Bênção das capas da Escola Secundária Jaime Moniz 2016/2017

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Dia 30 de novembro. Para muitos, apenas um dia normal. Para alguns, um dia de celebração. Neste dia, coincidente com a data de óbito de Fernando Pessoa, assinala-se a Bênção das Capas dos finalistas do Liceu Jaime Moniz. É o fim de mais uma etapa da sua demanda por conhecimento, que os guiou durante estes doze anos de ensino. Em breve serão eles a continuar a tradição, decerto orgulhosos das suas façanhas, com o seu traje e espírito académico abençoados, mais preparados para enfrentar os desafios que a Fortuna lhes reserva.

Pedro Damião 1201


Olho para a Bênção das Capas como sendo o concretizar de uma longa etapa, da qual adquiri não só competências e estratégias, mas também conhecimentos a todos os níveis, desde académicos a pessoais, sendo impossível desvincular o trabalho e o sacrifício desta caminhada. É, sem dúvida também, um momento para relembrar colegas e professores que nos marcaram até à data e ter consciência de que temos de continuar com a persistência e iniciativa para projetos futuros e traduzi-las em resultados enriquecedores para todas as partes. Para além disso, é também conveniente refletir sobre os altos e baixos de uma maneira mais sensata e com a maturidade que já nos é exigida. Dito isto, a Bênção das Capas é, no meu ponto de vista, um momento de reflexão não só do passado, mas também sobre o presente e o futuro, que é acompanhado de um sentimento de satisfação e de dever cumprido perante todos os desafios que me foram propostos. Ricardo Caldeira, 1201


O Dia da Bênção das Capas simboliza mais uma meta do secundário atingida e, de certa forma, serve também para nos lembrar do pouco que falta para terminarmos o 12º ano. Quer seja pelo traje mais formal, ou por todos os preparativos necessários para este dia, já podemos sentir no ar o cheiro a mudança e é, por isso, necessário começarmos a refletir sobre aquilo que queremos para o nosso futuro, porque já não falta muito tempo para termos que tomar essa decisão. Além disso, este dia, por ser tão tradicional à escola Jaime Moniz, como pioneira deste evento,

faz-nos sentir como parte desta grande escola, que nos acolheu durante três anos e é também mais uma das comemorações, das quais este ano está recheado, que têm como objetivo fazer do 12º um ano

inesquecível, do qual ficaremos com muitas memórias.

Margarida Palermo, 12 11


O fim de um capítulo. Ou melhor, o início de um outro. A consciencialização de que daqui a menos de um ano muitos de nós estarão a muitos quilómetros daquilo que foi a nossa casa. Mas já não voltará a ser a mesma, estará tudo igual mas diferente. A bênção das capas não é para mim um momento para relembrar o passado mas sim um momento para refletir sobre o futuro e também um apelo para aproveitar o presente. Marca um importante e inevitável ponto na vida de cada um de nós, um ponto de chegada mas, acima disso, um ponto de partida. André Santos, 1201



Do meu ponto de vista, a Bênção das Capas é o dia em que a maioria dos alunos do 12º ano festejam o quão perto estão de fazer um curso que em princípio lhe dará as ferramentas necessárias para a profissão, que irão desempenhar. Também festejam a proximidade de atingir a maioria de idade, é de certa forma uma mudança de ciclo para a vida adulta, portanto, é um dia de festa. João Afonso Freire, 1201






30 de novembro é sempre um dia memorável O dia

para os alunos do 12º ano. E, este ano, foi o meu dia especial, um dia único e inesquecível, um dia repleto de acontecimentos marcantes. Logo, muito cedo, fui ao cabeleireiro (tal como aconteceu com a maioria das alunas finalistas) com o intuito de me preparar para este grande momento. Uma vez penteada e vestida a rigor, fui encontrar-me com os outros finalistas, reunidos no largo do Liceu, para tirar as tradi-

cionais fotografias com os amigos e familiares. Depois

da fotografia coletiva com os alunos finalistas, o presidente da escola e a madrinha, deu-se o desfile ordeiro de todos desde o Liceu até à Sé, onde decorreu a missa da Bênção das Capas. Após a cerimónia, fui ter com os meus pais para tirarmos mais umas fotografias antes de ir ter com os meus amigos para o jantar de gala realizado no Casino. O convívio entre todos os presentes decorreu de forma agradável e muito divertida durante todo o jantar. Concluindo, o dia da Bênção das Capas foi realmente especial, cheio de alegria, exaltação

e emoção, e nunca o vou esquecer.

