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110 milhões de adobistas
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Que tipo de design é esse que nos aponta o futuro?
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Fevereiro 2021 Textos
Claudio Ferlauto Tipografias
– Blur/1991 Neville Brody – Chatype/2011 Jeremy Dooley Robbie De Villiers
Editor Claudio Ferlauto Contato clauf4455@gmail.com Outras publicações disponíveis em issuu.com/olhargrafico
110 milhões de adobistas concorrem com você Maio de 2013
Quantos designers ao redor do mundo usam os softwares como InDesign, Quark ou Photoshop? ¶ Vamos calcular. Para uma população mundial de 7 bilhões de humanos, quantos usam computador? 50%? Ou seriam menos? Digamos que metade da população mundial tenha acesso a um computador. Seriam portanto cerca de 3 bilhões e 500 milhões de usuários. ¶ Imaginemos entãoque desse total, um terço se utilize desses ou de outros softwares gráficos para desenhar, editar criar ou mesmo para se divertir..
¶ Seriam cerca de 1.100 milhões de usuários ao redor do mundo. Desse total quantos seriam designers gráficos ou de web? ¶ Vamos calcular por baixo: talvez 10% deles precise dominar o InDesign e o Photoshop para trabalhar ou para estudar, teríamos então 110 milhões de «concorrentes» (mesmo que que essa estimativa esteja equivocada e que fosse apenas a metade, ainda assim seria um número gigantesco) utilizando a mesma plataforma, os mesmos recursos, os mesmos truques, produzindo as mesmas mesmices que vem formatadas no default (padrão) de cada uma dessas máquinas. E portanto «inventando» coisas muito parecidas, bem acabadas e com aquela «cara de coisa de computador», em incontáveis linguas e com milhares de sotaques culturais desse nosso mundão. ¶ Que podemos fazer para se diferenciar neste mar de adobices, photoshopices, wordices e outras idiotices? ¶ A primeira providência, simplesmente, é preciso primeiro apontar o lápis… ou seja, desligar os defaults
de fábrica e regular, afiar, customizar, preparar sua máquina para suas mãos, seu olhar e sua sensibilidade. Ao mesmo tempo olhar com muita curiosidade ao seu redor —e se dar conta que «o seu redor» hoje é o planeta— e aprender com quem sabe mais que você e de seu espelho de Narciso. E urgentemente ter coragem para fazer escolhas pessoais (cromáticas, tipográficas, de formatos, de enquadramentos e grades e outros que tais.) que estejam envolvidas com emoções, sensibilidades, ética e ir além das tecnicidades e do domínio da linguagem visual. ¶ Então poder sonhar com alguma originalidade, ou seja, ser fiel às suas origens pessoais, sociais e culturais.
Que tipo de design ĂŠ esse que nos aponta o futuro? 2013
O design gráfico passou por muitas —e rápidas— mudanças no decorrer do século XX: foi agente de transformações sociais por meio da imprensa; a ideia de grade foi ferramenta para a reconstrução da sociedade europeia no pósguerra; e a partir da escritura do Post Script, nos anos 1980, a profissão foi foi reinventada noutra base. ¶ Para quem tem pouco mais de 500 anos de vida —de Gutenberg aos tablets— sua história é cheia de acontecimentos admiráveis que sob a ótica desta obra, de autores novaiorquinos, passam a ser tão saborosas e sofisticadas quanto a seleção dessas 100 ideias que mudaram o design gráfico. [Texto de quarta capa da obra].
¶ Usando uma linguagem acessível e ao mesmo tempo bem humorada, os autores (Véronique Vienne e Seven Heller) acendem a imaginação dos leitores com suas revelações e opiniões agudas e divertidas. Eles discutem as transformações do passado e as que estão por vir: esse universo visual onde não existe mais o cheiro das tintas, nem o manuseio do papel; nem tempo para reflexão sobre o processo de trabalho. ¶ Nesse novo status, transitamos pelo tempo, enfatizando a visualidade por meio dos sons e de imagens em movimento: — que tipo de design é esse que nos aponta o futuro?
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Que tipo de design é esse que nos aponta o futuro?