Resumo - Revista "o electricista" 33

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Director Custódio João Pais Dias custodias@net.sapo.pt Director Técnico Josué Morais josuemorais2007@gmail.com Direcção Executiva Coordenador Editorial: Miguel Ferraz T. 225 899 628 m.ferraz@oelectricista.pt Director Comercial: Júlio Almeida T. 225 899 626 j.almeida@oelectricista.pt Chefe de Redacção: Helena Paulino h.paulino@oelectricista.pt Assessoria Ricardo Silva r.silva@oelectricista.pt Design Jorge Brandão Pereira em colaboração com Publindústria, Lda. Webdesign Martino Magalhães m.magalhaes@oelectricista.pt Assinaturas T. 220 104 872 assinaturas@engebook.com www.engebook.com Colaboração Redactorial Custódio Dias, Josué Morais, Ana Vargas, Fernando Lamy da Fontoura, Pedro Lacerda Vale, Mário Ferreira Alves, Carlos Gaspar, Manuel Teixeira, Paulo Peixoto, Daniel Alves, João Pratas, Manuel Delgado, Alexandre Cruz, Bruno Serôdio, Pedro Magalhães, Miguel Leichsenring Franco, Manuel Melo Queiroz, Sérgio Costa, Hilário Dias Nogueira, Paulo Monteiro, Miguel Ferraz, Helena Paulino Redacção e Administração Publindústria, Lda. Praça da Corujeira, 38 . Apartado 3825 4300-144 Porto . Portugal T. 225 899 620 . F. 225 899 629 www.publindustria.pt geral@publindustria.pt Propriedade Publindústria, Lda Empresa Jornalística Registo nº 213163 Impressão e Acabamento Publindústria, Lda. Publicação Periódica Registo nº 124280 | ISSN: 1646-4591 INPI Registo nº 359396 Tiragem 7000 Exemplares Os artigos assinados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores.

Protocolos Institucionais STIEN, SIEC, SIESI, AFME, SINDEL, Voltimum, ACIST-AET, cpi Patrocionador Institucional

luzes energia eléctrica sem fios 2 ESPAÇO VOLTIMUM.PT O Voltimum junto dos seus utilizadores 4 ESPAÇO amb3e o papel da juventude na sensibilização ambiental 6 ESPAÇO QUALIDADE A metodologia 5’s – aplicação 8 NOTÍCIAS 14 ARTIGO TÉCNICO ABC do osciloscópio: 2.ª Parte – princípio de funcionamento e características 28 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E ENERGIAS RENOVÁVEIS eficiência energética na indústria: 2.ª parte - análise de facturas de energia eléctrica 36 FORMAÇÃO práticas de electricidade 44 ventilação 52 BIBLIOGRAFIA 54 REPORTAGEM MATELEC 2010: uma aposta segura no sector eléctrico e electrónico 56 ARTIGO TÉCNICO-COMERCIAL SIEMENS: sistema de controlo distribuído simatic pcs 7 60 gama Weidmüller de blocos de bornes WMF 64 SEW EURODRIVE: accionamentos eficientes 66 gama OVR - ABB: protecção contra sobretensões 70 Salicru: novidades na Matelec 2010 74 casa félix: protecção das turbinas de energia eólica 76 CALENDÁRIO DE FEIRAS E CONFERÊNCIAS 78 DOSSIER protecções de instalações eléctricas 80 MERCADO TÉCNICO 112 PROJECTO 132


luzes

energia eléctrica sem fios Uma das características das sociedades mais desenvolvidas da nossa civilização é a mobilidade. A necessidade de nos deslocarmos frequente e rapidamente tem sido o motor de grandes desenvolvimentos. Os meios e as infra-estruturas de transporte desenvolveram-se e, por isso, actualmente podemos mudar de local mais ou menos rapidamente. Esta mobilidade deu origem a outras necessidades relacionadas com os equipamentos que mais utilizamos. Assim, as telecomunicações tornaram-se portáteis e mesmo os telefones ditos de “fixos” estão disponíveis em versões “sem fios”, o que nos permite pequenas deslocações, os meios de cálculo tornaramse portáteis e as funcionalidades que obrigavam à existência de uma ligação com fios entre o computador e qualquer outro equipamento existem actualmente em versões “sem fios”. Estamos, então, definitivamente na era do wireless. Como a alimentação de todos estes equipamentos tem por base a energia eléctrica a lógica diz que esta deve também seguir esta tendência e evoluir no sentido de também poder estabelecer-se sem fios. No entanto, até hoje isso não aconteceu e, em alternativa, os equipamentos surgem dotados de um acumulador de energia eléctrica, vulgarmente conhecido por bateria, que depois de ser carregado (ligado através de fios eléctricos a um ponto onde exista energia eléctrica disponível) permite alguma autonomia e nos possibilita deslocá-los, mas todos nós conhecemos as limitações actuais das baterias, sobretudo no caso dos equipamentos mais consumidores de energia. Por isso, seria mesmo bastante útil poder dispôr de uma alimentação eléctrica sem fios. A ideia de fazer transmissão de energia eléctrica sem fios não é inovadora, nem actual. Já há mais de cem anos atrás, Nikola Tesla se propunha desenvolver um sistema capaz de o fazer e de um modo que fosse comercializável. Conseguiu o seu propósito a uma escala laboratorial, com distâncias pequenas, mas falhou a tentativa de industrialização que necessariamente obriga à cobertura de grandes distâncias. Abandonouse por isso a ideia. Decorrido um século dessa tentativa falhada a ideia voltou à mesa de trabalho de alguns investigadores dessa área da electrotecnia e têm sido apresentados desenvolvimentos baseados no efeito de indução electromagnética descrito por Michael Faraday no século dezanove. Basicamente trata-se do efeito de indução mútua entre bobinas, em que uma é

Custódio Pais Dias Director

alimentada com corrente alternada, criando um campo magnético cuja variação no tempo irá criar uma força electromotriz em todas as bobinas que se situem na sua vizinhança e que sintam a acção das suas linhas de fluxo. Obviamente que a necessidade de mobilidade da bobina influenciada faz com que não possa prever-se qualquer tipo de ligação física entre esta e a bobina geradora do campo e, por isso, não possa existir qualquer guia de fluxo (como o núcleo dos transformadores). Consequentemente, a dispersão do fluxo é grande e a quantidade dele que vai influenciar a segunda bobina é reduzida e muito dependente de vários factores exteriores ao sistema. Cai-se, assim, de novo na limitação da distância máxima entre as bobinas e na necessidade de estabelecer um conjunto de outras restrições na utilização do sistema que o tornam pouco prático para uma utilização generalizada. Um efeito que tem sido estudado e explorado na actualidade, verificando-se que contribui positivamente para a eficácia do sistema, é o estabelecimento de um circuito LC paralelo ressonante, tanto na geração do campo magnético como na geração da força electromotriz na segunda bobina. Através do efeito de ressonância consegue-se valores de corrente eléctrica bastante elevados sem que tenha de ser a fonte de energia eléctrica que alimenta o sistema a fornecê-la. Contudo, as distâncias de transmissão são sempre limitadas. Há outras formas de transmitir energia eléctrica à distância, como por exemplo através de microondas, mas também aqui a mobilidade está comprometida, dado que é necessário estabelecer um canal de transmissão. A transmissão de microondas de elevada potência tem efeitos adversos e até destrutivos, sobretudo nos sistemas biológicos e, por isso, não pode fazer-se sem que haja um canal dedicado, em que a circulação das microondas possa fazer-se sem seguramente causar qualquer dano. Chegamos, por isso, à conclusão que, embora o assunto da alimentação eléctrica sem fios esteja na ordem do dia, não se vislumbra ainda uma solução técnica viável do ponto de vista industrial.


ESPAÇO VOLTIMUM.PT 4

O Voltimum junto dos seus utilizadores Aceda ao nosso portal em www.voltimum.pt e registe-se para usufruir gratuitamente dos nossos serviços.

Durante o passado mês de Maio, com o objectivo de reforçar mais ainda a sua presença e responder às necessidades profissionais do seu público-alvo, o Voltimum saiu do âmbito da internet, participando em alguns eventos de referência do sector da construção e electrotécnico a nível nacional, nomeadamente, na Tektónica e nas Jornadas Tecnológicas.

Mais especificamente, o Voltimum aproveitou a realização da Tektónica, na FIL, Parque das Nações, em Lisboa, durante os dias 11 a 14 de Maio para realizar, logo no primeiro dia de feira, o 2º Seminário Voltimum. Há semelhança do que aconteceu no 1º Seminário, a responsabilidade da apresentação dos diversos temas coube a especialistas das empresas parceiras do Voltimum – ABB | Legrand | OSRAM | Philips | Prysmian e Schneider Electric, seleccionaram as temáticas actuais de maior relevância para a actividade dos profissionais do sector: Iluminação com LEDs; Eficiência Energética em Edifícios; ITED nas Redes de Cablagem Estruturada; Cálculo de Secções em Instalações Fotovoltaicas foram alguns desses temas.

As Jornadas Tecnológicas, cumprindo com a sua vocação itinerante, realizaram-se este ano em Viana do Castelo, entre 19 e 21 de Maio. Nos três dias de duração do evento, foram apresentados 3 painéis – Energias Renováveis, Eficiência Energética e Manutenção de Instalações Eléctricas e Telecomunicações.

A audiência com mais de 150 profissionais, entre electricistas, engenheiros electrotécnicos e arquitectos mostrou-se globalmente satisfeita com o seminário, identificando os seus pontos fortes e fracos e, referindo ainda as temáticas que gostariam de ver abordadas em futuros seminários.

A presença do Voltimum teve fundamentalmente como objectivo a promoção do portal e o esclarecimento dos profissionais para as potencialidades do uso da ferramenta Web nos seus trabalhos diários.

www.voltimum.pt toda a informação sobre o sector eléctrico à distância de um click!


ESPAÇO amb3e 6

A participação activa dos jovens na protecção do meio ambiente e a sua capacidade de mobilizar apoio é fundamental para o fomento do desenvolvimento sustentável.

O papel da juventude na Sensibilização Ambiental Somos um país de brandos costumes, não sendo fácil, por vezes incutir na sociedade portuguesa novas práticas e atitudes, muitas vezes impostas pelas alterações que a própria sociedade vai sofrendo ao longo dos tempos e que não raras vezes são necessárias para a sua subsistência. Numa retrospectiva aos finais do século anterior, surpreendenos os avanços registados em sectores como o científico, tecnológico, industrial, e em particular, revestindo-se de especial interesse, o sector do ambiente, em especial dos resíduos. A entrada em funcionamento das Entidades Gestoras dos Fluxos Específicos de Resíduos, cujos licenciamentos pelo Estado se iniciaram pelo Fluxo de Resíduos de Embalagens, evoluíram pelas Pilhas, Pneus, Veículos em fim de vida, Medicamentos e respectivas embalagens, Óleos minerais usados e Embalagens de produtos, e há 4 anos com o fluxo de Resíduos de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos, reflecte essa preocupação em definir estratégias e medidas que permitam contribuir para a sustentabilidade do ambiente. Cada entidade gestora, actuando no âmbito do seu fluxo, tem desenvolvido campanhas com vista à sensibilização e adopção de novas práticas ambientais. Estamos cientes de que as gera-

ções mais jovens desempenham um papel crucial, e por essa razão temos vindo a concentrar esforços para informar e sensibilizar aqueles que irão dar continuidade à tarefa a que nos propomos. Através do projecto Escola Electrão, que conta com o apoio da APA - Agência Portuguesa do Ambiente e do Ministério da Educação, lançámos, em Setembro de 2008, um desafio às escolas nacionais do 2.º, 3.º ciclo e Secundário. Com uma forte vertente pedagógica disponibilizámos no website da Escola Electrão material sobre a temática dos REEE, que julgamos poder servir de fonte de informação para alunos e professores. Mais uma vez, a aposta foi ganha, avaliando a motivação de toda a comunidade escolar. Na última edição contámos com a adesão de 603 escolas inscritas, envolvendo cerca de 405.000 alunos em todo o território nacional, e cuja sessão de encerramento, mais uma vez presidida por Sua Excelência o Secretário de Estado do Ambiente reuniu 1.200 pessoas. Nunca o Ambiente esteve tão em foco em artigos, conversas e decisões. O Verde, e mais ainda ser verde tornou-se um conceito que vende, presente mesmo no sector da moda, e que ao longo dos tempos deverá vingar como imperativo em qualquer tomada de decisão. A questão deixará de ser “quem é verde” mas sim “quem não é”. Fernando Lamy da Fontoura


Espaço Qualidade 8

A metodologia 5’s – aplicação Um Programa 5’s foca o ambiente de trabalho de uma organização, de forma a simplificar as tarefas, e reduzir o desperdício através de aspectos como a Qualidade e a Segurança. Na verdade, trata-se de uma metodologia sistémica utilizando a abordagem por processos, preconizada pelas mais modernas técnicas de Gestão empresarial. Tornam-se visíveis ainda que de forma indirecta: › As “entradas” e “saídas” das várias etapas na evolução da ferramenta; › O método de implementação; › O tipo de monitorização das várias etapas. por Pedro Lacerda Vale

Este artigo visa divulgar a informação para uma eventual melhoria da performance empresarial a cinco níveis: organização, arrumação, limpeza, padronização e disciplina. Assim, qualquer empresa que adopte esta ferramenta deverá ter uma mais valia, caso os recursos disponíveis sejam bem implementados, utilizados, ordenados, limpos, conservados e finalmente reciclados (quando chegar ao fim o seu ciclo de vida).

