Resumo - Revista "o electricista" 31

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Director Custódio João Pais Dias custodias@net.sapo.pt Director Técnico Josué Morais josuemorais2007@gmail.com Direcção Executiva Coordenador Editorial: Miguel Ferraz T. 225 899 628 m.ferraz@oelectricista.pt Director Comercial: Júlio Almeida T. 225 899 626 j.almeida@oelectricista.pt Chefe de Redacção: Helena Paulino h.paulino@oelectricista.pt Assessoria Ricardo Silva r.silva@oelectricista.pt Design Jorge Brandão Pereira em colaboração com Publindústria, Lda. Webdesign Martino Magalhães m.magalhaes@oelectricista.pt Assinaturas T. 225 899 620 apoiocliente@engebook.com Colaboração Redactorial Custódio Dias, Josué Morais, Ana Vargas, Pedro Lacerda Vale, Maria Manuel Costa, Cláudio Maia, José Cordeiro, André Sá, Jorge Castilho Cabrita, Manuel Teixeira, Paulo Peixoto, Carlos Coutinho, João Pratas, José Alberto Catarino, Beatriz Salvador, Lúcia Miranda, Marta Maltez, Luís Peixoto, Nuno Couto dos Santos, António Gomes, Roque Brandão, Sérgio Ramos, Modesto de Morais, Luís Cristóvão, Bernd Gischel, Manuel Peneda, Xavier Gol, Hilário Dias Nogueira, Paulo Monteiro Miguel Ferraz, Helena Paulino Redacção e Administração Publindústria, Lda. Praça da Corujeira, 38 . Apartado 3825 4300-144 Porto . Portugal T. 225 899 620 . F. 225 899 629 www.publindustria.pt geral@publindustria.pt Propriedade Publindústria, Lda Empresa Jornalística Registo nº 213163 Impressão e Acabamento Publindústria, Lda. Publicação Periódica Registo nº 124280 | ISSN: 1646-4591 INPI Registo nº 359396 Tiragem 7000 Exemplares Os artigos assinados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores.

Protocolos Institucionais STIEN, SIEC, SIESI, AFME, SINDEL, Voltimum, ACIST-AET, cpi Patrocionador Institucional

luzes energia solar fotovoltaica. que custos no fim de vida dos painéis? 2 REdes eNergéticas nacionais REN investe no escoamento de renováveis 4 ESPAÇO VOLTIMUM.PT 2º seminário Voltimum 6 ESPAÇO amb3e 8 ESPAÇO QUALIDADE métricas de monitorização dos processos 10 o triplo filtro 12 NOTÍCIAS 14 ARTIGO TÉCNICO quadros eléctricos – envolventes 30 CCTV – sistemas de video vigilância 34 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E ENERGIAS RENOVÁVEIS sistemas de bombagem - 1.ª parte 38 FORMAÇÃO lições de electricidade 42 notas biográficas 48 práticas de electricidade 50 ventilação 54 BIBLIOGRAFIA 56 ENTREVISTA “não sentimos a falta de dinamismo no mercado da indústria” - entrevista a Jorge Mota Director-Geral da RITTAL PORTUGAL 58 REPORTAGEM bresimar optimiza a produção das empresas 60 ARTIGO TÉCNICO-COMERCIAL PHOENIX CONTACT: fontes de alimentação 66 SEW-EURODRIVE expande a sua gama de consolas de operação DOP11B 70 POCON, Power Connection da Weidmüller 72 SIEMENS: novas classes de eficiência para motores de baixa tensão trifásicos (IE) 74 CALENDÁRIO DE FEIRAS E CONFERÊNCIAS 78 MERCADO TÉCNICO 80 TABELA COMPARATIVA motores eléctricos 96 PROJECTO 104


luzes

energia solar fotovoltaica. que custos no fim de vida dos painéis? Sendo Portugal um dos países europeus com maior valor médio anual de horas de exposição solar é particularmente adequado ao estabelecimento de instalações de produção de energia eléctrica, baseada em painéis fotovoltaicos. Por isso, têm sido criados incentivos ao estabelecimento destas instalações, sobretudo na vertente da microprodução. No entanto, simultaneamente, temos assistido à concretização de alguns grandes investimentos na área da energia solar fotovoltaica, tal como a Central Solar Fotovoltaica da Amareleja, em Moura, que constituiu um investimento de mais de duzentos milhões de euros, tendo uma capacidade instalada de 46,41 MW de pico e 35 MW de potência de injecção na rede e ocupando uma área de terreno de cerca de duzentos e cinquenta hectares, que é uma dos mais importantes instalações deste tipo a nível mundial. Mais recentemente, perto do fim do ano passado, Portugal tornou-se também detentor da maior central solar fotovoltaica do mundo instalada em ambiente urbano. Refiro-me à Central Fotovoltaica do Mercado Abastecedor da Região de Lisboa (MARL), situada em São Julião do Tojal, Loures. Um investimento de mais de trinta milhões de euros, com uma potência de 6 MW, que compreende cerca de trinta mil painéis solares de silício policristalino, cinquenta e nove conversores DC/AC, onze postos de transformação de 315 kVA e treze postos de transformação de 250 kVA ligados à rede de 10 kV. Se, por um lado, o investimento em instalações de produção de energia eléctrica com base em energias renováveis atesta a nossa sensibilidade para o problema da sustentabilidade do desenvolvimento e a nossa vontade de empreender acções que visam melhorar a situação, por outro lado, o recurso à tecnologia fotovoltaica provoca-me algumas dúvidas, para as quais ainda não encontrei resposta cabal. Trata-se de saber o que acontecerá no fim da vida útil dos painéis. Sabendo que a produção de energia eléctrica com base na tecnologia fotovoltaica é um processo com baixo rendimento, não atingindo ainda os vinte por cento nas soluções comercialmente disponíveis, por cada KW a instalar a quantidade de equipamentos que têm de ser utilizados é bastante superior ao que seria necessário recorrendo a outras fontes de energia renovável. Assim, para além de ser necessária uma maior quantidade de materiais e, possivelmente, de energia para produzir os equipamentos fotovoltaicos, sabemos que dentro de pouco

Custódio Pais Dias Director

mais de duas décadas esses equipamentos chegarão ao fim da sua vida útil, dado que o seu rendimento diminuiu para valores desinteressantes, tendo de ser substituídos, o que na altura porá a questão de saber o que fazer com a enorme quantidade de painéis fotovoltaicos que serão retirados de uso. Embora pareça que o problema do fim de vida dos painéis fotovoltaicos só se colocará nos grandes investimentos, como os referidos anteriormente, tal não é verdade na medida em que o microprodutor que tenha instalados na sua propriedade alguns poucos painéis ver-se-á confrontado com a mesma dificuldade, a diferença está apenas na escala do número. Creio que, por razões ambientais e de dimensão dos equipamentos, estará fora de questão pegar nos painéis e ir colocá-los no ecoponto. Haverá certamente um procedimento de reciclagem obrigatório, com custos. Que dimensão terão esses custos relativamente ao preço de venda do painel em novo? Quem assumirá esse custo? Será o proprietário do painel a pagá-lo quando o depositar no centro de recolha? Ou, pelo contrário, não haverá lugar a qualquer pagamento, pois esse custo já está incluído no preço de venda dos painéis, tal como a ecotaxa que actualmente é aplicada na venda de pneus e óleos no ramo automóvel. Para um cabal esclarecimento do público seria bom que alguém de direito desse resposta a estas questões, para que o investidor, sobretudo o micro, menos conhecedor destas dificuldades e por isso menos atento a elas, não se veja no futuro a braços com uma situação para a qual não foi alertado e que poderá gorar, pelo menos parcialmente, as suas expectativas de lucro. Obviamente, que a análise do custo de uma instalação na perspectiva de uma análise de ciclo de vida não se coloca só para as fotovoltaicas, coloca-se para todas. Contudo, creio que a análise financeira comparativa entre as diferentes tecnologias de produção de energia eléctrica com base em fontes renováveis, actualmente disponíveis ao grande público consumidor, deve incluir os custos que terão após o fim de vida, sob pena de estarmos a falsear os resultados dessa comparação.


