – e → M+ M+ + X- → M+ XA presença da água origina a dissociação electrolítica, garantindo a continuidade do processo enquanto houver metal. O processo de galvanostegia vem referenciado muitas vezes na literatura por galvanoplastia, que analisaremos adiante. 58.2.9.1› Zincagem É conhecida a importância da utilização do ferro nas mais diversas realizações humanas, pelas suas características de resistência mecânica. O problema da sua utilização consiste na corrosão devida à formação de óxido, no contacto com o ar (ferrugem). Esta oxidação resulta da presença de ar e água. A reacção química de transformação de ferro em ferrugem exprime-se pela seguinte equação: 2 Fe (s) + 3/2 O2 (g) + H2O (l) → Fe2O3.H2O (s)


FORMAÇÃO - Práticas de electricidade

revista técnico-profissional

o electricista

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Manuel Teixeira e Paulo Peixoto Formadores da ATEC - Academia de Formação

ficha prática n.º 19

{Motores Passo-a-Passo: PARTE I}

MÁQUINAS ELÉCTRICAS Máquinas eléctricas são máquinas cujo funcionamento se baseia em fenómenos do electromagnetismo. Um destes fenómenos é a indução electromagnética e o outro a força electromagnética. Estas máquinas podem classificar-se de várias formas, conforme as características que se pretendam realçar.

posição, que informe ao computador que o braço já está na posição determinada.

Uma das classificações é quanto ao movimento: há um tipo de máquina que é estática, por não ter peças em movimento. Trata-se do transformador. As restantes máquinas são, normalmente, rotativas, pelo facto de terem peças em movimento rotativo. A parte da máquina que é fixa chama-se estátor e a parte da máquina que é móvel chama-se rótor. Esta é a classificação habitual, por se referir às máquinas mais comuns, mas convém lembrar que há máquinas com peças móveis e que não são rotativas, devido ao seu movimento ser linear. É o caso do motor linear.

brushes

S

bearings

N current flow

Figura 1.

Outra forma de classificar estas máquinas é quanto ao tipo de alimentação. O transformador e algumas das outras máquinas rotativas funcionam em corrente alternada. As restantes funcionam em corrente contínua.

MOTOR DE PASSO Um motor de passo, é um tipo de motor eléctrico, que funciona em corrente contínua, que é usado quando algo tem que ser posicionado muito precisamente ou rodado num ângulo exacto.

MOTORES DE CORRENTE CONTÍNUA O funcionamento básico do motor de corrente contínua (DC) está fundamentado na Força de Lorentz aplicada numa carga em movimento dentro de um campo magnético (F = qvB). Considere-se uma espira de corrente inserida num campo magnético criado por um íman permanente, em que há uma corrente criada por uma bateria (fonte DC). De uma forma simplificada, a simples passagem desta corrente (Fig.1) faz com que apareçam duas forças de sentidos contrários, aplicada uma em cada lado da espira. Estas forças criam um binário que, obviamente, faz a espira girar, transformando a energia eléctrica da corrente em energia cinética num eixo acoplado às espiras. A direcção da rotação depende da polaridade da bateria e da direcção das linhas de campo magnético criadas pelo íman. Um motor real é composto de conjuntos múltiplos de espiras, dispostas de tal forma que as forças que agem em cada espira sejam somadas e produzam um binário significativo para uma possível aplicação. Os motores DC são utilizados, por exemplo, em aplicações como o posicionamento de um braço robô. Mas eles apresentam uma grande desvantagem. Para que um computador dê um comando para que o braço se mova para uma determinada posição com precisão, é necessário um complicado circuito externo provido de sensores de

Num motor de passo, um íman permanente, muito forte, é controlado por uma série de campos electromagnéticos que são activados e desactivados electronicamente. Desse modo, é uma mistura entre um motor de corrente contínua e um solenóide. Motores de passo não usam escovas ou comutadores e possuem um número fixo de pólos magnéticos que determinam o número de passos por revolução. Os motores de passo mais comuns possuem de 3 a 72 passos/revolução, significando que ele leva de 3 a 72 passos para completar uma volta. Controladores avançados de motores de passo podem utilizar modulação por largura de impulso para realizarem micropassos, obtendo uma maior resolução de posição e operação mais macia. Os motores de passo são classificados pelo binário que produzem. Uma característica única deste tipo de motor é a sua habilidade de poder manter o eixo numa posição segurando o binário sem estar em movimento. Para atingir todo o seu binário, as suas bobinas devem receber toda a corrente marcada durante cada passo. Os seus controladores devem possuir circuitos reguladores de corrente para poderem fazer isto. A marcação de tensão (se houver) é praticamente sem utilidade.


FORMAÇÃO

revista técnico-profissional

o electricista

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Texto cedido por Soler & Palau, Lda.

casos de aplicação

{VENTILAÇÃO DE COZINHAS DOMÉSTICAS E INDUSTRIAIS}

A cozinha tem vindo a ser considerada a divisão mais importante da casa, quer seja numa habitação particular ou numa instalação hoteleira. Mas muitas vezes os técnicos e desenhadores dedicam-se apenas a construir cozinhas bonitas, únicas em mobiliário e equipamentos, não atendendo ao ambiente, ar e controlo dos contaminantes que os cozinhados libertam: vapores gordurosos, fumos e odores, que chegam a cobrir com uma camada de gordura esses belos móveis, enquanto os fumos sujam as cortinas e janelas e os odores invadem o local e ultrapassam mesmo os limites do mesmo, chegando até aos elevadores e à casa do vizinho. Com esta ficha técnica pretendemos destacar a importância de um bom controlo dos contaminantes produzidos nas cozinhas e fornecer indicações simples de como se podem eliminar. Tanto numa cozinha doméstica como numa industrial, deve atender-se a quatro aspectos fundamentais para controlar o respectivo ambiente: a) Determinar o caudal de ar limpo necessário, expresso em m3/h. b) A captação do ar contaminado, que afecta a concepção da chaminé/hote de exaustão. c) O local para descarregar o ar captado. d) Poupança de energia, ou seja, efectuar a renovação do ar com o mínimo de dispêndio de energia empregue no aquecimento ou refrigeração do ambiente.

Cozinha mediterrânica Actualmente, considera-se que a cozinha mediterrânica está associada a um regime alimentar mais saudável. É uma cozinha sã que procura dar bem-estar físico sem que tenha de se renunciar aos prazeres gastronómicos. Desde a Andaluzia à Turquia, de Creta ao golfo de Rosas, este tipo de cozinha apresenta características específicas e homogéneas. Cientistas norte-americanos propuseram o combate à síndroma do bem-estar através da utilização de uma alimentação inspirada na cozinha mediterrânica. Contrapõem à manteiga, à nata e à banha de porco os sabores característicos da cozinha mediterrânica, que são o azeite e o alho. Em segundo lugar na lista de recomendações vêm os peixes azuis, os mariscos, o cordeiro, as ervas aromáticas e as especiarias. O azeite tem vindo a ser investigado como redutor dos níveis de colesterol e indicado para a prevenção de doenças cardiovasculares e o alho como um adjuvante na redução da hipertensão, do reumático, da artrose e das doenças das vias respiratórias.

Não querendo tomar partido pelos adeptos fundamentalistas do alho ou pelos que simplesmente rejeitam o alho, filosofias essas capazes de sustentar toda uma metafísica da alimentação, o certo é que o alho é também uma característica da cozinha mediterrânica. Mas tantas qualidades excelentes têm um preço, uma condição a respeitar na hora de controlar os fumos e odores que se libertam das cozinhas com o uso, e por vezes abuso, do azeite para cozinhar carne, peixe e legumes na chapa, bem temperados com alho, ervas aromáticas e especiarias, que conferem um odor intenso.

Projecto O caudal de ar necessário que uma chaminé/hote de exaustão deve extrair é aquele capaz de arrastar e diluir os poluentes libertados pelos alimentos a serem cozinhados, dos focos de calor e gases de combustão. Este caudal deve ser o mínimo possível por razões de economia de energia. É importante também conseguir um equilíbrio entre o ar extraído da cozinha e o que é impulsionado para o seu interior através dos locais adjacentes ou directamente do exterior para que a cozinha fique com uma ligeira depressão. Trata-se de evitar que o ar contaminado que a chaminé/hote de exaustão não capta, se difunda por todo o piso, invadindo com os seus odores indesejáveis as outras divisões da casa.

Tipos de chaminé/hote de exaustão recirculação para o exterior

de descarga para o exterior

de recirculação interior

Figura 1 Chaminés/Hotes de exaustão de elevada eficácia

chaminé/ hote de exaustão baixa

chaminé/hote de exaustão telescópica

Figura 2


REPORTAGEM

revista técnico-profissional

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o electricista Helena Paulino

CONCRETA eleva reabilitação urbana

{Feira Internacional de Construção e Obras Públicas}

Em 2009 a CONCRETA – Feira Internacional de Construção e Obras Públicas cumpre a sua 24.ª edição, de 20 a 24 de Outubro na Exponor – Feira Internacional do Porto, dando um especial destaque à requalificação urbana. De 2002 a 2006, esta feira recebeu 425.339 visitas o que perfaz cerca de 83 mil visitas por edição. A revista “o electricista” estará presente no evento. Durante quatro dias, fabricantes e representantes exclusivos de marcas de renome nacional e internacional voltam a encontrar-se numa verdadeira maqueta de tendências e novidades do sector da construção e obras públicas, disponibilizando aos visitantes uma elevada oferta de produtos e serviços do e para o sector. Está já confirmada a presença de compradores estrangeiros oriundos de mercados emergentes e em crescimento, como Angola, Brasil, China, países árabes, Rússia, entre outros, o que irá ditar o sucesso do evento. Com a colaboração da AICCOPN (Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas), APCMC (Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção), Cannatà & Fernandes Arquitectos, Ordem dos Engenheiros (OE) e Ordem dos Arquitectos (AO) e a AEP (Associação Empresarial de Portugal), a EXPONOR organiza o 2.º Congresso CONCRETA 2009 subordinado ao tema “Reabilitar. Habitar”, agendado para os dias 21 e 22 de Outubro, um nicho de mercado com um potencial de 28 milhões de euros. A reabilitação do edificado tem merecido uma redobrada atenção devido ao clima de crise económica actual e, é vista pelo mercado como um dos ca-

minhos de crescimento de muitas empresas. O congresso pretende aprofundar todas as particularidades, entre novidades e dúvidas, deste sector da construção em ebulição.

mais representativos do mercado, como arquitectos de grande prestígio nacional e internacional, e cuja contribuição no âmbito da reabilitação do património existente e da paisagem artificial degradada se revelam de extrema importância. Numa reflexão multifacetada, estarão presentes Teresa Novais (Presidente da Secção Regional Norte da OA), Hipólito de Sousa (Presidente do Colégio de Engenharia Civil da OE), Andrea Tinagli (do Banco Europeu de Investimento), João Ferrão (Professor universitário e investigador), Arlindo Marques Cunha (Presidente do Porto Vivo – Sociedade de Reabilitação Urbana da Baixa Portuense), Reis Campos (Presidente da AICCOPN), e José António Barros (Presidente da AEP), entre outros.

