Caderno do Educador - Volume 2

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DIREITOS HUMANOS PARA CRIANÇAS

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Caderno do Educador Volume 2

Direitos Humanos para Crianças Metodologia para educadores que atuam com crianças de 6 a 12 anos

Educomunicação e Participação de Crianças


DIREITOS HUMANOS PARA CRIANÇAS

Ficha catalográfica (catalogação-na-publicação)

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Educomunicação e participação de crianças: Direitos Humanos para crianças / Oficina de Imagens; Visão Mundial. — Belo Horizonte : Oficina de Imagens, 2014. 83p. : il ; color. ; (Caderno do Educador; 2) ISBN: 978-85-00000-0-00 1. Educomunicação, metodologia. 2. Direitos humanos. 3. Educação, métodos de instrução. 4. Declaração Universal dos Direitos Humanos. I. Oficina de Imagens. II. Visão Mundial.

CDU: 37.091.39

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DIREITOS HUMANOS PARA CRIANÇAS

Sumário Brincar, Educomunicar, Participar: a construção de um percurso metodológico............................................................................... 6 Visão Mundial Brasil e Oficina de Imagens.............................................................................................................................................................. 9 Os Cadernos do Educador............................................................................................................................................................................................ 10 Direitos Humanos para Crianças. ............................................................................................................................................................................. 11 Declaração Universal dos Direitos Humanos: um Projeto de Humanidade..................................................................................... 12 O Papel da Educomunicação na Promoção e Proteção dos Direitos Humanos ......................................................................... 14 Oficina 13 - Janela da comunidade .......................................................................................................................................................................... 18 Oficina 14 - Passeio na comunidade ...................................................................................................................................................................... 22 Oficina 15 - Mapa da comunidade .......................................................................................................................................................................... 26 Oficina 16 - O que podemos fazer para melhorar a nossa comunidade? ....................................................................................... 30 Oficina 17 - Os direitos humanos através do olhar de Pedro e Sofia ................................................................................................ 34 Oficina 18 - O menino feliz e o menino triste ................................................................................................................................................. 40 Oficina 19 - História da infância: como surgiram os direitos das crianças? ...................................................................................... 44 Oficina 20 - A caixa dos direitos .............................................................................................................................................................................. 48 Oficina 21 - Direitos e responsabilidades das crianças: o semáforo .................................................................................................... 52 Oficina 22 - A construção de um personagem ............................................................................................................................................... 58 Oficina 23 - História em quadrinhos dos direitos .......................................................................................................................................... 62 Oficina 24 - Painel: Direitos Humanos das crianças ...................................................................................................................................... 68 Dinâmicas, filmes e livros para oficinas com crianças ................................................................................................................................... 71 Guia de dinâmicas e brincadeiras para abertura das oficinas .................................................................................................................. 72 Guia de dinâmicas de avaliação das oficinas ....................................................................................................................................................... 74 Guia de filmes e vídeos para crianças .................................................................................................................................................................... 76 Guia de livros infantis ....................................................................................................................................................................................................... 78 Ficha de registro e avaliação das oficinas ............................................................................................................................................................. 80 Créditos ................................................................................................................................................................................................................................... 81

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EDUCOMUNICAÇÃO E PARTICIPAÇÃO

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Brincar, educomunicar, participar: a construção de um percurso metodológico A metodologia Educomunicação e Participação de Crianças, sistematizada e consolidada em três Cadernos do Educador é fruto de uma parceria entre a Visão Mundial Brasil e a Oficina de Imagens, instituições que dialogam no campo da promoção e defesa dos direitos humanos de crianças e adolescentes, atuando em diferentes partes do território Brasileiro. As oficinas, textos, brincadeiras e dinâmicas propostas nestes Cadernos, foram criadas, experimentadas e avaliadas com a participação de vários educadores que atuam em escolas, bibliotecas, projetos sociais, associações e demais espaços comunitários de diferentes regiões do nosso país. A ideia de desenvolver uma proposta metodológica voltada para educadores que atuam com crianças de 6 a 12 anos partiu da necessidade de se estabelecer canais e espaços de comunicação nos quais as crianças possam se expressar, opinar, participar e contribuir para a melhoria das condições de vida e das relações sociais no âmbito da família, da escola e da comunidade. Neste trabalho, parte-se do entendimento de que a participação infantil é a implicação da criança no espaço social. Quando participa, a criança desenvolve seu potencial e partilha seus saberes, desejos, angústias e interesses. Este “saber da criança” é um elo entre o educador e as práticas educativas, as ações sociais e as políticas públicas destinadas à promoção dos direitos de meninos e meninas. Algumas perguntas nortearam a criação das diretrizes político-pedagógicas deste trabalho. Como podemos facilitar a participação das crianças? Como o educador pode envolvê-las em ações de reconhecimento, expressão e participação na realidade social? Qual caminho seguir? A resposta para essas perguntas nos remete ao fazer educativo por meio da Educomunicação, um campo do conhecimento que articula a educação e a comunicação com foco na criação de espaços e oportunidades de aprendizado e desenvolvimento de capacidades criativas, expressivas e opinativas.

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EDUCOMUNICAÇÃO E PARTICIPAÇÃO

DE CRIANÇAS Por meio de uma proposta educomunicativa, a criança formula e expressa opiniões, produz e difunde informações a partir do seu ponto de vista, brinca e constrói conhecimentos em atividades com fotografia, vídeo, rádio, internet, entre outras linguagens da comunicação. Nesse sentido, a metodologia proposta constitui um relevante instrumento de trabalho para os educadores, possibilitando perceber, reconhecer e valorizar o potencial comunicativo das crianças na construção de uma sociedade mais plural, justa e democrática. O processo de desenvolvimento e sistematização da metodologia Educomunicação e Participação de Crianças teve início em 2010, durante uma série de encontros de formação para educadores sociais das cidades do Rio de Janeiro, Nova Iguaçu e Belo Horizonte. O grupo formado por 25 educadores se reunia bimestralmente em Lins de Vasconcelos, comunidade da região norte do Rio de Janeiro. A dinâmica de trabalho com os educadores partia do debate acerca de temas inerentes ao processo de desenvolvimento humano, pessoal e social de meninos e meninas, tais como, identidade, diversidade, direitos, cidadania e participação social, e promovia um rico ambiente criativo, onde oficinas, dinâmicas e brincadeiras eram elaboradas, compartilhadas e experimentadas. A medida em que os educadores participavam dos encontros formativos, os Cadernos do Educador eram estruturados: fazeres e saberes que convergem e apontam caminhos rumo a uma prática educativa voltada para a participação de crianças na família, na escola e na comunidade. Já em 2013, as oficinas dos Cadernos do Educador foram experimentadas e aplicadas em outro contexto: o Nordeste Brasileiro. Um grupo de 30 educadores das cidades de Recife e Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco, e da cidade de Inhapí, em Alagoas, participou de seminários formativos, quando puderam conhecer a metodologia e articular a proposta de Educomunicação e Participação de Crianças às atividades que já realizavam com meninos e meninas atendidos por suas instituições. Ao trazer a realidade e a vivência dos educadores do Nordeste para o processo de experimentação e sistematização da metodologia, novas formas de fazer, criar e provocar a participação das crianças foram incorporadas aos Cadernos do Educador.

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EDUCOMUNICAÇÃO E PARTICIPAÇÃO

DE CRIANÇAS O resultado das jornadas de formação e compartilhamento de experiências, vivências e conhecimentos é um trabalho escrito a várias mãos. Mãos que brincam, mas que também planejam; que participam de um rico processo de construção de conhecimentos, mas que também anseiam pela justiça e igualdade social; que promovem o encontro entre as realidades e fazem delas um amplo espaço de construção de saberes e vivências. Desejamos aos educadores e educadoras uma boa leitura! Que essa metodologia sirva de referência e suporte para práticas educativas orientadas para a promoção e defesa dos direitos humanos de crianças, prioridade absoluta no Brasil e um compromisso de toda a sociedade. Divirtam-se! Visão Mundial Brasil e Oficina de Imagens

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Visão Mundial Brasil A Visão Mundial Brasil (VMB) é uma organização não governamental humanitária que atua no Brasil desde 1975, com ações focadas na superação da pobreza infantil. A VMB está ligada à rede internacional World Vision. O compromisso com a transformação da sociedade leva a organização a trabalhar para mudar as estruturas sociais e sistemas injustos que oprimem as pessoas e reduzem as possibilidades de desenvolvimento das comunidades, em especial da vida de crianças, adolescentes e jovens. Para que isso seja possível, a VMB promove a justiça para a infância, a ajuda humanitária e a reabilitação, contribuindo para o desenvolvimento transformador e sustentável. Para isso, o trabalho é realizado através de parcerias com as comunidades, com foco no bem-estar de crianças, adolescentes e jovens dentro da perspectiva dos valores cristãos.

Oficina de Imagens Criada em 1998, a Oficina de Imagens - Comunicação e Educação é uma organização da sociedade civil de Belo Horizonte, MG, que atua há 15 anos para garantir os direitos de crianças, adolescentes e jovens. A instituição desenvolve projetos nos campos da comunicação e da educação, por meio da criação de processos inovadores e metodologias participativas. A Oficina de Imagens também se destaca pela realização de formações, produção de conteúdos, pesquisa e monitoramento de informações, voltadas para o público infanto-juvenil, educadores e atores do Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente, focados nos Conselhos dos Direitos e Tutelares.

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Os Cadernos do Educador A metodologia Educomunicação e Participação de Crianças é organizada em três Cadernos do Educador: Infância e Integração de Grupo; Direitos Humanos para Crianças; Participação e Comunicação. Cada Caderno apresenta um conjunto de oficinas que podem ser realizadas com crianças de 6 a 12 anos em escolas, espaços comunitários, projetos sociais e bibliotecas. A metodologia apresenta diretrizes que orientam e fortalecem o trabalho de formação cidadã e participação social de crianças. Cabe ao educador adaptar essa proposta metodológica à sua realidade, ser flexível e sensível às demandas do espaço educativo e das crianças que dele participam. Cada Caderno é norteado por um objetivo geral, seguido por uma sequência de oficinas. As oficinas são guiadas por um objetivo específico - a intenção do processo educativo - com informações relacionadas aos resultados já obtidos por outros educadores a partir da atividade proposta. Para cada oficina o Caderno apresenta o passo a passo para desenvolvimento da atividade, os Produtos previstos, a lista dos materiais e equipamentos necessários, as questões norteadoras para aprofundamento dos temas, dicas, referências e depoimentos de educadores que participaram dos momentos de experimentação e sistematização da metodologia. Além de apresentar as oficinas, os Cadernos são compostos por textos conceituais que subsidiam a prática educativa. Importante ressaltar que as publicações não constituem uma fórmula pronta, mas um roteiro de referência para os educadores, que devem imprimir às atividades suas propostas e sua ação criativa. Nesse sentido, a metodologia Educomunicação e Participação de Crianças tem como objetivo apoiar o processo educativo, além de estimular o protagonismo dos educadores populares.

