OBRIGADO A TODOS!
A revista O Lyceu Newsletter foi recentemente distinguida, no Concurso Nacional de Jornais Escolares, promovido pelo jornal “Público”, com o prémio de melhor Jornal de Escola - CATEGORIA B, distinção que não seria possível sem os inúmeros contributos de toda a nossa Comunidade Educativa - Encarregados de educação, Funcionários, Docentes e, fundamentalmente, dos nossos Alunos. Como tal, este prémio é para a Nossa Escola e, extensivamente, para todos aqueles que seguem e participam na nossa revista O Lyceu Neste Concurso Nacional de Jornais Escolares 2021/22, do “Público”, participaram 129 candidaturas elegíveis. Em face do considerável número de candidaturas, obter um lugar cimeiro já seria bom, mas obter o primeiro prémio era algo não nos passava pela cabeça.
Provavelmente, já serão poucos os que ainda se lembram do jornal “Versus”. O projeto da revista “O Lyceu”, iniciado em 2003, pelo então Diretor da Escola, Dr. Jorge Moreira, viria a ser o seu “descendente” direto, passando por uma primeira fase, na qual foram publicadas 17 edições impressas, suspensas em 2008, devido a dificuldades de financiamento. Durante este período, O Lyceu candidatou-se ao concurso nacional de jornais escolares do jornal Público, tendo, na altura, recebido uma menção honrosa, mais precisamente na categoria de edição de imagem.
Foi já no ano de 2018, que a atual Direção da Escola, liderada pela Dra. Ana Isabel Freitas, lançou o novo desafio, de criar uma Newsletter, em formato digital e publicada online, trimestralmente, que pudesse projetar para o exterior os eventos que ocorrem nesta instituição.
De acordo com esta linha editorial orientadora, O Lyceu assume-se como um espaço aberto à publicação e divulgação de trabalhos da nossa comunidade educativa, desde textos de opinião, divulgação de projetos e eventos realizados, fotografia, ilustração, pintura, design, entre outros.
A equipa do projeto DIM, responsável pela revista O Lyceu que concorreu ao concurso nacional de jornais escolares do jornal Público, e da qual fizeram parte os professores, Abel Torres, António Freitas, Carlos Rodrigues, José António Gouveia e Vanda Gouveia, tenta, no fundo, dar a conhecer os trabalhos realizados no âmbito de atividades curriculares e extracurriculares, no seio da comunidade educativa da Escola Secundária Jaime Moniz, procurando dar particular ênfase ao trabalho realizado pelos alunos.
Na sua essência, a revista vive dos contributos de Todos aqueles que, direta ou indiretamente, fazem parte da Comunidade Educativa da Nossa Escola, condição “sine qua non” para a sua atual dinâmica e desejável continuidade, por isso a Nossa revista O Lyceu espera poder continuar a contar com a vossa prestimosa colaboração no envio de trabalhos, bem como na leitura e divulgação da nossa e vossa revista.
Iniciamos o primeiro número da Newsletter do ano letivo 2022/2023, no quadro de uma linha editorial cujo principal propósito foi o de “dar voz” aos nossos alunos sobre a questão agregadora “Século XXI - o mundo continua em mudança?”, convocando diferentes leituras e mundividências do presente e, consequentemente, a perspetivação do futuro, nas mais variadas expressões, desde a Artística (Artes Plásticas, Fotografia e Literatura) à Informação e às Redes sociais, ao Desenvolvimento da Imprensa, à Inovação Tecnológica, à Economia, ao Ambiente, passando pela guerra da Ucrânia e seus efeitos na atual crise mundial.
Damos antecipada nota dos seguintes trabalhos: no âmbito das comemorações do Ano Europeu da Juventude - 2022, e no quadro do plano de atividades do Clube Europeu da nossa escola, a Entrevista realizada pelos alunos ao Coordenador da Europe Direct Madeira, Dr. Marco Teles; a criação de cartazes digitais alusivos a diferentes tipos de Bullying, produzidos pelos alunos do 10.º 12, na disciplina de Inglês; a disponibilização de guias-áudio aos visitantes do Núcleo Museológico da escola; a Exposição Temporária intitulada “O Ensino da Reprodução dos Seres Vivos no Ensino Liceal”; a realização de um vídeo original, no âmbito do módulo de QM7 “Reações Químicas”, do Curso CEF 61; a 9.ª edição da “Troca de livros”. Simultaneamente, e numa vertente de natureza mais virada para as raízes do passado institucional e para a importância de manter viva a matriz e tradição cultural da nossa escola, damos enfoque à Cerimónia anual da Bênção das Capas, realizada a 30 de novembro, felizmente já sem os constrangimentos decorrentes da situação de Pandemia.
À semelhança do trabalho desenvolvido em anos anteriores, apresentamos uma súmula de alguns testemunhos das novas gerações de alunos, atualmente finalistas do 12.º ano, e, paralelamente, o registo de algumas entrevistas gentilmente concedidas por ex-alunos, hoje pais, avós e encarregados de educação, pertencentes às primeiras gerações de “setimanistas”, tradição pioneira na nossa escola, já com muitas e honrosas décadas .
Ficha Técnica Nº 09 dezembro de 2022 Escola Secundária Jaime Moniz Largo Jaime Moniz 9064 - 503 Funchal Telef.: 291202280 Fax: 291230544 email: geral@jaimemoniz.com
Diretora: Ana Isabel Freitas
Coordenadores: António Freitas - Grupo 520 João Abel Fernandes - Grupo 300 José Gouveia - Grupo 600 Márcia Henriques - Grupo 600 Vanda Gouveia - Grupo 300
Agradecimentos: Ao Conselho Executivo, ao colega Carlos Rodrigues - Grupo 600, bem como a todos quantos contribuíram para que este projeto se realizasse.
Todos os artigos e imagens são da responsabilidade dos autores. designinformacaoemultimedia@jaimemoniz.com
Supervisão de conteúdos: Ana Isabel Freitas Revisão: Vanda Gouveia e João Abel Fernandes Arranjo e edição gráfica: José Gouveia, Márcia Henriques com a colaboração de João Camacho - 10º 21 Edição de imagem: José Gouveia e Márcia Henriques
A newsletter “O Lyceu” é uma publicação interativa Clique: nos títulos dos artigos ou números de página do índice para aceder ao respetivo conteúdo; • no canto superior direito (numeração da página - Ex: 07 08 ), para voltar ao índice; neste ícone ou nos links assinalados nos textos para aceder a mais conteúdos (hiperligações nas páginas 56, 79, 92, 93, 94, 97 e 103) Boas leituras!
Século XXI
O mundo continua em mudança?
Atualmente, mesmo após a evolução que sofremos em relação ao século passado, deparamo-nos com dificuldades que não fazem o país avançar ou seguir um rumo crescente. Este facto deve-se à crise criada pela pandemia, seguida de uma guerra sem razão entre a Rússia e a Ucrânia, por questões psicológicas e descontroladas, de que o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, não consegue abdicar devido à sua enorme ganância e arrogância.
Na verdade, em termos históricos evoluímos, e muito, através de descobertas científicas e tecnológicas, bem como mediante pesquisas importantes para a história que formaram um presente designado como a era tecnológica. Efetivamente, a descoberta e evolução da tecnologia ajudaram no progresso da medicina, da educação, da mão-de-obra… fornecendo melhores condições àqueles que fazem parte do séc. XXI, quando comparado ao Séc. XX. No entanto, e pesar de muitos pensarem assim, pessoalmente não vejo diferença no que é realmente importante para podermos progredir como país, como nação, e como habitantes deste planeta, pois conseguimos mudar a forma de fazer, mas não de pensar. Aqueles que têm poder, os grandes líderes, e outras pessoas com o mesmo nível, pensam somente em si e no modo como podem enriquecer à custa dos outros, pensamento que não difere de muitos dos reis de antigamente, já para não referir que continua a haver pobreza, guerras e mortes devido à aparição de novas doenças. Logo, de que vale evoluirmos, tecnológica e financeiramente, se a mentalidade das pessoas não muda. No nosso caso, o povo português recebeu tantas ajudas de outros países, após as guerras e crises que deflagraram ao longo destes anos, para além do dinheiro dos impostos que os cidadãos pagam e que apenas servem para cobrir as despesas do Estado. Onde está esse dinheiro? Onde estão os resultados do investimento desse financiamento ganho em resultado do esforço dos outros? Que diferenças podemos ver na mentalidade e aspeto do povo em relação ao século anterior? Havia guerras, fome, pobreza e discriminação, com aproveitamento diário do luxo pelos do costume! Será que utilizei a palavra certa “Havia”? Penso que não, pois, nesse aspeto, o que mudou foi a forma de luxo dos escandalosamente ricos e que agora saboreiam melhor o luxo que têm.
Luís Miguel, 12º 30
Infelizmente, a guerra é um tema sobre o qual muito se tem falado nos dias de hoje. Até fevereiro do ano que corre, parecia impensável a ocorrência de uma guerra na Europa como a que vivemos. E a verdade é que, de tanto falar em conflitos, se tem levantado uma questão: afinal, de quem é a culpa da guerra? Anne Frank, ao referir que a culpa não é só dos poderosos mas também do homem comum, é deveras assertiva. Contudo, diria que, ainda assim, os principais culpados são os “governantes e capitalistas”. Desde sempre, o povo constituíu um estrato social que tem, ao mesmo tempo, tanto e tão pouco poder. Sozinho, o comum dos mortais não é capaz, de forma alguma, de fazer frente a uma guerra. Unidos, porém, a história é outra. Parece-me que não existe neste mundo qualquer dirigente político que tenha a capacidade de iniciar um conflito com outro país, se a sua população se revoltar quanto a isso. O exemplo mais óbvio será, claro, o da Rússia: seria a guerra com a Ucrânia viável para Putin, se todos os russos se revoltassem? Nesse sentido, o “homem da rua” tem, efetivamente, a sua culpa em não o fazer. Todavia, julgo que é também importante refletirmos um pouco acerca dos motivos pelos quais, na grande maioria das vezes, não se verifica qualquer ação por parte do povo. Em regimes que tão frequentemente se aproximam da ditadura, a revolta é sinónimo de perseguição e morte. Colocando a moral de parte, algum de nós gostaria de ser mártir? Não tenho dúvidas de que milhões de russos se manifestariam, se não temessem pela sua vida e pela dos seus. Diria, portanto, que a maior culpa está nos dirigentes. Em suma, apesar de compreender o sentir da pobre menina vítima do horror nazi, pretendo apenas reiterar o meu ponto de vista: o homem comum tem, sim, culpa; não é, no entanto, o maior culpado.
Francisco Murta - 12º 05... o comum dos mortais não é capaz, de forma alguma, de fazer frente a uma guerra.Edição da página - João Camacho - 10º 21
O século XXI, um tempo de mudanças a nível social, cultural e tecnológico, levou a sociedade à consciencialização, empatia e luta pelos direitos humanos, que, não obstante, ainda não são aceites por alguns países, como o Qatar e o Irão. Na minha ótica, a sociedade está a procurar incutir valores de igualdade, liberdade e tolerância, educando os jovens a não discriminarem a diferença. Na realidade, têm surgido, felizmente, atos que retratam esta alteração da mentalidade dos que se preocupam com o livre arbítrio de todos os seres humanos, desde manifestações pacíficas, a atitudes chocantes que são violentamente reprimidas. Do meu ponto de vista, estas atitudes de violação dos direitos humanos estão associadas a governos ditatoriais e ao fanatismo religioso, em face dos quais as minorias que mais sofrem são as mulheres, os pobres e os (e)migrantes. Também é verificável o aumento das sociedades envenenadas com a ganância e ambição excessiva, uma vez que algumas destas regiões que não apoiam a liberdade de expressão apenas vêm lucro, sem se preocuparem com as pessoas que trabalham excessivamente ou são, sucessiva e drasticamente, impedidas de sonhar e lutar pelo que querem.
Com efeito, apesar de a sociedade procurar a entreajuda, o valor monetário sobrepõe-se frequentemente à integridade humana, designadamente as questões que têm sido colocadas sobre o local de realização do mundial de futebol e a maneira como esse país encara os direitos humanos.
Em suma, são muitas as figuras públicas manifestam a sua discordância relativamente à maneira como esses países oprimem determinados grupos, mas, paralelamente, outras entidades tentam “limpar” a imagem dessas nações, razão pela qual urge questionar se será possível afirmarmos que houve transição.
Sara Alves, 12º31Século XXI - Um mundo em mudança - Luta pela sobrevivência
Nos dias que correm, a temática das alterações climáticas assume um papel de destaque nos alertas dos cientistas, a nível mundial, assim como nas preocupações da maioria da população informada, devendo ser estabelecida, portanto, como uma prioridade por parte dos líderes internacionais e das personalidades mais influentes dos nossos dias.