1› Benefícios da sua aplicação Os 5’s são uma prática da qualidade idealizada no Japão na década de 70. O nome desta ferramenta, corresponde às iniciais de cinco palavras japonesas: Seiri Seiton Seiso Seikets Shitsuke

Exemplo: Semelhança possível entre ciclo “PDCA” e sequência cronológica da metodologia 5’s:

organizar arrumo asseio normalização disciplina

A filosofia “5’s” centra-se sobre a organização do local de trabalho, e a padronização dos processos e métodos de trabalho de modo a torná-los uma prática efectiva. O objectivo do nosso trabalho é suscitar o interesse das partes interessadas e dos responsáveis, com vista a promover e facilitar a aplicação desta ferramenta. Sendo a metodologia “ 5’ s ” uma ferramenta sistemática, deve na verdade ser encarada como uma abordagem por processos, semelhante á preconizada pela gestão da Qualidade (NP-ENISO9001/2008).

› A simplificação do ambiente de trabalho; › A redução do desperdício, das tarefas duplicadas, do re-trabalho; › O aumento da segurança; › Um maior nível de eficiência para a Qualidade; › A eliminação das actividades que não acrescentam valor (NP 4239/1994). Trata-se assim, de uma filosofia profunda, mas de aplicação simples, que promove a melhoria das organizações valorizando as pessoas.

Esta metodologia necessita de um trabalho longo, devidamente planeado e formalizado, obrigando a ter em conta e a tratar todas as falhas, mesmo as potenciais. É necessário saber, que todo este exercício preventivo está longe de ser gratuito (só deve ser iniciado se justificado, ou julgado verdadeiramente importante). Logo que se inicia, deve ser levado até ao fim de forma disciplinada, pois só assim tratará a vantagem esperada. Dito de forma simples, a metodologia dos 5’s tem como enfoque:

Impulsiona o trabalho em equipa, tendo em conta as diferentes opiniões dos profissionais envolvidos, comprometendo-os com um propósito comum, e cujos resultados são mutuamente responsáveis. Devem ser utilizados, no entanto, parâmetros de desempenho e métodos bem estruturados.Utilizando a filosofia 5’s, e aplicando os seus princípios práticos, obtém-se: › Uma melhor definição do espaço; › Uma redução significativa do tempo de execução das tarefas ou das actividades; › Um acesso mais fácil aos materiais e equipamentos necessários (organização do lay-out).


ARTIGO TÉCNICO

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o electricista

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Mário Jorge de Andrade Ferreira Alves Dep. de Engenharia Electrotécnica Instituto Superior de Engenharia do Porto

ABC do osciloscópio

{2.ª Parte › Princípio de Funcionamento e Características}

(continuação da última edição)

1› Princípio de Funcionamento 1.1› Osciloscópios analógicos e de amostragem Os osciloscópios podem ser classificados de acordo com diversos parâmetros. No entanto, uma característica que permite distingui-los logo à partida é a tecnologia utilizada: analógica ou digital. Os osciloscópios de tecnologia exclusivamente analógica (doravante designados por “osciloscópios analógicos”) funcionam aplicando (quase) directamente o sinal medido ao ecrã. Nos osciloscópios de tecnologia digital são retiradas amostras do sinal original, amostras estas que são convertidas para um formato digital (binário) através da utilização de um conversor analógico/digital (ADC – Analog to Digital Converter). Esta informação digital é armazenada numa memória e seguidamente reconstruída e representada no ecrã (tal como num computador). Estes osciloscópios são designados neste documento como “osciloscópios de amostragem”. Na língua inglesa, os osciloscópios analógicos são normalmente designados por ART (Analog Real-Time) e os osciloscópios de amostragem por DSO (Digital Storage Oscilloscopes). Existem ainda uns osciloscópios de amostragem com uma arquitectura

Os osciloscópios podem ser classificados de acordo com diversos parâmetros. No entanto, uma característica que permite distingui-los logo à partida é a tecnologia utilizada: analógica ou digital. ligeiramente modificada – os DPO (Digital Phosphore Oscilloscopes), que pela sua especificidade e pelo facto de ser exclusiva de um fabricante (Tektronix) não são abordados neste documento. Antes de os osciloscópios de amostragem adquirirem as potencialidades actuais, os osciloscópios analógicos eram preferidos quando era necessário visualizar sinais com variações muito rápidas (altas frequências) em tempo-real (ao mesmo tempo que ocorrem). No entanto, actualmente o osciloscópio analógico está praticamente obsoleto, só se utilizando em situações em que o baixo custo é um requisito fundamental (como por exemplo, para fins didácticos). Mesmo nestas situações começam a aparecer no mercado osciloscópios de amostragem com muito mais funcionalidades que os analógicos, por preços cada vez mais próximos. Existem ainda alguns modelos que combinam as duas funcionalidades – visualização em modo analógico ou modo de amostragem (por vezes denominados de combiscopes). Os osciloscópios de amostragem permitem o armazenamento e posterior visualização das formas de onda, nomeadamente de acontecimentos que ocorrem apenas uma vez (regimes transitórios). Eles permitem

ainda processar a informação digital do sinal ou enviar esses dados para um computador para serem processados e/ou armazenados. Como processamento entende-se, por exemplo, uma filtragem do sinal ou uma análise espectral do sinal (no domínio das frequências). Para facilitar a utilização do osciloscópio, nomeadamente o correcto manuseamento dos seus comandos, é necessário conhecer um pouco melhor o seu princípio de funcionamento. Tal como foi referido atrás, os osciloscópios analógicos funcionam de maneira diferente dos de amostragem. Contudo, alguns dos blocos internos são idênticos.

1.2› Princípio de funcionamento do osciloscópio analógico A Figura 1 apresenta um diagrama de blocos onde são visíveis os principais blocos constituintes de um osciloscópio analógico: sistema vertical, sistema de visualização (tubo de raios catódicos – CRT), sistema horizontal (base de tempo) e sistema de sincronismo (trigger). Dependendo de como o utilizador ajusta a atenuação/amplificação vertical (comando normalmente designado por ‘VOLTS/DIV’), o


EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E ENERGIAS RENOVÁVEIS

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o electricista Carlos Gaspar Director Técnico, CMFG – Energia e Ambiente, Lda.

eficiência energética na indústria {2.ª parte - Análise de Facturas de Energia Eléctrica}

Introdução Actualmente, com o mercado livre da energia eléctrica, qualquer instalação (indústria, serviços ou doméstico) pode escolher o seu fornecedor de energia eléctrica, contudo e independentemente dos comercializadores que subsistem no mercado, existe sempre um Comercializador de Último Recurso – a EDP Serviço Universal. As tarifas dos comercializadores que actuam no mercado livre, e tal como o nome indica, são livres, independentes do regulador (ERSE - Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos), no entanto existem alguns parâmetros que este comercializadores mantêm iguais ao serviço regulado, como é exemplo a energia reactiva. O Comercializador de Último Recurso é obrigado a manter os preços regulados pela ERSE ao longo do ano, ou seja, mantém o preço definido pelo regulador, normalmente, no final do ano anterior. Neste texto iremos abordar a constituição dos preços e as várias opções do comercializador do mercado regulado, já que os preços dos diversos comercializadores do mercado livre diferem de comercializador para co-

mercializador e muitas vezes de contrato para contrato. Assim, de forma reduzida e não exaustiva, concluiremos algumas constatações que poderão fazer se com base na análise das facturas de energia eléctrica, tendo em vista a economia de energia e/ou redução desta factura. Preferivelmente estas constatações deverão ser conjugadas com a análise de outros dados disponíveis, quando os houver (diagramas de carga, medições de consumos de sectores produtivos e evolução da produção ao longo do período coberto pelas facturas). A análise das facturas eléctricas serve essencialmente para: verificar se a opção tarifária da empresa é a melhor; analisar a distribuição dos consumos pelos diferentes horários; se existe pagamento de energia reactiva ou não; e a evolução da Potência em Horas de Ponta e da Potência Contratada.

Estrutura das Tarifas As tarifas de Venda a Clientes Finais são diferenciadas por nível de tensão e tipo de fornecimento, sendo constituídas por várias opções tarifárias. Cada tarifa inclui o pagamento dos custos nas diversas actividades do sector eléctrico utilizadas pelos consumi-

dores a quem se aplica. Assim, as opções são repartidas em três níveis de tensão de alimentação, que correspondem a intervalos de tensão conforme o tipo de cliente final: BT Baixa tensão: tensão entre fases cujo valor é igual ou inferior a 1 kV (normalmente para clientes domésticos, serviços ou pequena indústria); A BT pode ainda dividir-se em Baixa Tensão Normal (potência contratada igual ou inferior a 41.4 kW) e em Baixa Tensão Especial (com potência contratada superior a 41.4 kW; MT Média Tensão: tensão entre fases cujo valor eficaz é superior a 1 kV e igual ou inferior a 45 kV (grandes edifícios de serviços e indústria); AT Alta Tensão: tensão entre fases cujo valor eficaz é superior a 45 kV e igual ou inferior a 110 kV (grande indústria); MAT Muito Alta Tensão: tensão entre fases superior a 110 kV (muito grande indústria). Dentro de cada um destes níveis de tensão existem diferentes opções tarifárias e diferentes horários de entrega de energia eléctrica.


FORMAÇÃO - Práticas de electricidade

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Manuel Teixeira e Paulo Peixoto ATEC

ficha prática n.º 23

{Motores Eléctricos – Robots - Parte 2}

Piezomotores ou Ultrasónicos › Piezomateriais O termo “Piezo” chega-nos do grego “espremer” ou “pressionar”. Os piezocristais, quando sujeitos a pressões ou forças, criam campos eléctricos. O contrário também é verdade. Quando um piezomaterial é sujeito a corrente eléctrica, sofre uma deformação física quer por expansão do material, quer por originar vibração e sinais de grande frequência. Actualmente existem os chamados piezomotores.

› Características dos Piezomotores Isto permite, primeiramente uma precisão nanométrica pois, uma série de impulsos, desloca o rotor apenas alguns nanómetros. As velocidades podem ir desde 1 µm/s até os 800 mm/s, apresenta binários até ao dobro da apresentada por motores eléctricos convencionais, podem ser extremamente pequenos e tem rendimentos extraordinários. Este motor tem prestações fantásticas para o seu tamanho!

› Príncipio de Funcionamento dos Piezomotores Quer para os piezomotores rotativos, quer para os lineares, o princípio de funcionamento será o mesmo. Uma série de actuadores piezocerâmicos, estão ligados entre si e a um rotor. Ao serem percorridos por corrente, dá-se uma série de momentos vibratórios que causam a rotação do rotor. Um exemplo de um destes mecanismos apresentase na seguinte imagem:

Pequeníssimo piezomotor da empresa SQUIGGLE

› Aplicações

Mecanismo de rotação

No primeiro instante, nenhuma das piezocerâmicas, ligadas ao rotor, está a ser percorrida por corrente. Um dos cristais ao ser no instante (2), percorrido por corrente eléctrica expande e faz contacto com o rótor prendendo-o. No (3) cristal do meio expande, arrastando o rótor, causando o seu movimento rotativo. No (4) o cristal que prendia o rotor deixa de ser alimentado, e recua. Volta-se ao primeiro instante da sequência e daí há o loop que causa a rotação do rotor. O piezomotor pode ser rotativo, segundo a sequência já apresentada, ou pode também ser linear, por se montar um parafuso no meio do rotor e se vibrar em hoola hoop mode. Neste modo, o rotor transmite rotação e translacção ao parafuso, que se desloca descrevendo uma trajectória linear. Por se aplicar uma frequência ao rotor, é claro que a expansão dos piezomateriais não é muito significativa não chegando a ser uma expansão de sequer 1%. Mas esta sequência é impulsionada por frequências, às vezes, de 5 MHz!

