OLHAR DE CINEMA 3ª EDIÇÃO / 2014
Editorial
05
Júri
12
Prêmios
18
Filme de Abertura
22
Olhar Retrospectivo: Stanley Kubrick
26
Competitiva de Longa-Metragem
52
Competitiva de Curta-Metragem
68
Novos Olhares
78
Outros Olhares - Longas
88
Outros Olhares - Curtas
106
Mirada Paranaense
116
Multiolhares
128
Exibições Especiais
138
Olhar Itinerante
142
III Seminário de Cinema de Curitiba
148
Diálogos
162
Oficinas
166
Apêndice
170
Editorial Jury
Awards
Opening Night Film
Retrospective: Stanley Kubrick Feature Film Competition
Short Film Competition New Views
Other Views - Feature films Other Views - Short films Paraná State Films
Multiolhares
Special Screenings
Olhar Itinerante
III Curitiba Film Seminar
Dialogues
Workshops
Appendix
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Olhar de Cinema 2014
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/english Após dois anos de experimentos, riscos e tiros certeiros, a 3ª edição do Olhar de Cinema vem para fincar raízes. O público que acorreu às salas de cinema nos anos anteriores já sabe o que esperar dos filmes: arroubos autorais com preocupação estética e ética, vindos dos mais variados cantos do mundo.
After two years of experiments, risks and clean shots, the 3rd edition of Olhar de Cinema - CIFF has come to place its roots down. The audience that flocked to the cinema rooms in previous years knows what to expect from the films: authorial outbursts with aesthetic and ethical concerns, coming from the most diverse corners of the world.
Esse ano a mostra Competitiva traz 12 longas e 11 curtas metragens cujas propostas variam desde a forma narrativa clássica ao experimentalismo formal, em filmes que buscam um amplo diálogo com o público. Já nos 25 filmes selecionados na mostra Outros Olhares é possível vislumbrar obras mais arriscadas, filmes de busca, que tentam deliberadamente misturar as fronteiras entre os gêneros e desconstruir as fórmulas. Na mostra Novos Olhares, dedicada a primeiros filmes, 6 longas internacionais serão exibidos pela primeira vez no Brasil e concorrem ao Prêmio Novo Olhar. Na Mirada Paranaense, mostra dedicada ao cinema local, a estreia mundial de 1 longa-metragem e a exibição de 10 curtas, dá um panorama do que se vem produzindo no estado. Na mostra Olhar Retrospectivo, uma edição mais que especial dedicada ao cineasta norte americano Stanley Kubrick. Estão nessa mostra os 3 curtas do mestre, além de 10 de seus 13 longas-metragens. Já a mostra Multiolhares, dedicada exclusivamente ao cinema experimental, promove nas ruas da cidade uma intervenção na qual filmes são projetados em espaços abertos; além disso, 6 filmes serão exibidos em sala de cinema, e serão montadas 2 vídeo instalações na Cinemateca de Curitiba. Expandindo sua área de ação e reiterando o compromisso com a difusão, a mostra Olhar Itinerante cresce e este ano abarca 22 cidades do interior do estado do Paraná, levando aos espaços cedidos pelo Sesi-PR curtas metragens contemporâneos e instigantes.
This year the Competitive section brings 12 feature films and 11 short films and which proposals range from classic narrative to formal experimentalism, in films that seek a comprehensive dialogue with their audience. As for the 25 films selected for the Other Views section it is possible to discern riskier works, films with a quest and which deliberately attempt to blur the genre boundaries and to deconstruct formulas. In the New Views section, dedicated to debut films, 6 international features will be screened for the first time in Brazil and will compete for the New View Award. At the Paraná Film State section, dedicated to local cinema, the world premiere of one feature film and the screening of 10 short films will provide a panorama of what has been produced within the state. In the Retrospective we have a more than special edition dedicated to the American filmmaker Stanley Kubrick, where we shall screen the master’s 3 short films, besides 10 of his 13 feature films. The Multiolhares section is exclusively dedicated to experimental cinema and promotes an intervention on the city streets where films are projected upon open spaces; furthermore, 6 films shall be screened in a cinema room and 2 video installations will be mounted at Curitiba’s Cinemateca. By expanding its field of action and reiterating its commitment towards diffusion the Olhar Itinerante has grown and will encompass 22 cities in the Paraná state, bringing contemporary and thought-provoking short films to spaces granted by the Sesi-PR.
E como o Olhar de Cinema não se ocupa apenas de exibição de filmes, como de praxe, os interessados em atividades de formação e mercado gozarão da rica troca fomentada pelo III Seminário de Cinema, 3 oficinas, debates e bate papos (nas salas de cinema e também na sessão Diálogos), que recebem pensadores e profissionais de cinema interessados em fazer de Curitiba palco de confronto de ideias e caldeirão de efervescência criativa nos nove dias do evento. Agradecemos aqui aos patrocinadores e apoiadores, à equipe técnica e artística do evento, aos realizadores e críticos, e principalmente ao público. Agradecemos enfim a todos aqueles que fazem o Olhar de Cinema - Festival Internacional de Curitiba acontecer.
And since the Olhar de Cinema - CIFF is not only concerned with screening films, as usual, those interested in training and market activities shall enjoy the rich exchange fostered by the III Curitiba Film Seminar, 3 workshops, debates and conversations (in the theater room as well as in the Dialogues Session), which will receive intellectuals and film professionals interested in turning Curitiba into a confrontation stage and a creative cauldron for ideas during its nineday event. We thank our sponsors and supporters, the event’s technical and artistic team, filmmakers and critics, and especially our audience. Lastly, we thank all those who make the Olhar de Cinema - CIFF possible.
Directors
Diretores
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Editorial
Olhar de Cinema 2014
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Curitiba será palco da formação de novos olhares por meio da terceira edição do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba. Um grande evento que permite o acesso à arte, emoção, alegria, drama e comédia. Permite o olhar fora do comum, o olhar da crítica, da transformação e da construção de novos olhares. Entendemos a cultura como veículo para transportar as pessoas rumo a um futuro melhor, mais inclusivo e sustentável. Sabemos que a sustentabilidade está associada ao futuro, mas é no presente que ela é construída. Por isso, temos orgulho em patrocinar a 3ª edição do Olhar de cinema.
Curitiba will be the stage for formation of new looks through the third edition of the Olhar de Cinema – Curitiba International Film Festival. A major event that allows access to art, emotion, joy, drama and comedy. It enables the out of the common perspective, the view of critique, of transformation and of construction of new ways of seeing things. We feel culture to be a vehicle to transport people towards a better future, of more inclusion and more sustainable. We know that sustainability is linked to the future, but it is in the present that it is built. That is the reason for our pride in sponsoring the 3rd edition of the Olhar de Cinema – Curitiba IFF. Let the art of Olhar de Cinema – Curitiba IFF also be a source of inspiration for the construction of a new future!
Que a arte do Olhar de Cinema também seja fonte de inspiração para a construção de um novo futuro!
É com satisfação que o BNDES patrocina pela segunda vez consecutiva o festival Olhar de Cinema, evento já incorporado à agenda cultural de Curitiba.
It is with great satisfaction that, for the second time consecutively, the BNDES sponsors the Olhar de Cinema, an event which is now an integral part of Curitiba’s cultural agenda.
Ao abrir espaço para a recente produção audiovisual independente nacional e estrangeira, o Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba amplia a visibilidade de obras marcadas pela inovação e experimentação estética. Com isso, oferece ao público acesso a filmes que não costumam ser exibidos no circuito tradicional. A iniciativa promove ainda sessões cinematográficas em localidades que estão fora do circuito de salas e estimula o desenvolvimento do setor por meio de debates e oficinas.
Opening up space for recent national and international, independent audiovisual production, the Olhar de Cinema – Curitiba International Film Festival has broadened visibility for works scored by innovation and aesthetic experimentation. With this, it offers the public access to movies that are not usually shown on the traditional film circuit. The initiative also promotes movie sessions in locations that are outside the regular film circuit and stimulates the development of the sector, with debates and workshops.
O BNDES é um dos principais apoiadores da cultura no país e tem um compromisso com o desenvolvimento da cadeia produtiva do audiovisual no Brasil. Assim, além patrocinar uma série de festivais de cinema em todo o país, desenvolve ações voltadas para o fortalecimento da economia da cultura como:
The BNDES is one of the main supporters of culture in the country and is committed to developing the audiovisual production sector in Brazil. Besides sponsoring a series of film festivals across the country, the Bank develops efforts aimed at strengthening the culture economy, such as:
financing the construction, expansion and modernization of movie theaters;
•
• financiamento à construção, à ampliação e à modernização das salas de cinema; • participação em fundos de investimentos voltados especificamente para setor audiovisual; e • seleção pública de apoio à produção e finalização projetos cinematográficos.
taking part in investment funds aimed specifically at the audiovisual sector; and
•
carrying out public selections to support the production and finalization of film projects.
•
For all these reasons, the BNDES hopes that the Olhar de Cinema continues growing and helping develop the sector, as well as democratizing access to culture.
Por tudo isso, o BNDES espera que o festival Olhar de Cinema continue crescendo e contribuindo para o desenvolvimento do setor e para a democratização do acesso à cultura.
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Editorial
Olhar de Cinema 2014
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Projeto Gráfico
Graphic Design
A ideia da planta surgiu juntamente com o questionamento sobre que tipo de frutos resultariam da plantação, cultivo e enraizamento do Olhar de Cinema. Após inúmeras pesquisas e um mergulho profundo dentro da flora do festival, acabamos por encontrar uma curiosa planta, a tal Olhares Papoulus Sapindales, também conhecida pelos índios Tupi como Eçá-eçá* do mato. Com um incrível poder de crescimento, proliferação e adaptação, a Olhares Papoulus Sapindales pode crescer em qualquer região do Brasil e do mundo, todavia continua escassa por conta das malditas ervas daninhas. Equipe Tijucas
The idea of the plant arose alongside an inquiry on which types of fruits would result from the planting, growing and rooting of Olhar de Cinema. After numerous researches and a deep plunge into the festival’s flora we stumbled upon a curious plant, the so called Olhares Papoulus Sapindales, also known by the Tupi Indians as the Eçá-eçá* of the bush. With an incredible power to grow, proliferate and to adapt, the Olhares Papoulus Sapindales may grow and thrive in any region of Brazil or the world, yet remains scarce thanks to those damn weeds. Tijucas Team * Eçá = Eye. The eyes. To see. To spy.
* Eçá = Olho. Os olhos. Ver. Espiar.
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Projeto Gráfico
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Júri - Competitiva
Júri - Prêmio Olhares Brasil
Jury - Competition
Jury - Olhares Brasil Award
Agnès Wildenstein Nasceu na França, morou em Paris e atualmente mora em Lisboa, Portugal. Trabalhou por 10 anos na Cinemateca Francesa e 12 anos no Festival de Locarno, como programadora. É membro permanente do júri do Jean Vigo Prize. Atualmente é programadora associada do DOCLISBOA.
Cláudio Marques Cláudio foi editor e crítico do jornal Coisa de Cinema durante oito anos (1995-2003). Responsável pela programação da Sala Walter da Silveira, idealizou e hoje coordena do Espaço Itaú de Cinema – Glauber Rocha. Cláudio é o idealizador do Panorama Internacional Coisa de Cinema. Realizou 6 curtas, ganhadores de 52 prêmios. Depois da chuva, o seu primeiro longa, venceu três prêmios no 46º Festival de Brasília e foi exibido no 43º Rotterdam Film Festival, 16º BAFICI e no 32º Festival do Uruguai.
Born in France, was living in Paris, lives now in Lisbon, Portugal. Worked 10 years at La Cinémathèque Française, then twelve years at Locarno International Film Festival, as a programmer. She is a permanent jury member of the Jean Vigo Prize. Now she is associate programmer for DOCLISBOA.
Allan Ribeiro Formado em Cinema pela UFF, dirigiu e roteirizou 11 curtas metragens, com destaque para Ensaio de cinema (2009), O brilho dos meus olhos (2006) e A dama do Peixoto (2011). Em 2012, dirigiu Esse amor que nos consome, seu primeiro longa, que teve estreia no Festival de Brasília e recebeu prêmios em 10 cidades brasileiras, com destaque para o Prêmio Especial do Júri da APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) e Prêmio de Público da Mostra Internacional no Olhar de Cinema - FIC 2013.
Jacobine van der Vloed Jacobine van der Vloed atua como consultora de mídia freelance, orientadora e instrutora. Trabalhou por mais de dez anos para o Festival de Rotterdam, bem como em diversas outras funções dentro da indústria. Em 2013 Jacobine criou uma empresa de consultoria de mídia, a JVTP Media Consulting. Atualmente, trabalha como agente de talentos para diretores e roteiristas na Agência Henneman, sediada em Amsterdã, uma das principais agências na Holanda. Vive em Amsterdã, onde obteve um mestrado em História Cultural pela Universidade de Utrecht em 2002.
Graduated in Cinema from the Fluminense Federal University (UFF), he has directed and written 11 shortfilms, notably Ensaio de cinema (2009), O brilho dos meus olhos (2006) and A dama do Peixoto (2011). In 2012 he directed Esse amor que nos consome, his first feature film, which premiered at the Brasilia Festival and received awards in 10 Brazilian cities, notably the Special Jury Award at the APCA (São Paulo Association of Art Critics) and the Audience Award at the Olhar de Cinema – CIFF 2013.
Diego Lerer Crítico e editor da seção Clarín Film, entre 1992 e 2012. Bacharel em Ciências da Comunicação, Diego foi também professor de semiótica no Centro de Investigación Cinematográfica. Foi bolsista no Journalism Fellowship Program da Universidad de Michigan, é co-autor e editor do livro Nuevo cine argentino. É presidente da Fipresci-Argentina e foi vice-presidente dessa federação no âmbito internacional. Ele tem um blog chamado Micropsia e escreve para a Inrockuptibles y Otros Cines, entre outros.
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Cláudio was an editor and critic for the Coisa de Cinema newspaper during eight years (1995-2003). Responsible for the programming at the Sala Walter Silveira, he idealized and currently manages the Espaço Itaú de Cinema - Glauber Rocha. Cláudio is the idealizer behind the Panorama Internacional Coisa de Cinema. He has directed 6 shortfilms, which have won 52 awards in total. Depois da chuva, his first feature film, won three awards at the 46th Brasilia Festival and was shown at the 43rd Rotterdam Film Festival, at the 16th BAFICI and at the 32nd Uruguay Film Festival.
Jacobine van der Vloed is a freelance media consultant, advisor and trainer. She worked for over ten years for the International Film Festival Rotterdam, as well as in many other capacities within the industry. In 2013 Jacobine setted up a media consultancy company, JVTP Media Consulting. Currently, Jacobine works as a talent agent for directors & screenwriters at Amsterdam-based Henneman Agency. Living in Amsterdam, Jacobine graduated with a Masters Degree in Cultural History from the University of Utrecht in 2002.
Roger Koza Trabalha como crítico de cinema para o jornal La Voz del Interor, em Cordoba, Argentina, e atualmente coordena o programa de televisão El Cinematógrafo (Canal 10 da National University of Cordoba). Desde 2006 ele é programador da mostra Vitrina no Hamburg International Film Festival (Alemanha), dedicado ao cinema latino e latino americano, e em 2011 ele passou a ser programador do Ficunam. Também é diretor artístico do FICIC (Argentina).
Critic and editor of the Clarín Film section, between 1992 and 2012. BFA in Communication Sciences, Diego was also a professor of semiotics at the Centro de Investigación Cinematográfica. He was granted a scholarship at the Journalism Fellowship Program at the University of Michigan, and is coauthor of the book Nuevo cine argentino. He is president of FipresciArgentina and was vice president of this federation internationally. He has a blog called Micropsia and writes for Inrockuptibles y Otros Cines, among others.
Júri
Olhar de Cinema 2014
He works as a film critic for the newspaper La Voz del Interior in Cordoba, Argentina, and currently leads the television program El Cinematógrafo (Channel 10 of the National University of Cordoba). Since 2006 he has been a programmer for the section Vitrina at the Hamburg International Film Festival (Germany) dedicated to Latino and Latin American cinema, and since 2011 becomes programmer from Ficunam. He’s also the Artistic Director of FICIC (Argentina).
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Júri - Novos Olhares
Prêmio da Crítica - Abraccine
Jury - New Views
Critcis’ Award - Abraccine
Bettina Steinbrügge Bettina Steinbrügge é diretora do Kunstverein em Hamburgo (Alemanha). Ela trabalhou para o Festival de Cinema Documental Kassel e entre 2001 e 2007 foi diretora do Halle für Kunst em Lüneburg. Leciona na Haute École d’Art et de Design, em Genebra desde 2009 e desde 2014 é professora de teoria da arte na Universidade de Belas Artes em Hamburgo. Em 2011, foi curadora na La Kunsthalle Mulhouse. Desde 2007 Steinbrügge realiza a co-curadoria do Forum Expanded no Festival Internacional de Berlim. De 2010-13 trabalhou como curadorachefe no Belvedere em Viena.
Bettina Steinbrügge is the director of the Kunstverein in Hamburg (Germany). She worked for the Kassel Documentary Film Festival and from 2001 to 2007 she was the director of Halle für Kunst in Lüneburg. She teaches at the Haute École d’Art et de Design in Geneva since 2009 and since 2014 is professor for art theory at the University of Fine Arts of Hamburg. In 2011 she was a curator at La Kunsthalle Mulhouse. Since 2007 Steinbrügge is co-curating Forum Expanded at the Berlin International Film Festival. From 2010-13 she worked as chief curator at the Belvedere in Vienna.curator at the Belvedere in Vienna.
Criada em 2011, a Associação Brasileira de Críticos de Cinema (ABRACCINE) é resultado de uma iniciativa histórica, sendo a primeira entidade nacional a reunir os críticos de cinema do Brasil. A associação tem como objetivo reunir os profissionais da crítica cinematográfica em todo o Brasil, promovendo as diversas formas de pensamento crítico, reflexão e debate sobre o Cinema. A ABRACCINE atua também na organização do Júri da Crítica nos mais importantes festivais de cinema brasileiros, nas cabines de lançamentos de filmes, na promoção de cursos e seminários, e na inserção da crítica nos mecanismos de discussão das variadas políticas do cinema brasileiro. A sua atuação tem ênfase na proposta de elevar a análise crítica cinematográfica no país.
Created in 2011, the Brazilian Film Critics Association (ABRACCINE) is a result of a historic enterprise, being the first national organization to gather Brazilian film critics. The organization’s goal is to bring together all professional film critics from Brazil, promoting several ways to think, reflect and discuss about Brazilian cinema. The ABRACCINE also acts by organizing Critics Juries for the most important Brazilian film festivals, contributing in film screenings for press, promoting courses and seminars and in the critics insertion in various discussions about Brazilian policies for cinema. The association’s main purpose is to contribute to the increase of cinema criticism in Brazil.
Charlene Dinhut Charlene Dinhut trabalha no Centro Pompidou, mais especificamente no Hors Pistes. Hors Pistes foi concebido como um evento de 15 dias dedicado à exibição de filmes e exploração de formas narrativas e arte contemporânea. Em 2013 Hors Pistes começou a apresentar trabalhos que ajudou a produzir, trabalhos estes que combinavam filme e performance ao vivo, sendo que alguns desses foram também concebidos como etapas de filmes em andamento. Charlene Dinhut também atua como curadora de cinema no Museum for Hunting and Nature, um local inesperado voltado para arte contemporânea.
Charlene Dinhut works at the Centre Pompidou, notably for Hors Pistes. Hors Pistes was imagined as a 15 day event screening films exploring new narrative forms and contemporary art. In 2013, Hors Pistes began presenting works that it had helped produce, works bringing together film and live performance, and some of these were also conceived as stages of films in progress. Charlene Dinhut also works as a film curator at the Museum for Hunting and Nature, an unexpected venue for contemporary art.
Ilana Feldman Doutora em Cinema pela ECA/USP, com passagem pelo Departamento de Filosofia, Artes e Estética da Universidade Paris VIII. Atualmente, realiza pós-doutorado em Teoria Literária na UNICAMP, com a pesquisa Os diários cinematográficos de David Perlov: do privado ao político, e é curadora do ciclo O Cinema e o Irrepresentável, no Centro da Cultura Judaica de SP. Seu livro, Jogos de cena: ensaios sobre o documentário brasileiro contemporâneo, será publicado em 2014 pela editora Contraponto.
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Ilana Feldman holds a PhD in Cinema by ECA/ USP with a passage at the University Paris VIII Department of Philosophy, Arts and Aesthetics. She is currently in her post-doctorate course in Literary Theory at UNICAMP, with the research Os diários cinematográficos de David Perlov: do privado ao político, and acts as a curator for the cycle Cinema e o Irrepresentável at the Sao Paulo Center for Jewish Culture. Her book Jogos de cena: ensaios sobre o documentário brasileiro contemporâneo will be published in 2014 by Contraponto publishing house.
Júri
Olhar de Cinema 2014
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Aw ard s 20
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Mostra Competitiva
Film Competition
/ Longa-Metragem
/ Feature Film - Olhar Award – Best Film (financial award in the amount of R$ 12.000,00* | around USD 4.800,00*); - Special Jury Prize; - Artistic Contribution Award (The award can be given to a screenwriter, director, actor/actress, original score composer, editor, director of photography, art director or sound designer); - Audience Award; - Critics’ Award;
- Prêmio Olhar de Melhor Filme (prêmio financeiro no valor de R$12.000,00*); - Prêmio Especial do Júri; - Prêmio de Contribuição Artística (O prêmio pode ser dado para um roteirista, diretor, ator/atriz, compositor, montador, diretor de fotografia, diretor de arte ou designer de som); - Prêmio do Público; - Prêmio da Crítica;
/ Curta-Metragem - Prêmio Olhar de Melhor Filme (prêmio financeiro no valor de R$4.000,00*); - Prêmio Especial do Júri; - Prêmio de Contribuição Artística (O prêmio pode ser dado para um roteirista, diretor, ator/atriz, compositor, montador, diretor de fotografia, ou diretor de arte ou designer de som);
/ Short Film - Olhar Award – Best Film (financial award in the amount of R$ 4.000,00* | around USD 1.600,00*); - Special Jury Prize; - Artistic Contribution Award (The award can be given to a screenwriter, director, actor/actress, original score composer, editor, director of photography, art director or sound designer); - Audience Award;
- Prêmio do Público;
Outros Prêmios
Other Awards
/ Longa-Metragem
/ Feature Film - Olhares Brasil Award – Best Brazilian Feature Film of the Competition, Other Views and New Views sections (financial award in the amount of R$ 10.000,00* | around USD 4.000,00); _New Views Award – Best film of the New Views section;
- Prêmio Olhares Brasil – Melhor Longa-Metragem Brasileiro das mostras Competitiva, Outros Olhares e Novos Olhares (prêmio financeiro no valor de R$10.000,00*); - Prêmio Novo Olhar – Melhor Filme da mostra Novos Olhares;
/ Curta-Metragem - Prêmio Olhares Brasil – Melhor Curta Metragem Brasileiro das mostras Competitiva e Outros Olhares (prêmio financeiro no valor de R$ 3.000,00*); *Todos os prêmios financeiros estão sujeitos à tributação, a ser pago no Brasil, de acordo com a lei brasileira.
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Prêmios
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/ Short Film - Olhares Brasil Award – Best Brazilian Short Film of the Competition and Other Views sections (financial award in the amount of R$ 3.000,00* | around USD 1.200,00); *All financial awards are subject to tax, to be paid in Brazil, according to the Brazilian Law.
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Op eni ng ni g ht fi l m Olhar de Cinema 2014
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Dr. Fantástico ou: Como eu aprendi a parar de me preocupar e amar a bomba Dr. Strangelove or: How I learned to stop worrying and love the bomb / Dr. Strangelove or: How I learned to stop worrying and love the bomb
O ano era 1964. Há 50 anos, o Brasil entrava de cabeça nos mais sombrios anos de sua história recente. Enquanto isso, Stanley Kubrick lançava o mais cáustico e dilacerante filme sobre a paranoia da Guerra Fria e suas consequências catastróficas para a humanidade com Peter Sellers interpretando 3 papéis diferentes mostrando toda a versatilidade e poder como ator.
Stanley Kubrick
Estados Unidos e Reuno Unido | 1964 | 103’ | P&B | Ficção Direção Stanley Kubrick Produção Stanley Kubrick Roteiro Stanley Kubrick, Terry Southern, Peter George Direção de Fotografia Gilbert Taylor Montagem Anthony Harvey Elenco Principal Peter Sellers, George C. Scott, Sterling Hayden Empresa Produtora Hawk Films, Columbia Pictures
Um general transtornado da Força Aérea Americana ordena um primeiro ataque nuclear contra a União Soviética. Em seguida, o Presidente dos Estados Unidos, seus assessores, os Chefes do Estado-Maior Conjunto e um oficial da Força Aérea Real Britânica tentam interromper os bombardeios para evitar um apocalipse nuclear, assim como a tripulação do B-52 que tenta cumprir sua missão. A deranged American Air Force general orders a preemptive nuclear strike against the Soviet Union. Subsequently, the President of the United States, his advisors, the Joint Chiefs of Staff and one British Royal Air Force officer attempt to stop the bombings in order to avoid a nuclear apocalypse while the B-52 crew tries to accomplish their mission.
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Nascido em 26 de Julho de 1938 na cidade de Nova York no bairro do Bronx, Stanley Kubrick foi um dos maiores cineastas de todos os tempos. Amante da fotografia e do xadrez, Kubrick demonstrava desde muito jovem um apreço ao método e a precisão na técnica. Fotógrafo precoce, Kubrick iniciou sua carreira na revista Look com apenas 17 anos. Dono de um estilo único, impossível de ser decifrado e extremamente sofisticado, Kubrick dirigiu ao todo 13 longas-metragens em sua carreira. Os filmes que mais se destacam são: 2001: Uma odisseia no espaço, Laranja mecânica, O iluminado e Dr. Fantástico ou: como eu aprendi a parar de me preocupar e amar a bomba. Famoso pela devoção irrestrita, a obsessão e a renúncia com que se entregava em cada projeto, Stanley Kubrick viveu para o cinema que queria realizar e o fez da maneira como queria e acreditava. Born July 26, 1938 in New York City in the Bronx, Stanley Kubrick was one of the greatest filmmakers of all time. A lover of photography and chess, Kubrick displayed from an early age an appreciation towards the method and precision within technique. Kubrick was a premature photographer and began his career at Look Magazine when still 17 years old. Owner of a unique, undecipherable, and sophisticated style, Kubrick directed a total of 13 feature films throughout his career. The most distinctive among them are: 2001: A Space Odyssey, A Clockwork Orange, The Shining and Dr. Strangelove or: How I learned to stop worrying and love the bomb. Famous for his unrestrained devotion, obsession and surrender to which he dove into every project, Stanley Kubrick lived for the cinema he wished to make and made it however he believed and desired.
Filme de abertura
Adotando um visual arrojado, atuações imponentes, cenários incríveis e um humor mordaz, Dr. Fantástico é uma “comédia de pesadelo” como o próprio Stanley Kubrick definiu. Um filme onde os homens mais poderosos do planeta se reúnem para tentar definir se devem lançar uma bomba atômica sobre a União Soviética, Dr. Fantástico é, ao mesmo tempo, uma divertida e cáustica sátira ao comportamento paranoico e amedrontado dos, supostamente, homens mais poderosos do mundo e um filme capaz de causar uma reflexão profunda sobre o atual estado de alerta da nossa sociedade. E é assim, 50 anos após o seu lançamento do filme, que o Olhar de Cinema irá abrir oficialmente a sua terceira edição com uma cópia restaurada e em alta definição de Dr. Fantástico ou: Como eu aprendi parar de se preocupar e amar a bomba, filme capaz de nos fazer rir mesmo diante de nossa própria autodestruição.
The year was 1964. 50 years ago Brazil dove into the darkest years of its recent history. Meanwhile, Stanley Kubrick was releasing his most caustic and harrowing film on the Cold War paranoia and its catastrophic consequences for humanity, with Peter Sellers playing 3 different roles and demonstrating his enormous versatility and power as an actor. Adopting a bold visual style, impressive performances, incredible scenery, and biting humor, Dr. Strangelove is a “nightmare comedy”, as Kubrick himself defined it. In a film where the most powerful men on the planet gather to try to define whether to drop an atomic bomb on the Soviet Union, Dr. Strangelove is at the same time, a fun and caustic satire of paranoid and fearful behavior of the alleged most powerful in the world and a film capable of causing a profound reflection on the current state of alertness in our society. And so, 50 years after its release, the Olhar de Cinema IFF will officially begin its third edition with a high definition restored copy of Dr. Strangelove or: How I learned to stop worrying and love the bomb, a film able to make us laugh in the face of our own self-destruction.
William Biagioli
William Biagioli
Olhar de Cinema 2014
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Retros p ecti v e Olhar de Cinema 2014
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Olhar Retrospectivo: Stanley Kubrick
Retrospective: Stanley Kubrick
por William Biagioli
By Willian Biagioli
Ao receber a honrosa missão de escrever o texto de apresentação de uma mostra retrospectiva tão importante, algumas questões saltam à mente do escriba: o que resta dizer sobre Stanley Kubrick? Quais histórias poderiam ter passado batido pelos mais competentes jornalistas, críticos e escritores? Como trazer alguma novidade, algum tipo de frescor para o panorama? Quais aspectos de sua obra não teriam sido comentados, criticados, observados? Qual foi o detalhe que passou despercebido da maioria? Há efetivamente algo novo a ser dito?
Upon receiving the honorable mission to submit a presentation essay for such an important retrospective, some questions sprang to mind: what can one still say about Stanley Kubrick? What stories could have been forgotten by the most prominent journalists, critics, and writers? How does one bring something new, any kind of freshness to the picture? What aspects of his work have not yet been commented, reviewed, or observed? Which detail went unnoticed by the majority? Is there really something new to be said?
Não tendo respostas para muitas destas perguntas, e sequer pretendendo responder muitas delas, o leitor poderá atestar neste catálogo que a estratégia escolhida foi a de reunir alguns textos notáveis de escritores experimentes e gabaritados que expressam suas opiniões acerca da obra do cineasta e arriscar alguns passos também, claro. Dos autores selecionados temos: Amir Labaki, Kleber Mendonça Filho, Sérgio Rizzo e Luiz Zanin Oricchio.
I do not hold the answers for many of these questions nor will I attempt to answer many of them. The reader may attest in this catalogue that the chosen strategy was to gather some notable essays by experienced and established authors who have expressed their opinions on the filmmaker’s oeuvre and, of course, to risk some steps of my own too. The authors selected were Amir Labaki, Kleber Mendonça Filho, Luiz Zanin Oricchio e Sérgio Rizzo.
Então, nada mais justo do que falar da gênese da ideia que surge como um impulso, quase uma necessidade, e que foi transformada em uma obrigação, um dever que o festival assumiu para esta edição de 2014.
Therefore, it only seems fair to speak of the genesis of the idea that arises almost as a necessity, an impulse, and which was transformed into an obligation, a duty assumed by the festival in this 2014 edition.
O Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba pretende estabelecer diversos elos de união do público com o festival: principalmente por meio de programação atenta, cuidadosa, arrojada e diversificada. É um evento que exige muito de seu público, mas também oferece muito em troca. Não à toa, temos notado o comparecimento de público com extremo interesse às possibilidades que o festival oferece: e isso desde seu início, e vem crescendo constantemente. Edição após edição. Fato que hoje nos garante certa segurança em dizer que, “sim, o Olhar de Cinema faz parte do calendário cultural da cidade de Curitiba”.
The Olhar de Cinema – Curitiba IFF seeks to establish several ties with its audience: especially through the attentive, careful, bold and diverse programming. It is an event that demands much of its audience, but which also offers much in return. It’s no surprise therefore that we have noticed the attending public to be extremely interested in the possibilities provided by the festival: and this has been happening ever since its early days and growing increasingly. Edition after edition. A fact that ensures us today a certain security in saying that: “yes, Olhar de Cinema IFF is part of the Curitiba official cultural calendar”.
Embora o leitor possa imaginar que não é simples rastrear e negociar os direitos de exibição destes filmes, afirmo com toda certeza que tem um sabor especialíssimo conseguí-los, e tendo em vista a missão e a honra que será exibi-los, passa a ser um esforço mínimo perto do resultado final.
While the reader may imagine it is not easy to trace and to negotiate the exhibition rights to these films, I can say with all certainty that this achievement holds a very special flavor in view of the mission and the honor that it is to display them. In the end that is only a small effort when compared to the final result.
Em tempos nos quais muito se discute as mais variadas janelas para exibição de filmes e a diversidade de meios disponíveis, o festival busca, através da mostra retrospectiva, proporcionar ao seu público o deleite de assistir a obras que foram concebidas para serem vistas no cinema, na tela grande, em comunhão com desconhecidos, no escuro concentrado da sala de cinema: por fim, na catedral, como diria Federico Fellini. É assim que Kubrick idealizava seus filmes e é assim que o Olhar de Cinema irá homenagear o mestre. O rigor, o método e a insana capacidade de realização com que se entregava estarão homenageados neste ano, neste festival que nasceu do desejo de apurar, ampliar e permitir que outros olhares e outras possibilidades tenham espaço, chance, que sejam discutidas e, principalmente, assistidas. Seguindo a tradição de oferecer a oportunidade única de ver filmes de mestres que influenciaram e certamente continuarão influenciando a realização de quem está por trás do festival, com a mostra Olhar
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Stanley Kubrick durante as filmagens de Nascido para matar.
In a time when much is discussed about the varied film exhibition windows and the diversity of means available, the festival aims with this retrospective to provide the audience the treat of seeing works that were conceived to be watched on a cinema screen, in communion with strangers, in the concentrated darkness of the theater room: ultimately, at the cathedral, as Federico Fellini would say. This is how Kubrick idealized his films and this is how the Olhar de Cinema IFF shall pay homage to the master. The rigor, method and insane ability by which Kubrick immersed himself in his creation shall be honored this year at this festival, which was born from the desire to ascertain, expand, and to allow for other viewpoints and possibilities to have a chance and space to be debated, and, most of all, to be seen.
set de filmagens de Dr. Fantástico.
Following the tradition of offering the unique opportunity to see
Olhar Retrospectivo
Olhar de Cinema 2014
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Retrospectivo: Stanley Kubrick damos seguimento à mostra que se iniciou – diga-se, lindamente - em 2012 com os filmes de John Cassavetes, o “pai do cinema independente norte-americano”, e que se seguiu em 2013 com a imprescindível retrospectiva de Carlos Reichembach, na qual tivemos o prazer e a honra de exibir filmes do cineasta carinhosamente alcunhado de “Carlão”, apenas um ano após a sua morte. Os filmes exibidos na mostra Olhar Retrospectivo: Stanley Kubricko são, em ordem cronológica: Medo e desejo (1953), Glória feita de sangue (1957), O grande golpe (1960), Dr. Fantástico ou: Como aprendi a parar de me preocupar e amar a bomba (1964), 2001: Uma odisséia no espaço (1968), Laranja mecânica (1971), Barry Lyndon (1975), O iluminado (1980), Nascido para matar (1987) e De olhos bem fechados (1999), além de três curtasmetragens feitos no início da carreira. Com este panorama, O Olhar de Cinema espera estar escrevendo junto ao público, que se consolidou desde o início como ativo e participante, uma página inesquecível na trajetória cinematográfica de Curitiba e do Paraná. Que jamais seja esquecido o dia em que pudermos ver o Sargento Hartmann na tela grande durante a primeira metade de Nascido para matar, no cáustico filme sobre a Guerra do Vietnã. Que vimos Alex e seus droogs flanando por um futuro insólito em Laranja mecânica. E que acompanhamos a lenta e hipnotizante saga de Readmond Barry, em Barry Lyndon. Ou a War Room, deliciosamente engraçada e catastrófica de Dr. Fantástico. E o que dizer da figura do general másculo e indestrutível de Kirk Douglas em Glória feita de sangue, além do mitológico personagem de Jack Nicholson como o perturbado escritor em O iluminado. E como esquecer as incríveis e eróticas cenas do filme De olhos bem fechados? É isso tudo que poderemos ver nesta edição do Olhar, em cópias restauradas, com altíssima qualidade de som e imagem. Que este 2014 será um ano inesquecível já não restam dúvidas. Estamos vivendo e, de alguma maneira, sendo parte de uma história que está sendo construída enquanto trabalhamos. E já que 2014 é também o ano da Copa do Mundo no Brasil, espero que ao final desse festival possamos emular a experiência de alguns torcedores do Boca Juniors nos idos dos anos 70 e correr para os cemitérios da cidade para dizer aos nosso antepassados: Amigos, vocês não sabem o que perderam!
films from masters who have influenced and will certainly continue to influence those responsible for the festival, the Retrospective: Stanley Kubrick follows up on an exhibition that began in 2012 – beautifully, by the way – with the films of John Cassavetes, the “father of American independent cinema”, and which continued in 2013 with the much needed Carlos Reichembach retrospective, in which we had the pleasure and the honor of exhibiting Reichembach’s films, affectionately nicknamed “Carlão”, just one year after his death. The films exhibited at the Retrospective: Stanley Kubrick are as follows, in chronological order: Fear and desire (1953), Paths of glory (1957), The killing (1960), Dr. Strangelove or: How I learned to stop worrying and love the bomb (1964), 2001: A apace odyssey (1968, Clockwork orange (1971), Barry Lyndon (1975), The shining (1980), Full metal jacket (1987) and Eyes wide shut (1999), as well as 3 short films made early in his career. With this panorama, the Olhar de Cinema hopes to write alongside its audience, which was consolidated right from the beginning as an active participant, an unforgettable page in the film trajectory of Curitiba and Paraná. May we never forget the day in which we see Sergeant Hartmann on the big screen during the first half of Full metal jacket, Kubrick’s Vietnam War caustic film. May we see Alex and his droogs strolling through an outlandish future in Clockwork orange. And may we follow the slow and mesmerizing Readmond Barry saga in Barry Lyndon. Or the delightfully funny and catastrophic War Room in Dr Strangelove. And what of the manly and indestructible general played by Kirk Douglas in Paths of glory as well as Jack Nicholson’s mythological portrayal of the troubled writer in The shining. And how could we forget the incredible and erotic scenes in Eyes wide shut? We shall see all of this during the 2014 edition of Olhar de Cinema IFF, in restored prints with the highest quality in sound and image. There are no doubts left that 2014 shall be an unforgettable year. We are living and, somehow, being part of a story that is being told as we work. And since 2014 is also the year of the World Cup in Brazil, hopefully at the end of this festival we may be able to emulate the experience by Boca Juniors supporters in the bygone 1970s and run to the town cemeteries shouting to our ancestors: Friends, you don’t know what you just missed!.
Kubrick
Kubrick
por Amir Labaki
By Amir Labaki
Ainda pode haver quem discuta se Stanley Kubrick é o maior cineasta em atividade.Há consenso quanto ao fato de girar em torno dele uma aura mítica que, neste século do cinema, encontra paralelos na atriz Greta Garbo, no milionário Howard Hugues e no escritor J. D. Salinger.
There may still be those who argue if Stanley Kubrick is indeed the greatest filmmaker in activity. There is a consensus that a mythical aura revolves around the filmmaker, which in this century could finds parallels in the actress Greta Garbo, the millionaire Howard Hughes, and the writer JD Salinger.
Vincent LoBrutto reitera a comparação logo na abertura de seu recémlançado Stanley Kubrick - A biography, como que frisando o caráter hercúleo da tarefa a que se propôs: escrever o primeiro volume biográfico sobre um dos artistas mais reservados que já se dedicou à arte do filme. Professor da School of Visual Arts de Nova York e especialista em história oral do cinema, LoBrutto não se deixa impressionar pelo mistério em torno de seu personagem. Ao meticulosamente recompor a trajetória do homem por trás do cineasta, nada menos que decifra o enigma Kubrick. Não poucos mitos caem por terra graças ao livro. O principal é aquele que pinta Kubrick como um ogro misantropo, cheio de esquisitices, incapaz de qualquer convívio social e despótico com todos que o cercam. É um outro Kubrick que emerge das páginas de LoBrutto. Como cineasta, é mesmo um obcecado pela perfeição e pelo lado sombrio da alma humana, mas trata com rara cordialidade atores e técnicos e valoriza sobremaneira as contribuições individuais para o filme em desenvolvimento. Fora dos sets, Kubrick é um atencioso pai de três filhas (uma delas, Vivian, colaboradora constante), estável no terceiro casamento. Pouco liga para roupas e fuma o tempo todo. Notívago e hiperativo, trocou os EUA pela Inglaterra e passou a evitar as viagens de avião por razões bem palpáveis -custos de produção mais baixos e maior conforto familiar. Mesmo a preocupação quase paranóica com o sigilo dos projetos pode lá ser algo exagerada, mas está longe de inexplicável no faroeste do mercado cinematográfico. O biógrafo não contou com nenhuma ajuda do biografado, que ainda assim ganha agradecimento final simplesmente por não ter atrapalhado. Uma legítima vocação detetivesca é revelada por LoBrutto, sobretudo nas cem primeiras páginas, dedicadas à infância e juventude de Stanley Kubrick, o primogênito do casal judeu nova-iorquino, Jacques (médico) e Gertrude (dona de casa), nascido em 26 de julho de 1928. Stanley surge como um aluno ausente, de regular a fraco, sempre de difícil sociabilidade mas de inequívoco talento artístico. O proverbial interesse pelo cinema é precoce. O amor pela fotografia foi herdado do pai. A paixão pela música, demonstrada pela revolução que operou nas trilhas para cinema, desenvolveu-se com uma pouquíssimo conhecida passagem pela Taft Swing Band, a banda de jazz de sua escola. Desde cedo a fornida biblioteca familiar alimentou a insaciável curiosidade de Kubrick. Também data de jovem a fixação pelo jogo de xadrez, que acabou por se tornar o mais corrente símbolo da hiper-racionalidade do cineasta. Esse ultracerebralismo ganha novos matizes pela revelação de seu forte e duradouro interesse beisebol e futebol americano.
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Olhar Retrospectivo
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Vincent LoBrutto reiterates the comparison in the opening pages of his newly released Stanley Kubrick - A biography, as if underscoring the Herculean nature of the task it has set upon itself: to write the first volume of a biography on one of the most reserved artists to have ever devoted himself to the art of film. A professor at the New York School of Visual Arts and an expert on the oral history of cinema, LoBrutto does not allow himself to be impressed by the mystery surrounding his character. By meticulously reconstructing the trajectory of the man behind the filmmaker, he no less than deciphers the Kubrick enigma. More than a few myths crumble thanks to the book. The most striking one being the myth that paints Kubrick as a misanthropic ogre, full of quirks, incapable of any social interaction, and despotic with all those that surround him. From the pages of LoBrutto we see another Kubrick emerge. As a filmmaker, he is indeed obsessed with perfection and with the dark side of the human soul, but always treating his actors and technicians with a rare cordiality and particularly valuing each individual contribution to the film in development. Outside the sets, Kubrick is a caring father of three daughters (one of them, Vivian, is a constant collaborator), and in a stable third marriage. He has little concern for clothing and constantly smokes. Nocturnal and hyperactive, he traded the U.S. for England and began to avoid plane trips for very palpable reasons – lower production costs and greater family comfort. Even if his borderline paranoid concern with the secrecy of his projects may seem exaggerated it is far from unexplainable within the Wild West movie market. The biographer did not count with any help from the biographee, who still earned a final gratitude note merely for not getting in the way. A true detective vocation is revealed by LoBrutto, especially in the first 100 pages dedicated to Stanely Kubrick’s childhood and youth, the firstborn of a New York Jewish couple, Jacques (doctor) and Gertrude (housewife), and born on July 26, 1928. Stanley comes across as a regular to below average absentminded student, with troubles to socialize but with an unmistakable artistic talent. The proverbial interest in cinema begins early on. The love for photography was a paternal inheritance. His passion for music, revealed through the revolution he wrought in film scores, was cultivated from a very brief passage in the Taft Swing Band, his school jazz band.
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A decisiva experiência de Kubrick entre 17 e 21 anos como fotógrafo da Look merece detalhada reconstituição. O talento narrativo das fotos em série confirmava o cineasta em botão. A partir do momento em que registra que uma das séries, dedicada ao pugilista Walter Cartier, inspirou o documentário curto de estréia (Day of fight, 1951), a biografia assume a tradicional estrutura cronológica de dedicar um capítulo a cada projeto kubrickiano. A exaustiva pesquisa de LoBrutto sobrepõe-se então às entrevistas, ainda que ele sempre encontre algum colaborador, mesmo secundário, para dar seu testemunho. O resultado é um compêndio de tudo que você queria saber o processo de realização de cada filme do cineasta. São, por exemplo, 55 páginas para 2001: Uma odisseia no espaço, 46 para O iluminado, 43 para Laranja Mecânica. A análise técnica supera a estética, embora LoBrutto mostre como em Kubrick as duas esferas são inextricáveis. O livro tem jóias a nos oferecer. Um tipo especial de lentes desenvolvido pela NASA foi adaptado para as filmagens à luz de velas de Barry Lyndon. Um didático prólogo com especialistas quase abriu 2001: Uma odisseia no espaço. Nascido para matar foi rodado com três e não duas partes. Os exteriores futuristas de Laranja mecânica foram rodados em locações reais na Inglaterra. Os exemplos encheriam esta página. O culto a Kubrick já tem sua nova Bíblia.
From early on his family stocked library fed Kubrick’s insatiable curiosity. From this age he also developed his fixation with the game of chess, which would later become the most common symbol of filmmaker’s hyper-rationality. This ultra-cerebralism earns new shades by the revelation of his strong and enduring interest in baseball and football. Kubrick’s decisive experience between the ages of 17 and 21 as a photographer for Look earns a detailed reconstitution. The narrative talent displayed in the serial photos confirmed the embryonic filmmaker. From the moment LoBrutto recounts that Kubrick’s photographic series dedicated to boxer Walter Cartier was the inspiration behind his debut short documentary film (Day of fight, 1951), the biography assumes a traditional chronological structure, dedicating a single chapter to each of Kubrick’s projects. LoBrutto’s exhaustive research takes over from the interviews, but he always finds a collaborator – even if secondary – to provide testimony. The result is a compendium of everything you wanted to know about the creation process behind each of the filmmaker’s film. We have, for example, 55 pages dedicated to 2001: An space odyssey, 46 for The shining, and 43 for A clockwork orange. The technical side outweighs the aesthetic one, even though LoBrutto does render both spheres as being inextricable in Kubrick. The book provides us with many gems. A special NASA developed lens was adapted to be used in the candlelit scenes in Barry Lyndon. A didactic prologue featuring experts was almost used in the opening scenes for 2001: An space odyssey. Full metal jacket was originally filmed with three and not two parts. The futuristic exteriors in A clockwork orange were filmed in real locations in England. Many other examples could fill this page. The cult of Kubrick now holds a new Bible.
