NEWSLETTER O LYCEU N07

Page 1

# 07 março 2022

O PROGRAMA ERASMUS + ENTREVISTA

O que eles querem saber

Dia da Escola 30º festival de teatro Carlos Varela

mobilidades

ERASMUS





Editorial É comum afirmar-se que as escolas existem para os alunos, que estes são a razão de ser da ação dos professores, norteada pelo compromisso ético do sucesso educativo dos alunos. Se considerarmos que estes são seres únicos, com um património individual, social e cultural diverso, concluímos que a missão dos docentes é hercúlea. A expressão “ensinar a todos como se fossem um só”, escutada até há pouco tempo, símbolo de um tratamento igualitário, deixou de fazer sentido. A ação pedagógica dos docentes deve ser exercida em função do princípio da equidade, garantia de que “nenhum aluno fica para trás”. Espera-se, assim, que o docente do século XXI seja um profissional dotado de amplos conhecimentos, científicos, didáticos e pedagógicos, capacitado para refletir sobre a sua ação, colaborativo, aberto à mudança e à inovação. O isolamento, caraterístico da profissão docente, deve ceder lugar à criação de culturas colaborativas, visando a criação de comunidades de aprendizagens nas escolas. Esta transformação das culturas docentes e do seu profissionalismo pode ser fomentada pela participação dos docentes em projetos regionais, nacionais e internacionais. Ao longo deste ano letivo, vários docentes da nossa escola têm participado em projetos internacionais, através do programa Erasmus +. O nosso projeto “Agenda Educação colaborar e construir” inclui os projetos Escola Unesco, Clube Europeu, Escola Embaixadora do Parlamento Europeu e o Projeto Erasmus”. Os primeiros destinam-se, essencialmente, aos alunos. Pretende-se que os mesmos investiguem e aprendam sobre a União Europeia e compreendam o seu papel na construção de uma Europa onde devem imperar os valores do respeito, da tolerância, da solidariedade e da paz. O projeto Erasmus está aberto à participação de toda a comunidade escolar: docentes, não docentes e discentes. No início deste ano letivo, recebemos a visita de alunos e docentes da Polónia, Letónia, Turquia e Alemanha. Quatro alunos da nossa escola tiveram a oportunidade de visitar uma escola na Sicília, acompanhados por duas professoras. Vinte e dois dos nossos docentes participaram, de igual modo, no programa Erasmus+ destinado à mobilidade docente. Contactaram com colegas, outros sistemas educativos, adquiriram competências e ferramentas com as quais poderão alterar/melhorar as suas práticas pedagógicas. Criaram laços, aprofundaram as suas relações pessoais e profissionais e, sobretudo, aumentaram a sua motivação. Neste sentido, a expressão “A enriquecer vidas e a abrir horizontes”, proferida numa apresentação recente na nossa Região sobre o projeto Erasmus + pela sua coordenadora nacional, faz todo o sentido: participando neste projeto, alunos e professores tornam-se mais ricos como pessoas e como profissionais. A participação da nossa escola no projeto Erasmus+ só é possível porque acreditamos que o futuro da educação se constrói numa escola aberta, cujo papel é essencial para o desenvolvimento de uma sociedade melhor. Ana Isabel Freitas


Fi­cha Téc­ni­ca

Di­re­tora: Ana Isabel Freitas

Agradecimentos:

Nº 07

Co­or­de­na­do­res:

Ao Conselho Executivo, bem co­mo a to­dos quan­tos

março de 2022

An­tó­nio Frei­tas - Gru­po 520

Es­co­la Se­cun­dá­ria Jai­me Mo­niz Lar­go Jai­me Mo­niz 9064 - 503 Fun­chal Te­lef.: 291202280 Fax: 291230544 email: geral@jaimemoniz.com

designinformacaoemultimedia@jaimemoniz.com

Carlos Rodrigues - Gru­po 600 Jo­sé Gou­veia - Gru­po 600 Van­da Gou­veia - Gru­po 300 Supervi­são de conteúdos: Ana Isabel Freitas Re­vi­são: Van­da Gou­veia e João Abel Fernandes Ar­ran­jo e edição grá­fi­ca: José Gouveia Edição de imagem: José Gouveia

contribuí­ram pa­ra que es­te pro­je­to se re­a­lizasse. Todos os artigos e imagens são da responsabilidade dos autores.


Índice O Programa Erasmus + - Entrevista - O que eles querem saber

07

Programa Erasmus +

13

Life Coaching for Teachers: Happy Teachers for Better Students Florença, Itália

21

21st Century Teaching - Competence-based Education, Soft-skills and Creativity Dublin , Irlanda

25

“Introduction to the Finnish Education Model” Helsínquia, Finlândia

31

STEAM Education - “Science should be taught as a process.” John Dewey Heraklion, ilha de Creta, Grécia

39

Going Digital in an Innovative Classroom Praga, República Checa

47

Project and Competence Based Learning: innovative and effective method and tools Roma, Itália

53

Life Coaching for Teachers: Happy Teachers for Better Students” Florença, Itália

57

A Classroom with a Door to the World in Guadeloupe Sainte-Anne, Guadeloupe, França Dia da Escola Senhor Laurentino, a minha inspiração Sarau literário: Ler é um prazer O efeito da morte - O dia da morte, de William-Adolphe Bouguereau Jaime Moniz retoma Troca de Livros - Tome lá! Dê cá! ARTES VISUAIS - abordagem à Arte Contemporânea - LAND ART 30º festival de teatro Carlos Varela 50 Anos do primeiro Título Nacional do Liceu

A newsletter “O Lyceu” é uma publicação interativa. Clique: • nos títulos dos artigos ou números de página do índice para aceder ao respetivo conteúdo; • no canto superior direito (numeração da página - Ex: 07 08 ), para voltar ao índice; • neste ícone Boas leituras!

ou nos links assinalados nos textos para aceder a mais conteúdos.

63 71 79 81 83 85 87 99 103




O Programa Erasmus + O que eles querem saber

Rodrigo Moura – 12º 11 entrevista Ana Maria Kauppila e Fernanda Gama Freitas do Projeto Erasmus+

Antes de mais, bom dia/boa tarde senhoras professoras! Queria, desde já, agradecer a vossa disponibilidade para responder a algumas questões, bem como para esclarecer algumas dúvidas dos alunos do ensino secundário relativamente ao programa Erasmus+. Assim sendo, passarei, sucintamente, à enumeração das questões que nos pareceram mais frequentes e pertinentes.

Na sua essência, o que é o programa Erasmus+? Basicamente, em que consiste esta experiência formativa?

“O objetivo geral do Programa consiste em apoiar, através da aprendizagem ao longo da vida, o desenvolvimento educativo, profissional e pessoal dos indivíduos ...”

Boa tarde, obrigada por nos receberem. O programa Erasmus+ celebra, este ano, trinta e cinco anos. Está consolidado no sistema educativo português. De acordo com o Guia do Programa 2022, “O objetivo geral do Programa consiste em apoiar, através da aprendizagem ao longo da vida, o desenvolvimento educativo, profissional e pessoal dos indivíduos nos domínios da educação, da formação, da juventude e do desporto na Europa e mais além, contribuindo assim para o crescimento sustentável, o emprego de qualidade e a coesão social, bem como para impulsionar a inovação e reforçar a identidade europeia e a cidadania ativa. Assim, o Programa é um instrumento fundamental para a construção de um Espaço Europeu da Educação”. Este modo de entender a Europa é um dos mais importantes meios de construção da Paz, um direito elementar dos seres humanos, nesta fase tão ameaçado. A experiência formativa envolve, em geral, a realização de uma mobilidade (que pode assumir várias tipologias de duração) e que congrega as dimensões formais e informais da educação. Neste aspecto, a convivialidade, a colaboração, a participação ativa dos jovens, constituem valores fundamentais que contribuirão, mais tarde, para o que se convencionou designar como cidadania europeia.


07 08

Porque é que um estudante deve tomar a decisão de participar num programa desta natureza, atendendo à relação entre custos e benefícios? Os modos de financiamento mudaram para melhor. Os custos são cada vez mais suportados pelo Programa. Assim, o benefício, cujo valor é inquestionável, permanece superior. A decisão pode fundamentar-se em vários aspectos, sendo que o principal é a vontade de conhecer outras pessoas, outras línguas e culturas. A curiosidade sempre foi a mãe da grande aventura que é conhecer. Depois, claro, sentir-se bem no quadro do grupo que participa, ser cúmplice, na curiosidade, com os colegas e os docentes que acompanham. São experiências fantásticas, muitas vezes laços de amizade para a vida e a construção de um acervo de memórias maravilhosas.

A curiosidade sempre foi a mãe da grande aventura que é conhecer.

Quais os países elegíveis para se fazer Erasmus+? Os Países denominados «Países do Programa» são os Estados-Membros da UE (Bélgica, Bulgária, República Checa, Dinamarca, Alemanha, Estónia, Irlanda, Grécia, Espanha, França, Croácia, Itália, Chipre, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Hungria, Malta, Países Baixos, Áustria, Polónia, Portugal, Roménia, Eslovénia, Eslováquia, Finlândia e Suécia). Contudo, em conformidade com o artigo 16.º do Regulamento Erasmus+, são também países participantes no Programa, alguns designados como “fora da EU”: Membros da Associação Europeia de Comércio Livre (EFTA) que são membros do Espaço Económico Europeu (EEE): Noruega, Islândia e Listenstaine, países aderentes, países candidatos e potenciais candidatos à adesão: Macedónia do Norte, Turquia e Sérvia. (Designados por «Países do Programa».) Além disso, e ainda de acordo com o artigo 17.º do mesmo regulamento, as entidades de outros países terceiros não associados ao programa podem ser elegíveis em ações Erasmus+ em casos devidamente justificados e se tal for do interesse da União (São designados de «Países Parceiros» e os seus nomes são disponibilizados no Guia do Programa).

Bélgica, Bulgária, República Checa, Dinamarca, Alemanha, Estónia, Irlanda, Grécia, Espanha, França, Croácia, Itália, Chipre, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Hungria, Malta, Países Baixos, Áustria, Polónia, Portugal, Roménia, Eslovénia, Eslováquia, Finlândia e Suécia ... Noruega, Islândia e Listenstaine ... Macedónia do Norte, Turquia e Sérvia


Foto original de Alex Andrews no Pexels

Claro que dependerá das experiências, mas, regra geral, existe um acolhimento agradável por parte de quem nos recebe? Uma experiência de mobilidade Erasmus+ é sempre gratificante e enriquecedora em todos os aspectos. As entidades de acolhimento são facilitadoras de contextos de aprendizagem produtivos e inexcedíveis nos seus esforços para um bom acolhimento e integração de todos os elementos.

Temos de dominar fluentemente a língua do país da mobilidade?

Não é necessário dominar a língua do país de acolhimento, mas os participantes deverão ter conhecimentos da língua inglesa que é, em geral, a língua comum de comunicação.

Não é necessário dominar a língua do país de acolhimento, mas os participantes deverão ter conhecimentos da língua inglesa que é, em geral, a língua comum de comunicação. Claro que é sempre agradável para os organizadores verificar que os participantes sabem algumas palavras e expressões da língua do país de destino e que se preocuparam em saber, de antemão, algo mais sobre o sítio para onde vão e a sua cultura.

O grau de exigência é equitativo nos diversos países? Todas as atividades de mobilidade são avaliadas pelos participantes, de modo que se mantenha um nível de qualidade elevado. A Agência Erasmus+ é muito rigorosa em determinados aspetos que devem ser tidos em conta antes e após as mobilidades e intercâmbios.


09 10

Foto original de Sharefaith no Pexels

Pelo meu entendimento, este tipo de programa tem custos (alojamento, alimentação, entre outros). Assim sendo, se um aluno com dificuldades económicas e quiser participar num programa deste tipo, a escola de origem estaria disposta a auxiliá-lo? Está previsto algum tipo de apoio monetário para estes alunos? Os alunos que participam nestes programas têm uma bolsa, que varia de acordo com o país de destino, a banda de distância e o número de dias da mobilidade, de modo que todas as despesas sejam cobertas. O Programa Erasmus+ incentiva vivamente as organizações a darem estas oportunidades a alunos com dificuldades económicas. Essa uma das inovações do Programa que se adequa, cada vez mais, às características das sociedades atuais e à inclusão como meta preferencial. Assim sendo, as prioridades do novo Programa Erasmus+ 2021|27são: Inclusão e Diversidade, Transformação Digital, Ambiente e combate às alterações climáticas, Participação na vida democrática, valores comuns e participação cívica. Há, inclusivamente, verbas específicas para proporcionar a equidade de participação aos alunos menos favorecidos.