Como é do conhecimento do público em geral, o nosso planeta sofre alterações graduais e cíclicas, que provocam modificações nos ecossistemas terrestres, razão pela qual, atualmente, não vivemos rodeados por enormes mantos de gelo, como aconteceu com os nossos antepassados. No entanto, as ações do Homem, principalmente a partir da revolução industrial, têm vindo a acelerar o ritmo destas alterações, de uma forma não sustentável e que, se não for travada, levará ao aumento da frequência e da gravidade dos fenómenos naturais extremos que vemos todos os dias nas notícias e à morte de várias espécies de fauna e flora, incluindo a própria espécie humana. Por essa razão, considero que a luta contra as alterações climáticas deve preocupar cada um de nós e estimular a ação das organizações internacionais. De facto, as modificações verificadas nas últimas décadas - e que se agravarão ao longo deste século - são, claramente, consequência de uma má gestão dos recursos naturais e da irresponsabilidade do ser humano e a verdade é que terão de ser os jovens de hoje a tomar as rédeas da situação, exigindo a mudança e procurando formas sustentáveis de viver no nosso planeta. Efetivamente, são muitos os jovens que já se fazem ouvir seja nas redes sociais e petições online, seja através de manifestações e de movimentos em maior escala. A título de exemplo, é de referir as manifestações nas escolas no território continental do país, verificadas nas últimas semanas, assim como o movimento hoje conhecido como Fridays for Future, iniciado em agosto de 2018, por Greta Thunberg. Contudo, a luta contra as alterações climáticas não deve ser tida, em circunstância alguma, como uma responsabilidade desta nova geração. Apesar de pequenas ações, como a reciclagem, a reutilização dos produtos que compramos e a opção por materiais de origem sustentável serem de grande importância para a atenuação do problema, estas não servem, de todo, como solução. Com efeito, a responsabilidade deve ser atribuída aos países que mais poluem o nosso planeta, como a China, os Estados Unidos, a Índia e a Rússia, assim como às 100 empresas responsáveis pela emissão de cerca de 71% dos gases com efeito de estufa presentes na atmosfera terrestre (de acordo com relatórios de 2017), a maioria das quais se encontra baseada nos países mencionados.
Em suma, considero que a luta contra as alterações climáticas deve ser encarada como a emergência que, efetivamente, é, devendo ser acionados todos os esforços dos líderes mundiais e das organizações internacionais. Chegou ao fim o tempo das promessas vazias, das conferências, das quais nunca se obtêm resultados concretos, e das medidas insuficientes, que, mais do que preservar o planeta, procuram preservar a economia e os bolsos dos mais ricos. Estamos no tempo de passar à ação. A luta contra as alterações climáticas e a destruição do nosso planeta é a luta pela sobrevivência do ser humano, já que, como David Attenborough afirma no seu livro Uma vida no nosso planeta, “connosco ou sem nós, a natureza regressará”.
Os efeitos do I depois dos XX
Ao olharmos para a realidade atual, e estabelecendo um confronto com a realidade dos anos noventa do século passado, deparamo-nos com perspetivas do mundo completamente distintas, pois, embora pareça que a década de noventa foi ali ao virar da esquina, já lá vão trinta anos. No meu entender, o mundo sofreu muitas “revoluções”, porém apenas destaco três delas: a primeira, e penso que mais óbvia para todos os leitores, é o salto tecnológico que o planeta vivenciou. A prova disso é o facto de estar a ler este texto numa tela e não num jornal em papel e, se por acaso estava vivo nos anos 90 (eu cá já não sou desses tempos), de certeza que se deve lembrar do autêntico tijolo que utilizava como substituto do utensílio que tem nas mãos e do seu descendente desdobrável, e também do discman (que foi a forma de ouvir música antes do MP3 e das plataformas de “streaming” que possuímos hoje).
De facto, tudo evoluiu para o telemóvel, pois, se pensarem comigo, não há necessidade de ter uma câmara, um relógio, um despertador, um MP3, nem até mesmo televisão, já que tudo está contido no aparelho indispensável no quotidiano de 2022.
A segunda é a dimensão geopolítica global, uma vez que, desde a queda do muro de Berlim em 1989, passamos pela queda da União Soviética e o fim da Guerra Fria, pela abertura da China ao mundo e a sua crescente influência. A UE é duas vezes maior do que era e, no entanto, parece que no espaço de dois, três anos, voltámos a 1939 com o fascismo cada vez mais presente nos governos, não apenas nos europeus, mas também nos americanos, mais uma guerra despropositada na Europa e uma crise económica que coloca a maioria das carteiras a chorar, enquanto a pequena minoria das carteiras das elites enriquece.
A terceira é a dimensão humana e o surgimento de um respeito mais profundo pelo outro. Neste contexto, refiro-me mais precisamente à revolução da sexualidade e da identificação de género e do apoio que a sociedade como um todo (isto no mundo ocidental) tem vindo a mostrar relativamente a estas causas. Claro que há sempre aquelas cabeças retrógradas que se dizem contra (ou porque não é o que está na Bíblia, ou porque têm algo a esconder), porém o mais engraçado é a criatura que não se contenta com a sua existência e necessita de ditar sobre a vida alheia para ser feliz.
Em face das razões aduzidas, resta concluir que o planeta azul mudou significativamente em vários aspetos e, com a intensificação da sociedade de informação, espera-se que esta evolução seja cada vez mais acelerada, o que me faz imaginar como estará a Terra daqui a trinta anos...
No século XXI temos assistido a muitos assuntos polémicos, que antigamente talvez fossem vistos como insignificantes, tais como a identidade de género, a saúde mental, ambiente, mas que atualmente são objeto de discussões e debates.
Um dos assuntos, talvez não muito debatidos, é o excesso de informação que a tecnologia nos oferece, podendo colocar-se a questão: será que realmente aprendemos quando lemos uma notícia na web? Isto porque sempre existe a possibilidade de ser uma fake News, não é? Não é que atualmente com um simples clique temos acesso a toda a informação? Na minha perspetiva, é bem difícil encontrar informação de valor. Resta, pois, saber o porquê? Talvez porque, antigamente, a esmagadora maioria da informação era consumida em livros. Hoje em dia tudo é fácil de encontrar, o que como resultado implicará uma maior dificuldade para aprofundar qualquer assunto. Por exemplo, vamos investigar sobre o mundial de 2014, clicamos no primeiro site que nos aparece e dali saem a maioria das nossas conclusões, ao passo que antigamente procurava-se um livro conhecido por ser único e bem escrito, o que, com toda a certeza, iria fornecer-nos toda a informação precisa. Atualmente, muito pelo contrário, temos milhões de sites para ver, sendo muitos deles serão produzidos por pessoas que nem terão ido ver um jogo do mundial para saber realmente como tudo se passou. Outra das deficiências da informação na web é que muitas vezes é feita com o objetivo de ser tudo mais resumido, para que assim os adolescentes, de véspera, resolvam fazer o trabalho em copy-paste, para no dia seguinte não se lembrarem de nada.
Por contraponto, antigamente tínhamos os jovens a estudar um livro durante horas para fazer um resumo e, provavelmente, só pelo facto de terem lido o livro acabariam por lembrar-se, o que resultaria em aprendizagem dos conteúdos.
Além disso, alguns sites estão inundados de opiniões, muitas vezes fugindo do científico para o pessoal, o que não é garantia de fiabilidade ou credibilidade.
Porém, apesar de tudo, há sites incríveis, feitos por pessoas cultas e que provavelmente nos darão informações corretas, embora, para o efeito, tenhamos de saber o site a procurar.
Por outro lado, o excesso de informação provoca igualmente sérios danos ao ambiente, pois, para que cada Tik Tok seja publicado, é preciso gastos de eletricidade e um servidor a funcionar, o que não é compatível com a necessidade de poupar eletricidade e cuidar do ambiente. Contudo, será que pensamos em quanta eletricidade é consumida quando estamos a assistir a um vídeo do Youtube? Não é preciso seremos obcecados, mas temos de ter a consciência de que este excesso de informação também causado danos ao ambiente. E não só para o ambiente, não é que nos lembramos daquele vídeo que um amigo enviou há um ano no Instagram?
Não estaremos a consumir quantidades incontáveis de informação todos os dias, muita desta com propósitos de entretenimento, mas sem qualquer contributo para enriquecimento do nosso conhecimento, do nosso vocabulário ou da nossa cultura?
Nos tempos que correm, antes de ler um livro, enquanto estamos no autocarro, preferimos ver uns Tik Toks , muitos deles sem veiculação de conhecimento útil, mas sim informação descartável que vai para o nosso cérebro.
Em suma, o século XXI está cheio de lacunas que precisam de ser preenchidas com pensamentos próprios, com debates e, sobretudo, com medidas de fundo tendentes a manter o equilíbrio da sociedade na transição para um mundo digital.
Um Século Revolucionário
Num mundo marcado pela evolução constante nos mais variados domínios, designadamente sociais, económicos e culturais, cabe-nos avaliar o impacto de mudanças provocadas por fatores como o progresso de tecnologias disruptivas ou a aceleração da globalização cultural. De facto, o nosso planeta sofreu grandes alterações no século XXI e tem sido marcado, por exemplo, pelos dois fatores referidos.
Do meu ponto de vista, um dos acontecimentos que têm marcado o século que estamos a viver é o progresso único, inexorável e acelerado das tecnologias. A título ilustrativo, se disséssemos a um indivíduo do século XX integrado na indústria automóvel que no ano de 2022 centenas de milhares de pessoas iriam utilizar automóveis que são capazes de dirigir automaticamente (como os famosos e inigualáveis carros da Tesla), provavelmente recomendar-nos-ia apoio psiquiátrico. Por outro lado, o impacto quer negativo, quer positivo, das inovações tecnológicas, características deste século, estende-se por outras áreas, tal como na invenção de redes sociais (um fenómeno, em si, essencialmente negativo, por inúmeras razões), a expansão de um novo método de ensino (fenómeno essencialmente benéfico) pelo qual todos tivemos de passar durante a pandemia do COVID-19 ou até nos progressos na área da medicina, que vêm estendendo a esperança média de vida das populações. Para além do mais, é também notória a imensidão do efeito da expansão da globalização cultural no presente século. Efetivamente, em cada canto do mundo podemos encontrar diferentes marcas culturais. A título exemplificativo, a utilização da Burka em território português demonstra a presença da cultura oriental no nosso país, algo muito menos patente em séculos anteriores. E, de facto, uma das possíveis causas para esta aceleração da globalização cultural radica na inovação tecnológica, que tornou muito mais fácil visitar diferentes países e conhecer diferentes realidades.
Em suma, o século em que estamos a viver tem sido marcado por eventos de grande magnitude, alguns benéficos e outros nem tanto. Assim sendo, cabe-nos a nós efetuar uma análise introspetiva sobre estas mudanças de forma a melhorarmos não só como pessoas, mas também como sociedade.
Baptista, 12º 30
“O mundo continua em mudança?” A resposta é-nos dada através de uma nova pergunta: “Se colocarmos uma pintura numa nova moldura, a obra de arte não continuará a ser a mesma?”
Na realidade, o mundo nunca poderá verdadeiramente mudar se nós, como seres humanos, não mudarmos quem somos no nosso íntimo.
A guerra na Ucrânia trouxe-nos inúmeras mudanças; é o caso do aumento dos preços, de tal modo drástico que impactou toda a sociedade, dado que muitos produtos viram os seus preços duplicar. Por outro lado, da guerra resultou a dificuldade de acesso ao petróleo e o consequente incremento do veículo elétrico no mercado automobilístico.
A principal característica da realidade em que vivemos é, indubitavelmente, a instabilidade. Neste mundo em constante evolução, a sociedade necessita de se adaptar a inúmeras mudanças.
A mudança mais sentida nas últimas décadas foi, certamente, induzida pela inovação tecnológica. Por exemplo, a comunicação tornou-se progressivamente mais fácil, estando atualmente no seu apogeu, graças ao uso dos telemóveis; através deles, conseguimos obter qualquer informação e manter contacto com qualquer pessoa em qualquer lugar.
Paralelamente, idas ao médico foram substituídas por pesquisas de sintomas na internet, fazer um gesto para chamar um táxi deu lugar ao gesto de clicar num ecrã para chamar um Uber; a sensação de folhear as páginas de um jornal tornou-se desconhecida.
Catarina Nóbrega, 12º 09
O mundo enfrenta uma adversidade nunca antes vista, o aquecimento global. Se a humanidade não acordar para este problema, cada vez mais serão frequentes os tsunamis, os tornados, as cheias e os terramotos, alterações climáticas que afetaram irreversivelmente o nosso planeta.
Rodrigo Camacho, 12º 09
Uma sociedade é caracterizada pela constante mudança, pelo aumento do conhecimento e do desenvolvimento humano. Desta forma, devem ser procuradas novos métodos de fazer da constante mudança uma mais-valia para todos. Focando-me na esfera política, em Portugal, de facto, não se têm registado mudanças notórias, na medida em que os valores morais da população não registaram nenhuma alteração desde há quase um século. Desta forma, impõe-se a questão: Será a população portuguesa realmente informada e aberta à mudança? O mais agradável é pensar que a população, realmente, possui a informação necessária para ter um papel ativo na atividade política do que limitar-se simplesmente a votar, seguindo os seus meros instintos – ficando pela sua zona de conforto, por exemplo – ou deixando-se levar por discursos populistas, ocasionadores de ódio e revolta. Infelizmente, no nosso país, devido à estrutura etária e nível de informação da população, há uma maior probabilidade de esta deixar-se levar por discursos de ódio.