LABAKI, Amir. Kubrick. Folha de S. Paulo, caderno Ilustrada, 8 de julho de 1997. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/ fsp/1997/7/08/ilustrada/1.html. Acesso em 12 de maio de 2014. 34
Olhar Retrospectivo
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Stanley Kubrick era um iconoclasta genial
Stanley Kubrick was a genius iconoclast
por Kleber Mendonça Filho
By Kleber Mendonça Filho
Vidi Well, Vidi Well...” é expressão pinçada do dialeto droog do filme Laranja mecânica, mas pode também servir de perfeita tradução para a herança que Stanley Kubrick deixa para o mundo em forma de cinema, num testamento que inclui, entre tantos itens de valor inestimável, esta obraprima realizada em 1971. Sua impresssionante capacidade de hipnotizar o espectador realmente parecia nos dizer baixinho “Veja Vem, Veja Bem...”, tomando-nos de assalto com imagens que, uma vez carimbadas na mente, lá permanecem, indeléveis. Para muitos, e para o que vos escreve, é o maior nome de todo o cinema.
Vidi Well, Vidi Well...” is an expression from the droog dialect from the film Clockwork orange, but it could just as well serve as a perfect translation for the inheritance that Stanley Kubrick left the world in the form of cinema, a will that includes, among many priceless items, this 1971 masterpiece. His impressive ability to hypnotize the audience seemed to whisper to us “Look Well, Look Well…”, taking us by storm with images that once engraved in our minds shall there remain indelible. For many, and for the present writer, he is the greatest name in all of cinema.
Esta opinião vem da sensação única de assistir a um filme de Stanley Kubrick, onde temos a nítida impressão de estarmos diante de algo diferente, num outro mundo, à mercê de um tempo que não é o nosso, mas o dele. Não são filmes normais, mas exercícios de imagem, fala e escrita. É verdade que existe um número restrito de gênios no cinema, donos de visões próprias. É bem provável que Stanley Kubrick, no entanto, esteja acima deles, com uma obra realmente diferenciada.
This opinion comes from the unique sensation of watching a Stanley Kubrick film, where one has the clear impression of being in for something different, in another world, at the mercy of a time that is not ours, but his. They are not common movies, but exercises in image, speech and writing. It holds true that there are a limited number of geniuses in cinema, owners of singular visions. It is likely, however, that Stanley Kubrick is above them, with a truly distinct oeuvre.
Que fatores o tornaram um cineasta extra-especial? Basicamente, ao trabalhar dois elementos difíceis no cinema - o tempo e o espaço elementos fartamente ilustrados por uma das suas marcas registradas: seus travellings, movimentos de câmera contínuos que geralmente acompanham seus personagens, definindo a relação destes personagens com os espaços. Quanto às suas temáticas, Kubrick mostrou-se um dos mais versáteis autores do cinema, com quedas ocasionais para a completa destruição do estabelecimento militar e qualquer idéia remotamente associada ao assunto “guerra”.
What are the factors that make an extra-special filmmaker? Essentially it boils down to his combination of two difficult elements to work with in film - time and space -, elements amply illustrated by one of his trademarks: his traveling shots, continuous camera movements that often accompany their characters and define their relationship with their surrounding spaces. As for theme Kubrick proved to be one of cinema’s most versatile auteurs, with the occasional tendency towards the complete destruction of the military establishment and of any idea remotely associated with “war.”
Em relação ao tempo e ao espaço, Barry Lyndon (1975), por exemplo, conta a história de um homem do século 18 (o personagem título, interpretado por Ryan O’Neal) com o tempo e o ritmo que, imaginamos, ser fiel ao século 18. Para confirmar esta sensação, as imagens mais estranhamente belas já captadas num “filme de época”, resultado de minuciosa pesquisa visual que resultou no desenvolvimento de lentes especiais (pela Nasa) para a captação de imagens em ambientes iluminados por velas.
Regarding time and space, Barry Lyndon (1975) for example, tells the story of an 18th century man (the title character, played by Ryan O’Neal) with a time and a rhythm that we imagine to be faithful to the 18th century itself. The sensation is confirmed with some of the most strangely beautiful images ever captured in a “period piece”, the result of thorough visual research that resulted in the development of special lenses (by NASA) for shooting in candlelit environments.
Não era apenas um filme de época com figurino e peruca, mas algo palpável, pois temos a impressão de estarmos assistindo a um filme feito em locações, no século 18, com a batida do coração de alguém que viveu intensamente, há mais de 200 anos.
This was far from a period piece with costumes and wigs, but something tangible since we are left with the impression that we are faced with a film made on location in the 18th century with the heartbeat of someone who lived intensely over 200 years ago.
O mesmo pode ser dito de 2001 - Uma odisseia no espaço (1968), que poderia ter sido uma aventura espacial que, nas mãos de outro, teria envelhecido rápido. Ao invés disso, temos, mais uma vez, a impressão de estarmos assistindo a um filme que tem o tempo e o ritmo daquilo que aborda, neste caso, o espaço.
The same could be said of 2001 – A space odyssey (1968), a space adventure that in someone else’s hands could have aged quickly. Instead, once again we have the impression of watching a film that has the time and pace of the subject at stake: outer space.
A impressão é que 2001 foi filmado em algum lugar fora deste Planeta, especialmente ao dar ênfase ao silêncio, à vastidão do “espaço” e ao confinamento de seres humanos numa nave espacial, mesmo tipo de enfoque (a câmera sempre se movimentando) que nos ajuda a conhecer tão bem o Hotel Overlook, de O iluminado (1980), com seus vastos corredores acarpetados, ou as trincheiras francesas de Glória feita de sangue (1958),
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The impression is that 2001 was filmed somewhere outside this planet, particularly in its emphasis on silence, the vastness of “space”, and the human confinement within a spacecraft with the same type of focus (and an ever moving camera) that helped us to familiarize ourselves with the Overlook Hotel in The shining (1980) with its vast carpeted corridors or the French trenches in Paths of glory (1958), where pain, anguish and cowardice received one of the most emotional treatments
Olhar Retrospectivo
onde dor, angústia e covardia recebem um dos tratamentos mais emocionais da carreira de Kubrick, em grande parte contra a máquina militarista e a guerra. Contrapontos - Este, aliás, seria um ponto negativo no seu trabalho para alguns, embora, para outros, seja apenas uma característica curiosa: a ausência de emoção, ou pelo menos, o domínio da frieza e do sarcasmo sobre o carinho e o sentimento. Em Nascido para matar (1987), mostra com impressionante eloquência e desprezo a máquina militar como uma fábrica de loucos, e ainda traduz a guerra do Vietnã como um incidente entre um pelotão de americanos bem nutridos lutando contra uma garotinha raquítica, armada com fuzil. Talvez o melhor filme de guerra já feito, embora seja, com freqüência, acusado de frieza e falta de uma alma humana. Não seria isso adequado a um filme que propõe-se a refletir sobre a guerra e o militarismo? Esta suposta falta de emoção na obra de Kubrick foi apontada com certo humor na época de lançamento de 2001. Um leitor de Revista Time comentou que o filme teria sido dirigido pelo computador HAL (um dos personagens memoráveis do filme), e não por um ser humano. Mas não seria o clima frio e matemático de 2001 um dos seus trunfos rumo ao final mísitico e espiritual? Para sarcasmo e anarquia, vejam a outra obra-prima Dr. Fantástico (1964), onde a hecatombe nuclear e o fim da civilização é decidida via telefone, entre os presidentes dos EUA e União Soviética: “Sim amigo, um dos nossos aviões irá atacar a União Soviética... está a caminho... sim, eu sei que você não acha isso bom, eu também não acho isso bom, concordamos nesse ponto, não é mesmo...?” Ou ainda sua versão para a obra de Nabokov, Lolita (1962), correta no clima ostensivo de ações motivadas pelo tesão, mas carente de sexo e uma ousadia que o início dos anos 60 não conseguiriam suportar, e que o todo preparado por Kubrick exigia. Kubrick foi apontado por Martin Scorsese no seu magnífico documentário sobre 100 anos de cinema americano como “um dos poucos iconoclastas” americanos, dono de um cinema pessoal, recluso, sempre à procura de uma visão muito dele. Admiradores sabiam que um dos seus maiores defeitos era levar tanto tempo para realizar um novo trabalho, como é o caso do seu último filme, o recém-finalizado Eyes Wide Shut, filmado meticulosamente durante dois anos com o casal Nicole Kidman e Tom Cruise. Com a morte de Kubrick, o lançamento deste seu último filme (julho, nos EUA) já transformou-se no acontecimento cinematográfico mais importantte do ano, nos EUA. Vejamos o filmes de Kubrick, os antigos e esse novo, com os olhos bem abertos.
o Kubrick’s career, largely against the militarist machine and war itself. Counterpoints – While this could be a negative aspect of his work for some, to others it is no more than a curious characteristic: the absence of emotion or at least the prevalence of coldness and sarcasm over tenderness and feeling. In Full metal jacket (1987), he displays with an impressive eloquence and disdain the military machine as a factory for mad men while also translating the Vietnam War as an incident between a platoon of well-nourished Americans fighting against a rickety little girl armed with a rifle. It may be best war movie ever made, despite the fact that it is often accused of coldness and lacking a human soul. Would not that be appropriate for a film that sets out to reflect on war and militarism? This supposed lack of emotion in Kubrick’s work was noted with certain humor at the time 2001’s release. A reader from Time Magazine commented that the film had been directed by the computer HAL (one of the memorable characters from the film), and not by a human being. But is it not the cold and mathematical environment of 2001 one of its triumphs towards its mystical and spiritual ending? For sarcasm and anarchy, one needs to see another masterpiece, Dr. Strangelove (1964), where the nuclear holocaust and the end of civilization is decided by means of a telephone conversation between US and Soviet leaders: ““Yes friend, one of our planes will attack the Soviet Union ... it’s on the way ... yes, I know you don’t think that’s good, I don’t think that’s good, we can agree on that, can we not...?”. Or yet, his version of Nabokov’s work, Lolita (1962), precise on the blatant atmosphere of lust induced actions, but lacking in sex and a boldness that the early 60s would be unable to endure, and which an all prepared Kubrick demanded. Kubrick was regarded by Scorsese in his magnificent documentary on the 100 years of American Cinema as “one of the few American iconoclasts”, bearer of a personal cinema, recluse, and always searching for his own peculiar vision. His admirers knew that one of his greatest flaws was the long length of time he took to create a new film, as is the case of his latest recently finished Eyes wide Shut, meticulously filmed over two years with the couple Nicole Kidman and Tom Cruise. With the death of Kubrick, the release of his latest film (in July for the USA) has become the most important cinematic event of the year in the US. Let us see Kubrick’s films, the old and the new, with our eyes wide open.
FILHO, Kleber Mendonça. Stanley Kubrick era um iconoclasta genial. Jornal do Commercio, 9 de março de 1999. Disponível em: http://www2.uol.com.br/JC/_1999/0903/cc0903f.htm. Acesso em 12 de maio de 2014. Olhar de Cinema 2014
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Stanley Kubrick e seus filmes-eventos - Um diretor com mania de inscrever seus filmes na agenda social
Stanley Kubrick and his movie-events - A director with the habit of inscribing his films in the social agenda
por Sérgio Rizzo
By Sérgio Rizzo
Cidade de Deus (2002), de Fernando Meirelles, e Tropa de elite (2007), de José Padilha, exemplificam, com tintas nacionais, uma espécie bem particular de longa-metragem, que o mercado cinematográfico batizou de “filme-evento”. Alguns deles foram concebidos para isso; outros, no entanto, são beneficiados pelas circunstâncias. Todos se assemelham na capacidade de se inscrever no debate social.
City of God (2002), by Fernando Meirelles, and Elite squad (2007), by José Padilha, exemplify, with national colors a very peculiar type of feature film, one that the cinema market has baptized as “movie-event.” Some of these were conceived to this very end; others, however, are benefited by circumstances. All of them are similar in their ability to inscribe themselves within the social debate.
Os jornais e revistas não lhes dedicam apenas o espaço convencional, na forma de crítica e reportagem sobre o lançamento. Abrem também espaço para artigos que explorem aspectos polêmicos do filme, convidam os realizadores a escrever em defesa da obra, às vezes com réplicas e tréplicas. As emissoras de TV e rádio fazem o mesmo e, à sua maneira, o incluem por algumas semanas na pauta. Portais de notícias, blogs e listas de discussão amplificam o debate na internet. Como resultado de tanto movimento, conversa-se sobre o filme em pontos de ônibus e mesas de bares. Fica no ar a sensação de que é preciso ver, afinal, o dito cujo. Caso contrário, você está “por fora”.
Upon their release, newspapers and magazines do not limit them to the conventional space of criticism and features. The press also provides room to articles that explore the film’s controversial aspects, inviting the filmmakers to write in defense of the work, sometimes with replies and rejoinders. TV and radio networks do the same and in their own way include them in their agenda during some weeks. News portals, blogs, and discussion lists widen the online debate. As a result of this movement, conversations about the film take place on bus stops and bars. A feeling in the air lingers that such a film must be seen. Otherwise, you’re “out’.
O fenômeno se intensificou nos últimos anos, em geral graças a produtos da indústria cinematográfica norte-americana que desembarcam simultaneamente em dezenas de países e ocupam parcela significativa de seus circuitos de exibição. Como tendem a ser novos episódios de franquias, eles se beneficiam do efeito de recall na mente do consumidor, que já sabe do que se trata sem a necessidade de muitas informações, e que sua presença é novamente aguardada na bilheteria. Essa mecânica transformou a trilogia O senhor dos anéis e as séries Homem-aranha, Harry Potter e Piratas do Caribe, por exemplo, em empreendimentos milionários cujas receitas são obtidas também em diversos outros guichês que não apenas as salas de cinema. Onde for possível comercializar algo relacionado a um filme-evento, haverá um produto qualquer à espera do consumidor. Não surpreende que crianças e adolescentes sejam o público preferencial de tais estratégias. Nessa idade, o apelo de consumo se traduz em desejo de integração social: se todos os colegas de escola têm o caderno X ou o videogame Y, não posso ficar de fora, mãe. E tome complemento de mesada.
This phenomenon was intensified in the past years, generally thanks to the American film industry, which lands their products in dozens of countries simultaneously and holds a significant portion of the exhibition circuits. Since they tend to be new franchise episodes, they benefit from the recall effect in the consumer’s mind, who already knows the deal without needing much prior information. His presence once again expected at the box office. This mechanics, for example, turned the Lord of the Rings trilogy and the Spider-man, Harry Potter, and Pirates of the Caribbean series into millionaire enterprises and whose earnings also derive from several other counters besides the cinema rooms. Whenever and wherever it may be possible to commercialize something related to a movie-event there will be a product awaiting the consumer. It is not surprising therefore that children and teenagers are the preferred audience of such strategies. At this age the appeal to consume translates itself into a desire for social integration: if all classmates have X notepad or Y videogame, I can’t be left out mom. And there goes the supplementary allowance.
Uma expedição antropológica em busca de indícios dos ancestrais do “filmeevento” contemporâneo apontaria para Nascimento de uma nação (1915), de D. W. Griffith, que contribuiu para formatar o negócio de acordo com as coordenadas que hoje conhecemos muito bem. Com três horas de duração, três núcleos dramáticos simultâneos e a pretensão de falar a respeito da formação dos EUA a partir dos acontecimentos da Guerra Civil (1861-1865), essa superprodução se oferecia ao espectador com a promessa, reforçada depois pelo bate-boca, de que “você nunca viu um filme como esse”. Justificava-se, assim, a majoração do preço médio do ingresso praticado nos EUA, salto que jamais se teria a coragem de promover novamente: em vez dos 10 centavos habituais que pagava para entrar em sessões corriqueiras, o espectador se viu obrigado a pagar um dólar para assistir a Nascimento de uma nação. Depois dele, diversos outros grandes espetáculos se dirigiram ao público com a ênfase da obrigatoriedade, como …E o vento levou (1939), épicos religiosos na linha de Os dez mandamentos (1956) e Ben-Hur (1959), e produtos da “nova Hollywood” como Guerra nas estrelas (1977) e E.T. – O extraterrestre (1982). Entre os diretores e produtores com sensibilidade especial para arquitetar projetos com essas características, Stanley Kubrick merece destaque especial.
o jovem Stanley Kubrick durante o período em que foi fotógrafo da revista Look.
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An anthropological expedition in search of the ancestral evidence for the contemporary “movie-event’ would point us towards D. W. Griffith’s Birth of a nation (1915), which helped to shape the business according to the coordinates that we currently know so well. With a three hour running time, three simultaneous dramatic centers and the ambition to deal with the Civil War events (1861-1865), this super-production was offered to the viewer with a promise, later reinforced by word of mouth: “you’ve never seen a film like this before!”. This served to justify an increase in the average ticket price practiced in the US, a price leap the industry would never have the courage to promote again: instead of the usual 10 cents paid to get in ordinary sessions, the spectator found himself forced to pay a dollar to watch Birth of a nation. After this several other major spectacles addressed the public with the same mandatory emphasis, such as Gone with the wind (1939), religious epics along the lines of The ten commandments (1956) and Ben-Hur (1959), and the “New Hollywood” products such as Star Wars (1977) and E.T. (1982). Among directors and producers with a special sensitivity in devising projects with these characteristics, Stanley Kubrick deserves special attention. With the exception of his three first feature films (Fear and desire, Killer’s kiss, and
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Com exceção de seus três primeiros longas-metragens (Fear and desire, A morte passou por perto e O grande golpe), que caracterizam o período de aprendizado de um fotojornalista talentoso iniciando-se no cinema, seus projetos sempre foram orientados, entre outros critérios, pelo de potencial para repercussão. Se o material parecia fadado a gerar polêmica, então poderia se tornar um filme de Stanley Kubrick. Ninguém imaginava ainda o uso do termo “filme-evento”, mas já era algo muito próximo a isso o que ele se especializou em fazer a partir de Glória feita de sangue (1957). Para muitos, seu quarto longa-metragem na direção sobrevive ainda hoje como um dos principais dramas de guerra já realizados pelo cinema. Kubrick e seu então parceiro, o produtor James B. Harris, se interessaram pela adaptação do romance de Humphrey Cobb porque, inspirado em fatos verídicos (e escandalosos) da I Guerra Mundial e na experiência do próprio autor no front, fornecia a base para um filme-denúncia que tomaria o partido de soldados injustiçados contra a insensibilidade de oficiais franceses. Méritos cinematográficos à parte, a estratégia funcionou. Glória feita de sangue permaneceu proibido na França e na Suíça até 1970. Não deu lucro, mas rendeu a Kubrick o prestígio que o levaria, por indicação do ator Kirk Douglas, a substituir o veterano Anthony Mann nas filmagens já iniciadas de Spartacus (1960). Era apenas um diretor contratado, alguém de segundo escalão na hierarquia hollywoodiana do sistema dos estúdios. Sem obter o respeito dos profissionais mais experientes, e pouco interessado em conquistá-lo, o diretor se isolou e aprendeu a lição que balizaria o restante de sua carreira: sem controle, em cinema não se tem nada. Jamais verbalizaria outra lição, a do “filme-evento”: sem material de impacto na mão, não se vai muito longe. E Kubrick, como se sabe, foi. O impulso decisivo para sua trajetória independente veio com Lolita (1962), baseado no romance escandaloso que Vladimir Nabokov havia publicado em 1955 na França. Kubrick e Harris o leram enquanto estavam envolvidos em Spartacus e concluíram rapidamente que o material era incendiário. Resolveram vender os direitos sobre O grande golpe à Universal para levantar os US$ 150 mil necessários à compra de Lolita e de Gargalhada no escuro, outro romance de Nabokov, com situação semelhante. Ambos temiam que, nas mãos de um aventureiro, Gargalhada fosse adaptado e lançado antes de Lolita, esvaziando o teor polêmico do filme. Ainda que o resultado da adaptação tenha sido comportado em comparação com o livro, sobretudo em virtude das limitações impostas pelo Código Hays (o código de auto-regulamentação da indústria cinematográfica dos EUA, que vigorou por mais de três décadas, até 1967) e do conservadorismo do grande público norteamericano, Lolita se tornou mais um “filme-evento” cuja bilheteria se beneficiou, entre outros fatores, da reação de conservadores religiosos. De acordo com alguns deles, que espalharam sua mensagem por igrejas de todo o país, os fiéis que assistissem ao filme cometeriam um “pecado”. Nada melhor para a publicidade do filme do que essa sugestão quase irresistível de transgressão. No auge da “guerra fria” entre EUA e URSS, Kubrick se interessou pelo romance Red alert (também lançado com o título Two hours to doom), de Peter George, sobre uma hecatombe nuclear, e decidiu comprar os direitos, desta vez sem a companhia de Harris, que decidiu seguir em carreira solo como diretor. 40
The killing), which marked the learning period of a talented photojournalist in his first steps in cinema, his projects were always guided, among other criteria, by the potential to reverberate. If the material seemed destined to generate controversy, then it could become a Stanley Kubrick film. Nobody had yet come up with the term “movie-event”, but it was something along these lines that Kubrick specialized in since Paths of glory (1957). For many, his fourth feature film still survives to this day as one of the main war dramas ever made for film. Kubrick and his partner at the time, James B. Harris, became interested in adapting Humphrey Cobb’s novel because – inspired by truthful (and scandalous) facts during World War I and in the author’s own experiences at the front – it could provide the basis for a film-exposé that would take sides with the wronged soldiers against the insensibility of the French officials. Cinematographic merits aside, the strategy worked. Paths of glory was banned in France and in Switzerland until 1970. It did not yield any profit, but it did render Kubrick the prestige that would lead actor Kirk Douglas to replace the veteran Anthony Mann on the already underway Spartacus (1960). He was just a hired director, someone from second tier within the Hollywood studio system hierarchy.
Acreditava, mais uma vez, ter um potencial “filme-evento” nas mãos. Foi só no desenvolvimento do roteiro, no entanto, que ocorreu a ele transformar o material em comédia de humor negro, satirizando o aparato militar de ambas as potências. Mais uma vez, teve os meios de comunicação a serviço do filme: quem esse Kubrick pensa que é para brincar com assunto sério? Como a década mais transformadora do século 20 já estava na rua, Dr. Fantástico (1964) encontrou o seu público entre todos os que partilhavam da idéia de que não se pode entregar o controle do planeta a meia dúzia de políticos e militares.
in his hands. It was only during the script development that it occurred to him to transform the material into a black comedy, satirizing both powers’ military apparatus. Once again he had the media at his service: who does this Kubrick guy think he is to joke around with such a serious issue? Since the transformative decade of the 20th century was already on the streets, Dr. Strangelove (1964) found its audience among all those who shared the idea that you cannot give up control of the planet to a handful of politicians and the military.
Outra disputa entre EUA e URSS, desta vez em torno da corrida espacial, levou Kubrick a acreditar que havia terreno para um filme de ficção científica de contornos mais “realistas”, que fosse além da chegada à Lua, então iminente, e considerasse que, em futuro não muito distante, o homem estaria desbravando (e até mesmo colonizando) pontos mais distantes do universo. Sem a esperança de que ele fosse aceitar, convidou o escritor Arthur C. Clarke a participar do projeto. Clarke, no entanto, adorou a idéia e, a partir de seu conto The sentinela (1948), desenvolveu com o cineasta o roteiro de 2001: Uma odisseia no espaço, que viria a se tornar um clássico, igualmente amado e odiado, e cuja força simbólica persiste ainda hoje.
Another dispute between the U.S. and the USSR, this time concerning the space race, led Kubrick to believe that there was a fertile ground for a science fiction film with more “realist” contours, which could go beyond the imminent Moon landing and consider that in a not too distant future man would venture into (and even colonize) the furthest corners of the universe. With no hope that he would accept, Kubrick invited writer Arthur C. Clarke to join the project. Clarke, however, loved the idea and from his short story The sentinel (1948), he developed with the director the script for 2001: A space odyssey, which would become a classic, equally loved and hated, and which its symbolic force still persists to this day.
Seu derradeiro “filme-evento” seria talvez o maior de todos: Laranja mecânica (1971), adaptado pelo próprio Kubrick do romance homônimo de Anthony Burgess, distopia sobre um Reino Unido futurista em que uma gangue de jovens pratica atos de violência. Grandioso em sua concepção e ambíguo em sua representação do problema, ele sobrevive como um dos melhores exemplos, talvez o melhor, para discutir a violência da imagem e a imagem da violência. Diversos países – entre eles o Brasil, então sob o regime militar de 1964 – o censuraram. Na Inglaterra, foi o próprio Kubrick quem decidiu retirá-lo de circulação, em represália contra a decisão de alguns juízes de proibi-lo em suas regiões. A polícia britânica registrou incidentes supostamente inspirados em cenas do filme; em ao menos um desses casos, houve uma vítima fatal.
His ultimate “movie-event” would perhaps become the greatest of all: A Clockwork orange (1971), adapted by Kubrick himself from Anthony Burgess’ eponymous novel on a future dystopia UK where a gang of youths carries out acts of violence. Grandiose in its conception and ambiguous in its representation of the issue, it survives as one of the finest examples – perhaps the finest – to discuss the violence of the image and the image of violence. Several countries – including Brazil, then under the 1964 military regime – censored the film. In England it was Kubrick himself who decided to withdraw it from circulation, in retaliation against the decision of some judges to forbid it in their regions. The British police registered incidents allegedly inspired by scenes from the film; in at least one of these occasions there was a fatality.
Even if the adaptation turned out to be well behaved in comparison to the book, especially due to the limitations imposed by the Hays Code (the selfregulating code for the US film industry, which prevailed for more than three decades, until 1967) and the conservatism from a large portion of the American audience, Lolita became another “movie-event” in which the box office benefited, among other factors, from the reactions of religious conservatives. According to some of them, who spread their message through churches all over the country, any Christian who watched the film would be committing a “sin”. Nothing could be better for the publicity of a film than this almost irresistible proposal towards transgression.
Com Laranja mecânica, a sensibilidade de Kubrick para inscrever suas obras na agenda social parece ter se esgotado. A repercussão de seus filmes seguintes – poucos, diante da média da primeira metade de sua carreira – teve mais a ver com o prestígio então acumulado pelo cineasta do que com o potencial de provocar debates e oferecer visões inusitadas de temas de grande interesse. Barry Lyndon (1975) foi um drama histórico baseado em romance homônimo de William M. Thackeray, O iluminado (1980) procurou reinventar o filme de horror a partir de um argumento de Stephen King, e Nascido para matar (1987) elegeu a Guerra do Vietnã para falar da brutalidade de todas as guerras (e da natureza violenta do homem, tema recorrente em Kubrick). O cineasta morreu antes de entregar a versão final de De olhos bem fechados (1999), baseado em romance de Arthur Schnitzler. O lançamento póstumo reforçou a idéia de que um dos mais eficientes criadores de “filme-evento” acabou por se tornar, ele mesmo, um “cineasta-evento” que se sobrepunha, com sua imagem cuidadosamente cultivada de artista recluso e perfeccionista, aos próprios filmes.
After A clockwork orange, Kubrick’s sensitivity to inscribe his works in the social agenda seemed to have exhausted itself. The repercussion of his following films – few in number when compared to the average output of the first half of his career – had more to do with the filmmaker’s accrued prestige than with the potential to generate debates and to provide unusual viewpoints on issues of great interest. Barry Lyndon (1975) is a historical drama based on a William M. Thackeray novel, The shining (1980) sought to reinvent the horror film from a Stephen King story, and Full metal jacket (1987) adopted the Vietnam War in order to discuss the brutality behind all wars (and man’s violent nature, a recurrent theme in Kubrick). The filmmaker died before he could deliver his final version of Eyes wide shut (1999), based on a novel by Arthur Schnitzler. The posthumous release reinforced the idea that one of the most efficient creators behind the “movie-event” eventually himself became a “filmmaker-event”, overlapping his carefully cultivated image of a reclusive and perfectionist artist with his own films.
At the peak of the “cold war” between the U.S. and the USSR Kubrick became interested in Peter George’s novel Red alert (also released under the title Two hours to doom), about a nuclear holocaust, and decided to buy the rights without Harris’ partnership, who decided to pursue a solo career as a director. Once again he believed he had a potential “movie-event”
RIZZO, Sérgio. Stanley Kubrick e seus filmes-eventos - Um diretor com mania de inscrever seus filmes na agenda social. Revista Cult, n. 119, novembro de 2007. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br/home/2010/03/stanley-kubrick-e-seusfilmes-eventos/. Acesso em: 12 de maio de 2014.
Without obtaining the respect of the most experienced professionals – and with little interest in doing so – the director isolated himself and learned a lesson that would guide him throughout his career: without control you have nothing in cinema. He would never verbalize the other lesson learned, the “movie-event”: without an impactful material at hand you won’t go very far. And as we know, Kubrick did go far. The decisive boost to his independent trajectory came with Lolita (1962), based on the scandalous novel published by Vladimir Nabokov in 1955 in France. Kubrick and Harris read it when they were involved with Spartacus and quickly concluded they were faced with an incendiary material. They decided to sell the rights to The Killing to Universal in order to raise the US$150 thousand necessary to buy Lolita and Laughter in the Dark, another Nabokov novel with a similar theme. They both feared that in the hands of some adventurer, Laughter in the Dark would be adapted and released before Lolita, thus draining the film’s controversial content.
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Stanley Kubrick, o cineasta das obras-primas - Uma filmografia em que o nível de qualidade raramente cai
Stanley Kubrick, filmmaker of masterpieces A filmography where the quality rarely drops
por Luiz Zanin Oricchio
By Luiz Zanin Oricchio
Quando Stanley Kubrick morreu, em 1999, um jornalista escreveu que agora não mais poderia viver à espera do próximo filme do cineasta, e que com isso sua vida se empobrecera – e muito. De fato, Kubrick, nascido em 26 de julho de 1928, em Nova York, é um dos poucos cineastas (eu diria mais, um dos poucos artistas) contemporâneos capazes de causar esse tipo de impressão, de que seu desaparecimento implica uma limitação às nossas expectativas estéticas e mesmo em nossa compreensão do mundo. E que outra coisa dizer de um diretor que legou peças de antologia como 2001: Uma odisseia no espaço, Lolita, Laranja mecânica, Doutor Fantástico, O iluminado, entre outros filmes?
When Stanley Kubrick died in 1999 a journalist wrote that he could no longer live in wait of the filmmaker’s next film, and with that his life was now greatly impoverished. Indeed, Kubrick, born July 26, 1928 in New York, is one of the few contemporary filmmakers (I’d go further and say one of the few artists) able to cause an impression that his disappearance entails a limitation to our aesthetic expectations or even in our understanding of the world. And what else to say of a director whose legacy holds anthologies such as 2001: A Space Odyssey, Lolita, Clockwork Orange, Dr. Strangelove, The Shining, among many other films?
Podemos fazer jus a Kubrick analisando sua carreira filme a filme, ou tomando-a em seu conjunto. Vendo-se cada peça de maneira isolada se constata uma grande concentração de obras-primas em uma única filmografia. A análise geral manda dizer que o nível de qualidade raramente cai, porque, provavelmente, o cineasta tinha, como poucos em seu métier, amplo domínio sobre as diferentes etapas do fazer cinematográfico. E não por acaso. Em um dos seus primeiros filmes, o longa metragem Medo e desejo (1953), história de quatro soldados perdidos entre as linhas inimigas, Kubrick foi produtor, diretor, roteirista, fotógrafo e montador. Foi um fracasso comercial, mas muito instrutivo do ponto de vista técnico.
We can do justice to Kubrick by analyzing his career film by film or considering it as a whole. If we take each piece separately we notice a large concentration of masterpieces in one single filmography. A general analysis suggests that the quality rarely drops since most likely the filmmaker had an all-embracing dominance of the different stages of filmmaking, as few ever had in their métier. This is no accident. In one of his first films, the feature film Fear and Desire (1953), which tells the story of four soldiers lost behind enemy lines, Kubrick was producer, director, screenwriter, photographer and editor. It was a commercial failure, but very instructive from a technical point of view.
Já seu magnífico noir O grande golpe (1956), história de um assalto em um hipódromo, tornou-se grande sucesso de público, e também de crítica. Bastante influenciado por Robert Aldrich e Max Ophuls, Kubrick trabalha visualmente com longos planos-seqüência nesse caso de um assalto fracasso estrelado por Sterling Hayden (que curiosamente está em O segredo das jóias, de John Huston, sobre tema semelhante). Esse filme tem sido exibido na TV a cabo ultimamente e revê-lo sempre serve para comprovar como Kubrick foi eclético. Dominando a forma, pôde se exercitar com igual competência em gêneros diferentes. E, por isso mesmo, suas obras-primas estão divididas em uma série de gêneros distintos – noir, ficção científica, filme de época, guerra, romance, thriller etc. Conclusão: quando se trata de um grande artista, no fundo não é o gênero que conta. O gênero apenas se presta para o exercício de um ponto de vista, uma visão de mundo e um estilo pessoal.
Whereas his magnificent noir The Killing (1956), which tells the story behind a racetrack robbery, turned out be a huge success among audience and critics alike. Greatly influenced by Robert Aldrich and Max Ophuls, Kubrick works visually with long traveling shots for a failed robbery starring Sterling Hayden (who also stars in The Asphalt Jungle, by John Huston, and which deals with a similar theme). The film has been recently shown on Cable TV and re-watching it always serves to prove Kubrick’s eclecticism. Since he dominated the form he could employ it with equal competence among different genres. Precisely for this reason his masterpieces are divided between different genres – noir, science fiction, period film, war, romance, thriller, etc. Conclusion: when we are dealing with a great artist the bottom line is that genre doesn’t matter. Genre merely lends itself as an exercise within one particular viewpoint, a world view and a personal style.
Será assim no antimilitarista Glória feita de sangue (1957) e também no filmehistórico em que retorna à Roma Antiga, Spartacus (1960). No primeiro, aborda um episódio vergonhoso da Primeira Guerra Mundial, que fez o filme ficar proibido na França durante muito tempo. Usa uma fotografia notável, que torna o conjunto das imagens parecido a uma obra de fato rodada na época em que os fatos acontecem. E que fatos! Uma missão inútil, que termina em massacre e ainda custa o fuzilamento dos que se recusam à carnificina. É uma denúncia do absurdo da guerra que tem de ser citada ao lado de clássicos como A grande ilusão, de Jean Renoir. A cena final, com a moça alemã cantando num cabaré de franceses, é de cortar o coração. Spartacus, cujo roteiro se deve a dois “vermelhos” da época do macarthismo, Howard Fast e Dalton Trumbo, fala da revolta dos escravos contra os senhores de Roma, numa clara alusão política. Além disso, o filme tem um tratamento cru, nada convencional, e destoante da maneira como a Roma antiga era retratada então, em melodramas cristãos moralizantes.
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This can be seen in the anti-militarist Paths of Glory (1957) as well as in the period piece that goes all the way back to Ancient Rome, Spartacus (1960). In the former he tackles a shameful event during World War I, causing the film to be banned in France for a long time. The use of a remarkable cinematography makes the images appear as if filmed during the actual time of the events. And what events! One futile mission that ends in carnage and leads to the shooting by firing squad of those who refused to take part in the massacre. A denouncement of war that deserves to be quoted alongside classics such as Jean Renoir’s La Grande Illusion. The final scene, in which the German girl sings in French in a cabaret, is deeply heartbreaking. Spartacus, whose script was written by two “reds” from the McCarthyism era, Howard Fast and Dalton Trumbo, recounts the slave uprising against the lords of Rome, in a clear political allegory. Moreover, the film has a
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Um marco na carreira de Kubrick será Lolita (1962), adaptado da obra polêmica de Vladimir Nabokov. Como se sabe, o cineasta teve de enfrentar resistências da indústria para adaptar essa obra que mexe em tema tabu – a pedofilia. No romance, Lolita é uma menina mesmo. No filme, aparece mais próxima da idade adulta, na figura da adolescente vivida por Sue Lyon. Mesmo assim, a Lolita de Kubrick não deixou de provocar reações. E, mais uma vez, essas se devem tanto ao tema como à maneira como Kubrick coloca a câmera e arma o plano. Por exemplo, a primeira vez que o personagem de Humbert ¬Humbert (James Mason) vê a sua Lolita é de uma sensualidade inesquecível, qualquer que seja a idade da garota em questão. Em Doutor Fantástico (1964), Kubrick voltará ao tema da guerra, já abordado em Glória feita de sangue e ao qual retornará mais adiante em Nascido para matar (1987). Mas, no contexto da guerra fria, usará de uma fina ironia para melhor discutir o absurdo da situação em que a política parece refém de militares alucinados. Com Peter Sellers fazendo diversos papéis (inclusive o dr. Strangelove, do título original), Kubrick irá examinar como o militarismo e a luta entre as então duas superpotências, estava à beira de mandar o mundo à breca, o que de fato quase aconteceu durante a chamada “crise dos mísseis” em Cuba, tendo como antagonistas o presidente John Kennedy e o premiê soviético Nikita Krushev. Já 2001: Uma odisséia no espaço (1968) não se preocupa tanto com a corrida espacial, outra face da guerra fria entre as superpotências, mas explora outros pontos inerentes ao desenvolvimento tecnológico acelerado: a relação entre homem e máquina (o caso do computador Hal), ainda incipiente, e a eterna busca humana pelas origens. O que faz dessa adaptação da obra de Arthur C. Clarke uma ficção científica em tom metafísico e um dos filmes de visual mais impactante da história do cinema. Em seu filme seguinte, Laranja mecânica (1971), Kubrick trata de outra das distopias possíveis, associada ao futuro, desta vez não se referindo a máquinas que saem do controle, mas aos próprios seres humanos, incapazes de dominar seus instintos. Agora é a violência sem controle, tal como conhecemos hoje nas grandes cidades e, por paradoxo, as formas de combatê-la, por um tipo de “tratamento psicológico” radical, conhecido nos laboratórios como condicionamento aversivo. Mas é também a plasticidade e a força das imagens que impressionam aqui, com sua aceleração e desaceleração de cenas de tortura e de estupro. O filme foi proibido no Brasil durante a ditadura militar. Barry Lyndon (1975) talvez seja o Kubrick menos amado – e há razões para isso. Seu retrato de um escocês que usava a hipocrisia britânica como arma social foi chamado pela crítica Pauline Kael de “bloco de gelo”. Uma narrativa em off antecipatória e a longa descrição em imagens dos ambientes tornam monótona essa adaptação de W. M. Thacheray para a maior parte dos espectadores. Nesse sentido, parece ser um filme que se limita à descrição do grand monde europeu, sem entrar no campo analítico. Com O iluminado (1980), adaptado da obra de Stephen King, Kubrick faz um clássico do suspense. Antológica é a interpretação de Jack Nicholson como o escritor perturbado pela solidão do Hotel Overlook, isolado no Olhar de Cinema 2014
raw, unconventional treatment, jarring in its depiction of ancient Rome, at the time often portrayed in moralizing Christian melodramas. Lolita (1962), his adaptation of Vladimir Nabokov’s controversial work, is a landmark in Kubrick’s career. As is well known, the filmmaker faced several resistances from within the industry by stirring a taboo – pedophilia. In the novel, Lolita is truly a young girl. In the film she appears closer to adult age in the teenager portrayed by Sue Lyon. Even so, Kubrick’s Lolita did not fail to provoke reactions. And once again this happens due to both the theme and in how Kubrick places his camera and shots. For example, the first time in which Humbert Humbert (James Mason) sees his Lolita is of an unforgettable sensuality, regardless of the girl’s age. In Dr. Strangelove (1964), Kubrick returns to the theme of war, as tackled in Paths of Glory and which he would later return in Full Metal Jacket (1987). But in the context of the Cold War he uses a refined irony to discuss the absurdity of a situation in which politics seemed to have become hostage to a deluded military. With Peter Sellers playing several different roles (including Dr. Strangelove himself), Kubrick examines how militarism and the struggle between the era’s superpowers was in the verge of ending the world, a situation that was on the verge of actually happening during the so called “Cuban Missile Crisis”, with President John Kennedy and the Soviet Premier Nikita Khrushchev as antagonists. As for 2001: A Space Odyssey (1968) his concern is less with the space race – another side of the Cold War – but other issues inherent in the accelerated technological advancement: the still incipient relationship between man and machine (the computer HAL), and the eternal human search for its origins. As such, Kubrick’s adaptation of Arthur C. Clarke’s work came to be a metaphysical science fiction and one of the most visually striking films in cinema history. In his following film, Clockwork Orange (1971) Kubrick dwells in other possible dystopias, here associated not with a future where machines spiral out of control, but with human themselves, which appear unable to control their instincts. This time around it’s the uncontrollable violence, as we know from the major urban cities, and, paradoxically, with its solution involving a radical “psychological treatment”, known by the laboratories as aversive conditioning. Moreover, the plasticity and strength of the images also provide a strong impression with their acceleration and deceleration of scenes involving torture and rape. The film was banned in Brazil throughout the military dictatorship. Barry Lyndon (1975) may be Kubrick’s least loved film – and there are reasons for such. His portrayal of a Scotsman who used the British hypocrisy as a social weapon was referred to by critic Pauline Kael as a “block of ice”. The anticipatory off narration and the long description of the environment images makes this W. M. Thacheray adaptation to be monotonous for most viewers. Therefore, it seems to be a film limited to the description of the European grand monde, without delving into the analytical field.
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inverno pela neve, e que passa a ameaçar a própria família. Nesse filme, o steadycam, dispositivo que permite produzir o efeito de câmera na mão, mas sem oscilações, é usado de maneira intensiva. Permite algumas filmagens de arrepiar através dos imensos corredores do hotel, quando algumas figuras do passado parecem sempre prestes a surgir de cada canto oculto. Em Nascido para matar (1987), Kubrick, depois de Coppola, Cimino e Oliver Stone, volta-se para o Vietnã, essa ferida narcísica norte-americana. Essa adaptação do romance enxuto de Gustav Hasford, The short-timers, contém cenas que talvez tenham servido de inspiração para José Padilha em Tropa de elite, com o treinamento sadomasoquista dos militares. É, ainda uma vez, o retorno de Kubrick ao absurdo da guerra, mas enfraquecido em sua segunda parte, que se utiliza de imagens clássicas e pouco surpreendentes, fato inusitado em cineasta do nível de Kubrick. A originalidade está em mostrar o exército não como fábrica de máquinas de matar, mas “máquinas de deixar-se matar”, colocando a ênfase no lado sacrificial da atividade militar. De olhos bem fechados (1999) é o título da adaptação de Pequeno romance de sonho, de Arthur Schnitzler. É a despedida de Kubrick, que morreu depois de ter feito a primeira versão da montagem. Interpretado pelo então casal na vida real Tom Cruise e Nicole Kidman, mostra como a simples confissão de um devaneio, uma insinuação fantasiosa de adultério, pode levar o marido a uma espécie de descentramento mental. Kubrick capta bem o espírito do romance deste contemporâneo de Freud e lhe dá a estrutura de um sonho – aspecto que não foi bem compreendido por parte da crítica, muito comprometida com a estética naturalista dominante. O ponto de vista é o da fantasia do personagem de Cruise e esta não necessariamente tem a ver com a realidade objetiva. Talvez seja, dos filmes de Kubrick, o menos compreendido, o que é uma pena. Sua obra, relativamente sintética, marcou profundamente a cultura cinematográfica moderna, dos anos 50 em diante. Sem trabalhar, como outros autores, na ruptura mais radical da linguagem cinematográfica, Kubrick foi um cultor da forma, sempre longamente pensada em função do tema a tratar. Talvez por esse motivo, haja sempre nele um impulso em limitar a extensão da emoção, como se temesse o melodrama dominante em Hollywood. Por isso, não raro, seus filmes apresentam recorte um tanto cerebral, o que não chega a ser um defeito. Pelo menos para quem não considera o cérebro um órgão inferior ao coração.
With The Shining (1980), adapted from the work of Stephen King, Kubrick makes a classic thriller featuring an anthological interpretation by Jack Nicholson as the writer troubled by the loneliness of the Overlook Hotel, isolated amidst the snow during the winter and who begins to threaten his own family. In this film the steadycam, a device that allows for a handheld camera effect without the oscillations, is used intensively. It allows for some chilling scenes through the huge hotel corridors when figures of the past seem to threaten to emerge from every hidden corner. In Full Metal Jacket (1987), Kubrick, after Coppola, Cimino and Oliver Stone, turns towards Vietnam, this narcissistic American wound. His adaptation from Gustav Hasford’s lean novel The Short-Timers, contains scenes that may have inspired Jose Padilha’s Elite Squad, such as the sadomasochistic military training. Once again Kubrick returns to the absurdity of war, although weakened in its second act by the usage of classic and rather unsurprising images, an unusual occurrence for a filmmaker of Kubrick’s caliber. The originality lies in its depiction of the military not as a factory for killing machines, but “machines that allow to be killed”, placing the emphasis on the sacrificial side of the military activity.
autorretrato de Stanley Kubrick nos anos 50.
Eyes Wide Shut (1999) is the title of the adaptation of Arthur Schnitzler’s novel Dream Story. It would be Kubrick’s farewell, who died shortly after having completed the first cut. Played by the former real-life couple Tom Cruise and Nicole Kidman, it shows how a simple confession of a daydream, a fantasy adulterous insinuation, could carry the husband towards mental chaos. Kubrick skillfully captures the novel’s spirit, written by a Freud contemporary, and provides it with a dream structure – a characteristic not properly understood by many critics aligned with the dominant naturalistic aesthetic. The point of view is the one of the lead male character’s fantasy, which does not necessarily have any association with an objective reality. Unfortunately, it is possibly one of Kubrick’s least understood films. His work, relatively synthetic, has deeply marked modern film culture from the 1950s onwards. Unlike other authors, Kubrick did not work on a radical rupture within film language; instead he was a cultivator of form, always carefully thinking at length depending on the subject at stake. Perhaps for this reason, there is always an urge in him to limit emotions, as if in fear of turning his film into a dominant Hollywood melodrama. Therefore, it is not uncommon to find a somewhat cerebral focus in his oeuvre, which could hardly be considered a flaw; at least for those who do not consider the brain to be inferior to the heart.