Estes motores tem ínumeras aplicações em funções que necessitem de movimentos com binário resistente considerável e que necessitem de velocidades e precisões extraordinárias a pequena escala. Um mercado em que estes motores têm sido amplamente utilizados é na focagem das lentes em máquinas fotográficas.

Servomotores › Definição Um servomecanismo, por definição, é um mecanismo que automaticamente com base num sinal de realimentação, consegue corrigir a “performance” de um determinado dispositivo. Assim, um servomotor, será um que tem um circuito de comando que recolhe informações através de sensores quanto à posição do rotor, e daí, determina a correcção de um eventual erro de posição, providenciando que este seja corrigido. Actualmente estão disponíveis servomotores AC, DC, DC brushless e AC brushless. Contudo, o princípio de funcionamento para todos será o mesmo havendo apenas algumas diferenças na sua prestação. Um servomotor terá sempre os seus constituintes básicos


FORMAÇÃO

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Texto cedido por Soler & Palau, Lda.

casos de aplicação

{Captação de água pulverizada}

o problema Uma empresa enviou-nos uma consulta para evacuação de água pulverizada, utilizada num tratamento de polimento do mármore.

Dados a ter em consideração No processo de polimento trabalha-se sobre uma mesa onde existe uma chaminé de captação de 2,5 m de comprimento por 0,2 m de largura. A beira da chaminé situa-se a 5 cm da zona de geração da água pulverizada.

Determinação das necessidades

Com os dados de que dispomos:

A determinação do caudal necessário em captações por chaminé é dado em função das dimensões da própria chaminé, a altura a que a mesma se encontra do ponto de emissão e a velocidade de captação necessária. Neste caso, tratando-se de água pulverizada quase ao nível do vapor, considerou-se uma velocidade de captação de 1 m/s. Para obter o caudal necessário aplicou-se a seguinte fórmula:

Q = P x h x Vc x 3.600 Em que: Q › Caudal necessário em m3/h; P › Perímetro livre da chaminé em m; H › Altura da chaminé à zona de captação em m; Vc › Velocidade de captação em m/s.

Q = 5,4 x 0,05 x h x 3.600 = 972 m3/h

a solução Dadas as dimensões da chaminé e para repartir melhor o caudal de ar extraído propôs-se a instalação de duas condutas de 150 mm de diâmetro, a cerca de 70 cm de cada uma das beiras da chaminé, que por sua vez convergiam para uma conduta geral de 200 mm a que se ligou um extractor construído em polipropileno para evitar uma rápida deterioração devido à corrosão por humidade. Aconselhou-se também que a conduta de descarga respeitasse o diâmetro do tubo de descarga para evitar perdas de carga excessivas que reduziriam a eficácia da extracção.

› Referências dos equipamentos escolhidos 1 CMPT/4-200

Extractor CMPT/4-200

Ø 200 mm

Ø 150 mm

0,05 m

0,2

m

2,5 m

Desenho da solução

CMPT/4-200


BIBLIOGRAFIA

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Manual de Domótica

€ 24,20 autores J.M. Huidobro, R.J. Millán ISBN 978-849-27-7937-6 páginas 218 editora Copyright edição 2010 (Obra em Espanhol) venda on-line em www.engebook.com

Este livro mostra ao leitor os aspectos mais relevantes da domótica, os protocolos e dispositivos utilizados, bem como os seus benefícios e principais aplicações. Esta leitura é imprescindível para conhecer o que significa o “lar digital” e permitirá adquirir os conhecimentos necessários para avaliar as aplicações que existem, conhecer os tipos de produtos necessários para “domotizar” a moradia ou edifício, seleccionar a tecnologia de acesso à Internet a utilizar na sua moradia inteligente, eleger os protocolos mais adequados para interligar os diferentes dispositivos, entre outros. Esta obra estrutura-se em 9 capítulos com o seguinte conteúdo: Introdução às soluções domóticas nos edifícios, as moradias bioclimáticas e os sistemas de segurança. Regulamentação básica do lar digital e fases de um projecto domótico; Descrição dos diferentes tipos de dispositivos que se encontram nos edifícios inteligentes: a entrada, o sistema de controlo centralizado, os sensores e actuadores, os electrodomésticos e dispositivos electrónicos inteligentes; Introdução a conceitos básicos de redes internas de interligação e aos diversos padrões, tecnologias e protocolos utilizados nas redes internas: a rede de dados, a rede de controlo, a rede multimédia, e as diferentes redes de comunicação do edifício com o exterior, com especial destaque para as tecnologias de banda larga; Aplicações e benefícios da domótica nos diferentes agentes implicados no mercado da construção. Esta obra complementa-se com uma série de referências bibliográficas. Esta obra destina-se a todos os utilizadores e profissionais (promotores, construtores, arquitectos, engenheiros, electricistas, e outros) interessados na incorporação das novas tecnologias nos edifícios, em particular os que estão relacionados com a automatização, a poupança energética, a segurança e o acesso à informação, para funções de lazer, entretenimento e conforto. › Índice: 1 . Introducción a la domótica; 2 . Introducción de la domótica en los edificios; 3 . Dispositivos en los edificios inteligentes; 4 . Bases de las redes internas de los edificios; 5 . La red de datos; 6 . La red de control; 7 . La red multimedia; 8 . Redes de telecomunicaciones; 9 . Beneficios y aplicaciones de la domótica.

Sistemas Eléctricos Trifásicos - a Média, Alta e Muito Alta Tensão

€ 29,70 € 33,00

autor Manuel Delgado ISBN 978-972-89-5350-8 páginas 416 editora Publindústria edição 2010 (Obra em Português) venda on-line em www.engebook.com

Este livro é consagrado ao exame de Problemas de Exploração dos Sistemas Eléctricos Trifásicos, em particular das Redes de Transporte e de Interligação a Alta e a Muito Alta Tensão e das Redes de Distribuição a Média Tensão. São examinados alguns dados básicos utilizados em aplicações nas redes eléctricas: as leis de base e os teoremas dos circuitos eléctricos, o estabelecimento e a evolução das correntes de curto-circuitos ou um método de cálculo dos regimes de curto-circuitos desequilibrados (com realce para a influência de uma corrente de carga preexistente ou para a de uma resistência de defeito). Não foram esquecidos aspectos como a classificação das redes eléctricas (nomeadamente no aspecto funcional), os regimes de neutro, a sincronização de disjuntores nas redes, as sobretensões transitórias nas redes, o fenómeno da ferroressonância ou mesmo as particularidades de “trabalhos em tensão”. O autor trata ainda de tópicos como os transformadores de potência (particularmente as propriedades dos grupos de ligação), o exame da utilização dos transformadores de medida (com destaque para as diferenças e implicações de núcleos saturáveis e linearizados e dos transformadores de medida de tipo Faraday e de tipo Pockels), a aplicação de transformadores desfasadores num mercado de energia liberalizado, bem como a religação automática nas redes (tanto a que é associada às protecções como a que é relativa à reconstrução da rede após um colapso de tensão). Entre os temas abordados não poderiam também faltar assuntos como a teleprotecção, a produção descentralizada da electricidade, e ainda o factor Qualidade da Electricidade. A obra termina com vários apêndices contendo diversos exercícios resolvidos que se revestem de grande interesse para os leitores. › Índice: 1 . Noções e dados básicos utilizados em aplicações práticas nas redes eléctricas; 2 . Estudo das correntes de curtocircuitos em sistemas trifásicos; 3 . Caracterização de uma rede trifásica; 4 . Considerações gerais sobre a constituição das redes eléctricas; 5 . Características funcionais das diferentes redes; 6 . Estudo dos regimes de neutro; 7 . Ligação manual de disjuntores e controlo de sincronismo nas redes; 8 . Considerações sobre a tensão da rede de distribuição em funcionamento normal; 9 . Estudo das sobretensões nas redes eléctricas; 10 . Protecção contra a ferroressonância nas subestações; 11 . Trabalhos em tensão; 12 . Transformadores de potência; 13 . Transformadores de medida; 14 . Aplicação prática na rede de transformadores de potência desfasadores; 15 . Religação automática associada às protecções nas redes a média, a alta e a muito alta tensão; 16 . Problema de reconstituição da rede após colapso de tensão; 17 . Sistemas de teleprotecção; 18 . Produção eléctrica descentralizada; 19 . Qualidade da electricidade.


REPORTAGEM

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Helena Paulino

Visite-nos no stand 6N10!

matelec 2010

{Uma aposta segura no sector eléctrico e electrónico}

De 26 a 29 de Outubro de 2010, a Feria de Madrid acolherá o sector eléctrico e electrónico de referência na MATELEC 2010, ao qual se unirá a 2.ª edição da FERREMAD, o Salão de Ferragens, Bricolage e Fornecimentos Industriais que contou em 2008 com 74 expositores e cerca de 2.400 visitantes profissionais. Ambos os certames estão a ser organizados pela IFEMA, em colaboração com a TECNIEXPO. A 15.ª edição da MATELEC voltará a ser o ponto de encontro do sector eléctrico e electrónico, tanto a partir de diferentes congressos, conferências e jornadas técnicas, como através da exposição prática E-Doceo. Neste evento irá destacar-se o projecto, claramente dirigido para difundir as novas propostas e desenvolvimentos da inovação tecnológica. Para assegurar o êxito desta reedição do e-Doceo, a MATELEC conta novamente com a colaboração do principal grupo empresarial deste âmbito, a FENIE, a Federação Nacional de Empresários de Instalações Eléctricas de Espanha. Além disso foi criada a Federação Madrilena de Instaladores (FMI) que terá uma presença activa no evento. Na passada edição, em 2008, a MATELEC obteve um balanço positivo com a presença de 1.041 empresas expositoras espalhadas por 54.000 metros quadrados, e contabilizou mais de 63.000 visitantes profissionais. A internacionalização da feira deu-lhe um novo impulso, ao contar com 261 expositores estrangeiros oriundos de 29 países, e cerca de 5.300 visitantes profissionais internacionais interessados na oferta de uma das maiores feiras internacionais de Espanha e a segunda na Europa. O acordo alcançado entre a Associação

Profissional de Empresários de Instalações Eléctricas e Telecomunicações de Madrid APIEM e a ASEFOSAM - Associação de Empresários de Canalização, Saneamento, Gás, Aquecimento, Climatização, Electricidade, Manutenção e Afins ilustra uma tendência futura de facilidades de mercado. O sector

mostrar-lhes o caminho a seguir, tanto através da sua oferta expositiva como do seu completo programa de jornadas técnicas. Os sectores presentes na MATELEC são: energia eléctrica, tecnologia da instalação eléctrica, iluminação, inter e telecomunicação, electrónica e equipamento industrial. E estarão presentes diversas associações como a AECIM, AFME, AMEC-AMELEC, AMITEL, ANFALUM, APIEM , FACEL, FENIE, e FENITEL.

Associações, encontros e espaços temáticos: tudo Numa feira

eléctrico e electrónico encontra-se num momento de luta pela sustentabilidade, algo fundamental para fornecer mais qualidade ao serviço, uma melhor manutenção e reforma, sem esquecer a importante reabilitação das antigas instalações. Por isso num contexto onde prima a eficiência, a poupança energética e a aposta nas energias renováveis, a MATELEC 2010 apresenta-se como o pólo de atracção de todo o sector. São esperados promotores, arquitectos, engenheiros, e demais público, e a MATELEC irá

No passado dia 15 de Dezembro de 2009 foi realizada uma Reunião Extraordinária da Associação Nacional de Fabricantes de Equipamentos de Iluminação (ANFALUM), onde foi demonstrada a capacidade inovadora da indústria. Esta inovação reflecte-se nos códigos de ética e responsabilidade social em produtos mais eficientes energicamente, e numa clara aposta na internacionalização. Os dados do terceiro semestre de 2009 ditam que houve uma redução de 32,5% na iluminação exterior, 49,3% na decorativa e de desenho, iluminação exterior de 7,7%, e nas fontes de alimentação de 23,5, e 30,9% nos componentes para luminárias. Os profissionais e as empresas expositoras do mer-


FEIRAS . CONFERÊNCIAS

calendário

78

feira

temática

local

data

contacto

BI-MU/SFORTEC Feira de Utensílios de Máquinas, Milão 5 a 9 Outubro 2010 Robotização e Automação Itália ENERGY SOLUTIONS Feira sobre Energia Sustentável Londres 6 a 7 Outubro 2010 EXPO Reino Unido BELEKTRO Feira de Engenharia Eléctrica Berlim 6 a 8 Outubro 2010 Alemanha

CEU - Centro Esposizioni Ucimu SPA bimu.esp@ucimu.it www.bimu-sfortec.com

RENEXPO Feira e Conferência sobre Energias Augsburgo 7 a 10 Outubro 2010 Renováveis e Eficiência Energética Alemanha