Espaço Qualidade 10

Métricas de monitorização dos processos por Pedro Lacerda Vale

Para o estudo em questão, foi julgada interessante a abordagem relativa à medição dos processos:

Primeira Hipótese

1. Gestão de recursos

› “P” do planeamento: 1. Desdobramento e alinhamento dos objectivos estratégicos pelos processos; 2. Lógica da gestão por processos “versus” estrutura departamental; 3. Ligação da avaliação do desempenho dos colaboradores, aos objectivos do processo; 4. Papel do gestor dos processos (determinação dos indicadores a usar na gestão dos processos);

Pessoas, outros recursos

2. Realização do produto / serviço Negócios

Ciclo “PDCA” para a gestão do processo

3. Medição e análise

Resultado do negócio Resultado da satisfação cliente Resultado da satisfação colaborador Impacto na sociedade (ambiental, social, mecenato, entre outros)

Referências: 8.2.3 “Monitorização e medição dos processos (ISO 9001 / 2008)”

› “D” do (construção dos indicadores): 1. Indicadores qualitativos e quantitativos; 2. Indicadores de processos por áreas/actividades distinguindo as críticas das débeis; 3. Considerar quatro tipos de indicadores: Tempo; Satisfação dos clientes (out); Fornecedores (in); Valor acrescentado (recursos “versus” resultados). › “C” + “A” check-act (avaliação e revisão) 1. Indicadores para quê? Com que objectivo?; 2. Estabilidade da revisão “versus”: Actualização da mudança; Sistemas de medição. 3. Maturidade processos / sistema (principais dificuldades; formulação de indicadores, actualização das ferramentas, equilíbrio da informação).


ARTIGO TÉCNICO

revista técnico-profissional

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o electricista Cláudio Maia Accout Manager da Rittal Portugal

quadros eléctricos – envolventes Um elemento fundamental no apoio à segurança de pessoas e equipamentos nas instalações eléctricas é sem dúvida o quadro eléctrico. Apesar de ser um elemento que passa despercebido, está presente desde a produção de energia até ao sector industrial e doméstico. O quadro suporta e protege a aparelhagem eléctrica de corte e protecção, medida, automação, entre outros. Uma outra característica do quadro é a protecção de pessoas contra contactos directos e indirectos das partes activas dos equipamentos e barramentos. A falta de conhecimento ou inexperiência sobre quadros eléctricos conduz ao seu incorrecto dimensionamento levando, a diversas situações de perigo e mau desempenho da instalação. É nesse sentido que surge este artigo de apoio aos profissionais do sector electrotécnico. O artigo desenvolve a escolha dos vários tipos de envolventes e suas características (protecção, isolamento e compartimentação).

1› Tipo de envolvente Caracteriza-se com o tipo de matéria-prima que é construído, dividindo-se principalmente pelas seguintes categorias:

Material

Características

Exemplo de aplicações

Chapa de Aço

Aplicação comum, espessura de 2.5 mm, pintura electroforética por imersão, com acabamento externo de pintura electrostática a pó com pintura texturada.

Automação industrial, residencial.

Aço Inoxidável

Aço inoxidável (AISI 304 ou AISI 316L com acabamento melhorado).

Indústria alimentar, indústria química.

Poliéster

Policarbonato reforçado com fibra de vidro. Resistência aos raios UV e a líquidos. Ideal para zonas expostas à intempérie.

Exteriores.

Alumínio

Forte resistência à intempérie e vandalismo. Constituído normalmente por Alumínio de 2,0 mm, AlMg3.

Armários telecomunicações (ex: auto-estradas, controlo de trafico).

EX

Blindagem à prova de explosão e contra campos eléctricos. Materiais em inox ou fibra de vidro. Armários pressurizados.

Zonas de combustíveis, Zonas Atex.

Tabela 1 . Tipo de envolvente segundo a matéria-prima.

Com estes materiais, temos outras versões: › Compatibilidade electromagnética (EMC) - Blindagem contra campos eléctricos que, em muitos casos, dispensa o uso de equipamentos EMC. Material em chapa de aço com revestimento em liga de alumínio/ zinco, acabamento externo com pintura electrostática a pó, superfícies internas metálicas sem revestimento. Aplicações, como por exemplo, telecomunicações. › Risco de explosão (EX) - Blindagem à prova de explosão e contra campos eléctricos. Materiais em inox ou fibra de vidro. Armários pressurizados. Aplicações em zonas de combustíveis, zonas Atex.

2› Índice de protecção IP e IK A International standard IEC 60529 define o grau de protecção contra a intrusão de objectos sólidos (incluindo partes corporais como mãos e dedos), poeiras, contactos acidentais e água nos quadros eléctricos. A norma tem como objectivo fornecer aos utilizadores uma informação detalhada e inequívoca. O código IP, International Protection Rating, é composto por dois dígitos e uma letra opcional – ver Tabela 2.


ARTIGO TÉCNICO

revista técnico-profissional

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o electricista José Cordeiro MKTi – Domótica e Iluminação

CCTV

{SISTEMAS DE VIDEO VIGILÂNCIA}

CCTV (Closed-Circuit Television) em português circuito fechado de televisão define os sistemas de vídeo vigilância. Os Sistemas de CCTV, tal como o nome indica, são compostos por um conjunto de câmaras fixas ou rotativas em circuito fechado, transmitindo imagens para um gravador central que permite captar e gravar imagens do que se está a passar num determinado local. Embora a maioria dos sistemas de CCTV existentes, seja analógico, baseado na transmissão de vídeo composto através de cabo coaxial, a tendência actual do mercado está a mudar, adoptando-se cada vez mais a tecnologia IP.

Figura 1 . Interface de controlo via computador.

A vigilância IP é composta por câmaras CCTV que utilizam o Protocolo de Internet (IP) para transmitir dados de imagem e controlar sinais numa Rede Ethernet ou numa Rede sem fios. Isto é normalmente conseguido através da instalação de câmaras IP juntamente com um gravador de vídeo em rede (NVR), que então dá origem a um sistema de registo e reprodução completo.

que requer um investimento mínimo. O que é ainda mais importante é que as câmaras de rede actuais são baratas e fáceis de instalar, sobretudo os últimos modelos com a funcionalidade PoE (Power over Ethernet) – o que permite ter soluções energeticamente mais flexíveis e eficazes.

A vigilância IP oferece todas as funcionalidades superiores de um sistema CCTV analógico eficaz, ao mesmo tempo que oferece vantagens adicionais, tais como uma maior acessibilidade, alertas em tempo real, maior poupança de custos, armazenamento virtual ilimitado e distribuição de imagem segura. Figura 2 . Centro de controlo de sistema CCTV IP.

O que é a vigilância IP? Actualmente, a vigilância IP está a ser muito usada como uma solução de segurança eficaz que oferece funções de monitorização e controlo avançadas. Com o surgimento da época digital que veio expor as falhas da sua predecessora analógica, aliado ao facto de se verificar uma cada vez maior sociedade on-line, estão, por isso, a ser implementadas várias vantagens sobre os anteriores sistemas CCTV.

Como instalar o sistema de vigilância IP? Quer comece a instalação do princípio, faça um alargamento de uma rede IP existente ou actualize uma solução CCTV, as soluções de vigilância IP podem ajudá-lo a tirar o máximo partido da solução, minimizando os custos. E dado que a maior parte das organizações já têm uma infra-estrutura de rede a funcionar, a instalação da solução de vigilância IP é um processo simples e sem falhas

A instalação das Câmaras IP é muito simples, basta ligar a alimentação e instalar o software. Através do software pode definir a resolução de visualização/gravação, o número de frames, a forma de gravação (contínua ou quando detecta movimento), entre outras. Para aceder via internet basta configurar o router, abrindo uma porta para a câmara. Pode aceder à Câmara IP via software ou Browser (Internet Explorer ou outro). Usan-


FORMAÇÃO

revista técnico-profissional

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o electricista Jorge Castilho Cabrita Engenheiro Electrotécnico (IST)/Professor do Ensino Secundário

lições

LIÇÕES DE ELECTRICIDADE 30º. parte

capítulo II - Corrente Contínua Electroquímica (5ª parte) – Pilhas primárias (2ª parte)

Neste segundo artigo dedicado às pilhas primárias (não recarregáveis) são analisadas a constituição e funcionamento de diversas pilhas, desde as primeiras até algumas mais recentes, mostrando um pouco da evolução verificada.