Quanto ao nível económico, as alterações registadas são realmente precárias, desde os desejos e tentativas de privatização de bens públicos, essenciais para o bem-estar de um país, razão pela qual acredito que os chineses devem ter ficado imensamente felizes com a compra da EDP, principalmente por terem praticamente Portugal todo nas suas mãos.
Por outro lado, assistimos à continuação do investimento em setores que não deveriam pertencer ao domínio do Estado, bem como ao não investimento em serviços que têm um papel fundamental num país. A título de exemplo, o SNS afunda-se cada vez mais, enquanto se continua a investe em velhos bancos com aparência de novos. Quase que podemos afirmar que Portugal é o país do contra, visto que, mesmo com a quantidade absurda de impostos que desconta de tudo o que mexe e não mexe, continua a utilizá-los de forma errada.
Em jeito de conclusão, resta-me acrescentar que acredito que nós somos a mudança e, por isso, devemos investir em ações de sensibilização e educação para promover efetivas alterações na sociedade, dinamizando novos pontos de vista e sinergias.
José Afonso Freitas,12º30
Memória descritiva
Para este projeto, foi nos pedido realizar um trabalho de pesquisa em grupo sobre o futuro e as suas mudanças. O nosso trabalho de grupo teve como principal tema os avanços tecnológicos. A humanidade depara-se diariamente com uma constante corrente evolutiva tecnológica, uma corrente que já se distanciou da nossa noção de espaço-tempo pois todos os dias somos confrontados com novas realidades no que diz respeito à comunicação, entretenimento, acesso à informação etc… Nas últimas décadas os avanços tecnológicos reduziram as fronteiras e diminuíram as distâncias entre vários pontos do globo. A circulação de informação tornou-se mais fácil e rápida, quase a velocidade da luz, favorecendo assim a novidade e a de instantaneidade de qualquer acontecimento.
A partir dessas ideias foi nos pedido criar dois esboços em formato A5, para poder escolher o melhor e desenvolvê-lo em grande. Partindo das ideias do meu trabalho, eu imaginei um futuro onde haverá androides no meio de nós e desenhei uma figura humana robotizada com marcadores.
12º 20
IlustraçãoAna Beatriz Nóbrega, Ana Beatriz Nóbrega, 12º 20Memória descritiva
Neste trabalho foi-nos pedido para desenvolver uma ideia para a Newsletter da escola sobre o tema “o mundo continua em mudança”. Para desenvolver essa ideia tivemos de fazer uma pesquisa sobre o futuro e as suas mudanças. O trabalho teve como tema os avanços tecnológicos.
A humanidade depara-se diariamente com uma constante corrente evolutiva tecnológica, uma corrente que já se afastou da nossa noção de espaço-tempo. Nos dias de hoje somos confrontados com novas realidades no que diz respeito à comunicação, tecnologia, informação e ao entretenimento. Nas ultimas décadas os avanços tecnológicos reduziram as fronteiras e diminuíram as distancias entre vários pontos no globo devido á globalização. A globalização é um processo de expansão económica, politica e cultural à escala mundial que afeta todos os continentes, fazendo que o mundo todo seja envolvido numa corrente de integração social.
No meu trabalho baseie-me na pesquisa efetuada, para desenvolver a minha ideia e para depois criá-la. Um dos meus primeiros esboços era uma cidade vista de baixo com um carro futurístico, mas no meu segundo estudo eu fiz muitos cyborgs em fila, com cores chamativas nas partes do robô.
O esboço que eu escolhi foi o segundo. Com este trabalho eu quis transmitir que o mundo vai evoluir exponencialmente a par de novas tecnologias.
Fátima Pestana, 12º 20
O futuro. Século XXI continuamos em mudança?
Iniciei este projeto no âmbito da disciplina-se Oficina de Artes com o objetivo de criar uma ilustração para a newsletter introduzindo a temática do ambiente e da política. Esta temática surgiu num trabalho de pesquisa de grupo apresentado na sala de aula Comecei por realizar dois estudos em formato digital. No primeiro estudo realizei uma composição na qual as mãos têm um papel fundamental. Este estudo relaciona a venda e troca de bens com o planeta. No segundo estudo, a ideia a transmitir coloca a mulher no centro das intenções, tendo um papel fundamental na responsabilidade de mudar o mundo. É comparada aos políticos nos dias de hoje.
O eco feminismo propõe à mulher o direito de lutar pelas nossas necessidades. A mulher tem vindo a conquistar os seus direitos e tem mostrado a sua importância dentro deste cenário no qual antes ela era excluída. Contudo, a mulher tem um papel fundamental na redução dos padrões insustentáveis de consumo, produção e também estimulação de investimentos em atividades produtivas ambientalmente saudáveis e sustentáveis.
Neste trabalho recorri a formas simbólicas uma das quais destaca as seguintes: o diamante significa a riqueza, a flor o poder de aliviar tensões, representando a calma e a dignidade, por último, o sol mostra a esperança de um futuro melhor.
O fundo é representado em azul-claro para acentuar a atenção do fruidor em toda a ilustração.
Por fim, escolhi realizar a ilustração final da mulher agarrando no planeta Terra, numa folha A3 em aguarela e lápis de cor.
Em suma, o meu grupo procurou encontrar uma resposta ideal para a questão colocada e concluímos que em pleno século XXI se visualiza ainda pouca mudança positiva em relação às medidas propostas pela política, mas por outro lado verificámos na realidade que não concretizam em ações práticas e significativas.
Jéssica Nunes, 12º 20
“Informação de Informações”
Neste trabalho tive como referente o problema do futuro da imprensa, tendo em conta que esta área apresenta um substancial avanço, em termos de difusão dos meios de comunicação no mundo, desconhecendo-se, muitas vezes, a veracidade e credibilidade da informação veiculada.
Na obra em apreço está representada a realidade de uma vida caraterizada pela fácil disponibilidade e acesso às informações do mundo, o que surge representado nas expressões das personagens apresentadas na obra, uma vez que as mesmas refletem uma manifesta dificuldade de assimilação de toda a informação que lhes é facultada, em simultâneo, das mais variadas fontes.
O trabalho é composto por linhas oblíquas elaboradas, de modo a sugerir as ruas de uma cidade que se encontra repleta de jornais digitais (informação), destacando-se duas personagens, que se encontram num plano mais próximo do espetador, com cores vibrantes e fora do comum, para assim sobressaírem do fundo.
Kevin Barreiro, 12º 20“Informação de Informações”
O tema que nos foi proposto na aula de oficina de artes foi: “Século XXI-O mundo continua em mudança?”. Ao abordar este tema decidi focar-me no tema “Os meios de comunicação”.
Hoje em dia a maior parte dos jovens e alguns adultos já não utilizam a televisão como meio de entretenimento ou comunicação, com o avanço da tecnologia cerca de três em quatro pessoas (75%) com mais de dez anos de idade têm um telemóvel, este dispositivo tornou-se imprescindível no nosso dia-a-dia e ocupa o espaço de outros entretenimentos do passado.
Neste trabalho apresentei os três meios de entretenimento que mais utilizo sendo estes:
• Twitch: é uma plataforma online onde podes ver e fazer diretos em vivo onde pessoas de todo o mundo pode ver;
• Spotify: é uma aplicação onde podemos ouvir as nossas musicas e artistas favoritos;
• Youtube: é uma plataforma online onde podes ver e publicar todos tipos de vídeos, mas respeitando as regras principais da plataforma.
Voltando ao tema de se o mundo continua em mudança e entre outros aspetos, eu acredito que sim, focando-me nos meios de entretenimento e comunicação que existiam no passado já muita gente não os utiliza ou simplesmente não sabem da sua existência.
Liane Silva, 12º 20
Para esta proposta de trabalho desenvolvi o tema da Imprensa, mostrando a sua evolução ao longo dos anos e imaginando como poderá se tornar no futuro.
Para a realização deste trabalho primeiramente fiz algumas pesquisas e esboços, escolhendo depois os dois que mais gostei a achei adequados para o trabalho. Optei por fazer esta proposta de forma digital, desenhando assim no meu tablet.
No meu primeiro estudo, representei um homem sentado no metro a ler o jornal. Tentando representar uma época passada, fazendo desta forma um contraponto com o que atualmente se vê, ou seja, a maioria das pessoas a ler as notícias no seu tablet ou telemóvel.
No segundo estudo, a ideia era fazer exatamente o oposto, ou seja, uma representação de um futuro imaginário. Representei a mão de um robô, a segurar um telemóvel onde se pode ver um jornal na sua versão digital. Achei interessante representá-los pois acho que no futuro os jornais já vão ser todos em forma digital. O robô pretende representar a evolução da tecnologia chegando a um ponto em que os robôs também leem notícias.
Para o fundo, desenhei um esboço de uma capa de um jornal tradicional, em papel, fazendo o contraste com a versão digital que se pode ver no telemóvel.
Matilde Bazenga Marques, 12º 20
As Capas: recordações de um passado que se torna presente
O dia trinta de Novembro tal como é tradição, levou a que a Jaime Moniz se vestisse mais uma vez de festa para celebrar o ritual da Bênção das Capas. O dia começa com uma agitação já habitual nesta célebre data. Corremos para o cabeleireiro, pomos a fatiota à mão e damos um toquezinho de maquilhagem. Com as devidas indumentárias, é tempo de se apresentar na Escola Secundária Jaime Moniz, onde o convívio entre os finalistas faz despertar o começo da festa. O negro dos fatos esbateu-se entre as cores dos nossos rostos felizes e os flashes das máquinas fotográficas. O Largo de Jaime Moniz encheu-se de finalistas, familiares e amigos para comemorar o fim de um longo trajeto escolar, que nos envolviam em sorrisos, para que as nossas capas fossem abençoadas na Sé Catedral do Funchal. Chegados à Sé Catedral, aproxima-se o momento mais importante do dia - a bênção das capas. Por entre cânticos, rezas e leituras, a missa desenvolve-se com um espírito jovial e cristão. No final, ainda há tempo para recordar o momento, pousando para as fotos que darão álbuns memoráveis. O dia terminou com um jantar de turma, o jantar decorre sempre com uma dose de divertimento, umas colheradas de risos e uma pitada de elegância. Seguido do baile realizado no Hotel Baia Azul, aproxima-se o final da noite, onde música e felicidade não faltaram no tão esperado Baile do Liceu. Estes momentos do passado proporcionaram momentos de descontração e convívio servindo para fortalecer os laços de amizade e companheirismo criados ao longo do nosso percurso escolar, sobretudo nos últimos anos.
Cada momento que passámos jamais será esquecido por qualquer de nós pois, por mais anos que passem, esta recordação acompanhar-nos-á ao longo da vida. Este dia muito especial será sempre relembrado por todos com carinho e entusiasmo, e é a prova de que cada gota de suor e cada lágrima valeram a pena porque, no final, fomos devidamente recompensados.
O dia de Bênção de Capas representa o final de uma etapa na vida de cada aluno. Esta etapa engloba todos os momentos desde o ensino básico até ao ensino secundário. É o culminar de um longo percurso no qual, olhando para trás, torna-se impossível agradecer a todos aqueles que contribuíram para a nossa formação, desde professores, colegas e funcionários de todos os estabelecimentos de ensino que frequentámos. Ficam amizades para a vida e respeito e carinho por todos eles. Para mim, este evento fez-me refletir sobre tudo o que tinha passado, as metas alcançadas e o que evoluí como pessoa. Sempre tive em mente que a sensação de estarmos no final de algo, fazia-me recordar, não apenas o início, mas também cada passo da caminhada. E eu senti isso exatamente. Foram tantas as lições, algumas mais fáceis, outras mais penosas, mas todas elas contribuíram de forma indelével para aquilo que sou. Parte do que somos, somo-lo daquilo que vivemos e retiramos da vivência com os outros, alicerçado na nossa educação e valores, e nisso a escola desempenha um papel demasiado importante para poder ser ignorado. A Jaime Moniz ainda mais, por tudo o que tem contribuído para a nossa sociedade regional. Assim continua a ser vivenciado o dia 30 de Novembro.
Fazer parte de uma escola de excelência pode ser, ou não, um fator de pressão para muitos estudantes, mas felizmente, no meu caso, foi mais um incentivo para o sucesso escolar, e foi o Liceu Jaime Moniz o estabelecimento de ensino que me proporcionou a sede de alcançar os meus objetivos. Posso, com toda a certeza, dizer que o Liceu proporcionou a todos os seus docentes uma sensação de facilidade académica, assim como respeito e camaradagem entre alunos, professores e funcionários. Como é de esperar, todos estas entidades têm falhas, e o Liceu não é exceção, contudo contorna as dificuldades de forma magistral, não afetando o normal funcionamento da escola. Em suma, digo que estou satisfeita com o seu funcionamento, felicitando a Direção pelo esforço desempenhado em prol de toda a comunidade educativa.
