Olhar gráfico, revista Abigraf #270

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Olhar

G ráfica

Revista. Em design, direção de arte e em qualquer atividade criativa,

Livro. Somos cerca de 700 milhões de usuários de softwares ao re-

o caminho da maturidade passa pelo passar do tempo. Redundância, bobagem, falta de assunto. Miran, prova de três em três meses, em cada edição da revista Gráfica Arte Internacional, que isso é a pura verdade. Recolhemos, quase que aleatóriamente, quatro páginas que estão sempre na revista: a abertura (detalhe da edição #77/78), a vinheta Italo Lupi (#73/74), uma página de transição (#85/86) e o cólofon da edição #70/71. Todas são soluções elegantes, bonitas e significativamente complexas.

dor do mundo. Desse total quantos são designers gráficos ou webdesigners? Talvez uns 70 milhões seriam nossos “concorrentes” e que utilizam a mesma plataforma, os mesmos recursos e truques, produzindo as mesmices geradas a partir do default das máquinas. E, portanto, resultando em soluções muito parecidas, bem-acabadas e com cara de “coisa de computador”, em incontáveis línguas e milhares de sotaques culturais. Que podemos fazer para nos diferenciar neste mar de adobices, photoshopices, wordices e outras idiotices?

ou Paulo Carvalho Júnior, Segundo Sylvio Ayala (soma.com), é um cinqüentão (52) recluso, de uma verve gráfica assombrosa que passou por todos os grandes jornais do Sul e Sudeste do país. Ilustrador por excelência, meteu histórias em quadrinhos nas revistas Dundum, Animal, Geraldão, Big Bang Bang, Edições Tonto, Front, Ragú, e por aí vai. Recentemente expôs telas na galeria Choque Cultural, em São Paulo e nos anos 1990

Olhar Gráfico

www.mirandesign.wix.com/revistagrafica Frank Zachary. Aprendi que a imagem é o layout (não as fotografias). Se você tem uma grande imagem você não deve decorá-la com uma tipografia bold e enorme. Você deve fazê-la compacta e suave.

ção que remete ao álbum fotográfico. O espaço em branco pode não existir, mas uma certa força, uma ousadia que não existia antes emergiu quando usei pela primeira vez a Franklin Gothic. Olhando agora, a página parecia mais saborosa.

Alexandre Lieberman. O layout em sequência cinematográfica, associado a uma tipografia em bold e nenhum espaço em branco: odeio espaços em branco porque esse vazio é uma tradi-

Steven Heller. A fotografia perdeu sua aura pela banalização. Foi ela que transformou a Vogue na década de 1940. Agora é a vez do Photoshop, que mudou a Beach Culture nos anos 1990.

teve passagens pelo Caderno 2

Claudio Ferlauto

OG

de O Estado de S.Paulo, nos tempos do Eduardo Bueno.

“Simulacro e simulação são inerentes ao jogo informático” diz Clarisse Herrenschmidt. Aqueles que são seduzidos pelo simulacro acham que qualquer coisa produzida ou obtidas dessas máquinas, com boa aparência e/ou bom acabamento, são superiores a qualquer trabalho, porque são rápidos e carregam a «estética de computador». Segundo ela os «sequestrados» pela simulação adoram programas como o Photoshop, onde podem realizar infindáveis retoques, correções e acreditam que podem chegar à perfeição. Não sabem nem gostam de colocar um ponto final em suas elocubrações.

Claudio Ferlauto em Um olhar gráfico.

Um olhar gráfico www.rosari.com 2014.


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