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Direitos Humanos para Crianças Um passeio na comunidade, no bairro, na cidade. Uma viagem pelo universo dos Direitos Humanos das Crianças. A busca pela garantia dos direitos e pela superação de suas violações a partir da realidade dos meninos e meninas. O direito de ser feliz, de brincar, de passear, de fazer amigos.

rno buscam As oficinas deste Cade ocesso de contribuir para o pr s crianças, para formação cidadã da situações de que elas percebam dos Direitos garantia e violação pectiva da Humanos sob a pers sfo an rmação da participação e da tr sua realidade social.

A partir de histórias, brincadeiras, pesquisas e vivências, a proposta é possibilitar à criança conhecer os Direitos Humanos e observar situações pautadas pela garantia ou pela violação destes direitos na sociedade. Ancoradas na Declaração Universal dos Direitos Humanos e no Estatuto da Criança e do Adolescente, as atividades partem da realidade social das crianças, apresentando o tema dos direitos humanos de forma lúdica e atrativa, de maneira que as próprias crianças possam perceber a presença ou a ausência dos direitos no dia a dia. Nesse sentido, é fundamental que o trabalho educativo contribua para o processo de leitura e interpretação das situações que expressam atos de garantia ou violação dos Direitos Humanos no cotidiano das crianças. Conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente, meninos e meninas são considerados prioridade máxima em nosso país. Criança tem direitos! Mas também tem responsabilidades! As oficinas abordam as responsabilidades das crianças sob a perspectiva da participação para melhoria das relações sociais na família, na escola e na comunidade. Nessa perspectiva, o trabalho do educador busca estimular a participação ativa das crianças nos espaços em que elas estão inseridas (família, escola e comunidade), incentivando sua capacidade de interferir e mudar a realidade.

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Declaração Universal dos Direitos Humanos: um projeto de humanidade “Onde, afinal começam os Direitos Humanos? Em pequenos lugares próximos de casa - tão próximos e tão pequenos que não aparecem em nenhum mapa. Nas vizinhanças onde moram as pessoas, nas escolas que frequentam, na fábrica, fazenda ou escritório onde trabalham. Esses são os lugares onde cada homem, mulher ou criança busca a justiça, a igualdade de oportunidades e a dignidade sem discriminação. A menos que esses direitos tenham significado nesses locais, eles não terão qualquer significado em nenhum outro lugar.” Eleanor Roosevelt. A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi aprovada pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas - ONU em 10 de dezembro de 1948. A americana Eleanor Roosevelt, ativista pelos Direitos Humanos e líder da Comissão de Direitos Humanos da ONU, foi personagem central no processo de formulação e aprovação da Declaração. Suas palavras, destacadas na citação que abre este texto, apontam o principal desafio ético e político do trabalho de promoção e proteção dos Direitos Humanos em todos os cantos do mundo: anto, s Humanos é, port ito ire D s chegar ao cotidiano de todos os indivíduos, sem do al rs ve ão dos Direitos A Declaração Uni omoção e proteç distinção. pr de ho al ab tr r do . Todos os Segundo o filósofo e educador colombiano Bernardo Toro, a Declaração Universal dos Direitos Humanos é o único Projeto de Humanidade gestado na história do homem. Pela primeira vez, a humanidade conseguiu estabelecer e aprovar um

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o pila lítica ferência ética e po muitos Humanos. Uma re iva internacional e at rm no da s to en tão diretamente demais instrum ativas nacionais es rm no s da s to en m anece: como instru o, o desafio perm nt ta en o N . os rid tidiano das a ela refe é lei, chegar ao co e qu o a, rm no das é fazer o que processo educativo do os am at tr do mo informar e pessoas? E quan se complexifica: co fio sa de se es as o nos processos crianç efetiva participaçã ra pa as nç ia cr as umanos? mobilizar ão dos Direitos H eç ot pr e ão oç de prom


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conjunto de direitos para todos os seres humanos, independente de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição. Todos os direitos para todos é a concepção central da Declaração. Ainda hoje, passados 65 anos de vigência da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a promoção, garantia e defesa dos direitos da pessoa humana ainda se apresentam como desafios, particularmente quando lançamos o olhar para os grupos, comunidades e pessoas mais vulneráveis política, econômica e socialmente. No Brasil, especificamente, a maioria das pessoas tem seus direitos violados e a pobreza tem cor: as populações negra e indígena são as que se encontram mais expostas à violação de direitos fundamentais. Milhares de pessoas vivem excluídas. Milhares de crianças, adolescentes e jovens nascem, crescem e morrem sem a plenitude da condição para seu desenvolvimento integral, sem acesso aos seus direitos. Direitos - para citar exemplos - de viver em condições econômicas, sociais e culturais que permitam a vida digna; de participação política; de acesso à justiça e às garantias processuais; de proteção à privacidade; à liberdade de pensamento, consciência e religião; à educação e à profissionalização. A precariedade da garantia dos Direitos Humanos na sociedade brasileira fica visível na análise de uma situação social grave: a disparidade da distribuição de renda entre brancos, negros e índios. O desenvolvimento econômico, as conquistas sociais, as novas tecnologias, entre outros, beneficiam apenas uma pequena parcela da população. As desigualdades econômicas e sociais que marcam fortemente a sociedade brasileira expõem os atrasos na efetivação da Declaração Universal dos Direitos Humanos no Brasil, expressa pela Constituição Federal e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, dois exemplos centrais.

Nesse quadro crônico de negação de direitos, um aspecto merece destaque e surge aqui como central no debate do papel da Educomunicação na promoção e proteção dos Direitos Humanos: tais direitos e as legislações que os asseguram são desconhecidos pela imensa maioria dos cidadãos que deles necessitam para garantir uma vida digna e o exercício pleno da cidadania. O desconhecimento dos direitos é uma das limitações para a sua exigibilidade e um caminho para a perpetuação de suas violações.

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Existem, certamente, outras variáveis para a manutenção desse quadro absurdo, mas o desconhecimento dos próprios direitos e dos mecanismos de garantia e exigibilidade desses direitos é uma situação que precisa ser superada. É preciso mudar essa condição que acaba por alimentar o círculo vicioso da perpetuação, ainda nos dias de hoje, da pobreza, da injustiça, da desigualdade, da violência e da desmobilização. Há um longo caminho pela frente, com muitas variáveis que precisam ser cuidadas. Nessa jornada, uma ação vital é sensibilizar e mobilizar pessoas, grupos sociais, comunidades e a sociedade inteira para que todos conheçam e exerçam seus direitos, das crianças aos adolescentes, dos adultos aos idosos.

O papel da Educomunicação na promoção e proteção dos Direitos Humanos No contexto apresentado anteriormente e com foco na mobilização para o conhecimento e a exigibilidade de direitos, uma estratégia central é buscar propostas e métodos que levem o debate acerca dos Direitos Humanos para os espaços educativos. Trata-se de um caminho promissor para o processo de construção da cidadania das crianças e dos adolescentes. Uma estratégia que convoca a participação de meninos e meninas e pode irradiar conhecimentos, propósitos e ações para as famílias e comunidades, ampliando e fortalecendo uma rede social de promoção e proteção dos Direitos Humanos. É neste último ponto, relacionado à formação de cidadãos e à formação de uma rede social garantidora de direitos, que a Educomunicação busca cumprir seu papel na promoção e proteção dos Direitos Humanos.

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Par tindo do princípio de que a con quista efetiva dos Direitos Humanos com eça pelo entendimento de que eles devem estar presentes nas nossas formas de vive r, estar e se relacionar em sociedade, um a situação observada em trabalhos com cria nças merece destaque: ao perguntar a um grupo de crianças o que são os Direito s Humanos, tem-se como resposta algumas dúv idas e poucas manifestações objetivas. Ao perguntar para o mesmo grupo de crianças quais são os seus direitos, surgem palavras com o moradia, educação, saúde. Ou seja, a compre ensão sobre os direitos tem for te conexã o com situações concretas de vida, mas ainda gera uma percepção e um entendime nto difusos.


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É importante ressaltar que foi uma grande conquista enunciar os Direitos Humanos nas declarações e textos constitucionais, mas, infelizmente, mesmo com toda a caminhada histórica para a efetivação dos Direitos Humanos, eles ainda estão longe de serem reconhecidos e garantidos. Muitas pessoas em nossa sociedade não se veem como sujeitos de direitos. Não conhecem os direitos socialmente garantidos e não se reconhecem como titulares desses direitos. A Educomunicação é uma metodologia que possibilita o conhecimento, a pesquisa e o debate acerca dos Direitos Humanos, uma vez que a abordagem sobre os direitos é fundamental para a construção de significados nas práticas de Educomunicação. Isso porque os processos educomunicativos tem como pressuposto o exercício do “direito à comunicação, expressão e opinião”, garantido a todas as pessoas no artigo XIX da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

“Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras”. (Artigo XIX, da Declaração Universal dos Direitos Humanos).

As convergências entre comunicação e educação, base da construção da metodologia de Educomunicação, geram oportunidades para a difusão e conhecimento dos Direitos Humanos e para a conscientização e formação política e cidadã de sujeitos de direitos. Exercendo o direito à comunicação e utilizando técnicas de fotografia, vídeo, jornal mural, rádio-escola, internet, histórias em quadrinhos, entre outras, as crianças começam a perceber a importância da sua opinião e participação no debate de temas importantes do dia-a-dia, como a garantia de direitos. Mais: começam a se perceber e a perceber o outro como sujeitos de direitos, como titulares legais desses direitos. Por isso, é importante incentivar e abrir espaços nas escolas e nas comunidades para comunicação, participação e reflexão sobre temas relacionados à nossa realidade social e aos Direitos Humanos.

