Resumo - Revista "o electricista 36"

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Director Custódio João Pais Dias custodias@net.sapo.pt Director Técnico Josué Morais josuemorais2007@gmail.com Direcção Executiva Coordenador Editorial: Miguel Ferraz T. 225 899 628 m.ferraz@oelectricista.pt Director Comercial: Júlio Almeida T. 225 899 626 j.almeida@oelectricista.pt Chefe de Redacção: Helena Paulino h.paulino@oelectricista.pt Assessoria Ricardo Silva r.silva@oelectricista.pt Design avawise em colaboração com Publindústria, Lda.

luzes Programa de Eficiência Energética na Administração Pública – ECO.AP 2

Webdesign Martino Magalhães m.magalhaes@oelectricista.pt

ESPAÇO VOLTIMUM.PT 10 anos de Voltimum – vamos festejar! 4

Assinaturas T. 220 104 872 assinaturas@engebook.com www.engebook.com

ESPAÇO QUALIDADE uma nova economia para Portugal 6

Colaboração Redactorial Custódio Dias, Josué Morais, Ana Vargas, Francisco Jaime Quesado, Luís Peixoto, Telmo Rocha, Carlos Gaspar, José Matias, Manuel Teixeira, Paulo Peixoto, Nelson Silva, Mário Ferreira Alves, Rui Ramos, João Castanheira, Alexandre Chamusca, Paulo Martins, José Luís Faria, Hilário Dias Nogueira, Paulo Monteiro, Ricardo Sá e Silva, Miguel Ferraz e Helena Paulino Redacção e Administração Publindústria, Lda. Praça da Corujeira, 38 . Apartado 3825 4300-144 Porto . Portugal T. 225 899 620 . F. 225 899 629 www.publindustria.pt geral@publindustria.pt Propriedade Publindústria, Lda Empresa Jornalística Registo nº 213163 Impressão e Acabamento Publindústria, Lda. Publicação Periódica Registo nº 124280 | ISSN: 1646-4591 INPI Registo nº 359396 Tiragem 7.000 Exemplares

NOTÍCIAS 8 ARTIGO TÉCNICO instalação TDT: a alimentação da antena garante uma melhor recepção 24 cogeração – 3.ª parte: a cogeração em Portugal 26 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA eficiência energética na indústria: 5.ª parte - potenciais economias de energia 36 FORMAÇÃO electrotecnia básica 44 práticas de electricidade 48 ventilação 52 BIBLIOGRAFIA 54 REPORTAGEM VII Encontro AGEFE – abordado o futuro do mercado de material eléctrico 56 ARTIGO TÉCNICO-COMERCIAL ABB: nova família de disjuntores avançados em caixa moldada TMAX XT 60 WEIDMüLLER: flexibilidade compacta 66 TESTO: novo e robusto manómetro para todas as medições em sistemas de refrigeração e bombas de calor 68 STEINEL: aplicação de sensor optimiza a eficiência energética 70 CALENDÁRIO DE FEIRAS E CONFERÊNCIAS 72

Os artigos assinados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores.

Protocolos Institucionais STIEN, SIEC, SIESI, AFME, SINDEL, Voltimum, ACIST-AET, cpi Patrocionador Institucional

DOSSIER instrumentação e medida 74 MERCADO TÉCNICO 86 PROJECTO 104


luzes

Programa de Eficiência Energética na Administração Pública – ECO.AP * Custódio Pais Dias Director

Em abril de 2010 foi definida pelo governo a Estratégia Nacional para a Energia 2020, tendo fundamentalmente três objetivos: diminuição da dependência do país relativamente aos combustíveis fósseis, cumprir compromissos assumidos no âmbito da política europeia de combate às alterações climáticas e criar condições para o desenvolvimento de um cluster industrial ligado à eficiência energética. Consequentemente, foi criado um fundo para apoiar medidas de incremento da eficiência energética (FEE), que pode ser utilizado por pessoas singulares ou coletivas, por entidades públicas, cooperativas, ou privadas, com ou sem fins lucrativos, desde que cumpram as condições definidas no regulamento do fundo. Embora a candidatura seja submetida por via eletrónica, o que facilita, a instrução do processo é algo complexa dado o largo conjunto de informações necessárias.

de comportamentos e escolhas com menor consumo energético. Este programa é evolutivo e traduz-se num conjunto de medidas de eficiência energética para serem executadas a curto, médio e longo prazos, a aplicar no universo dos organismos e dos equipamentos públicos. Este é o campo de ação das empresas de serviços energéticos (ESE) e, se tivermos em consideração a enorme quantidade de organismos e equipamentos públicos que existem no país, rapidamente concluímos que estas têm nos próximos anos um excelente mercado a desbravar.

Provavelmente pela razão indicada o FEE não tem tido a utilização que se esperava e que era desejável, sobretudo no que toca a entidades públicas.

No entanto, há que ter presente que tradicionalmente o setor público se caracteriza por algum imobilismo e, por isso, não será de esperar que de imediato haja um fervilhar de propostas de ação. Além disso, outro aspecto a ser considerado é o facto de na maior parte dos casos quem dirige esses organismos, não estando ligado ao sector da energia, não tem a sensibilidade necessária para estar desperto para a necessidade premente de investir na eficiência energética.

Mais recentemente, para dinamizar a utilização do fundo por entidades públicas, em Janeiro passado, o governo criou o Programa de Eficiência Energética na Administração Pública – ECO.AP, com o qual pretende aumentar em vinte por cento a eficiência energética neste sector até ao ano de 2020. Estamos, assim, perante a tentativa de promover o desenvolvimento de ações de redução do consumo de energia em edifícios públicos,

Creio que caberá às ESE ter uma atitude pró-ativa, fazendo um levantamento dos organismos e equipamentos que existam dentro da sua área geográfica de atuação e tentando estabelecer os contactos necessários para que comece a haver motivação nos responsáveis e, assim, se concretizem os contratos que permitirão alcançar os objectivos do programa o mais cedo possível, com isso ganham as ESE e ganha o país.

* Texto escrito de acordo com o Novo Acordo Ortográfico.


ESPAÇO VOLTIMUM.PT 4

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Espaço Qualidade 6

Uma Nova Economia para Portugal

A Economia Nacional encontra-se em profunda recessão. Os dados confirmados pelo Governo apontam nesse sentido e mais do que nunca importa apostar num Novo Modelo de Competitividade e Crescimento. Esta crise de crescimento que se vive actualmente vem sendo atribuída a um fenómeno externo, conjuntural. Isto não é assim, em grande medida: a não convergência para a média de rendimento per capita da UE dura há cerca de uma década e, por isso, em paralelo àquele fenómeno macroeconómico há um problema estrutural em Portugal. Por isso, impõe-se, mais do que nunca, uma Nova Estratégia Económica centrada num novo modelo competitivo. Portugal não consegue atingir os níveis de produtividade da EU e isto é uma condição sine qua non para se atingir os grandes objectivos de prosperidade, solidariedade e qualidade de vida. Como é que vamos além dos grandes números (PIB por habitante) e identificamos as variáveis concretas que vão propiciar aquela convergência? Como é que se passa do debate macro-económico para o chão das empresas? Impõe-se, neste sentido, corrigir o rumo e a posição dos protagonistas do processo de desenvolvimento do País, em ordem a obter um modelo mais assertivo e mais eficaz. As variáveis para esse processo, com base em dados do Fórum Económico Mundial e para o caso Português, são: a) aumentar as exportações no PIB, mas fazê-lo porque se trabalha para clientes mais exigentes. Abandonar a captação de clientes baseada nas vantagens de preço baixo e procurar os clientes mais sofisticados – pagam mais pelo valor acrescentado e ainda nos desafiam a modernizar e a aumentar os nossos padrões de exigência a vários níveis. Isto reforçará factores de competitividade baseados em recursos e capacidades únicos, flexíveis e valiosos, por oposição aos modelos mecânicos, lineares, baseados na minimização de custos; b) apostar na dinamização de indústrias de bens transaccionáveis de média e alta intensidade tecnológica, procurando envolvê-las com os grandes investimentos de IDE. Isto reforçará o capital empreendedor, normalmente em micro e médias empresas/projectos, e contribuirá para a fixação de conhecimento, ganhos económicos e aumentos nos centros de decisão Portugueses; c) apostar na educação superior e na formação. Mas isto não significa elevar o número de diplomados por si. Significa promover o grau de utilidade da educação/ formação para as empresas. Actualmente assiste-se à emigração de talentos ou ao sub-emprego de licenciados, por falta desta relação entre centros de formação e empresas. A solução não é um “super-plano” que aponte as áreas prioritárias – isto é ineficaz. É antes introduzir concorrência e liberdade de opção entre as escolas, universidades e centros de formação, para além dos investimentos em estrutura e nas pessoas dessas instituições. Rapidamente os benefícios da internalização de mecanismos de mercado serão transpostos para outras áreas de welfare;

por Francisco Jaime Quesado Especialista em Estratégia, Inovação e Competitividade

d) o Sector Público consome, em despesa total, quase 50% do PIB Português. É preciso reflectir muito seriamente sobre tomar uma de duas opções: ou este número se reduz para níveis mais eficientes, em torno dos 40%, com a necessária revisão das funções do Estado; ou o Sector Público aprende a tornar-se mais produtivo e devolve à Sociedade, em serviços públicos e em bem-estar, tanto ou mais quanto lhe cobra em impostos. Em conclusão, é possível atingir os objectivos individuais e colectivos que ambicionamos. O que já não é possível é manter o modelo actual. No entanto é bom saber que parte da solução está nas mãos dos Portugueses e que é possível monitorar os progressos do País olhando para alavancas muito simples, identificadas acima. Concerteza que há um debate ideológico implícito mas podemos, seguindo Schumpeter, ser pragmáticos e reconhecer honesta e desapaixonadamente qual o modelo que nos traz, ou não, mais benefícios.


ARTIGO TÉCNICO

revista técnico-profissional

o electricista

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Luis Peixoto Televes

instalação TDT {A alimentação da Antena garante uma melhor recepção!}

O sinal TDT está disponível, em todo o país, para ser captado por sistemas de recepção terrestre que requerem alguns cuidados durante o apontamento, fixação e ajuste. A rede de emissores da Televisão Digital Terrestre está praticamente instalada, mais de 150 são os pontos emissores que servem o Continente e Arquipélagos dos Açores e da Madeira. Por necessidades relacionadas com o Dividendo Digital a frequência de transmissão do único multiplexer que compõe hoje a TDT passou do inicial canal 67 para o canal 56 na rede do Continente.

