MERCADO
10
Fevereiro 2022 • oficinabrasil.com.br
Reposição inicia bem 2022 O movimento nas oficinas de janeiro e primeira semana de fevereiro indica um crescimento de 0,80% o que é muito bom considerando o novo patamar de passagens após a demanda excepcional do ano passado. Um indicador que continua preocupando é a percepção de falta de peças que se mantém muito elevado em relação ao nível pré-pandemia. Saiba mais Equipe CINAU
O
resumo deste 22º. Bo letim do PULSO DO AFTERMARKET é que o mercado de aftermarket estreou 2022 de pé direito, com as oficinas lotadas de serviços. Mesmo considerando o pa tamar de passagens elevado em 12,08% no acumulado em 2021, estas primeiras cinco semanas de 2022 apontaram um cresci mento de 0.80% como aponta o gráfico ao lado. Uma das sequelas da pande mia, em âmbito mundial, foi a quebra da cadeia produtiva em diversos segmentos econômicos e muitos setores ainda penam com falta de insumos, capaci dade produtiva e outra decor rência nefasta dessa situação é a inflação. Neste sentido o PULSO DO AFTERM ARKET tem como propósito oferecer ao mercado um indicador “básico” sobre o comportamento dos serviços nas oficinas. Não é foco deste estudo público apurar informa ções como inflação, custo das peças, ticket médio das regiões, etc. porém estas informações podem ser levantas pela CINAU em estudos customizados. Mas voltando ao PULSO DO AFTERMARKET nos chamou atenção o crescimento da per cepção de falta de peças que da última survey subiu de 58% para 66%, um crescimento sig nificativo e que contraria nossa expectativa, pois imagináva mos que o fantasma da falta de peças estava deixando o palco do aftermarket, mas pelo visto ele insiste em manter-se sob os holofotes. Agora é continuar acompanhando o PULSO para conferirmos se esta elevação do indicador tão negativo é um fato isolado ou dará a tônica para o primeiro trimestre.
ouviu 286 oficinas, em âmbito nacional, entre os dias três e quatro de fevereiro. Ao analisarmos estes dados percebemos que o mercado ain da vive certas anomalias, fruto principalmente da dificuldade de encontrar peças, que acabou gerando não só uma corrida ao canal digital como a divisão com o seu cliente, o dono do carro, no desafio de localizar a peça. Observem nos gráficos abai xo que há uma evidente corre lação com o aumento da difi culdade de geral de encontrar peças com o painel que indica o motivo do reparador ter pedido “ajuda” ao dono do carro. Este indicador bateu 43%, bem acima da falta de capital de giro e medo da inadimplência que caíram aos menores patamares da série histórica.
carro em gastar na manutenção do seu carro, o que falta é peça. Agora vamos analisar os resultados envolvendo o canal digital, que mais que triplicou como opção do reparador para adquirir peças. Lembramos que antes da pandemia as compras dos re paradores na internet giravam no patamar de 2%, pois desde o fenômeno COVID-19 a opção por esta canal subiu para ina creditáveis 5,6%, ou seja, um crescimento de quase 300%! Tal indicador significa que o reparador está satisfeito e percebendo o canal digital como seu “parceiro” no desafio de encontrar a peça certa e em tempo adequado? Certamente que não e a prova disso são os outros indicadores, sobre com pras erradas, o novo indicador de atraso na entrega de veículos por compra errada ou logística deficiente do canal digital. Esta situação nos faz lem brar de inúmeras declarações de especialistas do mercado digital e mesmo da reposição dizendo que o reparador, assim que descobrisse as vantagens do canal digital, iria torná-lo preferencial... “afinal é assim em quase todos os mercados e os reparadores terão que evoluir...” justificavam. Esta avaliação na realidade subestima a inteligência do re parador, de nossa parte sempre advogamos, amparados em da dos e fatos - há muito material neste sentido publicado aqui no Oficina Brasil - que o reparador não comprava na internet sim plesmente porque este meio não traz produtividade para o dia a dia da “operação” oficina.
Resumo da ópera: a falta de peças continua sendo o grande desafio do setor, não falta di nheiro, não falta crédito, não falta disposição do dono do
Querem mais uma prova desta realidade? Observem o gráfico que consolidou a pergun ta no sentido de que o reparador vai abandonar o meio digital as
Acumulado de 1º de janeiro a 5 de fevereiro de 2022: + 0,80% 17,00% 15,00%
12,54%
13,00% 11,00% 9,00%
13,39% 11,57% 9,37%
7,00% 5,00% 3,00% 1,00% -1,00% -3,00% -5,00%
-5,27%
-7,00% -9,00% -11,00% -13,00% -15,00% -17,00%
03/01 a 08/01
10/01 a 15/01 17/01 a 22/01 24/01 a 29/01 MOVIMENTO REAL MÉDIA HISTÓRICA (2021)
30/01 a 05/02
Média de passagens nas oficinas, medida pela CINAU em 14 estados que abrigam aproximadamente 90,96% da frota circulante no País
Aqui fa zemos mais u ma ressalva, pois este indicador de percepção de falta de peças é “genérico” e neste cenário torna-se importante uma ava liação desta realidade de forma mais aprofundada, ou seja, é muito relevante tentarmos en tender/identificar/quantificar em que linhas ou categoria de produtos esta falta de peças efe tivamente acontece e para tanto a CINAU tem mecanismos para estes levantamentos de forma personalizada para empresa interessadas em dissecar esta questão, assim como o impacto da inflação percebida na oficina em seus diferentes canais de compra. Diante desta realidade é importante reforçar que mesmo com a manutenção elevada do indicador de falta de peças, que se manteve praticamente estável ao longo de 2021 o resultado da reposição não chegou a ser comprometido, o que aumentou e muito foi o investimento de energia da oficina para conse
guir certas peças. Esta realidade permanece e como efeito colateral também trouxe o crescimento das ten tativas e compras no ambiente digital. Sendo assim, apesar d as promessas de ava nços, principalmente no sentido de ajudar o comprador da internet a encontrar a peça certa com fa cilidade e uma logística rápida, a maioria das oficinas não estão se sentindo atendidas adequada mente pelo meio digital e o veem mais como um último recurso em tempos de dificuldades de encontrar peças. QUE SAUDADES DO “WALDIR” Como é tradicional a cada edição do PULSO DO AFTER MARKET agora é a hora de juntarmos as informações “qua litativas” que ajudam a entender um pouco melhor o desempenho do setor e como fazemos a cada edição do PULSO, por meio de uma “survey”, que nesta edição