REECO GmbH redaktion@energie-server.de www.energie-server.de

Jornadas Técnicas Congresso de Segurança contra Lisboa 19 a 22 Outubro 2010 NFPA-APSEI Incêndio Portugal Matelec Feira de Material Eléctrico e Madrid 26 a 29 Outubro 2010 Electrónico Espanha

APSEI apsei@apsei.org.pt www.nfpaportugalconference.com

Expobioenergia Feira Internacional de Bioenergia Valladolid 27 a 29 Outubro 2010 Espanha SAIE Salão da Industrialização de Bolonha 27 a 30 Outubro 2010 Construção Civil Itália

Institución Ferial Castilla y León marta.boillos@expobioenergia.com www.expobioenergia.com

iENA Feira de Ideias, Invenções e Produtos Nuremberga 28 a 31 Outubro 2010 Alemanha

AFAG Messen und Ausstellungen GmbH info@afag.de www.iena.de

Expo Energia Feira e Conferência sobre Energias Lisboa 9 a 11 Novembro 2010 Renováveis e Eficiência Energética Portugal

About Media Conferências expoenergia@about.pt www.expoenergia2010.about.pt

EMAF Feira Internacional de Porto 10 a 13 Novembro 2010 Máquinas-Ferramentas e Acessórios Portugal

Exponor – Feira Internacional do Porto emaf@exponor.pt www.emaf.exponor.pt

SITE Feira de Termohidráulica e Roma 11 a 14 Novembro 2010 Engenharia Electrotécnica Itália

Senaf info@senaf.it www.senaf.it

Greenergy Feira de Energias Renováveis Milão 17 a 19 Novembro 2010 Itália

Artenergy srl info@greenergyexpo.eu www.greenergyexpo.eu

SPS/IPC/DRIVES Feira de Automação Eléctrica, Nuremberga 23 a 25 Novembro 2010 Sistemas e Componentes Alemanha

Mesago Messemanagement GmbH www.mesago.de/en/SPS/home.htm

Hong Kong Exposição Internacional de Hong Kong 27 a 30 Novembro 2010 International Iluminação China Lighting Fair

Hong Kong Trade Development Council exhibitions@tdc.org.hk www.hklightingfairae.hktdc.com

Energy Solutions Expo gavin.wells@ubm.com www.energysolutionsexpo.co.uk Messe Berlin GmbH belecktro@messe-berlin.de www.belektro.com

Ifema matelec@ifema.es www.matelec.ifema.es

SAIE BolognaFiere saie@bolognafiere.it www.saie.bolognafiere.it


DOSSIER

revista técnico-profissional

o electricista

PROTAGONISTAS

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redes de transporte e de distribuição – A SEGURANÇA E A CONTINUIDADE DE ALIMENTAÇÃO ELÉCTRICA Manuel Delgado regimes de neutro e protecção contra contactos indirectos e defeitos à terra - parte 1 ABB, S.A. SISTEMAS DE CAPTAÇÃO DE DESCARGAS ATMOSFÉRICAS Alexandre Cruz, OBO BETTERMANN protecção contra sobreintensidades nas instalações eléctricas Bruno Serôdio, Hager S.A. protecção de instalações eléctricas com Energia Socorrida - UPS Pedro Magalhães, APC by Schneider Electric

dossier

protecções de instalações eléctricas


DOSSIER

revista técnico-profissional

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o electricista Manuel Delgado Engenheiro Electrotécnico

redes de transporte e de distribuição {A SEGURANÇA E A CONTINUIDADE DE ALIMENTAÇÃO ELÉCTRICA}

Uma grande continuidade e segurança no fornecimento da energia eléctrica constitui, com toda a evidência, a maior preocupação tanto dos responsáveis pela concepção do sistema eléctrico como dos responsáveis da exploração desse mesmo sistema. › INTRODUÇÃO Para manter o mais elevado grau possível de continuidade de fornecimento da energia eléctrica, tudo deve ser feito para impedir, na medida das possibilidades, a interrupção não programada ou, no caso contrário, para minimizar o tempo de interrupção, sempre que condições intoleráveis aparecem. Quando, devido aos erros de concepção ou de dimensionamento do sistema eléctrico, uma perturbação normal – isto é, uma perturbação que devia ser absorvida sem consequência sobre a continuidade de serviço – leve até ao colapso de tensão, a rede está a falhar um dos seus objectivos essenciais, que é o de fornecer aos consumidores da maneira mais económica possível, com fiabilidade e segurança, a energia eléctrica em qualquer momento e qualquer que seja a quantidade pedida, dentro dos limites do contrato. Os cortes não programados de fornecimento da energia eléctrica à totalidade ou a parte duma clientela correspondem ao estado último da instabilidade da tensão: o colapso da tensão. As causas para essa situação podem ser

múltiplas e variáveis e, por vezes, diversos factores se imbricam para a explicar. Só o conhecimento dos dados recolhidos pelos técnicos responsáveis da instalação permitirão fazer a análise acertada de cada incidente e chegar a possíveis conclusões. A continuidade da alimentação eléctrica, em caso de imprevisto que afecte o sistema, não pode ser assegurada senão com o respeito de um certo número de condições em termos de sua estrutura, por um lado, e de sua organização, por outro. Essas condições consubstanciam-se numa boa fiabilidade e segurança do sistema eléctrico. A fiabilidade e a segurança no fornecimento da energia eléctrica podem ser aumentadas, de maneira significativa, por: 1. Uma concepção muito cuidada das redes para, por exemplo, evitar a sobrecarga permanente de transformadores ou de linhas e de cabos de transporte ou de distribuição, que degrada as suas características físicas e pode conduzir à sua danificação; 2. Uma coordenação de isolamento correc-

ta e instalação de descarregadores de sobretensão, onde a sua necessidade se fizer sentir; 3. Uma utilização e uma manutenção preventiva correctas, o que supõe a existência de uma equipa de técnicos altamente competentes e treinados; 4. Um desdobramento de certos equipamentos (malhagem nas redes de Transporte ou estruturas de socorro nas redes de Distribuição), de maneira que a perda de um desses equipamentos não cause interrupções de serviço duma duração inaceitável. 5. Uma realização muito cuidadosa de instalações para diminuir, o máximo possível, a possibilidade do aparecimento de defeitos ou de situações anormais durante o funcionamento da rede. 6. Um cálculo correcto dos elementos da rede de modo que eles possam resistir às solicitações mecânicas e térmicas devidas às correntes de curto-circuitos. 7. Assegurar a manutenção de margens de funcionamento em relação aos limites físicos, pelo estabelecimento de procedimentos específicos tanto na fase do desenvolvimento da infraestrutura como na fase da exploração do sistema.


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o electricista

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ABB, S.A.

regimes de neutro e protecção

{contra contactos indirectos e defeitos à terra - parte 1}

O objectivo deste artigo técnico é fornecer ao leitor as informações necessárias sobre os principais aspectos normativos em matéria de protecção contra defeitos à terra e contacto indirecto, esclarecento os problemas mais relevantes e encontrando soluções caixa moldada ABB Sace. ArTu

systems

ArTu

representado na Figura 1.

Figure 7

ArTu

SACE

SACE

1› Protecção contra contacto indirecto Anem earth fault inTTa TT system originates the circuit represistemas sented in Figure Um defeito à terra 7. num sistema de neutro à Terra origina o circuito

ArTu

ArTu

tura base da legislação portuguesa, RTIEBT DL 226/2005, portaria n.º 949-A/2006, os dispositivos de protecção devem ser coordenados com o dispositivo de ligação à terra, de forma a cortar rapidamente a alimentação se a tensão de contacto atinge valores prejudiciais para o corpo humano. Valores estabelecidos em norma, conforme IEC/TR 60479. Antes de descrever estas recomendações, é útil saber os diferentes tipos de circuitos descritos na referida norma de referência; Distribution circuit SACE

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IK

L1 L2 L3

5.3 Protection against indirect contact in TT N

T

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systems

Final circuit SACE

An earth fault in a TT system originates the circuit represented in Figure 7.

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SACE

Figure 7 ArTu

IK

L1 L2

RB

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L3 N

Distribution circuit T

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T

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T

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T

T

Final circuit

Figura 1

A corrente de defeito flui through através dum secundário The fault current flows theenrolamento secondary windingdo of In a TT system, to achieve a correct protection against transformador, da linha da resistência de defeito, do conthe transformer, the condutora, line conductor, the fault resistance, indirect contact through the automatic disconnection of dutor de protecção, e da resistência do eléctrodo de terra (R , do the protective conductor, and the earth electrode resistthe circuit, it is necessary to respect one of the following A utilizador da instalação eRRB B ,plant, do neutro). Rneutral). A > ViÃÊ­, V ` Ì ÃÊ­ ÊV « > ViÊÜ Ì Ê ÊÈäÎÈ{ {®\ , of the user’s and R , of the A B IK According to IEC 60364-4 prescriptions, the protective De acordo com be as recomendações IEC 60364-4, normaarrangeda estrudevices must coordinateddawith the earthing Protection by means of residual current devices ment in order to The fault current fl rapidly disconnect the supply if the touch ows through the secondary winding of In a TT system, to achieve a correct protection against ÞÊindirect contact through the automatic disconnection of >ÃÃÕ }Ê xä6Ê >ÃÊ ÌÊ Û Ì>}iÊ ­ÃÌ> `>À`Ê i Û À voltage reachesthe transformer, the line conductor, the fault resistance, harmful values for the human body. the protective conductor, and the earth electrode resist-ments), the circuit, it is necessary to respect one of the following to achieve protection against indirect contact , of the user’s plant, and RB, of the neutral). A by means of residual current devices it is necessary to Before describing such prescriptions, it is useful to know

5 Protection against indirect contact

5.3 Protection against indirect contact in TT


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98

o electricista Alexandre Cruz (Eng.) Coordenador do Departamento Técnico da OBO Bettermann

sistemas de captação de descargas atmosféricas A captação de descargas atmosféricas é um dos pontos do projecto electrotécnico mais descurado pela maioria dos projectistas. Exige, na pior das hipóteses, coordenação com o projecto de estruturas, arquitectónico e civil. É moroso na sua definição e no seu traçado. Verifica-se uma total ausência de espírito crítico na escolha dos sistemas a aplicar, deixando o marketing de sistemas milagrosos e de fácil instalação sobrepor-se à real função da engenharia. O sistema de captação O objectivo de um sistema de captação é interceptar uma descarga atmosférica, conduzir a corrente de forma segura, através de baixadas, e por último dissipar as correntes através do sistema de terras. Tem, como finalidade, a protecção de vidas, edifícios e bens. O IEC (Comité Electrotécnico Internacional) sob a norma IEC 62305 define de forma clara e objectiva todas as premissas para a realização de um sistema de captação de descargas atmosféricas. Em ponto algum encontramos referências a pára-raios com dispositivos ionizantes não radioactivos. Podemos reflectir sobre a existência de uma NP 4426, baseada numa norma espanhola (UNE 21186:1986) que por sua vez é uma tradução de uma norma francesa (NF C 17-102:1995) que tutela a utilização de dispositivos ionizantes não radioactivos e que é baseada na norma IEC61024, entretanto retirada.

O confronto normativo Um pára-raios activo, segundo vários fabricantes, apresenta um raio de protecção de 60m, com um mastro de 3 m de altura. A

norma IEC 62305 considera um pára-raios activo uma simples haste captora Franklin (ponta de ferro), em que o raio de protecção é dado pelo método do ângulo (uma haste com 3m apresenta cerca de 12 m de raio de protecção). Ficará o engenheiro descansado ao preconizar para um sistema que segundo o IEC tem apenas um raio de protecção de 12m quando necessita de um raio de protecção mais elevado?

A reflectir 1. Sendo Portugal um dos membros do IEC, não deverá zelar para que as normas definidas e desenvolvidas em conjunto se sobreponham às normas nacionais, muitas vezes impostas e definidas por lobbies de fabricantes? 2. Será a classe de engenharia suficientemente criteriosa na escolha e definição dos sistemas, que têm por objectivo primário a protecção de vidas humanas?

Como se define um sistema de captação? 1› Os Pontos de captação › Hastes captoras (inclui todas as pontas metálicas sobrelevadas à cobertura) › Cabos em catenária › Condutores emalhados

2› Posicionamento dos pontos de captação Os métodos aceitáveis, para determinar o posicionamento dos pontos de captação, são os seguintes: › O método da esfera fictícia pode ser utilizado em todos os edifícios › O método do ângulo é intuitivo mas limitado para edifícios com alturas elevadas, como se pode comprovar na Figura 2. › O emalhado é utilizado para proteger edifícios com cobertura plana.