Assim, desde logo, as instalações que estavam já optimizadas para o canal 67 terão que sofrer reajustes seja ao nível da amplificação seja ao nível da sintonia dos sistemas de desmodulação, como o Televisor ou o Receptor TDT. O sinal TDT está disponível, em todo o país, para ser captado por sistemas de recepção terrestre que requerem alguns cuidados durante o apontamento, fixação e ajuste. A disponibilidade do serviço TDT não é uniforme ao longo do território, sobretudo porque a orografia do terreno assim o implica. Faz então sentido que o sistema de recepção esteja adaptado a diferentes características do sinal de entrada e que em qualquer dessas situações a qualidade do sinal TDT recebido seja sempre a melhor possível para o local.

Figura 1 . Esquema de montagem do ATI.

antena terá que ser activa, ou seja possuirá um circuito amplificador na própria caixa de ligação. Este circuito amplificador adaptará o seu ganho ao nível de sinal captado e nunca poderá saturar nos locais onde o sinal de entrada se apresente elevado.

A Antena, de UHF, deverá ser um modelo optmizado para a recepção de sinais Digitais Terrestres na banda V (quinta) do UHF. Será possuidora de blindagem ao nível da caixa de ligação e, muito para além disso, deverá ser capaz de entregar na saída sempre a melhor qualidade de sinal digital possível para o local onde se encontrar instalada. Afim de se conseguir esta performance a

Figura 2 . Ecos do sinal captado.

A Televes concebeu a antena adequada para a recepção TDT. Trata-se da antena DATHDboss, com um elemento activo na caixa de antena cujo funcionamento é inteligente, adaptando o seu ganho às particularidades do local de recepção. Sendo o elemento activo e blindado o ponto nevrálgico do sistema de recepção é sempre necessário alimentá-lo afim de se conseguir os parâmetros ideais na recepção. A alimentação, 12 a 24 Vdc, pode ser fornecida tan-

80

ap ww


ARTIGO TÉCNICO

o electricista

revista técnico-profissional

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Telmo Rocha Finalista do Mestrado Integrado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores da FEUP Master em Energia

cogeração

{3.ª parte › a Cogeração em portugal}

(continuação da edição anterior)

O recurso à Cogeração, em Portugal, tem um largo historial. A eficiência na utilização da energia primária para a produção de energia eléctrica e de energia térmica, que a caracteriza, permitiu uma adesão significativa, ao longo do tempo, sobretudo do sector industrial, materializada em aplicações de dimensão considerável. Lamentavelmente, verifica-se que existe ainda um potencial bastante relevante de Cogeração a explorar, com destaque para a Micro-cogeração. Na terceira parte deste trabalho, uma sucinta análise histórica é complementada com a abordagem de outros aspectos relevantes, como a influência da Cogeração no preço da electricidade para o cliente final e as alterações no contexto regulatório desta actividade, entre outros.

3› Evolução da Cogeração em Portugal A produção de energia com recurso a máquinas de vapor e turbinas hidráulicas, com o objectivo de ser consumida localmente, é uma prática com bastante historial em Portugal. No nosso país, as primeiras aplicações de máquinas de vapor datam de meados do século XIX, enquanto que a utilização de turbinas hidráulicas se iniciou no final desse século. Eram empregues em utilizações puramente mecânicas ou em accionamentos de geradores eléctricos para iluminação, em corrente contínua [1]. Naquela altura, verificou-se uma disseminação de pequenos produtores com centrais termoeléctricas e hidroeléctricas, quer industriais, quer de serviço público. Foi em meados do século XX, com os grandes projectos hidroeléctricos e o consequente transporte de electricidade até aos centros urbanos, que ocorreu a substituição da energia mecânica pela eléctrica. Então, o accionamento das máquinas passou a ser efectuado directamente por motores trifásicos [1]. Este facto resultou no declínio das instalações de produção de energia, para consumo local, nomeadamente as de serviço público.

3.1› Perspectiva histórica A implementação, em Portugal, de projectos de Cogeração iniciou-se nos anos 20, do século passado. Vários sistemas de produção combinada de calor e electricidade, baseados em caldeiras e máquinas de vapor, começaram a ser instalados em unidades industriais de diversos sectores, tais como o açúcar, papel, têxtil, refinação, entre outros [2]. Mais tarde, as máquinas de vapor seriam substituídas por turbinas de contrapressão que accionavam alternadores, operando por vezes em paralelo com a rede pública [1]. Apenas em 1982, com o intuito de promover a autoprodução de energia eléctrica, foi instituída a figura do Produtor Independente, que possibilitava a ligação à então Rede Eléctrica Nacional (REN), tendo sido criadas as condições para a venda de excedentes de energia eléctrica [1]. Assistiu-se, então, a um acentuado crescimento da aplicação de sistemas de Cogeração, em Portugal, até meados da década de 90 [2]. As instalações industriais de maior dimensão, onde se verificavam consumos consideráveis de calor, sob diversas formas, e em que se verificou existir viabilidade técnica e económica, foram avançando com projectos de Cogeração, na generalidade, de pequena ou média dimensão. Destacaram-se as indústrias de derivados de madeira, da celulose, papel, têxtil, açúcar, química e da cerveja. Os fortes incentivos financeiros desempenharam, então, um papel fundamental no avanço destes projectos [1].

Pasta e Papel 54%

Química e Petróleos 40%

Têxtil 1%

Outros 3%

Alimentar 2%

Figura 1 . Desagregação da potência de Cogeração instalada, baseada em turbinas de vapor de contrapressão, em Portugal, por sector de actividade industrial [1].


EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

revista técnico-profissional

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o electricista Carlos Gaspar Director Técnico, CMFG – Energia e Ambiente, Lda.

eficiência energética na indústria* {5.ª parte - POTENCIAIS ECONOMIAS DE ENERGIA}

No artigo anterior começamos a descrever algumas medidas para economizar e reduzir os consumos de energia de uma empresa industrial, fazendo referência essencialmente à parte térmica dessas instalações. Agora iremos abordar a parte eléctrica de uma empresa industrial, começando com os serviços auxiliares aos processos produtivos, sendo exemplo disso o ar comprimido. Ar Comprimido O ar comprimido é um fluido de utilização generalizada no universo industrial em variadas operações, tais como o controlo, a instrumentação, os acionamentos pneumáticos, e outros, muito embora se trate de uma forma cómoda e segura de “transmitir” energia a um processo, o seu custo é normalmente mais elevado do que a utilização direta de energia eléctrica ou hidráulica. Face aos elevados custos energéticos deste fluido, a sua utilização deve ser racional e criteriosa, devendo ser uma preocupação dos técnicos das instalações, manifestada através do acompanhamento regular, quer das condições em que o mesmo é produzido, quer da forma como ocorre a sua distribuição, e utilização nos equipamentos. Infelizmente, no nosso país, poucos gestores e técnicos encaram o ar comprimido como uma forma de energia, que deverá ser utilizada racionalmente de modo a rentabilizar o processo produtivo. O objetivo deste documento é apresentar alguma informação sobre os equipamentos constituintes das instalações de ar comprimido, o seu dimensionamento e utilização, tendo sempre em consideração o binómio qualidade do ar comprimido/consumo de energia.

› Aplicação do ar comprimido O ar comprimido é utilizado atualmente em larga escala nos mais diversos processos porque apresenta inúmeras vantagens das quais se destacam: › O ar encontra-se disponível gratuitamente para ser utilizado e após a realização do trabalho não requer tubagem de retorno como, por exemplo, o óleo hidráulico; › É armazenado facilmente sendo possível dispor de elevadas quantidades de energia para utilizar em determinado instante; › As fugas de ar no sistema, embora sejam um desperdício e portanto uma situação indesejável, não constituem, no entanto, qualquer risco sério; › Facilmente é controlado; › Pode ser utilizado para obter movimento linear e rotativo para largas gamas de força e velocidade; * Texto escrito de acordo com o Novo Acordo Ortográfico.

› Pode ser utilizado tanto como meio de medição e de atuação para executar funções complicadas de controlo: › Pode ser utilizado como meio de agressão (decapagem com areia) e de proteção (lubrificação de rolamentos).

› Elementos principais numa instalação de produção de ar comprimido Um sistema de produção de ar comprimido tem como principais elementos constituintes: › ar; › compressores; › arrefecedores (intermédio, posterior); › secadores (frigoríficos, adsorção, absorção); › reservatório de armazenamento de ar comprimido; › rede de distribuição; › filtros; › lubrificadores; › reguladores de pressão.

› Compressores O desenvolvimento dos compressores acompanhou paralelamente o crescimento e as necessidades da indústria para ir ao encontro dos diferentes requisitos de volumes e pressões.


FORMAÇÃO

revista técnico-profissional

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o electricista José V. C. Matias Licenciado em Engenharia Electrotécnica (IST) Professor do Ensino Secundário Técnico.

electrotecnia básica

INSTALAÇÕES ELÉCTRICAS DE BAIXA TENSÃO

Nesta edição continuamos a abordar assuntos relacionados com o tema geral ‘Instalações Eléctricas de Baixa Tensão’, sendo que desta vez particularizamos sobre o princípio de funcionamento de uma aparelho diferencial e na análise de condutores e cabos normalmente utilizados em instalações eléctricas. (continuação da edição anterior)

5› Princípio de funcionamento de um aparelho diferencial

ação, o diferencial não deverá disparar.

Existem dois tipos de aparelhos diferenciais: o interruptor diferencial (ID) e o disjuntor diferencial (DD ou DDR – disjuntor diferencial residual). O interruptor diferencial tem apenas uma protecção diferencial, contra as correntes de fuga, enquanto que o disjuntor diferencial tem, para além da protecção diferencial, uma protecção magnetotérmica, isto é, contra sobrecargas e curtos-circuitos. Portanto o disjuntor é mais completo do que o interruptor, protegendo simultaneamente contra sobreintensidades e contra choques eléctricos, sendo o interruptor utilizado quando as outras protecções (contra sobrecargas e curtos-circuitos) já estão previstas por outros órgãos de protecção.