Se porventura participar num programa destes, necessito de fazer algum tipo de seguro de saúde para poder ter acesso aos serviços de saúde do país? Voltamos a citar o Guia do Programa, onde essa questão encontra resposta: “A proteção e a segurança dos participantes envolvidos nos projetos Erasmus+ são dois princípios importantes do Programa. Todas as pessoas que participam no Programa Erasmus+ devem ter a oportunidade de tirar o máximo proveito das possibilidades de aprendizagem e desenvolvimento pessoal e profissional. Tal deve ser garantido por um ambiente seguro, que respeite e proteja os direitos de todas as pessoas, a sua integridade física e emocional, a sua saúde mental e o seu bem-estar. A bolsa inclui um montante suficiente para adquirir um seguro e, adicionalmente, recomendamos que as pessoas se munam do Cartão Europeu de Seguro

Os alunos que participam nestes programas têm uma bolsa, que varia de acordo com o país de destino, a banda de distância e o número de dias da mobilidade, de modo que todas as despesas sejam cobertas.


Foto original de Julia M Cameron no Pexels

de Doença, um cartão gratuito que permite receber os cuidados de saúde necessários de um ponto de vista médico, no sistema público, durante uma estada temporária em qualquer dos 27 países da UE, na Islândia, no Listenstaine ou na Noruega, nas mesmas condições e ao mesmo custo (em alguns países, gratuitamente) que as pessoas cobertas pelo sistema de saúde público do país em questão.. No que diz respeito aos jovens, o Cartão Jovem também é recomendado. Todas as precauções devem ser tomadas no sentido de tornar a viagem o mais segura e agradável possível.

Passando agora para uma opinião mais pessoal, e tendo em linha de consideração a vossa experiência, as senhoras professoras consideram gratificante e enriquecedora a experiência?

No momento em que vos estamos a responder decorre uma guerra. Ora, a realização de uma mobilidade Erasmus+ é justamente o contrário. É colocar todos os participantes em missão de Paz ...

Sim. No momento em que vos estamos a responder decorre uma guerra. Ora, a realização de uma mobilidade Erasmus+ é justamente o contrário. É colocar todos os participantes em missão de Paz, de são convívio e aprendizagem, de troca de experiências e de futuras amizades. É essa dimensão que mais importa ressalvar da experiência: a de que os participantes são porta-estandartes dos valores europeus da paz, da compreensão entre os povos, da solidariedade e da democracia.

Muito obrigado pela atenção e tempo dispensados. A equipa responsável agradece o vosso interesse e a pertinência das questões colocadas.


11 12


O Programa Erasmus + “Viajar, perder países! Ser outro a cada dia.” Fernando Pessoa

1. O Programa Erasmus +: o deslumbramento da viagem O Programa Erasmus+ celebra, neste ano de 2022, trinta e cinco anos de existência. As cerimónias de lançamento destas celebrações ocorreram, recentemente, no Funchal, a primeira capital europeia em descontinuidade territorial relativamente ao continente europeu e que é, hoje, capital de um arquipélago, Região Autónoma Portuguesa, Região Ultraperiférica da Europa. É, assim, no quadro simbólico da cidade do Funchal, paradigma da viagem, neste caso transatlântica, que se exaltam as muitas qualidades de um projeto que é, antes de tudo, uma construção participada da narrativa europeia da Paz, da Democracia e da Liberdade.

“Andar por terras distantes e conversar com diversas pessoas torna os homens ponderados.” Miguel De Cervantes

Estaríamos distantes de pensar que este texto se escreveria simultaneamente ao desencadear de um conflito armado, na Ucrânia, guerra perpetrada pela Rússia, num quadro geopolítico e geoestratégico complexo (que não nos cabe, neste espaço, analisar ou sobre o mesmo emitir opinião) e que relega o mundo para um contexto de potencial conflitualidade a uma escala que todos os que pugnam pela Paz, com certeza, rejeitarão. Não é, no entanto, despiciendo referir o conflito em questão por uma imperativa ordem de razões. Em primeiro lugar, porque o programa Erasmus+ é um programa de Paz, de colaboração entre povos, de criação de laços e de descoberta de mundos, pessoais e geográficos, através da viagem. Em segundo, porque nasce no quadro das políticas europeias de disseminação da Paz e da concórdia entre os povos, com a ambição de, humildemente, colocar todos e cada um na maravilhosa situação de cooperação e de aprendizagem com os outros. Em terceiro, porque a sua implementação se torna impossível em quadros de perigo para os seus participantes como é o de uma guerra. Assim sendo, esta referência que ficará como registo contextual, torna-se necessária no âmbito de uma futura compreensão dos desafios que a Escola enfrenta, neste século, também a este nível.


Foto - 12º53

13 14


Florença

Sempre e quando nos referimos ao Programa Erasmus+, fazê-mo-lo no quadro do que poderíamos designar como “um nomadismo contemporâneo”, que percorre territórios seguros e acolhedores num quadro de referências que engloba os valores europeus e a sua vivência em contextos de convivialidade e de partilha. Deixar-se encantar pela beleza dos lugares, das culturas, das línguas, em suma, dos povos, consubstancia a perceção que cada um tem da viagem, do Outro e do que, no quadro atual, se designa como cultura contemporânea europeia. O mundo ocidental, porque é nesse que nos situamos, tem vivido, nos últimos anos (finais do século XX e inícios deste século XXI) transformações que marcam consequentes alterações de paradigmas, a muitos títulos. O primeiro, responsável pela alteração de modos de vida, é o tecnológico. A rápida evolução da tecnologia e a possibilidade de comunicações rápidas, à distância, através da Internet, têm contribuído para alterar não só o modo como nos relacionamos, mas, ainda, como exercemos muitas das nossas profissões, nomeadamente as que decorrem no contexto da Educação. O segundo, decorre do quadro pandémico que vivemos desde o início de 2020 e que rompeu, de forma atroz, com muitas das “certezas” nas quais o mundo pós-grandes guerras tinha sido construído. O confinamento total a que se remeteram quase todos os países, uma perceção globalizada da incerteza e do medo, instigou mudanças substanciais (muitas das quais apenas poderão ser aferidas decorrido um adequado distanciamento temporal). A Educação, através do ensino e da aprendizagem escolares, pôde continuar nos países mais desenvolvidos, exigindo uma rápida adaptação de todos os intervenientes na mesma. Lamentavelmente, em muitos outros países, um núme-

ro significativo de crianças ficou arredado da escola, sendo que uma grande percentagem, de acordo com dados emanados de organizações das Nações Unidas, como a UNESCO, não regressarão ao contexto escolar. No momento em que redigimos este texto, como acima referido, decorre um quadro de guerra entre a Rússia e a Ucrânia cujo desfecho e consequências não podemos, ainda, aferir. Quer o contexto pandémico, quer o de conflito armado, representam realidades antagonistas aos fundamentos e ao modus operandi do Programa Erasmus+. No caso especificamente português e, em especial, o da Região Autónoma da Madeira, a retoma das viagens, no que agora se considera como situação pós-pandémica, representa a possibilidade ancestral de realizar essa unidade onírica da viagem que caracteriza o espaço imaginário português nos âmbitos da cultura, da literatura, da educação e do pensamento e que descreve uma realização identitária fundada na descoberta da alteridade. A transposição geográfica para os outros mundos não só define o Programa Erasmus+, como é a matriz cultural dos povos portugueses, designadamente os insulares. Assim, referindo-nos especificamente à Região Autónoma da Madeira, se constrói a mundividência insular do século XXI, numa contradição entre porto de abrigo e desejo de aventura, entre a segurança e a inquietação da viagem. Esta perspetiva axiológica aproxima o insular dos fundamentos e dos propósitos do Programa Erasmus+ representando uma das suas dimensões de êxito.


15 16

Dublin

Helsínquia

2. O programa Erasmus+: histórico na Escola Secundária Jaime Moniz A Escola Secundária Jaime Moniz, com os seus provectos 185 anos de idade, tem um histórico de participações, quer individuais, quer coletivas, em iniciativas e projetos de inovação pedagógica, tendo sempre como objetivo principal a melhoria da prática docente e, consequentemente, dos resultados dos seus alunos. A participação em programas de aprendizagem ao longo da vida, com mobilidades físicas e intercâmbios de docentes e discentes, assim como projetos de cooperação com outros países europeus, data da década de noventa e contribuiu para proporcionar aos participantes formações de qualidade; promover uma dimensão europeia nas práticas existentes; desenvolver o diálogo intercultural; motivar para uma cidadania europeia ativa, baseada em valores europeus e no respeito por todas as culturas e povos; provocar uma consciencialização acerca da necessidade do uso de novas tecnologias de informação e comunicação no ensino, assim como dinamizar o intercâmbio de boas práticas e criar um espaço europeu de “aprendizagem ao longo da vida”. 3. A candidatura em vigor 3. 1.

Processo de construção

Após alguns anos de interregno, na participação no programa Erasmus+, juntaram-se vontades e sinergias, com o incentivo e apoio do Conselho Executivo, para a criação de uma candidatura ambiciosa, que foi designada Inovação 2020: continuar a aprender (IKL2020). Foram definidos objetivos muito concretos, fundados

num processo prévio de aferição das necessidades mais prementes. Antes da candidatura, promoveram-se ações de divulgação da “Ação Chave 1 do programa Erasmus+”, abertas a todos os docentes a Escola. Nestas ações contou-se com a colaboração da Direção Regional de Juventude, através da colaboração dos técnicos Marina Silva e Telmo Costa, tendo sido fundamental o seu contributo e apoio durante a fase inicial da elaboração do projeto. Ao longo do processo de construção, foram identificados como documentos orientadores desta candidatura: - O Projeto Educativo da Escola (2018-22), - A Estratégia de internacionalização (2018-22), - O Perfil do aluno à saída da Escolaridade Obrigatória, - As Aprendizagens essenciais. 3. 2.

Quadro definidor e seleção de participantes

Desde logo, foi acordado que o processo de participação obedeceria a princípios democráticos de manifestação de interesse e de participação na definição dos objetivos e das metas pretendidas, apresentado o resultado da aferição realizada. Assim, todos os que integraram e realizaram mobilidades neste âmbito, propuseram-se à participação sendo que esta foi considerada, pelos responsáveis pela implementação da candidatura, uma das chaves essenciais de todo o processo. Em síntese, a seleção dos docentes decorreu, de forma natural, entre os interessados que participaram nas sessões públicas de apresentação ou que, por iniciativa pessoal, contactaram a Coordenação, inteirando-se acerca do Projeto, adequando-se con-


Heraklion

soante os seus interesses e propósitos profissionais, individualmente ou em grupo, às metas definidas e ao desejado contributo para a mudança de paradigma educativo. 3. 3.

Metas

As atividades de mobilidade, definidas na candidatura, de acordo com os objetivos propostos e o interesse manifestado pelos docentes que abraçaram o projeto, desde o início, foram escolhidas no sentido de atingir os seguintes resultados: 1. integrar a inovação, através das NTIC, nos modos de liderar, organizar e ensinar; 2. estabelecer parcerias estratégicas que possibilitem a continuidade do projeto para além do seu termino; 3. formar uma rede de profissionais motivados e motivadores para a disseminação dos ideais/valores europeus de Educação na sua diversidade multicultural; 4. melhorar a comunicação em LE, em especial o inglês; 5. criar um modelo inovador de ensino que se reflita, concretamente, nas aprendizagens dos alunos. 3. 4. Quadro pandémico e solicitação de prorrogação Apresentada a candidatura, a mesma foi aprovada, pela Agência Nacional Erasmus+, em 2020 (Projeto 2020-1-PT01-KA101-077803). No entanto, subsequentemente à alegria inicial que se instalou ao recebermos a notícia da aprovação da candidatura, foram muitos

os meses de incerteza devido à pandemia, até que foi decidido (e também aprovado) o pedido de prorrogação. Com uma duração inicial prevista de doze meses, o prazo foi prorrogado por mais um ano, devido ao contexto pandémico, decorrendo desde o dia 1 de dezembro de 2020 até 30 de novembro de 2022. 3. 5.