Leonor Espírito Santo, 1233


No final do ensino básico todos os alunos são confrontados com a dura e difícil opção a fazer relativamente ao estabelecimento de ensino onde pretendem prosseguir os seus estudos do secundário. No meu caso, esta decisão não foi assim tão difícil uma vez que queria ser «aluno do Liceu». Passados todos estes anos, faço uma profunda reflexão e uma certa definição do que é ser aluno do Liceu Jaime Moniz. Ser aluno do Liceu não é ser apenas um aluno. É pertencer, indubitavelmente, a um legado mas também à história de um estabelecimento que ofereceu, e continua a oferecer, muito à nossa Região. Por este espaço de eleição passaram também figuras emblemáticas da Madeira, que muito contribuíram para o sucesso do nosso país. Ser aluno da Jaime Moniz é ser alguém responsável. É ser um adolescente consciente de todas as dificuldades e adversidades do futuro, e batalhar por uma carreira profissional. Mas, o aluno do liceu, para além de ser um jovem das letras ou dos números, é também um jovem cheio de sonhos por realizar. Ser aluno do Liceu Jaime Moniz é ser um lutador face a todos os desafios propostos. Para isso, conta com a ajuda preciosa daqueles que representam o excelente conjunto de docentes que incorporam esta instituição. Na minha opinião, estes professores são fantásticos porque revelam uma preocupação genuína com o desenvolvimento integral do aluno, e não, única e exclusivamente, com a média ou ranking da escola. Ser aluno do Liceu é ser aluno de uma escola com excelentes condições e com infraestruturas desportistas impressionantes, embora pesem os seus longos setenta anos. Em suma, ser aluno do Liceu é ser um sonhador, formado para ser capaz de voar para os mais longínquos objetivos e preparado para alcançar sucessos futuros. Pedro Câmara, 1242



Porque falar do futuro? Apenas posso afirmar com absoluta certeza daquilo que sei que não quero para mim no futuro. Quanto ao meu sonho, é apenas saber viver no presente, sem me preocupar com o que há de vir. De que serve planear o futuro se nos privamos muitas vezes do agora? João Pedro Silva 1207




Desde muito cedo criamos expectativas para o futuro. Sonhamos em ser algo. Sonhamos em ser tudo. Começamos por sonhar em ser astronautas, cientistas, doutores. No entanto, muitas vezes deixamos esses sonhos para trás. Porquê? Porque ficamos convencidos de que esses sonhos não são possíveis de alcançar. Por isso, o meu sonho para o futuro é continuar a sonhar mesmo com tudo aquilo que não virei a alcançar. Carolina Azevedo, 1207


O dia da Benção das Capas O dia 30 de novembro tem tudo para ser o melhor dia do ensino secundário dos alunos da Escola Secundária Jaime Moniz. Os doze anos de estudo são celebrados numa missa e são abençoados os anos que temos pela frente, sejam passados na universidade, sejam no mundo do trabalho. É um dia deveras especial que fica guardado não só através de fotografias como também no coração de

cada um de nós.

Júlia Gonçalves, 1207



Encontro-me no último ano do secundário e tenho de admitir que, muitas vezes, desejei chegar a este momento. Mas, agora, já não

quero que o secundário termine. Reconheço, na verdade, que

o meu desejo em sair da ilha era algo inconsciente. Pois, presentemente, só gostaria de poder parar no tempo e prolongar os melhores anos da vida de um adolescente. Quando o ensino secundário chegar ao fim, as saudades que terei serão imensas. As rotinas, que agora nos aborrecem, um dia serão o que nos fará mais falta. Quanto aos amigos, pretendo levá-los durante o resto do meu percurso, bem como tudo aquilo que aprendi durante os meus mais de 12 anos de estudante. Daqui a uns meses, estarei a candidatar-me à universidade e a lutar por um lugar, tal como milhares de estudantes. O mais preocupante é que seremos avaliados de acordo com os nossos resultados académicos e não pelas nossas capacidades efetivas. Sei que a minha vida mudará radicalmente e serão necessários alguns meses de adaptação às novas rotinas. Deixaremos de ter os nossos familiares sempre por perto para nos ajudar, para além do conforto de que usufruímos tantos anos, nomeadamente o beneficiar de refeições prontas preparadas carinhosamente pelos nossos entes queridos. Tudo se resumirá a assumir, nos próprios, esta novas responsabilidades. Para concluir, eu pretendo entrar na universidade e completar os meus estudos, e é isso que farei quando este ano letivo chegar ao fim. Cresci muito até aqui, mas também acho que ainda tenho muito para aprender. Indubitavelmente, ir para fora estudar é uma experiência que fará aumentar o meu nível de responsabilidade e me conduzirá à idade adulta. Joana Teixeira, 1230



Já dizia o poeta, “O sonho comanda a vida”. Sem sonhos, as pedras do caminho tornam-se montanhas, os pequenos problemas são insuperáveis, as perdas insuportáveis, as deceções transformam-se em golpes fatais e os desafios em fonte de medo. Com sete anos dizia que o meu sonho era ser futebolista, que ia adotar um filho e que nunca iria casar. Dois anos depois, já queria ser bombeira e dedicar-me à música. Hoje, dez anos depois, não sei se algum dia irei casar; gostaria muito de ter filhos biológicos e adotados e, tenho a certeza de que a música vai sempre fazer parte da minha vida. Acredito que todos os nossos sonhos mudam de acordo com a idade, as vivências, a maturidade… mas sei que ficamos sempre com aqueles sonhos de criança, que nos acompanham sempre. Todos os nossos sonhos devem ser “trabalhados”, sem nunca haver desistência. Sonhar é maravilhoso e, ainda que seja difícil concretizar os nossos sonhos de uma maneira perfeita, estes devem ser sempre os nossos objetivos de vida. “Cada sonho que deixas para trás é uma parte do teu futuro que deixa de existir”, Steve Jobs. Leonor Magalhães, 1205