58.3.2› Pilha elementar É possível realizar uma pilha elementar de diversas formas. Uma delas consiste em obter um limão, um objecto de cobre (um fio eléctrico ou uma moeda) e um objecto de zinco (de uma pilha usada, por exemplo). Estes dois últimos devem ser raspados para tornar as superfícies condutoras da electricidade e inseridos profundamente no limão. Com um voltímetro pode medir-se entre os dois uma tensão de cerca de meio volt. O ácido do limão funciona como electrólito e os dois metais como eléctrodos. Pode realizar-se uma experiência idêntica com outros electrólitos e outros metais, obtendo valores diferentes de tensão para metais diferentes.

58.3.3› Pilha de Volta 58.3.3.1› Constituição Como se indicou, cada elemento da pilha

Pólo negativo

Pólo positivo

(H2 SO4) aq ZINCO

COBRE

Figura 264 . Elemento da pilha de Volta.

de Volta é constituído por dois eléctrodos, um de zinco e outro de cobre, mergulhados numa solução aquosa de ácido sulfúrico (electrólito) (figura 264).

excesso de cargas negativas e na solução há excesso de cargas positivas.

Ligando exteriormente o cobre e o zinco por um condutor eléctrico, verifica-se que há passagem de corrente do eléctrodo de cobre (pólo positivo) para o de zinco (pólo negativo).

58.3.3.2› Funcionamento a) Diferença de potencial inicial Muitos metais mergulhados em água dissolvem-se, pelo menos parcialmente. Ao mergulhar o zinco na solução de ácido sulfúrico, os átomos neutros de zinco perdem electrões 2 por cada átomo), originando iões positivos que passam para a solução, enquanto os electrões permanecem no metal do eléctrodo (figura 265). Isto conduz a um excesso de electrões no interior do eléctrodo de zinco. À medida que a dissolução continua, os iões de zinco junto do eléctrodo repelem novos iões de zinco que se pretendam criar, dificultando a continuação da dissolução e o aumento do excesso de electrões no eléctrodo. Cada novo ião de zinco, ao ser repelido pelos restantes e ao entrar em contacto com dois electrões do eléctrodo regenera um átomo neutro de zinco. Nestas condições, o eléctrodo de zinco fica com um potencial negativo em relação à solução, pois no eléctrodo há

(H2 SO4) aq

Figura 265 . Dissolução do zinco.

De forma similar, também o cobre se dissolve na solução (figura 266), produzindo iões positivos de cobre e electrões (2 por cada átomo) que ficam no interior do eléctrodo. A capacidade de ionização depende de cada metal, sendo a do zinco mais fácil do que a do cobre. Por isso, o eléctrodo de zinco fica com maior excesso de electrões do que o de cobre. Assim, os potenciais dos eléctrodos de cobre e de zinco são inferiores ao da solução, mas o do eléctrodo de cobre é superior ao do eléctrodo de zinco, pelo que o eléctrodo de cobre está a um potencial mais positivo que o de zinco. Desta forma se gerou uma f.e.m. entre os eléctrodos.


FORMAÇÃO - Práticas de electricidade

revista técnico-profissional

o electricista

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Manuel Teixeira e Paulo Peixoto ATEC

ficha prática n.º 21

{Motores Perendev}

Introdução Neste momento em que o preço do petróleo atinge valores recordes quase diariamente, e o aquecimento global assume uma importância cada vez maior na agenda pública, a necessidade de fontes de energia alternativa nunca foi tão urgente.

pira, provocada pelo seu movimento no campo magnético. Se o condutor ou espiras deixarem de rodar, deixa de haver causa (variação de fluxo) e portanto, também o efeito (f.e.m. induzida). Quanto a lei de Hopkinson rege o estudo dos circuitos magnéticos e diz que: A força magnetomotriz Fm = NI de um circuito é igual ao produto do fluxo Φ no circuito pela relutância magnética Rm do mesmo: Fm= NI = Φ.Rm. A relutância magnética depende, como sabemos, apenas das características do circuito magnético. Portanto esta lei relaciona a corrente eléctrica na máquina com o fluxo magnético produzido pelo campo magnético existente e ainda com relutância (resistência magnética) do circuito.

O motor magnético permitirá um salto gigantesco na área energética: fonte renovável, não poluidor e económico, são as vantagens sobre tudo o que temos hoje. Figura 1 . Pólos Norte e Sul de um íman

Como o ser humano tem demonstrado ao longo da história, precisaremos apenas de algum tempo para desenvolvê-lo para substituir o motor de combustão interna. O motor magnético necessita apenas de um impulso inicial que pode ser mecânico ou eléctrico e, de seguida, roda infinitamente.

Princípios do Magnetismo Para entender o funcionamento de um motor Perendev é necessário, primeiro entender os princípios do magnetismo, nos quais as leis de Lenz e Faraday e a lei de Hopkinson são fundamentais. As leis de Lenz e Faraday dizem que, sempre que um condutor ou uma espira se movimenta dentro de um campo magnetico, cortando as suas linhas de força, aparece aos seus terminais uma força electromotriz (f.e.m.) induzida, que tende a opor-se à causa que lhe deu origem; se o condutor ou espira forem ligados a uma carga, o circuito será percorrido por uma corrente induzida. A causa que originou a f.e.m. é, obviamente, a variação do fluxo através do condutor ou es-

Motores do tipo Perendev › O que é um motor? Não é possível explicar o motor Perendev sem existir um conhecimento prévio do que é no fundo, um motor. O motor é nada mais nada menos do que um dispositivo que converte outras formas de energia em energia mecânica, de forma a impelir movimento a uma máquina ou veículo.

› Motores do tipo Perendev Os motores do tipo Perendev funcionam devido à indução magnética, são conhecidos já há algum tempo e têm chamado bastante atenção devido ao facto de não necessitarem de energia eléctrica. O girar do motor é explicado a partir apenas de considerações de mudança de fluxo magnético, resultando na aparição de um binário magnético entre as partes. O motor a ser construído tem de obedecer à configuração demonstrada na figura seguinte.


FORMAÇÃO

revista técnico-profissional

o electricista

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Texto cedido por Soler & Palau, Lda.

casos de aplicação

{Ventilação de um Pub}

o problema Trata-se de ventilar um Pub que está em construção e no qual, nos dias de máxima ocupação, se prevê que possam estar cerca de 400 pessoas, o que provocará um alto grau de contaminação e de ambiente saturado. Dados a ter em consideração O local tem uma superfície de 220 m2, 3 m de altura e um tecto falso com uma altura de 0,35 m. Uma das entradas dá para uma rua e a face oposta dá para um pátio interior. O local terá um sistema de ar condicionado por condutas, mas desconhece-se a capacidade das mesmas.

Determinação das necessidades

a solução

RSECE – Regulamento dos Sistemas Energéticos de Climatização em Edifícios, especificam-se os diversos caudais necessários de ar novo para diversos locais.

Em locais com ar condicionado através de condutas, uma parte da aspiração da unidade interior pode ser ligada a uma conduta que aspire ar do exterior, para assim se irem diminuindo os contaminantes. No entanto, neste caso, dado o considerável caudal de ar a mover, deve prever-se um sistema independente de ventilação, tanto de impulsão como de extracção, de modo a que se consiga garantir uma adequada entrada de ar exterior.

Para a ventilação deste tipo de locais é indicado um caudal de 15 l/s (54 m3/h) por cada m2 de superfície. Assim, o caudal necessário será de:

Em consequência, propõe-se a instalação de ambos os sistemas com as seguintes características:

Q = 400 x 35 = 14.000 m3/h

› Referências dos equipamentos escolhidos Sistema de impulsão CVTT-18/18-800/400 rpm 5,5/1,2 kW

Sistema de extracção CVTT-18/18-720/360 4,5/0,9 kW

› Impulsão Instalar-se-á uma caixa de ventilação do tipo CVTT-18/18–8000/400 rpm 5,5/1,2 kW juntamente com um filtro prévio para assim se evitar a entrada de pó do exterior para o interior. Este filtro foi calculado para uma perda máxima de 15 mmca.