O Liceu Jaime Moniz representa um ícone da Região, tendo contribuído ao longo de décadas para aquilo que a Madeira é hoje, desde a cultura até à economia, passando pelo desporto, política e não só, como atestam os ilustres representantes das áreas citadas que frequentaram o Liceu, o nosso Liceu.
Ser aluna da Jaime Moniz é representar uma escola com 185 anos, partilhá-la com mais de 1000 alunos e, mesmo assim, conhecer o/a diretor(a). É andar pelos corredores, falar com os professores e os funcionários tratarem-nos pelo primeiro nome.
Ter sido aluna da Jaime Moniz é um grande orgulho, é ter feito parte de uma comunidade educativa de excelência, é pertencer a um local onde se conhecem centenas de pessoas, mas principalmente, ser aluno da Jaime Moniz é uma grande HONRA. Enalteço o orgulho de ter pertencido a uma tão conceituada instituição que tão bem prepara os seus alunos para uma realidade próxima, que é a vida académica. É, primeiramente, um louvor refletir o que aprendi nesta instituição.
Nós, alunos, estamos a um passo do ensino superior, e, além de formação pessoal a nível escolar, carecemos de formação a nível cívico. O civismo adquire-se.
Jaime Moniz é, indubitavelmente uma componente principal da nossa formação pessoal como cidadãos Passados todos estes anos, faço uma profunda reflexão e uma certa definição do que é ser aluno da Liceu Jaime Moniz. Ser aluna do Liceu não é ser apenas uma aluna. É pertencer, indubitavelmente, a um legado, mas também à história de um estabelecimento que ofereceu, e continua a oferecer, que muito contribuiu para o sucesso do nosso país. Ser aluna do Liceu é ser aluna de uma escola com excelentes condições e com infraestruturas desportistas impressionantes, pese embora os seus longos anos.
Em suma, ser aluna do Liceu é ser um sonhador, formado para ser capaz de voar para os mais longínquos objetivos e preparado para alcançar sucessos futuros, como espero que o meu filho seja!
Patrícia Melim Encarregada de EducaçãoEste acontecimento ocorreu em 1992… Como o tempo passa! 30 anos! Nesse tempo, esta cerimónia efetuava-se no final do 1.º período do 11.º ano.
A todos os títulos, foi um dia memorável, com um misto de emoções: estar a concluir uma etapa e quase a começar outra. Começámos por sair em desfile até a Sé Catedral do Funchal, com algum nervosismo e a convicção de que um sonho se realizava. Foram anos de luta, de trabalho, de persistência, de resiliência, de dias bons e dias maus, que se celebravam neste dia, com o lema de dever cumprido, pois era possível continuar a sonhar. Só consegui estar presente na cerimónia religiosa, pois os tempos eram difíceis e incertos. A minha mãe era muito rigorosa, não me deixando participar no jantar nem no baile, pela educação rígida que recebera cheia de desconfianças e medos, e ainda pelo facto de o meu pai estar emigrado, o que aumentava a sua responsabilidade perante os filhos. No final do dia, fiquei revoltada porque não compreendia tal atitude já que era uma boa aluna. Logo, este dia também foi um pouco triste pois queria conviver com os meus colegas e experimentar outras vivências, mas tal não foi possível. Para mim, este dia foi a certeza de que com esforço e dedicação conseguimos alcançar os nossos objetivos, apesar de não ter sido de acordo com o que sonhava, mas guardo nas fotografias o olhar e o sorriso de que o caminho não acabava aí, mas era o alavancar de um futuro que seria promissor.
Eu era do agrupamento 1, acho que era Saúde. Já não me lembro muito bem. Na altura era “setimanista”.
Para ser sincera, já foi há tanto tempo que não me lembro bem do dia. Mas há uma coisa que sei ao passar por isso. Embora ainda não saibamos bem o que queremos para a vida, ficamos felizes porque é o fim de uma etapa.
Não fui à viagem porque não tinha possibilidades, mas é certo que a festa foi muito divertida e algo que aproveitei muito e, apesar de não me lembrar de pormenores, fui muito feliz nesse dia. Tenho a certeza.
Houve muita união, alegria, diversão, e não houve confusões.
Éramos só um grupo de jovens que acabavam de dar um grande passo para a vida, sem se aperceberem, e só queriam aproveitar cada segundo. Eram outros tempos.
Encarregada de Educação e ex-finalista da Escola Secundária Jaime Moniz
Indalina Vieira Encarregada de Educação e ex-finalista da Escola Secundária Jaime MonizA minha avó, Ferdinanda Maria Castro Pestana Gouveia, foi aluna do Liceu, entre 1954 e 1962.
Em que ano frequentaste o Liceu Jaime Moniz?
Foi em 1954, tinha eu dez anos de idade, quando entrei, no primeiro ano do Liceu (equivalente ao quinto ano escolar dos dias de hoje), e fui setimanista, por ter acabado o sétimo ano (equivalente ao décimo segundo de hoje). Escolhi a área das Letras (Românicas), onde estudei diversas matérias, entre as quais, o Português, o Francês, o Grego e o Latim Foste finalista do Liceu, portanto deves ter participado na cerimónia da Bênção das Capas, não?
Sim, claro. Foi um acontecimento agradável e simpático, que nos tocou a todos, professores e alunos incluídos. A Bênção das Capas de antes era completamente diferente da dos dias de hoje. Embora ainda seja uma tradição, já não tem nada a ver com o que era noutros tempos.
E como foi a cerimónia?
Olha, era comum fazer-se uma viagem para celebrar e, para angariar dinheiro, estivemos a vender rifas. Ainda me lembro de mim, dos meus colegas, e até de alguns professores e professoras, a fazermos isso. Infelizmente, a viagem não se realizou, pois, nessa altura, ainda estávamos na altura da Guerra do Ultramar. Era suposto haver uma récita, mas não aconteceu. Então, nós decidimos ir para um hotel no Santo da Serra, não me recordo agora do seu nome, passar uns diazinhos lá. Agora que falamos nisso, lembro-me até de duas professoras terem ido connosco.
Nessa altura, a cerimónia tinha algum significado especial para os alunos?
Nos dias de hoje não é algo tão importante ou com tanto significado, como tinha para nós, a cerimónia da Bênção das Capas. Era prestigiante, para nós, usarmos as nossas capas. Uma honra e motivo de orgulho para nós e para os nossos pais, pois o seu simbolismo era conhecido. Hoje, só se fazem as capas por ser tradição. Se perguntares a alguém para que serve fazer as capas, tenho a certeza de que não vão saber responder corretamente.
Tens algumas recordações marcantes dessa cerimónia ou do período em que frequentaste o Liceu?
Da cerimónia em si, não. Como já te disse antes, tocou-nos e foi um momento de que nunca nos esqueceremos. Agora, na altura em que estava no Liceu... Bem, lembro-me de uma
que aconteceu no meu quinto ano (ou seja, o teu décimo ano). Como deves saber, nessa altura, o Salazar já estava no poder, e havia vários livros que não se podiam ler. Alguns porque iam contra a Igreja ou expressavam ideias de que ele não gostava. Uma vez, estava nas escadas a ler, porque era o que eu mais gostava de fazer. Nos intervalos, ia sempre para o meu canto nas escadas e ficava lá, a ler. Como estava a dizer, estava a ler O Crime do Padre Amaro, do Eça de Queiróz, que o meu pai me tinha dado para ler, quando apareceu uma antiga professora minha de físico-química, e me tirou o livro, afirmando que era um livro proibido para eu ler. Fiquei de trombas, porque aquele livro era do meu pai, e não meu. Mas, pouco depois, apareceu um professor meu de português que me perguntou a razão de eu “estar tão em baixo”. Expliquei-lhe o que acontecera e ele disse que não me preocupasse. Pouco depois, ele apareceu, com o meu livro na mão, e disse que não me preocupasse mais, porque se tinha a autorização do meu pai, não me podiam tirar o livro. Agradeci-lhe e voltei para as aulas toda contente.
O que pensas quando me vês agora a estudar na escola onde andaste?
Fico muito contente. Toda a minha família andou lá. As minhas irmãs e os meus irmãos. Só a tua mamã é que foi para a Francisco Franco. Ao mesmo tempo, parece um bocado estranho porque mostra que já se passou bastante tempo. Vês muitas diferenças da tua altura para agora?
Sabes, o Liceu mudou um bocado. Um bocado grande. Na minha altura, as raparigas e os rapazes tinham aulas separadamente. As meninas entravam pela entrada principal, e os rapazes, por baixo, porque eles tinham aulas no andar de baixo, e, nós, nos andares de cima. As aulas de educação física também eram separadas. Só a partir do quinto ano é que nós tínhamos aulas em conjunto, pois fazíamos todos parte de uma certa área, no meu caso, de Letras. Agora já não é assim, o que até é bom, porque as crianças convivem igualmente
Tens algum desejo ou recomendação que gostarias de partilhar?
Não exatamente. Talvez só desejar bons anos aí, no Liceu. Adoro essa escola, e adorei andar nela. Espero que os alunos que a frequentarem também gostem dela.
Muito obrigada pelo teu tempo e disponibilidade! E por dares o teu testemunho à revista o Lyceu.
Ana Rodrigues, com 41 anos, foi aluna do Liceu Jaime Moniz no agrupamento de artes. Em 1996, no seu 12º ano, fez as capas, experiência que nos vai descrever ao pormenor, expondo, portanto, a forma como se sentiu, mas também o que pensa sobre esta tradição tão apreciada pelos madeirenses.
Qual o principal motivo que a levou a fazer as capas?
“ Na minha altura era algo que nós queríamos fazer, ficávamos entusiasmados por fazer, por chegar àquela fase, mas também reconheço que era muito devido aos nossos pais que não tinham tido oportunidade de o fazer e que, para eles, era como se estivéssemos a concretizar o seu sonho, portanto éramos muito persuadidos e influenciados a ver aquele dia como uma cerimónia de extrema importância, mas, no fundo, se formos a ver, não era assim tão relevante.”
O que é que achaste do dia?
“Tornou-se depois um dia muito cansativo e, apesar de na altura estarmos habituados a ter dias cansativos na escola, este dia quebrou completamente a rotina, pois eu não estava habituada a usar maquilhagem e saltos e nesse dia fui ao cabeleireiro e depois, pela primeira vez, a uma maquilhadora profissional. Portanto, lá está, comecei o dia com a ida à cabeleireira e à maquilhadora, coisas para as quais não tinha muita paciência. Naquele dia, basicamente, ninguém estava confortável naquela roupa nem naqueles sapatos, nem homens nem mulheres, mas enfim lá estávamos nós no ponto de encontro da escola, todos sorridentes para a sessão fotográfica e para o desfile. Só aí já apanhei uma seca do tamanho do mundo em cima de uns sapatos de salto e, depois ir do liceu até à Sé, passando pela rua do hospital velho, foi um trajeto muito interessante mas com muitas escorregadelas. A missa era uma cerimónia que nenhum dos jovens estava interessado em estar, mas foi engraçado porque estivemos a conversar sobre tudo e mais alguma coisa como se estivéssemos no café, e não exatamente na cerimónia em si. Após isso, apanhei mais uma seca com o fotógrafo a dizer “ponha assim, ponha assado”, com a cabeça virada para o outro lado, mas, pronto, lá está, tínhamos que levar com isso porque ao lado do fotógrafo estavam os nossos pais a incentivar, e nós, desejosos de nos vermos livres para podermos ir jantar e depois para a festa, sujeitámo-nos a isso. Apesar de na altura da festa permanecermos com aquelas roupas desconfortáveis, como estamos com amigos, acabamos por aguentar até de manhã para tomar o pequeno almoço no “Verdinho”, como é a suposta tradição. “
Sabe o motivo pelo qual esta tradição é regional?
“Sei, portanto quando surgiu esta ideia. Foi porque, na altura, as escolas que davam aquilo que chamamos agora secundário, que era uma preparação para a universidade ou já em cursos profissionalizantes direcionados ao mercado de trabalho, muitas das pessoas da Madeira não tinham possibilidades económicas para prosseguir com os seus estudos fora, visto que ainda não havia uma universidade cá. Portanto, só quem tinha essas condições é que conseguia prosseguir estudos, e as pessoas sem possibilidades davam por terminado o seu percurso académico no ano 7º ano, que corresponderia ao 11º ano atualmente, tanto que os primeiros finalistas não se chamavam finalistas e sim setimanistas, precisamente por serem alunos do 7º ano, sendo que só eles é que trajavam um fato muito semelhante aos das universidades de Coimbra e Lisboa e, por isso, é que esta tradição foi criada. Apesar de hoje em dia já não fazer tanto sentido, a tradição continua a existir pelo facto de os mais velhos continuarem a atribuir uma grande importância a este dia.”
O que é que acha do facto de esta tradição prevalecer até hoje?
“Eu acho que a tradição deve manter-se, uma vez que existem hoje em dia os secundários profissionalizantes. Acho que aí, tendo em conta que a maior parte desses alunos pretende entrar logo no mercado de trabalho, sendo então que a maioria estaria a dar por concluídos os seus estudos, continuaria a fazer sentido fazer a cerimónia. Contudo, para os outros estudantes, aqueles que sabem que vão prosseguir com os seus estudos, acho que não faz sentido, pois, obviamente, quando chegarem depois à universidade terão o traje académico respetivo, vão experienciar a vida académica e, então, quando estiverem a terminar o curso, serão verdadeiros finalistas.”