Implementação

Entretanto, e no quadro de uma postura colaborativa e participativa que desenhámos para esta candidatura, o logótipo do Projeto foi elaborado por um docente do Departamento das Artes e Expressões, José António Gouveia. Quando o alívio das medidas associadas à situação pandémica o permitiu, iniciaram-se as primeiras mobilidades, em julho de 2021. Desde então, foram realizadas, até março de 2022, vinte e três mobilidades, estão contratualizadas quinze e aguardam resposta das respetivas Entidades organizadoras, sete mobilidades. Algumas das mobilidades previstas tiveram de ser substituídas por outras, tendo sempre em vista o cumprimento dos objetivos e das atividades definidas na candidatura. Deste modo, e tendo em conta as mais diversas estratégias de disseminação, principalmente ligadas ao impacto nos alunos, enquadram-se nas seguintes áreas/temas: a) Gestão de Stress e bem-estar docente, b) Desenvolvimento de competências para o século XXI, c) STEAM, d) Sistemas de ensino de outros países, e) Aprendizagem baseada em Projetos, f) Competências digitais,


17 18

g) Novas metodologias no ensino de línguas, h) Impressão 3-D, i) CLIL. No sentido da boa prossecução do projeto, para que todas as atividades e procedimentos inerentes à gestão do projeto (orçamental, administrativa e pedagógica) se cumpram de acordo com o determinado, as coordenadoras do projeto têm agido em estreita colaboração com a Agência Nacional Erasmus+, cujo apoio e esclarecimentos se têm revelado fundamentais. 3.6.

Divulgação e promoção

Como estratégia de promoção do Programa Erasmus+, celebrámos, nos dias 14, 15 e 16 de outubro de 2021, uma iniciativa designada ErasmusDays, uma proposta da Agência Nacional que contou com os contributos de alguns dos colegas que já haviam efetuado mobilidades. Foi, ainda, dinamizada uma atividade denominada “A song for Europe”, com a participação de artistas locais que ofereceram uma canção à Europa, de entre as quais algumas originais.

3.7.

Disseminação – Fase I

Nos dias 16 e 17 de novembro de 2021 realizaram-se os Erasmus+ Open days, cujo objetivo foi a disseminação, junto da comunidade educativa, sobretudo docente, dos conteúdos dos cursos frequentados pelos dezoito docentes que, até à data, tinham realizado as suas mobilidades, assim como a apresentação das Cidades onde se realizaram as referidas formações, momentos designados “Cidades Erasmus+”. As sessões decorreram na Sala de Ambientes Inovadores de

Aprendizagem, da Escola Secundária de Jaime Moniz, tendo sido abertas inscrições aos colegas interessados, na sala de professores. As apresentações ultrapassaram as expectativas da equipa coordenadora do Projeto, assim como dos próprios intervenientes e colegas assistentes às sessões, tendo servido de mote para: a) a discussão sobre diversas abordagens didáticas e novas tecnologias; b) o reforço da necessidade da mudança fulcral do foco da aprendizagem, centrada no aluno; c) a compreensão do ensino STEAM, como uma abordagem em que as várias ciências e as artes são igualmente significativas; d) a importância do desenvolvimento de competências científicas, tais como o pensamento crítico e analítico, a tomada de decisão, a resolução de problemas, entre outras, preparando os alunos para os desafios do século XXI; e) a partilha de conhecimentos e experiências como contributo para o enriquecimento pessoal e profissional; f) a discussão acerca do funcionamento dos sistemas de ensino em diferentes países europeus; g) a abordagem aos problemas comuns com que se debatem os docentes dos vários países; h) as diferenças culturais subjacentes às diferenças dos sistemas de ensino; i) a necessidade do autoconhecimento para o bem-estar docente; j) a promoção do equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, a satisfação e a eficácia, a fim de prevenir o stress no local de trabalho; k) a importância da aprendizagem em contextos não formais.


Roma

Apesar desta atividade ter ocorrido num momento em que os docentes, ainda com aulas, se encontram focados nas avaliações finais do primeiro período, a adesão foi bastante satisfatória, tendo vários colegas assistido a quase todas as apresentações, com uma participação ativa nas mesmas, questionando, sugerindo, dando azo ao diálogo que, por diversas vezes, ultrapassou o tempo previsto. 3.8.

Divulgação nos media e media sociais

As atividades do projeto têm sido divulgadas na página oficial do projeto (https://esjminovacao2020continuaraaprender.wordpress.com/) e na rede social Facebook (https://www.facebook.com/ErasmusESJM). 4. Processo de Acreditação Tanto as mobilidades, como os momentos de partilha de experiências são fulcrais nas nossas escolas. Os docentes estão ávidos de novas experiências e aprendizagens significativas que os ajudem a lidar com os constantes desafios que lhes são colocados na sala de aulas, mas também no exercício de cargos de gestão intermédia, como o de Diretor de turma cujas funções se têm revelado cada vez mais exigentes no apoio a situações de grande fragilidade, dos alunos e das suas famílias. O programa Erasmus+ é, sem dúvida, crucial para a criação de novas dinâmicas nas Escolas. A equipa coordenadora do Projeto, os docentes que já realizaram mobilidades e os que ainda as irão realizar, assim como a Gestão da Escola, estão otimistas em relação ao futuro e às mais-valias que decorrerão da frequência destes cursos na prática docente e na construção

de uma Escola dinâmica, democrática, inclusiva, inovadora, sendo os alunos os principais beneficiários de uma mudança que se reclama urgente. A aprovação do Projeto Inovação 2020: continuar a aprender (IKL2020), a adesão dos colegas ao mesmo, assim como o seu entusiasmo, foram impulsionadores de uma nova Candidatura, desta vez à Acreditação, no âmbito do Sector Escolar. Foi novamente, com muito orgulho, que recebemos a notícia de que tinha sido atribuída, à Escola Secundária Jaime Moniz, a Acreditação Erasmus+, no período entre 1 de março de 2021 e 31 de dezembro de 2027, no âmbito da Ação Chave 1 (KA1) do Programa Erasmus+, no sector Ensino Escolar (SCH), mediante aprovação de candidatura apresentada em resposta ao Convite à Acreditação 2020, tendo em conta as respetivas Regras de Candidatura e Normas de Qualidade Erasmus+. (Acreditação na Ação Chave I - n.º 2020-1-PT01-KA120-SCH-09487). Esta Acreditação agiliza os pedidos de financiamento que podem ser feitos anualmente. Este ano, no âmbito da mesma, foi submetido um pedido de financiamento para mobilidades de docentes e discentes, a implementar no próximo ano letivo. Esta candidatura foi precedida de ações de divulgação junto dos docentes e da realização de um OpenDay Erasmus+ com o objetivo de criar contextos de facilitação, não só à criação de grupos de docentes, como a de pesquisa de formações que se adequem aos objetivos definidos e às necessidades de formação específica que cada docente/grupo revela. Tratou-se, ainda, de um espaço e de um tempo de apresentação das novas modalidades de participação a que a Escola se propôs, tendo em conta não só o explicitado em candidatura, mas o que decorreu das conclusões relativas à primeira fase da Disseminação.


19 20

Florença

5. Impacto(s) A complexidade de que se reveste a preparação, implementação, monitorização e avaliação de uma candidatura desta natureza reforça a intencionalidade da mudança de paradigmas educativos, no quadro dos ensinos e das aprendizagens. Desejavelmente, e de forma muito ambiciosa, cumprir-se-iam todas as metas traçadas, mas, de forma lúcida e realista, não podemos assumir esse facto como adquirido. No entanto, algumas das mobilidades suscitaram, já, alterações formais e informais no quadro do ensino da Física e Química, por exemplo (Vide texto sobre essa experiência pedagógica), assim como no âmbito da postura colaborativa entre docentes participantes. Cresceu a procura por cursos de língua estrangeira (inglês) e, de forma sistemática, têm sido aplicadas aprendizagens feitas a título de mais-valias relativas à transposição didática de conteúdos ou, mesmo, no quadro da utilização de determinadas ferramentas tecnológicas. Um aspeto que gostaríamos de sublinhar é a crescente procura de cursos na área do desenvolvimento pessoal, do coaching e de mindfulness, principalmente após o quadro pandémico de confinamento. Uma súbita revalorização destes domínios parece emanar das sequelas emocionais e psicológicas decorrentes do referido quadro, quer da parte dos docentes, quer dos discentes e da imperiosa necessidade que aqueles têm de prestar auxílio a estes últimos e às suas famílias, missão para a qual a escola não estava preparada e tem assumido no âmbito da tarefa solidária de educação para a cidadania, que também lhe cabe. De facto, nenhum docente, no ativo, teve a possibilidade de aprender a lidar com estas situações no âmbito da sua formação inicial ou sequer da formação em serviço. É uma rea-

Sainte-Anne

lidade nova que exige respostas exigentes atendendo às dimensões em causa. Adequaremos, sempre que necessário e viável, não sem antes refletirmos acerca do modo como a disseminação dessas mesmas formações pode resultar num impacto positivo e significativo para a comunidade educativa. De uma fase tímida no que respeita à adesão ao projeto, ao excedente de candidaturas à participação, já na fase de Acreditação, foi realizado um percurso evolutivo que demonstra a vitalidade com que o mesmo se tem manifestado. A Escola, sentimo-lo, aderiu, definitivamente, às propostas de aperfeiçoamento pessoal e profissional que têm sido apresentadas à sua comunidade educativa, através da participação no Programa Erasmus+, desse modo contribuindo para o cumprimento do seu Projeto Educativo: uma escola mais inclusiva, mais dinâmica e mais adaptada ao século XXI. Os desafios estão em curso, a motivação e o empenho para os realizar também.

Este texto foi escrito, a duas mãos, pelas coordenadoras do Programa Erasmus+, na Escola Secundária Jaime Moniz, Ana Maria Kauppila e Fernanda Gama Freitas


LINES

ERASMUS AIR

PASSENGER

FROM TO DATE GATE A04

NAME

FUNCHAL FLORENÇA 05JUL2021 TIME BOARDING 17:45

well ahead arding ga te bo at be se * Plea

e time of depa rt ur

SS BOARDING PA NAME

NCHAL FROM FU ENÇA TO FLOR L2021 DATE 05JU

SEAT 00A

00:00

A04

BOARDING

00A

Life Coaching for Teachers: Happy Teachers for Better Students Florença, Itália: 05/07/2021-10/07/2021

EUROPASS Teacher Academy

OID: E10166501

Participante: Lídia Correia (Grupo 320)

GATE TIME SEAT

A minha participação neste curso financiado pela UE, no âmbito do programa Erasmus+, revelou-se extremamente gratificante, enriquecedora em termos dos conteúdos do curso. Este visava ajudar o professor a consciencializar-se acerca do seu papel assim como a refletir sobre a sua metodologia de trabalho e também a ver-se como parte de uma equipa. As várias sessões de trabalho desenrolaram-se no turno da manhã ou no turno da tarde. Todas as atividades desenvolvidas durante esta semana envolveram grande dinamismo e trabalho de equipa. Além das aprendizagens do curso, os contactos estabelecidos com várias pessoas oriundas de diversos países, cada qual com uma história pessoal e cultural distinta, foram deveras uma mais-valia em termos pessoais e profissionais.


21 22

Life Coaching for Teaching


Esta foi uma experiência inesquecível, num local repleto de História e de pessoas fantásticas. Florença, antiga cidade-estado, pode ter perdido a sua posição política e económica de outrora mas, definitivamente, manteve a majestade e imponência dessa época. O seu passado histórico é visível por toda a cidade e arredores. Desde a catedral de Florença à Galeria Del’Uffizio, não há olhos suficientes para ver tantos monumentos e arte em toda a cidade de Florença.


23 24


ES

RLIN I A S U SM

RA

ME

NA NGER

AL FUNCH DUBLIN 021

19JUL2

TE

TIME G N I D BOAR 7:45 1

ATE A10

ell a te w

ding g t boar

e be a

* Pleas

E

NAM

f depa head o

SEAT 00A

a

SS ING PA

BOARD L UNCHA

ime

rt ure t

00:00

Na última quinzena do mês de julho, de 2021, tive

A10

DING

BOAR

F UBLIN TO D 021 19JUL2 ATE

FROM

GATE

00A

D

21st Century Teaching Competencebased Education, Soft-skills and Creativity Dublin , Irlanda: 19/07/2021-30/07/2021

Teacher Academy Ireland Limited

OID: E10239861

Participante: Susana Vieira (Grupo 510)

TIME SEAT

a oportunidade de frequentar um curso dinamizado pela “Europass” que decorreu em Dublin, na Irlanda. Foi uma experiência fantástica que me permitiu completar informação que também tenho estudado no âmbito da frequência do “Mestrado em Utilização Pedagógica das TIC - A aprendizagem dos alunos no século 21”. Foi um curso muito interessante e correspondeu, perfeitamente, às minhas expectativas. Recomendo a qualquer professor, independentemente do seu nível de ensino e da sua área de lecionação. Durante este período de mobilidade, pude contactar

com

outros

professores,

partilhar

conhecimentos e experiências que contribuíram para o meu enriquecimento pessoal e profissional. É muito importante que se progrida para um ensino centrado no aluno. Porquê? Porque só assim se poderá desenvolver determinadas competências de aprendizagem, nomeadamente a de ser capaz de aprender ao longo da vida.