Figura 1 . CVTT

Prevê-se também a instalação de um silenciador (com uma perda de carga admissível máxima de 15 mmca) colocado na boca de aspiração para assim se evitarem ruídos para os vizinhos. Da caixa de ventilação sairá uma conduta, o mais quadrada possível, mas, devido ao facto de a altura do tecto falso ser de apenas 35 cm, deve prever-se a possibilidade de utilização de uma conduta de 1,6*0,35 m para se permitir a passagem do caudal previsto (seria preferível que a conduta fosse maior). Dessa conduta sairão dois ramais de secção constante (por exemplo, 0,8*0,35) nos quais se instalarão, no mínimo, 6 grelhas em cada um.


FEIRAS . CONFERÊNCIAS

calendário

78

feira

temática

local

data

contacto

AMPER 2010 Feira Internacional de Electrotécnica Praga 13 a 16 Abril 2010 e Electrónica Rep. Checa Hannover Messe Feira Internacional de Tecnologias Hanover 19 a 23 Abril 2010 2010 Industriais Alemanha Expo Electronica Exposição de Componentes Moscovo 20 a 22 Abril 2010 2010 Electrónicos e Equipamentos de Rússia Assemblagem

Terinvest Ltd. amper@terinvest.com www.terinvest.com

EWEC 2010 Conferência e Exposição Europeia Varsóvia 20 a 23 Abril 2010 de Energia Eólica Polónia

EWEC info@ewec.info www.ewec2009.info

Expoconstrói 2010 Feira de Equipamentos e Materiais Batalha 21 a 25 Abril 2010 para a Construção Civil Portugal Tektónica Feira de Construção e Obras Públicas Lisboa 11 a 15 Maio 2010 Portugal

ExpoSalão info@exposalao.pt www.exposalao.pt

ENERGETIKA AND Feira Internacional de Electrotécnica S. Petersburg 11 a 14 Maio 2010 ELEKTROTEKHNIKA e Electrónica Rússia 2010 Renexpo Portugal Feira e Conferência Internacional Lisboa 13 a 15 Maio 2010 sobre Energias Renováveis e Portugal Eficiência Energética

Lenexpo webmaster@lenexpo.ru www.mvk.ru/eng

Expopower Feira da Indústria da Energia Poznan 18 a 20 Maio 2010 Polónia

Poznan International Fair info@mtp.pl www.mtp.pl/en

V Jornadas Jornadas Técnicas de Electricidade Tecnológicas e Energias Renováveis

Revista “o electricista” geral@jornadastecnologicas.pt www.jornadastecnologicas.pt

Viana do 19 a 21 Maio 2010 Castelo Portugal

Câmara do Comércio e Indústria Luso-Alemã info@hf-portugal.com www.hf-portugal.com Crocus Expo electron@primeexpo.ru www.primexpo.ru

FIL - Feira Internacional de Lisboa fil@aip.pt www.fil.pt

REECO Portugal Unipessoal Lda. info@reeco.pt www.renexpo-portugal.com

Genera 2010 Feira Internacional de Energia e Madrid 19 a 21 Maio 2010 Meio Ambiente Espanha

Ifema (Feira de Madrid) lineaifema@ifema.es www.ifema.es

Feira de Ambiente, Energia e Porto 27 a 30 Maio 2010 Ambinergia Sustentabilidade Portugal

Exponor ambinergia@exponor.pt www.ambinergia.exponor.pt

POWERTAGE 2010 Feira de Produção, Transporte e Zurique 1 a 3 Junho 2010 Suíça Distribuição de Energia

MCH Foire Suisse info@messe.ch www.messezh.ch

ELEKTRO 2010 Feira Internacional de Electrotécnica Moscovo 7 a 10 Junho 2010 e Electrónica Rússia

ZAO Expocentr centr@expocentr.ru www-eng.expocentr.ru

Automática 2010 Feira de Automação Munique 8 a 11 Junho 2010 Alemanha

MundiFeiras mundifeiras@mail.telepac.pt www.messe-muenchen.de


nota técnica

mobilidade com tracção eléctrica Está em contagem decrescente a chegada dos veículos automóveis ligeiros com mobilidade apenas assente na energia eléctrica. As baterias de acumuladores, elemento fundamental para o armazenamento e disponibilização da energia necessária para o efeito, estão em desenvolvimento e em breve estarão disponíveis. O governo anunciou a inclusão no Orçamento do Estado, de uma verba de vinte e cinco milhões de euros, correspondendo ao financiamento/apoio com cinco mil euros a cada um dos primeiros cinco mil veículos eléctricos adquiridos.

veniência termoeléctrica, quer convencional, quer nuclear (que ainda não temos por cá), a dificuldade de redução de carga em tempos relativamente curtos conduz a um excesso de produção pode também ser solucionada com recurso ao armazenamento nos veículos eléctricos.

Há um paradigma que se altera na mobilidade e ainda nas consequências que essa alteração trará ao sector eléctrico.

Desta forma o diagrama de carga nacional poderia sofrer um “alisamento”, melhorando significativamente a sua eficiência.

O uso de combustíveis fósseis poderá ser substancialmente reduzido bem como as emissões de CO2. As baterias dos veículos poderão vir a ser preferencialmente carregadas nas horas de vazio, altura em que a energia é mais barata e ainda com a possibilidade de se aproveitar essencialmente a energia proveniente da geração eólica durante a noite. Nas horas de ponta, a rede poderá ser alimentada pelas baterias de acumuladores dos veículos que a ela estarão ligados, reduzindo o esforço e as perdas de transporte da energia nesses horários. As baterias dos veículos funcionariam assim como uma gigantesca bateria de acumuladores, ajudando a resolver um problema ancestral que é precisamente o da acumulação de energia que de outra forma seria desperdiçada, como é o caso da energia hidroeléctrica que por vezes, devido aos caudais afluentes elevados, leva ao descarregamento e consequente desperdício de água por falta de capacidade de armazenamento da mesma. Na energia de pro-

Para tudo isto, é necessário que a solução de mobilidade eléctrica seja compatível com as expectativas dos utilizadores, no que concerne à autonomia, ao peso e à durabilidade das baterias. Efectivamente, o peso das baterias na versão chumbo/ácido sempre se mostrou problemático, estando agora em desenvolvimento baterias de iões de lítio (Li-ion), que são muito mais leves, têm maior capacidade, descarregam-se a cem por cento sem problemas de durabilidade (as de chumbo ficam inutilizadas se isso acontecer), carregam-se sob fortes correntes reduzindo o tempo de carregamento e suportam temperaturas extremas (de -40º C a +80 ºC).

ARTIGO TÉCNICO graus de protecção: selecção de equipamentos em função das condições de serviço e das influências externas 105 não sejas apanhado pelo touro! 107

ARTIGO TÉCNICO-COMERCIAL Weidmüller: instalações eléctricas para sistemas de telegestão na área do ambiente 133 M&M ENGENHARIA: dicas para o EPLAN Electric P8 135 GENERAL CABLE: nova gama de cabos exzhellent solar para instalações de energia fotovoltaica 137

DOSSIER ITED e ITUR 109

Josué Morais Director Técnico

Poderão estar reunidas, a breve trecho, as condições para a generalização da mobilidade eléctrica. Todos esperamos, e o planeta agradece!