A Figura 7 representa o princípio de funcionamento de um aparelho diferencial monofásico. Se o circuito estiver em perfeitas condições, a corrente na fase, IF, é igual à corrente no neutro IN . Como as bobinas são iguais, a excitação do núcleo será nula e portanto nada acontece. Se houver uma fuga de corrente Id, por defeito no receptor, então teremos IF ≠ IN . Se IF – IN > Ir (intensidade de regulação do diferencial), então a excitação do núcleo será diferente de zero, pois que Φ1 ≠ Φ2 e nesse caso o fluxo na bobina B excita-a,

Fabricam-se aparelhos diferenciais para instalações eléctricas monofásicas e para instalações eléctricas trifásicas. O princípio de funcionamento do aparelho diferencial monofásico baseia-se na comparação entre a corrente na fase e a corrente no neutro, actuando quando a diferença entre elas excede um dado valor, indicando que há defeito no circuito e que esse defeito pode ser perigoso. Com efeito, nem todas as correntes de fuga são perigosas, pois podem originar tensões de contacto inferiores aos valores limites de 25V ou de 50V (consoante o tipo de local da canalização) e, nessa situ-

Figura 7 . Princípio de funcionamento do aparelho diferencial monofásico.

produzindo uma força electromotriz induzida e e que é aplicada ao disparador D que desliga o interruptor do circuito. Na Figura 8, representa-se um aparelho diferencial monofásico integrado numa instalação TT, como protecção de pessoas contra choques eléctricos. Na Figura 9 está representado o princípio de funcionamento do aparelho diferencial trifásico. Neste caso, as três fases e o neutro passam por dentro do núcleo ferromagnético. Se não houver qualquer defeito, a soma vectorial das correntes nas fases e no neutro será zero, o que quer dizer que o fluxo resultante também será zero, pelo que a tensão induzida U na bobina B será 0. Deste modo, não haverá qualquer acção desta bobina sobre o disparador e, portanto, sobre o interruptor. Logo que haja uma fuga de corrente, o sistema trifásico de correntes fica desequilibrado, passa a haver um fluxo no núcleo, produzindo uma força electromotriz induzida na bobina B, que é aplicada ao disparador, fazendo desligar o interruptor desde que Id > Ir (intensidade de regulação). Em conclusão, ao cortar a alimentação quando há correntes de fuga, o aparelho diferencial protege o utilizador que manuseie receptores onde ocorram correntes de fuga. Na Figura 11 apresenta-se um fluxograma que permite determinar qual o tipo de defeito que está na origem do disparo


FORMAÇÃO - Práticas de electricidade

revista técnico-profissional

o electricista

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Manuel Teixeira e Paulo Peixoto ATEC

ficha prática n.º 26

{Introdução à Electrónica}

› Modelo do díodo aproximado com fonte de tensão constante (2.º aproximação)

› Modelo do díodo aproximado com fonte de tensão e resistência (3.º aproximação)

A aproximação ideal é aplicável na maioria das reparações de avarias nos circuitos electrónicos, contudo, por vezes, exige-se uma maior exactidão dos valores da corrente de carga e tensão de carga. Nestas situações utiliza-se uma segunda aproximação - Modelo do díodo aproximado com fonte de tensão constante.

Na terceira aproximação de um díodo inclui-se a resistência que o díodo apresenta. Esta resistência do díodo define-se como resistência de volume RV (esta resistência pode assumir a designação de Rd ou Rf).

A figura 16 representa a característica corrente - tensão quando se aplica a segunda aproximação. A característica mostra que não existe corrente abaixo da tensão de arranque, ou seja, no caso do silício U γ = 0,7 V. O díodo começa a conduzir a partir da sua tensão de arranque, mantendo essa tensão aos seus terminais qualquer que seja a corrente.

A resistência de volume depende das dimensões das regiões P e N, e da respectiva dopagem ser maior ou menor. Após a tensão de arranque a corrente do díodo aumenta rapidamente. Isto significa que pequenos aumentos de tensão do díodo causam grandes subidas na corrente do díodo. Depois de ter ultrapassado a tensão da barreira de potencial, o que se opõe à corrente é a resistência óhmica das regiões P e N. Por outras palavras, se as regiões P e N fossem dois pedaços de semicondutor, cada um teria uma resistência que se poderia medir com um ohmímetro, tal como uma resistência. A soma dessas resistências óhmicas diz-se resistência de volume do díodo. Define-se então: R V = RP + RN

(a)

(b)

Figura 16 . Curvas características do díodo na segunda aproximação (a). Esquema equivalente (b).

Frequentemente, a resistência de volume é inferior a 1 Ω. A Figura 17 mostra o efeito da resistência de volume na característica do díodo. Depois de um díodo de silício entrar em condução, a tensão cresce proporcionalmente ao aumento da corrente. Quanto maior for a corrente, mais elevada será a tensão do díodo, devido à queda de tensão na resistência de volume.

O equivalente de um díodo, pela segunda aproximação, será um comutador (interruptor) em série com uma fonte de tensão de valor igual à tensão de arranque do díodo. Quando a tensão for superior à tensão de arranque do díodo o comutador encontra-se fechado, caso contrário, se a tensão aplicada for inferior à tensão de arranque, o comutador está aberto. De salientar, mais uma vez, a tensão aos terminais do díodo será sempre 0,7 V, no caso do material semicondutor ser silício, para qualquer corrente directa.

(a)

(b)

Figura 17 . Curvas características do díodo na terceira aproximação (a). Esquema equivalente (b).


FORMAÇÃO

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o electricista

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Texto cedido por Soler & Palau, Lda.

casos de aplicação

{Sistema de aquecimento de uma oficina}

o problema Uma companhia aérea adquiriu, nas instalações circundantes de um aeroporto, um antigo edifício propriedade dos bombeiros, que estes utilizavam como armazém. Pretendia-se adaptar este edifício à reparação de equipamentos, com o inconveniente de que, ao ter que albergar pessoas no seu interior, se torna necessário instalar um sistema de aquecimento para se poder trabalhar com o mínimo conforto.

Dados a ter em consideração Trata-se de um edifício de planta praticamente quadrada, com uma superfície de 384 m2 e uma altura de 6,5 m. Possui dois grandes portões metálicos de 4 m cada um para a entrada de camiões e uma porta pequena para pessoas. O isolamento pode considerar-se de fraca qualidade. A temperatura mínima registada no Inverno no interior do edifício é de cerca de 5º e pretendia-se chegar aos 20º, já que a actividade a desenvolver não é estática.

Determinação das necessidades Para o cálculo das necessidades podemos utilizar fórmulas complexas tendo em conta dados como a espessura das paredes, o material utilizado, os coeficientes de transmissão, entre outros, mas a realidade é que na maioria dos casos é difícil conhecer estes dados com precisão. A experiência em muitos casos semelhantes leva-nos a uma solução muito mais simples para este tipo de casos onde não temos de actuar com elevada precisão. Para aquecer um edifício industrial mal isolado, devemos considerar a necessidade de 1 Watt/h por cada grau que queiramos aumentar e por cada m3 do local. Assim, neste caso as necessidades de potência a instalar seriam de:

P = 384 x 6,5 x 15 = 37.440 W O problema destes edifícios industriais com uma certa altura é a estratificação provocada pelo efeito de convecção, que impulsiona o ar quente para cima por este ser mais leve. Assim, se medirmos a temperatura interior num local com aquecimento, veremos que a mesma aumenta cerca de 7% por cada metro de altura. Veja o exemplo da figura. Assim, tal como vemos no exemplo, para conseguir uma temperatura de 20º a um nível de 2 m, necessitamos de energia para que nos 6,5 m haja uma temperatura de mais de 26º. Para evitar esta estratificação e desperdício de energia, será necessário executar uma instalação colocando ventoinhas no tecto que impulsionem o ar quente para as zonas mais baixas e uniformizem a temperatura do local.


BIBLIOGRAFIA

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ABC das Regras Técnicas - Inclui CD com tabelas de cálculo O conteúdo deste livro, que se baseia nas Regras Técnicas de Instalações Eléctricas de Baixa Tensão (RTIEBT), pretende elucidar e transmitir os conhecimentos essenciais e necessários para que tanto os estudantes como os profissionais principiantes encarem o mundo do trabalho com realidade e confiança. Tendo como objectivo essa aplicação (RTIEBT) foi concebido por forma a contemplar de um modo prático os assuntos que se consideraram como os mais interessantes, principais e indispensáveis à realização futura de pequenos projectos de execução das instalações eléctricas de utilização. › Índice: Aplicação das RTIEBT - Decreto-lei n.º 226/2005, de 28 de Dezembro e que estabeleceu a sua aprovação pela Portaria

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949/A 2006 de 11 de Setembro; As RTIEBT no aspecto de mais interesse e com algumas aplicações práticas. Características das instalações eléctricas. Regras para instalações em locais especiais. Tipo de canalizações. Cálculo das secções segundo as condições estipuladas pelas RTIEBT. Localização e definição de instalações. Protecções. Instalações colectivas. Ligações à terra e condutores de protecção. Inspecção de instalações. Índice remissivo das RTIEBT - N.º 949-A/2006, de 11 de Setembro de 2006 - Diário da República, 1.ª Série - N.º 175.

autor Hilário Dias Nogueira ISBN 9789728953836 . editora Publindústria páginas 112 . edição 2011 obra em Português venda on-line em www.engebook.com

Circuitos Eléctricos – 6.ª Edición

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Centrais e Aproveitamentos Hidrelétricos - Uma Introdução ao Estudo Esta obra apresenta de forma clara e bastante pormenorizada, os componentes principais de um aproveitamento hidroeléctrico. Explica equações, sem perder de vista o aspecto primeiro que é descrever os componentes do aproveitamento. Compõe-se de análise descritiva dos componentes presentes em aproveitamentos hidroeléctricos e traz dados de muitos aproveitamentos brasileiros. São demonstradas as equações básicas envolvidas no processo de determinação de valores acompanhadas de exercícios numéricos resolvidos e amplamente comentados, bem como exercícios propostos de forma que, passo a passo, o leitor ambiente-se com máquinas hidráulicas, particularidades de aproveitamentos energéticos e valores numéricos.

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› Índice: Introdução ao Estudo da Geração Elétrica. Introdução ao Estudo das Máquinas Elétricas Síncronas. Introdução ao Estudo das Máquinas Hidráulicas. Aproveitamento Hidrelétrico. Turbinas de Ação. Turbinas de Reação. Tubo de Aspiração das Turbinas de Reação. Perdas nos Órgãos Adutores de uma Turbina. Perdas de Carga na Tubulação de Pressão e na Tubulação Forçada de uma Turbina. Golpe de Aríete - Tubulação Forçada de uma Turbina. Cavitação nas Turbinas e Válvulas. Apêndice A - Perdas Energéticas em uma Tubulação. Apêndice B - Geração Assíncrona - Geradores de Indução. Apêndice C - Classificação das Centrais Hidrelétricas.

autor Gilio Aluisio Simone ISBN 9788571946859 . editora Érica páginas 264 . edição 2010 obra em Português do Brasil venda on-line em www.engebook.com


o electricista

BIBLIOGRAFIA

revista técnico-profissional

55

Protecção das Redes Eléctricas de Distribuição, Transporte e Interligação

€ 30,00

autor Manuel Delgado ISBN 9789728953867 . editora Publindústria páginas 500 . edição 2011 obra em Português venda on-line em www.engebook.com