25 26

Competence-based Education, Soft-skills and Creativity Diário de bordo - Click para a página web


Neste curso refletiu-se sobre a importância e a necessidade de tornar as aulas mais motivadoras e discutiu-se formas de envolver o aluno na aprendizagem. Constatámos que, através da resolução de problemas, desenvolvimento de projetos e de tarefas, através da gamificação, é possível desenvolver estas competências. Também refletimos sobre a importância do feedback e da avaliação formativa.

Na

parte

final

do

curso,

abordámos

o

desenvolvimento da criatividade, o pensamento crítico, a colaboração e a comunicação, enfim, como desenvolver as competências-chave de aprendizagem dos alunos do século 21, na qual a integração pedagógica das tecnologias é fundamental. O e-Portfolio surge, assim, como um importante contexto de aprendizagem, assente na tecnologia e que, quando bem implementado, contribui para a aprendizagem (profunda) e avaliação do aluno, desenvolvendo a capacidade do aluno de autorregular a sua aprendizagem.


27 28


Será que este curso modificou a minha prática enquanto docente? Sem dúvida! É por isso que, ao longo deste ano letivo, estou a desenvolver na escola, com uma turma de décimo ano, um projeto denominado FQXXI, no qual estou a tentar aplicar aquilo que aprendi nesta mobilidade, adaptando as aprendizagens feitas ao ensino da Física e Química. Está a ser uma experiência desafiadora, que tem exigido muito de mim, mas que também tem sido muito gratificante.

FQXXI - 10º4 - Click para a página web


29 30


ES

ERASMUS AIRLIN PASSENGER

NAME

FROM TO

FUNCHAL HELSÍNQUIA

DATE

04OUT2021

SEAT 00A

E

IM BOARDING T 00:00

GATE A14

boarding ga * Please be at

te well ahead of

e depa rt ure tim

S

BOARDING PAS NAME

FUNCHAL NQUIA TO HELSÍ UT2021 DATE 04O

FROM

00:00

A04

GATE E

TIM BOARDING

00A

SEAT

“Introduction to the Finnish Education Model” Helsínquia, Finlândia: 04/10/2021-08/10/2021

Europass Teacher Academy

OID: E10166501

Participante: Ana Isabel Freitas (Grupo 410) Ana Maria Kauppila (Grupo 320) Celestino Olim (Grupo 410) Maria José Jardim (Grupo 410) Micaela Pereira (Grupo 410)


31 32

“Introduction to the Finnish

Education Model”

“As tradições e a autenticidade local de um destino representam algo novo para o viajante que é diferente do seu meio e, consequentemente, atrativo para a maior parte das pessoas” Kauppinen-Räisänen, Gummerus e Lehtola, 2013

No sentido de promover a sensibilização ao sistema educativo finlandês, as metodologias e estratégias aplicadas no curso incluíram a aplicação da psicologia positiva através da partilha de ideias entre grupos integrados por pessoas de

nacionalidades

diferentes,

desafiando

os

participantes a saírem da sua zona de conforto para promover a aprendizagem ativa e positiva, entre outras. Ao longo das sessões foram desenvolvidas atividades para promover a interação entre os participantes,

nomeadamente

jogos,

frases

inspiradoras e ideias positivas a reter, com feedback individual e coletivo.


O sistema educativo finlandês

Perspetivas de futuro – um contributo para a Educação como missão transformadora dos

A palavra-chave, utilizada frequentemente pela

cidadãos e das sociedades que os integram

formadora, no sentido de caracterizar este sistema foi “confiança”. Estruturante quanto às relações

Dia 01 - A formação iniciou-se com as habituais

entre encarregados de educação-escola e entre o

atividades que visam a criação de laços entre o

sistema e a escola, a confiança começa a desenhar-

grupo, o conhecimento de algumas características

se na exigência com que a profissão docente

comuns e o favorecimento de atitudes empáticas.

é encarada. A formação e a seleção são muito

A formadora também se apresentou, aproveitando

criteriosas e valorizam as competências científicas,

esse momento para referir determinados requisitos

didático-pedagógicas e tecnológicas de igual modo

obrigatórios para o exercício da docência, no país,

para que os docentes estejam à altura dos desafios

nomeadamente um Mestrado na área específica de

que, por exemplo, as transformações da sociedade

ensino. Deixou, imediatamente, claro o princípio

atual colocam. Mirjami Junnikalaa partiu sempre do

orientador do sucesso das políticas educativas, no

desenvolvimento de competências sociais e cívicas,

país, referindo que “a educação, na Finlândia, se

no quadro do que se consubstanciou designar, hoje

baseia na confiança”. Referiu o percurso que tem

em dia, psicologia positiva. Assim, o bem-estar

sido feito e colocou-nos o desafio da estimulação

do aluno, promovido ao nível estatal, representa

das chamadas “soft skills” e da educação STEAM.

uma dimensão do ensino e da aprendizagem que o diferencia, há muitos anos, de muitos outros sistemas, nomeadamente europeus. As orientações emanadas do Ministério de Educação deixam, no entanto, uma relevante margem de autonomia para as autarquias (cujo papel é fulcral) e as escolas.


33 34

Dia 02 - No segundo dia de formação, celebrou-

Dia 03 – Este dia foi dedicado ao programa de

se, coincidentemente, o Dia Mundial do Professor,

aprendizagem ao longo da vida, da cidade de

efeméride que representou um pretexto especial

Helsínquia, um modo de nos apercebermos da

para abordar as questões da docência, da

relevância que os municípios assumem na aplicação

necessidade

dos

das orientações gerais de política educativa

docentes, mas também da sua adaptabilidade a

emanadas do Ministério da Educação. Assim, as

novos desafios no sentido da inclusão e da garantia

atividades desenvolvidas tiveram como propósito

do tratamento equitativo de todos os alunos.

o trabalho cooperativo e a sua importância na

Ao mesmo tempo que observávamos um vídeo

promoção de aprendizagens significativas e na

explicativo sobre o sistema educativo finlandês,

definição de metas comuns de aprendizagem.

apercebíamo-nos do quanto era significativa a

Foram, ainda, abordados os três tipos de grupos

confiança, anteriormente referida, mas também

de aprendizagem cooperativa, designadamente,

o espaço e o tempo de autonomia do aluno.

o formal, o informal e o cooperativo propriamente

Neste sentido, o sistema contribui para formar

dito. Observámos experiências levadas a cabo,

cidadãos mais responsáveis e, também, disponíveis

em diferentes escolas, através da partilha de

para aprender ao longo da vida. Foram referidas

vídeos e pudemos comentar refletindo acerca das

as competências transversais, assim como a

estratégias e dos exemplos apresentados.

da

formação

permanente

dimensão do bem-estar, uma chave-mestra para o desenvolvimento integral de cada aluno. Foinos, igualmente, explicada a diferença entre o ensino regular e o ensino vocacional, assim como a importância que este assume no quadro do sistema. Tornou-se evidente, desde o início, que a formadora promove uma abordagem fundada na “Psicologia positiva” (Humomaa hyva – see the good – vê o bem) o que contribui para a criação de climas muito favoráveis à aprendizagem, à livre iniciativa dos alunos, ao desenvolvimento da sua autonomia e à criatividade, para citar apenas algumas das dimensões abordadas.


Dia 04 – Este foi o dia de “pensar fora da caixa”. Foi-nos apresentado o percurso de aprendizagem digital dos alunos finlandeses e a importância que o mesmo assume na construção do paradigma educativo em curso. A formadora centrou a formação no quadro do trabalho de projeto, da educação STEAM e como ambos mudaram o que se designa como “cultura de escola”. Até a arquitetura escolar se adequou às novas metodologias tendonos sido, uma vez mais, apresentados exemplos que consubstanciam “a alegria de aprender, na Finlândia”. O grupo subdividiu-se sendo que cada novo grupo preparou um plano de aula, baseado no modelo finlandês e apresentou-o ao grande grupo. As apresentações revelaram a adequação que cada grupo fez ao modelo de bem-estar, com uma maior autonomia dos alunos, o uso de meios tecnológicos e as atividades ao ar livre. Dia 05 – O último dia de formação designou-se “Flashback Friday” visando uma reflexão acerca do que, durante os últimos dias, tínhamos aprendido acerca de nós, da nossa personalidade e do nosso perfil docente. Tratou-se de um momento importante de autorreflexão e de partilha muito criativa, sublinhe-se. Foram criadas apresentações PowerPoint, entoadas canções e foram sublinhadas as dimensões de progresso no quadro das aprendizagens que tínhamos feito. Uma importante conclusão que perpassou todos os dias de formação foi a necessidade de, permanentemente, aferirmos o impacto dos ensinos nos alunos e que esse seja sempre o farol, a ideia condutora de toda e qualquer planificação. Uma evidência: é esta a base do sucesso. Nenhum aluno é “deixado para trás”. Todos são, igualmente, importantes e a todos são dadas oportunidades de recuperação. Ficámos a querer saber muito mais, a observar diretamente (algo que não nos foi permitido dadas as regras Covid).

A título de conclusão, poderíamos referir que a base – confiança – tem sido fundamental para que os pais sejam os mais empenhados coadjuvantes da Escola e dos seus docentes no sentido da melhor preparação para os seus educandos. Construir um edifício educativo supõe uma continuada ação que decorre do estudo e da vontade de adequar a escola ao devir do mundo. A missão transformadora da escola cumpre-se nesta sintonia assumida como chave para o sucesso. Foi uma experiência fantástica. Mas isto, realmente, é ainda “dizer muito pouco”.


35 36


Helsínquia 2021 Click para ver o power point

A cidade - Helsínquia, capital da Finlândia Helsínquia não era uma cidade “nova” para todos os elementos do grupo (e, sim, devemos sempre voltar aos lugares onde já fomos felizes). Os sítios (nós também), parecem guardar uma memória seletiva da generosidade com que nos acolhem e é essa marca indelével que parecemos encontrar a cada regresso. Depois, há tantos recantos para descobrir, lugares desconhecidos e outros concebidos mais recentemente. Em outubro, Helsínquia (e as cidades do norte da Europa, em geral) exibe, com melancolia e languidão, as cores ocres do Outono e convida – despudoradamente – a uma relação poética com a paisagem e as suas misteriosas brumas. O tempo estava frio, suficientemente frio para que a sensação da diferença se vivenciasse com dedicada atenção. Mais cosmopolita após a desejada reconciliação com a Europa, enquanto União, Helsínquia é uma cidade de matriz arquitetónica “austera” que soube espraiar-se às quimeras da sua população mais juvenil e oferecer, simultaneamente, ao visitante, uma sensação de conquista desejada de valores, modos de estar e de viver, de respeito pelo outro e de são convívio. O grupo quis muito conhecer a cidade, os arredores possíveis (dados os constrangimentos de tempo), sentir o pulsar dos seus habitantes, o modo como vivem e interagem e, claro, a sua gastronomia. É antiga a relação entre a gastronomia, a herança cultural e o turismo. A participação no Programa Erasmus+ encontra um contexto facilitador desta experiência de imersão, em união e contraste com o Outro, com os outros. Esta experiência da autenticidade do Outro é fundamental para que o percurso, a viagem, se faça – também – a partir de “dentro”. Helsínquia é a capital de um país que quis ser livre e que edificou um modo de ser nação em torno

da vivência dessa liberdade e dos valores que a congregam: a confiança e o respeito. Respirar essa liberdade e vivê-la enquanto parte de um projeto educativo, partilhado com os colegas, foi muito mais do que enriquecedor, foi transformador. Percorremos a cidade em visita autónoma e em visita cultural guiada, integrante no Curso que frequentámos. Sabemos, exatamente, onde corre a seiva de independência que edifica este país. “Oodi”, a nova e inovadora Biblioteca, uma saudade imensa. “Suomenlinna”, a ilha dos encantos ou a recente “Capela do silêncio”, um monumento ecuménico, inspirado na arca de Noé e que convida, universalmente, à oração, foram as marcas definidoras de uma itinerância que se escreveu no plural das palavras cumplicidade e transformação. Visitámos a Igreja, construída na pedra e fomos até à cidade de Porvoo, museu vivo que nos recebeu com chuva e umas neblinas poéticas que deixavam as cores do Outono numa recordação que o rio, serenamente, acompanhou. No sábado, dia em que se esperava a visita a uma escola que não ocorreu devido às regras relativas à pandemia, decidimos, então, sulcar os mares no navio “Finlândia” e visitar Tallin, capital da vizinha Estónia. Património UNESCO, a cidade está primorosamente conservada e, uma vez mais, as brumas do Báltico foram motivo para um percurso inesquecível, pelos monumentos, jardins, praças e ruelas. A experiência, também gastronómica, ajudou-nos a compreender como o clima e a comida se casam numa conjugação de sabores que “aquecem”. Há memórias de sorrisos e de gargalhadas, de silêncios, de palavras e de sensações que, a partir de agora, pertencem ao legado idiossincrático deste grupo, nesta cidade, há segredos imortalizados nas calçadas das ruas que nos guiaram até às águas do Golfo da Finlândia onde sulcam os mares navios de outras quimeras.