FORMAÇÃO 139 REPORTAGEM interplay tour 2010: a interacção que faz a diferença 131

ited ficha técnica n.º 9 141 CONSULTÓRIO ELECTROTÉCNICO 143


ARTIGO TÉCNICO

revista técnico-profissional

o electricista

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Lúcia Miranda e Marta Maltez QUITÉRIOS

graus de protecção

{SELECÇÃO DE EQUIPAMENTOS EM FUNÇÃO DAS CONDIÇÕES DE SERVIÇO E DAS INFLUÊNCIAS EXTERNAS }

Conhecido o ambiente a que vai estar sujeito determinado equipamento, facilmente conseguimos saber quais os graus de protecção mínimos que devem estar assegurados para que possamos ter uma boa instalação. Diariamente, todos estamos sujeitos a agressões externas, muitas delas derivadas da época do ano em que nos encontramos. Possivelmente não nos protegemos o suficiente e o nosso organismo começa a dar sinais de alguma fragilidade. À semelhança do que se passa com o nosso organismo, também os materiais e as estruturas de protecção devem ser as adequadas às influências externas a que podem estar sujeitas. Numa instalação eléctrica deve ter-se em conta a selecção dos equipamentos em função das condições de serviço e das influências externas. Nas situações em que o ambiente não é o ideal e que pode introduzir riscos maiores ou menores à segurança das pessoas e ao desempenho dos componentes da instalação, devemos cumprir com os graus de protecção indicados e as influências externas a que a instalação estará sujeita. Nas Regras Técnicas (RTIEBT) cada condição de influência externa é designada por um código constituído sempre por um grupo de duas letras maiúsculas e um algarismo. A primeira letra designa a categoria geral das influências externas, sendo que: A – Ambiente; B – Utilização; C – Construção dos Edifícios. A segunda letra designa a natureza da influência externa e o algarismo caracteriza a classe de cada uma das influências.

Conhecido o ambiente a que vai estar sujeito determinado equipamento, facilmente conseguimos saber quais os graus de protecção mínimos... Os Índices de protecção são especificados no RTIEBT na Secção 321 – Codificação das Influências Externas e Secção 512 – Selecção dos equipamentos em função das condições de serviço e das influências externas – ver Tabela 1.

contra a penetração de corpos sólidos e líquidos. É caracterizado por dois algarismos relativos às influências externas onde o equipamento será instalado. O código IK é caracterizado por um grupo de algarismos (00 a 10) e corresponde à protecção contra impactos mecânicos.

A Norma Europeia EN 60529 – “Degrees of protection provided by enclosures (IP Code)” define os graus de protecção para os invólucros e a Norma EN 50102 – “Degrees of protection provided by enclosures for electrical equipament against external mechanical impacts (IK Code)” define os graus de protecção contra impactos mecânicos para invólucros. Ambas as normas estão directamente relacionadas com as Regras Técnicas. Assim facilmente consegue-se saber qual o grau de protecção indicado para uma determinada instalação. Os códigos de protecção IP e IK indicam o grau de protecção dos invólucros para equipamento eléctrico, e ambos são seguidos de dois algarismos que de acordo com as normas mencionadas têm significados distintos. O código IP indica o grau de protecção

Os fabricantes de invólucros e equipamentos eléctricos são responsáveis por colocar no mercado produtos que cumpram com as normas em vigor. A verificação dos graus de protecção, contra corpos sólidos e líquidos, e impactos mecânicos deve ser realizada aos


ARTIGO TÉCNICO

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o electricista Luís Peixoto Televes

não sejas apanhado pelo touro!

Sou do tempo em que a RTP sempre que abria um novo emissor regional, anunciava o facto publicitando-o em horário nobre, normalmente imediatamente a seguir ao telejornal. Nessas alturas apesar dos meios técnicos serem comparativamente mais limitados dos que os actuais, e sobretudo, da capacidade de produção de conteúdos ser mais lenta, a RTP não se furtava a informar os telespectadores de que um novo emissor havia entrado em serviço: “Informamos que entrou em serviço o retransmissor de RTP1 e RTP2 de Leiria. Este emissor nos canais 33 e 36 irá servir as localidades de Leiria, Marinha Grande e Fátima. Os telespectadores desta zona deverão reorientar as antenas de UHF para uma melhor recepção do sinal de televisão”. A RTP fomentava e divulgava a recepção da televisão analógica em todo o território nacional. A televisão chegava via hertziana aos locais mais remotos levando informação, cultura e divertimento. O hábito da televisão implantou-se na população, e ver televisão passou a fazer parte do dia-a-dia do português.

O processo de implantação de TDT, Televisão Digital Terrestre, não merece o mesmo destaque junto da população. A entidade responsável pela respectiva divulgação desta nova tecnologia nem de perto nem de longe, atingiu a população com o mesmo vigor e eficácia revelados pela RTP na altura do lançamento das emissões analógicas. A Portugal Telecom, entidade responsável por esta

divulgação e implantação da TDT em Portugal, exceptuando a criação de um Fórum na Internet, patrocinado pelo MEO, nada mais fez com visibilidade junto da população em geral, afim de promover a divulgação da TDT. A PT esqueceu-se mais uma vez da população do interior e sobretudo dos mais idosos. Esta franja da população – franja para os que estão em Lisboa sentados nos gabinetes – não sabe o que se passa no panorama das emissões terrestres de televisão, a in-

formação deste importante acontecimento não é convenientemente canalizada aos mais interessados. É pertinente questionar se interessará à PT que esta informação passe, sobretudo porque este operador tem interesses económicos mais elevados no cobre, na fibra e no satélite, todos eles associados à marca MEO. Interesses que são antagónicos ao desenvolvimento e divulgação da TDT. Mais interessante será para a PT ter os portugueses agarrados à Fibra, ao Cobre ou ao Receptor de Satélite, pois sempre cobrará milhares de euros em assinaturas e em mensalidades nos receptores. Ao contrário, se os portugueses tiverem conveniente acesso ao sinal TDT, seja livre ou de assinatura, a PT deixa de ter os portugueses na mão. Em toda a Europa comunitária existe TDT livre e de assinatura e no caso da TDT por assinatura o consumidor, dentro da normal lógica da concorrência, selecciona o operador que lhe interessa e deslocando-se à grande superfície mais próxima adquire o modulo de acesso condicional correspondente que depois de introduzido no ecrã plano lhe garante o visionamento das emissões terrestres pagas.


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o electricista

PROTAGONISTAS

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novas prescrições técnicas ITUR e ITED Nuno A. Couto dos Santos os novos armários ITED António Gomes, Roque Brandão e Sérgio Ramos, Departamento de Engenharia Electrotécnica do Instituto Superior de Engenharia do Porto os novos armários ITUR António Gomes, Roque Brandão e Sérgio Ramos, Departamento de Engenharia Electrotécnica do Instituto Superior de Engenharia do Porto ITUR Modesto de Morais, Instituto Electrotécnico Português nova formação ITED e ITUR Paulo Peixoto, ATEC Academia de Formação

dossier ITED E ITUR


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o electricista Nuno A. Couto dos Santos Eng.ª Telecomunicações Responsável Técnico ITED/ITUR

novas prescrições técnicas ITUR e ITED {quais as principais alterações introduzidas?}

No dia 1 de Janeiro de 2010, entraram em vigor as novas prescrições técnicas que regulam, a nível nacional, o sector das infraestruturas de telecomunicações, dentro e fora dos edifícios. Suportadas legalmente pelo decreto-lei N.º 123/2009 com a redacção que lhe foi conferido pelo 258/2009, estas prescrições respondem a um conjunto de necessidades existentes quer no âmbito da regulamentação técnica das infra-estruturas de acesso até à casa dos utilizadores, quer na definição de novas arquitecturas de distribuição dos serviços dentro das próprias edificações. A primeira edição do manual ITUR – Infra-estruturas de telecomunicações em urbanizações, loteamentos e conjuntos de edifícios, aprovada em Novembro de 2009 pelo ICP - ANACOM, define em termos de projecto e instalação os conceitos essenciais para a criação deste tipo de infra-estruturas. Estas infra-estruturas de acesso, à data da publicação desta peça técnica, já eram executadas, mas não existia qualquer norma ou regulamento que definisse quais os preceitos a seguir de forma a constituir uma infra-estrutura que salvaguardasse

as necessidades quer dos operadores, quer dos clientes finais. Esta regra técnica surge como um suporte técnico à garantia da construção de infra-estruturas de telecomunicações que permitam um aceso livre e não discriminatório aos diversos operadores, estimulando a concorrência e permitindo aos operadores oferecer aos seus clientes melhores serviços e a um preço mais reduzido. Uma das principais novidades deste regulamento é a definição de dois tipos de ITUR, as ITUR privadas – que são constituídas por uma rede de tubagem e cablagem e são pertença de uma entidade privada (por exemplo, um condomínio) e as ITUR públicas – que sendo constituídas apenas pela rede de tubagem, após a sua conclusão, são entregues ao domínio municipal para sua gestão e manutenção. Será nestas infraestruturas que os diversos operadores terão de fazer passar as suas redes de cablagem até chegar aos seus clientes. O manual ITUR juntamente com o DL N.º 123/2009 delegam no projectista e instalador toda a responsabilidade, quer da execução da obra como a aferição de conformidade. Assim, após a elaboração do projecto ITUR, o projectista terá como responsabilidade emitir um termo