O novo enquadramento jurídico e a actual condição da reabilitação urbana, o mercado de arrendamento imobiliário, a sustentabilidade na construção, a renovação de pontes e de outras infra-estruturas especiais, o financiamento (segundo a bitola do programa europeu Jessica), a fiscalidade e, ainda, os diversos casos de estudo constituem alguns dos painéis que a organização trabalhou, procurando agregar-lhe os intervenientes

Joana Vila Pouca, Directora da CONCRETA, dita que a aposta no tema da reabilitação é racional e conjuntural: “por um lado é sabido que, em Portugal, há um longo caminho a percorrer neste domínio, e é urgente a inversão do crescente movimento de degradação do parque habitacional do país, pois, segundo ditam as estimativas recentes e confluentes, o segmento pode valer cerca de 28 mil milhões de euros e não está a ser


FEIRAS . CONFERÊNCIAS

calendário

88

feira

temática

local

data

contacto

ENERGY SOLUTIONS Feira sobre Energia Sustentável Londres 7 a 9 Outubro 2009 EXPO Reino Unido II CONFERÊNCIA: Energias Renováveis Lisboa 14 a 15 Outubro 2009 ENERGIAS RENOVÁVEIS Portugal Concreta Feira Internacional de Construção Porto 20 a 24 Outubro 2009 e Obras Públicas Portugal

Energy Solutions Expo anne-marie.dickinson@ubm.com www.energy-expo.info

EXPOBIOENERGÍA Feira Internacional de Bioenergia Valladolid 21 a 23 Outubro 2009 Espanha

Expobioenergia tania.duro@expobioenergia.com www.expobioenergia.com

HONG KONG Exposição Internacional de Iluminação Hong Kong 27 a 30 Outubro 2009 INTERNATIONAL de Hong Kong China LIGHTING FAIR EFA Feira de Engenharia Electrotecnia Leipzig 28 a 30 Outubro 2009 e Electrónica Alemanha

Hong Kong Trade Development Council exhibitions@tdc.org.hk www.hklightingfairae.hktdc.com

SAIE BolognaFiere Salão da Industrialização de Bolonha 28 a 31 Outubro 2009 Construção Civil Itália iENA Feira Internacional de Ideias, Nuremberg 5 a 8 Novembro 2009 Invenções e Produtos Alemanha

SAIE BolognaFiere saie@bolognafiere.it www.saie.bolognafiere.it

Displays Technology Feira de Automação e Electrónica Reading 7 a 8 Novembro 2009 South 2009 Inglaterra

Trident Exhibitions Limited gd@trident-exhibitions.co.uk www.tridentexhibitions.co.uk

ELETTRO ROMA Feira de Engenharia Electrotécnica Roma 12 a 15 Novembro 2009 e Electrónica Itália

Senaf info@senaf.it www.senaf.it

Elec Expo 2009 Feira de Electricidade, Electrónica Casablanca 17 a 21 Novembro 2009 e Iluminação Marrocos

Medcom medcom@wanadoo.net.ma www.elecexpo.net

EMAF / SIEEL ANGOLA

Exponor – Feira Internacional do Porto siel-angola@exponor.pt www.exponor.pt

Salão Internacional de Produtos Luanda 19 a 22 Novembro 2009 Eléctricos e Electrónicos e de Angola Máquinas-Ferramentas e Acessórios

IIR Portugal geral@iirportugal.com www.iirportugal.com Exponor – Feira Internacional do Porto concreta@exponor.pt www.concreta.exponor.pt

Leipzig Messe a.hubrich@leipziger-messe.de www.leipziger-messe.de

AFAG Messen und Ausstellungen Gmbh info@afag.de www.afag.de

SPS/IPC/DRIVES 2009 Automação Eléctrica, Sistemas e Nuremberg 24 a 26 Novembro 2009 Componentes Alemanha

Mesago Messemanagement GmbH www.mesago.com

ENERGY MARKET 2009 Feira de Mercados de Energia Milão 25 a 28 Novembro 2009 Itália

Artenergy Publishing info@zeroemission.eu www.zeroemission.eu

III ciiem

Escola Sup. de Tecnologia e Gestão de Portalegre ciiem@estgp.pt www.ciiem.com.pt

3º Congresso Internacional de Portalegre 25 a 27 Novembro 2009 Engenharia e Gestão da Energia e Portugal do Meio Ambiente


o electricista

NOTA DE ABERTURA

revista técnico-profissional

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projecto Microgeração de energia eléctrica Com a publicação do Decreto-Lei N.º 363/2007, qualquer cidadão, empresa, condomínio ou instituição pública de solidariedade social (IPSS), que possua um contrato de fornecimento de energia eléctrica com um fornecedor público, pode ser microprodutor de energia eléctrica através de um sistema de geração dos tipos fotovoltaico, hídrico, eólico ou de biomassa. Está no entanto limitado à potência de ligação à rede de 3,68 kVA e deve ainda possuir um sistema solar térmico com pelo menos 2 m2 de colector solar. Esta última condição é dispensada no caso dos condomínios que deverão efectuar uma auditoria energética ao condomínio por perito qualificado e inscrito na ADENE. A energia produzida ao abrigo desta disposição legal dispõe de um regime remuneratório Geral e outro Bonificado, sendo este último o mais interessante e viável economicamente falando, pois a tarifa actual para a produção pela via fotovoltaica é de 0,6175 € (a venda pelos distribuidores ronda os 0,11 €), tornando o investimento muito interessante do ponto de vista do retorno financeiro. Aos preços de instalação actuais o retorno do investimento cifra-se entre 6 a 8 anos. Refira-se que as tarifas para os sistemas eólicos são de 70% do valor de referência (actualmente 0,6175 €) e para os hídricos e de biomassa apenas 30% daquele valor. Nos casos híbridos, aplica-se uma fórmula predefinida pelo SRM, para determinar a tarifa global.

Josué Morais Director Técnico

O processo de adesão à condição de “microprodutor de energia eléctrica” começa com a inscrição do interessado no SRM (Sistema de Registo de Microprodução) tutelado pela Certiel por delegação da DGGE, e que se acede pelo sítio da internet www.renovaveisnahora.pt. Após esta etapa, deve aguardar pela informação no mesmo sítio

ARTIGO TÉCNICO domótica e energia solar 115 tudo muda no mercado da iluminação: a directiva EuP traça o futuro 121 ENTREVISTA eficiência energética e inovação com a esylux 123

Foi fixado um limite de energia que se pode produzir, em 2,4 MWh por cada kVA instalado, valor que em Portugal é quase inatingível, não sendo por isso motivo de preocupação. Existe um diploma legal mais antigo, o Decreto-Lei N.º 68/2002, que regula a produção embebida de energia eléctrica (cogeração), limitando o sistema produtor a 150 kW de potência e com a obrigatoriedade de consumir o equivalente a metade da energia produzida. Neste caso a tarifa é mais baixa que na microprodução (cerca de 0,32 €), mas é cada vez mais interessante face ao abaixamento dos preços dos sistemas de produção, nomeadamente os fotovoltaicos. Portugal está no bom caminho, em matéria de energias renováveis com a utilização de energias limpas (“verdes”) isentas de emissões de CO2. O planeta agradece!

ARTIGO TÉCNICO-COMERCIAL WEG presente no mercado da energia eléctrica 163 www.engebook.com: Publindústria lança marca de comércio electrónico 165 WEIDMÜLLER - PUSH IN: uma tecnologia económica e ecologicamente convincente 171 RUTRONIK: soluções personalizadas completas para sistemas integrados, oferecidas por um só distribuidor 173

DOSSIER máquinas eléctricas 127 reportagem jornadas tecnológicas: maiores novidades na 4.ª edição do evento 151

da Internet da data de abertura dos registos de instalações de microprodução. Na data da abertura dos registos, normalmente ao meio-dia e durante algumas horas, poder-se-á então efectuar um ou mais registos de instalações de microprodução. Para o efeito é necessário conhecer o código do ponto de entrega (CPE) da instalação eléctrica de consumidor à qual vai ser anexada a instalação de produção. É importante saber que os dados do “microprodutor”, bilhete de identidade e número fiscal de contribuinte deverão ser coincidentes com os que constam no contrato de fornecimento (consumo) de energia eléctrica pelo distribuidor local, sob pena de anulação do registo. Um “microprodutor” pode possuir várias instalações de microprodução desde que possua outras tantas instalações de consumo ligadas à rede em seu nome.

FORMAÇÃO 167

ited caracterização das ited, segundo o manual de ited 2º edição de 21 de maio de 2009 169 CONSULTÓRIO ELECTROTÉCNICO 175


ARTIGO TÉCNICO

revista técnico-profissional

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o electricista Carlos Matos (Eng.) Formador da ATEC – Academia de Formação

domótica e energia solar

O SOL Imensa fonte de energia, faz andar o mundo, o ritmo dos dias, das marés, da chuva e da falta de chuva, das notícias sobre o aquecimento global, dos argumentos sobre eficiência energética. O encanto reside na imprevisibilidade. O ser humano como o topo da pirâmide das espécies preocupa-se em domar essa imprevisibilidade colectando essa energia quando a há, e guardando-a para quando não há. Essa energia pode directamente produzir electricidade. Existem os painéis solares. Apesar dos actuais rendimentos destes se situarem na faixa dos 10 a 20%, ou seja apenas 10 a 20% da energia que chega ao painel é transformada em electricidade, consegue-se com um painel de 1,7 m2 produzir cerca de 200 Watt de energia durante 6 horas. Significa isto que um telhado “solar” com 170 m2 pode produzir até 20 KiloWatt durante as 6 a 8 horas de um dia soalheiro de Verão. Um sem número de influências polariza a sensibilidade do cidadão comum para a energia solar: o desejo de ter “Hi-Tech”, o aumento da consciência social para a ecologia, o re-

sultado de um marketing institucional forte, a vontade de criar novas oportunidades de emprego, levam-nos impulsivamente a dizer: “Sim, eu quero ecologia na minha casa.”

Os argumentos a favor vencem impulsivamente os cepticismos da questão estética. Garantido: captam a nossa atenção. As habitações: vivendas, pequenas e grandes casas, que cobrem Portugal, construídas com alguma preocupação de eficiência energética, especialmente nos últimos anos, são as eleitas, diria, talhadas para “apanhar o sol”. Constituem actualmente argumentos for-

tes a favor desta energia limpa, a incerteza acerca das variações do preço da energia e a possibilidade de “vender” electricidade à EDP, concorrendo com centrais eléctricas reduzindo-lhes as nuvens de fumo produzidas, e eventualmente esvaziando a tentação Nuclear. Mas vamos ser realistas: Há um sem número de dúvidas e de “depende de”: as imprevisibilidade do tempo no Inverno assusta, sem dúvida. Não queremos que o nosso conforto dependa dos caprichos do tempo. No jogo entre o conforto e a ecologia, vence o conforto por 1 a 0. Igualmente questionamos: ”após 2 semanas sem Sol, iremos morrer ao frio e á fome? Terá o nosso sistema autonomia suficiente?” Numa casa exclusivamente solar, felizmente, resolvemos in extremis essa imprevisibilidade com um gerador eléctrico a gasolina ou diesel. Agora o aspecto decisivo: resistirá a nossa consciência ecológica e de cidadania ao plano financeiro do banco que nos propõe uma rentabilização do investimento em 8 ou 12 anos? Será isso realmente verdade? Irá esse plano contemplar o acidente da telha que, caindo em cima do painel, o quebra? Irá, porventura, esse mesmo plano contemplar o acréscimo de investimento inerente a um


ARTIGO TÉCNICO

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o electricista

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Ana Isabel Sequeira OSRAM GmbH

tudo muda no mercado da iluminação {A directiva EuP traça o futuro}

A directiva EuP (Eco-Design Requirements for Energy-using Products, 2005/32/EC) integra o programa de protecção ambiental da União Europeia. Como o nome indica, a directiva define os requisitos que os produtos de iluminação têm de cumprir em termos do seu impacto ambiental. O critério prende-se com o consumo energético durante todo o ciclo de vida do produto – desde o fabrico, passando pelo funcionamento até ao fim de vida. Paralelamente às directivas sobre WEEE (Reciclagem) e à directiva RoHS (Restrições a substâncias perigosas), a directiva EuP (redução do consumo de energia) define assim os critérios fundamentais de protecção ambiental que os equipamentos eléctricos terão de cumprir. Os produtos abrangidos perdem a marcação CE e, consequentemente, não poderão ser comercializados no espaço intracomunitário.