37 38


ES

LIN R I A S SMU

RA

AME

N NGER

AL FUNCH ON LI HERAK 2021

01NOV

TE

SEAT 00A

E

G TIM N I D R BOA 6:00 1

ATE A09

ell a te w

rding g

t boa e be a s a le P *

ime

ure t pa rt

of de ahead

ASS

NG P I D R A BO

E

NCHAL U F M FRO ION ERAKL 1 TO H OV202 N 1 0 ATE

NAM

16:00

GATE

A09

00A

SEAT

os docentes Cecília Ferreira, Elisabete Chaves, Fernanda Freitas e Ricardo Abreu, participaram na formação Steam Education - Creating a fun learning

environment oriented in reality, realizada na cidade de Heraklion, ilha de Creta, Grécia. A entidade de acolhimento foi a organização “Erasmus Learn” que, desde 2008, fornece cursos para o programa

STEAM Education

“Science should be taught as a process.” John Dewey 01/11/2021-07/11/2021

E

G TIM

DIN BOAR

D

Heraklion, ilha de Creta, Grécia

Entre os dias um e sete de novembro de 2021,

:

OLOKLIROSI SINGLE MEMBER P.C.

OID: E10020547

Participantes: Cecília Ferreira (Grupo 510) Elisabete Chaves (Grupo 510) Fernanda Freitas (Grupo 510) Ricardo Abreu (Grupo 510)

Erasmus+. No primeiro dia, fomos recebidos com a frase Kalos

Orises, que significa bem-vindo. Tivemos uma sessão de apresentação: do Sistema Educacional na Grécia e nos diversos países (Portugal, Lituânia, Suécia e Croácia) presentes nas formações que decorreram na semana de 1 a 7 de novembro de 2021, subordinadas a outros temas; das várias Escolas, dos respetivos projetos educativos e das atividades desenvolvidas pelas mesmas; dos formandos (cada formando conversou, durante alguns minutos, com um colega de outro país e apresentou-o.) Prosseguiu-se para uma visita guiada ao centro histórico de Heraklion.


39 40

“Science should be taught as a process.” John Dewey Click para ver o vídeo


O curso propriamente dito iniciou-se, no segundo dia, com uma abordagem às técnicas do inquiry científico e a importância do pensamento criativo. Fomos conduzidos, durante toda a formação, à compreensão do ensino STEAM, como uma abordagem em que as várias ciências e as artes são igualmente importantes, através de atividades práticas centradas no aluno. Ao professor, cabe o papel de facilitar a integração destas componentes, em momentos de aprendizagem significativos, fomentar a interdisciplinaridade e permitir o desenvolvimento de competências científicas, tais como o pensamento crítico e analítico, a tomada de decisão, a resolução de problemas, entre outros, preparando os alunos para os desafios do século XXI. Algumas das atividades desenvolvidas, fizeramnos sair da nossa zona de conforto e desempenhar tarefas que usualmente não realizamos. Este colocar-se no “lugar do outro”, neste caso do aluno, é fulcral para o desenvolvimento de atividades que sejam credíveis e passíveis de fomentar o desenvolvimento das competências já referidas. No workshop A utilização da Arte na Educação

STEAM, colocámo-nos no papel de alunos e realizámos todas as atividades propostas pelo formador, num projeto interdisciplinar denominado “A Evolução humana” (Desenhámos, criámos histórias, construímos com plasticina, jogámos, dramátizamos, sentimo-nos incomodados, como muitas vezes os alunos se sentem, quando os docentes propõem certas atividades.)


41 42

A introdução ao hardware Arduino IDE e software de programação C++, permitiu-nos compreender as suas potencialidades para muitas áreas do ensino das ciências, motivando-nos para a aplicação destes recursos tecnológicos na preparação das nossas aulas e atividades experimentais. Com a utilização do Arduino e do software tornase mais percetível o papel dos componentes eletrónicos nos circuitos elétricos. Deste modo, montámos alguns circuitos eletrónicos simples, com componentes eletrónicos programáveis. Para além disto, utilizámos o software Tinkercad para desenhar objetos em 3 D e sua posterior impressão. Realçamos ainda a visita efetuada ao “Natural History Museum of Crete-University of Crete” que nos permitiu, através de um contexto de educação não formal, efetuar uma correlação com a abordagem de educação formal utilizada no decorrer do curso. Houve ainda a possibilidade de colaborarmos, numa atividade extra, uma sessão internacional de atividades experimentais realizadas online, onde colaborámos com um dos formadores do curso na apresentação duma experiência de Física. O momento de convívio entre os formandos dos vários cursos, formadores e organização traduziuse num jantar, num restaurante típico, com comida tradicional grega.


A ilha de Creta e Heraklion O que é que têm a ilha de Creta e a ilha da Madeira em comum? Para além de estarem ambas aproximadamente à mesma latitude, terem um clima agradável, servirem ótima comida e terem uma população simpática, as ilhas são distintas em termos de orografia, fauna e flora. Creta, situado no sul do mar Egeu, é a maior e a mais populosa ilha grega. Com uma área de 8 336 km2, é cerca de 11 vezes maior que a ilha da Madeira. Com cerca de 630 mil habitantes, tem uma população de cerca de 2,5 vezes supeiror à da ilha da Madeira. A sua capital é Heraklion, a quarta maior cidade da Grécia, cosmopolita e com bastante animação diurna e noturna, com os seus inúmeros cafés, bares, restaurantes e lojas e o seu agradável e arejado centro histórico. Pudemos visitar: o Museu Arqueológico de Heraklion, um dos mais antigos e importantes da Grécia, que tem em exposição artefactos com mais de 5.500 anos, desde o período neolítico à época romana, além de uma coleção com inúmeras obras-primas da época Minoica; a Fortaleza Koules, construída para armazenar comida e aprovisionamentos militares, que chegou a servir de prisão. Passou por um terramoto em 1303 e acabou por ser usada para guardar a entrada do porto; o Palácio Knossos, a cerca de 5 km de Heraklion, mandado construir pelo rei Minos, reconstruído três vezes e com uma arquitetura tão complexa que parece um labirinto, pano de fundo da lenda do Minotauro e sendo o maior local arqueológico com vestígios da idade do bronze; o Museu Histórico de Creta, construído no ano de 1953, que apresenta um belo acervo relacionado com a história, a arte e a etnografia da ilha. Apreciámos ainda os palácios venezianos, os mosteiros bizantinos e as suas fontes.


43 44


Gastronomia Sendo a ilha uma grande produtora de azeitonas, o azeite está presente em quase todos os pratos. Para além do azeite, são utilizadas muitas ervas para temperar, frescas ou secas, como a sálvia, o tomilho, o louro, a hortelã, o manjericão, os orégãos, entre outras. Também são usadas muitas ervas para fazer chá. Alguns dos pratos são típicos da Grécia ou partilham a sua autoria com a Turquia. Provámos o pão cretense; vários tipos de saladas, Choriatiki, incluindo a salada grega tradicional; a Dolmakia, com a forma de pequenos charutos feitos de folha da parreira, contendo no seu interior recheio de carne temperada ou apenas arroz temperado, para os vegetarianos; o Tzatziki, molho confecionado com iogurte, pepino e alho;

a Spanakopita, a

massa filo recheada com queijo feta e espinafres, a Moussaka um prato típico grego feito de beringela, batata, carne moída e molho bechamel, disposto em camadas, fazendo lembrar a lasanha dos italianos, os Souvlaki, espetos feitos de carne de cordeiro, de boi ou de cabrito, servidos no prato, nos restaurantes, ou em pão pita, no modo “street food”; as entradas típicas desta ilha como o Saganak, confecionado com queijo feta, assado no forno, o Ochtapodia, feita de polvo vinagrete, as Batsaries, à base de beterraba acompanhadas de queijo feta, a Fava, paté de ervilha amarela, as Tiras de courgette amarelas e verdes, crocantes, entre muitas outras. Quanto

às

sobremesas,

os

doces

são,

maioritariamente, feitos com frutas e mel. É comum o uso da uva passa, produzida na ilha e seca durante o verão. Mas a sobremesa de excelência é a Baklava, constituída por camadas de massa filo recheia de nozes, pistachios e/ou amêndoas, cobertas com uma calda de mel e açúcar.


45 46

Os Loukoumades são também uma das iguarias cretenses, bolinhos feitos à base de farinha de trigo, fritos e cobertos com calda de açúcar e mel. No final das refeições, era-nos, frequentemente, oferecido o Raki, também conhecido por tsikoudi, uma bebida alcoólica à base de uva de origem cretense, que contém 40 a 65% de álcool por volume. Em jeito de conclusão, foi uma experiência didático-pedagógica e cultural enriquecedora que contribuiu para uma melhoria da nossa prática docente e confirmou o nosso orgulho neste sentido de pertença e identificação com um passado histórico europeu comum, de que nos orgulhamos.


O que é que com o Para quem desconhece, o Kahoot é uma aplicação eletrónica, disponível para smartphone e PC, cada vez mais usada nas salas de aula, por professores e alunos (disponível AQUI). Kafka é um dos nomes maiores da Literatura internacional, originário da cidade de Praga, na República Checa. Então o que é que pode unir uma aplicação eletrónica destinada fortemente ao ensino e o escritor? A resposta é Erasmus +. No passado mês de novembro de 2021, entre os dias 8 e 12, dois professores de filosofia da Escola Jaime Moniz, Horácio Freitas e eu, rumámos, através do projeto Erasmus + da

Going Digital in an Innovative Classroom

nossa escola, a esta linda cidade com a intenção de participar na formação para professores Going

Digital in an Innovative Classroom. Quase que arriscaria dizer que fomos aprender a ensinar Kafka usando as ferramentas tecnológicas mais atuais. Mas foi um pouco mais do que isso. Ainda assim, a relação que aqui estabeleço, no título desta narrativa, faz ainda um outro sentido mais subtil, ao qual é justíssimo fazer referência: o projeto Erasmus + é um acontecimento cultural para professores e alunos e todos os agentes educativos. Educar, em sentido bastante abrangente, é absolutamente

Praga, República Checa:

cultural. Do mesmo modo que Kafka operou uma

ITC International

outras ferramentas podem operar uma reviravolta

08/11/2021-12/11/2021 OID: E10088318

Participantes: Horácio Freitas (Grupo 410) Rolando Almeida (Grupo 410)

“reviravolta” literária, também o Kahoot e todas as na sala de aula, a flipped classroom.


Kafka tem a ver Kahoot?

47 48


O projeto Erasmus + tem várias modalidades.

Mas a viagem foi também o encontro com Kafka.