de responsabilidade pelo projecto, que deverá ser parte integrante do projecto e uma cópia do mesmo deverá ser enviada para o ICP - ANACOM. Quanto ao instalador, depois de realizar os ensaios previstos nos procedimentos de avaliação de ITUR definidos pelo ICP - ANACOM, deverá emitir um termo de responsabilidade pela instalação, que atesta que a mesma se encontra em conformidade, quer com o projecto, quer com as regras técnicas aplicáveis. Só após a emissão deste termo de responsabilidade é que a obra se considera concluída, e aí os operadores de comunicações electrónicas poderão passar a usá-las. Também este termo de responsabilidade deverá ser enviado para o ICP ANACOM num período máximo de 10 dias. As ITED baseadas no Manual ITED 2ª Edição, sofreram um acréscimo significativo nos requisitos mínimos a salvaguardar em termos de cablagem. Exemplo disso é a utilização obrigatória de cabos de categoria 6, de cabos coaxiais com frequências de trabalho até aos 2,4 GHz e a instalação de fibras ópticas monomodo. Reflexo destas alterações surge também a necessidade de adaptar os elementos de distribuição das várias tecno-


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o electricista António Gomes, Roque Brandão, Sérgio Ramos Departamento de Engenharia Electrotécnica Instituto Superior de Engenharia do Porto

os novos armários ITED

O presente artigo visa expôr os novos armários de telecomunicações ITED decorrentes da recente alteração legislativa, verificada neste sector em Portugal.

1› INTRODUÇÃO A satisfação das necessidades e a defesa dos interesses dos consumidores de comunicações electrónicas passa por infra-estruturas de telecomunicações modernas, fiáveis e adaptadas aos serviços disponibilizados pelos operadores de telecomunicações. A Resolução do Conselho de Ministros n.º 120/2008, de 30 de Julho, definiu como prioridade estratégica para o País no sector das comunicações electrónicas a promoção do investimento em redes de nova geração. O Decreto-Lei n.º 123/2009 de 21 de Maio e, posteriormente o Decreto-Lei n.º 258/2009 de 25 de Setembro de 2009, veio dar execução à definição do enquadramento aplicável ao desenvolvimento e investimento por parte de investidores ou operadores de comunicações electrónicas em redes de nova geração, mas também para o funcionamento de um mercado que se quer concorrencial. A 2.ª edição do Manual de Infra-estruturas de Telecomunicações em Edifícios (ITED) veio dar suporte técnico legal aos cumprimentos dos objectivos anteriormente mencionados, sendo significativamente inovador tanto em conceitos de infra-estrutura como em materiais, equipamentos e respectivas especificações, quando comparado com a 1.ª Edição. Nesta nova edição do Manual verifica-se a clara e presente preocupação de dotar os edifícios de infra-estruturas de telecomunicações capazes de suportar os novos serviços disponibilizados pelos operadores de telecomunicações (Redes de Nova Geração), bem como a adopção e cumprimentos das Novas Normas Europeias. Assim, assiste-se a um incremento das soluções a adoptar nas instalações, relativamente a três tecnologias obrigatórias:

Par de Cobre São admitidos apenas cabos de categoria 6 ou 7; Cabo Coaxial São admitidos cabos da categoria TCD-C-H, frequência máxima de 3000 MHz; › Fibra Óptica São admitidos cabos de fibra óptica do tipo monomodo. › ›

Assim, os armários ITED: Armário de Telecomunicações Individual (ATI), Armário de Telecomunicações de Edifício (ATE) e a Caixa de Entrada de Moradia Unifamiliar (CEMU) terão de ser projectados e concebidos de forma a suportar todos os equipamentos adaptados e necessários às três diferentes tecnologias, e que assegurem concomitantemente os requisitos funcionais de cada uma delas. O presente artigo visa expôr os novos armários de telecomunicações ITED decorrentes da recente alteração legislativa, verificada neste sector em Portugal.

2› ARMÁRIO DE TELECOMUNICAÇÕES INDIVIDUAL – ATI Nas redes individuais de cabos é obrigatória a instalação de cabos de par de cobre, cabo coaxial e fibra óptica (no caso de fracções residenciais). O Armário de Telecomunicações Individual (ATI) que faz fronteira entre a rede colectiva e a rede individual é constituído por três Repartidores de Cliente, designadamente: › Repartidor de Cliente Par de Cobre – RC-PC; › Repartidor de Cliente Cabo Coaxial – RC-CC; › Repartidor de Cliente Fibra Óptica – RC-FO.


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o electricista António Gomes, Roque Brandão, Sérgio Ramos Departamento de Engenharia Electrotécnica Instituto Superior de Engenharia do Porto

os novos armários ITUR O presente artigo visa caracterizar os armários de telecomunicações ITUR decorrentes da aplicação da recente alteração legislativa verificada no sector das comunicações electrónicas em Portugal.

1› INTRODUÇÃO O Decreto-Lei n.º 123/2009, de 21 de Maio, com a redacção conferida pelo Decreto-Lei n.º 258/2009 de 25 de Setembro, veio definir um conjunto de obrigações ao nível do projecto, com o objectivo de garantir a realização de infra-estruturas de comunicações electrónicas, abertas aos diversos operadores e capazes de assegurar os serviços disponibilizados pelos mesmos. Nesse sentido, o capítulo V do Decreto-Lei n.º 123/2009, de 21 de Maio, estabeleceu o regime de instalação das Infra-estruturas de Telecomunicações em Loteamentos, Urbanizações e Conjuntos de Edifícios (ITUR) e respectivas ligações às redes públicas de comunicações electrónicas, bem como o regime de avaliação de conformidade de equipamentos, materiais e infra-estruturas. Posteriormente, a primeira edição do Manual ITUR veio determinar as especificações técnicas aplicáveis a este tipo de infra-estruturas, criando uma clara distinção entre:

sos cabos, equipamentos e dispositivos. Nas ITUR privadas, além do referido para as ITUR públicas, é também obrigatório o dimensionamento e a posterior instalação da cablagem par de cobre, cabo coaxial e fibra óptica, bem como das instalações eléctricas de suporte a equipamentos e sistemas de terras.

zações (ATU) é o ponto de interligação das redes públicas de comunicações electrónicas, com as redes de cabos da ITUR privada, sendo, ainda, o ponto de interligação com a rede colectiva dos edifícios no ATE, ou CEMU, no caso de moradias, caso não exista uma rede privada.

O diploma define, claramente, uma fronteira entre as ITUR públicas e as ITUR privadas e, complementarmente, determina, nas ITUR privadas, a existência de um ponto de acesso e derivação para cada rede colectiva dos diversos edifícios, por parte dos diferentes Operadores. Esse ponto, que deverá estar interligado com a rede de tubagens da urbanização, é designado por Armário de Telecomunicações de Urbanizações (ATU) e o seu dimensionamento é da inteira responsabilidade do projectista ITUR.

O ATU deve ser um espaço que possa albergar as três tecnologias de telecomunicações previstas no manual ITUR, nomeadamente a tecnologia de:

O presente artigo visa caracterizar os armários de telecomunicações ITUR decorrentes da aplicação da recente alteração legislativa verificada no sector das comunicações electrónicas em Portugal.

Para cada uma das tecnologias deverá existir um Repartidor de Urbanização (RU) individual, constituído por dois primários por tecnologia, cujo dimensionamento e instalação é da responsabilidade da entidade que ligar a rede de cabos das ITUR à rede pública de comunicações electrónicas, e por um secundário por tecnologia, onde se inicia a rede de cabos da ITUR.