Este livro põe à disposição um conjunto de conhecimentos, métodos e ferramentas necessários a uma abordagem teórica e prática na solução de diversos problemas ligados à Protecção das Redes Eléctricas de Distribuição, Transporte e Interligação.Ao longo dos seus 19 capítulos são examinados os seguintes temas: Necessidade de protecção nas redes eléctricas, Noções de relé de protecção e de sistema de protecção, Tipos de ocorrências anormais nas redes eléctricas, Repercussões das correntes de curtocircuitos, Características que asseguram a qualidade dos sistemas de protecção, Comparação técnico-económica do ponto de vista da protecção entre as diferentes redes, Evolução histórica dos equipamentos de protecção das redes eléctricas, Transformadores de corrente e o seu interesse para as protecções, Protecção de tensão, Protecção de frequência, Protecção de máxima intensidade, Protecções dos transformadores de potência, Protecção diferencial longitudinal para linhas aéreas e cabos subterrâneos, Protecção de barramentos, Protecção contra as falhas dos disjuntores, Protecção de distância, Sistema de teleprotecção, Protecções das baterias de condensadores e uma série de funções de protecção especiais tais como, Protecção contra a ligação manual ou automática de um disjuntor sobre defeito, Protecção contra uma mínima de pressão de disjuntor, Protecção contra um condutor rompido, caído ao solo do lado AT de um transformador de distribuição passivo em antena, Protecção de bloqueio do disparo da protecção do painel de interbarras durante a transferência de um painel de um barramento para um outro, Protecção de bloqueio da ligação do transformador de potência em caso de defeito interno, Protecção contra o retorno de potência activa numa rede sã, Protecção de disparo por discordância dos pólos de um disjuntor, Protecção relativa à mudança de barramento de um painel, Protecção com a limitação da corrente de defeitos à terra e, finalmente, Protecção e Religação automática. A obra termina com vários apêndices contendo diversos exercícios resolvidos que se revestem de um grande interesse didáctico para os leitores. › Índice: 1. Introdução. 2. Exigências para um bom comportamento funcional das redes eléctricas. 3. Qualidades dos sistemas de protecção contra os defeitos. 4. Considerações económicas sobre os sistemas de protecção das redes de distribuição e de interligação e de transporte. 5. Realização da selectividade nos sistemas de protecção. 6. Evolução histórica nos dispositivos de protecção. 7. Normas. 8. Alimentação das protecções. 9. Protecção de tensão. 10. Protecção de frequência. 11. Protecção de máxima intensidade. 12. Protecção dos transformadores de potência. 13. Protecção diferencial longitudinal para linhas aéreas ou cabos subterrâneos. 14. Protecção de barramentos. 15. Protecção contra as falhas dos disjuntores.16. Protecção de distância. 17. Sistemas de teleprotecção. 18. Protecção das baterias de condensadores. 19. Funções de protecção especiais das redes eléctricas.

Qualidade na Energia Elétrica O seu computador já se desligou indevidamente? Os processos automatizados da sua empresa já apresentaram problemas de operações erráticas? Ou as lâmpadas têm luminosidade variável? Todos esses exemplos podem ser causados por distúrbios eléctricos. Este é o principal objectivo deste livro: apresentar os principais conceitos e soluções para os problemas causados por distúrbios na energia eléctrica. Com uma linguagem acessível e procurando atingir tanto o estudante como o profissional qualificado, o texto passa por todas essas questões de maneira concisa, prática e actualizada. › Índice: Sistema de energia elétrica. Distúrbios na energia elétrica. Efeitos dos distúrbios de energia. Soluções para os distúrbios de energia. Diagnóstico dos distúrbios de energia. Tópicos de eletrônica de potência. Controle de motor industrial. Baterias. Conceitos e procedimentos. Ruído em sinais analógicos. Apêndice A – Fibra óptica. Apêndice B – Fórmulas e terminologia de capacitores. Apêndice C – Terminologia de relés eletromecânicos.

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autor Ricardo Aldabó Lopez ISBN 8588098024 . editora Artliber páginas 252 . edição 2001 obra em Português do Brasil venda on-line em www.engebook.com

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REPORTAGEM

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56

Helena Paulino

VIII Encontro AGEFE

{abordado o Futuro do mercado de material eléctrico}

A AGEFE – Associação Empresarial dos Sectores Eléctrico, Electrodoméstico, Fotográfico e Electrónico organizou o seu VIII Encontro AGEFE | Material Eléctrico no Hotel Campo Real, em Torres Vedras. Neste evento foi discutido o presente e o futuro do mercado do material eléctrico em Portugal, com a apresentação de comunicações que abordaram os temas mais prementes deste sector. O VIII Encontro AGEFE dedicou o primeiro dia, 24 de Março, a abordar três temas sobejamente importantes: o desenvolvimento do mercado eléctrico, os actuais desafios à gestão das empresas e ainda o estado actual e o futuro da economia portuguesa. Oradores conceituados abordaram questões subliminares a estes três temas principais, e o dia terminou de uma forma totalmente descontraída com a actuação do reconhecido humorista português de stand-up comedy, Pedro Tochas, com um espectáculo intitulado “Ser sisudo não é sinal de competência, é só sinal de que se é sisudo”, onde arrancou muitas gargalhadas aos presentes. No dia 25 de Março foi abordado o presente e o futuro do mercado de material eléctrico. Pedro Dionísio, do ISCTE-IUL, apresentou o estudo AGEFE_ISCTE de quantificação do mercado português de material eléctrico. Em seguida, para além da caracterização do mercado de material eléctrico em Espanha, colocou-se a questão de saber o futuro modelo de negócio para a distribuição de material eléctrico, à qual Pedro Fernandez, Presidente da ADIME – Asociación de Distribuidores de Material Eléctrico e Anton Chust

da AME Material Eléctrico responderam com casos concretos. Neste evento marcaram presença os maiores grossistas, distribuidores e fabricantes, e importadores de material eléctrico presentes no mercado português.

Renovar para dinamizar e melhorar a segurança Paes Afonso, Director-Geral da AECOPS (Associação de Empresas de Construção, Obras Públicas e Serviços) abordou o potencial do mercado da reabilitação, e indicou a aposta na eficiência energética como sendo um ponto fundamental devido à consequente redução na factura energética. Paes Afonso explicou “a aposta na eficiência energética irá alterar comportamentos, valorizar a energia, adoptar abordagens integradas e alterar o factor de ‘ciclo de vida dos edifícios.’” A AECOPS pretende dinamizar a reabilitação e modernização de edifícios públicos, criar e reforçar incentivos fiscais, estimular o mercado de arrendamento e aplicar apoios e incentivos à reabilitação, simplificar a legislação e agilizar os procedimentos. Carlos Botelho, Director-Geral da Certiel (As-

sociação Nacional Inspectora de Instalações Eléctricas – ANIIE), explicou a importância da remodelação nas instalações eléctricas porque garantem uma maior segurança, um maior conforto para os utilizadores, uma redução no consumo de energia, uma maior qualidade da iluminação, e simultaneamente, dinamiza a economia e cria emprego. Se não houver renovação aumentam os riscos de incêndio e perdas eléctricas por sobreaquecimento. Mas Carlos Botelho alertou que não há uma cultura de manutenção e uma obrigação legal que imponha uma verificação periódica das instalações eléctricas.

Iluminação e a eficiência energética A iluminação, a revisão do RSECE (Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatização em Edifícios) e a certificação de edifícios foram os temas abordados por Dinis Rodrigues da ADENE – Agência para a Energia. Explicou as funções do Grupo de Integração e Coordenação, da Comissão Executiva, e do Conselho Consultivo, destacou os novos desafios implícitos na Directiva 2010/31/UE e que implicam um indicador


FEIRAS . CONFERÊNCIAS

calendário

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feira

temática

local

data

contacto

Elektro 2011 Feira Internacional de Electrotecnia Moscovo 6 a 9 Junho 2011 e Electrónica Rússia MAQUITEC 2011 Feira de Máquinas e Tecnologia Barcelona 7 a 11 Junho 2011 para a Indústria Espanha

ZAO Expocentr centr@expocentr.ru www.expocentr.ru

Intersolar 2011 Feira de Energia Solar Munique 8 a 10 Junho 2011 Alemanha

Solar Promotion info@intersolar.de www.intersolar.de

Guangzhou Int. Feira Internacional de Iluminação Guangzhou 9 a 12 Junho 2011 Lighting Exhibition e Material Eléctrico China

Mesago Messe Frankfurt info@hongkong.messefrankfurt.com.hk www.messefrankfurt.com.hk

Mach Tool 2011 Feira de Máquinas-Ferramenta Poznan 14 a 17 Junho 2011 Polónia Netcom 2011 Feira e Congresso sobre Redes São Paulo 28 a 30 Junho 2011 Brasil e Telecomunicações

Pozman International Fair info@mtp.pl www.mtp.pl/en

Seguriexpo Exposição de Segurança Integral Buenos Aires 6 a 8 Julho 2011 Argentina

Indexport Messe Frankfurt seguriexpo@indexport.com.ar www.indexport.com.ar

Semicon West 2011

SEMI ischade@semi.org www.semiconwest.org

Conferência e Exposição dedicada S. Francisco 12 a 14 Julho 2011 a Equipamentos, Materiais e Serviços EUA de Semi-Condutores

Mec Show 2011 Feira de Metalomecânica, Energia e Automação

Espírito 19 a 22 Julho 2011 Santo Brasil

Fira de Barcelona info@firabcn.es www.firabcn.es

ArandaNet eventos@arandanet.com.br www.arandanet.com.br

Milanez & Milaneze mecshow@milanezmilaneze.com.br www.milanezmilaneze.com.br

EPE 2011 Conferência Europeia de Electrónica Birmingham 30 Agosto a de Potência e Controlo Reino Unido 1 Setembro 2011

EPE Association info@epe2011.com www.epe2011.com

Baltic Build Feira Internacional de Electrotecnia S. Petersburgo 17 a 20 Maio 2011 e Electrónica Rússia

Lenexpo webmaster@lenexpo.ru www.mvk.ru/eng

Power Expo Solar Feira de Energia Solar Saragoça 27 a 29 Setembro 2011 Espanha

Feria de Zaragoza info@feriazaragoza.com www.feriazaragoza.com/solar_power.aspx

SOLAR POWER Convenção de Energia Solar Texas 17 a 20 Outubro 2011 INTERNATIONAL EUA

Solar Power International plangdon@solarenergytradeshows.com www.solarpowerinternational.com

Concreta Feira de Construção Civil Porto 18 a 22 Outubro 2011 Portugal

Exponor concreta@exponor.pt www.concreta.exponor.pt

Endiel Feira de Engenharia Electrotécnica Porto 18 a 22 Outubro 2011 Portugal

Exponor concreta@exponor.pt www.concreta.exponor.pt


DOSSIER

revista técnico-profissional

o electricista

PROTAGONISTAS

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ABC DOS OSCILOSCÓPIOS – 5.ª PARTE: ESTADO DA TECNOLOGIA Mário Jorge de Andrade Ferreira Alves, Instituto Superior de Engenharia do Porto aplicações para câmaras termográficas - Detecção de desequilíbrio eléctrico e sobrecargas AresAgante, Lda. análise dinâmica de ECOS em redes de distribuição TDT Rui Ramos, Dec.Medida S.A.