Viajámos na modalidade KA1 que visa a formação

Porque Praga respira História e porque Kafka é um

de professores. O motivo que nos levou a esta

ícone bastante forte da cidade e do país. Claro que

formação é que não fomos apenas aprender a usar

o mote desta narrativa poderia igualmente ser, “O

ferramentas como o Kahoot, mas, mais do que

que é que Dvorak tem que ver com o Kahoot?”.

isso, aprender como é que, com essas ferramentas,

Sim, porque na cidade de Praga a música é levada

desenvolvemos, nas salas de aula, o pensamento

muito a sério. Prova disso são as inúmeras salas de

crítico e o trabalho cooperativo. A lista de

espetáculos e escolas de música. Os checos têm

ferramentas que usámos é bastante extensa.

muita vaidade em Dvořák e Smetana, para citar

Testámos mais de 15 ferramentas diferentes,

apenas os dois mais célebres músicos checos.

algumas delas que remetiam até para o trabalho

Praga é uma cidade onde faz muito frio e é famosa

autónomo de pesquisa fora da sala de aula,

pelas suas cervejarias. Para dois visitantes do Sul,

como a Goose Chase que consiste em tarefas de

mais concretamente da pérola do Atlântico, é até

pesquisa no exterior que estão a ser monitorizadas

bastante estranho como se pode beber cerveja

remotamente e em tempo real, pelo professor.

gelada com tanto frio. Mas é assim que eles fazem,

Aprendemos a construir sites com o Weebly ou

mesmo nas suas esplanadas encantadoramente

a fazer mapas mentais, na sala de aula, com o

aquecidas e com mantas para os clientes cobrirem

GitMind.

as pernas.


49 50


A praça da cidade velha mergulha o visitante num período da História humana profunda. Mesmo para quem não se interessa assim tanto pela História, diria que é praticamente impossível que não nos deslumbrássemos com tamanha beleza, com a diversidade arquitetónica começando no famosíssimo Orloj, no edifício da Câmara Municipal, que foi parcialmente destruído aquando da Segunda Grande guerra, até às torres da Catedral. Diz a lenda que quem mandou construir o Orloj o achou de tal modo belo que mandou cegar o seu criador de modo a que ele jamais pudesse construir outro igual, num outro lugar. Ali, parece que estávamos num conto de fadas, por muito que eu não aprecie o frio. É praticamente impossível referir num texto breve tudo o que se pode ver nesta cidade, desde o rio Moldava, passando pelo Castelo e a inevitável ponte Charles, a mais antiga e icónica da cidade. Atravessar esta ponte enquanto se aprecia o sabor de um Trdelník, um doce típico que é um cone anelado feito de massa e que pode ser recheado a gosto, desde chocolate até baunilha. E seria insensato, mesmo nestas escassas linhas, deixar de lado a elegante praça Venceslau que faz lembrar algo da Avenida dos Aliados, na cidade do Porto, com o elegante Museu Nacional na proa da Praça, um edifício onde foi gravado um dos filmes da série Impossible Mission. Praga é assim, o deslumbre da arquitetura e a imaginação a fervilhar como se olhássemos e víssemos Kafka a passar, Dvorak a compor ou Rilke, que também ali nasceu e viveu, a escrever um poema. Na nossa formação estiveram mais cinco professores da Dinamarca, dois da Croácia e dois da Roménia. E este é mais um dos muitos pontos de referência do Erasmus +, a saber, uma janela aberta para salas de aula por esse mundo fora. A oportunidade de estar no mesmo espaço com professores de outras realidades faz-nos perceber o quanto fazemos bem e o quanto podemos ainda aprender a fazer melhor. Não posso esquecer a admiração com que conheceram pelos vídeos e fotos não só a ilha da Madeira como o nosso Liceu. Foi com vaidade que percebemos a admiração nos rostos dos professores de outras paragens. Respondemos, sempre orgulhosos, às questões que nos colocaram sobre a nossa terra e escola. Por isso a todos os que trabalham para tornar possível a implementação do programa, a nossa gratidão registada também em palavras.


51 52


ERASMUS PASSEN

AIRLINES

GER NA

FROM TO DATE

ME

FUNCHAL ROMA 29NOV20

21

GATE A05

BOARD

ING TIM E 21:00

* Please b

SEAT 00A

e at boa rd

AME

ing ga te well ahea d

BOARDIN

of depa

rt ure tim

e

G PASS

FUNCHAL ROMA 29NOV20 21

OM

21:00

A05 BOARD

GATE

ING TIM

00A

E

SEAT

Project and Competence Based Learning: innovative and effective method and tools

Neste curso Erasmus, viveu-se um ambiente multicultural

e

de

partilha

com

docentes

provenientes da Alemanha, Espanha, Grécia, Hungria e Polónia. O curso frequentado visou vários objetivos: •

Tomar

consciência

dos

pontos

chave

Roma, Itália:

relacionados com o Project Based Learning, no

29/11/2021-03/12/2021

contexto de um Ensino com uma metodologia

Alessandro Gariano

cooperante com o blended learning e o

OID: E10099391

flipped classroom;

Participantes: Ana Filipa Sousa (Grupo 510) Carlos Pontes (Grupo 510) José Manuel Henriques (Grupo 510 ) Marco Ribeiro (Grupo 510) Lídia Lira (Grupo 510)

Compreender e explorar métodos inovadores e ferramentas nas práticas pedagógicas;

Criar e desenvolver projetos educacionais baseado na metodologia PBL;

Promover a colaboração, parcerias, troca de experiências e ideias entre escolas europeias e os seus professores.


53 54

innovative and effective method and tools


Durantes

os

quatro

desenvolveram-se

várias

dias

de

práticas,

formação culminando

numa saída de campo pela cidade de Roma, onde cada grupo teria de usar a metodologia PBL na resolução de um problema da cidade. Partilhamos o link com alguns momentos vividos em Roma.


55 56


ES

IN L R I A S U ERASM

GER PASSEN

“Mindfulnes

NAME

a Hands

FUNCHAL A FLORENÇ

FROM TO

22

17JAN20

DATE

G TIME

IN BOARD 07:45

GATE A08

SEAT 00A e

ure tim f depa rt

e a

ahead o a te well g g in rd a t bo

* Please b

ASS P G N I D R BOA

NAME

FUNCHAL ORENÇA TO FL 22 17JAN20 DATE

00:00

A08

GATE E ING TIM

BOARD

FROM

Life Coaching for Teachers: Happy Teachers for Better Students”

00A

SEAT

A mobilidade decorreu em Florença, o curso chamava-se “Mindfulness for Teachers: a Handson Approach”e decorreu na terceira semana de janeiro do corrente ano. A cidade é linda e respirase cultura e arte por todos os lados naquele que é o maior centro urbano da Toscana, com cerca de trezentos e oitenta mil habitantes. Foi,

Florença, Itália:

durante séculos, governada pela família Médici e

17/01/2022-22/01/2022

é uma das poucas cidades do mundo cujo centro

OID: E10166501

UNESCO. A razão deve-se ao facto de abrigar

Europass Teacher Academy

Participante: Celina Gomes (Grupo 510) Geralda Afonso (Grupo 510) Helena Figueirôa (Grupo 510)

histórico está na lista do Património Mundial da centenas de alguns dos maiores tesouros artísticos e arquitetónicos do mundo. Sendo esta cidade o berço da Renascença transporta-nos para um mundo de estética singular. Desenvolvida às margens do Rio Arno, sobre o qual ainda se utilizam as pontes ancestrais, a cidade de mais de dois mil anos teve seu auge no Renascimento, tendo-se ali reunido ali vultos incontornáveis da arte, ao longo dos tempos. Estima-se que aproximadamente 40% do acervo artístico do país está nos museus e nas ruas de Florença sobretudo nas suas galerias mais concorridas, Uffizi e Accademia.


ss for Teachers:

s-on Approach”

57 58


Associar a beleza da cidade ao Mindfulness é tarefa fácil: basta, para tanto,

“flanar” pelos recantos

repletos de maravilhosas esculturas e fontes, praças e catedrais, desfrutar dos artistas de rua ou discutir preços nas feiras de antiguidades a cada esquina. Desde logo, porque o Mindfulness assenta no princípio de uma atenção profunda. É através desta atenção que se consegue uma maior concentração no momento. A partir daqui evolui para o foco em

pensamentos,

sentimentos

e

sensações

associados ao presente, sem julgamentos. Dessa forma, desenvolve-se uma maior capacidade de aceitação e gestão das emoções. Orienta-se para um comportamento mais assertivo e equilibrado, rejeitando um registo reativo, desadequado, em género “piloto automático”. Ao trabalhar a consciência metacognitiva, o Mindfulness permite alcançar um conjunto de estratégias que permitem um maior equilíbrio físico e emocional. A ciência já provou que esta prática torna o pensamento mais positivo - alguns estudos provaram que ajuda a contrariar a perpetuação de pensamentos negativos e estados depressivos, reduz o stress e a ansiedade.


59 60


CCCCCCCCCCC

Terapias com base no Mindfulness podem ser úteis

Para a prática eficaz desta técnica sugerem-se

na alteração de processos afetivos e cognitivos

algumas estratégias que fomentarão os melhores

que fundamentam problemas clínicos, reforça a

resultados. De entre esses ressalvam-se a escolha

capacidade de memória, potencia o foco e a atenção

do local e do momento, a manutenção de uma

plena (que está diretamente correlacionada com a

cadência uniforme de respiração, a determinação

flexibilidade cognitiva e o funcionamento assertivo

prévia do tempo do exercício, a observação do seu

da atenção), aumenta a ponderação, pode diminuir

corpo e deixar a mente fluir.

a reatividade emocional e ajuda na libertação

Nesse sentido, a formação foi orientada nos pilares

de

que suportam esta filosofia. Fomos, gradualmente,

imagens

emocionalmente

perturbadoras,

permitindo uma melhor capacidade cognitiva

apresentados

além de fazer crescer a flexibilidade cognitiva e de

prossecução da meditação (scan body, por

desenvolver a habilidade de auto-observação. Esta

exemplo) e praticaram-se variados exercícios por

capacidade contribui para uma maior relevância

forma a enquadrar, numa semana, as principais

do momento presente e para fortalecer as relações

ferramentas da prática. Foi nesta linha que

interpessoais. Por outro lado, estudos recentes

decorreu todo o curso: na procura de respostas

indiciam que protege o organismo, nomeadamente

para solucionar e remediar o stress inerente à

ajuda a equilibrar a pressão arterial, a reduzir o nível

profissão, sempre exigente, de professor.

de açúcar no sangue e a proteger a saúde cardíaca.

aos

diversos

mecanismos

de


61 62


ERASMUS PASSENG

AIRLINES

ER NAM

FROM TO DATE

E

FUNCHAL GUADALOU

PE

08FEV202

2

GATE A11

BOARDI

O objetivo fundamental do curso foi “Abrir uma

NG TIME 06:00

* Please b

e at boa rdin

g ga te w ell ah

ead of dep

BOARDING

FUNCHAL UADALOU PE 08FEV202 2

SEAT 00A

a rt ure ti me

nalização do ensino, propósito que a nossa escola defende, incentivando e motivando os seus docentes a participarem em projetos quer nacionais, quer internacionais. Foram debatidas e analisadas questões como a globalização, o multiculturalismo,

PASS

06:00

Porta para o Mundo”, ou seja para a internacio-

a identidade nacional e a política internacional. A ideia central desta mobilidade focou-se na in-

A11

GATE

ternacionalização do currículo e da identidade nacional. O curso abordou as questões importan-

BOARDIN

tes levantadas pela UE 2020 – internacionalização

00A

e modernização do currículo, educação infantil e

G TIME

A Classroom with a Door to the World in Guadeloupe Sainte-Anne, Guadeloupe, França

08/02/2022-16/02/2022

SEAT

:

NGO Kaunas Biennial Learning Thr ough Experience OID: E10033081

Participantes: Luís Bernardo (Grupo 510) Sónia Maciel (Grupo 420)

abandono escolar precoce, competências-chave, aprendizagem de línguas e o desenvolvimento profissional contínuo dos professores. Analisámos a estratégia de internacionalização e explorámos vários métodos e ferramentas que moldam a política de internacionalização às necessidades da nossa escola.


