QUARENTENA DIAS DE MUDANÇAS: CONTATOS Cadernos do Olhar
PARTE II SEGUNDA SEMANA CLAUDIOFERLAUTO
As epidemias e as pandemias sempre ocorreram em menor ou maior escala. Existem muitos mais fungos, bactérias e vírus do que seres humanos. De certa forma estamos aqui porque eles “deixam”. Mas também não lhes interessa matar a todos nós, Stefan Sagmeister, 1997
seus possíveis hospedeiros, pois isso levaria também ao seu próprio fim. Por isso, estes surtos acabam chegando a um ponto de equilíbrio e os microorganismos passam a um convívio mais ou menos pacífico com nossa espécie, conforme por exemplo aconteceu em épocas que a medicina não se achava tão adiantada, na Peste Negra e na Gripe Espanhola.
Por outro outro lado, a espécie
humana é também uma “colônia viral” que vai devorando dia a dia esta grande célula, o planeta Terra. Da espécie dos galináceos, por exemplo, deglutimos – na forma de galeto, frango frito e até salsicha – 66,5 bilhões de indivíduos anualmente.
Assim, conforme Marte, o que está acontecendo no momento é uma guerra mundial entre micro e macro colônias virais. Antonio Carlos Bola Harres
I have never visited Brazil before and I don’t know the Brazilian design scene. I look forward to finding out more. My lecture will address the conference theme, but re-frame thetitle as a question: “What can design do?” I will look specifically at communication design. The lecture provides me with an opportunity to reconsider the possibilities of graphic communication. Rick
Não teremos mais aulas e reuniões presenciais, nem caixa humanos nos bancos, assim como iremos ao cinema de outra maneira e com outros cuidados. Compraremos mais no bairro, teremos muito cuidado em selecionar o que comemos. ¶ Trabalharemos em casa ou em bolhas seguras – o que lembra um projeto antigo da Paola Antonelli, no MoMA –e teremos que reinventar os convívios sociais. ¶ Os modelos econômicos irão mudar, assim como as relações sociais: mais solidariedade e participação ¶ Voltaremos a ler, ouvir, ver e “ter tempo” comonestes dias de recolhimento… e penitências pela alienação consumista.
Antonell Tolve
Amanhã
Ensino e Arte […] I concreti problemi dell’istruzione online, sono davvero pietosi tutti quegli interventi di docenti – in questo caso circoscrivo al settore dell’arte – che se ne escono fuori con una spicciola filosofia del tipo “l’esperienza diretta con le opere d’arte non è sostituibile” (Longhi faceva lezione con le diapositive), […] dovremmo svolgerlo senza lamentarci troppo […] essere capace di rinnovare il metodo, di rendere la didattica a distanza una opportunità di crescita, per noi e per i nostri studenti che sono spaventati […] In tempi così difficili per ognuno andrebbe forse trovata un po’ di umiltà, un po’ di umanità e un po’ di reale solidarietà: anche perché siamo in un momento in cui perdere l’occasione significa perdersi nel qualunquismo di sempre.
Dear C.F., I absolutely love this drawing! Thank you so much for making it and reminding me of it! hat was a beautiful conference. What is the book, you can not find? (Folkwang is the name of the Art School I was working for.) Now I am at University of Duisburg-Essen. I am busy with finishing my PhD, which is a similar stat to quarantine – so I am a little less devastated than most people – besides worrying about the world. Take care and stay healthy! Best wishes from Germany! I.W.
Watercolors! Great way to spend hese crazy days! Stay safe! All the best from Germany
Seymour Cwast, 2019
Você é parte de um experimento. Talvez sem perceber, mas você é parte de um experimento. O destino do seu corpo, sua morte são partes de um experimento de tecnologia social, de nova forma de gestão. Nada do que está acontecendo nesse país que se confunde com nossa história é fruto de improviso ou de voluntarismo dos agentes de comando. Até porque, ninguém nunca entendeu processos históricos procurando esclarecer a intencionalidade dos agentes. Saber o que os agentes acham que estão a fazer é realmente o que menos importa. Como já se disse mais de uma vez, normalmente eles o fazem sem saber. Esse experimento do qual você faz parte, do qual te colocaram à força tem nome. Trata-se da implementação de um Estado suicidário como disse uma vez Paul Virilio. Ou seja, o Brasil mostrou definitivamente como é o palco da tentativa de implementação de um Estado suicidário. Um novo estágio nos modelos de gestão imanentes ao neoliberalismo. Agora, é sua face a mais cruel, sua fase terminal. […] Um Estado dessa natureza só apareceu uma vez na história recente. Ele se materializou de forma exemplar em um telegrama. Um telegrama que tinha número: Telegrama 71. Foi com ele que, em 1945, Adolf Hitler proclamou o destino de uma guerra então perdida. Ele dizia: “Se a guerra está perdida, que a nação pereça”. Vladimir Safatle, professor livre-docente do Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo, professor convidado das universidades de Paris VII, Paris VIII, Toulouse, Louvain e Stellenboch.
O mundo não passa de uma janela, e não é uma metáfora, que estudantes dizem não entender. Descobrimos no tranco que tudo é frágil e somos irrelevantes no universo. E não é filosofia de filme de ficção científica. É a realidade. Até as baratas são mais fortes que nós. Elas sobreviverão ao virus, de coroa ou sem coroa. Três projetos para ocupar a quarentena com desenhos, bordados e outros trabalhos: 1 Matteo Pericoli, no FB – Janelas/Finestri/Windows Publica desenhos, aquarelas, pinturas de janelas do mundo inteiro. Os trabalhos devem ser acompanhados de um pequeno texto. 2 Mara Doratiotto e Cristina Burger, no FB A proposta é produzir bordados ou outros trabalhos têxteis sobre o que imaginamos ou vemos nas janelas da quarentena. 3 Diários do Isolamento com diversos autores da editora www.blogdacompanhiadasletras. com.br/secoes/visualizar/diarios-do-isolamento
QUARENTENA DIAS DE MUDANÇAS: CONTATOS Cadernos do Olhar
PARTE II SEGUNDA SEMANA CLAUDIOFERLAUTO