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o electricista Bruno Serôdio (Eng.º) Gestor de Produto Hager - Sistemas Eléctricos Modulares, S.A.

protecção contra sobreintensidades

{nas instalações eléctricas}

A protecção das instalações eléctricas contra sobreintensidades foi sempre uma preocupação patente na mentalidade intrínseca dos projectistas e dos instaladores eléctricos, contando com a colaboração dos fabricantes que põem à sua disposição um conjunto de equipamentos produzidos de acordo com as mais exigentes normas internacionais e europeias em vigor. Pretende-se que os trabalhos destes intervenientes, fabricantes, projectistas e instaladores, contribuam para instalações eléctricas mais seguras. Estas protecções, quando bem dimensionadas, garantem o funcionamento da instalação sem riscos para o utilizador, aumentam o tempo de vida de todos os seus componentes e proporcionam uma melhor qualidade de serviço. A utilização de aparelhos que não respeitem as normas em vigor, ou qualquer erro na sua execução ou utilização, põe em risco a instalação, daí podendo resultar num sobreaquecimento dos componentes eléctricos levando à sua destruição, podendo originar incêndios e pondo em risco o património e vidas humanas.

cia inferior à do percurso normal, como é o caso de um contacto directo ou indirecto com um condutor activo, ou ainda, quando os condutores activos contactam directamente entre si ou com o neutro. O dimensionamento e a adequação das curvas de disparo das protecções aos cabos a utilizar e às condições da instalação e às cargas, na fase de projecto servem para prevenir danos nas instalações, estando em jogo diferentes opções sempre sujeitas a uma análise técnica e económica. As várias parcelas que constituem a instalação eléctrica, cabos e protecções têm de ser precavidas e por vezes sobredimensionadas para poderem dar resposta a aumentos expectáveis da potência consumida, evitando assim a sua posterior substituição. O valor deste investimento inicial deve ser avaliado e as diferentes soluções técnicas e económicas propostas ao investidor pelo projectista para o ajudar na tomada de decisão.

Condutores Sobreintensidades Uma sobreintensidade num circuito pode ter origem numa sobrecarga ou num curtocircuito. A primeira pode surgir numa instalação por várias razões, pelo aumento do consumo de uma carga (permanente), pelo arranque de um motor (instantâneo), entre outros. O segundo surge quando existe um caminho para a corrente, com uma resistên-

Os condutores devem ser dimensionados para suportarem quer uma sobrecarga quer um curto-circuito de curta duração sem se deteriorarem, evitando assim aquecimentos excessivos da canalização, que podem estar na origem de um incêndio da instalação. Quando as secções dos condutores são muito elevadas, em vez de cabos multipolares é recomendada a utilização de cabos monopolares, que facilitam as ligações aos aparelhos e a sua instalação. No dimensionamento dos condutores devem ser consideradas as distâncias das cargas aos Quadros de Eléctricos, bem como a localização destes. A escolha de outra localização ou de um outro traçado poderá ter implicações muito significativas no cálculo das secções dos condutores.


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o electricista Pedro Magalhães System Engineer da APC by Schneider Electric

protecção de instalações eléctricas

{com Energia Socorrida - UPS}

O artigo pretende analisar a especificidade da utilização de protecção das pessoas em ambientes técnicos especiais em que exista a utilização de uma UPS (Unidade de Alimentação Ininterrupta). A utilização da energia eléctrica é hoje um factor comum na nossa vida diária, quer a nível doméstico quer a nível empresarial. Como qualquer outra forma de energia, a sua má utilização comporta riscos que, em casos extremos podem provocar a morte. Assim a electricidade deve ser utilizada minimizando, para o utilizador não técnico, todas as consequências da sua utilização. A electricidade é uma forma de energia que não se vê, não cheira e não se ouve. Por isso as suas consequências só podem ser sentidas. A questão é que por vezes apenas mortalmente sentidas. Os acidentes ocorrem basicamente por ignorância quando se desconhece os riscos envolvidos, por imprudência quando se conhece mas não se previne, ou por negligência quando não se desenha de acordo com as normas de segurança de utilização. Por isso foram legalmente definidos conjuntos de parâmetros de segurança para utilização da energia eléctrica em ambiente de utilização pública. Dois tipos de acidentes podem ocorrer; por contacto directo ou indirecto.

O primeiro ocorre quando uma pessoa entra em contacto com uma fonte primária de energia, um cabo eléctrico, uma cabo de alta tensão, entre outros. O segundo quando o contacto é indirecto, ou seja, quando uma pessoa entra em contacto com uma superfície não condutora mas que, por uma qualquer falha, se encontra com um potencial eléctrico. Este artigo pretende analisar a especificidade da utilização deste tipo de mecanismos de protecção das pessoas em ambientes técnicos especiais em que exista a utilização de uma UPS (Unidade de Alimentação Ininterrupta). Em muitas instalações eléctricas, quer industriais quer terciárias, o recurso à utilização de uma UPS é frequente. Este equipamento tem como objectivo fornecer uma energia limpa e ininterrupta a cargas mais críticas em que o objectivo é, acima de tudo, garantir a sua continuidade de serviço. Neste tipo de aplicações a utilização de mecanismos de protecção diferencial deve ser ponderada, uma vez que constituem um factor de diminuição da disponibilidade da solução implementada.

Figura 1 . UPS Industrial.

Importa pois distinguir o tipo de aplicação para a qual vamos utilizar a UPS. Se estivermos perante situação de utilização pública, ou seja, para alimentar computadores pessoais de diferentes utilizadores num espaço de utilização pública, a utilização de diferenciais deverá ser obrigatória. Nesta situação cada circuito de saída deverá ser protegido por um disjuntor diferencial de sensibilidade


nota técnica

Certiel: o volte face? Após vários episódios não passou na Assembleia da República a polémica intenção de isentar as instalações de electricidade e de gás de qualquer inspecção após a sua realização. Várias vozes se levantaram, algumas dizendo que as instalações eléctricas até ficariam mais seguras sem o acto de certificação conferido pelas respectivas entidades certificadoras. Outras diziam que afinal apenas uma pequena parte das instalações seria inspeccionada e, por isso, estar-se-ia a pagar por um serviço efectivamente não realizado. Segundo terá sido então pré-acordado na Assembleia da República a intenção de que todas as instalações eléctricas deveriam ser inspeccionadas. Na verdade não estaremos perante um retrocesso no processo de certificação das instalações eléctricas? Quando se dizia que as instalações eram certificadas sem inspecção, tal facto acontecia porque o técnico responsável pela execução da instalação eléctrica tinha anteriormente já um conjunto de instalações aprovadas sem “Não Conformidades”, e por isso a sua “classificação” na Certiel, que obedece a critérios bem definidos, permitia que fosse contemplado no processo automático de amostragem, com a aprovação administrativa de determinada instalação eléctrica. Era um justo prémio

ARTIGO TÉCNICO elevadores e a eficiência energética (2.ª parte) 133 REPORTAGEM jornadas tecnológicas: um evento incontornável no sector electrotécnico 139

Josué Morais Director Técnico

pelas suas boas Regras da Execução e da Arte nas instalações eléctricas, que devia ser incentivado. Não se tratava então de pagar uma certificação sem inspecção da instalação e sem razões minimamente seguras de que deveria estar bem executada, mantendo-se o princípio da presunção da confiança que a nova lei pretendia pura e simplesmente banalizar, acabando com as certificações. Agora, se for avante a ideia de que todas as instalações devem ser inspeccionadas, então acaba-se a confiança e o “prémio” para quem tem brio profissional suficiente para zelar sempre pelas boas Regras de Segurança e da Arte na execução das instalações eléctricas. Estamos a colocar todos os técnicos em pé de igualdade, sabendo-se que tal não é um princípio minimamente verdadeiro ou justo, por razões várias. Esperemos que o bom senso impere e que as alterações que venham a ser introduzidas na lei venham de encontro à defesa tanto das classes profissionais que operam no sector, como também à defesa da qualidade e segurança das instalações eléctricas para o utilizador final, que a Certiel tem até agora conseguido manter apesar das críticas que lhe são dirigidas.

ARTIGO TÉCNICO-COMERCIAL instalações automatizadas com ABB Niessen - KNX 151 SAUTER IBÉRICA: novo software de gestão energética Sauter ems 157 QENERGIA: protecção contra descargas atmosféricas 159 DEC.MEDIDA: calibres estendidos e protecção integrada 161 FORMAÇÃO 163

entrevista INSTALCONTROL: “ir ao encontro das expectativas dos clientes” 147

ited ficha técnica n.º 11 169 CONSULTÓRIO ELECTROTÉCNICO 173


ARTIGO TÉCNICO

revista técnico-profissional

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o electricista Miguel Leichsenring Franco (Engº) Administrador da Schmitt+Sohn Elevadores, Lda

elevadores e a eficiência energética

{2.ª parte}

A redução do consumo de energia nos edifícios poderá ser obtida através de medidas de gestão da procura, no sentido de reduzir os consumos na utilização e através do recurso a equipamentos energeticamente mais eficientes. Daí que seja importante estudar também a optimização e a eficiência energética de ascensores. (continuação da última edição)

Ascensores em movimento: Hipóteses para a redução do consumo de energia com o ascensor em movimento: 1. Modernização de ascensores existentes, através da substituição de máquinas com redutor (de 1 ou 2 velocidades) por máquinas sem redutor, mas com controlo por variação de frequência. 2. A aplicação de variadores de velocidade por variação de frequência em ascensores com sistemas de tracção por máquinas de 1 ou 2 velocidades permitirá uma redução (estimada pelos fabricantes de máquinas) de até 30% no consumo de energia. Paralelamente aumenta-se o conforto de utilização do ascensor (menores ruídos e menores vibrações), garante-se uma paragem mais nivelada ao piso e um menor desgaste mecânico do ascensor (os arranques e as paragens do ascensor são muito menos bruscas)6. Deverá recorrerse a variadores de frequência de última geração), que produzirão menos perdas. 3. Prever sistemas de reinjecção de energia gerada pela máquina na rede (Recuperação de Energia através de VEV – Variadores Eléctrónicos Regenerativos). Um as-

censor ideal deveria reinjectar na rede, em movimento ascendente, a mesma energia que consumiu anteriormente à descida (carga mínima e carga máxima, respectivamente, em ascensores eléctricos). A relação energia reinjectada face à energia absorvida seria de 1:1. Mas um ascensor real tem perdas devido à aceleração, à travagem, à paragem, aos atritos e ao próprio sistema de tracção. Esta energia não é recuperável. Assim, o grau de recuperação de energia (relação entre a energia reinjectada durante a viagem ascendente dividida pela energia necessária para ambas as manobras – subida e descida) não ultrapassa normalmente os 50%. Em ascensores de dimensões reduzidas o grau de recuperação de energia não ultrapassará os 30%. Logo, só fará sentido (do ponto de vista económico e energético) a instalação de um sistema de reinjecção em ascensores de grandes cargas e que realizem muitas manobras. 4. Recurso a comandos electrónicos, que adaptem o seu funcionamento a uma melhor gestão do tráfego, por exemplo, através do funcionamento em grupo. Em edifícios de habitação, com dois ou mais

ascensores numa mesma caixa instalados antes dos anos 90, tipicamente cada ascensor funciona em autonomia. Através da modernização do comando, mediante a instalação de um comando electrónico em grupo, será possível fazer a gestão de funcionamento da bateria. Desta forma será enviado apenas um ascensor de cada vez a cada solicitação, colocando-se em movimento o ascensor que se encontrar mais próximo do local onde foi enviado o comando externo. A avaliação do padrão de tráfego poderá ser feita no próprio ascensor ou por um sistema de gestão de tráfego centralizado no edifício, quando este tem vários ascensores instalados. Este sistema de gestão de tráfego disponibilizirá então o(s) ascensor(es) necessário(s), optimizando o número de manobras a realizar pelos ascensores e distribuindo os passageiros a transportar pelos diferentes ascensores existentes no edifício.

Outras hipóteses de optimização: Apresentam-se em seguida outras acções, que, embora não estando relacionadas directamente com o funcionamento do ascen-


REPORTAGEM

revista técnico-profissional

o electricista

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Helena Paulino

jornadas tecnológicas

{um evento incontornável no sector electrotécnico} As Jornadas Tecnológicas estão de parabéns: 5 edições! A edição deste ano decorreu de 19 e 21 de Maio na AIMINHO – Associação Industrial do Minho, em Viana do Castelo, e teve como temas fulcrais as Energias Renováveis, a Eficiência e Manutenção das Instalações Eléctricas e as Telecomunicações. A formação que receberam, o próprio conceito do evento, os temas escolhidos e as comunicações de elevada qualidade foram, mais uma vez, evidenciados positivamente pelos participantes, muitos repetentes de anos anteriores e que fizeram questão de avisar que voltarão no próximo ano.