63 64

Abrir uma para o

Porta

Mundo Click para ver o vídeo


A fim de cumprir os objetivos da UE 2020, as esco-

No que diz respeito às estratégias de internacio-

las devem ser capazes de dar resposta a novos fe-

nalização, conseguimos debater, trabalhar e espe-

nómenos como a internacionalização da educação

ramos poder implementar alguns dos seguintes

e o uso crescente da aprendizagem digital, assim

pontos:

como a criação de percursos de aprendizagem fle-

xíveis de acordo com as necessidades e objetivos

melhorar as competências do pessoal docente e não docente;

dos alunos. A grande ênfase baseia-se nos serviços

métodos ou ferramentas de ensino inovadoras;

de Educação e Cuidados na Primeira Infância como

dimensão europeia integrada no currículo;

forma de chegar aos jovens, especialmente aque-

competências linguísticas;

les em risco de abandono escolar precoce e com

currículo modernizado;

baixas competências básicas.

organização do ensino, formação e aprendiza-

Compreendemos que muitos de nós, professores, nos deparamos com o dilema do equilíbrio entre

gem a nível da UE; •

internacionalismo e identidade nacional, especialmente em países de uma única nação.

cooperação reforçada com parceiros de outros países;

aumento da qualidade na preparação, imple-

Este curso demonstrou que a internacionalização

mentação, monitoramento e acompanhamen-

do currículo aumenta significativamente a identi-

to de projetos.

dade nacional. Aprendendo sobre as características da sua própria cultura e de outras culturas, os alunos chegam a uma maior compreensão da sua identidade, desenvolvendo ao mesmo tempo sentimentos de tolerância e aceitação.


65 66


“Os professores Chineses descrevem a vida como a água - macia, fluida, maleável, borbulhando perfeitamente em cada pequena fresta, tomando a forma de cada vaso em que entra e ainda tão forte e poderosa que corta a pedra mais dura. Eu adoraria aprender a ser como a água – aprender com o passado, viver o momento e ter uma visão brilhante sobre o futuro. Não apenas para mim, mas para todos os professores do mundo.” Autor desconhecido

A política Internacional é necessária nas nossas escolas. Os estudantes são cidadãos dum Mundo sem fronteiras, graças à tecnologia, à economia… por isso é uma questão de Educação prepará-los e permitir que desenvolvam ferramentas de comunicação. A internacionalização aumenta a qualidade do ensino. Escolas que apoiam a internacionalização veem os seus alunos a receber a recompensa: o aumento das competências sociais, uma melhor compreensão sobre o mundo, uma atitude mais aberta perante diferentes culturas e um aperfeiçoamento da língua. Foram 9 dias de formação, mas também de uma viagem por Guadalupe, pela sua história, cultura, pelas suas águas quentes e cristalinas e pela floresta tropical. Foram 9 dias a trabalhar com um grupo de professores do Mediterrâneo (1 de Espanha e 4 da Grécia), que proporcionaram troca de experiências e ideias. Viajámos pela música no contexto cultural, a música une as pessoas e Guadalupe é a “casa” de uma mistura cultural única, que se desenvolveu a partir de uma combinação entre insulares africanos, indianos e franceses. Esta combinação deu origem à “Folk music” - Gwo ka da família dos drums usados na música folk de Guadalupe que tivemos o privilégio de tocar e cantar em Crioulo; pelos sabores e cheiros. Viajámos pela ilha da Tartaruga, pela Barreira de Coral e pelos Mangais.


67 68



69 70


s ão

io

e in ova ção

s

diç

l Ed ifíc

ano

Atua

Lice

u / ESJ

M

ano

tra

DIA DA

ESC


C O L A 2022

71 72


A Escola Secundária Jaime Moniz assinalou no dia 19 de janeiro o “Dia da Escola”. Comemorado oficialmente a 13 de janeiro, este ano, e face à situação pandémica, a cerimónia foi alterada para este dia. Tal como é já habitual, a Escola aproveita esta efeméride para premiar os melhores alunos que se distinguiram no seu percurso escolar, prestando ainda homenagem aos docentes e não docentes que se aposentaram. Esta cerimónia, que celebrou os 184 anos da instituição, 79 no atual edifício, foi como é natural marcante para alunos, pais e professores. Presidida pelo presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, contou ainda com a presença de Vânia Fernandes que, em dueto improvisado, interpretaram a “Canção de Embalar. A presidente do conselho Executivo, Ana Isabel de Freitas, agradeceu a todos aqueles que ao longo dos anos têm contribuído para a construção e dinamização da instituição, salientando que “O Dia da Escola permite-nos celebrar o passado, prestar tributo a todos os docentes e não docentes que, com o seu labor, dedicação e empenho têm contribuído para que o nosso Liceu se afirme cada vez mais como uma Escola de prestígio e de qualidade. Permite-nos, igualmente, olhar para o futuro com otimismo, confiança e a certeza de que continuaremos a desenvolver nos nossos alunos conhecimentos e competências, formando-os para um futuro que se pretende mais inclusivo e sustentável”. O Presidente do Governo Regional, por sua vez, enalteceu a evolução ao nível da educação, nomeadamente, a inversão de uma situação de 60% de analfabetismo, realidade vivida no início da autonomia, para uma taxa de conclusão do ensino secundário de 92%, fruto do esforço do conjunto de pessoas que compõem a comunidade educativa. O percurso académico de 105 alunos que obtiveram uma média igual ou acima dos 18 valores, foi igualmente objeto de destaque e distinção, sendo que os alunos com a média mais elevada do 12º ano foram distinguidos com um prémio monetário do Grupo Sousa, os de 11º ano com um prémio monetário do Grupo Santander e os do 10º ano foram premiados pelo Grupo Leya. Igualmente marcante o momento de distinção dos docentes aposentados, Ana Paula Fachada, Fátima Marques, Fernando Santos, José Manuel Meneses, Maria dos Santos, Mariana Correia, Marina Palma, Miguel Nunes, Ricardo Bulha e Rita Ferreira. Entre os trabalhadores não docentes mereceram distinção Beatriz Freitas, José do Rosário Ferreira, Gorete Marques e Maria José Gomes.


73 74



75 76



77 78


Senhor Laurentino,

a minha inspiração Leonor Monteiro - 12º03

No âmbito do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, que se assinala no dia 3 de dezembro de 2020, decidi fazer uma reflexão acerca das temáticas dos direitos das pessoas com deficiência, a igualdade de oportunidades e a inclusão. Existem pessoas que são uma referência, um exemplo a seguir. Fazem-nos parar, pensar e chegar à conclusão de que nunca devemos desistir. As dificuldades, os obstáculos e os desafios aparecem-nos à frente sem avisar. O segredo é que nunca nos devemos desviar deles “Pelo caminho encontraremos muitas pedras e... com elas vamos construir um grande castelo”. Na verdade, cada obstáculo, problema ou surpresa desagradável que nos surja torna-nos mais fortes, porque nos fazem refletir sobre aquilo que, na realidade, é mais importante. Queixamo-nos várias vezes... Sim, é verdade. Mas será que o motivo é suficiente para nos queixarmos? Vejamos...! O Sr. Laurentino Mendes de França, nascido a 31 de outubro de 1955, trabalha como contabilista da Escola Secundária Jaime Moniz. É alguém que me faz encarar cada novo dia com otimismo. Ninguém lhe retira o ar determinado, simpático e sorridente, mesmo tendo problemas de mobilidade e locomoção. Lutou, estudou, trabalhou, talvez mais do que qualquer um da sua idade, para seguir em frente. Nunca desistiu... sempre demonstrou ambição, coragem e, com esforço, conseguiu alcançar os seus objetivos. Mentalizou-se que, se os outros conseguissem, também ele iria conseguir. E assim foi. Aos 24 anos, cansado de viver à custa dos pais, decidiu candidatar-se a um concurso da Secretaria Regional da Educação, para Técnico da Ação Social. Conseguiu! Entre centenas de candidatos foi o escolhido! Então, neste momento, é Técnico Profissional Especialista da Ação Social Escolar no Liceu. E é isso que eu admiro na minha escola: não se verifica em momento algum falta de inclusão ou tratamento diferenciado por parte da comunidade escolar. A este respeito costuma dizer que “para falar de inclusão teremos de querer ser incluídos”. E é verdade, se o Senhor Laurentino não se mostrasse tão participativo e dinâmico, a inclusão seria muito mais complicada. Gosta de ler, conversar, dedicar-se à eletricidade, que aprendeu de uma forma autodidata, e até conduz! A sua máxima é “Toda a nossa vida faltaram coisas, temos é que nos adaptar a essa falta e seguir em frente! Vivemos com o pão de cada dia!”. Concluo, simplesmente com “Muito obrigado por esta lição, Sr. Laurentino…”.


79 80


No dia 2 de fevereiro, as turmas 11º 13 e 12º 5 juntaram-se na Sala de Conferências para realizar a atividade «Sarau literário: Ler é um prazer», com o intuito de ler com expressividade e declamar textos literários dos programas de Português. Curiosamente, este encontro literário, tendo sido adiado por várias vezes devido ao agravamento da pandemia, acabou por se realizar na semana em que se comemora o Dia Mundial da Leitura em Voz Alta (1 de fevereiro). Foi um momento genuíno de partilha de conhecimentos entre alunos de níveis diferentes, tendo os alunos de 12º ano recordado com alguma saudade textos de 11º ano (Sermão de Santo Antó-

nio aos Peixes, de Padre António Vieira, e Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett) e os alunos de 11º iniciado o contacto com escritores e textos que serão aprofundados no 12º ano (Fernando Pessoa e heterónimos). Todos os alunos e as docentes das respetivas turmas participaram nesta atividade, que proporcionou momentos inesquecíveis de empatia, criatividade e divertimento, mostrando que ler pode ser realmente um prazer. Um prazer que vale a pena vivenciar, homenageando grandes nomes da Literatura Portuguesa.

Alexandra Ruas Paula Barradas


81 82

Algumas frases que os alunos escreveram sobre a atividade: «Fiquei nervoso a apresentar porque tinha muitas meninas bonitas na outra turma.» «Um bom motivo para acordar cedo.» «Adorei esta experiência que uniu duas turmas para uma atividade de cultura!» «Foi uma experiência única que devemos repetir.» «Foi um bom momento de partilha.» «Uma boa experiência e uma excelente forma de recordar Padre António Vieira.»

«Foi bom conhecer mais um pouco de Fernando Pessoa e as suas várias facetas. Apesar de as turmas não se conhecerem e de estarmos todos um pouco nervosos, foi um momento bonito de partilha.» «Eu gostei imenso desta aula diferente! Espero que possamos repetir mais vezes.» «Foi uma experiência dinâmica, uma oportunidade única para apreciar o melhor que temos da nossa língua.» «Afinal, Português é interessante!»


morte O dia da morte, de William-Adolphe Bouguereau Daniella Rodrigues - 11º44

“... não só representa a aflição sentida no presente, como também a ideia de que é possível ultrapassar o tormento e ter um futuro prometedor.”

Na obra O dia da morte, de William-Adolphe Bouguereau, é possível identificar duas mulheres vestidas de preto, uma parece estar a segurar a outra, enquanto se encontram ajoelhadas, com ar triste, ao lado de um túmulo entre as árvores de um cemitério. É evidente que este quadro retrata a morte e a forma como lidamos com ela. O facto das duas mulheres estarem, de certa forma, abraçadas pode significar que se apoiam mutuamente no seu luto, ainda que uma pareça mais emocionada do que a outra. O olhar da mulher portadora do véu transmite não só tristeza, mas uma espécie de melancolia ao olhar para o túmulo com uma cruz, onde jaz o defunto. Apesar de não ser possível apreciar o rosto da segunda mulher, a sua postura revela agonia. Nesta imagem, o preto dos vestidos sobressai, mas, ao olhar com atenção as folhas secas no chão, a terra castanha carente de relva e os troncos finos das árvores concedem à produção um ar sombrio que realça a ideia desta lúgubre situação. Todavia, no plano de fundo, as árvores não estão secas, pelo contrário, florescem e, entre elas, apesar da presença de algumas nuvens cinzentas, brilha o celeste céu. Estes fatores podem ser um indício da esperança que abre caminho à potencial felicidade, não obstante a dor. A pintura poderia facilmente representar a morte de Maria Eduarda Runa e o luto do seu marido Afonso da Maia e do seu filho Pedro da Maia, na obra Os Maias, de Eça de Queirós. Afonso teria o olhar melancólico e Pedro estaria aparentemente mais emocionado, devido à sua forte e dependente relação com a mãe. Por fim, este quadro é uma fiel representação do processo de luto em relação a entes queridos, pois não só representa a aflição sentida no presente, como também a ideia de que é possível ultrapassar o tormento e ter um futuro prometedor.


83 84


Jaime Moniz retoma Troca de Livros

Tome lá! Dê cá!

