Cadernos do olhar#13 Anyil Ricard Pinyol /nov 2015

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Cadernos do

Primavera 2015

OLHAR#13 Textos i textures/Textos e texturas Llum i foscor Absència El cos L’inevitable Blau Blanc Negre



Anyil poesia Ricard Martínez Pinyol, portada/capa, Claudio Ferlauto, editor, Lleonard Muntaner, 2015.

He fet una sel·lecció d’alguns poemes i fragments del llibre Anyil. ¶ He intentat agrupar-los a l’entorn d’una paraula o unitat temàtica, tal com hem vas suggerir. ¶ No sé si serà massa material, tu fes com trobis millor com sempre, si cal reduir ho fas. ¶ Fent la tria dels textos m’han vingut al cap alguns del meus vells gravats i els he fet algunes fotos – no sé si tenen prou qualitat – te’ls aniré adjuntant. Dona’ls una ullada per si pots aprofitar o utilitzar alguna textura, imatge o detall o per al disseny del Caderno. D’acord? Ricard

Fiz uma seleção de alguns poemas e fragmentos do livro Anyil Tentei agrupá-los ao redor de uma palavra ou tema, como você sugeriu. Não sei se o material será suficiente, escolha como considerar melhor, como sempre, se você precisar reduzir, reduza. No processo de escolher os textos lembrei-me de algumas gravuras antigas e fiz algumas fotos delas – não sei se elas têm qualidade suficiente para imprimir – e elas seguem anexadas. Dê uma olhada para ver se dá para usar alguma textura, imagem ou detalhe no Caderno. De acordo? Ricard


Copsar la llum de la cosa mirada, restar dissolt en cada imatge. �

Dins el no-res gris amagadís entre còdols, el foc de la fosca. �

Dins el jardí de pedres un fil de llum entre dos ràfecs encèn les ones del mar de la penombra.


Captar a luz da coisa contemplada, dissolver-se em cada imagem. �

Do nada gris escondido entre rochedos a chama da escuridão. �

No jardim de pedras um fio de luz passa entre os telhados e incendeia as ondas do mar da penumbra.

LLUM I FOSCOR […] En l’abaltiment de la tarda mentre el sol repela ossos i vertígens, els tolls es tornen ulls maragda […] Na sonolência da tarde enquanto

o sol descarna ossos e vertigens, as poças se tornam olhos esmeralda de um novo mundo.

d’un món nou.


Absència


[…] De la buidor estant

emergéix un trist silenci d’abandó i de l’espai pregon i esglaonat sembla pujar l’esguard d’una absència. […] Do vazio emerge um triste silêncio de abandono e do espaço profundo e escalonado parece crescer um olhar de ausência.

Ausência

Vora el jardí de molsa flota arrecerat davant la paret muda. Lluent com una espasa, una daga de llum traspassa l’ombra.

Perto do jardim de musgo flutua diante da parede muda. Luzindo como uma espada um punhal de luz transpassa a sombra.


Com més vegades bec El del veire del teu cos més set tinc dels teus llavis.

cos

Ara que el llac es lleva la vànova de boira, torno a sentir a flor de pell la seda del seu cos.

 Vincla el vent les branques d’un garrofer veïnat d’un verd safareig on bracejo i bracejo contra l’inevitable. �

També dins del cor hi corre un riu silent que no té fi.

L’Inevitable


O corpo

Quanto mais vezes bebo do copo do teu corpo mais sede tenho dos teus lábios. �

Agora que o lago levanta a cortina do nevoeiro, torno a sentir à flor da pele a seda do seu corpo.

O inevitável

Curva o vento os ramos de uma alfarrobeira vizinha a um tanque de verdes-águas onde bracejo e bracejo contra o inevitável. �

Também no coração corre um rio silencioso que não tem fim.


Els boscos blancs, el so de la solitud, les valls fondes i l’aigua del llac: un vidre glaçat.

Blanc Neg

En el vers les paraules són com la neu que va caient en volves lleugeres sobre la rasa blanca del paper. De vegades podem veure el sender que trepitja desbocat el cavall salvatge del cor o l’amor que mai no s’asssadolla […] […]

Os bosques brancos, o som da solidão, os vales profundos e a água do lago: um vidro gelado.