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Exemplos disso são as exposições de desenhos, pinturas e fotografias, a criação de vídeos, a montagem de rádios e grêmios nas escolas, espaços e oportunidades educativas para a formação de sujeitos e o conhecimento de direitos. A conscientização sobre a conor tunidades o cria também op çã ica un om uc Ed A municação: quista dos Direitos Humanos e a necessidade de garantie os meios de co br so o xã fle re a para los só acontecerá com o reconhecimento e a participação l no processo de a presença e pape su ianças das crianças. É tarefa da Educomunicação contribuir para ano e social das cr nvolvimento hum se se de aque eles saibam identificar, escolher e comunicar sobre o adãos. Assim, torn e de todos os cid mídia que contribui e o que não contribui para a melhoria da a leitura crítica da er az tr l ve dí cin es impr de uma ivos. Não se trata at sua realidade social. uc ed s ço pa es tr uir ra os

pa l cons s poucos, é possíve tarefa fácil, mas, ao dos que são a sobre os conteú ad ur ap ca íti cr a uências um eios e suas conseq m s se es r po os id ncia oferec aginário e da vivê im do ão uç tr ns co para a e meninas. social de meninos

A Educomunicação aponta para a construção de uma crítica da realidade brasileira e, ao mesmo tempo, estimula a participação social. Para a construção de uma sociedade igualitária, justa e inclusiva, todos precisam se sentir corresponsáveis e comprometidos com a mudança, principalmente contando com a participação direta das novas gerações. Apostando no potencial dessas pessoas, é possível construir espaços e possibilidades de transformação em cada comunidade, família e grupo social.

A partir da Educomunicação é possível, portanto, contribuir para a formação de opinião, o conhecimento dos Direitos Humanos, o exercício da cidadania e o aprofundamento das experiências de participação social. Assim, é possível contribuir com a formação de sujeitos de direitos e fazer acontecer o que Eleanor Roosevelt apontou no seu discurso: que os Direitos Humanos tenham presença e valia em todos os espaços da sociedade, bairros, vilas, distritos rurais, quilombos, comunidades ribeirinhas, aldeias indígenas. Em todos os cantos, para todos os cidadãos. Sem exceções.

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JANELA DA COMUNIDADE


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13 Janela da comunidade Objetivo: Conhecer a visão das crianças sobre o lugar onde vivem, suas observações sobre a realidade - principalmente o que elas percebem como referências positivas e negativas. A oficina possibilita a construção coletiva de um conceito de comunidade e desperta nas crianças o sentimento de valorização do lugar onde moram.

Produto previsto: Desenhos das janelas da comunidade.

Materiais necessários: Papel A4 para o desenho da janela da comunidade e/ou dobradura para montagem de um molde de janela e lápis de cor.

Desenvolvimento da atividade: 1. Dinâmica ou brincadeira de abertura. Ver Guia de Dinâmicas - Pág. 72. 2. Iniciar a oficina perguntando ao grupo de crianças “o que é comunidade?”. Construir com o grupo o significado da palavra comunidade: lugar onde moramos, lugar que nos acolhe, espaço onde conhecemos as pessoas, espaço onde fazemos amigos etc. Para essa construção, é importante que o educador considere os diversos termos que remetem à comunidade: morro, favela, bairro, vizinhança, vila, roça, campo, condomínio, entre outros.

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3. O educador deve orientar a produção do desenho de uma janela. Em seguida, as crianças vão desenhar dentro dela a paisagem da sua comunidade, como se fosse uma janela da sua casa, de onde se vê a comunidade. 4. Quando as produções forem finalizadas, as crianças devem apresentar seus trabalhos em roda.

Fechamento: 5. O educador deve anotar as referências positivas e negativas que as crianças trouxerem para os desenhos. No encerramento, é importante lembrar que a comunidade é composta por coisas boas e ruins, mas que esse é o lugar que as crianças conhecem, onde podem se sentir seguras, apoiadas pelas famílias e por outras pessoas que delas cuidam. E, para que a comunidade seja cada dia melhor, é preciso que cada uma das pessoas que a integram faça a sua parte. 6. Dinâmica de encerramento, avaliação e apresentação do tema da próxima oficina. Ver Guia de Dinâmicas - Pág. 74.

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Dicas: Cada vez que abrimos a janela da nossa casa damos de cara com a nossa rua, nossa cidade e nosso país. O educador pode optar por construir com as crianças um molde de janela, por meio de recorte e dobradura, em que seja possível desenhar na parte interna da moldura. Outra dica legal é incrementar a atividade com visitas dos moradores antigos da comunidade.

Referências: Sugestão de leitura A escola da Vida - Pedro Bandeira Filmes e vídeos A Rua é Pública, Lado B-eco, de Anderson Lima Histórias da Unha do Dedão do Pé do Fim do Mundo, de Evandro Salles Músicas Galinha Pintadinha 3 - Fui Morar Numa Casinha

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PASSEIO NA COMUNIDADE


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14 Passeio na comunidade Objetivo: Realizar um exercício de reconhecimento da comunidade para que as crianças conheçam e valorizem as características do lugar onde moram. A oficina favorece a apropriação do espaço da comunidade pelas crianças, além de trabalhar aspectos de integração, cooperação e cumplicidade entre elas e os educadores.

Produto previsto: Fotografias.

Materiais necessários: Além das câmeras fotográficas, a lista de materiais para o passeio na comunidade deve ser definida por cada educador de acordo com as demandas de cada comunidade.

Desenvolvimento da atividade: 1. Dinâmica ou brincadeira, seguida pela memória da oficina anterior. Ver Guia de Dinâmicas e Brincadeiras- Pág. 72. 2. Conhecer e refletir sobre os caminhos que fazemos diariamente na comunidade e os espaços que são importantes para as crianças nesse caminho. Por exemplo: a casa, a escola, os parques, a igreja, os comércios, as praças, o posto de saúde, a associação comunitária, o campo de futebol etc. É possível refletir também sobre coisas negativas vistas nesse percurso, tais como a violência, o lixo, o esgoto a céu aberto, a má conservação dos espaços públicos, entre outros. 3. Passeio na comunidade: para realizar o passeio é necessário um trabalho prévio dos educadores

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DIREITOS para a construção de um roteiro. Este, preferencialmente, deve ser construído junto às crianças. É preciso também que os educadores enviem uma autorização aos responsáveis e providenciem lanches, água, transporte e outros. O passeio na comunidade deve ser registrado pelas crianças com máquinas fotográficas - este item é imprescindível nessa atividade. Obs.: Os critérios para uso da câmera fotográfica dependerão da quantidade de câmeras disponíveis para a atividade e devem ser negociados com as crianças.

Fechamento: 4. Roda de conversa sobre os espaços visitados. Esse diálogo parte do questionamento dos pontos positivos e negativos levantados pelas crianças, além da abordagem e explicação dos temas “público” e “privado”. Outra possibilidade é introduzir a discussão sobre a garantia dos direitos humanos por meio das políticas públicas básicas. 7. Dinâmica de encerramento, avaliação e apresentação do tema da próxima oficina. Ver Guia de Dinâmicas de Avaliação - Pág. 74.

Depoimentos: “Saímos com as crianças para uma caminhada na comunidade e propusemos que elas etiquetassem com a cor verde os locais que ressaltassem os pontos positivos da comunidade e com etiquetas vermelhas os locais que ressaltassem os pontos negativos. Muito nos alegrou ver o ânimo e o exercício da visão crítica delas conversando entre si e sinalizando lugares durante o trajeto. As crianças colocaram cartões vermelhos na sujeira das ruas e nos bares onde é comum haver brigas e desentendimentos entre vizinhos, bem como etiquetas verdes nas praças, árvores, quadras de esporte etc.” Rosane Lima - CMMAR

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Dicas: E se você vivesse num lugar que não aparece no mapa? Essa pergunta é o início do trailer de um documentário chamado “The Revolutionary Optimists” (Os otimistas revolucionários), que mostra como crianças que vivem em favelas da cidade de Kolkata, na Índia, criaram seu próprio mapa, pois suas casas não apareciam no Google Maps. Tudo começou quando eles perceberam que suas casas não apareciam no Google Maps. Havia um vazio, um espaço em branco. Eles trabalharam para contar cada residência em todas as ruas e traçar seu próprio mapa do bairro. A intenção de criar o mapa foi organizar uma campanha de vacinação contra a poliomielite. Por conta do mapa, e dos chamados feitos pelas crianças, usando megafone de papelão, as pessoas conseguem achar os locais onde acontecem as vacinações, e o número delas cresceu impressionantes 80% (www.hypeness.com.br).

Referências: Sugestão de leitura A Casa Encantada, de Lenilde Freitas

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MAPA DA COMUNIDADE


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15 Mapa da comunidade

Objetivo: Construir o “Mapa da Comunidade” a partir das sensações e emoções sentidas pelas crianças nos caminhos percorridos no passeio pela comunidade.

Produto previsto: Mapas.

Materiais necessários: Cartolina ou papel kraft, lápis de cor, lápis preto, régua, borracha e fotografias da comunidade.

Desenvolvimento da atividade: 1. Dinâmica ou brincadeira, seguida pela memória da oficina anterior. Ver Guia de Dinâmicas e Brincadeiras - Pág. 72. 2. Construção de mapas afetivos. Cada educador poderá conduzir essa atividade de acordo com o perfil do grupo de crianças em que atua. É possível propor a construção de um mapa coletivo onde todas as crianças contribuam com o desenho, ou realizar a produção em grupos menores, por regiões da comunidade. Além dos caminhos e espaços observados no passeio, as crianças podem desenhar outras referências afetivas da comunidade, especialmente as que trazem lembranças positivas.

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3. Apresentação dos mapas. 4. Em seguida, coletivamente, o grupo deve escolher um lugar no espaço da oficina para colagem e exposição dos mapas. Obs.: As fotografias produzidas na oficina anterior podem ser utilizadas para ilustrar o mapa da comunidade e compor a montagem da exposição. É importante que as crianças decidam sobre o formato e espaços de exibição dessas fotografias no mapa.