Carla Martins - Grupo 300

A leitura dá-nos asas para descobrir o mundo. Porque há livros fantásticos que apenas são lidos uma vez, fomos todos convidados a reorganizar as nossas estantes, a partilhar os nossos livros e a substituí-los por outros à nossa escolha. Nos dias 15 e 16 de março, no Pátio da Física, a Escola Secundária Jaime Moniz retomou a atividade de Troca de Livros, que já conta com a 8ª edição. Este evento, organizado pelo Departamento de Línguas e apoiada pela CMF e pela Porto Editora, esteve disponível a toda a comunidade escolar. Num ambiente acolhedor, cada leitor pôde apresentar os livros selecionados em casa e escolher o mesmo número de livros de entre os apresentados no acervo da troca. Os livros deveriam encontrar-se em bom estado, não abordar conteúdos técnicos ou didáticos e podiam ser redigidos em português, inglês, francês ou alemão. Este projeto fomenta os hábitos de leitura e privilegia a leitura do livro literário. A troca de livros foi realizada pela primeira vez em 2013, num momento em que já se faziam sentir carências económicas que impossibilitavam a aquisição de livros. Deste modo, foram disponibilizados aos alunos livros quase novos ou efetivamente novos, de forma que a leitura recreativa, proposta na componente letiva, pudesse ocorrer com maior diversidade. Esta iniciativa, sem qualquer fim lucrativo, é sempre muito acarinhada pela comunidade escolar, sendo um momento de partilha de saberes e experiências de leitura. Na Jaime Moniz, ler não custa mesmo nada! Tome lá, dê cá!


85 86


ARTES VISUAIS abordagem à Arte Contemporânea LAND ART turma: 12º 20 disciplina: Desenho A data: 24jan local: Praia Formosa fotografia: Carlos Rodrigues orientador da atividade: Ana Sousa

A Land art - arte da terra em tradução literal para português, insere-se no movimento de arte concetual mais abrangente surgido nas décadas de 1960 e 1970. A mais famosa obra de Land art é a Spiral Jetty de Robert Smithson datada de 1970. Esta obra consiste numa instalação realizada no Great Salt Lake nos EUA. Muitos dos artistas inseridos nesta corrente artística, como Smithson, recorreram a veículos e equipamentos mecânicos de terraplenagem para realizar as suas obras de arte, contudo, outros artistas optaram por intervenções efémeras na paisagem, como Richard Long, que apenas pretendeu imprimir as passadas na terra, andando aleatoriamente no solo e deixando as suas marcas. Artistas como Nancy Holt, Walter de Maria, Michael Heizer e Dennis Oppenheim, foram igualmente artistas empenhados nesta corrente artística. Face ao caráter efémero de muitas das obras inseridas na Land art, o registo das mesmas era efetuado através de fotografias e outros documentos que o artista expunha em galerias. Por vezes, o espaço das galerias era utilizado por estes artistas para efetuar instalações em que utilizavam materiais retirados da natureza.


87 88

Poder é força Poder é ambição Poder é continuar Poder é união Poder é pensar Poder é tentar Poder é saber esperar Poder é tudo, mas nem tudo é poder Querer não é poder, mas poder é querer

Daniela Ribeiro


A voz das estrelas As estrelas sussurram à noite, Segredos nunca antes contados, Tornam pensamentos descontrolados Em sentimentos acertados

Pedro Pinto


89 90

A luz Ao acordar eu abro a janela Onde um feixe de luz se revela Essa luz bate no meu corpo E não existe sentimento igual outro Sou luz dourada que te faz Esperar pelo amanhã Onde estarei de novo a janela Esperando a sua luz bela

Beatriz Santos


No fim da tarde o Sol se deita Na noite a Lua chora Não tem ninguém para amar A Lua não acredita em amor Mas aconteceu num dia de eclipse O sol tocou na Lua E a Lua voltou a amar

Mara Mendonça


91 92


A lua e o sol Opostos por completo, São o Sol e a Lua Sentimento predileto Porém contrário o seu trajeto E apesar de ambos no espaço estarem Só a cada 18 anos se encontram, Eclipse trouxeram E da escuridão se apoderam

Tatiana Vieira


93 94


Esta ilha do oceano Atlântico Rodeada de água por todo lado Flora presente com o seu cântico De vida está contemplado Luís Miguel Silva


95 96


Mais um dia Está amanhecendo Com o sol nascendo Num mar tremendo A luz do sol florescendo Por cima de um mar descansado A natureza crescendo E na janela um pássaro pousado Mais um dia se passando Para à noite fruir de um céu constelado Um trecho: Com o sol nascendo Num mar tremendo No meu trabalho apresento como desenho uma onda a representar o mar e o um sol e no meu poema descrevi um dia de sol amanhecendo visto numa praia por isso o meu trabalho com a visita à praia para o realizar fez todo o sentido. Utilizei circunferências não fechadas.

Lara Rafaela


97 98


30º Carlos Varela festival de teatro

A Escola Secundária Jaime Moniz acolheu entre os dias 07 e 11 de março o XXX Festival Regional de Teatro Escolar – Carlos Varela. Este ano participaram apenas quatro escolas uma vez que, devido às contingências pandémicas, as escolas mencionaram a dificuldade em construir um grupo coeso de trabalho nos clubes de teatro. Quatro escolas de segundo, terceiro ciclo e secundário apresentaram os seus trabalhos a concurso. A abertura do festival ficou a cargo do grupo de Dança do Liceu - DancEn?gma -em parceria com o grupo de teatro O Moniz, com o momento coreográfico “Luz”, e do grupo de alunos de segundo ano da turma do Curso Profissional de Artes do Espetáculo - Interpretação, do Conservatório Escola Profissional das Artes - Engº Luiz Peter Clode, com o espetáculo “Ascensão e Queda da Cidade de Mahagonny” de Bertolt Brecht. Os trabalhos das escolas concorrentes foram apresentados a partir de quinta-feira. Fez estreia, dia 10 de março, o grupo “Voo à Fantasia” de EBS Padre Manuel Álvares, com a peça “Um amor impossível”, adaptação da história O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá, de Jorge Amado. O grupo Pollés Máskes, da da EB23 Dr. Alfredo Ferreira Nóbrega Júnior, apresentou o seu trabalho “Primaverno”, uma criação coletiva, no mesmo dia. Na sexta-feira, dia 11 de março, esteve em palco o grupo de teatro da nossa escola, O Moniz – Carlos Varela, com a peça “Nós” da autoria de Ana Sofia Sousa. No mesmo dia de manhã, o grupo de teatro de santa Cruz, da EBS de santa Cruz, levou à cena “O diálogo dos deuses” trabalho original de Vera Gomes. Esteve presente um painel de jurados, constuído por Ana Amaro, Assessora de Relações Públicas e Marketing, da Câmara Municipal do Funchal; Catarina Faria, do Teatro Municipal Baltazar Dias; DRE; Eduardo Luíz, da Associação Teatro Experimental do Funchal; Maria José Varela Costa, da Associação Contigo Teatro; João Pedro Araújo, do Conservatório – Escola Profissional das Artes – Engº Luíz Peter Clode.


99 100


Durante a semana, os alunos de todas as escolas concorrentes foram convidados a participar, fora do horário das atuações, em workshops, para aprofundar e experienciar áreas afins às artes do espetáculo e do corpo, nomeadamente o improviso, projeção de voz, a coralidade em voz alta e a expressão corporal. No dia 09 de março, Diogo Sousa mediou conversas sobre o Teatro numa mesa redonda intitulada “Tea a Tral”. Estiveram presentes Diogo Correia Pinto, Eduardo Luíz e Isabel Martins. Como grupos convidados, contámos com a presença do Curso Livre de Artes em Teatro do CEPAM com a apresentação da peça “Pêssegos em Calda” e o Teatro Bolo do Caco. A cerimónia de encerramento ocorreu pelas 15:00H, do dia 11 de março, com a atuação do grupo de ginástica rítmica e acrobática “O Liceu”, seguida da apresentação de “Sashimi Duo” – novo circo, pelo Teatro Bolo do Caco. Por fim, o momento esperado por todos os concorrentes: a entrega de prémios, menções honrosas e louvores. O grupo vencedor do Festival Regional de Teatro escolar – Carlos Varela, o grupo de Teatro Voo à Fantasia da Escola Básica e Secundária Padre Manuel Álvares com a peça “O Amor Impossível”, adaptação de Lília Pereira e Vanda Caixas, a partir de O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá, de Jorge Amado, teve oportunidade de apresentar o seu trabalho no Teatro Municipal Baltazar Dias a 18 e 19 de março graças a um protocolo celebrado entre a escola que acolhe o festival e Câmara Municipal do Funchal, através da direção do Teatro Municipal Baltazar Dias. O festival de teatro escolar procura, há 30 anos, formar públicos, criar cidadãos autoconfiantes e potenciar competências nas artes do espetáculo. O professor Carlos Varela, o mentor deste festival, teve o sonho de possibilitar o encontro onde todos tivessem um lugar e pudessem mostrar o seu amor ao teatro. É com muito orgulho que, anualmente, a Escola Secundária Jaime Moniz acolhe todos os jovens que têm o sonho de pisar o palco.


101 102

LISTAGEM DOS VENCEDORES 30º Festival de Teatro Escolar – Carlos Varela Grupo | Grupo Voo à Fantasia Escola | EBS Padre Manuel Álvares Trabalho | “Um Amor Impossível” Autoria | Lília Pereira e Vanda Caixas Prémio Carlos Varela Prémio de Melhor Encenação, Melhor Realização Plástica, Melhor Sonoplastia, Melhor Texto - ex-aequo Prémio de Melhor Ator Aluno | Salvador Machim Prémio de Melhor Atriz – ex-aequo Aluna | Helena Dias Menção honrosa Aluna | Carolina Corujo - Interpretação/ Desempenho Aluno | Pedro andrade - Construção da Personagem Grupo | O Moniz - Carlos Varela Escola | Escola Secundária Jaime Moniz Trabalho | “Nós” Autoria | Ana Sofia Sousa Prémio de Melhor Texto - ex-aequoo Prémio de Melhor Atriz – ex-aequo Aluna | Madalena Gomes Menção honrosa Aluna | Sara Oliveira - Interpretação/ Desempenho Grupo | Pollés Maskes Escola | B2/3 Dr. Alfredo Ferreira Nóbrega Júnior Trabalho | “Primaverno” Autoria | Criação coletiva Menção honrosa | Interpretação Processo de Criação coletiva Grupo | Escola Básica e Secundária de Santa Cruz Escola | Escola Básica e Secundária de Santa Cruz Trabalho | “O diálogo dos deuses” Autoria | Vera Gomes Realização Plástica Louvor | Execução Musical Aluna | Daniela


50 Título Nacional do anos Liceu

Duarte Azevedo

Foram hoje homenageados, dia 25 de março de 2022, os antigos alunos do então Liceu Nacional do Funchal que há 50 anos conquistaram o título nacional de basquetebol, nos primeiros Campeonatos Escolares, organizados pela Direção Geral dos Desportos. Esta iniciativa da Secretaria Regional da Educação, Ciência e Tecnologia, por intermédio da Direção de Serviços do Desporto Escolar, decorreu no Pavilhão do Funchal, estando presentes o Secretário Regional de Educação, Jorge Carvalho, o Diretor Regional de Educação, Marco Gomes, e o Diretor de Serviços do Desporto Escolar, Elmano Santos. Por parte do Liceu Jaime Moniz marcaram presença Ana Isabel Freitas, Presidente do Conselho Executivo, Odílio Freitas, Vice-presidente do Conselho Executivo, bem como João Inácio Silva, Coordenador do Desporto Escolar da escola, os professores e alunos ligados ao Desporto Escolar. A equipa que em 1972 conquistou o primeiro título nacional, composta por João Maria, Rui Conceição, Ricardo Ferreira, Rui Cunha, Rui Rodrigues ‘Juca’, Eduardo Sainztrueva, Aristóteles Sainztrueva, Rui Mâncio e o treinador professor Vicente Franco foi homenageada e… realizou um jogo com os atuais alunos do Liceu do núcleo de Basquetebol. Também lembradas, presentes e homenageadas, a equipa de andebol da Escola Industrial e Comercial do Funchal que então representou a Madeira no andebol, e a representação de voleibol da Escola Salesiana de Artes e Ofícios. Num clima de enorme emoção e de aplauso geral, a manhã foi repleta de entusiasmo, num convívio inesquecível. Afinal, comemoraram-se os 50 anos do primeiro título conquistado pela Madeira no Desporto Escolar! Pela equipa do Liceu!


103 104





Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.