ORICCHIO, Luiz Zanin. Stanley Kubrick, o cineasta das obras-primas - Uma filmografia em que o nível de qualidade raramente cai. Revista Cult, n. 119, novembro de 2007. Disponível em: http://revistacult.uol.com.br/home/2010/03/stanley-kubrick-ocineasta-das-obras-primas/. Acesso em: 12 de maio de 2014.
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Olhar Retrospectivo
autorretrato de Stanley Kubrick e sua filha durante as filmagens de O iluminado.
Olhar de Cinema 2014
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Day of the fight
Flying padre
The seafarers
Medo e desejo
/ Day of the fight
/ Flying padre
/ The seafarers
/ Fear and desire
Estados Unidos | 1951 | 16’ | HD | P&B | Documentário
Estados Unidos | 1951 | 9’ | HD | P&B | Documentário
Estados Unidos | 1953 | 30’ | HD | Cor | Documentário
Estados Unidos | 1953 | 72’ | HD | P&B | Ficção
Primeiro curta-metragem do diretor Stanley Kubrick, este filme conta a história de Walter Cartier, boxeador de origem irlandesa radicado nos Estados Unidos. O filme mostra o dia da luta de Cartier contra Bobby James em 17 de Abril de 1950. O filme custou 3900 dólares e foi um esforço pessoal do diretor Stanley Kubrick.
Documentário sobre o curioso hábito do padre Fred Stadtmuller no estado do Novo México que utiliza um monomotor para realizar suas celebrações eucarísticas. Flying padre foi o primeiro projeto que Kubrick recebeu dinheiro para realizar, justamente após ter feito o curta anterior: Day of the fight.
Primeiro filme colorido de Stanley Kubrick, o documentário The seafarers é um registro sobre o cotidiano dos marinheiros que pertenciam ao sindicato que pagou o filme para que Kubrick o realizasse. Além de ser o primeiro filme colorido de Kubrick, o documentário já registra algumas cenas onde é possível perceber alguns traços do cineasta que Kubrick viria a ser. O filme só foi descoberto em meados dos anos 70 e até então teve pouquíssimas exibições.
Direção Stanley Kubrick Produção Stanley Kubrick Roteiro Howard Sackler Direção de Fotografia Stanley Kubrick Montagem Stanley Kubrick Trilha Sonora Original Gerald Fried Elenco Principal Frank Silvera, Kenneth Harp, Paul Mazursky, Steve Coit e Virginia Leith Empresa Produtora Kubrick
Day of the fight
Stanley Kubrick’s first short film tells the tale of Walter Cartier, a boxer of Irish descent living in the United States. The film shows the fight day between Cartier and Bobby Fames on April 17, 1950. The film cost $ 3,900 to make and was Stanley Kubrick’s personal effort.
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Flying padre
The seafarers
A documentary film about the strange habit of Father Fred Stadtmüller in New Mexico who uses a single-engine airplane to carry out his Eucharistic celebrations. Flying padre was the first project where Kubrick received financial funding, precisely after having done his previous short film: Day of the fight.
Olhar Retrospectivo
Stanley Kubrick’s first color film, The seafarers is a documentary that chronicles the daily life of sailors belonging to the union that financed the director’s film. Besides being Kubrick’s first color film, the documentary already chronicles some scenes where one may see some traces of the filmmaker Kubrick would later become. The film was only discovered in the mid-1970s and has since had very few screenings.
Olhar de Cinema 2014
Fear and desire
Um grupo de soldados sofre um acidente de avião em terras inimigas. Eles devem encontrar rapidamente uma maneira de navegar pelo rio local até chegarem às suas bases. No caminho, eles encontram uma camponesa e amarram-na a uma árvore, onde ela é torturada por um soldado com problemas mentais. Antes de escaparem, os soldados decidem aproveitar a posição privilegiada em que se encontram para assassinar o comandante do grupo adversário.
A group of soldiers suffers a plane crash on enemy lands. They must urgently find a way to sail through the local river back to their bases. On the way they run into a peasant and tie her to a tree, where she is tortured by a mentally handicapped soldier. Before escaping, the soldiers decide to take advantage of their privileged position to assassinate the commander of the opposing group.
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O grande golpe
Glória feita de sangue
/ The killing
/ Paths of glory
Estados Unidos | 1956 | 83’ | DCP | P&B | Ficção
Estados Unidos | 1957 | 88’ | DCP | P&B | Ficção
Direção Stanley Kubrick Produção James B. Harris Roteiro Stanley Kubrick, Jim Thompson Direção de Fotografia Lucien Ballard Montagem Betty Steinberg Trilha Sonora Original Gerald Fried Elenco Principal Sterling Hayden, Coleen Gray, Vince Edwards, Elisha Cook Jr., Marie Windsor Empresa Produtora Harris-Kubrick Production
Direção Stanley Kubrick Produção Stanley Kubrick Roteiro Humphrey Cobb, Stanley Kubrick Direção de Fotografia Georg Krause Montagem Eva Kroll Trilha Sonora Original Gerald Fried Elenco Principal Kirk Douglas, Ralph Meeker, Adolphe Menjou, George Macready Empresa Produtora Bryna Productions
Quando o ex-presidiário Johnny Clay diz que tem um grande plano, todos querem participar. Especialmente quando o plano é roubar 2 milhões de dólares. Mas, apesar do planejamento cuidadoso, Clay e seus homens se esqueceram de uma coisa: Sherry Peatty, uma garota ambiciosa e traiçoeira, que está planejando um grande golpe contra eles.
Quando soldados franceses nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial recusam-se a continuar um ataque aparentemente impossível de se vencer, seus superiores resolvem levá-los à corte marcial, onde poderão ser julgados à morte.
The killing
When ex-con Johnny Clay says he has a great plan, everyone wants in, especially when it involves robbing 2 million dollars. In spite of their careful planning, Clay and his men forget one thing: Sherry Peatty, an ambitious and treacherous girl, plans a major blow against them.
Dr. Fantástico ou: Como eu aprendi a 2001: Uma odisseia no espaço parar de me preocupar e amar a bomba 2001: A space odyssey
Paths of glory
Dr. Strangelove or: How I learned to stop worrying and love the bomb / Dr. Strangelove or: How I learned to stop worrying and love the bomb
Estados Unidos/Reino Unido | 1964 | 103’| DCP | P&B | Ficção Direção Stanley Kubrick Produção Stanley Kubrick Roteiro Stanley Kubrick, Terry Southern, Peter George Direção de Fotografia Gilbert Taylor Montagem Anthony Harvey Elenco Principal Peter Sellers, George C. Scott, Sterling Hayden Empresa Produtora Hawk Films, Columbia Pictures
Um general transtornado da Força Aérea Americana ordena um primeiro ataque nuclear contra a União Soviética. Em seguida, o Presidente dos Estados Unidos, seus assessores, os Chefes do Estado-Maior Conjunto e um oficial da Força Aérea Real Britânica tentam interromper os bombardeios para evitar um apocalipse nuclear, assim como a tripulação do B-52 que tenta cumprir sua missão.
Estados Unidos/Reino Unido | 1968 | 161’ | DCP | Cor | Ficção Direção Stanley Kubrick Roteiro Arthur C. Clarke, Stanley Kubrick Produção Stanley Kubrick Direção de Fotografia Geoffrey Unsworth Montagem Ray Lovejoy Som Pedro Alcalde Elenco Principal Keir Dullea, Gary Lockwood, William Sylvester, Douglas Rain Empresa Produtora Metro-Goldwyn-Mayer
Desde a “Aurora do Homem” (a pré-história), um misterioso monolito preto parece emitir sinais de outra civilização interferindo no nosso planeta. Quatro milhões de anos depois, no século XXI, uma equipe de astronautas liderados pelo experiente David Bowman e Frank Poole é enviada à Júpiter para investigar o enigmático monolito na nave Discovery, totalmente controlada pelo computador HAL 9000. Entretanto, no meio da viagem HAL entra em pane e tenta assumir o controle da nave, eliminando um a um os tripulantes.
When French soldiers in the trenches of World War I refuse to proceed with a seemingly futile attack their superiors decide to take them to martial court, where they may be sentenced to death.
A deranged American Air Force general orders a preemptive nuclear strike against the Soviet Union. Subsequently, the President of the United States, his advisors, the Joint Chiefs of Staff and one British Royal Air Force officer attempt to stop the bombings in order to avoid a nuclear apocalypse while the B-52 crew tries to accomplish their mission.
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/ 2001: A space odyssey
Olhar Retrospectivo
Olhar de Cinema 2014
Since the “Dawn of Man” (pre-history), a mysterious black monolith appears to emit interfering signals from another civilization onto our planet. Four million years later, in the XXI century, a team of astronauts led by the experienced David Bowman and Frank Poole is sent to Jupiter to investigate the enigmatic monolith while aboard the Discovery spaceship, fully operated by the HAL 9000 computer. During the trip, however, HAL goes haywire and attempts to take control of the vessel, eliminating its crew members one by one.
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Laranja mecânica
Barry Lyndon
O iluminado
Nascido para matar
/ A clockwork orange
/ Barry Lyndon
/ The shining
/ Full metal jacket
Reino Unido/Estados Unidos | 1971 | 137’ | DCP | Cor | Ficção
Reino Unido/Estados Unidos | 1975 | 187’| DCP | Cor | Ficção
Reino Unido/Estados Unidos | 1980 | 146’ | DCP | Cor | Ficção
Reino Unido/Estados Unidos | 1987 | 118’ | DCP | Cor | Ficção
Direção Stanley Kubrick Produção Stanley Kubrick Roteiro Stanley Kubrick Direção de Fotografia John Alcott Montagem Bill Butler Trilha Sonora Original Wendy Carlos Elenco Principal Malcolm McDowell, Patrick Magee, Adrienne Corri, Miriam Karlim Empresa Produtora Hawk Films
Direção Stanley Kubrick Produção John Harlan, Stanley Kubrick Livro William Makepeace Thackeray Roteiro Stanley Kubrick Direção de Fotografia John Alcott Montagem Rodney Holland Elenco Principal Keir Dullea, Gary Lockwood, William Sylvester, Douglas Rain Empresa Produtora Metro-Goldwyn-Mayer
No futuro, o violento Alex, líder de uma gangue de delinquentes que matam, roubam e estupram, cai nas mãos da polícia. Preso, ele recebe a opção de participar em um programa que pode reduzir o seu tempo na cadeia. Alex vira cobaia de experimentos destinados a refrear os impulsos destrutivos do ser humano, mas acaba se tornando impotente para lidar com a violência que o cerca.
No século XVIII, Barry é um aventureiro irlandês e seu principal objetivo é chegar até a aristocracia através do casamento. Ele consegue, mas após um breve período de felicidade, um triste destino o aguarda.
Direção Stanley Kubrick Produção Stanley Kubrick Roteiro Stanley Kubrick, Diane Johnson Direção de Fotografia John Alcott Montagem Ray Lovejoy Trilha Sonora Original Wendy Carlos, Rachel Elkind Elenco Principal Jack Nicholson, Shelley Duvall, Danny Lloyd, Scatman Crothers e Marie Windsor Empresa Produtora Peregrine Productions, Producers Circle
Direção Stanley Kubrick Produção Stanley Kubrick Roteiro Stanley Kubrick, Michael Herr e Gustav Hasford Direção de Fotografia Douglas Milsome Montagem Martin Hunter Trilha Sonora Original Vivian Kubrick Elenco Principal Matthew Modine, Adam Baldwin, Vincent D’Onofrio, Lee Ermey, Dorian Harewood, Arliss Howard, Kevyn Major Howard, Ed O’Ross Empresa Produtora Harrier Films
Durante o inverno, um homem é contratado para ficar como vigia em um hotel no Colorado e vai para lá com a mulher e seu filho. Porém, o contínuo isolamento começa a lhe causar problemas mentais sérios e ele vai se tornado cada vez mais agressivo e perigoso, ao mesmo tempo que seu filho passa a ter visões de acontecimentos ocorridos no passado, que também foram causados pelo isolamento excessivo.
Um sargento treina de forma fanática e sádica os recrutas em uma base de treinamentos, na intenção de transformá-los em máquinas de guerra para combater na Guerra do Vietnã. Após serem transformados em fuzileiros navais, eles são enviados para a guerra e quando lá chegam se deparam com seus horrores.
A clockwork orange
Barry Lyndon
The shining
In the XVIII century, Barry is an Irish adventurer and his main purpose is to reach the aristocracy through marriage. He succeeds, but after a brief period of bliss, a grim fate awaits. In the future, the violent Alex, leader of a gang of delinquents who kill, steal and rape, falls into the hands of the police. Once imprisoned, he is given the option to partake in a program that could reduce his jail time. Alex then becomes a guinea pig for experiments intended to curb human destructive impulses, but ends up impotent to deal with the violence that surrounds him.
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During the winter, a man is hired as a watchman at a hotel in Colorado with his wife and his son. However, the continuous insulation begins to cause him serious mental problems and he becomes increasingly aggressive and dangerous, while at the same time his son begins to see visions of past occurrences, also triggered by the overpowering isolation.
Olhar Retrospectivo
Olhar de Cinema 2014
Full metal jacket
A sergeant sadistically and fanatically trains recruits in a training base, hoping to turn them into war machines to fight in the Vietnam War. After being transformed into Marines they are sent to war and faced with its horrors upon their arrival.
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De olhos bem fechados Eyes wide shut / Eyes wide shut
Reino Unido/Estados Unidos | 1999 | 159’ | DCP | Cor | Ficção Direção Stanley Kubrick Produção Stanley Kubrick Roteiro Stanley Kubrick, Frederic Raphael Direção de Fotografia Larry Smith Montagem Anthony Harvey Trilha Sonora Original Jocelyn Pook Elenco Principal Tom Cruise, Nicole Kidman e Sidney Pollack Empresa Produtora Warner Bros.
Bill Harford é casado com a curadora de arte Alice. Ambos vivem o casamento perfeito até que, logo após uma festa, Alice confessa que sentiu atração por outro homem no passado e que seria capaz de largar Bill e sua filha por ele. A confissão desnorteia o sujeito, que sai pelas ruas de Nova York assombrado com a imagem da mulher nos braços de outro. Ele acaba em meio a uma reunião secreta em uma mansão afastada.
Stanley Kubrick (1928-1999) Filmografia 1951 - Day of The Fight (curta-metragem) 1951 - Flying Padre (curta-metragem) 1953 - The Seafarers (curta-metragem) 1953 - Medo e Desejo (Fear and Desire) 1954 - A Morte Passou por Perto (Killer’s Kiss) 1956 - O Grande Golpe (The Killing) 1957 - Glória Feita de Sangue (Paths of Glory) 1960 - Spartacus (Spartacus) 1962 - Lolita (Lolita) 1964 - Dr. Fantástico: ou como eu parei de me preocupar e amar a bomba (Dr. Strangelove or: how I learn to stop worrying and love the bomb.) 1968 - 2001: uma Odisseia no Espaço (2001: a space oddyssey) 1971 - Laranja Mecânica (A Clockwork Orange) 1975 - Barry Lyndon (Barry Lyndon) 1980 - O Iluminado (The Shining) 1987 - Nascido Para Matar (Full Metal Jacket) 1999 - De Olhos Bem Fechados (Eyes Wide Shut)
Bill Harford is married to Alice, an art curator. They both live the perfect marriage until right after a party Alice confesses she once felt attracted to another man and would be willing to leave Bill and their daughter for him. The confession disorients the man, who begins to roam the streets of New York haunted by the image of his wife in another man’s arms. He ends up amidst a secret meeting in a faraway mansion.
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Feature fi l m com p eti ti on 54
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Nesta edição, a Mostra Competitiva do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba é composta por 12 longas metragens que, embora não renunciem à pesquisa de linguagem e ao experimentalismo, possuem um grande potencial de comunicação com o público, por meio de narrativas que abordam temas contemporâneos de maneira arriscada, comprometida e envolvente. Com uma trilha sonora eletrônica que estabelece o tom experimental e sensorial da narrativa, How to disappear completely, de Raya Martin, trata da herança cultural que os indivíduos recebem e que diversas vezes é negada e rejeitada por eles, com o intuito de fazer florescer novas identidades e individualidades. A protagonista da história, uma adolescente que vive com seus pais em um vilarejo onde os adultos se esforçam para manter a tradição e ordem de seu povo, depara-se com uma intensa necessidade de rejeitar tais padrões culturais impregnados na memória coletiva, e é tomada por uma vontade de desaparecer. Em La mia classe (My class), de Daniele Gaglianone, a memória cultural está presente nos personagens, porém, ao contrário do filipino How to disappear completely, aqui a memória precisa ser estimulada, verbalizada, compartilhada e exaltada, como forma de um grupo heterogêneo de imigrantes não anular suas individualidades culturais em um país de costumes tão distintos dos seus. O recurso da mescla de documentário, ficção e metalinguagem coloca o cinema e a vida interconectados. Outro filme que se desenvolve a partir da memória e do passado é Branco sai preto fica, de Adirley Queirós. Abordando o tema da segregação social e racial no Brasil a partir de fatos ocorridos décadas atrás, esse ousado documentário de ficção científica constrói alegorias com muita ironia. Forma, de Ayumi Sakamoto, fala sobre o inesperado reencontro entre duas antigas amigas e o desejo de vingança e superioridade que cresce com essa reaproximação. A posição profissional privilegiada da protagonista em relação a seu alvo traz à tona discussões sobre o abuso do poder hierárquico e o respeito profissional, a partir de uma rigorosa linguagem cinematográfica. Já em L’enlèvement de Michel Houellebecq (The Kidnapping of Michel Houellebecq), de Guillaume Nicloux, o tema amizade e inimizade são tratados de maneira leve, cômica e improvável. Com um forte tom documental, o filme fala sobre a convivência diária entre sequestrado e sequestradores, com o renomado escritor francês Michel Houellebecq interpretando ele mesmo.
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In this edition, the Competitive section of the Olhar de Cinema - CIFF consists of 12 feature films. Although these films do not renounce the development of the experimental film language, they have a great potential for communicating with the audience through narratives of contemporary issues in a daring, committed and engaging manner. With an electronic soundtrack that sets the experimental and sensorial narrative tone, How to disappear completely, by Raya Martin, deals with the cultural heritage that is sometimes rejected and denied by individuals so that new identities and individualities may blossom. The protagonist of the story, a teenager who lives with her parents in a village where adults strive to uphold its people’s tradition and order, is confronted with an intense need to reject these cultural patterns, impregnated in the collective memory, and is taken by a desire to disappear. In La mia class (My class), by Daniele Gaglianone, cultural memory is present in the characters, albeit unlike the Philippine How to disappear completely memory here must be stimulated, verbalized, shared and exalted by an heterogeneous group of immigrants so that their cultural individualities are not nullified in a country so culturally distant from their own. The mixed use of documentary, fiction and meta-language interconnects life and cinema. Another film which is developed from memory and past is Branco sai preto fica, by Adirley Queirós. By addressing social and racial segregation in Brazil from decade old events this bold science fiction documentary constructs irony soaked allegories. Forma, by Ayumi Sakamoto, recounts the unexpected reencounter between two old friends and the desire for revenge and superiority which grows through this meeting. The protagonist’s privileged professional position towards her target elicits discussions on hierarchy, power abuse, and professional respect through the use of a rigorous cinematic language. In L’enlèvement de Michel Houellebecq (The Kidnapping of Michel Houellebecq), by Guillaume Nicloux, the themes of friendship and enmity are treated lightly, comically and in an unlikely manner. With a strong documentary tone, the film deals with the daily routine between kidnapped and kidnappers, with the renowned French writer Michel Houellebecq playing himself.
Amizade e cumplicidade ainda são temas de mais um filme dessa mostra: o tailandês Mary is happy, Mary is happy, de Nawapol Thamrongrattanarit. Com narrativa e linguagem submersas no dinâmico e fragmentado universo da internet, o filme aborda as confusões sentimentais e descobertas de uma adolescente e sua melhor amiga. Juventude e suas inquietações também são o tema central de A vizinhança do Tigre, de Affonso Uchoa. Aqui, acompanhamos um grupo de rapazes moradores da periferia de Contagem, cidade integrante da região metropolitana de Belo Horizonte. Entrelaçando a ficção e o documentário, Uchoa faz um recorte da trajetória coletiva e individual desses jovens, que têm suas vidas diretamente influenciadas pela condição social na qual se encontram. O grego September, de Penny Panayotopoulou, aborda, de maneira extremamente sensível, as projeções e frustrações da solitária Anna. A personagem se vê desamparada com a morte de seu cachorro, que representava toda a segurança e companheirismo necessários. Assim, ela começa a perseguir a ideia de equilíbrio emocional, porém, desta vez, penetrando de forma bastante invasiva o universo de uma típica e estável família. Em Zelena kofta (The green jacket), de Volodymyr Tykhyy, uma garota de 14 anos se depara com o sentimento de impotência, impunidade e desejo de vingança, após o sumiço de seu irmão mais novo, durante um passeio no parque próximo a sua casa. A protagonista tenta desvendar esse mistério, que se desenrola em um thriller ambíguo, difuso e nada conclusivo. E agora? Lembra-me, de Joaquim Pinto, é um documentário de busca narrado em primeira pessoa, linguagem comumente experimentada pelo cinema português dos últimos anos, utilizada aqui com grande clareza e comprometimento. Esse filme traça o caminho do realizador que, há quase duas décadas, convive com o HIV. Mouton (Sheep) tem como personagem central Mouton, sujeito que, afastado de casa, vai trabalhar na cozinha de um restaurante em uma pequena cidade costeira. Nesse filme, acompanhamos a trajetória de Mouton a partir de duas maneiras bastante distintas: na primeira, temos seu pacato cotidiano, tornamonos minuciosamente íntimos do personagem; na segunda, o rapaz se faz presente a partir da lembrança daqueles que brevemente conviveram com ele. Thwara Zanj (Zanj revolution), de Tariq Teguia, é um filme multiplot no qual personagens de diferentes origens e objetivos de vida se encontram na capital libanesa, Beirute. O mosaico cultural aqui se apresenta como uma ferramenta que auxilia o entendimento dos conflitos econômicos e políticos do mundo árabe.
Friendship and complicity are the subjects of yet another film in the exhibit: the Thai film Mary is happy, Mary is happy, by Nawapol Thamrongrattanarit. With a narrative and language submerged in the dynamic and fragmented world of the internet the film addresses the emotional confusions and discoveries of a teenager and her best friend. Youth and their worries also make for the central issue in A vizinhança do Tigre, by Affonso Uchoa. Here, we follow a group of young men living in the outskirts of Contagem, a city that integrates the Belo Horizonte metropolitan region. By interweaving fiction and documentary, Uchoa selects excerpts from these young men’s collective and individual lives and which are directly influenced by the social conditions in which they find themselves. The Greek film September, by Penny Panayotopoulou, tackles in an extremely sensitive manner the frustrations and projections of lonely Anna. The character finds herself helpless in face the death of her beloved dog, which represented all the security and companionship she needed. Thus she begins to pursue the idea of emotional balance, however, this time by invasively penetrating the universe of a typical stable family. In Zelena kofta (The green jacket), by Volodymyr Tykhyy, a 14 year old girl is faced with feelings of helplessness, impunity and desire for revenge after her younger brother disappears during a stroll in a nearby park. The protagonist attempts to unravel this mystery, which unfolds into an ambiguous, diffuse and anything but conclusive thriller. E agora? Lembra-me, by Joaquim Pinto, is a selfsearch documentary narrated in first person, a language commonly experimented in Portuguese cinema in the past years and employed here with great clarity and commitment. The film traces the journey of the filmmaker who, for nearly two decades, has lived with HIV. Mouton (Sheep) has the main character Mouton, a guy who is away from home and ends up working at a kitchen of a small coastal town restaurant. In this film we follow the trajectory of Mouton from two quite different ways: firstly we have his peaceful everyday life, making us thoroughly intimate with the character; secondly, the young man is present from the memory of those who briefly knew him. Thwara Zanj (Zanj revolution), by Tariq Teguia, is a multi-plot film in which characters from different origins and with different life goals meet in the Lebanese Capital of Beirut. The cultural mosaic is here presented as a tool for helping us to understand the economic and political conflicts within the Arab world. Antônio Junior e Marisa Merlo
Antônio Junior e Marisa Merlo Competitiva de Longa Metragem
Olhar de Cinema 2014
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A vizinhança do Tigre
Branco sai preto fica
/ A vizinhança do Tigre
/ Branco sai preto fica
The hidden Tiger
Brasil | 2014 | 95’ | HD | Cor | Híbrido Direção Affonso Uchoa Roteiro Affonso Uchoa, João Dumans, Aristides de Sousa, Maurício Chagas, Wederson Patrício, Eldo Rodrigues, Adílson Cordeiro Produção Thiago Macêdo Correia Direção de Fotografia Affonso Uchoa Montagem Luiz Pretti, Affonso Uchoa, João Dumans Som Bruno Guanambi, Pedro Durães Elenco Principal Aristides de Sousa, Maurício Chagas, Wederson Patrício, Eldo Rodrigues, Adílson Cordeiro Empresa Produtora Katásia Filmes
White out black in
Affonso Uchoa
Adirley Queirós
Nascido em São Paulo, em 1984, vive e trabalha em Contagem. Formado em Comunicação Social pela UFMG, é realizador e curador cinematográfico. Dirigiu os longasmetragens Mulher à tarde (2010) e A vizinhança do tigre (2014). Atualmente prepara seu terceiro longa-metragem intitulado O tempo que passa.
Adirley Queirós dirigiu os filmes Rap o canto da Ceilândia (2005, 15’, Documentário, 35mm), Dias de greve (2008, 24’, Ficção, 35mm), Fora de campo (2009, 52’, Documentário, HD); A cidade é uma só? (2012, 80’, Documentário/ficção, HD/DCP); Um homem que voa: Nélson Prudêncio (parceria com Maurílio Martins) (24’, Documentário para televisão, HD).
Born in São Paulo, in 1984, he lives and works in Contagem. Graduated in Media Communication by UFMG, is a filmmaker and curator for several film festivals. He directed the feature films Woman in the afternoon (2010) and The hidden tiger (2014). He is in pre-production of his third feature film, The time that passes. Thiago Macêdo Correia
thiagomcorreia@gmail.com
Juninho, Menor, Neguinho, Adilson e Eldo são jovens moradores do bairro Nacional, periferia de Contagem. Divididos entre o trabalho e a diversão, o crime e a esperança, cada um deles terá de encontrar modos de superar as dificuldades e domar o tigre que carregam dentro das veias.
Brasil | 2014 | 93’ | DCP | Cor | Documentário Direção Adirley Queirós Roteiro Adirley Queirós Produção Simone Gonçalves, Adirley Queirós Direção de Fotografia Leonardo Feliciano Direção de Arte Denise Vieira Trilha Sonora Marquim Montagem Guille Martins Som Francisco Craesmeyer Elenco Principal Marquim, Shockito, Dilmar Durães, Jamaika, Gleide Firmino Empresa Produtora Cinco da Norte
Adirley Queirós has directed the following films Rap o canto da Ceilândia (2005, 15’, Documentary, 35mm), Dias de greve (2008, 24’, Fiction, 35mm), Fora de campo (2009, 52’, Documentary, HD); A cidade é uma só? (2012, 80’, Documentary/fiction, HD/DCP); Um homem que voa: Nélson Prudêncio (in partnership with Maurílio Martins) (24’, TV Documentary, HD). Adirley Queirós
ceiperiferia@gmail.com
Um Baile Black. Tiros e repressão. Uma geração amputada. A Black Ball. Shots and repression. A generation amputated.
Juninho, Menor, Neguinho, Adilson and Eldo are young dwellers of Nacional’s neighborhood, Contagem’s suburbs. Divided between work and fun, crime and hope, each one of them will have to find ways to overcome the obstacles and tame the tiger that they bring inside their veins.
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Competitiva de Longa Metragem
Olhar de Cinema 2014
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E agora? Lembra-me
Forma
/ E agora? Lembra-me
/ Forma
What now? Remind me
Portugal | 2013 | 164’ | DCP | Cor | Documentário Direção Joaquim Pinto Roteiro Joaquim Pinto Produção Joana Ferreira, Isabel Machado, Christine Reeh Direção de Fotografia Joaquim Pinto, Nuno Leonel Montagem Joaquim Pinto, Nuno Leonel Som Joaquim Pinto, Nuno Leonel Elenco Principal Joaquim, Nuno, Jo, Deolinda, Cláudia, Nelson, Rita Empresa Produtora C.R.I.M.
Joaquim Pinto convive com o HIV e o VHC há quase 20 anos. E Agora? é o caderno de apontamentos de um ano de ensaios clínicos com drogas tóxicas e ainda não aprovadas para o VHC. Uma reflexão aberta e eclética sobre o tempo e a memória, as epidemias e a globalização, a sobrevivência para além do expectável, a dissensão e o amor absoluto. Num vai e vem entre o presente e o passado, o filme é também um tributo aos amigos que partiram e aos que permanecem.
Forma
Joaquim Pinto
Ayumi Sakamoto
Nascido em Porto, Portugal, em 1957, Joaquim Pinto trabalhou como técnico de som em mais de 100 filmes, nos quais trabalhou com diretores como Manoel de Oliveira, Raul Ruiz, Werner Schroeter e André Téchiné, entre outros. Entre 1987 e 1996, ele produziu cerca de 30 filmes, como Recordações da casa amarela e A comédia de Deus, de João César Monteiro, ambos premiados no Festival de Cinema de Veneza. Os longas-metragens de Joaquim Pinto Uma pedra no bolso (1988) e Onde bate o sol (1989) fizeram parte da Seleção Oficial da Berlinale – Festival Internacional de Cinema.
Ayumi Sakamoto nasceu em Kumamoto. Ela se mudou para Tóquio para se tornar uma diretora de cinema após terminar o colégio. Ela trabalhou em diversos filmes de Shinya Tsukamoto e aprendeu direção, cinematografia e técnicas de iluminação. Trabalhou ainda em diversos filmes enquanto técnica de iluminação. Como cineasta, dirigiu clipes musicais, documentários, gravações ao vivo e filmes de instalação. Forma é seu filme de estreia.
Born in Porto, Portugal in 1957. Joaquim Pinto was sound mixer in more than 100 films in which he worked with directors as Manoel de Oliveira, Raul Ruiz, Werner Schroeter and André Techiné among others. Between 1987 and 1996 he produced around 30 films, such as Recordações da casa amarela and A comédia de Deus, by João César Monteiro, both awarded at the Venice Film Festival. Joaquim Pinto’s feature films Uma pedra no bolso (1988) and Onde bate o sol (1989) were part of the Official Selection of the Berlinale – International Film Festival. Joana Ferreira
crim.filmes@gmail.com www.crim-productions.com
Direção Ayumi Sakamoto Roteiro Ayumi Sakamoto Produção Fumiyuki Yanaka Direção de Fotografia Shinya Yamada Som Masaru Takahashi Elenco Principal Emiko Matsuoka, Nagisa Ayako, Seiji Nozoe, Ken Mitsuishi
Um dia, Ayako Kaneshiro se reencontra com sua ex-colega de classe Yukari Hosaka. Ela a convida para se juntar a sua companhia, convite que ela aceita. No entanto, Ayako começa a tratar Yukari friamente e a agir estranhamente. Yukari sente cada vez mais pressionada, mas Ayako tem seus motivos. Seu ódio reprimido aprofunda a escuridão em seu coração. Para confirmar seus próprios sentimentos, Ayako confronta Yukari. Suas emoções conflitantes se entrelaçam... O que se encontra ao final deste ciclo de ódio?
Born in Kumamoto. Moved to Tokyo to become a film director after graduating from high school. Worked on a number of Shinya Tsukamoto films and learned directing, cinematography, and lighting skills. Later worked on various films as a lighting technician. As a filmmaker, she has directed music videos, documentaries, live recordings, and installation films. Forma is her debut feature. Keiko Hirai
keiko.hirai@freestone.jp
www.forma-movie.com
One day, Ayako Kaneshiro is reunited with her former classmate Yukari Hosaka. She invites her to join her company, and she accepts. However, Ayako begins to treat Yukari coldly and act strangely around her. Yukari feels increasingly pressured, but Ayako has her reasons. The pent-up hatred within her deepens the darkness in her heart. To confirm her own feelings, Ayako confronts Yukari. Their conflicting emotions intertwine... What lies at the end of this cycle of hatred?
Joaquim Pinto has been living with HIV and VHC for almost twenty years. What Now? is the notebook of a year of clinical studies with toxic, mind altering drugs as yet unapproved. An open and eclectic reflection on time and memory, on epidemics and globalization, on survival beyond all expectations, on dissent and absolute love. In a to-and-fro between the present and past memories, the film is also a tribute to friends departed and those who remain.
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Japão | 2013 | 145’ | HD | Cor | Ficção
Competitiva de Longa Metragem
Olhar de Cinema 2014
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How to disappear completely
Mary is happy, Mary is happy
/ How to disappear completely
/ Mary is happy, Mary is happy
How to disappear completely
Filipinas | 2013 | 80’ | DCP | Cor | Ficção Direção Raya Martin Roteiro Raya Martin Produção Arleen Cuevas, Armi Cacanindin Direção de Fotografia JA Tadena, Albert Banzon, Maisa Demetillo Direção de Arte Donald Camon Trilha Sonora Eyedress Montagem Lawrence Ang Som Corinne San Jose Elenco Principal Ness Roque, Shamaine Buencamino, Nonie Buencamino Empresa Produtora Cinematografica
Mary is happy, Mary is happy
Raya Martin
Nawapol Thamrongrattanarit
Raya Martin nasceu em 1984 em Manila, Filipinas. Ele já dirigiu diversos longas-metragens e dois curtas. Dois de seus filmes, Independencia e Manila, foram exibidos no Festival de Cannes de 2009, tendo com isso se tornado o primeiro filipino a exibir dois filmes na seleção principal do festival no mesmo ano.
Nawapol Thamrongrattanarit (1984) aprendeu sozinho a fazer curtas-metragens, enquanto ainda era um estudante universitário. Seu longa-metragem, 36, ganhou o New Currents Award no Festival de Cinema de Busan em 2012. Ele é também roteirista profissional. Entre seus créditos estão Bangkok traffic love story, o maior sucesso de bilheteria de 2009. Por fim, ele é um autor publicado que explora subculturas juvenis contemporâneas.
Born in 1984 in Manila, Philippines. He has currently directed several features and short films. Two of his films, Independencia and Manila were shown at the Cannes Film Festival 2009, becoming the first Filipino to screen two films in the festival’s main selection in the same year. Arleen Cuevas
arleencuevas@gmail.com www.cinematografica.org
Direção Nawapol Thamrongrattanarit Roteiro Nawapol Thamrongrattanarit Produção Aditya Assarat Direção de Fotografia Khumwan Pairach Empresa Produtora Mosquito Films Distribution
Mary está no último ano do ensino médio. A sua graduação será em alguns meses e ela se depara com mudanças repentinas na vida, no amor e na amizade. Enquanto isso estranhos eventos, aparentemente aleatórios e sem razão, surgem em sua vida. Mary se esforça para dar sentido a sua vida na medida em que ela ameaça fugir ao controle. A narrativa de uma vida incontrolável resulta do conceito artístico do projeto de adaptar um fluxo do Twitter para um filme de ficção. O diretor se utilizou de 410 Tweets reais de uma garota anônima como trampolim para criar um mundo fantasioso de uma adolescente asiática contemporânea.
Uma jovem garota do campo sonha em desaparecer. Ela brinca de um solitário jogo de esconde-esconde enquanto sua mãe cita trechos de bíblia e seu pai se deleita em álcool e história. Porém, logo após uma apresentação na escola, ela subitamente desaparece do carro, levando seus pais a procura-la na floresta. Um por um, todos começam a desaparecer.
Nawapol Thamrongrattanarit (1984) taught himself to make short films while still a university student. His feature film 36 won the New Currents Award at Busan Film Festival 2012. He is also a professional script writer. His credits include Bangkok traffic love story, the biggest box office hit of 2009. Finally, he is a published author exploring contemporary youth subcultures. Sompot Chidgasornpongse
info@mosquitofilmsdistribution.com
www.mosquitofilmsdistribution.com/mary-is-happy
Mary is a senior in high school. With graduation a few months away, she is faced with sudden changes in life, love, and friendship. Meanwhile, strange events begin to happen to her that seem completely random and without reason. She struggles to make sense of her life as it threatens to spin out of control. The narrative of an uncontrollable life derives from the artistic concept of the project, which is to adapt a Twitter stream into a fictional film. The director uses 410 real Tweets from an anonymous girl as a springboard to create a fantasy world of a contemporary Asian teenager.
A young girl from the countryside dreams of disappearing. She plays a lonely game of hide-and-seek while her mother quotes the Bible and her father relishes in alcohol and history. But soon after a school performance, she vanishes from the car, prompting her parents to look for her in the woods. One by one, they all start to disappear.
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Tailândia | 2013 | 125’ | DCP | Cor | Ficção
Competitiva de Longa Metragem
Olhar de Cinema 2014
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My class
September
/ La mia classe
/ September
My class
Itália | 2013 | 93’ | DCP | Cor | Ficção Direção Daniele Gaglianone Roteiro Gino Clemente, Daniele Gaglianone, Claudia Russo Produção Gianluca Arcopinto Direção de Fotografia Gherardo Gossi Direção de Arte Laura Boni Montagem Enrico Giovannone Elenco Principal Valerio Mastandrea Empresa Produtora Axelotil Film
September
Daniele Gaglianone
Penny Panayotopoulou
Danielle Gaglianone dirigiu os filmes Ruggine (Rust, 2011); Pietro (Peter, 2010); Rata Nece Biti - La guerra non ci sarà (Rata Nece Biti – There won’t be any war, 2008, Doc); Emmeno il destino (Changing destiny, 2004) e Nostri anni (Our years, 2001).
Ela nasceu em Atenas e estudou Direito e Ciência Política e detém um diploma de graduação em Fotografia e Cinema (Londres). Seu filme de estreia Hard goodbyes: my father, além de ganhar o Leopardo de Ouro/Melhor Ator no Festival Internacional de Cinema de Locarno, recebeu diversos prêmios e foi distribuído em mais de 15 países. September é seu segundo longa-metragem.
Danielle Gaglianone has directed the following films Ruggine (Rust, 2011); Pietro (Peter, 2010); Rata Nece Biti - La guerra non ci sarà (Rata Nece Biti – There won’t be any war, 2008, Doc); Emmeno il destino (Changing destiny, 2004) e Nostri anni (Our years, 2001). Valentina del Buono
delbuonovalentina@yahoo.it
Um ator faz o papel de um professor para uma turma de estrangeiros que não estão atuando. Eles são imigrantes que querem aprender a língua italiana para se integrarem à sociedade italiana. Eles vêm de diferentes partes do globo e cada um deles traz seu próprio mundo à aula. Durante a filmagem algo acontece e deste ponto em diante a realidade precisa se sobressair ao mundo fictício. Toda a equipe adentra o jogo, cada pessoa se torna um ator de uma história real: My class.
Direção Penny Panayotopoulou Roteiro Kallia Papadaki, Penny Panayotopoulou Produção Thanassis Karathano, Penny Panayotopoulou Direção de Fotografia Giorgos Michelis Direção de Arte Lili Kendaka Trilha Sonora Giorgos Zachariou Montagem Petar Markovic Som Dinos Kittou Elenco Principal Kora Karvouni, Maria Skoula, Nikos Diamantis, Christos Stergioglou, Anastasios Tzertzemelis, Irene Kolliakou Empresa Produtora Twenty Twenty Vision Filmproduktion GmbH
She was born in Athens, studied Law and Political Science and received her BA in Photography and Film (London). Her debut film Hard goodbyes: my father won the Golden Leopard/Best Actor in Locarno IFF, received several prizes and was distributed in over 15 countries. September is her second feature film. Thanassis Karathanos
tkarathanos@twentytwentyvision.eu
www.twentytwentyvision.eu
No que as folhas amarelam, há uma incerteza sobre o mundo. A vida continua em incessante repetição. Quando o cachorro de Anna morre, ela se esforça ao máximo para comunicar sua dor. Ela se refugia na família do outro lado, primeiro enquanto uma intrusa inquisitiva, depois como parasita, pedindo para ser amada a qualquer custo. September é praticamente um filme mudo, a forma como as estações mudam ou como a solidão vem e pode ser reconhecida apenas pela presença do ‘outro’. Na interação humana e compreensão profunda, muitas vezes as palavras são desnecessárias.
An actor plays the part of a teacher to a class of foreigners who are not acting.They are immigrants who want to learn Italian in order to integrate into italian society. They come from different parts of the globe and each one of them carries their own world into the class.During shooting something happens and from this point onwards reality has to take over from the fictional world.The whole crew comes into play,each person becomes an actor of one real story: My class.
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Grécia/Alemanha | 2013 | 100’ | DCP | Cor | Ficção
As leaves turn yellow, there is a certainty about the world. Life goes on in incessant repetition. When Anna’s dog dies she strives to communicate her pain. She takes refuge at the family across, first as inquisitive intruder, later as parasite, asking to be loved at all costs. September is almost a silent film, the way seasons change, the way loneliness comes in and is only recognized through the presence of the ‘other’. In human interaction and deep understanding, often words need not be.
Competitiva de Longa Metragem
Olhar de Cinema 2014
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Sheep
The green jacket
/ Mouton
/ Zelena kofta
Sheep
The green jacket
Volodymyr Tykhyy
Marianne Pistone Gilles Deroo Marianne PIstone nasceu em Poissy em 1976 e Gilles Deroo em Lille in 1969. Eles vivem e trabalham em Lille. Eles se conheceram através da partilha da escrita de roteiros, quando então decidiram serem codiretores nos filmes Hiver (Les grands chats) e Mouton. França | 2013 | 100’ | DCP | Cor | Ficção Direção Marianne Pistone, Gilles Deroo Roteiro Deroo Pistone Produção Gilles Deroo Direção de Fotografia Eric Alirol Trilha Sonora Bukowski, Arkan, Diskdor Montagem Deroo Pistone Som Jeremy Morelle, Adrien Fontaine Elenco Principal David Merabet, Michael Mormentyn, Cindy Dumont, Benjamin Cordier, Emmanuel Legrand, Sébastien Legrand, Audrey Clément Empresa Produtora Boule de Suif Production
Marianne PIstone was born in Poissy in 1976 and Gilles Deroo in Lille in 1969. They live and work in Lille. They met by sharing script writing. Then they decided to be codirectors on Hiver (Les grands chats) and Mouton. Gilles Deroo
boule2suif@gmx.fr
Ucrânia | 2013 | 104’ | DCP | Cor | Ficção Direção Volodymyr Tykhyy Roteiro Volodymyr Tykhyy Produção Volodymyr Tykhyy, Dennis Ivanov, Igor Savychenko Direção de Fotografia Serhiy Stetsenko Empresa Produtora Arthouse Traffic Llc
O filme é ambientado nos tempos atuais. Nos subúrbios da cidade, uma criança de 7 anos desaparece. Após um mês de buscas infrutíferas, a irmã mais velha do rapaz decide procurar por conta própria. Ela está confiante de que sabe quem sequestrou seu irmão. Desespero, culpa e impotência – seria o suficiente para justificar uma terrível vingança?
Dizia-se que o jovem Mouton viveria sua simples vida de empregado no Sea Restaurant durante três anos. E que seria subitamente arrebatado para esta vida após uma trágica noite na dança local de Sainte Anne. Aqui está a fragmentada história de seus amigos em uma pequena cidade habitada por cães e esperanças, contidos em pequenos gestos.
The film is set in present times. In the suburbs of the city a 7 years old child disappears. After a month of ineffective searches boy’s older sister decides to take the deal over. She is confident that she knows who kidnapped her brother. Despair, guiltiness and powerlessness – is that enough to justify a terrible revenge?
Volodymyr Tykhyy nasceu em 1970. Seu curta metragem Mermaid, participou de mais de 80 festivais internacionais. Em 2000, estreou com o longa-metragem Car washers, cuja estreia internacional foi no Festival de Karlovy Vary. Ele iniciou e coproduziu as antologias de curtas-metragens Assholes. Arabesques e Ukraine goodbye., tendo dirigido ainda vários dos curtas-metragens presentes nas antologias. Tais almanaques se tornaram um fenômeno conhecido como “Angry Ukrainians”- uma nova onda no cinema contemporâneo ucraniano – ganhador do Pardino d’argento (Leopardo de Prata) no Festival de Locarno Born in 1970. His short film Mermaid, participated in more than 80 international festivals. In 2000 debuted with a feature Car washers, which international premiere took place at Karlovy Vary International Film Festival. Initiated and coproduced short films anthologies Assholes. Arabesques and Ukraine goodbye as well as directed several shorts from them. Those almanacs became a phenomenon known as “Angry Ukrainians” - a new wave of contemporary Ukrainian filmmaking – winner of the Pardino d‘argento (Silver Leopard) at Locarno IFF. Dennis Ivanov
producer@arthousetraffic.com
www.arthousetraffic.com
It was said that the young Mouton would live his simple employee’s life in the Sea Restaurant for three years, and that he would be snatched to this life after a tragic night at Sainte Anne’s local dance. Here is the fragmentary story of his friends, in a small town inhabited with dogs and hopes, contained in little gesture.
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Competitiva de Longa Metragem
Olhar de Cinema 2014
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The kidnapping of Michel Houellebecq
Zanj revolution
/ L’enlèvement de Michel Houellebecq
/ Thwara zanj
The kidnapping of Michel Houellebecq
França | 2013 | 92’ | DCP | Cor | Documentário Direção Guillaume Nicloux Roteiro Guillaume Nicloux Produção Sylvie Pialat Direção de Fotografia Christophe Offenstein Empresa Produtora Les Films du Worso et Chic Films en coproduction avec Arte France
16 de setembro, 2011. Redes de notícias televisivas, jornais, blogs, sites e emissoras de rádio estão todas noticiando uma só história: o famoso autor Michel Houellebecq, vencedor do prestigiado Prêmio Goncourt em 2010, foi sequestrado. Durante os próximos dias a notícia reverbera entre círculos literários e membros da imprensa, alimentando burburinhos e especulações. Um sequestro descarado? Uma crise de identidade? Um plano para fugir do país? Um delírio esquizofrênico? Michel nunca irá fornecer à imprensa qualquer explicação racional para o que aconteceu com ele.