Entrevista a uma ex-finalista da escola secundária Jaime Moniz
Matilde: Olá, madrinha! Venho por este meio colocar algumas questões acerca da sua bênção das capas. Primeiramente, em que ano foi finalista?
Madrinha: No ano de 1985. Numa época em que a bênção das capas era realizada no 11º ano de escolaridade, em vez do 12º ano, como atualmente, daí chamar-se Setimanista (antiga designação).
Matilde: Que expectativas tinha para esse dia? Como se preparou?
Madrinha: Portanto, a expectativa para esse dia era de muita alegria, numa altura em que dependíamos muito da autorização dos pais para podermos ir ao baile de finalistas ou até para participar do evento, já que não tinha possibilidades de adquirir a roupa nem a capa, logo já era uma condicionante. No entanto lembrei-me de uma amiga que já tinha acabado o secundário e, então, na correria, fui à casa dela pedir-lhe o traje completo. Ela emprestou-me tudo, inclusivamente a blusa, e até os sapatos, que eram grandes. Pronto, a seguir foram os preparativos para o dia especial, algum nervosismo à mistura, dado que no ano anterior não tive oportunidade de ver os finalistas nem saber o que estavam a celebrar. Com efeito, era quase ir “às escuras”, não sabia bem o que iria acontecer e também ninguém sabia. Era só esperar o momento suceder.
Matilde: Fantástico! Mas, então, como correu o dia da bênção das capas?
Madrinha: Ora, falar desse dia é sem dúvida muito sentimental e com alguma nostalgia, muitas coisas ou acontecimentos já não me lembro, mas existem momentos que, de facto, ficam na memória. Então, para além de ir ao cabeleireiro, provavelmente uma das primeiras vezes, senão mesmo a primeira vez que fui. Depois, o vestir-se, o andar com aquela roupa, os sapatos, que agora sei que as pessoas trocam por sapatilhas, mas nós andávamos com os sapatos o dia inteiro, mas não importou. As bolhas desapareceram com o tempo. Além disso, a chegada ao liceu e encontrar os amigos, os sorrisos e as fotografias, o posar para a foto, voltando a cabeça para um lado e para o outro. Aquilo era uma maravilha! Parecia mesmo o dia mais importante da minha vida, já que não eram muitas pessoas que estudavam e, na minha família, ainda não havia ninguém até então que o tivesse feito. Logo, até as pessoas da família achavam que já estávamos a acabar o curso e, de
facto, na altura até era um bocadinho, uma vez que o secundário não pertencia à escolaridade obrigatória, era mesmo só até ao 6º ano. Então, chegar ao 11º ano e ser finalista era sinónimo de ser um estudante completo, de estudar um pouco além. O que posso dizer mais? Também houve o cortejo e a missa na Sé do Funchal com todos os finalistas e o bispo, por isso foi um dia diferente e sobretudo muito especial. Entre as voltinhas no Funchal, fomos ao bar “The Beatles Vagrant”, um ícone na época, visto que era um dos mais conceituados bares que ficava ali na entrada do cais e ficamos aí um bocadinho a desfrutar de uma bebida. As conversas e risadas, entre a minha mãe e os pais de uma amiga, acabaram por fazer com que ela permitisse que eu fosse ao baile de finalistas, que se realizou no pavilhão do liceu, e recordo que fiquei a dormir na casa da minha amiga, já que não havia transporte de regresso a casa.
Matilde: Qual é a diferença entre ser finalista naquela época e ser finalista atualmente?
Madrinha: Realmente, há grandes diferenças entre ser finalista em 1985 e ser finalista agora. Não só as festividades e o baile, que agora é muito mais vivido e prolongado pela noite dentro, ao passo que antigamente creio que era mesmo até à uma da manhã. Em relação às bebidas, não era muito comum haver bebidas alcoólicas, de modo que poderia até haver, mas de forma muito disfarçada. Além disso, uma grande diferença é a importância da bênção das capas, pois atualmente quase toda a gente faz, todos os alunos são finalistas porque a escolaridade obrigatória vai até ao 12º ano, ou seja, ser finalista tornou-se algo comum, mas, na época, eram poucos os que estudavam, uma vez que a maioria ficava pelo 4º e 6º anos e, a partir daí, já iniciavam as suas vidas profissionais. Pelo menos, no meio em que eu vivia, era assim.
Matilde: Sentiu que aquele dia deixou alguma marca ou algum significado para a sua vida académica?
Madrinha: Aquele dia teve repercussões em relação ao futuro, sendo que depois entrei num curso que marcou significativamente a minha formação académica, já que o curso que eu tirei não teve bênção das capas ou queima das fitas. Assim sendo, foi o único registo semelhante em todo o percurso escolar. Apesar de ter tirado um curso superior, não o fiz posteriormente na Universidade, dado que foi feito na Madeira e a tradição ainda não estava enraizada cá na ilha, como atualmente.
Bênção das Capas
Benção das capas
Diria que o dia 30 de novembro é um dos mais ansiados pelos alunos de décimo segundo ano. As raparigas vão ao cabeleireiro e os É um dia repleto de emoções; sentimos nostalgia por tudo o que passou, recordamos momentos que vivemos mas, ao mesmo tempo, Enquanto se realiza o desfile, ficamos à procura dos nossos mais queridos, e, quando os vemos, sentimos que estão orgulhosos de queiramos ou não, a verdade é que não conseguimos deixar de sorrir.
A tradição
Anualmente o Liceu cumpre a tradição da benção das capas, da qual foi pioneiro. A cerimónia é vivenciada com profundo significados para a instituição, famílias e aestudantes, que se vestem a rigor
Mudanças inevitáveis
Quando o secundário chega ao fim, deparo-me com a velocidade com que passaram os melhores anos da minha vida e com a incerteza do meu futuro próximo.
Ao visualizar as minhas fotografias, dou por mim a refletir sobre os momentos felizes que vivenciei com todos os meus amigos e professores. Paralelamente a este sentimento nostálgico, existe por detrás um sentimento de tristeza, pois todas aquelas pessoas com quem falava, brincava e aprendia todos os dias, possivelmente, deixarão de estar tão presentes no meu dia a dia. Contudo, apesar do secundário terminar e ficarmos felizes por finalizarmos mais uma etapa nas nossas vidas, sentimo-nos desamparados e com receio do que é incerto. Assim, a vida após o secundário será uma incógnita, acabando por se tornar numa fase de autodescoberta.
Leonor Duarte, 12º 05A minha mãe…
A minha mãe fez a Bênção das Capas no Liceu, no ano letivo de 1988/89, cumpria ela o 11º ano de ensino.
Ela revelou-me que um dos aspetos de que se lembra vivamente foi o entusiasmo da procura do fato e da capa: “Queríamos cumprir com o rigor do traje, para manter a tradição. A Bênção das Capas foi o culminar de uma etapa que abriu a porta para o resto da nossa vida profissional.”
Sobre o dia em si, a minha mãe lembra-se da felicidade da festa e do convívio entre colegas, sendo que, para muitos deles, ela incluída, era a primeira vez que “saíam à noite”. Mas acima de tudo, do orgulho que estava presente na cara dos seus pais e irmãs.
Isabel Gonçalves,12º 05
os rapazes ajeitam os laços, para o grande dia que os espera. tempo, sentimos que temos todo o mundo à nossa frente, todo um leque de oportunidades. de nós, mesmo que não o digam. Felizes e orgulhosos pelo nosso trabalho e esforço, no decorrer destes três longos anos. E, quer
Matilde
Barros,12º 05
Quando o secundário chega ao fim… Einstein tinha razão: o tempo é, sim, relativo. Desconheço os mistérios do seu funcionamento, mas o que é certo é que os últimos três anos por mim passaram – porque, sim, passaram eles por mim, e não o contrári - de tal modo que creio na Teoria da Relatividade com todas as minhas forças. Se, por um lado, sempre me pareceu que o presente corria deveras lentamente, olhando para trás – e reconhecendo que esse mesmo presente é agora passado –, parece-me que tudo se passou com uma velocidade abismal. Não sei ao certo o que me aguarda. O dia de amanhã é incerto. É época de desconstruir velhas rotinas e construir novos hábitos. No final de contas, a vida é justamente isso: uma permanente reconstrução. E é isso que continuará a ser quando o secundário chega ao fim.
Para todos nós, o dia da Bênção das Capas representa um marco nas nossas vidas académicas, pois assinala o começo do nosso último ano escolar. É através da cerimónia da Bênção que colocamos toda a nossa fé no nosso propósito académico, seja ele completar o ano com boas notas ou conseguir ficar colocado no curso dos nossos sonhos.
Talvez, para os nossos familiares e amigos, que nos observavam a realizar o cortejo até à Sé, sejamos grandes, pelo menos em tamanho. No entanto, são também grandes os nossos anseios, assim como as nossas responsabilidades e os nossos objetivos.
Por vezes, é nestes momentos que começamos a refletir sobre os últimos anos que se passaram e as diferentes mudanças que ocorreram nas nossas amizades, nos nossos professores e na nossa identidade. Tal pode suscitar novas dúvidas acerca daquilo que realmente queremos ser. Contudo, devemos dar o nosso melhor em cada coisa que fazemos, tal como aconselham os versos de Ricardo Reis: “Sê todo em cada coisa / Põe quanto és no mínimo que fazes”. Afinal, a nossa dedicação pode ser mesmo o melhor agradecimento que podemos dar a Deus e aos nossos familiares, amigos e professores que nos apoiam.
Assim, quando o fim do secundário chegar, poderemos recordar a cerimónia da Bênção das Capas com ternura e todo o percurso que teremos feito até esse momento.
O Dia da Bênção das Capas
A Bênção das Capas é muito mais do que uma forma de dizer que o secundário está a acabar, é uma maneira de reconhecermos que somos capazes e que conseguimos alcançar os nossos objetivos. Neste dia, que será memorável para o resto da nossa vida, vemos o quão longe chegamos e o quanto crescemos enquanto pessoas, trazendo memórias dos anos que passaram, dos amigos, professores, do que aprendemos, e como trabalhamos e demonstramos os nossos conhecimentos.
É portanto um dia em que, junto da família e amigos, celebram-se as etapas concluídas e esperam-se pacientemente as novas que hão de vir, felizes e orgulhosos do percurso feito e de até onde conseguimos chegar.
Jéssica Gonçalves, 12º 05Cai a ficha
O passado dia 30 de novembro de 2022 foi um dia bonito e carregado de emoção.
Apesar dos sapatos desconfortáveis e da dificuldade que senti ao andar de saltos altos na calçada, o tradicional desfile até à Igreja da Sé foi, certamente, uma experiência que nunca esquecerei. Com um lindíssimo ramo de flores numa mão e o braço do meu par na outra, caminhei pelas ruas da cidade em que cresci, rodeada de amigos e familiares, pronta para encerrar uma maravilhosa fase da minha vida e receber, de braços abertos, uma outra, que, segundo espero, será ainda melhor.
Foi o dia em que “caiu a ficha” e percebemos que, mais cedo do que tarde, teremos de nos despedir das caras que nos habituámos a ver todos os dias, seja de amigos, professores ou outros alunos da escola. De uma maneira ou outra, crescemos todos juntos, frequentando os mesmos espaços, onde, no entanto, criámos memórias tão diferentes. Agora, todos juntos (talvez pela última vez), agradecemos e despedimo-nos daqueles que são, possivelmente, os melhores anos das nossas vidas.
Sofia Lima, 12º 12
O prelúdio da metamorfose
A Cerimónia da Bênção das Capas ou, simplesmente, as “Capas” é um momento marcante de notável valor simbólico, não só no nosso percurso escolar, como também da vida. Contudo, nem sempre este é reconhecido pela população. Por outras palavras, este dia simboliza a nossa transição para uma nova fase da nossa vida repleta de escolhas pessoais, profissionais, e de um expectável crescimento em todos os aspetos. Por exemplo, para alguns, assinala a aproximação do mundo do trabalho ou do desemprego e, para outros, o prelúdio do ensino superior ou de um novo 12º ano.
Com efeito, é de pensar que esteja enraizado na nossa sociedade relevar mais pela sua faceta superficial, dando-se uma importância supérflua a com quem e com que vestimenta irão aparecer nas fotografias ou a que restaurantes levarão os seus parentes e afins, quando se sabe que estas circunstâncias deixam à margem diversos alunos que são igualmente merecedo.
12º 11
Patrícia Alexandra Abreu,O final esperado
Desde a infância que pensava no fim do secundário, especialmente no dia da bênção de capas e finalmente esse dia chegou.
A verdade é que os últimos 12 anos passaram tão rápido, que neste momento já estou a viver o momento por que esperava. Houve momentos felizes e momentos mais difíceis, mas para mim o fim desta etapa representa os vários desafios ultrapassados e as boas memórias com as pessoas com quem lidei. Desta forma ao fazer as capas senti orgulho e alegria, pela conquista deste objetivo, mas ao mesmo tempo senti-me emotiva pois é neste ano que me irei despedir da escola, dos meus amigos e professores com quem convivo diariamente ao longo dos últimos anos.