Como já é habitual, Custódio Dias, Professor do Instituto Superior Engenharia do Porto e Director da revista “o electricista”, abriu a 5.ª edição das Jornadas Tecnológicas, dando as boas vindas aos participantes. Aproveitou para realçar o sucesso das 5 edições já decorridas, que registaram um crescimento notável ano após ano, não esquecendo de mencionar a necessidade de eventos deste género em Portugal, onde ainda há uma grande falha no que diz respeito à formação nos temas que foram abordados nas Jornadas Tecnológicas. Um dos participantes, Carlos Correia, electricista e fiscal da EDP, referiu “esta é a primeira vez que venho às Jornadas Tecnológicas, e está a ser muito produtiva em termos de formação e superou totalmente as minhas expectativas. Faz muita falta um encontro deste género com as melhores empresas nacionais e institucionais que nos informem das últimas novidades”. O evento contou com mais de 600 participantes – o que inclui fabricantes, distribuidores, projectistas, instaladores e técnicos de manutenção – que enalteceram o espaço de informação e formação exigente e actu-

al, tal como o importante convívio e troca de ideias existente entre participantes e oradores.

muito positiva para os profissionais do meio electrotécnico como é o meu caso.” Marco dos Santos, Professor de Cursos Profissionais em Abrantes emitiu uma opinião semelhante: “É a primeira vez que venho mas estou a gostar muito, sobretudo do convívio entre participantes e oradores, e das questões pertinentes que já foram colocadas na sala de formação. Vários profissionais já me tinham falado do evento mas ainda não tinha tido oportunidade de participar, e agora que aqui estou julgo que foi um desperdício não ter vindo nos anos anteriores.”

1.º dia: As Energias Renováveis As empresas participantes de renome, responsáveis pelas comunicações de formação proferidas durante o evento, contribuem em muito para o sucesso do evento pela formação de qualidade que garantem aos participantes que ouvem as suas comunicações. Por tudo isto não é de espantar a opinião dos profissionais que assistiram ao evento: Rui Cardoso ditou “é a segunda vez que venho porque a primeira foi mesmo muito enriquecedora para actualizar os meus conhecimentos. E, de facto, esta é uma iniciativa

Cláudio Monteiro, Director da revista “renováveis magazine”, moderou o primeiro painel desta 5.ª edição das Jornadas Tecnológicas. Referiu o facto de Portugal ser um país onde se tem apostado bastante nas energias renováveis, mas aconselhou que é necessário ter os conhecimentos correctos e actualizados sobre as instalações solares térmicas e de como elas funcionam, tal como as normas que as regem e como se deve fazer uma monitorização correcta a uma destas instalações.


o electricista

revista técnico-profissional

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A Vulcano, por André Cruz, abordou as instalações solares térmicas individuais e colectivas. Explicou que em Portugal o sector doméstico normalmente utiliza o sistema de termossifão, um sistema económico e fácil de instalar, adaptável a todas as coberturas apesar de ter um rendimento mais baixo e uma estética menos agradável, ou em alternativa são utilizados sistemas de circulação forçada, mais economizadores e confortáveis. No caso dos sistemas solares colectivos de fornecimento misto, a água é dada de forma individual por fracção, e ocorre uma produção de AQS com uma solução solar colectiva do condomínio. No sector terciário são utilizados sistemas solares centralizados de produção, onde é exigida uma zona técnica central, um circuito hidráulico de distribuição de AQS mais complexo.

A Circutor já soma 35 anos de experiência na eficiência energética, e por isso, Lurdes Pereira abordou as auditorias feitas e como deve ser gerida a energia, de forma a reduzir a factura anual de energia e melhorar a produtividade. Mas para que isto ocorra, a manutenção e o controlo energético são pontos que devem ser levados em conta. Lurdes Pereira explicou como deve ser feita uma adequada auditoria energética e quais as etapas básicas: nas medições eléctricas (motores eléctricos, sistemas de contagem e monitorização, transformadores eléctricos, equipamentos de filtragem de harmónicos, e outros) devem ser utilizados os medidores de rede, de forma a melhorar a eficiência energética. Deodato Vicente, Director-Geral da filial da Weidmüller em Portugal, e Toni Betrui

aconselharam que devem ser escolhidos os melhores equipamentos e materiais, antes de iniciar o desenho de uma instalação fotovoltaica. Acrescentaram que um painel de qualidade pode evitar muitos problemas porque a caixa de ligações é um dos pontos mais críticos e importantes. Estes especialistas da Weidmüller advertiram que nem todas as caixas de ligação de strings são iguais, e deixaram alguns conselhos: a caixa deve ser desenhada minuciosamente, o seccionador deve ter uma boa capacidade de corte, a cablagem deve cumprir as normas, e os fusíveis devem ter um bom dimensionamento. Um bom sistema de monitorização das caixas de string também é muito importante, tal como os ligadores para evitar problemas de conexões. Luís Bastos da Siemens esclareceu o estado da produção fotovoltaica, e traçou o caminho desde as células fotovoltaicas até às instalações fotovoltaicas. As células solares são compostas por semicondutores, e os módulos possuem células solares sobre uma camada de protecção transparente. As células mais utilizadas são as cristalinas, de elevada potência, mas novos desenvolvimentos no mercado trarão a 3.ª geração de tecnologias fotovoltaicas onde se incluem o CPV, os materiais thin-film com uma eficiência ainda maior. As perdas de energia podem ocorrer na cablagem da instalação fotovoltaica, no inversor, e nos componentes MV. A comunicação apresentada por João Bacalhau, da JDES, abordou as normas das instalações de sistemas solares do ponto de vista interno e externo, com protecções contra descargas atmosféricas, sobretensões, comunicações e segurança activa. Em termos de normalização para sistemas solares existem Decretos-Lei obrigatórios, Normas Europeias (EN), Normas Portuguesas (NP), Normas Internacionais de Electrotecnia (IEC) e Guias Técnicos ou recomendações técnicas (GT). Segundo João Bacalhau a protecção interna implica a protecção dos equipamentos eléctricos e electrónicos, ligados às diferentes linhas da estrutura, e na qual se deve ter em conta os sinais eléctricos exteriores (rede eléctrica de baixa tensão, telefones e

dados, rádio-frequência e redes informáticas, e medição e controlo). Nélio Marques, da Donauer Solar Systems, abordou a questão de como se projectam as centrais fotovoltaicas de média e grande dimensão, passando por todas as fases. Segundo aconselhou o especialista da Donauer, na fase de aquisição e desenvolvimento são analisadas a área, a infra-estruturas e a localização disponível, os estudos de impacto ambiental realizados e o financiamento necessário. Para o planeamento são fornecidas as condições técnicas locais, e escolhidos os equipamentos e o projecto, os trabalhos são planeados segundo um calendário e os equipamentos começam a ser instalados. Para que nada seja deixado ao acaso são realizados testes e elaborado um bom plano de manutenção e monitorização. Nélio Marques lembrou que há muitas características importantes relacionados com os módulos fotovoltaicos, os inversores, os cabos eléctricos, as caixas de ligação e as protecções, e mesmo relacionados com a própria estrutura da montagem.

A Carlo Gavazzi, através de Rui Costa, explicou que através de uma correcta monitorização e controlo das instalações fotovoltaicas se conhece o estado da instalação e se identificam rapidamente as anomalias e a energia produzida. O sistema de monitorização deve ser encarado como uma ferramenta para a gestão energética diária da central: mede as variáveis do string, controla a perda de eficiência, gera alarmes definidos sobre as diversas variáveis e detecta problemas nas protecções, regista as variáveis com sistema datalogger. Nas maiores centrais fotovoltai-


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cas existem vários sistemas que comunicam entre si e permitem uma monitorização em tempo real através de autómatos, inversores e Centralização da Informação em Posto Central (SCADA). A informação eléctrica deve conter a informação meteorológica, os parâmetros elécricos do inversor e ainda a contagem da energia injectada na rede.

“As empresas participantes de renome, responsáveis pelas comunicações de formação proferidas durante o evento, contribuem em muito para o sucesso do evento pela formação de qualidade que garantem aos participantes.”

A Termografia tem um papel primordial na manutenção das instalações das energias renováveis, e foi isso mesmo que Vicente Ribeiro, Business Development Manager na Fluke Thermography, explicou no primeiro dia das Jornadas Tecnológicas. A termografia detecta os pontos quentes nas células dos painéis solares, nos motores dos seguidores, nos pontos de união dos cabos de DC. Com a termografia visualizamos padrões de calor que criam imagens de temperatura com câmaras electrónicas especiais que processam as medidas de uma forma rápida, segura e precisa. E é tão simples utilizar uma câmara termográfica: basta apontar, focar e registar a imagem!

2.º dia – A Eficiência e Manutenção das Instalações Eléctricas Fernando Oliveira da ADENE abriu o segundo painel do evento – Eficiência e Manutenção das Instalações Eléctricas, onde falou sobre o Plano Nacional de Acção para a Eficiência Energética (PNAEE) – Portugal Eficiência 2015, de que faz parte o SGCIE – Sistema de Gestão dos Consumos Intensivos de Energia, uma medida de economia de energia que o plano sugere. O SGCIE destina-se aos consumidores intensivos de energia, mas também pode ser utilizado em empresas com consumos inferiores e que pretendam celebrar acordos de racionalização de consumo de energia. O operador deve registar as suas instalações no Portal SGCIE (www.adene. pt/sgcie), fazer uma auditoria energética e um Plano de Racionalização do Consumo de Energia (PREn), depois de aprovado converte-se num Acordo de Racionalização dos Consumos de Energia, e por fim, o operador deve entregar Relatórios de Execução e Progresso (REP), bianuais. A ABB, por José Vieira Pereira, abordou a eficiência energética e manutenção no que diz respeito à aparelhagem de baixa tensão. Podemos controlar a iluminação, por exemplo, através de detectores de movimento e detectores fotoeléctricos, ou controlar a temperatura com reguladores e controladores de horário, os estores através da detecção da iluminação de exterior e um gestor de temperatura e hora, e ainda com uma tecnologia de gestão de edifícios com painéis de gestão e informação, e variados cenários. Por outro lado, a ineficiência da rede eléctrica pode ser verificada nas falhas da alimentação, no mau funcionamento e redução do tempo de vida dos equipamentos, nos sobreaquecimentos, nas avarias em equipamentos sensíveis, nos problemas nas baterias de condensadores, nas interferências nas comunicações electrónicas e nas perdas no sistema. As soluções passam pelas baterias de condensadores, filtros de harmónicos, arrancadores suaves, conversores de frequência e motores eléctricos. O KNX, o único protocolo aberto no mundo

para a gestão de edifícios criado em 2002 com a convergência dos 3 protocolos anteriormente existentes, foi apresentado nas Jornadas Tecnológicas por Pedro Abreu da Hager. O KNX é o standard mundial de controlo de edifícios que interliga os diferentes componentes da instalação domótica dos edifícios, como por exemplo a iluminação, os sistemas de segurança, a gestão de energia, os sistemas de AVAC e de monitorização. O KNX garante outras vantagens: interoperabilidade entre produtos e equipamentos, tem mais de 100 fabricantes de materiais e equipamentos e 9 mil produtos disponíveis, e foi aprovado nos EUA e na China.

A KNX tem cerca de 200 membros em 29 países, 20.000 parceiros em 101 países, 148 centros de formação em 29 países, 65 parceiros científicos em 17 países, 9 user clubs em 8 países, 6 parceiros associados, 20 grupos nacionais, 15.000 licenças ETS vendidas em 72 países, 6.300 grupos de produtos certificados e 1 software como ferramenta de comissionamento. O primeiro evento KNX em Portugal decorreu a 3 de Novembro de 2009, onde foi apresentado um website com notícias e novidades, entre outras informações relevantes. Pedro Abreu da Hager apresentou também as mais recentes inovações no mercado da domótica e da gestão de energia nos edifícios. A iluminação eficiente foi o ponto abordado por Pedro Pinto da Osram, engenheiro de aplicações. Desde Setembro de 2009 entrou em vigor a Directiva EuP que exige a não comercialização (phase-out) de iluminação menos eficiente. A União Europeia definiu requisitos para a indústria da iluminação


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no que diz respeito à economia da energia – denominada ErP, ou seja, Ecodesign Requirements for Energy-related Products – exigindo-se a marcação CE. As lâmpadas de halogéneo ECO tem um maior fluxo luminoso, menos energia e uma menor acumulação de calor no exterior da ampola, poupando cerca de 30%. A utilização de balastros electrónicos leva a um aumento do tempo de vida da lâmpada, uma redução no consumo de energia reactiva e do flicker. Antes de terminar, Pedro Pinto apresentou aplicações práticas como os problemas intrínsecos à iluminação de escritórios, e quais as melhores soluções; ou as iluminações das lojas que utilizam imensa energia e quais as melhores soluções para reduzir o seu consumo e continuar com uma óptima iluminação.