Zanj revolution
Guillaume Nicloux
Tariq Teguia
Seja no cinema experimental (Les enfants volants, 1990, La vie crevée, 1992), no filme noir tríptico (Une affaire privée, Cette femme-là e La clef, 2002), na comédia (Le poulpe, 1998, Holiday, 2010), no filme político (L’affaire Gordji, 2012), ou passando pelo drama (Faut pas rire du bonheur, 1995, La reine des connes, 2009), Guillaume Nicloux explora diferentes gêneros e tece complexas, porem inseparáveis relações, entre cada um de seus filmes. Sua adaptação de La religieuse de Denis Diderot irá estrear em Berlim este ano. Ele é também um romancista e leciona na Fémis pelos últimos dez anos.
Nascido na Argélia em 1966, Tariq Teguia ensina história da arte. Ele trabalhou como fotógrafo freelance antes de se voltar para o cinema. Entre seus curtas-metragens estão The dog (1996) e Closing (2003), que ganhou o Prêmio Especial do Júri em Marrakech. Seus longas-metragens são Rome rather than you (2006) e Inland (2008), ambos exibidos em Veneza, sendo este último vencedor do Prêmio FIPRESCI.
From experimental cinema (Les enfants volants, 1990, La vie crevée, 1992) to film noir triptych (Une affaire privée, Cette femme-là and La clef, 2002), from comedy (Le poulpe, 1998, Holiday, 2010) to political film (L’affaire gordji, 2012), passing by drama (Faut pas rire du bonheur, 1995, La reine des connes, 2009), Guillaume Nicloux explores different genres and weaves complex but inseparable links between each of his films. His adaptation of La religieuse by Denis Diderot will premiere in Berlin this year. He is also a novelist and has taught at la Fémis for the past ten years. Matthieu Marin
festivals@le-pacte.com
September 16th 2011. TV news networks, newspapers, blogs, websites and radio stations are all reporting on one story: star author Michel Houellebecq, winner of the prestigious Prix Goncourt in 2010, has been abducted. For the next few days, the news ripples through literary circles and members of the press, feeding buzz and speculation. A brazen kidnapping? An identity crisis? A plan to escape abroad? A schizophrenic delirium? Michel will never provide the media with any rational explanation for what happened to him.
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Argélia/França | 2013 | 134’ | DCP | Cor/P&B | Ficção Direção Tariq Teguia Roteiro Tariq Teguia Produção Tariq Teguia, Yacine Teguia Direção de Fotografia Nasser Medjkane, Aït Kaci hacene Empresa Produtora Neffa Films
Ao cobrir confrontos comunitários no sul da Argélia, o jornalista Ibn Battuta segue os rastros de insurreições esquecidas contra o Abbasid Caliphate. Para continuar sua investigação ele segue para Beirute, alegando estudar o estado da “nação árabe”. Nahla, uma jovem palestina cuja família encontrou refúgio na Grécia, também segue para Beirute com fundos financeiros destinados para outros palestinos. Em um Iraque ocupado pelos EUA, o Sr. Prince, que está ganhando dinheiro fácil e tenta manter sua quantia, também se muda para Beirute. Os três irão se encontrar, apesar das tensões, equívocos, becos sem saída, mentiras, descuidos e fantasmas onipresentes.
Born in Algeria in 1966, Tariq Teguia teaches art history. He worked as a freelance photographer before turning to filmmaking; short films include The dog (1996) and Closing (2003), which won a Special Jury Award in Marrakech. His features are Rome rather than you (2006) and Inland (2008), both of which screened in Venice, the latter winning the FIPRESCI Prize. Tariq Teguia
tariqteguia@hotmail.com
While covering community clashes in southern Algeria, Ibn Battuta, a journalist, finds himself picking up the trail of forgotten uprisings against the Abbasid Caliphate. For the purposes of his investigation, he goes to Beirut, allegedly to study the state of the ‘Arab nation’. Nahla, a young Palestinian whose family has found refuge in Greece, also heads for Beirut with funds for other Palestinians. In US-occupied Iraq, Mr. Prince is making easy money and, seeking to preserve his loot, he too moves to Beirut. These three will meet, despite tensions, missteps, dead ends, lies, oversights and ever-present ghosts.
Competitiva de Longa Metragem
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S hor t fi l m com p eti ti on 70
Olhar de Cinema 2014
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A primeira sessão competitiva de curtas-metragens apresenta filmes que revelam, por oposição, os modos distintos empreendidos por seus realizadores na constituição dos personagens e no desenvolvimento narrativo. Master Blaster – Uma aventura de Hans Lucas na nebulosa 2907N, filme em que o ordinário e o familiar são observados do ponto de vista do estrangeiro e do estranho, realiza um interessantíssimo trabalho de criação, passando pela elaboração de um falso idioma alienígena, pelo flerte com o cinema de gênero e com o fantástico, além de uma saudável abertura para o comentário social e o humor. Em Où je mets ma pudeur (My sense of modesty), a narração realiza um delicado trabalho de aproximação de uma personagem em tensão com o desejo interior e o imediato contexto sociocultural, que é também atravessado por uma relação com as representações na história da arte. Em La grenouille et dieu (A rã e Deus), o sentimento que aflora nas personagens é levado ao limite por uma sequência que nos mergulha na intensidade das sensações por meio de encenação elaborada que permanentemente manipula o fora de campo e a entrada e saída de elementos no quadro. Em chave bem distinta, Coice no peito sublinha o peso do luto e da perda por meio da atuação e da dramaturgia situados no realismo e cercados pelo drama de classe social. Já a segunda sessão reúne três trabalhos marcados pela experiência do encontro com o Outro. Em Laborat, o aparato técnico de feitura do filme é convertido numa verdadeira máquina criadora do monstruoso, a experiência de encontro com o desconhecido sempre revisitada pelo cinema. Por seu turno, La llamada (A chamada) e Der unfertige (The incomplete) compartilham do interesse pelo retrato de personagens que podem ser considerados representantes de grupos sociais: um veterano militante socialista da Revolução Cubana, um adepto de práticas sexuais masoquistas. Mas ambos os filmes são muito conscientes do ofício artístico do retrato, não sucumbindo a tentações de transformar a arte em propaganda ou sociologia audiovisual. Modulam com destreza os distanciamentos e as aproximações, as luzes e as sombras, atentos à sinergia do encontro e com profundo respeito pelo mistério, características indeléveis dos retratos instigantes.
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The first short-film competitive session presents films that reveal, by contrast, the distinct modes undertaken by their directors for character construction and narrative development. Master Blaster – Uma aventura de Hans Lucas na nebulosa 2907N, a film in which the ordinary and the familiar are seen through the eyes of the foreign and the strange, provides a most interesting creation job, which includes the elaboration of a false alien language, the flirtation with genre cinema and with the fantastic, as well as a healthy aperture towards social commentary and humor. Où je mets ma pudeur (My sense of modesty), the narration offers a delicate job of bringing a character in tension with the interior desire and the immediate sociocultural context, which is also traversed by a relationship with representations within art history. In La grenouille et dieu (A rã e Deus) the feeling emerging from the characters is taken to the limit by a sequence that plunges us into the intensity of sensations by means of an elaborate staging that permanently manipulates the off-field as well as the inclusion and exclusion of elements in frame. In a very different key, Coice no peito underlines the weight of grief and loss through a realist dramaturgy surrounded by social class drama. The second session, in turn, gathers three works marked by the experience of encountering the Other. In Laborat, the technical apparatus in making the film is converted into a true monstrous creating machine, as the experience of encountering the unknown is once again revisited in film. In turn, La llamada (A chamada) and Der unfertige (The incomplete) share an interest in picturing characters that could be considered representative of social groups: a veteran militant socialist for the Cuban Revolution, an adherent to masochistic sexual practices. But both films are very aware of the artistic craft that lies behind such portrayal, not succumbing to the temptation of turning art into propaganda or visual sociology. They skillfully modulate distances and approaches, light and shadow, attentive to the synergy of the encounter and with a deep respect towards mystery, indelible features for provocative portraits.
Na terceira (e a mais heterogênea) sessão, dois filmes desenvolvem olhares que subvertem as percepções mais recorrentes a propósito de seus respectivos temas: em Le maillot de bain (The swimming trunks), a infância não é tratada como sinônimo de inocência, mas como uma fase em que se dá a eclosão dos desejos, aqui delineados por uma acertada escolha de planos-olhar; em Taprobana, a comédia assumidamente impregnada do burlesco, do baixo e do caricato é usada para afastar o retrato de um importante personagem histórico e literário de qualquer solenidade falsa ou reverência idealizada. Em Que je tombe tout le temps? (That I’m falling?), o manejo da encenação sustenta o fascínio e o interesse por uma narração lacunar que gira em torno de sementes de plantas que precisam ser transportadas e sucessivos encontros prosaicos entre os membros de um grupo que habita uma caverna. Verona, por outro lado, desenvolve um conflito levado por personagens bem definidos em que o reencontro de um grupo de colegas e amigos reacende relacionamentos passados.
In the third (and most heterogeneous) session, two films develop looks that subvert recurrent perceptions within their respective themes: in Le maillot de bain (The swimming trunks), childhood is not treated as tantamount to innocence, but as a phase in which desires erupt, outlined here through an appropriate use of subjective shots; in Taprobana, a comedy openly impregnated with the burlesque, the lowbrow and the caricature, uses such elements as a mean to ward off the portrayal of an important literary and historical character of any false solemnity or idealized reverence; In Que je tombe tout le temps? (That I’m falling?), the handling of the enactment sustains the fascination and the interest for a lacunar narration concerning plant seeds that need to be transported and the successive prosaic encounters between members of group inhabiting a cave. Verona, on the other hand, develops a conflict that is driven by well-defined characters in which a group reunion of old colleagues and friends rekindles past relationships.
João Menna Barreto e Nikola Matevski
João Menna Barreto e Nikola Matevski
Olhar de Cinema 2014
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A chamada
A rã e Deus
Coice no peito
Laborat
/ La llamada
/ La grenouille et Dieu
/ Coice no peito
/ Laborat
Brasil | 2014 | 19’ | HD | P&B | Ficção
Brasil/França | 2013 | 20’ | HD | Cor | Ficção
Brasil | 2014 | 25’ | HD | P&B | Ficção
Alemanha | 2014 | 22’ | HD | Cor/P&B | Documentário
Direção Gustavo Vinagre Roteiro Gustavo Vinagre Produção Max Eluard Direção de Fotografia Giovanna Pezzo Montagem Juanjo Cid Som Raymi Morales-Brès Elenco Principal Lázaro Escarze, Gustavo Vinagre Empresa Produtora Avoa Filmes
Direção Alice Furtado Roteiro Alice Furtado Produção François Bonenfant Direção de Fotografia Felipe Quintelas Direção de Arte Amanda Coelho Trilha Sonora Orlando Scarpa Montagem Alice Furtado Som Rémi Chanaud Elenco Principal Caroline Ducey, Finnegan Oldfield Empresa Produtora Le Fresnoy - Studio national des arts contemporains
Direção Renan Rovida Roteiro Renan Rovida Produção Maria Tereza Urias Direção de Fotografia Gabriel Martins Direção de Arte Carlos Escher, Rimenna Procópio Trilha Sonora Bruno Menegatti Montagem Danilo Dilettoso Som Ester Fér Elenco Principal Francisco Noventa, Renan Rovida, Florêncio Guerra, Talita Talissa Nina Dias, Ruth Melchior, Rogério Bandeira, Miguel Trindade Bandeira, Tiago Mine Sergio Carozzi, Rani Guerra, Carlos Escher, Deise Urias de Morais Empresa Produtora Coletivo Tela Suja Filmes
Direção Guillaume Cailleau Roteiro Guillaume Cailleau (concept), Hanna Antonina Wojcik Slak (concept) Produção Jana Cisar, Philip Widmann Direção de Fotografia Michel Balagué, Guillaume Cailleau Empresa Produtora Cask Films
The call
Lázaro Escarze, um cubano revolucionário de 87 anos, vive num pequeno povoado e terá seu telefone instalado pela primeira vez na sua vida. Para quem ele vai ligar?
When it lifts its little eyes up
Uma louca história de amor – uma ameaça surge para assombrar a banalidade cotidiana. Um jovem em seus vinte anos e com modos difíceis. Uma mulher grávida adulta. Ambos têm morado juntos há alguns meses em um minúsculo apartamento nos subúrbios, até que um dia o dinheiro acaba. Ignorando padrões morais e levados pela verdade dos sentidos, seguem rumo a um passeio pela cidade, correndo em direção à natureza - uma implacável testemunha de seus atos, mas também o último refúgio para ambos.
Lázaro Escarze, a 87 years old revolutionary Cuban man, lives in a small village and will have his phone installed for the first time in his life. To whom will he call?
A horse kick on the chest
Dito o dito pelo não dito, Dito eu, dito você, dito nós.
Laborat
Uma equipe de filmagem se encontra com pesquisadores. Ao se utilizar de métodos de filmagem analógicos a equipe de filmagem registra experiências realizadas em ratos. Os ratos são forçados a se submeterem a diversos procedimentos. Se o filme trata de um ou de vários testes, um ou vários ratos, é difícil discernir – os testes e os animais nus são muito semelhantes. Paralelo a isso, a equipe de filmagem documenta suas próprias atividades, necessárias para realizar as gravações. Em Laborat, o cineasta Guillaume Cailleau entrelaça níveis.
I tell what has been told for what remained untold, I speak myself, you, and us. A film team meets with researchers. Using analogue filming methods, the film team records experiments performed on mice. The mice are forced to undergo diverse measures. Whether the film deals with one or several tests, one or several mice is difficult to ascertain – the tests and the naked animals are too similar. Parallel to this, the film team documents their own activities, necessary to make the recordings. In Laborat, filmmaker Guillaume Cailleau interweaves the levels.
Mad love story – a threat comes to haunt everyday banality. A young man at his twenties, tough manners. A grown, pregnant woman. The two of them have been living together for a few months in a tiny apartment in the suburbs, until the day money runs out. Bypassing moral standards, carried away by the truth of senses, they go for a walk across the city, running towards nature – a ruthless witness to their acts, but also their last shelter.
Gustavo Vinagre
Alice Furtado
Renan Rovida
Guillaume Cailleau
Gustavo Vinagre (1985) estudou cinema na EICTV (Cuba) e Letras na USP. Seu curta Filme para poeta cego foi exibido e premiado em festivais de todo o mundo. Também dirigiu Nova Dubai, em fase de finalização. Seu novo projeto Wil,Má, foi selecionado para o Tribeca Film Institute Workshop e ganhou um edital de desenvolvimento.
Nasceu no Rio de Janeiro em 1987 e graduou em Cinema pela Universidade Federal Fluminense. Em 2010 ela dirigiu o curta-metragem Duelo antes da noite, exibido na seção Cinéfondation do Festival de Cannes. Em seguida ela adentrou na escola Lê Fresnoy, onde dirigiu La grenouille et Dieu em 2013.
Ator e diretor em cinema e teatro. Integrante do coletivo Tela Suja Filmes, dirigiu o curtametragem Entre nós, dinheiro e dirigiu e atuou no curta-metragem Coice no peito. Atuou nos filmes Estudo de cena: a república e Narrativas da Sé de Diogo Noventa, Pesadelo de classe de Luiz Cruz, Memórias de um primeiro de maio, de Danilo Santos, entre outros. Em teatro, trabalha como ator na Companhia do Latão.
Guillaume Cailleau é diretor e escritor, conhecido por Laborat (2014), Teah (2007) e Short Talks (2008).
Gustavo Vinagre (1985) studied cinema at the EICTV (Cuba) and Literature at USP (Brasil). His short Film for blind poet won prizes at festivals from all over the world. Also directed Nova Dubai, in post-production. His new project Wil,Má was selected by the Tribeca Film Institute Workshop and won a development fund.
Born in Rio de Janeiro, in 1987, and graduated in Cinema from Universidade Federal Fluminense. In 2010, she directed the short film Duelo antes da noite, presented at the Cinéfondation section from Festival de Cannes. She then entered Le Fresnoy school, where she directed La grenouille et Dieu, 2013.
Actor and director in theater and cinema. Member of the collective Tela Suja Filmes, has directed the short film Entre nós, dinheiro and acted and directed the short film Coice no peito. Acted in the movies Estudo de cena: a república and Narrativas da Sé directed by Diogo Noventa, Pesadelo de classe directed by Luiz Cruz, Memórias de um primeiro de maio directed by Danilo Santos, and others. In theater, works as an actor in Companhia do Latão.
Guillaume Cailleau is a director and writer, known for Laborat (2014), Teah (2007) and Short talks (2008).
Max Eluard
Alice Furtado
Tela Suja Filmes
Guillaume Cailleau
maxeluard@gmail.com
74
telasujafilmes@gmail.com, www.telasujafilmes.com
alicefurtado.m@gmail.com
Competitiva de Curta Metragem
Olhar de Cinema 2014
info@caskfilms.com, www.caskfilms.com
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Master Blaster - uma aventura de Hans Lucas na nebulosa 2907N
Master Blaster - an adventure of Hans Lucas on nebulosa 2907N
/ Master Blaster - uma aventura de Hans Lucas na nebulosa 2907N
Brasil | 2014 | 19’ | HD | Cor/P&B | Ficção Direção Raul Arthuso Roteiro Raul Arthuso Produção Lara Lima Direção de Fotografia André Brandão Direção de Arte Felipe Diniz Trilha Sonora Rafael Cavalcanti Montagem Gabriel Martins Som Gustavo Zysman Nascimento, Raul Arthuso Elenco Principal Rômulo Braga, Rodolfo Vaz, Zeca Auricchio, Adirley Queirós, Oswaldo Ávila, Diogo Veronezi, Valéria Lauand, Otávio Dantas Empresa Produtora Lira Cinematográfica
My sense of modesty
Taprobana
That I’m falling?
/ Où jet mets ma pudeur
/ Trapobana
/ Que je tombe tout le temps?
França | 2013 | 20’ | HD | Cor | Ficção
Portugal | 2014 | 24’ | HD | Cor | Ficção
França | 2013 | 15’ | HD | Cor | Ficção
Direção Sebastien Bailly Roteiro Sébastien Bailly Produção Sébastien de Fonséca Direção de Fotografia Sylvain Verdet Trilha Sonora Laurent Levesque Montagem Cécile Frey Som Marie-Clotilde Chéry Elenco Principal Hafsia Herzi, Marie Rivière, Bastien Bouillon Empresa Produtora La merà boire productions
Direção Gabriel Abrantes Roteiro Gabriel Abrantes, Lasantha David, Vimukthi Jayasundara, Luís Vaz de Camões Produção Natxo Checa, Vimukthi Jayasundara, Marta Furtado Direção de Fotografia Gabriel Abrantes, Natxo Checa, Lakruwan Withanage Empresa Produtora Mutual Respect Productions
Direção Eduardo Williams Roteiro Eduardo Williams Produção Amuary Ovise Direção de Fotografia Julien Guillery Montagem Eduardo Williams Som Gautier Lanedolis e Eduardo Williams Elenco Principal Nahuel Perez Biscayart, Rachid Youcef, Nicole Payen, Omar Bensmail Empresa Produtora Kazak Productions
Nesta comédia, Luís Vaz de Camões, o maior poeta renascentista português, se debate criativamente enquanto se envolve em um estilo de vida hedonista, cropofágico e recheado de drogas. O filme acompanha o poeta e sua amante, Dinamene, enquanto ele escreve sua obra-prima, o poema épico Os lusíadas. Ele viaja da cacofonia das selvas índicas, rodeado por elefantes alegóricos e macacos que rimam, para a fronteira entre o Céu e o Inferno, onde é confrontado por sua fantasia: fama e imortalidade.
Enquanto procura por uma semente, um jovem homem surge do subterrâneo, onde costuma frequentar com seus amigos. Eles todos embarcam em uma longa e digestiva viagem.
Taprobana
My sense of modesty
Hafsia, uma estudante de História da Arte, precisa remover seu hijab para uma prova oral. Ela vai até o Museu do Louvre para ver o quadro que precisa comentar.
Um estranho fenômeno astronômico atingiu a nebulosa 2907N. O agente intergaláctico Hans Lucas é enviado para investigar o evento, que mudou os hábitos da população local.
Hafsia, a student in Art History, is going to have to remove her hijab for an oral exam. She goes to the Louvre Museum to view the painting that she has to comment on.
That I’m falling?
Searching for a seed, a young man emerges from the underground where he hangs out with his friends. They all embark on a long digestive trip. In this short comedy, Luís Vaz de Camões, the greatest Portuguese renaissance poet, struggles creatively while engaging in a hedonistic, coprophagic, and drug addled lifestyle. The film follows the poet, and his lover Dinamene, as he writes his masterpiece, the epic poem Os lusíadas. He travels from the cacophony of the Indic jungles, surrounded by allegorical elephants and rhyming macaques, to the frontier of Heaven and Hell, where he is confronted by his fantasy: fame and immortality.
A strange astronomic event has taken place on nebula 2907N. Intergalactic agent Hans Lucas is sent over to investigate the event, which has transformed the habits of the local population.
Raul Arthuso
Sébastien Bailly
Gabriel Abrantes
Eduardo Williams
Nascido em Osasco em 1985 e formado em Audiovisual pela USP, Raul Arthuso participou da equipe de edição de som dos longas Falsa loura, No meu lugar, Quanto dura o amor? e diversos curtas-metragens. Dirigiu os curtas Mamilos (2009), O pai daquele menino (2011) e Master Blaster - Uma aventura de Hans Lucas na nebulosa 2907N” (2013). É também crítico de cinema e redator da Revista Cinética.
Sébastien Bailly dirigiu 5 curtas-metragens: La fille du hasard (1998), Si les étoiles… (2000), Villa Corpus (2005), Douce (2012), Où je mets ma pudeur (My sense of modesty; 2013). Ele atualmente trabalha em projetos de longas-metragens.
Nascido em 1984 na Carolina do Norte, EUA, estudou na Cooper Union for the advancement of Science and Art em Nova York, na National School of Fine Arts em Paris e no Le Fresnoy em Tourcoing, França. Ele realizou 15 curtas-metragens e um longa-metragem e teve seu trabalho exibido em diversos festivais internacionais de cinema, incluindo, Veneza, Locarno e Toronto. Seu trabalho enquanto artista visual já foi exibido em Boston, Tóquio e Paris.
Eduardo Williams estou cinema na Universidad del Cine em Buenos Aires. Atualmente ele está trabalhando em seu novo projeto na Fresnoy National Studio of Contemporary Arts.
Raul Arthuso was born in 1985 in Osasco and graduated in Audiovisual from USP. He was part of the team responsible for the sound editing in the following feature films: Falsa loura, No meu lugar, Quanto dura o amor? as well as several short-films. He directed the short films Mamilos (2009), O pai daquele menino (2011) and Master Blaster - Uma aventura de Hans Lucas na nebulosa 2907N” (2013). He is also a film critic and editor for Cinética Magazine.
Sébastien Bailly directed 5 shorts films: La Fille du hazard (1998), Si les étoiles… (2000), Villa Corpus (2005), Douce (2012), Où je mets ma pudeur (My sense of modesty; 2013). He’s actually work on a feature projects.
Born in North Carolina, USA, in 1984, he studied at the Cooper Union for the Advancement of Science and Art in New York, at the National School of Fine Arts in Paris and at Le Fresnoy in Tourcoing, France. He has made 15 short films and a feature film and his work has screened at international film festivals including Venice, Locarno and Toronto. His work as a visual artist has been exhibited in Boston, Tokyo and Paris.
Eduardo Williams studied cinema at the Universidad del Cine in Buenos Aires. He is currently developing a new project at Fresnoy National Studio of Contemporary Arts.
Lira Cinematográfica
Sébastien Bailly
Gabriel Abrantes
Amaury Ovise
liracinematografica@gmail.com
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bailly2000@gmail.com, www.facebook.com/bailly
Competitiva de Curta Metragem
gabrielmiragodinhoabrantes@gmail.com, www.mutualrespectproductions.blogspot.com.br Olhar de Cinema 2014
amaury@kazakproductions.fr
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The incomplete
The swimming trunks
Verona
/ Der unfertige
/ Le maillot de bain
/ Verona
Alemanha | 2013 | 48’ | HD | Cor | Documentário
França | 2013 | 20’ | HD | Cor | Ficção
Brasil | 2013 | 34’ | HD | Cor | Ficção
Direção Jan Soldat Roteiro Jan Soldat Produção Jan Soldat Direção de Fotografia Jan Soldat Montagem Jan Soldat Elenco Principal Klaus Johannes Wolf
Direção Mathilde Bayle Roteiro Mathilde Bayle Produção Jonathan Hazan Direção de Fotografia Nicolas Mesdom Direção de Arte Jonathan Hazan Montagem Nicolas Sarkissian e Antoine Bailly Som Nicolas Joly Elenco Roger Manning, Stanley Weber, Inès Giardino, Carole Franck Empresa Produtora Les Films du Cygne
Direção Marcelo Caetano Roteiro Hilton Lacerda, Marcelo Caetano Produção Beto Tibiriçá, Marcelo Caetano Direção de Fotografia Andrea Capella Direção de Arte Maira Mesquita, Flora Rebollo Trilha Sonora Beto Capobianco, Danilo Carvalho, Marcelo Caetano Montagem Frederico Benevides Som Danilo Carvalho Elenco Principal Germano Melo, Guto Nogueira, Marcia Pantera Empresa Produtora Desbun Filmes, Plateau Produções
The incomplete
“Você consegue descrever a si mesmo?”, “Odenwald-Gay... ou Gollum... ou Klaus! 60 anos de idade... gay... escravo!”. Um documentário retrato sobre Kalus Johannes Wolf, que decidiu viver como um escravo. Acorrentado em sua cama, ele conta sobre sua decisão de ser um escravo, seus pais, e o que significa estar nu. Enfim, ele larga tudo para ir a um acampamento de escravos para aprimorar sua vida de escravo e se tornar o servo perfeito.
“Can you describe yourself?”, “Odenwald-Gay... or Gollum... or Klaus! 60-years-old... gay... slave!”. A documentary portrait about Klaus Johannes Wolf, who decided to live as a slave. Chained on his bed, he’s telling about his decision to be a slave, his parents and what it means to be naked. Finally he leaves everything behind to go to a slave camp, to improve his slave life and become the perfect servant.
Verona
The swimming trunks
Durante suas férias em um acampamento à beira-mar, Rémi, 10, fica fascinado por Stéphane, 35, pai de um de seus companheiros. É uma sensação nova e confusa para ele. Ninguém sabe pelo o que ele está passando – sobretudo o belo Stéphane...
On holiday on a campsite by the seaside, Rémi, 10, is fascinated by Stéphane, 35, the father of one of his playmates. This is a new, confusing feeling for him. Nobody knows what he is going through – especially not handsome Stéphane…
Dez anos após o rompimento do duo de dance music Verona, Elias volta ao Brasil para reencontrar seu antigo parceiro, Walter, que está prestes a se casar com Filipe. Walter mora em uma casa isolada no meio do mato, túmulo das ambições da juventude e território de outros sonhos incertos.
Ten years after the end of the dance music duo Verona, Elias come back to Brazil to meet his former partner, Walter, who is going to marry the young and talented Filipe. Walter lives in a countryside house, where he celebrates the end of his youth and the beginning of a new moment in his life.
Jan Soldat
Mathilde Bayle
Marcelo Caetano
Nascido em Karl-Marx-Stadt, em 1984, ele começou a realizar curtas-metragens no Chemnitzer Filmwerkstatt desde 2006. Ele estudou direção em cinema e televisão no Konrad Wolf College of Film and Television em Potsdam-Babelsberg em 2008.
Mathilde Bayle nasceu em 1979. Ela começou a fazer documentários e curtas-metragens independentemente antes de começar a trabalhar com pós-produção. Ela montou um grupo composto de jovens cineastas. Em 2012 Le maillot de bain (The swimming trunks), produzido pelo Les Films du Cygne teve seu roteiro selecionado no Moulin d’Andé.
Marcelo Caetano dirigiu os curtas Na sua companhia (2011), prêmio da crítica e especial do júri no Olhar de Cinema 2012, Bailão (2009) e A tal guerreira (2008). Foi diretor assistente do longa Tatuagem (2013) de Hilton Lacerda e no momento prepara seu primeio longa Corpo elétrico. Foi assistente de direção de longas de Kiko Goifman, Claudio Marques e Marilia Hughes, Gabriel Mascaro e Daniel Aragão.
Born in Karl Marx Stadt 1984, making short films at Chemnitzer Filmwerkstatt since 2006. studies in film and television directing at the Konrad Wolf College of Film and Television in Potsdam-Babelsberg in 2008.
Mathilde Bayle was born in 1979. She starts making documentaries and short films independently before working in post-production. She set up a group of young filmmakers. In 2012 Le maillot de bain (The swimming trunks), produced by Les Films du Cygne and selected for its screenplay at the Moulin d’Andé.
Jan Soldat
Jonathan Hazan
Marcelo Caetano directed the following short films: Na sua companhia (2011), which earned the critics’ award and the special jury award at the Olhar de Cinema – CIFF (2012), Bailão (2009) and A tal guerreira (2008). He worked as assistant director on the feature film Tatuagem (2013) by Hilton Lacerda and is currently preparing his first feature length film Corpo elétrico. He also worked as assistant director on feature length films by Kiko Goifman, Claudio Marques and Marilia Hughes, Gabriel Mascaro and Daniel Aragão.
Jan.Soldat@yahoo.de
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Marcelo Caetano
marcelo.desbun@gmail.com
jonathan@lesfilmsducygne.com
Competitiva de Curta Metragem
Olhar de Cinema 2014
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N ew v i ew s 80
Olhar de Cinema 2014
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Novos Olhares é uma sessão competitiva dedicada a primeiros filmes de longa-metragem. O programa é composto por 6 títulos realizados por cineastas oriundos de qualquer parte do mundo. Um espaço dedicado a experimentação narrativa, estética e aberto ao diálogo com o seu público. Uma zona de risco ao descobrimento. Em Bloody beans, de Narimane Mari, um grupo de crianças usa de sua inocência e imaginação para reencenar a guerra de independência da Argélia. Um passado que não viveram mas que é seu destino inevitável. Uma delirante coreografia em prol da liberdade e da fantasia. Chantier A, de Lucie Dèche, Karim Loualiche & Tarek Sami, nos mostra uma outra Argélia. Aqui a terra natal é revisitada por Karim que esteve ausente por 10 anos. O país se tornou outro e nos relacionamos com o lugar a partir de paisagens e rostos desconhecidos, até que suas memórias tomem conta e o conduzam a uma nova jornada. Die zeit vergeht wie ein brüllender löwe (O tempo passa como um leão que ruge), de Philipp Hartmann, surge como um filme tese repleto de conceitos filosóficos que se transforma numa reveladora busca pessoal. O cineasta alemão, com então 37 anos, constata sofrer de cronofobia. Medo que confronta com inteligência e humor, mas acima de tudo o explorando cinematograficamente. Kutchi vahan pani wala (From gulf to gulf to gulf), de Shaina Anand & Ashok Sukumaran, é um filme relato dos mares. Construído a partir de imagens e sons coletados desde 2009 por câmeras de celulares dos trabalhadores indianos e paquistaneses que vivem de golfo em golfo, cruzando o Mar Arábico, do golfo de Kutch até o golfo Pérsico, e de volta. Um importante testemunho de vivência e de fabricação das imagens. L for leisure, de Lev Kalman & Whitney Horn, é uma independente comédia Americana como há muito não se via. Ambientada no início dos anos 90, um grupo de estudantes decide viajar pelo mundo por simples prazer e não tendo muito mais o que fazer, além de se dedicar as conversas, bebidas e cigarros. Um divertido retrato de geração entre amigos. El futuro (The future), de Luis López Carrasco, nos transporta de volta a uma noite de 1982. Um grupo de amigos comemora ao melhor estilo a vitória do partido socialista. Nunca talvez, uma festa tenha sido tão bem filmada no cinema. Personagens que pouco conhecemos mas que nos relacionamos ao longo de uma noite, através de seus rostos e gestos, impressos em nostálgico 16mm.
New Views is a competition section dedicated to debut feature films. The program consists of six films made by filmmakers from all over the world. It is a space devoted to narrative and aesthetic experimentation, and open to a dialogue with audiences. It is a zone for risking discovery. In Bloody beans, by Narimane Mari, a group of children use their innocence and imagination to reenact Algeria’s independence war, a past they did not live, yet which remains their inevitable fate. A raving choreography in the names of freedom and fantasy. Chantier A, by Lucie Dèche, Karim Loualiche & Tarek Sami, shows us another Algeria. The homeland is here revisited by Karim, who had been away for 10 years. The country has changed into another and we relate to it through landscapes and unfamiliar faces, till his memories take over and lead him towards a new journey. Die zeit vergeht wie ein brüllender löwe (O tempo passa como um leão que ruge), by Philipp Hartmann, emerges as a thesis-film filled with philosophical concepts, which in turn becomes a revealing personal search. The German filmmaker, then 37 years old, has stated to be suffering from chronophobia. A fear that he confronts with intelligence and humor and, above all, within a cinematographic exploration. Kutchi vahan pani wala (From gulf to gulf to gulf), by Shaina Anand & Ashok Sukumaran, is a movie-report of the seas. Built from images and sounds collected since 2009 with cellphone cameras by Indian and Pakistani workers living in various golf regions, crossing the Arabian Sea from the Kutch Golf to the Persian Gulf and back again. It is an important testimony regarding experience and image creation. L for leisure, by Lev Kalman & Whitney Horn is an American independent comedy the likes of which has not been seen for some time. Taking place in the early 1990s, a group of students decides to travel around the world merely for pleasure and with not much to do besides dedicating themselves to conversations, alcohol and cigarettes. An amusing generational portrait among friends. El futuro (The future), by Luis López Carrasco, transports us back to a night in 1982. A group of friends wildly celebrate a Socialist Party’s election victory. It’s quite possible that never before has a party been so skillfully shot on cinema. They are characters whom we know very little about but which we relate to for one evening through faces and gestures, printed on nostalgic 16mm.
Gustavo Beck
Gustavo Beck
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Novos Olhares
Olhar de Cinema 2014
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Bloody beans
Chantier A
/ Loubia hamra
/ Chantier A
Bloody beans
Chantier A
Karim Loualiche Lucie Deche Tarek Sami
Narimane Mari Narimane nasceu em Argel em 1969. Começou suas atividades em Paris em 1990 com agências de consultoria. Ela tem contribuído para o desenvolvimento de Galerias de arte contemporânea. Em 2010 fundou a Allers Retours Films, a fim de produzir documentários engajados. Loubia Hamra é seu primeiro longa-metragem de ficção. Argélia/França | 2013 | 77’ | DCP | Cor | Ficção Direção Narimane Mari Roteiro Narimane Mari Produção Narimane Mari Direção de Fotografia Medjkane Nasser Trilha Sonora Zombie Zombie, Cosmic Neman, Etienne Jaumet Montagem Caroline Detournay, Narimane Mari Som Benjamin Laurent Empresa Produtora Allers Retours Films
Narimane was born in Algiers in 1969. She began her activity in Paris in 1990 with consulting agencies. She has contributed to the development of contemporary art Galleries. In 2010, she founded Allers Retours Films in order to produce engaged documentaries. Loubia Hamra is her first feature film of fiction. Narimane Mari
narimanemari@orange.fr
17 crianças, implacáveis, insaciáveis em seus gestos e gritos, colocam tudo em chamas. Grandes heróis de uma guerra não escrita; enquanto o exército francês dispara na OEA, as crianças olham para o exército francês: óleo, chocolate, semolina, açúcar e até um prisioneiro de guerra condenado a comer feijão. Mas a guerra alcança a bela aventura e os feijões são banhados em sangue. Através da poderosa e transgressiva imaginação das crianças, o filme narra o fim da Argélia Francesa.
Direção Tarek Sami, Lucie Dèche, Karim Loualiche Roteiro Tarek Sami, Lucie Dèche, Karim Loualiche Produção Tissist Direção de Fotografia Tarek Sami Trilha Sonora Menad Moussaoui Montagem Guillaume Bordier, Tarek Sami Som Lucie Dèche Elenco Principal Karim Loualiche Empresa Produtora Association Tissist
Tarek is both a director of photography and director for fiction and docs.He met Lucie at the ESAV of Toulouse,where she studied sound,and now alternating between sound engineering and directing. Karim is a physicist, poet and musician, whose clear ideas about fluid forms formed the movement of Chantier A. Tissist
tissist@gmail.com
Esta é a viagem de Karim, que não retorna a sua terra natal há 10 anos. Um retorno que parece ser com passagem só de ida. Argélia. Antes que ele se esqueça, reencontra as razões por ter ido embora, o grande êxodo, o lar em chamas. Mas as palavras foram sugadas em um tempo incerto, em um movimento que permite ser ancorado. Algum lugar. This is the travel of Karim who was not gone back home for 10 years. A come-back that looks like a one-way ticket. Algeria. Before he forgets, find again the reasons why he left one day, the big exodus, the burning home. But the words have been sucked up in an uncertain time, in a movement that allows to be anchored. Some where.
17 kids, relentless, insatiable of gestures and screams, set everything on fire. Grand heroes of an unwritten war; while the French Army fires at the OAS, the children loot the French Army: oil, chocolate, semolina, sugar, and even a war prisoner condemned to eat beans. But the war catches up with the beautiful adventure and the beans are marred in blood. Through the transgressive and powerful imagination of children, the movie tells the end of French Algeria.
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Argélia/França | 2013 | 102’ | DCP | Cor | Ficção, Documentário
Tarek atua tanto como diretor de fotografia quanto diretor para documentários e filmes ficcionais. Ele conheceu Lucie no ESAV de Toulouse, onde ela estudava som, atualmente alternando em engenharia sonora e direção. Karim é um físico, poeta e músico, cujas ideias claras sobre formas fluidas formaram o movimento de Chantier A.
Novos Olhares
Olhar de Cinema 2014
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From gulf to gulf to gulf
L for leisure
/ Kutchi vahan pani wala
/ L for leisure
From gulf to gulf to gulf
Índia | 2013 | 83’ | DCP | Cor | Documentário Direção Shaina Anand, Ashok Sukumaran Produção CAMP, Sharjah Art Foundation Direção de Fotografia Siddik Umar Sanghar, Mrinal Desai, Junas Salemamad Bhagad, Ashok Sukumaran, Shaina Anand, Sulaiman Haroon Raja urf Dada, Jabbar Hassan Chingda, Ismail Haroon Ghandhar, Mohammed Rafik, Sulaiman Wahab Sumbhania, Abdul Majid Chauhan, Mehboob Abbas Sanghar, Hakimuddin Lilyawala, and the anonymous creators of music videos across many boats and many years Empresa Produtora CAMP
Um barco tem muitos poderes: congregar uma sociedade na sua elaboração, distribuir bens, transportar pessoas e ideias por lugares que nos parecem mais diferentes do que nunca. From gulf to gulf to gulf é o resultado de quatro anos de diálogo, amizade e trocas entre CAMP e um grupo de marinheiros do Golfo de Kutch. Suas viagens e de seus companheiros marítimos desde o Paquistão até o sul do Irã, através do golfo de Aden e do golfo persa, nos mostram um mundo cortado em muitos pedaços, não facilmente superado por nostálgicos ou nacionalistas.
L for leisure
Shaina Anand Ashok Sukumaran
Lev Kalman Whitney Horn
Shaina Anand e Ashok Sukumaran fundaram o coletivo CAMP (Critical Art and Media Practices) em 2007. O grupo é composto por artistas que tratam da história e da política de tecnologia, vídeo experimental e gravação de som. Filmes: CCTV Social (2008), The country of the blind and other stories (2011), Hum logos (2012), Al jaar qabla al daar (The neighbour before the house) (2012).
Lev Kalman (nascido em 1982) e Whitney Horn (nascida em 1982) iniciaram sua colaboração enquanto eram alunos de graduação na Universidade de Columbia no início dos anos 2000. Juntos produziram mais de uma dezena de projetos fortemente idiossincráticas, entre eles Blondes in the jungle (2009). Lev Kalman reside em San Diego e Whitney Horn em San Francisco.
Shaina Anand and Ashok Sukumaran founded the collective CAMP (Critical Art and Media Practices) in 2007. The group consists of artists dealing with the history and politics of technology, experimental video and sound recording. Films: CCTV Social (2008), The country of the blind and other stories (2011), Hum logos (2012), Al jaar qabla al daar (The neighbour before the house) (2012). Shaina Anand
kalakamra@gmail.com
Direção Lev Kalman, Whitney Horn Roteiro Lev Kalman, Whit Horn Produção Lev Kalman, Whit Horn Direção de Fotografia Whit Horn Trilha Sonora John Atkinson Elenco Principal Marianna McClellan, Kyle Williams, Bro Estes, Libby Gery, Trevor Haav, Benjamin Coopersmith, Benjamin Crotty, Andre Frechette, Melissa Barrera, Gabriel Abrantes, Mati Diop Empresa Produtora Special Affects Films
Lev Kalman (b. 1982) and Whitney Horn (b. 1982) began their collaboration as undergraduates at Columbia University in the early 2000s. Together they have produced over a dozen deeply idiosyncratic projects including Blondes in the jungle (2009). Lev Kalman is based in San Diego and Whitney Horn in San Francisco. Lev Kalman and Whit Horn info@leisureiswar.com www.leisureiswar.com
L for leisure é uma comédia que acompanha um grupo de estudantes de graduação ao longo de 10 viagens de férias ao redor do mundo, durante os anos de 1992-93, enquanto embarcam numa série de pequenas aventuras: atléticas, químicas, culturais e sexuais. Com um estilo lo-fi e filmado em 16mm que evoca a televisão dos anos 90, vídeos caseiros e quadrinhos underground, L for Leisure é um trabalho singular de cinema profundamente independente que se deleita nos excessos tanto da beleza exuberante quanto do humor desajeitado.
A boat has many powers: to gather a society in its making, to distribute goods, to carry people and ideas across places that, it seems to us, are more different than ever before. From gulf to gulf to gulf is a result of four years of dialogue, friendship and Exchange between CAMP and a group of sailors from the Gulf of Kutch. Their travels, and those of coseafarers from Pakistan and Southern Iran, through the Persian and Aden Gulfs show us a world cut into many pieces, not easily bridged by nostalgics or nationalists.
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Estados Unidos/França/México/Islândia | 2014 | 74’ | DCP | Cor | Ficção
L for leisure is a comedy following a group of graduate students across 10 vacations in 1992–3 all around the world as they embark on a series of minor adventures: athletic, chemical, cultural and sexual. With a low-fi 16mm style that recalls 90s television, home videos and underground comic books, L for Leisure is a unique piece of deeply independent filmmaking, reveling in excesses of both lush beauty and awkward humor.
Novos Olhares
Olhar de Cinema 2014
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O tempo passa como um leão que ruge
The future
/ Die zeit vergeht wie ein brüllender löwe
/ El futuro
Time goes by like a roaring lion
Alemanha | 2013 | 80’ | DCP | Cor/P&B | Ficção, Documentário, Experimental, Híbrido Direção Philipp Hartmann Roteiro Philipp Hartmann, Jan Eichberg Produção Philipp Hartmann,flumenfilm Direção de Fotografia Helena Wittmann Montagem Philipp Hartmann Som Louis Fried Empresa Produtora flumenfilm
Um cineasta no meio estatístico de sua vida sofre de cronofobia. Ele precisa encontrar uma forma de desacelerar a passagem do tempo. Um filme ensaio pessoal que explora a essência do tempo.
The future
Philipp Hartmann
Luiz Lopez Carrasco
Philipp Hartmann nasceu 1972 em Karsruhe (Alemanha). Ele trabalha como cineasta independente desde 2000. Seus filmes foram exibidos em diversos festivais internacionais e na TV. Desde 2004 ele é curador de diversos eventos cinematográficos diferentes, tais como o Karlsruher Kurzfilmnacht Filmfestival Young Video- and Film Art na Galeria de Arte Wilhelmshöhe, Odderader Filmtage e outros eventos na Alemanha, Brasil e Portugal.
Cineasta, escritor e artista visual. Em 2008 ele foi co-fundador da Los Hijos, um coletivo de cinema experimental e documental. O trabalho deles já foi exibido em festivais internacionais de cinema e centros artísticos. Mar del Plata International Film Festival, Distrital Festival, Lima Independiente Film Festival, CGAI e Arteleku dedicaram enfoques monográficos para seus trabalhos.
Born 1972 in Karsruhe (Germany). He works as an independent filmmaker since 2000. His films were screened in numerous international festivals and in TV. Since 2004 he is a curator of different film events like the Karlsruher Kurzfilmnacht Filmfestival, Young Video- and Film Art in Art Gallery Wilhelmshöhe, Odderader Filmtage and other events in Germany, Brazil and Portugal. Philipp Hartmann
philipp@flumenfilm.de www.zeit-film.de
Espanha | 2013 | 67’ | DCP | Cor | Ficção, Experimental, Híbrido Direção Luis Lopez Carrasco Roteiro Luis López Carrasco, Luis E. Parés, Brays Efe Produção Luis López Carrasco, Luis Ferrón, Ion de Sosa, Manu Calvo, Roberto Butragueño Direção de Fotografia Ion de Sosa Direção de Arte Víctor Colmenero Montagem Sergio Jiménez Som Jorge Alarcón Elenco Principal Lucía Alonso, Queta Herrero, Rafael Ayuso, Sergio Jiménez, Marta Bassols, Alberto López, Marina Blanco, Marta Loza, Manuel Calvo, Andrea Noceda, Sara Campos, Aída Páez, Juan Ceacero, Luis E Parés, Borja Domínguez, Martín Puñal, Brays Efe, Luis Tausía, Susana Ford, Francisco Valero Empresa Produtora Encanta Films, Elamedia, Desosa PC, Luis Ferrón
Filmmaker, writer and visual artist. In 2008 he co-founded Los Hijos, an experimental cinema and documentary collective. Their work has been shown in international film festivals and art centres. Mar del Plata International Film Festival, Distrital Festival, Lima Independiente Film Festival, CGAI and Arteleku dedicated monographic focus of their work. Ismael Martin
ismael@ecam.es www.offecam.com
Vários jovens dançam e bebem em uma casa. O clima é festivo e alegre. A Vitória Socialista nas eleições gerais de 1982 ainda parece recente. A noite está cheia de euforia e celebrações. A tentativa de golpe de estado em 1981 já parece bem distante. Poderíamos dizer que na Espanha de1982 tudo era futuro. No entanto, o futuro também se aproxima numa enorme velocidade, tal como um buraco negro que devora tudo em seu percurso.
A filmmaker in the statistical middle of his life suffers from chronophobia. He has to find a way to slow down the passage of time. A personal essayfilm exploring the essence of time.