Definição de “phase-out” (não comercialização) O “Phasing out” significa que os grupos de produtos em questão não poderão mais ser colocados no mercado da União Europeia. Os stocks de fabricantes, de armazenistas e dos consumidores finais não serão naturalmente afectados e podem continuar a ser comercializados, uma vez que já se encontram no mercado e as medidas da directiva não recaem sobre o uso dos produtos. Ou seja, a Directiva EuP apenas regulamenta a primeira comercialização no mercado da União Europeia das lâmpadas abrangidas. Quem tiver lâmpadas incandescentes em

casa não é obrigado a substituí-las a partir de 1 de Setembro de 2009, mesmo que tal gesto seja compensador. Os produtos energeticamente eficientes, embora possam parecer mais caros na aquisição, pagam-se a si próprios na sua grande maioria em aproximadamente um ano, graças à sua eficiência, permitindo baixar substancialmente os custos da electricidade. A substituição de 3.5 biliões de lâmpadas incandescentes instaladas em toda a Europa levará a uma redução da energia consumida pelos sistemas de iluminação em mais de 30%. “Esta decisão da UE ajudará a proteger o clima e aos consumidores a reduzir o custo da electricidade”, afirma Martin Goetzeler, CEO da OSRAM. “A lâmpada incandescente desaparecerá gradualmente porque é muito ineficiente”. Esta Directiva Europeia traz boas notícias, não apenas para o Ambiente, mas também para o consumidor: as lâmpadas economizadoras de energia poupam energia, dinheiro e CO2. De facto, já existem actualmente uma vasta gama de lâmpadas economiza-

doras como alternativas muito eficientes. O Quadro 1 apresenta quais as mudanças mais importantes para os próximos anos. O destino das fontes de luz direccional, mais conhecidas por lâmpadas reflectoras quer na tecnologia incandescente, quer de halogéneo, será discutido em finais de 2009. A Directiva EuP também regulamenta sobre os produtos para a iluminação no Sector Terciário, como é o caso de escritórios, indústria e iluminação pública. Contudo, ainda se encontra em fase de discussão a abrangência e implicações da Directiva neste sector.

Alternativas energeticamente eficientes às tradicionais lâmpadas incandescentes Actualmente existem dois grupos de produtos, que podem ser escolhidos como substitutos perfeitos e directos das lâmpadas incandescentes: as lâmpadas de halogéneo economizadoras de energia e as lâmpadas fluorescentes compactas, mais conhecidas por economizadoras de energia.


DOSSIER

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o electricista

PROTAGONISTAS

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utilização eficiente da força motriz na indústria José António Beleza Carvalho e Roque Filipe Mesquita Brandão, Instituto Superior de Engenharia do Porto compensação do factor de potência e filtragem de harmónicas José Andrade, Schneider Electric Portugal projecto de postos de transformação - Dimensionamento do Transformador e suas Protecções Henrique Ribeiro da Silva, Instituto Superior de Engenharia do Porto accionamentos eficientes - optimização das soluções completas João Pratas, SEW-EURODRIVE PORTUGAL UPS - A Máquina Eléctrica de protecção às máquinas eléctricas Pedro Magalhães, APC by Schneider Electric

dossier máquinas eléctricas


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o electricista José António Beleza Carvalho, Roque Filipe Mesquita Brandão ISEP - Instituto Superior de Engenharia do Porto Departamento de Engenharia Electrotécnica

utilização eficiente da força motriz na indústria

1› INTRODUÇÃO

2› EFICIÊNCIA DOS MOTORES

A produção de energia mecânica, através da utilização de motores eléctricos, absorve cerca de metade da energia eléctrica consumida no nosso País, da qual apenas metade é energia útil. Este sector é, pois, um daqueles em que é preciso tentar fazer economias, prioritariamente. O êxito neste domínio depende, em primeiro lugar, da melhor adequação da potência do motor à da máquina que ele acciona. Quando o regime de funcionamento é muito variável para permitir este ajustamento, pode-se equipar o motor com um conversor electrónico de variação de velocidade. Outra possibilidade é a utilização dos motores “de perdas reduzidas” ou de “alto rendimento”, que permitem economias consideráveis.

Os motores eléctricos convertem a energia eléctrica em energia mecânica. No entanto o rendimento desta conversão não é de 100%. A energia eléctrica é convertida em energia mecânica e em perdas. Estas perdas são devidas aos diversos elementos que estão presentes na conversão e podem ser divididas em quatro tipos: › Perdas eléctricas; › Perdas magnéticas; › Perdas mecânicas; › Perdas parasitas.

Também a nível Europeu, os motores eléctricos representam uma das fontes mais consumidoras de energia: 70% do consumo eléctrico na indústria e cerca de 1/3 do consumo eléctrico no sector dos serviços. Nos últimos anos, muitos fabricantes de motores investiram fortemente na pesquisa e desenvolvimento de novos produtos com o objectivo de colocarem no mercado motores mais eficientes.

cia mecânica disponibilizada para a carga. Também é necessário conhecer algumas características da máquina para que se possa fazer a sua modelização e simulação em vários regimes de carga. Os testes e estudos a efectuar para se determinar o rendimento de um motor de indução são descritos na norma CEI 34-2.

As perdas eléctricas são provocadas pela resistência não nula dos condutores das bobines que ao serem percorridos pela corrente provocam perdas caloríficas. As perdas magnéticas ocorrem nas lâminas de ferro do estator e do rotor devido à histerese e às correntes de Foucault. As perdas mecânicas são provocadas pela rotação das peças móveis, ventilação e atrito do ar. As perdas parasitas são devidas a fugas e irregularidades de fluxo e, também, distribuição de corrente não uniforme. Figura 1 . Perdas nos equipamentos de força motriz.

Para se quantificar o valor do rendimento de um motor é necessário conhecer certos parâmetros, tais como as perdas e a potên-

A eficiência de um motor é dada pelo seu rendimento, ou seja, pela relação entre a


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o electricista

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José Andrade Schneider Electric Portugal

compensação do factor de potência {e filtragem de harmónicas}

Nos tempos actuais, a compensação de factor de potência é uma das medidas de eficiência energética a ser considerada e realizada. Sendo na maioria aplicada com o objectivo da não penalização do distribuidor de energia e ao mais baixo custo, não considerando o teor harmónico da instalação eléctrica e o tipo de compensação adequado. Energia activa Todas as máquinas eléctricas alimentadas com corrente alterna transformam a energia eléctrica fornecida, em trabalho mecânico e calor. Esta energia mede-se em kWh e denomina-se por energia activa. Os receptores que absorvem unicamente este tipo de energia denominam-se por resistivos.

Esta mesma relação é estabelecida entre as potências ou energias activa e reactiva. O cos j indica a relação entre a potência activa e a potência aparente na harmónica fundamental ( H1), enquanto que o factor de potência é relativo ao valor total (H1+H2+H3+H4+H5+Hn) da instalação (os kVA que se podem consumir, como máximo). Por esta razão, o factor de potência indica o “rendimento eléctrico” de uma instalação (fig.1).

Energia reactiva Certos receptores necessitam de campos magnéticos para o seu funcionamento (motores, transformadores...) e consomem outro tipo de energia denominada por energia reactiva. A razão é que este tipo de cargas (denominadas indutivas) absorvem energia da rede durante a criação dos campos magnéticos de que necessitam para o seu funcionamento e fornecem energia à rede durante o funcionamento dos mesmos. Esta transferência de energia entre os receptores e a fonte (fig. 1), provoca perdas nos condutores, quedas de tensão nos mesmos, e um consumo suplementar de energia que não é directamente aproveitada pelos receptores.

Figura 1 . Triângulo de potências.

Consequências e Causas de um Factor de Potência reduzido O cos j e o factor de potência A ligação de cargas indutivas numa instalação provoca o desfasamento entre as ondas de corrente e de tensão. O ângulo j mede este desfasamento e indica a relação entre a intensidade reactiva (indutiva) de uma instalação e a intensidade activa da mesma.

› Perdas na Instalação As perdas de energia eléctrica ocorrem em forma de calor e são proporcionais ao quadrado da corrente total I2xR. Como essa corrente aumenta com o excesso de energia reactiva, estabelece-se uma rela-


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o electricista Henrique Ribeiro da Silva Dep. de Engenharia Electrotécnica (DEE) do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP)

projecto de postos de transformação {5ª Parte - Dimensionamento do Transformador e suas Protecções}

O transformador é o componente fundamental de um posto de transformação Por isso, é essencial o seu correcto dimensionamento, bem como das suas protecções. 1› INTRODUÇÃO Embora um posto de transformação seja um sistema formado por diversos componentes, sem os quais não poderá funcionar correctamente, o transformador é seguramente o componente basilar do sistema. Tal como acontece com os restantes componentes, o dimensionamento do transformador terá de considerar a situação actual da carga, bem como a sua possível evolução, resultando de um compromisso entre características técnicas e investimento. Tendo em consideração o custo da energia e sabendo que estão disponíveis no mercado transformadores com diferentes níveis de perdas, será interessante que o projectista na avaliação do compromisso referido anteriormente tome em consideração o custo das perdas que se verificarão num horizonte temporal igual ao tempo de vida esperado para o equipamento.

óleo mineral, óleo de silicone, outros óleos sintéticos especiais ou serem secos, isolados a resina epóxida. O grupo de ligações mais empregado é o DYn5, mas outras são possíveis como YZn5. Respondem às normas CEI 76, CEI 726, HD 538, HD 464 do CENELEC. No tocante a perdas, os transformadores podem ser de perdas normais, reduzidas e extra-reduzidas.

Tabela 1 . Características dos transformadores herméticos – fabricação Schneider.

2› TRANSFORMADORES Os transformadores empregados são trifásicos, tensão secundária 0,4 kV, regulação da tensão em vazio no lado do primário para ±2x2,5% e como dieléctricos podem utilizar

Tabela 2 . Características dos transformadores secos – fabricação Efacec.


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o electricista João Pratas (Eng.) Departamento de Engenharia, SEW-EURODRIVE PORTUGAL

accionamentos eficientes

{optimização das soluções completas}

Através da optimização das soluções completas de accionamento - desde o redutor, motor, e controlo electrónico de velocidade, passando pelos elementos de transmissão de potência – enormes poupanças de consumo energético podem ser realizadas. Estas poupanças traduzem-se em poupanças financeiras, e contribuem para a redução de emissão de gases poluentes. Introdução A escalada dos custos energéticos nos últimos anos, tem vindo a obrigar a maior parte das empresas a analisar, como prioridade de topo, a questão da eficiência energética. E não é só pelo aumento dos custos com a electricidade, que duplicaram nos últimos seis anos -, o consumo global também tem aumentado consideravelmente, o que desencadeia graves consequências ambientais. Tal efeito promove inequivocamente o aumento das emissões de CO2, que estão indissociavelmente ligadas, directa ou indirectamente, com a geração de electricidade. Tomados em conjunto, todos estes desenvolvimentos significa que a generalidade das unidades de produção e, por consequência, os construtores de máquinas eléctricas têm de olhar profundamente para esta questão, com o objectivo de cortar no consumo energético, mais cedo ou mais tarde.

1› Sistemas de accionamento Os sistemas de accionamento são responsáveis por mais de 60% do consumo de energia eléctrica na indústria, devem ser abordados como um todo, já que a existência de um componente de baixo rendimento influencia drasticamente o rendimento global.