Nicole Mendonça, 12º 05O dia a não esquecer!
Dia 30 de Novembro... Muitas emoções, muitas sensações, muitas lágrimas e muitos sorrisos! que uma etapa se encerrou, mas uma maior que essa, se abriu.
Dia 30 de Novembro será sempre uma data que ficará na minha memória. Toda a preparação, os arranjos e toda a emoção tornaram este dia, definitivamente, um dia a não esquecer. É muito esta tradição fundada pela nossa escola, Liceu Jaime Moniz. Uma tradição que encerra, de certo a vida adolescente e introduz a vida adulta.
Acho que só quem realmente presenciou e passou por esta formidável sensação é que, de segue entender as minhas palavras. Foi com isto que compreendi que a vida de adolescente que não quer fazer os trabalhos de casa ou só quer ir para as festas com os amigos, ou que estuda na véspera de um teste, tinha terminado. Foi com esta bênção que soube que a vida está mesmo “ao virar da esquina” e novas responsabilidades estão por vir, novos desafios por e novas rotinas estão por advir.
Por esse motivo, sim, acho que a realização da bênção das capas, é uma etapa da nossa vida tem a oportunidade de a fazer, não a deve desperdiçar. É um momento único, inesquecível e através do qual passamos momentos com as nossos amigos e colegas que nunca iremos esquecer, no momento da cerimónia, onde todos estão calados, seja no baile de finalistas, onde todos festejar e a dançar.
Maria Leonor Gouveia,sorrisos! Dia em preparação, todos muito bonita certo modo, facto, conadolescente rebelde que até só vida adulta por chegar que quem e fantástico esquecer, seja todos estão a Gouveia, 12º 11
... proporcionam uma sensação de evasão e de fuga do dia a dia citadino ...
Tirada por Jéssica Pereira, a 1 de agosto de 2021, às 17:40, a fotografia que selecionei revela a majestosa beleza de uma paisagem campestre do Miradouro da Sagrada Família, São Paulo, Ribeira Brava.
O plano mais próximo da imagem apresenta ramagens silvestres de onde também surgem algumas flores alvas, características da flora regional e, ao centro, duas exuberantes suculentas que protagonizam o panorama. Estes elementos naturais, em conjunto, conferem alguma suavidade e frescura face à luminosidade tórrida da tarde estival, transmitindo harmonia.
A contrastar com este ambiente, no fundo da paisagem, elevam-se colinas de vegetação agreste e, mais à esquerda, é possível observar alguns campos de cultivo que tornam o ambiente mais pastoril. Ainda no mesmo plano, na parte superior da imagem, é possível contemplar um céu azulado e luminoso.
A ausência de marcas urbanas e a predominância do ambiente natural foram as principais características que me agradaram nesta fotografia, dado que proporcionam uma sensação de evasão e de fuga do dia a dia citadino e a possibilidade de um contacto mais próximo com a natureza. Por outro lado, considero que a luminosidade do céu e dos campos transmite uma sensação cálida e reconfortante, que ao mesmo tempo me deixa um certo desejo por um contacto mais próximo e integral a este ambiente.
Desta forma, acredito que o verso “se eu pudesse trincar a terra toda / e sentir-lhe um paladar”, de Alberto Caeiro, que exprime a vontade do sujeito poético de apreender a natureza com todos os seus sentidos, adequa-se à minha fruição estética da fotografia.
... E fecho os olhos quentes, Sinto todo o meu corpo deitado na realidade, Sei a verdade e sou feliz.”
Alberto CaeiroA meu ver, a fotografia da autoria de Leonor Aguiar, captada no dia 3 de junho de 2022, precisamente às duas horas e quarenta da tarde, relaciona-se perfeitamente com a última estrofe do poema “Sou um guardador de rebanhos”, de Alberto Caeiro. A imagem demonstra um parque urbano do Funchal, sereno e verdejante, aconchegado pela humidade do Verão insular. Um cenário idêntico àquele descrito por Caeiro nos versos “Por isso quando num dia de calor/(...)/E me deito do comprido na erva,/E fecho os olhos quentes,/Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,/Sei a verdade e sou feliz.”
Assim, o clima temperado húmido acompanhado do verde da relva, das pequenas flores brancas visitadas por abelhas e da tranquilidade, tornam o parque fotografado num lugar ideal para contemplar a Natureza e para afugentar os pensamentos angustiantes que nos dominam diariamente.
“O melhor é ter ouvidos E amar a Natureza”.
A obra de arte que me captou mais a atenção, da autoria de Nicole Nóbrega Mendonça, foi fotografada em San Bartolomé de Tirajana, em Canárias, por volta das vinte horas, no dia 24 de agosto de 2022. O tema predominante neste retrato é a paz, transmitida por cada elemento presente no mesmo.
Alberto Caeiro, num dos seus poemas afirma que “O melhor é ter ouvidos\ E amar a Natureza”. A meu ver, estes dois versos representam exatamente a valorização das sensações auditivas e, simultaneamente, visuais, que devemos ter ao observar esta imagem.
Numa primeira visualização, as variedades de cores existentes realçam o quão bela e cheia de vida a Natureza consegue ser: o céu, o jardim, as palmeiras, todo este ambiente transborda esperança e harmonia, onde, com apenas um olhar sincero, conseguimos imaginar o quão agradável seria estar nesse mesmo espaço.
Em conclusão, analisar a Natureza é apaixonar-se cada vez mais, é esquecermo-nos, por momentos, dos nossos pensamentos e problemas, pois esta tem o poder de nos guiar para uma imaginação perfeita e harmoniosa, onde todos podemos ser felizes.
Leonor Vasconcelos - 12º 05 Alberto CaeiroMaria Francisca, a rapariga de dezoito anos e alguns meses, é a autora desta fotografia tirada no dia 19 de agosto de 2020, pelas dezassete horas, perto do Calhau da Lapa. O foco desta imagem é o oceano. É um local que me deixa serena e onde, sempre que lá vou, me lembro de quão pequenos e insignificantes são os meus problemas.
Por vezes, com a correria do dia-a-dia, damos valor e importância a coisas fúteis, que não merecem a nossa atenção, e o oceano é uma peça importante para reorganizarmos as ideias e focarmo-nos no que importa. “Sejamos simples e calmos” e “… amar a Natureza” são dois versos de Alberto Caeiro que, a meu ver, definem esta foto-
grafia. Devemos ser menos excessivos e complicados, e encontrar na natureza a paz e a simplicidade que tanto ambicionamos. Se a preservarmos teremos garantido o nosso refúgio.
“Sejamos simples e calmos” e ... amar a Natureza”.
Matilde Barros Freitas - 12º 05 Alberto Caeiro“O que é preciso é ser-se natural e calmo”. “E dar-nos-á verdor na sua primavera E um rio aonde ir ter quando acabemos!...”
Das fotos tiradas pelo Júnio, a que mais me cativou foi a do velhinho, tirada num parque de Paris no dia 13/08/2019, pelas quinze horas e vinte e nove minutos. Decidi escolher esta fotografia, visto que um dia seremos nós os velhinhos a jogar xadrez num parque citadino. O contraste entre os tons de preto e branco foi outra coisa que me chamou muito à atenção. A delicadeza e a simplicidade no olhar do homem é de se louvar, como já dizia o Mestre, “O que é preciso é ser-se natural e calmo”. Nota-se a sua despreocupação com o facto de a morte estar cada vez mais perto, pois ele simplesmente parece valorizar o presente, “E dar-nos-á verdor na sua primavera/ E um rio aonde ir ter quando acabemos!...”. Estes versos do Guardador de Rebanhos vêm ao encontro do que já referi anteriormente: a morte é algo inevitável, por isso, temos de aproveitar cada segundo sem sequer pensar nela. Em suma, com uma simples foto temos tanto para dizer e pensar. O poeta-pastor veio ajudar-nos a compreender melhor o sentido da vida e de como temos de desfrutar de cada momento.
Leonor Aguiar - 12º 05 Alberto Caeiro“Penso e escrevo como as flores têm cor Mas com menos perfeição no meu modo de exprimir-me”
Alberto CaeiroTirada às 17h00, no Lido, por Gonçalo Vieira, esta fotografia evidencia um conjunto de flores sobre um mar azulado num lindo dia de verão.
A razão pela qual dei preferência a esta bela imagem foi porque era a que mais exaltava a beleza natural extasiante e o maravilhoso contacto entre o mar e a Natureza, parecendo realmente uma “obra de arte”.
Alberto Caeiro é um heterónimo que representa a naturalidade, a espontaneidade e a negação do pensamento abstrato e complexo. Assim, está presente em todos os seus poemas o louvor ao sensacionismo e à não complexidade da vida. Relacionando alguns poemas, e as características adjacentes à fotografia em questão, selecionei certos versos que a legendam de forma ideal. “Penso e escrevo como as flores têm cor/Mas com menos perfeição no meu modo de/exprimir-me” foram uns dos versos escolhidos, pois aqui, além de presenciarmos o encontro das sensações, tal como a visão, Caeiro dá-nos uma perceção da beleza espontânea da Natureza e da sua perfeição.
Desta forma conseguimos, numa mera fotografia captada num simples momento em família, ressaltar várias das características principais da escrita do Mestre, um homem vulgar tal como nós.
“E os meus pensamentos são todas as sensações Penso com os olhos e com os ouvidos”
A imagem que escolhi, da autoria de Leonor Ferreira, foi retirada na Ponta de São Lourenço pelas dezoito horas da tarde. Apresenta como tema a força agreste do mar e da terra.
Alberto CaeiroA cor acastanhada das pedras, bem como a luz brilhante que incide sobre os pequenos musgos verdes foram os aspetos crucias que me fizeram despertar interesse na escolha da fotografia. Assim, considero que os versos de Alberto Caeiro que melhor se enquadram nesta imagem são “E os meus pensamentos são todas as sensações/Penso com os olhos e com os ouvidos”. Há semelhança com a perspetiva do Mestre, porque ver é compreender, dado que a Natureza dever ser apenas “sentida”, não podendo ser compreendida através do pensamento e da razão.
Resumidamente, a beleza do mundo deve ser contemplada apenas pelo que nos é proporcionado, isto é, os sentidos. A capacidade de “sentir “é reduzida aos cheiros, aos sabores, às cores e às formas.
além de ser O luar através dos altos ramos, É não ser mais Que o luar através dos altos ramos.”
A fotografia escolhida, da autoria de Rodrigo Gonçalves, retrata um final de dia, naqueles instantes em que a luz do sol que se põe se mistura com a escuridão do anoitecer.
Este momento foi capturado às 21:42h do dia 15 de julho de 2021, no Caniço.
“É, além de ser / O luar através dos altos ramos, / É não ser mais / Que o luar através dos altos ramos.”
Alberto Caeiro
Diria que estes versos de Alberto Caeiro descrevem de forma perfeita a paisagem representada. Com efeito, partilhando do ponto de vista do Guardador de Rebanhos, poderíamos, sim, atribuir significações à Natureza. Todavia, o luar não é mais que o luar. E é tão belo justamente por isso. No final de contas, a perfeição da Natureza é intrínseca à sua simplicidade e espontaneidade. Nem a morte é motivo para angústia, já que não é mais que o rumo natural da vida. Como afirma o Mestre, “E quando se vai morrer, lembrar-se que o dia / morre, / E que o poente é belo e é bela a noite que fica…”.
Francisco“É,
No âmbito do Clube Europeu da Escola Secundária Jaime Moniz, realizou-se uma ação de sensibilização, subordinada ao tema “Pacto Ecológico Europeu”, no dia 7 de novembro de 2022, tendo como preletor o Dr. Marco Teles, coordenador do Europe Direct Madeira. Alguns alunos do 10º 01 aproveitaram a vinda do coordenador para lhe fazerem uma pequena entrevista e, assim, esclarecerem algumas dúvidas sobre a União Europeia, que passamos a apresentar de seguida.
ao Coordenador da Europe Direct Madeira, Dr· Marco Teles
Constança: O que é o Europe Direct (ED)?
Marco Teles: O ED é um centro de informação que está ao serviço da comissão europeia e que tem como missão ter portas abertas para que as pessoas se possam deslocar, de modo a colocar dúvidas, e dar também a sua opinião sobre o projeto europeu. Para além do trabalho “dentro de portas”, feito no gabinete, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, também fazemos o trabalho de exterior. O projeto ED vai aos estabelecimentos de ensino e conversamos também com os estudantes sobre as temáticas europeias.
Constança: Onde é que fica a sede do ED?
M.T.: A sede do ED fica na casa da cultura de Câmara de Lobos, junto à Junta de Freguesia local, e estamos lá desde 01 de janeiro de 2013.
Constança: Qual é o objetivo e o público-alvo do ED?