Bênção das Capas remonta a uma tradição que O dia da

ocorre exclusivamente na nossa Região. A preservação das tradições é importante, pelo que, à semelhança do que acontece há já alguns anos, os atuais alunos de 12º ano (antigamente designados por “setimanistas”) se trajam a rigor para participarem numa celebração. Este momento traduz-se num dia de celebração e reco-

nhecimento aos nossos esforços escolares e no festejar

de uma conquista alcançada com empenho e dedicação, sendo como que um “ritual de transição” para uma nova etapa: o ingresso no ensino superior. A Bênção das Capas constitui, portanto, uma recompensa, o momento em que finalmente somos simbolicamente reconhecidos pelo nosso árduo trabalho escolar desenvolvido ao longo de doze anos na expectativa de um futuro promissor. Para mim, este dia exige alguma reflexão da parte de todos aqueles que o celebram, visto que a nossa caminhada como estudantes não diz somente respeito ao nosso desenvolvimento escolar e profissional mas também ao nosso

crescimento pessoal, cívico e moral, influenciando dessa ma-

neira os cidadãos ativos que viremos a ser e, exigindo assim, uma outra reflexão acerca do nosso passado, presente e futuro. Este dia é também um incentivo à nossa conclusão de estudos e ao ingresso no ensino superior e até em ensinos “extras”, tais como mestrados e doutoramentos, que nos permitirão obter maior conhecimento a nível pessoal e que nos darão uma maior credibilidade na nossa futura vida profissional. Laura Luís, 1246



Quando o ensino secundário chega ao fim… É uma altura assustadora para todos os jovens, sem dúvida. Perguntam-se constantemente: ”O que devo seguir? O que me dá perspetivas para o futuro?”, e sofrem de uma ansiedade tremenda na altura que precede à grande decisão. Mas isto acontece apenas porque se faz a pergunta errada. Não devemos perguntar ou indicar aos alunos o que devem estudar, mas sim o que querem estudar. Já não estamos no tempo em que o rapazinho lá da aldeia (se me é permitida a expressão) era inteligente e tinha que ser médico, tal era o prestígio social desta profissão. Deixemo-nos de idiossincrasias, somos uma sociedade moderna e mais culta, comportemo-nos como tal. A ideia de que uma profissão tem mais prestígio social que outra é retrograda e característica de gente inculta. Desde que entram na escola, é incutida nos alunos a ideia de que os melhores vão para as tão aclamadas Medicina e Engenharias, ou mesmo Gestão ou Direito, porque são os que dão uma melhor perspetiva profissional. Fora disso, é tudo medíocre e indigno. Se um aluno disser que quer estudar Física Teórica ou algo do género, olham-no com desprezo e dizem apenas: ”E vais ser cientista e viver de bolsas? Isso não dá quase nada”; se disser que gosta de história, olham-no com uma mistura de gozo e de pena e se disser que quer estudar filosofia chamam-no de louco. Mas esquecem-se que são estes, os matemáticos, os cientistas e os filósofos que fazem avançar o mundo e a sabedoria humana, não é o engenheiro nem o médico, não menosprezando estas profissões, mesmo que estes recebam salários infinitamente maiores que os primeiros. E é por isso lamentável que se percam mentes brilhantes para carreiras menos intelectualmente motivadoras em troca da recompensa falaciosa de conforto material e prestígio. Que seria da nossa sociedade se o casal Einstein tivesse incutido no jovem Albert a febre da medicina? A culpa não é dos jovens, mas do meio onde estão inseridos. Estão rodeados pela ganância, pela arrogância e pela procura incansável de bens materiais. Raramente entram em contacto com o espírito científico e de amor à ciência, submetidos como estão a um ensino mal direcionado, mas não divaguemos. Pretendo apenas dizer que há que permitir aos jovens ser o que quiserem, e perder preconceitos de superioridade de determinadas classes profissionais. O que nos deve, a nós, jovens, guiar à escolha que tanto nos tem atormentado deve ser a paixão, o interesse e a curiosidade genuínos por uma determinada ciência ou arte, e não uma ansiosa perspetiva de um avultado salário e um título pomposo. Por isso, sejam cientistas, filósofos, poetas, aquilo que realmente quiserem, pois o valor que terão dependerá apenas no quão bons e dedicados serão, e não na profissão que exercem, e o que o mundo mais precisa é de pessoas que gostem realmente daquilo que fazem. Afonso Sequeira, 1202



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