O dimensionamento dos diferentes equipamentos que compõem os sistemas de accionamento, deverá ser efectuado, de acordo com as especificações de cada aplicação. O estudo prévio das necessidades inerentes ao processo produtivo conduzirá à optimização e simplificação do funcionamento, e por conseguinte à diminuição do consumo energético. Um sistema de accionamento consiste na combinação de Conversor de Frequência (converte a energia eléctrica da rede de uma forma controlada), motor (converte energia eléctrica em energia mecânica), redutor (ajusta a potência mecânica do motor ao ponto de trabalho da máquina accionada) e elementos de transmissão de potência. 1.1› Potencial de economia em sistemas de accionamentos 1. Utilização de motores de alto rendimento 10% 2. Utilização de controlo electrónico de velocidade 30% 3. Optimização do sistema mecânico 60%

correntes eléctricas e campos magnéticos. São o tipo de máquina mais usado na indústria em virtude da sua grande versatilidade, gama de potências, robustez, duração, reduzida manutenção, baixa poluição, facilidade de produção e custos de aquisição relativamente baixos. Como qualquer máquina, o motor eléctrico, responsável pela conversão de energia eléctrica em energia mecânica, apresenta perdas. O rendimento é definido como sendo a razão entre a potência de saída (ao nível do veio de saída do accionamento) e a potência eléctrica absorvida à entrada. 2.1› Requisitos de rendimento A Directiva EUP – Produtos que consomem energia (Energy Using Products) descreve as orientações futuras de design, a compatibilidade ambiental, o impacte ambiental e o consumo de energia de máquinas / motores eléctricos rotativos.

2› Motores de alto rendimento

A directiva irá abranger os motores de 2, 4 e 6 pólos, na gama de potências de 0,75 a 200 kW, e entrará em vigor num futuro não muito longínquo. Os motores passam a ser classificados por:

Os motores eléctricos são conversores electromecânicos de energia, a sua função é baseada no efeito de forças magnéticas entre

IE1 (= EFF2) – com utilização proibida; IE2 (= EFF1) – com utilização obrigatória;


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o electricista Pedro Magalhães System Engineers - APC by Schneider Electric

UPS

{A Máquina Eléctrica de protecção às máquinas eléctricas}

Quer no sector doméstico, secundário ou terciário da nossa economia, a máquina eléctrica desempenha um papel fundamental na produtividade das pessoas, das empresas e do país. Todas as máquinas eléctricas, desempenham um qualquer objectivo para que tenham sido desenhadas. Para isso consomem energia eléctrica, injectando, mais ou menos, perturbações na rede eléctrica que as alimenta. Desta forma as perturbações injectadas afectam a qualidade geral da energia que alimenta outras máquinas eléctricas. Este processo é um ciclo vicioso em que todas injectam perturbações e em que todas sofrem com as perturbações injectadas. Uma Unidade de Alimentação Ininterrupta, vulgarmente conhecida por UPS, no original em inglês (Uninterruptible Power Supply), é uma máquina eléctrica que desempenha um papel fundamental no processo de protecção de algumas máquinas eléctricas das consequências da utilização de outras máquinas eléctricas. Embora a frase pareça uma charada cabalística constitui a mais elementar das verdades. Uma UPS é um tipo especial de máquina eléctrica desenhada com o objectivo de interromper este ciclo vicioso, constituindo-se como um filtro entre diferentes tipos de máquinas eléctricas. Mas sendo ela própria uma máquina eléctrica tambêm consome energia e tambêm injecta perturbações. Voltaremos a este tema mais adiante. As máquinas eléctricas sendo incontornáveis em qualquer dos tipos de ambiente apresentam características e impactos manifestamente diferentes em cada um deles. Figura 1

Começando pelo doméstico verifica-se que as máquinas eléctricas utilizadas estão fortemente regulamentadas, classificadas e com informação detalhada fornecida ao consumidor através do Índice de Eficiência Energética (Fig.1) o que permite uma decisão acertada e eficaz. Uma UPS desempenha neste ambiente um pequeno, mas importante, papel na protecção dos equipamentos informáticos que cada vez mais, povoam as nossas habitações. Nos restantes ambientes esta análise simplificada não existe e é necessário ser detentor de um conhecimento técnico aprofundado para que a decisão seja acertada.

Vejamos então quais as perturbações que podem afectar o funcionamento das máquinas eléctricas e em que ambientes elas são mais prejudiciais. (Fig.2) Outra questão importante é compreender que género de máquinas eléctricas são susceptíveis a que tipo de perturbações. Neste aspecto existe uma distinção que importa assinalar. Máquinas eléctricas puras, como motores, ventiladores, bombas e outro tipo de equipamentos cujo objectivo seja produzir movimento, força, ou energia (frio e calor) e as restantes cujo objectivo é produzir qualquer tipo


REPORTAGEM

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Helena Paulino

jornadas tecnológicas

{Maiores novidades na 4.ª edição do evento}

Luminotecnia, Segurança em Edifícios, Eficiência e Manutenção das Instalações Eléctricas, Telecomunicações e Energias Renováveis foram os temas fulcrais que ocuparam os 3 dias da 4.ª edição das Jornadas Tecnológicas, que este ano se realizaram nas instalações da NERSANT – Associação Empresarial da Região de Santarém, em Torres Novas, de 27 a 29 de Maio. Os 600 participantes e a presença de empresas nacionais e internacionais de elevado renome no mercado eléctrico e electrotécnico ditaram o seu sucesso. As Jornadas Tecnológicas nasceram de uma necessidade premente de formação e informação existente no seio da área electrotécnica, que este ano não foram descuradas na 4.ª edição do evento pela qualidade crescente de ano para ano, das comunicações técnicas proferidas por empresas relevantes do sector. No final de cada dia, os participantes evidenciavam isso mesmo, como Miguel Alvim da Vietel ditou: “é a terceira vez que venho e continuo a considerar o evento muito interessante. É muito importante que existam este tipo de eventos para termos conhecimento das novas tecnologias, até porque de ano para ano, tem havido um grande desenvolvimento nesta área.” Pedro Cordeiro, da Electro Minor, chamou a atenção para outra característica que evidencia as Jornadas Tecnológicas em relação a outros eventos, “há uma grande e saudável interacção entre as empresas e as pessoas, e isso é muito importante porque há uma troca de opiniões entre os oradores e os participantes, até porque isso também faz parte do desenvolvimento dos produtos.” A mesma opinião foi partilhada por José Augusto da área da Manutenção do Hospital de Tondela, “vim o ano passado e voltei porque vale a pena toda a interacção que

há entre os participantes e as empresas, e mesmo entre os participantes entre si.”

representam, acima de tudo, um fórum de informação e formação.

A importância da reciclagem dos REEE

Depois de passarem por Aveiro, Marinha Grande e Viseu, as Jornadas Tecnológicas já reuniram mais de 2500 profissionais, muitos foram a todas as edições e outros prometem sempre voltar no ano seguinte, e cumprem a promessa. O facto de já terem participado mais de 50 empresas diferentes, nestas quatro edições, também tem contribuído para o sucesso do evento. Hélder Brás da Melis explica que “o conceito de reunir várias empresas e pessoas da mesma área tem de ser desenvolvido em Portugal, porque permite que os temas sejam discutidos de uma forma mais próxima.” As Jornadas Tecnológicas

A abertura da 4.ª edição das Jornadas Tecnológicas foi da responsabilidade de Custódio Dias, Director da revista “o electricista”, que falou do êxito crescente do evento. “Na linha do que foram as outras três edições, esta foi feita nos mesmos moldes mas está mais diversificada em termos de temas. Também é fundamental que o público participe e questione sempre que sentir alguma dúvida, e espero que isso seja feito ao longo destes três dias.” Terminou a apresentação do evento prometendo para o ano abrir uma nova edição das Jornadas Tecnológicas porque é um evento demasiado importante para se extinguir. Vítor Sousa Uva da Amb3E deu o mote para o primeiro painel desta 4.ª edição das Jornadas Tecnológicas, a Luminotecnia, falando do Sistema de Gestão existente em Portugal que recicla Resíduos de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos (REEE) e a sua importância no presente, e sobretudo, no futuro. Enunciou uma série de marcas de renome nacional e internacio-


o electricista

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REPORTAGEM 152

nal, produtoras destes equipamentos, que já aderiram à iniciativa, e evidenciou que os números não param de aumentar.

Em Portugal, e mesmo na Europa, a Amb3E assinou várias parcerias, operacionais e com compensações financeiras, com centros de recepção de REEE, operadores logísticos e unidades de tratamento e valorização. “Todas elas são parcerias importantes que ajudam a Amb3E no seu trabalho de valorização dos equipamentos em fim de vida”, evidenciou Vítor Sousa Uva. No ano de 2007, a Amb3E recolheu mais de 20 milhões de toneladas de equipamentos, que foram enviados para os sítios mais indicados para um adequado tratamento e reutilização. No ano seguinte, as suas metas globais e nacionais de recolha e tratamento de REEE foram superadas com 33 milhões de toneladas recolhidas, sendo que a meta indicada situava-se nos 29 milhões de toneladas. Ao longo dos anos, a Amb3E tem multiplicado por todo o país os locais de recepção e pontos de recolha destes resíduos (em Janeiro deste ano somavam 343 locais, mas em Dezembro pretendem ter 500), tentando recolher o máximo de resíduos e sensibilizando a população para a necessidade de valorizar aquilo que já não utiliza e que pode ser perigoso para o meio ambiente. Os operadores logísticos em Portugal, e inclusivamente na Madeira e nos Açores, também sofreram um aumento, de 29 locais em 2007 para 43 actualmente, e com tendência para aumentar. As Unidades de Tratamento e Valorização são já 10 em Portugal. Vítor Sousa Uva também falou no Ponto Electrão, sobejamente conhecido pela maioria dos portugueses, com uma patente inter-

nacional registada pela Amb3E e que o ano passado venceu o PrémioValorsul. Encontramos genericamente estes Pontos Electrão em shoppings, e inclusivamente nas bombas de combustível da Galp em Lisboa. Os bombeiros não foram esquecidos, tal como a ajuda que prestam em aldeias mais afastadas dos grandes centros, e onde está a decorrer uma acção de sensibilização da população para a necessidade de não deitar no lixo comum, objectos que podem ser valorizados. Outra das ideias implementadas pelo Ponto Electrão foi direccionada para as crianças e jovens, cativando-os a trazer de casa os objectos não utilizados e que podem ser valorizados. A denominada Escola Electrão obteve um enorme sucesso, com a inscrição de quase 400 escolas e foi uma acção que decorreu de Janeiro a Maio de 2009, com a colaboração do Ministério da Educação e da Agência Portuguesa do Ambiente. No final falou da revisão que está a decorrer na Directiva Europeia de REEE, e que aumentará os níveis de recolha de resíduos numa directiva que deverá sair ainda este ano.

nutenção, reduzem o consumo de energia e poluição luminosa, para além de possuirem um design flexível e modular, boa flexibilidade e segurança. Ou seja, os LEDs melhoram a qualidade e o custo total da iluminação pública. Mas para que possamos usufruir de todas estas vantagens, como advertiu António Sousa, é necessária uma reconversão das luminárias existentes para os LEDs, e isso acarreta algumas regras que necessitam de ser escrupulosamente cumpridas. Deu alguns exemplos onde já haviam LEDs implementados e garantiu que a durabilidade de um LED pode ir até às 130 mil horas no mínimo, ou seja, 15 anos. No final da apresentação, António Sousa confessou que “foi muito interessante participar dado que estamos a tentar promover LEDs na iluminação geral , e alguma pessoas têm receio em aplicá-los porque ainda não conhecem todas as suas vantagens e particularidades.”