M.T.: O público-alvo tem de ser obrigatoriamente toda a gente, todos os cidadãos. Os ED, a rede toda, que são cerca de 430 nos 27 estados-membros, trabalham com todos os cidadãos. Agora, pelo tipo de atividade que fazemos, muitas das vezes, eu diria que, se calhar, o público preferencial tem sido, de certa forma, os jovens, porque, por exemplo, este ano é o Ano Europeu da Juventude. Portanto, estamos a dar uma particular atenção aos jovens, pois são um público que nos interessa de forma muito particular, até porque vocês estão normalmente mais recetivos também às ideias novas e são mais curiosos, também, em relação ao projeto. Também trabalhamos, por exemplo, com universidades seniores. Conversamos com estudantes, desde os 6 ou 8 anos, de uma escola do 1.º ciclo, incluindo igualmente pessoas de 70, 80 anos de um centro de dia ou de uma universidade sénior.
Rodrigo: Qual é a principal função do ED?
M.T.: É a de dar informação, o que não é fácil, atualmente. É preciso ser muito criativo, porque hoje existe informação de mil e uma coisas em todo o lado. As pessoas não têm o tempo necessário para selecionar essa informação. A grande dificuldade que nós temos é arranjar formas criativas de passar a informação que existe sobre a União Europeia. Por exemplo, mesmo a questão das redes sociais: há 10 anos, abria-se uma conta nas redes sociais, o que, por si só, era uma forma de passar informação. Mas, hoje, todas as instituições têm contas nas redes sociais, portanto, nós temos de competir com outras instituições e entidades e há que tornar a nossa conta mais apelativa. Portanto, já não basta nos preocuparmos em colocar um post no Facebook, no Instagram ou no Twitter sobre um determinado assunto, também temos de ser criativos na forma como colocamos essa informação, para garantir que esta chegue às pessoas.
Rodrigo: Quais as atividades desenvolvidas pelo ED?
M.T.: Os ED, seja o nosso, o Europe Direct Madeira, seja o Europe Direct Madrid, Paris ou outros, funcionam todos da mesma forma: no final do ano, nesta altura, em novembro, fazemos um plano de ação para o ano seguinte, ou seja, temos de planificar aquilo que queremos fazer para 2023 e apresentar à Comissão Europeia, às representações nacionais da Comissão Europeia em cada país, e depois a Comissão Europeia vai dizer se concorda ou não com esse plano. Há orientações gerais que nós temos de seguir, por exemplo, uma atividade que todos os ED fazem, por exemplo, é celebrar o dia da Europa (9 de maio). É uma atividade que é fundamental para nós, razão pela qual nunca a podemos esquecer. O dia 9 de maio é, para nós, o dia de Natal, ou seja, é a data mais importante que não podemos esquecer. Mas tentamos, depois, fazer um conjunto de atividades adaptado ao sítio onde estamos. Com certeza que, por exemplo, um ED em Paris não faz o mesmo tipo de atividades que nós, porque, se calhar, nós temos aqui uma facilidade maior em ir até às escolas, que os nossos colegas em Paris, em Atenas, ou em outro sítio qualquer, se calhar, não têm. Portanto, cada ED vai-se adaptando à realidade que tem à sua volta. Nós, também, por estarmos numa ilha, e termos apenas um centro – não existe aqui nenhum outro – existe um nos Açores e depois mais 13 no continente, temos de ter isso em conta de maneira a tentar chegar a toda a população.
Luís Mata: E como é que a UE ajuda quem quer, por exemplo, estudar na Europa?
M.T.: A primeira coisa que me parece que é importante dizer é que quer seja para viver, trabalhar ou estudar, nós não temos apenas a Região Autónoma da Madeira, não temos só Portugal à disposição, nós temos um conjunto de 27 países. Ou seja, pelo facto de tu seres português, automaticamente, és europeu, e, portanto, tu tens o direito de cidadania de poderes escolher o sítio onde vais viver, estudar ou trabalhar. Este é um direito que assiste aos 400 milhões de europeus que existem. Nós podemos escolher o sítio onde queremos fazer uma destas 3 coisas e, obviamente, nesse aspeto, nós podemos ajudar, havendo inclusivamente redes, que são especificas, relacionadas, também, com a situação do emprego. Existe aqui, até bem próximo da vossa escola, o Instituto de Emprego da Madeira, no qual funciona uma rede, que é a chamada Rede Eures. A Rede Eures, por exemplo, tem especialistas que orientam as pessoas, que, por alguma razão, decidem que querem uma experiência de trabalho na Suécia no próximo ano, por exemplo, mas não sabem exatamente como é que funciona o mercado de trabalho lá, não sabem que ofertas de emprego existem. Então, tu podes deslocar-te à Rede Eures. Tens um representante no Instituto de Emprego da Madeira, ao qual podes pedir uma reunião para te aconselharem e explicarem melhor como é que funciona o mercado laboral, por exemplo, na Suécia. Estou a dar o exemplo da Suécia, mas é válido para qualquer país europeu. São-te dadas as informações de forma fidedigna por alguém que é especialista, por uma rede também que funciona no fundo para as instituições europeias, e cujas instruções são realmente corretas. Não é a mesma coisa do que nós irmos ao Google procurar informações, em que às vezes algumas delas podem não estar corretas ou não corresponder à realidade. Estes são serviços sempre gratuitos.
Luís Mata: E o ED tem tido muita procura?
M.T.: Naturalmente poderá haver ED, pelo sítio onde estão localizados, numa cidade maior ou mais pequena, enfim, ou numa zona mais remota que possam, porventura, ter uma procura mais reduzida, por exemplo. Mas, de uma forma geral, a rede ED é bastante procurada, não apenas para a questão de obter informações, mas, sobretudo para esta situação que também já vos tinha dito, que é de entidades que querem organizar atividades e que se associam a nós e vêm encontrar no ED um parceiro para essas mesmas atividades. Por exemplo, estou-me a lembrar do Beach Clean Up que é uma iniciativa que acontece um pouco por toda a Europa, alertando e sensibilizando para o problema do lixo, por exemplo, nos oceanos e nas praias. Nós organizámos este ano a atividade do Beach Clean Up no município de Machico, em colaboração da Câmara Municipal local. Para o próximo ano vamos fazê-lo em Câmara de Lobos. Ou seja, os ED acabam por ser procurados, não só pela informação, mas também pela organização de eventos relacionados com as temáticas europeias
Luís Mata: E que tipo de oportunidades há para os jovens da nossa idade?
M.T.: Estou-me a lembrar, por exemplo, de um programa muito interessante que existe para vocês, para os jovens, que é o DiscoverEU (https://youth.europa.eu/discovereu_pt). É um programa que existe há já algum tempo e que permite que os jovens na união europeia, no ano em que fazem 18 anos, possam concorrer, através de um processo muito simples e gratuito, para ganhar um passe Interrail que permite fazer deslocações por comboio pela Europa e conhecer melhor uma série de destinos europeus. Esta oferta inclui a deslocação até ao continente porque, pronto, nós temos aqui o acréscimo da questão da passagem da ligação aérea, porque não podemos sair daqui de comboio. Forçosamente temos de apanhar aqui o avião (excecionalmente para os madeirenses) e esse custo adicional está coberto pelo programa DiscoverEU. Nós divulgamos nas redes sociais sempre que abrem as candidaturas e, normalmente, isso acontece duas vezes por ano. Existem, por exemplo, situações, estou-me a lembrar, dos estágios da Comissão Europeia ou estágios do Parlamento Europeu. Também abrem mais do que uma vez por ano e, toda a vez que há essas oportunidades, nós também divulgamos nas redes sociais. Por isso é que quando vamos às escolas, por exemplo, nós insistimos, não só por uma lógica de conseguir novos seguidores ou aumentar a nossa conta, para vocês nos seguirem através das redes socais, na rede que vocês quiserem porque estamos presentes, acho eu, em todas. Às vezes surgem concursos interessantes na Semana das Línguas. Enfim, há tantas efemérides que acontecem ao longo do ano, e este ano têm acontecido algumas, até porque este ano é ano Europeu da Juventude
Francisco: Em termos ecológicos, como é que se encontra a EU?
M.T.: Desde há muito que a EU é, em muitos aspetos, uma referência a nível mundial, nas preocupações ambientais. Essa situação não é nova, mas desde que em 2019 foi anunciado o Pacto Ecológico Europeu com aquela grande meta que é até 2050, a Europa poderá ser o primeiro continente neutro em termos climáticos. Isso significa o compromisso da comissão europeia em nós sermos líderes mundiais em matéria do ambiente. Por isso, estamos, acho eu, na linha da frente em muitas decisões, nomeadamente este compromisso de, em 2050, alcançarmos a tal neutralidade, medidas concretas como aquela de que vos falava, ainda há pouco, na ação de, já em 2035, na Europa, deixarmos de comercializar veículos novos movidos com motores a combustão. Portanto, isso, claramente, mostra o rumo que a UE está a tomar e o compromisso que a UE assume, em caminharmos para uma Europa mais sustentável, com um ambiente mais limpo, e onde, em última análise, as pessoas tenham uma qualidade de vida melhor, porque é disso que se trata. O ambiente não pode ser visto separado da questão da qualidade de vida. Trabalharmos para o ambiente é trabalharmos para nós. Durante muito tempo havia essa visão ridícula, que é: apostar no ambiente é prejudicar a economia, prejudicar o desenvolvimento industrial, o desenvolvimento tecnológico e a qualidade de vida das pessoas. As duas coisas são compatíveis, agora, é preciso que tenhamos uma visão de crescimento e desenvolvimento industrial e tecnológico diferente daquela que tínhamos no passado. Neste momento estamos a consegui-lo, também, com a transição energética e com a transição digital. É possível compatibilizar o progresso, o desenvolvimento e criação de postos de trabalho, com as proposições ambientais. As duas coisas são compatíveis.
Francisco: Para finalizar, quais são os meios de divulgação do ED?
M.T.: Os meios de divulgação, para além do gabinete que está aberto das 9h as 17h, todos os dias de segunda a sexta-feira, onde qualquer pessoa que vai lá é atendida por um elemento da equipa, pode colocar as questões que tiver, as dúvidas, as sugestões ou consultar o nosso centro de recursos, que tem um conjunto de materiais com muita informação pertinente sobre os programas e políticas europeias. Para além desse gabinete, que é a parte física e onde apostamos imenso, temos depois o mundo virtual. As questões das redes sociais nos dias de hoje ocupam-nos imenso tempo. Como já vos tinha dito, não basta abrir uma conta no Facebook ou no Instagram. Isso qualquer pessoa faz em dez segundos. O que é difícil é manter uma conta viva e dinâmica, que vá ganhando seguidores. Mas nós não queremos seguidores só por ter. Queremos ter pessoas que se identifiquem com o projeto e que queiram realmente saber da EU. Desse ponto de vista, continuamos a trabalhar para trazer mais pessoas para as nossas redes sociais, tendo consciência de que é uma forma prática e gratuita de as pessoas obterem informação sobre as políticas, os programas europeus ou concursos que vão aparecendo. Por exemplo, para vocês, jovens, estão sempre a aparecer coisas interessantes. Por outro lado, na versão de comunicação mais clássica, temos uma parceria com o Jornal da Madeira, uma coluna em que escrevemos uma vez por mês sobre as temáticas europeias. É uma forma de chegar a um público que recorre sobretudo à imprensa escrita. Temos, também, uma parceria com a RDP Madeira, um programa semanal, chamado Europa, que vai para o ar todas as sextas-feiras logo depois do noticiário das 15h. Há um noticiário às 15h e, depois, temos ali 15 minutos de conversa com a jornalista Marta Cecília, onde nós trazemos a atualidade europeia daquela semana. Os ouvintes também são convidados a participar através do envio de um email para o programa “Nós Europa”, no qual as pessoas podem colocar questões ou até dar sugestões sobre o assunto que gostariam que fosse tratado no programa da semana seguinte. Em suma, a rádio, os jornais, as redes sociais e o gabinete aberto, são os meios através dos quais tentamos comunicar com os cidadãos sobre a EU.
International DayAgainst Violence and Bullying at School
Por declaração oficial da UNESCO, na primeira quinta-feira de novembro assinala-se o Dia Internacional contra a Violência e o Bullying nas Escolas declarado pela UNESCO. No ano em curso, as ações da UNESCO concentraram-se essencialmente no “cyberbullying”, uma vez que, devido à pandemia, a socialização “online” sofreu um significativo acréscimo, particularmente entre os jovens, daí resultando um crescimento paralelo do “cyberbullying”. Mediante as ações dinamizadas, pretendemos fundamentalmente chamar a atenção de alunos, pais, membros da comunidade educativa, autoridades na área da educação e diversos setores e parceiros, incluindo a indústria tecnológica, no sentido de incentivar todos, e cada um, a uma participação cada vez mais colaborativa e efetiva na prevenção da violência “online” com vista à segurança e bem-estar das crianças e jovens.
Neste propósito, os alunos da turma 10º12 criaram cartazes digitais alusivos aos diferentes tipos de “Bullying” na disciplina de Inglês, designadamente: “verbal bullying”, “physical bullying”, “emotional bullying”, “prejudicial bullying” e “cyberbullying”.
Aqui fica o registo material de alguns dos trabalhos realizados e divulgados pelos mesmos nas suas redes sociais.