2› CONSTITUIÇÃO DO ARMÁRIO DE TELECOMUNICAÇÕES DE URBANIZAÇÕES (ATU)

Conforme designado no Manual ITUR, para cada uma das tecnologias anteriormente referidas existirá um RU que, basicamente terá as seguintes funções:

› Projecto de ITUR pública; › Projecto de ITUR privada. No caso das ITUR públicas, é necessário o dimensionamento da rede de tubagens e câmaras de visita para a instalação dos diver-

› Par de cobre; › Cabo Coaxial; › Fibra óptica.

O Armário de Telecomunicações de Urbani-


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o electricista Modesto de Morais Coordenador da área de Redes de Nova Geração Instituto Electrotécnico Português

ITUR

{Infra-estruturas de Telecomunicações em Loteamentos, Urbanizações e Conjuntos de Edifícios}

O Manual ITUR, que vigora desde Janeiro de 2009, estabelece regras para a construção e gestão de infra-estruturas para albergar redes de comunicação electrónica em espaços colectivos, públicos (loteamentos e urbanizações) e privados (conjunto de edifícios - condomínios). O Decreto-Lei n.º 123/2009, de 21 de Maio, com a rectificação n.º 43/2009, de 22 de Junho, e com a alteração ao Decreto-Lei n.º 258/2009, de 25 de Setembro, determina a revogação do Decreto-Lei n.º 59/2000, de 19 de Abril. Este novo enquadramento legal, entre diversas novidades no que concerne às infra-estruturas aptas a albergar redes de comunicações electrónicas, impõe a substituição das anteriores regras técnicas para as Infra-estruturas de Telecomunicações em Edifícios – Manual ITED (que vigoravam desde Julho de 2004) por um novo conjunto de regras técnicas ITED (que vigoram desde Janeiro de 2009). Estas novas regras técnicas introduzem algumas simplificações, mas ao mesmo tempo impõem saltos tecnológicos, pois a instalação das redes de acesso em fibra óptica até à casa do assinante (FTTH) passou a ser obrigatória em todos imóveis novos ou reconstruídos. Para os imóveis já em utilização foram também estabelecidos requisitos técnicos e legais que enquadram a forma como os diferentes operadores de telecomunicações devem aceder a esses edifícios, favorecendo a partilha de infra-estruturas colectivas entre si.

Com a liberalização progressiva das telecomunicações e com a publicação da primeira versão da regulamentação ITED, em 2004, estabeleceu-se um vazio sobre a quem caberia a gestão das infra-estruturas de telecomunicações que têm vindo a ser criadas em domínio público. Neste contexto, o Decreto-Lei n.º 123/2009 (a partir do seu artigo 27.º) estabelece também um contexto legal, que permite a criação de regras técnicas para a construção e gestão de Infra-estruturas de Telecomunicações em Loteamentos, Urbanizações e Conjuntos de edifícios – Manual ITUR.

O Manual ITUR, que vigora desde Janeiro de 2009, estabelece regras para a construção e gestão de infra-estruturas para albergar redes de comunicação electrónica em espaços colectivos, públicos (loteamentos e urbanizações) e privados (conjunto de edifícios condomínios). As ITUR privadas deverão conter, desde a sua construção, para além das condutas, caixas de acesso e armários, três tecnologias de comunicações: pares de cobre, cabo coaxial e fibra óptica. Estas redes ITUR garantem a interligação entre as redes dos diferentes operadores de telecomunicações (em condições concorrenciais) e as redes de telecomunicações existentes nos diferentes edifícios (ITED) servidos directamente por essas redes ITUR. A gestão das ITUR privadas é da responsabilidade dos condomínios respectivos. As ITUR públicas são constituídas unicamente por tubagens, caixas de acesso e armários. Estas infra-estruturas serão entregues à gestão dos municípios, à imagem do que acontece com as restantes infra-estruturas desenvolvidas em espaços públicos. Nas ITUR públicas são os diferentes operadores


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o electricista

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Paulo Peixoto (Eng.º) ATEC Academia de Formação

nova formação ITED e ITUR Em 21 de Maio de 2009, as telecomunicações em edifícios sofreram uma alteração relevante decorrente da entrada em vigor do novo Decreto-Lei N.º 123/2009, alteração essa que se manifesta tanto a nível conceptual do próprio projecto e instalação, bem como ao nível da formação dos técnicos. Com a entrada em vigor do novo Decreto-Lei N.º 123/2009 de 21 de Maio, a área das telecomunicações sofreu profundas alterações. Estas mudanças reflectiram-se não só ao nível conceptual da própria instalação com alterações na estrutura geral do sistema de telecomunicações no edifício, nível de qualidade de sinal, novas tecnologias de transmissão e a criação do ITUR (Infra-estruturas de Telecomunicações em Loteamento, Urbanizações e Conjuntos de Edifícios), mas também ao nível da formação dos próprios técnicos que operam as redes ITED. Neste capítulo, toda a formação anteriormente vigente sofreu modificações de forma a qualificar os Técnicos de maneira apropriada para uma nova realidade, tendo como objectivo primordial a qualidade final do projecto e instalação.

Com o decreto-lei N.º 59/2000 e com a 1.ª edição do manual ITED a formação estava organizada da seguinte forma: › CURSO DE INSTALAÇÃO E CONSERVAÇÃO DAS ITED Com a duração de 90 horas numa fase inicial, alterando posteriormente para 100 horas, com a organização das unidades em 4 UFCDs (Unidades de Formação de Curta Duração):

c 1471 1472 1473 1474

Designação da UFCD Instalação e conservação de infra-estruturas de telecomunicações em edifícios - interpretação de projectos Instalação e conservação de infra-estruturas de telecomunicações em edifícios - instalação de redes de tubagens Instalação e conservação de infra-estruturas de telecomunicações em edifícios - instalação de redes de cabos Instalação e conservação de infra-estruturas de telecomunicações em edifícios - orçamentação

Carga Horária 25 25 25 25

› CURSO DE PROJECTO ITED Com a duração de 70 horas numa fase inicial, alterando posteriormente para 75 horas, com a organização das unidades em 2 UFCDs (Unidades de Formação de Curta Duração):

c

Designação da UFCD

Carga Horária

1475

Elaboração de projecto de infra-estruturas de telecomunicações em edifícios

50

1476

Competências informáticas de base

25


FORMAÇÃO

o electricista

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Hilário Dias Nogueira (Eng.º) com o patrocínio de: IXUS, Formação e Consultadoria, Lda.

formação

{Artigo técnico formativo Nº. 11} Neste número, apresentamos a resolução do exercício proposto na revista anterior. Apresenta-se também um novo exercício cuja resolução será incluída na revista número 32.

Resolução do Exercício 11 Observação: 1) Conforme foi proposto, e seguindo a legislação em vigor descrita na secção 525 e 803.2.4.2 já indicadas no exercício anterior, apresenta-se a resolução do novo exercício que foi requerido de acordo com o enunciado. Enunciado proposto na revista número 30: Qual a secção e protecção que deve ser escolhida para alimentar a potência de 20,7 kVA em cabo Trifásico XV (XLPE), que será estabelecido em vala de terreno muito seco (Cinzas), com protecção complementar e se destina ao troço de alimentação da instalação eléctrica de utilização de uso individual, com 58 metros de comprimento.