Eficiência energética também passa pelos LEDs A comunicação apresentada pela OSRAM por António Sousa, abordou as vantagens da utilização dos LEDs na Iluminação Pública, devido à maior poupança energética que daí pode advir, aliada a uma iluminação eficiente. António Sousa quantificou que 1/3 da iluminação mundial pode ser poupada pela eficiência, reduzindo a emissão mundial em mais de 450 mil tons de CO2, ou seja, metade do consumo energético na China. A Política Integrada Produto (IPP) da União Europeia, para a iluminação doméstica e terciária, minimiza os efeitos ambientais em todo o ciclo do produto, seja no desenvolvimento, produção, operação e fim de vida das lâmpadas. A DIN EN 13201, a Norma Europeia que rege a Iluminação Pública, dita que esta deve garantir a segurança rodoviária, o normal fluxo de tráfego, e a segurança pública. Na iluminação pública, os LEDs são um sistema eficiente e seguro, garantem uma iluminação homogénea, longos intervalos de ma-

A Philips apresentou-se nas Jornadas Tecnológicas com duas apresentação, uma a cargo de Inês Cidra que falou sobre a Eficiência Energética, e outra por Nuno Felgueiras que abordou os LEDs utilizados na Iluminação Exterior, falando do seu desenvolvimento e aplicação na iluminação decorativa e rodoviária. Deu alguns exemplos de instalações com LEDs, com todas as suas vantagens, como um estádio em Tampa, na Flórida, que possui 70 projectores que iluminam todo o perímetro do estádio com 50 metros de altura, garantindo uma eficiência energética elevada. Inês Cidra apresentou a Philips como uma empresa onde há uma consciência sólida da necessidade de ser mais eficiente, e por isso, pretendem criar soluções assentes na


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sustentabilidade e num desenvolvimento ecológico, e por isso, apostam nas energias renováveis e na produção eficiente de energia, e no uso desta, de forma a cumprir as metas ditadas pelo Protocolo de Quioto. Inês Cidra falou ainda do regulamento referente

As comunicações tiveram uma grande qualidade, o que era confessado pelos participantes como Nuno Bento Rodrigues do Munícipio de Chaves, “as apresentações têm sido bastante técnicas e levantam muitas dúvidas por parte do público, o que é favorável porque coloca questões e permite ao público participar mais activamente no debate.”

às lâmpadas eficientes para o sector residencial, aplicado em Setembro deste ano, que pretende descontinuar com a produção e comercialização das lâmpadas ineficientes. Ainda informou que no sector terciário, o regulamento será aplicado a partir de Janeiro de 2010 nas luminárias, balastros e lâmpadas, e explicou como se pode obter uma instalação energicamente eficiente, como por exemplo, com balastros electrónicos (analógico, digital, com e sem regulação), com sistemas de controlo para detecção de presença e luz natural, entre outros.

Soluções adequadas a aplicações específicas Depois do coffee-break seguiu-se a apresentação de Cristiano Dias da Esylux, que falou de várias soluções que permitem uma poupança energética na iluminação, e que podem ser utilizadas nas habitações, em edifícios públicos como escolas e hospitais, em lojas, no comércio e na indústria, e ainda nos escritórios. Uma das soluções apresentada são os detectores de presença, sensíveis

aos pequenos movimentos, utilizados em instalações com luz natural suficiente ou em longos períodos de utilização, que permitem medir a luminosidade (mede os níveis de luz natural e artificial, e acende ou apaga quando necessário), e o canal de comutação muda de acordo com a luz natural e a presença. Neste caso, podem existir fontes de interferência como plantas em movimento, passagem de animais, correntes locais de ar quente por cima de ventiladores ou radiadores de aquecimento, e ainda lâmpadas, aparelhos de televisão e Hi-Fi, computadores, transmissores de rádio, e até candeeiros suspensos nas proximidades dos detectores e biombos ou divisórias, plantas de interior grandes ou, simplesmente, armários. Pelo contrário, os detectores de movimento reagem sob movimentos maiores: a medição da luz é simples e é desactivada após a detecção de movimento e depois de ligar os consumidores, ou seja, a luz artificial. Estes podem ser implementados no interior e no exterior, como rampas de acesso, zonas de entrada, parques de estacionamento ou garagens, salas de corredor com ou sem incidência de luz diurna, e nas casas de banho e caves. Antes de almoço, Vitor Vajão do CPI apresentou o grande projecto luminotécnico que elaborou para a Assembleia da República. Antigamente a iluminação neste local criava um ambiente monótono, não realçava a arquitectura e provocava muitos encadeamentos. Vítor Vajão criou componentes variáveis de luz difusa e de luz de realce, uma luz funcional para a actividade parlamentar e uma luz arquitectónica para um melhor conforto visual, o que melhorou a qualidade ambiental para os utilizadores e as transmissões por televisão. Os encadeamentos foram eliminados através de controladas projecções de luz que criam efeitos de modelação, incrementam a acuidade visual por contraste de luminâncias e cromáticos. Foram utilizadas lâmpadas de elevada eficácia para haver uma fiel reprodução das cores e uma longa vida útil, flexibilizaramse os comandos de iluminação e optimizouse a eficiência energética de exploração, o que facilita a manutenção. Ferreira Martins, expositor do CPI, afirmou “as opiniões são

muito diferentes porque os LEDs tem factores muito discutíveis. Estes eventos tem futuro tal como os LEDs.”

Soluções integradas de segurança e a domótica Alexandre Chamusca, consultor de soluções de segurança, abriu o segundo painel do dia, sobre Segurança em Edifícios, onde falou da necessidade de uma política interna de segurança nas empresas. Este consultor ditou que existem muitos problemas de segurança identificados nas empresas, como as perdas e quebras, devido aos meios de segurança serem ineficazes e desajustados da realidade de cada empresa, tendo impactos negativos. Aconselhou que se ocorrerem furtos internos e externos, o prestador de serviços de segurança pode e deve assumir um papel mais interventivo na dissuasão, controlo e interrupção das situações de risco. Se ocorrer uma fraude interna, o prestador de serviços de segurança tem de fazer parte da solução. Nesta situação são identificados e dimensionados os riscos, justificando o retorno do investimento, optimizando os custos, aumentando o nível de segurança de acordo com as necessidades do cliente.

Alexandre Chamusca alertou para os diferentes componentes para uma solução integrada de segurança: integração (tem de ocorrer uma avaliação global do sistema com a detecção-demora-resposta, avaliação de probabilidades de interrupção e avaliação das ameaças), conhecimento sectorial referente à solução adaptada (com elementos críticos, riscos, protecção e contingência), e ainda a customização (analisa o risco do



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cliente apoiada em checklists e no gestor de risco, identificando os elementos críticos e a quantificação de perda potencial). As vantagens são óbvias: apoio de equipas especializadas em cada sector, análise de riscos e vulnerabilidades do cliente, uma selecção mais rigorosa e melhor formação dos vigilantes, introdução de novas ferramentas e processos que asseguram uma redução no tempo de adaptação e problemas.

luções de protecção e segurança para edifícios, que passam pela protecção contra incêndios, pela segurança electrónica, não esquecendo o conforto e a eficiência energética. E tudo isto passa por várias fases importantes como a operação, conservação e manutenção, análise de risco, consultadoria e instalação, e ainda pelas migrações e modernizações.

Soluções integrais para um controlo total e directo

Carlos Matos representou a ATEC numa comunicação onde falou sobre o KNX – a domótica integrada nos edifícios. Na domótica há a necessidade de segurança contra intrusão, fugas e inundações, e ainda contra avarias e falhas. No entanto, a domótica reduz os custos, mantém um conforto verde e pode ser integrada nas soluções de engenharia civil, e para além disso, ainda procura o conforto e um design intuitivo mas sofisticado, funcional, estético e discreto. A domótica integrada nas habitações permite incluir numa mesma solução a iluminação, os estores, toldos e persianas, o AVAC (climatização e águas), a gestão energética e a segurança. As soluções de domótica para os edifícios possuem a instalação de aquecimento com painel solar e uma medição integrada. Para que ocorra uma boa climatização e uma boa qualidade do ar interior são necessários sensores que meçam o CO2, a percentagem de humidade, a temperatura e a entalpia. Carlos Matos referiu que o aeroporto de Heathrow, o Estádio Olímpico de Pequim, e em muitas cozinhas espalhadas pelo mundo inteiro, esta tecnologia já está integrada. A Siemens apresentou, pela voz de Rui Gramunha, uma comunicação sobre variadas so-

Fernando Ferreira, representante da Schneider Electric apresentou na 4.ª edição das Jornadas Tecnológicas a importância das soluções integrais. Fernando Ferreira começou por lembrar que a energia é muito importante actualmente em termos económicos, como já tinham referido outros oradores, e isto porque o aumento de energia acarreta alterações climáticas. Contabilizou que o consumo energético mundial aumentou 45% desde 1980, e que em 2030 será 70% superior ao actual, e além disso, a competitividade dos recursos naturais e a instabilidade política mantêm os preços elevados. A directiva 2002/91/CE (RCCTE, RSECE) dita normas para um uso racional da energia com equipamentos e sistemas de controlo mais eficientes que podem e devem ser utilizados nos edifícios, os principais consumidores de energia. Mas para que isto melhore é necessária uma mudança radical do ponto de vista técnico (concepção, construção e exploração) nos edifícios como os conhecemos actualmente, transformando-os em edifícios verdes, sem emissões de CO2, e autónomos do ponto de vista energético pelo recurso às energias renováveis. O cliente final tem de estar atento à optimização dos gastos energéticos, e deve analisar de forma ponderada todos os custos, até porque já existem soluções baseadas num só sistema de gestão de iluminação, aquecimento, arcondicionado, ventilação, persianas e toldos, detecção de movimento, luz solar, tempo, energia, equipamentos da habitação, janelas e portas, intrusão, incêndio e pânico. Em conclusão, Fernando Ferreira da Schneider Electric ditou que os sistemas de gestão técnica dos edifícios devem garantir

um controlo correcto essencial para manter os níveis de serviço, conforto e segurança desejados, garantindo sempre a eficiência energética. Isto melhora o conforto dos utilizadores, evita que os sistemas estejam em funcionamento de forma indevida, e assegura que os serviços são fornecidos de uma forma correcta. Chamou a atenção de que estes equipamentos devem sempre garantir uma minimização dos requisitos de manutenção, dando preferência à manutenção preventiva em detrimento da reactiva, reduzem o consumo energético, custos de operação e minimizam as emissões poluentes para a atmosfera.

O segundo painel do primeiro dia deste evento terminou com a apresentação da Honeywell, pela voz de Frederico Rosa, onde falou sobre a integração de sistemas de segurança, gestão técnica centralizada e gestão energética, não descurando a importância de temas como a automação de edifícios, as tendências da indústria de automação de edifícios, e a arquitectura do sistema. Um sistema de automação de edifícios necessita de segurança porque a operação do edifício não pode ficar comprometida com um sistema offline, pela análise da qualidade de informação, pela inteligência porque melhora a produtividade e a rentabilidade do operador, pela flexibilidade porque esta é uma decisão a longo prazo e deve adaptar-se às necessidades, pela utilidade porque são necessárias respostas rápidas na operação, pela disponibilidade de informação, e ainda pela rentabilidade porque este sistema é um investimento. As tendências da indústria de automação de edifícios passam por 2 fases: as tendências da Building Automation Tech-


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nology que aumentam a integração, acesso remoto, networks rápidos, wireless e segurança, processadores rápidos, elementos de campo inteligentes, e aumentam a sensibilização pelo consumo energético. Outra das tendências passa pela interligação de redes, na integração, redução de energia, gestão de custos e relatórios.

