Depois de atravessar o viaduto
Cadernos do olhar #39 • Claudio Ferlauto • Inverno 2022
Viaduto do Chá, arq. Elisiário Bahiana, 1938.
gosto da cidade em suas imperfeições nas pichações que a tatuam nas armadilhas para desatentos em recantos para lentos nos túneis dos apressados e de esquinas para encontros José O R Ferlauto
A cidade contém arquitetura em pedaços. Mas quando observada do alto revela um conjunto de relações que formam um organismo de pensamentos arquitetônicos além de pedra, areia, cimento, aço e vidro. A cidade é informacão, luz, movimento, fluxo. Os astronautas das primeiras viagens só se sentiam seguros quando identificavam Las Vegas, aquele fliperama brilhante na escuridão no deserto de Nevada… As cidades e os prédios evoluíram, assim como as pontes metálicas para a inútil Torre Eiffel, semente de arranha-céus. […] Da lógica verbal herdaram a arrumação ortogonal e cúbica representada por quarteirões, fachadas, janelas, salas e antessalas da divisão do trabalho, das funções e das especializações. As cidades não se livraram facilmente das formas mecânicas. Agora se adaptam a outras formas, torres e circuitos invisíveis, que delineiam os novos tempos. No final do século passado podíamos ver as cidades do futuro em filmes de ficção, agora podemos observá-las diariamente, em suas camadas de passados e futuros, dinâmicos e mutantes, como São Paulo. CF 1984–2022
Galeria do Rock, arquitetos Maria Bardelli e Ermanno Siffredi, 1950.
Mappin, ed. João Brícola, arq. Elisiário Bahiana, 1939.
Oca, Ibirapuera, arq. Oscar Niemeyer, 1954.
Catedral da Sé, projeto Maximilian Emil Hehl, 1913–67.
IMS SP, projeto Andrade Morettin Arquitetos, 2017
Edificio Jaraguá, arquitetos Franz Heep, Jacques Pilon, 1951.
Monotrilho, Metro linha 17, SP, proj. Borelli & Merigo Arquitetura, 2013–22.
Metro SP acessos na Paulista, arq. Roberto McFadden, 1991.
Gazeta, painel de Fernando Lemos. Proj. J.C. de Figueiredo Ferraz, 1958–66.
Praca Patriarca, arq. Paulo Mendes da Rocha, 1992–2002.
SESC Pompeia, arq. Lina Bo Bardi, com Marcelo Ferraz e outros, 1986.
Citicorp, av. Paulista, arq. Aflalo & Gasperini, 1983.
Bienal de SP, arq. Oscar Niemeyer, 1954.
Auditório Ibirapuera, arq. Oscar Niemeyer, 1954–2005.
Ando a esmo pelo centro da cidade passo na Casa da Marquesa de Santos, no Patio do Colégio onde Anchieta fundou a cidade, descubro encantos e espantos, então atravesso o viaduto do Chá. Desenhos de junho-julho 2022
Cadernos do Olhar #39 Editor Claudio Ferlauto clauf4455@gmail.com ISSUU.com/olhargrafico
Inverno 2022
Depois de atravessar o viaduto
Cadernos do olhar #39 • Claudio Ferlauto • Inverno 2022