[…] Nos versos as palavras são como a neve que vai caindo

em flocos leves sobre a folha branca do papel. Por momentos, podemos ver a trilha onde trepida fugitivo o cavalo selvagem do coração o amor que nunca se sacia […]

Preto

[…] A mente em seu excesso não

deixa de verter: seda negra, rosa aberta o cântico do silêncio […]

Cor e luz a tinta preta diante do vazio.

� […] A tinta se faz sombra sobre

o papel, e o verso: raio ou degelo, grito ou escrito é céu ou sangue negro que a mão vaza como luz da sombra. Mais invenção que mentira o poema é desnudamento e ritmo, sede ou segredo […] espelho, profundidade.


Blau

Esqueixa el tallamar crestalls de blaus i els descabdella. El sepulcre del mar. Mirador de les ànimes.

Azul

Quebra a proa cristas de azuis e as descabela. O sepulcro do mar. Mirante das almas. �

Depois do relâmpago o tremor anil dos presságios mortos.

Després del llampec la tremolor anyil dels pressagis morts.

gre

La ment en l’excés no deixa de vessar: seda negra, rosa oberta, el cántic del silenci […] […]

Color i llum la tinta negra davant del buit.

La tinta es fa ombra sobre el paper i el vers: llamp o desglaç, crit o escrit, és cel o sang negra que la mà vessa com llum de l’ombra. Més invenció que mentida el poema és despullament i ritme, set o secret […] mirall, fondària. […]


ANYIL STONE

# 10 novembro 2015 Edição, design/Edició, disseny Claudio Ferlauto Tradução/Traducció Ricard Martínez Pinyol, Vera Miranda Caetano, Claudio Ferlauto Textos e gravuras/i gravats Ricard Martínez Pinyol Contatos/Contactes ricard.pinyol@gmail.com qu4tro.com.br/blog claudio@qu4tro.com.br

Desenhado em/Dissenyat en novembro 2015. Composto com/Compost as famílias tipográficas/ les famílies de fonts Adobe Bodoni e Stone Sans. desenhadas por/dissenyat per Sumner Stone.

a revolução iniciada por John Baskerville, mas para Stone, foi Bodoni quem pôs de pé as ideias racionalistas na tipografia. O italiano introduziu diversas características esquisitas em gotas, caudas, terminais e deu ao eixo falar de Bodoni, que de acordo com vertical status de fundamento Sumner Stone – que desenhou uma sólido no mundo tipográfico. versão para a ITC em 1994 – ¶ Nas últimas décadas Stone foi o grande tipógrafo dos últimos trabalhou a teoria das superfamílias 300 anos. Bodoni foi quem melhor de tipos que incorporam todas as compreendeu a passagem do inovações, mesmo as consideradas desenho tipográfico baseado na heresias, tais como alfabetos caligrafia, para a linguagem da humanistas sem serifas associados máquina industrial. Foi ele quem aos serifados para formar as interpretou e corrigiu de modo grandes famílias tipográficas. Sua genial o desenho da Romain du mais famosa e conhecida família Roi, criada por decreto de Luis é a Stone, que ao lado da Meta XIV, na França no período de de Erik Spiekermann, Scala de 1692–1702, empregando um grid Martin Majoor, e Lucida de Charles de 48x48 unidades, com 2.304 Bigelow e Kris Holmes, são as mais quadrados, inspirado pelo rigor populares entre designers. científico característico do ¶ O que marca a obra de Stone Iluminismo, mas o projeto de não é a tecnologia, mas o seu Philippe Grandjean redundou em extremado humanismo, associado uma tipografia de pouca qualidade com equilíbrio, ao rigor formal, e baixa legibilidade. Para a maioria frutos de sua formação em dos historiadores ela inspirou sociologia, matemática e caligrafia. ¶ Este Caderno foi composto em Bodoni e Stone Sans, famílas tipográficas contrastantes em formas e pesos, como também o são a escrita e escrituras deste caderno com poemas de Ricard Martinez Pinyol. ¶ Primeiro vamos


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