Proteger para melhorar a eficiência energética O dia 28 de Maio foi preenchido por um único painel: Eficiência e Manutenção das Instalações Eléctricas, o qual teve a abertura institucional a cargo de Paulo Calau da ADENE que falou do Plano Nacional de Acção para a Eficiência Energética, o Portugal Eficiência 2015. Este plano diz respeito ao SGCIE – Sistema de Gestão dos Consumos Intensivos de Energia, uma das medidas a implementar no sector industrial até 2015. A aplicação desta medida dita que o operador deve registar no portal SGCIE a sua instalação, proceder a um auditoria energética (de 6 em 6 anos), definir um plano de racionalização do Consumo de Energia (PREn), e este deve ser executado por um técnico ou uma entidade credenciada. Procede-se à entrega online do plano para aprovação, e em caso afirmativo ele converte-se num Acordo de Racionalização dos Consumos de Energia. Os utilizadores têm de entregar online Relatórios de Execução e Progresso (REP) bi-anuais, e devem ser aplicadas penalidades quando as metas não forem cumpridas e/ou as medidas não forem implementadas. Paulo Calau chamou a atenção para o facto de que para efeitos do plano, o consumo total da energia é calculado considerando apenas 50% da energia resultante de resíduos endógenos e de outros combustíveis renováveis. Seguiu-se a participação de Michel Batista da Phoenix Contact, que falou sobre as protecções contra sobretensões e a sua importância na eficiência e manutenção das instalações eléctricas, não se esquecendo das normas e standards actuais, os sistemas de ligação à terra em regime de neutro, as tecnologias existentes e o seu desenvolvimento, o futuro das protecções contra so-

bretensões, as tendências das normas, e ainda a manutenção das protecções. Explicou que as sobretensões permanentes provêm de defeitos na MT ou da instalação (POV). Os transitórios possuem duas categorias, de comutação originados nas manobras de contactores de motores de grande potência, manobras de correcção de factor de potência, variadores de velocidade, soldaduras por arco, bobines ou cargas indutivas, descargas electrostáticas e de descargas atmosféricas originadas pela trovoada. Os transitórios de comutação são mais frequentes e possuem elevados potenciais mas de curta duração, e os transitórios de descargas atmosféricas são menos frequentes, possuem elevadas correntes e uma curta duração, para além de serem muito destruidores.

Para evitar isto é necessário proteger as instalações com o devido conhecimento e rigor técnico. Uma instalação considera-se protegida contra sobretensões quando as 4 áreas de instalação estão contempladas com medidas de protecção: alimentação, comunicação R.F., rede de dados e instrumentação. Segundo ditou Michel Batista, existem três tipos de protecção: a “grossa” contra descargas atmosféricas, a “média” contra sobretensões e a “fina” contra o equipamento terminal, e podem ser aplicadas em 4 áreas: protecção contra quadros de alimentação, para instrumentação, para interfaces de dados e ainda para a protecção das telecomunicações. Relativamente às normas e standards indicados para uma melhor eficiência nas instalações, Michel Batista apontou várias e em que classes devem ser aplicadas. Da Hager surgiu a apresentação de Ribeiro da

Costa, onde falou sobre protecções contra sobreintensidades que previnem os equipamentos eléctricos de serem percorridos por correntes prejudiciais ou que prejudiquem o meio ambiente. Explicou quais os melhores locais onde devem ser colocados estes dispositivos e algumas regras a ter em conta nesta instalação, não esquecendo de falar da regra do triângulo, que tem como princípio construir um triângulo rectângulo que permite conservar as proporções no cálculo dos comprimentos. Explicou que as sobrecargas não surgem naturalmente, mas sim quando há um pedido anormal e excessivo de corrente, e isso pode ter consequências no condutor. Ainda alertou para os efeitos perigosos que pode ter nas ligações, equipamentos, quadros, na qualidade do isolamento que pode originar um curto-circuito. Para evitar tudo isto, a instalação (cabos, ligadores, equipamento terminal) deve ser dimensionada para suportar a sobreintensidade resultante da sobrecarga, desde o instante em que ocorre até à abertura total do ou dos respectivos equipamentos de protecção. Os relés térmicos das protecções originam esta abertura e podem estar integrados na protecção da linha no QE do distribuidor, no disjuntor com protecção magnética e térmica, ou junto do equipamento que se pretende proteger com o contactor com relé térmico ou as sondas de temperaturas integradas no equipamento. Na protecção contra as sobreintensidades, a selectividade deve ser total e não apenas parcial.

Equipamento ITED e a importância da termografia Paulo Oliveira da JSL explicou a adaptação do equipamento ITED às Redes de Nova Geração (NGN), explicando que esta é uma rede baseada em pacotes de dados que prestam serviços de comunicações electrónicas, recorrendo a múltiplas tecnologias. As redes de telecomunicações permitem a passagem de comunicações electrónicas em quantidade e velocidade superiores ao que estávamos habituados. Com estas redes há uma convergência de serviço fixo/móvel e VOIP com qualidade, transferência de pacotes e conteúdos (TV em alta definição,


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Hi-Fi, televigilância, teleconferência, jogos online e conteúdos interactivos) e permitem o acesso dos utilizadores a diferentes prestadores de serviços e facilidade de mobilidade. No entanto, estas novas redes possuem desvantagens, como os custos e o tempo de implementação e a adaptação das infra-estruturas nos edifícios já construídos, que serão ultrapassadas com a investigação. Paulo Oliveira advogou que o ITED deve ser revisto e adequado à infra-estrutura de telecomunicações do edifício e que se deve apostar no ITUR, ou seja, na fibra óptica colocada na infra-estrutura das telecomunicações urbanas, e para além disso, deve ser criado um espaço técnico de urbanização, um ETU.

A termografia não foi esquecida e Vicente Ribeiro da Fluke apresentou uma comunicação onde versou sobre a sua importância e do que temos de ter em conta quando compramos uma câmara termográfica. A termografia cria imagens através da medida remota de temperatura de pontos de um cenário, dando a cada ponto uma determinada cor em função da sua temperatura, e por isso, é muito utilizada para inspeccionar aparelhos e circuitos eléctricos, equipamentos mecânicos, sistemas de climatização, estruturas de edifícios, electrónica, entre outros. Ao contrário das câmaras de luz visível, as câmaras termográficas criam imagens de temperaturas e medem a energia infravermelha (IR) irradiada por um corpo, e simultaneamente, convertem essa informação numa imagem, cujos pontos representam temperaturas. As câmaras termográficas funcionam, sem contacto, não perturbando a produção e identificando rapidamente anomalias, antes que ocorram problemas. Assim, Vicente Ribeiro concluiu

que a termografia pode ser usada para evitar erros durante a instalação ou para identificar e resolver problemas já existentes porque torna visível o que é invisível. As câmaras termográficas são tão fáceis de utilizar como uma máquina fotográfica digital bastando apontar, focar e captar a imagem.

termos de cablagens e manutenção. No final da apresentação, João Pratas aconselhou que na selecção de um accionamento, para além do seu correcto dimensionamento em termos de binário e velocidade, também é importante o rendimento.

A relevância da economia e qualidade da energia Economia de Energia com Accionamentos Eficientes foi a primeira comunicação depois de almoço, proferida por João Pratas da SEW-EURODRIVE, onde começou por evidenciar as exigências ambientais e económicas direccionadas para a racionalização e eficiência no consumo, optimizando a eliminação dos desperdícios. Um sistema de accionamento possui um conversor de frequência que converte a energia eléctrica da rede, e este controlo pode ser feito em malha aberta ou fechada: um motor eléctrico converte energia eléctrica em mecânica, os redutores ajustam a potência mecânica do motor ao ponto de trabalho da máquina accionada, reduzindo a velocidade e aumentando o binário. Com os sistemas de accionamento e motores de alto rendimento a energia é reduzida em 10%, o uso de um controlo electrónico de velocidade em 30% e a optimização do sistema mecânico em cerca de 60%. Os redutores de velocidade adaptam a velocidade do motor ao ponto de trabalho da máquina, em termos de velocidade e binário, e por isso, são soluções económicas. Os conversores de frequência possuem elevado rendimento, fiabilidade e factor de potência, dimensão reduzida, fácil ajustamento ou programação, controlo de vários motores, adaptação do motor à carga (binário e velocidade), arranques suaves e frenagem controlada. Ainda protegem o motor de curto-circuitos, sobre-intensidades e sobretensões, e falta de fase, entre outros. João Pratas concluiu que a solução adequada é ter uma unidade de accionamento mecatrónico: um motor, um redutor e um conversor de frequência (adapta-se a motores de qualquer rendimento). O sistema poupa energia, não ocupa tanto espaço nos quadros eléctricos e garante uma forte redução de custos em

João Vieira Pereira e Paulo Branco da ABB abordaram a questão da qualidade de energia em sistemas de baixa tensão, abordando questões como a compensação da energia reactiva, a filtragem de harmónicas e as cargas desequilibradas. A compensação da energia reactiva permite um aproveitamento dos equipamentos e da energia, porque se introduzimos numa instalação, uma compensação adequada ao factor de potência temos uma redução da intensidade absorvida pela rede, e consequentemente, uma redução da carga de transformadores e cabos de distribuição, e nas perdas por efeito Joule nos cabos, transformadores e dispositivos de protecção. Desta forma garantimos uma redução das quedas de tensão nos cabos e transformadores e um aumento da potência disponível na saída do transformador. Encaram a compensação dinâmica como uma solução para a qualidade da energia podendo ser aplicada onde sejam necessárias várias operações, uma comutação livre de transitórios, um valor elevado de potência reactiva, máquinas de soldadura, cargas de comutação rápidas com laminadores e grandes prensas, e ainda em gruas, elevadores, misturadores de borracha, entre outros. A compensação dinamica reduz o flicker, melhora a produtividade e aumenta a capacidade em soldaduras e a capacidade de rede, aumenta a disponibilidade em drives de potência, corrige e melhora sem transitórios o factor de


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potência, e também pode filtrar harmónicas. Outra das soluções passa pela fraca qualidade da energia que passa pelos filtros activos de harmónicos que são múltiplos inteiros da frequência fundamental de uma onda periódica, como as ondas acústicas e eléctricas. As cargas não-lineares geram harmónicos e estão nos sistemas industriais, nos AC e DC drives, nos sistemas UPS (harmónicos entre fases, desequilíbrio), comércio, em todo o

José Augusto da área da Manutenção do Hospital de Tondela enalteceu que gostou “muito dos três dias, foram todos muito bons e os conhecimentos foram aprofundados em todos eles. Foram três dias bem passados, sobretudo o último porque são temas polémicos e que geram alguma discussão por parte do público. A parte da manhã do dia de hoje foi muito boa porque ainda há muitas dúvidas relativamente ao ITED, e ainda há muitas pessoas ainda não entenderam o que é a Televisão Digital Terrestre.” equipamento de escritório como computadores, lâmpadas economizadoras, fotocopiadoras, entre outros. Há outras soluções para os problemas da qualidade de energia como o isolamento de cargas mais sensíveis aos harmónicos das cargas que os produzem, o uso de drives com configuração elevada de pulsos, o uso de transformadores com acoplamentos especiais. João Vieira Pereira e Paulo Branco garantem que a melhor solução para os problemas dos harmónicos é o filtro activo que gera harmónicos iguais mas em oposição, ou seja, há um cancelamento de harmónicos pela geração de harmónicos iguais em oposição por equipamentos de filtros activos.

Poupar energia só depende do consumidor Como enfrentar os desafios energéticos foi a questão colocada por Veiga Pedro da Schneider Electric se propôs responder, apresentando soluções de eficiência energética para os edifícios residenciais, comerciais e industriais, e ainda para os processos industriais. Se ocorrer uma melhoria na utilização energética na indústria e nos edifícios, os maiores consumidores, isso terá um enorme impacto na redução dos gases de efeito de estufa. Enumerou que a maior parte da energia é consumida no aquecimento, arrefecimento, motores, iluminação e nos aparelhos electrónicos. Os desafios energéticos estão assentes no ponto de entrega, no fornecimento sem perturbações e com maior eficiência, mas o grande desafio parte do consumidor que deve conservar e gerir melhor a


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energia, e podem poupar até 30% da energia. Para isso são necessários equipamentos eficientes e instalações eficazes de baixo consumo, uma utilização combinada de equipamentos e instalações, e um acompanhamento permanente e uma manutenção mais rigorosa. Mas estas poupanças podem ser rapidamente perdidas se não houver um planeamento eficaz ou uma boa gestão na paragem dos equipamentos e dos processos, na falta de automatização e de regulação e em procedimentos incorrectos. No final da apresentação ditou quatro pontos essenciais para medir facilmente a eficiência energética: medir, decidir no essencial, automatizar e monitorizar e evoluir. Nuno Carvalho da Legrand fechou o segundo dia da 4.ª edição das Jornadas Tecnológicas com uma apresentação sobre videoporteiros, quais as suas vantagens e a sua evolução tecnológica ao longo do tempo.