dossier

instrumentação e medida


DOSSIER

revista técnico-profissional

o electricista

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Mário Jorge de Andrade Ferreira Alves Dep. de Engenharia Electrotécnica Instituto Superior de Engenharia do Porto

ABC do osciloscópio

{5.ª Parte › Estado da Tecnologia}

(continuação da última edição)

1› Considerações Iniciais São diversos os tipos de osciloscópios existentes na actualidade. Neste contexto, os osciloscópios analógicos têm vindo a cair em desuso, dado o aparecimento de alguns osciloscópios de amostragem (“reais” e “virtuais”) com muito mais potencialidades e custos aproximados. Os osciloscópios analógicos utilizam-se sobretudo quando existem fortes restrições orçamentais, nomeadamente a nível de instituições (e.g. de ensino) que têm que dotar os seus laboratórios com uma grande quantidade de equipamentos, com orçamento limitado. Note-se porém que a aquisição de competências na utilização de um osciloscópio analógico habilita uma apreensão rápida das funcionalidades adicionais de um osciloscópio de amostragem. Podemos mesmo considerar que a função ‘autoset’ dos osciloscópios de amostragem torna a sua utilização mais simples do que a de um osciloscópio analógico, independentemente de todas as funções e potencialidades adicionais que possamos encontrar. Alguns fabricantes destacam-se por estabelecerem os referenciais do estado da

São diversos os tipos de osciloscópios existentes na actualidade. Os osciloscópios analógicos têm vindo a cair em desuso, dado o aparecimento de osciloscópios de amostragem com muito mais potencialidades e custos aproximados.

arte nestas tecnologias, disponibilizando osciloscópios de amostragem “topo de gama”. São os casos da Tektronix, Lecroy e Agilent (antiga Hewlett Packard). Dado que a concorrência a nível de osciloscópios de baixa gama é muito forte, estes fabricantes apostam em modelos para aplicações especiais, tais como análise de barramentos de comunicação em computadores e análise da integridade dos sinais em redes de comunicação. Disponibilizam por isso larguras de banda extremamente elevadas, adequadas para analisar sinais de altas frequências tais como os existentes numa rede Gigabit Ethernet. Um mercado em franca expansão é o dos osciloscópios “virtuais” (baseados em computador), existindo um número crescente de modelos e fabricantes, tanto de módulos de entrada/saída (I/O) externos como de placas de I/O internas. Existem também algumas soluções (não comerciais) de osciloscópios baseados na placa de som dos PCs, mas que apresentam fortes limitações. Existem também alguns simuladores de os-

ciloscópio disponíveis. Os simuladores de osciloscópio representam virtualmente um osciloscópio no PC, normalmente incluindo um gerador de sinais (também virtual) para servir de fonte de sinal. Os simuladores de osciloscópio são normalmente utilizados para fins comerciais (demonstrações) e/ou para fins de aprendizagem. No resto desta parte apresentam-se e comparam-se as características principais de alguns tipos de osciloscópios, nomeadamente de baixo custo, topo de gama e baseados em computador. Note-se que as características foram obtidas a partir dos websites indicados para cada caso. Note-se que a largura de banda de alguns osciloscópios de amostragem anunciadas pelos fabricantes não parecem realistas, dado que as frequências de amostragem não são suficientemente elevadas para isso ser verdade. Tal como foi já referido numa das partes já publicadas, a frequência de amostragem deve ser pelo menos 5 vezes superior à maior componente frequencial do sinal em análise.


DOSSIER

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o electricista

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AresAgante, Lda.

aplicações para câmaras termográficas

{Detecção de desequilíbrio eléctrico e sobrecargas}

As imagens térmicas são uma ferramenta simples para identificar diferenças de temperatura em circuitos eléctricos trifásicos industriais, comparativamente com as suas condições normais de funcionamento. Ao inspeccionar o gradiente térmico das três fases lado a lado, os técnicos podem localizar rapidamente anomalias no funcionamento dos circuitos, devido a sobrecargas ou desequilíbrios. Um desequilíbrio eléctrico pode ser causado por diversos factores: um problema no fornecimento de energia, tensão baixa numa fase, ou uma avaria na resistência do isolamento nos enrolamentos do motor. Mesmo um pequeno desequilíbrio de tensão pode deteriorar as ligações, reduzindo a quantidade de tensão fornecida enquanto que os motores e outros equipamentos vão utilizar corrente em excesso, fornecer um binário mais baixo (com o respectivo esforço mecânico associado) e falhar mais cedo do que era previsto. Um desequilíbrio grave pode queimar um fusível, reduzindo todas as operações do sistema a apenas uma fase do circuito. Ao mesmo tempo, a corrente resultante do desequilíbrio das fases regressará pelo neutro, fazendo com que a utility fornecedora aplique coimas pela utilização de picos de potência. Na prática, é virtualmente impossível equilibrar de forma perfeita a tensão nas três fases. Para ajudar os utilizadores do equipamento a determinar níveis aceitáveis

de desequilíbrio, a Natural Electrical Manufacturers Association (NEMA) publicou especificações para vários tipos de dispositivos. Estas normas são uma importante base de comparação durante os procedimentos de manutenção e a correcção de avarias.

O que verificar? Capturar imagens térmicas de todos os painéis eléctricos e outros pontos de ligação de cargas elevadas, como accionadores, desconectores, controlos, entre outros. Onde encontrar temperaturas mais elevadas do que o normal, deve seguir o circuito correspondente e examinar os sectores e cargas associados. Verificar os painéis eléctricos e outras ligações sem qualquer cobertura exterior. O mais recomendado é verificar os dispositivos eléctricos após a fase de aquecimento e num estado de funcionamento estável, com pelo menos 40% da sua carga típica. Desta forma, as medições podem ser avaliadas e

comparadas com as condições normais de funcionamento.

O que procurar? Cargas iguais devem gerar temperaturas iguais. Numa situação de carga desequilibrada, as fases com maior carga irão aparecer mais quentes do que as outras, devido ao calor gerado pela resistência. No entanto, uma carga desequilibrada, uma sobrecarga, uma má ligação, ou um desequilíbrio harmónico podem criar um padrão semelhante. Medir a carga eléctrica é imprescindível para diagnosticar o problema. Nota: Um circuito com uma temperatura inferior à normal pode indiciar uma falha num dos componentes do sistema. Nestes casos o mais recomendável é criar uma rotina regular de inspecção, que inclua todas as principais ligações eléctricas. Com a utilização do software que é fornecido com a câmara termográfica, guarde no computador todas as imagens captadas e siga as medições ao longo do tempo. Desta forma


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o electricista Rui Ramos Promax S.A., representada em Portugal por Dec.Medida S.A.

análise dinâmica de ECOS

{em redes de distribuição TDT}

A Televisão Digital Terrestre (TDT) utiliza um sistema de transmissão baseado na norma DVB-T. A parte mais relevante desta norma cobre a utilização de um sistema de modulação, COFDM, desenvolvido para garantir a solução para a difusão do sinal digital de televisão com especial cuidado nas reflexões múltiplas. No caso Português, é utilizada a mesma frequência para os distintos emissores que cobrem Portugal Continental e a Região autónoma da Madeira (Inicialmente no canal 67, actualmente a ser gradualmente alterado para o canal 56), e um regime ‘misto’ na Região autónoma dos Açores (um plano que actualmente cobre 6 canais, respectivamente canal 47, 48, 55, 56, 61 e 64). As redes que utilizam a mesma frequência para distintos emissores são designadas como ‘Redes de Frequência Única’ ou SFN. A modulação COFDM inclui igualmente mecanismos que garantem a preservação da qualidade do sinal nas redes SFN, levando em conta que, para além das reflexões típicas da transmissão terrestre, na maioria dos locais iremos certamente receber sinal proveniente de mais do que um transmissor simultâneamente. As redes que não cobrem uma dada área geográfica com emissores sintonizados na mesma frequência são designadas como redes multi-frequência ou MFN.

O princípio básico é o de, sabendo que serão produzidas reflexões (ecos) durante a transmissão, os tempos de pausa ou intervalos de guarda permitirão que estes ecos se desvaneçam e não afectem a recepção do sinal de forma negativa. Comparando com o que acontece na propagação sonora, seria como tocar notas num piano deixando intervalos de silêncio entre cada nota para garantir que os seus sons não se misturassem. A TDT utiliza vulgarmente um intervalo de guarda de 112 us. (para um tempo útil de símbolo de 896 us, com codificação 8k COFDM, e taxa máxima de símbolo (Bit Rate) atingível de cerca de 22 Mbit/s), GI = 1 / 8. Em geral podemos afirmar que os ecos recebidos dentro do intervalo de guarda não afectam negativamente a recepção do sinal, em oposição do que se passa com os que chegam fora do mesmo. Para aumentar a capacidade de transmissão e de alguma forma para compensar os símbolos ‘lentos’ e ciclos de pausa, a COFDM envia os dados em ‘paralelo’, utilizando milhares de pequenas sub-portadoras dentro da largura de banda do canal. Seguindo com o exemplo anterior, seria algo como tocar acordes, ao invés de notas discretas.

A modulação COFDM está baseado no princípio de enviar pequenas quantidades de informação de forma pulsada, alternando entre tempos de actividade e de pausa. A duração do ciclo total, designado por ‘symbol time’, é de um milisegundo (1 ms). Os tempos de pausa são designados como intervalos de guarda (GI).


nota técnica

normalização dos quadros eléctricos Josué Morais Director Técnico

Em 1976, na falta de normalização específica para os quadros eléctricos mais comuns da alimentação de instalações eléctricas do tipo colectivo, a partir da rede de distribuição, foram editadas pelo IPQ as normas NP-1270, NP-1271 e NP-1272, respectivamente para as portinholas, os quadros de coluna e as caixas de coluna. Estas normas estabeleceram um padrão construtivo de tipologia “Quadro de Caixas”, que se mantiveram e aplicaram por mais de 30 anos. As novas Regras Técnicas (RTIEBT, 2006), vieram trazer uma nova abordagem da regulamentação eléctrica, focalizando-a nas normas internacionais aplicáveis. Nas mesmas Regras Técnicas e na Parte 8, as tipologias aplicáveis às instalações colectivas prevêem a utilização de quadros de distribuição de piso que se distanciaram das soluções previstas na Norma NP-1272, deixando então de existir uma configuração de caixa de coluna aplicável àquela tipologia. Na verdade existia já um vazio, na medida em que para mais de 4 entradas (limite das NP-1272) tínhamos de utilizar múltiplas caixas de coluna em paralelo. Esta nova possibilidade de configurar um “quadro de distribuição de entradas” veio trazer uma mais-valia ao dimensionamento e desenho das colunas eléctricas dos edifícios.

os quadros se inserem), a EN 60439. Esta disposição estará na base da revogação das Normas NP-1271 e NP-1272, segundo se constata no website do IPQ. Assim ficamos com maior flexibilidade no dimensionamento e desenho dos quadros a aplicar em instalações colectivas à luz da normalização aplicável.