Paulo Almeida da Qenergia, do grupo Infocontrol, explicou que um sistema global de protecção eléctrica consegue capturar uma descarga, proteger as linhas de entrada de telefone e dados contra sobretensões, conduzir a energia para a terra e equipotencializá-la, proteger equipamentos contra sobretensões no QGBT e quadros parciais, e ainda dissipa a energia com sistemas de terra de baixa impedância. Assim o raio sai por um caminho preferencial e garante-se que as sobretensões geradas na sequência de uma descarga atmosférica não danificam o equipamento eléctrico e o electrónico. Paulo Almeida enumerou sistemas de protecção de descargas atmosféricas: protecção com haste vertical ou varetas, protecção com um emaranhado de condutores e ainda protecção com pára-raios com dispositivos de avanço à ignição. Um pára-raios ionizantes antecipa a emissão de um traçador ascen-

dente quando comparado com um páraraios formado por uma haste. Carlos Coutinho e Michel Batista, da Phoenix Contact, abordaram várias soluções de manutenção. É sobejamente aceite a classificação da manutenção em 3 níveis distintos: manutenção correctiva, preventiva e preditiva ou condicionada. A manutenção correctiva decorre de defeitos ou falhas nos equipamentos e representa altos custos para a empresa. Os programas habituais da manutenção preventiva passam pela limpeza, apertos, lubrificação, ajustes (folgas), substituição de peças ou componentes de desgaste controlado. A manutenção preditiva ou condicionada dita o acompanhamento periódico dos equipamentos, baseados na análise de dados recolhidos através da monitorização ou inspecções no campo. Este tipo de manutenção inclui técnicas de monitorização como análise de vibração, ultra-som, termografia, monitorização de processo, inspecção visual, e técnicas de análise não-destrutivas ou relés de monitorização de correntes de defeito. Após uma breve introdução sobre Ethernet Industrial por parte de Deodato Taborda Vicente da Weidmüller, Luís Cristóvão da Instalcontrol tomou a palavra e abordou a temática das redes de comunicação industrial, e explicou que o mercado da automatização pede, actualmente, comunicações mais potentes, abertas e fiáveis, e além disso tem apenas um só ponto de ligação, transparência nas comunicações, manutenção e desenvolvimento por acesso remoto, integração de produtos. Luís Cristóvão falou das soluções de comunicações: a Ethernet Industrial que inclui os switches, routers, os adaptadores série, os gateways; o acesso local com a fibra óptica, os modems de loop de corrente, o fieldbus, os conversores de interface; o acesso remoto com os modems, o GSM, o GPRS, o ISDN, a ADSL, o 3G UMTS/ HSDPA/EDGE. Representado pela Bresimar, Luís Pedro Simões abordou algumas tecnologias para a redução do consumo energético na indústria. Em Portugal os edifícios são quem

“Os participantes nesta 5.ª edição das Jornadas Tecnológicas enalteceram o espaço de informação e formação exigente e actual, tal como o importante convívio e troca de ideias existente entre participantes e oradores.”

consome mais electricidade, com 62%, ao que se segue a indústria com 35%. Na indústria a energia é mais utilizada na força motriz (77%): bombas (21%), compressores (25%), ventiladores (16%), e os restantes sistemas contabilizam 38%. A sobretensão causa um enorme desperdício de energia e reduz o tempo de vida dos sistemas de iluminação. Este desperdício de energia pode ser reduzido através do controlo correcto da tensão, com lâmpadas mais eficientes (como iodetos metálicos, vapor sódio, vapor mercúrio, e fluorescente). Com uma redução e estabilização da tensão na alimentação, o tempo de vida dos equipamentos aumenta substancialmente. Segundo Luís Pedro Simões, os motores são outro grande consumidor de energia, e por isso deve ser aplicada uma tecnologia para aumentar a sua eficiência. Luís Sykes da Schneider Electric começou por explicar a intrínseca relação que a energia tem nas economias actuais: a economia cresce e os consumos energéticos também. É necessário inverter esta tendência com sistemas de controlo mais eficientes, porque uma pequena poupança representa uma grande poupança na produção de energia: 100 unidades poupadas em casa representam 300 poupadas na central eléctrica. Por tudo isto a gestão de energia é a chave para resolver o problema, segundo Luís Sykes. Os sistemas de gestão técnica minimizam os requisitos de manutenção, reduzem o consumo energético dos custos de operação, minimizam as emissões poluentes para a atmosfera, e garantem uma precisão no controlo. Luís Sykes explicou as vantagens dos


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sistemas abertos: facilidade de integração de vários fabricantes, descentralização ao nível do controlo, facilidade de manutenção, flexibilidade e rentabilidade.

3.º dia – As Telecomunicações Jorge Miranda da ANACOM explicou as novas regras do ITED (Infra-estruturas de Telecomunicações em Edifícios) e ITUR (Infra-estruturas de Telecomunicações em Loteamentos, Urbanizações e Conjuntos de Edifícios), focando as redes de nova geração, a convergência e integração efectiva de aplicações e serviços, o contexto político e normativo, sem esquecer a formação, o contexto tecnológico e de mercado. O novo manual ITED – Redes de Nova Geração e a 1.ª edição do Manual ITUR, regulamentações técnicas mínimas, estão de acordo com as normas europeias. Cabe ao projectista ITED e ao projectista ITUR a elaboração de projectos de acordo com o manual, disponibilizar o termo de responsabilidade ao dono da obra e efectuar o envio do mesmo ao ICPANACOM, e assegurar o acompanhamento da obra, com confirmação final, no livro de obra, de que a instalação se encontra de acordo com o projecto. Com tudo isto, a ANACOM pretende uma fluidez nas comunicações: um ITED como sistema autónomo e integrado de telecomunicações com inovação e qualidade, e um ITUR com um sistema aberto de telecomunicação de urbanização com método e organização.

Lúcia Miranda da Quitérios apresentou o ITED como uma nova geração de redes. A Rede Individual e Colectiva num Edifícios ITED dita alterações na rede de tugabens,

na rede de cablagem e nos materiais e equipamentos. Há duas entradas obrigatórias num Edifício ITED: PAT (Passagem Aérea de Topo com 2 tubos ≥ 40 mm) e ES (Entrada Substerrânea com ligação obrigatória a uma Câmara de Visita Multi-Operador – CVM). A entrada aérea é proibida. A rede colectiva de tubagens deve possuir 3 tubos (um por tecnologia PC, CC, FO), uma caixa de coluna por piso e ainda uma ligação da caixa de coluna ao ATI através de um tubo. A rede individual de tubagens foi projectada para permitir a instalação de três redes de cabos (pares de cobre, coaxial, fibra óptica), partilha de condutas para a passagem dos cabos (PC, CC e FO), e deve contemplar um ATI ou um bastidor com funções de ATI por cada fracção autónoma. O ATI pode ter uma ou duas caixas, e esta rede deve contemplar a interligação aos sistemas de video-porteiro, televigilância, fotovoltaicos, entre outros. As Zonas de Acesso Privilegiado (ZAP) concretizam-se pela chegada a um ponto comum de dois cabos de cada uma das tecnologias, provenientes do ATI (Armário de Telecomunicação Individual) constituído por uma ou duas caixas e pelos dispositivos de interligação entre a rede colectiva e a rede individual de cabos.

Assemá Salim, da Legrand, também falou no novo Decreto-Lei referente à 2.ª edição do manual ITED, e nas suas aplicações em edifícios a construir ou nos edifícios já construídos. As principais alterações dizem respeito às Redes de Par de Cobre de CAT 6 e à obrigatoriedade de fibra óptica monomodo. Os cabos de fibra devem cumprir a norma EN 60794-1-1 e as fibras devem cumprir a norma EN 60793-2-50:2004. Apresentou todas as regras referentes à rede de tubagens indicadas, e indicou o mini-bastidor, como uma solução adequada pelas suas três tecnologias: par de cobre, coaxial, fibra óptica monomodo e um espaço para dois componentes activos.

Nas moradias unifamiliares, o ATI interliga os cabos provenientes da CEMU à rede individual, no interior da referida moradia. O ATI deve ter sempre espaço para alojar no mínimo, no seu interior, dois equipamentos activos que façam o interface com as redes de acesso e a gestão interna de serviços. A caixa de apoio ao ATI denomina-se CATI e será colocada preferencialmente na zona lateral ou na zona superior do ATI, e este deve estar facilmente acessível. O Armário de Telecomunicações de Edifício (ATE) tem uma interligação com as redes públicas de telecomunicações ou redes provenientes ITUR, e deve ser instalada em edifícios com 2 ou mais fogos. Este ATE tem dois armários: um superior e um compartimentado ou um armário bastidor. Os ATE garantem a ventilação por convecção, e disponibiliza espaço para 2 redes de operadores por tecnologia: secundário da responsabilidade e o primário da responsabilidade do operador.

Paulo Peixoto da ATEC, responsável de formação de ITED/ITUR, falou sobre o novo enquadramento da formação ITED/ITUR. Começou por explicar que o Decreto-Lei 59/2000 de 19 de Abril de 2009 veio rectificar o Decreto-Lei n.º 59/2000 de 19 de Abril. E explicou que compete às associações públicas de natureza profissional assegurar que os técnicos nelas inscritos e habilitados para efeitos do presente Decreto-Lei, como técnicos ITED, actualizem os respectivos conhecimentos. A actualização de técnicos ITED deverá ser feita até 14 de Dezembro de 2010. No caso dos técnicos ITED não abrangidos por associações públicas de natureza profissional, Paulo Peixoto advertiu que estes devem fazer prova junto do ICP-ANACOM de que procederam à realização das acções de formação mencionadas, de forma a poderem renovar a carteira profissional. A formação de actualização destina-se aos instaladores e projectistas.


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EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E ENERGIAS RENOVÁVEIS

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preendente em que o moderno e o tradiciode instalação de colectores solares térmicos nal coabitam numa simbiose quase perfeita, nos novos edifícios no âmbito do RCCTE é já a “cidade solar” da Alemanha é sem dúvida uma realidade. Mais recentemente, no final RuiumRamos da DEC.MEDIDA dos apresentou nasotomadas referentes ligações níveis um exemplo de bom aproveitamento de 2007, DL 363/2007 vemàspropor o novo novas soluções para medidas em infra-esde sinal equilibrados. Os pendentes (TILT) recursos energéticos renováveis no meio uresquema de microgeração conferindo a cada truturas com cablagem de cobre e de fibra dessas curvas devem cumprir os limites, bano. Para saber mais sobre este interessante possuidor de um contrato de fornecimentoe óptica, nas redes ITED e ITUR. A certificação José Couto ainda afirmou que o TILT deriva exemplo aconselho a visitarem o site http:// de electricidade a possibilidade de ser tamé o único meio que assegura que o produda diferença de comportamento da atenumadisonfreiburg.org/sustainablecity.htm. bém produtor de energia eléctrica a partir to final cumpre com os standards definidos ação dos elementos da rede em função da de renováveis e com uma tarifa bonificada pela ISO/IEC/EN e proporciona informação frequência. Por exemplo, a atenuação dos muito atraente. No nosso país,sobre a entrada em vigor em 2006 eventuais problemas e a sua localizacabos é directamente proporcional à freda legislação ção. sobre a energia Certificar é, de nos facto,edifícios conhecer o “taquência. Ou seja, é a diferença em dB entre da tubagem através de MHz que o valor daperfilam-se atenuação a duas frequências dis(Regulamentomanho” das Características de ComNo horizonte também algumas nos fornece informações sobre unidade de tintas para uma mesma tomada. Assim senportamento Térmico dos Edifícios (RCCTE), soluções urbanísticas (nomeadamente no frequência, descreve sinais eléctricos, e permaior valor de as TILTquestões da rede CC Regulamento dos Sistemas Energéticos e sector do, do oturismo) onde daocorre sustence ao meio físico. geralmente na tomada mais desfavorecida de Climatização dos Edifícios (RSECE) e Sistentabilidade, da energia e da integração de da rede. tema Nacional de Certificação Energética renováveis são tidas em conta. A Teka Portugal foi representada na 5.ª e da Qualidade do Ar Interior nos Edifícios edição das Jornadas Tecnológicas por José Pedro Nobre da APC Portugal foi respon(SCE)), vem trazer legal e soluUm exemplo de integração de energias Coutoum queenquadramento falou sobre os projectos sável pela última comunicação das renoJornaque possibilitará as nossas cidades váveis em no nosso país é o Edifício çõesque realizados de acordo composa 2.ª edição das edifícios Tecnológicas de 2010. Explicou que a do edifícios Manual ITED. Nos projectos Infra-Estrutura Crítica de Rede suam melhores do ponto de vistade MATV, Solar XXI do INETI, que se pode ver(DataCenter na figuJosé Couto explicou que as CR1 (Cabeçasra, de quePhysical Infrastructure – DCPI) é um suporte do consumo energético e que possam intepara além de ser um edifício enerRede) devem ser ajustadas com uma pensobre o qual as tecnologias de informação grar energias renováveis. A obrigatoriedade geticamente eficiente e com um conjunto dente inversa de igual valor à pendente provocada pela rede de distribuição, originando

residem, e constatou que uma DCPI standard, adaptável e integrável é essencial para

de soluções passivas para aquecimento e arrefecimento, é um exemplo de integração de sistemas fotovoltaicos em fachadas obter redes altamente geríveis. de edifícios. Possuidisponíveis também eum parque de Nos centros de dados há três fases imporestacionamento com cobertura fotovoltaitantes análise einteressante desenho (fer-de utica quedoéprojecto: uma solução ramentas de configuração), implementação lização de renováveis em mobiliário urbano. (soluções modulares) e operação e manuEstes sistemas fotovoltaicos, integralmente tenção (gestão integrada). projectados em Portugal, fornecem cerca de 75 %uma da 5.ª energia consumida no Com ediçãoda emeléctrica 2010 no norte do edifício. país, a equipa organizadora das Jorna-

das Tecnológicas irá rumar a Sul do país, para mais um eventopodemos de sucessoreferir no próComo conclusão que teximo ano. A equipa organizadora quer mos nas nossas mãos um conjunto de agradecer a todos os que se dirigiram a tecnologias, quer em termos de eficiência Viana do Castelo, desde participantes, energética, quer em termos de produção oradores e patrocinadores e a todos os de energia no meio urbano, recorrendo às que tornaram possível a realização da 5.ª energias que devemos utilizar edição das renováveis, Jornadas Tecnológicas.