Fechamento: 5. Reforçar junto às crianças que os mapas afetivos revelam a comunidade cotidiana, construída a partir das vivências afetivas dos seus moradores, e que ficam muitas vezes encobertas pelas valorações arbitrárias que estabelecem espaços privilegiados, excluindo pessoas, práticas e lugares. 6. Dinâmica de encerramento, avaliação e apresentação do tema da próxima oficina. Ver Guia de Dinâmicas de Avaliação - Pág. 74.

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Dicas: 1 - Para que as crianças tenham uma melhor compreensão do desenvolvimento da atividade, o educador pode iniciar a oficina ressaltando a importância de lugares e pessoas para o desenvolvimento da comunidade. Vale aqui exemplificar, por exemplo, a diferença entre espaço público e privado, introduzindo o tema das políticas públicas básicas. 2 - O educador pode também sugerir para o grupo de crianças a construção de uma maquete, reprodução tridimensional, em miniatura, de projetos arquitetônicos.

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O QUE PODEMOS FAZER PARA MELHORAR A NOSSA COMUNIDADE?


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O que podemos fazer para melhorar a nossa comunidade? Objetivo: Estimular a participação das crianças em pequenas ações que contribuam para a melhoria da convivência na comunidade. A oficina busca envolver as crianças em processos de levantamento de problemas que podem ser minimizados com a contribuição delas.

Produto previsto: Pequenas ações planejadas pelas crianças para intervenção na comunidade.

Materiais necessários: Papel A4 ou cartolina, lápis de cor, canetinhas hidrocor, papel colorido, cola e tesouras. Podem ser acrescentados outros materiais que o educador, junto com as crianças, achar convenientes de serem utilizados.

Desenvolvimento da atividade: 1. Dinâmica ou brincadeira, seguida pela memória da oficina anterior. Ver Guia de Dinâmicas e Brincadeiras - Pág. 72. 2. Nesta etapa do Caderno do Educador, as crianças devem ser estimuladas a atuarem nas suas comunidades. Vale juntar o lixo que está espalhado na rua, cuidar das plantas do jardim da escola, praticar a gentileza com os vizinhos, obedecer às regras de trânsito, realizar um “Dia do Abraço” etc.

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3. Divididas em grupos e a partir da memória da última atividade com o tema “Comunidade”, as crianças deverão enumerar três problemas da sua comunidade e fazer uma lista de três possíveis ações que minimizem ou solucionem esses problemas. Obs.: Essas informações devem ser registradas em um quadro ou cartaz. As crianças podem também escrever, desenhar, montar uma placa, um cartaz ou falar para a turma as ideias que tiveram para melhorar a comunidade. 4. Em seguida, propor aos grupos o desafio de escolher uma ação para ser realizada coletivamente. 5. Apresentação das ações e ideias.: durante a apresentação, o educador exerce um importante papel no esclarecimento das atribuições do governo e do papel dos moradores na melhoria dos problemas da comunidade. Quando as crianças propõem a construção de um posto de saúde para o problema da falta de médicos, por exemplo, é importante que elas saibam que essa é uma responsabilidade do governo. Já em relação aos problemas relacionados ao meio ambiente, parte das soluções é papel dos moradores e a outra parte é dos governos. 6. Planejamento das ações: depois de escolherem o que transformar, o educador precisa orientar as crianças sobre a definição dos espaços físicos onde elas irão atuar e a estrutura necessária para realizar as ações. Faça uma lista de tudo: as crianças utilizarão papel? Canetas? Equipamento de som? Outros objetos? Etc.

Fechamento: 7. Hora de intervir! Estimule as crianças a fazerem desse momento um espaço prazeroso de compartilhamento e exercício da sua cidadania. 8. Dinâmica de encerramento, avaliação e apresentação do tema da próxima oficina. Ver Guia de Dinâmicas de Avaliação - Pág. 74.

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Dicas: 1 - Uma iniciativa legal seria registrar com fotografias ou vídeo a ação realizada pelas crianças. Como desdobramento, o educador pode propor a exposição dos produtos na comunidade. 2 - O educador deve advertir que pequenas ações, realizadas cotidianamente, podem contribuir de várias maneiras com o bem-estar individual e coletivo. Utilizar a lixeira para jogar fora os restos de produtos que consumimos ou praticar a gentileza com os vizinhos utilizando as palavras mágicas (bom dia, por favor, com licença e obrigado) são atitudes que contribuem para uma convivência comunitária mais saudável e prazerosa.

Referências: Sugestão de leitura Nossa Rua tem um Problema, de Ricardo Azevedo Viagem ao Planeta Lixo, de Dirlei Elem Filme e vídeos Gente Grande, de Walkir Fernandes Castelo Rá Tim Bum, Ratinho - A Lata de Lixo Turma da Mônica - Economizar Água

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OS DIREITOS HUMANOS ATRAVÉS DO OLHAR DE PEDRO E SOFIA


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Os Direitos Humanos através do olhar de Pedro e Sofia

Objetivo: Apresentar às crianças, a partir de um momento de vivência lúdico e prazeroso, o Estatuto da Criança e do Adolescente. A proposta é também fomentar o desejo e a capacidade das crianças de interferir e transformar a realidade. A contação de histórias é uma vivência que possibilita desenvolver o comportamento leitor das crianças, já que elas aprendem a emitir opiniões sobre a história, falando ao grupo se gostaram do que foi lido e por que, e a conhecer o ponto de vista dos colegas.

Produto previsto: História em quadrinhos.

Materiais necessários: História “Os Direitos Humanos através do olhar de Pedro e Sofia”, papel A3 dividido ao meio, canetinhas hidrocor, livreto do ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente.

Desenvolvimento da atividade: 1. Dinâmica ou brincadeira de abertura. Ver Guia de Dinâmicas e Brincadeiras - Pág. 72. 2. Conhecer por meio da história “Os Direitos Humanos através do olhar de Pedro e Sofia” o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA, lei que garante os direitos da criança e do adolescente no Brasil. Veja a história na página 38.

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3. Realizar um debate sobre a história apresentada. Perguntas orientadoras: • Vocês concordam com a Sofia quando ela diz que muitas crianças ainda sofrem violência? • Ouvindo essa história, o que vocês fariam para mudar esta situação? • Como vocês poderiam ajudar o Pedro e a Sofia a defender os Direitos Humanos das Crianças e Adolescentes? 4. Em seguida, cada criança receberá uma folha de papel A3 dividida ao meio e um conjunto de canetinhas hidrocor para construírem uma pequena história em quadrinhos. A sugestão é que se produza essa história em dois quadros. Cada quadro da folha de papel representará um momento diferente. É como a brincadeira do ANTES e DEPOIS. O desafio é provocar as crianças a desenharem de um lado da folha uma situação de violação dos direitos e do outro lado - como se o tempo tivesse passado - o que fariam para ajudar Pedro e Sofia a garantir os direitos de todas as crianças e adolescentes. 5. Apresentação dos trabalhos.

Fechamento: 6. O educador deve fazer uma reflexão sobre os principais direitos representados pelas crianças nos desenhos e apresentar o livrinho do ECA, instrumento utilizado pelo governo, famílias e sociedade para proteger crianças e adolescentes no Brasil. 7. Dinâmica de encerramento e avaliação. Ver Guia de Dinâmicas de Avaliação - Pág. 74. 36


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Depoimentos: “Tratar dos Cinco Direitos Fundamentais do ECA, encorajando a participação das crianças na produção dos desenhos, permitiu que eles expressassem a compreensão sobre seus direitos, mas também que discutíssemos sobre suas responsabilidades”. Hebert e Viviane - PDA Novo Chão

Dicas: “Não há quem resista a boas histórias! Seja lá onde e como aparecem, elas encantam, amedrontam, fazem rir ou chorar, assustam e são capazes de levar, ainda que em pensamento, até lugares distantes pessoas de qualquer idade, especialmente as crianças. Mas ler e contar histórias, porém, não é a mesma coisa. Conhecer as características das duas atividades é essencial para se preparar e garantir a atenção e aprendizagem das crianças. Para tanto, é importante que o educador apresente ao grupo o título da história, explique o porquê da escolha, antecipe possíveis dúvidas e informe que é importante o grupo se manter em silêncio para ouvir a contação. Siga o ritmo do texto narrativo! Conte os trechos pausadamente, mostrando diferenças no tom de voz entre os personagens e o narrador. Por fim, convide a turma para comentar a história e abra espaço para perguntas. Se necessário, releia trechos”. Revista Nova Escola - Ler é diferente de contar histórias.

Referências: Sugestão de leitura Os Direitos Humanos em Quadrinhos, de Ziraldo Filmes e vídeos Direitos Humanos para Crianças Músicas Criança não trabalha, de Palavra Cantada Direitos e Deveres, de Toquinho

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Os Direitos Humanos através do olhar de Pedro e Sofia Era uma vez dois amigos, Pedro e Sofia, que moravam na comunidade do Canto Amarelo. Sofia tem sete anos, é muito inteligente, adora capoeira, gosta de brincar, é muito amiga das pessoas. Já Pedro tem oito anos, é muito sensível, gosta de estudar, brincar e seu passatempo predileto é assistir desenhos animados na televisão nos finais de semana. Ele tem poucos amigos e os dois frequentam a escola que fica perto de casa. Os dois amigos gostam muito da escola. Quando os seus pais perguntam como foi o dia na escola, eles falam que estão aprendendo muitas coisas legais, mas o que eles gostam mesmo é da hora do recreio. Um belo dia, um grupo de educadores da comunidade foi até a escola para fazer um trabalho com as crianças. Esse trabalho foi realizado nas salas de aula, logo depois que as crianças assistiram a um vídeo na televisão sobre “Direitos Humanos para Crianças”. Depois de assistir o vídeo, um dos educadores perguntou para Pedro: – Pedro, qual a parte que você mais gostou do vídeo? E Pedro respondeu: – Quando o desenho fica colorido. Do lado de lá da sala Sofia perguntou: – Mas porque o desenho fica colorido? E o educador respondeu: – O desenho ganhou cor quando todos tiveram seus direitos respeitados, ou seja, o direito à vida, saúde, família, carinho, respeito, alimentação, escola, brincadeira e muitas coisas, até as crianças se tornarem pessoas grandes e trabalharem. Sofia ficou pensativa, ouvindo e disse:

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– Se isso é verdade, então porque tem crianças que sofrem, não têm família, estão na rua sem escola e até vendendo doces? – Muito bem Sofia - respondeu o educador. Muitas crianças sofrem porque nem todos sabem desses direitos, então não sabem cobrar. Existem direitos humanos para todas as crianças do mundo. No Brasil existe o Estatuto da Criança e do Adolescente, o ECA. O ECA é uma lei que garante às crianças e aos adolescentes o direito à vida, saúde, alimentação, carinho, convivência familiar e comunitária, educação, moradia, lazer, esporte, cultura. Também garante que a criança não seja vítima de violência. O ECA deve ser cumprido pela família, pelo governo e pela sociedade. Mas, durante a oficina Pedro e Sofia ficaram pensando e começaram a conversar sobre o assunto. Sofia, então, perguntou aos educadores: – As crianças só têm direitos? E os educadores responderam: – As crianças também têm responsabilidades. Elas não devem fazer bagunça em casa, nem na escola, devem respeitar a família, estudar, brincar e não brigar com os colegas. Pedro e Sofia então falaram: – Poxa vida, minha mãe e meu pai não sabem disso, porque se soubessem teriam me falado! Então os dois começaram a pensar o que cada um poderia fazer para melhorar a sua própria vida e a das outras crianças. Então Sofia falou: – Vou falar com todo mundo lá em casa! E assim, todas as pessoas das famílias começaram a perceber que seus filhos já sabiam de muitas coisas importantes, mas que não adiantaria somente seus filhos mudarem. Então, um belo dia, os familiares foram até a escola para participar de uma reunião com os educadores e puderam conhecer mais sobre os direitos humanos.

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O MENINO FELIZ E O MENINO TRISTE


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O menino feliz e o menino triste

Objetivo: Contribuir para que as crianças relacionem situações alegres com a garantia dos seus direitos humanos e situações tristes com a violação desses direitos. Nessa atividade, cada criança expressa algo da sua vivência, permitindo que o educador conheça um pouco mais as experiências individuais. Dessa forma, ele poderá identificar comportamentos e demandas diferenciadas, além de reforçar a autoestima do grupo.

Produto previsto:

Materiais necessários: Papel A4 branco, lápis de cor e fita-crepe.

Desenhos de um menino (a) em situação alegre e um menino (a) em situação triste.

Desenvolvimento da atividade: 1. Dinâmica ou brincadeira, seguida pela memória da oficina anterior. Ver Guia de Dinâmicas e Brincadeiras - Pág. 72.

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2. Cada criança receberá lápis de cor e uma folha A4 para desenhar um menino (a) em situação alegre e um menino em situação triste. As folhas deverão ser dividas ao meio em formato paisagem. Obs.: Se as crianças forem alfabetizadas ou se estiverem em fase de alfabetização, o educador deve orientar a construção de palavras ou frases que expressem o sentimento de alegria e tristeza. 3. Ao terminarem os desenhos, as crianças devem recortar o papel ao meio, separando as duas situações representadas. Os desenhos deverão ser afixados em painéis distintos.

Fechamento: 4. O educador deve fazer junto ao grupo, uma leitura das situações alegres, relacionando-as à garantia dos direitos da criança; e uma leitura das situações tristes, relacionando-as à violação desses direitos. É importante reforçar que todas as crianças possuem direitos garantidos em leis e quando estes direitos não são cumpridos elas vivenciam situações de violação. Durante a observação dos desenhos em grupo, o educador deve perguntar às crianças sobre o que se pode fazer para melhorar as situações tristes. 6. Dinâmica de encerramento e avaliação. Ver Guia de Dinâmicas de Avaliação - Pág. 74.

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Depoimentos: “A atividade estimulou o autoconhecimento e a valorização da autoestima do grupo. As crianças aprenderam a identificar problemas e descobriram algumas possibilidades para resolvê-los”. CMMAR

Dicas: Os 5 direitos fundamentais da criança e do adolescente presentes no ECA: • • • • •

Vida e saúde (Art. 7º a 14). Liberdade, respeito e dignidade (Art. 15 a 18). Convivência familiar e comunitária (Art. 19 a 52). Educação, cultura, esporte e lazer (Art. 53 a 59). Profissionalização e proteção no trabalho (Art. 60 a 69).

Referências: Sugestão de leitura De Não Em Não, de Bartolomeu Campos de Queirós Filmes e vídeos A pequena vendedora de fósforos, de Rogers Allers

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HISTÓRIA DA INFÂNCIA: COMO SURGIRAM OS DIREITOS DAS CRIANÇAS?


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História da infância: como surgiram os direitos das crianças?

Objetivo: Apresentar a história da infância no Brasil na perspectiva da garantia dos direitos humanos das crianças.

Produto previsto: Desenhos feitos pelas crianças.

Materiais necessários: História do Estatuto da Criança e do Adolescente, papel A4 branco, canetinhas coloridas.

Desenvolvimento da atividade: 1. Dinâmica ou brincadeira, seguida pela memória da oficina anterior. Ver Guia de Dinâmicas e Brincadeiras - Pág. 72. 2. Agora que já conhecemos o Estatuto da Criança e do Adolescente ficam algumas perguntas: como surgiram esses direitos? As crianças sempre tiveram direitos? Quem inventou essa história? As perguntas ajudam o educador a provocar a curiosidade e a imaginação do grupo em um bate-papo sobre a história da infância e a origem dos direitos humanos de crianças no Brasil.

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3. Conte a história da infância no Brasil: • Antes da colonização do Brasil, em 1500, as crianças indígenas eram responsabilidade de todos da aldeia e aprendiam costumes e tradições do seu povo. • A partir de 1500 crianças abandonadas na Europa e recrutadas para o trabalho vinham para o Brasil. Crianças negras africanas também chegavam ao nosso país e eram escravizadas para o trabalho, assim como seus pais. • Em 1726 surge no Brasil a Roda dos Expostos da Santa Casa de Misericórdia, um lugar onde os adultos abandonavam os recém-nascidos não desejados. Essas crianças abandonadas ficavam sob cuidados da Igreja. • Em 1927 surge a primeira lei para as crianças: o Código de Menores que servia para punir as crianças e os adolescentes em situação irregular. • Em 1990 surge o Estatuto da Criança e do Adolescente, uma lei que considera que criança e adolescente são prioridade no Brasil e que, por isso, devem ter seus direitos garantidos. 3. No bate-papo sobre a história da infância, explore a visão das crianças sobre cada período. Converse sobre as responsabilidades das crianças antigamente e hoje. Como viviam as crianças naquela época? As crianças eram felizes? Elas tinham responsabilidades? E hoje, como vivem as crianças? Quais são seus direitos? Quais são suas responsabilidades? 4. O educador pode orientar o grupo a produzir desenhos sobre os direitos e responsabilidades das crianças ao longo da história no Brasil.

Fechamento 5. Todas as pessoas do mundo, especialmente as crianças, têm direitos. Esses direitos são garantidos por meio de leis criadas pela população e pelos governos. A oficina sobre a história da infância possibilita a abordagem dos direitos humanos no campo das lutas e conquistas da sociedade brasileira. É importante destacar que os direitos não “caem de paraquedas”, eles são fruto da organização da sociedade para melhoria das condições de vida da população. 5. Dinâmica de encerramento e avaliação. Ver Guia de Dinâmicas de Avaliação - Pág. 74.

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Dicas: O educador pode tornar a oficina mais lúdica e interativa através de uma pesquisa prévia sobre o histórico de conquista dos Direitos da Criança e do Adolescente no Brasil. Procure músicas, imagens e poesias que tratem da infância em suas diversas épocas e leve para a roda com as crianças. O resultado dessa oficina pode gerar um mural na escola ou outro espaço da comunidade.

Referências: Sugestão de leitura Coleção Direitos e Deveres da Criança - Editora Brasileitura Filmes e vídeos Crianças Invisíveis - 7 vídeos de curta metragem realizados no Brasil, Itália, Inglaterra, Sérvia, Burkia Faso, China e Estados Unidos.

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A CAIXA DOS DIREITOS


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A caixa dos direitos Objetivo: Apresentar os Cinco Direitos Fundamentais previstos no ECA, estimulando o imaginário das crianças na criação de uma história coletiva.

Produto previsto: História coletiva e/ou jogral.

Materiais necessários: Caixa de sapato contendo imagens de revistas, jornais ou desenhos com as seguintes representações: • • • •

5 imagens de garantia do Direito à Vida e à Saúde. 5 imagens de garantia do Direito ao Respeito, à Liberdade, à Dignidade. 5 imagens de garantia do Direito à Convivência Familiar e Comunitária. 5 imagens de garantia do Direito à Educação, Esporte, Cultura, Lazer.

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Desenvolvimento da atividade: 1. Dinâmica ou brincadeira, seguida pela memória da oficina anterior. Ver Guia de Dinâmicas e Brincadeiras - Pág. 72. 2. Contar uma história que seja de todo o grupo. Cada parte dessa história vai falar sobre um dos direitos das crianças e dos adolescentes. 3. Mostrar ao grupo de crianças a “Caixa dos Direitos” e explicar como funcionará a dinâmica de criação de história. Em roda, as crianças devem passar a caixa uns para os outros. Cada uma delas deve tirar uma imagem e/ou objeto de dentro da caixa e construir uma parte da história. O colega seguinte deverá continuar aquela história, retirando uma nova imagem/objeto da caixa. E assim sucessivamente, até que todos da roda participem da construção de um trecho da história.

Fechamento: 5. Durante a criação da história o educador deve anotar os momentos e situações relacionados aos direitos e, na roda de encerramento da oficina, relacionar as falas das crianças aos direitos humanos. 6. Por fim, o educador propõe ao grupo de crianças que apresente a história construída coletivamente para outros grupos da comunidade de uma maneira criativa. 7. Dinâmica de encerramento e avaliação. Ver Guia de Dinâmicas de Avaliação - Pág. 74.