Guias áudio na primeira secção do Núcleo Museológico “O Lyceu”
Lília Castanha e Céu CamachoEm outubro de 2022, a nossa escola, através do seu Núcleo Museológico, passou a disponibilizar guias-áudio, para orientar o visitante sobre o significado de cada peça na história pedagógica da instituição.
Neste momento, o visitante tem a possibilidade de conhecer o percurso da Escola Secundária Jaime Moniz, desde a sua criação, até ao início dos anos 60 do século XX. Para tal, basta aceder aos códigos QR, que se encontram na parte superior esquerda das três primeiras vitrines.
Por intermédio desta ferramenta digital, o visitante poderá percorrer as peças expostas e escolher o que quer ouvir, ao selecionar a peça que mais lhe despertar a atenção.
O Núcleo Museológico conta com várias secções na sua exposição permanente, nomeadamente a da história, a da biologia, a da física, a dos audiovisuais, a da geografia, a do desporto e a do teatro, documentando, da forma possível, a atividade educativa desenvolvida ao longo dos séculos XIX e XX.
Atualmente, este espaço continua em processo de estudo e construção, sendo que os objetos utilizados para o ensino/aprendizagem das Ciências Naturais e das Ciências Físico-Químicas constituem o seu maior acervo. As exposições temporárias no Largo do Museu constituem outro meio de divulgação do património educativo da instituição, designadamente da nossa herança cultural, entre outros aspetos merecedores de realce.
A coordenadora do espaço museológico, Lília Castanha, conta elaborar roteiros para as restantes secções, a médio e longo prazo, os quais ficarão acessíveis igualmente por códigos QR, desde que haja os recursos humanos e materiais disponíveis para a respetiva produção. Para que o presente trabalho tenha sido possível, o NMLJM contou com a colaboração dos docentes: Carlos Rodrigues, responsável pela parte multimédia, e Rolando Almeida, pela locução.
O visitante pode aceder à informação, virtualmente, acedendo aos links dos seguintes códigos QR, de cada uma das três vitrines.
Núcleo
Museológico “O Lyceu”
Ensino Liceal
apresenta O Ensino da Reprodução dos Seres Vivos no
Durante o primeiro período do presente ano letivo e ao longo do mês de janeiro, a Escola Secundária Jaime Moniz apresenta uma exposição temporária intitulada O Ensino da Reprodução dos Seres Vivos no Ensino Liceal, sob a responsabilidade de Lília Castanha, coordenadora do Núcleo Museológico, e de Aida Pupo, Teresa Visinho e Teresa Santos, docentes de Biologia.
Esta pequena mostra, que documenta o ensino da reprodução dos seres vivos até os anos 70 do século XX, conta com peças variadas, selecionadas pelas docentes, tais como: mapas, livros, modelos e espécimenes conservados em formol, que constituem parte integrante do património educativo da instituição.
Os livros expostos incluem manuais editados em português, a partir dos anos 40 do século XX. Inicialmente, os docentes apenas recorriam a manuais estrangeiros, principalmente franceses, devido à inexistência de tais recursos em língua portuguesa. Para além dos manuais, são apresentados alguns livros da Biblioteca Cosmos relacionados com a temática, publicados nos anos 40 pelo Prof. Bento de Jesus Caraça, numa tentativa de ultrapassar o enfraquecimento cultural imposto pela censura do regime. Os mapas parietais selecionados são provenientes da Inglaterra, França, Itália, Alemanha e Portugal, sendo que o exemplar mais antigo remonta a 1938. Esses mapas de Ciências Naturais eram utilizados nas aulas como suporte visual para as aprendizagens, o que comprova a importância da imagem na educação científica. Em exibição estão também outros auxiliares didáticos, designadamente alguns modelos anatómicos de fungos, algas e plantas, da Companhia Brendel, fundada em 1866, na Alemanha. Estes modelos, muito aumentados e desmontáveis, de grande rigor científico, eram elaborados numa grande variedade de materiais. Os selecionados para esta exposição incluem modelos em gelatina, gesso e metal, embora o espólio da escola contenha modelos com aplicações de tecidos, penas, contas de vidro, para lhes conferir textura e algum realismo. Relativamente à reprodução dos animais, são apresentados exemplares de seres vertebrados e invertebrados, conservados em formol. O estudo mais pormenorizado da reprodução dos animais cingia-se aos seres mais simples e aos tipos de reprodução ovípara e vivípara. Por isso, os exemplares conservados mostram as principais etapas do desenvolvimento embrionário, sem grande detalhe sobre a anatomia e fisiologia do aparelho reprodutor. Alguns destes espécimenes fazem parte da lista de materiais distribuídos pelos principais liceus do país, desde o final do século XIX, embora não exista nenhum registo de entrada com a data exata para cada um deles.
Apesar de a reprodução humana não ser abordada ao longo do ensino liceal, foram incluídos, nesta mostra, os modelos de gestação, embriões e fetos doados pelo Dr. Faria Nunes, em 2011, a par de um feto que já fazia parte do espólio antes dos anos setenta, a fim de ilustrar as etapas do desenvolvimento intrauterino da espécie humana.
A exposição estará patente no Largo do Museu até 31 de janeiro de 2023.
Lília Castanha, Aida Pupo e Céu CamachoPoderá também visitar a exposição através do link: https://youtu.be/AfZUFKELUkc ou clicando na imagem a baixo: Clique para ver vídeo
módulo de QM7
Reações Químicas
No âmbito do módulo de QM7 “Reações Químicas” do curso CEF 61, foi proposta a realização de um vídeo original, no qual os alunos demonstrassem, de uma forma simples e criativa, o processo mediante o qual ocorre uma reação química. Basicamente, os vídeos foram criados pela técnica de stop motion, usando a aplicação de telemóvel “STOP MOTION”, e modelos atómicos.
Para visualizar a compilação de todos os vídeos clique em baixo.
Clique para ver vídeoClique para se inscrever
9ª Troca de Livros
na Jaime Moniz Tome lá! Dê cá!
Carla Freitas Martins - Grupo 300A leitura é um prazer solitário, uma inesgotável fonte de saber, que nos permite viajar no tempo, no espaço e descobrir o mundo e a nós próprios dentro dele. Há livros que apenas são lidos uma vez e, por isso, a troca convidou-nos a reorganizar as nossas estantes e partilhá-los.
A Troca de Livros, que conta já com a nona edição, aconteceu entre os dias 15 e 17 de novembro de 2022, na Escola Secundária Jaime Moniz, entre as 9H30 e as 16H40. A atividade, da responsabilidade do projeto “conta-me histórias”, decorreu no Pátio da Física e esteve aberta toda a Comunidade Escolar.
Num ambiente acolhedor, cada leitor pôde apresentar os livros selecionados e escolher o mesmo número de livros de entre os apresentados no acervo da troca. Troca por troca! Tome lá, dê cá! Os livros deveriam encontrar-se em bom estado, não abordar conteúdos técnicos ou didáticos e podiam ser redigidos em português, inglês, francês ou alemão. O objetivo foi o de fomentar hábitos de leitura e privilegiar a leitura do livro literário, permitindo o acesso a livros a custo zero! Este evento tem, habitualmente, uma grande recetividade junto das turmas e da Comunidade Escolar em geral.
Novidades? Também as houve! Foi lançado um desafio a algumas entidades externas à escola, a professores, a projetos e clubes: o de fazerem coincidir as atividades que já desenvolvem com o período em que decorre a 9ª Troca de Livros. O resultado foi este: de 15 a 17 de novembro ocorreu não só a troca de livros, mas também a troca de saberes, de várias gerações, à volta do tema da leitura. Portanto, constitui-se um pequeno programa feito do trabalho de pessoas para quem a leitura é a sua forma de ser feliz e de estar na vida. Conferências, formações, leituras em voz alta e a várias vozes, leituras silenciosas e individuais, mas sobretudo leituras. Paulo Sérgio Freitas (BEju) apresentou a conferência “Aprender a falar com as casas”. A companhia Contigo Teatro, no âmbito do projeto “Ler com Amor”, desenvolveu, com a turma 11º05 e a professora Sílvia Mata, Técnicas de leitura em voz alta. O Grupo Sénior da Casa do Povo de S. Gonçalo trouxe-nos um sarau de leitura, sob orientação da professora Sílvia Mata. A biblioteca Jaime Moniz, sob orientação da Drª Teresa Florença, fez visitas guiadas às turmas. O Clube de Leitura do Liceu, sob orientação das professoras Alexandra Campos e Paula Barradas, apresentou “Leituras de Quadras de Fernando Pessoa”.
Conclusões e números? As trocas aumentaram significativamente, quase duplicaram, em relação ao ano anterior. O número de visitantes excedeu largamente as expetativas e o número de trocas aproximou-se das três centenas. Os alunos lideraram o pódio com 70% das trocas; em segundo lugar, os professores obtiveram a percentagem de 19% e o terceiro lugar, com 7% das trocas, coube a visitantes externos à escola (onde estão incluídos os Encarregados de Educação).
As responsáveis pelo projeto “conta-me histórias” agradecem a todos os participantes na 9ª Troca de Livros e a todos aqueles que, direta ou indiretamente, tornaram esta atividade possível.
Agradecimentos
Câmara Municipal do Funchal| Contigo Teatro| Junta de Freguesia de S. Gonçalo| Grupo Sénior da Casa do Povo de S. Gonçalo| Biblioteca Jaime Moniz | Clube de Leitura do Liceu| Conselho Executivo da ESJM| Paulo Sérgio Freitas (BEju) |Coordenadoras das atividades culturais| Rosário Martins| Carlos Rodrigues | Fernanda Gama |Matilde Abreu| Irene Araújo| Ilídio Gonçalves |Sílvia Mata |Alexandra Campos | Paula Barradas | Teresa Florença | Ana Noite | Ana Fidalgo| Fátima Rodrigues | Fábia Jesus | Mariana Barros | Luís Brito | turmas CEF53 e 11º11| Teatro Bolo do Caco | Quitéria Abreu | Odílio Freitas| Fátima Matos | Odeta Sousa | Maria da Fonte | Marília Spínola | Maria Campanário | Paula Ferreira | Hélder Teixeira | Marcolino Pereira | José Espírito Santo | Vanda Caixas | Cecília Ferreira | Assistentes operacionais da ESJM.
Veja os vídeos clicando nas imagens a baixo:
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Opinião dos nossos leitores
António Freitas - Grupo 520
1. Caracterização da nossa amostra:
De modo a conhecer melhor os nossos leitores, fizemos um questionário por inquérito aos nossos leitores.
Utilizando uma amostra por conveniência, obtivemos 496 respostas:
• 45% de Encarregados de Educação;
• 39.5% de Alunos
• 14.3% de professores
• 1.2% dos funcionários
2. Quem conhece a Newsletter O Lyceu:
Desses 358 que dizem não conhecer a Newsletter o Lyceu.
Encarregado de Educação 197 55% Aluno 153 43% Funcionário 3 1% Professor 5 1%
Total 358 100%
Assim, obtivemos resposta dos vários níveis e ensino:
Dos 496 inquiridos, 72.2% (358) dizem não conhecer a Newsletter o Lyceu.
Os Encarregados de Educação e os alunos são os que mais desconhecem a existência da Newsletter o Lyceu.
3. Como obteve conhecimento da existência da Newsletter?
Análise das 153 respostas dos alunos por nível de ensino que desconhecem a Newsletter:
6. De que mais gostam os leitores leitores na Newsletter O Lyceu?
Os nossos leitores gostam de ver e ler principalmente o que se passa na escola, bem como o que os alunos escrevem. Em primeiro lugar, temos as atividades escolares, seguidas dos textos dos alunos e, depois, da composição gráfica!
Verificamos que à medida que os alunos estão mais tempo na escola, o desconhecimento sobre a Newsletter vai diminuindo.
As respostas seguintes dizem apenas respeito aos inquiridos que disseram conhecer a nossa Newsletter
A maioria dos nossos inquiridos que conhecem a nossa Newsletter tomaram dela conhecimento através:
• 59.42% - Através do site da escola;
• 30.43% - Através do e-mail;
• 10.15% - Através da página do Facebook da escola.
4. Qual o meio de difusão mais adequado?
O meio de difusão mais adequado é a página da escola, com 60.1%, seguido pelo e-mail, com 31.2%.
7. Entre as plataformas ISSUU e Google Drive, onde a Newsletter é publicada, qual a mais adequada e funcional?
A maioria dos nossos leitores, 63%, diz que é no Google Drive em PDF.
5. Os temas abordados são do interesse dos leitores?
Considerando o 03 como sendo do interesse dos leitores, é possível concluir que a Newsletter desperta muito interesse nos nossos leitores.
• 31.2% - diz ter algum interesse nos temas abordados;
• 29% - diz ter interesse nos temas abordados;
• 29.7% - diz ter muito interesse nos temas abordados.
8.
Que melhorias deveríamos fazer?
Todas aquelas que sejam de relevância para a projeção de uma imagem positiva da escola quer pelo trabalho desenvolvido pelos alunos, quer por parte dos docentes. Participação em concursos e atividades nacionais e internacionais...