aproveitando melhor os nossos recursos naturais, contribuindo para termos cidaParasustentáveis mais informaçõese onde seja efectivamente des REVISTA O ELECTRICISTA bom viver. Tel.: +351 225 899 626 . Fax: +351 225 899 629 www.jornadastecnologicas.pt PUB


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o electricista Hilário Dias Nogueira (Eng.º) com o patrocínio de: IXUS, Formação e Consultadoria, Lda.

formação

{Artigo técnico formativo Nº. 13} Neste número, apresentamos a resolução do exercício proposto na revista anterior. Apresenta-se também um novo exercício cuja resolução será incluída na revista 34.

Resolução do Exercício 13 Observação: 1› Conforme foi proposto anteriormente, e seguindo a legislação em vigor descrita na secção 54, apresenta-se a resolução do novo exercício que foi indicado anteriormente.

Enunciado: Eléctrodos de terra › Generalidades › Quais as verificações a fazer: › Num eléctrodo de terra de um edifício; › Terminal principal de terra; › Canalização entre o eléctrodo de terra e o terminal principal de terra; › Na canalização entre o terminal principal de terra e o quadro de Colunas ou quadro de entrada; › Ligações equipotenciais;

Generalidades O eléctrodo de terra é um elemento condutor que pode ser constituído por vários elementos metálicos e devem ser enterrados em locais devidamente escolhidos, tão profundos quanto possível e nunca a uma profundidade inferior a 0,80 metros da superfície.

O comportamento em termos de resistência além da já indicada, está condicionada basicamente pela: › Forma; › Dimensões e geometria da instalação; › Tipo de material utilizado; › Características especificas do terreno (resistividade do solo). Os eléctrodos devem ser enterrados em locais tão húmidos quanto possível, de preferência em terra vegetal, fora das zonas de passagem de pessoas e animais e a uma distância conveniente de depósitos de substâncias corrosivas que possam infiltrar-se no terreno. Não é permitida a utilização de quaisquer elementos metálicos simplesmente mergulhados em água.

Ligações à terra e composição do sistema O sistema de terra de protecção é fundamental para a protecção contra choques eléctricos tornando viável o escoamento das correntes de defeito através do dispositivo de protecção diferencial. Todas as instalações eléctricas devem obrigatoriamente ter estabelecido um sistema de protecção de terras, constituído por: › Eléctrodo de terra; › Condutor de terra; › Terminal principal de terra; › Condutor principal de protecção; › Condutores de protecção dos circuitos. Escolha do método de execução e tipo de eléctrodo de terra a utilizar consoante a resistividade do solo:


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Paulo Monteiro Formador da ATEC - Academia de Formação

ficha técnica n.º 11

{Requisitos Técnicos Gerais, segundo o manual de ITED 2.º edição de 24 de Novembro de 2009}

ELABORAÇÃO DO PROJECTO ITED As regras seguintes têm por objectivo estabelecer procedimentos normalizados no que diz respeito aos projectos ITED. Estes procedimentos devem estar de acordo com a legislação (Decreto-Lei n.º 123/2009, de 21 de Maio) e com as Normas Europeias aplicáveis. A elaboração de um projecto é apoiada por um conjunto de metodologias e regras, com o objectivo de satisfazer necessidades funcionais específicas. O projecto técnico ITED define um conjunto de soluções de telecomunicações, baseadas nas regras técnicas do presente Manual, e nas necessidades de existência de serviços, expressas pelo dono de obra. O projectista deve, assim, com base nas necessidades e perspectivas do dono de obra, estabelecer as arquitecturas de rede a aplicar, definir as redes de tubagens, redes de cabos, materiais, dispositivos, equipamentos passivos e activos, devida e justificadamente dimensionados. Deverá ser efectuada uma estimativa de custos final, sempre que for solicitado pelo dono da obra. A solução apresentada deve contemplar as partes colectivas e individuais, cumprindo as regras técnicas do manual ITED.

› Dados e requisitos funcionais As informações mínimas necessárias à elaboração de um projecto ITED, são: › Localização do edifício; › Tipo de edifício (Utilização); › Número e características das FA ou unidades; › Definição dos interfaces de rede; › Tecnologias e topologias de rede a utilizar.

› CONDICIONANTES Um projecto ITED é desenvolvido a partir da avaliação dos requisitos funcionais e dos se-

guintes tipos de condicionalismos: › Exequibilidade técnica (meios, tecnologias, entre outros); › Classe ambiental associada à utilização do edifício (Classificações MICE); › Custo dos materiais e da execução.

do o Procedimento de Alteração do projecto, constante do ponto 4.6. do manual ITED.

› Ambiente No que respeita às condicionantes ambientais, ver o ponto 3 do Manual ITED (Classes Ambientais).

› Exequibilidade Os principais factores (lista não exaustiva) que podem ter implicações em termos de exequibilidade de um projecto são: › Disponibilidade de materiais e ferramentas; › Âmbito do projecto; › Posicionamento dos elementos na rede; › Sistemas de cablagem; › Tecnologias disponíveis; › Protecção (Sigilo, segurança, e outros); › Obrigatoriedades regulamentares impostas neste Manual ITED; › Recomendações provenientes deste Manual ITED; › Necessidade de equipamentos activos (dimensões, características, entre outros); › Durabilidade; › Tempo e facilidade de execução; › Rastreabilidade; › Facilidade de verificações e ensaios; › Necessidades especiais do utilizador e do dono de obra, como sejam as acessibilidades e a utilização adequada de novas tecnologias.

› Custo

Estes factores devem ser considerados nas diferentes fases da vida de um edifício ITED: › Instalação; › Utilização / Manutenção.

› MÉTODO

Todas as condicionantes em termos de ‘exequibilidade’ devem constar da Memória Descritiva, bem como as soluções encontradas para as ultrapassar. O instalador poderá constatar a não exequibilidade de alguma parte ou partes do projecto. Nestas condições deverá ser consulta-

Os condicionalismos associados aos custos dos materiais e da execução têm normalmente, um impacto relevante na elaboração de um projecto. O projecto é um acto de engenharia, pelo que o projectista ITED tem a obrigação do cumprimento das boas práticas desse acto. Assim, para a avaliação do factor custo e uma correcta análise custo/benefício, o projectista deverá equacionar as diferentes alternativas possíveis e o custo associado a cada uma delas, bem como a relação com os outros factores condicionantes, se existirem.

› Regras As regras são as que constam no Manual ITED, e que constituem as Prescrições e Especificações Técnicas ITED.

As boas práticas de engenharia têm por base o emprego de conhecimentos e métodos adequados às seguintes situações: › Uma clara interpretação do projecto, principalmente pelo instalador; › Simplificação de cálculos, com o uso de ferramentas adequadas; › Adaptação permanente do projectista a novas realidades tecnológicas; › Responsabilização na indicação das melhores soluções ao dono de obra.


Consultório Electrotécnico 173

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o electricista IXUS, Formação e Consultadoria, Lda.

consultório electrotécnico O “Consultório Técnico” visa esclarecer questões sobre Regras Técnicas, ITED e Energias renováveis que nos são colocadas via email. O email consultoriotecnico@ixus.pt está também disponível no website www.ixus.pt. Aguardamos as vossas questões. Nesta edição publicamos as questões que nos colocaram entre Maio e Julho de 2010. P1: Estou a realizar um projecto de uma clínica, a qual recebe utentes, os quais são o público. Desta forma deverei considerar todos os locais com risco de incêndio ou apenas aqueles em que claramente se armazenam matérias facilmente combustíveis? A questão coloca-se quanto aos cabos a utilizar se XV se XZ1? R1: Consultando as Regras Técnicas na Secção 32, encontramos em 322.5, “Natureza dos Produtos tratados ou Armazenados”, a classificação por código (BE x) a usar, de acordo com os produtos efectivamente presentes para cada local. Na mesma tabela, à direita, encontra referência ás secções onde poderá obter a informação regulamentar para cada tipo de código a utilizar. P2: Quais as principais alterações, actualmente, quando estamos a projectar uma ITED de uma vivenda? R2: Em relação às principais alterações numa ITED em moradia, existem muitas. Começando pela ZAP, que é neste momento obrigatória. O diâmetros dos tubos deixa de ser diâmetro interior para ser o comercial. A rede de cablagem de pares de cobre, passa a CAT6 no mínimo. Na rede de tubagem entre a CEMU e o ATI temos de aplicar dois tubos de 32 mm. Os tubos da PAT deixam de ser dois de 32 mm diâmetros interiores para aplicarmos um de 40 mm, diâmetro exterior. Para os quartos, salas e cozinhas devemos ter duas tomadas RJ45 e uma tomada de cabos coaxiais. Entre a CEMU e o ATI não é obrigatória a aplicação da rede de cablagem seja ela de cabos coaxiais e mesmo de fibra óptica, contudo é igualmente obrigatória a cablagem em pares de cobre. Poder-se-ia mencionar mais, mas como se entende a questão é muito vasta, e depende do objectivo em questão. P3: Gostaria de saber a que altura ficam os interruptores e as tomadas numa Habitação? R3: Nas Regras Técnicas, + na Secção 555, refere-se que as tomadas instaladas nos elementos de construção verticais deverão ficar

a 50 mm do solo para tomadas de corrente estipulada inferior a 32 A e a 120 mm para tomadas de corrente estipulada não inferior a 32 A. Exceptuam-se as tomadas colocadas no chão que deverão possuir pelo menos IK07 e IP24. P4: Formação ITED/ITUR: Sou técnico projectista e instalador, IESxxxPI, e pretendo inscrever-me para formação só como instalador em Évora. O que devo fazer? R4: No que diz respeito à formação, sendo instalador (IES - Instalador Eléctrico Sul) tem de fazer formação de 50 horas ou de 75 horas, mas temos de saber se já fez formação ao nível de ITED ou não, para ser encaminhado para a formação correcta. Se fez formação de instalação de 90 / 100 horas vai ter de realizar 50 horas de actualização, se não for o caso terá de fazer 75 horas. P5: Na sequência da minha presença na Sessão de esclarecimento ITED/ITUR com a IXUS em Évora, coloco a seguinte questão: Onde posso encontrar a simbologia a utilizar nas peças desenhadas em projecto, relativas à tecnologia em Fibra Óptica (tomadas terminais, RC-FO, RG-FO, ...)? R5: Na segunda edição do Manual de ITED não nos é indicada qualquer tipo de simbologia, assim sendo o projectista poderá utilizar a simbologia existente que está na primeira edição do manual do ITED ou similar. Em resumo, o projectista poderá utilizar critérios de representação que identifique claramente a instalação, ou que entenda como mais adequados. P6: Estou a efectuar a fiscalização de uma obra e foi proposto pelo empreiteiro a alteração de algumas luminárias com IP20 quando as previstas tinham IP40. Devo considerá-las equivalentes? Na análise de materiais propostos como alternativa aos previstos num projecto, que parâmetros devo ter em consideração? Existe


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