Dados a Utilizar

Potência Total Canalização: cabo XV Situação da canalização Modo de Instalação

Consultando o quadro, encontramos a corrente admissível, IZ = 31 A. (RTIEBT 523) A correspondente secção será, S = 1,5 mm2. 3º Verificação da queda de tensão absoluta e percentual (RTIEBT 525)

Vamos utilizar a fórmula simplificada, para circuitos Monofásicos, (aplicando o disposto no 803.2.4.2). Sabendo que o comprimento do ramal é 58 metros, vamos determinar a queda de tensão, u em volt, e em percentagem (Δu%): u=2x

P = 20,7 kVA, circuito trifásico 58 metros

rxL 0,0225 x 58 x IB = 2 x x 31 = 53,94 V S 1,5 Du% = 100 x

Enterrado em terreno seco-Cinzas

Protegida por conduta circular

1º Determinação da corrente de serviço por fase Utilizando a fórmula: 20700 S(VA) IB = = = 29,87 A 3 x U x cos j 3 x 400 x 1 2º Encontrar o Método de Ref. e determinar a corrente admissível e respectiva secção dos condutores do cabo. Segundo as Regras Técnicas (RTIEBT), na parte 5/ Secção 52, Quadro 52H, Ref.ª 61, encontra-se o modo de instalação da canalização escolhida (cabo mono ou multicondutor em condutas enterradas), que é classificado como, Método de Referência D(7) A tabela a consultar para determinação da corrente admissível, da secção do cabo e o correspondente Método será: Quadro Q 52-C30 – canalizações enterradas. A corrente admissível da tabela: IZ ≥ IB : IZ ≥ 29,87 A

u 53,94 = 100 x = 23,45% U0 230

Como a queda de tensão se situa acima de 1,5%, a secção da canalização, para aquele comprimento, é inadequada. Então, analisando a correspondente tabela calculada no exercício da revista anterior, verifica-se: Circuitos Trifásicos - Condutores de cobre – Q.d.t 1,5 % Secção em mm Potência de Cálculo kVA

IB(A)/fase

6

10 16 25 35

50

70

95

120

150

306

383

Comprimento em metros 20,7

30

15

25

40

63

89

127

178

242

que para 20,7 kVA, pressupondo que uma fase possa estar em determinada altura com 30 A (6,9 kVA), a secção deve ser 25 mm², e o comprimento máximo não poderá exceder os 63 metros. Assim, como o comprimento da canalização indicada no exercício é 58 metro, o comprimento está dentro do previsto na secção já indicada - 803.2.4.2 das RTIEBT, e segundo os cálculos apresentados também a queda de tensão é menor do que 1,5%:


ITED

revista técnico-profissional

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o electricista Paulo Monteiro Formador da ATEC - Academia de Formação

ficha técnica n.º 9

{Requisitos Técnicos Gerais, segundo o manual de ITED 2º edição de 24 de Novembro de 2009}

Repartidores Gerais Os repartidores gerais localizam-se regra geral num ATE, que faz parte da rede colectiva de tubagens, com acesso condicionado e apresentando as seguintes tecnologias: › Pares de cobre: RG-PC; › Cabos Coaxiais: RG-CC; › Fibra Óptica: RG-FO.

Sempre que o RG-PC for instalado em bastidores, recomenda-se a disposição destas unidades de acordo com a definição, descrição e desenho apresentado pelo projectista. Pelo que se apresenta um exemplo de ligação de um RG-PC em categoria 6.

Exemplo da localização dos repartidores num ATE:

Cor Azul, para cabos Fibra Óptica; Cor laranja, para cabos coaxiais; Cor verde, para pares de cobre; Cor cinzenta, para passagem comum das 3 tecnologias.

O fornecimento de material e a instalação de órgãos de protecção para o primário do RG-PC é da responsabilidade dos operadores públicos. A colocação destes órgãos deve ser feita em unidades modulares, e no caso de se aplicar descarregadores de sobretensão, estes devem ser ligados directamente ao terminal principal e terra do edifício por meio de um condutor que não seja identificado pela cor verde - amarela.

Repartidor Geral de Pares de Cobre (RG-PC) RG-PC é constituído por dois painéis de interligação (primário e secundário), bem como os cordões de interligação, que ligam o primário ao secundário na categoria adequada.

Repartidor Geral de Cabo Coaxial (RG-CC) RG-CC é constituído por dois painéis de interligação (primário e secundário), bem como os cordões de interligação que garantam a ligação do primário ao secundário.

A partir do secundário da RG-PC até ao RC-PC, dever-se-á utilizar uma distribuição em estrela, com o recurso a cabos de quarto pares de cobre, categoria 6 no mínimo.

Nos edifícios com 2 ou mais fracções autónomas deverão existir dois RG-CC, estando um normalmente localizado no ATE superior, com distribuição descendente (associado a MATV ou SMATV), e outro no ATE inferior, com distribuição em estrela (associado a CATV), com término no RC-CC.

Para comprimentos de cabos de PC superiores a 100 metros, deve-se criar pontos de distribuição intermédios, garantindo assim a categoria 6 entre os pontos de distribuição.

A rede CATV é obrigatória, e será sempre feita em estrela desde o


Consultório Electrotécnico 143

revista técnico-profissional

o electricista IXUS, Formação e Consultadoria, Lda.

consultório electrotécnico O “Consultório Electrotécnico” continua a responder às questões sobre Regras Técnicas, ITED e Energias renováveis que nos têm sido colocadas. O e-mail consultoriotecnico@ixus.pt está também disponível no website http://www.ixus.pt, onde também aguardamos pelas vossas questões. Nesta edição publicamos as questões que nos colocaram entre Dezembro e Fevereiro de 2010.

P1: Em que sub categoria, de estabelecimento recebendo público, posso classificar um Lar residencial destinado a dormitório de pessoas com deficiências? Será do tipo hospitalar, ou do tipo turístico ou estabelecimento simular? R1: A classificação mais indicada é a de um Estabelecimento tipo Turístico se não existir internamentos ou tratamentos, caso contrário, será do Tipo Hospitalar. P2: Em todos os tipos de instalações abrangidas pelas RTIEBT, os quadros eléctricos devem garantir a classe II de isolamento? Mesmo que estes estejam em local técnico devem garantir a classe II? R2: De acordo com o anexo V, da Secção 4 das RTIEBT, o quadro pode ser da classe I, ligado à terra, mas com protecção diferencial de entrada colocada de tal forma que assegure uma protecção idêntica à da classe II, ou ser dotado de isolamento suplementar durante a instalação, ou ser separados do invólucro (metálico) por um isolamento suplementar (ver figura 47GU, no referido anexo V). P3: Gostava de saber o que é necessário fazer para adquirir carteira profissional de electricista. Gostaria também de saber qual o custo a nível monetário, podendo assim assinar termos de responsabilidade dos trabalhos por mim efectuados. R3: Para obter a carteira profissional de “Técnico Responsável por instalações eléctricas”, tem de possuir uma experiência de 7 anos e realizar um RVCC Profissional (Novas Oportunidades), existente ao abrigo de um protocolo entre a DGEG (Direcção Geral de Energia e Geologia) e o IEFP (Instituto de Emprego e formação Profissional). Sabemos existirem Centros de Novas Oportunidades (CNO) no Cerco do Porto, em Vila Real, em Chaves e Seia, entre outros que deverão existir no País. Consulte o Centro de emprego, pois podem ajudá-lo lá. Entretanto

enviamos em anexo o Decreto-lei N.º 229/2006 que altera o Estatuto de Técnico Responsável onde o assunto é referido no artigo 5º. P4: Gostaria de saber qual o IP e IK do quadro, tomadas e iluminação que devo ter para instalar numa dependência destinada a arrumos/adega? Qual deverá ser o valor máximo da terra que deverei ter. R4: O local em causa exige um IP55, devido aos gases eventualmente libertados (álcool). Quanto ao IK este deverá ser escolhido de acordo com as actividades do local. Se não existirem movimentos de cargas pesadas, poderá ser IK2. Caso haja movimentos de cargas pesadas, como por exemplo pipos ou outros equipamentos poderá ser necessário o IK7. O valor da resistência de terra segundo as Regras Técnicas, não deverá ultrapassar os 100 ohm nas condições mais desfavoráveis (Verão). P5: Segundo pude ver nas regras e atendendo à classificação dos locais, classifiquei-o da seguinte forma: AA4, AB4, AD1, AE2, AE4, BA1, BB1 O que me dá IP44 mínimo. A divisão é uma divisão arejada com janela completamente rebocada e pintada no interior com uma cuba em Inox (250L) para o vinho e completamente abrigado de qualquer entrada de água, sendo apenas a possível e natural humidade do ar. Quanto ao IK estava a pensar que IK 02, uma vez que não vão existir movimentos de cargas pesadas. Que comentários tecem sobre esta análise? R5: Relativamente ao IK deverá ser em condições normais o IK04. Relativamente ao IP será insuficiente face à libertação eventual de vapores do vinho ou até a um eventual derrame. Neste caso não seria AD1, mas sim AD3, ou superior dependendo das circunstâncias. Se o espaço for lavável com mangueira (jactos de água) então o IP mínimo deverá ser IP55.


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