A group of young people dance and drink at a house. The atmosphere is festive and cheerful. Socialist victory in the general elections of 1982 seems recent. The night is full of euphoria and celebration. The attempt of coup d’etat made in 1981 appears to be quite far away. We could say that in Spain, in 1982, everything was future. However, the future also looks closer at enormous speed, like a black hole that devours everything in its path.
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Novos Olhares
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Other v i ew s - Feature fi l m s 90
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Neste ano, a Outros Olhares se consolida como um espaço privilegiado para filmes de risco. Quem se aventurar pelos filmes dessa mostra sempre encontrará surpresas. São filmes que fogem do comum e daquilo que estamos acostumados a encontrar nas salas de cinema. Dois filmes já chegam com a chancela de grandes autores do cinema. O primeiro, Al doilea joc (The second game), de Corneliu Porumboiu, tem como pano de fundo uma partida de futebol, mas o debate vai além do esporte: perpassa a relação entre pai e filho, a situação política do país e o próprio cinema. Já o segundo, a distopia Trydno byt bogom (Hard to be a God), de Aleksey German, tem sido o frisson em festivais internacionais, desde seu lançamento no Festival de Roma. O filme, baseado no romance homônimo, dos irmãos Strugatsky, demorou mais de dez anos para ser realizado e lançado. German faleceu antes de ver sua obra — uma ficção cientifica com roupagem de épico medieval — finalizada para ser exibida nas salas de cinema. Gabrielle, de Louise Archambault, coloca-se como o filme com mais potencial para tocar o público na seção Outros Olhares: com grande sensibilidade, a realizadora nos transporta para um universo de encantadores indivíduos portadores de síndrome de Williams. A spell to ward off the darkness, da dupla Ben Russell e Ben Rivers, diretores cuja trajetória apresenta forte ligação com o cinema experimental, propõe-nos uma emocionante experiência sensorial. La distancia (The distance), de Sergio Caballero, é o filme fantástico deste ano, uma refinada sci-fi cheia de ironias e protagonistas anões detentores de poderes sobrenaturais. Pleng khong kao (The songs of rice), de Uruphong Raksasad, transporta-nos para o interior tailandês e sua rica cultura permeada pelo cultivo do arroz; nessa obra, o diretor nos coloca diante de costumes de um povo pouco conhecido ao redor do mundo. A Campanha do Creoula, de Andre Valentim Almeida, é um filme de busca pessoal, no qual o personagem segue ao encontro de suas raízes e do passado de seu povo. Sobre la marxa (The creator of the jungle), de Jordi Morato, é um retrato da persistência e da obstinação de um sujeito comum, cuja vida se confunde com sua criação artística. Já Ang pagbabalat ng ahas (Reptilia in suburbia), de Timmy Harn, é uma obra rara, um achado do Olhar de Cinema 2014. Com tons de filmes dos anos 80, a obra de Harn traz à baila a discussão acerca da vida em comunidade e os medos da violência urbana; a história desenvolve-se em torno de um réptil humano que se esconde num bairro de classe média.
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This year, the Other Views section establishes itself as a privileged space for daring films. Whoever ventures through these films will find surprises at every corner. Films that flee from the ordinary and from what we commonly see in cinema rooms. Two films already arrive with the seal of great film auteurs. The first one is Al doilea joc (The second game), by Corneliu Porumboiu, and features a football match as the main backdrop, but its argument goes way beyond sport: it pervades a father-son relationship, the country’s political situation and cinema itself. As for the second film, the dystopian Trydno byt bogom (Hard to be a God), by Aleksey German, has been the buzz in international festivals since its premiere at the Rome Film Festival. The film, based on the Strugatsky brothers’ novel, took over ten years to be completed and finally released. German died before seeing his work finalized for the movie theaters – a science fiction with a medieval epic adornment. Gabrielle, by Louise Archambault, stands out as the film with the greatest potential to touch the audience in the Other Views section: with great sensitivity, the director transports us to a universe of charming individuals with Williams syndrome. A spell to ward off the darkness, from the duo Ben Russell and Ben Rivers, directors whose careers have strong links with experimental cinema, offers us an exciting sensory experience. La distance (The distance), by Sergio Caballero, is this year’s fantastic film, an elegant sci-fi full of ironies and power bearing dwarf protagonists. Pleng kao khong (The songs of rice) by Uruphong Raksasad, transports us to the Thai countryside and its rich culture imbued by the growing of rice; in this work the director places us before customs of a people little known around the world.
The Dirties, de Matt Johnson, é um filme livre, que se utiliza de elementos da metalinguagem e da autorrepresentação para criar uma história dentro da história, com humor singular. Aquilo que fazemos das nossas desgraças, de Arthur Tuoto, é uma colagem crítica e política. Tuoto constrói, a partir de fragmentos cinematográficos preexistentes, um novo discurso, extremamente potente e provocativo. Amor, plástico e barulho, de Renata Pinheiro, fala sobre duas mulheres que lidam com seus sonhos e frustações na medida em que lutam para conquistar e manter um lugar ao sol no mundo fonográfico do popular e do brega. Riocorrente, de Paulo Sacramento, imerge-nos na grande metrópole e suas sombras. Alegorias e abstrações em choque com o concreto de São Paulo.
The Dirties, by Matt Johnson, is a free film that uses meta-language and self-representational elements to create a story within the story and an unusual mood. Aquilo que fazemos das nossas desgraças, by Arthur Tuoto, is a critical and political collage. Tuoto builds from existing film fragments, a new extremely potent and provocative discourse. Amor, plástico e barulho, by Renata Pinheiro, tells the story of two women who deal with their dreams and frustrations as they struggle to gain and maintain a place in the sun in the popular folk music industry. Riocorrente, by Paulo Sacramento, dives us deep into the great metropolis and its shadows. Allegories and abstractions in shock with São Paulo’s concrete.
Antônio Junior e Marisa Merlo
Antônio Junior e Marisa Merlo
A Campanha do Creoula, by Andre Valentim Almeida, is a self-search film where the character pursues his own roots and his people’s past. Sobre la marxa (The creator of the jungle), by Jordi Morato, is a portrayal of resistance and obstinacy in the life of an ordinary guy whose life is merged with his artistic creation. As for Ang pagbabalat ng ahas (Reptilia in suburbia), by Timmy Harn, we are faced with a rare piece of work, a true finding for Olhar de Cinema – CIFF 2014. With a 80s film undertone, Harn’s film discusses community life and fears of urban violence; the story revolves around a human reptile, which hides in a middle class neighborhood.
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A campanha do Creoula
A spell to ward off the darkness
/ A campanha do Creoula
/ A spell to ward off the darkness
The quest of the schooner Creoula
A spell to ward off the darkness
Ben Russell Ben Rivers
André Valentim Almeida
Portugal | 2013 | 87’ | DCP | Cor | Documentário Direção André Valentim Almeida Roteiro André Valentim Almeida Produção Joana Miranda Direção de Fotografia André Valentim Almeida Montagem André Valentim Almeida Som André Valentim Almeida, Paulo Cunha Martins Empresa Produtora TVU, Universidade do Porto
Um realizador parte a bordo do lugre Creoula rumo às Ilhas Selvagens para documentar a maior expedição científica portuguesa já realizada. Durante a viagem encontra memórias das duras campanhas portuguesas do Bacalhau nos Mares do Norte que o seu tio Zé terá enfrentado, o que o leva à descoberta do passado do seu país e à do seu próprio passado.
André Valentim Almeida é realizador, investigador e Professor Assistente na Universidade do Porto estando atualmente a finalizar o seu Doutorado em Documentário Interactivo. Realizou os filmes A campanha do Creoula (2013), From New York with love (2012), Uma na bravo outra na ditadura (2010) e New York is a big apple (2010). Os seus filmes foram exibidos no MoMA, Doclisboa, Indielisboa, Carpenter Center for Visual Arts, TEDx Brooklyn, entre outros. André Valentim Almeida is a director, researcher and Assistant Professor at the University of Porto and is currently finalizing his PhD in Interactive Documentary. He has made the films The quest of the schooner Creoula (2013), From New York with love (2012), Uma na bravo outra na ditadura (2010) and New York is a big apple (2010). His films have been shown at MoMA, Doclisboa, Indielisboa, Carpenter Center for Visual Arts, TEDx Brooklyn, among others. Joana Miranda jcm@reit.up.pt www.tv.up.pt
Ben Rivers estudou Belas Artes na Falmouth School of Art, inicialmente na área de escultura antes de migrar para fotografia e filme super-8. Após graduar ele aprendeu por conta própria cinema 16mm e processamento manual. Sua prática como cineasta percorre a fina linha entre o documentário e a ficção. França/Estônia | 2013 | 98’ | DCP | Cor | Ficção, Documentário Direção Ben Russell, Ben Rivers Roteiro Ben Rivers, Ben Russell Produção Nadia turincev, Julie Gayet, Indrek Kasela Direção de Fotografia Ben Rivers, Ben Russell Montagem Ben Rivers, Ben Russell Som Gérard Lamps, Nicolas Becker, Philippe Ciompi Elenco Principal Robert Aiki Aubrey Lowe, Taraka and Nimai Larso, Nick Turvey, Tuomo Tuovenen, Katri Sipalini, Hunter Hunt-Hendrix, Nicholas Mcmaster, Weasel Walter, Marten Kaevats, Iti Kaevats, Merit Kask, Kadri Kontus, Iko Malikin, Leo Malikin, Polina Malikin, Marko Martinson, Okeiko, Paul Sturtz, Marie Teappart, Erko Valk Empresa Produtora Rouge International
Ben Rivers studied Fine Art at Falmouth School of Art, initially in sculpture before moving into photography and super8 film. After his degree he taught himself 16mm filmmaking and handprocessing. His practice as a filmmaker treads a line between documentary and fiction. Thomas Lambert
thomas@rouge-international.com www.aspelltowardoffthedarkness.com
A Spell acompanha um personagem sem nome através de três momentos aparentemente díspares em sua vida. Sem muita explicação, nós o acompanhamos no meio de um coletivo de 15 pessoas em uma pequena ilha na Estónia; em isolamento na majestosa região selvagem no norte da Finlândia; e durante um show enquanto cantor e guitarrista de uma banda de black metal na Noruega. Marcado pela solidão, beleza extasiante e um otimismo do mais sombrio.
A filmmaker sails aboard the Schooner Creoula to the Savage Islands to document the biggest Portuguese scientific expedition ever made. During the journey he finds memories of the Portuguese fishing history on the Newfoundland where his uncle was a captain, which leads him to the discovery of his country’s past as well as his own.
A Spell follows an unnamed character through three seemingly disparate moments in his life. With little explanation, we join him in the midst of a 15-person collective on a small Estonian island; in isolation in the majestic wilderness of Northern Finland; and during a concert as the singer and guitarist of a black metal band in Norway. Marked by loneliness, ecstatic beauty and an optimism of the darkest sort.
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Amor, plástico e barulho
Aquilo que fazemos com as nossas desgraças
/ Amor, plástico e barulho
/ Aquilo que fazemos com as nossas desgraças
Love, plastic and noise
Brasil | 2013 | 87’ | DCP | Cor | Ficção Direção Renata Pinheiro Roteiro Renata Pinheiro, Sérgio Oliveira Produção Sérgio Oliveira Direção de Fotografia Fernando Lockett Direção de Arte Dani Vilela Trilha Sonora Dj Dolores, Yuri Queiroga Montagem Eva Randolph Som Manuel de Andrés Elenco Principal Nash Laila, Maeve Jinkings, Samuel Vieira, Rodrigo García, Leo Pyrata Empresa Produtora Aroma Filmes
Shelly, uma jovem dançarina que sonha se tornar cantora e Jaqueline uma experiente cantora que já emplacou alguns sucessos mas que amarga o declínio da sua carreira, são companheiras de uma mesma banda de música Brega – uma cena musical romântica e sensual da periferia brasileira. Inseridos em um show business de nightclubes e programas de tv local, onde tudo é descartável, como sucesso, amor e relações humanas, elas parecem formar uma única trajetória de vida, onde Shelly é o possível passado de Jaqueline que é o provável futuro de Shelly.
What we make of our misfortunes
Renata Pinheiro
Arthur Tuoto
Iniciou sua carreira em arte contemporânea. Foi artista residente na John Moores University, Inglaterra. Estudou no Institut National de l’ Audiovisuel, em Paris. SuperBarroco, seu primeiro curta, estreou mundialmente na Quinzena dos Realizadores, Cannes 2009. Foi vencedor de 40 prêmios. Praça Walt Disney, codireção Sergio Oliveira, lançado no Festival del Film Locarno 2011, foi premiado como melhor documentário no San Diego Latino Film Festival, USA 2012, entre outros Estradeiros, longa documentário, codireção Sergio Oliveira, foi vencedor da Semana dos Realizadores, RJ, 2011, entre outros. Amor, plástico e barulho é o seu primeiro longa de ficção.
Artista visual e cineasta, Arthur Tuoto desenvolve uma obra que mescla cinema, fotografia e novas mídias. Dirigiu os curtas Morte de um igual, Mãos mortas, Corpo delito, a vídeo instalação 3xDielman, além de outros trabalhos. Aquilo que fazemos com as nossas desgraças é seu primeiro longa-metragem.
Began her career as a contemporary artist. Was residente artist at the John Moores University-UK. She studied at the Institut National de l’ Audiovisuel in Paris. SuperBarroco, her first short film, had its world premier at the Directors ’Fortnight, Cannes 2009. It has won more than 40 awards. Walt Disney Square (codirection Sergio Oliveira) had its world premier at the Festival Del Film Locarno 2011. Wanderers is her first documentary feature (codirection Sergio Oliveira) had Brazillian premier at Semana dos Realizadores (2011) where won Best Film. Love, Plastic and Noise is her first fiction feature film.
Brasil | 2014 | 60’ | DCP | Cor/P&B| Experimental Direção Arthur Tuoto Produção Arthur Tuoto Montagem Arthur Tuoto
Formado por imagens apropriadas de diversos suportes, o filme narra a fábula dos Monstros, descrevendo a condição humana a partir de uma percepção trágica e desoladora.
Visual artist and filmmaker, Arthur Tuoto develops a work that merges film, photography and new media. He has directed the short films Morte de um igual, Mãos mortas, Corpo delito, the video installation 3xDielman, besides other works. What we make of our misfortunes is his first feature film. Arthur Tuoto
arthur.tuoto@gmail.com www.arthurtuoto.com
From a found footage material, the film tells the fable of the Monsters, describing the human condition from a tragic and desolate point of view.
Sergio Oliveira
sergioliv@uol.com.br
Shelly, a young dancer who dreams of becoming a singer and Jaqueline an experienced singer who has already scored some hits, but is bitterly in the decline of her career. They are companions of the same music band Brega - a romantic and sensual musical scene from the Brazilian suburbs. Placed in a nightclub and local tv program show business where everything is disposable, like success, love and human relationships, they seem to form a single path of life, where Shelly is Jaqueline’s possible past who is Shelly’s likely future.
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Gabrielle
Hard to be a God
/ Gabrielle
/ Trydno byt bogom
Gabrielle
Canadá | 2013 | 104’ | HD | Cor| Ficção Direção Louise Archambault Roteiro Louise Archambault Produção Luc Déry and Kim McCraw Direção de Fotografia Mathieu Laverdière Direção de Arte Emanuel Fréchette Trilha Sonora François Lafontaine Montagem Richard Comeau Elenco Principal Gabrielle Marion-Rivard, Mélissa Désormeaux-Poulin, Alexandre Landry, Benoit Gouin, Isabelle Vincent, Véronique Beaudet, Marie Gignac, Vincent-Guillaume Otis, Sébastien Ricard Empresa Produtora micro_scope
Hard to be a God
Louise Archambault
Aleksey German
Após obter seu mestrado em Belas Artes pela Universidade de Concordia, Louise Archambault trabalhou como diretora assistente, fotógrafa still, diretora de publicidade e produtora. Em 2005, seu filme de estreia, Familia, esteve na Competição Oficial de Locarno e posteriormente, apresentado em Gotemburgo, São Paulo, Taipei, Hong Kong e Festivais de Cinema Jeonju. O filme mais recente de Louise, Gabrielle, é uma antecipada história da maturação de uma heroína muito incomum.
Nascido em 20 de julho de 1938, em Leningrado, na República Socialista Federativa Soviética da Rússia, URSS [atualmente São Petersburgo] como Aleksei Yuryevich German. Ele foi ator e diretor, conhecido por Khrustalyov, my car! (1998), Trydno byt bogom (2013) e My friend Ivan Lapshin (1984). Foi casado com Svetlana Karmalita. Faleceu em 21 de fevereiro de 2013 em São Petersburgo.
After earning her Master’s in Fine Arts from Concordia University, Louise Archambault worked as an assistant director, stills photographer, advertising director and line producer. In 2005, her debut feature Familia was in Official Competition in Locarno and subsequently presented at Götenborg, Sao Paulo, Taïpeï, Hong Kong and Jeonju Film Festivals. Louise’s most recent film, Gabrielle, is a highly anticipated coming-of-age story with a very unusual heroine. Ruby Rondina
festival.requests@gmail.com
Gabrielle é uma jovem mulher com síndrome de Williams e com uma contagiante “joie de vivre”. Desde que conheceu seu namorado Martin, no centro recreativo onde fazem parte do coral, eles têm sido inseparáveis. No entanto, por serem “diferentes”, seus ente queridos temem pelo relacionamento. Na medida em que o coral se prepara para um festival de música, Gabrielle faz tudo ao seu alcance para conquistar sua independência. Por mais determinada que Gabrielle esteja, ela precisa confrontar suas próprias limitações na esperança de viver um amor distante do “ordinário”.
Direção Aleksey German Roteiro Arkadiy Strugatskiy, Boris Strugatskiy (novel), Aleksey German, Svetlana Karmalita (adaptation) Produção Viktor Izvekov, Leonid Yarmolnik Direção de Fotografia Vladimir Ilin, Yuri Klimenko
Born on July 20, 1938, Leningrad, Russian SFSR, USSR [now St.Petersburg] as Aleksei Yuryevich German. He was an actor and director, known for Khrustalyov, my car! (1998), Trydno byt bogom (2013) and My friend Ivan Lapshin (1984). He was married to Svetlana Karmalita. He died on February 21, 2013in St.Petersburg. Manon Bayet
Um grupo de cientistas é enviado ao planeta Arkanar, que vive sob um regime opressor em um período equivalente à Idade Média da Terra. A população local está submetida a uma proibição sob qualquer um que saiba ler e escrever. Os cientistas precisam abster-se de influenciarem os acontecimentos políticos e históricos de Arkanar. Precisam trabalhar de forma incógnita e se manterem neutros. Don Rumata, visto pelos moradores como uma espécie de deus futurista, tenta salvar a intelligentsia local desta punição. Ele não consegue se manter alheio a uma tomada de posição: “O que você faria no lugar de Deus?”.
manon.bayet@capricci.fr
A group of research scientists has been sent to the planet Arkanar, living under an oppressed regime in a period equivalent to earth’s Middle Ages. The local population is suffering a ban issued on anyone who knows how to read and write. The scientists must refrain from influencing political and historical events on Arkanar. They must work incognito, and they must remain neutral. Don Rumata, recognized by the locals as a sort of futuristic god, tries to save the local intelligentsia from their punishment. He cannot avoid taking the stance: “What would you do in God’s place?”.
Gabrielle is a young woman with Williams syndrome who has a contagious “joie de vivre”. Since meeting her boyfriend Martin at the recreation centre where they are choir members, they have been inseparable. However, because they are “different”, their loved ones are fearful of their relationship. As the choir prepares for a music festival, Gabrielle does everything she can to gain her independence. As determined as she is, Gabrielle must confront her own limitations in the hope of experiencing a love far from the “ordinary”. 98
Rússia | 2013 | 170’ | DCP | P&B | Ficção
Outros Olhares - Longas
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Reptilia in suburbia
Riocorrente
/ Ang pagbabalat ng ahas
/ Riocorrente
Reptilia in suburbia
Filipinas | 2014 | 75’ | DCP | Cor | Híbrido Direção Timmy Harn Roteiro Pam Miras Produção Pam Miras Direção de Fotografia Dionisio Sandoval Jr. Direção de Arte Mikey Red Trilha Sonora Moki Mcfly, Eyedress, Tito J Montagem Sandra Santiago Som Sandra Santiago Elenco Principal Mervyn Brondial, Kay Brondial, Sebastian Karl Sanchez, Charles Aaron Salazar, Jaime Fabregas, Gio Albarez, Liza Lorena
Riverrun
Timmy Harn
Paulo Sacramento
Um de seus curtas-metragens, Class picture foi exibido no Festival Internacional de Toronto de 2012 e ganhou o prêmio de melhor filme experimental no Festival de Curtas Gawad CCP de 2001. Além disso, Ang pagbabalat ng ahas foi finalista no Festival de Cinema One Originals de 2013.
Formado em Comunicação Social com Habilitação em Cinema pela ECA/USP, dirigiu, produziu e montou os curtas AVE e Juvenília. Dirigiu o premiado documentário O prisioneiro da grade de ferro. Produziu e montou os longas-metragens Amarelo manga, A concepção e Encarnação do demônio. Montou os longas-metragens Cronicamente inviável, Tônica dominante, Quanto vale ou é por quilo?, Querô, Chega de saudade, É proibido fumar e Meu país. Produziu o documentário O aborto dos outros. Foi presidente da ABD-SP em 1997,lecionou Montagem Cinematográfica na ECA/USP e integra o conselho consultor da Cinemateca Brasileira.
One of his short films, Class picture was screened at the 2012 Toronto International Film Festival , and won best experimental film at the 2011 Gawad CCP short Film Festival. Ang pagbabalat ng ahas was finalist in the cinema one originals film festival 2013. Timmy Harn
timmyharn@yahoo.com
O ano é 1989. Após perder seu lar, Allan Borromeo volta a morar na casa de sua mãe em Eden Homes, em um bairro de classe média alta, junto com sua esposa Donna e seu filho adolescente Jasper. Aqui suas vidas irão mudar – Allan se envolve com cultivo de maconha, Donna tem um caso com o jardineiro e Jasper vivencia seu primeiro amor e coração partido. No entanto, sem que os moradores percebam, uma criatura meio-homem, meio-cobra se esconde e espreita em suas vidas através de vídeos caseiros secretamente gravados pelo seu criador, Waldo, um cientista louco.
Brasil | 2013 | 79’ | DCP | Cor | Ficção Direção Paulo Sacramento Roteiro Paulo Sacramento Produção Clarissa Knoll, Pablo Torrecillas, Paulo Sacramento Direção de Fotografia Aloysio Raulino Direção de Arte Akira Goto Trilha Sonora Paulo Beto Montagem Idê Lacreta, Paulo Sacramento Som Som Direto - Thiago Bittencourt, Edição de Som - Ricardo Reis, Mixagem - Armando Torres Jr. Elenco Principal Lee Taylor, Simone Iliescu, Roberto Audio, Vinícius dos Anjos Empresa Produtora Olhos de Cão
Marcelo é jornalista. Carlos é um ex-ladrão de automóveis. Renata é uma mulher dividida entre dois relacionamentos tão diversos quanto seus desejos. Exu é o porvir.
Paulo Sacaramento graduated in Social Communications with a specialization in Cinema by ECA / USP. He has directed, produced and edited the shortfilms AVE and Juvenília. He directed the award winning documentary film O prisioneiro da grade de ferro. He produced and edited the feature length films Amarelo manga, A concepção and Encarnação do demônio. He edited the feature films Cronicamente Inviável, Tônica dominante, Quanto vale ou é por quilo?, Querô, Chega de saudade, É proibido fumar and Meu país. He produced the documentary O aborto dos outros. He was president of the ABD-SP in 1997, taught Film Editing at ECA/USP and is part of the advisory board at the Brazilian Cinematheque. Olhos de Cão
olhos@olhosdecao.com.br www.olhosdecao.com.br
Marcelo is a journalist. Carlos is a former car-thief. Renata is a woman torn apart by two relationships as diverse as her desires. Exu is the ever-becoming.
It is 1989. After losing his home, Allan Borromeo moves back into his mother’s house in Eden Homes, an upper middle class subdivision, with his wife Donna and teenage son Jasper. Here, their lives will change—Allan gets involved in a marijuana grow-op, Donna has an affair with their gardener, and Jasper experiences his first love and heartbreak. But unknown to the homeowners, a halfman, half-snake creature lurks and peers into their lives via home videos secretly recorded by Its creator, Waldo, a mad scientist.
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The creator of the jungle
The dirties
/ Sobre la marxa
/ The dirties
The creator of the jungle
Espanha | 2014 | 77’ | DCP | Cor | Documentário, Experimental Direção Jordi Morató Roteiro Jordi Morató Produção Isa Campo, Isaki Lacuesta, Jordi Morató Direção de Fotografia Jordi Morató Trilha Sonora Charly Torrebadella Montagem Jordi Morató, Laia Ribas Som Jordi Morató, Laia Ribas Elenco Principal Josep Pijiula “Garrell” Empresa Produtora La Termita Films, Universitat Pompeu fabra
The dirties
Jordi Morató
Matt Johnson
Sobre la marxa é primeiro longa-metragem realizado como trabalho de conclusão de curso em Comunicação Audiovisual na Universitat Pompeu Fabra. Morató dirigiu diversos curtasmetragens documentais, entre os quais se destaca Camí de terra (2012). Sobre la marxa é seu filme de estreia.
Matt Johnson é ator e escritor, conhecido por The dirties (2013), Encyclopedia Brown e D.I.Y. (2014).
Sobre la marxa is the first full-length film carried out in the setting of the degree of Audiovisual Communication of the Universitat Pompeu Fabra, as a final project. Morató has directed several documentary short films, among which stands out Camí de terra (2012). Sobre la marxa is his debut. Isa Campo
info@latermitafilms.com www.latermitafilms.com
Canadá | 2013 | 83’ | DCP | Cor | Ficção Direção Matt Johnson Roteiro Matt Johnson, Evan Morgan Produção Matt Johnson, Matthew Miller, Evan Morgan Direção de Fotografia Jared Raab Elenco Principal Matt Johnson, Owen Williams, Krista Madison, Brandon Wickens, David Matheson Empresa Produtora Xyz Film
Flavio Donnini
info@ellipsis.it www.thedirtiesthemovie.com
Dois melhores amigos obcecados por cinema são os alvos principais de um grupo de bullies do colégio, que denominam de “the dirties”. Quando a dupla recebe a tarefa de realizar um projeto de escola, eles se propõem a fazer seu melhor filme épico até o presente sobre as suas vinganças. As fantasias de Matt rapidamente saem do controle, transformando the dirties em uma complexa história de amizade, obsessão e violência.
Esta é a história de um homem que criou uma selva próxima à rodovia, construindo com suas próprias mãos obras belíssimas e inacreditáveis de engenharia na floresta. Essa é ainda a história de como ele acabou queimando-as as cinzas para reconstruí-las, vez após vez, década após década. Ele é conhecido como “Garrell”, ou ainda como “Tarzan de Argelaguer” e não parece ser movido por nenhum propósito aparente, exceto um: manter-se em movimento.
Movie-obsessed best friends matt and owen are the key targets for a group of high school bullies they call “the dirties”. When the pair are assigned a class project, they set out to make their greatest epic film to date about their revenge. Matt’s fantasies quickly spiral out of control, transforming the dirties into a complex and gripping story of friendship, obsession and violence.
This is the story of a man who created a jungle next to the highway, building with his bare hands beautiful and unbelievable works of engineering in the forest. This is also the story of how he ended up burning them to ashes to reconstruct them, time after time, over decades. He is known as “Garrell”, also as “Tarzan from Argelaguer”, and he is not driven by any apparent purpose, except one: going “on the go”.
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Matt Johnson is an actor and writer, known for The dirties (2013), Encyclopedia Brown and D.I.Y. (2014).
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The distance
The second game
/ La distancia
/ Al doilea joc
The distance
Espanha | 2013 | 80’ | DCP | Cor | Ficção Direção Sergio Caballero Roteiro Sergio Caballero Produção Sergio Caballero, Ibon Cormenzana Direção de Fotografia Marc Gómez del Moral Trilha Sonora Sergio Caballero, Pedro Alcalde Montagem Martí Roca Som Pedro Alcalde Elenco Principal Michal Lagosz, Alberto Martínez, Jinson Efren Añazco, Roland Olbeter, Fx Vidi Vidal, Pere Celma Empresa Produtora AM Films SL
The second game
Sergio Caballero
Carneliu Porumboiu
Sergio Caballero já trabalhou com composição de música eletrônica, artes visuais e arte conceitual. Ele é co-diretor do famoso festival SONAR de Barcelona para “Música Avançada e Arte Multimídia”, no qual é responsável pela sessão visual. Seu filme de estreia Finisterrae (2010) ganhou o Tiger Award no IFFR 2011.
Corneliu Porumboiu é um conhecido diretor de cinema romeno. Seus longas-metragens 12:08 east of Bucharest, Police, adjective, When evening falls on Bucharest or Metabolism foram aclamados internacionalmente em Cannes, Berlim, Locarno, Sarajevo, Nova York, Toronto, Chicago, Cottbus, entre outros festivais de cinema. The second game é seu mais recente filme.
Has worked in the fields of electronic composition, visual arts and conceptual art. He is co-director of the famous SONAR Festival in Barcelona for ‘Advanced Music and Multimedia Art’, where he is responsible for the visual side. His debut feature film Finisterrae (2010) won him a Tiger Award at IFFR 2011. Deborah Camañes deborah@sonar.es
Romênia | 2013 | 98’ | DCP | Cor/P&B | Documentário Direção Corneliu Porumboiu Produção Marcela Ursu Som Sebastian Zsemlye & Dana Bunescu Elenco Principal Adrian Porumboiu, Corneliu Porumboiu Empresa Produtora 42 Km Film
Corneliu Porumboiu is a well-known Romanian film director. His feature films, 12:08 east of Bucharest, Police, adjective, When evening falls on Bucharest or Metabolism got international acclaim in Cannes, Berlin, Locarno, Sarajevo, New York, Toronto, Chicago, Cottbus and other film festivals. The second game is his latest feature. Marcela Ursu
ursuma@gmail.com
Eu tinha 7 anos de idade. O telefone tocou. O homem do outro lado da linha me deu uma missão: eu tinha que convencer meu pai a desistir da arbitragem. Ele disse que caso falhasse, meu pai um dia chegaria a nossa casa dentro de um caixão. Eu disse ao meu pai o que o estranho havia dito. Meu pai continuou a arbitrar.
Vasiliy Lébedev foi um jovem camponês da Criméia que decidiu ir à Sibéria para trabalhar em uma mina de carvão. Com seu senso de oportunidade, a sua falta de escrúpulos e se aproveitando do fim da Perestroika, ele rapidamente toma frente de uma das mais importantes usinas na Sibéria. Após a queda da antiga União Soviética torna-se o único proprietário da Usina e de um dos maiores depósitos de carvão na Rússia, acumulando uma imensa fortuna.
I was 7 years old. The phone rang. A man on the other end gave me a mission: I had to convince my father to give up refereeing. He said that if I failed, one day he would come home in a coffin. I told my father what the stranger had said. My father continued to referee.
Vasiliy Lébedev was a young peasant from Crimea who decided to go to Siberia to work in a coal mine. With his sense of opportunity, his lack of scruples and taking advantage of the end of Perestroika, he quickly landed a position at the helm of one of the most important Power Plants in Siberia. After the fall of the old USSR he became the sole owner of the Power Plant and of one of the largest coal deposits in Russia, amassing an immense fortune.
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The songs of rice The songs of rice
/ Pleng khong kao
Uruphong Raksasad
Tailândia | 2014 | 75’ | DCP | Cor | Documentário Direção Uruphong Raksasad Roteiro Uruphong Raksasad, Kriangsak Wittaya-aniwat Produção Pimpaka Towira Direção de Fotografia Uruphong Raksasad Elenco Principal Prayad Promma Empresa Produtora Extra Virgin Co, Ltd
Este filme é um registro visual da cultura do arroz e suas influências sobre as pessoas em diferentes partes da Tailândia. A estrutura lírica deste documentário reflete as melodias das canções sobre arroz, criadas e compostas pelas diversas harmonias das pessoas que, embora cantem em vozes distintas, compartilham um mesmo coração. Este é o último filme da trilogia do arroz que começou com Stories from the north e Agrarian utopia.
Nascido em 1977 e vindo de uma família de fazendeiros no distrito de Terng, a 60 km de Chiang Rai, no norte da Tailândia, Uruphong veio a capital pela primeira vez com 18 anos de idade para aprofundar seus estudos na Faculdade de Jornalismo e Comunicação em Massa de Thammasat onde graduou em cinema e fotografia. Após se formar no ano de 2000 ele trabalhou como editor de filmes e supervisor de pós-produção para vários filmes tailandeses. Desde 2004, silenciosamente saiu de indústria e tem tentado realizar seu cinema de raiz através da história de sua vila natal. Born in 1977 to a farming family in the district of Terng, 60 kilometres from Chiang Rai, the northern part of Thailand, Uruphong came to the capital for the first time when he was 18, to further his study at Thammasat’s Faculty of Journalism and Mass Communications where he majored in film and photography. After graduation in 2000, he had worked as a film editor and postproduction supervisor for several Thai feature films. Since 2004, he left quietly from the industry and has tried to achieve his grassroots filmmaking through the story from his home village. Sompot Chidgasornpongse
sompot@mosquitofilmsdistribution.com
This is a visual record of rice culture and its influences on the people in different parts of Thailand. The lyrical structure of this documentary film reflects the melodies in the songs of rice, crafted and composed by the diverse harmonies of the people who may sing in different voices but who share the same heart. This is the final movie in the rice trilogy that began with Stories from the north and Agrarian utopia.
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Dialogue d’ombres (Dialogue of shadows) e Un conte du michel montaigne (A tale of Michel de Montaigne): ocasião especial para ver em tela grande dois exemplares recentes de uma das trajetórias mais singulares do cinema. Parte desta trajetória encerra-se no primeiro filme, resultado de uma colaboração iniciada em 1954 entre Jean-Marie Straub e sua companheira de vida e cinema, Danièle Huillet, falecida em 2006. O sentimento de perda sublinha este filme que se desenvolve entre dois planos recorrentes ao passo que o texto de Georges Bernanos, lido pelos personagens, evoca sentimentos de amor até que, por fim, uma imagem conclusiva reúne as distâncias envolvidas. No filme seguinte, uma música, um busto e um texto literário parecem convergir na tela escura: como sempre, a criação aqui consiste em partir de fontes terceiras, menos para misturá-las, mais para afiá-las umas às outras, num tipo de encontro artístico possível unicamente no cinema de Straub. “Os vivos são, sempre e cada vez mais, governados pelos mortos”: a sessão 2 apresenta quatro filmes assombrados por eventos históricos e suas encarnações. Em Rei Inútil, um estudante secundarista que nada logra encontra orientação em santos barrocos tanto quanto num monarca de uns tantos séculos. Já em La lampe au beurre de yak (Butter lamp), a paisagem chim é o pano de fundo, literalmente, da representação de si que fazem as famílias tibetanas submetidas aos marcos chineses. O “governo dos mortos” não se abstém de reger também o amor, em Parque Soviético, com seus monumentos de concreto que são verdadeiros fantasmas. Por sua vez, Metáfora ou A tristeza virada pelo avesso nos conduz a outra dimensão da encarnação da história, a família, cujo devir histórico se faz sentir vivamente por toda criatura que busca atingir a si através do olhar para os antepassados. Apresentando dois contos de horror e uma invasão alienígena, a sessão 3 propõe um olhar para a produção de gênero contemporânea. O desejo do morto invoca a beleza da vingança de um homem que não teve seus últimos desejos respeitados pela família. Os invasores, um filme que parece ter chegado a nós direto de alguma cápsula do tempo, revisita o clássico tema sci-fi do encontro com a alteridade fantástica em um laboratório de pesquisas avançadas. Em ambos os casos, o cinema se afirma pela força do plano, seja por sua organização interna, seja pela articulação com as demais imagens. Por fim, dos espectros à carne crua, da passarela aérea ao porão, Las amigas (The friends) é o cinema que subtrai luz, que busca sua força hipnótica no contrafluxo do naturalismo.
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Dialogue d’ombres (Dialogue of shadows) and Un conte du michel montaigne (A tale of Michel de Montaigne): a special opportunity to see on the big screen two recent examples of one of the most singular trajectories in cinema. Part of this journey ends with the first film, the result of a collaboration that began in 1954 between Jean-Marie Straub and his partner in life and cinema, Danièle Huillet, who died in 2006. A sense of loss underlines the film, which develpos itself between two recurring shots while a Georges Bernanos’ text – read by the characters – evokes feelings of love until, finally, a conclusive image reunites the distances involved. In the following film a song, a bust, and a literary essay seem to converge in the dark screen: as usual, creation here consists in starting from outside sources, not to blend them, but to sharpen them into each other in a kind of artistic encounter that is only possible in Straub’s cinema. The living will always, increasingly and evermore, be governed by the dead: session 2 presents four films haunted by historical events and their incarnations. In Rei inútil, a secondary student, who is unable to achieve anything in life, finds guidance in Baroque saints as well as in a century-old monarch. As for La lampe au beurre de yak (Butter lamp), the chinese landscape is the backdrop, literally, for the self-representation carried out by Tibetan families, subjected to Chinese rulings. Likewise, the “government of the dead” does not shy away from conducting love, in Parque Soviético, with its concrete monuments, true ghosts. In turn, Metáfora ou A tristeza virada pelo avesso leads us to another dimension in incarnating history, family, whose historical duty can be strongly felt by every creature that seeks itself by looking to its ancestors.
Na última sessão, três filmes notavelmente distintos que compartilham a presença de atores não-profissionais: em Carranca, a proximidade com o protagonista atingida pelo trabalho de câmera insere-nos no encantamento do fabuloso ao mesmo tempo em que documenta a localidade em questão. Em Lição de esqui, a amizade e o amor entre dois amigos leva à encenação de uma briga falsa como pretexto para o exílio; no entanto, o falso torna-se verdadeiro. Majubs reise (Majub’s journey) resgata a trajetória de Majub Adam Mohamed Hussein, soldado do império colonial alemão durante a Primeira Guerra Mundial que se tornou, na década de 1930, coadjuvante secundário em filmes elencados pelas grandes estrelas do cinema alemão. Um minucioso trabalho de pesquisa de imagens dedica-se à memória desse personagem para contar também a história das transformações sociais e identitárias sofridas pela Alemanha.
In the last session, three notably distinct films that share the usage of non-professional actors: in Carranca, the proximity with a protagonist affected by the camerawork immerses us in a fabulous enchantment while at the same time documenting the locality at stake. In Lição de esqui, the friendship and love between two friends leads to the staging of a fake fight as a pretext to exile; however, the fake becomes genuine. Majubs reise (Majub’s journey) recovers the history of Majub Adam Mohamed Hussein, soldier of the German colonial empire during the First World War, who during the 1930s became a supporting actor in movies starred by major actors of German cinema. Detailed archival research of footage dedicated to memory of this character also tell us the story of social and identity transformations undergone by Germany.
João Menna Barreto e Nikola Matevski
João Menna Barreto e Nikola Matevski
Presenting to two horror short-stories and one alien invasion, session 3 intends to look at contemporary genre production. O desejo do morto invokes the beauty of revenge by a man who did not have his final wishes respected by his family. Os Invasores, a film that appears to have arrived to us through some time capsule, revisits the classic sci-fi theme of encountering a fantastic alterity in an advanced research lab. In both cases, cinema reaffirms itself by the strength of the frame shots, be it due to their internal organization or by the articulation with other images. Lastly, from the spectra of raw meat to the aerial basement walkway, Las amigas (The friends) is a type of cinema that subtracts light, seeking its hypnotic force from a counter-flow to naturalism.
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A tale of Michel de Montaigne
Butter lamp
Carranca
Dialogue of shadows
/ Un conte du Michel Montaigne
/ La lampe au beurre de yak
/ Carranca
/ Dialogue d’ombres
França/Alemanha | 2013 | 33’ | HD | Cor | Experimental
França/China | 2013 | 16’ | HD | Cor | Ficção
Brasil | 2014 | 12’ | HD | Cor | Ficção
França | 2013 | 28’ | HD | Cor | Experimental
Direção Jean-Marie Straub Roteiro Jean-Marie Straub Produção Arnaud Dommerc Direção de Fotografia Christophe Clavert Empresa Produtora Andolfi/Arnaud Dommerc et Belva Film Gmbh
Direção Hu Wei Roteiro Wei Hu, Genden Punstock Produção Yangxu Zhou, Julien Féret Direção de Fotografia Jean Legrand, Stéphane Degnieau Montagem Hu Wei Som Hervé Guyader,Liu Cheng, Wu Shi Elenco Principal Genden Punstok Empresa Produtora Ama Productions
Direção Wallace Nogueira, Marcelo Matos de Oliveira Roteiro Wallace Nogueira, Marcelo Matos de Oliveira Produção Tiago Tao Direção de Fotografia Nicolas Hallet, Wallace Nogueira Direção de Arte Simone Dourado Montagem Wallace Nogueira, Marcelo Matos de Oliveira Som Hilário Passos Elenco Principal Rafaela da Cruz Souza, Edvaldo Gomes da Silva (Nêgo Di), Osvaldo da Conceição (Seu Pepê), Guilherme de Oliveira Silva Empresa Produtora Vogal Imagem
Direção Jean-Marie Straub, Danièle Huillet Roteiro Georges Bernanos and Jean-Marie Straub Produção Barbara Ulrich Montagem Renato Berta, Christophe Clavert Som Dimitri Haulet Elenco Principal Cornelia Geiser, Bertrand Brouder Empresa Produtora Belva Film, Barbara Ulrich, Andolfi Production, Arnaud Dommerc
A tale of Michel de Montaigne
Um texto pré-moderno, mas ao mesmo tempo pós-cartesiano. No século XVI as certezas da Idade Média estavam desmoronando, como estão hoje as do Modernismo. Para um período de transição, um comportamento de transição. Montaigne relata um incidente que aconteceu com ele e, por e através desta narrativa, é bem sucedido em nos mostrar como uma experiência dolorosa e ameaçadora pode ser transfigurada. E o perigo que existe na salvação. O ensaio II/6 é o mais fascinante exemplo do método de Montaigne, cujo objetivo não é mais desenvolver o tema no mundo, mas sim o mundo no tema.
A Pre-modern text as well as post-Cartesian. In the XVI century the certainties of the Middle Ages were crumbling, as are the certainties in today’s Modernism. A transitional behavior for a transitional period. Montaigne recounts an incident that occurred with him, and through this narrative he is successful in presenting us how a threatening and painful experience may be transfigured. And the danger therein lies in salvation. The II/6 essay is the most fascinating example of Montaigne’s method, whose purpose is no longer to develop a subject within the world, but the world within a subject.
Jean-Marie Straub
Jean-Marie Straub (1933, Meltz) realizou em parceria com Danièle Huillet (1936, Paris – 2006, Cholet) cerca de 31 filmes. Sua trajetória cinematográfica foi marcada pela resistência aos modismos e sublinhada por uma austeridade formal em busca de um realismo radical a partir da apropriação de obras de outros artistas. Em 1969, Straub mudou-se para Roma, onde manteve produção constante, devotando-se sempre às obras de escritores, compositores, e pintores – Brecht, Kafka, Mallarmé, Pavese, Schoenberg e Cézanne, entre outros. Jean-Marie Straub (1933, Meltz) and Danièle Huillet (1936, Paris - 2006, Cholet) made around 31 films together. His career was marked by a resistance to fads and underlined by a formal austerity that sought a radical realism from the appropriation of other artists’ works. In 1969, Straub and Huillet moved to Rome, where their production remained constant, always devoting themselves to the works of writers, composers, and painters – Brecht, Kafka, Mallarmé, Pavese, Schoenberg, and Cézanne, among others.
Barbara Ulrich
straubhuillet@bluewin.ch 112
Carranca
Butter lamp
Um jovem fotógrafo e seu assistente propõem a nômades tibetanos que deixem fotografá-los. Contra fundos diversos e relativamente exóticos, famílias surgem para o fotógrafo. Através dessas imagens o fotógrafo irá tecer elos únicos com cada um dos vários aldeões.
A young photographer and his assistant suggest to Tibetan nomads to take their picture. Against diverse and more or less exotic backgrounds, families appear to the photographer. Through these shots, the photographer will weave unique links with each of the various villagers.
Uma menina, uma carranca, o rio e o medo.
The film is the arch which completes a bridge. This explains the dates indicated – 1954–2013, as well as the double signature of Danièle Huillet et Jean-Marie Straub. A man and a woman engage in conversation, speaking of their love as if across an abyss. In conclusion, an image of them both, side by side. “It is not I, but you who will come to terms with my soul…. A soul… you see, it’s a big word, but not as impressive as one might imagine.” (Viennale 2014)
Hu Wei nasceu na China, Beijing, em 1983. Ele trabalha e mora entre Beijing e Paris. Cineasta e artista visual, ele frequentou diversos cursos nessas artes, na China e na França sucessivamente e em especial na La Femis, na Escola Nacional de Belas Artes de Paris e no Le Fresnoy.
A parceria nasce em 2005 e se consolida com a criação da produtora Vogal Imagem em 2007. Co-dirigiram juntos os documentários Bom Zezé contra os maus políticos e Damião e Cosme. Os filmes trazem em sua maioria tema sociais e culturais como mote. Diversos filmes documentários e experimentais também foram feitos em funções diferenciadas como Agosto, Urbanesas e Álbum de família (DOC TV IV). Em 2012, co-dirigem o primeiro curta o Menino do cinco e em 2013 filmaram o segundo, Carranca.
Hu Wei was born in China, Beijing, in 1983. He lives and works between Beijing and Paris. Filmmaker and visual artist, hefollowed several courses in these arts, successively in China and France, in particular at La Femis, in the National School of fine arts in Paris, and in Le Fresnoy.
The partnership was born in 2005 and consolidated itself with the foundation of the Vogal Imagem production company in 2007. Together, they co-directed the documentaries Bom Zezé contra os maus políticos and Damião e Cosme. For the most part their films bring forth social and cultural issues as the main theme. Several documentary films as well as experimental films were also made in different work functions such as Agosto, Urbanesas and Álbum de família (DOC TV IV). In 2012, they co-directed their first short film Menino do cinco and in 2013 they shot their second short film, Carranca.