O papel do ATI nas Telecomunicações Paulo Mendes da ANACOM abriu o painel das telecomunicações, o primeiro painel do último dia do evento. Sérgio Ramos do ISEP, em representação da Quitérios, falou sobre a nova geração de ATI – Armário de Telecomunicações Individual. Falou sobre a 2.ª edição do Manual ITED que possui novos requisitos aproximados das Normas Europeias e que têm em consideração 4 fases de implementação de infra-estruturas de telecomunicações em edifícios: planeamento, especificações detalhadas, instalação de acordo com os requisitos e especificações técnicas, e operação que consiste na manutenção da conectividade e dos requisitos de transmissão, especificados durante a vida da cablagem instalada. Com a crescente procura de larguras de banda cada vez maiores e a oferta de novos serviços torna-se necessário dotar os edifícios com novos serviços, como classes de superiores ao existente par de cobre, tecnologias de comunicação por difusão em par de cobre, tecnologias de comunicação por difusão em cabo coaxial com o incremento do valor da frequência, e fibra óptica. O ATI é um dispositivo que faz parte da rede individual de tubagens, sendo normalmente constituído por

uma caixa e equipamentos activos e passivos, de interligação entre a rede colectiva ou de operador no caso das moradias, e a rede individual de cabos.

Televisão Digital Terrestre, o futuro Luís Peixoto representou a Televes, e abordou a Televisão Digital Terrestre (TDT), as suas vantagens e particularidades. Explicou que a TDT é um novo modo de difusão de sinais de televisão. E tal como o nome indica, o sinal é digital e é transmitido pelo espaço aéreo desde um emissor até aos receptores empregando as mesmas frequências, do que as da televisão analógica tradicional (canais do 21 ao 69). A TDT utiliza técnicas avançadas para converter um sinal analógico num sinal digital, que mais tarde se comprime conjuntamente com outros sinais para ser transmitido. A largura de banda para um canal de TDT é 81 MHz, ou seja, 5,4 vezes a largura de banda tradicional PAL. Mas os sistemas de compressão fazem com que se divida entre 100 a 150 sem grande perda de qualidade. Ou seja, na largura de banda de um canal tradicional (8 MHz) podem ser transmitidos entre 4 a 6 canais digitais. Ainda referiu que os portugueses que apenas vêem os quatro canais actuais (5 nas regiões autónomas), através da televisão tradicional irão beneficiar de uma melhor experiência de televisão por 3 razões principais. A TDT disponibiliza, para além dos quatro canais, um canal em Alta Definição (HD – High Definition) partilhado pelos operadores. Além disso permite funcionalidades avançadas de utilização da televisão, como sejam o Guia

TV (EPG), Barra de Programação, Pausa TV, gravação de emissão ou agendamento de gravações, e a qualidade da imagem e do som da emissão em TDT é muito superior à da actual emissão analógica, fruto sobretudo da natureza digital do sinal (possibilidade do som Dolby Digital). No final, Luís Peixoto declarou que as “Jornadas Tecnológicas são o único evento deste género em Portugal onde podemos informar e esclarecer os instaladores que ainda possuem muitas dúvidas sobre este tema que apresentei. Além disso, também é importante ouvirmos os instaladores e as suas preocupações, porque dessa forma tentamos melhorar os aspectos de que eles se queixam.” A recepção e distribuição da TDT nas ITED foi abordada por José Couto da Teka. Explicou que o uso de um elevado número de portadores pode originar a necessidade de recorrer a múltiplos e complexos moduladores ou desmoduladores e filtros, bem como exige o incremento da largura de banda. A Televisão Digital Terrestre distribuiu-se na mesma gama de frequências da Televisão Digital Analógica, tendo consequências de ruído e atenuação similares em toda a rede de distribuição. Os níveis de sinal digital em relação ao analógico na Cabeça de Rede devem ser estabelecidos tendo em conta a diferença de nível exigido na tomada. A coabitação analógica, versus digital, permite a ampliação da banda larga, uma ampliação selectiva tendo um amplificador e duas configurações. Rui Ramos da DEC.MEDIDA tomou conta da apresentação seguinte, e que encerrou o painel das Telecomunicações, onde explicou alguns princípios e medidas da Televisão Digital Terrestre. A modulação pode ser QPSK (Quaternary Phase Shift Keying – Modulação por Deslocamento de Fase em 4 Estado), QAM (Quadrature Amplitude Modulation – Modulação de Amplitude em Quadratura) e COFDM (milhares de portadoras moduladas em QPSK ou QAM), e esta depende do canal de transmissão. A primeira adequa-se ao satélite, a segunda ao cabo e a terceira à transmissão terrestre. A medida de um sinal digital é calculada sobre toda a largura de banda do canal. O intervalo de guarda é ou-



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tra medida em digital que significa o tempo útil dos símbolos. Este tempo de guarda é inserido antes do símbolo, garantindo que, se o sinal for recebido por dois caminhos distintos com um atraso relativo entre estes, é inferior ao intervalo de guarda e coincidirá nos dois a informação contida dentro do tempo útil do símbolo do sinal principal.

Presente e futuro com energias renováveis O último painel das Jornadas Tecnológicas foi dedicado às Energias Renováveis, um tema de grande aceitação por parte dos participantes no evento. Coube a António Sá da Costa da APREN – Associação de Energias Renováveis, fazer a abertura institucional do painel onde abordou o presente e o futuro

O mais importante é a garantia de uma melhor informação dada ao cliente. João Brito da Palissy Galvani engrandeceu o evento e as comunicações, ditando que “as acções são muito interessantes para as empresas participantes e também para as concorrentes. Este evento são verdadeiras acções de formação de elevada importância.” das energias renováveis no sector eléctrico. As orientações recentes da AIE – Agência Internacional a Energia em 2005, 35 países da OCDE + BRICS foram responsáveis por cerca de 80% da electricidade de energia renovável e, no mesmo ano, as fontes de energia renovável no mundo inteiro contabilizavam apenas 18% de electricidade gerada, incluindo a hidro-electricidade. No mesmo ano, as renováveis eram responsáveis por 13% do consumo para gerar calor, no entanto, apenas representavam 1% da energia consumida nos transportes. Em 2030, a AIE espera que 29% da electricidade consumida venha de fontes renováveis

e que 7% seja consumida nos transportes também seja oriunda de energias renováveis. Por isso estabeleceram que em 2050, 50% da electricidade consumida seja de origem renovável e assim, é de esperar que haverá uma redução em cerca de 50% das emissões de CO2 quando comparados com os valores de 2005. Os projectos de energia são projectos a longo prazo e têm um quadro regulatório estável, porque a estabilidade é fundamental na regulamentação técnica e no regime económico-financeiro. Para cumprir estes objectivos temos de aumentar a consciência relativamente à energia, estimular e aumentar o investimento privado, disseminar as boas práticas do sector, e assegurar e manter a consciência do público/consumidor. Indicou que os estados membros da União Europeia têm de apresentar até Junho de 2010 as suas NAPRE (National Action Plan for Renewable Energy) com objectivos sectoriais e trajectórias e as medidas adequadas para os atingir, planos de transferência de objectivos excessivos de ou projectos conjuntos, o tipo de suporte de cada tipo de fonte renovável, e as medidas a tomar para ultrapassar as barreiras administrativas.

Microgeração e painéis fotovoltaicos Filipe Viana da Efacec fez a apresentação seguinte, onde explicou como decorre uma optimização de configuração de um projecto tipo para microgeração fotovoltaica, explicando-o e como se configura um sistema deste sistema. A microgeração com fotovoltaicos ligados à rede consiste na implementação de uma formulação metodológica genérica para a integração de sistemas de microgeração fotovoltaica, usando uma ferramenta informática de dimensionamento de sistemas de microgeração fotovoltaica. E antes disso tem de existir um estudo da actual oferta de mercado com base nas metodologias e ferramentas desenvolvidas. Filipe Viana defendeu que o novo website “Renováveis na Hora” tem várias vantagens no que diz respeito à microgeração fotovoltaica, e avisou que o sistema de licenciamento é muito simples. Podem ser produtores de electricidade por intermédio

de unidades de microgeração todas as entidades que possuam um contrato de compra de electricidade em baixa tensão. Um sistema de microgeração fotovoltaico ligado à rede tem de possuir módulos fotovoltaicos, um inversor, ligação à rede eléctrica de distribuição, um contador universal de energia consumida e reduzida, um quadro geral e cargas. As pequenas variações, como é o caso da orientação, inclinação e sombras existentes nos módulos fotovoltaicos em relação aos pontos considerados como adequados para uma instalação fotovoltaica não provocam perdas consideráveis nos sistemas de microgeração fotovoltaica. A rentabilidade económica destes sistemas é dependente do investimento por kW, e na potência de ligação à rede em kW. Deodato Vicente da Weidmüller e Josué Morais apresentaram-se no evento para falar sobre protecções nos painéis solares. O Decreto-Lei 363/2007 de 2 de Novembro criou um Sistema de Registo de Microprodução (SRM), que possui um regime simplificado de facturação e relação comercial, sem emissão de facturas e acertos de IVA pelos particulares. Possui dois regimes de remuneração, o geral para a generalidade das instalações e o bonificado para fontes renováveis de energia, condicionado à existência de um sistema solar térmico para os particulares e à realização de auditoria energética para os condomínios. A potência injectada na rede pode ir até aos 50% de potência contratada, excepto nos condomínios que estao limitados pelos regimes geral e bonificado. Se o somatório das potências de microprodução for superior a 25% da potência da PT, o distribuidor não pode aceitar mais microprodutores naquela rede BT. Josué Morais explicou que há duas formas de aproveitarmos a energia fotovoltaica, com sistemas isolados (electrificação rural, aplicações agrárias, bombeamento de água, telecomunicações, dessalinização, iluminação pública, e outras) e em sistemas ligados à rede eléctrica com centrais fotovoltaicas e edifícios habitacionais com produção anexa. Até mesmo os painéis fotovoltaicos necessitam de uma protecção, ou seja, um sistema


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o electricista

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REPORTAGEM 13

FV isolado que possui um inversor, um regulador, uma caixa de ligações, saídas AC e uma bateria, que protegem os sistemas fotovoltaicos contra as sobretensões.

Aquecimento de água e micro-cogeração O tema do aquecimento de águas sanitárias com solar térmico foi o tema abordado por André Cruz da Vulcano, onde falou de várias soluções solares térmicas aplicadas no mercado nacional e nas suas vantagens. O sistema termossifão é aplicado no sector doméstico, maioritariamente em moradias já existentes por ter uma instalação fácil e simples e ser adaptável a todo o tipo de cobertura. Além disso a estética é menos agradável e o rendimento é mais baixo (adequado para 1 a 4 utilizadores), apesar de ser um sistema económico. O sistema solar de circulação forçada está mais direccionado para o sector doméstico unifamiliar, para moradias novas ou que tenham já sistema de apoio por acumulação. Permite consumos elevados e várias utilizações em simultâneo ao nível doméstico, e para além disso permite o tratamento da Legionella no depósito de acumulação de AQS. Para o sector doméstico multifamiliar, André Cruz da Vulcano aconselhou os sistemas solares colectivos de fornecimento individual de AQS que fornecem o aquecimento de AQS totalmente individual por fracção. Possuem uma integração estética e um alto rendimento, e são soluções encastráveis de acumulação de AQS. Optimizam o custo de produção do kWh de aquecimento, são compatíveis com todo o tipo de coberturas e tipologias dos edifícios e a instalação hidráulica é simples. E as comunicações da 4.ª edição das Jornadas Tecnológicas terminaram com Manuel Fernandes e as razões da microcogeração ser uma realidade actual, em permanente crescimento. Tem uma melhor eficiência através da produção local de energia e transporte da mesma desde a rede pública, o que dá uma sensação de independência em relação à rede pública. Há uma evidente poupança de consumo de combustível e nas emissões de carbono para o cliente final e para as metas governamentais de carbono. O princípio da micro-cogeração passa pelo movimento feito pelo eixo de transmissão que aproveita a energia produzida pelo motor, e no caso da refrigeração nota-se que o ventilador dissipa para o ambiente o calor produzido no interior do motor. A micro-cogeração como solução pode poupar até 30% da energia primária e 35% das emissões de CO2. A 4.ª edição das Jornadas Tecnológicas encerrou com as palavras de Júlio Almeida, que apresentou publicamente o website da revista “o electrcista”, www.oelectricista.pt, onde pode encontrar todas as novidades do mundo electrotécnico. Agradeceu a todos pela participação positiva, e prometeu que o evento irá regressar em 2010 num outro local. No final foram sorteados alguns prémios. Para mais informações revista “o electricista” Tel.: +351 225 899 628 | Fax: +351 225 899 629 | www.jornadastecnologicas.pt


FORMAÇÃO

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o electricista Hilário Dias Nogueira (Eng.º) com o patrocínio de: IXUS, Formação e Consultadoria, Lda.

formação

{Artigo técnico formativo Nº. 9} Neste número, apresentamos a resolução do exercício colocado na revista anterior. Apresenta-se também novo exercício cuja resolução será incluída na revista 30.