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Dicas: Vamos soltar a voz? O jogral é uma possibilidade divertida de apresentação da história coletiva produzida pelas crianças. Ajude-os a organizar um “coral falado” onde a ordem das falas confira uma musicalidade e ritmo à declamação. Em um jogral, o texto dividido em versos pode ser declamado por 1, 2, 3, ou por todas as vozes que compõem o grupo. O resultado fica mais harmonioso quando o grupo está bem ensaiado e declama com voz forte.

Referências: Sugestão de leitura Livreto do ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente O menino que espiava pra dentro - Ana Maria Machado. Filmes e vídeos Cinco Direitos da Criança e do Adolescente, Complexo Pequeno Príncipe

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DIREITOS E RESPONSABILIDADES: O SEMÁFORO


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Direitos e responsabilidades: O Semáforo

Objetivo: Sensibilizar as crianças sobre os seus direitos e responsabilidades.

Produto previsto: Brincadeira do semáforo.

Materiais necessários: Rodelas de papel nas cores verde, amarelo e vermelho, cola branca, palitos de picolé (para montar as plaquinhas). Cada criança ou grupo de crianças deve receber um conjunto de placas com as três cores. Para o educador: frases da página 56 e outras que podem ser criadas.

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Desenvolvimento da atividade: 1. Dinâmica ou brincadeira, seguida pela memória da oficina anterior. Ver Guia de Dinâmicas e Brincadeiras - Pág. 72. 2. Organizar as crianças em roda e explicar o significado do semáforo e suas três cores que simbolizam a sinalização de trânsito, representada pelas mesmas cores em todo o mundo: verde siga em frente, amarelo - atenção e vermelho - pare. 3. Distribuir três placas, uma de cada cor para cada criança ou grupo de crianças. • Verde - representa um direito da criança. • Amarelo - representa uma responsabilidade da criança. • Vermelho - representa um tipo de violação aos direitos da criança. 4. O educador começa a brincadeira lendo uma frase da lista de frases para a oficina do semáforo: direitos, responsabilidades e violações. Após a leitura de cada frase, as crianças devem levantar a placa com a cor correspondente. O educador pode explorar a fala das crianças no debate quando as situações gerarem dúvida e as crianças levantarem placas de cores diferentes.

Fechamento: 5. Reforçar com as crianças a importância do aprendizado em direitos e deveres humanos promovidos pelas últimas oficinas. 6. Dinâmica de encerramento e avaliação. Ver Guia de Dinâmicas de Avaliação - Pág. 74.

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Dicas: Realize uma campanha pelos direitos humanos! A ação pode ser desenvolvida para estimular outros atores da comunidade a refletir sobre a importância da garantia dos direitos das nossas crianças e adolescentes. Os recursos utilizados podem ser simples e vão desde a montagem de cartazes, fanzines, pequenos flyers ou postais que utilizam as frases e imagens produzidas pelas próprias crianças nas oficinas.

Responsabilidade

da criança

dos o ã ç Viola os das t Direi nças Cria

G do aran da s Dire tia sC ria itos nça s

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1. Toda criança precisa ter uma alimentação saudável. 2. As crianças devem cuidar da escola e não jogar lixo no chão. 3. As crianças praticam esporte nas quadras e praças da escola e da comunidade. 4. Muitas crianças estão sem escola porque não existem vagas. 5. Os alunos da escola devem respeitar os colegas e professores. 6. As famílias podem levar as crianças no posto de saúde da comunidade com atendimento especial. 7. Às vezes os adultos ficam nervosos e batem nas crianças. 8. As crianças não devem desperdiçar a comida de casa e da escola. 9. O trabalho infantil atrapalha o desenvolvimento saudável das crianças,. 10. Todas as crianças podem ir à escola para aprender a ler e a escrever. 11. As crianças têm o direito de viver em paz na sua comunidade. 12. Devemos cuidar do próprio corpo: lavar as mãos, escovar os dentes, tomar banho, cuidar das unhas e cabelos. 13. Algumas crianças ficam até tarde da noite acordadas, assistindo programas de TV que não são legais para o seu desenvolvimento.

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14. As crianças devem cuidar do espaço da escola e da comunidade. 15. Toda criança deve ser criada em uma família e conviver com as pessoas da comunidade em harmonia. 16. Alguns adultos obrigam as crianças a comprar cigarros e bebidas para eles, e ainda usam bebidas e cigarros perto das crianças. 17. As crianças devem frequentar as aulas todos os dias e cumprir os horários combinados na escola. 18. Muitos lugares não estão preparados para receber crianças com necessidades especiais. 19. Devemos ter compromisso com os estudos e cuidar do material escolar. 20. Algumas crianças sofrem preconceito de pessoas que não respeitam as diferenças. 21. A família, o governo e a sociedade têm a obrigação de cuidar de todas as crianças e adolescentes do Brasil. 22. Alguns colegas colocam apelidos nos outros. Isso deixa as crianças tristes. 23. Todas as crianças devem ter uma casa, uma moradia segura para viver com a sua família. 24. As crianças devem avisar aos pais sobre as reuniões na escola, para que as famílias participem das atividades escolares. 25. As crianças falam o que pensam para melhorar a escola e a comunidade.

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A CONSTRUÇÃO DE UM PERSONAGEM


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A construção de um personagem

Objetivo: Estimular a criatividade da criança através da construção de um personagem que irá expressar os seus direitos e responsabilidades.

Produto previsto: Personagem produzido por material reciclável. Materiais necessários: Garrafas pet, bolas e pequenos tubos feitos de jornal, restos de linhas de bordar, cola branca, tinta guache de cores variadas, pincéis, potes vazios, lápis de escrever e papel A4.

Desenvolvimento da atividade: 1. Dinâmica ou brincadeira, seguida pela memória da oficina anterior. Ver Guia de Dinâmicas e Brincadeiras - Pág. 72 2. Confeccionar personagens, a partir de materiais descartáveis, que terão direitos e responsabilidades.

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5. Distribuir o material para as crianças. • • • • •

Garrafas descartáveis - base/corpo do boneco; Bolas de jornais - cabeça do boneco; Jornais enrolados - pés e braços do boneco; Restos de linhas de bordar - o cabelo do boneco; Cola branca, tinta guache, pincéis e potes vazios.

6. Finalizado a confecção do boneco, o educador deve orientar a construção das tarjetas com direitos e responsabilidades desse personagem. Dividir uma folha de papel A4 em duas partes: em uma parte escrever um direito e em outra uma responsabilidade da criança. Obs.: Se as crianças forem alfabetizadas, ou em fase de alfabetização, o educador deve orientar a construção de palavras ou frases sobre o que aquele personagem gosta e o que ele não gosta de fazer. 7. Cada criança deve apresentar seu personagem, descrevendo suas características principais, seus direitos e suas responsabilidades.

Fechamento: 8. O educador deve fazer uma reflexão com o grupo sobre os direitos e responsabilidades das crianças. 9. Dinâmica de encerramento e avaliação. Ver Guia de Dinâmicas de Avaliação - Pág. 72.

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Dicas: Para facilitar o processo de confecção dos personagens, é importante que as crianças os recebam pré-confeccionados. Ou seja, todas as partes que os compõem: corpo/base, cabeça, membros superiores e inferiores e cabelo. Assim, terão mais tempo para extravasar a criatividade com a pintura e criação das frases com seus direitos e responsabilidades.

Referências: Filmes e vídeos Direitos Humanos - Desenho Educativo - Momento da Criança.

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HISTÓRIA EM QUADRINHOS DOS DIREITOS


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História em quadrinhos dos direitos Objetivo: Estimular a criatividade das crianças para a construção de uma história que reflita problemas reais e possibilidades de solução. A criança poderá propor gestos e atitudes que contribuem com a melhoria da convivência na família, na escola e na comunidade.

Produto previsto: História em quadrinhos em 4 quadros.

Materiais necessários: Uma folha de papel A3 por criança ou grupo, dividida em 4 partes (conforme página 67), lápis de cor, lápis de escrever, borracha e revistas em quadrinhos.

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Desenvolvimento da atividade: 1. Dinâmica ou brincadeira, seguida pela memória da oficina anterior. Ver Guia de Dinâmicas e Brincadeiras - Pág. 72. 2. O educador irá propor para as crianças a construção de uma história em quadrinhos para o personagem elaborado na oficina anterior. Para tanto, ele deve apresentar para as crianças exemplos de histórias em quadrinhos ressaltando os elementos que compõem essa produção (Pág. 66). • Quadrinho: conjunto de linhas que delimitam o espaço de cada cena e constituem o quadrinho; • Calha: vão entre um quadrinho e outro que ajuda a delimitar o tempo: mais larga, indica mais tempo entre um quadro e outro; se é mais curta indica uma ação mais rápida e contínua. • Balão: figura que simboliza a fala dos personagens, abrigando o texto da conversa. • Desenho: construção da narrativa visual que é possibilitada por meio de imagens. • Onomatopéia: palavras e desenhos que representam o som ambiente. 3. Construção da história em quadrinhos: • N o primeiro quadro a criança deve desenhar uma situação de violação dos direitos da criança e do adolescente. • No segundo e no terceiro quadros, ela deve desenhar o desdobramento e busca de soluções para o para que o problema seja resolvido. • No quarto quadro a criança deve desenhar uma solução para o problema. Sugestão: o educador pode optar por produzir quadrinhos usando fotografias em vez de desenhos. Antes da construção da história em quadrinhos, as crianças devem relacionar as imagens buscando soluções para os problemas detectados. 4. Apresentação das histórias.

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Fechamento: 5. O educador deve relacionar a história construída pelas crianças com os processos de conquista dos Direitos Humanos no Brasil e no mundo. 6. Dinâmica de encerramento e avaliação. Ver Guia de Dinâmicas de Avaliação - Pág. 74.

Dicas: Os quadrinhos podem ser expostos em outros espaços da comunidade e as famílias também podem ser convidadas a participar de uma roda de contação de histórias produzidas pelas crianças.

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Elementos da história em quadrinhos

Balão

Quadrinho

Calha

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Onomatopéia


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Cena 1

Cena 2

Cena 3

Cena 4

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PAINEL: DIREITOS HUMANOS PARA CRIANÇAS


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Painel: Direitos Humanos para Crianças Objetivo: Concluir o debate sobre Direitos Humanos para Crianças por meio da construção de um painel coletivo cujo objetivo é socializar as informações, vivências e reflexões das crianças para a construção de uma sociedade melhor.