Ama Productions
Vogal Imagem
vogalimagem@gmail.com, www.vogalimagem.com.br
contact@amaproductions.fr, www.amaproductions.fr Outros Olhares - Cur tas
O filme é o arco que completa a ponte. Isso explica as datas indicadas – 1954-2013, bem como a dupla assinatura de Danièle Huillet e Jean-Marie Straub. Um homem e uma mulher iniciam uma conversa, falando de amor como se através de um abismo. Na conclusão, uma imagem de ambos, lado a lado. “Não sou eu, mas sim você que aceitará a sua alma... Uma alma... pois veja, é uma palavra grande, mas não tão impressionante quanto se poderia imaginar.” (Viennale 2014).
A girl, a carranca, the river and fear.
Wallace Nogueira / Marcelo Matos de Oliveira
Hu Wei
Dialogue of shadows
Olhar de Cinema 2014
Jean-Marie Straub / Danièle Huillet
Jean-Marie Straub (1933, Meltz) realizou em parceria com Danièle Huillet (1936, Paris – 2006, Cholet) cerca de 31 filmes. Sua trajetória cinematográfica foi marcada pela resistência aos modismos e sublinhada por uma austeridade formal em busca de um realismo radical a partir da apropriação de obras de outros artistas. Em 1969, Straub mudou-se para Roma, onde manteve produção constante, devotando-se sempre às obras de escritores, compositores, e pintores – Brecht, Kafka, Mallarmé, Pavese, Schoenberg e Cézanne, entre outros. Jean-Marie Straub (1933, Meltz) and Danièle Huillet (1936, Paris - 2006, Cholet) made around 31 films together. His career was marked by a resistance to fads and underlined by a formal austerity that sought a radical realism from the appropriation of other artists’ works. In 1969, Straub and Huillet moved to Rome, where their production remained constant, always devoting themselves to the works of writers, composers, and painters – Brecht, Kafka, Mallarmé, Pavese, Schoenberg, and Cézanne, among others.
Barbara Ulrich
straubhuillet@bluewin.ch 113
Lição de esqui
Majub’s journey
Metáfora ou a tristeza virada do avesso
O desejo do morto
/ Lição de esqui
/ Majubs reise
/ Metáfora ou a tristeza virada do avesso
/ O desejo do morto
Brasil | 2013 | 25’ | HD | Cor | Ficção
Alemanha | 2013 | 49’ | DCP | Color/P&B | Documentário
Reino Unido/Portugal | 2013 | 32’ | HD | Cor | Híbrido
Brasil | 2014 | 33’ | HD | Cor | Ficção
Direção Leonardo Mouramateus, Samuel Brasileiro Roteiro Leonardo Mouramateus Produção Maurício Macedo, Clara Bastos Direção de Fotografia Ivo Lopes Araújo Direção de Arte Dayse Barreto, Thaís de Campos Montagem Leonardo Mouramateus, Samuel Brasileiro Som Pedro Diógenes Elenco Principal Carlos Victor, Sandio Marçal, Leonardo Mouramateus, Bruna Estrela Empresa Produtora Praia à Noite
Direção Eva Knopf Roteiro Eva Knopf Produção Simon Buchner, Christoph Arni Direção de Fotografia Rainer Hoffmann Empresa Produtora Filmakademie Baden-Württemberg in Co-Produktion mit dem Südwestrundfunk (SWR)
Direção Catarina Vasconelos Roteiro Catarina Vasconcelos Produção Catarina Vasconcelos Direção de Fotografia Catarina Vasconcelos Som Mike Wyeld Elenco Principal Milton Lopes (voz off), Catarina Vasconcelos (narração)
Direção Ramon Porto Mota Roteiro Jhésus Tribuzi; Ramon Porto Mota Produção Ramon Porto Mota; Mariah Benaglia, Lunara Vasconcelos Direção de Fotografia Jhésus Tribuzi Direção de Arte Iomana Rocha Trilha Sonora VIto Quintans Montagem Ramon Porto Mota; Jhésus Tribuzi; Arthur Lins; Ian Abé; Fabiano Raposo Som Pedro Diogenes, Raul Arthuso, Daniel Turini Elenco Principal Fernando Teixeira; Ana Luisa Camino; Edyvania Emily; Tavinho Teixeira Empresa Produtora Vermelho Profundo
Ski lessons
Neve é água. Água é água.
Metaphor or sadness inside out
Majub’s journey
O documentário ensaio b’s journey narra a história de um homem africano que viveu na Alemanha durante a década de 1930 trabalhando como figurante na indústria cinematográfica. Ele nasceu na colônia alemã Deutsch-Ostafrika e se tornou um soldado para os alemães durante a Primeira Guerra Mundial – quando tinha apenas nove anos de idade. Cerca de uma década depois ele decide viajar para a Alemanha. Este filme conta sua história – sua infância na colônia e sua vida na Alemanha sob a ditadura nazista – incluindo as lacunas deixadas em aberto pelos arquivos.
Quando fez 27 anos o rapaz assumiu a tristeza que carregava no seu avesso. Uma tristeza daquelas parecidas ao vento do verão que entra para dentro das pessoas sem pedir licença. Aos 27 anos o rapaz assumiu o sentir-se metade de pessoa, com gavetas cheias de vazio e chorou o não ter um coração acordeão, capaz de guardar no seu fole as coisas que eram as memórias dela.
The dead’s wish
A velhice não é uma batalha, é um massacre.
Snow is water. Water is water. Old age isn’t a battle, old age is a massacre.
The essayistic documentary Majub’s journey tells the story of an African man who lived in Germany during the 1930s and worked as an extra in the movie business. He was born in the German colony Deutsch- Ostafrika and became a soldier for the Germans during World War I—when he was only nine years old. About a decade later he decides to travel to Germany. This film tells his story—his childhood in the colony and his life in Germany under Nazi dictatorship—including the holes that the archive leaves open.
Samuel Brasileiro / Leonardo Mouramateus Samuel Brasileiro dirigiu curtas como Ladyjane (2011), Romance de minha vida (2012) e Lição de esqui (2013), ganhador do Festival de Brasilia. Leonardo Mouramateus dirigiu curtas como Mauro em Caiena (2012), Lição de esqui (2013) e O completo estranho (2014), obtendo o prêmio principal no Cinéma du Réel e no Doclisboa. Samuel Brasileiro has directed short films such as Ladyjane (2011), Romance de minha vida (2012) and Lição de esqui (2013), which was awarded at the Brasilia Festival. Leonardo Mouramateus has directed short films such as Mauro em Caiena (2012), Lição de esqui (2013) and O completo estranho (2014), which was awarded the main prize at Cinéma du Réel and Doclisboa.
Leonardo Mouramateus lmouramateus@gmail.com
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Eva Knopf
Eva Knopf nasceu em Oldenburg. Ela estudou na Filmakademie Baden-Württemberg, na Universidade da Califórnia em Berkeley, na Universidade Georg-August em Göttingen, e na Universidade de Amsterdam. Ela trabalhou como projecionista em inúmeros cinemas de arte, leciona no Departamento de Mídia Visual e Antropologia da Universidade Livre de Berlim e atualmente é pesquisadora bolsista para o projeto History of documentary film in Germany, financiado pela fundação de pesquisa nacional alemã. Majub‘s journey é seu filme de conclusão de graduação. Eva Knopf was born in Oldenburg. She studied at the Filmakademie Baden-Württemberg, the University of California Berkeley, the Georg-August University in Göttingen, and the University of Amsterdam. She worked as a projectionist in numerous arthouse theaters, teaches in the Visual Media and Anthropology Dept. of the Free University Berlin and is currently a research fellow for the project the History of documentary film in Germany funded by the German national research foundation. Majub‘s journey is her graduation film.
Eva Steegmayer
At the age of 27 the Boy admitted the sadness he carried inside of him. The kind of sadness that is just like the summer wind, which enters inside people without asking permission. At the age of 27, the boy admitted he felt as if he was only half a person. At 27, he stumbled into autumn, admitting the urgency of turning his sadness inside out, he wrote to his Sister.
Catarina Vasconcelos
Ramon Porto Mota
Catarina Vasconcelos nasceu em 1986 em Portugal e vive entre Lisboa e Londres. Em 2013 graduou-se no Royal College of Art, depois de ter estudado no Antropologia Visual no ISCTE-IUL onde realizou em colaboração com Catarina Laranjeiro o filme Eu sou da Mouraria (2011). Nos últimos anos realizou pequenos filmes documentais como Hiding Hyde Park (2011) e From here (2011). Metáfora ou A tristeza virada do avesso é o seu primeiro filme enquanto diretora solo.
Ramon Porto Mota nasceu em Campina Grande no ano de 1987, trabalha com cinema, onde é produtor, roteirista, diretor e montador.
Catarina Vasconcelos was born in 1986 and lives alternatingly between Lisbon and London. In 2013 she graduated from the Royal College of Art after having studied Visual Anthropology at ISCTE-IUL where she directed – in collaboration with Catarina Laranjeiro – the film Eu sou da Mouraria (2011). In recent years she has made small documentary films such as Hiding Hyde Park (2011) and From here (2011). Metaphor or Sadness inside out is her first film as a solo director.
Ramon Porto Mota was born in Campina Grande in 1987 and works with film as producer, screenwriter, director and editor.
Catarina Vasconcelos
Ramon Porto Mota
catavasconcelos@gmail.com
festivals@filmakademie.de
Outros Olhares - Cur tas
Olhar de Cinema 2014
ramon_vol1@hotmail.com
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Os invasores
Parque soviético
Rei inútil
The friends
/ Os invasores
/ Parque soviético
/ Rei inútil
/ Las amigas
Brasil | 2013 | 15’ | HD | Cor | Ficção
Brasil | 2013 | 10’ | HD | P&B | Ficção
Portugal | 2013 | 25’ | HD | Cor | Ficção
Argentina | 2013 | 35’ | HD | Cor/P&B | Ficção
Direção Calac Nogueira Roteiro Calac Nogueira Produção Joice Scavone, Pedro Faissol Direção de Fotografia Tiago Rios Direção de Arte Luiza Drable Trilha Sonora Bernardo Uzeda Montagem Alice Furtado Som Bernardo Uzeda Elenco Principal Mauro Ramos, Luís Alberto Rocha Melo, Paulo Garcia, Rubens Weller Empresa Produtora Raio Verde Filmes
Direção Karen Black Roteiro Karen Black Produção Karen Black Direção de Fotografia André Gil Mata Direção de Arte Melissa Dulius Trilha Sonora Luís Eduardo do Carmo Montagem Karen Akerman Som Edoardo Petrelli Elenco Principal Gustavo Jahn, Isabella Parkinson
Direção Telmo Churro Roteiro Telmo Churro Produção Luis Urbano, Sandro Aguilar Direção de Fotografia Mário Castanheira Montagem Telmo Churro Som Miguel Martins Elenco Principal Pedro Neto, Joana Feijó, Barbara Valentina, Manuel Mozos, Fernando Rebelo Empresa Produtora O Som e a Fúria
Direção Paulo Pécora Roteiro Paulo Pécora Produção Paulo Pécora Direção de Fotografia Emiliano Cativa, Alan Endler Direção de Arte Paulo Pécora Trilha Sonora Alan Mumenthaler Montagem Goyo Anchou, Mariano Juárez Som Mariano Juárez Elenco Principal Mónica Lairana, Ana Utrero, Natalia Festa, Gladys Lizarazu Empresa Produtora Ríoabajo
Tiago é um aluno repetente, finalista do ensino secundário. Apesar de apelar ao divino, vai novamente chumbar o ano. Entre mentir à benevolente mãe e ceder à tentação de uma viagem com a namorada, Tiago vai ter de tomar decisões. Talvez Tiago não seja um caso perdido.
Quatro amigas vivem em um casarão abandonado devido ao tédio e ao peso da eternidade.
The invaders
Dr. Paulo é um pesquisador que estuda as propriedades do sono. Uma inesperada descoberta, porém, tirará sua pesquisa dos eixos.
Soviet park
Rex inutilis
“Louco amor meu, que quando toca, fere E quando fere vibra, mas prefere Ferir a fenecer - e vive a esmo” - Vinícius de Moraes Amor é guerra fria.
The friends
Four friends living in abandoned caseron out by boredom and the weight of eternity.
Dr. Paulo is a scientist who researches the properties of the sleep. However, an unexpected finding will throw his research off the rails.
“My mad love, when it touches it hurts And when it hurts, vibrates, but it prefers To hurt than to fade – and lives aimlessly “ – Vinícius de Moraes Love is a cold war.
Calac Nogueira
Karen Black
Telmo Churro
Paulo Pécora
Graduado em Cinema pela Universidade Federal Fluminense. É crítico de cinema e cineasta, diretor dos curtas O borrão (2008) e Os invasores (2013).
Karen Black é formada em Cinema pela Universidade Federal Fluminense. Trabalha como editora, roteirista, produtora e é aspirante a atriz. É curadora de mostras de cinema e realiza, desde 2002, o Cachaça Cinema Clube, cineclube mensal no Cinema Odeon, no Rio de Janeiro. Parque soviético é seu quinto curta-metragem.
Nascido em Lisboa, em 1977. Estudou cinema, na Escola Superior Artística do Porto e na Escola Superior de Teatro e Cinema, área de montagem. Trabalha em cinema, desde 2000, como montador, assistente de realização, anotador e argumentista. Rei inútil assinala a sua estreia na realização. Vive em Lisboa.
Paulo Pécora nasceu em Buenos Aires em 1970. Ele é jornalista e cineasta. Ele dirigiu em torno de 30 curtas-metragens, incluindo A stupid way to say goodbye, 8cho e The cloud, bem como os longas El sueño del perro (2008) e Low Tide (Marea Baja, 2013).
Calac Nogueira graduated in Cinema by the Fluminense Federal University. He is a film critic and filmmaker and directed the short films O borrão (2008) and Os invasores (2013).
Karen Black has a degree in Cinema by the Fluminense Federal University. She works as an editor, screenwriter and is an aspiring actress. She has curated film festivals and manages since 2002 the Cachaça Cineclub, the Cine Odeon monthly cineclub in Rio de Janeiro. Parque soviético is her fifth short film.
B. Lisbon1977. He studied cinema at Escola Superior Artística do Porto and Editing at Escola Superior de Teatro e Cinema. He has been working in cinema since 2000, as an editor, assistant director, screenwriter and continuity. Rex inutilis marks his directorial debut. Lives in Lisbon.
Paulo Pécora was born in Buenos Aires in 1970. He´s a journalist anf filmmaker. He directed around 30 short films, including A stupid way to say goodbye, 8cho and The cloud, as well as the full length films El sueño del perro (2008) and Low Tide (Marea Baja, 2013).
Calac Nogueira
Karen Black
Salette Ramalho
Paulo Pécora
calac2@gmail.com
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karenblackbarros@gmail.com
Tiago is a final-year secondary school student who has failed to graduate twice. Despite praying to the divine, he will fail once again. Between lying to his benevolent mother and giving in to the temptation of a school trip with his girlfriend, Tiago is faced with making decisions. Tiago may not be a lost case.
agencia@curtas.pt, www.curtas.pt/agencia
Outros Olhares - Cur tas
Olhar de Cinema 2014
papecora@yahoo.com
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Olhar de Cinema 2014
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A produção de cinema no Paraná, que ao longo das décadas têm sido marcada pela alternância entre breves ciclos de efervescência e longos períodos de rarefação, tem vivido, nos últimos anos, um momento de conquista de relativa visibilidade no circuito nacional e, em menor proporção, nos circuitos latino-americano e europeu. Temos hoje algumas dezenas de realizadores em atividade no estado, a maioria jovem, realizando seus primeiros filmes. O leque de estilos e temas que interessam a essa produção contemporânea é diversificado e esparso, de maneira que não nos parece possível falar em termos de uma “cinematografia paranaense”, mas antes, em um ciclo de efervescência em descoberta. Diante desse cenário, o Olhar de Cinema dedica essa mostra para apresentar ao público da cidade um panorama acerca do momento pelo qual estamos passando. Os filmes a serem exibidos ao longo de dois programas de curtas (totalizando dez curtas) e 1 um longa-metragem contém gestos distintos: alguns são exercícios de pesquisa, já outros vocalizam caminhos que se pretendem mais assentados. Ao propor visibilidade à estes filmes, que são apenas um recorte parcial – há tantos outros que, infelizmente, não temos condições de exibir – esperamos contribuir para a reflexão e o amadurecimento tanto dos artistas quanto do público local.
Film production in Paraná has for the past decades been marked by brief alternating cycles of effervescence and long periods of rarefaction. In recent years we have seen it reach some visibility within the national circuit and, to a lesser extent, in Latin American and European circuits. We have today dozens of filmmakers acting within the State, most of them young, directing their first films. The range of styles and subjects of interest to this contemporary production is diverse and sparse in such a way that it does not seem possible to speak of a “cinematographic from Paraná”, but rather, in an effervescence cycle in development. In face of this scenario, the Olhar de Cinema – CIFF dedicates this section to present to the city’s audience a panorama of the current moment we are going through. The films to be shown throughout two programs of short films (ten films in total) and a feature film contain different gestures: some are research exercises, while others vocalize more established paths. In offering visibility to these films, which are a partial selection – there are many others which, unfortunately, we are unable to show –, we hope to contribute to the reflection and maturation of both the artists and the local audience.
Antônio Junior, João Menna Barreto, Mariso Merlo e Nikola Matevski
Antônio Junior, João Menna Barreto, Marisa Merlo e Nikola Matevski
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Mirada Paranaense
Olhar de Cinema 2014
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Santa Teresa Saint Teresa
/ Santa Teresa
Eduardo Baggio Cineasta com ênfase em documentarismo e pesquisador de cinema. Teve seus filmes independentes exibidos em vários festivais e mostras nacionais e internacionais, com prêmios no Brasil e no exterior. Dentre seus filmes destacam-se: Traço concreto (2013), Amadores do futebol (2010), 28 anos (2003), Pimedere (2002) e Sonetos (2002). Brasil | 2014 | 64’ | DCP | Cor/P&B | Documentário Direção Eduardo Baggio Roteiro Eduardo Baggio Produção Eduardo Baggio Direção de Fotografia Maurício Baggio Montagem Eduardo Baggio Som Demian Garcia Empresa Produtora Tuba Filmes
Filmmaker with a focus on documentaries and film researcher. Had their independent films screened at many national and international festivals, with various prizes. Among his films are highlighted: Traço concreto (2013), Amadores do futebol (2010), 28 anos (2003), Pimedere (2002) e Sonetos (2002). Eduardo Baggio
baggioeduardo@gmail.com
As colônias de isolamento mantiveram reclusos milhares de doentes de lepra. No Brasil, centenas deles ainda permanecem nessas instituições para onde foram levados compulsoriamente a partir de uma política pautada no preconceito secular e em métodos higienistas. The colonies of isolation kept reclusive thousands of patients in Brazil. Hundreds of them still remain in these institutions where they were taken forcibly from a policy based on prejudice and hygienists methods.
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Mirada Paranaense - Longa
Olhar de Cinema 2014
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À espera
As águas
Autoridade
Caleidoscópio
/ À espera
/ As águas
/ Autoridade
/ Caleidoscópio
Brasil | 2013 | 20’ | HD | Cor | Ficção
Brasil/Suíça | 2014 | 10’ | HD | Cor | Ficção, Documentário, Experimental
Brasil | 2014 | 16’ | HD | Cor | Ficção
Brasil | 2014 | 16’ | HD | P&B | Ficção
Direção Felipe Aufiero Fonseca Roteiro Felipe Aufiero Fonseca Produção Felipe Aufiero Fonseca, Irazê Fonseca Filho Direção de Fotografia Carla Abraão Direção de Arte Isabelle Mesquita Montagem Felipe Aufiero Fonseca Som Alexander Aguiar Elenco Principal Viviane Gazotto, Luiz Barotto Empresa Produtora Casa Livre Produções
Direção Larissa Figueiredo Roteiro Larissa Figueiredo Produção Rafael Urban Direção de Fotografia Larissa Figueiredo Montagem Larissa Figueiredo Som Philippe Ciompi Empresa Produtora Tu i Tam Filmes
Direção Danilo Daher Roteiro Danilo Daher Produção Amanda Moleta Direção de Fotografia Renato Ogata Direção de Arte Amanda Skrobot Montagem Danilo Daher Som Bruno Almeida Ito Elenco Principal Regina Bastos, Igor Augustho Kijak, Pietra Vieira, Fernando Turri, Daniele Pamplona
Direção Julien Guimarães Roteiro Hique Veiga, Greice Barros Produção Felipe Aufiero Fonseca Direção de Fotografia Eduardo Azevedo Trilha Sonora Mar Olaf Thiessen Montagem Julien Guimarães Som Ana Scheinder de Arruda, Amanda Campos Elenco Principal Hique Veiga
Waiting
No campo, entre o vento e os pássaros, Fernanda aguarda. Marcos espera Fernanda voltar à vida.
In the field, between the winds and the birds, Fernanda awaits. Marcos wants Fernanda to come back to life.
Authority
The waters
As águas, as casas, a noite, um fantasma. Sons e imagens documentais de um vilarejo na Tailândia dão vida a esta história ficcional, inspirada por uma mistura entre contos tradicionais brasileiros e tailandeses.
The water, the houses, the night, a ghost. Documentary sounds and images from a village in Thaïland give life to this fictional story, inspired by a mixture of thaï and brazilian myths.
A professora Roseli passa o conteúdo no quadro. Do outro lado da sala, os alunos parecem copiar a matéria.
Ms. Roseli writes the subject on the blackboard. Across the class the students pretend to copy.
Kaleidoscope
Hique diz que Camila está em uma residência artística em Portugal, mas Greice acaba de encontrá-la na rua XV de Novembro.
Hique says that Camila is in Portugal, but Gracie found her in Curitiba’s streets.
Felipe Aufiero Fonseca
Larissa Figueiredo
Danilo Daher
Felipe Aufiero Fonseca nasceu em Manaus, Amazonas, mas mora em Curitiba, Paraná, onde estuda Cinema na Faculdade de Artes do Paraná. Ele trabalha nas mais diversas áreas do cinema, como diretor, roteirista e produtor executivo de curtas e de longas-metragens. À espera é seu terceiro curta-metragem de ficção.
Larissa Figueiredo estudou Letras na UnB; Artes Visuais/Cinema na Haute École d’art et design de Genève; e fez mestrado em Teoria do Cinema na Université Lumière Lyon 2. Passou 40 dias na Tailândia, em 2011, em uma residência com o artista Apichatpong Weerasethakul. Em 2012, foi contemplada com o prêmio do IX Concurso de Roteiros Rucker Vieira. Atualmente, finaliza seu primeiro longa-metragem, O touro, protagonizado por Joana de Verona e produzido pela Tu i Tam Filmes com apoio do Visions Sud Est.
Felipe Aufiero Fonseca was born in Manaus, in Amazon, but lives in Curitiba, in the south of Brazil, where he studies Cinema. He works like screenwriter, director and executive producer in many independent shorts and feature films. Waiting (À espera in portuguese) is his third short film.
Larissa Figueiredo studied Literature at the University of Brasilia; Visual Arts/Cinema at the Haute École d’Art et Design de Genève and a Masters in Film Theory in the Université Lumière Lyon 2. In 2011, she spent 40 days in Thailand for a residency with Apichatpong Weerasethakul. In 2012, she won the 9th Rucker Vieira Screenplay Contest. She is currently working in the post-production of her first feature, The bull, starring Joana de Verona and produced by Tu i Tam Filmes with Visions Sud Est’s support.
Danilo Daher é diretor, roteirista e montador. Autoridade é fruto do Projeto 7:20, trabalho de conclusão do curso de cinema e vídeo da FAP/UNESPAR. O projeto consistiu na organização de um núcleo criativo para realização de roteiros focados em um universo comum, tendo como resultado final dois filmes. Anteriormente, dirigiu outros dois curtas-metragens: Bom dia (2012) e O útero (2013). Seu próximo projeto, Privilégio, é um documentário realizado em parceria com Renato Ogata e está em fase de finalização. Danilo Daher is a director, screenwriter and editor. Authority is a product of Projeto 7:20, a graduation work for the FAP/UNESPAR Cinema and Video course. The project consisted in organizing a creative hub for carrying out scripts focused on a common universe, which resulted in two films. He has also directed two short films: Bom dia (2012) and O útero (2013). His next Project, Privilégio, is a documentary piece in partnership with Renato Ogata and is currently being finalized.
Julien Guimarães é estudante do Bacaharelado em Cinema e Vídeo na FAP. Foi co-roteirista e assistente de direção no curta-metragem Amor fati (2010), de Marcelo Munhoz. Idealizou e produziu a Sessão Cazé, mostra de filmes dos alunos do curso de Cinema e Vídeo da FAP, no Sesc Paço da Liberdade. Foi membro do Júri do VII PUTZ (Festival Universitário de Cinema e Vídeo de Curitiba), e do 16º FBCU (Festival Brasileiro de Cinema Universitário). Como diretor cinematográfico, realizou diversos curtas-metragens independentes. Julien Guimarães is a student at FAP (Parana Faculty of Arts) in Cinema and Video. He was co-writer and assistant director for the short film Amor fati (2010), by Marcelo Munhoz. He idealized and produced Sessão Cazé, a film exhibit for the students at the FAP Cinema and Video course at Sesc, Paço da Liberdade. He was a member of the Juri for the VII PUTZ (Brazilian Festival for Student Cinema). As a film director, he has made several independent short films.
Felipe Aufiero Fonseca
Larissa Figueiredo
Danilo Daher
Felipe Aufiero Fonseca
f.aufiero.fonseca@hotmail.com
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larissa@tuitamfilmes.com, www.larissafigueiredo.com
Mirada Paranaense - Curtas
danilodalvarenga@gmail.com
Olhar de Cinema 2014
Julien Guimarães
f.aufiero.fonseca@hotmail.com
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Carcaça
Jardim Tókio
Jonni driver
Para onde foram os pássaros?
/ Carcaça
/ Jardim Tókio
/ Jonni driver
/ Para onde foram os pássaros?
Brasil | 2014 | 10’ | HD | Cor | Experimental
Brasil | 2014 | 15’ | HD | Cor | Ficção
Brasil | 2013 | 15’ | HD | Cor | Documentário
Brasil | 2014 | 15’ | HD | P&B | Ficção
Direção Camila Carneiro, Diego Baffi, Jéssica Oliveira, Laura Formiguieri Roteiro Diego Baffi, Laura Formiguieri Produção Camila Carneiro, Diego Baffi, Jéssica Oliveira, Laura Formiguieri Direção de Fotografia Camila Carneiro, Jéssica Oliveira Trilha Sonora Camila Carneiro Montagem Camila Carneiro Elenco Principal Com Diego Baffi, Laura Formighieri Empresa Produtora Coletivo Na Janela, IMP
Direção Rodrigo Grota Roteiro Rodrigo Grota Produção Bruno Gehring Direção de Fotografia Guilherme Gerais Direção de Arte Felipe Augusto Trilha Sonora Rodrigo Guedes Montagem Rodrigo Grota Som Bruno Bergamo Elenco Principal Nagomi Kishino, Sigeyuki Hisatomi, Katy Kakubo, Carol Bertachi, Margha Vine, Juliana do Espírito Santo Empresa Produtora Filmes do Leste
Direção Estevan Silvera Roteiro Estevan Silvera, Pedro Merege Produção Estevan Silveira Direção de Fotografia Pedro Merege Direção de Arte Estevan Silvera Trilha Sonora Bernardo Grassi Montagem Pedro Merege Som Bernardo Grassi Elenco Principal João Balduino, Linda May, Luis C. Marins Empresa Produtora Making & Off - Produções
Direção Gustavo Ulisse Roteiro Gustavo Ulisse Produção Patrícia Braga Direção de Fotografia Daniel Rodriguez Elenco Principal Mariana Zanette
Carcaça é uma dança com uma estrutura em decomposição. Uma incursão de dois corpos dispostos a (re)habitar através do movimento um dentre os milhares de edifícios abandonados nas cidades. Uma dança que investiga as memórias impressas na arquitetura e, tal qual palimpsesto, impregna-se das camadas de ausências que revela.
Yuki, uma jovem que acaba de voltar do Japão, se divide entre sua família, os estudos e a vida noturna.
Carcass
Jonni driver
Tokio village
A solidão também é uma constante na vida de João Balduino , taxista na fria e chuvosa noite curitibana. João nos mostra como é o ciclo de vida de um taxista em uma grande cidade, com uma trilha sonora que faz referência ao clássico filme Táxi Driver. Um documentário / ficcional , realizado em super – 8mm, com imagens que nos oferecem uma proposta ousada de fotografia noturna.
Yuki, a young woman who has just returned from Japan, is divided between his family, studies and nightlife.
Carcaça is a dance with a decaying structure. Two bodies willing to inhabit through movement one among many abandoned buildings in the city. A dance in search of memories printed on architecture that, much as a palimpsest, is pervaded of the layers of absence it reveals.
Loneliness is also a constant in the life of João Balduino, a cab driver in the cold and rainy Curitiba night. João shows us the cycle of life of a cab driver in a major city with a soundtrack that references the classic film Taxi Driver. A documentary / fiction film conducted in super - 8mm, with images that offer us a daring motion in night photography.
Where did the birds go?
Apos uma noite de chuva intensa, uma familia de colonos que vive ao pé da serra se depara com o sumiço de seus animais. O patriarca e o filho decidem sair para procurar. Os dias passam e eles não retornam. Mãe e filha aguardam em casa enquanto vivem um estranho cotidiano.
After a night of heavy rain, a family of settlers who live at the foot of a mountain are faced with the disappearance of their animals. The patriarch and the son go out to look for them. The days go by and they do not return. Mother and daughter are waiting at home while living a strange daily life
Camila Carneiro / Diego Baffi / Jéssica Oliveira / Laura Formiguieri
Rodrigo Grota
Estevan Silvera
Gustavo Ulisse
Camila e Jéssica já realizaram alguns filmes pelo Coletivo Na Janela, sendo eles: Baião matinal destemperado - 2011 (Jéssica: Câmera. Camila: Execução de movimento); S - 2012 (Jéssica: Dançarina. Camila: Still); Adeus, meu bem - 2012 (Jéssica: Câmera. Camila: Dançarina); e Parapeito - 2014 (Jéssica: Direção de arte. Camila: Direção). Este é o primeiro filme de Diego e Laura.
Cineasta e um dos fundadores da Kinoarte. Dirigiu 10 filmes, conquistando mais de 50 prêmios entre festivais nacionais e internacionais, com destaque para os filmes que integram a Trilogia do esquecimento (Satori Uso, Booker Pittman, Haruo Ohara). No momento dirige o documentário O nadador - A história de Tetsuo Okamoto, para a ESPN Brasil, e prepara o seu 1º longa-metragem: Leste oeste, com previsão de filmagens para o 2º semestre de 2014.
Estevan Silvera dirigiu os filmes Rainha de papel, Tadashi “poeta do traço”, O escapulário, Belo, feio & maldito, Punhal na garganta, Penélope, Balada do vampiro, Fatal, Em busca de Curitiba perdida, O oitavo, Não jogue, curta!, João Baptista da Luz dos Pinhais, Jonni driver e Lulu a louca.
Formado em Cinema pela Faculdade de Artes do Paraná. Dirigiu o curta de um minuto Bodas de prata e o documentário Repol.
Camilla and Jessica have made some films with the Na Janela Collective. They are: Baião matinal destemperado - 2011 (Jéssica: Camera. Camila: Movement performance); S - 2012 (Jéssica: Dancer. Camila: Still); Adeus, meu bem - 2012 (Jéssica: Camera. Camila: Dancer); and Parapeito - 2014 (Jéssica: Art direction. Camila: Direction). This is the first film by Diego and Laura.
Rodrigo Grota is a filmmaker and one of the founders of Kinoarte. He has directed 10 films, winning over 50 awards in national and international festivals alike, with special attention to the films comprising the Trilogy of forgetfulness (Satori Uso, Booker Pittman, Haruo Ohara). He is currently directing the documentary O nadador - A história de Tetsuo Okamoto for ESPN Brazil and is preparing his first feature length film: Leste oeste, with the shooting scheduled to begin in the second half of 2014.
Estevan Silvera directed the films Rainha de papel, Tadashi “poeta do traço”, O escapulário, Belo, feio & maldito, Punhal na garganta, Penélope, Balada do vampiro, Fatal, Em busca de Curitiba perdida, O oitavo, Não jogue, curta!, João Baptista da Luz dos Pinhais, Jonni driver and Lulu a louca.
Gustavo Ulisse holds a degree in Cinema from the Parana Faculty of Arts. He directed the one minute short film Bodas de prata and the documentary Repol.
rodrigogrota@gmail.com, www.rodrigogrota.com
Estevan Silvera
estevan_silvera@hotmail.com
Gustavo Ulisse
Coletivo Na Janela
coletivonajanela@gmail.com, www.najanela.com.br
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Rodrigo Grota
Mirada Paranaense - Curtas
Olhar de Cinema 2014
gustavo.l.g.ulisse@gmail.com
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Te extraño
Trans*lúcidx
/ Te extraño
/ Trans*lúcidx
Brasil | 2014 | 12’ | HD | Cor | Ficção, Experimental
Brasil | 2013 | 10’ | HD | Cor/P&B | Documentário, Experimental, Híbrido
Direção Nathália Tereza Roteiro Nathália Tereza Produção Eduardo Colgan, Vinícius Carvalho, Nathália Tereza Direção de Fotografia Renata Corrêa Montagem Rafael Bertelli Som Vitor Moraes Elenco Principal Mariana Mello, Pablito Kucarz, Val Salles Empresa Produtora Diadorim Filmes
Direção Tamíris Spinelli Roteiro Tamíris Spinelli Produção Luciano Faccini, Mariama Lopes Direção de Fotografia N/A Montagem Tamíris Spinelli Som Luciano Faccini Elenco Principal Modelos – Isadora Terra, Gustavo Pinheiro, Marina Laura, Luciano Faccini, Tamíris Spinelli, Voz Over – Caio Riscado Empresa Produtora Água Viva Concentrado Artístico
Te extraño
Em espanhol, “Extrañar” significa: 1 Estranhar, surpreender. 2 Ter saudades. Acreditar é uma coisa íntima e que não se explica, apenas se sente.
Trans*lúcidx
A partir de imagens autodocumentais publicadas online por indivíduos trans*, este ensaio cinematográfico busca expandir o olhar sobre seus corpos, aprofudando-se nas subjetividades que transformam a matéria-corpo.
In Spanish, “Te Extraño” means “I miss you” or can also mean something that is strange, different. To believe is an intimate thing, one that cannot be explained, but only felt. Three stories about believing, love, missing someone.
From self-documentary images made by trans* people and posted online, this cinematographic essay seeks to expand the look upon their bodies, focusing on the subjectivities that transform the matter-body.
Nathália Tereza
Tamíris Spinelli
Nathália Tereza nasceu em 1988 e cresceu no centro-oeste brasileiro. Estudou cinema na FAPCINETVPR. É roteirista, diretora e sócia da produtora Diadorim Filmes.
Tamíris Spinelli é artista multimídia e militante do próprio corpo. É integrante e fundadora do Água Viva Concentrado Artístico e colaboradora da Selvática Ações Artísticas. Atualmente tem pesquisas voltadas para vídeo, fotografia e performance, com foco em questões do corpo e suas possíveis poéticas e políticas em processos colaborativos. Dirigiu também os curtas-metragens Elegia (2010), com Bárbara Felice, Visita (2010), Se você deixar o coração bater sem medo (2012). Como intérprete e criadora desenvolveu a performance Inventário (2012), com Ana Beatriz Figueiredo. Tamiris Spinelli is a multimedia artist and an activist for her own body. Tamiris is a founding member of the Água Viva Concentrado Artístico and collaborates with Selvática Ações Artísticas. Spinelli’s researches are currently aimed at video, photography and performance, with special focus on issues relating to the body and its possible politics and poetics within collaborative processes. She has also directed the short films Elegia (2010), alongside Bárbara Felice, Visita (2010), and Se você deixar o coração bater sem medo (2012). As a performer and creator she developed a performance entitled Inventário (2012), with Ana Beatriz Figueiredo.
Nathália Tereza was born in 1988 and grew up in a small town. She is a screenwriter, filmmaker and member of the production company Diadorim Filmes.
Nathália Tereza
diadorim@diadorimfilmes.com.br, www.diadorimfilmes.com.br
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Tamíris Spinelli
miris.spinelli@gmail.com, www.translucidx.com
Mirada Paranaense - Curtas
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Olhar de Cinema 2014
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Multiolhares 2014 - Corpo Múltiplo
Multiolhares 2014 - Multiple Body
Os trabalhos convidados para a mostra/exposição Corpo múltiplo trazem em si dualidades cada vez mais discutidas em nossa sociedade, ainda que pouco recentes em sua categorização: indivíduo e grupo, unidade e fragmentação, presença e ausência, novo e tradicional. Dualidades essas que nos tentam, num primeiro momento, a encará-las como conflitantes e mutuamente excludentes. Mas que se revelam mais complexas aos olhares mais atentos.
The works invited to the Multiple body exhibit bring forth dualities increasingly debated within our society, even if their categorization remains recent: individual and group, unity and fragmentation, presence and absence, new and traditional. At first, these dualities tempt us to consider them as conflicting and mutually exclusive. But they reveal to be much more complex to the attentive eye.
Se é verdade que uma noção de progresso mais sensata está atrelada à consciência de, como diria o filósofo contemporâneo Gilles Lipovetsky, se ”conjugar movimento e estabilidade” na sociedade hipermoderna, um recorte mais específico talvez nos chame mais a atenção a um hipercorpo, um corpo múltiplo que se desdobra em diversas identidades sem perder sua autonomia. (Falemos aqui de corpos ao invés de indivíduos ou identidades por uma questão prática: como materializar esses questionamentos no mundo através do cinema, entendido como a arte de se materializar formas visuais e não abstrações existentes apenas no mundo das ideias. Antes da construção de um personagem e de seu passado, suas emoções e aspirações, um filme nos mostra acima de tudo um corpo na tela.) A multiplicidade fascina pela sensação de um poder crescente de escolhas, mas também nos desorienta e nos faz sentir (literalmente, como em Malody) sem um solo firme a qual recorrer no final do dia. Uma obra como Manakamana nos provoca: qual seria, afinal, o “estado natural” de um corpo? Talvez aquele determinado pela tradição – mas qual tradição, a de ontem ou anteontem? Uma tradição sem autoridade é uma tradição aniquilada, ou seus vestígios tornam-se uma herança estética a ser reverenciada de maneira mais sóbria e despojada? Em outros casos, esse hipercorpo se perde entre o profundo e o banal, numa vida aparentemente sem sentido. É do que trata o cômico – e à primeira também banal – Politics, em que acompanhamos o dia-a-dia de um personagem que vive lembrando à plateia e a si mesmo do sentido político de cada uma de suas ações cotidianas. A constatação é ambígua e nos remete a Chris Maker em Sem sol: “uma consciência total é uma consciência anestesiada”. Não seria o caso de ceder ao niilismo e entregar o jogo, mas de exercitar o domínio sobre a dinâmica desse corpo contemporâneo ultrafragmentado. E que eventualmente precisa voltar a ser unitário, direcionar seus esforços, focar-se numa única causa, numa só ação política que se pretenda verdadeiramente relevante.
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If it holds true that a more reasonable notion of progress is linked to the consciousness – as contemporary philosopher Gilles Lipovetsky would say – of “combining motion and stability” in a hypermodern society, a more specific focus could bring our attention closer to a hyberbody, a multiple body that unfolds itself on several identities without losing its autonomy. (Let us speak here of bodies rather than individuals or identities for a practical reason: in how to materialize these questions into the world through cinema, understood here as the art of materializing visual forms and not abstractions that exist solely in the world of ideas. Before the construction of a character and its past, its emotions and aspirations, a film shows us, above all, a body on the screen.) Multiplicity fascinates us through a feeling of growing power in making choices, but it also disorients us and makes us feel (literally, as in Malody) without a firm ground to stand on at the end of the day. Works such as Manakamana provoke us: what would ultimately be the “natural state” of a body? Maybe the one determined by tradition – but which tradition, yesterday’s or the day before? A tradition that lacks authority is an annihilated tradition, or do its traces change into an aesthetic heritage to be revered in a more sober and laid-back manner?
Dessa busca por caminhos que devolvam sentido às nossas vidas, podemos nos deparar – agora sim – com questões de identidade e pertencimento levantadas pelo contato com um novo lar (Shanghai immigrant self-portrait), ou com um território e um contexto hostil aos quais definitivamente não desejamos pertencer (Confusion through sand); podemos nos distanciar um pouco e nos debruçar sobre as narrativas das quais somos protagonistas, decompondo-as num gesto ao mesmo tempo estético e analítico ([Des] montagem); ou simplesmente podemos procurar uma maneira de contemplar e se relacionar afetivamente com todo esse caos, que não precisa ser lá algo tão feio e sem graça (Land)… A proposta que a Multiolhares desse ano traz, através dos trabalhos exibidos, é oferecer alguns desses pontos de vista sem designá-los a um discurso específico. O mal-estar contemporâneo é um dado inegável; resta cada um de nós avaliar se e melhor assumi-lo como um enigma confortavelmente insolúvel, ou como um dos desafios do progresso.
From this search for pathways that may restore meaning to our lives we may be faced with issues of identity and belonging, brought forth by the interaction with a new home (Shanghai immigrant self-portrait), or with a hostile context and territory to which we certainly do not wish to belong (Confusion through sand); we may somewhat distance ourselves and dwell on narratives in which we are the protagonists, decomposing them in a gesture that is at once aesthetic and analytical (Des)montage ([Dis]montage); or we may simply seek a way to contemplate and to emotionally relate to all this chaos, which does not necessarily need to be something so ugly and dull (Land)… Through the exhibited works, the proposal of this year’s Multiolhares is to offer some of these points of view, without conferring them to a specific discourse. The contemporary malaise is an undeniable fact: each one of us is left to evaluate if it is better to assume it as a comfortable unsolvable puzzle, or as one of the challenges towards progress.
Krefer
Krefer
In other cases, this hyperbody loses itself amongst the profound and the banal, in an apparent meaningless life. This is what the comical – and at first sight, also banal – Politics is about, in which we follow the quotidian life of a character who constantly reminds the audience, and himself, of the political meaning in each of our everyday actions. The observation is ambiguous and reminds us of Chris Maker on Sans soleil: “total consciousness is a numbed conscience.” It is not a case of giving in to nihilism and giving up, but to practice dominion over the dynamics of this ultra-fragmented contemporary body. And which eventually must return to a unitary state, directing its efforts, focusing on a single cause, a sole political action that aims to be truly relevant.
Multiolhares
Olhar de Cinema 2014
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(des)montagem
Bastidores do pornô
Confusion through sand
Land
/ (des)montagem
/ Bastidores do pornô
/ Confusion through sand
/ Land
Brasil | 2013 | 6’ | HD | P&B | Ficção, Documentário, Experimental
Brasil | 2013 | 5’ | HD | Cor | Experimental
Estados Unidos | 2013 | 12’ | HD | Cor | Ficção
Japão | 2013 | 4’ | HD | Cor | Animação, Experimental
Direção Bruno Costa Roteiro Bruno Costa Produção Bruno Costa Direção de Fotografia Bruno Costa Trilha Sonora Maurício Ramos Marques Montagem Bruno Costa Som Bruno Costa Elenco Principal Maylle Lima
Direção Dellani Lima, Ana Moravi Roteiro Ana Moravi, Dellani Lima Produção Ana Moravi, Dellani Lima Direção de Fotografia Dellani Lima Direção de Arte Ana Moravi, Dellani Lima Trilha Sonora Rodrigo Lacerda JR Montagem Ana Moravi Som Dellani Lima Elenco Principal Anônimo Empresa Produtora Colégio Invisível
Direção Danny Madden Roteiro Danny Madden Produção Jim Cummings Direção de Fotografia Jonathan Silva Som Danny Madden, Pete Horner Elenco Principal Will Madden
Direção Masanobu Hiraoka Roteiro Masanobu Hiraoka Produção Masanobu Hiraoka Direção de Fotografia Masanobu Hiraoka Direção de Arte Masanobu Hiraoka Trilha Sonora Aimar Molero Montagem Masanobu Hiraoka Som Aimar Molero Empresa Produtora Masanobu Hiraoka
(dis)montage
(Des)montagem foi realizado a partir de um material originalmente concebido como um curta-metragem do artista. Em um processo inverso ao da edição/montagem do curta-metragem, o artista desmonta o filme, desmembrando os trinta planos que o compõe e encadeando-os lado a lado, formando assim um vídeo único em forma de mosaico. A ordem cronológica dos planos no filme é mantida no encadeamento do vídeo. O som do filme é mantido em sua totalidade, enquanto os trinta planos rodam em looping, cada um com sua respectiva duração.
Backstage porn
Confusion through sand
Por amor ou por dinheiro? Uma breve tessitura nos bastidores de uma produção para o mercado de filmes pornográficos.
In the name of love or money? A brief tessitura in a backstage production for the pornographic film market.
Um garoto 19 anos de idade encontra-se sozinho em um deserto hostil, morrendo de medo e treinado para reagir.
A nineteen year old kid finds himself alone in a hostile desert, scared as hell and trained to react.
Land
Abstração e metamorfoses.
Abstraction and metamorphoses.
(Dis)montage was made from a material originally intended to be a short film by the artist. In an inverse process to editing/montage of the short film, the artist dismembers the film, dismembering the thirty takes that comprise it and placing them side by side, thus forming a single mosaic form video. The chronological order of the takes is maintained in the video thread. The sound of the film is kept in its entirely, while the thirty takes run on a loop, each with their respective duration.
Bruno Costa
Dellani Lima / Ana Moravi
Masanobu Hiraoka
Formado em cinema pela Faculdade de Artes do Paraná e pós graduando em Artes Visuais pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná. O trabalho de Bruno Costa transita entre cinema, vídeo arte, fotografia e instalação, em seus trabalhos é constante o cruzamento dessas linguagens.
Dellani Lima é cineasta, pesquisador, curador, ator e músico, desde 2000, vive e trabalha em Belo Horizonte, onde realiza diversos projetos. Exibiu em mostras e festivais no Brasil, exterior. Ana Moravi é realizadora e pesquisadora das artes visuais. Mestre em Artes Visuais pela UFMG. Exibiu em mostras e festivais no Brasil, exterior.
Masanobu graduou do ensino médio pela escola Momoyama em 2006. Ele começou a trabalhar, mas não conseguia largar seu sonho: ser um animador. Ele começou a aprender animação por conta própria e é um artista inteiramente autodidata. Atualmente ele vive e trabalha em Tóquio como um animador freelance.