Resolução do Exercício 9 Enunciado proposto na revista 28: Os recintos de espectáculo e divertimento público são pela sua natureza ambientes de grande risco em no caso de incêndio. As inspecções visuais devem ser de grande preocupação para os responsáveis pela execução destas instalações e na actividade de exploração as inspecções periódicas de particular importância para a segurança de pessoas e bens. Os técnicos que se ocupam destas inspecções devem ser qualificados e preparados adequadamente para este tipo de trabalho. Sugere-se que faça uma tabela resumida onde seja indicado os principais pontos de inspecção destas instalações, tanto no que concerne a ensaios visuais como a ensaios funcionais.

segurança tendo em vista dois aspectos fundamentais: › Não sejam fontes geradoras de incêndio › Não sejam elementos facilitadores da propagação de chamas gerados por outras causas. Verifica-se que os cabos eléctricos e de telecomunicações têm grande influência na propagação de incêndios. É por esta razão que se condiciona a selecção das canalizações de forma a obter um comportamento adequado a estes locais, tendo como base os aspectos que são focados no regulamento de segurança contra incêndios: › Baixa emissão de fumos e dos gases que se podem libertar durante o incêndio. › Não propagação do fogo › Resistência ao fogo Nota: os cabos retardantes ao fogo classificam-se tendo como símbolo «frt» e possuem bainha exterior de cor verde. Com as mesmas características,

Recintos de espectáculos – são locais que de certo modo estão sujeitos a ocupação por elevado número de pessoas e têm de ser observados com um cuidado redobrado quanto a segurança destas, pois normalmente são de difícil evacuação e a ocorrência de um incêndio pode causar enormes danos a pessoas e materiais. Nestes locais as instalações eléctricas devem ser efectuadas com

Policloreto de vinilo instalações normais

mas também resistentes ao fogo classificam-se os cabos com o símbolo «frs» possuindo bainha exterior mas de cor laranja. (ver imagem abaixo)

Assim, para os locais com risco de incêndio sugere-se: › Inspecção Visual › Ensaios funcionais › Verificações periódicas

(VV) em Secção 512.2.4, Quadros Q51-A BD2; BD3 e BD4 – canalizações retardantes à propagação de chamas. BE2 – Retardante e não propagador de chamas.

Policloreto de vinilo (VV «frts») em instalações retardantes e resistentes ao fogo, instalações de segurança.


ITED

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Paulo Monteiro Formador da ATEC - Academia de Formação

ficha técnica n.º 7

{CARACTERIZAÇÃO DAS ITED, segundo o manual de ITED 2º edição de 21 de Maio de 2009}

Rede de Cabos Edifícios residenciais: Rede colectiva › Pares de Cobre tem de ser no mínimo Cat.6, um cabo por fracção autónoma; › Obrigatoriedade duas Fibra Óptica monomodo por fracção; › Redes coaxiais até 2,4 GHz; › Obrigatória uma topologia em estrela › Na rede de cabos coaxiais em CATV; › Na rede de pares de cobre; › Na rede de Fibra óptica; › Obrigatória a rede de MATV para edifícios com duas ou mais fracções, sempre uma topologia que melhor se ajuste ao edifício, recomenda-se uma topologia em estrela;

Edifícios residenciais: Rede individual › Rede de pares de cobre Mínimo Cat.6; › Obrigatoriedade duas Fibra Óptica monomodo (para a ZAP); › No caso de moradias entre CEMU e ATI › Facultativo o cabo coaxial; › Facultativo o cabo de duas fibras ópticas; › Obrigatório o cabo de pares de cobre; › Redes coaxiais até 2,4 GHz; › A ZAP é obrigatória em edifícios residenciais › Duas tomadas de pares de cobre; › Duas tomadas de cabos coaxiais; › Duas tomadas de Fibra ópticas;

CONDUTAS DE ACESSO a) No ETS, os tubos da PAT devem ter o diâmetro nominal mínimo de 40mm; b) No ETI, no caso das entradas subterrâneas, a profundidade mínima de enterramento é de 0,6m; c) Os tubos das condutas de acesso subterrâneo, de ligação às CV, não deverão ter curvas com ângulo inferior a 120º. As dimensões destes tubos estão definidas na tabela 1. d) A ligação por via subterrânea às CV, quando não for realizada através de tubos, deverá ter o dimensionamento mínimo útil idêntico ao considerado para estes;

e) A inclinação no sentido ascendente dos tubos das condutas de entrada, quer na PAT quer na entrada de cabos do ETI, não deve ser inferior a 10%. DIMENSIONAMENTO DAS LIGAÇÕES ÀS CV, POR TUBOS TIPO DE EDIFÍCIO

TUBOS

Moradia unifamiliar

2 x Ø40

Edifícios residenciais de 2 a 4 FA

3 x Ø50

Edifícios residenciais de 5 a 10 FA

3 x Ø63

Edifícios residenciais de 11 a 22 FA

3 x Ø75

Edifícios residenciais de 23 a 44 FA

4 x Ø75

Edifícios residenciais com mais de 44 FA

A definir pelo projectista (no mínimo 4 x Ø90)

Edifícios de escritórios, comerciais, industriais e especiais

A definir pelo projectista (no mínimo 3 x Ø50)

Quadro 1 . Dimensionamento das ligações às caixas de visita (adaptado do Manual ITED - 2.º edição, página 110).

Rede de Tubagens O projectista deve tomar em consideração o definido no ponto 2.5.2 do manual de ITED, relativamente aos materiais e dispositivos a utilizar na composição das Redes de Tubagem. Salienta-se que a designação de diâmetro nominal dos tubos é equivalente ao diâmetro exterior e por sua vez coincide com o diâmetro comercial. DIÂMETRO NOMINAL = DIÂMETRO EXTERIOR = DIÂMETRO COMERCIAL

O diâmetro interior refere-se ao diâmetro útil, calculado de acordo com a fórmula dos diâmetros de tubagem. DIÂMETRO INTERIOR = DIÂMETRO ÚTIL


Consultório Electrotécnico 175

revista técnico-profissional

o electricista IXUS, Formação e Consultadoria, Lda.

consultório electrotécnico O “Consultório Electrotécnico” continua a responder às questões sobre Regras Técnicas, ITED e Energias renováveis que nos têm sido colocadas. O e-mail consultoriotecnico@ixus.pt está também disponível no sítio www.ixus.pt está ao dispor. Aguardamos as vossas questões. Nesta edição publicamos as questões que nos colocaram entre Maio e Julho de 2009. P1: Um prédio é alimentado com energia desde 2000. Tem garagens “box” individuais com contadores também e com Potência de 1,15 kVA. Um dos condóminos quer alterar a potência da sua box (garagem) para 3,45 kVA ou 6,9 kVA. Quais as alterações ao projecto tendo em vista este assunto. R1: Primeiro, deverá saber qual a potência para que instalação foi certificada. Se tiver sido certificada para uma potência inferior à que pretende deverá pedir à Certiel a certificação para a nova potência. No entanto deve a instalação ser analisada se está em conformidade com a potência a certificar e se carece de alteração da entrada e/ou da coluna (se existir) que a alimenta. P2: Têm-me comunicado alguns técnicos que está a ser exigida a ligação das bainhas de protecção dos cabos VAV através de trança de cobre com secção de 25 mm², estanhada na bainha e apertada por terminal de cravação ao barramento geral de terra (BGT). Ponto 1: No caso de cabos VAV para sinais de comando (2x1,5 por exemplo) a trança (25 mm²) fica bastante desproporcionada do próprio cabo. - Pode utilizar-se um outro processo como por exemplo a ligação com cabo multifilar (Verde/Amarelo) de 4 mm²? - A ligação à bainha tem de ser feita por estanhagem, ou pode ser utilizado outro sistema de aperto mecânico, como por exemplo abraçadeiras metálicas de aperto por parafuso? Ponto 2: Para a ligação equipotencial entre elementos condutores em estações elevatórias (tubagens, filtros metálicos, outros) - Pode utilizar-se H05V-F (verde/amarelo) para esse efeito? - Qual a secção mínima? (4 mm²) Atendendo a que a ligação se faz usualmente por terminais apertados em parafusos soldados à tubagem: - Podem colocar-se mais de 2 terminais por parafuso, ou podem derivar várias ligações do mesmo parafuso? (sem barramento de cobre) - Sendo necessário garantir a continuidade das ligações equipotenciais, quando se retira um dos elementos condutores a mesma pode ser quebrada. Aceita-se a cravação de 2 condutores no mesmo terminal, de modo que se esse terminal for desapertado a continuidade

do condutor de equipotencialidade é mantida para juzante. (ex: cravar 2 condutores de 4 mm² juntos num terminal de 10mm²) - Se possível, agradecia alguma indicação que remeta para os artigos correspondentes das Regras Técnicas. R2: Relativamente ao preambulo, o que se pode dizer é que depende do tipo de Instalação de Utilização (IU), pois caso seja uma IU que obrigue a canalizações da classe II ou então cabos com bainha metálica, estas devem ser ligadas à terra e nas condições da Secção 547.1 das RTIEBT. A utilização de trança de cobre estanhada, está a ser aplicada nas Redes de Distribuição de acordo com o art.º 59.º do Regulamento (Decreto Regulamentar N.º 90/84 de 26 de Dezembro), e com a DMA da EDP e que esta exige em trança. Quanto ao ponto 1: Pode-se desde que se respeite a Secção já referenciada. A ligação deve ser feita de forma que garanta indefinidamente a continuidade. Quanto ao ponto 2: 1.ª Questão - Pode desde que sejam respeitadas as condições da Secção 543 das RTIEBT. 2.ª Questão - Pode derivar mais que 2 terminais no mesmo parafuso. 3.ª Questão – Não, cada condutor deverá ter o seu terminal. Em caso de necessidade de desligar algum, deverá garantir que os restantes mantenham a continuidade. NOTA: Analisando a Secção 54 das RTIEBT, encontrará muitas respostas às dúvidas colocadas. P3: Tenho uma questão em relação aos locais com risco de incêndio BE2 que é a seguinte: Neste tipo de locais (BE2) tais como salas de arquivo, reprografia, parques de estacionamento, etc., os cabos a utilizar nas instalações de iluminação normal e de tomadas devem ser ignífugos, retardantes ao fogo? Assim sendo a questão que coloco é se neste aditamento poderei considerar os coeficientes das RTIEBT em vez dos considerados no art. 25 RSICEE. R3: Nos locais com riscos de incêndio, BE2, quando não embebidos em materiais não incombustíveis, as canalizações eléctricas não devem ser propagadoras de chama nem produzir gases ou fumos tóxicos, devendo


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