Produto previsto: Painel.

Materiais necessários: Folhas de papel kraft, lápis de cor, canetinhas hidrocor, revistas e jornais para recorte, tubos de cola, tesouras e fita crepe.

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Desenvolvimento da atividade: 1. Dinâmica ou brincadeira, seguida pela memória da oficina anterior. Ver Guia de Dinâmicas e Brincadeiras - Pág. 72. 2. Finalizar o debate sobre Direitos Humanos para Crianças com a construção de um grande painel para ser exposto na comunidade. Esse painel contará o percurso formativo do grupo de crianças ao longo das oficinas. 3. Afixar na parede da sala algumas folhas de papel kraft, de maneira que se forme um grande painel que será preenchido com informações e algumas das produções feitas pelas crianças no decorrer da oficina. 4. Distribuir, no espaço da oficina, revistas, tubos de cola, tesoura, papéis coloridos, lápis de cor, canetinhas hidrocor e giz de cera. 5. Em grupos, as crianças devem ocupar um pedaço do painel com as conclusões, palavras, frases e imagens que mostram o que elas aprenderam e o que elas têm a ensinar sobre os Direitos Humanos.

Fechamento: 6. O educador deve expor o painel em um lugar visível no espaço da oficina e avaliar com as crianças o percurso formativo desenvolvido ao longo das oficinas. 7. Dinâmica de encerramento e avaliação. Ver Guia de Dinâmicas de Avaliação - Pág. 74.

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Dicas: O painel é uma forma de apresentação muito interessante dos resultados dos trabalhos realizados pelas crianças. Elas podem contrapor suas conclusões a partir de diferentes pontos de vistas ou complementar as conclusões umas das outras a partir da mesma perspectiva.


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DINÂMICAS, FILMES E LIVROS PARA OFICINAS COM CRIANÇAS

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DIREITOS HUMANOS PARA CRIANÇAS

Guia de Dinâmicas e Brincadeiras para Abertura das Oficinas 1. Hora de brincar: As próprias crianças podem propor e conduzir brincadeiras no início das oficinas. Assim, o exercício de participação fica mais divertido. A cada dia, uma dupla de crianças pode assumir essa tarefa e isso faz com que, aos poucos, o grupo perceba essa responsabilidade. O educador deve ficar atento às brincadeiras preconceituosas ou violentas e, caso elas apareçam, aproveitar a oportunidade para conversar com as crianças sobre o quanto é legal o respeito à diversidade e a boa convivência entre as pessoas. As brincadeiras propostas pelas crianças são exercícios de participação e integração de grupo. 2. Roda de Carinho: Em roda, as crianças irão passar uma boneca de mão em mão. Cada uma delas deve fazer um carinho na boneca, simbolizando o afeto, o cuidado e a proteção que toda criança e adolescente deve receber. Finalizada a roda, agora, as crianças devem fazer o mesmo carinho no colega do seu lado direito. A dinâmica introduz os direitos da criança e do adolescente, além de trabalhar o convívio e o respeito entre as crianças. 3. Roda da Exclusão: Para começar a dinâmica, o educador solicita uma criança voluntária. Do lado de fora do espaço da oficina, o educador orienta essa criança a entrar na roda que será formada no espaço. Por outro lado, as demais crianças serão orientadas a formar uma roda, de pé, e não deixar que a criança voluntária entre. A atividade se desenvolve com as várias tentativas da criança entrar na roda e os colegas se mobilizarem para impedir isso. Essa dinâmica possibilita o trabalho educativo sobre as várias formas de exclusão que vivemos na sociedade, na comunidade e no grupo.

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DIREITOS HUMANOS PARA CRIANÇAS

4. Nó humano: Organizadas em roda, de pé, as crianças dão as mãos. O educador orienta as crianças a observar bem o colega que está do lado direito e o colega que está do lado esquerdo na roda. Em seguida, o grupo solta as mãos e caminha pelo espaço ao som de uma música. Quando a música parar, as crianças deverão dar as mãos novamente seguindo a ordem inicial da roda, ou seja, a mão direita para o colega que estava à direita e a mão esquerda para o colega que estava à esquerda. Assim, o grupo formará um enorme nó humano. Sem soltar as mãos, as crianças deverão se organizar para desfazer o nó. Importante: o nó humano se desfaz naturalmente quando o grupo dá as mãos corretamente (mão esquerda/colega da esquerda e mão direita/colega da direita) após circular pelo espaço. Assim, é fundamental orientar bem as crianças durante a atividade. A dinâmica proporciona o trabalho em equipe e a resolução de desafios propostos ao grupo. 5. Saco de Perguntas: Cada criança recebe uma tira de papel e um lápis para escrever uma pergunta sobre o tema sugerido pelo educador. As perguntas são anônimas, possibilitando uma maior liberdade dos participantes na apresentação das suas dúvidas sobre o tema. Cada criança deposita sua pergunta num saquinho. Aos poucos o educador sorteia as perguntas e responde com ajuda do próprio grupo. As perguntas podem ser esclarecidas em um mesmo dia de atividade ou trabalhadas ao longo de uma série de oficinas com o mesmo tema. Essa dinâmica estimula a participação das crianças e oferece ao educador um dispositivo para a coleta de dúvidas do grupo que preserva a privacidade de todos os participantes. 6. Dinâmica do tato: Sentadas ao chão, em roda, as crianças começam a dinâmica com os olhos fechados, conforme orientação do educador. Uma música calma toca no ambiente. Em seguida, cada criança recebe um objeto nas mãos. Elas podem pegar, tocar, sentir, imaginar aquele objeto. Mas não podem abrir os olhos! O educador recolhe os objetos e cada criança recebe papel e lápis de cor para desenhar o objeto. A dinâmica permite a discussão sobre a percepção das crianças e estimula a criatividade.

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DIREITOS HUMANOS PARA CRIANÇAS

Guia de Dinâmicas de Avaliação das Oficinas Qual é a pergunta? Objetivos Desenvolvimento

Materiais necessários Tempo

Provocar relatos avaliativos do grupo em relação ao encontro. Em círculo, o educador deve explicar às crianças que irão participar de um jogo diferente: quem receber a bola, entregue pelo educador, deverá formular uma pergunta sobre o conteúdo abordado na oficina e repassar a bola para outro participante responder a pergunta formulada. Bola. 20 minutos.

Corrente Objetivos Desenvolvimento

Materiais necessários Tempo

Provocar relatos avaliativos do grupo em relação ao encontro. O grupo de crianças será provocado a escrever, em uma folha, uma palavra que descreva o encontro; iniciando assim a construção de uma corrente de avaliação. Cada criança poderá contribuir escrevendo uma palavra ou pequena frase que avalie o encontro, sucessivamente até que todos os demais escrevem. Variação: caso as crianças ainda não sejam alfabetizadas, a dinâmica pode ser realizada verbalmente. O exercício se encerra após avaliação coletiva do que foi escrito ou verbalizado. Folha A4 ou Papel Pardo. 15 minutos.

Preconceito e Discriminação Objetivos Desenvolvimento

Materiais necessários Tempo

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Provocar relatos avaliativos do grupo em relação ao encontro. Em roda, conversar com as crianças sobre uma situação de preconceito e/ou discriminação que você, educador, já presenciou ou vivenciou. Peça às crianças para propor possíveis soluções para este problema. Nenhum. 20 minutos.


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Desenhe um sentimento Objetivos Desenvolvimento Materiais necessários Tempo

Provocar relatos avaliativos do grupo em relação ao encontro. Peça as crianças para fazer um desenho que demonstre o sentimento delas na oficina de hoje. Papel A4 e lápis de cor. 20 minutos.

Termômetro Objetivos Desenvolvimento

Materiais necessários Tempo

Provocar relatos avaliativos do grupo em relação ao encontro. O educador deve desenhar do lado esquerdo de uma cartolina a imagem de um termômetro e do lado direito dividi-la em três partes: frio, morno e quente. Em seguida, distribuir canetas coloridas para o grupo de crianças e solicitar que marquem o que acharam da atividade: se foi fria, morna ou quente. Quando terminarem, explorar com o grupo de crianças os pontos positivos e negativos da atividade. Cartolina e canetinhas. 20 minutos.

Chão Enfeitiçado Objetivos Desenvolvimento

Materiais necessários Tempo

Provocar relatos avaliativos do grupo em relação ao encontro. As crianças devem andar pela sala, de preferência descalças, e ao comando do educador, reagir como se sentissem mudanças de textura e temperatura do chão. Podem ser usadas inúmeras variações: terra, pedra, areia, areia movediça, asfalto, barro, água, quente, fria, gelada, muito quente, normal. Quando terminarem, explorar com o grupo de crianças os pontos positivos e negativos da atividade. Nenhum. 20 minutos.

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Guia de filmes e vídeos para crianças Todos os filmes indicados estão disponíveis na internet. Acesse o site www.youtube.com e faça sua pesquisa.

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TÍTULO

DIREÇÃO

GÊNERO

DURAÇÃO

ABORDAGEM

SI

A rua é pública

Anderson Lima

Ficção Documentário

10 Min

Participação de crianças

Ele gra

Histórias da unha do dedão do pé do fim do mundo

Evandro Salles

Animação

9 Min

Fantasias e sonhos infantis

Éc de as

Gente grande

Walkir Fernandes

Animação

2 Min

Participação de crianças

Qu

Ratinho. A lata de lixo

Tv Cultura - castelo rá tim bum

Animação

2 Min

Educação ambiental

Ep

Turma da mônica em: economizar água

Clipes Turma da Mônica

Animação

2 Min

Educação ambiental

Cli

Direitos humanos para crianças

Oficina de Imagens e Secretaria dos Direitos Humanos

Animação

12 Min

Direitos humanos para crianças

De

A pequena vendedora de fósforos

Rogers Allers

Animação

7 Min

Direitos humanos para crianças

A“

Crianças invisíveis

Curtas realizados no Brasil, Itália, Inglaterra, Sérvia, Burkina Faso, China e Estados Unidos.