Segundo as RTIEBT, à data da sua publicação aplicar-se-iam então as disposições contidas na norma dos conjuntos de aparelhagem (onde

Estas disposições actualizam automaticamente as Regras Técnicas que delas dependem na sua área de especialidade.

Porém, foi recentemente revogada a norma EN 60439, substituída pela nova norma aplicável aos conjuntos de aparelhagem de baixa tensão, a CEI 61439 (2009). Esta norma tem seis partes, CEI 61439-1 até CEI 61439-6, substituíndo idênticas partes (nem todas coincidentes) da anterior norma. No que respeita aos quadros de distribuição, a parte 3 (CEI 61439-3) é a parte que se aplica, entre outros, aos quadros de distribuição onde se enquadram os do tipo “caixa de coluna”. Relativamente ao desenho e ensaios dos quadros foram introduzidas novas regras, nalguns casos mais simples e de observância mais simplificada, bastando o desenho e construção de acordo com a norma em vigor.

ARTIGO TÉCNICO a rede de frio e calor do Parque das Nações 105 casos práticos para renovação de instalações 109 gestão de edifícios: detectores de presença com KNX e DALI, detector de fumos e sensor da qualidade do ar 111 dossier gestão técnica de edifícios e domótica 115 ARTIGO TÉCNICO-COMERCIAL APC BY SCHNEIDER Electric suporta Aeroporto de Heathrow 133 IMPULSER: tecnologia de sensores radioeléctricos 137 ABB “Smart Metering”: o quadro do contador como centro de contagem e de comunicação 141 FICHA FORMATIVA DE iluminação eficiência energéticana iluminação pública: 2.ª parte 143 FORMAÇÃO 149 ited ficha técnica n.º 14 155 CONSULTÓRIO ELECTROTÉCNICO 159


ARTIGO TÉCNICO

revista técnico-profissional

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o electricista João Castanheira Director Geral da Climaespaço

a rede de frio e calor do Parque das Nações Os edifícios de habitação e serviços consomem praticamente dois terços da electricidade utilizada no nosso país, sendo cada vez maior a parcela destinada ao conforto térmico. Neste contexto, as redes urbanas de frio e calor assumem um papel cada vez mais relevante, sendo crescente o número de cidades que apostam neste tipo de infra-estruturas. Em Portugal, o primeiro e ainda único sistema deste tipo surgiu em 1998, no âmbito do projecto da EXPO’98. Num quadro de forte competitividade como aquele em que vivemos, a afirmação das cidades passa cada vez mais pela definição de uma estratégia de desenvolvimento sustentável, centrado na preservação do ambiente e na valorização do património. É certo que, em matéria de eficiência energética, Portugal tem dado passos significativos no domínio legislativo, merecendo especial destaque a melhoria da regulamentação aplicável aos imóveis e a implementação do sistema de certificação energética de edifícios.

Porém, a verdade é que as exigências de conforto térmico são cada vez maiores, pelo que o recurso a sistemas de aquecimento e climatização se tornou uma necessidade básica. Em consequência, o consumo de energia associado à climatização cresceu exponencialmente ao longo das últimas décadas.

Por outro lado, as fachadas e as coberturas dos edifícios foram literalmente invadidas por aparelhos de ar-condicionado. Nem mesmo edifícios classificados e zonas históricas são poupados à profusão de condensadores, torres de arrefecimento, chaminés e outros equipamentos de climatização, que descaracterizam e empobrecem as nossas cidades.

Os edifícios de habitação e serviços consomem praticamente dois terços da electricidade utilizada no nosso país, sendo crescente a parcela destinada ao conforto térmico. E apesar do relevante investimento em energias renováveis, a maior parte da electricidade que consumimos continua a resultar da queima de combustíveis fósseis, sobretudo carvão e gás.

Neste contexto, as redes urbanas de frio e calor assumem um papel cada vez mais relevante, sendo crescente o número de cidades que apostam neste tipo de infra-estruturas.

Os edifícios são, por isso mesmo, responsáveis por uma parcela muito importante das emissões de CO2, contribuindo decisivamente para aquele que é o maior problema ambiental do nosso tempo, as alterações climáticas. Na cidade de Lisboa, por exemplo, os edifícios estão na origem de quase 60% das emissões totais de CO2, ultrapassando largamente o sector dos transportes.


ARTIGO TÉCNICO

revista técnico-profissional

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o electricista ABB (Asea Brown Boveri), S.A. Low Voltage Products

casos práticos para renovação de instalações As soluções com base na radiofrequência oferecem novas alternativas nos projectos de renovação, levando a significativas poupanças relativamente a outras opções, uma vez que permitem evitar obras e retirar cabos, sendo possíveis em qualquer superfície da habitação. Colocar um interruptor onde é necessário, sem obras ou cablagens. A solução ideal para fazer obras de ampliação na habitação, e muito útil em reformas e espaços com barreiras arquitectónicas ou materiais que bloqueiem a passagem dos cabos. O instalador substituirá o mecanismo tradicional já instalado por um mecanismo inteligente, aproveitando a alimentação através da cablagem já existente. Esse elemento comunica com um emissor por radiofrequência que se pode colocar onde desejar, dado que é alimentado a pilhas. Desta forma evitam-se cablagens até ao novo ponto de accionamento.

função de “Off total”, ou um cenário de projecção, de leitura, entre outros. As soluções de radiofrequência são também bastante indicadas em locais de trabalho, dada a comodidade conferida pelo aumento de pontos de accionamento e proximidade de interruptores, e pela possibilidade de colocação em divisórias de vidro, de materiais em plástico ou têxtil, mobiliário de escritório, e outros; › Lar acessível: existe, frequentemente, a necessidade de fazer adaptações ou renovações nas habitações de modo a oferecer maior comodidade a uma pessoa mais velha ou doente. A radiofrequência facilita esta tarefa, colocando os pontos de accionamento “à mão”, já que o emissor alimentado a pilhas pode ser colocado em qualquer lugar: por cima da cama ou sofá ou mesmo nas suas mãos.

Vantagens › Poupança de tempo e de custos. Ao evitar uma cablagem adicional, poupa-se o tempo de execução especializada e custos que uma renovação implicam, para além do incómodo e detritos causados pelas obras; › Máxima flexibilidade para instalar elementos de accionamento em qualquer local, uma vez que podem existir variações na configuração e utilização dos espaços de uma habitação ao longo do tempo; › Instalação em qualquer local, incluindo em pontos até hoje impensáveis, como colunas ou paredes mestras, paredes de valor histórico, superfícies em materiais de difícil perfuração (pedra, aço, vidro, cimento, entre outros); › Diversidade de aplicações na habitação e em instalações de terceiros. As aplicações são inúmeras: ampliação de pontos de accionamento em qualquer local na habitação, centralização de persianas, adicionar um termóstato no local mais adequado, uma

caso prático 1 Acrescentar um accionamento num quarto sem realizar obras Necessidade: um quarto com uma cama de casal. Dispõe de dois interruptores à entrada do quarto e outros dois num dos lados da cama, para a luz geral e para a iluminação das mesasde-cabeceira. Deseja-se acrescentar um ponto de accionamento sem necessidade de fazer obras. Solução simplificada: substituição dos dois comutadores por dois interruptores de dois relés, com dois botões de dois canais. Colocação de um emissor alimentado a pilhas de dois canais no local desejado (por exemplo, sobre a mesa-de-cabeceira ou na cabeceira da cama).


ARTIGO TÉCNICO

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o electricista

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Nelson Silva Pronodis – Soluções Tecnológicas, Lda.

gestão de edifícios

{Detectores de Presença com KNX e DALI, detector de fumos e sensor da qualidade do ar} DALI – Die einfache und vielseitige digitale Beleuchtungslösung

DALI ist die Bezeichnung eines internationalen Standards, der speziell für die digitale Beleuchtungssteuerung konzipiert wurde. DALI bietet eine einzige Schnittstelle für alle elektronisch gesteuerten Lichtquellen in einem einfach zu installierenden und vielseitigen System. DALI bietet die nahezu unbegrenzte Skalierbarkeit von Lichtsteuerungssystemen.

DALI – Die einfache und vielseitige digitale Beleuchtungslösung Para facilitar a gestão de edifícios foi criada uma nova gama de

DALI ist - dank Energieeinsparungen – kosteneffizient und ganz einfach zu bedienen. DALI wurde von den führenden europäischen Leuchtenherstellern entwickelt und hat sich rund um den Globus einen festen Platz erobert.

OSRAM GmbH

detectores de presença, aliados a várias interfaces, nomeadamente, DALI ist die Bezeichnung eines internationalen Standards, der speziell füredie digitale Beleuchtungssteuerung DALI KNX. Desenvolveu-se ainda umkonzipiert detector wurde. de fumos e um sensor qualidade do ar.Schnittstelle für alle elektronisch gesteuerten Lichtquellen DALIda bietet eine einzige in einem einfach zu installierenden und vielseitigen System.

Essa gama de detectores de presença, possui 4 tecnologias de sensores – 2 variantes de infravermelhos e 2 variantes de alta frequência – todos eles com uma detecção quadrática, podendo ser fornecidos com várias interfaces, das quais se destacam a DALI e KNX. Para facilitar a gestão, mas principalmente olhando ao bem-estar do utilizador, criaram-se ainda dois detectores com particularidades diferentes dos outros 4 desta gama, são eles: o detector de fumos e o sensor da qualidade do ar.

bietet unbegrenzte Skalierbarkeit von Lichtsteuerungssystemen. DALIDALI (Figura 2) é a die siglanahezu de “Digital Addrespara cada situação; sable Lighting É uma interface de › dimar a luminosidade lâmpadas, quer DALI ist Interface”. - dank Energieeinsparungen – kosteneffi zientdas und ganz einfach zu bedienen. padrão internacional, que foi especificada no conjunto, quer em cada uma; pelaDALI normawurde IEC 60929. › quando a corrente é maior, torna-se fácil von den führenden europäischen Leuchtenherstellern entwickelt und hat sich rund um den Globus einen festenasPlatz erobert. identificar lâmpadas estragadas; › fácil instalação. Pode conferir-se através das descrições anteriores, que a Interface DALI pode ser usada de forma a simplificar o nosso dia-a-dia. Figura 2 . DALI.

A principal característica desta Interface é a possibilidade de dimar a luminosidade das lâmpadas. OSRAM GmbH

1› Interface DALI

Figura 1 . Interface DIM digital.