Bruno Costa holds a bachelor’ degree in cinema from the Parana Faculty of Arts and is currently a post-graduate student in Visual Arts at the Parana School of Music and Fine Arts. Bruno Costa’s work walks between film, video art, photography and installation. His work is constantly marked by intersection of these languages.
Dellani Lima is a filmmaker, researcher, curator, actor, and musician. He has been living and working in Belo Horizonte since the year 2000 and where he has worked on several projects. His work has been show in festivals and exhibitions both in Brazil and abroad. Ana Moravi is an artist and researcher within the visual arts. She holds an MA in Visual Arts from the Minas Gerais Federal University. Her work has been displayed in festivals and exhibitions both in Brazil and abroad.
Bruno Costa
Ana Moravi, Dellani Lima
brunocosta.art@gmail.com
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Masanobu graduated from Momoyama high school in 2006. He then started to work but could not give up his dream: being an animator. He started to learn animation by himself and is a completely self-educated artist. He now lives and works in Tokyo as a free-lance animator.
Jim Cummings
ocolegioinvisivel@gmail.com
jim@ornana.com, www.ornana.com
Multiolhares
Olhar de Cinema 2014
Masanobu Hiraoka
behringer19abc@yahoo.co.jp
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Malody
Manakamana
Politics
Shanghai Immigrant self-portrait
/ Malody
/ Manakamana
/ Politics
/ Shangai immigrant self-portrait
Canadá | 2013 | 12’ | HD | Cor | Experimental
Estados Unidos | 2013 | 118’ | DCP | Cor | Documentário, Experimental
Alemanha | 2014 | 4’ | HD | Cor | Híbrido
Canadá | 2013 | 3’ | HD | Cor | Ficção
Direção Phillip Barker Roteiro Phillip Barker Produção Amanda Gordon Direção de Fotografia Kris Belchevski Direção de Arte Rob Hepburn Montagem Roland Schlimme Som Tom Third Elenco Principal Alex Paxton-Beasley, Ashleigh Warren, Thomas Hauff, Ryan Granville-Martin
Direção Pacho Velez, Stephanie Spray Produção Lucien CastaingTaylor, Verena Paravel
Direção Diego Agullo, Dmitry Paranyushkin Roteiro Diego Agullo, Mitry Paranyushkin Produção Diego Agullo, Mitry Paranyushkin Direção de Fotografia Diego Agullo, Mitry Paranyushkin Direção de Arte Diego Agullo, Mitry Paranyushkin Trilha Sonora Diego Agullo, Mitry Paranyushkin Montagem Diego Agullo, Mitry Paranyushkin Som Diego Agullo, Mitry Paranyushkin Elenco Principal Dmitry Paranyushkin Empresa Produtora Diego Agullo, Mitry Paranyushkin
Direção Betty Jiang Roteiro Betty Jiang Produção Betty Jiang Direção de Fotografia Betty Jiang Empresa Produtora Wen wen International Enterprises Ltd.
Malody
Uma jovem mulher, mais doente que aqueles que ousam comer a comida na lanchonete 24 horas, ela está empoleirada, observa uma sinistra reflexão dela mesma quando criança, infundindo assim um cataclismo às avessas, hermeticamente fechado dentro de uma enorme roda que atravessa um estúdio de cinema.
Politics
Manakamana
No topo de uma selva no Nepal, peregrinos realizam uma antiga jornada por teleférico em culto à Manakamana.
Política, política, política, política, política, política, política, política, política, política, política, política.
Shangai immigrant self-portrait
política, política, política, política, política,
política, política, política, política, política,
política, política, política, política, política,
política, política, política, política, política,
política, política, política, política, política,
High above a jungle in Nepal, pilgrims make an ancient journey by cable car to worship Manakamana.
A young woman, sicker than those who dare eat the food at the all-night diner she’s perched in, catches an eerie reflection of herself as a child, inspiring a topsy-turvy cataclysm, hermetically sealed within a huge wheel rolling through a movie studio.
Uma pintora filma sua pintura e descobre uma nova camada de significado. Além disso, uma autorreflexão sobre a imaginação infantil, imigração, relação mãe-filha e a mídia (filme mudo).
A painter films her painting, and discovers a new layer of meaning. Also a self-reflection on childhood imagination, immigration, mother-daughter relationship, and the media. (silent film).
Politics, politics, politics, politics, politics, politics, politics, politics, politics, politics, politics, politics, politics, politics, politics, politics, politics, politics, politics, politics, politics, politics, politics, politics, politics, politics, politics, politics, politics, politics, politics, politics, politics, politics, politics, politics, politics.
Phillip Barker
Pacho Velez / Stephanie Spray
Diego Agulló
Betty Jiang
Philip Barker (1955, Reino Unido), realiza filmes e instalações e trabalha como designer para cinema e teatro. Foi diretor de arte em filmes de Brian De Palma, Mira Nair, Neil Labute e Atom Egoyan. Em seu trabalho ele gosta de combinar filmes, esculturas música e dança. Barker já ganhou diversos prêmios, em festival como Toronto Worldwide Short Film Festival. Vive e tabalha em Ontario, Canadá.
O trabalho de Pacho Velez repousa na interseção entre etnografia, estruturalismo e documentário político. Ele leciona no Bard College. Stephanie Spray é uma cineasta, fonógrafa e antropóloga e tem trabalhado no Laboratório de Etnografia Sensorial da Universidade de Harvard desde 2006.
Diego Agulló nasceu em Madrid em 1980 e espreme suco de laranja todas as manhãs.
Betty nasceu em Shanghai. Seu filme de conclusão de graduação em Belas Artes His white eyes percorreu festivais de cinema na Austrália, EUA, Canada e Europa, angariando um prêmio Rising Star e uma indicação de melhor filme. Seu mais recente curta-metragem experimental Shanghai immigrant self-portrait – atualmente percorrendo o circuito dos festivais – apresenta questões relacionadas ao seu longa-metragem em desenvolvimento, Mother China.
Phillip Barker (1955, UK) makes films and installations, and works as a designer for film and theatre. Barker was production designer for feature films by Brian De Palma, Mira Nair, Neil LaBute and Atom Egoyan. In his work, he likes to combine film, sculptures, music and dance. Barker has won several prizes, for instance at Toronto Worldwide Short Film Festival. Barker lives and works in Ontario, Canada.
Pacho Velez’s work sits at the intersection of ethnography, structuralism, and political documentary. He teaches at Bard College. Stephanie Spray is a filmmaker, phonographer, and anthropologist who has been working at the Sensory Ethnography Laboratory at Harvard University since 2006.
Diego Agulló was born in Madrid in 1980 and he presses orange juice every morning.
Phillip Barker
Pacho Velez
Diego Agullo and Dmitry Paranyushkin
info@phillipbarker.com, www.phillipbarker.com
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diegonante@hotmail.com, www.diegoagullo.com
manakamanafilm@gmail.com, www.manakamanafilm.com
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Olhar de Cinema 2014
Born in Shanghai. Betty’s BFA film His white eyes has been to film festivals in Australia, US, Canada, and Europe, garnering her a Rising Star Award and best feature film nomination. Her present experimental short Shanghai immigrant self-portrait - circulating the festival circuit - presents issues related to her present feature film in development Mother China.
Betty Jiang
bettyj@alumni.sfu.ca, www.motherchinamovie.com
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Tokio giants
Trento symphonia
/ Tokio giants
/ Trento symphonia
Japão/Bélgica | 2012 | 23’ | HD | Cor | Ficção
França/Itália | 2014 | 20’ | HD | Cor | Experimental
Direção Nicolas Provost Roteiro Nicolas Provost Produção Nicolas Provost Direção de Fotografia Nicolas Provost
Direção Flatform Roteiro Flatform Produção LGM/GIE MEICHLER Direção de Fotografia Olivier Chambon Trilha Sonora Matteo Pennese Montagem Flatform, Marco Forni Som Benoit Fort Elenco Principal G. Rossini Symphonic Orchestra of Pesaro, Choir of the Teatro della Fortuna of Fano, Students from the Scientific and Music High School of Pesaro Empresa Produtora LGM/GIE MEICHLER
Tokio giants
Provost filmou esta parte final da Trilogia Plot Point em Tóquio. Aqui ele apresenta o homem nas ruas enquanto um protagonista cuja realidade está em algum lugar entre um sonho e um pesadelo. Nessas três reinterpretações artísticas e ao usar uma matéria-prima aparentemente insignificante, Provost não apenas molda espaços místicos que cativam e absorvem o espectador, mas também magistralmente mostra que o mundo dos sonhos chamado ‘cinema’ nada mais é do que uma realidade construída paralela composta de clichês, normas técnicas e convenções dramatúrgicas.
Trento symphonia
O sol se põe numa paisagem montanhosa. Uma orquestra e um coral, junto com um grande grupo de adolescentes que atuam como “estandesmusicais-vivos”, são filmados enquanto tocam a primeira parte da oitava Sinfonia de Mahler. Os músicos gradualmente começam a se mover dentro de uma coreografia precisa, liderados pelos estandes-musicaisvivos. À medida que esses movimentos são executados, grupos díspares de músicos, cantores e estandes-musicais-vivos começam a desaparecer junto com os sons que emitem.
Provost shot this final part of the Plot Point Trilogy in Tokyo. He here presents the man in the street as a film protagonist whose reality lies somewhere between a dream and a nightmare. In these three aesthetic reinterpretations, Provost, using seemingly insignificant raw material, not only moulds mystical spaces that compellingly absorb the viewer, but also masterfully shows that the dream-world called ‘cinema’ is simply a constructed parallel reality comprising clichés, technical rules and dramaturgical conventions.
It is sunset in a mountain landscape. An orchestra and a choir, along with a large group of adolescents acting as “living-music-stands”, are filmed as they play the first part of Mahler’s 8th Symphony. The musicians gradually begin to move in a precise choreography, led by their living-music-stands. As these movements are executed, disparate groups of musicians, singers, and living-music-stands begin to disappear along with the sounds that they emit. n the course of its own erosion.
Nicolas Provost
Flatform
Nicolas Provost (1969) é cineasta e artista visual. Seu trabalho é uma reflexão sobre a gramática do cinema e as relações entre as artes visuais e a experiência cinematográfica. Participou de alguns festivais: Berlinale, Viennale, Cinevegas e Locarno Film Festival. Participou de algumas exposições individuais: The Seattle Art Museum, EUA, De Brakke Grond, Amsterdam.
Flatform foi fundada em 2006 e está sediada em Milão e Berlim. Seus trabalhos foram exibidos em museus e festivais de cinema, entre eles Museu Hirshornn em Washington, Wexner Center em Ohio, Centre Pompidou Paris; Nouveau Cinema Montreal Canada; Festival de Cinema de Melbourne Austrália; IFF Rotterdam Holanda; Festival Internacional de Veneza, Itália, etc.
Nicolas Provost (1969) is a filmmaker and visual artist, his work is a reflection on the grammar of cinema and the relationship between visual art and the cinematic experience. Some festivals: Berlinale, Viennale, Cinevegas and Locarno Film Festival. Some solo exhibitions: The Seattle Art Museum, USA, De Brakke Grond, Amsterdam.
Flatform is founded in 2006 and is based in Milan and Berlin. Its works have been shown in museums and film festivals including Hirshornn Museum Washington, Wexner Center Ohio, Centre Pompidou Paris; Nouveau Cinema Montreal Canada; Melbourne Film Festival Australia; IFF Rotterdam The Netherlands; Venice Intl. Film Festival Italy, etc.
Laurence Alary
Flatform
distribution@argosarts.org, www.argosarts.org
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flatform@flatform.it, www.flatform.it
Multiolhares
Olhar de Cinema 2014
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S p eci al s creeni ng s 140
Olhar de Cinema 2014
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A gente
Depois da chuva
/ A gente
/ Depois da chuva
C(us)todians
After the rain
Aly Muritiba
Brasil | 2013 | 89’ | DCP | Cor | Documentário Direção Aly Muritiba Roteiro Aly Muritiba Produção Antonio Junior, Marisa Merlo Direção de Fotografia Elisandro Dalcin Montagem João Menna Barreto, Aly Muritiba Som João Menna Barreto Empresa Produtora Grafo Audiovisual
Por sete anos, Aly Muritiba trabalhou em uma prisão. Lá ele fez parte da Equipe Alfa. Após estudar cinema e feito alguns curtas, Muritiba volta a seu antigo trabalho para reencontrar seus colegas e realizar um filme com a Equipe Alfa. A Equipe Alfa é formada por 28 pessoas, homens e mulheres de origens e formações distintas que fazem a guarda e custódia de cerca de mil criminosos numa penitenciária Brasileira. Walkiu torna-se o chefe da equipe e espera fazer um bom trabalho. Mas percebe que suas mãos estão algemadas. For seven years Aly Muritiba worked in a prison in Brazil. There he was part of the Alpha team. After studying film and made some short films, Aly back to his old job to regain his former colleagues and make a film about the Alpha Team. The Alpha Team consists in 28 people, men and women of different origins and backgrounds, that make the care and custody of a thousand criminals in a Brazilian prison. Walkiu becomes the leader of the team and hopes to do a good job. But as time goes by he realizes that his hands are sealed.
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Graduado em História pela USP, especialista em Comunicação e Cultura pela UTFPR, Aly Muritiba é diretor, produtor e roteirista de cinema. Seu curta-metragem A fábrica recebeu mais de 60 prêmios, sendo pré selecionado ao Oscar em 2013. Seu curtametragem seguinte, Pátio venceu o festival É Tudo Verdade em 2013 e esteve em inúmeros festivais internacionais, dentre eles, IDFA e a Semana da Crítica em Cannes. Seu roteiro de longametragem O homem que matou a minha amada morta recebeu o Global Filmaking Award do Sundance Institut em 2013. Além de realizador, é curador e organizador de mostras e festivais de cinema; diretor do Olhar de Cinema - Festival Internacional de Curitiba. Graduated in History from USP, specialist in Communication and Culture from UTFPR, Aly Muritiba is director, producer and screenwriter. His short film A fábrica collected more than 60 awards as was pre-selected for the 2013 Oscar. His following short film, Pátio, won the 2013 festival É Tudo Verdade and has participated in several international festivals, among them the IDFA and the Cannes Critics’ Week. His feature film script O homem que matou a minha amada morta received the Global Filmmaking Award from Sundance Institute in 2013. Besides being a director, he is a curator and organizes exhibitions and film festivals. He is also director for the Olhar de Cinema - CIFF. Agnes Vilseki
contato@grafoaudiovisual.com www.grafoaudiovisual.com
Exibições Especiais
Cláudio Marques Marília Hughes
Brasil | 2013 | 97’ | HD | Cor | Ficção Direção Cláudio Marques, Marília Hughes Roteiro Cláudio Marques Produção Cláudio Marques, Marília Hughes Montagem Cláudio Marques Elenco Principal Pedro Maia, Sophia Corral, Talis Xastro, Paulo Carneiro Dias Empresa Produtora Coisa de Cinema
Salvador, 1984. Após vinte anos de ditadura, a população vai às ruas exigir a volta das eleições diretas para Presidente da República. Esse será um ano de transformação para o país e para o jovem Caio.
Marília Hughes nasceu em Vitória da Conquista, Bahia, em 1978 e estudou comunicação e cultura contemporâneas e psicologia na Universidade Federal da Bahia. Cláudio Marques nasceu em Campinas em 1970. São produtores do festival baiano Panorama Internacional Coisa de Cinema e, juntos, dirigiram os curtas O guarani (2008), Nego fugido (2009), Carreto (2010), Sala de milagres (2011) e Desterro (2012). Depois da chuva é o primeiro longa-metragem da dupla. Marilia Hughes was born in Vitória da Conquista, Bahia, in 1978 and studied communication and contemporary culture and psychology at the Federal University of Bahia. Claudio Marques was born in Campinas in 1970. They are producers for the Bahia festival Panorama Internacional Coisa de Cinema and together have directed the short films O guarani (2008), Nego fugido (2009), Carreto (2010), Sala de milagres (2011) and Desterro (2012). Depois da chuva is the duo’s first feature film. Cláudio Marques
cau_marques@me.com coisadecinema.com.br/depois_da_chuva
Salvador, 1984. After twenty years of a dictatorship the population takes the streets to demand the return of direct presidential elections. This will be a year of changes for the country and for young Caio.
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A navalha do avô Granpa’s razor
/ A navalha do avô
Brasil | 2013 | 23’ | HD | Cor/P&B | Ficção Direção Pedro Jorge Roteiro Francine Barbosa, Pedro Jorge Produção Angelo Ravazi Direção de Fotografia Otávio Pupo Empresa Produtora Confeitaria de Cinema, Massa Real
Bruno está na faculdade. José está ficando cada vez mais frágil devido a uma doença e não pode mais ir à barbearia como costumava fazer. Bruno então passa a ajudar José a fazer a barba em casa e, com isso, se vê obrigado a dedicar mais tempo ao avô.
Bruno is in college. José is becoming increasingly fragile due to an illness and cannot go to the barber shop like he used to. Bruno proceeds to help José to shave at home, and thus, finds himself forced to devote more time to his grandfather
A que deve a honra da iluste visita este simples marquês?
Astigmatismo
Os irmãos Mai
/ Astigmatismo
/ Os irmãos Mai
/ A que deve a honra da ilustre visita este simples marquês?
Espanha | 2013 | 4’ | HD | Cor | Animação
Brasil | 2013 | 18’ | HD | Cor | Ficção
Brasil | 2013 | 25’ | HD | Cor | Documentário
Direção Nicolai Troshinsky Roteiro Nicolai Troshinsky Produção Nicolai Troshinsky Direção de Fotografia Nicolai Troshinsky Trilha Sonora Shogun Kunitoki Som Pierre Sauze
Direção Thais Fujinaga Roteiro Thais Fujinaga Produção Thais Fujinaga, Gustavo Maximiliano Direção de Fotografia André Luiz de Luiz Direção de Arte Dicezar Leandro Montagem André Bomfim Som Eduardo Santos Mendes, Luiz Adelmo Elenco Principal Luis Mai, Recardo Mai Empresa Produtora ViaTV Comunicação e Cultura
To what do I owe the honor of this illustrious visit?
Direção Rafael Urban, Terence Keller Roteiro Rafael Urban, Terence Keller Produção Rafael Urban Direção de Fotografia Elisandro Dalcin Montagem Larissa Figueiredo Som João Menna Barreto (som direto), Demian Garcia (edição de som) Elenco Principal Max Conradt Jr. Empresa Produtora Tu i Tam Filmes
Max Conradt Jr. guarda a memória de um mundo em sua casa e recebe cada visitante com a mesma indagação: A que deve a honra de tão ilustre visita este simples marquês?
Max Conradt Jr. keeps the memory of a world in his house and welcomes each visitor with the same question: to what does this simple marquis owe the honor of such a distinguished visitor?
Rafael Urban, Terence Keller
Pedro Jorge, graduado em Cinema pela Universidade Anhembi Morumbi em São Paulo, com especialização em montagem pela EICTV, San Antonio de los Baños, Cuba, dirigiu o premiado curta-metragem A vermelha luz do bandido (2009), o media-metragem extra-dvd America Brasil, o documentário (2010), de Seu Jorge, e diversos video-clipes de bandas de SP. A navalha do avô (2013) é seu segundo curta-metragem. Seu novo projeto Meu pequeno herói não sabe voar foi contemplado pelo Prêmio Estímulo de Curta-Metragem de SP, a ser realizado em 2014.
Rafael Urban dirigiu e produziu filmes como Ovos de dinossauro na sala de estar, curta exibido em 130 festivais, de 23 países, que recebeu 20 prêmios, entre eles o de Melhor Filme do 66º Festival de Edimburgo (2012). Terence Keller é graduado em Direito e pós-graduado em Cinema. Seu curta documentário Levo de alcântara recebeu o prêmio Mauro Bezerra no 32º Festival Guarnicê, no Maranhão. Entre outros trabalhos, dirigiu os curtas Balada da Cruz Machado (2009) e Noturno (2011).
Pedro Jorge graduated in Cinema from the Universidade Anhembi Morumbi in São Paulo, with an specialization in editing from EICTV, San Antonio de los Baños, Cuba. He directed his first award winning short film A vermelha luz do bandido (2009), the medium length feature DVD-extra America Brasil, o documentário (2010), by Seu Jorge, and several music videos for bands in Sao Paulo. A navalha do avô (2013) is his second short film. His new Project Meu pequeno herói não sabe voar was contemplated by the Sao Paulo Short Film Incentive Award (Prêmio Estímulo de Curta-Metragem-SP) and will be conducted in 2014.
Rafael Urban directed and produced works such as Ovos de dinossauro na sala de estar (Dinosaur eggs in the living room), which won 20 prizes, such as the Best Film at the 66th Edinburgh IFF (2012). Terence Keller studied Law and got a graduate degree in Cinema. His short documentary film Levo de alcântara received the Mauro Bezerra Award at the 32nd Festival Guarnicê, in Brazil. Among other works, he directed the shorts Balada da Cruz Machado (2009) and Noturno (2011).
Pedro Jorge
Rafael Urban
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Um menino, tendo perdido os seus óculos, só consegue ver uma coisa em foco de cada vez. Seu olhar é atraído por sons que o cercam. Ele terá que explorar um mundo embaçado de lugares desconhecidos e personagens estranhos.
A boy, having lost his glasses, can only see one thing in focus at a time. His sight gets attracted by the sounds that surround him. He will have to explore a blurry world of unknown places and strange characters.
Pedro Jorge
pedroncabron@gmail.com
Astigmatismo
rafael@tuitamfilmes.com, www.tuitamfilmes.com
Dois irmãos de origem chinesa saem pelo centro da cidade de São Paulo em busca de um presente para a sua avó. Quanto mais eles caminham, mais longe parecem estar de seu objetivo.
Two brothers of Chinese origin roam downtown São Paulo in search of a gift for their grandmother. The more they walk, the further they seem from their goal.
Nicolai Troshinsky
Thais Fujinaga
Nascido em Moscou em 1985, Nicolai Troshinsky estudou ilustração em Madri. Em 2009, ele se forma como cineasta de animação na escola francesa La poudrière. Ele trabalha como ilustrador, cineasta de animação e designer de videogames experimentais.
Graduou-se no curso Superior do Audiovisual da ECA-USP. Seus últimos curtas, L e Os irmãos Mai, participaram de dezenas de festivais de prestígio no mundo todo, ganhando mais de 60 prêmios e menções especiais, como no Festival de Berlim, Brasília, Mar del Plata, Havana, Mostra de Tiradentes, entre outros.
Born in Moscow in 1985, Nicolai Troshinsky studied illustration in Madrid. In 2009 he graduates as animation filmmaker in the french school La poudrière. He works as illustrator, animation filmmaker and experimental videogame designer.
Thais Fujinaga graduated from the Audiovisual Superior course at ECA-USP. Her latest short films, L and Os irmãos Mai have taken part in dozens of prestigious festivals around the world, winning over 60 awards and honorable mentions, such as in the Berlin Festival, Brasilia, Mar del Plata, Havana, Tiradentes Film Festival, among others.
Nicolai Troshinsky
Thais Fujinaga
astigmatismo@troshinsky.com, www.astigmatismo-shortfilm.com
Olhar Itinerante
The Mai brothers
Olhar de Cinema 2014
thaisfuji@gmail.com
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Rabbit and deer Rabbit and deer
/ Nyuszi és öz
Hungria | 2013 | 16’ | HD | Cor | Ficção, Animação Direção Péter Vácz Roteiro Péter Vácz Produção Jozsef Fulop Direção de Fotografia Gabor Garai Trilha Sonora Mate Hamori, Mahdi Khene Montagem Judit Czako Som Mate Hamori Empresa Produtora MoholyNagy University of Art and Design
O Coelho e o cervo estão vivendo felizes e sem preocupações até que sua amizade é posta à prova pela mais recente obsessão do cervo: encontrar a fórmula para a terceira dimensão. Após um inesperado acidente o cervo se vê em um novo e desconhecido mundo. Separados por dimensões, os dois amigos precisam encontrar o caminho de volta para se reencontrarem.
Rabbit and Deer are living happily and careless until their friendship is put to the test by Deer’s new obsession to find the formula for the 3rd dimension. After an unexpected accident Deer finds himself in a new world, unknown to him. Separated by dimensions the two friends have to find the way back to each other.
Péter Vácz Péter Vácz é formado pela Moholy-Nagy University of Art and Design in Animation (graduação em 2010 e mestrado em 2012) com seus filmes Streamschool e Rabbit and Deer, que ganharam mais de 50 prêmios internacionais. Desde o ano de 2013 Péter é representado pelo estúdio de animação Picasso Pictures, sediada em Londres. Péter Vácz graduated from Moholy-Nagy University of Art and Design in Animation BA (2010) and MA (2012) with his film called Streamschool and Rabbit and Deer which has won over 50 awards at internationally. Since 2013 Péter is represented by the London based Picasso Pictures animation studio.
Péter Vácz
vaczpeter@gmail.com, www.petervacz.com
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Olhar Itinerante
Olhar de Cinema 2014
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III C ur i ti b a fi l m s em i nar 150
Olhar de Cinema 2014
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Palestra: Fundo setorial do audiovisual
Lecture: Audiovisual fund
A Ancine – Agência Nacional do Cinema, em parceria com o Olhar de Cinema, Festival Internacional de Curitiba e Sindicato da Indústria Audiovisual do Paraná (Siapar), realiza o Seminário Fundo Setorial do Audiovisual em Curitiba-PR.
The Ancine – Agência Nacional do Cinema, in partnership with the Olhar de Cinema - CIFF and the Parana Audiovisual Industry Union (Siapar), presents the Audiovisual Fund Sector Seminar in CuritibaPR.
O evento conta com a participação da Diretora da Ancine Rosana Alcântara e com o Superintendente de Desenvolvimento Econômico, Marcos Tavolari. O encontro é voltado a profissionais de empresas produtoras, distribuidoras ou programadoras de conteúdo audiovisual, gestores de fundos de investimento com participação do FSA, entre outros. Na pauta, orientações sobre as novas chamadas públicas para desenvolvimento, produção e comercialização de projetos para cinema e TV, além de balanço das ações do Fundo Setorial e destaques das ações do fundo programadas para o segundo semestre de 2014.
The event will be attended by Ancine Director Rosana Alcantara and by Mark Tavolari, Superintendent for Economic Development. The encounter is targeted at professionals from production companies, audiovisual programmers or distributors, investment funds managers with FSA participation, among others. The debated topics shall be: guidelines regarding the new public calls for development, production and commercialization of TV and cinema projects as well as an evaluation of the Fund Sector actions while underlining the planned actions for the second half of 2014.
Mesa: Cinema de gênero no Brasil
Panel discussion: Genre cinema in Brazil
O cinema de gênero, produção comumente associado à ideia de cinema comercial, tem nos dias de hoje uma nova florada na produção nacional, encontrando morada notadamente nas comédias (neochanchadas?), nos filmes religiosos e em alguns casos, nos filmes policias e suas variantes. Mas há também um fenômeno novo, um fenômeno que associa gênero e cinema de autor, que apesar de passar à margem do grande circuito exibidor, tem encontrado nos festivais de cinema espaço para estabelecer diálogos com o público.
Genre cinema, a production commonly associated with the idea of commercial cinema, is currently undergoing a new bloom within national production, more notably in comedies (neochanchadas?), in religious films and, in some cases, in cop films and variants thereof. But there is also a new phenomenon, a phenomenon that associates genre and auteur cinema, which despite travelling on the margin of major exhibition circuits has managed to find in film festivals a home for dialogues with the audience.
Sexta 30 de maio às 13h30 - Livraria Saraiva – Shopping Crystal
Quinta 29 de maio às 9h - FIEP
A presente mesa visa analisar a atual produção nacional sob o prisma dos gêneros cinematográficos, traçando um paralelo com as investidas tupiniquins do passado e refletindo sobre possíveis caminhos futuros para Cinema de Gênero no Brasil.
The current panel aims to analyze the current domestic production from the perspective of film genres, drawing a parallel with past investments and reflecting on possible future paths for Genre Film in Brazil.
Participantes / Participants
André Gatti
Ilana Feldman
Patrícia Mourão
Pesquisador cinematográfico, professor universitário . Fez mestrado na Eca/Usp e doutorado no Iar/Unicamp. Tem livros, artigos e capítulos publicados no Brasil e no exterior. Recentemente, tem atuado como ator de filmes independentes brasileiros, tais como Avanti Popolo, de Michael Wahrmann e O tempo não está no lugar em que estamos, Dellani Lima.
Doutora em Cinema pela ECA/USP, com passagem pelo Departamento de Filosofia, Artes e Estética da Universidade Paris VIII. Atualmente, realiza pósdoutorado em Teoria Literária na UNICAMP, com a pesquisa Os diários cinematográficos de David Perlov: do privado ao político, e é curadora do ciclo O Cinema e o Irrepresentável no Centro da Cultura Judaica de SP. Seu livro, Jogos de cena: ensaios sobre o documentário brasileiro contemporâneo, será publicado em 2014 pela editora Contraponto.
Doutoranda em cinema pela Universidade de São Paulo, onde pesquisa cinema autobiográfico experimental. Atua como curadora, professora e produtora. Organizou o livro Jonas Mekas (CCBB, 2013), e co-organizou: David Perlov: epifanias do cotidiano (CCJ, 2011), Harun Farocki: por uma política do olhar (Cinemateca Brasileira, 2010) e O cinema de Pedro Costa ( CCBB, 2010), entre outros. Produziu Já visto jamais visto (2013), de Andrea Tonacci.
André Gatti is a film researcher and university professor. He holds an MA from Eca/Usp and a PhD from lar/ Unicamp. He has books, articles and chapters published in Brazil and abroad. Recently he has acted as an actor in independent Brazilian films such as Avanti Popolo, by Michael Wahrmann and O tempo não está no lugar em que estamos, by Dellani Lima.
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III Seminário de Cinema de Curitiba
Olhar de Cinema 2014
Ilana Feldman holds a PhD in Cinema by ECA / USP with a passage at the University Paris VIII Department of Philosophy, Arts and Aesthetics. She is currently in her post-doctorate course in Literary Theory at UNICAMP, with the research The film diaries of David Perlov: from private to political, and acts as a curator for the cycle Cinema and the un-representable at the Sao Paulo Center for Jewish Culture. Her book Jogos de cena: ensaios sobre o documentário brasileiro contemporâneo will be published in 2014 by Counterpoint publishing house.
Patricia Mourão is a PhD film student at the São Paulo University where she currently researches experimental autobiographic cinema. She works as a curator, teacher and producer. She has organized the book Jonas Mekas (CCBB, 2013), and co-organized: David Perlov: epifanias do cotidiano (CCJ, 2011), Harun Farocki: por uma política do olhar (Cinemateca Brasileira, 2010) and O cinema de Pedro Costa (CCBB, 2010), among others. She was a producer for Já visto jamais visto (2013), by Andrea Tonacci.
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Masterclass - O ator Jean-Claude Bernadet
Master Class - Actor Jean-Claude Bernadet
Mastre class com Jean-Claude Bernadet, com exibição do curta A navalha do avô, de Pedro Jorge, onde atuou como protagonista.
Master Class with Jean-Claude Bernadet with the projection of the short-film A navalha do avô, by Pedro Jorge, in which he played the protagonist.
Sábado 31 de maio às 14h - Espaço Itaú de Cinema (Sala 02) do Shopping Crystal
Convidado / Guest
A navalha do avô Granpa’s razor
/ A navalha do avô
Brasil | 2013 | 23’ | HD | Cor/P&B | Ficção Direção Pedro Jorge Roteiro Francine Barbosa, Pedro Jorge Produção Angelo Ravazi Direção de Fotografia Otávio Pupo Empresa Produtora Confeitaria de Cinema, Massa Real
Jean-Claude Bernadet Professor emérito da ECA/USP. Ex-professor da UnB. Autor de ensaios sobre cinema: Brasil em tempo de cinema, Cinema brasileiro: propostas para uma história, Cineastas e imagens do povo, Caminhos de Kiarostami. Co-autor dos roteiros: O caso dos Irmãos Naves (Luiz Sergio Person 1968), Um céu de estrelas (Tata Amaral 1995), Através da janela (Tata Amaral 2000), Hoje (Tata Amaral 2011), Periscópio (Kiko Goifman 2012). Diretor de: São Paulo sinfonia e cacofania (1995), Sobre anos 60 (1999). Ator, entre outros: Ladrões de cinema (Cony Campos 1977), Disaster movie (Wilson Barros 1985), Filmefobia (Kiko Goifman 2008), Periscópio (Kiko Goifman 2012), Plano B (Getsemani e Santiago 2012) O homem das multidões (Marcelo Gomes e Cão Guimarães 2013), A navalha do avô (Pedro Jorge 2013), Amador (Cristiano Burlan 2014) Pingo d’água (Taciano Valério 2014), Hamlet (em produção, Cristiano Burlan 2014).
Bruno está na faculdade. José está ficando cada vez mais frágil devido a uma doença e não pode mais ir à barbearia como costumava fazer. Bruno então passa a ajudar José a fazer a barba em casa e, com isso, se vê obrigado a dedicar mais tempo ao avô.
Jean-Claude Bernadet is an emeritus professor at ECA / USP. Former professor at UNB. Author of essays on cinema: Brasil em tempo de cinema, Cinema brasileiro: propostas para uma história, Cineastas e imagens do povo, Caminhos de Kiarostami. Co-author of the scipts: O caso dos Irmãos Naves (Luiz Sergio Person 1968), Um céu de estrelas (Tata Amaral 1995), Através da janela (Tata Amaral 2000), Hoje (Tata Amaral 2011), Periscópio (Kiko Goifman 2012). Director: São Paulo sinfonia e cacofania (1995), Sobre anos 60 (1999). Actor, among others: Ladrões de cinema (Cony Campos 1977), Disaster movie (Wilson Barros 1985), Filmefobia (Kiko Goifman 2008), Periscópio (Kiko Goifman 2012), Plano B (Getsemani e Santiago 2012) O homem das multidões (Marcelo Gomes e Cão Guimarães 2013), A navalha do avô (Pedro Jorge 2013), Amador (Cristiano Burlan 2014) Pingo d’água (Taciano Valério 2014), Hamlet (em produção, Cristiano Burlan 2014).
Bruno is in college. José is becoming increasingly fragile due to an illness and cannot go to the barber shop like he used to. Bruno proceeds to help José to shave at home, and thus, finds himself forced to devote more time to his grandfather
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III Seminário de Cinema de Curitiba
Olhar de Cinema 2014
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Lançamento de livros
Book Releases
Domingo 01 de junho às 13h30 - Livraria Saraiva do Shopping Crystal
Introdução ao desenho de som - Uma sistematização aplicada na análise do longa metragem Ensaio sobre a cegueira de Débora Opolski
O livro apresenta uma reflexão sobre um processo de construção do desenho de som. Estruturado sob a forma de relato de experiência e análise comparativa, discute o processo de criação sonora, levantando a questão da contribuição do desenho de som para o discurso narrativo cinematográfico. Dividido em duas partes, temos na primeira a explicação de um processo de edição de som de forma detalhada, discutindo a importância da pós produção e a influência que esta exerce sobre o modo como o filme é percebido pelo espectador. Apresenta métodos e objetivos para a edição de diálogos, foley e efeitos sonoros. Na sequência, temos a análise da pós produção de som do filmes Ensaio sobre a cegueira, nos ambientes, nos sound effects e na música.
The book presents a reflection on the construction process behind sound design. Structured in the form of personal experience accounts and comparative analysis, the book discusses the sound creation process while raising the issue of the contribution of sound design for cinematic narrative discourse. Divided into two parts, in the first one we have a detailed explanation of the sound editing process, discussing the importance of post-production and the influence it has on how the film is perceived by the viewer. It also presents methods and objectives for editing dialogues, foley and sound effects. Subsequently, there is an analysis of post-production in sound in the film Blindness, in environments, sound effects and music.
Lei da Ancine comentada (medida provisória N º 2.228-1/01) de Marcelo Ikeda
A Medida Provisória nº 2.228-1/01 estabelece uma nova forma programática de apoio do Estado brasileiro ao audiovisual. Além de outras medidas, cria um novo órgão central - a Agência Nacional do Cinema (Ancine) - como um órgão de regulação, fomento e fiscalização do mercado audiovisual brasileiro. Nesta publicação inédita, Marcelo Ikeda comenta detalhadamente esse importante marco legal, descrevendo, artigo a artigo, suas principais aplicações, desvendando para o leitor as implicações de cada um dos preceitos estabelecidos pela lei.
Provisional Measure No. 2.228-1/01 establishes a new form of programmatic support by the Brazilian State for the audiovisual art form. Among other measures, it creates a new central agency - the National Film Agency (Ancine) – as the responsible body for regulating, promoting and supervising the Brazilian audiovisual market. In this new publication, Marcelo Ikeda thoroughly comments this important legal landmark, describing article by article its main applications, and revealing to the reader the implications behind each of these principles established by law.
Leis de incentivo para o audiovisual - Como captar recursos para o projeto de uma obra de cinema e video de Marcelo Ikeda
O caminho mais comum para a realização de filmes de longa-metragem e outras obras audiovisuais no Brasil é a captação de recursos pelas leis de incentivo fiscais. No entanto, o caminho é confuso, pois existe um conjunto de mecanismos de incentivo e a leitura da legislação e dos regulamentos disponíveis é árida. Este livro, portanto, funciona como um manual que desvela para o leitor as características e o funcionamento de cada mecanismo de incentivo e Funcines, além de apresentar o Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) e os mecanismos automáticos, como o Prêmio Adicional de Renda (PAR) e o Adicional de Qualidade (PIQCB). estabelecidos pela lei. 156
The most common pathway for making feature length films and other audiovisual works in Brazil is though fundraising by means of tax incentive laws. However, the path is a confusing one since a large set of incentive mechanisms exists and the reading of the available law and regulations is arid. Therefore, this book serves as a manual to unveil to the reader the characteristics and workings for each incentive mechanism and Funcines, besides presenting the Audiovisual Sector Fund (FSA) and the automatic mechanisms, such as the Additional Award Income (PAR) and the Additional of Quality (PIQCB).
III Seminário de Cinema de Curitiba
Debora Opolski
Marcelo Ikeda
Mestre em música, ela fez parte da edição de som grandes produções cinematográficas brasileiras, como Tropa de elite 2 - o inimigo agora é outro, VIPs, As melhores coisas do mundo, Lula, o filho do Brasil e À deriva. Hoje é professora da área de música na UFPR e concentra suas pesquisas em produção e percepção de som.
Professor do Curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal do Ceará (UFC). Autor (com Dellani Lima) do livro Cinema de garagem. Autor dos livros Lei da Ancine comentada e Leis de incentivo para o audiovisual. Curador da Mostra do Filme Livre desde 2003. Crítico de cinema, mantem o site www. cinecasulofilia.blogspot.com. Realizou diversos curtas metragens, como Eu te amo (2005) e Carta de um jovem suicida (2008).
Debora Opolski holds a Master’s Degree in music and was part of the team responsible for the sound editing in major Brazilian film productions such as Tropa de elite 2 - o inimigo agora é outro, VIPs, As melhores coisas do mundo, Lula, o filho do Brasil and À deriva. She currently teaches music at UFPR and concentrates her researches in production and sound perception.
Olhar de Cinema 2014
Marcelo Ikeda is a professor at the Cinema and Audiovisual Course at the Ceará Federal University (UFC). He is author of the book (alongside Dellani Lima) Cinema de garagem. He also authored the books Lei da ancine comentada and Leis de incentivo para o audiovisual. He acts as curator for the Mostra do Filme Livre since 2003. He is also a film critic and manages the website www.cinecasulofilia.blogspot.com. He has directed short-films such as Eu te amo (2005) and Carta de um jovem suicida (2008).
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Mesa: Curadoria em festivais
Panel discussion: Festival programming
Sabe-se que a exposição que um filme recebe em determinados festivais de cinema são determinantes para sua posterior carreira mundo a fora. Temos ao menos uma dúzia de grandes festivais no mundo que hoje em dia servem como plataforma de lançamento de filmes de diretores consagrados, mas que ainda se ocupam em descobrir propostas cinematográficas novas e instigantes. Partindo desta premissa, pergunta-se: Quais os festivais mais interessantes para colocar um filme hoje em dia? E dentro deles, quais mostras se prestam melhora para cada tipo de filme? Existe um perfil curatorial identificável nestes festivais? O que faz de certos filmes grandes sucessos em festivais autorais e qual o reflexo de sua escolha por um determinado festival em seu lançamento comercial?
We know that the coverage a film receives at certain film festivals are determinant for its subsequent career in the world. There are at least a dozen major festivals in the world today which serve as a platform for established filmmakers, but which still remain concerned with discovering new and compelling cinematic motions. On this assumption, we ask: What are the most interesting festivals to display a film today? And within them, which exhibitions lend themselves better for each kind of film? Is there an identifiable curatorship profile in these festivals? Why do certain films accomplish great repercussion in authorial festivals and how does this reflect on your choice for a certain festival for your commercial release?
Segunda 02 de junho às 13h30 - Livraria Saraiva do Shopping Crystal
Participantes / Participants
Eduardo Valente
Agnès Wildenstein
Andrea Stavenhagen
Graduado em cinema pela UFF-RJ, seu trabalho de formatura, o curta metragem Um sol alaranjado, recebeu em 2002 o primeiro prêmio da Cinefondatión, competição de filmes de escola do Festival de Cannes. Seus dois curtas seguintes (Castanho e O monstro) também foram exibidos em Cannes em diferente mostras. Seu longa de estreia No meu lugar participou da seleção oficial do mesmo festival, fora de competição. Além de realizador foi editor da revista Cinética. Atualmente é Assessor Internacional da Ancine.
Nasceu na França, morou em Paris e atualmente mora em Lisboa, Portugal. Trabalhou por 10 anos na Cinemateca Francesa e 12 anos no Locarno International Film Festival, como programadora. É membro permanente do júri do Jean Vigo Prize. É atualmente programadora associada do DocLisboa.
Trabalhou na Direção de Curta-Metragem do IMCINE e foi Subdiretora do Centro de Capacitación Cinematográfica. Dirigiu a seção de Indústria no Festival de Guadalajara, a cargo do Encontro de Coprodução e de outras atividades para profissionais do cinema. Codirigiu a Oficina MoreliaLab, iniciativa fundamental para profissionalização de produtores. Foi jurada em vários festivais; é delegada para a América Latina no Festival de San Sebastián, assim como colaboradora nos festivais de Morelia e Sarajevo.
Mediador
Graduated in cinema by UFF-RJ, his graduation work, the short film Um sol alaranjado, received in 2002 the first Cinefondatión award, the school film competition at the Cannes Film Festival. His two following short films (Castanho and O monstro) were also exhibited at Cannes in different exhibitions. His debut feature film No meu lugar was featured in the aforementioned festival official selection, outside competition. Besides being a filmmaker, he was editor for the film criticism magazine Cinética. He is current the International Advisor for Ancine. 158
Born in France, was living in Paris, lives now in Lisbon, Portugal. Worked ten years at La Cinémathèque française, then twelve years at Locarno international film Festival, as a programmer. Permanent jury member of the Jean Vigo Prize. Now she is associate programmer for DocLisboa.
Andrea Stavenhagen worked as Short Film Manager at IMCINE and was Assistant Director at the Centro de Capacitación Cinematográfica. She managed the Industry section at the Guadalajara Festival, in charge of the Coproduction Meeting as well as other activities within the film industry. She codirected the MoreliaLab Workshop, a key initiative for the professionalization of producers. She was also a jury at several festivals; is a Latin America Delegate for the San Sebastián film festival as well as a collaborator for the Morelia and Sarajevo festivals. III Seminário de Cinema de Curitiba
Bettina Steinbrügge
Charlene Dinhut
Diego Lerer
Bettina Steinbrügge é diretora do Kunstverein em Hamburgo (Alemanha). Ela trabalhou para o Festival de Cinema Documental Kassel e entre 2001 e 2007 foi diretora do Halle für Kunst em Lüneburg. Leciona na Haute École d’Art et de Design, em Genebra desde 2009 e desde 2014 é professora de teoria da arte na Universidade de Belas Artes em Hamburgo. Em 2011, foi curadora na La Kunsthalle Mulhouse. Desde 2007 Steinbrügge realiza a co-curadoria do Forum Expanded no Festival Internacional de Berlim. De 2010-13 trabalhou como curadora-chefe no Belvedere em Viena.
Charlene Dinhut trabalha no Centro Pompidou, mais especificamente no Hors Pistes. Hors Pistes foi concebido como um evento de 15 dias dedicado à exibição de filmes e exploração de formas narrativas e arte contemporânea. Em 2013 Hors Pistes começou a apresentar trabalhos que ajudou a produzir, trabalhos estes que combinavam filme e performance ao vivo, sendo que alguns desses foram também concebidos como etapas de filmes em andamento. Charlene Dinhut também atua como curadora de cinema no Museum for Hunting and Nature, um local inesperado para a arte contemporânea.
Crítico e editor da seção Clarín Film, entre 1992 e 2012. Bacharel em Ciências da Comunicação, Diego foi também professor de semiótica no Centro de Investigación Cinematográfica. Foi bolsista no Journalism Fellowship Program da Universidad de Michigan, é coautor e editor do livro Nuevo cine argentino. É presidente da Fipresci-Argentina e foi vice-presidente dessa federação no âmbito internacional. Ele tem um blog chamado Micropsia e escreve para a Inrockuptibles y Otros Cines, entre outros.
Bettina Steinbrügge is the director of the Kunstverein in Hamburg (Germany). She worked for the Kassel Documentary Film Festival and from 2001 to 2007 she was the director of Halle für Kunst in Lüneburg. She teaches at the Haute École d’Art et de Design in Geneva since 2009 and since 2014 is professor for art theory at the University of Fine Arts of Hamburg. In 2011 she was a curator at La Kunsthalle Mulhouse. Since 2007 Steinbrügge is co-curating Forum Expanded at the Berlin International Film Festival. From 2010-13 she worked as chief curator at the Belvedere in Vienna.
Olhar de Cinema 2014
Charlene Dinhut works at the Centre Pompidou, notably for Hors Pistes. Hors Pistes was imagined as a 15 day event screening films exploring new narrative forms and contemporary art. In 2013, Hors Pistes began presenting works that it had helped produce, works bringing together film and live performance, and some of these were also conceived as stages of films in progress. Charlene Dinhut also works as a film curator at the Museum for Hunting and Nature, an unexpected venue for contemporary art.