Curta documentário

125 Min

Direitos humanos para crianças

Fo pa do

5 Direitos da criança e do adolescente

Hospital Pequeno Príncipe

Animação

5 Min

Direitos humanos para crianças

Pa dif oq en

Direitos humanos, desenho educativo momento da criança

Cristina Vicentini

Animação

8 Min

Direitos humanos para crianças

Di


DIREITOS HUMANOS PARA CRIANÇAS

SINOPSE Eles tinham a bola, o time e nenhum lugar pra jogar. Sem campo, quadra ou rua, algumas crianças do assentamento eliana silva, não acham que disputa de pênaltis seja uma grande aventura, mas isso está prestes a mudar. É com delicadeza e criatividade que Evandro Salles e Márcia Roth dirigem esta animação histórias da unha do dedão do pé do fim do mundo, baseada em poemas de Manoel de Barros. Num diálogo lúdico entre textos de Barros e desenhos de Salles, a animação vai construindo imagens e sentidos inusitados e poéticos por meio da brincadeira com as coisas e com as palavras. Qual o seu poder para ajudar o mundo, tendo o tamanho que tem? Episódio do Castelo Rá Tim Bum , programa da TV Cultura em que o ratinho mostra que devemos jogar lixo no lixo. Clip musical da Turma da Mônica que reflete sobre a importância de se economizar a água.

as

Desenho animado que trata da realidade de quatro crianças que intervém em diferentes contextos socioculturais para defender e garantir os direitos humanos.

as

A “Pequena vendedora de fósforos” de Hans Christian Andersen é um conto de fadas moderno que trata da valorização da infância.

as

Formado por sete curtas realizados no Brasil, Itália, Inglaterra, Sérvia, Burkina Faso, China e Estados Unidos. O projeto de crianças invisíveis foi criado para despertar a atenção para o sofrimento das crianças em situações difíceis por todo o mundo. Todos os diretores trabalharam de graça ao realizar seus curtas para crianças invisíveis. Parte da renda do filme é destinada para a Unicef e para o programa mundial contra a fome.

as

Para viver e crescer bem, as crianças e adolescentes precisam ser tratadas com carinho e atenção no dia a dia. O jeito como cada criança e adolescente é tratado faz a diferença em como ele é e como será com os outros. No Brasil, há mais de 20 anos, diversas pessoas discutiram e escreveram os direitos das crianças e adolescentes, ou seja, o que deve ser possibilitado a cada um na sociedade. Foi criado o Estatuto da Criança e do Adolescente, o ECA, uma lei que levou em conta o que existia antes dela no Brasil e no mundo.

as

Direitos e responsabilidades das crianças e adolescentes.

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DIREITOS HUMANOS PARA CRIANÇAS

Guia de livros infantis

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LIVRO

AUTOR

GÊNERO

SIN

A escola da vida

Pedro Bandeira

Educação

Do peq

A casa encantada

Lenilde Freitas

Descobertas na infância

Ac sen

Nossa rua tem um problema

Ricardo Azevedo

Autonomia infantil

Am

Viagem ao planeta lixo

Dirlei Elem

Meio ambiente

No fant pre

Os direitos humanos em quadrinhos

Ziraldo

Direitos humanos

Ac car

De não em não

Bartolomeu Campos de Queirós

Fome

Qu de pelo

Coleção direitos e deveres da criança

Editora Brasileitura

Direitos da criança e do adolescente

Esta dos e co

O menino que espiava pra dentro

Ana Maria Machado

Fantasias e sonhos infantis

Em son ami dav abr em


DIREITOS HUMANOS PARA CRIANÇAS

SINOPSE Dona capivara,a professora da escola da bicharada, andava muito preocupada, porque uma porção de seus alunos estava faltando às aulas. O que estaria acontecendo? Aí, uma pequena papagaia, uma coelhinha e o filho do jabuti resolveram investigar o mistério. A casa encantada é plena de poesia. As palavras se juntam, brincam entre si, para dar sentido à infância e aos primeiros anos da juventude. É nessa idade que as coisas carregam sentido, mistérios e descobertas. A menina fala o quanto Chico, seu irmão, gostaria de brincar com os meninos da sua rua. Mas eles não entendem por que Chico não sai para brincar. Nosso planeta está doente. E precisa urgentemente ser salvo! Em viagem ao planeta lixo, você conhecerá a história de Filipe, um menino aventureiro a criativo. Esta história fantástica - e ao mesmo tempo realista - instiga a mente da criança e a desafia a ser não apenas participante na operação resgate do planeta terra, como também ativista na preservação do meio ambiente. A cartilha os direitos humanos foi lançada pelo Ministério da Educação e a Secretaria Especial dos Direitos Humanos. A cartilha contém 36 páginas e foi idealizada pelo cartunista Ziraldo, em comemoração aos 60 anos da declaração universal dos direitos humanos. Qual é a atitude de uma mãe quando seus filhos não têm o que comer? Os olhos atentos de Bartolomeu Campos de Queirós captam o sofrimento materno, seu sentimento de impotência, a fragilidade das crianças, a carência do lugar e a força destrutível e arrasadora da fome. Dessa percepção tão aguçada, nasce um texto marcado pela ternura e pelo afeto. Esta cartilha pretende mostrar a você educador, cidadão, criança, adolescente, poder público, gestores e sociedade que é dever assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária independentemente da idade de cada um. Em o menino que espiava para dentro, Ana Maria Machado, sempre com as palavras tão bem articuladas, conta a história de Lucas, um menino com a maior facilidade de sonhar, de imaginar. Mesmo prestando muita atenção em tudo, tudo também é motivo para ele se distrair e entrar em outro universo - mágico, longínquo, distante. Inventa um amigo, talento ou tamanco ou tatá, anda sobre ondas, come a maçã do sono profundo, mora em conchas, voa pelos ares, vê automóveis-leões, bosques de caramelos... Não dava para espiar mais nada, para ver nada, nem na frente nem atrás. Só aquele breu profundo. Ele, de um lado. Do outro, o mundo. De repente um beijo, um abraço, os olhos se abrindo, a luz brilhando no espaço. ­– Você é uma princesa? A mãe riu... Uma narrativa que resgata na criança a fantasia, a liberdade, o encantamento, a possibilidade de brincar em outros reinos, em outras épocas, de serem outros seres.

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Ficha de Registro e Avaliação das Oficinas Nome da Oficina

Data

______ / _____ / _____

Nº de Crianças Participantes O objetivo da oficina foi cumprido? Quais foram os resultados obtidos?

Horário

das _____ h às _____ h

Quais foram os pontos positivos / avanços na oficina?

Quais foram os pontos negativos / desafios na oficina?

A partir desta oficina, quais aspectos precisam ser mais bem trabalhados com o grupo de crianças? (

) Integração de Grupo

(

) Tema, qual? _______________________________________________________

(

) Participação das Crianças

(

) Outros. Quais? ____________________________________________________

Encaminhamentos dados pelo educador e/ou sugestões das crianças para a próxima oficina:

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Créditos Visão Mundial Brasil Diretor Nacional: João Helder Diniz Diretora de Operações: Maria Carolina da Silva Assessor Programático de Participação: Reinaldo Almeida Assessora Programática de Educação: Andréa Freire Oficina de Imagens Presidência: Bernardo Brant e Alcione Rezende Diretor Institucional: Adriano Guerra Educomunicação e Participação de Crianças Coordenação Geral e Organização: Paula Kimo Coordenação Pedagógica: Elizabeth Gomes Sistematização Fase 1: Teresa Brant Sistematização Fase 2: Luana Costa Redação: Antônio Pimentel, Elizabeth Gomes, Paula Kimo, Teresa Brant Revisão: Luiza Andrade Projeto Gráfico e Ilustração: Renato Kimo Ilustrações infantis: crianças que participaram das oficinas com os cadernos do Educador em 2010 e 2013. A elas, todo o nosso carinho e agradecimento.

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DIREITOS HUMANOS PARA CRIANÇAS

Educadores Fase 1 Alana da Silva Almeida, Aline Crispim, Andréa Maria da Silva Oliveira, Andreia Maia de Almeida, Aurecléia de Araújo, Bárbara da Silva Rodrigues, Cidilma Costa Lima, Denise Santos Felix da Silva, Dina Maria de Carvalho Pereira, Fátima S. Lauria, Gilmara F. De Paula, Gleice Morais de Oliveira, Inaiá Rodrigues dos Santos, Izalmira Oliveira do Nascimento, Janaina Barbosa da Silva, Janaina do N. Lopes Silva, Jéssica Gabriel de Oliveira, José Sérgio Sobrinho da Costa, Juliana Duarte, Júlio César, Liége Alves Demarco, Lucas Daniel de S. Carolino, Maria da Penha dos Santos, Paulo Roberto dos Santos, Rafael Silva Machado, Ronaldo R. Oliveira, Susana da Conceição Martins de Abreu, Valdir Moreira, Vera Lúcia Ferreira de Azevedo. Educadores Fase 2: Alana da Silva Almeida, Alcilene Maria de Souza, Andreson Santana da Silva, Audelício José Lobo Neto, Auricélia G. da Silva, Daniela Maria de Santana, Demostenes Carlos Barbosa, Douglas Rodrigo Souza Mello, Eduardo Henrique Nilo de Souza, Elenida Carlos de Melo, Erikles Henrique, Erivaneide Santos, Giselda Pereira Queiroz Sales, Grinauria José Santana Santos, Jamieson Simões, Jandira Maria dos Santos, João Batista da Silva, José Sérgio S. da Costa, Juliana Carla Rodrigues Bezerra, Lúcia Helena P. Grazioli, Márcio Barbosa Serafim, Marconi Guimarães Barbosa, Marcos Paulo Barbosa, Maria da Guia Fonseca, Maria Márcia de Melo, Maria Vilma dos Santos, Marluce Rodrigues da Silva, Millena Taísa Silva dos Reis, Miriam B. Cazorla Mendoza, Rayane Rodrigues Gomes, Rodrigo Lago da L. Xavier, Rodrigo Tiago Xavier, Rosane Maria Lima da Silva, Tamilla Nancy M. Semedo de Melo, Tânila Villar de Menezes, Thiago Silva de Santana, Valesca Teixeira da Silva, Verônica de Lourdes Moraes, Viviane Virgínia Maria Gomes, Zíbia A. da C. Silva.

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