Cada componente da interface DALI possui um endereço, fazendo com que seja possível comunicar com cada componente, tendo um fluxo de informação bidirecional. A interface comanda o nível de iluminação das lâmpadas, e permite ainda, obter informações das condições dos aparelhos ligados na rede. É de fácil instalação: precisa apenas de um cabo de dois fios simples entre as várias unidades no sistema. Vantagens da Interface DALI: › ligação individual de cada lâmpada; › podem criar-se grupos de lâmpadas; › possibilidade de criar cenários diferentes

Trouxe-se ao mercado a possibilidade de se ter um detector de presença que, para além da sua forma quadrática, conjugado com esta interface (Interface DIM digital – Figura 1), consegue-se a comunicação com o sistema DALI, regulando até 2 saídas. Esta interface é utilizada em soluções de iluminação para fazer o controlo da luminosidade constante ou básica, por exemplo em vãos de escadas ou corredores onde a luz tenha de ser no minímo 10%.

2› Interface KNX O sistema KNX (figura 4) é o melhoramento do sistema EIB e foi desenhado de forma a poder ser encadeado em rede, com diversos componentes fazendo a automatização de edifícios como escritórios,


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PROTAGONISTAS

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a componente da segurança na domótica Alexandre Chamusca edifícios inteligentes Paulo Martins, ATEC domótica e a requalificação de edifícios José Luís Faria, Touchdomo

dossier

gestão técnica de edifícios e domótica


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o electricista Alexandre Chamusca Consultor Soluções Técnicas Integradas

a componente da segurança na domótica

Associada ao conceito de comando e controlo dos diversos níveis de conforto em casa, a palavra “Domótica” ou “Casa Inteligente” passou a fazer parte do vocabulário do português moderno. Mas como é que se consegue tornar uma casa inteligente?

Um termóstato que liga um aquecedor, um atendedor de chamadas que grava uma mensagem quando ninguém está em casa ou um vídeo que começa a gravar à hora programada, são alguns dos automatismos já disponíveis na maioria das casas, para as pessoas aumentarem o seu conforto e bem-estar. No entanto, estes automatismos não são nada, comparados com aquilo que já é possível dispor para se optimizar o conforto, aumentando significativamente o bem estar e diminuindo o esforço (físico e financeiro), salvaguardando-se ao mesmo tempo aspectos cada vez mais imprescindíveis como o da segurança e das comunicações, caminhando-se cada vez mais ao encontro dos conceitos fundamentais da: Domótica.

O que é a Domótica? Por definição, automação refere-se a um sistema ou método pelo qual é possível realizar e controlar eventos sem um pensamento consciente. A automação doméstica (domótica), ou a Casa Inteligente, usa esses

princípios aplicados à habitação particular e colectiva. Tornar uma casa inteligente significa instalar sistemas electrónicos capazes de substituir inúmeras operações manuais, mediante determinadas condições lógicas. Esses sistemas devem “decidir” acções automáticas que se traduzem em acções particularmente úteis, do ponto de vista de segurança e conforto na habitação. Com a evolução da electrónica e a gradual sofisticação dos sistemas de alarme, os autómatos dedicados a funções de segurança passaram a integrar funções complementares quer ao nível da sua programação, com rotinas de lógica, quer ao nível do “hardware”, como actuar saídas de relé e “aceitar” interfaces de comando com protocolos específicos de domótica. A evolução “natural” destes sistemas electrónicos veio proporcionar combinações interessantes e economias de escala significativas ao nível da cablagem, mão-de-obra da instalação e programação e dos equipamentos envolvidos.

Segurança electrónica – A estrutura de base da Domótica… Hoje um sistema de segurança além da detecção de intrusão, pode perfeitamente integrar a função de controlo de acessos de uma ou mais portas, com cartão e/ou etiquetas de proximidade, detecção de incêndio, detecção de fugas de gás, corte automático do gás e/ou água em caso de alarme técnico, accionamento automático de circuitos de iluminação (quer por programação horária, quer por detecção de presença coincidente com falta de luz), accionamento de aparelhos (termoacumulador, bomba de água, radiadores eléctricos, estores motorizados, entre outros). Para o cliente (utilizador) esta evolução tornou exequível determinadas aplicações e acessíveis os seus consequentes benefícios que, de outra forma, quer por uma questão de custos, quer de oportunidade de instalação, estariam totalmente fora de questão. Assim, quem decide a compra passou a ter a capacidade de compreender além da ne-


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Paulo Martins ATEC

edifícios inteligentes Verificamos continuamente constantes mudanças e avanços na ciência e na tecnologia que invadem todas as esferas da sociedade. A arquitectura não escapa a esta evolução e vai, portanto, acompanhando o desenvolvimento da informática, o desenvolvimento técnico dos diferentes sistemas de controlo e das novas tecnologias da comunicação que se encontram envolvidos num prédio. Surge assim o conceito de Edifícios Inteligentes. Os Edifícios Inteligentes devem ter certas características que os distinguem como tais, nomeadamente: › Flexibilidade; › Segurança; › Conforto; › Altamente rentáveis e ecológicos. Na concepção do projecto é necessário considerar o local e a sua envolvente, a localização, orientação, forma e desenho das estruturas, o tipo de materiais de construção e acabamentos. É igualmente imprescindível integrar o uso de elementos naturais, tais como dispositivos de controlo do clima, quer para desumidificar, sombrear ou controlar o vento, quer para controlo de iluminação. Um Edifício Inteligente deve ser integrado no meio ambiente no qual está inserido, tanto no seu interior como no exterior para produzir assim um menor impacto, tirando partido de todos os sistemas naturais que possam existir (refrigeração passiva, ventilação e iluminação natural), sendo estes completados por eficientes sistemas electrónicos e electromecânicos que vulgarmente designamos por sistemas de Domótica.

DOMÓTICA O conceito de Domótica em si é relativamente recente, no entanto, não é na tecnologia que este conceito é inovador, mas sim na aplicação da tecnologia automática à vida doméstica e profissional. A evolução da Domótica resulta em dois conceitos diferentes. Por um lado, temos o conceito de Automação Residencial ou Home Automation, sistemas que ‘comandam de forma automática’ toda a vida no edifício, isto é, que gerem e controlam acções e consumos, fornecendo relatórios detalhados sobre o consumo e a poupança, dando

prioridade a umas acções sobre outras. Transmite aos habitantes do edifício a sensação de que estão a viver com um ‘administrador’, que os liberta das rotinas diárias (abrir ou fechar estores, ligar luzes de forma automática, ajustar a temperatura correctamente, efectuar leituras automáticas da água, electricidade e gás). O edifício é dotado de vida própria, capaz de controlar funções, desencadear acções, simular cenários e rotinas de habitabilidade quando os habitantes estão de férias. Na ausência dos habitantes consegue comunicar tentativas de intrusão, estabelece contacto com as autoridades e organismos competentes quando ocorre um alarme de incêndio, de inundação, fuga de gás, entre outros. Por outro lado, existe a Gestão Técnica de Edifícios ou Building Management Systems, isto é, sistemas de controlo e de gestão de edifícios. A Gestão Técnica de Edifícios permite efectuar a gestão e monitorização de toda a infra-estrutura, sistemas de segurança e sistemas


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o electricista José Luís Faria Touchdomo, Lda jose.faria@touchdomo.com

domótica e a requalificação de edifícios O presente artigo foi elaborado sob o ponto de vista do integrador. Por outras palavras, procurou-se realizar uma aproximação da realidade prática a nível de implementação das tecnologias domóticas em edifícios, ao dar uma linha de conhecimento abrangente e ao mesmo acessível aos leitores, que muitas das vezes esse tema acaba por transmitir conceitos errados. Para a elaboração deste artigo técnico foi necessário adoptar uma estrutura que possibilitasse fornecer um estudo teórico-prático, transversal e equilibrado, das diferentes tecnologias domóticas. Inicialmente realizou-se um pequeno estudo teórico das tecnologias domóticas mais relevantes, de uma forma transversal e resumida (Capítulo 2). Em função do estudo teórico do capítulo anterior, no Capítulo 3 realizou-se uma análise mais prática, em que ao invés de abordar um caso prático existente, de grandes instalações com o seu valor emblemático, optouse por utilizar como modelo o edifício F do Instituto Superior de Engenharia do Porto e apresentar uma das soluções possíveis de implementação de tecnologias domóticas em edifícios já existentes (aplicação do conceito de requalificação de edifícios). Depois da exposição do caso prático, expôsse o futuro e oportunidades de mercado, a domótica ou sistema de gestão técnica centralizada, mais focalizado para o mundo académico (Capítulo 4).

Por fim, são tecidas as conclusões e considerações finais do artigo (capitulo 5).

poupança energética e de gestão. Por isso mesmo, tornou-se mais rentável implementá-la nos edifícios actuais, construídos de raiz ou requalificados.

1› Introdução “Os edifícios que são planeados e funcionam de forma eficaz ao nível energético já não são novidades exclusivas. Até a designação um edifício inteligente começa a perder a sua natureza exótica. Ambas as tendências estão agora a revolucionar a arquitectura cada vez mais ambiciosa e a abrir caminho na luta mundial contra as alterações climáticas.”

As vantagens que a domótica apresenta serviram como reforço motivador da elaboração da dissertação: › Edifícios/empresas: eficiência energética, segurança, e outros; › Habitações particulares: conforto, segurança e incremento do valor das habitações, devido ao luxo e ostentação que exibem.

As tecnologias de domótica (também conhecida como “automação de edifícios”) existem já há algumas décadas. Contudo, essas tecnologias sempre estiveram associadas a habitações particulares de alto nível ou a edifícios e instalações fabris de grandes empresas.

Actualmente a área da domótica (automação de casas e edifícios) encontra-se em franca expansão, com principal relevância nos países mais desenvolvidos, com um crescimento de mercado de mais de 10% ao ano.

Mas a partir do momento em que ocorreu a actual crise energética (início do Século XXI), em que o aumento da procura dos combustíveis fósseis não acompanhava a oferta, a domótica ganhou mais relevância, pelas vantagens que apresenta a nível de

2› Estado da arte das tecnologias domóticas Quer se trate do Terminal 5 do aeroporto de Heathrow, ou de uma habitação comum, uma norma uniforme para o controlo de diversos dispositivos existente dentro de um


FICHA FORMATIVA DE ILUMINAÇÃO

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eficiência energética na iluminação pública {2.ª parte} Publicamos a segunda parte do documento “Eficiência Energética na Iluminação Pública”, resultado da colaboração e envolvimento de várias entidades relevantes para o sector da Iluminação Pública em Portugal. Tem por objectivo estabelecer uma série de parâmetros técnicos que deve seguir um projecto de IP, para se obter uma maior eficiência energética desta tipologia de instalações e, consequentemente, conduzir a uma diminuição das emissões de CO2. 3› CLASSIFICAÇÃO DA VIA E NÍVEIS MÍNIMOS DE REFERÊNCIA Para a classificação das instalações haverá dois grupos: › Iluminação pública funcional; › Iluminação decorativa. Nota: Pelos motivos já enunciados anteriormente a iluminação decorativa não será considerada neste documento.