Critic and editor of the Clarín Film section, between 1992 and 2012. BFA in Communication Sciences, Diego was also a professor of semiotics at the Centro de Investigación Cinematográfica. He was granted a scholarship at the Journalism Fellowship Program at the University of Michigan, and is coauthor of the book Nuevo cine argentino. He is president of FipresciArgentina and was vice president of this federation internationally. He has a blog called Micropsia and writes for Inrockuptibles y Otros Cines, among others.
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Mesa: O ator e seus processos
Panel discussion: The actor and their processes
Quais são os caminhos possíveis para que o ator encontre o personagem? Como se dá a interlocução entre ator e realizador na construção da dramaturgia do personagem? Quando o ator se torna autor? As técnicas e práxis do ator de cinema numa conversa sobre trajetórias pessoais.
What are the possible paths so that the actor may find the character? How does the communication between actor and director take place when building the character’s dramaturgy? When does the actor become author? The techniques and praxis of the film actor in a conversation on personal trajectories.
Terça 03 de junho às 13h30 - Livraria Saraiva do Shopping Crystal
Participantes / Participants
Aly Muritiba
Fernando Alves Pinto
Letícia Sabatella
Mayana Neiva
Nash Laila
Paulo Sacramento
Graduado em História pela USP, especialista em Comunicação e Cultura pela UTFPR, Aly Muritiba é diretor, produtor e roteirista de cinema. Seu curta metragem A fábrica recebeu mais de 60 prêmios, sendo pré selecionado ao Oscar em 2013. Seu curta metragem seguinte, Pátio venceu o festival É Tudo Verdade em 2013 e esteve em inúmeros festivais internacionais, dentre eles, IDFA e a Semana da Crítica em Cannes. Seu roteiro de longa metragem O homem que matou a minha amada morta recebeu o Global Filmaking Award do Sundance Institut em 2013. Além de realizador, é curador e organizador de mostras e festivais de cinema; diretor do Olhar de Cinema - Festival Internacional de Curitiba.
Fernando Alves Pinto, ator, começou carreira no espetáculo Despertar da primavera no Theatro São Pedro - RS em 1988, sob a direção de Ulisses Cruz, e entrou no cinema nacional como protagonista de Terra estrangeira, de Walter Salles e Daniela Thomas, de 1995. Seguido de uma longa lista de montagens teatrais como Esperando Godot e Ham-let, por Zé Celso Martinez Correia, e A mulher que ri, por Yara Novaes, e cinema como Tônica dominante, de Lina Chamie, e 2Coelhos, de Afonso Poyart.
Leticia Sabatella, Atriz, Cantora, Compositora e Diretora. Iniciou seus estudos aos 8 no Ballet Teatro Guaíra até tornar-se bailarina profissional. Aos 14 começou a estudar teatro e integrar o Coral Sinfônico do Paraná. Atuou em várias montagens teatrais, e no cinema como em Chatô, Xangô de Baker Street, Romance e Não por acaso. Na televisão, participou em papéis de grande destaque, das séries: A muralha, JK, Um só coração, Hoje é dia de Maria, e varias novelas.
Mayana Neiva é atriz e escritora. Formou-se pela San Francisco State University na California em Teatro e na Puc SP em Letras e Filosofia. Trabalhou com Teatro Oficina, Centro de Pesquisa Teatral CPT do renomando diretor Antunes Filho e é co-fundadora do Nucleo de pesquisa Transfugas no Grupo de Teatro XIX em Sao Paulo. Na Rede Globo protagonizou A pedra do reino, de Luiz Fernado Carvalho, e Amor eterno amor, de Rogerio Gomes. Na mesma emissora tambem fez Som e furia, Queridos amigos, Tititi, Dalva e Herivelto, Derci de verdade, Cordel encantado, Sangue bom, dentre outros. No cinema fez Infância clandestina, de Benjamin Avila, Os normais, O vendedor de passados, O tempo que leva e O homem que matou minha amada morta. É autora do livro infantil Sofia.
Realizou um curso de formação de ator por três anos na hiperion escola de artes e a montagem de A lição e valsa n. 6, com direcao de Jorge Clesio. Deserto feliz foi o primeiro filme em 2005, dir. Paulo Caldas. Estudou artes cenicas na UFPE e na Blaise Pascal em Clermont Ferrand (FRA). Atuou também nos filmes O país do desejo, Tatuagem e Amor, plástico e barulho e desde 2012 integra o elenco da Cia Teatro Oficina Uzyna Uzona, onde acaba de estrear na sua quinta montagem.
Formado em Comunicação Social com Habilitação em Cinema pela ECA/USP, dirigiu,produziu e montou os curtas AVE e Juvenília. Dirigiu o premiado documentário O prisioneiro da grade de ferro. Produziu e montou os longas-metragens Amarelo manga, A concepção e Encarnação do demônio. Montou os longas-metragens Cronicamente inviável, Tônica dominante, Quanto vale ou é por quilo?, Querô, Chega de saudade, É proibido fumar e Meu país. Produziu o documentário O aborto dos outros. Foi presidente da ABD-SP em 1997, lecionou Montagem Cinematográfica na ECA/USP e integra o conselho consultor da Cinemateca Brasileira.
Mediador
Graduated in History from USP, specialist in Communication and Culture from UTFPR, Aly Muritiba is director, producer and screenwriter. His short film A fábrica collected more than 60 awards as was preselected for the 2013 Oscar. His following short film, Pátio, won the 2013 festival É Tudo Verdade and has participated in several international festivals, among them the IDFA and the Cannes Critics’ Week. His feature film script O homem que matou a minha amada morta received the Global Filmmaking Award from Sundance Institute in 2013. Besides being a director, he is a curator and organizes exhibitions and film festivals. He is also director for the Olhar de Cinema - CIFF.
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Fernando Alves Pinto, actor, began his career in the spectacle Despertar da Primavera at the São Pedro Theater – RS in 1988, under the direction of Ulisses Cruz, and began acting in national cinema as a protagonist for Terra estrangeira, by Walter Salles and Daniela Thomas, in 1995. He took part in a long list of stage productions such as Waiting for Godot and Hamlet, by Zé Celso Martinez Correia, and A mulher que ri, by Yara Novaes, and in cinema with Tônica dominante, by Lina Chamie, and 2Coelhos, by Afonso Poyart.
Leticia Sabatella is an actress, singer, composer, and director. She began her studies at eight years of age at the Teatro Guaíra Ballet until she became a professional ballerina. At age 14 she began to study theater and joined the Parana Symphonic Choir. She has acted in several stage productions as well as film, such as Chatô, Xangô de Baker Street, Romance and Não por acaso. In Television she has starred in prominent roles in the series: A muralha, JK, Um só coração, Hoje é dia de Maria, and several soap operas.
III Seminário de Cinema de Curitiba
Mayana Neiva is an actress and writer. She graduated in Theater from the San Francisco State University in California and in Literature and Philosophy. She worked with Teatro Oficina, the research center Centro de Pesquisa Teatral CPT, from renowned director Antunes Filho and is cofounder of the research center Transfugas at the Grupo de Teatro XIX in Sao Paulo. For the Globo TV network she starred in A pedra do reino, by Luiz Fernado Carvalho, and Amor eterno amor, by Rogerio Gomes. For the same network she also acted in Som e furia, Queridos amigos, Tititi, Dalva e Herivelto, Derci de verdade, Cordel encantado, Sangue bom, among others. In film she starred in Infância clandestina, by Benjamin Avila, Os normais, O vendedor de passados, O tempo que leva and O homem que matou minha amada morta. She is author of the children’s book Sofia.
Olhar de Cinema 2014
She conducted an actor formation course during three years at the Hiperion Escola de Artes and was responsible for the production of Lição and valsa n. 6, directed by Jorge Clesio. Deserto Feliz was her first film in 2005, directed by Paulo Caldas. She studied performing arts at UFPE and at Blaise Pascal in Clermont Ferrand (France). She also acted in the films O país do desejo, Tatuagem e Amor, plástico e barulho and since 2012 she is part of the cast at the Cia Teatro Oficina Uzyna Uzona, where she has recently premiered in her fifth stage production.
Paulo Sacaramento graduated in Social Communications with a specialization in Cinema by ECA / USP. He has directed, produced and edited the shortfilms AVE and Juvenília. He directed the award winning documentary film O prisioneiro da grade de ferro. He produced and edited the feature length films Amarelo manga, A concepção and Encarnação do demônio. He edited the feature films Cronicamente inviável, Tônica dominante, Quanto vale ou é por quilo?, Querô, Chega de saudade, É proibido fumar and Meu país. He produced the documentary O aborto dos outros. He was president of the ABD-SP in 1997, taught Film Editing at ECA/USP and is part of the advisory board at the Brazilian Cinematheque.
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Ciclo de palestras Sebrae-PR para o audiovisual
Sebrae-PR lectures for the film industry
Segunda 02 de junho às 9h - Cinemateca de Curitiba
Palestra: Minha ideia é um bom negócio? com Erlon Labatut de Oliveira
Lecture: Is my idea a good deal? Introducing the concept of innovation in business models (CANVAS)
Apresentando o conceito de inovação em modelo de negócios (CANVAS)
Segunda 02 de junho às 10h30 - Cinemateca de Curitiba
Empreendedor indivudual - Benefícios da formalização com Carmen Lúcia Mickosz Ravedutti
O objetivo dessa palestra é apresentar aos participantes os benefícios advindos da nova figura do Empreendedor Individual como mecanismo de formalização e fomento empreendedorismo, inclusive em relação a produtos e serviços desenvolvidos especificamente para esse público.
Individual entrepeneur - Advantages of formalization The objective of this lecture is to introduce participants to the benefits derived from the new form of Individual Entrepreneur as a mechanism for formalization and entrepreneurship encouragement, including here products and services specifically developed for this audience.
Terça 03 de junho às 9h - Cinemateca de Curitiba
Sei empreender
com Valdete Noveli Rhoden Essa oficina tem por objetivo contribuir para que o Empreendedor Individual se reconheça como um empreendedor e se sinta capaz de fortalecer seus negócios elevando sua autoestima, praticar atitudes empreendedoras no seu negócio e responsabilidade pelas decisões tomadas.
I’m an entrepreneur This workshop aims to help the Solo Entrepreneur to recognize himself as an entrepreneur and to feel able to strengthen their business by raising their self-esteem, by practicing entrepreneurial attitudes in their businesses and taking responsible actions.
Quarta 04 de junho às 9h - Cinemateca de Curitiba
Oficina: Minha ideia é um bom negócio? com Andréa Claudia Monteiro
O objetivo dessa oficina é mostrar a importância da visualização sistêmica de uma ideia através de um modelo de negócios e refletir sobre a relevância da proposta de valor da sua ideia. Além disso, a proposta é mostrar na prática o funcionamento da ferramenta Canvas, para desenvolver a sua ideia através de um modelo de negócios e realizar a analise da viabilidade conceitual de uma ideia.
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Workshop: is my idea a good deal? The objective of this workshop is to show the importance of systemic view of an idea through a business model and to reflect on the relevance of your idea’s proposition value. Moreover, the goal is also to show the practical operation of the Canvas tool in order to develop your idea through a business model and to carry out the analysis of the conceptual feasibility of an idea.
III Seminário de Cinema de Curitiba
Erlon Labatut de Oliveira
Carmen Lúcia Mickosz Ravedutti
Valdete Noveli Rhoden
Andréa Claudia Monteiro
Administrador pela UFPR e Mestre pela UTFPR. Lecionou durante oito anos em cursos de graduação e pós-graduação em Administração. Foi funcionário do SEBRAE/PR até 2012, onde atuou como responsável pelo Programa de Consultorias In Company, além de coordenar o EMPRETEC e o Programa de Educação Empreendedora em todo o Paraná. Atualmente escreve o blog FRANQUIAS do SEBRAE/PR; é responsável pelo marketing e estratégia da Square Burger (franquia de fast food que criou e é sócio). Realiza palestras e consultorias na área de estratégia e inovação em modelo de negócios.
Trabalhou no Banco do Estado do Paraná S. A por 16 anos na área de RH - Treinamento e desenvolvimento de Pessoas. Atua em parceria com SENAI-PR, SESCAP-PR, SENAC-PR, SESI-PR, FIEP, SEBRAE-PR e SC, em vários cursos, projetos e consultorias nas áreas de Empreendedorismo, Liderança, Condução de Grupos e também em Programas Customizados para Empresas - como a Camargo Corrêa , Chácara Strapasson, TI do Brasil, Bardusch, Trombini, J. COAN, UNIBRASIL, GERAR, COPAN, GEOASSESSORIA, e outras, desenvolvendo trabalhos comportamentais e técnicos.
Pesquisadora de Empreendedorismo e Estratégia em pequenas empresas. Mestre em Administração (PUC PR), especialista em Gestão de Pessoas (UFPR) e Marketing (Universidade Anhembi-Morumbi, SP), onde graduou-se em comunicação social, publicidade e propaganda. Foi gerente de marketing de varejo farmacêutico em Curitiba, obtendo resultados nunca alcançados, com a metodologia de trabalho integrado com outras áreas (endomarketing). Iniciou áreas de marketing em empresas que conquistaram excelentes posicionamentos.
Administradora formada pela FAE – especialização em Consultoria Empresarial e Planejamento Estratégico pela Universidade Positivo. Experiência de 14 anos em Planejamento Estratégico empresarial. Experiência de 14 anos com consultoria empresarial e consultoria a associações comerciais.
Erlon Labatut de Oliveira holds a degree in business from UFPR and a Master degree from UTFPR. He has taught during eight years in undergraduate and postgraduate Business courses. He was an employee at SEBRAE/PR until 2012 and where he was responsible for the In Company Consultancies Program, in addition to coordinating the EMPRETEC and Entrepreneurial Education Program throughout Paraná. He currently writes for the blog FRANQUIAS from SEBRAE/ PR and is responsible for the marketing strategy behind Square Burger (fast food franchise in which he is a founding partner). He gives lectures and provides consultancies in the field of business model strategy and innovation.
Olhar de Cinema 2014
Carmen Lucia Mickosz Ravedutti worked at the Banco do Estado do Paraná S.A for 16 years in HR – People Training and Development. She works in partnership with SENAI-PR, SESCAP-PR, SENAC-PR, SESI-PR, FIEP, SEBRAE-PR and SC, in various courses, and consulting projects in the areas of Entrepreneurship, Leadership, Group Conduction and also in Customized Programs for Companies – such as Camargo Corrêa , Chácara Strapasson, TI do Brasil, Bardusch, Trombini, J. COAN, UNIBRASIL, GERAR, COPAN, GEOASSESSORIA, and others, developing behavioral and technical works.
Valdete Noveli Rhoden is a researcher in Entrepreneurship and Strategies for small businesses. She holds a Master degree in Business (PUC PR) and is a specialist in Personnel Management (UFPR) and Marketing (Anhembi-Morumbi University, Sao Paulo), where she graduated in social communications: publicity and advertising. She was a pharmaceutical retail marketing manager in Curitiba, obtaining results never before achieved with a multi-field integrated work methodology (internal marketing). She has introduced marketing areas in companies which accomplished excellent positions.
Andrea Claudia Monteiro is an administrator graduated from FAE – specialized in Business Consulting and Strategic Planning by Positivo University. She has 14 years of experience in business Planning Business and 14 years of experience in business consulting and trade associations consulting.
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D i al og ues 164
Olhar de Cinema 2014
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Diálogos
Dialogues
com Flávia Scherner
with Flávia Scherner
Papos & Ideias Diálogos Olhar de Cinema - Festival Internacional de Curitiba
Conversations & Ideas Olhar de Cinema Dialogues – Curitiba International Festival
Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba e Saraiva convidam realizadores e críticos para um bate-papo com o público sobre o cenário cinematográfico atual. Dentre os diversos convidados brasileiros e estrangeiros, temos: os críticos argentinos Diego Lerer e Roger Koza; as atrizes brasileiras Mayana Neiva, Letícia Sabatella, Nash Laila; o ator Fernando Alves Pinto; e os realizadores brasileiros Adirley Queirós, Affonso Uchoa e Paulo Sacramento.
Entre os dias 30 maio e 04 junho (Sexta a quarta) 16h30 – 19h30 Livraria Saraiva
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Diálogos
Olhar de Cinema 2014
Olhar de Cinema and Saraiva invite filmmakers and critics for a conversation with the audience on the current film scene. Among several guests we have the Argentinian critic Diego Lerer e Roger Koza; the Brazilian actress Mayana Neiva, Letícia Sabatella e Nash Laila; o ator Fernando Alves Pinto; and the Brazilian filmmakers Adirley Queirós, Affonso Uchoa and Paulo Sacramento.
Between May 30 and June 4 (Friday to Wednesday) 16h30 to 18h30 Saraiva Bookstore
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Wor k s hop s 168
Olhar de Cinema 2014
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Introdução ao Universo da Direção de Arte
O Som no Cinema
Preparação de Eleco
A oficina Introdução ao Universo da Direção de Arte, ministrada por Monica Palazzo, visa aproximar seus participantes ao universo da Direção de Arte na produção audiovisual através do seu processo criativo, usando para isso exemplos de processos de trabalhos, observação e reflexão sobre processo criativo e exercício de cunho prático.
A oficina O Som no Cinema, ministrada por Alessandro Laroca, trabalha o papel do som dentro da narrativa cinematográfica, as Etapas de realização: o som direto, edição de som e a mixagem, os formatos de exibição, o papel da música e a música e Sound Design trabalhando juntos.
A oficina de Preparação de Elenco, ministrada por Amanda Gabriel, trabalha a relação entre roteiro, diretor e ator na construção do discurso da personagem.
Introduction to the Universe of Art Direction
The Introduction to the Universe Art Direction workshop, given by Monica Palazzo, aims to bring participants closer to the world of Art Direction in audiovisual productions through its creative process, and to this end using examples of work processes, observations and reflections concerning the creative process as well as practical exercises.
Cast Preparation
The Cast Preparation workshop, given by Amanda Gabriel, deals with the relations between the script, director, and actor in the creation of the character’s discourse.
The Sound in Cinema workshop, given by Alessandro Laroca, deals with the role of sound within cinematographic narrative, the creation stages: direct sound, sound editing and mixing, display formats, the role of music as well as sound design and music functioning together.
Mônica Palazzo
Alessandro Laroca
Amanda Gabriel
Diretora de Arte de Cinema, graduada em Imagem e Som/UFSCar e Mestre em Poéticas Visuais/ECA/USP. Dirigiu os curtas Páginas de menina (2008) e a trilogia 1718, 1972 e 2009 com Joana Galvão para o Fucking Different SP (2009). Entre seus trabalhos mais recentes em longa-metragem estão O homem que matou a minha amada morta, direção de Aly Muritiba (em fase de montagem), Rio cigano, de Julia Zakia (2013), Cores, de Francisco Garcia (2012).
Alessandro Laroca é formado em cinema na FAAP-SP. É Supervisor de Edição de Som, Sound Designer, Mixador e Diretor Técnico e Artístico da 1927 Audio, estúdio dedicado à finalização de som para filmes de cinema e televisão.
Preparadora e Produtora de Elenco dos filmes O som ao redor, Tatuagem, Eles voltam, Amor, plástico e barulho, A floresta de Jonathas, Au revoir, Muro entre outros.
Alessandro Laroca holds a degree in Film from FAAP-SP. He is a Sound Editing supervisor, Sound Designer, Mixer and Technical and Artistic Director at 1927 Audio, a studio dedicated to sound finalization for cinema and television.
Monica Palazzo is a Film Art Director, holds a degree in Image and Sound from UFScar and a Master’s degree in Visual Poetics from ECA/USP. She has directed the short films Páginas de menina (2008) and the trilogy 1718, 1972 e 2009 alongside Joana Galvão for the Fucking Different SP (2009). Some of her feature length recent works are: O homem que matou a minha amada morta, directed by Aly Muritiba (currently being edited), Rio cigano by Julia Zakia (2013), Cores, by Francisco Garcia (2012).
170
Sound in Cinema
Oficinas
Olhar de Cinema 2014
Cast Producer and Preparer for the films O som ao redor, Tatuagem, Eles voltam, Amor, plástico e barulho, A floresta de Jonathas, Au revoir, Muro among others.
171
Ap p end i x Serviço / Service Index por Filme / Index of Films Contatos / Contacts CrÊditos / Credits Agradecimentos / Acknowledgements
172
Olhar de Cinema 2014
173
Serviço
Index por filme Film Index
Service
Locais / Venues
Ingressos / Tickets
Shopping Crystal (Espaço Itaú de Cinema / Saraiva) Rua Comendador Araújo, 731, Batel
Ingressos à venda a partir de 22/05/14 no local de exibição do filme | Shopping Crystal (Espaço Itaú de Cinema) ou Cinemateca de Curitiba
Cinemateca de Curitiba Rua Carlos Cavalcanti, 1174, São Francisco Teatro Paiol Praça Guido Viaro, s/nº - Prado Velho FIEP Av. Cândido de Abreu, 200, Centro Cívico
132
(DES)MONTAGEM / Bruno Costa
132
BASTIDORES DO PORNÔ / Dellani Lima, Ana Moravi
047
2001: UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO / Stanley Kubrick
082
BLOODY BEANS / Narimane Mari
R$ 5,00 (inteira) | R$ 2,50 (meia entrada)
092
057
Obs. Cada pessoa pode comprar até 3 ingressos por sessão.
A CAMPANHA DO CREOULA / Andre Valentim Almeida
BRANCO SAI PRETO FICA / Adirley Queirós
072
A CHAMADA / Gustavo Vinagre
110
BUTTER LAMP / Hu Wei
122
À ESPERA / Felipe Aufiero Fonseca
123
CALEIDOSCÓPIO / Julien Guimarães
140
A GENTE / Aly Muritiba
124
CARCAÇA / Camila Carneiro, Diego Baffi, Jéssica Oliveira, Laura Formiguieri
111
CARRANCA / Wallace Nogueira, Marcelo Matos de Oliveira
083
CHANTIER A / Tarek Sami, Lucie Deche, Karim Loualiche
073
COICE NO PEITO / Renan Rovida
133
CONFUSION THROUGH SAND / Danny Madden
044
DAY OF THE FIGHT / Stanley Kubrick
050
DE OLHOS BEM FECHADOS / Stanley Kubrick
141
DEPOIS DA CHUVA / Cláudio Marques, Marília Hughes
111
DIALOGUE OF SHADOWS / Jean-Marie Straub, Danièle Huillet
--
Campus da Indústria FIEP Avenida Comendador Franco, 1341, Jardim Botânico
The tickets for the film screenings will be avalible at the theaters as from May, 22th 2014 | Shopping Crystal (Espaço Itaú de Cinema) or Cinemateca de Curitiba
Centro Cultural Sesi Heitor Stockler de França Av. Marechal Floriano Peixoto, 458, Centro
R$ 5,00 | R$ 2,50 (for students, people over 60 years of age and blood donors)
144
Bar Oficial (Casa di Bel) R. Alameda Dom Pedro II, 602 – Batel
Ps. Each person can purchase up to 3 tickets per screening.
A NAVALHA DO AVÔ / Pedro Jorge
072
A RÃ E DEUS / Alice Furtado
093
A SPELL TO WARD OFF THE DARKNESS / Ben Russell, Ben Rivers
110
A TALE OF MICHEL DE MONTAIGNE / Jean-Marie Straub
056
A VIZINHANÇA DO TIGRE / Affonso Uchoa
144
A QUE DEVE A HONRA DA ILUSTRE VISITA ESTE SIMPLES MARQUÊS? / Rafael Urban, Terence Keller
Festa de Encerramento (Wonka Bar) Rua Trajano Reis, 326 – São Francisco
174
Apêndice
094
AMOR, PLÁSTICO E BARULHO / Renata Pinheiro
095
AQUILO QUE FAZEMOS COM AS NOSSAS DESGRAÇAS / Arthur Tuoto
122
AS ÁGUAS / Larissa Figueiredo
145
ASTIGMATISMO / Nicolai Troshinsky
123
AUTORIDADE / Danilo Daher
048
BARRY LYNDON / Stanley Kubrick
Olhar de Cinema 2014
24/47
058
DR. FANTÁSTICO OU: COMO EU APRENDI A PARAR DE ME PREOCUPAR E AMAR BOMBA / Stanley Kubrick E AGORA? LEMBRA-ME / Joaquim Pinto
175
059
FORMA / Ayumi Sakamoto
084
074
FROM GULF TO GULF TO GULF / Shaina Anand, Ashok Sukumaran
MASTER BLASTER - UMA AVENTURA DE HANS LUCAS NA NEBULOSA 2907N / Raul Arthuso
045
044
FLYING PADRE / Stanley Kubrick
MEDO E DESEJO / Stanley Kubrick
113
096
GABRIELLE / Louise Archambault
METÁFORA OU A TRISTEZA VIRADA DO AVESSO / Catarina Vasconelos
046
GLÓRIA FEITA DE SANGUE / Stanley Kubrick
097
HARD TO BE A GOD / Aleksey German
060
HOW TO DISAPPEAR COMPLETELY / Raya Martin
113
124
JARDIM TÓKIO / Rodrigo Grota
O DESEJO DO MORTO / Ramon Porto Mota
046
125
JONNI DRIVER / Estevan Silvera
O GRANDE GOLPE / Stanley Kubrick
049
085
L FOR LEISURE / Lev Kalman, Whitney Horn
O ILUMINADO / Stanley Kubrick
086
O TEMPO PASSA COMO UM LEÃO QUE RUGE / Philipp Hartmann
073
LABORAT / Guillaume Cailleau
133
LAND / Masanobu Hiraoka
048
LARANJA MECÂNICA / Stanley Kubrick
112
LIÇÃO DE ESQUI / Leonardo Mouramateus, Samuel Brasileiro
074 049
MY CLASS / Daniele Gaglianone MY SENSE OF MODESTY / Sebastien Bailly NASCIDO PARA MATAR / Stanley Kubrick
RIOCORRENTE / Paulo Sacramento
104
THE SONGS OF RICE / Uruphong Raksasad
121
SANTA TERESA / Eduardo Baggio
076
THE SWIMMING TRUNKS / Mathilde Bayle
063
SEPTEMBER / Penny Panayotopoulou
136
TOKIO GIANTS / Nicolas Provost
135
SHANGHAI IMMIGRANT SELF-PORTRAIT / Betty Jiang
126
TRANS*LÚCIDX / Tamíris Spinelli
064
SHEEP / Marianne Pistone, Gilles Deroo
136
TRENTO SYMPHONIA / Flatform
075
TAPROBANA / Gabriel Abrantes
077
VERONA / Marcelo Caetano
126
TE EXTRAÑO / Nathalia Tereza
067
ZANJ REVOLUTION / Tariq Teguia
075
THAT I’M FALLING? / Kazak
100
THE CREATOR OF THE JUNGLE / Jordi Morato
101
THE DIRTIES / Matt Johnson
102
THE DISTANCE / Sergio Caballero
114
OS INVASORES / Calac Nogueira
115
145
OS IRMÃOS MAI / Thais Fujinaga
THE FRIENDS / Paulo Pécora
087
125
PARA ONDE FORAM OS PÁSSAROS / Gustavo Ulisse
THE FUTURE / Luis Lopez Carrasco
065
114
MAJUB’S JOURNEY / Eva Knopf
PARQUE SOVIÉTICO / Karen Black
THE GREEN JACKET / Volodymyr Tykhyy
076
135
134
MALODY / Phillip Barker
POLITICS / Diego Agullo, Dmitry Paranyushkin
THE INCOMPLETE / Jan Soldat
066
146
134
MANAKAMANA / Pacho Velez, Stephanie Spray
RABBIT AND DEER / Peter Vacz
THE KIDNAPPING OF MICHEL HOUELLEBECQ / Guillaume Nicloux THE SEAFARERS / Stanley Kubrick
061
MARY IS HAPPY, MARY IS HAPPY / Nawapol Thamrongrattanarit
REI INÚTIL / Telmo Churro
045
115 098
REPTILIA IN SUBURBIA / Timmy Harn
103
THE SECOND GAME / Corneliu Porumboiu
112
176
062
099
Apêndice
Olhar de Cinema 2014
177
Contatos Contacts
(DES)MONTAGEM / Bruno Costa Bruno Costa brunocosta.art@gmail.com
A VIZINHANÇA DO TIGRE / Affonso Uchoa Thiago Macêdo Correia thiagomcorreia@gmail.com
BRANCO SAI PRETO FICA / Adirley Queirós Adirley Queirós ceiperiferia@gmail.com
2001: UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO / Stanley Kubrick Hollywood Classics info@hollywoodclassics.com www.hollywoodclassics.com
A QUE DEVE A HONRA DA ILUSTRE VISITA ESTE SIMPLES MARQUÊS? / Rafael Urban, Terence Keller Rafael Urban rafael@tuitamfilmes.com www.tuitamfilmes.com
BUTTER LAMP / Hu Wei Ama Productions contact@amaproductions.fr www.amaproductions.fr
A CAMPANHA DO CREOULA / Andre Valentim Almeida Joana Miranda jcm@reit.up.pt www.tv.up.pt A CHAMADA / Gustavo Vinagre Max Eluard maxeluard@gmail.com À ESPERA / Felipe Aufiero Fonseca Felipe Aufiero Fonseca f.aufiero.fonseca@hotmail.com A GENTE / Aly Muritiba Agnes Vilseki contato@grafoaudiovisual.com www.grafoaudiovisual.com A NAVALHA DO AVÔ / Pedro Jorge Pedro Jorge pedroncabron@gmail.com A RÃ E DEUS / Alice Furtado Alice Furtado alicefurtado.m@gmail.com A SPELL TO WARD OFF THE DARKNESS / Ben Russell, Ben Rivers Thomas Lambert thomas@rouge-international.com www.aspelltowardoffthedarkness.com A TALE OF MICHEL DE MONTAIGNE / Jean-Marie Straub Barbara Ulrich straubhuillet@bluewin.ch
178
AMOR, PLÁSTICO E BARULHO / Renata Pinheiro Sergio Oliveira sergioliv@uol.com.br AQUILO QUE FAZEMOS COM AS NOSSAS DESGRAÇAS / Arthur Tuoto Arthur Tuoto arthur.tuoto@gmail.com www.arthurtuoto.com AS ÁGUAS / Larissa Figueiredo Larissa Figueiredo larissa@tuitamfilmes.com www.larissafigueiredo.com ASTIGMATISMO / Nicolai Troshinsky Nicolai Troshinsky astigmatismo@troshinsky.com www.astigmatismo-shortfilm.com
CALEIDOSCÓPIO / Felipe Aufiero f.aufiero.fonseca@hotmail.com
CONFUSION THROUGH SAND / Danny Madden Jim Cummings jim@ornana.com www.ornana.com
BASTIDORES DO PORNÔ / Dellani Lima, Ana Moravi Ana Moravi, Dellani Lima ocolegioinvisivel@gmail.com
DAY OF THE FIGHT / Stanley Kubrick
BLOODY BEANS / Narimane Mari Narimane Mari narimanemari@orange.fr
DIALOGUE OF SHADOWS / Jean-Marie Straub, Danièle Huillet Barbara Ulrich straubhuillet@bluewin.ch
JARDIM TÓKIO / Rodrigo Grota Rodrigo Grota rodrigogrota@gmail.com www.rodrigogrota.com
MARY IS HAPPY, MARY IS HAPPY / Nawapol Thamrongrattanarit Sompot Chidgasornpongse info@mosquitofilmsdistribution.com www.mosquitofilmsdistribution.com/ mary-is-happy
FORMA / Ayumi Sakamoto Keiko Hirai keiko.hirai@freestone.jp www.forma-movie.com
CHANTIER A / Tarek Sami, Lucie Deche, Karim Loualich Tissist tissist@gmail.com
BARRY LYNDON / Stanley Kubrick Park Circus info@parkcircus.com www.parkcircus.com
MANAKAMANA / Pacho Velez, Stephanie Spray Pacho Velez manakamanafilm@gmail.com www.manakamanafilm.com
E AGORA? LEMBRA-ME / Joaquim Pinto Joana Ferreira crim.filmes@gmail.com www.crim-productions.com
CARRANCA / Wallace Nogueira, Marcelo Matos de Oliveira Vogal Imagem vogalimagem@gmail.com www.vogalimagem.com.br
COICE NO PEITO / Renan Rovida Tela Suja Filmes telasujafilmes@gmail.com www.telasujafilmes.com
HOW TO DISAPPEAR COMPLETELY / Raya Martin Arleen Cuevas arleencuevas@gmail.com www.cinematografica.org
DR. FANTÁSTICO OU: COMO EU APRENDI A PARAR DE ME PREOCUPAR E AMAR BOMBA / Stanley Kubrick Park Circus info@parkcircus.com www.parkcircus.com
CARCAÇA / Camila Carneiro, Diego Baffi, Jéssica Oliveira, Laura Formiguieri Coletivo Na Janela coletivonajanela@gmail.com www.najanela.com.br
AUTORIDADE / Danilo Daher Danilo Daher danilodalvarenga@gmail.com
DEPOIS DA CHUVA / Cláudio Marques, Marília Hughes cau_marques@me.com www.coisadecinema.com.br/depois_ da_chuva
FROM GULF TO GULF TO GULF / Shaina Anand, Ashok Sukumaran Shaina Anand kalakamra@gmail.com FLYING PADRE / Stanley Kubrick GABRIELLE / Louise Archambault Ruby Rondina festival.requests@gmail.com GLÓRIA FEITA DE SANGUE / Stanley Kubrick Park Circus info@parkcircus.com www.parkcircus.com
DE OLHOS BEM FECHADOS / Stanley Kubrick Park Circus info@parkcircus.com www.parkcircus.com
HARD TO BE A GOD / Aleksey German Manon Bayet manon.bayet@capricci.fr
Apêndice
Olhar de Cinema 2014
JONNI DRIVER / Estevan Silvera Estevan Silvera estevan_silvera@hotmail.com L FOR LEISURE / Lev Kalman, Whitney Horn Lev Kalman and Whit Horn info@leisureiswar.com www.leisureiswar.com LABORAT / Guillaume Cailleau Guillaume Cailleau info@caskfilms.com www.caskfilms.com LAND / Masanobu Hiraoka Masanobu Hiraoka behringer19abc@yahoo.co.jp LARANJA MECÂNICA / Stanley Kubrick Park Circus info@parkcircus.com www.parkcircus.com LIÇÃO DE ESQUI / Leonardo Mouramateus, Samuel Brasileiro Leonardo Mouramateus lmouramateus@gmail.com MAJUB’S JOURNEY / Eva Knopf Eva Steegmayer festivals@filmakademie.de MALODY / Phillip Barker Phillip Barker info@phillipbarker.com www.phillipbarker.com
MASTER BLASTER - UMA AVENTURA DE HANS LUCAS NA NEBULOSA 2907N / Raul Arthuso Lira Cinematográfica liracinematografica@gmail.com MEDO E DESEJO / Stanley Kubrick METÁFORA OU A TRISTEZA VIRADA DO AVESSO / Catarina Vasconcelos Catarina Vasconcelos catavasconcelos@gmail.com MY CLASS / Daniele Gaglianone Valentina del Buono delbuonovalentina@yahoo.it MY SENSE OF MODESTY / Sébastien Bailly Sébastien Bailly bailly2000@gmail.com www.facebook.com/bailly NASCIDO PARA MATAR / Stanley Kubrick Park Circus info@parkcircus.com www.parkcircus.com O DESEJO DO MORTO / Ramon Porto Mota ramon_vol1@hotmail.com O GRANDE GOLPE / Stanley Kubrick Park Circus info@parkcircus.com www.parkcircus.com
179
O ILUMINADO / Stanley Kubrick Park Circus info@parkcircus.com www.parkcircus.com
RIOCORRENTE / Paulo Sacramento Olhos de Cão olhos@olhosdecao.com.br www.olhosdecao.com.br
O TEMPO PASSA COMO UM LEÃO QUE RUGE / Philipp Hartmann Philipp Hartmann philipp@flumenfilm.de www.zeit-film.de
SANTA TERESA / Eduardo Baggio Eduardo Baggio baggioeduardo@gmail.com
OS INVASORES / Calac Nogueira Calac Nogueira calac2@gmail.com OS IRMÃOS MAI / Thais Fujinaga Thais Fujinaga thaisfuji@gmail.com PARA ONDE FORAM OS PÁSSAROS? / Gustavo Ulisse Gustavo Ulisse gustavo.l.g.ulisse@gmail.com PARQUE SOVIÉTICO / Karen Black Karen Black karenblackbarros@gmail.com POLITICS / Diego Agullo, Dmitry Paranyushkin Diego Agullo, Dmitry Paranyushkin diegonante@hotmail.com www.diegoagullo.com RABBIT AND DEER / Peter Vacz Peter Vacz vaczpeter@gmail.com www.petervacz.com REI INÚTIL / Telmo Churro Salette Ramalho agencia@curtas.pt www.curtas.pt/agencia REPTILIA IN SUBURBIA / Timmy Harn Timmy Harn timmyharn@yahoo.com
180
SEPTEMBER / Penny Panayotopoulou Thanassis Karathanos tkarathanos@twentytwentyvision.eu www.twentytwentyvision.eu SHANGHAI IMMIGRANT SELF-PORTRAIT / Betty Jiang Betty Jiang bettyj@alumni.sfu.ca www.motherchinamovie.com SHEEP / Marianne Pistone, Gilles Deroo Gilles Deroo boule2suif@gmx.fr TAPROBANA / Gabriel Abrantes Gabriel Abrantes gabrielmiragodinhoabrantes@gmail.com www.mutualrespectproductions.blogspot. com.br TE EXTRAÑO / Nathalia Tereza Nathalia Tereza diadorim@diadorimfilmes.com.br www.diadorimfilmes.com.br THAT I’M FALLING? / Eduardo Williams Amaury Ovise amaury@kazakproductions.fr THE CREATOR OF THE JUNGLE / Jordi Morató Isa Campo info@latermitafilms.com www.latermitafilms.com THE DIRTIES / Matt Johnson Flavio Donnini info@ellipsis.it www.thedirtiesthemovie.com
THE DISTANCE / Sergio Caballero Deborah Camañes deborah@sonar.es
TRANS*LÚCIDX / Tamíris Spinelli Tamíris Spinelli miris.spinelli@gmail.com www.translucidx.com
THE FRIENDS / Paulo Pécora Paulo Pécora papecora@yahoo.com
TRENTO SYMPHONIA / Flatform Flatform flatform@flatform.it www.flatform.it
THE FUTURE / Luis Lopez Carrasco Ismael Martin ismael@ecam.es www.offecam.com
VERONA / Marcelo Caetano Marcelo Caetano marcelo.desbun@gmail.com
THE GREEN JACKET / Volodymyr Tykhyy Dennis Ivanov producer@arthousetraffic.com www.arthousetraffic.com
ZANJ REVOLUTION / Tariq Teguia Tariq Teguia tariqteguia@hotmail.com
THE INCOMPLETE / Jan Soldat Jan Soldat Jan.Soldat@yahoo.de THE KIDNAPPING OF MICHEL HOUELLEBECQ / Guillaume Nicloux Matthieu Marin festivals@le-pacte.com THE SEAFARERS / Stanley Kubrick THE SECOND GAME / Corneliu Porumboiu Marcela Ursu ursuma@gmail.com THE SONGS OF RICE / Uruphong Raksasad Sompot Chidgasornpongse sompot@mosquitofilmsdistribution.com THE SWIMMING TRUNKS / Mathilde Bayle Jonathan Hazan jonathan@lesfilmsducygne.com TOKIO GIANTS / Nicolas Provost Laurence Alary www.argosarts.org
Apêndice
Olhar de Cinema 2014
181
Créditos Credits
Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba R. Dr. Pedrosa, 430 – 3o. andar Curitiba – Paraná – Brazil CEP 80420-120 + 55 41 3095-0608 info@olhardecinema.com.br
/ Directors
/ Head-Programmers
Curadores Responsáveis
Filmes e Exibição
Lançamento Legendas
Assessoria de Imprensa Local
Aly Muritiba Antônio Junior Marisa Merlo
João Menna Barreto e Nikola Matevski
Responsável: Rudolfo Auffinger
4 Estações
Responsável: Dani Brito
Diretores Artísticos
Curador
/ Programmer
Guilherme Delamuta Karen Matias William Biagioli Bianca Pasetto Gustavo Xavier
/ Webmasters
Diretores
/ Artistic Directors
Antônio Junior Marisa Merlo Competitiva de Longa-Metragem e Outros Olhares / Feature Film Competition and Other Views
Curadores Responsáveis / Head-Programmers
Antônio Junior e Marisa Merlo Curador
/ Programmer
Gustavo Beck Novos Olhares / New Views
Curador Responsável / Head-Programmer
Gustavo Beck Multiolhares
João Krefer Produtores / Producers
Responsáveis Aly Muritiba, Marisa Merlo e Antônio Junior Ana Catarina Lugarini William Biagioli Agnes Vilseki Coordenação de Divulgação e Produção
/ Publicity and Production Coordination
Responsável: Ana Catarina Lugarini Curadoria e Coordenação do Olhar Retrospectivo / Retrospective Coordination and Programmer
William Biagioli
/ Films and Exhibitions
Responsável: Filmsystem Luiz Henrique Leocádio
Caio Baú Murilo Lazarin Lucas Kosinski Fernando Rebello Jandir Santin Laís Dlugosz
Hugo Mendes
Curtas-Metragens (Competitiva, Outros Olhares, Mirada Paranaense, Olhar Itinerante)
Lígia Teixeira Thiago Busse William Manfroi Jéssica Oliveira
182
/ Still Photography
/ Talks Moderation
/ Text translation
/ Short Films (Competitive, Other Views, Parana State Films, Olhar Itinerante)
Fotógrafo Still
Mediação Diálogos
Rosano Mauro Jr Assessoria de Imprensa Nacional
Tradução de textos
/ National Press Office
Responsável: Celso Sabadin
Paulo Scarpa Tradução e Legendagem Eletrônica
Carolina Bressane Planeta Tela
/ Translation and Eletronic Subtitles
4 Estações
Apêndice
/ International Consultant
Organização e revisão do catálogo
/ Making of
/ Trophy
Consultor Internacional
Responsáveis: Francisco Gusso, Pedro Giongo e Daniel Duda
Making Of
Troféu
Gabriel Castro Assistente: Alexia Saraiva
Gustavo Beck
Projeção na Rua / Street Screening
/ Regional Press Office
/ Promocional Spot
Lívia Zafanelli Estudio Tijucas
Lívia Zafanelli Estudio Tijucas
Responsável: Eugenia Castello
João Krefer
Vinheta Promocional
Responsáveis: Francisco Gusso e Pedro Giongo
/ Head-Programmer
Curador Responsável
Eduardo Zulian Felipe Coelho Kussik
/ Graphic Design
Flávia Scherner
/ Guest and Infrastructure
Webmasters
Projeto Gráfico
Convidados e Infra-estrutura
/ Multiolhares
/ Subtitles
Olhar de Cinema 2014
/ Organization and revision of the catalogue
Antônio Junior Marisa Merlo Francisco Gusso Pedro Giongo Lívia Zafanelli
Waleska Antunes Wanderson Mosco William Manfroi Angelica Silveira Baldo Vans
/ Vans
Marlitur Equipamento Imagem e Som / Image and Sound Equipment
HB Vai Realização Grafo Audiovisual, Ministério da Cultura, Governo Federal Patrocínio Volvo, BNDES Apoio Cultural
Equipe de Apoio
SESI-PR
Aline Guimarães Bianca Pasetto Camila Ferst Fábio Bueno Guilherme Grudina Isadora Gonçalves Kamilla Martins Ferreira Lais Bittencourt Lívia Deschermayer Mariama Lopes Martina Sohn Fischer Nicole Loiola Raquel Ribeiro Vanina Carolina Maciel Vinícius Henrique Amorim
RPCTV, Gazeta do Povo
/ Staff
Promoção Apoio Shopping Crystal, Fundação Cultural de Curitiba, Prefeitura de Curitiba Apoio Institucional Goethe Institut, Sebare-PR
183
Agradecimentos Acknowledgements
Abel Kaiser Vieira Filho
Flavia Andrade Pego
Sérgio Fernandes
Alexandre Napoli
Francisco da Silva
Silvia Maria Weiss
Alan de Macedo Rafael Ali Alves de Paula Amir Labaki
Anaelse Oliveira
Anderson Alan Bolis Angela Luvisotto
Anna Paula Zétola
Antônio Roberto Gonçalves Argel Medeiros
Axeu Aislan Beluca
Bruna Ferez Biagioli Bruno Pinheiro
Camila Teixeira Gonçalves Carlyle Ávila Casa di Bel
Cássia Hauari
Casturina Paulista Lopes Célia Merlo de Paula Celso Sabadin Cid Nader
Clarice Midori Umezaki Iwashita Claudia Arioli Claudia Klein Arioli Claúdia Roemmelt
Claudiomir de Paulo Dalva Elias de Brito Danilo Pschera
Deborah Prado
Diana do Amaral Dezordi Diana Moro
Diogo Dreyer
Dulcineia Aparecida Florsz Elaine Javorski
Elaine Mendonça Barros Eliane Rocambau
Élio Borges Fabiano Nascimento Fabiola Terçariol
Faculdade de Artes do Paraná Filmes do Leste
184
Francielle de Lima
Francisco Secaf Silveira Gabriel Canedo
Gabriel Leite De Moraes
Graham Fulton (Park Circus)
Silvana de Oliveira Amaral Sueli Teixeira Gonçalves
Wagner dos Santos Anastacio Wilson Linhares
Guilherme Osty Helder Bollmann
Idelcio Dos Santos Nassar Rosa Ieda Godoy
Isa Carvalho
Ivone Pereira Moreira Jacinta Arnhold Janaína Adão
Jeremy Bernstein Jéssica Luz
Jorge Sztruk Júlio Manso Kleber Mendonça Filho Laura Dalcanale Alves
Leila Lara Lívia Zafanelli Luigi Serafini
Luiz Antonio Goncalves De Oliveira Luiz Henrique Ferreira Biagioli Luiz Zanin Oricchio Luiza Rodrigues
Luke Brawley (Hollywood Classics) Marcia Nogata
Marcos Cordiolli Marcos Souza
Marcus Werneck Marili Azim
Marly Albiazzetti Figueiredo Miguel Gubert Milena Fransolino
Nicholas Varley (Park Circus) Nilson Jose Monteiro
Patrícia Silva
Presidente Dilma Rousseff Renata Leal Santos
Apêndice
Olhar de Cinema 2014
185
estação volvo É tempo de cultura em Curitiba De 1º a 31 de agosto
www.volvo.com.br
190
Olhar de Cinema 2014
191
192