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O oceano
«Ho trovato del pesce» disse ad alta voce. Nessun pesce volante disturbava la superficie dell’acqua e non vi erano pesci da esca sparsi. Ma mentre il vecchio guardava, un piccolo pesce si alzo nell’aria, si voltò e si gettò a capofitto nell’acqua. Il pesce splendette argenteo nel sole… Ernest Hemingway, Il Vecchio e il mare, 1952.
Ao redor das grandes pedras da Ponta da Faísca as areias mostram milhares de pegadas durante o verão. Além da presença de pescadores, há um grande movimento de gente andando no sentido da Guarda do Embaú. Nem sempre foi assim. As areias eram desertas, um lugar silencioso de caminhadas solitárias e eventuais top less transgressivos. Agora é o espaço da «praga» das casuarinas, de rastros de pneus dos veículos motorizados e, pior, ameaçado pela promessa de grandes prédios, shopping center, aeroporto particular e marinas. Essas areias pertencem ao Parque da Reserva do Tabuleiro, em Santa Catarina, que é objeto de projeto no entorno do rio da Madre –devastador para o meio ambiente– iniciativa de empreiteiras e empresários gaúchos.
Aquesta aigua que ni es blava ni verda, amb sol trencat i cel trencat, és plena de barcasses que l’aigua de la font, que vostè diu, es va empassar amb un xuclet… Esta água que não é nem azul nem verde, com o sol quebrado e o céu quebrado, esta cheia de barcaças que a água da fonte, como você disse, sugou em um gole… Merce Rodoreda, em Mirall Trencat, 1975.
Notei que as viagens de volta duram menos que as de ida, mas a travessia do Atlântico, pesada de recordaçþes, pareceu-me muito extensa. Jorge Luis Borges, O congresso, em O livro de areia, 1975.
Ya atardecia temprano en el sur, apenas les quedaba un mes antes de volver a la capital, entrar en la otra vida del invierno que al fin y al cabo era una mesma sobrevivencia […]. Julio Cortazar, Verano, em Juegos, 1976.
O caçador paleolítico se arrasta na caverna escura, misteriosa […] para poder se resguardar da tundra aberta. Lá ele procura e encontra imagens que permitem que não se perca na tundra. E então ele pode orientar-se em sigilo, conforme as imagens. O mundo ganha para ele um sentido, e as imagens o tornam um caçador. Por isso as imagens, da mesma maneira como se encontram nas paredes das cavernas e brilham à luz da tocha, são uma revelação do próprio homem e do mundo, elas são sagradas. Vilém Flusser, Imagens nos novos meios,1989.
CADERNOS DO OLHAR #10 Ano III
Edição & Design Claudio Ferlauto Janeiro, Fevereiro, Março 2015
01 Notas de paisagens & viagens #Primavera 2012 02 Cidades #Verão 2013 03 Cadernos de nota, viagem e memorabília, Inverno 2013 04 Textos Injustificáveis #Primavera 2013 05 A ilha #Verão 2014 06 La nit, la casa #Outono 2014. 07 Architecultura #Inverno 2014 08 The apple, a maçã, la poma #Primavera 2014 09 Os alunos e mestres suíços #Novembro 2014 10 O Oceano #Verão 2015
oceano atlântico
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O oceano
«Ho trovato del pesce» disse ad alta voce. Nessun pesce volante disturbava la superficie dell’acqua e non vi erano pesci da esca sparsi. Ma mentre il vecchio guardava, un piccolo pesce si alzo nell’aria, si voltò e si gettò a capofitto nell’acqua. Il pesce splendette argenteo nel sole… Ernest Hemingway, Il Vecchio e il mare, 1952.