3.1› Iluminação Pública Funcional Para estabelecer as condições adequadas de iluminação deverá ser utilizado o método simplificado preconizado na CIE 115:2010, reduzindo o número de parâmetros necessários e obviando às interpretações diversificadas a que a aplicação directa da norma EN 13201 poderia conduzir. Nos pontos seguintes serão enumeradas as classes e as metodologias para a selecção das classes de iluminação, sendo que prevalecerão sempre os documentos EN 13201 e CIE115. No final é apresentado o exemplo de selecção diferenciada de classes em diferentes horas do anexo E da CIE115.

3.1.1› Zona Fora do Perímetro Urbano Inclui todas as vias fora do perímetro urbano, incluindo vias de circulação periféricas ao tecido urbano com traçado simples (rectas e curvas largas), onde seja possível medir luminâncias.

3.1.1.1› Classes ME Para estas vias aplica-se a EN 13201, classe ME porque é possível a medição de luminâncias:

Luminância da superfície da via em condições secas

Classe da via

Deslumbramento Perturbador

Iluminação Envolvente

Luminância média Lm (cd/m2)

Uniformidade Global U0

Uniformidade longitudinal U1

Aumento limiar TI (%)

Relação Entorno SR

ME1

2,00

0,40

0,70

10

0,50

ME2

1,50

0,40

0,70

10

0,50

1,00

0,40

15

0,50

0,75

0,40

15

0,50

ME3

ME4

a b a b

0,70 0,60 0,60 0,50

Para a iluminação pública funcional, os níveis médios calculados não deverão ultrapassar 120% nem serem inferiores a 95% dos níveis de referência da Tabela anterior: › a – É permitido um aumento de 5% no valor do TI quando forem usadas fontes de iluminação com baixa luminância (lâmpadas de vapor de sódio de baixa pressão e fluorescentes tubulares, ou então fontes de luz com luminância idêntica ou inferior); › b – Significa que este critério apenas poderá ser aplicado em locais onde não existam zonas de tráfego com os seus próprios requisitos


FORMAÇÃO

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o electricista Hilário Dias Nogueira (Eng.º) com o patrocínio de IXUS, Formação e Consultadoria, Lda.

formação

{Artigo técnico formativo Nº. 15 - 2.ª parte} Neste número apresentamos a segunda parte de uma revisão sobre a Protecção para garantir Segurança com a principal dedicação às Ligações Equipotenciais.

(continuação da última edição)

547 - Condutores de equipotencialidade Nota: Os elementos condutores que não sejam susceptíveis de propagar um potencial exterior, como é o caso, por exemplo, dos aros de portas metálicas, das grelhas de ventilação e dos corrimãos metálicos das escadas podem não ser ligados ás ligações equipotenciais. A ligação das armaduras do betão armado pode ser realizada, apenas, no anel das fundações do edifício (estabelecido nas condições indicadas na secção 542.2.1.1), quando efectuada durante a construção do edifício.

547.1.1 – Condutor de equipotencialidade principal O condutor de equipotencialidade principal deve ter uma secção não inferior a metade da secção do condutor de protecção de maior secção existente na instalação, com o mínimo de 6 mm², podendo, contudo esse valor ser limitado a 25 mm², se de cobre, ou a uma secção equivalente, se de outro metal. Nota: Para as ligações equipotenciais principais veja-se também a secção 413.1.2.1.

Nota: A ligação equipotencial suplementar não é o único meio de realizar as condições de protecção (por exemplo, no esquema TN, pode ser necessária a utilização de dispositivos diferenciais).

413.1.3 Esquema TN 413.1.3.1 Todas as massas da instalação devem ser ligadas ao ponto da Alimentação ligado à terra, próximo do transformador ou do gerador da alimentação da instalação, por meio de condutores de protecção. O ponto de alimentação ligado à terra é, em regra, o ponto neutro. Se não existir um neutro ou se este não estiver acessível, deve ser ligado à terra um condutor de fase, não podendo, em caso algum, este condutor ser utilizado como condutor PEN (15). 413.1.6-(14) - A utilização de ligações equipotenciais suplementares não dispensa a necessidade de corte da alimentação por outros motivos, tais como, a protecção contra incêndio, as solicitações térmicas dos materiais, entre outros.

Nos edifícios que se desenvolvam na horizontal, em que as canalizações metálicas podem penetrar em pontos relativamente afastados uns dos outros, como é o caso das naves das fábricas, é admissível fazer diversas ligações equipotenciais principais nas proximidades dos pontos de penetração das diferentes canalizações no edifício. Nos edifícios em que uma canalização metálica penetre no interior num ponto muito afastado do quadro geral da instalação, se essa canalização for ligada localmente a um condutor de protecção, não é necessário ligá-la à ligação equipotencial principal, sendo, nesse caso, aquela ligação considerada como sendo uma ligação equipotencial suplementar (veja-se

413.1.2.2).

413.1.3.1-(15) - Recomenda-se que o condutor de protecção seja ligado à terra no maior número de pontos possível, de forma a garantir que o seu potencial permaneça, em caso de defeito, tão próximo quanto possível do da terra. Em grandes edifícios, tais como os de grande altura, não é possível, por razões práticas, fazer ligações à terra adicionais dos condutores de protecção. Contudo, as ligações equipotenciais têm, nestes casos, uma função similar. Pela mesma razão, recomenda-se a ligação dos condutores de protecção à terra no ponto em que penetram no edifício. Nota:

413.1.2.2 - Ligação equipotencial suplementar

A ligação das massas ao condutor neutro depende do esquema utilizado:

Se as condições de protecção indicadas na secção 413.1.1.1 não puderem ser verificadas numa instalação ou numa parte da instalação, deve-se fazer uma ligação local designada por ligação equipotencial suplementar (413.1.6) (14).

a) No esquema TN-C (em que um mesmo condutor desempenha as funções de condutor neutro e de condutor de protecção), a ligação das massas ao condutor PEN deve ser feita


ITED

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o electricista

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Paulo Monteiro, Formador da ATEC

ficha técnica n.º 14

{Requisitos Técnicos Gerais, segundo o manual de ITED 2.º edição de Novembro de 2009}

A adaptação dos edifícios já construídos à fibra óptica

› instalar o RG-FO no ATE superior;

1› Projecto de alteração de edifícios – ITED As infra-estruturas de telecomunicações construídas com base no Decreto Lei n.º 59/2000, e de acordo com as prescrições e especificações técnicas da 1.ª edição do manual ITED, devem considerar na elaboração do projecto e instalação a cablagem de FO. › Na elaboração do projecto da rede colectiva de cabos de FO, deve-se observar: › A rede colectiva de tubagens existente, nomeadamente as dimensões do ATE, dimensões das caixas da CM-PC e CM-CC e respectivos tubos de reserva; › Todos os espaços pertencentes à rede colectiva de tubagens, podem ser escolhidos a albergar o RG-FO, desde que permitam a instalação do secundário e dos primários, pelo menos, de dois operadores, que por sua vez devem estar de acordo com os seguintes critérios baseados na escolha privilegiada do ATE: › se o ATE for constituído por duas caixas, e se existir espaço em cada uma das caixas, por forma o secundário do RG-FO se desdobrar por cada uma, de forma a garantir o espaço necessário à instalação dos primários;

› Instalar o RG-FO em caixas das CM-PC e CM-CC adjacentes ao ATE inferior, desdobrando o primário do 2.º operador, quando não existe espaço no referido ATE;


Consultório Electrotécnico 159

revista técnico-profissional

o electricista IXUS, Formação e Consultadoria, Lda.

consultório electrotécnico O “Consultório Electrotécnico” visa esclarecer questões sobre Regras Técnicas, ITED e Energias Renováveis que nos são colocadas via email. O email consultoriotecnico@ixus.pt está também disponível no website www.ixus.pt. Aguardamos as vossas questões. Nesta edição publicamos as questões que nos colocaram entre Março e Abril de 2011. P1: Com a anulação das normas NP 1271 e NP 1272 quais são as novas normas de construção das caixas de coluna e quadros de coluna? Em relação às designações das caixas, dimensões e número de saídas (como por exemplo: CAD, CAQ, CBD e CBQ) mantêm-se? R1: A norma a aplicar será a dos quadros eléctricos: NP EN 61439. As designações que refere também foram revogadas.

P2: A norma a aplicar para os quadros eléctricos neste momento não é a EN 61439? Estive a consultar o website do IPQ e realmente a norma NP EN 60439 ainda se encontra em vigor, mas também já vi em alguns documentos de fabricantes a referência a esta nova norma (EN 61439). R2: Já temos a informação de que existe a norma IEC EN 61439, que contém 6 partes e efectivamente substituiu as EN 60439.

P3: Na realização de um projecto para um Centro de Neurociências e Biologia Celular, utilizei kits de emergência em algumas armaduras para ter iluminação antipânico, mas agora estão a dizer-me que não posso fazer isto porque as armaduras são de classe I. Este argumento tem algum fundamento? R3: A iluminação de segurança antipânico em armaduras dedicadas pressupõe que estas devem ser efectivamente da Classe II porque a protecção de pessoas contra contactos indirectos não deve actuar ao primeiro defeito (não se podem usar diferenciais). Parece-nos que no caso que refere a iluminação antipânico com kits em armaduras de iluminação normal, mesmo da classe I, em caso de disparo do diferencial, a iluminação de segurança funcionava. Porém, se o diferencial disparar fora do horário normal de funcionamento da instalação, poderá descarregar as baterias dos kits de emergência e causar perigo depois por insuficiência de car-

ga, aquando de um novo eventual disparo, agora com presença de público na instalação. Pensamos ser essa a razão porque colocam a questão das armaduras serem da classe I. O melhor é colocar armaduras da classe II ou então armaduras dedicadas à iluminação de segurança.

P4: Tenho neste momento um edificio grande para miúdos autistas para fazer. A minha questão é: as RTIEBT definem alguma coisa em especial para este tipo de edifício? R4: Também não encontramos referências específicas à presença de autistas ou a eventuais medidas. As RTIEBT referem, no entanto, que em locais frequentados por crianças ou diminuídos mentais, as tomadas devem permanecer desligadas e serem apenas ligadas para uso efectivo.

P5: Tenho neste momento um projecto para acolher/tratar miúdos autistas. Estive a analisar o regulamento novo e não sei em que tipo de edifício hei-de inserir o mesmo edifício? R5: O edifício é classificado como um estabelecimento que recebe público.

P6: Qual a terminologia do cabo a instalar entre a caixa P100 e o contador da luz e entre este e o Quadro eléctrico para uma potência contratada de 10,35 KVA monofásico? R6: Podem ser utilizados vários tipos de cabo, dependendo do tipo de canalização eléctrica. Para canalizações entubadas ou à vista poderemos, por exemplo, usar os cabos dos tipos XV ou VV. Para canalizações enterradas poderemos utilizar os cabos VAV, LSVAV, entre outros.


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